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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA ESCOLA DE MÚSICA LICENCIATURA PLENA EM MÚSICA THAISE CRISTINA MARCELINO MATIAS A TÉCNICA VOCAL NA FORMAÇÃO DE REGENTES: um relato de experiência no curso Regente de Coral do PRONATEC / Natal nos anos de 2012 a 2014 na EMUFRN NATAL / RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA

ESCOLA DE MÚSICA LICENCIATURA PLENA EM MÚSICA

THAISE CRISTINA MARCELINO MATIAS

A TÉCNICA VOCAL NA FORMAÇÃO DE REGENTES:

um relato de experiência no curso Regente de Coral do PRONATEC / Natal nos

anos de 2012 a 2014 na EMUFRN

NATAL / RN 2016

THAISE CRISTINA MARCELINO MATIAS

A TÉCNICA VOCAL NA FORMAÇÃO DE REGENTES:

um relato de experiência no curso Regente de Coral do PRONATEC / Natal nos

anos de 2012 a 2014 na EMUFRN

Monografia apresentada à Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN), como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Esp. Cláudia Roberta de Oliveira Cunha.

NATAL / RN 2016

THAISE CRISTINA MARCELINO MATIAS

A TÉCNICA VOCAL NA FORMAÇÃO DE REGENTES:

um relato de experiência no curso Regente de Coral do PRONATEC / Natal nos

anos de 2012 a 2014 na EMUFRN

Monografia apresentada à Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN), como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Música.

Aprovada em: _______/_______/__________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________ PROFª. ESP. CLÁUDIA ROBERTA DE OLIVEIRA CUNHA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

(ORIENTADORA)

__________________________________________________________ PROFª. DRª. VALÉRIA LÁZARO DE CARVALHO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (1º EXAMINADOR)

___________________________________________________________ PROF. MSC. ERICKINSON BEZERRA DE LIMA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (2º EXAMINADOR)

À minha família...

AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida.

A meus pais, por todo amor, carinho e apoio dedicados a mim durante todo

esse tempo. Vocês sempre serão a minha fortaleza.

À minha amada irmã, Talita, e meu querido cunhado, Artur, por serem tão

preciosos em minha vida.

À minha tia avó Lenina e família que me incentivaram a estar nesse mundo da

Música, possibilitando que esse sonho virasse realidade. Gratidão eterna.

À minha orientadora, Profª1. Esp2. Cláudia Roberta por não medir esforços em

me ajudar a cumprir mais uma etapa dessa jornada profissional na área da Música.

Sua dedicação me inspira e faz com que eu continue a seguir nesse caminho.

Ao Prof3. Dr4. Alexandre Viana, a Profª. MSc5. Raquel Carmona e a

Bibliotecária Elizabeth Kanzaki pela gentileza em disponibilizar documentos e fotos

sobre o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC)

/ Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN).

Minhas queridas alunas e amigas Lívia Teixeira e Sara Nuroga pela ajuda nas

traduções de algumas das referências utilizadas.

À minha amiga Ariana Salisa, por ter contribuído nesse trabalho em sua reta

final. Sua generosidade está contida aqui e isso me deixa profundamente feliz.

Ao André Santos, pelas partituras dos vocalises. Como sempre um ser

humano prestativo.

A David Barbalho, pela amizade que foi sendo construída desde que nos

conhecemos nas edições do PRONATEC. Muito obrigada por estar sempre disposto

a me ajudar na vida acadêmica.

A todos os meus amigos e alunos, muito obrigada pelas palavras de incentivo,

força e persistência.

Aos alunos do curso Regente de Coral, obrigada pelas experiências vividas e

compartilhadas durante o decorrer das edições do Curso. Grata por terem sido o

motivo impulsionador para a escrita desse trabalho.

1Professora (Profª.).

2Especialista (Esp.).

3Professor (Prof.).

4Doutor (Dr.).

5Mestre (MSc.).

“O ser humano não nasce falando ou

cantando e também não faz isso por

função vital; ele aprende a falar e a cantar

por uma necessidade de comunicação.

Ora, tudo que deve ser aprendido precisa

ser ensinado.” (COELHO, 1999, p. 74).

RESUMO

A finalidade deste trabalho é descrever, de forma reflexiva, o relato de

experiência realizado no curso Regente de Coral, promovido pelo Programa

Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) e patrocinado pela

Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN). As

aulas foram ministradas para três turmas nos anos de 2012 a 2014, cujo enfoque foi

a Técnica vocal para a formação de futuros regentes. Utilizamos a pesquisa de

natureza qualitativa. Os instrumentos de coleta de dados se deram por meio da

pesquisa bibliográfica, documental e observação participante do pesquisador. Por

intermédio das informações obtidas, nos deparamos com dificuldades relacionadas à

concepção do corpo como instrumento musical. Nesse sentido, procuramos enfatizar

os princípios da Técnica vocal baseados na percepção corporal, sua importância e

aplicabilidade. Durante o percurso de aprendizagem, as músicas foram ensaiadas

com auxilio dos conhecimentos da Técnica vocal, prática que viabilizou chegar aos

recitais com um repertório bem executado. Ao final do trabalho, pudemos constatar

que o desempenho dos alunos foi muito positivo, visto que a maioria ingressou no

Curso com pouca ou nenhuma experiência com Técnica vocal e o desenvolvimento

da voz. Esperamos que esse trabalho venha contribuir para ampliar os

conhecimentos de estudantes, regentes, coralistas profissionais e/ou amadores,

professores de Canto e de Técnica vocal.

Palavras-chave: Técnica vocal. Canto Coral. Pronatec.

ABSTRACT

The purpose of this study is to describe, in a reflective way, an experience

report performed in a Choirs Regent course, developed by the Employment and

Technical Education National Program (PRONATEC) and sponsored by the School

Music at UFRN (EMUFRN). The aspects explored are the vocal techniques for future

conductors formation. The classes were taught to three different groups from 2012 to

2014. It was used the qualitive research. The data collection was assessed from

bibliographic research, documentary and researcher´s participant observation.

According to this data, we managed difficulties related to body as a musical

instrument. Therefore, we tried to emphasize the vocal technique´s basis depending

on physical perception, its importance and applicabilty. In the teaching learning

process, the songs were rehearsed using the vocal techniques which enabled the

students to join the recital, presenting a rich repertory. At the end of this work, we

could realize that the students perfomance was very productive, since the most of

students enrolled with a little or without any vocal technique experience and voice

development. We hope this will contribute to enlarge the skills of students,

conductors, professional and/or amateur choir´s member, singing and vocal

technique teacher.

Keywords: Vocal technique. Choral Singing. Pronatec.

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1 - Recital de Conclusão da turma Regente de Coral PRONATEC /

Pólo Natal / RN - semestre 2014.1....................................................

50

Foto 2 - Recital de Conclusão da turma Regente de Coral PRONATEC /

Pólo Natal / RN – semestre 2014.2...................................................

52

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Postura.............................................................................................. 19

Figura 2 - Movimentos respiratórios.................................................................. 21

Figura 3 - As cavidades de ressonância........................................................... 22

Figura 4 - Articulação das vogais...................................................................... 23

Figura 5 - Vocalise 1.......................................................................................... 43

Figura 6 - Vocalise 2.......................................................................................... 44

Figura 7 - Vocalise 3.......................................................................................... 44

Figura 8 - Vocalise 4.......................................................................................... 44

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Componentes curriculares do curso Regente de Coral

promovido pelo PRONATEC / EMUFRN.......................................

32

Quadro 2 - Experiência musical....................................................................... 34

Quadro 3 - Período das aulas da disciplina Técnica vocal aplicada ao coro

no curso Regente de Coral............................................................

37

Quadro 4 - Meses e dias das aulas ministradas em 2012............................... 38

Quadro 5 - Meses e dias das aulas ministradas em 2013............................... 47

Quadro 6 - Meses e dias das aulas ministradas no primeiro semestre de

2014...............................................................................................

48

Quadro 7- Meses e dias das aulas ministradas no segundo semestre de

2014...............................................................................................

50

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical

ANPPOM – Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música

Art. – Artigo

CD – Conselho Deliberativo

Dr. – Doutor

EMUFRN – Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Esp. – Especialista

FIC – Formação Inicial e Continuada

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

MD – Ministério da Defesa

MDS – Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome

MEC – Ministério da Educação

MSc – Mestre

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

MTUR – Ministério do Turismo

NEEs – Necessidades Educacionais Especiais

PROF. – Professor

PROFª – Professora

PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

RN – Rio Grande do Norte

SETEC – Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

SNA – Serviços Nacionais de Aprendizagem

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 13

2 ABORDAGEM SOBRE TÉCNICA VOCAL............................................... 15

2.1 A importância da Técnica vocal na prática do coro............................. 16

2.2 O regente e a Técnica vocal: reflexão.................................................... 23

3 O PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E

EMPREGO (PRONATEC).........................................................................

28

3.1 O curso Regente de Coral na EMUFRN.................................................. 32

3.2 Caracterização das turmas de 2012 a 2014........................................... 33

4 EXPERIÊNCIA DOCENTE........................................................................ 37

4.1 Desenvolvimento das aulas.................................................................... 37

4.1.1 Primeira parte da aula................................................................................ 39

4.1.2 Segunda parte da aula............................................................................... 45

4.2 Preparação para o Recital....................................................................... 46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 53

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 56

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DO ALUNO......................................... 61

APÊNDICE B – PLANO DE CURSO 2012................................................ 62

APÊNDICE C – PLANO DE CURSO 2013................................................ 65

ANEXO A – PARTITURA DA MÚSICA ARARUNA.................................. 69

ANEXO B – PROGRAMA DO RECITAL DE CONCLUSÃO - TURMA

2014.1........................................................................................................

70

ANEXO C – PROGRAMA DO RECITAL DE CONCLUSÃO - TURMA

2014.2........................................................................................................

72

ANEXO D – PARTITURA DA MÚSICA MULHER RENDEIRA................. 74

ANEXO E – CANÇÃO CANARIM DO MATO........................................... 78

ANEXO F – PARTITURA DA MÚSICA DON’T WORRY BE HAPPY....... 79

ANEXO G – PARTITURA DA MÚSICA XODÓ......................................... 82

13

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho descreve um relato de experiência ocorrido nas turmas de

Regente de Coral do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

(PRONATEC), mais especificamente, na disciplina Técnica vocal aplicada ao coro.

Trata-se de um tema que, além de estar ligado diretamente às experiências de vida

e de trabalho da autora desta monografia, contribui ainda para a formação de

regentes e de professores de Técnica vocal. O trabalho foi feito a partir de pesquisas

realizadas desde a elaboração do plano de Curso até as aulas práticas e teóricas.

As aulas foram ministradas em três das edições de 2012 a 2014 do curso Regente

de Coral promovido pelo PRONATEC Natal / RN6.

Essa temática traz reflexões quanto à questão da Técnica vocal na formação

do Regente de Coral. Por meio de conversas informais durante as primeiras aulas

de 2012 e com base em questionário aplicado no início das aulas em 2013 e 2014

(APÊNDICE A) constatamos no transcorrer do trabalho que os participantes

possuíam uma ideia superficial sobre Técnica vocal. Havia um conhecimento

primário do funcionamento do próprio corpo como instrumento musical e pouco

entendimento do aparelho vocal para obtenção de uma qualidade vocal satisfatória

na prática de cantar.

Em muitos dos casos, boa parte dos regentes de coros também realizam a

preparação vocal, mas nem sempre essa atividade é encarada como algo prioritário

pelo regente em seu ensaio. Talvez esse fato se dê pela falta de conhecimento

técnico a respeito da própria voz, da ausência da prática do cantar, da pouca

literatura específica que trata sobre esse assunto, dentre outros. A falta de

conhecimento sobre Técnica vocal, portanto, traz consequências que causam

complicações na formação técnico vocal dos coralistas e influenciam na execução

do repertório.

Segundo Coelho (1999), Hauck-Silva (2012) e Oliveira; Oliveira (2005) uma

prática de Técnica vocal bem executada, beneficiará a performance do grupo no que

se refere a sonoridade uniforme, afinação, estilo, dinâmicas, bem como no aspecto

vocal dos coralistas. Além de viabilizar aos integrantes do grupo um maior

6Rio Grande do Norte (RN).

14

conhecimento sobre o funcionamento do corpo como instrumento musical, capaz de

produzir um som saudável de maneira confortável.

No percurso metodológico utilizamos a pesquisa de natureza qualitativa com

objetivo de descrever, observar e compreender o processo das aulas na realização

dos recitais; percurso que foi da elaboração do plano de Curso até a execução das

aulas ministradas. Os instrumentos de coleta de dados se deram por meio da

pesquisa bibliográfica, documental e observação participante do pesquisador.

O trabalho está dividido em cinco capítulos. No capítulo 1, temos a

Introdução. No capítulo 2, faremos uma reflexão sobre a abordagem da Técnica

vocal e a visão do regente sobre esse tema. Com base em trabalhos escritos por

regentes, preparadores vocais e fonoaudiólogos que falam sobre esse assunto.

No terceiro, falaremos sobre o contexto de ensino PRONATEC, a implantação

do curso Regente de Coral promovido pela Escola de Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN) e a caracterização das turmas.

No quarto e último capítulo, discutiremos, de forma reflexiva, a descrição da

experiência docente. Faremos uma explanação desde a elaboração do plano de

Curso da disciplina até o percurso metodológico das aulas teóricas e práticas nas

três edições.

Nas considerações finais, faremos uma breve retomada dos principais pontos

discutidos ao longo desse trabalho. Buscaremos relatar um pouco mais sobre o

universo que permeia a Técnica vocal na formação do regente.

Esperamos que esse trabalho venha contribuir para ampliar os

conhecimentos de estudantes, regentes, coralistas profissionais e/ou amadores,

professores de Canto e de Técnica vocal.

15

2 ABORDAGEM SOBRE TÉCNICA VOCAL

A voz habita em um corpo, dessa forma, para que ela responda as exigências

de um repertório é necessário conhecê-la melhor. Ter consciência de que se trata de

um instrumento delicado; se for utilizado de maneira incorreta poderá sofrer danos

irreversíveis.

Assim, o que seria técnica? Behlau e Rehder (c2009, p. 32) entendem

técnica “[...] como aprendizado, treinamento e desenvolvimento de habilidades [...]”.

Abordaremos a Técnica vocal com enfoque no aprendizado, no treinamento e

no desenvolvimento voltados para a habilidade do cantar. Na visão de Dinville

(2008, p. 2), “É com eles [corpo e voz] que o cantor exterioriza sua afetividade e

desempenha o papel intermediário entre público e a obra musical.” Sendo para isso

necessário “[...] que ele possua uma técnica precisa e impecável a fim de poder

dominar as inúmeras dificuldades que vai encontrar” (DINVILLE, 2008, p. 2).

O cantor deve se conscientizar da importância dos princípios de base da técnica vocal e usar do feed back de sua voz, já que ela é o resultado de um comportamento adquirido com a ajuda de uma atividade muscular determinada e das diferentes sensações que são a base desta técnica (DINVILLE, 2008, p. 35, grifo nosso).

Os sistemas respiratório e fonador que são responsáveis pela fala e pelo

Canto estão envolvidos também no processo digestivo. Usamos as mesmas partes

do corpo para diferentes funções. Por isso, determinados ajustes musculares

precisam ser acionados com consciência, principalmente no Canto. Portanto, a

necessidade de uma técnica precisa e impecável como nos falou Dinville (2008).

E quais seriam esses princípios de base da Técnica vocal? Quais pontos nos

orientariam no processo ensino-aprendizagem dessa técnica? Em boa parte das

referências que tratam sobre esse tema, é consenso a relevância dos aspectos

postura, respiração, ressonância e articulação. Estes são elementos essenciais para

o processo ensino-aprendizagem da Técnica vocal. Com base nessas referências,

faremos uma abordagem que denominamos os quatro pilares norteadores dessa

atividade. Esses quatro pilares são: postura, respiração, ressonância e

articulação.

16

Coelho (1999, p. 15) confirma que “Os assuntos discutidos acima devem ser

levados ao conhecimento do aluno no sentido de que ele se sinta motivado a

pesquisar e aceitar sua potencialidade vocal, elaborando-a de forma

concomitantemente saudável e musical.”

A finalidade é que a Técnica vocal sirva para uma produção vocal eficiente e

saudável, com máxima produtividade e mínimo esforço.

2.1 A importância da Técnica vocal na prática do coro

Antes de nos aprofundarmos no tema proposto, importante se faz o

conhecimento das diferenças e semelhanças entre coro e coral. Tentar traçar a

história do significado das palavras coro e coral é como falar também sobre a própria

história da Música. É comum vermos a utilização dessas palavras coro e coral para

designar a mesma função.

Segundo CORAL (1994, p. 221), a palavra coral é utilizada para designar “O

hino da congregação, na igreja luterana.” Os corais da época da Reforma foram

compostos com o propósito de deixar mais próximo o caminho entre Deus e os fiéis.

Inicialmente, compostos com base em melodias seculares e adaptações de hinos e

antífonas, harmonizados para quatro vozes (S, A, T, B) com os textos em língua

vernácula, em vez do latim da igreja católica.

Talvez muitos não saibam mas, “O termo Chóros (Kóros) tem um sentido

muito amplo e passou, através do tempo, por diversos significados. Do original

chóros grego formou-se, através do latim, o termo italiano: coro” (ZANDER, 1987,

p. 165, grifos do autor). E dentre as diversas definições ao longo da história,

podemos destacar:

Grupo de cantores que se apresentam juntos, na distribuição de vozes tradicional; também uma peça musical escrita para semelhante grupo. [...] O termo é normalmente usado com qualificativos (p. ex., coro misto, coro feminino, coro de ópera etc.) (CORO, 1994, p. 225).

O Canto Coral abriga um enorme número de formações e nelas as

designações coro e coral se assemelham e se distinguem. Podem ser agrupamentos

dos mais diversos tipos de pessoas que cantam em conjunto. Os termos coro e

coral também são utilizados para denominar formas musicais que surgiram no

17

período barroco: coro para peças polifônicas e coral para composições

harmonizadas homofonicamente para quatro vozes.

No Brasil, existe um movimento coral que engloba coros de diversos

segmentos da sociedade. Em sua maioria, são amadores os seus participantes. É

uma atividade que não é discriminatória, dela participam pessoas de níveis sociais

distintos que amam estar nessa atividade.

Dentro desse movimento “[...] podem ser estabelecidas várias modalidades de

coros, tais como religiosos e laicos, profissionais e voluntários, institucionais e

comunitários, entre outras” (DIAS, 2012, p. 133). Independente da modalidade, a voz

é o elemento primordial para a produção da música. Além da voz como um elemento

essencial aos componentes desses grupos, eles partilham a busca de uma

realização cultural. Figueiredo (2006, p. 3) comenta que o coro é como “[...] uma

espécie de tribo com personagens essenciais, tais como os cantores e o regente;

rituais típicos, tais como ensaios e apresentações; e objetos culturais

imprescindíveis, tais como a música e a partitura, sua representante material.”

Tanto os ensaios como as apresentações são rituais que fazem parte da

dinâmica de um coro. O ensaio tanto pode ser a chave para o êxito como para o

fracasso. Partindo desse princípio, a frequência, a duração e o planejamento técnico

são partes importantes para um bom desenvolvimento funcional do coro. No que diz

respeito à frequência, o ideal seria que o coro ensaiasse diariamente, mas em

grupos amadores, isso é quase impossível. O recomendado é que os encontros

aconteçam, no mínimo, em dois dias durante a semana (JARABA, c1989).

O ensaio “[...] pode ser de aproximadamente duas horas [...]”7 (JARABA,

c1989, p. 148, tradução nossa) de preferência em um local cômodo e agradável.

Convém que, antes de começar a cantar, o coro realize exercícios de Técnica vocal

para que a emissão da voz seja realizada de forma eficaz. Já que, na maioria

desses grupos, a aprendizagem das músicas se dá por memorização, ou seja,

requer a repetição das melodias correspondentes a cada naipe de vozes.

A Técnica vocal, então, pode ser aplicada como um momento de preparação

vocal ou de aquecimento vocal. Essas duas práticas se distinguem entre si.

Chamamos de preparação vocal quando o principal objetivo é a relação de ensino-

aprendizagem dos fundamentos da Técnica vocal (HAUCK-SILVA, 2012). Essa

7“[...] puede ser de aproximadamente dos horas [...]” (JARABA, c1989, p. 148).

18

preparação vocal requer um tempo maior e costuma ser aplicada no primeiro

momento do ensaio, especialmente quando o coro é composto por cantores

amadores. Se a intenção é de apenas praticar “[...] exercícios desenhados para

oferecer flexibilidade aos músculos responsáveis pela produção da voz, preparando

a emissão para o canto” (BEHLAU; REHDER, 1997 apud HAUCK-SILVA, 2012, p.

12) chamaremos de aquecimento vocal. Que é, na maioria das vezes, realizado

antes das apresentações musicais.

Uma produção vocal saudável é essencial para os coralistas e para um bom

resultado musical do coro. A voz, entre outras coisas, também externa nossa

personalidade por meio de suas características como timbre, volume e altura.

Recomenda-se que os integrantes dos coros adquiram bons hábitos como ter uma

boa alimentação, repouso, ausência de vícios e disciplina. Essas são condições

indispensáveis para quem deseja ter uma boa voz.

o organismo humano não está anatomicamente formado nem preparado para falar (...). O aparelho fonador é o conjunto de órgãos cujas funções fundamentais e utilização de suas cavidades tem finalidades distintas, mas que o homem as reúne funcionalmente em forma convencional, utilizando os ruídos e sons que nele se produzem e ressoam por simples coincidência, para dar-lhes um significado também convencional e simbólico, com o que a inteligência elabora progressivamente, a linguagem (GOMES, 1980 apud COELHO, 1999, p. 13).

Trabalhar com Técnica vocal no coro, além de desenvolver habilidades vocais

nos coralistas, promove mudanças em suas estruturas internas de sensibilidade e

conhecimento. Por isso, existe a necessidade de um profissional que, ao aplicar a

Técnica vocal, seja, antes de mais nada, um educador musical (COELHO, 1999).

Educador é aquele que está comprometido com a aprendizagem de seu educando; livre, portanto, da própria necessidade de auto-afirmação como cantor. [...] Ser um educador é algo mais do que ser um artista de palco. Requer quase as mesmas condições de performance e, além disso, talento e preparo pedagógico. Requer, antes de tudo, vocação para ensinar (COELHO, 1999, p. 16, grifo do autor, grifo nosso).

“[...] a técnica vocal para coros é um campo de atuação bem específico que

se localiza numa intersecção da pedagogia, da psicologia, do teatro, da

19

musicoterapia e da música” (COELHO, 1999, p. 18). A seguir, explicaremos as

etapas da Técnica vocal numa preparação vocal.

Na obra Técnica vocal para coros de Coelho (1999) a massoterapia

aplicada à voz vem inserida no capítulo denominado Preparação. Esta parte se

refere a uma etapa que seria uma espécie de relaxamento. Nela são descritos

procedimentos que ajudam a obter consciência sobre o próprio corpo, deixando-o

mais relaxado, ativando costas, ombros, nuca, peito e face. Requer disposição e

receptividade para sua realização por intermédio do toque.

Durante o trabalho com a postura “[...] a posição ideal para cantar é em pé e

com as pernas ligeiramente entreabertas, assegurando equilíbrio [...]”8 (JARABA,

c1989, p. 144, tradução nossa). Quando cantamos o instrumento a ser executado é

o próprio corpo. Por isso, a importância da conscientização da noção de uma

postura correta.

Para isso, a conexão entre postura e respiração é algo muito importante.

Iniciamos com atividades de relaxamento corporal para que o corpo esteja apto a

reagir às necessidades do ensaio. Os exercícios de relaxamento são realizados com

a percepção de que todo o movimento de esforço será realizado no momento da

inspiração e relaxamento, em expiração (COELHO, 1999).

Figura 1 - Postura

Fonte: Myer (1997, p. 71).

Nota: Primeira postura demonstra lordose; a segunda, a cifose e, na terceira, o que se considera como postura ideal.

8“[...] la posición ideal para cantar es en pie y con as piernas ligeiramente entreabiertas, assegurando el equilíbrio [...] (JARABA, c1989, p. 144).

20

Devido às tensões, em decorrência de uma vida agitada, o indivíduo acaba

adquirindo uma respiração acelerada, curta e superior (com movimento do tronco

para cima e para baixo). Aprender a cantar é, inicialmente, aprender a respirar e a

respiração indicada é a costo abdominal.

A respiração é um fenômeno vital ativo-passivo em que os pulmões enchem-se de ar, como se fossem um balão de borracha, por um movimento muscular ativo, e esvaziam-se por um movimento passivo e elástico. A fonação é uma função ativa projetada, sustentada e alimentada pelo movimento expiratório passivo e elástico. Portanto, há um desacordo funcional e fisiológico entre a respiração vital e a respiração vocal, implicando aprendizagem específica e cuidados no treino (SPECHT, 2007, p. 27).

O aprendizado da respiração vai proporcionar a utilização do apoio para

cantar. Usamos o termo apoio quando nos referimos ao controle da respiração e ao

equilíbrio na relação entre a sustentação da coluna de ar, as pregas vocais e a

emissão sonora.

Quando inspiramos, o ar enche os pulmões, alargando a região das costelas e estendendo os músculos intercostais. Ao mesmo tempo, o diafragma abaixa-se e expande-se para os lados. O apoio é o controle dos músculos intercostais e abdominais. Desse modo, os músculos envolvidos no processo respiratório controlam a saída do ar e do som (que ocorre na expiração) (SPECHT, 2007, p. 27).

21

Figura 2 - Movimentos respiratórios

Fonte: Myer (1997, p. 23). Nota: O primeiro modelo mostra o movimento de expiração (Ausatmen). No segundo, podemos ver o movimento da inspiração (Einatmen), onde visualizamos, também, o diafragma (Zwerchfell). Nos dois modelos, podemos observar a variação de ar nos pulmões (Lunge).

As vibrações do ar nas pregas vocais são modificadas nas fossas nasais que

é a cavidade de ressonância principal do nosso corpo. Os principais meios

ressonadores encontram-se nas cavidades da cabeça e do peito. No processo de

ensino e aprendizagem utilizamos imagens que auxiliem a percepção das vibrações

nas cavidades de ressonância, por exemplo: tanto os sons agudos como os graves

devem ser projetados para cima, na direção das cavidades de ressonância superior

(cabeça); outra imagem seria pensar que o som está saindo pela ponta do nariz; e

outra imagem seria a descrição do conceito voz na máscara.9

9Cantar na máscara é simplesmente utilizar os ressonadores faciais. Cavidade da boca, cavidade do nariz e os seios para nasais.

22

Figura 3 - As cavidades de ressonância

Fonte: Dinville (2008, p. 26). Nota: 1. Sinus; 2. Fossas nasais; 3. Cavum; 4. Véu palatino; 5. Língua; 6. Epiglote; 7. Cordas vocais

A abordagem sobre a articulação tem como objetivo principal proporcionar

uma boa dicção e, por consequência, maior clareza na compreensão dos textos que

são cantados. No repertório de Canto Coral é comum a execução de peças em

idiomas diversos. Portanto, o domínio sobre a articulação torna-se imprescindível

para um bom resultado técnico-musical. “Nossa voz soa com as vogais, mas a

articulação é definida pelas consoantes” (SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO, 1997,

p. 49). Basicamente, o trabalho de articulação consiste na compreensão dos

mecanismos de emissão de consoantes e vogais.

23

Figura 4 - Articulação das vogais

Fonte: Chan; Cruz (2001, p. 27).

O coralista necessita, muitas vezes, dessas etapas para aprender um pouco

mais sobre si mesmo. As descobertas dessas sensações corporais trazem

benefícios que influenciarão na execução do repertório do coro.

Um trabalho de Técnica vocal bem feito “[...] promove o autoconhecimento e a

sensibilização que permitem o encontro consigo mesmo e a integração com o

mundo circundante” (COELHO, 1999, p. 10). Assim, a Técnica vocal pode contribuir

para melhorar não só aspectos técnicos dos coralistas como postura, respiração,

ressonância e articulação, mas também no que diz respeito à interpretação musical

(sonoridade, afinação, agilidade, dinâmicas, intervalos, etc.).

2.2 O regente e a Técnica vocal: reflexão

Para tal reflexão, colheremos as opiniões de autores como: Zander (1987),

Kaplan (c1985), Bretanha (1986), Jaraba (c1989), SERVIÇO SOCIAL DO

COMÉRCIO (1997), Coelho (1999), Martinez (2000), Oliveira; Oliveira (2005),

Figueiredo (2006) e Hauck-Silva (2012).

Em seu livro Regência Coral, Zander (1987) faz um paralelo entre as

dificuldades técnicas enfrentadas pelos instrumentistas e coralistas. Considerando

24

que a educação vocal deveria ser algo de suma importância na prática de um coro,

Zander (1987) constata que a Técnica vocal é tratada com negligência. Para Zander

(1987, p. 204) os benefícios da educação vocal são basicamente fazer “[...] com que

o coro adquira a sua sonoridade característica, seu timbre especial e potência

sonora”. Dessa maneira, é proposto curso coletivo e individual de Canto para o coro.

Se não houver essa possibilidade, a sugestão é que o regente aplique “[...] pelo

menos quinze minutos de cada ensaio para fazer exercícios de respiração e

empostação em conjunto” (ZANDER, 1987, p. 204).

“Para falar ou cantar bem, com boa voz, é preciso antes de mais nada, que o

instrumento esteja em condições ideais de uso: afinado, aquecido, bem preparado”

(BRETANHA, 1986, p. 36). As condições ideias de uso obtidas mediante a

constância na prática dos exercícios vocais.

Ao abordar sobre os conhecimentos essenciais necessários para o maestro,

Martinez (2000) expõe que o primeiro deles é o conhecimento sobre as diversas

técnicas do Canto. Para Martinez (2000), a atividade musical exige atualização e

aperfeiçoamento, pois as técnicas de Canto, de Música e de Regência estão sempre

evoluindo.

Na visão dos regentes Oliveira; Oliveira (2005, p. 18-19) a Técnica vocal

[...] permite limpar e redefinir a „voz natural‟ dos cantores, quanto à tessitura, timbre, intensidade, ressonância, entoação, tendo como base o exercício da respiração correta adaptada ao canto coral, a colocação correta da voz (impostação) e quanto a dicção (articulação de vogais e consoantes).

Assim, reforça-se a ideia de que “[...] a técnica vocal aplicada aos coralistas

modifica, para melhor, sua performance” (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005, p. 21, grifo

nosso). E argumenta que se for mal ensinada e mal aplicada “[...] pode prejudicar a

voz afetando as cordas vocais e em casos mais violentos, ser ensejo para calos (ou

nódulos) nas mesmas” (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005, p. 22).

Diante da importância da Técnica vocal para o coro corroborada pelas

opiniões de Zander (1987), Bretanha (1986), Martinez (2000) e Oliveira; Oliveira,

(2005), indagamos qual o verdadeiro lugar do preparador vocal? Nesse contexto,

como os alunos de Canto das Graduações, futuros profissionais poderiam ser

inseridos nas diversas modalidades de coro? Será que ele é, de fato, uma pessoa

25

que faz a diferença quando se trata de colaborar com a qualidade sonora do coro?

Na opinião de Coelho (1999), Figueiredo (2006), Hauck-Silva (2012), Jaraba

(c1989), Martinez (2000), Oliveira; Oliveira (2005) e SERVIÇO SOCIAL DO

COMÉRCIO (1997) é necessário a inserção desse profissional no trabalho do coro.

Nada impede que o próprio regente execute a função de preparador vocal,

como bem vimos anteriormente. “O problema, aqui, é que nem sempre ele está

totalmente habilitado para lidar com uma série de situações mais complexas de

técnica vocal” (FIGUEIREDO, 2006, p. 11, grifos nosso).

Geralmente, o preparador vocal ou professor de Técnica vocal “[...] é uma

função desempenhada por cantores (ou professores de canto) [...]” (SERVIÇO

SOCIAL DO COMÉRCIO, 1997, p. 28). Este profissional possui formação específica

na área do Canto, além de uma experiência significativa como cantor (nos mais

diversos estilos).

Figueiredo (2006, p. 11) afirma que “A existência de um profissional

específico para a condução da técnica vocal apresenta muitas vantagens.

Normalmente, ele estará bem preparado, extraindo resultados técnicos de maneira

rápida e eficiente.”

Contudo, a situação real é que poucos são os preparadores vocais que

atuam nesses ambientes de trabalho orientando vocalmente os coralistas. O motivo

talvez seja a falta de professores de Técnica vocal habilitados.

É mais do que comprovada a necessidade de um preparador vocal, mas é

imprescindível que este profissional esteja em sintonia com o regente e com o coro.

O fato de haver dificuldade na relação entre esse profissional e o regente será “[...]

sempre uma situação delicada, que, se não for bem conduzida por ambos, leva a

conflitos insuperáveis” (FIGUEIREDO, 2006, p. 12). Ambos [regente e professor de

Técnica vocal] devem buscar os mesmos objetivos através de procedimentos que se

harmonizem e se reforcem mutuamente (COELHO, 1999).

O regente, nessa situação de conflito, acaba assumindo, em muitos casos, a

preparação vocal. Para isso, é necessário que ele possua algumas habilidades que

o auxiliem nesse trabalho. Várias são as competências listadas pelos autores

pesquisados, porém, colocaremos as mais relevantes na nossa opinião:

26

Saber cantar - Figueiredo (2006), Hauck-Silva (2012), Oliveira; Oliveira

(2005) e Zander (1987).

Se o regente vai lidar com vozes, ele precisa estar à vontade com a sua

própria voz. Ele será o elemento que servirá de modelo vocal para os coralistas.

Principalmente com coro amador, que em muitos casos, não tem experiência com

aulas de Canto ou noções de Técnica vocal.

Além disso, o regente precisará durante os ensaios ensinar as vozes de cada

naipe, caso tenha divisão. Assim, os coralistas o terão como referência de boa

colocação e emissão vocal.

É necessário ao regente:

[...] ter um bom preparo vocal, mesmo que sua voz não seja a de um grande cantor. Somente com a voz é que será capaz de transmitir ao coral suas intenções musicais, para obter melhores resultados quanto à afinação, à sonoridade, ao colorido musical de uma peça. Deve ser capaz de mostrar para os coralistas o que quer, como quer que seja interpretada a música que está ensaiando (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005, p. 63).

Nesse sentido, uma das alternativas é que as aulas de Canto individual sejam

acrescidas à sua formação (FIGUEIREDO, 2006; HAUCK-SILVA, 2012; KAPLAN

c1985). O mais indicado seria que o regente fosse acompanhado por um professor

de Canto experiente e aberto a diferentes tendências (FIGUEIREDO, 2006).

Cantar em coro - Figueiredo (2006), Hauck-Silva (2012), Oliveira; Oliveira

(2005).

É essencial que o futuro regente tenha vivência como cantor de coro. Com

essa prática poderá “[...] entender melhor a posição dos coralistas em relação ao

regente. [...] Cantar é um laboratório que ensina como reger, ensina interpretação de

repertório. Trata-se de um estudo da perspectiva sob a qual o regente é visto pelos

coralistas” (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005, p. 63).

Figueiredo (2006, p. 7) afirma que:

Não é possível ser um bom regente de coro sem ter sido um cantor de coro. [...] Um dos problemas que constato, comigo, por exemplo, é o fato de que, apesar de ter cantado em coro durante anos, percebo que, muitas vezes, não estou sendo sensível às necessidades dos

27

coralistas, pelo fato de não cantar em coro há muito tempo. A gente vai esquecendo. O ideal seria continuar cantando.

Concluindo, é essencial à formação do regente tanto ter experiência como

cantor de coro como possuir conhecimentos aprofundados sobre Técnica vocal.

28

3 O PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO

(PRONATEC)

No ano de 2011 foi sancionado pela Lei nº 12.513 o PRONATEC (BRASIL,

2011).

Segundo Cassiolato; Garcia (2014, p. 34):

O Programa é parte de uma estratégia de desenvolvimento, em escala nacional, que busca integrar a qualificação profissional de trabalhadores com a elevação da sua escolaridade, constituindo-se em um instrumento de fomento ao desenvolvimento profissional, de inclusão social, produtiva e de promoção da cidadania.

A partir disso, o mesmo tem como objetivos, segundo a Lei nº 12.513 / 2011,

Art.10 1º:

I - expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio presencial e à distância e de cursos e programas de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; II - fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento da educação profissional e tecnológica; III - contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público, por meio da articulação com a educação profissional; IV - ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores, por meio do incremento da formação e qualificação profissional; V - estimular a difusão de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. (BRASIL, 2011, p. 1).

Para se alcançar tais metas, o PRONATEC cria a Bolsa-Formação que

constitui da oferta gratuita de cursos de Educação Profissional Técnica de nível

médio e de Formação Inicial e Continuada (FIC). São cursos presenciais, custeados

com recursos repassados pelo Ministério da Educação (MEC) às instituições

públicas de Educação Profissional e Tecnológica, aos serviços nacionais de

aprendizagem e às instituições privadas de ensino superior e de Educação

Profissional devidamente habilitadas para a oferta desses Cursos (BASTOS, 2014).

Por base na Resolução CD11 / FNDE12 nº 23 / 2012, Art. 5º podemos verificar

10

Artigo (Art.) 11

Conselho Deliberativo (CD). 12

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

29

os agentes de implementação da Bolsa-Formação e suas respectivas funções:

I - a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC / MEC), órgão responsável por planejar, formular, coordenar e avaliar as políticas públicas de educação profissional e tecnológica em geral e a oferta da Bolsa-Formação em específico; II - o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, responsável por realizar as transferências de recursos financeiros; III - o Estado ou Distrito Federal que, por intermédio do órgão gestor da educação profissional e tecnológica, tenha assinado o Termo de Adesão à Bolsa-Formação do Pronatec, doravante denominado parceiro ofertante, cuja rede estadual ou distrital de educação profissional e tecnológica será responsável por ofertar e ministrar os cursos técnicos e de formação inicial e continuada ou qualificação profissional no âmbito da Bolsa-Formação; e IV - as secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal, bem como os Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), da Defesa (MD) e do Turismo (MTUR), entre outros órgãos e entidades da administração pública que aderirem à Bolsa-Formação na condição de parceiros demandantes (BRASIL, 2012a, p. 22).

Para a operacionalização do PRONATEC, de acordo com a Resolução CD /

FNDE nº 04 / 2012 (BRASIL, 2012b) e da Lei nº 12.513 / 2011, Art. 9º (BRASIL,

2011), é necessário uma equipe de profissionais que deverão ter formação e

experiência compatíveis com as responsabilidades relativas às seguintes

atribuições: “I – coordenador-geral da Bolsa Formação; II – coordenador adjunto; III

– supervisor adjunto; III – supervisor de curso; IV – professor; V – apoio às

atividades acadêmicas e administrativas e VI – orientador” (UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 2012, p. 12-13).

Cabe ao coordenador geral, dentre outras funções, “[...] coordenar todas as

ações relativas à oferta da Bolsa Formação nos diferentes cursos oferecidos nas

unidades da instituição de modo a garantir condições materiais e institucionais para

o desenvolvimento do conjunto das atividades” (BRASIL, 2012b, p. 22).

O coordenador-adjunto deve, dentre outras atribuições:

[...] assessorar o coordenador-geral nas ações relativas à oferta da Bolsa-Formação em cada campus da instituição, no desenvolvimento, na avaliação, na adequação e no ajuste da metodologia de ensino adotada, assim como conduzir análises e estudos sobre os cursos ministrados (BRASIL, 2012b, p. 22).

30

A função do supervisor, dentre várias, é interagir com as áreas acadêmicas e

organizar a oferta dos Cursos de FIC em conformidade com a Portaria nº 899, de 20

de setembro de 2013 (BRASIL, 2013b) e o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos.

Deve ainda “[...] coordenar o planejamento de ensino; [...] assegurar a acessibilidade

para a plena participação de pessoas com deficiência; [...] apresentar ao

coordenador-adjunto, ao final do curso ofertado, relatório das atividades e do

desempenho dos estudantes”, etc (BRASIL, 2012b, p. 22).

O orientador acompanha “[...] as atividades e a frequência dos estudantes,

atuando em conjunto com os demais profissionais para prevenir a evasão e aplicar

estratégias que favoreçam a permanência” (BRASIL, 2012b, p. 22).

Quanto às atribuições do professor, ele deve “[...] planejar as aulas e

atividades didáticas e ministrá-las aos beneficiários da Bolsa-Formação” (BRASIL,

2012b, p. 22).

Com relação ao público que poderá participar dos cursos, de acordo com a

Portaria nº 168 / 2013, Art. 3º, tal Bolsa atenderá prioritariamente:

I – estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos; II – trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores; III – beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de transferência de renda entre outros que atenderem a critérios especificados no âmbito do Plano Brasil sem Miséria; IV – pessoas com deficiência; V – povos indígenas, comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais; VI – adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas; VII – públicos prioritários dos programas do governo federal que se associem à Bolsa-Formação; e VIII – estudantes que tenham cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral (BRASIL, 2013a, p. 12).

A Portaria nº 168 / 2013, § 3º esclarece de que tais beneficiários “[...]

caracterizam-se como prioritários, mas não exclusivos, podendo as vagas que

permanecerem disponíveis serem ocupadas por outros públicos” (BRASIL, 2013a, p

12).

A Bolsa-Formação abrange as seguintes modalidades: Bolsa-Formação

Estudante e Bolsa-Formação Trabalhador. A primeira, contempla cursos de

31

Educação Profissional Técnica de nível médio, denominados Cursos Técnicos. Já a

segunda, oferece cursos de FIC ou Qualificação Profissional, denominados Cursos

FIC (BRASIL, 2013a). “Em ambos os casos, os beneficiários têm direito a cursos

gratuitos, alimentação, transporte e material didático-instrucional necessário”.

(CASSIOLATO; GARCIA, 2014, p. 36).

Como o presente trabalho trata-se do Curso Regente de Coral e ele, por sua

vez, está inserido nos Cursos de FIC, entraremos em detalhes sobre a Bolsa-

Formação Trabalhador.

Os beneficiários dessa modalidade deverão ter idade igual ou superior a 15

anos no ato da matrícula. A carga horária do Curso deve ter duração mínima de 160

horas. E para organizar a oferta dos Cursos de FIC, o MEC lançou a Portaria nº 899,

de 20 de setembro de 2013 (BRASIL, 2013b) aprovando o Guia PRONATEC de

Cursos de FIC com todas as opções de cursos, distribuídos em treze eixos

tecnológicos. Esse Guia é atualizado periodicamente e serve como um instrumento

organizador (CASSIOLATO; GARCIA, 2014).

De acordo Brasil (2013a, p. 15) em seu capítulo VI - Da Oferta e do

Preenchimento de vagas na Bolsa-Formação, Art. 53 “Cada beneficiário terá direito

a apenas uma matrícula ativa em curso ofertado por intermédio da Bolsa-Formação.”

Na opinião de um dos gestores da SETEC / MEC, essas atividades

proporcionadas por esses cursos

[...] visam integrar o beneficiário à instituição e trabalhar a autoestima do indivíduo para que amplie as suas possibilidades de emprego. [...] A ideia é que os cursos [...] (FIC) sejam uma janela, um ponto de partida para a inserção do indivíduo no mercado de trabalho. Não se acredita que vai fazer milagres com cursos de curta duração, mas se espera plantar uma sementinha que possa ampliar as perspectivas dessas pessoas. (CASSIOLATO; GARCIA, 2014, p. 37).

O PRONATEC está em ação há cinco anos, possibilitando oportunidade para

jovens e trabalhadores de baixa renda participar de cursos gratuitos, sem nenhum

custo, em áreas tecnológicas e especializadas. Várias instituições competentes e de

tradição educacional profissional firmaram essa parcerias com tal Programa e a

EMUFRN foi uma delas.

32

3.1 O curso Regente de Coral na EMUFRN

A união entre EMUFRN e PRONATEC Bolsa-Formação possibilitou a

concretização de ofertas de cursos de qualificação profissional em Música não só na

capital como também no interior do Estado. E assim poder atender ao objetivo que é

a expansão de vagas e interiorização da Educação Profissional. Os cursos de FIC

da EMUFRN buscam:

[...] favorecer os jovens quanto ao acesso a novas ferramentas metodológicas, [...] o aperfeiçoamento de técnicas e apreensão de novos conhecimentos, ampliando assim as possibilidades de atuação dos profissionais no âmbito da cadeia produtiva da cultura [...] (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, 2012, p. 7).

Com esse propósito, o curso Regente de Coral foi contemplado na Portaria nº

899, de 20 de setembro de 2013 (BRASIL, 2013b) no eixo tecnológico Produção

Cultural e Design. O papel deste Curso é fazer com que o participante possa reger,

ensaiar e dirigir artisticamente grupos vocais de diferentes naturezas e formações;

assim como obter as noções do funcionamento do aparelho vocal e sua importância

e utilização num coro.

Para isso, foi organizada uma grade curricular na qual o ano de 2012 foi

contemplado com uma carga horária de 180 horas. Nos anos de 2013 e 2014 a

carga horária foi de 200 horas, como podemos visualizar no Quadro 1:

Quadro 1 – Componentes curriculares do curso Regente de Coral promovido pelo PRONATEC / EMUFRN

Linguagem e Estruturação

[Musical] / Percepção

Ateliê de Regência

Coral

Técnica vocal aplicada ao

coro

Preparação de Recital

Carga horária total

60[h] 90[h] 30[h] 20[h] 200[h] Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (2014, p. 8). Nota: Pequena edição realizada pela autora da monografia.

No ano de 2012, haviam dois professores atuando nessas disciplinas. Um de

Regência e um de Técnica vocal. A professora de Regência ministrava as aulas de

Linguagem e Estruturação musical; Ateliê de Regência Coral e Preparação de

Recital. Em 2013, tínhamos um professor específico de Linguagem e Estruturação

33

Musical e outro que ministrava as disciplinas de Ateliê de Regência Coral e

Preparação de Recital. Em 2014, a professora de Técnica vocal assumiu tanto a

disciplina de Técnica vocal aplicada ao coro quanto à de Linguagem e Estruturação

Musical / Percepção. Nas três edições, a professora de Técnica vocal deu suporte à

organização da Preparação de Recital.

Em 2012, a equipe de operacionalização contou com o apoio de 1

Coordenador Geral, 2 Coordenadores Adjuntos, 1 Supervisor Acadêmico, 1

Orientador, 2 Apoios Administrativos e 7 Bolsistas (UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO GRANDE DO NORTE, 2012). Com o crescimento e ampliação de novos cursos

do PRONATEC Bolsa-Formação, nos anos posteriores, houve um aumento de

profissionais envolvidos.

A instituição que sediava o PRONATEC possui várias atividades distribuídas

de segunda a sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite, em decorrência dos

cursos Técnico, Graduação e Pós-Graduação. Dessa maneira, com o intuito de não

coincidir com os horários desses Cursos, as aulas do curso Regente de Coral foram

realizadas aos sábados em todas as três edições, no prédio da EMUFRN.

Tais aulas ocorriam em uma sala ampla, climatizada, com cadeiras para todos

os alunos. Recursos como piano, quadro branco, data show e caixa de som também

estavam disponíveis na sala de aula para uso.

3.2 Caracterização das turmas de 2012 a 2014

De acordo com a Portaria nº 899, de 20 de setembro de 2013 (BRASIL,

2013b) para o ingresso no curso Regente de Coral exigia-se que o candidato tivesse

como escolaridade mínima o Ensino Médio completo. O acesso a esse Curso estava

condicionado à inscrição prévia realizada pelos demandantes parceiros (Secretaria

de Educação do Estado, Secretaria Assistência Social, Ministério do Trabalho) bem

como a homologação e posterior matrícula realizada na EMUFRN. Para que fosse

possível planejar as atividades didáticas e adequar a metodologia ao público desse

Curso, sentimos necessidade de conhecer um pouco mais sobre esses alunos.

Sendo assim, em 2012, coletamos informações a respeito das experiências

musicais, por meio de conversas informais durante as primeiras aulas. As

informações obtidas foram insuficientes para elaborar estratégias metodológicas

34

eficazes para solucionar as inúmeras dificuldades que se apresentavam

inicialmente. Passada essa experiência, nos anos de 2013 e 2014, elaboramos um

questionário (APÊNDICE A) que nos daria informações mais precisas sobre os

alunos. O questionário continha perguntas que iam desde a idade, às experiências

musicais; do que se entendia por Técnica vocal, às expectativas quanto ao Curso.

As conversas informais nos revelaram as seguintes informações: boa parte

dos alunos cantava em coro de igreja; alguns tocavam instrumentos musicais como

Teclado, Violão, Guitarra, Trompete e Flauta. Podemos verificar também que os

conhecimentos sobre Regência Coral, Teoria Musical e Técnica vocal eram

elementares. E, com essas informações, fomos elaborando estratégias

metodológicas. De acordo com o mapa de Estatística do PRONATEC, haviam 100

inscritos, 24 não confirmaram a matrícula, 11 não conseguiram concluir e 28

concluíram o Curso (VIANA, 2015)13.

Aprimorando a experiência do ano de 2012, elaboramos um questionário

(APÊNDICE A) que foi aplicado tanto nas turmas de 2013 quanto nas de 2014. Em

2013, a turma era composta por 30 alunos, com idades que variavam entre 17 e 59

anos. Do total, 27 responderam o questionário. Assim como na turma de 2012, foi

demonstrado que a prática de cantar em coro e em grupos de igreja era uma

atividade em comum a quase todos os alunos. Dos 27 alunos, 15 cantavam em coro.

Dessa turma, 2 alunos já atuavam regendo coro e banda de música, 14 disseram

que tocavam um instrumento musical.

Quadro 2 - Experiência musical

INSTRUMENTO QUANTIDADE

Flauta 1

Guitarra 2

Piano Clássico 2

Saxofone Alto 1

Teclado 2

Violino 1

Viola 1

Violoncelo 1

Violão 3

Fonte: A autora (2016).

13

Documento não paginado.

35

A respeito do que os alunos entendiam sobre Técnica vocal, 2 dos alunos

responderam no questionário que nunca ouviram falar sobre o assunto. Os 20

restantes responderam que Técnica vocal se tratava de: estratégias de cuidados,

manutenção e utilização da voz; saber trabalhar com o instrumento que é a voz;

aprender a cantar; saber colocar a voz, de forma correta; conjunto de instruções

para a utilização da voz; cantar confortavelmente ajudando o cantor a não machucar

a voz; técnicas para melhorar o desempenho e a performance de quem trabalha

com a voz, dentre outros.

Na última turma, no ano de 2014, se inscreveram 30 alunos dos quais 17

responderam o questionário. Nessa edição, as idades variaram entre 18 e 63 anos.

Três alunos responderam que nunca tiveram experiência como cantor de coro, mas

que tocavam instrumentos musicais (Violino, Sax, Violão, Bateria, etc.). Dez alunos

vivenciaram a prática do Canto em Grupo nas igrejas, 3 alunas responderam terem

participado de outros cursos promovidos pelo PRONATEC / NATAL no ano anterior.

Esses cursos foram: Músico de Orquestra e Canto Popular. O que demonstrou o

interesse dessas alunas em participar dos cursos e dar continuidade aos

conhecimentos musicais apreendidos.

Com relação à Técnica vocal, 3 alunas responderam que nada entendiam a

respeito desse assunto. Os demais afirmaram que era básico e extremamente

importante para entender sobre Música; consistia em um estudo que permite aos

coralistas fazer suas apresentações; maneiras para melhorar ou aprimorar o Canto;

enquanto outros disseram entender pouco sobre o assunto. Seis alunos preferiram

não responder essa pergunta, daí nossa dedução que eles não sabiam exprimir sua

opinião sobre a questão.

Quanto às expectativas, em todas as turmas, os alunos estavam

entusiasmados e com muita disposição, o que facilitou o processo de ensino

aprendizagem. Como é possível comprovar em algumas respostas dos discentes ao

afirmarem que amavam Música e gostariam de aprender mais; tinham o desejo de

aprimorar o Canto e Regência bem como um conhecimento mais amplo da Música;

e a grande expectativa voltada ao ensino oferecido pelo Curso.

Em resumo, todas as três turmas apresentavam características bem

heterogêneas nos quesitos: faixa etária, conhecimento teórico-musical e prática de

Canto em coro - seja ele em que modalidade fosse (igreja, empresa, escola, etc).

36

Sobre a preparação vocal de um coro, as turmas possuíam conhecimento mínimo no

que se refere à aplicação da Técnica vocal. Assim, de acordo com essa realidade, o

grande desafio seria fazer com que esse conteúdo fosse compreendido.

37

4 EXPERIÊNCIA DOCENTE

As aulas da disciplina Técnica vocal aplicada ao coro ocorreram em distintos

períodos, como podemos observar no Quadro 3:

Quadro 3 - Período das aulas da disciplina Técnica vocal aplicada ao coro no curso Regente de Coral

ANOS MESES

2012 Agosto a Dezembro

2013 Maio a Setembro

2014 Março a Junho

Julho a Novembro

Fonte: A autora (2016).

Em cada ano, procuramos pautar nossa prática tomando como ponto de

partida o que chamamos os quatro pilares da Técnica vocal. Esses quatro pilares

(postura, respiração, ressonância e articulação) foram os principais assuntos

norteadores das aulas.

As atividades teóricas e práticas foram contempladas a fim de facilitar, o

máximo possível, a aquisição desse conhecimento no processo ensino

aprendizagem.

4.1 Desenvolvimento das aulas

Ano de 2012

A primeira etapa do trabalho foi a elaboração do plano de Curso (APÊNDICE

B) da disciplina à pedido da Supervisão Acadêmica da equipe PRONATEC /

EMUFRN. Procuramos dar prioridade as referências que abordassem a Técnica

vocal no coro. Uma das mais importantes foi o livro Técnica vocal para coros de

Coelho (1999).

Há um reduzido número de publicações em português que falam sobre

Técnica vocal para coro. Sentimos dificuldade em reunir outras referências.

38

Silva; Figueiredo (2015) realizaram um panorama das publicações de Anais

de Encontros e Congressos da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM)

e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM) dos

últimos dez anos (2003 - 2013) que tratavam sobre a Prática coral. Sendo assim,

mapearam as temáticas encontradas nessas publicações com objetivo de descrever

o que vinha sendo produzido e publicado sobre o Canto Coral.

No levantamento realizado, foi possível comprovar que o número de trabalhos

sobre preparação vocal é reduzido, quando comparado a outras temáticas (SILVA;

FIGUEIREDO, 2015). Com isso, tivemos que mesclar conteúdo de Técnica vocal

voltado para cantores solistas como o livro A técnica da voz cantada de Dinville

(2008).

Depois de elaborado o plano de Curso, iniciamos as aulas, que foram

ministradas no turno da manhã, das 10h às 11h40min., nos meses de:

Quadro 4 - Meses e dias das aulas ministradas em 2012

MESES DIAS

Agosto 04, 11, 18 e 25

Setembro 01, 15, 22 e 29

Outubro 06, 20 e 27

Novembro 10, 17 e 24

Dezembro 01, 08 e 15

Fonte: A autora (2016).

Diante da realidade dos alunos e de seus conhecimentos prévios em Técnica

vocal (coletada no questionário), optamos por um processo pedagógico no qual a

conexão entre teoria e a prática fosse reforçada. O processo metodológico foi feito

da seguinte forma: a aula era dividida em duas partes.

A parte prática viria na primeira etapa da aula cujo objetivo era fazer com que

os alunos de Regência se envolvessem com o momento de Preparação vocal de

um coro.

Pedíamos para que os alunos ficassem de pé num grande círculo e assim era

possível manter um contato visual com todos. Realizávamos uma sequência de

39

exercícios com base nos pilares da Técnica vocal14. As devidas instruções e

observações eram feitas de imediato, principalmente, no caso em que o aluno

executasse incorretamente alguma postura ou movimento.

A segunda parte da aula contemplaria a teoria. Sentávamos em círculo e

discutíamos sobre um texto. A escolha do tema abordado era específico para

contemplar o conteúdo do plano de Curso. Os alunos estariam à vontade para

discutir, questionar, tirar dúvidas e refletir sobre o assunto. Para facilitar o

entendimento sobre cada tema abordado em referência à Técnica vocal, utilizamos,

entre outras coisas, vídeos, áudios e imagens no data show.

A seguir, veremos a sequência metodológica realizada:

4.1.1 Primeira parte da aula

Relaxamento / Aquecimento / Postura

Pedíamos para que os alunos ficassem em círculo, todos de pé em posição

ereta. A importância de “„Descarregar‟ todo o peso do corpo [..] sob a planta dos pés,

e sentir-se leve para si mesmo” (COELHO, 1999, p. 20) era uma consciência

corporal que buscávamos lembrar em todas as aulas. Ainda nessa posição,

alternávamos pé direito no chão e o pé esquerdo levemente elevado realizando

movimentos circulares com o tornozelo e vice-versa. Depois, fazíamos movimento

circular com o quadril. Girávamos toda a parte do tronco superior levemente para

direita e, em seguida, para a esquerda. Elevávamos os ombros em direção às

orelhas, permanecíamos assim por alguns segundos e retornávamos os ombros à

postura inicial. Nesse último exercício, inspirávamos no momento em que

direcionávamos o ombro às orelhas, e, ao retornarmos à postura inicial, expirávamos

com um suspiro emitindo a vogal [a]. Girávamos o pescoço à direita, à esquerda,

para baixo e para cima, bem devagar (BRETANHA, 1986; COELHO, 1999).

Ativávamos os músculos da face com a ponta dos dedos, do queixo à testa

fazendo movimentos de baixo para cima. Na finalização, fechávamos esse momento

com um exercício de “[...] ativar o corpo [...]” (ANDERSON, 1983 apud COELHO,

1999, p. 28). Subíamos nossos braços como se quiséssemos tocar o teto, inspirando

14

Postura, respiração, ressonância e articulação.

40

pelo nariz, e, ao chegar em cima, deixávamos o corpo cair completamente da cintura

para baixo, expirando pela boca. Permanecíamos embaixo por alguns segundos e

retornávamos (à postura ereta) lentamente expirando pela boca. Esse era um tipo de

exercício que nem todos podiam executar. Principalmente aqueles que sofriam

problemas na coluna vertebral. Portanto, era necessidade perguntar aos

participantes quem teria condições de fazê-lo.

Outras variações de movimento foram também exploradas como:

Olhar para os pés e executar movimento de não e, em seguida, de sim,

depois com o olhar ao horizonte executar o mesmo movimento (MARSOLA; BAÊ,

2001); fazer caretas; bocejar para relaxar os músculos da face; se espreguiçar.

A partir da aula do dia 15 de setembro ficou bem perceptível a familiarização

dos alunos com os exercícios iniciais. Eles estavam mais à vontade com o próprio

corpo e assim propusemos uma dinâmica de posicionamento do corpo no espaço

físico que dispúnhamos. Tratava-se de exercícios com maior complexidade para sua

execução

Pedíamos para que os alunos caminhassem livremente pela sala,

explorassem o espaço, sentindo o peso do corpo equilibrado nos dois pés. Ao nosso

comando, daríamos um sinal e todos deveriam parar onde estivessem. Nesse

momento questionávamos sobre o que eles viam. Eles respondiam que no espaço

havia aglomerados de pessoas em pontos da sala. O espaço não estava preenchido

de forma uniforme.

Mediante essa situação, discutíamos a importância de se manter um “[...]

equilíbrio dinâmico e maleável na ocupação dos espaços e dos movimentos próprios

e do grupo [...]” (COELHO, 1999, p. 28). Reforçávamos a necessidade deles terem

confiança em si mesmos e de saberem expressar essa condição. Novamente

pedíamos para que eles andassem pelo espaço e, quando foi dado o comando para

que parassem, eles estavam bem distribuídos no espaço, mais conectados

enquanto grupo, com uma postura que demonstrava a disponibilidade e confiança.

Finalizávamos essa atividade pedindo para que, mais uma vez, eles andassem pela

sala e, ao parar, eles fechassem os olhos e vivenciassem um momento de

percepção do próprio corpo. Podiam assim perceber o antes e o depois da

realização da dinâmica em seus corpos.

41

A partir dessa concepção do corpo estar vivenciada e essa confiança

transparecesse nos alunos, propusemos que, nas aulas subsequentes, os próprios

alunos conduzissem esse momento de vivência corporal da aula.

Respiração

Após a consciência de uma postura adequada, com o corpo flexível e em

prontidão, partíamos para o trabalho com a respiração. Dessa maneira, fizemos o

uso de analogias com situações do cotidiano para facilitar o entendimento da

proposta dos exercícios.

Nessa proposta, realizamos perguntas relacionadas ao tipo de som que

produzimos quando queremos pedir silêncio e, automaticamente, eles emitiam o

som das consoantes [s] ou [x]. A partir daí, construíamos um exercício com base

nessas consoantes para trabalharmos a inspiração e a expiração. O exercício era

executado da seguinte maneira: inspiração em um tempo e expiração com a letra [s]

ou [x], sustentando 10, 15 e 20 segundos. Depois, o realizávamos com a emissão

curta. Esse exercício tem como finalidade o controle e a consciência da entrada e da

saída do ar (BRETANHA, 1986; COELHO, 1999; HAUCK-SILVA, 2012; OLIVEIRA;

OLIVEIRA, 2005). Orientávamos para que essa sustentação do som fosse

executada de modo regular, sem exercer um esforço laríngeo.

Nas primeiras aulas percebemos que, ao inspirar, os alunos elevavam o peito.

Esse movimento além de contrair, sem necessidade, o tronco, deixava a inspiração

muito ruidosa. Para evitar esse procedimento, buscávamos realizar exercícios que

proporcionassem “[...] elasticidade às vias aéreas e à condução do ar [...]”

(COELHO, 1999, p. 41)15.

Outro exercício com a mesma finalidade foi o de inspirar pela narina direita,

enquanto que o dedo indicador fechava a narina esquerda. Fazíamos uma pausa e

trocávamos a posição do dedo, fechando a narina direita e expirávamos pela

esquerda. Na terceira vez, tentávamos inspirar e expirar pelo nariz sem ruídos,

sentindo todo o percurso do ar nas fossas nasais (FIGURA 3), exatamente na caixa

principal de ressonância (COELHO, 1999).

15

Respirar o cheiro de uma flôr (imaginária) e perceber que “[...] uma quantidade menor de ar bem aproveitada pode ter muito mais proveito do que grandes volumes mal trabalhados pelos músculos do corpo” (COELHO, 1999, p. 41).

42

Para aguçar ainda mais a percepção do corpo sugerimos exercícios que

envolvessem respiração e a noção de apoio. Esses exercícios são baseados na

consciência e controle da musculatura intercostal e abdominal. Serviram também

para amenizar o movimento de elevação e abaixamento do peito que causam tensão

desnecessária. No exercício proposto para o controle do ar, emitíamos o som do [f]

como se fôssemos apagar uma vela, executado usando o impulso vindo do centro

do corpo (BRETANHA, 1986; COELHO, 1999). No início foi difícil os alunos se

acostumarem com essa sensação, mas, aos poucos, foram automatizando esses

movimentos.

Ressonância

Para ativar a musculatura da face fazíamos exercícios como: “Abrir a boca e

os olhos com ar de surpresa” (COELHO, 1999, p. 54). Depois, acrescentávamos

uma variação que se executava dessa forma: após o gesto facial de surpresa,

emitíamos a vogal [o] numa emissão prolongada. Outra possibilidade de exercício

era a prática do bocejo para “Dar elasticidade aos músculos do rosto” (COELHO,

1999, p. 54) permitindo com que eles percebessem a elevação do palato mole.

(BRETANHA, 1986). Esses exercícios auxiliam a percepção do espaço bucal amplo,

como também da principal cavidade de ressonância localizada nas fossas nasais.

Ao fazer o exercício bocca chiusa16 optávamos em fazer uma analogia desse

exercício com algo do cotidiano deles. Perguntávamos qual era o som que eles

faziam ao sentir o cheiro de uma comida gostosa. Eles logo respondiam com o som

onomatopáico: “Hummm” (informação verbal)17. Reproduzíamos esse som

explorando alturas diversas, de forma suave, procurando não forçar a região

laríngea. Esse é um recurso que auxilia os coralistas a promover “[...] uma mudança

natural da voz falada para a voz cantada” (DANIEL, 1996 apud HAUCK-SILVA,

2012, p. 116).

Antes da realização dos exercícios de articulação também executávamos a

vibração bilabial (besourinho), realizando glissandos18.

16

“([...] ‟boca fechada‟) Canto sem palavras e com a boca fechada” (BOCCA..., 1994, p. 116). 17

Informação fornecida pelos alunos do Curso Regente de Coral na EMUFRN, em Natal / RN em setembro de 2012.

18“É um ornamento [...] que consiste no deslizamento rápido entre duas notas reais” (MED, 1996, p. 327).

43

Articulação

A articulação vocal é o último pilar a ser trabalhado. “Os meios articuladores

da voz humana encontram-se, basicamente, na cabeça: dentes, língua, lábios”

(COELHO, 1999, p. 43). A voz “[...] lida com um elemento que nenhum instrumento

musical dispõe: o texto. [...] Este aspecto deve ser valorizado e posto a serviço da

expressão musical do coral.” (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2005, p. 37).

Para conseguirmos uma boa articulação é necessário a execução de

exercícios que ajudem a fortalecer a tonicidade muscular da face. Nesse sentido,

são utilizados exercícios com as diversas consoantes e com as vogais. Segundo

Dinville (2008, p. 48, grifos do autor) “[...] algumas destas letras facilitam o cuidado

extremo com o legato – que é uma sensação de continuidade, de encadeamento

das sonoridades. São as consoantes nasais (m, n, nh) e as consoantes sonoras.”19

Por perceber que boa parte dos alunos apresentava a dificuldade em manter o local

da ressonância durante a articulação, procurávamos utilizar esses fonemas na

elaboração e execução dos vocalises.

O trabalho de articulação com as vogais foi pensado para desenvolver a

percepção da vibração dos sons produzidos nas cavidades de ressonância. Nos

exercícios, utilizamos as seguintes vogais a, é, ê, i, ó, ô, u. (MARSOLA; BAÊ, 2001;

CHAN; CRUZ, 2001).

Esses são alguns dos principais vocalises realizados. Eles estão na

tonalidade de Dó maior e, durante a execução, eram modulados de meio em meio

tom ascendente, depois voltando na melodia descendente.

Figura 5 - Vocalise 1

Fonte: A autora (2016).

19

l, r, b, d, v, j, z, g (DINVILLE, 2008, p. 48).

44

Geralmente era o primeiro vocalise a ser executado. A consoante [m] junto

com as vogais possibilitava manter o local da ressonância. Além de contribuir para o

trabalho da articulação.

Figura 6 - Vocalise 2

Fonte: A autora (2016).

Esta é uma variação do exercício anterior, com a finalidade de ampliar o

trabalho de pronúncia das vogais e manter o equilíbrio da ressonância na articulação

dessas sílabas.

Figura 7 - Vocalise 3

Fonte: A autora (2016).

Segundo Hauck-Silva (2012) essa sequência ajuda os coralistas a sentirem o

trabalho do apoio. As consoantes devem ser bem articuladas e devemos ter o

cuidado com a descida melódica da frase para não baixar a afinação.

Figura 8 - Vocalise 4 Fonte: A autora (2016).

45

Buscávamos a homogeneidade da emissão e o ataque preciso das notas.

Amplia o espaço interno da boca também colaborando para a subida do local da

ressonância. As vogais [u] e [i] colaboram com tais sensações podendo também

realizar variações como acrescentar as consoantes nasais [n] e [m].

Vocalise 5

Cantávamos um trecho de uma frase do repertório emitindo uma nota e, aos

poucos, íamos modulando. Facilitava a percepção do apoio, promovia uma boa

articulação do texto, homogeneizava as vozes dos naipes e contribuía para a

colocação do som em alturas distintas (Atividade realizada com o cânone Mulher

Rendeira (NASCIMENTO, 2012) (ANEXO D) e com a canção Canarim do Mato

(DIAS, 2006) (ANEXO E)).

4.1.2 Segunda parte da aula

Leitura e discussão de textos a fim de fazer com que os alunos assimilassem

melhor e reforçassem a reflexão a respeito do corpo como um instrumento musical,

apresentando os seguintes temas:

A voz do regente como instrumento de trabalho;

Importância da Técnica vocal;

Relaxamento / Aquecimento / Postura corporal;

Respiração e Noção de apoio;

Ressonância;

Articulação;

Qualidades da voz;

Classificação vocal;

Higiene vocal;

Vocalises.

46

Discutíamos os textos sempre procurando manter o espírito colaborativo e

participativo da turma. Como ferramentas didáticas, utilizamos gravuras, recursos

auditivos, textos, etc.

As qualidades da voz debatidas foram: altura, intensidade, afinação e

abordamos as estratégias para alcançar uma sonoridade uniforme por meio da

compreensão e prática de vocalises que reforçassem os conceitos de extensão

vocal e uniformização de registros vocais tendo como base Dinville (2008), mas com

enfoque no contexto do Canto Coral.

A Higiene vocal tão importante para a preservação de uma boa saúde vocal

não poderia estar de fora dessa parte da aula. Desse modo, evidenciamos alguns

aspectos essenciais para a obtenção de uma boa Higiene vocal, dentre eles,

destacamos: evitar cantar se não estiver em boas condições de saúde (quadros de

gripe, crise alérgica...); usar roupas confortáveis ao cantar; manter o corpo bem

hidratado; evitar bebidas alcoólicas antes de cantar; fazer exercícios vocais; evitar

falar em momentos que antecedem uma apresentação.

4.2 Preparação para o Recital

Ano de 2012

Essa atividade não estava prevista para ocorrer (como podemos ver no Plano

de Curso). A Supervisão Pedagógica nos lançou o desafio em meados de outubro

de 2012 para tentar realizar um Recital. Nós, professores, aceitamos a proposta.

Achamos que seria uma oportunidade de colocar na prática todas as técnicas

aprendidas durante o Curso.

Muitas das canções que foram utilizadas nas aulas práticas, foram

aproveitadas para o Recital. Achamos por bem acrescentar, além dessas, outras

com o tema do Natal. Realizamos o Recital (RECITAL..., 2012)20 no dia 22 de

dezembro com a participação integral dos alunos. Produzindo, cantando, tocando e

regendo.

20

Trecho do Recital de encerramento da turma Regente de Coral PRONATEC / EMUFRN ocorrido no Auditório Onofre Lopes na EMUFRN. Neste trecho, a turma executa o cânone Mulher Rendeira (NASCIMENTO, 2012) (ANEXO D) e a canção Don’t worry, be happy de Bobby Mc Ferrin (MC FERRIN, 2012) (ANEXO F) com arranjo a três vozes. Feito pela turma da Licenciatura em Música de 2012 na disciplina Atividades Orientadas II – Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral.

47

Ano de 2013

Pela experiência que tivemos em 2012, elaboramos melhor o plano de Curso

(APÊNDICE C). Organizamos a distribuição dos conteúdos por unidades, inserimos

a preparação para o Recital e pudemos, ainda, acrescentar mais referências sobre o

assunto.

As aulas ocorreram nos dias:

Quadro 5 - Meses e dias das aulas ministradas em 2013

MESES DIAS

Maio 25

Julho 07,13, 20 e 27

Agosto 03, 10, 17, 24 e 31

Setembro 14, 21 e 28

Fonte: A autora (2016).

O cansaço dos alunos era visível, pois eles já vinham de atividades de outras

disciplinas. A aula de Técnica vocal que ocorria das 16h45min às 18h45min., era, de

certa forma, prejudicada. Nós não conseguíamos concluir as aulas no horário

previsto, isso dificultava um pouco a execução do cronograma das aulas. Mesmo

assim, mantivemos a mesma dinâmica de dividir a aula em duas partes.

No decorrer do Curso inserimos o tema: voz infantil e juvenil à pedido dos

alunos. Dessa forma, realizamos uma aula com atividades de Técnica vocal voltada,

especificamente, para esse público.

Preparação para o Recital

Em 2013 houve um número considerável de desistentes, um total de 16

alunos, o que trouxe dificuldades no processo de preparação para o Recital de

conclusão. Precisávamos da participação de todos os alunos de Regência para

cantar e servir de laboratório para os colegas regerem. Por causa do número

limitado de participantes e, pelo fato dos que permaneciam terem que sair mais

cedo, decidiu-se convidar a turma de Canto Popular PRONATEC / EMUFRN para

ensaiar as em conjunto as músicas para o Recital.

48

Os alunos de Canto Popular aceitaram a proposta e demos início aos ensaios

mas, enfrentamos alguns problemas como: a incompatibilidade de horários das

disciplinas para juntar as duas turmas e ensaiar; a dificuldade de se cantar com

divisão de vozes, as faltas dos alunos.

Seis músicas21 foram escolhidas para compor o repertório. Dessas, apenas

três: Mulher Rendeira (NASCIMENTO, 2012) (ANEXO D), Eu só quero um xodó

[Xodó] (DOMINGUINHOS; ANASTÁCIA, 2013) (ANEXO G) e Don’t worry be happy

(MC FERRIN, 2012) (ANEXO F) fizeram parte do Recital, ocorrido no dia 7 de

dezembro de 2013 na EMUFRN.

Ano de 2014: primeiro semestre

As aulas aconteceram nos dias:

Quadro 6 – Meses e dias das aulas ministradas no primeiro semestre de 2014

MESES DIAS

Março 03, 15, 22 e 29

Abril 05, 12 e 26

Maio 03, 10, 17, 24, 31

Fonte: A autora (2016).

Para a realização das aulas, tomamos como base a mesma estrutura do

plano de Curso do ano de 2013. No primeiro dia de aula, conhecemos os alunos,

apresentamos o plano de Curso e aplicamos o questionário (APÊNDICE A).

Após a aplicação do questionário e passada algumas aulas, um novo discente

entrou no Curso. Ao conhecê-lo, percebemos que apresentava algumas atitudes

diferentes. Após uma busca por informações sobre esse aluno, descobrimos que ele

tinha Necessidades Educacionais Especiais (NEEs). Dessa forma, procuramos não

21

Caçador de mim (Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão) (SÁ; MAGRÃO, p1981); Cio da Terra (Chico Buarque e Milton Nascimento) (BUARQUE; NASCIMENTO, 1977); Don’t worry be happy (Bobby Mc Ferrin) (MC FERRIN, 2012) (ANEXO F); Eu sei que vou te amar (Vinícius de Moraes e Tom Jobim) (MORAES, JOBIM, p1972); Mulher Rendeira (Alfredo Ricardo do Nascimento; arranjo: Edino Krieger; edição: Flávia Seabra) (NASCIMENTO, 2012) (ANEXO D); Eu só quero um Xodó [Xodó] (Dominguinhos e Anastácia; arranjo: Eduardo Feijó; edição: Flávia Seabra) (DOMINGUINHOS; ANASTÁCIA, 2013) (ANEXO G).

49

modificar o desenvolvimento da aula, porém fizemos algumas adaptações. Nas

atividades de criação coletiva, procurávamos conscientizar os demais alunos de

incluí-lo nessas práticas. Além de conscientizá-los que deveriam ter paciência para

entender o tempo de assimilação e participação desse aluno.

Preparação para o Recital

Por causa do tempo reduzido para aprimorar um repertório extenso,

priorizamos trabalhar uma música. Assim, associávamos os conhecimentos de

Linguagem e Estruturação Musical à Técnica vocal. No dia 26 de abril de 2014,

apresentamos essa proposta para a turma e a mesma aceitou. A canção escolhida

foi “Araruna” (ARARUNA, 2009, p. 18) (ANEXO A). A estrutura dessa música era

constituída por duas vozes. Desse modo, dividimos a turma em vozes agudas (para

cantar a primeira voz) e vozes médias e graves juntas executaram a segunda voz.

Fizemos uma breve contextualização. A partir daí, deixávamos reservado uma

prática de coro com essa canção, que era executada na segunda parte da aula. No

dia 17 de maio de 2014, fizemos uma atividade em que cada aluno de Regência

faria sua interpretação através dos recursos de dinâmica, colocação vocal,

sonoridade, etc. Enfim, utilizando os conhecimentos que dispunham até aquele

momento.

A apresentação ocorreu no dia 7 de junho de 2014 (BRASIL, 2014a) (ANEXO

B), na ocasião, 3 alunos regeram a Canção.

50

Foto 1 - Recital de Conclusão da turma Regente de Coral PRONATEC / Pólo Natal / RN - semestre 2014.1

Fonte: Ribeiro (2014a).

Ano de 2014: segundo semestre

As aulas ocorreram no turno matutino no período de agosto a novembro de

2014.

Quadro 7 - Meses e dias das aulas ministradas no segundo semestre de 2014

MESES DIAS

Julho 26

Agosto 02, 09,16, 23 e 30

Setembro 13, 20 e 27

Outubro 11, 18 e 25

Novembro 01, 15, 22 e 29

Fonte: A autora (2016).

A maioria dos alunos que fez parte do Curso no primeiro semestre, deu

continuidade ao segundo. Então, buscamos modificar algumas atividades para trazer

novidade aos discentes. No aquecimento corporal, utilizamos um fundo musical com

51

um andamento mais acelerado (samba, pop rock...) para realizar os movimentos.

Depois para relaxar, colocávamos uma música mais lenta.

Para treinar a articulação, além dos vocalises apropriados, também

utilizávamos recurso da linguagem falada como trava línguas. Imprimimos vários

deles e colocávamos numa sacola, o passo seguinte era que cada aluno escolhia

um bilhete e falava o trava línguas. Ao mesmo tempo que exercitávamos os

conteúdos inerentes à articulação, também proporcionávamos momentos lúdicos em

sala de aula, tornando assim o ambiente leve, agradável, alegre.

Preparação para o Recital

No primeiro semestre, havíamos apresentado uma música no Recital. No

segundo semestre, cada participante escolheu uma canção para apresentar no final

do ano. Assim, eles ficaram motivados a desenvolver suas práticas na Regência e

da Técnica vocal a partir das suas escolhas.

No decorrer das aulas, alguns alunos desistiram de se apresentar alegando

não estarem preparados. Essa falta de preparo não era em relação a música em si,

era mais por inibição de estar no palco em evidência. Infelizmente, não houve tempo

hábil para que essa questão (a timidez) fosse resolvida. Boa parte das canções

escolhidas estava relacionada ao contexto de atividade musical deles.

O Recital (BRASIL, 2014b) (ANEXO C) aconteceu no dia 28 de dezembro de

2014, às 17 horas na EMUFRN.

52

Foto 2 - Recital de Conclusão da turma Regente de Coral PRONATEC / Pólo Natal / RN – semestre 2014.2

Fonte: Ribeiro (2014b). Nota: Presença do Diretor da EMUFRN - professor Dr. Zilmar Rodrigues (sentado à esquerda) e da Coordenadora Geral do PRONATEC - professora MSc. Raquel Carmona.

53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração dessa monografia tratou de um tema, Técnica vocal aplicada ao

coro, que está ligado diretamente às experiências de vida e de trabalho da autora

deste trabalho. O trabalho descreve um relato de experiência ocorrido nas turmas de

Regente de Coral do PRONATEC, mais especificamente, na disciplina Técnica vocal

aplicada ao coro.

Durante o processo de ensino aprendizagem, procuramos abordar essa

temática trazendo possibilidades para aguçar a reflexão sobre sua importância e

aplicabilidade. A questão da Técnica vocal na formação do Regente de Coral

contribui ainda para ampliar as formas de perceber a formação de regentes e de

professores de Técnica vocal. O Canto em coro é uma prática que vem desde a

antiguidade e que não perdeu força ao longo da história. Ao contrário, veio pelos

séculos ganhando cada vez mais espaço e atraindo mais e mais adeptos. Por meio

dessa atividade, temos a possibilidade de utilizar um dos mais preciosos e delicados

instrumentos, a voz.

No período que abrangeu as três edições em que ministramos as aulas de

Técnica vocal, identificamos que boa parte dos alunos não fazia a mínima ideia

sobre o tema, muito menos a sua utilidade. Os poucos alunos que já possuíam

alguma experiência na área da Regência não encaravam o conhecimento vocal

como algo prioritário; muitas vezes, pela falta de conhecimento técnico da própria

voz e, também, por causa do pouco, ou quase nenhum, acesso à literatura sobre

esse assunto.

Um dos aspectos mais relevantes e, por isso mesmo, sempre abordado nas

aulas, foi a importância de perceber o corpo no processo fonatório. Nesse sentido,

as etapas iniciais da aula de Técnica vocal (Postura, Respiração, Ressonância e

Articulação) serviram para mediar esta percepção. A intenção era ativar a

sensibilidade sensorial e, assim, obter uma coordenação mais eficaz dos ajustes

musculares acionados durante a produção do Canto. Dessa forma, os quatro

pilares norteadores dessa prática foram parte integrante da rotina das aulas.

A Técnica vocal aplicada nesse contexto possibilitou não só o

desenvolvimento das habilidades vocais dos alunos, como também promoveu

mudanças em suas estruturas internas. Houve, sem dúvida, a ampliação dos

54

padrões de sensibilidade e de percepção de si e do outro. Por isso, a necessidade

da atuação de um profissional que, antes de mais nada, seja um educador musical.

Por meio das informações obtidas e das práticas de Técnica vocal realizadas

nas aulas, nos deparamos com dificuldades relacionadas à concepção do corpo

como instrumento musical. Nese sentido, procuramos enfatizar os princípios do

funcionamento do corpo no processo fonatório com base nos quatro pilares da

Técnica vocal.

Problemas relacionados à tensão muscular foram solucionamos a partir de

exercícios de relaxamento com movimentos circulares com os pés, tornozelos,

quadril, tronco, ombros e pescoço. Em busca da conscientização da postura ideal

para o Canto, exercitamos a distribuição equilbrada do peso do corpo sobre os pés;

como podemos observar na Foto 1 (RIBEIRO, 2014a) e Foto 2 (RIBEIRO, 2014b).

Em relação ao segundo pilar, que é a Respiração, detectamos um erro recorrente: o

movimento respiratório realizado pela elevação e abaixamento do peito. Movimento

que impossibilitava o controle da coluna de ar ao cantar, porque contraia o tronco e

deixava a respiração ruidosa e insuficiente. Essa dificuldade foi resolvida com

exercícios de sustentação do ar nas consoantes [s], [x] e [f] por meio do controle da

musculatura intercostal e abdominal (noção de apoio).

A concepção de projeção da voz para eles era executada de forma

equivocada, usavam a garganta como ponto de apoio para tal finalidade. Para tornar

perceptivel a localização dos ressonadores que apliam a voz e a projetam,

efetuamos diversos exercícios utilizando bocca chiusa e consoantes nasais (m, n e

nh). O resultado proporcionou aos coralistas mais conforto vocal na execução dos

vocalises e das canções. Aprimorando a percepção dos ressonadores, exercitamos

a emissão de consoantes e vogais intermediada por inúmeros vocalises e também

pela leitura dos textos contidos nas composições. Essa prática reverteu-se na

aquisição de uma boa articulação na execução do repertório proposto.

Diante das dificuldades, foi possível fazê-los perceber, refletir e solucionar

problemas e, assim, conscientizá-los sobre a importância e aplicabilidade da Técnica

vocal no coro. Muitos dos alunos, ao ingressarem no Curso, possuíam pouca ou

nenhuma experiência sobre Técnica vocal. Durante o percurso da aprendizagem

percebiam o progresso do aprendizado tanto nas aulas como nos ensaios e, nos

Recitais, comprovavam a eficácia dessa atividade pelo resultado adquirido. Observá-

55

los e orientá-los nesse processo de descobertas foi fundamental para que

chegássemos aos Recitais com repertórios bem executados. Assim, pudemos

comprovar que o desempenho deles foi muito positivo.

O principal objetivo da Técnica vocal é que ela aconteça num processo de

ensino aprendizagem no qual o educador encontre possibilidades para sua

aplicação, seja no momento da preparação vocal ou do aquecimento vocal.

Entendemos que a preparação vocal requer um tempo maior e costuma ser aplicada

no primeiro momento do ensaio, antes da passagem do repertório. Já o aquecimento

vocal seria a etapa que antecede uma apresentação ou quando se tem pouco tempo

de ensaio; consiste simplesmente na execução de exercícios respiratórios e vocais

para oferecer flexibilidade aos músculos antes de cantar.

Muitos regentes são favoráveis a uma prática de Técnica vocal eficaz para

obter um bom aproveitamento do coro e apoiam a necessidade de se ter um

preparador vocal ou professor de Técnica vocal para assumir esse trabalho. No

entanto, ainda é bem reduzido o número de profissionais da área específica de

Técnica vocal e Canto atuando nos coros, o que leva ao próprio regente a se

encarregar dessa função.

A partir da parceria da EMUFRN com o PRONATEC Bolsa-Formação, foi

possível a concretização de oferta de cursos de qualificação profissional em Música,

não só na capital como também no interior do Estado. O curso Regente de Coral fez

parte da Portaria nº 899, de 20 de setembro de 2013 (BRASIL, 2013b) que aprovou

o Guia PRONATEC de Cursos de FIC integrando-se ao eixo técnológico Produção

Cultural e Design com o objetivo de que os participantes pudessem reger, ensaiar,

dirigir artisticamente grupos vocais de diferentes naturezas e formações, assim

como, obter as noções do funcionamento do aparelho vocal e sua importância e

utilização num coro.

Esperamos que esse trabalho venha contribuir para ampliar os

conhecimentos de estudantes, regentes, coralistas profissionais e/ou amadores,

professores de Canto e de Técnica vocal.

56

REFERÊNCIAS

ARARUNA. In: DRUMMOND, Elvira. Cantigas do nosso povo: para coro a duas vozes. Fortaleza, CE: LMiranda Publicações, 2009. p. 18. (Coleção coro infantil, n. 2). BASTOS, Fernando de Souza. Manual de procedimentos para o PRONATEC Campus UFV – Florestal. Viçosa, MG, 2014. Disponível em:<http://www.cedaf. ufv.br/pronatec/anexos/pagina/arquivos/2431229.pdf>. Acesso em: 2 maio 2016. BEHLAU, Mara; REHDER, Maria Inês. Higiene vocal para o canto coral. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, c2009. BOCCA CHIUSA. In: SADIE, Stanley (Ed.). Dicionário Grove de música: edição concisa. Tradução: Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p. 116. BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011. Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); altera as Leis no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, que regula o Programa do Seguro Desemprego, o Abono Salarial e institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), no 8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social e institui Plano de Custeio, no 10.260, de 12 de julho de 2001, que dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, e no 11.129, de 30 de junho de 2005, que institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, ano 148, n. 207, 27 out. 2011. Seção 1, p. 1. Disponível em:<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina= 1&data=27/10/2011>. Acesso em: 1 maio 2016. ______. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Conselho Deliberativo. Resolução nº 23, de 28 de junho de 2012. Estabelece orientações, critérios e procedimentos para a transferência de recursos financeiros ao Distrito Federal e aos Estados, por intermédio dos órgãos gestores da educação profissional e tecnológica, visando à oferta de Bolsa-Formação no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), bem como para a execução e a prestação de contas desses recursos, a partir de 2012. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 29 jun. 2012a. Seção 1, p. 22-25. Disponível em: <http://pesquisa.in. gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data= 29/06/2012&jornal=1&pagina= 22&totalArquivos=192>. Acesso em: 1 maio 2016. ______. Resolução nº 4, de 16 de março de 2012. Altera a Resolução CD / FNDE nº 62, de 11 de novembro de 2011. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 19 mar. 2012b. Seção 1, p. 20-23. Disponível em:<http://pesquisa.in.gov.br/ imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=19/03/2012&jornal=1&pagina=20&totalArquivos=128>. Acesso em: 1 maio 2016.

57

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 168, de 7 de março de 2013. Dispõe sobre a oferta da Bolsa-Formação no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - Pronatec, de que trata a Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 8 mar. 2013a. Seção 1, p. 12-16. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=08/03/2013&jornal= 1&pagina=12&totalArquivos=304>. Acesso em: 1 maio 2016. ______. Portaria nº 899, de 20 de setembro de 2013. Aprova a terceira edição do Guia Pronatec de Cursos de Formação Inicial e Continuada - FIC. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 set. 2013b. Seção 1, p. 650-655. Disponível em:<http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data= 23/09/2013&jornal=1&pagina=650&totalArquivos=752>. Acesso em: 1 maio 2016. ______. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Escola de Música. Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Recital do alunos de Regente de Coral. Natal, RN, 2014a. 1 folder. Professora de Regência Coral: Flávia Seabra. Professora de Técnica vocal: Thaise Matias. PRONATEC – Pólo Natal / RN. ______. Ministério da Cultura. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Escola de Música. Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Recital de encerramento Curso de Regência de Coral – Pólo de Natal. Natal, RN, 2014b. 1 folder. Regente: Erickinson Bezerra de Lima. Professoras: Thaise Cristina Marcelino Matias e Flávia Seabra. BRETANHA, Célia. Técnica vocal. In: MATHIAS, Nelson. Coral: um canto apaixonante. Brasília: Musimed, 1986. p. 36-64. (Série Musicologia, 9). BUARQUE, Chico; NASCIMENTO, Milton. O cio da terra. Intérpretes: Chico Buarque e Milton Nascimento. In: ______. Milton & Chico. Rio de Janeiro: Phillips, 1977. 1 disco sonoro compacto. Lado B, faixa 1. CASSIOLATO, Maria Martha M. C; GARCIA, Ronaldo Coutinho. Texto para discussão: PRONATEC: múltiplos arranjos e ações para ampliar o acesso à educação profissional. Rio de Janeiro: IPEA, 2014. Disponível em: <http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/2406/1/TD_1919.pdf> Acesso em: 2 maio 2016. CHAN, Thelma; CRUZ, Thelmo. Divertimentos de corpo e voz: exercícios musicais. São Paulo: Ed. do autor, 2001. Disponível em: <http://thelmachan.com.br/ lojinha/product_downloads/k/divertimentos_de_corpo_e_voz_thelma_chan_2___30326.pdf>. Acesso em: 5 maio 2016. COELHO, Helena de Souza Nunes Wöhl. Técnica vocal para coros. 4. ed. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1999. (Estudos Musicais, 2). CORAL. In: SADIE, Stanley (Ed.). Dicionário Grove de música: edição concisa. Tradução: Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p. 221.

58

CORO. In: SADIE, Stanley (Ed.). Dicionário Grove de música: edição concisa. Tradução: Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p. 225. DIAS, Wilson (Adapt.). Canarim do mato. Intérprete: Déa Trancoso. In: TRANCOSO, Déa. Tum Tum Tum. [Belo Horizonte, MG: Biscoito Fino], 2006. 1 CD. Faixa 10. Canção de domínio público. DIAS, Leila Miralva Martins. Interações pedagógico-musicais da prática coral. Revista da ABEM, Londrina, v. 20, n. 27, p. 131-140, jan.-jun. 2012. Disponível em: <http://abemeducacaomusical.com.br/revista_abem/ed27/ed27_pdfs/ revista27_ artigo11.pdf> Acesso em: 22 abr. 2016. DINVILLE, Claire. A técnica da voz cantada. Tradução: Marjorie B. Courvoisier. 2. ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 2008. DOMINGUINHOS; Anastácia. Xodó. Arranjo: Eduardo Feijó. Edição: Flávia Seabra. [Natal, RN], 2013. 1 partitura. Canto. FIGUEIREDO, Carlos Alberto. Reflexões sobre aspectos da prática coral. In: LAKSCHEVITZ, Eduardo (Org.). Ensaios: olhares sobre a música coral brasileira. 2. ed. [Rio de Janeiro]: FUNARTE, 2006. p. 3-28. Disponível em:<http://www.funarte. gov.br/projetocoral/?p=203> Acesso em: 22 abr. 2016. HAUCK-SILVA, Caiti. Preparação vocal em coros comunitários: estratégias pedagógicas para construção vocal no Comunicantus: Laboratório Coral do Departamento de Música da ECA - USP. 2012. 179 f. Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-07032013-143458/pt-br.php>. Acesso em: 3 maio 2016. JARABA, Miguel Angel. Teoría y práctica del canto coral. Madrid: Istmo, c1989. (Colección Fundamentos, 102). KAPLAN, Abraham. Choral conducting. New York: W. W. Norton, c1985. MARSOLA, Mônica; BAÊ, Tutti. Canto: uma expressão: princípios básicos de técnica vocal. São Paulo: Irmãos Vitale, 2001. MARTINEZ, Emanuel. Regência coral: princípios básicos. Curitiba: Dom Bosco, 2000. MC FERRIN, Bobby. Don’t worry be happy. Arranjo: Grupos 1 e 3. Edição: André Santos. Natal, RN, 2012. 1 partitura. Canto. MED, Bohumil. Teoria da música. 4. ed. Brasília: Musimed, 1996. (Musicologia, n. 17). MYER, Billi. Vocal basics: der weg vom Sprechen zum Singer. 2. ed. Brühl, DE: AMA verlag Gmbh, 1997.

59

MORAES, Vinícius de; JOBIM, Tom. Eu sei que vou te amar. Intérprete: Maria Creuza. In: CREUZA, Maria. Eu sei que vou te amar... São Paulo: Fermata, p1972. 1 disco sonoro. Lado B, faixa 1. NASCIMENTO, Alfredo Ricardo do. Mulher rendeira: folclore nordestino – Cânone. Arranjo: Edino Krieger. Edição: Flávia Seabra. [Natal, RN], 2012. 1 partitura. Canto. OLIVEIRA, Marilena de; OLIVEIRA, José Zula de. O regente: regendo o quê? São Paulo: Lábaron, 2005. RECITAL Pronatec: cânone – Olê mulher rendeira. Regente de Coral: Ane Priscila. Natal, RN, 2012. 1 vídeo. Trecho do Recital de encerramento da turma Regente de Coral PRONATEC / EMUFRN ocorrido no Auditório Onofre Lopes na EMUFRN. Nele, a turma executa o cânone Mulher Rendeira, arranjo de Edino Krieger e a canção Don’t Worry, be happy de Bobby Mc Ferrin com arranjo a três vozes. Feito pela turma da Licenciatura em Música de 2012 na disciplina Atividades Orientadas II – Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral. Disponível em:<https://www. youtube.com/watch?v= Wml5lyxcScA>. Acesso em: 24 maio 2016. RIBEIRO, Elizabeth Sachi Kanzaki. [Recital de Conclusão da turma Regente de Coral PRONATEC / Pólo Natal / RN - semestre 2014.1]. Natal, RN, 2014a. 1 fotografia, color. ______. [Recital de Conclusão da turma Regente de Coral PRONATEC / Pólo Natal / RN – semestre 2014.2]. Natal, RN, 2014b. 1 fotografia, color. SÁ, Luiz Carlos; MAGRÃO, Sérgio. Caçador de mim. Intérprete: Milton Nascimento. In: NASCIMENTO, Milton. Caçador de mim. Rio de Janeiro: Ariola, p1981. 1 disco sonoro. Lado dois, faixa 1. SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO (São Paulo, SP). Canto, canção, cantoria: como montar um coral infantil. São Paulo, 1997. SILVA, Eduardo Luiz; FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. Prática coral: um panorama das publicações de anais de encontros e congressos da ABEM e ANPPOM dos últimos dez anos (2003-2013). In: CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 22., 2015, Natal, RN. Anais eletrônicos... Natal, RN: EMUFRN, 2015. Não paginado. Disponível em: < http://abemeducacaomusical.com.br/conferencias/index.php/xxiicongresso/xxiicongresso/paper/viewFile/1092/508> Acesso em: 17 maio 2016. SPECHT, Ana Cláudia. O ensino do canto segundo uma abordagem construtivista: Investigação com professoras de educação infantil. 2007.173 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em:<http://www.lume. ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13093/000639076.pdf?sequence=1>. Acesso em: 24 abr. 2016.

60

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Escola de Música. Pronatec Bolsa-Formação. Projeto Político-Pedagogico. Natal, RN, 2012. Projeto direcionado aos Cursos de Formação Inicial e Continuada. Documento não publicado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Escola de Música. PRONATEC – EMUFRN: manual de orientações – professor. Natal, RN, 2014. Documento não publicado. VIANA, Alexandre Bezerra. Planilha das estatísticas finais do Pronatec. Natal, RN, 2015. Documento não publicado elaborado pelo Supervisor Acadêmico mediante informações colhidas no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec). ZANDER, Oscar. Regência coral. 3. ed. Porto Alegre: Movimento, 1987. (Coleção Luís Cosme, v. 11).

61

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DO ALUNO

PRONATEC 2013

1) Nome:

2) Idade:

3) Conte-me sobre sua experiência de vida (Onde mora, se estuda,

trabalha...).

4) Conte-me sobre suas experiências musicais.

5) Que tipo de repertório musical você gosta de ouvir / cantar?

6) Quais músicas você acha que ficariam interessantes de serem trabalhadas

dentro da atividade coral?

7) O que você entende por Técnica vocal?

8) Quais as suas expectativas quanto ao curso Regente de Coral?

62

APÊNDICE B – PLANO DE CURSO 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA ESCOLA DE MÚSICA PRONATEC – 2012

REGENTE DE CORAL

PLANO DE CURSO

Disciplina: TÉCNICA VOCAL

Professora: THAISE CRISTINA M. MATIAS

Ementa: O conhecimento do aparelho vocal; seu funcionamento e suas

possibilidades. Aplicação da Técnica vocal ao repertório coral. Conscientização do

regente sobre o uso da voz como instrumento musical.

Objetivos:

Abordar a Técnica vocal a partir das noções básicas sobre Anatomia e

Fisiologia até sua aplicação na prática do Canto Coral.

Promover o autoconhecimento e a sensibilização através da Técnica vocal,

permitindo o máximo de aproveitamento da voz no repertório coral.

Estimular a assimilação e a reflexão das várias experiências vividas durante

o Curso, a fim de que elas possam servir como subsídio para uma melhor

compreensão do corpo como instrumento musical.

Conteúdo:

Importância da Técnica vocal

Instrumento vocal: descrição e funcionamento

Trabalho com o corpo (Relaxamento / Aquecimento / Postura)

Respiração e Noção de apoio

63

Articulação

Qualidades da voz

Classificação vocal

Higiene vocal

Vocalises

Metodologia de Ensino:

Aulas expositivas e dialogadas;

Atividades de criação e adaptação vocalises para solução de problemas

específicos que irão surgir durante o Curso;

Exercícios práticos e de apreciação musical.

Materiais Utilizados:

Quadro;

Piano ou teclado;

Cartazes;

Textos explicativos;

Data Show;

Notebook;

Recursos de áudio;

Internet.

Avaliação - Aspectos a serem avaliados:

Presença;

Participação;

Desenvolvimento Pessoal;

Desenvolvimento Coletivo.

REFERÊNCIAS

BEHLAU, Mara; REHDER, Maria Inês. Higiene vocal para o canto coral. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, c2009.

64

COELHO, Helena de Souza Nunes Wöhl. Técnica vocal para coros. 4. ed. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1999. (Estudos Musicais, 2). DINVILLE, Claire. A técnica da voz cantada. Tradução: Marjorie B. Courvoisier. 2. ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 2008. MARSOLA, Mônica; BAÊ, Tutti. Canto: uma expressão: princípios básicos de técnica vocal. São Paulo: Irmãos Vitale, 2001. MATHIAS, Nelson. Coral: um canto apaixonante. Brasília, Musimed, 1986. (Musicologia, 9). OITICICA, Vanda. O bê-a-bá da técnica vocal. Brasília: Musimed, 1992. SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO (São Paulo, SP). Canto, canção, cantoria: como montar um coral infantil. São Paulo, 1997. SOUZA, Jusamara (Org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto Alegre: Sulina, 2008. (Coleção Músicas). VILLELA, Eliphas Chinellato. Fisiologia da voz: para uso das escolas de canto orfeônico e conservatórios no curso de canto. [São Paulo: s.n.], 1961. ZANDER, Oscar. Regência coral. 3. ed. Porto Alegre: Movimento, 1987. (Coleção Luís Cosme, v. 11).

65

APÊNDICE C – PLANO DE CURSO 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA

ESCOLA DE MÚSICA

PLANO DE CURSO PRONATEC 2013

INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

TURMA ANO

Mista Alunos a partir do

Ensino Médio

DISCIPLINA CARGA HORÁRIA

TOTAL PERÍODO

Técnica Vocal 30h 25/05/2013 à 14/09/2013

PROFESSORA DA DISCIPLINA

Thaise Cristina Marcelino Matias

CURSO

Regente de Coral

PROFESSOR ORIENTADOR

André Luiz Muniz de Oliveira

EMENTA

O conhecimento do aparelho vocal; seu funcionamento e suas

possibilidades principalmente na prática de repertório coral. Conscientização

sobre o uso da voz como instrumento musical.

OBJETIVO(S)

Abordar a Técnica vocal a partir das noções básicas sobre Anatomia e

Fisiologia até sua aplicação na prática do Canto Coral.

Promover o autoconhecimento e a sensibilização através da Técnica

vocal, permitindo o máximo de aproveitamento da voz no repertório coral.

66

Estimular a assimilação e a reflexão das várias experiências vividas

durante o Curso, a fim de que elas possam servir como subsídio para uma melhor

compreensão do corpo como instrumento musical.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1 Unidade;

1.1 Importância da Técnica vocal

1.2 Instrumento vocal: descrição e funcionamento

2 Unidade;

2.1 Trabalho com o corpo (Relaxamento / Aquecimento / Postura)

2.2 Respiração e Noção de Apoio

2.3 Articulação

2.4 Aparelho Ressonador

3 Unidade;

3.1 Qualidades da voz no Canto Coral

3.2 Classificação vocal

3.3 Higiene vocal

3.4 Vocalises

4 Unidade;

4.1 Preparação para o Recital de encerramento do Curso

METODOLOGIA / ATIVIDADES DIDÁTICAS

Aulas expositivas e dialogadas;

Atividades de criação e adaptação de vocalises para solução de

dificuldades específicas que irão surgir durante o Curso;

Exercícios práticos e de apreciação musical;

Ensaios.

67

ESTRUTURA(S) DE APOIO / RECURSOS DIDÁTICOS

Quadro branco;

Piano ou teclado;

Cartazes;

Textos explicativos;

Data Show;

Notebook;

Recursos de áudio;

Internet.

REFERÊNCIAS

ACUÑA QUINTEIRO, Eudosia. Estética da voz: uma voz para o ator. 5. ed. São Paulo: Plexus, 2007. APPELMAN, Dudley Ralph. The science of vocal pedagogy: theory and application. Bloomington, CA: Indiana University Press, c1967. BEHLAU, Mara; REHDER, Maria Inês. Higiene vocal para o canto coral. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, c2009. COELHO, Helena de Souza Nunes Wöhl. Técnica vocal para coros. 4. ed. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1999. (Estudos Musicais, 2). DINVILLE, Claire. A técnica da voz cantada. Tradução: Marjorie B. Courvoisier. 2. ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 2008. HENTSCHKE, Liane; DEL BEN, Luciana (Org.). Ensino de música: propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003. MARSOLA, Mônica; BAÊ, Tutti. Canto: uma expressão: princípios básicos de técnica vocal. São Paulo: Irmãos Vitale, 2001. MATHIAS, Nelson. Coral: um canto apaixonante. Brasília, Musimed, 1986. (Musicologia, 9). NACHMANOVITCH, Stephen. Ser criativo: o poder da improvisação na vida e na arte. 3. ed. São Paulo: Summus, 1993. OITICICA, Vanda. O bê-a-bá da técnica vocal. Brasília: Musimed, 1992. PAPAROTTI, Cyrene; LEAL, Valéria. Cantonário: guia prático para o canto. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia; Musimed, 2011.

68

SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. Tradução de Marisa Trench de O. Fonterrada, Magda R. Gomes da Silva, Maria Lúcia Pascoal. São Paulo: UNESP, 1991. SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO (São Paulo, SP). Canto, canção, cantoria: como montar um coral infantil. São Paulo, 1997. SOUZA, Jusamara (Org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto Alegre: Sulina, 2008. (Coleção Músicas). VILLELA, Eliphas Chinellato. Fisiologia da voz: para uso das escolas de canto orfeônico e conservatórios no curso de canto. [São Paulo: s.n.], 1961. ZANDER, Oscar. Regência coral. 3. ed. Porto Alegre: Movimento, 1987. (Coleção Luís Cosme, v. 11).

69

ANEXO A – PARTITURA DA MÚSICA ARARUNA

Fonte: ARARUNA (2009, p. 18).

70

ANEXO B – PROGRAMA DO RECITAL DE CONCLUSÃO - TURMA 2014.1

71

ANEXO B – PROGRAMA DO RECITAL DE CONCLUSÃO - TURMA 2014.1 (cont.)

Fonte: Brasil (2014a)

22.

22

Documento não paginado.

72

ANEXO C – PROGRAMA DO RECITAL DE CONCLUSÃO - TURMA 2014.2

73

ANEXO C – PROGRAMA DO RECITAL DE CONCLUSÃO - TURMA 2014.2 (cont.)

Fonte: Brasil (2014b)23

.

23

Documento não paginado.

74

ANEXO D – PARTITURA DA MÚSICA MULHER RENDEIRA

75

ANEXO D – PARTITURA DA MÚSICA MULHER RENDEIRA (cont.)

76

ANEXO D – PARTITURA DA MÚSICA MULHER RENDEIRA (cont.)

77

ANEXO D – PARTITURA DA MÚSICA MULHER RENDEIRA (cont.)

Fonte: [Nascimento] (2012, p. 1-4).

78

ANEXO E - CANÇÃO CANARIM DO MATO

Adaptado por: Wilson Dias Intérprete: Déa Trancoso

Xô Xô canarim do mato Xô Xô canarim meu bem Todo mundo tá chegando

Só meu amor que não vem (2 x)

Eu passei na sua casa Seu cachorro me mordeu

Você disse coitadinha Quem sentiu a dor fui eu

Xôxô...

Eu subi nim pé de lima Chupei lima sem querer

Me abracei com o pé de lima Pensando que era você

Xôxô...

Em cima daquele morro

Tem dois pilãozinhos de vidro Um bate outro responde

Meu benzinho tá mal comigo

Xôxô...

Vou me embora, moro longe Tenho mata que passar Faço dos olhos candeia Pra topada eu não dar

Xôxô...

Fonte: Dias (2006).

79

ANEXO F – PARTITURA DA MÚSICA DON’T WORRY BE HAPPY

80

ANEXO F – PARTITURA DA MÚSICA DON’T WORRY BE HAPPY (cont.)

81

ANEXO F – PARTITURA DA MÚSICA DON’T WORRY BE HAPPY (cont.)

Fonte: Mc Ferrin (2012, p. 1-3).

82

ANEXO G – PARTITURA DA MÚSICA XODÓ

83

ANEXO G – PARTITURA DA MÚSICA XODÓ (cont.)

Fonte: Dominguinhos; Anastácia (2013, p. 1-2).

Esta versão foi revisada e aprovada pelo(a) orientador(a), sendo aceite, pela

Coordenação de Graduação em Música, como versão final válida para depósito

no Repositório de Monografias da UFRN.

Valéria Lazaro de Carvalho

Coordenadora dos Cursos de Graduação