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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial DISSERTAÇÃO apresentada ao CEFET-PR para obtenção do título de MESTRE EM CIÊNCIAS por LUCIANA VIEIRA CASTILHO SISTEMA MULTIMÍDIA DE APOIO AO APRENDIZADO DOS TESTES DE FORÇA MUSCULAR Banca Examinadora: Presidente e Orientador: PROF. DR. HEITOR SILVÉRIO LOPES CEFET-PR Examinadores: PROF. DR. ANTONIO FERNANDO BRUNETTO UEL PROF. DR. VERA LÚCIA ISRAEL PUC-PR PROF. DR. LAUDELINO CORDEIRO BASTOS CEFET-PR Curitiba, 13 de dezembro de 2004.

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁPrograma de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial

DISSERTAÇÃO apresentada ao CEFET-PR para obtenção do título de

MESTRE EM CIÊNCIAS

por

LUCIANA VIEIRA CASTILHO

SISTEMA MULTIMÍDIA DE APOIO AO APRENDIZADO

DOS TESTES DE FORÇA MUSCULAR

Banca Examinadora:

Presidente e Orientador:

PROF. DR. HEITOR SILVÉRIO LOPES CEFET-PR

Examinadores:

PROF. DR. ANTONIO FERNANDO BRUNETTO UEL

PROF. DR. VERA LÚCIA ISRAEL PUC-PR

PROF. DR. LAUDELINO CORDEIRO BASTOS CEFET-PR

Curitiba, 13 de dezembro de 2004.

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LUCIANA VIEIRA CASTILHO

SISTEMA MULTIMÍDIA DE APOIO AO APRENDIZADO

DOS TESTES DE FORÇA MUSCULAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Elétrica e Informática

Industrial do Centro Federal de Educação

Tecnológica do Paraná, como requisito parcial para

a obtenção do título de “Mestre em Ciências” –

Área de Concentração: Engenharia Biomédica.

Orientador: Prof. Dr. HEITOR SILVÉRIO LOPES.

Curitiba

2004

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁPrograma de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial

DISSERTAÇÃO apresentada ao CEFET-PR para obtenção do título de

MESTRE EM CIÊNCIAS

por

LUCIANA VIEIRA CASTILHO

SISTEMA MULTIMÍDIA DE APOIO AO APRENDIZADO

DOS TESTES DE FORÇA MUSCULAR

Banca Examinadora:

Presidente e Orientador:

PROF. DR. HEITOR SILVÉRIO LOPES CEFET-PR

Examinadores:

PROF. DR. ANTONIO FERNANDO BRUNETTO UEL

PROF. DR. VERA LÚCIA ISRAEL PUC-PR

PROF. DR. LAUDELINO CORDEIRO BASTOS CEFET-PR

Curitiba, 13 de dezembro de 2004.

LUCIANA VIEIRA CASTILHO

SISTEMA MULTIMÍDIA DE APOIO AO APRENDIZADO

DOS TESTES DE FORÇA MUSCULAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Elétrica e Informática

Industrial do Centro Federal de Educação

Tecnológica do Paraná, como requisito parcial para

a obtenção do título de “Mestre em Ciências” –

Área de Concentração: Engenharia Biomédica.

Orientador: Prof. Dr. HEITOR SILVÉRIO LOPES.

Curitiba

2004

“Os grandes navegadores devem sua reputação

aos temporais e tempestades.”

Epicuro

iii

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por sua presença constante em minha vida, o que tornou possível

chegar ao fim desta caminhada.

Agradeço a meus pais Vilson e Loide, e a todos os meus familiares, pela compreensão,

incentivo e amor incondicional.

Agradeço ao meu namorado Wagner, pelo amor, confiança e dedicação.

Ao Prof. Dr. Heitor Silvério Lopes, pela sua paciência e intensa dedicação na

orientação deste trabalho.

Aos meus amigos Karin, Luciano, César, Carlos, Guilherme, Rodrigo, Adriano, Hellen

e Simone que estiveram ao meu lado em todos os momentos.

À Professora Salete Brandalize pela constante disposição em colaborar com a

realização deste trabalho.

Ao Centro Federal de Educação Tecnológica, pelos ensinamentos e pela formação.

À Faculdade Dom Bosco pelo apoio à pesquisa de campo.

À Igreja Presbiteriana Parque Iguaçu pelo apoio e intercessão de todos os seus

membros.

v

vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... xi

LISTA DE TABELAS....................................................................................................xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................... xv

RESUMO .......................................................................................................................xvii

ABSTRACT ...................................................................................................................xviii

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

1.1 MOTIVAÇÕES.................................................................................................... 1

1.2 OBJETIVOS......................................................................................................... 3

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................... 4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 5

2.1 INFORMÁTICA EM SAÚDE............................................................................. 5

2.1.1 Histórico da informática em saúde ................................................................... 5

2.1.2 Aplicações da informática em saúde ................................................................ 7

2.1.3 Aplicações da informática na Fisioterapia........................................................ 9

2.2 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO .................................................................... 9

2.2.1 Teorias de aprendizagem ................................................................................ 10

2.2.2 As novas tendências tecnológicas e a educação ............................................. 11

2.2.3 Modalidades de aplicação da informática na educação.................................. 14

2.2.3.1 Classificação quanto à natureza dos softwares..................................... 14

2.2.3.2 Classificação quanto à natureza da proposta pedagógica..................... 15

2.2.3.4 Classificação quanto ao objetivo da aplicação ..................................... 15

2.2.4 Os softwares educativos ................................................................................. 16

2.2.5 Modalidades dos softwares educativos........................................................... 17

2.2.5.1 Treinamento baseado em computador (TBC) ...................................... 17

2.2.5.2 Sistema tutorial inteligente (STI) ......................................................... 17

2.2.5.3 Aprendizagem colaborativa suportada por computador....................... 18

2.2.5.4 Modelagem e Simulação ...................................................................... 18

2.2.5.5 Hipertexto ............................................................................................. 18

2.2.5.6 Multimídia ............................................................................................ 19

2.2.6 A multimídia e os softwares de autoria e animação ....................................... 20

2.3 TESTES DE FORÇA MUSCULAR.................................................................. 22

2.3.1 Origens dos testes de força muscular.............................................................. 22

vii

2.3.2 Variáveis utilizadas nos testes de força muscular........................................... 23

2.3.3 Escalas de graduação da força muscular ........................................................ 24

2.3.4 A anatomia e os testes de força muscular ....................................................... 25

2.3.5 Diagnóstico de patologias e os testes de força muscular ................................ 26

2.3.6 Forma de representação dos testes de força muscular na literatura................ 27

3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 29

3.1 DESCRIÇÃO DO TRABALHO........................................................................ 29

3.2 EXTRAÇÃO DO CONHECIMENTO............................................................... 29

3.3 PROCESSO DE ANIMAÇÃO DOS TESTES DE FORÇA MUSCULAR ...... 31

3.4 MODELAGEM DO SISTEMA ......................................................................... 44

3.4.1 Diagrama de casos de uso............................................................................... 44

3.4.2 Diagrama de Fluxo de Dados (DFD).............................................................. 45

3.4.3 Diagrama de transição de estados................................................................... 47

3.5 VÍDEOS E NARRAÇÕES................................................................................. 50

3.6 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA................................................................. 50

3.6.1 Implementação das telas do software ............................................................. 50

3.6.2 Implementação dos questionários................................................................... 62

3.6.3 Instalação do software TFM ........................................................................... 63

3.7 TESTE DO SISTEMA ....................................................................................... 64

3.7.1 Metodologia para a análise quantitativa ......................................................... 64

3.7.2 Metodologia para a análise qualitativa ........................................................... 65

4 RESULTADOS............................................................................................................. 67

4.1 ANÁLISE QUANTITATIVA............................................................................ 67

4.2 ANÁLISE QUALITATIVA............................................................................... 68

5 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES................................................................................. 71

5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................................................... 71

5.2 CONCLUSÕES.................................................................................................. 74

5.3 TRABALHOS FUTUROS................................................................................. 75

ANEXO 1 - DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NÍVEL DOIS............................ 77

ANEXO 2 - DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NÍVEL DOIS............................ 78

ANEXO 3 - DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NÍVEL DOIS............................ 79

ANEXO 4 - DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NÍVEL DOIS............................ 80

ANEXO 5 - DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO DE ESTADOS ..................................... 81

ANEXO 6 - DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO DE ESTADOS ..................................... 82

viii

ANEXO 7 - DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO DE ESTADOS ..................................... 83

ANEXO 8 - DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO DE ESTADOS ..................................... 84

ANEXO 9 - AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO ATRAVÉS DO SOFTWARE TFM

........................................................................................................................................... 85

ANEXO 10 - ANÁLISE QUALITATIVA SOBRE O SOFTWARE TFM ................. 87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 89

ix

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos. .................................................... 25

Figura 2: Fibras Musculares Fusiformes. ................................................................................. 26

Figura 3: Fibras Musculares Peniformes.................................................................................. 26

Figura 4: Teste para o músculo flexor ulnar do carpo.............................................................. 27

Figura 5: Selecionando o osso úmero. ..................................................................................... 31

Figura 6: Selecionando a face do osso que se deseja e salvando a imagem. ........................... 32

Figura 7: Importando o osso úmero para uma camada do Flash.............................................. 32

Figura 8: Transformando o osso úmero em uma imagem vetorial. ......................................... 33

Figura 9: Úmero pronto para ser utilizado no teste. ................................................................. 33

Figura 10: Osso úmero posicionado e redimensionado para o teste. ....................................... 34

Figura 11: Antebraço e mão posicionados e redimensionados para o teste. ............................ 34

Figura 12: Criando transformação de movimento no início da linha de tempo. ...................... 35

Figura 13: Inserindo um quadro-chave no frame do final do movimento. ............................. 35

Figura 14: Posicionando o seguimento animado no final do movimento. ............................... 36

Figura 15: Acrescentando o músculo braquiorradial ao modelo.............................................. 37

Figura 16: Criando transformação de movimento no início da linha de tempo. ...................... 37

Figura 17: Alterando a transformação de movimento para transformação de forma............... 38

Figura 18: Inserindo um quadro-chave no frame do final do movimento. ............................. 38

Figura 19: Posicionando e redimensionando o músculo no final do movimento. ................... 39

Figura 20: Inserindo setas e textos que indicam a atuação do terapeuta.................................. 39

Figura 21: Início do movimento do teste. ................................................................................ 40

Figura 22: Final do movimento do teste................................................................................... 40

Figura 23: Diagrama de casos de uso....................................................................................... 45

Figura 24: DFD nível zero. ...................................................................................................... 46

Figura 25: DFD nível um. ........................................................................................................ 46

Figura 26: Diagrama de transição de estados da tela “revisão de biomecânica”. .................... 47

Figura 27: Diagrama de transição de estados da tela ............................................................... 48

Figura 28: Diagrama de transição de estados da ...................................................................... 49

Figura 29: Buscando o comando Hold on Curret Frame na janela Library. ........................... 51

Figura 30: Arrastando o comando até o sexto canal da janela Score. ...................................... 51

Figura 31: Importando arquivos. .............................................................................................. 52

Figura 32: Arrastando os elementos da janela Cast para a janela Stage. ................................. 52

xi

Figura 33: Utilizando a ferramenta Text para digitar os textos no Stage. ................................ 53

Figura 34: Colocando ação para controlar o som no botão Play. ............................................ 54

Figura 35: Colocando ação para controlar o som no botão Stop.............................................. 54

Figura 36: Selecionando a ação Quick Time Control Button. .................................................. 55

Figura 37: Colocando a ação Play no botão Play da animação. ............................................. 55

Figura 38: Colocando a ação Stop no botão Stop da animação............................................... 56

Figura 39: Colocando a ação Rew no botão Rew da animação. .............................................. 56

Figura 40: Buscando a ação Go to Frame X Button na janela Library. .................................. 57

Figura 41: Selecionando a ação Rollover Cursor Change na janela Library........................... 58

Figura 42: Colocando a ação Rollover Cursor Change no botão anatomia............................. 58

Figura 43: Arrastando todos os elementos para ocuparem um só frame da janela Score. ....... 59

Figura 44: Tela com os dados anatômicos dos músculos referentes ao teste implementado... 59

Figura 45: Clicando no botão Play da barra de ferramentas do Director MX 2004. ............... 60

Figura 46: Acessando o comando Publish Settings. ................................................................ 61

Figura 47: Clicando no botão Publish e criando um projetor. ................................................. 61

Figura 48: Mapa de navegação do software............................................................................. 62

Figura 49: Estrutura de diretórios do sistema........................................................................... 64

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tecnologia educacional emergente comparada com a tecnologia tradicional. ........ 11

Tabela 2: Dados relacionados à retenção da aprendizagem, com relação aos sentidos. .......... 12

Tabela 3: Dados relacionados à retenção da aprendizagem, com relação ao método de ensino.

................................................................................................................................. 12

Tabela 4: Informações contidas nas variáveis de cada teste. ................................................... 30

Tabela 5: Informações contidas nos dados anatômicos de cada teste. ..................................... 30

Tabela 6: Testes musculares de tronco..................................................................................... 40

Tabela 7: Testes de musculares membros superiores............................................................... 41

Tabela 8: Testes musculares de membros inferiores................................................................ 43

Tabela 9: Desempenho dos alunos no questionário para análise quantitativa entre 0 e 10...... 67

xiii

xiv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADM - Amplitude de Movimento

AVDs - Atividades de Vida Diária

BDE - Borland Database Engine

CAI - Computer-Assisted Instruction

CBT - Computer-Based Training

DFD - Diagrama de Fluxo de Dados

FDA - Food and Drug Administration

IAC - Instrução Assistida por Computador

ICAI - Intelligent Computer Aided Instruction

ITCS - Intelligent Tutoring Coaching System

MMII - Membros Inferiores

MMSS - Membros Superiores

MUMPS - Massachussetts General Hospital Utility for Multiprogramming Systems

NLM - National Library of Medicine

PBL - Problem-Based Learning

SBIS - Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

SIT - Sistema Tutorial Inteligente

TBC - Treinamento Baseado em Computador

TFM - Testes de Força Muscular

xv

xvi

RESUMO

O presente trabalho propõe a utilização da informática como suporte ao aprendizado

dos testes de força muscular. Os testes de força muscular são utilizados na prática

fisioterapêutica no momento da avaliação que precede o tratamento e têm como finalidade

analisar a integridade muscular do paciente. Durante a faculdade os testes de força muscular

são parte do conteúdo da disciplina de Cinesiologia. Neste aprendizado a quantidade de

informações a ser memorizada pelo aluno é muito grande, considerando-se o número de testes

existentes e a quantidade de variáveis presentes em cada teste. Motivando-se pela importância

e pela complexidade dos testes de força muscular, desenvolveu-se o software TFM, um

sistema multimídia de apoio ao aprendizado deste conteúdo. O sistema elaborado possui

vídeos, animações, narrações e textos sobre cada teste de força muscular, além de

questionários para a auto-avaliação. Para o projeto do software TFM utilizou-se como

metodologia o diagrama de casos de uso, o diagrama de fluxo de dados e o diagrama de

transição de estados. No desenvolvimento do sistema os testes de força muscular foram

animados utilizando-se o software de animação Macromedia Flash MX 2004 e o mesmo foi

implementado com a utilização do software de autoria Macromedia Director MX 2004. Para

verificar a eficiência do software TFM optou-se por utilizar duas metodologias. Uma análise

quantitativa realizada com acadêmicos de um curso de Fisioterapia e uma análise qualitativa

realizada com profissionais fisioterapeutas. Os resultados obtidos através da análise

quantitativa sugeriram que os alunos que utilizaram o software TFM obtiveram melhor

desempenho no aprendizado dos testes de força muscular. As informações obtidas através da

análise qualitativa indicaram a aprovação da aplicação da informática na Fisioterapia.

xvii

ABSTRACT

This work suggests the use of informatics for strength muscular tests learning support.

The strength muscular tests are used at the physical therapy evaluation, which is realized

before the physical therapy treatment, and they serve to analyze the muscular integrity.

During the graduation the strength muscular tests are taught in the Kinesiology discipline.

This subject learning process is too complex considering the information amount to be

memorized and the elements variety that compose each strength muscular test. Motivated by

strength muscular tests importance and complexity, it was developed TFM software, a

multimedia learning support system about this content. This system has videos, animations,

narrations and texts about each strength muscular test, besides self-evaluation questionnaires.

TFM software was projected using use case diagram, state diagram and data flow diagram. In

the development methodology, the software Macromedia Flash MX 2004 was used to the

strength muscular tests animations and the software Macromedia Director MX 2004 was used

to implement the system. It was applied two methodologies to verify TFM software

efficiency. A quantitative analysis realized with physical therapy students and a qualitative

analysis realized with physical therapy professionals. The results obtained through the

quantitative analysis indicates that the students who studied by TFM software achieved a

better learning. The information obtained through the qualitative analysis indicates that the

informatics application on Physical Therapy was approved.

xviii

1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 MOTIVAÇÕES

O objetivo principal da Fisioterapia é restaurar a funcionalidade. Pode-se dizer que o

papel do fisioterapeuta está em avaliar corretamente a disfunção do movimento e em procurar

um meio adequado para a aquisição da função, para que se consiga chegar o mais próximo do

que se considera fisiológico.

Para o fisioterapeuta, o meio pelo qual se adquire a funcionalidade é através do

movimento. Movimento este, com força de contração para possibilitar movimentação em toda

a Amplitude De Movimento (ADM), com boa velocidade e sem ocorrência de fadiga.

Além da importância da força de um músculo para a execução do movimento, também

cabe lembrar a sua importância na manutenção da postura e do ortostatismo que também

fazem parte de nossas Atividades de Vida Diária (AVDs).

A importância da avaliação fisioterapêutica está em determinar o grau de

comprometimento ou déficit funcional do indivíduo através do estabelecimento de um

diagnóstico cinesiológico-funcional, que é o diagnóstico fisioterapêutico.

O diagnóstico fisioterapêutico estabelece a deficiência funcional e é subsídio para que

se trace uma conduta de tratamento, cuja finalidade é reabilitar o indivíduo e capacitá-lo a

adquirir independência funcional. Uma avaliação correta é fundamental, pois é ela que

fornece o diagnóstico fisioterapêutico preciso que, por sua vez, estabelece as diretrizes para o

tratamento adequado a cada paciente.

Ao se iniciar o procedimento de avaliação, realiza-se a anamnese, que fornece

informações como principais queixas e dados referentes a estas queixas. Segue-se então com

uma inspeção visual, onde se busca observar desequilíbrios e alterações posturais. Finalmente,

antes do estabelecimento do diagnóstico, realiza-se um detalhado exame físico (CIPRIANO,

JAHN e WHITE, 1999). É durante o exame físico do paciente que os testes de força muscular

são realizados e seus resultados são essenciais para sustentar o entendimento de queixas,

déficits e limitações funcionais do paciente. Estes testes têm como finalidade realizar a análise

da integridade da função muscular do indivíduo.

2

Durante o tratamento do paciente, ainda há necessidade de constantes reavaliações que

confirmem a regressão do quadro patológico e a eficiência do tratamento que está sendo

efetuado.

A importância dos testes de força muscular se concentra em detectar a eficiência na

força de tração dos músculos que, quando em equilíbrio, contêm as estruturas articulares,

dando boas condições de alavanca para que haja o movimento e a função - o objeto de

trabalho dos fisioterapeutas.

Para Kendall, McCreary e Provance (1995), a ciência demanda uma atenção rigorosa

para cada detalhe, pois testes não acurados levam a diagnósticos errados com sérias

conseqüências.

Quando não se sabe corretamente as informações sobre os testes de força muscular, na

reavaliação estes testes podem ser realizados de maneira diferente da realizada na avaliação,

fornecendo informações incorretas sobre a evolução e o tratamento do paciente.

Isto explica a importância de se estar ciente da forma de aplicação correta dos testes de

força muscular, através do controle de todas as variáveis possíveis.

Tendo consciência da função do fisioterapeuta, da importância da avaliação dentro

desta e conseqüentemente da relevância das provas de força muscular dentro da avaliação,

pode-se verificar que o desconhecimento ou o conhecimento parcial destes testes se torna uma

barreira diagnóstica ao cotidiano do fisioterapeuta.

Segundo relato de alunos e professores da área, o conhecimento dos testes de força

muscular é uma dificuldade que tem início já durante o aprendizado acadêmico deste

conteúdo e que pode se estender à vida profissional. Além disto, Jan, Hilal, Salvia et al (2003)

afirmam que estudantes da área de saúde têm dificuldades em aprender certos aspectos

dinâmicos da Anatomia. Um destes aspectos é a Anatomia Funcional, ou seja, a Cinesiologia,

que descreve funções articulares, musculares e ligamentares através dos planos e eixos

anatômicos.

Para testar a força de um músculo isoladamente é necessário conhecer o movimento

que este realiza, e isto depende de seus pontos de origem e inserção e da ação muscular.

Portanto, é necessário saber os posicionamentos do paciente e do fisioterapeuta, além do

movimento do teste.

A quantidade de informação para ser memorizada pelo aluno é muito grande,

considerando-se o número de músculos e testes existentes e a rapidez com que se deve

lembrar do teste para aplicá-lo no momento da avaliação. Ao todo são 107 testes de força

3

muscular, 6 testes de tronco, 32 testes de membros inferiores e 69 testes de membros

superiores.

Os livros de cinesiologia que representam os testes de força muscular trazem somente

imagens estáticas da posição inicial ou da posição final do paciente durante o teste, o que

dificulta a visualização e o entendimento do movimento do teste.

Por meio de uma interface gráfica computacional pode-se representar fenômenos

dinamicamente utilizando animação e modelamento de imagens e, desta forma, auxiliar no

ensino e aprendizado de conteúdos da área de saúde. Isto corrobora a afirmação de Lee e

Sullivan apud Low, Low e Koo (2003) que a multimídia é um meio efetivo de reforçar o

aprendizado e o entendimento do aluno. Ainda, segundo estes autores, o aspecto pedagógico

do aprendizado através de sistemas multimídia envolve promover o aprendizado ativo e a

interação entre ser humano e computador.

No relato de Mealing (1998), a educação tem avançado com a tecnologia, e a

animação computadorizada é uma de suas ferramentas de produção. Uma vantagem em

particular da tecnologia multimídia é sua não-linearidade, o que gera interatividade e o

estudante determina a velocidade e a direção do aprendizado.

Motivando-se pelas deficiências dos acadêmicos do curso de Fisioterapia no

aprendizado dos testes de força muscular e pela dificuldade de se representar com dinamismo

o movimento destes testes nos livros, este trabalho propõe uma aplicação da informática na

educação em Fisioterapia através do desenvolvimento de um sistema multimídia para o ensino

dos testes de força muscular.

Outro aspecto que faz considerar relevante o desenvolvimento deste sistema é que,

segundo buscas realizadas na internet, praticamente não existem softwares direcionados para

a área de Fisioterapia.

1.2 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho foi desenvolver um sistema multimídia de apoio ao

aprendizado dos testes de força muscular que possa auxiliar o acadêmico do curso de

Fisioterapia a desenvolver suas habilidades de diagnóstico.

Como objetivos específicos, pretende-se elaborar um software que seja mais didático

do que os livros disponíveis. O sistema deve possuir uma interface atrativa ao aluno, que

contenha textos que possam ser lidos e ouvidos, modelos animados e vídeos com os

4

movimentos dos testes e links para sanar dúvidas sobre a anatomia dos músculos referentes a

cada teste.

Esta estrutura também deve proporcionar interatividade entre o aluno e o software

através de avaliações realizadas pelo mesmo ao final de cada etapa de aprendizado dos testes.

Após analisar os resultados atingidos pelo aluno na avaliação o sistema indicará o seu

desempenho e quais conteúdos desta etapa devem ser revistos antes de avançar a uma nova

etapa de aprendizado.

Finalmente, pretende-se avaliar o desempenho diferencial entre o aluno que utiliza o

software e o que não utiliza, no que diz respeito ao seu desempenho acadêmico e a sua

capacidade de diagnóstico fisioterapêutico, além de analisar qualitativamente a interação de

profissionais fisioterapeutas com o software.

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Nos próximos capítulos serão abordados os seguintes assuntos: revisão de literatura,

metodologia de desenvolvimento e teste do sistema, resultados obtidos com o trabalho e

conclusão.

O segundo capítulo contém a revisão de literatura, na qual é feita uma abordagem

sobre o histórico, o conceito e a nomenclatura dos testes de força muscular e sobre o papel da

informática em educação e da informática em saúde, assim como na Fisioterapia.

Na metodologia, no terceiro capítulo, explica-se como o sistema foi modelado e

desenvolvido e como ocorreu sua implantação e os testes com os usuários.

No quarto capítulo descreve-se os resultados obtidos com os testes do sistema, através

de uma análise quantitativa e de uma análise qualitativa.

O quinto capítulo apresenta a análise e a discussão dos resultados, assim como as

conclusões, e as sugestões de trabalhos futuros que poderão ser realizados com embasamento

neste.

5

CAPÍTULO 2

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INFORMÁTICA EM SAÚDE

A informática em saúde é a aplicação de computadores, comunicação e tecnologia da

informação em todas as áreas da saúde, desde o atendimento a pacientes, até a educação de

profissionais e a pesquisa. Estuda como estes recursos podem ser utilizados em benefício das

áreas da saúde (BASTOS, 2003).

Os profissionais de saúde em interação com os profissionais da informática, na busca

do desenvolvimento de sistemas que facilitem a educação e a prática da saúde, formam a

informática em saúde (FERNANDES, 2004).

2.1.1 Histórico da informática em saúde

No começo do desenvolvimento da informática em saúde, o termo mais utilizado era

informática médica, pois a maioria das aplicações era voltada somente à medicina. Com a

ampliação das aplicações da informática para todas as áreas da saúde passou-se a utilizar

também os termos informática em saúde e informática em Fisioterapia.

Segundo Shortliffe, Perreault, Wiederhold et al (2001), a primeira aplicação prática

da computação na área da saúde foi o desenvolvimento de um sistema de processamento de

dados baseado em cartões perfurados, criado por Herman Hollerith em 1890, utilizado para a

realização do censo dos Estados Unidos daquele ano. Em seguida, o sistema foi adotado para

solucionar problemas nas áreas de epidemiologia e saúde pública.

Em 1972, o Dr. A. Octo Barnett, da universidade de Harvard, criou o Massachussetts

General Hospital Utility for Multiprogramming Systems (MUMPS), uma linguagem de

programação multiusuária voltada aos bancos de dados médicos. Em 1974 realizou algumas

aplicações da informática no ensino da medicina, como os tutoriais eletrônicos, os sistemas de

avaliação formativa e a simulação de casos clínicos. Então, houve a formalização da

disciplina de informática médica e surgiram os centros de pesquisa na área, alguns prosperam

6

até hoje, como o liderado pelo Dr. Homer R. Warner, um dos pioneiros da informática médica

americana (HOGARTH, 1998).

A partir de 1976, o Dr. Edward Shortliffe inicia o desenvolvimento de sistemas

especialistas de apoio à decisão, como o MYCIN, um sistema para seleção de antibióticos

(SHORTLIFFE, PERREAULT, WIEDERHOLD et al, 2001).

No Brasil a inserção da informática aplicada à medicina ocorreu nos anos 70, no

Hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto do Coração e no Hospital das

Clínicas da USP. Em 1972 ocorreram as primeiras aplicações da informática na análise de

dados fisiológicos e nas simulações aplicadas ao ensino, pesquisa e bancos de dados

(SABBATINI, 1998a).

A partir da década de 80 surgem os primeiros periódicos da área, como a Revista

Brasileira de Informática em Saúde, a revista de Informática Médica e a Revista Intermedic,

especializada em internet e medicina.

A informática em saúde teve grande desenvolvimento no Brasil a partir de 1983,

quando surgiram grupos dedicados exclusivamente a esta área de ensino e pesquisa. Isto

ocorreu devido à introdução da disciplina informática em saúde em diversas faculdades em

conseqüência à formação de docentes pelo Curso de Verão de Capacitação de Docente em

Informática em Saúde, realizado pela Universidade Estadual de Campinas por oito anos

consecutivos (SABBATINI, 1998a).

Em 1986 é fundada a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), durante o

primeiro Congresso Brasileiro de Informática em Saúde. A SBIS destina-se a promover o

desenvolvimento e o aprimoramento de aplicações do computador nas áreas da saúde.

O campo da informática em saúde está em seu início, mas tem potencial para

beneficiar o atendimento do paciente de maneira tão eficaz quanto à descoberta de um novo

medicamento ou terapia (HOGARTH, 1998).

Desde seu início percebe-se que as aplicações da informática nas áreas da saúde

multiplicam-se cada vez mais e assim implementam e facilitam tanto o trabalho dos

profissionais, quanto o aprendizado dos acadêmicos destas áreas, sempre em benefício dos

pacientes.

Segundo Shortliffe, Perreault, Wiederhold et al (2001), os rápidos avanços

tecnológicos ampliam cada vez mais as aplicações da informática e o desafio atual para a

informática em saúde é comprovar suas vantagens clínicas e financeiras para todas áreas da

saúde.

7

2.1.2 Aplicações da informática em saúde

Nas áreas da saúde a informática tem colaborado com o aumento da produtividade e

com a redução de custos. A aplicação da informática em saúde auxilia intensamente no

armazenamento, na transferência e na confidencialidade de dados de pacientes. Há uma

previsão de que ao longo de próximos poucos anos a informática conseguirá prover a maioria

dos serviços das áreas da saúde (FIESCHI, 2002).

Nos hospitais e clínicas a informática é a responsável pela informatização dos

prontuários dos pacientes. Os prontuários eletrônicos têm potencial superior para o

armazenamento de dados clínicos, pois não armazenam somente informações textuais do

paciente, sendo capazes de armazenar imagens e sinais obtidos por exames e outros

procedimentos clínicos.

Segundo Sabbatini (1999b), com a informatização, o texto, que sempre foi a principal

fonte de informação clínica, recebe a complementação de informações não textuais, como

imagens estáticas, vídeos, sons, sinais biológicos, entre outros. Através da intranet estes dados

podem ser acessados de qualquer computador que faça parte da mesma rede de computadores

onde os dados foram armazenados, seja num hospital ou em qualquer outro ambiente em que

vários profissionais necessitem compartilhar dados clínicos.

A internet é um recurso que proporcionou a inserção da informática no cotidiano de

muitos profissionais das áreas de saúde e de seus pacientes.

Para Anderson (2004), todos os serviços das áreas da saúde estão sendo

disponibilizados através da internet, desde informações para o paciente e para os

profissionais, até a venda de produtos farmacêuticos, além da consulta a serviços de saúde

mental (atendimentos psicoterapêuticos).

O Hospital Virtual Brasileiro1, desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas

é um exemplo de difusão de informações da área de saúde pela internet.

Segundo Jäger e Sabbatini (1998), a estrutura do Hospital Virtual Brasileiro

disponibiliza informações sobre todas as áreas da saúde simulando um hospital real através de

setores e departamentos virtuais, visando ser um centro de referência em informações de

qualidade.

No campo da indústria farmacêutica a internet também possibilita várias aplicações

úteis. Através dela é possível disponibilizar informações para a classe médica sobre as linhas

1 Disponível em: http://www.hospvirt.org.br

8

de medicamentos, as prestações de serviços e a interatividade on-line. Informações para a

própria indústria pelo acesso a bases de dados, como a do FDA (Food and Drug

Administration); e informações para os pacientes, sob a forma de publicidade ou de dados

sobre medicamentos e doenças (SABBATINI, 1998b).

Para Cardoso (1998b), a internet é um ambiente essencial para as áreas da saúde, pois

auxilia na cooperação entre instituições e também na divulgação de informações sobre

trabalhos realizados pelos profissionais da área. Exemplos disso são os livros e as revistas on-

line, como o Journal of Neuroscience, para publicação de trabalhos e pesquisas da

comunidade científica.

Segundo Rapp, Taylor e Crane (2003), as bibliotecas digitais são repositórios de dados

on-line com interface e ferramentas de busca projetadas para facilitar e agilizar a interação

com o usuário. Para a divulgação de informações de qualidade nas áreas de saúde, as

bibliotecas digitais são uma importante aplicação da informática, suas bases de dados podem

ser acessadas através da internet. Um exemplo é a base de dados da National Library of

Medicine (NLM), que permite a busca de artigos, informações sobre doenças, e informações

sobre profissionais, entre outras informações.

Através da realidade virtual e dos recursos tridimensionais tornou-se possível simular

o ambiente real de atuação do profissional, para que quando este profissional se depare com o

atendimento ao paciente, já tenha vivenciado uma experiência anterior muito semelhante. Isto

tem grande valor no ensino de procedimentos invasivos como as cirurgias e alguns exames.

Segundo Sabbatini (1999a) a realidade virtual permitiu o desenvolvimento de várias

aplicações nas áreas da saúde através da interação humano-computador. Entre estas

aplicações pode-se citar: o planejamento cirúrgico, a imagenologia médica tridimensional, a

endoscopia virtual, a cirurgia virtual, a biomecânica, a telecirurgia, os mundos artificiais, a

biosimulação e a educação nas áreas da saúde.

Uma aplicação muito importante da realidade virtual em favor das áreas da saúde foi a

criação do Ser Humano Visível pela National Library of Medicine. Este projeto teve como

principal objetivo criar um banco de imagens completo dos corpos de um homem e de uma

mulher. Estes dados têm sido utilizados na criação de vários softwares e CD-ROMs

relacionados às áreas da saúde (CARDOSO, 1997). O ser humano virtual, uma combinação

de fisiologia, engenharia e informática, levará ao desenvolvimento de sistemas integrados de

estruturas humanas capazes de explicar conteúdos de anatomia, fisiologia e cinesiologia

aprofundadamente e detalhadamente (CHAO, 2003).

9

Entre as inúmeras vantagens da aplicação da informática, uma consideração

importante a ser feita é a sua aplicação no ensino das áreas da saúde. Neste contexto a

informática tem a grande vantagem de conseguir representar conteúdos com fidelidade e

realidade, pois além da inserção de textos também permite a inserção de imagens,

movimentos e sons, o que transporta o aluno para um ambiente o mais próximo possível do

real. Segundo Waterfield e Furber (1992), estudos demonstram que o ensino através da

informática auxilia no melhor desempenho acadêmico e profissional nas áreas de saúde.

2.1.3 Aplicações da informática na Fisioterapia

No ensino de Fisioterapia ainda existem poucas aplicações da informática, porém com

resultados otimistas. McGouwn e Faust (1971) descrevem a elaboração de um programa

piloto para o ensino em Fisioterapia, no qual desenvolveu-se um software de revisão para

conteúdos de anatomia e cinesiologia. Os resultados indicaram excelentes ganhos de

aprendizagem. Washington e Parniampour (1997), relatam o desenvolvimento de um sistema

tutorial para o ensino da biomecânica, no curso de Fisioterapia, através do qual houve

aprendizagem significativa por parte dos alunos. Saarinen-Rahika e Binkley (1998) realizaram

um experimento na área da Fisioterapia, utilizando um sistema tutorial baseado na

aprendizagem baseada em problemas Problem-Based Learning (PBL). Neste estudo o

desempenho dos alunos submetidos ao software também foi superior aos demais. Gonzaga

(2003) desenvolveu um software de apoio ao ensino da avaliação da atividade reflexa em

recém-nascidos destinado a acadêmicos do curso de Fisioterapia, esta abordagem também se

mostrou mais eficiente para o processo de ensino-aprendizagem que os livros.

Apesar da bibliografia escassa, os resultados positivos obtidos com o emprego da

informática no ensino da Fisioterapia tornam essa área muito interessante para novas

aplicações, com o objetivo de aumentar a qualidade e dinamizar o aprendizado.

2.2 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

No processo de ensino-aprendizagem, para que o aprendizado aconteça é necessário

que este ocorra simultaneamente ao ensino, e ainda para que o aprendizado ocorra é

necessário que o ensino se molde a este aprendizado. Assim, o computador é um novo

10

paradigma para a educação e vem a ser mais um recurso aliado no processo de ensino-

aprendizagem.

2.2.1 Teorias de aprendizagem

As teorias de aprendizagem buscam entender a dinâmica envolvida nos atos de ensinar

e aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do ser humano, e tentam

explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento.

Historicamente a teoria empirista é a teoria que mais tem influenciado as

representações do que é ensinar. Esta teoria se representa pelo modelo estímulo-resposta e

define a aprendizagem como uma substituição de respostas erradas por respostas certas, é

embasada principalmente na repetição em que o aluno precisa memorizar e fixar conteúdos

expostos pelo professor. Nesta abordagem o aluno é alguém que age passivamente e vai

acumulando informações sem transformá-las em conhecimento adquirido e, portanto, não é

coerente com os novos paradigmas da educação (WEISZ, 2000).

Para Weisz (2000), a teoria sociointeracionista é o modelo que mais favorece o

processo de ensino-aprendizagem. Nesta teoria o conhecimento não é concebido como uma

cópia do real, mas é incorporado diretamente pelo aluno por meio da prática do real. O

professor cria situações para que o estudante vivencie os usos sociais do aprendizado. Neste

contexto o aluno é o protagonista capaz de transformar informações em conhecimento próprio

e dar significado a esse conhecimento pela interação com as outras pessoas e com o meio.

O construtivismo é uma ferramenta utilizada para se colocar em prática a teoria

sociointeracionista, deriva-se da teoria de Jean Piaget que enxerga o conhecimento como um

constructo mental gerado na interação do sujeito com o meio (CAMPOS, ROCHA e

CAMPOS, 1998).

Nesta interação com o meio pode-se incorporar a visão de “atividade mediada por

artefatos”, que se iniciou com Vygotsky, para que se entenda como se processa o aprendizado

nesta teoria. Para Vygotsky (1991) a transmissão racional e intencional de experiência requer

um sistema mediador, este autor centrou seus estudos na compreensão do desenvolvimento

humano. Segundo sua proposta, o aprendizado origina-se nas relações do indivíduo com o seu

meio, pela internalização e externalização das formas de interagir com o conhecimento

existente neste meio. Estes processos de internalização e externalização são basicamente

atividades mediadas por artefatos.

11

O princípio construtivista admite a aprendizagem sem o professor, desde que o aluno

possa receber estímulos do meio e exercer alguma ação em conseqüência disto. Segundo a

proposta de um conhecimento adquirido através da interação com o meio pela execução de

uma atividade mediada por um artefato, pode-se considerar que no novo paradigma

educacional as novas tecnologias, como o computador, serão os artefatos mediadores do

aprendizado que está centrado no aluno.

O uso de ferramentas como o computador torna real o sentido do processo de ensino-

aprendizagem que busca a transformação da informação em conhecimento através da sua

integração sócio-cultural.

2.2.2 As novas tendências tecnológicas e a educação

A visão tradicional de ensino em que o professor possui todo o conhecimento e o

repassa ao aluno, que o recebe passivamente, está se transformando sob a influência das novas

tecnologias. Estas novas tecnologias permitem melhor aplicação do aprendizado ativo,

autônomo e centrado no aluno, como determinam as recentes tendências pedagógicas.

O modelo tradicional de ensino tem se mostrado cada vez mais ineficaz e obsoleto

frente às novas tecnologias e ao progresso do conhecimento (Tabela 1).

Tabela 1: Tecnologia educacional emergente comparada com a tecnologia tradicional.

Adaptado de Campos, Rocha e Campos, (1998).

Tecnologia

Instrucional tradicional

Tecnologia

instrucional emergente

Papel do professor Especialista Facilitador

Papel do aluno Receptor passivo Colaborador ativo

Ênfase instrucional Aprendizagem dirigida Pensamento crítico

Avaliação da aprendizagem Retenção Assimilação e interpretação

Método de ensino Exercício e Prática Interatividade e colaboração

Acesso ao conhecimento Acesso limitado à informação Acesso ilimitado à

informação via tecnologia

O surgimento das novas tecnologias educacionais está lentamente permitindo que no

sistema educacional o foco se desloque do ensino (professor) para o aprendizado (aluno).

12

Com esta modificação o aluno passa a ser chamado de aprendiz e constrói seu conhecimento

através da ação e da comunicação adquiridas socialmente. O professor torna-se um facilitador

deste processo e não um centralizador ou controlador (CARDOSO, 1998d).

Segundo Cardoso (1998c), a educação baseada em computadores é uma das

tecnologias educacionais que está incluída nesta evolução, pois permite iniciativa e progresso

individualizado no aprendizado.

No entanto, para alguns educadores os novos recursos apresentados pela tecnologia

parecem estar sendo subutilizados. Para Cardoso (1998d), nas universidades o modelo

educacional permanece resistente às mudanças e o professor parece utilizar sempre as mesmas

abordagens educacionais, em geral através de aulas totalmente expositivas, centralizando e

controlando todo o processo instrucional.

Sant’anna, Enricone, André et al (1998) definem que temos cinco sentidos através dos

quais recebemos informações do mundo exterior e descrevem dados referentes à retenção do

aprendizado através destes sentidos. Estes dados são demonstrados na Tabela 2 e na Tabela 3.

Tabela 2: Dados relacionados à retenção da aprendizagem, com relação aos sentidos.

Adaptado de Sant’anna, Enricone, André et al (1998).

Aprende-se Retém-se

1% através do gosto 10% do que se lê

1,5% através do tato 20% do que se escuta

3,5% através do olfato 30% do que se vê

11% através da audição 50% do que se vê e escuta

83% através da visão 70% do que se vê e logo se discute

90% do que se ouve e logo se realiza

Tabela 3: Dados relacionados à retenção da aprendizagem, com relação ao método de ensino.

Adaptado de Sant’anna, Enricone, André et al (1998).

Método de ensino Dados retidos depois

de três horas

Dados retidos depois

de três dias

Somente oral 70% 10%

Somente visual 72% 20%

Visual e oral simultaneamente 85% 65%

13

Considerando-se os dados da Tabela 2 e da Tabela 3 pode-se verificar que a utilização

de múltiplos métodos de ensino facilita o aprendizado, principalmente através da evidente

vantagem que a Tabela 3 mostra em se utilizar o método de ensino visual e oral

simultaneamente.

Para Valente (1993), a aula expositiva já cumpriu o seu papel quando o conhecimento

era mais estável. Com a rápida renovação do conhecimento e as mudanças tecnológicas,

tornou-se necessário a melhor exploração dos recursos tecnológicos voltados para a formação

de novos profissionais.

No paradigma educacional emergente a educação deve ser interpretada como um

sistema dinâmico e o conhecimento deve ser entendido como um processo em evolução

constante. Neste contexto o educador é o elo de ligação entre o conhecimento e os seus

aprendizes, educando para uma cidadania global, formando pessoas para viver em um mundo

interativo em que a idéia que predomina é a coletiva. (MORAES, 1997)

Para Behrens (2000), o paradigma emergente é a denominação dada ao paradigma

inovador que busca atender às exigências da sociedade do conhecimento. A prática

pedagógica neste paradigma caracteriza-se por uma visão holística, aliada ao ensino com

pesquisa (produção do conhecimento) e à abordagem progressista (transformação social do

conhecimento envolvendo professor e aluno).

O surgimento das novas tecnologias da informação e da comunicação aumentou a

qualidade da transmissão do conhecimento. Portanto, é preciso utilizá-las não somente para a

difusão do conhecimento, mas também para o desenvolvimento de sistemas computacionais

de apoio ao aprendizado (OLIVEIRA, 2001).

As escolas e universidades não podem ignorar este avanço tecnológico, pois as novas

tecnologias da informação e da comunicação influenciam desde o nosso modo de comunicar,

até os nossos modos de pensar, decidir, aprender e trabalhar.

Alguns recursos como o CD-ROM, os hipertextos, a multimídia e a hipermídia, estão

se destacando na aceleração da utilização do computador na educação. Estes recursos estão

abrangendo rapidamente as diversas áreas de aplicação da informática, o que favorece a

discussão a respeito de seus benefícios educacionais (ANTONIO e TAJRA, 1997).

Tajra (2001) descreve vários aspectos positivos da utilização da informática na

educação, como por exemplo:

Os acadêmicos ganham autonomia nos trabalhos e desenvolvem atividades de acordo

com suas características pessoais, tendo acesso a um aprendizado individualizado;

14

Devido ao grande número de ferramentas disponíveis em um software, os acadêmicos

se tornam mais criativos e motivados;

A informática aguça a curiosidade e aumenta a concentração do acadêmico;

Os ambientes se tornam mais dinâmicos e ativos, pois os acadêmicos se auto-ajudam;

A utilização da informática nos ambientes educacionais se torna um estímulo para que

se atente à realidade atual da globalização;

A informática auxilia no desenvolvimento da comunicação e do pensamento lógico.

Frente aos inúmeros pontos positivos que ocorrem nos ambientes educacionais que

estão sob a influência da informática, entende-se que para que essa seja aplicada com

eficiência na educação é necessário que se conheça todas as modalidades de softwares

educativos, para que se possa utilizar cada uma deles no contexto adequado.

2.2.3 Modalidades de aplicação da informática na educação

Ainda não existem avaliações definitivas sobre o desempenho da aplicação da

informática na educação. Porém, em análises parciais sabe-se que a tecnologia atrai mais a

atenção dos alunos, e que o computador torna mais fácil o aprendizado de disciplinas

consideradas complexas e aumenta o desempenho acadêmico (TAJRA, 2001).

2.2.3.1 Classificação quanto à natureza dos softwares

Para Tajra (2001), as diversas formas de se utilizar a informática na educação podem

ser classificadas em:

Softwares educacionais: as escolas utilizam estes softwares conforme os interesses dos

professores que utilizam a informática como recurso didático-pedagógico. A utilização

destes softwares não garante a aplicação de uma proposta pedagógica inovadora,

muitas vezes sua utilização pode ser tão tradicional quanto uma aula expositiva

(TAJRA, 2001).

O processo de desenvolvimento de softwares educacionais ainda está iniciando e

necessita ser aprimorado, pois a maioria dos softwares disponíveis são apenas livros

eletrônicos (SILVEIRA e BARONE, 1998);

15

Softwares aplicativos com finalidades tecnológicas: tais como editores de texto,

planilhas eletrônicas, banco de dados, editores gráficos. Estes softwares enfocam a

informática sem atentar para a interatividade ou proposta pedagógica (TAJRA, 2001);

Softwares aplicativos com finalidades educativas: nesta abordagem a escola fornece

noções básicas de informática e utiliza o computador como ferramenta para a

produção de trabalhos (TAJRA, 2001);

Integração das propostas (Softwares educativos e aplicativos): a escola preocupa-se

em dar ao aluno a oportunidade de conhecer várias aplicações da informática (TAJRA,

2001);

Desenvolvimento de softwares: algumas escolas optam por desenvolver seus próprios

softwares educacionais, com a participação dos professores no processo de

desenvolvimento, para que estes softwares respondam às reais necessidades do aluno

(TAJRA, 2001).

2.2.3.2 Classificação quanto à natureza da proposta pedagógica

Tajra (2001), define que quanto à proposta pedagógica a aplicação da informática em

saúde pode ser classificada de duas formas:

Por disciplina: a informática é utilizada para complementação e sensibilização ao

conteúdo, dependendo do interesse do professor em utilizá-la;

Por projetos educacionais: a informática é envolvida em um projeto que a aplica em

toda a escola e muitas vezes implica em uma mudança de postura em toda a escola.

2.2.3.4 Classificação quanto ao objetivo da aplicação

Esta aplicação diz respeito ao computador ser utilizado como um meio e não como um

fim (BRANDÃO, 1998).

Aplicação pedagógica: a escola utiliza o computador como ferramenta independente

da abordagem (TAJRA, 2001);

Aplicação social: a escola repassa conteúdos tecnológicos ao aluno.

16

2.2.4 Os softwares educativos

A utilização de softwares em ambientes educacionais está em crescente expansão e

atinge todos os níveis de ensino desde o ensino fundamental até o ensino superior.

Segundo Rocha e Campos (1993), os softwares educativos ou didáticos também

podem receber outras denominações, como programas educativos por computador e

coursewares.

Para Casas (1999), estas denominações englobam sistemas de diferentes tipos, como

tutoriais, sistemas multimídia, sistemas hipermídia, sistemas tutores inteligentes (Intelligent

Computer Aided Instruction – ICAI), entre outros.

Estes sistemas podem ser utilizados tanto no ensino presencial, quanto no ensino à

distância ou no auxílio ao aluno sem o acompanhamento do professor.

Um agravante para os softwares educativos é que muitos deles não são elaborados

seguindo orientações pedagógicas e considerando o contexto do aluno. Ainda, muitas vezes o

aluno se torna passivo no processo de ensino-aprendizagem, como ocorre no modelo de

ensino tradicional (McCALLA, 1992).

É muito importante que o processo de desenvolvimento de softwares educativos não

seja fundamentado em teorias de aprendizagem ultrapassadas e que considere etapas de teste,

verificação e validação para garantir a qualidade final do produto.

Para McCalla (1992) e Brandão (1998), os softwares educacionais devem ser

elaborados por uma equipe interdisciplinar formada por educadores, psicólogos, especialistas

no conteúdo, ilustradores, redatores e profissionais da área de informática.

Proença e Maia (1996) delimitaram as características gerais que um software

educativo deve possuir:

Interface simples e intuitiva;

Figuras digitalizadas e diagramas relacionados aos tópicos;

Vídeos curtos e animações relacionadas aos conceitos e exemplos;

Exemplos interativos em que o aluno possa realizar cálculos e simulações;

Sistemas de orientação básicos (como indicador de localização no documento);

Sistemas de navegação lineares (avanço e recuo ao nível da página);

Sistemas de navegação não-lineares (possibilidade de voltar até a página principal,

entre outros);

Sistemas de auto-avaliação, testes, entre outros;

17

Bibliografia adicional.

É importante ressaltar que não é o software que faz diferença no aprendizado, mas sim

a forma como ele é utilizado no processo de ensino-aprendizagem, pois os softwares

educacionais, assim como o computador, são os meios e não os fins.

2.2.5 Modalidades dos softwares educativos

Os softwares em geral podem ser divididos em seis grandes grupos de acordo com

suas aplicabilidades.

2.2.5.1 Treinamento baseado em computador (TBC)

Estes softwares também são denominados de Instrução Assistida por Computador

(IAC), Computer-Based Training (CBT), e Computer-Assisted Instruction (CAI) e focalizam

a tutoria e enfatizam a instrução na apresentação de material para aprendizagem. A

compreensão do estudante é supervisionada pelo controle do comportamento e pela

observação de resultados observáveis pré-definidos, bifurcando-se em apresentações

adicionais.

Nesta abordagem, com a mesma rapidez que o conteúdo é repassado ao aprendiz, ele

também é evaporado de sua mente (ANTUNES, 2001).

2.2.5.2 Sistema tutorial inteligente (STI)

Este sistema também pode ser chamado de Intelligent Tutoring Coaching System

(ITCS), ou de Intelligent Computer Aided Instruction, para a tecnologia educacional é o

equivalente a um professor com suas habilidades cognitivas (TAIT, 1992).

Em um STI clássico, o aprendiz modela o material apresentado interativamente e em

tempo real (em contraste com o TBC que se divide em um repertório pré-programado). No

STI o designer cria o modelo e determina sua interação, para que o estudante possa

18

desenvolver desde um modelo simples até um modelo com o desempenho de um especialista

(GIRAFFA, 1997).

2.2.5.3 Aprendizagem colaborativa suportada por computador

Segundo Casas (1999), esta modalidade inclui várias idéias na área de trabalho

colaborativo. Nesta abordagem o designer cria um conjunto de objetos e ferramentas inter-

relacionadas. Os aprendizes utilizam estas ferramentas em grupo e sob a orientação do

professor para desenvolver um modelo mental compartilhado e enriquecido por múltiplas

perspectivas ou para executar tarefas que são mais bem sucedidas em equipe.

2.2.5.4 Modelagem e Simulação

São aplicações instrucionais que reproduzem modelos simplificados da realidade,

apresentam interfaces que colocam o estudante imerso em mundos virtuais alternativos.

Para Cardoso (1998c), as simulações são ferramentas de aprendizagem muito

eficientes e a aprendizagem baseada em simuladores é significativamente maior que nos

outros tipos.

As simulações de usuários simples permitem uma interação individual para interagir

com o modelo da realidade. Enquanto as simulações distribuídas permitem que várias pessoas

em lugares diferentes habitem uma ambiente de simulação comum e realizem uma série de

usos educacionais (CASAS, 1999).

A estratégia Problem-Based Learning (PBL), para profissionais na área de saúde é um

método educacional no qual a aprendizagem é enfocada em cenários clínicos. O interesse pela

PBL tem crescido muito na educação em Fisioterapia.

2.2.5.5 Hipertexto

No texto tradicional a informação é apresentada ao leitor seqüencialmente, isto é, só

existe uma ordem em que o texto pode ser lido. Em um documento hipertexto não existe uma

única seqüência em que o texto deva ser lido. O autor do documento deixa alternativas para

19

que os leitores explorem e mudem a seqüência da leitura conforme estão lendo (SILVEIRA e

BARONE, 1998).

Para Oliveira (2001), o hipertexto pode ser comparado aos textos tradicionais que

possuem notas de rodapé, em que os leitores escolhem se continuam a ler o texto principal ou

se partem para a leitura da nota de rodapé.

O hipertexto simula o processo associativo que as mentes humanas realizam, pois

permite a movimentação entre conceitos correlatos e assim cria um processo não-linear que é

semelhante ao raciocínio humano (PERRENOUD, 2000).

No desenvolvimento de softwares educativos o hipertexto é uma ferramenta de grande

importância devido a sua característica não-linear e à possibilidade de enriquecimento do

conteúdo abordado.

2.2.5.6 Multimídia

A multimídia é a integração de vários meios de informação numa representação

computacional, como sons, imagens, textos, vídeos, animações, entre outros. As duas

principais vantagens da multimídia são a interatividade, ou seja, capacidade que o software

tem de responder a estímulos do usuário, e a não-linearidade, que ocorre através da sua

integração com o hipertexto (neste último a multimídia passa a ser denominada de

hipermídia).

Segundo Cardoso (1998a), estudos indicam que a multimídia e as múltiplas

modalidades de representações promoveram um grande avanço na capacidade de

aprendizagem nas mais variadas áreas.

A multimídia mistura a interatividade do computador com o poder audiovisual da

televisão e a abrangência da imprensa escrita, e é um poderoso artifício que auxilia o

professor a enriquecer o conteúdo, aumentar o rendimento e a produtividade dos alunos,

despertando maior interesse e motivação (PANQUEVA, 1997).

Para Perrenoud (2000), o ensino individualizado, a simulação de cenários do mundo

real, o feedback em tempo de execução, o potencial para melhor cognição e a visualização,

são os principais pontos positivos da multimídia na educação.

A medicina é um campo ideal para a aplicação da multimídia. Numerosos trabalhos

têm demonstrado os potenciais da multimídia em aplicações nas áreas da saúde, tais como no

armazenamento da ficha clínica do paciente, na formação de recursos humanos e na formação

20

e atualização de profissionais das áreas da saúde. Nestas áreas a multimídia também contribui

muito quando é aplicada na simulação de casos clínicos, nos quais é possível realizar exames

e cirurgias, fornecer diagnósticos e traçar condutas para pacientes virtuais (CARVALHO e

SABBATINI, 1994).

2.2.6 A multimídia e os softwares de autoria e animação

Para Carvalho e Sabbatini (1994), os softwares para desenvolvimento de multimídia se

dividem em três classes:

Softwares de página: podem ser representados pelo Toolbook2 e pelo Hypercard3 que

são programas para a elaboração de páginas que geram a multimídia através da

interligação de telas;

Softwares de bancos de dados multimídia: podem ser representados pelo dBase4 e são

gerenciadores de bancos de dados;

Softwares de autoria: representados pelo Director5 e pelo Authorware6 da

Macromedia. Criam estruturas de programas que podem ser comparadas à maneira

como um arquiteto cria a planta de um prédio.

Guerra (2000), descreve que existem softwares específicos para o desenvolvimento de

cada tipo de mídia, como o Adobe Photoshop7 e o Corel Draw8 para a criação de imagens, o

Macromedia Flash9 para animações, o Adobe Premiere10 para vídeos. A finalidade dos

softwares de autoria é reunir todas as mídias criadas nestes outros tipos de softwares e gerar a

aplicação final, ou seja, a multimídia.

2 Disponível em: http://www.sumtotalsystens.com/toolbook.3 Disponível em: http://apple.com/hypercard.4 Disponível em: http://www.dbase.com.5 Disponível em: http://www.macromedia.com/software/director.6 Disponível em: http://www.macromedia.com/software/authorware.7 Disponível em: http://www.adobe.com/products/photoshop/main.html.8 Disponível em: http://www.corel.com/products.9 Disponível em: http://www.macromedia.com/software/flash.10 Disponível em: http://www.adobe.com/products/premiere/main.html.

21

Os softwares de autoria têm interfaces intuitivas e de fácil acesso. A não

obrigatoriedade de se utilizar linguagens de programação e a presença de menus simples são

alguns dos elementos que permitem que o usuário se familiarize com estes softwares e em

pouco tempo obtenha bons resultados no desenvolvimento de aplicações multimídias.

O Macromedia Director é um software de autoria que permite que se crie facilmente

apresentações visuais ou softwares de multimídia interativa com áudio e vídeo. Este software

é baseado numa metáfora de uma produção teatral. Toda ação acontece no palco e o elenco

aparece no palco como elementos que são denominados de sprites, de acordo com uma linha

do tempo chamada score, a qual determina onde e quando os membros do elenco devem estar.

Um arquivo do Director é chamado de filme.

O computador como meio de estudo se mostra inovador e eficiente no ensino de

alunos. Este meio tem se comprovado como um modo viável de se ensinar conteúdos. A

animação é uma habilidade específica do computador e se mostra muito promissora para a

informática na educação (WEISS, KNOWTON e MORRISON, 2002). Para os mesmos

autores, as animações são muito úteis para se representar fenômenos dinâmicos, pois tornam

mais fácil o entendimento de relações abstratas através de seu significado visual.

Lowe (2003), define que a animação pode auxiliar no aprendizado por conter

informações dinâmicas explícitas que normalmente estão implícitas ou indisponíveis em

imagens estáticas.

No relato de Koukam e Fourar (1998), a animação computadorizada é uma abordagem

interessante para a simulação de movimentos humanos e tem sido amplamente utilizada nesta

área. Estes autores descrevem a animação de um esqueleto humano utilizando como base a

modelagem orientada ao objeto e a inteligência artificial.

O Macromedia Dreamweaver11, o 2D & 3D Animator12 e o Macromedia Flash são

alguns exemplos de softwares que podem ser utilizados para criar animações, tanto voltadas

para a internet quanto voltadas para a elaboração de softwares educativos.

O Macromedia Flash é um padrão para criação de gráficos vetorias e animações

interativas. Designers utilizam o Flash para criar interfaces de navegação, ilustrações técnicas,

longas animações ou outros efeitos de alta qualidade gráfica, escaláveis e compactos. Os

gráficos e animações são exibidos com suavização baseada na tela de visualização do usuário,

11 Disponível em: http://www.macromedia.com/software/dreamweaver.12 Disponível em: http://www.pysoft.com

22

fornecendo uma qualidade gráfica altíssima. O Flash gera gráficos vetoriais que são menores

e mais ágeis que os arquivos bitmap e não perdem resolução quando ampliados.

Os recursos disponibilizados pelos softwares de autoria e de animação tornam possível

a geração de softwares educativos multimídia para o ensino na área de Fisioterapia.

2.3 TESTES DE FORÇA MUSCULAR

Os testes de força muscular são provas que determinam a capacidade dos músculos

para desempenhar o movimento e verificam a sua habilidade para promover estabilidade e

suporte aos segmentos corporais (KENDALL, McCREARY e PROVANCE, 1995).

Clarkson (2002) define que estes testes são parte integrante dos procedimentos

necessários à avaliação da função e da força de músculos individuais e de grupos musculares.

A função ou o movimento ocorre através das alavancas, compostas pelo osso, uma

barra rígida e pela articulação, que é o eixo ao redor do qual ocorre o movimento. Para que

este sistema funcione é necessário uma coaptação articular eficiente, isto é, uma boa relação

articular entre os ossos. Os elementos necessários para que esta coaptação ocorra são: a

pressão negativa exercida pela cápsula articular, a integridade dos ligamentos e a integridade

muscular na realização do movimento, contendo as estruturas articulares através de sua força

tênsil (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997). Esta força é avaliada através da aplicação dos

testes de força muscular.

No meio acadêmico estes testes fazem parte do conteúdo da disciplina de Cinesiologia

do curso de Fisioterapia. O aprendizado destes testes ocorre nos períodos iniciais do curso

com o objetivo de incentivar a habilidade de diagnóstico dos alunos.

As provas de força muscular são ferramentas úteis que embasam e complementam o

diagnóstico cinesiológico-funcional fornecido pelo profissional fisioterapeuta. Clarkson

(2002) afirma que a execução adequada dos testes de força muscular é essencial na

averiguação da progressão e da eficácia do tratamento.

2.3.1 Origens dos testes de força muscular

Em 1912 Wright descreveu originalmente os testes de força muscular utilizados pelos

fisioterapeutas atualmente, e em 1928 publicou seu livro contendo os testes anteriormente

23

descritos. Legg e Merril em 1932 publicaram um livro de testes musculares que foi

amplamente utilizado nas escolas de Fisioterapia durante os anos 40. A seguir, os testes de

força muscular foram descritos com maior profundidade na revisão de Fisioterapia de

Lowman em 1940 (HISLOP e MONTGOMERY, 1996).

O primeiro texto completo sobre os testes de força muscular foi publicado em 1946

por Daniels, Worthingham e Williams. Este texto ainda é um dos mais utilizados e está

contido na obra de Hislop e Montgomery (1996).

Os Kendalls (juntos e, depois, apenas Florence, após a morte de Henry) produziram

trabalhos sobre testes de força muscular por mais de seis décadas. A primeira edição de

“Músculos: Provas e Funções” apareceu em 1949 e também é um dos livros mais utilizados

até hoje (HISLOP e MONTGOMERY, 1996).

2.3.2 Variáveis utilizadas nos testes de força muscular

Nos testes de força muscular cada variável que é descrita, quando executada,

desempenha uma função importante para o resultado final da avaliação da força muscular. As

variáveis determinantes de um teste de força muscular são: a posição inicial do paciente, a

fixação, o movimento do teste e a resistência.

A posição inicial do paciente em relação ao teste é o que irá determinar se somente o

agonista, isto é, o músculo principal ou maior responsável por determinado movimento, será

testado ou se o mesmo será testado em conjunto com os seus sinergistas, que são músculos

que auxiliam o agonista em sua função. A precisão deste posicionamento é o que permite

isolar um músculo para que somente ele entre em ação no movimento de teste.

A fixação, para Kendall, McCreary e Provance (1995), é a firmeza ou estabilidade

necessária ao paciente durante a execução do movimento de teste e pode ocorrer sob a forma

de estabilização ou contrapressão. Pode ser garantida pelo fisioterapeuta que estabiliza a parte

proximal do segmento testado, mas também é fornecida pelo peso corporal e por músculos

estabilizadores e músculos antagonistas (músculos que têm função oposta a do agonista).

Segundo Clarkson (2002), a estabilização deve ocorrer próxima da origem do músculo

para que funcione como um ponto fixo a partir do qual ocorra o movimento.

No movimento do teste verifica-se a habilidade do músculo para mover-se através de

um arco de movimento específico. Durante a sua execução, a experiência e a habilidade do

24

fisioterapeuta são o que diferenciam a fraqueza muscular da restrição na amplitude de

movimento devido a encurtamentos musculares, capsulares e ligamentares.

A resistência presente durante os testes é aplicada pela pressão do examinador e em

alguns testes também pela força da gravidade, de acordo com o posicionamento do paciente.

As variáveis determinantes da resistência são a localização e a direção da pressão.

Quanto à localização, geralmente é aplicada próxima a inserção do músculo favorecendo uma

alavanca mais longa para que o resultado do teste não se altere por falta de força do

fisioterapeuta. Quanto à direção de aplicação da pressão, esta ocorre sempre em sentido

contrário ao movimento do teste, e deve ser aplicada gradualmente. A resistência ou pressão

está intimamente relacionada à graduação da força muscular que será posteriormente atribuída

pelo fisioterapeuta. A graduação da força muscular ocorre por meio de uma avaliação

subjetiva baseada nas escalas de graduação da força muscular (KENDALL, McCREARY e

PROVANCE, 1995).

2.3.3 Escalas de graduação da força muscular

Para graduar a força muscular do paciente após a aplicação de cada teste de força

muscular existem algumas escalas. Segundo Skinner e Thomson (1985) na Escala de Oxford

de força muscular, o grau 0 significa ausência de contração, o grau 1 tremulação de

movimento, o grau 2 representa movimento com a gravidade contrabalançada, o grau 3

movimento contra a gravidade, o grau 4 movimento contra a gravidade e contra a resistência e

o grau 5 é atribuído quando a força do músculo pode ser considerada normal.

No relato de Kendall, McCreary e Provance (1995), há uma escala de graduação

baseada no sistema de Robert Lovett, publicada em 1932. Nesta descrição a graduação nula é

considerada quando não se sente contração nenhuma. A graduação traço quando se pode

sentir somente um enrijecimento muscular. A graduação fraca quando há movimento contra a

gravidade eliminada. A graduação regular quando ocorre movimento contra a gravidade. A

graduação boa quando se observa movimento contra a gravidade e alguma resistência e a

graduação normal quando este movimento é realizado contra a gravidade e resistência maior

que a anterior.

Os Kendalls desenvolveram uma escala de graduação que varia entre 0 e 100%, a qual

utilizaram para avaliar quantitativamente a alteração na força muscular de portadores de

poliomielite em processo de reabilitação (KENDALL, McCREARY e PROVANCE, 1995).

25

Apesar da subjetividade na graduação dos testes de força muscular manuais, deve-se

considerar que esta é a realidade clínica possível no cotidiano do profissional fisioterapeuta.

2.3.4 A anatomia e os testes de força muscular

O embasamento teórico da anatomia humana é fundamental para o aprendizado dos

testes de força muscular, pois o conhecimento da localização e da posição das estruturas

anatômicas leva à compreensão do movimento que deve ser executado pelo paciente durante a

realização do teste.

Todo músculo possui ao menos uma origem e uma inserção que estão localizados nos

ossos do corpo. Os músculos se inserem nestes pontos através de estruturas denominadas de

tendões, conforme mostra a Figura 1.

Figura 1: Aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos.

Adaptado de Putz e Pabst (1995).

Durante a contração muscular a inserção do músculo se aproxima de sua origem e, por

meio do tendão, traciona o osso, o que conseqüentemente gera o movimento articular pelo

qual aquele músculo é responsável, isto é, sua ação muscular.

Como no teste de força muscular se avalia a força de um músculo para executar um

determinado movimento, quando se conhece os pontos de origem e inserção de um músculo

entende-se sua ação muscular, que é o movimento do teste.

Outro embasamento anatômico necessário para fundamentar o entendimento do

movimento ou ação de um músculo é a maneira como suas fibras estão dispostas, pois o

26

sentido do movimento proporcionado pela contração de um músculo ocorre orientado

paralelamente à direção de suas fibras (Figura 2 e Figura 3).

Figura 2: Fibras Musculares Fusiformes.

Adaptado de Kendall, McCreary e Provance (1995).

Segundo Kendall, McCreary e Provance (1995), quanto à orientação de suas fibras um

músculo pode ser classificado como fusiforme ou peniforme. Nos fusiformes as fibras são

paralelamente dispostas desde a origem até a inserção (Figura 2). Nos peniformes as fibras

são dispostas obliquamente ao longo de todo o músculo (Figura 3).

Figura 3: Fibras Musculares Peniformes.

Adaptado de Kendall, McCreary e Provance (1995).

2.3.5 Diagnóstico de patologias e os testes de força muscular

Há muitas alterações musculares que podem ser identificadas através dos testes de

força muscular como, por exemplo, encurtamentos, contraturas e deformidades musculares.

Porém, uma destas alterações quando encontrada em um teste de força muscular pode estar

presente na formação do diagnóstico de mais de uma condição patológica.

27

Segundo Kottke, Stillwell e Lehmann (1986) os testes de força muscular têm muito

valor na identificação das neuropatias periféricas e podem ser úteis para diferenciar lesões dos

nervos periféricos de lesões radiculares.

Com algumas exceções torna-se difícil associar uma alteração encontrada num teste

com uma patologia específica. Isto se explica porque os testes de força muscular somam

informações dentro do processo de avaliação fisioterapêutica para a concretização do

diagnóstico e quando são utilizados isoladamente não identificam patologias.

2.3.6 Forma de representação dos testes de força muscular na literatura

A Figura 4 representa como um livro descreveria o teste para o músculo flexor ulnar

do carpo.

Junto com a representação visual, é apresentada a descrição das variáveis do teste:

Paciente: Sentado ou em decúbito dorsal.

Prova: Flexão do punho no sentido do lado ulnar.

Fixação: O antebraço é suportado pelo terapeuta.

Pressão: Contra a eminência hipotenar na direção da extensão.

Figura 4: Teste para o músculo flexor ulnar do carpo.

Adaptado de Kendall, McCreary e Provance (1995).

Diante desta descrição entende-se que o aluno tem muitas dificuldades em entender o

movimento do teste somente através da ilustração e da descrição textual, pois estas formas de

representação estão muito distantes da representação real do conteúdo e também se deve

considerar que são testes para músculos do corpo inteiro (cerca de 107 testes), isto é, uma

gama de informações muito grande, com movimentos que precisam ser interpretados através

de ilustrações.

28

29

CAPÍTULO 3

METODOLOGIA

3.1 DESCRIÇÃO DO TRABALHO

Este capítulo descreve todo o processo de modelagem e implementação de um sistema

de apoio ao aprendizado dos testes de força muscular que são conteúdo da disciplina de

Cinesiologia dos cursos de graduação em Fisioterapia. Também explica o processo de

extração do conhecimento necessário ao desenvolvimento do software e o processo de teste

deste com os acadêmicos do curso.

Desenvolveu-se um software, denominado de TFM, formulado de acordo com a teoria

pedagógica do construtivismo, que defende um aprendizado ativo e individualizado, em que o

conhecimento é adquirido através da interação do aluno com um ambiente real, neste caso

simulado pelo software, que funciona como um artefato mediador do aprendizado.

O software TFM pode ser inserido no conceito de software educativo, e quanto à

modalidade dos softwares educativos, possui características de softwares multimídia, que

segundo Cardoso (1998a), através das múltiplas modalidades de representações, a multimídia

promove grande avanço no processo de ensino-aprendizagem.

O sistema representa testes de força muscular referentes a membros inferiores e

tronco. Animações, vídeos, sons e textos são os recursos utilizados para simular os testes. Ao

final de cada etapa de aprendizado o aluno é submetido a uma avaliação de desempenho que

sugere os conteúdos que devem ser revistos.

3.2 EXTRAÇÃO DO CONHECIMENTO

Para a extração do conhecimento selecionou-se como referencial teórico os principais

autores da área de Cinesiologia, cujas obras são as mais utilizadas no meio acadêmico pelos

alunos de graduação em Fisioterapia durante o processo de ensino-aprendizagem dos testes de

força muscular. Os autores selecionados foram: Clarkson (2002), Cutter e Kevorkian (2000),

Hislop e Montgomery (1996) e Kendall, McCreary e Provance (1995).

30

O primeiro autor foi escolhido por ser a literatura mais recente disponível nesta área.

A escolha dos três últimos autores foi baseada na literatura sugerida como referência básica

na disciplina de cinesiologia dos 7 cursos de Fisioterapia da cidade de Curitiba. Porém, a

literatura mais utilizada na extração do conhecimento necessário ao desenvolvimento do

software foi a descrita por Kendall, McCreary e Provance (1995).

Obteve-se nesta literatura as informações sobre as variáveis de cada teste de força

muscular referente a músculos de membros inferiores, tronco e membros superiores.

Para a descrição de cada teste de força muscular extraiu-se da literatura escolhida

informações sobre as variáveis descritas na Tabela 4.

Tabela 4: Informações contidas nas variáveis de cada teste.

Variável Informação extraída

Paciente Posicionamento do paciente durante o teste

Prova Movimento executado pelo paciente

Fixação Local em que o terapeuta estabiliza o paciente

durante a execução do teste

Pressão Local em que o terapeuta aplica a resistência

ao movimento do teste

Embasando-se na literatura descrita por Putz e Pabst (1995) e por Gray e Goss (1988)

foram coletados os dados anatômicos relacionados a cada músculo avaliado. As informações

relevantes são mostradas na Tabela 5.

Tabela 5: Informações contidas nos dados anatômicos de cada teste.

Dado anatômico Informação extraída

Origem Local do osso em que o músculo inicia

Inserção Local do músculo em que o músculo termina

Ação Movimento gerado pela contração muscular

Inervação Nervo responsável por gerar a ação muscular

As informações referentes aos testes de força muscular (Tabela 4 e Tabela 5) foram

representadas no software através de animações que simulam o movimento de cada teste.

Estas animações foram produzidas no software de animação Macromedia Flash MX2004.

31

3.3 PROCESSO DE ANIMAÇÃO DOS TESTES DE FORÇA MUSCULAR

As animações criadas no Flash MX2004 objetivaram representar o movimento do

teste, o posicionamento das mãos do fisioterapeuta durante o mesmo, e o músculo testado.

A seqüência utilizada para produzir estas animações será descrita em 11 passos

consecutivos, exemplificada com a animação do teste de força muscular para o músculo

braquiorradial.

1) Obter e salvar as imagens dos ossos que serão utilizados na animação. Estas

imagens estão disponíveis no endereço eletrônico em http://www.msd-brazil.com/

content/patients/biblioteca/emed_tools/help/emed_tools_sistema.html (Figura 5 e

Figura 6).

Figura 5: Selecionando o osso úmero.

32

Figura 6: Selecionando a face do osso que se deseja e salvando a imagem.

2) Importar as imagens de cada osso para o palco do Flash MX2004 em diferentes

camadas (Figura 7).

Figura 7: Importando o osso úmero para uma camada do Flash.

33

3) Transformar a imagem importada em uma imagem vetorial (Figura 8).

Figura 8: Transformando o osso úmero em uma imagem vetorial.

4) Remover os detalhes da imagem vetorial que não interessam à animação (Figura 9).

Figura 9: Úmero pronto para ser utilizado no teste.

34

5) Posicionar e redimensionar o osso úmero no palco do Flash MX 2004 (Figura 10).

Figura 10: Osso úmero posicionado e redimensionado para o teste.

6) Realizar o mesmo procedimento para os ossos do antebraço (rádio e ulna) e para

a mão (Figura 11).

Figura 11: Antebraço e mão posicionados e redimensionados para o teste.

35

7) Criar transformação de movimento na linha de tempo da camada referente ao osso

que será animado (Figura 12, Figura 13 e Figura 14).

Figura 12: Criando transformação de movimento no início da linha de tempo.

Figura 13: Inserindo um quadro-chave no frame do final do movimento.

36

Figura 14: Posicionando o seguimento animado no final do movimento.

8) Importar a imagem do músculo para o palco do Flash MX2004, seguindo o mesmo

procedimento do passo 2.

Transformar a imagem importada em uma imagem vetorial, conforme o passo 3.

Remover os detalhes da imagem vetorial que não interessam à animação, como no

passo 4.

Posicionar e redimensionar o músculo no palco, da mesma forma que no passo 5. O

resultado final deste passo pode ser observado na Figura 15.

37

Figura 15: Acrescentando o músculo braquiorradial ao modelo.

9) Criar transformação de forma na linha de tempo da camada referente ao músculo

para que o mesmo se distorça durante o movimento dos ossos (Figura 16, Figura 17,

Figura 18 e Figura 19).

Figura 16: Criando transformação de movimento no início da linha de tempo.

38

Figura 17: Alterando a transformação de movimento para transformação de forma.

Figura 18: Inserindo um quadro-chave no frame do final do movimento.

39

Figura 19: Posicionando e redimensionando o músculo no final do movimento.

10) Desenhar setas e inserir textos, no início do teste, que indiquem o sentido da

pressão e da fixação aplicadas pelo fisioterapeuta (Figura 20).

Figura 20: Inserindo setas e textos que indicam a atuação do fisioterapeuta.

40

11) Gerar um filme no Flash MX2004 para testar a animação (Figura 21 e Figura 22).

Figura 21: Início do movimento do teste. Figura 22: Final do movimento do teste.

Foram modelados 107 testes de força muscular, 6 testes de tronco (Tabela 6), 69 testes

de membros superiores (Tabela 7) e 32 testes de membros inferiores (Tabela 8).

Tabela 6: Testes musculares de tronco.

Segmento Corporal Testes e Músculos Avaliados em cada Teste

Tronco Abdominais inferiores

Abdominais superiores

Flexores da coluna

Flexores laterais do tronco

Flexores oblíquos do tronco

Quadrado lombar

41

Tabela 7: Testes de musculares membros superiores.

Segmentos Corporais Testes e Músculos Avaliados em cada Teste

Ombro e Braço Bíceps Braquial e Braquial

Braquiorradial

Coracobraquial

Deltóide Anterior- Em decúbito dorsal

Deltóide Anterior- Sentado

Deltóide Posterior- Em decúbito ventral

Deltóide Posterior- Sentado

Grande Dorsal

Peitoral Maior- Fibras Inferiores

Peitoral Maior- Fibras Superiores

Peitoral Menor

Pronador Quadrado

Pronador Redondo e Pronador Quadrado

Redondo Maior e Peitoral Maior

Rombóides e Levantador da Escápula

Rombóides- Teste Alternativo

Rotadores Laterais do Ombro- Em decúbito dorsal

Rotadores Laterais do Ombro- Em decúbito ventral

Rotadores Mediais do Ombro- Em decúbito dorsal

Rotadores Mediais do Ombro- Em decúbito ventral

Serrátil Anterior- Em decúbito dorsal

Serrátil Anterior- Em pé

Serrátil Anterior- Sentado

Supinador com Bíceps alongado

Supinador com Bíceps encurtado

Supinador e Bíceps

Supra-espinhoso e Deltóide Médio

Supra-espinhoso

Trapézio Inferior

Trapézio Médio

Trapézio Superior

42

Tríceps Braquial e Ancôneo- Em decúbito dorsal

Tríceps Braquial e Ancôneo- Em decúbito ventral

Antebraço e Mão Abdutor Curto do Polegar

Abdutor do Dedo Mínimo

Abdutor Longo do Polegar

Adutor do Polegar

Extensor Curto do Polegar

Extensor dos Dedos

Extensor Longo do Polegar

Extensor Radial Curto do Carpo

Extensor Ulnar do Carpo

Extensores Radial Longo e Curto do Carpo

Flexor Curto do Polegar

Flexor do Dedo Mínimo

Flexor Longo do Polegar

Flexor Profundo dos Dedos- Dedo Anular

Flexor Profundo dos Dedos- Dedo Indicador

Flexor Profundo dos Dedos- Dedo Médio

Flexor Profundo dos Dedos- Dedo Mínimo

Flexor Radial do Carpo

Flexor Superficial dos Dedos- Dedo Anular

Flexor Superficial dos Dedos- Dedo Indicador

Flexor Superficial dos Dedos- Dedo Médio

Flexor Superficial dos Dedos- Dedo Mínimo

Flexor Ulnar do Carpo

Interósseos Dorsais - Dedo Anular

Interósseos Dorsais - Dedo Indicador

Interósseos Dorsais - Dedo Médio 1

Interósseos Dorsais - Dedo Médio 2

Interósseos Palmares - Dedo Anular

Interósseos Palmares - Dedo Indicador

Interósseos Palmares - Dedo Mínimo

Interósseos Palmares - Polegar

Lumbricais e Interósseos – Fase 1

43

Lumbricais e Interósseos – Fase 2

Oponente do Dedo Mínimo

Oponente do Polegar

Palmar Longo

Tabela 8: Testes musculares de membros inferiores.

Segmentos Corporais Testes e Músculos Avaliados em cada Teste

Quadril e Coxa Flexores do Quadril

Glúteo Máximo

Glúteo Máximo e Tensor da Fáscia Lata Glúteo Médio

Glúteo Mínimo

Iliopsoas- Em decúbito dorsal

Iliopsoas- Sentado

Isquiotibiais Laterais

Isquiotibiais Mediais

Quadríceps Femoral

Rotadores Laterais do Quadril

Rotadores Mediais do Quadril

Sartório

Tensor da Fáscia Lata

Perna e Pé Abdutor do Hálux

Adutores do Quadril

Extensores Longo e Curto dos Dedos

Extensores Longo e Curto do Hálux

Fibular Anterior

Fibular Longo e Fibular Curto

Flexor Curto do Hálux

Flexor Curto dos Dedos

Flexor Longo do Hálux

Flexor Longo dos Dedos

Flexores Plantares do Tornozelo

Gastrocnêmio e Plantar

Lumbricais e Interósseos Dorsais

44

Lumbricais e Interósseos Plantares

Poplíteo

Sóleo

Tibial Anterior

Tibial Posterior

3.4 MODELAGEM DO SISTEMA

A realização de um modelo lógico antes de se implementar um modelo físico de um

sistema resulta em um sistema com maior qualidade e menos deficiências (GANE e

SARSON, 1999).

Este sistema foi planejado utilizando como metodologia os seguintes diagramas:

Diagrama de Casos de Uso;

Diagrama de Fluxo de Dados (DFD);

Diagrama de Transição de Estados.

Nestes diagramas TFM significa Testes de Força Muscular, MMSS significa Membros

Superiores e MMII Membros Inferiores.

3.4.1 Diagrama de casos de uso

A construção do diagrama de casos de uso (Figura 23) é uma das fases iniciais do

projeto de um software e tem como objetivo esclarecer os serviços que o sistema deverá

fornecer ao usuário. O desenvolvimento deste diagrama deve antecipar a elaboração do

diagrama de transição de estados, pois demonstra o caminho percorrido pelo qual o usuário

pode navegar ao interagir com os serviços fornecidos pelo sistema (STADZISZ, 2002).

45

AlunoAcessar

introduçãoBuscar testes de umsegmento corporal

Apresentar testesde MMSS

Avaliar desempenhodo aluno

Determinar onúmero de acertos

Sugerir conteúdosque devem ser revistos

Verificar dúvidasde anatomia

<<inclui>>

Apresentartestes de tronco

Avaliar desempenhodo aluno

Determinar onúmero de acertos

Verificar dúvidasde anatomia

<<inclui>>

Avaliar desempenhodo aluno

Determinar onúmero de acertos

Verificar dúvidasde anatomia

<<inclui>>

Apresentar testesde MMII

Sugerir conteúdosque devem ser revistos

Sugerir conteúdosque devem ser revistos

Figura 23: Diagrama de casos de uso.

3.4.2 Diagrama de Fluxo de Dados (DFD)

O diagrama de fluxo de dados foi desenvolvido primeiramente em um nível mais alto

(Figura 24) e em seguida houve a explosão do processo para que fosse mais bem detalhado

em níveis inferiores (Figura 25).

46

P1

Gerenciar osrecursos do

software

a

Alunos do cursode Fisioterapia

D1 Base de testes deforça muscular

Interagir com o software

Figura 24: DFD nível zero.

P1 Gerenciar os recursos do software

a

Alunos do cursode Fisioterapia

P1.3

Selecionartestes de um

segmentocorporal

P1.4

Apresentarcada testeao aluno

Dados anatômicosdos testesD1/6

P1.1

Apresentarrevisão de

biomecânica

Interagir com o software

Biomecânicarelacionada aos TestesD1/1

Noções dealavanca

P1.7

Avaliar odesempenhodo aluno aofim da etapa

P1.8

Apresentarresultado ao

aluno

Questõesrespondidas

P1.9

Sugerirconteúdosdesta etapa

a seremrevistos

P1.2

Apresentarsegmentoscorporais

P1.5

Selecionarperguntas

aleatoriamente

Questões, alternativas,respostas e conteúdosD1/7

P1.6

Aplicaravaliaçãoao aluno

Finalização

DadosD1/2 D1/3 Animação D1/4 Vídeo

Descriçãodo teste

Movimentodo teste

Movimentodo teste

Origem, açãoe inserçãomuscular

Questões ealternativasde respostas

Questões, alternativas,respostas e conteúdos

Questões, alternativas,respostas e conteúdosD1/7 D1/7

Respostascorretas

Conteúdos aserem revistos

D1/5 Som

Leitura dadescriçãodos testes

Figura 25: DFD nível um.

Após a explosão do DFD em nível um, ainda foi necessário a sua explosão para mais

um nível inferior que está descrito nos Anexos 1, 2, 3 e 4, para que houvesse melhor

entendimento do funcionamento do sistema e facilidade de implementação.

47

3.4.3 Diagrama de transição de estados

O diagrama de transição de estados tem a finalidade de desenvolver uma especificação

dinâmica do sistema que será desenvolvido (STADZISZ, 2002).

O primeiro diagrama (Figura 26) descreve as possíveis transições de estado causadas

pelo aluno ao acessar a tela revisão de biomecânica no software.

Tela deabertura

Telaintrodução

Click botão introdução

Mapa dosistema

Animaçãointrodução

Inícioanimação

Acesso àtela buscar

TFM de umsegementocorporal

Click botão próxima tela

Click botão mapa

Clickbotão play

Click botãosair software

Clickbotão rew

Clickbotão stop

Fimanimação

Click botãoreproduzir

Telasobre o

software

Clickbotão sobreo software

Click botão menu

Telabibliografia

Click botãobibliografia

Click botão menu

Click botãosair software

Click botão menu

Click botãosair software

Click botão testes

Questionáriossobre os testes

Click botão questionários

Click botão voltar

Click botão mapa

Click botão menu

Click botão finalizar questionário

Clickbotãorew

Figura 26: Diagrama de transição de estados da tela “revisão de biomecânica”.

O segundo diagrama (Figura 27) descreve as transições de estado durante o acesso à

tela que apresenta os testes de membros superiores.

48

Figura 27: Diagrama de transição de estados da tela

“apresentando testes de força muscular de membros superiores”.

49

As mesmas transições de estado ocorrem no acesso às telas que apresentam os testes

de tronco (Anexo 5) e os testes de membros inferiores (Anexo 6).

No terceiro diagrama (Figura 28) descreveu-se as possíveis transições de estado no

acesso à tela de avaliação do aluno na etapa testes de membros superiores.

Tela selecionarquestionário

sobre testes deum segmento

corporal

Acesso à telabuscar TFM

de umsegmento

Tela número deacertos e sugestõesde testes a seremrevistos na etapaTFM de MMSS

Perguntaselecionada

aleatoriamentee alternativa de

respostas

Últimapergunta

e alternativasde respostas

Click botãotestes de MMSS

Click alternativa pararesponder a questão Pergunta

respondida

Click botãopróxima pergunta

Perguntarespondida

Click botãofinalizar

Click botãopróxima tela

Click alternativa pararesponder a questão

Mapa dosistema

Click botãosair do

software

Click botãomapa

Click botão voltar

Tela deabertura

Click botão menu

Click botão testes

Mapa dosistema

Click botãosair do

software

Click botãomapa

Click botão voltar

Tela deabertura

Click botão menu

Click botão testes

Figura 28: Diagrama de transição de estados da

“tela avaliando aluno na etapa testes de membros superiores”.

50

Estas transições de estado também ocorrem nas telas de avaliação do aluno na etapa

testes de tronco (Anexo 7) e de avaliação do aluno na etapa testes de membros inferiores

(Anexo 8).

3.5 VÍDEOS E NARRAÇÕES

Os vídeos referentes aos testes de força muscular são apresentados no software TFM

ao lado das animações realizadas no Macromedia Flash MX 2004. Estes vídeos têm a

finalidade de representar espacialmente o movimento de cada teste, e os posicionamentos do

fisioterapeuta e do paciente durante o teste. Foram obtidos através de filmagens realizadas

com uma câmera digital Canon PowerShot A300, na resolução 640 x 480 pixels.

As narrações presentes no software relatam as variáveis prova, pressão e fixação

contidas em cada teste de força muscular. Estas narrações são ouvidas pelo usuário

simultaneamente à visualização do vídeo referente ao teste que está estudando. Realizou-se a

gravação das mesmas no estúdio digital profissional Silfos Digital Home Studio.

Foram obtidos vídeos e narrações referentes a todos os testes de tronco, membros

superiores e membros inferiores.

Os vídeos e as narrações foram sincronizados, conforme descrito nos passos 5 e 6 da

seção 3.6.1, de maneira que sempre comecem juntos.

3.6 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA

3.6.1 Implementação das telas do software

Optou-se por implementar a maior parte das telas do software TFM no software de

autoria Macromedia Director MX 2004. Utilizando este software implementou-se testes de

força muscular de tronco e de membros inferiores. A implementação dos testes referentes a

membros superiores será realizada futuramente. A seguir será descrito em 12 passos o

processo de implementação da tela de um teste de força muscular e sua respectiva tela de

anatomia.

51

1) Buscar na janela Library, nos componentes Navigation, a ação Hold on

current frame (Figura 29) e arrastá-lo até o sexto canal da janela Score (Figura 30).

Este comando faz com que ao acessar uma tela, o filme pare nesta tela até que o

usuário clique em algum botão para acessar uma outra tela.

Figura 29: Buscando o comando Hold on Current Frame na janela Library.

Figura 30: Arrastando o comando até o sexto canal da janela Score.

52

2) Importar os arquivos de animação, botões, som e vídeo para a janela Cast (Figura

31).

Figura 31: Importando arquivos.

3) Arrastar os elementos importados da janela Cast para o Stage (tela onde se cria o

filme) (Figura 32).

Figura 32: Arrastando os elementos da janela Cast para a janela Stage.

53

4) Utilizar a ferramenta Text da janela Tool Pallete para digitar os textos na janela

Stage (Figura 33).

Figura 33: Utilizando a ferramenta Text para digitar os textos no Stage.

5) Buscar na janela Library, nos componentes Sound, a ação Play Sound (Figura 34) e

a ação Stop Sound (Figura 35) e colocá-las nos botões play e stop que controlam o som

e se localizam abaixo do vídeo na janela Stage (Figura 34 e Figura 35).

54

Figura 34: Colocando ação para controlar o som no botão Play.

Figura 35: Colocando ação para controlar o som no botão Stop.

55

6) Para controlar os vídeos e as animações, selecionar a ação Quick Time Control

Button, no componente Quick Time da janela Library (Figura 36), e colocá-la nos

botões Play (Figura 37), Stop (Figura 38) e Rew (Figura 39), localizados abaixo da

animação e do vídeo na janela Stage.

Figura 36: Selecionando a ação Quick Time Control Button.

Figura 37: Colocando a ação Play no botão Play da animação.

56

Figura 38: Colocando a ação Stop no botão Stop da animação.

Figura 39: Colocando a ação Rew no botão Rew da animação.

57

7) Buscar a ação Go to Frame X Button, nos componentes Navigation, da janela

Library (Figura 40), e colocar sobre os botões (da janela Stage) que acessam o link de

anatomia, o mapa, o menu, a saída, a próxima tela e a tela anterior, para dar função aos

mesmos.

Figura 40: Buscando a ação Go to Frame X Button na janela Library.

8) Selecionar a ação Rollover Cursor Change, nos componentes Interactive, da janela

Library (Figura 41), e colocar sobre todos os botões da janela Stage, para que quando

o usuário passe o cursor sobre os botões, o cursor mude do formato de uma seta para o

formato de um dedo (Figura 42).

58

Figura 41: Selecionando a ação Rollover Cursor Change na janela Library.

Figura 42: Colocando a ação Rollover Cursor Change no botão anatomia.

59

9) Na janela Score, arrastar com o mouse todos os elementos que compõem a tela para

que ocupem um só frame (Figura 43).

Figura 43: Arrastando todos os elementos para ocuparem um só frame da janela Score.

10) Fazer uma tela com os dados anatômicos dos músculos referentes ao teste

implementado, seguindo o mesmo processo dos passos 1 a 9, descritos anteriormente

(Figura 44).

Figura 44: Tela com os dados anatômicos dos músculos referentes ao teste implementado.

60

11) Clicar no botão Play na barra de ferramentas do Director MX 2004 para testar se

todos os comandos da tela funcionam adequadamente (Figura 45).

Figura 45: Clicando no botão Play da barra de ferramentas do Director MX 2004.

12) Acessar o comando Publish Settings do menu File (Figura 46) e gerar um projetor

(Figura 47), isto é, um arquivo executável para que o filme criado no Director MX

2004 possa ser reproduzido em qualquer local.

61

Figura 46: Acessando o comando Publish Settings.

Figura 47: Clicando no botão Publish e criando um projetor.

62

Para facilitar a interação do usuário pelo software criou-se um mapa de navegação

(Figura 48) que pode ser acessado a partir de todas as telas, exceto das telas do questionário.

Figura 48: Mapa de navegação do software.

3.6.2 Implementação dos questionários

O software TFM oferece, entre suas funcionalidades, questionários que visam

quantificar o conhecimento do aluno a respeito dos testes estudados. São três questionários,

cada um a respeito dos testes referentes a um segmento corporal (tronco, membros superiores

e membros inferiores).

Para a implementação dos questionários utilizou-se a ferramenta de programação

CBuilder versão 5.0 (Borland Corp., Scotts Valley, CA, USA). Esta ferramenta baseia-se na

linguagem de programação C++ orientada a objetos e disponibiliza um recurso de banco de

dados conhecido como Borland Database Engine (BDE), de fácil utilização.

Cada questionário é representado por uma base de dados composta de duas tabelas. Na

primeira tabela armazena-se o número da pergunta, a descrição da pergunta, a letra

63

correspondente à alternativa de resposta que é correta e as sugestões dos testes que devem ser

revistos (uma ou duas conforme o caso). A segunda armazena quatro alternativas de respostas

referentes a cada pergunta.

A base de dados referente aos testes de força muscular de tronco é composta por 20

perguntas e a base de dados referente aos testes de membros inferiores é composta por 40

perguntas, assim como a referente aos testes de membros superiores. Em todos os

questionários sempre apresenta-se ao usuário um conjunto de 10 perguntas selecionadas

aleatoriamente dentro de suas bases.

O sistema que gerencia o questionário não permite que o usuário prossiga para uma

próxima pergunta sem responder a pergunta atual, fazendo com que o usuário responda as 10

perguntas para que então possa sair da tela do questionário. Após responder as 10 perguntas

do questionário, o usuário visualiza um relatório que indica o número de acertos obtidos e os

testes que devem ser revistos, de acordo com as perguntas que foram respondidas

inadequadamente.

Não são apresentadas sugestões repetidas, a implementação prevê que ao responder o

questionário é possível errar duas perguntas com conteúdo relacionado a um mesmo teste de

força muscular e, portanto, não apresenta mais de uma vez a sugestão para rever este teste.

Durante o acesso ao TFM torna-se transparente a transição entre aplicativos, uma vez

que o mesmo sempre ativa o segundo aplicativo que é responsável pelo gerenciamento dos

questionários e este acessa uma base de dados utilizando um driver BDE específico para

comunicação.

Para facilitar o processo de instalação do software TFM preparou-se um instalador

com a utilização da ferramenta InstallShield Express for C++ Builder 5. Este instalador

também instala o driver BDE automaticamente.

3.6.3 Instalação do software TFM

A estrutura de diretórios do sistema, após a sua instalação, está demonstrada na Figura

49. A pasta Flashs contém todos os modelamentos dos testes que foram implementados no

Macromedia Flash MX 2004. A pasta Quick Time possui o instalador do software Quick

Time13 necessário para a visualização dos vídeos e dos modelamentos que estão inseridos no

13 Disponível em: http://www.apple.com/quicktime.

64

software TFM. A pasta Software possui o instalador e as tabelas do banco de dados

correspondente ao questionário que avalia o desempenho do aluno no aprendizado dos testes.

A pasta Som possui as faixas de som relacionadas à narração de cada teste e a pasta Vídeos

possui os vídeos que também correspondem a cada teste de força muscular.

Figura 49: Estrutura de diretórios do sistema.

3.7 TESTE DO SISTEMA

Para teste do sistema optou-se por utilizar duas metodologias, uma análise quantitativa

realizada com acadêmicos do curso de Fisioterapia e uma análise qualitativa realizada com

profissionais fisioterapeutas.

3.7.1 Metodologia para a análise quantitativa

Na análise quantitativa comparou-se o desempenho de alunos que utilizaram o

software TFM com o desempenho de alunos que não utilizaram o mesmo software.

O software TFM foi instalado em 20 microcomputadores da Faculdade Dom Bosco na

cidade de Curitiba, 8 localizados na biblioteca e 12 localizados no laboratório de informática

desta instituição. Disponibilizou-se o software TFM para que 7 alunos do terceiro período do

65

curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco o utilizassem por 14 dias. Neste período

solicitou-se que os alunos anotassem sua freqüência de utilização do software em uma folha

de controle de uso que foi distribuída.

Neste período os alunos estavam em fase de aprendizado dos testes de força muscular

referente aos músculos de membros inferiores. Ao fim destes 14 dias os alunos foram

submetidos a um questionário composto por 10 questões de múltipla escolha referentes ao

mesmo conteúdo (Anexo 9).

Como grupo controle aplicou-se o mesmo questionário para 14 alunos que cursam o

quinto período do curso de Fisioterapia da mesma faculdade e que não utilizaram o software,

mas já aprenderam este conteúdo através dos livros e das aulas.

Por haver um pequeno número de alunos cursando o terceiro período da faculdade,

utilizou-se como grupo controle os alunos do quinto período, uma vez que a mesma não

possuía alunos cursando o quarto período;

Após a correção dos questionários, obteve-se a média de acertos que cada grupo de

alunos atingiu e calculou-se o desvio-padrão destes acertos. Calculou-se também o percentual

de alunos que obteve número de acertos superior a 50% neste questionário.

3.7.2 Metodologia para a análise qualitativa

Para análise qualitativa do software TFM utilizou-se como abordagem a demonstração

do software para 10 profissionais fisioterapeutas e na seqüência a aplicação de um

questionário (Anexo 10) para que os mesmos respondessem.

Neste questionário as questões 1, 2 e 3 visam saber se o fisioterapeuta teve dificuldade

no aprendizado dos testes de força muscular durante o seu período como acadêmico, através

do método tradicional de ensino.

A pergunta 4 busca saber se o fisioterapeuta teria interesse em outro método de ensino

para este conteúdo. A pergunta 5 objetiva esclarecer se o mesmo aprova o software TFM

como um novo método de ensino para os testes de força muscular. A pergunta 6 destina-se a

verificar se o profissional acredita que esta nova abordagem pode proporcionar um melhor

desempenho acadêmico no aprendizado destes testes.

As perguntas 7 e 8 visam avaliar se a interação do fisioterapeuta com a interface do

software é agradável e simples. A pergunta 9 busca saber se o mesmo considera efetiva a

forma de avaliação e de interação com o usuário propostas pelo software através do

66

questionário. A questão 10 pede sugestões para melhorias na implementação do software

TFM.

As respostas obtidas com estes questionários também foram comparadas para que se

obtivesse dados mais significativos sobre a relevância e a efetividade do software TFM.

67

CAPÍTULO 4

RESULTADOS

4.1 ANÁLISE QUANTITATIVA

Para análise quantitativa do desempenho do software TFM aplicou-se um questionário

a respeito dos testes de força muscular de membros inferiores (Anexo 9), ao grupo A, do

terceiro período do curso de Fisioterapia (alunos que estiveram em contato com o software) e

ao grupo B, do quinto período do mesmo curso (alunos que aprenderam os testes de força

muscular através dos métodos convencionais de ensino e não tiveram acesso ao software). O

desempenho dos alunos de ambos os grupos está demonstrado na Tabela 9.

Tabela 9: Desempenho dos alunos no questionário para análise quantitativa entre 0 e 10.

Grupo A (n= 7) Grupo B (n= 14)

3

4

4

4

6

7

7

1

2

2

3

3

3

4

4

4

4

5

6

7

8

Média desvio padrão 5 1,633 4 1,961

68

Verificou-se que no grupo A, 43% dos alunos obteve número de acertos superior a

50% e no grupo B, 29%. Assim, pode-se afirmar que o aprendizado através do software TFM

foi maior que aquele realizado através dos livros.

4.2 ANÁLISE QUALITATIVA

Como análise qualitativa elaborou-se um questionário (Anexo 10) que foi aplicado

para 10 profissionais fisioterapeutas, após os mesmos conhecerem o software TFM. O tempo

médio de formado destes fisioterapeutas era 8 anos.

Na pergunta 1, que questiona o desempenho acadêmico do profissional durante o

aprendizado dos testes de força muscular, 80% dos fisioterapeutas responderam que tiveram

entre 40% e 70% de desempenho e os demais relataram que tiveram desempenho superior a

70%.

Ao responder a pergunta 2, 40% relataram que foi interessante, 20% que foi

moderadamente interessante e 40% que foi pouco interessante.

Na questão 3, 100% dos profissionais consideraram os testes de força muscular um

conteúdo difícil de aprender, e também, na questão 4, todos os fisioterapeutas julgaram o

conhecimento deste conteúdo como muito importante.

Na pergunta 5, 90% dos fisioterapeutas julgaram que os testes de força muscular estão

melhor representados no software TFM e 10% relataram que a representação no software é

tão eficiente quanto a representação nos livros.

Para responder a questão 6, 100% dos fisioterapeutas assinalaram que a utilização do

software TFM para o estudo dos testes de força muscular pode facilitar o aprendizado.

Nas questões 7 e 8, 90% dos profissionais consideraram o ambiente do software TFM

agradável e a sua utilização simples, enquanto 10% relataram que o ambiente é agradável e a

utilização é razoável.

Ao responder a questão 9, 100% dos fisioterapeutas concordaram que o questionário

que avalia o aprendizado ao fim da apresentação dos testes de força muscular de um segmento

corporal auxilia o usuário a avaliar o seu aprendizado.

Na pergunta 10, 40% dos fisioterapeutas descreveram sugestões para melhorias do

software TFM:

Aumentar o tamanho da fonte no questionário;

Imprimir os resultados dos questionários;

69

Incluir informações sobre o encurtamento e a debilidade muscular sobre cada músculo,

em cada teste de força muscular;

Em trabalhos futuros, desenvolver um software sobre os testes de comprimento

muscular e sobre goniometria.

Os resultados obtidos com a análise qualitativa forneceram uma conotação muito

positiva ao software TFM, pois todos os profissionais que conheceram o mesmo se

demonstraram empolgados e interessados nesta nova abordagem de apoio ao aprendizado para

a área da Fisioterapia.

70

71

CAPÍTULO 5

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados deste trabalho foram analisados de acordo com os dados obtidos através

da análise quantitativa (Anexo 9) e da análise qualitativa (Anexo 10).

A avaliação quantitativa, descrita na seção 3.7.1, demonstrou um resultado que estava

dentro das expectativas para o teste do sistema. Acredita-se que, em geral, os alunos do quinto

período tenham um conhecimento maior dos testes de força muscular que os alunos do

terceiro período, devido à maior experiência prática e a um conhecimento mais consolidado,

adquiridos em um ano a mais de vivência acadêmica. Porém, observou-se que o grupo A

(terceiro período) teve um desempenho superior ao grupo B (quinto período), ao responder o

questionário referente a testes de força muscular de membros inferiores. O melhor

desempenho do grupo A pode ter sido influenciado pela utilização do software TFM como

apoio ao processo de ensino-aprendizagem.

No processo de análise quantitativa do sistema houveram algumas condições de

contorno que foram desfavoráveis e podem ter influenciado os resultados obtidos:

Os alunos do curso do curso de Fisioterapia não se empolgam em testar um novo

software assim como os alunos de cursos da área tecnológica; tais como Engenharia

ou Informática;

Houve pouco tempo disponível para que os alunos tivessem acesso ao software;

Como o curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco ocorre apenas no período

matutino, os alunos não possuem intervalos significativos entre as aulas e, portanto,

em média acessaram o software por apenas 1 hora, não consecutiva, durante os 14 dias

do teste;

Por haver um pequeno número de alunos cursando o terceiro período da faculdade, não

foi possível dividir a turma para que apenas a metade dos alunos estudassem pelo

software e a outra metade estudasse pelo livro. Então utilizou-se como grupo controle

(grupo que não utilizou o software) os alunos do quinto período, uma vez que a

faculdade não possui alunos cursando o quarto período;

72

Em testes futuros deve-se tentar corrigir estas condições de contorno que se mostraram

desfavoráveis ao aprendizado do aluno.

As médias consideravelmente baixas, obtidas na análise dos resultados da aplicação do

questionário para ambos os grupos, sugerem que os testes de força muscular são, de fato, um

conteúdo bastante difícil. Assim, acredita-se que qualquer nova abordagem que vise melhorar

este aprendizado, ou fornecer mais subsídios para que o mesmo ocorra pode ser considerada

como uma alternativa válida para que se promova com mais eficiência o processo de ensino-

aprendizagem deste conteúdo.

Durante a análise dos resultados do teste quantitativo do software TFM deve-se

considerar a desmotivação dos alunos diante deste paradigma educacional emergente descrito

por Moraes (1997). Segundo o registro efetuado pelos 7 alunos do terceiro período, eles

estiveram em contato com o software TFM por apenas 1 hora, não consecutiva, durante os 14

dias em que o mesmo esteve disponível para utilização. Estes alunos relataram que acessaram

o software somente durante os intervalos de aula, pois não possuíam horários livres entre as

aulas. Esta desmotivação em estudar pelo software se confirma pela afirmação de Moran,

Behrens e Masetto (2000) de que ensinar com as novas mídias significa provocar uma

revolução, porque não basta apenas inserir as novas tecnologias, também é necessário

aproximar o professor do aluno e promover o que se denomina de mediação pedagógica para

que ocorra adequadamente o processo de ensino-aprendizagem tendo estas tecnologias como

artefato mediador.

Entende-se que os resultados da análise quantitativa do TFM se assemelham aos

resultados obtidos por McGown e Faust (1971), Washington e Parniampour (1997), Saarinen-

Rahika e Binkley (1998) e Gonzaga (2003), uma vez que estes autores também descrevem

estudos em que o desempenho dos alunos que estudaram por meio de sistemas informatizados

foi superior ao dos que estudaram pelos métodos convencionais de ensino.

Os resultados obtidos através da avaliação dos resultados da análise qualitativa foram

muito satisfatórios. De uma maneira geral, as respostas dadas pelos fisioterapeutas ao

questionário (anexo 10) foram bastante incentivadoras e sugeriram que praticamente todos os

profissionais que participaram desta análise acreditam que o software TFM pode melhorar o

processo de aprendizado dos testes de força muscular.

Na questão 1, 80% dos profissionais responderam que tiveram desempenho acadêmico

entre 40% e 70% neste aprendizado. Na questão 2, nenhum dos fisioterapeutas julgou o

aprendizado dos testes de força muscular muito interessante quando o mesmo ocorre através

dos livros, 40% julgaram interessante e mais da metade (60%) consideraram que o

73

aprendizado através dos livros é moderadamente ou pouco interessante. Ao responder a

questão 3, 100% dos fisioterapeutas definiram que os testes de força muscular são um

conteúdo difícil de aprender, o que confirma os resultados das respostas das questões 1 e 2.

Os dados extraídos das respostas das questões 1, 2 e 3 reiteram que a maioria dos

fisioterapeutas também teve dificuldade no aprendizado dos testes de força muscular pelos

métodos convencionais de ensino durante a faculdade.

Na pergunta 4, 100% dos profissionais julgaram que o conhecimento dos testes de

força muscular é muito importante, apesar de a maioria ter relatado dificuldade no

aprendizado acadêmico deste conteúdo. Isto fornece indícios de que estes profissionais teriam

interesse em outro método de ensino que buscasse incentivar o aprendizado dos testes de

força muscular, para obter um melhor desempenho acadêmico e um conhecimento mais

consolidado a respeito deste assunto. Esta observação se confirma através da questão 6, em

que 100% dos fisioterapeutas relataram que acreditam que esta nova abordagem pode

proporcionar um melhor aprendizado dos testes de força muscular.

A pergunta 5 buscava saber se os fisioterapeutas aprovaram o software como um novo

recurso para o aprendizado dos testes de força muscular. Nesta pergunta 90% dos

fisioterapeutas consideraram que os testes de força muscular são melhor representados no

software TFM. Este resultado é bastante motivador, uma vez que para nenhum dos

fisioterapeutas os livros representam melhor os testes de força muscular do que o software

TFM.

As questões 7 e 8 buscavam avaliar a usabilidade do software TFM. Nestas perguntas

90% dos fisioterapeutas consideraram a utilização do software simples e seu ambiente muito

agradável, o que pode ser avaliado como um bom resultado, pois nenhum dos fisioterapeutas

considerou a utilização complexa ou o ambiente desagradável.

Na pergunta 9, 100% dos profissionais julgaram como eficiente a forma de avaliação e

interação com o usuário propostas pelo software TFM através dos questionários de auto-

avaliação. Isto reitera a tentativa de adequar o software aos princípios das recentes tendências

pedagógicas que propõem um aprendizado ativo e centrado no aluno.

A pergunta 10, que solicitava sugestões do usuário para melhoria do software TFM,

trouxe contribuições interessantes e positivas para a melhoria futura do mesmo.

Para Proença e Maia (1996) um software educativo deve possuir determinadas

características gerais, conforme descrito na seção 2.2.4. Segundo as informações colhidas por

meio da análise qualitativa, acredita-se que o software TFM cumpre com a maioria delas por

possuir:

74

Interface simples e intuitiva;

Ilustrações relacionadas aos testes de força muscular;

Vídeos curtos e animações que exemplificam cada teste de força muscular;

Exemplos interativos em que o aluno pode iniciar e interromper o movimento do teste;

Sistemas de orientação básicos (mapa de navegação);

Sistemas de navegação lineares (avanço e recuo ao nível da página);

Sistemas de navegação não-lineares (possibilidade de voltar até a página principal);

Sistemas de auto-avaliação (questionários ao fim de cada etapa de aprendizado dos

testes de força muscular);

Bibliografia adicional (literatura utilizada para o desenvolvimento do software TFM).

A análise qualitativa do software TFM forneceu dados importantes, devido à sua

fidedignidade, pois entende-se que os profissionais formados possuem uma opinião mais

consistente sobre a Fisioterapia e a importância dos testes de força muscular neste contexto.

5.2 CONCLUSÕES

A metodologia de desenvolvimento do software TFM mostrou-se eficiente na

elaboração de um sistema multimídia de apoio ao aprendizado dos testes de força muscular

que fosse mais didático que os livros. Entende-se que a utilização do software Macromedia

Flash MX 2004 foi uma alternativa apropriada, pois permitiu a criação de modelos animados

que simulassem a execução de cada teste de força muscular. De maneira análoga, a escolha do

software Macromedia Director MX 2004 foi adequada, porque possibilitou a implementação

de um sistema que gerenciasse as animações, os vídeos, as narrações e os textos sobre os

testes.

A diversidade de recursos audiovisuais incorporados no software TFM, caracterizou-o

como um sistema multimídia e possibilitou a interatividade do aluno com o software e o

acesso não-linear aos conteúdos do mesmo.

O design da interface do software, seu sistema de navegação, os questionários de auto-

avaliação, além de outros serviços que o mesmo possui, foram desenvolvidos buscando

corresponder ao que determinam as recentes tendências pedagógicas. Seguiu-se o princípio do

construtivismo (teoria sociointeracionista), em que o conhecimento é adquirido pela prática

75

do real, através de um aprendizado ativo, autônomo e centrado no aluno, que permite

progresso individualizado e iniciativa para receber estímulos do meio e exercer alguma ação

sobre este (WEISZ, 2000).

Através do projeto e da implementação do software TFM foi possível contemplar as

características de um software educativo descritas por Proença e Maia (1996).

Devido à quase inexistência de softwares para a área de Fisioterapia, pode-se dizer que

o software TFM é uma abordagem inovadora que modificou o cotidiano dos acadêmicos do

curso de Fisioterapia.

Deve-se salientar que, mesmo sendo um software de simples manuseio, a sua

utilização por pessoas que não estão inseridas no contexto da informática pode não ser tão

simples. Portanto, reitera-se a necessidade de haver profissionais de várias áreas trabalhando

em conjunto durante o processo de desenvolvimento de um sistema didático-pedagógico de

apoio ao aprendizado.

Mesmo com as dificuldades enfrentadas, o sistema desenvolvido cumpriu com os

objetivos inicialmente propostos pois, entre outros aspectos, teve boa aceitação por parte dos

acadêmicos e dos profissionais fisioterapeutas, além de poder servir de apoio para o

acadêmico do curso de Fisioterapia desenvolver as suas habilidades de diagnóstico. Esta

afirmação baseia-se no fato de que no grupo que utilizou o software TFM um percentual

maior de alunos obteve desempenho superior a 50% (43% do grupo A, comparado com 29%

do grupo B).

Como considerações finais, deve-se ressaltar a contribuição científica do software

TFM para a Fisioterapia, pois o mesmo trouxe uma nova aplicação da Informática nesta área,

através da sua utilização no ensino de fenômenos cinesiológicos dinâmicos. Também é

necessário considerar a sua contribuição social, uma vez que o mesmo modificou o cotidiano

de acadêmicos e profissionais fisioterapeutas, pois demonstrou a existência de novos modos

de se educar, permitindo-lhes ter acesso ao paradigma educacional emergente.

5.3 TRABALHOS FUTUROS

A informática ainda é um campo pouco explorado dentro da Fisioterapia. Há poucos

estudos descritos na literatura unindo estas duas áreas, o que incentiva o desenvolvimento de

outros sistemas informatizados para a área de Fisioterapia, não apenas voltados para o

processo de ensino-aprendizagem.

76

Os testes com o software TFM poderiam ser feitos com o controle de algumas

condições de contorno:

Testar o software com um número maior de alunos;

Formar um grupo de alunos para estudar pelo software e um grupo para estudar pelos

livros, sendo que estes grupos devem pertencer ao mesmo período do curso de

Fisioterapia e ter o mesmo número de alunos;

Durante o curso da disciplina de Cinesiologia, monitorar o acesso dos alunos ao

software em um laboratório de informática, enquanto os alunos que não utilizam o

software (grupo controle) são monitorados estudando pelo livro;

Aumentar o tempo de teste do sistema para permitir que os alunos acessem o software

por um período maior.

Após o término do curso da disciplina de Cinesiologia, monitorar o acesso de um

grupo de alunos ao software por um número pré-determinado de horas.

Segundo sugestão de fisioterapeutas que acessaram o software TFM, poderiam ser

incluídos conteúdos como testes de comprimento muscular e goniometria neste software.

Cabe salientar a importância de novos pesquisadores estarem investindo no

desenvolvimento de métodos ou abordagens de ensino que utilizem a informática em favor do

processo de ensino-aprendizagem em Fisioterapia.

77

ANEXO 1

DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NÍVEL DOIS

P1.4 Apresentar cada teste ao aluno

P1.4.1

Apresentartestes

de MMSS

P1.4.2

Apresentartestes

de tronco

P1.4.3

Apresentartestes

de MMII

P1.3

Selecionartestes de um

segmentocorporal

P1.5

Selecionarperguntas

aleatoriamente

Questões, alternativas,respostas e perguntasD1/7

D1/2/1Dados de MMSS

Questões ealternativasde respostas

D1/3/1 D1/4/1Animaçõesde MMSS

Vídeos de MMSS D1/5/1Som de

MMSS D1/6/1 Dados anatômicosdos testes de MMSS

Descriçãodo teste

Movimentodo teste

Movimentodo teste

Leitura dadescriçao

Origem, ação einserção muscular

D1/2/2Dados de tronco D1/3/2 D1/4/2Animações

de troncoVídeos de

tronco D1/5/2Som detronco D1/6/2 Dados anatômicos

dos testes de tronco

Descriçãodo teste

Movimentodo teste

Movimentodo teste

Leitura dadescriçao

Origem, ação einserção muscular

D1/2/3Dados de MMII D1/3/3 D1/4/3Animações

de MMIIVídeos de

MMII D1/5/3Som deMMII D1/6/3 Dados anatômicos

dos testes de MMII

Descriçãodo teste

Movimentodo teste

Movimentodo teste

Leitura dadescriçao

Origem, ação einserção muscular

78

ANEXO 2

DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NÍVEL DOIS

P1.5 Selecionar perguntas aleatoriamente

P1.4

Apresentarcada teste ao

aluno

P1.6

Aplicaravaliação ao

aluno

P1.5.1

Selecionar perguntasreferentes a testes

de MMSS

P1.5.2

Selecionar perguntasreferentes a testes

de tronco

P1.5.3

Selecionar perguntasreferentes a testes

de MMII

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de MMSS

Questões ealternativasde respostas

D1/7/1

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de tronco

Questões ealternativasde respostas

D1/7/2

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de MMII

Questões ealternativasde respostas

D1/7/3

DadosD1/2 D1/3 Animação D1/4 Vídeo

Descriçãodo teste

Movimentodo teste

Movimentodo teste

Dados anatômicosdos testesD1/6

Origem, açãoe inserçãomuscular

D1/5 Som

Leitura dadescriçãodos testes

79

ANEXO 3

DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NÍVEL DOIS

P1.7 Avaliar o desempenho do aluno ao fim da etapa

P1.6

Aplicaravaliação ao aluno

P1.8

Apresentarresultado ao aluno

P1.7.1Avaliar o

desempenho doaluno nos testes

de MMSS

P1.7.2Avaliar o

desempenho doaluno nos testes

de tronco

P1.7.3Avaliar o

desempenho doaluno nos testes

de MMII

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de troncoD1/7/2

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de MMIID1/7/3

Respostascorretas

Respostascorretas

Respostascorretas

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de MMSSD1/7/1

Questões respondidas

Questões respondidas

Questões respondidas

80

ANEXO 4

DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS NÍVEL DOIS

P1.9 Sugerir conteúdos desta etapa a serem revistos

P1.8

Apresentarresultado ao

aluno

P1.9.1Fornecer número de

acertos e sugerirconteúdos referentesa testes de MMSS a

serem revistos

P1.9.2Fornecer número de

acertos e sugerirconteúdos referentesa testes de tronco a

serem revistos

P1.9.3

Fornecer número deacertos e sugerir

conteúdos referentesa testes de MMII a

serem revistos

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de MMSSD1/7/1

Conteúdos aserem revistos

Conteúdos aserem revistos

a

Alunos do cursode Fisioterapia

Finalização

Finalização

Finalização

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de troncoD1/7/2

Questões, alternativas, respostas econteúdos referentes a testes de MMIID1/7/3

Conteúdos aserem revistos

81

ANEXO 5

DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO DE ESTADOS

“TELA APRESENTANDO TESTES DE FORÇA MUSCULAR DE TRONCO”

82

ANEXO 6

DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO DE ESTADOS

“TELA APRESENTANDO TESTES DE FORÇA MUSCULAR

DE MEMBROS INFERIORES”

83

ANEXO 7

DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO DE ESTADOS

“TELA AVALIANDO ALUNO NA ETAPA

TESTES DE FORÇA MUSCULAR DE TRONCO”

Tela selecionarquestionário

sobre testes deum segmento

corporal

Acesso à telabuscar TFM

de umsegmento

Tela número deacertos e sugestõesde testes a seremrevistos na etapaTFM de tronco

Perguntaselecionada

aleatoriamentee alternativa de

respostas

Últimapergunta

e alternativasde respostas

Click botãotestes de tronco

Click alternativa pararesponder a questão Pergunta

respondida

Click botãopróxima pergunta

Perguntarespondida

Click botãofinalizar

Click botãopróxima tela

Click alternativa pararesponder a questão

Mapa dosistema

Click botãosair do

software

Click botãomapa

Click botão voltar

Tela deabertura

Click botão menu

Click botão testes

Mapa dosistema

Click botãosair do

software

Click botãomapa

Click botão voltar

Tela deabertura

Click botão menu

Click botão testes

84

ANEXO 8

DIAGRAMA DE TRANSIÇÃO DE ESTADOS

“TELA AVALIANDO ALUNO NA ETAPA

TESTES DE FORÇA MUSCULAR DE MEMBROS INFERIORES”

Tela selecionarquestionário

sobre testes deum segmento

corporal

Acesso à telabuscar TFM

de umsegmento

Tela número deacertos e sugestõesde testes a seremrevistos na etapaTFM de MMII

Perguntaselecionada

aleatoriamentee alternativa de

respostas

Últimapergunta

e alternativasde respostas

Click botãotestes de MMII

Click alternativa pararesponder a questão Pergunta

respondida

Click botãopróxima pergunta

Perguntarespondida

Click botãofinalizar

Click botãopróxima tela

Click alternativa pararesponder a questão

Mapa dosistema

Click botãosair do

software

Click botãomapa

Click botão voltar

Tela deabertura

Click botão menu

Click botão testes

Mapa dosistema

Click botãosair do

software

Click botãomapa

Click botão voltar

Tela deabertura

Click botão menu

Click botão testes

85

ANEXO 9

AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO ATRAVÉS DO SOFTWARE TFM

1- Qual é o movimento do teste do músculo Abdutor do Hálux?

( ) A- Abdução do hálux.

( ) B- Adução do hálux.

( ) C- As alternativas A e B estão corretas.

( ) D- n.d.a.

2- Que movimento o paciente executa no teste do músculo Flexor Curto do Hálux?

( ) A- Flexão da articulação metatarsofalângica do hálux.

( ) B- Flexão da articulação interfalângica do hálux.

( ) C- As alternativas A e B estão corretas.

( ) D- n.d.a.

3- Que movimento o paciente realiza no teste do músculo Flexor Longo dos Dedos dos pés?

( ) A- Flexão das articulações metatarsofalângicas do segundo ao quinto dedo.

( ) B- Flexão das articulações interfalângicas proximais do segundo ao quinto dedo.

( ) C- Flexão de todas as articulações do segundo ao quinto dedo.

( ) D- Flexão das articulações interfalângicas distais do segundo ao quinto dedo.

4- Qual é a prova para os músculos Extensor Longo dos Dedos e Extensor Curto dos Dedos

dos pés?

( ) A- Extensão das articulações metatarsofalângicas do segundo ao quinto dedo.

( ) B- Extensão das articulações interfalângicas proximais do segundo ao quinto dedo.

( ) C- Extensão das articulações interfalângicas distais do segundo ao quinto dedo.

( ) D- Extensão de todas as articulações do segundo ao quinto dedo.

5- Dorsiflexão do tornozelo e eversão do pé é o movimento do teste de qual músculo?

( ) A- Fibular Anterior.

( ) B- Fibular Posterior.

( ) C- Tibial Anterior.

( ) D- Tibial Posterior.

86

6- Extensão das articulações metatarsofalângica e interfalângica do hálux, é o teste para qual

músculo?

( ) A- Músculo Extensor Longo do Hálux.

( ) B- Músculo Extensor Curto do Hálux.

( ) C- As alternativas A e B estão corretas.

( ) D- n.d.a.

7- Os músculos Fibular Longo e Fibular Curto são:

( ) A- Testados simultaneamente.

( ) B- Testados separadamente.

( ) C- Não são testados.

( ) D- Somente o músculo Fibular longo é testado.

8- Como testamos o músculo Sóleo?

( ) A- Solicitando a flexão plantar do tornozelo com o joelho estendido.

( ) B- Solicitando a flexão plantar do tornozelo com o joelho fletido a 90º.

( ) C- As alternativas A e B estão corretas.

( ) D- Solicitando a flexão plantar do tornozelo com o joelho fletido a 45º.

9- Qual é a prova para os músculos Gastrocnêmio e Plantar?

( ) A- Elevar-se sobre os dedos de um só pé.

( ) B- Elevar-se sobre os dedos de ambos os pés.

( ) C- Andar sobre a ponta dos pés.

( ) D- As alternativas B e C estão corretas.

10- Sobre o teste para o músculo flexor curto dos dedos, pode-se afirmar que:

( ) A- Cada dedo deve ser testado isoladamente.

( ) B- Neste testes avaliamos desde o primeiro até o quinto dedo.

( ) C- Neste teste avaliamos desde o segundo até o quinto dedo simultaneamente.

( ) D- As alternativas A e B estão corretas.

87

ANEXO 10

ANÁLISE QUALITATIVA SOBRE O SOFTWARE TFM

1- Durante a faculdade, como foi o seu desempenho no aprendizado dos testes de força muscular?

( ) Superior a 70% de aprendizado.

( ) Entre 40% e 70% de aprendizado.

( ) Inferior a 40% de aprendizado.

2- Durante a faculdade, o estudo dos testes de força muscular através dos livros foi:

( ) Muito interessante. ( ) Interessante.

( ) Moderadamente interessante. ( ) Pouco interessante.

3- Você considera que os testes de força muscular são um conteúdo:

( ) Fácil de aprender. ( ) Difícil de aprender.

4- Para o profissional fisioterapeuta o conhecimento dos testes de força muscular é:

( ) Muito importante. ( ) Importante.

( ) Moderadamente importante. ( ) Pouco importante.

5- Comparando a representação dos testes de força muscular nos livros com a representação

no software TFM, pode-se afirmar que:

( ) Os testes são melhor representados nos livros.

( ) A representação nos livros é tão eficiente para o aprendizado quanto a no software TFM.

( ) Os testes são melhor representados no software TFM.

6- A utilização do software TFM para o estudo dos testes de força muscular pode:

( ) Facilitar o aprendizado.

( ) Não influenciar no aprendizado.

( ) Ser uma barreira para o aprendizado.

7- Para você, o ambiente do software TFM é:

( ) Muito agradável. ( ) Agradável.

( ) Pouco agradável. ( ) Desagradável.

88

8- Você considera que a utilização do software TFM é:

( ) Simples. ( ) Razoável. ( ) Complexa.

9- Qual a sua opinião sobre o questionário que avalia o aprendizado ao fim da apresentação

dos testes de força muscular de um segmento corporal?

( ) Auxilia o usuário a avaliar o seu aprendizado.

( ) É irrelevante para o usuário avaliar o seu aprendizado.

10- Você tem alguma sugestão para a melhoria do software TFM?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

89

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RESUMO:

O presente trabalho propõe a utilização da informática como suporte ao aprendizado dos testes de força muscular. Os testes de força muscular são utilizados na prática fisioterapêutica no momento da avaliação que precede o tratamento e têm como finalidade analisar a integridade muscular do paciente. Durante a faculdade os testes de força muscular são parte do conteúdo da disciplina de Cinesiologia. Neste aprendizado a quantidade de informações a ser memorizada pelo aluno é muito grande, considerando-se o número de testes existentes e a quantidade de variáveis presentes em cada teste. Motivando-se pela importância e pela complexidade dos testes de força muscular, desenvolveu-se o software TFM, um sistema multimídia de apoio ao aprendizado deste conteúdo. O sistema elaborado possui vídeos, animações, narrações e textos sobre cada teste de força muscular, além de questionários para a auto-avaliação. Para o projeto do software TFM utilizou-se como metodologia o diagrama de casos de uso, o diagrama de fluxo de dados e o diagrama de transição de estados. No desenvolvimento do sistema os testes de força muscular foram animados utilizando-se o software de animação Macromedia Flash MX 2004 e o mesmo foi implementado com a utilização do software de autoria Macromedia Director MX 2004. Para verificar a eficiência do software TFM optou-se por utilizar duas metodologias. Uma análise quantitativa realizada com acadêmicos de um curso de Fisioterapia e uma análise qualitativa realizada com profissionais fisioterapeutas. Os resultados obtidos através da análise quantitativa sugeriram que os alunos que utilizaram o software TFM obtiveram melhor desempenho no aprendizado dos testes de força muscular. As informações obtidas através da análise qualitativa indicaram a aprovação da aplicação da informática na Fisioterapia.

PALAVRAS-CHAVE

Palavras-Chave: Informática em Saúde; Software Educacional; Fisioterapia; Cinesiologia;

Testes de Força Muscular.

ÁREA/SUB-ÁREA DE CONHECIMENTO

3.13.00.00 - 6 Engenharia Biomédica

1.03.03.04 - 9 Sistemas de Informação

4.08.00.00 - 8 Fisioterapia e Terapia Ocupacional

Ano 2004

Nº: 355

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