violência psicológica entre parceiros Íntimos

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA ENTRE PARCEIROS ÍNTIMOS: UM ESTUDO COM JOVENS UNIVERSITÁRIOS Karim Naomi Watanabe São Paulo

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Page 1: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA ENTRE PARCEIROS ÍNTIMOS:

UM ESTUDO COM JOVENS UNIVERSITÁRIOS

Karim Naomi Watanabe

São Paulo

Page 2: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

2012

Karim Naomi Watanabe

Trabalho de Conclusão De

Curso como exigência para

Graduação em Psicologia

da Universidade

Presbiteriana Mackenzie.

Orientadora: Profª. Ms. Tânia Aldrighi

São Paulo

2012

Page 3: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

Sumário

1.Introdução ............................................................................................................. p. 2

2.Teoria da comunicação humana ............................................................................ p. 3

3. Violência .............................................................................................................. p. 6

3.1 Definição de violência ....................................................................................... p. 6

3.2 A violência psicológica ..................................................................................... p. 7

4.Objetivo ................................................................................................................ p. 11

4.1Objetivo geral ..................................................................................................... p. 11

4.2 Objetivo específico ............................................................................................ p. 11

5.Método .................................................................................................................. p.11

5.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................ p. 12

5.2 Sujeito ................................................................................................................ p.12

5.3 Local .................................................................................................................. p.13

5.4 Instrumento ....................................................................................................... p. 13

5.5 Procedimento .................................................................................................... p.13

5.6 Cuidados éticos ................................................................................................. p. 14

5.7 Análise de dados ............................................................................................... p.14

6. Resultados ........................................................................................................... p. 14

7. Análise e discussão .............................................................................................. p. 18

8. Conclusão ............................................................................................................. p. 23

9. Organograma ....................................................................................................... p.24

10. Referencias ......................................................................................................... p.24

11. Anexos ................................................................................................................ p. 27

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1. Introdução

O presente trabalho tem como objetivo identificar qual a concepção de violência

psicológica entre parceiros íntimos para homens e mulheres, investigar se entendem esse tipo

de violência como um problema no relacionamento amoroso, as diferenças e semelhanças

acerca desse tempo em ambas as visões e possíveis conexões da violência psicológica com a

violência física.

O tema surgiu de uma curiosidade da autora em conhecer melhor sobre o assunto. Ao

fazer um levantamento bibliográfico notou-se uma baixa produção sobre a violência

psicológica, com maioria da produção recente, principalmente, após o ano de 2000.

A violência psicológica ocorre no meio intrafamiliar, o que dificulta a sua

identificação. É definida como qualquer ato verbal ou gestual que visa depreciar, aterrorizar

ou restringir a liberdade da vítima (BRASIL 2001 apud MINAYO 2005).

Segundo Anacleto, Njaine, Longo, Boing e Peres (2009) a violência entre parceiros

íntimos, diz a respeito sobre qualquer relação íntima que cause algum dano físico, psicológico

ou sexual, e é baseada na questão de gênero.

Sobre a violência psicológica entre parceiros íntimos, além de contribuir para a

desqualificação do outro também diz a respeito de uma relação de domínio de um dos

parceiros. Devido ao sofrimento psicológico vivido, esse tipo de violência pode levar ao

desenvolvimento de doenças como dores crônicas, síndrome do pânico até ao suicídio

(SILVA, COELHO, CAPONI, 2007).

Para entender melhor a violência, também se estudou como a resolução de conflitos é

conduzida através do processo de comunicação. Segundo Watzlawick (2007) existe cinco

axiomas fundamentais para a comunicação humana: a impossibilidade de não se comunicar,

toda comunicação tem um aspecto de conteúdo e de ordem, toda conduta está imersa numa

sequência, comunicação digital e comunicação analógica, e a comunicação pode ser simétrica

ou complementar. Em uma relação à dois quando alguns desses axiomas se cristalizam pode

dar margem à violência.

Com base nos pressupostos apresentados acima a pesquisa proposta é do tipo

exploratória e descritiva, utilizando-se do modelo misto. Para isso será usado um questionário

de perguntas semiabertas que será aplicado em 40 jovens universitário de 18 a 25 anos,

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3

divididos igualmente entre homens e mulheres. Após ser respondido o questionário, este será

lacrado, numerado de forma aleatória e será aberto na hora da análise dos dados.

Através de um levantamento bibliográfico notou-se uma baixa produção acadêmica

voltada para essa temática, sendo assim necessária mais publicações com o enfoque violência

psicológica. A importância do estudo está no fato de que a violência psicológica entre

parceiros íntimos pode passar despercebida em muitos casos e gerar doenças para a vítima

desde uma dor crônica até o suicídio, e deve ser vista como um assunto de saúde pública.

Devido a essa baixa produção e a magnitude de consequências que a violência psicológica

entre parceiros íntimos pode gerar, esse trabalho pretende identificar se as pessoas sabem o

que é a violência psicológica e se ela é um problema para os relacionamentos. Buscando-se

assim conhecer melhor as tendências no sistema de crenças e também explorá-las mais

profundamente.

2. Comunicação Humana

Quando se estuda a violência nas relações, uma das questões centrais que ajuda a

entender melhor como se dá esse fenômeno, é entender melhor como a resolução de conflitos

é conduzida via o processo de comunicação, pois é através da forma como essa resolução se

processa que pode dar margens para a violência psicológica. Para tanto esse capítulo será

abordar a teoria da comunicação humana.

Um dos autores de referência no entendimento do processo de comunicação nas

relações afetivas é Paul Watzalawick ao apresentar a teoria da comunicação humana em sua

obra Pragmática da Comunicação de 1973, em que apresenta o paradoxo na comunicação

humana.

Nesta proposta segundo Watzlawick (2007) o autor propõe cinco axiomas

fundamentais da comunicação humana. O primeiro que ele destaca é que não existe a

impossibilidade de não se comunicar, até mesmo quando ficamos em silêncio isto afeta o

outro e mesmo se este não responda ao nosso silêncio, isso é uma formar de se comunicar.

Segundo Watzlawick (2007) é possível observar a tentativa de não comunicar, em que

o indivíduo pode rejeitar a comunicação (fala para a outra pessoa que não está interessado na

conversa), desqualificar a comunicação (a pessoa sente-se obrigada a se comunicar, mas a faz

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de forma a evitar, através de respostas contraditórias, frases contraditórias, entre outros),

aceitar a comunicação ou utilizar um sintoma como comunicação (neste caso o indivíduo

finge algum contratempo como sono, surdez, embriaguez, entre outros, e desta forma finge

que gostaria de se comunicar, porém existe um outro fator que o impede).

Outro axioma importante é que na comunicação ao mesmo tempo em que ela transmite

alguma informação ela também revela um comportamento. Sendo assim, o autor divide as

mensagens em dois tipos: a de conteúdo e a da ordem. A mensagem de conteúdo se refere a

informação propriamente dita que a mensagem passa, já a ordem refere-se como a mensagem

foi entendida (op cit).

Entrelaçado à esse axioma, está outro axioma que é o da metacomunicação. Entende-

se como um processo no qual o transmissor irá passar a mensagem para o receptor, assim

como a maneira que este receptor deve interpretá-la (WATZLAVICK, 2007).

Para Watzlawick (2007) "o desacordo na comunicação pode surgir no nível de

conteúdo ou no nível de relação e as duas formas dependem uma da outras (pg. 75).” No caso

do nível de conteúdo esse desacordo ocorre quando uma afirmação dita por uma das partes é

contestada pela outra. Já no caso do desacordo no nível da relação este ocorre no campo da

metacomunicação, neste caso o outro tem a opção de responder de três formas perante a

afirmação: confirmar, rejeitar ou desconfirmar.

Para Watzlawick (2007) toda conduta está imersa em sequência de eventos. Ao se

pontuar uma sequência de eventos divergências podem ocorrer, quando ao menos uma das

partes não tem a mesma informação que o outro. Porém as pessoas tendem a supor que na

maioria das vezes o outro possui as mesmas informações, consequentemente, vão chegar na

mesma conclusão considerando só uma realidade tal qual vista a partir do ponto de vista dela

própria.

Segundo Watzlawick (2007) outro axioma é a comunicação analógica e a digital. A

comunicação analógica refere-se a toda e qualquer comunicação não verbal, abrangendo

assim qualquer tipo de manifestação que o organismo é capaz de produzir. Já a comunicação

digital refere-se aquilo que é propriamente dito.

"(...) se nos lembrarmos de que toda a comunicação tem um conteúdo e uma relação,

podemos esperar concluir que os dois modos de comunicação não só existem lado a lado

mas complementam-se em todas as mensagens. Também poderemos esperar concluir que o

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aspecto de conteúdo tem toda a probabilidade de ser transmitido digitalmente, ao passo que

o aspecto relacional será predominantemente analógico em sua natureza.”

(WATZLAWICK, p. 59, 2007)

Segundo Watzlawick (2007) a interação pode ser dividida em simétrica ou

complementar. No caso de relação simétrica, os comportamentos dos parceiros são refletidos

um no outro, tendo assim uma minimização das diferenças. Já na interação complementar o

comportamento de um parceiro complementa a do outro, tendo assim uma maximização das

diferenças. A classificação desse tipo de interação é sempre baseada na relação da reposta do

parceiro perante a comunicação do outro.

No caso das comunicações patológicas, elas se dão a partir de um círculo vicioso e as

partes não conseguem sair disso até o momento em que as pessoas consigam se

metacomunicar (op cit).

Ao se tratar de comunicação simétrica ou complementar não existe a questão de uma

boa ou má, mas é importante destacar o fato de que ao se tratar de relações saudáveis, ambas

devem estar presente. No caso de uma relação simétrica, "os parceiros são capazes de se

aceitarem mutuamente tais quais são, o que leva ao respeito recíproco e à confiança no

respeito do outro, e equivale à confirmação realista e mútua de seus respectivos eu (p. 96) ."

Quando esse tipo de relação se desintegra a rejeição é mais frequente do que a

desconfirmação do eu. Já no caso das relações complementares as desconfirmações do eu são

mais frequente do que a rejeição (WATZLAWICK, 2007).

Além dos axiomas apresentados, o autor introduz o conceito de duplo vínculo presente

na troca de mensagens, considerado um dos paradoxos comunicacionais. Este é definido

como uma mensagem que tem uma conotação afetiva que formam núcleos que impedem que

se desenvolvam de forma saudável tendo uma mensagem contraditória que gera conflitos (op

cit).

Em uma relação à dois não saudável alguns axiomas apresentam-se como

comunicação cristalizada na relação e uma tentativa de resolução do impasse dá margem à

violência. Por exemplo, o marido compra um presente para a esposa com a intenção de

agradá-la, ao chegar em casa e entrega-o para a sua esposa, ela entende como um pedido de

desculpa por algo de errado que ele fez e imediatamente começa a brigar com ele. Nessa

situação se faz presente o erro da tradução da comunicação analógica para a digital, ou seja, a

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esposa entendeu sob a visão dela o significado do presente que é diferente do significado para

o marido, e com esse erro gerou-se a discussão.

O duplo vínculo também pode estar presente nesse tipo de relacionamento, por

exemplo um casal no qual o marido agride a mulher e diz à ela que a ama, a mensagem que

ele transmite é que ele a ama mas mesmo assim eu te bato, gerando assim um relacionamento

de amor e ódio.

3.Violência

3.1 Definição de violência

A violência é um fenômeno mundial de cunho social e da saúde. É um problema

importante no campo da saúde, pois proporciona um aumento no número de mortalidade,

principalmente de crianças, mulheres e jovens. Afeta tanto a vítima quanto a família no plano

social, econômico e psicológico. É um tema que vem se destacando cada vez mais e os países

vem se propondo medidas para minimizar os danos e as causas (ORGANIZAÇÃO PAN-

AMERICANA DA SAÚDE, 2003).

A palavra violência é de origem latina, vem da palavra vis que significa força e se

refere tanto ao constrangimento quanto ao uso da superioridade física sobre o outro

(MINAYO, 2005). Segundo a OMS em seu relatório mundial sobre a violência e saúde,

definiu a violência como "uso da força física ou do poder real ou em ameaça, contra si

próprio, contra outra pessoa ou contra uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer

possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento

ou privação"(OMS, 2002 apud MINAYO, 2005, p. 5).

Nesse mesmo relatório foi definida a violência em quatro tipos: autoinfligida,

interpessoal, coletiva e estrutural. Além desta classificação, existem as respectivas

subdivisões, como no caso da violência interpessoal, classificada em dois âmbitos:

intrafamiliar e comunitária. A intrafamiliar ocorre entre os parceiros íntimos e membros da

família. Já a comunitária ocorre no meio social entre conhecidos e desconhecidos (MINAYO,

2005).

No caso da violência intrafamiliar, esta também se subdivide nos seguintes tipos:

negligência/abandono, física, sexual e psicológica. A negligência se refere a uma omissão ou

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recusa dos cuidados básicos para um desenvolvimento físico, emocional e social do indivíduo.

O abandono é a forma extrema da negligência (op cit).

A violência física refere-se a atos violentos com uso intencional da força física e tem

por objetivo ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou de destruir a pessoa (BRASIL 2001

apud MIANYO 2005).

A violência sexual é qualquer conduta que visa estimular ou forçar a vítima para

manter ou participar da relação sexual não desejada, através de ameaças, uso da força ou

intimidação (MINAYO,2005).

A violência psicológica se refere as agressões verbais ou gestuais que tem por objetivo

aterrorizar, depreciar, rejeitar, restringir a liberdade ou isolá-la do contexto social (BRASIL

2001 apud MIANYO 2005).

O presente estudo tem como foco compreender a violência psicológica, mais

precisamente entre parceiros íntimos. Foi delimitado estudar esse tipo de violência, pois além

de existir poucos estudos referente à realidade brasileira, violência psicológica é conhecida na

literatura como precursora de outro tipo de violência: a física.

Para tanto, na sequência abordar-se-á a violência psicológica desde a sua constituição,

as causas e consequências à saúde física e mental do indivíduo que a sofre.

2.2 A violência psicológica

Definir o que é uma relação saudável a partir do senso comum é dizer que seria é uma

relação que possui ausência de conflitos. Porém, segundo a definição apresentada por

estudiosos da dinâmica familiar, uma relação saudável deve levar em consideração: a

“frequência de interações positivas e negativas que os casais vivenciam diariamente

(GOTTMAN; NOTARIUS, 2000 apud MOSMANN; FALCKE, 2011), do processo dinâmico

do relacionamento caracterizado como construtivo ou destrutivo (BEACH; FINCHMAN,

2010; KATZ; MIHR, 2008 apud MOSMANN; FALCKE, 2011) e das estratégias de resolução

de conflitos que utilizam (DONG; LI, 2007; PAPP; GOEKE-MOREY;CUMMINGS, 2007

apud MOSMANN; FALCKE, 2011).” (MOSMANN, FLACKE, p.7, 2011)

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É importante os casais estarem atentos aos motivos mais frequentes que desencadeiam

o conflito mais recorrente. Segundo as pesquisas, ignorar os motivos do conflito não irá fazê-

los desaparecer, ao contrário, irá criar o efeito bumerangue. Ou seja, irá ter o acúmulo de

ressentimentos que irão surgir com mais intensidade a cada impasse (MARKMAN,

STANLEY, BLUMBERG, 2001 apud MOSMANN, FALCKE, 2011).

Segundo Moura, Gandolfi, Vasconcelos e Pratesi (2009) parceiros íntimos refere-se

ao envolvimento entre homens e mulheres, seja ele o marido (esposa), noivo(a), namorado(a),

ou qualquer outra denominação ou vínculo que remete a isso.

A partir do estudo apresentado no artigo de Mosmann e Falcke (2011) percebe-se que

a maioria dos casais não consideram que alguns tipos de desentendimentos podem ser

exemplos de violência, principalmente no que diz respeito tanto à violência psicológica

quanto física. Isso faz com que os casais sofram de microviolências, que são “agressões mais

sutis que preparam o terreno para o estabelecimento de agressões mais evidentes.”

(MOSMANN, FALCKE, 2011, p.12). Em longo prazo esse tipo de violência que é vivenciada

de forma natural na dinâmica do relacionamento conjugal, pode provocar impacto tanto na

conjugalidade quanto na saúde física e psicológica dos envolvidos.

No que diz respeito à violência entre parceiros é importante entender o “contexto da

violência, a identificação da história da violência, o padrão comunicacional estabelecidos, os

mitos e as crenças envolvidos e o significado que a violência tem para ambos os parceiros”

(ALDRIGHI, 2004, p. 107).

Segundo Heise (1998) apud Anacleto, Njaine, Longo, Boing e Peres (2009), “a

violência entre parceiros íntimos é modulada pela interação de fatores individuais,

situacionais e socioculturais” (p. 805). A autora propõe quatro círculos. O círculo mais interno

abrange as características biológicas, histórico pessoal, ou seja, as características individuais.

O círculo seguinte abrange ao contexto imediato ao qual ocorre a violência. O terceiro círculo

é relacionado às instituições e estruturas sociais da comunidade. E o último refere-se o meio

econômico, social e cultural.

A violência conjugal é presente em várias realidades no mundo, porém ela se

diferencia conforme as crenças que ajudam a manter a violência. Grande número de pesquisas

aponta a uma alta incidência de violência física nos jovens universitários (ALDRIGHI, 2004).

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A violência entre parceiros íntimos abrange uma relação íntima que cause algum dano

físico, psicológico ou sexual para algum dos cônjuges, atualmente é um dos grandes desafios

na área de direitos humanos e políticas públicas. A violência pode ser entendia como um

evento interativo, no qual o homem ou a mulher pode ser a vítima ou o autor. (ANACLETO

et al 2009).

A violência por parceiro íntimo é um tipo de violência baseada no gênero. Gênero é

um conceito “dinâmico, relacional e produto de socialização.” (p.945). Segundo relatório da

OMS, a violência por parceiro íntimo é a forma de violência mais praticada contra mulheres

em espaço privado. O resultado aponta entre 15% e 52% das mulheres experimentaram algum

tipo de violência feita pelo parceiro (MOURA et al,2009).

Antes de se falar sobre o gênero, a mulher não possuía nenhum tipo de apoio e/ou

auxílio. Historicamente era comum a violência ser propagada por gerações e a mulher sofrer

algum tipo de violência pelo seu cônjuge. Atualmente muitas das mulheres que sofrem da

violência psicológica não conseguem deixar seus parceiros, não por uma questão financeira,

pois muitas possuem uma renda devido ao trabalho, mas pelo fato de se encontrarem presas

“na armadilha do abuso psicológico produzida pelo companheiro.” (SOUZA, CASSAB, 2007,

p. 42).

A violência psicológica trata-se de uma violência silenciosa, pois geralmente ela

acontece no espaço intrafamiliar, a vítima geralmente tem a esperança de que não irá

acontecer novamente e que o agressor irá mudar, mas normalmente isso não acontece. As

difamações e os desrespeitos se tornam cada vez maiores e podem dar margem para outro tipo

de violência, como por exemplo a física (MINAYO apud FERREIRA, PIMENTEL, 2008).

A violência psicológica em alguns casos não é fácil de ser identificada, pois “podem

estar associadas a fenômenos emocionais frequentemente agravados por fatores tais como: o

álcool, a perda do emprego, problemas com os filhos, sofrimento ou morte de familiares e

outras situações de crise” (SILVA, COELHO, CAPONI, 2007, p. 97).

Segundo Hirigoyen apud Ferreira (2010), a violência psicológica pode estar presente

em outros tipos de violência, pois além dela interferir na saúde mental, ela também afeta a

integridade física, moral e social. A violência se desenvolve em um ciclo de quatro fases. Na

primeira fase de tensão se caracteriza pelo autor da agressão se tornar mais irritado devido às

suas preocupações e assume uma posição mais hostil e agressiva. Depois vem a fase de

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agressão no qual os gritos, insultos, ameaças, tapas e socos estão presentes. Na terceira fase

ele pede desculpa e coloca a culpa na mulher ou em problemas externos. E na última fase é a

reconciliação, na qual sua parceira acredita em sua mudança. Esse ciclo é voltado para

explicar a violência física, mas pode ser aplicado para entender como a violência psicológica

funciona.

Quando se diz respeito da violência psicológica nos parceiros íntimos, ela contribui

para uma relação de desqualificação do outro e para uma relação de domínio do parceiro. Em

seu estudo Levy e Gomes (2007) apontam que tanto homens e mulheres se especializaram na

violência psicológica e tendem a denegrir a imagem um do outro.

Segundo Silva et al (2007) muitos gestos na violência psicológica são sutis e as

pessoas não percebem a agressão. Com o passar do tempo as atitudes do agressor pode mudar

e as humilhações que antes eram presente só dentro de casa podem expandir-se para

humilhações públicas.

Segundo Souza e Cassab (2007) o meio mais utilizado para controlar a mulher através

da violência psicológica é quando o agressor fala para a parceira que é estúpida,

incompetente, ofedendo-a das piores maneiras possíveis. Consequentemente ela acredita nisso

e perde a sua autoestima e amor próprio, começa a achar-se a pior pessoa do mundo e seu

companheiro está sendo bondoso em ficar com ela.

Para as mulheres que sofrem dessa violência, as constantes ofensas e a tirania

cometida por seu parceiro se torna uma agressão emocional tão grave quanto a violência

física, pois mexe com a confiança em si mesma. O pior da violência psicológica para elas

“não é a violência em si, mas a tortura mental e a convivência com o medo e terror.” (Silva et

al, 2007, p. 99).

Através da literatura observou-se que quando se trata de violência psicológica este

assunto tem um enfoque maior para a mulher sendo a vítima, mas na violência psicológica

tanto a mulher como o homem podem ser perpetradores desse tipo de violência. Segundo

Aldrighi (2004) geralmente as pessoas tem a idéia da mulher como alguém passiva e

desprotegida, por isso é difícil assimilar que a mulher sendo violenta.

Esse tipo de violência causa por si só problemas de cunho emocional e físico. Devido

ao sofrimento psicológico, dores crônicas na cabeça, costas, pernas, entre outros lugares,

síndrome do pânico, tentativa de suicídio, transtornos alimentares podem surgir. Por isso esse

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tipo de violência deve ser entendida e analisada como um problema de saúde pública ( SILVA

et al, 2007).

Segunda Silva et tal (2007) a violência psicológica não atinge somente a vítima, mas

sim a todos que presenciam ou convivem com a situação. Os filhos que presenciam esse tipo

de violência podem reproduzi-la com amigos, irmãos e no futuro com seus parceiros íntimos

4. Objetivo

4.1 Objetivo geral

Identificar a concepção de violência psicológica nas relações de intimidade para homens e

mulheres.

4.2 Objetivo específico

- Identificar as semelhanças e diferenças entre homens e mulheres no sistema de crenças

acerca de atos considerados como violência psicológica.

- Identificar possíveis conexões entre a violência psicológica como precursora da violência

física.

- Identificar como homens e mulheres reconhecem a violência psicológica como um problema

grave no relacionamento afetivo.

5. Método

5.1 Tipo de pesquisa

Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva. Ao fazer um levantamento

bibliográfico notou-se escassez de pesquisas voltada para essa temática, com tema pouco

explorado para a realidade brasileira. Portanto, está em consonância com Gil (1996) ao definir

que a pesquisa exploratória visa aprimorar idéias ou descobrir novos conhecimentos. Também

é uma pesquisa descritiva, pois tem como objetivo identificar a concepção que as pessoas tem

da violência psicológica nos relacionamentos amorosos. Segundo Gil (1996) a pesquisa

descritiva tem como objetivo descrever um fenômeno ou uma população.

Page 15: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

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Propõe-se o modelo misto, pois na pesquisa qualitativa existe uma evolução durante a

pesquisa que gera uma maior flexibilidade, aprofundamento e detalhamento dos dados do

fenômeno estudado. Procura através de “observações e análises abertas descobrir tendências e

os processos que explicam o como e o porquê das coisas.” (GRUBITS, NORIEGA, 2004, p.

87)

Segundo Grubits, Noriega (2004) na pesquisa quantitativa a descrição e a explicação

do fenômeno são apresentadas através da manipulação numérica, que é feita através de uma

amostra populacional. A pesquisa mista tende a se beneficiar do que há de melhor em cada

método. Portanto como a presente pesquisa buscará conhecer as tendências no sistema de

crenças, bem como explorá-las de forma mais ampla a partir da expressão mais livre acerca

do modo de pensar dos participantes sobre o fenômeno estudado, pode-se afirmar tratar

também de uma pesquisa do tipo qualitativo.

5.2 Sujeitos

Os colaboradores serão jovens universitários entre 18 a 25 anos que estão cursando

graduação presencial em qualquer área do conhecimento e que já estiveram ou estão em um

relacionamento amoroso há pelo menos 6 meses. A amostra será de 20 homens e 20 mulheres

pelo fato da temática da violência remeter à questão de gênero.

O critério idade encontra suporte nos dados apresentados pelo último censo do MEC

(2011) ao informar que a idade média dos universitários no Brasil é de 21 anos, e encontram-

se na faixa média de 19 a 23 anos.

Além disso, esse período corresponde à fase de jovem adulto proposta por Erikson

(1998). Segundo o autor nessa fase ocorre a definição da identidade e de ter as condições para

estabelecer intimidade com o outro.

5.3 Local

O local da realização do preenchimento do questionário será na Universidade

Presbiteriana Mackenzie.

5.4 Instrumentos

O instrumento utilizado é um questionário (Anexo 1) com perguntas semiabertas que

será respondido anonimamente somente identificando o sexo da pessoa. O questionário foi

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elaborado tendo como base o Conflict Tatics Scales 2 (CTS2). Segundo Moraes, Hasselmann

e Reichenheim (2002) o CTS2 é um instrumento usado para identificar a violência entre

parceiros íntimos, ele faz parte de um conjunto de outros instrumentos utilizados para

identificar a violência na família. As pergunta tiradas desse questionário são aquelas que têm

como foco investigar a violência psicológica. Outras foram formuladas pela autora com base

na fundamentação teórica utilizada neste trabalho visando poder investigar melhor os seus

objetivos.

O instrumento está composto de 3 partes: a primeira parte está relacionado as

características sociais do sujeito de pesquisa, a segunda parte são perguntas que dizem

respeito sobre o relacionamento entre parceiros na relação de namoro e a terceira parte é sobre

o que o sujeito de pesquisa pensa sobre alguns conflitos que podem estar presentes nas

relações de namoro.

5.5 Procedimentos

Após encaminhamento e aprovação da comissão de ética, iniciar-se-ão os contatos

para divulgação da pesquisa, por se constituir amostra de conveniência. Após assinatura do

termo de consentimento com a instituição, os candidatos que manifestarem interesse será

agendado um dia, horário e local para apresentação da pesquisa e possível coleta. No dia do

encontro o objetivo da pesquisa será explicado, o sujeito de pesquisa terá de dez a vinte

minutos para responder as perguntas, sendo apresentados num envelope com duas vias a carta

de apresentação e o termo de consentimento ao sujeito (anexo 2) e o questionário, e com a

anuência o sujeito responderá ao questionário, enquanto a pesquisadora aguardará até o

término. Os sujeitos serão orientados que ao término entreguem no envelope o questionário e

uma via do termo assinado. (Anexo 2).

Os envelopes serão abertos posteriormente pelo pesquisador, separados os termos

assinados, e posteriormente, identificados por um número de protocolo aleatório com vistas a

não identificar os questionários aos sujeitos. Na sequência os dados serão computados e

organizados para posterior análise dos dados.

5.6. Cuidados éticos

O trabalho será enviado ao comitê de ética para a avaliação e aprovação. Partindo do

pressuposto que em toda pesquisa existe um risco mínimo de desconforto para o sujeito

Page 17: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

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colaborador, desde o começo da pesquisa será informado ao colaborador que se em algum

momento ele quiser desistir da pesquisa ele poderá fazer isso.

Caso o sujeito de pesquisa sinta-se desconfortável após ou durante o questionário, será

dado o contado da orientadora e também uma lista de locais que dão suporte psicológico

(Anexo 3)

Para proteger a identidade do colaborador no questionário constará somente o campo

de identificação do sexo do sujeito. Da mesma forma para proteger as respostas do

colaborador o questionário deverá ser respondido manualmente e logo após será lacrado pelo

próprio colaborador, o envelope será aberto somente pela autora da pesquisa no dia em que

será feita a análise de dados.

5.7 Análise dos dados

Por se tratar de um estudo quantitativo e qualitativo, a análise será do de análise de

frequência simples dos dados, anteriormente respondidas por homens e mulheres, de acordo

com os princípios da análise descritiva

Além disso, as questões abertas serão analisadas de acordo com o modelo de análise

de conteúdo, critério este decorrente de natureza e da questão, sejam os pressupostos de

análise de conteúdo provenientes de Minayo (2004).

6. Resultados

Antes de serem apresentados os dados cabe mencionar a experiência da coleta de

dados. Esta foi realizada entre os dias 18/02/2013 a 05/03/2013, a capitação da amostra

aconteceu de forma tranquila e de acordo com o proposto no cronograma. Nos dia dos

encontros os sujeitos de pesquisa se mostraram interessados e curiosos com o tema, sendo que

alguns chegaram a perguntar o que seria a violência psicológica ao final do encontro. Ao final

da participação na pesquisa o interesse pelo tema pode ser verificado pela manifestação a

partir de perguntas de esclarecimento sobre a violência psicológica.

Além disso, tiveram relatos de pessoas que estiveram em um relacionamento anterior

conturbado e indicaram ter passado por episódios de violência psicológica, por isso o

interesse pelo tema. Já outras pessoas comentaram que viram uma reportagem acerca do tema,

Page 18: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

15

o que despertou a curiosidade. Outro comentário foi que já discutiu com os pais sobre o tema

e a questão da humilhação às vezes está muito presente nos relacionamentos, mas que muitas

vezes acaba passando despercebido razão que justifica a importância do tema.

Na sequência apresentam-se os dados obtidos tanto de caracterização da amostra

quanto do problema de estudo proposto. Estes foram calculados por frequências simples e

porcentagem considerando para análise índice de significância p ≤ 0,05. No total participaram

da pesquisa 40 sujeitos, sendo dividido entre 20 homens e 20 mulheres. Possuem idade entre

18 a 25 anos, sendo que 20,0% encontram-se entre 18 a 20 anos, 67,0% entre 21 a 23 anos e

13,0% acima de 23 anos. Ao se tratar da religião 5,0% são evangélicos, 13,0% protestantes,

20,0% espíritas, 25,0% ateus e 37,0% católicos. Em relação a renda familiar 7,0% tem uma

renda entre 2 a 5 salários mínimos, 18,0% entre 5 a 10 salários mínimos, 67,0% entre 10 a 30

salários mínimos, 5,0% entre 30 a 50 salários mínimos e 3,0% acima de 50 salários mínimos.

Em relação a situação de namoro 67,5% estão namorando e responderam o questionário

baseado nesse namoro e 32,5% já namoraram e responderam o questionário baseado nesse

relacionamento anterior.

As perguntas sobre o relacionamento amoroso foram categorizadas em dois blocos.

Um bloco refere-se às situações específicas, subdividido entre relações de perpetração e de

sofrimento de violência. No outro bloco as perguntas abordam situações mais amplas, nas

mesmas categorias acima, ou seja, perpetração e sofrimento.

Nas respostas às perguntas sobre perpetuar atos específicos no relacionamento

amoroso, no geral 25,0% dos entrevistados já insultaram os(as) parceiros(as), 3,0% já

destruíram algo, 55,0% já foram embora no meio de uma discussão, 15,0% já ameaçou acertar

algo, 75,0% já gritou ou berrou e 82,0% já irritou o(a) parceiro(a).

Ao compararmos homens e mulheres, percebem-se algumas discrepâncias em alguns

itens. Em relação a destruir algo do(a) parceiro(a) nenhum homem respondeu ter praticado tal

ato, ao contrário das mulheres que 5,0% afirmaram já ter destruído algo do parceiro. Enquanto

45,0% dos homens disseram que já foram embora da discussão, 65,0% das mulheres admitem

tal fato. No que diz respeito a acertar algo no(a) parceiro(a), 30,0% das mulheres disseram

que sim já os homens nenhum respondeu ter praticado tal ato.

Nas perguntas relacionadas se já sofreu alguns dos atos específicos 31,0% já foram

insultados pelo parceiro(a), 8,0% já tiveram algo destruído pelo parceiro(a), 57,0% dos

Page 19: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

16

parceiros(a) já foram embora no meio da discussão, 21,0% o(a) parceiro(a) ameaçou acertar

algo, 64,0% do(a) parceiro(a) gritou ou berrou e 82,0% do(a) parceiro(a) já irritou.

Quando compararmos homens e mulheres, no item se o(a) parceiro(a) já foi embora da

discussão 50,0% homens afirmam que sim enquanto que 70,0% das mulheres alegam tal fato.

Referente ao item se o(a) parceiro(a) já acertou algo 25,0% dos homens disseram que sim,

enquanto para as mulheres o resultado foi de 16,0%. Enquanto 80,0% dos homens dizem que

sua parceira já gritou ou berrou, 47,0% das mulheres afirmam que seu parceiro já fez isso.

Na questão relacionada à identificação de situações mais amplas , na categoria de ter

sofrido a agressão foram: 17,0% disseram que foi o insulto, 9,0% intimidação, 17,0%

constrangimento, 6,0% humilhação, 19,0% chantagem, 6,0% desqualificação, 8,0% ameaça e

4,0% ridicularização. Quando se diferencia homens de mulheres a tendência é a mesma, não

se diferenciando entre si.

Em relação à categoria de perpetração 14,0% responderam ser o insulto, 10,0%

intimidação, 17,0% constrangimento, 6,0% humilhação, 20,0% chantagem, 8,0%

desqualificação, 8,0% ameaça, 4,0% ridicularização.

Ao compararmos homens e mulheres no item do constrangimento enquanto 21,0% dos

homens afirmam tal fato, apenas 13,0% das mulheres assinalaram essa opção. Na questão da

ameaça 16,0% das mulheres disseram que já foram ameaçadas pelos parceiros, já os homens

não registraram nenhuma ameaça.

Nas questões abertas de cunho qualitativo todos responderam e justificaram as

respostas, sendo que no geral na primeira questão 83,0% afirmaram que algum ou alguns dos

atos apresentados no questionário poderiam ser entendidos como violência psicológica entre

parceiros no namoro, enquanto que 17,0% responderam que não.

Quando comparamos homens e mulheres na primeira questão, 75,0% dos homens

responderam que sim enquanto que 90,0% das mulheres afirmaram que algum ou alguns dos

atos apresentados no questionário poderiam ser entendidos como violência psicológica entre

parceiros no namoro.

Em relação à segunda questão no geral 97,0% acham que violência psicológica entre

casais é considerado um problema, enquanto que 3,0% disseram que não. Comparando

Page 20: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

17

homens e mulheres nessa questão, 95,0% dos homens concordam com isso enquanto que

100,0% das mulheres responderam que sim.

As justificativas de ambas as questões foram categorizadas de acordo com o conteúdo.

A primeira questão era se pessoa considerava algum ou alguns dos atos apresentados no

questionário poderiam ser entendidos como violência psicológica entre parceiros no namoro.

No geral 40,0% das justificativas foram de cunho pessoal, 20,0% por agravar o

relacionamento, 17,5% foram respostas relativistas, 12,5% relacionadas ao respeito do outro,

7,5% como forma de controle, 5,0% como um jogo de poder, 2,5% como uma forma de

destruir a relação e 2,5% de negação.

Comparando as justificativas dos homens e das mulheres nesta questão, 30,0% da

justificativa tanto dos homens quanto das mulheres eram de cunho pessoal, 20,0% da

justificativa dos homens e das mulheres eram como forma de agravar o relacionamento,

20,0% dos homens responderam de forma relativista enquanto 15,0% das respostas das

mulheres teve esse conteúdo, 5,0% dos homens justificaram como forma de respeito ao outro

já a resposta das mulheres foi de 20,0%, 10,0% das respostas das mulheres foram como forma

de controle já os homens não responderam com tal conteúdo, 5,0% dos homens e das

mulheres responderam como um jogo de poder, 5,0% dos homens responderam como forma

destruir a relação já as mulheres não responderam com tal conteúdo e 5,0% dos homens

responderam como uma negação, já nas respostas das mulheres não apareceu esse tema.

Com relação à segunda questão dissertativa que perguntava se a pessoa considera a

violência psicológica entre casais um problema, no geral 32,5% justificaram como uma forma

de agravar o relacionamento, 12,5% responderam que podem gerar consequências, 10,0%

consideram a violência psicológica como uma forma de agressão, 10,0% foram relativistas,

7,5% como uma forma de poder, 7,5% justificaram que pode destruir a relação, 5,0% que

existe um limite, 5,0% que faz parte do relacionamento e 5,0% sobre o respeito ao outro.

Comparando as respostas dos homens e das mulheres, 20,0% dos homens

responderam que podem agravar o relacionamento já 45,0% mulheres responderam com esse

conteúdo, para 10,0% homens a justificativa foi de gerar consequências enquanto que 15,0%

das mulheres justificaram dessa forma, tanto 10,0% dos homens quanto das mulheres

justificaram como uma forma de agressão, 10,0% das respostas dos homens e das mulheres

foram de forma relativistas, 10,0% dos homens responderam como uma forma de poder já as

respostas das mulheres foi de 5,0%, 5,0% dos homens e das mulheres responderam que existe

Page 21: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

18

um limite, o mesmo percentual foi encontrado em respostas de homens e mulheres quando a

justificativa foi que faz parte do relacionamento e sobre o respeito ao outro.

7 . Análise e Discussão

Primeiramente cabe ressaltar a qualidade da amostra obtida, pois do total de 40

participantes houve uma distribuição de forma homogênea entre homens e mulheres em uma

faixa etária dos 18 aos 25 anos, que era a população alvo da presente pesquisa. Esta

categorização corresponde às características da população universitária apresentada no último

censo universitário do MEC (2011), em que a maioria dos alunos que frequentam o ensino

superior encontra-se a faixa etária de 18 a 24 anos, de forma que se pode concluir que a

presente amostra representa o jovem universitário paulista em termos de faixa etária.

A única exceção em relação à amostra refere-se à proporção de homens e mulheres,

que no caso da presente pesquisa não há diferença de representação, ou seja, número igual

para homens e mulheres (20 de cada um), uma vez que a amostra foi de conveniência.

De acordo com o resultado do censo da educação superior de 2010, a proporção é um

pouco diferente, ou seja, 57,0% dos jovens universitários são mulheres e 43,0% são homens.

Tal fato dos dados, refere-se à amostra de conveniência, em que a pesquisa fala com o método

quanto a busca de participantes de homens e mulheres, mas encontra-se nenhuma dificuldade

para tal. Razão pela qual se justifica tal diferença e que não deixa de ser representado o jovem

universitário paulista.

Os participantes encontram-se distribuídos principalmente economicamente em uma

faixa de classe média a classe média alta, o que é esperado de estudantes de uma universidade

privada no Brasil. Segundo o MEC (2011) a maior parte de estudantes entre 18 a 24 anos

encontram-se a partir de uma classe média.

Primeiramente na nossa análise será considerado o resultado para quem perpetrou,

sofreu e para quem perpetrou e sofreu. Na categoria de perpetrador atos de gritar e irritar o

parceiro, a chantagem e o constrangimento, que são as mesmas para quem sofreu a agressão.

Desta forma verifica-se uma mutualidade entre o perpetuador e quem sofreu a agressão, ou

seja, a pessoa que sofre essas agressões também a devolve.

Page 22: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

19

Os atos de gritar, irritar o parceiro, chantagem e constrangimento os resultados são

mais prevalentes (tanto para homens quanto para mulheres, 70% e 85%, aproximadamente).

Na categoria de sofrer o ato de irritar é o mais prevalente tanto para o homem quanto para a

mulher (85% e 80%). Já ir embora da discussão é mais prevalente para o grupo feminino

(70%) quando comparado com o masculino (50%), por outro lado o gritar ou berrar foi mais

prevalente para homens (80%) quando comparado com as mulheres.

O que se destaca em modalidade de agressão psicológica é o tipo de violência verbal,

mais frequente também na categoria de perpetuador quanto na de sofrer a violência. Além

disso, ressalta-se que para as mulheres há um reconhecimento maior de perpetrar agressão

verbal, enquanto que os homens se reconhecem como agredidos verbalmente. Enquanto para

as mulheres a agressão mais expressa que se diferenciam dos homens é a retirada da

discussão, como pode ser visto na tabela 1.

Segundo Souza e Cassab (2007) a forma mais comum da violência psicológica

provocada pelo homem é através da agressão verbal, na qual ele desqualifica a parceira, o que

pode ser observado nos dados da tabela 1. Porém esse dado não se refere somente aos

homens, mas tanto para homens e mulheres que perpetuam esse tipo de agressão.

Homem Mulher

Perpetrador

Ir embora da discussão 45% 65%

Gritar 70% 80%

Irritar 70% 90%

Sofreu

Ir embora da discussão 50% 70%

Gritar ou berrar 80% 47%

Irritar 85% 80% Tabela 1. Situações específicas da violência psicológica

Segundo Watzlawick (2007) as relações simétricas e complementares ocorrem nos

relacionamentos, porém quando há uma cristalização destas é que ocorre uma comunicação

patológica, na qual as partes ficam em um círculo vicioso. Ele também cita ao conceito do

duplo vínculo presente nas trocas de mensagens, que também é considerado um paradoxo

comunicacional.

Os dados mostram que as mulheres tendem a gritar e irritar mais os homens, e como

resposta os homens saem da discussão. Se esse é o modo de resolução de conflitos para a

grande maioria dos homens e mulheres, isso dá margem para a violência psicológica. Uma

Page 23: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

20

vez que tanto a comunicação simétrica e complementar está desintegrada e existe mais uma

rejeição do outro do que uma relação onde eu consigo aceitar o outro e respeitá-lo.

Quando se compara homens e mulheres perpetuadores, ambos também gritam,

insultam, chantageiam e constrangem mais os parceiros. Já em relação aos homens e mulheres

que sofreram a violência, enquanto que os homens sofrem mais da agressão verbal, para as

mulheres são os parceiros que a irritam e vão embora da discussão. Isso demonstra que

enquanto as mulheres cometem mais a agressão verbal nos seus parceiros, os homens tem

como resposta irem embora no meio dessa discussão.

Outro resultado que merece destaque é o reconhecimento da agressão quanto a autoria,

ou seja, quem foi o responsável por ter provocado o ato. Na tabela 2, verifica-se a diferença

entre homens e mulheres para qualquer um dos atos.

Geral Homem Mulher

PROVOCADO PELO PARCEIRO

Insulto 17% 15% 16%

Intimidação 9% 6% 13%

Constrangimento 17% 19% 21%

Humilhação 6% 7% 8%

Chantagem 19% 17% 18%

Desqualificado 6% 7% 8%

Ameaça 8% 12% 12%

Ridicularizado 4% 2% 2%

N.d.a. 14% 10% 10%

PROVOCADO PELA PESSOA

Insulto 14% 15% 13%

Intimidação 10% 6% 13%

Constrangimento 17% 21% 13%

Humilhação 6% 3% 8%

Chantagem 20% 25% 15%

Desqualificado 8% 6% 11%

Ameaça 8% 0% 16%

Ridicularizado 4% 6% 3%

N.d.a. 13% 18% 8% Tabela 2. Situações abrangentes sobre a violência psicológica

Este resultado associado com os valores de perpetrador e sofrer apresentados acima

conduzem a identificar a mutualidade das agressões entre homens e mulheres. No estudo feito

por Levy e Gomes (2007) o resultado aponta que tanto os homens quanto as mulheres

Page 24: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

21

praticam a violência psicológica, principalmente no que diz respeito a denegrir a imagem do

outro.

Segundo Aldrighi (2004) as pessoas relacionam a mulher como uma pessoa passiva e

desprotegida, por isso na literatura existe um grande número de pesquisas com o enfoque da

mulher como vítima da violência. Se as pessoas achavam que a mulher era representante do

sexo frágil e de que ela não tinha meios de se defender contra a violência cometida pelo seu

parceiro, através da presente pesquisa percebe-se uma situação de mutualidade entre homens e

mulheres, onde ambos perpetuam e sofrem a violência. Ou seja, a mulher sai de uma posição

mais omissa e passa a ser ativa na violência.

Notou-se que do item de destruir e acertar algo as mulheres são quem perpetuam esse

tipo de ação, com 5,0% e 30,0% respectivamente, sendo que nenhum dos homens refere-se ter

praticado tal ato. Sendo que ao compararmos homens e mulheres que sofreram a violência,

tanto homens e mulheres apontam que seus parceiros já destruíram algum objeto (10,0% e

5,0%) e já acertaram algo em seu parceiro (25,0% e 16,0%). O que conduz a pensar se tais

atos podem ser precursores da violência física futura nos relacionamentos afetivos.

Em relação às questões dissertativas, a primeira questão refere-se se as pessoas

consideravam algum ou alguns doas atos como violência psicológica a grande maioria e a

segunda questão é se elas consideram a violência psicológica entre casais um problema,

ambas as justificativas foram classificadas de acordo com o conteúdo, como já foi dito

anteriormente.

Na primeira questão 75,0% dos homens entendem que alguns dos atos citados no

questionário podem ser entendidos como violência psicológica, enquanto que 90,0% ds

mulheres entendem isso. Para Silva et al (2007) muitos gestos da violência psicológica podem

ser sutis, por isso muitas pessoas não a reconhecem.

As justificativas que relatavam experiência pessoais dos atos que foram citados foi a

grande maioria tanto nas respostas no geral (40,0%) como para os homens (30,0%) e

mulheres (30,0). Para Aldrighi (2004) é importante entender o contexto no qual a violência

aconteceu, o padrão comunicacional para que assim se possa entender melhor a violência

entre os parceiros íntimos. Talvez por isso a grande maioria das justificativas foi de cunho

pessoal, as pessoas quiseram explicar como funciona o relacionamento, em que circunstâncias

ocorreram, para que se pudesse entender melhor.

Page 25: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

22

No conteúdo de respeito 5,0% dos homens justificaram com tal tema, já as mulheres

foram 20,0%. Enquanto 5,0% dos homens responderam como uma forma de conter a

violência psicológica para não destruir o relacionamento, nenhuma das mulheres

mencionaram tal temática. Quando a justificativa é uma forma de negação enquanto 5,0% dos

homens responderam de tal maneira nenhuma resposta das mulheres menciona esse conteúdo,

como pode ser visto na tabela 3.

Nota-se que violência psicológica pode ser entendida para os homens como uma forma

de destruir o relacionamento, da mesma forma que alguns negam que exista violência

psicológica. Para Mosmann e Falcke (2011) muitos casais não consideram alguns

desentendimentos como tipos de violência, principalmente no que se diz respeito à violência

psicológica e física, que pode gerar nos casais em longo prazo uma dinâmica natural.

Geral Homem Mulher

Questão 1

Pessoal 40% 30% 30%

Agravar 20% 20% 20%

Relativismo 17,50% 20% 15%

Respeito 12,5% 5% 20%

Controle 7,50% 10% 5%

Jogo de poder 5,00% 5% 5%

Destruir a relação 2,50% 5% 0%

Negação 2,50% 5% 0%

Questão 2

Agravar 32,50% 20% 45%

Consequência 12,50% 10% 15%

Agressão 10% 10% 10%

Relativismo 10% 10% 10%

Poder 7,50% 10% 5%

Destruir a relação 7,50% 10% 5%

Limite 5% 5% 5%

Faz parte do relacionamento 5% 5% 5%

Respeito 5% 5% 5% Tabela 3. Respostas das questões dissertativas

Em relação à segunda questão enquanto todas as mulheres reconhecem a violência

psicológica entre casais um problema, 95,0% dos reconhecem tal fato. A grande maioria das

justificativas tanto para homens (20,0%) quanto para mulheres (45,0%), relacionaram que a

violência psicológica pode agravar o relacionamento.

Page 26: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

23

8. Conclusão

A presente pesquisa teve como objetivo identificar a concepção de violência psicológica nas

relações de intimidade para homens e mulheres e identificar possíveis conexões entre a

violência psicológica como precursora da violência física.

Com base na análise dos resultados obtidos, evidencia-se que tanto homens e mulheres

identificam atos que podem ser considerados como violência psicológica e que este pode,

muitas vezes, ser avaliado um problema no relacionamento afetivo-sexual.

Quando comparamos as perspectivas do perpetrador e de quem sofreu a violência, a

violência verbal é a modalidade de agressão psicológica mais presente entre os parceiros.

Ressalta-se o fato de que as mulheres se reconhecem mais como perpetradoras da agressão

verbal, enquanto que os homens se reconhecem como agredidos verbalmente.

Notou-se também que a uma mutualidade está presente entre os parceiros, ou seja,

homens e mulheres identificam-se como perpetradores e como quem sofre a violência, Desta

forma se antes a mulher era vista como um ser passivo e frágil, pode-se pensar uma mudança

de da pesquisa da mulheres no relacionamento, em que sai de uma posição mais passiva para

uma mais atuante. Tal fato remete a pensar que a situação é paradoxal, pois ao mesmo tempo

em que sai da posição passiva para agressiva, não só alimenta a relação permeada pela

violência, mas também potencializa o poder de dano. Isto se justifica pelas estatísticas que

apontam os danos físicos decorrentes das agressões são muito maiores para as mulheres, e que

não se pode esquecer, na maioria das vezes, das diferenças de constituição física entre homens

e mulheres.

Ainda, se considerar que a mutualidade de violência identificada é referida por

parceiros na relação de namoro, fase considerada como a da paixão e do amor pleno, como

também a que antecede a consolidação da relação de conjugalidade, cabe refletir sobre o

impacto ao longo do ciclo vital, principalmente, ao evoluir para uma relação de

conjugalidade em que os conflitos se intensifica.

Outro ponto de destaque refere-se ao ato de destruir e acertar algo no(a) parceiro(a)

que apresentou resultados significativos, o que conduz a pensar se tais atos podem ser

precursores da violência física nos relacionamentos afetivos-sexuais, ainda mais

considerando-se que na conjugalidade a fase da paixão não é mais o alicerce da relação.

Page 27: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

24

É importante ressaltar o fato de que a violência psicológica entre parceiros íntimos

ocorre no meio intrafamiliar, o que dificulta a sua identificação e consequentemente a

prevenção. Isso pode gerar no relacionamento malefícios que podem se perpetuar não só

nesse relacionamento, mas em outros relacionamentos além de pode trazer consequências à

saúde física e mental de seus membros.

9. Cronograma

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Divulgação da pesquisa X X

Contato com os colaboradores X X

Aplicação do questionário X X

Análise do questionário X X

Elaborar os resultados X

Discussão dos resultados X X

Conclusão X X

Apresentação X

10. Referências

- ALDRIGHI, T. Prevalência e cronicidade da violência física no namoro entre jovens

universitários do Estado de São Paulo. Psicologia teoria e prática, v. 6, n.1, p. 105-120, São

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- ANACLETO, A.J.; NJAIME,K.; LONGO, G.Z.; BOING,A.F.; PERES, K.G. Prevalência e

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Page 28: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

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- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Resultado do censo da educação superior 2011. Brasil

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Violências contra mulheres por parceiro íntimo em área urbana economicamente vulnerável,

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comunicação humana: um estudo dos padrões, patologias e paradoxos da interação. São

Paulo: Cultrix, 2007. 263 p.

Page 30: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

27

ANEXOS

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

Este questionário denominado de “Discutindo relacionamentos amorosos" tem a

finalidade de conhecer o que você pensa a respeito dos relacionamentos afetivos entre

parceiros íntimos, seus conflitos e formas de funcionamento. Para tanto, solicitamos que

responda as questões, de acordo com o que mais se aproxima de sua forma de pensar,

portanto não existem respostas certas ou erradas. Agradecemos a sua colaboração.

Parte I – Característica social

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade:____________________________

Renda familiar mensal: _______________________

Religião:___________________________

Namoro:

( ) nunca namorou

( ) namoro atualmente há mais de 6 meses

( ) namorei anteriormente com duração de mais de 6 meses

Parte II – Você e seu relacionamento de namoro

Esta parte corresponde às questões que dizem respeito ao relacionamento entre parceiros na

relação de namoro. Assinale a(s) alternativa(s) que responde aquilo que mais se aproxima da

sua forma de pensar e do que já foi vivenciado no seu relacionamento de namoro. Portanto

você deverá responder referente ao namoro atual com duração de mais de 6 meses ou de um

relacionamento anterior com duração de de 6 meses ou mais.

Você deverá responder as questões que se seguem a partir do relacionamento que você define

como o que mostrará as suas respostas. Portanto você responderá sobre:

( ) namoro atual ( ) namoro anterior

1. Alguma vez você já

Page 31: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

28

a) Chamou seu(sua) companheiro(a) de gordo(a), feio(a), ou alguma coisa parecida?

( ) Sim ( ) Não

b) Destruí alguma coisa do seu(sua) companheiro(a) de propósito?

( ) Sim ( ) Não

c) Foi embora no meio de uma discussão?

( ) Sim ( ) Não

d) Falou que companheiro(a) é “ruim de cama”?

( ) Sim ( ) Não

e) Ameaçou acertar ou jogar algo no seu(sua) companheiro(a)?

( ) Sim ( ) Não

f) Gritei ou berrei com o meu(minha) parceiro(a)?

( ) Sim ( ) Não

g) Fiz algo para irritar o(a) meu(minha) parceiro(a)?

( ) Sim ( ) Não

2. Alguma vez seu(sua) parceiro(a)

a) Chamou seu(sua) companheiro(a) de gordo(a), feio(a), ou alguma coisa parecida?

( ) Sim ( ) Não

b) Destruí alguma coisa do seu(sua) companheiro(a) de propósito?

( ) Sim ( ) Não

c) Foi embora no meio de uma discussão?

( ) Sim ( ) Não

d) Falou que companheiro(a) é “ruim de cama”?

( ) Sim ( ) Não

e) Ameaçou acertar ou jogar algo no seu(sua) companheiro(a)?

( ) Sim ( ) Não

f) Gritei ou berrei com o meu(minha) parceiro(a)?

Page 32: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

29

( ) Sim ( ) Não

g) Fiz algo para irritar o(a) meu(minha) parceiro(a)?

( ) Sim ( ) Não

3. Marque qual(is) ato(s) você vivenciou no seu relacionamento que foram provocados

pelo seu(sua) parceiro(a) no seu relacionamento amoroso. Você pode marcar mais de

uma alternativa

( ) Insulto ( ) Humilhação ( ) Ameaça

( ) Intimidação ( ) Chantagem ( ) Ridicularizada(o)

( ) Constrangimento ( ) Desqualificada(o) ( ) Nenhuma das

alternativas

4. Marque qual(is) ato(s) você vivenciou no seu relacionamento que foram provocados

por você no seu relacionamento amoroso. Você pode marcar mais de uma alternativa

( ) Insulto ( ) Humilhação ( ) Ameaça

( ) Intimidação ( ) Chantagem ( ) Ridicularizada(o)

( ) Constrangimento ( ) Desqualificada(o) ( ) Nenhuma das alternativas

Parte III – O que você entende

Nessa parte gostaríamos de conhecer o que você pensa a respeito de alguns conflitos e

problemas que podem estar presentes nas relações de namoro.

1. De tudo que você respondeu até agora, você considera que algum ou alguns dos atos

apresentados nas questões anteriores poderiam ser entendidos como violência

psicológica entre parceiros no namoro?

( ) Não ( ) Sim

Justifique:

________________________________________________________________________

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30

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

2. Você considera que a violência psicológica entre casais é um problema?

( ) Não ( ) Sim

Justifique:

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

Page 34: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

31

ANEXO 2

CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DE PESQUISA

Esta pesquisa tem como intuito identificar o que os jovens pensam sobre o relacionamento

afetivo com o parceiro no namoro, seus conflitos e dilemas. Os dados para o estudo serão

coletados por meio de uma aplicação de um questionário semiestruturado, que será

respondido no local estabelecido e depois será lacrado em um envelope. O material será

analisado posteriormente, garantido sigilo absoluto sobre as questões respondidas. Para tal

solicitamos sua autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato

interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou psicológicos

mínimos aos participantes. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo

desistir a qualquer momento. Em eventual situação de desconforto, os participantes poderão

cessar sua colaboração sem consequências negativas. Todos os assuntos abordados serão

utilizados sem a identificação dos participantes e instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas

que existirem agora ou a qualquer momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em

contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos que se trata de pesquisa com

finalidade acadêmica, referida à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, que os

resultados da mesma serão divulgados em publicação e eventos científicos obedecendo ao

sigilo, sendo alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes,

instituições ou locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, favor assinar

abaixo. Uma cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra com o(s)

pesquisador(es). Obrigado.

...................................................................... .............................................................

Pesquisadora: Karim Naomi Watanabe Orientadora: XXXXXXXX

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Telefone:

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)

____________________________________,sujeito de pesquisa, após a leitura da CARTA

DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA, ciente dos procedimentos propostos, não

restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO

LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que

o(a) senhor(a), a qualquer momento, poderá retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica ciente que todo

trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força do sigilo profissional.

São Paulo,....... de ..............................de..................

_________________________________________

Assinatura do sujeito

Page 35: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

32

ANEXO 3 – LISTA DE LOCAIS DE APOIO PSICOLÓGICO

- Contato da orientadora: Tânia Aldrighi

E-mail: [email protected]

- Clínica Psicológica PUC

Rua Monte Alegre, 961 - Perdizes - São Paulo - SP

Fone: (11) 3670-8040 ou 3670-8041

Horário de atendimento: 2ª à 6ª feira das 9h às 20h

- Clínica Psicológica Instituto SEDES Sapientiae

Rua Ministro Godoi, 1484 – Perdizes – São Paulo – SP

Fone: (11) 3866-2735

Horário de atendimento: 2ª à 6ª das 7h às 21h, Sábado 8h às 12h

E-mail: [email protected]

Page 36: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

33

ANEXO 4 – CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO

CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO

Esta pesquisa tem como intuito identificar o que os jovens pensam sobre o relacionamento

afetivo com o parceiro no namoro, seus conflitos e dilemas. Propõe-se a aplicação de um

questionário denominado “Discutindo relacionamento amorosos”, com perguntas objetivas e

abertas, a ser aplicado para jovens universitários, universitários entre 18 a 25 anos que estão

cursando graduação presencial em qualquer área do conhecimento e que já estiveram ou estão

em um relacionamento amoroso há pelo menos 6 meses. Para tanto, solicitamos a autorização

da instituição universitária para divulgação e coleta de dados junto aos jovens interessados em

contribuir com o estudo. A partir da anuência da instituição será combinada a forma de

divulgação e convite para a participação como sujeito voluntário de pesquisa em dia, horário e

local previamente definido e autorizado pela instituição. No dia do encontro o objetivo da

pesquisa será explicado, o sujeito da pesquisa terá de dez a vinte minutos para responder um

questionário semiestruturado sendo apresentado um envelope com duas vias da carta de

apresentação e o termo de consentimento ao sujeito, e com a anuência o sujeito responderá ao

questionário, enquanto a pesquisadora aguardará até o término. Os sujeitos serão orientados

que ao término entreguem no envelope o questionário e uma via do termo assinado. O contato

interpessoal e a realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou psicológicos

mínimos aos participantes e à instituição. As pessoas não serão obrigadas a participar da

pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de desconforto, os

participantes poderão cessar sua colaboração sem consequências negativas para si ou para a

instituição. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos

colaboradores e instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer

momento poderão ser esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo

mencionado. Ressaltamos que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referente a

Trabalho de Conclusão de Curso, que os resultados da mesma serão divulgados em

publicação e eventos científico, obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer dados que

possibilitem a identificação de participantes, instituições ou locais que permitam

identificação. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento

ficará com a instituição e outra com o(s) pesquisador(es). Obrigado.

...................................................................... .............................................................

Karim Naomi Watanabe Tânia Aldrigh

Telefone:

Page 37: Violência Psicológica entre Parceiros Íntimos

34

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)

____________________________________, representante da instituição, após a leitura da

Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando

quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que a

instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer momento, retirar seu

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da

pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada

por força do sigilo profissional.

São Paulo,....... de ..............................de..................

_________________________________________

Assinatura do representante da instituição