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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
Gilberto José Dantas
Estudo aplicado ao comércio varejista: análise do Clima Organizacional e
da Satisfação do Consumidor da empresa Vitrine da Arte
Natal/RN
2016
GILBERTO JOSÉ DANTAS
Estudo aplicado ao comércio varejista: análise do Clima Organizacional e
da Satisfação do Consumido da empresa Vitrine da Arte
Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau acadêmico de Bacharel em Ciências Econômicas, ao Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientador: Prof. Odair Lopes Garcia
NATAL/RN
2016
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Dantas, Gilberto José.
Estudo aplicado ao comércio varejista: análise do Clima Organizacional e da
Satisfação do Consumido da empresa Vitrine da Arte / Gilberto José Dantas. - Natal,
RN, 2016.
58f.
Orientador: Prof. Dr. Odair Lopes Garcia.
Monografia (Graduação em Economia) - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Economia. Curso
de Graduação em Ciências Econômicas.
1. Satisfação do cliente - Monografia. 2. Clima organizacional - Monografia. 3.
Varejo – Monografia. I. Garcia, Odair Lopes. II. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 658.818
GILBERTO JOSÉ DANTAS
Estudo aplicado ao comércio varejista: análise do Clima Organizacional e
da Satisfação do Consumido da empresa Vitrine da Arte
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau
acadêmico de Bacharel em Ciências Econômicas, ao Departamento de
Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Aprovada em: ____/ ____/ 2016.
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________
Prof. Dr. Odair Lopes Garcia
Orientador
DEPEC/UFRN
__________________________________________
Prof. Dr. Francisco Wellington Duarte
Avaliador
DEPEC/UFRN
NATAL/RN
2016
edico este
trabalho a pessoa mais importante da
minha vida, minha esposa , HILZA DE
SOUZA DANTAS, pelo amor, carinho e
dedicação dados durante todos os anos de
casados.
D
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por guiar meus caminhos e me abençoar a cada
dia, dando forças e coragem para vencer os obstáculos se fazendo presente
em minha vida.
Aos meus pais por me darem a oportunidade de viver, por serem
exemplo de força e humildade.
À minha esposa por todo o amor, atenção e paciência que teve durante
esses anos de faculdade, me ajudando a superar as dificuldades com sua
motivação e vontade de crescer.
A todos os professores que passaram por minha vida, e de alguma
forma me ajudaram a ser uma pessoa melhor, e em especial ao meu orientador
professor Dr. Odair Lopes Garcia, por dispor de todo seu conhecimento em prol
desse trabalho apontando erros e possibilidades, mostrando o melhor caminho
a ser percorrido.
Também agradeço aos meus amigos por todo o apoio e carinho que me
deram, pois sem eles eu não conseguiria passar por esse caminho e ter tantas
alegrias. A todos meu sincero desejo de sucesso.
E ainda o meu agradecimento à Vitrine da Arte empresa da qual faço
parte e pôde me proporcionar a realização desse trabalho. Por fim, obrigado
pela participação de todos os colegas de trabalho que foram essenciais neste
processo.
“A verdadeira obrigação do economista não é
explicar a nossa triste realidade, mas melhorá-la”.
August Losch
RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo
analisar o grau de satisfação dos clientes e o clima organizacional da empresa
Vitrine da Arte no ramo de revenda de produtos para artesanato, situada na
cidade de Natal-RN. Além disso, o estudo também teve como foco fazer um
estudo mercadológico varejista em Natal, mostrando a importância do
surgimento do comércio nos bairros mais antigos da cidade. O trabalho foi
estruturado em três etapas. Primeiramente, foi feito uma abordagem do
referencial teórico sobre o varejo, seu surgimento e suas características, em
segundo foi feita a apresentação da empresa Vitrine da Arte, seu histórico,
seus fornecedores e os setores da loja e por último foi feita uma pesquisa com
método exploratório e descritivo que envolveu pesquisas com questionários,
tanto para os clientes como para os colaboradores. Na fase descritiva,
elaborou-se um questionário, o qual foi aplicado para 55 clientes da Vitrine da
Arte. A partir dos resultados obtidos, foi constatado que os clientes em sua
maioria estão satisfeitos com os aspectos analisados, outro questionário foi
elaborado para avaliar o clima organizacional com os colaboradores, que
também teve resultado satisfatório, quando a maioria respondeu que sente
orgulho de trabalhar na empresa.
Palavras-chaves: Varejo. Satisfação do cliente. Clima organizacional.
ABSTRACT
This paper presents the results of a survey that aimed to analyze the degree of
customer satisfaction and organizational climate of the company Vitrine Art in
retail branch products for crafts, located in the city of Natal-Rn. In addition, the
study also focused on making a retail market study in Natal, showing the
importance of the emergence of trade in older neighborhoods. The work was
divided into three stages. First, a abort the theoretical framework about retail
was done, its appearance and its characteristics, second was made the
presentation of the Art Vitrine company, its history, its suppliers and the sectors
of the store and finally was made a research method exploratory and
descriptive involving research with questionnaires, both forcustomers and for
employees. In the descriptive stage, it elaborated a questionnaire, which was
applied for 55 guests of Art Showcase. From the results, it was found that
customers mostly are satisfied with the aspects analyzed, another questionnaire
was designed to assess the organizational climate of 16 employees, who also
had satisfactory result, when most replied that sintia proud to work at company.
Keywords: Retail. Customer satisfaction. Organizational climate.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Canais de distribuição de bens de consumo 10
Figura 02 - Organograma da empresa Vitrine das Artes 22
Figura 03 - Prateleira com exposição de peças de madeira 24
Figura 04 - Expositor de pinceis 24
Figura 05 - Expositor de ferramentas e acessórios para scrapbook 25
Figura 06 - Prateleira com exposição de tintas para comunicação visual 26
Figura 07 - Prateleira com exposição de tintas para serigrafia 26
Figura 08 - Expositor de vinil para comunicação visual 27
Figura 09 - Curso no atelier da Loja 28
Figura 10 - Características do perfil dos colaboradores da empresa 32
Figura 11 - Condições físicas do ambiente de trabalho 34
Figura 12 - Relações entre os empregados 35
Figura 13 - Visão em relação ao tratamento recebido da empresa 37
Figura 14 - Relação com os encarregados imediatos 38
Figura 15 - Ambiente administrativo 39
Figura 16 - Nível de satisfação da clientela em relação ao atendimento 40
Figura 17 – Perfil dos clientes entrevistados 42
Figura 18 - Nível de satisfação da clientela em relação ao atendimento 44
Figura 19 – Nível de satisfação da clientela em relação às características
da loja
45
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Valor anual total do faturamento da empresa – 2011 – 2015
28
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Variação anual do valor total das vendas 2011- 2015 29
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados
FECOMERCIO Federação do Comércio Varejista
RN Estado do Rio Grande do Norte
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômica
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Justificativa 3
1.2 Abordagem teórica 3
1.3 Metodologia e fonte dos dados 6
2 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO DO COMÉRCIO VAREJISTA E O
COMÉRCIO VAREJISTA EM NATAL
9
2.1 Estruturas de mercado no comércio varejista 9
2.2 O varejo no Brasil e suas mudanças estruturais recentes 11
2.3 O comércio varejista em Natal 13
2.4 Desempenho recente do comércio varejista em Natal 15
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E RESULTADOS DA
PESQUISA
19
3.1 Principais fornecedores e canais de comercialização 19
3.2 Ambiente concorrencial 21
3.3 Estrutura organizacional 21
3.4 Linhas de produtos comercializados 23
3.5 Desempenho financeiro recente 28
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 31
4.1 Avaliação e análise do clima organizacional 31
4.1.1 Perfil dos colaboradores da empresa 31
4.1.2 Análise do Clima Organizacional 33
4.2 Análise do grau de satisfação dos clientes 41
4.2.1 Caracterização do perfil da clientela 41
4.2.2 Nível de satisfação da clientela 43
4.2.2.1 Aspectos inerentes ao atendimento 43
4.2.2.2 Avaliação dos aspectos inerentes à loja 44
5 RESUMO E RECOMENDAÇÕES 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49
ANEXO 51
1
1. INTRODUÇÃO
O mercado varejista tem como objetivo principal a melhor maneira de
viabilizar as relações de trocas para satisfazer os dois lados de uma transação
comercial, a compra e a venda. Com o desenvolvimento dos mercados esse
entendimento se encontra com amplas possibilidades para as formas de
intermediação. A economia do mundo está numa constante mudança,
empresas aparecem e desaparecem, alguns mercados crescem e outros
deixam de existir. É uma arena onde as empresas lutam pela sobrevivência.
O varejo se encontra em contínuo processo de mudança. O varejista
está sempre enfrentando diversas formas de pressão, com o acirramento da
concorrência em função de diversos fatores, entre eles, as inovações e
reestruturações no setor tecnológico, alteração do padrão de consumo,
mudanças culturais, sociais e comportamentais, entre outras. Por se encontrar
na ponta final do processo de intermediação, percebe as mudanças e procura
se adaptar para atender às exigência do consumidor nos distintos segmentos
do mercado.
È incansável e incessante a busca das empresas varejistas para se
mantiverem competitivas. Introduzir novos serviços e aprimorar os
disponibilizados é a melhor forma de se manter ativo nesse mercado tão
concorrido. As alterações nas estruturas do mercado são distintas nos diversos
segmentos, como a concentração que se observa nos segmentos de
hipermercados, resultantes do processo de incorporações e fusões, coroando a
tendência de internacionalização do capital comercial. Em outros segmentos,
alterações na estrutura de comercialização ocorrem pela redução do nível de
intermediação entre produtor e consumidor promovido pelas transações via
rede mundial de computadores. Entretanto, em alguns segmentos do mercado
ainda sobrevivem os pequenos comerciantes que abastecem a comunidade
próxima dos mais variados bens e serviços e que sobrevivem com estratégias
próprias para complementar a malha de distribuição onde o grande fornecedor
não alcança.
2
Em geral, como forma de proporcionar satisfação aos seus clientes e
consumidores às empresas buscam se adaptar e inovar em seus processos, na
diversificação de serviços e no atendimento por meio da capacitação e
motivação dos seus colaboradores. O marketing é uma ferramenta de grande
potencial para enfrentar a concorrência no varejo, mas tem alcance limitado em
determinadas circunstâncias ou dependendo do segmento do mercado
atendido pela empresa. Para isso, novas formas de colaboração,
associativismo, novos canais de mídia, principalmente as redes sociais,
desenvolvimento de marcas próprias, marketing compartilhado, redes
empresariais são formas de enfrentar a concorrência e procurar se diferenciar
no universo da concorrência.
No amplo universo que compreende todos os segmentos do comércio
varejista, o presente estudo é focado nas características do varejo das
pequenas e médias empresas, voltadas para as necessidades de um público
com certo grau de especialização e com necessidades específicas,
representado pela empresa Vitrine da Arte. Embora, segundo a Classificação
Nacional das Atividades Econômicas (CNAE 2.0), sua atividade seja
classificada genericamente como comércio varejista de artigos de armarinho, a
empresa comercializa principalmente produtos voltados para atividades
criativas, como a pintura, o artesanato, serigrafia e a produção de placas de
faixadas de lojas. Assim, além de satisfazer as necessidades específicas dos
consumidores, a oferta de cursos de formação e de aprimoramento em
atividades de artesanato constitui uma importante ferramenta de marketing
para a fidelização e a expansão do número de seus clientes. Por outro lado, a
capacitação dos colaboradores e a competência gerencial da empresa são
fatores fundamentais para o sucesso e o crescimento da empresa.
Tendo em vista o panorama resumido acima, o objetivo geral deste
trabalho é analisar as percepções dos empregados sobre o clima
organizacional da empresa e o grau de satisfação dos clientes em relação aos
produtos e serviços oferecidos pela loja.
O desempenho da Vitrine das Artes não pode ser avaliado isoladamente,
uma vez que ela também reflete os aspectos conjunturais que afetam o
3
conjunto das atividades do comércio varejista. Considerando o objetivo geral e
os aspectos abordados acima, os objetivos específicos do trabalho são:
Caracterizar o comércio varejista e sua distribuição na cidade de Natal;
Avaliar o desempenho recente do comércio em geral e do comércio
varejista em particular no período recente;
Análise do clima organizacional segundo a avaliação dos colaboradores;
Analisar o nível de satisfação dos clientes;
Propor recomendações quanto à melhoria do clima organizacional na
empresa.
1.1 Justificativa
A conjuntura pela qual passa a economia brasileira justifica a
preocupação com a análise do comportamento das empresas e suas
perspectivas de sobrevivência e crescimento, uma vez que delas dependem o
emprego e a renda de seus proprietários e colaboradores. Dois aspectos
básicos para isso atingir tais metas são o Clima Organizacional e o Nível de
Satisfação dos clientes, determinantes no processo de competição. Assim, a
aplicação de instrumentos que permitam aferir a situação em que se encontram
em uma determinada empresa pode ser útil para avaliar os ajustes
necessários. Por outro lado, o conhecimento adquirido no processo de
elaboração do trabalho pode ser empregado na análise do comportamento de
outras empresas.
1.2 Abordagem teórica
O objetivo geral e os objetivos específicos do trabalho contemplam duas
vertentes fundamentais para o sucesso de uma empresa, especialmente
pequenas empresas do comércio varejista. Uma voltada para o público interno,
correspondente à percepção acerca das condições do emprego e do ambiente
organizacional do ponto de vista dos colaboradores e outro relativo ao público
externo, representado pela percepção dos clientes e dos níveis de satisfação
obtidos nas relações com a empresa.
4
As transformações por que passa a sociedade contemporânea, com o
rompimento de padrões estabelecidos, reorganiza a própria visão de mundo,
seus valores básicos, sua estrutura econômica, social e política, num processo
permanente que torna praticamente impossível prever seus desdobramentos
próximos e de mais longo prazo. As novas teorias da administração de
empresas, ao reconhecerem a influência dessas mudanças sobre o
comportamento dos indivíduos e seus efeitos sobre as organizações humanas
têm destacado a importância do clima organizacional, uma vez que este
interfere no alcance das metas estabelecidas e, portanto, no seu grau de
sucesso. Segundo a definição abaixo,
O Clima Organizacional diz respeito ao que as pessoas acham que existe e que está acontecendo no ambiente da organização em determinado momento, sendo, portanto, a caracterização da imagem que essas pessoas têm dos principais aspectos ou traços vigentes na organização. Talvez seja esse o maior desafio em relação ao conceito de Clima Organizacional: só pode ser compreendido em termos das percepções das pessoas que fazem parte da organização. Em resumo, Clima Organizacional é uma medida da percepção que os empregados têm sobre o grau de satisfação em relação a determinadas características do ambiente de trabalho da organização onde atuam.(CODA, 1998, p.6 apud BEDANI, 2006, p.?).
A gestão de pessoas, ao levar em conta o clima organizacional reinante
no ambiente da empresa, deve investigar o grau de cooperação, integração e
satisfação dos colaboradores, uma vez que sua percepção em relação às
relações com a gerência, seu comprometimento, enfim seu nível de
pertencimento é fundamental para o atingimento das metas e sucesso da
empresa. Segundo Bedani (2006), a investigação do clima organizacional
envolve particularmente duas dimensões: a psicossocial e a organizacional.
Na primeira, avaliação os sentimentos e atitudes do colaborador com
relação às pessoas, ao trabalho e à própria organização e é composta pelos
seguintes fatores: estilo de gerência, comprometimento organizacional,
trabalho em equipe e reconhecimento. Na dimensão organizacional leva-se em
consideração a carga de trabalho, as condições de trabalho e clareza
organizacional e padrão de desempenho.
5
No que diz respeito ao nível externo, o grau de satisfação dos
consumidores é importante tanto pela satisfação inerente ao consumo do bem
e serviço como também pelos reflexos da propagação sobre clientes potenciais
e sobre a imagem da empresa.
Para Kotler (1998), a satisfação é o desejo de sentimento ou de
desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo
produto em relação às expectativas da pessoa. Segundo Lovelock e Wright
(2003) no momento em que um cliente avalia a qualidade de um serviço, ele
está julgando em função de um padrão interno já existente, que é à base de
suas expectativas.
Um cliente não adquire apenas o produto, mas sim à satisfação que ele
proporcionará. Como o cliente compra satisfação, todos os bens e serviços
concorrem intensamente mesmo sendo totalmente diferentes, sirvam a funções
diferentes, sejam feitos, distribuídos e vendidos de maneiras diferentes – mas
constituem meios alternativos para que o cliente obtenha a mesma satisfação
(DRUCKER, 1964).
Os clientes não dão importância somente às características ou atributos
dos produtos, mas também aos benefícios que eles proporcionam como:
prazer, poder, conveniência, status, saúde, praticidade, sonho, entre outros
aspectos. São esses atributos que levam o cliente a comprar (BISPO, 2008).
Ainda para Kotler (1998) a satisfação aliada ao bom atendimento é o
aspecto que faz o cliente retornar e, por isso, a satisfação do cliente tem que
ser o motivo maior, pois estes quando satisfeitos são mais do que simples
consumidores ou clientes, mas, parceiros comerciais e advogados defendendo
a empresa e fazendo propaganda para amigos e familiares.
Segundo Bispo (2008), o melhor meio para identificar oportunidades de
negócios é procurar necessidades que não estão sendo satisfeitas, e através
disso desenvolver produtos e serviços para satisfazê-las a um custo que esteja
ao alcance dos consumidores. E para identificar essas necessidades é
necessário prestar atenção, ouvir e atender as recomendações das pessoas.
Em se tratando de satisfação do cliente, Denton (1990) explica que ela
ocorre quando uma companhia enfoca seus esforços em serviços com
qualidade. Essa satisfação produz recompensas reais para a companhia em
6
termos de lealdade dos clientes e na imagem da empresa. A insatisfação dos
clientes, por sua vez, produz descontentamentos reais e isso é um fato que as
empresas raramente podem se dar ao luxo de ignorar.
Clientes insatisfeitos ou indiferentes podem ser atraídos pelos
concorrentes, enquanto que um cliente encantado é mais propenso a
permanecer fiel a despeito de ofertas competitivas atraentes que a
concorrência possa oferecer. Mas, para uma empresa melhorar os níveis de
satisfação do cliente, ela deve inicialmente descobrir o quanto seus clientes
atuais estão realmente satisfeitos ou insatisfeitos (LOVELOCK; WRIGHT,
2003).
Assim é muito importante saber usar as ferramentas de marketing
estrategicamente para ajudar a empresa à alcançar melhores resultados
econômicos, financeiros e sociais com a preocupação voltada para os
benefícios que o seu produto oferece para os clientes. (BISPO, 2008).
Além das ferramentas, há uma estreita ligação entre qualidade de
produtos e serviços, satisfação de clientes e lucratividade da empresa. Níveis
mais elevados de qualidade resultam em níveis mais elevados de satisfação de
clientes, ao mesmo tempo em que justifica preços mais altos e frequentemente
permitem custos menores, elevando assim a lucratividade da empresa.
(KOTLER; KELLER, 2006).
Manter o cliente é mais vantajoso para a empresa, pois, segundo
Lovelock e Wright (2003), um cliente satisfeito fornece muitos benefícios para a
empresa ao se tornarem fiéis. Em números, Kotler (2000) constatou que
conquistar novos clientes custa entre cinco a sete vezes mais do que manter os
já existentes.
Conclui-se, portanto que, no longo prazo, é mais lucrativo manter bons
clientes do que atrair e desenvolver novos clientes para substituir os que saem
e um fator que pode fazer a diferença na decisão do cliente é ter qualidade no
atendimento.
1.3 Metodologia e fonte dos dados
7
A metodologia utilizada neste trabalho abrange a pesquisa documental
referente aos aspectos gerais sobre o comércio e o comércio varejista em
especial, por meio de livros e artigos acadêmicos que versam sobre o assunto.
Tem assim um caráter exploratório e descritivo. Exploratória por não haver
nenhum estudo que aborde o tema proposto aplicado a empresa
especificamente e descritiva porque visa descrever percepções e expectativas
dos funcionários e clientes entrevistados (VERGARA, 1997).
Os dados utilizados provêm de fontes secundárias e primárias. No
primeiro caso enquadram-se os dados obtidos junto a instituições como o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Federação do
Comércio do Rio Grande do Norte (Fecomércio RN). Os dados primários foram
obtidos por meio da aplicação de questionários entre os colaboradores da
empresa e seus clientes.1
O questionário sobre o Clima Organizacional foi aplicado apresentado a
todos os colaboradores da empresa e por eles respondido. Isto é, as respostas
contemplam o universo dos responsáveis pela condução da empresa,
totalizando 16 indivíduos. Para a elaboração das questões pertinentes foram
consultados textos acadêmicos como os de Bedani (2006) e Ferreira Bispo
(2006).
A pesquisa sobre o nível de Satisfação dos Clientes também foi baseada
em textos acadêmicos, como os de Trainoti (2006), Zonato (2010) e Torres
(2007). A distribuição dos questionários foi baseada no cadastro de
aproximadamente 800 clientes, por meio dos respectivos endereços
eletrônicos. Foram enviados 120 questionários dos quais retornaram 55, isto é
46% do total da amostra.
Em ambos os casos procedeu-se à adaptação do questionário aos
aspectos específicos da empresa. Em virtude do tempo disponível para a
realização do estudo, não foi realizada a etapa de pré-teste necessária para a
avaliação prévia da eficácia do instrumento. Entretanto, acredita-se que os
resultados obtidos refletem adequadamente a realidade observada na loja.
1 Os questionários aplicados e seus resultados são apresentados no Anexo deste trabalho.
8
Além desta introdução este trabalho contém mais quatro capítulos. Nos
próximos são expostos as conformações dos canais de distribuição que
intermediam a produção e o consumo final. Neste capítulo também são
apontados à importância do comércio varejista no Brasil e sua evolução em
Natal, como forma de situar a empresa nesse contexto. No capítulo três são
apresentadas as características da empresa pesquisada e a evolução do seu
fluxo financeiro no período de 2011 a 2015. No capítulo quatro são
apresentados os perfis dos colaboradores e clientes da empresa e o resultado
obtido na pesquisa direta. Finalmente, no quinto capítulo apresenta-se um
resumo do trabalho e breves recomendações a partir do resultado observado.
No geral a empresa apresenta resultados bastante positivos em relação
aos quesitos pesquisados nas duas vertentes da pesquisa, mas seu
desempenho recente sugere que pesquisas complementares e a adoção de um
plano orientado por consultoria especializada são recomendadas para reverter
a tendência de queda no faturamento observada nesse período.
9
2 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO DO COMÉRCIO VAREJISTA E O
COMÉRCIO VAREJISTA EM NATAL
Conforme Kotler (2000, p.540), todas as atividades de venda de bens ou
serviços diretamente aos consumidores finais são definidas como varejo. O
local onde os produtos ou serviços são vendidos (lojas, rua ou residência do
consumidor) não é importante para a definição da atividade e as maneiras
pelas quais os bens ou serviços são vendidos estão incluídas no conceito de
retalho, seja por meio de venda pessoal, correio, telefone, internet, máquina
automática ou outras formas.
Casas e Garcia (2007, p.23) corroboram a afirmação acima destacando
a definição de varejo:
[...] pode-se concluir que o varejo tem como condição básica de sua prática a comercialização de produtos ou serviços a consumidores finais, não importando a natureza da organização que o exerce e tampouco o local em que está sendo praticado.
As diferentes formas de intermediação, entretanto, podem configurar
diferentes estruturas de mercado no processo de intermediação entre o
produtor e o consumidor final.
2.1 Estruturas de mercado no comércio varejista
Conforme Raniere (2013) existem estruturas de mercados com
diferentes níveis de intermediários entre os fabricantes dos produtos e os
consumidores finais. A figura 1 abaixo, representa em cada uma de suas
colunas as diferentes formas de intermediação entre a produção e a entrega do
produto ao consumidor final. Assim, podemos verificar que:
a. na primeira coluna, o fabricante distribui diretamente seus produtos
para os consumidores. Note-se que as vendas nesses casos podem
ser realizadas da forma mais tradicional, como por exemplo o
produtor rural que comercializa sua produção diretamente com seus
fregueses ou a grande empresa que comercializa sua produção por
meio da rede mundial de computadores;
10
b. na segunda coluna, o fabricante distribui seus produtos para os
varejistas que, por sua vez, repassam as mercadorias para os
consumidores.
c. Na terceira coluna o fabricante distribui para o atacadista que
repassa para o varejista o qual revende para os consumidores;
d. na quarta coluna entre o fabricante e o consumidor existem vários
níveis de intermediação (agente, atacadista e varejista).
As formas de intermediação mostradas nas colunas b, c e d são as mais
comuns na intermediação entre a produção e o consumidor final. Também à
que se considerar que uma mesma empresa pode utilizar estratégias diferentes
dependendo dos mercados que pretende atingir, aproveitando a capilaridade
proporcionada pelas empresas varejistas. Evidentemente, quanto maior o
número de intermediários interferindo no processo, maior deve ser o preço final
ao consumidor. Esse fato mostra uma das vantagens existentes no sistema de
venda direta por meio da internet em relação ao comércio físico em diversos
segmentos do comércio varejista.
Fig. 1 Canais de distribuição de bens de consumo Fonte: ROSENBLOOM, Bert. Marketing Channel: a management view. 6. Ed. Hinsdale: Dryden Press, 1999. P.23.
A empresa de comércio varejista, por sua vez, dependendo do segmento
em que ela atua, poderá ser abastecida por uma ou mais das diferentes rede
FABRICANTE FABRICANTE FAB RICANTE FABRICANTE
AGENTE
ATACADISTA
VAREJISTA
CONSUMIDO
R
ATACADISTA
VAREJISTA
CONSUMIDOR
VAREJISTA
CONSUMIDOR CONSUMIDOR
11
de intermediação entre a produção e o consumidor final. Uma empresa
revendedora autorizada de veículos, por exemplo, por comercializar uma única
e determinada marca é representada claramente pela coluna b, enquanto um
supermercado ou hipermercado, dada a diversidade de itens transacionados,
utiliza-se de todas as formas de estruturas de mercado.2
Uma das facilidades do varejo é que os consumidores podem escolher
os seus produtos em pequenas quantidades e tem à disposição variedades de
produtos e, muitas vezes, profissionais capacitados para proporcionar o melhor
atendimento. Há possibilidade de realizar promoções específicas para atrair os
clientes e com isso aumentar o nível das vendas em termos gerais ou de
produtos específicos. Também há a possibilidade de adequar as formas de
pagamento e de financiamento às necessidades dos compradores, uma vez
que há relações mais próximas entre estes e a direção da empresa. A
visibilidade e a importância do varejo na economia são indiscutíveis e por isso
se faz necessário ter um olhar direcionado para esse setor varejista de forma
que o mesmo possa suprir novas demandas juntos aos seus consumidores.
2.2 O varejo no Brasil e suas mudanças estruturais recentes
O varejo no Brasil começou com a colonização portuguesa. A extração e
comercialização do pau-brasil, pedras preciosas e, mais adiante a produção e
comercialização de produtos como o açúcar, foram as atividades iniciais do
comércio varejista no país.
Com a evolução da sociedade e a independência do Brasil vieram para o
comércio muitos fazendeiros que usavam em suas plantações de café,
algodão, cana de açúcar, a mão de obra escrava, e distribuíam sua produção
para intermediários varejista que vendiam ao consumidor final. O mercado era
considerado como varejista pelas características de armazém com uma grande
variedade de produtos em grandes quantidades e o preço era acessível para
gerar um alto fluxo de capital.
2 Os supermercados e hipermercados geralmente possuem unidades industriais dedicadas à
panificação e produção de outros tipos de alimentos que são vendidos diretamente ao consumidor final.
12
Ao longo dos anos do século passado, com a integração das diversas
regiões do país formou-se uma rede de distribuição de bens e serviços que
permitiu a formação de grandes empresas distribuidoras de abrangência
regional e nacional. No final desse período, intensificou-se a
internacionalização do capital comercial, com a introdução de redes
internacionais de distribuição. Esse processo também engendrou a
concentração em diversos segmentos do comércio varejista, notadamente no
segmento de hipermercados e supermercados.
O processo de concentração pode ter como efeito um maior poder de
barganha das grandes redes na negociação com os produtores, em relação ao
menor poder dos pequenos comerciantes. Isso se verifica em diferentes ramos,
sendo visíveis também nos segmentos de perfumaria e medicamentos,
instrumentos óticos, etc. As estratégias de defesa dos pequenos empresários
nessas cadeias de comércio são diferenciação no atendimento, representado
por uma maior proximidade e conhecimento das necessidades específicas de
seus consumidores. Aliam-se a isto facilidades na forma de pagamento e
certas relações informais permitidas pela proximidade e conhecimento pessoal.
Assim, a estratégia de trazer o consumidor para perto de si, constitui uma arma
eficaz em certos segmentos do mercado.
Em Torres (2007), o comércio varejista no Brasil é composto
principalmente de estabelecimento isolados. Para Cobra (1997:558), no Norte e
Nordeste o número de estabelecimentos isolados é elevado. Em São Paulo,
apenas 28% dos estabelecimentos são de uma empresa, e 72% são de
estabelecimentos únicos, (Pesquisa da Estrutura Varejista do estado de São
Paulo apud Cobra, 1997:558). As atividades que mais representam
estabelecimentos únicos são aquelas referentes à revendedores de veículos,
brinquedos e artigos esportivos, farmácia e drogarias. Os supermercados e
lojas de departamentos são as que predominam, com mais de um
estabelecimento sob o controle de uma empresa.
Ainda segundo pesquisa apresentada por Torres (2007), a grande
maioria do comércio varejista no Brasil é constituída por pequenas lojas, com
reduzido negócio dirigido, geralmente por apenas um ou dois proprietários,
auxiliados por suas famílias. Nesse pequeno comércio encontram-se: bazares,
13
armarinhos, tecidos, papelarias, tapeçarias, vestuários, farmácias, armazéns,
vendas de artigos diversos, etc. (Cobra,1997:559).
Essa pesquisadora ainda afirma que, no interior do Brasil, é frequente
ainda encontrar lojas de varejo em geral, onde se vende de pente a trator. É
comum uma mesma loja vender artigos de armarinho, tecido, vestuário,
eletrodomésticos, implementos agrícolas, materiais de construção, louças,
artigos de papelaria, bebidas, cigarros alimentos em geral e outras
mercadorias.
2.3 O comércio varejista em Natal
De acordo com Torres (2007), foi no final do século XX que o comércio
de Natal começou a sofrer modificações. Por muito tempo, os bairros da
Ribeira, Cidade Alta e Alecrim foram os principais centros comerciais da cidade
e ainda nos dias de hoje alguns desses bairros se mantém como um forte polo
comercial. Na década de 1940 destacou-se o bairro da Ribeira como o principal
centro comercial, isso devido, a segunda grande guerra mundial, pois a
localização do porto contribuiu para o fluxo de soldados no bairro e
consequentemente também maior fluxo de pessoas.
Ainda segundo Nascimento (2003:30) apud Torres (2007), durante o
período da segunda guerra, a presença dos soldados americanos instalados na
base aérea de Parnamirim fez com que a população de Natal aumentasse
consideravelmente, consequentemente aumentando a demanda pelos mais
diversos tipos de bens de consumo. Assim, surgiram vários estabelecimentos
comerciais para atender as necessidades da população da cidade. Com o
crescimento e desenvolvimento do município, os habitantes dos bairros mais
distantes começaram a utilizar o comércio e os serviços do bairro da Ribeira. A
variedade de lojas de diferentes ramos era grande, onde se encontrava de
tudo, abrangendo do comércio de carnes, a roupas, farmácias, bancos e outros
vários tipos de estabelecimentos comerciais.
Conforme Corrêa (1997:11) apud Torres et al (2007), o bairro da Ribeira,
que até então apresentava um grande potencial comercial, começa a perder
importância com o fim da Segunda Guerra Mundial, entrando em decadência
14
devido à redução do fluxo de pessoas no bairro. Com isso muitos comerciantes
fecharam as portas dos seus estabelecimentos ou mudaram para outras
localidades da cidade.
Já o comércio do bairro do Alecrim, beneficiou-se indiretamente da
Segunda Guerra, apesar de não ser frequentado pelos soldados americanos,
mas começou a atender as necessidades demandadas pelas pessoas que
chegavam do interior do estado. Esse aumento do fluxo de pessoas pelo bairro
fez com que o comércio do Alecrim se desenvolvesse e se expandisse, se
tornando em um grande centro de comércio popular varejista, a partir da
década de 1970, não sentindo tanto a queda dos negócios com o fim da grande
guerra.
Apesar das instabilidades econômicas que o passou nas décadas de
1980 e 1990 cresceu, sem perder a característica de comércio popular de
Natal. Suas principais ruas e avenidas. As avenidas Coronel Estevam, Mário
Negócio e Presidente Bandeira são as principais vias onde se encontram o
maior conglomerado de lojas, nos mais diversificados ramos do comércio,
sendo que algumas delas concentram segmentos específicos de comércio,
gerando sinergias devido à especialização. Além disso, o bairro apresenta a
maior concentração do comércio popular de Natal, no popularmente conhecido
camelódromo, localizado no canteiro central da Av. Pres. Bandeira no centro do
Alecrim.
Com a decadência do comércio no bairro da Ribeira devido o fim da
Segunda Grande Guerra, outros bairros da cidade começaram a aumentar sua
importância no comércio varejista. No bairro da Cidade Alta, na década de 50
já começou a surgir algumas lojas no ramo de roupas, livrarias e armarinhos,
que passaram a atrair consumidores para compras dessas mercadorias
(Nascimento, 2003, apud Torres 2007). Nesse período foi implantado o
bondinho ligando a Ribeira à Cidade Alta, ao mesmo tempo em que o fluxo de
veículos aumentava na Av. Rio Branco, a principal avenida do bairro. O maior
fluxo de pessoas induziu o crescimento do comércio varejista no local. Na
década de 60 o comércio da Cidade Alta passou pelo seu melhor momento,
surgindo uma enorme diversificação de estabelecimentos comerciais, mudando
15
de vez as características do bairro, transformando-o predominantemente
residencial em comercial.
O comércio varejista do bairro da Cidade Alta ainda se manteve como
um forte apelo comercial nas décadas de 1970 e 1980, suprindo as
necessidades dos consumidores de outros bairros onde o comércio varejista
praticamente inexistia.
A partir do início da década de 1990 o comércio do bairro da Cidade Alta
começa a apresentar decadência. Entre outras causas, se destaca a
descentralização do comércio e serviços que passam a migrar para outras
áreas da cidade como também criações de shopping em outros bairros, pois,
segundo a análise de Corrêa (1997,129). ”a descentralização aparece como
processo espacial associada a deseconomias de aglomeração da área central,
ao crescimento demográfico e espacial da cidade, inserindo-se no processo de
acumulação de capital”.
Atualmente os principais centros de varejo estão concentrados nos
shopping centers e nos centros comerciais espalhados pela cidade. Também a
implantação de hipermercados, que comercializam, além de alimentos, roupas,
aparelhos eletro-eletrônicos, reduziram a importância do comércio de lojas de
rua em Natal. Embora tenha diminuído sua importância em termos do volume
de vendas, o número de pequenos estabelecimentos continua muito
significativo, tendo muita expressividade no nível de emprego e de renda
geradas na cidade.
2.4 Desempenho recente do comércio varejista em Natal
Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
do Rio Grande do Norte (Fecomércio RN), as vendas do comércio varejista
potiguar fecharam o ano de 2015 com queda de 5,9% em relação a 2014. Esta
foi a primeira queda de vendas no Rio Grande do Norte desde 2005, quando o
IBGE iniciou a série histórica. Contudo, o bom momento vivido pelo turismo ao
longo de 2015, fez com que a queda fosse menor do que em outros estados,
visto que o RN teve a segunda menor redução no país, empatando com São
Paulo e atrás apenas de Roraima. Nos vizinhos Estados de Pernambuco e
16
Ceará, as quedas foram de 10,8% e 8,3%, respectivamente. A diminuição de
5,9% representa a perda de aproximadamente R$ 1,12 bilhão em vendas para
o varejo potiguar, segundo estimativas da Fecomércio RN.
Para a Fecomércio RN os resultados apresentados pelo IBGE
confirmam as expectativas de queda de 14% nas vendas no varejo para o mês
de dezembro de 2015. A queda de 14% nas vendas do varejo em dezembro de
2015 comparando com o mesmo mês do ano anterior também foi a primeira
desde 2005. Além disso, dos doze meses de 2015, em apenas três meses
(janeiro, março e junho) houve aumento de vendas do varejo sobre os mesmos
meses de 2014. Em todos os demais existiram queda, sendo que a de
dezembro foi a maior do ano, seguida por novembro (-12,0%) e setembro (-
11,9%).
Considerando o desempenho por segmento do varejo, os destaques em
termos de contribuição para o resultado global, foram: Móveis e
eletrodomésticos (-14,0%); hipermercados, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo (-2,5%); tecidos, vestuário e calçados (-8,7%) e
combustíveis e lubrificantes (-6,2%). As demais atividades com desempenho
negativo foram: livros, jornais, revistas e papelaria (-10,9%); equipamentos e
material de escritório, informática e comunicação (-1,7%) e outros artigos de
uso pessoal e doméstico (-1,3%). Na comparação com o ano de 2014, o único
setor que apresentou aumento no volume de vendas foi artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com 3,0% de avanço.
A queda de 14,0% em 2015 em no setor de móveis e eletrodomésticos
foi a mais acentuada da série histórica iniciada em 2001 pelo IBGE,
contribuindo com o maior impacto negativo na taxa anual do comércio varejista.
Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito e à
evolução da massa real de rendimentos, o resultado do setor, abaixo da média
geral, foi influenciado principalmente pela elevação da taxa de juros nas
operações de crédito às pessoas físicas e pela queda da renda real entre
dezembro de 2014 e dezembro de 2015. A redução das vendas desse
segmento reflete também a retirada dos incentivos via redução de impostos,
em especial na linha branca, fato que vinha ocorrendo nos últimos anos.
17
O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo, com queda de 2,5% no fechamento de 2015, teve o recuo
mais acentuado desde 2003 (-4,9%) e exerceu a segunda maior influência
negativa na redução do total do varejo. A redução da renda real ao longo de
2015 e o aumento de preços dos alimentos em domicílio, no mesmo período,
foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do setor.
O segmento de tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 8,7% no
acumulado janeiro-dezembro de 2015, foi responsável pela terceira
contribuição negativa no fechamento de 2015. Essa foi a maior queda na sua
série histórica. Mesmo com os preços de vestuário se posicionando abaixo do
índice geral de inflação, a atividade apresenta desempenho acumulado inferior
à média geral do comércio varejista, refletindo o quadro de perda de poder de
compra das famílias.
Combustíveis e lubrificantes, com redução de 6,2% no volume de
vendas em relação ao ano de 2014, representou a quarta maior contribuição
negativa no resultado total do varejo. Este resultado, abaixo da média geral, foi
influenciado pela alta de preços dos combustíveis, cuja variação superou a
inflação, além do impacto devido à redução do ritmo da atividade econômica. A
atividade de livros, jornais, revistas e papelaria apresentou queda de 10,9% no
volume de vendas sobre janeiro-dezembro de 2014, a mais acentuada da sua
série histórica. Além da redução da renda real, a trajetória declinante desta
atividade vem sendo influenciada, em especial no que tange a jornais e
revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio
eletrônico.
Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação, com
redução no volume de vendas de 1,7% no acumulado do ano de 2015, reflete
não só o quadro de redução de renda real e elevação dos juros, como também,
especialmente para informática, um processo de migração dos computadores
de mesa para equipamentos de maior portabilidade e custos mais baixos, tais
como tablets e smartphones. Com queda de 1,3% no acumulado janeiro-
dezembro de 2015, o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico,
que engloba lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos,
18
brinquedos, etc., registrou a primeira variação negativa para o volume de
vendas nesse tipo de comparação.
Somente artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos fechou 2015 com crescimento no volume de vendas (3,0%).
Embora esse desempenho possa ser atribuído ao caráter essencial do uso de
seus produtos, o crescimento no ano foi o mais baixo da série histórica do
setor.
O comércio varejista ampliado registrou em 2015 uma variação
acumulada negativa de 8,6% sobre o ano anterior, a queda mais acentuada da
série histórica. Esse resultado reflete o comportamento das vendas de
veículos, motos, partes e peças (-17,8%) e de material de construção (-8,4%),
os recuos mais elevados das suas séries históricas. Os fatores que justificam
este desempenho são a diminuição do ritmo de crédito, a gradual retirada dos
incentivos via redução do IPI, a elevação da taxa de juros e a restrição
orçamentária das famílias.
As reduções nos volumes de vendas registrados em 2015 reforçam as
explicações para o que já havia sido registrado pelo Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Segundo
os dados, o estado do Rio Grande do Norte fechou o ano de 2015
contabilizando a perda de 12.298 empregos formais. Embora os segmentos de
Construção Civil com -6.305 e a Indústria de Transformação com -3.930
liderem o ranking das perdas absolutas de vagas, ressalta-se que o setor de
Comércio reduziu 2.237 empregos, enquanto que o setor de Serviços encerrou
o ano com saldo positivo de 529. No ano de 2014, este setor de serviços havia
aberto mais de 9 mil vagas, ou seja, vinha sendo o motor da geração de
empregos do Estado. Juntos Comércio e Serviços terminaram o ano de 2015
amargando uma queda de 1.708 empregos com carteira assinada.
19
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E RESULTADOS DA PESQUISA
A Vitrine da Arte, cuja razão social é Vitrine da Arte Comércio e Serviços
Ltda, é caracteristicamente uma empresa familiar, com três membros da família
atuando diretamente na empresa, que iniciou suas atividades em 2010, com a
aquisição de uma outra loja (Loja da Impressão que atuava no ramo de
serigrafia e sinalização). Com uma ampla loja no centro da cidade, localizada
na Rua Ulisses Caldas, 248 no Bairro da Cidade Alta, a empresa fornece
produtos para confecção de diversos tipos de artesanato, pintura, scrapbook,
desenho técnico, comunicação, serigrafia e sinalização, expandindo as
atividades da empresa original.
Entre os produtos comercializados destacam-se tintas para artesanato,
tintas para artes plásticas, vernizes e auxiliares como base para pintura em tela
à óleo e acrílica, pincéis, telas e molduras, papéis especiais para artesanato,
tintas para serigrafia, adesivos para sinalização de veículos e placas para
faixadas de lojas.
Os serviços prestados, como estratégia para ampliar o número de
consumidores e aperfeiçoar as habilidades da clientela, inclui cursos de
artesanato, além de treinamentos para manuseio de algumas ferramentas de
scrapbook (técnica de decoração de álbum de fotografia). Os cursos são
ministrados em um ateliê amplo e climatizado, com uma variada programação
de cursos mensais, inclusive com artistas renomados nacionalmente,
proporcionando momentos de muita descontração, alegria e criatividade. Por
fim, a empresa mantém serviço de entrega em domicílio.
3.1 Principais fornecedores e canais de comercialização
A maioria dos fornecedores da Vitrine da Arte se localiza em outros
estados, principalmente de São Paulo. Algumas compras são realizadas com a
intermediação de representantes, como é o caso da Acrilex Tintas e a Fábrica
de Tintas Corfix, que fornecem tintas para arte e artesanato nas linhas
acrílicas, nas cores brilhantes e foscas; pinturas em tecidos, couro, gesso,
cerâmica; tintas à óleo para tecidos, telas, madeira nas cores brilhantes e
20
foscas além de auxiliares como solventes para diluição e limpeza e
retardadores para auxiliar a secagem da tinta.
O fornecedor Toke e Crie também está situado em São Paulo e fornece
seus produtos por meio de representante. Seus produtos atendem a linha de
artesanato que empregam papéis especiais, colas como também ferramentas
que são utilizadas para perfurar e cortar papéis para as atividades de
scrapbook.
Os fabricantes Pinceis Tigre e Condor Pinceis são também fornecedores
localizados no estado de São Paulo, porém as compras são realizadas
diretamente. Os fabricantes Faber Castell e Canson do Brasil são fornecedores
de produtos voltados mais para a linha desenhos artísticos, são lápis e papéis
especiais que só profissionais dessa arte utilizam. Os fabricantes Imprimax
Auto Adesivos, Auto Adesivos Colacril e Gênesis Tintas especiais, são
fornecedores da linha de serigrafia e sinalização e seus produtos são vinis auto
colantes para placas de faixadas e veículos e tintas para serigrafia de um modo
geral, tintas para impressão em tecidos e vinis serigráficos.
Os fornecedores locais são os atacadistas Casa Norte e Isquisita
Atacado, nos quais são adquiridas toda a linha de produtos de papelaria,
escritório e material escolar.
Na estrutura de distribuição mostrado na figura 1, podem ser
constatadas duas situações na relação da empresa com seus fornecedores.
Em alguns casos, as compras são realizadas com a intermediação de
representantes dos produtores3. Em outros, melhor caracterizado
correspondem à coluna 2, onde os produtos são adquiridos diretamente do
fabricante pelo varejista. Finalmente, em menor escala, existem as aquisições
realizadas por meio de atacadistas locais.
Pode-se inferir que quanto maior o número de intermediários mais
elevado deve ser o preço do produto final para o consumidor. Além disso, ao
ser abastecido pelos atacadistas locais, que também atuam como varejistas, a
concorrência em preços deve ser desfavorável para a empresa.
3 Na figura mencionada não há esse caso específico, pois na coluna 4 observa-se mais níveis
de intermediação com a interferência do agente.
21
3.2 Ambiente concorrencial
A estrutura de mercado do segmento no qual está classificada a
empresa segundo a CNAE - pode ser considerada como um oligopólio
competitivo, uma vez que há um grande número de empresas em relação ao
tamanho do mercado local. Entretanto, quando olhamos as linhas de produtos
para finalidades específicas, como é o caso da empresa, se observa um
quadro diferente.
Segundo entrevistas com representantes dos principais fornecedores da
Vitrine da Arte, atualmente existem três lojas em Natal com as mesmas
características de revenda de produtos específicos para esse tipo de
artesanato, sendo que a empresa se destaca como a principal fornecedora no
mercado local dos produtos destinados ao artesanato de modo geral, uma vez
que o volume de suas compras são bem maiores que a dos seus concorrentes
diretos.4
Ainda segundo os entrevistados, essa posição de destaque se deve às
parceria entre os fornecedores e a Vitrine da Arte na realização de cursos de
artesanato, incluindo a colaboração de professores enviados pelos
fornecedores. Assim, nesse mercado específico a empresa deveria ter um
razoável poder de mercado, ao menos no que tange aos produtos que somente
ela comercializa (como é o caso da linha para scrapbook). Entretanto, para
conhecer em que grau essa vantagem poderia reverter em maior margem de
lucro na comercialização desses produtos seriam necessárias análises que
estão fora do escopo deste trabalho.
3.3 Estrutura organizacional
A empresa constituída, como se viu acima, há cerca de seis anos, conta
atualmente com quinze funcionários. Cada uma das linhas específicas de
4 A busca por informações específicas desse segmento em fontes oficiais e de representação
do comércio resultaram infrutíferas.
22
produtos é considerada como um departamento, além das atividades
desenvolvidas no atelier de ensino.5
Conforme organograma representado na Figura 2, a empresa é
composta por um diretoria, ocupada por um dos sócios, uma gerência
financeira ocupada por outro sócio, responsável pelo setor de recursos
humanos, contas a pagar e receber e o caixa da empresa. A gerência
comercial é responsável pelos setores de compras, de vendas e estoque da
empresa.
A contabilidade da organização é terceirizada, sendo que os gestores da
empresa entregam mensalmente ao escritório o movimento fiscal com os
respectivos documentos contábeis. A empresa possui um software no qual são
registrados os dados financeiros, como fluxo de caixa, contas a receber, contas
a pagar, controle de estoques, administração de contas bancárias, entre outros,
e que serve de base para a administração cotidiana.
Fig. 2. Organograma da empresa Vitrine das Artes.
Fonte: Elaboração própria baseada nas informações da empresa.
São estabelecidas metas para as vendas em suas diversas linhas de
produtos. A divulgação da empresa e de seus produtos é realizada por meio da
5Segundo informações da empresa os dezesseis funcionários distribuem em três gerentes, um
caixa, dois auxiliares de escritório, um estoquista e oito vendedores. Há um motoboy (terceirizado) que presta serviço para empresa.
23
página na internet e nas redes sociais em geral. Como relatado anteriormente a
empresa possui um cadastro de seus clientes que serve para estabelecer
comunicação direta. A empresa utiliza os canais de comunicação disponíveis
para o recebimento de pedidos e realiza a entrega em domicílio por meio de
um agente terceirizado.
A necessidade de que os colaboradores estejam aptos a realizar
atendimentos, manter controle das diferentes linhas produtos e conhecedores
das rotinas de trabalho, tornando-os “especialistas”, faz com que a qualificação
e o aperfeiçoamento para conhecer as inovações introduzidas nos itens
comercializados sejam frequentes. Os treinamentos são feitos através de
cursos junto aos fornecedores parceiros e na própria empresa.
A seleção para contratação de um novo colaborador é realizada por
meio de entrevistas e referências pessoais. A contratação segue as normas da
CLT e a remuneração é de acordo com um salário comercial estipulado além
de comissões com relação as vendas da empresa.
3.4 Linhas de produtos comercializados
Cada uma das linhas de produtos é tratada como um departamento em
função das necessidades específicas da clientela atendida. Assim, os
departamentos podem ser descritos da seguinte forma:
Departamento de Artesanato
Nesse departamento, a loja oferece uma vasta gama de produtos para
artesanato como produtos para pintura em madeira, tecido, porcelana,
découpage (transferência de imagens ou fotografias para substratos), recortes
(estiletes e facas especiais), colagens e biscuit (confecção de objetos em
massa de modelar). Tintas, pincéis, peças de mdf (tipo de madeira prensada),
massas, colas, tesouras artesanais, papéis, aerógrafos, pirógrafos, auxiliares
(vernizes e solventes) etc.
24
Figura 3: Prateleira com exposição de peças de madeira.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Departamento Artístico
Essa seção traz produtos especializados para técnicas artísticas.
Marcas nacionais e internacionais. Os produtos artísticos atendem com
excelência os mais exigentes artistas plásticos locais e de outros Estados como
as tintas aquarelas, pastéis, grafites, tintas acrílicas e óleo, pincéis, telas,
cavaletes, blocos de desenho, auxiliares (vernizes e solventes), acessórios,
etc.
Figura 4 - Expositor de pinceis.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)
Departamento de Scrapbook
25
Essa fantástica técnica tem como principal finalidade a decoração de
álbuns de fotografia, mas com criatividade consegue-se fazer convites, cartões,
decoração de caixas, peças de madeira, lembrancinhas, agendas, livros,
decoração de festas e outros.
Figura 5. Expositor de ferramentas e acessórios para scrapbook.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)
Departamento de Comunicação para o varejo
Nesse setor a loja oferece produtos para sinalização de
supermercados, como etiquetas para mercadorias, sinalização de gôndolas,
tintas e pincéis para cartazes com anúncios promocionais e tudo que envolva o
setor de decoração das lojas.
26
Figura 6. Prateleira com exposição de tintas para comunicação visual.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)
Departamento de Serigrafia
Nesse departamento são oferecidos todos os produtos utilizados em
serigrafia como: tintas, vernizes, emulsões, rodos, quadros, tecido de poliéster
e máquinas e equipamentos.
Figura 7 - Prateleira com exposição de tintas para serigrafia
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)
Departamento de Sinalização
27
Nesse departamento são oferecidos vinis para adesivação de
veículos, vinil refletivo para sinalização de placas de rodovias, vinil
holográficos, máscaras para transferência, aplicador de vinil, sopradores etc.
Figura 8 - Expositor de vinil para comunicação visual
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)
Departamento de Desenho Técnico
Nesse setor são oferecidos produtos para os profissionais e alunos de
arquitetura, engenharia e desenhos técnicos de um modo geral, como:
Esquadros, compassos, grafites, lapiseiras, réguas, pranchetas, escalímetros
etc.
Sala de Atelier
O atelier é o local onde são realizados cursos para os clientes
interessados na área de artesanato, como pintura em caixa de MDF, tecido,
28
cerâmica, etc. cursos de scrapbook, como confecção e decoração de álbum de
fotografia, molduras etc; cursos de pinturas em tela a óleo, acrílica ou
texturizada, cursos de aerografia, entre outros.
Figura 9: Curso no atelier da Loja.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015)
3.5 Desempenho financeiro recente
As informações financeiras coletadas junto à empresa restringiram-se ao
seu faturamento anual, conforme mostrado na Tabela 1.
Considerando os cinco anos completos de existência da empresa
verifica-se que em termos nominais ou reais, o faturamento variou entre pouco
mais de R$ 1,8 milhão a R$ 2,0 milhões de reais, sendo crescente em termos
nominais nos três primeiros anos e com pequena redução em 2014, seguindo
novamente de tendência crescente no ano de 2015.
Tabela 1. Valor anual total do faturamento da empresa – 2011 – 2015 (em reais)
ANO VALOR
CORRENTE
VALOR
CONSTANTE(1)
VARIAÇÃO
ANUAL (%)
2011 1.809.369 2.388.506 100,00
2012 1.811.755 2.259.690 94,61
29
2013 1.956.392 2.303.924 101,96
2014 1.941.620 2.148.791 93,27
2015 2.036.586 2.036.586 94,78
Fonte: Departamento de Contabilidade. (1) Valores atualizados monetariamente pelo IPCA de 2015. Elaboração própria
Gráfico 1. Variação anual do valor total das vendas 2011- 2015
Fonte: Dados fornecidos pela empresa. Elaboração própria
Apesar do comportamento do valor corrente do faturamento anual
mostrar crescimento, o valor anual total constante, com os dados atualizados
monetariamente pelo IPCA, mostra um quadro diferente, pois são decrescentes
desde o primeiro ano em que ela está operando plenamente. Verifica-se que há
uma pequena recuperação no ano de 2013 em relação a 2012, mas a
tendência de queda se acentuou a partir daí, sendo 14,73% menor em 2015
em relação a 2011.
A queda de 5,2% no valor real das vendas da empresa em 2015 quando
comparada ao ano anterior é bastante próximo ao verificado para o comércio
varejista de Natal apresentado pela Fecomércio RN (5,9%). Entretanto, os
resultados verificados nos anos anteriores contrastam com o crescimento
positivo do comércio em geral.
30
Não foram disponibilizados dados para uma análise mais detalhada
sobre as linhas de produtos comercializadas que poderiam mostrar o
desempenho desagregado e facilitar a comparação com os congêneres do
comércio em Natal.
31
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise do clima organizacional e do grau de satisfação dos clientes
está apoiada em pesquisa direta envolvendo os colaboradores e parcela dos
clientes da empresa, conforme relatado na metodologia do trabalho. Em
relação a ambas as categorias serão destacadas seu perfil, incluindo idade,
sexo, estado civil, nível de escolaridade, entre outras características
específicas de cada grupo.
4.1 Avaliação e análise do clima organizacional
Todos os colaboradores da empresa responderam ao questionário. A
primeira parte foi composta por questões que envolviam o perfil do colaborador
e em seguida as questões que envolvem o clima organizacional propriamente.
4.1.1 Perfil dos colaboradores da empresa
Os resultados obtidos estão representados no conjunto de gráficos que
compõem a Figura 8, abaixo.
Quanto ao gênero, 75% dos colaboradores pertencem ao sexo feminino
(75%). A maioria da força de trabalho empregada no comércio e composta por
mulheres, mas no caso a ampla maioria se explica pelo fato de que as
principais linhas de artesanato a que a loja se dedica são voltadas para o
público feminino. Quanto à faixa etária, observa-se que os empregados são
adultos cuja maioria (87%) está distribuída igualmente nas faixas etárias entre
21 e 39 anos. A maioria dos colaboradores é composta por casados (56%).
Quanto à escolaridade, há predominância dos que concluíram o ensino
médio (75%), sendo que os demais possuem ensino superior completo. Quanto
aos cargos ocupados, 8 são dedicados à atividade principal , 4 estão voltados a
trabalho administrativo, um dedica-se ao controle de estoques e 3
desempenham as atividades de gerência da empresa. Quanto ao tempo que
estão empregados na Vitrine das Artes, o resultado revela que 62% estão na
empresa entre 3 e 5 anos enquanto os demais estão na empresa há no
32
máximo dois anos. Finalmente, a distribuição salarial dos colaboradores está
concentrada (62%) fortemente em R$ 880,00, que corresponde ao salário
mínimo da categoria; 25% recebem entre R$ 880,00 e R$ 1.500,00 e os
demais auferem renda entre R$ 1.500,00 e R$ 2.000,00.
Figura 10 - Características do perfil dos colaboradores.
Fonte: Dados fornecidos pela empresa. Elaboração própria.
33
Uma análise preliminar revela que o perfil dos colaboradores da
empresa não foge ao padrão esperado no comércio varejista, especialmente
em lojas relativamente pequena. Entretanto, pode-se observar que, como
empresa familiar, há certa concentração de colaboradores nas áreas
administrativas e gerenciais (embora seja de se prever que na realidade as
atividades desenvolvidas não devam ser rigidamente estabelecidas). Outro
aspecto que ressalta é que, apesar da redução relativa do faturamento da
empresa o número de empregados tem se mantido. Esse aspecto é importante
do ponto de vista da especialização necessária para o desenvolvimento das
atividades da empresa, mas revela que a receita média por empregado tem se
reduzido ao longo dos anos.
4.1.2 Análise do Clima Organizacional
O primeiro item analisado de acordo com o questionário apresentado
aos colaboradores diz respeito ao ambiente físico do local do trabalho,
envolvendo além das condições físicas as questões relativas ao meio ambiente
e às questões de segurança no trabalho.6
A maioria dos colaboradores se sente satisfeita com as condições de
trabalho, uma vez que 50% respondeu que concorda totalmente em relação ao
fato de que o espaço físico, iluminação, calor, odor, ventilação, layout, móveis e
utensílios são satisfatórios para o exercício das atividades e outros 19%
concordam parcialmente com essa afirmação.
Em relação à segurança, mais de dois terços dos colaboradores
concordam que as medidas de segurança adotadas são adequadas para a
6 Em relação às afirmações feitas nos itens do questionário, as respostas correspondem a
concordo totalmente (CT), concordo parcialmente (CP), discordo parcialmente (DP) e discordo totalmente (DT).
34
execução das tarefas. Já em relação à adoção de práticas para promover a
saúde no ambiente de trabalho o grau de satisfação está praticamente dividida
ao meio, pois metade dos colaboradores concorda plenamente com essa
afirmação, indicando a necessidade da adoção de ações que elevem o nível de
salubridade no ambiente de trabalho.
Figura 11 -. Condições físicas do ambiente de trabalho.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria.
Estes gráficos mostram o ambiente de trabalho de acordo com o
35
relacionamento entre todos que fazem a organização, ou seja, se o clima
organizacional é favorável ao alcance dos resultados.
Nota-se que a grande maioria tem um bom relacionamento interpessoal
de trabalho entre os colegas, pois 62% afirmaram terem respeito mútuo uns
com os outros. No que diz respeito à relação entre colegas, 56% responderam
que tem uma boa relação de trabalho com os colegas. E quanto a variável bom
relacionamento entre os empregados, (75%) responderam que acham ótimos
esse relacionamento, resultado esse que é bastante positivo para a Empresa,
pois o respeito e as cordialidades entre eles melhora o desempenho para o
atingimento dos objetivos da empresa.
Figura 12 - Relações entre os empregados.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria.
A percepção dos colaboradores em termos da cooperação, à soma dos
36
esforços, amizade e compreensão dos diferentes setores é positivo para a
maioria das questões apontadas. A grande maioria tem um bom
relacionamento interpessoal de trabalho entre os colegas, pois 62% afirmaram
terem respeito mútuo. No que diz respeito a relação entre colegas, 56%
responderam que tem uma boa relação de trabalho; quanto ao bom
relacionamento entre os empregados (75%) responderam que acham ótimos
esse relacionamento. Esses resultados apontam para o fato de que há
ambiente para que os colaboradores sejam motivados a alcançar as metas
estabelecidas pela empresa.
Com relação ao tratamento recebido pela a empresa, essa variável tem
objetivo de avaliar o quanto os entrevistados se sentem valorizados e
reconhecidos dentro da organização. Além da preocupação existente em
qualificar e proporcionar crescimento profissional aos colaboradores.
Segundo as respostas obtidas, 63% dos entrevistados apresentaram
respostas positivas ao reconhecimento da empresa quanto ao seu
desempenho. A resposta negativa (25%) se deu apenas quando perguntados
sobre a preocupação na parte de qualificar e proporcionar crescimento dentro
da empresa. No entanto, a grande maioria se sente bem no quesito
reconhecimento e diferenciação de acordo com suas atribuições realizadas na
empresa.
37
Figura 13 - Visão em relação ao tratamento recebido da
empresa.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria.
A percepção dos colaboradores em relação aos encarregados imediatos
apresenta um resultado bastante satisfatório. Cerca de 70% dos entrevistados
concorda que na empresa há uma boa relação entre com os superiores.
Desagregadamente, 75% consideraram que o tratamento recebido é justo, 81%
consideram que a relação mantida entre eles é boa. Os índices de aprovação
38
nos outros dois quesitos são menores, mas ainda assim muito elevados: 62%
concordam plenamente com a capacidade de resolução de problemas e na
orientação dos chefes imediatos.
Figura 14 - Relação com os encarregados imediatos.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria.
Os colaboradores consideram que as instruções recebidas são
suficientes para executarem suas tarefas e realizam frequentes reuniões para
receber essas instruções (Fig. 12)
39
Figura 15 - . Ambiente administrativo.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria.
Considerando que a empresa pertence ao comércio varejista, cujo
sistema de remuneração e de benefícios é disseminado e determinado em
grande parte pelos acordos sindicais pode-se constatar que os colaboradores
estão satisfeitos tanto em relação aos benefícios quanto com s remuneração
recebida.
40
Figura 16 – Níveis de satisfação dos colaboradores.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria.
O fato que 44% dos colaboradores discordam plenamente que a
empresa se preocupa com a qualidade de vida de seus empregados e seus
familiares deve refletir o fato de que não é oferecido plano de saúde coletivo
para os colaboradores. Finalmente, o sentimento geral em relação ao emprego
é muito positivo, mostrando sua identificação com a empresa e seus objetivos,
além da pretensão de permanecer na empresa.
41
A análise do Clima Organizacional revela que, tanto do ponto de vista
psicossocial quanto organizacional os resultados podem ser considerados
muito bons. Nesse sentido, os comprometimentos dos colaboradores com os
objetivos e metas da empresa, constituem um fator positivo para que a
empresa possa crescer e se desenvolver.
4.2 Análise do grau de satisfação dos clientes
O mesmo roteiro foi seguido na pesquisa realizada entre os clientes da
empresa. Na primeira parte do questionário foram solicitadas informações para
composição do perfil do respondente. Na segunda parte foram formuladas as
questões relativas aos diferentes aspectos que envolvem a satisfação do
cliente.
4.2.1 Caracterização do perfil da clientela
A prevalecer a composição da amostra, pode-se deduzir que a clientela
da empresa é composta predominantemente por pessoas do sexo feminino
(86%) e por jovens adultos, uma vez que 82% dos entrevistados estão na faixa
etária de 31 a 50 anos. O ensino médio completo é o grau de educação formal
de 40% dos respondentes, seguido por 27% dos clientes que têm o ensino
fundamental completo. A renda mensal predominante é dos que estão na faixa
salarial de até R$ 5.000,00 (87%).
Assim, o perfil da amostra da clientela pesquisada revela que a
predominância do público feminino é compatível com os principais tipos de
artesanato no qual a loja é especializada e a faixa etária dos consumidores
também é adequada ao tipo de varejo praticado. Quanto ao nível de educação,
além de ser acima da média nacional, e do perfil de renda, mostra a
possibilidade de que grande parte dos consumidores desenvolvem atividades
na busca de obter ou melhorar seu nível de renda.
42
Figura 17 - Perfil dos clientes entrevistados.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria.
43
4.2.2 Nível de satisfação da clientela
A aferição do nível de satisfação dos clientes7 pesquisados incluiu duas
dimensões: de um lado o atendimento oferecido pelos colaboradores e de outro
aspectos referentes aos produtos e serviços oferecidos pela empresa.
4.2.2.1 Aspectos inerentes ao atendimento
Considerando que o grupamento de satisfeito (S) e muito satisfeito (MS)
correspondem a um grau de aprovação na qualidade do atendimento da
empresa, constata-se que a Vitrine da Arte é muito bem avaliada pelos clientes
pesquisados, segundo o percentual de respostas observadas no grupo de
gráficos mostrados na Figura 15.
No quesito cordialidade no atendimento a soma dos dois itens atingiu
71%, enquanto no conhecimento em relação aos produtos comercializados a
soma atingiu 80%, mesmo percentual atingido no quesito competência. A
atenção foi avaliada como satisfatória ou muito satisfatória por 73% dos
entrevistados enquanto a resolução de problemas atingiu o menor índice
(64%). Neste último quesito chama atenção o percentual de indiferentes (36%),
que parece indicar clientes que adquirem produtos de uso geral e que não
necessitam de mais esclarecimentos para guiar suas compras.
De maneira geral se constata que o atendimento da empresa é muito
bem avaliado pelos consumidores. A pequena rotatividade na equipe de
colaboradores certamente colabora para os resultados observados,
especialmente para aqueles que demandam as linhas de produtos que
necessitam de esclarecimentos em relação à sua adequação à finalidade
pretendida. A aprovação da clientela certamente constitui um fator importante
na competitividade da empresa.
7 As abreviaturas utilizadas nos gráficos correspondem a muito insatisfeito (MI), insatisfeito (IN),
nem satisfeito, nem insatisfeito (NI/NS), satisfeito (S) e muito satisfeito (MS).
44
Figura 18 - Nível de satisfação da clientela em relação ao atendimento.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria.
4.2.2.2 Avaliação dos aspectos inerentes à loja
As variáveis pesquisadas em relaçã aos produtos e serviços
restringiram-se à variedade de produtos oferecidos, à sua localização, aos
preços praticados e ao serviço de entrega em domicílio oferecidos pela
empresa.
Seguindo o critério adotado na avaliação da satisfação em relação ao
atendimento, verifica-se que no que diz respeito à variedade, somente 5% dos
45
entrevistados se manifestaram indiferentes, sendo que os demais responderam
positivamente.
A localização da loja foi o aspecto que, entre todos os quesitos avaliados
mostrou maior dispersão: o nível de satisfação é o mesmo dos que se
declaram insatisfeitos (27%), sendo que para os demais é indiferente o local de
sua instalação. A relativamente baixa aprovação desse item deve ser motivado
pelo fato de que não é oferecido local para estacionamento e a rua em que a
loja está instalada é estreita, dificultando o estacionamento dos veículos de a
ela se dirige.
Figura 19 - Nível de satisfação da clientela em relação às características da
loja.
Fonte: Dados fornecidos pela Empresa. Elaboração própria
Os preços praticados pela empresa são aprovados por 74% dos clientes
entrevistados sendo que, surpreendentemente, 22% se mostram indiferentes a
esse aspecto que normalmente é tão importante no comércio varejista.
46
Finalmente, para 82% dos entrevistados o serviço de entrega a domicílio é
considerado como positivo, sendo que sua existência é indiferente para os
demais.
Em geral, pode-se concluir que o nível de satisfação dos clientes é
bastante positivo em relação à empresa, fazendo crer que ela cumpre os
objetivos de atender à demanda diversificada das linhas de produtos
comercializados, a um nível de preço competitivo em relação aos seus
concorrentes mais próximos. O serviço de entrega em domicílio oferecido é
considerado positivo. Entretanto, deixou-se de avaliar a importância da
realização de cursos de formação e aperfeiçoamento realizados e reputados
como muito importantes para a fidelização e ampliação da clientela.
47
5 RESUMO E RECOMENDAÇÕES
A empresa Vitrine da Arte tem todas as características de uma empresa
familiar do comércio varejista. Com uma administração partilhada entre os
sócios e familiares, em que as decisões seguem comportamento baseado no
padrão estabelecido pela experiência adquirida ao longo da vida na atividade
comercial.
A análise do clima organizacional revelou-se bastante positivo tanto em
relação ao ambiente físico do local do trabalho, ao meio ambiente e às
questões de segurança no trabalho O relacionamento interpessoal também foi
muito bem avaliado e observa-se que a proximidade dos proprietários com os
colaboradores é bem sucedida no que diz respeito aos aspectos que envolve o
relacionamento com os superiores. Esses são pontos bastante positivos, que
se refletem no nível de satisfação apresentado em relação ao emprego e o
comprometimento da equipe.
O nível de satisfação dos clientes entrevistados também revelou-se
positivo, especialmente com a variedade dos produtos e os preços praticados,
dois dos principais fatores de concorrência no comércio varejista e,
especialmente, com a linha de produtos com que a empresa trabalha. A
insatisfação relativa à localização da loja, embora significativa, pode ser
amenizada em relação aos clientes fidelizados por meio das vendas via
telefone e internet e o serviço de entrega em domicílio. Apesar disso, deve ser
levada em consideração em relação a possíveis alternativas que se
apresentem.
O desempenho financeiro da empresa, pelas informações coletadas
sobre seu faturamento anual, deve ser motivo de preocupação, uma vez que se
manteve em queda mesmo em períodos que o comércio varejista de Natal
cresceu. Isso revela fragilidade na administração da empresa, uma vez que
não foram relatadas ações para a correção dos rumos, como a análise da
lucratividade global e por linhas de produto da empresa. A conjuntura recessiva
atual e que deve perdurar por tempo relativamente longo recomenda que se
tome providências em relação a esses aspectos administrativos.
48
Assim as recomendações do trabalho se dão em dois sentidos. Em
relação à empresa parece que o ideal seria buscar consultoria nas instituições
especializadas para a realização de diagnóstico que indicasse alternativas para
aprimorar os pontos fortes apontados nas análises do clima organizacional e de
satisfação dos clientes. Por outro lado, revelar os pontos fracos e as ações
necessárias para eliminá-los e assim garantir o crescimento da firma.
Deve-se levar em consideração que as análises sobre o clima
organizacional e de nível de satisfação dos clientes precisam ser realizados
periodicamente, frente às mudanças que ocorrem no ambiente interno e no
mercado em geral. Nesse sentido, as recomendações referem-se ao
aprimoramento dos instrumentos de coleta de informações, que deveriam
privilegiar aspectos importantes que não foram enfocados agora. A realização
de um período de pré-teste poderia ter resolvido grande parte das lacunas nos
instrumentos de coleta e mesmo na determinação da amostra entre os clientes
potenciais.
Tanto no que diz respeito à análise dos ambientes internos e de
mercado podemos considerar que este trabalho cumpriu seus objetivos e
poderá ser útil para a empresa e para outros trabalhos de pesquisa que
pretendam adentrar neste universo.
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEDANI, Marcelo. Clima organizacional: investigação e diagnóstico: estudo de caso em agência de viagens e turismo. Psicol. Am. Lat. [online]. 2006, n.7, pp. 0-0. ISSN 1870-350X. BISPO, Anselmo L. Venda orientada por marketing. Brasília: Senac-DF, 2008. BISPO, C.A. Ferreira. Um novo modelo de pesquisa organizacional. Produção. V. 16, no 2, p.258-273. Mai/Ago 2006. USP. SP COBRA, Marcos H.N. Marketing Básico: uma perspectiva brasileira.4ª ed. São Paulo: Atlas,1997. ______. Administração do Marketing. São Paulo: Atlas, 1992. CORREA, Roberto L. O espaço urbano. 3º ed. São Paulo: Atlas, 1997. DRUCKER, Peter F. Administração lucrativa. 5. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1964. FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO, DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – FECOMÉRCIO. Faturamento Real do Comércio Varejista, 2015. Disponível em : http://www.fecomercio.rn.org.br/ Acesso em: 14 mar. 2016. GARCIA, Mauro N. Definição do mix de produtos e serviços oferecidos ao mercado. In: ANGELO, C.F. (Org.). Varejo: modernização e perspectivas. São Paulo: Atlas, 1994. KLOTER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. São Paulo: Atlas, 1998. LAS CASAS, Alexandre L. Marketing de varejo. São Paulo: Atlas, 1992. LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Serviços: marketing e gestão. rev. Mauro Neves Garcia. São Paulo: Saraiva, 2003. NASCIMENTO, Gerson Gomes do. Shopping Center: elementos e reprodução urbana da Zona Sul de Natal. Dissertação (Mestrado em dinâmica e reestruturação do território). UFRN: P.P.G.E, Natal, 2003. PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: gestão e estratégia. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 388 p.
50
TORRES, Susan Chung. Práticas concorrências das empresas do setor de bijouteria da cidade do Natal-rn e o comportamento do consumidor nesse segmento. Monografia. Departamento de Economia, UFRN. Natal, 2007. TRAINOTI, Maria do Carmo. Análise da satisfação do cliente de uma academia de ginástica. Trabalho de Conclusão de Curso. Educação Física. FAQ – Faculdade XV de Agosto. Socorro. SP. 2006 ZONATO, Karine Ana. Pesquisa de satisfação com clientes da empresa Lalisul Comércio e Representações Ltda. Trabalho de Conclusão de Curso . Administração de Empresas. UFRS. Porto Alegre. 2010
51
ANEXOS
Estes questionários fazem parte do trabalho de conclusão do Graduando
do curso de Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Gilberto José Dantas.
PERFIL DOS COLABORADORES DA VITRINE DA ARTE
1- Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
2- Faixa Etária: ( ) Até 20 anos ( ) de 31 a 39 anos
( ) de 21 a 30 anos ( ) acima de 40 anos
3- Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Separado/Divorciado
( ) Casado ( ) Outro
4- Escolaridade: ( ) Ensino Médio ( ) Superior Completo
( ) Superior Cursando ( ) Pós-Graduação
5- Cargo: ( ) Vendas ( ) Secretaria
( ) Estoque ( ) Gerencia
6- Tempo de Serviço na Vitrine da Arte:
( ) Até 2 anos ( ) de 6 a 8 anos
( ) de 3 a 5 anos ( ) acima de 9 anos
7- Faixa Salarial: ( ) Até R$ 880,00 ( ) Entre R$ 880,00 e R$ 1.500,00/
( ) Entre R$ 1.500,00 e
R$ 2.000,00 ( ) Acima de R$ 2.000,00
52
AVALIAÇÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL
Em cada uma das afirmações que seguem, assinale apenas uma das opções de
resposta, marcando um "X" na que mais lhe convier, obedecendo aos seguintes
códigos:
Concordo totalmente-------------------- Assinale com um "X" na coluna CT
Concordo parcialmente----------------- Assinale com um "X" na coluna CP
Discordo parcialmente------------------------ Assinale com um "X" na coluna DP
Discordo totalmente----------- Assinale com um "X" na coluna DT
Tabela A1. Tabulação das respostas dos empregados às questões formuladas
N° AFIRMAÇÕES CT CP DP DT
1 Eu sinto orgulho de trabalhar na Vitrine da Arte. 10 4 2 0
2
Na Vitrine da Arte, as condições de trabalho (espaço
físico, iluminação, calor, odor, ventilação, layout, móveis e
utensílios) são satisfatórias.
8 2 06 0
3 As medidas de segurança adotadas são adequadas para a
execução do meu trabalho. 11 5 0 0
4 Na Vitrine da Arte, são adotadas práticas para promover a
saúde no ambiente de trabalho. 5 8 3 0
5 Em minha opinião, a Vitrine da Arte se preocupa com a
qualidade de vida de seus funcionários e de suas famílias. 0 9 7 0
6 Na Vitrine da Arte, as pessoas se respeitam e se ajudam
na realização das tarefas. 10 3 03 0
7 Eu me dou bem com meus colegas de trabalho. 9 5 2 0
8 Na Vitrine da Arte, as pessoas têm um bom
relacionamento e são cordiais entre si. 12 1 3 0
9 A Vitrine da Arte, reconhece e valoriza o meu trabalho. 10 5 1 0
10
Sinto que a Vitrine da Arte se preocupa em qualificar e
proporcionar crescimento profissional aos seus
empregados.
6 6 4 0
11
Na Vitrine da Arte, os funcionários são reconhecidos e
recompensados de forma diferenciada, de acordo com sua
contribuição.
6 8 2 0
12 Meu chefe imediato é justo nas suas críticas e nos elogios
que faz ao meu trabalho. 12 4 0 0
13 Meu chefe imediato sabe lidar com as pessoas que
trabalham com ele. 13 02 1 0
53
14
Meu chefe imediato é uma pessoa capaz de solucionar os
problemas de relacionamento que surgem no meu
grupo de trabalho.
10 6 0 0
15 Eu recebo todas as informações e orientações de que
preciso para realizar bem meu trabalho. 10 6 0 0
16 A Vitrine da Arte costuma manter seus funcionários bem
informados sobre assuntos relacionados ao trabalho. 12 03 01 0
17 Na Vitrine da Arte, ocorrem reuniões suficientes para que
eu possa trocar ideias e dar sugestões. 14 2 0 0
18 A minha remuneração é justa em relação ao trabalho que
eu faço. 8 7 1 0
19 Eu me sinto satisfeito com os benefícios sociais
concedidos pela empresa. 8 6 2 0
20 A Vitrine da Arte é um ótimo lugar para se trabalhar. 12 4 0 0
Fonte: Pesquisa realizada pelo autor.
54
Perfil dos Clientes
1- Sexo
( ) masculino ( ) Feminino
2- Faixa Etária
( ) Menos de 30 anos ( ) Entre 51 e 60
anos
( ) Entre 31 e 40 anos ( ) Mais de 60 anos
( ) Entre 41 e 50 anos
3-Escolaridade
( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Médio
Completo
( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Sup.
Incompleto
( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Sup.
Completo
4-Renda Mensal(aproximada)
( ) Até R$ 5.000,00 ( ) De R$ 50.000,00 a
100.000,00
( ) De R$ 5.001,00 a R$ 10.000,00 ( ) Acima de R$
100.000,00
( ) De R$ 10.001,00 a R$ 50.000,00
55
Questionário para aferição do Grau de satisfação dos clientes
01) Em relação a cordialidade dos atendentes, você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
02) Em relação ao conhecimento dos atendentes, você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
03) Em relação à competência dos atendentes, você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
04) Em relação à atenção recebida dos atendentes, você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
56
05) Em relação à simpatia dos atendentes, você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
06) Em relação a disponibilidade de resolver dúvidas ou problemas você
está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
07) Em relação a variedades de produtos oferecidos, vocês está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
08) Em relação a entrega dos produtos, você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
09) Em relação a localização da Loja, você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
57
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
10) Em relação a escolha da Vitrine da Arte para ser seu fornecedor,
você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
11) Em relação aos preços dos produtos, você está:
( ) Muito Insatisfeito
( ) Insatisfeito
( ) Nem satisfeito/Nem Insatisfeito
( ) Satisfeito
( ) Muito satisfeito
58
Tabela A2. Tabulação das respostas ao questionário aplicado aos
clientes
Questões 1.Muito
Insatisfeito
2.
Insatisfeito
3. Nem
Satisfeito/Nem
Insatisfeito
4.
Satisfeito
5. Muito
Satisfeito
Em relação à Cordialidade dos
Atendentes, você Está:
3 5 8 30 9
Em relação ao Conhecimento
Dos atendentes, Você está:
1 3 7 39 5
Em relação à competência dos
atendentes, Você está:
1 2 8 38 6
Em relação à atenção recebida
dos atendentes, você está:
15 35 5
Em relação à simpatia dos
Atendentes, você está:
17 33 5
Em relação à disponibilidade
de resolver dúvidas ou
problemas, você está:
20 32 3
Em relação à variedades de
produtos oferecidos, você está:
3 45 7
Em relação à entrega dos
produtos em domicílio, você
está:
2 48 5
Em relação à localização da
loja, você está:
15 25 10 5
Em relação a escolha da Vitrine
da Arte para ser seu
fornecedor, você está:
5 45 5
Em relação aos preços dos
produtos, você está:
2 12 35 6