mário de andrade personagens e enredo

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  • Mrio de Andrade Personagens e Enredo http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/amar_verbo_intransitivo
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  • Foco narrativo A narrativa feita na terceira pessoa, por um narrador que no faz parte do romance. o narrador tradicional, um narrador onisciente e onipresente. Mas h ainda um outro ponto de vista: o autor se coloca dentro do livro para fazer suas numerosas observaes marginais. Para comentar, criticar, expor ideias, concordar ou discordar... uma velha mania do romance tradicional. E os comentrios so feitos na primeira pessoa. Isto no sei se bem se mal, mas a culpa toda de Elza. Isto sei e afirmo... Volto a afirmar que o meu livro tem 50 leitores. Comigo 51. Observe: Isto no sei se bem se mal, mas a culpa toda de Elza. Isto sei e afirmo... Volto a afirmar que o meu livro tem 50 leitores. Comigo 51.
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  • Personagens domesticados As personagens do livro so, em geral, fabricadas, artificiais, sem muita vida ou substncia humana. Os personagens de Amar, Verbo Intransitivo so bem parecidos, e socialmente domesticados. Para ver, praticamente, todos os personagens em ao, com certa espontaneidade, o melhor momento a volta de trem, depois daquela viagem ao Rio de Janeiro. Um dos momentos narrativos mais interessantes em todo o romance. Mas a ao principal est em Frulein: seu domnio sexual, com imperturbvel serenidade bem alem, contrasta com a espontaneidade sexual, com a impetuosidade bem brasileira do excelente aluno (em sexo), Carlos.
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  • Personagens O narrador gosta de ver os seus personagens. um espectador pirandeliano (PirandelIo, 1867/ 1936) que acompanha suas criaturas. Que mentira, meu Deus!! Dizerem Frulein, personagem inventado por mim e por mim construdo! No constri coisa nenhuma. Um dia Elza me apareceu, era uma quarta- feira, sem que eu a procurasse.... E continua a sua pequena teoria o personagem. So os personagens que escolhem os seus autores e no estes que constroem as suas heronas. Virgulam-nas apenas, pra que os homens possam ter delas conhecimento suficiente....
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  • Personagens: Felisberto Sousa Costa Pai de Carlos. , possivelmente um doutor em qualquer coisa. o centro, no afetivo, mas administrativo da casa em que mantm, at certo ponto, o regime patriarcal.
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  • Personagens: D. Laura Me de Carlos, esposa de Felisberto. Como devia, sempre obedece ao marido. uma senhora bem composta, acomodada, burguesa. Uma senhora da sociedade e que mantm todas as aparncias de seriedade religiosa e familiar. Concorda com os argumentos do marido, na educao do nico filho- homem.
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  • Personagens: Carlos Alberto Filho de Felisberto e D. Laura, com idade entre 15 e 16 anos. Uma espcie de enfant gat (um queridinho da famlia, porque nico) e que, certamente, dever ser o principal herdeiro do nome, da fortuna e das realizaes paternas. Como era costume, possivelmente, deveria ser a projeo do pai, a sua continuao. Centraliza a narrativa, personagem do pequeno drama amoroso do livro, ao lado da governanta alem, Elza.
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  • Personagens: Elza Frulein (= senhorita), governanta alem. To importante que ela dava nome ao romance. Como descrev-la? Ela a mais humana e real. Parece arrancada da vida. Ela, sem muito interesse, cuida tambm da educao ou instruo das meninas: principalmente para ensinar alemo e piano. So trs meninas que, apenas, completam a famlia burguesa. So trs meninas que brincam de casinha.
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  • Personagens: Maria Lusa Irm de Carlos, tem 12 anos. Ela vai ser o centro de uma narrativa dentro do romance: a sua doena e a viagem ao Rio de Janeiro, para um clima mais saudvel em oposio ao frio paulistano.
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  • Personagens: Laurita Outra irm de Carlos, tem 7 anos.
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  • Personagens: Aldina Irm caula de Carlos. Tem 5 anos.
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  • Enredo No me agradaria ser tomada por aventureira, sou sria, e tenho 35 anos, senhor. Certamente no irei se sua esposa no souber o que vou fazer l. Souza Costa, homem burgus, bem posto na vida, contrata uma governanta alem, de 35 anos, para a educao do filho, principalmente para a sua educao sexual.No me agradaria ser tomada por aventureira, sou sria, e tenho 35 anos, senhor. Certamente no irei se sua esposa no souber o que vou fazer l. Elza o nome da moa. Mas ser sempre chamada pela palavra alem Frulein. Chegou manso de Souza Costa, numa tera- feira. (Ganharia algum dinheiro... Voltaria para a Alemanha... Se casaria com um moo comprido, magro, muito alvo, quase transparente...).
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  • Enredo A famlia era formada pelo pai, por D. Laura, o rapazinho Carlos e as meninas: Maria Lusa, com 12 anos; Laurita com 7 e Aldinha com 5. Havia tambm na casa um criado japons: Tanaka. A crianada toda comeou logo aprendendo alemo e chamando a governanta de Frulein. Carlos no se dedica seriamente ao estudo. Frulein logo se inseriu na famlia, uma famlia imvel, mas feliz. O papel principal da governanta ensinar o amor.
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  • Observaes: problema 1. O problema central do romance a educao sexual de um rapaz de famlia burguesa em So Paulo. As meninas ficam relegadas a um segundo plano. Carlos mais importante. No pode ficar sujeito ganncia e s doenas das mulheres da vida. Como resolver o problema? Contrata-se Frulein, professora de sexo. mais uma estrangeira que entra para a tpica casa brasileira da dcada de 20, no sculo XX. Nela o copeiro um italiano fascista, a arrumadeira belga ou sua, o encerador polaco ou russo. Na casa de Souza Costa, o empregado japons e a governanta alem. S as cozinheiras que ainda so mulatas ou cafuzas.
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  • Observaes: qued raa mais forte? Nenhuma... O nobre destino do homem se conservar sadio e procurar esposa prodigiosamente sadia. De raa superior, como ela, Frulein. Os negros so de raa inferior. Os ndios tambm. Os portugueses tambm. 2. H uma referncia ao racismo alemo: qued raa mais forte? Nenhuma... O nobre destino do homem se conservar sadio e procurar esposa prodigiosamente sadia. De raa superior, como ela, Frulein. Os negros so de raa inferior. Os ndios tambm. Os portugueses tambm. So as ideias de Frulein, principalmente depois que leu um trabalho de Reimer, no qual se afirmava a inferioridade da raa latina.
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  • Observaes: pater-familias 3. A famlia burguesa patriarcal: o centro de tudo o homem, o pai e o filho, Carlos. Todos tm que obedecer ao pater-familias. A comear de D. Laura que se submete, adapta-se, aceita as ideias do marido, conforma- se com a presena da Frulein como professora de sexo do filho. E a famlia vai continuar patriarcal porque j esto centralizando todas as atenes no filho varo.
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  • Observaes: Ora deixemos de imoralidades! Sousa Costa nunca teve aventuras, nunca mais ter aventuras, todos os sacrifcios, porm que minha filha sare!... Sousa Costa pensa em Deus. 4. Nessa famlia existe tambm uma religio, certamente velha tradio dos ancestrais. Uma religio de domingo e de tempos de doena. Para que a filha, Maria Lusa, sare, Sousa Costa aceita fazer todos os sacrifcios. Deixar at algumas aventuras fora de casa.Ora deixemos de imoralidades! Sousa Costa nunca teve aventuras, nunca mais ter aventuras, todos os sacrifcios, porm que minha filha sare!... Sousa Costa pensa em Deus.
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  • Observaes: 5. Carlos o retrato ou exemplo da nossa sexualidade latina ou brasileira. Com todas as suas mincias e permisses. Frulein no compreende bem o amor latino. Para manter a sexualidade de Carlos e a pureza de sua sade que Frulein foi contratada. Carlos precisava de uma amante dentro de casa.
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  • Observaes: Uma famlia imvel, mas feliz 6. Tudo passa e muda. A famlia burguesa, bem composta, bem construda, mantm sua estabilidade.Uma famlia imvel, mas feliz.