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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL VANESSA JAMILLE MESQUITA XAVIER UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE QUARTZITO EM ARGAMASSAS DE MÚLTIPLO USO Mossoró/RN 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

VANESSA JAMILLE MESQUITA XAVIER

UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE QUARTZITO EM ARGAMASSAS DE MÚLTIPLO USO

Mossoró/RN

2014

VANESSA JAMILLE MESQUITA XAVIER

UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE QUARTZITO EM ARGAMASSAS DE MÚLTIPLO USO

Trabalho Final de Graduação apresentado à

Universidade Federal Rural do Semiárido –

UFERSA, Departamento de Ciências Ambientais

e Tecnológicas para a obtenção do título de

Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Profª. Dra. Marilia Pereira de

Oliveira – UFERSA.

MOSSORÓ – RN

2014

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)

Setor de Informação e Referência

R3u Xavier, Vanessa Jamille Mesquita.

Utilização do resíduo de quartzito em argamassas de múltiplo

uso. / Vanessa Jamille Mesquita Xavier -- Mossoró, 2014.

50f.: il.

Orientadora: Prof.ª Dra. Marilia Pereira de Oliveira.

Monografia (Graduação em Engenharia Civil) –

Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de

Graduação.

1. Engenharia Civil – Resíduo. 2. Argamassa de múltiplo

uso. 3. Meio ambiente. 4. Quartzito. I. Titulo.

RN/UFERSA/BCOT /248-14 CDD: 662.669 Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza Borba

CRB-15/452

VANESSA JAMILLE MESQUITA XAVIER

UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE QUARTZITO EM ARGAMASSAS DE MÚLTIPLO USO

DATA DA DEFESA: 28 / 02 / 2014

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Profª. Dra. Marilia Pereira de Oliveira – UFERSA

Orientadora

__________________________________________

Prof. Me. Bruno Tiago Angelo da Silva – UFERSA

Primeiro Membro

__________________________________________

Profª. Dra. Rejane Ramos Dantas – UFERSA

Segundo Membro

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais e irmão, pelo apoio e carinho.

A minha orientadora, Marilia Pereira, pela paciência e auxilio intelectual para a realização

deste trabalho.

A minha família, tias, tios, primos, primas, avôs e avós pela força nas conquistas ao longo da

vida.

Aos laboratoristas Allyson Bezerra e Marcello Anderson pelo auxilio na preparação dos

materiais.

Aos meus amados amigos Crislayne Vasconcelos, Daianne Diógenes, Francisco Solano,

Girlene Suelly, Jorge Artur, Michelle Oliveira e Suzane Mesquita, pelo carinho, compreensão

e força.

Aos professores do curso de Engenharia Civil da UFERSA, aos quais devo eterna gratidão

pelos conhecimentos adquiridos.

Por fim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.

“Importante não é ver o que ninguém nunca

viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca

pensou sobre algo que todo mundo vê.”

Arthur Schopenhauer.

RESUMO

A região do estado da Paraíba possui um grande potencial para a indústria das rochas

ornamentais, sendo boa parte da população direta ou indiretamente envolvida com as

atividades desenvolvidas por essas indústrias. Do sistema produtivo são gerados resíduos que,

na maioria das vezes, não possuem um destino final ambientalmente adequado. Esses resíduos

geram impactos negativos prejudicando o meio ambiente e a população que o cerca. Para uma

empresa, o destino adequado dos resíduos pode gerar custos relativamente altos. Assim, o

presente trabalho visa uma maneira de incorporar esses resíduos à construção civil. O resíduo

estudado é o de quartzito proveniente de uma empresa de arquitetura em pedra. Ele foi usado

como substituto da cal em argamassas de múltiplo uso. Foi estudado o potencial desse resíduo

quanto às propriedades mecânicas sendo comparado com uma argamassa de referência,

constituída de cimento, cal e areia. Foram feitos ensaios de absorção, análise granulométrica,

massa unitária, massa especifica e resistência à compressão. A argamassa com adição de

quartzito apresentou menor absorção e maior resistência mecânica que a argamassa de

referência, tendo um aumento de 31,5% da sua resistência mecânica, sendo assim constatada a

viabilidade do seu uso, já que além de ser uma solução ambientalmente adequada, melhora as

propriedades da argamassa.

Palavras- chave: quartzito, resíduo, argamassa de múltiplo uso, meio ambiente.

ABSTRACT

The state of “Paraíba” has a great potential for the ornamental stone industry, the majority of

the population is directly or indirectly involved with the activities developed by these

industries. The production system generates waste, in most of cases, do not have an

environmentally appropriate final destination. These residues generate adverse impacts

harming the environment and the people are living in this environment. For a company, the

proper disposal of waste can generate relatively high costs. So this work aims a way to

incorporate these wastes to construction. The residue studied is quartzite from an firm in

stone’s architectural, it was used as a substitute of lime in mortars for multiple use. The

potential of this residue was studied in relation of mechanical properties are posteriorly

compared to a reference mortar , consisting of cement, lime and sand. Absorption test, sieve

analysis , bulk density , bulk density and compressive strength were made . The mortar with

the addition of quartzite showed lower absorption and higher mechanical strength than the

reference mortar, having a 31.5% increase in a mechanical strength, then verified the

feasibility of its use, as well as being an environmentally appropriate solution and increases

the properties of the mortar.

Palavras- chave: quartzite, waste, mortars for multiple use, environment.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Camadas do revestimento em argamassa................................................................. 17

Figura 2- Quartzito ................................................................................................................... 29

Figura 3- Mapa de Localização da Região de Várzea Paraíba. ................................................ 30

Figura 4 - Resíduos de quartzito produzidos em Várzea - PB.................................................. 31

Figura 5- Curva granulométrica do agregado miúdo................................................................ 36

Figura 6- Resíduo de quartzito. ................................................................................................ 37

Figura 7 - Resíduo após o peneiramento. ................................................................................. 38

Figura 8 - Ensaio para determinação do índice de consistência. .............................................. 39

Figura 9 - Determinação da consistência. ................................................................................. 40

Figura 10 - Corpos de prova para o ensaio de resistência à compressão.................................. 41

Figura 11 - Prensa eletrohidráulica. .......................................................................................... 41

Figura 12 - Obtenção da constância de massa na estufa........................................................... 42

Figura 13 - Ensaio de absorção................................................................................................. 43

Figura 14 - Resistência à compressão simples. ........................................................................ 44

Figura 15 - Influência da relação água/sólidos. ........................................................................ 45

Figura 16 - Ensaio de absorção por capilaridade. ..................................................................... 46

LISTA DE TABELAS

Tabela 1-Influência das características granulométricas das areias nas propriedades das

argamassas de assentamento. .................................................................................................... 21

Tabela 2 - Características físicas do agregado miúdo. ............................................................. 35

Tabela 3 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo. .................................. 35

Tabela 4 - Porcentagens retidas acumuladas. ........................................................................... 36

Tabela 5- Combinações dos traços. .......................................................................................... 39

Tabela 6 - Informações referentes às combinações de argamassa. ........................................... 44

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS ............................................................................................................................... 14

2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................................... 14

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................................................. 14

3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 15

4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................. 16

4.1 ARGAMASSA ................................................................................................................................ 16

4.1.1 Definição .................................................................................................................... 16

4.1.2 Função ........................................................................................................................ 16

4.2 ESTRUTURA DOS REVESTIMENTOS ............................................................................................. 17

4.2.1 Chapisco ..................................................................................................................... 18

4.2.2 Emboço ...................................................................................................................... 18

4.2.3 Reboco ....................................................................................................................... 19

4.3 MATERIAIS CONSTITUINTES NA ARGAMASSA ............................................................................ 19

4.3.1 Cimento Portland ........................................................................................................ 19

4.3.2 Cal .............................................................................................................................. 20

4.3.3 Areia .......................................................................................................................... 21

4.3.4 Água ........................................................................................................................... 22

4.4 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NO ESTADO FRESCO ............................................................... 22

4.4.1 Trabalhabilidade ......................................................................................................... 22

4.4.2 Consistência ............................................................................................................... 23

4.4.3 Retenção de Água ....................................................................................................... 23

4.5 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NO ESTADO ENDURECIDO ..................................................... 24

4.5.1 Durabilidade ............................................................................................................... 24

4.5.2 Capacidade de absorver deformações ......................................................................... 25

4.5.3 Aderência ao substrato ............................................................................................... 26

4.5.4 Resistencia mecânica .................................................................................................. 27

4.6 TIPOS DE ARGAMASSA PARA ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO ............................................. 27

4.6.1 Argamassa de cal ........................................................................................................ 27

4.6.2 Argamassa de cimento ................................................................................................ 28

4.6.3 Argamassa mista ......................................................................................................... 28

4.7 QUARTZITO .................................................................................................................................. 28

4.8 RESÍDUOS DE QUARTZITO NA PARAÍBA ...................................................................................... 29

4.9 APLICAÇÕES DO QUARTZITO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................ 31

4.10 IMPACTO AMBIENTAL E SOCIOECONÔMICO ............................................................................ 32

5 METODOLOGIA ........................................................................................................................ 34

5.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................................................ 34

5.2 MATERIAL .................................................................................................................................... 34

5.2.1 Cimento Portland ........................................................................................................ 34

5.2.2 Agregado miúdo ......................................................................................................... 35

5.2.3 Resíduos da indústria do quartzito .............................................................................. 37

5.2.4 Cal Hidratada .............................................................................................................. 37

5.2.5 Água ........................................................................................................................... 37

5.3 MÉTODOS .................................................................................................................................... 38

5.3.1 Preparação do resíduo ................................................................................................ 38

5.3.2 Preparação das argamassas ......................................................................................... 38

5.3.3 Ensaio das argamassas ................................................................................................ 40

5.3.3.1 Resistencia a compressão simples ................................................................................ 40

5.3.3.2 Ensaios de absorção ...................................................................................................... 42

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................................... 44

6.1 RESISTENCIA À COMPRESSÃO SIMPLES ...................................................................................... 44

6.2 ABSORÇÃO POR CAPILARIDADE .................................................................................................. 45

7 CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................................... 48

13

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é reconhecidamente um dos maiores países de potenciais minerais do mundo

contemporâneo, produzindo mais de 100 substâncias minerais. Vale ressaltar o notável

crescimento da produção brasileira de rochas ornamentais e de revestimento, com destaque

para os granitos, ardósias, quartzitos, mármores, serpentinos e pedra sabão. Essa produção é

hoje superior a 5 milhões de t/ ano caracterizando o Brasil como um grande produto e

exportador dessas rochas (SOUZA et al., 2001).

A produção de rochas ornamentais da Paraíba inclui quartzitos cujas características

geológicas e mineralógicas asseguram um elevado padrão de estética, beleza e qualidade,

possibilitando uma grande aceitação nos mercados nacional e internacional (SOUZA et al.,

2001).

A indústria de rochas ornamentais na região da Várzea – Paraíba causa impactos

econômicos positivos possibilitando que a maior parte da população esteja envolvida com a

extração e industrialização do quartzito. Porém os resíduos desses processos não possuem um

destino final adequado.

A problemática ambiental tem despertado nos últimos anos grande interesse no Brasil.

As leis de controle ambiental tornaram-se mais severas, e os órgãos de fiscalização ficaram

mais eficientes. Por outro lado, os custos de disposição de resíduos e tratamento de efluentes

de forma ambientalmente correta são elevados. Isto tem, motivado a busca de alternativas

tecnológicas viáveis para dispor e/ou tratar resíduos industriais (AMORIM, 2012).

Acredita-se que através de estudos possam-se obter soluções alternativas e viáveis

para a disposição final dos resíduos de quartzito dentro da construção civil.

14

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Utilizar os resíduos gerados na extração do quartzito para produzir argamassas de

revestimentos e assentamentos de paredes e tetos, dando assim um destino final

ambientalmente adequado a esses resíduos.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Avaliar a capacidade de absorção e o desempenho mecânico do resíduo de

quartzito como substituto da cal;

Comparar argamassas a base de resíduo de quartzito com argamassas de cimento,

cal e areia.

15

3 JUSTIFICATIVA

O lançamento de resíduos de quartzito ao meio ambiente causa impactos ambientais

negativos. Uma alternativa de redução desses impactos é a adição dos resíduos de quartzito

como substituinte da cal em argamassas de múltiplo uso. Dessa maneira, os resíduos de

quartzito serão retirados do meio ambiente, terão uma disposição final ecológica e um bom

aproveitamento para as argamassas usadas na construção civil.

Além disso, há uma carência de estudos envolvendo o uso do resíduo de quartzito em

argamassas.

16

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 ARGAMASSA

4.1.1 Definição

De acordo com a norma 13281 (ABNT 2001), referente às argamassas para

assentamento e revestimento de paredes e tetos, a argamassa é uma mistura homogênea de

agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou

adições, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em

instalação própria (argamassa industrializada).

4.1.2 Função

Segundo Paulo 2006 apud Nóbrega 2007 a argamassa tem por função:

- Unir com solidez elementos de alvenaria e ajudar a resistir a esforços horizontais,

perpendiculares ou paralelos ao plano de uma parede;

- Absorver deformações que ocorrem naturalmente nas alvenarias;

- Selar as juntas contra infiltração de água;

- Colar materiais de revestimento;

- Dar acabamento em tetos e paredes, em regularização de pavimentos, na reparação

de obras de concreto, etc.

As argamassas são classificadas, segundo a sua finalidade, em (NÓBREGA, 2007):

- para assentamento: usadas para unir blocos ou tijolos das alvenarias. Também para a

colocação de azulejos, tacos, ladrilhos e cerâmica para revestimento.

- para revestimento: usadas para revestir tetos, paredes etc., protegendo da umidade.

17

As argamassas de assentamento e revestimento de paredes e tetos, especificadas pela

NBR 13281 (ABNT 2001) hoje em dia, são chamadas comercialmente de argamassas de

múltiplo uso (NÓBREGA, 2007).

4.2 ESTRUTURA DOS REVESTIMENTOS

O revestimento possui diferentes camadas com funções e características específicas

(Figura 1). Segundo a NBR 13529 (ABNT 1995), dependendo das proporções entre os

constituintes da mistura e sua aplicação no revestimento, os revestimentos recebem diferentes

nomes em seu emprego.

O revestimento de argamassa pode ser entendido como a proteção de uma superfície

porosa com uma ou mais camadas superpostas, com espessura normalmente uniforme,

resultando em uma superfície apta a receber de maneira adequada uma decoração final

(SZLAK et al., 2002).

Figura 1 - Camadas do revestimento em argamassa.

Fonte: SZLAK et al., (2002).

18

4.2.1 Chapisco

O chapisco não é considerado como uma camada de revestimento. É um procedimento

de preparação da base, de espessura irregular, sendo necessário ou não, conforme a natureza

da base (SILVA, 2006).

O chapisco tem por objetivo melhorar as condições de aderência da primeira camada

do revestimento ao substrato (SILVA, 2006).

O substrato precisa ser abundantemente molhado antes de receber o chapisco, para que

não ocorra absorção, principalmente pelos blocos, da água necessária à cura da argamassa do

chapisco. A espessura máxima do chapisco será de 5 mm (YAZIGI, 2009).

4.2.2 Emboço

Camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a superfície da base com

ou sem chapisco, propiciando uma superfície que permita receber outra camada de reboco ou

de revestimento decorativo, ou que se constitua no acabamento final (SZLAK et al., 2002).

O emboço, também conhecido por massa grossa, é uma camada cuja principal função

é a regularização da superfície de alvenaria, devendo apresentar espessura média entre quinze

milímetros e vinte e cinco milímetros. É aplicado diretamente sobre a base previamente

preparada (com ou sem chapisco) e se destina a receber as camadas posteriores do

revestimento (reboco, cerâmica, ou outro revestimento final). Para tanto, deve apresentar

porosidade e textura superficiais compatíveis com a capacidade de aderência do acabamento

final previsto. Ambas são características determinadas pela granulometria dos materiais e pela

técnica de execução (SILVA, 2006).

A argamassa de revestimento não deve ser aplicada em ambientes com temperatura

inferior a 5°C. Em temperatura superior a 30°C devem ser tomados cuidados especiais para a

cura do revestimento, mantendo-o úmido pelo menos nas 24 horas iniciais através da aspersão

constante de água. Este mesmo procedimento deve ser adotado em situações de baixa

umidade relativa do ar, ventos fortes ou insolação forte e direta sobre os planos revestidos

(NBR 7200, ABNT 1998).

19

4.2.3 Reboco

Camada de revestimento utilizada para o cobrimento do emboço, propiciando uma

superfície que permita receber o revestimento decorativo ou que se constitua no acabamento

final (SZLAK et al., 2002).

O reboco só poderá ser aplicado 24 horas após a pega completa do emboço, e depois

do assentamento dos peitoris e marcos. Deverão ser previstas proteções metálicas (cantoneiras

invisíveis) adequadas às arestas e cantos vivos das superfícies revestidas. Nos locais expostos

à ação direta e intensa do sol ou do vento, o reboco terá de ser protegido de forma a impedir

que a sua secagem se processe demasiadamente rápida, O reboco precisa apresentar aspecto

uniforme, com superfície plana, não sendo tolerado empeno algum (YAZIGI, 2009).

O reboco, ou massa fina, é a camada de acabamento dos revestimentos de

argamassa. É aplicada sobre o emboço, e sua espessura é apenas o suficiente para

constituir uma película contínua e íntegra sobre o emboço, com no máximo 5 mm de

espessura (SILVA, 2006).

É o reboco que confere a textura superficial final aos revestimentos de múltiplas

camadas, sendo a pintura, em geral, aplicada diretamente sobre o mesmo. Portanto,

não deve apresentar fissuras, principalmente em aplicações externas. Para isto, a

argamassa deverá apresentar elevada capacidade de acomodar deformações (SILVA,

2006).

4.3 MATERIAIS CONSTITUINTES NA ARGAMASSA

4.3.1 Cimento Portland

A contribuição do cimento nas propriedades das argamassas está voltada, sobretudo

para a resistência mecânica. Além disso, o fato de ser composto por finas partículas contribui

20

para a retenção da água de mistura e para a plasticidade. Se, por um lado, quanto maior a

quantidade de cimento presente na mistura, maior é a retração, por outro, maior também será

a aderência à base (SZLAK et al., 2002).

Segundo Tristão (1995), para as argamassas de revestimento, altas resistências

mecânicas implicam na redução da capacidade de deformação, prejuízo na resistência de

impacto e redução da aderência.

4.3.2 Cal

A cal é um aglomerante inorgânico, produzido a partir de rochas calcárias, composto

basicamente de cálcio e magnésio, que se apresenta na forma de um pó muito fino (FREITAS,

2010).

Numa argamassa onde há apenas a presença de cal, sua função principal é funcionar

como aglomerante da mistura. Neste tipo de argamassa, destacam-se as propriedades de

trabalhabilidade e a capacidade de absorver deformações. Entretanto, são reduzidas as suas

propriedades de resistência mecânica (SZLAK et al., 2002).

A resistência mecânica de produtos a base de cal, bem como o módulo de elasticidade

são inferiores aos produzidos com cimento Portland. Porém, a redução do módulo de

elasticidade significa menor rigidez à argamassa com cal, o que potencialmente contribui para

sua maior durabilidade (FREITAS, 2010).

Em argamassas mistas, de cal e cimento, devido à finura da cal há retenção de água em

volta de suas partículas e consequentemente maior retenção de água na argamassa. Assim, a

cal pode contribuir para uma melhor hidratação do cimento, além de contribuir

significativamente para a trabalhabilidade e capacidade de absorver deformações (SZLAK et

al., 2002.

Segundo Tristão (1995), se deduz que a cal melhora a extensão de aderência da

argamassa, já que a cal aumenta a plasticidade da argamassa e este aumento tem influência

direta na capacidade de espalhamento da argamassa sobre uma superfície. Esta extensão de

aderência resulta na durabilidade adequada do revestimento além do que com o aumento da

capacidade de deformação, as argamassas contendo cal ficam menos sujeitas ao fissuramento.

21

4.3.3 Areia

As características das areias que interessam podem ser resumidas em: composição

mineralógica e granulometria. A mensuração das interferências causadas nas propriedades das

argamassas por um dado tipo de areia não admite generalizações. Deve ser feita para cada

areia especificamente (SABBATINI, 1998).

Quanto à granulometria, influem: as dimensões máximas características, a distribuição

granulométrica e a forma dos grãos (Tabela 1). Em geral a areia que apresenta melhor

potencial de produzir uma argamassa adequada é a que tem granulometria contínua (corrida) e

classificada como média (módulo de finura entre 1,8 e 2,8) e tenha predominância de grãos

arredondados (SABBATINI, 1998).

Quanto maior o módulo de finura do agregado, maior é a fração de grãos graúdos e

mais áspera é a textura que pode conferir aos revestimentos de argamassa. As areais grossas

são indicadas para chapisco, as médias para emboço e as finas para reboco (CARNEIRO,

1993).

Tabela 1-Influência das características granulométricas das areias nas propriedades das

argamassas de assentamento.

Propriedades

Características da areia

Quanto menor o módulo de finura

Quanto mais descontínua for a

granulometria

Quanto maior o teor de grãos

angulosos

Trabalhabilidade Melhor Pior Pior

Retenção de água Melhor Variável Melhor

Resiliência Variável Pior Pior

Retração na secagem Aumenta Aumenta Variável

Porosidade Variável Aumenta Variável

Aderência Pior Pior Melhor

Resistências mecânicas Variável Pior Variável

Impermeabilidade Pior Pior Variável

FONTE: SABBATINI (1998).

22

4.3.4 Água

A água confere continuidade à mistura, permitindo a ocorrência das reações entre os

diversos componentes, sobretudo as do cimento (SZLAK et al., 2002).

A água, embora seja o recurso diretamente utilizado pelo pedreiro para regular a

consistência da mistura, fazendo a sua adição até a obtenção da trabalhabilidade desejada,

deve ter o seu teor atendendo ao traço pré-estabelecido, seja para argamassa dosada em obra

ou na indústria (SZLAK et al., 2002).

Aumentando-se o teor de água de uma argamassa observa-se uma piora em todas as

suas propriedades com exceção da trabalhabilidade, assim mesmo até um certo limite, que se

ultrapassado leva também à perda de trabalhabilidade (SABBATINI, 1998).

4.4 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NO ESTADO FRESCO

4.4.1 Trabalhabilidade

A trabalhabilidade é a propriedade das argamassas no estado fresco que determina a

facilidade com que elas podem ser misturadas, transportadas, aplicadas, consolidadas e

acabadas, em uma condição homogênea. Como o nome sugere, trabalhabilidade se refere à

maneira como as argamassas se comportam ou “trabalham” na pratica (ISAIA, 2010).

Em argamassas de revestimento, o conceito de trabalhabilidade também inclui a

capacidade de proporcionar uma boa aderência ao substrato e facilidade de acabamento

superficial, influenciando deste modo em propriedades no estado endurecido (FREITAS,

2010).

Qualitativamente, diz-se que uma argamassa tem boa trabalhabilidade quando

distribui-se facilmente ao ser assentada preenchendo todas as reentrâncias; agarra à colher de

pedreiro (quando transportada e não agarra quando distribuída no componente de alvenaria);

não segrega ao ser transportada; não endurece em contato com o componente de sucção

23

elevada e permanece plástica por tempo suficiente para que os componentes sejam ajustados

facilmente no nível e no prumo (SABBATINI, 1998).

A trabalhabilidade é uma propriedade complexa, resultante da conjunção de diversas

outras propriedades, tais como: consistência, plasticidade, retenção de água e de consistência,

coesão, exsudação, densidade de massa e adesão inicial (ISAIA, 2010).

É uma propriedade considerada muito importante, porém de difícil quantificação.

Vários métodos de ensaios têm sido propostos. Porém, nenhum dos métodos é capaz de

fornecer um número que possa expressar a trabalhabilidade, pois esta não depende só das

características intrínsecas das argamassas, mas também das propriedades do substrato e da

habilidade do pedreiro (TRISTÃO, 1995).

4.4.2 Consistência

O índice de consistência permite uma avaliação preliminar da relação água/materiais

secos para a formulação adotada. Relacionando-se o valor água/materiais secos com as

respectivas quantidades de agregado miúdo, investiga-se o teor ótimo de água para cada

formulação determinado pelo consumo mínimo de água para a obtenção do índice de

consistência-padrão (FREITAS, 2010).

Os métodos de ensaio que empregam a penetração de um corpo no interior da

argamassa avaliam a sua consistência e os métodos que utilizam de vibração ou choque para

introduzir uma deformação à argamassa, medem a consistência e a plasticidade ao mesmo

tempo, como é o caso do “flow table test” (TRISTÃO, 1995).

4.4.3 Retenção de Água

Define-se retenção de água como a capacidade da argamassa em reter a água de

amassamento quando em contato com uma superfície absorvente. Ou ainda, é a capacidade da

argamassa no estado fresco em manter sua consistência quando submetida a solicitações que

24

provocam perda de água de amassamento seja por evaporação, sucção ou absorção por uma

superfície (TRISTÃO, 1995).

Retenção de água é uma propriedade que está associada à capacidade da argamassa

fresca manter a sua trabalhabilidade quando sujeita a solicitações que provocam perda de água

da base. Assim, essa propriedade torna-se mais importantes quando a argamassa é aplicada

sobre substratos com alta sucção de água ou as condições climáticas estão mais desfavoráveis

(alta temperatura, baixa umidade relativa e ventos fortes) (ISAIA, 2010).

Aumenta-se a capacidade de retenção de água da argamassa aumentando-se a

superfície específica dos constituintes ou utilizando-se aditivos que por suas características

adsorvam a água (por exemplo, derivados da celulose) ou impeçam a percolação da água

(aeradores). A cal apresenta boas características de retenção de água não só em razão de sua

elevada superfície específica, mas também, devido à grande capacidade adsortiva de seus

cristais (até 100% do seu volume) (SABBATINI, 1998).

Esta propriedade além de interferir no comportamento da argamassa no estado fresco

(como no processo de acabamento e na retração plástica), também afeta as propriedades da

argamassa endurecida (ISAIA, 2010).

Caso haja uma retenção inadequada em excesso de água pela argamassa irá ocorrer

que: a absorção excessiva de água pelo componente irá expandi-lo aumentando o potencial de

retração na secagem; a argamassa perdendo rapidamente muita água provocará uma

diminuição na resistência de aderência e apresentar-se-á mais rígida (maior módulo de

deformação) quando endurecida, o que implica em menor capacidade de absorver

deformações; a argamassa poderá ter reduzida sua resistência, pois a hidratação do cimento e

a carbonatação da cal serão prejudicadas com a perda inadequada de água. Em decorrência

destes fatores haverá ainda prejuízo na durabilidade e na estanqueidade da parede

(SABBATINI, 1998).

4.5 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NO ESTADO ENDURECIDO

4.5.1 Durabilidade

É a propriedade que a argamassa apresenta para resistir ao ataque de meios e agentes

agressivos, mantendo suas características físicas e mecânicas inalteradas com o decorrer do

tempo e de sua utilização (SANTOS, 2008).

25

A durabilidade de uma argamassa é um conceito que pode ser entendido de uma forma

mais simples como sendo a capacidade de uma argamassa em manter sua estabilidade química

e física ao longo do tempo em condições normais de exposição a um determinado ambiente,

desde que submetida aos esforços que foram considerados para seu projeto, sem deixar de

cumprir as funções para as quais foi projetada (RECENA, 2011).

Na etapa de projeto devem ser, por exemplo, especificados os materiais de maneira a

compatibilizar o revestimento com as condições a que estará exposto durante sua vida útil; na

etapa de execução é fator determinante, além da obediência às técnicas recomendadas, a

realização do controle de produção. Para a etapa de uso, deve ser objeto de especificações

coerentes um programa de manutenção periódico (SZLAK et al., 2002).

A durabilidade de uma argamassa está, portanto, condicionada por suas características

intrínsecas, pelas condições de agressividade do meio ao qual está exposta e pelo tipo de

solicitações de natureza física e mecânica a que estará submetida. Condições especiais de

agressividade de um determinado meio exigirão o emprego de argamassas especiais dosadas

para resistir à ação especificas dos produtos contaminantes existentes em um ambiente.

Elevados níveis de exigência mecânica por abrasão, flexão ou compressão ou de exigência

física relacionada com variações de um microclima, envolvendo temperatura e umidade,

igualmente deverão definir parâmetros de projeto a serem atingidos pelo material durante o

desenvolvimento de sua vida útil (RECENA, 2011).

4.5.2 Capacidade de absorver deformações

É a propriedade que o revestimento possui de absorver deformações intrínsecas (do

próprio revestimento) ou extrínsecas (da base) sem sofrer ruptura, sem apresentar fissuras

prejudiciais e sem perder aderência (SZLAK et al., 2002).

Segundo Santos (2008) a capacidade de absorver deformações depende :

• Do módulo de deformação da argamassa - quanto menor for o módulo de

deformação (menor teor de cimento), maior a capacidade de absorver deformações;

• Da espessura das camadas - espessuras maiores contribuem para melhorar essa

propriedade; entretanto, devem-se tomar cuidado para não se ter espessuras excessivas que

poderão comprometer a aderência;

26

• Das juntas de trabalho do revestimento - as juntas delimitam panos com dimensões

menores, compatíveis com as deformações, contribuindo para a obtenção de um revestimento

sem fissuras prejudiciais;

• Da técnica de execução - a compressão após a aplicação da argamassa e, também, a

compressão durante o acabamento superficial, iniciado no momento correto, vão contribuir

para o não aparecimento de fissuras. O aparecimento de fissuras prejudiciais compromete a

aderência, a estanqueidade, o acabamento superficial e a durabilidade do revestimento.

4.5.3 Aderência ao substrato

São fatores essenciais para uma boa aderência inicial da argamassa as condições de

limpeza do substrato, isentos de poeiras, partículas soltas e gorduras (SILVA, 2006).

Uma das características mais importantes das argamassas é, sem dúvida nenhuma, sua

capacidade de manter-se aderida ao substrato, seja no assentamento, com a finalidade de unir

elementos em uma alvenaria, ou em revestimentos, mesmo diante de movimentações

diferenciadas, choques térmicos, impactos e outras solicitações (RECENA, 2011).

Segundo Isaia (2010), pode-se dizer que a aderência deriva da conjunção de três

propriedades da interface argamassa – substrato:

A resistência de aderência a tração;

A resistência de aderência ao cisalhamento;

A extensão de aderência (área de contato efetivo/ área total possível de ser unida).

A resistência de aderência pode ser definida como a capacidade que a interface

componente-argamassa possui de absorver tensões tangenciais (cisalhamento) e normais

(tração) a ela, sem romper-se. Desta resistência depende a monolicidade da parede e a

resistência da alvenaria frente a solicitações provocadas por: deformações volumétricas (por

exemplo: retração hidráulica e dilatação térmica); carregamentos perpendiculares excêntricos;

esforços ortogonais à parede (cargas de vento), etc. (SABBATINI, 1998).

27

4.5.4 Resistencia mecânica

A resistência mecânica é a capacidade dos revestimentos de suportar esforços das mais

diversas naturezas, que resultam em tensões internas de tração, compressão e cisalhamento

(SZLAK et al., 2002).

A argamassa deverá ter resistência para suportar a movimentação da base que poderá

ocorrer por recalques ou por variação dimensional por umedecimento e secagem ou ainda pela

dilatação e contração do revestimento devido às variações de temperatura. Estas solicitações

poderão provocar fissuras ou falhas na aderência entre argamassa e a base ou entre as

camadas de argamassa, que deverão ser combatidas pela resistência mecânica das argamassas

(TRISTÃO, 1995).

4.6 TIPOS DE ARGAMASSA PARA ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO

Usualmente nas obras de construção civil utilizam-se as argamassas de cal, argamassas

de cimento e areia e as argamassas de cimento, cal e areia, mais conhecidas como argamassas

mistas (SILVA, 2006).

4.6.1 Argamassa de cal

Este tipo de argamassa é composta por cal, agregado miúdo e água. A pasta de cal

preenche os vazios entre os grãos do agregado miúdo, melhorando a plasticidade e a retenção

de água. A argamassa de cal recebe usualmente o nome de argamassa intermediária, pois

quando se utiliza a cal virgem este tipo de argamassa é utilizado para a maturação da cal, para

posteriormente ser misturado o cimento (SILVA, 2006).

A argamassa de cal desenvolve resistência mecânica lentamente e os valores máximos

são pequenos, além do que para atingir estes valores ela requer condições ambientais

específicas, como a manutenção da umidade e a garantia de acesso de dióxido de carbono

durante todo o tempo de endurecimento. Além disso, ela não dá pega, endurecendo

inicialmente por perda de água para os elementos e por evaporação (SABBATINI, 1998).

28

4.6.2 Argamassa de cimento

A argamassa de cimento Portland é composta, essencialmente, por cimento, agregado

para certas situações, como por exemplo, na confecção de pisos como argamassa armada,

sendo raramente utilizadas em revestimentos de alvenaria. É muito utilizada na confecção de

chapisco para ser aplicada nas paredes de alvenaria e estruturas de concreto para aumentar a

resistência de aderência do revestimento miúdo e água. Adquire elevada resistência mecânica

em pouco tempo, porém, tem pouca trabalhabilidade e baixa retenção de água. Este tipo de

argamassa tem emprego específico de argamassas mistas (SILVA, 2006).

4.6.3 Argamassa mista

Argamassas feitas com apropriadas proporções de cal e cimento possuem as

propriedades e vantagens das argamassas feitas com cada material. Os ingleses utilizam a

proporção 1:3 (cimento + cal: areia seca) em volume como traço básico, pois partem do

princípio de que com esta proporção os vazios da areia são preenchidos pela pasta

aglomerante. E assim ao se alterarem as proporções relativas de cal e cimento, a

trabalhabilidade fica mais ou menos assegurada, independentemente das modificações

(SABBATINI, 1998).

4.7 QUARTZITO

O quartzo por ser um dos últimos minerais a se formar no discurso da consolidação de

um magma, geralmente irregular, disforme (anédrico), adaptando-se aos interstícios deixados

entre os demais minerais. Só forma cristais bem desenvolvidos quando tem oportunidade de

crescer em cavidades ou fraturas. Geralmente incolor, translúcido ou leitoso, ocasionalmente

com outras cores (roxo, rosa, verde, etc.). Brilho vítreo. Sem clivagem, com fratura irregular.

De dureza igual a sete, risca o vidro com facilidade e não é riscado pelo aço comum. Não se

29

decompõe, só entra em solução em meio alcalino. Por essa razão, dos minerais mais comuns

em uma rocha é o único a resistir ao intemperismo (POPP, 1998).

Clivagem é a forma com que muitos minerais se quebram segundo planos relacionados

com a estrutura molecular interna e paralelos às possíveis faces do cristal (POPP, 1998).

Fratura é a forma com que um determinado mineral se quebra além daqueles planos

dados pela clivagem. Além disso, nem todos minerais mostram planos de clivagem. Muitos

mostram apenas fratura (POPP, 1998).

O quartzito é uma rocha metamórfica, composta quase que inteiramente de grãos de

quartzo. Sua origem está relacionada com a ação de processos metamórficos desenvolvidos

principalmente sobre rochas sedimentares ricas em quartzo, tais como arenitos e cherts

(rochas ricas em sílica amorfa). De maneira subordinada, podem também derivar do

metamorfismo de veios de quartzo ou de rochas vulcânicas muito silicosas (Hyndman, 1972

apud Pires, 2007) (Figura 2).

Segundo Pires (2007), dentre as qualidades dos quartzitos, tem-se: alta resistência

mecânica, antideslizante (antiderrapante), resistência ao aquecimento do sol e alta resistência

à ação de produtos químicos.

Figura 2- Quartzito

Fonte: Autoria própria (2013).

4.8 RESÍDUOS DE QUARTZITO NA PARAÍBA

As principais áreas mineralizadas de quartzitos na Paraíba estão na Província

Borborema, mais precisamente nos municípios de Junco do Seridó e Várzea (Figura 3), cujos

30

depósitos se estendem até os municípios de Parelhas e Ouro Branco do Rio Grande do Norte.

Nessas áreas observa-se uma extração intensa de lajotas quadradas ou retangulares de

quartzitos para aplicação em revestimento de paredes, calçadas, piscinas e em pisos de

construção moderna e rústica (SOUZA et al., 2001).

Figura 3- Mapa de Localização da Região de Várzea Paraíba.

Fonte: SOUZA et al., (2001).

A extração de quartzito em Várzea já ocorre há 25 anos. A sua produção mensal é de

25 mil metros quadrados. Cada serraria beneficia mil metros de pedras por mês. Cada metro

de quartzito beneficiado é comercializado a quinze reais em média. Os garimpeiros que

extraem a rocha na Serra do Poção vendem a produção a cinco reais o metro. Com o

beneficiamento, cada metro de quartzito varia entre quatorze e vinte e dois reais dependendo

do tamanho. O tamanho médio de cada pedra é de cinco centímetros de largura por 15 cm ou

30 cm de comprimento, com uma espessura de 1,5 cm. As pedras beneficiadas mais caras

medem 20 cm e 50 cm (SEBRAE, 2010).

No estado da Paraíba o beneficiamento do quartzito já acontece há algum tempo,

porém informalmente, onde cooperativas e serralheiros independentes beneficiam a rocha sem

31

maiores preocupações, como, acabamento final e agregação de valor. Por volta do ano de

2007 um empresário na cidade de Várzea se especializou no assunto e constituiu a primeira

indústria preocupada em produção com escala industrial, comércio nacional e internacional,

maior visibilidade do produto e agregação valor ao mesmo, desde então, essa atividade tem

despertado interesse de empresários que estão aos poucos constituindo suas empresas no

estado (AMORIM, 2012).

Apesar do impacto econômico positivo com o beneficiamento do quartzito, a maneira

inadequada de disposição dos resíduos de quartzito geram impactos ambientais negativos

(Figura 4).

Figura 4 - Resíduos de quartzito produzidos em Várzea - PB.

Fonte: SANTOS (2011).

4.9 APLICAÇÕES DO QUARTZITO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O quartzito em placas pode ser usado como revestimento horizontal ou vertical (piso e

revestimento de paredes e muros) e é aplicado, na maioria das vezes, sem polimento. No

entanto pode ser polido. Quando não é polido, oferece superfície áspera como opção

antiderrapante e fria (reduz temperaturas em interiores e absorve pouco calor se exposto a

raios solares tornando-o ideal para entorno de piscinas); além disso, apresenta visual rústico,

trabalhabilidade e alta resistência à compressão. As placas de quartzito podem ser em forma

de ladrilhos (retangulares) serrados, almofadados ou cortados à mão e ainda em forma de

lajotas irregulares (RUSSO, 2011).

32

Além de ladrilhos e lajotas, os revestimentos podem ser feitos pela justaposição de

peças menores ou em forma de paralelepípedo chamadas filetes (peças de aproximadamente

10x5x2cm usadas em revestimentos verticais) ou cubos (peças de aproximadamente

10x10x5cm usadas em pisos). Além de pisos e paredes, o quartzito tem sido usado em

revestimento de elementos estruturais (pilares e vigas), bancadas, degraus, soleiras, etc.

(RUSSO, 2011).

Segundo Pires (2007) dentre os usos mais comuns dos quartzitos, tem-se: colunas e

bases de construções históricas, revestimento decorativo de fachadas e paredes internas e

externas, construção de pisos internos e externos de alta resistência, construção de mesas e

objetos de adorno de alto valor, material para artesanato mineral e indústria de bijuterias,

material abrasivo para preparação de instrumentos de corte, matéria prima para a indústria

siderúrgica (fundente à base de sílica) e fonte de sílica para usos diversos.

4.10 IMPACTO AMBIENTAL E SOCIOECONÔMICO

A problemática ambiental tem despertado nos últimos anos grande interesse no Brasil.

As leis de controle ambiental tornaram-se mais severas, e os órgãos de fiscalização focaram

mais eficientes. Por outro lado, os custos de disposição de resíduos e tratamento de efluentes

de forma ambientalmente correta são elevados. Isto tem, motivado a busca de alternativas

tecnológicas viáveis para dispor e/ou tratar resíduos industriais (AMORIM, 2012).

A exploração desse minério é normalmente direcionada à construção civil, para

revestimentos e ornamentação de ambientes internos e externos. Essa exploração vem

provocando debates polêmicos, principalmente em relação às questões ambiental e

socioeconômica. Os profissionais da área ambiental afirmam que a exploração é predatória

devido ao baixo aproveitamento de apenas 8 a 10%. Do ponto de vista socioeconômico, são

essas pedreiras que geram muitos empregos nas cidades, chegando, às vezes, a representar

mais de um terço da economia local, o que, por si, justifica a sua manutenção. (ALECRIM e

FABRI, 2004 apud ALECRIM, 2009).

Segundo Júnior (2009) que realizou um estudo sobre rejeitos de quartzitos no sudoeste

de Minas Gerais, o resíduo gerado no processo de extração e de processamento da “pedra

mineira” é um grande problema para os empreendedores, uma vez que, devido ao grande

33

volume de material, passa a produzir impactos ambientais negativos, tais como:

desconfiguração da paisagem, alterações na conformação natural do relevo, assoreamento dos

corpos de água, impedimento ao desenvolvimento da vegetação nativa, instabilidades nos

taludes, dentre outros.

34

5 METODOLOGIA

5.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O trabalho consiste em três partes. A primeira parte trata-se de uma revisão

bibliográfica baseada em dissertações, teses, artigos, livros e monografias.

A segunda parte é a cerca do trabalho experimental. O material principal para a

pesquisa é o resíduo de quartzito que foi coletado na região de Várzea – Paraíba.

Os métodos para o trabalho experimental serão a realização de ensaios seguindo as

suas respectivas normas, consequentemente obtendo a caracterização qualitativa e quantitativa

dos parâmetros físicos e avaliando o desempenho mecânico das argamassas. Isso será possível

por meio da preparação de corpos de prova de argamassa que usarão o resíduo de quartzito

em sua composição como substituto da cal.

Segue abaixo os ensaios que serão realizados:

Resistência à compressão simples – NBR 7215 (ABNT 1996);

Massa unitária solta - NBR 7251 (ABNT 1982);

Massa especifica - NBR 9776 (ABNT 1987);

Análise granulométrica - NBR 7217 (ABNT 1987);

Absorção - NBR 9779 (ABNT 1995).

A terceira parte consiste na analise dos resultados.

5.2 MATERIAL

5.2.1 Cimento Portland

O cimento utilizado foi o CP V ARI. No laboratório ele foi armazenado no seu próprio

saco, tendo-se o cuidado de mantê-lo lacrado após o uso para conservar as suas propriedades.

35

5.2.2 Agregado miúdo

A areia foi coletada em uma obra dentro da universidade próxima as imediações do

laboratório, essa areia é provinda do município de Assú- RN. As características físicas do

agregado miúdo podem ser vistas na tabela abaixo, onde ela foi caracterizada como areia

média, por possuir módulo de finura entre 1,8 e 2,8.

Tabela 2 - Características físicas do agregado miúdo.

Ensaio NBR RESULTADO

Massa específica 9776/87 2,63 g/ cm³

Massa unitária 7251/82 1,34 g/cm³

Análise granulométrica 7217/87 MF = 2,54 Fonte: Autoria própria (2014).

O ensaio de análise granulométrica foi feito com base na norma 7217(ABNT 1987) e a

classificação do agregado se deu conforme a NBR 7211(ABNT 1990).

Abaixo seguem a Tabela 3 retirada da NBR 7211(ABNT 1990) que indicam os limites

da distribuição granulométrica do agregado miúdo e a Tabela 4 das porcentagens retidas nas

peneireiras seguindo os critérios da NBR 7217(ABNT 1987).

Tabela 3 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo.

Peneira

ABNT

Porcentagem, em massa, retida acumulada

Limite inferior Limite superior

Zona utilizável Zona ótima Zona ótima Zona utilizável

9,5 mm 0 0 0 0

6,3 mm 0 0 0 7

4,75 mm 0 0 5 10

2,36 mm 0 10 20 25

1,18 mm 5 20 30 50

600 µm 15 35 55 70

300 µm 50 65 85 95

150 µm 85 90 95 100 Fonte: NBR 7211 (ABNT 1990).

36

Tabela 4 - Porcentagens retidas acumuladas.

Peneira Massa retida % Retida % Retida acumulada

9,5 mm 0 g 0 % 0%

6,3 mm 0 g 0 % 0%

4,75 mm 0 g 0 % 0%

2,36 mm 41,2 g 8,24 % 8,24 %

1,18 mm 77,7 g 15,55 % 23,79 %

600 µm 105,9 g 21,19 % 44,99 %

300 µm 177,0 g 35,42 % 80,41 %

150 µm 81,0 g 16,21 % 96,62 %

Fundo 16,9 g 3,38 % 100,00 %

Total 499,7 g 100,00 % - Fonte: Autoria própria (2014).

Com as tabelas 3 e 4 foi possível construir o gráfico da Figura 5, onde a curva

granulométrica se encontra nos limites da zona ótima o que significa dizer que ela é uma areia

média, conclusão antes já obtida pelo módulo de finura.

Figura 5- Curva granulométrica do agregado miúdo.

Fonte: Autoria própria (2014).

37

5.2.3 Resíduos da indústria do quartzito

Os resíduos de quartzito foram coletados em uma empresa de arquitetura em pedra

localizada na cidade de Várzea no estado da Paraíba.

O resíduo coletado da indústria, gerado pelo seu processo de fabricação, é em forma

de pedra (Figura 6).

Figura 6- Resíduo de quartzito.

Fonte: Autoria própria (2014).

5.2.4 Cal Hidratada

A cal foi obtida no comércio local. Segundo o fabricante ela pode ser usada para

reboco de paredes, revestimento e assentamento de pisos e azulejos.

5.2.5 Água

Foi proveniente da rede de distribuição de água que abastece a UFERSA.

38

5.3 MÉTODOS

5.3.1 Preparação do resíduo

O resíduo foi utilizado in natura com o intuito de substituir a cal e quebrado no

equipamento de abrasão Los Angeles no laboratório de Mecânica dos Solos e Pavimentação

da UFERSA, depois foi transferido para o laboratório de Materiais de Construção da

universidade acondicionado em recipientes plásticos. Em seguida passou-se o resíduo de

quartzito na peneira de 200 mm para obter uma fração de granulometria semelhante a da cal

(Figura 7). Foram peneirados 40 kg, onde 4 kg foi o material passante na peneira.

Figura 7 - Resíduo após o peneiramento.

Fonte: Autoria própria (2013).

5.3.2 Preparação das argamassas

As argamassas foram preparadas através de uma mistura manual de seus materiais

constituintes a seco. O traço utilizado foi um traço em peso (T.U. P) de 1:2: 8, com base na

literatura. Foram feitas três combinações (Tabela 5) de maneira a se comparar o potencial do

39

uso quartzito em relação a uma mistura de referência. A determinação da quantidade de água

foi para uma consistência predeterminada de 26 cm (± 1 mm), sendo constatada baseada na

NBR 13276(ABNT 2002) pela mesa para o índice de consistência (Figuras 8 e 9).

Tabela 5- Combinações dos traços.

Traço (TUP) Materiais Abreviação

1:2: 8 cimento:cal:areia CCA

1:2: 8 cimento:quartzito:areia CQA

1:1: 1:8 cimento:quartzito:cal:areia CQCA Fonte: Autoria própria (2014).

Figura 8 - Ensaio para determinação do índice de consistência.

Fonte: Autoria própria (2014).

40

Figura 9 - Determinação da consistência.

Fonte: Autoria própria (2014).

5.3.3 Ensaio das argamassas

5.3.3.1 Resistencia a compressão simples

O ensaio de resistência à compressão simples foi feito segundo a NBR 7215 (ABNT

1996), onde foram moldados 3 corpos de prova para cada combinação, totalizando 9 corpos-

de-prova em moldes cilíndricos de 5 cm de diâmetro e 10 cm de altura. Os moldes (Figura 10)

foram preenchidos pela mistura em 4 camadas , aferindo 30 golpes para cada camada. A cura

foi feita por imersão em água durante 28 dias para as três primeiras combinações da Tabela 5.

Os corpos de prova foram rompidos em uma prensa eletrohidráulica digital com

capacidade de 100 toneladas (Figura 11), localizada em uma empresa local de pré-moldados.

41

Figura 10 - Corpos de prova para o ensaio de resistência à compressão.

Fonte: Autoria própria (2014).

Figura 11 - Prensa eletrohidráulica.

Fonte: Autoria própria (2014).

42

5.3.3.2 Ensaios de absorção

O ensaio de absorção foi feito por capilaridade seguindo as determinações da NBR

9779 (ABNT 1995). Foram moldados 9 corpos de prova para esse ensaio, 3 para cada

combinação, em moldes cilíndricos de 5 cm de diâmetro e 10 cm de altura. Os moldes foram

preenchidos pela mistura em 4 camadas , aferindo 30 golpes para cada camada. A cura foi

feita durante 28 dias. Depois de obtida a constância de massa na estufa à temperatura de

105°C (Figura 12), os corpos de prova foram colocados em recipientes de plástico com água à

temperatura ambiente, onde se usou duas peneiras para que as amostras ficassem suspensas

(Figura 13). O controle do nível da água foi feito através de medições com régua após cada

pesagem.

Figura 12 - Obtenção da constância de massa na estufa.

Fonte: Autoria própria (2014).

43

Figura 13 - Ensaio de absorção.

Fonte: Autoria própria (2014).

44

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 RESISTENCIA À COMPRESSÃO SIMPLES

Na Tabela 6 estão apresentadas informações referentes às combinações de argamassa

estudadas.

A Figura 14 apresenta o comportamento das amostras em relação a resistências à

compressão simples em cura de 28 dias e a Figura 15 apresenta como a relação água/sólidos

influencia na resistência à compressão.

As argamassas apresentaram resistência à compressão acima de 2 MPa (Figura 14),

valor mínimo de resistência para alvenarias de vedação com base na norma americana ASTM

C 270-82.

Tabela 6 - Informações referentes às combinações de argamassa.

Componentes Traço

(T.U.P)

Quantidade

de água

(ml)

Consistência

(cm)

Fator

a/s

Resistência à

compressão aos 28

dias (Mpa)

Cimento/cal/areia 1 :2: 8 390 26 0,21 2,70

Cimento/quartzito/areia 1: 2: 8 310 26 0,16 3,55

Cimento/cal/quartzito/areia 1:1:1:8 330 26 0,18 3,45 Fonte: Autoria própria (2014).

Figura 14 - Resistência à compressão simples.

Fonte: Autoria própria (2014).

45

Figura 15 - Influência da relação água/sólidos.

Fonte: Autoria própria (2014).

À medida que o fator água/sólidos diminuía a resistência aumentou. De maneira que o

quartzito e a cal obtiveram valores próximos de resistência mecânica à compressão. As

argamassas com adição de quartzito possuem valores de resistência um pouco maiores que a

argamassa de referência. Acredita-se que tal acontecimento está associado ao fato de as

argamassas de quartzito possuírem menor relação água/ sólidos. A argamassa de cal

necessitou de uma maior quantidade de água por apresentar mais finos, tendo assim maiores

superfícies especificas para serem envolvidas pela água.

6.2 ABSORÇÃO POR CAPILARIDADE

O comportamento da argamassa quanto à absorção por capilaridade ao longo do tempo

pode ser visualizado na Figura 16.

46

Figura 16 - Ensaio de absorção por capilaridade.

Fonte: Autoria própria (2014).

Todas as amostras tiveram uma maior absorção nas primeiras horas e depois se

mantiveram constantes. A amostra de referência (cimento, cal e areia) apresentou maior

absorção do que as outras amostras. A argamassa com adição de quartzito (CQA) possui uma

absorção menor que a de cal, acredita-se que isso ocorre porque possivelmente o quartzito

atuou de maneira a preencher os vazios reduzindo a porosidade, não havendo assim espaço

para a água ascender. A argamassa CCQA que possui adição de cal e quartzito possuiu

absorção maior que a argamassa CQA e menor que a argamassa CCA.

Os resultados obtidos no ensaio de absorção referentes à porosidade reforçam a

veracidade do ensaio de resistência mecânica, já que as argamassas com adição de quartzito

tiveram menor absorção, sendo menos porosas, logo possuem maior resistência mecânica.

47

7 CONCLUSÕES

O presente trabalhou estudou o comportamento do quartzito adicionado às argamassas

de múltiplo uso como potencial substituinte da cal, de maneira a verificar o comportamento

das propriedades mecânicas e sua capacidade de absorção. As conclusões obtidas foram:

•O resíduo terá um destino ambientalmente adequado, ao invés de ser depositado a céu

aberto causando impactos ambientais negativos abordados nas referências desse trabalho.

Empresas que possuem o conceito de sustentabilidade incorporado a sua meta podem reduzir

os custos e até lucrar com essa alternativa, já que uma empresa com esse perfil iria ter um

custo para destinar o resíduo de maneira a reduzir os impactos. Além disso, é um material

alternativo para ser incorporado a construção civil.

•A argamassa com adição de quartzito de traço 1:2:8, pode ser usada como substituinte

da cal em argamassa de múltiplo uso, inclusive a adição desse resíduo gerou uma melhora na

resistência mecânica.

•A adição do resíduo de quartzito também possibilitou a redução da porosidade nas

argamassas de múltiplo uso.

48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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pavimentos. 2009. 171 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia dos Transportes) – Escola

Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

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Masonry. EUA, 1982.

AMORIM, M. L. C. M. Proposta de tratamento e aproveitamento dos resíduos

provenientes de uma unidade industrial de beneficiamento de quartzito. 2012. Trabalho

de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental) – Universidade

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200: Execução de

revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Procedimento. Rio de

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