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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ – DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DO CERES
ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA: PERSPECTIVAS E DISCUSSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
SOBRE O COTIDIANO ESCOLAR
EDNA BATISTA DE MEDEIROS
CAICÓ-RN
2016
EDNA BATISTA DE MEDEIROS
ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA: PERSPECTIVAS E DISCUSSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
SOBRE O COTIDIANO ESCOLAR
Trabalho de conclusão de Curso-Artigo Científico apresentado à Coordenação do Curso de Especialização em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, ministrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências para a obtenção do Título de Especialista.
Orientadora: Janaina Luciana de Medeiros
CAICÓ-RN
2016
EDNA BATISTA DE MEDEIROS
ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA: PERSPECTIVAS E DISCUSSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
SOBRE O COTIDIANO ESCOLAR
Artigo cientifico apresentado como requisito obrigatório para a obtenção do título
de Especialista no Curso de Especialização a Universidade Federal do Rio Grande
do Norte-UFRN
Aprovada em ____/____ /2016, com conceito ____, pela seguinte banca:
BANCA EXAMINADORA
Prof° Ms. Janaina Luciana de Medeiros - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte-UFRN- Orientadora e Presidente da Banca
Prof° Ms. Mayara Ferreira de Farias - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte-UFRN - Avaliador 1
___________________________________________________________________ Prof° Esp. Joelson Severino de Medeiros - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte-UFRN/SEDIS - Avaliador 2
CAICÓ-RN
2016
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................07
2. A APLICAÇÃO DA LEI N. 10.639..........................................................................09
3. O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NO
ÂMBITO ESCOLAR...................................................................................................13
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................19
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................23
6. REFERÊNCIAS .....................................................................................................25
5
ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA: PERSPECTIVAS E DISCUSSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
SOBRE O COTIDIANO ESCOLAR
Edna Batista de Medeiros1
Janaina Luciana de Medeiros - Orientadora2
RESUMO
Ensejando a concretização do reconhecimento da identidade, história e cultura de um
grupo étnico, o presente trabalho possibilitou reconhecimento, igualdade das raízes
africanas da nação brasileira. Outrossim, objetivou-se discutir questões relacionadas
à inserção do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, sobre a
relevância e necessidade da aplicabilidade da temática no contexto escolar, na
procura por valorizar os sujeitos e sua cultura. Neste contexto, pensou-se na seguinte
questão problema: trabalhar e inseridos no cotidiano da sala de aula para que haja a
real inserção do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana? Assim, a
pesquisa em questão, utilizou como metodologias: a pesquisa qualitativa e
bibliográfica, em revistas, livros e sites que abordavam sobre a mesma ou temática
semelhante. A fundamentação teórica, por sua vez, pautou se na ótica de autores
como: Abreu (2007), Azevedo Neto (2009), Brasil (2003, 2004, 2008), Bittencourt
(2004), Cavalleiro (2005, 2011), Carvalho (2006), Freire (1992), Fonseca (2003),
Gomes (2001), Menezes (2002), Rosa (2006), Santos (2005), Santos (1987), dentre
outros. A intervenção pedagógica foi, por conseguinte, realizada em sala de aula na
“Escola Municipal Paulino Batista de Araújo”, na qual procurou-se mostrar a Lei
10.639/03 no contexto escolar, na busca por valorizar o ensino da diversidade cultural
afro-brasileira e africana no cotidiano da Instituição supracitada. Como principais
resultados, destacam-se: uma contação de história, com enredo simples, o tema da
inclusão do negro e da diversidade valorizando o negro e sua identidade, bem como,
slides.
Palavras Chave: Cotidiano escolar. História e cultura Afro-brasileira e Africana.
Professores.
1 Discente do Curso de Especialização em História e Cultura Africana e Afro-Brasileira –
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES),
Campus de Caicó, Departamento de História (DHC). Graduada em Pedagogia pela UVA – Universidade
Estadual do Vale do Acaraú. Professora do Município de Timbaúba dos Batistas. E-mail: [email protected].
2 Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Escola Agrícola de Jundiaí –
UFRN/EAJ. Mestre em turismo pela UFRN. E-mail: [email protected].
6
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um país do continente americano que recebeu o maior fluxo de
africanos escravizados entre os séculos XVI e XIX, com negros e mestiços
descendentes da África, que atualmente representam hoje um número muito grande
da população brasileira, onde tiveram uma notável participação na formação do nosso
povo, na sua economia, sua cultura e sua história, contribuindo de forma decisiva para
modelar a cultura e a identidade brasileira.
A meta deste esboço sobre o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana objetiva a concretização do reconhecimento e valorização da identidade,
história e cultura de um grupo étnico, que concentra a maior parte da população
brasileira: os negros.
A guisa dessas orientações, tem se constituído incumbências das instituições
de ensino, que ofertam cursos na modalidade de licenciatura e criação de horizontes
reais de planejamento. Contudo, a medida corresponde ao cumprimento das
expectativas o que prescinde o desenvolvimento de unidades de estudos, assim como
projetos e programas, com fins à apropriação, de forma abrangente, sobre o
componente curricular.
Vale inferir, que a presente pesquisa é qualitativa e bibliográfica, tendo sito
utilizadas revistas, livros e sites que abordavam sobre a mesma ou temática
semelhante.
Uma pesquisa qualitativa, segundo Veal (2011), envolve a coleta de uma
grande quantidade de informações, porém, sobre um pequeno número de pessoas. A
informação coletada geralmente não é apresentada de forma numérica.
Para Strauss (2008), a pesquisa qualitativa pode se referir à investigação sobre
a vida das pessoas, experiências vividas, comportamentos, emoções e sentimentos,
também sobre o funcionamento organizacional e relacionado também a movimentos
sociais.
A pesquisa tem enfoque exploratório, que segundo Dencker (1998) busca
aprimorar ideias e descobrir instituições. Caracteriza-se, também, por possuir um
planejamento flexível, envolvendo em geral levantamento bibliográfico. Uma pesquisa
bibliográfica, por sua vez, é desenvolvida a partir de material já elaborado, construído
principalmente de livros e artigos científicos, entretanto fundamentam o objeto de
estudo (GIL, 2009).
7
Sobre isso, Dencker (1998) afirma que tal pesquisa consiste em utilizar material
já elaborado como livros e artigos científicos. Já Gil (2008) apresenta que sua principal
vantagem reside no fato de permitir ao pesquisar a cobertura de uma gama de
fenômenos mais amplo do que aquela que poderia pesquisar diretamente.
Assim sendo, destaca-se o fato de ser necessário discutir sobre a temática de
ensino da HistóriaeCultura Afro-Brasileira e Africana em prol da comunidade, onde
necessitam que seus professores tenham novos olhares sobre a questão
supracitada, refletindo, direta e indiretamente, nas diversas relações socioculturais
existentes no cotidiano das pessoas, o qual deve ser baseado no respeito mútuo e
na liberdade de expressão.
A pesquisa em questão tem interesse em estudos relacionados com o ensino de
história, em especial a relacionada com a cultura Africana e Afro-brasileira, com
perspectivas de ampliar estudos e possibilitar divulgação sobre a temática em âmbito
local e aos que tiverem acesso ao trabalho em qualquer lugar.
A proposta da aula foi a professora trabalhar com seus alunos através de uma
história os valores, bem como, o tema racismo onde nos dias de hoje essa temática
ainda necessita ser discutida e trabalhada no meio social.
Ao que concerne à relevância acadêmica, destaca-se o fato de que o material
será disponibilizado a outros alunos e pesquisadores que tenham ou queiram ter
aproximação com a questão do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,
seja por motivo de conhecimento pessoal, profissional ou que deseje ampliar estudos
sobre a temática. Outrossim, o material ficará disponível para quaisquer pessoas
através do Sistema da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Diante disso, formulou-se a seguinte questão problema: quais conteúdos
devem ser trabalhados e inseridos no cotidiano da sala de aula para que haja a real
inserção do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana?
8
2 A APLICAÇÃO DA LEI N. 10.639
Existem vários debates realizados, acerca da maneira como o professor deve
trabalhar a disciplina de História no cotidiano escolar, sendo este conteúdo
imprescindível que contribui, para a formação do povo brasileiro e a cultura Afro-
brasileira e Africana
Em consonância com os documentos oficiais, a Educação das Relações Étnico-
Raciais e o estudo de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, têm o seu aporte
obrigatório nos currículos escolares. Devendo alcançar desenvoltura por meio da
veiculação de conteúdos, competências, atitudes e valores que agreguem a
operacionalização docente de suas temáticas em sala de aula. E estes enfoques, que
ficarão ao encargo das deliberações das Instituições de ensino e seu corpo docente,
conforme vem explicitando o Parecer CNE/CP n. 3/2004 (BRASIL, 2004).
O ensino das Relações Étnico-Raciais e o estudo de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana, tornou-se obrigatório por lei, sendo importante que o educador
trabalhe nos conteúdos, competências, atitudes e valores em sala de aula.
Para Fonseca (2003, p. 101), relata que:
Nesse contexto sociocultural e educacional processa-se de forma intensa o debate acerca dos paradigmas, das relações entre os padrões e níveis de conhecimento, das concepções de educação e da escola, o que evidencia a necessidade de repensar as práticas pedagógicas dos professores no interior dos diferentes espaços educativos.
O debate acerca dos paradigmas foram imprescindíveis pois necessitava
repensar sobre as práticas pedagógicas dos professores no cotidiano da sala de aula.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n. 9.394, de
20 de dezembro de 1996 sofreu significativas alterações. Os estabelecimentos de
ensino, consoante o Art. 26-A da LDBEN, assumiram o estudo da História e Cultura
afro-brasileira e indígena (BRASIL, 2003).
A lei estabelecia a obrigatoriedade da História e Cultura Africana e dos Afro-
Brasileiros no currículo escolar, e em 1996 sofreu significativas alterações em seu
conteúdo incluindo aspectos da formação da população brasileira e dos dois grupos
étnicos.
9
Da mesma forma, o conteúdo programático do currículo oficial de ensino incluiu
aspectos que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois
grupos étnicos (Art. 26-A, §1º) (BRASIL, 2008).
Os conteúdos do currículo incluem aspectos da formação da sociedade e dos
grupos étnicos brasileiros, destacando as suas características e seus costumes.
Entretanto, para alcançar tal pilar no ensino, os documentos postulam sobre o
aprofundamento dos estudos relacionados à temática da Educação das Relações
Étnico-Raciais. Nesse caso, as exigências incluem a colaboração das coordenações
pedagógicas (Parecer CNE/CP n. 3/2004)(BRASIL, 2004).
Nos documentos eram exigidos que a equipe escolar colaborasse com os
estudos nos currículos relacionados as Relações Étnico-Raciais.
Essa estrutura permite a articulação de programas de combate à discriminação
racial com projetos de valorização da diversidade étnica. Um dos seus objetivos é
tornar a multiplicidade de experiências pedagógicas dessas áreas em modos de
renovação nas práticas pedagógicas (BRASIL, 2004a).
Os projetos e os programas de combate à discriminação são relevantes, pois
contribuem para que a diversidade e a pluralidade cultural seja valorizada através das
práticas pedagógicas.
a articulação de programas de combate à discriminação racial com projetos de
valorização da diversidade étnica foram instrumentos de promoção da cidadania, da
valorização, da diversidade e de apoio às populações.
Mais do que uma reunião de programas, a tarefa da nova secretaria é articular
as competências e experiências desenvolvidas, tanto pelos sistemas formais de
ensino como pelas práticas de organizações sociais, em instrumentos de promoção
da cidadania, da valorização, da diversidade e de apoio às populações que vivem em
situações de vulnerabilidade (BRASIL, 2004b).
Um dos importantes instrumentos para promoção da cidadania diz respeito a
articulação e desenvolvimento de projetos pedagógicos, que os educadores planejam
e executam no âmbito escolar com o apoio da sociedade.
Em conformidade com o § 2o do Art. 26-A da atual LDBEN, “os conteúdos
referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação
artística e de literatura e história brasileiras”.
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Os conteúdos acercam da história e cultura afro-brasileira e dos povos
indígenas brasileiros vim a ser ministrados no currículo escolar, nas áreas de
educação artística e de literatura e história brasileira.
Assim Bittencourt (2004, p. 64), ressalta que:
Para a maioria dos educadores que concordavam com a escolarização das classes populares, a história a ser ensinada, desde o primeiro ano escolar, aos trabalhadores livres que emergiam em substituição aos escravos deveriam inculcar da obediência à hierarquia, de modo que a nação pudesse chegar ao congresso, modernizando-se segundo o modelo dos países europeus.
A escolarização das classes escolares estava direcionada aos indivíduos livres
daquela época, e aos escravos cabiam a obediência aos seus senhores, sem ter
direitos a educação.
Assim, tão contundente quanto destacar a base legal da obrigatoriedade da
temática, entende-se que seja a assimilação de que o ensino da História Africana não
se refere exclusivamente a ensinar a História em si, como um conteúdo escolar a
mais.
A escola e a sociedade não estão dissociadas, e que muitas vezes, existe uma
dissociação no espaço escolar, a família não cumpre com seu dever de participar da
vida estudantil de seu filho, onde não participa de reuniões escolares, não se preocupa
com as tarefas escolares, e faz cobranças aos educadores sobre a educação das
crianças, assim, tem percebe esse distanciamento da família com relação ao ambiente
escolar.
É justamente com relação aos preconceitos adquiridos em um processo de
informação distorcida sobre a África e sobre os africanos, que esta história necessita
ser questionada e ensinada nas escolas.
Sendo assim, percebe-se que as reivindicações propostas tecem
apontamentos para a necessidade de diretrizes que orientem a formulação de ações
empenhadas na valorização da história e cultura da formação da sociedade brasileira.
É essencial, por conseguinte, conhecer as raízes que a miscigenaram. Não
convém deixar passar de forma despercebida a relevância herdada pela cultura
africana e indígena, na proposição de novos rumos para a educação atual.
11
Portanto, a menção condiz com o intuito de criar situações de um ensino
comprometido com a Educação de Relações Étnico-Raciais positivas, a que tais
conteúdos devem conduzir.
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3 O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA AMBITO ESCOLAR
O Brasil é um país formado por uma rica cultura, e diferentes povos precisando
que a educação seja moldada pela mudança e a transformação, almejando assim uma
estrutura do currículo voltado, para a realidade do povo brasileiro.
Assim sendo, a história dos antepassados do nosso país requer que os
educadores façam uma recriação e integrem seus alunos, de modo que possa atender
e contemplem as abordagens históricas, ao ponto que é urgente (re) pensar um ensino
respaldado pelo respeito às matrizes culturais, a partir das quais se construa a
identidade do educando.
Assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça, como valores
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social (BRASIL, 1998).
Assim os direitos sociais são assegurados por lei, e importantes para o
desenvolvimento da cidadania, e cabe a escola construir uma sociedade justa e com
valores, respeitando todos igualmente sem preconceito.
Segundo Paixão (2007, p. 53), traduz que:
A inserção do estudo de história e cultura da áfrica e afro-brasileira é uma antiga reivindicação do movimento negro, que contribuiu para elaboração da lei 10639/03: ao movimento social negro tem-se constituído como um movimento importante na sociedade brasileira. A história é repleta das ações de rebeldia, de luta e libertação da população negra, desde o início da escravidão no Brasil. Os quilombos
são sinais vivos dessa organização e resistência.
O movimento negro lutava por igualdade entre todos, pela liberdade e pelos
direitos dos que um dia foram escravizados, e por seu lugar na sociedade.
Esses pontos, por sua vez, referendam a garantia de reconhecimento e
igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, sem desprezar
outros grupos étnicos que formulam o contingente populacional brasileiro, que são os
indígenas, europeus e asiáticos (BRASIL, 2004).
As raízes africanas, indígenas, europeus e asiáticos tiveram sua participação
na formação da sociedade brasileira, pois contribuíram de forma significativa para o
desenvolvimento do país.
13
A intenção de transformação da educação brasileira que procura a valorização
da história e da cultura dos africanos e afrodescendentes busca eliminar os fatores de
exclusão das populações descendentes dos africanos que se proliferam desde o
Brasil colônia (ROSA, 2006).
Assim, através do ensino das culturas os educadores objetiva valorizar a
história desses povos, bem como, a sociedade diminuir com o preconceito que existe
desde o Brasil colônia.
Nesse sentido, Brasil (PCN, 1998, p. 302), menciona que:
A sociedade atual solicita que se enfrente a heterogeneidade e que se distingam as particularidades dos grupos e das culturas, seus valores, interesses e identidades. Ao mesmo tempo, ela demanda que reconhecimento das diferenças não fundamente relações de dominação, submissão, preconceito ou desigualdade.
É importante que sejam mantidas a heterogeneidade e as particularidades dos
grupos, valorizando sua identidade, e que os alunos possam reconhecer essas
diferenças.
A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira
e africana não se restingue à população negra, ao contrário dizem respeito a todos os
brasileiros uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma
multicultural e pluriétnica, capaz de construir uma nação democrática (CNE, 2004).
O estudo de temas decorrentes da cultura afro-brasileira e africana é relevante
porque assim todos os brasileiros possam conhecer sua história e exercer a sua
cidadania.
De um lado os professores de história queixam-se do desinteresse e apatia de
seus alunos que, distanciados de um passado orgânico e de uma consciência clara a
respeito do valor da educação e de suas práxis, perdem-se em meio a um conjunto
de ações cotidianas desprovidas de sentido e não conseguem estabelecer claras
relações entre aquilo que estudam em termos de conteúdos históricos e sua vida real
(ABREU, 2007).
O desinteresse e apatia dos alunos com relação a história e a cultura afro-
brasileira e africana, faz com esses não entendam o conteúdo abordado e sala de
aula pelo professor.
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A escola foi criada como instituição educativa, isto é, para transmitir às novas
gerações elementos culturais necessários para a participação na vida social, conforme
a divisão do trabalho, do poder e do saber (MENEZES, 2002).
A instituição escolar é um lugar pelo qual são transmitidos elementos culturais
pelos educadores, onde esse conhecimento propicia desenvolvimento aos aluno, bem
como saber e participação na sociedade.
Para Carvalho (2006, p. 212), traduz que:
No entanto, eles ainda encontram problemas no processo de sua plena integração social e no exercício de seus direitos de cidadania. Seria necessária a construção de uma aliança negro-branco-indígena pela inclusão racial, que permitiria a associação entre os movimentos negros e indígenas na construção e reconstrução de uma história com eles hermanados visando à superação da brutal e inaceitável desigualdade étnica hoje existente na sociedade brasileira.
Os movimentos negros e indígenas na construção e reconstrução de uma
história, são essenciais porque dessa maneira integra a sociedade a história de
luta, propiciando conhecer seus costumes e tradições.
Entretanto, existe a preocupação de alguns conteúdos como “19 de abril”
(Dia do Índio); o “13 de maio” (Abolição da Escravatura) e o “20 de novembro” (Dia
dedicado à Consciência Negra), que são abordados nas escolas na sala de aula de
forma inadequada, sem atenção a esses temas.
A inserção desses conteúdos no currículo escolar recebe um degrau otimista.
Significa despir os conteúdos dos estereótipos tradicionalmente reproduzidos nos
bancos escolares. Estereótipos que, por sua vez, têm dado continuidade à hegemonia
de um currículo eurocêntrico, machista, racista e capitalista. Com efeito, trazer a
História e a Cultura africana para a sala de aula, revela a importância do negro para a
formação da sociedade brasileira (SANTOS, 2005).
Ao inserir esses conteúdos no cotidiano da sala de aula, os educadores amplia
o conhecimento de mundo dos alunos, com relação a história e a cultura afro-brasileira
e africana.
A escola articula as necessidades individuais e demanda da sociedade
contemporânea ao mesmo tempo, fornece escolaridade prepara para o trabalho e a
vida social e política transmitindo preservando e recriando cultura (FONSECA, 2003).
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As instituições escolares têm o objetivo de preparar seus alunos para exercer
a sua cidadania e viver em sociedade de forma que possa respeitar e valorizar a sua
cultura.
Azevedo Neto (2009, p. 2), afirma que:
Os parâmetros são de extrema importância que em situações de ensino sejam consideradas as contribuições significativas de cultura que não tiveram hegemonia política e, também, que seja realizado um trabalho que busca explicar, entender e conviver com procedimentos, técnicas e habilidades matemáticas desenvolvidas no entorno sociocultural próprio a certos grupos sociais.
Os parâmetros são imprescindíveis porque objetiva explicar, entender e
conviver os procedimentos, técnicas e habilidades desenvolvidas no entorno do
âmbito escolar pelo professor.
A multiculturalidade não se constitui na justaposição de culturas, muito menos
no poder exacerbado de uma sobre as outras, mas na liberdade conquistada, no
direito assegurado de mover-se cada cultura no respeito uma da outra, correndo risco
livremente de ser diferente, sem medo de ser diferente, de ser cada um para si
somente como se faz possível crescerem juntas e não na experiência da tensão
permanente, provocada pelo “todo-poderosismo” de uma sobre as demais, proibidas
de ser (FREIRE, 1992).
A cultura é um direito de todos, e através da multiculturalidade os indivíduos
conquistaram a liberdade, sem medos e poder, e cada uma apesar de diferente deve
ser respeitada e livre.
A sociedade brasileira caracteriza-se por uma pluralidade étnica, sendo este
produto de um processo histórico que inseriu num mesmo cenário três grupos
distintos: portugueses, índios e negros de origem africana. Esse contato favoreceu o
intercurso dessas culturas, levando à construção de um país inegavelmente
miscigenado, multifacetado, ou seja, uma unicidade marcada pelo antagonismo e pela
imprevisibilidade (MENEZES, 2002).
Com a origem três grupos distintos: portugueses, índios e negros de origem
africana, a sociedade brasileira caracteriza pela pluralidade ética, propiciando a
construção de um país miscigenado.
Um conjunto de políticas públicas e privadas e de caráter compulsório,
facultativo ou voluntário, concebidas com vista ao combate da discriminação de raça
16
gênero etc., bem como para corrigir os efeitos presentes da discriminação praticada
no passado (GOMES, 2001).
As Politicas Públicas e privadas são realizadas no país, com o intuito de
combater a discriminação do passado, onde muitas pessoas constantemente sofrem
com esse tipo de preconceito
Assim Santos (1987, p. 16), aponta que:
É importante considerar a diversidade cultural interna à nossa sociedade; isso é de fato essencial para compreendermos melhor o país em que vivemos. Mesmo porque essa diversidade não é só feita de ideias; ela está também relacionada com as maneiras de atuar na vida social, é um elemento que faz parte das relações sociais no país. A diversidade também se constitui de maneiras diferentes de viver, cujas razões podem ser estudadas, contribuindo dessa forma para eliminar preconceitos e perseguições de que são vítimas grupos e categorias de pessoas.
O grande compromisso dos educadores é vivenciar a prática pedagógica,
desejando uma educação de qualidade em que todos possam alcançar a igualdade,
a alegria, à esperança e a liberdade entre os povos.
As práticas desenvolvidas nas escolas suscitam indagações pertinentes, como:
Quais significados a tais datas são atribuídos e que lugar ocupam no cenário das
preocupações, percepções e discursos docentes (SILVA, 2004).
As práticas desenvolvidas no âmbito escolar são pertinentes, porque a partir
destas os educadores pode desenvolver seu trabalho, contribuindo para o
desenvolvimento da aprendizagem das crianças.
E assim, uma situação que corrobora para isso é o fato de os personagens
negros que contribuíram para a formação sócio-política e cultural do país serem
ignorados ou tratados equivocadamente na mídia e nos livros escolares
(CAVALLEIRO, 2005).
Os personagens negros que tanto contribuíram para a formação cultural do
país, são ignorados e tratados como indigentes nos livros escolares e por indivíduos
na sociedade.
Desse modo, é importante que os educadores tenham uma reflexão
critica sobre sua prática pedagógica, e estejam embasados, para assegurar uma
educação de maneira ética e consciente, bem como assegurar um ensino de
qualidade.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na Escola Municipal Paulino Batista de Araújo em Timbaúba dos Batista-RN,
têm um papel fundamental de mostrar aos alunos que todos presentes no Brasil têm
e tiveram importâncias iguais na formação da cultura brasileira, foi possível observar
que os professores desenvolvem em suas práticas pedagógicas uma temática que
façam os alunos refletir sobre a nossa História e a Cultura Afro-Brasileira e Africana e
a formação cultural brasileira no seu cotidiano. Assim é possível que as teorias racistas
possam diminuir o preconceito, sendo utilizada as metodologias voltadas para
diversidade cultural.
Nas reuniões com a equipe pedagógico vem discutindo e trabalhando junto com
os professores o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, pois além ser
obrigatória por lei, deve ser explanada em sala de aula, proporcionando aos alunos
conhecimento e aprendizagem, conhecendo a contribuição desses grupos para a
formação do povo brasileiro, através de seus costumes, tradições, sua história e as
suas lutas.
As principais dificuldades encontradas pelos educadores em trabalhar os
conteúdos, estão relacionadas a inserção do aluno em meio as informações obtidas,
pois estes trazem sua concepção de conhecimento sobre essa cultura de casa e do
meio social.
O PPP (Projeto Político Pedagógico) a escola está sendo construído junto com
a equipe pedagógica e a comunidade escolar, as reuniões realizadas são discutidos
os problemas, as dificuldades e avanços das crianças, bem como discutem sugestões
sobre como trabalhar os conteúdos de história, as principais dinâmicas para melhor
desenvolver seu trabalho no âmbito escolar cotidianamente.
Assim sendo, os conteúdos Afro-Brasileira e Africana devem ser trabalhados
de forma dinâmica com uma sequência didática, reprodução de imagens, fantoches,
teatro, elaboração de cartazes, seminários, composições, músicas, danças, vídeos,
poesias, histórias.
Na aula/momento prático foi observado que a educadora trabalhou através da
literatura um texto com os alunos o tema valores, onde pretendia discutir as complexas
questões identitárias, observando nessa o braque o preconceito racial.
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No dia 14 de março foi desenvolvida pela professora na aula na turma do 1º
ano do ensino fundamental, onde foi desenvolvido uma conversa informal sobre o
ensino de história e cultural afro-brasileira e africana, em seguida foi contado uma
história com a temática do livro “Menina bonita do Laço de fita”, logo após uma roda
de conversa para que os alunos possam trocar experiências uns com os outros sobre
o tema abordado na aula.
Imagem 01. Atividade prática na Escola.
Fonte: Dados da pesquisa no dia 14 de Março de 2016.
A Imagem 01 reflete uma atividade sendo realizada pela professora em sala de
aula, na turma do 1º ano do ensino fundamental, através de rodinha com uma
conversa informal sobre o ensino de história e cultural afro-brasileira e africana.
Imagem 02. Atividade prática na Escola.
Fonte: Dados da pesquisa no dia 14 de Março de 2016.
19
A Imagem 02 mostra o momento que a professora está desenvolvendo a
atividade através de uma contação de história com o livro “Menina bonita do Laço de
fita”, com a temática do ensino de história e cultural afro-brasileira e africana.
Imagem 03. Atividade prática na Escola.
Fonte: Dados da pesquisa no dia 14 de Março de 2016.
A Imagem 03, por sua vez, reflete um momento de interação, onde a atividade
está sendo desenvolvida em sala de aula utilizando a contação de histórias com
fantoche de forma lúdica.
Imagem 04. Atividade prática na Escola.
Fonte: Dados da pesquisa no dia 14 de Março de 2016.
20
A Imagem 04, por conseguinte, mostra a interação da turma ao final da aula,
com colegas e professores no cantinho da leitura, onde depois da atividade houve a
socialização entre todos sobre a temática abordada
21
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O tema abordado, e os debates acerca do ensino de história, surgiram com o
intuito de fazer uma discussão sobre a importância de se trabalhar na disciplina de
história Cultura Afro-Brasileira e Africana na sala de aula, objetivando detalhar as
contribuições dos negros e índios para a formação do povo brasileiro. O esboço sobre
o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana propicia reconhecimento e
valorização da identidade, história e cultura de um grupo étnico, que concentra a maior
parte da população brasileira.
A pesquisa foi realizada sendo relevante para que conheça a história e as
principais contribuições desses povos para a nossa sociedade, onde oportuniza aos
educadores trabalhar essa temática, em diversos ângulos do âmbito escolar, onde
possa realizar seu trabalho pedagógico de forma significativa, para a construção do
conhecimento do aluno utilizando diversos recursos metodológicos.
Sendo assim, esse conteúdo sobre o ensino de história no cotidiano da sala de
aula, os professores procuram inserir no currículo escolar, para que sejam superados
obstáculos do dia a dia, inserindo conteúdos para trabalhar valores, conscientizando
os educadores contra a discriminação. Como a escola vem discutindo o ensino de
história para que possamos conhecer a cultura de nosso país.
Na Escola Municipal Paulino Batista de Araújo em Timbaúba dos Batista-RN,
vem propondo junto com os professores e a equipe pedagógica, projetos e atividades
permanentes que valorizem a História e a Cultura Afro-Brasileira e Africana no seu
cotidiano escolar, em todo o currículo escolar, como nas disciplinas de artes plásticas,
literatura, música com apresentações teatrais de histórias da literatura africana,
trabalhando os elementos de ritmos como o samba e o maracatu nas aulas de Música,
ou explorar alguns elementos da capoeira nas aulas de Educação Física abordando
a História e a Cultura Afro-Brasileira e Africana nos conteúdos.
Assim sendo, ao Estimular a participação das crianças em atividades que
envolvam brincadeiras, jogos e contações de histórias e canções que remetam às
tradições culturais de suas comunidades e de outros grupos como estratégias. É o
momento de falar sobre a colonização portuguesa no país e traçar um paralelo com a
realidade social dos negros hoje, sob a premissa de que, "Se o aluno entender o
processo histórico que desencadeou a desigualdade entre negros e brancos, ele não
vai reforçar preconceitos”.
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Assim, sugere-se que seja trabalhado pelos professores vários atividades
sobre a temática abordada a partir da simples narrativa, onde narra os acontecimentos
usando a voz e a oralidade para contar uma história, pelo próprio uso do livro, como
também gravuras que enriquecem o trabalho da história o flanelógrafo, o Imantógrafo,
o quadro de prega, o álbum seriado e sanfonado, mural didático, o DVD, o cinema,
através de dramatização, com teatro, com músicas, teatro de vara, cartazes e
quadros, e dobraduras propiciando o aluno aprender de forma lúdica, obtendo
conhecimento e aprendizagem de diversas maneiras.
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ABSTRACT Occasioning the implementation of the recognition of identity, history and culture of an ethnic group, this work enabled recognition, equality of the African roots of the Brazilian nation. Moreover, the objective was to discuss issues related to the integration of the teaching of History and Afro-Brazilian Culture and African on the relevance and need for the issue of applicability in the school context, in the search for valuing subjects and their culture. In this context, it was thought the question problem: work and entered the classroom everyday so there is a real integration of the teaching of History and Afro-Brazilian Culture and African? Thus, the research in question, used as methods: qualitative and literature, in magazines, books and websites that addressed on the same or similar subject. The theoretical foundation, in turn, guided in the perspective of authors such as Abreu (2007), Azevedo Neto (2009), Brazil (2003, 2004, 2008), Bittencourt (2004), Cavalleiro (2005, 2011), Carvalho ( 2006), Freire (1992), Fonseca (2003), Gomes (2001), Menezes (2002), Rose (2006), Santos (2005), Santos (1987), among others. The educational intervention was therefore carried out in the classroom in the "Escola Municipal Paulino Batista de Araújo," which sought to show the Law 10,639/03 in the school context, in the search for value teaching african-Brazilian cultural diversity and African in everyday aforementioned institution. The main results are: one story telling, simple plot, the theme of inclusion of black and diversity valuing the black and identity, as well as slides. Keywords: School Everyday Life. History and Afro-Brazilian and African culture. Teachers.