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AN02FREV001/REV 4.0 71 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação

CURSO DE

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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CURSO DE

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO III

3 PARÂMETROS DE CONTROLE

3.1 A COLIMAÇÃO DO FEIXE

Os colimadores são dispositivos responsáveis pela restrição da exposição

do paciente à região a ser analisada no exame. Além disso, também permitem a

diminuição da dose de exposição de radiação no paciente e melhoram a qualidade

das imagens. Há os colimadores pré-paciente (o feixe é colimado assim que sai do

tubo) e pós-paciente (o feixe é novamente colimado ao entrar em contato com o

detector), como pode ser visto na figura 45.

FIGURA 45. TIPOS DE COLIMADORES

FONTE: MARCONATO (2005).

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A colimação do feixe é um procedimento de extrema importância, já que está

relacionada à espessura do corte, ou seja, à região que será analisada, refletindo

diretamente na sensibilidade do exame. Portanto, ela é responsável por evitar o

espalhamento, fazendo com que as linhas do feixe apresentem um aspecto alinhado

e organizado.

As espessuras de corte devem estar compreendidas na faixa de 1mm a 10

mm, podendo ter especificações predefinidas para determinados exames, a fim de

garantir uma melhor qualidade da imagem, ou seja, ausência de ruídos. Espessuras

de cortes muito finas tendem a gerar mais ruídos quando comparadas às

espessuras mais largas, ou seja, apresentam uma resolução inferior. Na figura 46

encontramos a comparação entre duas espessuras distintas. Em A podemos

verificar um corte de 1mm, portanto, menor resolução quando comparada à

espessura de 10mm de B.

FIGURA 46. RESOLUÇÕES COM RELAÇÃO À ESPESSURA DOS CORTES

FONTE: MARCONATO (2005).

Os principais tipos de cortes realizados na tomografia computadorizada são:

os cortes axiais (Figura 47), os cortes coronais (Figura 48) e os cortes sagitais

(Figura 49).

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FIGURA 47. CORTES AXIAIS

FONTE: Disponível em: <http://radioinmama.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2012.

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FIGURA 48. CORTES CORONAIS

FONTE: Disponível em: <http://radioinmama.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2012.

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FIGURA 49. CORTES SAGITAIS

FONTE: Disponível em: <http://radioinmama.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2012.

3.2 EIXOS DE CORTE; O FATOR MAS

Os eixos de corte representam delimitações realizadas para dar passagem

ao raio central do feixe. Esses eixos são definidos antes do início do exame e

permitem a mensuração das distâncias entre os diversos cortes realizados. A

escolha dos eixos está relacionada à qualidade das imagens obtidas posteriormente,

pela quantidade de dados gerados.

Há um fator responsável por determinar o quanto da região do corpo

humano deve ser irradiado. Esse fator é denominado Fator Pitch ou Fator Passo. O

Fator Pitch (Figura 50) relaciona a distância dos eixos de corte com a espessura de

corte, e o indicado é que esse valor seja sempre igual a um.

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FIGURA 50. FATOR PITCH

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FONTE: Disponível em: <http://radioinmama.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2012.

De acordo com a primeira parte da figura 50 podemos concluir que valores

iguais que um para o Fator Pitch são os ideais, já que valores maiores que um não

há reconstrução e valores menores que um há a superposição de eixos. Já na

segunda parte da figura 50 podemos concluir que o aumento no Fator de passo gera

um aumento no espaçamento do espiral.

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Fator mAs – Fator associado à corrente – Tempo de exposição

A corrente do cátodo do tubo de raios X é responsável pela determinação do

número de elétrons que serão liberados pelo tubo. O fator responsável por esse

controle da quantidade de elétrons é denominado de Fator mAs (miliamperes por

segundo). Diante disso, quanto maior a corrente, maior o número de elétrons

liberados do tubo, maior o fator mAs. Na Tomografia Computadorizada o valor da

corrente é mantido constante durante todo o processo.

De acordo com o exposto, há vantagens e desvantagens com relação ao

aumento do Fator mAs, como:

Vantagens:

Aumento no contraste;

Feixes mais intensos;

Aumento na qualidade da imagem.

Desvantagens:

Aumento da radiação secundária;

Formação de ruídos nas imagens;

Exigência de maior incidência de radiação no paciente (maior dose);

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Tubo de raios X sobrecarregado;

Desgaste do tubo de raios X.

Em algumas situações é necessário o aumento do Fator mAs, como por

exemplo em exames envolvendo regiões com alta capacidade de absorção como a

coluna lombar, a pelve etc. Já regiões de alto contraste anatômico, necessitam de

um Fator mAs inferior, como o ouvido interno e os pulmões.

Na figura 51 encontramos um exemplo de como o aumento do fator mAs

melhora a qualidade da imagem.

FIGURA 51. COMPARAÇÃO ENTRE A RESOLUÇÃO DE IMAGENS. EM A = 40

MAS E B = 140 MAS

FONTE: MARCONATO (2005).

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3.3 A ALTA TENSÃO (KV)

É pela ação da alta tensão (kV) que os elétrons são liberados do catódio em

direção ao anódio (Figura 52). O valor da alta tensão está relacionado à penetrância

do feixe de raios X. Quanto maior o seu valor, maior será a penetrância. Esse fato é

devido a maior aceleração dos elétrons.

FIGURA 52. CIRCUITO ELÉTRICO

FONTE: Disponível em: <http://radioinmama.com.br>. Acesso em: 10 nov. 2012.

A faixa de tensão aplicadas ao tubo é de 80 a 140 kV. O aumento da tensão

também apresenta vantagens e desvantagens como:

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Vantagens:

Redução no ruído da imagem;

Geração de elétrons mais energéticos.

Desvantagens:

Desgaste do tubo de raios X;

Necessidade de aumento da dose de irradiação no paciente;

Elevação do aquecimento do tubo de raios X;

Redução do contraste entre tecidos moles.

3.4 O TEMPO DE ROTAÇÃO DO TUBO

O tempo de rotação do tubo é o tempo gasto no percurso de 360º, que

corresponde a uma volta completa em torno do paciente (Figura 53).

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FIGURA 53. ROTAÇÃO DO TUBO DE RAIOS X EM TORNO DO PACIENTE

FONTE: Disponível em: <http://www.radioinmama.com.br>. Acesso em: 12 nov. 2012.

Normalmente, esse tempo de rotação tem duração de até quatro segundos,

porém, em tomógrafos mais modernos esse tempo pode chegar a 0,5 segundos.

O aumento do tempo de rotação do tubo pode gerar as seguintes

consequências:

Redução da intensidade da corrente que alimenta o catódio;

Redução do calor gerado no tubo de raios X;

Maior probabilidade de geração de artefatos de imagem;

Movimento

contínuo da

mesa

Volume

imaginado

Movimento

de

Rotação do tubo

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Necessidade de um maior tempo para a realização do exame

tomográfico.

3.5 ALGORITMOS DE RECONSTRUÇÃO

Um parâmetro importante relacionado à qualidade da imagem é o campo de

visão (FOV), que corresponde ao valor do diâmetro máximo na imagem

reconstruída, valor este compreendido dentro do intervalo de 12 cm a 50 cm.

A escolha do melhor FOV (Figura 54) está relacionada a melhor qualidade

de resolução da imagem. Quanto menor o FOV, menor a dimensão dos pixels,

melhor a resolução da imagem. Lembrando que um campo de visão muito

minimizado pode excluir sinais evidentes de doença na região analisada. Deve haver

critério na escolha.

FIGURA 54. TAMANHO DO FOV

FONTE: MARCONATO (2005).

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Exemplos de FOV:

Crânio: 24 cm

Tórax: 35 cm (paciente normal)

42 cm (paciente acima do peso)

A aquisição da imagem é feita como já descrito anteriormente (Figura 55).

FIGURA 55. AQUISIÇÃO DA IMAGEM

FONTE: MARCONATO (2005).

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A reconstrução das imagens (Figura 56) é feita por meio de algoritmos, que

correspondem a recursos matemáticos realizados por programas computacionais

específicos. Para cada indicação médica e área a ser analisada há um algoritmo

apropriado.

FIGURA 56. ESQUEMA DO PROCESSO DE RECONSTRUÇÃO DA IMAGEM

FONTE: MARCONATO (2005).

Os dados para a reconstrução das imagens são obtidos da seguinte forma:

Os detectores medem a quantidade de raios X que foi capaz de

atravessar o paciente: a quantidade de radiação absorvida depende da estrutura

avaliada, ou seja, da sua densidade (coeficiente de atenuação - µ) (Figura 57).

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FIGURA 57. RELAÇÃO DA ATENUAÇÃO DO MATERIAL COM A SUA

ESPESSURA

FONTE: MARCONATO (2005).

Na imagem abaixo, podemos ver a seguinte relação:

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Em que:

I = intensidade detectada;

I0 = intensidade emitida;

L = espessura que foi atravessada;

µ = coeficiente de atenuação.

O coeficiente de atenuação (µ) permite aos profissionais diagnosticar

doenças, devido ao contraste óptico gerado pelas diferenças de atenuações das

regiões do corpo. O coeficiente é calculado pelo computador por meio da seguinte

fórmula:

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Em que L é dado por:

L =

FIM DO MÓDULO III