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Utilização do método FMEA para avaliação do risco ambiental em indústria de piso e revestimento cerâmico Julho 2014 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014 Utilização do método FMEA para avaliação do risco ambiental em indústria de piso e revestimento cerâmico Grace Morais da Silva Ramos, [email protected] MBA em Gestão da Qualidade e Engenharia de Produção Instituto de Pós-Graduação IPOG Fortaleza 01 de Julho de 2013 Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar a utilização da ferramenta de FMEA (do inglês Failure Mode and Effect Analysis) na avaliação do impacto ambiental em indústria de piso e revestimento cerâmico, a aplicação desta metodologia que tem por objetivo reduzir a probabilidade de ocorrência de falhas de que este segmento industriário causa ao meio ambiente, aumentando a confiabilidade e analisando as causas potenciais. Apresenta-se o processo produtivo de piso e revestimento cerâmico utilizando a moagem de massa via seca evidenciando as suas etapas e os resíduos gerados. Desta forma avaliam-se os impactos ocorridos ao longo das etapas da cadeia produtiva desde extração da argila, até a área de classificação. Procurando obter assim um processo produtivo mais limpo e gerando ações que contribuam para o meio ambiente mais sustentável. Palavras Chaves: FMEA; Processo produtivo cerâmico; Meio ambiente 1. Introdução O Brasil é um dos principais produtores de pisos e revestimentos cerâmicos no mercado mundial, ocupando a segunda posição em produção e consumo, segundo dados da Associação Nacional dos fabricantes de cerâmica para revestimentos, louças sanitária e congêneres - Anfacer. Os dados coletados contemplam que em 2012, foram produzidos 865,9 milhões de metros quadrados, para uma capacidade instalada de 1.004 milhões de metros quadrados. As vendas totais atingiram 862,1 milhões de metros quadrados, sendo 803,3 milhões de metros quadrados vendidos no mercado interno e 58,8 milhões de metros quadrados exportados. Estas indústrias focam diariamente para fornecer produto de qualidade com a melhor relação custo benefício fugindo da concorrência desleal dos produtos exportados que na sua maioria não tem as despesas e encargos sociais que contém o Brasil para manter uma empresa com funcionários legalizados.

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Utilização do método FMEA para avaliação do risco ambiental em indústria de piso e revestimento cerâmico

Julho 2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014

Utilização do método FMEA para avaliação do risco ambiental em

indústria de piso e revestimento cerâmico

Grace Morais da Silva Ramos, [email protected]

MBA em Gestão da Qualidade e Engenharia de Produção

Instituto de Pós-Graduação – IPOG

Fortaleza – 01 de Julho de 2013

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar a utilização da ferramenta de FMEA (do inglês –

Failure Mode and Effect Analysis) na avaliação do impacto ambiental em indústria de piso e

revestimento cerâmico, a aplicação desta metodologia que tem por objetivo reduzir a

probabilidade de ocorrência de falhas de que este segmento industriário causa ao meio

ambiente, aumentando a confiabilidade e analisando as causas potenciais. Apresenta-se o

processo produtivo de piso e revestimento cerâmico utilizando a moagem de massa via seca

evidenciando as suas etapas e os resíduos gerados. Desta forma avaliam-se os impactos

ocorridos ao longo das etapas da cadeia produtiva desde extração da argila, até a área de

classificação. Procurando obter assim um processo produtivo mais limpo e gerando ações

que contribuam para o meio ambiente mais sustentável.

Palavras Chaves: FMEA; Processo produtivo cerâmico; Meio ambiente

1. Introdução

O Brasil é um dos principais produtores de pisos e revestimentos cerâmicos no mercado

mundial, ocupando a segunda posição em produção e consumo, segundo dados da Associação

Nacional dos fabricantes de cerâmica para revestimentos, louças sanitária e congêneres -

Anfacer. Os dados coletados contemplam que em 2012, foram produzidos 865,9 milhões de

metros quadrados, para uma capacidade instalada de 1.004 milhões de metros quadrados. As

vendas totais atingiram 862,1 milhões de metros quadrados, sendo 803,3 milhões de metros

quadrados vendidos no mercado interno e 58,8 milhões de metros quadrados exportados.

Estas indústrias focam diariamente para fornecer produto de qualidade com a melhor relação

custo benefício fugindo da concorrência desleal dos produtos exportados que na sua maioria

não tem as despesas e encargos sociais que contém o Brasil para manter uma empresa com

funcionários legalizados.

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Além da globalização, que força as empresas a serem cada vez mais dinâmicas, onde a cada

momento são forçadas a se atualizaram e investirem em tecnologia, tornando-as mais

competitivas diante de um mercado cada vez mais exigente. Temos a preocupação com o

meio ambiente que nos últimos anos tem sido relevante no desenvolvimento econômico do

país. As leis ambientais mais exigentes faz com o que as empresas procurem se alinhar com

as mesmas para que tenham sua credibilidade diante da população em alta. Porém, exige um

elevado investimento para o cumprimento desta legislação e nem todas as empresas querem

ou podem se adequar as mesmas.

Diante destas dificuldades, por muitas vezes acabam deixando em segundo plano os

impactos ambientais causados por suas atividades. Limitando-se apenas a atender às

legislações pertinentes. O fortalecimento da legislação ambiental é relevante para a

adequação ambiental destas empresas. Quando as empresas passam a avaliar seus

processos em relação aos riscos ambientais, certamente evitará problemas com os

órgãos fiscalizadores (ZAMBRANO; MARTINS, 2007).

O mundo hoje é voltado às questões ambientais e com isso temos um mercado consumidor

cada vez mais exigente e que focam em empresas que zelam por este item. Torna-se até uma

questão de marketing empresas que demonstram sua preocupação com o meio ambiente,

atendo a legislação ambiental vigente e valorizando este ponto em mídias sociais. Com isso a

globalização acaba forçando as empresas a reduzirem os impactos ambientais causados por

seus processos produtivos.

Neste contexto, a preocupação ambiental está se incorporando à cultura das

indústrias deixando de ser apenas uma consequência, passando a ser inserida no

planejamento do processo produtivo. Sendo parte de uma nova atitude de gestão,

dinâmica, competitiva e socialmente responsável (MELLO; PAWLOWKY, 2003).

Define-se aspecto ambiental como “[...] elemento de atividades, produtos ou

serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente [...]”, sendo

que “[...] um aspecto ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um

impacto ambiental significativo [...]”. Enquanto que impacto ambiental é “[...]

qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo

ou em parte, dos aspectos ambientais da organização [...]”. (ABNT 2004)

Baseado na ISO 14000, defini-se: “Um sistema de gestão ambiental, compreende a parte do

sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento,

responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, programar,

atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental”.

Com a finalidade de reduzir os impactos ambientais causados no processo produtivo de pisos

e revestimento cerâmicos utiliza-se a ferramenta do FMEA (do inglês, Failure Mode and

Effect Analysis). Identificando assim o impacto ambiental mais significativo em cada etapa

do processo. Diagnosticando o risco ambiental através de possíveis falhas ocorridas no

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processo produtivo, priorizando o tratamento destas falhas, bem como as ações tomadas para

erradicar ou pelo menos minimizar a mesma atacando desta maneira o impacto ambiental

causado.

2. A indústria cerâmica, suas etapas e os resíduos gerados

O processo produtivo de pisos e revestimentos cerâmicos são basicamente compostos de dois

processos: via seca e via úmida, neste artigo destaca-se o processo chamado via seca, onde a

argila extraída é seca ao natural (depende do sol), depois é processada e retirada o máximo de

umidade para a melhor conformação da peça posteriormente se transformando no produto

acabado.

Na indústria de piso e revestimento cerâmico é composta por várias etapas, que incluem desde

extração de argila até o estoque do produto acabado e em maior parte delas existem

consideráveis impactos ambientais.

Os resíduos sólidos mais comuns gerados no processo de piso e revestimento cerâmico é a

própria argila depois de seu beneficiamento já sinterizada ou contaminada com óleo ou graxa

provenientes da manutenção dos equipamentos, também papelão originados na sua maioria

das embalagens descartadas, fita de pet das amarrações das caixas, varredura, óleo usado

(queimado) dos equipamentos após manutenção, resíduo de esmalte de decoração da peça.

Por sua vez o efluente industrial gerado neste tipo de indústria é contaminado com esmaltes

base água (engobes e bases) que são gerados em lavagem de linha de esmaltação (decoração)

e de lavagem de moinhos dos esmaltes após a moagem das várias matérias-primas.

Os efluentes líquidos contendo materiais sólidos em suspenso, são gerados na

lavagem do piso da fabrica, abrangendo as linhas de produção, os

equipamentos de serigrafia, os moinhos de preparação de esmaltes e demais

equipamentos. Esse lodo, também denominado de "raspas" ou "lama", contém

metais tóxicos classificados como Classe I e Classe II, necessitando de uma

disposição controlada. A parte liquida pode ser reaproveitada nos processos de

lavagem da fábrica após tratamento químico (FERRARI et al., 2002).

Fazendo uma correlação entre a ferramenta FMEA e a ISO 14000, nota-se que a ferramenta

do FMEA pode ajudar a ação tomada ligando a um requisito da norma citada, por exemplo,

no requisito 4.3.1 – Aspectos ambientais: análise e priorização dos impactos ambientais

podem ser analisadas utilizando a ferramenta onde serão analisados os principais impactos

ambientais causados no processo produtivo, já no item 4.5.2 – Não conformidades e ações

preventivas e corretivas utiliza-se o FMEA, na maioria das vezes sendo uma ferramenta de

ação preventiva, utiliza-se para solucionar o problema de forma sistêmica identificando as

causas fundamentais agindo como ação corretiva.

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Conforme LOPES (200l), a indústria cerâmica utiliza certos materiais que,

através de seu processamento, provoca a emissão de fluoretos para a

atmosfera na forma gasosa ou como particulado. A emissão de fluoretos ocorre

durante a queima resultante da decomposição térmica das matérias-primas e pode

ser solucionado através do controle do processo e da instalação de filtros,

consistindo em medidas de fim de linha. A emissão desses gases causam

doenças respiratórias, corrosão de materiais, perda do brilho de vidros,

toxicidade para plantas com implicações na cadeia alimentar humana e chuvas

acidas (ALMEIDA et al, 2001).

Segundo a NBR 10004 (2004) os resíduos gerados são classificados conforme a

seguir:

Resíduos Classe I – Perigosos:

Aqueles que apresentam periculosidade ou apresentam inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade e patogenicidade ou constam nos anexos A (Resíduos perigosos de

fontes não específicas) e B ( Resíduos perigosos de fontes específicas);

Resíduos Classe II – Não perigosos;

a) Resíduos Classe II A – Não-inertes: aqueles que não se enquadram nas

classificações de resíduos Classe I – perigosos ou Classe II B – Inertes. Estes resíduos podem

ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;

b) Resíduos Classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de

forma representativa, segundo a norma NBR 10007 (Amostragem de resíduos sólidos), e

submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura

ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiveram nenhum de seus constituintes

solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se

aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G (padrões para ensaio de

solubilização).

Os resíduos sólidos da indústria são tratados conforme o PGRS – Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos, conforme legislação ambiental estadual vigente este plano é elaborado

quadrimestralmente e entregue na SEMACE (Superintência Estadual do Meio Ambiente do

Ceará). No PGRS consta como deve ser o manejo destes resíduos no âmbito do

estabelecimento, contemplando a segregação na origem, coleta, manipulação,

acondicionamento, armazenamento, transporte, minimização, reutilização, reciclagem,

tratamento e disposição final.

O processo produtivo cerâmico possui suas particularidades, e principalmente no tocante a

extração de argila tem um impacto ambiental significante, temos que especificamente a parte

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produtiva deste segmente é de muita severidade, a seguir segue explicações das etapas que

tem maior impacto ambiental do estudo em questão:

Extração de argila: a argila por sua vez é o sigilo industrial deste segmento, no caso da

empresa em questão é extraída a céu aberto (área de lavra), os impactos causados são quase na

sua totalidade irreversíveis, pois causa uma degradação muito grande da área requisitada para

esta finalidade;

Os impactos gerados pela mineração de argila pelo processo de lavra a céu aberto,

que é o mais comum, iniciam-se desde a abertura de acesso as obras provocadas

pelos caminhos e estradas, e através da instalação da infra-estrutura com a

terraplenagem/movimentação do solo, compactação do solo,

afugentamento/estresse da fauna, alteração da paisagem e risco de acidentes.

A etapa seguinte seria a remoção da cobertura vegetal e camada superficial do solo

gerando exposição e movimentação do solo, alteração da qualidade da água,

alteração da pedoforma e uso da terra. O desmonte mecânico irá causar

compactação do solo pelo tráfego de máquinas pesadas, intensificação dos

processos erosivos, poluição atmosférica e hídrica, e produção de estéril. O

afugentamento da fauna, alteração da paisagem e risco de acidentes, ocorrem em

todas as fases (DIAS, 1999).

Moagem: tem como objetivo a diminuição das partículas da argila e homogeneização das

mesmas, fazendo com que as partículas cheguem a granulação correta e com umidade

necessária para compactação da massa;

Prensagem: é a conformação da massa utilizando uma prensa hidráulica dando formação a

peça, com o objetivo de se obter uma massa com a densidade uniforme e dentro do molde;

Secagem: utilizando o secador, o processo de secagem fornece calor a peça cerâmica como

compensação ao resfriamento por evaporação e elimina o vapor de água formado. Com a

evaporação de água residual, verifica-se um aumento de resistência mecânica da peça

cerâmica;

Esmaltação: após a peça ter passado pelo processo de secagem, segue para a esmaltadeira

onde consiste nessa etapa, a aplicação do esmalte (engobe e base) sobre o revestimento

dentro dos padrões estabelecidos, geralmente aplicadas com telas serigráficas;

Queima: consiste na sinterização da placa cerâmica já decorada utilizando fornos de rolos

contínuos com a temperatura média de 1200ºC. No caso da empresa avaliada trata-se do

processo de monoqueima;

A função da queima é a sinterização das peças cerâmicas, a vitrificação dos

esmaltes e a estabilização das cores. A queima pode ocorrer em uma única etapa,

sendo chamada de monoqueima, ou se dividir em duas etapas, biqueima,

ocorrendo primeiro a sinterização das peças antes da decoração e ap6s esta etapa

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ocorre a segunda queima para cumprir seus objetivos, ou seja, a vitrificação dos

esmaltes e estabilização das cores (FERRARI, 2000).

Abaixo (figura 1), segue um fluxograma simples explicando as etapas do processo produtivo

cerâmico da extração até o estoque de produto acabado e as atividades exercidas em cada uma

delas:

Figura 1 - Fluxograma do processo produtivo cerâmico e a descrição de suas atividades

Na tabela abaixo, são mostrados as etapas do processo produtivo e os resíduos gerados pela

empresa avaliada:

Processo (Fonte Geradora) Tipo de resíduo gerado Descrição do resíduo e Origem

Jazida Sólido / Líquido Argila extraída junto com filito e

sílica / Óleo das máquinas

pesadas utilizadas na extração

Moagem de Argila Sólido / Líquido Argila moída contaminada por

óleo / Óleo usado originado na

manutenção de equipamentos /

Metal

Prensagem Sólido / Líquido Argila moída contaminada por

óleo / Óleo usado originado na

Extração

Extração, Britagem e Estoque de Argila

Moagem de Massa

Moagem da massa conforme granulometria e umidade padrão para compactação

Prensa

Prensagem da massa compactada dentro do molde

Secador

Retirada da umidade da peça crua prensada

Moagem de Esmalte

Moagem de várias matérias-primas (minerais, fritas, etc) em

moinhos de bola para fabricação do esmalte

Esmaltação

Decoração da peça com o esmalte moido aplicado por campana (engobe e base)

Forno

Sinterização da peça decorada, formando a fase vítrea e

estabilizando a peça

Escolha

Classificação do produto conforme sua avaliação visual

(tipo extra ou comercial) e embalagem

Expedição

Estoque do produto acabado, classificado, embalado e

paletizado para entrega aos clientes

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manutenção das prensas

Secagem Sólido / Gasoso Caco cru / Emissão gasosa

originado da queima do gás

natural após queima

Moagem de Esmalte/

Esmaltação

Sólido / Líquido Ráfia quem vem com matéria-

prima (bag e sacos) / Filme

strech / Palete de madeira /

Contêiner de papelão / Resíduo

de esmalte úmido (pastoso) vindo

da limpeza das valas de

escorrimento e vascas / Caco de

cerâmica crua / Efluente

proveniente da lavagem da linha

de esmaltação e moinhos

Queima Sólido / Gasoso Rolos refratários após

substituição / Emissão gasosa

originado da queima do gás

natural após combustão

Classificação Sólido Caixas de papelão / Fita pet /

Varredura de chão / Caco de

cerâmica queimada

Expedição Sólido Caixas de papelão / Fita pet /

Varredura de chão / Caco de

cerâmica queimada / Papel

Administrativo Sólido / Líquido Papel / Plástico / Efluente

sanitário

Refeitório Sólido / Líquido Material orgânico / Papel /

Plástico

Tabela 1 – Resíduos gerados na indústria de pisos e revestimentos cerâmicos

3. Objetivo

Este trabalho tem como objetivo avaliar os principais impactos ambientais causados pelo

processo produtivo de uma indústria de piso e revestimento cerâmico desde extração de argila

até o estoque do produto acabado utilizando a metodologia da FMEA e avaliando sua

aplicabilidade no tocante a certificação ambiental.

4. A ferramenta FMEA e sua metodologia

A FMEA é uma ferramenta da qualidade que não se resume apenas em um mero

preenchimento de formulário. Se usada de maneira racional pode atender perfeitamente

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alguns requisitos das normas e ajudar no processo de certificação ambiental se for de interesse

da empresa.

A elaboração de uma FMEA em equipe minimiza este efeito, pois possibilita uma visão mais

ampla das causas (histórico informal). No caso da empresa avaliada existem reuniões mensais

com o comitê de meio ambiente para avaliar o processo e andamento relacionados às questões

ambientais, bem como os pontos levantados relacionados aos resíduos gerados em cada etapa

do processo produtivo.

Assim, conclui-se que o FMEA consiste em identificar

as falhas prováveis em projetos ou processo, estabelecer as prioridades para o tratamento das

falhas e implementar as ações recomendadas. Posteriormente, deve-se analisar se as ações

recomendadas diminuíram a probabilidade de ocorrência ou da falha, ou seja, este

procedimento é contínuo, pois algumas ações minimizam os impactos temporariamente e

depois podem ser esquecidas. Daí uma questão importante que a empresa implantou foi a

troca dos membros da equipe e suas áreas de atuação, fazendo assim que todas as ações sejam

fiscalizadas. Desta forma, a constante aplicação do FMEA resultará na melhoria contínua da

organização.

A FMEA teve origem nos Estados Unidos, em 1949, sendo usado como um padrão para as

operações militares. Esta norma era utilizada como uma técnica de avaliação da

confiabilidade para determinar os efeitos nos sistemas e falhas em equipamentos. Mas, em

1960, a NASA, agência aérea americana, passou a utilizar o FMEA no projeto Apollo,

desenvolvendo uma metodologia que identificasse de forma sistemática, falhas potenciais em

processos pela definição de suas causas e efeitos e, a partir disso, definir ações para reduzir ou

eliminar o risco associado a essas falhas. No início dos anos 70, alguns profissionais passaram

a publicar procedimentos de aplicação do FMEA. Na década de 80, a Ford Motor Company

passou a aplicar o FMEA na indústria automotiva. Posteriormente, junto com outras

montadoras como General Motors Corporation e Chrysler Corporation criaram a norma QS –

9000, que buscava harmonizar em um único sistema os requisitos da qualidade a serem

aplicados na cadeia de fornecedores, utilizando o FMEA (AGUIAR; MELLO, 2008).

A metodologia FMEA é importante porque pode proporcionar para a empresa:

• uma forma sistemática de se catalogar informações sobre as falhas dos produtos / processos;

• melhor conhecimento dos problemas nos produtos/processos;

• ações de melhoria no projeto do produto/processo, baseado em dados e devidamente

monitoradas (melhoria contínua);

• diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de falhas;

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• o benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de falhas, a atitude

de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com a satisfação dos clientes;

Abaixo (figura 2) tem um modelo básico de fluxograma de FMEA, onde se aplica ações

básicas nas reuniões de grupo:

Figura 2 – Fluxograma para implantação do FMEA

Segundo Zambrano e Martins (2007), algumas definições são relevantes para o

preenchimento da tabela do FMEA, como:

Descrição das saídas – função: foram descritas as saídas e a sua função durante o processo

produtivo. No caso em estudo será utilizada a etapa do processo produtivo;

Tipo de impacto ambiental - os impactos ambientais que ocorrem cotidianamente na empresa

foram classificados como “real” (R), por outro lado, os impactos que possam vir a ocorrer

foram classificados como “potencial” (P);

Efeito do impacto ambiental – são os meios envolvidos com os impactos ambientais foram

água, o solo e o ar;

Causa do impacto ambiental - é o descarte incorreto dos resíduos e efluentes industriais;

Controles atuais - são as atitudes que a empresa analisada adota para impedir que ocorra o

impacto ambiental são os “controles atuais”. Quando a empresa não adota nenhuma atitude

para mitigar o impacto, esta coluna fica em branco;

Definir os grupos

Analisar a etapa do processo e a falha ocorrida ou a falha

potencial

Avaliar a gravidade da falha

Avaliar a ocorrência e a probabilidade da

falha ocorrer

Detectar a falha real ou potencial dentro

do processo Avaliar o risco

Implantar a melhoria e verificar

a sua eficácia

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As colunas SODAR, representam, respectivamente, “severidade”, “ocorrência”, “detecção”,

“abrangência do impacto” e o “risco ambiental”;

Controles ambientais – ações recomendadas são as ações que a empresa deveria adotar para

mitigar os impactos ambientais. Quando os controles atuais forem julgados como eficazes

para mitigar os impactos, não será recomendada nenhuma ação.

Para uma melhor avaliação e entendimento dos impactos ambientais causados no segmento de

indústria citado neste artigo, precisa-se assimilar a entrada e saída do processo e

principalmente a classificação dos riscos ambientais causados, seus impactos e danos

causados ao meio ambiente e depois verificar o preenchimento do formulário de FMEA e

posteriormente avaliar e priorizar as causas a serem atacadas, pois por se tratar de uma

empresa privada deve ser levada em conta a que os investimentos não são de, todavia os mais

prioritários.

Severidade do impacto ambiental Classificação

Alta Produtos muito danosos ao meio ambiente, que apresentam as

características: corrosividade, reatividade, explosividade, toxicidade,

inflamabilidade e patogenicidade

3

Moderada Produtos danosos ao meio ambiente, que possuem longo tempo de

decomposição, por exemplo: metais, vidros e plásticos. Também é

considerada a utilização de recursos naturais

2

Baixa Produtos pouco danosos ao meio ambiente que possuem curto tempo

de decomposição como papelão e tecidos. 1

Fonte: Zambrano e Martins (2007)

Tabela 2 – Classificação de severidade do impacto ambiental

Ocorrência do impacto ambiental Classificação

Alta O impacto ocorre diariamente

3

Moderada O impacto ocorre mensalmente

2

Baixa O impacto ocorre semestralmente ou anualmente 1

Fonte: Zambrano e Martins (2007)

Tabela 3 – Classificações de ocorrência de impactos ambientais reais

Abrangência do impacto ambiental Classificação

Alta O impacto ocorre fora dos limites da organização 3

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Moderada O impacto ocorre dentro dos limites da organização

2

Baixa O impacto ocorre no local onde está sendo realizada a operação 1

Fonte: Zambrano e Martins (2007)

Tabela 4 – Classificações de abrangência de impactos ambientais

No caso da empresa avaliada a forma de detectação do impacto ambiental será classificada

como 2 (média) para os processos de moagem, prensagem, secagem e queima, devido a

utilização de medidores de energia elétrica e o medidor de consumo de gás natural. Será

classificada como 1 (alta) para as atividades de extração de argila, esmaltação, classificação e

expedição, pois os danos são visíveis a olho nu, salienta-se que somente será avaliado as

etapas diretamente ligadas ao processo produtivo.

4.1. Aplicação da FMEA na indústria de piso e revestimento cerâmico

A indústria cerâmica deste estudo de caso situa-se no distrito industrial de Maracanaú,

município de Fortaleza, é a única neste segmento no Nordeste, tem uma capacidade produtiva

média mensal de 1.700.000 m² de piso e revestimento cerâmico. Diferente das indústrias deste

mesmo segmento nas regiões do Sul e Sudeste do país a Jazida para extração de argila é de

sua responsabilidade, ou seja, não terceiriza este tipo de atividade, daí a necessidade fica um

pouco mais crítica em relação aos cuidados e preservação com o meio ambiente, pois como se

citam os ceramistas mais antigos a argila é a essência da cerâmica.

Tudo se inicia com o estudo de sondagem da área a ser requerida, posteriormente a análise

deste ensaio a indústria faz o requerimento da área de lavra para extração da argila, com isto

corre uma grande degradação ambiental, pois há a vegetação nativa é arranca, atingindo assim

a fauna e a flora de origem, para amenizar esta situação é feito o PRAD (Plano de recuperação

de área degradada) conforme solicitação da legislação federal vigente (IBAMA).

Os impactos ambientais analisados nessa indústria serão baseados nas etapas dos processos

produtivos, uma vez que os mesmos são os mais relevantes nesta questão. Na tabela abaixo

mostra a planilha do FMEA utilizada nas reuniões do comitê de gestão ambiental:

Atividade

Tipo

Efeito do

impacto

ambiental

Causa do

impacto

ambiental

Controles

Atuais S O D A R

Controles

ambientais-ações

recomendadas

Extração

de

argila

R Utilização dos

recursos

naturais/

Contamin

ação do

solo, água

Degradação

da área

lavrada/

Fragiliz

ação do

ecossist

Conforme

legislação

vigente

2 3 1 1 6

Recuperação da área

degradada

(PRAD)/

Doação do

material extraído

para pedreiras

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Utilização do método FMEA para avaliação do risco ambiental em indústria de piso e revestimento cerâmico

Julho 2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014

e ar ema

Moagem R Geração de

particulad

os e

resíduos/

Utilização

de

água/Cons

umo de

energia

elétrica

Redução da

capacidade

dos recursos

naturais/Co

ntaminação

do ar e solo

Doação de

material de

rejeito para

aterro

2 3 2 2 24

Monitoramento das

emissões

gasosas e análise

de parte do

rejeito para ser

reaproveitado no

processo

produtivo/Utiliza

ção da água da

ETE

Prensagem

R Geração de

partículas

em

suspensão

/Geração

de

resíduos e

utilização

de energia

elétrica

Alteração

da

qualidad

e do

ar/Conta

minação

do

solo/Re

dução

da

capacid

ade dos

recursos

naturais

Recuperação

do resíduo

sem

contamina

ção de

óleo

processo

produtivo/

Venda do

óleo usado

para

empresa

recicladora

2 3 2 2 24

Monitoramento das

partículas em

suspensão e

utilização do

tempo máximo

do óleo utilizado

nas prensas

Secagem R Geração de

partículas

em

suspensão

e gases

em

exaustão

Alteração

da

qualidad

e do ar/

Reduçã

o da

capacid

ade dos

recursos

naturais

Monitorament

o da

emissão

gasosa

2 3 2 2 24

Reutilização do ar

quente que sai

do forno,

reduzindo desta

forma o

consumo de gás

natural utilizado

no processo

Esmaltaçã

o

R Utilização dos

recursos

naturais

(hídricos e

minerais)

Geração de

efluente

liquido/

Grande

quantida

de de

água

utilizada

Estação de

Tratament

o de

Efluente

Industrial

(ETEI)

3 3 1 3 27

Monitoramento dos

efluentes

líquidos

descartados no

meio

ambiente/Monito

ramento da

qualidade da

água tratada

Queima R Utilização dos

recursos

naturais/

emissão

de gases

tóxicos

Emissão

de gases

Alteração

da

qualidad

e do ar/

Aument

o da

tempera

tura do

Monitorament

o da

qualidade

do

ar/Monitor

amento do

calor

dentro da

2 3 2 2 24

Recuperação de ar

quente que sai

do forno

transferindo para

o secador

reduzindo o

consumo de gás

natural/Instalaçã

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em

exaustão

ambient

e/

fábrica

o de exaustores

Classificaç

ão

R Utilização dos

recursos

naturais/

Contamin

ação do

solo

Descarte de

resíduos

sólidos

como

papelão

e fita

pet/

Caco

queimad

o

1 3 1 2 6

Gerenciamento dos

resíduos sólidos

(PGRS)/

Reaproveitament

o do cão

queimado no

processo

produtivo

Fonte: Adaptado de Zambrano e Martins (2007)

Tabela 5 – Formulário de FMEA adaptado utilizado na indústria de piso e revestimento cerâmico

Observa-se que na maioria das etapas no tocante ao efeito do impacto ambiental cita-se a

utilização dos recursos naturais, seja ele, através do consumo de energia elétrica, uma vez que

todos os equipamentos tem a necessidade deste recurso para funcionar, onde se torna

redundante ser citado acima. Outro recurso natural utilizado é o gás natural, que é o

combustível do secador (secagem) e do forno (queima), é primordial para a sinterização da

placa cerâmica.

Ressalta-se a importância da reutilização do efluente tratado na moagem de massa, onde

necessita de água para molhar a massa para a mesma atingir a granulometria padrão,

atualmente está sendo feito um estudo para se reaproveitar pelo menos 20% desta água

tratada, uma vez que precisa ser feito um investimento para levar esta água da ETE até a

moagem. Por outro lado o lodo produzido na ETE, chamado de borra após a secagem é

utilizado em um percentual menor que 1% junto à argila que será beneficiada e retorna ao

processo, este reaproveitamento foi possível após estudos com laboratórios externos.

Outro ponto que vale salientar de muita relevância para mitigar o impacto ambiental foi o

reaproveitamento do ar quente que sai do forno na exaustão e antes era jogado para a natureza

hoje 90% dele é aproveitado no secador, reduzindo assim o consumo de gás natural reduzindo

o impacto ambiental e o custo para a empresa.

5. Conclusão

Diante dos impactos ambientais avaliados no segmento industrial de piso de revestimento

cerâmico é possível concluir que as empresas que já fazem uso desta ferramenta e tem um

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Utilização do método FMEA para avaliação do risco ambiental em indústria de piso e revestimento cerâmico

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sistema de gestão da qualidade ativo e eficaz, como é o caso da empresa analisada, torna-se

fácil à certificação da ISO 14000.

A empresa em questão já atende grande parte da legislação vigente tanto no nível estadual

como federal, porém a decisão precisa vir da alta direção uma vez que precisa posicionar o

olhar e ao invés de analisar como custo ver como investimento. Por sua vez no mercado atual,

o cliente deste tipo de produto não se prende ainda a este tipo de certificação, uma vez que a

indústria analisada atende clientes das classes baixas e médias e no momento este segmento

está mais interessado em ter um produto a baixo custo e com qualidade.

Por sua vez o FMEA é um método de fácil aplicação, eficaz, que induz a interação entre os

funcionários buscando a melhoria contínua, assim avaliando os impactos ambientais mais

significativos, fazendo com que a equipe formada analise e questione o processo utilizado,

além de propor soluções para a implantação de ações corretivas e preventivas.

6. Referências

ZAMBRANO, T.F. M.M.F. Utilização do método FMEA para avaliação do risco ambiental. Gestão e

Produção, São Carlos, v14, n.2, p 295 – 309. Maio/2007.

ABNT. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro:

ABNT, 2004.

COIMBRA, M.M. Aplicação da análise de modo e efeitos de falha potencial (FMEA) para avaliação de

significância de aspectos e impactos ambientais da indústria cerâmica. Disponível em:

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000295537&fd=y. Acesso em: 22 de Maio de

2013.

COSTA, M.A. Gestão do processo de desenvolvimento de produtos em empresas produtoras de placas

cerâmicas para revestimento do polo de Santa Gertrudes – SP. Disponível em:

http://www.gepeq.dep.ufscar.br/arquivos/artigo_05_029.pdf . Acesso em 4 de Maio de 2013.

HELMAN, H.; ANDERY, P. R. P. Análise de falhas (aplicação dos métodos de FMEA e FTA). Belo

Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1995. 174 p.

ANFACER - Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica. Informações Técnicas. Disponível em:

<http://www.anfacer.com.br>. Acesso em: 01 de Julho de 2013.

ANDRADE, M.R. Uma metodologia de análise dos aspectos e impactos ambientais através da utilização do

FMEA. Disponível em:

http://www.iem.unifei.edu.br/turrioni/congressos/ENEGEP/2000/UMA_METODOLOGIA_DE_ANALISE.pdf .

Acesso em 9 de Julho de 2013.