vii simpósio do dia do leite instituto federal de educação, ciência e tecnologia do sudeste de...
TRANSCRIPT
16/08/2012
1
Cláudia Aparecida de Oliveira e Silva
Doutoranda em Ciência de Alimentos - UFMG
Analista e Pesquisadora de Saúde e Tecnologia - FUNED
Belo Horizonte, 17 a 19 de julho de 2012.
Análise de Alimentos:
uma abordagem multidisciplinar
III Jornada de Inverno de Química
Departamento de Química - UFMG
Programa do curso
1º dia (17-07-12): o Bromatologia – histórico, importância, evolução;
o Objetivos e importância da análise de alimentos.
2º dia (18-07-12): o Análise de nutrientes: água, lipídeos, carboidratos, proteínas, minerais:
métodos convencionais e instrumentais;
o Análise de contaminantes, resíduos e adulterações.
3º dia (19-07-12): o Gestão da qualidade laboratorial em análise de alimentos: normas de
qualidade, validação de métodos, materiais de referência e programas interlaboratoriais.
Broma - Bromatos significa “dos alimentos”;
Logos - significa Ciência.
Bromatologia é a ciência que estuda os alimentos.
Bromatologia ou Ciência dos Alimentos Bromatologia ou Ciência dos Alimentos
Química
Análise
Nutrição
Tecnologia
Microbiologia
Toxicologia
Legislação
Vigilância Sanitária
Caráter multidisciplinar
Bromatologia ou Ciência dos Alimentos
Atuação de profissionais de diversas áreas:
químico, farmacêutico, biólogo, nutricionista, engenheiro,
agrônomo, etc.
Pré-história ao início do sec. XVIII:
Seleção intuitiva de alimentos;
primeiras técnicas de preparo;
transmissão do conhecimento através da linguagem falada;
empirismo dominou o conhecimento sobre os alimentos ao longo
dos séculos, até que as bases da química foram estabelecidas.
Ciência dos Alimentos - História
16/08/2012
2
Marco inicial: Segunda metade do século
XVIII
Lavoisier (1743-1794): princípios da combustão e produção de energia calorífica;
processo de fermentação expresso por uma equação
balanceada - lei da conservação de massas;
primeira tentativa de determinar a composição elementar do
álcool;
primeiras publicações sobre ácidos orgânicos de alguns
frutos.
Ciência dos Alimentos - História
Período quantitativo (1780 – 1803):
Teorias de Lavoisier (combustão e produção de
calor) aplicadas por analogia;
estudos dos alimentos relacionados à quantidade de
calorias que forneciam, permitindo fixar com
precisão o valor e a natureza do potencial
energético da dieta.
Ciência dos Alimentos - História
Século XIX
O aperfeiçoamento de métodos analíticos permitiu
determinar carbono, hidrogênio e nitrogênio nos compostos orgânicos.
Liebig (1803-1873):
reconhecimento da importância do nitrogênio para os organismos e classificação dos alimentos em nitrogenados e não nitrogenados;
Researchs on the chemistry foods, publicado em 1847, talvez seja a primeira obra específica sobre alimentos.
Ciência dos Alimentos - História
Século XIX
Período qualitativo:
descoberta dos constituintes dos alimentos e conhecimento de
sua importância para o organismo (ex.minerais);
estação experimental agrícola de Weende, na Alemanha, de 1857 a 1865, processos de rotina para determinação dos principais constituintes dos alimentos;
necessidade de fiscalização e controle devido às crescentes práticas de adulterações, devido à revolução industrial.
Ciência dos Alimentos - História
Primeira metade - século XX.
Descoberta, caracterização e nomeação de:
aminoácidos;
ácidos graxos;
vitaminas.
Ciência dos Alimentos - História
Primeira metade - século XX.
Progresso nas metodologias analíticas;
compreensão do papel dos nutrientes em nível celular;
estabelecimento das necessidades diárias.
Ciência dos Alimentos - História
16/08/2012
3
Final século XX e início XXI:
Relação entre consumo de sal e pressão arterial;
Consumo excessivo de gorduras de origem animal e
ocorrência de doenças cardiovasculares;
Importância do consumo de fibras.
Ciência dos Alimentos - História História das tabelas de composição de
alimentos no Brasil
1948 – Tabela de Alimentos Brasileiros;
1951 – Tabela de Composição Química de Alimentos (FRANCO);
1977 – Estudo de Composição de Alimentos – ENDEF – compilação de dados
nacionais e internacionais – métodos analíticos utilizados na época;
1998 – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA-USP) – dados obtidos
pelos métodos analíticos atuais;
2001 – Tabela de Composição de Alimentos: suporte para decisão nutricional de
Phillipi – dados de tabelas nacionais e internacionais e de rótulos de alimentos;
2004/2011 – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO
(NEPA/UNICAMP) – dados obtidos pelos métodos analíticos atuais.
Tabelas de composição de alimentos no Brasil Tabelas de composição de alimentos no Brasil
Tabelas de composição de alimentos no Brasil
Foco no bem-estar do homem;
acesso a alimentos básicos;
utilização racional de recursos alimentares;
minimização do efeito do processamento sobre o valor nutritivo dos
alimentos;
racionalização do uso de aditivos, defensivos agrícolas, etc.;
qualidade e segurança alimentar dos alimentos.
Desafios do profissional da Ciência dos
Alimentos
16/08/2012
4
Análise de alimentos
Ferramenta importante em todos os ramos da Ciência dos
Alimentos:
Nutrição e química de
alimentos
nutrientes e composição
centesimal;
propriedades funcionais;
alimentos para fins especiais;
características que definem
padrões de identidade e qualidade.
Análise de alimentos
Ferramenta importante em todos os ramos da Ciência dos
Alimentos:
Toxicologia de
alimentos
produtos de degradação;
migrantes de embalagens;
resíduos e contaminantes;
aditivos.
Análise de alimentos
Ferramenta importante em todos os ramos da Ciência dos
Alimentos:
Tecnologia de
alimentos
controle de qualidade de insumos
e matéria-prima;
controle de processos;
produto final – avaliação da
conformidade.
Análise de alimentos
Ferramenta importante em todos os ramos da Ciência dos
Alimentos:
Microbiologia de
alimentos
avaliação de microrganismos patogênicos:
Listeria, Salmonella, Escherichia coli,
Clostridium;
avaliação de micotoxinas e enterotoxinas;
viabilidade de microrganismos benéficos
em produtos fermentados;
controle de processos fermentativos e de
biotecnologia.
Análise de alimentos
Ferramenta importante em todos os ramos da Ciência dos
Alimentos:
Legislação e
Vigilância Sanitária
atendimento às legislações vigentes:
rotulagem, padrões de identidade e
qualidade, etc.;
monitoramento do risco à saúde;
ocorrência de fraudes e adulterações.
Análise de alimentos
Nutrientes e composição centesimal:
para fins de rotulagem nutricional, que é obrigatória (RDC 360/2003,
Anvisa):
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porção de: g – medida caseira
Qtd.
%VD(*)
Valor energético kcal – kj %
Carboidratos g %
Proteínas g %
Gorduras totais g %
Gorduras saturadas g %
Gorduras trans g
Fibra alimentar g %
Sódio mg %
16/08/2012
5
Análise de alimentos
Nutrientes e composição centesimal:
alimentos pouco estudados e/ou aplicação tecnológica recente:
açaí, yacon, tremoço, farinha de banana, etc.
Análise de alimentos
Alimentos com propriedades funcionais:
Ômega 3: manutenção de níveis saudáveis do triglicérides;
Carotenóides (licopeno, luteína, zeaxantina): ação
antioxidante;
Fibras alimentares: auxílio no funcionamento do intestino;
Microrganismos probióticos: contribuem para o equilíbrio da
microbiota intestinal.
Análise de alimentos
Alimentos para “fins especiais”:
Alimentos com restrição ou redução de nutrientes:
o diet, light, isentos de glúten, etc.;
Alimentos infantis;
Alimentos para nutrição enteral;
Alimentos para atletas.
Análise de alimentos
Padrão de Identidade e Qualidade:
“Denominação, definição e composição de alimentos,
matérias-primas alimentares, alimentos in natura e
aditivos intencionais, fixando requisitos de higiene,
normas de envasamento e rotulagem, métodos de
amostragem e análise”.
Decreto-Lei nº 986/1969 – Ministério da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar.
Análise de alimentos
Padrão de Identidade e
Qualidade:
Padrões de Identidade e Qualidade
16/08/2012
6
Padrões de Identidade e Qualidade Padrões de Identidade e Qualidade
Padrões de Identidade e Qualidade Padrões de Identidade e Qualidade
Exemplo – Conserva de sardinha:
Art. 4º - Para fins deste regulamento, consideram-se as seguintes
definições:
I - conserva: entende-se por conservas de sardinhas os produtos
elaborados a partir de matéria-prima de espécies abrangidas por este
regulamento, fresca ou congelada, descabeçada, eviscerada, com
exceção de gônadas e rins, acrescidos de meio de cobertura,
acondicionados em um recipiente hermeticamente fechado e que tenham
sido submetidos a um tratamento térmico que garanta sua esterilidade
comercial;
Parágrafo único - No produto final, ou seja, conservas de sardinha, a
carne deve constituir, no mínimo, 50% em relação ao peso líquido
declarado.
Instrução Normativa nº 22 – 11/07/2011, MAPA.
Padrões de Identidade e Qualidade Padrões de Identidade e Qualidade Exemplo – Conserva de sardinha:
Art. 8º - A composição do produto compreende os seguintes ingredientes:
I - ingrediente obrigatório: sardinhas; e
II - ingredientes opcionais:
a) sal;
b) água potável;
c) azeite de oliva;
d) outros óleos vegetais comestíveis;
e) condimentos, aromas e especiarias;
f) aditivos intencionais;
g) vinagre;
h) vinho;
i) hortaliças;
j) frutas;
k) legumes; ou
l) outros previamente aprovados pelo órgão competente.
Instrução Normativa nº 22 – 11/07/2011, MAPA.
16/08/2012
7
Padrões de Identidade e Qualidade Padrões de Identidade e Qualidade
Padrões de Identidade e Qualidade Padrões de Identidade e Qualidade
Análises de alimentos
Produtos de degradação:
Ex.: histamina em pescados, em alimentos
fermentados.
Migrantes de embalagens:
Ex.: estanho em conservas vegetais e de frutas;
Ex.: polímeros plásticos em alimentos infantis.
Análises de alimentos
Resíduos e Contaminantes:
Ex.: drogas veterinárias e pesticidas.
Ex.: hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs):
queima incompleta de matéria orgânica;
Aditivos:
Ex.: corantes artificiais em doces de frutas, balas,
gelatinas e refrescos em pó.
16/08/2012
8
Análise de alimentos
Fraudes ou adulterações:
Ex.: amido de milho e resíduos vegetais no café;
Ex.: leite e derivados: soro, água, melamina;
Ex.: uso de aditivos diversos, medicamentos, ingredientes de
outra origem/espécies em alimentos não permitidos.
Análise de alimentos
Fraudes ou adulterações:
Cap. III: DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA:
Art. 272: “Corromper, adulterar ou alterar substância ou produto
alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou
reduzindo-lhe o valor nutritivo”.
Pena: reclusão, de 4 a 8 anos e multa.
Decreto-lei 2848/1940 – Código Penal.
Análises de alimentos : Aplicações
Indústrias de alimentos.
Órgãos governamentais.
Universidades e Institutos de educação.
Centros de pesquisa.
Controle de qualidade. Suporte na determinação da composição do produto final e rotulagem
nutricional obrigatória. Desenvolvimento de novos produtos. Estudo de adulterações ou fraudes dos alimentos. Fiscalização de produtos. Ajuste do preço de produtos em relação ao teor de alguns de seus
componentes. Pesquisas.
Leite, cana de açúcar.
Análise de alimentos: Esquema geral
Amostragem
Preparo da amostra
Reações químicas Mudanças físicas
Separações
Respostas
(quantitativa ou qualitativa)
Processamento de dados
Avaliação estatística
Análise de alimentos: Seleção de métodos
Objetivos da análise;
Natureza e concentração do componente analisado:
maiores > 1%;
menores 0,01 a 1%;
micro < 0,01% (traços: analitos em ppm e ppb).
Composição do produto (matriz):
possibilidades de interferentes.
Recursos:
prazo, custos e infra-estrutura.
Convencionais
ou
Instrumentais
Análise de alimentos: Dificuldades
Natureza diversificada dos alimentos;
variabilidade entre as amostras de um mesmo alimento;
complexidade dos alimentos: interferências de outros
constituintes;
perecibilidade dos alimentos;
diversidade de componentes para análise (analitos) e suas faixas de concentração;
métodos analíticos: disponibilidade e adequação.
16/08/2012
9
Análises de alimentos : Importância
Resultados de análises de alimentos subsidiam tomadas de
decisões relacionadas a aspectos econômicos e de saúde pública.
Relações comerciais Saúde pública
Devem ser confiáveis e comparáveis!
2º Dia:
Análise de nutrientes,
resíduos e contaminantes
Belo Horizonte, 18 de julho de 2012.
Qual método utilizar?
Métodos normalizados ou não normalizados;
Métodos de referência:
publicados em normas e órgãos oficiais;
Internacionais (ex.:AOAC: “Association of Official Analytical Chemists” – www.aoac.org);
Nacionais;
Métodos desenvolvidos pelo laboratório:
importante realizar processo de validação, para comprovar a aplicação;
É comum no PIQ do produto em questão, encontrarmos a referência do método a ser utilizado.
Instrução Normativa 46/2007, MAPA – PIQ Leites Fermentados:
10. Métodos de Análise:
Os métodos de análises recomendados são indicados nos subitens 4.2.2 e 7.4.
11. Amostragem:
Seguem-se os procedimentos recomendados na Norma FIL 50C: 1995.
Qual método utilizar?
BRASIL, 2007.
BRASIL, 2007.
Métodos de referência – publicações oficiais
nacionais
IN 20/1999 – “Métodos analíticos físico-químicos para controle de produtos cárneos e seus ingredientes – sal e salmoura”;
IN 62 e 68/2006 – “Métodos analíticos oficiais microbiológicos e físico-químicos, para controle de leite e produtos lácteos, respectivamente”;
IN 28/2007 – “Manual de métodos analíticos oficiais para fertilizantes minerais, orgânicos, organominerais e corretivos”;
IN 25/2011 – “Métodos analíticos oficiais físico-químicos para controle de pescado e seus derivados”.
16/08/2012
10
1. Umidade em alimentos
Teor de umidade: quantidade de água presente no
alimento (livre, adsorvida, ligada).
Teor de sólidos totais: todos os constituintes exceto a
água.
%ST = 100 - %U
Importância da determinação umidade
Preservação de produtos:
Ex: frutas e vegetais desidratados, grãos e cereais, leite em pó.
Processamento:
Ex: geléias e doces, produtos de trigo.
Embalagem:
Ex: leite e sucos concentrados, produtos desidratados.
Padrão de identidade de produtos:
Ex: queijos, produtos cárneos, cereais, etc.
Calculo do valor nutricional.
Teor de umidade de alguns alimentos
Alimento Teor de Umidade (%)
Frutas
Laranja
Melancia
Banana
90,0
95,0
75,0
Vegetais
Brócolis
Cenoura
Alface
85,0
85,0
95,0
Carnes 50,0 -75,0
Peixes 70,0 – 80,0
Leite in natura
Leite em pó
85,0 – 90,0
4,0
Ovo 70,0 – 75,0
Cereais < 10,0
Parâmetros estabelecidos para umidade em
alguns alimentos
Produto
Parâmetros para
umidade (g/100g)
Regulamento técnico
pertinente (PIQ)
Café torrado e moído < 5,0 RDC nº 277/2005, Anvisa
Produtos de frutas
secas ou desidratadas
< 25,0 RDC nº 272/2005, Anvisa
Leite em pó integral < 3,5
Portaria nº 369/1997,
MAPA
Lingüiça fresca < 70,0
Instrução normativa nº
04/2000, MAPA
Lentilha
< 14,0
Portaria nº 65/1993, MAPA
Farinhas, amidos,
cereais e farelos
< 15,0
RDC nº 263/2005, Anvisa
Tipos de métodos
Métodos diretos: a água é removida e quantificada;
princípios físicos e físico-químicos;
Exemplos: gravimétricos (secagem), destilação azeotrópica, titulação de Karl-Fischer, cromatografia gasosa, refratometria.
Métodos indiretos: a água não é removida;
a água é quantificada por parâmetros que se modificam em função do teor de água;
Exemplos: condutividade, espectroscopia (infravermelho e ressonância magnética nuclear).
Métodos físicos
Ressonância nuclear magnética.
Espectroscopia no infravermelho próximo.
Índice de refração.
Densidade.
Crioscopia.
Condutividade elétrica.
RMN
NIR
Crioscópio
Refratômetro
16/08/2012
11
simples Com circulação de ar
á vácuo
Métodos de secagem em estufa
Cápsula de porcelana
Pesa-filtro
Cápsula de alumínio
Secagem em estufa – recipientes para amostras
Pesa-filtro
Exemplo – Determinação da umidade em queijo por
secagem em estufa
* até peso constante.
Outros métodos por secagem
Radiação infravermelha
Microondas
Secagem em
dessecadores
Pesquisas em determinação de umidade 2. Cinzas e Minerais
Cinza é o resíduo inorgânico que permanece após a queima da
matéria orgânica, que é transformada em CO2, H2O e NO2.;
As vezes as cinzas não têm a mesma composição que a matéria
mineral originalmente presente no alimento, devido a:
perdas por volatilização.
Exemplos: Hg de 100 a 550 °C, Cd > 450 °C, Zn e Pb de
300 a 1000 °C
interações entre constituintes da amostra.
16/08/2012
12
2. Cinzas e Minerais
Constituição das cinzas:
grandes quantidades de Na, K, Ca e Mg;
pequenas quantidades de Al, Fe, Cu, Mn e Zn;
quantidades traços de As, I, F e outros.
Os elementos se encontram nas cinzas nas formas de
óxidos, sulfatos, fosfatos, silicatos e cloretos,
dependendo das condições de incineração e da
composição do alimento.
Teor de cinzas de alguns alimentos
Alimento Teor de cinzas (%)
Lácteos 0,7 a 6,0
Carnes 0,5 a 6,7
Peixes 1,2 a 3,9
Frutas frescas 0,3 a 2,1
Cereais 0,3 a 3,3
Óleos e gorduras vegetais 0
Manteiga e margarina 2,5
Açúcares e xaropes 0 a 1,2
CECCHI, 2003
Alimento Cálcio (mg/100g)
Leite integral 123
Leite desnatado 134
Queijo parmesão 992
sardinha 167
Feijão carioca cru 123
Castanha do pará 146
Couve manteiga refogada 177
Espinafre cru 98
Ovo de galinha cru 42
Teor de cálcio de alguns alimentos Determinação de cinzas e minerais
Obtenção das cinzas (totais, alcalinidade, solúveis e insolúveis):
queima seca;
queima úmida.
Análise elementar:
titulometria;
espectrofotometria (colorimetria);
turbidimetria;
emissão de chama;
absorção atômica (chama, forno de grafite, gerador de hidreto);
ICP-OES (Espectrometria de emissão ótica indutivamente
acoplada ao plasma).
Necessidade de controle ambiental, de
materiais e reagentes, incluindo a água,
devido a possíveis contaminações.
Importância da obtenção das cinzas para
determinação dos minerais
Tratamento da amostra depende da complexidade da matriz e do limite de
quantificação a ser atingido;
Objetivos:
Degradar e solubilizar a matriz para liberar os metais presentes para a
análise;
Extrair os metais para um solvente mais adequado a técnica de
quantificação;
Concentrar metais que se encontram presentes em baixas concentrações
na matriz;
Separar analitos que possam interferir na quantificação;
Diluir a amostra para o efeito da matriz não ser significativo;
Separar diferentes formas químicas (especiação).
Queima Seca Queima Úmida
16/08/2012
13
Queima Seca
Titulometria:
consiste essencialmente em determinar o volume de uma solução
de concentração conhecida, que se requer para a reação
quantitativa com um dado volume de solução da substância em
análise.
Exemplo:
determinação de cloreto, por volumetria, utilizando solução de
nitrato de prata na presença de concentração conhecida.
NaCl + AgNO3 AgCl (s) + NaNO3 (aq)
AgNO3 + K2CrO4 Ag2CrO4 (s) + 2 KNO3 (aq)
Análise elementar
Determinação de cloretos em alimentos
Obtenção das
cinzas, por via seca Solubilização em
água, transferência
e adição do
indicador
Titulação até o
ponto de viragem
Absorção Atômica
3. Lipídeos
Componentes do alimento insolúveis em água e solúveis em solventes
orgânicos;
Característica de solubilidade comum aos lipídeos, preferencialmente a
uma característica estrutural. Contudo:
triacilgliceróis são muito hidrofóbicos;
mono e digliceróis possuem partes hidrofílicas e hidrofóbicas em suas
moléculas, sendo solúveis em solventes pouco polares.
Triacilgliceróis são a categoria mais prevalente nos alimentos.
Triacilglicerol
Éster de glicerol e ácidos
palmítico, oléico e linolênico
Teor de lipídeos de alguns alimentos
Alimento Teor de lipídeos (%)
Manteiga e margarina 81
Molhos de salada 40 - 70
Leite fresco 3,7
Leite em pó 27,5
Sorvetes 12
Cereais 3 - 5
Carne 16 - 25
Peixes 0,1 - 20
Ovos 12
Chocolate 35
Frutas 0,1 - 1
16/08/2012
14
Determinação de lipídeos
Extração com solvente
Remoção do solvente
Saponificação ou metilação
Perfil lipídico
Lipídeos totais
Tipos de métodos
Extração com solvente a quente
Éter etílico ou éter de petróleo:
método Soxhlet (processo semi-contínuo);
método Goldfish (processo contínuo).
Extração com misturas de solventes a frio
Clorofórmio, metanol e água:
método Bligh-Dyer.
Clorofórmio e metanol, 2:1:
método Folch.
Tipos de métodos
Extração de lipídeos ligados a outros componentes:
hidrólise ácida (métodos Gerber e Babcock);
hidrólise alcalina (métodos Rose-Gottlieb e Mojonnier –extração
com solvente em processos descontínuos ).
Métodos instrumentais:
Cromatográfia gasosa.
Método Soxhlet – Extração com solvente
Secagem e pesagem dos tubos
Preparo e pesagem das
amostras
Processo de extração,
recuperação do solvente e
pesagem do resíduo gorduroso
Método de Gerber – Hidrólise ácida
Butirômetro – leite fluido
Graduação: 0 a 8,0%
Adição ác. Sulfúrico conc. +
leite + álcool isoamílico Agitação até solubilização
Centrifugação 1000-1200 rpm
Por 5’ (duas vezes)
Leitura
Cromatografia gasosa – Perfil de ácidos
graxos em azeite
Extração a frio por Bligh-
Dyer;
Metilação com BF3;
Análise por CG – DIC
(detector de ionização em
chama)
16/08/2012
15
Perfil de ácidos graxos
30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 min-1.25
-1.00
-0.75
-0.50
-0.25
0.00
0.25
0.50
uV(x1,000)
30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 min
-1.00
-0.75
-0.50
-0.25
0.00
0.25
uV(x1,000)
41.0 42.0 43.0 44.0 45.0 46.0 47.0 48.0 49.0 50.0 51.0 min
-1.0
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
uV(x1,000)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
C
Chromatogram
41.1
82/1
215
42.2
78/2
6522
43.2
28/3
27
43.7
79/6
48806
43.8
53/1
4878
45.5
83/7
8046
45.7
34/3
40
46.7
15/3
497
47.7
92/5
924
47.9
96/2
468
49.7
85/1
358
50.9
04/1
112
C18:0
C18:1
C18:2
C18:3
C20:0
C20:2
42.0 43.0 44.0 45.0 46.0 47.0 48.0 49.0 50.0 51.0 min
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
uV(x1,000)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
C
Chromatogram
42.2
52/3
2644
43.2
87/5
06
43.6
72/2
84954
43.7
79/1
3963
44.0
65/4
53
45.1
96/1
340
45.7
04/4
21369
46.7
20/4
300
47.1
36/1
808
47.6
22/1
792
47.8
23/4
2532
47.9
97/2
867
48.8
38/3
37
49.2
74/6
13
49.7
86/6
98
49.9
06/5
05
50.9
17/6
510
C18:0
C18:1
C18:2
C18:3
C20:0 C20:2
Azeite de oliva A - satisfatório
Azeite de oliva B - adulterado
42.5 45.0 47.5 50.0 min-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
uV(x10,000)
Chrom atogram
42.5 45.0 47.5 50.0 min
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
uV(x1,000)
Chrom atogram
Valores de referência e encontrados
Sobreposição dos cromatogramas dos azeites A e B
e deslocamento para a esquerda do azeite B
Sobreposição dos cromatogramas
C18:1
A - Satisfatório
B - Adulterado
A - Satisfatório
B - Adulterado
C18:2
C22:1
Composto
Valores de
Referência Resultado
Mín. Máx. Média
(g/100g)
C14:0 0,00 0,05 0,08
C16:0 7,50 20,00 11,54
C16:1 0,30 3,50 0,22
C17:0 0,00 0,30 0,09
C17:1 0,00 0,30 0,07
C18:0 0,50 5,00 3,71
C18:1
n9c 55,00 83,00 32,16
C18:1 n9t 0,00 0,05 0,00
C18:2
n6c 3,50 21,00 46,97
C18:2
n6ct 0,00 0,05 0,16
C18:3 n3 - - 4,64
C20:0 0,00 0,60 0,49
C20:1 0,00 0,40 0,07
C22:1 0,00 0,20 0,72
C24:0 0,00 0,20 0,28
Valores de referência - azeite
Composto
Valores de
Referência Resultado
Mín. Máx. Média
(g/100g)
C14:0 0,00 0,05 0,08
C16:0 7,50 20,00 11,54
C16:1 0,30 3,50 0,22
C17:0 0,00 0,30 0,09
C17:1 0,00 0,30 0,07
C18:0 0,50 5,00 3,71
C18:1 n9c 55,00 83,00 32,16
C18:1 n9t 0,00 0,05 0,00
C18:2 n6c 3,50 21,00 46,97
C18:2 n6ct 0,00 0,05 0,16
C18:3 n3 - - 4,64
C20:0 0,00 0,60 0,49
C20:1 0,00 0,40 0,07
C22:1 0,00 0,20 0,72
C24:0 0,00 0,20 0,28
Composto
Valores de Referência
Mín. Máx.
C14:0 0,00 0,20
C16:0 8,00 13,50
C16:1 0,00 0,20
C17:0 na Na
C17:1 na na
C18:0 2,00 5,40
C18:1 17,00 30,00
C18:2 48,00 59,00
C18:3 3,50 8,00
C20:0 0,10 0,60
C20:1 0,00 0,70
C22:1 0,00 0,30
C24:0 0,00 0,50
IN 49/2006, MAPA.
Valores de referência – óleo de soja
4. Proteínas
As proteínas são polímeros constituídos por 20 aminoácidos unidos
pela ligação peptídica, e tem alto PM;
A ligação peptídica é de natureza covalente, onde o grupamento
carboxílica (COOH) é unido ao grupo amina (NH3) com perda de
H2O.
Alimento Teor de proteínas (%)
Leite 3,5
Carne 25
Ovo 13
Arroz integral 7,5 a 9,0
Arroz polido 5,2 a 7,6
Farinha de trigo 9,8 a 13,5
Macarrão, sêmola 12,10
Soja 33 a 42
Batata 10 a 13
Amendoim 25 a 28
Maçã 0,3
Teor de proteína nos alimentos Análise de proteínas – método Kjeldahl
1ª etapa - digestão
Amostra + catalisador
Digestão a 420 ºC
N orgânico = sulfato de amônio
Adição de
ácido súlfurico
concentrado
N da amostra + H2SO4 (NH4)2SO4
16/08/2012
16
2ª etapa - destilação
Adição de
NaOH e
água
a quente
Análise de proteínas – método Kjeldahl
(NH4)2SO4 + NaOH 2NH3 + Na2SO4 + 2 H2O NH3 + H3BO3 (NH4)H2BO3
3ª etapa - Titulação
Titulação com HCl
padronizado
Indicador misto
Ponto de viragem
N% = Vg(mL) 0,14 x Fc
massa(g) ou volume(mL) da amostra
pH = 5,5
pH = 4,0
Análise de proteínas – método Kjeldahl
(NH4)H2BO3 + HCl (NH4)Cl + H3BO3
P% = N x Fator
específico*
*6,38: lácteos; 6,25: grãos
Analisa as proteínas e ou aminoácidos presentes. Separa pelo PM e carga elétrica da proteína (ou outra substância que se queira
analisar).
Análise de proteínas - eletroforese Análise de proteínas – CLAE/UV
Quantificação de aminoácidos por cromatografia de troca iônica, detector
UV. OBS.: há necessidade de realizar a degradação da proteína (hidrólise
ácida).
Fonte: Carreira et al. (2002)
5. Carboidratos
“poli-hidroxialdeídos, poli-hidroxicetonas, poli-hidroxiálcoois,
poli-hidroxiácidos e seus derivados simples e polímeros
desses compostos unidos por ligações hemiacetálicas”;
Reação hemiacetal entre o carbono 1 (aldeído) com o
carbono 5 (hidroxila), obtendo-se uma fórmula hexagonal
idêntica ao pirano ou pentagonal do furano no caso da
frutose.
O ll
C - H l
HCOH l
HOCH l
HCOH l
HCOH l
CH2OH
HO l
C - H l
HCOH l
HOCH l
HCOH l
CH l
CH2OH
O
o
OH
OH
OH
CH2OH
OH
Glicose
16/08/2012
17
Açúcares redutores e não redutores
Na ligação entre monossacarídeos, se os grupos hidroxílicos
hemiacetálicos dos dois monossacarídeos estão envolvidos =
açúcar não redutor. Exemplo: sacarose.
Na ligação entre monossacarídeos, se os grupos hidroxílicos
hemiacetálicos de um dos monossacarídeos está envolvido =
açúcar redutor. Exemplo: maltose, lactose.
Sacarose Lactose
Lane-Eynon
(Volumetria)
Muson-Walker
(gravimetria)
Métodos
Espectrofotométricos
Antrona
Fenol-ácido sulfúrico
Ácido dinitrosalicílico
Somogyi-Nelson
Refratometria
Cromatografia em
papel e camada
delgada
CG e CLAE
Método químicos Métodos ópticos e
cromatográficos
Métodos de análise
Análise de carboidratos – método Fehling
quando um açúcar redutor é tratado por uma solução alcalina, a
quente, o açúcar é degradado e alguns dos seus produtos de
degradação reduzem os íons cúpricos a um precipitado de óxido
cuproso;
soluções de Fehling-Soxhlet.
Solução A
Solução B
34,64 g de CuSO4.5H2O + 0, 5 mL H2SO4 qsp 500 mL
173 g de NaKC4H4O6.4 H2O + 50 g NaOH qsp 500 mL
Óxido cuproso (precipitado vermelho)
Sulfato cúprico (solução azul)
Tartarato duplo de sódio e potássio
Análise de carboidratos – método Fehling
Cuprotartarato de sódio e potássio
Análise de carboidratos – método Fehling
Glicose
Frutose
Hidroximetilfurfural
Furfural
Antrona
COMPLEXO AZUL PETRÓLEO
Análise de carboidratos – método espectrofotométrico
16/08/2012
18
Análise de carboidratos - CLAE 6. Fibras
São substâncias de origem vegetal, carboidratos (ou
derivados dos mesmos) com exceção da lignina e que
resistem à ação das enzimas digestivas humanas,
chegando intactas ao cólon e aí são parcialmente
hidrolisadas e fermentadas pela microbiota bacteriana.
Classificação das fibras
Caboidratos: Fibras insolúveis: celulose.
Fibras solúveis: hemicelulose, pectinas
gomas e mucilagens (excretadas pelas
células vegetais), carragena e agar
(algas).
Não carboidratos: Fibras insolúveis: lignina.
Estruturais
Não estruturais
Estruturais
Método Fibra Alimentar
Amostra desengordurada
Digestão com amilase
Digestão com pepsina
Digestão com pancreatina
fração fibra insolúvel Resíduo solúvel
precipitação com álcool
fração fibra solúvel Secagem
Incineração
Diphenylamine
IAL
30 μg/mL
MAPA
25μg/mL
Limite de
detecção
MAPA
Pesquisa de nitrato em alimentos Pesquisa de antibióticos em leite
Kit snap -
betalactâmicos
Teste enzimático, com receptor específico no
qual beta-lactâmicos são capturados por uma
proteína em um suporte plástico;
kit é completo, com pipeta e tubo
descartáveis;
limite de detecção na faixa de 3,0 mcg/L;
confirmação e quantificação por CLAE.
16/08/2012
19
3º Dia:
Gestão da Qualidade em
laboratórios de análise de
alimentos
Belo Horizonte, 19 de julho de 2012.
Gestão da qualidade em análise de alimentos
OBJETIVO:
Resultados
confiáveis e
comparáveis
COMO?
Implantação de
sistema da gestão
da qualidade
OBJETIVO:
Resultados
confiáveis e
comparáveis
COMO?
Implantação de
sistema da gestão
da qualidade
Comprovação da
competência técnica!!!
Normas ISO
ISO – International Organization for Standardization
Normatização em nível mundial;
Criada em 1947, sede em Genebra – Suiça;
Atualmente é composta por mais de 150 países membros.
No Brasil
Representada pela ABNT – Fórum Nacional de Normalização;
Elaboração de padrões ou normas para facilitar as relações
comerciais entre diferentes países.
Normas ISO – Série 9000
Prestação de serviços –
Acreditação (reconhecimento
formal de competência) –
Norma ISO/IEC 17025
•Requisitos de direção.
•Requisitos técnicos.
Pesquisa – Reconhecimento
da conformidade aos
princípios das boas práticas
de laboratório – Referência
BPL
Gestão da qualidade em laboratórios de
análise de alimentos
Vários documentos orientativos
no site do inmetro:
www.inmetro.gov.br
Norma ISO/IEC 17025:2005
Estabelece requisitos gerenciais e técnicos para a implementação de
sistema de gestão da qualidade em laboratórios de ensaio e calibração;
Aplicável em laboratórios de ensaios e calibrações, em qualquer área de
conhecimento, incluindo exames físicos, químicos e biológicos referidos às
industrias metalúrgicas, de plásticos, da borracha, automobilística,
eletroeletrônica, química, de análise ambiental, análise de alimentos,etc.
ISO/IEC 17025 = ISO 9001 + requisitos de competência
técnica de laboratórios
16/08/2012
20
A quem se destina a NBR ISO/IEC 17025?
para desenvolverem os sistemas
de gestão, administrativo e
técnico.
1. Laboratórios
2. Clientes de laboratórios
3. Autoridades regulamentadoras
4. Organismos de acreditação
na confirmação ou reconhecimento
da competência de laboratórios.
ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005
118
17025:2005 - Requisitos da direção
4.1
Organização 4.2
Sistema de
gestão
4.6
Aquisições
de serviços e
suprimentos
4.9 Controle
de trabalhos
não conformes
4.10
Melhoria
4.11 e 4.12
Ações corretivas e
preventivas
4.14
Auditorias internas
4.15 Análises
críticas pela
gerência
4.3 Controle
de
documentos
4.13 Controle
de registros
4.4
Análise crítica
de pedidos,
propostas e
contratos
4.5
Subcontratação
4.7
Atendimento ao
cliente
4.8 Reclamações
Fonte: SOUZA, 2005.
4.13 Controle de Registros
Observações, dados e cálculos devem ser registrados no momento que são
realizados.
Quando ocorrer erro no registro, cada erro deve ser riscado, não devendo
ser apagado ou tornado ilegível, o valor correto deve ser colocado ao
lado devendo ser rubricado pela pessoa que fizer a correção.
Registros técnicos:
17025:2005 - Requisitos da direção
E a rastreabilidade?
5.3
Acomodações
e condições
ambientais 5.5
Equipamentos
5.7
Amostragem
5.8
Manuseio de
itens de ensaio
5.6
Rastreabilidade
5.6.3 Padrões e
materiais de
referência 5.10
Apresentação
dos resultados
5.2 Pessoal
5.4
Métodos de
ensaio e
validação
5.9 Garantia da
qualidade
Fonte: SOUZA, 2005.
17025:2005 - Requisitos técnicos
5.3
Acomodações
e condições
ambientais 5.5
Equipamentos
5.7
Amostragem
5.8
Manuseio de
itens de ensaio
5.6
Rastreabilidade
5.6.3 Padrões e
materiais de
referência 5.10
Apresentação
dos resultados
5.2 Pessoal
5.4
Métodos de
ensaio e
validação
5.9 Garantia da
qualidade
Fonte: SOUZA, 2005.
Amostragem s2AM
Ambiental s2amb
Amostras s2am
MRC s2mrc
Reagentes s2r
Equipamento s2e Método s2
m Pessoal s2p
Controle de qualidade
Apresentação do resultado
Garantia da qualidade (controles internos e
externos)
RESULTADO s2R
Gestão da qualidade em laboratórios de análises de alimentos
Fonte: Souza, 2005.
16/08/2012
21
5.2 Pessoal
Possuir pessoal suficiente e com o conhecimento técnico, escolaridade e
experiência adequada às funções designadas;
possuir um programa de treinamento para todo pessoal;
registros dos treinamentos, capacitações e experiências do pessoal técnico
devem estar atualizados, datados e serem guardados no laboratório.
Certificado
Curso de Cromatografia
em fase Gasosa
Carga horária de 40H
Instituição qualificadora
Assinatura do responsável pelo
treinamento
Fulano de Tall
17025:2005 - Requisitos técnicos
5.3 Acomodações e Condições ambientais
As instalações devem facilitar a realização correta
dos ensaios e/ou calibrações;
monitoramento, controle e registro das condições
ambientais;
separação de áreas com atividades incompatíveis;
arrumação, limpeza e controle de acesso das áreas.
17025:2005 - Requisitos técnicos
5.4 Métodos de Ensaio e Calibração e Validação de Métodos
O laboratório deve ter instruções:
o uso e a operação de todos os equipamentos (IT);
o manuseio e a preparação dos itens para cada ensaio (POP).
Instruções, normas e manuais e dados de referência aplicáveis ao
trabalho:
o atualizados;
o prontamente disponíveis para todo o pessoal.
17025:2005 - Requisitos técnicos
Seleção de Métodos
• Procurar estabelecer os métodos de calibração e ensaio com referências a normas
e especificações de renome;
• Podem utilizar métodos desenvolvidos pelo laboratório, se forem apropriados para o
uso e se estiverem validados;
• O cliente deve ser informado sobre o método escolhido;
• O laboratório deve confirmar que tem condição de operar adequadamente métodos
normalizados, antes de implantar os ensaios ou as calibrações.
5.4 Métodos de Ensaio e Calibração e Validação de Métodos
17025:2005 - Requisitos técnicos
17025:2005 - Requisitos técnicos
ABNT, 2005. INMETRO, 2011.
Validação de métodos analíticos
16/08/2012
22
Parâmetros de validação
Seletividade.
Linearidade (Faixa linear).
Limite de detecção.
Limite de quantificação.
Exatidão.
Precisão.
Robustez.
Adequação para uso
(fitness for purpose)
INMETRO, 2011.
Parâmetros de validação conforme o tipo de
ensaio
INMETRO, 2011.
(1) Dependendo da faixa de concentração do analito pode não ser necessária a determinação dos limites de detecção e de quantificação, como
por exemplo: determinação de sacarose em balas e determinação do teor de gordura em carnes. por exemplo .componentes maiores com concentração entre 1 a 100%,
(2) São considerados como de menor teor concentrações entre 0,01 a 1% e elementos traços, os elementos em concentração abaixo de 0,01%
Determinação do limite de detecção
INMETRO, 2011.
5.4 Métodos de Ensaio e Calibração e Validação de Métodos
Estimativa da Incerteza de Medição
Para todos os serviços de calibração deve ser calculada
a incerteza da medição dos resultados;
Para ensaio ou calibração, deve existir um procedimento
escrito para estimativa da incerteza da medição.
17025:2005 - Requisitos técnicos
Parâmetro: Gorduras totais (g/100g)
Amostra: Lingüiça defumada
Resultado: 35,1 +/- 0,3 (g/100g)
Estimativa da Incerteza de Medição
ABNT & INMETRO, 2003.
5.4 Métodos de Ensaio e Calibração e Validação de Métodos
Controle de dados
Os cálculos e transferência de dados devem ser submetidos a
verificações. Softwares ou planilhas de cálculo que calculam ou apresentam
os resultados da medição devem ser validados. Manter os registros.
Os softwares ou planilhas devem ser protegidos e guardados de forma a
garantir a sua integridade, a confidencialidade.
Computadores e/ou equipamentos automatizados devem ser
adequadamente selecionados, instalados e protegidos.
17025:2005 - Requisitos técnicos
16/08/2012
23
5.5 Equipamentos
Identificação
Devem ser univocamente identificados e de forma permanente;
estar visivelmente identificados quanto ao estado de calibração, incluindo a
data da última e da próxima calibração.
Calibração/Verificação
Todos aqueles que afetem a qualidade ou a confiabilidade dos resultados
devem estar sob um sistema de controle de calibração e verificação
periódica, antes do uso;
deve-se estabelecer um programa para a calibração dos equipamentos
(inclusive os de medições auxiliares).
17025:2005 - Requisitos técnicos
5.8 Manuseio de Itens de Ensaio e Calibração
O laboratório deve ter:
Procedimentos de:
transporte, recebimento, manuseio, proteção,
armazenamento, retenção e manuseio das amostras;
Sistema de identificação, para que as amostras não
sejam confundidas;
Registro de anormalidades ou desvio das condições
especificadas detectadas no ato de recebimento das
amostras;
Condições adequadas para o armazenamento das
amostras.
17025:2005 - Requisitos técnicos
5.9 Garantia da qualidade de resultados
Procedimentos para monitorar a validade dos ensaios:
materiais de referência, certificados e/ou controle interno da qualidade;
participação em programas interlaboratoriais (ensaios de proficiência);
ensaios em replicatas;
reensaio.
Dados fora do controle? Ação planejada!
17025:2005 - Requisitos técnicos
5.10 Apresentação de resultados
O relatório/laudo de ensaio deve ser/conter:
todas as informações necessárias para que o cliente possa interpretar corretamente
os resultados e aquelas solicitadas pelo mesmo;
exato;
claro;
objetivo;
sem ambigüidade;
de acordo com as instruções nos métodos de ensaio.
17025:2005 - Requisitos técnicos
Relatório/Laudo de ensaio
Instituição que realizará o ensaio
Endereço
Nome do cliente
Endereço
Laboratório “X” foi utilizado para os ensaios
(se diferente do endereço do laboratório)
Referência ao plano de amostragem**
Método utilizado
Descrição, identificação e condição dos itens ensaiados
Resultados: mg/L e incerteza
Opiniões e interpretações**
Conformidade/não conformidade**
Resultados de ensaios obtidos de subcontratação devem estar
claramente identificados
Identificação 001/2010
Pág. 1/1
*Quando for crítico ** Quando for necessário
Data do recebimento da
amostra*
se relevante para a validade dos resultados,
requerida pelo cliente ou quando afeta a
conformidade a um limite de especificação
Responsável pelo laudo nome, função e assinatura
Programas Interlaboratoriais
Estudos colaborativos/comparativos entre diferentes laboratórios;
Principais objetivos:
avaliação do desempenho (ensaio de proficiência);
validação de nova metodologia;
caracterização de material de referência e obtenção da incerteza
declarada.
16/08/2012
24
Consiste no uso de ensaios de comparação interlaboratorial para verificação
do desempenho global de laboratórios de ensaios;
esta comparação interlaboratorial será conduzida por um órgão de
competência técnica reconhecido oficialmente (“provedor”);
subsídio a auto avaliação dos laboratórios;
avaliação dos laboratórios pelos clientes ou por organismos acreditadores ou
reguladores.
Ensaio de proficiência (EP) Ensaio de proficiência (EP)
Fonte: SOUZA, 2011.
Ensaio de proficiência (EP)
Fonte: SOUZA, 2011.
Exemplo – Ensaio de proficiência
Matriz:
o Patê de frango embutido: bisnaga com 100g;
Analitos:
o Cinzas (g/100g);
o Proteína (g/100g);
o Gordura (g/100g);
o Umidade (g/100g).
Exemplos de recomendações:
- realizar os ensaios conforme
método de rotina do laboratório;
- realizar as análises em triplicata;
- expressar os resultados médios
com 2 casas decimais.
Relatório do Ensaio de Proficiência
Divulgação dos valores reais para cada analito;
divulgação dos desvios aceitáveis e enquadramento dos participantes, com base
nos valores estabelecidos.
Valor designado = 30,0 g/100g
Obtido pelo participante = 25,0 g/100g
Desvio padrão alvo = 3,0
Z score = 1,66 SATISFATÓRIO!!!
Comentários do provedor:
Relatório do Ensaio de Proficiência
16/08/2012
25
Provedores nacionais em alimentos PROVEDOR ENSAIOS MATRIZ OBSERVAÇÕES
Cientec - Interlab
Proteína, gordura, cinzas umidade e fibra
dietética
Cereais em vegetais
em pó www.cientec.rs.gov.br
Rede Baiana de
Metrologia
Cinzas e umidade Farinha de trigo
www.fieb.org.br/rbme Açúcares redutores, sacarose aparente,
cinzas, acidez, umidade, HMF e
diastase
Mel
INCQS - FioCruz
Pesticidas (vegetais), drogas veterinárias
(leite) e corantes artificiais (bebidas
não alcoólicas)
Vegetais, leite e
bebidas não
alcoólicas
www.incqs.fiocruz.br/ep
Rede Metrológica
RS
Cu, acetaldeído, teor alcoólico a 20 ºC,
acetato de etila, metanol e acidez Cachaça
www.redemetrologica.com.br
Fosfatos, cloretos, fluoretos, nitratos, sulfatos
(por CLAE/troca iônica) Água in natura
Corantes, metanol, acidez volátil e total,
sulfitos, acetaldeído, acetato de etila,
densidade, ácido málico e outros
Vinho
Pesticidas diversos Água potável
PEP SENAI - SC
Ca, nitratos e nitritos, cloreto de sódio,
amido, cinzas, EST, fibra bruta,
bicarbonato, umidade, colágeno, carboidratos totais, AG mono e
poliinsaturados, proteínas, CMP e
lipídeos.
Leites fluido e em pó,
cacau em pó e
produtos cárneos www.sc.senai.br/pep
Al, Fe, condutividade, dureza total,
alcalinidade, sulfatos, cloretos e pH Água
Onde pesquisar provedores?
www.eptis.bam.de
ou
www.inmetro.gov.br/credenciamento/ensaioProf.asp
Provedores nacionais em alimentos
E agora?
Pedido de Acreditação
17025:2005 - Acreditação
“Reconhecimento formal por um organismo de
acreditação de que o laboratório atendeu aos
requisitos previamente definidos e demonstrou ser
competente para realizar suas atividades com
confiabilidade”.
17025:2005 - Acreditação
Atividade regulamentada no Brasil pelo Decreto nº 4360 de
21/03/2003;
Executada pela Coordenação Geral de Credenciamento
(CGCE) do INMETRO;
Divisão de Credenciamento de Laboratórios (DICLA):
Acreditação de laboratórios de ensaios e calibração
17025:2005 - Acreditação
Disponível em: www.inmetro.gov.br todos os documentos referentes à atividade de
acreditação;
Calibração: é concedida para um escopo, constituído por grupos de serviços de
calibração, incluindo serviços, faixas e melhor capacidade de medição;
Laboratórios de ensaios: concedida por ensaio para um determinado produto,
segundo uma norma, regulamento, resolução ou procedimento desenvolvido pelo
laboratório em que é estabelecida a metodologia utilizada.
EM AMBOS OS CASOS SE APLICAM NORMAS
ESPECÍFICAS! (NIT-DICLA)
17025:2005 - Acreditação
16/08/2012
26
Etapas do fluxo operacional:
Designação do gestor
de acreditação (GA)
Comparações
interlaboratoriais
-acreditação imediata: não
foram constatadas não
conformidades;
-acreditação após
implementação das ações
corretivas;
- não concessão da acreditação
Envio do ofício, certificado, símbolo e
escopo de acreditação.
REAVALIAÇÕES PERIÓDICAS (12 e 24 meses)
Quanto custa?
NIT-DICLA 11
Custos – Processo de Acreditação
OBRIGADA!
Contatos: tel.: (31)3314-4685
e-mail: [email protected]