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V Seminário do CEGOV 19 e 20 de maio de 2015 Porto Alegre /UFRGS

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V Seminário do CEGOV

19 e 20 de maio de 2015

Porto Alegre /UFRGS

Estado e

Desenvolvimento

Marcos Costa Lima

É difícil defender

Só com palavras a vida

ainda mais quando ela é esta

que vê, severina.

João Cabral de Melo Neto

“ Permitir que o mecanismo de mercado seja o único dirigente do destino dos seres humanos e do seu ambiente natural, e até mesmo o árbitro da quantidade e do uso do poder de compra, resultaria no desmoronamento da sociedade” (...)

“Ao dispor da força de trabalho de um homem, o sistema disporia também, incidentalmente, da entidade física, psicológica e moral do ‘homem’.”

Karl Polanyi,

A Grande Transformação

1.

China:

Alterações na

Ordem Mundial

“Permitir que o mecanismo de mercado seja o único dirigente do destino dos seres humanos e do seu ambiente natural, e até mesmo o árbitro da quantidade e do uso do poder de compra, resultaria no desmoronamento da sociedade” (...)

“Ao dispor da força de trabalho de um homem, o sistema disporia também, incidentalmente, da entidade física, psicológica e moral do ‘homem’.”

Karl Polanyi,

A Grande Transformação

2.

Crise

Mundial

As Evidências da Crise

• A Crise é financeira, dos bancos e dos

mercados acionários, mas foi muito além.

• O declínio das economias avançadas

acontece desde 1973. O ciclo de 2001 até

2007 foi o mais débil desde o pós-Guerra,

apesar do maior estímulo econômico

público da história dos EUA em tempos de

paz.

• Houve queda dos investimentos, incapacidade de retomar a taxa de lucros, e forte queda dos salários.

• Houve um excesso de oferta que ficou crítico com o aumento das exportações asiáticas, produzindo mais baratos os mesmos produtos dos desenvolvidos.

• Ao mesmo tempo as grandes corporações investem pesado em novas tecnologias, o que gera mais desemprego;

• Os estados centrais tb reduzem os gastos sociais

• Com o incentivo ao investimento financeiro, houve um incremento fantástico do dinheiro de papel, que fez aumentar o investimento e o consumo através das chamadas “bolhas”, que começaram a contecer em 1º lugar no setor de C&T, depois no imobiliário e de créditos. A farra dos créditos acabou por gerar a inadimplência e a quebradeira geral.

3.

Desigualdades

Econômicas

Desigualdades Econômicas

Por mais de 200 anos, as desigualdades econômicas globais aumentaram. No início da revolução industrial, as diferenças de renda per capita entre a Europa Ocidental e a periferia não ultrapassava 30 por cento (Bairoch, 1981).

Em 1820, a renda per capita dos países mais ricos era 3 vezes maior do que os mais pobres. Em 1870, foi 7 vezes; em 1913 era 11 vezes maior e em 1960, 30 vezes mais.

Em 1997, um quinto da população mundial que vive nos países mais ricos era 74 vezes mais ricos que o um quinto da população nos países mais pobres.

(PNUD, 1999: 3).

Distribuição Desigual dos ganhos

Taxa de desemprego de Longo Prazo

• Globalmente, as taxas de desemprego de longa

duração aumentaram muito mais em economias

avançadas do que em economias em

desenvolvimento.

• Na metade da economias avançadas, mais de

40 por cento dos desempregados são de longa

duração (desempregado há mais de 12 meses).

• A taxa de desemprego de longa duração

aumentou mais significativamente na

Dinamarca, Irlanda, Espanha, Reino Unido

e nos Estados Unidos desde 2007.

Figura Tendências de crescimento dos salários médios e

produtividade do trabalho nas economias desenvolvidas

(índice: 1999= 100.

Pirâmide da Riqueza Mundial

Riqueza Fictícia e PIB Global em trilhões USD

4.

Brasil:

Restrições e

Oportunidades

O aumento da eficácia do sistema de

produção – comumente apresentada como

indicador principal do desenvolvimento –

não é condição suficiente para que sejam

mais bem satisfeitas as necessidades

elementares da população.

Tem-se mesmo observado a degradação

das condições de vida de uma massa

populacional como conseqüência da

introdução de técnicas mais sofisticadas”.

Furtado, Celso (2000),Introdução ao Desenvolvimento. Enfoque Histórico

estrutural. Rio de janeiro: Paz e Terra, p.22

“O distanciamento entre elite e povo será a característica marcante do quadro cultural que emerge nesse período.

As elites, como que hipnotizadas, voltam-se para os centros da cultura européia, de onde brotava o fluxo de bens de consumo, que o excedente de comércio exterior permitia adquirir... O povo era reduzido a uma referência negativa, símbolo do atraso, atribuindo-se significado nulo à sua criatividade artística”.

Celso Furtado (1984) Cultura e Desenvolvimento em época de crise, ‘’p.23

“O debate sobre as opções do desenvolvimentoexige hoje uma reflexão prévia sobre a cultura brasileira. A ausência desta reflexão deve-se atribuir o fato de que nos diagnósticos da situação presente e em nossos ensaios prospectivos nos contentamos com montagens conceptuais sem raízes em nossa história. Devemos, portanto, começar por indagar as relações que existem entre a cultura como sistema de valores e o processo de desenvolvimento das forças produtivas, entre a lógica dos fins, que rege a cultura, e a dos meios, razão instrumental inerente à acumulação”.

Celso Furtado (1984) Cultura e Desenvolvimento em época de crise, ‘’p.31

Restrições Brasileiras Fortes

• Questão Agrária: concentração fundiária e

agrobusiness → pobreza rural e desemprego no

campo;

• Concentração de renda;

• Reprimarização da Economia;

• Indústria com baixo investimento

• Sonegação Fiscal

• Dívida Pública 45,0% do Orçamento geral da

União em 2013 igual a R$ 2,02 trilhões

• Saúde e Educação juntos apenas 7,7%

• Déficit de 8 milhões de moradias;

• Gargalos na Infraestrutura

• Dependência Tecnológica

• Baixo nível de produção tecnológica e de

patentes;

• Baixo nível de qualificação da mão-de-obra;

• Baixo nível de escolaridade da população;

• Problemática Urbana;

• Fortes desigualdades Regionais;

• Elite Política Dissociada do Povo;

• Classe média identificada com o 1º Mundo;

• Ausência de um projeto articulado de país

• Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a participação da indústria de transformação no PIB cresceu de forma acelerada entre 1947 e 1985, saltando de 11,8% para 27,2%.

• Nos últimos 30 anos, entretanto, a indústria de transformação perdeu importância para a economia brasileira voltando quase ao patamar de 1947.

• Hoje o setor responde por apenas 13% da riqueza gerada no país.

Oportunidades

• Democracia em processo de consolidação;

• Liderança na América do Sul;

• Pacifismo nas Fronteiras;

• Miscigenação;

• Unidade Linguística;

• Crescimento com Inclusão;

• Redução da pobreza e do analfabetismo;

• Biodiversidade;

• Um banco de desenvolvimento;

• Autosuficiência em petróleo;

• Um País a construir

Atuais Credores da Dívida Pública

Estrutura das Exportações Brasileiras

por Regiões 2000/2010

Comércio Brasil-China

Só para dar uma medida do que

representou o grande crescimento das

exportações brasileiras para a China,

estas passaram, entre 2000 e 2010, de

US$ 1,1 bilhão para US$ 30,8 bilhões. No

sentido contrário, as importações

brasileiras da China cresceram de US$

1,2 bilhão para US$ 25,6 bilhões no

mesmo período.

Obrigado