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Univ e r s idad e E s tadual d e Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NA PERCEPÇÃO DE DOR NA COLUNA DE MULHERES IDOSAS Discente: Jéssica Natália Ferraz Orientadora: Juliana Bayeux Dascal LONDRINA ± PARANÁ 2012

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Page 1: Universidade - UEL Portal · selecionadas 24 mulheres acima de 60 anos, divididas em grupo controle e experimental. As idosas do grupo controle não praticam nenhum tipo de atividade

Universidade Estadual de Londrina

CENTRO  DE  EDUCAÇÃO  FÍSICA  E  ESPORTE  CURSO  

DE  BACHARELADO  EM  EDUCAÇÃO  FÍSICA  

TRABALHO  DE  CONCLUSÃO  DE  CURSO                  

INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NA PERCEPÇÃO DE DOR NA COLUNA DE

MULHERES IDOSAS

Discente: Jéssica Natália Ferraz

Orientadora: Juliana Bayeux Dascal

LONDRINA PARANÁ

2012

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JÉSSICA NATÁLIA FERRAZ

INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NA PERCEPÇÃO DE DOR NA COLUNA DE

MULHERES IDOSAS Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

 

 

 

COMISSÃO EXAMINADORA

   

 

 

Londrina, 11 de outubro de 2012

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 8

2 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 10

3 OBJETIVO.................................................................................................... 11

4 HIPÓTESE...............................................................................................12

5 REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................... 13

5.1 Aspectos gerais da coluna.......................................................................... 13

5.2 Postura do idoso......................................................................................... 15

5.3 Exercício Físico............................................................................ ............. 16

5.4 Dor na coluna..................................................................................... 18

6 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 19

6.1 Amostra...................................................................................................... 19

6.2 Instrumentos............................................................................. ................. 19

6.3 Procedimentos experimentais.................................................................... 20

6.4 Análises estatística.................................................................................... 20

7 RESULTADOS.......................................................................................... 21

8 DISCUSSÃO......................................................................................... ... 29

9 CONCLUSÃO............................................................................................. 30

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 31

ANEXOS..................................................................................................... 34

Anexo 1 - Termo de Consetimento................................................................. 35

Anexo 2 - Índice de Oswestry.......................................................................... 37

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado à Deus, por me dar forças sempre...

E aos meus pais, que me deram todo o apoio...

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pois através Dele, do seu amor

incondicional, consegui concluir mais uma etapa em minha vida.

A minha querida família, por todo apoio e amor, que me motivaram para

chegar até aqui, e me auxiliaram em todos os momentos de dificuldades.

A minhaorientadora Professora Doutora Juliana Bayeux Dascal, que me

auxiliou durante todo esse trabalho.

A todos os professores, que de alguma forma contribuíram para o meu

sucesso.

Muito obrigada!

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FERRAZ, Jéssica Natália. Influência do exercício físico na percepção de dor na coluna de mulheres idosas. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2012.

RESUMO O envelhecimento é um processo complexo, que pode ser resumidamente definido como o aumento da vulnerabilidade a diversas doenças. Com o processo de envelhecimento o individuo perde massa muscular, e acontece encurtamento da mesma, um dos principais fatores relacionados aos desvios posturais. As más condições posturais levam os idosos a terem dor na região da coluna, prejudicando a sua independência e diminuindo sua qualidade de vida. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi investigar a influência do exercício físico sobre a percepção de dor na coluna de mulheres idosas. Foram selecionadas 24 mulheres acima de 60 anos, divididas em grupo controle e experimental. As idosas do grupo controle não praticam nenhum tipo de atividade física e as idosas do grupo experimental praticam musculação. Para a verificação das características relacionadas à melhora ou não das condições posturais devido ao tipo de prática, as idosas responderam ao Indice de Oswestry. Os dados foram analisados através do software SPSS, pelo teste para amostras independentes U de Mann Whitney, com um nível de significância de p<0,05. Os resultados apontam que há uma relação entre o exercício físico e melhores condições posturais de mulheres idosas, onde as idosas fisicamente ativas apresentaram resultados melhores quando comparadas às sedentárias.

Palavras-chave: Postura; dor; envelhecimento; exercício físico

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ABSTRACT The agingis a complexprocess, whichcanbebrieflydefined as

increasedsusceptibilitytovariousdiseases. Withtheagingprocessthe individual

losesmusclemass, andshortening it happens, oneofthemainfactorsrelatedto

postural deviations. The poor postural lead seniorstohavepain in thespine,

impairingtheirindependenceanddecreasingtheirqualityoflife. Therefore,

theobjectiveofthisstudyistoinvestigatetheinfluenceofphysicalexerciseonpainperc

eption in olderwomencolumn. Weselected 24 women over 60 years,

dividedintocontroland experimental. The

elderlycontrolgroupnotpracticeanyphysicalactivityandolderwomen in the

experimental grouppracticebodybuilding. For

verificationofcharacteristicsrelatedtoimprovementornotpostureconditionsduetoth

etypeofpractice, theelderlyrespondedtoOswestry Index. Data

wereanalyzedusing SPSS software, thetest for independentsamples, Mann Whitney U, with a significancelevelof p <0.05. The results show

thatphysicalexerciseiseffective in postural conditionsofelderlywomen,

wheretheactiveelderlywomenshowedbetterresultswhencomparedtosedentaryind

ividuals. Key Words: Posture; pain; aging;exercise

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1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o crescimento da população idosa vem acontecendo de forma

acelerada. Estatísticas comprovam que a faixa etária que mais cresce é a acima de

60 anos; no Brasil a proporção de idosos passará de 8,6% em 2000 para quase 15%

em 2020. Esse crescimento se deve ao aumento considerável da expectativa de

vida (PAVARINI, 2005).

O envelhecimento é um processo complexo, que pode ser resumidamente

definido como o aumento da vulnerabilidade a diversas doenças, a partir de uma

faixa etária de 60 anos, comprometendo a saúde e a qualidade de vida dos idosos

(FARINATTI, 2002).

O processo de envelhecimento acarreta em diminuição de massa muscular,

da densidade óssea, enrijecimento das grandes artérias, maior espessura das

pequenas artérias, aumento da pressão arterial em repouso e durante o exercício

(POLITO, 2010). A perda de massa muscular e o encurtamento da mesma,

juntamente com a diminuição da densidade óssea são os principais fatores que

acarretam os desvios posturais.

Porém, esses desvios são resultados também, de uma vida toda com

comportamentos que comprometem a postura. A coluna é identificada como uma

região comum de dor também em pessoas mais jovens (PACCINI et al, 2007).

Entretanto, devido ao envelhecimento, e as demais patologias que o processo de

envelhecimento pode acarretar devido ao estilo de vida vivenciado ao longo dos

anos, essas dores e desvios posturais são acentuados, comprometendo a saúde e

qualidade de vida do idoso.

O principal problema que as más condições posturais podem trazer é o

desequilíbrio. Com o processo de envelhecimento o equilíbrio também sofre um

declínio natural, e se torna um dos fatores responsáveis pelas quedas, prejudicando

a independência do idoso (OLIVEIRA et al, 2001). Cerca de 30% dos idosos caem,

ao menos, uma vez ao ano no Brasil (PEREIRA et al, 2002). Essas quedas trazem

diversos problemas aos idosos, como depressão por se sentirem culpados, perda de

capacidades funcionais, sensação de inatividade por medo de andar; podendo

inclusive acarretar a morte desses idosos.

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O alinhamento postural é de extrema importância para a mobilidade e

funcionalidade aceitável dos idosos, melhorando suas capacidades de realizar

atividades da vida diária sem ajuda de outros, evitando dores na coluna, e assim

tendo uma melhor qualidade de vida.

De acordo com Polito (2010), o exercício físico proporciona benefícios claros

para a manutenção ou aumento da qualidade de vida na pessoa que está

envelhecendo, além de se mostrar como uma maneira eficiente para a prevenção de

quedas nos idosos.

Segundo Gasparotto et al (2012), o alinhamento da postura corporal contribui

para a dinâmica articular do corpo. A simetria das estruturas esqueléticas,

equilibradas pela estabilidade muscular, proporciona movimentos amplos que

respeitam os limites individuais e, no individuo idoso, contribuem para facilitar a

independência em seus afazeres diários.

Os hábitos posturais de toda a vida afetam a postura no envelhecimento,

assim como a maneira com que os idosos executam as atividades da vida diária;

além disso, movimentos repetidos também podem influenciar na má postura.

Portanto, se torna indispensável praticar exercícios com o intuito de promover um

melhor alinhamento postural, não só durante o processo de envelhecimento, mas

durante todo o processo de desenvolvimento humano.

Através da melhoria do alinhamento postural e do fortalecimento muscular, o

indivíduo aprende a diminuir o risco de fraturas e quedas, um dos maiores

problemas físicos do idoso (SOARES, 2002). O mau alinhamento postural durante a

velhice pode causar também dores agudas, desconfortos e até mesmo dor

incapacitante. Com a diminuição desses riscos, o idoso poderá levar uma vida mais

independente, melhorando também sua qualidade de vida.

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2. JUSTIFICATIVA

Tendo em vista que o envelhecimento, dependendo do estilo de vida adotado,

pode provocar diversos problemas de saúde, dentre as quais os problemas

posturais, e que os mesmos prejudicam o equilíbrio, a locomoção e até mesmo

impedem a realização de atividades da vida diária, aumentando os riscos de quedas

para os idosos, e diminuindo a qualidade de vida devido à dor causada por esses

desvios se faz necessário encontrar uma possível solução para esses desvios

posturais. Dentre as diversas possibilidades de minimizar desvios posturais, uma

delas é a prática regular de exercícios físicos, pois além de retardar o processo de

envelhecimento, pode minimizar desvios posturais comuns em idosos, evitando

assim a dor na coluna. Portanto, através deste estudo investigamos a relação do

exercício físico com a percepção de dor na coluna de mulheres idosas.

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3. OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi investigar a relação da prática de exercícios físicos

com a percepção de dor na coluna em mulheres idosas.

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4. HIPÓTESE

Com esse estudo, esperamos que as idosas ativas apresentem menor nível

de dor na coluna em relação às idosas sedentárias, principalmente nas questões

relacionadas com o tipo de atividade praticada, mais especificamente, a

musculação.

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5. REVISÃO DA LITERATURA

5.1 Aspectos gerais da coluna

Segundo Martelli e Traebert (2004), as alterações posturais relacionadas ao

alinhamento postural inadequado são distúrbios anátomo-fisiológicos que se

manifestam geralmente na fase da adolescência e pré-adolescência. Durante este

período, ocorre o estirão de crescimento, no qual acontece o rápido crescimento dos

ossos; entretanto os músculos e tendões não acompanham esse crescimento,

ocasionando desequilíbrios posturais que podem causar a má postura. Em

contrapartida, a postura sofre transformações na busca de um equilíbrio proporcional

às mudanças do corpo. Portanto, a postura adequada na infância, ou a correção de

desvios ainda na infância, permitirá que o indivíduo tenha uma postura correta

quando adulto, já que esse período tem grande importância para o desenvolvimento

músculo-esquelético do indivíduo, com maiores chances de prevenção e tratamento

de patologias na coluna.

A má postura é considerada um dos principais fatores de condição

incapacitante e de dores dos indivíduos, já que é a postura que sustenta todo o

tronco e mantém a posição ereta, que é a posição utilizada para realizar a maioria

das atividades da vida diária.

Kussuki et al. (2007) cita que a boa postura é o estado de equilíbrio muscular

e esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou

deformidade progressiva independente da atitude (ereta, deitada, agachada ou

encurvada) nas quais essas estruturas estão trabalhando ou repousando. Sob tais

condições, os músculos funcionam mais eficientemente e posições ideais são

proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais. Logo, a má postura é o

aumento da tensão sobre as estruturas de suporte devido a uma relação defeituosa

entre várias partes do corpo, fazendo com que o individuo fique com um equilíbrio

deficiente.

A postura pode ser descrita como o alinhamento de várias partes do corpo,

uma em relação à outra, em um determinado momento (SPIRDUSO, 2005). Além

disso, o sistema nervoso central tem papel importante para o alinhamento postural,

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já que integra vários sistemas reflexivos que mantém a postura para ficar em pé e

também para se locomover.

Para o alinhamento postural padrão, a coluna apresenta curvaturas normais e

os ossos dos membros inferiores ficam em alinhamento ideal para a sustentação do

peso. A posição neutra da pelve conduz ao bom alinhamento do abdome, do tronco

e dos membros inferiores. O tórax e a coluna superior se posicionam de forma que a

função ideal dos órgãos respiratórios seja favorecida. A cabeça fica ereta, bem

equilibrada, minimizando a sobrecarga sobre a musculatura cervical (SANTOS et al ,

2009).

Musculatura  cervical    Coluna  superior   Tórax  

       

Pelve          

Membros  inferiores                                  

Figura 1 Alinhamento postural padrão.

(Rossi et al, 2011)

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15   5.2 Postura do idoso

A postura do corpo pode se modificar ao longo dos anos, sendo afetada, entre

outros fatores, pelos hábitos posturais (GASPAROTTO et al, 2012). Com o

envelhecimento, e principalmente com a inatividade, a perda de massa muscular

também ajudará a reduzir a capacidade de sustentação corporal, pela acentuação

das curvas posturais.

Com o envelhecimento, o idoso começa a ter uma vida menos ativa, com isso

ele pode vir a ser obeso, perder massa óssea e segundo Gasparotto et al. (2012),

esses fatores podem intensificar a reordenação postural, causada pela falta de

sustentação muscular e pela ação da gravidade. Porém, a falta de sustentação

muscular também pode atingir outras articulações, que assim como os desvios

posturais contribuem para o risco de quedas por desequilíbrios.

Com o envelhecimento, os discos intervertebrais se tornam progressivamente

mais chatos e menos resilientes, e a osteoporose faz com que os ossos fiquem mais

porosos. O resultado é um acunhamento gradual das vértebras torácicas inferiores,

o que resulta em um desalinhamento compensatório das vértebras torácicas

superiores e cervical inferior, conhecido como corcunda de viúva (SPIRDUSO,

2005).

Esse desvio postural faz com que os idosos se esforcem mais para realizar

algumas atividades comuns, como caminhar e subir escadas, causando dor, e por

consequência dessa dor os idosos se movem menos, passando mais tempo

sentados, debilitando ainda mais a postura, e aumentando as dores na coluna (

SPIRDUSO, 2005).

Além dos aspectos previamente mencionados, a má postura pode também

causar diferença no comprimento das pernas, o que pode influenciar no caminhar,

ou até mesmo na condição de ficar em pé dos idosos, causando um desequilíbrio

ainda maior, e consequentemente aumentando os riscos de quedas.

A força de membros inferiores é muito importante para manter o equilíbrio

dinâmico, o qual esta relacionado com a marcha, e também auxilia na prevenção de

quedas. Com a musculatura mais fraca, o idoso necessita recrutar um maior número

de grupamentos musculares, para evitar desequilíbrios. A consequência da

diminuição da força dos músculos de membros inferiores que sustentam todo o

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corpo, portanto, está associada a uma maior incidência de quedas, a qual segundo

Spirduso (2005), pode também gerar menor velocidade da marcha.

Spirduso (2005) cita também que as pessoas que apresentam maiores

desvios posturais são também as que mais sofrem quedas, devido à perda do

equilíbrio que esses desvios ocasionam.

Porém, esses desvios posturais podem ser melhorados através da prática de

exercícios físicos, evitando assim, que os idosos portadores desses desvios venham

a sofrer quedas. 5.3 Exercício Físico

Atualmente, com as comodidades e a falta de tempo, as pessoas tendem

cada vez mais a serem sedentárias. O sedentarismo, associado a uma alimentação

inadequada pode trazer problemas em diversas funções do organismo.

Apesar disso, muitas pessoas têm consciência de que o exercício físico é

uma das principais estratégias para melhorar sua saúde e qualidade de vida.

Segundo Polito (2010), o aumento da qualidade de vida pode ser percebido,

por exemplo, pelo aumento do condicionamento físico, possibilitando executar

esforços que não eram conseguidos ou eram realizados com dificuldade.

O processo de envelhecimento, na ausência de um estilo de vida ativo, vem

acompanhado de diversas doenças, que resultam em uma menor capacidade física,

levando essas pessoas a se tornarem ainda mais sedentárias. Nesse sentido, o

exercício físico contribui de forma significativa para o aumento da qualidade de vida

e prevenção de doenças em idosos.

Fiatarone et al. (1990), realizou um estudo com idosas frágeis, as quais

realizaram exercícios de força e concluíram que as idosas obtiveram grandes

melhoras físicas e motoras. Dentre essas melhoras, houve um aumento de quase

50% na velocidade de deslocamento, ganho de massa livre de gordura e massa

muscular associadas a um ganho de força muscular e área muscular dos membros

inferiores, com aumento de 9%. Tais benefícios, de acordo com as autoras, ajudam

a manter a posição ereta, evitando desequilíbrios, beneficiando também o andar das

idosas, e consequentemente refletindo em uma melhor postura.

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Outro tipo de exercício, o aeróbico, pode também trazer benefícios durante o

envelhecimento, pela diminuição do risco de doenças cardiovasculares. Entretanto,

sua aplicabilidade para a melhora das atividades diárias é relativamente pequena e,

em se tratando de aumento da densidade mineral óssea, somente será benéfico se

houver impacto (POLITO, 2010).

No que se refere à flexibilidade, o treinamento desta capacidade possui

grande importância para a manutenção e melhora da autonomia do idoso,

possibilitando uma maior amplitude de movimento (POLITO, 2010). Pesquisas

apontam que existe uma relação direta entre envelhecimento e diminuição da

flexibilidade, sendo que a perda da flexibilidade com o aumento da idade pode

elevar as chances de queda.

Assim, diversos tipos de exercícios poderão contribuir de maneira significativa

na qualidade de vida dos idosos, alguns mais, outros menos, porém todos são de

extrema importância, e portanto, indispensáveis no dia a dia dos idosos, para

desacelerar o processo de envelhecimento.

Os exercícios aeróbios têm importante participação para desacelerar o

processo de envelhecimento, melhorando a capacidade cardiovascular dos idosos,

já os exercícios de força contribuem para o aumento de massa muscular, e os

exercícios de flexibilidade evitam o encurtamento dos músculos e melhoram a

postura dos indivíduos, tendo participação importante para a minimização dos

desvios posturais. Portanto, esses exercícios, se executados de maneira correta

resultarão em uma melhor postura, pelo aumento da massa muscular, aumento na

densidade óssea e fortalecimento de músculos dando uma melhor sustentação da

coluna para o indivíduo.

O processo de envelhecimento não pode ser evitado, porém, pode ser

minimizado com a prática de atividade física. Com isso, podemos conscientizar os

idosos sobre os benefícios que esses exercícios podem trazer para a saúde e

qualidade de vida dos mesmos, evitando algumas patologias, entre elas o desvio

postural.

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5.4 Dor na coluna

A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional

desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos (DELLAROZA,

2008).

Chung (1996) cita que cerca de 80 a cada 100 idosos possuem enfermidades

na coluna vertebral; e dentre os principais fatores que acarretam as lesões na coluna

acompanhadas por dores, destacam-se os movimentos repetitivos, levantamento de

pesos e posição sentada por tempo prolongado.

Associado aos problemas posturais, podemos encontrar a depressão e a

ansiedade, que podem prolongar o quadro doloroso, gerando angústia, incapacidade

e insatifasção na vida social (CARAVIELLO, 2005).

A inatividade física está relacionada direta ou indiretamente com dores na

coluna; entretanto, um programa de exercícios físicos pode contribuir para tolerar

melhor o estresse postural e proteger de alguns perigos, como os desvios posturais

(TOSCANO, 2001).

Toscano (2001) evidencia que grupos ativos tem menor probabilidade de

sofrer dor na região da coluna, porém alguns cuidados devem ser tomados com o

tipo de exercício, nível de atividade, carga de trabalho, postura corporal na infância e

adolescência para proteger a coluna.

Um importante fator de proteção à coluna são os exercícios resistidos

associados a alongamentos específicos. Tendo em vista que no estudo realizado por

Toscano (2001) a maioria dos indivíduos com queixas de dores reavaliados 90 dias

depois da prática de exercícios resistidos seguidos por alongamentos dificilmente

demonstram as inquietações anteriores relativas à coluna.

Quando aplicado aos idosos, esses exercícios auxiliam na prevenção do

encurtamento dos músculos estabilizadores da coluna, fortalecendo os mesmos,

evitando assim, o desalinhamento postural que pode causar a dor.

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6. MATERIAIS E MÉTODOS

6.1 Amostra

Foram selecionados 24 indivíduos idosos, do sexo feminino, da cidade de

Apucarana Paraná, com idade acima de 60 anos. Todos os indivíduos foram

informados detalhadamente sobre os procedimentos do estudo, e aqueles que

aceitaram participar do mesmo assinaram um termo de consentimento livre e

esclarecido (Anexo 1).

As participantes foram divididas em dois grupos: grupo exercício físico (GEF),

(n=12), constituído por participantes de uma academia da cidade de Apucarana e

grupo curso (GC), (n=12), constituído por participantes de um curso de artesanato

de uma paróquia da cidade de Apucarana. Todas as participantes do GEF, fazem

musculação entre 2 a 5 vezes por semana, com duração de 60 minutos cada

sessão, seguida por um alongamento passivo com duração entre 5 e 10 minutos.

Enquanto o GC não realizava nenhum tipo de exercício físico.

Tabela 1. Média de idade dos grupos

Grupos Média de idade

Grupo exercício físico 65,1 anos

Grupo curso 70,2 anos

6.2 Instrumentos

Para a realização do estudo foi utilizado o Índice Oswestry 2.0 de Incapacidade

(Anexo 2), um dos instrumentos mais utilizados para avaliação da função espinhal

(Rodrigues et al, 2009; Silva et al, 2012; Barros et al, 2011), o qual incorpora

medidas de dor e atividade física. Vigatto et al. (2007) desenvolveram a versão

brasileira (em português) desse instrumento e o validaram. Esse Índice foi adaptado

e restringido apenas a dor na coluna.

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A questão 8, sobre vida sexual, foi retirada do questionário, pois poucas

idosas responderam a essa questão, das 24 idosas participantes apenas 4 tinham

vida sexual ativa, enquanto as outras eram viúvas, assim não foi possível analisar a

mesma estatisticamente. 6.3 Procedimentos experimentais

Todas as idosas, do grupo experimental e do grupo controle responderam ao

Índice. Para tanto, foram necessários três encontros, no qual no primeiro foram

explicados os procedimentos, no segundo elas assinaram o termo de consentimento

e no terceiro momento responderam ao questionário. 6.4 Análise estatística

Tendo em vista que os dados obtidos através do Índice de Oswestry 2.0 de

Incapacidade eram não paramétricos, foi utilizado o teste para amostras

independentes U de Mann Whitney, com um nível de significância de p<0,05. Os

dados obtidos foram analisados através do programa SPSS, versão 20.0.

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7. RESULTADOS

A apresentação dos resultados será dividida de acordo com as questões do

Índice Oswestry 2.0 de Incapacidade. Questão 1 Incapacidade da dor

O gráfico 1 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

em relação a intensidade da dor na coluna, o qual mostrou que um maior número de

idosas ativas responderam a questão 0, sem dor no momento (67%), e apenas 33%

delas relataram sentir dor leve no momento. Enquanto 33% idosas sedentárias

sentiam dor de maneira moderada no momento, e ainda, 17% relatavam dor muito

forte quando responderam ao questionário.

Gráfico 1 Questão 1: Intensidade da dor na coluna

Questão 2 Cuidados pessoais

O gráfico 2 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

em relação aos cuidados pessoais. Novamente, a maioria do grupo de idosas ativas

(83%) responderam as questões que podiam se cuidar sem sentir dor na coluna,

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enquanto 25% das idosas sedentárias responderam que podiam se cuidar, mas que

para isso sentiam dor na coluna, e ainda 8% delas colocaram que precisam de ajuda

para se cuidar.

Gráfico 2 Questão 2: Cuidados pessoais

Questão 3 - Pesos

O gráfico 3 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

para a questão relacionada a pesos. Nos dois grupos, experimental e controle, 17%

das idosas responderam que sentem dor na coluna se levantam coisas pesadas,

porém, a maioria das idosas do grupo controle (42%) citou que só podem levantar

coisas muito leves; já no grupo experimental a maioria delas (67%) respondeu que

podem levantar coisas pesadas sem sentir dor.

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Gráfico 3 Questão 3: Pesos

Questão 4 - Andar

O gráfico 4 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

em relação ao andar. No grupo experimental nenhuma das idosas eram impedidas

de andar qualquer distância pela dor. Enquanto no grupo controle algumas

responderam que a dor as impediam de andar mais que poucos metros.

Gráfico 4 Questão 4: Andar

Questão 5 - Sentar

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O gráfico 5 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

em relação ao sentar. Quando perguntados sobre a interferência da dor no sentar

das idosas, a maioria de ambos os grupos colocaram que não sentem dor e podem

sentar pelo tempo que quiser. Porém, no grupo controle algumas delas colocaram

que a dor na coluna impede que elas sentem por mais de um determinado tempo.

Gráfico 5 Questão 5: Sentar

Questão 6 De pé

O gráfico 6 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

sobre a questão 6 relacionada com o ficar em pé. O grupo de idosas ativas ficou

dividido entre as duas primeiras respostas, 67% e 33% respectivamente, que

indicavam que elas podiam ficar em pé pelo tempo que quisessem sem dor ou com

um pouco de dor na coluna, enquanto no grupo de idosas sedentárias três delas

(25%) não podiam ficar mais de uma hora em pé devido a dor na coluna, e duas

(17%) não conseguiam ficar em pé mais do que dez minutos pelo mesmo motivo.

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25  

Gráfico 6 Questão 6: De pé.

Questão 7 - Sono

O gráfico 7 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

em relação ao sono. A maioria de ambos os grupos, responderam que o sono não

era perturbado pela dor na coluna. Porém no grupo controle, algumas idosas

apresentam o sono perturbado pela dor na coluna.

Gráfico 7 Questão 7: Sono

Questão 9 Vida social

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O gráfico 8 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

em relação a vida social. Todas as idosas do grupo experimental relataram ter vida

normal sem sentir dores extras na coluna; de maneira similar, para o grupo controle,

sete das idosas relataram o mesmo, porém algumas delas (17%) tinham vida social

normal mas sentiam dor, e outras (25%) ainda, tinham a vida social restringida

devido a dor na coluna.

Gráfico 8 Questão 9: Vida social

Questão 10 - Viagens

O gráfico 9 apresenta os resultados obtidos pelos participantes deste estudo

em relação as viagens. A maioria dos sujeitos citou que podem viajar sem sentir dor;

somente três idosas do grupo experimental e duas do grupo controle responderam

que podem viajar apesar da dor na coluna e ainda duas idosas do grupo controle

relataram que podem viajar por apenas 2 horas, pois a dor na coluna é ruim.

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Gráfico 9 Questão 10: Viagens

A tabela 2 apresenta os resultados do teste U de Mann Whitney.

Como podemos observar na tabela no que se refere à avaliação da dor na

coluna das idosas que participaram deste estudo, os resultados revelaram que as

idosas sedentárias apresentaram intensidade da dor significativamente maior que o

grupo de idosas ativas (p=0,04).

Já em relação à dor ao andar (p=0,04), as idosas do grupo controle

apresentaram um grau significativamente mais elevado de dor do que as idosas

ativas fisicamente. Segundo os resultados apresentados pelas idosas do grupo

controle, a dor na coluna impede que as mesmas andem mais que dois quilômetros.

Outro aspecto a ser mencionado é que na questão 3, em relação aos pesos,

tanto o grupo controle como o grupo experimental apresentaram uma média alta, ou

seja, os dois grupos sentem dores na coluna ao levantar pesos, sendo que a maioria

das idosas relataram poder levantar somente coisas muito leves.

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Tabela 2. Dor em idosos considerando o nível de atividade física.

Dor em Idoso

Questões Todo Grupo GEF GC p* Média (Desvio Padrão)

Rank Médio

Rank Médio

Intensidade da dor 0,92 (1,21) 9,50 15,50 0,04 Cuidados pessoais 0,33(0,70) 11,42 13,58 0,48 Pesos 1,54 (1,91) 10,08 14,92 0,10 Andar 0,54 (1,02) 9,50 15,50 0,04 Sentar 0,46 (0,83) 10,75 14,25 0,24 De pé 0,88 (1,19) 9,67 15,33 0,06 Sono 0,38 (1,10) 11,42 13,58 0,48 Vida sexual Vida social 0,42 (0,93) 10,00 15,00 0,09 Viagens 0,46 (0,72) 11,12 13,88 0,35

* Teste U de Mann-Whitney

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8. DISCUSSÃO

Através dos resultados obtidos neste estudo, podemos observar de maneira

geral que as idosas ativas fisicamente, apresentaram melhores condições em todos

os itens avaliados, mesmo que essa melhora não seja significativamente diferente

em todos eles.

Da mesma maneira que em nosso estudo, Fiatarone et al. (1990) investigou

idosas que praticavam treinamento de resistência muscular e obteve resultados

positivos em relação ao aumento da força muscular e mobilidade funcional. Nesse

estudo, os sujeitos que praticavam exercícios obtiveram melhor condição postural,

evitando assim casos de dor na coluna. Logo, sugere-se que uma boa postura pode

garantir uma melhor mobilidade.

O exercício de musculação associado ao alongamento, nesse estudo que

realizamos se mostrou eficaz na dor na coluna das idosas. Toscano (2001), em um

estudo com indivíduos sedentários que realizaram exercícios resistidos associados a

alongamentos específicos por um período médio de 90 dias, não apresentaram na

reavaliação, as dores na coluna relatadas na primeira avaliação (antes da

intervenção).

Um fator a ser destacado no presente estudo é que as idosas do grupo

controle tinham uma média de idade mais alta e um nível de escolaridade mais baixa

que as mulheres do grupo experimental, fato que pode proporcionar estilos de vida

insatisfatórios e consequentemente deve ser levado em consideração como um

elemento para o agravo da dor. Arcanjo et al. (2007) encontraram em seu estudo,

relacionado ao saber popular sobre dores nas costas de mulheres, verificaram que

para o grupo amostral investigado, ou seja, a maioria das mulheres com estudo até

o ensino fundamental, três analfabetas; todas donas de casa, com renda familiar de

um salário mínimo e com condições de moradia desfavoráveis e situação financeira

e social precárias, foram fatores que influenciaram no estilo de vida das mulheres

participantes, gerando problemas de saúde, como a dor na coluna.

Algumas limitações desse estudo é que a amostra foi escolhida por

conveniência, e a média de idade do GEF era menor comparada ao GC, podendo

ter influenciado nos resultados.

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9. CONCLUSÃO

A partir das informações citadas acima, e dos resultados deste estudo, a

prática de exercícios resistidos pela população idosa deve ser considerada uma boa

opção para evitar problemas de saúde, como os problemas posturais, evitando

assim, a dor na coluna e garantindo uma melhor qualidade de vida.

Através desse estudo podemos concluir que há uma relação entre o exercício

físico e a prevenção de dores, causadas pelos problemas posturais; e também,

quanto á mobilidade, em que aquelas idosas que são ativas fisicamente

apresentaram uma melhor mobilidade em relação às idosas consideradas

sedentárias.

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34  

ANEXOS

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Anexo 1 Termo de Consentimento

TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO

Responsáveis: Jéssica Natália Ferraz

Prof. Dra. Juliana Bayeux Dascal (Orientadora)

Este é um convite especial para você participar voluntariamente do estudo

INFLUÊNCIA DO EXERCICIO FISICO NA MELHORA DAS CONDIÇÕES POSTURAIS DE MULHERES IDOSAS. or favor, leia com atenção as informações

abaixo antes de dar seu consentimento para participar do estudo. Qualquer dúvida

pode ser esclarecida diretamente com a pesquisadora Jéssica Natália Ferraz (Fone:

(43) 9928 1289 ). OBJETIVO E BENEFÍCIOS DO ESTUDO

O objetivo desse estudo é avaliar os efeitos do exercício físico sobre a

melhora das condições posturais. Nesse estudo investigaremos se o exercício tem

melhorado as condições de postura, consequentemente, melhorando também a

saúde e condições para realizar atividades da vida diária. PROCEDIMENTOS

Para avaliar o beneficio do exercício nas condições posturais, a senhora

responderá a um questionário após passar por um período de treinamento. DESPESAS/ RESSARCIMENTO DE DESPESAS DO VOLUNTÁRIO

Todos os sujeitos envolvidos nesta pesquisa são isentos de custos. PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA

A sua participação neste estudo é voluntária, portanto você terá plena e total

liberdade para desistir do estudo a qualquer momento sem que isso acarrete

qualquer prejuízo a você.

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GARANTIA DE SIGILO E PRIVACIDADE

As informações relacionadas ao estudo são confidenciais e qualquer

informação divulgada em relatório ou publicação será feita sob forma codificada,

para que a confidencialidade seja mantida. O pesquisador garante que seu nome

não será divulgado sob hipótese alguma. Diante do exposto acima eu, ,

declaro que fui esclarecido sobre os objetivos, procedimentos e benefícios do

presente estudo. Participo de livre e espontânea vontade do estudo em questão. Foi-

me assegurado o direito de abandonar o estudo a qualquer momento, se eu assim o

desejar. Declaro também não possuir nenhum grau de dependência profissional ou

educacional com os pesquisadores envolvidos nesse projeto (ou seja, os

pesquisadores desse projeto não podem me prejudicar de modo algum no trabalho

ou nos estudos), não me sentindo pressionado de nenhum modo a participar dessa

pesquisa.

Londrina, de de . Responsável RG Pesquisador RG

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Anexo 2 - Índice Oswestry 2.0 de Incapacidade.

Por favor, você poderia completar este questionário? Ele é elaborado para nos dar

informações de como seu problema nas costas (ou pernas) têm afetado seu dia-a-

dia. Por favor, responda a todas as seções. Marque apenas um quadrado em cada

seção, aquele que mais de perto descreve você hoje.

Seção 1: Intensidade da dor na coluna Sem dor na coluna no momento

A dor na coluna é leve nesse momento

A dor na coluna é moderada nesse momento

A dor na coluna é mais ou menos intensa nesse momento

A dor na coluna é muito forte nesse momento

A dor na coluna é a pior imaginável nesse momento

Seção 2: Cuidados pessoais (Vestir-se, tomar banho etc) Eu posso cuidar de mim sem provocar dor extra na coluna

Posso me cuidar mas me causa dor na coluna

É doloroso me cuidar e sou lento e cuidadoso

Preciso de alguma ajuda, mas dou conta de me cuidar

Preciso de ajuda em todos os aspectos para cuidar de mim

Eu não me visto, tomo banho com dificuldade e fico na cama.

Seção 3: Pesos

Posso levantar coisas pesadas sem causar dor extra na coluna

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38   Se levantar coisas pesadas sinto dor extra na coluna

A dor na coluna me impede de levantar coisas pesadas, mas dou um

jeito, se estão bemposicionadas, e.g., numa mesa.

A dor na coluna me impede de levantar coisas pesadas mas dou um

jeito de levantar coisasleves ou pouco pesadas se estiverem bem

posicionadas

Só posso levantar coisas muito leve

Não posso levantar nem carregar nada

Seção 4: Andar A dor na coluna não me impede de andar (qualquer distância)

A dor na coluna me impede de andar mais que 2 Km

A dor na coluna me impede de andar mais que ? Km

A dor na coluna me impede de andar mais que poucos metros

Só posso andar com bengala ou muleta

Fico na cama a maior parte do tempo e tenho que arrastar para o

banheiro

Seção 5: Sentar Posso sentar em qualquer tipo de cadeira pelo tempo que quiser

Posso sentar em minha cadeira favorita pelo tempo que quiser

A dor na coluna me impede de sentar por mais de 1 hora

A dor na coluna me impede de sentar por mais de ? hora

A dor na coluna me impede de sentar por mais que 10 minutos

A dor na coluna me impede de sentar

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Seção 6: De pé Posso ficar de pé pelo tempo que quiser sem dor extra na coluna

Posso ficar de pé pelo tempo que quiser, mas sinto um pouco de dor na

coluna

A dor na coluna me impede de ficar de pé por mais de 1 h

A dor na coluna me impede de ficar de pé por mais ? hora

A dor na coluna me impede de ficar de pé por mais de 10 minutos

A dor na coluna me impede de ficar de pé

Seção 7: Sono Meu sono não é perturbado por dor na coluna

Algumas vezes meu sono é perturbado por dor na coluna

Por causa da dor na coluna durmo menos de 6 horas

Por causa da dor na coluna durmo menos de 4 horas

Por causa da dor na coluna durmo menos de 2 horas

A dor na coluna me impede de dormir

Seção 8: Vida sexual (se aplicável) Minha vida sexual é normal e não me causa dor extra na coluna

Minha vida sexual é normal, mas me causa dor extra na coluna

Minha vida sexual é quase normal, mas é muito dolorosa

Minha vida sexual é muito restringida devido à dor na coluna

Minha vida sexual é praticamente inexistente devido à dor na coluna

A dor na coluna me impede de ter atividade sexual

Seção 9: Vida social

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40   Minha vida social é normal e eu não sinto dor extra na coluna

Minha vida social é normal, mas aumenta o grau de minha dor na coluna

A dor na coluna não altera minha vida social, exceto por impedir que

faça atividades de esforço, como esporte, etc

A dor na coluna restringiu minha vida social e eu não saio muito de casa

A dor na coluna restringiu minha vida social a minha casa

Não tenho vida social devido a minha dor na coluna

Questão 10: Viagens Posso viajar para qualquer lugar sem dor na coluna

Posso viajar para qualquer lugar, mas sinto dor extra na coluna

A dor na coluna é ruim, mas posso viajar por 2 horas

A dor na coluna restringe minhas viagens para distâncias menores que1

hora

A dor na coluna restringe minhas viagens para as necessárias e

menores de 30 minutos

A dor na coluna me impede de viajar, exceto para ser tratado