santa sÉ ajudarÁ pe. geral aborda a importÂncia … · diagramaÇÃo e ediÇÃo de imagens...
TRANSCRIPT
-
JESUTAS BRASIL
Em EDIO 44ANO 5MAIO 2018INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
SANTA S AJUDAR REFUGIADOS VENEZUELANOS
pg. 10
PE. GERAL ABORDA A IMPORTNCIA DA COMUNICAO
pg. 18
NO HAITI, CPAL REALIZA SUA35 ASSEMBLEIA
pg. 21
especial pg. 12
SER SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDOO Ano do Laicato faz um convite ao protagonismo do leigo na Igreja
-
4 5Em Em
SUMRIO EDIO 44 | ANO 5 | MAIO 2018
EDITORIAL Pela nossa misso, sair da menoridade
Jonas Jorge da Silva
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Em misso pela juventude
Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, SJ
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Projeto da Santa S ajudar refugiados
venezuelanos
Mensagem do Papa encerra a 56 Assembleia Geral da CNBB
ESPECIAL A servio do Reino
MUNDO CRIA A comunicao est em nosso DNA, afirma Pe. Geral Novos Estatutos da Rede Mundial de Orao do Papa Na Nicargua, jesutas denunciam violncia Nomeaes
AMRICA LATINA CPAL Histria de gratido e compromisso 35 Assembleia da CPAL Jesutas em encontro da CLAR e REPAM Rede de homlogos de meio ambiente
PROMOO DA JUSTIA SOCIOAMBIENTAL 2 Reunio do Conselho Nacional do SJMR Brasil 10 Encontro Federativo de F e Alegria
JUVENTUDE E VOCAES Encontro MAGIS Sudeste rene jovens em MG
6
78
10
12
18
20
22
24
Voluntrios do Hogar de Cristo (centro social da Companhia de Jesus no Equador) prestaram apoio s famlias equatorianas atingidas pelo terremoto que abalou o pas em 2016
Foto
: htt
ps://
hoga
rdec
risto
.org
.ec
-
4 5Em Em
EDUCAO Olhares universitrios sobre a Laudato Si Parceria Unicap e Anec: Cursos de extenso em Ead
SERVIO DA F Jornadas teolgicas do Recife
NA PAZ DO SENHOR Pe. Jos Francisco Silveira Montenegro Pe. Luiz Pecci
JUBILEUS / AGENDA
EmJESUTAS BRASIL
26
28
29
31
INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Escritrio de
Comunicao BRA.
COMUNICAO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias, SJ
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
Silvia Lenzi
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
PRODUO AUDIOVISUALrica Silva
Ir. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ
Luza Costa
Sara Oliveira (estagiria)
COLABORADORES DA 44 EDIOPe. Agnaldo Jnior, Ana Lcia Farias, Bruno Alface,
Pe. Francisco de Assis Secchim Ribeiro (Pe. Kiko),
Marcelo Barbosa, Patrcia Gabrig, Pe. Pedro Pereira
da Silva, Pe. Valrio Sartor e Ana Ziccardi (reviso).
Um agradecimento especial a todos que colabora-
ram com a matria especial dessa edio.
TRADUO DAS NOTCIAS MUNDO + CRIA GERALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
-
6 7Em Em
EDITORIAL
PELA NOSSA MISSO, SAIR DA MENORIDADE
Jonas Jorge da Silva
Mestre em Cincias Sociais e coordenador do
CEPAT (Centro de Promoo de Agentes de
Transformao), em Curitiba (PR)
Ouo, agora, porm, exclamar de
todos os lados: no raciocineis! O oficial
diz: no raciocineis, mas exercitai-vos!
O financista exclama: no raciocineis,
mas pagai! O sacerdote proclama: no
raciocineis, mas crede! (Immanuel
Kant, 05-12-1783)Com o tema Cristos leigos e leigas,
sujeitos na Igreja em sada, a servio do
Reino e o lema: Sal da Terra e Luz do Mun-
do (Mt 5, 13-14), o ano nacional do laicato mais uma oportunidade para refletir
sobre a presena e atuao dos cristos
leigos e leigas na Igreja e na sociedade.
Na trilha do Conclio Vaticano II,
homens e mulheres so desafiados a
mergulhar em guas mais profundas,
em meio s intempries de uma crise
multidimensional.
O imprio do medo, do autoritaris-
mo e da fragmentao dos vnculos so-
ciais tem apequenado o devir histrico
de milhares de pessoas pelo mundo.
Assentidas ou irrefletidas, as tutelas
continuam a, precisando ser rompi-
das. No mbito eclesial, leigos e leigas
so chamados a sair da menoridade,
assumindo o seu batismo.
O Papa Francisco tem sido um gran-
de defensor do protagonismo dos leigos
e leigas. Em visita ao Chile, no incio do
ano, Francisco disse que a misso de
toda a Igreja, e no do sacerdote ou do bis-
po e que os leigos no so nossos servos
nem nossos funcionrios. Eles no devem
repetir como papagaios o que dizemos.
Essa a Igreja em sada que requer
nossa maioridade. No por soberba,
mas para que a boa notcia do Evan-
gelho possa se expandir. Na liberdade
dos filhos de Deus, precisamos nos in-
serir em um permanente aggiornamen-
to das estruturas eclesiais, ampliando
a cultura de participao em favor da
misso instituda por Jesus Cristo.
Somos sal da terra e luz do mundo
quando samos de nossas sacristias e
priorizamos o mundo como o foco de
nossa evangelizao. Nessa tarefa, h
duas palavras que so muito importan-
tes na misso da Companhia de Jesus
e que se estendem a todos os leigos e
leigas que dela participam: discerni-
mento e fronteira.
NO MBITO ECLESIAL, LEIGOS E LEIGAS SO CHAMADOS A SAIR DA MENORIDADE, ASSUMINDO O SEU BATISMO
Discernir uma atitude essencial
em uma conjuntura na qual a palavra
crise aparece adjetivada em diferentes
dimenses: econmica, poltica, eco-
lgica, energtica, alimentar, tica, da
democracia, do trabalho, civilizacional
etc. Diante da crise estrutural e sistmi-
ca, urge discernir nossa presena de f,
como seguidores de Jesus Cristo.
Para fazer esse discernimento,
estar na fronteira crucial. evang-
lico sair de nossa zona de conforto e
avanar para as periferias geogrficas
e existenciais do mundo em que esta-
mos inseridos.
Em um contexto de globalizao da
indiferena e cultura do descarte, a f
crist nos impele a construir novos la-
os de convivncia e solidariedade, em
prol da reconciliao com Deus, entre
ns e com a Criao.
O que experimentamos na inti-
midade com Deus precisa refletir no
mundo em que vivemos. o que nos
aconselha o Papa Francisco com sua
recente exortao apostlica Gaudete
et exsultate, sobre o chamado santi-
dade no mundo atual: Pede, sempre,
ao Esprito Santo, o que Jesus espera
de ti em cada momento de tua vida e,
em cada opo que tenhas que tomar,
para discernir o lugar que isso ocupa
na tua misso. E permite-lhe plasmar
em ti aquele mistrio pessoal que pos-
sa refletir Jesus Cristo no mundo de
hoje (n 23).Pela graa do Esprito Santo, humil-
demente, esperamos que a nossa maio-
ridade como cristos leigos e leigas tra-
ga novo frescor vivncia da f crist.
Boa leitura!
-
6 7Em Em
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus MAIO
DIA 4 DIA 16
DIA 24
So Jos Maria Rubio Santo Andr Bobola
Nossa Senhora da Estrada
-
8 9Em Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
Ir. Ubiratan de Oliveira Costa, SJ
Diretor do Centro MAGIS Burnier, em Braslia (DF), e
coordenador do Plano de Candidatos ao Noviciado da
Provncia dos Jesutas do Brasil BRA, Ir. Ubiratan de Oliveira
Costa graduado em Comunicao Social, com habilitao
em Relaes Pblicas, pela Unicap (Universidade Catlica de
Pernambuco), e ps-graduado em Juventude Contempornea
pela FAJE (Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia). Sou grato
Companhia de Jesus pela formao que recebi. Acho isso
fundamental, pois a misso torna-se mais eficiente, ressalta
Ir. Bira, como conhecido. Em entrevista ao informativo
Em Companhia, o jesuta contou tambm como tem sido atuar
com os jovens: Desde a minha primeira etapa de formao
religiosa, me foi pedido que trabalhasse junto s juventudes.
Conte-nos um pouco da sua histria.
Nasci em Joo Pessoa (PB), em 28 de janeiro de 1978. Sou o penltimo de cinco filhos de Severina Saraiva da
Costa e Cledson Jos de Oliveira Cos-
ta. De famlia simples da periferia da
capital, cursei o Ensino Fundamental
em escola pblica e o Ensino Mdio na
Escola Tcnica Federal da Paraba.
Como conheceu a Companhia de
Jesus? E por que decidiu ser Irmo
Jesuta?
Conheci a Companhia por interm-
dio da minha primeira catequista, Ana
Berto, uma ex-religiosa das Irms de
Santa Catarina de Sena que atuava no
colgio onde cursei o Ensino Funda-
mental. Com ela, fiz minha primeira
Eucaristia. Depois, seguindo meu en-
gajamento na igreja local, tornei-me
catequista e, posteriormente, coorde-
nador de grupo de jovens. Nesse tem-
po, a Igreja da Paraba tinha forte as
CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e
tambm a PJMP (Pastoral de Juventude
do Meio Popular). Foi por meio desse
contato que consolidei minha atuao
e compromisso com a causa dos menos
favorecidos do meu bairro.
A maior parte do meu tempo era
na PJMP nas discusses, reflexes
e partilhas. Fui, ento, percebendo
que poderia me dedicar por comple-
to, por inteiro, a essa causa. Conver-
sei com a Ana Berto, minha primeira
catequista, sobre o desejo de me de-
dicar por inteiro ao Cristo por meio
da Igreja. Ela me indicou os jesutas
que viviam em uma parquia de Joo
Pessoa e, para minha surpresa, era ali
que funcionava o Juniorado, uma das
etapas de formao na Companhia de
Jesus. Naquela poca, eu tinha por
volta de 18 a 19 anos. E, uma tarde,
EM MISSO PELA JUVENTUDE
-
8 9Em Em
fui at o Juniorado, onde fui acolhi-
do por um jesuta, o irmo Vanderlei
Backs, que me recebeu de maneira
incrvel. A hospitalidade, acolhida,
ateno ao que eu falava... gastou
tempo comigo. Vi que o testemunho
e o exemplo do irmo Vanderlei tra-
duziam o que eu buscava: um homem
comprometido, espiritual, de refle-
xo, acolhedor e atento na escuta da-
quele que buscava algo. Esse perfil de
jesuta me animou a querer ser igual.
Depois, esse desejo foi se moldando
e se consolidou na Experincia dos
Exerccios Espirituais. Ao escolher a
vocao de jesuta irmo, eu respon-
deria ao chamado do Senhor, sendo
um no meio dos demais, buscando
ser um novo Cristo.
Quais as alegrias e os desafios de
lidar com os jovens?
A juventude me fortalece e me faz
entender, a cada dia, a minha voca-
o. Me d esperana e nimo aos de-
safios da caminhada como seguidor
de Jesus. Amplia a misso, sempre
temos novidades, novas reflexes e
muito entusiasmo e alegria quando
o caminho fica turvo. As juventudes
me acendem a chama para a misso.
Penso que o desafio, hoje, saber
como acompanhar, eficazmente, a
dinamicidade que o jovem, por exce-
lncia, tem; compreender, colaborar
e saber escutar a singularidade de
cada jovem e de diversos grupos. Sa-
ber dialogar com eles e elas na escuta
atenta, cultivando e incendiando o
corao na esperana de fazer acon-
tecer a civilizao do amor.
Qual o perfil dos jovens vocacio-
nados atualmente?
Quanto ao perfil, so jovens que esto
em busca de sua felicidade e muito bem
informados sobre a Companhia de Jesus
pelas redes sociais e tambm pelo exem-
plo e testemunho do Papa Francisco, que
bebeu da espiritualidade inaciana e que
transmite, muito bem, o importante le-
gado deixado por Incio de Loyola. Po-
rm so jovens que tm pouca ou quase
nenhuma vivncia eclesial, pastoral. Em
um primeiro momento, eles trazem for-
tes ideais de projetos pessoais a que as-
piram quando conhecem a formao da
Companhia de Jesus. Mas, depois, vo
compreendendo que a formao o meio
para atingirmos o fim, que justamente o
seguimento de Jesus pobre, casto e obe-
diente. As motivaes vo sendo purifica-
das, trabalhadas, ordenadas e a iniciam
um processo diferente de encantamento
com nosso modo de ser, pela misso, pela
espiritualidade inaciana, por Jesus Cristo
e seu reino. Tudo isso quando se tem a
abertura de corao e o desejo de servir de
maneira contemplativa na ao.
Por que a vocao do Irmo atra-
ente para os jovens de hoje?
Muitos jovens no sabem que exis-
te a vocao de irmo na Companhia de
Jesus e conhecem quando tm contato
direto no acompanhamento por jesu-
tas irmos realizado na Provncia. Aqui,
tambm conhecem irmos em misso
diversificadas, como coordenador do
Plano de Candidatos, scio do provin-
cial, administradores de colgios, atu-
antes no Programa MAGIS Brasil e, mais
ainda, trabalhando nas periferias, nas
fronteiras no trabalho com refugiados,
nas visitas a hospitais ou, simplesmen-
te, na presena e vida de orao. Tudo
isso facilita bastante a compreenso da
vocao especfica, principalmente, ao
encontrarem homens livres para o mi-
nistrio a partir da consagrao de suas
vidas. Pelo desejo de seguir o Cristo po-
bre, casto e obediente. Para ns, jesutas,
o mais importante a misso. E o fun-
damental apresentar aos jovens a voca-
o do SER JESUTA, isso o fundamen-
tal para ns, Companheiros de Jesus.
A JUVENTUDE ME FORTALECE
E ME FAZ ENTENDER, A CADA DIA, A MINHA VOCAO. ME D ESPERANA E NIMO AOS DESAFIOS DA CAMINHADA COMO SEGUIDOR DE JESUS.
-
10 11Em Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
PROJETO DA SANTA S AJUDAR REFUGIADOS VENEZUELANOS
Nos ltimos meses, a crise socio-poltico-econmica da Vene-zuela agravou a situao da po-pulao, que migra para pases vizinhos
em busca de sobrevivncia e de uma
vida mais digna. Em resposta ao apelo do
Papa Francisco para acolher, promover e
integrar os migrantes e refugiados, oito
conferncias episcopais sul-americanas,
junto com o Dicastrio para o Servio do
Desenvolvimento Humano Integral, da
Igreja, decidiram trabalhar juntos para
ajudar essas pessoas, acolhendo-as no
territrio de seus pases.
No dia 7 de maio, os bispos de Brasil, Colmbia, Equador, Chile, Peru, Bolvia,
Paraguai e Argentina apresentaram o
projeto Pontes de Solidariedade, na Sala
de Imprensa da Santa S, no Vaticano.
A iniciativa prope servios de acolhi-
da para os migrantes mais vulnerveis,
ajudando-os com alojamentos e inclu-
so no trabalho. Tambm est prevista a
ampliao do acesso educao e sa-
de, alm de uma assistncia espiritual
durante o perodo de permanncia dos
migrantes em outros pases.
O padre Fabio Baggio, subsecretrio
da seo Migrantes e Refugiados do Di-
castrio, explicou que a ideia do plano
de acolhida nasceu da solidariedade das
pessoas, que sentem a presena do ir-
mo latino-americano, que, neste mo-
mento, est em dificuldade. A iniciativa
tem durao inicial de dois anos e tem
como objetivo ajudar os milhares de mi-
grantes venezuelanos.
O Superior Geral da Companhia de
Jesus, padre Arturo Sosa, que venezue-
lano, esteve presente no encontro e afir-
mou que, em termos numricos, cerca de
um milho de venezuelanos j deixaram
Fontes: Vatican News/OMPRESS-ROMA
Foto
: CPA
L (C
onfe
rnc
ia d
os P
rovi
ncia
is Je
suta
s da
Amr
ica
Latin
a e
Carib
e)
o pas. Esta uma cifra muito significa-
tiva para um pas com 30 milhes de ha-bitantes, ressaltou.
O outro subsecretrio do Dicastrio,
padre Michael Czerny, SJ, sublinhou
que o projeto est alinhado com o que
o Papa ensina para ajudar os migrantes
e refugiados. Padre Czerny, nascido na
antiga Tchecoslovquia, tambm foi
um refugiado e explicou quo impor-
tante , quando voc est em estado de
choque e decepo, ter informaes
precisas para tomar boas decises, evi-
tando, assim o risco de desembarcar
nas redes de trfico humano.
de habitantes
Cerca de deixaram o pas
30 milhES
1 milho
venezuela
-
10 11Em Em
MENSAGEM DO PAPA ENCERRA A 56 ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB
Entre os dias 11 e 20 de abril, a CNBB (Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil) realizou a 56 edio de sua Assembleia Geral, re-alizada no Santurio Nacional de Nos-
sa Senhora Aparecida, em Aparecida
(SP). Este ano, o encontro discutiu as
Diretrizes para a Formao dos Presb-
teros da Igreja no Brasil e reuniu mais
de 300 bispos, padres e religiosos.
Alm do tema central, outros as-
suntos foram abordados durante os
10 dias do encontro. Entre eles, o Ano do Laicato; o Snodo dos Bispos, que
ser realizado em outubro, em Roma
(Itlia); e a conjuntura nacional bra-
sileira. O cardeal Sergio da Rocha,
arcebispo de Braslia (DF) e presiden-
te da CNBB, destacou o clima de fra-
ternidade que permeou o encontro.
Posso dizer que essa Assembleia foi
uma das que mais pudemos sentir
essa unidade fraterna, essa proximi-
dade afetuosa entre os bispos do Bra-
sil, disse.
Foto
: CN
BB
A cerimnia de encerramento da
Assembleia Geral contou com o agra-
decimento do presidente da CNBB e
com uma mensagem do Papa Francis-
co, assinada pelo secretrio de Estado
do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e
lida pelo nncio apostlico no Brasil,
dom Giovanni DAniello. Na mensa-
gem, o Pontfice recordou a vivncia
do Ano do Laicato no Brasil e motivou
o episcopado na continuidade dos tra-
balhos promovidos em parceria com os
O PAPA OS ANIMA NESTE
ANO DO LAICATO NO BRASIL A PERMANECEREM ATENTOS AOSEU POVO [...] Cardeal Pietro Parolin
leigos e leigas. O Papa os anima neste
Ano do Laicato no Brasil a permanece-
rem atentos ao seu povo [] ajudando
os leigos e leigas a viver, sempre em
sintonia com seus pastores, o prota-
gonismo do chamado de ser cada vez
mais uma Igreja em Sada, afirmou o
secretrio de Estado do Vaticano.
Ao final da mensagem, dom Pa-
rolin transmitiu os votos do Pont-
fice, que fez memria da padroeira
do Pas, Nossa Senhora Aparecida,
e concedeu sua beno apostlica.
Na certeza de que a me Aparecida,
cujos 40 anos da restaurao de sua imagem se est celebrando, no dei-
xa de interceder por sua Igreja que
caminha no Brasil, para que possa
sempre buscar a restaurao de seus
membros, Papa Francisco, de cora-
o, envia aos arcebispos e bispos,
e a todas as suas dioceses, a beno
apostlica, finalizou.
Fontes: CNBB/arquisp.org.br/Cano Nova
-
12 13Em Em
ESPECIAL
DO REINO A SERVIO
*Marcia Regina de Carvalho graduada em Cincias da Religio pela Pontifcia Universidade Gregoriana, de Roma (Itlia).
formada tambm em Psicologia pela Unip (Universidade Paulista) e mestre em Educao e Comunicao pela Universidade So Marcos.
-
12 13Em Em
O Batismo o primeiro dos sa-cramentos da vida crist. Por meio dele, somos incorporados em um novo modo de existir, o existir
em Cristo. Como sacramento da f, ele
o que, primeiramente, une o Povo de
Deus, o que torna todos membros de
um s Corpo, que a Igreja. Dessa for-
ma, assim como clrigos e religiosos,
os leigos tambm constituem e so
Igreja, participantes da misso de Deus
no mundo. Mas voc j se questionou o
que significa ser leigo na Igreja hoje?
justamente esse convite reflexo
e ao engajamento que a Igreja no Brasil
nos faz ao instituir o Ano do Laicato.
Com o tema Cristos leigos e leigas, sujei-
tos na Igreja em sada, a servio do Reino
e o lema Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt
5,13-14), a iniciativa tem como objetivo celebrar a presena dos cristos leigos
no Pas, aprofundando a sua identidade,
vocao, espiritualidade e misso, a fim
de serem testemunhas de Jesus Cristo e
de seu Reino na sociedade. A inteno
dar um novo impulso, estmulo e incen-
tivo aos leigos. Criar conscincia de seu
papel na Igreja e no mundo e, acima de
tudo, esclarecer o que o laicato, afirma
Marcia Regina de Carvalho, professora
do curso de Teologia para leigos do Ins-
tituto de Teologia da Regio Episcopal S
(Itels), em So Paulo (SP)*.
Neste Ano do Laicato, como teste-
munhas vivas do amor de Deus e cola-
boradores na construo do Seu Reino,
os fiis leigos so chamados a se tor-
narem membros mais ativos e parti-
cipativos nas questes da Igreja e da
sociedade. Para Cesar Kuzma, profes-
sor de Teologia da PUC-Rio (Pontifcia
Universidade Catlica do Rio de Janei-
ro)*, este o momento para despertar
a maturidade e a autonomia dessa vo-
cao. Celebrar um Ano para o Laicato
quer dizer que os leigos devem assu-
mir seu tempo na Igreja, seu espao e
sua misso no mundo, com coragem e
liberdade. o tempo dos leigos, a hora
do laicato, acredita.
No incio do sculo XXI, a participa-
o dos leigos nas pastorais sociais da
Igreja era mais ativa. Hoje, essa atuao
bem menor, principalmente em razo de
uma viso da evangelizao preocupada
com a conservao, por isso centrada na
liturgia e na devoo. Agora, com o Papa
Francisco, a Igreja tenta superar esse ce-
nrio. Segundo Marcia, a prpria CNBB
(Conferncia Nacional dos Bispos do Bra-
sil) prope outras formas de atuao dos
leigos dentro da Igreja e fora dela. Entre
elas, elaborar, executar e avaliar aes em
conjunto com os ministros ordenados,
religiosos e religiosas, criando conselhos
e mais participao em vrios outros m-
bitos. O leigo tem espao na Igreja, mas
pode e deve ter ainda muito mais. Hoje,
com satisfao, percebe-se um nme-
ro maior de cristos leigos e leigas que
procuram uma formao teolgica mais
concisa e aprofundada. Atitude louvvel e
bem-vinda, conta a professora.
Marcia tambm ressalta outros avan-
os na participao dos leigos dentro e
fora da Igreja, como as visitas aos doentes,
quando o leigo leva a Eucaristia e o con-
forto da Palavra. A formao, os servios
bsicos da comunidade, a animao li-
trgica, a catequese, os crculos bblicos,
os grupos de reflexo e o testemunho no
servio aos mais necessitados so outras
atividades desempenhadas pelo laicato
que favorecem um mundo mais e melhor
evangelizado, ressalta.
Alm dessa atuao na Igreja, Ce-
sar lembra que ser leigo faz parte de
um itinerrio vocacional que deve ser
assumido e gerar compromisso e en-
tendimento, ou seja, um caminho
de construo, de autonomia e de
busca de maturidade na f. Ser leigo
na Igreja hoje tomar parte no batis-
mo que se recebeu, fazendo opo por
Cristo e pelo Reino anunciado por ele.
*Cesar Kuzma professor/pesquisador do Departamento de Teologia da PUC-Rio. Prestou assessorias CNBB e ao CELAM e membro da comisso de
formao permanente do CNLB (Conselho Nacional do Laicato do Brasil). o atual presidente da SOTER (Sociedade de Teologia e Cincias da Religio,
do Brasil), para o perodo de 2016-2019.
Foto
: Col
gio
Loy
ola
-
14 15Em Em
ESPECIAL
dar vida a uma causa, deixando-se to-
car por Deus e refletindo essa experin-
cia em aes concretas na histria, no
dia a dia, na dinmica da vida e de fren-
te a todos os dramas e tramas humanos
e sociais, afirma, acrescentando que
olhando dessa maneira, os leigos sero
parte constitutiva da misso da Igreja
no mundo, com a qual, por meio de sua
vida e testemunho, buscam transfor-
mar as estruturas e santificar a vida em
sua volta.
O cristo transita constantemen-
te entre o ambiente eclesial e a vida em
sociedade. Segundo Cesar, esse estar no
mundo a vocao/misso do leigo, que
deve ser assumida. Os leigos se inse-
rem nas diversas vias da sociedade, nas
diversas profisses e atuaes. Entre-
tanto bom enfatizar que eles no esto
no mundo em defesa de um modelo de
religio ou de f, mas para promover os
valores do Reino e lutar pela justia, pela
vida e pela paz. So construtores de um
mundo novo e a experincia que fazem
de Deus na histria favorece isso, diz.
Membro da comisso de formao
permanente do CNLB (Conselho Nacio-
nal do Laicato do Brasil) e atual presi-
dente da SOTER (Sociedade de Teologia e
Cincia da Religio), Cesar afirma que os
leigos vivem as dimenses batismais do
prprio Cristo. Como Ele, passam a ser
sacerdotes, isto , oferecem o seu viver e
o seu fazer a Cristo. Passam a ser profe-
tas, mas, ao modo de Jesus, denunciam
as estruturas de opresso e anunciam a
Boa Nova. No mundo, eles so constru-
tores do Reino e iluminam e organizam
a prtica social, sem imposio, mas no
dialogar e no promover, acrescenta.
Marcia ressalta que o cristo se faz
e se fortalece a partir da Igreja e da vida
nas comunidades. Assim, fazendo parte
de uma comunidade eclesial, ele cha-
mado a dar testemunho no mundo. O
leigo chamado a ser atuante nos vrios
campos: social, poltico, pblico, pro-
fissional. Em suma, ele chamado a ser
protagonista onde estiver, seja na Igreja,
seja fora dela, explica.
LEIGOS CRISTOS NA IGREJAA partir do Conclio Vaticano II, con-
vocado pelo Papa Joo XXIII e realizado
entre 1962 e 1965, houve uma crescente valorizao da vocao e da misso do
leigo. No encontro, que reuniu bispos
de todo o mundo e promoveu significa-
tivas mudanas na Igreja, os religiosos
discerniram que no deveria haver mais
uma relao de subordinao dos leigos
ao clero, pois todos so Povo de Deus,
distinguindo-se apenas pelo tipo de
servio ou ministrio chamado a exer-
cer nas comunidades.
Para o telogo Cesar Kuzma, as con-
cluses a que chegaram os padres con-
ciliares foram a grande novidade desse
Conclio. O Vaticano II resgatou uma
tradio maior e definiu que todos fa-
zemos parte do Povo de Deus e, para tal,
temos o batismo como sacramento de
maior importncia, que nos liga a Cris-
to e nos torna membros efetivos desse
corpo. Existem diferenas de atuaes e
responsabilidades, mas todos so iguais
em dignidade. Ningum ocupa o centro,
pois apenas Cristo o centro e, ao redor
dele, circulam todos os carismas e minis-
trios, explica.
Segundo ele, essa mudana de pos-
tura levou o leigo a ter mais autonomia
na sua misso. A viso de apenas atuar
como colaborador, como se estivesse
submisso a uma ordem, foi deixada para
trs. A partir do Vaticano II, o leigo ser
aquele que estende a sua vocao/misso
em uma cooperao, dando algo que de
si e que lhe prprio. Repito: ele parte
constitutiva na misso da Igreja, que no
pode ser pensada sem ele, ressalta.
As orientaes dadas pelo Conclio
Vaticano II refletiram tambm em do-
cumentos da Igreja e nas Conferncias
Episcopais Latino-Americanas, que trata-
ram sobre o protagonismo e a promoo
do laicato. A professora Marcia, do Itels,
destaca alguns documentos marcantes
da Igreja [confira no box].
Sobre o Ano do Laicato no Brasil, Mar-
cia acredita que este um momento im-
portante para reflexo, tanto para leigos
como para a prpria Igreja. Muitas so
as provocaes que surgem a partir do
Ano do Laicato. A comear pelo prprio
reconhecimento da Igreja em ampliar
os espaos para uma presena feminina
mais incisiva; a ateno aos solteiros, pois
nem todos os leigos fazem opo pelo ma-
trimnio ou pela vida religiosa; um olhar
misericordioso e atencioso para os doen-
tes, necessitados, vivos, presidirios etc.
Outra provocao formar lderes compe-
tentes e coerentes com a f e a vida, alm
de prestar ateno comunicao, como
meio de fazer chegar a mensagem de for-
ma compreensiva e clara, frisa.
-
14 15Em Em
Para ela, necessrio, tambm,
alimentar-se de uma mstica e espiri-
tualidade mais comunitria. O Papa
Francisco nos alerta que a misso pre-
cisa do pulmo da orao, da mstica,
da espiritualidade, da vida interior. Ou-
tra provocao que este Ano do Laicato
suscita sobre o dilogo na sua mais
inteira compreenso. Essas provoca-
es incentivam o laicato a viver a f e
a vida cada vez mais na sua totalidade e
no compromisso social. A Igreja est no
mundo para que a vida no mundo seja
transformada e a partir das comuni-
dades que a transformao pode acon-
tecer de forma mais inteira, destaca.
NA COMPANHIAComo batizados, somos discpulos
missionrios de Jesus e, como leiga crist,
que tem muita f em Cristo, eu participo
ativamente da vida da Igreja. Eu entendo
tambm que meu papel deve ir alm da
atuao na parquia, devemos sair dos
muros da Igreja. Acreditamos nisso e a pa-
rquia incentiva nossa atuao como lei-
go consciente no seio da sociedade, trans-
formando-a para melhor, afirma Helena
Teixeira Carvalho de Arajo, 45 anos. Casada, me de dois filhos, ela par-
ticipa ativamente de pastorais e grupos,
alm de ajudar os ministros ordenados
que chegam Parquia Sagrado Corao
de Jesus, no bairro de guas Compri-
das, em Olinda (PE). Como crist, He-
lena confia no protagonismo do leigo
e afirma que as instituies catlicas
tm papel fundamental nesse processo.
Acredito que a Igreja pode fortalecer o
protagonismo do leigo dando formao,
investindo nos jovens, fazendo com que
o leigo se conscientize de que ele um
membro e Cristo o corpo, ressalta.
IGREJAO Conclio Vaticano II falou am-
plamente sobre os leigos na Consti-
tuio dogmtica Lumen Gentium e
no decreto Apostolicam Actuositatem.
Em 1988, So Joo Paulo II publicou a exortao apostlica Christifideles
Laici, que aborda a vocao e a misso
dos leigos na Igreja e no mundo. Mais
recentemente, o Papa Francisco pu-
blicou a exortao apostlica Gaudete
et Exsultate, sobre a chamada santi-
dade no mundo atual.
AMRICA LATINANa Amrica Latina, a Igreja, por
meio do CELAM (Conselho Episcopal
Latino-Americano), realizou cinco
conferncias que resultaram em cin-
co importantes documentos que, en-
DOCUMENTOS SOBRE O LAICATO
tre outros temas, tratam sobre a atuao
do leigo cristo. So eles:
Documento de Medelln (Colmbia,
1968) destacou a importncia da ao dos leigos cristos na Igreja e na sociedade.
Documento de Puebla (Mxico, 1979) identifica os leigos como homens e
mulheres da Igreja no corao do mundo
e do mundo no corao da Igreja.
Documento de Santo Domingo
(Repblica Dominicana, 1992) chamou os leigos de protagonistas da
transformao da sociedade.
Documento de Aparecida (Brasil,
2007) pediu maior abertura para o en-tendimento e acolhimento do leigo na
Igreja, que, por meio de seu Batismo e
Confirmao, discpulo e mission-
rio de Jesus.
BRASILEm 1999, o episcopado brasileiro
lanou o Documento 62 Misso e ministrios dos cristos leigos e lei-
gas, que oferece Igreja orientao
para o discernimento sobre o lai-
cato e sua atuao na organizao
dos ministrios na comunidade.
Mais recentemente, em 2016, o Do-cumento 105 Cristos leigos e leigas na Igreja e na sociedade; sal da terra
e luz do mundo afirma que os leigos
so sujeitos na Igreja e na socieda-
de. Alm disso, o documento reflete
sobre a Igreja em Sada, pedida pelo
Papa Francisco em sua exortao
apostlica Evangelii Gaudium. Nessa
exortao, o Pontfice faz um vigo-
roso chamado para que todo o Povo
de Deus saia para evangelizar.
-
16 17Em Em
ESPECIAL
Na parquia jesuta onde atua, He-
lena diz que os leigos so incentivados
a celebrar a Palavra nas diversas capelas
existentes. Hoje, so 14 capelas mais a matriz. Em nossa parquia, em alguns
momentos, o leigo est frente em deter-
minada misso e o padre est l, apoian-
do e valorizando a atuao do leigo. Para
ns, isto muito importante, explica.
Para ela, a atuao do leigo avanou
muito nos ltimos anos. Temos nos-
so papel reconhecido, principalmente
porque os padres e os bispos percebe-
ram que, sem a ajuda dos leigos, teriam
dificuldades na evangelizao. E, hoje,
vemos tantos leigos desempenhando
diversas atividades em nossa igreja. Por
isso a importncia do Ano do Laicato.
Este o momento de o leigo perceber o
seu poder de evangelizao onde estiver.
Sua participao fundamental como
parte integrante da Igreja, conta.
A jovem Micheli Vizentin Silva, 25 anos, concorda com Helena. Para ela, os
cristos leigos sempre tiveram sua im-
portncia na Igreja e no mundo. Porm o
Ano do Laicato vem dar uma nfase ainda
maior sobre essa atuao do leigo como
sujeito eclesial. Ns somos capazes de
desempenhar funes ativas e decisivas
na Igreja e na sociedade local, de mudar
realidades e questionar decises que no
condizem com o Evangelho de Jesus Cris-
to, desempenhando funes que mos-
trem os vrios rostos do laicato, afirma.
Assim, segundo ela, para que isso acon-
tea de forma efetiva, essencial delegar
mais funes decisivas aos leigos e no
somente consider-los como meros exe-
cutores. Esse um comeo para se criar
a conscincia de corresponsabilidade dos
cristos leigos, acredita.
Participante da parquia jesuta Santo
Antnio, em Sinop (MT), h aproximada-
mente oito anos, Micheli conta que, como
leiga, auxilia nos trabalhos com a Pontif-
cia Obra da Infncia e Adolescncia Mis-
sionria (IAM) e da Juventude Missionria
(JM). Ela colabora tambm na liturgia e na
pastoral catequtica, alm de articular os
trabalhos com as juventudes da parquia,
por meio do Programa MAGIS Brasil ao
apostlica da Companhia de Jesus junto
juventude. Com o intuito de integrar as
juventudes da parquia e compartilhar
com os demais a espiritualidade inaciana,
h pouco mais de trs anos, implantamos
o MAGIS. Juntamente com outros leigos e
religiosos, planejamos diversas atividades
com os jovens, como os Exerccios Espiri-
tuais em Etapas, tardes de espiritualida-
de, rodas de conversa, missas convivium,
retiros quaresmais, alm de auxiliar nos
momentos de espiritualidade da comuni-
dade, explica.
Micheli conta tambm que h uma
participao intensa de cristos leigos na
parquia e no Programa MAGIS. E que os
jesutas sempre buscam dar autonomia a
todos, instigando a corresponsabilidade
e a criatividade dos leigos nos servios da
Igreja. Isso bom, pois visa a no ter pes-
soas dependentes dos religiosos que ali
se encontram, mas que sejam capazes de,
em sua liberdade e autonomia, trazer no-
vos rostos para a Igreja e para a sociedade,
afirma. E acrescenta: cristo no cristo
apenas quando se encontra na Igreja (tem-
plo). preciso ser mais para os demais,
contribuindo para um mundo melhor por
meio de uma atuao que no busque ser
grande para si mesmo, mas que nos cha-
me a ser sal da terra e luz do mundo a
exemplo de Cristo.
O desejo de ser sal da terra e luz do
mundo o que tambm inspira a atuao
de Ivone de Souza Leito, 51 anos, coorde-nadora do SIES Manaus (Servio de Espi-
ritualidade Inaciana). Somos chamados a
ser sal e luz na vida das pessoas, onde quer
atuemos, afirma. Na obra jesuta, ela atua
como voluntria em um grupo com mais
10 pessoas. Ns promovemos os Ciclos de Formao, os Retiros Quaresmal e de
Advento nas parquias, Jornada de Espi-
ritualidade, alm de acompanhar grupos
de EVC (Exerccios Espirituais na Vida Co-
tidiana) e grupos paroquiais em finais de
semana com formao e retiros espiritu-
ais nas parquias e na Casa de Retiros Ir.
Vicente Caas, localizada na capital ama-
zonense, conta.
Alm das atividades no SIES, Ivone
tem flego para muito mais. Casada e me
de trs filhos, ela ainda participa da Par-
Foto
: Col
gio
Loy
ola
-
16 17Em Em
quia Cristo Libertador, onde ministra da
Sagrada Comunho levando a Eucaristia
aos doentes e integrante da equipe de
Batismo. Junto com meu esposo, damos
formao para pais e padrinhos e para jo-
vens e adultos que no foram batizados na
comunidade Imaculado Corao de Ma-
ria. Atualmente, tambm fao parte dos
Leigos Missionrios do Santo Nome de
Maria que desenvolve trabalhos junto a
comunidades do interior, conta.
Ivone conhece a Companhia de Jesus
h 32 anos, pois, por muito tempo, os jesutas foram procos na parquia que
frequenta, incentivando o protagonismo
dos leigos. O SIES um servio desen-
volvido por leigos com assessoramento
de um padre. Ns somos responsveis
por difundir, acompanhar e vivenciar a
espiritualidade inaciana. Ns ajudamos
a levar essa experincia para todos, em
qualquer lugar. muito significativo,
para mim, ajudar as pessoas a terem
seus momentos de orao na busca pelo
conhecimento interior e para poder ser
mais para os demais, declara.
A Igreja do Brasil retoma um caminho
de valorizao do laicato, que no se re-
sume colaborao com os ministrios
ordenados ou uma vida de f voltada para
um devocionismo. Ela busca recuperar
um protagonismo exercido e incentivado
pelas Conferncias Episcopais, ps Vati-
cano II [veja box sobre documentos sobre
o laicato], em que o leigo participava ati-
vamente em uma Igreja mais horizontal,
mais dialogal, procurando ser sinal, agen-
te de mudana na sociedade. Os teste-
munhos que lemos, acima, nos revelam
que h ainda muito caminho pela fren-
te. A partir da experincia do passado
e confrontando com o presente, pode-
mos corrigir os erros e sugerir mudan-
as nas posturas e relaes entre os mi-
nistros ordenados, religiosos e leigos.
Alm de propor uma espiritualidade
prpria, incentivada para o protagonis-
mo na sociedade. Sempre colocando
Jesus Cristo como o centro, o modelo
de vida e servio, sabedores de que Ele
quem nos capacita e nos fortalece
para colaborao na construo do Rei-
no de Deus. Para ns, cristos leigos,
preciso uma vida de orao. Temos que
mergulhar na pessoa de Cristo, temos
que nos apaixonar para que as outras
pessoas se apaixonem tambm. Temos
que falar com o corao, no s com pa-
lavras, mas em gestos e atitudes. Nossa
f deve ser refletida na nossa vida, fina-
liza a pernambucana Helena.
PE. JOO BATISTA LIBNIOMuito conhecido por estudos e
escritos, o padre Joo Batista Lib-
nio, j falecido, abordou bastante o
tema dos leigos. Segundo a profes-
sora Marcia, ele ajudou a vislum-
brar novos paradigmas sobre esse
papel. O jesuta tambm colaborou
muito com a formao dos leigos,
conforme ressalta Cesar: seus es-
critos so carregados de discerni-
Inspirando-se no Ano do Laicato, como ser um cristo atuante? Pen-sando nisso, a professora do curso de Teologia para leigos do Itels de So Paulo, Marcia Regina de Carva-lho, elencou alguns pontos:
Por ltimo, mas no menos importante: ajude a propagar o Ano do Laicato para que d frutos que se transformem e permaneam.
Tenha uma vida espiritu-al sadia, comprometida e esperanosa.
Supere a mentalidade cleri-calista para encurtar as dis-tncias entre hierarquia e leigos. Precisamos nos sentir sujeitos ativos, correspons-veis e protagonistas.
Compreenda que o essen-cial ser cristo, seja lei-go, leiga, sacerdote, reli-gioso, bispo.
Estude, reflita e conhea a doutrina que Cristo ensinou Igreja para dar razo pr-pria f. Uma formao esme-rada para que o leigo seja um porta-voz convencido.
Esteja em comunho com o Magistrio, com as diretri-zes do Papa e em comunho com a comunidade.
Seja evangelizador na igreja e fora dela, insira-se nas re-alidades temporais, na esco-la, na poltica, na economia, artes, msica etc.
Perceba-se integrante do Corpo mstico de Cristo, pois a pertena nos identifi-ca e nos fortalece.
LEIGO PROTAGONISTAmento, pois havia um jeito prprio
de dizer sem destruir, construindo
pontes e abrindo espaos. Sobre os
espaos para os leigos, ele foi mes-
tre em abrir muitos, formou pessoas
e montou estruturas. Suas reflexes
ainda tm muito a nos ensinar.
Para saber mais sobre os escritos
de padre Libnio, acesse:
www.jblibanio.org.br.
Quer saber mais sobre a importncia
do laicato? Acesse o QR Code abaixo:
https://goo.gl/wmwVKg
Foto
: Cen
tro
Sant
a F
-
18 19Em Em
COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL
A COMUNICAO EST EM NOSSO DNA, AFIRMA PE. GERAL
da Companhia de Jesus. Entre eles, es-
to a nfase nos jovens, especialmente
em relao ao Snodo da Juventude
que acontecer em outubro deste ano
e celebrao do MAGIS no Panam, em
janeiro de 2019; as Preferncias Apost-licas Universais a previso que se-
jam confirmadas tambm em janeiro
de 2019 e o Ano Inaciano, planejado para 2021 e 2022, que comemorar os 500 anos de converso de Santo Incio (2021) e os 400 anos da canonizao de Incio e Francisco Xavier, em 2022. As comunicaes podem fazer muito para
se conseguir isso. A comunicao pode
ser um motor que traz vitalidade e um
sentido renovado de misso, afirmou.
Fonte: CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Latina e Caribe)
CONFERNCIAS JESUTAS
AMRICA LATINA E CARIBE
ESTADOS UNIDOS E CANAD
EUROPA
FRICA E MADAGASCAR
SUDESTE ASITICO
SIA PACFICO
Entre os dias 17 e 20 de abril, os responsveis pela comunicao das seis conferncias jesutas no mundo [confira no box], reuniram-
-se na Cria Geral dos Jesutas, em
Roma (Itlia). A Conferncia dos Dele-
gados de Comunicao proporcionou
momentos de reflexo sobre novos
modelos de comunicao para o servi-
o da misso, o compartilhamento de
experincias, opinies e perspectivas.
O Superior Geral da Companhia de
Jesus, padre Arturo Sosa, participou
do primeiro dia do encontro e deu as
boas-vindas aos participantes. O jesu-
ta afirmou que a Ordem religiosa est a
caminho de uma nova era da comuni-
cao. Vejo muitas oportunidades em
nossa cultura moderna e estou deter-
minado a fazer com que a Companhia
possa aproveitar essas oportunidades.
Isso o que Santo Incio de Loyola gos-
taria que fizssemos, ressaltou.
Padre Arturo enfatizou ainda que
a comunicao um princpio-chave
para a vida da Companhia de Jesus.
Na verdade, para Santo Incio [a co-
municao] era quase uma obsesso.
Um corpo apostlico universal comu-
nicado uma dimenso indispensvel
de nossa forma de proceder. A comu-
nicao est em nosso DNA, disse. O
jesuta tambm afirmou que a misso
da Companhia sair para o mundo e
proclamar a Boa-Nova.
No encontro, foram apresentados
os planos para o futuro. A Cria Geral
dos Jesutas, por exemplo, iniciou a
construo de seu novo site. Alm da
cobertura de suas visitas, o Pe. Geral
destacou vrios outros eventos que es-
pera ver cobertos nos websites, nas re-
des sociais e na comunicao impressa
-
18 19Em Em
NOVOS ESTATUTOS DA REDE MUNDIAL DE ORAO DO PAPA
NA NICARGUA, JESUTAS DENUNCIAM VIOLNCIA
NOMEAES
Os jesutas da Amrica Cen-tral, da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Latina e Caribe) e do Cana-
d e dos Estados Unidos publicaram
declaraes que pedem paz na Nica-
rgua, depois de semanas de protes-
tos contra o projeto de lei sobre a re-
Nos ltimos anos, o processo de recriao do Apostolado da Orao, Rede Mundial de Orao do Papa, tem progredido.
Em 18 de abril, o bispo Angelo Bec-ciu, substituto para Assuntos Gerais
da Secretaria de Estado do Vaticano,
O Superior Geral da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa, nomeou:
O Pe. Jos Cecilio Magadia (PHI)
para assistente regional da sia-Pac-
fico. Nascido em 1960, Magadia ingres-sou na Companhia em 1980 e foi orde-nado sacerdote em 1991. Atualmente, conselheiro geral, com a misso es-
pecfica de participar da formao na
Fonte: Boletim da Cria Geral dos Jesutas (Edies 7 e 8, abril e maio)
informou ao Superior Geral da Com-
panhia de Jesus, padre Arturo Sosa,
que Francisco definiu a Rede Mundial
de Orao do Papa como obra ponti-
fcia com sede no Estado da Cidade
do Vaticano. A deciso aconteceu no
dia 27 de maro e, na ocasio, o Pon-
tfice aprovou tambm os novos esta-
tutos da instituio. As Provncias e
Regies da Companhia de Jesus con-
tinuaro a apoiar a Rede Mundial de
Orao do Papa, para que o Evangelho
possa crescer na vida de mulheres e
homens de nosso tempo.
forma da previdncia, proposta pelo
Governo do presidente Daniel Or-
tega. Em nota, a CPAL declarou que
lamenta a violncia contra pessoas
reunidas pacificamente em oposi-
o reforma da seguridade social.
[...]condenamos qualquer resposta
violenta como antidemocrtica, seja
por parte de agncias estatais ou de
indivduos e grupos organizados
pelo governo, afirma um trecho do
texto. Os protestos deixaram 45 mor-tos e 400 feridos. Entre as vtimas, est um estudante de 15 anos do co-lgio da Companhia de Jesus, na ca-
pital Mangua.
Companhia e da promoo vocacio-
nal. O padre Magadia substitui o padre
Daniel Patrick Huang.
O Pe. Melvil Victor Pereira (KHM)
como superior regional da Regio Ko-
hima. Nascido em 1969, Pereira in-gressou na Companhia em 1986 e foi
ordenado sacerdote em 2002. Atual-mente, superior da comunidade je-
suta de Jagriti, em Guwahati (ndia),
e diretor do Centro de Pesquisa Social
do Nordeste (NESRC) da mesma cida-
de. O Pe. Pereira substitui o Pe. Susai-
manickam Arul.
-
20 21Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
HISTRIA DE GRATIDOE COMPROMISSO
Pe. Juan Carlos Morante, SJProvincial dos Jesutas do Peru
O Peru est celebrando os 450 anos da chegada dos jesutas ao pas. Em 28 de maro de 1568, desembarcaram no porto de Callao os
seis primeiros jesutas, liderados pelo
padre Jernimo Ruiz del Portillo. Dia 1 de abril, chegaram a Lima, tendo sido
acolhidos pelos padres dominicanos.
Em pouco tempo, instalaram-se em
uma propriedade doada pelo governo
de Lima e por um grupo de ilustres per-
sonalidades da poca, no atual terreno
real ocupado pela Igreja de So Pedro, o
Banco Central de Reserva e a Biblioteca
Nacional, no centro da cidade.
Atualmente, a Companhia no Peru
continua impulsionando o servio da
f e de promoo da justia, a favor da
reconciliao, desenvolvendo novas
iniciativas apostlicas em fidelidade a
uma longa e rica tradio.
A misso evangelizadora dos po-
vos Awajn e Wampis, na Amaznia
do Alto Maranho, e das comunida-
des andinas quechuas, na Provncia
de Quispicanchi, em Cusco, so uma
mostra desse esforo. Nesses lugares,
a Companhia continua promovendo o
conhecimento das lnguas originrias
e seu ensino nas escolas pblicas. Ao
mesmo tempo, cultiva-se o respeito
e o reconhecimento da sabedoria an-
cestral, em meio aos enormes desafios
que significam a penetrao da moder-
nidade e dos grandes capitais, que bus-
cam explorar os recursos naturais. Para
enfrentar essas ameaas, continuamos
apostando na educao intercultural e
bilngue, tornando-a um meio impor-
tante para fortalecer a prpria identi-
dade cultural, em dilogo com a diver-
sidade. Como dizia o Papa Francisco
aos povos amaznicos na cidade peru-
ana de Puerto Maldonado: a nica for-
ma de que as culturas no se percam
que se mantenham em dinamismo, em
movimento constante.
O apostolado educativo tambm
continua se renovando e atualizando.
A rede de colgios e instituies edu-
cativas de F e Alegria, assim como
os Centros Sociais ou de Educao
Popular, destinados a servir a popula-
o camponesa e urbano-emergente,
so exemplo disso. Por meio dessas
instituies, a Companhia continua
enfatizando o seu compromisso com
os mais necessitados e promovendo
mais conscincia da sua dignidade e
dos seus direitos como pessoas e como
cidados. Por sua parte, os colgios tra-
dicionais da Companhia tm-se aberto
realidade de injustia e desigualdade
que ainda persiste no pas. Para isso,
desenvolvem programas e experin-
cias que permitem aos estudantes to-
mar conscincia dessa realidade e re-
fletir sobre as suas causas e possveis
caminhos de transformao.
Neste ano do aniversrio, enfren-
tamos, no pas, o enorme desafio da
luta contra a corrupo. O escndalo
da Odebrecht salpicou a maior parte da
classe poltica e do setor do empresa-
riado. Todos os ex-presidentes, desde
2001, esto sendo investigados, alguns esto detidos ou com ordem de priso.
H tambm governadores regionais e
prefeitos municipais encarcerados ou
investigados por delitos de corrupo.
Frente a esse desafio, a Companhia
continua apostando em uma educao
tica e cidad, assim como no fortale-
cimento da participao cidad em di-
versas instncias do Estado. A Univer-
sidade Antonio Ruiz de Montoya vem
participando em mesas sobre a luta con-
tra a corrupo e promovendo iniciati-
vas sobre tica pblica com funcionrios
e profissionais de diversas instituies,
em Lima e em outras cidades do pas. Por
meio da rea de Formao Continuada,
oferece diversos cursos e conferncias
sobre temas ticos, ambientais e inter-
culturais, com o objetivo de fortalecer a
conscincia cidad e gerar uma opinio
pblica melhor informada.
Finalmente, no ltimo ano, cresceu
tremendamente a imigrao. Segun-
do dados da ACNUR (Agncia da ONU
para Refugiados), h 240 mil venezue-lanos no Peru, distribudos em muitas
cidades do pas, e o nmero continua
crescendo. O governo tem oferecido al-
gumas facilidades para residncia e tra-
balho, mas o pas no tem muita capa-
cidade para absorver uma massa grande
de imigrantes. Em meio a esta urgncia,
a Companhia no Peru vem trabalhando
em aliana com a ACNUR para oferecer
assistncia legal, por meio de trs es-
critrios localizados nas fronteiras de
Tacna, Tumbes e em Lima. Tambm a
Conferncia de Religiosas e Religiosos
do Peru est coordenando esforos para
ajudar os imigrantes venezuelanos. A
Universidade Ruiz de Montoya, por sua
parte, est oferecendo pesquisas rele-
vantes sobre a imigrao, seus alcances
e necessidades.
Desse modo, a Companhia de Jesus
no Peru, por meio de seus diversos mi-
nistrios e obras apostlicas, continua
tentando levar adiante a sua misso
apostlica em fidelidade criativa sua
prpria histria e carisma.
-
20 21Em Em
JESUTAS EM ENCONTRO DA CLAR E REPAM
REDE DE HOMLOGOS DE MEIO AMBIENTE
35 ASSEMBLEIA DA CPAL
Entre os dias 20 e 25 de abril, estive-ram reunidos, na cidade de Taba-tinga (AM), mais de 90 religiosos e leigos em encontro promovido pela
CLAR (Conferncia Caribenha e Latino-
-Americana de Religiosas e Religiosos)
e pela REPAM (Rede Eclesial Pan-Ama-
znica), com o objetivo de socializar os
projetos das congregaes religiosas
O padre Alfredo Ferro, coordena-dor do SJPAM, participou como convidado do encontro da Rede de Homlogos de Meio Ambiente e Sus-
tentabilidade da AUSJAL (Associao
das Universidades Jesutas da Amrica
Latina), que aconteceu entre 17 e 19 de abril, na PUC-Rio (Pontifcia Universi-
dade Catlica do Rio de Janeiro).
com perspectiva Pan-Amaznica e de
como fortalecer a vida religiosa para en-
frentar os desafios desse territrio.
Representando a Companhia de
Jesus, estavam os padres Hermann
Rodriguez, da CPAL (Conferncia dos
Provinciais Jesutas da Amrica La-
tina e Caribe); David Romero e Paulo
Tadeu, da Provncia dos Jesutas do
Fonte: Carta Mensal Pan-Amaznia (n 48/Abril 2018) Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a ntegra desta e de outras edies.
No evento, retomou-se o hori-
zonte dessa rede e seus compro-
missos, dentre os quais o projeto de
apoio ao territrio Amaznico e sua
populao, tendo o SJPAM servindo
como interlocutor e dinamizador.
Nessa ocasio, Mauricio Lpez, se-
cretrio-executivo da REPAM, esteve
presente, partilhando a experincia
da Rede Eclesial com a perspectiva
do Snodo sobre a Amaznia con-
vocado pelo Papa Francisco para 2019 , considerando qual o papel que as
universidades podem prestar nesse
processo da sua preparao. Oportu-
nizou-se ao SJPAM reforar os laos
com as instituies jesutas que par-
ticipam desse espao.
Brasil (BRA); Valrio Sartor e Alfredo
Ferro, ambos do SJPAM (Servio Jesu-
ta Pan-Amaznico). Na oportunida-
de, tambm houve um momento de
dilogo sobre a experincia dos estu-
dantes jesutas na Amaznia e sobre
como articular melhor o SJPAM com
a Preferncia Apostlica Amaznia da
Provncia BRA.
A 35 Assembleia da CPAL (Con-ferncia de Provinciais Jesutas da Amrica Latina e do Caribe) aconteceu em Porto Prncipe (Haiti), en-
tre 1 e 5 de maio. Alm dos 12 provin-ciais latino-americanos, participaram
do encontro os padres Claudio Paul e
Gabriel Rodrguez, assistentes do Supe-
rior Geral da Companhia de Jesus para o
continente; os trs superiores regionais
(Amaznia, Cuba e Haiti); o presiden-
te da CPAL, Pe. Roberto Jaramillo, e sua
equipe executiva; os presidentes das
Conferncias dos Estados Unidos-Cana-
d e sia-Pacfico; o assistente do Pe. Ge-
ral para os EUA/Canad; o provincial do
Canad-Francs e o Superior do Haiti.
-
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA SOCIOAMBIENTAL
2 REUNIO DO CONSELHO NACIONAL DO SJMR BRASIL
O Servio Jesuta a Migrantes e Refugiados (SJMR Brasil) iniciou, no ano passado, um processo de articulao nacional a
partir dos escritrios e servios com
imigrantes no Pas. Neste perodo,
trs importantes passos foram dados:
a oficializao da nova fase do Centro
Zanmi, em Belo Horizonte (MG), que
passou a constituir-se como SJMR, a
realizao de sua primeira reunio do
Conselho Nacional e a abertura do es-
critrio em Boa Vista (RR).
Dando continuidade a essa articu-
lao, entre os dias 28 e 30 de abril, foi realizada a 2 Reunio do Conselho Na-cional. No encontro, que aconteceu na
capital roraimense, estiveram presen-
tes, alm dos representantes dos trs
escritrios do SJMR Cleyton Abreu,
de Boa Vista (RR), Karin Wapechowski,
de Porto Alegre (RS), e Pascal Peuz, de
Belo Horizonte (MG) ; o secretrio para
a Justia Socioambiental da Provncia
dos Jesutas do Brasil BRA, padre Jos
Ivo Follmann; o SARES (Servio Amaz-
nico de Ao, Reflexo e Educao So-
cioambiental); a comunicao da PAAM
(Preferncia Apostlica Amaznia), da
Companhia de Jesus; a Pastoral Univer-
sitria de Boa Vista; e os colombianos
Luis Fernando Gmez e Natalia Sala-
zar, responsveis pela Campanha pela
hospitalidade da Rede Jesutas com Mi-
grantes da Amrica Latina e Caribe.
Entre as pautas abordadas, o padre
Agnaldo Jnior, diretor nacional do
SJMR, destaca duas: a apresentao da
situao atual de cada escritrio (equi-
pe, servios, demandas e desafios) e
a proposio de alinhamento de uma
poltica institucional entre eles. Es-
sas pautas colaboraram para vermos
o panorama da questo migratria no
Brasil, pautar nossa atuao, sentir de
perto os desafios colocados pelo massi-
vo fluxo venezuelano na fronteira e co-
nhecermos tambm o que est aconte-
cendo em cada escritrio. A ideia que
os trs centros tivessem a noo do que
passam entre si e compartilhar o que
chamamos de boas prticas no traba-
lho de cada um, conta.
Alm desses temas, foi abordada a
construo do planejamento estratgi-
co do SJMR, para ser contemplado na
smula de projetos do Planejamento
Apostlico da Provncia BRA. A partici-
pao do padre Jos Ivo, nesta reunio,
foi muito importante para fazermos o
exerccio de construirmos, juntos, o
planejamento estratgico do SJMR, en-
quanto eixo migrao e refgio, con-
clui padre Agnaldo.
ESSAS PAUTAS COLABORARAM
PARA VERMOS O PANORAMA DA QUESTO MIGRATRIA NO BRASIL [...]Pe. Agnaldo Jnior
-
22 23Em Em
10 ENCONTRO FEDERATIVO DEF E ALEGRIA
Realizado entre os dias 10 e 14 de abril, em Ilhus (BA), o 10 Encontro Federativo de F e Alegria reuniu 45 pessoas, entre di-retores, coordenadores e lderes de
22 pases onde a instituio est pre-sente. Pedro Pereira da Silva, diretor
nacional da Fundao F e Alegria
Brasil, explica que, na oportunida-
de, reuniram-se tanto o Conselho de
Diretores Nacionais como tambm a
Assembleia da Federao.
Do Brasil, alm do padre Pedro,
participaram do encontro o padre
Alexandre Raimundo de Souza, su-
perior do Ncleo Apostlico Bahia
representando o padre Joo Rena-
to Eidt, provincial da Provncia dos
Jesutas do Brasil (BRA) e o padre
Srgio Eduardo Mariucci, secretrio
da Educao da Provncia BRA. Se-
gundo padre Pedro, todos os anos,
um local diferente escolhido para a
realizao do encontro. O objetivo
estabelecer pontes de solidariedade
entre os pases, possibilitando no-
vos conhecimentos, aprendizagens
e maior compreenso do Movimen-
to de Educao Popular e Promoo
Social Integral, afirma.
O coordenador da Federao Inter-
nacional de F e Alegria, o jesuta bra-
sileiro padre Carlos Fritzen, explicou
que a grande notcia desse encontro foi
a incorporao da Repblica Democr-
tica do Congo Federao, que passa
a marcar presena em 22 pases. Nos sentimos felizes e comprometidos por
este novo passo de F e Alegria no Con-
go. Recentemente, tambm iniciamos
trabalhos na Guin. Cada vez mais, F e
Alegria cresce na frica, ressalta.
NOS SENTIMOS FELIZES E
COMPROMETIDOS POR ESTE NOVO PASSO DE F E ALEGRIANO CONGO [...]Pe. Carlos Fritzen
Padre Pedro conclui dizendo que
o chamado de F e Alegria, no Brasil
e no mundo, continuar incidindo
pela educao de qualidade. Nossa
potencialidade poder contribuir para
o exerccio da incidncia poltica, da
educao popular para a primeira in-
fncia e da educao informal.
-
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDE E VOCAES
ENCONTRO MAGIS SUDESTERENE JOVENS EM MG
Os jovens so sinais de Deus, voc convoca e eles respon-dem. Foi muito bonito ver, no Encontro MAGIS Sudeste, essa reao,
afirma padre Jonas Caprini, secretrio
para Juventude e Vocaes da Provn-
cia dos Jesutas do Brasil BRA, sobre
o encontro realizado entre os dias 28 de abril e 1 de maio, no Colgio Loyola, em Belo Horizonte (MG). O primeiro
de uma srie de cinco encontros que
acontecero, ao longo do ano, nas re-
gies brasileiras, o MAGIS Sudeste reu-
niu cerca de 100 pessoas, entre jovens,
jesutas e colaboradores.
Inspirado pelo tema da campanha
do Programa MAGIS Brasil para 2018, Ser mais Consciente, o encontro pro-
porcionou momentos de reflexo aos
participantes. Refletimos sobre nos-
so processo de conscientizao, o que
significa, de fato, ser consciente; a
nossa atuao no mundo; e, tambm,
nos questionamos sobre o papel da ju-
ventude nesse contexto em que vive-
mos. O que a f que ns professamos
em Jesus Cristo nos provoca e nos cha-
ma a realizar?, explica o jesuta.
Padre Jonas acredita que o cristo
no pode ter uma posio passiva diante
das desigualdades do mundo. A espi-
ritualidade inaciana nos impulsiona a
buscar e construir um mundo melhor.
Quando nos apresentamos como jovens
cristos, no podemos permanecer anu-
lados ou anestesiados diante de tantos
sinais de morte em nosso mundo, so-
bretudo no contexto juvenil, diz. Nesse
contexto, segundo ele, as reflexes so-
bre a provocao a ser mais consciente
nos ajudam, como jesutas e jovens, a
melhor compreendermos a realidade em
que vivemos, a nos posicionarmos nessa
realidade e apontar meios e aes que
nos possibilitem construir uma nova so-
ciedade, ressalta.
O jesuta esclarece que os En-
contros Regionais so eventos para
integrao, formao e articulao
da Rede Inaciana de Juventude e no
substituem o Frum MAGIS Brasil,
que passa a ser realizado de trs em
trs anos. Alm disso, o encontro
uma oportunidade de apresentar o
Programa MAGIS a mais jovens que
ainda no o conhecem em sua re-
gio. Os Encontros Regionais atuam
para dar mais acesso espiritualida-
de inaciana e processos formativos
a esses pblicos juvenis espalhados
pelo Brasil. Trata-se de um momento,
como falei, de integrao e celebra-
o conjunta, de percebermos que
no estamos sozinhos na caminhada
de misso com a juventude, afirma
padre Jonas.
Ainda este ano, acontecero mais
quatros encontros regionais [veja no
box]. Com a mesma dinmica do en-
contro realizado na capital mineira,
ser aprofundado o tema Ser + Cons-
ciente junto juventude. As vagas para
-
24 25Em Em
OS JOVENS SO SINAIS DE DEUS, VOC CONVOCA E ELES RESPONDEM. FOI
MUITO BONITO VER, NO ENCONTRO MAGIS SUDESTE, ESSA REAOPe. Jonas Caprini
participar dos encontros so limitadas
e destinadas a jovens ligados Compa-
nhia de Jesus e Rede Inaciana de Ju-
ventude. Porm h a possibilidade de
participar de alguns momentos da pro-
gramao que so abertos ao pblico
geral, como o Lucernrio, realizado em
Belo Horizonte.
ESPAO MAGIS TRINDADE Um dos dias da programao do En-
contro MAGIS Sudeste foi realizado na
parquia jesuta Santssima Trindade,
em Santa Luzia (MG), onde acontece-
ram visitas missionrias s comuni-
dades, formao e a inaugurao do
Espao MAGIS Trindade. Comeamos
a nos articular com as juventudes da
Parquia e percebemos nos jovens
esse desejo de vivenciar experincias,
de participar de atividades formativas
e encontros. A partir do contato com
o Programa MAGIS, por meio do padre
Jonas Caprini, fomos convidados e ani-
mados a concretizar o sonho de inaugu-
rar um Espao MAGIS aqui em Santa Lu-
zia, partilhou o irmo jesuta Francisco
Jnior, responsvel por acompanhar as
aes no novo espao.
Com o MAGIS Trindade, a Par-
quia Santa Luzia contar com a oferta
de formao e acompanhamento para
os jovens de suas comunidades, tendo
em vista a promoo da justia e o se-
guimento da pessoa de Jesus Cristo. A
chegada de mais um Espao MAGIS em
nossa Rede Inaciana de Juventude, cha-
mada de Programa MAGIS Brasil, mo-
tivo de grande alegria e motivao para
ns, jesutas e colaboradores do progra-
ma, afirma padre Jonas.
A alegria ressaltada pelo jesuta
compartilhada pelos jovens da Pa-
rquia. A coordenadora paroquial de
juventude, Michelle Martins, destaca
o que os jovens podem esperar desse
trabalho nas comunidades. Alm da
costumeira dedicao e alegria, caracte-
rsticas marcantes de nossa juventude,
a parquia pode esperar mais unidade,
dilogo, protagonismo e articulao
em rede, aes presentes na estrutura
do Programa MAGIS, diz Michelle.
PRXIMOS ENCONTROS MAGIS
6 a 9 de setembroCentro-Oeste
Nordeste
12 de outubro
Sul
15 a 18 de novembroNorte
-
26 27Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
OLHARES UNIVERSITRIOSSOBRE A LAUDATO SI
O peridico Dignidade Re-Vista contar, em sua 5 edio, com artigos acadmicos sobre o tema Olhares universitrios sobre a
Laudato Si. Para isso, a revista eletr-
nica est convidando universitrios
de todos os cursos a apresentarem re-
flexes e abordagens diversas tendo
como base a encclica do Papa Fran-
cisco, divulgada em 2015. A Laudato S aborda questes contemporneas
que impactam a juventude. A carta
de Francisco chama a ateno para o
perigo que o planeta corre, lembra a
advogada Elaine de Azevedo Maria,
coordenadora editoria da Dignidade
Re-Vista, acrescentando que a im-
portncia desse documento levantar
questes atuais sobre a ntima relao
entre a desigualdade social e a fragili-
dade do planeta, bem como a necessi-
dade de uma viso sistmica de mundo.
Com periodicidade semestral, a
Dignidade Re-Vista uma publicao
da Pastoral Universitria Anchieta da
Pontifcia Universidade Catlica do
Rio de Janeiro (PUC-Rio). A revista
tem o objetivo de estimular o deba-
te interdisciplinar sobre os Direitos
Humanos e valores ticos, humanos
e cristos. Sabemos que a univer-
sidade tem uma linguagem prpria,
por isso usamos os artigos acadmi-
cos com o intuito de fazer com que
o estudante reflita sobre temticas
ligadas aos Direitos Humanos, ex-
plica Elaine.
O universitrio Guilherme Borba
Neumann, 22 anos, participar da 5 edio da Dignidade Re-Vista. Forma-
do em Biologia e cursando o segundo
semestre do Mestrado em Inform-
tica, o estudante conta que decidiu
escrever seu artigo acadmico por-
que o tema Laudato Si desperta seu
interesse h tempo. Segundo ele, po-
sicionamentos como o do Papa Fran-
cisco tm sido fundamentais para
que cristos, e at mesmo no cris-
tos, mudem o olhar sobre a questo
socioambiental. Como bilogo, fico
muito feliz com a repercusso da en-
cclica e com o papel que ela tem de-
sempenhado na sociedade contem-
pornea. Para mim, de forma clara,
objetiva e cativante, a encclica toma
para si o papel da divulgao cien-
tfica no contexto socioambiental e
leva ao mundo a urgncia do amor
casa comum. Por isso eu decidi es-
crever para a Dignidade Re-Vista, pois
uma oportunidade de discutir te-
mas to centrais nas cincias huma-
nas, naturais e, at mesmo, exatas,
diz o estudante.
A LAUDATO S ABORDA QUESTES CONTEMPORNEAS QUE IMPACTAM A JUVENTUDE [...]Elaine de Azevedo Maria
Lanamento da Dignidade Re-Vista: presena do ex-vice reitor da PUC-Rio, Pe. Francisco Ivern Sim, SJ, e da professora do Departamento de Cincias Sociais, Snia Maria Giacomini
-
26 27Em Em
PARCERIA UNICAP E ANEC:CURSOS DE EXTENSO EM EAD
A Unicap (Universidade Cat-lica de Pernambuco) e a Anec (Associao Nacional de Edu-cao Catlica do Brasil) firmaram
uma parceria para oferecer cursos de
extenso na modalidade de Educao
a Distncia (EaD), nas reas do Ensi-
no Religioso e Educao Inclusiva.
Somente a Unicap vai disponibilizar
10 cursos, sendo cinco com incio j no ms de maio, mais trs em junho e
outros dois em agosto.
O coordenador da EaD da univer-
sidade, Prof. Walter Avellar, explica
que h uma grande demanda por for-
mao e especializao de profissio-
nais que atuam nas obras catlicas no
Brasil. Aproveitamos a nossa experti-
se e conhecimento para oferecer ver-
ses em extenso das disciplinas da
graduao em Cincias da Religio,
com nfase no Ensino Religioso, que
ser lanada no segundo semestre
tambm em EaD.
Avellar faz parte de um Grupo de
Trabalho (GT) de EaD que rene ges-
tores de ensino a distncia de insti-
tuies associadas Anec. Alm da
Unicap, outras instituies esto ofe-
recendo cursos na modalidade EaD,
em outras reas do conhecimento.
As capacitaes tm como pblico-
-alvo educadores, agentes de pasto-
ral e representantes das entidades do
terceiro setor. H opes gratuitas ou
pagas. Associados Anec tm 20% de desconto no valor total.
Veja, abaixo, a lista completa dos cursos de extenso EaD da parceria da Unicap e Anec:
rea Ensino Religioso: Currculo e Didtica em Ensino Religioso Experincia Religiosa como Processo Humanizante Introduo aos Princpios Sagrados das Religies Afro-brasileiras O Encontro da Cincia e Tecnologia com a Religio 2 turma O Sagrado, o Humano e as Religies Pedagogia Transformadora, Tradies Religiosas e Dilogo Religio, Cultura e Educao Textos e Narrativas Sagradas Ensino Religioso Legislao e Epistemologia
rea Educao Inclusiva: Contexto e Prticas na Educao Inclusiva
Mais informaes, acesse www.unicap.br/ead
CURSOS OFERECIDOS
AS CAPACITAES TM COMO PBLICO-ALVO EDUCADORES, AGENTES
DE PASTORAL E REPRESENTANTES DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR.
-
28 29Em Em
COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F
JORNADAS TEOLGICAS DO RECIFE
A busca pela reaproximao dos movimentos populares foi o tom das discusses da Jorna-da Teolgica do Recife, no dia 23 de abril. O encontro marca a retomada de
uma ao histrica da Arquidiocese
de Olinda e Recife no final dos anos
1990. Realizado na Unicap (Universi-dade Catlica de Pernambuco), no au-
ditrio que leva o nome daquele que
inspirou a iniciativa, Dom Hlder C-
mara, o evento contou com a presena
de representantes da Igreja Catlica e
de vrias instituies.
A organizao das Jornadas Teolgi-
cas tem a participao do Instituto Hu-
manitas, da Unicap (Universidade Cat-
lica de Pernambuco); da Ctedra Unesco/
Unicap Dom Hlder Cmara de Direitos
Humanos; do Idhec (Instituto Dom Hl-
der Cmara); e da Igreja Nova. Tivemos o
cuidado de entrar em contato com as en-
tidades ligadas a Dom Hlder para propor
esta retomada das Jornadas. Nesta fase,
vamos difundir o pensamento do Papa
Francisco, contou o coordenador da C-
tedra, professor Manoel Moraes.
O formato dinmico e interativo do
evento privilegiou a participao do
pblico presente. Nesse primeiro en-
contro, a troca de ideias teve como base
os princpios da Carta de Santa Cruz de
La Sierra (2015), resultado do dilogo do Papa Francisco com os movimen-
tos populares, em sua visita Bolvia.
O professor Manoel Moraes lembrou
que, nesse documento, o Papa defende
a tese dos trs T: terra, teto e trabalho.
Outro trecho emblemtico do discur-
so do Pontfice quando ele pede que
cada um, repitamos a ns mesmos do
fundo do corao: nenhuma famlia
sem teto, nenhum campons sem ter-
ra, nenhum trabalhador sem direitos,
nenhum povo sem soberania, nenhu-
ma pessoa sem dignidade, nenhuma
criana sem infncia, nenhum jovem
sem possibilidades, nenhum idoso
sem uma veneranda velhice.
FIQUE ATENTOOs encontros so abertos ao pblico. As prximas Jornadas Teolgicas acontecero:
24 de setembro
22 de outubro
Mais informaes: (81) 2119-4146
Acesse o link abaixo e leia a ntegra do documento:https://bit.ly/2HvydWQ
O FORMATO DINMICO E INTERATIVO DO EVENTO PRIVILEGIOU A PARTICIPAO DO PBLICO
-
28 29Em Em
NA PAZ DO SENHORPE. JOS FRANCISCO SILVEIRA MONTENEGROPor Pe. Carlos Henrique Mller e Pe. Incio Spohr
Padre Jos Montenegro nasceu em Cruz Alta (RS), em 14 de mar-o de 1923, e foi batizado oito dias depois na Parquia Divino Esp-
rito Santo. Filho de Euclides da Rocha
Montenegro e Jovelina Silveira, anos
mais tarde, mudou-se com a famlia
para Porto Alegre (RS), onde estudou
no Colgio Anchieta.
Ingressou na Companhia de Jesus,
em Pareci Novo (RS), em 28 de feverei-ro de 1943, onde emitiu os primeiros votos em 1945. Fez os estudos de Hu-manwidades e Retrica no Juniorado,
tambm em Pareci Novo, e Filosofia
no Colgio Cristo Rei, em So de Leo-
poldo (RS). Depois, foi para o perodo
de Magistrio. Recebeu a misso de
ser professor de Cincias, Portugus
e Religio no Colgio Catarinense, em
Florianpolis (SC), de 1950 a 1952. De 1953 a 1956, estudou Teologia no
Colgio Cristo Rei, preparando-se para
o sacerdcio. Foi ordenado presbtero,
em 12 de dezembro de 1955. A formao do Pe. Montenegro foi concluda em
1957. Em 1958, incorporou-se, definiti-vamente, na Companhia de Jesus.
Em 1959, recebeu a misso de atu-ar como Orientador Espiritual e Pro-
fessor no Curso Ginasial do Colgio
Catarinense. Depois, foi enviado a
Porto Alegre, onde trabalhou, de 1959 a 1961, no Colgio Ancheta, como pre-feito-geral de disciplina e diretor dos
esportes. Tambm foi professor de
Religio e acompanhou os escoteiros
como assistente religioso.
Voltou ao Colgio Catarinense, de
1962 at 1977, assumindo vrias fun-
[...] SEMPRE DESTACOU-SE POR SUA FIDELIDADE VIDA RELIGIOSA NA COMPANHIA DE JESUS, SEU AMOR AO SACERDCIO EM MEIO S PROVAESE DIFICULDADESNA MISSO [...]
es. Entre 1979 e 1996, o jesuta foi o titular da Parquia Santa Teresinha,
em Campina da Lagoa (PR). Atendia
Parquia e s comunidades rurais
e, alm disso, grupos de casais e cur-
silhistas. Dava assistncia Congre-
gao Mariana e, com a ajuda do Ad-
veniat, construiu um grande centro
pastoral de juventude na cidade. De
Campina da Lagoa foi para Ubirat
(PR), como capelo do Centro Voca-
cional e vigrio na Parquia local.
De volta a Florianpolis, foi capelo
da Casa de Retiros Vila F tima e auxi-
liar do reitor da Igreja Santa Catarina
de Alexandria, junto ao Colgio Catari-
nense (1998). Por breves perodos, traba-lhou em Nova Trento, Salvador do Sul e
Florianpolis. Em 2009, foi enviado ao Instituto So Jos, em So Leopoldo,
para cuidar de sua sade. Mesmo ali,
ocupava-se com alguns trabalhos. Ficou
vrios anos em cadeira de rodas, sofren-
do com muitas dores.
COMPANHIA DE JESUS NA PAZ DO SENHOR
Pe. Montenegro faleceu em 16 de
maro de 2018, com 92 anos de vida e 75 anos de Companhia. O jesuta sem-pre destacou-se por sua fidelidade
vida religiosa na Companhia de Jesus,
seu amor ao sacerdcio em meio s
provaes e dificuldades na misso
que lhe foi confiada.
Ento Superior Geral da Compa-
nhia, Pe. Peter-Hans Kolvenbach, em
carta de felicitaes pelo jubileu de
ouro de vida religiosa do Pe. Monte-
negro, exaltou e agradeceu sua de-
dicao apostlica e fidelidade. Pe.
Joo Roque Rohr, em carta enviada
na mesma ocasio, como provincial,
o agradeceu pela dedicao ao apos-
tolado nos diferentes lugares em que
esteve e lembrou, com carinho, da
dedicao ao movimento Escoteiro.
Temos, no Pe. Montenegro, mais um
intercessor pela nossa Provncia, jun-
to ao Pai.
-
30 31Em Em
COMPANHIA DE JESUS NA PAZ DO SENHOR
NA PAZ DO SENHORPE. LUIZ PECCI Por Pe. Carlos Henrique Mller e Pe. Paulo de Arruda DElboux
Padre Luiz Pecci nasceu em Nova Friburgo (RJ), em 2 de abril de 1926. Filho de Alberto Pecci e de Carmela Grippi Pecci, viveu sua
infncia na cidade serrana. Depois do
ensino fundamental, fez os estudos
ginasial e colegial na Escola Apost-
lica Nova Friburgo.
Em 1 de fevereiro de 1943, entrou para o Noviciado da Companhia de Je-
sus em Nova Friburgo, onde emitiu os
votos do binio em 1945. No Colgio Mximo Anchieta, localizado na mes-
ma cidade, fez estudos em Humanida-
des no Juniorado, de 1945 a 1947, e os estudos filosficos, entre 1948-1950.
O perodo de Magistrio, que
ocorre entre os estudos filosficos e
teolgicos, no caso do Pe. Pecci, foi
vivido nos Colgios Santo Incio, do
Rio de Janeiro (RJ), e So Lus, de So
Paulo (SP), de 1951 a 1953. Sua formao teolgica foi adqui-
rida durante o perodo de 1954 a 1957, no Colgio Mximo So Miguel, na
cidade de Buenos Aires (Argentina), e
no Colgio Cristo Rei, em So Leopol-
do (RS). Em 22 de dezembro de 1956, aps concluir o terceiro ano de Teolo-
gia, Pe. Pecci foi ordenado sacerdote.
Em 1960, em Trs Poos, Pinheiral (RJ), concluiu sua formao jesutica,
na Terceira Provao, que levou a sua
incorporao definitiva na Compa-
nhia de Jesus, com a profisso solene,
em 2 de fevereiro de 1962.Conhecido pelas inmeras de-
monstraes de bondade, amor ao
prximo e sorriso acolhedor, Pe. Pecci
JOVIAL, OTIMISTA, PROCURAVA SEMPRE ATENDER OS QUE O PROCURAVAM. CATIVAVA AS PESSOAS PELO SEU SORRISO, ACOLHIMENTO AFVEL, ESPECIALMENTE, DOS PROFESSORESE ALUNOS.
foi secretrio-geral da PUC-Rio (Pon-
tifcia Universidade Catlica do Rio
de Janeiro); reitor dos colgios Santo
Incio (Rio de Janeiro/RJ), dos Jesu-
tas (Juiz de Fora/MG), So Francis-
co Xavier (So Paulo/SP) e Anchieta
(Nova Friburgo/RJ). Neste ltimo, por
dois perodos, de 1966 a 1969 e de 1989 a 1992. Nessa mesma instituio, foi orientador espiritual e, nos anos 1970, responsvel pelo ingresso de meninas
no Colgio.
Alm da contribuio imensa na
educao e na vida espiritual de crian-
as, jovens e adultos, realizava outras
atividades pastorais, batizados e ca-
samentos. Proclamava a existncia de
Deus, ao qual servia incondicional-
mente. Por inmeras vezes, esteve
frente do Encontro de Pais com Cristo
(EPC) e ajudou, pastoralmente, diver-
sas parquias onde esteve.
O Padre Peter-Hans Kolvenbach,
por ocasio do jubileu de ouro do Pe.
Pecci, escreveu carta lembrando e
agradecendo pela dedicao ao apos-
tolado da educao e pelo esforo de
total dedicao ao Evangelho.
Em 9 de maro, Pe. Luiz Pecci fa-leceu com 92 anos de idade e 75 anos de Companhia de Jesus. Dedicou sua
vida trabalhando na educao, nos
diversos colgios da antiga Provncia
do Centro-Leste. Era muito estimado
pelos companheiros jesutas e por
todos que o conheciam. Jovial, oti-
mista, procurava sempre atender os
que o procuravam. Cativava as pes-
soas pelo seu sorriso, acolhimento
afvel, especialmente, dos profes-
sores e alunos. Faz parte da galeria
dos jesutas que, em seus reitorados,
projetaram a Companhia de Jesus
na misso educativa dos colgios da
Provncia.
-
30 31Em Em
AGENDA
Casa de Retiros Vila KostkaTema Iniciao experincia dos EE de Santo Incio e Princpio e FundamentoOrientadores Renata Lagrotta Franco / Ben MassaroLocal Indaiatuba (SP)Site www.itaici.org.brTel.: (19) 2107-8501
Centro MAGIS Inaciano da JuventudeLocal Fortaleza (CE) Site www.cijmagis.comTel.: (85) 3231-0425
Centro MAGIS BurnierLocal Braslia (DF) Facebook www.facebook.com/CentroMagisBurnierTel.: (61) 3426-0400
Centro de Espiritualidade Cristo Rei CECREI Local So Leopoldo (RS)Orientador Dom Paulo de ContoSite www.cecrei.org.brTel.: (51) 3081-4200
AnchietanumLocal So Paulo (SP)Site www.anchietanum.com.brTel.: (11) 3862-0342 / 96465-1414
Centro Loyola de F e Cultura PUC-RioTema Mindfulness e a Espiritualidade Inaciana conscientizao e meditaoPalestrantes Pe. Jos Maria Fernandes, SJ, e Montednio Local Rio de Janeiro (RJ)Site www.centroloyola.puc-rio.brTel.: (21) 3527-2010
CEPAT (Centro de Promoo de Agentes de Transformao)Tema A centralidade da tica em prol de umanova sociedadeAssessor Jonas Jorge da Silva (CEPAT) Local Curitiba (PR) E-mail [email protected].: (41) 3349-5343/3288-2651
Centro Loyola de F, Cultura e Espiritualidade de GoiniaTema Jesus e o incio do CristianismoProfessor Alberto da Silva Moreira (PUC-GO)Local Goinia (GO)Site centroloyola.com.brTel.: (62) 3251-8403
JUNHO2
7
9
4, 11, 18 E 25
15 A 17
18 A 22
23
24
30
Casa MAGIS ManresaLocal Cascavel (PR) Site www.casamanresa.wix.com/siteTel.: (45)3323-3648
CINE FRUM
GRUPO DE ESTUDO
CICLO DE DEBATES
WORKSHOP
EXERCCIOS ESPIRITUAIS PARA LEIGOS - EEL1
SEMANA DE ORAO ACOMPANHADA(PROJETO DE VIDA)
MISSA DA JUVENTUDE E SO JOO
DIAS DE ORAO
CICLO DE FORMAO E DEBATE EM DEMOCRACIA, VIOLNCIA E DIREITOS HUMANOS
-
32 ATEm Em