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ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA P. Humberto Robson de Carvalho

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ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA

P. Humberto Robson de Carvalho

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A espiritualidade é

um tema que

desperta interesse e

fascínio em todos

nós. É uma palavra

muito usada, porém

difícil de definir.

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“O que é espiritualidade? Eis uma pergunta queme fiz a vida toda e ainda paira inquietação emmeu coração. É como o nome de Deus, tãovulgarmente pronunciado por nós e, no entanto,impenetrável... A espiritualidade constitui ofundamento, a base, a motivação de nossa vidainterior, subjetiva... a espiritualidade é o nossoverdadeiro eu, que muitas vezes nãoconseguimos vivenciar”.

BETTO, F. Fome de Deus. Fé e espiritualidade no mundo atual. São Paulo: Paralela, 2013, p. 17.

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Pode-se afirmar que a espiritualidade cristã é avivência da fé e do agir de todos os dias, sob aação do Espírito Santo. É uma realidadeinterior que nos impulsiona a fazer o bem e atransformar o que necessita ser transformado.É um estilo de vida marcado pela busca deDeus, por meio de Jesus Cristo morto eressuscitado, que deve ser construídocotidianamente com perseverança, otimismo,compromisso e santidade.

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A espiritualidade

está no modo de ser,

viver, falar e agir.

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Entre outros elementos fundamentais para avivência humano-cristã, o catequista precisade uma sólida vida espiritual. É necessárioque seja uma pessoa de espiritualidade. Parao exercício de sua missão profética,ministerial e educativa tem de assumir seuchamado com entusiasmo e como realizaçãoplena de sua vocação batismal.

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“Uma espiritualidade pode chamar-secristã quando existe um relacionamentopessoal com Deus, através de JesusCristo, em base do Evangelho, comrecurso explícito à oração e aossacramentos, tendo como fonte de suaética o amor ao próximo”.

MATOS, H.C.J., SATLER, F. Iniciação à Espiritualidade cristã para leigos. Belo Horizonte: Editora O Lutador, 2008, p. 12.

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“Um dos temas centrais da formação do catequista é a

sua espiritualidade: ela brota da vida em Cristo, que se

alimenta na ação litúrgica e se expressa a partir da

própria atividade de educador da fé, da mística

daquele que está a serviço da Palavra de Deus. É uma

espiritualidade bíblica, litúrgica, cristológica,

trinitária, eclesial, mariana e encarnada na realidade

do povo”.CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Diretório Nacional de Catequese. Brasília: Publicações da CNBB, 2006, n. 13k.

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A espiritualidade do catequista marca o seu próprioser e, por isso, ele vive a totalidade de suas açõesnuma atitude de fé e comprometimento com opróximo. A espiritualidade colaborará na vida docatequista a ponto de ser ele o mistagogo.

A vida espiritual do catequista permitirá que ele, àluz do Senhor ressuscitado, motive e incentive ocatequizando a ter o seu encontro pessoal com oSenhor.

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Espera-se que o catequista seja umapessoa capaz de perceber a presença deDeus nas atividades humanas e nosacontecimentos da história, que saibaenxergar todas as pessoas,particularmente as que estão nocaminho da iniciação à vida cristã, comos olhos ternos e misericordiosos deDeus.

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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

A RESPEITO DA ESPIRITUALIDADE

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Todo o ser humano é chamado a uma vidaespiritual, a viver sua própria santidade. Asantidade é a vontade de Deus desejada paratodos os seus filhos, particularmente oscatequista. O programa de vida de Jesusmanifestado por ocasião do seu discurso nasinagoga de Nazaré impulsiona o catequista nasua missão profética. As bem-aventuranças sãotambém modelo da espiritualidade do catequista.

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A palavra espiritualidade vem de Spiritus,ou do verbo spirare = soprar. Aespiritualidade é uma “força” que nosmotiva a viver de corpo e alma, e por issonos envolve inteiramente. O Espírito é oque há de mais profundo, forte e verdadeiroem nós. É o que nos impulsiona a viverplenamente. “Eu vim para que todostenham vida, e a tenham plenamente”.

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Para a Escritura a experiência espiritual é a vivência em

Deus. Deus é o primeiro e o último de toda

espiritualidade. A experiência espiritual é dinâmica e

envolve o ser como um todo. Podemos mencionar as

diversas dimensões da espiritualidade bíblica: graça, fé,

moral e louvor. A experiência espiritual bíblica atinge o ser

humano em sua realidade total: fé, vida, liturgia, justiça,

etc.. Nunca separa o profano do religioso, nem o elimina,

mas fecunda-o e santifica-o.

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A espiritualidade é a força que Deus nos dá paranos mantermos fiéis aos compromissos pessoais ecomunitários voltados para a transformação dasociedade em vista do bem comum.

Espiritualidade é um jeito de viver, uma maneira deser livre e sintonizado com as coisas de Deus, daIgreja, da família, da natureza e do mundo à luz doEspírito Santo. É uma necessidade vital para todasas pessoas, principalmente para os educadores dafé.

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“A espiritualidade cristã na sua essência é

sempre trinitária: refere-se ao Pai, fonte e

destino de todo bem; ao Filho, o Deus

encarnado, que na sua pessoa histórica nos

revela os desígnios de salvação do Pai; ao

Espírito Santo, a terceira Pessoa divina, que faz

com a obra redentora de Cristo se torne uma

realidade viva e atual na existência”.MATOS, H.C.J. ; SATLER, F. A. Iniciação à Espiritualidade cristã para leigos. Belo Horizonte: O Lutador, 2008, p. 11.

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Neste horizonte, a espiritualidade é um estilode vida marcado pela busca de Deus, por meiode Jesus Cristo, no Espírito Santo, e quecotidianamente – com perseverança, otimismoe santidade – vai se desenvolvendo. Quandovivenciada intensamente, ela marca o cristãocatequista e o impulsiona a viver a totalidade desuas ações numa atitude de fé ecomprometimento com o próximo, pois somostodos filhos de um mesmo Pai.

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A vida espiritual do catequista permitirá queele, à luz de Jesus de Nazaré, morto eressuscitado, torne-se um autêntico discípulomissionário assumindo o compromisso detransformar a sociedade e o mundo naperspectiva da “civilização do amor”. Dessaforma, a nossa vida, uma vez alicerçada noSenhor da Vida e da História, se identificarácom a vida nova em Deus. Vivemos por Ele epor Ele tudo fazemos.

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É importante lembrar que no cristianismo há várias formas de

viver a espiritualidade. Cada um pode escolher e viver o modelo

que mais se adapta às características pessoais. Há a

espiritualidade vivida pelo leigo, pelo padre diocesano, pelos

padres religiosos, pelos monges, pelas consagradas. Os

religiosos, possuem uma espiritualidade que herdaram de seus

fundadores. Assim, salesianos, paulinos, franciscanos, jesuítas,

redentoristas, carmelitas, maristas, saletinos, dehonianos, entre

outros, possuem todos eles uma maneira de viver a

espiritualidade. No entanto, o centro e o modelo de toda e

qualquer espiritualidade é Jesus Cristo, Mestre e Senhor.

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A expressão espiritualidade como entendemos hoje é de

certo modo moderna. Começa a aparecer por volta do

século XII. Somente a partir do século XVII é utilizada

para designar as relações afetivas com Deus. Foi São

Francisco de Sales quem a formulou dessa maneira. A

disciplina Espiritualidade foi instituída pela primeira vez

em Roma, a partir de 1917. Foram os frades dominicanos,

seguidos pelos jesuítas, franciscanos e carmelitas que

deram grandes contribuições para o conhecimento da

espiritualidade.

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O Concílio Vaticano II insiste que todo batizado é chamado a

viver a santidade e afirma também que a espiritualidade é a

força que Deus nos dá para nos mantermos fieis aos

compromissos pessoais e comunitários voltados para a

transformação do mundo e do bem comum.

É importante considerar que a espiritualidade não consiste

simplesmente realização de exercícios espirituais, de orações

preestabelecidas ou espontâneas, mas num modo de ser e de

viver de acordo com Jesus Cristo, Mestre e Senhor, a Palavra de

Deus e os ensinamentos da Igreja.

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Para responder:

1. Por que a Igreja insiste em afirmar que a espiritualidadecristã é essencialmente trinitária?

2. O Concílio Vaticano II afirma que todo batizado échamado a viver a santidade. Como traduzir na vida de todoo dia o compromisso e a espiritualidade herdada noBatismo?

3. Em que essas considerações que você acabou de lercontribuiu para uma melhor compreensão a respeito daespiritualidade cristã?

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Elementos fundamentais da

Espiritualidade do catequista

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São considerados elementosfundamentais de espiritualidadealgumas dimensõesindispensáveis na vida docatequista para que ele possaviver autenticamente ochamado de Deus em sua vida ena comunidade. Vejamos quaissão elas:

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1. JESUS CRISTO, MESTRE E SENHOR

A fonte original e fundamental daespiritualidade cristã é Jesus Cristo. Ele é acabeça dos que são chamados a participarda vida de Deus. É por meio de Dele quechegamos ao Pai. Não existeespiritualidade cristã sem a pessoa de JesusCristo.

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Jesus Cristo é a plenitude da revelação deDeus. O discipulado e o seguimento de Jesussão as dimensões mais importantes daespiritualidade cristã.

O ponto de partida e de chegada daespiritualidade cristã é o encontro com apessoa de Jesus Cristo. Ele é o “caminho, averdade e a vida”. Por isso, todaespiritualidade fundamenta-se na opção e naprática de Jesus.

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O seguimento de Jesus Cristo define ocatequista. A originalidade e autenticidade daespiritualidade cristã baseiam-se noseguimento daquele que Deus por amor, comamor e no amor, nos deu como presente, oFilho amado. O seguimento de Jesus Cristonos ensina que, quanto mais humanosformos, mais perto de Deus chegaremos emais santos seremos.

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O seguimento de Jesus, em sua Páscoa, vive-se no dia-a-dia da história pessoal ecomunitária de cada um de nós. É o processodo amor, da conversão, do compromisso, dafidelidade e da solidariedade no qual ocatequista experimenta no cumprimento damissão catequética. Todo sofrimento humano,à luz da Páscoa do Senhor, é transformado emesperança, otimismo e vida nova.

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À medida que vamos seguindo o Cristo morto eressuscitado, seu Espírito que habita a Igreja, querenova e transforma a face da terra nos inspira aficarmos mais parecidos com Ele, compreendendoe atualizando em nossa vida o projeto de Jesus,Mestre e Senhor.

“A espiritualidade do “avental e da toalha” nãopode ser só da quinta-feira santa, mas si de todosos dias. Somos chamados para servir”.

SCIADINI, P. Espiritualidade do avental. São Paulo: Loyola, 2007, p. 73.

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O seguimento de Jesus, em sua Páscoa, vive-se no diaa dia da história pessoal e comunitária de cada um denós.

Assim alicerçada no Cristo ressuscitado, a vida docatequista faz dele uma nova criatura capaz de sersinal visível e portador do amor de Deus no mundo.Somos transformados de tal maneira que, apesar dasdificuldades e problemas que possamos carregar emnossa história de vida, passamos a ver o mundo e aspessoas com os “olhos de Deus”, isto é, com ternura,bondade, gratidão, compaixão e misericórdia.

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2. A PALAVRA DE

DEUS

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2. A PALAVRA DE DEUSO catequista deve amar a Palavra de Deus.A Bíblia é o espelho pela qual vemos a nossavida e a vida de todas as pessoas confiadas anós por meio do ministério catequético. ABíblia tem de fazer parte da espiritualidadedo catequista. É a principal fonte deespiritualidade. É com o recurso à Palavrade Deus que o catequista vai orientar oscatequizandos.

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O catequista lê a Bíblia a partir da fé em Jesus Cristoressuscitado, vivo e presente no meio de nós.

A Bíblia deve ser lida também com o coração daIgreja. Durante vários séculos a Igreja teve receio decolocar a Bíblia na mão do seu povo. Há algumasdécadas, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, aIgreja tem valorizado cada vez mais a Palavra de Deus.O Concílio confirmou a centralidade da Palavra navida e na missão da Igreja. Convocou todos os fiéis afazerem a experiência do mistério de Deus mediantesua Palavra.

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“São Jerônimo recorda que, sozinhos, nunca poderemos ler a

Escritura. Encontramos demasiadas portas fechadas e caímos

facilmente num erro. A Bíblia foi escrita pelo povo de Deus e

para o povo de Deus, sob inspiração do Espírito Santo.

Somente com o “nós”, isto é, nesta comunhão com o povo de

Deus, podemos realmente entrar no núcleo da verdade que o

próprio Deus nos quer dizer... Uma autêntica interpretação da

Bíblia dever estar em harmônica concordância com a fé da

Igreja Católica”.

BENTO XVI. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini sobre a Palavra de Deus na vida e na

missão da Igreja. São Paulo: Paulinas, 2010, n. 30.

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O catequista compreende que os livros da SagradaEscritura resultam da tradição oral e que não deve vê-loscomo se fossem histórias factuais. Entende que a leiturabíblica exige contextualização da narrativa, qualquerque seja o assunto tratado. Cuida em não perder de vistaque a preocupação dos autores sagrados é com amensagem, e que o texto, em seu contexto, deve estar aserviço dela.

A Palavra de Deus é o alimento cotidiano que sustenta avida espiritual do catequista capacitando-o para amissão profética e mistagógica no ministério confiado.

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“Encontramos Jesus na Sagrada Escritura,lida na Igreja. A Sagrada Escritura,“Palavra de Deus escrita por inspiração doEspírito Santo”, é, com a Tradição, fontede vida para a Igreja e alma de sua açãoevangelizadora. Desconhecer a Escritura édesconhecer Jesus Cristo e renunciar aanunciá-lo”.

CELAM. Documento de Aparecida. São Paulo: Paulus, 2002, n.247.

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A Igreja tem recomendado aos seus fiéis a “Leitura Orante” da

Bíblia. A “Leitura Orante” ou “Lectio Divina” é um método de

leitura bíblica que propicia o conhecimento e o encontro pessoal

com Deus. É um modo de ler a Bíblia que se fundamenta em

motivos de fé e exprime a busca apaixonada pelo Senhor da vida. É

um processo que nos leva à meditação, à oração, à contemplação e

à transformação de cada um de nós.

A leitura orante é uma experiência autenticamente litúrgica. E é

também mistagógica, isto é, ajuda a entrar no mistério de Cristo,

Mestre e Senhor, e a ter com ele um encontro pessoal.

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3. A EUCARISTIA

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3. A EUCARISTIAA Eucaristia é a fonte e o cume de toda vida cristã. Do mistério

pascal de Cristo nasce a Igreja. Por isso mesmo que é o

sacramento por excelência do mistério pascal. Está colocada no

centro da vida da Igreja.

“A Igreja vive da Eucaristia...Com efeito, na “santíssima

eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto

é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa”.JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja. São Paulo: Paulinas, 2013, n. 1-2.

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Do mistério pascal de Cristo nasce a Igreja. Por isso mesmoé o sacramento por excelência do mistério pascal. Estácolocada no centro da vida da Igreja. O catequista que viveintimamente ligado ao Senhor da Vida e da História tem dese alimentar da Santíssima Eucaristia para que a sua vidaseja plenamente vida no Senhor.

“Na Eucaristia, assumimos Deus em nossa vida, assimcomo o projeto de Deus como Igreja-comunidade.Comendo e bebendo o corpo e o sangue do Senhortornamo-nos hóstias vivas na construção de um mundomais humano, solidário e fraterno”.

CARVALHO, H.R. Missa: celebração do mistério pascal de Jesus, São Paulo, Paulus, 2014, p. 62.

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A participação do catequista na comunhãoeucarística deve transformar a sua vida porinteiro. A Eucaristia nos conduz aocaminho da unidade; o catequista caminhaseguindo as orientações e diretrizes daIgreja do Brasil e da Igreja local. Ocatequista está sempre sintonizado com aação pastoral da paróquia. O Corpo eSangue do Senhor nos impulsionam a sentire a amar a igreja.

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A Eucaristia é sinal de compromisso com Cristo, comsua Igreja e com os irmãos. Receber a comunhão é omesmo que “assinar” um documento em que se afirmaa responsabilidade com a prática da justiça, dafraternidade, da solidariedade, da bondade para comtodos os seres humanos, sobretudo com os queconvivem conosco em casa, no trabalho, na escola, naIgreja e em todos os lugares e circunstâncias.

O catequista participa da celebração da Eucaristia comoato central de sua vida, alimentando a sua vida deoração, de contemplação e ação encarnada na vida dopovo amado de Deus.

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4. A ORAÇÃO

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4. A ORAÇÃO

A palavra oração cuja origem provém do latim (orare),significa falar, dizer. Traduzindo para a vida espiritualpodemos compreender como palavra que dirigimos a Deuspara louvar, agradecer ou suplicar.

A oração é dom de Deus. É uma graça. A oração cristã épor natureza cristocêntrica. Onde quer que esteja o cristãoa sua oração ele o faz em virtude de sua incorporação emCristo pelo batismo no contexto do mistério pascal.

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A oração é indispensável na vida do catequista.Ela é como respiração da nossa fé: sem aoração somos como que “um motor semcombustível” ou uma “planta sem água”.

O catequista deve procurar seu ritmo de oração:haverá momentos em que se rezará sozinho oucom a família; em outras circunstâncias, rezarána comunidade. É importante que o catequistatenha um momento diário de oração pessoal.

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Há várias formas de oração. A tradição da Igreja conservou trêsexpressões principais da vida de oração: a vocal, a meditação e acontemplação. A oração vocal é aquela em se pronuncia verbalmentealgumas fórmulas já estabelecidas pela Igreja, por exemplo a oraçãoque o próprio Jesus nos ensinou, o Pai-nosso, o terço, ou ainda outrasrezadas espontaneamente. A meditação, ou a oração mental, consistena busca orante em que se põe em ação o pensamento, a imaginação, aemoção e o desejo.

Meditar é dialogar, falar com Deus e deixar que Ele fale também. Acontemplação se realiza pela escuta sincera e fiel à Palavra de Deus e aopróprio Deus. Contemplar é olhar fixamente para Jesus. “Eu olho paraEle e Ele olha para mim”, disse um camponês certa vez a São JoãoMaria Vianney em oração diante do Santíssimo.

Todo catequista tem de saber rezar com os catequizandos. Rezardiante deles, rezar por eles e também ensiná-los a rezar.

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5. A CRUZ

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5. A CRUZA cruz é o sinal de nossa pertença a Cristo. A cruz é o símbolo docristão. É o selo por nós recebido no dia do batismo. Instrumentode vergonha, desespero e loucura para os judeus, de estupidez paraos gregos, a cruz tornou-se para nós, segundo o apóstolo Paulo,obra salvadora de Cristo.

“O sinal da cruz riscado na testa é um dos ritos mais antigos daIgreja cristã. São Basílio menciona-o, junto com a oração dirigidaao Oriente, entre as tradições não escritas que vêm dos apóstolos. Osinal da cruz aparece primeiro nos ritos batismais. É seu uso maisarcaico.”

DANIÉLOU, J. Símbolos cristãos primitivos. Porto Alegre: Kuarup, 1993, p. 125.

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Desde o início do cristianismo a cruz foi adotadacomo símbolo da fé. Os primeiros cristãoscompreenderam como expressão de piedade,compaixão e veneração. Foi através da cruz que Jesusnum gesto de extrema humildade, solidariedade ecomprometimento sacrificou a sua vida pela nossasalvação.

Compreendemos também a cruz como asdificuldades, os conflitos e os sofrimentos de todo serhumano. “Se alguém quer me seguir, renuncie a simesmo, tome a sua cruz e me siga”.

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Nesse sentido, a cruz é parte integrante da vida docatequista. Carregar a cruz é enfrentar, com as mesmasdisposições de Jesus, o sofrimento, a perseguição e atémesmo a morte por causa do Reino de Deus, é serperseverante e esperançoso nos momentos mais difíceis davida.

A cruz para o catequista é um sinal de esperança e vitória.Na pessoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado somoscomo Ele sinais e portadores da graça e do bem quedevemos realizar em todas as circunstâncias da vida nosentido de realização e transformação daquilo quenecessita ser mudado e transformado na vida e na históriadaqueles que se aproximam de nós.

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6. A CONVERSÃO

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6. A CONVERSÃO

O pecado está presente na vida dos seres humanos desde o início dahumanidade. Os profetas foram os instrumentos de Deus para queseu povo se corrigisse e mudasse de vida. Jesus se apresenta comoaquele que liberta a humanidade da escravidão do pecado.

“O pecado está presente na história do homem: seria inútil tentarignorá-lo ou dar a esta realidade obscura outros nomes. Paratentarmos compreender o que é o pecado, é preciso antes de tudoreconhecer a ligação profunda do homem com Deus, pois fora destarelação o mal do pecado não é desmascarado na sua verdadeiraidentidade de recusa e de oposição a face de Deus, embora continuea pesar sobre a vida do homem e sobre a história”.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 387.

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A conversão e a mudança de vida são realidades que fazemparte da vida espiritual do catequista. São Paulo nos exorta:“Reconciliai-vos com Deus”. O Sacramento da Reconciliaçãoé a expressão do amor misericordioso de Deus que nosreconcilia com Ele e nos faz reconciliar com os irmãos.

Diz-se, ainda, da Penitência, uma vez que deve haver por partedo pecador um esforço pessoal e eclesial de mudança earrependimento. Dá-se o nome de confissão porque adeclaração, a confissão dos pecados diante do sacerdote é umelemento essencial desse sacramento que expressa nossahumildade e vontade de conversão. É sacramento do perdãoporque, pela absolvição sacramental do sacerdote, Deusconcede o perdão e a paz.

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7. O TESTEMUNHO

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7. O TESTEMUNHOO testemunho é uma questão de compromisso, fidelidade eresponsabilidade. “A fé sem obras é morta”. O catequista precisaviver o que ensina aos outros. O testemunho é a melhor maneira deevangelizar.

“No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida próprio do próprio Jesus: seuamor e obediência filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente àdor humana, sua proximidade aos pobres e aos pequenos, suafidelidade à missão encomendada, seu amor serviçal até à doação desua vida. Hoje, contemplamos a Jesus Cristo tal como os Evangelhosnos transmitem para conhecermos o que Ele fez e para discernirmoso que nós devemos fazer nas atuais circunstâncias”.

CELAM. DOCUMENTO DE APARECIDA. São Paulo: Paulus, 2002, n. 139.

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O catequista verdadeiramente afeiçoado aoMestre e Senhor e com Ele parecidotestemunha sua vida assumindo o mandamentodo amor: “Amai-vos uns aos outros como eu vosamei”. Este amor vivido concretamente no diaa dia nas diferentes realidades da vida configurao catequista na característica mais autêntica deJesus Cristo e de sua Igreja, cujo testemunho decaridade fraterna será o primeiro e principalanúncio: “Todos saberão que sois meusdiscípulos”.

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A espiritualidade do catequista deve ser vivencial, autêntica eprofunda, não abstrata. Deus se revela em nossa vida por meio defatos ou acontecimentos e palavras. A palavra que se transmite vemacompanhada sempre do próprio testemunho.

O catequista alimentado e alicerçado da caridade do Bom Pastor,que ama e dá sua vida pelas ovelhas, de quem quer sertestemunha, é sinal permanente do amor e do pastoreio de Cristo,o Pastor por excelência. Sem dúvida, o testemunho é o distintivodo catequista.

O catequista é chamado a testemunhar com sua vida aidentificação que tem com seu Mestre e Senhor. A missão proféticado catequista, discípulo missionário do Cristo morto e ressuscitadoé ser no mundo sinal de esperança, caridade, honestidade esantidade.

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8.

ALEGRIA

E OTIMISMO

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8. ALEGRIA E OTIMISMO

A alegria e o otimismo são características do catequista. Ocatequista é sempre esperançoso. Vive sempre alegre e de bemcom a vida. É feliz! Traz sempre consigo a marca do Cristoressuscitado. A alegria e o bom humor atraem as pessoas.“Servi ao Senhor na alegria” (Sl 100,2) ; “Alegrai-vos sempre noSenhor!” (Fl 4,4).

A alegria e o otimismo são sentimentos que dão plenitude àvida e brotam da satisfação mais profunda do ser humano. Aautêntica vida alegre e otimista é fruto de uma comprometidarelação íntima com o Senhor ressuscitado. A raiz mais profundada alegria messiânica está no dom do Espírito (cf. At 2,46).

Page 63: ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA P. Humberto Robson de …

A alegria e o otimismo do catequista são remédios contra opessimismo, a tristeza e a angústia que fazem parte da vidadas pessoas, inclusive dos catequizandos. A alegria docatequista não é um sentimento de bem-estar egoísta, masuma certeza de que brota da fé, que serena o coração ecapacita para anunciar a Boa Nova do amor, da ternura e damisericórdia de Deus.

“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daquelesque se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por ele e sãolibertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento.Com Jesus, a alegria renasce sem cessar”.

FRANCISCO. Exortação apostólica do Sumo Pontífice. Evangelii Gaudium. A alegria do Evangelho sobre o anúncio doEvangelho no mundo atual. São Paulo: Paulus, Loyola, 2013, n. 21.

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Em meio a tantas dificuldades eproblemas, o catequista precisa saber“esperar contra toda esperança” evencer com alegria e otimismo osdesafios que a vida lhe apresenta. Aalegria e o otimismo são sinaisinconfundíveis de uma profunda vidaem Deus e de uma autêntica caridadepastoral.

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O catequista, cuja fé estásedimentada no Senhor glorioso,apresenta-se como modelo defelicidade e de realização interior,e por isso demonstra em suafisionomia a alegria contagianteda Páscoa do Senhor.

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9. A MISSÃO

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9. A MISSÃO

O catequista um dia ouviu o chamado de Jesuse quis segui-Lo mais de perto. Resolveu ficarcom Ele, andar a seu lado, ligar-se a Eledefinitivamente. Como discípulo missionário, ocatequista vive a experiência do encontro comDeus de maneira livre e espontânea. É alguémque encontrou Deus em sua vida e, por isso,vive a plenitude desse encontro.

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O catequista segue o Mestre eSenhor, deposita n’Ele todaconfiança, de modo que podedizer como o apóstolo Paulo:“Eu vivo, mas já não sou euquem vivo, pois é Cristo quevive em mim”.

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Uma vez seduzido por Cristo ocatequista torna-se missionário. Sermissionário é ser evangelizador. “Ai demim se eu não evangelizar”. Deixar-seguiar pelo Espírito que animou Jesusem sua missão é o desejo daquele quese coloca no caminho do apostoladomissionário de Jesus.

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O catequista deve ser um missionário nosentido pleno da palavra, pois sua missão élevar as pessoas a um encontro e compromissopessoal com Jesus, conduzi-las a ser discípulod’Ele e, consequentemente, a tornar-se tambémum missionárias, já que o verdadeiro discípuloé missionário. O catequista é um missionárioque colabora na formação de novosmissionários.

É na generosidade dos missionários que semanifesta a generosidade de Deus.

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O Concílio Vaticano II revolucionou a vivênciada espiritualidade. Se até então a espiritualidadese caracterizava como “fuga do mundo” e refúgioindividualizado em Deus, a teologia do Povo deDeus e da nova postura da Igreja diante domundo encaminha o cristão para umaespiritualidade laical, comunitária, inserida numcontexto histórico situado, uma espiritualidadeque vai ao encontro das pessoas.

Concílio Vaticano II, Decreto Ad Gentes (Sobre a atividade missionária da Igreja), n. 15.

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Sobre a atividade missionária da Igreja, o Concílio afirma quedesde sempre, Deus chama na sua Igreja pessoas concretasque, em razão do batismo e pelo dom do Espírito, anunciam aBoa Notícia da salvação. Esses enviados são os catequistas,que, tal como Jesus, se tornam missionários do Reino de Deus.

A Igreja é, por natureza, essencialmente missionária. Suamissão evangelizadora, iniciada no dia de Pentecostes, foisempre marcada por um profundo ardor missionário. Aexemplo de Jesus e sua Igreja somos chamados a nos tornarcorajosos e esperançosos missionários na construção de ummundo mais humano, fraterno e solidário.

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10. MARIA:

discípula e catequista

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10. MARIA, DISCÍPULA E CATEQUISTA

Maria recebeu de Deus a plenitude da graça e a plenitude dasalvação. Maria caminha à nossa frente, com todo o seuesplendor. Ela é imagem e início da Igreja que há derealizar-se na Jerusalém Celeste. Para nós, Povo de Deus,Maria é sinal de esperança e confiança.

Maria, a Mãe de Jesus, foi a primeira discípula e catequista ase comprometer com o povo pela sua fidelidade edisponibilidade “Façam tudo o que o meu Filho lhes pedir”.Ela é tipicamente modelo de todo catequista. Ela nos ajudaa realizar nossas opções fundamentais e a integrá-las navivência da nossa espiritualidade.

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Maria, modelo e paradigma da humanidade, é para nós sinal deunidade. Maria é também a grande missionária, continuadora damissão de seu Filho e formadora de missionários. A exemplodela, o catequista é chamado a ser continuador da missão deJesus.

O Concílio Vaticano II afirma que a Igreja nasceu do lado abertode Cristo na cruz. Podemos acrescentar, também, que a Igrejarecém-nascida foi acolhida no colo de Maria, que ali estavarecolhendo os últimos suspiros do Filho amado e querido. “Mãe,eis ai o teu Filho”. Com o apóstolo João, fomos levados aosbraços de Maria, e ela nos acolheu em seu coração de Mãe.Assim como o apóstolo fez, nós também somos convidados alevar Maria para nossas casas, sobretudo, para a “casa” dosnossos corações.

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Sabemos que Jesus é o único mediador entre Deus e nós. Ele é o centro ea razão do nosso ser e existir. Maria não é o centro da fé, no entanto, elatem uma função muito especial na história da salvação. Por ela nutrimosuma filial devoção. Ela é nossa advogada, socorro e auxiliadora. Portanto,promover a devoção e o culto a Nossa Senhora, Mãe de Deus, da Igreja ede todos nós é missão de todo catequista.

Maria, Mãe, Mestra e Imaculada educa o catequista à plenitude dadoação, da disponibilidade e do comprometimento. Capacita para amissão profeticamente destinada ao povo amado de Deus. O catequistanutre para com ela devoção filial.

Maria, Mãe de Deus e da Igreja, inspiradora e incentivadora da missãoprofética dos que exercem o ministério catequético nas comunidadesparoquiais, é o modelo de espiritualidade para qual cada catequista échamado a viver com simplicidade, generosidade, disponibilidade eautenticidade.

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PARA RESPONDER:

1. Quais são os dez elementos fundamentais daespiritualidade do Catequista?

2. Por que Jesus tem de ser o centro da espiritualidade docatequista?

3. Por que a leitura da Palavra de Deus tem de sercontextualizada?

4. O que significa para você ser “hóstia viva” nos dias dehoje?

5.O que você entende por ver as pessoas e o mundo com“olhos de Deus”?

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PADRE HUMBERTO ROBSON DE CARVALHO

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