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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA A INTERIORIZAÇÃO E A UNIVERSIDADE: um estudo sobre a formação musical de estudantes através do PRONATEC da EMUFRN na cidade de Florânia/RN, nas disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical e Percepção Musical, no semestre 2015.1. NATAL-RN 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA

A INTERIORIZAÇÃO E A UNIVERSIDADE: um estudo sobre a formação musical

de estudantes através do PRONATEC da EMUFRN na cidade de Florânia/RN, nas

disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical e Percepção Musical, no semestre

2015.1.

NATAL-RN

2015

FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA

A INTERIORIZAÇÃO E A UNIVERSIDADE: um estudo sobre a formação musical

de estudantes através do PRONATEC da EMUFRN na cidade de Florânia/RN, nas

disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical e Percepção Musical, no semestre

2015.1.

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura da

Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título

de Licenciado em Música.

Orientadora: Dra. Maria Clara de Almeida Gonzaga

NATAL-RN

2015

FICHA CATALOGRÁFICA

Catalogação da Publicação na Fonte

Biblioteca Setorial da Escola de Música

S474i Sena, Francisco Canindé de Medeiros.

A interiorização e a universidade: um estudo sobre a formação

musical de estudantes através do PRONATEC da EMUFRN na

cidade de Florânia/RN, nas disciplinas de Linguagem e

Estruturação Musical e Percepção Musical, no semestre 2015.1 /

Francisco Canindé de Medeiros Sena. – Natal, RN, 2015.

52 f.

Orientadora: Maria Clara de Almeida Gonzaga.

Monografia (graduação) – Escola de Música, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, 2015.

1. Música – Instrução e estudo – Monografia. 2. Ensino

profissional – Monografia. 3. Formação profissional – Monografia.

I. PRONATEC. II. EMUFRN. III. Gonzaga, Maria Clara de

Almeida. IV. Título.

RN/BS/EMUFRN CDU 78:37

FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA

A INTERIORIZAÇÃO E A UNIVERSIDADE: um estudo sobre a formação musical

de estudantes através do PRONATEC da EMUFRN na cidade de Florânia/RN, nas

disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical e Percepção Musical, no semestre

2015.1.

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura da

Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título

de Licenciado em Música.

Aprovada em ______ de _________________ de __________.

BANCA EXAMINADORA:

Dra. Maria Clara de Almeida Gonzaga

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

__________________________________

Dr. Danilo César Guanais

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

__________________________________

Dr. Alexandre Bezerra Viana

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

__________________________________

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida e misericórdia para

comigo;

A minha orientadora, Dra. Maria Clara de

Almeida Gonzaga.

Aos meus queridos professores, que também

me orientaram durante o curso até aqui;

Aos meus amados pais e irmãos por tudo;

A minha esposa e princesa Rafaella Sena, por

sempre estar comigo em todas as horas e

desafios da minha vida;

A todos os meus queridos alunos e ex-alunos

de Música;

E, por fim, a você que lê este singelo trabalho.

RESUMO

Este trabalho procurou investigar e relatar o processo e repercussão da

interiorização e formação musical profissional de estudantes de música por meio do

PRONATEC da EMUFRN, mais precisamente do Curso Técnico em Instrumento

Musical, na cidade de Florânia/RN. Para tal, descrevemos aqui nossa experiência

docente nas disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical e Percepção Musical.

Palavras-chave: Educação Musical; Interiorização do ensino de Música; Universidade;

PRONATEC; Bandas Filarmônicas; Linguagem e Estruturação Musical; Percepção

Musical.

ABSTRACT

This study sought to investigate and report on the process and impact of

internalization and professional musical training through music students PRONATEC

of EMUFRN, specifically the Technical Course in Musical Instrument in the city of

Florânia/RN. We described here our teaching experience in the subjects of Language

and Musical Structure and Musical Perception.

Keyword: Musical Education; Internalization of Music education; University;

PRONATEC; Philharmonic Bands; Musical Language and Structuring; Musical

Perception.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADRO 01 Fonte: SIGAA-UFRN. Em 09/11/2015................................ 20

QUADRO 02 Momentos de aula............................................................. 22

QUADRO 03 Aula 02........................................................................... 22

QUADRO 04 Parte da aula.................................................................... 23

QUADRO 05 Aula 03........................................................................... 24

QUADRO 06 Aula 04........................................................................... 25

QUADRO 07 Aula 05............................................................................. 26

QUADRO 08 Aula 06........................................................................... 26

QUADRO 09 Aula 07........................................................................... 27

QUADRO 10 Aula 08........................................................................... 27

QUADRO 11 Aula 09............................................................................... 27

QUADRO 12 Aula 10........................................................................... 28

QUADRO 13 Equipe PRONATEC.......................................................... 29

QUADRO 14 TCLE............................................................................ 33

QUADRO 15 Questionários........................................................................ 37

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO - ................................................................................................................

10

CAPÍTULO 1 - A IMPLANTAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM

INSTRUMENTO MUSICAL NA CIDADE DE FLORÂNIA/RN

13

1.1 - A RELAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM INSTRUMENTO

MUSICAL COM AS BANDAS FILARMÔNICAS DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO NORTE

14

1.2 - A INTERIORIZAÇÃO E REPERCUSSÕES DO CURSO TÉCNICO

EM INSTRUMENTO MUSICAL NA CIDADE DE FLORÂNIA/RN

16

1.3 - A NOVA ROTINA DE ESTUDOS DOS ALUNOS NO PRONATEC

- FLORÂNIA/RN E A RELAÇÃO COM AS ATIVIDADES DA

BANDA FILARMÔNICA DA JUVENTUDE DE FLORÂNIA/RN

17

CAPÍTULO 2 - ESTRUTURA DO CURSO TÉCNICO EM INTRUMENTO

MUSICAL DO PRONATEC DA EMUFRN

18

2.1 - AS DISCIPLINAS DE LINGUAGEM E ESTRUTURAÇÃO

MUSICAL/PERCEPÇÃO NO SEMESTRE 2015.1 E AS

METODOLOGIAS UTILIZADAS

21

2.2 - ATIVIDADES EXTRACLASSES NO SEMESTRE 2015.1:

RECITAIS, EQUIPE PRONATEC-EMUFRN EM FLORÂNIA/RN

E OUTROS EVENTOS REALIZADOS

28

CAPÍTULO 3 - ENTREVISTA COM DOIS REPRESENTANTES DOS

ALUNOS NO CURSO TÉCNICO EM INSTRUMENTO

MUSICAL DO PRONATEC DA EMUFRN EM

FLORÂNIA/RN, NO SEMESTRE 2015.1

31

CAPÍTULO 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................

38

REFERÊNCIAS - ..............................................................................................................

40

ANEXO A - MODELO DE PROGRAMA DE RECITAL......................................

45

APÊNDICE A - 02 QUESTIONÁRIOS SOBRE O CURSO TÉCNICO EM

INSTRUMENTO MUSICAL DO PRONATEC DA EMUFRN

46

APÊNDICE B - MODELO DE PLANO DE AULA....................................................

48

APÊNDICE C - MODELO DE AVALIAÇÃO........................................................... 50

10

INTRODUÇÃO

Este trabalho pretende estudar o impacto do Curso Técnico em Instrumento

Musical, do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

(PRONATEC), da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte –

(EMUFRN), em andamento na cidade de Florânia/RN, interior do estado do Rio Grande

do Norte (RN), observando suas contribuições no tocante à interiorização da

universidade, à formação musical e ao ensino de Música.

O que nos motivou para esta pesquisa foi o nosso envolvimento direto enquanto

professor de Música no PRONATEC da EMUFRN desde sua implantação no RN, no

ano 2012, na cidade de Cruzeta/RN, primeiro polo de curso técnico do PRONATEC da

EMUFRN no interior, através da Lei 12.513/2011.

Nos anos 2012-13 começamos por lecionar as disciplinas de Linguagem e

Estruturação Musical e Percepção Musical no semestre 2012.1, depois Trompete,

através das disciplinas Instrumento II (2012.2); III (2013.1) e; IV (2013.2), ambas em

Cruzeta/RN.

No ano 2014, atuamos como professor de Linguagem e Estruturação Musical e

Percepção Musical nas cidades de Florânia/RN (2014.1) e Santana do Matos/RN

(2014.2), na modalidade Formação Inicial e Continuada - FIC.

No ano 2015, novamente em Florânia/RN, ministramos as disciplinas de

Linguagem e Estruturação Musical, Percepção Musical, História da Música Ocidental e

MPB, ambas no Curso Técnico em Instrumento Musical do PRONATEC da EMUFRN.

Para realizar este trabalho foi necessário conhecer o processo até a implantação

do Curso Técnico em Instrumento Musical na cidade de Florânia/RN. Partimos da

investigação de documentos oficiais e trabalhos científicos que falam de alguma

maneira a respeito do PRONATEC, tais como: Brasil (2013), Emufrn (2015),

Figueiredo (2010), Lima (2012), Pronatec (2015), Sigaa (2015) e Uftm (2014).

Nossa pesquisa também investigou sobre Políticas Públicas e Cultura, com:

Botelho (2001), Frey (2009) e Mascarenhas (2008). Ademais, pesquisamos na área de

Educação e Ensino por meio dos autores: Alves (2004), Bianconi (2005), Mizukami

(1986), Moran (2000), Paiva (2004), Paiva (2015) e Wille (2014).

Já em relação ao ensino de Música e formação social, utilizamo-nos dos autores:

Colle (2005), Constantino (2001), Ferro (2012), Koellreutter (1997), Lane (2006), Lima

(2006), Savoia (1989) e Urnau (2008).

11

Sobre o ensino de teoria e didática musical, nos referenciamos com Bona (2009),

Willems (1999), Med (1986), Med (1996), Pozzoli (2003), Prince (1993), Priolli (1983)

e Bündchen (2005). Por fim, investigamos sobre Bandas Filarmônicas e,

essencialmente, com relação à interiorização do ensino de Música, nesse contexto

consultamos: Amusic (2015), Azevêdo (2015), Barbosa (2014), Carvalho (2014),

Davidson (2015), Granja (1984), Junior (2015) e Nascimento (2013).

Esta pesquisa se realizou na cidade de Florânia/RN durante os meses de agosto a

novembro do corrente ano, com quatro turmas: 02 de Linguagem e Estruturação

Musical e 02 de Percepção Musical, cada uma delas nos períodos matutino e vespertino.

O número total de alunos foi de 53 matriculados. Trata-se de um trabalho de natureza

qualitativa e quantitativa, uma vez que investiga subjetividades e números de pessoas,

objetos e outros.

Das muitas pessoas que são também responsáveis pela motivação e elaboração

deste trabalho, destacamos a professora e orientadora Dra. Maria Clara de Almeida

Gonzaga, que foi a orientadora das matérias teóricas das minhas atividades docentes no

referido Curso Técnico em Instrumento Musical e com a qual já publicamos um

trabalho sobre práticas musicais neste curso e consequentemente sobre a docência em

Música na cidade de Florânia/RN.

A docência musical no PRONATEC tem sido de grande valor para nossa

formação continuada, pois a cada aula preparada e ministrada, agregamos valor à nossa

atuação. Isso ocorreu porque fomos instigados a criar materiais e atividades específicas

para as disciplinas ministradas, que podem ser extensivos a outras modalidades de

ensino de Música na área de Educação Musical.

Este trabalho também busca entender a importância do Curso Técnico em

Instrumento Musical para os alunos. Para tal, partimos da observação, através de relatos

dos alunos e por fim, das análises de documentos produzidos e consultados.

Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com alunos, equipe gestora e

professores do curso Técnico em Instrumento Musical na cidade de Florânia/RN.

O primeiro capítulo trata do processo de implantação do Curso Técnico em

Instrumento Musical na cidade de Florânia/RN, procurando sintetizar como foram os

passos até sua consolidação neste município.

O segundo capítulo trata da estrutura do curso Técnico em Instrumento Musical

do PRONATEC da EMUFRN em Florânia/RN. Também relata peculiaridades das

12

disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical/Percepção, por nós ministradas no

semestre 2015.1 e algumas atividades extraclasses realizadas.

O terceiro capítulo trata do conteúdo de duas entrevistas realizadas com dois

alunos do curso Técnico em Instrumento Musical do PRONATEC da EMUFRN em

Florânia/RN.

O quarto e último capítulo consiste em breves considerações finais do autor em

relação ao trabalho até aqui realizado, mas que se pretende expandir em outras

oportunidades.

13

1. A IMPLANTAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM INSTRUMENTO MUSICAL

NA CIDADE DE FLORÂNIA/RN

No ano 2012, a Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (EMUFRN) levou o Curso Técnico Músico de Banda, através do PRONATEC,

com duração de dois anos, para a cidade de Cruzeta/RN, região do Seridó. Nossa

experiência no PRONATEC da EMUFRN começou nesse curso em Cruzeta/RN, nas

disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical e Percepção Musical. Na ocasião, sete

músicos/estudantes da cidade de Florânia/RN, na mesma região, participaram. A

distância entre Cruzeta/RN e Florânia/RN é de 90 km. A capital do estado, Natal/RN,

fica a 216 km de Florânia/RN.

No ano 2013, iniciou-se, pela primeira vez na história do município de

Florânia/RN, um curso de Formação Inicial e Continuada – FIC – em Música

(PRONATEC, 2015), que pôde favorecer os músicos da cidade e arredores. Essa

iniciativa foi uma pactuação entre a EMUFRN, através do PRONATEC, com a

Prefeitura Municipal de Florânia/RN e equipe gestora da Filarmônica da Juventude.

Esta última tem como seu responsável o Professor e Maestro Damião Celestino de

Araújo, popular “Dãozinho”, que foi um dos alunos no curso supracitado em Cruzeta.

Essa iniciativa possibilitou a implantação, em 2015, do Curso Técnico em Instrumento

Musical (EMUFRN, 2015), na mesma cidade e aqui em discussão.

O curso de Música na modalidade FIC (BRASIL, 2013; DAVIDSON, 2015;

UFTM, 2014) em Florânia/RN teve 70 alunos matriculados e a duração de dois

semestres, e não somente beneficiou estudantes de Música da cidade, mas também de

outros municípios e regiões próximas, a saber: Cruzeta, Timbaúba dos Batistas, São

Vicente, Tenente Laurentino Cruz, Assú e Santana do Matos.

No ano seguinte, 2014, foi realizada a segunda edição do curso FIC em

Florânia/RN e com o mesmo público de 2013. Ainda, no final deste ano (2014) foram

realizadas provas de seleção para um curso técnico similar ao realizado em Cruzeta,

com a duração de dois anos e que teve início no período letivo 2015.1.

Quanto ao Curso Técnico em Instrumento Musical da EMUFRN (EMUFRN,

2015) sediado na cidade de Florânia/RN, novamente por meio do PRONATEC, este

facilitou o acesso dos estudantes de música floranienses à qualificação técnico-

profissional musical tanto necessária como desejada por eles e que por mais de um

século foi esperada por gerações de músicos da cidade (AZEVÊDO, 2015),

14

principalmente aqueles que menos possuíam recursos financeiros necessários para o

deslocamento até cidades como Natal-RN ou Mossoró-RN.

O principal objetivo do PRONATEC da EMUFRN, conforme prevê a Lei

12.513/2011, era/é a democratização do acesso à educação profissional a jovens

estudantes de música. Assim, desde o ano 2013, com o curso Técnico de Instrumento

Musical, do PRONATEC e da EMUFRN, muitos estudantes de Música do interior do

RN estão tendo, pela primeira vez, a oportunidade da formação musical a nível

profissionalizante no próprio interior do estado. Isto tem garantido, em parte, que estes

estudantes permaneçam mais em seus respectivos municípios de origem, evitando o

processo de migração até a capital.

O deslocamento de estudantes de nível médio para a capital, Natal, afastava os

integrantes das bandas de música locais, muitas vezes interrompendo a continuidade da

cultura de formação de novos estudantes de música interioranos, que repassa, de

geração em geração, a habilidade ao instrumento musical.

Com o curso técnico do PRONATEC da EMUFRN, muitos estudantes do

interior do RN estão tendo a oportunidade de ter formação musical em nível

profissionalizante.

1.1 A RELAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM INSTRUMENTO MUSICAL COM AS

BANDAS FILARMÔNICAS DA REGIÃO DO SERIDÓ NORTE-RIO-GRANDENSE

1.1.1 O PRONATEC na cidade de Florânia/RN

O público alvo do Curso Técnico em Instrumento Musical promovido por meio

do PRONATEC da EMUFRN na cidade de Florânia/RN são os músicos de Banda

Filarmônica (CARVALHO, 2014; GRANJA, 1984). Estes grupos são de suma

importância para suas cidades e regiões no RN, não somente no que diz respeito à

música, uma vez que funcionam como verdadeiras escolas de vida (LIMA, 2006). Neles

não se aprende somente a tocar um instrumento, mas também socialização e

convivência (LANE, 2006) na coletividade heterogênea.

Cidades como Acari, Carnaúba dos Dantas, São José do Seridó, Parelhas,

Equador, Jardim de Piranhas e outras que ficam próximas a Florânia/RN e que possuem

Bandas Filarmônicas, algumas destas com mais de 150 anos em atividade, são exemplos

de fornecedoras de músicos para a EMUFRN. No entanto, antes esse público

necessitava ir até a capital para buscar essa profissionalização musical. Hoje, graças à

interiorização da EMUFRN no RN, outras possibilidades de formação musical

15

profissional surgiram, a exemplo de Florânia/RN, Cruzeta, Luís Gomes, Canguaretama,

Mossoró e outros municípios que sediam os cursos do PRONATEC da EMUFRN, e que

vem democratizando o acesso desse público de bandas sem que necessitem deixar

obrigatoriamente suas localidades, como já relatamos.

1.1.2 A TRADIÇÃO DAS BANDAS FILARMÔNICAS

Conforme percebemos, as Bandas Filarmônicas têm conseguido resistir mesmo

diante de problemas de ordem estrutural decorrente de escasso apoio material e pouco

incentivo. Estes grupos constituem grandes projetos sociais (URNAU, 2008), muitas

vezes desprovidos de programas governamentais e consequentemente de recursos

financeiros públicos, têm conseguido ao longo da história do Brasil ser um ambiente de

humanização e socialização de jovens e adultos que são, por vezes, vítimas

marginalizadas na sociedade contemporânea e logo presas fáceis para as drogas, os

crimes e exploração sexual (CONSTANTINO, 2001).

A partir das políticas públicas (FREY, 2009; BOTELHO, 2001) surgiu no RN

esse ano (2015) trinta e duas Bandas Filarmônicas dentro de um programa

governamental chamado de RN Sustentável, no governo Robson Farias, que tem como

um dos eixos os subprojetos de Bandas Filarmônicas (AMUSIC, 2015; JUNIOR, 2015).

Esses grupos foram distribuídos por cidades e regiões no RN, por meio de pessoas

jurídicas (Associações de moradores, culturais, etc.).

Algo parecido já havia acontecido anteriormente no RN, no programa do

governo Vilma de Farias (2005-09), com o Programa de Desenvolvimento Solidário

(PDS) no ano de 2006, ainda em vigor. Na ocasião foram implantadas quarenta novas

Filarmônicas pelo RN, entre elas, as das cidades de Santana do Matos/RN, São

Tomé/RN, São Pedro/RN, Florânia/RN, Severiano Melo/RN, Almino Afonso/RN, João

Dias/RN e tantas outras.

Dos muitos caminhos que os alunos de Filarmônicas e do PRONATEC em

Florânia/RN poderão seguir, certamente um deles é o da formação superior em diversas

universidades, tendo em vista que este curso não supre essa necessidade. Muitos desses

alunos já mostram interesse em seguir com uma graduação em Música, principalmente

na UFRN.

No entanto, o curso sediado em Florânia/RN contempla apenas estudantes de

instrumentos de sopro e percussão, caso alguém venha a se interessar ainda por outros

tipos de instrumentos diferentes desses, tem que procurar em outros polos do

PRONATEC pelo RN ou mesmo na sede, na EMUFRN em Natal/RN.

16

Há um caso em Florânia/RN de um aluno que cursou dois semestres no

instrumento Tuba, no PRONATEC, na modalidade FIC, ele depois despertou o

interesse por Baixo Elétrico. Com a experiência e conhecimentos de Linguagem e

Estruturação Musical e Percepção Musical que reflete diretamente na sua boa leitura e

interpretação de partituras diversas, adquiridos no PRONATEC da EMUFRN no

interior do RN, este aluno passou no técnico em Baixo Elétrico e hoje consegue obter

excelente aproveitamento na EMUFRN em Natal/RN. Isto mostra que os benefícios

deste curso em Florânia/RN transcendem suas fronteiras.

1.2 A INTERIORIZAÇÃO E REPERCUSSÕES DO CURSO TÉCNICO EM

INSTRUMENTO MUSICAL NA CIDADE DE FLORÂNIA/RN

A ida do Curso Técnico em Instrumento Musical para a cidade de Florânia/RN

marca um momento histórico neste município que há mais de cem anos tem a tradição

de conservar as Bandas Filarmônicas como agentes de “ensino não formal”

(BIANCONI, 2005) de Música. Podemos ver que mais de um século de ensino não

formal de música se passou na cidade até que o “ensino formal” (WILLE, 2014) tivesse

início.

Das muitas contribuições que a interiorização trouxe das universidades para

pequenas cidades distantes da capital, podemos destacar, tomando por base o público do

Curso Técnico em Instrumento Musical, a democratização do ensino de música para

pessoas que muitas vezes não dispunham de recursos para se deslocar a outras cidades,

a maioria delas de famílias carentes e que vivem, às vezes, apenas de empregos no

comércio local ou prefeitura. Esses empregos que “embargam” os estudantes não são

apenas os de sua família, mas eles mesmos são empregados: os estudantes, muitas

vezes, também trabalham no comércio ou no serviço público e isso parece ser um dos

fatores que mais prejudicam a formação continuada. Outra parcela desse público seria

aqueles que não estando empregados na prefeitura ou no comércio, ajudando suas

famílias com vendas informais, com o “trabalho autônomo” (FERRO, 2012).

A “bolsa formação” (LIMA, 2012) proporcionada pelo PRONATEC tem

facilitado o acesso à Educação Musical profissionalizante de estudantes em

Florânia/RN. A partir desse recurso, muitos jovens agora podem estudar e não precisam

necessariamente ajudar seus pais em trabalhos informais, pelo fato de não onerá-los

17

com a formação a que se submetem, uma vez que também recebem ajuda financeira por

hora/aula de estudo realizado.

No tocante a Música, o PRONATEC no RN está fazendo história desde sua

implantação no ano 2012, através da lei: 12.513 de 26 de outubro de 2011,

democratizando o ensino formal, profissional e especializado de Música que antes só

era possível indo até a capital do estado ou em Mossoró, nossa segunda maior cidade.

O PRONATEC da EMUFRN tem ainda ajudado a amenizar a ausência de Música como

componente curricular na formação de jovens e adultos das escolas públicas municipais

e estaduais em Florânia/RN, apesar do que é exigido pela Lei Federal: 11.769/2008

(FIGUEIREDO, 2010), que torna o ensino de Música na Educação Básica obrigatório,

mas não exclusivo.

1.3 A NOVA ROTINA DE ESTUDOS DOS ALUNOS NO PRONATEC -

FLORÂNIA/RN E A RELAÇÃO COM AS ATIVIDADES DA BANDA

FILARMÔNICA DA JUVENTUDE DE FLORÂNIA/RN

O curso Técnico em Instrumento Musical está trazendo muitos conhecimentos

importantes para os estudantes de Música em Florânia/RN, seja na performance

instrumental ou mesmo na linguagem musical (COLLE, 2015), e consequentemente

novas responsabilidades e perspectivas. Antes da chegada do PRONATEC neste

município, como já mencionado, para se estudar música com um professor era

necessário ser componente de uma Banda Filarmônica. Há mais de cem anos os

responsáveis pela transmissão de conhecimentos musicais aqui foram os próprios

maestros dessas Filarmônicas. Segundo Azevêdo (2015):

[...] A história da Banda de Música da cidade de Florãnia [SIC], se confunde

com a história do nosso progresso cultural. A Banda, sendo um conjunto de

instrumentos de musicalidade, desde os tempos mais remotos, vem se

destacando como atrativo em festividades religiosas ou pagãs. A criação da

primeira banda de música de Florânia/RN, deu-se por volta de l898, com a

iniciativa do Professor Manoel Fernandes, quando a cidade ainda era

chamada de Flores. Este professor, ficou a frente da Banda até os idos de

1918 [...].

A importância da manutenção do trabalho sociocultural realizado pelas Bandas

Filarmônicas ganham reforços através das ideias de Koellreutter (1997) que nos alerta

18

sobre o cuidado que devemos ter para com a arte, uma vez que esta possa confrontar

com sistemas de comunicação, de economia e de tecnologia vigentes.

Ademais, o enfraquecimento de instituições sociais e culturais, tais como as

Filarmônicas, além de passar por uma questão de “problemas público e social” (LANE,

2006; SAVOIA, 1989), reflete uma sociedade contemporânea que dispõe hoje de muitos

insumos tecnológicos e que mesmo assim, ainda não os democratizou, para que todos

possam ter igual acesso a bens de consumo.

Das muitas contribuições que o curso Técnico do PRONATEC da EMUFRN

trouxe para os músicos de Florânia/RN, uma certamente tem sido a necessidade de

estudar sistematicamente o instrumento musical, seja de sopro ou de percussão, e

conhecimentos gerais da música, que são exigidos durante as aulas semanais do curso.

Antes disso, os alunos só se preocupavam basicamente em tocar o repertório exigido

pelos maestros das Bandas Filarmônicas, sem que alguns dos cuidados necessários com

detalhes técnicos relativos ao instrumento musical fossem atendidos. O ensino de

Música está presente e já faz parte da história do povo floraniense.

19

2. ESTRUTURA DO CURSO TÉCNICO EM INTRUMENTO MUSICAL DO

PRONATEC DA EMUFRN EM FLORÂNIA/RN

O Curso Técnico em Instrumento Musical do PRONATEC da EMUFRN tem a

duração total de 955h/aulas, e as disciplinas possuem a carga horária de 45h/aulas. No

cômputo dessas cargas horárias totais, também são estipuladas algumas atividades

extraclasses que ajudam a tentar garantir que os alunos permaneçam estudando em

função do curso, durante os dias da semana que antecedem as aulas presenciais.

Existem 22 disciplinas que são distribuídas durante quatro semestres ou dois

anos de curso e, cada turno de aula presencial é dividido em duas disciplinas. O

programa de conteúdos das disciplinas é disponibilizado logo nas primeiras aulas do

semestre, pela coordenação do PRONATEC da EMUFRN.

Em relação ao semestre 2015.1, na cidade de Florânia/RN, foram trabalhadas as

disciplinas de: Linguagem e Estruturação Musical, Percepção Musical, Instrumento I,

Atividades Supervisionadas I, Prática de Conjunto e Recital I, com oito professores,

onde as duas primeiras são de caráter teórico musical, mas que não dispensaram

experiências práticas, e as demais de performance instrumental e pesquisa em Música.

Ainda, em relação à Linguagem e Estruturação Musical e Percepção Musical, essas

disciplinas juntas, ministradas pelo mesmo professor, contaram inicialmente com um

total de 53 alunos matriculados, distribuídos por famílias de instrumentos musicais, tais

como: Flauta transversal, Clarinete, Saxofone, Trompete, Trombone, Eufônio, Tuba,

Bateria e Percussão.

As aulas de Linguagem e Estruturação musical/Percepção foram organizadas em

tópicos ou temas de aula. Tivemos nesse semestre (2015.1) o total de 14 aulas

presenciais, respeitando os feriados nacionais e outros, previstos em calendário próprio

do PRONATEC da EMUFRN, anterior ao início das aulas no polo Florânia/RN.

O número total de alunos matriculados foi dividido em dois turnos; um pela

manhã e outro; à tarde. Nisso, os alunos de instrumentos de “palhetas” ficaram na parte

da manhã e os de “metais e percussão” (BARBOSA, 2014); à tarde.

Segue abaixo, a estrutura do Curso Técnico em Instrumento Musical do

PRONATEC da EMUFRN:

20

GRADE CURRICULAR DO CURSO TÉCNICO EM INSTRUMENTO MUSICAL DO PRONATEC DA EMUFRN:

Módulos cadastrados Carga Horária Pr. Oferta

TECPRO-1

250 hrs 1

Disciplinas:

MUP0004 - ATIVIDADE SUPERVISIONADA I - 30h

MUT0007 - INSTRUMENTO I - 45h

MUP0001 - LINGUAGEM E ESTRUTURAÇÃO MUSICAL - 45h

MUP0002 - PERCEPÇÃO MUSICAL - 45h

MUT481 - PRATICA DE CONJUNTO - 45h

MUP0003 - RECITAL I - 40h

TECPRO-2 250 hrs 2

Disciplinas:

MUP0011 - ATIVIDADE SUPERVISIONADA II - 30h

MUP0006 - HISTÓRIA DA MÚSICA - 45h

MUT0008 - INSTRUMENTO II - 45h

MUP0005 - MÚSICA POPULAR BRASILEIRA - MPB - 45h

MUT0482 - PRATICA DE CONJUNTO II - 45h

MUP0008 - RECITAL II - 40h

TECPRO-3 250 hrs 3

Disciplinas:

MUP0012 - ATIVIDADE SUPERVISIONADA III - 30h

MTC0013 - HARMONIA FUNCIONAL / IMPROVISAÇÃO - 90h

MUT0009 - INSTRUMENTO III - 45h

MUT0483 - PRATICA DE CONJUNTO III - 45h

MUP0009 - RECITAL III - 40h

TECPRO-4 205 hrs 4

Disciplinas:

MUP0013 - ATIVIDADE SUPERVISIONADA IV - 30h

MUT0010 - INSTRUMENTO IV - 45h

MUP0007 - NOÇÕES DE EMPREENDEDORISMO - 45h

MUT0484 - PRATICA DE CONJUNTO IV - 45h

MUP0010 - RECITAL IV - 40h

Quadro 01: Fonte: SIGAA-UFRN. Em 09/11/2015.

Nas disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical/Percepção, foram

trabalhados desde conhecimentos mais elementares da Teoria da Música a conteúdos

mais avançados. Nesse sentido, esta pesquisa se detém a relatar com detalhes apenas as

docências que fomos responsáveis, ou seja, as disciplinas de: Linguagem e Estruturação

Musical e Percepção Musical.

21

2.1 AS DISCIPLINAS DE LINGUAGEM E ESTRUTURAÇÃO

MUSICAL/PERCEPÇÃO NO SEMESTRE 2015.1 E AS METODOLOGIAS

UTILIZADAS

No semestre 2015.1, em Florânia/RN, as disciplinas de Linguagem e

Estruturação Musical e Percepção Musical foram ministradas pelo mesmo professor,

aos sábados, em duas turmas: uma pela manhã, outra à tarde. Com a Linguagem e

Estruturação Musical trabalhamos a teoria musical do básico ao avançado e, com a

Percepção Musical, a leitura de solfejos rítmicos e melódicos. Em ambas as matérias

nós realizamos diversos exercícios teórico-práticos.

Na primeira aula presencial, que consistiu nas duas disciplinas já citadas,

trabalhamos os seguintes tópicos: pauta e claves; notas musicais; barras de compasso,

sinais de alterações: bemol, sustenido, bequadro; figuras musicais: semibreve, mínima,

semínima, colcheia e semicolcheia e suas respectivas pausas; escala de Dó maior;

ditados melódicos com as notas Dó-Ré-Mi, naturais; ditados rítmicos com: semibreve,

mínima, semínima e suas respectivas pausas; solfejo e prática coral com as músicas

Azul da cor do mar do compositor Tim Maia e O caderno, dos compositores Toquinho

e Vinícius de Moraes.

Nesta aula também procuramos fazer uma revisão de conhecimentos básicos da

“teoria e grafia musicais” (MED, 1996, PRIOLLI,1983), igualmente “leitura de trechos

de partituras diversas” (MED, 1986; WILLEMS, 1999; PRINCE, 1993), que inclusive

algumas foram, de certa maneira, exploradas por parte da banca do processo seletivo de

ingresso dos alunos neste curso.

No mais, as aulas foram organizadas em 04 Momentos; distintos e interligados:

1° - Exposição e explicação de teoria musical básica;

2° - Exercícios (escritos e práticos) de teoria musical;

3° - Prática de solfejos rítmicos e melódicos;

4° e último - Prática coral e instrumental de partituras diversas.

Esta e as demais aulas de Linguagem e Estruturação Musical e Percepção

Musical tiveram a sequência básica do quadro a seguir:

22

MOMENTOS DE AULA DESCRIÇÃO

Momento I: Exposição e explicação de teoria musical básica

(MED, 1996, PRIOLLI,1983);

Momento II Exercícios (escritos e práticos) de teoria musical;

Momento III Prática de solfejos rítmicos (POZZOLI, 2003) e

melódicos (BONNA, 2009);

Momento IV e último; Prática coral e instrumental de partituras diversas.

Quadro 02: Momentos de aula

A segunda e demais aulas continuaram a sequência de conteúdos iniciadas na

primeira:

AULA 02

Fórmulas de Compasso: Conceitos; Compassos simples e compostos;

Tipos de Transposição: de clave, de oitava e de tonalidade;

Posições de notas; hastes, colchetes, cabeças;

Ditados rítmicos com: semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia e

suas respectivas pausas;

Ditados melódicos com as notas Dó-Ré-Mi-Fá-Sol, naturais;

Exercícios teóricos;

Prática coral, solfejo e instrumental.

Músicas:

1. Azul da cor do Mar- Tim Maia

2. O caderno – Toquinho e Vinícius de Moraes

3. Aquarela – Toquinho e Vinícius de Moraes

Quadro 03: Aula 02

A partir da segunda aula, procuramos estabelecer aquele que seria o nosso ritmo

de trabalho, um tempo padrão para cada momento da aula já mostrado anteriormente.

Tivemos, dessa maneira, a seguinte disposição:

23

LINGUAGEM E ESTRUTURAÇÃO MUSICAL

Etapa/Disciplina Duração

Momento I 30 minutos

Momento II 30 minutos

Momento III 30 minutos

Momento IV 30 minutos

INTERVALO 20 minutos (para lanches e troca de disciplinas)

PERCEPÇÃO MUSICAL

Etapa/Disciplina Duração

Momento I 30 minutos

Momento II 30 minutos

Momento III 30 minutos

Momento IV 30 minutos

Quadro 04: Parte da aula

Com essa metodologia, procuramos evitar ao máximo que as aulas fossem

monótonas, procurando flexibilizá-las, propondo atividades diferentes a cada momento,

para que não se configurassem tão aos moldes do ensino tradicional

(MIZUKAMI,1986). Acreditamos ser possível obter bons resultados com o ensino

inovador, conforme MORAN (2000) e PAIVA (2014); colocando o aluno em contato

com o uso de novas tecnologias para o ensino da Música, que hoje já se pode encontrar

facilmente e gratuitamente com o bom uso da internet, procurando não privilegiar

primordialmente os conhecimentos do educador, mas levando também em consideração

os do educando.

Esta proposta pedagógica ganha importância na possibilidade de contribuir para

que se faça, cada vez mais, o bom uso da tecnologia atual para a educação musical e

para a vida, também pelas metodologias e didáticas utilizadas. Ainda nesse sentido,

alguns dos softwares ou programas para computadores e celulares smartphones que

utilizamos desde a primeira até a última aula nestas disciplinas acima, temos: o Finale

24

2011, o Leitura de partitura, o Cakewalk Sonar 7, o Sound Forge 6, o MuseScore e o

Earmaster. Eles foram úteis de forma geral, na medida em que mostramos aos alunos

algumas ferramentas tecnológicas existentes para o aprendizado musical.

Na terceira aula conceituamos fórmulas de compasso chegando a trabalhar com

compassos mistos e alternados; células rítmicas com colcheias, síncopes e quiálteras,

intervalos de segunda maior, terça maior, quarta justa e quinta justa; continuação da

prática coral e prática instrumental com o mesmo repertório das aulas anteriores.

AULA 03

Fórmulas de Compasso: conceitos; compassos mistos e alternados;

Estudo de células rítmicas: semínima, colcheias, síncopes e quiálteras;

Estudo de intervalos da escala de Dó Maior: 2M, 3M, 4J, 5J;

Exercícios teórico-práticos;

Prática coral, solfejo e prática instrumental;

Quadro 05: Aula 03

A partir da terceira aula foram levadas gravações com exemplos de células

rítmicas e solfejos melódicos, produzidos pela equipe pedagógica do PRONATEC da

EMUFRN em CD-Multimídia, desenvolvido especialmente para essas disciplinas neste

curso. Assim, os alunos puderam exercitar os conhecimentos que eram ensinados com o

auxílio de um computador, que pode agora ser enxergado por eles como importante

instrumento para aprendizagem musical.

A possibilidade de realizar várias tentativas de acerto de questões teóricas e

práticas com o uso da tecnologia motivou os alunos. Alves (2004) alerta para a

motivação em relação ao conhecimento que hora se expõe ao aluno. É necessário

despertar-lhes a curiosidade, depois então podemos explorar o conhecimento que

desejamos.

Das práticas em sala, propostas em cada aula, a que mais sofreu resistência por

parte dos alunos de instrumento de sopro e percussão, foi o canto, fosse ele por meio de

solfejos diversos ou de repertório na prática coral. Através da prática tanto de solfejos

como de músicas cantadas, alguns dos alunos apresentaram timidez e insegurança frente

a exercícios que envolvem a performance musical. Dessa maneira, foi possível mostrar-

25

lhes que cantar ou tocar um instrumento musical são atividades inseparáveis: uma ajuda

outra (BÜNDCHEN, 2005).

Na aula de número quatro, abordamos tipos de barras de compasso; sinais de

repetição; dinâmicas e tonalidades. Também, o repertório (músicas) já citado nas aulas

anteriormente, que foi trabalhado ao longo do período letivo.

AULA 04

Tipos de barra de compasso;

Sinais de repetição;

Dinâmicas;

Tonalidade: conceito; tons maiores; construção de escalas maiores diatônicas;

uso de bemóis e sustenidos;

Estudo de células rítmicas: semínimas, colcheias, síncopes e quiálteras;

Estudo de intervalos da escala de Dó Maior: 2M, 3M, 4J, 5J, 6m, 7 e 8J;

Quadro 06: Aula 04

Na sequência das aulas, uma das grandes contribuições que as disciplinas de

Linguagem e Estruturação Musical e Percepção Musical também podem dar aos alunos,

principalmente aos instrumentistas de sopro e percussão, é o desenvolvimento da prática

de cantar escalas diferentes, algo muito importante para um estudante de Música.

Assim, o estudante deveria desenvolver, independente de qual for seu instrumento

musical, a consciência que seu primeiro instrumento é a sua própria voz, pois dela que

se pode e se deve explorar todo o universo da performance musical, mesmo antes de

qualquer outro instrumento desejado.

Essas ideias estão em acordo com alguns métodos já conhecidos e utilizados por

nós na Educação Musical, chamados de Métodos Ativos em Música, tais como o

método Dalcroze, o Suzuki e o Kodaly. Estes trabalham com a música corporal em

vários aspectos distintos, que deveriam anteceder quaisquer práticas em instrumento

musical.

Na quinta aula trabalhamos com formação de tríades e tétrades; cifragem;

escalas maiores, escalas menores harmônica, melódica e natural; armadura de clave,

anacruses, intervalos, agógica, etc.

26

A cada quadro a seguir, procuramos ilustrar o que de mais relevante se deve

explorar e priorizar nas sequências pedagógicas das aulas que se seguirão.

AULA 05

Acordes; formação e uso da 7ª em tétrades maiores e menores.

Cifras internacionais;

Solfejo melódico de escalas: maior e menor harmônica, melódica e natural;

Compassos: composto, alternado e misto;

Acorde: maior, menor, diminuto e aumentado;

Regência de compassos simples;

Quadro 07: Aula 05

A sexta aula abordou escalas maiores; menores: harmônica, melódica e natural;

graus da escala; e a apostila 01 do PRONATEC, desenvolvida pela professora Dr. Maria

Clara de Almeida Gonzaga, que trabalhou e revisou esses e outros conteúdos anteriores.

AULA 06

Escalas: maior e menor natural, harmônico e melódico;

Graus da escala;

Apostila 01- PRONATEC;

Quadro 08: Aula 06

A aula de número sete trabalhou com: solfejos melódicos de escalas e trechos de

partituras diversas que os alunos costumam tocar em seus respectivos instrumentos.

AULA 07

Solfejo melódico de escalas: maior e menor harmônica, melódica e natural;

Intervalos: natural, cromático, harmônico e melódico;

Compassos: composto, alternado e misto;

Acorde: maior, menor, diminuto e aumentado;

Regência de compassos simples;

27

Técnicas de canto;

Apostila 03 - PRONATEC;

Quadro 09: Aula 07

A aula oito trabalhou com escalas cromáticas; campo harmônico de Dó Maior;

identificação de notas no teclado musical; cifragem de músicas e exercícios de

performance vocal.

AULA 08

Escala cromática;

Harmonia - tríade: maior, menor, aumentada e diminuta;

Graus das escalas maiores e menores;

Acordes na tonalidade (campo harmônico) de Dó Maior;

Identificação das notas musicais no teclado musical;

Cifragem;

Quadro 10: Aula 08

A aula de número nove continuou o trabalho com escalas cromáticas; intervalos;

compassos; e regência de compassos simples.

AULA 09

Escala cromática;

Intervalos: simples;

Estudo de escalas menores: melódica, harmônica e natural;

Tipos de compasso: simples, composto, misto e alternado;

Regência de compassos simples;

Música:

1. A mão direita – Cancioneiro popular

Quadro 11: Aula 09

28

Na aula dez, assim como nas anteriores, procuramos revisar rapidamente o que

havia sido estudado nas outras semanas, acrescentando, ainda, assuntos como inversões

de acordes, classificação de vozes, cadências e técnica vocal.

AULA 10

Revisão de acordes: maior, menor, diminuto e aumentado;

Estado fundamental e inversões de acordes de três e quatro sons;

Classificação das vozes no coro e extensões;

Cadências: perfeita, imperfeita, plagal e de engano;

Técnicas de canto: solfejo melódico de excertos de partituras;

Quadro 12: Aula 10

Na aula onze realizamos o primeiro simulado de prova com os conteúdos das

aulas um a dez e na décima segunda aula fizemos outra revisão, comentando e

abordando as dificuldades notadas a partir do teste simulado.

A aula treze foi o nosso segundo e último simulado de prova e aproveitamos

também para ensaiar as músicas de apresentação no recital de encerramento do

semestre, que estava próximo.

Na aula quatorze realizamos nossa avaliação final de semestre e fizemos nosso

recital de classe.

No final do semestre nenhum dos alunos ficou em recuperação, o que foi muito

gratificante.

2.2 ATIVIDADES EXTRACLASSES NO SEMESTRE 2015.1: RECITAIS,

EQUIPE PRONATEC-EMUFRN EM FLORÂNIA/RN E OUTROS EVENTOS

REALIZADOS

Como culminância das disciplinas do semestre 2015.1, na última semana de

aula, realizamos recitais onde todos os professores do curso mostraram seus trabalhos

com os alunos, em processo de formação continuada. Os recitais são importantes

eventos, pois propiciam uma visão aproximada daquilo que se constrói em sala de aula

durante o curso.

29

A capacidade de interação entre os professores, ou seja, suas cumplicidades nas

tarefas do curso foi algo que nos marcou muito positivamente. Acreditamos que uma

educação musical se faz com os esforços de todos os agentes por ela responsáveis:

desde os alunos aos professores, equipe técnica, direção, coordenação e outros.

Os recitais no PRONATEC da EMUFRN são registrados em programas

impressos que são produzidos na sede da EMUFRN, em Natal, capital do RN, pela

equipe do PRONATEC da EMUFRN. Para o bom funcionamento dessas atividades,

várias pessoas são responsáveis legais.

Segue abaixo, um gráfico demonstrativo com as pessoas que são responsáveis

legais pelo curso Técnico em Instrumento Musical do PRONATEC da EMUFRN:

Ângela Maria Paiva Cruz

Reitora da UFRN

Maria de Fátima Freire de M. Ximenes

Vice-Reitora da UFRN

Zilmar Rodrigues de Souza

Diretor da EMUFRN

Raquel Carmona Torres Félix

Vice-Diretora da EMUFRN

Raquel Carmona Torres Félix

Coordenação Geral PRONATEC

Alexandre Bezerra Viana

Coordenador Adjunto

André Luiz Muniz Oliveira

Coordenador Adjunto

Maria Clara de Almeida Gonzaga

Orientadora pedagógica

Ranilson Bezerra de Farias

Orientador pedagógico

Dejadiere M. de Freitas Lima

Apoio Técnico Administrativo

Damião Celestino

Apoio Local

André da Cunha Lobato

Apoio

Glauciana Souza Galvão

Secretária Financeira

Quadro 13: Equipe PRONATEC

Além dessas pessoas acima citadas como responsáveis legais pelo curso em

Florânia/RN, outros professores da EMUFRN também se integram a fim de possibilitar

30

uma formação suscetível de ser o alicerce para voos acadêmicos futuros e maiores,

como é o caso do professor Dr. Danilo César Guanais, da EMUFRN, cujo nome não

consta no quadro acima, mas que sem dúvidas é de suma importância na docência de

várias disciplinas desse curso em Florânia/RN. O professor Danilo realizou palestras e

compôs materiais didáticos e multimídias para as disciplinas de Linguagem e

Estruturação Musical e Percepção, juntamente com a professora Dra. Maria Clara de

Almeida Gonzaga.

Durante todo o semestre 2015.1, tivemos visitas, palestras e apresentações

diversas que puderam possibilitar que a rotina diária no PRONATEC fosse muito

agradável, de certa forma, até surpreendendo aos alunos em momentos como os

intervalos entre aulas. Além disso, tivemos algumas apresentações de importantes

grupos da sede da EMUFRN em Natal, como, por exemplo: a Orquestra Sinfônica da

EMUFRN, o grupo de percussão Gruperc, e outros.

Conscientes da situação econômica dos alunos no curso, a direção da EMUFRN

disponibilizou no semestre 2015.1, equipamentos eletrônicos e de manutenção de

instrumentos musicais, tais como palhetas para Clarineta e Saxofone. Essas palhetas

foram produzidas na EMUFRN sob a orientação do professor Mestre Ronaldo Ferreira

de Lima, que com outros professores de instrumentos de palheta estão em processo de

produção desses acessórios.

Além disso, foi disponibilizado um Lutier para a manutenção geral dos

instrumentos de sopro metais e palhetas, onde os alunos terão seus instrumentos em

perfeito estado de funcionamento para as práticas ou performances instrumentais no

curso. Assim, todos os esforços no sentido de garantir aos alunos condições básicas para

um aprendizado musical satisfatório não está sendo medido por parte da equipe gestora

do PRONATEC da EMUFRN.

Como última experiência que esperamos relatar nesta parte do trabalho,

referenciamos nossa docência na sede da EMUFRN em Natal/RN, ocasião onde foi

disponibilizado transporte e alimentação para os 53 alunos matriculados no curso em

Florânia/RN, onde eles puderam experimentar estudar um dia inteiro na sede. Foi algo

que nos marcou, ao ver cada olhar dos alunos vislumbrados com uma enorme estrutura

física voltada exclusivamente para o ensino-aprendizagem de música, comparado a seus

ambientes domésticos para o estudo musical.

31

3. ENTREVISTA COM DOIS REPRESENTANTES DOS ALUNOS NO CURSO

TÉCNICO EM INSTRUMENTO MUSICAL DO PRONATEC DA EMUFRN EM

FLORÂNIA/RN, NO SEMESTRE 2015.1

Os dois alunos entrevistados representam todos os 53 estudantes do Curso

Técnico em Instrumento Musical do PRONATEC da EMUFRN em Florânia/RN, ao

passo que podem resumir aquilo que foi quase um consenso geral nas respostas que

obtivemos e apreciamos.

Primeiramente eles tiveram que concordar em assinar um TCLE1 que tem como

finalidade principal resguardar quaisquer informações que se julgue confidencial. Segue

o nosso modelo proposto:

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para o (a) senhor (a) participar da pesquisa: A

INTERIORIZAÇÃO E A UNIVERSIDADE: um estudo sobre a formação musical

de estudantes através do PRONATEC da EMUFRN na cidade de Florânia/RN, nas

disciplinas de Linguagem e Estruturação Musical/Percepção, no semestre 2015.1, que

tem como pesquisador responsável o docente Francisco Canindé de Medeiros Sena.

Esta pesquisa pretende verificar a repercussão do processo de interiorização e

formação musical profissional de estudantes de música por meio do PRONATEC da

EMUFRN, mais precisamente do curso Técnico em Instrumento Musical, na cidade de

Florânia/RN. A fim de entender a contribuição deste curso para o (a) senhor (a), seu

município e consequentemente o estado do Rio Grande do Norte, no tocante ao

processo de profissionalização de músicos e, no resgate de vidas, muitas vezes em

situações de vulnerabilidades sociais, pedimos que nos conceda entrevista.

Caso venha a decidir a participar, este termo busca deixar o (a) senhor (a) ciente

da possibilidade de fazer parte das gravações de áudio, de vídeo e imagens

fotográficas. Além destes recursos, o (a) senhor (a) pode ser solicitado a preencher

questionários semiestruturados para a obtenção de algumas respostas necessárias para

produção da pesquisa acadêmica.

1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.

32

Ademais, com este termo também fica esclarecido, que a qualquer momento lhe

será assegurado o direito de se recusar a responder as perguntas que lhe cause

constrangimento de qualquer natureza.

Nenhum procedimento de coleta de informações apresentará riscos a (o) senhor

(a), sendo as informações coletadas unicamente utilizadas para a realização desta

pesquisa acadêmica, mantendo ainda sua discrição, caso ache necessário.

O resultado de sua contribuição será a elaboração de um trabalho científico que

visa à promoção do PRONATEC da EMUFRN, mas precisamente, do curso Técnico

em Instrumento Musical, na cidade de Florânia/RN. Bem como, tem-se como objetivo

demonstrar ao campo científico do estado a relevância deste público tradicional, “de

filarmônicas”, do interior potiguar. Deste modo, busca-se estimular possíveis

iniciativas de parceria público-privada que possam surgir em favor destes grupos,

contribuindo assim, de maneira mais ampla, para a valorização e reconhecimento

destas instituições junto a órgãos governamentais, e nas esferas: municipal, estadual e

federal.

E, ainda em caso de algum problema que o (a) senhor (a) possa ter, relacionado

com a pesquisa, terá direito a assistência gratuita que será prestada por mim, o

idealizador, responsável pelas informações confiadas pelo senhor (a). Durante todo o

período da pesquisa poderá tirar suas dúvidas ligando para mim, Francisco Canindé de

Medeiros Sena, nos telefones: (084) 9-9124-7872 ou 9-9955-1446.

O (a) senhor (a) também tem total direito de se recusar a participar ou retirar

seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo. Ainda, os

dados que irá me fornecer, serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que

possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em

local seguro e por um período de 05 anos. Se você tiver algum gasto pela sua

participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para

você.

Se o (a) senhor (a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta

pesquisa, serás indenizado. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá

ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, telefone: (84) 3215-3135.

33

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com o (a) senhor (a) e a

outra com o pesquisador responsável Francisco Canindé de Medeiros Sena.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,

concordo em participar da pesquisa: A INTERIORIZAÇÃO E A UNIVERSIDADE:

um estudo sobre a formação musical de estudantes através do PRONATEC da

EMUFRN na cidade de Florânia/RN, nas disciplinas de Linguagem e

Estruturação Musical/Percepção, no semestre 2015.1., e autorizo a divulgação das

informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que

nenhum dado possa me identificar.

Natal, 12/11/2015.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo A INTERIORIZAÇÃO E A

UNIVERSIDADE: um estudo sobre a formação musical de estudantes através do

PRONATEC da EMUFRN na cidade de Florânia/RN, nas disciplinas de

Linguagem e Estruturação Musical/Percepção, no semestre 2015.1., declaro que

assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos

metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante

desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do

mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido

estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Quadro 14: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO –

TCLE

Impressão

datiloscópica do

participante

34

Após assinatura dos TCLEs fizemos umas perguntas que achamos necessárias

para esta investigação. Das muitas respostas que obtivemos, dois dos entrevistados nos

chamou muito a atenção: uma aluna e um aluno, ambos de cidades, filarmônicas e

instrumentos musicais diferentes, unidos pelo PRONATEC da EMUFRN em

Florânia/RN.

QUESTIONÁRIOS

1. O que tem sido o Curso Técnico em Instrumento Musical do

PRONATEC da EMUFRN em Florânia/RN para você, estudante de

música?

Resposta: (A ALUNA)

A interiorização do curso técnico em instrumento musical tem

sido de grande relevância na medida em que, possibilita que

estudantes que em sua grande maioria não apresentam

condição financeira para subsidiar a manutenção do curso no

polo central, tenham a oportunidade de estudar e conhecer o

mundo da música. Sou uma desses muitos estudantes que, na

ausência do PRONATEC, seria impossibilitada de estudar ou

de realizar qualquer outro curso que necessitasse de um

deslocamento maior em relação a minha cidade. Dessa forma,

o curso técnico se apresenta por meio do Pronatec, como

abertura de possibilidades.

Resposta: (O ALUNO)

Tem sido uma fonte de conhecimento que me propicia

subsídios para um melhor desenvolvimento musical.

2. O que você tem a dizer do Curso?

Resposta: (A ALUNA)

A maior parte dos estudantes do curso técnico são oriundos de

bandas de música, que em sua maioria, não possuem estrutura

de apoio tanto física (local próprio para ensaios) quanto

profissional em relação aos maestros, que se veem

impossibilitados de atender as particularidades que cada

instrumento e cada instrumentista possui. Dessa forma, o

curso técnico vem, através dos conteúdos teóricos e práticos,

abrir o campo de conhecimento sobre um determinado

instrumento, o que consequentemente, auxiliaria no processo

de iniciação dos que irão ingressar, pois agora há músicos que

conhecem por minúcia as dificuldades e técnicas que cada

instrumento possui.

Resposta: (O ALUNO)

É um curso de grande importância para todo aquele que deseja

progredir no meio musical, o considero essencial na formação

de futuros musicistas e educadores musicais.

35

3. O que você tem a dizer de seus Professores?

Resposta: (A ALUNA)

O corpo docente do curso tem mostrado a preocupação em

proporcionar uma boa formação aos alunos, afinal, estamos

sendo preparados para o mercado de trabalho. Sempre nos

auxiliando no que podem, contribuem muito para nosso

aprendizado, pois as metodologias utilizadas por eles são de

fácil compreensão e por isso, acabam despertando o nosso

interesse ao estudo.

Resposta: (O ALUNO)

Neste primeiro ano de curso meus professores vem na medida

do possível desempenhando um trabalho interessante e

proveitoso. Sim, o trabalho está bom. Se tivéssemos mais

aulas seria muito melhor.

4. O que você tem a dizer de seus colegas estudantes?

Resposta: (A ALUNA)

A grande maioria dos colegas de curso tem apresentado

reações satisfatórias em relação aos conteúdos aprendidos.

Isso favorece a ajuda mútua e o incentivo para os que não

demonstram tanto interesse no aprendizado. A “falta de

interesse” (pela minoria) talvez esteja associada ao fato da

maior parte dos alunos estarem na fase da adolescência. Ou

seja, na fase em que a vida começa a forçar as escolhas, sejam

elas profissionais ou pessoais. É nesse momento que o aluno

percebe a necessidade de pôr na balança o que é importante e

o que não é, o que por vezes, acaba refletindo no curso, pois

acreditam apenas na técnica que venha a ser obtida no

instrumento, não percebendo que, ao nos formarmos,

estaremos aptos a trabalhar com o ensino de música, que de

acordo com a lei 11.769, de 18 de agosto de 2008, que

torna obrigatório essa presença no ensino básico. No

geral, acredito que temos que amadurecer muito acerca dos

benefícios que o PRONATEC trouxe no âmbito da abertura de

possibilidades de conhecimento e de profissionalização.

Resposta: (O ALUNO)

Alguns contribuem com o prosseguimento das aulas, outros

não.

5. O que você tem a dizer de toda a equipe do PRONATEC da EMUFRN em

Florânia/RN?

Resposta: (A ALUNA)

Toda a equipe de professores, apoio técnico e coordenação se

mostrou, desde o início do curso, preocupada em acompanhar

todo o nosso percurso e isso é fundamental para que o

resultado final seja satisfatório. No mais, só tenho a agradecer

pela atenção que nos é dada a qualquer momento que

necessitarmos.

36

Resposta: (O ALUNO)

A equipe vem trabalhando e acompanhando todas as

atividades em função do nosso crescimento musical. O

pessoal da coordenação rotineiramente nos visita e contribui

para que o serviço oferecido melhore cada vez mais.

6. O que você espera do curso ainda?

Resposta: (A ALUNA)

Espero que todos nós alunos alcancemos o máximo de uma

técnica e conhecimento sobre música e nossos instrumentos.

O conhecimento é fundamental para se tornar um bom

profissional, e se depender do incentivo que nos é dado, nos

tornaremos ótimos profissionais.

Resposta: (O ALUNO)

Muito conhecimento e coisas novas.

7. Quais alguns de seus planos após concluir esse curso?

Resposta: (A ALUNA)

Quero investir no estudo do clarinete e na licenciatura em

música para dar continuidade às metodologias que aprendi e

que ainda conhecerei daqui pra frente.

Resposta: (O ALUNO)

Prestar concurso na área da música e ser um bom profissional.

8. Se desejar, faça outros comentários em relação a tudo que já vivenciou no

primeiro ano do curso, sejam: conteúdos, troca de experiências, momentos,

etc.

Resposta: (A ALUNA)

Sabe o que eu aprendi desde o início do curso? Aprendi que

tudo que eu sabia sobre música na verdade não era nada

comparado ao universo que ela oferece, tanto na teoria quanto

na prática. Percebi que nos foi dado à oportunidade de estar na

antessala desse universo, e que para adentrar as outras

dimensões é necessário muito estudo e muito compromisso.

Vi que o que parece ser fácil na verdade tem mais contexto

que o próprio termo. A música é isso. Um emaranhado de

sons, de texturas, de ritmos, que só através de uma simetria

causada pelo conhecimento, podemos explorar, linha por

linha, espaço por espaço. O PRONATEC possibilitou esse

conhecimento, que é apenas a porta de entrada para

entendermos o mundo e conhecermos a nós próprios.

Agradeço por tudo que vivenciei e vivencio. Levarei comigo

uma boa carga de aprendizado sem nunca esquecer de todas as

histórias (no sentido mais geral da palavra) que presenciei.

37

Hoje entendo o que Friedrich Nietzsche expressava ao dizer

que “sem a música, a vida seria um erro”.

Resposta: (O ALUNO)

Ao analisar o meu desenvolvimento percebi que o meu

esforço está dando resultados tanto na prática instrumental

como na teoria. Após as aulas procuro não levar dúvidas, e os

professores são bem acessíveis e nos respondem mesmo fora

dos dias de aula.

Quadro 15: Questionários

38

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora haja críticas ferrenhas ao PRONATEC a nível nacional, entendemos que

para o contexto musical do Rio Grande do Norte ele possibilitou aos estudantes músicos

do interior o acesso à qualificação profissional. Isso nos trás a lembrança outro projeto

similar também de origem da UFRN em épocas anteriores, o CRUTAC, de autoria do

Dr. Onofre Lopes, Reitor da UFRN que em 02 de agosto de 1966 levou para a região do

Trairi, interior do RN, com sede em Santa Cruz/RN, o Centro Rural de Treinamento e

Ação Comunitária (CRUTAC), “conhecido como o maior programa de extensão

universitária do Brasil, e talvez do mundo, voltado para pessoas do interior” (LIMA,

s.n., 2015). Um dos objetivos principais desse programa foi expandir a interiorização

para todos os cursos da Universidade. Parecido com o nosso atual PRONATEC, o

CRUTAC buscou recompensar injustiças sociais, criando polos de desenvolvimento nas

áreas menos favorecidas, além de contribuir positivamente tornando alunos egressos da

UFRN mais sensíveis com os problemas sociais, devido ao contato direto com a

situação de pobreza no interior.

Graças ao curso técnico de instrumento musical na cidade de Florânia/RN,

alunos de diversas cidades do Seridó norte-rio-grandense estão tendo a oportunidade de

acesso ao estudo da Música com professores qualificados e também com metodologias

antes desconhecidas. Este curso de Música em Florânia/RN vem contribuindo para a

maior permanência de músicos no interior. A interiorização tem ainda ajudado a

acrescentar bons hábitos, por exemplo, a pontualidade dos alunos nos horários de aulas

e participação em discursões propostas pelos professores, por meio de temas de aulas e

seminários.

Hoje, a interiorização da UFRN nos municípios do interior e a democratização

prevista pelo PRONATEC têm contribuído para levar o ensino de Música a lugares

antes jamais imagináveis. Não há mais tantas barreiras para aqueles que de fato queiram

se preparar para o mercado de trabalho.

É possível observar que o curso técnico de instrumento musical tem sido cada

vez mais procurado por estudantes. O interior norte rio-grandense é rico em talentos

musicais, entretanto, para uma atuação profissional que se impõe cada vez mais com

inovações no mundo atual, é preciso sair das redomas que nos cercam. É preciso buscar

novos conhecimentos. É preciso estar em contato com novas possibilidades, novas

39

ferramentas, novas formas de atuação. Afinal, o mundo está em constante transformação

e não podemos nos abster disso.

No Estado do Rio Grande do Norte esse Programa tem sido um diferencial na

área musical. Ao público do ensino médio é dada a perspectiva da empregabilidade.

Recentemente houve seleção para maestros/regentes em mais de trinta Filarmônicas do

Estado do RN e um dos requisitos obrigatórios era que se tivesse minimamente nível

técnico em música, o que aponta para a crescente valorização da educação profissional

de nível médio em Música. Dos selecionados tivemos dois ex-alunos do Curso sediado

em Cruzeta e já mencionado aqui anteriormente.

Acreditamos que o PRONATEC da EMUFRN veio subsidiar de forma

expressiva o trabalho de capacitação musical no Estado do Rio Grande do Norte. O

primeiro passo foi dado no âmbito da interiorização e certamente os estudantes e

egressos trarão grandes contribuições para o trabalho musical desenvolvido no Estado.

O mercado de trabalho no contexto musical tem absorvido muitos músicos, seja

em bandas de Forró, em bandas Filarmônicas ou outras formações. Desses músicos,

muitos são concluintes do curso técnico em música.

Esperamos que este relato de experiência possa contribuir para novas pesquisas

sobre o ensino da música e sua interiorização, seja aqui no Rio Grande do Norte ou em

outros Estados do país. Consideramos que pesquisas neste segmento investigado são

muito relevantes e que podem nos conduzir a descobertas muito mais profundas nesse

campo de estudo da Música.

40

REFERÊNCIAS

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42

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PAIVA, Jane. Concepção curricular para o ensino médio na modalidade de jovens e

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PAIVA, Luciano Luan Gomes. O uso das tecnologias digitais no ensino e

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2015. 34 f. Monografia (graduação) - Escola de Música, Universidade Federal do Rio

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PRONATEC. Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Disponível

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SAVOIA, Mariângela Gentil. Psicologia social. São Paulo: McGraw-Hill, 1989.

SIGAA. Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas. Técnico em

Instrumento Musical - Pronatec 2014.2. Disponível em: < https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/curriculo.jsf> Acesso em: 16. Out. 2015.

UFTM. Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Cursos Fics. 2013. Disponível em:

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jovens participantes de projetos sociais. Florianópolis, 2008. Dissertação (mestrado em

Psicologia) – Curso de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa

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43

WILLE, Regiana Blank. Educação musical formal, não formal ou informal: um estudo

sobre processos de ensino e aprendizagem musical de adolescentes. Revista da ABEM,

2014, 13.13.

WILLEMS, Edgar. Solfejo: curso elementar. Adaptação portuguesa de Raquel Marques

Simões. São Paulo: Fermata do Brasil, 1999.

44

ANEXO E APÊNDICES

45

ANEXO A –

MODELO DE PROGRAMA DE RECITAL

2

2 A arte deste Programa de Recital acima não foi criada por nós professores, portanto, ela não tem outra

função a não ser de mera ilustração de imagens, por sinal, um tanto bem humorada e sem interesse na

correta grafia de símbolos musicais aqui estudados.

46

APÊNDICE A -

02 QUESTIONÁRIOS SOBRE O CURSO TÉCNICO EM INSTRUMENTO

MUSICAL DO PRONATEC DA EMUFRN

QUESTIONÁRIO 01

SOBRE: O CURSO, OS ESTUDANTES, AS MATÉRIAS, OS CONTEÚDOS E AS

PERSPECTIVAS FUTURAS.

Como possíveis respostas pedimos que você utilize as alternativas abaixa:

(A) Pouco

(B) Mais ou Menos

(C) Sim/Bom

(D) Não/Ruim

1- O curso técnico tem atendido a suas perspectivas? ( )

2- Os conteúdos são fáceis ou acessíveis para você aprender? ( )

3- Você já conhecia a teoria vista no curso? ( )

4- Você estuda as matérias e conteúdos do curso em casa? ( )

5- Você já dominava os conteúdos que são trabalhados nas aulas de instrumento e

práticas de conjunto? ( )

6- Hoje, como você avalia seu rendimento em relação ao que é trabalhado no curso? ( )

7- Você se ver após o técnico continuando com os estudos musicais iniciados no

PRONATEC? ( )

8- Seus professores apresentam plano de aula e disponibilizam materiais para estudos

individuais extraclasses? ( )

9- O curso faz a diferencia na sua formação musical? ( )

10- O curso tem ajudado na sua vivência musical: tocando, lendo, escrevendo,

pesquisando, etc.? ( )

47

QUESTIONÁRIO 02

Nome completo do (a) aluno (a):________________________________________________

Instrumento: __________________

PRONATEC - EMUFRN - Florânia/RN

Data de respostas: _____/10/2015

9. O que tem sido o Curso Técnico em Instrumento Musical do PRONATEC da

EMUFRN em Florânia/RN para você, estudante de música?

_____________________________________________________________________

10. O que você tem a dizer do Curso?

_____________________________________________________________________

11. O que você tem a dizer dos seus Professores?

_____________________________________________________________________

12. O que você tem a dizer dos seus colegas estudantes?

_____________________________________________________________________

13. O que você tem a dizer de toda a equipe do PRONATEC da EMUFRN em

Florânia/RN?

_____________________________________________________________________

14. O que você ainda espera do curso?

_____________________________________________________________________

15. Quais alguns de seus planos após concluir esse curso?

____________________________________________________________________

OBS.: Se desejar, fique a vontade para fazer outros comentários em relação a

tudo que já vivenciou no primeiro ano do curso, sejam: conteúdos, troca de

experiências, momentos, etc.

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

48

APÊNDICE B –

MODELO DE PLANO DE AULA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO –

PRONATEC/MEC

PLANO DE AULA

1. Identificação

Disciplina: Linguagem e Estruturação Musical/Percepção

Tema: Estudos de Linguagem e Estruturação musical/Percepção sobre

um excerto.

Duração: 200 minutos (04 horários de 50 min.)

Data: (?)

Professor: Francisco Canindé de Medeiros Sena

2. Conteúdo Programático

ESTRUTURAÇÃO MUSICAL (TEORIA ELEMENTAR DA MÚSICA)

Pentagrama ou pauta; Claves; Barras de compasso; Figuras de duração e de

silêncio; ponto de aumento e ligaduras. Notas musicais; Sinais de alteração;

Compassos; Articulações e dinâmicas;

PERCEPÇÃO MUSICAL

Estudo de intervalos melódicos e harmônicos sobre o excerto.

HARMONIA

Apenas serão citados brevemente ao final da aula:

a) Acordes: formação; classificação; inversões; cifragens;

b) Princípios básicos de harmonia (condução de vozes; modulação;

cadências).

ANÁLISE MUSICAL

a) Princípios básicos da organização de células motívicas: inciso, membro

49

de frase, frase e período;

b) Movimento;

c) Grandes formas musicais (rondó, sonata).

3. Objetivo

Proporcionar uma metodologia de estudo da Linguagem e Estruturação

Musical/Percepção, apresentando alguns conceitos e estratégias sobre o excerto da

aula.

4. Procedimento metodológico

Será feita uma abordagem concisa com relação a alguns conceitos de

Linguagem e Estruturação Musical/Percepção através da apresentação de estratégias de

ensino-aprendizagem para aquisição de habilidades teórico-práticas. Começaremos

com estudos elementares acerca de: teoria musical, percepção musical, harmonia

tradicional; funcional e por fim, análise musical.

5. Recursos Didáticos:

Tipo Finalidade

Notebook e Data-show Apresentar estruturação do conteúdo da aula.

Caixas de som Para escutar exemplos

Piano Para exemplificar exercícios práticos.

Quadro e lápis pilot Para escrever.

6. Sistema de avaliação:

Será observado o desenvolvimento do aluno através do conteúdo programado,

com uma perspectiva diagnóstica para possíveis intervenções.

7. Referências:

BENWARD, Bruce; KOLOSICK, Timothy. Percepção musical: prática

auditiva para músicos. Tradução de Adriana Lopes da Cunha Moreira. 7. ed.

São Paulo: EDUSP, UNICAMP, 2009. (Série Didático-Musical, 1).

COLPAND, Aaron. Cómo escuchar la música. Traducción de Jesús Bal y Gay.

México: Fondo de Cultura Económica, c1986. (Breviarios, 101).

GRAMANI, José Eduardo. Rítmica. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999.

MED, Bohumil. Solfejo. 3. ed. Brasília: Musimed, 1986. (Série Musicologia, 2).

50

APÊNDICE C –

MODELO DE AVALIAÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

CURSO TÉCNICO – PRONATEC

POLO DE FLORANIA

AVALIAÇÃO FINAL

Aluno (a):_______________________________________________________Nota:________

Turno: ( ) Manhã ( ) Tarde

Professor: Esp. Francisco Canindé de Medeiros Sena

Orientadora: Professora Dr. Maria Clara de Almeida Gonzaga

Período letivo: 2015.1

Disciplinas:

MUP0001 Linguagem e Estruturação Musical: Conhecimentos de teoria e escrita da música.

Turmas 02 e 04

MUP0002- Percepção Musical: Conhecimentos de solfejos e ditados rítmico-melódicos.

Turmas 02 e 04

1. Diga o nome das seguintes cifras (acordes) (1,0)

F___________________Gm____________________ Fb______________________

Bb__________________ Bº__________________ D _________________

B______________ C________________

Dbm_______________E#_____________________

2. Classifique os acordes em Maior, Menor, Diminuto ou Aumentado: (1,0)

F#___________ Eº__________ G aum. _________ Bm_____ C______

3. Qual o nome dos graus da escala abaixo: (1,0)

VII______________ I_____________ V____________ IV__________

II___________

4. Dos acordes abaixo, marque UM que não pertence à tonalidade de Lá Maior: (1,0)

D ( ) G( ) E ( ) C#m ( ) Bm ( ) F#m ( )

51

5. Ditado de intervalos simples: (1,0)

a) ______________

b) ______________

c) ______________

d) ______________

e) ______________

6. Ditado de acorde Maior, Menor, Diminuto e Aumentado: (1,0)

a) _____________

b) _____________

c) _____________

d) _____________

e) _____________

7. Classifique os compassos abaixo em Binário, Ternário ou Quaternário: (1,0)

___________ _____________ ____________ _________

8. Classifique quatro vozes para um coral: (1,0)

9. De acordo com OS GRAUS abaixo, classifique as cadências em: perfeita, imperfeita,

plagal e de engano: (1,0)

(IV – I) _________________

(V – I) __________________

(V – VI) _________________

(V – I 6) _________________

52

10. Diga a CLASSIFICAÇÃO das formas musicais abaixo: (1,0)

a) A B ________________

b) _________________

c) _______________

d) ____________

e) a a a a a a ________

Sucesso!

Canindé

Esta versão foi revisada e aprovada pelo(a) orientador(a), sendo aceite, pela

Coordenação de Graduação em Música, como versão final válida para depósito

no Repositório de Monografias da UFRN.

Valéria Lazaro de Carvalho

Coordenadora dos Cursos de Graduação