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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Camila Cristina Gonsalves MANEJO E SANIDADE DE MATRIZES DE FRANGOS DE CORTE EM PRODUÇÃO E SISTEMA PRODUTOR DE OVOS CURITIBA 2011

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Camila Cristina Gonsalves

MANEJO E SANIDADE DE MATRIZES DE FRANGOS DE CORTE EM PRODUÇÃO E SISTEMA PRODUTOR DE OVOS

CURITIBA

2011

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MANEJO E SANIDADE DE MATRIZES DE FRANGOS DE CORTE EM PRODUÇÃO E SISTEMA PRODUTOR DE OVOS

CURITIBA

2011

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Camila Cristina Gonsalves

MANEJO E SANIDADE DE MATRIZES DE FRANGOS DE CORTE EM

PRODUÇÃO E SISTEMA PRODUTOR DE OVOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Professora Orientadora: Dra. Anderlise Borsoi Orientador Profissional: Médico Veterinário Leovegildo Antonio Pasetto.

CURITIBA

2011

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TERMO DE APROVAÇÃO Camila Cristina Gonsalves

MANEJO E SANIDADE DE MATRIZES DE FRANGOS DE CORTE EM

PRODUÇÃO E SISTEMA PRODUTOR DE OVOS

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção de título de Médico

Veterinário por uma banca examinadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná

Curitiba, 21 de Junho de 2011

___________________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientadora: Professora Dra. Anderlise Borsoi

Universidade Tuiuti do Paraná

Professora Elza Maria Galvão Ciffoni

Universidade Tuiuti do Paraná

Professor Dr. José Maurício França

Universidade Tuiuti do Paraná

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Reitor Professor Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica Professora Carmem Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Professora Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Professor João Henrique Faryniuk

Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária Professora Ana Laura Angeli

CAMPUS BARIGUI Antonio Rangel Santos, 238 Santo Inácio

CEP 82.010-330 - Curitiba – PR

Fone (41)3331-7958.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus sempre presente, pela Vida, pela Proteção e pela

Oportunidade.

À minha família, em especial aos meus pais, Joacir e Izabel e aos meus

irmãos, Fabiano e Igor, pelo amor incondicional, pelo apoio durante toda a

graduação e em especial durante os meses de estágio. A vocês eu dedico minhas

vitórias.

Ao meu namorado Arthur, pelo carinho, amor, compreensão e apoio

principalmente nas horas difíceis.

À Universidade Tuiuti do Paraná, pela excelente instrução oferecida e aos

professores que tanto contribuíram para a formação do meu conhecimento.

Ao meu Orientador Profissional de Estágio, Médico Veterinário Leovegildo

Antonio Pasetto, pela amizade, oportunidade oferecida, paciência, dedicação e por

compartilhar seus conhecimentos profissionais.

À Avícola Cascata pela oportunidade de Estágio e a todos os seus

funcionários, pela amizade, apoio e aprendizado compartilhados.

Em especial a minha Orientadora de Estágio, Médica Veterinária Professora

Dra. Anderlise Borsoi, pela atenção, carinho, paciência, ensinamentos prestados,

oportunidades e principalmente pela amizade, além da simplicidade e humildade de

quem muito sabe. A você minha eterna gratidão e admiração. Muito Obrigada.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 7 LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................ 9 LISTA DE TABELAS ................................................................................................ 10 LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................................... 11 RESUMO ................................................................................................................... 12 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO ............................................................................... 16 2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO ............................................................................. 16 2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL ......................................................................... 16 2.3 HORAS DE ESTÁGIO ........................................................................................ 16 2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO .......................................................... 17 2.4.1 Missão e política da empresa ......................................................................... 18 2.4.2 Bem-estar das aves e a empresa ................................................................... 18 2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO ................................................ 19 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 22 3.1 BIOSSEGURIDADE ............................................................................................ 22 3.1.1 Localização e isolamento das instalações ...................................................... 23 3.1.2 Acesso ao núcleo de matrizes ........................................................................ 24 3.1.3 Acesso de veículos, equipamentos e materiais .............................................. 25 3.1.4 Limpeza, desinfecção e desinfetantes ............................................................ 26 3.1.5 Higiene pessoal .............................................................................................. 27 3.1.6 Cuidados com ração e água ........................................................................... 28 3.1.7 Medicação e vacinação .................................................................................. 28 3.1.8 Monitoramento, registro e comunicação de resultados................................... 29 3.1.9 Auditoria .......................................................................................................... 30 3.2 PRODUÇÃO E QUALIDADE DE OVOS ............................................................. 30 3.2.1 Qualidade física do ovo .................................................................................. 31 3.2.2 Fatores que interferem na qualidade dos pintainhos ...................................... 33 3.2.3 Contaminação dos ovos ................................................................................. 34 3.2.4 Recomendações para diminuição da contaminação....................................... 35 3.2.5 Desinfecção de ovos....................................................................................... 36 3.2.6 Automação da classificação dos ovos ............................................................ 37 3.3 SANIDADE EM MATRIZES ................................................................................ 38 3.3.1 Artrite bacteriana ............................................................................................ 38 3.3.2 Colibacilose .................................................................................................... 40 3.3.3 Prolapsos ........................................................................................................ 42 3.3.4 Bronquite infecciosa........................................................................................ 43 3.3.5 Canibalismo .................................................................................................... 44 4 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................... 45 4.1 MATRIZES DE FRANGOS DE CORTE EM PRODUÇÃO .................................. 45 4.2 AMBIENTE E INSTALAÇÕES ............................................................................ 45 4.3 TRANSFERÊNCIA DAS AVES ........................................................................... 47 4.4 MANEJO DOS MACHOS .................................................................................... 48 4.4.1 Avaliação peitoral dos machos ....................................................................... 49

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4.4.2 Arraçoamento dos machos ............................................................................. 50 4.5 MANEJO DAS FÊMEAS ..................................................................................... 51 4.5.1 Arraçoamento das fêmeas .............................................................................. 52 4.6 FERTILIDADE ..................................................................................................... 53 4.6.1 Fatores que afetam a fertilidade de machos e fêmeas ................................... 54 4.6.2 Fotoperíodos ................................................................................................... 55 4.7 PICO DE PRODUÇÃO ........................................................................................ 57 4.8 MANEJO DE OVOS ............................................................................................ 60 4.8.1 Ninhos............................................................................................................. 60 4.8.2 Coleta manual ................................................................................................. 61 4.8.3 Classificação dos ovos ................................................................................... 61 4.8.4 Desinfecção e armazenamento dos ovos ....................................................... 62 4.8.5 Análise da qualidade dos ovos (AQO) ............................................................ 63 4.8.6 Parâmetros de produção analisados .............................................................. 63 4.9 ÁGUA .................................................................................................................. 64 4.10 VAZIO SANITÁRIO ...................................................................................... 66 4.11 CONTROLE DE VETORES ......................................................................... 68 4.12 COMPOSTAGEM ......................................................................................... 70 4.13 VACINAÇÃO VIA ÁGUA DE BEBIDA .......................................................... 71 4.14 MONITORIAS............................................................................................... 72 4.15 CARREGAMENTO E ABATE DAS AVES .................................................... 73 5 CASO CLÍNICO – COLIBACILOSE ..................................................................... 75 5.1 DEFINIÇÃO ........................................................................................................ 75 5.2 HISTÓRICO ........................................................................................................ 75 5.3 SINAIS CLÍNICOS .............................................................................................. 76 5.4 TRATAMENTO ................................................................................................... 76 5.5 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 76 6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 78 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 80

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - NÚCLEOS AVÍCOLA CASCATA................................................. 17

FIGURA 2 - VISTA EXTERNA DE UM NÚCLEO............................................ 17

FIGURA 3 - VISTA EXTERNA DA BARREIRA SANITÁRIA DE UM

NÚCLEO...................................................................................... 24

FIGURA 4 - LAVAGEM E DESINFECÇÃO DE VEÍCULOS............................ 26

FIGURA 5 - MACHO APRESENTANDO ARTRITE BACTERIANA................. 39

FIGURA 6 - AVE ACOMETIDA POR COLIBACILOSE – CONGESTÃO

MUSCULAR................................................................................. 41

FIGURA 7 - PROLAPSO EM AVE COM 28 SEMANAS.................................. 42

FIGURA 8 - CANIBALISMO NA REGIÃO DA CABEÇA DA AVE.................... 44

FIGURA 9 - DISPOSIÇÃO DOS NINHOS....................................................... 47

FIGURA 10 - BOX RECUPERAÇÃO DOS MACHOS....................................... 47

FIGURA 11 - GALO LINHAGEM COBB 500..................................................... 49

FIGURA 12 - ESCORES DE CLASSIFICAÇÃO DE PEITO PARA MACHOS

DA LINHAGEM COBB................................................................. 50

FIGURA 13 - AVES COM 60 SEMANAS DE IDADE......................................... 54

FIGURA 14 - COLORAÇÃO DAS PERNAS...................................................... 55

FIGURA 15 - CLOACA GALO REPRODUTOR................................................. 55

FIGURA 16 - FÊMEA COBB EM INÍCIO DE POSTURA................................... 59

FIGURA 17 - FUMIGADOR DE OVOS.............................................................. 63

FIGURA 18 - PASTILHAS DE CLORO.............................................................. 65

FIGURA 19 - AFERIÇÃO DOS NÍVEIS DE CLORO.......................................... 65

FIGURA 20 - AVIÁRIO NO VAZIO SANITÁRIO E PRONTO PARA

RECEPÇÃO DO LOTE................................................................ 67

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FIGURA 21 - LIMPEZA E DESINFECÇÃO NO VAZIO SANITÁRIO................. 68

FIGURA 22 - MAPA DE CONTROLE DE ARMADILHAS PARA ROEDORES. 69

FIGURA 23 - COMPOSTEIRA........................................................................... 71

FIGURA 24 - DISPOSIÇÃO CORRETA DAS AVES......................................... 71

FIGURA 25 - COMPOSTAGEM PRONTA......................................................... 71

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - OS MAIORES EXPORTADORES DE CARNE DE FRANGO -

2009............................................................................................. 13

GRÁFICO 2 - PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CARNE DE FRANGO

2009............................................................................................. 14

GRÁFICO 3 - PRODUÇÃO DE OVOS DE ACORDO COM A IDADE DA

MATRIZ........................................................................................ 59

GRÁFICO 4 - PARÂMETROS DE PRODUÇÃO MATRIZES FRANGOS DE

CORTE......................................................................................... 64

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - EFEITO DA QUALIDADE DA CASCA E MORTALIDADE DOS

PINTOS NOS PRIMEIROS 14 DIAS DE IDADE.......................... 37

TABELA 2 - PROGRAMA DE LUZ NA TRANSFERÊNCIA............................. 57

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LISTA DE ABREVIATURAS

% - Porcentagem m - Metro (s) cm - Centímetro (s) m² - Metro (s) quadrado (s) ºC - Grau (s) Celsius h - Hora (s) kg - Quilograma (s) g - Grama (s) L - Litro (s) mL - Mililitro (s) AE - Encefalomielite APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle APV - Pneumovírus Aviário AQO - Análise da Qualidade do Ovo BI - Bronquite Infecciosa BRF - Brasil Foods S/A CA - Colibacilose Aviária CAV - Anemia infecciosa ELISA - Enzyme Linked Immunosorbent Assay (ensaio imunoenzimático) GTA - Guia de Trânsito Animal HI - Inibição da Hemaglutinação IBD - Doença de Gumboro IBV - Vírus da Bronquite Infecciosa ppm - partes por milhão MAPA - Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MG - Mycoplasma galisepticum MS - Mycoplasma sinoviae NC - Doença de New Castle OIE - Organização Internacional de Epizotias PNSA - Programa Nacional de Sanidade Avícola SAR ou SARP - Sorologia Rápida em Placa SE - Salmonella Enteritidis SPO - Sistema de Produção de Ovos UBA - União Brasileira de Avicultura UBABEF - União Brasileira de Avicultura e Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos UTP - Universidade Tuiuti do Paraná VN - Testes de Vírus Neutralização

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RESUMO O presente trabalho apresenta as atividades desenvolvidas no Estágio Curricular Obrigatório do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná pela acadêmica Camila Cristina Gonsalves, sendo realizado na área de Matrizes de Frangos de Corte em Produção e Sistema Produtor de Ovos (SPO). O Estágio foi realizado na Empresa Avícola Cascata na Cidade de Campos Novos no Estado de Santa - Catarina, sob Orientação Profissional do Médico Veterinário Leovegildo Antonio Pasetto e Orientação Acadêmica da Professora Doutora Anderlise Borsoi. O relatório aborda os aspectos teóricos relativos aos temas e práticos de acordo com a experiência obtida em manejo de matrizes de frangos de corte, biosseguridade, bem-estar animal, produção, qualidade de ovos e sanidade, abordando também as doenças prevalentes em matrizes, incluindo relato de caso clínico. Palavras- Chaves: Produção, matrizes de frangos de corte, biosseguridade, ovos, doenças.

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1 INTRODUÇÃO

A avicultura é a atividade que possui o maior e mais avançado acervo

tecnológico dentre o setor agropecuário brasileiro. Os grandes progressos em

genética, nutrição, manejo e sanidade verificada nas últimas quatro décadas

transformaram o empreendimento em um verdadeiro complexo econômico, traduzido

por uma grande indústria de produção de proteína de origem animal (TINOCO,

2001).

A carne de frango brasileira está presente nas mesas de consumidores de

mais de 150 países. O Brasil é o maior exportador mundial desde 2004 (Gráfico 1) e

o terceiro maior produtor de carne de aves, atrás somente de Estados Unidos e

China. A atividade avançou de maneira vigorosa em 2010 (Gráfico 2), com

crescimento de 10% sobre o total produzido em 2009, que foi de 11 milhões de

toneladas (BRAZILIAN CHICKEN, 2011). O ano de 2010 marca também o

estabelecimento de um novo patamar no consumo interno da carne de frango.

Impulsionado pela melhora de renda da população brasileira, pela maior produção

avícola e pelo alto preço da carne bovina. A carne de frango torna-se assim a

proteína mais consumida entre os brasileiros.

GRÁFICO 1 - OS MAIORES EXPORTADORES DE CARNE DE FRANGO - 2009

Fonte: www.usda.gov (2009)

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GRÁFICO 2 - PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CARNE DE FRANGO - 2009

Fonte: UBABEF (2011)

Com relação a matrizes de frangos de corte, teve seu início no Brasil como

atividade industrial na década de 60, com a importação dos primeiros lotes de

linhagens híbridas dos Estados Unidos. A partir de 1965, o Ministério da Agricultura

regulamentou a entrada de material genético no Brasil permitindo somente a entrada

de avós. Importações de Matrizes eram autorizadas em caráter excepcional, para

que fossem alojadas por empresas avozeiras no país, e que seriam destinadas a

testes. Com isso, a avicultura brasileira estruturou-se nos moldes da americana com

granjas de bisavós, avós, matrizes e produtores comerciais. Atualmente as

empresas importam aves na forma de bisavós de diversas linhagens, mantendo

plantéis de linhas puras, bisavós, avós e matrizes (MACARI & MENDES, 2005).

Segundo dados da União Brasileira de Avicultura, o Brasil no ano de 2009 alojou até

o mês de julho 25.642.681 milhões de matrizes de corte e o ano de 2010 encerrou

com 3% a mais que o ano interior (UBA, 2009).

Para que as aves possam expressar seu potencial genético é imperioso que

estejam em boa saúde e este fato, historicamente, tem sido o objetivo primário dos

programas de biosseguridade. Na tentativa de garantir a posição de destaque que

[Mtons]

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15

hoje se encontra a avicultura brasileira é necessário o pleno funcionamento dos

programas de biosseguridade de cada empresa, sendo algo absolutamente

primordial para a sobrevivência de todos os tipos de explorações comerciais de aves

domésticas.

O objetivo do presente relatório foi descrever as atividades realizadas no

estágio curricular obrigatório, desenvolvido como requisito para obtenção do título de

Médico Veterinário pela Universidade Tuiuti do Paraná, contextualizando-as de

forma teórica na avicultura brasileira.

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2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO

As atividades de estágio curricular, na empresa Avícola Cascata,

desenvolvidas pela aluna abrangeu o setor de Matrizes de Frangos de Corte em

Produção e Sistema Produtor de Ovos (SPO).

2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO

A orientação acadêmica foi realizada pela Professora Doutora Anderlise

Borsoi, responsável pelas disciplinas de Doença de Aves e Suínos, Higiene e

Inspeção de Produtos de Origem Animal e Defesa Sanitária Animal, do curso de

Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL

O estágio foi orientado pelo Médico Veterinário Leovegildo Antonio Pasetto,

gerente geral da Avícola Cascata.

2.3 HORAS DE ESTÁGIO

A carga horária total cumprida foi de 392 horas.

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2.4 DADOS SOBRE O LOCAL DE ESTÁGIO

A Avícola Cascata está localizada na cidade de Campos Novos no Estado

de Santa Catarina, iniciando suas atividades em junho de 2002. Atualmente possui

24 aviários com 65.000 m² de área construída (Figura 1), divididos em oito núcleos

com três aviários cada núcleo de 220 metros de comprimento (Figura 2). A avícola

tem capacidade de alojamento para 312.000 aves. A área total do empreendimento

é de 2.400.000 m² sendo 1.000.000 m² de reflorestamento. A empresa conta hoje

com 112 funcionários, sendo 82 mulheres e 30 homens, e apoio de nutricionista,

fisioterapeuta e psicólogo.

Em parceria com a empresa Brasil Foods (BRF), fornece para a mesma 54

bilhões de ovos fecundados por ano. Todos os processos de produção e os critérios

de sanidade animal são acompanhados por técnicos especializados, para garantir

que o produto tenha qualidade aceita internacionalmente.

FIGURA 1 – NÚCLEOS AVÍCOLA CASCATA FIGURA 2 – VISTA EXTERNA DE UM NÚCLEO

Fonte – Avícola Cascata (2009)

Fonte – Avícola Cascata (2011)

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18

2.4.1 Missão e política da empresa

A missão da empresa é a produção de ovos férteis como fomento para uma

agroindústria com excelência em suas condições físicas, orgânicas e sanitárias,

tendo o firme compromisso com a busca constante de qualidade, desenvolvimento

de soluções, garantia de prazos e adoção de práticas inovadoras na gestão e

operação dos negócios. Tem a responsabilidade de zelar pelo bem-estar dos

animais, buscando as melhores alternativas técnicas e econômicas que favoreçam a

expressão do comportamento natural de cada espécie e minimizem os desconfortos,

o estresse, a fome e a sede, previnam doenças, ferimentos ou sofrimentos

desnecessários, em todas as fases da produção.

2.4.2 Bem-estar das aves e a empresa

O bem-estar animal é o estado de saúde mental e física, onde o mesmo se

encontra em harmonia com o seu ambiente. Para manter altos níveis de produção,

tanto em quantidade quanto em qualidade, a empresa investe em ações,

equipamentos, instalações, alimentação e cuidados que proporcionam bem-estar às

aves. O objetivo é criar condições adequadas de vida para o frango, desde o

nascimento até o abate, proporcionando aos animais maior qualidade de vida, para

que desenvolvam todo seu potencial. Atualmente as pessoas buscam informações

sobre o processo produtivo, se os animais são bem tratados e se o manejo aplicado

impede o sofrimento. Além de fornecer instalações adequadas, devem-se evitar o

estresse, observando sempre a temperatura ideal, a qualidade de ar, da cama, da

água, à densidade de aves, o manejo das cortinas, o fornecimento de ração, a

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19

preparação para o abate e o próprio carregamento. O comportamento dos frangos

no interior das instalações demonstra se o ambiente está confortável, se tudo

transcorre dentro da normalidade e se o avicultor pode obter, no final, o melhor

resultado humanitário e econômico (INFORMATIVO SERVIÇO RURAL BRF, 2011).

O Bem-Estar das aves é um compromisso constante da Avícola Cascata que

durante o estágio foi possível observar, bem como a preocupação dos profissionais

no seu planejamento de manejo, na educação e capacitação dos funcionários, para

que o programa seja seguido, garantindo o conforto das aves. O programa de bem-

estar animal envolve as cinco liberdades dos animais que são a liberdade

psicológica (ausência de medo e ansiedade), comportamental (possibilidade de

expressar comportamento normal), fisiológica (ausência de fome e sede), sanitária

(as aves não podem ser expostas a doenças, injúrias ou dor) e ambiental (as aves

devem viver com conforto e segurança).

2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO

As atividades desenvolvidas tiveram como foco principal Matrizes de

Frangos de Corte em Produção e SPO (Sistema Produtor de Ovos), realizando o

acompanhamento de aves de oito núcleos, desde a chegada das aves com 22

semanas de idade até a saída dos lotes com 66 semanas, passando por todas as

fases de produção, onde foi possível obter o conhecimento prático do manejo geral

de um núcleo, assim como conhecimento geral administrativo e sanitário. Foi

possível acompanhar todo o processo de vazio sanitário, limpeza e desinfecção de

equipamentos e do galpão, preparação para recepção do lote, como instalação dos

equipamentos, colocação de maravalha (montagem da cama das aves),

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descarregamento de aves com 22 semanas de idade e contagem das mesmas. Foi

acompanhado o processo de adaptação dos machos antes da chegada das fêmeas,

arraçoamento diferenciado dos mesmos, e cauterização das unhas.

Durante o período de produção de ovos foi realizada coletas, classificação,

ovoscopia, fumigação, armazenamento e carregamento dos ovos, assim como

análise dos índices de produção, fertilidade, eclodibilidade, viabilidade do lote e

contaminação dos ovos.

Houve participação na seleção de machos e de fêmeas aptos a reprodução.

Foram realizados procedimentos como a administração de medicamentos,

vacinação via água, cloração da água, aferição de níveis de cloro e amônia, coleta

de materiais em cumprimento do PNSA (Programa Nacional de Sanidade Avícola),

acompanhamento de todo processo de compostagem, realização de necropsias,

acompanhamento de vistorias do sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos

Críticos de Controle) e participação em treinamentos ofertados pela empresa, como

Controle de Pragas e Qualidade de Ovos.

Em visita técnica ao incubatório Rio das Pedras da Brasil Foods localizado

em Videira no Estado de Santa Catarina, participação nas atividades de recepção e

reclassificação dos ovos, realização da ovoscopia, monitoramento do maquinário de

incubação, vacinação in ovo, transferência dos ovos vacinados para os nascedouros

e acompanhamento dos nascimentos. Após o nascimento dos pintainhos a

realização de sexagem e vacinação via spray para Bronquite Infecciosa.

Em visita técnica a granja de Cria/Recria Liberata localizada na Cidade de

Fraiburgo no Estado de Santa Catarina, conhecimento a respeito do funcionamento

e estrutura dos galpões Dark House para fêmeas, galpões com sombrite para

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machos, programa de luz, seleção por peso das aves, arraçoamento, vacinação

intramuscular e manejo em geral.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A presente revisão bibliográfica relata a respeito da Biosseguridade em

Matrizes de Frangos de Corte em Produção, assim como a Produção e Qualidade de

Ovos e Sanidade em Matrizes, vivenciadas durante o período de estágio curricular.

3.1 BIOSSEGURIDADE

Os termos Biosseguridade e Biossegurança têm sido utilizados como

sinônimos por muitos autores e profissionais da área de saúde humana e animal.

Embora tenham realmente significados semelhantes, a real definição afirma que a

Biosseguridade é o conjunto de medidas e práticas de manejo que visam impedir ou

reduzir o contato dos animais com agentes biológicos infecciosos e potencialmente

causadores de doenças. Definem-se Biossegurança como normas adotadas ao

longo da cadeia de produção (incluindo o processamento, armazenagem,

comercialização e transporte) com o objetivo de fornecer alimento saudável e seguro

para o ser humano. Entretanto, a avicultura Brasileira se encontra às voltas com

novos e graves desafios de ordem sanitária. O ressurgimento de formas muito

virulentas da doença de Gumboro, em meados dos anos 1990, exigiu investimentos

em vacinas e aumento da vigilância epidemiológica. A Influenza Aviária que

assustou o mundo com impacto surpreendente sobre os mercados no início dos

anos 2000. A grande importância econômica da avicultura de corte em alguns

países, entre eles o Brasil, faz com que o assunto se torne de extrema relevância

(VARGAS, 2006).

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Um programa de biosseguridade envolve Isolamento; Controle de tráfego;

Higienização; Quarentena / Medicação / Vacinação; Monitoramento / Registro e

Comunicação de Resultados; Erradicação de Doenças; Auditoria, Atualização;

Educação Continuada e Plano de Contingência. O sucesso de um programa de

biosseguridade depende da educação, treinamento, envolvimento e

comprometimento de todas as pessoas envolvidas no processo como foi possível

observar durante o estágio.

3.1.1 Localização e isolamento das instalações

As barreiras físicas são as primeiras considerações para estabelecer o

sistema de produção, devendo estar a uma distância segura de outros sistemas de

produção de aves, incubatórios, fábricas de ração, abatedouros/frigoríficos, estradas

com intenso fluxo de transporte, principalmente de transporte de cargas vivas (aves,

bovinos, suínos), para tal é realizada pela colocação de cercas de tela. Dentro da

granja devem ser delimitadas as áreas, considerando os graus de contaminação:

Área Limpa abrange corredores de acesso aos núcleos, através dos quais são feitos

transportes de aves e equipamentos, área que corresponde da barreira sanitária

(Figura 3) para dentro do núcleo. Área Suja compreende a região externa da granja

e acesso de saída dos núcleos, pela qual se procede retirada de camas e aves de

cada núcleo.

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FIGURA 3 – VISTA EXTERNA DA BARREIRA SANITÁRIA DE UM NÚCLEO

Fonte: Avícola Cascata (2011)

As barreiras naturais auxiliam na tentativa de melhorar o isolamento de

sistemas de produção através de reflorestamentos com árvores não frutíferas

(evitando assim atrair animais), matas naturais, bem como a presença de elevações

topográficas que servem de barreiras sanitárias naturais, diminuindo o risco de

contaminação entre as unidades avícolas e o estresse para as aves (JAENISCH,

1999).

A definição destas distâncias e outras regras de biosseguridade para novos

sistemas de reprodução de linhagens de corte (galinhas e perus) são estabelecidas

oficialmente no Brasil pelo PNSA (Programa Nacional de Sanidade Avícola; Brasil,

2002) por meio da Instrução Normativa número 56, de 06 de Dezembro de 2007 –

Normas para Registro e Fiscalização dos Estabelecimentos Avícolas elaboradas

pelo Brasil (Ministério da Agricultura, Pecuária e Estabelecimento – MAPA).

3.1.2 Acesso ao núcleo de matrizes

É necessário restringir e monitorar visitas, entrada de veículos e

equipamentos na granja. Deve-se manter um registro escrito de todos os visitantes,

o motivo e a data da visita, data do último contato com qualquer espécie de aves e

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laboratórios de diagnósticos. Para entrarem na granja, funcionários e visitantes

devem seguir normas, como evitar contato com outros plantéis pelo menos 72 horas

antes da visita, tomar banho, trocar de roupas e calçados e entrar em um núcleo por

dia. Rigorosa limpeza e desinfecção devem anteceder a introdução de quaisquer

equipamentos na granja. O vetor mais comum de problemas de saúde para as aves

é o homem.

O fluxo de acesso aos aviários deve ser respeitado, observando limites entre

área limpa e suja. Considerar a idade das aves (visitar primeiro os lotes mais

jovens). Havendo suspeita de enfermidade em um lote, somente o funcionário e o

veterinário responsável pela granja, poderão ter acesso a ele. A entrega de ração

deve ser feita no silo localizado na entrada da granja de onde será levada para os

respectivos núcleos por graneleiros internos da granja (JAENISCH, 1999). É de

extrema importância que funcionários e técnicos não possuam qualquer espécie de

ave doméstica e/ou ornamental em seus lares.

3.1.3 Acesso de veículos, equipamentos e materiais

É proibido o acesso de veículos externos, caso seja extremamente

necessário, é realizada a lavagem e desinfecção do veículo (Figura 4) e o motorista

deverá tomar banho e trocar completamente as roupas, ou permanecer dentro da

cabine até o retorno a área externa. Ao final de cada dia de trabalho os veículos

devem ser lavados e desinfetados e não ter acesso a área externa.

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FIGURA 4 – LAVAGEM E DESINFECÇÃO DE VEÍCULOS

Quando for necessário qualquer troca de materiais ou equipamentos entre

núcleos de galpões e/ou granjas, estes passar por desinfecção (fumigação) ao

saírem do seu local de origem e antes de serem introduzidos no local de destino.

3.1.4 Limpeza, desinfecção e desinfetantes

A manutenção por longo tempo de ambientes de produção animal com

níveis não significativos de contaminação por microrganismos é impossível na

prática, devido às características intrínsecas dos sistemas de produção e à fisiologia

animal (produção de dejetos constante). Há dois componentes que devem ser

analisados neste processo: o microrganismo em questão e qual o desinfetante a ser

escolhido. Deve-se considerar que existem diferenças na resistência à ação de

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desinfetantes químicos entre os microrganismos e também diferenças entre os

princípios ativos dos desinfetantes. São características do princípio ativo

desinfetante ideal (MACARI et al., 2003): possuir amplo espectro; eliminar os

microrganismos rapidamente; não ser afetado por fatores ambientais; ser efetivo em

presença de matéria orgânica; não ser tóxico; não ser corrosivo à pele e materiais

em geral; ter longo efeito residual em superfícies; ser de fácil manuseio; não exalar

odor ou possuir odor agradável ao ser humano; ser facilmente solúvel em água;

possuir forte estabilidade na forma original e diluído; não poluir o meio ambiente e

ser rapidamente biodegradado; ser de custo aceitável de acordo com sua relação

custo benefício.

3.1.5 Higiene pessoal

Todas as pessoas que trabalham na empresa ou de alguma forma estão

envolvidas no sistema de produção devem passar por banho completo e troca de

roupas para entrar e sair da empresa. Os banheiros e chuveiros devem ser

desenhados de forma que uma vez que a pessoa entre na área de chuveiros esta

não possa mais retornar ao vestiário de entrada sem tomar banho e seguir a rota

normal de entrada e saída do sistema de produção. Os materiais de higiene de uso

pessoal devem ser colocados no fumigador antes de serem utilizados. Todos devem

manter as unhas das mãos curtas e bem limpas, não utilizar adereços, anéis, brincos

e outros. Os banhos têm duração mínima de 5 minutos e todos devem seguir as

normas de banho determinadas pela empresa, como bochechos durante o banho,

escovação de mãos e pés entre outros. Estas normas devem estar anexadas no

banheiro para que o funcionário siga o correto procedimento.

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Na granja todos os funcionários eram obrigados a tomar banho na barreira

central, retirando as roupas e o calçado e deixando na área suja, realizavam a troca

completa de roupas (roupas laranjadas). Para a descida aos núcleos, realizavam a

troca dos sapatos e na chegada ao núcleo trocavam completamente as roupas

(roupas azuis) e o calçado. No retorno a barreira central, tomava-se outro banho no

núcleo com a troca de roupas e de calçados (roupas laranjadas).

3.1.6 Cuidados com ração e água

É fundamental primar pela qualidade nutricional e microbiológica das rações.

A peletização contribui para reduzir a contaminação das rações, é importante

também cada núcleo manter uma amostra de cada ração que chega à granja, essa

amostra deve ser armazenada em sacos plásticos com a data indicada.

A água da granja deve ser abundante, limpa, fresca e isenta de patógenos.

Deve ser monitorada e, se necessário, tratada com pedras ou blocos de cloro como

é feito pela empresa, e manter uma monitoria constante dos parâmetros de

qualidade da água.

3.1.7 Medicação e vacinação

A prevenção é, certamente, o melhor e mais econômico método de controle

de doenças. Isso se consegue através da implantação de um programa eficaz de

biossegurança, que inclui vacinação correta. Por medicação, em avicultura industrial,

entende-se a terapia antimicrobiana (antibióticos e quimioterápicos), seja preventiva

e/ou curativa. Geralmente, antimicrobianos são utilizados em aves para as seguintes

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situações clínicas como prevenção ou tratamento de infecções bacterianas

específicas (micoplasmoses, salmoneloses, colibacilose, etc.); prevenção e/ ou

tratamento de complicações bacterianas secundárias a viroses clínicas

(pneumovirose, bronquite infecciosa, doença de Gumboro) ou a reações vacinais

após aplicação de vacinas virais vivas. Basicamente, três vias de administração são

utilizadas para a medicação de aves na avicultura industrial: água de bebida, ração e

via injetável (injeção subcutânea ou intramuscular).

Devem ser adotadas estratégias de prevenção, tais como práticas

apropriadas de manejo e higiene, monitoria da saúde do rebanho e programas de

imunização e estas estratégias devem ser sempre priorizadas. Deve-se tratar

somente o plantel doente ou aquele em grande risco, quando possível sempre

utilizar resultados de isolamento e antibiograma para a escolha da droga a ser

utilizada. A principal razão para vacinar plantéis de reprodutores é a de reduzir

perdas com morbidade e mortalidade causadas pelas doenças infecciosas. Outra

razão importante é a proteção contra quedas nas taxas de produtividade, redução da

transmissão vertical de alguns patógenos para a progênie.

3.1.8 Monitoramento, registro e comunicação de resultados

O monitoramento da empresa deve estar de acordo com o preconizado pela

legislação em vigor do PNSA. Todos os dados do monitoramento devem ser

armazenados de forma segura e de fácil consulta. Essas informações devem estar

sempre disponíveis para os técnicos oficiais do MAPA (Ministério da Agricultura

Pecuária, Pesca e Abastecimento) que estejam envolvidos com o PNSA.

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3.1.9 Auditoria

Um programa de biosseguridade necessita de constante auditoria e

atualização. O cronograma de visita de auditoria deve prever, pelo menos, três

auditorias completas ao sistema. Essas auditorias sempre devem ser realizadas em

datas não anunciadas. Isso permite que, no momento da auditoria, a situação

operacional no sistema reflita exatamente o que ocorre no dia-a-dia (SESTI, 2005).

As auditorias devem ser direcionadas à manutenção da operacionalização

de rotina de todos os aspectos que estejam implementados no sistema de produção

em questão.

Os profissionais, técnicos e todos aqueles envolvidos no sistema de

produção devem passar por programas de educação continuada, em frequência de

no mínimo três vezes por ano, para que se obtenham conhecimentos atualizados e

para o esclarecimento de possíveis dúvidas restantes.

3.2 PRODUÇÃO E QUALIDADE DE OVOS

Os programas de controle de qualidade e desempenho adotados nas

empresas de ovos seguem as orientações dos guias de manejo das linhagens, bem

como as normativas que especificam práticas e monitoramentos ao nível da granja,

com o objetivo da produção de ovos adequados e inócuos sob o ponto de vista

sanitário. No entanto, mesmo com toda a tecnificação e a adoção dos critérios

indicados nas legislações, não há garantia da total eliminação de agentes

patogênicos ou de contaminantes até o elo final da cadeia produtiva. Dentro de um

programa de gestão da qualidade numa empresa, a garantia da produção de

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alimentos seguros (inócuos) necessariamente passa pela adoção do sistema

APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (MAZZUCO, 2011).

Os cuidados com os manejos das matrizes (cria/recria) são fundamentais

para a qualidade do lote em reprodução e também para a qualidade máxima de

aproveitamento dos ovos produzidos. Coletas, fumigações, armazenamento na

granja, transporte para o incubatório, recebimento/fumigação na chegada no

incubatório, classificação e estocagem também determinam a manutenção da

qualidade dos ovos e dos pintos.

3.2.1 Qualidade física do ovo

Segundo Schmidt et al., (2002) citou que a genética, sanidade, manejo,

idade da matriz, condições climáticas interferem na qualidade física do ovo que por

sua vez estão relacionadas com os aspectos do mesmo: tamanho, formato,

coloração, sujidade, integridade e ausência de má formação na casca. As exigências

de temperaturas e umidades, principalmente na última semana de incubação,

recebem influência direta do tamanho do ovo, porosidade da sua casca e perdas de

água durante a incubação. A composição do ovo sofre mudança, com o aumento da

idade da matriz, que também está correlacionada com o aumento do número de

intervalos entre ovulações, quando a mesma quantidade de gema, proveniente da

síntese hepática, é depositada em número cada vez menor de folículos.

Consequentemente, esses atingem tamanhos e pesos superiores aos anteriores.

O tamanho dos ovos é definido, em grande parte, pelo peso corporal da

fêmea durante a fotoestimulação (estimulação luminosa). A fotoestimulação tardia

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produzirá ovos maiores no início e provavelmente durante toda a vida do lote.

(COBB, 2008).

Não existe nenhuma dúvida sobre a correlação direta entre o peso dos ovos

com o peso dos pintainhos ao nascerem. Bem como a relação que também existe

entre o peso do pintainho ao nascer, com o peso da ave no seu 14° dia de vida

(SAULLU, 2005). A literatura é muito convincente sobre este assunto. Schmidt et al.,

(2002) estimaram que o peso do pintainho corresponde entre 62 e 76% do peso

inicial do ovo de origem. E ainda, que ocorre o aumento de 0,71g no peso do

pintainho à eclosão para cada 1,0g de aumento no peso do ovo.

Segundo Saullu (2005) existem consideráveis vantagens em fazer a

pesagem diária de uma amostra de ovos para definir a tendência de peso dos ovos.

A análise desta tendência é um indicador útil do desempenho do lote e serve como

um alerta precoce de eventuais problemas. Os pesos diários dos ovos, quando

passados para um gráfico, indicarão possíveis problemas que devem ser

imediatamente investigados. Ovos abaixo do peso podem ter relação com

alimentação insuficiente, ração com baixos níveis de energia ou proteína,

fornecimento insuficiente de água, doenças, extremos de temperatura no galpão,

aves abaixo do peso e ovos acima do peso podem ter relação com

superalimentação, ração com altos níveis de energia ou proteína, aves com

sobrepeso entre outros.

O peso do ovo aumenta com a idade da matriz, acompanhado de redução

na qualidade da casca que prejudica a eclosão. Ovos de matrizes velhas e ovos

pequenos, dentro de um mesmo lote, eclodem mais cedo do que ovos oriundos de

matrizes mais jovens e maiores, dentro de um mesmo lote. O formato influencia

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diretamente na eclosão dos ovos seja por razões nutricionais, genética ou de

manejo (SCHMIDT et al., 2002).

A mortalidade, na maioria das vezes, é mais alta para pintainhos oriundos de

ovos menores especialmente àqueles oriundos de matrizes jovens (WYATT et al.,

1988; HEARN, 1986 apud Saullu, 2005). Noble & Yafei, 1988 (apud Saullu, 2005)

identificaram um metabolismo anormal do lipídio em embriões provenientes dos

primeiros ovos da matriz, o qual aparentemente contribui para alta mortalidade para

ovos de matrizes jovens.

Quanto a ovos trincados, práticas gerenciais devem ser estabelecidas e

mantidas para evitá-los, pois a perda de líquido durante a incubação é alta, e

pintainhos deste tipo de ovos possuem baixa qualidade. Os tipos de ovos anormais

podem ser: deformados, arredondados, pequenos, sem pigmentação, redondos,

casca enrugada, corrugados entre outros.

3.2.2 Fatores que interferem na qualidade dos pintainhos

Alguns fatores são de extrema importância, entre eles a data de produção,

devendo-se incubar sempre os ovos com as datas de produção mais velhas e para

não haver erros é preciso identificar todas as bandejas de ovos classificados com a

data da postura. A idade das matrizes, devendo manter sequência das idades dos

lotes, incubando sempre que possível os ovos de um mesmo lote nas mesmas

incubadoras facilita as possíveis regulagens de temperatura e umidade de acordo

com os lotes. O horário previsto para a retirada dos pintainhos é um fator importante

para a definição da hora correta de incubação, pois, podem ter pintainhos prontos

para a retirada antes do previsto e, ter como causa possíveis desidratações ou, se

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acontecer ao contrário e os pintainhos atrasarem, pode ter aves com umbigo mal

cicatrizado e consequentemente contaminação como também acontecer um

aumento de ovos bicados e não nascidos. As diferentes temperaturas que

acontecem durante os períodos de verão e de inverno e a falta de controles

adequados de temperatura dentro dos incubatórios podem causar perdas de eclosão

e também da qualidade dos pintainhos tanto por baixas temperaturas como também

por altas temperaturas. Tirar o melhor proveito das condições ambientais pode

representar ganhos significativos na eclosão.

A classificação típica de ovos descartes em reprodutoras pesadas são:

Dupla Gema 0,5%, Quebrados 1,0%, Deformados 0,8%, Sujos 1,6% (VALLE, 1999).

3.2.3 Contaminação dos ovos

Segundo Elguera (1999) de todos os fatores possíveis que afetam a

qualidade do ovo e por extensão a do pintainho recém nascido, destaca-se a

contaminação bacteriana. Os ovos podem aparentar limpos e ter na parte externa da

casca uma alta quantidade de microrganismos, sobretudo se o ovo foi posto e

permaneceu no piso (cama). Com a utilização dos ninhos mecânicos ou automáticos

modernos, aqueles lotes mal manejados produzem muitos ovos no piso, que se

contaminam e logo criam problemas. A casca contém milhares de poros (8 000–12

000), de diâmetros variáveis e distribuídos em toda a superfície do ovo. As bactérias

podem penetrar através de muitos desses poros. A espessura da casca determina a

longitude dos poros, é por isso que os ovos com casca grossa são mais resistentes

à penetração bacteriana que aqueles com poros curtos, porque estas são mais

delgadas (finas). Normalmente, a incidência de ovos contaminados aumenta à

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medida que o lote envelhece isto é devido principalmente ao normal aumento do

tamanho do ovo e por consequente piora da qualidade (afinamento) da casca. O ovo

possui uma série de barreiras naturais que ajudam a reduzir a contaminação

bacteriana como a cutícula, a casca, as duas membranas da casca, interna e

externa, os mecanismos químicos de defesa da albumina, entre outros. Todos os

ovos estão mais ou menos contaminados superficialmente. A contaminação

aumenta em cada um dos pontos de contato que têm os ovos com o meio ambiente

(ninhos, bandejas, correias transportadoras, mãos, mesas, etc.). É impossível

produzir um ovo estéril, por exemplo, aqueles obtidos diretamente do oviduto, já

estão contaminados. O que pode ser feito é retardar a multiplicação das bactérias na

superfície da casca, desta maneira se previne a penetração.

3.2.4 Recomendações para diminuição da contaminação

Algumas recomendações são de fundamental importância principalmente no

manejo, como, manter o material do ninho e os ninhos limpos, evitando que as

galinhas permaneçam em seu interior durante a noite, realizar a coleta

frequentemente para desinfetar e colocar os ovos no ambiente refrigerado. Quando

se usam ninhos convencionais é um erro limitar a coleta a só três vezes ao dia. Os

ninhos mecânicos se limpam somente a seco, mediante o uso de aspiradores ou

ventiladores, sobretudo aqueles instalados em aviários com piso de terra. Sugere-se

recolher os ovos frequentemente, frequência que depende do número de ovos

produzidos por dia. Quando se usam ninhos convencionais, além da mudança

frequente do material de ninho, alguns agregam escamas de paraformaldeído para

reduzir a contaminação. Deve-se evitar colocar os ovos em contato com a água não

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tratada ou contaminada. Da mesma maneira o manejo térmico na granja, veículo de

transporte e locais de armazenagem devem impedir a condensação de água

(sudação) na superfície das cascas, porque com isto se aumenta os riscos de

penetração bacteriana. Não utilizar lixas ou material abrasivo para limpar os ovos,

esta prática vai contra as defesas naturais do ovo. Devendo-se tratar quimicamente

e desinfetar os ovos imediatamente depois da coleta (ELGUERA, 1999).

3.2.5 Desinfecção de ovos

O motivo pelo qual se tratam os ovos com desinfetantes é para reduzir a

contaminação que existe na superfície das cascas (Tabela 1). Deve-se fazer

rapidamente, logo após a coleta para impedir ou reduzir a penetração bacteriana.

Imediatamente depois da postura o ovo esfria e gradualmente se retrai, podendo

este fenômeno favorecer a penetração.

Por muito tempo o formaldeído foi o produto preferido, no momento seu uso

está sujeito a restrições federais. Para ser uma alternativa viável em substituição ao

formaldeído as substâncias químicas de aplicação sobre os ovos devem ter

basicamente as seguintes características: ser capaz de matar microrganismos na

superfície da casca, não interferir no crescimento do embrião, não constituir-se como

risco para a Saúde Pública.

Os métodos de desinfecção utilizados nas granjas de ovos férteis são a

fumigação com formaldeído, lavado por imersão, aspersão manual e lavado por

pulverização automática ou mecânica.

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TABELA 1 — EFEITO DA QUALIDADE DA CASCA E MORTALIDADE DOS PINTOS NOS

PRIMEIROS 14 DIAS DE IDADE

Condição do ovo Bactérias (total) Coliformes % Mortalidade às 2 semanas

Ovo de ninho limpo 600 123 0.9

Ligeiramente sujo 20.000 904 2.3

Sujos 80.000 1307 4.1

Fonte: MULLER, 1980, apud ELGUERA, 1999.

3.2.6 Automação da classificação dos ovos

As classificadoras de ovos comerciais tem sido uma grande ferramenta na

classificação e seleção dos ovos incubáveis, já que estas conseguem uma excelente

eficiência no seu propósito tecnológico – classificar pelo peso do ovo de forma muito

precisa e ajustável. Além disso, as classificadoras de última geração conseguem

identificar imperfeições nos ovos (alterações de cascas: sujidades, trincas,

deformações e alterações de pigmentação dos ovos) que seguramente podem

comprometer a incubação. Muitos desses equipamentos apresentam uma relação de

custo de investimento bastante atrativo, haja vista o retorno econômico obtido com o

uso dos mesmos.

Equipamentos de apoio como esteiras e mesas de sexagem e vacinação

ajudam muito na qualidade geral dos pintos, pois, além de facilitar e agilizar o ritmo

de trabalho, evita o re-trabalho e o estresse provocado por manejos constantes de

retirar e colocar os pintainhos nas caixas duas vezes em cada manejo específico

(ELGUERA, 1999).

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3.3 SANIDADE EM MATRIZES

É inevitável que com o grande desenvolvimento da avicultura nacional

surjam desafios principalmente os da ordem sanitária. Junto com a genética, manejo

e nutrição, a sanidade é um dos pilares que sustenta nossa avicultura (BACK, 2006).

Perdas excessivas por mortalidade e descarte ocorrem às vezes em

matrizes de corte. Agri Stats, 1993 (apud Valle, 1999) calcula que para cada 0.25%

de aumento em mortalidade semanal, vão ocorrer oito ovos a menos por fêmea

alojada. Um estudo por Jones et al., (1978) mostrou que as causas mais comuns de

mortalidade em matrizes de corte foram os seguintes: problemas reprodutivos

(24.9%), lesões por celulite ou canibalismo (24.5%), lesões renais (9.5%),

hemorragias hepáticas (7.1%), Doença de Marek (4.9%) e sinovite/ tenosinovite por

Staphylococcus (4.1%). Perdas totais de fêmeas em produção foram de 11.6%, 10%

e 12.4% nos lotes analisados.

Existem vários problemas infecciosos que afetam matrizes em produção e

que podem causar perdas bastante elevadas. Felizmente, atualmente, com

erradicação, biossegurança e vacinação estas condições podem ser prevenidas com

sucesso. Esta revisão aborda a respeito de algumas enfermidades prevalentes em

matrizes e algumas causas de elevada mortalidade.

3.3.1 Artrite bacteriana

A artrite bacteriana é conceituada como uma enfermidade que ocorre com

maior frequência nas primeiras semanas de idade da ave, devido ao desafio vacinal

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decorrente da coccidiose. Apresenta também como fatores predisponentes a

imunossupressão causada por reações pós-vacinais; lesões cutâneas; densidade

excessiva de aves; qualidade da cama; manejos bruscos efetuados com as aves e

debicagem. A infecção localiza-se principalmente em nível da bainha dos tendões,

articulações, bolsas sinoviais e nas patas (Figura 5), podendo ser aguda e crônica. A

etiologia normalmente se deve ao Staphylococcus spp., e os sinais se caracterizam

pelas aves apresentarem claudicação uni ou bilateral, hipertermia e sinais de

inflamação ao nível da articulação do joelho, evidenciando grande edema, calor e

rubor. A artrite bacteriana é uma enfermidade de maior ocorrência nos machos.

Na necropsia, evidencia-se a presença de material caseoso em grande

quantidade nas articulações acometidas. Muitas das aves que se apresentam em

estado grave de apatia são eliminadas. O tratamento é realizado com o uso de

antibióticos, e como prevenção deve-se ter cuidados com a qualidade de cama, o

manejo de debicagem, a presença de materiais cortantes que propiciem a entrada

do agente, lesões intestinais, práticas de manejo realizadas com o máximo de

cuidado (SANTIN, 2007).

FIGURA 5 - MACHO APRESENTANDO ARTRITE BACTERIANA

Fonte: Camila Gonsalves (2011)

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3.3.2 Colibacilose

Colibacilose é um termo que designa as infecções causadas por Escherichia

coli nos animais e no homem. E. coli foi descrita em 1885 por Theodor Von

Escherch chamada de Bacterium coli commune. Essa bactéria pode causar

infecções sistêmicas ou locais. A colibacilose das aves geralmente é sistêmica, e

secundária a outros agentes, com manifestações extra-intestinais da doença. É

considerada uma das principais doenças da avicultura industrial moderna em todos

os países do mundo em razão da grande importância econômica causada por

quadros como aerossaculite, celulite, colisepticemia, coligranuloma, doença

respiratória crônica (DCR), onfalite, osteomielite, panoftalmia, peritonite, pericardite,

pneumonia, osteomielite, pleuropneumonia, salpingite, síndrome da cabeça inchada

(SCI) e sinovite (REVOLLEDO, 2009).

Segundo Valle (1999) em matrizes de corte E. Coli é o agente infeccioso

mais comumente isolado de casos de peritonites e salpingites em matrizes de corte.

Problemas de mortalidade devido à peritonite (com ou sem salpingites) são bastante

comuns. Nenhum sinal clínico está presente e consequentemente nenhuma galinha

doente é observada nos galpões de postura. Fêmeas que morrem estão em boas

condições corporais e estão em fase de produção de ovos. Achados post-mortem

indicam material purulento nos folículos ovarianos e na cavidade abdominal,

congestão muscular (Figura 6), espaçamento dos sacos aéreos, entre outros. O

fígado fica geralmente acinzentado e os músculos do peito têm uma aparência de

cozimento. Às vezes petéquias são observadas na gordura da moela, coração e na

superfície interna do esterno. A superalimentação e ganho de peso excessivo

durante a produção causa ovulação descontrolada, com postura interna de ovos.

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Acredita-se que a ovulação descontrolada participa na ocorrência de predisposição

para esta síndrome. Algumas linhagens são mais susceptíveis para este problema

no qual é também mais comum na primavera e verão.

O diagnóstico pode ser realizado pelas lesões observadas na necropsia, de

preferência órgãos internos ou sangue. O tratamento com antimicrobianos

atualmente tem implicações para a resistência de alguns agentes patogênicos em

humanos, devendo sempre seguir a classificação de utilização de antimicrobianos

em aves e humanos. Deve-se levar em consideração que a utilização de

antimicrobianos deve ser realizada apenas após a realização de um teste de

sensibilidade in vitro (antibiograma) para garantir a eficácia do produto a ser

empregado.

A prevenção e o controle da colibacilose baseiam-se em medidas aplicadas

no manejo das aves. O meio ambiente deve contribuir para redução da morbidade e

mortalidade, como a ventilação regulada, cloração adequada da água, controle da

umidade da cama, tempo necessário de vazio sanitário, redução dos níveis de

amônia entre outros (REVOLLEDO, 2009).

FIGURA 6 – AVE ACOMETIDA POR COLIBACILOSE – CONGESTÃO MUSCULAR

Fonte: Camila Gonsalves (2011)

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3.3.3 Prolapsos

Esta condição é vista esporadicamente no início da postura e é

caracterizada por uma inversão acidental e irreversível do oviduto até a cloaca

(Figura 7) (LLEONART, 1991 apud VALLE, 1999). Durante a postura do ovo existe

uma inversão normal do útero ou mucosa vaginal que contorna o ovo quando ele

esta sendo posto. Em fêmeas obesas ou frangas com desenvolvimento insuficiente,

esta mucosa leva mais tempo para retornar a cavidade. Se existe tendências de

canibalismo no lote, as outras aves irão bicar a mucosa, causando trauma e

inflamação, que irá fazer a retração desta mucosa ainda mais difícil. A irritação da

mucosa é continua e faz a ave forçar e prolapsar o oviduto inteiro. Estas aves

continuam a sofrer canibalismo e podem morrer ou serem descartadas.

As perdas podem ser por várias causas, mas podem alcançar 3.0%. Alguns

fatores que causam predisposição à prolapsos são frangas com desenvolvimento

insuficiente no momento de postura, densidade elevada, obesidade, debicagem

inadequada, alta intensidade de luz, excesso de alimentação e de peso, ovos que

são muito grandes, enterites e estresses de origens diversas (falta de ventilação,

parasitismos, etc.) também são condições predisponentes (WHITEMAN, 1988 apud

VALLE, 1999).

FIGURA 7 – PROLAPSO EM AVE COM 28 SEMANAS

Fonte: Camila Gonsalves (2011)

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3.3.4 Bronquite infecciosa

A Bronquite Infecciosa (BI) se caracterizada por uma doença viral aguda,

altamente contagiosa, infectando células dos aparelhos respiratórios e genito-

urinário das galinhas. A importância econômica dessa doença decorre da diminuição

na produção e qualidade interna e externa dos ovos, diminuição da eclodibilidade,

diminuição da eficiência alimentar e do ganho de peso e aumento da mortalidade e

da condenação de carcaças ao abate, além dos gastos com medicamentos para

deter infecções bacterianas secundárias. Em relação à morbidade e mortalidade na

bronquite, todas as aves de um plantel podem ser acometidas, mas a mortalidade é

variável, dependendo do tipo viral, idade, estado imunológico do lote, fatores

ambientais estressantes e infecções bacterianas secundárias. Em aves jovens, a

doença se manifesta com maior severidade. Com o aumento na idade, diminui a

taxa de mortalidade e aumenta a ocorrência das lesões renais e do oviduto (HILLER,

2010).

A etiologia se deve ao Coronavirus da família Coronaviridae. A doença foi

descrita a primeira vez em 1930 nos EUA e o vírus foi isolado em 1936. Vários

sorotipos do vírus da BI foram identificados pelos testes de vírus neutralização (VN)

e de inibição da hemaglutinação (HI), mas todos eles possuem alguns antígenos em

comum, que podem ser detectados pelo teste de ELISA, AGP ou

imunofluorescência. A prevalência de cada sorotipo varia conforme a região. Os

mais comumente encontrados são Massachusetts, Connecticut, Arkansas, Geórgia,

Califórnia, Delaware etc (BACK, 2006).

A prevenção é realizada com diferentes esquemas de vacinação.

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A bronquite infecciosa das galinhas faz parte das doenças da lista B da OIE

(Organização Internacional de Epizotias).

3.3.5 Canibalismo

O canibalismo é muito visto em matrizes e está relacionado com prolapsos e

agressividade do macho, onde fêmeas que tem problemas de locomoção e são

forçadas a ficarem inativas são vítimas de canibalismo. É importante observar que

muitas destas aves podem ter alguma outra lesão primária que as leve a ficar inativa

e sofrerem canibalismo (Figura 8).

Muitos problemas de canibalismo estão associados com elevada densidade

no galpão, altas temperaturas, intensidade de luz, debicagem mal feita, deficiências

nutricionais entre outros. Uma debicagem bem feita e um bom manejo geralmente

previnem este tipo de problema (VALLE, 1999).

FIGURA 8- CANIBALISMO NA REGIÃO DA CABEÇA DA AVE

Fonte: Camila Gonsalves (2011)

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4 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

4.1 MATRIZES DE FRANGOS DE CORTE EM PRODUÇÃO

As aves da Avícola Cascata ingressam na empresa com 22 semanas de

idade, tendo origem da Granja cria/recria Liberata, localizada na Cidade de

Fraiburgo no Estado de Santa - Catarina, e estas são oriundas da Cidade de Rio

Claro no Estado de São - Paulo.

A fase de produção de matrizes de frangos de corte compreende o período

entre o dia de transferência com 22 semanas até a saída com 66 semanas de idade

com destino ao abate. As aves iniciam a postura de ovos geralmente 14 dias após o

egresso e produzem durante 42 semanas.

A empresa produz 150.000 mil ovos/dia, fornecendo 54.000.000 bilhões de

ovos fecundados por ano, com capacidade total para 312 mil aves alojadas em 24

aviários.

4.2 AMBIENTE E INSTALAÇÕES

A entrada da granja é composta por um escritório central, onde se concentra

toda atividade administrativa da empresa, três vestiários (funcionários e visitantes),

lavanderia responsável pela lavagem de todos os uniformes e sapatos utilizados na

granja, refeitório, cozinha central, sala de reuniões e palestras, fumigador e rodolúvio

para lavagem e desinfecção de veículos. Cada núcleo da avícola possui barreira

sanitária composta por dois vestiários (masculino e feminino) banheiros, fumigador,

sala de classificação, sala de ovos, escritório/almoxarifado, refeitório, rodolúvio,

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composteira, silos e três aviários de 220 metros de comprimento com capacidade

para 13 mil aves cada, divididos por categoria, em lado A e lado B, sendo os dois

primeiros aviários destinados a aves de peso médio e o último dividido em um lado

com aves pesadas e o outro lado com aves leves. Entre os lados do aviário há uma

área de serviço, onde se encontram o carro coletor de ovos “bandejão” ou troller,

pranchetas de acompanhamento do lote e carro de transporte de ovos para a sala

de classificação.

A estrutura é de alvenaria, telhado de zinco, forração interna com cortinas

translúcidas, laterais do galpão com telas anti-pássaros e piso de chão batido com

forração de maravalha de espessura de 10 a 15 cm. A ventilação é natural com

apoio de ventiladores, contendo 11 por lado do aviário. Cada aviário possui no total

150 ninhos de madeira (Figura 9), com capacidade para 10 aves cada. O

fornecimento de água é realizado por bebedouros do tipo nipple, o arraçoamento é

automático, feito através de calhas que distribuem ração para todo aviário, com duas

balanças por lado para realização da pesagem. Dentro dos galpões existem boxes

para a separação dos machos que necessitam de arraçoamento diferenciado e/ou

recuperação (Figura 10), o box das fêmeas fica localizado no final do último aviário,

boxes estes destinados a animais que necessitam de recuperação, sejam por

lesões, peso inferior, problemas locomotores entre outros. Cada aviário possui na

entrada e na saída um lava-botas com solução desinfetante.

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FIGURA 9 – DISPOSIÇÃO DOS NINHOS FIGURA 10 – BOX RECUPERAÇÃO DOS MACHOS

4.3 TRANSFERÊNCIA DAS AVES

As aves são transferidas para o SPO com 22 semanas. A idade em que os

lotes são transferidos para as granjas de produção é determinada principalmente

pelas instalações disponíveis, peso corporal e programa de luz. É importante cuidar

para que as aves não percam peso, condicionamento ou uniformidade por causa da

transferência. Elas devem ser capazes de encontrar comida e água rapidamente ao

chegarem à granja de postura (COBB, 2008). As fêmeas pesadas são alojadas com

machos pesados, fêmeas médias com machos médios e assim sucessivamente. A

proporção inicial de animais é de um macho para cada 10,5 fêmeas na transferência.

Os machos são transferidos pelo menos três dias antes das fêmeas, para que ocorra

a adaptação ao local e também adaptação ao arraçoamento diferenciado. Esses já

vêm com esporões cortados e cauterizados do incubatório. A transferência é ideal

que ocorra à noite ou no início do dia.

Durante o estágio foi acompanhado o descarregamento das aves, que

chegaram em caminhões próprios para matrizes, com caixas de transporte de

tamanhos ideais para os animais, em média são transportados 06 machos e 10

fêmeas/caixa. Os animais são retirados das caixas pelas asas e depositados no

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galpão. O descarregamento dos machos se deu em um único dia (dois caminhões)

devido ao número inferior ao das fêmeas, e o descarregamento das fêmeas se deu

em três dias (doze caminhões). A densidade do alojamento do SPO é de no máximo

cinco aves/m². São fornecidos no mínimo 15 cm (seis polegadas) de espaço por

fêmea nos comedouros, os bebedouros tipo nipple são instalados na proporção de

06 a 08 aves por bebedouro.

As aves eram imunizadas no incubatório para Bouba Aviária, doença de

Marek, doença de Gumboro e Bronquite Infecciosa. E da cria/recria vem imunizadas

para Coccidiose, New Castle (DNC), Doença de Gumboro (IBD), Bronquite

Infecciosa (IBV), Pneumovírus Aviário (APV), Encefalomielite (AE), Anemia

Infecciosa (CAV) e Salmonella Enteritidis (SE).

É importante que os registros da fase de recria sejam fornecidos à granja de

postura, nesses registros devem estar incluídos detalhes sobre enfermidades,

pesos, programas de luz, quantidade de ração, horário de fornecimento de ração,

medicações, programa de vacinação, número de aves transferidas, consumo de

água e todas as informações relevantes.

4.4 MANEJO DOS MACHOS

O manejo dos machos é tão importante quanto o das fêmeas, eles

representam 50% do processo de fertilização (MACARI & MENDES, 2005). Os

machos sofrem alguns manejos exclusivos, como a cauterização das esporas no

incubatório e cauterização das unhas realizada na granja de produção, com a

finalidade de evitar lesões na lateral do corpo das fêmeas no momento da cópula.

No período de estágio foi auxiliado no processo de cauterização das unhas de 850

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machos de um aviário, realizado com três aparelhos de debicagem de precisão. A

debicagem ocorre entre o quarto e sexto dia de idade utilizando-se um debicador de

precisão, evitando-se também lesões nas fêmeas e lesões entre os machos. O

processo de debicagem e cauterização das unhas devem ser feitos com extremo

cuidado evitando possíveis infecções.

Programas ideais de alimentação e de manejo permitem o desenvolvimento

adequado do sistema reprodutor, controlando seu potencial de crescimento e

capacidade de acúmulo de músculo peitoral (Figura 11) (COOB, 2008). Com isso

garantem-se bons níveis de eclodibilidade das matrizes sendo que o perfil de

crescimento dos machos é o mais importante fator relacionado à fertilidade do lote.

Os machos nunca devem perder peso na fase de produção, uma imediata

perda de peso resultará em imediata redução na qualidade do esperma (COBB,

2008).

FIGURA 11 - GALO LINHAGEM COBB 500.

Fonte: Perdigão S/A (2009)

4.4.1 Avaliação peitoral dos machos

Avaliar o formato e tamanho do peito do macho é uma maneira de estimar a

condição física da ave, o qual deve ser mantido a forma em “V” o maior tempo

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possível. Para avaliar o escore peitoral é utilizada uma graduação de 1 a 5, na qual

o peito tipo 2 e 3 são os ideais (Figura 12). Na granja foi possível acompanhar a

avaliação do peso e do formato do peito que são feitos semanalmente por

amostragem, avaliando 5% dos machos. As características que requerem maior

atenção nos machos são: esperteza e atividade, condição física, empenamento,

amostragem do peso corporal, coloração da cloaca, coloração das pernas e

condição corporal.

FIGURA 12 – ESCORES DE CLASSIFICAÇÃO DE PEITO PARA MACHOS DA LINHAGEM COBB

Fonte: COBB-VANTRESS (2008)

4.4.2 Arraçoamento dos machos

Machos e fêmeas devem ser alimentados em sistemas separados. Isso

permite um controle do peso corporal e da uniformidade de cada sexo. Os machos

ingressam antes no lote para que ocorra a adaptação ao sistema de alimentação. É

altamente recomendável usar o sistema de arraçoamento com separação de sexos

na fase de produção, onde os machos não têm acesso à ração das fêmeas e vice-

versa (COBB, 2008).

Os comedouros dos machos são manuais, com espaçamento de 20 cm por

ave e são mantidos a uma altura que as fêmeas não alcancem, essa altura é

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ajustada com frequência com base na observação do comportamento das aves ao

se alimentarem.

Não existe diferença entre a ração destinada aos machos da das fêmeas. Os

machos recebem ração uma vez/dia. O arraçoamento acorre sempre pelo período

da manhã e o nível de ração nas calhas deve ser o mesmo durante toda a extensão

das mesmas. A quantidade de ração tanto para os machos como para as fêmeas

segue uma tabela padrão da linhagem.

4.5 MANEJO DAS FÊMEAS

O manejo das matrizes de frangos de corte integra conceitos de sanidade

preventiva, biossegurança, alimentação, programas de luz e o controle ambiental;

como também as práticas de manejo aplicadas diariamente a estas aves. Perdas

excessivas por mortalidade e descarte ocorrem às vezes em matrizes de corte,

como causas mais comuns pode-se citar problemas reprodutivos, agressividade do

macho, canibalismo, prolapsos, artrite bacteriana entre outros.

Após a transferência do lote, o aparelho reprodutivo das aves deve mudar

em três semanas para um órgão ativo fisiologicamente, objetivando 5% de produção

às 25 semanas de idade, a correta alimentação, sobretudo durante o período de pré-

postura, os programas de luz e de vacinação, a ausência de doenças clínicas ou

subclínicas e o correto manejo de ninhos e bebedouros facilitam a produção de

grande número de ovos adequados para a incubação. Existe uma relação direta

entre o manejo das reprodutoras e a qualidade dos ovos produzidos. O período que

compreende o início da estimulação luminosa até o pico de produção é um dos mais

críticos na vida do lote de matrizes em termos de nutrição. Um programa de manejo

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deve ser bem elaborado, atendendo todos esses requisitos que irão influenciar

diretamente no pintainho produzido.

4.5.1 Arraçoamento das fêmeas

Na granja o arraçoamento das fêmeas é realizado por um sistema

automático, circuito fechado, formado por comedouros de correntes de arrasto, em

duas etapas com dois giros cada, de no máximo 3 minutos cada, onde 60% da ração

é fornecida no primeiro giro. O arraçoamento é sempre realizado no período da

manhã para que a produção de ovos ocorra entre as 07h00min horas da manhã as

16h00min horas da tarde. As calhas apresentam um sistema de restrição aos

machos, com utilização de grades e tubos de PVC na horizontal evitando a

passagem da cabeça dos machos devido ao tamanho de suas cristas. A quantidade

de ração ingerida/ave é pré - estabelecida por tabelas de peso para a criação da

linhagem e de acordo com a produção de ovos. Cada categoria de matrizes

(pesada, média, leve) é alimentada com uma quantidade pré-determinada de ração,

objetivando a uniformidade do lote. As fêmeas recebem um incremento diário de

ração na fase inicial e no pico da produção de ovos, após há a retirada de algumas

gramas de ração, para evitar ganho excessivo de peso.

A altura das calhas também é um fator importante, deve ser observado

constantemente, assim como o interesse pela ração, o espaço entre comedouros

para que seja evitado lesões no dorso dos animais, devido à falta de espaço, o que

faz com que as aves subam uma nas outras.

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4.6 FERTILIDADE

A função do macho é produzir sêmen, copular corretamente, e depositar

sêmen na cloaca invertida da fêmea. Por outro lado a fêmea deve produzir ovos de

boa qualidade no momento correto, ser receptiva ao macho e propiciar um bom

ambiente para o esperma do macho. Qualquer falha dessas funções produzirá um

problema de infertilidade. Em muitos casos a campo confundem-se infertilidade com

morte embrionária precoce (VALLE, 2009).

A fertilidade dos lotes é avaliada no incubatório da empresa. Nos programas

de monitoramente devem-se incluir exame de ovos frescos na granja, com

ovoscopia, e quebra de ovos claros entre o oitavo e décimo dias de incubação.

Quando os lotes atingem 5% da produção de ovos, esses são marcados na granja e

destinados ao incubatório onde é realizada a quebra desses ovos, se 80% dos ovos

apresentarem-se férteis, ocorre à incubação dos mesmos, caso contrário, se espera

um novo envio de ovos da granja para um novo teste de fertilidade. Tenta-se

trabalhar com um mínimo de 95% de fertilidade, para que o percentual de eclosão

seja elevado.

Segundo McDANIEL (2002) dados obtidos da indústria avícola americana

durante três anos demonstraram que dentre as causas responsáveis por perdas na

eclosão, a principal é a infertilidade (40%), seguida por mortalidade embrionária

precoce (27%), intermediária (6%), tardia (20%), descarte e refugos (7%) Os

problemas de infertilidade em reprodutores ocorrem na maioria dos casos

tardiamente.

Uma das principais causas é a deterioração das condições físicas dos

machos e das fêmeas, o que comumente ocorre depois das 55 semanas de idade

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(Figura 13). O manejo e a alimentação são, portanto, os fatores mais importantes na

prevenção e solução desses problemas.

FIGURA 13- AVES COM 60 SEMANAS DE IDADE

4.6.1 Fatores que afetam a fertilidade de machos e fêmeas

Um dos maiores desafios da avicultura hoje é manter adequados níveis de

fertilidade durante todo o período de postura, diversos fatores afetam a fertilidade

dos machos e das fêmeas. Nos machos podemos citar alguns, como qualidade

deficiente do sêmen, libido deficiente, agressividade, temperaturas elevadas,

estresse, excesso de peso, problemas de patas (pododermatites), vírus, bactérias,

parasitas, micotoxinas entre outros. Nas fêmeas, problemas relacionados ao

excesso de peso, deposição deficiente de gordura, ovulação errática, enfermidades

etc. Alguns itens merecem especial atenção como fotoperíodo, nutrição,

comportamento de cobertura, e transporte de espermatozóides no oviduto.

Com o rápido progresso em crescimento e rendimento de carne nos frangos

de corte, tornou-se um desafio controlar o peso dos galos e das matrizes para que

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possam realizar cobertura natural com sucesso. Durante o estágio a aluna participou

da avaliação da fertilidade, onde foram observados no aviário, galos que

apresentavam boa conformação corporal e escore do peito, tamanho das cristas e

barbelas, empenamento, coloração das canelas (Figura 14), coloração e umidade da

cloaca (Figura 15), que quanto mais avermelhada maior o indício que esse galo esta

copulando com maior frequência. Foram realizadas necropsias objetivando avaliar o

tamanho dos testículos. Os animais com escore peitoral menor que 2, empenamento

deficiente, barbelas pequenas, cristas soltas, caídas ou pálidas, cloaca e canelas

pálidas foram selecionados para o box de recuperação ou dependendo do estado,

eram eliminados. Já nas fêmeas, eram observadas coloração do bico, coloração das

patas e abertura pélvica que deveria ser de no mínimo três dedos. As fêmeas

destinadas ao box de recuperação eram enviadas junto com um percentual reduzido

de machos e recebiam um incremento no volume de ração.

FOTO 14 – COLORAÇÃO DAS PERNAS FOTO 15 – CLOACA GALO REPRODUTOR

4.6.2 Fotoperíodos

O início da atividade hormonal reprodutiva das aves está diretamente

relacionado à luz. Esse evento ocorre devido à percepção do comprimento do

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fotoperíodo por meio da energia (luz) que atravessa os ossos do crânio e estimula

fotorreceptores específicos no hipotálamo. Independente, portanto, da ave possuir

sua função óptica normal ou não, a sua resposta reprodutiva sempre ocorrerá. Esses

fotorreceptores convertem energia da luz em impulsos neurais, que são amplificados

pelo sistema endócrino, para controlar as funções testiculares e ovarianas, por

consequência, as múltiplas funções reprodutivas, comportamentais e as

características sexuais secundárias (PALERMO-NETO, 2005).

Estudos recentes sobre programas de luz para reprodutores machos de

frango de corte, realizados na Universidade de KwaZulu, na áfrica do Sul, sugerem

que dias muito longos durante o período reprodutivo têm efeito negativo sobre a

persistência da produção de sêmen. Lewis et al., 2008 (apud French, 2011)

demonstraram que a duração ideal do dia para matrizes pesadas é de 13-14 horas;

dias mais longos reduzem a persistência da postura, enquanto dias mais curtos

atrasam o início da postura. Embora não seja recomendado usar durações de dia

menores que 13 horas no galpão de matrizes, por causa do efeito negativo sobre a

produção de ovos, a cada vez mais evidências que dias mais longos que 13 horas

têm efeito negativo sobre a persistência da produção de ovos e da fertilidade.

A principal conclusão até agora é que durações do dia maiores que 13 horas

não são desejáveis. Galpões de matrizes com iluminação natural frequentemente

têm mais de 13 horas de luz nas zonas temperadas (FRENCH, 2011).

O programa de luz da empresa é feito na forma de luz crescente e

decrescente (Tabela 2). As aves que eram transferidas do mês de agosto a janeiro

utilizavam o programa de luz crescente e aves que ingressavam do mês de fevereiro

a julho utilizavam o programa decrescente.

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TABELA 2- PROGRAMA DE LUZ NA TRANSFERÊNCIA

Crescente Decrescente Idade Horas Idade Horas

1 a 21 9 a 10 1 a 21 8 22 9 a 10 22 13 23 Luz Natural 23 14 24 14 24 14 25 15 25 15 26 15 26 15 27 16 27 16

Fonte: BRF (2011)

4.7 PICO DE PRODUÇÃO

O pico de produção é determinado pela uniformidade do lote, o peso das

aves e o programa de arraçoamento adotado na fase de recria. Na empresa a meta

de produção média por fêmea durante toda sua vida produtiva é de 187 ovos sendo

que 179 incubáveis/fêmea alojada com eclosão média de 84,0% e um rendimento de

150,26 pintos/aves.

Segundo Leeson et al.,(2000) matrizes pesadas geralmente começam a

postura com 23 semanas de idade (Figura 16), alcançando 5% de postura a 24-25

semanas. Dentro de 6 semanas, alcançam o pico de postura (85-87%) e assim se

mantém por 2-4 semanas. Após este período, ocorre um declínio gradual na

produção de ovos, chegando a 55% de produção de ovos às 64 semanas de idade.

Uma boa referência consiste em medir o ganho de peso das fêmeas do

início da postura até a idade no pico de produção de ovos. O início da postura pode

ser definido como o peso obtido semanalmente entre a produção de 0.5% e de

3.0%. Deve ocorrer um aumento de 18 a 20 por cento no peso das fêmeas, da

pesagem inicial ao peso no pico de produção. Um ganho de peso inferior a 18 por

cento pode indicar necessidade de manter as quantidades máximas de ração por um

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período um pouco mais longo para aquele lote. Ganhos de peso acima dos 20 por

cento indicam que as galinhas estão recebendo mais nutrientes do que necessitam

para manter a produção e, portanto, pode-se iniciar a redução da ração. O peso das

fêmeas fornece uma idéia clara do que está ocorrendo em um determinado lote.

Esse é o parâmetro mais importante para saber se as aves estão recebendo ração

suficiente para atingir a produção máxima com reservas de gordura suficientes.

Nesse momento, a redução da quantidade de ração fornecida é importante

para manter o desempenho adequado das galinhas (COBB, 2008).

Segundo afirma Rutz et al., (2007) no início da produção os ovos são

pequenos, com deformidades e, devido a imaturidade das aves, eles são postos

muitas vezes diretamente na cama. Até que a produção ideal diária seja alcançada,

todos os ovos coletados não são incubáveis independentemente se forem ovos da

cama ou do ninho. O lote só é aberto para a produção quando atingir 5% de

produção, o que normalmente ocorre na 25ª semana. Ao avançar o período de

postura, o peso do ovo aumenta, a casca torna-se mais fina e piora a qualidade

interna. Ocorre também uma alta incidência de ovos sem casca com o avançar da

idade. Em um determinado momento, a galinha para de colocar ovos, o que

geralmente é resultado do não engolfamento da gema pelo infundíbulo. Com a

idade, ocorre um maior intervalo entre ovulações e também um declínio na produção

de ovos. Isto se deve a uma redução no recrutamento dos folículos para entrar em

hierarquia e na atresia de folículos pequenos. A redução na produção de ovos é

indicativa de que está ocorrendo uma redução na taxa de ovulação.

Como observado na granja, o pico de produção de ovos ocorria entre a 25 e

a 30ª semana de vida das aves e a partir da 32ª semana a produção começava a

diminuir e não voltava a aumentar (Gráfico 3). O desejável pela empresa era que

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fosse atingido 78% com 35ª semanas e que a produção diminuísse 1%

semanalmente, até as 66ª semanas. Lotes que apresentavam uma produção de

ovos acima de 80% por mais de nove semanas eram considerados bons. Após o

pico de produção de ovos, a quantidade de ração era reduzida para controlar o peso

das aves adultas e assegurar a persistência da produção de ovos e da fertilidade.

FIGURA 16 - FÊMEA COBB EM INÍCIO DE POSTURA

GRÁFICO 3 – PRODUÇÃO DE OVOS DE ACORDO COM A IDADE DA MATRIZ.

Fonte: BRF (2010)

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60

4.8 MANEJO DE OVOS

A eclodibilidade máxima e a excelente qualidade dos pintos só poderão ser

obtidas se os ovos forem mantidos em ótimas condições entre a postura e a

incubação. Caso os ovos sejam manipulados de forma errada, o potencial de

eclodibilidade irá diminuir rapidamente. A classificação dos ovos deve ser feita com

cuidado para evitar danos aos ovos férteis (COBB, 2008).

No período de estágio foi possível acompanhar todo o processo de coleta,

classificação, desinfecção e armazenamento dos ovos, assim como índices de

produtividade, fertilidade, eclodibilidade e viabilidade do lote.

4.8.1 Ninhos

Os ninhos eram de madeira, com 10 bocas cada com abertura de 35 cm de

largura, 35 cm de altura, 35 cm de fundo e estão em número de 75 por lado do

aviário. No início da produção alguns ninhos são colocados ao nível do chão (30%)

para auxiliar as aves a entrar e colocar os ovos, criando assim o hábito e evitando a

postura de ovos no chão. Por volta das 28 semanas os ninhos começavam a ser

levantados com a finalidade de diminuir ovos de cama (ovos colocados na cama do

aviário ao invés do ninho). Estes são forrados com maravalha que é reposta a cada

sete dias ou conforme a precisão. A desinfecção dos ninhos é realizada uma vez por

semana com paraformaldeído. A dose utilizada é de 5g de paraformol/boca de

ninho.

A recomendação era manter uma boa manutenção dos ninhos de madeira,

evitando tábuas soltas, pregos ou estrutura que apresente riscos as aves.

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4.8.2 Coleta manual

A maior concentração de postura era realizada pela manhã, pois 60 a 70%

da produção de ovos diária pelas matrizes eram feitas nesse período. Os

funcionários responsáveis pela coleta obrigatoriamente usavam máscaras e luvas

descartáveis e eram orientados a lavar as mãos antes e depois do manuseio dos

ovos. Os ovos eram manejados com cuidado, coletados sem pressa, evitando

fissuras e quebras, e em nenhuma hipótese os ovos de cama poderiam ser

colocados nos ninhos.

Os ovos coletados eram depositados nos carros coletores onde se realizava

uma pré - seleção em badejas plásticas próprias para cada categoria (ovos normais,

de cama, sujos, trincados, redondos, casca fina, extragrande, deformados). Ao total

eram realizadas de cinco a seis coletas ao dia, dependendo do período da produção,

evitando assim altos índices de ovos trincados, quebrados e contaminações devido

ao tempo de permanência no ninho ou na cama o que também pode levar ao

desenvolvimento embrionário e uma pré-incubação, consequência da temperatura

do ninho que pode se igualar muitas vezes a temperatura da incubadora (COOB,

2008).

4.8.3 Classificação dos ovos

Após a coleta os ovos seguiam para as mesas de classificação, onde ovos

que não poderiam ser incubáveis como os ovos de cama, trincados, extra (gema

dupla), deformados, casca fina, peso inferior (menor que 48 gramas) eram

classificados como “comerciais”, destinados a fábricas. Os ovos sujos eram limpos

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com ajuda de uma esponja e uma lixa, não sendo utilizada água no processo. Esses

ovos eram considerados de risco e enviados separadamente para o incubatório para

evitar a contaminação dos demais. Os ovos quebrados eram destinados a

composteira.

Na granja foi possível observar grande quantidade de ovos redondos (sem

ponta definida) chegando a 1% na semana 25 e 5% na semana 65, um fator

responsável pela situação esta relacionado à genética da ave. Ovos com essa

característica são classificados como duvidosos e levados a sala de ovoscopia, para

que fossem colocados na posição correta na bandeja destinada a incubação,

posição esta de extrema importância, pois caso a câmara de ar esteja para baixo,

ocasionará a morte do embrião, na maioria das vezes, durante o processo de

vacinação in ovo.

4.8.4 Desinfecção e armazenamento dos ovos

Os ovos após a classificação eram enviados ao fumigador (Figura 17), para

realização da desinfecção com ácido peracético a 10%, onde eram mantidos por 20

minutos a uma temperatura de 25°C a 33°C. Após o processo de fumigação eram

encaminhados para a Sala de Ovos, onde a umidade relativa era de 75% e a

temperatura de 24°C a 26°C. Os caminhões climatizados realizavam o carregamento

desses ovos duas vezes ao dia e os encaminhavam ao incubatório.

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FIGURA 17 – FUMIGADOR DE OVOS

4.8.5 Análise da qualidade dos ovos (AQO)

A AQO era realizada todos os dias em cada núcleo, através da classificação

dos ovos e da ovoscopia que identificava os ovos trincados e sem ponta definida

(ovos redondos).

A meta da AQO é atingir no máximo: 1,5% de ovo com trinca, 0,5% de ovo

virado, 0,03% de ovo sujo. Caso esses índices estejam fora do padrão os

funcionários eram cobrados para obter um melhor desempenho. Os padrões

aceitáveis são de 0,1% de ovos casca fina, 0,9% de ovos trincados, 0,65% de ovos

tortos, 0,43% de ovos de risco e 0,1% de ovos pequenos (abaixo de 48 gramas).

4.8.6 Parâmetros de produção analisados

Ao se trabalhar com matriz de elevado potencial genético, deve-se ter em

mente que só esse fator não é responsável pelo sucesso do lote. Fatores como

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manejo, status sanitários, ambiência, precisam estar adequados, alcançando assim

as metas visadas pela empresa.

Na fase de produção das matrizes alguns parâmetros de produção são

objetivados (Gráfico 4) como porcentagem de produção de ovos, porcentagem de

fertilidade, eclosão e aproveitamento de ovos no incubatório, e também viabilidade

do lote e número de pintos/ave alojada.

Um pinto de qualidade é resultado de uma boa eclosão, consequência de

uma boa fertilidade. Todos esses parâmetros avaliados juntos são responsáveis pelo

sucesso ou não do lote.

GRÁFICO 4 – PARÂMETROS DE PRODUÇÃO MATRIZES FRANGOS DE CORTE

Fonte: BRF (2010).

4.9 ÁGUA

Segundo COBB (2008) a água deve sempre ser mantida limpa, fresca e livre

de patógenos, a cloração pode ser utilizada para esterilizar a água de

abastecimento, ajudando a controlar doenças transmitidas através da água, e

também a evitando o acúmulo de limo e de algas nas linhas de fornecimento. Os

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parâmetros de qualidade devem ser testados frequentemente em laboratórios

confiáveis. O ideal é coletar amostras a cada quatro meses de todas as fontes de

suprimento de água do sistema e realizar teste completo (físico-químico e biológico).

Na granja a água é fornecida através de bebedouros tipo nipple na

proporção de 06 a 08 aves por bebedouro. Foi acompanhado pela aluna o processo

de cloração da água, que era realizado com pastilhas de cloro (Figura 18), colocadas

diariamente no dosador, no total de seis pastilhas diárias ou conforme fosse

necessário, o que garantia um nível de cloro entre 3-5 ppm o que é considerado

ideal (MACARI et al., 2005). A aferição dos níveis de cloro era realizada diariamente,

através da água de bebida dos bebedouros, com auxilio de Kits comerciais (Figura

19).

O cloro é o elemento mais utilizado para desinfecção da água destinada aos

seres humanos e animais, devido ao seu poder bactericida. Em experimento

realizado para investigar a relação entre cloração e contaminação bacteriana da

água de bebida de aves, foi demonstrado que o cloro age diminuindo a contagem de

bactérias totais e coliformes fecais. Entretanto a água de bebida adequadamente

clorada não reduz a incidência e o grau da infecção bacteriana em aves alojadas em

ambiente contaminado (POPPE, 1986, p. 362-369 apud HILLER, 2010).

FIGURA 18 – PASTILHAS DE CLORO FIGURA 19 – AFERIÇÃO DOS NÍVEIS DE CLORO

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4.10 VAZIO SANITÁRIO

O processo de Vazio Sanitário é definido como o período entre dois lotes,

onde ocorre a saída e a entrada de um novo lote (Figura 20), tendo duração de

aproximadamente 56 dias, período esse que consiste na limpeza e desinfecção dos

aviários e tudo o que pertence ao núcleo, como composteira, silos, casa de

maravalha, barreira sanitária, caixas de água entre outros (Figura 21). É considerada

uma das etapas de maior importância dentro do ciclo de produção e envolve mão-

de-obra qualificada, produtos de eficácia comprovada, conhecimento a respeito de

agentes etiológicos, histórico dos lotes anteriores, conhecimento dos equipamentos

e instalações.

Primeiramente na granja, como a aluna pode acompanhar, eram feitas as

desmontagens dos equipamentos, elevando os bebedouros, desmontando calhas,

grades, emendas dos comedouros, retirando a maravalha de dentro dos ninhos,

desmontagem dos boxes de recuperação e retirada das lâmpadas do aviário.

A cama de maravalha dos lotes era retirada somente após o laudo do

laboratório, onde comprovava a ausência de problemas sanitários, através da coleta

de propé da cama do aviário 15 dias antes do abate do lote. Logo após a retirada

era feita a varredura, retirando-se o máximo de sujeira possível. Os caminhões que

realizavam o transporte eram enlonados e a cama era destinada para agricultura.

Os aviários após a varredura eram pulverizados com inseticidas,

intensificando onde havia maior quantidade de frestas, após 24 horas de aplicação

era feito novamente uma varredura e queima dos besouros “cascudinhos”. A

segunda aplicação de inseticida era realizada um pouco antes da chegada da cama

de maravalha. Com a utilização de um soprador, era retirado o excesso de pó e

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sujeira grossa, retirando sujeiras incrustadas, depois era feita a lavagem com auxilio

de bomba de alta pressão com detergentes. Os equipamentos são lavados com

água sob pressão e detergentes, e incluem calhas, emendas, grades de

comedouros, caixas de ração, ventiladores, linha nipple, roçadeira, balanças de

pesagem entre outros. Os ninhos são lavados com detergente alcalino e água sob

pressão e se necessário eram feitas raspagens das sujidades com uma espátula.

Os bebedouros eram desinfetados com uma solução ácida com auxílio do

dosador, deixando agir nas tubulações e nipple por 24 horas. Os silos eram lavados

internamente e externamente, assim como o sistema de distribuição de ração. Eram

feitas roçadas com aplicação de herbicida, manutenção das cercas, e organização

geral do núcleo.

Após a chegada da maravalha e no mínimo 10 dias antes do alojamento das

aves eram coletados materiais de vazio (propé) e enviados ao laboratório.

FIGURA 20 – AVIÁRIO NO VAZIO SANITÁRIO E PRONTO PARA RECEPÇÃO DO LOTE

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FIGURA 21- LIMPEZA E DESINFECÇÃO NO VAZIO SANITÁRIO

4.11 CONTROLE DE VETORES

Na avícola todos os galpões eram protegidos com telas a prova de pássaros

silvestres. As portas do galpão eram mantidas fechadas durante todo o tempo. Cada

núcleo de galpões é fechado com cerca perimetral, impedindo a entrada de pessoas

estranhas e animais de grande porte. Também era evitada a presença de restos de

ração para evitar atrair animais.

Os roedores entre os vetores eram os que representavam o maior problema

na granja, pois são vetores principais e reservatórios muito importantes de uma

gama de microorganismos potencialmente patogênicos para as aves e humanos,

entre eles têm-se a Salmonella sp., Pasteurela multocida, Yersinia paratuberculosis,

Leptospira sp., Campylobacter jejuni. Funcionam também como carreadores

mecânicos de Influenza Aviária, Doença de Gumboro, Doença de New castle. Além

disso, podem danificar o sistema de isolamento térmico, cortinas, mangueiras e

fiação elétrica, e também infligir mortalidade e lesões às aves. Os roedores podem

passar por quase todo tipo de abertura, buracos na parede, aberturas em torno de

canos, rachaduras nas portas, etc (COBB, 2008).

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O sistema de controle de roedores era feito através de iscas de venenos em

forma de pelets, presos dentro de canos de PVC e colocados em lugares

estratégicos. A aluna pode acompanhar a vistoria do sistema APPCC, onde foram

conferidas todas as cercas, locais que poderiam ser usados como esconderijo,

acúmulo de entulhos, vegetação, o destino correto das aves mortas e se as iscas de

veneno estavam em quantidades certas nos locais adequados, seguindo um

mapeamento de risco (Figura 22).

O controle das moscas era feito através de iscas em forma de grânulos,

colocados em lugares estratégicos, principalmente na composteira e na sala de

classificação dos ovos. O controle de “cascudinhos” (besouro Alphitobius diaperinus)

era feito através de um programa de vazio sanitário eficiente, com utilização de

inseticidas durante o processo de vazio sanitário.

FIGURA 22 – MAPA DE CONTROLE DE ARMADILHAS PARA ROEDORES

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4.12 COMPOSTAGEM

Oferecendo condições ideais, o processo de compostagem ocorre em 90

dias e tem como resultado final um composto orgânico de alta qualidade do ponto de

vista fertilizante (QUEVEDO, 2009). Esse é um método eficiente, dá-se pela ação de

bactérias termofílicas aeróbicas. Nesse processo, ocorre intensa proliferação de

microrganismos, o que provoca aumento brusco na temperatura (fase termofílica),

que possui alto poder de destruir patógenos (ORRICO JÚNIOR et al.,2009). Através

da digestão que é realizada por essas bactérias, o nitrogênio proveniente da matéria

orgânica, é convertido em ácidos, biomassa bacteriana e resíduos orgânicos (o

material resultante é chamado de composto ou húmus, é rico em nutrientes,

praticamente sem odor e pode ser usado como adubo).

No procedimento realizado na granja as aves mortas eram recolhidas

durante o dia e depositadas em bombonas plásticas com tampas localizadas na área

de serviço, assim como ovos descartados e restos alimentares. Na composteira,

construída de concreto em forma de baias/células (Figura 23), era colocada uma

primeira camada de maravalha e esta umedecida com água. Essa primeira camada

e a disposição das aves respeitando o limite são de extrema importância, evitando

assim a formação do chorume (Figura 24). As aves eram distribuídas uniformemente

com um limite de 5 cm entre as carcaças e entre as paredes e tábuas de 10 cm. O

material orgânico era coberto com 15 cm de maravalha ou cama de aviário. Um fator

muito importante é não deixar aves expostas (Figura 25), impedindo que atraia

moscas e animais e, manter sempre as células protegidas por tela. A compostagem

estava pronta após 90 dias de fechamento. Após a retirada era feita a remoção das

sujidades e feito aplicação de inseticida nas células.

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FIGURA 23- COMPOSTEIRA FIGURA 24- DISPOSIÇÃO CORRETA DAS AVES

Fonte: Avícola Cascata (2011)

Fonte: Avícola Cascata (2011)

FIGURA 25- COMPOSTAGEM PRONTA

Fonte: Avícola Cascata (2011)

4.13 VACINAÇÃO VIA ÁGUA DE BEBIDA

O método de vacinação via água de bebida foi o método possível de

acompanhar durante o estágio. É o meio de administração mais empregado na

avicultura, é econômico, prático e é o que apresenta maiores vantagens, porém não

é muito confiável, pois está sujeito a erros. Durante o período de produção, as

matrizes são vacinadas contra a Bronquite Infecciosa, as 26, 35, 42 e 50 semanas. A

cepa utilizada foi a H120 via água de bebida.

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4.14 MONITORIAS

Para comercialização nacional e exportação de produtos avícolas, o

Ministério da Agricultura, através do Programa Nacional de Sanidade Avícola,

preconiza o monitoramento oficial dos plantéis para salmoneloses, micoplasmoses e

Doença de New castle, em laboratórios credenciados. As monitorias dessas

enfermidades são realizadas através de exames sorológicos e bacteriológicos. O

responsável técnico da granja, deve estabelecer o cronograma para as coletas

(COBB, 2003). O objetivo de um programa de monitoramento é um rápido

diagnóstico de problemas na saúde do lote, redução dos prejuízos e diminuição do

risco de disseminação dessas enfermidades na pirâmide de produção. Todos os

dados do monitoramento devem ser armazenados de forma segura e de fácil

consulta. Essas informações devem estar sempre disponíveis para os técnicos

oficiais do MAPA que estejam envolvidos com o PNSA.

Foi possível realizar durante o estágio a coleta de material oficial para o

PNSA que consistia na coleta de sangue, suabes de cloaca e suabes de arrasto. A

coleta de sangue era realizada via punção na veia ulnar com auxílio de agulhas e

seringas descartáveis. O sangue coletado era colocado em um tubo plástico tipo

eppendorf.

Coletas de materiais para o PNSA para monitoria de Mycoplasma gallinarum

(MG), Mycoplasma synoviae (MS), Salmonella gallinarum, S. pullorum, S. Enteritidis

e S. Typhimurium são realizadas de acordo com a IN nº 44 e a IN nº 78, que

determinam o seguinte:

- um pool de cinquenta suabes cloacais, sendo um para cada duas aves, em

um total de cem aves por núcleo; ou um pool de cem amostras de fezes frescas por

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núcleo; ou um pool de dois suabes de arrasto (propé) por galpão do núcleo as 12,

24, 36, 48 e 60 semanas para pesquisa e isolamento bacteriológico de Salmonella

spp;

- Para núcleos destinados exclusivamente à comercialização de ovos férteis,

o controle deverá ser feito por meio de exames bacteriológicos, os quais deverão ser

realizados na semana 27. Deverão, ainda, ser coletados órgãos (fígado, baço, ovário

e tonsila cecal) de no mínimo 60 aves distribuídas uniformemente entre os aviários

do núcleo. Serão coletados em pool, separando vísceras de tonsilas cecais e

reunindo amostras de 10 aves por pool.

A coleta do propé para isolamento de Salmonella spp. era feita através de

caminhadas pelo interior dos aviários, o propé era colocado sobre uma proteção

plástica, com auxílio de luvas para evitar contaminações. A troca do propé era

realizada em cada aviário. Todos os aviários do núcleo eram coletados e os

materiais coletados eram enviados para o laboratório em caixas isotérmicas com a

presença de gelo reciclável.

4.15 CARREGAMENTO E ABATE DAS AVES

As aves com 66 semanas de idade eram destinadas ao abate, nesse

período se tem uma diminuição dos parâmetros de produção e as aves eram

descartadas.

Era realizado um jejum pré-abate com a retirada de 50% da ração 2 dias

antes e no dia do carregamento as aves não eram arraçoadas. O carregamento

acontecia de madrugada e se estendia até o início da manhã. As calhas dos

comedouros eram desmontadas, as aves cercadas com o uso das cortinas e

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colocadas dentro das caixas com no máximo 5 fêmeas/caixa e 6 machos/caixa. Os

machos eram carregados separados das fêmeas e preferencialmente enviados nos

últimos caminhões.

Os lotes obrigatoriamente saiam da empresa portando a GTA (Guia de

Trânsito Animal), documento este de imprescindível apresentação no frigorífico.

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75

5 CASO CLÍNICO – COLIBACILOSE

5.1 DEFINIÇÃO

Colibacilose aviária (CA) é uma doença infecciosa bacteriana das aves

caracterizada pela apresentação de uma ou mais das seguintes manifestações:

septicemia, peritonite, onfalite, celulite, granuloma, panoftalmia, artrite, sinovite,

osteomielite, ooforite, salpingite e aerossaculite. A CA pode ser causada pela

infecção primária de Escherichia coli, como também por infecção secundária,

sucedendo outras patologias.

A etiologia se deve a E. coli, e os sinais clínicos e as lesões variam de

acordo com o tipo de manifestação da CA, podendo ser a causa primária ou estar

associada como agente secundário.

O tratamento é realizado com antibioticoterapia e a seleção deve ser feita

baseada no antibiograma e nas observações dos resultados de campo. Bom manejo

e cloração da água contribuem no controle de surtos.

5.2 HISTÓRICO

Aves com 28 semanas de idade. Histórico de Infecção por Bronquite e

imunizado recentemente para a mesma, não apresentando qualquer outro problema

aparente de ordem sanitária.

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5.3 SINAIS CLÍNICOS

Lote com 39.585 aves apresentou mortalidade de 211 aves com 28 semanas

de idade, algumas aves encontravam-se apáticas, sonolentas e com baixo consumo

de ração. Algumas ainda apresentavam sinais inflamatórios ao nível da articulação

do joelho, evidenciando grande edema, rubor e calor.

Durante a realização de necropsia, foi possível visualizar espaçamento dos

sacos aéreos com formação de exsudato caseoso com deposição de material

fibrinoso amarelado, peritonite, congestão muscular e septicemia.

O envio de material para laboratório (amostras de sangue, suabes de

exsudatos dos sacos aéreos e articulações) foi efetivo para o isolamento de E. coli.

5.4 TRATAMENTO

O tratamento de eleição foi a utilização do antibiótico Doxiciclina por 7 dias

via água de bebida.

Medidas de manejo também foram adotadas, como maior ventilação do

galpão, intensificação da acidificação da água de bebida, diminuição de fatores

estressantes e maiores cuidados com higiene e desinfecção.

5.5 DISCUSSÃO

Várias infecções virais, bacterianas e fúngicas podem ser causas primárias e

a E. coli. ser oportunista. Como o lote apresentou histórico de Bronquite Infecciosa e

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também sofreu o desafio vacinal, podem ser estes os fatores predisponentes para a

instalação da patologia.

Após o laudo do laboratório que confirmou a suspeita e a utilização da

medicação, a sanidade foi restabelecida no lote.

Alguns cuidados de manejo também foram reavaliados, como ventilação,

quantidade de pó, gás amônia, e higienização dos ovos, pois a colibacilose é

considerada uma doença ambiental. A cloração da água foi aumentada durante um

período e após voltando à normalidade.

A colibacilose pode gerar prejuízos econômicos devido ao aumento da

mortalidade embrionária, menor desenvolvimento das aves, do aumento do índice de

conversão alimentar, aumento da mortalidade das aves adultas e dos custos com

medicamentos. A contaminação fecal da casca do ovo fértil é uma das principais

vias de transmissão de E. coli. patogênica para as pintainhas, devido à penetração

da bactéria da superfície do ovo para o seu interior. As pintainhas infectadas na fase

embrionária e que sobrevivem ao nascimento e à disseminação da bactéria nos

primeiros dias de vida da ave podem apresentar casos de infecções graves

comprometendo o seu desenvolvimento, tornando-as portadoras e susceptíveis a

várias enfermidades. As perdas econômicas são elevadas, podendo estender-se por

toda vida da ave.

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6 CONCLUSÃO

Com a vivência que o estágio privilegiou foi possível concluir que o propósito

de toda operação de reprodutores de corte é obter o maior número de pintainhos de

primeira qualidade com o menor custo possível. Deste modo, para atingir estas

metas é preciso produzir número suficiente de ovos férteis de excelente qualidade,

sendo o manejo de fundamental importância para que a qualidade se mantenha em

nível elevado.

A empresa Avícola Cascata possibilitou o conhecimento prático do

funcionamento de toda estrutura desta empresa avícola, assim como a possibilidade

de colocar em prática conhecimentos adquiridos na graduação. Possibilitou a

vivência na área, obtenção de noções administrativas dentro de uma empresa de

grande porte e também na importância de se ter bom relacionamento com todas as

pessoas que fazem parte do clico de produção, mantendo sempre um ambiente

harmonioso de trabalho.

No período do estágio obrigatório na empresa foi possível algumas

conclusões a respeito de alguns pontos que poderiam ser avaliados para que seja

possível atingir as metas desejadas. O primeiro ponto seria a substituição do piso

de chão batido dos aviários por piso de concreto, visando melhorias na questão do

conforto térmico e principalmente na sanidade, facilitando a remoção de matéria

orgânica e atuação dos desinfetantes. Outra medida que brevemente poderia ser

adotada, é a mudança no processo de coleta dos ovos, que no período do estágio

eram coletados no aviário e transportados até a sala de classificação para serem

classificados. Esse é um ponto muito importante, pois gera muita manipulação

desses ovos e aumenta significativamente o tempo até serem fumigados, deixando-

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os expostos a contaminações. A possível mudança abrangeria a classificação no

momento da coleta, dentro do aviário, aperfeiçoando o troller com lâmpada de

ovoscopia, englobando também, treinamento de funcionários coletadores para

desenvolver a prática. Essa mudança teria como objetivo diminuir os índices de

contaminações dos ovos seja por fungos e/ou bactérias como também a diminuição

de ovos trincados ou quebrados. Os ninhos de madeira também apresentam alguns

pontos negativos, pois são ninhos de difícil higienização e desinfecção, dificultando a

remoção de matéria orgânica pela presença de muitas frestas, onde o produto de

desinfecção não consegue agir, e estas tornam-se lugar ideal para a proliferação de

“cascudinhos”. Como opção, a troca por ninhos de alumínio é uma alternativa, e,

sequencialmente, automatizar os ninhos, ponto este, em discussão na empresa,

O desenvolvimento genético das aves está proporcionando a cada ano

maiores ganhos produtivos, por outro lado, as aves requerem manejos com mais

critérios e com mais qualidade. A biosseguridade se torna cada vez mais um

importante aliado para a sanidade do plantel, que deve funcionar em total harmonia,

necessitando do comprometimento de todos os envolvidos na cadeia produtiva. A

busca pelo conhecimento precisa ser constante, aprimorando sempre a qualidade

genética, manejo, sanidade, biosseguridade e por fim, todos os programas que

visam à melhoria do trabalho, dos resultados e do produto final.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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