santa sÉ ajudarÁ pe. geral aborda a importÂncia … · diagramaÇÃo e ediÇÃo de imagens...

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Em EDIÇÃO 44 ANO 5 MAIO 2018 INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL SANTA SÉ AJUDARÁ REFUGIADOS VENEZUELANOS pág. 10 PE. GERAL ABORDA A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO pág. 18 NO HAITI, CPAL REALIZA SUA 35ª ASSEMBLEIA pág. 21 especial pág. 12 SER SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO O Ano do Laicato faz um convite ao protagonismo do leigo na Igreja

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  • JESUTAS BRASIL

    Em EDIO 44ANO 5MAIO 2018INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL

    SANTA S AJUDAR REFUGIADOS VENEZUELANOS

    pg. 10

    PE. GERAL ABORDA A IMPORTNCIA DA COMUNICAO

    pg. 18

    NO HAITI, CPAL REALIZA SUA35 ASSEMBLEIA

    pg. 21

    especial pg. 12

    SER SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDOO Ano do Laicato faz um convite ao protagonismo do leigo na Igreja

  • 4 5Em Em

    SUMRIO EDIO 44 | ANO 5 | MAIO 2018

    EDITORIAL Pela nossa misso, sair da menoridade

    Jonas Jorge da Silva

    CALENDRIO LITRGICO

    ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Em misso pela juventude

    Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, SJ

    O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Projeto da Santa S ajudar refugiados

    venezuelanos

    Mensagem do Papa encerra a 56 Assembleia Geral da CNBB

    ESPECIAL A servio do Reino

    MUNDO CRIA A comunicao est em nosso DNA, afirma Pe. Geral Novos Estatutos da Rede Mundial de Orao do Papa Na Nicargua, jesutas denunciam violncia Nomeaes

    AMRICA LATINA CPAL Histria de gratido e compromisso 35 Assembleia da CPAL Jesutas em encontro da CLAR e REPAM Rede de homlogos de meio ambiente

    PROMOO DA JUSTIA SOCIOAMBIENTAL 2 Reunio do Conselho Nacional do SJMR Brasil 10 Encontro Federativo de F e Alegria

    JUVENTUDE E VOCAES Encontro MAGIS Sudeste rene jovens em MG

    6

    78

    10

    12

    18

    20

    22

    24

    Voluntrios do Hogar de Cristo (centro social da Companhia de Jesus no Equador) prestaram apoio s famlias equatorianas atingidas pelo terremoto que abalou o pas em 2016

    Foto

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  • 4 5Em Em

    EDUCAO Olhares universitrios sobre a Laudato Si Parceria Unicap e Anec: Cursos de extenso em Ead

    SERVIO DA F Jornadas teolgicas do Recife

    NA PAZ DO SENHOR Pe. Jos Francisco Silveira Montenegro Pe. Luiz Pecci

    JUBILEUS / AGENDA

    EmJESUTAS BRASIL

    26

    28

    29

    31

    INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL

    EXPEDIENTE

    EM COMPANHIA uma publicao mensal dos

    Jesutas do Brasil, produzida pelo Escritrio de

    Comunicao BRA.

    COMUNICAO [email protected]

    www.jesuitasbrasil.com

    DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias, SJ

    EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)

    REDAOJuliana Dias

    Silvia Lenzi

    DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva

    PRODUO AUDIOVISUALrica Silva

    Ir. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ

    Luza Costa

    Sara Oliveira (estagiria)

    COLABORADORES DA 44 EDIOPe. Agnaldo Jnior, Ana Lcia Farias, Bruno Alface,

    Pe. Francisco de Assis Secchim Ribeiro (Pe. Kiko),

    Marcelo Barbosa, Patrcia Gabrig, Pe. Pedro Pereira

    da Silva, Pe. Valrio Sartor e Ana Ziccardi (reviso).

    Um agradecimento especial a todos que colabora-

    ram com a matria especial dessa edio.

    TRADUO DAS NOTCIAS MUNDO + CRIA GERALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez

  • 6 7Em Em

    EDITORIAL

    PELA NOSSA MISSO, SAIR DA MENORIDADE

    Jonas Jorge da Silva

    Mestre em Cincias Sociais e coordenador do

    CEPAT (Centro de Promoo de Agentes de

    Transformao), em Curitiba (PR)

    Ouo, agora, porm, exclamar de

    todos os lados: no raciocineis! O oficial

    diz: no raciocineis, mas exercitai-vos!

    O financista exclama: no raciocineis,

    mas pagai! O sacerdote proclama: no

    raciocineis, mas crede! (Immanuel

    Kant, 05-12-1783)Com o tema Cristos leigos e leigas,

    sujeitos na Igreja em sada, a servio do

    Reino e o lema: Sal da Terra e Luz do Mun-

    do (Mt 5, 13-14), o ano nacional do laicato mais uma oportunidade para refletir

    sobre a presena e atuao dos cristos

    leigos e leigas na Igreja e na sociedade.

    Na trilha do Conclio Vaticano II,

    homens e mulheres so desafiados a

    mergulhar em guas mais profundas,

    em meio s intempries de uma crise

    multidimensional.

    O imprio do medo, do autoritaris-

    mo e da fragmentao dos vnculos so-

    ciais tem apequenado o devir histrico

    de milhares de pessoas pelo mundo.

    Assentidas ou irrefletidas, as tutelas

    continuam a, precisando ser rompi-

    das. No mbito eclesial, leigos e leigas

    so chamados a sair da menoridade,

    assumindo o seu batismo.

    O Papa Francisco tem sido um gran-

    de defensor do protagonismo dos leigos

    e leigas. Em visita ao Chile, no incio do

    ano, Francisco disse que a misso de

    toda a Igreja, e no do sacerdote ou do bis-

    po e que os leigos no so nossos servos

    nem nossos funcionrios. Eles no devem

    repetir como papagaios o que dizemos.

    Essa a Igreja em sada que requer

    nossa maioridade. No por soberba,

    mas para que a boa notcia do Evan-

    gelho possa se expandir. Na liberdade

    dos filhos de Deus, precisamos nos in-

    serir em um permanente aggiornamen-

    to das estruturas eclesiais, ampliando

    a cultura de participao em favor da

    misso instituda por Jesus Cristo.

    Somos sal da terra e luz do mundo

    quando samos de nossas sacristias e

    priorizamos o mundo como o foco de

    nossa evangelizao. Nessa tarefa, h

    duas palavras que so muito importan-

    tes na misso da Companhia de Jesus

    e que se estendem a todos os leigos e

    leigas que dela participam: discerni-

    mento e fronteira.

    NO MBITO ECLESIAL, LEIGOS E LEIGAS SO CHAMADOS A SAIR DA MENORIDADE, ASSUMINDO O SEU BATISMO

    Discernir uma atitude essencial

    em uma conjuntura na qual a palavra

    crise aparece adjetivada em diferentes

    dimenses: econmica, poltica, eco-

    lgica, energtica, alimentar, tica, da

    democracia, do trabalho, civilizacional

    etc. Diante da crise estrutural e sistmi-

    ca, urge discernir nossa presena de f,

    como seguidores de Jesus Cristo.

    Para fazer esse discernimento,

    estar na fronteira crucial. evang-

    lico sair de nossa zona de conforto e

    avanar para as periferias geogrficas

    e existenciais do mundo em que esta-

    mos inseridos.

    Em um contexto de globalizao da

    indiferena e cultura do descarte, a f

    crist nos impele a construir novos la-

    os de convivncia e solidariedade, em

    prol da reconciliao com Deus, entre

    ns e com a Criao.

    O que experimentamos na inti-

    midade com Deus precisa refletir no

    mundo em que vivemos. o que nos

    aconselha o Papa Francisco com sua

    recente exortao apostlica Gaudete

    et exsultate, sobre o chamado santi-

    dade no mundo atual: Pede, sempre,

    ao Esprito Santo, o que Jesus espera

    de ti em cada momento de tua vida e,

    em cada opo que tenhas que tomar,

    para discernir o lugar que isso ocupa

    na tua misso. E permite-lhe plasmar

    em ti aquele mistrio pessoal que pos-

    sa refletir Jesus Cristo no mundo de

    hoje (n 23).Pela graa do Esprito Santo, humil-

    demente, esperamos que a nossa maio-

    ridade como cristos leigos e leigas tra-

    ga novo frescor vivncia da f crist.

    Boa leitura!

  • 6 7Em Em

    calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus MAIO

    DIA 4 DIA 16

    DIA 24

    So Jos Maria Rubio Santo Andr Bobola

    Nossa Senhora da Estrada

  • 8 9Em Em

    ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO

    Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, SJ

    Diretor do Centro MAGIS Burnier, em Braslia (DF), e

    coordenador do Plano de Candidatos ao Noviciado da

    Provncia dos Jesutas do Brasil BRA, Ir. Ubiratan de Oliveira

    Costa graduado em Comunicao Social, com habilitao

    em Relaes Pblicas, pela Unicap (Universidade Catlica de

    Pernambuco), e ps-graduado em Juventude Contempornea

    pela FAJE (Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia). Sou grato

    Companhia de Jesus pela formao que recebi. Acho isso

    fundamental, pois a misso torna-se mais eficiente, ressalta

    Ir. Bira, como conhecido. Em entrevista ao informativo

    Em Companhia, o jesuta contou tambm como tem sido atuar

    com os jovens: Desde a minha primeira etapa de formao

    religiosa, me foi pedido que trabalhasse junto s juventudes.

    Conte-nos um pouco da sua histria.

    Nasci em Joo Pessoa (PB), em 28 de janeiro de 1978. Sou o penltimo de cinco filhos de Severina Saraiva da

    Costa e Cledson Jos de Oliveira Cos-

    ta. De famlia simples da periferia da

    capital, cursei o Ensino Fundamental

    em escola pblica e o Ensino Mdio na

    Escola Tcnica Federal da Paraba.

    Como conheceu a Companhia de

    Jesus? E por que decidiu ser Irmo

    Jesuta?

    Conheci a Companhia por interm-

    dio da minha primeira catequista, Ana

    Berto, uma ex-religiosa das Irms de

    Santa Catarina de Sena que atuava no

    colgio onde cursei o Ensino Funda-

    mental. Com ela, fiz minha primeira

    Eucaristia. Depois, seguindo meu en-

    gajamento na igreja local, tornei-me

    catequista e, posteriormente, coorde-

    nador de grupo de jovens. Nesse tem-

    po, a Igreja da Paraba tinha forte as

    CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e

    tambm a PJMP (Pastoral de Juventude

    do Meio Popular). Foi por meio desse

    contato que consolidei minha atuao

    e compromisso com a causa dos menos

    favorecidos do meu bairro.

    A maior parte do meu tempo era

    na PJMP nas discusses, reflexes

    e partilhas. Fui, ento, percebendo

    que poderia me dedicar por comple-

    to, por inteiro, a essa causa. Conver-

    sei com a Ana Berto, minha primeira

    catequista, sobre o desejo de me de-

    dicar por inteiro ao Cristo por meio

    da Igreja. Ela me indicou os jesutas

    que viviam em uma parquia de Joo

    Pessoa e, para minha surpresa, era ali

    que funcionava o Juniorado, uma das

    etapas de formao na Companhia de

    Jesus. Naquela poca, eu tinha por

    volta de 18 a 19 anos. E, uma tarde,

    EM MISSO PELA JUVENTUDE

  • 8 9Em Em

    fui at o Juniorado, onde fui acolhi-

    do por um jesuta, o irmo Vanderlei

    Backs, que me recebeu de maneira

    incrvel. A hospitalidade, acolhida,

    ateno ao que eu falava... gastou

    tempo comigo. Vi que o testemunho

    e o exemplo do irmo Vanderlei tra-

    duziam o que eu buscava: um homem

    comprometido, espiritual, de refle-

    xo, acolhedor e atento na escuta da-

    quele que buscava algo. Esse perfil de

    jesuta me animou a querer ser igual.

    Depois, esse desejo foi se moldando

    e se consolidou na Experincia dos

    Exerccios Espirituais. Ao escolher a

    vocao de jesuta irmo, eu respon-

    deria ao chamado do Senhor, sendo

    um no meio dos demais, buscando

    ser um novo Cristo.

    Quais as alegrias e os desafios de

    lidar com os jovens?

    A juventude me fortalece e me faz

    entender, a cada dia, a minha voca-

    o. Me d esperana e nimo aos de-

    safios da caminhada como seguidor

    de Jesus. Amplia a misso, sempre

    temos novidades, novas reflexes e

    muito entusiasmo e alegria quando

    o caminho fica turvo. As juventudes

    me acendem a chama para a misso.

    Penso que o desafio, hoje, saber

    como acompanhar, eficazmente, a

    dinamicidade que o jovem, por exce-

    lncia, tem; compreender, colaborar

    e saber escutar a singularidade de

    cada jovem e de diversos grupos. Sa-

    ber dialogar com eles e elas na escuta

    atenta, cultivando e incendiando o

    corao na esperana de fazer acon-

    tecer a civilizao do amor.

    Qual o perfil dos jovens vocacio-

    nados atualmente?

    Quanto ao perfil, so jovens que esto

    em busca de sua felicidade e muito bem

    informados sobre a Companhia de Jesus

    pelas redes sociais e tambm pelo exem-

    plo e testemunho do Papa Francisco, que

    bebeu da espiritualidade inaciana e que

    transmite, muito bem, o importante le-

    gado deixado por Incio de Loyola. Po-

    rm so jovens que tm pouca ou quase

    nenhuma vivncia eclesial, pastoral. Em

    um primeiro momento, eles trazem for-

    tes ideais de projetos pessoais a que as-

    piram quando conhecem a formao da

    Companhia de Jesus. Mas, depois, vo

    compreendendo que a formao o meio

    para atingirmos o fim, que justamente o

    seguimento de Jesus pobre, casto e obe-

    diente. As motivaes vo sendo purifica-

    das, trabalhadas, ordenadas e a iniciam

    um processo diferente de encantamento

    com nosso modo de ser, pela misso, pela

    espiritualidade inaciana, por Jesus Cristo

    e seu reino. Tudo isso quando se tem a

    abertura de corao e o desejo de servir de

    maneira contemplativa na ao.

    Por que a vocao do Irmo atra-

    ente para os jovens de hoje?

    Muitos jovens no sabem que exis-

    te a vocao de irmo na Companhia de

    Jesus e conhecem quando tm contato

    direto no acompanhamento por jesu-

    tas irmos realizado na Provncia. Aqui,

    tambm conhecem irmos em misso

    diversificadas, como coordenador do

    Plano de Candidatos, scio do provin-

    cial, administradores de colgios, atu-

    antes no Programa MAGIS Brasil e, mais

    ainda, trabalhando nas periferias, nas

    fronteiras no trabalho com refugiados,

    nas visitas a hospitais ou, simplesmen-

    te, na presena e vida de orao. Tudo

    isso facilita bastante a compreenso da

    vocao especfica, principalmente, ao

    encontrarem homens livres para o mi-

    nistrio a partir da consagrao de suas

    vidas. Pelo desejo de seguir o Cristo po-

    bre, casto e obediente. Para ns, jesutas,

    o mais importante a misso. E o fun-

    damental apresentar aos jovens a voca-

    o do SER JESUTA, isso o fundamen-

    tal para ns, Companheiros de Jesus.

    A JUVENTUDE ME FORTALECE

    E ME FAZ ENTENDER, A CADA DIA, A MINHA VOCAO. ME D ESPERANA E NIMO AOS DESAFIOS DA CAMINHADA COMO SEGUIDOR DE JESUS.

  • 10 11Em Em

    O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S

    PROJETO DA SANTA S AJUDAR REFUGIADOS VENEZUELANOS

    Nos ltimos meses, a crise socio-poltico-econmica da Vene-zuela agravou a situao da po-pulao, que migra para pases vizinhos

    em busca de sobrevivncia e de uma

    vida mais digna. Em resposta ao apelo do

    Papa Francisco para acolher, promover e

    integrar os migrantes e refugiados, oito

    conferncias episcopais sul-americanas,

    junto com o Dicastrio para o Servio do

    Desenvolvimento Humano Integral, da

    Igreja, decidiram trabalhar juntos para

    ajudar essas pessoas, acolhendo-as no

    territrio de seus pases.

    No dia 7 de maio, os bispos de Brasil, Colmbia, Equador, Chile, Peru, Bolvia,

    Paraguai e Argentina apresentaram o

    projeto Pontes de Solidariedade, na Sala

    de Imprensa da Santa S, no Vaticano.

    A iniciativa prope servios de acolhi-

    da para os migrantes mais vulnerveis,

    ajudando-os com alojamentos e inclu-

    so no trabalho. Tambm est prevista a

    ampliao do acesso educao e sa-

    de, alm de uma assistncia espiritual

    durante o perodo de permanncia dos

    migrantes em outros pases.

    O padre Fabio Baggio, subsecretrio

    da seo Migrantes e Refugiados do Di-

    castrio, explicou que a ideia do plano

    de acolhida nasceu da solidariedade das

    pessoas, que sentem a presena do ir-

    mo latino-americano, que, neste mo-

    mento, est em dificuldade. A iniciativa

    tem durao inicial de dois anos e tem

    como objetivo ajudar os milhares de mi-

    grantes venezuelanos.

    O Superior Geral da Companhia de

    Jesus, padre Arturo Sosa, que venezue-

    lano, esteve presente no encontro e afir-

    mou que, em termos numricos, cerca de

    um milho de venezuelanos j deixaram

    Fontes: Vatican News/OMPRESS-ROMA

    Foto

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    ica

    Latin

    a e

    Carib

    e)

    o pas. Esta uma cifra muito significa-

    tiva para um pas com 30 milhes de ha-bitantes, ressaltou.

    O outro subsecretrio do Dicastrio,

    padre Michael Czerny, SJ, sublinhou

    que o projeto est alinhado com o que

    o Papa ensina para ajudar os migrantes

    e refugiados. Padre Czerny, nascido na

    antiga Tchecoslovquia, tambm foi

    um refugiado e explicou quo impor-

    tante , quando voc est em estado de

    choque e decepo, ter informaes

    precisas para tomar boas decises, evi-

    tando, assim o risco de desembarcar

    nas redes de trfico humano.

    de habitantes

    Cerca de deixaram o pas

    30 milhES

    1 milho

    venezuela

  • 10 11Em Em

    MENSAGEM DO PAPA ENCERRA A 56 ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB

    Entre os dias 11 e 20 de abril, a CNBB (Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil) realizou a 56 edio de sua Assembleia Geral, re-alizada no Santurio Nacional de Nos-

    sa Senhora Aparecida, em Aparecida

    (SP). Este ano, o encontro discutiu as

    Diretrizes para a Formao dos Presb-

    teros da Igreja no Brasil e reuniu mais

    de 300 bispos, padres e religiosos.

    Alm do tema central, outros as-

    suntos foram abordados durante os

    10 dias do encontro. Entre eles, o Ano do Laicato; o Snodo dos Bispos, que

    ser realizado em outubro, em Roma

    (Itlia); e a conjuntura nacional bra-

    sileira. O cardeal Sergio da Rocha,

    arcebispo de Braslia (DF) e presiden-

    te da CNBB, destacou o clima de fra-

    ternidade que permeou o encontro.

    Posso dizer que essa Assembleia foi

    uma das que mais pudemos sentir

    essa unidade fraterna, essa proximi-

    dade afetuosa entre os bispos do Bra-

    sil, disse.

    Foto

    : CN

    BB

    A cerimnia de encerramento da

    Assembleia Geral contou com o agra-

    decimento do presidente da CNBB e

    com uma mensagem do Papa Francis-

    co, assinada pelo secretrio de Estado

    do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e

    lida pelo nncio apostlico no Brasil,

    dom Giovanni DAniello. Na mensa-

    gem, o Pontfice recordou a vivncia

    do Ano do Laicato no Brasil e motivou

    o episcopado na continuidade dos tra-

    balhos promovidos em parceria com os

    O PAPA OS ANIMA NESTE

    ANO DO LAICATO NO BRASIL A PERMANECEREM ATENTOS AOSEU POVO [...] Cardeal Pietro Parolin

    leigos e leigas. O Papa os anima neste

    Ano do Laicato no Brasil a permanece-

    rem atentos ao seu povo [] ajudando

    os leigos e leigas a viver, sempre em

    sintonia com seus pastores, o prota-

    gonismo do chamado de ser cada vez

    mais uma Igreja em Sada, afirmou o

    secretrio de Estado do Vaticano.

    Ao final da mensagem, dom Pa-

    rolin transmitiu os votos do Pont-

    fice, que fez memria da padroeira

    do Pas, Nossa Senhora Aparecida,

    e concedeu sua beno apostlica.

    Na certeza de que a me Aparecida,

    cujos 40 anos da restaurao de sua imagem se est celebrando, no dei-

    xa de interceder por sua Igreja que

    caminha no Brasil, para que possa

    sempre buscar a restaurao de seus

    membros, Papa Francisco, de cora-

    o, envia aos arcebispos e bispos,

    e a todas as suas dioceses, a beno

    apostlica, finalizou.

    Fontes: CNBB/arquisp.org.br/Cano Nova

  • 12 13Em Em

    ESPECIAL

    DO REINO A SERVIO

    *Marcia Regina de Carvalho graduada em Cincias da Religio pela Pontifcia Universidade Gregoriana, de Roma (Itlia).

    formada tambm em Psicologia pela Unip (Universidade Paulista) e mestre em Educao e Comunicao pela Universidade So Marcos.

  • 12 13Em Em

    O Batismo o primeiro dos sa-cramentos da vida crist. Por meio dele, somos incorporados em um novo modo de existir, o existir

    em Cristo. Como sacramento da f, ele

    o que, primeiramente, une o Povo de

    Deus, o que torna todos membros de

    um s Corpo, que a Igreja. Dessa for-

    ma, assim como clrigos e religiosos,

    os leigos tambm constituem e so

    Igreja, participantes da misso de Deus

    no mundo. Mas voc j se questionou o

    que significa ser leigo na Igreja hoje?

    justamente esse convite reflexo

    e ao engajamento que a Igreja no Brasil

    nos faz ao instituir o Ano do Laicato.

    Com o tema Cristos leigos e leigas, sujei-

    tos na Igreja em sada, a servio do Reino

    e o lema Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt

    5,13-14), a iniciativa tem como objetivo celebrar a presena dos cristos leigos

    no Pas, aprofundando a sua identidade,

    vocao, espiritualidade e misso, a fim

    de serem testemunhas de Jesus Cristo e

    de seu Reino na sociedade. A inteno

    dar um novo impulso, estmulo e incen-

    tivo aos leigos. Criar conscincia de seu

    papel na Igreja e no mundo e, acima de

    tudo, esclarecer o que o laicato, afirma

    Marcia Regina de Carvalho, professora

    do curso de Teologia para leigos do Ins-

    tituto de Teologia da Regio Episcopal S

    (Itels), em So Paulo (SP)*.

    Neste Ano do Laicato, como teste-

    munhas vivas do amor de Deus e cola-

    boradores na construo do Seu Reino,

    os fiis leigos so chamados a se tor-

    narem membros mais ativos e parti-

    cipativos nas questes da Igreja e da

    sociedade. Para Cesar Kuzma, profes-

    sor de Teologia da PUC-Rio (Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio de Janei-

    ro)*, este o momento para despertar

    a maturidade e a autonomia dessa vo-

    cao. Celebrar um Ano para o Laicato

    quer dizer que os leigos devem assu-

    mir seu tempo na Igreja, seu espao e

    sua misso no mundo, com coragem e

    liberdade. o tempo dos leigos, a hora

    do laicato, acredita.

    No incio do sculo XXI, a participa-

    o dos leigos nas pastorais sociais da

    Igreja era mais ativa. Hoje, essa atuao

    bem menor, principalmente em razo de

    uma viso da evangelizao preocupada

    com a conservao, por isso centrada na

    liturgia e na devoo. Agora, com o Papa

    Francisco, a Igreja tenta superar esse ce-

    nrio. Segundo Marcia, a prpria CNBB

    (Conferncia Nacional dos Bispos do Bra-

    sil) prope outras formas de atuao dos

    leigos dentro da Igreja e fora dela. Entre

    elas, elaborar, executar e avaliar aes em

    conjunto com os ministros ordenados,

    religiosos e religiosas, criando conselhos

    e mais participao em vrios outros m-

    bitos. O leigo tem espao na Igreja, mas

    pode e deve ter ainda muito mais. Hoje,

    com satisfao, percebe-se um nme-

    ro maior de cristos leigos e leigas que

    procuram uma formao teolgica mais

    concisa e aprofundada. Atitude louvvel e

    bem-vinda, conta a professora.

    Marcia tambm ressalta outros avan-

    os na participao dos leigos dentro e

    fora da Igreja, como as visitas aos doentes,

    quando o leigo leva a Eucaristia e o con-

    forto da Palavra. A formao, os servios

    bsicos da comunidade, a animao li-

    trgica, a catequese, os crculos bblicos,

    os grupos de reflexo e o testemunho no

    servio aos mais necessitados so outras

    atividades desempenhadas pelo laicato

    que favorecem um mundo mais e melhor

    evangelizado, ressalta.

    Alm dessa atuao na Igreja, Ce-

    sar lembra que ser leigo faz parte de

    um itinerrio vocacional que deve ser

    assumido e gerar compromisso e en-

    tendimento, ou seja, um caminho

    de construo, de autonomia e de

    busca de maturidade na f. Ser leigo

    na Igreja hoje tomar parte no batis-

    mo que se recebeu, fazendo opo por

    Cristo e pelo Reino anunciado por ele.

    *Cesar Kuzma professor/pesquisador do Departamento de Teologia da PUC-Rio. Prestou assessorias CNBB e ao CELAM e membro da comisso de

    formao permanente do CNLB (Conselho Nacional do Laicato do Brasil). o atual presidente da SOTER (Sociedade de Teologia e Cincias da Religio,

    do Brasil), para o perodo de 2016-2019.

    Foto

    : Col

    gio

    Loy

    ola

  • 14 15Em Em

    ESPECIAL

    dar vida a uma causa, deixando-se to-

    car por Deus e refletindo essa experin-

    cia em aes concretas na histria, no

    dia a dia, na dinmica da vida e de fren-

    te a todos os dramas e tramas humanos

    e sociais, afirma, acrescentando que

    olhando dessa maneira, os leigos sero

    parte constitutiva da misso da Igreja

    no mundo, com a qual, por meio de sua

    vida e testemunho, buscam transfor-

    mar as estruturas e santificar a vida em

    sua volta.

    O cristo transita constantemen-

    te entre o ambiente eclesial e a vida em

    sociedade. Segundo Cesar, esse estar no

    mundo a vocao/misso do leigo, que

    deve ser assumida. Os leigos se inse-

    rem nas diversas vias da sociedade, nas

    diversas profisses e atuaes. Entre-

    tanto bom enfatizar que eles no esto

    no mundo em defesa de um modelo de

    religio ou de f, mas para promover os

    valores do Reino e lutar pela justia, pela

    vida e pela paz. So construtores de um

    mundo novo e a experincia que fazem

    de Deus na histria favorece isso, diz.

    Membro da comisso de formao

    permanente do CNLB (Conselho Nacio-

    nal do Laicato do Brasil) e atual presi-

    dente da SOTER (Sociedade de Teologia e

    Cincia da Religio), Cesar afirma que os

    leigos vivem as dimenses batismais do

    prprio Cristo. Como Ele, passam a ser

    sacerdotes, isto , oferecem o seu viver e

    o seu fazer a Cristo. Passam a ser profe-

    tas, mas, ao modo de Jesus, denunciam

    as estruturas de opresso e anunciam a

    Boa Nova. No mundo, eles so constru-

    tores do Reino e iluminam e organizam

    a prtica social, sem imposio, mas no

    dialogar e no promover, acrescenta.

    Marcia ressalta que o cristo se faz

    e se fortalece a partir da Igreja e da vida

    nas comunidades. Assim, fazendo parte

    de uma comunidade eclesial, ele cha-

    mado a dar testemunho no mundo. O

    leigo chamado a ser atuante nos vrios

    campos: social, poltico, pblico, pro-

    fissional. Em suma, ele chamado a ser

    protagonista onde estiver, seja na Igreja,

    seja fora dela, explica.

    LEIGOS CRISTOS NA IGREJAA partir do Conclio Vaticano II, con-

    vocado pelo Papa Joo XXIII e realizado

    entre 1962 e 1965, houve uma crescente valorizao da vocao e da misso do

    leigo. No encontro, que reuniu bispos

    de todo o mundo e promoveu significa-

    tivas mudanas na Igreja, os religiosos

    discerniram que no deveria haver mais

    uma relao de subordinao dos leigos

    ao clero, pois todos so Povo de Deus,

    distinguindo-se apenas pelo tipo de

    servio ou ministrio chamado a exer-

    cer nas comunidades.

    Para o telogo Cesar Kuzma, as con-

    cluses a que chegaram os padres con-

    ciliares foram a grande novidade desse

    Conclio. O Vaticano II resgatou uma

    tradio maior e definiu que todos fa-

    zemos parte do Povo de Deus e, para tal,

    temos o batismo como sacramento de

    maior importncia, que nos liga a Cris-

    to e nos torna membros efetivos desse

    corpo. Existem diferenas de atuaes e

    responsabilidades, mas todos so iguais

    em dignidade. Ningum ocupa o centro,

    pois apenas Cristo o centro e, ao redor

    dele, circulam todos os carismas e minis-

    trios, explica.

    Segundo ele, essa mudana de pos-

    tura levou o leigo a ter mais autonomia

    na sua misso. A viso de apenas atuar

    como colaborador, como se estivesse

    submisso a uma ordem, foi deixada para

    trs. A partir do Vaticano II, o leigo ser

    aquele que estende a sua vocao/misso

    em uma cooperao, dando algo que de

    si e que lhe prprio. Repito: ele parte

    constitutiva na misso da Igreja, que no

    pode ser pensada sem ele, ressalta.

    As orientaes dadas pelo Conclio

    Vaticano II refletiram tambm em do-

    cumentos da Igreja e nas Conferncias

    Episcopais Latino-Americanas, que trata-

    ram sobre o protagonismo e a promoo

    do laicato. A professora Marcia, do Itels,

    destaca alguns documentos marcantes

    da Igreja [confira no box].

    Sobre o Ano do Laicato no Brasil, Mar-

    cia acredita que este um momento im-

    portante para reflexo, tanto para leigos

    como para a prpria Igreja. Muitas so

    as provocaes que surgem a partir do

    Ano do Laicato. A comear pelo prprio

    reconhecimento da Igreja em ampliar

    os espaos para uma presena feminina

    mais incisiva; a ateno aos solteiros, pois

    nem todos os leigos fazem opo pelo ma-

    trimnio ou pela vida religiosa; um olhar

    misericordioso e atencioso para os doen-

    tes, necessitados, vivos, presidirios etc.

    Outra provocao formar lderes compe-

    tentes e coerentes com a f e a vida, alm

    de prestar ateno comunicao, como

    meio de fazer chegar a mensagem de for-

    ma compreensiva e clara, frisa.

  • 14 15Em Em

    Para ela, necessrio, tambm,

    alimentar-se de uma mstica e espiri-

    tualidade mais comunitria. O Papa

    Francisco nos alerta que a misso pre-

    cisa do pulmo da orao, da mstica,

    da espiritualidade, da vida interior. Ou-

    tra provocao que este Ano do Laicato

    suscita sobre o dilogo na sua mais

    inteira compreenso. Essas provoca-

    es incentivam o laicato a viver a f e

    a vida cada vez mais na sua totalidade e

    no compromisso social. A Igreja est no

    mundo para que a vida no mundo seja

    transformada e a partir das comuni-

    dades que a transformao pode acon-

    tecer de forma mais inteira, destaca.

    NA COMPANHIAComo batizados, somos discpulos

    missionrios de Jesus e, como leiga crist,

    que tem muita f em Cristo, eu participo

    ativamente da vida da Igreja. Eu entendo

    tambm que meu papel deve ir alm da

    atuao na parquia, devemos sair dos

    muros da Igreja. Acreditamos nisso e a pa-

    rquia incentiva nossa atuao como lei-

    go consciente no seio da sociedade, trans-

    formando-a para melhor, afirma Helena

    Teixeira Carvalho de Arajo, 45 anos. Casada, me de dois filhos, ela par-

    ticipa ativamente de pastorais e grupos,

    alm de ajudar os ministros ordenados

    que chegam Parquia Sagrado Corao

    de Jesus, no bairro de guas Compri-

    das, em Olinda (PE). Como crist, He-

    lena confia no protagonismo do leigo

    e afirma que as instituies catlicas

    tm papel fundamental nesse processo.

    Acredito que a Igreja pode fortalecer o

    protagonismo do leigo dando formao,

    investindo nos jovens, fazendo com que

    o leigo se conscientize de que ele um

    membro e Cristo o corpo, ressalta.

    IGREJAO Conclio Vaticano II falou am-

    plamente sobre os leigos na Consti-

    tuio dogmtica Lumen Gentium e

    no decreto Apostolicam Actuositatem.

    Em 1988, So Joo Paulo II publicou a exortao apostlica Christifideles

    Laici, que aborda a vocao e a misso

    dos leigos na Igreja e no mundo. Mais

    recentemente, o Papa Francisco pu-

    blicou a exortao apostlica Gaudete

    et Exsultate, sobre a chamada santi-

    dade no mundo atual.

    AMRICA LATINANa Amrica Latina, a Igreja, por

    meio do CELAM (Conselho Episcopal

    Latino-Americano), realizou cinco

    conferncias que resultaram em cin-

    co importantes documentos que, en-

    DOCUMENTOS SOBRE O LAICATO

    tre outros temas, tratam sobre a atuao

    do leigo cristo. So eles:

    Documento de Medelln (Colmbia,

    1968) destacou a importncia da ao dos leigos cristos na Igreja e na sociedade.

    Documento de Puebla (Mxico, 1979) identifica os leigos como homens e

    mulheres da Igreja no corao do mundo

    e do mundo no corao da Igreja.

    Documento de Santo Domingo

    (Repblica Dominicana, 1992) chamou os leigos de protagonistas da

    transformao da sociedade.

    Documento de Aparecida (Brasil,

    2007) pediu maior abertura para o en-tendimento e acolhimento do leigo na

    Igreja, que, por meio de seu Batismo e

    Confirmao, discpulo e mission-

    rio de Jesus.

    BRASILEm 1999, o episcopado brasileiro

    lanou o Documento 62 Misso e ministrios dos cristos leigos e lei-

    gas, que oferece Igreja orientao

    para o discernimento sobre o lai-

    cato e sua atuao na organizao

    dos ministrios na comunidade.

    Mais recentemente, em 2016, o Do-cumento 105 Cristos leigos e leigas na Igreja e na sociedade; sal da terra

    e luz do mundo afirma que os leigos

    so sujeitos na Igreja e na socieda-

    de. Alm disso, o documento reflete

    sobre a Igreja em Sada, pedida pelo

    Papa Francisco em sua exortao

    apostlica Evangelii Gaudium. Nessa

    exortao, o Pontfice faz um vigo-

    roso chamado para que todo o Povo

    de Deus saia para evangelizar.

  • 16 17Em Em

    ESPECIAL

    Na parquia jesuta onde atua, He-

    lena diz que os leigos so incentivados

    a celebrar a Palavra nas diversas capelas

    existentes. Hoje, so 14 capelas mais a matriz. Em nossa parquia, em alguns

    momentos, o leigo est frente em deter-

    minada misso e o padre est l, apoian-

    do e valorizando a atuao do leigo. Para

    ns, isto muito importante, explica.

    Para ela, a atuao do leigo avanou

    muito nos ltimos anos. Temos nos-

    so papel reconhecido, principalmente

    porque os padres e os bispos percebe-

    ram que, sem a ajuda dos leigos, teriam

    dificuldades na evangelizao. E, hoje,

    vemos tantos leigos desempenhando

    diversas atividades em nossa igreja. Por

    isso a importncia do Ano do Laicato.

    Este o momento de o leigo perceber o

    seu poder de evangelizao onde estiver.

    Sua participao fundamental como

    parte integrante da Igreja, conta.

    A jovem Micheli Vizentin Silva, 25 anos, concorda com Helena. Para ela, os

    cristos leigos sempre tiveram sua im-

    portncia na Igreja e no mundo. Porm o

    Ano do Laicato vem dar uma nfase ainda

    maior sobre essa atuao do leigo como

    sujeito eclesial. Ns somos capazes de

    desempenhar funes ativas e decisivas

    na Igreja e na sociedade local, de mudar

    realidades e questionar decises que no

    condizem com o Evangelho de Jesus Cris-

    to, desempenhando funes que mos-

    trem os vrios rostos do laicato, afirma.

    Assim, segundo ela, para que isso acon-

    tea de forma efetiva, essencial delegar

    mais funes decisivas aos leigos e no

    somente consider-los como meros exe-

    cutores. Esse um comeo para se criar

    a conscincia de corresponsabilidade dos

    cristos leigos, acredita.

    Participante da parquia jesuta Santo

    Antnio, em Sinop (MT), h aproximada-

    mente oito anos, Micheli conta que, como

    leiga, auxilia nos trabalhos com a Pontif-

    cia Obra da Infncia e Adolescncia Mis-

    sionria (IAM) e da Juventude Missionria

    (JM). Ela colabora tambm na liturgia e na

    pastoral catequtica, alm de articular os

    trabalhos com as juventudes da parquia,

    por meio do Programa MAGIS Brasil ao

    apostlica da Companhia de Jesus junto

    juventude. Com o intuito de integrar as

    juventudes da parquia e compartilhar

    com os demais a espiritualidade inaciana,

    h pouco mais de trs anos, implantamos

    o MAGIS. Juntamente com outros leigos e

    religiosos, planejamos diversas atividades

    com os jovens, como os Exerccios Espiri-

    tuais em Etapas, tardes de espiritualida-

    de, rodas de conversa, missas convivium,

    retiros quaresmais, alm de auxiliar nos

    momentos de espiritualidade da comuni-

    dade, explica.

    Micheli conta tambm que h uma

    participao intensa de cristos leigos na

    parquia e no Programa MAGIS. E que os

    jesutas sempre buscam dar autonomia a

    todos, instigando a corresponsabilidade

    e a criatividade dos leigos nos servios da

    Igreja. Isso bom, pois visa a no ter pes-

    soas dependentes dos religiosos que ali

    se encontram, mas que sejam capazes de,

    em sua liberdade e autonomia, trazer no-

    vos rostos para a Igreja e para a sociedade,

    afirma. E acrescenta: cristo no cristo

    apenas quando se encontra na Igreja (tem-

    plo). preciso ser mais para os demais,

    contribuindo para um mundo melhor por

    meio de uma atuao que no busque ser

    grande para si mesmo, mas que nos cha-

    me a ser sal da terra e luz do mundo a

    exemplo de Cristo.

    O desejo de ser sal da terra e luz do

    mundo o que tambm inspira a atuao

    de Ivone de Souza Leito, 51 anos, coorde-nadora do SIES Manaus (Servio de Espi-

    ritualidade Inaciana). Somos chamados a

    ser sal e luz na vida das pessoas, onde quer

    atuemos, afirma. Na obra jesuta, ela atua

    como voluntria em um grupo com mais

    10 pessoas. Ns promovemos os Ciclos de Formao, os Retiros Quaresmal e de

    Advento nas parquias, Jornada de Espi-

    ritualidade, alm de acompanhar grupos

    de EVC (Exerccios Espirituais na Vida Co-

    tidiana) e grupos paroquiais em finais de

    semana com formao e retiros espiritu-

    ais nas parquias e na Casa de Retiros Ir.

    Vicente Caas, localizada na capital ama-

    zonense, conta.

    Alm das atividades no SIES, Ivone

    tem flego para muito mais. Casada e me

    de trs filhos, ela ainda participa da Par-

    Foto

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  • 16 17Em Em

    quia Cristo Libertador, onde ministra da

    Sagrada Comunho levando a Eucaristia

    aos doentes e integrante da equipe de

    Batismo. Junto com meu esposo, damos

    formao para pais e padrinhos e para jo-

    vens e adultos que no foram batizados na

    comunidade Imaculado Corao de Ma-

    ria. Atualmente, tambm fao parte dos

    Leigos Missionrios do Santo Nome de

    Maria que desenvolve trabalhos junto a

    comunidades do interior, conta.

    Ivone conhece a Companhia de Jesus

    h 32 anos, pois, por muito tempo, os jesutas foram procos na parquia que

    frequenta, incentivando o protagonismo

    dos leigos. O SIES um servio desen-

    volvido por leigos com assessoramento

    de um padre. Ns somos responsveis

    por difundir, acompanhar e vivenciar a

    espiritualidade inaciana. Ns ajudamos

    a levar essa experincia para todos, em

    qualquer lugar. muito significativo,

    para mim, ajudar as pessoas a terem

    seus momentos de orao na busca pelo

    conhecimento interior e para poder ser

    mais para os demais, declara.

    A Igreja do Brasil retoma um caminho

    de valorizao do laicato, que no se re-

    sume colaborao com os ministrios

    ordenados ou uma vida de f voltada para

    um devocionismo. Ela busca recuperar

    um protagonismo exercido e incentivado

    pelas Conferncias Episcopais, ps Vati-

    cano II [veja box sobre documentos sobre

    o laicato], em que o leigo participava ati-

    vamente em uma Igreja mais horizontal,

    mais dialogal, procurando ser sinal, agen-

    te de mudana na sociedade. Os teste-

    munhos que lemos, acima, nos revelam

    que h ainda muito caminho pela fren-

    te. A partir da experincia do passado

    e confrontando com o presente, pode-

    mos corrigir os erros e sugerir mudan-

    as nas posturas e relaes entre os mi-

    nistros ordenados, religiosos e leigos.

    Alm de propor uma espiritualidade

    prpria, incentivada para o protagonis-

    mo na sociedade. Sempre colocando

    Jesus Cristo como o centro, o modelo

    de vida e servio, sabedores de que Ele

    quem nos capacita e nos fortalece

    para colaborao na construo do Rei-

    no de Deus. Para ns, cristos leigos,

    preciso uma vida de orao. Temos que

    mergulhar na pessoa de Cristo, temos

    que nos apaixonar para que as outras

    pessoas se apaixonem tambm. Temos

    que falar com o corao, no s com pa-

    lavras, mas em gestos e atitudes. Nossa

    f deve ser refletida na nossa vida, fina-

    liza a pernambucana Helena.

    PE. JOO BATISTA LIBNIOMuito conhecido por estudos e

    escritos, o padre Joo Batista Lib-

    nio, j falecido, abordou bastante o

    tema dos leigos. Segundo a profes-

    sora Marcia, ele ajudou a vislum-

    brar novos paradigmas sobre esse

    papel. O jesuta tambm colaborou

    muito com a formao dos leigos,

    conforme ressalta Cesar: seus es-

    critos so carregados de discerni-

    Inspirando-se no Ano do Laicato, como ser um cristo atuante? Pen-sando nisso, a professora do curso de Teologia para leigos do Itels de So Paulo, Marcia Regina de Carva-lho, elencou alguns pontos:

    Por ltimo, mas no menos importante: ajude a propagar o Ano do Laicato para que d frutos que se transformem e permaneam.

    Tenha uma vida espiritu-al sadia, comprometida e esperanosa.

    Supere a mentalidade cleri-calista para encurtar as dis-tncias entre hierarquia e leigos. Precisamos nos sentir sujeitos ativos, correspons-veis e protagonistas.

    Compreenda que o essen-cial ser cristo, seja lei-go, leiga, sacerdote, reli-gioso, bispo.

    Estude, reflita e conhea a doutrina que Cristo ensinou Igreja para dar razo pr-pria f. Uma formao esme-rada para que o leigo seja um porta-voz convencido.

    Esteja em comunho com o Magistrio, com as diretri-zes do Papa e em comunho com a comunidade.

    Seja evangelizador na igreja e fora dela, insira-se nas re-alidades temporais, na esco-la, na poltica, na economia, artes, msica etc.

    Perceba-se integrante do Corpo mstico de Cristo, pois a pertena nos identifi-ca e nos fortalece.

    LEIGO PROTAGONISTAmento, pois havia um jeito prprio

    de dizer sem destruir, construindo

    pontes e abrindo espaos. Sobre os

    espaos para os leigos, ele foi mes-

    tre em abrir muitos, formou pessoas

    e montou estruturas. Suas reflexes

    ainda tm muito a nos ensinar.

    Para saber mais sobre os escritos

    de padre Libnio, acesse:

    www.jblibanio.org.br.

    Quer saber mais sobre a importncia

    do laicato? Acesse o QR Code abaixo:

    https://goo.gl/wmwVKg

    Foto

    : Cen

    tro

    Sant

    a F

  • 18 19Em Em

    COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL

    A COMUNICAO EST EM NOSSO DNA, AFIRMA PE. GERAL

    da Companhia de Jesus. Entre eles, es-

    to a nfase nos jovens, especialmente

    em relao ao Snodo da Juventude

    que acontecer em outubro deste ano

    e celebrao do MAGIS no Panam, em

    janeiro de 2019; as Preferncias Apost-licas Universais a previso que se-

    jam confirmadas tambm em janeiro

    de 2019 e o Ano Inaciano, planejado para 2021 e 2022, que comemorar os 500 anos de converso de Santo Incio (2021) e os 400 anos da canonizao de Incio e Francisco Xavier, em 2022. As comunicaes podem fazer muito para

    se conseguir isso. A comunicao pode

    ser um motor que traz vitalidade e um

    sentido renovado de misso, afirmou.

    Fonte: CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Latina e Caribe)

    CONFERNCIAS JESUTAS

    AMRICA LATINA E CARIBE

    ESTADOS UNIDOS E CANAD

    EUROPA

    FRICA E MADAGASCAR

    SUDESTE ASITICO

    SIA PACFICO

    Entre os dias 17 e 20 de abril, os responsveis pela comunicao das seis conferncias jesutas no mundo [confira no box], reuniram-

    -se na Cria Geral dos Jesutas, em

    Roma (Itlia). A Conferncia dos Dele-

    gados de Comunicao proporcionou

    momentos de reflexo sobre novos

    modelos de comunicao para o servi-

    o da misso, o compartilhamento de

    experincias, opinies e perspectivas.

    O Superior Geral da Companhia de

    Jesus, padre Arturo Sosa, participou

    do primeiro dia do encontro e deu as

    boas-vindas aos participantes. O jesu-

    ta afirmou que a Ordem religiosa est a

    caminho de uma nova era da comuni-

    cao. Vejo muitas oportunidades em

    nossa cultura moderna e estou deter-

    minado a fazer com que a Companhia

    possa aproveitar essas oportunidades.

    Isso o que Santo Incio de Loyola gos-

    taria que fizssemos, ressaltou.

    Padre Arturo enfatizou ainda que

    a comunicao um princpio-chave

    para a vida da Companhia de Jesus.

    Na verdade, para Santo Incio [a co-

    municao] era quase uma obsesso.

    Um corpo apostlico universal comu-

    nicado uma dimenso indispensvel

    de nossa forma de proceder. A comu-

    nicao est em nosso DNA, disse. O

    jesuta tambm afirmou que a misso

    da Companhia sair para o mundo e

    proclamar a Boa-Nova.

    No encontro, foram apresentados

    os planos para o futuro. A Cria Geral

    dos Jesutas, por exemplo, iniciou a

    construo de seu novo site. Alm da

    cobertura de suas visitas, o Pe. Geral

    destacou vrios outros eventos que es-

    pera ver cobertos nos websites, nas re-

    des sociais e na comunicao impressa

  • 18 19Em Em

    NOVOS ESTATUTOS DA REDE MUNDIAL DE ORAO DO PAPA

    NA NICARGUA, JESUTAS DENUNCIAM VIOLNCIA

    NOMEAES

    Os jesutas da Amrica Cen-tral, da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Latina e Caribe) e do Cana-

    d e dos Estados Unidos publicaram

    declaraes que pedem paz na Nica-

    rgua, depois de semanas de protes-

    tos contra o projeto de lei sobre a re-

    Nos ltimos anos, o processo de recriao do Apostolado da Orao, Rede Mundial de Orao do Papa, tem progredido.

    Em 18 de abril, o bispo Angelo Bec-ciu, substituto para Assuntos Gerais

    da Secretaria de Estado do Vaticano,

    O Superior Geral da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa, nomeou:

    O Pe. Jos Cecilio Magadia (PHI)

    para assistente regional da sia-Pac-

    fico. Nascido em 1960, Magadia ingres-sou na Companhia em 1980 e foi orde-nado sacerdote em 1991. Atualmente, conselheiro geral, com a misso es-

    pecfica de participar da formao na

    Fonte: Boletim da Cria Geral dos Jesutas (Edies 7 e 8, abril e maio)

    informou ao Superior Geral da Com-

    panhia de Jesus, padre Arturo Sosa,

    que Francisco definiu a Rede Mundial

    de Orao do Papa como obra ponti-

    fcia com sede no Estado da Cidade

    do Vaticano. A deciso aconteceu no

    dia 27 de maro e, na ocasio, o Pon-

    tfice aprovou tambm os novos esta-

    tutos da instituio. As Provncias e

    Regies da Companhia de Jesus con-

    tinuaro a apoiar a Rede Mundial de

    Orao do Papa, para que o Evangelho

    possa crescer na vida de mulheres e

    homens de nosso tempo.

    forma da previdncia, proposta pelo

    Governo do presidente Daniel Or-

    tega. Em nota, a CPAL declarou que

    lamenta a violncia contra pessoas

    reunidas pacificamente em oposi-

    o reforma da seguridade social.

    [...]condenamos qualquer resposta

    violenta como antidemocrtica, seja

    por parte de agncias estatais ou de

    indivduos e grupos organizados

    pelo governo, afirma um trecho do

    texto. Os protestos deixaram 45 mor-tos e 400 feridos. Entre as vtimas, est um estudante de 15 anos do co-lgio da Companhia de Jesus, na ca-

    pital Mangua.

    Companhia e da promoo vocacio-

    nal. O padre Magadia substitui o padre

    Daniel Patrick Huang.

    O Pe. Melvil Victor Pereira (KHM)

    como superior regional da Regio Ko-

    hima. Nascido em 1969, Pereira in-gressou na Companhia em 1986 e foi

    ordenado sacerdote em 2002. Atual-mente, superior da comunidade je-

    suta de Jagriti, em Guwahati (ndia),

    e diretor do Centro de Pesquisa Social

    do Nordeste (NESRC) da mesma cida-

    de. O Pe. Pereira substitui o Pe. Susai-

    manickam Arul.

  • 20 21Em Em

    A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL

    HISTRIA DE GRATIDOE COMPROMISSO

    Pe. Juan Carlos Morante, SJProvincial dos Jesutas do Peru

    O Peru est celebrando os 450 anos da chegada dos jesutas ao pas. Em 28 de maro de 1568, desembarcaram no porto de Callao os

    seis primeiros jesutas, liderados pelo

    padre Jernimo Ruiz del Portillo. Dia 1 de abril, chegaram a Lima, tendo sido

    acolhidos pelos padres dominicanos.

    Em pouco tempo, instalaram-se em

    uma propriedade doada pelo governo

    de Lima e por um grupo de ilustres per-

    sonalidades da poca, no atual terreno

    real ocupado pela Igreja de So Pedro, o

    Banco Central de Reserva e a Biblioteca

    Nacional, no centro da cidade.

    Atualmente, a Companhia no Peru

    continua impulsionando o servio da

    f e de promoo da justia, a favor da

    reconciliao, desenvolvendo novas

    iniciativas apostlicas em fidelidade a

    uma longa e rica tradio.

    A misso evangelizadora dos po-

    vos Awajn e Wampis, na Amaznia

    do Alto Maranho, e das comunida-

    des andinas quechuas, na Provncia

    de Quispicanchi, em Cusco, so uma

    mostra desse esforo. Nesses lugares,

    a Companhia continua promovendo o

    conhecimento das lnguas originrias

    e seu ensino nas escolas pblicas. Ao

    mesmo tempo, cultiva-se o respeito

    e o reconhecimento da sabedoria an-

    cestral, em meio aos enormes desafios

    que significam a penetrao da moder-

    nidade e dos grandes capitais, que bus-

    cam explorar os recursos naturais. Para

    enfrentar essas ameaas, continuamos

    apostando na educao intercultural e

    bilngue, tornando-a um meio impor-

    tante para fortalecer a prpria identi-

    dade cultural, em dilogo com a diver-

    sidade. Como dizia o Papa Francisco

    aos povos amaznicos na cidade peru-

    ana de Puerto Maldonado: a nica for-

    ma de que as culturas no se percam

    que se mantenham em dinamismo, em

    movimento constante.

    O apostolado educativo tambm

    continua se renovando e atualizando.

    A rede de colgios e instituies edu-

    cativas de F e Alegria, assim como

    os Centros Sociais ou de Educao

    Popular, destinados a servir a popula-

    o camponesa e urbano-emergente,

    so exemplo disso. Por meio dessas

    instituies, a Companhia continua

    enfatizando o seu compromisso com

    os mais necessitados e promovendo

    mais conscincia da sua dignidade e

    dos seus direitos como pessoas e como

    cidados. Por sua parte, os colgios tra-

    dicionais da Companhia tm-se aberto

    realidade de injustia e desigualdade

    que ainda persiste no pas. Para isso,

    desenvolvem programas e experin-

    cias que permitem aos estudantes to-

    mar conscincia dessa realidade e re-

    fletir sobre as suas causas e possveis

    caminhos de transformao.

    Neste ano do aniversrio, enfren-

    tamos, no pas, o enorme desafio da

    luta contra a corrupo. O escndalo

    da Odebrecht salpicou a maior parte da

    classe poltica e do setor do empresa-

    riado. Todos os ex-presidentes, desde

    2001, esto sendo investigados, alguns esto detidos ou com ordem de priso.

    H tambm governadores regionais e

    prefeitos municipais encarcerados ou

    investigados por delitos de corrupo.

    Frente a esse desafio, a Companhia

    continua apostando em uma educao

    tica e cidad, assim como no fortale-

    cimento da participao cidad em di-

    versas instncias do Estado. A Univer-

    sidade Antonio Ruiz de Montoya vem

    participando em mesas sobre a luta con-

    tra a corrupo e promovendo iniciati-

    vas sobre tica pblica com funcionrios

    e profissionais de diversas instituies,

    em Lima e em outras cidades do pas. Por

    meio da rea de Formao Continuada,

    oferece diversos cursos e conferncias

    sobre temas ticos, ambientais e inter-

    culturais, com o objetivo de fortalecer a

    conscincia cidad e gerar uma opinio

    pblica melhor informada.

    Finalmente, no ltimo ano, cresceu

    tremendamente a imigrao. Segun-

    do dados da ACNUR (Agncia da ONU

    para Refugiados), h 240 mil venezue-lanos no Peru, distribudos em muitas

    cidades do pas, e o nmero continua

    crescendo. O governo tem oferecido al-

    gumas facilidades para residncia e tra-

    balho, mas o pas no tem muita capa-

    cidade para absorver uma massa grande

    de imigrantes. Em meio a esta urgncia,

    a Companhia no Peru vem trabalhando

    em aliana com a ACNUR para oferecer

    assistncia legal, por meio de trs es-

    critrios localizados nas fronteiras de

    Tacna, Tumbes e em Lima. Tambm a

    Conferncia de Religiosas e Religiosos

    do Peru est coordenando esforos para

    ajudar os imigrantes venezuelanos. A

    Universidade Ruiz de Montoya, por sua

    parte, est oferecendo pesquisas rele-

    vantes sobre a imigrao, seus alcances

    e necessidades.

    Desse modo, a Companhia de Jesus

    no Peru, por meio de seus diversos mi-

    nistrios e obras apostlicas, continua

    tentando levar adiante a sua misso

    apostlica em fidelidade criativa sua

    prpria histria e carisma.

  • 20 21Em Em

    JESUTAS EM ENCONTRO DA CLAR E REPAM

    REDE DE HOMLOGOS DE MEIO AMBIENTE

    35 ASSEMBLEIA DA CPAL

    Entre os dias 20 e 25 de abril, estive-ram reunidos, na cidade de Taba-tinga (AM), mais de 90 religiosos e leigos em encontro promovido pela

    CLAR (Conferncia Caribenha e Latino-

    -Americana de Religiosas e Religiosos)

    e pela REPAM (Rede Eclesial Pan-Ama-

    znica), com o objetivo de socializar os

    projetos das congregaes religiosas

    O padre Alfredo Ferro, coordena-dor do SJPAM, participou como convidado do encontro da Rede de Homlogos de Meio Ambiente e Sus-

    tentabilidade da AUSJAL (Associao

    das Universidades Jesutas da Amrica

    Latina), que aconteceu entre 17 e 19 de abril, na PUC-Rio (Pontifcia Universi-

    dade Catlica do Rio de Janeiro).

    com perspectiva Pan-Amaznica e de

    como fortalecer a vida religiosa para en-

    frentar os desafios desse territrio.

    Representando a Companhia de

    Jesus, estavam os padres Hermann

    Rodriguez, da CPAL (Conferncia dos

    Provinciais Jesutas da Amrica La-

    tina e Caribe); David Romero e Paulo

    Tadeu, da Provncia dos Jesutas do

    Fonte: Carta Mensal Pan-Amaznia (n 48/Abril 2018) Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a ntegra desta e de outras edies.

    No evento, retomou-se o hori-

    zonte dessa rede e seus compro-

    missos, dentre os quais o projeto de

    apoio ao territrio Amaznico e sua

    populao, tendo o SJPAM servindo

    como interlocutor e dinamizador.

    Nessa ocasio, Mauricio Lpez, se-

    cretrio-executivo da REPAM, esteve

    presente, partilhando a experincia

    da Rede Eclesial com a perspectiva

    do Snodo sobre a Amaznia con-

    vocado pelo Papa Francisco para 2019 , considerando qual o papel que as

    universidades podem prestar nesse

    processo da sua preparao. Oportu-

    nizou-se ao SJPAM reforar os laos

    com as instituies jesutas que par-

    ticipam desse espao.

    Brasil (BRA); Valrio Sartor e Alfredo

    Ferro, ambos do SJPAM (Servio Jesu-

    ta Pan-Amaznico). Na oportunida-

    de, tambm houve um momento de

    dilogo sobre a experincia dos estu-

    dantes jesutas na Amaznia e sobre

    como articular melhor o SJPAM com

    a Preferncia Apostlica Amaznia da

    Provncia BRA.

    A 35 Assembleia da CPAL (Con-ferncia de Provinciais Jesutas da Amrica Latina e do Caribe) aconteceu em Porto Prncipe (Haiti), en-

    tre 1 e 5 de maio. Alm dos 12 provin-ciais latino-americanos, participaram

    do encontro os padres Claudio Paul e

    Gabriel Rodrguez, assistentes do Supe-

    rior Geral da Companhia de Jesus para o

    continente; os trs superiores regionais

    (Amaznia, Cuba e Haiti); o presiden-

    te da CPAL, Pe. Roberto Jaramillo, e sua

    equipe executiva; os presidentes das

    Conferncias dos Estados Unidos-Cana-

    d e sia-Pacfico; o assistente do Pe. Ge-

    ral para os EUA/Canad; o provincial do

    Canad-Francs e o Superior do Haiti.

  • 22 23Em Em

    COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA SOCIOAMBIENTAL

    2 REUNIO DO CONSELHO NACIONAL DO SJMR BRASIL

    O Servio Jesuta a Migrantes e Refugiados (SJMR Brasil) iniciou, no ano passado, um processo de articulao nacional a

    partir dos escritrios e servios com

    imigrantes no Pas. Neste perodo,

    trs importantes passos foram dados:

    a oficializao da nova fase do Centro

    Zanmi, em Belo Horizonte (MG), que

    passou a constituir-se como SJMR, a

    realizao de sua primeira reunio do

    Conselho Nacional e a abertura do es-

    critrio em Boa Vista (RR).

    Dando continuidade a essa articu-

    lao, entre os dias 28 e 30 de abril, foi realizada a 2 Reunio do Conselho Na-cional. No encontro, que aconteceu na

    capital roraimense, estiveram presen-

    tes, alm dos representantes dos trs

    escritrios do SJMR Cleyton Abreu,

    de Boa Vista (RR), Karin Wapechowski,

    de Porto Alegre (RS), e Pascal Peuz, de

    Belo Horizonte (MG) ; o secretrio para

    a Justia Socioambiental da Provncia

    dos Jesutas do Brasil BRA, padre Jos

    Ivo Follmann; o SARES (Servio Amaz-

    nico de Ao, Reflexo e Educao So-

    cioambiental); a comunicao da PAAM

    (Preferncia Apostlica Amaznia), da

    Companhia de Jesus; a Pastoral Univer-

    sitria de Boa Vista; e os colombianos

    Luis Fernando Gmez e Natalia Sala-

    zar, responsveis pela Campanha pela

    hospitalidade da Rede Jesutas com Mi-

    grantes da Amrica Latina e Caribe.

    Entre as pautas abordadas, o padre

    Agnaldo Jnior, diretor nacional do

    SJMR, destaca duas: a apresentao da

    situao atual de cada escritrio (equi-

    pe, servios, demandas e desafios) e

    a proposio de alinhamento de uma

    poltica institucional entre eles. Es-

    sas pautas colaboraram para vermos

    o panorama da questo migratria no

    Brasil, pautar nossa atuao, sentir de

    perto os desafios colocados pelo massi-

    vo fluxo venezuelano na fronteira e co-

    nhecermos tambm o que est aconte-

    cendo em cada escritrio. A ideia que

    os trs centros tivessem a noo do que

    passam entre si e compartilhar o que

    chamamos de boas prticas no traba-

    lho de cada um, conta.

    Alm desses temas, foi abordada a

    construo do planejamento estratgi-

    co do SJMR, para ser contemplado na

    smula de projetos do Planejamento

    Apostlico da Provncia BRA. A partici-

    pao do padre Jos Ivo, nesta reunio,

    foi muito importante para fazermos o

    exerccio de construirmos, juntos, o

    planejamento estratgico do SJMR, en-

    quanto eixo migrao e refgio, con-

    clui padre Agnaldo.

    ESSAS PAUTAS COLABORARAM

    PARA VERMOS O PANORAMA DA QUESTO MIGRATRIA NO BRASIL [...]Pe. Agnaldo Jnior

  • 22 23Em Em

    10 ENCONTRO FEDERATIVO DEF E ALEGRIA

    Realizado entre os dias 10 e 14 de abril, em Ilhus (BA), o 10 Encontro Federativo de F e Alegria reuniu 45 pessoas, entre di-retores, coordenadores e lderes de

    22 pases onde a instituio est pre-sente. Pedro Pereira da Silva, diretor

    nacional da Fundao F e Alegria

    Brasil, explica que, na oportunida-

    de, reuniram-se tanto o Conselho de

    Diretores Nacionais como tambm a

    Assembleia da Federao.

    Do Brasil, alm do padre Pedro,

    participaram do encontro o padre

    Alexandre Raimundo de Souza, su-

    perior do Ncleo Apostlico Bahia

    representando o padre Joo Rena-

    to Eidt, provincial da Provncia dos

    Jesutas do Brasil (BRA) e o padre

    Srgio Eduardo Mariucci, secretrio

    da Educao da Provncia BRA. Se-

    gundo padre Pedro, todos os anos,

    um local diferente escolhido para a

    realizao do encontro. O objetivo

    estabelecer pontes de solidariedade

    entre os pases, possibilitando no-

    vos conhecimentos, aprendizagens

    e maior compreenso do Movimen-

    to de Educao Popular e Promoo

    Social Integral, afirma.

    O coordenador da Federao Inter-

    nacional de F e Alegria, o jesuta bra-

    sileiro padre Carlos Fritzen, explicou

    que a grande notcia desse encontro foi

    a incorporao da Repblica Democr-

    tica do Congo Federao, que passa

    a marcar presena em 22 pases. Nos sentimos felizes e comprometidos por

    este novo passo de F e Alegria no Con-

    go. Recentemente, tambm iniciamos

    trabalhos na Guin. Cada vez mais, F e

    Alegria cresce na frica, ressalta.

    NOS SENTIMOS FELIZES E

    COMPROMETIDOS POR ESTE NOVO PASSO DE F E ALEGRIANO CONGO [...]Pe. Carlos Fritzen

    Padre Pedro conclui dizendo que

    o chamado de F e Alegria, no Brasil

    e no mundo, continuar incidindo

    pela educao de qualidade. Nossa

    potencialidade poder contribuir para

    o exerccio da incidncia poltica, da

    educao popular para a primeira in-

    fncia e da educao informal.

  • 24 25Em Em

    COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDE E VOCAES

    ENCONTRO MAGIS SUDESTERENE JOVENS EM MG

    Os jovens so sinais de Deus, voc convoca e eles respon-dem. Foi muito bonito ver, no Encontro MAGIS Sudeste, essa reao,

    afirma padre Jonas Caprini, secretrio

    para Juventude e Vocaes da Provn-

    cia dos Jesutas do Brasil BRA, sobre

    o encontro realizado entre os dias 28 de abril e 1 de maio, no Colgio Loyola, em Belo Horizonte (MG). O primeiro

    de uma srie de cinco encontros que

    acontecero, ao longo do ano, nas re-

    gies brasileiras, o MAGIS Sudeste reu-

    niu cerca de 100 pessoas, entre jovens,

    jesutas e colaboradores.

    Inspirado pelo tema da campanha

    do Programa MAGIS Brasil para 2018, Ser mais Consciente, o encontro pro-

    porcionou momentos de reflexo aos

    participantes. Refletimos sobre nos-

    so processo de conscientizao, o que

    significa, de fato, ser consciente; a

    nossa atuao no mundo; e, tambm,

    nos questionamos sobre o papel da ju-

    ventude nesse contexto em que vive-

    mos. O que a f que ns professamos

    em Jesus Cristo nos provoca e nos cha-

    ma a realizar?, explica o jesuta.

    Padre Jonas acredita que o cristo

    no pode ter uma posio passiva diante

    das desigualdades do mundo. A espi-

    ritualidade inaciana nos impulsiona a

    buscar e construir um mundo melhor.

    Quando nos apresentamos como jovens

    cristos, no podemos permanecer anu-

    lados ou anestesiados diante de tantos

    sinais de morte em nosso mundo, so-

    bretudo no contexto juvenil, diz. Nesse

    contexto, segundo ele, as reflexes so-

    bre a provocao a ser mais consciente

    nos ajudam, como jesutas e jovens, a

    melhor compreendermos a realidade em

    que vivemos, a nos posicionarmos nessa

    realidade e apontar meios e aes que

    nos possibilitem construir uma nova so-

    ciedade, ressalta.

    O jesuta esclarece que os En-

    contros Regionais so eventos para

    integrao, formao e articulao

    da Rede Inaciana de Juventude e no

    substituem o Frum MAGIS Brasil,

    que passa a ser realizado de trs em

    trs anos. Alm disso, o encontro

    uma oportunidade de apresentar o

    Programa MAGIS a mais jovens que

    ainda no o conhecem em sua re-

    gio. Os Encontros Regionais atuam

    para dar mais acesso espiritualida-

    de inaciana e processos formativos

    a esses pblicos juvenis espalhados

    pelo Brasil. Trata-se de um momento,

    como falei, de integrao e celebra-

    o conjunta, de percebermos que

    no estamos sozinhos na caminhada

    de misso com a juventude, afirma

    padre Jonas.

    Ainda este ano, acontecero mais

    quatros encontros regionais [veja no

    box]. Com a mesma dinmica do en-

    contro realizado na capital mineira,

    ser aprofundado o tema Ser + Cons-

    ciente junto juventude. As vagas para

  • 24 25Em Em

    OS JOVENS SO SINAIS DE DEUS, VOC CONVOCA E ELES RESPONDEM. FOI

    MUITO BONITO VER, NO ENCONTRO MAGIS SUDESTE, ESSA REAOPe. Jonas Caprini

    participar dos encontros so limitadas

    e destinadas a jovens ligados Compa-

    nhia de Jesus e Rede Inaciana de Ju-

    ventude. Porm h a possibilidade de

    participar de alguns momentos da pro-

    gramao que so abertos ao pblico

    geral, como o Lucernrio, realizado em

    Belo Horizonte.

    ESPAO MAGIS TRINDADE Um dos dias da programao do En-

    contro MAGIS Sudeste foi realizado na

    parquia jesuta Santssima Trindade,

    em Santa Luzia (MG), onde acontece-

    ram visitas missionrias s comuni-

    dades, formao e a inaugurao do

    Espao MAGIS Trindade. Comeamos

    a nos articular com as juventudes da

    Parquia e percebemos nos jovens

    esse desejo de vivenciar experincias,

    de participar de atividades formativas

    e encontros. A partir do contato com

    o Programa MAGIS, por meio do padre

    Jonas Caprini, fomos convidados e ani-

    mados a concretizar o sonho de inaugu-

    rar um Espao MAGIS aqui em Santa Lu-

    zia, partilhou o irmo jesuta Francisco

    Jnior, responsvel por acompanhar as

    aes no novo espao.

    Com o MAGIS Trindade, a Par-

    quia Santa Luzia contar com a oferta

    de formao e acompanhamento para

    os jovens de suas comunidades, tendo

    em vista a promoo da justia e o se-

    guimento da pessoa de Jesus Cristo. A

    chegada de mais um Espao MAGIS em

    nossa Rede Inaciana de Juventude, cha-

    mada de Programa MAGIS Brasil, mo-

    tivo de grande alegria e motivao para

    ns, jesutas e colaboradores do progra-

    ma, afirma padre Jonas.

    A alegria ressaltada pelo jesuta

    compartilhada pelos jovens da Pa-

    rquia. A coordenadora paroquial de

    juventude, Michelle Martins, destaca

    o que os jovens podem esperar desse

    trabalho nas comunidades. Alm da

    costumeira dedicao e alegria, caracte-

    rsticas marcantes de nossa juventude,

    a parquia pode esperar mais unidade,

    dilogo, protagonismo e articulao

    em rede, aes presentes na estrutura

    do Programa MAGIS, diz Michelle.

    PRXIMOS ENCONTROS MAGIS

    6 a 9 de setembroCentro-Oeste

    Nordeste

    12 de outubro

    Sul

    15 a 18 de novembroNorte

  • 26 27Em Em

    COMPANHIA DE JESUS EDUCAO

    OLHARES UNIVERSITRIOSSOBRE A LAUDATO SI

    O peridico Dignidade Re-Vista contar, em sua 5 edio, com artigos acadmicos sobre o tema Olhares universitrios sobre a

    Laudato Si. Para isso, a revista eletr-

    nica est convidando universitrios

    de todos os cursos a apresentarem re-

    flexes e abordagens diversas tendo

    como base a encclica do Papa Fran-

    cisco, divulgada em 2015. A Laudato S aborda questes contemporneas

    que impactam a juventude. A carta

    de Francisco chama a ateno para o

    perigo que o planeta corre, lembra a

    advogada Elaine de Azevedo Maria,

    coordenadora editoria da Dignidade

    Re-Vista, acrescentando que a im-

    portncia desse documento levantar

    questes atuais sobre a ntima relao

    entre a desigualdade social e a fragili-

    dade do planeta, bem como a necessi-

    dade de uma viso sistmica de mundo.

    Com periodicidade semestral, a

    Dignidade Re-Vista uma publicao

    da Pastoral Universitria Anchieta da

    Pontifcia Universidade Catlica do

    Rio de Janeiro (PUC-Rio). A revista

    tem o objetivo de estimular o deba-

    te interdisciplinar sobre os Direitos

    Humanos e valores ticos, humanos

    e cristos. Sabemos que a univer-

    sidade tem uma linguagem prpria,

    por isso usamos os artigos acadmi-

    cos com o intuito de fazer com que

    o estudante reflita sobre temticas

    ligadas aos Direitos Humanos, ex-

    plica Elaine.

    O universitrio Guilherme Borba

    Neumann, 22 anos, participar da 5 edio da Dignidade Re-Vista. Forma-

    do em Biologia e cursando o segundo

    semestre do Mestrado em Inform-

    tica, o estudante conta que decidiu

    escrever seu artigo acadmico por-

    que o tema Laudato Si desperta seu

    interesse h tempo. Segundo ele, po-

    sicionamentos como o do Papa Fran-

    cisco tm sido fundamentais para

    que cristos, e at mesmo no cris-

    tos, mudem o olhar sobre a questo

    socioambiental. Como bilogo, fico

    muito feliz com a repercusso da en-

    cclica e com o papel que ela tem de-

    sempenhado na sociedade contem-

    pornea. Para mim, de forma clara,

    objetiva e cativante, a encclica toma

    para si o papel da divulgao cien-

    tfica no contexto socioambiental e

    leva ao mundo a urgncia do amor

    casa comum. Por isso eu decidi es-

    crever para a Dignidade Re-Vista, pois

    uma oportunidade de discutir te-

    mas to centrais nas cincias huma-

    nas, naturais e, at mesmo, exatas,

    diz o estudante.

    A LAUDATO S ABORDA QUESTES CONTEMPORNEAS QUE IMPACTAM A JUVENTUDE [...]Elaine de Azevedo Maria

    Lanamento da Dignidade Re-Vista: presena do ex-vice reitor da PUC-Rio, Pe. Francisco Ivern Sim, SJ, e da professora do Departamento de Cincias Sociais, Snia Maria Giacomini

  • 26 27Em Em

    PARCERIA UNICAP E ANEC:CURSOS DE EXTENSO EM EAD

    A Unicap (Universidade Cat-lica de Pernambuco) e a Anec (Associao Nacional de Edu-cao Catlica do Brasil) firmaram

    uma parceria para oferecer cursos de

    extenso na modalidade de Educao

    a Distncia (EaD), nas reas do Ensi-

    no Religioso e Educao Inclusiva.

    Somente a Unicap vai disponibilizar

    10 cursos, sendo cinco com incio j no ms de maio, mais trs em junho e

    outros dois em agosto.

    O coordenador da EaD da univer-

    sidade, Prof. Walter Avellar, explica

    que h uma grande demanda por for-

    mao e especializao de profissio-

    nais que atuam nas obras catlicas no

    Brasil. Aproveitamos a nossa experti-

    se e conhecimento para oferecer ver-

    ses em extenso das disciplinas da

    graduao em Cincias da Religio,

    com nfase no Ensino Religioso, que

    ser lanada no segundo semestre

    tambm em EaD.

    Avellar faz parte de um Grupo de

    Trabalho (GT) de EaD que rene ges-

    tores de ensino a distncia de insti-

    tuies associadas Anec. Alm da

    Unicap, outras instituies esto ofe-

    recendo cursos na modalidade EaD,

    em outras reas do conhecimento.

    As capacitaes tm como pblico-

    -alvo educadores, agentes de pasto-

    ral e representantes das entidades do

    terceiro setor. H opes gratuitas ou

    pagas. Associados Anec tm 20% de desconto no valor total.

    Veja, abaixo, a lista completa dos cursos de extenso EaD da parceria da Unicap e Anec:

    rea Ensino Religioso: Currculo e Didtica em Ensino Religioso Experincia Religiosa como Processo Humanizante Introduo aos Princpios Sagrados das Religies Afro-brasileiras O Encontro da Cincia e Tecnologia com a Religio 2 turma O Sagrado, o Humano e as Religies Pedagogia Transformadora, Tradies Religiosas e Dilogo Religio, Cultura e Educao Textos e Narrativas Sagradas Ensino Religioso Legislao e Epistemologia

    rea Educao Inclusiva: Contexto e Prticas na Educao Inclusiva

    Mais informaes, acesse www.unicap.br/ead

    CURSOS OFERECIDOS

    AS CAPACITAES TM COMO PBLICO-ALVO EDUCADORES, AGENTES

    DE PASTORAL E REPRESENTANTES DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR.

  • 28 29Em Em

    COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F

    JORNADAS TEOLGICAS DO RECIFE

    A busca pela reaproximao dos movimentos populares foi o tom das discusses da Jorna-da Teolgica do Recife, no dia 23 de abril. O encontro marca a retomada de

    uma ao histrica da Arquidiocese

    de Olinda e Recife no final dos anos

    1990. Realizado na Unicap (Universi-dade Catlica de Pernambuco), no au-

    ditrio que leva o nome daquele que

    inspirou a iniciativa, Dom Hlder C-

    mara, o evento contou com a presena

    de representantes da Igreja Catlica e

    de vrias instituies.

    A organizao das Jornadas Teolgi-

    cas tem a participao do Instituto Hu-

    manitas, da Unicap (Universidade Cat-

    lica de Pernambuco); da Ctedra Unesco/

    Unicap Dom Hlder Cmara de Direitos

    Humanos; do Idhec (Instituto Dom Hl-

    der Cmara); e da Igreja Nova. Tivemos o

    cuidado de entrar em contato com as en-

    tidades ligadas a Dom Hlder para propor

    esta retomada das Jornadas. Nesta fase,

    vamos difundir o pensamento do Papa

    Francisco, contou o coordenador da C-

    tedra, professor Manoel Moraes.

    O formato dinmico e interativo do

    evento privilegiou a participao do

    pblico presente. Nesse primeiro en-

    contro, a troca de ideias teve como base

    os princpios da Carta de Santa Cruz de

    La Sierra (2015), resultado do dilogo do Papa Francisco com os movimen-

    tos populares, em sua visita Bolvia.

    O professor Manoel Moraes lembrou

    que, nesse documento, o Papa defende

    a tese dos trs T: terra, teto e trabalho.

    Outro trecho emblemtico do discur-

    so do Pontfice quando ele pede que

    cada um, repitamos a ns mesmos do

    fundo do corao: nenhuma famlia

    sem teto, nenhum campons sem ter-

    ra, nenhum trabalhador sem direitos,

    nenhum povo sem soberania, nenhu-

    ma pessoa sem dignidade, nenhuma

    criana sem infncia, nenhum jovem

    sem possibilidades, nenhum idoso

    sem uma veneranda velhice.

    FIQUE ATENTOOs encontros so abertos ao pblico. As prximas Jornadas Teolgicas acontecero:

    24 de setembro

    22 de outubro

    Mais informaes: (81) 2119-4146

    Acesse o link abaixo e leia a ntegra do documento:https://bit.ly/2HvydWQ

    O FORMATO DINMICO E INTERATIVO DO EVENTO PRIVILEGIOU A PARTICIPAO DO PBLICO

  • 28 29Em Em

    NA PAZ DO SENHORPE. JOS FRANCISCO SILVEIRA MONTENEGROPor Pe. Carlos Henrique Mller e Pe. Incio Spohr

    Padre Jos Montenegro nasceu em Cruz Alta (RS), em 14 de mar-o de 1923, e foi batizado oito dias depois na Parquia Divino Esp-

    rito Santo. Filho de Euclides da Rocha

    Montenegro e Jovelina Silveira, anos

    mais tarde, mudou-se com a famlia

    para Porto Alegre (RS), onde estudou

    no Colgio Anchieta.

    Ingressou na Companhia de Jesus,

    em Pareci Novo (RS), em 28 de feverei-ro de 1943, onde emitiu os primeiros votos em 1945. Fez os estudos de Hu-manwidades e Retrica no Juniorado,

    tambm em Pareci Novo, e Filosofia

    no Colgio Cristo Rei, em So de Leo-

    poldo (RS). Depois, foi para o perodo

    de Magistrio. Recebeu a misso de

    ser professor de Cincias, Portugus

    e Religio no Colgio Catarinense, em

    Florianpolis (SC), de 1950 a 1952. De 1953 a 1956, estudou Teologia no

    Colgio Cristo Rei, preparando-se para

    o sacerdcio. Foi ordenado presbtero,

    em 12 de dezembro de 1955. A formao do Pe. Montenegro foi concluda em

    1957. Em 1958, incorporou-se, definiti-vamente, na Companhia de Jesus.

    Em 1959, recebeu a misso de atu-ar como Orientador Espiritual e Pro-

    fessor no Curso Ginasial do Colgio

    Catarinense. Depois, foi enviado a

    Porto Alegre, onde trabalhou, de 1959 a 1961, no Colgio Ancheta, como pre-feito-geral de disciplina e diretor dos

    esportes. Tambm foi professor de

    Religio e acompanhou os escoteiros

    como assistente religioso.

    Voltou ao Colgio Catarinense, de

    1962 at 1977, assumindo vrias fun-

    [...] SEMPRE DESTACOU-SE POR SUA FIDELIDADE VIDA RELIGIOSA NA COMPANHIA DE JESUS, SEU AMOR AO SACERDCIO EM MEIO S PROVAESE DIFICULDADESNA MISSO [...]

    es. Entre 1979 e 1996, o jesuta foi o titular da Parquia Santa Teresinha,

    em Campina da Lagoa (PR). Atendia

    Parquia e s comunidades rurais

    e, alm disso, grupos de casais e cur-

    silhistas. Dava assistncia Congre-

    gao Mariana e, com a ajuda do Ad-

    veniat, construiu um grande centro

    pastoral de juventude na cidade. De

    Campina da Lagoa foi para Ubirat

    (PR), como capelo do Centro Voca-

    cional e vigrio na Parquia local.

    De volta a Florianpolis, foi capelo

    da Casa de Retiros Vila F tima e auxi-

    liar do reitor da Igreja Santa Catarina

    de Alexandria, junto ao Colgio Catari-

    nense (1998). Por breves perodos, traba-lhou em Nova Trento, Salvador do Sul e

    Florianpolis. Em 2009, foi enviado ao Instituto So Jos, em So Leopoldo,

    para cuidar de sua sade. Mesmo ali,

    ocupava-se com alguns trabalhos. Ficou

    vrios anos em cadeira de rodas, sofren-

    do com muitas dores.

    COMPANHIA DE JESUS NA PAZ DO SENHOR

    Pe. Montenegro faleceu em 16 de

    maro de 2018, com 92 anos de vida e 75 anos de Companhia. O jesuta sem-pre destacou-se por sua fidelidade

    vida religiosa na Companhia de Jesus,

    seu amor ao sacerdcio em meio s

    provaes e dificuldades na misso

    que lhe foi confiada.

    Ento Superior Geral da Compa-

    nhia, Pe. Peter-Hans Kolvenbach, em

    carta de felicitaes pelo jubileu de

    ouro de vida religiosa do Pe. Monte-

    negro, exaltou e agradeceu sua de-

    dicao apostlica e fidelidade. Pe.

    Joo Roque Rohr, em carta enviada

    na mesma ocasio, como provincial,

    o agradeceu pela dedicao ao apos-

    tolado nos diferentes lugares em que

    esteve e lembrou, com carinho, da

    dedicao ao movimento Escoteiro.

    Temos, no Pe. Montenegro, mais um

    intercessor pela nossa Provncia, jun-

    to ao Pai.

  • 30 31Em Em

    COMPANHIA DE JESUS NA PAZ DO SENHOR

    NA PAZ DO SENHORPE. LUIZ PECCI Por Pe. Carlos Henrique Mller e Pe. Paulo de Arruda DElboux

    Padre Luiz Pecci nasceu em Nova Friburgo (RJ), em 2 de abril de 1926. Filho de Alberto Pecci e de Carmela Grippi Pecci, viveu sua

    infncia na cidade serrana. Depois do

    ensino fundamental, fez os estudos

    ginasial e colegial na Escola Apost-

    lica Nova Friburgo.

    Em 1 de fevereiro de 1943, entrou para o Noviciado da Companhia de Je-

    sus em Nova Friburgo, onde emitiu os

    votos do binio em 1945. No Colgio Mximo Anchieta, localizado na mes-

    ma cidade, fez estudos em Humanida-

    des no Juniorado, de 1945 a 1947, e os estudos filosficos, entre 1948-1950.

    O perodo de Magistrio, que

    ocorre entre os estudos filosficos e

    teolgicos, no caso do Pe. Pecci, foi

    vivido nos Colgios Santo Incio, do

    Rio de Janeiro (RJ), e So Lus, de So

    Paulo (SP), de 1951 a 1953. Sua formao teolgica foi adqui-

    rida durante o perodo de 1954 a 1957, no Colgio Mximo So Miguel, na

    cidade de Buenos Aires (Argentina), e

    no Colgio Cristo Rei, em So Leopol-

    do (RS). Em 22 de dezembro de 1956, aps concluir o terceiro ano de Teolo-

    gia, Pe. Pecci foi ordenado sacerdote.

    Em 1960, em Trs Poos, Pinheiral (RJ), concluiu sua formao jesutica,

    na Terceira Provao, que levou a sua

    incorporao definitiva na Compa-

    nhia de Jesus, com a profisso solene,

    em 2 de fevereiro de 1962.Conhecido pelas inmeras de-

    monstraes de bondade, amor ao

    prximo e sorriso acolhedor, Pe. Pecci

    JOVIAL, OTIMISTA, PROCURAVA SEMPRE ATENDER OS QUE O PROCURAVAM. CATIVAVA AS PESSOAS PELO SEU SORRISO, ACOLHIMENTO AFVEL, ESPECIALMENTE, DOS PROFESSORESE ALUNOS.

    foi secretrio-geral da PUC-Rio (Pon-

    tifcia Universidade Catlica do Rio

    de Janeiro); reitor dos colgios Santo

    Incio (Rio de Janeiro/RJ), dos Jesu-

    tas (Juiz de Fora/MG), So Francis-

    co Xavier (So Paulo/SP) e Anchieta

    (Nova Friburgo/RJ). Neste ltimo, por

    dois perodos, de 1966 a 1969 e de 1989 a 1992. Nessa mesma instituio, foi orientador espiritual e, nos anos 1970, responsvel pelo ingresso de meninas

    no Colgio.

    Alm da contribuio imensa na

    educao e na vida espiritual de crian-

    as, jovens e adultos, realizava outras

    atividades pastorais, batizados e ca-

    samentos. Proclamava a existncia de

    Deus, ao qual servia incondicional-

    mente. Por inmeras vezes, esteve

    frente do Encontro de Pais com Cristo

    (EPC) e ajudou, pastoralmente, diver-

    sas parquias onde esteve.

    O Padre Peter-Hans Kolvenbach,

    por ocasio do jubileu de ouro do Pe.

    Pecci, escreveu carta lembrando e

    agradecendo pela dedicao ao apos-

    tolado da educao e pelo esforo de

    total dedicao ao Evangelho.

    Em 9 de maro, Pe. Luiz Pecci fa-leceu com 92 anos de idade e 75 anos de Companhia de Jesus. Dedicou sua

    vida trabalhando na educao, nos

    diversos colgios da antiga Provncia

    do Centro-Leste. Era muito estimado

    pelos companheiros jesutas e por

    todos que o conheciam. Jovial, oti-

    mista, procurava sempre atender os

    que o procuravam. Cativava as pes-

    soas pelo seu sorriso, acolhimento

    afvel, especialmente, dos profes-

    sores e alunos. Faz parte da galeria

    dos jesutas que, em seus reitorados,

    projetaram a Companhia de Jesus

    na misso educativa dos colgios da

    Provncia.

  • 30 31Em Em

    AGENDA

    Casa de Retiros Vila KostkaTema Iniciao experincia dos EE de Santo Incio e Princpio e FundamentoOrientadores Renata Lagrotta Franco / Ben MassaroLocal Indaiatuba (SP)Site www.itaici.org.brTel.: (19) 2107-8501

    Centro MAGIS Inaciano da JuventudeLocal Fortaleza (CE) Site www.cijmagis.comTel.: (85) 3231-0425

    Centro MAGIS BurnierLocal Braslia (DF) Facebook www.facebook.com/CentroMagisBurnierTel.: (61) 3426-0400

    Centro de Espiritualidade Cristo Rei CECREI Local So Leopoldo (RS)Orientador Dom Paulo de ContoSite www.cecrei.org.brTel.: (51) 3081-4200

    AnchietanumLocal So Paulo (SP)Site www.anchietanum.com.brTel.: (11) 3862-0342 / 96465-1414

    Centro Loyola de F e Cultura PUC-RioTema Mindfulness e a Espiritualidade Inaciana conscientizao e meditaoPalestrantes Pe. Jos Maria Fernandes, SJ, e Montednio Local Rio de Janeiro (RJ)Site www.centroloyola.puc-rio.brTel.: (21) 3527-2010

    CEPAT (Centro de Promoo de Agentes de Transformao)Tema A centralidade da tica em prol de umanova sociedadeAssessor Jonas Jorge da Silva (CEPAT) Local Curitiba (PR) E-mail [email protected].: (41) 3349-5343/3288-2651

    Centro Loyola de F, Cultura e Espiritualidade de GoiniaTema Jesus e o incio do CristianismoProfessor Alberto da Silva Moreira (PUC-GO)Local Goinia (GO)Site centroloyola.com.brTel.: (62) 3251-8403

    JUNHO2

    7

    9

    4, 11, 18 E 25

    15 A 17

    18 A 22

    23

    24

    30

    Casa MAGIS ManresaLocal Cascavel (PR) Site www.casamanresa.wix.com/siteTel.: (45)3323-3648

    CINE FRUM

    GRUPO DE ESTUDO

    CICLO DE DEBATES

    WORKSHOP

    EXERCCIOS ESPIRITUAIS PARA LEIGOS - EEL1

    SEMANA DE ORAO ACOMPANHADA(PROJETO DE VIDA)

    MISSA DA JUVENTUDE E SO JOO

    DIAS DE ORAO

    CICLO DE FORMAO E DEBATE EM DEMOCRACIA, VIOLNCIA E DIREITOS HUMANOS

  • 32 ATEm Em