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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO BRUNO ARAÚJO DA SILVA DANTAS QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA AOS ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE EM IDOSOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Natal/RN Outubro 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

BRUNO ARAÚJO DA SILVA DANTAS

QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA AOS ASPECTOS

SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE EM IDOSOS DA ESTRATÉGIA

SAÚDE DA FAMÍLIA

Natal/RN

Outubro 2016

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BRUNO ARAÚJO DA SILVA DANTAS

QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA AOS ASPECTOS

SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE EM IDOSOS DA ESTRATÉGIA

SAÚDE DA FAMÍLIA

Natal/RN

Outubro 2016

Relatório de dissertação apresentado à banca para

defesa pública do Curso de Mestrado Acadêmico do

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Área de concentração: Enfermagem na Atenção à

Saúde.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Tecnológico

em Saúde e Enfermagem

Orientador: Gilson de Vasconcelos Torres.

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FICHA CATALOGRÁFICA

Catalogação da Publicação na Fonte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de

Bibliotecas Biblioteca Central Zila Mamede / Setor de Informação e

Referência

Dantas, Bruno Araújo da Silva.

Qualidade de vida associada aos aspectos sociodemográficos e de

saúde em idosos da Estratégia Saúde da Família / Bruno Araújo da

Silva Dantas. - 2016.

63 f. : il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em

Enfermagem. Natal, RN, 2016.

Orientador: Prof. Dr. Gilson de Vasconcelos Torres.

1. Enfermagem - Dissertação. 2. Saúde do idoso – Dissertação. 3.

Qualidade de vida - Idoso - Dissertação. 4. Atenção primária à saúde -

Dissertação. 5. Estratégia Saúde da Família - Dissertação. I. Torres,

Gilson de Vasconcelos. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 616-083-053.9

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BRUNO ARAÚJO DA SILVA DANTAS

QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA AOS ASPECTOS

SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE EM IDOSOS DA ESTRATÉGIA

SAÚDE DA FAMÍLIA

Data da defesa: 27/10/2016

BANCA DE DEFESA

Prof. Dr. Gilson de Vasconcelos Torres (Presidente)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________________

Prof. Dr. Francisco Arnoldo Nunes de Miranda (Titular)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________________

Profa. Dra. Thalyta Cristina Mansano Schlosser (Externo)

Universidade Estadual de Campinas

_________________________________________________________

Profa. Dra. Eulália Maria Chaves Maia (Titular)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________________

Dra. Giovana Sposito

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Interna)

_________________________________________________________

Profa. Dra. Thaiza Teixeira Xavier Nobre (Suplente)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - FACISA

Relatório de dissertação apresentado à banca para

defesa pública do Curso de Mestrado Acadêmico do

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ACS – Agentes Comunitários de Saúde

ANPPS – Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde

AVD – Atividades de Vida Diárias

CAAE – Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

DP – Desvio Padrão

EGD – Escala de Depressão Geriátrica

ESF – Estratégia Saúde da Família

EUA – Estados Unidos da América

FACISA – Faculdade de Ciências e Saúde do Trairi

HUOL – Hospital Universitário Onofre Lopes

IC – Intervalo de Confiança

MEEM – Mini Exame Mental

MMII – Membros Inferiores

MMSS – Membros Superiores

OMS – Organização Mundial da Saúde

QV – Qualidade de Vida

RN – Rio Grande do Norte

SF-36 – Medical Outcomes Short-Form Health Survey

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

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SUS – Sistema Único de Saúde

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

USF – Unidade de Saúde da Família

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos idosos, segundo local de estudo.

Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

p. 26

Tabela 2. Caracterização dos aspectos de saúde dos idosos, segundo local de

estudo. Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

p. 28

Quadro 1. Análise da qualidade de vida dos idosos, segundo local de estudo.

Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

p. 30

Tabela 3. Associação entre aspectos sociodemográficos e QV em idosos. Natal e

Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

p. 31

Tabela 4. Associação entre aspectos de saúde e QV em idosos. Natal e Santa

Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

p. 32

Figura 1 – Associação entre aspectos de saúde e QV em idosos. Natal e Santa

Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=60)

p. 33

Tabela 5 - Associação entre aspectos sociodemográficos e QV em idosos, de

acordo com a amostra total. Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil,

2016. (n=120)

p. 34

Tabela 6 - Associação entre aspectos de saúde e QV em idosos, de acordo com a

amostra total. Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

p. 35

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RESUMO

DANTAS, Bruno Araújo da Silva. QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA AOS

ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE EM IDOSOS DA

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA. 2016. 66f. Dissertação (Mestrado

Acadêmico) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, Natal/RN, 2016.

Introdução: o processo de envelhecimento populacional suscita diversos debates a

respeito dos novos caminhos da política de saúde para os idosos. Todas as mudanças

relacionadas à velhice, quando associadas aos hábitos de vida dos idosos, constituem

fatores determinantes para a vulnerabilidade desses indivíduos, no que diz respeito aos

riscos à sua saúde, bem como à sua Qualidade de Vida (QV). Verifica-se sua relação

direta com os aspectos emocionais, cognitivos, psíquicos e funcionais. A Estratégia

Saúde da Família (ESF) é a principal condutora da atenção básica, primeiro nível de

complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS), que se trata do sistema brasileiro

hierarquizado de atenção à saúde. Objetivo: analisar a associação dos aspectos

sociodemográficos e de na QV de idosos vinculados à ESF. Método: estudo analítico,

transversal, com abordagem quantitativa, realizado nas comunidades de Igapó, na zona

Norte do município de Natal, Rio Grande do Norte (RN), do bairro Dner e da Clínica

Escola de Fisioterapia, no município de Santa Cruz- RN, Brasil, entre dezembro de

2015 a março de 2016. Foram utilizados os instrumentos: o questionário dos dados

demográficos e características da dor, o instrumento Mini Exame do Estado Mental

(MEEM) e a versão brasileira validada do questionário de qualidade de vida Medical

Outcomes Short-Form Health Survey (SF-36). Resultados: a amostra foi composta por

120 idosos, adscritos à ESF. Dentre os critérios sociodemográficos, evidenciou-se

predominância do sexo feminino (83,3%) e faixa etária entre 60 e 71 anos de idade

(61,7%). Nos domínios da QV, ganhou destaque os aspectos emocionais, apresentando

média em Natal de 78,3 e Desvio Padrão (DP) +39,2 e em Santa Cruz, 76,6 (+40,8).

Observa-se ainda que esses valores, aproximam-se da média da amostra total no

respectivo domínio: 77,5 (+39,9). Na faixa etária, destaca-se a associação significante

entre os idosos mais jovens com os domínios funcional (Média 67,2 e ρ-valor 0,03),

emocional (Média 82,0 e ρ-valor 0,04) e na dimensão física (Média 51,4 e ρ-valor 0,04),

todos estes em Santa Cruz. Considerando a amostra total, também houve significância

entre o domínio funcional e os idosos mais jovens. Em relação ao estado civil os idosos

com companhia associaram-se significantemente aos domínios funcional (Média 69,7 e

ρ-valor 0,03) e emocional (Média 87,2 e ρ-valor 0,04), ambos em Santa Cruz. No que se

refere à associação entre os aspectos de saúde e a QV dos idosos, nota-se significância

entre a variável “dor na última semana”, considerando a ausência de dor aos domínios

funcional (Média 76,7 e ρ-valor 0,01) e emocional (Média 96,1 e ρ-valor (0,02), ambos

em Santa Cruz). O não uso de medicamentos (Média 79,2) apresentou significante

associação com o domínio funcional (ρ-valor 0,02) no município de Santa Cruz.

Destaca-se que o domínio funcional apresentou significância com a maior parte das

variáveis. Conclusão: a realização desta pesquisa evidenciou que os aspectos

sociodemográficos e de saúde possuíam associação significante com a QV dos idosos.

Destaca-se a necessidade do planejamento de intervenções direcionadas às variáveis

alteradas.

Palavras-chave: Enfermagem; Saúde do Idoso; Atenção Primária à Saúde; Qualidade

de vida.

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ABSTRACT

DANTAS, Bruno Araújo da Silva. QUALITY OF LIFE RELATED ON ASPECTS

SOCIODEMOGRAPHIC AND HEALTH IN ELDERLY FAMILY HEALTH

STRATEGY. 2016. 66f. Dissertation (Academic Master) - Program Graduate Nursing,

Federal University of Rio Grande do Norte, Natal/RN, 2016.

Introduction: population aging raises many debates about the new ways of health

policy for the elderly. All changes related to old age, when associated with the lifestyle

of the elderly, are decisive factors for the vulnerability of these individuals with regard

to the risks to your health and your quality of life (QOL). There is a direct relationship

with the emotional, cognitive, psychological and functional. The Family Health Strategy

(ESF) is the main conductor of basic care, first level of complexity of the Unified

Health System (SUS), it is the Brazilian graduated system of health care. Objective: To

analyze the association of sociodemographic and the elderly QOL related to the ESF.

Method: analytical, cross-sectional study with a quantitative approach, performed in

Igapó communities in the north of the city of Natal, Rio Grande do Norte (RN), the

Dner neighborhood and Clinical Physiotherapy School, in the municipality of Santa

Cruz-RN , Brazil, from December 2015 to March 2016. The instruments used were: the

questionnaire of demographic data and characteristics of pain, the Mini examination

instrument Mental State Examination (MMSE) and the Brazilian version of the

questionnaire validated quality of life Medical Outcomes short-Form Health Survey

(SF-36). Results: The sample consisted of 120 patients, ascribed to the FHS. Among

the socio-demographic criteria, it became clear predominance of women (83.3%) and

aged between 60 and 71 years of age (61.7%). In the areas of QOL, highlight won the

emotional aspects, with an average of 78.3 Christmas and Standard Deviation (SD) and

+39.2 in Santa Cruz, 76.6 (+40.8). It also observed that these values are close to the

average of the total sample in their field: 77.5 (+39.9). In the age group, there is a

significant association between younger elderly with functional domains (mean 67.2

and ρ-value 0.03), emotional (average 82.0 and ρ-value 0.04) and size physical (average

51.4 and ρ-value 0.04), all these in Santa Cruz. Considering the total sample, there was

also significant between the functional domain and younger elderly. Regarding marital

status seniors with company were associated significantly to functional domains (mean

69.7 and ρ-value 0.03) and emotional (average 87.2 and ρ-value 0.04), both in Santa

Cruz. Regarding the association between health aspects and QOL of the elderly, there is

significance between the variable "pain in the last week", considering the absence of

pain to functional domains (mean 76.7 and ρ value 0, 01) and emotional (average 96.1

and ρ-value (0.02), both in Santa Cruz). The non-use of medication (79.2 Average)

showed significant association with the functional domain (ρ-value 0.02) in Santa Cruz.

It is noteworthy that the functional domain had significance with most of the variables.

Conclusion: this research showed that the sociodemographic and health aspects had

significant association with QOL of the elderly. There is the need for planning

interventions aimed to change variables.

Keywords: Nursing; Health of the Elderly; Primary Health; Quality of life.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11

1.1. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................ 13

1.2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 14

2.1. GERAL ............................................................................................................................ 17

2.2. ESPECÍFICOS ................................................................................................................. 17

3. MÉTODOS ............................................................................................................................ 18

3.1. DESENHO METODOLÓGICO ...................................................................................... 18

3.2. TIPO E LOCAL DE ESTUDO ........................................................................................ 18

3.3. PARTICIPANTES, AMOSTRA E PROCESSO DE COLETAS .................................... 19

3.4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ................................................................ 20

3.5. INSTRUMENTOS ........................................................................................................... 21

3.6. VARIÁVEIS .................................................................................................................... 21

3.7. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................................ 22

3.8. PESQUISADORES .......................................................................................................... 22

3.9. ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS ............................................................. 23

3.10. ASPECTOS ÉTICOS ..................................................................................................... 24

4. RESULTADOS ...................................................................................................................... 25

5. DISCUSSÃO .......................................................................................................................... 36

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 40

7. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 41

ANEXOS .................................................................................................................................... 46

APÊNDICES .............................................................................................................................. 57

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APRESENTAÇÃO

Antes de começar a discorrer sobre o meu trabalho acadêmico, é pertinente me

apresentar enquanto pesquisador e discente da pós-graduação.

Sou enfermeiro, graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN), na qual iniciei minha graduação no segundo semestre do ano de 2010. Durante

o sexto período do curso, no ano de 2013, participei da seleção, sendo aprovado para

bolsista de extensão do projeto “Cuidado ao Idoso na Comunidade”, desenvolvido na

Atenção Primária à saúde, com idosos do bairro de Igapó, localizado na Zona Norte do

município de Natal, Rio Grande do Norte (RN). Enquanto bolsista, participei de

atividades de educação em saúde, já realizadas com o referido grupo, denominado de

“Francisco André”.

No decorrer do projeto, vinculado ao Grupo de Pesquisa Incubadora de

Procedimentos de Enfermagem, fui inserido em atividades de pesquisa e produção

acadêmica, participando de eventos científicos, além das próprias atividades atreladas

ao projeto de extensão. Foram diversos trabalhos apresentados, com temáticas

diferentes, incluindo o do idoso e seus aspectos assistenciais. Fui premiado em primeiro

lugar, no ano de 2014 ao apresentar um trabalho no Congresso Internacional

Multiprofissional em Saúde, realizado na cidade de Recife-PE. O que me fez acreditar

que tinha potencial para a pesquisa.

Ao finalizar minha graduação em enfermagem, no ano de 2014, me submeti à

seleção para o Mestrado Acadêmico, no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem

da UFRN, no qual fui aprovado e iniciei a execução do meu projeto em 2015. Durante

este ano, cursei as disciplinas obrigatórias e concluí a carga horária de optativas,

exigidas pelo programa. Ao ter contato com o conteúdo metodológico, bem como as

inovações na pesquisa, aprimorei o meu projeto de pesquisa, trazendo resultados, ao

meu ver, interessantes e de ampla relevância social e científica. Eles estão presentes

neste relatório de dissertação e que os considero fruto de muito esforço e dedicação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que colaboraram para o desenvolvimento desta

pesquisa, em especial, meu orientador, Prof. Dr. Gilson de Vasconcelos Torres, que me

proporcionou o conhecimento e os caminhos certos na execução do meu projeto, além

da confiança por me deixar à frente das principais atividades do projeto.

A todos os meus professores do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da

UFRN, que apresentaram e consolidaram o meu conhecimento técnico necessário para

aplicar o rigor metodológico que desejei para o meu trabalho final.

Aos membros do Grupo de Pesquisa Incubadora de Procedimentos de

Enfermagem, que contribuíram e me ajudaram no meu crescimento acadêmico, desde a

extensão universitária até a pós-graduação, mantendo um trabalho em equipe, com

seriedade e compromisso. Dentro do grupo, um agradecimento especial às pessoas que

compõem o projeto do idoso, que trabalharam arduamente, com compromisso e

responsabilidade, favorecendo de forma importante no processo de planejamento e

execução de atividades, bem como a coleta de dados inicial da nossa pesquisa.

Às pessoas de Thazia e Thaiza, que viabilizaram o contato e a aproximação com

os idosos dos grupos de intervenção, sendo fundamental ao desenvolvimento do

trabalho.

Aos idosos do Grupo Francisco André, de Igapó, que sempre nos receberam com

carinho e satisfação nas atividades desenvolvidas nos espaços das atividades.

Aos idosos da ESF do bairro Dner e da Clínica Escola de Fisioterapia da

FACISA, ambos de Santa Cruz, que sempre acolheu nossa equipe com entusiasmo e

satisfação na aplicação das atividades.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Agradeço, em caráter especial e primeiramente a Deus, por colocar em meu

caminho as pessoas certas para me conduzir durante a minha trajetória na pós-

graduação, além de me fortalecer após cada desafio superado.

Devo agradecer também à toda a minha a família, em especial minha mãe,

Mílvia, que, mesmo distante fisicamente sempre se fez presente em minhas conquistas,

me dando muito amor e carinho, além de todo o suporte financeiro, emocional e

pessoal, me fazendo sempre acreditar nos meus sonhos e me fazendo voar cada vez

mais alto, mesmo que esses voos me levassem para longe dela. Aos meus irmãos Arthur

e Matheus que, também distantes, me motivaram sempre a buscar ser como eles, dando

muito orgulho a todos os que nos rodeiam, cada um da forma que lhes são peculiares.

Aos meus avós, Inez e Zeca, que sempre me receberam e me acolheram com alegria e

satisfação, desde a minha infância, tornando todos os meus momentos de volta à minha

cidade, Jardim do Seridó, ainda mais felizes, recebendo o amor e o carinho de cada um

deles. A todos os meus tios: Marcos, Marineide e Rosa que, assim como seus filhos e,

portanto, meus primos, sempre demonstraram carinho e torcida pelo meu sucesso.

Não posso esquecer, é claro da minha namorada, o meu amor, Larissa.

Incontestável e indiscutível contribuição em todos os momentos dessa trajetória, sejam

eles bons ou ruins. Foi sempre a primeira pessoa a quem recorri. Sabia de todas as

minhas tristezas e alegrias, praticamente em tempo real. Fonte de amor, carinho e

companheirismo, mudando de uma forma incrível a minha forma de agir e de me

comportar diante de cada problema, desafio e aflição. Para ela, um agradecimento

especial por cada beijo, abraço e palavra de conforto e de motivação.

Por fim, a todos os meus amigos, tanto de Natal, como da minha querida cidade,

Jardim do Seridó, que fizeram do caminho até aqui, muito menos difícil e mais

motivador. Dedico mais essa conquista a cada uma dessas pessoas a quem me referi e

que serão sempre uma motivação a mais para galgar maiores conquistas.

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11

1. INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento populacional suscita diversos debates a respeito

dos novos caminhos da política de saúde para os idosos (WHO, 2015). Nessa etapa da

vida, esses indivíduos identificam a percepção de sua velhice de acordo com seu grau de

dependência e de alterações ocorridas no envelhecimento. Assim, são estabelecidos

como parâmetros, a imagem corporal, autonomia, funcionalidade, suporte familiar,

saúde mental e cognição (HEIN; ARAGAKI, 2012).

As alterações mais evidentes na velhice compreendem o declínio funcional, por

meio do qual se identifica um grau variável de limitações dos movimentos, perda de

massa muscular, além da alteração cognitiva, acuidades visual e auditiva

(GARATACHEA et al., 2015). Lawton e Brody (1969) definiram a funcionalidade de

acordo com o grau de dependência para a realização de atividades de vida diárias,

considerando o déficit funcional quando o indivíduo não as realiza ou o faz

parcialmente.

Todas essas mudanças, quando associadas aos hábitos de vida dos idosos,

constituem fatores determinantes para a vulnerabilidade desses indivíduos, no que diz

respeito aos riscos à sua saúde, bem como à sua Qualidade de Vida (QV) (VARELA et

al., 2015).

Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define QV como a

percepção de cada um a respeito de sua situação de vida, dentro de uma realidade,

observando-se uma gama de valores, que relacionam-se seus objetivos e expectativas

(WHO, 1995). Também propõe o conceito de envelhecimento ativo, envolvendo a

manutenção do potencial físico, mental e social como estratégia de melhora da QV no

envelhecimento (WHO, 2002).

Ao considerar a subjetividade da QV e do conceito de envelhecimento ativo, são

observadas no estudo de Cruz, et al (2013), diversas propostas para mensurar esses

aspectos, baseando-se nos principais domínios que contornam a QV. O Instrumento de

avaliação da QV “The Medical Outcomes Study 36- Item Short Form- Health Survey”

(SF-36) é validado no Brasil e amplamente utilizado nesses tipos de pesquisas,

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12

contemplando domínios como a dor, a capacidade funcional, limitações físicas, aspectos

emocionais e sociais, entre outros (OLIVEIRA-CAMPOS et al., 2013; CRUZ et al.,

2013).

Perante a complexidade do conceito deste constructo, verifica-se sua relação

direta com os aspectos emocionais, cognitivos, psíquicos e funcionais (PALGI;

SHRIRA; ZASLAVSKY, 2015). Ao deparar-se com tal número de demandas, é exigida

a presença de uma equipe multiprofissional, no sentido de garantir a integralidade na

atenção ao idoso. (FERREIRA, BANSI; PASCHOAL, 2014).

No Brasil, a Estratégia Saúde da Família (ESF) é a principal condutora da

atenção primária, considerada primeiro nível de complexidade do Sistema Único de

Saúde (SUS), que se trata do sistema brasileiro hierarquizado de atenção à saúde. Dessa

maneira, a ESF é representada por uma equipe multiprofissional que deve estar presente

no cenário sociocultural do indivíduo e da sua família (SILVA et al., 2012). Dentro

dessa estratégia, as políticas voltadas à população idosa preveem diversas necessidades

desse público, objetivando a promoção da saúde e do envelhecimento saudável

(BRASIL, 2007).

As equipes da ESF, devem possuir a capacidade de identificar as demandas

inerentes ao processo de envelhecimento, por meio da aproximação com o idoso,

realizada através de consultas, visitas domiciliares e ações de promoção e prevenção à

saúde (PILGER et al., 2013). Dentro das perspectivas na atenção integral, a equipe deve

manter-se inserida em seu meio, buscando a formação de vínculos com o indivíduo e

seus familiares, transformando-se em uma relação de confiança para maior efetividade

das ações planejadas (POLARO; GONÇALVEZ; ALVAREZ, 2013).

Buscando-se a realização de um estudo de grande nível de evidência, é

pertinente destacar que este trabalho configura-se como recorte inicial e transversal de

um estudo caso-controle, que faz parte de um grande projeto de pesquisa intitulado

“Atenção à Saúde do Idoso na Estratégia Saúde da Família no Brasil e Portugal:

proposta de avaliação e intervenção multidimensional”.

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1.1. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

A presença de modificações e limitações na rotina de idosos influenciam

sobremaneira na sua QV. Estas limitações geram preocupações por parte das equipes de

saúde relacionadas à aptidão para as atividades cotidianas, prática de exercícios físicos,

convívio social, entre outros. (ALBUQUERQUE; ALVES, 2011; LUCAS; MARTINS;

ROBAZZI, 2008).

Estudos definem a QV por meio de diversas óticas, nas quais estão implícitos

aspectos pessoais, culturais e religiosos, que figuram como potenciais influenciadores

de sua percepção, bem como seus impactos no comportamento do indivíduo. Neste

contexto, destaca-se a manutenção da saúde com seus aspectos físicos, psíquicos,

sociais e espirituais inerentes à vida humana (MARTINS et al., 2009; VITORINO;

PASKULIN; VIANNA, 2013).

Além desse contexto envolvendo a QV, é notável a presença e até o aumento de

situações de risco, doenças crônicas e outros agravos, diante do envelhecimento. Nesse

sentido, a vulnerabilidade surge como fator igualmente importante, na mensuração do

risco de idosos, em especial (CAMERON et al., 2013).

Pensando que o conceito de saúde possui caráter complexo e multidimensional,

o envolvimento da equipe de saúde torna-se imprescindível no processo saúde-doença

do idoso. Tendo em vista as particularidades dos indivíduos, se requer adequado

planejamento ao intervir em suas necessidades. Para tanto, a ESF tem como um de seus

principais alvos a população idosa, com o intuito de reorganizar a assistência e

direcionar a melhor qualidade do serviço a esse público. Esse sistema ganha respaldo de

diretrizes operacionais e contempla os princípios doutrinários do SUS (COSTA NETO,

2013).

No Brasil, em consonância com os princípios do SUS, existem políticas públicas

elaboradas no sentido de estabelecer leis que garantem os direitos de cidadania ao idoso.

Destacam-se nesse cenário: o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003); Envelhecimento

ativo: uma política de saúde (WHO, 2005); e a Política Nacional de Saúde da Pessoa

Idosa (BRASIL, 2006). No entanto, apesar de sua existência, estas políticas ainda não

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estão bem consolidadas na realidade do contexto brasileiro, fazendo com que ainda

ocorram diversas situações de desrespeito a esses indivíduos.

Prestar assistência aos idosos torna-se uma atividade desafiadora diante da

diversidade de limitações de saúde encontrados nessa população. Somado a esse fato, a

perspectiva quanto ao envelhecimento ativo, com adequados hábitos de vida e medidas

preventivas aos agravos encontra-se deficiente. Essa afirmativa é evidenciada em um

trabalho realizado em Campinas-SP, onde verifica-se o equilíbrio percentual entre

idosos ativos e sedentários, segundo os critérios adotados na referida pesquisa (BEZ;

NERI, 2013).

Frente ao exposto, estabeleceram-se os questionamentos de pesquisa:

- Qual o perfil sociodemográfico e de saúde dos idosos vinculados à ESF de

Natal e Santa Cruz?

- Qual a associação entre a qualidade de vida e os aspectos sociodemográficos e

de saúde desses idosos?

Para isso, elaboraram-se as seguintes hipóteses:

Hipótese nula (H0): A qualidade de vida não está associada aos aspectos

sociodemográficos e de saúde dos idosos vinculados à ESF.

Hipótese alternativa (H1): A qualidade de vida está associada aos aspectos

sociodemográficos e de saúde dos idosos vinculados à ESF.

1.2. JUSTIFICATIVA

A motivação pessoal da atual proposta tem subsídios relacionados à experiência

prévia do pesquisador, no sentido da aproximação com a realidade in loco através da

extensão universitária, na qual se desenvolveram, durante três anos, atividades de

ensino, pesquisa e extensão voltadas para a promoção à saúde e prevenção de doenças

na pessoa idosa na ESF. A extensão universitária é um mecanismo educativo, de âmbito

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cultural e científico que proporciona uma comunicação transformadora entre a

universidade e o cenário social (PEREIRA; VIEIRA; JAIME, 2013).

No contexto político e social, justifica-se a realização desse estudo pela

evidência científica mundial quanto à atenção ao idoso no contexto das morbidades

relacionadas ao processo do envelhecimento, gerando interesses de âmbito de políticas

públicas, além dos potenciais impactos positivos referentes à melhora na expectativa de

vida no Brasil e no mundo com melhor nivelamento da QV nessa faixa etária (FALLER

et al., 2010).

Voltando-se para o contexto do Brasil, observa-se na Agenda Nacional de

Prioridades de Pesquisa em Saúde (ANPPS) a relevância atribuída às doenças

prevalentes nos idosos, bem como seus agravos que se interligam ao processo de

envelhecimento. Esse cenário destaca o potencial científico que a população idosa gera

no momento atual, além de indicar vultuosos investimentos em pesquisa e tecnologias

com vistas à manutenção da QV desse público (BRASIL, 2011).

Por meio do aumento da população idosa e, proporcionalmente, a dinâmica dos

serviços e estabelecimentos de saúde apresenta uma tendência à fragilização e ao agravo

das dificuldades já presentes na realidade nacional, ocasionada pela grande demanda de

idosos nesses serviços, além de seu tempo prolongado de internação. Nesse sentido,

justifica-se a evidência e relevância desta pesquisa, no sentido de desenvolver

mecanismos atenuadores dos agravos, diminuindo a superlotação das instituições.

(BAJOTTO, et al., 2012).

Considera-se que as doenças e limitações impostas ou agravadas pelo avanço da

idade possuem grande potencial com impacto negativo na QV (PINTO; NERI, 2013).

Diante desse impacto, é chamada atenção para os parâmetros pertinentes à

vulnerabilidade do idoso, pois esta é identificada justamente pela carga de doenças,

desnutrição, debilidade, além de progressiva, com o avanço da idade (ROMERA et al.,

2014). Dessa forma, infere-se o questionamento sobre como os idosos convivem com

essas morbidades e se estas causam algum impacto em seu modo de viver e sua QV.

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16

Portanto, a união dos aspectos sociodemográficos e de saúde com o nível de

assistência prestada pela ESF a esses idosos torna-se indicador importante ao analisar

até que ponto um ou vários desses aspectos influenciam na QV do público idoso.

Esta pesquisa parte do modelo assistencial preconizado em âmbito nacional

(SUS), realizando um levantamento em um universo local, em ambientes peculiares por

se tratar de uma capital de Estado (Natal) e um município localizado no interior do

mesmo (Santa Cruz). Este estudo justifica-se ainda por trazer benefícios aos idosos

atendidos na atenção primária, com possível melhora da qualidade de vida, diante do

seu diagnóstico inicial e posterior planejamento de intervenções futuras.

Também se justifica pela necessidade da investigação dos fatores determinantes

da QV dos idosos e de sua vulnerabilidade, no sentido de levantar o perfil dos aspectos

que as constituem. Dessa maneira, torna-se possível realizar a comparação desses perfis

em diferentes cenários para futuras proposições de intervenções que visem à melhora

dos aspectos de saúde nessa faixa etária, no contexto da atenção primária à saúde.

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2. OBJETIVOS

2.1. GERAL

Analisar a associação entre aspectos sociodemográficos e saúde com a qualidade

de vida de idosos vinculados à ESF.

2.2. ESPECÍFICOS

- Caracterizar os idosos da ESF de Natal e Santa Cruz, no Rio Grande do

Norte/Brasil, quanto aos aspectos sociodemográficos e de saúde;

- Comparar os domínios e dimensões da QV dos idosos da ESF nos municípios

de Natal e Santa Cruz;

- Verificar, em Natal e Santa Cruz, a associação entre os domínios e dimensões

da QV e os aspectos sociodemográficos e de saúde.

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18

3. MÉTODOS

3.1. DESENHO METODOLÓGICO

Estudo analítico, transversal, com abordagem quantitativa, realizado nas

comunidades de Igapó, na zona Norte do município de Natal, Rio Grande do Norte

(RN), do bairro Dner e da Clínica Escola de Fisioterapia, no município de Santa Cruz-

RN, Brasil. O recorte temporal do estudo compreendeu dezembro de 2015 a março de

2016.

3.2. TIPO E LOCAL DE ESTUDO

Nos anos de 2013 a 2016, desenvolveram-se dois projetos nos quais envolveram

ensino, pesquisa e extensão nas referidas comunidades. Dentro das atividades, o

pesquisador foi inserido inicialmente, na função de bolsista, participando do

planejamento e execução das ações.

O projeto inicial intitulou-se “Projeto Cuidado ao Idoso na Comunidade” e

ocorreu exclusivamente na atenção primária, ganhando abrangência internacional e para

os demais níveis de atenção a partir do ano de 2014, com o título “Atenção à Saúde do

Idoso na Estratégia Saúde da Família no Brasil e Portugal: proposta de avaliação e

intervenção multidimensional”, que por sua vez é desenvolvido até os dias de hoje.

A escolha dos municípios se deu por influência da presença dos projetos de

pesquisa e extensão nos mesmos. Além disso, verificou-se, pelo pesquisador, a

pertinência ao realizar o estudo entre os dois municípios, pois carregam características

socioculturais e demográficas distintas, em função de Natal ser uma cidade de grande

porte (capital do Estado) e Santa Cruz, um município localizado no interior do Estado e

com uma população menor.

Natal é um município brasileiro, caracterizada por ser a capital do estado do Rio

Grande do Norte (RN), possuindo uma população estimada, no ano de 2014, de 862.044

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habitantes (CENSO DEMOGRÁFICO BRASILEIRO, 2014). A Unidade de Saúde da

Família (USF) do bairro de Igapó cobre três áreas e dividida em 15 microáreas,

possuindo três equipes cadastradas na ESF do município (uma para cada área). Os

encontros quinzenais com os idosos são realizados em um espaço doado pela paróquia

local, em função da indisponibilidade de espaço físico adequado na própria USF. Como

suporte profissional, os idosos desse cenário recebem intervenção basicamente da

equipe da ESF, através de seus ACS, alunos de graduação em enfermagem da UFRN,

alunos de pós-graduação em enfermagem e nutrição da UFRN, sempre sob coordenação

de uma das enfermeiras do serviço.

Santa Cruz, município brasileiro, está localizada a 115 km da capital do estado

do Estado (Natal). Encontra-se na mesorregião potiguar, com população estimada, no

ano de 2014, de 38.538 habitantes (CENSO DEMOGRÁFICO BRASILEIRO, 2014). A

USF do bairro Dner possui uma equipe que cobre a área referente ao bairro. As

atividades semanais com os idosos acontecem dentro da própria USF em um espaço

disponível. Além dessas atividades, existem idosos vinculados a atividades

desenvolvidas na Clínica Escola de Fisioterapia pela Faculdade de Ciências e Saúde do

Trairi (FACISA), da UFRN. Os idosos do cenário de Santa Cruz recebem intervenções

e suporte multiprofissional de alunos de graduação em fisioterapia, nutrição e

enfermagem, vinculados às disciplinas oferecidas naquela instituição de saúde. Os

idosos recebem acompanhamento através de cadastro voluntário na Clínica Escola de

Fisioterapia. Nela, são realizadas atividades de alongamento e aquecimento em solo e

em piscina.

3.3. PARTICIPANTES, AMOSTRA E PROCESSO DE COLETAS

Participaram do estudo idosos vinculados à ESF do bairro de Igapó, no

município de Natal, do bairro do Dner e usuários da Clínica Escola de Fisioterapia da

Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA), ambos em Santa Cruz.

Salienta-se que este estudo é etapa inicial de uma pesquisa tipo caso-controle, na

qual foi apresentada uma proposta aos idosos, pertencentes aos dois municípios

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pesquisados, em que foi oferecido um plano com diversas intervenções de âmbito

multicêntrico, voltadas para a melhora da QV desses idosos. Assim, formou-se um

grupo composto por 60 idosos, no qual 30 pertenciam a Igapó (Natal) e o outros 30 a

Santa Cruz (Dner e Clínica Escola de Fisioterapia), constituindo-se o grupo caso ou

grupo intervenção.

Após a caracterização desses indivíduos, foi formado outro grupo (grupo

controle), obedecendo o mesmo n (60 idosos), considerando seus respectivos

municípios, além de cinco características sociodemográficas, para fins de

emparelhamento da amostra. O objetivo deste grande estudo realizado em paralelo é

verificar o impacto gerado por intervenções focadas nas demandas dos idosos

levantadas neste momento inicial. A partir delas, serão desenvolvidas atividades que

busquem a melhora dos aspectos considerados prejudicados, assim como a manutenção

dos melhores avaliados.

Portanto, o n total obtido para a amostra se deu em decorrência da necessidade

de se conseguir representatividade estatística, além de contemplar os requisitos

pertinentes à metodologia escolhida, no caso, para o estudo caso-controle.

Destaca-se ainda que todos os idosos, incluindo aqueles pertencentes ao grupo

controle, receberam o mesmo convite para que recebessem as intervenções,

possibilitando a liberdade de escolha. Para fins deste estudo, considera-se simplesmente

o n total de 120 idosos, dividindo-se de acordo com seus cenários de pesquisa, sendo

todos os indivíduos avaliados sem critérios de pareamento.

3.4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Para a inclusão no estudo, os participantes deveriam possuir idade igual ou

superior a 60 anos, em consonância ao Estatuto do Idoso (BRASIL, 2013), que

considera idoso, no Brasil, o indivíduo pertencente a essa faixa de idade; ser cadastrado

na unidade de saúde de seu município como cliente, no período da coleta; apresentar

capacidade cognitiva, mensurada através do instrumento de triagem MEEM, que

considera o ponto de corte de 17 pontos para os indivíduos com 3 anos ou menos de

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estudo (baixa escolaridade) e de 24 pontos para os que tiveram 4 anos de estudo, ou

mais (MURDEN et al., 1991). Os indivíduos que não contemplaram tais critérios, foram

excluídos do estudo.

Diante disso, dois idosos de Natal e um de Santa Cruz foram excluídos por não

atingirem o ponto de corte do MEEM. Dois participantes de Natal e três de Santa Cruz

foram abordados e, em seguida, excluídos da pesquisa por possuírem idade inferior à

estabelecida para este estudo.

3.5. INSTRUMENTOS

Os instrumentos selecionados para as coletas de dados foram: o questionário dos

dados demográficos e características da dor, que aborda as informações

sociodemográficas do idosos, como o sexo, a faixa etária, o estado civil, assim como

informações quanto à presença e intensidade da dor e de doenças no idoso (APÊNDICE

A); e a versão brasileira validada do questionário de qualidade de vida Medical

Outcomes Short-Form Health Survey (SF-36), composto por oito domínios e duas

dimensões referentes à QV, com 36 questionamentos destinados à mensuração escalar

de cada um deles, através de uma escala de pontuação que varia de zero a cem (0 a 100)

para cada domínio ou dimensão. As perguntas expressas no instrumento referem-se a

atividades que o idoso poderia ou não realizar, considerando seu grau de dificuldade

para tal, além de atividades de âmbito social e familiar, sendo estas afetadas, ou não, por

limitações físicas, psicológicas ou algum agravo à saúde (CICONELLI et al., 1999)

(ANEXO A).

3.6. VARIÁVEIS

Para a apresentação dos resultados, a escolha das variáveis foi baseada no

conteúdo de cada instrumento utilizado, bem como no objetivo deste trabalho. Dessa

forma, a caracterização sociodemográfica aborda a faixa etária, considerando idoso a

partir de 60 anos. O ponto que divide a amostra entre idosos mais jovens e idosos mais

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velhos foi determinado pela mediana dos valores das idades encontradas. Quanto à

escolaridade, foi considerado com baixo nível o idoso que relatou até três anos de

estudo, conforme parâmetros do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) (ANEXO B).

A presença ou ausência de atividade refere-se ao fato de o idoso possuir, ou não,

qualquer tipo de ocupação (remunerada ou não).

Na caracterização dos aspectos de saúde, considerou-se dor aguda aquela

presente em um espaço de tempo menor que seis meses e crônica, acima deste intervalo

(NANDA-I, 2013). O mesmo critério de cronicidade é atribuído à variável que

questiona quanto à presença de doenças crônicas. A varável “outras doenças” a doenças

de caráter agudo. As demais variáveis foram consideradas autoexplicativas no quadro

ou já foram descritas em outro momento.

3.7. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

As coletas dos dados ocorreram em dias pré-determinados e direcionados às

atividades dos grupos de idosos, assim como mediante a busca ativa na comunidade do

estudo, seguida de visita domiciliar, sem prévio aviso. Essa busca se deu com o auxílio

dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), vinculados ao serviço da ESF de Igapó e do

Dner, por possuírem conhecimento a respeito dos indivíduos moradores no território.

Houve seguimento do processo de coletas até que fosse atingido o quantitativo de 120

idosos (n= 120).

3.8. PESQUISADORES

Os pesquisadores eram enfermeiros e uma nutricionista, alunos de graduação e

pós-graduação em enfermagem e em Ciências da Saúde. Anteriormente à realização das

coletas de dados, os entrevistadores foram submetidos a um processo de treinamento

com abordagem aos instrumentos selecionados. Para tanto, os mesmos fizeram um

estudo prévio dos instrumentais, através de material fornecido, havendo um posterior

momento de discussão detalhada entre os mesmos. Assim, foi realizado um “pré-teste”

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através de uma simulação entre os pesquisadores para a aplicação dos formulários. Após

a simulação, o treinamento foi finalizado com um feedback, rediscutindo os elementos

dos formulários. Dessa forma, participaram das coletas, apenas os indivíduos que se

submeteram a esse processo.

3.9. ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Para a tabulação e análise dos dados, foram utilizados os programas Microsoft

Excel 2013 e o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 20.0. Para as variáveis

nominais e ordinais, referentes à caracterização sociodemográfica e de saúde, foi

aplicado o teste não paramétrico de Pearson Qui-quadrado, no sentido de verificar a

significância da dispersão entre as variáveis comparadas. Nas variáveis onde se

apresentaram com resultados de frequências inferiores a cinco (n< 5), foi utilizado o

Teste Exato de Fisher, que se constitui um teste mais adequado para tal situação.

Foi realizado o teste de normalidade na amostra, observando não normalidade.

Portanto, ao testar as variáveis escalares, neste estudo, referente à escala do SF-36,

utilizou-se o Teste U de Mann-Whitney. Se constitui como teste de escolha para essa

análise por ser não paramétrico e considerar a análise entre as variáveis independentes,

ou seja, os domínios do SF-36 e os locais de estudo. Para a comparação de médias de

variáveis com mais de duas categorias, foi utilizado o teste Kruskal Wallis. Foi adotado

o Intervalo de Confiança (IC) de 95% e significantes os achados com ρ-valor < 0,05.

Para responder aos objetivos da pesquisa, foram testadas as duas hipóteses

estatísticas: H0: considerando que os aspectos sociodemográficos e de saúde não estão

associados com a qualidade de vida dos idosos vinculados à ESF (ρ-valor > 0,05).

Hipótese alternativa H1: considerando que os aspectos sociodemográficos e de saúde

estão associados com a qualidade de vida dos idosos vinculados à ESF (ρ-valor < 0,05).

Os dados foram apresentados em tabelas, quando envolveram análises de

variáveis categóricas e quadro para a apresentação das medidas escalares. Quando

apresentados os valores de frequência, os resultados foram representados pela letra “n”

(número total encontrado).

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3.10. ASPECTOS ÉTICOS

Atendendo à resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que resolve

sobre estudos com seres humanos (BRASIL, 2012), esta pesquisa obteve prévia

aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes

(CEP/HUOL) sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) de

número 21996313.7.0000.5537 (ANEXO C). Antes da realização das entrevistas, foi

apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B) ao

participante, sendo posteriormente assinado pelo mesmo. O serviço de Atenção Básica

da ESF de Igapó concedeu prévia autorização aos pesquisadores para a realização do

estudo em sua área de abrangência.

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25

4. RESULTADOS

A amostra deste estudo foi composta por 120 idosos, adscritos à ESF. Dentre os

critérios sociodemográficos (Tabela 1), evidenciaram-se predominância do sexo

feminino (83,3%) e faixa etária entre 60 e 71 anos de idade (61,7%). Havendo

semelhança desse perfil ao analisar os dois cenários de forma isolada. A escolaridade,

medida em anos de estudo, apresentou equilíbrio, com discreta maioria para até três

anos de estudo (50,8%). De forma similar, o estado civil também apresentou

proximidade de valores, com os que possuíam companheiro (a), sobressaindo-se com

52,5% da amostra total. Estes dados não apresentaram diferença significativa.

Ao comparar a renda familiar entre os dois cenários, observa-se que, em Natal

há uma maioria de idosos recebendo até um salário mínimo (30%), contra 13,3% com a

mesma renda em Santa Cruz. Este cenário, portanto, apresentou-se com 36,7% dos

idosos com renda maior que um salário mínimo, enquanto que, em Natal, 20%

enquadravam-se nessa renda. Esses dados apresentaram diferença estatisticamente

significativa (p < 0,01).

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Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica dos idosos, segundo local de estudo.

Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

Caracterização sociodemográfica Total Qui-

quadrado

ρ-valor

Natal Santa Cruz

n % n % n %

Sexo Feminino 50 41,7 50 41,7 100 83,3

1,000 Masculino 10 8,3 10 8,3 20 16,7

Faixa etária

60 a 75 anos 44 36,7 50 41,7 94 78,3 0,184

76 a 91 anos 16 13,3 10 8,3 26 21,7

Escolaridade

Até 3 anos 31 25,8 30 25,0 61 50,8 0,855

> 3 anos 29 24,2 30 25,0 59 49,2

Estado civil

Com companhia 29 24,2 34 28,3 63 52,5 0,361

Sem companhia 31 25,8 26 21,7 57 47,5

Renda

familiar

Até 1 salário mínimo 36 30,0 16 13,3 52 43,3 < 0,001

> 1 salário mínimo 24 20,0 44 36,7 68 56,7

Mora com

quem

Com companheiro (a) 23 19,2 31 25,8 54 45,0

0,060 Filhos/ netos 25 20,8 21 17,5 46 38,3

Sozinho (a) 12 10,0 5 4,2 17 14,2

Outros* 0,0 3 2,5 3 2,5

Situação de

trabalho

Aposentado (a) 51 42,5 43 35,8 94 78,3

0,276

Cuida da casa 8 6,7 13 10,8 21 17,5

Trabalhando 1 0,8 3 2,5 4 3,3

Afastado (a) 0 0,0 1 0,8 1 0,8

Possui

atividade

Sim 58 48,3 57 47,5 115 95,8 1,000

Não 2 1,7 3 2,5 5 4,2

Fonte: própria pesquisa. Nota: * Irmão/ primo/ amigo(a)

Nas demais variáveis sociodemográficas, houve maioria dos idosos que

moravam com companheiro (a) em ambos os municípios, somando 45% da amostra

total. Os idosos em situação de aposentadoria totalizaram 78,3% da amostra, enquanto

95,8% possuíam algum tipo de atividade, havendo semelhança também dentro de cada

cenário. Não foi verificada significância nessas variáveis.

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Diante do perfil dos aspectos de saúde (Tabela 2), utilizando-se como referência

a amostra total, evidenciou-se a presença de dor em 73,3%, havendo predominância de

dor crônica (53,3%) e, dentro de uma medida escalar, 33,3% relataram dor de moderada

intensidade. Ao ranquear os locais referidos de dor, a região dorsal se sobressaiu

(24,2%), seguida de MMII (20%) e MMSS (8,3%). Sobre a presença de doenças

crônicas, 88,3% dos idosos responderam positivamente, enquanto que 60% relataram

não possuírem outros tipos de doenças, não consideradas crônicas. Destaca-se que 89%

das mulheres apresentavam doenças, enquanto que entre os homens esse percentual

atingiu 85%. Dessa forma, o uso de medicamentos esteve presente em 85% dos idosos.

Apesar das diferenças observadas nos aspectos de saúde, nenhuma variável apresentou

diferença significante.

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Tabela 2 - Caracterização dos aspectos de saúde dos idosos, segundo local de

estudo. Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

Caracterização dos aspectos de

saúde

Local de estudo Qui-

quadrado

ρ-valor

Natal Santa

Cruz Total

n % n % n %

Dor na última

semana

Sim 45 37,5 43 35,8 88 73,3 0,680

Não 15 12,5 17 14,2 32 26,7

Tipo de dor

Crônica 33 27,5 31 25,8 64 53,3 0,822

Aguda 13 10,8 12 10,0 25 20,8

Intensidade da dor

Ausente 14 11,7 17 14,2 31 25,8

0,825 Leve 8 6,7 10 8,3 18 15,0

Moderada 21 17,5 19 15,8 40 33,3

Intensa 17 14,2 14 11,7 31 25,8

Local da dor

Dorsal 12 10,0 17 14,2 29 24,2

0,502

MMII 14 11,7 10 8,3 24 20,0

MMSS 4 3,3 6 5,0 10 8,3

Generalizada 4 3,3 5 4,2 9 7,5

Lombar 6 5,0 2 1,7 8 6,7

Sem dor 14 11,7 17 14,2 31 25,8

Doenças crônicas

Sim 56 46,7 50 41,7 106 88,3 0,153*

Não 4 3,3 10 8,3 14 11,7

Outras doenças

Sim 27 22,5 21 17,5 48 40,0 0,295

Não 33 27,5 39 32,5 72 60,0

Usa medicamentos

Sim 55 45,8 47 39,2 102 85,0 0,410

Não 5 4,2 13 10,8 18 15,0

Fonte: Própria pesquisa. Nota: * Teste Exato de Fisher.

O quadro 1 demonstra o panorama dos escores de QV nos dois municípios e no

total. Em relação aos domínios, que se constituem como foco do SF-36, observam-se

valores de médias aproximados ao se comparar os dois cenários. Ganhou destaque o

domínio dos aspectos emocionais, apresentando média em Natal de 78,3 (+39,2) e em

Santa Cruz, 76,6 (+40,8). Entre os dois municípios, não foi observada significância

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nesse domínio, ao considerar o teste U de Mann-Whitney (ρ-valor= 0,92). Observa-se

ainda que esses valores, aproximam-se da média da amostra total no respectivo

domínio: média 77,5 (+ 39,9).

Ao analisar a QV, não foi observada significância também nos demais domínios

e dimensões apresentados no quadro. Entretanto, é possível notar que, em determinados

domínios, Natal apresentou média mais elevada: aspectos emocionais, média 78,3 (+

39,2); vitalidade, média 56,9 (+ 15,4); estado geral de saúde, média 44,6 (+ 16,3); e dor

no corpo média 36,3 (+ 21,8).

Nos demais domínios, Santa Cruz foi o cenário que se destacou: funcional média

64,3, (+ 26,2); saúde mental, média 59,6 (+ 8,1); físico, média 59,1 (+ 45,8); e função

social, média 49,6 (+ 13,0). Adicionalmente ao SF-36, um aspecto avaliado é o relato de

saúde, que constitui-se de parâmetros reduzidos em relação aos demais (variando entre

um e cinco). Neste estudo, ele se apresentou média em Natal de 3,3 (+ 1,1) e em Santa

Cruz, média 3,0 (+ 0,9), com ρ-valor= 0,22.

Em relação às dimensões saúde mental e física, houve semelhante equilíbrio,

sem apresentar significância ao comparar os dois cenários, com ρ-valor= 0,45 e 0,66,

respectivamente. A média da amostra total das duas dimensões foram: saúde mental,

com média 56,7 (+ 10,1) e física, média 50,6 (+ 10,6).

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30

Quadro 1 - Análise da qualidade de vida dos idosos, segundo local de estudo. Natal

e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

Qualidade de Vida

(SF-36)

Natal

Média (DP)

Santa Cruz

Média (DP)

U de

Mann-

Whitnney

(ρ-valor)

Total

Média (DP)

Aspectos

emocionais 78,3 (39,2) 76,6 (40,8) 0,924 77,5 (39,9)

Dom

ínio

s

Funcional 63,1 (26,4) 64,3 (26,2) 0,809 63,7 (26,2)

Saúde mental 58,0 (11,6) 59,6 (8,0) 0,844 58,8 (10,0)

Físico 54,6 (47,2) 59,1 (45,8) 0,622 56,9 (46,4)

Vitalidade 56,9 (15,4) 54,6 (14,9) 0,376 55,9 (15,2)

Estado geral de

saúde 44,6 (16,3) 39,5 (16,3) 0,083 42,1 (16,4)

Função social 48,9 (16,1) 49,6 (13,0) 0,372 49,2 (14,6)

Dor 36,3 (21,8) 33,17 (20,6) 0,406 34,7 (21,2)

Dim

ensõ

es Saúde mental 57,3 (9,6) 56,0 (10,6) 0,457 56,7 (10,1)

Física 51,1 (10,4) 50,1 (10,9) 0,665 50,6 (10,6)

Escore total 55,1 (8,8) 54,6 (10,2) 0,90 0,902

Fonte: própria pesquisa

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A Tabela 3 apresenta a associação entre os aspectos sociodemográficos e a QV

dos idosos de Natal e Santa Cruz.

Na faixa etária, destaca-se a associação significante entre os idosos mais jovens

com os domínios funcional (média 67,2 e ρ-valor 0,03), emocional (média 82,0 e ρ-

valor 0,04) e na dimensão física (média 51,4 e ρ-valor 0,04), todos estes em Santa Cruz.

Em Natal, considerando o domínio emocional, tal associação se deu em favor dos

idosos mais velhos (média 95,8 e ρ-valor 0,04).

Em relação ao estado civil os idosos com companhia associaram-se

significantemente aos domínios funcional (média 69,7 e ρ-valor 0,03) e emocional

(média 87,2 e ρ-valor 0,04), ambos em Santa Cruz. Já a renda familiar, apresentou

significância no mesmo cenário (ρ-valor < 0,01), em favor dos que possuíam renda

acima de um salário mínimo (média 69,3), considerando o domínio funcional (ρ-valor <

0,01). As variáveis sexo e escolaridade não apresentaram significância alguma com

qualquer um dos domínios, em nenhum dos dois cenários.

Tabela 3 - Associação entre aspectos sociodemográficos e QV em idosos. Natal e

Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

Aspectos

Sociodemográficos

Qualidade de Vida

Domínios Dimensões Escore total

Funcional Emocional Saúde Física

Faixa Etária Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz

60 a 75 anos 65,4 67,2 72,0 82,0 51,7 51,4 54,7 56,1

76 a 91 anos 56,9 50,0 95,8 50,0 49,5 43,7 56,1 47,1

ρ-valor** 0,287 0,032 0,028 0,040 0,461 0,042 0,569 0,014

Estado Civil

Com companhia 65,0 69,7 80,5 87,2 49,6 51,3 54,1 56,6

Sem companhia 61,4 57,3 76,3 62,8 52,5 48,8 56,0 52,0

ρ-valor** 0,568 0,037 0,681 0,043 0,286 0,374 0,317 0,107

Renda familiar

Até 1 salário 60,5 50,6 75,9 60,4 50,3 47,2 54,6 50,4

> Salário 67,1 69,3 81,9 82,6 52,4 51,2 55,7 56,2

ρ-valor** 0,368 0,008 0,697 0,060 0,441 0,216 0,629 0,056

Possui atividade

Sim 64,5 64,6 77,6 77,1 51,3 49,7 55,3 54,2

Não 22,5 58,3 66,6 - 44,5 58,6 48,0 59,0

ρ-valor** 0,034 0,653 0,547 0,798 0,366 0,209 0,307 0,377

Fonte: própria pesquisa. Nota: **Teste U de Mann-Whitnney.

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32

Nesse sentido, apresentam-se os principais resultados, estado a tabela completa

disponível no Apêndice C.

No que se refere à associação entre os aspectos de saúde e a QV dos idosos, a

Tabela 4 evidencia associação significante entre a variável “dor na última semana”,

considerando a ausência de dor aos domínios funcional (média 76,7 e ρ-valor 0,01) e

emocional (média 96,1 e ρ-valor (0,01), ambos em Santa Cruz). O não uso de

medicamentos (média 79,2) apresentou significante associação com o domínio

funcional (ρ-valor 0,02) no município de Santa Cruz.

Tabela 4 - Associação entre aspectos de saúde e QV em idosos. Natal e Santa Cruz,

Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

Aspectos de saúde

Qualidade de Vida

Domínios Dimensão

Funcional Dor no Corpo Emocional Saúde Mental

Dor na última

semana Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz

Sim 61,2 59,4 39,1 42,8 74,1 69,0 56,3 54,3

Não 69,0 76,7 28,0 8,8 91,1 96,1 60,5 60,2

ρ-valor** 0,342 0,013 0,115 <0,001 0,161 0,019 0,124 0,026

Tipo de dor

Crônica 55,4 60,3 42,1 41,3 64,6 69,9 54,6 53,8

Aguda 71,9 57,1 34,6 46,7 - 66,6 59,8 55,7

Ausente 73,2 76,7 24,3 8,8 90,5 96,1 61,4 60,2

ρ-valor*** 0,040 0,044 0,054 <0,001 0,007 0,062 0,052 0,080

Usa medicamentos

Sim 62,1 60,2 36,7 33,4 78,2 73,7 57,2 55,6

Não 75,0 79,2 32,0 32,3 80,0 97,2 58,4 57,4

ρ-valor** 0,403 0,020 0,603 0,978 0,856 0,275 0,795 0,794

Fonte: própria pesquisa. Nota: **Teste U de Mann-Whitnney; ***Teste Kruskal Wallis.

A tabela completa que dispõe sobre todos os demais resultados pode ser

consultada no Apêndice D.

A Figura 1 apresenta o esquema resumido da associação entre os domínios da

QV e as variáveis sociodemográficas e de saúde, nos municípios de Natal e Santa Cruz.

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Figura 1 – Associação entre aspectos de saúde e QV em idosos. Natal e Santa Cruz,

Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=60)

Fonte: Própria pesquisa

De acordo com a Tabela 5, que considera a amostra total, sem divisão por

municípios, no que se refere aos aspectos sociodemográficos, a faixa etária e a renda

familiar associaram-se significantemente ao domínio funcional em favor dos idosos

mais jovens (média 67,3) e ρ-valor= 0,02 e aos que possuíam renda maior que um

salário mínimo (média 68,5 e ρ-valor= 0,02). O domínio Dor no Corpo apresentou

significância estatística em favor dos idosos que possuíam até um salário mínimo,

apresentando média de 39 e ρ-valor= 0,03. Entre os demais domínios nenhum obteve

significante associação com as variáveis sociodemográficas.

Qualidade de Vida

Dor no Corpo

Emocional

Domínio Funcional

Dimensão Física

Dimensão Saúde Mental

Menor idade (Santa Cruz) Com companheiro (a) (Santa Cruz) Maior renda (Santa Cruz) Presença de dor (Natal e Santa Cruz) Não usa medicamentos (Santa Cruz)

Maior idade (Natal) Menor idade (Santa Cruz)

Com companheiro (a) (Santa Cruz)

Presença de dor (Santa Cruz)

Presença de dor (Santa Cruz)

Presença de dor (Santa Cruz)

Menor idade (Santa Cruz)

Dimensões

Domínios

LEGENDA

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Tabela 5 - Associação entre aspectos sociodemográficos e QV em idosos, de acordo

com a amostra total. Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016.

(n=120)

Aspectos

Sociodemográficos

Qualidade de Vida

Domínios

Funcional

Dor no

Corpo

Faixa Etária

60 a 75 anos 67,3 35,2

76 a 91 anos 57,9 33,9

ρ-valor* 0,022 0,849

Renda familiar

Até 1 salário 57,5 39

> Salário 68,5 31,4

ρ-valor* 0,018 0,029

Fonte: própria pesquisa. Nota: *Teste U de Mann-Whitnney.

Os dados apresentados na Tabela 6 expressam a significância entre os aspectos

de saúde e os domínios e dimensões da QV. Destaca-se a presença da associação entre o

domínio funcional e as variáveis Dor na última semana, Tipo de dor, Doenças Crônicas

e Usa medicamentos. Este domínio apresentou significância estatística em todas as

análises aqui apresentadas.

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35

Tabela 6 - Associação entre aspectos de saúde e QV em idosos, de acordo com a

amostra total. Natal e Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, 2016. (n=120)

Aspectos de saúde

Qualidade de Vida

Domínios Dimensão

Funcional

Dor no

Corpo Emocional

Saúde

Mental

Dor na última

semana

Sim 60,3 40,9 71,6 55,3

Não 73,1 17,8 93,7 60,3

ρ-valor* 0,016 <0,001 0,007 0,008

Tipo de dor

Crônica 57,8 41,7 67,2 54,2

Aguda 64,8 40,4 84 57,8

Ausente 75,1 15,8 93,5 60,7

ρ-valor** 0,008 <0,001 0,004 0,007

Doenças Crônicas

Sim 61,8 35 78 57

Não 78,2 32,8 73,8 53,9

ρ-valor* 0,027 0,753 0,829 0,615

Usa medicamentos

Sim 61,2 35,2 76,1 56,5

Não 78 32,2 85,2 57,7

ρ-valor* 0,015 0,021 0,305 0,834

Fonte: própria pesquisa. Nota: *Teste U de Mann-Whitnney; **Teste Kruskal Wallis.

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5. DISCUSSÃO

A presente pesquisa aborda a análise dos aspectos sociodemográficos e de saúde,

além de estabelecer o comparativo da QV entre idosos dos municípios de Natal e Santa

Cruz. A predominância de mulheres na amostra aproxima-se da realidade dos resultados

de Keshavarzi, Ahmadi e Lankarani (2015), Cybulski, Krajewska-Kulak e Jamiolkowski,

(2015) e de Muszalik et al. (2015). Mesmo diante dessa maioria nos dois cenários, o sexo

não se apresenta de forma significante na associação com a QV.

Encontrado no Brasil, em um perfil semelhante foram evidenciados melhores

escores de QV entre os homens em relação às mulheres, que por sua vez, possuíam

maior carga de doenças, limitações físicas e sintomas depressivos (CAMPOS et al.,

2014). Em Natal e Santa Cruz, é vista a predominância de doenças crônicas em

mulheres.

Os agravos e as doenças crônicas destacam-se em relação aos dois cenários

estudados, verificando-se Santa Cruz com um número discretamente menor de idosos

portadores. Uma pesquisa de coorte realizada na Espanha evidenciou que essas

comorbidades possuem grande impacto na QV de idosos, com destaque para a

deficiência e a dependência física (FORJAZ et al., 2015). Em contraste com tal achado,

Natal e Santa Cruz, isoladamente, não apresentaram associação significante entre a

presença de doenças crônicas com a QV. Entretanto, considerando-se a amostra total, ou

seja, a união entre os dois cenários, houve significante associação entre o domínio

funcional e a ausência de doenças crônicas.

Resultados encontrados por Garin et al. (2014), Atlas, Grimmer e Kennedy (2015),

Yamada, Merz e Kisvetrova (2015), recentemente, indicam que a presença de doenças e

comorbidades podem ter seu impacto aliviado, quando o idoso adquire comportamentos

saudáveis, considerados positivos à velhice, como boa alimentação e prática de

exercícios. Além disso, idosos ativos possuem tendência a uma menor carga de doenças

e melhor estado de saúde em relação aos ociosos (LAI; CHAN; CHIN, 2014). Dessa

forma, abre-se o precedente para intervenções voltadas para a prática de exercícios, bem

como a alimentação saudável.

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37

Nesse sentido, Natal e Santa Cruz apresentaram os domínios funcional e físico

entre os melhores avaliados através do SF-36. A funcionalidade apresentou significante

associação com a QV em um estudo com idosos canadenses (DAVIS et al., 2015). Em

outra pesquisa, com idosos institucionalizados, verificou-se um desempenho funcional

de médio a bom, sendo identificado o declínio desse aspecto com o avanço da idade

(MUSZALIK et al., 2015). Este dado assemelha-se com o que foi encontrado em Santa

Cruz e no total da amostra, onde verificou-se forte associação entre o domínio funcional

e os idosos mais jovens. Uma situação semelhante foi observada ao se avaliar a

dimensão física.

Sendo assim, no estudo de Quehenberger, Cichocki e Krajic (2014) observa-se

que intervenções que promovem atividade física em idosos, mesmo possuindo baixa

frequência, possuem boa eficácia. Morgan, et al. (2015) destacam que, no sentido da

prevenção de deficiências e outros agravos, propostas de abordagem motivacional

apresentaram resultados positivos, além de melhorar a autonomia do idoso em seu

contexto social e funcional.

Dentre os demais domínios que se destacaram em Natal e Santa Cruz, a saúde

mental apresentou resultados acima da mediana da escala de QV. Ligada fortemente a

esse aspecto, a presença de depressão ganha enfoque relevante na literatura ao se avaliar

os aspectos mentais e emocionais, relacionando-os à QV do idoso (CAMPOS et al.,

2014). Foram encontradas recentemente, médias reduzidas de QV em idosos iranianos

com sintomas de depressão, comparados com idosos não-deprimidos (KESHAVARZI;

AHMADI; LANKARANI, 2015). Em Santa Cruz, verifica-se que o domínio dos

aspectos emocionais associou-se fortemente em favor da faixa etária de idosos mais

jovens, com a presença de companhia e com a ausência de dor. Já em Natal, observa-se

forte associação entre o mesmo domínio em favor dos idosos mais velhos e na amostra

total, em favor da ausência de dor.

Ziólkowski, Blachnio e Pachalska (2015) destacam que os domínios de saúde

mental e desempenho físico apresentaram melhores médias nos resultados diante da

avaliação em idosos de seu estudo, no qual assemelha-se com os resultados da atual

pesquisa. Uma coorte recentemente realizada internacionalmente destaca uma forte

associação entre o aumento da qualidade de vida relacionada à saúde e a redução dos

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níveis de depressão nas amostras estudadas (HAJEK et al., 2015). Observou-se que em

Santa Cruz, os aspectos emocionais tiveram associação negativa e significante com a

faixa etária dos mais velhos, além da ausência de companheiro ou companheira.

Diante desse achado, identifica-se como grande influenciador na QV do idoso o

suporte familiar, que é considerado um fator determinante e possui relação direta com

seus aspectos emocionais (MARQUES; SÁNCHES; VICARIO, 2014). Um estudo

polonês, que investigou o suporte emocional familiar, mostrou diferença significativa e

negativa nos idosos institucionalizados em comparação com não institucionalizados

(CYBULSKI; KRAJEWSKA-KULAK; JAMIOLKOWSKI, 2015). Em Natal e Santa Cruz,

observa-se um equilíbrio entre os idosos que possuem e os que não possuem

companheiro. Apesar desse achado, a presença de familiares, como filhos e netos, em

sua residência foi predominante, podendo este ser um fator positivo a eles.

Além do suporte familiar, o idoso necessita de interação social dentro de seu

contexto (MORSCH et al., 2015). A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica o

conceito de envelhecimento ativo de uma forma abrangente, no qual o idoso deve ter

oportunidade em saúde, além do contexto político e social, exercendo sua cidadania de

forma participativa (WHO, 2002).

Voltando-se para o contexto internacional, nos Estados Unidos da América

(EUA), um estudo de base populacional indicou que a presença de suporte social nos

idosos pesquisados é inversamente proporcional ao nível de vulnerabilidade, que por

sua vez, impacta de forma importante na QV (PEEK et al., 2012). Em um município

chinês, verificou-se a redução dos escores no domínio social, de acordo com o aumento

da vulnerabilidade identificada nos idosos presentes na amostra (CHANG et al., 2012).

Observa-se que nos dois municípios pesquisados, a função social apresentou a menor

média dentre os demais domínios, com valores a baixo da metade da escala SF-36.

Apesar desse achado, não foi verificada associação significante entre o domínio social e

as variáveis sociodemográficas e de saúde.

Dessa maneira, evidencia-se a importância em promover a interação entre

indivíduos de idades, sexos e culturas diferentes. Resultados encontrados no Brasil

associam a presença de doenças e comorbidades ao fato de o idoso não sair de casa. Ao

praticar esse ato, o idoso tem considerável potencial para a socialização, com influência

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em sua QV (MORSCH, et al., 2015). Dessa forma, identifica-se a relação entre o

domínio social e o físico.

Portanto, se faz necessário o uso de medidas para melhoria da QV em idosos. O

emprego de tecnologias como instrumentos para intervenções em idosos é cada vez

mais frequente, apresentando resultados onde melhoraram a cognição, promoveram a

inclusão social, prevenindo também as doenças e agravos mentais (GUSTAFSON et al.,

2015; CALLARI; CIAIRANO; RE, 2012; HEIN; ARAGAKI, 2012). Estratégias de

promoção ao enfrentamento, melhora da autoestima e adaptação para atividades de vida

diárias são apresentadas para um envelhecimento saudável (ZIÓLKOWSKI; BLACHNIO;

PACHALSKA, 2015).

Natal e Santa Cruz apresentaram uma predominância de idosos que possuem

algum tipo de atividade. Em contrapartida, observam-se os escores dos domínios

funcional e físico, classificados de forma aproximadamente boa e média,

respectivamente. Assim, torna-se necessária uma investigação mais detalhada sobre

qual o tipo de atividade esses idosos executam, juntamente ao seu nível de

complexidade para que, dessa forma, seja melhor detalhada a adequação de seus

movimentos e mensurar seus benefícios à saúde, para melhor aprimorar as medidas da

QV.

Diante desses achados, são indicadas novas propostas de intervenções que visem

à melhoria do domínio social, além da manutenção dos demais domínios, mesmo que

bem avaliados. Como discutido neste trabalho, a utilização de recursos tecnológicos e

de inclusão digital dos idosos surge como metodologia de escolha para se trabalhar

intervenções nesse sentido.

Como limitações e dificuldades desta pesquisa, destacaram-se: o recorte

transversal, o período prolongado de coletas e a insalubridade enfrentada pelos

pesquisadores na busca ativa pelos participantes.

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40

6. CONCLUSÃO

A realização desta pesquisa evidenciou que as características inerentes a Natal e

Santa Cruz não possuíam associação significativa com a QV observada, ao comparar os

dois cenários. Entretanto, ao traçar o perfil de seus aspectos principais, possibilita-se o

aprofundamento em cada aspecto avaliado, de maneira a interferir positivamente na sua

QV, bem como na busca pela redução de sua vulnerabilidade.

No mesmo sentido, foi possível identificar os domínios melhor avaliados, como

o emocional e o funcional, o que provoca a ideia de que esses aspectos podem ser

tomados como base de exploração para a promoção da autonomia dos idosos. De forma

semelhante, evidenciou-se o domínio social prejudicado nos dois municípios. O que

suscita no planejamento de intervenções direcionadas para o fortalecimento deste

domínio, bem como para a manutenção ou melhora dos demais.

Em relação à associação entre os aspectos sociodemográficos e de saúde e a QV

dos idosos, verificou-se significância entre diversas varáveis e domínios. Dessa forma,

aceita-se a hipótese alternativa (H1), na qual considera-se a presença da associação entre

a QV e os aspectos sociodemográficos e de saúde dos idosos vinculados à ESF.

Diante da complexidade do conceito de QV, bem como dos próprios domínios

que a compõem, de acordo com o referencial teórico adotado, evidencia-se a

necessidade do maior aprofundamento e avaliação de cada um desses. Tal investigação

se daria objetivando a melhor acurácia na avaliação deles, proporcionando intervenções

precisas e impactantes, com efetividade ideal.

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41

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46

ANEXOS

ANEXO A

VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF36

1- Em geral você diria que sua saúde é:

Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim

1 2 3 4 5

2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria saúde em geral, agora?

Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco Pior Muito Pior

1 2 3 4 5

3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente

durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas

atividades? Neste caso, quando?

Atividades

Sim,

dificulta

muito

Sim,

dificulta um

pouco

Não, não

dificulta de

modo

algum

a) Atividades Rigorosas, que

exigem muito esforço, tais como

correr, levantar objetos pesados,

participar em esportes árduos.

1 2 3

b) Atividades moderadas, tais como

mover uma mesa, passar aspirador

de pó, jogar bola, varrer a casa.

1 2 3

c) Levantar ou carregar

mantimentos

1 2 3

d) Subir vários lances de escada 1 2 3

e) Subir um lance de escada 1 2 3

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-

se

1 2 3

g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3

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47

h) Andar vários quarteirões 1 2 3

i) Andar um quarteirão 1 2 3

j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com

seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde

física?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras

atividades.

1 2

d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

(p. ex. necessitou de um esforço extra).

1 2

5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com

seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum

problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto

cuidado como geralmente faz.

1 2

6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas

emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à

família, amigos ou em grupo?

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Grave Muito grave

1 2 3 4 5 6

7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

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48

Nenhuma Muito

leve

Leve Moderada Grave Muito

grave

1 2 3 4 5 6

8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho

normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?

De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com

você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma

resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às

últimas 4 semanas.

Todo

Tempo

A

maior

parte

do

tempo

Uma

boa

parte

do

tempo

Algu

ma

parte

do

temp

o

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a) Quanto tempo

você tem se

sentindo cheio de

vigor, de vontade,

de força?

1 2 3 4 5 6

b) Quanto tempo

você tem se sentido

uma pessoa muito

nervosa?

1 2 3 4 5 6

c) Quanto tempo

você tem se sentido

tão deprimido que

nada pode anima-lo?

1 2 3 4 5 6

d) Quanto tempo

você tem se sentido

calmo e tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e) Quanto tempo

você tem se sentido

com muita energia?

1 2 3 4 5 6

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49

f) Quanto tempo

você tem se sentido

desanimado ou

abatido?

1 2 3 4 5 6

g) Quanto tempo

você tem se sentido

esgotado?

1 2 3 4 5 6

h) Quanto tempo

você tem se sentido

uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i) Quanto tempo

você tem se sentido

cansado?

1 2 3 4 5 6

10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar

amigos, parentes, etc)?

Todo

Tempo

A maior parte

do tempo

Alguma parte do

tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma

parte do

tempo

1 2 3 4 5

11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

Definitivament

e verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Não sei

A maioria

das vezes

falso

Definitiva-

mente falso

a) Eu costumo

obedecer um pouco

mais facilmente que

as outras pessoas

1 2 3 4 5

b) Eu sou tão

saudável quanto

qualquer pessoa que

eu conheço

1 2 3 4 5

c) Eu acho que a

minha saúde vai

piorar

1 2 3 4 5

d) Minha saúde é

excelente 1 2 3 4 5

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50

ANEXO B

Mini Exame do Estado Mental (MEEM)

Teste de rastreamento e avaliação rápida da função cognitiva

Apresentação do Exame

1. Orientação espacial (0-5 pontos):

Em que dia estamos?

Ano

Semestre

Mês

Dia

Dia da Semana

2. Orientação espacial (0-5 pontos):

Onde Estamos?

Estado

Cidade

Bairro

Rua

Local

3. Repita as palavras (0-3 pontos):

Caneca

Tijolo

Tapete

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51

4. Cálculo (0-5 pontos):

O senhor faz cálculos?

Sim (vá para a pergunta 4a)

Não (vá para a pergunta 4b)

o 4a.Se de 100 fossem tirados 7 quanto restaria? E se tirarmos mais 7?

93

86

79

72

65

o 4b.Soletre a palavra MUNDO de trás pra frente

o *Alternativo: Série de 7 dígitos (5 - 8 – 2 – 6 – 9 – 5 – 1)

O

D

N

U

M

5. Memorização (0-3 pontos):

Peça para o entrevistado repetir as palavras ditas há pouco.

Caneca

Tijolo

Tapete

6. Linguagem (0-2 pontos):

Mostre um relógio e uma caneta e peça para o entrevistado para nomeá-los.

Relógio

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52

Caneta

7. Linguagem (1 ponto):

Solicite ao entrevistado que repita a frase:

NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ.

8. Linguagem (0-3 pontos):

Siga uma ordem de 3 estágios:

Pegue esse papel com a mão direita.

Dobre-o no meio.

Coloque-o no chão.

9. Linguagem (1 ponto):

Escreva em um papel: "FECHE OS OLHOS". Peça para o entrevistado

ler a ordem e executá-la.

10. Linguagem (1 ponto):

Peça para o entrevistado escrever uma frase completa. A frase deve ter

um sujeito e um objeto e deve ter sentido. Ignore a ortografia.

11. Linguagem (1 ponto):

Peça ao entrevistado para copiar o seguinte desenho. Verifique se todos

os lados estão preservados e se os lados da intersecção formam um

quadrilátero. Tremor e rotação podem ser ignorados.

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53

ANEXO C

ANEXO F

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54

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55

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56

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57

APÊNDICES

APÊNDICE A

QUESTIONARIO - DADOS DEMOGRAFICOS e CARACTERISTICAS DA

DOR

1. Nome:___________________________________________________________

_____ Data:___/___/___

2. Responsável pelo preenchimento:

________________________________________________________________

_____

3. Telefone:___________________________

Endereço:________________________________________________________

________________________________________________________________

__________

4. Data de Nascimento: ___/___/___ Idade:_______anos.

5. Sexo: a. ( ) feminino b. ( ) masculino

6. Escolaridade em anos:

________________________________________________________________

_____

7. Estado civil:

a.( ) vive sozinho b. ( ) vive com companheiro

8. Mora com quem?

a. ( ) sozinho c. ( ) com filhos

b. ( ) com companheiro d. ( ) outros:____________

9. Situação atual de trabalho:

a. ( ) aposentado d. ( ) cuida da casa

b. ( ) trabalhando e. ( ) outros:_________________

c. ( ) afastado do trabalho

10. Qual a sua principal atividade/ocupação hoje em dia?

________________________________________________________________

_____

11. Sentiu dor no corpo na última semana? a. ( ) sim b. ( ) não

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58

12. Se sentiu alguma dor:

Há quanto tempo sente essa dor:______ dias ______ meses _____ anos

13. Intensidade da dor (Escala Visual Numérica): Por favor, tente me dizer a

intensidade da sua dor de 0 a 10. Considere 0=nenhuma dor e 10=dor

insuportável ou a pior que você pode imaginar.

Marque um círculo ao redor do número que mais se aproxima da sua dor.

_______________________________________________

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0 = sem dor; 10 = dor insuportável (pior dor que você pode imaginar)

14. Local da dor:

_____________________________________________________________

15. Doenças crônicas:

a. ( ) HAS e. ( ) doença venosa

b. ( ) DM f. ( ) dor coluna

c. ( ) artrite g. ( )dor nas pernas

d. ( ) artrose h. ( )lesão de pele - tipo da lesão:

____________________

16. Outras doenças:

____________________________________________________________

17. Medicamentos em uso:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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59

APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - (TCLE)

Esclarecimentos

Prezado senhor (a), você foi selecionado (a) para participar da pesquisa:

“Atenção à saúde do idoso na ESF no Brasil e Portugal: proposta de avaliação e

intervenção multidimensional”.

Esta pesquisa será realizada sob a coordenação do Grupo de Pesquisa

Incubadora de Procedimentos de Enfermagem do Departamento de Enfermagem do

Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),

em Natal e Santa Cruz/RN-Brasil. Sua participação é voluntária, o que significa que

você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe

traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Esta pesquisa tem como objetivo geral Analisar a influência dos aspectos

sociodemográficos, de saúde e assistenciais na qualidade de vida de idosos vinculados à

Estratégia de Saúde da Família (ESF) dos municípios de Natal e Santa Cruz, no estado

do Rio Grande do Norte (RN)/Brasil. Este projeto justifica-se por trazer benefícios aos

idosos atendidos na atenção primária nos dois municípios, com possível melhora da

qualidade de vida.

Caso decida aceitar o convite, você será submetido a uma entrevista. Os riscos

associados à participação neste estudo são associados aos desconfortos e riscos

psicológicos, uma vez que sua participação será respondendo o instrumento de coleta de

dados e não serão realizados procedimentos invasivos. Sendo assim, para minimizar

qualquer desconforto e risco, a entrevista será realizada em local reservado, de modo

que você sinta-se tranquilo e que seja respeitada sua privacidade. Você poderá deixar de

responder qualquer questão que possa lhe trazer incômodo.

Os benefícios em participar deste estudo são decorrentes de realizar um

diagnóstico das necessidades e problemas dos idosos atendidos na atenção primária e, a

partir daí, elaborar e propor intervenção multidimensional para melhorar a saúde dessas

pessoas e possivelmente, melhorar sua qualidade de vida. Após a conclusão do trabalho

de campo, os resultados ficarão disponíveis nas unidades de saúde participantes, além

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60

de serem publicados na literatura especializada. Todas as informações obtidas serão

sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão

guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não

identificar os voluntários.

Sua participação neste estudo é totalmente voluntária, podendo recusar-se a

responder qualquer pergunta, fazer parte do mesmo ou interromper se julgar

conveniente, sem prejuízo para o andamento do trabalho de pesquisa. Se você tiver

algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso

solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente

decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização.

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê

de Ética em Pesquisa da UFRN no endereço Praça do Campus Universitário, Lagoa

Nova, Caixa Postal 1666, CEP: 59072-970, Natal/RN. Telefone/Fax: (84) 215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma cópia ficará com os

pesquisadores responsáveis vinculados ao Grupo de Pesquisa

_____________________________________ no Brasil, a outra cópia deste Termo,

ficará com você. Caso tenha qualquer dúvida pedimos que a esclareça conosco no

endereço: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de

Enfermagem. Campus Universitário, Lagoa Nova, CEP 59078-970 | Natal/RN – Brasil.

Caixa Postal 1524. Telefone(s): 055843215-3615.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo

em participar da pesquisa “Atenção à Saúde do idoso na Estratégia de Saúde da Família

no Brasil e Portugal: proposta de avaliação e intervenção multidimensional”, e autorizo

a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações

científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal-RN, ______/_____/_______

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61

____________________________________

Assinatura do participante da pesquisa Impressão Datiloscópica do

participante. Declaração dos pesquisadores responsáveis

Como pesquisadores responsáveis pelo estudo “Atenção à Saúde do idoso na

Estratégia de Saúde da Família no Brasil e Portugal: proposta de avaliação e intervenção

multidimensional”, declaramos que assumimos a inteira responsabilidade de cumprir

fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e

assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade

sobre a identidade do mesmo.

Declaramos ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora

assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do

Conselho Nacional de Saúde – CNS, no Brasil.

Natal-RN, ______/_____/_______

____________________________________

Assinatura do pesquisador

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62

APÊNDICE C

Aspectos

Sociodemográficos

(M*)

Qualidade de Vida

Domínios Dimensões Escore total

Funcional Físico Dor no Corpo Geral de saúde Vitalidade Função Social Emocional Saúde Mental Física Mental

Faixa Etária Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz

60 a 75 anos 65,4 67,2 54,0 63,0 37,2 32,0 45,1 39,9 56,7 55,2 48,2 49,5 72,0 82,0 59,5 59,9 51,7 51,4 56,3 57,3 54,7 56,1

76 a 91 anos 56,9 50,0 56,2 40,0 33,7 39,0 43,4 37,5 57,5 52,0 50,9 50,0 95,8 50,0 53,7 58,0 49,5 43,7 60,2 49,6 56,1 47,1

ρ-valor** 0,287 0,032 0,834 0,193 0,489 0,328 0,724 0,653 0,960 0,548 0,420 0,927 0,028 0,040 0,055 0,731 0,461 0,042 0,232 0,063 0,569 0,014

Sexo

Feminino 61,3 63,4 53,5 59,0 35,8 32,0 46,0 40,5 57,1 55,2 48,7 49,2 78,0 78,0 58,0 59,3 50,7 50,0 57,5 56,4 54,8 54,6

Masculino 72,5 69,0 60,0 60,0 39,0 39,0 38,0 34,5 56,0 52,0 50,1 51,2 80,0 70,0 58,0 61,2 53,1 50,9 56,4 53,7 56,7 54,6

ρ-valor** 0,214 0,640 0,681 0,984 0,802 0,276 0,157 0,396 0,674 0,734 0,897 0,531 0,701 0,681 0,756 0,385 0,571 0,874 0,766 0,538 0,655 0,952

Escolaridade

Até 3 anos 60,1 63,8 51,6 55,8 37,4 34,6 45,5 38,3 58,5 54,0 50,1 50,4 75,3 70,0 59,6 59,6 50,6 49,3 57,7 54,4 54,7 53,3

Mais de 3 anos 66,4 66,8 57,7 62,5 35,1 31,7 43,8 40,6 55,1 55,3 47,6 48,7 81,6 83,3 56,4 59,6 51,6 51,0 56,9 57,5 55,5 55,9

ρ-valor** 0,349 0,894 0,657 0,572 0,676 0,631 0,677 0,387 0,654 0,905 0,564 0,779 0,599 0,126 0,306 0,752 0,574 0,459 1,000 0,192 0,756 0,151

Estado Civil

Com companhia 65,0 69,7 47,4 61,0 40,3 31,7 41,2 37,8 54,3 55,6 48,0 49,2 80,5 87,2 56,0 59,7 49,6 51,3 56,0 57,9 54,1 56,6

Sem companhia 61,4 57,3 61,3 56,7 32,6 35,0 47,9 41,7 59,3 53,4 49,7 50,0 76,3 62,8 59,8 59,4 52,5 48,8 58,3 53,5 56,0 52,0

ρ-valor** 0,568 0,037 0,203 0,696 0,292 0,534 0,164 0,347 0,177 0,663 0,700 0,864 0,681 0,043 0,510 0,891 0,286 0,374 0,486 0,105 0,317 0,107

Renda familiar

Até 1 salário 60,5 50,6 48,6 54,7 39,7 37,5 45,5 40,3 57,0 53,1 51,6 47,6 75,9 60,4 59,0 59,2 50,3 47,2 57,8 52,0 54,6 50,4

> Salário 67,1 69,3 63,5 60,8 31,2 31,6 43,3 39,2 56,6 55,2 44,9 50,3 81,9 82,6 56,5 59,7 52,4 51,2 56,6 57,4 55,7 56,2

ρ-valor** 0,368 0,008 0,361 0,688 0,098 0,221 0,693 0,893 0,637 0,655 0,172 1,000 0,697 0,060 0,160 0,831 0,441 0,216 0,432 0,072 0,629 0,056

Possui atividade

Sim 64,5 64,6 54,7 57,0 35,7 33,5 44,6 38,8 57,2 54,5 49,7 49,5 77,6 77,1 58,8 59,4 51,3 49,7 57,6 55,9 55,3 54,2

Não 22,5 58,3 50,0 55,0 55,0 26,6 47,5 51,6 47,5 56,6 25,0 50,0 66,6 - 34,0 62,7 44,5 58,6 50,5 57,6 48,0 59,0

ρ-valor** 0,034 0,653 0,918 0,133 408 0,749 0,793 0,221 0,254 0,725 0,237 0,975 0,547 0,798 0,007 0,377 0,366 0,209 0,191 0,496 0,307 0,377

Nota: *Média;**Teste U de Mann-Whitnney.

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63

APÊNDICE D

Aspectos de

saúde

(M*)

Qualidade de Vida

Domínios Dimensões Escore total

Funcional Físico Dor no Corpo Geral de saúde Vitalidade Função Social Emocional Saúde Mental Física Mental

Dor na última

semana Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz Natal S. Cruz

Sim 61,2 59,4 55,5 52,9 39,1 42,8 45,6 40,8 55,0 52,9 49,3 48,8 74,1 69,0 57,3 60,3 51,3 49,7 56,3 54,3 54,6 53,4

Não 69,0 76,7 51,6 75,0 28,0 8,8 41,6 36,2 62,6 59,1 47,6 51,4 91,1 96,1 60,0 57,6 50,6 51,2 60,5 60,2 56,5 57,7

ρ-valor** 0,342 0,013 0,738 0,079 0,115 <0,001 0,435 0,580 0,179 0,143 0,897 0,851 0,161 0,019 0,360 0,239 0,732 0,755 0,124 0,026 0,626 0,333

Tipo de dor

Crônica 55,4 60,3 52,2 57,2 42,1 41,3 47,3 40,6 56,3 52,1 47,9 46,7 64,6 69,9 57,1 59,9 50,7 50,3 54,6 53,8 52,9 53,5

Aguda 71,9 57,1 59,6 41,6 34,6 46,7 43,1 43,2 50,7 55,0 49,2 54,1 - 66,6 56,0 61,6 52,0 48,3 59,8 55,7 58,1 53,1

Ausente 73,2 76,7 55,3 75,0 24,3 8,8 40,0 36,2 63,9 59,1 51,0 51,4 90,5 96,1 62,0 57,6 51,3 51,2 61,4 60,2 57,5 57,7

ρ-valor** 0,040 0,044 0,732 0,101 0,054 <0,001 0,371 0,795 0,175 0,310 0,913 0,221 0,007 0,062 0,305 0,357 0,957 0,722 0,052 0,080 0,153 0,599

Doenças

Crônicas

Sim 62,0 61,6 54,9 58,5 36,9 32,8 45,1 40,6 57,0 55,6 49,0 49,7 76,8 79,3 57,6 59,6 51,2 49,8 57,1 56,9 54,9 54,8

Não 78,7 78,0 50,0 62,5 27,5 35,0 38,7 34,0 55,0 50,0 47,0 48,7 - 63,3 63,0 59,6 50,0 51,9 60,7 51,2 57,5 53,9

ρ-valor** 0,217 0,075 0,898 0,879 0,519 0,817 0,483 0,289 0,700 0,390 0,853 0,657 0,365 0,293 0,292 0,538 0,764 0,670 0,538 0,320 0,658 0,952

Usa

medicamentos

Sim 62,1 60,2 55,9 55,8 36,7 33,4 44,8 41,3 56,2 54,9 49,2 48,9 78,2 73,7 57,7 59,2 51,1 49,1 57,2 55,6 55,1 53,5

Não 75,0 79,2 40,0 71,1 32,0 32,3 43,0 33,1 64 53,8 45,2 51,9 80,0 97,2 60,8 60,9 50,8 53,9 58,4 57,4 55,0 58,7

ρ-valor** 0,403 0,020 0,550 0,378 0,603 0,978 0,795 0,120 0,374 0,856 0,815 0,490 0,856 0,275 0,716 0,437 0,917 0,202 0,795 0,794 0,917 0,122

Nota: *Média;**Teste U de Mann-Whitnney.