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Natal-RN, 2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ELEVAÇÃO ARTIFICIAL POR GAS
LIFT CONTÍNUO
FELIPE KENNETH DE BRITO MAIA
Orientador: Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa
Coorientadora: Profa. Dra. Carla Wilza Souza de Paula Maitelli
Natal-RN, 2016
FELIPE KENNETH DE BRITO MAIA
DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ELEVAÇÃO ARTIFICIAL POR GAS
LIFT CONTÍNUO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como parte dos requisitos para
obtenção do Grau em Engenharia de
Petróleo pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
iii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha filha, Sofia
Maia, aos meus pais, Kennedy Rodrigues e
Maria Josilene, e às minhas irmãs,
Gabriella Thayanne e Izaura Kennya.
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por guiar e abençoar os meus caminhos e as minhas
decisões, por me dar forças nos momentos de maior dificuldade e pelas graças alcançadas no
decorrer da caminhada.
À minha filha, que foi o meu maior incentivo frente às dificuldades enfrentadas
durante a nossa caminhada.
Aos meus pais, que sempre me apoiaram, acreditaram no meu potencial e, trabalharam
arduamente para proporcionar uma boa educação para mim e para as minhas irmãs.
Às minhas irmãs, por todo o apoio e carinho.
À Suelen Viana e família, pela presença, apoio e carinho incondicional.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa, por todos os ensinamentos,
instruções, ajuda e disponibilidade durante a realização deste trabalho.
À minha coorientadora, Profa. Dra. Carla Wilza Souza de Paula Maitelli, pela
confiança em mim depositada, pelo auxilio e disponibilidade durante a realização deste
trabalho.
Aos professores do Departamento de Engenharia de Petróleo da UFRN, pelos valiosos
ensinamentos e conhecimentos compartilhados.
Ao Laboratório de Automação em Petróleo (LAUT/UFRN), pela parceria para o
desenvolvimento do dimensionador.
Ao PRH-PB 221 pelo apoio financeiro durante alguns meses da minha graduação.
Ao PRH-ANP 43 juntamente ao MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e
Informação, a FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, e a ANP – Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, pelo apoio financeiro e por possibilitar o
desenvolvimento deste trabalho.
vi
MAIA, Felipe Kenneth de Brito – “DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA
COMPUTACIONAL PARA DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ELEVAÇÃO
ARTIFICIAL POR GAS LIFT CONTÍNUO”. TCC – Curso de Graduação em Engenharia de
Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal – RN, 2016.
Orientador: Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa
Coorientadora: Profa. Dra. Carla Wilza Souza de Paula Maitelli
RESUMO
Este trabalho descreve e apresenta uma ferramenta computacional que tem por objetivo
realizar o dimensionamento de sistemas de elevação artificial pelo método Gas Lift Contínuo.
A injeção contínua de gás na coluna de produção, através de uma válvula localizada no anular
do poço, provoca a diminuição do peso específico do fluido produzido e, consequentemente,
da pressão de fluxo no fundo do poço, sendo esse o princípio do Gas Lift Contínuo. Além de
alta confiabilidade, este método apresenta tolerância à presença de areia e é adequado para ser
utilizado em plataformas offshore, características essas que tem proporcionado o crescimento
em sua aplicação. O rápido e correto dimensionamento dos sistemas de elevação artificial é
imprescindível, uma vez que o seu resultado proverá as informações necessárias para a
realização de análises técnica e comercial como também irá gerar o projeto executável da
instalação. O programa, implementado utilizando-se o Visual Basic for Applications (VBA),
juntamente com a plataforma Microsoft Office Excel, fornece ao usuário os parâmetros de
sistemas de elevação artificial pelo método do Gas Lift Contínuo, tais como: profundidade de
assentamento da válvula operadora, quantidade e profundidade das válvulas de descarga e
vazão de injeção de gás. Os procedimentos para os cálculos levam em consideração a
utilização de correlações empíricas para obtenção das propriedades dos fluidos, assim como
as propriedades físicas do escoamento multifásico.
Palavras-chave: Elevação Artificial, Gas Lift Contínuo, Dimensionamento.
vii
MAIA, Felipe Kenneth de Brito – “DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA
COMPUTACIONAL PARA DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ELEVAÇÃO
ARTIFICIAL POR GAS LIFT CONTÍNUO”. TCC – Curso de Graduação em Engenharia de
Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal – RN, 2016.
Orientador: Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa
Coorientadora: Profa. Dra. Carla Wilza Souza de Paula Maitelli
ABSTRACT
This work describes and presents a computational tool that aims to realize the design of
artificial lift systems by the Continuous-Flow Gas Lift method. The continuous injection of
gas into the production tubing, through a valve located in the annulus of the well, provokes
the decrease of the specific weight of the produced fluid and, consequently, the decrease of
the flowing pressure at the bottom of the well, which is the principle of Continuous-Flow Gas
Lift. Besides the high reliability, this method presents tolerance to sand presence and it is
suitable to be used on offshore platforms, which has provided the growth in its application.
The quick and correct design of artificial lift systems is essential, since its result will provide
the necessary information for performing technical and commercial analysis as well as
generate the executable project of the installation. The program, implemented using the
Visual Basic for Applications (VBA) with Microsoft Office Excel platform, provides to the
user the parameters of artificial lift systems by the method of Continuous-Flow Gas Lift, such
as: seat depth of the operator valve, quantity and depth of the discharge valves and, gas
injection flow rate. The procedures for calculations take into consideration the use of
empirical correlations to obtain the properties of the fluids, as well as the physical properties
of the multiphase flow.
Keywords: Artificial Lift, Continuous-flow Gas Lift, Design.
viii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17
1.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 19
1.1.1 Objetivos específicos .............................................................................................. 19
2 ASPECTOS TEÓRICOS .................................................................................................... 21
2.1 PRODUTIVIDADE DE UM POÇO .............................................................................. 21
2.1.1 Índice de produtividade (IP linear) ...................................................................... 21
2.1.2 Equação de Vogel (IPR) ......................................................................................... 23
2.2 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS ................................................................................ 24
2.2.1 Densidade relativa .................................................................................................. 24
2.2.1.1 Densidade relativa do óleo (ϒo) ........................................................................ 24
2.2.1.2 Densidade relativa do líquido (ϒl) ..................................................................... 24
2.2.1.3 Densidade relativa do gás dissolvido (ϒgd) ....................................................... 25
2.2.1.4 Densidade relativa do gás livre (ϒgl) ................................................................. 25
2.2.2 Massa específica...................................................................................................... 26
2.2.2.1 Massa específica do óleo (ρo) ............................................................................ 26
2.2.2.2 Massa específica da água (ρw) ........................................................................... 26
2.2.2.3 Massa específica do líquido (ρl) ........................................................................ 26
2.2.2.4 Massa específica do gás (ρg) .............................................................................. 27
2.2.3 Viscosidade .............................................................................................................. 27
2.2.3.1 Viscosidade do óleo morto (µoM) ...................................................................... 27
2.2.3.2 Viscosidade do óleo vivo (µOV) ......................................................................... 28
2.2.3.3 Viscosidade da água (µw) .................................................................................. 28
2.2.3.4 Viscosidade do gás (µg) ..................................................................................... 28
2.2.4 Fator volume de formação ..................................................................................... 29
2.2.4.1 Fator volume de formação do óleo (Bo) ............................................................ 29
2.2.4.2 Fator volume de formação do gás (Bg) .............................................................. 30
ix
2.2.5 Pressão de bolha (PB) ............................................................................................. 30
2.2.6 Razão de Solubilidade (RS) .................................................................................... 31
2.2.7 Velocidade superficial ............................................................................................ 32
2.2.7.1 Velocidade superficial do líquido (Vsl) ............................................................. 32
2.2.7.2 Velocidade superficial do gás (Vsg) ................................................................... 32
2.2.8 Fator de compressibilidade do gás (Z) ................................................................. 33
2.2.9 Gradiente de pressão do gás (ΔPg) ........................................................................ 34
2.3 ESCOAMENTO MULTIFÁSICO EM TUBULAÇÕES ............................................... 34
2.3.1 Correlação de Hagedorn & Brown modificada ................................................... 35
2.3.1.1 Holdup líquido sem escorregamento (λl) ........................................................... 35
2.3.1.2 Holdup líquido com escorregamento (HL) ........................................................ 36
2.3.1.3 Massa específica da mistura sem escorregamento (ρns) .................................... 38
2.3.1.4 Massa específica da mistura com escorregamento (ρs) ..................................... 38
2.3.1.5 Velocidade da mistura (Vm) ............................................................................... 38
2.3.1.6 Viscosidade da mistura (µm) .............................................................................. 39
2.3.1.7 Fator de fricção (f) ............................................................................................. 39
2.3.1.8 Termo relativo à energia cinética do sistema (Ek) ............................................. 40
2.4 ANÁLISE DAS VÁLVULAS DE GAS LIFT ................................................................ 41
3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA ................................. 45
3.1 O ALGORITMO DO PROGRAMA .............................................................................. 45
3.2 O DIMENSIONADOR GAS LIFT CONTÍNUO ........................................................... 55
3.2.1 Tela de dados de entrada ....................................................................................... 56
3.2.1.1 Tela de descrição do projeto .............................................................................. 57
3.2.1.2 Tela de sistemas de unidades ............................................................................. 57
3.2.1.3 Tela de dados do sistema poço-reservatório ...................................................... 58
3.2.1.4 Tela de dados dos fluidos .................................................................................. 58
3.2.1.5 Tela de dados de operação e dimensionamento................................................. 59
x
3.2.1.6 Tela de dados de teste de produtividade ............................................................ 59
3.2.2 Tela da curva de produtividade ............................................................................ 60
3.2.3 Tela de verificação de dados .................................................................................. 60
3.2.4 Tela de saída ........................................................................................................... 61
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 65
4.1 ESTUDO DE CASO I .................................................................................................... 65
4.2 ESTUDO DE CASO II ................................................................................................... 68
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................................... 72
5.1 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 72
5.2 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 73
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ilustração esquemática do sistema Gas Lift Contínuo. .......................................... 18
Figura 2 - Curva de produtividade (IP linear). ........................................................................ 22
Figura 3 - Curva de produtividade (IPR de Vogel). ................................................................ 23
Figura 4 - Representação gráfica do comportamento de RS com a mudança na pressão. ....... 31
Figura 5 - Correlação de Hagedorn and Brown para NLC. ....................................................... 37
Figura 6 - Correlação de Hagedorn and Brown para Ψ. .......................................................... 37
Figura 7 - Correlação de Hagedorn and Brown para HL/Ψ. .................................................... 37
Figura 8 - Diagrama de Moody. .............................................................................................. 39
Figura 9 - Ilustração de uma válvula de Gas Lift. ................................................................... 41
Figura 10 - Mensagem de erro na curva de produtividade. ..................................................... 46
Figura 11 - Fluxograma para determinação de profundidade da válvula operadora e pressão
na coluna de produção nesta profundidade............................................................................... 47
Figura 12 - Gráfico ilustrativo para determinação da profundidade da válvula operadora. .... 50
Figura 13 - Comportamento do método da secante. ................................................................ 51
Figura 14 - Fluxograma para determinação da quantidade e profundidade(s) da(s) válvula(s)
de descarga. .............................................................................................................................. 53
Figura 15 – Ilustração da interface do Dimensionador GLC. ................................................. 56
Figura 16 - Tela de dados de entrada do Dimensionador GLC. .............................................. 56
Figura 17 - Tela de descrição do projeto. ................................................................................ 57
Figura 18 - Tela de sistemas de unidades. ............................................................................... 57
Figura 19 - Tela de dados do sistema poço-reservatório. ........................................................ 58
Figura 20 - Tela de dados dos fluidos. .................................................................................... 58
Figura 21 - Tela de dados de operação e dimensionamento. ................................................... 59
Figura 22 - Tela de dados do teste de produtividade. .............................................................. 59
Figura 23 - Tela da curva de produtividade (Considerando IPR de Vogel). ........................... 60
Figura 24 - Tela de verificação de dados................................................................................. 60
Figura 25 - Tela de saída do Dimensionador GLC.................................................................. 61
Figura 26 - Curva de produtividade para o estudo de Caso I. ................................................. 66
Figura 27 - Perfis de pressão (operação) para o Caso I. .......................................................... 67
Figura 28 - Perfis de pressão (kick-off) para o Caso I. ............................................................ 67
Figura 29 - Curva de produtividade para o estudo de Caso II. ................................................ 69
Figura 30 - Perfis de pressão (operação) para o Caso II. ........................................................ 70
Figura 31 - Perfis de pressão (kick-off) para o Caso II. ........................................................... 70
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Exemplos de válvulas de Gas Lift. ......................................................................... 43
Tabela 2 - Dados de entrada para o estudo de Caso I. ............................................................. 65
Tabela 3 - Dados de saída do programa para o estudo de Caso I. ........................................... 66
Tabela 4 - Dados de entrada para o estudo de Caso II............................................................. 68
Tabela 5 - Dados de saída do programa para o estudo de Caso II. .......................................... 69
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
AP Área da tubulação
Av Área da porta
ºAPI Grau API do óleo
Bg Fator volume de formação do gás
BO Fator volume de formação do óleo
BSW Fração de água e sólidos na corrente de fluidos produzidos
BW Fator volume de formação da água
Cd Coeficiente de descarga
d Diâmetro interno da tubulação
dl
dP
Gradiente de perda de carga
Ek termo relativo à energia cinética do sistema
f Fator de fricção
fo Fração de óleo
fw Fração de água
gc Constante de proporcionalidade
Gradw Gradiente de pressão da água
HL holdup líquido com escorregamento
IP Índice de produtividade
IPR Inflow Performance Relationship
k Razão dos calores específicos do gás
L Profundidade dos canhoneados
Ln Profundidade no n-ésimo ponto
M Peso molecular do gás
Nd número do diâmetro do duto
Ngv número da velocidade do gás
Nl número da viscosidade do líquido
Nlv número da velocidade do líquido
Npontos Número de pontos a ser considerado na geração dos gráficos e procedimentos
de cálculos
NRE Número de Reynolds
P Pressão
Pa Pressão absoluta
Pan Pressão de amortecimento no n-ésimo ponto
PB Pressão de bolha
Pcab Pressão na cabeça do poço
rP Pressão estática média do reservatório
Pi Pressão de injeção
Pivo Pressão de injeção na profundidade da válvula operadora
Plcn Pressão linear na coluna de produção no n-ésimo ponto
Pp Pressão de produção na profundidade da válvula operadora
Ppc Pressão pseudo-crítica
xiv
Ppi Pressão no ponto de inicio
Ppr Pressão pseudo-reduzida
Prn Pressão no revestimento no n-ésimo ponto
Pwf Pressão de fluxo no fundo do poço
q Vazão do reservatório
Qdesejada Vazão de produção desejada
qlsc Vazão de líquido na condição padrão
qmax Vazão de produção máxima
qo Vazão de óleo
qw Vazão de água
RGLi Razão Gás-Líquido de injeção
RGO Razão Gás-Óleo
RGOf Razão Gás-Óleo da formação
RGOi Razão Gás-Óleo de injeção
RGOt Razão Gás-Óleo total
RS Razão de solubilidade
T Temperatura
Ta Temperatura absoluta
Tc Temperatura na profundidade dos canhoneados
Tn Temperatura no n-ésimo ponto
Tpc Temperatura pseudo-crítica
Tpr Temperatura pseudo-reduzida
Ts Temperatura na superfície
Tv Temperatura na válvula
VBA Visual Basic for Applications
Vm Velocidade da mistura
Vsg Velocidade superficial do gás
Vsl Velocidade superficial do líquido
Y Fator de expansão
Z Fator de compressibilidade do gás
Zv Fator de compressibilidade do gás na profundidade da válvula operadora
LETRAS E SIMBOLOS GREGOS
µg Viscosidade do gás
µl Viscosidade do líquido
µm Viscosidade da mistura
µOM Viscosidade do óleo morto
µOV Viscosidade do óleo vivo
µW Viscosidade da água
ΔL Incremento de profundidade
ΔPg Gradiente de pressão do gás
(ΔT/L) Gradiente linear de temperatura
(ΔPfa/L) Gradiente de pressão do fluido de amortecimento
(ΔPl/Lop) Gradiente de pressão linear na coluna de produção
ϵ Rugosidade da tubulação
θ Ângulo do poço com a vertical
xv
λl holdup líquido sem escorregamento
ρg Massa específica do gás
ρl Massa específica do líquido
ρns Massa específica da mistura sem escorregamento
ρo Massa específica do óleo
ρs Massa específica da mistura com escorregamento
ρw Massa específica da água
σl Tensão superficial do líquido
σo Tensão superficial do óleo
σw Tensão superficial da água
ϒfa Densidade relativa do fluido de amortecimento
ϒg Densidade do gás
ϒgd Densidade do gás dissolvido
ϒgl Densidade do gás livre
ϒl Densidade do líquido
ϒo Densidade relativa do óleo
Ψ Fator de correção do holdup líquido
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Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
CAPÍTULO I:
INTRODUÇÃO
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Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
1 INTRODUÇÃO
O sistema de produção de petróleo e gás tem como principal função promover a
condução para escoamento de fluidos do reservatório até a superfície e, caso necessário,
providenciar uma parte da energia requerida para transportar esse fluido.
Se a energia do reservatório é suficiente para elevar os fluidos até as facilidades de
superfície, ou seja, não há necessidade de suplementar o poço com energia advinda de fontes
externas, a elevação dos fluidos ocorrerá por surgência ou elevação natural. Entretanto, se a
pressão do fundo do poço é insuficiente para elevar os fluidos à superfície, deve-se utilizar a
chamada elevação artificial. Desta forma, será possível o fluxo dos fluidos do fundo do poço
não surgente até a superfície, mantendo a pressão necessária na cabeça do poço para que
ocorra o fluxo na linha de produção.
Uma das principais e mais utilizadas formas de elevação artificial de petróleo é o Gas
Lift Contínuo, devido à semelhança com o processo de fluxo em poços surgentes, podendo
ser, inclusive, considerada uma extensão do processo de elevação natural de petróleo. Além
disso, é um método que apresenta alta confiabilidade, tolerância à presença de areias e
sólidos, necessidade de pouco espaço em plataformas offshore, assim como adequação a
produção de poços desviados.
O método de elevação por Gas Lift Contínuo (GLC) consiste na injeção contínua de
gás, proveniente de uma fonte de alta pressão, pelo anular do poço, em um determinado ponto
da coluna de produção de petróleo, através de uma válvula, a chamada operadora. A partir da
interação entre o gás e o fluido presente na coluna de produção, ocorrerá à redução na
densidade da então mistura e, consequentemente, diminuição da pressão de fluxo no fundo do
poço, gerando o aumento da vazão dos fluidos do meio poroso para o poço. Antes desse
procedimento, também na fase de completação, para que um poço produza através da
elevação por gas lift, o mesmo é inicialmente amortecido com um fluido de densidade
controlada, que mantém a pressão no fundo do poço maior que a pressão estática. Para colocar
o poço em produção é necessário remover o fluido de amortecimento através do processo de
injeção de gás no espaço anular, denominado descarga do poço ou kick-off. Finalizada a
operação de descarga, o poço estará pronto para operar, quando a última válvula da coluna de
produção estiver descoberta, permitindo a passagem de gás, e as demais válvulas, acima dela,
estiverem fechadas.
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Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
O sistema GLC é constituído por um conjunto de equipamentos de superfície e
subsuperfície. De maneira geral, os componentes de superfície são: Fonte de gás de alta
pressão, controlador de injeção de gás (choke) e equipamentos para separação e
armazenamento dos fluidos produzidos. Na subsuperfície, os principais componentes são os
mandris alocados na coluna de produção e as válvulas de gas lift. O esquema de um sistema
típico GLC é apresentado na Figura 1, abaixo.
Figura 1 – Ilustração esquemática do sistema Gas Lift Contínuo.
Fonte: http://camposmarginais.blogspot.com.br/2012/03/o-metodo-gas-lift.html, Acesso
em Novembro/2016.
O projeto de uma instalação de gas lift consiste em definir a profundidade e a área de
passagem da válvula operadora, a vazão de injeção de gás necessária para produzir com
determinada vazão desejada, o posicionamento das válvulas de descarga e a calibração das
mesmas.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 19
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
1.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo, de forma geral, deste trabalho, é desenvolver uma ferramenta
computacional que realize o dimensionamento de sistemas de elevação artificial por Gas Lift
Contínuo, para facilitar e acelerar os procedimentos do projeto deste método de elevação.
1.1.1 Objetivos específicos
Do ponto de vista especifico, a criação deste trabalho foi incentivada a fim de se
atingir os seguintes objetivos:
Levantamento bibliográfico sobre o Gas Lift Contínuo;
Avaliação da metodologia de cálculo para o projeto de um sistema operando por
Gas Lift Contínuo;
Determinação da quantidade de válvulas utilizadas em uma instalação de gas lift;
Determinação das profundidades das válvulas utilizadas em uma instalação de gas
lift;
Cálculo da vazão de injeção de gás em uma instalação de gas lift;
Recomendação de válvula operadora, incluindo fabricante, tipo de válvula e
diâmetro da porta de passagem;
Realização de estudo de caso e aplicação da ferramenta desenvolvida.
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CAPÍTULO II:
ASPECTOS TEÓRICOS
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2 ASPECTOS TEÓRICOS
Neste capítulo serão abordados os tópicos teóricos fundamentais para o entendimento
e desenvolvimento deste trabalho, como também, será apresentado um dos principais
equipamentos presentes nos sistemas de elevação artificial por Gas Lift Contínuo.
É importante ressaltar que as equações apresentadas a seguir foram às consideradas na
implementação das rotinas de cálculo da ferramenta computacional desenvolvida.
2.1 PRODUTIVIDADE DE UM POÇO
O adequado projeto de sistemas de elevação artificial requer o conhecimento da
capacidade de produção do poço a ser equipado com um método previamente escolhido, pois
a não disponibilidade dessa informação ou a obtenção de dados incorretos poderá gerar o não
efetivo dimensionamento do sistema de elevação artificial.
Os valores das vazões de produção de um poço são diretamente dependentes dos
valores das vazões que o reservatório pode prover para tal poço e, essa última, pode ser
relacionada com a pressão de fluxo no fundo do poço através do conceito de índice de
produtividade linear, assim como da equação de Vogel, também conhecida como IPR (Inflow
Performance Relationship) de Vogel.
As execuções de testes em poços proporcionam as medições de vazões de líquido
produzidas pelo reservatório em condições de superfície e pressões de fluxo no fundo do
poço, defronte aos canhoneados. De posse desses dados e escolhendo um dos conceitos
mencionados acima, é possível gerar as curvas de produtividade dos poços.
Através das curvas de produtividade, é possível entender o comportamento das vazões
em dependência das pressões no fundo do poço e definir o valor da pressão necessária para
que ocorra a produção de uma determinada vazão desejada.
2.1.1 Índice de produtividade (IP linear)
É utilizado para quantificar a capacidade de fluxo do poço através de uma função
linear com a pressão de fluxo e, pode ser empregado para estimar a vazão do poço, diante de
diferentes pressões de fluxo, desde que acima da pressão de bolha, pois sob essa condição, os
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 22
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
fluidos que entram no poço apresentam comportamento monofásico. Além disso, algumas
considerações adotadas para determinação deste índice foram:
Fluxo radial em torno do poço;
Permeabilidade da formação homogênea.
A Equação 1 é utilizada para obtenção de seu valor matemático em unidade de vazão
dividida por unidade de pressão (MAITELLI, 2015).
wfr PP
qIP
(1)
q – vazão do reservatório
rP – Pressão estática média do reservatório
wfP – Pressão de fluxo no fundo do poço
É possível notar na Equação 1 que, para o caso do IP linear, a vazão de produção do
reservatório é diretamente proporcional à diferença entre a pressão estática média do
reservatório e a pressão de fluxo no fundo do poço. Desta forma, a curva de desempenho
traçada a partir desse modelo será uma reta, conforme apresentado na Figura 2.
Devido à lenta variação da pressão do reservatório, para um determinado período de
tempo e sob a condição de que as pressões de fluxo no fundo do poço são maiores do que a
pressão de bolha pode-se considerar que o índice de produtividade permanece constante.
Figura 2 - Curva de produtividade (IP linear).
Fonte: O autor (2016)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 23
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
2.1.2 Equação de Vogel (IPR)
O modelo de IP linear não se aplica quando as pressões no meio poroso estão abaixo
da pressão de bolha devido à liberação do gás dissolvido na solução, aumentando a sua
saturação. O aumento dessa saturação provoca o aumento em sua permeabilidade relativa e,
consequentemente, diminui a permeabilidade relativa ao óleo fazendo com que a
permeabilidade e o índice de produtividade do poço variem com a pressão.
O modelo IPR de Vogel foi desenvolvido, após a realização de inúmeras simulações
de reservatórios, sob a condição de escoamento multifásico, ou seja, pressão de fluxo no
fundo do poço abaixo da pressão de bolha (BROWN & BEGGS, 1977).
Portanto, a IPR de Vogel é utilizada para quantificar a capacidade de fluxo do poço
através de uma função não linear com a pressão de fluxo e, também pode ser empregada para
estimar a vazão do poço, diante de diferentes pressões de fluxo.
A Equação 2 é utilizada para representar a IPR de Vogel (MAITELLI, 2015).
2
max
8,02,01r
wf
r
wf
P
P
P
P
q
q (2)
q – vazão do reservatório
qmax – vazão de produção máxima
rP – Pressão estática média do reservatório
wfP – Pressão de fluxo no fundo do poço
A curva de desempenho traçada a partir desse modelo, utilizando a Equação 2, pode
ser visualizada através da Figura 3.
Figura 3 - Curva de produtividade (IPR de Vogel).
Fonte: O autor (2016)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 24
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
2.2 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS
Durante o processo de produção de petróleo pelo método do Gas Lift Contínuo ocorre
a interação entre o gás injetado e o fluido proveniente do reservatório, interferindo
diretamente nas propriedades físicas do fluido em escoamento. Para obtenção matemática
dessas novas propriedades que, influenciam no dimensionamento dos sistemas de elevação,
faz-se necessária à utilização de algumas equações fundamentais. A seguir serão apresentadas
as equações que foram implementadas no código da ferramenta computacional desenvolvida.
2.2.1 Densidade relativa
A densidade relativa é uma medida adimensional utilizada para representar a razão
entre a massa específica de uma substância e a massa específica de um dado material de
referência. Neste trabalho, os materiais utilizados como referências foram à água pura e o ar,
para os casos dos líquidos e gases, respectivamente.
2.2.1.1 Densidade relativa do óleo (ϒo)
É a propriedade física do hidrocarboneto que está relacionada com o seu grau API de
forma inversa. Na indústria petrolífera, é obtida de acordo com a Equação 3 (TAKÁCS,
2005).
API
O
5,131
5,141 (3)
°API – Grau API do óleo
2.2.1.2 Densidade relativa do líquido (ϒl)
Relaciona as densidades relativas dos líquidos considerados para obtenção do valor
referente a uma mistura monofásica. A Equação 4 apresenta a ponderação matemática
realizada para obtenção de seu valor matemático considerando uma mistura de óleo e água,
ambos na fase líquida (MAITELLI, 2015).
WWOOl ff
(4)
ϒo – Densidade relativa do óleo, adimensional
ϒw – Densidade relativa da água, adimensional
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 25
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De modo que as variáveis fo e fw são as frações de óleo e água escoando
simultaneamente na tubulação, e podem ser calculadas através das Equações 5 e 6,
respectivamente (MAITELLI, 2015).
WO
OO
qf
(5)
OW ff 1
(6)
qo – Vazão de óleo
qw – Vazão de água
2.2.1.3 Densidade relativa do gás dissolvido (ϒgd)
Para o caso do hidrocarboneto gasoso, ainda dissolvido no óleo, a correlação de Katz é
utilizada para obtenção de seu valor matemático conforme a Equação 7 (BRILL;
MUKHERJEE, 1999).
S
gdRAPI
API
0000035715,050
5,12
(7)
°API – Grau API do óleo
RS – Razão de solubilidade, scf/stb
2.2.1.4 Densidade relativa do gás livre (ϒgl)
Para o caso do hidrocarboneto gasoso, já livre do óleo, é utilizada a Equação 8 para
obtenção de seu valor matemático (BRILL; MUKHERJEE, 1999).
S
Sgdg
glRRGO
RRGO
(8)
ϒg – Densidade relativa do gás, adimensional
ϒgd – Densidade relativa do gás dissolvido, adimensional
RS – Razão de solubilidade, scf/stb
RGO – Razão Gás - Óleo, scf/stb
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 26
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2.2.2 Massa específica
É a razão entre a massa de uma porção compacta e homogênea de uma substância e o
volume ocupado por ela.
2.2.2.1 Massa específica do óleo (ρo)
Para uma determinada condição de pressão e temperatura, o valor da massa específica
do óleo, em lbm/ft3, poderá ser obtido através da Equação 9 (BRILL; MUKHERJEE, 1999).
O
gdSO
OB
R
0136,04,62 (9)
RS – Razão de solubilidade, scf/stb
ϒo – Densidade relativa do óleo, adimensional
ϒgd – Densidade relativa do gás dissolvido, adimensional
Bo – Fator volume de formação do óleo, bbl/stb
2.2.2.2 Massa específica da água (ρw)
A massa específica da água pura em condição padrão (14,7 psia e 60ºF) corresponde a
62,4 lbm/ft3. Desprezando a solubilidade do gás na água, a massa específica, em lbm/ft
3, pode
ser obtida a partir da Equação 10 (BRILL; MUKHERJEE, 1999).
W
WW
B
4,62 (10)
ϒw – Densidade relativa da água, adimensional
Bw – Fator volume de formação da água, bbl/stb
2.2.2.3 Massa específica do líquido (ρl)
É a combinação das massas específicas do óleo e da água. Considerando o modelo
black-oil e não escorregamento entre tais líquidos, a Equação 11 é utilizada para determinação
de seu valor matemático, em lbm/ft³ (MAITELLI, 2015).
WWOOl ff (11)
ρo – Massa específica do óleo, lbm/ft3
ρw – Massa específica da água, lbm/ft3
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 27
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
De modo que as variáveis fo e fw já foram apresentadas e podem ser calculadas através
das Equações 5 e 6, respectivamente (MAITELLI, 2015).
2.2.2.4 Massa específica do gás (ρg)
A combinação da lei dos gases reais com a definição da densidade relativa do gás
possibilita a determinação da massa específica do gás, em lbm/ft³, através da Equação 12
(BRILL; MUKHERJEE, 1999).
a
agl
gTZ
P
7,2
(12)
ϒgl – Densidade relativa do gás livre, adimensional
Z – Fator de compressibilidade do gás, adimensional
Pa – Pressão absoluta, psia
Ta – Temperatura absoluta, ºR
2.2.3 Viscosidade
É a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido ao escoamento. A
viscosidade de um fluido apresenta sensibilidade a mudanças de pressão e temperatura,
tornando-se uma função desses parâmetros. Esta propriedade é de fundamental importância
no estudo do escoamento de fluidos, tanto monofásicos como multifásicos, devido à sua
influência no cálculo das perdas de carga.
2.2.3.1 Viscosidade do óleo morto (µoM)
É a viscosidade do óleo sem a presença de gás. A correlação de Beal é utilizada para
obtenção de seu valor matemático, em centipoise, (cP) conforme a Equação 13 (BRILL;
MUKHERJEE, 1999).
a
OMTAPI
200
360108,132,0
453,0
7
(13)
Onde a variável a pode ser calculada através da Equação 14,
APIa
33,843,0
10 (14)
°API – Grau API do óleo
T – Temperatura, ºF
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 28
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2.2.3.2 Viscosidade do óleo vivo (µOV)
É a viscosidade do óleo com a presença de gás. A correlação de Chew&Connally é
utilizada para obtenção de seu valor matemático, em centipoise (cP), conforme a Equação 15
(TAKÁCS, 2005).
b
OMOV a (15)
µoM – Viscosidade do óleo morto, cP
Onde as variáveis a e b podem ser calculadas através das Equações 16 e 17,
respectivamente.
SRa
00081,0108,02,0 (16)
SRb
00072,01057,043,0 (17)
RS – Razão de solubilidade, scf/stb
2.2.3.3 Viscosidade da água (µw)
A correlação de Wan Wigen é utilizada para obtenção de seu valor matemático em,
centipoise (cP), conforme a Equação 18 (BRILL; MUKHERJEE, 1999).
200001982,001479,0003,1 TT
W e (18)
T – Temperatura, ºF
2.2.3.4 Viscosidade do gás (µg)
A correlação de Lee, Gonzalez e Eakin é utilizada para obtenção de seu valor
matemático, em centipoise (cP), conforme a Equação 19 (TAKÁCS, 2005).
4,62
00001,0
yg
X
g ek
(19)
ρg – Massa específica do gás, lbm/ft3
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 29
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De modo que as variáveis k, X e y podem ser calculadas através das Equações 20, 21 e
22, respectivamente.
a
a
TM
TMk
19209
02,04,9 5,1
(20)
MT
Xa
01,0986
5,3 (21)
Ta – Temperatura absoluta, ºR
Xy 2,04,2 (22)
E o peso molecular do gás (M) é obtido através da Equação 23.
gM 29 (23)
ϒg – Densidade relativa do gás, adimensional
2.2.4 Fator volume de formação
O fator volume de formação de um fluido é a razão entre o volume desse fluido em
condição de reservatório e o volume desse fluido em condição padrão, esta última é
considerada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) como sendo a condição em que a
pressão está próxima a 1,0 atm e a temperatura a 20ºC. É utilizado para calcular os volumes
reais de fluidos no reservatório, baseado nos volumes que são medidos na condição padrão de
superfície. O seu cálculo trata de incluir os efeitos da pressão e temperatura no volume
medido.
2.2.4.1 Fator volume de formação do óleo (Bo)
É o volume da fase óleo (óleo + gás dissolvido) na condição de reservatório dividido
pelo volume de óleo na condição padrão. A correlação de Standing é utilizada para obtenção
de seu valor matemático, em bbl/stb, conforme a Equação 24 (TAKÁCS, 2005).
175,141047,1972,0 FBO (24)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 30
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De modo que a variável F, pode ser calculada através da Equação 25.
TRFO
g
S 25,1
(25)
RS – Razão de solubilidade, scf/stb
ϒo – Densidade relativa do óleo, adimensional
ϒg – Densidade relativa do gás, adimensional
T – Temperatura, ºF
2.2.4.2 Fator volume de formação do gás (Bg)
É o volume da fase gás (livre) na condição de reservatório dividido pelo volume de
gás na condição padrão. A Equação 26, também chamada de equação de estado dos gases
reais é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em ft³/scf (TAKÁCS, 2005).
a
a
gP
TZB
0283,0 (26)
Z – Fator de compressibilidade do gás, adimensional
Pa – Pressão absoluta, psia
Ta – Temperatura absoluta, ºR
2.2.5 Pressão de bolha (PB)
É a pressão a partir da qual é iniciado o desprendimento do gás dissolvido no óleo. A
correlação de Standing é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em psi, conforme a
Equação 27 (TAKÁCS, 2005).
y
g
B
RGOP 1018
83,0
(27)
RGO – Razão Gás - Óleo, scf/stb
ϒg – Densidade relativa do gás, adimensional
De maneira que a variável y pode ser calculada através da Equação 28.
APITy 0125,000091,0 (28)
°API – Grau API do óleo
T – Temperatura, ºF
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2.2.6 Razão de Solubilidade (RS)
É a propriedade que quantifica o volume de gás dissolvido na fase óleo. Trata-se da
razão entre o volume de gás dissolvido no óleo, medido nas condições padrão, dividido pelo
volume de óleo, também medido nas condições padrão.
Para pressões abaixo da pressão de bolha, a fase óleo e a fase gás coexistem em
equilíbrio. Além disso, a razão de solubilidade tende a tornar-se constante e igual à RGO para
valores de pressão acima da pressão de bolha, devido ao gás se dissolver no óleo. O
comportamento da razão de solubilidade com a mudança da pressão pode ser visualizado
através da Figura 4.
Figura 4 - Representação gráfica do comportamento de RS com a mudança na pressão.
Fonte: Adaptado de GALVÃO, Edney R. V. P. (2013)
A correlação de Standing é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em
scf/stb, conforme a Equação 29 (TAKÁCS, 2005).
205,1
1018
y
agS
PR (29)
ϒg – Densidade relativa do gás, adimensional
Pa – Pressão absoluta, psia
Onde a variável y pode ser calculada através da Equação 28.
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2.2.7 Velocidade superficial
É a velocidade que uma fase fluida teria se escoasse ocupando completamente a área
da seção de uma tubulação.
2.2.7.1 Velocidade superficial do líquido (Vsl)
A Equação 30 é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em ft/s (COSTA,
2015).
P
WOlscsl
A
BBSWBBSWqV
1105,6 5
(30)
qlsc – Vazão de líquido na condição padrão, stb/d
Bo – Fator volume de formação do óleo, bbl/stb
Bw – Fator volume de formação da água, bbl/stb
BSW – Fração de água e sólidos na corrente de fluidos produzidos, %
AP – Área da tubulação, ft2
2.2.7.2 Velocidade superficial do gás (Vsg)
A Equação 31 é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em ft/s (COSTA,
2015).
P
gSosc
sgA
BRRGOqV
51016,1 (31)
qosc – Vazão de óleo na condição padrão, stb/d
RGO – Razão Gás - Óleo, scf/stb
RS – Razão de solubilidade, scf/stb
Bg – Fator volume de formação do gás, ft³/scf
AP – Área da tubulação, ft2
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2.2.8 Fator de compressibilidade do gás (Z)
É a propriedade que mede o grau de não idealidade dos gases reais. A correlação de
Papay é utilizada para obtenção de seu valor matemático adimensional, conforme a Equação
32 (TAKÁCS, 2005).
prpr T
pr
T
pr PPZ
8157,0
2
9813,010
274,0
10
52,31 (32)
Onde as variáveis Ppr e Tpr são conhecidas como pressão pseudo-reduzida e
temperatura pseudo-reduzida, respectivamente. Estas podem ser calculadas e os seus valores
adimensionais são obtidos através das Equações 33 e 34 (TAKÁCS, 2005).
pc
a
prP
PP (33)
pc
a
prT
TT (34)
Pa – Pressão absoluta, psia
Ta – Temperatura absoluta, ºR
Para encontrar as soluções matemáticas das Equações 33 e 34 é necessário que se
conheça as propriedades pseudo-críticas do gás, Ppc e Tpc. A correlação de Hankinson-
Thomas-Phillips, apresentada pelas Equações 35 e 36, é utilizada para obtenção de seus
valores matemáticos, em psia e ºR, respectivamente. (TAKÁCS, 2005).
gpcP 7,566,709 (35)
gpcT 3,3075,170 (36)
ϒg – Densidade relativa do gás, adimensional
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 34
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2.2.9 Gradiente de pressão do gás (ΔPg)
É a pressão gerada por uma coluna de gás por unidade de comprimento. A Equação 37
é utilizada para obtenção de seu valor matemático em psi/ft (TAKÁCS, 2005).
a
ag
gTZ
PP
01877,0 (37)
Z – Fator de compressibilidade do gás, adimensional
ϒg – Densidade relativa do gás, adimensional
Pa – Pressão absoluta, psia
Ta – Temperatura absoluta, ºR
2.3 ESCOAMENTO MULTIFÁSICO EM TUBULAÇÕES
O fluxo de fluidos entre o reservatório e a superfície de um poço se dá através da
comunicação estabelecida pela coluna de produção. Para isso, é necessário que a pressão de
fluxo no fundo do poço seja superior que as perdas de carga desenvolvidas durante o trajeto,
somadas a pressão requerida na superfície.
As perdas de carga geradas ocorrem devido aos seguintes fatores:
Fricção ou o atrito com as paredes da tubulação;
Elevação ou coluna hidrostática do fluido presente no tubo de produção;
Aceleração ou variação na velocidade de fluxo;
Restrições (reguladores de fluxo, válvulas, entre outros).
As correlações para o escoamento multifásico buscam realizar a previsão das perdas
de cargas geradas no fluxo dos fluidos, com a exclusão das perdas geradas por restrições.
Desta forma, o gradiente das perdas pode ser obtido através de cálculos matemáticos baseados
em diferentes considerações como, por exemplo, o escorregamento entre as fases e os padrões
de escoamento
Devido à suas características e considerações, para este trabalho foi utilizada a
correlação de Hagedorn & Brown modificada no cálculo do gradiente de pressão.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 35
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2.3.1 Correlação de Hagedorn & Brown modificada
É classificada como uma correlação para o escoamento multifásico tipo B devido às
seguintes considerações:
Não há padrões de escoamento;
Diferentes velocidades para líquido e gás;
Existência de escorregamento entre as fases.
A Equação 38 é utilizada para obtenção do gradiente de perda de carga
dl
dP, em
psf/ft (SANTOS, 2012).
k
elevaçãoc
s
fricçãocs
mns
E
g
gsen
dg
Vf
dl
dP
1
2
22
(38)
f – fator de fricção, adimensional
d – Diâmetro interno da tubulação, ft
ρs – Massa específica da mistura considerando o escorregamento, lb/ft³
ρns – Massa específica da mistura desconsiderando o escorregamento, lb/ft³
Vm – Velocidade da mistura, ft/s
gc – Constante de proporcionalidade, ft.lbm/(lbf.s²)
θ – Ângulo do poço, º
Ek – termo relativo à energia cinética do sistema, adimensional
O uso desta correlação requer a obtenção de cada uma das variáveis utilizadas na
Equação 38. Portanto, é necessária a realização de cálculos matemáticos para determinação
dessas propriedades.
2.3.1.1 Holdup líquido sem escorregamento (λl)
É a fração de líquido que escoa em uma tubulação considerando que tanto o líquido
quanto o gás possuem a mesma velocidade da mistura. A Equação 39 é utilizada para
obtenção de seu valor matemático, adimensional (MAITELLI, 2015).
gl
ll
q
(39)
ql – Vazão de líquido
qg – Vazão de gás
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2.3.1.2 Holdup líquido com escorregamento (HL)
É a fração de líquido que escoa em uma tubulação considerando que o gás escoa a uma
velocidade maior que a da mistura enquanto que o líquido escoa a uma velocidade menor que
a mesma mistura (MAITELLI, 2015). A obtenção de seu valor matemático adimensional
requer a realização de alguns procedimentos matemáticos e gráficos que serão descritos a
seguir:
[1] Calcular o número da velocidade do líquido (Nlv), o número da velocidade do
gás (Ngv), o número do diâmetro do duto (Nd) e o número da viscosidade do
líquido (Nl), conforme as Equações 40, 41, 42 e 43 respectivamente.
4938,1
l
l
sllv vN
(40)
4938,1
l
l
sggv vN
(41)
l
l
d dN
872,120 (42)
4
3
115726,0
ll
llN
(43)
µl – Viscosidade do líquido, cP
d – Diâmetro interno do duto, ft
Vsl – Velocidade superficial do líquido, ft/s
Vsg – Velocidade superficial do gás, ft/s
ρl – Massa específica do líquido, lbm/ft3
A tensão superficial do líquido pode ser obtida pela ponderação das tensões
superficiais do óleo e da água produzida pelas suas frações volumétricas
conforme apresentado na Equação 44. As variáveis fo e fw são as frações de óleo
e água e podem ser calculadas através das Equações 5 e 6, respectivamente
(MAITELLI, 2015).
WWOOl ff (44)
σo – Tensão superficial do óleo, dina/cm
σw – Tensão superficial da água, dina/cm
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 37
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
[2] Utilizar os valores calculados de Ngv, Nl e Nd para encontrar a variável NLC e o
fator de correção do holdup líquido Ψ através das Figuras 5 e 6, respectivamente
(GOMES, 2015).
Figura 5 - Correlação de Hagedorn and Brown para NLC.
Fonte: Adaptado de Costa, Rutácio O. (2015)
Figura 6 - Correlação de Hagedorn and Brown para Ψ.
Fonte: Adaptado de Costa, Rutácio O. (2015)
[3] Utilizar os valores calculados de Nlv, Ngv, NLC e Nd juntamente com os valores
das pressões na condição padrão (Psc) e na condição de fluxo (P) para encontrar
a razão
através da Figura 7 (GOMES, 2015).
Figura 7 - Correlação de Hagedorn and Brown para HL/Ψ.
Fonte: Adaptado de Costa, Rutácio O. (2015)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 38
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
[4] A multiplicação do fator de correção Ψ encontrado na Figura 6 pela razão
encontrada na Figura 7 resultará na obtenção do valor matemático de HL,
adimensional.
2.3.1.3 Massa específica da mistura sem escorregamento (ρns)
A Equação 45 é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em lb/ft³
(MAITELLI, 2015).
lgllns 1 (45)
λl – Holdup líquido sem escorregamento, adimensional
ρl – Massa específica do líquido, lbm/ft3
ρg – Massa específica do gás, lbm/ft3
2.3.1.4 Massa específica da mistura com escorregamento (ρs)
A Equação 46 é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em lb/ft³
(MAITELLI, 2015).
LgLls HH 1 (46)
HL – Holdup líquido com escorregamento, adimensional
ρl – Massa específica do líquido, lbm/ft3
ρg – Massa específica do gás, lbm/ft3
2.3.1.5 Velocidade da mistura (Vm)
A Equação 47 é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em ft/s (SANTOS,
2012).
sgslm VVV (47)
Vsl – Velocidade superficial do líquido, ft/s
Vsg – Velocidade superficial do gás, ft/s
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 39
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
2.3.1.6 Viscosidade da mistura (µm)
A Equação 48 é utilizada para obtenção de seu valor matemático, em cP (MAITELLI,
2015).
LH
gLlm H
1 (48)
µl – Viscosidade do líquido, cP
µg – Viscosidade do gás, cP
HL – Holdup líquido com escorregamento, adimensional
2.3.1.7 Fator de fricção (f)
É encontrado através da consulta ao chamado Diagrama de Moody (Figura 8) que é a
representação proposta por Colebrook-White, conforme a Equação 49 (CHOW, 1982).
fN
dk
f RE
51,2
7,3log2
110
(49)
Figura 8 - Diagrama de Moody.
Fonte: Adaptado de https://engenhariacivilfsp.files.wordpress.com/2015/09/diagrama-de-moody.jpg,
Acesso em Novembro/2016.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 40
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
Onde os dados necessários para entrada no gráfico serão o número de Reynolds e a
rugosidade relativa do tubo. Estes podem ser calculados através das Equações 50 e 51,
respectivamente.
d
relativaRugosidade
(50)
m
mns
RE
dVN
1488 (51)
ϵ – Rugosidade da tubulação, ft
d – diâmetro interno da tubulação, ft
ρns – massa específica da mistura sem considerar escorregamento, lb/ft³
Vm – velocidade da mistura, ft/s
µm – Viscosidade da mistura, cP
2.3.1.8 Termo relativo à energia cinética do sistema (Ek)
É utilizado no equacionamento para os casos de escoamento de fluidos compressíveis.
A Equação 52 é utilizada para determinação de seu valor matemático, adimensional
(MAITELLI, 2015).
144
a
nssgm
kPgc
VVE
(52)
Vm – Velocidade da mistura, ft/s
Vsg – Velocidade superficial do gás, ft/s
ρns – massa específica da mistura sem escorregamento, lb/ft³
Pa – Pressão absoluta, psia
gc – Constante de proporcionalidade, ft.lbm/(lbf.s²)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 41
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
2.4 ANÁLISE DAS VÁLVULAS DE GAS LIFT
São os mais característicos equipamentos utilizados no método de elevação artificial
por GLC e atuam regulando as pressões do poço na subsuperficie através do controle da
injeção de gás.
As válvulas de gas lift (Figura 9) são componentes de fundo colocadas dentro de
mandris, instalados ao longo da coluna de produção, em profundidades predeterminadas
(MAITELLI, 2015). Esses equipamentos são projetados para permanecerem fechados até
certas condições de pressão e, o aumento da pressão de injeção em relação à pressão da
coluna provocará a abertura de sua porta de passagem, permitindo assim o fluxo de gás do
anular para o interior da coluna de produção e dando inicio ao princípio do gas lift
relacionado tanto a operação quanto a descarga do poço.
Figura 9 - Ilustração de uma válvula de Gas Lift.
Fonte: Adaptado de Costa, Rutácio O. (2015)
As válvulas de gas lift podem ser classificadas, de acordo com o tipo de aplicação, em:
Válvulas de descarga: São utilizadas apenas para dar início a operação, ou
seja, na etapa de descarga do poço e, devem estar fechadas no momento em
que a válvula operadora começa a injetar gás.
Válvulas operadoras: São utilizadas para garantir a operação do poço através
do controle de fluxo de gás em subsuperfície durante o processo de injeção.
Adicionalmente, este tipo de válvula não prevê a ação de fechamento para
injeção do gás pelo anular, mas existe uma check-valve para bloquear o retorno
de fluido da coluna.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 42
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A seleção deste equipamento é baseada na sua capacidade de transferência de gás, que
pode ser obtida em Mscf/d, através da Equação 53 (GOMES, 2015).
gvv
pii
dvscgZT
PPPYCAq
1241 (53)
Onde o produto (Cd x Y) é encontrado através da Equação 54, que depende dos
coeficientes a e c informados pelos fabricantes das válvulas. A Tabela 1 apresenta os
coeficientes e o diâmetro da porta de diferentes tipos de válvulas de gas lift.
ckP
PPaYC
i
pi
d
(54)
Av – Área da porta, in²
Cd – Coeficiente de descarga
Y – Fator de expansão
Pi – Pressão de injeção na profundidade da válvula operadora, psia
Pp – Pressão de produção na profundidade da válvula operadora, psia
Tv – Temperatura na válvula, ºR
Zv – Fator de compressibilidade do gás na profundidade da válvula operadora,
adimensional
ϒg – Densidade relativa do gás injetado, adimensional
k – Razão entre calores específicos do gás
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 43
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
Tabela 1 - Exemplos de válvulas de Gas Lift.
Fabricante Tipo de Válvula Diâmetro da porta da
Válvula (in) a c
CA
MC
O
BK 1/8 -0,394
0,64
BK 3/16 -0,416
0,466
BK 1/4 -0,347
0,407
BK 5/16 -0,255
0,346
BK1 3/16 -0,964
0,904
BK1 1/4 -0,701
0,774
BK1 5/16 -0,885
0,765
BK1 3/8 -0,356
0,499
R20 3/16 -0,943
0,945
R20 1/4 -0,778
0,882
R20 5/16 -0,655
0,769
R20 3/8 -0,522
0,606
Mc
Mu
rry
Jr. STD 1/8 -0,773
0,864
Jr. STD 3/16 -0,972
0,864
Jr. STD 1/4 -0,746
0,767
Jr. STD 5/16 -0,362
0,541
ME
RL
A
NM 16R 3/16 -0,541
0,68
NM 16R 1/4 -0,595
0,706
NM 16R 5/16 -0,339
0,582
Fonte: Adaptado de Takács (2005)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 44
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CAPÍTULO III:
METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DO
PROGRAMA
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 45
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3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA
A fim de se alcançar os objetivos traçados anteriormente, este trabalho uniu os
seguintes pontos:
Equações das propriedades dos fluidos;
Desempenho de fluxo em poços de petróleo;
Princípio de funcionamento do Gas Lift Contínuo;
Princípio de funcionamento das válvulas de gas lift;
Correlações empíricas para o escoamento multifásico de fluidos.
A partir do cumprimento da análise bibliográfica, uma ferramenta computacional para
o dimensionamento de sistemas de Gas Lift Contínuo foi desenvolvida utilizando a linguagem
de programação Visual Basic for Applications (VBA) do Microsoft Office Excel.
3.1 O ALGORITMO DO PROGRAMA
O adequado dimensionamento dos parâmetros de um sistema Gas Lift Contínuo é
fundamental para a otimização dos resultados a serem obtidos com a produção do poço. A
partir disso, foi desenvolvido o Dimensionador GLC, que se trata de uma ferramenta
computacional capaz de determinar alguns desses parâmetros, objetivando o alcance de uma
operação eficiente.
O programa foi desenvolvido na linguagem de programação Visual Basic for
Applications (VBA), sobre a plataforma Microsoft Office Excel e é constituído de um extenso
algoritmo assim como um banco de dados de válvulas do sistema gas lift apresentadas
anteriormente na Tabela 1. Os procedimentos de cálculo levam em consideração o emprego
de correlações empíricas utilizadas na determinação das propriedades dos fluidos e as
propriedades físicas do escoamento multifásico apresentadas no Capítulo 2.
A seguir, serão exibidos os procedimentos da solução do programa, implementados no
VBA, acionados através dos botões “Plotar Curva de Produtividade” e “Dimensionar!”. É
importante, no entanto, ressaltar que o programa desenvolvido partiu do princípio que o
diferencial de pressão (ΔP) da válvula operadora é fornecido, não sendo a sua determinação
parte do escopo deste trabalho.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 46
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
[1] Acionando o botão “Plotar Curva de Produtividade”, o programa irá, após a
leitura dos dados referentes à pressão estática do reservatório, pressão e vazão
registrados durante a realização do teste de produtividade, número de pontos
(Npontos) a ser considerado na geração dos gráficos e procedimentos de cálculos,
e índice referente ao modelo de curva escolhido, gerar a curva de produtividade
do poço e apresentar o valor máximo da vazão que pode ser produzida pelo
reservatório.
Uma subfunção criada no VBA utiliza as equações de índice de produtividade
linear ou Vogel para obtenção dos valores das vazões em Npontos de pressão,
partindo do valor da pressão estática do reservatório até 0. Além disso, após a
leitura do dado de vazão desejada pelo usuário da ferramenta computacional,
este ponto é destacado na curva de produtividade e, caso esteja fora da curva,
uma mensagem de erro será exibida (Figura 10).
Figura 10 - Mensagem de erro na curva de produtividade.
Fonte: O autor (2016)
O primeiro ponto da curva de desempenho será considerando o poço fechado,
isto é, a pressão de fluxo no fundo do poço é igual à pressão estática do
reservatório, consequentemente não há vazão de produção. Em seguida, os
pontos plotados serão de acordo com o declínio da pressão de fluxo e, quando
esta for 0, o último ponto será atingido, apresentando o valor máximo possível
da vazão a ser alcançado pelo reservatório, medidos em condição de superfície.
Se o usuário escolher obter a curva considerando o IP Linear, serão calculadas as
vazões pela Equação 1, mas se o usuário escolher obter a curva considerando a
correlação proposta pela IPR de Vogel, a Equação 2 será utilizada. Ambas as
equações foram apresentadas no Capítulo 2 deste trabalho.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 47
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
[2] Após a leitura de outros dados como grau API do óleo, BSW, densidade relativa
do gás, densidade da água produzida, RGO (Razão Gás-Óleo) da formação,
profundidade dos canhoneados, diâmetro da coluna de produção, temperaturas
na cabeça do poço e na profundidade dos canhoneados, pressão na cabeça do
poço, pressão de injeção de gás, ΔP na válvula operadora, fator volume de
formação da água, tensões superficiais do óleo e da água, rugosidade da
tubulação e inclinação do poço, a ferramenta computacional realizará a
sequência de procedimentos para determinar a profundidade da válvula
operadora e a pressão nesta profundidade conforme fluxograma apresentado pela
Figura 11.
Figura 11 - Fluxograma para determinação de profundidade da válvula operadora e pressão na
coluna de produção nesta profundidade.
Fonte: O autor (2016)
Os cálculos descritos nos cinco primeiros processos contidos no fluxograma
apresentado pela Figura 11 serão detalhados a seguir.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 48
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Os Npontos de profundidade são encontrados através da Equação 55 a partir
da superfície até a profundidade dos canhoneados.
Npontosn
n
n LiL1
(55)
Onde, ΔL, em ft, pode ser obtido através da Equação 56 e representa o
incremento de profundidade como também o primeiro dos Npontos haja vista
a profundidade da cabeça do poço ser a referência para início da medição de
profundidade, ou seja, igual a 0. Desta forma, o último ponto será igual à
profundidade dos canhoneados.
pontosN
LL (56)
Ln – Profundidade no n-ésimo ponto, ft
L – Profundidade dos canhoneados, ft
Npontos – Número de pontos a ser considerado na geração dos gráficos e
procedimentos de cálculos
O cálculo da temperatura em cada um dos Npontos de profundidade é
apresentado pela Equação 57.
L
TLT nn (57)
Tn – Temperatura no n-ésimo ponto, ºR
Ln – Profundidade no n-ésimo ponto, ft
Onde, (ΔT/L) é o gradiente linear de temperatura em ºR/ft, calculado a partir
da Equação 58.
L
TT
LT sc )(
(58)
L – Profundidade dos canhoneados, ft
Tc – Temperatura na profundidade dos canhoneados, ºR
Ts – Temperatura na superfície, ºR
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 49
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A pressão no revestimento é calculada ponto a ponto através da Equação 59.
gnn PLPi Pr (59)
Onde, ΔPg deve ser dado em psi/ft e pode ser obtido através da Equação
37 apresentada no capitulo 2.
Ln – Profundidade no n-ésimo ponto, ft
Prn – Pressão no revestimento no n-ésimo ponto, ft
Pi – Pressão de injeção, psi
A pressão na coluna será obtida, ponto a ponto, através do cálculo da
pressão de fluxo de fundo do poço pela equação de produtividade, seja ela
considerando o IP linear ou IPR de Vogel, para a profundidade dos
canhoneados, subtraída da perda de carga obtida em cada trecho de acordo
com a correlação de Hagedorn & Brown modificada.
A pressão imaginária no revestimento representa o valor da pressão no
revestimento subtraído do valor do diferencial de pressão na válvula
operadora, ΔP.
No momento em que houver o cruzamento entre os pontos da pressão
imaginária no revestimento e a pressão de fluxo na coluna de produção, o
ΔP da válvula operadora será alcançado e a profundidade para esta será
encontrada, assim como a pressão na coluna de produção nesta
profundidade. De maneira análoga, quando os pontos de pressão no
revestimento cruzam com os pontos de pressão de fluxo na coluna de
produção, o chamado ponto de balanço é alcançado. Esse método é descrito
por Brown (1980) e pode ser mais facilmente visualizado através da Figura
12, a seguir.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 50
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Figura 12 - Gráfico ilustrativo para determinação da profundidade da válvula operadora.
Fonte: Adaptado de Gomes, Vitória R. M. N. (2015)
Onde a profundidade da válvula operadora e a pressão na coluna de
produção nesta profundidade são apresentadas como os dados do “Ponto de
injeção” e a curva de pressão imaginária no revestimento como “Linha
imaginária”.
[3] Obtido os parâmetros da válvula operadora, a ferramenta computacional
determinará a RGO (Razão Gás-Óleo) de injeção necessária para que o método
de elevação artificial por Gas Lift Contínuo satisfaça as condições de produção e
atinja a pressão na cabeça do poço solicitada pelo o usuário. Em conseguinte, os
valores da razão gás-líquido de injeção e vazão de injeção de gás também serão
determinados.
O método da secante foi aplicado neste procedimento a fim de aproximar cada
vez melhor o valor da RGO de injeção. O comportamento gráfico deste método
pode ser notado na Figura 13 e trata de um algoritmo de busca de raízes que usa
uma sequência de raízes de linhas secantes para aproximar cada vez mais a raiz
de uma função. No algoritmo do programa, a função é descrita pela diferença da
pressão alcançada na cabeça e a solicitada pelo usuário, enquanto que as raízes
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 51
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são exatamente os valores da RGO que cada pressão alcançada na cabeça
apresenta.
Figura 13 - Comportamento do método da secante.
Fonte: Nobre, Marcelo H. R. (2011)
A partir do valor de RGO encontrado pela aplicação do método da secante, é
aplicada a Equação 60 para determinação da RGO de injeção. Onde o RGOt
representa o valor obtido pelo método iterativo descrito acima e RGOf o valor
informado pelo usuário para a razão gás-óleo da formação.
fti RGORGORGO (60)
RGOi - – Razão Gás-Óleo de injeção, scf/stb
RGOt - – Razão Gás-Óleo total, scf/stb
RGOf - – Razão Gás-Óleo da formação, scf/stb
Em seguida, a RGL (Razão Gás-Líquido) de injeção é calculada através da
Equação 61 (COSTA, 2015) para posterior aplicação na Equação 62 e
determinação da vazão de injeção do gás necessária, em Mscf/d , para a
produção dos fluidos à determinada vazão desejada e pressão na cabeça
requerida.
BSWRGORGL ii 1 (61)
BSW - Fração de Água e Sólidos na corrente de fluidos produzidos, %
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 52
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1000
desejadai
gi
QRGLQ
(62)
Qdesejada – Vazão de produção desejada, stb/d
RGLi – Razão Gás-Líquido de injeção, scf/stb
A Figura 12, mostrada no item 2, contém uma curva de pressão na coluna
considerando a produção pelo método de Gas Lift Contínuo. Esta seria uma curva
ilustrativa do comportamento do poço após a injeção de gás, em quantidade
definida pela Qgi.
[4] A determinação da quantidade e das profundidades das válvulas de descarga será
de acordo com o método gráfico de espaçamento universal para todos os tipos de
válvulas de Gas Lift Contínuo descrito por Brown (1980), assim como o
conhecimento dos diferenciais de pressão considerados para cada uma delas.
Para isso, a ferramenta computacional realizará a sequencia de procedimentos
conforme fluxograma apresentado pela Figura 14.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 53
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Figura 14 - Fluxograma para determinação da quantidade e profundidade(s) da(s) válvula(s) de
descarga.
Fonte: O autor (2016)
Os quatro primeiros processos do fluxograma apresentado na Figura 14 seguirão
os procedimentos matemáticos descritos para os três primeiros processos do
fluxograma apresentado na Figura 11, com alteração da profundidade máxima
considerada: antes o que foi a profundidade dos canhoneados, agora será a
profundidade da válvula operadora. A implementação de novos cálculos será de
acordo com o descrito abaixo:
Os cálculos de pressão linear na coluna de produção para Npontos de
profundidade será de acordo com a Equação 63.
)(op
lncabn L
PLPPlc
(63)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 54
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Onde, (ΔPl/Lop) representa o gradiente de pressão linear na coluna de
produção em psi/ft e pode ser obtido através da Equação 64.
op
cabp
op
l
L
PP
LP
(64)
Ln – Profundidade no n-ésimo ponto, ft
Lop – Profundidade da válvula operadora, ft
Plcn – Pressão linear na coluna de produção no n-ésimo ponto, psi
Pcab – Pressão na cabeça do poço, psi
Pp – Pressão de produção na profundidade da válvula operadora, psi
Para o caso do cálculo da pressão linear na coluna de produção com fator
de segurança em psi, o valor da pressão na cabeça do poço será
incrementado. Desta forma, a pressão na cabeça do poço com fator de
segurança será igual à pressão na cabeça do poço adicionado 20% do valor
da pressão de injeção no anular ou 200 psi, o qual for maior Brown (1980).
A partir disto, o mesmo procedimento descrito acima será realizado para
este novo valor de pressão na cabeça do poço encontrado.
Para o cálculo e geração da curva de pressão considerando o peso do
fluido de amortecimento, o gradiente de pressão deste fluido (ΔPfa/L) será
calculado de acordo com a Equação 65, em psi/ft. A partir deste valor
encontrado, é possível obter a pressão de amortecimento nos Npontos de
profundidade através da Equação 66.
wfafa Grad
L
P
(65)
Gradw – Gradiente de pressão da água, psi/ft (0,433)
ϒfa – Densidade relativa do fluido de amortecimento, adimensional
L
PLPPa fa
npin (66)
Pan – Pressão de amortecimento no n-ésimo ponto, psi
Ppi – Pressão no ponto de início, psi
Ln – Profundidade no n-ésimo ponto, ft
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 55
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Concluindo este procedimento, o programa apresentará os diferenciais de
pressão considerados na localização de cada válvula de descarga, obtido pelo
comparativo entre a pressão linear na coluna de produção com fator de
segurança e a pressão no ponto de cruzamento gerado pelo fluido de
amortecimento.
[5] A seleção da válvula operadora se dará a partir do comparativo da vazão de
injeção necessária, determinada no item 3, e a capacidade de fluxo de cada uma
das válvulas propostas na Tabela 1. Esta última será calculada de acordo com as
Equações 53 e 54 de modo que o valor de k (Razão entre os calores específicos
do gás) foi assumido e está sendo considerado igual a 1,31 (k do metano).
3.2 O DIMENSIONADOR GAS LIFT CONTÍNUO
O Dimensionador GLC (Figura 15) pode ser aplicado na indústria do petróleo, na área
da elevação artificial, como um software capaz de determinar alguns dos parâmetros das
instalações de Gas Lift Contínuo de forma rápida e exata. Com isto, o usuário da ferramenta
obterá as informações necessárias para a realização de análises técnica e comercial como
também irá dispor das informações para o projeto executável da instalação. No âmbito
acadêmico, poderá fornecer ao usuário, a possibilidade de raciocínio prático da profissão de
engenheiro de petróleo, mediante variações nos dados de entrada do programa e avaliação dos
resultados obtidos.
A ferramenta computacional foi desenvolvida para que o usuário possa, de maneira
fácil e intuitiva, utilizá-la. As células destacadas e em branco são editáveis e requerem a
entrada de dados, enquanto que as células destacadas e na tonalidade mais escura representam
informações geradas pelo programa, ou seja, dados de saída.
O Dimensionador GLC, através de sua interface gráfica, permite ao usuário configurar
dados de poço, de reservatório, propriedades dos fluidos e condições operacionais. A partir
disso e em conjunto com o emprego de mecanismos disponibilizados pela plataforma Excel,
como por exemplo, botões, é possível realizar os cálculos e gerar os principais parâmetros do
sistema.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 56
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
Figura 15 – Ilustração da interface do Dimensionador GLC.
Fonte: O autor (2016)
A seguir as principais telas do programa serão apresentadas assim como os
procedimentos realizados em cada uma delas.
3.2.1 Tela de dados de entrada
A tela de dados de entrada (Figura 16) compreende a parte do dimensionador
destinada à inserção de informações, ou seja, é a tela que recebe os dados que alimentarão as
equações e procedimentos contidos no código do programa. Nesta também contém um botão
“Plotar Curva de Produtividade” que será responsável pela execução do algoritmo que gera os
dados gráficos da curva de desempenho do poço.
Figura 16 - Tela de dados de entrada do Dimensionador GLC.
Fonte: O autor (2016)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 57
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3.2.1.1 Tela de descrição do projeto
Apresentada na Figura 17, esta permite a inserção de informações do projeto como
nome do poço a ser equipado com Gas Lift Contínuo, nome do campo petrolífero, data da
elaboração e nome do autor do projeto.
Figura 17 - Tela de descrição do projeto.
Fonte: O autor (2016)
3.2.1.2 Tela de sistemas de unidades
Devido à existência de diferentes sistemas de unidades e, com os objetivos de evitar
erros nos cálculos e proporcionar facilidade aos usuários, é possível realizar a seleção de qual
unidade será utilizada para os principais dados de entrada do programa, apenas selecionando
esta informação na tela de sistemas de unidades, conforme mostrado na Figura 18. Para o caso
da temperatura, podem ser selecionadas as unidades em graus Celsius, Fahrenheit, Kelvin ou
Rankine. No caso das pressões, em kgf/cm², bar, Pa ou psi; as vazões em m³/d, ft³/d ou stb/d;
os comprimentos em metros ou pés, os diâmetros em mm ou pol e, por fim, a RGO (Razão
Gás-Óleo) em m³/m³ ou scf/stb. É importante ressaltar que essas unidades fazem referência
apenas aos dados de entrada, haja vista que os eixos dos gráficos do programa e algumas
saídas têm como unidades padrão pés, stb/d, psi.
Figura 18 - Tela de sistemas de unidades.
Fonte: O autor (2016)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 58
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
3.2.1.3 Tela de dados do sistema poço-reservatório
Apresentada na Figura 19, esta permite a inserção de informações referente às
características e estruturas que compõem o sistema poço-reservatório como, por exemplo, o
diâmetro interno, comprimento e rugosidade da coluna de produção; as temperaturas no fundo
e na cabeça do poço; a inclinação deste poço medida a partir da horizontal e, a pressão do
reservatório, chamada pressão estática.
Figura 19 - Tela de dados do sistema poço-reservatório.
Fonte: O autor (2016)
O Dimensionador GLC admite que a profundidade dos canhoneados é igual ao
comprimento da coluna de produção.
3.2.1.4 Tela de dados dos fluidos
Apresentada na Figura 20, esta permite a inserção de informações referente às
características e propriedades dos fluidos envolvidos no processo de produção e
amortecimento, como por exemplo, o grau API, BSW (Basic Sediments and Water), RGO da
formação, densidades relativas do gás produzido e injetado (considerada a mesma), da água
produzida e do fluido de amortecimento, fator volume de formação da água e, as tensões
superficiais do óleo e da água.
Figura 20 - Tela de dados dos fluidos.
Fonte: O autor (2016)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 59
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
3.2.1.5 Tela de dados de operação e dimensionamento
Apresentada na Figura 21, esta permite a inserção de informações operacionais do
sistema de gas lift e também dados a serem considerados pelo programa para execução dos
cálculos. São eles: vazão de produção desejada, variação de pressão (ΔP) na válvula
operadora, pressão de injeção de gás, pressão na cabeça do poço, a pressão disponível para
descarga (kick-off) e, o número de pontos utilizados nas construções gráficas.
Figura 21 - Tela de dados de operação e dimensionamento.
Fonte: O autor (2016)
3.2.1.6 Tela de dados de teste de produtividade
Apresentada na Figura 22, esta permite a inserção de informações dos testes realizados
no sistema poço-reservatório, são elas: pressão e vazão de teste e, modelo de curva de
produtividade a ser considerado, se Vogel ou Linear. Nesta tela é possível solicitar do
programa a plotagem da curva através do botão “Plota Curva de Produtividade”.
Figura 22 - Tela de dados do teste de produtividade.
Fonte: O autor (2016)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 60
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3.2.2 Tela da curva de produtividade
A Figura 23 exibe a tela de curva de produtividade, também conhecida como curva de
performance ou de desempenho. Esta apresentará, após registro da pressão e vazão do teste, o
gráfico de pressão versus vazão e, a vazão máxima possível de ser alcançada para o sistema
poço-reservatório, proporcionando ao usuário visualizar se a vazão desejada pelo mesmo é
possível de ser atingida, caso não seja, poderá alterar este valor previamente informado.
Figura 23 - Tela da curva de produtividade (Considerando IPR de Vogel).
Fonte: O autor (2016)
3.2.3 Tela de verificação de dados
Apresentada na Figura 24, esta tela é utilizada para alertar o usuário caso haja alguma
incoerência em alguns dos dados inseridos no programa e também se a vazão desejada poderá
ser atingida. Caso tais dados estejam adequados, o símbolo de correto em verde aparecerá.
Figura 24 - Tela de verificação de dados.
Fonte: O autor (2016)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 61
Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
3.2.4 Tela de saída
Apresentada na Figura 25, esta é gerada após a execução do algoritmo e dividida entre
os perfis de pressão do poço tanto para o procedimento de dimensionamento da condição de
operação quanto para o da descarga (kick-off), e os resultados obtidos pelos cálculos
realizados no código do programa.
Figura 25 - Tela de saída do Dimensionador GLC.
Fonte: O autor (2016)
Os perfis de pressão facilitam a visualização e entendimento de como o programa
funciona assim como o procedimento de dimensionamento, que foi implementado de acordo
com os métodos gráfico apresentado por Brown (1980). Compreendem a parte do
dimensionador destinada à visualização das pressões calculadas ponto a ponto de acordo com
a profundidade do poço ou a profundidade da válvula operadora para o caso da descarga,
sendo estes plotados em dois gráficos:
[1] Perfis de pressão – Operação:
Apresenta o comportamento das pressões no anular do poço, na coluna
de produção sem a aplicação do método de elevação, na coluna de produção
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 62
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considerando a aplicação do método de elevação artificial por Gas Lift Contínuo
e, os pontos de balanço e operação que serão descritos a seguir:
Ponto de Balanço: Demarcação do cruzamento entre a curva de pressão
no anular do poço e a curva de pressão na coluna de produção sem a
aplicação de método de elevação artificial.
Ponto de Operação: Localização da válvula operadora, registrando
pressão e profundidade.
[2] Perfis de pressão – Descarga (Kick-Off):
Apresenta o comportamento das pressões na coluna de produção de maneira
linear a atingir a pressão desejada na cabeça do poço e, na coluna de produção
de maneira linear a atingir a pressão desejada na cabeça do poço considerando
um fator de segurança como também as pressões no anular do poço no momento
da operação e na condição de kick-off. Neste gráfico também são plotados os
pontos da profundidade onde serão localizadas as válvulas de descarga, sobre a
curva linear de pressão na coluna de produção que considera um fator de
segurança na pressão da cabeça do poço.
Os resultados dos procedimentos matemáticos e lógicos desenvolvidos pelo programa
são os dados da instalação de Gas Lift Contínuo dimensionada, assim como algumas
propriedades dos fluidos e condições de operação. Especificamente, os dados obtidos como
resultados do programa são:
Densidade relativa do óleo;
Densidade do líquido;
Gradiente de pressão gerado pelo fluido de amortecimento;
Razão Gás-Líquido (RGL) de injeção necessária;
Vazão de injeção de gás necessária durante a operação;
Profundidade da válvula operadora;
Pressão na coluna de produção na profundidade da válvula operadora;
Recomendação de válvula operadora contendo informações de fabricante, tipo de
válvula e diâmetro da porta da válvula;
Quantidade de válvulas de descarga;
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 63
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Profundidade da(s) válvula(s) de descarga;
Diferencial de pressão considerado no procedimento de determinação da
profundidade da(s) válvula(s) de descarga de acordo com o método gráfico
universal proposto por Brown (1980).
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 64
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CAPÍTULO IV:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo 2016.2 Página 65
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após o desenvolvimento do modelo matemático e implementação do algoritmo, o
resultado foi à obtenção da ferramenta computacional que segue as instruções teóricas
apresentadas pela bibliografia a fim de realizar o dimensionamento de parâmetros de sistemas
de elevação artificial por Gas Lift Contínuo.
Esse capítulo apresenta dois estudos de caso, considerando poços virtuais, com o
objetivo de verificar o funcionamento do programa desenvolvido.
4.1 ESTUDO DE CASO I
A Tabela 2 apresenta os dados de entrada utilizados na realização do primeiro estudo
de caso.
Tabela 2 - Dados de entrada para o estudo de Caso I.
Dados de Entrada
Poço 7-FESU-01-RN
Campo SUSUCA
Data 25/11/2016
Autor Felipe Kenneth de B. Maia
Diâmetro interno da coluna de produção (in) 2,441
Comprimento da coluna de produção (ft) 5000
Rugosidade da coluna de produção (ft) 0,00015
Temperatura no fundo do poço (ºR) 660
Temperatura na cabeça do poço (ºR) 580
Grau de inclinação do poço com a horizontal 90
Pressão estática (psi) 2000
Grau API do óleo 35
BSW (%) 40
RGO da formação (scf/stb) 400
Densidade relativa do gás 0,7
Densidade da agua produzida 1,05
Densidade do fluido de amortecimento 1
Fator volume de formação da água - Bw (bbl/stb) 1
Tensão superficial do óleo – σo (dina/cm) 8
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Tensão superficial da água produzida – σw (dina/cm) 8
Nº de pontos gráficos 30
Vazão desejada (stb/d) 200
Pressão de injeção de gás (psi) 900
Pressão de injeção para kick-off (psi) 1000
Diferencial de pressão na válvula operadora (psi) 100
Pressão requerida na cabeça do poço (psi) 100
Pressão de teste (psi) 1000
Vazão de teste (stb/d) 400
Modelo de curva de produtividade IPR de Vogel
Fonte: O autor (2016)
A Figura 26 apresenta a curva de produtividade para este primeiro estudo de caso com
a marcação do ponto de operação desejado.
Figura 26 - Curva de produtividade para o estudo de Caso I.
Fonte: O autor (2016)
A Tabela 3, abaixo, apresenta os dados de saída do programa para este primeiro estudo
de caso.
Tabela 3 - Dados de saída do programa para o estudo de Caso I.
Dados de Saída
Densidade do óleo 0,85
Densidade do líquido 0,93
Gradiente de pressão do fluido de amortecimento (psi/ft) 0,433
RGL de injeção (scf/stb) 2509,55
Vazão de injeção de gás (Mscf/d) 501,91
Profundidade da válvula operadora (ft) 3485,1
Pressão na coluna de produção na profundidade da válvula
operadora (psi) 881,35
0
500
1000
1500
2000
2500
0 100 200 300 400 500 600
Pres
são
de F
luxo
, Pw
f (ps
i)
Vazão de Produção (stb/d)
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Felipe Kenneth de Brito Maia UFRN/CT/CEP
Recomendação de válvula operadora – Fábricante Merla
Recomendação de válvula operadora – Tipo NM 16R
Recomendação de válvula operadora - Porta (in) 1/4
Número de válvulas de descarga 3
Profundidade da válvula de descarga 1 (ft) 2195,66
Diferencial de pressão na válvula de descarga 1 (psi) 384,46
Profundidade da válvula de descarga 2 (ft) 2827,18
Diferencial de pressão na válvula de descarga 2 (psi) 168,10
Profundidade da válvula de descarga 3 (ft) 3240,53
Diferencial de pressão na válvula de descarga 3 (psi) 110,03
Fonte: O autor (2016)
Para o Caso I, nas Figuras 27 e 28 são apresentados os perfis de pressão dos métodos de
dimensionamento utilizados para as profundidades das válvulas de operação e de descarga,
respectivamente.
Figura 27 - Perfis de pressão (operação) para o
Caso I.
Figura 28 - Perfis de pressão (kick-off) para o
Caso I.
Fonte: O autor (2016) Fonte: O autor (2016)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750
Prof
undi
dade
(ft)
Pressão (psi)
Pressão no Revestimento
Pressão na Coluna de Produção sem elevação artificial
Pressão na Coluna de Produção com GL
Ponto de Operação
Ponto de Balanço
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 250 500 750 1000 1250
Prof
undi
dade
(ft)
Pressão (psi)
Pressão de Injeção
Pressão na Coluna de Produção
Pressão na Coluna de Produção - Tubing Design
Pressão de KickOff
Válvula de Descarga
Válvula Operadora
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4.2 ESTUDO DE CASO II
A Tabela 4 apresenta os dados de entrada utilizados na realização do segundo estudo
de caso.
Tabela 4 - Dados de entrada para o estudo de Caso II.
Dados de Entrada
Poço 7-FESU-02-RN
Campo SUSUCA
Data 25/11/2016
Autor Felipe Kenneth de B. Maia
Diâmetro interno da coluna de produção (in) 2,992
Comprimento da coluna de produção (ft) 3000
Rugosidade da coluna de produção (ft) 0,00015
Temperatura no fundo do poço (ºR) 680
Temperatura na cabeça do poço (ºR) 580
Grau de inclinação do poço com a horizontal 90
Pressão estática (psi) 2650
Grau API do óleo 20
BSW (%) 60
RGO da formação (scf/stb) 300
Densidade relativa do gás 0,8
Densidade da agua produzida 1,05
Densidade do fluido de amortecimento 1,5
Fator volume de formação da água - Bw (bbl/stb) 1
Tensão superficial do óleo – σo (dina/cm) 8
Tensão superficial da água produzida – σw (dina/cm) 8
Nº de pontos gráficos 50
Vazão desejada (stb/d) 300
Pressão de injeção de gás (psi) 750
Pressão de injeção para kick-off (psi) 900
Diferencial de pressão na válvula operadora (psi) 80
Pressão requerida na cabeça do poço (psi) 120
Pressão de teste (psi) 650
Vazão de teste (stb/d) 400
Modelo de curva de produtividade IP Linear
Fonte: O autor (2016)
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A Figura 29 apresenta a curva de produtividade para este segundo estudo de caso com
a marcação do ponto de operação desejado.
Figura 29 - Curva de produtividade para o estudo de Caso II.
Fonte: O autor (2016)
A Tabela 5 apresenta os dados de saída do programa para este segundo estudo de caso.
Tabela 5 - Dados de saída do programa para o estudo de Caso II.
Dados de Saída
Densidade do óleo 0,934
Densidade do líquido 1,004
Gradiente de pressão do fluido de amortecimento (psi/ft) 0,650
RGL de injeção (scf/stb) 2602,38
Vazão de injeção de gás (Mscf/d) 780,71
Profundidade da válvula operadora (ft) 2107,74
Pressão na coluna de produção na profundidade da válvula
operadora (psi) 716,48
Recomendação de válvula operadora – Fábricante Camco
Recomendação de válvula operadora – Tipo BK1
Recomendação de válvula operadora - Porta (in) 5/16
Número de válvulas de descarga 4
Profundidade da válvula de descarga 1 (ft) 1243,11
Diferencial de pressão na válvula de descarga 1 (psi) 373,56
Profundidade da válvula de descarga 2 (ft) 1572,92
Diferencial de pressão na válvula de descarga 2 (psi) 152,17
Profundidade da válvula de descarga 3 (ft) 1811,78
Diferencial de pressão na válvula de descarga 3 (psi) 110,20
Profundidade da válvula de descarga 4 (ft) 1992,77
Diferencial de pressão na válvula de descarga 4 (psi) 83,51
Fonte: O autor (2016)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 100 200 300 400 500 600
Pres
são
de F
luxo
, Pw
f (ps
i)
Vazão de Produção (stb/d)
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Para o Caso II, nas Figuras 30 e 31 são apresentados os perfis de pressão dos métodos de
dimensionamento utilizados para as profundidades das válvulas de operação e de descarga,
respectivamente.
Figura 30 - Perfis de pressão (operação) para o
Caso II.
Figura 31 - Perfis de pressão (kick-off) para o
Caso II.
Fonte: O autor (2016) Fonte: O autor (2016)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 250 500 750 1000 1250
Prof
undi
dade
(ft)
Pressão (psi)
Pressão no Revestimento
Pressão na Coluna de Produção sem elevação artificial
Pressão na Coluna de Produção com GL
Ponto de Operação
Ponto de Balanço
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 250 500 750 1000
Prof
undi
dade
(ft)
Pressão (psi)
Pressão de Injeção
Pressão na Coluna de Produção
Pressão na Coluna de Produção - Tubing Design
Pressão de KickOff
Válvula de Descarga
Válvula Operadora
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CAPÍTULO V:
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo serão informadas as principais conclusões a respeito do trabalho
desenvolvido, assim como recomendações para futuros trabalhos.
5.1 CONCLUSÕES
Neste trabalho foi apresentada uma importante ferramenta computacional, de fácil
utilização pelo usuário, para o dimensionamento e planejamento de sistemas de elevação
artificial pelo método Gas Lift Contínuo. É possível que sejam testadas diferentes
combinações de dados para que seja alcançado o melhor dimensionamento possível de acordo
com as condições propostas pelo poço, reservatório e logística para que ocorra a tomada de
decisão quanto à aplicação do método de maneira eficiente, segura e econômica. A
metodologia de cálculo utilizada para o dimensionamento e o algoritmo para o programa
foram desenvolvidos e descritos no escopo deste trabalho. Além disso, as telas que compõem
a interface do dimensionador e os gráficos gerados por ele foram apresentadas e comentadas.
É importante ressaltar que a ferramenta desenvolvida neste trabalho considera apenas
os estudos técnicos deste sistema. O estudo econômico deve ser usado para a avaliação dos
custos do projeto, e ainda depende da disponibilidade do gás, da disponibilidade de
compressores, além de outros fatores logísticos para o funcionamento do método.
5.2 RECOMENDAÇÕES
A ferramenta computacional desenvolvida pode receber novas implementações de
forma a torná-la mais completa para desenvolvimento de projetos e otimização do
dimensionamento de instalações de gas lift. Recomendam-se, para trabalhos futuros, as
seguintes melhorias no programa e atividades:
Desenvolvimento de algoritmo e banco de dados para recomendação de fabricantes,
tipos e diâmetros das portas das válvulas de descarga;
Desenvolvimento de algoritmo para calibração das válvulas;
Implantação de funções para geração de curvas da vazão de produção de líquido de
acordo com vazões de gás injetado.
Comparações com dimensionadores comerciais utilizados na indústria petrolífera.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRILL, James. P.; MUKHERJEE, Hemanta. Multiphase Flow in Wells, Richardson: SPE,
1999.
BROWN, K. E. & BEGGS, The technology of articial lift methods, Kluwer Academic
Publishers, Tulsa, 1977.
BROWN, K. E. The Technology of Artificial Lift Methods, Volume 2a. Tulsa, OK:
PennWell Publishing Co., 1980.
CHOW, V. T. idráu i a de os ana es a iertos. México: Editorial Diana, 1982. 633 p.
COSTA, R. O. Efeito da presença de água no escoamento multifásico. 2015. Notas de
aulas.
COSTA, R. O. Correlação de Hagedorn e Brown. 2015. Notas de aulas.
GALVÃO, E. R. V. P. Propriedades dos fluidos e das rochas. 2013. Notas de aulas.
GOMES, V. R. M. N. Desenvolvimento de uma ferramenta computacional para
dimensionamento do gas lift contínuo. 2015. 63 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia
de Petróleo, Departamento de Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Natal, 2015.
MAITELLI, C. W. S. de P. Produtividade de um poço. 2015. Notas de aulas.
NOBRE, M. H. R. Resoluções de Equações. 2011. Notas de aulas.
SANTOS, A. Correlações de escoamento multifásico. 2012. Notas de aulas.
TAKÁCS, G. Gas Lift Manual. Tulsa: PennWell Corporation, 2005.