vivenciando o acesso a água

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº 1906 Picuí Outubro/2014 A grande variedade de legumes e vegetais que hoje crescem nos arredores da casa do casal Maria das Dores Silva e Elizomar Araújo, moradores da comunidade Malhada do Gravatá, situada no município do Damião, PB, representa qualidade de vida e uma importante fonte de renda para a família. O casal de agricultores conta com a ajuda dos filhos Cidomar, Luciana e Luan, que sempre contribuem com o cultivo das hortas. A plantação que em tempos anteriores era mais difícil de manter, tendo em vista a pouca água existente na propriedade, agora é bem diversificada e garante à família uma renda extra. Pois, como os agricultores cultivam alimentos da agricultura familiar livres do uso de veneno, portanto, bastante saudáveis, Elizomar aproveita o acesso ás políticas públicas para comercializa-los, através do Programa Nacional de Alimentação (PNAE), com escolas municipais e estaduais existentes na cidade do Damião, PB, além de também vender a vizinhança. A propriedade de cinco hectares pertencente à mãe de Maria das Dores, onde mora o casal e os filhos, hoje conta com uma Cisterna Calçadão possibilitando que o acesso a água fique bem mais perto de casa, como lembra a agricultora, destacando que o acesso ao precioso líquido era muito difícil, pois a família dependia do carro pipa e também usava uma burra mula para carregar a água que ficava a uns quatro quilômetros de distância de sua residência. Os planos da família sempre foram de aumentar a plantação de hortaliças e principalmente de lucrar com o plantio do maracujá, porém, o medo da seca sempre atrapalhava. Mas, Elizomar buscou coragem e esperança na vontade de investir na agricultura e então resolveu adquirir Vivenciando o acesso a água

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A grande variedade de legumes e vegetais que hoje crescem nos arredores da casa do casal Maria das Dores Silva e Elizomar Araújo, moradores da comunidade Malhada do Gravatá, situada no município do Damião, PB, representa qualidade de vida e uma importante fonte de renda para a família. O casal de agricultores conta com a ajuda dos filhos Cidomar, Luciana e Luan, que sempre contribuem com o cultivo das hortas.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº 1906

Picuí

Outubro/2014

A grande variedade de legumes e vegetais que hoje crescem nos arredores da casa do casal Maria das Dores Silva e Elizomar Araújo, moradores da comunidade Malhada do Gravatá, situada no município do Damião, PB, representa qualidade de vida e uma importante fonte de renda para a família. O casal de agricultores conta com a ajuda dos filhos Cidomar, Luciana e Luan, que sempre contribuem com o cultivo das hortas. A plantação que em tempos anteriores era mais difícil de manter, tendo em vista a pouca água existente na propriedade, agora é bem diversificada e garante à família uma renda extra. Pois, como os agricultores cultivam alimentos da agricultura familiar livres do uso de veneno, portanto, bastante saudáveis, Elizomar aproveita o acesso ás políticas públicas para comercializa-los, através do Programa Nacional de Alimentação (PNAE), com escolas municipais e estaduais existentes na cidade do Damião, PB, além de também vender a vizinhança. A propriedade de cinco hectares pertencente à mãe de Maria das Dores, onde mora o casal e os filhos, hoje conta com uma Cisterna Calçadão possibilitando que o acesso a água fique bem mais perto de casa, como lembra a agricultora, destacando que o acesso ao precioso líquido era muito difícil, pois a família dependia do carro pipa e também usava uma burra mula para carregar a água que ficava a uns quatro quilômetros de distância de sua residência. Os planos da família sempre foram de a u m e n t a r a p l a n t a ç ã o d e h o r t a l i ç a s e principalmente de lucrar com o plantio do maracujá, porém, o medo da seca sempre atrapalhava. Mas, Elizomar buscou coragem e esperança na vontade de investir na agricultura e então resolveu adquirir

Vivenciando o acesso a água

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba

Realização Apoio

alguns meios simples que ajudaram bastante, como bem destaca o agricultor, contando que já produz há um certo tempo e que antes só utilizava duas caixas d’agua, o abastecimento das mesmas era realizado através do carro pipa, alguns metros de cano PVC levavam a água até um pequeno tanque de cimento e só então conseguia aguar a horta, por isso só plantava coentro, mas que hoje a produção é diversificada, pois a cisterna ajuda bastante. Na plantação, que contribui para que a família tenha mais autonomia financeira, é possível encontrar coentro, alface, pimentão, cenoura, couve e principalmente um vasto plantio de maracujá. É importante lembrar ainda a criação de galinhas, que como disse Maria das Dores (mulher, mãe, esposa e agricultora), mesmo não sendo em grande quantidade também ajudam no aumento da renda familiar. A convivência com o Semiárido: um espaço que possui uma natureza rica e diversa, com famílias camponesas que vêm estocando água, sementes e forragens para os animais e assim colaborando com o fortalecimento de um novo modelo de desenvolvimento que parte da produção diversificada, gera renda, conhecimento e soberania alimentar a todas e todos do campo. É nesse processo de construção de um novo espaço, onde todos possam viver com dignidade, tendo água e comida suficiente para todas as famílias, que agricultoras e agricultores têm plantado a convivência com a seca.

Maracujá, principal plantação do casal Maria das Dores e Elizomar

Pequeno tanque de cimento, reservatório utilizado por Elizomar para levar água até a horta