cegov - 2014 - mds c3 caderno de estudos

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  • 7/21/2019 CEGOV - 2014 - MDS C3 Caderno de Estudos

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    CADERNO DE ESTUDOS

    CICLO DECAPACITAO

    MDScurso2Monitoramento

    Ministrio do

    Desenvolvimento Social

    e Combate FomeSAGI

    Secretaria de Avaliao e Gestoda Informao

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    EXPEDIENTE

    Presidenta da Repblica Federativa do Brasil | Dilma RousseffVice-Presidente da Repblica Federativa do Brasil| MichelTemerMinistra do Desenvolvimento Social e Combate Fome| Tereza

    CampelloSecretrio Executivo| Marcelo CardonaSecretrio de Avaliao e Gesto da Informao| PauloJannuzziSecretria Nacional de Assistncia Social| Denise ColinSecretrio Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional |Arnoldo Anacleto de CamposSecretrio Nacional de Renda de Cidadania | Luis Henrique daSilva de PaivaSecretrio Extraordinrio de Erradicao da Pobreza | TiagoFalco

    Secretaria de Avaliao e Gesto da InformaoSecretria Adjunta | Paula MontagnerDiretor de Monitoramento| Marconi Fernandes de SousaDiretor de Gesto da Informao| Caio NakashimaDiretora de Formao e Disseminao | Patrcia Vilas BoasDiretora de Avaliao| Jnia Valria Quiroga da Cunha

    Secretaria Nacional de Assistncia SocialSecretria Adjunta| Valria Maria de Massarani GonelliDiretora do Departamento de Gesto do Sistema nico deAssistncia Social| Simone AlbuquerqueDiretora do Departamento de Benefcios Assistenciais | MariaJos de FreitasDiretora do Departamento de Proteo Social Bsica | LaLucia Ceclio Braga

    Diretora do Departamento de Proteo Social Especial| TelmaMaranho GomesDiretora do Departamento da Rede Socioassistencial Privadado SUAS| Carolina Gabas StuchiDiretor Executivo do Fundo Nacional de Assistncia Social |Antonio Jos Gonalves Henriques

    Brasil. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome. Caderno de Estudos do Curso em Con-ceitos e Instrumentos para o Monitoramento de Programas - Braslia, DF: MDS, Secretaria de Avaliao eGesto da Informao; Secretaria Nacional de Assistncia Social, 2014.

    91p.

    1. Polticas Pblicas. 2. Monitoramento. 3. Programas Sociais. I. Ministrio do Desenvolvimento Social eCombate Fome. II. Sistema nico de Assistncia Social.

    2014 Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.Todos os direitos reservados.Qualquer parte desta publicao pode ser reproduzida, desde quecitada a fonte.Secretaria de Avaliao e Gesto da Informao (SAGI)

    Bloco A | 3 andar | Sala 307 | CEP 70046-900 | Braslia | DFTelefone: (61) 2030-1770www.mds.gov.br

    CENTRAL DE RELACIONAMENTO DO MDS: 0800 707 2003

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul(UFRGS)Centro de Estudos Internacionais sobreGoverno (CEGOV/UFRGS)

    Campus do Vale, prdio 43322Av. Bento Gonalves, 9500CEP: 91.509-900 Porto Alegre RSFone: (51) 3308-9860www.ufrgs.br/cegov

    Caderno de Estudos do Curso em Conceitose Instrumentos para o Monitoramento deProgramasTermo de Cooperao UFRGS-MDS 01/2013

    CONTEDO E EXECUO

    Equipe Tcnica CEGOV |Aline GazolaHellmann, Ana Jlia Possamai, Bruno Sivelli,Gilian Cidade, Gianna Reis Dias, GiordanoBenites Tronco, Graa Godinho, Gustavo CondeMagarites, Joo Marcelo Conte Cornetet, Jliada Motta, Luciana Leite Lima, Maria GoretiMachado, Matheus Machado Hoscheidt,Terezinha Vergo, Thiago Borne Ferreira

    Equipe Tcnica MDS | Paulo de MartinoJannuzzi, Patricia Vilas Boas, MarconiFernandes de Sousa, Caio Nakashima, MarcilioMarquesini Ferrari, Antonio de Castro, MichelleStephanou, Maria de Jesus Rezende, ThaisKawashima, Renato Monteiro, Dionara Barbosa,Maria do Socorro Ferreira, Katia Ozorio, JanineCardoso Mouro Bastos, Tarcisio da SilvaPinto, Pedro Tomaz, Carlos Henrique AraujoSantana, Talita Santana Santos Barcellos, AnaMaria Oliveira, Sabrina Medeiros Borges, DaviLopes Carvalho, Carlos Eduardo de AndradeBrasileiro, Luciana da Silva Oliveira.

    Projeto grfico | Joana Oliveira de OliveiraDiagramao |Joana Oliveira de Oliveira,Henrique Pigozzo da Silva e Liza Bastos

    BischoffReviso |Priscila Evangelista

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    SUMRIO

    1

    aula

    MDULO 1

    2aula

    3

    aula

    4aula

    MDULO 2

    5aula

    MDULO 3

    MONITORAMENTO DE PROGRAMAS

    INDICADORES SOCIAIS

    MODELO LGICO

    PAINEL DE INDICADORESE FONTES DE DADOS

    FERRAMENTAS DE GESTO DAINFORMAO PARA O MONITORAMENTO

    07

    29

    47

    63

    77

    APRESENTAO

    INTRODUO 05

    03

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    03CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

    APRESENTAO

    O Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS), cria-do em 2004, executa de forma integrada as polticas de desenvolvimento socialem mbito federal. Atualmente, uma das prioridades do Ministrio o PlanoBrasil sem Misria (BSM), cujos objetivos so: promover a incluso social e pro-dutiva da populao extremamente pobre, desenvolvendo aes para elevar arenda familiarper capita; ampliar o acesso aos servios pblicos, s aes de ci-dadania e de bem-estar social; ampliar o acesso s oportunidades de ocupaoe renda atravs de aes de incluso produtiva nos meios urbano e rural.

    O cumprimento desses objetivos depende da capacidade da pactua-

    o e do alinhamento das diretrizes do Governo Federal com os estados e osmunicpios.

    Alm disso, necessrio capacitar os profissionais que trabalham dire-tamente com as polticas sociais, construindo habilidades para o uso de ferra-mentas de formulao, implementao e coordenao de aes de diagnsti-co, monitoramento e avaliao das polticas e programas.

    nesse contexto que a Secretaria de Avaliao e Gesto da Informao(SAGI-MDS), com o apoio do Centro de Estudos Internacionais sobre o Governoda Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEGOV-UFRGS), lana o Ciclo deCapacitao em Conceitos e Tcnicas para Elaborao de Diagnsticos, Monito-

    ramento e Avaliao de Programas e Aes do MDS, direcionado a gestores e tc-nicos das secretarias estaduais e municipais de assistncia social ou congneres.

    Especificamente o Ciclo objetiva: desenvolver a capacidade dos partici-pantes em dimensionar e localizar o pblico prioritrio dos programas e aessociais; fortalecer a transparncia, o controle social e a conduta tica, contri-buindo para a eficincia, eficcia e efetividade da gesto pblica; qualificar osparticipantes no uso de sistemas de informao e no desenvolvimento de me-todologias de avaliao e monitoramento de polticas sociais; contribuir para odesenvolvimento de competncias, recursos humanos qualificados e materiaisinstrucionais em monitoramento e avaliao, visando permitir a oferta peridi-

    ca e regular de processos formativos relacionados rea.O Ciclo prev a oferta de trs cursos de extenso em Ensino a Distncia:

    C1: Curso de Indicadores para Diagnstico dos Programas do Sistema

    nico da Assistncia Social (SUAS) e do Brasil sem Misria (BSM) (42h/a);

    C2: Curso em Conceitos e Instrumentos para Monitoramento de Pro-gramas (32h/a);

    C3: Curso em Conceitos e Tcnicas para Avaliao de Programas (32h/a).

    Este o Caderno de Estudos do Curso 02: Monitoramento.

    O MDS e a UFRGS desejam a todos um bom curso!

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    05CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

    INTRODUO

    O Curso de Conceitos e Instrumentos para Monitoramento de Progra-mas tem como objetivo capacitar os gestores e tcnicos de assistncia socialpara a realizao de atividades de monitoramento das polticas e programasque implementam.

    O monitoramento consiste no acompanhamento da execuo dos pro-gramas e polticas pblicas com vistas a averiguar se as metas e objetivos es-to sendo alcanados conforme o planejado. Por isso, o monitoramento umaimportante ferramenta de gesto dos Planos Municipais de Assistncia Social

    (PMAS) e das estratgias municipais de combate pobreza, bem como dos pro-gramas e aes do SUAS e do BSM, no mbito do esforo nacional de combate pobreza.

    O presente Curso de Monitoramento objetiva especificamente capaci-tar os participantes para a elaborao e organizao de instrumentos que per-mitam acompanhar e controlar o desenvolvimento dos programas sociais.

    O Curso est organizado em cinco aulas, como demonstra a figura abaixo:

    Desejamos a todos um timo Curso!

    1aula

    2

    3

    4

    5

    aula

    aula

    aula

    aula

    Monitoramento de Programas

    Indicadores Sociais

    Modelo Lgico

    Painel de Indicadores e Fontes Dados

    Ferramentas de Gesto da Informao

    aula temamduloMDULO 1:Fundamentos do

    monitoramento

    MDULO 2:Instrumentos de

    monitoramento

    MDULO 3:Sistemas demonitoramento

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    07CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

    MONITORAMENTO DE

    PROGRAMAS

    Ol, gestor e gestora!

    Esta a aula inaugural do seu curso, na qual ser apresentadoo monitoramento, uma importante ferramenta de gesto de polticaspblicas.

    Veremos as definies de monitoramento, suas caractersti-cas, aplicaes e sua importncia para o ciclo de polticas pblicas.

    Desejamos a todos uma tima aula!

    1

    aula

    MDULO 1

    +

    OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

    Nesta aula voc vai aprender:

    o que monitoramento;

    a importncia do monitoramento para a gesto de polticas pblicas;

    quais so os principais instrumentos de monitoramento;

    qual a importncia do monitoramento para o ciclo de polticas p-blicas;

    como est a institucionalizao dos sistemas de monitoramento no

    Brasil.

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    SUMRIO DA AULA 1

    O que o monitoramento?

    Institucionalizao do Monitoramento e Avaliao no Brasil

    Qual a importncia do monitoramento para a gesto dosprogramas sociais?

    Quais so as principais funes do monitoramento?

    Monitoramento gerencial

    a) Monitoramento de insumo ou financeiro

    b) Monitoramento de produto

    Monitoramento analtico

    Como se faz o monitoramento?

    Qual a diferena entre monitoramento e avaliao?

    Quais instrumentos so usados no monitoramento deprogramas sociais?

    Sistemas de monitoramento

    Painis de monitoramento

    Modelo Lgico

    Quais so as caractersticas de um sistema de monitoramento?

    Qual a importncia do monitoramento para o ciclo de polticaspblicas?

    Como est o desenvolvimento de sistemas de monitoramento

    no Brasil?

    08

    09

    11

    12

    12

    12

    13

    13

    14

    15

    17

    18

    18

    20

    21

    21

    24

    O QUE MONITORAMENTO?

    Vamos supor que voc trabalha na gesto de um programa deassistncia social que est pronto no papel, mas cuja implementao estapenas comeando. Voc tem como certas algumas metas e objetivos aserem alcanados e, como bom gestor, fez o diagnstico socioterritorial

    da populao a ser atendida e da infraestrutura socioassistencial existenteno seu municpio. Voc conhece o quadro geral e sabe como o programasocial deve impactar a realidade. Perfeito. Ainda assim, bate aquela incer-teza. Como saber se as coisas vo mesmo sair conforme o planejado? E seo resultado for inesperado? Como lidar com situaes imprevistas?

    Traar um plano de ao timo, mas no h como ter certeza deque tudo vai sair como est no papel. Por isso, preciso monitorar.

    Omonitoramento o acompanhamento contnuo ou peridicode um programa ou poltica pblica. realizado por meio da coleta e an-lise sistemtica de dados e informaes sobre a execuo do programa,com a finalidade de verificar se o desenvolvimento de sua implementa-o est de acordo com os padres esperados, ou seja, de acordo com

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    09CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

    1aula

    MDULO

    1

    O monitoramento , portanto, uma funo inerente gesto, quevisa a fundamentar a tomada de deciso e o controle social sobre a con-duo das polticas pblicas. Afinal, como saber se as atividades geridasesto sendo desenvolvidas conforme esperado se no tivermos meios deobservar o andamento dos processos? Como corrigir trajetrias se nosoubermos para onde estamos indo? Como tomar decises sobre o pro-cesso de implementao de um programa sem dispormos de informaessobre seu curso? Como melhorar as atividades se no sabemos como elasse desenvolvem?

    Para tanto, o monitoramento sustenta-se sobre a observao, acoleta e a anlise sistemtica de dados e indicadores sobre o desenvolvi-mento de um programa. uma ferramenta que usa informaes para fazero acompanhamento dos programas e, ao mesmo tempo, produz informa-es sobre o funcionamento das atividades.

    Por conseguinte, o monitoramento consiste numa ferramentaque amplia o conhecimento dos gestores sobre os processos de imple-mentao, o que permite gerenciar de forma mais adequada os recursosdisponveis, corrigindo desvios ou solucionando problemas que surgemao longo do processo de execuo dos programas.

    os objetivose metas inicialmente planejados (VAITSMAN, RODRIGUES ePAES-SOUSA, 2006; CEPAL, 1997).

    glossrioObjetivo: situao que se deseja obter por meio da implementaodo programa.

    Exemplo: reduzir taxa de analfabetismo de jovens e adultos.

    Meta: um objetivo acompanhado das dimenses quantitativas e re-ferncias temporais e territoriais.

    Exemplo: alfabetizar 300 pessoas de 25 anos ou mais de idade (dimenso

    quantitativa) no municpio (referncia territorial) em um ano (referncia

    temporal).

    INSTITUCIONALIZAO DO MONITORAMENTO EAVALIAO NO BRASIL

    Um dos fatores que explica o aumento do interesse pelo monito-ramento e avaliao o desenvolvimento dessas atividades no mbito doEstado brasileiro. Segundo Souza e Hellmann (2012), a institucionalizaodessas atividades, no mbito da administrao pblica federal, evoluiu de

    maneira gradual e cumulativa, conforme a descrio que segue.

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    At 1980, as atividades de M&A estavam restritas s auditoriascontbeis. A partir de 1982, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) instituiuo conceito e a prtica da auditoria operacional cujo objetivo verificar noapenas o cumprimento da responsabilidade financeira, mas tambm ava-liar de forma sistemtica a eficincia e a eficcia dos programas, projetos e

    atividades dos rgos e entidades sob a jurisdio do TCU.

    Com a promulgao da Constituio Federal, as aes do governopassaram a ser organizadas por meio dos Planos Plurianuais (PPA) e da Leide Diretrizes Oramentrias (LDO). A Constituio determinou aos Pode-res Legislativo, Executivo e Judicirio que mantivessem, de forma integra-da, sistemas de controle interno com a finalidade de avaliar o cumprimen-to das metas previstas no plano plurianual, a execuo dos programas degoverno e dos oramentos da Unio. Contudo, o primeiro PPA (1991-1995)no estava apoiado por um projeto de governo para o qual fizesse a me-diao com os oramentos anuais.

    Em 1996, no mbito do segundo PPA (1996-1999), o Governo Fe-deral lanou o programa Brasil em Ao, uma seleo de 42 aes prio-ritrias executadas em um regime especial de monitoramento e geren-ciamento com o objetivo de orientar o processo oramentrio, sinalizarprioridades, detectar problemas de implementao, criar bases de infor-mao para atrair investidores e facilitar parcerias pblico-privadas. Oprograma atribuiu a cada ao um gerente com a misso de acompanhar,monitorar e avaliar a execuo dos empreendimentos. No terceiro PPA(2000-2003), intitulado Avana Brasil, tal organizao gerencial foi esten-dida para todos os programas do Governo Federal.

    A partir da dcada de 2000, as melhorias nas regras e parme-tros de M&A continuaram nos Planos Plurianuais de 2004-2007 (Brasil deTodos), 2008-2011 (Desenvolvimento com Incluso Social e Educao deQualidade), bem como no PPA 2012-2015 (Brasil sem Misria).

    Exemplos relevantes do processo de institucionalizao das ati-vidades de monitoramento e avaliao no Brasil so: o Sistema de Infor-maes Gerenciais e de Planejamento (SIGPLAN); a criao, no MDS, daSecretaria de Avaliao e Gesto da Informao (SAGI); e o Programa Na-cional de Gesto Pblica e Desburocratizao (GESPBLICA) do Ministriodo Planejamento.

    Na Assistncia Social, Gasparini e Furtado (2014) afirmam que acriao de um conjunto de aparatos legislativos, nos ltimos anos, promo-veu muitos avanos na rea de monitoramento e avaliao. Os autores en-fatizam que a Poltica Nacional de Assistncia Social (PNAS/2004) ressaltaa importncia dos campos de informao, monitoramento e avaliao depolticas sociais.

    A PNAS traz em seu bojo a preocupao de se implantar em car-ter de urgncia um sistema de monitoramento e avaliao comoparte essencial da consolidao do Sistema nico de AssistnciaSocial - SUAS. Esta preocupao ratificada por intermdio daNorma de Operacionalizao Bsica do SUAS (NOB/SUAS), tornan-do a avaliao e o monitoramento prticas oficiais no conjunto deaes desse sistema(Gasparini e Furtado, 2014, p. 123).

    videotecaMDS amplia aesde monitoramentode polticas e pro-gramas

    Disponvel em:https://www.you-tube.com/watch?-v=m8wwm8JIgYk

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    11CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

    1aula

    MDULO

    1

    QUAL A IMPORTNCIA DO MONITORAMENTO PARA AGESTO DOS PROGRAMAS SOCIAIS?

    O monitoramento visa a aprimorar a etapa de implementao das

    polticas e programas, tendo como finalidade atingir os resultados especi-ficados em seu planejamento.

    A atividade de monitorar parte do pressuposto de que no pro-cesso de implementao dos programas surgem problemas, obstculos eocorrncias que no foram previstas no momento do planejamento. Ele uma ferramenta que auxilia o gestor a identificar e lidar com essas situa-es. Assim, o monitoramento pode cumprir vrias funes como (PIECHAe VALERELLI, 2008):

    Contribuir para a eficincia do programa:o monitoramento poderetroalimentar a gesto e subsidiar a melhoria da implementao,

    otimizando a utilizao dos recursos e a reduo dos custos; Guiar, revisar e ajustar o desenvolvimento do programa: o moni-toramento um instrumento de gesto e aprendizagem indis-pensvel para subsidiar a reflexo e os ajustes da estratgia doprograma.

    Possibilitar a transparncia na informao e fortalecer a comuni-cao: o monitoramento pode ter a funo de manter diferentesatores integrantes, parceiros e o pblico em geral interessado informados sobre o andamento das aes e as situaes relati-vas ao programa. Pode esclarecer sobre os sucessos, mas tambm

    sobre os problemas muitas vezes enfrentados na implementao.

    Na medida em que produz informaes sobre a execuo dosprogramas levando em conta os objetivos e metas incialmente planeja-dos, a realizao da atividade de monitoramento pode (GUBERMANN eKNOPP, 2011):

    Fortalecer as relaes de prestao de contas para dentro e parafora do governo;

    Incrementar a transparncia na gesto pblica;

    Levar tomada de deciso mais eficiente;

    Fomentar o intercmbio de ideias e experincias sobre os pro-

    BRASIL. PORTARIAN 329 DE 11 DEOUTUBRO DE 2006.Institui e regula-menta a Poltica deMonitoramento eAvaliao do Mi-nistrio de Desen-volvimento Sociale Combate Fome.MDS. Braslia, 2006.

    leia

    +

    Nesse contexto, a Portaria 329/2006 do MDS institui e regulamen-ta a Poltica de Monitoramento e Avaliao. A norma define que:

    so consideradas aes de monitoramento aquelas que se desti-nam ao acompanhamento da implementao e execuo dos pro-gramas e aes, visando obteno de informaes para subsidiar

    gerenciamento e a tomada de decises cotidianas, bem como aidentificao precoce de eventuais problemas.

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    gramas e projetos pblicos;

    Conduzir implementao de inovaes e gerao de conhe-cimentos na administrao pblica.

    QUAIS SO AS PRINCIPAIS FUNES DO MONITO-RAMENTO?

    Podemos dividir o monitoramento em torno de dois grandes fo-cos de ateno: gerencial e analtico. O esquema abaixo, do ciclo da gestoda politica pblica, permite entender melhor a diferena entre o monito-ramento gerencial e o analtico.

    MONITORAMENTO GERENCIAL

    O Monitoramento Gerencial faz o acompanhamento dos proces-

    sos. Processos so as aes realizadas que geram determinados produtosa partir de determinados recursos.

    As informaes geradas pelo Monitoramento Gerencial servempara auxiliar na formulao e reformulao das prticas organizacionais eestratgicas de atuao do programa.

    So tipos de Monitoramento Gerencial o monitoramento de insu-mo ou financeiro e o de produto.

    MONITORAMENTO DE INSUMO OU FINANCEIROEnvolve o acompanhamento sistemtico das informaes sobre

    os insumos do programa, tais como:

    Disponibilidade e previsibilidade de recursos financeiros;

    Materiais e equipamentos;

    Recursos humanos, etc.

    Responde a questes sobre disponibilidade e qualidade de recur-sos, do tipo:

    A unidade possui os recursos humanos necessrios para execu-

    videoteca

    Monitoramento eAvaliao - Ideiaspara erradicar a

    misriaDisponvel em:https://www.youtu-be.com/watch?v=e-ZX9qgIRaLI

    a

    MONITORAMENTOGERENCIAL

    MONITORAMENTOANALTICO

    RECURSOS

    ateno!Gestor e gestora, vocperceber que aspalavras recurso e in-sumo so usadas comosinnimos na literaturasobre monitoramento.

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    13CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

    1aula

    MDULO

    1

    tar o programa?

    O servio dispe dos materiais e equipamentos necessrios paradesempenhar as atividades?

    Os recursos financeiros esto disponveis?

    MONITORAMENTO DE PRODUTO

    Faz o acompanhamento dos produtos esperados como consequn-cia das atividades do programa, tais como:

    Recursos humanos treinados;

    Nmero de famlias cadastradas;

    Nmero de crianas vacinadas;

    Pessoas atendidas no CRAS;

    Vagas criadas em creches para crianas beneficirias do Bolsa Famlia.

    Responde a questes do tipo:

    Quantas pessoas foram atendidas?

    Quantos benefcios foram transferidos?

    Quantos cursos foram ofertados?

    MONITORAMENTO ANALTICO

    Enquanto o monitoramento gerencial est preocupado com oandamento dos processos e com o alcance das metas, o monitoramentoanaltico realiza a anlise e a comparao de indicadores ao longo dotempo, j que tem foco no resultado e impacto da interveno.

    O eixo da comparao pode ser o pblico-alvo, o territrio ou aregio, a capacidade de gesto e outros critrios que digam respeito snecessidades de gesto e que possam ser comparados com metas espe-radas. Sendo assim, o monitoramento analtico est relacionado tomadade deciso estratgica, pois rene informaes para entendimento e an-

    lise de tendncias.O monitoramento analtico depende da implantao de aplica-

    tivos que integrem, organizem e preservem as sries histricas de dadosprovenientes de diferentes sistemas de gesto de programas, de cadas-tros pblicos, de pesquisas sociais e at mesmo de planilhas eletrnicas edemais controles e registros administrativos.

    b

    leia

    +

    Sobre as possibilida-des e limitaes daintegrao de dadosno Brasil: JANNUZZI,Paulo. Monitora-

    mento Analticocomo Ferramentapara Aprimoramen-to da Gesto deProgramas Sociais.Revista Brasileirade Monitoramentoe Avaliao,n. 1,jan-jun, 2013.

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    14 CEGOV | UFRGS

    CLASSIFICAO DOS INDICADORES

    H vrias formas de se classificar o indicador. Essa classificao dependede sua aplicao. O indicador de eficcia, cuja classificao possui focona avaliao dos recursos alocados e dos resultados alcanados, utiliza-

    -se de indicadores deresultadospara avaliar se as metas e objetivos fo-ram alcanados, ou seja, rgos de controle e auditoria como o TCU e aCGU utilizam indicadores de eficcia, efetividade e eficincia para apurarmalversao de recursos pblicos, isto , se os recursos financeiros, hu-manos, ou de infraestrutura foram geridos de forma contrria s normasque regulam seu uso. Contudo, a classificao insumo, processo, produto,resultado e impactotem foco nas diferentes fases do ciclo de gesto dapoltica pblica e a classificao utilizada pelos gestores que primampela verificao da situao da execuo daquilo que foi planejado einserido na pea oramentria que disciplina os gastos e investimentosde programas, aes e projetos implementados por determinado rgo.

    COMO SE FAZ O MONITORAMENTO?

    O monitoramento de programas envolve as seguintes etapas(VAITSMAN, 2009):

    Coleta regular de dados. O monitoramento realizado com basenos dados sobre a operao dos programas. Esses dados podem

    ser produzidos internamente e/ou coletados a partir de bancos dedados externos. importante fazer um levantamento para verifi-car quais dados esto disponveis e onde (VAITSMAN, RODRIGUESe PAES-SOUSA, 2006).

    Processamento e transmisso dos dados. Essa etapa envolve autilizao de ferramentas e sistemas de informao.

    Produo de indicadores com base nos dados brutos, conformeaprendemos na aula 3 do Curso de Indicadores para Diagnstico. possvel tambm utilizar indicadores prontos, produzidos poragncias oficiais e organizaes internacionais.

    Acompanhamento e anlise da variao dos indicadores ao lon-go do tempo.

    Manuteno, correo ou ajuste das atividades. As informaesproduzidas na etapa anterior permitem acompanhar o desenvol-vimento das diversas dimenses dos programas e, com isso, ajus-tar a sua implementao ao que foi planejado.

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    15CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

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    QUAL A DIFERENA ENTRE MONITORAMENTO EAVALIAO?

    Tanto o monitoramento quanto a avaliao so ferramentasque tm por objetivo melhorar os programas sociais. No entanto, so ati-vidades diferentes.

    Uma diferena entre a avaliao e o monitoramento a capacida-de da primeira de refletir uma relao de causa e efeito e a possibilidadede inferir um julgamento de valor a uma interveno ou programa. J omonitoramento verifica a realizao regular e sistemtica das atividades,seus produtos e resultados, comparando-os com parmetros pr-estabe-lecidos.

    O monitoramento utiliza-se de uma quantidade de observaesmaior do que a avaliao, pois um processo contnuo. J a avaliao

    executada esporadicamente.Outra caracterstica que diferencia o monitoramento da avaliao

    est relacionada aos resultados de cada uma dessas atividades. O monito-ramento est voltado para a produo de informaes, coleta de dados eobservao das aes para verificar se as pessoas e as organizaes estodesempenhando suas atividades conforme foi determinado no programa.No caso da avaliao, todos esses dados e informaes serviro de basepara que se possam determinar os impactos do programa, pois sua princi-pal preocupao a determinao da capacidade do programa para geraras mudanas planejadas (BARBOSA, 2001).

    Assim, no monitoramento, o gestor est acompanhando o desen-volvimento das atividades. O objetivo produzir e analisar informaessobre os processos para melhor-los. Na avaliao, por sua vez, o gestorest preocupado com os impactos decorrentes dos programas nos gruposque so seu foco.

    Percebemos, contudo, que as diferenas tornam o monitoramen-to e a avaliao processos complementares. Enquanto o monitoramentooferece informaes sobre o funcionamento dos programas, a avaliaoinforma se as mudanas esperadas na sociedade esto sendo alcanadas;se as situaes indesejadas esto sendo superadas. O Quadro 1 resumeessas diferenas.

    glossrioAvaliao: anlise dos efeitos do programa para determinar a sua ca-pacidade de gerar as mudanas planejadas.

    Monitoramento:atividade para gerar informaes simples e tempes-tivas sobre a operao do programa, resumidas em painis ou sistemasde indicadores de monitoramento (JANNUZZI et al, 2009, p. 124).

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    16 CEGOV | UFRGS

    Quadro 1 Diferenas e semelhanas entre monitoramento e avaliao

    DIMENSO MONITORAMENTO AVALIAO

    Frequncia Regular Episdico

    Ao

    principal

    Vigilncia e acompanhamento peridico e

    analtico da gesto.

    Aprofundamento analtico, apreciao e

    validao de processos de gesto.Propsitoprincipal

    Melhorar eficincia e ajustar plano de traba-lho. Subentende uma lgica de interveno.

    Melhorar efetividade, impacto e progra-mao futura.

    FocoRecursos e insumos; processos e produtos;resultados e impactos; qualidade e produti-vidade.

    Mrito demanda; desenho e institucio-nalidades; dificuldades da implementa-o; resultados e impactos; custo-efeti-vidade.

    Fontes deinformao

    Sistemas regulares, stios, observao, rela-trios de progresso, apreciaes.

    As mesmas, mais estudos e pesquisascientficas.

    Instrumentos

    Dados j coletados, que conformam indica-dores dispostos na forma de painis geren-

    ciais ou painis analticos.Termmetros para avaliar a febre

    Dados primrios coletados em pesqui-sas ex-ante (diagnstico), desenho do

    programa, pesquisas ex-post.Exames mais sofisticados para entenderas causas da febre.

    Recursos Modelo lgico, base de dados, aplicativos.Triangulao, tcnicas de pesquisasocial.

    Realizadaspor

    Gerentes e coordenadores de programas,comunidade (beneficirios), supervisores,financiadores.

    Gerentes e coordenadores de pro-gramas, comunidade (beneficirios),supervisores, financiadores, avaliadoresexternos.

    Objetivainformar

    Gerentes e coordenadores de programas,tcnicos e comunidade (beneficirios),

    supervisores, financiadores.

    Gerentes e coordenadores de progra-mas, tcnicos e comunidade (benefi-cirios), supervisores, financiadores,

    tomadores de deciso.

    Fonte: elaborao prpria, com base em Hellmann e Possamai (2013), Brasil (2013) e Jannuzzi (2013).

    Alm da avaliao, devemos diferenciar o monitoramento de ou-tras ferramentas de controle como a auditoria e o acompanhamento fsi-co-financeiro.

    Controle ou Auditoria: visa apurar malversao de recursos p-blicos, ou seja, se recursos financeiros, humanos ou de infraestru-

    tura foram geridos de forma contrria s normas que regulam oseu uso. Exemplo: Corregedoria Geral da Unio (CGU) e Tribunalde Contas da Unio (TCU).

    Acompanhamento fsico-financeiro: verifica a situao da exe-cuo daquilo que foi planejado e inserido no oramento dos pro-gramas, aes e projetos implementados por determinado rgo.Exemplo: reas responsveis pelo Planejamento e Oramento dos

    Ministrios no MDS: Subsecretaria de Planejamento e Oramento.

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    17CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

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    Quadro 2 Diferena entre avaliao e outros mecanismos de feedback

    Estudoscientficos

    As avaliaes se centram no uso prtico da informao.

    Auditoriatradicional

    As avaliaes analisam os gastos pblicos a partir de pontos de vista mais amplos,

    questionando, at mesmo, a propriedade dos objetivos do programa, bem como aeficcia e eficincia de sua satisfao (a distino entre auditoria e avaliao geral-mente no clara.

    Monitoramento

    As avaliaes geralmente so conduzidas como parte de um esforo nico e bus-cam reunir informaes aprofundadas sobre o programa em questo, embora aexistncia de sistemas regulares e eficientes de monitoramento seja necessriacomo base para o desenvolvimento de avaliaes bem-sucedidas.

    Mensurao dedesempenho

    As avaliaes procuram ir alm: buscam encontrar explicaes para os resultadosobservveis e entender a lgica da interveno pblica (contudo, sistemas de men-surao de desempenho, se eficientes, podem caracterizar, sobretudo nos EstadosUnidos, uma forma de avaliao).

    Anlise das

    polticas

    As avaliaes esto centradas na anlise ex post. Essa anlise das polticas s vezes

    definida como uma avaliao prvia, para o estudo de polticas possveis no futuro.

    Fonte: Ala-Harja e Helgason (2000).

    QUAIS INSTRUMENTOS SO USADOS NO MONITORA-MENTO DE PROGRAMAS SOCIAIS?

    Os principais instrumentos de monitoramento so indicadores

    sociais, utilizados dentro de sistemas de monitoramento, em painis demonitoramento ou com o modelo lgico.

    INDICADORES SOCIAIS

    No Curso de Indicadores para Diagnstico, primeira etapa do Ciclo deCapacitao, vimos que os indicadores sociais so medidas usadas paratransformar conceitos abstratos, como fome ou misria, em algo quepossa ser analisado e quantificado. Em outras palavras, transformam as-pectos da realidade seja ela dada (situao social), seja construda (de-

    corrente da interveno governamental) em nmeros, taxas e razes,tornando possvel sua observao e avaliao.

    So exemplos de indicadores sociais:proporo de pobrestaxa de analfabetismorendimento mdio do trabalhotaxa de mortalidade infantiltaxa de desempregoproporo de crianas matriculadas em escolas

    No monitoramento, os indicadores acompanham o comportamento dedeterminados aspectos da realidade e o desenvolvimento de progra-mas, funcionando como ferramentas do monitoramento analtico.Voc

    ver mais sobre indicadores na Aula 2!

    relembrando curso 1: diagnstico

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    MODELO LGICO

    O modelo lgico uma proposta para organizar as aes que fa-zem parte de um programa e articul-las aos resultados esperados. Suaaplicao facilita o planejamento e a comunicao sobre o que se pre-tende com o programa e qual o funcionamento esperado (CASSIOLATOe GUERESI, 2010).

    Os elementos do modelo lgico so: insumos/recursos, ativida-des/operaes/aes, produtos, resultados intermedirios e finais, assimcomo as hipteses que suportam essas relaes e as influncias das vari-veis relevantes de contexto (FERREIRA, CASSIOLATO e GONZALEZ, 2007).

    Assim, o modelo lgico esclarece a cadeia de causalidade do pro-grama e explicita:

    A teoria do programa, ou seja, pressupostos sobre recursos eaes e como eles levam aos resultados esperados.

    Ashipteses: de que os recursos adequados sero transformadosem aes necessrias para os beneficirios selecionados, o que,num contexto determinado, levar aos resultados que o programapretende alcanar.

    Nessas condies, o modelo lgico proporciona uma apresen-tao sistemtica, lgica e sucinta do programa (PFEIFFER, 2006), dandouma viso da cadeia de implementao, dos resultados esperados e im-pactos, o que possibilita a estruturao do monitoramento em um nvel

    mais estratgico.

    RECURSOS

    Figura 1 Estrutura do Modelo Lgico

    Fonte: elaborao prpria com base em Cassiolato e Gueresi (2010).

    PAINIS DE MONITORAMENTO

    Um painel um conjunto limitado de 7 a 10 indicadores-chave,para monitoramento de aspectos cruciais e mais visveis dos programas(JANNUZZI, 2011, p. 58).

    Dentre a seleo, importante que haja indicadores:

    Do contexto de operao do programa;

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    19CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

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    1 ETAPA:DEFINIO DO PROGRAMA A SER MONITORADO, SEUS OBJETIVOS, SUAS AES,SUA LGICA DE INTERVENO

    Indicadores de caracterizao socioeconmicaIndicadores de caracterizao de gesto e/ou participao social

    IBGE, DATASUS, INEP, MIS/MDS, PDET/MTE, Dataprev, MJ, MDA

    Registros dos programasLgica processual de monitoramento/avaliao

    Indicadores de insumo, processo, resultados e impactos

    Programa, seus objetivos, pblico-alvo, principais aes

    Possveis impactos

    Principais pressupostos para viabilizao dos objetivos do programa

    Desenho lgico da interveno (encadeamento ou temporalidades das aes)

    2 ETAPA: ESPECIFICAO DOS EIXOS ANALTICOS E DEFINIO DAS UNIDADES DE ANLISE

    3 ETAPA:COLETA DE DADOS E INDICADORES DO CONTEXTO

    4 ETAPA:COLETA DOS INDICADORES DO PROGRAMA

    5 ETAPA: CONSTRUO DO PAINEL DE INDICADORES NA FORMA DE GRFICOS PARAANLISE COMPARATIVA NO TEMPO E TERRITRIO

    Figura 2 Etapas da construo de um painel de indicadores

    Fonte: elaborao prpria com base em Jannuzzi (2011).

    Dos efeitos de dimenses socioeconmicas externas no con-trolveis (pressupostos), e que podem potencializar ou dificultar a opera-o do programa.

    As informaes do painel de monitoramento so exibidas na for-

    ma de grficos um para cada indicador , representando a evoluo dosnmeros ao longo do tempo. O painel permite identificar a ocorrncia dedesconexo entre esforos e efeitos esperados, permitindo o diagnsticoe a tomada de deciso sobre o que precisa ser corrigido.

    Na figura abaixo, encontram-se as etapas para construo de umPainel de Indicadores.

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    Gestor e Gestora,retomaremos o temados painis de moni-toramento na Aula 4!

    +

    Fonte: Stio do Ministrio do Desenvolvimento Social.

    Figura 3 O Painel Sntese do Plano Brasil Sem Misria

    O Painel Sntese de Indicadores de Monitoramento do Plano BrasilSem Misria um exemplo, conforme ilustra a figura abaixo. Ele traz gr-ficos de seis indicadores estratgicos para o BSM: quantidade de famliasbeneficirias, quantidade de famlias extremamente pobres includas noCadastro nico e no Bolsa Famlia, quantidade de famlias que recebem

    o benefcio de superao da extrema pobreza, quantidade de microem-preendedores individuais inscritos no Cadnico, percentual de crianase adolescentes de 6 a 15 anos acompanhados nas condicionalidades deeducao e percentual de famlias acompanhadas nas condicionalidadesde Sade.

    SISTEMAS DE MONITORAMENTO

    Segundo Jannuzzi, um sistema de M&A consiste em um conjun-to de atividades articuladas, sistemticas e formalizadas de produo,registro, acompanhamento e anlise crtica de informaes geradas nagesto de polticas pblicas, de seus programas, produtos e servios, porparte das organizaes, agentes e pblico-alvo envolvidos, com a finalida-de de subsidiar a tomada de deciso com relao aos esforos necessriospara a melhoria da ao pblica (JANNUZZI apudMADEIRA et al,2013).

    Um sistema de monitoramento formado por um conjunto de in-dicadores especficos referentes a um determinado aspecto da realidadesocial ou rea de interveno programtica. A estruturao de um sistemade acompanhamento envolve:

    A coleta de dados em diferentes fontes, tais como: pesquisas doIBGE, cadastros pblicos, registros administrativos;

    A integrao desses dados em uma mesma plataforma (JANNUZZI,2011).

    As ferramentas da SAGI, que voc conheceu no curso anterior, tra-zem indicadores para a montagem de um sistema de M&A. Para usar um

    Sistema de Indica-dores de Sade eAcompanhamentode Polticas do Ido-so (SISAP). Dispon-vel em: http://www.saudeidoso.icict.fiocruz.br/ .

    acesse!

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    21CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

    1aula

    MDULO

    1QUAIS SO AS CARACTERSTICAS DE UM SISTEMA DEMONITORAMENTO?

    A primeira caracterstica importante o seu usurio, ou seja, ogestor. Um sistema de monitoramento deve produzir informaes parasubsidiar as decises do gestor durante todos os estgios do ciclo de po-

    lticas pblicas, comparando o desejado com o realizado. Para tanto, asinformaes so disponibilizadas para o rgo central responsvel e ar-mazenadas em sistemas de informao(FUNDAP, 2006).

    A informao produzida ultrasseletiva, pois se destina a um usu-rio com interesses especficos. Desse modo, os sistemas de informao scarregam aquilo que essencial ao monitoramento daquele empreendi-mento em especfico. Ter informao em excesso pode desviar a atenodo que fundamental e fazer o gestor se perder num emaranhado de da-dos e indicadores.

    Alm disso, a informao deve chegar a tempo hbil, j que se

    destina a corrigir a trajetria de programas sociais e deve ser constante-mente atualizada.

    QUAL A IMPORTNCIA DO MONITORAMENTO PARA OCICLO DE POLTICAS PBLICAS?

    At agora enfatizamos a importncia do monitoramento para a

    execuo e gesto de programas sociais. Mas ele uma ferramenta quepode apoiar e acompanhar todas as etapas de uma poltica pblica, comoveremos a seguir.

    No Curso de Diagnstico, vimos que o ciclo de polticas pblicas uma ferramenta analtica que divide os processos poltico-administrativosenvolvidos na realizao de uma poltica pblica em fases. O ciclo umartifcio para lidar com a complexidade da ao governamental, ao sim-plificar a realidade para que possamos entender os processos envolvidosna elaborao e desenvolvimento de uma poltica pblica. O ciclo recortaa poltica pblica e permite a visualizao dos processos e a investigaodas relaes de poder, das redes, bem como das prticas, auxiliando naelaborao e na avaliao das polticas pblicas.

    Gestore Gestora,voc ver mais sobreo modelo lgico naAula 3!

    +

    exemplo de fora da Assistncia Social, o Ministrio da Sade e a FundaoOswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolveram o Sistema de Indicadores de Sadee Acompanhamento de Polticas do Idoso (SISAP). Um sistema virtual deabrangncia nacional com informaes sobre 19 dimenses relacionadas poltica do idoso, como: demogrfica, bem-estar, mortalidade, dentre outras.

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    Todas as etapas do ciclo podem ser analisadas e acompanhadaspor meio de indicadores de monitoramento, como demonstra a Figura 5.

    Adefinio da agenda a etapa na qual um problema adquire re-levncia poltica, tal que passar a receber ateno prioritria dos gestorespblicos. Um problema social passa a fazer parte da agenda quando osgestores pblicos decidem fazer algo para resolv-lo. O monitoramentodessa etapa pode ser feito por meio de indicadores que possibilitem di-mensionar os problemas sociais, fornecendo informaes para que gru-pos sociais envolvidos possam defender e pressionar pelo atendimentode suas demandas.

    A definio das alternativas a etapa na qual so delimitadas asalternativas possveis de tratamento do problema, conforme os objetivosa serem alcanados e os meios disponveis. Envolve a elaborao de diag-nsticos e pelo menos uma avaliao preliminar sobre os custos e benef-cios das vrias opes de ao disponveis, bem como uma avaliao daschances do projeto se impor na arena poltica.

    INIF E ODGEA NA DD A

    DEFIN

    IO

    DAS

    ALTE

    RNA

    TIVAS

    KC

    AB

    DEEF

    IMP OL E MENTA

    AVALIAO

    OSI

    CED

    Figura 4 Etapas do ciclo de polticas pblicas

    Fonte: elaborao prpria.

    Cabe observar que, embora essa ferramenta de anlise separe apoltica pblica em etapas, ela nos diz que essas etapas tm uma dinmicade ciclo, ou seja, as fases esto interligadas: definio da agenda, definiodas alternativas, tomada de deciso, implementao e avaliao (Figura 4),embora tambm possam ser divididas em: definio da agenda, formula-

    o, implementao e avaliao (JANNUZZI, 2009).

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    exemploPara formular programas de assistncia social, o gestor pblico pre-cisa conhecer a estrutura de servios socioassistenciais de uma dadalocalidade, as condies de acesso, as condies de vulnerabilidadesocial da populao, as condies de renda, moradia, saneamento b-sico e tambm escolaridade. Esses elementos so importantes paradesenvolver o programa e tambm podem limitar ou potencializaras aes.

    Na etapa de tomada de deciso, adotado um conjunto de al-ternativas possveis, ponderando expectativas de resultados e custos parasua obteno, segundo os meios a serem empregados. A etapa normal-mente precedida por processos de conflito e de acordo envolvendo osatores mais influentes na poltica e na administrao.

    Aqui, o monitoramento pode ser feito por meio de indicadorescomo o IDH e o ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB).

    Na fase deimplementaoocorre a execuo das aes planeja-das para a consecuo dos objetivos delineados.

    O monitoramento da implementao e gesto dos programas ne-cessita de indicadores de processo que acompanhem a alocao opera-cional de recursos humanos, fsicos e financeiros. So exemplos de indica-dores de processo o nmero de consultas peditricas por ms, o nmerode atendimentos no CRAS, nmero de famlias cadastradas.

    Por fim, a avaliao a etapa em que se apreciam os resultados eos impactos produzidos pelo programa. Busca-se verificar o atendimentoe o no atendimento dos resultados esperados, bem como os efeitos co-laterais indesejados, visando deduzir as aes necessrias da em diante:seja a suspenso da poltica, seja sua modificao, seja sua manuteno.

    uma fase importante de aprendizagem.

    O monitoramento dessa etapa pode ser feito por meio de indica-dores que permitam caracterizar os pblicos-alvo, localiz-los e retrat--los de modo to amplo e detalhado quanto possvel [visto que ] precisoadequar as intervenes s caractersticas e necessidades dos demandan-tes dos programas (JANNUZZI et al, 2009, p. 115).

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    Gestor e Gestora,como vimos no Curso de Diagnstico, a Sagi-MDS oferece uma

    srie de ferramentas de gesto da informao que podem ser usadaspara acompanhar as fases do ciclo de polticas pblicas. Explore essasferramentas para adequar o monitoramento s suas necessidades e con-dies!

    +

    COMO EST O DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DEMONITORAMENTO NO BRASIL?

    A preocupao e o interesse em monitorar programas sociais resultado do aumento da importncia das polticas sociais, das demandaspor programas mais efetivos e por uma gesto pblica mais eficiente. NoBrasil, aos poucos os governos esto implantando mecanismos de moni-toramento, mas ainda um processo muito incipiente. Conforme a SAGI(2013, p. 6):

    Figura 5 Indicadores de monitoramento das diferentes etapas do ciclo de polticas pblicas

    Fonte: elaborao prpria com base em Jannuzzi (2009).

    Sistema de Dados e

    Indicadores para oDiagnstico

    Painel de Indicadores

    para Monitoramento

    Dados e Indicadores

    de Pesquisa de

    Avaliao

    Indicadores para

    tomada de deciso

    quanto aos programas

    Painel deIndicadores paraMonitoramento

    Dados e Indicadoresde Pesquisa de

    AvaliaoIndicadores paratomada de deciso

    quanto aos programas

    INIF E ODGEA NA DD A

    SAD

    NA

    MED

    O

    ATNEMELPMI

    FORMULA

    O

    AVA

    LIAO

    Percepo e definiode problemas,"agenda setting"

    Identificao dealternativas e avaliaodas opes, deciso e

    elaborao de programas

    Novas/recorrentes;nacionais/internacionais

    Resultados, impactos,eventual correo da ao,trmino ou reincio do ciclo Plano de aes,

    monitoramento

    Sistema de Dados e

    Indicadores para oDiagnstico

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    NESTA AULA VOC APRENDEU QUE:

    O monitoramento o acompanhamento contnuo, cotidiano, porparte de gestores e gerentes, do desenvolvimento dos programas e po-lticas em relao a seus objetivos e metas.

    O monitoramento pode cumprir vrias funes: garantir a eficinciado programa, guiar, revisar e ajustar o desenvolvimento do programa,possibilitar a transparncia na informao e fortalecer a comunicao.

    O monitoramento gerencial acompanha a transformao de re-cursos (insumos) em resultados (produtos), sempre de olho em metaspr-estabelecidas.

    O monitoramento analtico coleta dados que indiquem o impactoocasionado pela iniciativa pblica ao longo de sua implementao.

    Monitoramento e Avaliao so ferramentas para promover me-lhorias na gesto pblica e efetividade nos programas sociais, mas sodiferentes. No monitoramento, o gestor est acompanhando o desen-volvimento das atividades, e o objetivo produzir e analisar informa-es sobre os processos a fim de melhor-los. Na avaliao, o gestor

    est preocupado com os impactos decorrentes dos programas nos gru-pos que so seu foco.

    [d]e modo geral, os sistemas de monitoramento vm se tornandomais consistentes e presentes no cotidiano dos gestores pblicos,ainda que em um ritmo menos veloz que o necessrio e de formabastante desigual pelas esferas de governo e regies do pas.

    Uma questo que dificulta o desenvolvimento de sistemas de mo-nitoramento o pouco conhecimento que se tem sobre o campo. Emboraexistam estudos sobre a questo, eles no so aplicados, o que dificultasua utilizao pela administrao pblica. Os sistemas desenvolvidos nocampo da administrao de empresas e da qualidade total mostram-sepouco adequados para a utilizao no setor pblico, que tem insumos,processos e produtos muito diferentes.

    Tambm dificulta a falta de uma cultura para os resultados na ad-ministrao pblica. Alm disso, existe a dificuldade da prpria gesto dainformao em todos os nveis de governo, que coletam informaes deprocesso, produtos e atividades, sem muitas vezes compartilh-las entre

    si, tampouco registr-las em sistemas de informao reutilizveis e com-partilhveis no que se refere a seu padro semntico e tcnico.

    No entanto, o aumento do interesse e da importncia do campode monitoramento aponta para seu crescimento e qualificao. Esue cur-so uma expresso desse movimento. E sua participao indica que essarealidade logo ser modificada.

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    REFERNCIASALA-HARJA, M.; HELGASON, S. Em direo s melhores prticas de avaliao.Revista do Servio Pblico, Braslia, v. 51, n. 4, p. 5-59, out./dez. 2000.

    BARBOSA, Ricardo Machado.Monitoramento e Avaliao de Projetos So-ciais. Trabalho de concluso. Programa de Ps-Graduao em Desenvolvi-mento Rural. Especializao em Desenvolvimento Rural e Agroecologia-UFR-GS. Porto Alegre, 2001.

    BRASIL. PORTARIA N 329 DE 11 DE OUTUBRO DE 2006. Institui e regulamen-ta a Poltica de Monitoramento e Avaliao do Ministrio de Desenvolvi-

    mento Social e Combate Fome. MDS. Braslia, 2006.

    CASSIOLATO, Martha; GUERESI, Simone. Como elaborar Modelo Lgico: ro-teiro para formular programas e organizar avaliao. Nota Tcnica Ipea n. 6.Braslia: Ipea, 2010.

    CEPAL. Manual Formulao e Avaliao de Projetos Sociais. Elaboradopara o Curso de Formulao, Avaliao e Monitoramento de Projetos Sociais -CEPAL/ OEA/ CENDEC, 1997.

    HELLMAN, Aline Gazolla; POSSAMAI, Ana Jlia. Apostila do Aula de Gestoda Informao e do Conhecimento.Elaborada para o Curso de Extenso emMonitoramento e Avaliao, ofertado pela Fundao de Recursos Humanos e

    Rede Escola de Governo - Governo do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2013.

    VIDEOTECA

    VIDEO 1 - MDS AMPLIA AES DE MONITORAMENTO DE POLTICAS EPROGRAMASLink:https://www.youtube.com/watch?v=m8wwm8JIgYk

    VIDEO 2 - MONITORAMENTO E AVALIAO - IDEIAS PARA ERRADICARA MISRIALink: https://www.youtube.com/watch?v=eZX9qgIRaLI

    Os indicadores sociais, os sistemas de monitoramento, os painisde monitoramento e o modelo lgico so importantes instrumentos demonitoramento.

    O monitoramento uma ferramenta que pode apoiar e acompa-

    nhar todas as etapas do ciclo de polticas pblicas.

    http://c/Users/lizabbischoff/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%209.0/pt_BR/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/lizabbischoff/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%209.0/pt_BR/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/lizabbischoff/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%209.0/pt_BR/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/lizabbischoff/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%209.0/pt_BR/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/lizabbischoff/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%209.0/pt_BR/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/lizabbischoff/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%209.0/pt_BR/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/lizabbischoff/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%209.0/pt_BR/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdfhttp://c/Users/lizabbischoff/AppData/Local/Adobe/InDesign/Version%209.0/pt_BR/Caches/InDesign%20ClipboardScrap1.pdf
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    1aula

    MDULO

    1

    COHEN, Ernesto; FRANCO, Rolando. Avaliao de projetos sociais. Petrpo-lis: Vozes, 2002.

    FERREIRA, Helder; CASSIOLATO, Martha; GONZALEZ, Roberto. Como elaborarmodelo lgico de programa: um roteiro bsico. Nota Tcnica Ipea.Braslia:Ipea, 2007.

    FUNDAP. Indicadores para Monitoramento de Programas e Projetos. SoPaulo: FUNDAP, 2006.

    GASPARINI, Max Felipe Vianna; FURTADO, Juarez Pereira. Avaliaode Programas e Servios Sociais no Brasil: uma anlise das prti-cas no contexto atual. Serv. Soc. Soc., So Paulo, n. 117, Mar. 2014 . Avai-lable from . access on 20 May 2014.http://dx.doi.org/10.1590/S0101-66282014000100008.

    GUBERMAN, Gustavo; KNOPP, Glauco. Monitorar a prtica para aprimoraro que se aprende: examinando sistemas internacionais de M&A como ben-

    chmarking para a experincia brasileira. Revista Brasileira de Monitoramen-to e Avaliao, n. 2, Julho-Dezembro, 2011.

    JANNUZZI, Paulo de Martino. Estudo Tcnico N. 17/2013- Incentivando ouso efetivo das avaliaes para aprimoramento da gesto de polticas e pro-gramas. Braslia: MDS/Sagi, 2013.

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    JANNUZZI, Paulo de Martino. Monitoramento Analtico como Ferramentapara Aprimoramento da Gesto de Programas Sociais. Revista Brasileira deMonitoramento e Avaliao, n. 1, Janeiro-Junho, 2011.

    JANNUZZI, Paulo. M. et al. Estruturao de Sistemas de Monitoramento e Es-pecificao de Pesquisas de Avaliao: os problemas dos programas pblicosso. In: ENAP. (Org.). Cadernos Reflexes para a Ibero-amrica:Avaliao deProgramas Sociais. 1.ed.Brasilia: ENAP, 2009, v. 1, p. 101-138.

    MADEIRA, L. M.; PAPI, L. P.; HELLMANN, A. G.; POSSAMAI, A. J. A implementaodo Sistema nico de Assistncia Social na Regio Metropolitana de Porto Ale-gre: setores de monitoramento e avaliao como estratgia de qualificaoda gesto da assistncia social no Rio Grande do Sul. In: XVIII Congreso In-ternacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la AdministracinPblica, 2013, Montevideo.

    PFEIFFER, Peter. O quadro lgico: um mtodo para planejar e gerenciar mu-danas. In: Giacomoni, James; Pagnussat, Jos Luiz (orgs). Planejamento eoramento governamental. 2 v. Braslia: ENAP, 2006.

    PIECHA, Petra Ascher; VALARELLI, Leandro Lamas. Monitoramento de ImpactoUma Proposta Metodolgica. Srie Monitoramento & Avaliao 4 Braslia:Ministrio do Meio Ambiente, 2008.

    PNUD. Desenvolvimento Humano e IDH. Disponvel em: http://www.pnud.org.br/IDH/DH.aspx Acesso em 02 nov. 2013.

    SAGI. Estudo Tcnico No. 07/2013 - Monitoramento e avaliao de progra-mas sociais no Brasil:apontamentos conceituais, consideraes metodol-gicas e reflexes sobre as prticas. Braslia: MDS/Sagi, 2013.

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    30/93

    28 CEGOV | UFRGS

    SPOSATI, Aldaiza. Verbete Equidade. In: GESTRADO/UFMG. Dicionrio Tra-balho, profisso e condio docente. Belo Horizonte: GESTRADO/UFMG,2010.

    VAITSMAN, Jeni. Monitoramento e avaliao de programas sociais: principaisdesafios. In: MDS.Concepo e gesto da proteo social no contributiva

    no Brasil. Braslia: MDS, UNESCO, 2009.

    VAITSMAN, Jeni; Rodrigues, Roberto W. S.; Paes-Sousa, Rmulo. O Sistema deAvaliao e Monitoramento das Polticas e Programas Sociais: a experinciado Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome do Brasil. Poli-cyPapers, n. 17. Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia ea Cultura: Braslia, 2006.

    RUA, M. G. Desmistificando o problema: uma rpida introduo ao estudodos indicadores. Mimeo, Escola Nacional de Administrao Pblica, Braslia,2004.

    SOUZA, Rmulo Paes de; HELLMANN, Aline Gazola. A institucionalizao do

    monitoramento e avaliao na administrao pblica federal brasileira.Paper apresentado no 80 Encontro da ABCP, Gramado, 2012.

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    29CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

    INDICADORES SOCIAIS

    Ol, gestor e gestora!

    Esta a aula 2 do curso de Conceitos e Instrumentos paraMonitoramento de Programas. O tema da aula Indicadores Sociais.

    Retomaremos alguns elementos estudados no Curso deDiagnstico e apresentaremos as classificaes, propriedades e sis-tema de indicadores.

    Desejamos a todos uma tima aula!

    2

    aula

    MDULO 2

    +

    OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

    Nesta aula voc vai aprender:

    as propriedades dos indicadores;

    como so classificados os indicadores;

    como so construdos os indicadores e os sistemas de indicadores.

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    SUMRIO DA AULA 2

    O que so indicadores sociais?

    Quais so as propriedades dos indicadores?

    Propriedades Essenciais

    Propriedades Complementares

    Como so classificados os indicadores?

    a) Natureza do indicador

    b) rea temtica

    c) Complexidade

    d) Objetividade

    e) Gesto do fluxo de implementao de programas

    f) Avaliao de desempenho

    Como so construdos os indicadores?

    O que so sistemas de indicadores sociais?

    Qual a importncia dos indicadores sociais no ciclo de polticaspblicas?

    30

    31

    31

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    36

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    40

    O QUE SO INDICADORES SOCIAIS?

    Como vimos no Curso de Diagnstico, os indicadores sociais sorecursos metodolgicos para retratar a realidade social de forma simpli-ficada, mas objetiva e padronizada.

    So medidas usadas para transformar conceitos abstratos, comofome ou misria, em algo que possa ser analisado e quantificado. Elestransformam aspectos da realidade em nmeros, taxas e razes, seja essauma realidade dada (situao social) seja construda (decorrente da inter-veno governamental), tornando possvel sua observao e avaliao.

    EVENTOS EMPRICOSda realidade social

    Dados brutos levantados:ESTATSTICAS PBLICAS Informao para anlise e

    decises de poltica pblica:INDICADOR SOCIAL

    Figura 1 Etapas da Construo de Indicadores Sociais

    Fonte: elaborao prpria, com base em Jannuzzi (2001).

    videotecaMinistra TerezaCampello comentaos indicadores so-ciais da PNAD 2011

    Disponvel em:ttps://www.youtube.com/watch?v=ON-Zlk6wV12U

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    31CICLO DE CAPACITAO MDS | CURSO 2: MONITORAMENTO

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    2

    Os indicadores podem ser econmicos, sociais, gerenciais, de de-sempenho, de processo, de produto, de qualidade, de impacto, etc de-pendendo muito do tipo de interveno e do aspecto a ser avaliado (RUA,2004).

    Eles so teis para a gesto pblica porque expressam uma dadarealidade social, oferecendo informaes para o processo decisrio eapontando para modificaes nas caractersticas de uma populao e nademanda e oferta de servios. Alm disso, o monitoramento e a avaliaode programas baseiam-se no exame de indicadores.

    QUAIS SO AS PROPRIEDADES DOS INDICADORES?

    Para cumprir a misso de produzir informaes sobre os fenme-nos que se processam na realidade social e que so alvo do planejamentode polticas pblicas (RIBEIRO, 2013), um indicador deve possuir algumaspropriedades que dividimos em dois grupos: essenciais e complementa-res (BRASIL, 2010).

    PROPRIEDADES ESSENCIAIS Validade: capacidade de representar, com a maior proximidade

    possvel, a realidade que se deseja medir e modificar.

    Confiabilidade: indicadores devem ter origem em fontes confi-veis, que utilizem metodologias reconhecidas e transparentes de coleta,processamento e divulgao.

    Indicadores calculados por pesquisas amostrais realizadas poragncias pblicas so medidas confiveis, porque os dados so coletadosde forma padronizada por tcnicos qualificados, e seguindo uma metodo-logia de obteno, registro e avaliao das informaes.

    Simplicidade: indicadores devem ser de fcil obteno, cons-truo, manuteno, comunicao e entendimento pelo pblico em geral.

    PROPRIEDADES COMPLEMENTARES Sensibilidade: indicador deve refletir tempestivamente s mu-

    danas decorrentes das intervenes realizadas.

    Um indicador com baixa sensibilidade pode no apresentar mu-danas estatisticamente significativas aps a aplicao de polticas pbli-cas, no somente porque no houve uma melhora nas condies de vidada populao, mas talvez porque ele no possui sensibilidade suficientepara avaliao do tpico em questo.

    BRASIL. PORTARIAN 329 DE 11 DEOUTUBRO DE 2006.

    Institui e regula-menta a Poltica deMonitoramento eAvaliao do Mi-nistrio de Desen-volvimento Sociale Combate Fome.MDS. Braslia, 2006.

    leia

    +

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    32 CEGOV | UFRGS

    Desagregabilidade:capacidade de representao regionaliza-da de grupos sociodemogrficos, considerando que a dimenso territorialapresenta-se como um componente essencial na implementao de po-lticas pblicas.

    Os indicadores sociais devem se referir aos espaos geogrficosem anlise (estados, municpios, setores censitrios), a subgrupos socio-demogrficos (crianas, idosos, mulheres), ou grupos vulnerveis especfi-cos (desempregados, analfabetos).

    Economicidade: capacidade do indicador de ser obtido a cus-tos mdicos.

    Estabilidade: capacidade de estabelecimento de sries histri-cas estveis que permitam monitoramentos e comparaes.

    Mensurabilidade: capacidade de alcance e mensurao quan-do necessrio, na sua verso mais atual, com maior preciso possvel e

    sem ambiguidade. Auditabilidade: qualquer pessoa deve sentir-se apta a verificar

    a boa aplicao das regras de uso dos indicadores (obteno, tratamento,formatao, difuso, interpretao).

    COMO SO CLASSIFICADOS OS INDICADORES?

    Existem vrias propostas de classificao de indicadores. Apre-sentaremos a proposta no documento Indicadores de Programas do Mi-nistrio do Planejamento, Oramento e Gesto (BRASIL, 2010).

    Podemos classificar os indicadores segundo sua natureza, rea te-mtica, complexidade, objetividade, gesto do fluxo de implementaode programas e avaliao de desempenho.

    CLASSIFICAO DE INDICADORES SEGUNDO:

    NATUREZA DO INDICADOROs indicadores podem ser:

    Econmicos:refletem o comportamento da economia de umpas. No setor pblico, so muito utilizados na gesto das polticas fis-cal, monetria, cambial, de comrcio exterior e de desenvolvimento, porexemplo. No setor privado, auxiliam decises de planejamento estratgi-co, investimentos, contrataes, etc. Exemplos de indicadores econmi-cos: produo industrial (indicador de conjuntura), inadimplncia, impor-tao de bens de capital (indicador de investimento).

    a

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    Sociais: indicam o nvel de bem-estar e qualidade de vida dapopulao. Exemplos de indicadores sociais: taxa de mortalidade infantil,defasagem escolar, expectativa de vida, grau de urbanizao.

    Ambientais: demonstram o progresso alcanado na direo dodesenvolvimento sustentvel.

    Segundo as Naes Unidas, o desenvolvimento sustentvel abar-ca as dimenses ambiental, social, econmica e institucional. Exemplos deindicadores das dimenses:

    Ambiental: emisso de CO2 per capitae acesso a sistemas deabastecimento de gua.

    Social:proporo de mulheres ocupadas em trabalhos formaise doenas relacionadas a saneamento ambiental inadequado.

    Econmica:PIB per capitae participao de fontes renovveis

    na oferta de energia. Institucional: envolvimento do pas na implementao de acor-

    dos firmados pela comunidade internacional e gastos com pesquisa e de-senvolvimento.

    REA TEMTICAEssa a classificao mais comum (Jannuzzi, 2005). Diz respeito

    temtica da realidade social a que os indicadores referem-se. Por exemplo:

    Indicadores de sade:cobertura vacinal, leitos hospitalares porhabitante, taxa de mortalidade materna.

    Indicadores educacionais:taxa de evaso, taxa de escolariza-o, taxa de distoro srie-idade.

    Indicadores de mercado de trabalho:taxa de ocupao, taxade desemprego, rendimento do trabalho.

    Indicadores demogrficos:proporo de idosos na populao,taxa de natalidade, taxa de crescimento da populao.

    Indicadores habitacionais: dficit habitacional, ndice de de-senvolvimento habitacional (IDHab).

    Indicadores de segurana pblica e justia: taxa de homic-dio, taxa de elucidao de delitos, confiana da sociedade na instituiode segurana pblica.

    Indicadores de infraestrutura urbana: frequncia da coletade lixo, domiclios com iluminao pblica, acesso dos domiclios redecoletora de esgoto.

    Indicadores de renda e desigualdade: ndice de desenvolvi-mento humano (IDH), ndice de gini, razo entre a renda mdia dos 10%mais ricos e a dos 10% mais pobres.

    videotecaIndicadores desade

    Disponvel em:https://www.you-tube.com/watch?-v=aYnmtO2pack

    videoteca

    Indicadores sociaisurbanos

    Disponvel em:https://www.youtu-be.com/watch?v=gd-

    cYRMza444

    Brasil. IBGE. Indi-cadores de desen-volvimento sus-tentvel.Estudos e

    Pesquisas. Informa-o geogrfica, n. 9,2012.

    leia

    +

    b

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    34 CEGOV | UFRGS

    leia

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    COMPLEXIDADEOs indicadores simples podem ser combinados para obter uma

    viso ponderada e multidimensional da realidade. Segundo a complexi-dade, os indicadores podem ser:

    Analticos:refletem dimenses sociais especficas como taxa de

    fecundidade e taxa de matrcula. Sintticos:chamados de ndices. Esse tipo de indicador agrupa

    diferentes conceitos da realidade, como o IDH que agrega renda, educa-o e sade.

    Os indicadores sintticos so usados pela sua capacidade de sn-tese para avaliar o bem-estar geral da populao, condies de vida, ounvel scio-econmico de grupos sociais. No entanto, a operao de sinte-tizao da informao social pode ocasionar perda de proximidade entreconceito e medida, alm de falta de transparncia para seus potenciais

    usurios.

    NDICES

    INDICADORES

    DADOS ANALISADOS

    DADOS ORIGINAIS

    quantidade de informaes

    graud

    e

    agrega

    o

    FREIRE JUNIOR, Jos. ENTENDENDO OS PRINCIPAIS INDICADORES SO-CIAIS E ECONMICOS.Jos Freire Junior, Cleyber Nascimento de Medei-ros, Daniel Cirilo Suliano, Eveline Barbosa Silva Carvalho, Klinger AragoMagalhes, Nicolino Trompieri Neto (autores). Fortaleza: IPECE, 2010.

    Fonte: Brasil, 2010.

    Figura 2 Pirmide da informao

    c

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    OBJETIVIDADESegundo a objetividade, os indicadores podem ser (JANNUZZI,

    2005):

    Objetivos: dizem respeito aos eventos concretos da realidadesocial. Normalmente so quantitativos, construdos a partir de estatsticaspblicas ou registros administrativos. So exemplos de indicadores objeti-vos: taxa de evaso escolar e domiclios com acesso rede de gua.

    Subjetivos: em geral so qualitativos, pois so construdos apartir da avaliao dos indivduos ou especialistas com relao a diferen-tes aspectos da realidade, levantadas em pesquisas de opinio pblica ougrupos de discusso. So exemplos de indicadores subjetivos: ndice deconfiana nas instituies e avaliao sobre desempenho dos governan-tes.

    GESTO DO FLUXO DE IMPLEMENTAO DE PROGRAMASEssa classificao permite separar os indicadores de acordo com

    a sua aplicao na implementao de polticas pblicas. Os indicadorespodem ser de:

    Insumo:refletem a disponibilidade de recursos humanos, finan-ceiros ou equipamentos a serem utilizados em programa. Por exemplo:nmero de leitos hospitalares por 1000 habitantes, gasto per capitacomeducao.

    Processo: reflete o esforo empreendido na obteno dos resul-

    tados. Por exemplo: nmero de atendimentos realizados no ms, nmerode visitas domiciliares realizadas no ms.

    Produto: mede o alcance de metas fsicas. So exemplos de in-dicadores de produtos: nmero de crianas vacinadas, nmero de habita-es construdas.

    INDICADOR - INSUMOQuesto:h recursos para

    executar a ao?Exemplo:quantidade detrabalhadores nos CRAS.

    INDICADOR - PROCESSOQuesto:como os recursos

    foram utilizados?Exemplo: quantidade de

    famlias cadastradas no ms.

    INDICADOR - PRODUTOQuesto:qual foi o resultado

    do processo?Exemplo:nmero de famliasque recebem o Bolsa Famlia.

    Fonte: adaptado de Jannuzzi (2001).

    Figura 3 Relao entre os indicadores de insumo, processo e produto

    d

    e

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    Resultado:expressa os benefcios, para o pblico-alvo, decor-rentes das aes realizadas pelo programa. Por exemplo: taxa de reprova-o escolar, taxa de morbidade por doenas evitveis.

    Impacto: mede os efeitos do programa na sociedade. So exem-plos de indicadores de impacto: PIBper capita, ndice de Gini.

    Mdicos por

    mil habitantes

    Oramento

    previsto

    Recursos

    financeiros

    liberados

    no ms

    Mdicos

    contratados

    Campanhas

    realizadas

    Diminuio

    da taxa de

    morbidade

    por doenas

    DST

    Aumento da

    expectativa

    de vida da

    populao

    INSUMO PROCESSO PRODUTO RESULTADO IMPACTO

    AVALIAO DE DESEMPENHOOs indicadores de avaliao de desempenho esto relacionados

    com a avaliao dos recursos alocados e dos resultados alcanados. Deacordo com essa classificao, temos os seguintes indicadores:

    Economicidade: mede os gastos realizados para obter os insu-mos necessrios para a execuo da ao: recursos humanos, equipamen-tos, materiais etc.

    Eficincia: reflete a relao entre o que foi produzido e os meiosutilizados. A eficincia ser maior quanto mais servios forem produzidoscom a mesma quantidade de insumos ou os mesmos servios forem pro-duzidos com menor quantidade de recursos.

    Eficcia: expressa o grau de atingimento das metas estabelecidas.

    Efetividade: mede os efeitos da interveno; aponta se houvemudanas decorrentes dos resultados da poltica.

    COMO SO CONSTRUDOS OS INDICADORES?

    Vamos recapitular o que vimos na aula 3 do Curso de Diagnstico.A primeira etapa da construo de um indicador consiste na definio doobjetivo programtico, ou seja, qual dimenso ou fenmeno da realida-de social que se deseja mensurar.

    So exemplos de objetivos programticos:

    melhorar o aprendizado de matemtica no ensino fundamental;

    melhorar a sade da populao.

    Fonte: Brasil (2010).

    Figura 4 Indicadores de gesto para um Programa de Ateno Sade

    f

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    No entanto, esses objetivos no so diretamente observveis emensurveis. Portanto, necessrio operacionaliz-los de maneira quan-titativa, de modo a facilitar o diagnstico, o monitoramento e a avaliaoda melhora, piora ou estabilidade da situao.

    Na segunda etapa da construo de um indicador, devemos deli-

    near quais dadostraduzem os conceitos abstratos de sade ou educao.

    No caso da sade, por exemplo, temos:

    Anos de vida da populao;

    Nmero de nascidos vivos;

    Nmero de leitos na cidade;

    Nmero de mdicos;

    Nmero de estabelecimentos de sade.

    Esses dados geralmente so pblicos e administrativos, gerados

    pelos governos e esto disponveis em cadastros oficiais, registros deatendimento de servios, e em estatsticas pblicas, produzidas peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) e outras instituiescongneres.

    Combinados na forma de taxas, propores, ndices ou mesmoem valores absolutos, esses dados transformam-se em indicadores so-ciais. No caso da sade, teramos os seguintes indicadores:

    Esperana de vida ao nascer;

    Taxa de mortalidade infantil;

    Nmero de leitos por mil habitantes;

    Nmero de empregos mdicos por mil habitantes;

    Nmero de estabelecimentos de sade por mil habitantes.

    REALIDADESOCIAL

    OBJETIVOPROGRAMTICO

    DEFINIOOBJETIVA

    DADOSBRUTOS

    INFORMAOPARA ANLISEE DECISES

    Eventos empricos

    O que atacar

    Facetas do problema

    Estatsticas pblicas

    IndicadorSocial

    Fonte: elaborao prpria, com base em Jannuzzi (2012).

    Figura 5 Etapas da Construo de Indicadores Sociais

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    Aps a construo do indicador, recomendvel que seja feitauma ficha tcnica composta por metadados.

    Metadados so informaes que descrevem os indicadores, facili-tando o entendimento de seu uso e viabilidade, bem como sua recupera-o por outros que no os responsveis inicialmente por sua construo.

    Compem uma ficha tcnica do indicador:

    1. Nome

    2. Definio

    3. Interpretao e uso

    4. Restries de uso (se houver)

    5. Frmula de clculo

    6. Variveis que permitem o clculo

    7. Unidades de medida

    8. Desagregao e subgrupos9. Periodicidade de clculo

    10. Responsvel pela gerao e divulgao dos dados que ali-mentam o indicador

    11. Intervalo de validade e/ou interpretao

    12. Fonte das variveis (onde e como elas so capturadas).

    O Quadro 1 apresenta um exemplo de ficha tcnica para o indica-dor Taxa de Mortalidade Infantil (por mil nascidos vivos).

    Nome Taxa de Mortalidade Infantil

    DefinioNmero de bitos de menores de 1 ano de idade, a cada mil nascidos vivos, porlocal de residncia da me.

    Interpretao eUso

    Estima o risco de morte dos nascidos vivos durante o seu primeiro ano de vida.Altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, baixos nveis desade e de desenvolvimento socioeconmico. As taxas reduzidas podem ser resul-tado de subnotificaes nos registros de bitos. Por outro lado, taxas exageradaspodem indicar a incidncia de um surto epidemiolgico.

    Limitaes

    O clculo direto da taxa, a partir de dados obtidos de sistemas de registro con-tnuo, pode exigir correes da subenumerao de bitos infantis e de nascidosvivos, especialmente nas regies menos desenvolvidas e em reas rurais. Existetambm a possibilidade de nascidos vivos que morrem logo aps o nascimentoserem declarados como natimortos, subenumerando o total de nascidos vivos.Nesse caso, h uma srie de ferramentas demogrficas e estatsticas que podepromover a apurao do indicador.

    Metodologia deClculo Simplifi-

    cada

    Nmero de bitos de menores de 1 ano de idade por local de residncia durantecerto perodo de tempo, geralmente um anoNmero de nascidos vivos de mes por local de residncia durante certo perodode tempo, geralmente um anoUnidade de Medida: bitos a cada milEscala: 0 a 1 mil

    Quadro 1 Ficha Tcnica do Indicador Taxa de Mortalidade Infantil

    (continua)

    leia

    +

    ARREGUI, Carola C..O debate sobre aproduo de indica-dores sociais alter-nativos: demandaspor novas formas de

    quantificao. Serv.Soc. Soc., So Paulo,n. 111, set. 2012.

    Disponvel em:

    http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-t=sci_arttext&pi-d=S0101- 662820120003 00008&ln-g=pt&nrm=iso

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    DesagregaoGeogrfica

    Municpios, Estados e Regies

    Periodicidade Anual. Perodo disponvel: 1979-2009 (com restries)

    FonteDados: Ministrio da Sade - Sistema de Informaes sobre Mortalidade (SIM) eSistema de Informaes sobre Nascidos Vivos (Sinasc).

    Categorias Dis-ponveis (sub-

    grupos)

    Neonatal precoce (0 a 6 dias), neonatal (7 a 28 dias) ou ps-neonatal (de 1 ms amenor de 1 ano)

    Parmetros eRecomendaes

    Conforme a Organizao Mundial da Sade (OMS)Alta = 50 por mil ou maisMdia = 20-49 por milBaixa = menos de 20 por mil

    InformaesComplementa-

    res

    Quando a taxa de mortalidade infantil alta, avaliar qual a categoria que maisimpacta os bitos (neonatal precoce, neonatal ou ps-neonatal) que pode indicar

    as principais causas dos bitos, como, por exemplo, doenas diarreias, cuja inci-dncia sugere baixos ndices de desenvolvimento humano. Nesse caso, pode-seavaliar tambm e em conjunto o impacto de indicadores de saneamento, escolari-dade, renda e desnutrio.

    O QUE SO SISTEMAS DE INDICADORES SOCIAIS?

    Sistema de Indicadores Sociais um conjunto de indicadores so-ciais referente a um determinado aspecto da realidade social ou rea deinterveno programtica. Por exemplo: o Portal de AcompanhamentoMunicipal dos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio (ODM) mantmum sistema de indicadores que permite consultar informaes ambien-tais, econmicas e sociais sobre os ODM de todos os municpios brasilei-ros. Nesse mesmo stio, h o Sistema de Indicadores Avanado, que umsistema da ONU que permite monitorar os Indicadores do Milnio.

    Etapas da montagem de sistemas de indicadores (JANNUZZI,2001):

    1. Definio do conceito ou temtica social sade, educao,emprego, uso do solo, habitao, atividade econmica, mobilida-de social, dinmica demogrfica.

    2. Definio das dimenses referentes aos conceitos ou temticassociais a serem indicadas quantitativamente.

    3. Obteno dos dados brutos a partir de estatsticas pblicas ououtras fontes regulares.

    4. Combinao dos dados brutos na formulao de indicadoressociais taxas, propores, mdias, distribuio por classes, ndice.

    Quadro 1 Ficha Tcnica do Indicador Taxa de Mortalidade Infantil

    (concluso)

    Fonte: Servio Social da Indstria (2010).

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    Conceito Abstrato ou

    Temtica Social de Interesse

    Estatstica i Estatstica j

    Indicador

    Social A

    Sistema de Indicadores Sociais

    Definio das dimenses ou diferentes formas

    de interpretao operacional do conceito

    Estatstica 1 Estatstica 2

    Indicador

    Social B

    QUAL A IMPORTNCIA DOS INDICADORES SOCIAIS NOCICLO DE POLTICAS PBLICAS?

    Os indicadores podem oferecer informaes para apoiar a deci-so em todo o desenvolvimento do ciclo de polticas pblicas. A fase dadefinio da agendapode ser acompanhada por meio de indicadores que

    possibilitem dimensionar os problemas sociais, fornecendo informaespara que grupos sociais envolvidos possam defender e pressionar peloatendimento de suas demandas.

    ONDE PODEMOS ENCONTRAR INDICADORES PARA ESSA ETAPA?

    Para o Brasil, o IBGE produz anualmente o relatrio Sntese de In-dicadores Sociais, que permite avaliar no s a qualidade de vida e osnveis de bem-estar das pessoas, famlias e grupos sociais, como tambma efetivao de direitos humanos e o acesso a diferentes servios, bens eoportunidades (BRASIL, 2013).

    Por exemplo, um grupo de defesa dos direitos da mulher podeconsultar o relatrio Sntese de Indicadores Sociais do IBGE e verificarque, nos atendimentos da Central de Atendimento Mulher, aumentouo nmero de relatos de violncia psicolgica. De posse dessa informao,

    proveniente de uma fonte confivel, esse grupo pode demandar ao go-verno servios especficos. Essa informao tambm pode ser usada para

    Fonte: elaborao prpria, com base em Jannuzzi (2001).

    Figura 6 Construo de um sistema de indicadores

    DEFINIO DA AGENDA

    a etapa na qual um problema adquire relevncia poltica e passa a receberateno dos gestores pblicos.

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    mostrar a outros grupos e simpatizantes a relevncia da causa, angariandoapoio e fortalecendo-a.

    Alm disso, vimos na aula 7 do Curso de Diagnstico, os seguintessistemas de informao que podem ser usados para fornecer dados para oacompanhamento dessa fase.

    O Suas Visor, por exemplo, oferece a ferramenta Boletins de Infor-maocomposto, entre outros, pelo relatrio Extrema Pobreza. Ele ofere-ce informaes sobre a caracterizao demogrfica da extrema pobreza,gnero, cor ou raa, pessoas com deficincia, educao, servios bsicos(eletricidade, gua, esgotamento sanitrio e coleta de lixo).

    So informaes sobre as condies de vida que podem ser utili-zadas para demandar melhorias e promover debates pblicos, dando visi-bilidade para algumas questes.

    Para outros pases e para fazer comparaes internacionais, o Pro-grama das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) publica anual-mente o Relatrio de Desenvolvimento Humano (RDH), uma importanteferramenta para aumentar a conscientizao sobre o desenvolvimentohumano em todo o mundo (PNUD, 2013).

    O RDH inclui o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) que uma medida resumida do progresso em longo prazo em trs dimensesbsicas do desenvolvimento humano: renda, educao e sade (PNUD,2013).

    Usando o RDH, um grupo de defesa do meio ambiente, por exem-plo, pode usar concluses como a de que as cidades produzem uma quanti-dade enorme de resduos que so geralmente mal geridos. E que pases de-

    senvolvidos tm exportado seus resduos para pases em desenvolvimento.

    Com essa informao, gerada por uma fonte que tem legitimida-de, o grupo pode desenvolver uma discusso pblica sobre as consequn-cias do desenvolvimento e do aumento das cidades. Esse tipo de debatepode tambm incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias paralidar com a situao.

    Na fase dadefinio das alternativas, o acompanhamento podeser feito por meio de indicadores que permitam caracterizar:

    DEFINIO DAS ALTERNATIVAS

    a etapa na qual so delimitadas as alternativas possveis de tratamento doproblema, conforme os objetivos a serem alcanados e os meios disponveis.

    os pblicos-alvo, localiz-los e retrat-los de modo to amplo edetalhado quanto possvel. preciso adequar as intervenes scaractersticas e necessidades dos demandantes dos programas.De modo geral, na elaborao de diagnsticos socioeconmicospropositivos para programas pblicos empregam-se indicadoresde vrias reas temticas analticas ou de atuao governamental

    (JANNUZZI et al, 2009, p. 115).

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    Para formular programas de sade bsica, por exemplo, o gestorpblico precisa conhecer a estrutura de servios de sade de uma dadalocalidade, as condies de acesso, as condies de sade da populao,as condies de moradia, saneamento bsico e tambm escolaridade. Es-ses elementos so importantes para desenvolver o programa e tambm

    podem limitar ou potencializar as aes.

    ONDE PODEMOS ENCONTRAR INDICADORES PARA ESSA ETAPA?

    Os censos demogrficos so fontes para a construo de indica-dores teis nessa fase (JANNUZZI et al, 2009). O censo brasileiro , em ter-mos internacionais, um dos mais detalhados - fonte quase que exclusivade informao para planejamento e formulao de polticas em mbitolocal e microlocal.

    As vantagens dos censos demogrficos so:

    estimar demandas sociais universalistas a atender nas reas dasade, educao, emprego;

    estimar o tamanho do pblico-alvo especfico de alguns progra-mas sociais focalizados;

    delimitar com razovel preciso geogrfica, em uma escala in-framunicipal, as reas no atendidas por servios pblicos.

    Tambm podemos encontrar esse tipo de informao nas ferra-

    mentas de informao do MDS. O Suas Visor, por exemplo, agrega vriasfontes de informao sobre condies de vida da populao de um dadomunicpio, infraestrutura social, rede socioassistencial, etc.

    Para saber mais sobre as ferramentas informacionais disponibili-zadas pelo MDS, d uma olhada na aula 7 do Curso de Diagnstico!

    Na etapa detomada de deciso, o acompanhamento pode ser fei-to por meio de indicadores sintticos (JANNUZZI, 2009), como o IDH e ondice de Desenvolvimento da Educao Bsica (Ideb).

    O IDH pode apoiar a tomada de deciso, pois oferece aos polti-cos e administradores uma viso sobre o desenvolvimento humano combase na expectativa de vida (sade), acesso ao conhecimento (educao)e padro de vida (renda). Assim, est alinhado viso multidimensional dapobreza, como visto na aula 1 do Curso de Diagnstico.

    J o ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica oferece infor-

    maes sobre a qualidade do ensino nas escolas pblicas.

    TOMADA DE DECISO

    Na fase da tomada de deciso adotado um conjunto de alternativas pos-sveis, ponderando expectativas de resultados e custos para sua obteno,segundo os meios a serem empregados.

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    ENFOQUE MULTIDIMENSIONAL

    O enfoque multidimensional percebe a pobreza como um conjunto decarncias que vo alm da renda. Assim, alm de indicadores de ren-

    da e emprego, faz uso de indicadores de acesso a recursos sociais queinterferem no padro de vida das pessoas, tais como sade, educao,transporte, moradia, aposentadoria e penses, etc.

    O Plano Brasil sem Misria adota o enfoque multidimensional, ao reunirum conjunto de aes que visam combater as diferentes dimenses daextrema pobreza, cobrindo desde o acesso a transferncias monetrias,at o acesso a servios pblicos e a oportunidades de emprego e renda.

    relembrando curso 1: diagnstico

    IDEB

    O Ideb um indicador de qualidade educacional que combina informa-es de desempenho em exames padronizados (Prova Brasil ou Saeb) obtido pelos estudantes ao final das etapas de ensino (4 e 8 sries doensino fundamental e 3 srie do ensino mdio) com informaes sobrerendimento escolar (aprovao) (BRASIL, 2013).

    saiba+

    A fase de implementao necessita de indicadores de processo

    que permitam acompanhar a alocao operacional de recursos humanos,fsicos e financeiros. So exemplos de indicadores de processo o nmerode consultas peditricas por ms, o nmero de atendimentos no CRAS e onmero de famlias cadastradas.

    IMPLEMENTAO

    A implementao a fase na qual so executadas as aes planejadas para aconsecuo dos objetivos.

    Como vimos na aula 7 do Curso de Diagnstico, o Suas Visor ofe-rece informaes para o monitoramento da implementao como: o Rela-trio de Informaes Sociais, Boletim Brasil sem Misriano seu Municpio,Suas no seu Municpio, Painel de Monitoramento. O Dados Gerais e Recur-sos Humanos, por exemplo, exibe um formulrio com o endereo, dadoscadastrais e equipe tcnica do equipamento selecionado.

    Por fim, a Avaliao dos resultados a etapa em que se apreciamos resultados e os impactos produzidos pelo programa. Busca-se verificaro atendimento e o no atendimento dos resultados esperados, bem comoos efeitos colaterais indesejados, visando deduzir as aes necessrias daem diante: seja a suspenso da poltica, seja sua modificao, seja manu-teno. Trata-se de uma fase de importante aprendizagem.

    Avaliao o tema do Curso 4!

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    Figura 7 Quadro terico-conceitual de indicadores no processo de for-mulao de polticas pblicas

    Gestor e gestora!

    Como vimos no Curso 1, a SAGI oferece uma srie de ferramentasde gesto da informao que podem ser usadas para acompanhar as fasesdo ciclo de polticas pblicas. Explore essas ferramentas para adequar o mo-

    nitoramento s suas necessidades e condies!

    +

    1. DIAGNSTICO DA REALIDADE:Indicadores-produto sobre diferentes aspectos sociais

    2. FORMULAO DE SOLUES:Indicadores-insumo referentes a recursos a empregar