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 O PLANO BRASIL SEM MISÉRIA NO CONTEXTO DE COMBATE À POBREZA NO BRASIL aula 1 MÓDULO 1 CICLO DE CAPACITAÇÃO MDS Diagnóstico curso 1 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome SAGI Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação

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  • O PLANO BRASIL SEM MISRIA NO CONTEXTO DE COMBATE POBREZA NO BRASIL

    aula1

    MDULO 1

    CICLO DE CAPACITAO

    MDS

    Diagnsticocurso 1

    Ministrio doDesenvolvimento Social

    e Combate FomeSAGI

    Secretaria de Avaliao e Gestoda Informao

  • EXPEDIENTE

    Presidenta da Repblica Federativa do Brasil | Dilma RousseffVice-Presidente da Repblica Federativa do Brasil | Michel TemerMinistra do Desenvolvimento Social e Combate Fome | Tereza CampelloSecretrio Executivo | Marcelo CardonaSecretrio de Avaliao e Gesto da Informao | Paulo JannuzziSecretria Nacional de Assistncia Social | Denise ColinSecretrio Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional | Arnoldo Anacleto de CamposSecretrio Nacional de Renda de Cidadania | Luis Henrique da Silva de PaivaSecretrio Extraordinrio de Erradicao da Pobreza | Tiago Falco

    Secretaria de Avaliao e Gesto da InformaoSecretria Adjunta | Paula MontagnerDiretor de Monitoramento | Marconi Fernandes de SousaDiretor de Gesto da Informao | Caio NakashimaDiretora de Formao e Disseminao | Patrcia Vilas BoasDiretora de Avaliao | Jnia Valria Quiroga da Cunha

    Secretaria Nacional de Assistncia SocialSecretria Adjunta | Valria Maria de Massarani GonelliDiretora do Departamento de Gesto do Sistema nico de Assistncia Social | Simone AlbuquerqueDiretora do Departamento de Benefcios Assistenciais | Maria Jos de FreitasDiretora do Departamento de Proteo Social Bsica | La Lucia Ceclio BragaDiretora do Departamento de Proteo Social Especial | Telma Maranho GomesDiretora do Departamento da Rede Socioassistencial Privada do SUAS | Carolina Gabas StuchiDiretor Executivo do Fundo Nacional de Assistncia Social | Antonio Jos Gonalves Henriques

    Brasil. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Caderno de Estudos do Curso de Indica-dores para Diagnstico do SUAS e do Plano Brasil sem Misria - Braslia, DF: MDS, Secretaria de Avaliao e Gesto da Informao; Secretaria Nacional de Assistncia Social, 2013.

    210p.

    1. Assistncia social, Brasil. 2. Poltica social, Brasil. 3. Diagnstico. 4. Indicadores. I. Ministrio do Desenvol-vimento Social e Combate Fome. II. Sistema nico de Assistncia Social.

    2014 Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.Todos os direitos reservados. Qualquer parte desta publicao pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.Secretaria de Avaliao e Gesto da Informao (SAGI)Bloco A | 3 andar | Sala 307 | CEP 70046-900 | Braslia | DFTelefone: (61) 2030-1770 www.mds.gov.brCENTRAL DE RELACIONAMENTO DO MDS: 0800 707 2003

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV)

    Campus do Vale, prdio 43322Av. Bento Gonalves, 9500CEP: 91.509-900 Porto Alegre RS Fone: (51) 3308-9860 www.ufrgs.br/cegov

    Este documento consiste na Aula 1 do Caderno de Estudos.

    Caderno de Estudos do Curso de Indicadores para Diagnstico do SUAS e do Plano Brasil sem Misria Termo de Cooperao UFRGS-MDS 01/2013

    CONTEDO E EXECUO

    Equipe CEGOV

    Coordenao Geral | Aline Gazola HellmannEquipe Tcnica | Alexandre Ben Rodrigues, Ana Jlia Possamai, Bruno Sivelli, Evelise Lazzari, Gilian Cidade, Giordano Benites Tronco, Graa Godinho, Gustavo Conde Magarites, Jlia da Motta, Lgia Mori Madeira, Luciana Leite Lima, Luciana Pazini Papi, Maria Goreti Machado, Matheus Machado Hoscheidt, Taciana Barcellos, Terezinha Vergo, Tiago Martinelli, Thiago Borne Ferreira

    Equipe Tcnica MDS | Paulo de Martino Jannuzzi, Patricia Vilas Boas, Marconi Fernandes de Sousa, Caio Nakashima, Marcilio Marquesini Ferrari, Antonio de Castro, Michelle Stephanou, Maria de Jesus Rezende, Thais Kawashima, Renato Monteiro, Dionara Barbosa, Maria do Socorro Ferreira, Katia Ozorio, Janine Cardoso Mouro Bastos, Tarcisio da Silva Pinto, Pedro Tomaz, Carlos Henrique Araujo Santana, Talita Santana Santos Barcellos, Ana Maria Oliveira, Sabrina Medeiros Borges, Davi Lopes Carvalho, Carlos Eduardo de Andrade Brasileiro, Luciana da Silva Oliveira.

    Projeto grfico | Joana Oliveira de OliveiraDiagramao | Calvin Maister, Joana Oliveira de Oliveira, Marcelo Mesquita Leal e Tiago Oliveira BaldassoReviso | Isabel Pereira

  • 07CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    O PLANO BRASIL SEM MISRIA NO CONTEXTO DO COMBATE PROBREZA NO BRASIL

    Ol gestor e gestora!

    Esta a aula inaugural do seu curso, na qual sero apresenta-dos os principais aspectos tericos relacionados extrema pobreza e ao seu combate no Brasil.

    Voc j deve saber que a pobreza um fenmeno histrico e que, apesar dos avanos sociais recentes, continua sendo um grave problema para o pas. Mas o que, exatamente, pobreza? Parece uma pergunta simples, mas voc ver que h diferentes formas de concei-tuar esse fenmeno social, seja a partir de critrios de renda ou de cri-trios multidimensionais em que pesam aspectos como alimentao e acesso a trabalho, bens e servios.

    Aps definirmos o que pobreza, vamos conferir como suas diferentes dimenses se manifestam no Brasil. Tambm importan-te conhecer a trajetria do sistema de proteo social brasileiro e as aes desenvolvidas para combater a pobreza, especialmente nas l-timas dcadas, sendo o Plano Brasil sem Misria a experincia mais recente e inovadora.

    Boa aula!

    1aula

    OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

    Nesta aula voc vai aprender: como funciona a mensurao e identificao das diferentes dimenses da pobreza no Brasil; quais so os objetivos, pblicos-alvo, eixos, processos de implemen- tao e trajetria, aes, indicadores e resultados do Plano Brasil sem Misria (BSM);

    MDULO 1

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  • 08 CEGOV | UFRGS

    SUMRIO DA AULA 1

    PARTE I - A POBREZA NO BRASIL E SUAS FORMAS DE ENFRENTAMENTO Mas afinal, o que pobreza?

    Como se mede a pobreza no Brasil?

    Como a pobreza se apresenta no Brasil?

    O combate pobreza a partir da Constituio de 1988

    PARTE II PLANO BRASIL SEM MISRIA Quais so, ento, as medidas adotadas pelo governo brasileiro com vistas a superar esse problema no pas?

    Qual o pblico prioritrio do Plano Brasil sem Misria?

    Qual objetivo do Plano Brasil sem Misria?

    Quais so e como esto estruturadas as principais aes, programas e benefcios do Plano Brasil sem Misria?

    Quem responsvel pelo Plano Brasil sem Misria?

    Como esto articuladas os benefcios, aes e programas do Plano Brasil sem Misria?

    Como se articulam o Plano Brasil sem Misria e o sistema de proteo social brasileiro?

    Aps dois anos de experincia, quais os resultados j alcanados pelo Plano Brasil sem Misria?

    09091120

    PARTE IA POBREZA NO BRASIL E SUAS FORMAS

    DE ENFRENTAMENTO

    A pobreza continua sendo um dos principais problemas do Bra-sil. De uma forma geral, ela est relacionada a situaes de carncia e de vulnerabilidade. Atualmente ela tratada por um conjunto de polticas e intervenes governamentais, dentre as quais se destacam o Programa Bolsa Famlia, Segurana Alimentar e Nutricional, o Sistema nico de As-sistncia Social - SUAS - e Plano Brasil Sem Misria, que abordaremos mais adiante.

    252526

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  • 09CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    MAS AFINAL, O QUE POBREZA?

    No Brasil, a pobreza normalmente definida como a incapacida-de dos indivduos terem uma condio de vida adequada em decorrncia dos baixos rendimentos auferidos. Embora mensurada fundamentalmen-te pela renda, a pobreza no se limita a ela, revelando-se tambm por meio da privao de necessidades bsicas. Assim, a pobreza considerada em seu carter multidimensional. Pobres so aqueles que, de modo tem-porrio ou permanente, no tm acesso a um mnimo de bens e recursos, sendo excludos em graus diferenciados da riqueza social.

    COMO SE MEDE A POBREZA NO BRASIL?

    Na hora de medir a pobreza, boa parte dos estudos, inclusive as estatsticas oficiais, relacionam pobreza renda per capita familiar, ou seja, quanto dinheiro a famlia ganha por ms, dividido pelo nmero de inte-grantes do ncleo familiar (pais, filhos, dependentes).

    Contudo, a pobreza pode ser medida de vrias formas, uma vez que se apresenta como uma categoria multidimensional que no se reduz a privaes materiais. A insuficincia de renda um fator importante para definir a pobreza, mas no o nico. Podemos considerar como pobres as pessoas em condio de insegurana alimentar e nutricional, baixa escolaridade, pouca qualificao profissional, fragilidade de insero no mundo do trabalho, acesso precrio gua, energia eltrica, sade e mo-radia. A pobreza tambm pode ser uma categoria poltica, na medida em que se traduz pela carncia de direitos, de oportunidades, de informaes e de possibilidades (Martins, 1991).

    Esse enfoque da pobreza como um conjunto de carncias que vo alm da renda chamado de enfoque multidimensional da pobreza. Assim, alm de indicadores de renda e emprego, faz uso de indicadores de acesso a recursos sociais que interferem no padro de vida das pes-soas, tais como sade, educao, transporte, moradia, aposentadoria e penses, etc.

    O Plano Brasil sem Misria, a ser apresentado adiante, adota o enfoque multidimensional, ao reunir um conjunto de aes que visam combater as diferentes dimenses da extrema pobreza, cobrindo desde o acesso a transferncias monetrias, at o acesso a servios pblicos e a oportunidades de emprego e renda.

    1aula

    MDULO 1

    Gestor(a)!Na aula 3, voc conhecer os princi-pais indicadores so-cioeconmicos para analisar a pobreza em seu enfoque multidimensional.

    EXTREMA POBREZA

    o estado de privao de um indivduo cujo bem-estar inferior ao mnimo que a sociedade a qual ele pertence julga obrigada a garantir.

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  • 10 CEGOV | UFRGS

    No entanto, para fins de operacionalizao, a renda ainda o in-dicador utilizado para selecionar seus beneficirios. A linha de extrema pobreza, elaborada pelo Banco Mundial, foi adotada pelo Governo Federal brasileiro como critrio de focalizao das polticas de combate e superao extrema pobreza. Por extremamente pobres, entendem-se as famlias cujo rendimento mensal per capita seja igual ou inferior a R$ 70,00 reais.

    A Figura 1 ilustra as formas de medio da pobreza e o critrio adota-do pelo governo brasileiro quanto considerao da insuficincia de renda.

    TRANSFERNCIA MONETRIARenda referente a benefcios previdencirios e/ou transferncias governamen-tais de renda relacionadas educao, alimentao, nutrio, assistncia social e proteo ao trabalhador, tais como penses, bolsas de complemen-tao de renda, seguro-desemprego, bolsas de estudo, entre outros.

    Figura 1 - Enfoques utilizados para a medio da pobreza

    Fonte: Castro (2011).

    NECESSIDADES BSICAS HUMANAS

    PEREIRA, Potyara A. P. Necessidades Humanas: subsdios crtica dos mnimos sociais. 2. ed. So Paulo: Cortez, 2002.

    SEN, Amartya. Desenvolvimento como Liberdade. So Paulo: Compa-nhia das Letras, 1999.

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    Garantia de RendaAcesso a ServiosIncluso Produtiva

    PBLICO-ALVO

    ESTRATGIA

    EIXOS ESTRUTURANTES

    pessoas em situao de extrema pobreza e/ou vulnerabilidade social.

    equipes volantes, lideradas pelo SUAS, para realizar a Busca Ativa.

    combater a pobreza em seu carter multidimensional e erradicar a extrema pobreza, at 2014.

    OBJETIVO

    RGO GESTORMDS Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

    PLANO BSM (Brasil sem Misria)

  • 11CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    COMO A POBREZA SE APRESENTA NO BRASIL?

    O Brasil mudou muito na ltima dcada, e junto com ele mudou o perfil da pobreza. Setores populacionais historicamente excludos passa-ram a ter voz s suas demandas, e a redistribuio de renda tirou milhes de brasileiros da misria. Entender a pobreza na atualidade entender as transformaes sociais ocorridas no pas, especialmente no que diz respei-to ampliao dos direitos dos cidados.

    Tais avanos so decorrentes de decises acertadas em polticas pblicas, entre elas o fortalecimento da agenda de polticas voltadas uni-versalizao de direitos sociais e incluso de segmentos populacionais historicamente excludos; a implementao de polticas articuladas entre as trs esferas de governo, contando com a participao social; o resgate e a ampliao da capacidade de planejamento e investimento do Estado brasileiro; e as decises de poltica econmica no sentido de fortalecer o mercado interno.

    No mbito econmico, as escolhas e polticas permitiram a redu-o dos juros, a expanso do crdito, a reduo da dvida lquida do setor pblico e a ampliao do investimento pblico. Para a populao, a valori-zao do salrio mnimo, os programas de transferncia de renda, o maior acesso infraestrutura social e o barateamento do crdito tm elevado o poder de compra das famlias, especialmente as mais pobres.

    Os indicadores abaixo mostram que as bases do modelo brasileiro criaram condies para um processo contnuo e permanente de desen-volvimento econmico aliado a avanos sociais. A situao econmica melhorou para todos, mas o aumento da renda foi proporcionalmente maior para a parcela menos favorecida da populao, o que reduziu a de-sigualdade social. Alm da melhor distribuio de renda e da reduo da extrema pobreza, houve a diminuio da incidncia do trabalho infantil, a maior formalizao dos vnculos de trabalho, a elevao do acesso a servi-os pblicos essenciais e o aumento da expectativa de vida e da escolari-dade de crianas, jovens e adultos.

    PIB E NDICE DE GINI

    O PIB (produto interno bruto) a soma do valor de tudo o que produzi-do num determinado lugar durante um perodo de tempo (ms, trimes-tre, ano, etc.). O resultado uma aproximao do tamanho da atividade econmica.

    J o ndice de Gini mede a distribuio de renda, ou seja, a diferena entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um, onde zero (0) representa uma situao de igualdade per-feita e um (1) significa a concentrao mxima de renda. Ou seja, quanto maior o ndice de Gini, maior a desigualdade.

    Um PIB alto no significa um bom ndice de Gini. O Brasil tem um dos maiores PIB do mundo, mas seu ndice de Gini ainda alto se comparado a pases considerados desenvolvidos.

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  • 12 CEGOV | UFRGS

    CRESCIMENTO COM INCLUSO SOCIAL

    Nos ltimos 10 anos, a economia brasileira foi marcada pela com-binao de crescimento econmico e melhoria na distribuio de renda. O Produto Interno Bruto per capital real brasileiro (estimativa que divide toda a riqueza do pas pelo nmero de habitantes) aumentou 29%. Mais do que isso, foi diagnosticado que a parcela da populao mais pobre teve um cres-cimento de renda proporcionalmente maior que a populao mais rica, o que significa que a desigualdade entre esses dois estratos diminuiu. De fato, o Coeficiente de Gini caiu de forma significativa ao longo dos anos 2000, pas-sando de 0,553 para 0,500 entre 2001 e 2011. A Figura 2 ilustra essa situao.

    1

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    Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro

    Crescimento com incluso social

    Nos ltimos 10 anos, a economia brasileira foi marcada pela combinao de crescimento econmico e melhora da distribuio de renda. O PIB per capita real brasileiro aumentou 29% e foi caracterizado por uma evoluo mais favorvel da renda da populao mais pobre. O Coeficiente de Gini vem caindo de forma significativa ao longo dos anos 2000, passando de 0,553 para 0,500 entre 2001 e 2011. Esses resultados positivos so complementados por diversas conquistas no campo da reduo da pobreza, do mercado de trabalho, da educao, da sade e do acesso a bens e servios que so apresentadas nas pginas seguintes.

    Figura 2 - PIB per capita real e ndice de GINI

    Fonte: BRASIL (2013b).

    RENDA REAL APRESENTA CRESCIMENTO FORTE E CONTNUO

    A renda domiciliar per capita tem tido um crescimento real (acima da inflao) de 4,5% ao ano desde 2004, passando de R$ 687 em 2003 para R$ 932 em 2011 (em valores atualizados). Esse crescimento ocorre de forma mais intensa nas regies mais pobres e tem se direcionado para as parcelas menos favorecidas da populao, contribuindo para a reduo da desigualdade de renda. A Figura 3 demonstra a evoluo da renda domi-ciliar per capita no Brasil.

    2

    RENDA DOMICILIAR PER CAPITA

    Rendimento total que incorpora todas as fontes de renda, incluindo as transferncias monetrias.

  • 13CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    12

    GOVERNO FEDERAL

    A renda domiciliar per capita tem crescido, desde 2004, a uma taxa mdia de 4,5% ao ano acima da inflao, passando de R$ 687 em 2003 para R$ 932 em 2011 (em valores atualizados). Este crescimento tem ocorrido de forma mais intensa nas regies mais pobres e para as parcelas menos favorecidas da populao, contribuindo para reduo de desigualdades.

    Renda real apresenta crescimento forte e contnuo

    Figura 3 - Renda Domicilar Real per capita no Brasil

    Fonte: BRASIL (2013b).

    RENDA DOMICILIAR AUMENTA E REDUZ DESIGUALDADES REGIONAIS

    O crescimento da renda domiciliar per capita ocorreu em todo o pas, mas foi mais intenso nas regies mais pobres economicamente. No Nordeste, este aumento foi de 2,9% ao ano, 65% acima da mdia nacional, como demonstra a Figura 4.

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    13

    Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro

    O crescimento da renda domi-ciliar per capita que incorpora todas as fontes de renda, incluin-do transferncias ocorreu em todo o Pas, mas foi mais inten-so nas regies de menor renda. No Nordeste, este aumento foi de 2,9% ao ano, 65% acima da mdia nacional.

    Renda domiciliar aumenta e reduz desigualdades regionais

    Esta reduo das desigual-dades regionais tambm observada quando se con-sideram somente as fontes relacionadas ao trabalho. No Nordeste, a renda do trabalho expandiu-se, em mdia, 3,3% ao ano, acima dos 2,1% ob-servados no Pas.

    Figura 4 - Renda Domicilar Real per capita por Regio

    Fonte: BRASIL (2013b).

  • 14 CEGOV | UFRGS

    NDICE DE GINI REFLETE MELHORA NA DISTRIBUIO DE RENDA REGIONAL

    A melhora no perfil distributivo da renda no pas, revelado pela queda do ndice de Gini entre 2001 e 2011, foi constatado em todas as regies do pas, conforme ilustra a Figura 5. Embora esses nveis ainda se-jam elevados em termos comparativos internacionais, eles revelam uma importante reverso da trajetria ascendente desse indicador no pas em dcadas anteriores.

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    15

    Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro

    A melhoria do perfil distributivo da renda no pas revelado pela trajetria declinante do ndice de Gini entre 2001 e 2011 foi constatada em todas as regies. No Sul e Sudeste, o ndice de Gini caiu para um patamar inferior a 0,5, nvel ainda elevado em termos comparativos interna-cionais, mas significativo em termos da reverso da trajetria ascendente desse indicador no pas em dcadas anteriores. No Nordeste e Centro Oeste, regies de pior quadro distributivo em 2001, o ndice de Gini convergiu para o patamar de 0,5.

    ndice de Gini reflete melhora na distribuio de renda regional

    Figura 5 - ndice de Gini por Regio

    POPULAO EM SITUAO DE EXTREMA POBREZA APRESENTOU EXPRESSIVA REDUO

    A elevao da renda familiar, sobretudo nas regies mais pobres, levou reduo expressiva da populao exposta situao de extrema pobreza no Brasil. Em dez anos, entre 2001 e 2011, o Brasil superou a meta de 12,8% da populao em situao de extrema pobreza, estabelecida pe-los Objetivos de Desenvolvimento do Milnio da Organizao das Naes Unidas. A Figura 6 revela o quanto o Brasil conseguiu avanar nesse sen-tido, atingindo em 2011 a marca de 4,2% da populao nessa condio.

    5

    ferramentas sagiVoc pode conferir como foi a variao desses indicadores ao longo dos anos atravs da ferramen-ta Data Social. Saiba como acessando o vdeo tutorial da fer-ramenta em http://bit.ly/1hJEFQP.

    Voc aprender tudo sobre as ferramentas da SAGI na aula 7.

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    INTRODUO

    Fonte: BRASIL (2013b).

  • 15CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    Figura 7 - Evoluo do estoque de empregos formais

    Fonte: BRASIL (2013b).

    1aula

    MDULO 1

    16

    GOVERNO FEDERAL

    A elevao da renda familiar, sobretu-do nas regies mais pobres, levou re-duo expressiva da populao exposta situao de extrema pobreza no Bra-sil. Em dez anos, entre 2001 e 2011, a populao com renda domiciliar per capita at US$ 1,25/dia recuou de 14% para 4,2%, percentual bem abaixo da meta estipulada pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio (12,8%).

    Alm disso, a renda da populao mais pobre foi se aproximando, em termos relativos, da linha internacio-nal de pobreza ao longo do perodo: a distncia entre a renda dos mais pobres e a linha reduziu-se de 6% para 2,3%. Assim, alm da reduo da quantidade de extremamente po-bres, estes tambm tiveram aumen-to em seu rendimento e esto mais prximos de superar a situao de extrema pobreza.

    Populao em situao de extrema pobreza apresentouexpressiva reduo

    Figura 6 - Populao em Extrema Pobreza

    Fonte: BRASIL (2013b).

    6 CRESCIMENTO CONTNUO DAS OPORTUNIDADES DE TRABALHO

    O crescimento econmico brasileiro trouxe cada vez mais oportu-nidades de insero profissional aos trabalhadores. De 2002 a 2011, foram gerados 19,1 milhes de empregos formais, como apresenta a Figura 7.

    OBJETIVOS DO MILNIO (ODM)

    Em setembro de 2000, 189 naes firmaram um compromisso para com-bater a extrema pobreza e outros males da sociedade. Esta promessa acabou se concretizando nos 8 Objetivos de Desenvolvimento do Mil-nio (ODM) que devero ser alcanados at 2015. Em setembro de 2010, o mundo renovou o compromisso para acelerar o progresso em direo ao cumprimento desses objetivos.

    Saiba mais em: .

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    INTRODUO

    20

    GOVERNO FEDERAL

    O crescimento econmico trouxe cada vez mais oportunidades de insero profissional aos trabalhadores brasileiros. De 2002 a 2011, foram gerados 19,1 milhes de empregos formais.

    Crescimento contnuo das oportunidades de trabalho

  • 16 CEGOV | UFRGS

    EXPANSO DE OPORTUNIDADES DE TRABALHO DIMINUI O DESEMPREGO

    Com a expanso do emprego, houve tambm uma reduo da taxa de desocupao, que passou de 9,3% em 2001 para 6,8% em 2011, como ilustra a Figura 8. A elevao do rendimento real, combinada com um maior nmero de pessoas ocupadas, levou ao aumento da massa sala-rial e, consequentemente, do consumo das famlias.

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    21

    Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro

    Expanso de oportunidades de trabalho leva a baixo patamar do desemprego

    O resultado dessa forte expanso do emprego foi uma significativa reduo na taxa de desocu-pao, que passou de 9,3% em 2001 para 6,8% em 2011. Cabe lembrar que a elevao do rendimento real, combinada com um maior nmero de pessoas ocupadas, leva ao aumento da massa salarial e, consequentemente, do consumo das famlias.

    Figura 8 - Taxa de Desocupao

    Fonte: BRASIL (2013b).

    TRABALHO INFANTIL FOI FORTEMENTE REDUZIDO

    As oportunidades cresceram no s para os adultos. Entre 2001 e 2011, observou-se uma reduo de 54% no nmero de crianas entre 5 e 14 anos que trabalhavam, ao passo que se registra um total de 96,2% das crianas frequentando a escola no ano de 2011. A queda no trabalho infantil foi ainda maior se considerarmos as crianas de 5 a 9 anos, sendo que boa parte dessa reduo ocorreu no trabalho no-agrcola, respons-vel pela maior parcela de trabalho infantil nessa idade. A Figura 9 ilustra a queda no trabalho infantil por faixa de idade.

    8

  • 17CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    24

    GOVERNO FEDERAL

    Ao mesmo tempo em que as oportunidades cresceram para os adultos, entre 2001 e 2011, observou-se uma reduo de 54% do nmero de crianas entre 5 a 14 anos que trabalhavam.

    Em 2011, 96,2% das crianas de 5 a 14 anos ocupadas frequentavam a escola.

    A queda do trabalho infantil foi ainda maior para as crianas de 5 a 9 anos (76% de recuo no

    perodo, alcanando nvel de ocupao de 0,4%). Esta reduo ocorreu, sobretudo, no trabalho

    no agrcola, responsvel pela maior parcela do trabalho infantil nesta faixa de idade (75%).

    Trabalho infantil foi fortemente reduzido

    Figura 9 - Nvel de ocupao da populao por faixa de idade

    Fonte: BRASIL (2013b).

    AUMENTOU A EXPECTATIVA DE VIDA DOS BRASILEIROS

    A esperana de vida ao nascer passou de 70,7 anos em 2001 para 74,1 anos em 2011. Esse aumento, registrado em todas as regies, reflete a melhoria nas condies de vida e de acesso aos servios de sade. A maior melhora aconteceu na Regio Nordeste, que se aproximou da mdia na-cional, como apresenta a Figura 10.

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    28

    GOVERNO FEDERAL

    A esperana de vida ao nascer passou de 70,7 anos em 2001 para 74,1 anos em 2011, um incremento de mais de trs anos. Esse aumento reflete a melhora nas condies de vida e de acesso a servios de sade e ocorreu em todas as regies, com destaque para o Nordeste, que se aproximou da mdia nacional.

    Essa evoluo tambm foi significativa na populao feminina. Com isso, a esperana de vida ao nascer das mulheres passou a ser de 77,7 anos em 2011, 3 anos a mais do que em 2001.

    Aumentou a expectativa de vida dos brasileiros

    Figura 10 - Esperana de vida ao nascer (2001 - 2011)

    Fonte: BRASIL (2013b).

  • 18 CEGOV | UFRGS

    QUEDA NA TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL

    A Taxa de Mortalidade Infantil (crianas menores de 1 ano de ida-de) recuou de 26,1 bitos por mil nascidos vivos em 2001 para 15,7 em 2011 (Figura 11). Assim, o Brasil atingiu com quatro anos de antecedncia uma das mais importantes metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio. De acordo com a Organizao Mundial de Sade, o Brasil est en-tre os vinte pases que reduziram em mais de 70% a mortalidade infantil nos ltimos 21 anos.

    10

    30

    GOVERNO FEDERAL

    A Taxa de Mortalidade Infantil (menores de 1 ano de idade) recuou de 26,1 bitos por 1.000 nascidos vivos em 2001 para 15,7 em 2011. Com isto, o Brasil atingiu com quatro anos de antecedncia uma das mais importantes metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio, que a reduo dessa taxa em 2/3 entre 1990 e 2015. De acordo com a Organizao Mundial de Sade [Global Health Observatory Data Repository], o Brasil est entre os vinte pases que reduziram, em mais de 70%, a mortalidade infantil nos ltimos 21 anos.

    O declnio na taxa de mortalidade infantil permitiu ao Brasil sair da faixa considerada mdia (20 a 49 bitos por mil) em 2001 para a baixa (menos de 20), desde 2006. A queda foi generalizada em todas as regies, mostrando-se mais intensa no Nordeste (6,6% ao ano em mdia).

    Brasil antecipa em quatro anos o cumprimento da meta de reduo da mortalidade infantil

    Figura 11 - Taxa de Mortalidade Infantil no Brasil

    Fonte: BRASIL (2013b).

    ENSINO FUNDAMENTAL AO ALCANCE DE TODOS

    As taxas de frequncia escolar ou em creches mostram uma me-lhora no direito educao para a populao com at 17 anos. Resultado do esforo conjunto da Unio, dos Estados e dos Municpios, essa melhora foi acompanhada por um crescimento constante nas taxas de frequncia em todas as faixas etrias, com destaque para a universalizao do ensino fundamental, com 98,3% das crianas de 6 a 14 anos frequentando a es-cola (Figura 12).

    11

    36

    GOVERNO FEDERAL

    As taxas de frequncia escola ou creche mostram melhora na efetivao do direito educao

    para a populao com at 17 anos.

    Resultado de um esforo conjunto da Unio, Estados e Municpios, observou-se um crescimen-to constante nas taxas de frequncia, em todas as faixas etrias. Destaca-se o crescimento na

    faixa de 4 a 5 anos, de 55,1% em 2001 para 78,2% em 2011, e a universalizao do ensino fun-damental, com 98,3% das crianas com 6 a 14 anos frequentando a escola.

    Ensino fundamental ao alcance de todos

    Figura 12 - Taxa de Frequncia na Escola

    Fonte: BRASIL (2013b).

  • 19CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    BRASILEIRO ESTUDA MAIS A CADA GERAO

    O nmero mdio de anos de estudo da populao com mais de 25 anos de idade cresceu em todas as faixas etrias, com destaque para a faixa de 25 a 30 anos que passou de 7,4 anos de estudo em 2001 para 9,6 em 2011, como podemos observar na Figura 13.

    12

    1aula

    MDULO 1

    38

    GOVERNO FEDERAL

    O nmero mdio de anos de estudo da populao com 25 anos ou mais de idade cresceu em todas as faixas etrias. Ressalta-se o incremento no nmero de anos de estudo na faixa etria de 25 aos 30 anos entre 2001 e 2011, que passou de 7,4 para 9,6.

    Brasileiro estuda mais a cada gerao

    Figura 13 - Nmero mdio de anos de estudo por idade

    Fonte: BRASIL (2013b).

    TAXA DE ANALFABETISMO DIMINUI EM TODO O PAS

    O analfabetismo vem diminuindo progressivamente entre a po-pulao com mais de 15 anos, passando de 12,3% em 2001 para 8,4% em 2011. Houve queda em todas as regies do pas, sendo a reduo mais acentuada no Nordeste (Figura 14).

    13

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    Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro

    O analfabetismo vem diminuindo pro-gressivamente. A taxa de analfabetis-mo na populao com 15 anos ou mais de idade diminuiu consideravel-mente na ltima dcada, passando de 12,3% em 2001 para 8,4% em 2011. Houve queda em todas as regies. No Nordeste, regio que apresentava o maior ndice, a reduo foi mais acen-tuada, de 24,2% em 2001 para 16,9% em 2011.

    Taxa de analfabetismo diminui em todo o pas

    O analfabetismo est concentrado nas idades mais elevadas, mas apre-senta reduo em todas as faixas. Na faixa de 15 a 29 anos, a alfabetizao j foi universalizada (98% em 2011), e, na populao com 50 anos ou mais de idade, houve notvel reduo da parcela analfabeta, de 27,5% em 2001 para 18,3% em 2011.

    Figura 14 - Taxa de Analfabetismo por Regio

    Fonte: BRASIL (2013b).

  • 20 CEGOV | UFRGS

    IPEA. Mudanas recentes na pobreza brasileira. Comunicado do IPEA n.111. Braslia: Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada, 15 de setem-bro de 2011. Disponvel em: . Acesso em 28/07/2013.

    BRASIL. Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto. Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro. Braslia, DF: Assessoria Econmica, MP, 2013.

    O COMBATE POBREZA A PARTIR DA CONSTITUIO DE 1988

    A principal medida adotada no sentido de garantir condies mnimas de vida para o cidado brasileiro esteve associada criao do sistema de proteo social. Contudo, sendo elementos constitutivos da histria do Brasil, a pobreza acabou sendo reforada pelo padro de de-senvolvimento deste ao longo do sculo XX, na medida em que focou seu atendimento nos trabalhadores formais em situao de incapacidade por acidente ou idade, deixando os indivduos excludos do mercado de tra-balho sem acesso aos programas e benefcios da proteo social pblica.

    Foi com a Constituio Federal de 1988 que emergiu no pas um verdadeiro sistema de seguridade social, que reconheceu os direitos so-ciais de todos os cidados brasileiros e tornou o Estado o responsvel por garantir esses direitos. Houve uma mudana de paradigma da proteo social, antes baseada no mrito, no qual apenas o trabalhador formal ti-nha acesso aos benefcios e programas, para ento adotar-se um modelo redistributivista, fundado no direito e voltado para a proteo de toda a sociedade dos riscos impostos pela economia de mercado (Castro e Ribei-ro, 2009).

    ateno!A Assistncia Social como campo de efetivao de direitos emerge como poltica estratgica, no contributiva, voltada para o enfrentamento da pobreza e para a construo e o provimento de mnimos sociais de inclu-so e para a universalizao de direitos, buscando romper com a tradio clientelista que historicamente permeia a rea onde sempre foi vista como prtica secundria, em geral adstrita s atividades do planto social de atenes em emergncias e distribuio de auxlios financeiros (YAZBEK, 2012, p.304-305).

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  • 21CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    Alm de centrar no Estado a responsabilidade pela regulao, normatizao, proposio e implementao das polticas pblicas de pro-teo social, a Constituio de 1988 props a descentralizao e a partici-pao da sociedade no processo de elaborao da poltica pblica.

    Contudo, essas conquistas sociais tiveram lugar num contexto de crise econmica e do consequente crescimento da pobreza e da de-sigualdade, cumulado com escolhas polticas internas, que retardaram a implementao do sistema de proteo social brasileiro. O processo de regulamentao e implementao do novo padro de Seguridade Social s seria retomado nos anos 2000, com o Governo Lula.

    O Quadro 1 traz um panorama da evoluo da proteo social bra-sileira nas ltimas dcadas, no qual possvel perceber um grande avano nos tipos de benefcios concedidos e uma ampliao dos beneficirios e do gasto pblico social.

    A Constituio Federal de 1988, em seu ttulo VIII (da Ordem Social), arti-gos 194 a 204, define as bases da regulamentao da seguridade social no pas. Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a as-segurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.Portanto, no Brasil, a Seguridade Social composta de trs pilares:Previdncia social: mecanismo pblico de proteo social e subsistn-cia proporcionados mediante contribuio via mercado de trabalho for-mal;Assistncia social: poltica social de proteo gratuita aos demandantes e beneficirios;Sade pblica: espcie da seguridade social (por efeito da Constituio) destinada a promover a reduo de risco de doenas e o acesso a servi-os bsicos de sade e saneamento.

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  • 22 CEGOV | UFRGS

    reas de atuao

    Tipos de benefcios concedidos

    Anos 1980 (antes da Constituio de 1988) 1995 2007

    Previdncia social

    Aposentadorias, pen-ses, auxlios e outros (com perfil basicamen-te contributivo)

    Aposentadorias, penses, auxlios e outros (com perfil contributivo e no contribu-tivo)

    Aposentadorias, penses, au-xlios e outros (com perfil ba-sicamente contributivo e no contributivo)

    Benefcios a servidores pblicos federais

    Aposentadorias, pen-ses, auxlio-creche, assistncia mdico-o-dontolgica, auxilio transporte, refeio/alimentao, habita-o e outros

    Aposentadorias, penses, auxlio-creche, assistncia mdico-odontolgica, auxilio transporte, refeio/alimenta-o, habitao e outros

    Aposentadorias, penses, auxlio-creche, assistncia mdico-odontolgica, auxilio transporte, refeio/alimenta-o, habitao e outros

    Emprego e defesa do trabalhador

    Seguro-desemprego, abono salarial, Siste-ma de Intermediao Nacional de Emprego (SINE-Servio Nacional de Emprego)

    Seguro-desemprego, abono salarial, Sistema de Interme-diao Nacional de Emprego (SINE-Servio Nacional de Emprego) Qualificao profis-sional, Gerao de Emprego e Renda

    Seguro-desemprego, abono salarial, Sistema de Interme-diao Nacional de Emprego (SINE- Servio Nacional de Emprego) Qualificao profis-sional, Gerao de Emprego e Renda, Economia Solidria e Primeiro Emprego

    Desenvol-vimento agrrio

    Colonizao de traba-lhadores rurais

    Assentamento, consolidao e emancipao de trabalha-dores rurais. Programa Na-cional de Agricultura Familiar (PRONAF)

    Assentamento, consolidao e emancipao de trabalhadores rurais. Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF)

    Assistncia social

    Renda mensal vitalcia, alguns poucos benef-cios distribudos pela Legio Brasileira de Assistncia/ LBA

    Proteo social pessoa idosa e portadora de deficincia (Renda Mensal Vitalcia/ RMV e benefcio de Prestao Con-tinuada/ BPC/ Lei Orgnica da Assistncia Social/ LOAS), Brasil Criana Cidad, Vale--gs, erradicao do trabalho infantil

    Transferncia de renda com condicionalidades Bolsa Fa-mlia, Proteo social pessoa idosa e portadora de deficin-cia (Renda Mensal Vitalcia/ RMV e Benefcio de Prestao Continuada/ BPC/ Loas), erradi-cao do trabalho infantil

    Alimentao e nutrio

    Alimentao escolar, distribuio emer-gencial de alimentos, assistncia alimentar e combate a carncias

    Alimentao escolar, distri-buio emergencial de ali-mentos, assistncia alimentar e combate a carncias

    Alimentao escolar, distribui-o emergencial de alimentos, assistncia alimentar e comba-te a carncias

    Sade

    Pessoas com carteira de trabalho tinham acesso assistncia sade (aquelas que no tinham trabalho formal dependiam da filantropia) e alguma vigilncia sanitria e epidemiolgica

    Constituio Federal de 1988: sade como direito. Minist-rio da sade, secretarias esta-duais e municipais: promoo da sade, vigilncia sanitria e epidemiolgica, ateno bsica, ateno ambulatorial, ateno a grupos especficos, assistncia farmacutica

    Promoo da sade, vigilncia sanitria e epidemiolgica, ateno bsica, ateno ambu-latorial, ateno a grupos espe-cficos, assistncia farmacutica (Farmcia Popular). Sade bu-cal muda a estratgia, amplian-do sua atuao, passa a ser um programa com financiamento (participao) federal

    Quadro 1 - reas de atuao e tipos de benefcios concedidos (Anos 1980, 1995 e 2007)

  • 23CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    reas de atuao

    Tipos de benefcios concedidos

    Anos 1980 (antes da Constituio de 1988) 1995 2007

    Educao

    Alfabetizao, edu-cao bsica, ensino superior, ps-gradua-o, livro didtico

    Alfabetizao, educao bsi-ca, ensino superior, ps-gra-duao, livro didtico, Fundo de Manuteno e Desenvolvi-mento do Ensino Fundamen-tal e de Valorizao do Ma-gistrio/ FUNDEF, Programa de Financiamento Estudantil (FIES), Programa Nacional de Informtica na Educao (PROINFO), Programa Na-cional de Transporte Escolar (PNTE) e Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)

    Alfabetizao, educao bsi-ca, ensino superior, ps-gra-duao, livro didtico, Fundo de Manuteno e Desenvolvi-mento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio/ FUNDEF, Programa de Financia-mento Estudantil (FIES), Pro-grama Nacional de Informtica na Educao (PROINFO), Pro-grama Nacional de Transporte Escolar (PNTE) e Programa Di-nheiro Direto na Escola (PDDE)

    CulturaProduo e divulgao cultural. Preservao do patrimnio cultural

    Produo e divulgao cultu-ral. Preservao do patrim-nio cultural

    Produo e divulgao cultural. Preservao do patrimnio cultural

    Habitao e urbanismo

    Financiamento imobi-lirio s classes mdia e alta. Fundo de Ga-rantia por Tempo de Servio (FGTS) priori-tariamente destinado construo de mora-dias de interesse social

    Habitaes urbanas e rurais. Transporte urbano de massas

    Habitaes urbanas e rurais. Transporte urbano de massas

    Saneamento e meio am-biente

    Abastecimento de gua e esgotamento sanitrio

    Abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, sa-neamento bsico e resduos slidos

    Abastecimento de gua, esgo-tamento sanitrio, saneamento bsico e resduos slidos

    Quadro 1 - reas de atuao e tipos de benefcios concedidos (Anos 1980, 1995 e 2007) (Continuao)

    Fonte: CASTRO et al., 2009.

    Apesar da inovao trazida pela Lei Orgnica da Assistncia So-cial, de 1993, foi na ltima dcada que se apresentaram os maiores avan-os no campo especfico da Assistncia, a partir da edio das legislaes destacadas no Quadro 2.

  • 24 CEGOV | UFRGS

    edio da Lei Orgnica da Assistncia Social (LOAS) Lei N 8.742, de 7 de dezembro de 1993: a nova concepo de assistncia social brasileira regulamentada como po-litica social pblica, iniciando seu trnsito rumo aos direitos, universalizao de aces-so e responsabilidade estatal

    aprovao da Poltica Nacional de Assistncia Social (PNAS) Resoluo N. 78, de 22 de junho de 2004, em cumprimento com as deliberaes da IV Conferencia Na-cional de Assistncia, significado de um amplo debate coletivo, com a incorporao de demandas sociais no que se refere efetivao da assistncia social como direito de cidadania e responsabilidade do Estado, tendo como principal objetivo a gesto integrada de aes descentralizadas e participativas de assistncia social no Brasil.

    implementao do Sistema nico de Assistncia Social (Suas) Norma Operacional Bsica do Suas Resoluo CNAS n. 130, de 15 de julho de 2005, caracterizando-se como uma das prioridades para o avano da poltica de assistncia social, como vere-mos na aula 2 deste curso.

    aprovao da Tipificao Nacional de Servios Socioassistenciais Resoluo n. 109 CNAS, de 11 de novembro de 2009. Os servios passam a ser organizados por nveis de complexidade do Suas: Proteo Social Bsica e Proteo Social Especial de Mdia e Alta Complexidade.

    instituio do Censo do Sistema nico de Assistncia Social (CENSO SUAS) Decreto n. 7334, de 19 de outubro de 2010.

    aprovao da lei 12435/2011, que altera a Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispe sobre a organizao da Assistncia Social - Lei do SUAS

    aprovada a nova Norma Operacional Bsica do SUAS (NOB-SUAS 2012), por meio da resoluo n 33 de 12 de dezembro de 2012, do CNAS. Essa norma disciplina a gesto pblica da poltica de Assistncia Social em todo territrio brasileiro.

    institui a Poltica Nacional de Educao Permanente de Assistncia Social (PENEP-SUAS), por meio da resoluo CNAS n 4 de 13 de maro de 2013.

    Fonte: elaborao prpria

    Quadro 2 - Evoluo Normativa da Assistncia Social no Brasil

    1993

    2004

    2005

    2009

    2010

    2011

    Atualmente, a proteo social visa a garantia da vida, a reduo de danos e a preveno de riscos. um pacto dos diversos grupos da so-ciedade para a reduo da vulnerabilidade, da insegurana e do risco da pobreza.

    Caro gestor e gestora! Agora que conhecemos como se mede a pobreza, sua manifestao no Brasil atual e o histrico do sistema de proteo social nacional, vamos conhecer mais sobre a iniciativa que prope levar a proteo social ainda mais longe: o Plano Brasil sem Misria.

    2012

    2013

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  • 25CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    PARTE IIPLANO BRASIL SEM MISRIA

    Apesar das melhoras nos indicadores de pobreza decorrentes do crescimento econmico e do sistema de seguridade social, ainda h pro-blemas sociais associados pobreza no Brasil.

    QUAIS SO, ENTO, AS MEDIDAS ADOTADAS PELO GOVERNO BRASILEIRO COM VISTAS A SUPERAR ESSE PROBLEMA NO PAS?

    Na ltima dcada, o governo brasileiro foi bem sucedido em de-senvolver polticas e programas que tiveram um impacto positivo nos indicadores da pobreza. Ainda assim, h um contingente populacional significativo que permanece em situao de extrema pobreza. Com a im-plementao do Plano Brasil sem Misria, esse contingente formado pelas manifestaes mais agudas da misria vem recebendo um tratamento es-pecfico, tendo em vista a gravidade do problema.

    O Plano Brasil sem Misria (BSM), institudo pelo Decreto 7.492, de 2 de junho de 2011, tem por objetivo alcanar as famlias extremamente pobres, adotando medidas que partem de um conceito multidimensional de pobreza, que considera a necessidade de renda, o acesso a servios p-blicos e a insero produtiva como mecanismos prioritrios de superao dessa condio.

    O Plano Brasil sem Misria reuniu dezenas de polticas, programas e aes para reduzir drasticamente a extrema pobreza no perodo de trs anos. Com o Plano, o Governo Federal reforou o compromisso de incenti-var o crescimento com distribuio de renda, reduzindo as desigualdades e promovendo a incluso social. E ousa ir alm, colocando ao Estado e a toda a sociedade brasileira o ambicioso desafio de superar a extrema pobreza.

    QUAL O PBLICO PRIORITRIO DO PLANO BRASIL SEM MISRIA?

    O pblico prioritrio do Plano so as famlias brasileiras que, a despeito dos reconhecidos avanos sociais e econmicos do pas, perma-necem em situao de extrema pobreza, ou seja, com renda mensal infe-rior a R$ 70,00 per capita.

  • 26 CEGOV | UFRGS

    O BSM d ateno especial a setores da populao e grupos es-pecficos mais propensos situao de extrema pobreza, como crianas, jovens, mulheres, negros, populao em situao de rua, catadores de ma-terial reciclvel, indgenas e povos e comunidades tradicionais.

    QUAL O OBJETIVO DO PLANO BRASIL SEM MISRIA?

    O objetivo do Plano Brasil sem Misria elevar a renda e as condi-es de bem-estar da populao atravs de aes de carter multidimensio-nal. As famlias extremamente pobres que ainda no so registradas no Cas-tro nico (a ser estudado na Aula 5) sero localizadas e includas de forma integrada nos mais diversos programas federais em parceria com estados, municpios, empresas pblicas e privadas e organizaes da sociedade civil.

    QUAIS SO E COMO ESTO ESTRUTURADAS AS PRIN-CIPAIS AES, PROGRAMAS E BENEFCIOS DO PLANO BRASIL SEM MISRIA?

    Apesar de adotar a renda como indicador de extrema pobreza, o Plano Brasil sem Misria adora uma estratgia multidimensional de ao, reunindo cerca de 100 aes distribudas em trs grandes eixos de atua-o: garantia de renda, acesso a servios e incluso produtiva.

    Nesta aula destacaremos as aes que esto apresentando os re-sultados mais expressivos e que dependem de atuao direta ou indireta dos municpios. Algumas esto presentes em todas as cidades do Brasil, outras em apenas parte delas.

    A seguir, temos a descrio de cada eixo e uma lista dos seus prin-cipais programas, acompanhada dos indicadores sociais relacionados a cada eixo. Os indicadores podem ser usados pelos gestores na composi-o do diagnstico municipal, a ser melhor estudado nas Aulas 3 e 8.

    1) EIXO DA GARANTIA DE RENDA

    Engloba programas de transferncias monetrias para alvio ime-diato da situao de extrema pobreza. A principal ao o Programa Bolsa Famlia. O Bolsa Famlia passou por uma srie de modificaes desde o lanamento do BSM, como o reajuste dos valores das bolsas (2010), am-pliao do limite de 3 para 5 filhos (jun/2011) e a criao da ao Brasil Ca-rinhoso (dez/2011), para ajudar o pas a alcanar a meta de superao da extrema pobreza, levando em conta que as crianas eram mais afetadas

  • 27CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    que os adultos por essa condio. O Programa possui condicionalidades que precisam ser cumpridas para a manuteno do benefcio, como, por exemplo, ter todos os filhos em idade escolar frequentando a escola.

    Outro elemento importante deste eixo o Benefcio de Prestao Continuada da Assistncia Social (BPC), que garante o pagamento mensal de um salrio-mnimo ao idoso (com 65 anos ou mais) e pessoa de qualquer idade com deficincia de natureza fsica, mental, intelectual ou sensorial.

    Os dados e indicadores sociais desse eixo so:

    Caracterizao da Famlia: etnia, membros, composio dos gastos.

    Dados pessoais: documentao civil, idade, escolaridade, traba-lho e remunerao (seo especfica para deficientes).

    Caracterizao do domiclio e condies habitacionais (gua, energia eltrica, material de construo, saneamento).

    Taxas de desemprego.

    Programa/Ao Objetivo Pblico-alvo rgo(s) Gestor/Responsvel

    Bolsa Famlia Transferir renda com condicionalidadeToda a famlia com centralidade na me

    MDS Ministrio da Educao

    Brasil CarinhosoTirar da extrema pobre-za famlias com filhos menores de 15 anos

    Famlias em extrema pobreza com filhos menores de 15 anos que so beneficirias do Bolsa Famlia

    MDS - Ministrio da Sade (MS) e Minist-rio da Educao (MEC).

    Benefcio de Pres-tao Continua-da da Assistncia Social (BPC)

    Assegurar a idosos e pessoas com defi-cincia as condies mnimas

    Idoso com 65 anos ou mais e pessoa com deficincia, de qual-quer idade, com renda familiar por pessoa inferior a um quarto do salrio mnimo.

    MDS com operacio-nalizao do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

    Fonte: BRASIL (2011b).

    Quadro 3 BSM: Eixo Garantia de Renda

    2) EIXO DE ACESSO A SERVIOS

    Rene programas de promoo do acesso a servios pblicos de bem-estar social e fortalecimento da cidadania, bem como a ampliao das unidades responsveis por tais servios.

    Os dados e indicadores sociais desse eixo so:

    Caracterizao do domiclio e condies habitacionais.

    Nmero de CRAS, CREAS, Centro POP no municpio.

    Nmero de equipes de estratgia da Sade da Famlia.

    Nmero de Unidades Bsicas da Sade.

    Nmero de matrculas em cursos de qualificao.

    Nmero de Cisternas construdas.

    Indicadores de infraestrutura (nas 3 reas: sade, educao, ser-vios socioassistenciais).

  • 28 CEGOV | UFRGS

    Programa/Ao Objetivo Pblico-alvo rgo(s) Gestor

    Unidade Bsica de Sade (UBS)

    Prestao de servios bsicos e gratui-tos em Pediatria, Ginecologia, Clnica Geral, Enfermagem e Odontologia.

    Populao em geralMinis-trio da Sade

    Centros de Referncia de Assistncia Social (CRAS)

    Ampliao do acesso das famlias a direitos e servios pblicos socioassis-tenciais de proteo social bsica e o fortalecimento das relaes familiares.

    Famlias pobres, com dificuldade de acesso a servios, dificuldades de insero social.

    MDS

    Centro de Referncia Especializado de Assistncia Social (CREAS)

    Proteo e atendimento s pessoas e famlias que tiveram direitos violados ou ameaados

    Famlias expostas vio-lncia fsica, psicolgica, sexual, trabalho infantil, trabalho escravo.

    MDS

    Centro de Referncia Especializado para Po-pulao em Situao de Rua (Centro POP)

    Acompanhamento da populao em situao de rua.

    Jovens, adultos, idosos e fa-mlias que utilizam as ruas como espao de moradia e/ou de sobrevivncia.

    MDS

    Mais EducaoContribuir para a reduo da evaso, da reprovao e da distoro entre idade e srie.

    Estudantes de escolas pblicas de Ensino Funda-mental.

    MEC

    Fonte: BRASIL (2011b).

    Quadro 4 BSM: Eixo Acesso a Servios

    O BSM estimula que a expanso de vrios programas se d, justamen-te, a partir das localidades de famlias mais pobres e vulnerveis, e na maioria das vezes, com a pior infraestrutura. A oferta de servios, com esforos para a melhoria da qualidade, segue, portanto, o mapa da pobreza, materializado nas informaes constantes do Cadastro nico. Alm de ampliar a rede de atendimento nessas reas, o Plano permite ofertar melhores servios a quem mais precisa deles, exemplificado pelo quadro abaixo.

    3) EIXO DE INCLUSO PRODUTIVA

    Visa retirar as famlias da situao de misria ao inseri-las no mundo do trabalho. subdividido em programas rurais e urbanos. Os programas de incluso produtiva urbana ofertam cursos de qualificao para trabalhadores, acesso a postos de trabalho, formalizao e sustentabilidade para empreen-dedores de baixa renda e oferece oportunidades de expanso dos negcios e empreendimentos. Os programas rurais fortalecem a produtividade e co-mrcio dos agricultores familiares por meio de repasses para investimentos na pequena produo agrcola, bem como por meio da compra de alimentos da agricultura familiar.

    Os dados e indicadores sociais desse eixo so:

    Setor econmico com maior gerao de riqueza no municpio.

    Setor econmico que mais cresceu nos ltimos anos.

    Ocupaes que mais cresceram em nmero de postos de trabalho.

    Ocupaes com os maiores estoques.

    Cursos de capacitao oferecidos no municpio.

  • 29CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    Tipo Programa/Ao Objetivo Pblico-alvo rgo(s) Gestor

    Urbana

    Programa Nacional de Acesso ao Ensi-no Tcnico e Em-prego (Pronatec Brasil sem Misria)

    Insero de pessoas de baixa renda nas opor-tunidades de trabalho disponveis, por meio de qualificao profissional.

    Pessoas a partir de 16 anos de idade inscritas ou em processo de incluso no Cadastro nico.

    MDS e MEC

    Programa Nacional de Promoo do Acesso ao Mundo do Trabalho (Aces-suas Trabalho)

    Apoiar a rea de assistn-cia social dos municpios promovendo a incluso produtiva

    Municpios participantes MDS

    Programa Crescer- Microcrdito Pro-dutivo Orientado

    Oportunidades de ex-panso dos negcios e empreendimentos

    Microempreendedor que fature at R$ 60.000,00 por ano e no tenha partici-pao em outra empresa como scio ou titular

    MDS

    Microempreen-dedor Individual (MEI)

    Assistncia tcnica e gerencial coordenado pelo Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Peque-nas Empresas (Sebrae).

    Microempreendedor que fature at R$ 60.000,00 por ano e no tenha partici-pao em outra empresa como scio ou titular

    MDS

    Rural

    Assistncia tcnica e extenso rural (Ater) e Fomento

    Melhorar a situao nutri-cional das famlias e gerar excedentes para que ge-rem renda.

    Agricultores familiares, quilombolas, indgenas, extrativistas e pescadores artesanais em extrema po-breza, do Cadastro nico portadores da Declarao de Aptido ao Pronaf (DAP).

    MDS e Minis-trio do De-senvolvimen-to Agrrio (MDA)

    Programa de Aqui-sio de Alimentos (PAA)

    Estimula a articulao entre a produo da agricultura familiar e as demandas locais.

    Agricultores familiares, as-sentados da reforma agr-ria, extrativistas, pescadores artesanais, e demais comu-nidades tradicionais.

    MDS, MDA e Fundo Nacio-nal de Desen-volvimento da Educao (FNDE)

    Programa gua para Todos

    Garantir amplo acesso gua potvel para as po-pulaes rurais.

    Famlias rurais que no tm acesso ou tm acesso prec-rio gua de qualidade, do Cadastro nico, e com ren-da per capita de at R$140.

    MDS e Mi-nistrio da Integrao Nacional (MI)

    Programa Bolsa Verde

    Desenvolvimento am-bientalmente sustentvel com incluso social por meio do depsito de R$ 300 trimestrais.

    Famlias residentes em flo-restas nacionais e reservas, ribeirinhos e demais comu-nidades tradicionais extre-mamente pobres inscritas no Cadastro nico.

    Ministrio do Meio Ambien-te (MMA)

    Fonte: BRASIL (2011b).

    Quadro 5 BSM: Incluso Produtiva

    Desenvolvimento de programas de gerao de trabalho e renda.

    Desenvolvimento de programas de qualificao e capacitao.

    Parcerias do municpio.

  • 30 CEGOV | UFRGS

    QUEM RESPONSVEL PELO PLANO BRASIL SEM MISRIA?

    Como visto, a extrema pobreza se manifesta de mltiplas formas. Insegurana alimentar e nutricional, baixa escolaridade, pouca qualifica-o profissional, fragilidade de insero no mundo do trabalho, acesso precrio gua, energia eltrica, sade e moradia so algumas de suas manifestaes. Superar a extrema pobreza requer, portanto, a ao combinada dos setores do Estado responsveis por essas reas.

    por isso que o BSM envolve ao todo 22 ministrios1, alm de bancos pblicos, rgos e entidades, estados, municpios, setor privado e terceiro setor. Juntos, esses parceiros desenvolvem as atividades que com-pem o Brasil sem Misria.

    O Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS), por meio da Secretaria Extraordinria para Superao da Extrema Pobreza (SESEP), quem coordena o BSM, sendo responsvel por sua ges-to, avaliao e monitoramento. A divulgao peridica de dados (evolu-o quantitativa e qualitativa das aes; resultados atingidos; restries e dificuldades na execuo das aes, entre outros) possibilita o acompa-nhamento pela sociedade civil, que convidada a participar de rodadas peridicas de dilogo sobre o Plano e constantemente convida o MDS a discuti-lo em diversos fruns de participao social, como conselhos e conferncias.

    Uma das principais caractersticas do BSM a intensa articulao federativa, ou seja, a diviso de responsabilidades entre Unio, estados e municpios. Todos os estados brasileiros aderiram ao BSM por meio de pactuao voluntria. Vrios estados, inclusive, lanaram seus prprios planos de superao da misria, potencializando aes que envolvem o Governo Federal e lanando ou fortalecendo aes prprias. Com isso, o esforo para superar a extrema pobreza ganhou componentes estaduais com desenhos adaptados s formas com que a pobreza se manifesta em cada parte do Brasil, num movimento coordenado sem precedentes em termos de federalismo social.

    1 Alm do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, envolve tambm a Casa Civil e a Secretaria Geral da Presidncia da Repblica; o Ministrio da Fazenda; o do Planejamento, Oramento e Gesto; o do Desenvolvimento Agrrio; o da Educao; o da Sade; o das Cidades; o do Trabalho e Emprego; o da Integrao Nacional; o do Meio Ambiente; o de Minas e Energia; o da Previdncia Social; o da Agricultura, Pecuria e Abastecimento; o do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior; o da Pesca e Aquicultura; as Secretarias das reas de Relaes Institucionais, Direitos Humanos, Mulheres, Igualdade Racial e Assuntos Estratgicos.

  • 31CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    COMO ESTO ARTICULADAS OS BENEFCIOS, AES E PROGRAMAS DO PLANO BRASIL SEM MISRIA?

    O BSM incorpora iniciativas anteriores que vinham apresentando resultados expressivos no combate pobreza. Essas iniciativas foram am-pliadas e revigoradas, como o caso do Programa Bolsa Famlia, dos ser-vios de Assistncia Tcnica e Extenso Rural e dos servios socioassisten-ciais. Mas o BSM tambm trouxe novidades, como a Ao Brasil Carinhoso, o Programa Bolsa Verde e o Fomento s Atividades Produtivas Rurais.

    A intersetorialidade construda a partir do Programa Bolsa Famlia se manifesta nos demais programas do BSM: os valores do Bolsa Verde e do Fomento so pagos no mesmo carto do Bolsa Famlia; a atuao da rede de sade viabiliza o pagamento de benefcios a gestantes; e o MEC prioriza as escolas com mais estudantes do Bolsa Famlia na expanso da escola em tempo integral com o Programa Mais Educao.

    A Ao Brasil Carinhoso, desenhada especialmente para compor o BSM, tambm referncia em articulao intersetorial, envolvendo o trabalho do MDS e dos Ministrios da Sade (MS) e da Educao (MEC) para melhor atender o pblico do Plano na primeira infncia, como ser detalhado adiante.

    A Figura 15 sintetiza as principais caractersticas da estrutura do Plano Brasil sem Misria.

    Fonte: elaborao prpria.

    Figura 15 - O Plano Brasil sem Misria: principais caractersticas

    Garantia de RendaAcesso a ServiosIncluso Produtiva

    PBLICO-ALVO

    ESTRATGIA

    EIXOS ESTRUTURANTES

    pessoas em situao de extrema pobreza e/ou vulnerabilidade social.

    equipes volantes, lideradas pelo SUAS, para realizar a Busca Ativa.

    combater a pobreza em seu carter multidimensional e erradicar a extrema pobreza, at 2014.

    OBJETIVO

    RGO GESTORMDS Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

    PLANO BSM (Brasil sem Misria)

  • 32 CEGOV | UFRGS

    COMO SE ARTICULAM O PLANO BRASIL SEM MISRIA E O SISTEMA DE PROTEO SOCIAL BRASILEIRO?

    O Plano Brasil sem Misria se articula com o sistema de proteo social existente no Brasil, na medida em que atravs da assistncia social que o pblico prioritrio do plano encontrado e encaminhado para os benefcios, servios e programas sociais.

    por meio da estratgia da Busca Ativa que as famlias pbli-co alvo do BSM so localizadas, cadastradas e includas nas mais variadas aes e programas sociais. Portanto, as equipes de profissionais respons-veis no apenas localizam as famlias, mas tambm identificam os servios existentes e a necessidade de criar novas aes para que essa populao possa acessar os seus direitos aes como mutires, campanhas, pa-lestras, atividades socioeducativas, visitas domiciliares e cruzamentos de bases cadastrais. A qualificao dos gestores pblicos no atendimento populao extremamente pobre faz parte dessa estratgia. A Figura 16 resume os resultados da estratgia da Busca Ativa at 2013.

    Fonte: BRASIL (2013a).

    Figura 16 - Os resultados da Busca Ativa (2013)

    Portanto, como veremos na prxima aula, o sistema de proteo social brasileiro, especificamente o Sistema nico de Assistncia Social (Suas), tem um papel fundamental na execuo e efetividade do Plano. Isso porque no mbito dos servios oferecidos pelas protees bsica e espe-cial do Suas que se d no s o mapeamento e o cadastramento do pblico--alvo do BSM por meio da Busca Ativa, mas tambm a incluso ou o encami-nhamento dos indivduos ou famlias para os demais programas, servios e

  • 33CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    benefcios do BSM. Da a importncia de fortalecer a agenda da assistncia social dentro do BSM, em especial a estruturao do Suas, o reforo no seu financiamento, a ampliao da rede e a qualificao de seus servios.

    APS DOIS ANOS DE EXPERINCIA, QUAIS OS RE-SULTADOS J ALCANADOS PELO PLANO BRASIL SEM MISRIA?

    O Plano Brasil sem Misria trouxe resultados notveis no combate extrema pobreza desde a sua implementao, em 2011. Registra-se que 22 milhes de pessoas superaram essa condio at maro de 2013, para o que contriburam de forma direta as aes do Plano, especialmente as Aes do Brasil Carinhoso, como ilustra a Figura 17.

    BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. O SUAS no Plano Brasil sem Misria. Braslia, DF: SNAS, MDS, 2012.

    Fonte: BRASIL (2013a).

    Figura 17 - O BSM e a superao da extrema pobreza

    As maiores conquistas encontram-se nos estados da Regio Nor-deste, sobretudo na Bahia. A Regio corresponde a 62,3% da populao que emergiu da condio de extrema pobreza, seguida pelo Sudeste, com 16% dos beneficiados (Figura 18).

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    INTRODUO

  • 34 CEGOV | UFRGS

    Fonte: BRASIL (2013a).

    Figura 18 - Distribuio da superao da extrema pobreza no Brasil

    A ttulo de exemplo, no Eixo de Acesso a Servios, constatou-se uma melhora nas taxas de evaso escolar, superando a mdia nacional. A taxa de abandono escolar dos benecirios do Bolsa Famlia de 2,9%, en-quanto a mdia nacional de 3,2%. Alm disso, registra-se a implantao de 757 novas Unidades Bsicas de Sade em territrios pobre. O cresci-mento da cobertura do Programa Sade na Famlia, aliado ao aumento da cobertura do Bolsa Famlia, reduziu a mortalidade infantil em 19,4%.

    No campo da Assistncia Social, houve um fortalecimento signif-icativo da rede, com a criao de cerca de 20 mil vagas em Servios de Acolhimento para Pessoas em Situao de Rua ao lado da construo de 153 Centros de Referncia Especializados para Populao em Situao de Rua (Centros POP). Houve a conformao de 1.205 equipes volantes, para as quais foram compradas 100 lanchas para facilitar o acesso a regies re-motas banhadas por rios.

    Por fim, no que se refere incluso produtiva, registram-se as matrculas de mais de 600 mil alunos em cursos de qualificao profis-sional no mbito do Pronatec. O Bolsa Verde beneficiou 42,3 mil famlias de extrativistas, assentados e ribeirinhos e, com o apoio da Assistncia Tcnica e Fomento, 29 mil famlias j elaboraram seus projetos de estru-turao produtiva e esto recebendo recursos de fomento. Dentre essas famlias, incluem-se quilombolas, pescadores artesanais, indgenas e, prin-cipalmente, assentados da reforma agrria.

    ferramentas sagiO boletim Brasil Sem Misria no Seu Municpio um documento gerado automaticamente com dados sobre a gesto do PBSM em qualquer municpio brasileiro. Voc pode acess-lo ao escolher um estado e muni-cpio em http://bit.ly/1it5E9o.

    Voc aprender tudo sobre as ferramentas da SAGI na Aula 7.

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  • 35CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    O Quadro 6 resume as novidades introduzidas na poltica de com-bate pobreza com o Plano Brasil sem Misria e os resultados alcanados at o ano de 2013.

    Fonte: BRASIL (2013a).

    Quadro 6 - Novidades e resultados do segundo ano do Plano Brasil sem Misria (ago/2013)

    Eixos Novidades Resultados

    Transferncia de Renda

    - Reajuste nos benefcios do Bolsa Famlia, especialmente dos benefcios variveis relacionados a adolescentes;- Brasil Carinhoso;

    - Reduo de 62% da misria entre crianas de 0 a 6 anos;- 22 milhes de beneficirios saem da extre-ma pobreza;

    Acesso a Servios

    - Busca Ativa;- Programa Mais Educao (edu-cao em turno integral);- Aumento de 66% no valor repassado para a alimentao escolar e construo de novas creches;- Mais de R$ 1,7 bilho investido pelo MEC em 2012

    - 910 mil famlias localizadas em junho de 2013;- 1.205 equipes volantes, em 1.038 municpios e 10 lanchas entregues no incio de 2013;- 48,5 mil novas escolas aderem ao ensino em tempo integral;- 31.700 escolas com tempo integral possuem a maioria de seus alunos beneficirios do Bolsa Famlia;- at abril de 2013, havia 888 novas creches construdas e 2.822 em construo;

    Incluso Produtiva

    -URBANA-Pronatec BSMCrescer Programa Nacional de Microcrdito Produtivo Orien-tado;- Programa Microempreendedor Individual MEI;RURAL:- Programa de Aquisio de Ali-mentos PAA;- Programa gua Para Todos;

    - 506 mil novos alunos matriculados, sendo 66% mulheres e 48% tendo entre 18 e 29 anos;- 1,3 mil operaes realizadas por benefici-rios do Bolsa Famlia;- nmero de beneficirios do PBF com seus negcios formalizados atravs do MEI sobe de 81 mil para 290 mil entre 2012 e 2013;- Em 2010, produtores de baixa renda re-presentavam 32% do total dos beneficiados pelo PAA; partir de 2011, sua participao aumentou para 46% (totalizando 120 mil fa-mlias);- At junho de 2013 foram 355 mil cisternas entregues, com capacidade para 16 mil litros de gua;

  • 36 CEGOV | UFRGS

    Portanto, o Plano Brasil sem Misria incorporou, fortaleceu e ar-ticulou aes e programas que j tinham eficcia comprovada na reduo da pobreza, alm de criar novas iniciativas. Desde sua implementao em 2011, vrias novidades foram acrescentadas. Alm das metas de investi-mento em sade, educao e incluso produtiva, um dos principais objeti-vos para o fim do ano de 2013 a efetivao da estratgia de Busca Ativa, com vistas a incluir as famlias j localizadas, alm de localizar mais de 600 mil famlias ainda no identificadas.

    BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Comba-te Fome. Plano Brasil sem Misria: Caderno 2 anos de Resultados. Braslia, DF: SNAS, MDS, 2013.

    NESTA AULA VOC APRENDEU QUE

    A pobreza um problema histrico no Brasil e est relacionada concentrao de renda e desigualdade social;

    H vrias formas de conceituar e mensurar a pobreza, sendo poss-vel compreend-la dentro de uma viso multidimensional ou de insu-ficincia de renda;

    A extrema pobreza no Brasil contemporneo incide prioritariamen-te sobre a regio nordeste e atinge principalmente pessoas negras e indgenas, jovens e crianas, com distribuio igualitria entre homens e mulheres;

    A trajetria do sistema de proteo social brasileiro pode ser di-vidida em diferentes perodos, sendo o primeiro marcado por aes meritocrticas, seletivas e fragmentadas, enquanto o perodo atual, que inicia com a Constituio Federal de 1988 e se consolida a partir de meados dos anos 2000, marcado pela preocupao com a garantia de direitos.

    O Plano Brasil sem Misria uma ao voltada a reduzir a extrema pobreza, tendo trs eixos prioritrios de atuao, que visam garantir renda, acesso a servios pblicos e insero produtiva.

    VIDEOTECA

    VIDEO 1 - ESTUDO REVELA CRESCIMENTO DA RENDA E REDUO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS EM 10 ANOSDescrio: Apresentao do estudo Indicadores do Desenvolvimen-to Brasileiro. A pesquisa destaca o crescimento da renda, a reduo das desigualdades sociais e o aumento da escolaridade e da qualidade do en-sino no Brasil, da ltima dcada.

    Link: http://goo.gl/6QwhKA

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  • 37CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    VIDEO 2 - APRESENTAO DO PLANO BRASIL SEM MISRIADescrio: Apresentao do Plano Brasil Sem Misria, plano integrado de combate a pobreza e pobreza extrema.

    Link: http://goo.gl/b6ZWuH

    VIDEO 3 - BRASIL SEM MISRIA NA REGIO SULDescrio: Vdeo publicitrio sobre as aes do plano Brasil Sem Misria para a regio sul.

    Link: http://goo.gl/vdU2fd

    VIDEO 4 - BUSCA ATIVADescrio: Apresentao da ao Busca Ativa, atravs da qual o Plano Brasil Sem Misria encontra os cidados mais vulnerveis e retira as suas famlias da situao de extrema pobreza.

    Link: http://goo.gl/1zBj9K

    VIDEO 5 - PRESENA NA ESCOLA E POSTO DE SADE SO CONDIES PARA RECEBER BOLSA FAMLIADescrio: Apresentao das condicionalidades que os beneficirios de-vem cumprir de educao e sade, necessrias para que se receba o Bolsa Famlia. Por isso, as famlias com filhos entre 6 e 17 anos precisam man-t-los na escola e visitar os postos de sade semestralmente.

    Link: http://goo.gl/82ybiK

    VIDEO 6 - BOLSA FAMLIA SUPERA META PREVISTA PARA 2012Descrio: Apresentao, pelo secretrio nacional de Renda de Cidadania, Lus Henrique Paiva, de alguns resultados do Bolsa Famlia que alcanou 13,8 milhes de famlias em 2012. destacado as aes de busca ativa com parceria dos estados e municpios que levaram o programa a superar a meta prevista para o ano.

    Link: http://goo.gl/tmxDTC

    VIDEO 7 - MINISTRA DO MDS FALA SOBRE AO BRASIL CARINHOSODescrio: Fala da Ministra Tereza Campello sobre a ao Brasil Carinhosos, que faz parte da estratgia do governo federal de superao da extrema pobreza no pas. Ela destaca que a ao tem como meta tirar da misria absoluta todas as famlias brasileiras que tenham crianas de 0 a 6 anos.

    Link: http://goo.gl/0dKE4K

  • 38 CEGOV | UFRGS

    REFERNCIASBRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Caderno Assistncia Social. Braslia, DF: SNAS, MDS, 2011a. Disponvel em: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-social--snas/cadernos/caderno-assistencia-social/ . Acesso em 28/07/2013.

    BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. O SUAS no Plano Brasil sem Misria. Braslia, DF: SNAS, MDS, 2012. Disponvel em: http://www.brasilsemmiseria.gov.br/documentos/Cartilha_20X20.pdf/down-load. Acesso em 28/07/2013.

    BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Plano Bra-sil sem Misria no seu Municpio. Braslia, DF: SNAS, MDS, 2011b. Disponvel em: http://www.brasilsemmiseria.gov.br/documentos/cartilha-encontro-pre-feitos-final-18022013.pdf . Acesso em 28/07/2013.

    BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Plano Brasil sem Misria: Caderno 2 anos de Resultados. Braslia, DF: SNAS, MDS, 2013a. Disponvel em: http://www.brasilsemmiseria.gov.br/documentos/Ca-derno%20de%20Graficos%20BSM%20-%202%20anos%20%20versao%20final%20corrig.pdf. Acesso em 28/07/2013.

    BRASIL. Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto. Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro. Braslia, DF: Assessoria Econmica, MP, 2013b. Disponvel em: http://aplicacoes.mds.gov.br/sagirmps/simulacao/pdf/In-dicadores%20de%20Desenvolvimento%20Brasileiro-final.pdf. Acesso em 28/07/2013.

    CASTRO, Jorge Abraho de. Dimenso e medio da pobreza extrema e a situao social e pobreza extrema no Rio Grande do Sul. Estudos e Polti-cas Sociais do IPEA. Braslia, DF: IPEA, 2011. Disponvel em: http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/110526_apresentacao_pobrezaextre-ma_rs.pdf . Acesso em 28/07/2013.

    JACCOUD, Luciana. Pobres, Pobreza e Cidadania: Os desafios recentes da proteo social. Texto de Discusso IPEA. Braslia, DF: IPEA, 2008. Braslia. Disponvel em: http://www.ipc-undp.org/publications/mds/37M.pdf. Acesso 28/07/2013.

    LOUREIRO, Andr Oliveira; SULIANO, Daniel Cirilo. As principais linhas de pobreza utilizadas no Brasil. Nota tcnica n. 38. Fortaleza: SEPLAG/IPECE,

    VIDEO 8 - PRONATEC BRASIL SEM MISRIA OFERECER UM MILHO DE VAGAS AT 2014Descrio: Apresentao do Programa nacional de Acesso ao Ensino Tcni-co e Emprego (Pronatec Brasil Sem Misria), que j atendeu 150 mil alunos em todo o pas. O Programa oferece 180 cursos de qualificao profission-al. Para se inscrever em um dos cursos, o interessado deve ir at um CRAS e CREAS, ou procurar a secretaria de assistncia social do municpio onde mora.

    Link: http://goo.gl/gxAtXe

  • 39CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 1: DIAGNSTICO

    1aula

    MDULO 1

    LISTA DE SIGLAS

    BSM - Plano Brasil sem Misria

    FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao

    IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

    MDA - Ministrio do Desenvolvimento Agrrio

    MDS - Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate e Fome

    MEC - Ministrio da Educao

    MI - Ministrio da Integrao Nacional

    MMA - Ministrio do Meio Ambiente

    MS - Ministrio da Sade

    2009. Disponvel em: http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/notas_tecni-cas/NT_38.pdf . Acesso em 10/09/2013.

    ROCHA, Sonia. Opes metodolgicas para a estimao de linhas de in-digncia e de pobreza no Brasil. Texto para discusso n. 720. IPEA: Rio de Janeiro, 2000.

    SILVA, Maria Ozanira. Pobreza e desigualdade e poltica pblica: caracterizan-do e problematizando a realidade brasileira. Revista Katlysis, Florianpolis, v. 13, n. 2, jul./dez 2010.

    SOUZA, Pedro H. Ferreira de. Polticas Sociais e Queda da Desigualdade no Brasil: Conquistas e Desafios. IPC-IG Working Paper No. 137. Braslia, IPC-IG, 2012.

    VAITSMAN, Jeni; RIEVERES, Gabriela; FARIAS, Luis Otvio. Proteo Social no Brasil: o que mudou na assistncia social aps a Constituio de 1988. Revista Cincia e Sade Coletiva, Vol. 14, Nm. 3, jun. 2009.

    YAZBEK, Maria Carmelita. Pobreza no Brasil Contemporneo e Formas de seu Enfrentamento. Revista Servio Social e Sociedade, So Paulo, n. 110, p. 288-322, abr./jun. 2012.