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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ THISCIANE CAMARGO ETAPAS PARA A CRIAÇÃO DE UM PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS CURITIBA 2013

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

THISCIANE CAMARGO

ETAPAS PARA A CRIAÇÃO DE UM PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS

CURITIBA 2013

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

THISCIANE CAMARGO

ETAPAS PARA A CRIAÇÃO DE UM PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS

Monografia apresentada à Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a conclusão da Pós-Graduação em Gestão de Pessoas. Orientador: Prof. MSc. Ubiracir Mazanek de Almeida

CURITIBA

2013

Introdução

O salário não é fator motivador, porém é o ponto de partida para

satisfazer as necessidades das pessoas.

Numa época de economia globalizada, quando a competência e os

resultados falam mais altos, as organizações sofrem pressões causadas pelas

mudanças globais, e após estas mudanças se faz necessário rever e mudar

conceitos para manter e atender as demandas de mercado.

As organizações a fim de se tornarem mais competitivas e produtivas

estão pensando com mais frequência em adotar Programas de Remuneração

como uma vantagem competitiva e estratégica.

Devemos transformar a visão de remuneração como gerador de custos,

para o entendimento de remuneração como fator motivador ou aumento de

competitividade e produtividade.

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TEMA O desenvolvimento de um plano de cargos e salários, o qual abrange a

organização como um todo, irá auxiliar a remunerar de uma forma adequada, com

precisão e justiça do ocupante de um cargo.

PROBLEMA Como as empresas devem elaborar um plano de Cargos e Salários?

Pergunta de Pesquisa

Como apresentar um plano de Cargos e Salário de forma que, refletindo uma

tendência moderna, torne a estrutura mais simples de administrar, flexível e com

melhores oportunidades de crescimento para todos.

Objetivo geral

Desenvolver um plano de cargos e salários para a apresentação à empresa

que ainda não utiliza essa ferramenta.

Objetivo Específico

− Definir remunerações e funções específicas para cada funcionário, de acordo

com sua função, tomando por base o mercado de trabalho e o orçamento da

empresa.

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Justificativa

O plano de Cargos e Salários tem o papel fundamental na vida organizacional,

trazendo motivação, proporcionando o crescimento e estimulado o desenvolvimento

do funcionário, além de servir para mostrar quais são as posições existentes na

organização, bem como a sua estrutura hierárquica. Desenvolver um plano optando

por uma estrutura enxuta, com menos níveis hierárquicos, refletindo assim, uma

tendência moderna, que vem sendo implementada em muitas organizações ao

redor do mundo. Essa mudança é importante e necessária, para a concepção de

uma estrutura mais simples de administrar, mais flexível e com melhores

oportunidades de crescimento para todos.

A implantação adequada de um eficaz plano de cargos e salários deverá

apresentar uma visão ampla para a escolha do perfil certo para cada cargo. Com

esse material o RH da empresa poderá gerir com mais facilidade os profissionais de

cada área. As definição de cargos e suas descrições serão mais objetivas com

relação às competências de cada um dos cargos existentes e assim as carreiras

serão melhor estruturadas. Com isso, os funcionários poderão crescer dentro da

empresa de duas formas: horizontal e vertical.

• Horizontal: pode ser concedido ao funcionário que apresentar desempenho

que o destaque dos demais ocupantes do mesmo cargo ou dentro de uma

equipe de trabalho.

• Vertical: são concedidos aos funcionários que passam a ocupar cargos

incluídos num nível superior ao nível atual do cargo, dentro da estrutura de

cargos.

O estudo se justifica, pois é relevante a implantação de um plano de Cargos e

Salários, para a padronização do processo de contratação, preparação dos

profissionais e reconhecimento salarial.

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METODOLOGIA Este trabalho está embasado em pesquisas bibliográficas. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Cargos e salários

O salário não deve ser visto como um fator motivacional, e sim constituir a

contrapartida pecuniária pelo serviço prestado. Porém, por se tratar de contrapartida

pecuniária, ele acaba sendo um elo decisivo e merece uma atenção especial.

Para as empresas os salários representam elevadas despesas mensais, onde

a organização necessita minimizar esses custos para competir no mercado de

trabalho.

O desenvolvimento de um plano de cargos e salários, o qual abrange a

organização como um todo, irá auxiliar a remunerar de uma forma adequada, com

precisão e justiça o ocupante de cada cargo, além de conhecer o valor desse cargo

em relação aos demais na organização e a realidade do mercado.

Em seguida, veremos passo a passo como desenvolver um plano de cargos e

salários.

Para ARAUJO (2006), o tópico Cargos e Salários constitui:

“(...) um instrumento que permitirá à empresa a administração de seus recursos humanos na contratação, movimentações horizontais (méritos) e verticais (promoções) de seus profissionais e retenção de talentos da empresa. A definição de cargos e salários estabelecerá uma política salarial eficaz que permitirá a ascensão profissional dos colaboradores de acordo com suas aptidões e desempenhos; assim como subsidiará o desenvolvimento do plano de carreiras.”

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Descrição de cargos

Para iniciarmos um plano de cargos e salários, é fundamental obter todas as

informações referentes aos cargos da estrutura empresarial. E estas informações se

obtêm através de uma boa descrição de cargos. Pois nela estarão todas as tarefas,

responsabilidades, requisitos e outros detalhes da função.

A descrição pode variar, depende muito de organização para organização,

mas a maioria segue um padrão onde contém a identificação do cargo, sumário e

descrição de suas funções. Cada setor terá sua descrição de cargos desde o

operacional, aos cargos de chefia. Porém, é um trabalho bastante demorado, requer

tempo, disposição tanto dos envolvidos em coletar as informações como de quem irá

fornecê-las.

Podemos dizer que a descrição de cargos é uma poderosa fonte de

informações sendo benéfica a vários setores da organização.

Conteúdo da Descrição de Cargos

Toda descrição deve conter um cabeçalho identificando o cargo, um sumário

ou uma introdução ao cargo e detalhes das funções ou tarefas próprias das

atribuições do cargo. Caso a organização necessite, uma descrição pode conter

outras informações, desde que não perca o seu objetivo.

Abaixo, alguns dos tópicos que podem ser inseridos numa descrição de cargos:

1. Denominação do Cargo

2. Código do Cargo

3. Localização departamental

4. Posição na estrutura

5. Objetivo/Sumário do cargo

6. Escopo da área

7. Funções principais

8. Funções do titular

9. Contatos

10. Dimensões

11. Requisitos

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12. Responsabilidades por: máquinas, produtos, ferramentas e etc...

13. Complexidade

14. Liberdade de ação

15. Condições de Trabalho

Fonte: Luiz Paschoal, (2007).

Nem todos os cargos necessitam de todas estas informações, algumas

interessam ao operacional, outras ao administrativo e outras aos cargos de chefia.

Deve-se estar ciente que as informações serão necessárias quando pertinentes ao

cargo. Quando da necessidade, poderão ser incluídas outras informações como

sexo, idade, aptidões e etc.

Abaixo alguns aspectos importantes a considerar em cada tópico:

Denominação do Cargo - A denominação do cargo deve refletir o porquê de sua

existência, abrangendo todas as suas ações. Não esquecendo que o nome dado ao

cargo irá identificá-lo pela sua missão mais importante. Os títulos devem ser breves,

concisos, seguindo o padrão existente dentro da organização e respeitando as

denominações oficiais de profissões regulamentadas.

Código do Cargo – É a identificação numérica ou alfanumérica do cargo, bastante

útil no processamento eletrônico, facilitando a localização quando necessário. Sendo

um meio de organizar, ordenar desde os cargos operacionais até os cargos de

chefia.

Localização departamental – É onde o cargo ficará lotado. Ex; setor, unidade, área

e etc.

Posição na estrutura – Estabelece a quem o cargo deve se reportar na estrutura da

organização, quais os cargos subalternos e também os paralelos (mesma posição).

Objetivo/Sumário ou Conceituação do cargo – De uma forma mais direta

apresenta uma visão de 360º do cargo e qual sua principal missão dentro da

organização. Normalmente começa com um verbo, dispensando falar “como faz”.

Ex. Analista de Custos – levantar, organizar e analisar os custos.

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Deve deixar claro seu âmbito de atuação, especificar os assuntos a tratar, facilitando

assim o entendimento entre as tarefas.

Escopo ou Áreas de Responsabilidades – Aplica-se a cargos gerenciais, mostra

a abrangência das atividades da área pela qual o cargo é responsável.

Funções principais - É a descrição das tarefas típicas e normais do cargo. Deve-se

dizer o máximo com o mínimo de palavras. Inicia-se dizendo “o que faz” em seguida

“como faz” e termina em “para quem faz”. O essencial é compreender a atuação do

cargo.

Funções do titular - Têm o mesmo valor das funções vistas antes, porém aplicadas

a cargos de liderança. Além de dirigir as atividades delegadas aos subordinados,

trata-se das tarefas que o ocupante exerce pessoalmente. Sendo que as mesmas

deverão aparecer no “escopo/áreas de responsabilidades”.

Contatos - São os contatos mantidos pelo ocupante do cargo, tanto interna como

externamente.

Dimensões - É a dimensão que o cargo ocupa, mostra o número dos subordinados

diretos, indireto e total, folha de pagamento subordinada, faturamento e etc., pelos

quais o cargo é responsável.

Requisitos - Neste tópico devem constar os requisitos necessários para um bom

desempenho das atribuições ao cargo. Ex: Escolaridade, formação complementar,

experiência e etc.

Responsabilidades por: máquinas, produtos, ferramen tas e etc. - Trata-se da

responsabilidade pela guarda, manuseio, dano e etc., prejuízos, transtornos em que

o ocupante do cargos está sujeito. Sendo necessário na descrição especificar as

responsabilidades de cada cargo.

Complexidade – É necessário descrever os assuntos que compõem os maiores

desafios e obstáculos para obtenção de resultados dentro do cargo. E a quem os

funcionários podem buscar orientação quanto às dúvidas e dificuldades surgidas no

desempenho das suas funções .

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Liberdade de ação – Trata-se do grau de autonomia que o cargo possui, até onde o

ocupante pode levar sozinho seu trabalho. É uma informação essencial para

avaliação do cargo, processo de seleção e avaliação de desempenho.

Condições de Trabalho – Neste tópico deve constar as condições do ambiente, os

riscos de acidente e o desgaste físico que o cargo está exposto.

Processo de Elaboração da Descrição de Cargo

Elaborar a descrição de cargo exige bastante dedicação dos responsáveis,

pois trata-se de uma tarefa um tanto complexa. A descrição consiste na redação das

tarefas, pois é o único meio de compreendermos os assuntos relacionados ao cargo.

Uma forma de facilitar este trabalho é dando ênfase aos seguintes pontos: “que faz”,

“como faz” e “para que faz”.

Em alguns aspectos a dificuldade será maior, como na descrição de aptidões,

contatos e etc., nestes casos, fica mais fácil trabalhar com entrevistas e

questionário.

É importante que já após as entrevistas ou qualquer outro tipo de coleta de

dados se faça a descrição, pois é a garantia de não esquecer nenhum dado

importante. E no caso de dúvidas, o ideal é buscar o esclarecimento já em seguida.

Como elaborar boas descrições:

• Descrever de maneira simples e direta.

• Usar termos de acordo com o nível do cargo.

• Procurar falar somente o necessário, o que pode ser prejudicial à clareza das

perguntas deve ser eliminado.

• Deve compor de tudo que é importante ao cargo.

• A descrição deve exprimir de forma precisa e ser circunstanciada, pois deve

ser entendida tanto pelo ocupante do cargo como pelos outros.

• O cargo deve ser visto como um fato organizacional.

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Levantamento de Cargos

Existem várias formas de fazer este levantamento, o correto é aplicar uma

forma que mais se ajuste categoria. Os métodos mais usados são: entrevista,

questionários e observação.

Entrevista – É um dos métodos mais completos de se obter informações sobre

determinado cargo. As respostas aparecem de forma mais objetiva, leva-se menos

tempo para coletar as informações, porém, necessita de habilidade e cuidado por

parte do entrevistador. É importante considerar o conhecimento do cargo por parte

do entrevistado, caso contrário o levantamento pode ficar incompleto.

Questionário – É um método recomendado para ocasiões especiais, no caso de

filiais pequenas e distantes, ou seja, somente quando não houver a possibilidade de

aplicação de outro método. Isso em virtude do questionário tornar a coleta restrita

somente nas informações passadas pelo ocupante e não permitir qualquer outro tipo

de análise.

Observação – É um método bastante usado em cargos operacionais, devido a

facilidade na compreensão das tarefas e por se tratar de tarefas fixas e repetitivas. É

baseado em observar as realizações das tarefas e anotar suas atividades.

Avaliação de Cargos

Segundo Pascoal (2007) “Para poder atribuir salários adequadamente aos

empregados, o ponto de partida é o cargo e, portanto, é necessário que a

organização tenha uma ideia da importância relativa dos cargos, isto é, a

importância de cada cargo em relação aos outros”.

Para uma empresa remunerar devidamente seus empregados, deve-se conhecer os

cargos, aplicar critérios que mostrem a realidade de cada cargo em relação a outros

cargos.

Algumas organizações através de pesquisas de mercado procuram ajustar

seus salários, mas as informações estão suscetíveis a erros de cálculos e de

comparação. É necessário um ordenamento interno de cargos para poder estender

a pesquisa de mercado a todos os cargos e poder avaliar se os dados colhidos são

seguros ou não.

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Para esquematizar toda a remuneração, deve-se determinar a importância de

cada cargo que gera um ordenamento ou hierarquização dos cargos em ordem de

valor em associação com uma tabela de salários, esse ordenamento em classes é

necessário para determinar nível de remuneração, a cada classe corresponderá um

nível ou faixa salarial de um cargo.

A hierarquização obtém-se através de um escalonamento dos cargos como

os usos e costumes da organização, avaliação organizada, descrição dos cargos e

critérios dos comitês de avaliação.

Métodos de Avaliação de Cargo

O método Avaliação de Cargos baseia-se em diferentes métodos como: uns

mais simples e menos precisos, para pequenas organizações e outros mais

complexos e precisos, para médias e grandes organizações:

Dividem em Métodos Globais, Métodos Analíticos e Métodos Sistêmicos.

1- Método Globais

Enfoque de forma total e não isoladamente.

a) Escalonamento - Consiste em agrupar os cargos nas classes 1 a 10, 15, 20 etc,

segundo sua importância, a descrição de cargos serve como base e também a suas

complexidades, responsabilidades, requisitos e outros aspectos, visando o global do

cargo e não cada aspecto isoladamente.

Devido à simplicidade da análise é mais indicado para empresas com até cem

empregados.

b) Escalonamento a Partir do Mercado - Este Método usa informações dos salários

médios do mercado, ajusta a posição dos cargos dentro da realidade da organização

e introduzem os demais cargos não pesquisados no escalonamento por comparação.

c) Graus Predeterminados - Procura enquadrar os cargos em graus previamente

indicados em termos de qualificações, complexidade, responsabilidade etc. e para

assim agrupá-los em classes. Para pequenas organizações atende razoavelmente,

mas ainda acentua uma subjetividade, apesar de direcionar melhor a hierarquização

dos cargos.

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d) Grade de Comparação - Consiste na comparação de cada cargo com os demais,

atribuindo os requisitos, complexidades, responsabilidades etc., Considera o

primeiro cargo menor (-), igual (=) ou maior (+) que o segundo, o terceiro, o quarto

etc.

Este método permite um ordenamento mais preciso, porém ainda pode ocorrer uma

acentuada subjetividade e não é recomendado para organizações médias e

grandes.

2 - Métodos Analíticos

Fazem uma avaliação analítica, sob diferentes aspectos chamados fatores

como escolaridade, experiência, (responsabilidade etc.), para posteriormente apurar

seu valor global.

a) Pontos

Os cargos neste método são avaliados em cada um de uma série de fatores

como escolaridade, experiência, complexidade etc., definidos e subdivididos em

graus previamente. A cada um deles é atribuído um certo número de pontos que,

somados, serão empregados para classificar o cargo, por exemplo:

Fator “Escolaridade”

Grau Definição Pontos

A Cargos que exigem 1º Grau completo 20

B Cargos que exigem 2º Grau completo 40

C Cargos que exigem formação universitária 60

D Cargos que exigem nível de pós-graduação 80

b) Comparação de Fatores

Este método é essencialmente igual ao de pontos, diferencia-se pelos

valores que são monetários, já equivalendo a parcelas do futuro salário do cargo que

será definido pela avaliação. Pela dificuldade de trabalhar com valores monetários,

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devido a sua instabilidade, poderia suprir a etapa de apuração dos pontos e outros

cálculos, e definir diretamente o salário.

3 - Métodos Sistêmicos

São processos desenvolvidos “em laboratório” fora das empresas, fornecidos

já prontos com uma abordagem própria. Como em outros métodos, não são

desenvolvidos em particular para cada organização, a avaliação dos cargos é

também expressa em pontos, mesmo tendo características diferentes.

Os “métodos deste processo mais conhecidos são o “Método Hay” e o

Método Hoyler”, somente podem utilizá-los consultorias que são proprietárias e que

levam o seu nome.

Elaboração do Manual de Avaliação

a) Determinação de Categorias

Primeiramente devem-se definir as categorias dos cargos, pois cada categoria

tem características de natureza de trabalho que difere uma da outra, que requer a

construção de um manual próprio. Em geral são três categorias: Operacional,

Administrativo/Técnico e Chefia.

b) Escolha de Fatores A escolha dos fatores é muito importante, pois é uma etapa em que a

precisão das avaliações depende dos fatores utilizados. Os fatores mais comuns são

escolaridade, experiência, complexidade, responsabilidade, relacionamento,

confidencialidade, esforço mental e visual, esforço físico e condições ambientais.

A etapa pode ser dividida em alguns passos, conforme segue:

� Amostra de Cargos – Consiste em selecionar os cargos-chaves, descrevê-los

com o máximo de informações, devendo conter amostra de todos os níveis de

remuneração, desde os mais baixos até os mais altos.

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� Inventário de Fatores – Consiste no levantamento de fatores aplicáveis aos

cargos-chave, após a detalhada conceituação do seu significado para avaliar

em cada um desses fatores.

� Teste de Fatores – Para verificar se todos os fatores escolhidos farão parte do

plano, deve-se fazer uma avaliação dos cargos nesses fatores, utilizando suas

descrições, escalonamento dos cargos-chaves em cada fator e em ordem

crescente.

� Graduação dos Fatores – É a definição dos graus dentro de cada fator,

conceitua os diferentes níveis de intensidade de aplicação do fator.

� Pontuação Manual – Determina o número de pontos correspondentes aos

graus dos fatores. O primeiro passo é definir os pesos numéricos dos fatores,

que são expressos em forma percentual, cuja soma deve ser igual a 100. As

bases dessa informação são: a avaliação do comitê dos cargos-chaves e os

salários de mercado para os mesmos cargos.

Para calcular os valores intermediários, aplica-se progressão geométrica.

Avaliação dos Cargos

Para que o resultado de uma avaliação seja eficaz, é necessário criar um

comitê, que seja devidamente treinado, que conheça e domine de forma clara os

conceitos e ao mesmo tempo tenha consciência do significado e da

responsabilidade no processo de Avaliação de Cargos e Salários.

E para efetivar este processo, a participação de profissionais que detenham

experiência e credibilidade na organização, como a chefia e a gerência são

fundamentais; pois é essa participação que confirma a validade dos resultados pelo

do conhecimento das atividades, pela identificação do valor, da necessidades dos

cargos existirem e o que cada cargo contém.

Remuneração

Remuneração é tudo aquilo que o empregado recebe como consequência do

trabalho que desenvolve na organização. Enquanto o salário é ajustado no contrato

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de trabalho, a remuneração pode ser composta de parcelas que vão surgindo no seu

curso, como prêmios, gratificações habituais, adicionais por tempo de serviço, etc.

Assim, a remuneração representa o total dos ganhos obtidos pelo empregado em

função do contrato de trabalho e pela prestação do serviço, inclusive os valores

recebidos de terceiros. As bases que sustentam todo e qualquer modelo de

remuneração estratégica passam pelo desempenho do homem e por um conjunto de

3 fatores primordiais :

• Conhecimento;

• Habilidades;

• Atitudes.

Pode se dizer que remuneração visa recompensar de forma adequada e

equitativa a todos os colaboradores. Os responsáveis pela gestão de cargos e

salários em uma organização devem estar seguros de que a política é eficaz,

atualizada incentivadora e aceita por todos.

“De fato, para se praticar uma adequada administração de cargos e

salários, é imprescindível que a organização defina as diretrizes e critérios

sobre os diversos aspectos da questão, tais como sua posição no mercado,

enquadramento dos empregados nos cargos, atribuição de salários,

progressões etc.” (Paschoal, Luiz 2007, pg 87).

É necessário conhecer de fato a atual situação da organização, saber exatamente

como os cargos foram descritos para definir diretrizes, criar critérios e estruturar uma

política baseada em informações sólidas e realistas.

Política Salarial da Organização

Após a descrição de cargos, da avaliação e da estruturação dos salários é

preciso que sejam estabelecidas normas para a condução do processo.

“Política salarial é o conjunto de decisões organizacionais tomadas a

respeito de assuntos relacionados com a remuneração e benefícios

concedidos aos funcionários” (Chiavenato, 1999, pg 243).

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O processo de estruturação da Política Salarial deve estar alinhado com a

direção da organização, e os assuntos polêmicos devem ser amplamente discutidos

até que se chegue a um consenso, pois é importante que a direção valide a política

definida.

Na progressão horizontal pode se utilizar diversos critérios. Deve ser dada

uma atenção especial em aumentos por mérito, que explicam o porquê dos

inconvenientes de motivação pode gerar problema com a justiça do trabalho que

não costuma reconhecer critérios internos de méritos para diferenciar salários. A

progressão horizontal faz parte da cultura brasileira que normalmente a associa com

o conhecimento.

A organização deve estabelecer um plano de cargos e salários que

estabeleça sua posição no mercado, fixando uma política de competitividade e

determinando a formação de sua estrutura salarial.

Segundo Paschoal (2007) , a competitividade máxima ocorre quando a curva

de mercado coincide com o mínimo da faixa, e a competitividade mais baixa se dá

quando a curva de mercado coincide com o máximo da faixa. A posição no mercado

será determinante na retenção de bons colaboradores ou talentos. Pode se

apresentar como diferencial de mercado pacote de benefícios como renumeração

espontânea ou benefícios flexíveis.

A Política Salarial eficaz deve ser clara e objetiva, flexível com limites, coerente com

o mercado e integrada à filosofia e estratégias da organização, deve ainda, ser

capaz de valorizar os bons colaboradores, atrair e manter novos talentos e analisar

sistematicamente os salários em consonância com informações atualizadas de

mercado. A política salarial deve ser divulgada com eficácia, deve ser conhecida e

entendida por todos.

Os pontos normalmente utilizados na política salarial das organizações são:

� Faixa Salarial

� Promoções

� Posição no mercado

� Estrutura de cargos

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� Salário Variável

� Reajustes coletivos de salários

BENEFÍCIOS

É notório que as pessoas trabalham nas organizações em função de certas

expectativas e resultados. Um plano de cargos e salários pode parecer bastante

complexo, além do tempo e investimento por ele gerado, mas após finalização, o

resultado é recompensador. E quando falamos em salários, é fundamental fazer um

estudo sobre tudo o que compõe um salário. Não estamos falando apenas em

salário base, mas toda a remuneração que é oferecida aos colaboradores. A

remuneração normalmente é constituída de salários base mais benefícios, os quais

são muitos e variados. A seguir, vamos conhecer os tipos de benefícios e seus

objetivos.

Além de seu aspecto pecuniário ou financeiro, é uma facilidade a mais para o

colaborador, pois evita que o mesmo vá em busca de meios de transporte ou

lugares para alimentação.

Tipos de Benefícios Sociais 1) Legais – São os benefícios exigidos pela legislação trabalhista ou previdenciária.

Pode também ser exigido através de convenção coletiva entre sindicatos. São

eles:

a) Férias

b) Vale Transporte

c) 13 salários

d) Seguro acidente de trabalho

e) Auxílio doença

f) Salário família e etc.

É importante lembrar que alguns são pagos pela empresa, enquanto outros são

pagos pela previdência.

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2) Espontâneos – São benefícios não exigidos por lei e concedidos por iniciativa

das empresas. Também conhecidos como benefícios marginais ou benefícios

voluntários. Incluem:

a) Refeição

b) Auxilio Combustível

c) Gratificações

d) Seguro de Vida em Grupo e etc.

Ainda para Chiavenato, os benefícios podem ser divididos em monetários e

não-monetários.

1) Benefícios monetários – Quando concedidos em dinheiro, geralmente através da

folha de pagamento e gerando encargos sociais. Ex: Férias, 13º Salário,

Gratificações e etc.

2) Benefícios não-monetários – São benefícios oferecidos na forma de serviços,

facilidades para os colaboradores. Ex: Refeitório, assistência médica e

odontológica, associações, horários flexíveis e etc.

Os benefícios também podem ser classificados quanto aos seus objetivos,

assistencial, supletivo e recreativo.

1) Assistencial – Quando de imprevistos e emergência, oferecem aos funcionários e

seus familiares, condições de segurança e previdência. Ex: Assistência médica

assistência hospitalar, empréstimos financeiros, serviço social, creche para filhos

e etc.

2) Recreativos – Oferecem aos colaboradores condições físicas e psicológicas de

repouso, diversão, recreação, higiene mental ou lazer. Ex: Grêmio ou clube,

áreas de lazer, atividades esportivas, músicas e etc.

3) Supletivos – Tem como objetivo proporcionar aos funcionários facilidades,

conveniências e utilidades para uma melhor qualidade de vida. Ex: Restaurante

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no local de trabalho, transporte, horário móvel de trabalho, agencia bancária e

etc.

Objetivos dos Planos de Benefícios

Ainda para Chiavenato, cada organização define um plano que melhor se

encaixe às necessidades de seus funcionários. É comum um plano de benefícios ser

composto de acordo com o perfil dos funcionários e suas atividades.

Os benefícios visam satisfazer alguns objetivos, são eles:

a) Objetivos Individuais – Visam atender os objetivos individuais de cada pessoa,

oferece uma vida pessoal, familiar e profissional mais tranquila e produtiva. Faz

com que o colaborador tenha menos preocupações cotidianas e maior

concentração em prol da organização.

b) Objetivos Econômicos - Outra meta dos benefícios é colaborar como um

elemento importante para atração e retenção de pessoal. Pois diminuem a fadiga

física e psicológica dos colaboradores, servem de apoio ao processo de

recrutamento e seleção na busca de atrair candidatos, na redução da rotatividade

e absenteísmo, na redução do custo da hora trabalhada além de melhorar a

qualidade de vida das pessoas.

c) Objetivos Sociais – Sua meta é preencher deficiências, lacunas ou carências da

previdência social, do sistema educacional e demais prestações de serviços

governamentais. Mas especificamente, o maior objetivo dos planos de benefícios

sociais é ajudar o colaborador em três áreas de sua vida. São eles:

� Cargo – através de gratificações prêmios e etc.

� Fora do cargo - envolve refeitório, cantina, lazer, transporte e etc.; que apesar

de ser fora do cargo é dentro da organização.

� Fora da organização – voltada para comunidade, através de recreação,

atividades esportivas e etc.

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Chiavenatto deixa claro que, o salário está ligado ao cargo e os benefícios

pelo fato do individuo ser colaborador da organização.

Desenho do pacote de Benefícios

Geralmente a organização define um ou mais pacotes de benefícios. Para

algumas empresas, a preferência se dá por pacote mais genérico e equitativo, que

possa abranger a todos os funcionários. Outras oferecem planos conforme níveis

definidos dentro do pacote, ou seja, planos diferenciados e com caráter elitista. A

direção terá um plano, os cargos gerenciais outro plano e assim por diante. Cada

plano com características diferentes em função do nível beneficiado.

a) Critérios de desenho

É fundamental considerar dois itens importantes quando do desenho de um

plano. Leva-se em conta o princípio do retorno do investimento e o princípio da

mútua responsabilidade.

No principio do retorno, todo o investimento por parte da organização

necessita de um retorno. Deve contribuir com a organização tanto no sentido de

compensá-lo ou reduzi-lo.

Já no sentido da mútua responsabilidade, salienta a importância do custo do

benefício ser compartilhado entre empresa e o colaborador beneficiado. Mútua

responsabilidade existe quando as pessoas cooperam entre si no propósito de

atender o interesse comum.

b) Etapas do desenho do plano de benefícios

Para Chiavenato, devemos considerar alguns aspectos quando da tomada de

decisões sobre benefícios:

� É preciso interligar benefícios legais com as contribuições previdenciárias;

� São mínimas as evidências de que benefícios e serviços são motivadores

para um melhor desempenho;

� São vários os colaboradores que visualizam os benefícios como mera

“perfumaria”;

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� A concorrência, tendências de mercado e os sindicatos, são elementos que

colaboram sucessivamente para o aumento dos benefícios espontâneos;

� Os investimentos em benefícios só tendem a aumentar.

Abaixo, as etapas do desenho do plano de benefícios:

1. O primeiro passo é estabelecer objetivos e as estratégias de benefícios;

2. É importante envolver todos os participantes no plano, procurar saber o que

realmente todos desejam e necessitam;

3. Os sindicatos também devem estar envolvidos no plano;

4. Comunicação é um quesito chave em qualquer plano ou estratégia.

Comunicar os benefícios é um meio de buscar satisfação de seus

colaboradores. É necessário que todos compreendam o plano. Meios de

comunicação devem ser intensamente utilizados;

5. É importante o acompanhamento e avaliação de desempenho e dos custos

envolvidos. Medir custos e benefícios é indispensável, essa comparação deve

ser contínua.

É comum os colaboradores não serem informados quanto ao elevado custo

de seus benefícios. Algumas organizações procuram deixar transparente, pois é

uma forma de tentar conscientizá-los da importância, do uso adequado e também o

montante dos recursos financeiros investido.

Outras organizações formam grupos de pessoas que avaliam o desempenho

dos benefícios, controlam os seus custos e oferecem melhorias quanto à qualidade

e adequação.

GESTÃO DE CARREIRAS

Uma carreira profissional inclui sequências de experiências de uma pessoa no

decorrer do tempo. A sequência particular de empregos, empresas e papéis

funcionais desempenhados por uma pessoa resulta de escolhas conscientes

baseadas em seus interesses, limitações e oportunidades encontradas no decorrer

de sua vida profissional.

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À medida que as carreiras afetam o relacionamento entre os indivíduos e as

organizações, todos têm seu papel a desempenhar. As carreiras se desenvolvem

por meio da interação entre as escolhas do empregado ao buscar suas aspirações,

ou seja, todo individuo que deseja se desenvolver procura sempre estar se

atualizando; e as escolhas da empresa ao proporcionar as oportunidades que

promovam as metas organizacionais preconizadas. Esse enfoque reflete-se na

relação existente entre desenvolvimento, planejamento e administração da carreira.

O desenvolvimento da carreira aplica-se a todos os empregados. O mundo

globalizado e suas mudanças cada vez mais rápidas significam que somos os

únicos responsáveis pelo sucesso de nossa carreira. A competência e a flexibilidade

tornaram-se parte integrante na construção de uma carreira.

Implantação do Sistema

A implantação de um Plano de Cargos e Salários requer muito estudo e

cuidado com os aspectos políticos e técnicos relacionados à cultura da organização.

A organização deve se preocupar com a legitimidade do plano, com um caminho

para atingir objetivos e possuir clareza no processo.

1. Levantamento e planejamento

É importante resgatar a estrutura existente de fato, a realidade e não apenas

a política projetada pela organização.

Após o primeiro mapeamento se tem uma ideia do trabalho a ser

desenvolvido e quais metodologias poderão ser utilizadas, partindo então para

definição de etapas, determinando prazo e interdependência entre essas etapas.

Pode se preparar um cronograma que será importante para nortear o andamento do

projeto e cumprimento de prazos.

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2. Venda do plano à direção da organização

A apresentação do plano à direção deve deixar claros os objetivos como,

prazo, funcionamento, resultados esperados, recursos necessários, custos e

envolvimentos das chefias e demais colaboradores.

A divulgação deve superar as expectativas, atingindo todos os níveis com

riqueza de detalhes, despertando o interesse e envolvimento de todos. A esta etapa

deve seguir-se :

� Levantamento de descrição dos cargos

� Elaboração dos manuais de avaliação de cargos

� Ordenação de cargos

� Pesquisa salarial

� Política salarial

3. Implementação do Plano

A apresentação da conclusão do desenvolvimento de plano deve ocorrer em

reunião com a direção, com explanação sucinta contendo considerações desde as

pesquisas iniciais até a conclusão do desenvolvimento. Após a apresentação, a

direção libera a implementação e define os próximos passos do plano,

estabelecendo um prazo, em torno de seis meses, para a realização dos ajustes

necessários.

Os passos mais comumente adotados são:

� Validação da titulação dos cargos

� Alteração da Nomenclatura dos Cargos nos Registros dos colaboradores

� Divulgação da política salarial

� Treinamento das chefias em administração salarial

� Controle da Aplicação do plano nas contratações

� Documentação e projeto de implantação

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Manutenção do Sistema

Para manter o sistema atualizado deve se ficar atento às mudanças que

ocorrem em uma organização, podem surgir novas necessidades alterando cargos,

turnover de colaboradores e até mudanças no mercado. É preciso garantir a

continuidade do padrão inicial do sistema, mantê-lo atualizado e em funcionamento

e garantir aplicação de todos os pontos da política.

Técnica e administrativamente vários assuntos essenciais devem ser

estabelecidos e controlados, como contratação e promoção de colaboradores,

ajustes e alterações salariais, descrição e avaliação de cargos, criação e alteração

de cargos, cálculo de curva de mercado e pesquisas salariais.

O plano de cargos e salários é dinâmico e as organizações devem estar

sempre atentas às mudanças para manter a credibilidade e atualização do plano. A

organização deve ter uma rotina de verificações, descrições e alterações sendo

importante nesses casos a discussão com o comitê.

Os responsáveis pela administração do sistema devem conhecer a fundo os

cargos, bem como a política e devem manterem-se informados e preocuparem-se

com a transparência e os objetivos da organização.

Em ocasiões em que haja solicitações de aumento de salário, a área de cargos

e salários sofre alta pressão e nesta situação é importante analisar, avaliar e

interpretar os fatos. Verificando qual o verdadeiro motivo da pressão, em situações

em que haja a possibilidade do colaborador deixar a organização caso não receba

aumento, além dos itens anteriores deve se avaliar também para onde ele está indo

e se vale a pena alguma proposta de retenção ou possibilidade de remanejamento.

Caso a pressão ocorra na contratação, os pontos de avaliação podem ser o os

mesmos.

Considerações Complementares

1. Avaliação de desempenho e Salários

A diferença está em usar a Avaliação de Desempenho como instrumento

dentro da Política ou apenas levar em conta na hora de analisar salários. É

complexo definir remuneração com base em performance de desempenho, no

entanto está sempre presente, faz parte da gestão de RH.

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2. Remuneração de executivos

A remuneração de executivos tem suas peculiaridades, nesta remuneração as

organizações demonstram mais flexibilidade e inovações que podem fazer a

diferença entre reter ou perder um talento para o mercado. Pode-se dizer que alguns

itens são essenciais nesta analise, são eles: pesquisa salarial, faixas salariais,

progressão horizontal, salário indireto e benefícios.

3. Remuneração de especialistas

Pode-se dizer que o cargo de Especialista caracteriza-se por know-how e

curva de maturidade ou de carreira. Nem todo especialista tem perfil para direção

e/ou liderança, por isso a organização deve ter especial cuidado em promoções.

Algumas organizações criam salários específicos para essa função com o objetivo

de manter o talento na organização, ocorre comumente em instituições de pesquisa

cientifica e tecnológica, empresas de engenharia consultiva e outras que empregam

profissionais caracterizados como especialistas. É comum nesta função o grau de

Trainee, Junior, Pleno e Sênior.

Sugestões/Propostas

Para uma organização obter sucesso é necessário a contratação e retenção

de bons profissionais.

Abaixo está colocada uma sugestão simples e objetiva como primeiro passo

para a implantação de um plano de cargos e salários:

Elaboração da Descrição de Cargos Uma descrição clara de um cargo faz com que o empregado desempenhe

melhores as atribuições nele contidas.

Essa descrição deve ser feita conforme segue:

1. De forma clara, para que qualquer pessoa a entenda perfeitamente.

Descrição é do cargo, não de seu ocupante;

2. Descrição é impessoal, portanto o verbo deve estar no infinitivo;

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3. Descrição sumária e detalhada deve-se ter um resumo das atividades e o

detalhamento completo destas atividades.

Avaliação dos Cargos

Com o auxílio de critérios lógicos e consistentes, é possível avaliar o

conteúdo de um cargo, e ainda estabelecer uma hierarquia entre eles. Após a

elaboração da descrição de cargos, será definida a forma de avaliação através da

escolha de quatro fatores.

São eles:

Escolaridade – Sob este fator é considerado o grau mínimo até o grau máximo,

exigido para um adequado desempenho das responsabilidades inerentes ao cargo.

Em hipótese alguma deve ser avaliada a escolaridade do ocupante e sim do cargo.

Na tabela abaixo, podemos observar a variação dos graus do A até o D.

TABELA 1 – Fator Escolaridade

Escolaridade

Grau Definição Pontos

A 2º Grau Completo 15

B Superior Incompleto 25

C Superior Completo 30

D Pós graduação 35 Grau A – Tarefas simples com assimilação imediata, exigindo pouco esforço

intelectual e bastante repetitivo.

Grau B – Tarefas de pouca complexidade, com razoável repetição e esforço

intelectual normal.

Grau C – Tarefas com esforço intelectual pouco acima do normal. Pouca repetição

exigindo raciocínio.

Grau D – Tarefas com esforço intelectual maior, raciocínio elevado, atuação

independente. Tarefas não repetitivas.

TABELA 2 – Fator Experiência

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Experiência

Grau Definição Pontos

A Sem experiência 15

B De 01 a 02 anos 20

C De 03 a 04 anos 25

D acima de 05 anos 35

Experiência – Este fator avalia do tempo mínimo ao tempo máximo necessário, para

que uma pessoa normal, com escolaridade desejada, esteja apta a desempenhar as

atividades satisfatoriamente.

GRAU A – Não há necessidade de tempo de experiência.

GRAU B – Necessário de 01 a 02 anos de experiência.

GRAU C – Necessário de 03 a 04 anos de experiência.

GRAU D – Necessário acima de 05 anos de experiência.

TABELA 3 – Fator Responsabilidade

Responsabilidade

Grau Definição Pontos

A Pouca 5

B Média 10

C Alta 15

D Altíssima 20 Responsabilidade – Este fator avalia a responsabilidade do ocupante do cargo, que

além do desempenho normal de suas atividades, tem relação direta ou indireta com

seus subordinados, com material ou equipamentos, com valores e documentos, tem

ainda, ligação direta com informações confidenciais, e por consequência, com o

lucro ou o prejuízo nas atividades da empresa.

GRAU A – Responsabilidade com equipamentos e documentos.

GRAU B – Responsabilidade com material, equipamentos, documentos e

informações confidenciais.

GRAU C – Responsabilidade com material, equipamentos, documentos, valores e

informações confidenciais.

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GRAU D - Responsabilidade com documentos, prejuízos ou lucros da empresa,

informações confidenciais e subordinados.

TABELA 4 – Fator Complexidade

Complexidade

Grau Definição Pontos

A Rotineiro 5

B Semi complexo 10

C Complexo 20

D Muito Complexo 30 Complexidade – Este fator avalia o grau de dificuldade e variedade das atividades

exercidas pelo ocupante do cargo.

GRAU A – Tarefas semelhantes, previstas na rotina, fácil interpretação e execução.

GRAU B – Tarefas diferentes, nem sempre simples, com padrões preestabelecidos,

exigindo raciocínio em busca da melhor solução.

GRAU C – Tarefas diferentes e de alguma complexidade, no entanto obedece a

padrões bem definidos. É necessário analise para a execução de algumas tarefas.

GRAU D – Tarefas diferentes e bastante variadas em seus detalhes, análise de

média a alta complexidade para execução das tarefas.

Um bom e adequado plano de remuneração, trás muitos benefícios à

organização, além da motivação, estabelece equilíbrio e justiça entre seus

colaboradores, mantém igualdade com o mercado, propicia a redução de custos,

fortalece a competitividade, e ainda oferece à empresa oportunidade de

transparência quanto aos seus salários.

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CONCLUSÃO

O Plano de Cargos e Salários é parte integrante da definição da política e dos

procedimentos em gestão de recursos humanos. Ele faz parte de uma série de

alternativas que permitem ao gestor administrar os colaboradores de forma

estimulante e competitiva, além de valorizar o conhecimento, a competência e o

desempenho do trabalho.

Ao montar um plano de cargos e salários é preciso compará-lo com a

realidade da empresa, pois na maioria das vezes ocorrem discordâncias. Alguns

cargos podem estar um pouco abaixo ou um pouco acima do valor encontrado em

pesquisas, sendo assim, essas discordâncias podem ser consequência de

descrições e avaliações inadequadas ou distorções nos valores pagos pela

empresa. Antes de corrigir os valores, é necessário verificar as razões das

discordâncias, e depois disso, corrigir as descrições e as avaliações a fim de

normalizar todos os salários de acordo com o que está previsto na administração da

empresa.

Os objetivos típicos de um plano de cargos e salários são: prever, qualitativa

e quantitativamente, o dimensionamento do quadro de colaboradores; definir

objetivos e atribuições inerentes a cada cargo; definir pré-requisitos de ocupação e

especificações dos cargos; formular, desenvolver e estabelecer uma estrutura

salarial adequada às necessidades da empresa e, oferecer oportunidades de

remuneração capazes de gerar continua motivação nos colaboradores e elevar

padrões de produtividade.

Em qualquer ambiente de trabalho cada cargo tem um valor. A administração

dos cargos e salários deve ser feita considerando: a relatividade interna (cada cargo

tem sua remuneração estabelecida conforme suas responsabilidades e qualificações

para desempenho da função), a situação do mercado e o equilíbrio orçamentário da

empresa.

O Plano de Cargos e Salários é uma estrutura coerente que, proporciona uma

sistemática para facilitar à administração e adequação dos cargos à evolução da

estrutura organizacional e os salários à realidade. Além disso, também estabelece

um equilíbrio interno, proporcionando aos funcionários o devido reconhecimento, e

consequentemente, melhorando o desempenho na empresa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas – O novo papel dos recursos

humanos nas organizações. Rio de Janeir: Elsevier, 1999.

LACOMBE, Francisco José Masset. Administração: princípios e tendências . São

Paulo: Saraiva, 2003.

MILKOVICH, George. T., BOUDREAU, John W. - Administração de Recursos

Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.

PASCHOAL, Luis. Administração de Cargos e Salários – Manual prático de novas

metodologias. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007.

PONTES, B. R. Administração de Cargos e Salários . São: Paulo, LTR, 1990.

PONTES, Benedito Rodrigues, Planejamento, Recrutamento e Seleção. São

Paulo: Atlas, 2008.

Stefano, R. S. Gestão de Pessoas: fundamentos e aplicações . Guarapuava:

UNICENTRO, 2010.