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AUTONOMIA, PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE Profª Me Camila Cristina Mantoani

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Page 1: AUTONOMIA, PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE Profª Me Camila Cristina Mantoani

AUTONOMIA, PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE

Profª Me Camila Cristina Mantoani

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AUTONOMIA

Diz respeito a autodeterminação ou autogoverno, ao poder de decidir sobre si mesmo.

Liberdade de cada um ser resguardada.

A violação da autonomia só é eticamente aceitável, quando o bem público se sobrepõe ao bem individual.

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Autonomia Dá ao ser humano a capacidade de refletir sobre as

limitações que lhe são impostas;

Direito moral gera um dever dos outros sobre respeito.

Profissional Respeito pelo paciente

Repeitar a autonomia - reconhecer que cada indivíduo tem um ponto de vista, que o leva a tomar decisões seguindo seu próprio plano de vida e embasado em crenças, valores, ou divergente da sociedade.

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AutonomiaCabe aos profissionais:

Fornecer informações técnicas para orientar decisões dos clientes;

Sem manipulação;

Possibilitar ao cliente decidir sobre o cuidado/ assistência;

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CONFIDENCIALIDADE e PRIVACIDADE A preservação de segredos está associada tanto com a

questão da privacidade, quanto da confidencialidade;

Hipócrates: "qualquer coisa que eu veja ou ouça, profissional ou privadamente, que deva não ser divulgada, eu manterei em segredo e contarei a ninguém” (sec. V a.C).

É esta garantia que faz com que os pacientes procurem auxílio profissional quando necessitam.

A garantia da preservação do segredo das informações, além de uma obrigação legal contida no Código Penal e na maioria dos Códigos de Ética profissional , é um dever de prima facie de todos os profissionais e também das instituições.

Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU,1948).

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CONFIDENCIALIDADE e PRIVACIDADE

Sir David Ross, em 1930: o dever prima facie é uma obrigação que se deve cumprir, a menos que conflite, numa situação particular, com um outro dever de igual ou maior porte.

A preservação de segredos profissionais é um direito do paciente e uma conquista da sociedade;

Médico, enfermeiro, administrativo (secretária e recepcionista).

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CONFINDENCIALIDADE

É um dos pilares fundamentais para a sustentação de uma relação médico-paciente produtiva e de confiança.

Definição: é a garantia do resguardo das informações dadas pessoalmente em confiança e a proteção contra a sua revelação não autorizada.

Segredo: diz respeito à intimidade da pessoa, portanto devem ser mantidos e preservados adequadamente.

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PRIVACIDADE Definição: é a limitação do acesso às informações de

uma dada pessoa, ao acesso à própria pessoa, à sua intimidade; é a garantia à preservação do seu anonimato, do seu resguardo.

É um dever institucional;

É a limitação do acesso às informações de uma dada pessoa, bem como do acesso à própria pessoa e à sua intimidade.

É a preservação do anonimato e dos segredos.

É o respeito ao direito de o indivíduo manter-se afastado ou permanecer só.

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PRIVACIDADE É o direito que o paciente tem de não ser

observado sem sua autorização.

O artigo XII da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proposta pela ONU em 1948, já estabelecia o direito à não interferência na vida privada pessoal ou familiar.

As instituições têm a obrigação de manter um sistema seguro de proteção aos documentos que contenham registros com informações de seus pacientes.

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Diferenças Observamos que confidencialidade difere de

privacidade.

Privacidade - um limite estabelecido sobre as informações de um determinado paciente;

Confidencialidade - o sigilo de informações reveladas ao paciente pelo médico em algumas situações.

A confidencialidade e privacidade são obrigações, porém existem algumas exceções em determinadas situações particulares.

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EXCEÇÕES A PRESERVAÇÃO

Testemunhar em corte judicial, em situações especiais;

Comunicar, à autoridade competente, a ocorrência de:

- Doença de notificação compulsória,

- De maus-tratos em crianças ou adolescentes,

- De abuso de cônjuge ou idoso.

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EXCEÇÕES A PRESERVAÇÃO

Pode ser eticamente aceitável desde que o paciente dê a sua permissão;

que a lei obrigue a revelação;

que haja risco de vida ou possibilidade de dano físico ou psicológico para uma ou mais pessoas identificadas.

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Quebra da privacidade e confidencialidade

Quebra da privacidade - consiste no acesso desnecessário ou uso de informações sem a devida autorização do paciente;

Quebra de confidencialidade - é a ação de revelar ou deixar revelar informações fornecidas em confiança.

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Quebra de privacidade

Ocorre quando se usam informações ou se observa um paciente sem a sua devida autorização.

Atualmente a privacidade está cada vez mais sendo entendida como uma característica e não como um dever, que seria a confidencialidade.

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Quebra da confidencialidade É a ação de revelar ou deixar revelar informações

fornecidas pessoalmente em confiança. Ex. comentários sobre pacientes em elevadores, corredores, restaurantes, cantinas ou refeitórios.

A quebra de confidencialidade somente é eticamente admitida quando: 1) um sério dano físico, a uma pessoa identificável e

específica, tiver alta probabilidade de ocorrência; 2) um benefício real resultar desta quebra de

confidencialidade; 3) for o último recurso, após ter sido utilizada

persuasão ou outras abordagens, e, por último, 4) este procedimento deve ser generalizável, sendo

novamente utilizado em outra situação com as mesmas características, independentemente de quem seja a pessoa envolvida.

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DIREITOS DO PACIENTE

AUTONOMIA

PRIVACIDADE

CONFIDENCIALIDADE

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Questões

E pacientes com HIV positivo e seus parceiros (esposo/esposa), devo contar???

Crianças e adolescentes podem escolher em relação ao seu tratamento?

E pesquisas???

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HIV A AIDS trouxe um desafio ao princípio da

confidencialidade, na medida em que um valor mais alto, no caso, a vida das pessoas que têm contato direto com o paciente, surge na discussão.

Na prática, estamos obrigados tanto moralmente como legalmente a informarmos ao cônjuge/companheiro do nosso paciente a sua situação de doença.

É igualmente obrigatório a notificação da doença às autoridades de saúde. Obviamente, a quebra da confidencialidade seria imediata.

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Crianças e adolescentes As crianças e os adolescentes, sob o ponto de vista

legal, são considerados incapazes.

Porém, moralmente, podem ser considerados como portadores de autonomia crescente e, segundo vários autores, a partir dos doze anos de idade, como não passíveis de distinção de um adulto capaz.

Os responsáveis legais têm o direito de acessar as informações constantes no prontuário de seus dependentes, mas o médico deve respeitar a confidencialidade dos pacientes menores de idade, desde que capazes de avaliar e conduzir adequadamente o problema abordado.

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Pesquisa

A realização de um projeto de pesquisa envolve aspectos de confidencialidade e privacidade em todas as suas etapas.

Desde o planejamento até a divulgação, o pesquisador e todas as demais pessoas que vierem a se envolver têm o compromisso de resguardar as informações, ou seja, de impedir que as mesmas sejam utilizadas de forma inadequada.

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Enfim a BIOÉTICA não deve ser apenas cumprida em

determinados casos, como os citados, mas deve ser uma

característica necessária em um profissional.