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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE AMANDA LOUIZE FÉLIX MENDES EFEITOS VOCAIS DO EXERCÍCIO DE FONAÇÃO EM TUBOS EM CANTORES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA LAGARTO-SE 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

APLICADAS À SAÚDE

AMANDA LOUIZE FÉLIX MENDES

EFEITOS VOCAIS DO EXERCÍCIO DE FONAÇÃO EM

TUBOS EM CANTORES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

LAGARTO-SE

2017

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AMANDA LOUIZE FÉLIX MENDES

EFEITOS VOCAIS DO EXERCÍCIO DE FONAÇÃO EM

TUBOS EM CANTORES: UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da

Universidade Federal de Sergipe como requisito

parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências

Aplicadas à Saúde.

Orientador: Prof. Dr. José Aderval Aragão

Coorientador: Prof. Dr. Rodrigo Dornelas do Carmo

LAGARTO-SE

2017

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente а

Deus, à minha família e ao meu noivo

Sebastião que muito me apoiaram e

incentivaram durante esta jornada.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, por sempre estar presente na minha vida, me guiando e me fortalecendo nos

momentos difíceis.

Aos meus pais, Francisco e Verônica, por toda dedicação, ensinamentos, apoio,

renúncias, por acreditarem em mim e me encorajarem a alçar voos cada vez mais altos.

À tia Raimunda, uma das grandes responsáveis pela mulher que sou hoje, por seu

amor e carinho incondicionais e por todos os anos dedicados a cuidar da nossa família.

Aos meus irmãos, Andréa e Andrei, por todos os momentos vividos juntos, pelas

alegrias, brincadeiras, amizade e por serem exemplos de pessoas tão dedicadas ao que se

propõem a fazer.

Ao meu futuro esposo, Sebastião, por seu amor, companheirismo, paciência

compreensão e por sua capacidade de me trazer paz em meio a toda essa correria. O seu apoio

foi imprescindível para que este trabalho pudesse ser concretizado. Obrigada por ter feito do

meu sonho, o nosso sonho.

Às minhas amigas de infância, Diedja, Ruhama, Laís, Vanessa e Ruana, por

fazerem parte dos melhores momentos da minha vida, pelo ombro amigo e por se fazerem

presente, mesmo na distância.

Aos meus sogros, Samuel e Elizete, cunhados Annette e Lucas, e ao “con” William,

por terem me acolhido tão bem e terem aberto as portas de sua casa para que eu pudesse

realizar esse sonho.

À amiga que tive o prazer de compartilhar momentos alegres e de angustias, Camila

Oliveira, pelo incentivo, carinho, palavras de conforto e de ânimo. Foi Deus quem te colocou

no meu caminho. Saiba que você foi um dos meus alicerces durante esse período, minha

fortaleza.

Aos presentes de Aracaju, Daiany, Deise, Jane, Thaís e Giulyane, pelo apoio

constante e por me incentivarem a vencer todos os obstáculos.

À minha preceptora de núcleo da Residência Multiprofissional, Fabíola Andrade,

pela parceria, compreensão e confiança em mim depositada.

Ao professor Dr. José Aderval, orientador desta pesquisa, por acreditar no meu

potencial, por todos os questionamentos e ensinamentos ao longo dessa jornada.

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Ao professor Dr. Rodrigo Dornelas, pela confiança, contribuições, disponibilidade e

por sempre está pronto a me ouvir, esclarecendo minhas dúvidas e me acalmando nas

incertezas.

À professora Drª Sheila Schneiberg, pelas preciosas sugestões feitas desde o

princípio e por seu alto astral que contagia todos ao seu redor.

À excelente Fonoaudióloga Ms. Aline Menezes, que acompanhou meus primeiros

passos com a pesquisa desde a graduação e que prontamente me ajudou na realização da

coleta e seleção de dados.

Ao professor Dr. Luiz Paranhos, pela atenção, disponibilidade e contribuições que

possibilitaram enriquecer este trabalho.

À professora Drª Fabiana Bonfim, pelas palavras de otimismo e por sempre se

disponibilizar em me ajudar no que fosse preciso. Posso dizer que minha formação desde a

graduação não teria sido a mesma sem as suas contribuições.

A todos vocês, meu muito obrigada!

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“Que os vossos esforços desafiem as

impossibilidades, lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas

do que parecia impossível.”

Charles Chaplin

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RESUMO

Efeitos Vocais do Exercício de Fonação em Tubos em Cantores: Uma Revisão Sistemática,

Amanda Louize Félix Mendes, Aracaju-SE, 2017.

Introdução: Os cantores, considerados interpretes vocais de elite, representam uma classe

profissional geralmente de alta demanda vocal, com diferentes graus de exigências e

requintes. Neste sentido, os exercícios de fonação em tubos têm sido amplamente utilizados

na prática clínica para favorecer a economia e eficiência da voz, facilitar a interação fonte-

filtro e reduzir os riscos de distúrbios da voz relacionados ao trabalho. Objetivo: Verificar,

por meio de uma revisão sistemática da literatura, os efeitos da fonação em tubos sobre a

qualidade da voz, função glótica e/ou trato vocal dos cantores. Métodos: Foi realizada uma

busca na literatura, sem restrições quanto ao período de publicação, nos idiomas português,

inglês e espanhol, nas bases de dados Lilacs, Scielo, PubMed e Cochrane. Os artigos elegíveis

foram avaliados subjetivamente quanto à qualidade metodológica com base no checklist

proposto pelo Instituto Joanna Briggs para estudos observacionais. Resultados: A pesquisa

resultou em uma amostra de 1.715 trabalhos. As verificações dos registros foram feitas por

dois avaliadores, sendo obtido um nível de concordância excelente (Kappa = 0,88). Ao final

do processo, 05 estudos se enquadraram nos critérios de elegibilidade. Para avaliar os efeitos

do exercício de fonação em tubos, os estudos utilizaram autoavaliação vocal, análise

perceptivo-auditiva, análise acústica, medidas aerodinâmicas e eletroglotografia. Os tubos

utilizados foram canudos plásticos (02), tubo de vidro imerso em recipiente com água (01),

tubo de vidro no ar (01) e LaxVox (01). Conclusão: Em geral, os estudos demonstraram que

a fonação em tubos em cantores produziu efeitos positivos sobre a qualidade vocal, com

maior conforto fonatório e projeção vocal, emissão mais econômica, aumento do limiar de

colisão durante a fonação em tubo imerso em água e pressões intraorais mais consistentes

após a fonação em canudo estreito, favorecendo à terapia vocal eficiente e efetiva.

Descritores: Voz; Fonação; Treinamento da Voz; Fonoaudiologia

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ABSTRACT

Vocal Effects of the Phonation Exercise in Tubes in Singers: A Systematic Review, Amanda

Louize Félix Mendes, Aracaju-SE, 2017.

Introduction: Singers perform elite vocals, represent a professional class with high vocal

demand, with different degrees of demands and refinements. In this sense, tube phonation

exercises have been widely used in clinical practice to favor speech economy and efficiency,

facilitate source-filter interaction, and reduce the risks of work-related voice disorders. Aim:

To verify, through a systematic review of the literature, the effects of phonation on tubes on

vocal quality, glottal function and/or vocal tract of the singers. Methods: We searched the

literature, without restrictions regarding the publication period, in the Portuguese, English and

Spanish languages, in the databases Lilacs, Scielo, PubMed and Cochrane. Eligible articles

were subjectively assessed for methodological quality based on the checklist proposed by the

Joanna Briggs Institute for observational studies. Resuts: The research resulted in a sample of

1,715 papers. The verifications of the records were done by two evaluators, obtaining an

excellent level of agreement (Kappa = 0.88). At the end of the process, 05 studies fell within

the eligibility criteria. To evaluate the effects of the phonation exercise in tubes, the studies

used vocal self-assessment, perceptual-auditory analysis, acoustic analysis, aerodynamic

measurements and electroglotography. The tubes used were plastic straws (02), glass tube

immersed in water (01), glass tube in the air (01) and LaxVox (01). Conclusion: In general,

studies showed that phonation in tubes in singers produced positive effects on vocal quality,

with greater vocal comfort and vocal projection, more economic emission, increased collision

threshold during phonation in water-immersed tube and intraoral pressures more consistent

with phonation in narrow straws, favoring efficient and effective vocal therapy.

Keywords: Voice; Phonation; Voice Training; Speech, Language and Hearing Sciences.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Risco de viés individual específico para cada tipo de estudo de acordo com o

checklist do Instituto Joanna Briggs. ........................................................................................ 40

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Número de publicações encontradas de acordo com as estratégias de busca

utilizadas em cada base de dados. ............................................................................................ 32

Quadro 2 Relação dos trabalhos analisados por títulos, autores, ano, países, periódicos,

objetivos, tipo de estudos, amostras e idades, gêneros musicais e tempo de experiência, tipos

de tubos, tarefas fonatórias, métodos de avaliação e efeito. ..................................................... 44

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fluxograma PRISMA de identificação e seleção dos artigos para revisão

sistemática. ............................................................................................................................... 37

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PPVV – Pregas vocais

DVRT – Distúrbios da voz relacionados ao trabalho

ETVSO – Exercícios do trato vocal semiocluído

OFAS – Órgãos fonoarticulatórios

TV – Trato vocal

VoiSS - Voice Symptom Scale

GNE – Glottal to Noise Excitation

TA - Músculo tireoaritenoideo

CT – Músculo cricotireoideo

CAL – Músculo cricoaritenoideo lateral

TC – Tomografia computadorizada

TRA – Terapia de resistência à água

FTA – Fonação em tubo no ar

EGG - Eletroglotografia

Psub – Pressão subglótica

Poral – Pressão oral

QC – Quociente de contato

TMF – Tempo máximo de fonação

PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic Reviewsand Meta-Analyses

CRD - Centre for Reviews and Dissemination

BVS - Biblioteca Virtual em Saúde

IJB – Instituto Joanna Briggs

F0 – Frequência fundamental

HNR - Harmonics-to-Noise Ratio

PLC - Pressão do limiar de colisão

ECRs – Ensaios clínicos randomizados controlados

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 19

2.1 A voz do cantor .......................................................................................................... 19

2.1 Exercícios do trato vocal semiocluído (ETVSO) ...................................................... 21

3 OBJETIVO ........................................................................................................................ 28

4 MÉTODOS ........................................................................................................................ 29

4.1 Protocolo ......................................................................................................................... 29

4.2 Tipo de Estudo ................................................................................................................ 29

4.3 Formulação da Pergunta e critérios de elegibilidade ...................................................... 29

4.4 Critérios de inclusão ....................................................................................................... 30

4.5 Critérios de exclusão ....................................................................................................... 30

4.6 Fonte de informação e estratégia de pesquisa para identificação dos estudos ................ 30

4.7 Seleção dos estudos ........................................................................................................ 34

4.8 Análise estatística ........................................................................................................... 34

4.9 Extração de dados ........................................................................................................... 35

4.10 Risco de viés individual dos estudos ............................................................................ 35

5 RESULTADOS .................................................................................................................. 36

5.1 Seleção dos estudos ........................................................................................................ 36

5.2 Características dos estudos incluídos .............................................................................. 37

5.3 Risco de viés individual dos estudos .............................................................................. 38

5.5 Resultados dos estudos individuais ................................................................................. 41

5.6 Risco de viés ................................................................................................................... 47

6 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 48

7 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 52

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 53

APÊNDICE A - Instruções para seleção dos estudos ....................................................... 61

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1 INTRODUÇÃO

Os indivíduos que utilizam a voz como instrumento de trabalho são considerados

profissionais da voz. Dentre estes, os cantores, também denominados de “atletas da voz”,

representam uma classe profissional geralmente de alta demanda vocal, com diferentes graus

de exigências e requintes, sendo necessário alguns ajustes específicos, como interação

coordenada entre respiração, articulação e ressonância (Andrade et al., 2007; Phyland 2014).

Estudos referem que a carga vocal do cantor, que diz respeito as características de

frequência, intensidade, tempo e duração da fonação, pode se encontrar maior quando

comparado a outros profissionais da voz (Phyland et al., 2014; Pestana et al., 2017). Do ponto

de vista fisiológico, o aumento da intensidade e/ou frequência vocal resulta em aumento da

amplitude de vibração das pregas vocais (PPVV), diminuição da amplitude da onda mucosa,

aumento da pressão do limiar de fonação e, consequentemente, perda de energia devido ao

aumento da fricção (Titze, 1994).

O aumento do limiar de colisão e vibração durante a atividade do canto e o maior

gasto energético, podem afetar os tecidos superficiais das PPVV, ocasionando edemas,

alterações de massa e de viscosidade dos tecidos, além de sintomas relacionados à fadiga

vocal, como sensação de quebras na voz, perda da intensidade, ardor, garganta seca e pigarro

(Schweinfurth e Thibeault, 2008; Lopes e Ghirardi, 2017). Para o cantor profissional, que tem

a voz como instrumento de trabalho, alterações na qualidade vocal podem impactar de

maneira negativa na qualidade de vida, podendo resultar no afastamento de suas atividades

laborais (Cooper, 2002; Goulart et al., 2012).

Um protocolo que faz referência aos Distúrbios de Voz relacionados ao Trabalho

(DVRT), classifica-o como qualquer forma de desvio na voz ocasionado pelo mau uso vocal

durante a atividade profissional que diminua, comprometa ou impeça a atuação e/ou

comunicação do trabalhador (Costa, 2003). Dentre as causas dos DVRT em cantores, pode-se

pontuar o uso incorreto ou intenso da voz, classificação vocal equivocada e falta de orientação

quanto às práticas de higiene vocal (Cielo et al., 2015; Zimmer et al., 2015).

Para os cantores profissionais, uma ligeira desordem de voz pode representar uma

deficiência significativa, funcional e ocupacional, com impacto negativo sobre suas carreiras e

sobre os lucros das empresas (Woo, 2015). Para a prevenção do DVRT, algumas medidas

devem ser levadas em consideração, sendo o Fonoaudiólogo o profissional regulamentado

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para atuar na realização de orientações preventivas relacionadas à anatomia e fisiologia da

voz, cuidados básicos de saúde vocal e exercícios para o aperfeiçoamento da voz, incluindo o

processo de aquecimento e desaquecimento (Goulart et al., 2012; Gonçalves et al., 2014).

Neste sentido, a terapia fonoaudiológica com ênfase em voz pode utilizar uma

combinação de abordagens diretas, que envolvem exercícios específicos, com o objetivo de

controlar e coordenar os vários aspectos relacionados ao aparelho fonador, além de

abordagens indiretas, que se concentram em ajudar o paciente a controlar e manter a sua voz

por meio de orientações sobre a produção da voz, aconselhamentos, controle de estresse e

relaxamento geral (Bos-Clark e Carding, 2011; Silva et al., 2014)

Dentre as abordagens diretas, a fonação em tubos, que se enquadra na categoria de

Exercícios do Trato Vocal Semiocluído (ETVSO), tem sido amplamente utilizada na prática

clínica com o intuito de melhorar a propriocepção laríngea, aumentando as sensações durante

e após os exercícios (Costa et al., 2011; Paes et al., 2013; Dargin e Searl, 2015). Estudos

relatam que durante a realização do ETVSO existe uma melhor interação fonte-filtro (glote e

supraglote), fazendo com que a emissão vocal seja mais fluida, com vibrações das PPVV mais

econômicas e uma melhor eficiência da voz (Titze, 2006; Sampaio et al., 2008; Paes, 2013;

Cielo, 2013), aspectos importantes para os cantores que apresentam elevada demanda física e

energética sofrida pelos órgãos fonoarticulatórios (OFAS) durante a atividade de canto.

A técnica de fonação em tubos pode ser realizada em três tipos de tubos, sendo eles o

tubo de vidro de Sovijärv, tubo flexível de silicone, também denominado de LaxVox® e o

canudo plástico (canudo comercial) (Guzman et al., 2013a; Andrade et al., 2016; Fadel et al.,

2016; Mailänder et al., 2016).

O exercício com tubo de vidro foi proposto para ser realizado com a extremidade

distal imersa em um recipiente de 1,7 litros, com dois terços de água para não transbordar

durante o exercício, sendo solicitado ao indivíduo a emissão do som prolongado /v:/ através

do tubo com espessura de 1 mm, comprimento entre 24 a 25 cm para crianças e diâmetro

interno de 8 mm, e entre 26 e 28 cm para adultos, com diâmetro interno de 9 mm. Nesta

técnica não é indicado o uso de garrafas ou copos (Simberg e Laine, 2007).

O tubo LaxVox®, desenvolvido por Sihvo e Denizoglu (2007), tem o objetivo de ser

aplicado no condicionamento vocal para melhorar o controle da voz e reduzir a tensão

excessiva durante a fonação, acreditando-se que a resistência criada pela água potencializa os

efeitos do ETVSO. Este tubo flexível de silicone possui 35 cm de comprimento, 9 mm de

diâmetro interno e é utilizado em garrafa pet com capacidade para 500 ml de água preenchida

pela metade. (Laukkanen et al., 2008; Fadel et al., 2016).

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A fonação em canudo plástico tem sido indicada para a reeducação vocal e para

otimizar as sensações de vibração na face, as quais são atribuídas ao aumento da pressão

acústica intraoral, podendo auxiliar o indivíduo na busca de um ajuste correto do trato vocal

(Titze e Laukkanen, 2007). Esses tubos podem ser observados em diferentes comprimentos e

diâmetros, podendo a sua extremidade está imersa em água ou no ar (Sampaio et al., 2008;

Costa et al., 2011; Lima et al., 2016).

A utilização dos tubos imersos em água pode ser realizada em diferentes

profundidades, conforme diagnóstico vocal e laríngeo do paciente. A pressão exercida pela

água correlaciona-se diretamente com a profundidade, ou seja, quanto maior a profundidade

em que o tubo estiver, maior será a pressão exercida e a resistência oferecida à emissão. Dessa

forma, em casos de distúrbios da voz de origem hipocinética, sugere-se que o tubo seja imerso

a 15 cm abaixo da superfície, sendo a emissão curta e realizada por mais vezes. Para

aperfeiçoamento vocal ou patologias laríngeas como nódulos, laringite crônica e voz de

bandas, o tubo deve ser imerso 2 cm abaixo da superfície, sendo a emissão sustentado por

maior tempo (Simberg e Laine, 2007).

O conhecimento dos efeitos do exercício de fonação em tubos é imprescindível para

uma boa aplicabilidade e, consequentemente, um bom rendimento terapêutico, desenvoltura e

longevidade da voz (Laukkanen et al., 2008). Desta forma, o objetivo do presente estudo foi,

por meio de uma revisão sistemática da literatura, verificar os efeitos da fonação em tubos

sobre a qualidade da voz, função glótica e/ou trato vocal dos cantores.

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19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A voz do cantor

Apesar da voz ser uma das principais características na expressão do ser humano,

sendo usada diariamente pela maioria das pessoas (Tavares et al., 2010), existe um grupo

especial de indivíduos que se destacam pela demanda vocal elevada, os quais são

denominados profissionais da voz (Eckley et al., 2002). Incluem-se nesta categoria os

cantores, professores, atores, jornalistas, radialistas, operadores de telemarketing, religiosos,

políticos, advogados, ambulantes, vendedores e profissionais da saúde. (Cielo et al., 2015).

Alguns desses trabalhadores apresentam maiores exigências quanto à produção vocal.

Conceitualmente, os profissionais da voz são identificados como sujeitos que

dependem da voz para a realização de suas atividades laborais (Cielo et al., 2015). Este grupo

de profissionais dependem de uma qualidade vocal harmônica, integridade das estruturas

envolvidas no processo de fonação, além de condições ocupacionais favoráveis para a

adequada atuação, eficiência na comunicação e nas suas relações interpessoais (Putnoki et al.,

2010).

Dentre os profissionais da voz, os cantores são considerados intérpretes vocais de elite

(Koufman e Isaacson, 1991). Phyland (2014) refere que os cantores podem ser denominados

“atletas da voz” por realizarem manobras fonológicas complexas, que exigem resistência,

flexibilidade e controle refinado do trato vocal (TV), incluindo-se tanto estudantes de canto e

cantores populares ou tradicionais sem treinamento, quanto cantores clássicos famosos.

A demanda física e energética sofrida pelos órgãos fonoarticulatórios envolvidos no

canto é muito grande, sendo fundamental a atribuição de maior atenção a prevenção de

possíveis distúrbios da voz, tendo em vista que para que a voz seja considerada adequada é

necessário a ausência de lesões teciduais e nervosas, equilíbrio muscular ou mucoso e

harmonia sonora (Behlau et al., 2001). Além disso, fatores relacionados as características

demográficas dos sujeitos, tempo de profissão e de formação em canto e os gêneros musicais

executados também podem influenciar as questões vocais relacionadas à atividade do canto

(Loiola-Barreiro e Silva, 2016).

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Neste sentido, o conhecimento por parte dos cantores a respeito da interrelação entre

ciência e arte é essencial para o aperfeiçoamento vocal adequado. Em contrapartida, o

desconhecimento pode interferir no sucesso de suas atividades, na qualidade e na

produtividade da voz (Murry e Rosen, 2000; Gómes, 2003). As etiologias das alterações

vocais podem ser variadas, porém, no caso dos cantores, o mau uso e abuso vocal pela falta de

conhecimentos específicos sobre aspectos relacionados à produção vocal é o principal fator

desencadeante para tais problemas.

Uma revisão sistemática com meta-análise realizada por Pestana et al. (2017) verificou

alta prevalência de distúrbios da voz auto-relatados em cantores ao longo de suas carreiras

(46,09%). Os estudantes de canto formaram o grupo de menor prevalência de distúrbios da

voz em comparação aos cantores de música tradicional e popular, bem como os professores de

canto, o que demonstra a necessidade de uma abordagem preventiva para tratar os transtornos

de voz em cantores.

Os distúrbios da voz relacionados ao canto também são denominados de disodia, e

podem ocorrer em razão de ajustes musculares inadequados, classificados como disodia

funcional primária por falta de conhecimento vocal, e/ou pela adoção de um modelo de voz

não compatível com as características anatomofisiológicas da laringe do sujeito, ou seja, uma

disodia funcional primária por modelo inadequado (Andrade et al., 2007).

Um estudo realizado por Zambão et al. (2014) com o objetivo de caracterizar as

condições de trabalho e do uso profissional da voz de cantores de banda de baile, evidenciou

que esta categoria de cantores vivencia dificuldades e precariedades nas condições de

infraestrutura, suporte, apoio, acomodação e alimentação nos locais dos eventos, os quais

conferem risco à saúde vocal. Verificou-se ainda que os hábitos, comportamentos e cuidados

com a voz, bem como o aquecimento vocal, eram realizados de maneira inadequada e

insuficiente, com condições de trabalho desfavoráveis ao uso profissional da voz e à

promoção da saúde.

Pesquisa realizada por Rosa e Behlau (2017) com 526 coristas amadores a fim de

investigar e mapear a existência do risco vocal, analisando a contribuição de sinais e sintomas

vocais gerais, deficiência específica de canto e ansiedade generalizada, verificou que 51,5%

(n=271) da amostra foi considerada com risco vocal (VoiSS - Voice Symptom Scale) e com

presença de ansiedade leve. Além disso, o estudo evidenciou maior potencial às alterações

vocais no gênero feminino (55%), o que pode estar relacionado com a hipótese de que as

mulheres são mais vulneráveis aos distúrbios da voz em razão de diferenças

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anatomofisiológicas, tendo em vista a presença de pregas vocais mais curtas, com produção

vocal em uma frequência fundamental mais elevada (Roy et al., 2004).

Neto e Meyer (2016) investigaram a prevalência auto-relatada de sintomas e

patologias vocais, bem como o nível de conscientização de higiene vocal em cantores cristãos

contemporâneos e líderes de adoração de países das Américas, Europa, Austrália e Ásia,

totalizando 614 participantes. Foi observado que 34,7% (n = 213) relataram fadiga vocal. Um

terço da amostra (34%; n = 210) indicaram não realizar aquecimento vocal antes das

apresentações e 52% (n = 319) referiram não ter treinamento vocal formal, o que sugere um

baixo nível de conscientização sobre os hábitos de higiene vocal, podendo elevar os riscos de

distúrbios da voz.

No intuito de prevenir os distúrbios da voz relacionados ao trabalho, reabilitar

possíveis alterações no aparelho fonador e aperfeiçoar a função vocal, a Fonoaudiologia

utiliza diversas técnicas, selecionadas de acordo com as necessidades verificadas por meio da

avaliação do comportamento vocal dos indivíduos (Guzmán et al., 2015; Gaskill e Erickson,

2008; Silva et al., 2014). Neste sentido, os ETVSO são utilizados para favorecer a economia e

eficiência da voz (Titze, 2006), facilitar a interação fonte-filtro e reduzir os riscos de

fonotraumas (Laukkanen et al., 2007, 2008; Gaskill e Erickson, 2010)

2.1 Exercícios do trato vocal semiocluído (ETVSO)

O trato vocal é composto pelo conjunto das cavidades laríngea, faríngea, oral e nasal e

apresentam grande plasticidade, podendo assumir diferentes configurações em função de

movimentos rápidos, precisos e altamente coordenados dos órgãos fonoarticulatórios (OFAS)

(Laukkanen et al., 2008). Essas modificações na configuração do TV podem ser causadas por

ajustes de longo e curto prazo. Os de longo prazo ocorrem pelo modo como os indivíduos

costumam utilizar os OFAS diariamente (Laver, 1980). Os ajustes de curto prazo possibilitam

a produção de qualidades vocais específicas, tanto na voz falada quanto na cantada, através de

técnicas vocais (Titze, 2005; Story et al., 2001).

Na teoria linear fonte-filtro de Gunnar Fant (1970), a vibração laríngea é sugerida

como a fonte e o TV como filtro. Nesta teoria a laringe se configura como transdutor de

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22

energia aerodinâmica (fluxo de ar) em acústica, através dos ciclos vibratório das pregas

vocais. Em contrapartida, na abordagem não-linear da produção da voz, além do TV servir

como filtro do som produzido na fonte glótica, atua também como modificador dos padrões

de vibração das pregas vocais por meio da mudança da impedância acústica do filtro vocal,

aumentando a interação fonte-filtro (Gaskill e Erickson, 2008; Sampaio et al., 2008; Titze,

2008; Titze et al., 2008).

Segundo Dalmont (2001), a impedância pode ser definida como a resposta de um

sistema passivo a algum tipo de excitação. Um sistema passivo recebe a energia de uma fonte

ou de outro sistema e a transmite. Na produção da voz, a glote e o TV são os principais pontos

que podem gerar alterações na impedância acústica (Titze, 2006; Cordeiro et al., 2012).

O aumento da impedância no TV causado pela semioclusão dos lábios durante a

realização dos ETVSO, atua como um mecanismo de proteção da glote devido à maior

pressão aérea na região supraglótica e a diminuição da pressão transglótica, que é definida

como a diferença entre as pressões sub e supraglóticas (Laukkanen, 1995). Esse processo faz

com que a pressão glótica se eleve, reduzindo o impacto medial das pregas vocais durante a

vibração e equilibrando as pressões no nível da glote e do TV (Titze, 2006; Sampaio et al.,

2008; Laukkanen et al., 2008; Titze, 2009).

O efeito resistivo gerado na região glótica pode ser justificado pela forma como as

pregas vocais começam a se afastar no início de uma oscilação, onde o fluxo aéreo passa entre

elas, pressionando a coluna de ar estacionária da região supraglótica. A inércia dessa coluna

de ar gera a elevação da pressão na glote, distanciando ainda mais as pregas vocais. Em

seguida, os pulmões começam a exercer maior pressão de ar, elevando a pressão na região

subglótica. Conforme esta coluna se move, ocorre a reaproximação das pregas vocais e

interrompimento do fluxo aéreo (Titze, 2006). Sendo assim, quanto maior a mobilidade da

mucosa durante a execução do exercício, maior o papel do efeito Bernoulli no fechamento das

pregas vocais durante o ciclo vibratório.

Neste sentido, os ETVSO têm o objetivo de treinar os sujeitos para que tenham uma

fala mais suave e fluida, com vibrações das pregas vocais mais econômicas e uma melhor

eficiência da voz, o que possibilita a redução dos riscos de fonotraumas (Titze, 2006;

Laukkanen et al., 2007, 2008; Gaskill e Erickson, 2010; Guzman et al., 2013b). A

manutenção desses exercícios vocais é citada na literatura como forma de prevenir os

distúrbios da voz, reabilitar possíveis alterações no aparelho fonador, bem como para

aperfeiçoamento da função vocal (Guzmán et al., 2015).

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As técnicas vocais que compõe os ETVSO são vibração de língua ou lábios, fricativas

(/v/, /z/, /ž/, /β/), constrição labial (emissão suave como em /v/, direcionada aos lábios

arredondados), /b/ prolongado (prolongamento do som da consoante /b/), firmeza glótica

(emissão dos sons /v/ ou /u/ com suave oclusão dos lábios com a palma da mão), humming

(emissão do som nasal /m/), finger kazzo (som das vogais /v/ ou /u/ sobre o dedo indicador,

semelhante ao gesto de silencio), y-buzz (emissão suave direcionada aos alvéolos superiores

com lábios arredondados) e fonação em tubo (Laukkanen et al., 2008; Sampaio et al., 2008;

Guzmán, 2012; Cielo et al., 2013).

Dentre os exercícios citados, a fonação em tubos foi proposta inicialmente por Spieb

em 1904 como um método de humming em pequenos tubos de vidro [m, n, l] (apud

Habermann, 1980). Mais tarde, no ano de 1964, o professor finlandês Antii Sovijärvi do

departamento de Fonética da Universidade de Helsinki, passou a usar os tubos para o

treinamento vocal em casos de afonia e paresia de nervo laríngeo recorrente, sendo observado

que a fonação nos tubos auxiliava os pacientes para o reestabelecimento da qualidade da voz

(Simberg e Laine, 2007).

Sovijärvi (1965, 1969) sugeriu que os tubos de vidro tivessem espessura de 1 mm,

comprimento entre 24 a 25 cm e diâmetro interno de 8 mm para crianças de 8 a 10 anos de

idade. Para adultos, foi sugerido comprimento de 26 cm para sopranos e tenores, 27 cm para

mezzo-sopranos e barítonos e 28 cm para altos e baixos, com diâmetro interno de 9 mm. Os

comprimentos dos tubos foram estabelecidos de acordo com o abaixamento da laringe

verificado na realização da fonação do /b/ prolongado (Vampola et al., 2011; Simberg e

Laine, 2007). A realização desse exercício deveria ser feita com sua extremidade distal

imersa em um recipiente de 1,7 litros, com dois terços de água para não transbordar durante o

exercício, sendo solicitado ao indivíduo a emissão do som prolongado /v:/ no tubo (Simberg e

Laine, 2007).

A partir desses estudos, outros autores passaram a pesquisar as modificações vocais

produzidas por meio de tubos em diferentes materiais, comprimentos, diâmetros, tarefas,

tempos de execução e populações (Maxfield et al., 2014; Guzmán et al., 2015; Robieux et al.,

2014; Amarante Andrade et al., 2016). A exemplo do tubo flexível (LaxVox), desenvolvido

por Sihvo e Denizoglu (2007) com o objetivo de ser aplicado no condicionamento vocal para

melhorar o controle da voz e reduzir a tensão excessiva durante a fonação, acreditando-se que

a resistência criada pela água potencializa os efeitos do ETVSO. Este tubo flexível de silicone

possui 35 cm de comprimento, 9 mm de diâmetro interno e é utilizado em garrafa pet com

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capacidade para 500 ml de água preenchida pela metade (Laukkanen et al., 2008; Fadel et al.,

2016).

Uma opção mais acessível e que tem sido amplamente utilizada na prática clínica é o

canudo plástico comercial. Além disso, Titze (2002a; 2002b) propôs também o uso de

canudos de agitação, canudos plásticos mais curtos e finos, que são comumente usadas para

mexer café nos Estados Unidos. A fonação em canudo plástico pode ser indicada para

reeducação vocal e para otimizar as sensações de vibração na face, as quais são atribuídas ao

aumento da pressão acústica intraoral, podendo auxiliar o indivíduo na busca de um ajuste

correto do TV (Titze e Laukkanen, 2007). Esses tubos podem ser observados em diferentes

comprimentos e diâmetros, podendo a sua extremidade está imersa em água ou no ar

(Sampaio et al., 2008; Costa et al., 2011; Lima et al., 2016).

Cabral (2016) propôs a utilização do canudo comercial como uma adaptação do

modelo de tubo flexível de Sihvo e Denizoglu (2007) por ser um método de baixo custo, fácil

aplicabilidade e acesso, podendo ser incorporado com maior facilidade ao cotidiano

ocupacional sem investimento financeiro ou de tempo significativos. A pesquisa demonstrou

melhora na qualidade da voz tanto para a avaliação perceptivo-auditiva, com redução da

média do grau global de severidade vocal na escala CAPE-V (p= 0,01), quanto para a análise

acústica, com redução estatisticamente significante dos indicadores shimmer (p=0,04), ruído

(p=0,02) e irregularidade (p=0,03) e aumento do Glottal to Noise Excitation (GNE) (p =

0,02).

Titze (2006), em estudo realizado por meio de simulação computacional, com modelo

de prega vocal auto-oscilante e 44 seções do trato vocal sugere que a terapia ou treinamento

vocal com exercícios do trato vocal semiocluído devem ser utilizados em ordem de "maior

efeito, mas mais artificial" para "menor efeito, mas mais próximo do natural”, seguindo a

seguinte ordem: 1. Canudo altamente resistente (pequeno diâmetro); 2. Canudo menos

resistente (maior diâmetro); 3. Fricativa sonora bilabial ou labiodental; 4. Vibração de lábios

ou de língua; 5. Sons nasais; 6. Vogais /u / e / i /.

Laukkanen et al. (2008) realizaram pesquisa utilizando a fonação em tubos de vidro e

de plástico, com diversos comprimentos e diâmetros, que variaram de 14 a 55 cm e de 2,5 a 7

mm, respectivamente. A participante foi instruída a realizar a fonação em tubo por cinco

vezes, sendo cada emissão precedida e seguida por uma plosiva sem som [p]. O pitch e

loudness não foram controlados e nenhuma vocal específica foi apontada, embora a escolha

mais natural para esta técnica seja a emissão da vogal [u:]. Foi utilizada eletromiografia pré,

durante e pós a execução da técnica para observar a atividade dos músculos tireoaritenoideo

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(TA), cricotireoideo (CT) e cricoaritenoideo lateral (CAL). Os resultados demonstraram que o

aumento da impedância no trato vocal gerou um aumento da atividade de TA em relação às

atividades musculares de CT e CAL. Além disso, o estudo ressalta que os ETVSO podem

ajudar na otimização do ajuste laríngeo em razão da pressão do limiar de fonação mais baixo

e da maior economia vocal, sendo indicados para distúrbios da voz hipofuncionais e

hiperfuncionais.

A pesquisa de Guzman et al. (2017), que teve o objetivo de observar o efeito de dois

tipos de tubos plásticos comumente utilizados em terapia vocal e treinamento sobre as

imagens bidimensionais e tridimensionais do trato vocal de dois tipos de tubos plásticos de 10

sujeitos com distúrbio da voz hiperfuncional, verificou através da tomografia

computadorizada (TC) aumento no comprimento vertical do trato vocal, área orofaríngea e

hipofaríngea, saída do tubo laríngeo e entrada para a faringe inferior. A laringe adotou uma

posição mais baixa e observou-se maior vedamento entre o véu-palatino e a passagem nasal.

Esta mudança é mais proeminente quando o tubo oferece maior resistência ao fluxo de ar, ou

seja, com a utilização de canudo de menor diâmetro.

Guzman et al. (2016) determinaram por meio de um ensaio clínico randomizado, a

eficácia da terapia de resistência à água (TRA) comparada à fonação em tubo com

extremidade distal no ar (FTA), em 20 indivíduos com distúrbios da voz comportamental. Os

participantes produziram diferentes tarefas fonatórias de acordo com dois protocolos:

"fonação sustentada confortável com eletroglotografia (EGG)", sendo emitida a vogal

sustentada [a:] e "eficiência de voz", onde uma estimativa da pressão subglótica (Psub) foi

registrada por meio da pressão oral (Poral) durante a oclusão da consonante sem voz [p:] e

repetição da sílaba [pa:], no "protocolo de eficiência de voz". Também foram feitas avaliações

acústicas e perceptivo-auditivas, além da aplicação do “Voice Handicap Index” e

autoavaliação da qualidade vocal. Foram verificadas melhorias significativas para ambos os

grupos, como diminuição da Psub e da pressão do limiar de fonação e melhora na

autopercepção da qualidade de voz. A melhora na avaliação perceptivo-auditiva foi

encontrada somente para o grupo FTA.

Guzman et al. (2015) investigaram o efeito da fonação em tubos no ar e submersos em

água, nas variáveis de pressão de ar e adução de pregas vocais em diferentes condições de

voz. Durante o exercício, os participantes foram instruídos a realizar uma emissão vocal fácil

e a sentir vibrações na face e na boca. Foi realizado avaliação aerodinâmica e EGG. O

resultado da maioria das variáveis se comportou de forma similar (mesma tendência com

variação individual) independentemente do estado vocal dos participantes. Todos os

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26

exercícios tiveram um efeito significativo sobre a pressão subglótica, oral, transglotal e

quociente de contato (QC) (P <0,05). A fonação em tubo de silicone de 55 cm submerso a 10

cm em água e a fonação em canudo resultou nos maiores valores para QC, Psub e Poral em

comparação com a linha de base.

Lima et al. (2016) realizaram estudo com um único indivíduo com diagnóstico de

paralisia de prega vocal esquerda em abdução, encaminhado para cirurgia de medialização da

prega vocal esquerda (Tiroplastia tipo I) e fonoterapia, sendo utilizado no processo de

fonoterapia o tubo de látex imerso em garrafa PET de 600ml a 15cm de profundidade, tubo de

vidro com extremidade imersa a 15 cm em um recipiente de plástico com água e tubo de

plástico de menor diâmetro, durante 18 dias. O paciente foi orientado a realizar as técnicas

posicionando o tubo entre os lábios e emitindo um sopro sonorizado contínuo. Foram

realizadas três séries de 15 repetições em tempo máximo de fonação (TMF), com repouso

passivo de 30 segundos entre cada série. Segundo análise acústica, os resultados demostraram

melhora da maioria das medidas de perturbação de frequência e de componentes surdos ou

não sonorizados, melhora da intensidade da cor do traçado da espectrografia de banda larga,

da regularidade dos traçados espectrográficos e da definição dos formantes. A análise

perceptivo-auditiva revelou redução de tensão, aspereza e soprosidade.

Mailänder et al. (2016) utilizaram o LaxVox em 4 professoras para explorar a eficácia

e aplicabilidade desse método para uso diário e preventivo. Todos os indivíduos realizaram os

exercícios diariamente, três vezes por dia, por um total de 12 minutos. Os exercícios

integravam a situação ocupacional das professoras, sendo aplicado como aquecimento,

atualização (ou seja, durante as pausas entres as aulas) e para o desaquecimento. As instruções

para o uso do LaxVox foram: 1) percepção de postura de maneira adequada; 2) preparação

para fonação com a colocação do tubo na garrafa, inalação através do nariz, exalando através

da boca; 3) vocalização de som semelhante /hhhooo/, com variação de frequência e cantando

melodias familiares; 4) nível avançado de vocalização por meio da alteração de resistência

através imersão do tubo por mais, no máximo, 4 cm; 5) continuação da fonação sem a imersão

do tubo na água; e 6) continuação da fonação sem o tubo. Após três semanas de treinamento,

foi verificado impacto positivo para as medidas de qualidade de voz, tempo máximo de

fonação, intensidade vocal (cerca de 4,6 dB), função vocal e autoavaliação. Além disso, o

LaxVox foi avaliado pelos voluntários como altamente aplicável, sendo considerado um apoio

claro no sucesso do treinamento, processo de aprendizagem e transferência para a rotina

diária.

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Verifica-se que diferentes métodos têm sido utilizados para obter os dados referentes

aos efeitos dos ETVSO, como a autoavaliação vocal, avaliação perceptivo-auditiva, análise

acústica (Sampaio et al., 2008; Paes et al., 2013; Fadel et al., 2016), EGG (Gaskill e Quinney,

2012; Guzman et al., 2013a; Enflo et al., 2013), medidas aerodinâmicas (Laukkanen et al.,

1995; Maxfield et al., 2014; Dargin e Searl, 2015), videoestroboscopia laríngea (Guzman,

2012; Dargin et al., 2015), tomografia computadorizada (Guzman et al., 2013b;) modelagem e

simulação computacional (Titze, 2006; Andrade et al., 2015; Smith e Titze, 2017). A maioria

dos estudos examinam as modificações geradas nos parâmetros relacionados a produção vocal

durante e/ou após os ETVSO.

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28

3 OBJETIVO

Objetivo Geral

O objetivo do presente estudo foi, por meio de uma revisão sistemática da literatura,

verificar os efeitos da fonação em tubos sobre a qualidade da voz, função glótica e/ou trato

vocal dos cantores.

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29

4 MÉTODOS

4.1 Protocolo

Esta revisão sistemática foi conduzida seguindo as instruções da iniciativa PRISMA

(Preferred Reporting Items for Systematic Reviewsand Meta-Analyses) (Liberati et al., 2009).

4.2 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo de revisão sistemática da literatura de caráter descritivo e

qualitativo, constituído pelas produções científicas que abordam os efeitos do exercício de

fonação em tubos sobre a qualidade da voz, função glótica e/ou trato vocal em cantores.

4.3 Formulação da Pergunta e critérios de elegibilidade

Para formulação da pergunta de revisão, foi utilizada a estratégia P.I.O, em que P

corresponde à população, contexto e/ou situação-problema, I às intervenções e O ao desfecho,

sendo formulada a seguinte estratégia:

P= cantores

I= fonação em tubos – vidro, silicone (LaxVox) e canudo plástico

O= efeitos sobre a qualidade da voz, trato vocal e/ou função glótica

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A estratégia supracitada permitiu formular a seguinte questão norteadora: Quais os

efeitos da fonação em tubos sobre a qualidade da voz, trato vocal e/ou função glótica dos

cantores?

Para responder essa questão, foi realizada coleta de dados das publicações científicas

no dia 06 de fevereiro de 2017, considerando os critérios de inclusão e exclusão e as

estratégias de buscas nas bases de dados eleitas.

4.4 Critérios de inclusão

Foram elegíveis estudos clínicos observacionais, com cantores de ambos os gêneros,

profissionais e/ou estudantes de canto, com idade mínima de 18 anos, que abordassem os

exercícios de fonação em tubos de vidro, silicone (LaxVox) e/ou canudos plásticos, e

contivessem dados relativos aos seus efeitos na voz, trato vocal e/ou função glótica,

publicados online em português, espanhol ou inglês, sem restrição de tempo de publicação e

identificados de acordo com as bases de dados eleitas.

4.5 Critérios de exclusão

Foram excluídos relatos de casos e estudos com modelos experimentais

computacionais, monografias, dissertações, teses, revisões da literatura, livros, capítulos de

livros, cartas ao editor e/ou editoriais (estudos secundários).

4.6 Fonte de informação e estratégia de pesquisa para identificação dos

estudos

Como estratégia de busca bibliográfica nas bases de dados, foi realizada inicialmente

uma busca no site oficial da Cochrane Library e no Centre for Reviews and Dissemination -

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31

CRD, com o intuito de verificar se a revisão sistemática em questão já havia sido realizada

por outros pesquisadores.

A identificação dos estudos foi realizada a partir das seguintes bases de dados

eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS),

Scientific Electronic Library Online (Scielo), Cochrane e PubMed.

O acesso à base eletrônica LILACS foi feito através da Biblioteca Virtual em Saúde

(BVS), considerada um espaço de integração de fontes de informações em saúde, sendo

desenvolvida e operada pela BIREME (Centro Latino Americano e do Caribe de Informação

em Ciências da Saúde) nos idiomas inglês, português e espanhol.

A LILACS, criada 1985, constitui atualmente o principal índice e repositório da

produção científica e técnica em saúde nos países da América Latina e Caribe (AL&C). Seus

principais objetivos são o controle bibliográfico e a disseminação da literatura científico-

técnica latino-americana e do Caribe na área da Saúde, ausente das bases de dados

internacionais.

A Scielo é uma biblioteca eletrônica que abrange publicações cooperativa de

periódicos científicos de países em desenvolvimento, especificamente América Latina e

Caribe, sendo resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à

Pesquisa de São Paulo, em parceria com a Bireme - Centro Latino-Americano e do Caribe de

Informação em Ciências da Saúde.

A Cochrane Colaboration tem a finalidade de preparar, manter e promover o acesso a

informações de alta qualidade e a revisões sistemáticas (metanálíses) sobre efeitos de

intervenções em saúde. A Cochrane Library é um banco de dados publicado e atualizado

periodicamente por meio eletrônico e em CDs, representando o trabalho de cerca de 8.000

pesquisadores (Atallah, 2002).

A PubMed, base de dados da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos da

América (US National Library of Medicine's - NLM), abrange artigos de jornais científicos da

literatura biomédica, possibilitando a pesquisa bibliográfica de referências de artigos da área

da saúde.

A partir da questão de pesquisa foram selecionados os descritores que melhor se

adequassem e possibilitassem abranger todos os estudos relevantes sobre o tema nos idiomas

português, espanhol e inglês. Nos cruzamentos das palavras foram utilizados os conectores

booleanos “AND” e “OR”, sem o recurso de filtros. Foram utilizados os descritores DeCS,

MeSH (Quadro 1), com exceção dos termos “Semi-occluded vocal tract exercises” e

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32

“Semioccluded vocal tract exercises”, inseridos na pesquisa por se apresentarem

consistentemente em artigos científicos que abordam o uso do exercício de fonação em tubos.

Quadro 1 Número de publicações encontradas de acordo com as estratégias de busca

utilizadas em cada base de dados. Bases de

Dados

Estratégia de Busca Nº

LIL

AC

S

- Therapy AND Voice AND Phonation AND Voice disorders 55

- Therapy AND Voice AND Phonation AND dysphonia 31

- Voice training AND Phonation AND Voice disorders 22

- Voice training AND Phonation AND Dysphonia 10

- Voice Training AND Phonation AND Semi-occluded vocal

tract exercises OR Semioccluded vocal tract exercises

02

SC

IEL

O

- Therapy AND Voice AND Phonation AND Voice disorders 11

- Therapy AND Voice AND Phonation AND Dysphonia 05

- Voice training AND Phonation AND Voice disorders 10

- Voice training AND Phonation AND Dysphonia 03

- Voice Training AND Phonation AND Semi-occluded vocal

tract exercises OR Semioccluded vocal tract exercises

01

CO

CH

RA

NE

- Therapy AND Voice AND Phonation AND Voice disorders 22

- Therapy AND Voice AND Phonation AND Dysphonia 08

- Voice training AND Phonation AND Voice disorders 23

- Voice training AND Phonation AND Dysphonia 07

- Voice Training AND Phonation AND Semi-occluded vocal

tract exercises OR Semioccluded vocal tract exercises

01

PU

B

ME

D - ("therapy"[Subheading] OR "therapy"[All Fields] OR

"therapeutics"[MeSH Terms] OR "therapeutics"[All Fields])

840

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33

AND ("voice"[MeSH Terms] OR "voice"[All Fields]) AND

("phonation"[MeSH Terms] OR "phonation"[All Fields])

AND ("voice disorders"[MeSH Terms] OR ("voice"[All

Fields] AND "disorders"[All Fields]) OR "voice

disorders"[All Fields])

- ("therapy"[Subheading] OR "therapy"[All Fields] OR

"therapeutics"[MeSH Terms] OR "therapeutics"[All Fields])

AND ("voice"[MeSH Terms] OR "voice"[All Fields]) AND

("phonation"[MeSH Terms] OR "phonation"[All Fields])

AND ("dysphonia"[MeSH Terms] OR "dysphonia"[All

Fields])

325

- ("voice training"[MeSH Terms] OR ("voice"[All Fields]

AND "training"[All Fields]) OR "voice training"[All

Fields]) AND ("phonation"[MeSH Terms] OR

"phonation"[All Fields]) AND ("voice disorders"[MeSH

Terms] OR ("voice"[All Fields] AND "disorders"[All

Fields]) OR "voice disorders"[All Fields])

244

- ("voice training"[MeSH Terms] OR ("voice"[All Fields]

AND "training"[All Fields]) OR "voice training"[All

Fields]) AND ("phonation"[MeSH Terms] OR

"phonation"[All Fields]) AND ("dysphonia"[MeSH Terms]

OR "dysphonia"[All Fields])

79

- ("voice training"[MeSH Terms] OR ("voice"[All Fields]

AND "training"[All Fields]) OR "voice training"[All

Fields]) AND ("phonation"[MeSH Terms] OR

"phonation"[All Fields]) AND (Semi-occluded[All Fields]

AND vocal[All Fields] AND tract[All Fields] AND

("exercise"[MeSH Terms] OR "exercise"[All Fields] OR

"exercises"[All Fields] OR "exercise therapy"[MeSH Terms]

OR ("exercise"[All Fields] AND "therapy"[All Fields]) OR

"exercise therapy"[All Fields])) OR (Semioccluded[All

Fields] AND vocal[All Fields] AND tract[All Fields] AND

("exercise"[MeSH Terms] OR "exercise"[All Fields] OR

16

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34

"exercises"[All Fields] OR "exercise therapy"[MeSH Terms]

OR ("exercise"[All Fields] AND "therapy"[All Fields]) OR

"exercise therapy"[All Fields]))

Para padronização das referências identificadas, as mesmas foram exportadas para o

software Mendeley Desktop (https://www.mendeley.com) e em seguida exportadas para o

Microsoft Word (2016), sendo devidamente sequencializadas em ordem alfabética.

4.7 Seleção dos estudos

Inicialmente, foi realizada análise dos títulos e resumos verificando-se a relação com

os critérios definidos pela estratégia P.I.O e critérios de exclusão. A elegibilidade dos estudos

foi realizada por dois revisores, os quais não estavam cegos para os autores ou revistas. O

artigo na íntegra dos estudos preliminarmente elegíveis foi obtido e avaliado com o intuito de

verificar se todos os critérios de elegibilidade estavam contemplados.

4.8 Análise estatística

Os dados sobre a elegibilidade dos artigos (Apêndice A) foram tabulados no Microsoft

Office Excel (2016) e importados para o programa IBM® SPSS - Statistical Package for the

Social Sciences, versão 20 para Windows, no qual foram analisados. Para análise estatística,

foram utilizadas as técnicas univariada e bivariada para obtenção da distribuição dos valores

de frequência e de porcentagem. O Coeficiente Kappa também foi usado para mensurar o grau

de concordância entre os dois avaliadores do trabalho.

O Coeficiente Kappa é uma medida de associação que descreve e testa o grau de

concordância entre diferentes avaliadores em uma determinada classificação (Kotz, 1983). Os

valores Kappa possuem diferentes faixas segundo o grau de concordância que sugerem:

valores abaixo de 0,40 representam baixa concordância, valores situados entre 0,41 e 0,80

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35

representam concordância mediana e valores maiores que 0,81 representam excelente

concordância (Landis, 1977).

4.9 Extração de dados

Os estudos que contemplaram os critérios de elegibilidade foram avaliados e seus

dados foram extraídos de maneira padronizada, a saber: título do artigo, autores, ano de

publicação, país, periódico, objetivo, descrição do tipo de estudo, tamanho e perfil da amostra,

gênero musical e tempo de experiência com o canto, tipo de tubo utilizado (material, diâmetro

e comprimento, imerso ou não em água), descrição da tarefa fonatória, método de avaliação e

efeitos do exercício.

4.10 Risco de viés individual dos estudos

A análise do risco de viés dos estudos selecionados foi realizada utilizando a

ferramenta recomendada pelo Instituto Joanna Briggs (IJB) específica para estudos

transversais. Os artigos selecionados foram analisados quanto ao risco de viés adotando-se as

seguintes classificações: Baixo quando o estudo atingiu 70% ou mais de pontuação “sim”,

Moderado quando o estudo atingiu de 50% a 69% de pontuação “sim” e Alto quando o estudo

apresentou até 49% da pontuação “sim”.

O IJB desenvolveu o maior número de ferramentas para avaliação crítica da qualidade

metodológica de estudos (Zeng et al., 2015) a partir de teorias, métodos e processos rigorosos

para a avaliação e síntese dessas diversas formas de evidência, a fim de auxiliar na tomada de

decisões clínicas e nos cuidados de saúde.

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36

5 RESULTADOS

5.1 Seleção dos estudos

As buscas realizadas nas quatro bases de dados eletrônicas resultaram em uma amostra

de 1.715 trabalhos. Após a verificação dos registros duplicados, 995 foram avaliados. No

processo de leitura dos títulos e resumos, 886 estudos foram excluídos por não estarem de

acordo com os critérios de elegibilidade, desta forma 109 foram selecionados para leitura.

Após esta etapa, 78 artigos foram excluídos por não utilizarem o exercício de fonação em

tubos como método de intervenção, 02 por serem estudos de caso, 02 séries de casos, 03 por

terem sido realizados com modelos experimentais e 19 por utilizarem a fonação em canudos,

tubos de vidro e/ou de silicone em outras populações. Ao final, 05 artigos foram selecionados

para a presente revisão. O PRISMA flowchart demonstra o esquema de seleção (Figura 1).

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37

Figura 1 Fluxograma PRISMA de identificação e seleção dos artigos para revisão

sistemática.

5.2 Características dos estudos incluídos

Os estudos inclusos sobre o exercício de fonação em tubos com cantores foram

realizados entre os anos de 2012 e 2016, nos Estados Unidos (Gaskill e Quinney, 2012;

Maxfield et al., 2014), Chile (Guzman et al., 2013a), Suécia (Enflo et al., 2013) e Brasil

(Fadel et al., 2016). Destes, 02 foram publicados no Journal of Voice e 01 no Logopedics,

• Não estavam de acordo com os critérios de

elegibilidade = 886

TOTAL DE REGISTROS LOCALIZADOS = 1.715

TRIA

GEM

Registros excluídos (n = 103)

• Não utilizavam o exercício de fonação em

tubos = 78

• Estudos de caso = 02

• Séries de casos = 02

• Modelos experimentais = 03

• Não cantores = 19

SCIELO

(n = 30)

LILACS

(n = 120) PUBMED

(n = 1.504)

REGISTRO APÓS REMOÇÃO

DOS DUPLICADOS = 995

ARTIGOS SELECIONADOS

APÓS LEITURA DOS TÍTULOS

E RESUMOS = 109

COCHRANE

(n = 61)

ELEG

IBIL

IDA

DE

INC

LUÍD

OS

ARTIGOS INCLUÍDOS APÓS

LEITURA NA ÍNTEGRA = 05

IDEN

TIFI

CA

ÇÃ

O

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38

Phoniatrics, Vocology, Journal of Speech, Language, and Hearing Research e no CoDAS,

respectivamente, sendo 05 estudos em inglês e 01 em português. Quanto ao tipo dos estudos,

todos foram classificados como estudos clínicos transversais.

Em relação aos sujeitos pesquisados, observou-se que os tamanhos das amostras

variaram de 12 a 36 indivíduos, reunindo uma amostra total de 111 cantores de ambos os

gêneros, estudantes de música e cantores clássicos. As idades variaram entre 18 a 72 anos e o

tempo de experiência com o canto variou de 1 a 35 anos. O tipo de tubo mais frequente nos

estudos avaliados foi o tubo de vidro, estando presente em dois estudos (Gaskill e Quinney,

2012; Enflo et al., 2013), assim como a fonação em canudo que também foi realizada em dois

estudos (Guzman et al., 2013a; Maxfield et al., 2014). Apenas um estudo utilizou o tubo

LaxVox (Fadel et al., 2016) para intervenção.

Os métodos de avaliação utilizados pelos pesquisadores foram autoavaliação vocal,

análise perceptivo-auditiva, análise acústica, medidas aerodinâmicas e eletroglotografia,

sendo este último o mais frequente entre os trabalhos. Todos os estudos apresentaram efeitos

positivos após o exercício da fonação em tubos.

5.3 Risco de viés individual dos estudos

O nível de concordância para avaliar o risco de viés na seleção dos artigos entre os

avaliadores (ALFM e AMGDA) foi excelente, com Kappa = 0,88. O Kappa tem sido aplicado

em revisões sistemáticas (Silva et al., 2014; Souza et al., 2015) a fim de avaliar medidas de

concordância entre os avaliadores, as quais são dadas pela razão da proporção de vezes que há

concordância (corrigido por concordância devido ao acaso) com a proporção máxima de

vezes que os mesmos poderiam concordar (corrigida por concordância devido ao acaso).

Todos os estudos incluídos apresentaram risco de viés satisfatórios. Quatro estudos

apresentaram baixo risco de viés, enquanto apenas um apresentou risco de viés moderado. A

tabela 1 apresenta os critérios utilizados e o risco de viés individual dos estudos elegíveis.

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Tabela 1 Risco de viés individual específico para cada tipo de estudo de acordo com o checklist do Instituto Joanna Briggs.

Autores e ano Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 % Sim/Risco Risco de Viés

Enflo et al., 2013 I √ √ √ -- I √ √ 62,5% ++

Guzman et al., 2013 √ √ √ √ √ √ √ √ 100% +

Maxfield et al., 2014 √ √ √ √ √ √ √ -- 87,5% +

Fadel et al., 2016 √ √ √ √ √ √ √ √ 100% +

Gaskill e Quinney, 2012 √ √ √ √ -- I √ √ 75% +

Estudos transversais: Q1: Os critérios de inclusão da amostra estavam claramente definidos?; Q2: Os assuntos do estudo e a sua configuração foram descritas

em detalhes?; Q3: A exposição foi medida de forma válida e confiável?; Q4: Foram utilizados critérios objetivos e padrão para medir a condição?; Q5: Os

fatores de confusão foram identificados?; Q6: Foram abordadas estratégias para lidar com os fatores de confusão declarados?; Q7: Os resultados foram

medidos de forma válida e confiável? Q8: Foi utilizada análise estatística apropriada?.

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5.5 Resultados dos estudos individuais

Gaskill e Quinney (2012) compararam os efeitos da fonação em tubo de vidro no

quociente de contato glótico, com e sem instrução de tarefa, em 20 sujeitos com vozes

treinadas (estudantes de graduação e pós-graduação com treinamento vocal clássico) e

não treinadas. Como tarefa fonatória, foi solicitada a fonação de 12 repetições por pelo

menos 5 segundos cada, através do tubo de vidro, com tempo aproximado de 1 minuto.

Foi observado que houve um ligeiro aumento da F0 média e desvio padrão durante a

fonação em tubo nos grupos “não treinados e não instruídos - NTNI” e “ não treinados

instruídos - NTI” (122,25 e 121.30 Hz), apesar de terem sido orientados a manterem o

pitch e loudness de linha de base. O grupo “treinado não instruído - TNI” e “treinado

instruído -TI”, que foram orientados a auto-selecionar o pitch e loudness, também

mostraram um aumento da F0 e desvio padrão, com um aumento médio maior para o

grupo TI (143,56 Hz) do que o grupo TNI (125,56 Hz). Quanto ao quociente de contato

(QC), a análise de variância indicou uma tendência para o aumento do QC para todos os

participantes durante a fonação tubo, sendo observadas pequenas diferenças QC em

função da formação e instrução. O grupo TI apresentou melhor efeito pós-tubo (P =

0.035).

Enflo et al. (2013) utilizaram a fonação da vogal /u:/ por dois minutos em tubo

de vidro imerso 1- 2 cm sob a superfície da água em um recipiente em uma amostra de

12 cantoras, com o objetivo de testar quatro hipóteses: (a) a fonação em tubo de

ressonância submerso na água produz efeitos audíveis; (b) esta técnica afeta o limiar de

pressão de colisão e pressão de fonação; (c) o efeito sonoro desta técnica é menor para

indivíduos com maior formação em canto e/ou pratica de canto diária; (d) o efeito da

técnica sobre a pressão de colisão e pressão de limiar de fonação é menor para esses

mesmos sujeitos. Os resultados apresentaram aumento significativo do limiar de pressão

de colisão (p = 0,011) e tendem a melhorar a qualidade da voz percebida em 57,4% da

amostra, sendo este efeito maior em cantoras que não praticavam o canto diariamente.

Guzman et al. (2013a) realizou estudo com 36 cantores com o objetivo de

determinar a influência dos tubos de ressonância (canudo de plástico) e fonação com

vibrato no quociente de fechamento glótico. Foram executadas quatro tarefas fonatórias

em intensidade e frequência confortáveis: vogal sustentada /a/ sem vibrato, fonação

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sustentada em tubo sem vibrato, vogal /a/ sustentada com vibrato e fonação sustentada

em tubo com vibrato. A F0 correlacionou significativamente com o QC tanto nos

homens quanto nas mulheres (P <0,001), sendo improvável que as variações individuais

de F0 tenham afetado o QC glótico. Por meio da EGG, observou-se um aumento na

variabilidade do QC durante a fonação do tubo quando comparado com a fonação das

vogais. Embora houvesse uma diminuição nos valores médios de QC ao comparar

fonação de vogal, não foi verificado efeito estatisticamente significativo no QC durante

a fonação ou fonação do tubo com vibrato. No entanto, a análise intrasujeito

demonstrou que a diminuição do QC durante a fonação do tubo, pode ter valor

terapêutico no tratamento de alguns pacientes com distúrbios de voz hiperfuncionais.

Maxfield et al. (2014) utilizaram canudos em diferentes diâmetros e

comprimentos e também imersos em água em cantores e não cantores para medir a

pressão intraoral produzida por 13 gestos dos ETVSO através da EGG. Os sujeitos

foram equipados com um microfone na cabeça e um transdutor de pressão foi utilizado

para medir a pressão intraoral através de um tubo flexível de PVC inserido na cavidade

oral. Cada sujeito executou as seguintes tarefas fonatórias: 1) três frequências

semelhantes a sirene (deslizando a partir de sua menor frequência para o topo de sua

gama de afinação e retomando para fonação inicial) em intensidade confortável; 2) três

fonações sustentadas realizadas durante 3 a 5 segundo em frequência e intensidade

identificadas como confortáveis; 3) uma fonação sustentada realizada durante 3 a 5

segundos em frequência confortável e o mais suave possível; 4) uma fonação sustentada

realizada por 3 - 5 segundos em frequência confortáveis e tão alto quanto possível. Os

resultados demonstram que a fonação em canudos de menor diâmetro (homens= 0,9kPa;

mulheres= 0,7kPa) e em tubos imersos em água (homens= 1,5kPa; mulheres= 1,1kPa)

proporcionam resistência comparável ou superior à resistência glótica, o que pode ser

uma forma de adequar e controlar a pressão intraoral durante o ETVSO.

Fadel et al. (2016) utilizaram o tubo LaxVox em 23 cantores estudantes de

música para analisar seus efeitos através da autoavaliação vocal, análise perceptivo-

auditiva e acústica. Foi realizado vocalização da vogal “u”, vocalização da vogal “u” em

glissandos e vocalização da vogal “u” em escala em tubo submerso a dois centímetros

na água contida em garrafa de água mineral de 500 ml. A maioria dos cantores referiram

melhor emissão pós-exercício, tanto na fala quanto no canto (91,30% - 21). Os cantores

referiram modificações positivas geradas na fonte glótica durante a fala (85,7%-18) e

canto (57,1%-12). Na opinião dos juízes, não houve diferenças entre emissões pré e pós

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exercício na avaliação perceptivo-auditiva da vogal sustentada (p= 0,001) e canto (p=

0,005). A análise acústica da vogal indicou aumento da F0 e redução da proporção

Glottal to Noise Excitation (GNE) pós-exercício.

Em síntese, o quadro 2 apresenta em ordem de publicação as principais

características dos estudos supracitados.

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Quadro 2 Relação dos trabalhos analisados por títulos, autores, ano, países, periódicos, objetivos, tipo de estudos, amostras e idades, gêneros

musicais e tempo de experiência, tipos de tubos, tarefas fonatórias, métodos de avaliação e efeito.

Nº Título Autor/Ano País Periódicos Objetivo Tipo de estudo Amostra(n)/

Idade

Gênero musical/

Tempo de

experiência

Tipo de tubo Tarefa

fonatória

Método de

avaliação

Efeitos

1 The effect of

resonance tubes on

glottal contact

quotient with and without task

instruction: a

comparison of trained and

untrained voices.

Gaskill e

Quinney,

2012

Estados

Unidos

Journal of Voice Comparar os efeitos da

fonação em tubo no

quociente de

contato glótico, com e sem instrução de tarefa,

em vozes treinadas

e não treinadas.

Caso-controle

20♂

19-43 anos

Estudantes de

graduação e pós-

graduação, sem e

com treinamento

vocal clássico,

com pelo menos

5 anos de

experiência.

Tubo de

vidro, 8 mm

de diâmetro e

50 cm.

Fonação de 12

repetições por

pelo menos 5

segundos cada em um tubo de

ressonância,

com tempo aproximado de 1

minuto.

Eletroglotografia

e análise acústica.

O QC alterou

considerável-

mente para

quase todos os participantes

durante a fonação

tubo, sendo observadas

pequenas

diferenças QC em função da

formação e

instrução. O grupo treinado e

instruído

apresentou melhor efeito pós-tubo.

2 Effects on vocal

fold collision and

phonation threshold pressure of

resonance tube

phonation with tube end in water.

Enflo et al.,

2013

Suécia Journal of Speech,

Language, and

Hearing Research

Hipóteses: (a) fonação

em tubo submerso na

água produz efeitos audíveis; (b)

afeta o limiar de pressão

de colisão e de fonação; (c) o efeito sonoro desta

técnica é menor para

indivíduos com maior formação em canto e /ou

prática de canto diária;

(d) o efeito da técnica sobre a pressão de

colisão e pressão de

limiar de fonação é menor

para esses mesmos

sujeitos.

Transversal 12♀

26-40 anos Canto clássico

com + 3 anos de

experiência e

sem treinamento

formal de canto,

porém com

experiência em

coral de alto

nível (Mezzo-

sopranos).

Tubo de vidro

com 27 cm,

imerso 1-2 cm

sob a

superfície da

água em um

recipiente.

Fonação da

vogal /u:/ por

dois minutos.

Avaliação

perceptivo-

auditiva, EGG e cálculo da pressão

de colisão do limiar de fonação.

A fonação do tubo

de ressonância

aumentou significativa-

mente o limiar de

pressão de colisão e tendem a

melhorar a

qualidade da voz percebida, sendo

este efeito maior

em cantoras que não praticavam o

canto diariamente.

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3 Changes in glottal

contact quotient during resonance

tube phonation and

phonation with vibrato.

Guzman et

al., 2013a

Chile Journal of Voice Determinar a influência

dos tubos de ressonância e fonação com vibrato

no quociente de

fechamento glótico.

Transversal 13♂

23♀ 19-62 anos

Clássicos

(sopranos,

mezzo-sopranos,

alto, tenores,

barítonos e

baixos);

5 a 20 anos de

experiência

Canudo de

plástico com

5 mm de

diâmetro

interno e 33,8

cm.

4 tarefas

fonatórias: vogal sustentada /a/

sem vibrato,

fonação sustentada em

tubo sem

vibrato, vogal /a/ sustentada

com vibrato e

fonação

sustentada em

tubo com

vibrato. O protocolo durou

cerca de 15 min.

EGG. Não foi verificado

efeito estatisticamente

significativo

no quociente de contato durante os

exercícios.

No entanto, a análise intrasujeito

demonstra

diminuição do QC

durante a fonação

do tubo.

4 Intraoral pressures

produced by

thirteen semi-

occluded vocal tract

gestures.

Maxfield et

al., 2014

Estados

Unidos

Logopedics,

Phoniatrics,

Vocology

Medir a pressão intraoral

produzida por 13

gestos geralmente

considerados como

semioclusões orais.

Transversal 10♂

10♀

20–72 anos

N.E.

1 a 35 anos de

experiência

Um canudo

fino; canudo

de 6mm de

diâmetro e

19,5 cm de

comprimento;

canudo longo

e curvado

imerso a 7 cm

de

profundidade

na água.

1) três

frequências

semelhantes a

sirene; 2) três

fonações

sustentadas

durante 3 a 5

segundos; 3)

fonação

sustentada

durante 3 a 5

segundos em

frequência

confortável e

suave; 4) uma

fonação

sustentada 3 a 5

seg. em

frequência

confortável e

alto.

EGG e medidas

de pressão

intraoral.

A fonação em

canudos de menor

diâmetro e em

tubos imersos em

água,

proporcionam

resistência

comparável ou

superior à

resistência glótica,

o que pode ser

uma forma de

adequar e

controlar a pressão

intraoral durante o

ETVSO.

5 Efeitos imediatos

do exercício de trato vocal

semiocluído com

Tubo LaxVox em

Fadel et al.,

2016

Brasil CODAS Analisar os efeitos

imediatos dos ETVSO com tubo LaxVox®.

Transversal 10♂

13♀

18-47 anos.

Estudantes de

música;

N.E

Tubo

LaxVox®,

submerso a 2

cm em garrafa

de água

mineral de

1º min.: fonação

no tubo da vogal “u” em tom e

volume

habituais; 2º min.: fonação

em glissandos

Autoavaliação

vocal, análise perceptivo-

auditiva e

acústica.

A maior parte dos

cantores referiu melhor emissão

pós-exercício. Não

houveram diferenças entre

emissões pré e

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46

cantores.

500 ml. ascendentes e

descendentes; 3º min.: fonação

escalas

ascendentes e descendentes.

pós-exercício na

avaliação perceptivo-

auditiva; A análise

acústica indicou aumento F0 e

redução da GNE

pós-exercício.

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47

5.6 Risco de viés

Os estudos selecionados para esta revisão sistemática foram considerados

heterogêneos, não havendo compatibilidade de dados que permitisse a realização de

uma meta-análise.

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6 DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi, por meio de uma revisão sistemática da

literatura, verificar os efeitos da fonação em tubos sobre a qualidade da voz, função

glótica e/ou trato vocal dos cantores. A fonação em tubos tem sido objeto de

investigação na literatura científica (Lima et al., 2015). Esse método tem demonstrado

efeitos benéficos sobre a propriocepção laríngea e trato vocal (Costa et al., 2011; Paes et

al., 2013; Dargin e Searl, 2015), sendo usado por cantores para potencializar a qualidade

e extensão da voz (Laukkanen et al., 2008).

Para mensuração dos efeitos sobre a qualidade vocal dos cantores após a

realização dos exercícios de fonação em tubos, os estudos incluídos nesta revisão

utilizaram parâmetros subjetivos, como a autoavaliação vocal e a avaliação perceptivo-

auditiva, considerada padrão ouro para análise da qualidade vocal. Essas avaliações se

configuram como um marco inicial no diagnóstico dos distúrbios da voz e no

aperfeiçoamento vocal, sendo instrumentos fundamentais e de baixo custo para a

implementação de uma proposta terapêutica adequada e para o autogerenciamento do

processo de evolução do indivíduo (Cielo et al., 2008).

Neste sentido, Fadel et al. (2016), avaliando a qualidade vocal de 23 indivíduos,

verificaram, após o uso do tubo “LaxVox”, que a maioria dos cantores pesquisados

referiram melhor emissão vocal tanto na fala quanto no canto, sendo observada maior

percepção quanto às modificações geradas na fonte glótica, como estabilidade vocal e

menos tensão durante a fonação na fala e, modificações positivas quanto ao brilho,

projeção vocal (filtro) e conforto fonatório durante a atividade de canto. Da mesma

forma, Enflo et al. (2013), apresentaram resultados semelhantes após a fonação em tubo

de vidro imerso 1 a 2 cm sob a superfície da água, com melhora da função e do conforto

fonatório. Esses efeitos podem estar relacionados à diminuição do esforço fonatório

promovida pela alteração da impedância do trato vocal durante a realização do

exercício, aumentando assim a interação entre fonte e filtro (Titze, 2006; Cielo et

al.,2013; Fadel et al., 2016).

A ressonância retroflexa causada pela semioclusão do trato vocal é de

fundamental importância para a voz, pois modifica o padrão de vibração das pregas

vocais e possibilita uma fonação mais eficiente e econômica em termos de colisão dos

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tecidos (Titze, 2002b, 2006; Sampaio et al., 2008; Laukkanen et al., 2012; Guzman et

al., 2017), o que pode diminuir os riscos de desenvolvimento de sintomas vocais

auditivos e sensoriais, como rouquidão, falhas e quebras na voz, coceira na garganta,

garganta irritada e secura (Guzman, 2012; Mendes et al., 2016), bem como prevenir o

surgimento de alterações organofuncionais, as quais podem gerar prejuízos importantes

na carreira e qualidade de vida dos cantores.

Como complemento às avaliações vocais subjetivas, a análise acústica tem o

objetivo de quantificar e caracterizar o sinal sonoro, possibilitando a distinção entre uma

voz de qualidade normal e patológica, ou mesmo identificando e sugerindo possíveis

alterações laríngeas. Os parâmetros acústicos comumente utilizados são frequência

fundamental (F0), definida como o número de vibrações por segundo produzidas pelas

pregas vocais, medidas de perturbação da frequência (jitter), medidas de perturbação da

amplitude (shimmer), medidas de ruído (Harmonics-to-Noise Ratio - HNR) e os

formantes (F1, F2, F3 e F4), que são produzidos por mecanismos articulatórios e

modificados através de ajustes específicos do trato vocal (Oliveira et al., 2011; Vieira et

al., 2015).

Através deste método, Gaskill e Quinney (2012) observaram aspectos

relacionados ao trato vocal dos cantores após a fonação em tubo de vidro no ar, sendo

verificado uma pequena diferença no intervalo entre F1 - F0 em cantores, sugerindo que

o treinamento vocal realizado por esses profissionais da voz pode gerar um

condicionamento da configuração do trato vocal, induzindo ao mesmo padrão de

fechamento glótico independente da tarefa fonatória empregada. Além disso, houve uma

redução de F1, o que pode indicar que, independente do treinamento vocal ou instrução

para realização do exercício, o aumento da extensão do trato e frequência vocal criaram

uma carga que permite o aumento do quociente de contato (QC). No que diz respeito à

F0, Fadel et al. (2016), utilizando o tubo LaxVox, referiram um deslocamento da mesma

em direção aos agudos ocasionado pela utilização de tarefas fonatórias em glissandos e

escalas, ativando a ação do músculo cricotireoideo durante a realização do exercício

(Laukkanen et al., 2008), o que pode auxiliar na ampliação da tessitura vocal do cantor.

Para avaliação dos efeitos da fonação em tubos sobre a função glótica, os

estudos abordados nesta revisão sistemática utilizaram a eletroglotografia (EGG), que

consiste em um método não-invasivo empregado para monitorar a movimentação das

PPVV durante a fonação por meio de eletrodos fixados lateralmente à cartilagem

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cricóide, em indivíduos com ou sem distúrbios da voz (Casselli et al., 2007; Gaskill e

Quinney, 2012; Andrade et al., 2013).

Por meio da EGG, Gaskill e Quinney (2012) verificaram aumento do QC

durante a fonação em tubo de vidro no ar. Por outro lado, Guzman et al. (2013a),

referiram uma diminuição do QC na análise intrasujeito durante a fonação em canudo

plástico estreito. Isso torna-se importante, uma vez que pode influenciar de maneira

positiva para uma maior economia vocal e apresentar valor terapêutico no tratamento de

cantores diagnosticados com distúrbios da voz hipercinéticos, caracterizados pelo

excesso de tensão da musculatura intrínseca e extrínseca da laringe (Cielo et al., 2013;

Cielo et al., 2014; Andrade et al., 2016).

Na pesquisa realizada por Enflo et al. (2013) houve aumento significativo da

pressão do limiar de colisão (PLC) após o exercício. Os autores referem que uma

possível justificativa para este achado diz respeito a pressão oral pulsante causada pela

fonação em tubo imerso em água, que pode gerar efeito semelhante a uma massagem

nas paredes do TV e PPVV, influenciando nas propriedades biomecânicas da produção

vocal. Além disso, foi verificado aumento da amplitude do sinal da EGG em cantoras

após o exercício, sugerindo uma maior área de contato das PPVV causada pelo aumento

do fluxo sanguíneo nos tecidos que as compõem.

Maxfield et al. (2014) apresentaram resultados que indicam que o exercício de

fonação em canudo de 3,5 mm de diâmetro produziu pressões consistentes entre os

indivíduos de ambos os gêneros, podendo ser justificado pelo fato de que o menor

diâmetro do canudo fornece uma maior precisão para semioclusão do TV. Por outro

lado, os tubos de maiores diâmetros proporcionaram uma resistência glótica suficiente

apenas para os participantes do sexo masculino devido as peculiaridades

anatomofisiológicas de PPVV encontradas entre homens e mulheres. Assim, tubos

maiores de 3,5 mm de diâmetro podem não oferecer pressões intraorais desejáveis para

uma terapia vocal eficiente e efetiva.

Por fim, verifica-se que a fonação em tubos tem ganhado cada vez mais destaque

na literatura científica, embora ainda seja um tema escasso, especialmente quando se

trata de ensaios clínicos randomizados. Este trabalho avaliou os efeitos vocais

realizados através de estudos do tipo observacional em função da não disponibilidade de

ensaios clínicos randomizados, podendo ser considerada uma limitação do estudo.

Ensaios clínicos randomizados controlados que utilizem a técnica vocal de fonação em

tubos em cantores são encorajados, para que possíveis vieses sobre as relações causa-

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efeito possam ser reduzidos, melhorando, dessa forma, a qualidade da assistência à

saúde.

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7 CONCLUSÃO

Os resultados da presente revisão sistemática demonstraram efeitos positivos

sobre a qualidade da voz, com maior conforto fonatório, projeção vocal e emissão mais

econômica após o tubo de vidro imerso em água e LaxVox. A fonação em tubo de vidro

no ar gerou uma redução de F1, demonstrando aumento de toda a extensão do trato

vocal. Observou-se ainda que o aumento ou redução da F0 pode estar relacionado à

escolha da tarefa fonatória empregada durante o exercício e que o aumento da pressão

do limiar de colisão através da fonação em tubo de vidro imerso em água pode gerar um

efeito de massagem em todo o trato vocal. Os efeitos vocais apresentados após poucos

minutos da realização da fonação em tubos podem favorecer o processo de aquecimento

vocal e evitar o desenvolvimento de distúrbios da voz, tendo em vista que esses

profissionais apresentam grande demanda física e energética dos órgãos

fonoarticulatórios envolvidos no canto.

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APÊNDICE A - Instruções para seleção dos estudos

Instruções para seleção dos estudos – Femina et al. (2008)

1º – Verificação dos estudos repetidos - sinalizar o título do artigo repetido na COR

ROSA.

Fase I – Leitura dos títulos e resumos:

➢ O estudo foi realizado com cantores?

➢ Trata-se de um estudo primário que aborde temáticas relacionadas à

terapia/treinamento vocal?

➢ O estudo aplicou a fonação em canudos como método de intervenção?

1º Identificação da relação com a estratégia PVO - sinalizar o estudo na COR

VERMELHA;

2º Caso não fique claro a relação com os critérios de inclusão da pesquisa, obter

artigo na íntegra – sinalizar o estudo na COR AMARELA;

3º Caso os estudos sejam do tipo secundário (revisões, monografias, dissertações,

teses e livros - sinalizar na COR AZUL;

4º Publicações que não estiverem de acordo com os critérios de seleção – sinalizar na

COR CINZA.

➢ A relação resultante terá os textos completos acessados para dar continuidade

ao processo de seleção.

Fase II - Litura crítica dos textos completos

➢ Realizar leitura dos artigos selecionados na cor VERMELHA e

AMARARELA na fase anterior para verificar se realmente estão de acordo

com os critérios de elegibilidade;

➢ Tabular os resultados obtidos pelos dois avaliadores para avaliação do nível

de concordância (Kappa) (Silva et al., 2014; Souza et al., 2015).

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