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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ADRIANO DA CRUZ CORDEIRO RODRIGO CUNHA RUBINO ANÁLISE DE DIFERENTES MÉTODOS DE ESCAVAÇÃO PARA DUTOS IMPLANTADOS EM RODOVIAS CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ADRIANO DA CRUZ CORDEIRO

RODRIGO CUNHA RUBINO

ANÁLISE DE DIFERENTES MÉTODOS DE ESCAVAÇÃO

PARA DUTOS IMPLANTADOS EM RODOVIAS

CURITIBA

2015

ADRIANO DA CRUZ CORDEIRO

RODRIGO CUNHA RUBINO

ANÁLISE DE DIFERENTES MÉTODOS DE ESCAVAÇÃO

PARA DUTOS IMPLANTADOS EM RODOVIAS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Eng. Civil da Faculdade de Ciências

Exatas e de Tecnologia da Universidade Tuiuti do

Paraná, como requisito parcial para a obtenção do

grau de e Engenharia Civil.

Orientador: Marcus Ricardo Veneroso

CURITIBA 2015

LISTAS DE FIGURAS

FIGURA 1 – LIMITES DA FAIXA DE DOMÍNIO .......................................................... 7

FIGURA 2 – TUBULAÇÃO NA FAIXA DE DOMÍNIO .................................................. 8

FIGURA 3 – MÉTODO NÃO DESTRUTIVO ............................................................. 14

FIGURA 4 – USO DE MND EM TRAVESSIA ........................................................... 16

FIGURA 5 – ABERTURA MÉTODO DESTRUTIVO EM VIA PAVIMENTADA COM

ASFALTO .................................................................................................................. 18

FIGURA 6 – RECOMPOSIÇÃO DA VIA ................................................................... 19

FIGURA 7 – LANÇAMENTO DOS DUTOS EM VALAS ........................................... 20

FIGURA 8 – ACOMODAÇÃO EM SOLO NORMAL .................................................. 22

FIGURA 9 – ACOMODAÇÃO EM SOLO PEDREGOSO OU MISTO ........................ 23

FIGURA 10 – ACOMODAÇÃO EM SOLO ROCHOSO ............................................. 23

FIGURA 11 – ACOMODAÇÃO EM SOLO PANTANOSO ........................................... 4

FIGURA 12 – TUBO PEAD ....................................................................................... 28

FIGURA 13 – BOBINAS DE PEAD ........................................................................... 28

FIGURA 14 – TRECHO BR-050 ............................................................................... 29

FIGURA 15 – CONCESSÃO DO GOVERNO FEDERAL .......................................... 30

FIGURA 16 – PROJETO DE REDE SUBTERRÂNEA .............................................. 32

FIGURA 17 – LATOSSOLO VERMELHO ................................................................. 33

FIGURA 18 – ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO ............................................... 34

FIGURA 19 – PROFUNDIDADE DA VALA 12 FACAS ............................................. 37

FIGURA 20 – VALETADEIRA ................................................................................... 37

FIGURA 21 – VALETADEIRA ABRINDO VALA ........................................................ 38

FIGURA 22 – PERFURATRIZ DIRECIONAL – MÉTODO NÃO DESTRUTIVO ....... 39

FIGURA 23 – PERFURATRIZ DIRECIONAL INICIANDO A PERFURAÇÃO ........... 39

FIGURA 24 – VIBRATORY PLOW............................................................................ 41

FIGURA 25 – VIBRATORY PLOW ABRINDO VALA ................................................ 41

FIGURA 26 – ABERTURA DE VALA COM ESCAVADEIRA .................................... 43

FIGURA 27 – FLEX TRACK TRABALHANDO .......................................................... 45

FIGURA 28 – VALETADEIRA ABRINDO VALA ........................................................ 46

FIGURA 29 – ESCAVADEIRA EXECUTANDO VALA .............................................. 47

FIGURA 30 – PERFURATRIZ DIRECIONAL EXECUTANDO TRAVESSIA ............. 49

LISTAS DE QUADROS

QUADRO 1 – COMPRIMENTO DA BOBINA DE FIBRA ÓPTICA .............................. 5

QUADRO 2 – PRÉ QUANTITATIVO DOS MÉTODOS APLICADOS........................ 32

QUADRO 3 – DIVISÃO DO SOLO ............................................................................ 36

QUADRO 4 – APLICAÇÀO DA MAQUINA EM CADA TIPO DE SOLO .................... 37

QUADRO 5 – TIPOS DE SOLO ENCONTRADO ..................................................... 45

QUADRO 6 – DESEMPENHO FLEX TRACK ........................................................... 46

QUADRO 7 – DESEMPENHO VALETADEIRA ........................................................ 47

QUADRO 8 – DESEMPENHO ESCAVADEIRA ........................................................ 48

QUADRO 9 – DESEMPENHO PERFURATRIZ DIRECIONAL ................................. 49

QUADRO 10 – VALORES SALÁRIAIS ..................................................................... 52

QUADRO 11 – VALORES POR HORA ..................................................................... 52

QUADRO 12 – DIFERENÇA ENTRE O PROJETADO E O EXECUTADO ............... 53

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1

1.2 OBJETIVOS.............................................................................................. 3 1.2.1 Objetivo geral ..................................................................................... 3 1.2.2 Objetivo específico ............................................................................. 3

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................ ................................................ 4 2.1 NORMAS PARA O TRABALHO NA FAIXA DE DOMINIO .................... 6 2.2 MEIO AMBIENTE .................................................................................. 8

2.2.1 Leis Ambientais .............................................................................. 9 2.3 MÉTODO NÃO DESTRUTIVO (MND) ................................................ 14 2.4 MÉTODOS CONVENCIONAIS DE ABERTURAS DE VALAS ............ 16 2.5 CONVENCIONAL COMPARADO AO NÃO DESTRUTIVO ............... 21 2.6 SOLUÇÕES PARA SOLO................................................................... 21 2.7 INTERFERÊNCIA ............................................................................... 24 2.8 NORMA BRASILEIRA DE SEGURANÇA ........................................... 25

3. MATERIAIS E METODOLOGIA ........................ .......................................... 27 3.1 DUTO PEAD ...................................................................................... 27 3.2 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................ 29 3.3 PLANEJAMENTO E PROJETO .............................................................. 31

3.3.1 Pré levantamento no local ............................................................... 32 3.3.2 Tipos de solo na região .................................................................... 33

3.4 ANÁLISE DO SOLO ............................................................................ 35 3.5 MÉTODOS DE INSTALAÇÃO DE DUTO ........................................... 36 3.6 EQUIPAMENTOS E CARACTERISTICAS ......................................... 37

3.6.1 – Valetadeira com Disco de corte .................................................... 37 3.6.2 - Perfuratriz direcional (mnd) ........................................................... 39 3.6.3 – Flex Track ( lançadora de cabo) – Vibratory Plow ......................... 41 3.6.4 – Retroescavadeira e mini escavadeira hidráulica ........................... 43

4- RESULTADOS ....................................... ..................................................... 45 4.1 ANALISE DO SOLO ............................................................................ 45 4.2 RENDIMENTO DAS MÁQUINAS ........................................................ 45

4.2.1 Flex Track ..................................................................................... 46 4.2.2 Valetadeira .................................................................................... 47 4.2.3 Escavadeira .................................................................................. 48 4.2.4 Perfuratriz Direcional .................................................................... 49

5 - CONCLUSÃO ..................................... ........................................................ 51 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ......................... ......................................... 54

AGRADECIMENTO

Adriano:

Agradeço primeiramente a Deus por ter iluminado meu caminho dando forças e determinação para alcançar o objetivo no desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço em especial a minha mãe Aglair da Cruz e minha avó Claudete Wiesehofer da Cruz, por absolutamente tudo, principalmente pelo carinho e compreensão. A meu tio Gerson da Cruz pela motivação e por sempre me dar todo apoio.

Ao professor e amigo Marcus Ricardo Veneroso, pela paciência, tempo dedicado e a forma participativa para o desenvolvimento deste trabalho.

Por fim, agradeço a todas as pessoas que de forma indireta ou diretamente, contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa, meus amigos da empresa Trix engenharia, amigos e professores da Universidade Tuiuti do Paraná. MUITO OBRIGADO A TODOS!

RESUMO

Análise da aplicação de métodos destrutivos e não destrutivo em obras de

rede de telecomunicação subterrânea de longa distância. A Telecomunicação se tornou

peça chave para diversos setores da economia global, sendo sua importância na

sociedade atual desde muito cedo, as pessoas têm a necessidade comunicar entre si.

Diante desse momento em que o mundo necessita estar conectado e ha uma

necessidade de se buscar a otimização de dados, se viabilizam altos investimentos

tanto do setor público quanto privado, em sua implantação e utilização. Com o aumento

da necessidade nesse tipo de comunicação sua implantação cada vez é mais requerida

e a diversificação de métodos para a instalação de sua infraestrutura é alterada

conforme surgem diferentes quesitos a serem atendidos como custos, benefícios,

impactos ambientais, impactos sociais, dentre outros. O aspecto ambiental age como

dificultoso para a infraestrutura de redes de longa distância, pois as licenças para o

trabalho em áreas de proteção ambiental são mais rigorosas e morosas do que

licenças em áreas comuns, e suas penas civis mais rigorosas, caso haja algum tipo de

impacto no local. Diante desse fato a analise entre os processos de instalação de duto

é de grande importância para o sucesso da obra, através de seu custo e tempo, tendo

em comparação o planejamento de gastos iniciais e seu final. Pretende-se Demonstrar

o uso de maquinas de perfuração direcional aplicada no método não destrutivo para a

infraestrutura de redes de telecomunicação ao longo de uma rodovia Federal e

entender o motivo da escolha desse método e suas vantagens em relação aos outros

métodos destrutivos para a instalação de dutos subterrâneos ao longo de rodovias. A

analise de cada método aplicado em cada situação foi separado pelo tipo do solo em

uma analise táctil visual. Os resultados dos custos se mostraram vantajosos para o

método destrutivo, mas com as exigências e fiscalizações que se tem atualmente o

método não destrutivo se torna mais adequado.

Palavras-chave: Método não destrutivo. Método destrutivo. Rede de telecomunicação de longa distancia. Máquinas de instalação de cabo subterrâneo. Leis ambientais. Abertura de vala.

1 1. INTRODUÇÃO

A Telecomunicação se tornou peça chave para diversos setores

da economia global, sendo sua importância na sociedade atual desde

muito cedo, as pessoas têm a necessidade de se comunicar entre si.

Desenvolveram-se tecnologias de telecomunicação que facilitam a

forma como as pessoas se comunicam, podendo-se contatar de

qualquer parte do mundo. Telecomunicações são a: transmissão,

emissão ou recepção (por fio, sem fios ou por qualquer outro processo)

de caracteres, imagens e som de qualquer tipo. A circulação de

informação é transmitida à distância com ou sem cabo (ondas

eletromagnéticas). Existem vários mecanismos / ferramentas de

comunicação, entres eles a fibra ótica, que desde sua invenção pelo

físico indiano Narinder Singh Kapany, é a mais usada para interligar as

redes, pois transmitem todos os tipos de mídia através de pulsos de luz

codificados, com muitas vantagens sobre métodos mais antigos que

utilizavam cabos de cobre ou cabos de par trançado, tendo como

vantagens maior largura de banda (transferência de dados), imunidade

à interferência externa (eletromagnética e rádio frequência), altas taxas

de transmissão, materiais mais leves e com menor tamanho, com isso,

permite maior eficácia dos sistemas. Diante desse momento em que o

mundo necessita estar conectado e ha uma necessidade de se buscar

a otimização de dados, se viabilizam altos investimentos tanto do setor

público quanto privado, em sua implantação e utilização. Com o

aumento da necessidade nesse tipo de comunicação sua implantação

cada vez é mais requerida e a diversificação de métodos para a

instalação de sua infraestrutura é alterada conforme surgem diferentes

quesitos a serem atendidos como custos, benefícios, impactos

ambientais, impactos sociais, dentre outros.

O aspecto ambiental age como dificultoso para a infraestrutura

de redes de longa distância, pois as licenças para o trabalho em áreas

de proteção ambiental são mais rigorosas e morosas do que licenças

em áreas comuns, e suas penas civis mais rigorosas, caso haja algum

tipo de impacto no local. Os métodos de instalação de dutos em áreas

2 ambientais são diferentes dos aplicados em áreas comuns. O trabalho

de implantação de redes subterrâneas de longa distância em trechos

que possuem áreas de preservação devem ser bem planejados para

que não ocorram problemas de orçamento e processos civis, que

podem levar tanto ao sucesso financeiro, de otimização do tempo

quanto a problemas sérios chegando ao nível de falência da empresa

executora. Diante desse fato a analise entre os processos de instalação

de duto é de grande importância para o sucesso da obra, através de

seu custo e tempo, tendo em comparação o planejamento de gastos

iniciais e seu final.

3 1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Analisar a aplicação de métodos destrutivos e não destrutivos

em obras de redes de telecomunicação subterrânea de longa distância.

1.2.2 Objetivo específico

Demonstrar o uso de maquinas de perfuração direcional

aplicada no método não destrutivo na infraestrutura de redes de

telecomunicação de longa distância.

Entender o motivo da escolha desse método e suas vantagens

em relação aos outros métodos destrutivos para a instalação de dutos

subterrâneos.

Comparar a viabilidade dos diferentes tipos de métodos

aplicados para a execução da infraestrutura de redes de

telecomunicação em rodovias;

Avaliar os custos e tempo da execução de implantação de

dutos subterrâneos.

4

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Exigidos por órgãos fiscalizadores tanto no âmbito local quanto

no Federal, os cabos ópticos que interligam cidades são conhecidos

como “Redes ópticas de longa distância” e estão acomodados em

postes ou em dutos subterrâneos, esse último é acessado através de

caixas de passagens encontradas por toda extensão dessa rede. Os

dutos subterrâneos utilizados são de Policloreto de polivinila (ou

policloreto de vinil), um plástico também conhecido como vinil (PVC) e

Polietileno de Alta Densidade (PEAD), no padrão de infraestrutura

subterrânea utilizada atualmente, a tubulação que compõe a rede de

dutos é formada por dutos lisos de PEAD para telecomunicações, com

diâmetro interno entre 40mm e 50mm, parede com espessura de no

mínimo 3,7mm para uso subterrâneo e lançamento convencional.

Futuros lançamentos de cabos devem atender às normas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 14683-1:2012

publica em 26/07/2012 “Sistemas de subdutos de polietileno (PE) para

infraestrutura de telecomunicações - Parte 1: Requisitos para subdutos

de parede externa lisa”, e NBR 15.155-1 publicada em 22/11/2013

“Sistemas de dutos de polietileno (PE) para infraestrutura de cabos de

energia e telecomunicações - Parte 1: Requisitos para dutos de parede

externa lisa” e em conformidade com as normas da Agência Nacional

de Telecomunicações (ANATEL, 1994).

Existem algumas normativas retiradas de práticas de execução

de trabalhos de infraestrutura de rede subterrânea, essas normativas

são seguidas pelas executoras. Segundo Oliveira (2007, p.02): “Os

dutos devem ser enterrados em valas com profundidade mínima de

90cm e envelopados com concreto em caso de travessias das ruas ou

onde haja movimentação de veículos”. Ainda,

Deverá ser lançada na vala uma fita metálica ou vinílica de

advertência/localização no sentido longitudinal dos

monodutos. A construção da vala pode ser feita por meio de

escavação ou por outro meio não destrutivo com o auxilio de

máquinas (OLIVEIRA, 2007,p.02).

5

Conforme observamos no Quadro 1 a distância entre as caixas

de emenda subterrâneas obedecem ao comprimento das bobinas, ou

seja, para obter-se o comprimento do lance (distância entre as caixas)

somam-se as sobras que devem ser deixadas (reserva técnica junto às

emendas e diferença de relevo) e subtrai-se do comprimento da bobina.

Exemplo:

QUADRO 1 - COMPRIMENTO DA BOBINA DE FIBRA

ÓPTICA

Item Descrição Medida (m)

1 Comprimento da Bobina 4.000

2 Correção de Relevo ( 3% do Compr. Bobina) 120

3 Folga Técnica (50m em cada Emenda) 100

4 Total de Reservas (2 + 3) 220

5 Comprimento do Lance (1-4) 3.780

FONTE: INFRA PARA REDES ÓPTICAS: LONGA DISTÂNCIA, TELECO, 2015,

disponível em <http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialroptica/pagina_2.asp>

Já a distância entre as caixas de passagem fica em torno de

800 a 1200m dependendo da topografia do terreno, pois quanto mais

irregular o terreno, maior o atrito do cabo no sub-duto, e

consequentemente, menor será a distância que a máquina de

lançamento conseguirá insuflar ou “soprar” o cabo, como veremos no

item lançamento de cabo óptico.

6

O objetivo desta rede é a ligação de pontos equidistantes e

esta ligação subterrânea, dependendo do interesse financeiro (custo

benefício) pode ser feita de várias formas:

• Implantação ao longo de rodovias: A rede é construída ao lado de

rodovias (dentro da faixa de domínio da concessionária) ou no

canteiro central (quando a rodovia tiver este local para separação

das vias). A definição do local exato, será dada pelo órgão com

jurisdição sobre a via.

• Implantação ao Longo de Ferrovias e;

• Implantação ao Longo de Oleodutos ou Gasodutos.

No caso de rede de telecomunicação ao longo da rodovia ela

terá que seguir determinadas regras de infraestrutura do Departamento

Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT, 2008).

Para a implantação da rede em rodovias deve-se obter a

licença para o uso da área através do manual de procedimentos para a

permissão especial de uso das faixas de domínio de rodovias federais e

outros bens públicos sob jurisdição do departamento nacional de

infraestrutura de transportes – DNIT a utilização da FAIXA DE

DOMINIO, que consiste na base física sobre a qual assenta uma

rodovia, constituída pelas pistas de rolamento, canteiros, obras-de-arte,

acostamentos, sinalização e faixa lateral de segurança, até o

alinhamento das cercas que separam a estrada dos imóveis marginais

ou da faixa do recuo, e Conforme o Art. 50 do Código de Trânsito

Brasileiro (1997), o uso de faixas laterais de domínio e das áreas

adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às condições de

segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade com

circunscrição sobre a via. (DNIT, 2008).

2.1 NORMAS PARA O TRABALHO NA FAIXA DE DOMINIO

A faixa de domínio foi conceituada primitivamente como a área

ao longo da rodovia com largura necessária às obras do projeto,

acrescida, de cada lado, das faixas de terreno que se presumiam

suficientes para possíveis obras e melhoramentos futuros. De uma

7 maneira sucinta, conceitua-se a faixa de domínio de uma rodovia como

sendo o terreno onde a mesma se assenta e onde se acham

implantadas a pista de rolamento dos veículos, os canteiros, as obras

de drenagem pluvial (sarjetas e valetas), os acostamentos, a

sinalização viária, as pontes e viadutos (SANTOS, 2009, p.6).

A faixa de domínio pertence ao governo federal e é

regulamentada e delimitada pelo contrato de concessão firmado junto à

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Todo acesso ao

longo da rodovia, seja ele, industrial, rural, comercial, residencial ou

municipal, deve ser regularizado, de acordo com as condições de

segurança viárias estabelecidas pelo órgão ou entidade com direitos

sobre a via, nos termos do artigo 50 da Lei nº 9.503/1997, Código de

Trânsito Brasileiro (2002).

FIGURA 1 – LIMITES DA FAIXA DE DOMÍNIO

FONTE: EGR – Empresa Gaúcha de Rodovias, 2014, disponível em <

http://www.egr.rs.gov.br/lista/469/faixa-de-dominio>

O DNIT poderá autorizar o compartilhamento de infraestruturas

nas faixas de domínio para as concessionárias, permissionárias ou

autorizadas de serviços públicos desde que permitidos por seus

Agentes reguladores e obedecidos os prazos do Contrato de Permissão

Especial de Uso – CPEU firmado com a Permissionária (DNIT, 2008).

Antes da apresentação dos documentos relacionados, o

Interessado deverá submeter-se ao processo de habilitação, com vistas

à obtenção da permissão, dirigindo o Pedido de Habilitação ao

superintendente regional no estado com jurisdição sobre o trecho ou

bem a ser contratado (DNIT,2008, p.19).

8

FIGURA 2 – TUBULAÇÃO NA FAIXA DE DOMÍNIO

FONTE: EGR – Empresa Gaúcha de Rodovias, , 2014, disponível em <

http://www.egr.rs.gov.br/lista/469/faixa-de-dominio>

2.2 MEIO AMBIENTE

O licenciamento ambiental é o mais importante mecanismo de

controle do Poder Público por meio do qual são estabelecidas

condições e limites para o exercício de determinadas atividades. É

constituído das seguintes etapas:

• Abertura de processo e definição do órgão licenciador

competente;

• Aprovação de Termos de Referência para estudos ambientais;

• Emissão da Licenças Prévia (LP) ;

• Emissão de Licença de Instalação (LI) e;

• Emissão de Licença de Operação (LO) .

O licenciamento é influenciado por diversos fatores, dentre eles

a localização das obras e seu grau de impacto ao meio ambiente,

fatores estes que indicarão a necessidade de estudos, as autorizações

e os programas que deverão ser cumpridos, como por exemplo:

• Relatório de Controle Ambiental (RCA) / Plano de Controle

Ambiental (PCA);

• Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de

Impacto ao Meio Ambiente (RIMA) ;

• Plano Básico Ambiental (PBA) ;

9

• Estudos para obtenção de Autorização para Supressão Vegetal

(ASV).

Em paralelo à elaboração dos estudos necessários acima,

pelos demais setores do DNIT envolvidos, cumprem-se as seguintes

etapas:

• Aprovação dos Projetos,

• Licitação das Obras

• Execução das Obras e;

• Operação.

O êxito do processo de licenciamento demanda ainda interface

constante com os diversos entes partícipes do processo, que são

consultados durante as fases de licenciamento, destacando-se:

• Fundação Nacional do Índio – FUNAI;

• Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN;

• Fundação Cultural Palmares;

• Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade –

ICMBIO e;

• Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA.

Cabe à Coordenação Geral de Meio Ambiente (CGMAB)

coordenar a contratação e acompanhar a execução dos serviços

ambientais executados no âmbito dos processos de licenciamento dos

empreendimentos sob Responsabilidade do DNIT. Também tem por

atribuição a análise do componente ambiental dos projetos de

engenharia com a finalidade de recuperar o passivo ambiental

porventura existente, evitando a geração de novos passivos e

recuperando áreas exploradas ou utilizadas para a execução de obras

de infraestrutura de transportes (DNIT, 2008).

2.2.1 Leis Ambientais

Para emissão de licenças ambientais junto aos órgãos

estaduais e federal de meio ambiente os empreendimentos sob Gestão

10 Ambiental da CGMAB/DNIT precisam estar rigorosamente dentro das

especificações exigidas abaixo:

• Lei Federal 12651/2012 código florestal. Lei Federal 9.605/1998 –

Lei de crimes ambientais se aplica quando ocorre intervenção em

APP sem autorização dos órgãos ambientais.

• A Lei Federal 12651/2012 segundo o Art. 1º- A. estabelece normas

gerais com o fundamento central da proteção e uso sustentável das

florestas e demais formas de vegetação nativa em harmonia com a

promoção do desenvolvimento econômico, atendendo os seguintes

princípios:

I - reconhecimento das florestas existentes no território

nacional e demais formas de vegetação nativa como bens de interesse

comum a todos os habitantes do País;

II - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a

preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa,

da biodiversidade, do solo e dos recursos hídricos, e com a integridade

do sistema climático, para o bem-estar das gerações presentes e

futuras;

III - reconhecimento da função estratégica da produção rural na

recuperação e manutenção das florestas e demais formas de

vegetação nativa, e do papel destas na sustentabilidade da produção

agropecuária;

IV - consagração do compromisso do País com o modelo de

desenvolvimento ecologicamente sustentável, que concilie o uso

produtivo da terra e a contribuição de serviços coletivos das florestas e

demais formas de vegetação nativa privada;

V - ação governamental de proteção e uso sustentável de

florestas, coordenada com a Política Nacional do Meio Ambiente, a

Política Nacional de Recursos Hídricos, a Política Agrícola, o Sistema

Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, a Política de

Gestão de Florestas Públicas, a Política Nacional sobre Mudança do

Clima e a Política Nacional da Biodiversidade;

VI - responsabilidade comum de União, Estados, Distrito

Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação

11 de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de

suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais;

VII - fomento à inovação para o uso sustentável, a recuperação

e a preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa e;

VIII - criação e mobilização de incentivos jurídicos e

econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da

vegetação nativa, e para promover o desenvolvimento de atividades

produtivas sustentáveis.

• A determinação das áreas de preservação permanente é regida

pela mesma lei em seu Artigo 4º - Considera-se área de

preservação permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os

efeitos desta Lei:

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde

a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10

(dez) metros de largura;

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de

10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50

(cinquenta) a 200 (duzentos) metros delargura;

d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham

de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros e largura;

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham

largura superior a 600 (seiscentos) metros;

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa

com largura mínima de:

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo

d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa

marginal será de 50 (cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, na

faixa definida na licença ambiental do empreendimento,

observado o disposto nos §§ 1º e 2º;

12

IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água,

qualquer que seja a sua situação topográfica, no raio mínimo de 50

(cinquenta) metros;

V - as encostas ou partes destas com declividade superior a

45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;

VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras

de mangues;

VII - os manguezais, em toda a sua extensão;

VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de

ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em

projeções horizontais;

IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com

altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°,

as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3

(dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base,

sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou

espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do

ponto de sela mais próximo da elevação;

X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos)

metros, qualquer que seja a vegetação;

XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com

largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do limite do espaço

brejoso e encharcado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 571,

de 2012).

§ 1º Não se aplica o previsto no inciso III nos casos em que os

reservatórios artificiais de água não decorram de barramento ou

represamento de cursos d’água.

§ 2º No entorno dos reservatórios artificiais situados em áreas

rurais com até 20 (vinte) hectares de superfície, a área de preservação

permanente terá, no mínimo, 15 (quinze) metros.

• A lei Federal 9.605/1998 lei de crimes ambientais prevê em seus

artigos 70 a 76 a responsabilidade administrativa e as sanções

cabíveis em decorrência da violação das regras de uso, gozo,

13

promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. O citado art.

70 da lei de crimes ambientais foi regulamentado, inicialmente,

pelo decreto Federal 3.179/99 e, atualmente, pelo decreto federal

6.514/2008, onde estão previstos os tipos, as penalidades e o

processo para aplicação das sanções administrativas.

• A lei de crimes ambientais e o decreto federal 6.514/2008

estabelecem que as sanções pecuniárias podem variar de R$50,00

(cinquenta reais) a R$50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais),

sendo que o supracitado decreto admite, por exemplo, que os

valores das multas para um mesmo tipo infracional variem entre

R$5.000,00 e R$50.000.000,00 (art. 61) e de R$500,00 (quinhentos

reais) a R$10.000.000,00 (dez milhões de reais) (art. 66).

O material a ser descartado deverá ser encaminhado

imediatamente ao bota-fora licenciado por órgão ambiental, ou a locais

que satisfaçam aos proprietários e ocupantes do local ou a fiscalização

da obra (DNIT, 2008).

O material reaproveitável, quando permitido pela legislação

local, deverá ser depositado junto a lateral da vala a uma distância

superior a metade de sua profundidade, medida de borda do talude de

escavação até a lateral da vala. Esta distancia de segurança também

deverá ser respeitada por equipamentos que estiverem sendo utilizados

e, todas as máquinas que não estiverem em uso (como rompedores,

compactadores etc.) os quais deverão ser mantidos além desta

distância (DNIT, 2008).

É importante ainda salientar que em áreas habitadas ou nas

suas proximidades o tempo entre a abertura da vala e a preparação da

tubulação bem como seu fechamento, e limpeza do local deverá ser o

mínimo possível, considerando as variáveis como clima, abertura da

vala, tráfego do local entre outros, para que não haja transtornos aos

moradores e não cause prejuízos financeiros ao comércio ali instalado

(DNIT, 2008).

E ainda sabendo que a execução de construções em áreas

ambientalmente sensíveis, tais como nascentes, áreas verdes e

14 reflorestadas, rios, lagos, habitat natural, parques públicos, áreas

protegidas e locais históricos requerem um esforço especial. Danos a

estas áreas sensíveis são geralmente irreversíveis e severamente

penalizados pelas autoridades e defensores ambientais (DNIT, 2008).

2.3 MÉTODO NÃO DESTRUTIVO (MND)

É a ciência referente à instalação, reparação e reforma de

tubos, dutos e cabos subterrâneos utilizando técnicas que minimizam

ou eliminam a necessidade de escavações. Os Métodos não

Destrutivos (MND) podem reduzir os danos ambientais e os custos

sociais e, ao mesmo tempo, representam uma alternativa econômica

para os métodos de instalação, reforma e reparo com vala a céu aberto.

Vêm sendo vistas cada vez mais como uma atividade de aplicação

geral do que como uma especialidade, e muitas empresas de

instalação de redes têm uma tendência a aplicar os Métodos Não

Destrutivos (MND) sempre que possível, em função dos custos e dos

aspectos ambientais e sociais (ABRATT, 2006, p.2).

Os métodos de instalação não destrutivos (MND) têm sido

cada vez mais empregados, tanto na recuperação de linhas

velhas, quanto na instalação de novas. Nos grandes centros

urbanos já respondem pela maioria das instalações, por conta de sua

menor intervenção e distúrbio ao tráfego e à população. (ABPE, 2013,

p.1)

FIGURA 3 – MÉTODO NÃO DESTRUTIVO

FONTE: (ABRATT, 2006, p.6).

15

A utilização de métodos não destrutivos para manutenção e

instalação de redes de água, luz, telefonia e esgoto é uma tecnologia

em franca ascensão no Brasil. Embora seja uma solução inicialmente

mais cara, os métodos não destrutivos têm despertado o interesse de

administradores públicos, concessionárias e empresas de

telecomunicações (DEZOTTI, 2008).

O principal motivo é o menor transtorno provocado no subsolo

e no entorno urbano em comparação à abertura de valas a céu aberto.

Tal vantagem pode se refletir em menor custo global. Vale lembrar que,

no método tradicional de abertura de trincheiras, muito tempo e esforço

são dedicados à abertura de vala, ao rebaixamento do nível d' água, à

compactação e à recomposição do pavimento. Há casos em que só

essas atividades chegam a representar 70% do custo total do projeto

(NAKAMURA, 2013, p.19).

Empregada para instalação, substituição e reparos em redes

subterrâneas, a perfuração não destrutiva traz uma série de vantagens

associadas ao fato de provocar menor impacto ambiental e também

possui um menor índice de acidentes, também em comparação à

abertura de valas a céu aberto (NEPOMUCENO, 2008, p.14).

Segundo ABRATT (2009, p.8) os Métodos Não Destrutivos são

aplicados no País há pelo menos 20 anos, como nas obras do metrô

por exemplo. Um impulso importante para o desenvolvimento desse

tipo de tecnologia foi a promulgação de leis municipais ... que

direcionam o MND como um método preferencial para a execução de

obras em redes subterrâneas na cidade. Atualmente, mesmo em áreas

rurais, técnicas de métodos não destrutivos, como a perfuração

direcional, vêm sendo utilizadas para transposição de obstáculos

naturais como rios, lagos, estradas, montanhas, rodovias e etc.

Conforme COUTINHO (2007, p.9), o uso do MND tem as

vantagens de necessitar de menor espaço para execução da obra,

gerando menor impacto para a população, com maior rapidez, menor

custo de reconstituição urbana e ambiental, menor movimentação de

solo, possibilidade de desvio de interferências em áreas congestionadas

16 e não utilização de recursos naturais para recomposição de valas.

FIGURA 4 – USO DE MND EM TRAVESSIA

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2012.

2.4 MÉTODOS CONVENCIONAIS DE ABERTURAS DE VALAS

Métodos convencionais de abertura de vala são bastante

utilizados ainda, as máquinas e os métodos aplicados são mais simples

e a mão de obra é mais abundante em comparação ao MND, porém

sua aplicação vem sendo reduzida dando espaço a métodos que

agridem menos ao meio onde está sendo executada a obra, os motivos

para a redução de sua aplicação é causada por vários aspectos no

âmbito ambiental, social e financeiro.

Conforme Dezotti (2008,p.11) este método é considerado

como o método tradicional de instalação de tubulações

subterrâneas. Os métodos com abertura de vala envolvem escavações

ao longo de toda extensão da rede proposta, colocação da tubulação

na vala sobre um berço com materiais adequados e reaterro e

compactação da vala. Para conclusão da obra, na maioria das vezes,

após a instalação da tubulação é preciso restaurar a superfície do

pavimento.

A NBR 12266/92 (ABNT, 1992) fixa as condições exigíveis

para projeto e execução de valas para assentamentos de tubulações de

17 água, esgoto ou drenagem urbana. Basicamente, para assentamentos

das tubulações, podem ser consideradas as seguintes fases:

• sinalização;

• remoção do pavimento;

• abertura da vala;

• esgotamento;

• escoramento;

• assentamento;

• preenchimento da vala 2;

• recomposição do pavimento.

DEZOTTI (2008, p.12) diz que apesar de ser considerado um

método confiável, por ser executado há mais de 20 anos, na maioria das

vezes não é o método com a melhor relação custo-benefício. Os

métodos tradicionais apresentam a desvantagem de interferir em

outras infraestruturas urbanas, causando congestionamentos,

impactos ambientais e danos ao pavimento, instalações e estruturas

adjacentes. Por esse motivo, obras com custos diretos extremamente

modestos inviabilizam-se devido aos altos custos sociais associados aos

problemas que geram.

Segundo Najafi (2004, p.55), considerando todos os

parâmetros de projetos, o método de abertura de vala é mais demorado

e, na maioria das vezes, é o método de instalação e manutenção de

tubulação com o pior custo-benefício. Atualmente, devido à compreensão

dos diversos custos sociais envolvidos com a abertura de valas, este

método de instalação tem sido desencorajado.

18

FIGURA 5 – ABERTURA MÉTODO DESTRUTIVO EM VIA

PAVIMENTADA COM ASFALTO

FONTE: TV TEM, 2014, disponível em < http://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-

regiao/noticia/2014/01/moradores-usam-sofa-para-sinalizar-buraco-em-rua-de-

itapetininga.html>

Augusto Jr., Giampaglia e Cunha (1992, p,236 ) afirmam que a

abertura e o fechamento de valas por concessionárias de serviços de

infra-estrutura urbanas, podem acarretar muitos problemas à

pavimentação, tais como:

• deterioração das áreas do pavimento próximas à vala,

devido à demora na recomposição ou não execução de corte

das áreas afetadas;

• ruptura do pavimento reconstituído, devido à insuficiência

de espessura ou má execução;

• recalque do pavimento reconstituído, devido ao

adensamento do solo de reaterro;

• reconstituição do pavimento em nível acima da

superfície do pavimento primitivo, causando grande

desconforto aos usuários;

• desagregação do revestimento asfáltico a quente,

devido à compactação a baixa temperatura.

19

A restauração do pavimento utilizando técnicas de má

qualidade tem como consequência a necessidade da execução do

mesmo serviço, dentre poucos anos. Isto aumenta não apenas os gastos

com estes serviços, mas também reduz a vida do pavimento. Cortes e

escavações nas vias de transporte provocam uma redução de

aproximadamente 30% na vida do pavimento, gerando aumentos nos

custos de manutenção e reabilitação das mesmas (TIGHE et al.,

2002, p. 761). Tais estudos indicaram também que o uso de

tecnologias não destrutivas tem potencial para reduzir

significativamente os custos de manutenção e reabilitação da rodovia.

Segundo Tighe (2002, p.761), geralmente, quando uma

tubulação é instalada sob uma estrutura de pavimento flexível usando

métodos tradicionais, a escavação pode provocar deformações no solo

devido a dificuldades associadas com a recomposição da trincheira na

compactação do solo e das camadas asfálticas. Deslocamentos do solo

tendem a se manifestar na superfície do pavimento, com os maiores

valores ocorrendo na linha central da tubulação instalada, os quais,

alem de provocar rachaduras nas bordas da trincheira, resultam em

uma redução da vida em serviço e do desempenho do pavimento. De

fato, quando uma tubulação é instalada sob uma estrutura de

pavimento flexível, usando métodos tradicionais, uma descontinuidade

da superfície é introduzida.

FIGURA 6 – RECOMPOSIÇÃO DA VIA ASFÁLTICA

FONTE : BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2012.

20

No método destrutivo de valas a céu aberto antes de começar

uma obra de escavação, é primordial os responsáveis pela elaboração

do serviço ter a ciência de estudar a natureza geológica e a resistência

do solo que vai ser escavado, bem como quando se trata de zonas

urbanas, fazer um reconhecimento cuidadoso do terreno para localizar

as interferências da infra estrutura de serviços públicos como redes de

água, esgoto, tubulação de gás, cabos elétricos e de telefone, devendo

ser providenciada a sua proteção, desvio e interrupção, segundo cada

caso e para determinar quais as medidas de segurança a serem

tomadas (NAVARRO, 2005, p.3).

É importante que os locais onde serão realizadas as operações

estejam sempre mantidos organizados, evitando sujeiras, materiais ou

equipamentos espalhados que possam causar acidentes. Entre os

diversos métodos de construção a céu aberto se destaca

principalmente o método de escoramento. Os principais trabalhos que

acompanham esse método são: remoção das interferências,

escoramentos de prédios, medidas para o remanejamento de tráfego, e

desapropriações de terrenos (CERELLO, 1998, p.41 e VIEIRA (2003).

FIGURA 7 – LANÇAMENTO DOS DUTOS EM VALAS

FONTE : BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2012.

21 2.5 MÉTODO CONVENCIONAL VERSUS NÃO DESTRUTIVO EM

REDES DE TELECOMUNICAÇÃO SUBTERRÂNEA DE LONGA

DISTÂNCIA

A escolha do melhor método de instalação e sua viabilidade

depende: das condições locais da instalação, das condições de

operação da linha e das exigências estruturais da tubulação. Os

principais fatores a serem considerados são:

• Caminhamento da tubulação, se substituirá linha velha ou novo

caminhamento;

• Desnível projetado da tubulação (possível ou não de ser atendido);

• Espaço para entrada do equipamento de instalação (caminhões-

bomba, guinchos, etc);

• Espaço para abertura da vala de entrada e saída da tubulação;

• Ângulo e curvatura de entrada da tubulação;

• Tipo de solo e interferências, entre outros.

Para cada tipo de terreno, uma nova solução construtiva será

dada. As soluções podem ser destrutivas, onde rompe-se a superfície

existente e posteriormente à passagem do cabo reconstitui-se o

pavimento, ou não destrutivas, que não provoca dano ao pavimento

existente (DEZOTTI, 2008).

2.6 SOLUÇÕES PARA SOLO

A avaliação visual fornece resultados de maneira imediata e

eficaz e esses são fáceis de interpretar e compreender, utilizando a

técnica da avaliação visual sugerida por Shepherd (2000, p.80), foi

constatado que é possível realizar uma avaliação rápida e confiável dos

22 solos, bem como tomar medidas para corrigir possíveis problemas e

melhorar o ambiente.

A acomodação dos dutos no solo deve se manter de uma

maneira constante para que não haja problemas futuros de rompimento

de duto e consequentemente do cabo óptico agravando uma série de

prejuízos e contra tempos para todos envolvidos. Dependendo de cada

tipo de solo as técnicas aplicadas poderão ser diferentes.

Segundo ABPE (2013, p. 4) a acomodação do duto deve seguir

algumas regras demonstradas a seguir:

• Solução para Solo Normal

Os dutos acomodados a uma profundidade de 1,20m da

superfície do solo normal, fita de aviso a 0,80m de profundidade.

FIGURA 8 – ACOMODAÇÃO EM SOLO NORMAL

FONTE: TELECO, 2015,disponível em <

http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialroptica/pagina_2.asp>

• Solução para Solo Pedregoso ou Misto

Os dutos ficam acomodados a 1,00m de profundidade e à uma

recomposição manual de areia ou terra peneira entre o duto e a fita de

aviso que se encontra a 0,60 de profundidade.

23

FIGURA 9 – ACOMODAÇÃO EM SOLO PEDREGOSO OU MISTO

FONTE: TELECO, 2015, disponível em <

http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialroptica/pagina_2.asp>

• Solução para Solo Rochoso

Os Dutos ficam acomodados a uma profundidade de 0,50m e

um envelopamento de concreto ao redor do mesmo.

FIGURA 10 – ACOMODAÇÃO EM SOLO ROCHOSO

FONTE: TELECO, 2015, disponível em <

http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialroptica/pagina_2.asp>

24 • Solução para Solo Pantanoso

Os dutos ficam acomodados a uma profundidade de 1,50m e

sobre eles coloca-se sacos de areia para que não haja flutuação dos

mesmo.

FIGURA 11 – ACOMODAÇÃO EM SOLO PANTANOSO

FONTE: TELECO, 2015, disponível em <

http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialroptica/pagina_2.asp>.

2.7 INTERFERÊNCIA

São consideradas interferências todos os obstáculos

encontrados no caminho da rede subterrânea. Exemplo: bueiros,

canaletas, rios pontes, brejos, passagens, edificações, etc (DEZOTTI,

2008).

Para transposição de uma interferência, pode ser utilizado o

Método Destrutivo (se o pavimento ou superfície puder ser transposto e

danificado) ou o Método Não Destrutivo - MND, utilizado na maior parte

25 das vezes por provocar pouco ou nenhum impacto ao pavimento

existente (DEZOTTI, 2008).

O método não destrutivo de travessias é uma solução para a

superação de interferências sem a abertura de valas. É usado

principalmente quando a rota de instalação dos dutos tem que cruzar

uma interferência onde, por motivos de custo ou possibilidade de danos

irrecuperáveis à interferência, é inviável a abertura de vala. Utiliza-se,

ainda, para os casos de travessia de rios, lago, áreas muito alagadas

ou em eventuais áreas altamente urbanizadas (DEZOTTI, 2008).

2.8 NORMA BRASILEIRA DE SEGURANÇA

Pela NBR 12266/1992 Projeto e execução de valas para

assentamento de tubulação de água, esgoto ou drenagem urbana - o

posicionamento da vala deve ser feito no projeto de acordo com as

normas municipais de ocupação das várias faixas da via pública. Quando

o posicionamento não estiver bem definido ou for inexequível, deve ser

observado o seguinte:

* as valas devem ser localizadas no leito carroçável

quando:

* os passeios laterais não tiverem a largura mínima

necessária ou existirem interferências de difícil remoção;

* resultar em vantagem técnica ou econômica;

* a vala no passeio oferecer risco às edificações

adjacentes;

* os regulamentos oficiais impedirem sua execução no

passeio;

No projeto, deve ser fixada a seção-tipo, os valores máximos e

mínimos para a largura do fundo e a profundidade da vala.

26

Para cada trecho, o projeto deve indicar o tipo de seção mais

conveniente, técnica e economicamente, em função das condições do

solo e do local da obra. As seções-tipos mais indicadas são:

• a seção retangular, indicada para valas simples com até 1,30 m de

profundidade ou para valas mais profundas, desde que

convenientemente escoradas: - Portaria do Ministério do Trabalho

nº 17, de 07/07/83 - item 18.6.4;

• seções trapezoidais ou mistas dispensam o uso de escoramento e

deverão ser indicadas quando houver ocorrência de solo estável,

espaço disponível ou vantagem técnica e/ou econômica.

27 3 MATERIAIS E METODOLOGIA

Segundo a ANATEL (1994, p.3) existem cinco condições

gerais para esse tipo de trabalho civil:

• Quaisquer serviços relativos a abertura e fechamento de valas

devem ser iniciados após a obtenção das licenças necessárias, que

devem ser mantidas no local de trabalho para serem apresentadas

sempre que solicitadas;

• Deve-se manter a placa de identificação da obra em local visível e

de acordo com a DT 565-001-600 – “Sinalização de obras”;

• Deve-se tomar, com antecedência, todas as providências

necessárias junto aos órgãos competentes, para a

interrupção/desvio do transito de veículos e pedestres;

• Antes do início dos serviços, o construtor deve vistoriar a área

prevista no projeto, verificando se a sua faixa esta desimpedidas de

canteiros de obra e outros obstáculos e;

• As escavações das valas das canalizações subterrâneas principais,

devem ser iniciadas somente após a execução das sondagens ao

longo dos traçados dos lances e nos locais previstos para a

construção das caixas subterrâneas.

3.1 DUTO PEAD

O Polietileno de Alta Densidade (PEAD) é sem sombra de

dúvidas o mais importante dentre as três variações de polietilenos (PE)

devido ao enorme volume consumido em nível global. Com sua grande

estrutura linear composta por apenas poucos ramos laterais, os quais

conduzem a uma maior densidade, e a uma estrutura mais cristalina,

o PEAD possui vantagens significativas, em comparação com os outros

polietilenos, permitindo, portanto, um maior leque de utilizações.

O PEAD também é mais forte e mais opaco que o PEBD e pode

suportar maiores temperaturas (120°C por curtos períodos e 110°C

28 continuamente) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TUBOS

POLIOLEFÍNICOS E SISTEMAS, 2013).

Resistência do PEAD

• Excelente resistência química a ácidos diluídos e

concentrados, alcoois e bases;

• Resistência a aldeidos, ésteres, hidrocarbonetos alifáticos

e aromáticos, ketones e óleos minerais e vegetais;

• Resistência limitada a hidrocarbonetos halogenados e

agentes oxidantes.

Características do material

• Temperatura máxima: 120°C

• Temperatura mínima: -100°C

• Uso em autoclave: Não

• Ponto de derretimento: 130°C

• Força de tração: 4550 psi

• Dureza: SD65

• Resistência UV: Fraca

• Translúcido

• Rígido

• Gravidade Específica: 0,95

29

FIGURA 12 – TUBO PEAD

FONTE: KANAFLEX, 2015, disponível em < http://www.kanaflex.com.br/site/>

FIGURA 13 – BOBINAS DE PEAD

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2012.

3.2 ÁREA DE ESTUDO

O Programa de Concessão de Rodovias Federais abrange

onze mil e duzentos quilômetros de rodovias, desdobrado em

concessões promovidas pelo Ministério dos Transportes, pelos

governos estaduais, mediante delegações com base na Lei n.º

9.277/96, e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT,

2008).

30

BR-050/GO/MG: trecho entre o entroncamento com a BR-040,

em Goiás, até a divisa de Minas Gerais com o estado de São Paulo na

cidade de Delta, abrangendo uma distância de 207,5 quilômetros.

FIGURA 14 – TRECHO BR-050

FONTE: BR050, 2015, disponível em < http://www.br050.com.br/mapa.php>

A 3ª etapa das concessões rodoviárias federais – fase 3 é

parte integrante do programa de investimentos em logística - PIL, que

objetiva o desenvolvimento acelerado e sustentável por meio de

uma ampla e moderna rede de infraestrutura com eficiência logística e

modicidade tarifária.

O programa visa ampliar a escala dos investimentos públicos e

privados em infraestrutura duplicando os principais eixos rodoviários do

país. Para tanto estão previstos para a 3ª etapa das concessões

rodoviárias federais – fases 1 e 3 um total de 42 bilhões de reais em

investimentos ao longo das concessões, sendo R$23,5 bilhões de reais

nos primeiros cinco anos.

31

FIGURA 15 – CONCESSÃO DO GOVERNO FEDERAL

FONTE: ANTT, 2013, disponível em <

http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/25488/Consorcio_Planalto_vence_leilao

_de_concessao_da_BR_050_GO_MG.html>

3.3 PLANEJAMENTO E PROJETO

O projeto implica em realizar algo que nunca foi feito antes, o

que torna o planejamento de fundamental importância. O ideal é que se

utilizem padrões de planejamento disponíveis na empresa, o que

facilitará bastante o trabalho.

Um projeto bem elaborado é a atividade fundamental para o

sucesso de qualquer empreendimento tanto na etapa da concorrência

quanto no início e durante todo o período da obra, pois assegura, com

base nas premissas assumidas, uma probabilidade favorável com

relação aos resultados esperados. A seguir alguns fatores que podem

afetar a execução de uma obra e que devem ser considerados nas

premissas básicas do planejamento:

i. A data de início dos serviços, para um mesmo número de dias

corridos de prazo a data de início da obra altera o número de

dias disponíveis de trabalho, em função dos domingos e

feriados e em função dos períodos de chuvas, marés, etc.;

ii. A topografia local, afeta a produtividade dos equipamentos;

iii. O clima, afeta o número de dias trabalháveis;

32

iv. A geologia, afeta a produtividade da mão de obra e dos

equipamentos;

v. A existência de interferências (linhas de transmissão, redes de

serviços públicos, áreas de proteção ambiental, sítio

arqueológicos, desapropriação de áreas), afeta o

desenvolvimento dos trabalhos e o prazo da obra;

vi. A disponibilidade dos equipamentos afeta a metodologia, a

produtividade e os prazos da obra e;

vii. Os anseios do cliente, a disponibilidade de recursos financeiros

os interesses públicos e políticos afetam o ritmo dos trabalhos

e o prazo da obra.

3.3.1 Pré-levantamento no local

O técnico percorrerá todo o trecho da rodovia aonde irá se

instalar a obra verificando todos os pontos críticos para a passagem da

rede, com esse pré-projeto se analisa a viabilidade da evolução da

obra, e sobre essa analise se faz o cálculo para a formação do custo da

obra:

Com o pré-projeto a análise dos 207,5 km da rodovia BR-050

que estariam sendo avaliados para a execução da rede subterrânea,

considerando apenas trecho da rodovia pertencendo ao estado de

Minas Gerais, métodos que seriam aplicados em cada situação ao

longo da rodovia ficaram dessa maneira como mostra o quadro 2:

QUADRO 2 – PRÉ-QUANTITATIVO DOS MÉTODOS APLICADOS

BR 050- MINAS GERAIS Método Q uantidade (m) Local de uso

Destrutivo 160,000.00 Geral

Não destrutivo 35,500.00 Áreas de Preservação - Travessias

Obras de Arte 1,500.00 Tubulação em Pontes e Viadutos

total 207,500.00

33

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

Com o projeto confeccionado dar-se bastante atenção a detalhes sobre

as áreas de APP, gás ou qualquer outra interferência, conforme a

Figura 16.

FIGURA 16 - PROJETO DE REDE SUBTERRÂNEA

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

3.3.2 Tipos de Solo na região

* Latossolos Vermelhos

Apresentam cores vermelhas acentuadas, devido aos teores

mais altos e à natureza dos óxidos de ferro presentes no material

originário em ambientes bem drenados, e características de cor, textura

e estrutura uniformes em profundidade (NAKAMURA, 2013)

34

São identificados em extensas áreas nas regiões Centro-Oeste, Sul e

Sudeste do país,

FIGURA 17- LATOSSOLO VERMELHO

FONTE: EMBRAPA – Biblioteca de solos, 2012, disponível em <

https://www.embrapa.br/solos/biblioteca/acervo>

• Argissolos Vermelho-Amarelos

A classe dos Argissolos Vermelho-Amarelos está presente em

todo o território nacional, do Amapá ao Rio Grande do Sul, constituindo

a classe de solo mais extensa do Brasil, ao lado dos Latossolos.

Ocorrem em áreas de relevos mais acidentados e dissecados do que

os relevos nas áreas de ocorrência dos Latossolos.

35

FIGURA 18 - ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO

FONTE: EMBRAPA – Biblioteca de solos, 2012, disponível em <

https://www.embrapa.br/solos/biblioteca/acervo>

3.4 ANÁLISE DO SOLO

Qualquer obra de engenharia civil, por mais simples que seja,

só pode ser convenientemente projetada depois de um adequado

conhecimento do terreno (subsolo) no local em que vai ser implantada.

O planejamento para uma exploração do subsolo visando obter

informações e características de um terreno deverá ser função de

alguns importantes fatores que serão comentados adiante.

Estudos geotécnicos, atividades que visam o conhecimento da

natureza, tipo e características dos materiais constituintes das diversas

camadas de solo ou rocha ocorrentes no subsolo no local de

implantação das obras, também visam o subsídio ao dimensionamento

e projeto de obras geotécnicas, o qual engloba a obtenção de

parâmetros geotécnicos de cálculo. (DER/SP, 2006, p. 3).

O solo foi dividido em três tipos, levando em consideração

primordial sua facilidade de penetração sua características de

36 composição granulométrica, plasticidade, retração, umidade e

compactação. Essa analise realiza-se de uma maneira visual, com um

trado ou uma maquina retro escavadeira auxiliando.

QUADRO 3 – DIVISÃO DO SOLO

SOLO

TIPO CARACTERíSTICA

1 Pouco resistente 2 Resistente

3 Muito

Resistente/com rochas

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

3.5 MÉTODOS DE INSTALAÇÃO DE DUTO

A escolha do melhor método de instalação do duto será em

função dos levantamentos preliminares executados na rota. Pode

ocorrer em algumas rotas a composição dos métodos existentes para

uma minimização dos custos e prazos.

A instalação da rede pelos métodos destrutivos será aplicado

na maior parte do trecho e será executado por três tipos diferentes de

máquinas que serão exemplificadas a seguir:

• Valetadeira de Disco de Corte;

• Flex Track ( lançadora de cabo) – Vibratory Plow;

• Retroescavadeira e mini escavadeira hidráulica.

A utilização de cada maquina será escolhida conforme a

analise do tipo do solo da quadro 3, levando em conta seu rendimento

e forma de execução.

37

QUADRO 4 – APLICAÇÀO DA MAQUINA EM CADA TIPO DE SOLO

APLICAÇÃO SOLO TIPO MAQUINA

1 FLEX TRACK (PLOW) 2 VALETADEIRA

3 ESCAVADEIRA

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

3.6 EQUIPAMENTOS E CARACTERÍSTICAS

Inicialmente faz se necessário um estudo da possibilidade de

se implantar o duto, uma vez que o cabeamento aéreo é vulnerável a

ação de intempéries (ação de chuva, vento, além do risco de

queimadas na zona rural), mais susceptível à ocorrência de acidentes

físicos que danificam cabos e posteação, propiciando assim reparos na

rede com maior frequência.

3.6.1 – Valetadeira com Disco de corte

Esta máquina é aplicada em terrenos com solo areno rochoso

com constituição de basalto, magma e xisto betuminoso, pavimentos

asfaltados, pedras e terrenos mais compactados. Ela possui uma

corrente dotada de conchas, bits ou ambos, semelhante a de uma

moto-serra, capaz de abrir uma vala de 20 cm de largura em terrenos

com os tipos de solo acima citados. Aberta a vala, o cabo é instalado

manualmente em seu interior, posteriormente, se faz a reposição

manual ou mecânica do solo.

Através do método destrutivo, a valetadeira foi projetada para

abrir valas seguindo o rastro direito do trator. Toda sua estrutura é feita

em chapa de aço, sendo composta por paralama, sistema de rotor

38 longitudinal com 3 conjuntos de 4 facas ou lâminas em “L“ (que

totalizam 12 facas de corte ou 8 facas para valas menores).

A Valetadeira RTX 250 é utilizada para escavar valas em 121,9

cm de profundidade e em 20,3 cm de largura. Ela desloca-se por meio

de esteiras e seu sistema de direção, denominado VZ, requer leve

pressão das alavancas para deslocar e manobrar. Seu motor, fabricado

pela Kohler, tem 27 cavalos de potência e é abastecido com rede de

gás. A máquina pesa 703,1 kg.

FIGURA 19 – PROFUNDIDADE DA VALA 12 FACAS

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2012.

FIGURA 20 - VALETADEIRA

FONTE : MINUTEMACHINE, 2015, disponível em <

http://br.minutemachine.com/vermeer/3/179-valetadeira/919714-vermeer-v8550a-

2000.htm>

39

FIGURA 21 – VALETADEIRA ABRINDO VALA

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2012.

3.6.2 Perfuratriz direcional

A Perfuratriz Direcional é indicada para instalação não-

destrutiva de tubulações de água, gás, telecomunicações, etc. tanto de

PEAD, como também de aço. Estes equipamentos realizam perfuração

por baixo de vias públicas, rodovias, ferrovias, rios, aeroportos, etc.

Toda a perfuração é monitorada através de rastreadores eletrônicos

onde é possível direcionar a perfuração para desviar de obstáculos e de

interferências existentes ou para efetuar curvas e manter declividades

especificadas em projeto (AUGUSTO, 1992)

Independentemente do fabricante da máquina, a tecnologia

utilizada é praticamente a mesma, a máquina insere hidraulicamente no

local previsto para a entrada do duto uma série de tubos de aço com

razoável flexibilidade lateral, porém com alta resistência à compressão

longitudinal. Na ponta desses tubos é previamente instalada uma

“cabeça de lançamento” de alta resistência, que contém um pequeno

40 transmissor de ondas eletromagnéticas e uma “cunha” na ponta. A

função do transmissor de ondas eletromagnéticas é o monitoramento

preciso da posição, profundidade e ângulo de ataque da cabeça de

lançamento, bem como informar a direção para a qual a cunha está

apontada. Para a detecção dessas informações é utilizado um detector

específico. Desta forma, um operador fica manuseando a máquina

enquanto outro caminha na direção da instalação, informando via rádio

ao operador da máquina qual a nova direção a ser tomada pela cabeça

de lançamento.

FIGURA 22 – PERFURATRIZ DIRECIONAL – MÉTODO NÃO

DESTRUTIVO

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2015.

FIGURA 23 - PERFURATRIZ DIRECIONAL INICIANDO A

PERFURAÇÃO

FONTE : MINUTEMACHINE, 2015, disponível em <

http://br.minutemachine.com/vermeer/3/179-perfuratriz/919714-vermeer-v8550a-

2000.htm>

41 3.6.3 – Flex Track ( lançadora de cabo) – Vibratory Plow

Esta máquina é aplicada em terrenos normais (argila, piçarra e

silte). Através de uma única operação efetua o trabalho de corte do

terreno e implantação do cabo, evitando abertura e movimentação do

solo. Ela é dotada de um suporte para fixação da bobina de cabo óptico

na sua parte frontal e de uma “faca” que faz o corte do solo, na sua

parte traseira. O cabo e a fita de aviso ficam junto à “faca”, instalando-

se no subsolo à medida que a máquina se desloca e a “faca” corta o

solo. Além disto, a “faca” vibra constantemente, facilitando a ruptura do

solo. Durante o lançamento deve-se tomar alguns cuidados tais como :

• No início do lançamento, deve-se segurar manualmente o

cabo para que ele não corra e a bobina deve desenrolar

livremente;

• Não deve-se levantar a faca durante o lançamento, pois

isto poderá danificar o cabo;

• Deve-se colocar uma pessoa na bobina, deixando-se uma

folga, evitando tensão no cabo.

• Observar a profundidade dos bueiros, passagens de gado,

etc., e envelopar com concreto o cabo sempre que esta

profundidade for menor que a profundidade de

lançamento.

• No início e no final do lançamento deve-se fazer uma vala

para iniciar e terminar o lançamento.

Considerar “Vibratory plow” um método de escavação é

cumprir todas as disposições aplicáveis exigidas de métodos de

escavação.

• Após a conclusão da instalação do produto, restaurar

o local de trabalho. Restaurar áreas escavadas ou

enterradas em conformidade com as especificações e

projetos padrões.

• É de responsabilidade do contratante a remoção do

excesso de o material ou os detritos criados durante o

42

processo de construção, bem como o local para

restaurar a condição de que existia antes da construção.

• A exposição pode ser permitida por períodos

superiores a 14 dias consecutivos se a exposição é

limitado a 3 metros ou menos. Períodos mais longos do

que o descrito acima pode ser aprovado pelo

Engenheiro, se isso não afetará as atividades de

manutenção ou de construção.

• Assegurar que os equipamentos não impressão a

visibilidade do usuário na estrada sem tomar as

precauções necessárias de assinatura e manutenção de

tráfego adequada operações.

FIGURA 24 - VIBRATORY PLOW

FONTE : MINUTEMACHINE, 2015, disponível em <

http://br.minutemachine.com/vermeer/3/179-vibratory/919714-vermeer-v8550a-

2000.htm>

FIGURA 25 - VIBRATORY PLOW ABRINDO VALA

FONTE : MINUTEMACHINE, 2015 http://br.minutemachine.com/vermeer/3/179-

vibratory/919714-vermeer-v8550a2000.htm>

43 3.6.4 – Retroescavadeira e mini escavadeira hidráulica

As retroescavadeiras são máquinas de terraplenagem

relativamente pequenas e versáteis, pois possuem duas caçambas bem

distintas que permitem à retroescavadeira desempenhar diversos

trabalhos diferentes atendendo às mais diferentes necessidades com

baixo custo operacional.

Basicamente as retroescavadeiras são tratores, 4×2 ou 4×4,

com uma caçamba frontal, da largura da máquina de 2 metros, cuja

função principal é o carregamento e além desta,

as retroescavadeiras também possuem uma caçamba traseira com a

função principal de escavação, não sendo limitada apenas a isto,

podendo também desempenhar o carregamento de caminhões com

caçamba basculante. Esta caçamba traseira é de fácil substituição e

possui uma enorme variedade de tamanhos para finalidades distintas,

sendo ainda possível substituir a caçamba da retroescavadeira por

implementos variados como rompedores (ou marteletes hidráulicos) e

perfuratrizes do tipo hélice contínuos.

As escavadeiras produzem valas pouco uniformes, com a base

da vala irregular e baixa produtividade. As retroescavadeiras têm

limitações similares às das escavadeiras e requerem ainda mais tempo

para a abertura de vala.

As escavações com retroescavadeiras deverão ser planejadas

para não ocorrer o risco de tombamento do equipamento, portanto,

deverão ser verificados os pontos de apoio das sapatas; Nas

escavações deverão ser verificadas possibilidades de interferências

com redes aéreas de: telefonia, hidráulicas, ar-comprimido, eletricidade,

passarelas, correias transportadoras. O operador deverá ser orientado

para tais riscos e onde for necessário, deverá ter auxiliar para orientar

na execução dos serviços. Sempre que for possível, a rede elétrica do

local deverá ser desenraizada e aterrada.

A Retroescavadeira conta com a configuração do braço e lança

de longo alcance que possibilitam melhor utilização em escavações

profundas.

44

FIGURA 26 – ABERTURA DE VALA COM ESCAVADEIRA

FONTE : MINUTEMACHINE, 2015, disponível em <

http://br.minutemachine.com/vermeer/3/179-vibratory/919714-vermeer-v8550a-

2000.htm>

45 4- RESULTADOS

Com o início da execução da obra notamos que a pré análise

das divisões de métodos possuíam alguns erros. Conseguimos

determinar o rendimento de cada máquina, levando em conta quantos

metros de duto ela enterrava por hora, com isso obtivemos dados para

gerar planilhas de tempo para a execução total da obra.

Na sequência serão apresentados duas analises do trabalho, a

primeira sobre a aplicação de cada máquina no método destrutivo e

outra uma analise de rendimento de cada uma.

4.1 ANÁLISE DO SOLO

Através de nosso método de divisão dos trechos por tipo do

solo foi gerado a QUADRO 4, que demonstra os tipos característicos

dos solos encontrados ao longo da rodovia.

QUADRO 5 – TIPOS DE SOLO ENCONTRADO

SOLOS

TIPO QUANTIDADE (m) %

1 36,895.00 23 2 64,727.00 42 3 54,473.00 35

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

4.2 RENDIMENTO DAS MÁQUINAS

O rendimento de uma máquina consiste na medida do

desempenho desta, em geral, o rendimento de uma máquina varia com

as condições segundo as quais ela opera e existe, habitualmente, uma

carga com a qual opera com rendimento mais elevado.

A analise foi gerada por sua produção na instalação dos dutos

subterrâneos individualmente, tendo como base seus rendimentos

46 diários, trabalhando em uma carga horário de 8 horas demonstrada a

seguir.

4.2.1 Rendimento da flex track

A “Flex Track” demonstrou o melhor resultado na execução,

como mostra o quadro 5.

QUADRO 6 – DESEMPENHO FLEX TRACK

FLEX TRACK (VIBRATORY PLOW)

Solo Produção (m/h) Homens

1 250 2 • 1 OPERADOR • 1 SERVENTE

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

Vantagens:

• Menor número de pessoas envolvidas; (reduz número de

acidentes)

• Maior rapidez na execução;

• Não precisa de fechamento da vala

Desvantagens:

• Rendimento limitado pelo tipo do solo.

47

FIGURA 27 - FLEX TRACK TRABALHANDO

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2015.

4.2.2 Valetadeira

A valetadeira foi a maquina que mais foi utilizada, pois o solo

encontrado na maior parte da rota foi o que mais se adéqua a ela,

gerou a quadro 6.

QUADRO 7 – DESEMPENHO VALETADEIRA

VALETADEIRA

Solo Produção (m/h) Homens

2 100 6

• 1 OPERADOR • 3 SERVENTES • 2 AJUDANTES

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

Vantagens:

• Adequa-se a uma quantidade maior de tipos de solo;

• Alterando sua cerra de corte aumenta sua utilização;

Desvantagens:

• Mais pessoas envolvidas, o que aumenta seu custo;

• Deixa uma vala aberta, precisa de atenção em seu fechamento.

48

FIGURA 28 - VALETADEIRA ABRINDO VALA

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2015.

4.2.3 Escavadeira

Ela foi aplicada em varias situações desde a sondagem do solo a

escavação na aproximação do duto em obras de arte, seus

dados gerarão a quadro 7.

QUADRO 8 - DESEMPENHO ESCAVADEIRA

ESCAVADEIRA Solo Produção (m/h) Homens

3 80 6 • 1 OPERADOR • 3 SERVENTES • 2 AJUDANTES

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

Vantagens:

• Adequa-se a qualquer solo;

• Sua utilização foi aplicada em diversos pontos da obra;

Desvantagens:

• Mais pessoas envolvidas, o que aumenta seu custo;

• Deixa uma vala aberta, precisa de atenção em seu fechamento.

• Seu método é o que leva mais tempo.

49

FIGURA 29 - ESCAVADEIRA EXECUTANDO VALA

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2015.

4.2.4 Perfuratriz Direcional

Seu uso foi fundamental no decorrer da obra, em locais específicos

apenas seu uso era apropriado, independentemente do tipo de solo.

Rendimento foi analisado a quadro 8.

QUADRO 9 - DESEMPENHO PERFURATRIZ DIRECIONAL

PERFURATRIZ Solo Produção(m/h) Homens

n/a 60 5

• 1 OPERADOR • 1 NAVEGADOR • 2 AJUDANTES • 1 MOTORISTA

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

50 Vantagens:

• Opera em qualquer tipo de solo;

• Utilizada em trabalhos exclusivos;

Desvantagens:

• Menor rendimento;

• Mão de obra especializada;

• Utiliza outro veículo além da máquina.

FIGURA 30 – Perfuratriz Direcional executando travessia

FONTE: BANCO DE IMAGENS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2015.

51 5 - CONCLUSÃO

Diante dos resultados verificamos que dentre os métodos

destrutivos para a instalação da rede o método usando a mÁquina “Flex

Track” foi o melhor método analisando sua produção, acima de 100%

diante da produção da Valetadeira que foi a máquina mais utilizada.

Mas seu uso foi limitado pelo motivo das características do solo.

Analisando sobre os custos operacionais de cada máquina,

sem levar em consideração o valor de mercado, depreciação e sua

manutenção, podemos verificar quanto cada uma custa para executar o

trabalho. Verificando o QUADRO 9, onde estão exemplificados valores

salariais médios de cargos de construção civil, levando os parâmetro de

22 dias de trabalho mensais e sem qualquer tipo de bonificação ao

funcionário, podemos calcular o valor de cada uma.

QUADRO 10 – CUSTOS SALÁRIAIS

CUSTOS

CARGO SALÁRIO (R$) CUSTO POR HORA (R$)

OPERADOR

MÁQUINA PESADA 1.251,71 7.11

SERVENTE 657,52 3.74

AJUDANTE GERAL 631,86 3.59

MOTORISTA

CAMINHÃO 835,22 4.75

NAVEGADOR 1.100,20 6.25

FONTE: AQUITEM-RH, 2015, disponível em <

http://www.aquitemrh.com.br/salarios.php>

Com isso se obtém o valor de cada máquina por hora

analisando apenas os homens que precisam para a execução do

trabalho.

52

QUADRO 11 – CUSTO POR HORA DA LOCAÇÃO

CUSTOS POR HORA

MÁQUINA VALOR POR HORA (R$)

FLEX TRACK (VIBRATORY PLOW) 10.85

VALETADEIRA 25.51

ESCAVADEIRA 25.51

PERFURATRIZ 25.29

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

O uso do método não destrutivo teve seu uso ampliado em

relação ao primeiro levantamento conforme a quadro 11.

QUADRO 12- DIFERENÇA ENTRE O PROJETADO E O EXECUTADO

BR 050- MINAS GERAIS

Método Projeto (m) As-Built (m) Destrutivo 160,000.00 156,096.00

Não destrutivo 35,500.00 55,150.00

Obras de Arte 1,500.00 1,350.00 total 207,500.00 212,596.00

FONTE: OBRAS MGO-BANCO DE DADOS DA TRIX ENGENHARIA LTDA, 2014

O aumento do valor total da quilometragem da rede se dá

devido a fatores não previsto no projeto, são eles:

• Travessia da rodovia que deve ser executada

perpendicularmente ao seu eixo;

• Aproximação e afastamento do eixo para o desvio de

interferências;

• Retrabalho.

53

A instalação por método não destrutivo teve seu aumento em

metro em relação ao planejado em torno de 55% devido a locais onde

não foi conseguida a execução pelo método destrutivo, são eles:

• A aproximação das cabeceiras das pontes e viadutos;

• Travessia de estacionamentos, postos de combustíveis,

comércios, e outros.

Através dos dados podemos concluir que o melhor método

para esse tipo de trabalho é através da maquina Flex track, seu custo é

baixo em relação ao outros e seu desempenho é muito superior

comparado aos outros métodos destrutivos.

Os resultados dos custos se mostraram vantajosos para o

método destrutivo, mas com as exigências e fiscalizações que se tem

atualmente o método não destrutivo se torna mais adequado.

O método não destrutivo no aspecto de custo, verifica-se que

seu valor é muito parecido com métodos convencionais de instalação

de dutos, seu rendimento é inferior mas seu uso é cada vez mais útil,

tendo em vista que licenças para execução são conseguidas com a

aplicação de seu método. A atividade de instalação de dutos ou cabos

ópticos em rodovias tende cada vez ficarem mais rigorosas, as licenças

de execução cada vez mais difíceis de obter, e o uso do método não

destrutivo cada vez mais aceito.

54

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