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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Sérgio Lafayete Cerutti COMPOSTO MERCADOLÓGICO VAREJISTA: Análise e proposição estratégica para a Petipé Calçados Balneário Camboriú 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Sérgio Lafayete Cerutti

COMPOSTO MERCADOLÓGICO VAREJISTA:

Análise e proposição estratégica para a Petipé Calç ados

Balneário Camboriú

2010

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SERGIO LAFAYETE CERUTTI

COMPOSTO MERCADOLÓGICO VAREJISTA:

Análise e proposição estratégica para a Petipé Calç ados

Balneário Camboriú

2010

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador : Prof. MSc. Carlos Marcelo Ardigó

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SERGIO LAFAYETE CERUTTI

COMPOSTO MERCADOLÓGICO VAREJISTA:

Análise e proposição estratégica para a Petipé Calç ados

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Marketing da Universidade

do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Marketing

Balneário Camboriú, 25 de Novembro de 2010.

_________________________________

Prof. MSc. Carlos Marcelo Ardigó

Orientador(a)

___________________________________

Prof. MSc. Manuel Carlos Pinheiro da Gama

Avaliador

___________________________________

Prof. MSc. Marcos Aurélio Batista

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário(a): Sergio Lafayete Cerutti

Área de Estágio: Marketing

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Maria Aparecida Valentini Cerutti

Professor(a) orientador(a): Carlos Marcelo Ardigó

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Comercio de Calçado Petipé LTDA.-ME.

Endereço: Rua Hipólito Boiteux, número 10

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Comercial

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Administrador

Carimbo do CNPJ da Empresa:

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 25 de Novembro de 2010.

A Empresa Comercio de Calçado Petipé LTDA.-ME., pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do

Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pelo acadêmico Sergio Lafayete Cerutti.

___________________________________

Responsável pela Empresa

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RESUMO

O varejo é um setor da economia extremamente importante, que aproxima as organizações produtoras do consumidor final. As proposições de marketing de varejo visam desenvolver um domínio de planejamento estratégico e utilizar ferramentas de informação para avaliar o retorno sobre a base de investimento e segmentar o mercado, concentrando-se nos alvos, definindo o posicionamento e buscando a expansão do mercado. O presente estudo foi desenvolvido na Loja Petipé de Nova Trento, na cidade de Nova Trento, uma empresa varejista do setor calçadista. Entre as formas de varejo existentes na cidade, o de calçados vem se destacando e crescendo a cada ano. Com o aumento constante da concorrência e consequentemente da exigência dos clientes é preciso estar atento para se adaptar a todo momento às constantes transformações que acontecem no mercado. Com o propósito de colocar isso em prática, o objetivo deste trabalho foi o de analisar quais ações mercadológicas do composto de marketing varejista podem ser definidas para atender e superar as expectativas dos consumidores. Para tanto se faz necessário conhecer o perfil dos clientes, conhecer profundamente o composto mercadológico da loja, conhecer a percepção dos clientes em relação a estes aspectos, e a posição dos concorrentes e consequentemente, propor estratégias para o melhoramento do desempenho da Loja. O estudo quanto a metodologia é classificada quanto aos dados, como qualitativa e quantitativa, quanto aos objetivos como exploratória e descritiva e de procedimento de pesquisa de diagnóstico e survey. Para levantamento dos dados utilizou-se de uma entrevista pessoal semi estruturada feita com a proprietária da loja, técnica de observação estruturada realizada com os principais concorrentes da loja e um questionário em forma de entrevista aplicada aplicado com uma amostra não probabilística de 100 clientes. A partir dos resultados as principais proposições estratégicas foram aumentar a linha de produtos comercializados pela loja, melhorar a forma de precificação aspectos no formato de comunicação, incluindo a comunicação na mídia, a fachada da loja e às ações na internet. PALAVRAS CHAVE: Marketing de varejo, Composto varejista, Varejo de calçado.

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SUMMARY

Retail is an extremely important sector of the economy, which approximates the producing organizations and final consumers. The propositions of retail marketing aim to develop an area of strategic planning and use information tools to evaluate the return on the investment base and segment the market, focusing on the targets, defining the positioning and seeking market expansion. This study was conducted at Loja Petipé in the city of Nova Trento, a retailer of footwear manufacturing. Among the forms of existing retail in the city, the footwear retail has been standing out and growing every year. With the rise in competition and hence the requirement of customers we must be alert to adapt all the time to the constant changes that happen in the market. With the aim of putting this into practice the purpose of this study was to analyze which marketing actions of the compound of retailing can be defined to meet and exceed consumer expectations. For this purpose it is necessary to know the profile of customers, knowledgeable in the shop's marketing compound, meet customers' perceptions regarding these aspects, and the position of competitors and thus to propose strategies for further improving the shop performance. The study on the methodology regarding the same is classified as qualitative and quantitative data as to the objectives as exploratory and descriptive and diagnostic procedural research and survey. For data collection it was used a semi-structured personal interview conducted with the owner of the shop, observation technique structured with the store's main competitors and a questionnaire as an interview applied with a non probabilistic sample of 100 clients. From the results, the key strategic propositions were to increase the product line sold by the store, improve the pricing method aspects of the format of communication, including communication media, the storefront and actions on the Internet. KEYWORDS: Retail Marketing, Composite retailer, Retail of footwear.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fachada do PDV da Loja Petipé de São João Batista ................ 18

Figura 2: Fachada do PDV da Loja Petipé de Nova Trento........................ 19

Figura 3: A visão sistêmica dos 4 A’s.......................................................... 24

Figura 4: Decisões e atividades possíveis do composto mercadológico.... 26

Figura 5: Classificações e formatos varejistas............................................ 30

Figura 6: Análise da concorrência............................................................... 46

Figura 7: Linha de produtos........................................................................ 64

Figura 8: Iluminação, Vitrines, espaço interno e decoração interna........... 66

Figura 9: Localização da Loja..................................................................... 67

Figura 10: Fyer.............................................................................................. 69

Figura 11: Vitrines da loja............................................................................. 70

Figura 12: Material de merchandising........................................................... 70

Figura 13: Fachada do PDV da Loja Calcebem............................................ 83

Figura 14: Fachada do PDV da Loja Dalri..................................................... 85

Figura 15: Fachada do PDV da Loja Bottamedi............................................ 86

Figura 16: Fachada do PDV da Loja D Mais................................................. 87

Figura 17: Fachada do PDV dos feirões de calçados de São João Batista.. 89

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição dos clientes por bairro............................................. 57

Tabela 2: Distribuição dos clientes por Grau de Escolaridade.................... 59

Tabela 3: Pessoas além do entrevistado por residência............................. 60

Tabela 4: Distribuição dos clientes por renda familiar mensal.................... 60

Tabela 5: Distribuição dos clientes por classe econômica.......................... 61

Tabela 6: Tempo de Freqüência.................................................................. 62

Tabela 7: Proporção de compra de calçados da loja Petipé por família...... 62

Tabela 8: Benefícios procurados pelos clientes Benefícios procurados...... 63

Tabela 9: Grau de utilização das formas de pagamentos oferecidas pelas lojas de calçados.........................................................................

74

Tabela 10: Avaliação da apresentação da loja Petipé ................................. 75

Tabela 11: Avaliação de pessoas serviços da loja Petipé............................ 78

Tabela 12: Formato de comunicação mais lembrados................................. 80

Tabela 13: Concorrentes freqüentados......................................................... 82

Tabela 14: Possíveis melhoras no desempenho de vendas da loja.............. 91

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Tipos de varejo através da amplitude e profundidade da sua

linha de produto...........................................................................

32

Quadro 2: Composto mercadológico Varejista 33

Quadro 3: Seleção do objetivo da determinação do preço........................... 35

Quadro 4: Segmentos psicográficos............................................................. 43

Quadro 5: Variáveis da segmentação comportamental................................ 45

Quadro 6: Estratégia por linha de produto.................................................... 51

Quadro 7: Abrangência do mix de Produtos................................................. 65

Quadro 8: Resumo do composto varejista da concorrência......................... 89

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição dos clientes por sexo............................................. 58

Gráfico 2: Distribuição dos clientes por estado civil dos entrevistados...... 58

Gráfico 3: Distribuição dos clientes por tipo de moradia............................ 59

Gráfico 4: Freqüência de compra de calçados........................................... 61

Gráfico 5: Grau de atendimento com relação ao sortimento de produtos.. 72

Gráfico 6: Sortimento de marcas................................................................ 72

Gráfico 7: Qualidade e garantia dos produtos............................................ 73

Gráfico 8: Preços em relação a concorrência............................................ 73

Gráfico 9: Grau de satisfação em relação às formas de recebimento....... 74

Gráfico 10: Grau de satisfação em relação ao prazo................................... 75

Gráfico 11: Localização................................................................................ 77

Gráfico 12: Grau de conhecimento dos meios de comunicação da Petipé.. 80

Gráfico 13: Avaliação da comunicação........................................................ 81

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 14

1.1 Tema de estágio .................................................................................... 14

1.2 Problema de pesquisa .......................................................................... 15

1.3 Objetivos de Pesquisa.......................................................................... 16

1.3.1 Objetivo Geral.......................................................................................... 16

1.3.1 Objetivos Específicos............................................................................... 16

1.4 Justificativa da pesquisa ...................................................................... 16

1.5 Contextualização do ambiente de estágio .......................................... 17

1.6 Organização do trabalho ....................................................................... 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ................. 20

2.1 Marketing................................................................................................ 20

2.1.1 Conceitos e aspectos centrais................................................................ 20

2.1.2 Administração de marketing.................................................................... 23

2.2 Marketing de varejo ................................................................................ 26

2.2.1 Conceito de varejo.................................................................................... 27

2.2.2 Tipos de negócios varejistas.................................................................... 28

2.2.3 Composto de Marketing Varejista............................................................. 32

2.3 Segmentação do Mercado....................................................................... 40

2.4 Análise da concorrência.......................................................................... 45

2.4.1 Identificação dos concorrentes................................................................ 46

2.4.2 Análise dos concorrentes......................................................................... 48

2.4.3 Estratégias competitivas.......................................................................... 48

3 METODOLOGIA CIENTÍFICA .......................... ..................... 52

3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 52

3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 53

3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 53

3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 54

3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 54

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4 RESULTADOS ...................................... ................................. 55

4.1 Perfil dos clientes da loja Petipé.............................................................. 56

4.2 Análise do composto mercadológico varejista atual da loja..................... 63

4.3 Análise da percepção dos clientes em relação ao composto

mercadológico..........................................................................................

71

4.4 Avaliação do composto mercadológico dos concorrentes........................ 81

4.5 Ações para a melhoria de desempenho de vendas da loja..................... 90

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ....................... 95

REFERÊNCIAS ...................................................................... 98

APÊNDICES ........................................................................ 100

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1 INTRODUÇÃO

A história da troca de mercadorias começa quando o homem percebe as

desvantagens da autosuficiência de querer produzir todos os produtos de que

precisava para, a partir disto, começar a buscar no comércio uma forma de

desenvolver especialidades específicas e trocá-las com outros especialistas (LAS

CASAS 2000).

O comércio e o varejo são à base deste estudo que se inicia neste capítulo,

que apresenta o tema, o problema, os objetivos e a justificativa de pesquisa, bem

como a contextualização da empresa de estágio.

1.1 Tema de pesquisa

A aplicação do conhecimento é indispensável para o sucesso. Mas se engana

quem imagina que o conhecimento obtido no passado seja suficiente para garantir a

perenidade do sucesso no presente ou futuro. O comportamento das pessoas se

altera. Muito do que se considerava certo há décadas simplesmente caiu por terra

diante dos novos acontecimentos.

A mudança rápida, repentina e de grande repercussão virou o cerne da

sociedade. Como essas alterações estão presentes e disseminadas por toda a

sociedade, todos os tipos de negócios precisam estar envolvidos com a

incorporação dessa nova dinâmica.

Essas mudanças de comportamento afetam diretamente a administração, e

consequentemente o marketing. A própria área, conforme Richers (2000) menciona,

já passou por uma série de mudanças em suas definições que se conflitavam com o

tempo. Durante muito tempo a Associação Americana de Marketing definia que a

área era responsável pelas atividades envolvendo fluxo de bens e serviços. Mais

tarde essa definição deu lugar a uma interpretação mais ampla, voltada para dois

aspectos, responsabilidade das funções da administração e a abordagem sistêmica.

Este autor afirma ainda que atualmente o marketing ultrapassou os limites da

atuação comercial das empresas para se tornar atividade irmã das funções sociais e

culturais, em apoio a todas as ações humanas que procuram ampliar e fortalecer as

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suas estruturas, as quais podem, por conseguinte, ser usadas para promover um

produto, uma marca ou a própria organização.

Essas mudanças também, como não poderiam ser diferentes, são percebidas

no setor de varejo. Se considerar o fato do grande número de pessoas que estão

conectadas à internet fazendo uso da rede como canal de compra e consulta,

desfaz-se uma enorme quantidade de barreiras entre as negociações. Quando se

pretende comprar um produto, pode-se negociar com o varejo mais próximo de casa,

ou com qualquer loja do mundo que venda através da internet. Pode-se ainda pedir

a opinião de um vendedor, ou se preferir, discutir através das mídias sociais com

pessoas de qualquer lugar do mundo as suas experiências.

Certamente, diante de tantas mudanças, a empresa varejista não pode estar

alheia a esse novo cenário. Nesse contexto em que a concorrência aumenta

significativamente, deve-se procurar um aperfeiçoamento continuo para satisfazer o

cliente, perpetuando-se no mercado. O objetivo de um varejo não deve ser apenas

conquistar novos clientes, mas também os manter (PARENTE 2000).

O autor descreve também que depois de as empresas varejistas se

aperfeiçoam, os clientes se acostumam com os melhores padrões, e a partir disso as

expectativas aumentam. E para que se supere a concorrência é preciso superar a

expectativa do consumidor e assim o manter satisfeito.

Kotler e Keller (2006) descrevem que o mercado varejista se vê preocupado

na tomada de decisão com questões relacionadas com seus mercados-alvos,

sortimento de produtos e serviços, preços, promoção e localização, no entanto é

impossível definir os outros aspectos sem antes considerar os mercados-alvos.

A partir disto, neste trabalho é aprofundado o estudo do comportamento do

cliente no mercado varejista e como as ferramentas do marketing influenciam em

suas decisões no momento da compra, analisando a área de marketing,

aprofundada para o varejo, analisando as percepções do mercado em relação às

ações de varejo contidas no composto mercadológico varejista.

1.2 Problema de pesquisa

Os estudos provenientes do marketing auxiliam em larga escala na tomada de

decisões nas grandes organizações, tornando-as mais competitivas e eficientes.

Entretanto muitas das organizações de varejos são fundadas por pequenos

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empreendedores que conseguem atingir um crescimento constante de seu negócio

sem levar em consideração as ferramentas do marketing para a tomada de decisão.

Todavia, chega-se em um momento nas pequenas organizações quando as

tomadas de decisão começam a ser mais arriscadas e erros podem acarretar em

prejuízo elevado ou até o fechamento da empresa.

Sabendo-se que o cerne do marketing é voltado para descobrir os desejos e

aspirações do cliente, diminuindo as incertezas do negócio, este estudo tem como

problema de pesquisa a seguinte questão: Quais ações mercadológicas do

composto de marketing varejista podem ser definidas para atender e superar

as expectativas dos consumidores da Petipé na filia l de Nova Trento?

1.3 Objetivos de pesquisa

Baseado no problema de pesquisa, a seguir são dispostos o objetivo geral e

os específicos deste estudo.

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar as ações do composto de marketing varejista que podem ser

definidas para atender e superar as expectativas dos consumidores da loja Petipé -

filial Nova Trento.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Identificar o perfil dos clientes da loja Petipé;

• Diagnosticar o atual arranjo do composto mercadológico varejista;

• Analisar a percepção dos clientes em relação ao composto mercadológico;

• Avaliar o composto mercadológico dos concorrentes;

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1.4 Justificativa de pesquisa

Muitas vezes as ações de uma empresa são tomadas ao acaso, ou copiando

os concorrentes e isso normalmente não é suficiente para coexistir em um mercado

cada vez mais competitivo. Assim este trabalho visa esclarecer fatores que podem

ser importantes para um típico comércio familiar, no qual os fundadores, também

são gestores e sempre tiveram um domínio pleno das funções administrativas. A

importância dos recursos do composto do marketing varejista para avaliar a real

importância das suas ações diante da compreensão do cliente.

As ações tomadas ao acaso comumente geram um desperdício de recursos,

pois se a ação de marketing não atinge o resultado esperado, pode gerar um não

reconhecimento ou até uma rejeição do cliente para determinado bem ou serviço.

Quando a empresa toma suas decisões para as ações de marketing imitando a

concorrência ela corre o risco de o cliente não perceber a diferenciação da empresa

em relação aos concorrentes além de que se as decisões de marketing da

concorrência são tomadas ao acaso corre-se o risco de cometer os mesmos erros

dos concorrentes assumindo assim grandes prejuízos.

O estudo também cria oportunidade ao acadêmico de experimentar todos os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso na prática, analisando a eficiência do

composto de marketing varejista e estimulando-o a encarar diferentes óticas

administrativas. Possibilitando assim um aumento da experiência profissional do

mesmo.

O mesmo também deve ser considerado de grande valia para o meio

cientifico mostrando de maneira prática como a visão do composto de marketing

varejista pode influenciar em varejos estabelecidos em pequenos municípios.

1.5 Contextualização do ambiente de estágio

A Loja Petipé foi fundada no dia 18 de junho de 1991 em uma garagem

localizada a Rua Benjamin Duarte, número 352, em São João Batista. Com objetivo

de escoar a produção de uma pequena fábrica de calçados infantis da região.

Com o passar do tempo os clientes da loja foram aumentando, exigindo uma

linha mais completa de produtos. E como o pequeno comércio ainda não possuía

meios de investir pesadamente em estoques, o primeiro passo da gestora foi

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conseguir grades de produtos em consignação com pequenas fábricas de calçados

da região.

O resultado disto foi um sucesso, em pouco tempo com o aumento da

clientela na loja e com um acréscimo no capital da empresa foi possível começar a

investir em linhas de estoques mais completas e em reformas para melhoria do

visual da loja. Atualmente continua no mesmo local, mas contando com um espaço

de 120 m², cinco funcionárias e uma linha de calçados e acessórios sociais e

esportivos completo, atendendo o público masculino e feminino adulto e infantil.

Tendo fornecedores das marcas Ferracini, Democrata, Olympikus, Mizuno, Dakota,

Via Marte, Klin, Pampili e etc.

Figura 1: Fachada do PDV da Loja Petipé de São João Batista. Fonte: Dados da pesquisa.

Percebeu-se com tempo que uma quantidade significativa de clientes que se

locomovia do município de Nova Trento para fazer suas compras na Loja Petipé de

São João Batista. Para melhor atender estes clientes em maio de 2004 foi fundada a

Loja Petipé em uma pequena sala comercial localizada na Rua Marechal Deodoro,

número 58, da referida cidade.

O resultado foi tão positivo que no período de quatro anos constatou-se que a

sala era pequena demais para atender devidamente a clientela da região. Em maio

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de 2010 foi reinaugurada a Loja Petipé na Rua Hipólito Boiteux, número 10, em um

espaço de 212 m², contando com três funcionárias, atuando com uma linha de

calçado de acessórios completo, como a de São João Batista.

Portanto para fins de pesquisa o trabalho abordara somente o ambiente da

Loja Petipé de Nova Trento, onde o estágio será realizado.

Figura 2: Fachada do PDV da Loja Petipé de Nova Trento. Fonte: Dados da pesquisa.

1.6 Organização do trabalho

O presente trabalho é dividido em cinco capítulos e partes complementares.

Inicia-se pela introdução, no qual é apresentado o tema, problema e objetivos do

trabalho assim como a contextualização de estágio. O segundo capítulo é a

fundamentação teórica, que tratou da revisão de literatura utilizando-se de diferentes

autores para basear a pesquisa e a análise do trabalho.

No terceiro capítulo abordou-se a metodologia. Neste são explicitados os

métodos utilizados para pesquisa, análise e apresentação do trabalho. O resultado

da pesquisa é apresentado e analisado no quarto capítulo. As considerações finais

são discutidas no quinto capítulo.

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Após isso são apresentadas as referências, onde são expostas as obras e

sites utilizados para a confecção do trabalho e por último os apêndices onde são

apresentados os materiais utilizados na coleta de dados usados na pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

São apresentados neste capítulo temas que fundamentam a pesquisa

proposta como: marketing, e os seus conceitos centrais, administração de marketing,

marketing de varejo, composto de marketing varejista, varejo, tipos de varejo,

segmentação do mercado, ambiente e estratégias competitivas.

Como fontes para essa pesquisa foram utilizados autores como: Kotler; Keller;

Parente; Dias; Hair; Lamb; MCDaniel; Helsen; Kotabe; Hooley; Saunders; Piercy;

Las Casas; Boone; Kurtz; Cobra; Churchill; Peter; Luck; Lucas; Hartline; Ferrel;

Armstrong, entre outros.

2.1 Marketing

O marketing está em toda parte, formal ou informalmente estabelecido pelas

organizações. A boa utilização das ferramentas de marketing pode trazer benefícios

imensuráveis para as empresas que o utilizam, bem como para a própria sociedade.

A seguir são apresentados os conceitos centrais de marketing e posteriormente a

administração de marketing.

2.1.1 Conceitos e aspectos centrais

Nos Estados Unidos, berço do desenvolvimento do marketing, seu significado

já teve vários conceitos distintos e por vezes até conflitantes entre si. Em algumas

épocas as definições eram concentradas em aspectos legais, relacionando

transferências de posse, compra e venda de bens. Em outros momentos dando

ênfase a aspectos de distribuição principalmente quando surgiram conflitos entre

grandes produtores e distribuidores de bens. Durante algum tempo a Associação

Americana de Marketing (AMA), caracterizou a área como abrangendo todas as

atividades que envolvem o fluxo de produtos, sejam eles bens ou serviços, entre os

produtores e os distribuidores de bens. Mais tarde essa definição deu lugar a uma

interpretação mais ampla que é voltada para dois aspectos primordiais,

responsabilidade das funções administrativas e a abordagem sistêmica (RICHERS,

2000).

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Bennet (1995 apud LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004, p. 6) definem marketing

como “o processo de planejamento e a execução da concepção, do preço,

promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que

satisfaçam os objetivos individuais e das organizações”.

Richers (2000) menciona ainda que desde então marketing tornou-se

atividade irmã das funções sociais e culturais em apoio a todas as ações humanas,

que no meio ambiente, procuram maneiras de fortalecer suas estruturas e

consequentemente ser promotora de um produto, marca ou até mesmo da própria

organização.

Kotler e Armstrong (1993, p. 2) dizem que “marketing é o processo social e

gerencial através do qual indivíduos e grupos obtém aquilo de que necessitam e

desejam por meio da criação e troca de produtos e valores”.

O marketing é, portanto, em essência o processo de trocas em que duas ou

mais partes oferecem algo de valor para o outro a fim de satisfazer necessidades e

desejos. No começo a aplicação do marketing tinha como principal objetivo melhorar

o processo de trocas e transações. O centro do marketing se encontra na troca de

valores, o que acontece sempre que duas partes estão em processo de negociação

(COBRA 2009).

Kotler e Armstrong (1993) explicam que o conceito mais básico do marketing

esta ligado com a necessidade que constitui um estado de privação do ser humano.

Quando uma necessidade não é satisfeita, pode gerar o desejo de um objeto que a

satisfaça. Para isso as empresas podem desenvolver produtos e serviços que

satisfaçam os desejos das pessoas. Os autores complementam afirmando que

existe também outro conceito básico do marketing que é o desejo humano que é

divergente de acordo com a cultura de cada pessoa e muitas vezes as pessoas

podem ter desejos diferentes para atender a mesma necessidade. Quanto mais uma

sociedade evolui, maior é a exposição de produtos diferenciados aumentando assim

o numero de desejos. Contudo,

[...] as pessoas tem desejos quase infinitos porem tem recursos limitados, portanto, elas procuram escolher produtos que proporcionem o máximo de satisfação possível em troca de seu dinheiro. Quando viabilizados pelo poder de compra de cada um os desejos se tornam demandas (KOTLER; ARMSTRONG, 1993, p. 3).

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Para usufruir o disputado recurso dos consumidores, Lamb, Hair e McDaniel

(2004) descrevem que é preciso que o cliente veja o valor nesse produto ou serviço,

valor este que é a taxa de benefícios em relação ao esforço que terá de ser feito

para alcançar este beneficio. O consumidor não enxerga uma mera questão de

qualidade ou um produto de qualidade que só pode ser obtido a um alto preço, ou

mesmo um produto de baixa qualidade a um preço razoável. Os clientes valorizam

mercadorias e serviços que esperam no preço que eles desejam pagar.

Os mesmo autores observam também que “satisfazer as necessidades dos

clientes, ou seja, compreender até que ponto o produto atende ou excede a

expectativa do cliente é útil para manter os clientes atuais e mais barato que atrair

novos clientes” (2004, p. 12).

Cobra (2009) salienta que com a concorrência cada vez mais globalizada, não

permite deixar de lado a qualidade dos produtos e serviços disponibilizados. Sendo

que para se construir valor para os consumidores é o ponto chave para o novo

pensamento mercadológico e este pensamento é premissa de que os consumidores

compraram da empresa que conseguir entregar um maior valor.

O dever de qualquer negócio é fornecer valor ao cliente mediante ao lucro. Em uma economia extremamente competitiva, com compradores cada vez mais racionais diante de uma abundância de opções uma empresa só pode vencer ajustando o processo de entrega de valor e selecionando, proporcionando e comunicando um valor superior (KOTLER; KELLER, 2006, p. 34).

Para Rust, Zeithaml e Lemon (2001) a base para um relacionamento entre a

empresa e o cliente é o valor. Se o cliente não consegue perceber o valor da na

empresa mesmo as melhores estratégias de retenção e de marca surtirão pouco

efeito. A concepção do valor começa a partir daquilo que o consumidor espera do

produto ou serviço consumido.

Porém, Lamb, Hair e McDaniel (2004) defendem que não basta que a

organização se preocupe em atender os desejos e necessidades de um cliente para

atingirem seus objetivos. Também é necessário preservar e aprimorar os melhores

interesses de longo prazo dos indivíduos que compõem a sociedade. Confirmando

isso,

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[...] a AMA (2003 apud KELLER; KOTLER, 2006, p. 4) define marketing como uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para o cliente bem como a administração do relacionamento com eles de modo que beneficie a organização e seu publico interessado.

O conceito de marketing esta sempre em constante evolução considerando se

que o conceito evolui radicalmente em um curto espaço de tempo da mesma forma

que a sociedade também evoluiu através do advento da tecnologia da informação e

da globalização. A seguir serão abordados os conceitos de administração de

marketing.

2.1.2 Administração de marketing

Keller e Kotler (2006) observam que há uma visão tradicional do processo de

marketing onde primeiro preocupa-se em produzir algum bem ou serviço e

posteriormente usa-se a comunicação com o cliente para promover as vendas. No

entanto os autores notam que com o aumento da competitividade em determinadas

economias os clientes passaram a ter mais opções. Desta forma o mercado de

massa se dissolveu em vários micromercados, cada um com seus próprios desejos,

percepções, preferências, critérios de compra. O concorrente perspicaz compreende

a necessidade de utilizar o marketing desde o início do seu processo de

planejamento levando em consideração a seleção de mercados-alvo bem definidos.

Segundo Churchill e Peter (2000) as empresas que trabalham orientadas para

o marketing tem, mas chances de êxito em seus empreendimentos no longo prazo.

Para tanto é preciso compreender as necessidades e desejos do cliente e construir

bens ou serviços capazes de satisfazê-los. Para satisfazer o cliente é necessário

construir valor, e para construir valor é preciso reconhecer o cliente como foco

principal do negócio. Isso quer dizer, que as empresas devem conhecer seus

clientes, saber o que eles pensam o que sentem, e como usam e compram os

serviços. Porém não basta apenas se concentrar nos clientes, é preciso criar valor

para os mesmos.

Entender e atender o consumidor da melhor forma pode ser feito através de

dois caminhos. Na maneira operacional que se resume em delegar e executar

tarefas que são passadas por níveis mais altos da hierarquia. Ou pelo caminho

sistêmico, que vem substituindo o operacional, pois o seu objetivo é que equipes

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que procedem de maneira de que cada membro pode exercer varias funções

voltando-se sempre a um desejo especifico de um consumidor da empresa

(RICHERS 2000)

O autor ainda afirma que para atender a esta necessidade é possível utilizar o

sistema dos quatro A’s, que inclui a (1) Análise, que visa compreender as forças

vigentes no mercado; a (2) Adaptação, que significa ajustar a oferta da empresa, as

suas linhas de bens ou serviços às forças externas destacadas pela análise; a (3)

Ativação, que é o conjunto de medidas no qual se objetiva atender mercados

definidos em que os consumidores recebem o produto na quantidade e frequência

desejada; e a (4) Avaliação, que tem como objetivo controlar os processos e

interpretar seus resultados e dar um feedback para a empresa a fim de permitir

futuros ajustes nos processos de marketing. A Figura 3 representa o funcionamento

sistêmico do processo de marketing baseado nos 4A’s.

Figura 3: A visão sistêmica dos 4 A’s Fonte: Richers (2000, p. 153)

Já Keller e Kotler (2006) mencionam que o processo de marketing consiste

em três partes. A primeira etapa, selecionar o valor, representa o que o marketing

deve fazer antes que qualquer produto exista. Ou seja, segmentar o mercado,

A visão sistêmica dos 4 As

Análise

Adaptação

Ativação

Feedback

Avaliação Mix

Mercado

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selecionando o mercado alvo adequado e descrever o posicionamento do valor da

oferta. A segunda etapa corresponde ao fornecimento do valor, o marketing deve

determinar características especificas o preço e a distribuição do produto. E

Finalmente na terceira etapa, Comunicar Valor. O marketing informa ao mercado

sobre o produto. Sendo que cada uma dessas etapas acarreta custos.

A segunda e terceira etapa compreende as decisões do composto de

marketing. Churchill e Peter (2000) afirmam que as quatro ferramentas primárias no

composto de marketing são: o produto, que se refere ao que os profissionais de

marketing oferecem aos clientes; preço, que esta relacionada com a quantidade de

dinheiro ou outros recursos que define o valor do produto; praça ou distribuição, que

se preocupa com as maneiras pelas quais os bens e serviços serão entregues ao

mercado para se tornarem disponíveis para a troca; e a promoção, que se destina a

comunicar, informar, convencer e lembrar o consumidor sobre os bens e serviços

disponibilizados.

As decisões estratégicas para o composto de marketing envolvem uma

combinação de preço, praça, promoção e produto atendendo na maior extensão

possível a necessidade e os desejos de seus respectivos segmentos-alvo escolhidos

(FERRELL, et al. 2000). As decisões do composto mercadológico, segundo os

autores, são apresentadas na Figura 4.

Para Keller e Kotler (2006) a estrutura da comunicação para o marketing deve

ser baseada em seu mercado alvo de forma que mostre ao consumidor final a

imagem de um produto que atraia de fato os consumidores desejados. Alinhado com

o mercado alvo o produto oferecido pela empresa pode ser mais do que um bem

tangível na tentativa de não só atender as necessidades do consumidor como

também seus desejos. Já para a determinação de preço a empresa deve levar em

consideração os vários fatores como a seleção do objetivo da determinação de

preço; a determinação da demanda; estimativas de custo e análise de custos; preços

e ofertas dos concorrentes; seleção de um método de determinação de preço; e a

seleção do preço final. Finalmente as decisões de praça ou dos canais de marketing,

que são conjuntos de organizações interdependentes no processo de disponibilizar o

produto, bem ou serviço, ao consumidor final. Para um desenvolvimento de canal

eficiente é preciso considerar as reais necessidades do consumidor, sendo possível

utilizar canais de marketing tradicionais ou conforme a necessidade a utilização de

canais híbridos.

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Figura 4: Decisões e atividades possíveis do composto mercadológico Fonte: Ferrel et al. (2000, p. 95)

Para poder alcançar os melhores resultados junto aos clientes de

determinado negócio não basta usar as ferramentas de marketing como

complemento da oferta determinado produto, é preciso ter o marketing como base

do desenvolvimento das estratégias. Considerando também que de acordo com o

tipo de empresa é preciso considerar elementos específicos de marketing como no

caso do varejo, abordado na próxima seção.

2.2 Marketing de varejo

Segundo Keller e Kotler (2006) marketing de varejo significa ter domínio de

um planejamento estratégico e utilizar ferramentas de informação para avaliar o

retorno sobre a base de investimento e segmentar o mercado concentrando-se nos

alvos e definir um posicionamento e buscar agressivamente a expansão do mercado

e as estratégias de diversificação.

Antigamente os varejistas tinham poucas ferramentas e conhecimento para

alavancar seus esforços de marketing com eficiência. Através da necessidade de

Produto Praça Promoção Preço

Inovação

Linhas de produto

Extensão de linhas

Mudanças nos produtos existentes

Reposicionamento

Redução de custos

Descarte de

produtos

Analise dos canais de distribuição

Desenho de

canais

Formulação de procedimentos

Controle de

Estoque

Métodos de transporte

Custo de

distribuição

Objetivo de promoção

Tipos de

promoção

Seleção de mídias

Criação de mensagens

Mensuração do

resultado de promoção

Publicidade

Comunicações promocionais

Analise da concorrência

Políticas de

Preços

Definição de concessão de

descontos

Condições de vendas

Decisões e atividades possíveis no composto mercado lógico

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identificar novos segmentos e nichos, o desenvolvimento da atividade passou a

contar cada vez mais com sistemas de gestão mais elaborados (LEVY; WEITZ

2000). Progressivamente as empresas varejistas precisarão cada vez mais dedicar

esforços em satisfazer seus clientes (PARENTE 2000).

Neste sentido, o varejo e o marketing orientado para empresas varejistas

passaram a ganhar mais importância tanto na economia quanto no próprio

desenvolvimento de sua gestão. Para que isso seja discutido, neste item são

abordados os tópicos: conceito de varejo, tipos de negócios varejistas e o composto

de marketing varejista.

2.2.1 Conceito de varejo

Varejo consiste em todas as atividades que englobam o processo de vendas

para atender a necessidade pessoal do consumidor final. O varejista é qualquer

organização que tem como principal atividade o varejo, ou seja, venda de produtos

ou serviços para o consumidor final (PARENTE, 2000).

Keller e Kotler (2006) descrevem o varejo incluindo todas as atividades

relacionadas a vendas de produtos ou serviços diretamente para o consumidor final,

sendo que o mesmo deve ter uso pessoal e não comercial. O varejo é qualquer

empreendimento no qual o faturamento provém essencialmente da venda de

pequenos lotes no varejo.

A Associação Americana de Marketing (AMA, s.a apud LAS CASAS, 2000),

por sua vez define o varejo como sendo uma unidade de negócios que compra

mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros fornecedores, e posteriormente

efetua vendas em quantidades menores para o consumidor final.

Cobra (2009) por sua vez conceitua que varejo é aquele que representa as

vendas de uma ou mais organizações. Assumindo estoque, expondo e vendendo

produtos de marcas diversificadas quase sempre se mantendo em uma linha de

comércio: alimentos, roupas, eletrônicos, automóveis, sapatos, perfumes e

cosméticos entre outros. É responsável por sua própria promoção assim como

políticas de preço, prazo e garantias, e pode prestar informações para fabricantes

entre outras atividades adicionais.

Para Levy e Weitz (2000, p. 26) “um varejista é um negociante que vende

produtos e serviços de uso pessoal ou familiar aos consumidores. Um varejista é o

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último canal de distribuição que liga fabricantes a consumidores”. Para Las Casas

(2000) independente da forma ou maneira que se conceitue ou apresente o varejo,

sempre se trata da comercialização de bens ou serviços para o consumidor final.

Lamb, Hair e McDaniel (2004) retratam uma natureza social do varejo e

mencionam que os negócios de varejo assumem as atividades que se relacionam

com a venda de bens e serviços para o consumidor final, fazendo com que seu uso

pessoal melhore a qualidade de vida no seu dia a dia.

Varejo significa atender no processo de venda o consumidor final diretamente

sendo que, mesmo atividades de vendas realizadas através do telefone, correio,

internet ou mesmo atendimento na casa do consumidor, caracterizam formas de

atendimento no varejo. E mesmo atacadistas ou fabricantes quando atuam

diretamente com o consumidor final estão desempenhando atividades de varejo,

porém, não são considerados assim porque suas receitas não se constituem

principalmente desta função (PARENTE, 2000).

Partindo desses conceitos, em geral Levy e Weitz (2000) definem quatro

funções exercidas por empresas varejistas: fornecer uma variedade de produtos ou

serviços - todos os varejos oferecem variedades de produtos ou serviços, no

entanto, se especializam na variedade que oferecem. Por sua vez o consumidor

sabe qual a variedade de produtos oferecidas pelo varejista; dividir lotes grandes em

pequenas quantidades - ou seja, transformar a compra de atacadistas e

fornecedores que só vendem em grandes quantidades, em pequenas quantidades

que podem ser melhor adaptada as necessidades do consumidor final; manter

estoque - significa manter um nível de estoque que permita ao consumidor final a

liberdade de não precisar ter uma grande reserva de determinado produto, pois o

mesmo pode ser encontrado no varejo; e fornecer serviços – assim, facilitar a

compra e uso de determinado produto oferecendo credito, exibindo e anunciando

produtos, oferecendo um atendimento pessoal para atender ao consumidor. Efetuar

estas funções que aumentam o valor dos produtos e serviços vendidos ao

consumidor.

De forma semelhante, Las Casas (2000) define como principais funções de

um varejo: a atividade de vendas, a qual promover o produto junto aos potenciais

clientes; compras, pois como um revendedor é necessário comprar uma variedade

de produtos a fim de usualmente vendê-los; a seleção, ou seja, fazer sortimento de

produtos, comumente relacionados, para os clientes potenciais; financiar e oferecer

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crédito aos potenciais clientes para facilitar a transação; Armazenar e proteger o

produto, mantendo estoques; distribuir, transformando grandes lotes de um único

produto em quantidades desejadas pelos consumidores finais; transportar,

desenvolvendo a movimentação física do produto ao consumidor final; gerenciar

informações de marketing, oferecendo subsídios sobre as condições do mercado

aos fabricantes do produto oferecido; gerenciar riscos, observados na manutenção

de estoque, e obsolescência de produto. Contudo, nem todos os negócios varejistas

operam todas essas funções, o que os diferencia uns dos outros. Essa distinção é

abordada no próximo item, quando são destacadas suas tipologias.

2.2.2 Tipos de negócios varejistas

Os varejos são parte de um sistema de marketing complexo sendo assim

componentes importantes para o fluxo de mercadorias, porem não são únicos e

podem ser classificados de varias formas (PARENTE, 2000).

Levy e Weitz (2000) explicam que pode ser considerado varejo desde

fornecedores de rua que vendem cachorro-quente, até grandes empresas como

Sears, que se tornam parte integral da cultura de um país. Cada varejo prospera

satisfazendo um grupo de necessidades especifica de seus consumidores.

Diferentes tipos de varejos surgem ao longo do tempo, pois os mesmo conseguem

atrair e manter uma base de cliente.

Segundo Lamb, Hair e McDaniel (2004) um estabelecimento varejista pode

ser classificado conforme sua propriedade, nível de serviço, sortimento de produtos

e preço. Especificamente estas três últimas variáveis são consideradas como forma

de diferenciação da empresa varejista, a partir do que o posicionamento pode ser

definido. Quanto à classificação em função da forma de propriedade, segundo os

autores, o varejo pode ser independente, parte de uma rede ou franquia.

Parente (2000) também menciona classificação similar. Dependendo do tipo

de propriedade os varejos podem ser classificados em: independentes, ou seja

varejo constituído apenas por uma loja e normalmente são empresas pequenas de

administração familiar; redes, quando se opera mais de uma loja sob a mesma

direção. A medida que uma rede aumenta, isto lhe compete um maior poder de

barganha junto aos seus fornecedores; as franquias, pequenos empresários se

beneficiam por serem parte de uma grande instituição de cadeia de varejo, no qual

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um franqueador oferece ao franqueado uma série de formatações e desenho de

negócio em troca de royalties; departamentos alugados, são departamentos dentro

de uma loja de varejo que são gerenciados por outra empresa; sistema de marketing

vertical, que significa trabalhar como um sistema integrado procurando eliminar

desperdícios e retrabalhos, para otimizar os resultados do canal.

O autor classifica também os varejos com loja e sem lojas. No primeiro estão

os bares, padarias, mercados entre outros (alimentícios); varejo não alimentícios

com loja, como lojas de departamentos, minilojas, etc.; e varejo de serviço, em que a

atividade principal consiste na prestação de serviços, como salões de beleza,

clinicas médicas etc. No segundo grupo, os varejos sem loja, os mesmos se

concentram em atividades como marketing direto, venda direta ou máquinas

automáticas de venda entre outros. A referida classificação das instituições

varejistas é apresentada na Figura 5.

Figura 5: Classificações e formatos varejistas Fonte: Parente (2000, p. 25)

Instituição Varejista

Classificação de acordo com a propriedade

Independente

Redes

Franquias

Departamentos alugados

Sistema de marketing Vertical

Alimentícios

Não Alimentícios

Serviços

Marketing direto

Vendas diretas

Maquinas de

venda

Varejo Virtual

Instituição com loja

Instituição sem loja

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Quanto aos níveis de serviço que classificam os varejos, Kotler e Keller

(2006) definem-nos de uma forma diferente. Para eles o varejo pode se posicionar

das seguintes formas: auto-serviço onde a base de todas as operações é o

desconto; seleção, quando os próprios clientes encontram o produto que procuram,

embora possa pedir ajuda; serviço limitado, as mercadorias são expostas aos

clientes, porém a empresa fornece atendimento e outros serviços como crédito

privilegiado e garantia; serviço completo acontece em empresas que oferecem um

serviço de atendimento pessoal em todas as fases da compra, os clientes que

preferem um atendimento pessoal procuram essas lojas mesmo tendo que pagar um

preço mais auto por isso.

Os autores explicam também que à medida que determinados tipos de

varejos atingem a maturidade, normalmente ampliam seus serviços. Portanto, se seu

custo ficar maior, cria-se a oportunidade para outros varejos com menos serviços e

consequentemente menores preços entrarem nesse mercado. Observando a

variável preço, Kotler e Keller (2006) afirmam que a classificação de varejo por suas

políticas pode ser realizada resultando em lojas de departamento que utilizam do

preço sugerido ou lojas onde o preço mais baixo é o principal chamariz para atenção

do consumidor final.

Levy e Weitz (2000) explicam que uma loja de descontos é um varejo que

oferece uma ampla variedade de mercadorias, somados a um serviço limitado o que

resulta no final em preços mais baixos, enquanto outras formas de varejo com um

nível de serviço maior acabam tendo mais custos e consequentemente preços mais

altos.

Segundo Keller e Kotler (2006), pode se classificar um varejo também através

de sua amplitude e profundidade de linha de produtos (Quadro 1).

podem existir formas de varejo que trabalham com uma linha de produtos

super restrita chegando até o nível de se vender apenas um único produto, até

varejos que tem uma linha de produtos tão extensa que pode-se dizer que é possível

encontrar quase todo tipo de produto.

Percebendo-se os conceitos de tipos de negócios varejistas percebe-se a

necessidade do desenvolvimento de estratégias mercadológicas p ara garantir-se a

sobrevivência do varejo, as quais podem estar reunidas no chamado composto de

marketing de varejo.

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Tipos de varejo Linha de produtos Loja de especialidades Possui linha de produtos restrita Loja de departamentos Possui varias linhas de produtos Super mercados Linha de produtos de higiene, alimentação e limpeza

doméstica. Loja de conveniências Linha limitada de produtos de conveniência de alta

rotatividade, além de lanches e bebidas. Loja de descontos Possui mercadorias padrão ou especialidades vendidas a um

preço mais baixo. Varejo de liquidação Possui sobras de mercadorias ou pontas de estoque. Superloja Oferece ampla linha de produtos e serviços Showroom de vendas por catálogo

Ampla seleção de mercadorias de preço elevado, alta rotatividade e marcas vendidas com desconto.

Quadro 1: Tipos de varejo através da amplitude e profundidade da sua linha de produto Fonte: Adaptado de Keller e Kottler, (2006)

2.2.3 Composto de Marketing Varejista

Boone e Kurtz (2009) definem que o composto mercadológico de varejo como

uma estratégia que inclui decisões de mercadorias, padrões de serviço ao

consumidor, formas de determinação do preço, análise do mercado-alvo, objetivos

de promoção, decisões a respeito do local ou forma de distribuição e as escolhas da

apresentação da loja. A maneira como se combinam estes elementos refletem a

forma como o varejo deseja ser visualizado.

Day (1990 apud PARENTE, 2000) ressalta que para varejistas que buscam

vantagens competitivas, estes devem começar a sua análise procurando identificar

quem são seus clientes, suas expectativas, o grau de satisfação dos consumidores

em relação aos mesmos e seus respectivos concorrentes, as possíveis fontes de

insatisfação e a partir disto identificar preços, linhas de produtos e serviços que

podem se tornar vantagens competitivas.

De forma semelhante, Keller e Kotler (2006) mencionam que a decisão mais

importante de um varejista é a definição de um mercado alvo. Somente a partir disto

é possível tomar decisões a cerca de sortimento de produtos, decoração da loja,

propaganda, a mídia, os preços e os serviços, os quais compõem junto com a

definição do mercado alvo, as decisões varejistas.

Segundo Parente (2000) o composto de marketing varejista trata de um

conjunto de variáveis que formam o esforço de marketing no varejo. Considera todos

os fatores controláveis que o varejo articula como linha de produtos, preços,

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promoções, apresentação, pessoal e ponto de venda. Essas variáveis, bem como os

exemplos de decisões que as compõem são apresentadas no Quadro 2.

Posteriormente essas variáveis são apresentadas utilizando-se também outros

autores em suas discussões.

Variáveis do composto varejista Exemplos de decisões

P- Mix de Produtos Variedade da linha, Qualidade, Serviços

P- Preços Preços, Créditos, Benefícios e Custos

P- Promoção Propaganda, Ofertas, Sinalização

P- aPresentação Loja, Departamentalização, Planograma

P- Pessoal Atendimento, Rapidez, Serviço

P- Ponto Localização, Acesso, Vizibilidade

Quadro 2: Composto mercadológico Varejista Fonte: Parente (2000, p. 61)

a) Variável produto

As decisões sobre mix de produtos consistem em uma das decisões

fundamentais para um varejista. Obter mercadorias que satisfaçam suas

necessidades é o principal motivo pelo qual os clientes compram. Uma seleção

adequada não deverá conter um aspecto de diferenciação e vantagem, mas também

estar alinhada com os outros itens do composto mercadológico varejista. A

composição do mix de produtos traz como desafio equilibrar dois objetivos distantes,

ter uma grande quantidade de estoque possibilitando atender um maior número de

seguimentos de clientes e, ter um giro mais rápido diminuindo assim os custos

operacionais (PARENTE, 2000).

As várias funções da atividade de aquisição de mercadorias envolvem

estimativas e avaliação da demanda, ou seja, avaliar as necessidades dos

consumidores antes de determinar o que adquirir; determinar tipo de mercadoria e

quantidade a ser vendida; com base na avaliação feita acerca das necessidades do

cliente determinar os tipos de mercadorias necessárias para o seu negócio;

selecionar fornecedores, para tanto é preciso escolher os fornecedores que tenham

reputação, localização conveniente, serviços adequados, políticas de trabalho

interessantes, disponibilidade e experiência (LAS CASAS 2000).

Para Levy e Weytz (2000) a principal meta de um varejo é vender

mercadorias e nada é mais central na estratégia de varejo do que decidir o que

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comprar e o quanto comprar. Varejistas pequenos e grandes precisam tomar

decisões a respeito de milhares de itens individuais. Se o processo de compra não

for organizado e sistemático isso pode resultar num completo caos.

Parente (2000) ressalta ainda a importância na aquisição de produtos pelo

varejo. O autor menciona que se deve levar em conta uma série de fatores

relacionados ao mix de produtos e que formará a composição da linha de produtos

da empresa. Esses fatores são a: amplitude - que se refere ao número de

categorias, subcategorias e segmentos de produtos que uma loja comercializa;

profundidade - número de marcas uma mesma categoria ou subcategoria; preço e

qualidade - relação existente entre o preço e qualidade do produto em contrapartida

ao segmento de clientes; papel da categoria - cada categoria de produto dentro de

um varejo pode ter papéis diferentes em relação ao consumidor, sendo que as

categorias que tem o papel de atrair mais cliente, por serem mercadorias mais

rotineiras de compras precisam ter uma maior quantidade do que aquelas que são

vendidas mais ocasionalmente.

b) Variável preço:

Um dos principais objetivos de um empresário é fazer lucro. Por meio de um

preço justo e adequado é possível atingir este objetivo. Adicionalmente os preços

são expressivos componentes do composto de marketing para a formação da

imagem (LAS CASAS 2000).

Na maioria dos setores, o preço afeta rápida e diretamente a atratividade da

loja para os consumidores e conseqüentemente o seu volume de venda. As políticas

de preço usadas pelos varejistas costumam ter normalmente três objetivos: vendas -

ou seja, motivar a venda apoiado na justificativa de um preço melhor; imagem - onde

se busca passar uma imagem de liderança ou de igualdade de preço; e o lucro – em

que se busca como objetivo principal para o empreendimento varejista (PARENTE,

2000).

Os clientes, hoje, procuram um bom valor no que compram e mesmo que

para algumas pessoas preço baixo seja sinônimo de bom preço, há outras pessoas

que preferem pagar um pouco mais, contanto que vejam um valor maior com seu

dinheiro em termos de qualidade e serviço (LEVY; WEITZ, 2000).

Para Kotler e Keller (2006) a empresa, primeiro precisa determinar quais os

seus objetivos para depois determinar o preços de forma mais objetiva. Uma

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empresa pode determinar seus preços baseado em um destes cinco objetivos

mostrados no Quadro 3.

Objetivos Situação

Sobrevivência Quando assolados por uma intensa concorrência, ou por mudança no comportamento dos consumidores. As empresas utilizam preços que cubram seus custos variáveis e fixos.

Maximização do lucro atual

As empresas estimam demanda e custos relacionados a preços alternativos e escolhem preços que aumentem seus lucros.

Maximização da participação do

mercado

Maximizar o volume de vendas para assim conquistar um custo unitário maior e lucro em longo prazo.

Desnatamento Maximo do mercado

Empresas que lançam tecnologias preferem determinar preços mais altos para destacaram-se do mercado.

Liderança na qualidade do

produto

Uma empresa pode ter como objetivo ser líder de mercado em qualidade de produto e para isso lança produtos caracterizados alto nível de qualidade e conseqüentemente com um preço elevado.

Quadro 3: seleção do objetivo da determinação do preço Fonte: adaptado de Keller e Kottler (2006)

c) Variável promoção:

O composto promocional do varejo não tem só intuito de atrair os

consumidores, mas também motivá-los a compra. Lewison (1997 apud PARENTE,

2000) ressalta que muitos consumidores não têm a livre iniciativa de comprar em um

varejo a não ser que este seja anunciado dando informações como a sua

localização, os produtos que vende, termos de venda e hora de abertura da loja. E

ainda se faz necessário convencê-lo de que há um custo/beneficio de se consumir

neste lugar.

Para Shaffer (1976 apud LAS CASAS, 2000) os principais objetivos de uma

promoção são formar uma personalidade clara, gerar um fluxo de clientes, refletir a

mercadoria comercializada pela loja e aumentar o lucro bruto. Com base nesses

objetivos as promoções devem ser focadas nos produtos mais necessários para

cada época.

Da mesma forma que ocorre em outros setores empresariais o composto

promocional do varejo é uma combinação de três programas básicos de promoção:

propaganda – comunicação indireta e impessoal transmitida por meio de mídia

massificada; promoção de vendas – ferramenta de comunicação impessoal direta ou

indireta envolvendo o uso de mídia ou marketing que oferece um valor extra ao

consumidor; e publicidade – definida como a comunicação indireta veiculada por

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alguma mídia de informação sobre determinado produto ou varejo, sem custo algum.

Parente (2000) alude que a propaganda pode ser impressa, eletrônica e interativa. A

impressa pode ser apresentada em formato de revista, jornal e outdoor; A eletrônica

por meio de televisão e rádio; e a propaganda interativa através da internet.

A propaganda pode ter diversos objetivos como gerar um grau lembrança da

marca, criar um estimulo para o consumidor experimentar o produto, promover a

imagem de uma determinada empresa, comparar qualidades e benefícios com

marcas concorrentes ou produtos substitutos e promover venda de determinado

produto (LIMEIRA, 2006).

Limeira (2006) define que promoção de vendas pode ser feita diretamente ao

consumidor através de amostras grátis, cupons de desconto ofertas especiais,

brindes, concursos e sorteios. A promoção de venda pode ocorrer diretamente no

canal de vendas usando-se de bonificação em produto, desconto de preço de

compra, desconto no preço de venda ao consumidor, prêmios e serviços adicionais

oferecidos pelos canais. Além de poder ser realizada através do marketing direto, ou

seja, um conjunto de atividades impessoais, sem intermediários entre o cliente e a

empresa, como é o caso do database marketing, o marketing de fidelização ou o

marketing de relacionamento.

Já a publicidade no varejo, Lewison (1997 apud PARENTE, 2000) a define

como uma ferramenta de relações públicas comunicada de forma positiva ou

negativa relacionada à atividade varejista feita de forma impessoal e indireta

veiculada por uma mídia de massa não paga e nem creditada a nenhum

responsável. Parente (2000) ressalta que a publicidade quando positiva pode gerar

credibilidade para os consumidores principalmente quando alcança audiência de

massa. A grande preocupação do varejista em relação à publicidade é a falta do

controle do que é informado. Para estimular a divulgação de notícias positivas, os

varejistas procuram manter relações cordiais com a imprensa.

Keller e Kotler (2006) acrescentam ainda a utilização do marketing direto e da

força de vendas como integrantes do composto promocional do marketing. Sendo

que o marketing direto atua utilizando canais diretos com o consumidor sem

intermediários de marketing como o uso da mala direta, catálogos, telemarketing,

quiosques, sites e telefones. Já a força de venda tem a função de promover o

produto em contato direto com o consumidor utilizando da sua argumentação.

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Segundo Limeira (2006) para que a comunicação apresente os benefícios

desejados deve-se organizá-la de forma integrada. O desenvolvimento de um plano

de comunicação de marketing é parte importante do composto mercadológico da

empresa, portanto deve estar intrínseca com os objetivos da mesma. E para que

isso seja feito de maneira eficaz deve se levar em conta as nove etapas de

comunicação de marketing:

• Análise do problema ou da oportunidade: identificar possíveis

oportunidades ou riscos e ameaças para o desenvolvimento de uma posição

competitiva em relação a imagem da marca, ao público alvo e as atitude e

percepções do consumidor;

• Definição dos objetivos de comunicação: baseando-se na análise anterior,

deve definir os objetivos de comunicação visando identificar que resposta do

consumidor se quer alcançar como – criar uma lembrança de marca, criar

conhecimento, criar mudança em atitudes, criar mudança de comportamento,

reforçar decisões, comportamentos e atitudes;

• Seleção do público alvo: que pode ser diferente do público alvo do produto

dependendo do objetivo da comunicação podendo ter simultaneamente mais de um

público alvo;

• Seleção dos elementos do composto de comunicação: após a definição

dos públicos alvos, se faz necessário definir quais as ferramentas ou atividades de

comunicação são mais adequadas;

• Definição estratégia da mensagem: qual o conteúdo a ser comunicado para

cada público;

• Definição dos meios de comunicação: ou seja, quais ou meios de

comunicação mais adequados para gerar a resposta esperada, se mídia de massa,

mídia segmentada, mídia dirigida, mídia eletrônica, mídia impressa, mídia exterior e

mídia em pontos de vendas;

• Definição do orçamento de comunicação: decidir o volume de recursos

necessário para atingir os objetivos de venda;

• Implementação do plano: o resultado da atuação de vários profissionais

especialistas que desempenham funções como desenvolvimento de folhetos, filmes,

músicas, fotografias, ilustrações e etc;

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• Avaliação dos resultados: o plano de comunicação deve incluir share of

voice, share of mind, grau de lembrança da marca, índice de lembrança do anúncio,

frequência em dia de exposição dos anúncios, taxa de consumidores fiéis, grau de

intenção de compra do publico alvo e/ou atitudes do público em relação a empresa.

d) Variável apresentação:

Nenhuma outra variável do composto de marketing varejista apresenta tanto

impacto ao cliente como a loja em si. As decisões sobre apresentação interna,

layout, exposição dos produtos e o tamanho da loja podem ter peso imensurável

para o consumidor, pois é nela que o consumidor manifesta e desenvolve o seu

comportamento de compra (PARENTE, 2000).

Antes de induzir os clientes ao estabelecimento é preciso uma cuidadosa

elaboração da imagem que a empresa deseja projetar. Essa imagem é o resultado

das decisões de layout, ou seja, como as partes essenciais, ou elementos que

ajudam a loja para uma produtividade máxima são definidos, e vitrines, que tem a

responsabilidade de induzir o cliente a entrar na loja (LAS CASAS, 2000).

Para se projetar um bom layout de loja os designers precisam equilibrar

muitos objetivos. Primeiramente o layout da loja deve instigar o cliente a mover-se

por ela a fim de comprarem mais produtos. Outro objetivo importante é dar ao

consumidor espaço necessário para que o mesmo possa fazer as compras. Dentro

da apresentação do varejo é preciso levar consideração também a forma como se

expões as mercadorias de forma efetiva ao cliente que pode ser por classificação de

tamanho, pela natureza do produto, tamanho de embalagem, ou potencial lucro do

produto (LEVY; WEITZ, 2000).

Para Limeira (2006) merchandising é o conjunto de instrumentos de

comunicação do produto diretamente no ponto de vendas onde é possível gerar um

impulso de compra no consumidor final e para isso se faz a exposição do produto

utilizando-se de displays, stands, prateleiras, pilhas de produto. Pode se fazer

comunicação através de folhetos, cartazes ou pôsteres. Ou ainda promover o

produto junto a demonstradores, degustadores, sorteios e distribuição de brindes.

e) Variável ponto:

Parente (2000) menciona que a localização da loja consiste em uma das

decisões mais críticas para o varejista, pois diferentemente das outras variáveis, a

localização não pode ser mudada ao longo do tempo. A localização de uma loja irá

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influenciar em sua atratividade junto aos consumidores de sua área de influência,

portanto torna-se um fator determinante para o seu futuro volume de vendas.

Las Casas (2000) acrescenta a importância da localização de um varejo, pois

proporciona utilidade de tempo, e lugar aos consumidores. Portanto, o varejista deve

localizar-se convenientemente para atender o seu consumidor. Além disso, é preciso

salientar que a localização do estabelecimento deve levar em consideração um

estudo do local e uma análise do mercado para determinar se a área é viável.

Para se tomar a decisão de localização do varejo precisa-se levar em

consideração a demanda de mercado, ou seja, o tamanho do mercado de

determinada região para o setor varejista. Analisando-se os segmentos não

atendidos de consumidores, os limites da região geográfica o tipo de varejo que será

ou já é implantado. Outro fator importante para decisão da localização é o índice de

saturação do mercado, que significa o quanto a demanda de determinada região já

esta sendo atendida por outros comércios. Para isso é preciso avaliar o grau de

equilíbrio entre a oferta e a demanda de determinada região (PARENTE, 2000).

Rojo (2006) complementa afirmando que a localização do varejo deve estar

relacionada com um conhecimento amplo da região onde a loja será aberta.

Levando em consideração um estudo de dados como: perfil dos clientes da região,

poder aquisitivo, o número de habitantes, concorrentes, hábitos de compra e lojas

que costumam freqüentar.

f) Variável pessoas:

Segundo Parente (2000), os serviços de atendimento dizem respeito a todas

as atividades em que se apresenta um relacionamento pessoal entre varejista e

consumidor. Se desempenhado de forma eficiente o varejista consegue desenvolver

um relacionamento de longo prazo com o seu consumidor. Com o aumento da oferta

de lojas e conseqüentemente, com o acirramento da concorrência os varejistas se

habituam a imitar em muitas variáveis do mix varejista. Para sobreviver neste

mercado é preciso conseguir desenvolver relacionamentos de longo prazo para com

os seus consumidores, oferecendo sempre um serviço de qualidade em conjunto

com as outras variáveis do composto mercadológico varejista.

Levy e Weitz (2000) explicam que abordagem ao cliente pode ocorrer de

forma personalizada/padronizada e a utilização de cada uma dessas opções implica

no objetivo do varejo em relação ao consumidor final. Uma abordagem padronizada

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baseia-se no fornecimento de um serviço mediante a um cumprimento rígido de

regras estabelecidas tornando os custos menores. O atendimento personalizado

força o varejo a adaptar o atendimento de acordo com a necessidade do cliente, que

apesar de custos mais elevados costuma produzir melhores resultados.

Miguel (2006) define que a venda relacionamento consiste no

desenvolvimento de uma série de atividades desenvolvidas pelo vendedor com o

seu cliente para gerar benefícios mútuos em longo prazo. Uma das tarefas do

vendedor é identificar a estrutura do poder de compra do consumidor e seu processo

decisório que conta com: iniciador - a pessoa que identifica um determinado

problema e procura resolvê-lo através da compra; deliberadores - são as pessoas

que decidem se o processo de compra irá se iniciar; influenciadores - são pessoas

que tem algo a dizer em relação ao produto no processo de compra; selecionadores

- são as pessoas que identificam possíveis soluções para determinado problema; e

compradores e usuários - que estão relacionados a compra e uso do produto,

ressaltando que nem sempre o comprador e usuário são a mesma pessoa.

Como já mencionado anteriormente, a base para as definições das variáveis

do composto de marketing varejista até aqui discutidas é o mercado alvo. Para que o

mesmo possa ser estabelecido, a segmentação de mercado deve ser realizada.

Esse é o tema da próxima seção.

2.3 Segmentação do Mercado

O mundo é muito grande e repleto de pessoas diferentes, portanto um único

composto mercadológico não seria o suficiente para atrair todas as pessoas. A

divisão de um mercado total em grupos relativamente homogêneos é um processo

chamado de segmentação de mercado. Essa decisão requer identificar fatores que

afetam a decisão de compra e consequentemente, os grupos de consumidores

(BOONE; KURTZ, 1998).

Segmentação de mercado é dividir o mercado em grupos de compradores

potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepção de valores

ou comportamento de compra. Os indivíduos de um mesmo segmento costumam

responder de forma parecida diante de uma estratégia de marketing. Para decidir

quais segmentos de mercado serão atendidos, as empresas usam informações com

o fim de poderem atendê-los de forma lucrativa. O segmento especifico de mercado

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que uma organização seleciona é chamado de mercado alvo (CHURCHILL; PETER,

2000).

Segundo Parente (2000) segmentar o mercado significa entender a

importância individual de cada consumidor do varejo para assim conseguir tomar as

medidas estratégicas certas para atender os anseios de cada consumidor. Nessa

lógica varejista Kotler e Keller (2006) explicam que atualmente as empresas buscam

cada vez mais segmentar o mercado avaliando as características locais de áreas

comerciais ou bairros para tomar melhores decisões de marketing.

A segmentação acontece quando a empresa determina bases para identificar

os mercados, classificando as características dos potenciais consumidores. A idéia é

que segmentos contenham grupos homogêneos que tenham uma reação

semelhante a determinado composto mercadológico (BOONE, KURTZ, 1998).

Kotabe e Helsen (2000) afirmam que a partir da segmentação do mercado é

possível que a empresa desenvolva um composto de marketing para cada segmento

e, a partir disso possa realizar um melhor trabalho de satisfação das necessidades

dos segmentos-alvos.

Há varias formas possíveis de segmentação de mercados de consumo. Para

avaliar as possibilidades pode ser útil agrupar as bases de segmentação em

categorias amplas. Os principais tipos de segmentação para mercado de consumo

são: base geográfica, base demográfica, base psicográfica e base comportamental

(CHURCHILL; PETER, 2000), apresentadas na sequência:

a) Base geográfica:

Dias (2006) explica que segmentação geográfica é o processo de identificar

segmentos baseando-se em aspectos geográficos como densidade populacional e

localização. Os critérios de segmentação podem ser: cidades, estados, países,

comarcas, bairros e microrregiões dos bairros, dependendo do objetivo de

penetração ou ocupação.

Além disso, os profissionais de marketing têm oportunidade de comparar os

desejos e necessidades de diferentes segmentos geográficos e assim assumir

estratégias diferentes para cada público (CHURCHILL; PETER, 2000).

Kotler e Keller (2006) afirmam que a segmentação geográfica é mais fácil de

ser percebida e que atingir bons resultados. Nesta área é possível dividir as regiões

levando em conta critérios como: localidades onde se encontram os clientes mais

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valiosos, em que medida este segmento já foi penetrado, quais lugares e meios de

promoção geram melhores oportunidades de crescimento, e se a análise

geodemográfica consegue capturar a crescente diversidade da população.

b) Base demográfica:

Segundo Boone e Kurtz (1998) segmentar o mercado significa isolar fatores

que distinguem certo grupo de consumidores do mercado global. Podendo analisar

características como sexo, idade, renda e padrão de despesas, entre outros.

Churchill e Peter (2000) definem que a segmentação baseada em idade,

sexo, etnia, nível de renda, ocupação, nível de instrução e tamanho da composição

da família são fatores que tem como base as características da população e,

portanto esta é uma maneira demográfica de segmentar o mercado.

O sexo é uma variável obvia para a segmentação com, vista que certos

produtos relacionados a um determinado sexo, no entanto, varias indústrias só

perceberam esta oportunidade recentemente. Através do desenvolvimento de

produtos e campanhas publicitárias voltadas especialmente para um sexo especifico.

(BOONE, KURTZ, 1998). Para Churchill e Peter (2000) é apropriada quando um

produto pode agradar mais um sexo do que outro, ou quando os membros de cada

sexo respondem de forma diferente aos aspectos do composto mercadológico.

Da mesma forma que os gostos e necessidades das pessoas mudam com o

seu amadurecimento, muitos profissionais de marketing vêem uma oportunidade de

segmentar o mercado baseando-se na faixa etária do individuo. Boone e Kurtz

(1998) afirmam que é possível segmentar levando em consideração a faixa etária de

um mercado sendo fato que vários produtos são consumidos apenas por um grupo

exclusivo de determinada faixa etária.

Outra maneira de se segmentar o mercado é analisar o estágio do ciclo de

vida familiar. O processo de formação e dissolução das famílias. Churchill e Peter

(2000) ressaltam que pode haver vários modos de categorizar famílias por tamanho,

composição ou estágio de vida. Por exemplo, famílias grandes costumam ser

atraídas por produtos em embalagens maior que ofereçam uma quantidade maior

por um preço menor. Já pessoas que moram sozinhas preferem porções menores

de produtos, principalmente se forem perecíveis.

Segundo Boone e Kurtz (1998) não é de se surpreender que os mercados

possam ser segmentados baseando-se na renda como base para a segmentação.

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Podendo-se desenvolver o composto mercadológico que se adeque melhor a

pessoas de baixa, média ou alta renda. A segmentação por nível de renda ajuda os

profissionais de marketing a determinar quais consumidores estarão aptos a

consumir os seus produtos, em relação à combinação de preço, estilo e qualidade.

Consumidores com poder aquisitivo menor se interessam mais por produtos em

liquidação ou saldos. Já consumidores com uma renda mais alta preferem pagar

mais por produtos de prestigio ou alta qualidade (CHURCHILL, PETER, 2000).

c) Base psicográfica:

Churchill e Peter (2000) explicam que embora a segmentação demográfica

seja relativamente simples ela não leva em consideração de fato as necessidades e

desejos do consumidor. Para identificar os consumidores que estariam interessados

em algum produto, desenvolveu-se a segmentação psicográfica.

Para Boone e Kurtz (1998) pode-se ainda fazer uma segmentação

psicográfica do mercado, ou seja, dividir o mercado por estilo de vida dos diferentes

consumidores. A segmentação psicográfica obtém resultados significativos sobre o

marketing. Os perfis psicográficos produzem uma descrição muito mais rica de um

mercado alvo potencial do que seria possível de outro modo.

Churchill e Peter (2000) definem valores, atitudes e estilo de vida (VALS 2)

para dividir o mercado em diferentes segmentos como os expostos no Quadro 4.

Segmentos Valores, atitudes e estilo de vida Efetivadores Aqueles com gosto mais sofisticados. Satisfeitos Aqueles que procuram funcionalidade, valor e durabilidade nos

produtos que compram. Confiantes Preferem marcas estabelecidas.

Realizadores Querem produtos que remetam o seu sucesso para seus colegas. Batalhadores Procuram imitar a compra de pessoas que têm prestigio.

Experimentadores Consumidores tradicionais de roupas, fast-food, musica, filmes e vídeos.

Fazedores Procuram produtos que tenham finalidades praticas. Lutadores Aqueles cujo salário modesto limita-os a compras de necessidade e

urgência. Quadro 4: segmentos psicográficos Fonte: adaptado de Churchill e Peter (2000)

Segundo Kotler e Keller (2006), a segmentação psicográfica é a utilização da

psicologia para compreender melhor os consumidores. Como abordado no Quadro 4

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a segmentação psicográfica divide os consumidores em diferentes grupos de acordo

com o estilo de vida, personalidade e valores de cada individuo. Contudo, a

utilização desta segmentação não é universal e pode ser desenvolvida de diferentes

formas de acordo com a região na qual ele é aplicado.

d) Base comportamental:

É possível ainda segmentar os produtos com base nos diferentes

comportamentos do consumidor. Sendo que através desta segmentação pode se

ajustar um formato de oferta para os diferentes tipos de comportamento do

consumidor (CHURCHILL; PETER, 2000).

Pode se segmentar o mercado de acordo com o comportamento do

consumidor em relação a sua frequência de uso e, portanto, frequência de compra

de determinado produto. Determinando a quantidade de compras de determinado

segmento é possível direcionar melhor os esforços de marketing para obter

melhores resultados para a empresa (DIAS, 2006).

É possível também segmentar o mercado através do seu grau de lealdade.

Calculando-se o grau de lealdade dos consumidores é possível definir quais clientes

merecem um melhor atendimento já que os mesmos geram uma maior lucratividade

para a empresa (CHURCHILL; PETER, 2000).

Kotler e Keller (2006) dividem os consumidores em sete variáveis

comportamentais como as abordadas no Quadro 5.

Hooley, Saunders e Piercy (2001) explicam ainda que a correta segmentação

do mercado de atuação da empresa é uma decisão fundamental, pois a partir disto é

possível definir o mercado ou os mercados onde ela poderá atuar. Há muitas

empresas que acabam entrando em mercados para os quais não estão preparadas,

escolhendo-os porque parecem ser atraentes para os seus produtos, sem analisar a

possível adequação das características da empresa para o atendimento das

características do mercado.

Junto às informações de quais segmentos devem se tornar seus mercados-

alvo os profissionais de marketing devem levar em conta o posicionamento do

produto. Criar uma percepção favorável do produto na mente do consumidor

potencial em relação aos concorrentes (CHURCHILL, PETER, 2000). Isso demanda

um conhecimento dos demais competidores que atuam no mercado em que a

empresa opera. A análise da concorrência é abordada na sequência.

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Variáveis Definição

Ocasião Podem ser divididos pelos horários, dias ou meses que costumam adquirir algum bem.

Benefícios São classificados de acordo com o beneficio que procuram. Status de usuário

Segmentados em não usuários, ex-usuários, usuários potenciais, usuários iniciantes e usuários regulares de um produto.

Índice de utilização

Divididos em light user (usuários pouco freqüentes), medium user (usuários em nível médio de freqüência) Heavy user (pessoas que fazem uso massivo de determinado produto).

Estágio de prontidão

Diferenciados pelo nível de conhecimento a respeito de determinado produto.

Status de fidelidade

Segmentados pelo nível de fidelidade fiéis convictos (compram sempre da mesma marca), Fiéis divididos (são fiéis a mais de uma marca), fiéis inconstantes (mudam constantemente de marca) e infiéis ( não são fiéis a nenhuma marca).

Atitude em relação ao

produto

Pode ser divididos em cinco grupos de atitudes: Entusiasta, positiva, indiferente, negativa e hostil.

Quadro 5: Variáveis da segmentação comportamental. Fonte: adaptado de Keller e Kottler (2006)

2.4 Análise da concorrência

Parente (2000) explica que na disputa pelo mercado consumidor não basta às

empresas se esforçarem para atender as necessidades e desejos dos

consumidores, é preciso também reservar um tempo para observar o desempenho

dos concorrentes e qual a percepção dos consumidores em relação a eles.

Segundo Peter e Churchill (2000) são raros encontrar organizações que

sejam as únicas fornecedoras de um determinado produto. Ao invés disso é

necessário descobrir no mercado quem são os concorrentes de determinada

empresa e prever o que os mesmos podem fazer no futuro.

Neste capítulo são abordados os passos necessários para a análise da

concorrência, que inclui a identificação dos concorrentes, análise da concorrência e

estratégias competitivas, conforme abordado na Figura 6.

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Figura 6: Análise da concorrência Fonte: Adaptado de Keller e Kotler (2006)

2.4.1 Identificação dos concorrentes

O grau de concorrência de um mercado pode ser medido pelo número de

concorrentes que o compõem. Quando há apenas um concorrente em um mercado

o mesmo pode ser considerado uma situação monopolista. Já quando há um

pequeno número de concorrentes que fabricam produtos que variam de altamente

diferenciados a padronizados acontece o oligopólio. Concorrência monopolista

acontece quando há um número grande de concorrentes de produtos similares onde

cada fornecedor tem uma participação relativamente pequena no mercado. A

concorrência pura acontece quando há um grande número de concorrentes em um

único mercado (KELLER; KOTLER, 2006).

Porter (1980 apud CHURCHILL; PETER, 2000) explica que em uma empresa

no mercado compete com algumas cinco forças competitivas tais como a rivalidade

entre os concorrentes, que pode fazer com que a empresa aumente seus custos ou

abaixe o seu preço de venda; ameaça de novos entrantes, que acontece quando há

a possibilidade de novas empresas se instalarem em um mesmo mercado; ameaça

de produtos substitutos, ou seja, produtos de indústrias diferentes que podem

substituir outro produto existente; poder de barganha dos fornecedores e dos

clientes, que podem diminuir os preços ou aumentar os custos de determinada

empresa.

Para Hooley e Saunders (1996) a análise da concorrência significa avaliar

uma série de currículos concêntricos. Na parte central podem-se encontrar os

Identificação dos concorrentes

Analise dos concorrentes

Definição de estratégias competitivas

Feedback do mercado

Análise da concorrência

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concorrentes diretos em um grupo estratégico, em seguida vem às empresas que

podem estar motivadas a superar as barreiras de entrada ao grupo estratégico e

posteriormente na parte mais externas estão possíveis produtos substitutos.

Psillakis (2006) expõem que em mercados estáveis no qual predomina a hiper

competitividade, precisa-se utilizar de estratégias mais agressivas para conquistar

uma parcela desse mercado. Para tanto se faz necessário utilizar de uma estratégia

voltada para a competitividade.

Kotler (2000) aborda que a concorrência pode ser dividida de quatro

diferentes formas. A primeira seria a concorrência genérica, que está relacionada

com a competição de produtos de categorias diferentes, porém, que satisfazem as

mesmas necessidades. A segunda é a concorrência por forma de produto, que se

refere a versões exclusivas de produtos com algum nível de diferenciação que

podem competir entre si. E a terceira seria a concorrência empresarial, ou seja, a

concorrência entre empresas que fornecem o mesmo produto ao consumidor final. A

concorrência setorial, quarta forma, acontece com um grupo de empresas que

fornecem produtos ou uma categoria de produtos que podem ser substitutos

próximos uns dos outros.

Keller e Kotler (2006) afirmam que pode parecer fácil identificar os

concorrentes, no entanto muitas vezes se deixa de perceber que muitos dos

competidores de um determinado mercado podem estar ocultos pela internet, ou

como no caso do comércio, em outras cidades. Ressaltando ainda que na

perspectiva do mercado, concorrentes são empresas que buscam atender a uma

mesma necessidade de um cliente. Sendo que diversas vezes um consumidor pode

utilizar recursos diferentes ou até não convencionais para atender aos seus desejos

e necessidades.

Parente (2000) explica que para uma tomada de decisão importante na

empresa varejista é essencial levar em consideração a forma como os concorrentes

estão posicionados no mercado e suas estratégias e para isso é preciso analisar

uma série de indicadores.

2.4.2 Análise dos concorrentes

Assim que as empresas identificam seus concorrentes se faz necessário

descobrir as suas estratégias, objetivos, forças e fraquezas. Perceber a estratégia

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dos concorrentes é um passo fundamental para que se possa desenvolver a própria

estratégia, habilitando assim a empresa entender os objetivos da mesma. O que

cada concorrente está buscando no mercado o que impulsiona o comportamento do

concorrente. Sendo que os objetivos das empresas concorrentes podem ser

moldados por seu porte, histórico, administração atual e situação financeira

(KELLER; KOTLER 2006).

Parente (2000) ressalta ainda que uma avaliação da concorrência deve estar

apoiada na identificação de seus pontos fortes e fracos comparados com os demais

varejista. Esta análise tem uma especial importância em mercados varejistas

maduros e estáveis em que a ênfase encontra-se em aumentar o percentual de

mercado superando a concorrência.

Define-se ainda, que para se manter em um mercado competitivo é preciso

obter informações sobre a força e a fraqueza de seus concorrentes. Em geral deve

se monitorar três variáveis dos concorrentes: o percentual do share of market (fatia

de mercado), percentual de share-of-mind (fatia da lembraça) e o percentual de

share-of-hearth (fatia do coração) (KELLER; KOTLER, 2006).

No caso das empresas varejistas, Parente (2000) define que a fatia do

mercado mede a participação das vendas da empresa e outros concorrentes no

mercado; a fatia da lembrança indica o percentual de clientes que mais se lembram

de determinado varejo; já a fatia do coração indica o percentual de consumidores

que possuem um vínculo emocional com determinado varejo.

A capacidade de ter um desempenho melhor que os concorrentes na oferta é

algo muito valorizado no mercado. E as empresas podem fazer isso de várias formas

como baixar os custos ou aumentar o valor da oferta (PETER; CHURCHILL, 2000).

A seguir serão abordadas possíveis estratégias competitivas.

2.4.3 Estratégias competitivas

Keller e Kotler (2006) ressaltam que é mais fácil descobrir estratégias

competitivas quando se classifica as empresas de acordo com o papel que a

empresa assume no mercado. Diante disso, a classificação da empresa pode ser

estabelecida em:

• Líder: são empresas que dominam a maior parcela do mercado para

determinado produto e costumam liderar as mudanças de preços, lançamento de

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produtos, implementação de cobertura de distribuição e intensificação para

promoção. Essas empresas podem utilizar estratégias de mercado como a expansão

do mercado total, ou seja, aumentar o número de consumidores de determinado

produto. A empresa ao tentar expandir seu mercado deve estar sempre se

defendendo dos concorrentes para não perder os negócios já existentes podendo

fazer isto através de um desempenho excepcional, sistemas de distribuição

abrangentes e eficazes, serviços de qualidade superior, boas condições de

financiamento ou estratégia de linha completa. Ou ainda em busca da melhora da

lucratividade os líderes de mercados podem buscar como estratégia o aumento da

sua participação no mercado (KOTLER, KELLER, 2006).

Hooley e Saunders (1996) ressaltam que para produtos que já tenham

atingido a fase madura do ciclo de vida do produto é importante sempre estar atento

a formas de expansão para novos mercados, o que implica em expansão geográfica

das atividades da empresa, seja no mercado interno ou no externo.

• Desafiante de mercado: um desafiante de mercado deve primeiro

estabelecer seus objetivos estratégicos, e definir assim quem atacar. Ela pode

atacar a líder de mercado, sendo essa uma estratégia de alto risco, mas que traz

grandes recompensas quando a empresa líder não esta atendendo bem o mercado.

Ela pode atacar empresas de porte semelhante ao seu que não estejam atendendo

bem o mercado ou que tenham poucos recursos. E finalmente, ela pode atacar as

empresas pequenas (KOTLER, KELLER, 2006).

Hooley e Saunders (1996) contribuem explicando que estratégias de

confrontação podem ser dividas em: ataque frontal - que acontece quando se

confronta um concorrente em seu mercado. Para esta tática ser bem sucedida é

preciso dispor de recursos suficientes para suportar e prever perdas; outra estratégia

seria o ataque de flanco - que busca ao contrário da primeira estratégia atingir o

concorrente em seus pontos fracos; existe ainda o ataque de cerco - que pode ser

caracterizado por tentar isolar o concorrente de seus possíveis suprimentos de

matéria prima ou tentar oferecer um produto melhor do que o do concorrente em

todos os aspectos; há também a estratégia de flanqueamento - que no mundo dos

negócios é caracterizada normalmente por grandes saltos tecnológicos; e por último

existe o ataque de guerrilha - que se caracteriza pelo uso de táticas não

convencionais com atividades para enfraquecer a concorrência.

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• Seguidoras de mercado: é uma estratégia baseada em seguir o mercado

ao invés de desafiá-lo buscando imitar o produto da empresa líder. Sendo que

utilizando desta estratégia será difícil ultrapassar o desempenho do líder, mas

mesmo assim é possível obter lucros altos (KOTLER, KELLER, 2006).

• Estratégias de ocupação de nicho: uma boa estratégia para uma seguidora

de um grande mercado é ser líder de um mercado menor ou em um nicho.

Empresas com uma pequena parcela do mercado total podem ser extremamente

lucrativas graças a uma boa estratégia de nicho (KOTLER, KELLER, 2006).

Segundo Hooley e Saunders (1996) o nicho em que a empresa procura se

estabelecer deve ser escolhido com base na atratividade do mercado e a

capacidade da empresa de atender este mercado. Além disso, Parente (2000) define

que para o mercado varejista existe a possibilidade definir as suas estratégias de

acordo com a sua linha de produtos de cinco formas como pode ser visto no Quadro

6. Diante de tantas mudanças, a empresa varejista não pode estar alheia a esse

novo cenário. Nesse contexto em que a concorrência aumenta significativamente,

deve-se procurar um aperfeiçoamento continuo para satisfazer o cliente,

perpetuando-se no mercado (PARENTE 2000).

Estratégia Descrição Concentração em

um segmento único

A empresa seleciona uma linha de produtos direcionada para um segmento especifico. Essa alternativa proporciona um conhecimento mais profundo das necessidades dos consumidores.

Especialização seletiva

Significa selecionar a linha de produtos baseando-se em diferentes segmentos sem levar em consideração uma possível sinergia entre os mesmos. Esta alternativa pode gerar lucros através da variedade de produtos.

Especialização de linha de produtos

Concentra-se em uma linha de produtos especifica para assim atender uma gama de segmentos variados.

Especialização em mercados

Neste caso o varejista concentra-se em atender várias necessidades de um segmento de mercado com uma linha de produtos ampla.

Cobertura total de mercado

Busca-se atender, com várias linhas de produtos as diversas necessidades da maioria dos segmentos.

Quadro 6: Estratégia por linha de produto. Fonte: adaptado de Parente (2000)

Apresentado os temas que fazem parte do objetivo deste estudo e que

fizeram parte desta fundamentação, a seguir são apresentadas as escolhas

metodológicas para a realização desta pesquisa.

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3 METODOLOGIA

Para fim de atingir os resultados da pesquisa se utilizou de um caminho

metodológico para o desenvolvimento do presente estudo. Este é descrito

observando a tipologia de pesquisa, o sujeito do estudo, os instrumentos de

pesquisa, a análise e apresentação dos dados, além das limitações do estudo.

3.1 Tipologia de pesquisa

A caracterização da tipologia de pesquisa deve ser feita quanto aos seus

objetivos, natureza dos dados e procedimentos. Quanto ao objetivo, este estudo tem

sua tipologia definida como exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória está

relacionada ao diagnóstico do composto mercadológico atual da loja, pois a partir

dele levantou-se variáveis a serem exploradas na fase descritiva.

Segundo Berverian e Cervo (1983, p. 56) “busca conhecer as diversas

situações e relações que ocorrem na vida social, econômica, política e demais

aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como

de grupos e comunidades complexas”. O principal propósito da pesquisa descritiva

como o próprio nome diz é descrever as principais características de um fenômeno

(ZIKMUND 1998).

Quanto a natureza dos dados, o mesmo assume tanto a característica

qualitativa quanto a quantitativa. A pesquisa qualitativa segundo Malhotra (2006)

caracteriza-se por alcançar uma compreensão das razões e motivações

subjacentes. Nesta fase da pesquisa utilizou-se da observação e entrevista com os

proprietários da loja para se buscar os resultados.

Já a pesquisa quantitativa que segundo o mesmo autor tem como

característica quantificar dados e generalizar o resultado de um número de casos

representativos para que se faça uma análise final. Essa parte da pesquisa está

relacionada principalmente com a descrição do perfil do cliente e a percepção dos

mesmos em relação ao composto varejista da loja.

Os procedimentos ou tipo de pesquisa indicam exatamente o método de

aplicação do estudo. Neste caso, o mesmo assumiu a Pesquisa Diagnóstica e a

Pesquisa de Levantamento (Survey). Segundo Roesch (2007) A pesquisa

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diagnóstica visa diagnosticar o ambiente organizacional ou interno em todas as

áreas. A Pesquisa de levantamento, segundo Zikmund (1998), caracteriza-se por

consultar indivíduos que possuem conhecimento a cerca de determinado problema.

Malhotra (2006) explica que o método de levantamento envolve

questionamentos estruturados que determinado número de entrevistados devem

responder para elucidar informações especificas.

3.2 Sujeito de estudo

Como este trabalho focou a empresa Petipé Calçados, seus clientes e

concorrentes, o desenvolvimento do mesmo focou-se esses três grupos de

participantes. Para a análise do composto mercadológico da empresa, o

desenvolvimento da coleta deu-se com a proprietária da loja Maria Aparecida Steil,

que gerencia tanto a loja matriz, quanto a filial de Nova Trento.

Como são poucos os clientes cadastrados pela empresa, assim como

também o nível de informações mantidas sobre os mesmos, optou-se por convidar

os clientes que visitaram a empresa entre 14 de setembro de 2010 e 29 de setembro

de 2010 (15 dias) a participarem da aplicação de um questionário. Nem todos

tiveram a disponibilidade ou interesse em participar. De um total estimado de 345

pessoas que frequentaram a loja no período, participaram da pesquisa 100

respondentes. Através deste, definiu-se a descrição do perfil dos clientes, avaliou-se

a empresa (composto mercadológico) e identificaram-se os concorrentes potenciais.

Este procedimento de amostragem utilizado é um método não probabilístico

por conveniência, ou seja, preocupa-se em obter uma amostra de elementos

convenientes (MALHOTRA 2006), para o qual não se atribui margem de erro, já que

o mesmo não possibilita a inferência de seus resultados na população.

Quanto aos concorrentes, identificou-se o composto mercadológico de cinco

empresas, as quais são listadas no capítulo de resultados. O critério de escolha foi a

indicação pelos participantes do estudo (clientes), que indicavam outras empresas,

além da Petipé em que compravam calçados.

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3.3 Instrumentos de pesquisa

Como propósito de levantar dados pertinentes as necessidades do estudo,

para cada um dos sujeitos definiu-se diferentes instrumentos. A entrevista pessoal

foi uma delas. Seu conceito, definido por Zikmund (1998), é estabelecido como uma

forma de comunicação direta na qual o entrevistador pode fazer perguntas aos

respondentes pessoalmente. A mesma foi feita com a sócia proprietária através de

um roteiro semi estruturado, o qual é apresentado no Apêndice A. Aplicado no dia

cinco de outubro de 2010, foi definido baseado no composto mercadológico descrito

por Parente (2000).

A técnica de observação estruturada também foi realizada. A observação

segundo Marconi e Lakatos (1990, p. 79) “é uma técnica que utiliza os sentidos para

obter determinados aspectos da realidade”. Esta foi utilizada tanto para diagnosticar

o composto varejista da Loja Petipé, quanto de seus concorrentes. O roteiro da

observação, semelhante ao utilizado na entrevista com o proprietário, também foi

utilizado (Apêndice B). As observações dos cinco principais concorrentes

aconteceram nos dias 25 e 26 de setembro de 2010. Tanto para na empresa quanto

para seus competidores, imagens foram feitas através de equipamento fotográfico.

Foi desenvolvido também um questionário, com objetivo de coletar os dados

em relação ao perfil dos clientes da loja, perspectiva dos clientes em relação ao

composto varejista da loja e pontos que poderiam ser melhorados. O questionário

conta com 40 perguntas de múltipla escolha ou fechadas. O mesmo foi desenvolvido

baseado no mix de marketing varejista sugerido por Parente (2000) bem como no

diagnóstico desenvolvido na loja. O mesmo é apresentado no Apêndice C.

Para o desenvolvimento do questionário foi efetuado também um pré-teste

com 15 questionários que foram respondidos sem apresentar nenhum tipo de

problema. Posteriormente os mesmos foram incorporados ao resultado da pesquisa.

3.4 Análise e apresentação dos dados

A partir da coleta dos dados e da tabulação da pesquisa através das

ferramentas obtiveram-se os gráficos e tabelas apresentados neste trabalho. Os

dados foram apresentados em parte de forma qualitativa e em parte quantitativa

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Os dados coletados junto aos clientes, via questionário, foram tabulados e

analisados através da utilização do software Le Sphinx Plus², e apresentados com a

utilização de gráficos e tabelas. A análise foi desenvolvida através de métodos

estatísticos descritivos, utilizando-se tanto de medidas de distribuição quanto de

medidas de tendência (média ponderada).

3.5 Limitações do estudo

A pesquisa teve como principal fator limitante o tempo de pesquisa que foram

de apenas duas semanas. Outro fator que dificultou a obtenção dos dados foi a

extensão do questionário (40 perguntas) que acabava por desmotivar a ação dos

respondentes, porém como o foco de análise era todas as seis variáveis do

composto mercadológico, uma tentativa de redução não fora possível.

Finalmente o principal fator limitante da pesquisa foi o pequeno número de

participantes da pesquisa (apenas 100 clientes) o de certa forma limita à inferência

dos resultados da amostra à população de clientes da empresa.

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4 RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capitulo serão apresentados os resultados da pesquisa com relação ao

perfil dos clientes da loja, analise do composto mercadológico varejista atual da loja,

analise da percepção dos clientes em relação ao composto mercadológico,

avaliação do composto mercadológico dos concorrentes e possíveis melhorias para

o desempenho de vendas na loja.

4.1 Perfil dos clientes da loja Petipé

Segmentação de mercado corresponde a divisão o mercado em grupos de

compradores potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos,

percepção de valores ou comportamentos de compra. Os indivíduos de um mesmo

segmento costumam responder de forma parecida diante de uma estratégia de

marketing. Para decidir quais segmentos de mercado deveram ser atendidos as

empresas usam informações com o fim de poderem atendê-los de forma lucrativa. O

segmento especifico de mercado que uma organização seleciona é chamado de

mercado alvo (CHURCHILL; PETER, 2000).

No caso da Loja Petipé, como a empresa não mantém cadastro dos clientes

de forma completa, nunca se ateve ao conhecimento das características de

formação do perfil de seus clientes. Baseado na pesquisa procurou-se desenvolver a

caracterização do cliente atendido na empresa (filial Nova Trento). Para definição

dessas características agruparam-se os clientes quanto a: base geográfica (bairro de

residência); base demográfica (sexo, estado civil, faixa etária, escolaridade e classe

econômica); e base comportamental (frequência de compra de calçados, tempo que

o ciente frequenta a loja e proporção de compra de calçados que o mesmo efetua na

Loja Petipé).

Apesar de a pesquisa ter sido desenvolvida com apenas 100 participantes,

ante aproximadamente 345 clientes que foram atendidos no período de aplicação da

mesma, esse retrato da população mostra-se bastante fiel à sua população.

a) Base geográfica:

Dias (2006) explica que segmentação geográfica é o processo de identificar

segmentos baseando-se em aspectos geográficos como densidade populacional e

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localização. Os critérios de segmentação podem ser: cidades, estados, países,

comarcas, bairros e microrregiões dos bairros, dependendo do objetivo de

penetração ou ocupação.

Com relação a Petipé, na segmentação geográfica optou-se por levar em

consideração o bairro de moradia. Conforme Tabela 1 verifica-se que 40% dos

clientes participantes da pesquisa são moradores do bairro centro, local onde está

estabelecida a filial da loja. Esse grupo é seguido pelos 16% que residem no bairro

Trinta Réis, que fica próximo ao primeiro. Neste bairro inclusive há um grande

número de novos moradores, provenientes de processos migratórios. Já os dois

grupos seguintes que somam 14% dos respondentes residem em bairros mais

distantes do centro, é o caso da Ponta Fina Norte e Sul (8%) e os residentes em

Benzenelo (6%).

Tabela 1: Distribuição dos clientes por bairro. Bairro Freq.

Centro 40,0% Trinta Réis 16,0% Ponta Fina Norte e Sul 8,0% Benzenelo 6,0% Cascata 5,0% Espraiado 4,0% Vigolo 4,0% Lageado 3,0% R.da Velha 3,0% S.Valentin 3,0% Claraiba 2,0% São Roque 2,0% Outros 4,0%

TOTAL CIT. 100%

Fonte : Dados da pesquisa.

b) Base demográfica:

Churchill e Peter (2000) definem que a segmentação baseada em idade,

sexo, etnia, nível de renda, ocupação, nível de instrução e tamanho da composição

da família são fatores que tem como base as características da população e,

portanto esta é uma maneira demográfica de segmentar o mercado.

Com relação ao perfil dos clientes participantes da pesquisa pode-se verificar

no Gráfico 1 que 74% dos clientes da loja são do sexo feminino, enquanto apenas

26% são do sexo masculino. Isso não reflete o volume de vendas de produtos

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masculinos e femininos, bastante semelhante, mas sim o fato de as mulheres

comprarem também para outras pessoas (maridos e filhos) de outro gênero.

Masculino 26,0%

Feminino 74,0%

Gráfico 1: distribuição dos clientes por sexo Fonte: dados da pesquisa

Observado o estado civil, no Gráfico 2 verifica-se que há uma proporção muito

semelhante de casados e solteiros, em que 48% dos clientes da loja que

participaram da pesquisa estão na primeira e 44% na segunda condição. Apenas 5%

são divorciados e os demais 3% viúvos.

Solteiro (a) 44,0%

Casado(a) 48,0%

Divorciado(a) 5,0%

Viuvo(a) 3,0%

Gráfico 2: distribuição dos clientes por estado civil dos entrevistados Fonte: dados da pesquisa

Em se tratando de grau de escolaridade, verifica-se através da Tabela 2 que

73% dos clientes entrevistados não possuem mais do que ensino médio completo,

com a maior proporção (39%) nesta condição exata. Apenas 14% dos clientes

possuem ensino superior completo, dos quais 1% é pós-graduado. Nota-se ainda

que 11% é a soma dos que não possuem instrução (4%) e fundamental incompleto

(7%).

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Tabela 2: Distribuição dos clientes por Grau de Escolaridade

Escolaridade Freq.

Ens. Médio completo 39,0% Ens. Fund. Completo 18,0% Ens. Superior Incomp. 13,0% Ens. Superior completo 13,0% Ens. Fund. Incompleto 7,0% Ens. Médio Incomp. 5,0% Sem instrução 4,0% Pós graduação 1,0% TOTAL CIT. 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Questionados sobre a propriedade da moradia onde residem, 84% dos

clientes da loja Petipé (filial Nova Trento) que participaram da pesquisa mencionam

que possuem moradia própria e apenas 16% são dependentes de aluguel (Gráfico

3). Isso pode indicar maior disponibilidade de renda do primeiro grupo para outras

aquisições.

própria 84,0%

alugada 16,0%

Gráfico 3: distribuição dos clientes por tipo de moradia Fonte: dados da pesquisa

Quanto à composição familiar, ou seja, número de integrantes residentes na

moradia, 40% dos domicílios dos clientes da loja Petipé (filial Nova Trento) são

compostos por quatro membros. Esse grupo é seguido pelos 28% que mencionam

que residem em casas com duas pessoas além do respondente. Domicílios com um

a dois integrantes são citados por 21% dos entrevistados. Já entrevistados que

mencionam que residem em domicílios com cinco ou mais integrantes correspondem

a 11% do total (Tabela 3).

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Tabela 3: Pessoas residentes além do entrevistado por domicílio Pessoas alem do entrevistado por residência Freq. Três pessoas 40,0% Duas pessoas 28,0% Uma pessoa 16,0% Quatro pessoas 8,0% Zero pessoa 5,0% Cinco pessoas ou mais 3,0% TOTAL CIT. 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

A renda familiar também foi avaliada. Na Tabela 4 nota-se que 42% dos

respondentes mencionam que a composição da renda familiar está entre dois e

quatro salários mínimos. Outros 40% estão em uma composição superior, ou seja,

acima de R$ 2.041,00. Entre os respondentes, 18% mencionaram estar abaixo de

R$ 1.020,00. A renda média identificada analisando-se todos os respondentes foi de

pouco mais de R$ 1.980,00.

Tabela 4: distribuição dos clientes por renda familiar mensal Renda familiar mensal Freq.

de R$1.021,00 a R$ 2.040,00 42,0% de R$ 2.041,00 a R$ 3.060,00 23,0% de R$511,00 a R$1.020,00 15,0% De R$ 3.061,00 a R$ 4.080,00 12,0% Acima de 4.081,00 5,0% até R$510,00 2,0% Sem renda 1,0% TOTAL CIT. 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Além da renda, baseado na Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa

(ABEP, 2010), a classificação econômica dos respondentes foi realizada. Pode

observa-se na Tabela 5 que o maior grupo está classificado como membro da classe

econômica B (39%), seguidos pelos 45% da classe C. Apenas 4% dos clientes

pesquisados fazem parte da classe A e 2% da classe D. Não há nenhum cliente

enquadrado na classe econômica E.

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Tabela 5: distribuição dos clientes por classe econômica

Classe social Freq.

A1 1,0% A2 3,0% B1 19,0% B2 30,0% C1 37,0% C2 8,0% D 2,0% TOTAL CIT. 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

c) Base Comportamental:

Pode se segmentar o mercado de acordo com o comportamento do

consumidor em relação a sua frequência de uso e, portanto, frequência de compra

de determinado produto. Determinando a quantidade de compras de determinado

segmento é possível direcionar melhor os esforços de marketing para obter

melhores resultados para a empresa (DIAS, 2006).

O primeiro ponto analisado na base comportamental foi a frequência de

compras de calçados. Como o item é um bem de durabilidade, a situação de compra

não é freqüente como se era de esperar, sendo que 61% dos respondentes

mencionaram que o compram de forma ocasional. Reforçando isso, outros 18%

disseram comprar apenas semestralmente. Com maior intensidade, mensalmente foi

citado por apenas 19% e quinzenalmente por 2% (Gráfico 4).

Quinzenalmente 2,0%

Mensalmente 19,0%

Semestralmente 18,0%

Ocasionalmente 61,0%

Gráfico 4: Freqüência de compra de calçados Fonte: dados da pesquisa

O segundo item analisado, exposto na Tabela 6, foi o tempo em que o cliente

frequenta a loja. O maior grupo de respondentes (39%) menciona frequentar entre 1

e 2 anos apenas. Há mais tempo que isso (2 a 4 anos) foi a resposta de apenas

17% dos clientes. Como a loja está atuando em Nova Trento há apenas quatro anos,

isso pode explicar o fato de muitos clientes só terem começado a frequentá-la há

menos tempo. Um fato relevante para a pesquisa pode ser a reforma feita em março

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deste ano (2010), o que pode ter chamado a atenção de parte dos 44% dos clientes

que passaram a frequentar a loja a menos de um ano.

Tabela 6: Tempo de Freqüência Tempo de Freqüência Freq.

De 1 a 2anos 39,0% De 1 a 6 meses 17,0% De 2 a 4 anos 17,0% De 6 meses a 1 ano 16,0% Menos de 1 mês 11,0% TOTAL CIT. 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

A Tabela 7 apresenta a proporção de compra de calçados na loja Petipé por

família. Pode se observar que 62% por cento dos clientes participantes da pesquisa

fazem menos da metade de suas compras de calçado na loja Petipé. A pesquisa

também mostrou que apenas 38% dos consumidores fazem pelo menos metade de

suas compras na loja. Nenhum dos clientes citou que toda a necessidade de

calçados de sua família é realizada na empresa. Analisado em uma escala, sob uma

notação de 1 para muito pouco e 6 para toda, a média ponderada identificada para

essa intensidade é de apenas 2,28 pontos, ou seja, uma proporção de intensidade

média muito próxima a menos da metade (2 pontos). Isso indica que a empresa

possui uma baixa penetração nos clientes participantes do estudo.

Tabela 7: proporção de compra de calçados da loja Petipé por família Proporção de compra de calc. da loja Petipé por fam . Freq. Muito pouco 34,0% Menos da metade 28,0% Metade 21,0% Mais da metade 10,0% Quase toda 7,0% Toda 0,0% TOTAL CIT. 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

O último item da análise comportamental são os benefícios procurados pelos

clientes, como se observa na tabela 8, 78% consideram o atendimento como fator

chave. A qualidade dos produtos também é um item bastante importante para 73%

dos respondentes. A variedade de produtos e o sortimento de marcas vêm em

seguida e são mencionados por 58% e 53% respectivamente outro fator relevante

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diz respeito à variedade de formas de pagamento que a loja oferece (45%) e ao fato

de a loja ter produtos com melhores preços que a concorrência (41%).

Tabela 8: Benefícios procurados pelos clientes Benefícios procurados Fonte: Dados da pesquisa.

4.2 Análise do composto mercadológico varejista atu al da loja

Keller e Kotler (2006) descrevem o varejo como incluindo todas as atividades

relacionadas a vendas de produtos ou serviços diretamente para o consumidor final,

sendo que o mesmo deve ter uso pessoal e não comercial. O varejo é qualquer

empreendimento no qual o faturamento provém essencialmente da venda de

pequenos lotes no varejo.

Segundo Parente (2000) o composto de marketing varejista trata de um

conjunto de variáveis que formam o esforço de marketing no varejo. Considera todos

os fatores controláveis que o varejo articula como linha de produtos, preços,

promoções, apresentação, pessoal, serviços e ponto de venda.

No desenvolvimento deste estudo, cada uma dessas variáveis foi identificada.

Para que isto pudesse ser realizado foi utilizado o procedimento de observação,

documental e entrevista com o proprietário. O resultado é apresentado a seguir:

Benefícios procurados Freq.

Bom Atendimento 78,0% Qualidade nos produtos 73,0% Variedade de produtos 58,0% Variedade de Marcas 53,0% Variedades nas formas de pagamentos 45,0% Produtos mais baratos 41,0% Estacionamento 37,0% Limpeza e organização 28,0% Horário de atendimento 25,0% Tempo de atendimento 18,0% Amizade com o proprietário 8,0% Serviço de entrega 2,0% Garantia dos produtos 1,0% TOTAL OBS.

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a) Mix de produtos:

Para Levy e Weytz (2000) a principal meta de um varejo é vender

mercadorias e nada é mais central na estratégia de varejo do que decidir o que

comprar e o quanto comprar.

A empresa trabalha com calçados e linhas de acessórios esportivos, calçado

social e casual masculino e feminino, linha infantil desde recém nascidos até

adolescentes, bolsas, cintos, carteiras, mochilas escolares, malas de viagem,

frasqueiras e meias. Visa ter em seu estoque produtos alinhados com o que há de

novo no mercado buscando sempre estar dentro da moda. Sempre que possível

procura acrescentar em seu estoque marcas conceituadas pelo mercado como:

Ferracini, Pegada, Mizuno, Reebok, Olympikus, Via Marte, Dakota, Tanara, Klin e

Ortopé. Alguns destes produtos e marcas são ilustrados na Figura 7.

Linha Masculina. Linha Masculina e Feminina de calçados esportivos.

Linha Infantil Linha Feminina Figura 7: Linha de produtos Fonte: Pesquisador

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No Quadro 7 pode-se analisar o mix de produtos da Loja Petipé (Filial de

Nova Trento), distribuídos conforme a abrangência e extensão dos mesmos. Além

disso, são apresentadas também as principais marcas que compõe o mix.

Quadro 7: Abrangência do mix de Produtos Fonte: Pesquisador

b) Preço:

A decisão de estabelecimento de preço é feita a partir de um mark-up padrão

de 90% para todos os produtos e marcas. Como são feitas pesquisas frequentes nos

concorrentes, os valores estabelecidos podem ficar sujeito a mudanças, caso

estejam acima do preço da concorrência. A empresa procura estar em um

posicionamento de preços comum aos demais competidores.

Categoria dos Produtos

Extensão do Mix de Produtos Principais Marcas comercializadas

Linha Masculina

• Sapato social; • Sapato esporte; • Sapatilha; • Mocassim; • Sapatênis; • Tênis; • Mochila; • Bonés; • Carteira; • Sandália.

Ferracini; Democrata; West Coast; Pegada; Olympikus; Reebok;

Mizuno; Qix; Mormaii

Linha Feminina

• Sapato social; • Sandália; • Bota; • Tamanco; • Sapatilha; • Tênis; • Bolsa; • Cinta; • Meia; • Carteira; • Palmilha; • Malas de viagem; • Frasqueiras.

Via Marte; Cravo e Canela

Moleca; Moemaii; Usaflex; Qix;

Olympikus; Reebok; Mizuno; Palm Term

Bety Boop

A

bran

gênc

ia d

o M

ix

Linha Infantil

• Tênis; • Sandália; • Sapatênis; • Meia.

Klim; Ortopé; Pampili; Grendene

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O prazo de pagamento habitual é estabelecido com parcelamento em até

quatro vezes sem entrada, e sem acréscimos adicionais ao preço de etiqueta para

os parcelamentos no cartão Visa, Máster ou ainda em crediário. Se aceita cheque

com consulta prévia em até três vezes sem entrada, também sem acréscimo

A política de desconto ocorre na condição à vista ou vinte dias no crediário e

no cheque, situações em que são concedidos 10% de desconto.

Sempre que se aproxima o fim das estações (verão ou inverno) são

estabelecidos preços promocionais para liquidação de pontas de estoque. Estes

preços podem variar de 30% a 50% conforme modelos, marcas e tamanhos.

c) Apresentação:

A empresa em março de 2010 passou por uma reforma na qual ampliou

quase em duas vezes o seu espaço interno, tornando-o muito mais atrativo para os

clientes. Além disso, a reforma contou com uma modernização da iluminação, da

decoração interna, assim como em suas vitrines como pode ser observado na Figura

8.

Espaço Interno Decoração interna

Iluminação Vitrine

Figura 8: Iluminação, Vitrines, espaço interno e decoração interna Fonte: Pesquisador

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A climatização da loja é um aspecto que ainda está em andamento e

atualmente não possui sistema de climatização. Isso já era um problema

considerável na loja antes da reforma, pois nos dias de verão o ambiente se torna

bastante quente.

A loja atualmente conta com uma aparência externa melhorada, o que

acrescenta mais valor as suas vitrines. Além disso, ganhou um espaço para

estacionamento quase duas vezes o tamanho anterior, resolvendo assim um

problema frequente de falta de espaço para estacionar em dias de maior movimento.

d) Ponto:

A loja conta com uma localização privilegiada na Rua Hipólito Boiteux, número

10, próximo ao centro comercial de Nova Trento, ao lado de um mercado muito

frequentado na cidade. Esse fator promove uma ampliação do fluxo de pessoas em

suas proximidades. Além disso, possui uma excelente visibilidade, pois se encontra

em uma esquina. Este local também é frequentemente ponto de passagem de

turistas e peregrinos para o complexo do Santuário Santa Paulina. O mapa do centro

da cidade de Nova Trento e a localização do ponto de venda da empresa são

apresentados na Figura 9.

Figura 9: Localização da Loja Fonte: Adaptado do Google map

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e) Pessoas e Serviços:

A loja conta com quatro colaboradores que trabalham atendendo diretamente

os clientes. Além disso, todas as funcionárias também são responsáveis pela

arrumação das vitrines. Uma delas acumula também o atendimento no caixa e é

responsável pelas trocas de produtos. Todas as funcionárias trabalham

uniformizadas. Esses uniformes são trocados a cada 6 meses para que se

mantenham em condições de uso e atribuam uma imagem positiva da empresa. Os

mesmos possuem além da marca da empresa.

Os colaboradores recebem mensalmente treinamentos através de vídeo

palestra e reuniões com os gerentes da loja, com o propósito de melhorar a postura

e a forma de atendimento. A cada seis meses participam de cursos e work shops

para melhorarem constantemente a atividade de decoração de vitrines, incorporando

novidades de apresentação. A colaboradora responsável pelas trocas, que já está a

mais de três anos trabalhando na loja, recebe treinamento especial dos gerentes

para atuar nesta função. As funcionas recebem mensalmente um salário de R$

650,00 e mais 2% de comissão sobre suas vendas.

A loja fica aberta em um horário diferenciado do horário comercial habitual de

Nova Trento, começando meia hora mais tarde na parte da manhã e fechando meia

hora mais tarde na parte da tarde. O horário de atendimento vai das 08h30min até o

meio dia na parte da manhã e das 13h30min até 18h30min na parte da tarde.

A loja fornece gratuitamente aos seus clientes serviços de entrega quando os

mesmos são solicitados através do telefone ou recados no perfil de Orkut da loja. O

produto é enviado para o cliente, que tem a opção de troca. É possível também levar

mais de uma opção em consignação para prova. Isso é importante, principalmente

no caso de homens e crianças, quando as esposas/mães é que efetuam a compra.

f) Promoção/comunicação:

Nas ações de comunicação da loja se utilizam principalmente as ferramentas

propaganda e promoção de vendas. Na propaganda conta-se com comercial na

rádio local, o qual é veiculado em três horários diários durante todo o mês. Isso já

vem sendo feito há três anos, relacionado à filial de Nova Trento. O spot da rádio

possui 30 segundos e transmite a seguinte mensagem: “Petipé e você, um par

perfeito”. Esta teve sua última alteração em 30 de agosto de 2010.

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Ainda nesta ferramenta, faz uso de mídia impressa através de flyers

distribuídos em datas especiais como na época de páscoa, dia das mães, dia dos

pais, dia das crianças, carnaval, festa junina e natal (Figura 10). A distribuição deste

material é feita pelas próprias funcionarias da loja nas ruas centrais dos principais

bairros de Nova Trento.

Figura 10: Fyer Fonte: pesquisador

A empresa também está presente na mídia digital através de um perfil no

Orkut, contendo todas as novidades das lojas. A manutenção do perfil é feita

semanalmente por uma das funcionárias da Loja de São João Batista. No perfil são

atualizadas as fotos dos produtos mais recentes da loja.

Inserido na ferramenta promoção de vendas, a loja utiliza para promover os

seus produtos um carro de som. Neste são anunciados promoções e ofertas na

primeira semana de cada mês. No mês de outubro, por exemplo, foi anunciada a

liquidação dos produtos de inverno.

Conta ainda com 26 m² de vitrines preparadas semanalmente como pode ser

visto na Figura 11. Esta é utilizada para expor os últimos lançamentos da loja ou

ocasionalmente para promoção de vendas de produtos em liquidação.

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Figura 11: Vitrines da loja Fonte: pesquisador

Além disso, a loja bimestralmente recebe materiais de merchandising de seus

fornecedores que são expositores, bandejas para calçados, calçadeiras, puffs e

adesivos. Um exemplo desses materiais é apresentado na figura 12. Ainda conta

com outros apoios de fornecedores como Dakota, Cravo e Canela, Ferracini,

Olympikus, Fila, Via marte e Democrata, que enviam a loja designers de vitrine para

ajudar na produção da mesma.

Figura 12: Material de merchandising Fonte: pesquisador

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4.3 Análise da percepção dos clientes em relação ao composto mercadológico

Day (1990 apud PARENTE, 2000) ressalta que para varejistas que buscam

vantagens competitivas, estes devem começar a sua análise procurando identificar

quem são seus clientes, suas expectativas, o grau de satisfação dos consumidores

em relação aos mesmos e seus respectivos concorrentes, as possíveis fontes de

insatisfação e a partir disto identificar preços, linhas de produtos e serviços que

podem se tornar vantagens competitivas.

Neste tópico foi feito uma análise da percepção do cliente em relação ao

composto de marketing varejista da loja Petipé – Filial Nova Trento.

a) Mix de produtos:

As decisões sobre mix de produtos consistem em uma das decisões

fundamentais para um varejista. Obter mercadorias que satisfaçam suas

necessidades é principal motivo pelo qual os clientes compram. Uma seleção

adequada não deverá conter um aspecto de diferenciação e vantagem, mas também

estar alinhada com os outros itens do composto mercadológico varejista. A

composição do mix de produtos traz como desafio equilibrar dois objetivos distantes,

ter uma grande quantidade de estoque possibilitando atender um maior número de

seguimentos de clientes e, ter um giro mais rápido diminuindo assim os custos

operacionais (PARENTE, 2000).

Em primeiro lugar na análise da percepção do cliente com relação ao mix de

produtos verificou-se o grau de atendimento com relação ao sortimento de produtos

No Gráfico 5 pode se observar que 72% dos clientes participantes da pesquisa

conseguem encontrar os produtos procurados na loja sempre ou quase sempre, o

que demonstra que o mix de produtos da loja consegue atender a maioria dos

clientes. Há ainda 18% que se consideram atendidos de forma intermediária. Outros

10% consideram que nunca ou quase nunca conseguem ser atendidos pelos mix de

produtos. Verificando estes últimos 10%, contata-se ainda que os mesmos também

mencionaram que compram muito pouco do que precisam de calçados na Loja

Petipé. Avaliado isso em uma escala com notação de 1 para nunca e 5 para sempre,

o resultado da média ponderada deste aspecto é de 3,93 pontos, ficando muito

próximo de quase sempre.

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Nunca 2,0%

Quase nunca 8,0%

De forma intermediária 18,0%

Quase sempre 39,0%

Sempre 33,0%

Gráfico 5: grau de atendimento com relação ao sortimento de produtos Fonte: dados da pesquisa

Com relação ao segundo item, o sortimento de marcas, é possível ressaltar

através do Gráfico 6, que há um percentual maior de clientes que se consideram

atendidos sempre ou quase sempre (67%), fator que pode estar relacionado com o

fato de a loja ainda não possuir em seu mix de marcas empresas como NIKE,

ADIDAS e BOTERO. A pesquisa identificou também que 21% dos clientes

pesquisados consideram-se atendidos de forma intermediária. Neste ponto, os que

nunca ou quase nunca encontram o que procuram, tem seu percentual ampliado em

2%, resultando em 12% de indicações. A média ponderada também é bem próxima,

resultando em 3,91 pontos.

Nunca 5,0%

Quase nunca 7,0%

De forma intermediária 21,0%

Quase sempre 26,0%

Sempre 41,0%

Gráfico 6: Sortimento de marcas Fonte: dados da pesquisa

Na análise da qualidade e garantia dos produtos, porém, o Gráfico 7

demonstrou que 77% dos clientes participantes da pesquisa consideram que a

qualidade e a garantia dos produtos satisfaz suas expectativas sempre ou quase

sempre. Sendo que a loja sempre se responsabiliza pela comunicação entre fábrica

e cliente quando a algum tipo de problema referente à qualidade de produto e

quando a necessidade de troca de mercadorias isto é feito de forma eficiente. Neste

item inclusive, a avaliação média ponderada está em 4.2 pontos, acima da avaliação

quase sempre.

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Nunca 4,0%

Quase nunca 5,0%

De forma intermediária 14,0%

Quase sempre 21,0%

Sempre 56,0%

Gráfico 7: Qualidade e garantia dos produtos Fonte: dados da pesquisa

b) Preço:

Na maioria dos setores o preço afeta rápida e diretamente a atratividade da

loja para os consumidores e consequentemente o seu volume de venda. As políticas

de preço usadas pelos varejistas costumam ter normalmente três objetivos: vendas -

ou seja, motivar a venda apoiado na justificativa de um preço melhor; imagem - onde

se busca passar uma imagem de liderança ou de igualdade de preço; e o lucro – em

que se busca como objetivo principal para o empreendimento varejista (PARENTE,

2000).

O primeiro item abordado com relação ao preço da Petipé é a comparação

dos mesmos em relação à concorrência. Percebe-se analisando o Gráfico 8 que

77% dos clientes que participaram da pesquisa consideram que os preços

praticados pela Loja Petipé - filial Nova Trento é igual ao da concorrência, fato que

ocorre devido ao controle por parte vários fornecedores como Vulcabras e Grendene

que tabelam (sugerem) os preços de vendas dos produtos. E apenas 14%

consideram que o preço da loja possa estar acima da concorrência, já que muitas

vezes alguns concorrentes possuem a pratica de colocar os seus produtos em

preços promocionais. Apenas 9% consideram o preço da Petipé abaixo dos

concorrentes. Na média ponderada, esses resultados acabam por definir um peso de

3,08 na escala, posicionando uma situação de preços iguais aos da concorrência.

Mt abaixo da concorrência 0,0%

Abaixo da concorrência 9,0%

Igual ao da concorrência 77,0%

Acima da concorrência 11,0%

Mt acima da concorrência 3,0%

Gráfico 8: Preços em relação a concorrência Fonte: dados da pesquisa

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Outro item abordado pela pesquisa é o grau de utilização das formas de

pagamentos oferecidas pelas lojas de calçados (Tabela 9) e a satisfação em relação

ao oferecido pela Loja Petipé (Gráfico 8).

Tabela 9: grau de utilização das formas de pagamentos oferecidas pelas lojas de calçados

Formas de pagamento em lojas de calç. Freq.

Dinheiro 49,7% Crediário 33,3% Cartão crédito 6,5% Cartão débito 4,6% Cheque a vista 3,9% Cheque pré-datado 2,0% TOTAL CIT. 100%

Fonte: dados da pesquisa

Talvez pelo fato de Nova Trento ser uma cidade pequena e tradicional, isto

explica o porquê de 83% dos clientes pesquisados citarem como principais formas

de pagamento o dinheiro e o crediário e apenas 17% utilizarem o pagamento em

cartão ou cheque. Já em relação à satisfação do que é oferecido pela Petipé, no

gráfico 9 observa-se que 79% dos clientes pesquisados encontram-se satisfeitos ou

muito satisfeitos com as formas de recebimento oferecidos pela loja, o que pode

também ser conseqüência dos aspectos tradicionais que já fazem parte da cultura

do cidadão de Nova Trento.

Totalmente insatisfeito 3,0%

Insatisfeito 1,0%

Intermediário 17,0%

Satisfeito 54,0%

Muito satisfeito 25,0%

Gráfico 9: Grau de satisfação em relação as formas de recebimento Fonte: dados da pesquisa

O último item pesquisado com relação ao composto de preço foi o grau de

satisfação dos clientes pesquisados em relação às políticas de prazo da loja. A loja

fornece aos seus consumidores um prazo de até quatro parcelas dividas em quatro

meses sem entrada para seus clientes no crediário, cartão de crédito ou cheque pré-

datado. A pesquisa aponta que 78% dos clientes pesquisados encontram-se

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satisfeitos ou muito satisfeitos com o que lhes é oferecido, existindo ainda apenas

uma parcela de 4% de clientes insatisfeitos ou totalmente insatisfeitos (Gráfico 10).

Totalmente insatisfeito 3,0%

Insatisfeito 1,0%

Intermediário 18,0%

Satisfeito 47,0%

Muito satisfeito 31,0%

Gráfico 10: Grau de satisfação em relação ao prazo Fonte: dados da pesquisa

c) Apresentação:

Nenhuma outra variável do composto de marketing varejista apresenta tanto

impacto ao cliente como a loja em si. As decisões sobre apresentação interna,

layout, exposição dos produtos e o tamanho da loja podem ter peso imensurável

para o consumidor, pois é nela que o consumidor manifesta e desenvolve o seu

comportamento de compra (PARENTE, 2000).

A apresentação da Petipé – filial Nova Trento foi avaliada quanto

apresentação do ambiente interno, vitrine, espaço interno, arquitetura, iluminação,

decoração, climatização e estacionamento. Na Tabela 10 estes resultados são

apresentados e posteriormente avaliados.

Tabela 10: avaliação da apresentação da loja Petipé Aspectos analisados Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média

Ponderada Apresentação do ambiente interno

1,0% 0,0% 11,0% 57,0% 31,0% 4,17

Vitrine 1,0% 0,0% 8,0% 38,0% 53,0% 4,42 Espaço interno 0,0% 0,0% 8,0% 36,0% 56,0% 4,48 Arquitetura 0,0% 1,0% 9,0% 46,0% 44,0% 4,33 Iluminação 0,0% 0,0% 7,0% 44,0% 49,0% 4,42 Decoração 0,0% 1,0% 17,0% 43,0% 39,0% 4,20 Climatização 2,0% 1,0% 8,0% 56,0% 33,0% 4,17 Estacionamento 0,0% 2,0% 12,0% 59,0% 33,0% 4,23

Fonte: dados da pesquisa

É importante considerar que a loja passou por uma recente reforma com a

utilização de uma ambientação mais moderna e arrojada, visando à ampliação do

ambiente interno e utilizado diversos recursos de decoração, o que pode ter refletido

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no alto grau de satisfação dos clientes com relação aos aspectos pesquisados.

Desta forma, 88% consideraram a apresentação do ambiente interno entre excelente

e bom. E 92% dos clientes consideram o espaço interno entre excelente e bom

(tabela 10).

Outro item considerado nesta analise foi climatização. Apesar de 89% dos

clientes considerá-la entre excelente e bom. Pode verificar-se que 11% dos clientes

pesquisados consideram a climatização entre regular e péssimo o que pode estar

relacionado com o fato de que nos quatro anos de atuação da loja em Nova Trento

nunca ter se investido em equipamentos como ar condicionado, fator que será

mudado este ano.

Na análise da percepção do cliente frente à apresentação considerou-se

também a Iluminação da loja, que é vista como boa (44%) e excelente (49%) pela

maior parte dos clientes pesquisados. Podendo este dado estar ligado ao eficiente

equipamento de iluminação das vitrines e aos tipos de lâmpadas utilizadas para a

iluminação do espaço interno da loja.

Analisou-se também a percepção dos consumidores em relação a decoração

que foi apontada pelos clientes pesquisados na maioria das respostas como boa

(43%) e excelente (39%). Com a recente reforma da loja algumas empresas como a

Pegada e a Ferracini ajudaram na decoração do ambiente interno enviando para a

loja material promocional como puffs, paredes inteligentes e papéis de parede.

A percepção dos clientes em relação às vitrines também é muito boa, já que

91% dos clientes participantes da pesquisa consideram-nas boas ou excelentes,

considerando que boa parte da organização e decoração das vitrines é feita com

peças promocionais enviadas pelos fornecedores da loja como Vulcabras, West

Coast, Pegada, Ferracini, Tanara, Via marte e etc. Além disso, eventualmente essas

empresas enviam profissionais vitrinistas para prestar consultoria na loja.

Ponderou-se ainda percepção dos clientes com relação à arquitetura da loja

que se encontra localizada em um prédio ainda em construção. Contudo, também

neste aspecto a maior parte dos clientes (90%) à consideram entre boa e excelente.

E finalmente a pesquisa avaliou a percepção dos clientes em relação ao

estacionamento da loja. A maior parte dos clientes pesquisados (92%) encontra-se

satisfeitos com o estacionamento, que conta com espaço para até doze carros.

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d) Ponto:

Las Casas (2000) explica que a localização de um varejo é importante, pois o

mesmo proporciona utilidade de tempo, e lugar aos consumidores. Portanto, o

varejista deve localizar-se convenientemente para atender o seu consumidor. Além

disso, é preciso salientar que a localização do estabelecimento deve levar em

consideração um estudo do local e uma análise do mercado para determinar se a

área é viável.

Localizada próxima ao centro comercial da cidade a loja com uma excelente

visibilidade na analise da percepção da localização da loja na opinião dos clientes

pesquisados verificou-se que 95% dos clientes consideram entre boa e excelente a

localização da loja, como pode ser visto no Gráfico 11.

péssimo 0,0%

ruim 0,0%

regular 5,0%

bom 42,0%

excelente 53,0%

Gráfico 11: Localização Fonte: dados da pesquisa

e) Pessoas e Serviços:

Segundo Parente (2000), os serviços e atendimento dizem respeito a todas as

atividades em que se apresenta um relacionamento pessoal entre varejista e

consumidor. Se desempenhado de forma eficiente o varejista consegue desenvolver

um relacionamento de longo prazo com o seu consumidor. Com o aumento da oferta

de lojas e consequentemente, com o acirramento da concorrência os varejistas se

habituam a imitar em muitas variáveis do mix varejista. Para sobreviver neste

mercado é preciso conseguir desenvolver relacionamentos de longo prazo para com

os seus consumidores, oferecendo sempre um serviço de qualidade em conjunto

com as outras variáveis do composto mercadológico varejista.

Nesta variável foram analisados o atendimento dos vendedores, horário de

funcionamento, atendimento no caixa, conhecimento das atendentes, presteza das

atendentes e o atendimento no momento da troca. Na Tabela 11 estes resultados

são apresentados e posteriormente avaliados.

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Tabela 11: avaliação de pessoas serviços da loja Petipé

Aspectos analisados Péssimo Ruim Regular Bom Excelente Média Ponderada

Atendimento dos vendedores

0,0% 0,0% 14,0% 59,0% 27,0% 4,13

Horário de funcionamento 0,0% 0,0% 16,0% 61,0% 23,0% 4,07 Atendimento no caixa 0,0% 0,0% 19,0% 66,0% 15,0% 3,96 Conhecimento dos atendentes

0,0% 1,0% 12,0% 62,0% 25,0% 4,11

Presteza dos atendentes 0,0% 2,0% 12,0% 59,0% 27,0% 4,11 Atendimento no momento da troca

1,0% 1,0% 16,0% 56,0% 26,0% 4,05

Fonte: dados da pesquisa

O primeiro item a ser estudado com relação às pessoas e serviços da loja foi

o grau de satisfação dos consumidores em relação ao atendimento dos vendedores

da loja. Foi verificado que 86% dos clientes que participaram da pesquisa estão

satisfeito com o atendimento, sendo que todos os vendedores da loja trabalham

uniformizados, e que recebem treinamentos mensalmente através de vídeo

palestras. Analisando o resultado em uma escala de 1 para Péssimo e 5 para

excelente, o desempenho das vendedoras no atendimento obteve média ponderada

de 4,13 pontos. Essa notação média indica intensidade pouco acima de bom, ou

seja, um resultado considerado como positivo, mas que permite melhoras.

Na análise da percepção dos consumidores frente ao horário de atendimento

da loja percebeu-se que 84% dos clientes pesquisados encontram-se satisfeito com

este horário sendo que a loja trabalha com horário relativamente diferente do

tradicional do comércio de Nova Trento, abrindo meia hora mais tarde (8:30 da

manhã) e fechando a mesma proporção mais tarde (18:30). Seguindo os mesmos

princípios da analise de média ponderada anterior identifica-se uma média de 4,07,

resultado que demonstra que os clientes pesquisados estão satisfeitos com o horário

de atendimento, ficando a média pouco acima de bom.

Já com relação à análise da percepção dos clientes ao atendimento no caixa,

verificou-se que 81% dos clientes participantes da pesquisa o consideram excelente

ou bom, enquanto o restante considera-o regular, levando em conta que a loja opera

com um sistema computacional moderno e em constante atualização. Sob os

mesmos princípios das análises de média anteriores, identifica-se que o

desempenho do atendimento das funcionarias no caixa é o item de menor avaliação

(3,96 pontos), muito próximo de bom, mas abaixo do mesmo.

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Outro fator analisado pela pesquisa foi o grau de satisfação dos consumidores

em vista do conhecimento das vendedoras e apesar de 88% considerarem este item

satisfatório, há 12% de clientes que o consideram entre ruim e regular. Isto pode ter

ligação com a contratação recente de duas funcionárias que integram o quadro de

colaboradores. A média ponderada deste aspecto atingiu uma intensidade de 4,11

uma intensidade pouco acima de bom.

Na análise da presteza no atendimento dos funcionários da loja, verifica-se

que 86% dos clientes se consideram satisfeitos, porem há 14% que considera que

este item poderia ser melhor, fato que também pode estar relacionado com as

recentes contratações da loja. Na análise da presteza dos atendentes percebeu-se

na média ponderada uma intensidade de 4,11, como na análise anterior.

E por último analisou-se a percepção dos clientes em vista ao atendimento no

momento da troca. Levando em conta que 82% dos clientes pesquisados

consideram-no entre bom e excelente, nota-se que a empresa está em boas

condições também neste quesito. Contudo, observa-se que 18% dos clientes

pesquisados consideram o atendimento no momento da troca de regular a péssimo,

o que pode muitas vezes estar relacionado com impasses de clientes que tentam

trocar produtos já utilizados, provados na loja ou produtos que não caracteriza

trocas, como meias por exemplo. a análise da média ponderada do atendimento no

momento da troca indicou intensidade de 4,05, resultado também muito próximo de

bom na escala pesquisada.

f) Promoção:

Da mesma forma que ocorre em outros setores empresariais o composto

promocional do varejo é uma combinação de três programas básicos de promoção:

propaganda – comunicação indireta e impessoal transmitida por meio de mídia

massificada; promoção de vendas – ferramenta de comunicação impessoal direta ou

indireta envolvendo o uso de mídia ou marketing que oferece um valor extra ao

consumidor; e publicidade – definida como a comunicação indireta veiculada por

alguma mídia de informação sobre determinado produto ou varejo, sem custo algum.

Parente (2000) alude que a propaganda pode ser impressa, eletrônica e interativa. A

impressa pode ser apresentada em formato de revista, jornal e outdoor; A eletrônica

por meio de televisão e rádio; e a propaganda interativa através da internet.

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O primeiro item verificado em relação ao mix de promoção da loja foi o grau

de conhecimento dos meios de comunicação utilizados pela loja. O Gráfico 12

mostra que a maior parte dos clientes (74%) tem conhecimento dos mesmos sendo

que este fato pode estar relacionado com a constante atuação da loja em suas

campanhas promocionais.

Não 26,0%

Sim 74,0%

Gráfico 12: Grau de conhecimento dos meios de comunicação da Petipé. Fonte: dados da pesquisa

Questionados sobre quais formatos de comunicação foram mais notados

pelos clientes é possível observar na Tabela 12 que o meio de comunicação mais

lembrado foi o material impresso (51%), sendo que o mesmo é produzido pela loja

em parceria com a gráfica e distribuída também pela loja nas fábricas, colégios e

casas próximas.

Tabela 12: Formato de comunicação mais lembrados

Formato de comunicação Qt. cit.

Material Impresso 51,0% Carro de Som 49,0% Vitrine 49,0% Não tem lembraça 17,0% Soube através de outra pessoa (boca-a-boca) 12,0% Rádio 8,0% Placa na fachada 7,0% Orkut 1,0% TOTAL OBS.

Fonte: dados da pesquisa

Outros formatos de comunicação que se mostraram relevantes foram o carro

de som e as vitrines ambos representando 49%, sendo que as campanhas

promovidas pelo carro de som são sempre responsáveis por promover liquidações e

redução de preços. E as vitrines costumam ser preparadas para mostrar o que a de

mais novo em termos de calçados e acessórios vendidos pela loja.

Convém ressaltar também que o recente trabalho em promover seus calçados

no site de relacionamentos orkut já representa apenas 1% na lembrança entre os

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clientes pesquisados. Um número tímido, mas que pode vir a crescer com constante

popularização deste meio de comunicação.

O último item relacionado ao mix de comunicação foi à avaliação de sua

qualidade. A mesma é avaliada por 88% dos clientes pesquisados entre satisfatória

e ótima, resultado que pode estar relacionado com o cuidado e a competência das

pessoas que realizam estes trabalhos. No caso do material impresso busca-se a

melhor qualidade em termos de fotografia, impressão e tipo de papel utilizado. No

caso do carro de som busca-se desenvolvê-los em estúdios profissionais de

gravação. Na realização das vitrines, uma constante atualização no que há de mais

moderno em produção com cursos e workshops tem feito diferença (Gráfico 13).

Analisando o resultado em uma escala em que 1 é ruim e 5 é ótima, a

avaliação da comunicação representa uma média ponderada que identifica uma

intensidade de 3,74 pontos. Caso fosse arredondada para baixo, isso colocaria a

variável comunicação em uma situação entre satisfatória e boa. Este resultado da

margem a uma melhor avaliação das ações de comunicação da empresa, que

poderiam impactar mais positivamente o cliente atual e, possivelmente o potencial.

Não resposta 1,0%

Ruim 6,0%

Regular 5,0%

Satisfatória 25,0%

Boa 36,0%

Ótimo 27,0%

Gráfico 13: Avaliação da comunicação Fonte: dados da pesquisa

4.4 Avaliação do composto mercadológico dos concorr entes

Para se construir uma estratégia competitiva e desempenhar um melhor

trabalho em seu segmento são necessários conhecer as forças e fraquezas dos

concorrentes, assim como os seus respectivos objetivos, bem como suas definições

estratégicas de atuação no mercado (KOTLER; KELLER, 2006).

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A seguir serão apresentados e descritos os concorrentes diretos da loja

Petipé. Os mesmos foram indicados por se tratarem de concorrentes diretos da

empresa, ou seja, são comércios varejistas de calçados, estão presentes em uma

região geográfica próxima da Loja Petipé e tem em comum o mesmo mercado alvo.

Além disso, também foram indicados na pesquisa como concorrentes pelos próprios

clientes da loja (Tabela 13).

Tabela 13: Concorrentes frequentados Concorrentes Freqüentados Freq.

Dalri 26,1% Botamedi 21,0% Lojas de Calçados localizadas em Feirões 15,3% D Mais Esportes 14,0% Lojas de Calçados localizadas em Shopings 9,6% Calce Bem 7,0% Nenhum 7,0% TOTAL CIT. 100%

Fonte: dados da pesquisa

A seguir são descritos os concorrentes da Loja Petipé tendo como base o

composto mercadológico varejista incluindo o mix de produtos, preço, promoção,

pessoal e serviços, apresentação e ponto, os quais já foram avaliados na empresa

foco deste estudo.

a) Calcebem:

De acordo com análise feita em relação à concorrência segue abaixo o

composto mercadológico da Calcebem:

I – Mix de produtos: a loja conta com a maior variedade de marcas entre as

empresas analisadas, contando com as principais marcas de calçados masculinos e

femininos. No entanto, com pouca ênfase em produtos mais populares. A loja conta

com mix de produtos que abrange tênis, sandálias, sapatos infantis e adultos,

masculinos e femininos alem de bolsas, cintos, bijuterias e chapelaria;

II – Preço: a empresa pratica em média uma política de preço 10% mais caro

em relação à concorrência em todos os produtos. Não possui políticas de desconto e

oferece parcelamento aos clientes em até quatro parcelas em crediário, cartão Visa

e Máster, além do cheque pré; em até quatro parcelamentos.

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III – Promoção: a loja investe em promoção em rádio a fim de estabelecer

uma campanha institucional para seus clientes, além de promover liquidações

através da utilização de carro de som;

IV – Apresentação: a loja conta com 300 m², em um espaço que abriga com

qualidade a sua extensa variedade de marcas. A loja conta com um layout moderno,

entretanto, o prédio em que se situa possui a desvantagem de não fornecer vitrine

externa para seus clientes. Sendo que a ultima atualização foi feita em 2008.

V – Pessoal e serviço: a empresa possui doze funcionários uniformizados e

altamente treinados com pelo menos um ano de experiência sendo um para atender

os clientes no momento da compra e pagamento, uma responsável por compras,

duas responsáveis pelo trabalho de escritório e oito funcionarias responsáveis por

atender os clientes. A loja não conta com nenhum tipo de serviço de entrega ou

concerto trabalhando das 8:30 até as 18:30 sem fechar para almoço.

VI – Ponto: situada em São João Batista na Rua Benjamim Duarte, a

aproximadamente 10 Km do centro de Nova Trento. Conta com uma excelente

visibilidade por ser localizada na rua central de São João Batista, ao lado do Banco

do Brasil. Porém por se tratar de uma loja situada em outra cidade oferece uma

limitação de deslocamento para alguns clientes. A fachada da loja pode ser vista na

Figura 13.

Figura 13: Fachada do PDV da Loja Calcebem Fonte: Pesquisador.

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b) Loja Dalri:

De acordo com análise feita em relação à concorrência. Segue abaixo o

composto mercadológico da Loja Dalri.

I - Mix de produtos: a loja Dalri não vende apenas calçados sua linha produtos

conta com roupas, cintos, bolsas, bijuterias, chapelaria, alem é claro de calçados

femininos, masculinos infantis e adultos. Apesar de sua ampla linha de produtos a

loja conta com pouca variedade de marcas de calçados limitando-se a marcas mais

populares.

II – Preço: os preços praticados pela loja Dalri são em média cinco por cento

mais baratos que os dos demais concorrentes, porém não dispõe de parcelamento

através de cartão de crédito, limitando-se apenas a receber os pagamentos na forma

de crediário ou a vista. Utilizando parcelamentos em até três prestações

III – Promoção: a loja conta apenas com uma vitrine de aproximadamente um

metro quadrado para expor seus diversos produtos. A divulgação boca a boca e o

fato de ser a primeira loja de comércio de calçados de Nova Trento formam a base

de sua comunicação, já que não investe em outras ferramentas ou mídias.

IV – Apresentação: com um layout tradicional a empresa possui

aproximadamente 250 metros quadrados de espaço interno que abriga de maneira

apertada e inadequada a sua vasta linha de produtos dando uma impressão de

aperto e desorganização ao consumidor.

V- Pessoal e Serviço: a loja Dalri conta com cinco funcionarias com pelo

menos um ano de experiência em vendas, sendo que uma delas trabalha como

vendedora e operadora de caixa. São pessoas cordiais, conhecidas, que residem a

pelo menos cinco anos em Nova Trento sendo que todas trabalham uniformizadas. A

empresa realiza pequenas entregas eventuais quando solicitada. Seu horário de

funcionamento é das 8:00 até o meio dia na parte da manhã e da 13:30 às 18:00 na

parte da tarde

VI – Ponto: situada fora do centro comercial de Nova Trento, a loja se localiza

na Rua Benjamin Constant, 48 a cerca de cinquenta metros do centro. Apesar disso,

a loja possui uma excelente visibilidade, além de ser a loja mais antiga de Nova

Trento, portanto conhecida pela cidade em geral. Na figura 14 apresenta-se a

imagem da fachada da loja.

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Figura 14: Fachada do PDV da Loja Dalri. Fonte: Pesquisador.

c) Botamedi:

De acordo com análise feita em relação à concorrência. Segue abaixo o

composto mercadológico da Loja Botamedi.

I - Mix de produtos: a loja trabalha principalmente com uma linha de produtos

esportivos em geral, incluindo: tênis de corrida, chuteiras, caneleiras, joelheira,

tornozeleiras, camisas para esporte e de clubes de futebol. Esta sempre atualizada

com o que a de mais novo em termos de material esportivo.

II – Preço: o preço da Botamedi está alinhado com o mercado e fornece ao

consumidor as opções de crediário, cartão de crédito e débito, além de aceitar

cheque pré e pagamento à vista fornecendo pagamentos em até quatro prestações.

III – Promoção: a loja conta com uma vitrine moderna e bem equipada, além

de utilizar meios de comunicação como rádio e jornal para promover a imagem

institucional da loja.

IV – Apresentação: conta com um layout moderno e convidativo. O espaço

interno é amplo, o que permite aos clientes uma boa acomodação. Além disso, a loja

é decorada internamente com material de merchandising de marcas esportivas que

ajudam a dar uma melhor visualização dos produtos.

V- Pessoal e Serviço: o comércio conta com quatro funcionárias com mais de

dois anos de experiência, sendo que destas duas atuam como vendedoras e

atendentes de caixa, uma trabalha como vitrinista e apenas uma que atende

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exclusivamente no momento da venda. Não utilizam uniforme. Fornecem pequenas

entregas quando solicitados. Horário de funcionamento é das 8:00 até o meio dia na

parte da manhã e da 13:30 às 18:00 na parte da tarde

VI – Ponto: situa-se à Rua 13 de Novembro, número 1068, no centro

comercial de Nova Trento. Conta com uma boa visibilidade para os clientes o que

lhe agrega uma vantagem competitiva como pode se ver na imagem exposta na

Figura 15.

Figura 15: Fachada do PDV da Loja Bottamedi. Fonte: Pesquisador.

d) D Mais:

De acordo com análise feita em relação à concorrência. Segue abaixo o

composto mercadológico da Loja D Mais.

I – Mix de produtos: a loja conta com uma linha de produtos totalmente

voltada para o esporte desde calçados até bicicletas sendo que trabalha apenas

com as marcas mais reconhecidas do mercado como Nike, Adidas, Olympikus entre

outras.

II – Preço: o preço da loja é cerca de vinte por cento mais caro do que os

demais concorrentes. Aceita cartão de crédito em até 6 pagamentos e débito ou

pagamento a vista como formas de pagamento.

III – Promoção: além de uma vitrine arrojada que conta com equipamentos

eletrônicos como telas de LCD e iluminação especial, a loja conta com propaganda

institucional em todos os jornais da cidade.

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IV – Apresentação: conta com um espaço moderno e bem equipado, que

permite uma boa disposição dos produtos além de uma boa acomodação dos

clientes.

V- Pessoal e Serviço: o comércio conta com dois funcionários que

desempenham funções de vendedores, vitrinistas e caixas. Trabalham na loja desde

a data de abertura, sendo que ambos trabalham uniformizados. A loja não oferece

nenhum tipo de serviço adicional, sendo que seu horário de funcionamento é das

8:00 até o meio dia na parte da manhã e da 13:30 às 18:00 na parte da tarde

VI – Ponto: situada à Rua Francisco Valle, bem no centro comercial de Nova

Trento, a loja conta com uma excelente visibilidade, além de se localizar próximo à

agência do Banco do Brasil e do Colégio Mazola, o que lhe proporciona um

movimento constante de pessoas naquela região. A fachada da loja pode ser

visualizada na Figura 16.

Figura 16: Fachada do PDV da Loja D Mais. Fonte: Pesquisador.

e) Feirões de Calçados de São João Batista:

De acordo com análise feita em relação à concorrência. Segue abaixo o

composto mercadológico dos feirões de calçados de São João Batista.

I – Mix de produtos: vendem todo tipo de calçado e possuem grande

variedade de marcas sendo que vendem desde os calçados mais caros do mercado

até as marcas mais populares e falsificações

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II – Preço: apesar da perspectiva de que feirões vendem mais barato,

normalmente os preços destas lojas costumam ser cerca de vinte por cento mais

caro do que a concorrência. Esses feirões atuam com políticas de preços

promocionais principalmente nos saldos de estoque, contudo em lançamentos atuam

com preços muitas vezes acima dos praticados nas lojas especializadas. Trabalham

com até quatro parcelamentos em cartão, cheque ou pagamento a vista.

III – Promoção: não possuem vitrine nem propaganda em rádio ou jornal, o

principal meio de promoção destas empresas são outdoors nas rodovias

(investimentos são altos nesta estratégia), além de contar com o conhecimento do

público da tradição de São João Batista no setor calçadista.

IV – Apresentação: têm espaços amplos, porém com poucos recursos de

decoração, já que o enfoque é feirão. Os calçados são dispostos por toda a loja

sendo que não há espaço de armazenamento.

V - Pessoal e Serviço: os feirões costumam ter de dez a vinte funcionários

entre vendedores, estoquistas, caixas, supervisores e seguranças, sendo que em

todas as empresas se trabalha uniformizado. Essas empresas não contam com

nenhum tipo de serviço adicional ao consumidor, inclusive como estratégia para

diminuir seus custos sendo que seu horário de funcionamento é das 9:00 às 21:00

sem fechar para almoço.

VI – Ponto: situam-se no Km 19 da rodovia SC 411, cerca de dez quilômetros

do centro de nova Trento. Contam com uma excelente vista e uma fachada bastante

convidativa. Como pode verificar-se na figura 17.

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Figura 17: Fachada do PDV dos feirões de calçados de São João Batista. Fonte: Pesquisador.

Descritos individualmente a caracterização do composto varejista dos

concorrentes identificados, no Quadro 8 é apresentado um resumo comparativo dos

principais aspectos. Posteriormente pode-se verificar a identificação das possíveis

ações para a melhoria no desempenho de vendas da loja.

Concorrentes Mix de

Marketing

de Varejo

a)

Calcebem

b)

Loja Dalri

c)

Bottamedi

d)

D Mais

e)

Feirões de

calçados

Mix de

produtos

a loja conta com

a maior

variedade de

marcas de

calçados entre

as empresas

analisadas

vende roupas,

cintos, bolsas,

bijuterias,

chapelaria, além

de calçados

femininos,

masculinos

infantis e adultos

A loja trabalha com

uma linha de

produtos esportivos

incluindo tênis de

corrida e chuteiras

A loja conta com

uma linha de

produtos

totalmente voltada

para o esporte.

Incluindo,

portanto, calçados

esportivos com

marcas como

Nike, Adidas,

Olympikus e etc.

Vende todo tipo

de calçado e

possuem grande

variedade de

marcas locais e

grandes marcas

Continua

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90

Continuação

Concorrentes Mix de

Marketing

de Varejo

a)

Calcebem

b)

Loja Dalri

c)

Bottamedi

d)

D Mais

e)

Feirões de

calçados

Preço

Em média 10%

mais caros,

parcelamento em

cartão, cheque e

crediário.

Em média 5%

mais baratos

oferecendo

como condição

de pagamento a

vista ou crediário

Fornece como forma

de pagamento a

vista, crediário,

cartão de crédito e

cheque.

O preço da loja é

cerca de 20%

mais caro. Aceita

cartão de crédito

e débito ou

pagamento a vista

como formas de

pagamento.

Fornece como

forma de

pagamento

cartão, cheque ou

pagamento a vista

Promoção Rádio e carro de

som

Vitrine Vitrine, rádio e jornal Vitrine e jornal Outdoor

Apresentação Espaçoso e

layout moderno

Espaço apertado

e layout

tradicional

Layout moderno, e

espaçoso

Layout moderno e

espaçoso

Espaçoso, porém

sem decoração

Pessoal e

Serviço

Doze

funcionários bem

treinados e

experientes.

Sendo que não

realizam nenhum

tipo de serviço

adicional.

Cinco

funcionárias com

mais de um ano

de experiência.

Sendo que

realizam

pequenas

entregas quando

solicitados

Quatro funcionárias

experientes com

mais de um ano de

experiência. Sendo

que realizam

pequenas entregas

quando solicitados

Quatro

funcionárias

experientes com

mais de um ano

de experiência.

Sendo que não

realizam nenhum

tipo de serviço

adicional.

De dez a vinte

funcionários.

Sendo que não

realizam nenhum

tipo de serviço

adicional.

Ponto

Localização 10

Km distante do

centro de Nova

Trento

Localiza-se em

uma rua próxima

ao centro

comercial de

Nova Trento

Localizada no

Centro comercial de

Nova Trento

Localizada no

Centro comercial

de Nova Trento

Localização 10

Km distante do

centro de Nova

Trento

Quadro 8: quadro resumo do composto varejista da concorrência. Fonte: dados da pesquisa.

4.5 Proposições de ações as variáveis do composto v arejista para melhoria do

desempenho de vendas da loja

Os resultados do estudo (diagnóstico) evidenciaram alguns pontos críticos a

serem melhorados no composto mercadológico varejista da loja Petipé. A

apresentação das sugestões é organizada conforme as variáveis do mix, contudo,

destaca-se a importância da interrelação das mesmas, já que seu desenvolvimento

deve ser integrado.

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a) Mix Produtos:

Na Tabela 14 percebe-se que 28,5% dos clientes participantes da pesquisa

consideraram a variedade de produtos da loja um fator a ser melhorado. Além disso,

os resultados da Tabela 8 também evidenciaram que os benefícios procurados pelos

clientes apontam a variedade de produtos (58%) e a variedade de marcas (53%)

como terceira e quarta posição entre os benefícios mais procurados. Sendo que o

segundo beneficio mais procurado é a qualidade dos produtos (73%).

Tabela 14 : Possíveis melhoras no desempenho de vendas da loja

Possíveis melhoras Freq. Promoções 37,4% Variedade dos produtos 28,5% Nenhuma 12,2% Serviços nos caixas 9,8% Atendimento 7,3% Entrega 2,4% Mais funcionários 2,4% TOTAL CIT. 100%

Fonte: dados da pesquisa

A empresa conta atualmente com a revenda de 1218 itens, distribuídos por

aproximadamente 190 marcas, muitas delas de reconhecimento nos segmentos que

atuam (Ferracini em calçados masculinos, Reebook e calçados esportivos, entre

outros). Porém, um aumento na variedade de marcas e produtos, tendendo para

compra de produtos de maior qualidade seria uma ação concreta de melhora no mix

de produtos da loja. Existem marcas de calçados esportivos como Nike e Adidas que

já são solicitadas pelos clientes, porém estas marcas têm contrato de exclusividade

com outros concorrentes. Existe há possibilidade de a loja atuar com marcas para

segmentos mais específicos como Reef, Billabong, Quick Silver que atendem o

público jovem, e têm possuem um alto grau de reconhecimento entre o mesmo. O

que poderia fazer com que a loja tivesse uma penetração maior também entre os

consumidores de classe econômica A.

b) Preço:

Verificou-se através do Gráfico 8 que 14% dos consumidores pesquisados

consideram os preço da loja acima da concorrência. Como o objetivo de precificação

da empresa é de se manter com um preço competitivo, seria possível melhorar este

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quadro fazendo-se pesquisas mais constantes de preços com a concorrência para

equalizar o preço da loja com os demais competidores.

Porém isso pode deflagrar uma competição por preço, o que resultaria em

margens menores. Outra sugestão possível seria usar um Mark-up diferenciado por

linhas o que possibilitaria uma precificação diferenciada. Há marcas de calçados que

a empresa possui exclusividade na cidade é o percentual de remarcação poderia ser

superior. Já outras linhas e marcas mais populares e que os demais competidores

também revendem, a margem estabelecida poderia ser inferior à média de 90%,

gerando fluxo e penetração no mercado.

Outra possibilidade seria um melhoramento dos serviços e do ambiente da

loja, o que poderia aumentar a percepção de qualidade do consumidor,

posicionando a loja de forma superior na mente do mesmo. Essa é uma construção

de médio e longo prazo, mas possibilitaria a redução da dependência da competição

por preços.

c) Apresentação:

Na Tabela 10 identificou-se como ponto mais crítico da apresentação da loja a

climatização, apesar de apenas 11% dos clientes pesquisados terem-na

considerado entre péssima e regular. Uma ação possível para a melhora deste

aspecto seria a implantação de um sistema de ar condicionado (ambiente

climatizado).

Um ambiente mais confortável e acolhedor reforçariam a imagem da loja na

cabeça do consumidor e poderia também diminuir o grau de competição por preços

já mencionada. Seria também determinante, pois os demais competidores

estabelecidos na cidade de Nova Trento ainda não o possuem.

Além disso, uma possível modernização do espaço interno da loja,

principalmente na área de materiais esportivos poderia gerar uma maior percepção

do público que é adepto de práticas esportivas.

d) Ponto:

Com relação ao ponto não se faz necessária nenhum tipo de melhora, pois

como o Gráfico 11 aponta, 95% dos clientes pesquisados consideram a localização

entre boa e excelente.

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Além disso, o local possui uma excelente visibilidade e faz parte do fluxo

obrigatório de trânsito na cidade para as pessoas que desejam visitar a Basílica da

Santa Paulina, ou transitar pelos principais Bairros de Nova Trento, como Vigolo,

Trinta Réis e Espraiado.

e) Pessoas e Serviços:

A Tabela 14 aponta que 7,3% consideram como importante a melhora no

atendimento e 9,8% dos clientes pesquisados acham importante a melhoria do

atendimento no caixa. Já a Tabela 11 atenta para um melhor atendimento no

momento da troca, já que 18% dos clientes pesquisados consideram este

atendimento entre regular e péssimo.

Apesar de serem proporções baixas em relação ao total de participantes,

essas indicações representam indícios de necessidades de melhoras, fazendo com

que a experiência dos clientes na relação com a Petipé possa ser superior às dos

demais competidores. Em um varejo, principalmente nos que o contato do cliente

com o colaborador é mais intenso, os mesmos podem fazer a diferença. Assim, a

ação mais importante a ser considerada seria um melhor e mais intensivo

treinamento dos funcionários que trabalham no caixa, principalmente no momento da

troca, quando podem ocorrer possíveis desentendimentos.

Sugere-se também a criação do “Prêmio Colaborador do Mês” como uma

forma de incentivar melhores práticas dos funcionários, consequentemente um

melhor desempenho nas vendas.

f) Promoção:

Na Tabela 14 evidencia-se que 37% dos clientes pesquisados consideram

importante uma melhora no quesito promoção, reforçada ainda pelo resultado do

Gráfico 12, no qual se verifica que 26% dos clientes pesquisados não possuem

conhecimento das ações de comunicação da loja. Na Tabela 12 verifica-se que os

formatos de comunicação menos lembrados são Rádío (8%), Mídia de identificação

(Placas na fachada - 7%) e Orkut (1%).

Uma possível ação para melhorar a percepção dos clientes em relação às

ações de comunicação da loja seria um reforço no investimento na mídia Rádio. Não

apenas em número de inserções, mas utilizando-o além de um meio de

comunicação institucional, como um canal de promoção de vendas. A sugestão seria

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criar promoções semanais em parceria com a Rádio, inserções ao vivo com sorteios

de produtos envolvendo a comunidade local, gerando maior aproximação dos

clientes atuais e potenciais com a marca da loja.

A fachada da Petipé é bastante clean, mas como possui uma ampla extensão,

um espaço poderia ser reservado para colocação das logomarcas das marcas

comercializadas pela loja que possuem um maior share of mind entre os clientes,

promovendo a relação destas com a Petipé.

Quanto às mídias digitais como o Orkut da loja, sugere-se também a criação

da Web Site Petipé e/ou a criação de um Blog para uma divulgação mais constante

e pessoal por meio da internet com objetivo manter uma interação principalmente

com o público mais jovem. Para ampliar a repercussão desses canais, a divulgação

dos mesmos através de uma maior integração com as demais ferramentas de

comunicação poderia ser feita. O estímulo à ampliação da audiência desses canais

de comunicação (mídias digitais) pode também ocorrer com a ligação das

promoções via rádio citadas anteriormente, com o acesso e registro nestas mídias.

O fortalecimento do marketing direto seja para envios de e-mail marketing ou

de malas diretas convencionais também pode ser fortalecido, principalmente se os

clientes começarem a ser cadastrados de forma mais intensiva, gerando um

cadastro atualizado e com informações precisas para fomentar a comunicação

direcionada as necessidades individuais dos clientes.

Apresentadas as sugestões estratégicas, bem como os demais resultados do

estudo, no capitulo seguinte encontram-se as considerações finais do trabalho.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O varejo tem como função ser um intermediário entre determinado grupo de

fabricantes e seus clientes finais, possibilitando assim, o acesso dos consumidores

finais de forma mais confortável e diminuído possíveis custos e riscos para os

fabricantes. Mas o mesmo não é apenas um apoio ao fabricante, pois através de seu

posicionamento pode definir uma identidade própria muito superior a força dos

fabricantes e marcas que revende.

Levando em consideração essa importância e com o propósito de concretizar

uma pesquisa profunda a cerca destas variáveis este estudo teve como objetivo

geral identificar quais ações do composto de marketing varejista podem ser definidas

para atender e superar as expectativas dos consumidores da loja Petipé, na filial de

Nova Trento. Adequando-se a este, o trabalho foi direcionado para evidenciar o perfil

dos clientes; o atual arranjo do composto mercadológico varejista; a percepção dos

clientes em relação ao composto mercadológico; o composto mercadológico dos

concorrentes; e as ações para melhorar o desempenho de vendas da loja.

Quanto ao perfil do cliente da loja que participaram do estudo, identificou-se

claramente uma predominância no público feminino entre a classe B e C, com grau

de instrução entre o ensino fundamental e médio completo. Possuem renda familiar

média de pouco mais de R$ 1.980,00. Residem no Bairro central de Nova Trento ou

em localidades próximas ao centro e freqüentam a loja em média há 2 anos. Buscam

como benefício para a escolha de uma loja de calçados principalmente o bom

atendimento, a qualidade nos produtos e variedade de produtos e marcas. E

finalmente, que a concentração de compras de calçados para a família é

relativamente baixa em função da Petipé.

Diagnosticado o mix varejista, detectou-se que a loja possui uma linha de

marcas e produtos que lhe permite atender os desejos principalmente do público de

classe social e econômica B e C, além de possuir um preço equilibrado com o da

concorrência. A Loja possui uma localização favorável, uma apresentação moderna

e bem equipada, constante preocupação no treinamento e capacitação de seus

funcionários, além de investir em serviços diferenciados no comércio como o serviço

de entrega por solicitações via telefone e Orkut. E mantém investimentos em

promoção, principalmente através da rádio, carro de som, panfletos, Internet e etc.

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Quanto à percepção dos clientes em relação a essas seis variáveis,

destacam-se a composição do mix de produtos da loja que apesar de possuir uma

avaliação positiva, percebeu-se a necessidade de uma ampliação da linha de

marcas comercializadas pela loja. Além disso, identificou-se com relação ao

atendimento do pessoal da loja uma necessidade de uma maior preocupação com o

treinamento das pessoas que lidam com o atendimento no caixa. No composto

promocional da loja percebeu-se que a população conhecedora das praticas de

comunicação da loja têm uma percepção positiva da mesma, entretanto observou-se

na pesquisa uma grande quantidade de pessoas que não possuía conhecimento das

praticas de promoção da loja. Observou-se ainda um descontentamento dos clientes

da loja por parte da climatização do ambiente da loja.

Entre os cinco concorrentes analisados como os principais concorrentes da

loja, surgem à loja Botamedi e Dalri. Os mesmos oferecem diferentes opções de

linhas de produtos e marcas para o cliente. A Botamedi, por exemplo, oferece uma

linha de produtos mais voltada para o esporte e possui as marcas top do segmento

esportivo, enquanto a Loja Dalri possui uma linha de produtos mais populares e uma

menor variedade marcas, todavia maior variedade de linhas de produtos,

comercializando além dos calçados, roupas e outros acessórios.

A partir disto, indo de encontro à resposta do problema de pesquisa

sugeriram-se diferentes proposições estratégicas ao composto de marketing

varejista, que podem reforçar e superar as expectativas dos clientes. Com relação

ao mix de produtos a possibilidade de se ampliar o mix de marcas e produtos

pendendo para uma melhoria da qualidade e a inclusão de marcas mais fortes em

determinados públicos. Com relação ao preço, estar mais atento aos preços

praticados pela concorrência para não ficar para trás na competição, ao mesmo

tempo em que se implante a prática de Mark-up diferenciado para determinadas

linhas de produtos. Surge ainda uma melhora na evidência da qualidade dos

serviços da loja, a fim de diminuir a dependência da competição por preço.

Evidenciou-se a necessidade de melhora no atendimento dos funcionários,

principalmente os que trabalham no caixa no momento da troca. Além disso,

considerou-se a sugestão da criação de um prêmio para melhor funcionário do mês,

a fim de incentivar as melhores práticas e consequentemente um aumento de

vendas da loja.

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No ambiente de loja faz-se necessário uma melhoria na climatização mais

agradável e confortável para o cliente. E por último, uma melhora no formato de

comunicação adotado pela loja: na mídia rádio, adotando novas ações como

promoções ou sorteios ao vivo da loja. Na fachada da loja, adaptando além do

logotipo da loja as logomarcas das principais marcas comercializadas. E na internet

buscando alternativas mais interativas como uma web site, ou um blog e a

ampliação do reforço de integração do processo de comunicação.

Contudo, percebeu-se que mesmo valendo-se de conhecimentos empíricos a

loja sustentou-se por quatro anos, e ainda que houvesse vários fatores a serem

melhorados, seus gerentes e colaboradores conseguiram fundamentar seu

crescimento. Mas, somados a contribuição deste estudo, os direcionamentos podem

ser ainda mais assertivos.

Para possíveis estudos futuros em relação ao composto mercadológico de

varejo para loja Petipé, salienta-se a possibilidade de se aprofundar mais em o

estudo do mix de produtos da loja, como uma possibilidade de se compreender

melhor as implicações do mesmo a cerca dos consumidores.

Além do foco do presente trabalho para a empresa do estudo, evidencia-se

uma contribuição para os estudos da administração, pois constitui um exemplo de

organização de composto mercadológico utilizado por uma empresa familiar, assim

como os seus possíveis pontos fortes e fracos. O estudo também possibilitou ao

acadêmico uma ampliação dos conceitos de compostos mercadológicos de uma

esfera teórica para uma esfera mais prática.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

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Apêndice A : Roteiro semi estruturado de Entrevista com a proprietária da loja 1 - Mix de produtos 1.1 – Quais os tipos de produtos comercializados? 1.2 – Quais as marcas comercializadas? 1.3 – Que segmentos do mercado se busca atender? ___________________________________________________________________ 2 - Preço 2.1- Como se constitui o preço da Loja? 2.2 – Que condições de pagamentos a loja oferece? 2.3 - Quais prazos a loja oferece? ___________________________________________________________________ 3 Promoção 3.1 – Quais os de ações de promoção são efetuados pela Loja? 3.2 – De que formas elas são efetuadas? ___________________________________________________________________4 Apresentação 4.1 –Qual o Tamanho da loja? 4.2 – Qual o Tipo de Layout utilizado? 4.3 – Qual o tipo de decoração é utilizados? ___________________________________________________________________ 5 - Pessoal e Serviço 5.1 – Qual o numero de funcionários? 5.2 – Que serviços adicionais a loja presta? 5.3 – Qual o horário de atendimento horário de atendimento? 5.4 – Quais as ações para capacitação dos funcionários são efetuadas 5.5 – Que tipo de uniformização é utilizada? 5.6 – Como é feita a renovação dos uniformes? ___________________________________________________________________ 6 - Ponto 6.1 – Qual o endereço da loja? 6.2 – Há que distancia do centro de Nova Trento ela se localiza?

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Apêndice B : O roteiro semi estruturado de observação Dados há serem Observados no composto mercadológico dos concorrentes 1 - Mix de produtos 1.1 - Tipos de produtos comercializados 1.2 - Marcas comercializadas 1.3 - Segmentos atendidos ___________________________________________________________________ 2 - Preço 2.1- Preços em relação ao mercado 2.2 - Condições de pagamentos 2.3 - Prazos ___________________________________________________________________ 3 Promoção 3.1 - Tipos de ações de promoção efetuados ___________________________________________________________________ 4 Apresentação 4.1 – Tamanho 4.2 - Tipos de layout 4.3 – Decoração ___________________________________________________________________ 5 - Pessoal e Serviço 5.1 - Numero de funcionários 5.2 - Serviços adicionais 5.3 - Horário de atendimento 5.4 - Tipos de uniformização ___________________________________________________________________ 6 - Ponto 6.1 – Endereço 6.2 - Distância do centro de Nova Trento

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Apêndice C : Questionário aplicado aos clientes: NÃO É 1. Sexo ( ) Masculino ( )Feminino

2. Estado Civil ( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) Viúvo (a) ( ) Divorciado

3. Faixa etária ( ) Menos de 18 anos ( ) 19 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos ( ) 46 a 55 anos ( ) 56 a 60 anos ( ) Mais de 60 anos

4. Escolaridade ( ) Sem instrução ( ) Ens. Fund. Incompleto ( ) Ens. Fund. Completo ( ) Ens. Médio Incomp. ( ) Ens. Médio completo ( ) Ens. Superior Incomp. ( ) Ens. Superior completo ( ) Pós graduação

5. Qual o Bairro do entrevistado? ( ) Aguti ( ) Alto Lageado ( ) Alto Pitanga ( ) Baixo Salto ( ) Benzenelo ( ) Bonito ( ) Cascata ( ) Centro ( ) Claraiba ( ) Espraiado ( ) Frederico ( ) Indaiá ( ) Lageado ( ) Mato Queimado ( ) Morro da Onça ( ) Pitanga ( ) Ponta F. Norte ( ) Ponta F. Sul ( ) R.da Velha ( ) R. Frederico ( ) R. Bonito ( ) Salto ( ) São Roque ( ) S.Valentin ( ) Trinta Réis ( ) Valsugana ( ) Velha ( ) Vigolo ( ) outra cidade Qual?___________________________________________ 6. Moradia ( ) própria ( ) alugada ( ) outros 7. Além de você há mais quantos integrantes na sua residência? ( ) Zero pessoa ( ) 1 pessoa ( ) 2 pessoas ( ) 3 pessoas ( ) 4 pessoas ( ) 5 pessoas ou mais 8. Renda familiar mensal ( ) Sem renda ( ) até R$510,00 ( ) de R$511,00 a R$1.020,00 ( ) de R$1.021,00 a R$ 2.040,00 ( ) de R$ 2.041,00 a R$ 3.060,00 ( ) De R$ 3.061,00 a R$ 4.080,00 ( ) Acima de 4.081,00 09. No quadro abaixo indique a quantidade dos itens relacionados que você possui em sua residência:

Quantidade Itens

0 1 2 3 4 ou + Televisão em cores

Rádio (separado ou em conjunto com outro aparelho) Banheiro Automóvel (somente carro) Empregada mensalista

Máquina de lavar

Videocassete e/ou DVD

Geladeira

Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex) 10. Indique o Grau de Instrução do chefe de família (pessoa com maior nível de responsabilidade financeira) de sua residência:

Prezado cliente Esta pesquisa tem como objetivo : • Descobrir o perfil do consumidor da Loja Petipé, filial Nova Trento. • Analisar a percepção do consumidor em relação à apresentação da Loja

Petipé, filial Nova Trento e seus concorrentes.

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( ) Analfabeto / Primário incompleto / Até 3a. Série Fundamental ( ) Primário completo / Ginasial incompleto / Até 4a. Série Fundamental ( ) Ginasial completo / Colegial incompleto / Fundamental completo ( ) Colegial completo / Superior incompleto / Médio completo ( ) Superior completo 11. Com que freqüência faz compras de calçados? ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente ( ) Semestralmente ( ) Ocasionalmente

12. Há quanto tempo você frequenta a Petipé de Nova Trento? ( )Menos de 1 mês ( )De 1 a 6 meses ( ) De 6 meses a 1 ano ( ) De 1 a 2anos ( ) De 2 a 4 anos

13. Qual a proporção média de suas compras de calça dos você faz na Petipé para a sua família? ( ) Muito pouco ( ) Menos da metade ( ) Metade ( ) Mais da metade ( ) Quase toda ( ) Toda

14. Qual(S) outra(S) loja de calçados (S) que costu ma frequentar? (PODE SER MAIS DE UM) ( ) Dalri ( ) D Mais Esportes ( ) Botamedi ( ) Calce Bem ( ) Lojas de Calçados localizadas em Shopings ( ) Lojas de Calçados localizadas em Feirões 15. Quais os benefícios que você procura encontrar em uma loja de calçados (PODE INDICAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA)? ( ) Estacionamento ( ) Amizade com o proprietário ( ) Produtos mais baratos ( ) Qualidade nos produtos ( ) Variedade de produtos ( ) Variedade de marcas ( ) Bom atendimento ( ) Horário de atendimento ( ) Tempo de atendimento ( ) Variedades nas formas de pagamentos ( ) Serviço de entrega ( ) Limpeza e organização

16. Os produtos vendidos pelo Loja Petipé atendem s ua necessidade de variedades de opções em que intensidade? ( ) Nunca ( ) Quase nunca ( ) De forma intermediária ( ) Quase sempre ( ) Sempre

17. Os produtos vendidos pelo Loja Petipé atendem s ua necessidade de variedades de marcas em que intensidade? ( ) Nunca ( ) Quase nunca ( ) De forma intermediária ( ) Quase sempre ( ) Sempre

18. A qualidade dos produtos e a garantia dos mesmo s atendem sua expectativa? ( ) Nunca ( ) Quase nunca ( ) De forma intermediária ( ) Quase sempre ( ) Sempre

19. Na média, você considera que os preços praticad os pela Loja Petipé estão: ( ) Mt abaixo da ( ) Abaixo da ( ) Igual ao da ( ) Acima da ( ) Mt acima da concorrência concorrência concorrência concorrência concorrência

20. Indique quais as formas utilizadas por você par a o pagamento de suas compras em lojas de calçados (PODE INDICAR MAIS DE UMA ALTERNATIVA)? ( )Dinheiro ( )Cheque pré-datado ( )Cheque a vista ( )Cartão crédito ( )Cartão débito ( )Crediário 21. Qual seu grau de satisfação quanto às formas de recebimento oferecidas pela Petipé? ( ) Totalmente insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Intermediário ( ) Satisfeito ( ) Muito satisfeito 22. Qual seu grau de satisfação quanto às condições de pagamento (prazos) oferecidas? ( ) Totalmente insatisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Intermediário ( ) Satisfeito ( ) Muito satisfeito Com relação à loja, como você avalia os aspectos ab aixo:

Aspectos 1. Péssimo

2. Ruim

3. Regular

4. Bom

5. Excelente

23. A exposição dos produtos no ambiente interno da loja é

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

24. A exposição dos produtos na vitrine é ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 25. Espaço interno da loja para circulação é ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 26. A arquitetura da loja é ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 27. A iluminação no ambiente da loja é ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 28. Os móveis e decoração são ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 29. A climatização da loja é ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 30. A localização da loja é ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 31. O estacionamento da loja é ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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Nos itens a seguir, como você considera a qualidade dos aspectos apresentados? Aspectos analisados 1.

Péssimo 2.

Ruim 3.

Regular 4.

Bom 5.

Excelente 32. Cordialidade no atendimento dos funcionários ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 33. Horário de funcionamento ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 34. Atendimento no caixa ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 35. Conhecimento dos atendentes ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 36. Presteza dos atendentes ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 37. Atendimento no momento de troca ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

38. Você possui conhecimento de ações de comunicaçã o da Petipé? ( ) Não ( ) Sim

39. Caso a resposta tenha sido sim, em quais format os você tem lembrança? ( ) Carro de Som ( ) Material Impresso ( ) Vitrine ( ) Placa na fachada ( ) Soube através de outra pessoa (boca-a-boca) ( ) Rádio ( ) Outros ________________________

40. Como você avalia a qualidade da comunicação da loja? ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Satisfatória ( ) Boa ( ) Ótimo

41. Em que aspecto você acredita que a Loja Petipé precisa melhorar? ( ) Promoções ( ) Variedade dos produtos ( ) Atendimento ( ) Serviços nos caixas ( ) Entrega ( ) Outros__________________________________________________