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Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e
Manejo de Vida Silvestre
Avifauna dos campos rupestres e dos campos de
altitude do leste do Brasil: levantamento, padrões de
distribuição geográfica, endemismo e conservação
Marcelo Ferreira de Vasconcelos
Belo Horizonte
2009
Avifauna dos campos rupestres e dos campos de
altitude do leste do Brasil: levantamento, padrões de
distribuição geográfica, endemismo e conservação
Marcelo Ferreira de Vasconcelos
Tese apresentada ao programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre, da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de doutor.
Orientador: Dr. Fernando Amaral da Silveira
Co-orientador: Dr. Karl-Lüdwig Schuchmann
Belo Horizonte
2009
I
ACRÔNIMOS DAS INSTITUIÇÕES
AMNH - American Museum of Natural History, New York.
ASEC - Arquivo Sonoro Prof. Elias Coelho, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro.
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
CBRO - Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos.
DZUFMG - Coleção Ornitológica do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte.
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
IEF -MG - Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais.
LMJ - Steiermärkisches Landesmuseum Joanneum, Graz.
MBML - Museu de Biologia Mello Leitão, Santa Teresa.
MCN - Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo
Horizonte.
MCP - Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre.
MHNCI - Museu de História Natural Capão da Imbuia, Curitiba.
MHNT - Museu de História Natural de Taubaté, Taubaté.
MNHN - Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris.
MNHNL - Museu Nacional de História Natural de Lisboa, Lisboa.
MNRJ - Museu Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém.
MZUSP - Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo.
NKMBA - Naturkunde-Museum, Bamberg.
NMW - Naturshistorisches Museum, Wien.
SG - Coleção Rolf Grantsau, São Bernardo do Campo.
UFMT - Coleção Ornitológica do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Mato
Grosso, Cuiabá.
UFPE - Coleção Ornitológica do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de
Pernambuco, Recife.
UNIVAP - Universidade Vale do Paraíba, Jacareí.
ZISP - Zoologicheskii Institut, Sankt-Peterburg.
ZMB - Museum für Naturkunde, Berlin.
ZMUC - Zoologisk Museum University of Copenhagen, København.
ZSM - Zoologische Staatssammlung, München.
II
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer ao Dr. Fernando Amaral da Silveira por ter
me orientado no decorrer do presente estudo. Apesar de trabalhar principalmente com
sistemática de abelhas, ele me aceitou como seu primeiro aluno que estuda aves.
Embora isso pareça estranho, compartilhamos muitas idéias em comum, especialmente
sobre biogeografia, história natural e importância das coleções taxonômicas. Trabalhar
com ele durante estes últimos anos foi muito prazeroso, além de bastante instrutivo.
O Dr. Karl-Lüdwig Schuchmann foi o meu co-orientador. Apesar de morar do
outro lado do Oceano Atlântico, ele esteve, neste período, durante duas ou mais vezes
por ano no Brasil, quando pôde me dar toda sua atenção com relação às minhas
pesquisas. Ele também foi o responsável pela obtenção do financiamento da Brehm
Fonds, que possibilitou algumas das minhas expedições. Além disso, ele me enviou
importantíssima bibliografia (livros, revistas e artigos) que muito me auxiliou na
preparação desta tese.
Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos aos membros da banca
examinadora: Dr. José Rubens Pirani, Dr. Alexandre Salino, Dr. Marco Aurélio Leite
Fontes e Dr. Marcos Rodrigues, pelas importantes contribuições a este trabalho. Os Drs.
José Rubens Pirani e Alexandre Salino discutiram importantes aspectos sobre a
biogeografia dos campos rupestres e de altitude. O Dr. Marco Aurélio Leite Fontes teve
toda boa-vontade em me ensinar os princípios, os meios e os fins das análises
multivariadas. O Dr. Marcos Rodrigues foi quem viu todo esse projeto iniciar, quando
foi meu orientador de mestrado, entre 1999 e 2001, estando sempre pronto a apoiar
minhas pesquisas, além de me permitir livre acesso ao DZUFMG ao longo destes
últimos anos. Além destes, agradeço aos Drs. Mário Alberto Cozzuol e Paulo Christiano
de Anchietta Garcia por aceitarem participar como membros suplentes da banca
examinadora.
Sou especialmente grato às seguintes instituições que forneceram importante
apoio financeiro para a realização de expedições às montanhas do leste brasileiro:
Brehm Fonds, Associação Montanhas do Espinhaço, Conservação Internacional, World
Wildlife Fund e United States Agency for International Development. O financiamento
concedido pela Brehm Fonds (Brehm Fonds Mata Atlântica Brasilienprojekt)
III
possibilitou a compra de um veículo 4 X 4, além de diversos apoios em campo,
facilitando a pesquisa em áreas remotas da Cadeia do Espinhaço e da Serra da
Mantiqueira. Graças ao apoio da Conservação Internacional (projeto Fragmentos
Florestais da APA Fernão Dias), foi possível amostrar topos de montanha ainda
desconhecidos na Serra da Mantiqueira.
A CAPES forneceu-me uma bolsa de doutorado e o AMNH concedeu-me uma
collection study grant para o estudo de espécimes coletados nas montanhas brasileiras
que se encontram depositados nesta instituição.
O IBAMA emitiu licenças para a coleta de exemplares da avifauna e o IEF-MG
permitiu a pesquisa em algumas unidades de conservação.
Agradeço carinhosamente à minha esposa, Prinscila Neves Vasconcelos, que
sempre esteve ao meu lado e me auxiliou em todas as atividades de pesquisa,
principalmente no árduo processo de taxidermia de centenas de espécimes
ornitológicos.
Meus pais, Eustáquio Luiz de Vasconcelos e Heloisa Ferreira de Vasconcelos,
foram as pessoas que me forneceram todas as bases necessárias para se produzir esta
tese.
Também gostaria de agradecer a cinco professores da UFMG que tiveram papel
fundamental na minha formação de biólogo e naturalista: Terezinha Abreu Gontijo,
Denize Junqueira Domingos, Lívia Vanucci Lins, Julio Antonio Lombardi e Rogério
Parentoni Martins.
Santos D’Angelo Neto, além de seu enorme companheirismo, foi o responsável
por me apresentar às montanhas norte-mineiras, numa expedição preliminar à Campina
do Bananal e, posteriormente, me indicando para lecionar na Universidade Estadual de
Montes Claros entre os anos de 2001 e 2003, período no qual tivemos boas
oportunidades de explorar esta e outras serras da região.
Diego Hoffmann esteve sempre pronto a me ajudar na elaboração desta tese,
sendo o responsável pela preparação dos mapas e pelo grande auxílio na obtenção de
variáveis climáticas.
Henrique Belfort Gomes me acolheu em sua casa na Serra do Cipó e sempre
esteve próximo, nesta cidade sanguinolenta, para conversar sobre assuntos bons e ruins,
como o grande amigo que é para mim.
Herbert Pardini, com toda sua calma e segurança, foi o idealizador da
“Expedição Desafio do Espinhaço”, na qual percorremos o trecho desta cadeia de
IV
montanhas entre Ouro Preto e Diamantina durante 21 dias, em setembro de 2006,
ocasião na qual pudemos efetuar novos registros importantes de aves e ganhamos um
enorme aprendizado como montanhistas e, principalmente, seres humanos.
Posteriormente, ele também organizou a “Expedição Confins do Espinhaço”, realizada
entre dezembro de 2007 e janeiro de 2008, quando palmilhamos as serras do extremo
norte de Minas Gerais e obtivemos mais êxitos ornitológicos.
Leonardo Esteves Lopes e Augusto Cezar Francisco Alves foram dois grandes
companheiros que trabalharam comigo no DZUFMG ao longo destes anos e quero lhes
agradecer pelo excelente trabalho em equipe.
Edson Endrigo, Diego Hoffmann, Sidnei Sampaio, Herbert Pardini, Leandro
Nunes Souza, Marcus Vinícius Osório Vieira, Eurípedes Pontes Júnior e Bruno Costa e
Silva forneceram importantes fotografias que ilustram o presente trabalho.
O Pe. Lauro Palú, da Congregação da Missão, realizou uma criteriosa revisão do
português desta tese e lhe sou especialmente grato pelo rigor de suas correções e pela
prontidão em me ajudar.
O Dr. Paulo de Tarso Amorim Castro, do Departamento de Geologia da
Universidade Federal de Ouro Preto, ajudou-me bastante na interpretação de artigos e
forneceu importantes informações sobre a geologia da Cadeia do Espinhaço, além de ter
preparado um mapa geológico do setor setentrional deste sistema orográfico.
O amigo José Fernando Pacheco forneceu importante bibliografia e discutiu a
revisão histórica apresentada neste estudo.
Jordana Demicheli Ferreira foi uma excelente companheira na discussão sobre
as estatísticas utilizadas nesta tese e me ensinou a trabalhar com a estimativa jackknife.
O Dr. Jon Fjeldså, do ZMUC, traduziu informações do mapa com as regiões
fitogeográficas do Brasil, produzido por Warming no século XIX, além de ter
desenhado caudas de diversas espécies do gênero Asthenes em um dos artigos que
publicamos juntos.
Leandro Nunes Souza ajudou-me na formatação final desta tese.
Carlos Rodrigo Meirelles Abreu, Eduardo A. B. Almeida, Augusto Cezar
Francisco Alves, Marcelo Andrê, Marlon Moreira Arantes, Alexsandrer Araújo
Azevedo, José Bellon, Rubens Bomfim, Marcos Ricardo Bornschein, Rafael de Nassau
e Braga, Lucas Carrara, Carlos Eduardo de Alencar Carvalho, Eduardo Pio Mendes
Carvalho Filho, Warley Augusto Caldas Carvalho, Paulo Henrique Costa Corgosinho,
Santos D’Angelo Neto, Rodrigo França C. Dias, Mauro Guimarães Diniz, Renata
V
Durães, Edson Endrigo, Luciene Faria, Alexandre Mendes Fernandes, Ruslan
Fernandes, José Cláudio Ferreira, Cleber Cunha Figueredo, Marcelo Freire Fonseca,
Marco Aurélio Leite Fontes, Henrique Belfort Gomes, Ricardo Gustavo Ribeiro
Gontijo, Fernando Goulart, Maíra Figueiredo Goulart, Gracimério José Guarneire,
Tadeu Guerra, Diego Hoffmann, Marco Aurélio Pereira Horta, João Julio Filho, Julio
Antonio Lombardi, Vitor Torga Lombardi, Leonardo Esteves Lopes, Ricardo Belmonte
Lopes, Zélia Loss, Gustavo Bernardino Malacco, Marcos Maldonado-Coelho, François
Sagot Martin, Giovanni Nachtigall Maurício, Tadeu Artur de Melo-Júnior, Luís
Guilherme de Moura Mendes, Rubens Custódio Mota, Edson Valpassos Reuter Motta,
André Nemésio, Caetano Troncoso Oliveira, Yoshika Oniki, Everton Vieira Ouriques,
Lauro Palú, Herbert Pardini, Eurípedes Pontes Júnior, Felipe Marcelo Fernandes
Ribeiro, Jussara Rocha, Marcos Rodrigues, Andrei Langeloh Roos, Alexandre Salino,
Karl-Lüdwig Schuchmann, Bruno Costa e Silva, Joaquim de Araújo Silva, Fernando
Amaral da Silveira, Luís Fábio Silveira, Charles Gladstone Duca Soares, Leandro
Nunes Souza, Paulo Henrique Leite de Souza, João Renato Stehmann, Aristônio Teles,
Lívia Godinho Temponi, Khelma Torga, Antônio de Pádua Vasconcelos, Carlos
Henrique de Faria Vasconcelos, Frederico Ferreira de Vasconcelos, Prinscila Neves
Vasconcelos, Marcus Vinícius Osório Vieira e Edwin O’Neill Willis acompanharam-me
em trabalhos de campo.
Frederico Ferreira de Vasconcelos, Francisco Mallet-Rodrigues, Felipe Leite,
Gustavo Bernardino Malacco, José Fernando Pacheco e Ricardo Parrini forneceram
dados referentes a alguns de seus importantes registros efetuados nas montanhas do
leste do Brasil.
Também agradeço às equipes das coleções ornitológicas visitadas ou receptoras
do material coletado, especialmente: Joel Cracraft, Paul Sweet e Peg Hart (AMNH),
Marcos Rodrigues (DZUFMG), Sérgio Lucena Mendes, Sabrina Klein, Marlene das
Graças Hoffmann e Wilson Alberto Hoffmann (MBML), Letícia Guimarães e Bruno
Garzon (MCN), Carla Suertegaray Fontana (MCP), Pedro Scherer Neto e Louri
Klemann (MHNCI), Herculano Marcos Ferraz Alvarenga (MHNT), David C. Oren,
Maria Luiza Videira Marceliano e Alexandre Aleixo (MPEG), Luís Fábio Silveira
(MZUSP), Rolf e Ilse Grantsau (SG), João Batista de Pinho e Tatiana Colombo Rubio
(UFMT) e José Maria Cardoso da Silva e Galileu Coelho (UFPE).
VI
RESUMO
Os ambientes abertos ocorrentes nos topos das montanhas do leste do Brasil são
representados pelos campos rupestres (principalmente na Cadeia do Espinhaço) e pelos
campos de altitude (nas montanhas costeiras). Neste estudo, é apresentada uma
caracterização geral destes ambientes e uma breve revisão histórica sobre as atividades
de coleta e pesquisa da avifauna nestas áreas. Foi realizada uma revisão da avifauna dos
campos rupestres e de altitude com base em levantamentos de campo, museu e
bibliografia, sendo encontrado um total de 231 espécies. Nos campos rupestres, 205
espécies foram registradas, enquanto nos campos de altitude o total foi de 123 espécies,
sendo 97 comuns a ambos. Seis padrões de distribuição foram reconhecidos dentre as
aves que ocorrem nestes habitats: não-endêmicas (193 espécies, 83,5%), endêmicas da
Mata Atlântica (23 espécies, 10,0%), endêmicas do Cerrado (6 espécies, 2,6%),
endêmicas da Caatinga (2 espécies, 0,9%), quase-endêmica dos ambientes abertos dos
topos de montanha do leste do Brasil (1 espécie, 0,4%) e endêmicas destes ambientes (6
espécies, 2,6%). A baixa porcentagem de espécies endêmicas dos campos rupestres e de
altitude contrasta com o padrão geral encontrado para a flora destas áreas, representada
por uma alta porcentagem de endemismos. Espécies de aves com distribuição centrada
na Mata Atlântica apresentaram maior riqueza nos campos de altitude, enquanto
espécies endêmicas do Cerrado e da Caatinga foram mais bem representadas nos
campos rupestres. Estas diferenças estão ligadas aos contatos de cada uma destas
formações com províncias biogeográficas adjacentes. São feitas discussões sobre a
distribuição geográfica de algumas espécies, relacionando-as, sempre que possível, a
modificações paleoecológicas ocorridas na América do Sul. Também são discutidas as
prováveis origens dos endemismos dos topos de montanha. Entretanto, poucos estudos
filogenéticos envolvendo estas espécies ainda foram realizados, reforçando-se a
necessidade deste tipo de análise para um melhor entendimento de suas afinidades
biogeográficas. Apesar da existência de quatro subespécies que possivelmente são
endêmicas dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, maiores estudos taxonômicos
ainda são necessários para se esclarecer a validade destes táxons. Considerando os
padrões de distribuição geográfica das espécies endêmicas, foram reconhecidas duas
áreas de endemismo: a porção centro-meridional da Cadeia do Espinhaço e a região da
Chapada Diamantina. A região que separa estas duas áreas de endemismo coincide com
VII
a barreira geográfica aventada para a diferenciação da fauna e da flora dos campos
rupestres. Análises multivariadas (cluster, CCA e TWINSPAN) que objetivaram estudar
os padrões de diferenciação da avifauna dos campos rupestres e de altitude indicaram
que ambos os tipos de vegetação são distintos, cada um apresentando suas espécies
indicadoras, embora localidades com características intermediárias de vegetação
sugiram a existência de um gradiente entre os campos rupestres e de altitude.
Entretanto, este gradiente pode ser explicado pelas características físicas e geográficas
destas serras, associadas às possíveis conexões climático-vegetacionais e à alta
capacidade de dispersão de muitas espécies de aves campestres. O padrão geral obtido
pela CCA apresentou um primeiro eixo relacionado à distância do Oceano Atlântico,
com a diminuição da altitude e da precipitação e o aumento da temperatura, dos campos
de altitude das serras litorâneas, em direção aos campos rupestres da Cadeia do
Espinhaço. O segundo eixo indicou um gradiente das serras do setor central da Cadeia
do Espinhaço em direção à Chapada Diamantina, com o aumento da temperatura e a
diminuição da precipitação. Algumas espécies de aves ameaçadas de extinção ocorrem
nos campos rupestres e de altitude. Apesar de várias reservas terem sido criadas nestas
áreas, elas não garantem a conservação da avifauna sob os atuais níveis de gestão e
maiores esforços devem ser dirigidos à sua preservação.
PALAVRAS-CHAVE: avifauna, biogeografia, campos rupestres, campos de altitude,
conservação, distribuição geográfica, Cadeia do Espinhaço, Serra da Mantiqueira, Serra
do Mar.
VIII
ABSTRACT
Open vegetation types occurring on eastern Brazilian mountaintops are represented by
the campos rupestres (principally in the Espinhaço Range) and by the campos de
altitude (in the coastal mountains). This study presents a general characterization of
these vegetation types and a brief historical review on the bird collecting activities and
ornithological research conducted in these areas. It is also presented an avifaunal survey
of the campos rupestres and de altitude based on fieldwork, specimens examined in
museums and literature review. A total of 231 bird species was recorded in the open-
habitats of southeastern Brazilian mountaintops. In the campos rupestres, 205 species
were recorded, while in the campos de altitude, the total was 123 species. Ninety-seven
species were common to both vegetation types. Six patterns of distribution were
recognizable among birds occurring in these areas: non-endemic (193 species, 83.5%),
Atlantic Forest endemics (23 species, 10.0%), Cerrado endemics (6 species, 2.6%),
Caatinga endemics (2 species, 0.9%), semi-endemic of the open-habitats of eastern
Brazilian mountaintops (1 species, 0.4%), and endemic of these habitats (6 species,
2.6%). The low percentage of endemic bird species in the campos rupestres and de
altitude contrasts with the general pattern recorded for the local flora, which is
composed by a high percentage of endemic species. Bird species with distribution
centered in the Atlantic Forest showed higher richness in the campos de altitude, while
Cerrado and Caatinga endemics were well represented in the campos rupestres. These
differences are related to the contacts of these vegetation types with adjacent
biogeographic provinces. The geographic distribution of some species are discussed and
correlated, as ever as possible, to palaeoecological changes in South America. The
probable origins of the endemic species of these mountaintops are also discussed.
Nevertheless, a few phylogenetic studies involving these species were conducted,
stressing the need of more analyses in order to clarify their biogeographical affinities.
There are also four possible endemic subspecies of the campos rupestres in the
Espinhaço Range, but their taxonomic validity still deserves to be checked. Considering
the patterns of geographic distribution of the endemic species, it was possible to
recognize two areas of endemism: the southern-central Espinhaço Range and the
Chapada Diamantina region. The region that separates these two areas of endemism
coincides with the geographical barrier suggested for the differentiation of the campos
IX
rupestres fauna and flora. Multivariate analyses (cluster, CCA, and TWINSPAN) that
aimed to study patterns of differentiation of the avifauna of the campos rupestres and de
altitude indicated that both vegetation types are distinct, each presenting their indicator
species. Nevertheless, localities with intermediate characteristics of the vegetation
suggest the existence of a gradient between the campos rupestres and de altitude.
However, this gradient can be explained by physical and geographical features of these
mountains, associated to possible climatic-vegetational connections and the high
capacity of dispersal of several species of grassland birds. The general pattern obtained
by the CCA presented a first axis related to the distance from the Atlantic Ocean, with
the decrease of altitude and precipitation and the increase of temperature, from the
campos de altitude of the coastal mountains, toward the campos rupestres of the
Espinhaço Range. The second axis indicated a gradient from the mountains of the
central sector of the Espinhaço Range toward the Chapada Diamantina, with the
increase of temperature and the decrease of precipitation. Some threatened birds live in
the campos rupestres and de altitude. Despite several reserves have been created in
these areas, they can not guarantee the conservation of birds under the current levels of
management and more efforts must be directed for their preservation.
KEYWORDS: avifauna, biogeography, campos rupestres, campos de altitude,
conservation, geographic distribution, Espinhaço Range, Serra da Mantiqueira, Serra do
Mar.
X
SUMÁRIO CAPÍTULO 1. DELIMITAÇÃO DOS AMBIENTES DE ESTUDO: O QUE SÃO CAMPOS RUPESTRES E CAMPOS DE ALTITUDE?.......1 O que são campos rupestres e campos de altitude?......................................................1 CAPÍTULO 2. BREVE HISTÓRICO DAS ATIVIDADES DE COLETA E ESTUDOS ORNITOLÓGICOS CONDUZIDOS NOS CAMPOS RUPESTRES E DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL ........................................................................................................................22 INTRODUÇÃO .............................................................................................................22 Atividades de coleta.......................................................................................................22 Século XIX......................................................................................................................22 Friedrich Sellow..............................................................................................................23 Maximilian Alexander Phillip, Prinz zu Wied-Neuwied..................................................24 Augustin François César Prouvençal de Saint-Hilaire...................................................25 Johann Baptist von Spix..................................................................................................26 Georg Heinrich von Langsdorff......................................................................................28 Jean Moris Edouard Ménétriès.......................................................................................29 Peter Wilhelm Lund, Johannes Theodor Reinhardt e Johannes Eugenius Büllow Warming..........................................................................................................................30 Pierre Emille Gounelle....................................................................................................32 Século XX........................................................................................................................33 Carlos Moreira................................................................................................................33 Alípio de Miranda-Ribeiro..............................................................................................33 Hermann Lüderwaldt.......................................................................................................34 Pedro Pinto Peixoto-Velho..............................................................................................34 Ernest G. Holt..................................................................................................................35
XI
Maria Elisabeth Emilie Snethlage...................................................................................35 Emil Kaempfer.................................................................................................................36 Heinrich Maximilian Friedrich Hellmut Sick (Helmut Sick)...........................................37 Élio Gouvêa.....................................................................................................................38 José Leonardo Lima........................................................................................................39 Augusto Ruschi................................................................................................................39 Rolf Grantsau..................................................................................................................41 Geraldo Theodoro Mattos...............................................................................................42 Frederico Lencioni-Neto.................................................................................................42 Herculano Marcos Ferraz Alvarenga.............................................................................43 Conclusões.......................................................................................................................43 Estudos ornitológicos recentes......................................................................................44 Esforço de amostragem em campo...............................................................................46 Palmeiras-Lençóis...........................................................................................................46 Mucugê............................................................................................................................46 Serra das Almas...............................................................................................................46 Brejinho das Ametistas....................................................................................................47 Jacaraci............................................................................................................................47 Serra do Pau D’Arco........................................................................................................47 Serra da Formosa.............................................................................................................47 Gerais de Santana............................................................................................................47 Serra do Barão.................................................................................................................48 Campina do Bananal........................................................................................................48 Serra Resplandecente.......................................................................................................48 Serra do Cabral................................................................................................................48
XII
Diamantina.......................................................................................................................48 Serra do Gavião...............................................................................................................48 Arredores de Capivari e Três Barras..............................................................................48 Parque Estadual do Rio Preto.........................................................................................49 Serra do Barro Preto........................................................................................................49 Serra do Cipó...................................................................................................................49 Alto da Boa Vista.............................................................................................................49 Alto Palácio.....................................................................................................................49 Brumas do Espinhaço......................................................................................................49 Serra da Piedade..............................................................................................................50 Serra da Água Limpa.......................................................................................................50 Serra do Curral.................................................................................................................50 Serra do Rola-Moça.........................................................................................................50 Serra da Gandarela...........................................................................................................50 Serra do Caraça................................................................................................................51 Serra do Caraça (parte baixa)........................................................................................51 Pico do Sol.......................................................................................................................51 Pico do Inficionado.........................................................................................................51 Alegria.............................................................................................................................52 Serra do Capanema..........................................................................................................52 Serra do Batatal...............................................................................................................52 Serra da Moeda................................................................................................................52 Pico do Itacolomi.............................................................................................................52 Serra do Mascate.............................................................................................................52 Serra de Ouro Branco......................................................................................................53
XIII
Serra do Caparaó.............................................................................................................53 Serra da Vargem Grande.................................................................................................53 Serra do Lenheiro............................................................................................................53 Serra do Ibitipoca.............................................................................................................53 Serra do Papagaio............................................................................................................53 Serra do Itatiaia................................................................................................................53 Pedra de São Domingos...................................................................................................54 Serra dos Poncianos.........................................................................................................54 Pedra Azul.......................................................................................................................54 Serra dos Órgãos..............................................................................................................54 CAPÍTULO 3. LEVANTAMENTO, PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E ENDEMISMO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS RUPESTRES E DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL .....................66 INTRODUÇÃO .............................................................................................................66 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................67 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................71 Composição e riqueza de espécies................................................................................71 Padrões de distribuição geográfica da avifauna.........................................................72 Padrões de distribuição e afinidades biogeográficas das espécies endêmicas dos campos rupestres e de altitude.....................................................................................76 Augastes lumachella e Augastes scutatus........................................................................76 Formicivora grantsaui.....................................................................................................79 Oreophylax moreirae.......................................................................................................80 Asthenes luizae................................................................................................................81 Polystictus superciliaris..................................................................................................82 Padrão de distribuição e afinidades biogeográficas de Embernagra longicauda, espécie quase-endêmica dos campos rupestres e de altitude.....................................83
XIV
Outros possíveis táxons endêmicos dos topos de montanha do leste do Brasil........85 Áreas de endemismo da avifauna nos topos de montanha do leste do Brasil..........88 Conclusões......................................................................................................................90 CAPÍTULO 4. PADRÕES DE DIFERENCIAÇÃO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS RUPESTRES E DOS CAMPOS DE ALTITUDE E A INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS GEOGRÁFICAS E CLIMÁTICAS .........................................................................................................143 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................143 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................145 Localidades e comunidades de aves analisadas........................................................145 Obtenção das variáveis geográficas e climáticas......................................................148 Análises multivariadas................................................................................................149 RESULTADOS............................................................................................................149 Distinção das avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude...............149 Avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude e suas relações com variáveis geo-climáticas...............................................................................................150 Espécies indicadoras....................................................................................................152 DISCUSSÃO................................................................................................................153 CAPÍTULO 5. CONSERVAÇÃO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS RUPESTRES E DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL ...................177 “Parques de papel”......................................................................................................179 Falta de pessoal envolvido para fiscalização de atividades clandestinas................180 Turismo descontrolado................................................................................................181 Conclusões....................................................................................................................182 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................188
XV
ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1. Mapa mostrando os sistemas orográficos do leste do Brasil representados por campos rupestres e de altitude considerados na presente revisão.............................13 Figura 1.2. Mapa mostrando as localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente revisão.....................................................................................14 Figura 1.3. Campo de altitude na Serra do Caraça, cerca de 1.950 m de altitude. Existem grandes touceiras de gramíneas (possivelmente Cortaderia modesta), taquaras do gênero Chusquea e sempre-vivas (Actinocephalus sp.). Em segundo plano, observam-se afloramentos rochosos com a presença de campos rupestres..........................................15 Figura 1.4. Campo rupestre na Campina do Bananal, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma área de campo coberta predominantemente por gramíneas e ervas rasteiras............................................................................................................................15 Figura 1.5. Campo rupestre na Serra da Formosa, cerca de 1.450 m de altitude, mostrando grande adensamento de arbustos e árvores baixas em meio a afloramentos rochosos...........................................................................................................................16 Figura 1.6. Campo de altitude na Serra do Itatiaia, cerca de 2.400 m de altitude, mostrando, em primeiro plano, área com adensamento de arbustos. Em segundo plano (Pico das Agulhas Negras), observam-se afloramentos rochosos onde se desenvolve uma vegetação rupícola...................................................................................................16 Figura 1.7. Campo rupestre na Serra do Cipó, cerca de 1.300 m de altitude. Em primeiro plano, observa-se uma área de campo limpo com predominância de gramíneas. Em segundo plano, observam-se áreas com vegetação entre afloramentos rochosos............17 Figura 1.8. Campo de altitude na Serra do Caparaó, cerca de 2.700 m de altitude, mostrando áreas com afloramentos rochosos..................................................................17 Figura 1.9. Campo rupestre ferruginoso sobre afloramento de canga na Serra do Rola-Moça, cerca de 1.420 m de altitude.................................................................................18 Figura 1.10. Campo rupestre na Campina do Bananal, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma área brejosa com a presença de Philodendron uliginosum. Ao fundo, observam-se áreas com afloramentos rochosos...............................................................18 Figura 1.11. Campo de altitude na Serra do Caparaó, cerca de 2.550 m de altitude, mostrando áreas brejosas em meio à vegetação de taquaras (Chusquea sp.). Em segundo plano, observam-se afloramentos rochosos.....................................................................19 Figura 1.12. Campo de altitude no topo da Pedra Azul, 1.822 m de altitude, representado por uma área rochosa coberta por bromélias (Vriesea bituminosa), quaresmas (Tibouchina sp.), gloxínias (Sinningia magnifica) e samambaias.................19
XVI
Figura 1.13. Campo rupestre na Serra do Cipó, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma área de afloramentos rochosos com a presença de uma sempre-viva (Actinocephalus sp.)........................................................................................................20 Figura 1.14. Campo rupestre na Serra da Água Limpa, cerca de 1.250 m de altitude, mostrando uma área aberta com um grande indivíduo de canela-de-ema (Vellozia sp.)...................................................................................................................................20 Figura 1.15. Campo de altitude no topo da Pedra das Flores (Parque Estadual da Pedra Azul), 1.909 m. Existem muitos arbustos, principalmente de Baccharis platypoda e de Tibouchina sp., intercalados por bromélias (Vriesea bituminosa). Ao fundo, observa-se um aglomerado de taquaras (Chusquea sp.)....................................................................21 Figura 2.1. Síntipos de Polystictus superciliaris (AMNH 6785, 6789) coletados por Wied nos “Campos Geraes”............................................................................................55 Figura 2.2. Holótipo de Colibri delphinae greenewalti (AMNH 788902)......................56 Figura 2.3. Holótipo de Augastes scutatus soaresi (AMNH 801437).............................57 Figura 2.4. Holótipo de Campylopterus largipennis diamantinensis (AMNH 801435)............................................................................................................................58 Figura 3.1. Beija-flor-de-gravata-vermelha (Augastes lumachella)..............................124 Figura 3.2. Beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus).........................................124 Figura 3.3. Distribuição geográfica de Augastes lumachella (triângulos) e de Augastes scutatus (círculos)..........................................................................................................125 Figura 3.4. Mapa mostrando as idades das rochas no setor setentrional da Cadeia do Espinhaço, mostrando o embasamento paleoproterozóico (branco), o Supergrupo Espinhaço (cinza-escuro), o Supergrupo São Francisco (cinza-médio) e as coberturas cenozóicas (cinza-claro)................................................................................................126 Figura 3.5. Topo da chapada na região de Caetité, próximo a Brejinho das Ametistas, Bahia, mostrando vegetação típica de cerrado nas partes mais elevadas......................127 Figura 3.6. Macho de papa-formigas-do-sincorá (Formicivora grantsaui)..................128 Figura 3.7. Fêmea de papa-formigas-do-sincorá (Formicivora grantsaui)...................128 Figura 3.8. Distribuição geográfica de Formicivora grantsaui.....................................129 Figura 3.9. Garrincha-chorona (Oreophylax moreirae)................................................130 Figura 3.10. Distribuição geográfica de Oreophylax moreirae.....................................131 Figura 3.11. João-cipó (Asthenes luizae).......................................................................132 Figura 3.12. Distribuição geográfica de Asthenes luizae...............................................133
XVII
Figura 3.13. Padrões de cauda de diferentes representantes de Asthenes: A. luizae (A); A. dorbignyi huancavelicae (B); A. d. usheri (C); A. d. dorbignyi (D); A. berlepschi (E); A. baeri (F)....................................................................................................................134 Figura 3.14. Papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliaris)...................135 Figura 3.15. Distribuição geográfica de Polystictus superciliaris................................ 136 Figura 3.16. Tibirro-rupestre (Embernagra longicauda)............................................. 137 Figura 3.17. Distribuição geográfica de Embernagra longicauda................................138 Figura 3.18. A orquídea Sobralia liliastrum nos campos rupestres da Serra dos Carajás...........................................................................................................................139 Figura 3.19. Campos rupestres da Serra dos Carajás, Pará, mostrando indivíduos de Vellozia sp. (Velloziaceae) em ambiente muito semelhante ao ocorrente na Cadeia do Espinhaço.......................................................................................................................140 Figura 3.20. Serra do Ererê, na região de Monte Alegre, Pará. Montanha baixa isolada na região amazônica, com a presença de afloramentos rochosos e vegetação rupícola, semelhante fisionomicamente aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço.............141 Figura 3.21. Áreas de endemismo reconhecidas para a avifauna dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: porção centro-meridional (pontilhado) e porção setentrional (linha contínua)..............................................................................................................142 Figura 4.1. Mapa mostrando os dois principais gradientes hipotéticos para a distribuição da avifauna dos campos rupestres e dos campos de altitude: 1 = de leste para oeste, da costa atlântica ao centro-sul de Minas Gerais; 2 = de sul para norte, dos campos de altitude mais meridionais, passando pela Cadeia do Espinhaço, até a região da Chapada Diamantina.....................................................................................................................173 Figura 4.2. Curva cumulativa do número de espécies encontradas no Pico do Inficionado, Serra do Caraça, ao longo de 36 dias de amostragem (losangos) e estimativa jackknife (quadrados) para o mesmo conjunto de dados..............................174 Figura 4.3. Dendrograma mostrando a similaridade da avifauna entre 26 áreas de campos rupestres e de altitude, utilizando o índice de Sørensen com UPGMA sobre dados de presença e ausência de 224 espécies de aves..................................................175 Figura 4.4. Eixos 1 e 2 da CCA mostrando a ordenação de 26 áreas de campos rupestres (círculos abertos) e de campos de altitude (círculos fechados), com base na presença de 224 espécies de aves e suas correlações com variáveis geo-climáticas (representadas por vetores vermelhos).........................................................................................................176
XVIII
ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1.1. Localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente revisão................................................................................................................................9 Tabela 3.1. Localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente revisão e suas respectivas fontes de registros..................................................................92 Tabela 3.2. Distribuição das espécies de aves dos campos rupestres e dos campos de altitude, analisada como uma única unidade e separadamente........................................95 Tabela 4.1. Localidades de campos rupestres e de altitude utilizadas nas análises e suas respectivas variáveis geo-climáticas..............................................................................158 Tabela 4.2. Resultados da CCA e do teste de Monte Carlo para avifauna e variáveis geo-climáticas de 26 áreas de campos rupestres e de altitude com base em dados de presença/ausência de 224 espécies de aves...................................................................159 Tabela 4.3. Correlações dos dois primeiros eixos de ordenação da CCA para avifauna e variáveis geo-climáticas de 26 áreas de campos rupestres e de altitude com base em dados de presença/ausência de 224 espécies de aves....................................................159 Tabela 4.4. Matriz de correlação para as variáveis geo-climáticas usadas na CCA......160 Tabela 4.5. Espécies de aves indicadoras de campos rupestres com base na classificação do TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves................................................................................................................................160 Tabela 4.6. Espécies de aves indicadoras de campos de altitude com base na classificação do TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves.............................................................................................................161 Tabela 4.7. Espécies de aves não preferenciais (supertramps) com base na classificação do TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves................................................................................................................................162 Tabela 5.1. Espécies de aves ameaçadas ou quase-ameaçadas de extinção no Brasil e no mundo registradas nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil.....................184 Tabela 5.2. Reservas criadas nas localidades de campos rupestres e de altitude do leste do Brasil.........................................................................................................................185 Tabela 5.3. Ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas nas reservas em localidades de campos rupestres e de altitude do leste do Brasil.....................................................186
XIX
ÍNDICE DE APÊNDICES Apêndice 2.1. Lista de espécimes da avifauna coletados nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil durante o presente estudo.......................................................59 Apêndice 3.1. Lista de fontes usadas na revisão da avifauna ocorrente nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil.........................................................................96 Apêndice 3.2. Lista da avifauna registrada nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil e padrões de endemismo.....................................................................................101 Apêndice 4.1. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies de aves nas seguintes localidades analisadas: 1 = Palmeiras; 2 = Mucugê; 3 = Almas; 4 = Pau D’Arco; 5 = Barão; 6 = Bananal; 7 = Resplandecente; 8 = Cabral; 9 = Capivari; 10 = Alto da Boa Vista; 11 = Brumas do Espinhaço; 12 = Alto Palácio; 13 = Piedade; 14 = Curral; 15 = Gandarela; 16 = Caraça (parte baixa); 17 = Pico do Inficionado; 18 = Pico do Sol; 19 = Alegria; 20 = Batatal; 21 = Mascate; 22 = Caparaó; 23 = Ibitipoca; 24 = Papagaio; 25 = Itatiaia; 26 = Órgãos......................................................................................................164 Apêndice 4.2. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies da família Cactaceae ocorrentes em diferentes setores de campos rupestres na Cadeia do Espinhaço...........172
1
CAPÍTULO 1.
DELIMITAÇÃO DOS AMBIENTES DE ESTUDO: O QUE SÃO
CAMPOS RUPESTRES E CAMPOS DE ALTITUDE?
O presente estudo apresenta uma revisão da avifauna dos campos rupestres e de
altitude das montanhas do leste do Brasil, comentando sobre os padrões de distribuição
geográfica, o endemismo e a conservação das espécies. Assim, torna-se necessário
delimitar, primeiramente, quais ambientes foram considerados nesta revisão.
O que são campos rupestres e campos de altitude?
Os campos rupestres e de altitude ocorrem, principalmente, nos topos das
montanhas do leste do Brasil, sendo reconhecidos como importantes centros de
endemismo da flora e da fauna neotropical (Tryon, 1972; Giulietti & Pirani, 1988;
Rodrigues, 1988; Eiten, 1992; Silva, 1995a, 1997, 1998; Giulietti et al., 1997; Sick,
1997; Stattersfield et al., 1998; Safford, 1999a; Heyer, 1999; Rapini et al., 2001, 2002,
no prelo; Silva & Bates, 2002; Eterovick & Sazima, 2004; Juncá, 2005; Cardoso &
Carvalho, 2007; Gonçalves et al., 2007, Flores & Tozzi, 2008; Azevedo et al., no prelo;
Leite et al., no prelo; Salino & Almeida, no prelo; Vasconcelos et al., no prelo).
Em 1867, o botânico dinamarquês Johannes Eugenius Büllow Warming (ver
capítulo 2) apresentou um mapa das regiões fitogeográficas do Brasil, no qual destacou,
pela primeira vez, as vegetações de campos rupestres e de altitude como uma formação
à parte do Cerrado e da Mata Atlântica, denominando esses tipos vegetacionais de
“Höjeste med en alpinsk Flora beklædte Bjergtopper” (Gomes et al., 2006:45) ou “topos
de montanha mais elevados cobertos por uma flora alpina” (tradução do dinamarquês
por J. Fjeldså).
Richard R. von Wettstein, descrevendo a vegetação do sul do Brasil em sua obra
original de 1904, traduzida para o português (Wettstein, 1970), apresentou informações
sobre os campos de altitude do Itatiaia, ressaltando a ocorrência de taquaras do gênero
Chusquea e de algumas famílias botânicas características desta região.
O naturalista mineiro Alvaro Astolpho da Silveira, um dos pioneiros nos estudos
taxonômicos da família Eriocaulaceae nas serras brasileiras, não aplicou uma
2
denominação específica para as formações abertas desta região, usando termos como
“campo”, “campo limpo”, “campo alpestre” e “campo alpino” (Silveira, 1922, 1924).
Entretanto, este autor sugeriu nomes a serem aplicados a certos tipos de ambientes
restritos a estas regiões, tais como “chusqueal”, em referência a aglomerados de
taquaras do gênero Chusquea nas partes mais altas da Serra do Caparaó (Silveira,
1922:33), e “campos de eriocaulaceas”, na Serra do Cipó (Silveira, 1924:374).
Sampaio (1938) e Mello-Barreto (1949) denominaram a vegetação aberta dos
topos de montanha do leste brasileiro de “campos alpinos”, possivelmente seguindo a
sugestão de Gonzaga de Campos (1912). Azevedo (1962) considerou esses campos, na
região sul do estado de Minas Gerais, como uma única unidade, sugerindo o nome de
“savana especial dos altos divisores”.
Magalhães (1966) e Joly (1970) foram os primeiros a usar o termo “campos
rupestres” para a vegetação ocorrente nos topos de montanha ao longo da Cadeia do
Espinhaço. Entretanto, Joly (1970) considerou como “campos rupestres” tanto o tipo de
vegetação ocorrente nas partes mais elevadas das serras de Minas Gerais e Goiás (sobre
quartzito ou arenito), quanto nos topos das serras do Caparaó, dos Órgãos e do Itatiaia
(sobre rochas ígneas ou metamórficas), sugerindo que não haveria diferença na
classificação das vegetações abertas dos topos de montanha do leste e do centro do
Brasil.
Rizzini (1979) dividiu a vegetação aberta dos topos de montanha do leste
brasileiro, objetos da presente revisão, em “campo de canga couraçada”, para a
vegetação que ocorre nos afloramentos ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero; “campos
quartzíticos”, para campos sobre quartzito ao longo da Cadeia do Espinhaço e “campos
altimontanos”, para vegetações sobre rochas ígneas ou metamórficas ocorrentes nas
Serras da Mantiqueira e do Mar.
Posteriormente, Ferri (1980) considerou os campos quartzíticos como “campos
rupestres” e os campos altimontanos como “campos de altitude”. Veloso et al. (1991)
consideraram ambos os campos rupestres e os campos de altitude como “refúgios
vegetacionais” ou “relíquias de vegetação”. Outras denominações mais recentes,
embora de uso restrito, são “complexos rupestres de altitude sobre rocha quartzítica”,
para os campos rupestres, e “complexos rupestres de altitude sobre rocha ígnea”, para os
campos de altitude (Semir, 1991; Benites et al., 2003, 2007).
Neste estudo, foram usadas as denominações de Ferri (1980) de “campos
rupestres” e “campos de altitude” por serem as mais comumente citadas pelos botânicos
3
e fitogeógrafos (e.g., Giulietti & Pirani, 1988; Harley, 1995; Giulietti et al., 1997;
Safford, 1999a, 2007; Caiafa & Silva, 2005). Seguindo as definições de Eiten (1992),
nesta revisão, os campos que ocorrem sobre afloramentos de óxido de ferro (“campo de
canga couraçada”, segundo Rizzini [1979]), também foram considerados como campos
rupestres, por apresentarem semelhanças florísticas e avifaunísticas com os campos
rupestres que ocorrem sobre quartzito ao longo da Cadeia do Espinhaço (Viana, 2008;
Hoffmann & Vasconcelos, 2008). Este tipo de ambiente foi também denominado
“campos ferruginosos”, “campos rupestres sobre laterita ferruginosa”, “campos
rupestres ferruginosos” ou “campos rupestres sobre canga hematítica couraçada”
(Brandão et al., 1994; Vincent et al., 2002; Vincent, 2004; Mourão et al., 2006; Mourão
& Stehmann, 2007; Viana & Lombardi, 2007; Jacobi, 2008; Viana, 2008). Embora este
tipo de vegetação tenha sido considerado como representante dos campos rupestres no
presente estudo, áreas campestres de canga nodular (Rizzini, 1979), que apresentam
fisionomia e composição florística mais relacionadas ao Cerrado, não foram
consideradas.
Em geral, os campos rupestres ocorrem principalmente acima de 1.000 m de
altitude, em montanhas cujas rochas são de origem pré-cambriana que foram
remodeladas por movimentos tectônicos a partir do Paleógeno, estando associados,
principalmente, a afloramentos de quartzito, arenito e minério de ferro (King, 1956;
Joly, 1970; Menezes & Giulietti, 1986; Giulietti & Pirani, 1988; Eiten, 1992; Saadi,
1993; Alves & Kolbelk, 1994; Giulietti et al., 1997; Ab’Sáber, 2000; Caiafa & Silva,
2005; Alves et al., 2007). Estes campos encontram-se distribuídos principalmente ao
longo da Cadeia do Espinhaço, embora áreas isoladas desse tipo de vegetação também
sejam encontradas nas serras do Brasil Central (e.g., Chapada dos Veadeiros, Serras dos
Pirineus e da Canastra) ou em montanhas da região de São João Del Rei (Serra do
Lenheiro), Tiradentes (Serra de São José) e Itutinga, consideradas como pertencentes à
Serra da Mantiqueira, mas com geologia e afinidades florísticas mais relacionadas aos
campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Menezes & Giulietti, 1986; Giulietti &
Pirani, 1988; Eiten, 1992; Alves & Kolbelk, 1994, 2009; Gavilanes et al., 1995; Harley,
1995; Giulietti et al., 1997; Alves et al., 2007; Drummond et al., 2007).
Já os campos de altitude são típicos dos pontos mais elevados de montanhas que
se soergueram principalmente durante o Terciário (Serras do Mar e da Mantiqueira),
estando geralmente situados acima de 1.500 m de altitude e associados a rochas ígneas
ou metamórficas, como granito, gnaisse e, no caso particular de Itatiaia, nefelino-sienito
4
(Segadas-Vianna, 1965; Petri & Fúlfaro, 1988; Saadi, 1993; Harley, 1995; Martinelli &
Orleans e Bragança, 1996; Giulietti et al., 1997; Safford, 1999a; Caiafa & Silva, 2005;
Alves et al., 2007; Mocochinski & Scheer, 2008). Uma exceção é representada pelos
campos de altitude do Parque Estadual da Serra do Mar, no Núcleo Curucutu, que
ocorrem em cotas mais baixas, entre 750 m e 850 m de altitude (Garcia & Pirani, 2003,
2005). Estes autores sugeriram que a altitude não seria determinante para a ocorrência
deste tipo de vegetação, mas uma combinação de fatores, tais como condições
topográficas, proximidade do oceano e circulação atmosférica.
Em geral, os campos rupestres da Cadeia do Espinhaço estão situados em áreas
de transição entre o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica, enquanto os campos de
altitude encontram-se totalmente inseridos na região da Mata Atlântica (Eiten, 1992;
Harley, 1995; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Giulietti et al., 1997; Safford,
1999a; Caiafa & Silva, 2005; Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007).
As localidades tratadas neste estudo foram divididas de acordo com suas
localizações nos três principais sistemas orográficos do leste do Brasil: Cadeia do
Espinhaço, Serra da Mantiqueira e Serra do Mar (Figuras 1.1 e 1.2). A maioria das
localidades da Cadeia do Espinhaço é representada por campos rupestres e todas as da
Serra do Mar são cobertas por campos de altitude (Tabela 1.1). Na Serra da
Mantiqueira, conforme acima mencionado, as Serras do Lenheiro e de São José,
formadas por quartzito, são consideradas como localidades de campos rupestres (Tabela
1.1).
Duas localidades, as Serras do Caraça e do Ibitipoca, aparentam ser
caracterizadas pelos dois tipos de vegetação. Na Serra do Caraça, no extremo
meridional da Cadeia do Espinhaço, os picos mais elevados (do Sol e do Inficionado),
que ultrapassam 2.000 m de altitude, possuem flora típica de campos rupestres sobre
afloramentos rochosos, embora vários táxons vegetais típicos dos campos de altitude
ocorram em áreas onde há algum tipo de solo ou em terrenos brejosos (Vasconcelos,
2000a; R. C. Mota, com. pess. – Figura 1.3). Apesar da maioria das localidades da Serra
da Mantiqueira ser representada por formações cristalinas, o Ibitipoca é uma serra
quartzítica (Silveira, 1922; Dias et al., 2002; Benites et al., 2007). De fato, não há
consenso quanto à classificação da vegetação campestre desta região. Giulietti & Pirani
(1988) e Rapini et al. (2002) consideraram os campos de Ibitipoca como rupestres.
Andrade & Sousa (1995) dividiram a vegetação campestre do Ibitipoca em três
formações: campo graminoso, campos rupestres e campo com arbustos e arvoretas.
5
Pires (1997) também sugeriu a existência de três tipos de vegetação campestre na
região: campos rupestres, campos rupestres arborizados e campo gramíneo-lenhoso.
Rodela (1998) reconheceu quatro tipos de vegetação aberta no Ibitipoca: cerrado de
altitude, campo rupestre, campo herbáceo-graminoso e campo encharcável.
Recentemente, Dias et al. (2002) consideraram que os campos de Ibitipoca são
formados por um mosaico, sendo os campos rupestres típicos de áreas de afloramentos
rochosos ou de solos rasos e os campos de altitude ocorrentes em locais onde o solo é
mais profundo. Uma classificação semelhante à de Dias et al. (2002), foi apresentada
por Oliveira-Filho & Fluminhan-Filho (1999) para a Serra do Carrapato, em Lavras, de
modo que áreas de vegetação herbácea associada a afloramentos rochosos foram
tratadas como sendo campos rupestres, enquanto áreas sem afloramentos foram
consideradas como campos de altitude. Entretanto, outros autores que realizaram
estudos florísticos nesta mesma área, identificaram apenas a vegetação de campos
rupestres (Gavilanes & Brandão, 1991; Campos et al., 2007), o que condiz com a
vegetação já identificada para as serras adjacentes àquela região (Itutinga, São João Del
Rei e Tiradentes). Assim, essas classificações não são as mesmas usadas pelos
botânicos atuais, conforme acima mencionado, principalmente porque o que Oliveira-
Filho & Fluminhan-Filho (1999) consideraram como “campo de altitude” é um tipo de
vegetação bastante distinta da ocorrente nas altas montanhas de rochas ígneas ou
metamórficas das Serras da Mantiqueira e do Mar. Ao contrário dessas últimas, a flora
desses “campos de altitude” apresenta ocorrência marcante de espécies do Cerrado (ver
exemplos em Oliveira-Filho & Fluminhan-Filho [1999:63]).
Desta forma, para efeito de padronização nesta revisão, e devido à necessidade
de estudos mais detalhados sobre as afinidades fitogeográficas da flora de ambientes
altimontanos das Serras do Caraça e do Ibitipoca, os campos ocorrentes na Serra do
Caraça foram considerados rupestres, enquanto os campos de Ibitipoca foram
considerados de altitude, seguindo os padrões predominantes na maioria das localidades
dos sistemas orográficos onde estas duas serras estão inseridas (Tabela 1.1). Maiores
discussões sobre suas afinidades biogeográficas, baseadas no estudo da distribuição da
avifauna, são apresentadas nos capítulos 3 e 4.
Tanto os campos rupestres, quanto os campos de altitude são representados por
um conjunto de comunidades predominantemente herbáceo-arbustivas que variam em
função do relevo, microclima, profundidade do solo e natureza do substrato, o que dá
um caráter de mosaico a estes tipos de vegetação (Segadas-Vianna, 1965; Menezes &
6
Giulietti, 1986, 2000; Giulietti & Pirani, 1988; Harley, 1995; Giulietti et al., 1997;
Safford, 1999a; Conceição & Pirani, 2005; Conceição et al., 2005; Conceição, 2006;
Alves et al., 2007). Assim, ambos os tipos de vegetação apresentam uma ampla
variedade de fisionomias, desde áreas abertas cobertas por gramíneas e outras ervas
(Figura 1.4), a habitats com adensamento de arbustos e pequenas árvores (Figuras 1.5 e
1.6). Afloramentos rochosos (Figuras 1.7 a 1.9) e áreas brejosas (Figuras 1.10 e 1.11)
também ocorrem em ambas as vegetações, que abrigam diversas espécies de plantas
típicas e endêmicas, a exemplo de bromélias (Bromeliaceae – Figura 1.12), sempre-
vivas (Eriocaulaceae – Figura 1.13), canelas-de-ema (Velloziaceae – Figura 1.14), além
de taquaras e capins (Poaceae – Figura 1.15) (Segadas-Vianna, 1965; Andrade et al.,
1986; Menezes & Giulietti, 1986, 2000; Eiten, 1992; Meguro et al., 1994; Harley, 1995;
Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a; Conceição & Giulietti, 2002;
Benites et al., 2003; Pirani et al., 2003; Caiafa & Silva, 2005; Conceição & Pirani,
2005; Conceição, 2006; Ribeiro et al., 2007).
Apesar de os campos rupestres e de altitude apresentarem paisagens, até certo
ponto, semelhantes, além de compartilharem gêneros e espécies de plantas, os dois tipos
de vegetação mostram diferenças com relação às afinidades biogeográficas de suas
floras (Rizzini, 1979; Menezes & Giulietti, 1986; Giulietti & Pirani, 1988; Eiten, 1992;
Pirani et al., 1994; Harley, 1995; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Giulietti et al.,
1997; Barros, 1998; Safford, 1999a, 2007; Garcia & Pirani, 2005; Alves et al., 2007;
Cardoso & Carvalho, 2007; Conceição et al., 2007; Furlan et al., 2007; Dutra et al.,
2008). Neste aspecto, a flora dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço apresenta
afinidades com as das serras do Brasil Central, do Escudo das Guianas (Tepuis) e das
restingas litorâneas ao longo do Oceano Atlântico (Steyermark, 1986; Giulietti et al.,
1987, 1997; Giulietti & Pirani, 1988; Giulietti & Hensold, 1990; Pirani et al., 1994;
Harley, 1995; Lohmann & Pirani, 1996; Barros, 1998; Boechat & Longhi-Wagner,
2000; Menezes & Giulietti, 2000; Torres et al., 2003; Harley & Giulietti, 2004; Nonato,
2005; van den Berg & Azevedo, 2005; Alves et al., 2007). Além disso, poucos
elementos andinos ou da região meridional do Brasil também são encontrados nos
campos rupestres (Giulietti et al., 1997; Salino & Almeida, no prelo).
Por outro lado, a flora dos campos de altitude mostra uma notável afinidade com
aquelas da região andino-patagônica e das serras do sul do Brasil (Ule, 1895; Simpson-
Vuilleumier, 1971; Simpson, 1979; Tryon, 1986; Harley, 1995; Martinelli & Orleans e
Bragança, 1996; Safford, 1999a, 2007; Sánchez-Baracaldo, 2004). Por este motivo, os
7
campos de altitude foram considerados “páramos brasileiros”, devido às suas
semelhanças florísticas, fisionômicas, climáticas e edáficas com as regiões mais altas
dos Andes e das montanhas da América Central (Harley, 1995; Safford, 1999a, b,
2007). Apesar disto, Ribeiro et al. (2007) ponderaram que os campos de altitude
apresentam maior efeito da sazonalidade e alta riqueza de espécies, sendo muitas delas
endêmicas restritas.
Dentre os grupos endêmicos mais característicos dos campos rupestres da
Cadeia do Espinhaço, destacam-se gêneros e espécies das famílias Bromeliaceae,
Eriocaulaceae, Melastomataceae, Orchidaceae, Velloziaceae e Xyridaceae (Joly, 1970;
Menezes & Giulietti, 1986, 2000; Giulietti et al., 1987, 1997; Giulietti & Hensold,
1990; Wanderley, 1990; Eiten, 1992; Barros, 1998; Filgueiras, 2002; Wanderley &
Forzza, 2003; Forzza, 2005; Rodrigues, 2005; Versieux & Wendt, 2007). Os campos de
altitude também apresentam diversos táxons endêmicos, com destaque para as famílias
Bromeliaceae, Ericaceae, Eriocaulaceae, Lycopodiaceae, Melastomataceae e Poaceae
(Martinelli & Vaz, 1988; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a; Alves
et al., 2007; Cardoso & Carvalho, 2007; Ribeiro et al., 2007).
Devido à enorme variedade de fitofisionomias ocorrentes nas áreas de campos
rupestres e de altitude, é importante delimitar quais tipos de ambientes foram
considerados na presente revisão. Assim, foram considerados todos os ambientes
abertos naturais ocorrentes nos topos das montanhas do leste do Brasil, do centro da
Bahia ao norte de São Paulo, abrangendo os três seguintes sistemas orográficos citados
acima (Cadeia do Espinhaço, Serra da Mantiqueira e Serra do Mar – Figura 1.1). Esses
habitats incluem brejos, áreas cobertas principalmente por capins e outras herbáceas,
moitas de taquaras (Chusquea spp.), afloramentos rochosos cobertos por ervas rupícolas
e arbustos, ou mesmo aglomerados de arbustos e árvores baixas e esparsas (Figuras 1.3
a 1.15). Para caracterização física e florística destes ambientes, ver Segadas-Vianna
(1965), Ferreira et al. (1977), Rizzini (1979), Andrade et al. (1986), Harley & Simmons
(1986), Menezes & Giulietti (1986, 2000), Giulietti et al. (1987, 1997), Giulietti &
Pirani (1988), Brandão & Gavilanes (1990), Brandão et al. (1991, 1994), Gavilanes &
Brandão (1991), Brandão (1992), Eiten (1992), Brandão & Silva-Filho (1993), Alves &
Kolbek (1994, 2009), Meguro et al. (1994), Pirani et al. (1994, 2003), Gavilanes et al.
(1995), Stannard et al. (1995), Martinelli & Orleans e Bragança (1996), Safford (1999a,
b), Conceição & Giulietti (2002), Dias et al. (2002), Benites et al. (2003, 2007), Zappi
et al. (2003), Vincent (2004), Caiafa & Silva (2005, 2007), Conceição & Pirani (2005,
8
2007), Conceição et al. (2005, 2007), Garcia & Pirani (2005), Conceição (2006), Jacobi
et al. (2007), Ribeiro et al. (2007), Viana & Lombardi (2007), Jacobi (2008) e Viana
(2008).
Por fim, cabe ressaltar que não foram considerados como ambientes abertos dos
topos de montanha do leste brasileiro, aquelas fisionomias típicas do Cerrado, tais como
cerrado em sentido restrito (abrangendo cerrado denso, cerrado típico, cerrado ralo e
cerrado rupestre), parque de cerrado e campo sujo (ver Ribeiro & Walter [1998] para
uma descrição detalhada destes tipos fisionômicos). Também não foram considerados
quaisquer ambientes florestais associados aos campos rupestres e aos campos de
altitude, tais como matas de galeria, matas nebulares (cloud forests), florestas anãs
(dwarf forests), matas de candeia, capões e matas de encosta (ver Segadas-Vianna
[1965], Giulietti et al. [1987, 1997], Meguro et al. [1996], Pires [1997]).
9
TABELA 1.1. Localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente revisão. As
localidades são citadas de norte para sul e agrupadas por códigos de algarismos romano-arábicos de
acordo com os seguintes sistemas orográficos: I = Cadeia do Espinhaço; II = Serra da Mantiqueira; III =
Serra do Mar.
Código Localidade Coordenadas Altitude (m) Campo
I.1 Dias Coelho 11o29’S, 40o49’W 950 rupestre
I.2 Izabel Dias 11o30’S, 41o00’W 850 rupestre
I.3 Morro do Chapéu 11o34’S, 41o07’W 930-1.000 rupestre
I.4 Paramirim 12o01’S, 42o15’W 1.050-1.280 rupestre
I.5 Palmeiras-Lençóis Entre 12o26’S, 41o25’W e
12o29’S, 41o30’W
900-1.250 rupestre
I.6 Serra do Ribeirão 12o33’S, 41o25’W 950 rupestre
I.7 Vale do Paty 12o48’S, 41o25’W 1.035 rupestre
I.8 Serra de Andaraí Entre 12o46’S, 41o19’W e
12o51’S, 41o23’W
730-1.150 rupestre
I.9 Igatu Entre 12o52’S, 41o18’W e
12o53’S, 41o20’W
730-950 rupestre
I.10 Mucugê Entre 12o57’S, 41o20’W e
13o01’S, 41o23’W
870-1.320 rupestre
I.11 Roncador Entre 13o08’S, 41o21’W e
13o08’S, 41o22’W
1.000-1.490 rupestre
I.12 Piatã Entre 13o08’S, 41o44’W e
13o10’S, 41o46’W
1.220-1.640 rupestre
I.13 Serra do Cocal Entre 13o14’S, 41o44’W e
13o16’S, 41o45’W
900-1.170 rupestre
I.14 Morro do Ouro Entre 13o15’S, 42o11’W e
13o16’S, 42o11’W
900-1.120 rupestre
I.15 Serra das Almas Entre 13o31’S, 41o49’W e
13o35’S, 41o58’W
980-1.950 rupestre
I.16 Espigão do Taquari 13o36’S, 41o27’W 1.130-1.235 rupestre
I.17 Barra da Estiva Entre 13o40’S, 41o16’W e
13o41’S, 41o18’W
1.000-1.500 rupestre
I.18 Brejinho das Ametistas 14o21’S, 42o32’W 1.050 rupestre
I.19 Jacaraci 14o53’S, 42o31’W 1.330 rupestre
I.20 Serra do Pau D’Arco Entre 15o03’S, 42o40’W e
15o04’S, 42o41’W
1.150-1.600 rupestre
I.21 Serra da Formosa Entre 15o12’S, 42o47’W e
15o15’S, 42o50’W
1.000-1.780 rupestre
10
TABELA 1.1. Continuação. Código Localidade Coordenadas Altitude (m) Campo
I.22 Campos Geraes 15o27’S, 42o45’W 1.200 rupestre
I.23 Gerais de Santana Entre 15o41’S, 42o48’W e
15o44’S, 42o50’W
1.100-1.400 rupestre
I.24 Serra do Barão Entre 16o12’S, 42o52’W e
16o36’S, 42o56’W
800-1.250 rupestre
I.25 Campina do Bananal Entre 16o50’S, 43o01’W e
16o51’S, 43o03’W
1.100-1.360 rupestre
I.26 Serra Resplandecente Entre 16o59’S, 43o19’W e
17o02’S, 43o21’W
1.020-1.320 rupestre
I.27 Serra do Cabral Entre 17o41’S, 44o10’W e
17o45’S, 44o17’W
950-1.250 rupestre
I.28 Serra dos Poções 18o04’S, 43o25’W 980 rupestre
I.29 Serra do Ambrósio Entre 18o06’S, 43o02’W e
18o08’S, 43o08’W
880-1.520 rupestre
I.30 Diamantina Entre 18o08’S, 43o31’W e
18o16’S, 43o38’W
1.000-1.370 rupestre
I.31 Datas Entre 18o23’S, 43o36’W e
18o27’S, 43o39’W
1.020-1.370 rupestre
I.32 Serra do Gavião Entre 18o09’S, 43o17’W e
18o32’S, 43o27’W
1.000-2.000 rupestre
I.33 Serra do Barro Preto Entre 18o35’S, 43o53’W e
18o39’S, 43o55’W
1.170-1.300 rupestre
I.34 Serra Talhada 18o48’S, 43o53’W 1.000-1.035 rupestre
I.35 Serra do Cipó Entre 19o02’S, 43o25’W e
19o25’S, 43o43’W
1.150-1.690 rupestre
I.36 Serra da Piedade Entre 19o48’S, 43o40’W e
19o49’S, 43o41’W
1.400-1.740 rupestre
I.37 Serra da Água Limpa Entre 19o49’S, 43o30’W e
19o54’S, 43o31’W
1.000-1.400 rupestre
I.38 Serra do Curral Entre 19o57’S, 43o54’W e
19o58’S, 43o55’W
1.250-1.330 rupestre
I.39 Serra do Rola-Moça Entre 20o00’S, 43o58’W e
20o05’S, 44o00’W
1.300-1.450 rupestre
I.40 Serra da Gandarela Entre 20o03’S, 43o39’W e
20o06’S, 43o42’W
1.470-1.640 rupestre
I.41 Serra de Itatiaiuçu Entre 20o07’S, 44o19’W e
20o07’S, 44o21’W
1.230-1.340 rupestre
11
TABELA 1.1. Continuação. Código Localidade Coordenadas Altitude (m) Campo
I.42 Serra do Caraça Entre 20o03’S, 43o26’W e
20o08’S, 43o31’W
1.200-2.070 rupestre
I.43 Alegria Entre 20o07’S, 43o25’W e
20o12’S, 43o23’W
900-1.000 rupestre
I.44 Serra do Capanema Entre 20o10’S, 43o36’W e
20o11’S, 43o37’W
1.400-1.700 rupestre
I.45 Serra Santa Entre 20o11’S, 43o50’W e
20o14’S, 43o52’W
1.110-1.350 rupestre
I.46 Serra do Batatal Entre 20o13’S, 43o30’W e
20o18’S, 43o34’W
1.240-1.810 rupestre
I.47 Serra da Moeda Entre 20o13’S, 43o56’W e
20o22’S, 43o58’W
1.270-1.480 rupestre
I.48 Pico do Itacolomi Entre 20o24’S, 43o30’W e
20o26’S, 43o26’W
1.200-1.720 rupestre
I.49 Serra de Belo Vale Entre 20o26’S, 43o56’W e
20o27’S, 43o56’W
1.260-1.520 rupestre
I.50 Serra do Mascate Entre 20o27’S, 43o55’W e
20o28’S, 43o56’W
1.350-1.620 rupestre
I.51 Serra de Ouro Branco Entre 20o28’S, 43o35’W e
20o30’S, 43o44’W
1.150-1.540 rupestre
II.1 Serra do Caparaó Entre 20o22’S, 41o47’W e
20o29’S, 41o50’W
1.900-2.890 altitude
II.2 Serra da Vargem Grande 20o30’S, 42o04’W 1.500-1.750 altitude
II.3 Serra do Brigadeiro Entre 20o33’S, 42o25’W e
20o47’S, 42o28’W
1.300-1.980 altitude
II.4 Serra de São José Entre 21o02’S, 44o06’W e
21o06’S, 44o13’W
1.000-1.430 rupestre
II.5 Serra do Lenheiro Entre 21o08’S, 44o17’W e
21o09’S, 44o19’W
1.050-1.210 rupestre
II.6 Serra do Ibitipoca Entre 21o40’S, 43o52’W e
21o42’S, 43o54’W
1.400-1.780 altitude
II.7 Serra do Papagaio Entre 22o00’S, 44o38’W e
22o03’S, 44o41’W
1.500-2.150 altitude
II.8 Serra do Itatiaia Entre 22o21’S, 44o38’W e
22o25’S, 44o43’W
2.000-2.787 altitude
II.9 Pedra da Mina 22o25’S, 44o50’W 2.797 altitude
II.10 Marins-Itaguaré Entre 22o29’S, 45o04’W e
22o29’S, 45o07’W
2.050-2.250 altitude
12
TABELA 1.1. Continuação. Código Localidade Coordenadas Altitude (m) Campo
II.11 Pedra de São Domingos 22o41’S, 45o57’W 2.000 altitude
II.12 Serra dos Poncianos Entre 22o53’S, 46o00’W e
22o53’S, 46o03’W
1.800-2.010 altitude
II.13 Atibaia Entre 23o08’S, 46o30’W e
23o10’S, 46o31’W
1.050-1.350 altitude
III.1 Pedra Azul Entre 20o24’S, 41o00’W e
20o24’S, 41o01’W
1.450-1.910 altitude
III.2 Serra dos Órgãos Entre 22o20’S, 42o34’W e
22o29’S, 43o06’W
1.400-2.263 altitude
III.3 Serra da Bocaina Entre 22o42’S, 44o34’W e
22o49’S, 44o46’W
1.500-2.200 altitude
13
FIGURA 1.1. Mapa mostrando os sistemas orográficos do leste do Brasil representados por campos rupestres e de altitude considerados na presente revisão. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
14
FIGURA 1.2. Mapa mostrando as localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente revisão. Os códigos das localidades são apresentados na Tabela 1.1. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
15
FIGURA 1.3. Campo de altitude na Serra do Caraça, cerca de 1.950 m de altitude. Existem grandes touceiras de gramíneas (possivelmente Cortaderia modesta), taquaras do gênero Chusquea e sempre-vivas (Actinocephalus sp.). Em segundo plano, observam-se afloramentos rochosos com a presença de campos rupestres. Foto: M. V. O. Vieira.
FIGURA 1.4. Campo rupestre na Campina do Bananal, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma área de campo coberta predominantemente por gramíneas e ervas rasteiras. Foto: H. Pardini.
16
FIGURA 1.5. Campo rupestre na Serra da Formosa, cerca de 1.450 m de altitude, mostrando grande adensamento de arbustos e árvores baixas em meio a afloramentos rochosos. Foto: H. Pardini.
FIGURA 1.6. Campo de altitude na Serra do Itatiaia, cerca de 2.400 m de altitude, mostrando, em primeiro plano, área com adensamento de arbustos. Em segundo plano (Pico das Agulhas Negras), observam-se afloramentos rochosos onde se desenvolve uma vegetação rupícola. Foto: H. Pardini.
17
FIGURA 1.7. Campo rupestre na Serra do Cipó, cerca de 1.300 m de altitude. Em primeiro plano, observa-se uma área de campo limpo com predominância de gramíneas. Em segundo plano, observam-se áreas com vegetação entre afloramentos rochosos. Foto: D. Hoffmann.
FIGURA 1.8. Campo de altitude na Serra do Caparaó, cerca de 2.700 m de altitude, mostrando áreas com afloramentos rochosos. Foto: M. F. Vasconcelos.
18
FIGURA 1.9. Campo rupestre ferruginoso sobre afloramento de canga na Serra do Rola-Moça, cerca de 1.420 m de altitude. Foto: D. Hoffmann.
FIGURA 1.10. Campo rupestre na Campina do Bananal, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma área brejosa com a presença de Philodendron uliginosum. Ao fundo, observam-se áreas com afloramentos rochosos. Foto: H. Pardini.
19
FIGURA 1.11. Campo de altitude na Serra do Caparaó, cerca de 2.550 m de altitude, mostrando áreas brejosas em meio à vegetação de taquaras (Chusquea sp.). Em segundo plano, observam-se afloramentos rochosos. Foto: M. F. Vasconcelos.
FIGURA 1.12. Campo de altitude no topo da Pedra Azul, 1.822 m de altitude, representado por uma área rochosa coberta por bromélias (Vriesea bituminosa), quaresmas (Tibouchina sp.), gloxínias (Sinningia magnifica) e samambaias. Foto: M. F. Vasconcelos.
20
FIGURA 1.13. Campo rupestre na Serra do Cipó, cerca de 1.300 m de altitude, mostrando uma área de afloramentos rochosos com a presença de uma sempre-viva (Actinocephalus sp.). Foto: D. Hoffmann.
FIGURA 1.14. Campo rupestre na Serra da Água Limpa, cerca de 1.250 m de altitude, mostrando uma área aberta com um grande indivíduo de canela-de-ema (Vellozia sp.). Foto: B. Costa e Silva.
21
FIGURA 1.15. Campo de altitude no topo da Pedra das Flores (Parque Estadual da Pedra Azul), 1.909 m. Existem muitos arbustos, principalmente de Baccharis platypoda e de Tibouchina sp., intercalados por bromélias (Vriesea bituminosa). Ao fundo, observa-se um aglomerado de taquaras (Chusquea sp.). Foto: E. Pontes Júnior.
22
CAPÍTULO 2.
BREVE HISTÓRICO DAS ATIVIDADES DE COLETA E ESTUDOS
ORNITOLÓGICOS CONDUZIDOS NOS CAMPOS RUPESTRES E
DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL
INTRODUÇÃO
A avifauna dos campos rupestres e de altitude nunca foi bem amostrada por
naturalistas do passado e pesquisadores atuais. Isto é, de certa forma, surpreendente, já
que esses tipos de vegetação estão associados a várias serras que serviram como ponto
de passagem a diversos naturalistas viajantes que rumavam do Rio de Janeiro ao interior
do Brasil, especialmente em direção às regiões onde havia núcleos urbanos ligados à
exploração de ouro e diamante, em Minas Gerais e Bahia. Além disso, estas áreas
encontram-se próximas às maiores cidades do sudeste brasileiro, onde existem diversos
centros de pesquisa. Assim, o objetivo deste capítulo é apresentar uma breve revisão
sobre as tentativas de amostragem da avifauna nesses ambientes.
Atividades de coleta
Século XIX
A vinda da corte Portuguesa ao Brasil, fugindo dos exércitos napoleônicos
(Gomes, 2007), foi um marco importante para o início das explorações ornitológicas nas
montanhas do leste brasileiro. Esse fato resultou no “Decreto de Abertura dos Portos às
Nações Amigas”, em 1808, que possibilitou a entrada de diversos naturalistas europeus
que puderam amostrar, pela primeira vez, a até então desconhecida biota desta região
(Vanzolini, 1996; Sick, 1997; Gomes, 2007). Antes desse período, nada foi encontrado
com relação aos estudos ornitológicos realizados nessas áreas altimontanas. É possível
que alguns colecionadores de peles tenham passado pela região (ver Ruschi [1962a],
Sick [1997], Pacheco [2000b]), obtendo material para venda no mercado de história
natural da Europa, embora nada tenha sido localizado de antes desse período.
23
A seguir, são citados aqueles que contribuíram para o conhecimento da avifauna
dos campos rupestres e de altitude do leste brasileiro, com uma breve descrição de suas
atividades realizadas na área de estudo durante o período em que amostraram a região
(entre parênteses após seus respectivos nomes).
Friedrich Sellow (1814-1831)
Sellow foi trazido ao Brasil em 1814 por intermédio de Langsdorff (ver adiante)
(Sick, 1997). Durante um ano (1814-1815), explorou o Rio de Janeiro e seus arredores,
incluindo a Serra dos Órgãos (Pacheco & Whitney, 2001), embora tenha se tornado
famoso como coletor botânico e por ter acompanhado Wied em sua viagem pela costa
brasileira, nos estados do Espírito Santo e da Bahia, entre 1815 e 1817 (Sick, 1997;
Pacheco & Whitney, 2001). A partir de 1818, Sellow iniciou, junto com o naturalista
Ignaz Franz von Olfers, uma série de expedições pelo interior do Brasil, incluindo os
estados de São Paulo e Minas Gerais, até se afogar no Rio Doce em 1831 (Sick, 1997;
Pacheco & Whitney, 2001; Straube & Scherer-Neto, 2001). Em Minas Gerais, consta
que esteve em Ouro Preto (Straube & Scherer-Neto, 2001), região circundada por
campos rupestres. Entre 1818 e 1820, Sellow coletou plantas nos campos rupestres da
Serra de São José, sendo homenageado na descrição de alguns táxons vegetais que
ocorrem nesta região, tais como Anthurium sellowianum, Mandevilla sellowii, Miconia
sellowiana e Stachytarpheta sellowiana (Alves & Kolbek, 2009).
Dentre suas coletas, destacam-se dois exemplares de Augastes scutatus, beija-
flor endêmico dos campos rupestres do setor centro-meridional da Cadeia do Espinhaço
(ver capítulo 3), depositados no ZMB (números de registro 8652 e 8653). Tais
espécimes possuem as etiquetas com designações das localidades grafadas da seguinte
maneira: “Loc? Joan d. Rey”, o que estenderia a distribuição de A. scutatus para São
João Del Rei, fora da Cadeia do Espinhaço (Abreu, 2006). Entretanto, ainda é
necessário que sua ocorrência seja confirmada nesta localidade com base em estudos de
campo. Isso porque os espécimes ornitológicos coletados por Sellow (5.457 peles)
caíram nas mãos erradas do curador do ZMB, H. Lichtenstein (Pacheco & Whitney,
2001), que permutou e vendeu grande parte deste material. Como conseqüência, em
1854, restavam apenas 1.634 exemplares no ZMB, todos eles montados para exposição
e destituídos de suas etiquetas originais que continham os preciosos dados relativos à
coleta (Pacheco & Whitney, 2001). Isso fez com que a formidável coleção de Sellow
24
fosse dividida por colecionadores particulares desconhecidos e perdida para sempre pela
ciência.
Além disso, muitas espécies novas descritas por outros naturalistas do século
XIX, a exemplo de Wied, Vieillot e Temminck, já constavam na coleção de Sellow, mas
não haviam sido propriamente estudadas e descritas por Lichtenstein (Pacheco &
Whitney, 2001). Assim, perdeu-se um dos mais importantes acervos ornitológicos
provenientes do Brasil oriental, por falta de responsabilidade de um curador. Parte do
que restou da coleção de Sellow ainda se encontra depositada nas seguintes instituições:
ZMB, NMW, MNHNL e MNRJ (Pacheco & Whitney, 2001; Straube & Scherer-Neto,
2001; Roselaar, 2003).
Maximilian Alexander Phillip, Prinz zu Wied-Neuwied (1815-1817)
Wied chegou ao Brasil em 1815, partindo para uma longa expedição pela costa
brasileira, do Rio de Janeiro em direção ao Espírito Santo e Bahia, tendo sido
acompanhado por Sellow (ver acima) e Georg Wilhelm Freyress na primeira parte da
viagem, até Vitória (Vanzolini, 1996; Sick, 1997; Pacheco & Bauer, 2001b).
Posteriormente, embrenhou-se no sertão da Bahia e de Minas Gerais, região conhecida
por “Campos Geraes”. Essa área, de localização imprecisa (“confins de Minas e Bahia”,
segundo Wied), foi posteriormente considerada como parte do Espinhaço norte-mineiro,
próximo a Monte Azul e Rio Pardo de Minas (Paynter & Traylor, 1991). Recentes
expedições ornitológicas conduzidas nessas serras (Serra do Pau D’Arco, Serra da
Formosa e Gerais de Santana – ver adiante e capítulo 3) mostraram que a região
apresenta mosaicos de Cerrado, Caatinga e campos rupestres, o que explica a ocorrência
de espécies típicas destes três tipos de vegetação no material ornitológico coletado por
Wied na região. Dentre as aves típicas de campos rupestres, destacam-se os síntipos de
Polystictus superciliaris, espécie endêmica dos topos de montanha do leste brasileiro
(ver capítulo 3). Dois exemplares ainda existem no AMNH (Allen, 1889; Greenway,
1987 – Figura 2.1).
É possível que o caráter ecotonal dos “Campos Geraes” tenha impedido Wied de
apresentar descrições mais detalhadas sobre a vegetação dos campos rupestres, já que
tudo era novo para um naturalista germânico que acabara de sair da Mata Atlântica e
penetrar no sertão (Pacheco, 2000b), não sendo possível distinguir zonas de contato de
diferentes biomas. Entretanto, em alguns pontos, ele se refere às serras que compõem a
Cadeia do Espinhaço: “... continuando-se a viajar em direção à parte mais alta dos
25
campos gerais, atinge-se a cadeia de montanhas que se estende sôbre êles...” (Wied,
1940:389).
Após suas explorações, Wied retornou à Europa e publicou o relato da viagem
ao Brasil com inúmeras observações geográficas e ecológicas (o Reise nach Brasilien,
de 1820-1821, traduzido para o português – Wied [1940]), além de obras de grande
importância taxonômica para a ornitologia (os Beiträge de 1831-1833) (Vanzolini,
1996; Sick, 1997; Pacheco, 2000b). Neste aspecto, cabe ressaltar que a ornitologia foi o
campo em que Wied mais se destacou, de modo que suas descrições de espécies foram
bem detalhadas, contendo, muitas vezes, informações sobre história natural (Vanzolini,
1996; Sick, 1997). Sua coleção de aves brasileiras está no AMNH, onde vários tipos
ainda são encontrados em bom estado de conservação (Allen, 1889; Sick, 1997; obs.
pess.).
Augustin François César Prouvençal de Saint-Hilaire (1816-1822)
Este naturalista tinha mais interesse na botânica do que na zoologia. Embora
tenha chegado ao Brasil na companhia do zoólogo Pierre Delalande, este último
permaneceu apenas no Rio de Janeiro estudando beija-flores, tendo retornado à França e
falecido logo após (Pinto, 1952; Sick, 1997; Straube & Scherer-Neto, 2001). Assim, o
botânico viu-se na obrigação de coletar animais após a partida prematura de seu
compatriota, como pode ser percebido no seguinte trecho de sua narrativa: “Deixando a
França, tivera por companheiro de viagem o falecido sr. Delalande, naturalista do
Museu de Paris, cuja atividade e ardor para o trabalho devem fazer lastimável perda
para este estabelecimento. Fora forçado a voltar à Europa com o Duque de
Luxemburgo, e não pôde levar suas investigações além dos arredores do Rio de Janeiro.
Chegando a Ubá, comecei a ver insetos e pássaros que até então não encontrara;
excitado pelo desejo de tornar a viagem mais útil, tentei substituir meu companheiro
sem, no entanto, prejudicar minhas observações botânicas, e pus-me a formar coleções
de animais que continuei até a partida para a Europa, e que muito contribuiram [sic]
para aumentar minhas fadigas.” (Saint-Hilaire, 1975:28). Saint-Hilaire atravessou
diversas regiões montanhosas nas suas peregrinações pelo leste brasileiro, tendo
inclusive galgado áreas elevadas de campos rupestres no Espinhaço meridional, como
pode ser lido em um trecho em que ele descreveu a vegetação de um dos mais altos
picos da Serra do Caraça (Saint-Hilaire, 1975:101).
26
Regiões cobertas por campos rupestres ou de altitude do leste brasileiro nas
quais ele passou em suas viagens foram: Serra da Estrela, São João Del Rei, Ouro
Branco, Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana, Serra do Caraça, Sabará, Itabira, Itambé
do Mato Dentro, Conceição do Mato Dentro, Vila do Príncipe (atual Serro) e Tijuco
(atual Diamantina) (Pinto, 1952; Saint-Hilaire, 1975). Entretanto, as coleções
zoológicas de Saint-Hilaire não tiveram grande volume nem representatividade
(Vanzolini, 1996), de modo que sua coleção de aves não passou de meros 460
espécimes coligidos em diversas viagens científicas pelo Brasil (Straube & Scherer-
Neto, 2001). Para piorar a situação, a maioria de seus espécimes ornitológicos,
atualmente depositados no MNHN, não traz etiquetas com dados relativos aos locais e
às datas de coleta (Pinto, 1952). Por esse motivo, este naturalista teve pouca
importância para o conhecimento da avifauna dos campos rupestres e de altitude.
Johann Baptist von Spix (1817-1818)
Spix e seu companheiro, Carl Friedrich Philipp von Martius, chegaram ao Brasil
em 1817, acompanhando a comitiva da arquiduquesa Leopoldina da Áustria (Vanzolini,
1996; Pacheco, 2000b; Straube, 2008). Em sua viagem ao interior do Brasil,
atravessaram locais onde ocorrem campos rupestres e de altitude, a exemplo da Serra
dos Órgãos (Fazenda Mandioca), trechos da Serra da Mantiqueira e diversos pontos do
Espinhaço mineiro (Serra de Ouro Branco, Pico do Itacolomi, Serra do Caraça, Serra do
Capanema, Serra da Piedade, Serra do Itambé [= Serra do Cipó] e Diamantina) e do
Espinhaço baiano (Caetité e Chapada Diamantina) (Spix & Martius, 1981a, b; Pacheco,
2000b; Alves & Kolbek, 2009). Na Serra do Caraça, há menção à coleta de besouros e
beija-flores: “No primeiro dia, colecionamos umas cem espécies de plantas, antes
desconhecidas; e, embora as regiões montanhosas sejam quase sempre pobres de
animais, aqui, entretanto, a coleta foi rica, sobretudo dos gêneros Cerambyx e Buprestis,
especialmente o Buprestis tricolor, semistriatus nob., e dos mais variegados colibris”
(Spix & Martius, 1981a:249).
Dentre as importantes contribuições de Spix ao conhecimento ornitológico dos
campos rupestres, cita-se a coleta e a descrição de Nothura minor (Spix, 1825), espécie
ameaçada de extinção em nível global (BirdLife International, 2007), no Brasil
(Machado et al., 2005) e no estado de Minas Gerais (Machado et al., 1998) (ver capítulo
5). Sua coleta, nos arredores de Diamantina, está relatada na narrativa da viagem:
“Depois de uma cavalgada de três horas, que passaram rápidas em agradável caçada às
27
abundantes codornas (Tinamus major et minor), chegamos a Lavra da Bandeirinha”
(Spix & Martius, 1981b:35). Após o registro de Spix em Diamantina, N. minor nunca
mais foi encontrada na Cadeia do Espinhaço, já que uma possível observação da espécie
na Serra do Cipó (Willis & Oniki, 1991) trata-se, provavelmente, de um erro de
identificação (Willis, 2003).
É importante ressaltar que parte da coleção de Spix foi abandonada após a
passagem pela região da Chapada Diamantina. De acordo com a narrativa, os
naturalistas, ao chegarem em Malhada, ainda não haviam despachado o material
coletado desde Ouro Preto: “Às nossas coleções, resultantes da viagem de Vila Rica até
aqui, dedicamos cuidados especiais... A totalidade da vultuosa bagagem constitui a
carga de vinte mulas, para as quais fazer uma viagem de mais de cem léguas, era tarefa
difícil nessa época do ano, pela quase completa falta de água no trecho a percorrer.”
(Spix & Martius, 1981b:116). Entretanto, a situação foi ficando complicada na região da
Chapada Diamantina: “Tudo nos fazia lembrar Tejuco, e de boa vontade mais nos
demoraríamos aqui, se não os obrigasse a seguir para diante, à falta absoluta de
forragem. Até o próprio vigário moreno do povoado não conseguia obter milho; assim,
nada mais nos restava a fazer, senão transpor, na manhã seguinte, a Serra de Sincorá”
(Spix & Martius, 1981b:130). Ao descerem com dificuldades a serra, com mulas já
fatigadas e intoxicadas por uma erva venenosa, e com a deserção do guia, os naturalistas
foram obrigados a se desfazer de boa parte de suas coleções em uma escolha pela
própria sobrevivência: “Aqui estávamos chegados ao umbral daquela mata de catingas,
cuja travessia devia ser muito perigosa e terrível, segundo nos tinham dito os sertanejos.
Pois até Maracás, a 20 léguas de nosso pouso, não podíamos contar nem com água, nem
com forragem. Na verdade, era desesperadora nossa situação, e iminente o risco de
ficarmos com a nossa bagagem nessa triste solidão, para morrer de inanição. Quanto
maior foi a nossa consternação, quando, após uma noite de ansiedade, demos pela falta
do capataz, nosso guia, contratado na Vila do Rio de Contas; e, depois de baldadas
buscas, tivemos que nos convencer de que ele, temeroso de ser capaz de conduzir-nos
através do deserto, havia desaparecido. Por culpa dele, as mulas, em sua maioria
estavam machucadas pelas cangalhas, e recusavam-se ao serviço; duas delas já tinham
ficado mortas na estrada. A nossa provisão de milho estava quase acabada, sem que nos
pudéssemos reabastecer nas roças dos raros e pobres habitantes dali; a água corrente ia
faltar-nos, numa distância de 20 léguas, e só em três ou quatro lugares deveriam existir
poças com água fétida e salgada. A própria região, uma mata morta e esturrada,
28
contornava-nos como quadro terrível de aniquilação lenta. Nessa extrema aflição,
tomamos a resolução de arriscar as nossas coleções, para somente cuidar de salvar as
nossas vidas. Levamos as caixas para uma garganta cerrada de mato, em lugar bem
assinalado; abandonamos as mulas, doentes e exaustas, entregues à sua sorte, e tocamos
o resto da tropa para diante, o mais depressa possível” (Spix & Martius, 1981b:130-
131). Embora seja mencionado que, dentre o material zoológico que foi abandonado,
constavam “... o esqueleto completo de uma anta e os de alguns jacarés” (Spix &
Martius, 1981b:131), é possível que parte da coleção ornitológica, oriunda dos campos
rupestres (trecho da Cadeia do Espinhaço entre Ouro Preto e a Chapada Diamantina),
tenha sido abandonada nesse momento.
Spix descreveu um grande número de táxons baseado no material coletado no
Brasil, na obra Avium species novae (1824-1825), publicada em dois volumes
(Vanzolini, 1996; Sick, 1997; Pacheco, 2000b). Seus espécimes foram depositados no
ZSM e, provavelmente, alguma parte ainda subsiste no NKMBA e no LMJ (Roselaar,
2003). Entretanto, com os severos bombardeios contra Munique durante a Segunda
Guerra Mundial, há relatos que vários exemplares de Spix foram perdidos para sempre
(Vanzolini, 1996; Pacheco, 2000b; K. -L. Schuchmann, com. pess.). Um inventário do
material remanescente, associado à procedência dos espécimes, seria extremamente
desejável.
Georg Heinrich von Langsdorff (1822-1825)
Langsdorff chegou pela primeira vez ao Brasil em 1813 na qualidade de cônsul
da Rússia, permanecendo aqui até 1820. Ele adquiriu uma propriedade, chamada
Fazenda Mandioca, na base da Serra da Estrela (parte da Serra dos Órgãos), localizada
no atual município de Magé (Ihering, 1902; Komissarov, 1997; Sick, 1997; Maior,
1999). Nessa propriedade, ele reuniu uma formidável biblioteca, além de coleções de
história natural. Assim, a Fazenda Mandioca serviu como importante ponto de
passagem e de encontro de vários naturalistas, a exemplo de Wied, Freyress, Sellow,
Natterer, Spix e Martius (Vanzolini, 1996; Komissarov, 1997; Sick, 1997). No seu
retorno ao Brasil, no ano de 1822, Langsdorff iniciou suas explorações nos arredores da
Fazenda Mandioca e também em Nova Friburgo (Vanzolini, 1996; Komissarov, 1997).
A partir de maio de 1824, partiu para uma longa viagem do Rio de Janeiro em direção a
Minas Gerais, na companhia do zoólogo Edouard Ménétriès (ver adiante), do botânico
Ludwig Riedel, do artista Moritz Rugendas e do astrônomo Nester Rubstov (Pinto,
29
1952; Komissarov, 1997; Sick, 1997; Pacheco, 2004). Tais estudiosos exploraram
diversas regiões serranas do sudeste do Brasil, a exemplo de São João Del Rei, São José
(atual Tiradentes), Ouro Preto, Mariana, Timbopeba, Inficionado (atual Santa Rita
Durão), Serra do Caraça, Serra da Piedade, Sabará, Congonhas do Norte e Diamantina
(Silva, 1997; Maior, 1999; Alves & Kolbek, 2009). O material ornitológico foi
depositado no ZISP (Roselaar, 2003). Entretanto, segundo Vanzolini (1996), a
contribuição zoológica das investidas de Langsdorff e sua equipe não foi de grande
relevância. Este autor conclui: “A contribuição de Langsdorff ao conhecimento da fauna
brasileira não está no nível da dos demais zoólogos aqui discutidos. Amadorismo e má
sorte conspiraram para que a aventura quase nada representasse zoologicamente”.
Vanzolini (1996) fez uma análise das aquarelas de vertebrados ilustrados durante as
investigações de Langsdorff, preparadas pelos artistas Taunay, Florence e Rugendas.
Nelas, não se encontra nenhuma espécie de ave endêmica de campos rupestres ou
campos de altitude, apesar de haver várias espécies de distribuição geográfica mais
ampla e que vivem nesses ambientes, a exemplo de Sarcoramphus papa, Caracara
plancus, Milvago chimachima, Athene cunicularia, Melanopareia torquata, Furnarius
rufus e Stephanophorus diadematus (ver capítulo 3).
Jean Moris Edouard Ménétriès (1822-1825)
Este naturalista francês veio ao Brasil a convite de Langsdorff para coletar e
preparar animais (Pinto, 1952; Sick, 1997; Pacheco, 2004). Nos dois primeiros anos,
parece que suas atividades estiveram mais restritas à Fazenda Mandioca e arredores
(Serra dos Órgãos) (Pinto, 1952; Pacheco, 2004). Em 1824, partiu para a viagem ao
interior de Minas Gerais na companhia de Langsdorff e sua comitiva. É certo que
Ménétriès tenha coletado aves em áreas de campos rupestres, como pode ser lido no
trecho do diário de Langsdorff, quando estiveram no topo da Serra da Piedade: “O Sr.
Riedel voltou com muita coleta, Rugendas desenhou, Ménétriès e Alexander mataram
alguns pássaros” (Silva, 1997:141). Entretanto, como afirmou Vanzolini (1996), tudo
indica que o volume de material coletado não foi muito expressivo. O próprio
Langsdorff, atravessando o coração do Espinhaço mineiro, reclamou em seu diário:
“Lamento imensamente ter que dizer que Ménétriès não está colhendo material como eu
desejaria” (Silva, 1997:263). Ao que consta, a maioria de seus exemplares foi
depositada no ZISP, mas uma pequena parte foi para o MNHN e alguns são tipos de
espécies características de regiões serranas do leste brasileiro, como Scytalopus
30
speluncae, coletado possivelmente nos arredores de São João Del Rei (Sick, 1997;
Pacheco, 2004; Raposo et al., 2006).
Entretanto, as localidades anotadas por Ménétriès apresentam vários equívocos
de etiquetagem, sendo que táxons típicos do Mato Grosso (Cercomacra melanaria,
Pyriglena leuconota maura e Myrmeciza atrothorax melanura) foram registrados como
se coletados em Minas Gerais e Psilorhamphus guttatus, espécie típica dos taquarais da
Mata Atlântica montana, foi citada como proveniente de Cuiabá, capital mato-grossense
(Pacheco, 2004). Por estas e outras impropriedades nas suas localidades de coleta,
mesmo os registros de espécimes representantes de táxons em localidades que se
encaixam nas áreas conhecidas de distribuição devem ser tratados com cautela, já que
existe a possibilidade de equívoco na atribuição de suas origens (Vanzolini, 1996;
Pacheco, 2004).
Peter Wilhelm Lund, Johannes Theodor Reinhardt e Johannes Eugenius Büllow
Warming (1825-1866)
Estes três naturalistas dinamarqueses são apresentados no mesmo tópico, já que
suas histórias de coleta e permanência no Brasil são ligadas por iniciativas semelhantes:
o interesse da coroa dinamarquesa em conhecer a biodiversidade brasileira. Nesse
aspecto, Lund foi o pioneiro, chegando ao Brasil pela primeira vez em dezembro de
1825, tendo coletado nos arredores do Rio de Janeiro durante o ano de 1826 (Pinto,
1950, 1952; Krabbe, 2007). No ano seguinte, subiu a região serrana do estado (Nova
Friburgo e Macaé), onde coletou importante material zoológico (Pinto, 1950, 1952;
Krabbe, 2007). Em janeiro de 1829, retornou à Europa, voltando definitivamente para o
Brasil em 1833, saindo do Rio de Janeiro e adentrando o estado de São Paulo, passando
próximo à Serra da Bocaina (Pinto, 1950). Lund atravessou diversas regiões do interior
paulista e do sertão de Minas Gerais até chegar a Lagoa Santa, em outubro de 1835,
onde se fixou até sua morte, em 1880 (Pinto, 1950, 1952; Schøllhammer, 2002; Krabbe,
2007). Nesse itinerário, passou por diversas regiões onde ocorrem campos rupestres, a
exemplo de Ouro Preto e Mariana (Pinto, 1950, 1952). No total, Lund coletou 1.662
espécimes de aves no Brasil, todos depositados no ZMUC (Krabbe, 2007).
Em junho de 1847, Reinhardt foi para Lagoa Santa como assistente de Lund,
atravessando diversas regiões serranas da Serra da Mantiqueira e do Espinhaço
meridional até chegar àquele arraial na margem esquerda do Rio das Velhas (Pinto,
1950, 1952; Krabbe, 2007). Reinhardt retornou à Europa em novembro de 1847,
31
voltando a Lagoa Santa em setembro de 1850, onde permaneceu até março de 1852,
quando realizou outra viagem à Europa (Pinto, 1950, 1952; Krabbe, 2007). Em
novembro de 1854, ele retornou a Lagoa Santa e lá permaneceu até o final do ano
seguinte (Pinto, 1950, 1952; Krabbe, 2007). Reinhardt coletou mais de 800 espécimes
de aves em áreas anteriormente desconhecidas do Cerrado mineiro. Analisando o
material coligido por ele mesmo junto com a coleção de Lund, no ZMUC, ele escreveu
um trabalho clássico sobre as aves campestres do Brasil (Reinhardt, 1870), infelizmente
ainda pouco conhecido por ter sido publicado apenas em dinamarquês. Apenas
recentemente, com a publicação dos dados dos exemplares coletados por estes dois
naturalistas (Krabbe, 2007), é que a maioria das informações do trabalho original de
Reinhardt foi mais bem divulgada.
Apesar da enorme contribuição da dupla dinamarquesa para a ornitologia
brasileira, parece que eles não coletaram em áreas de campos de altitude (na região
serrana do Rio de Janeiro e na travessia da Serra da Mantiqueira), nem nos campos
rupestres (no Espinhaço meridional). Pelo menos, na lista dos exemplares coletados por
Lund e Reinhardt, não se encontra nenhuma espécie endêmica desses ambientes e nem
localidades típicas de áreas altimontanas (Pinto, 1950; Krabbe, 2007). A única exceção
é um registro de Knipolegus lophotes, efetuado por Lund, para a Serra da Piedade
(conforme Pinto [1952:40]). Entretanto, esta localidade não é citada para esta espécie na
recente revisão de Krabbe (2007) e, dessa forma, fica a dúvida se Lund realmente teria
coletado ou realizado anotações de campo sobre aves na Serra da Piedade.
O botânico Warming veio ao Brasil em 1863 a convite de Lund, tendo coletado
alguns espécimes de aves que foram mencionados no clássico estudo de Reinhardt
(Pinto, 1950, 1952; Krabbe, 2007). Embora mais interessado nas plantas, Warming
coletava e fazia anotações cautelosas sobre os animais, como pode ser lido na tradução
de seu artigo sobre a fauna do Cerrado (Gomes et al., 2006:109-141). Warming
empreendeu duas excursões de coleta botânica aos campos rupestres das partes mais
elevadas da Serra da Piedade, apresentando uma bela ilustração da região e descrevendo
a vegetação daquela área (Gomes et al., 2006). Suas visitas a esta localidade ajudaram-
no a compreender melhor as idéias de Humboldt sobre as zonas fitogeográficas (Gomes
et al., 2006). Entretanto, não está claro se ele coletou aves nos campos rupestres da
Serra da Piedade. Caso isso tenha ocorrido, é possível que o material ainda esteja
disponível para estudo no ZMUC.
32
Pierre Emille Gounelle (188?-1903)
Não se sabe quando Gounelle iniciou suas explorações nas montanhas do leste
do Brasil, sabendo-se apenas que esteve no país entre 1884 e 1903 (Gounelle, 1909;
Pinto, 1952; Pacheco, 2000b). Apesar de entomólogo, ele tinha especial interesse por
beija-flores, tendo coletado relevante material, incluindo táxons endêmicos, nas
seguintes localidades de campos rupestres e de altitude: Diamantina, Serra do Caraça,
Pico do Itacolomi e Itatiaia. Suas observações sobre ambientes e altitudes são muito
precisas para um naturalista daquela época. Em todos os registros de espécies de beija-
flores, Gounelle (1909) apresentou altitudes e descreveu bem os tipos de habitats onde
os espécimes foram coletados. Aparentemente, a maior parte de sua coleção está
depositada no MNHN (coleção J. Berlioz, segundo Vielliard [1994]), embora espécimes
de Augastes scutatus e de Heliactin bilophus tenham sido encontrados no MZUSP.
Dentre suas coletas mais importantes, destacam-se espécimes de A. scutatus dos
campos rupestres de Diamantina, Serra do Caraça e Pico do Itacolomi, além de
Campylopterus largipennis, proveniente da Serra do Caraça. Pela primeira vez,
espécimes de A. scutatus, espécie endêmica da região centro-meridional da Cadeia do
Espinhaço, tiveram suas localidades de coleta e altitudes bem especificadas. Gounelle
(1909) também apresentou boa descrição de sua distribuição geográfica e informações
relevantes sobre sua história natural, inclusive sobre a visita às flores de Stachytarpheta
(Verbenaceae), fato comprovado por estudo feito um século após (Vasconcelos &
Lombardi, 2001). Embora Gounelle (1909) já tivesse chamado a atenção em seu artigo
sobre a notoriedade da ocorrência de C. largipennis na região do Caraça, espécie de
distribuição predominante no norte da América do Sul, seu registro foi descartado,
talvez por ser considerado duvidoso (Vielliard, 1994). Somente décadas depois, a
subespécie C. l. diamantinensis foi descrita, com base em exemplares coletados por A.
Ruschi em Diamantina, Minas Gerais (Ruschi, 1963c). Esta é a mesma forma coletada
por Gounelle na Serra do Caraça, com base em exemplares obtidos recentemente nessa
região (DZUFMG 2575, 2576, 2738, 2739, 2838, 2839, 3783) e comparados com o
holótipo no AMNH (número de registro 801435). Uma fotografia do entomólogo em
visita ao Dr. Hermann von Ihering, em São Paulo, foi recentemente publicada por
Azevedo (2000).
33
Século XX
Ao contrário do século XIX, quando os naturalistas estavam apenas de passagem
por diversas regiões serranas, o século XX foi marcado pelas primeiras expedições
voltadas especificamente para as montanhas do leste brasileiro. Abaixo, são citados
coletores que fizeram parte dessas expedições, além de outros que contribuíram de
maneira mais periférica para o conhecimento da avifauna dessas áreas altimontanas. O
período em que estes estudiosos trabalharam na região também é citado entre
parênteses.
Carlos Moreira (1900-1903)
Moreira era assistente da Seção de Zoologia do MNRJ. Aparentemente, suas
primeiras coletas no Itatiaia foram realizadas em 1900 (Ruschi, 1951), mas foi em julho
de 1901 que ele empreendeu, junto com o botânico Ernst Hemmendorff, uma expedição
aos campos de altitude dessa região que teve seus resultados publicados (Hemmendorff
& Moreira, 1903). Moreira foi o primeiro a coletar Oreophylax moreirae, espécie
endêmica dos topos de montanha do leste brasileiro (Miranda-Ribeiro, 1906; Gonzaga,
1989b – ver capítulo 3). Embora o relato da viagem de Moreira não apresente muitas
informações sobre a avifauna do Itatiaia, esses esforços, somados a outras excursões
subseqüentes à região, pelo menos até 1903, formaram a base para um importante artigo
publicado por Miranda-Ribeiro (1906) (ver abaixo).
Alípio de Miranda-Ribeiro (1904-1935)
Miranda-Ribeiro era chefe da Seção de Zoologia do MNRJ e passou alguns dias
de novembro de 1904 nos campos de altitude do Itatiaia, tendo decidido ajuntar os
resultados obtidos por ele mesmo e por Moreira para a produção da primeira lista das
aves da região, baseada em quase 100 espécimes, representantes de 43 espécies,
algumas delas das matas e não dos campos de altitude (Miranda-Ribeiro, 1906). Nesta
importante contribuição, ele descreveu duas novas espécies de aves: Oreophylax
moreirae e Hemitriccus obsoletus. Posteriormente, baseando-se em informações
adicionais, com base em coletas efetuadas por Peixoto-Velho (ver abaixo), ele publicou
uma revisão da lista da avifauna do Itatiaia, com algumas notas taxonômicas,
totalizando 105 espécies em toda a região, incluindo matas e campos de altitude
(Miranda-Ribeiro, 1923).
34
Miranda-Ribeiro também explorou os pontos mais altos da Serra dos Órgãos, em
Teresópolis, de 1915 até pelo menos 1935, constando que ele havia registrado O.
moreirae nos campos de altitude daquela localidade (Peixoto-Velho, 1923b; Miranda-
Ribeiro, 1923, 1935; Holt, 1928; Ruschi, 1951).
Hermann Lüderwaldt (1906)
Embora quase nunca mencionado em revisões históricas, com poucas exceções
(Pinto, 1945, 1951, 1954), o naturalista alemão Lüderwaldt fez contribuições muito
importantes para a ornitologia da Serra da Mantiqueira, coletando material em Campos
do Jordão e nos campos de altitude do Itatiaia. A esta última localidade, ele foi enviado
a serviço do Dr. Hermann von Ihering, do MZUSP (na época Museu Paulista),
trabalhando entre abril e maio de 1906 e coletando espécimes, 64 dos quais enviados ao
MZUSP (Pinto 1951, 1954); alguns outros foram localizados no AMNH (obs. pess.). Os
resultados de sua contribuição ao estudo da avifauna dos campos de altitude do Itatiaia
foram publicados por ele mesmo (Lüderwaldt, 1909).
Pedro Pinto Peixoto-Velho (1921-1922)
Preparador da Seção de Zoologia do MNRJ, Peixoto-Velho fez duas investidas
em coleta de espécimes ornitológicos no Itatiaia: uma entre maio e junho de 1921 e,
outra, em fevereiro de 1922, publicando seus resultados (Peixoto-Velho, 1923a).
Entretanto, a maior parte do material (51 espécimes) é oriunda das matas. A exceção foi
um espécime de Oreophylax moreirae coletado nos campos de altitude dessa região
(Peixoto-Velho, 1923a; Pinto, 1951, 1954).
Em outubro de 1922, Peixoto-Velho empreendeu curta viagem de coleta à Serra
do Caparaó, apresentando uma lista do escasso material coligido (10 exemplares), junto
a alguns espécimes que o MNRJ havia adquirido de Holt (ver abaixo) (Peixoto-Velho,
1923b; Sick, 1970). Sabe-se que ele tentou alcançar o Pico da Bandeira, mas foi
impedido pelo nevoeiro. Infelizmente, na lista de espécies publicada, não constam as
altitudes e os ambientes de coleta, embora ele mencione um espécime de O. moreirae
coletado a 2.200 m de altitude (Peixoto-Velho, 1923b), obviamente, nos campos de
altitude daquela região.
35
Ernest G. Holt (1921-1922)
Holt foi enviado pelo Dr. Frank Murphy Chapman do AMNH para fazer estudos
sobre as zonas de vida ao longo do gradiente altitudinal do Itatiaia na composição da
avifauna da região. Chapman já havia amostrado e estudado este aspecto nos Andes
setentrionais e tinha grande interesse, já naquela época, em realizar uma comparação
desses estudos com a Serra do Itatiaia. Holt realizou coletas de grande importância no
período de dezembro de 1921 a abril de 1922, publicando os resultados de sua
amostragem numa revisão clássica da avifauna do Itatiaia (Holt, 1928). Os 559
exemplares, representantes de 187 espécies, coletados nessa ocasião, estão depositados
no AMNH. Suas séries foram muito bem preparadas por ele mesmo. Além disso, pela
primeira vez nas amostragens ocorridas nos campos de altitude do Itatiaia, houve a
coleta de séries constituídas por um número razoável de espécimes, de modo que
maiores estudos sobre variação individual ou geográfica de algumas espécies endêmicas
ou típicas dessas áreas altimontanas só serão possíveis graças aos esforços de Holt (e de
Kaempfer – ver adiante).
Ainda em julho de 1922, Holt explorou os campos de altitude da Serra do
Caparaó, coletando espécimes (Peixoto-Velho, 1923b; Holt, 1928; Ruschi, 1951; Sick,
1970). Segundo Peixoto-Velho (1923b), a maior parte de sua coleção desta localidade
foi enviada ao AMNH, mas cerca de 60 peles foram vendidas ao MNRJ.
Maria Elisabeth Emilie Snethlage (1926-1929)
A ornitóloga alemã Snethlage foi uma das maiores coletoras de aves do início do
século XX. Embora suas atividades de coleta tenham-se concentrado na região
amazônica, entre 1905 e 1922 (Cunha, 1989; Junghans, 2008), a serviço do MPEG,
Snethlage trabalhou posteriormente no MNRJ, de 1922 a 1929 (ano de sua morte),
tendo a oportunidade de amostrar as serras do sudeste brasileiro (Gonzaga, 1989a; Sick,
1997; Pacheco, 2000b). Suas coletas na região de Ouro Preto e Mariana, no Espinhaço
meridional, foram efetuadas entre janeiro e maio de 1926 (Ruschi, 1951; Schneider &
Sick, 1962; Mattos & Sick, 1985; Vasconcelos et al., 2008b). A maior parte do material
é possivelmente oriunda das áreas florestadas ao longo da drenagem do Rio Gualaxo.
Entretanto, Snethlage também coletou em áreas serranas da Cadeia do Espinhaço, como
é atestado pelos espécimes oriundos das Serras do Capanema e do Batatal, em Ouro
Preto (Vasconcelos et al., 2008b), e de três exemplares de Embernagra longicauda
36
obtidos na Fazenda Taveira, Mariana (Mattos & Sick, 1985). Estes exemplares foram os
primeiros da espécie a ter uma localidade específica anotada em suas etiquetas, já que a
mesma havia sido descrita com base em um único espécime-tipo procedente da
“América do Sul” (O’Brien, 1968).
Em abril de 1927, ela coletou na região do Itatiaia, como atesta um espécime de
Oreophylax moreirae (Melo-Júnior et al., 1998) depositado no MNRJ, além de
exemplares de outras espécies nesta mesma instituição (Ruschi, 1951; Schneider &
Sick, 1962; Gonzaga, 1989a).
Entre agosto e setembro de 1929, Snethlage coletou nos campos de altitude da
Serra do Caparaó, onde se encontrou com Emil Kaempfer (ver abaixo), trazendo para as
coleções do MNRJ espécimes de Oreophylax moreirae, Drymophila genei e Scytalopus
notorius (Miranda-Ribeiro, 1930; Snethlage, 1930; Ruschi, 1951; Schneider & Sick,
1962; Sick, 1970, 1997; Melo-Júnior et al., 1998; Straube & Scherer-Neto, 2001).
O material coletado por Snethlage nessas áreas altimontanas ainda necessita ser
cuidadosamente levantado, já que uma revisão de suas coleções nunca foi publicada.
Emil Kaempfer (1928-1929)
Kaempfer era coletor e taxidermista profissional, tendo sido contratado pela
milionária Elsie M. B. Naumburg para fazer coleções de referência no leste do Brasil e
no Paraguai, entre os anos de 1926 e 1931 (Naumburg, 1935; Pinto, 1952; Sick, 1997;
Pacheco, 2000b). Kaempfer, acompanhado de sua esposa, coletou e preparou mais de
10.000 exemplares nesse período, sendo seu trabalho um dos maiores esforços de coleta
de um único homem em contribuição à ornitologia do leste brasileiro (Naumburg, 1928,
1935). Após estudar parte do material (Naumburg, 1937, 1939), ela doou esta
importante coleção ao AMNH (Pacheco, 2000b), onde ela se encontra em perfeitas
condições nos dias atuais (obs. pess.). Das localidades de topos de montanha do leste
brasileiro, Kaempfer coletou nos campos rupestres de Morro do Chapéu, extremo norte
da Chapada Diamantina, e nos campos de altitude da Serra do Caparaó.
Kaempfer amostrou a região de Morro do Chapéu entre abril e maio de 1928
(Naumburg, 1935), tendo coletado importante material, incluindo espécies endêmicas e
quase-endêmicas dos topos de montanha do leste brasileiro (ver capítulo 3), a exemplo
de Augastes lumachella, Polystictus superciliaris e Embernagra longicauda (Ruschi,
1962a; Mattos & Sick, 1985; Sick, 1997; Vasconcelos et al., 2003). Neste aspecto, cabe
ressaltar que os espécimes de A. lumachella foram os primeiros a ter uma localidade
37
específica anotada em suas etiquetas, já que a espécie havia sido descrita com base em
material proveniente da “Bahia” (Pacheco, 2000b).
Na região do Caparaó, Kaempfer demorou-se de julho a setembro de 1929. Sua
coleção dos campos de altitude dessa localidade é a mais representativa de todos os que
por ali passaram antes e depois, sendo suas séries, para cada espécie coletada,
representada por um bom número de espécimes. Como exemplo, táxons tipicamente
serranos, tais como Stephanoxis lalandi lalandi, Oreophylax moreirae, Knipolegus
nigerrimus e Poospiza lateralis são representados por dezenas de exemplares nas séries
coletadas por ele nos campos de altitude da Serra do Caparaó.
Infelizmente, a coleção de Kaempfer nunca foi totalmente levantada, estudada e
divulgada, sendo extremamente desejável que um artigo semelhante ao de Krabbe
(2007) seja publicado a este respeito.
Heinrich Maximilian Friedrich Hellmut Sick (Helmut Sick) (1941-1985)
O alemão Sick veio ao Brasil em agosto de 1939 como assistente de Adolf
Schneider para participar de uma expedição ao norte do Espírito Santo (Gonzaga, 1991;
Pacheco & Bauer, 1995). Em setembro, com o início da Segunda Guerra Mundial, Sick
resolveu permanecer (ilegalmente, já que seu visto havia vencido) no Espírito Santo,
após o término da expedição (em dezembro), vivendo junto ao pastor luterano Leonhard
Friedrich Fuchshuber, na Serra de Jatiboca, próximo a Itarana (Gonzaga, 1991; Pacheco
& Bauer, 1995). Sick permaneceu nessa região até 1942, tendo coletado nos campos de
altitude da Serra do Caparaó e suas adjacências, entre fevereiro e abril de 1941
(Schneider & Sick, 1962; Sick, 1959, 1970). Foi nesta ocasião que redescobriu
Caprimulgus longirostris no Brasil (Sick, 1959, 1963) e coletou exemplares de várias
espécies serranas na região. Por estar em situação ilegal, Sick foi preso em março de
1942, permanecendo por quase três anos nos presídios da Ilha das Flores e da Ilha
Grande (Gonzaga, 1991; Pacheco & Bauer, 1995). Consta que seu material e anotações
também foram apreendidos, mas os espécimes da Serra do Caparaó, todos muito mal
preparados, encontram-se atualmente depositados no MNRJ e no AMNH (L. E. Lopes,
com. pess.; obs. pess.). Após a saída da prisão, Sick naturalizou-se brasileiro e foi
contratado pelo MNRJ, em 1960, permanecendo no Brasil até sua morte, em 1991
(Gonzaga, 1989a, 1991). É certo que Sick continuou amostrando áreas de campos
rupestres e de altitude, principalmente no Itatiaia (julho de 1952, janeiro de 1956, março
de 1968, novembro de 1969), Serra dos Órgãos (1946 [data não mencionada], setembro
38
de 1955, fevereiro e outubro de 1956), do Caparaó (1985) e possivelmente algumas
localidades da Mantiqueira (Pico do Selado – abril de 1956) e do Espinhaço, como pode
ser lido em alguns de seus artigos (Sick, 1959, 1970), em sua obra maior (Sick, 1997) e
nos relatos de Andrade (1991) e de Vuilleumier (1995). Em julho de 1974, Sick esteve
na Serra do Caraça, quando registrou a águia-chilena, Buteo melanoleucus (Sick, 1997).
Entretanto, não se sabe se ele coletou exemplares adicionais nestas localidades.
Sua sensibilidade para com o ambiente dos campos de altitude pode ser
percebida no seguinte trecho, quando caçava, à noite, no topo da Serra dos Órgãos: “O
luar iluminava os picos e prateava o mar de nuvens que fervilhava na extensa Baixada
Fluminense. A sombra das chusqueas retorcidas, eternamente castigadas pelas
ventanias, povoava de fantasmas as lajes serrilhadas dos declives abruptos. As negras
grotas expeliam golfadas de neblina em direção aos cumes, obscurecendo o ambiente e
tornando difícil a orientação naquele labirinto de penhascos. Finalmente, já a [sic] meia-
noite, numa íngreme escarpa da Baleia, consegui aproximar-me do meu objetivo o
suficiente para um tiro, e tive em mãos mais um comprovante (macho) de Caprimulgus
longirostris” (Sick, 1959). Estas palavras mostram que Sick era um montanhista hábil,
com alta capacidade para descrever os ambientes campestres das montanhas do leste
brasileiro. Só quem passou noites a fio nesses cumes seria capaz de fazer tal tipo de
descrição do ambiente, recheada de impressões poéticas.
Vale mencionar que Sick também coletou e descreveu Cinclodes pabsti, das
montanhas do sul do Brasil (Sick, 1969; Gonzaga, 1989b), mas recentemente registrada
nos campos rupestres da Serra do Cipó (Freitas et al., 2008). Dentre as mais importantes
contribuições de Sick à ornitologia das altas montanhas do leste brasileiro, destacam-se
seus estudos sobre Oreophylax moreirae nos campos de altitude (Sick, 1970) e, embora
superficial, seu artigo sobre a influência andino-patagônica na avifauna desta região
(Sick, 1985).
Élio Gouvêa (1944-1997)
Funcionário do Parque Nacional do Itatiaia, Gouvêa era um excelente coletor e
taxidermista, tendo acompanhado Lima em suas coletas (ver adiante). Em julho de 1952
e janeiro de 1956, esteve com Sick nos campos de altitude dessa região, tendo coletado
espécimes de Caprimulgus longirostris (Sick, 1959 – citando-o erroneamente como
Helio Gouveia). Ele foi responsável pela montagem das coleções científicas e
expositivas no museu desta reserva entre 1955 e 1979 (Vasconcelos & Gouvêa, 2001).
39
Tal coleção foi enviada, nos últimos anos, ao MNRJ (E. M. Gouvêa, com. pess.). Seus
trabalhos de campo no Itatiaia foram efetuados até recentemente, embora, a partir da
década de 1980, tenha concentrado esforços no anilhamento de aves, visando estudar
aspectos da migração altitudinal por algumas espécies. Nessas ocasiões, coletava alguns
espécimes que morriam acidentalmente durante a captura ou manuseio. Por ser um
residente da região durante décadas, Gouvêa era o maior conhecedor da avifauna do
Itatiaia. Um levantamento do material coletado por Gouvêa ainda necessita ser
realizado.
José Leonardo Lima (1949-1961)
Lima era um hábil coletor e taxidermista do Departamento de Zoologia da
Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio do Estado de São Paulo (atual MZUSP).
Ele foi incumbido por Olivério Mário de Oliveira Pinto de empreender expedições de
coleta de aves para aquela instituição no Itatiaia, entre os anos de 1949 e 1954, das quais
participaram Gouvêa (ver acima) e o próprio Olivério Pinto. Os campos de altitude
foram amostrados apenas durante uma semana, em maio de 1951 (Alto do Itatiaia:
Várzea dos Lírios), mas um volume interessante de material foi coletado (Pinto, 1951,
1954). Com base na última revisão da avifauna regional, Pinto (1954) listou mais de
240 espécies para o Itatiaia, incluindo aquelas de áreas florestadas e de campos de
altitude.
Lima também coletou na Serra da Bocaina, embora sua coleção nunca tenha sido
estudada e levantada. Merece destaque um espécime de Polystictus superciliaris que ele
coletou nessa área e que representa o primeiro registro desta espécie para o complexo da
Serra do Mar (Sick, 1997; Vasconcelos et al., 2003).
Augusto Ruschi (1956-1977)
As primeiras investigações de Ruschi nas altas montanhas do leste brasileiro
parecem ter ocorrido na Serra do Caparaó nos anos de 1956, 1957 e 1977, quando
coletou poucos espécimes, depositados no MBML (Bauer, 1999; obs. pess.).
Infelizmente, não é possível saber se ele coletou nos campos de altitude dessa região, já
que as anotações nas etiquetas não informam os tipos de ambiente em que os espécimes
foram coletados. Alguns deles, tais como um exemplar de Tangara desmaresti (MBML
4763) e outro de Poospiza lateralis (MBML 6528), coletados nas altitudes de 1.800 m e
1.700 m, respectivamente, podem ter sido coletados na transição da mata nebular para
40
os campos de altitude. Posteriormente, Ruschi apresentou listagens da avifauna do
Parque Nacional do Caparaó (Ruschi, 1978) e do Parque Estadual da Pedra Azul
(Ruschi, 1982b), onde também existem campos de altitude. Entretanto, nessas listagens
também não foram informados os ambientes e as altitudes dos registros, sendo
impossível saber quais deles foram efetuados nos campos de altitude. Além disso, essas
listagens são consideradas duvidosas e possivelmente tratam de fraudes
deliberadamente cometidas por este autor (ver Bauer [1999], Pacheco & Bauer
[2001a]).
O material coletado e divulgado em publicações indica que Ruschi iniciou suas
explorações nos campos rupestres do Espinhaço mineiro em março de 1958, quando
obteve espécimes de Augastes scutatus (Ruschi, 1962a). Em 1959, durante uma visita
ao AMNH, Ruschi descobriu os exemplares de A. lumachella coletados por Kaempfer
no Morro do Chapéu (Ruschi, 1962a; Sick, 1997). A partir daí, com o patrocínio do
magnata Crawford H. Greenwalt, ele investiu em uma série de expedições aos campos
rupestres da Cadeia do Espinhaço (em Minas Gerais e na Bahia), com o intuito de
coletar mais material dessas duas espécies de Augastes, ambas endêmicas desse sistema
orográfico (Ruschi, 1962a). Apesar de Ruschi ter cometido alguns erros relativos à
toponímia de certas localidades de ocorrência dessas duas espécies, sua revisão sobre a
distribuição geográfica de ambas é muito boa para aquela época (Ruschi, 1962a; 1963a,
b).
Em janeiro de 1962, Ruschi coletou e descreveu a subespécie Colibri delphinae
greenewalti (Figura 2.2) dos campos rupestres da Chapada Diamantina, em homenagem
a Greenwalt (Ruschi, 1962b). Este é um dos táxons menos conhecidos dos campos
rupestres e sua validade taxonômica ainda é discutida (Greenway, 1978; Vielliard,
1994; Stiles, 1999; Brammer, 2002). O fato é que todo o conjunto de caracteres
considerados diagnósticos da subespécie C. d. greenewalti ocorre de maneira isolada em
espécimes da forma nominal de outras regiões, mas não de maneira conjunta (K. -L.
Schuchmann, com. pess.; obs. pess.). Caso C. d. greenewalti seja considerada uma
forma válida, será um dos táxons endêmicos da Cadeia do Espinhaço com distribuição
das mais restritas (ver capítulo 3).
Com base em material coletado em setembro de 1962, na Fazenda da Alegria,
vertente meridional da Serra do Caraça, Ruschi (1963b) descreveu a subespécie
Augastes scutatus soaresi (Figura 2.3), sendo a mesma invalidada por Abreu (2006), por
se tratar de uma mera variação individual da espécie, conforme já aventado por
41
Vielliard (1994). Nesta mesma localidade, ele coletou e descreveu Phaethornis
eurynome pinheiroi (Ruschi, 1965), outra subespécie que foi recentemente invalidada
(Vasconcelos, 2008b).
Em setembro de 1963, Ruschi (1963c) descreveu Campylopterus largipennis
diamantinensis (Figura 2.4), de Diamantina, Minas Gerais, subespécie já coletada na
Serra do Caraça por Gounelle (ver acima).
A subespécie Phaethornis pretrei schwarti foi descrita com base em exemplares
coletados em abril de 1965 e abril de 1975, nos municípios de Mucugê e Andaraí,
Chapada Diamantina (Ruschi, 1975). A validade deste táxon também é questionável
(Grantsau, 1988; Vielliard, 1994).
Entre janeiro e fevereiro de 1973, Ruschi coletou também no Parque Estadual de
Forno Grande (Vielliard, 1994), sendo seus poucos exemplares depositados no MBML.
Infelizmente, também não é possível saber se esses exemplares foram coletados em
áreas de campos de altitude, por falta de informações nos rótulos.
Apesar das imprecisões e possíveis fraudes de alguns registros, principalmente
no Espírito Santo (ver Bauer [1999], Pacheco & Bauer [2001a]), além da falta de
critério científico na descrição de novos táxons, a contribuição de Ruschi ao estudo da
avifauna campestre dos topos de montanha do leste do Brasil é indiscutível, uma vez
que ele coletou e preservou espécimes que são de grande valia para os estudos de
taxonomia e de variação geográfica (ver Vielliard [1994], Abreu [2006]).
Rolf Grantsau (1964-)
O naturalista alemão Grantsau mudou-se para o Brasil em 1962, iniciando seus
trabalhos de coleta e estudo da avifauna brasileira junto à equipe do MZUSP, em 1963
(Grantsau, 1967, 1988). Apesar de trabalhar como desenhista de projetos industriais na
Mercedes-Benz do Brasil, Grantsau conseguiu reunir centenas de espécimes de aves em
suas horas vagas, um louvável trabalho que contou com a ajuda de sua esposa, Ilse
Grantsau. A maior parte do material encontra-se em sua coleção particular (SG), embora
espécimes coletados por Grantsau tenham sido localizados em diversas instituições
(e.g., AMNH, MZUSP e MPEG). Por ser interessado em beija-flores, entre julho de
1964 e outubro de 1965, ele seguiu a rota de Ruschi pelos campos rupestres da Cadeia
do Espinhaço com a intenção de estudar e coletar duas espécies endêmicas: Augastes
lumachella e A. scutatus (Grantsau, 1967, 1968). Dentre as localidades de campo
rupestre visitadas por Grantsau, destacam-se: Serra de Itatiaiuçu, Barão de Cocais, Serra
42
do Caraça, Serra Santa (onde também coletou Embernagra longicauda – MZUSP
61718), Serra do Cipó, Serra do Sincorá e Andaraí (Grantsau, 1967, 1968). Suas coletas
culminaram na descrição de uma nova subespécie em homenagem à sua esposa,
Augastes scutatus ilseae (Grantsau, 1967), que também é uma mera variação individual
da espécie (Abreu, 2006).
Grantsau foi o primeiro a coletar Formicivora grantsaui, em Igatu (1965),
espécie endêmica dos campos rupestres da Chapada Diamantina que foi recentemente
descrita em homenagem a ele (Gonzaga et al., 2007). Com mais de 80 anos de idade,
Grantsau até hoje é um ativo taxidermista e pesquisador de campo.
Geraldo Theodoro Mattos (1968-)
Mattos iniciou suas pesquisas de campo nas serras mineiras em 1968, quando
realizou uma visita à Serra da Gandarela junto com a equipe do Jardim Botânico do Rio
de Janeiro. Nesta ocasião, registrou Embernagra longicauda, espécie que continuou
estudando por vários anos em diversas localidades de campos rupestres na Cadeia do
Espinhaço, tais como: Serra de Ouro Branco, Pico do Itacolomi, Serra da Moeda, Serra
do Batatal, Serra do Caraça, Serra da Piedade, Serra do Cipó, Serro, Diamantina, Couto
de Magalhães, Grão Mogol, dentre outras (Mattos & Sick, 1985; Sick, 1997; Andrade,
1998). Entretanto, suas coletas nestas áreas não foram expressivas, havendo poucos
espécimes atualmente depositados no DZUFMG. Na Serra da Mantiqueira, Mattos
atuou como importante colaborador na preparação de listagens da avifauna de
localidades onde existem áreas de campos de altitude, tais como as Serras do Ibitipoca e
do Brigadeiro (Andrade, 1997a, b; Simon et al., 1999).
Frederico Lencioni-Neto (1985-)
Lencioni-Neto é professor adjunto da UNIVAP, além de grande ilustrador
científico e coletor de aves. Na Serra do Cipó, em dezembro de 1985, ele coletou o
primeiro exemplar de Asthenes luizae, espécie endêmica dos campos rupestres do setor
centro-meridional da Cadeia do Espinhaço (Vielliard, 1990b; Vasconcelos et al., 2008a
– ver capítulo 3). Posteriormente, ele retornou a esta área com Jacques Vielliard, em
dezembro de 1988, coletando um exemplar adicional. Ambos os espécimes foram
usados na descrição da espécie, que homenageou Luiza, sua esposa (Vielliard, 1990b).
Em setembro de 1987, ele esteve nos campos rupestres da região de Mucugê,
onde coletou e descreveu Knipolegus nigerrimus hoflingi (ver Lencioni-Neto [1996]),
43
táxon de validade questionável (Brammer, 2002). A maior parte das aves por ele
coletadas estão em seu acervo particular, embora os holótipos de A. luizae e de K. n.
hoflingi tenham sido enviados ao MZUSP.
Uma de suas contribuições artísticas é a produção de um pôster da “Série
Ecossistemas Brasileiros” (1987), no qual ele retratou a fauna e a flora dos campos
rupestres, com base na paisagem da Serra do Cipó. Este pôster e outras de suas
ilustrações naturalísticas dos campos rupestres foram recentemente publicados (Por et
al., 2005).
Herculano Marcos Ferraz Alvarenga (1999-)
O paleontólogo e ornitólogo Alvarenga é um dos maiores conhecedores da
avifauna da Serra da Mantiqueira. É fundador do MHNT, que abriga uma importante
coleção científica de esqueletos e peles de aves, a grande maioria coletada e preparada
por ele mesmo. Desde 1999, ele vem coletando esporadicamente nos campos de altitude
do Pico dos Marins, destacando-se espécimes de Oreophylax moreirae e de
Caprimulgus longirostris.
Conclusões
As amostragens da avifauna dos campos rupestres e de altitude do leste
brasileiro iniciaram tardiamente, a partir do século XIX. Entretanto, a maioria das
tentativas de coleta de aves naquele século trouxe poucos resultados significativos para
o conhecimento sobre a distribuição das espécies nessas áreas altimontanas. Os motivos
disso são, principalmente:
- falta de amostragens sistemáticas em uma mesma localidade, já que grande parte dos
naturalistas apenas passou por essas regiões;
- falta de cuidado com a etiquetagem do material, principalmente com relação à suas
localidades de coleta (Saint-Hilaire e Ménétriès);
- baixo esforço de coleta (Saint-Hilaire, Langsdorff e Ménétriès);
- passagem por áreas marginais de campos rupestres e de altitude (Wied, Lund,
Reinhardt e Warming);
- perda de material por emergência em campo e bombardeios nas instituições
depositárias (Spix);
44
- perda de material e troca de etiquetas originais de coleta por incompetência de curador
(Sellow).
Só a partir das grandes expedições de instituições nacionais e estrangeiras,
principalmente durante a primeira metade do século XX, é que a avifauna destas áreas
foi mais bem amostrada e conhecida, com a redescoberta dos táxons que haviam sido
descritos sem procedência exata (A. lumachella, A. scutatus e E. longicauda) e com a
descoberta e descrição de novas espécies (O. moreirae, A. luizae e F. grantsaui). Nesse
contexto, merecem destaque especial Holt e Kaempfer, que reuniram séries importantes
de várias espécies destas áreas, em especial dos campos de altitude do Itatiaia e do
Caparaó. Além disso, a maioria dos espécimes coletados no século XX ainda permanece
nas instituições onde foram depositados e apresenta dados precisos de procedência em
seus rótulos.
Entretanto, essas regiões altimontanas ainda necessitam ser mais amostradas, já
que as séries coletadas na primeira metade do século XX ainda não são suficientes para
se estudar padrões de variação geográfica das espécies endêmicas (e.g., Vasconcelos et
al., 2003). Como a maioria destas áreas foi transformada em reservas, as atividades de
coleta de aves (especialmente se for necessário o uso de armas de fogo) tornam-se
extremamente complicadas ou mesmo impossíveis (ver capítulo 5). Com essa tendência
ao declínio nas atividades de coleta científica de aves, é possível que o século XXI
contribua ainda menos para o conhecimento da avifauna das montanhas do leste do
Brasil que o próprio século XIX. Além disso, novas espécies ainda podem ser
descobertas em áreas isoladas ou de acesso difícil. Um bom exemplo é a recente
descrição de F. grantsaui na Chapada Diamantina (Gonzaga et al., 2007), uma região
relativamente bem conhecida em termos ornitológicos (Funch, 1999; Parrini et al.,
1999; Carvalhaes, 2001), localizada apenas 300 km a oeste de Salvador, capital do
estado da Bahia.
Estudos ornitológicos recentes
Apenas recentemente, foram publicados estudos mais específicos sobre a
avifauna dos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil. Estes estudos enfocam,
principalmente:
45
- distribuição geográfica de diversas espécies (Carnevalli, 1982; Mattos & Sick, 1985;
Ribeiro, 1997; Andrade et al., 1998; Cordeiro et al., 1998; Machado et al., 1998; Melo-
Júnior et al., 1998; Pacheco & Bauer, 1998; Vasconcelos, 1999b, 2000b, 2001b, 2002;
Vasconcelos et al., 1999b, 2002a, 2003, 2006, 2007a, 2008c; Santos, 2000; Zorzin et
al., 2006; Olmos, 2007; Costa et al., 2008; Vasconcelos & Endrigo, 2008);
- levantamentos regionais (Carnevalli, 1980; Willis & Oniki, 1991; Andrade, 1997a, b,
1998; Vasconcelos & Brandt, 1998; Bauer, 1999; Funch, 1999; Parrini et al., 1999;
Simon et al., 1999; Carvalhaes, 2001; Melo-Júnior et al., 2001; Vasconcelos 2001a,
2003, 2007, 2008a; Vasconcelos & Melo-Júnior, 2001; Machado, 2005; Gomes &
Guerra, 2006; Mallet-Rodrigues et al., 2007; Vasconcelos & D’Angelo Neto, 2007;
Hoffmann & Vasconcelos, 2008; Pacheco et al., 2008);
- taxonomia (Vielliard, 1990b; 1994; Lencioni-Neto, 1996; Brammer, 2002;
Vasconcelos & Silva, 2003; Abreu, 2006; Raposo et al., 2006; Gonzaga et al., 2007;
Vasconcelos et al., 2008a);
- biogeografia (Silva, 1995a, b; Silva & Bates, 2002; Vasconcelos et al., 2003);
- biologia reprodutiva (Studer & Teixeira, 1993; Vasconcelos & Lombardi, 1996;
Vasconcelos, 1997; Vasconcelos & Ferreira, 2001; Vasconcelos et al., 2001, 2007a;
Machado et al., 2003b; Costa & Rodrigues, 2006a, 2007; Gomes, 2006; Hoffmann,
2006; Hoffmann & Rodrigues, 2006a, b; Vasconcelos & Endrigo, 2008);
- comportamento (Pearman, 1990; Vasconcelos et al., 1998, 1999a; Almeida & Raposo,
1999; Machado et al., 2003a; Hoffmann & Rodrigues, 2005, 2006c; Alves et al., 2006;
2007; Costa & Rodrigues, 2006b; Domingues & Rodrigues, 2006; Gomes, 2006;
Gomes & Rodrigues, 2006b; Guerra et al., 2006; Hoffmann, 2006; Ribon et al., 2006;
Hoffmann et al., 2007; Vasconcelos et al., 2007a, b; Freitas & Rodrigues, 2008);
- interação entre aves e plantas (Sazima, 1977; Pineschi, 1990; Sazima & Sazima, 1990;
Piratelli, 1997; Vasconcelos & Lombardi 1999, 2000, 2001; Romão et al., 2001; Willis,
2002; Coelho & Machado, 2003; Faustino & Machado, 2003, 2006; Faustino et al.,
2003; Machado, 2003; Santana & Machado, 2006; Guerra, 2005; Colaço et al., 2006;
Guerra & Alves, 2006; Machado et al., 2007a, b; Jacobi & Antonini, 2008; Vasconcelos
& Silveira, 2008);
- conservação (Vasconcelos, 1999b, 2000a; Silva, 1997, 1998; Silva & Bates, 2002;
Gomes & Rodrigues, 2006a).
46
Esforço de amostragem em campo
Para a compilação dos padrões de distribuição geográfica das espécies de aves
consideradas no presente estudo, diversas regiões serranas do leste brasileiro foram
amostradas em campo. Abaixo, são relacionadas essas áreas de campos rupestres e de
altitude. Detalhes sobre tais localidades são fornecidos na Tabela 1.1 (capítulo 1). O
esforço amostral (dias de levantamento) é apresentado para cada uma dessas áreas.
Sempre que possível, as espécies foram documentadas por meio de coleta de
exemplares com o uso de espingardas ou redes-de-neblina, ou pela gravação de suas
vocalizações. Os espécimes testemunhos foram taxidermizados e depositados no
DZUFMG. O Apêndice 2.1 apresenta a listagem dos espécimes coletados nessas
localidades, com seus respectivos números de tombo. As gravações de vocalizações
foram realizadas em fitas K-7, com o uso de gravadores Sony TCM-5000 EV e
Panasonic RQ-L31 e microfones direcionais Sennheiser ME-66 e ME-88. Cópias de
todas as gravações foram depositadas no ASEC. Em algumas ocasiões, as aves também
foram fotografadas.
Palmeiras-Lençóis
2002: 1o e 2 de junho. Caminhadas pelos campos rupestres do Morro do Pai
Inácio, em altitudes variando de 900 m a 1.250 m. Métodos: observação, gravação de
vocalizações e fotografias.
Mucugê
2002: 31 de maio e 3 de junho. Caminhada pelos campos rupestres nos arredores
da cidade e do Parque Municipal de Mucugê, entre 1.000 m e 1.100 m de altitude.
Métodos: observação e coleta de um exemplar encontrado atropelado.
Serra das Almas
2002: 30 de maio. Caminhada pelos campos rupestres da região do Pico das
Almas, entre 1.200 m e 1.600 m de altitude. Métodos: observação e fotografias.
47
Brejinho das Ametistas
2008: 29 e 30 de abril. Caminhada pelos campos rupestres sobre canga, a cerca
de 1.050 m de altitude. Métodos: observação, coleta de exemplares e gravação de
vocalizações.
Jacaraci
2008: 5 de maio. Caminhada pelos campos rupestres do Morro do Cruzeiro, a
cerca de 1.330 m de altitude. Métodos: observação e gravação de vocalizações.
Serra do Pau D’Arco
2001: 1o, 2 e 3 de setembro; 2006: 5, 6, 7, 8, 9 e 10 de dezembro; 2007: 27 e 28
de dezembro. Caminhadas pelos campos rupestres dessa localidade, entre 1.150 m e
1.600 m de altitude. Métodos: observação, coleta de exemplares e gravação de
vocalizações.
Serra da Formosa
2006: 4 de dezembro. Amostragens nas partes mais baixas da serra, na vertente
oeste do maciço, entre a Cachoeira do Pajeu (cerca de 700 m) e a cota 1.000 m de
altitude, em áreas de campo rupestre sobre afloramentos rochosos entremeados de
carrascos. Região denominada localmente de “Serra Geral”. Métodos: observação e
coleta de exemplares.
2007: 29 e 30 de dezembro. Caminhadas pelas partes mais altas dessa região,
representadas por campos rupestres, entre a vila de Mata de São João e a base do pico
mais elevado (entre 1.250 m e 1.600 m de altitude). Métodos: observação e gravação de
vocalizações.
Gerais de Santana
2007: 31 de dezembro; 2008: 1o de janeiro. Caminhadas pelos campos rupestres,
entre 1.100 m e 1.400 m de altitude. Métodos: observação e gravação de vocalizações.
48
Serra do Barão
2001: 4 de novembro; 2002: 23 de março, 27 de junho; 2008: 3 de janeiro.
Caminhadas pelos campos rupestres desta serra, entre 850 m e 1.250 m de altitude.
Método: observação.
Campina do Bananal
2000: 29 de fevereiro, 1o de março; 2002: 24 e 25 de janeiro; 2003: 22 e 23 de
março; 2008: 4 e 5 de janeiro. Caminhadas pelos campos rupestres, em altitudes
variando de 1.100 m a 1.360 m. Métodos: observação, gravação de vocalizações e
coleta de exemplares.
Serra Resplandecente
2003: 30 e 31 de agosto, 4 e 5 de setembro. Caminhadas pelos campos rupestres,
em altitudes variando de 1.020 m a 1.320 m. Métodos: observação, gravação de
vocalizações e coleta de exemplares.
Serra do Cabral
2006: 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25 de novembro; 2007: 10 de junho.
Caminhadas pelos campos rupestres, entre 950 m e 1.250 m de altitude. Métodos:
observação, gravação de vocalizações e coleta de exemplares.
Diamantina
1999: 23 de maio; 2004: 20 de maio; 2006: 22 e 23 de setembro. Caminhadas
pelos campos rupestres desta localidade, entre 1.000 m e 1.370 m de altitude. Métodos:
observação e coleta de exemplares.
Serra do Gavião
Arredores de Capivari e Três Barras
1998: 12 e 13 de janeiro; 2000: 27 e 28 de dezembro; 2002: 11 de janeiro; 2004:
24 e 25 de abril. Caminhadas pelos campos rupestres, entre 1.150 m e 1.400 m de
altitude. Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de exemplares.
49
Parque Estadual do Rio Preto
2003: 19 e 20 de setembro; 2004: 15, 16, 17 e 18 de maio. Caminhadas pelos
campos rupestres, entre os arredores da Cachoeira do Crioulo e o Pico Dois Irmãos, em
altitudes variando de 1.100 m a 1.800 m. Métodos: observação, gravação de
vocalizações e coleta de exemplares.
Serra do Barro Preto
2006: 18 e 20 de setembro. Caminhadas pelos campos rupestres, entre 1.170 m e
1.300 m de altitude. Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de
exemplares.
Serra do Cipó
Alto da Boa Vista
1994: 1o de outubro, 28 e 29 de dezembro; 1995: 3 e 4 de janeiro, 4 de março, 21
de abril; 1997: 1o e 2 de março, 23 de abril; 1998: 20 de janeiro, 21 de março, 17 de
maio, 6 de julho; 1999: 23, 26 e 29 de junho, 3, 6, 9, 11 e 16 de julho, 21 e 22 de
outubro; 2002: 5 de março; 2005: 30 de abril, 1o de maio, 8 e 9 de outubro; 2006: 1o de
agosto; 2008: 12 e 13 de fevereiro. Caminhadas pelos campos rupestres entre 1.150 m e
1.300 m de altitude. Métodos: observação, gravação de vocalizações, coleta de
exemplares e fotografias.
Alto Palácio
1995: 4 de janeiro, 17 de fevereiro, 21 de abril, 12 de maio; 1997: 1o de março;
1998: 21 de março; 1999: 21 de outubro; 2006: 1o de agosto, 14 de setembro; 2008: 12
de fevereiro. Caminhadas pelos campos rupestres entre 1.300 m e 1.350 m de altitude.
Métodos: observação e gravação de vocalizações.
Brumas do Espinhaço
2004: 1o e 2 de fevereiro; 2005: 9, 10, 11 e 12 de janeiro. Caminhadas pelos
campos rupestres entre 1.100 m e 1.350 m de altitude. Métodos: observação, gravação
de vocalizações e coleta de exemplares.
50
Serra da Piedade
1996: 18 de setembro; 1997: 4 e 20 de fevereiro, 24 de maio, 2 de junho, 20 e 25
de julho, 24 de outubro, 4, 21, 22, 23 e 25 de dezembro; 1998: 3 de janeiro, 7 e 15 de
março, 8 de novembro; 2000: 22, 23 e 24 de janeiro; 2004: 7 de janeiro, 17 de setembro,
9 de outubro, 22 e 28 de dezembro; 2005: 29 de janeiro; 2007: 1o de setembro e 11 de
novembro. Caminhadas pelos campos rupestres, entre 1.400 m e 1.700 m de altitude.
Métodos: observação, gravação de vocalizações, coleta de exemplares e fotografias.
Serra da Água Limpa
2006: 8 de setembro. Caminhadas pelos campos rupestres, entre 1.000 m e 1.400
m de altitude. Método: observação.
Serra do Curral
1995: 17 de março, 1o de abril, 4, 5, 13, 20 e 27 de agosto, 20 de setembro;
1996: 25 de fevereiro, 10 e 17 de março, 14 e 21 de abril, 12 e 19 de maio, 23 e 25 de
junho, 7, 16, 20 e 28 de julho, 4, 11, 15, 18 e 25 de agosto, 1o, 7, 15, 22 e 29 de
setembro, 6, 13 e 27 de outubro, 10 e 11 de novembro, 21 e 22 de dezembro; 1997: 7,
10 e 25 de janeiro, 6, 20 e 23 de fevereiro, 24 de março, 30 de maio, 30 de dezembro;
1998: 3, 6, 7 e 26 de janeiro. Caminhadas pela linha de crista da serra em áreas de
campo rupestre sobre canga, entre 1.250 m e 1.330 m de altitude. Métodos: observação
e fotografias.
Serra do Rola-Moça
2005: 2 de junho, 28 de dezembro; 2008: 2 de setembro, 25 de dezembro.
Caminhadas em áreas de campo rupestre sobre canga, entre 1.300 m e 1.450 m de
altitude. Métodos: observação e gravação de vocalizações.
Serra da Gandarela
2006: 4 de setembro; 2007: 11 de outubro; 2008: 13 de fevereiro, 10 e 25 de
setembro. Caminhadas pela linha de crista dessa serra em áreas de campo rupestre sobre
canga, entre 1.470 m e 1.640 m de altitude. Métodos: observação, gravação de
vocalizações e coleta de espécimes.
51
Serra do Caraça
Serra do Caraça (parte baixa)
1995: 22 de agosto; 1996: 24 de fevereiro, 5, 6, 7, 27 e 28 de abril, 25 de maio,
22 de junho, 21 de setembro, 27 e 28 de dezembro; 1997: 11 de janeiro, 28 e 29 de
março, 5, 19 e 21 de abril, 25 de julho, 30 e 31 de agosto, 31 de outubro, 29 de
novembro, 22 de dezembro; 1998: 17 de janeiro, 1o, 14 e 15 de março, 4 de abril, 31 de
maio, 11 de junho, 1o e 2 de agosto, 29 de setembro, 22 de novembro, 13 de dezembro;
1999: 16 de abril, 27 e 28 de julho, 17 de agosto, 1o de setembro; 2006: 7 e 8 de julho;
2007: 8 de setembro; 2008: 14 de fevereiro. Caminhadas pelos campos rupestres
ocorrentes nas partes mais baixas da serra, entre a trilha da Cascatona, Gruta do Padre
Caio e Capelinha, em altitudes variando entre 1.200 m e 1.450 m. Métodos: observação,
gravação de vocalizações, coleta de exemplares e fotografias.
Pico do Sol
1998: 8, 9, 10 e 11 de abril, 11 de junho; 1999: 27 e 28 de março, 15 e 16 de
agosto, 12 de setembro; 2000: 7 e 8 de junho; 2006: 7 e 8 de julho. Caminhadas pelas
partes mais elevadas do maciço do Pico do Sol e Pico da Carapuça, entre 1.750 m e
2.072 m de altitude, em áreas de campos rupestres sobre afloramentos rochosos
mesclados com campos e brejos de altitude. Métodos: observação, gravação de
vocalizações, coleta de exemplares e fotografias.
Pico do Inficionado
1999: 12, 13 e 14 de julho, 18, 27 e 28 de agosto, 1o, 2, 3, 4 de setembro, 8, 9, 10
e 11 de outubro, 22, 23, 24 e 25 de novembro, 15, 16, 17, 23 e 24 de dezembro; 2000: 7,
8, 9 e 10 de janeiro, 14, 15, 16 e 17 de fevereiro, 21, 22, 23 e 24 de março, 11, 12, 13 e
14 de abril, 11, 12, 13 e 14 de maio, 12, 13, 14 e 15 de junho, 19, 20, 23, 24 e 25 de
julho, 28, 29, 30 e 31 de agosto; 2003: 4, 5 e 6 de fevereiro; 2004: 19 e 20 de novembro.
Caminhadas pelas partes mais elevadas do maciço do Pico do Inficionado, entre 1.800
m e 2.068 m de altitude, em áreas de campos rupestres sobre afloramentos rochosos
entremeados a campos e brejos de altitude. Métodos: observação, gravação de
vocalizações, coleta de exemplares e fotografias.
52
Alegria
2003: 3, 5, 6 e 7 de novembro; 2004: 26, 27 e 28 de fevereiro, 1o de março;
2008: 1o, 2, 3 e 4 de abril. Caminhadas em áreas de campo rupestre sobre canga, entre
900 m e 1.000 m de altitude. Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de
exemplares.
Serra do Capanema
2002: 3 e 4 de maio; 2006: 4 de setembro. Caminhadas em áreas de campos
rupestres na linha de crista dessa serra, incluindo o Pico do Monge (entre 1.400 m e
1.700 m de altitude). Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de
exemplares.
Serra do Batatal
2000: 20 e 23 de abril, 18, 19 e 20 de agosto; 2006: 2 e 3 de setembro; 2008: 13
de março. Caminhadas pela linha de crista da serra, amostrando os campos rupestres,
entre 1.250 m e 1.810 m de altitude. Métodos: observação, coleta de exemplares e
fotografias.
Serra da Moeda
1994: 13 de maio; 1997: 4 de junho; 10 de outubro. Caminhadas pelos campos
rupestres entre 1.270 m e 1.480 m de altitude. Método: observação.
Pico do Itacolomi
1998: 22 de janeiro, 13 de maio; 1999: 25 de abril. Caminhadas pelos campos
rupestres, entre 1.200 m e o ponto culminante, a 1.720 m de altitude. Método:
observação.
Serra do Mascate
2002: 2, 3, 4, 5, 6 e 7 de dezembro; 2005: 12, 13, 14, 25, 26, 27 e 28 de
novembro, 4, 5, 6, 7, 9 e 10 de dezembro; 2006: 10, 11 e 12 de julho. Caminhadas pelos
campos rupestres sobre canga e quartzito, entre 1.350 m e 1.650 m de altitude. Métodos:
observação, gravação de vocalizações e coleta de exemplares.
53
Serra de Ouro Branco
2005: 14 de outubro; 2007: 2 de setembro. Caminhadas pelos campos rupestres,
entre 1.150 m e 1.540 m de altitude. Método: observação.
Serra do Caparaó
2001: 15, 16, 17 e 18 de março; 2005: 26 e 27 de junho. Caminhadas pelas
partes mais elevadas do maciço do Caparaó, representadas por campos de altitude, entre
Tronqueira, Terreirão, Pico da Bandeira, Pico do Cristal e Macieiras, na divisa entre
Minas Gerais e Espírito Santo (entre 1.900 m e 2.890 m de altitude). Métodos:
observação, gravação de vocalizações e fotografias.
Serra da Vargem Grande
2006: 22 e 23 de março. Caminhadas pelos campos de altitude sobre
afloramentos rochosos entre 1.500 m e 1.750 m de altitude. Métodos: observação,
gravação de vocalizações e coleta de exemplares.
Serra do Lenheiro
2005: 16 de janeiro. Caminhadas em áreas de campos rupestres entre 1.050 m e
1.200 m de altitude. Métodos: observação e gravação de vocalizações.
Serra do Ibitipoca
2001: 15, 16, 17 e 18 de maio. Caminhadas sobre campos de altitude entre 1.400
m e 1.720 m de altitude. Método: observação.
Serra do Papagaio
1999: 9 de abril; 2007: 6 e 7 de abril. Caminhadas pelos campos de altitude
(entre 1.550 m e 2.150 m de altitude). Métodos: observação, gravação de vocalizações e
fotografias.
Serra do Itatiaia
2007: 3, 4 e 5 de abril. Caminhadas pelas áreas mais elevadas do planalto de
Itatiaia, amostrando campos de altitude, incluindo áreas brejosas, entre o Hotel Alsene,
Abrigo Rebouças, Prateleiras e Agulhas Negras (entre 1.950 m e 2.600 m de altitude).
Métodos: observação e gravação de vocalizações.
54
Pedra de São Domingos
2007: 4 e 27 de março, 10 de maio. Caminhadas pelas áreas mais altas,
representadas por campos de altitude sobre afloramentos rochosos (entre 1.950 m e
2.000 m de altitude). Métodos: observação, gravação de vocalizações e coleta de
exemplares.
Serra dos Poncianos
2007: 1o e 2 de abril. Caminhadas pela linha de crista na divisa entre Monte
Verde, Camanducaia (Minas Gerais) e São Francisco Xavier (São Paulo), amostrando
áreas de campos de altitude sobre afloramentos rochosos no Pico do Selado, Chapéu do
Bispo, Pedra Redonda e Pedra Partida (entre 1.850 m e 2.050 m de altitude). Métodos:
observação e gravação de vocalizações.
Pedra Azul
1998: 10 e 11 de fevereiro. Escaladas e caminhadas aos topos da Pedra Azul
(1.822 m) e da Pedra das Flores (1.909 m), amostrando campos de altitude sobre
afloramentos rochosos. Métodos: observação e fotografias.
Serra dos Órgãos
1998: 18 de julho. Caminhadas no ponto culminante da região (Pedra do Sino –
entre 2.000 m e 2.223 m de altitude). Método: observação.
55
FIGURA 2.1. Síntipos de Polystictus superciliaris (AMNH 6785, 6789) coletados por Wied nos “Campos Geraes”. Foto: M. F. Vasconcelos.
56
FIGURA 2.2. Holótipo de Colibri delphinae greenewalti (AMNH 788902). Fotos: M. F. Vasconcelos.
57
FIGURA 2.3. Holótipo de Augastes scutatus soaresi (AMNH 801437). Fotos: M. F. Vasconcelos.
58
FIGURA 2.4. Holótipo de Campylopterus largipennis diamantinensis (AMNH 801435). Fotos: M. F. Vasconcelos.
59
APÊNDICE 2.1. Lista de espécimes da avifauna coletados nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil durante o presente estudo. Sexo: F = fêmea; M = macho; I =
indeterminado.
Família Espécie DZUFMG Localidade Município Estado Data Sexo Tinamidae Nothura maculosa 2784 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 F Caprimulgidae Caprimulgus longirostris 2570 Estrada do Caraça, Serra do Caraça Catas Altas MG 16-02-1999 M Caprimulgidae Caprimulgus longirostris 2747 Estrada do Caraça, Serra do Caraça Catas Altas MG 13-12-1999 F Caprimulgidae Caprimulgus longirostris 2937 Estrada do Caraça, Serra do Caraça Santa Bárbara MG 05-11-2000 F Caprimulgidae Caprimulgus longirostris 3916 Serra Resplandecente Itacambira MG 04-09-2003 M Caprimulgidae Caprimulgus longirostris 4270 Parque Estadual de Biribiri Diamantina MG 20-05-2004 I Caprimulgidae Caprimulgus longirostris 4529 Parque Estadual de Biribiri Diamantina MG 20-05-2004 I Caprimulgidae Caprimulgus longirostris 4530 Estrada do Caraça, Serra do Caraça Santa Bárbara MG 24-07-2005 M Caprimulgidae Hydropsalis torquata 2938 Estrada do Caraça, Serra do Caraça Santa Bárbara MG 05-11-2000 F Caprimulgidae Hydropsalis torquata 2939 Estrada do Caraça, Serra do Caraça Santa Bárbara MG 13-11-2000 I Caprimulgidae Hydropsalis torquata 2940 Estrada do Caraça, Serra do Caraça Santa Bárbara MG 13-11-2000 M Apodidae Streptoprocne biscutata 2683 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 03-09-1999 M Apodidae Streptoprocne biscutata 2685 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 04-09-1999 F Apodidae Streptoprocne biscutata 2686 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 04-09-1999 F Apodidae Streptoprocne biscutata 2688 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 02-09-1999 M Apodidae Streptoprocne biscutata 2690 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 04-09-1999 F Apodidae Streptoprocne biscutata 2744 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 16-12-1999 M Apodidae Streptoprocne biscutata 2941 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 30-08-2000 M Apodidae Streptoprocne zonaris 5273 Serra Geral Monte Azul MG 04-12-2006 F Trochilidae Phaethornis pretrei 2743 Serra do Cipó Santana do Riacho MG 06-07-1999 M Trochilidae Phaethornis pretrei 4310 Trilha para o Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 20-11-2004 F Trochilidae Campylopterus largipennis 2575 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 15-08-1999 F Trochilidae Campylopterus largipennis 2576 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 15-08-1999 F Trochilidae Campylopterus largipennis 2738 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 23-11-1999 F Trochilidae Campylopterus largipennis 2739 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 08-10-1999 M Trochilidae Campylopterus largipennis 2838 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 12-04-2000 M Trochilidae Campylopterus largipennis 2839 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 12-04-2000 M Trochilidae Campylopterus largipennis 3783 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 05-02-2003 F Trochilidae Campylopterus largipennis 4215 Três Barras Serro MG 25-04-2004 M Trochilidae Campylopterus largipennis 4343 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 11-01-2005 F Trochilidae Campylopterus largipennis 5260 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 22-11-2006 M Trochilidae Campylopterus largipennis 5261 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 23-11-2006 F Trochilidae Eupetomena macroura 3310 Campina do Bananal Botumirim MG 24-01-2002 F Trochilidae Eupetomena macroura 3311 Campina do Bananal Botumirim MG 24-01-2002 M Trochilidae Eupetomena macroura 3909 Serra Resplandecente Itacambira MG 30-08-2003 M Trochilidae Eupetomena macroura 3915 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 I Trochilidae Eupetomena macroura 4216 Três Barras Serro MG 25-04-2004 F
60
APÊNDICE 2.1. Continuação. Família Espécie DZUFMG Localidade Município Estado Data Sexo
Trochilidae Eupetomena macroura 5265 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 22-11-2006 M Trochilidae Eupetomena macroura 5266 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 22-11-2006 M Trochilidae Eupetomena macroura 5267 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 21-11-2006 M Trochilidae Eupetomena macroura 5287 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 08-12-2006 M Trochilidae Colibri serrirostris 2740 Serra do Cipó Santana do Riacho MG 06-07-1999 M Trochilidae Colibri serrirostris 2771 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 M Trochilidae Colibri serrirostris 2837 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 12-04-2000 M Trochilidae Colibri serrirostris 2890 Serra do Batatal Ouro Preto MG 19-08-2000 M Trochilidae Colibri serrirostris 3057 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 M Trochilidae Colibri serrirostris 3413 Pico do Monge, Serra do Capanema Itabirito MG 04-05-2002 F Trochilidae Colibri serrirostris 4872 Serra do Mascate Congonhas MG 06-12-2005 M Trochilidae Colibri serrirostris 5288 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 07-12-2006 M Trochilidae Chrysolampis mosquitus 5724 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 28-12-2007 M Trochilidae Chlorostilbon lucidus 3058 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 02-09-2001 F Trochilidae Chlorostilbon lucidus 5219 Serra do Mascate Congonhas MG 13-11-2005 I Trochilidae Chlorostilbon lucidus 5220 Serra do Mascate Congonhas MG 14-11-2005 M Trochilidae Chlorostilbon lucidus 5221 Serra do Mascate Congonhas MG 14-11-2005 M Trochilidae Leucochloris albicollis 2799 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 24-03-2000 M Trochilidae Leucochloris albicollis 3031 Serra do Ibitipoca Lima Duarte MG 17-05-2001 I Trochilidae Amazilia fimbriata 5736 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 10-06-2007 F Trochilidae Augastes scutatus 3331 Serra do Cipó Santana do Riacho MG 06-07-1999 M Trochilidae Augastes scutatus 3332 Três Barras Serro MG 27-12-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3333 Três Barras Serro MG 27-12-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3334 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 11-10-1999 M Trochilidae Augastes scutatus 3335 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 10-10-1999 M Trochilidae Augastes scutatus 3336 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 22-03-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3337 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 12-04-2000 F Trochilidae Augastes scutatus 3338 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 15-02-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3339 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 22-03-2000 F Trochilidae Augastes scutatus 3340 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 23-03-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3341 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 12-04-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3342 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 23-03-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3343 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 24-03-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3344 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 23-03-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3345 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3346 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 F Trochilidae Augastes scutatus 3347 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3348 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 M Trochilidae Augastes scutatus 3738 Campina do Bananal Botumirim MG 22-03-2003 M Trochilidae Augastes scutatus 3910 Serra Resplandecente Itacambira MG 30-08-2003 F Trochilidae Augastes scutatus 3911 Serra Resplandecente Itacambira MG 31-08-2003 M
61
APÊNDICE 2.1. Continuação. Família Espécie DZUFMG Localidade Município Estado Data Sexo
Trochilidae Augastes scutatus 3912 Serra Resplandecente Itacambira MG 04-09-2003 M Trochilidae Augastes scutatus 4174 Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 17-05-2004 M Trochilidae Augastes scutatus 4214 Três Barras Serro MG 24-04-2004 F Trochilidae Augastes scutatus 4311 Trilha para o Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 19-11-2004 M Trochilidae Augastes scutatus 4344 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 11-01-2005 I Trochilidae Augastes scutatus 4802 Serra do Mascate Congonhas MG 09-12-2005 M Trochilidae Augastes scutatus 4803 Serra do Mascate Congonhas MG 09-12-2005 M Trochilidae Augastes scutatus 4804 Serra do Mascate Congonhas MG 10-12-2005 M Trochilidae Augastes scutatus 5262 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 20-11-2006 M Trochilidae Augastes scutatus 5263 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 21-11-2006 M Trochilidae Augastes scutatus 5264 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 22-11-2006 M Trochilidae Augastes scutatus 5289 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 09-12-2006 F Trochilidae Augastes scutatus 5290 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 06-12-2006 M Bucconidae Nystalus chacuru 5259 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 20-11-2006 M Melanopareiidae Melanopareia torquata 5253 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 M Melanopareiidae Melanopareia torquata 5282 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 06-12-2006 M Thamnophilidae Myrmorchilus strigilatus 3906 Serra Resplandecente Itacambira MG 30-08-2003 M Rhinocryptidae Scytalopus speluncae 4167 Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 17-05-2004 M Rhinocryptidae Scytalopus speluncae 4168 Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 17-05-2004 F Rhinocryptidae Scytalopus speluncae 4169 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 05-02-2003 I Rhinocryptidae Scytalopus speluncae 5333 Serra da Piedade Caeté MG 07-01-2004 F Rhinocryptidae Scytalopus speluncae 5335 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 20-11-2004 M Rhinocryptidae Scytalopus speluncae 5336 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 10-01-2005 M Furnariidae Oreophylax moreirae 2841 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 22-03-2000 M Furnariidae Oreophylax moreirae 3280 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 07-05-2000 M Furnariidae Oreophylax moreirae 3281 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 07-06-2000 F Furnariidae Oreophylax moreirae 3282 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 07-06-2000 F Furnariidae Oreophylax moreirae 3283 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 07-06-2000 F Furnariidae Synallaxis frontalis 5252 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 19-11-2006 M Furnariidae Asthenes luizae 2855 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 M Furnariidae Asthenes luizae 5325 Campina do Bananal Botumirim MG 23-03-2003 F Furnariidae Asthenes luizae 5326 Campina do Bananal Botumirim MG 23-03-2003 M Furnariidae Asthenes luizae 5327 Serra Resplandecente Itacambira MG 04-09-2003 F Furnariidae Asthenes luizae 5328 Três Barras Serro MG 24-04-2004 F Furnariidae Asthenes luizae 5329 Três Barras Serro MG 24-04-2004 M Furnariidae Asthenes luizae 5330 Três Barras Serro MG 24-04-2004 F Furnariidae Asthenes luizae 5331 Alto da Boa Vista, Serra do Cipó Santana do Riacho MG 01-05-2005 F Furnariidae Asthenes luizae 5332 Serra do Barro Preto Gouveia MG 18-09-2006 M Furnariidae Asthenes luizae 5673 Campina do Bananal Botumirim MG 04-01-2008 M Furnariidae Lochmias nematura 2728 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 15-08-1999 M Tyrannidae Hemitriccus margaritaceiventer 3711 Campina do Bananal Botumirim MG 23-03-2003 I
62
APÊNDICE 2.1. Continuação. Família Espécie DZUFMG Localidade Município Estado Data Sexo
Tyrannidae Hemitriccus margaritaceiventer 3914 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 M Tyrannidae Hemitriccus margaritaceiventer 5733 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 10-06-2007 F Tyrannidae Phyllomyias fasciatus 2723 Serra da Piedade Caeté MG 24-01-2000 F Tyrannidae Elaenia flavogaster 2558 Serra do Cipó Santana do Riacho MG 09-07-1999 F Tyrannidae Elaenia mesoleuca 2872 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 08-05-2000 M Tyrannidae Elaenia cristata 3068 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 F Tyrannidae Elaenia cristata 3069 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 M Tyrannidae Elaenia cristata 3317 Campina do Bananal Botumirim MG 25-01-2002 F Tyrannidae Elaenia cristata 3318 Campina do Bananal Botumirim MG 24-01-2002 M Tyrannidae Elaenia cristata 3907 Serra Resplandecente Itacambira MG 30-08-2003 M Tyrannidae Elaenia cristata 3913 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 M Tyrannidae Elaenia cristata 5274 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 08-12-2006 F Tyrannidae Elaenia obscura 2559 Serra do Cipó Santana do Riacho MG 06-07-1999 F Tyrannidae Elaenia obscura 2721 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 02-09-1999 M Tyrannidae Elaenia obscura 2889 Serra do Batatal Ouro Preto MG 19-08-2000 M Tyrannidae Elaenia obscura 4508 Alto da Boa Vista, Serra do Cipó Santana do Riacho MG 30-04-2005 M Tyrannidae Elaenia obscura 5213 Serra do Mascate Congonhas MG 06-12-2005 M Tyrannidae Elaenia obscura 5214 Serra do Mascate Congonhas MG 06-12-2005 F Tyrannidae Elaenia obscura 5654 Pedra de São Domingos Gonçalves MG 27-03-2007 F Tyrannidae Camptostoma obsoletum 3067 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 01-09-2001 F Tyrannidae Camptostoma obsoletum 3315 Campina do Bananal Botumirim MG 25-01-2002 F Tyrannidae Camptostoma obsoletum 3316 Campina do Bananal Botumirim MG 25-01-2002 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 2830 Serra da Piedade Caeté MG 24-01-2000 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 2831 Serra da Piedade Caeté MG 24-01-2000 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 2832 Serra da Piedade Caeté MG 24-01-2000 F Tyrannidae Polystictus superciliaris 3034 Trilha da Cascatona, Serra do Caraça Catas Altas MG 14-12-2000 I Tyrannidae Polystictus superciliaris 3035 Serra do Cipó Santana do Riacho MG 06-07-2000 F Tyrannidae Polystictus superciliaris 3036 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 08-05-2000 I Tyrannidae Polystictus superciliaris 3042 Serra do Batatal Ouro Preto MG 19-08-2000 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 3043 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 08-05-2000 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 3414 Pico do Monge, Serra do Capanema Itabirito MG 03-05-2002 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 3415 Pico do Monge, Serra do Capanema Itabirito MG 04-05-2002 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 4046 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 4047 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 I Tyrannidae Polystictus superciliaris 4048 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 I Tyrannidae Polystictus superciliaris 4049 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 4173 Chapada, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 16-05-2004 I Tyrannidae Polystictus superciliaris 4509 Alto da Boa Vista, Serra do Cipó Santana do Riacho MG 30-04-2005 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 4592 Serra do Mascate Congonhas MG 12-11-2005 F Tyrannidae Polystictus superciliaris 4864 Serra do Mascate Congonhas MG 12-07-2006 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 4865 Serra do Mascate Congonhas MG 12-07-2006 M
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APÊNDICE 2.1. Continuação. Família Espécie DZUFMG Localidade Município Estado Data Sexo
Tyrannidae Polystictus superciliaris 4866 Serra do Mascate Congonhas MG 12-07-2006 F Tyrannidae Polystictus superciliaris 4867 Serra do Mascate Congonhas MG 12-07-2006 F Tyrannidae Polystictus superciliaris 5181 Serra do Barro Preto Gouveia MG 18-09-2006 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 5182 Serra do Barro Preto Gouveia MG 18-09-2006 I Tyrannidae Polystictus superciliaris 5183 Serra do Barro Preto Gouveia MG 20-09-2006 I Tyrannidae Polystictus superciliaris 5589 Serra da Gandarela Rio Acima MG 11-10-2007 M Tyrannidae Polystictus superciliaris 5590 Serra da Gandarela Rio Acima MG 11-10-2007 M Tyrannidae Myiophobus fasciatus 3070 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 M Tyrannidae Myiophobus fasciatus 3327 Três Barras Serro MG 11-01-2002 F Tyrannidae Hirundinea ferruginea 2963 Gruta de Lourdes, Serra do Caraça Catas Altas MG 14-11-2000 F Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 2630 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 04-09-1999 F Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 2725 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 16-08-1999 M Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 2781 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 M Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 2851 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 I Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 3071 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 M Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 3072 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 F Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 4176 Base do Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 16-05-2004 M Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 4342 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 11-01-2005 M Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 4860 Serra do Mascate Congonhas MG 12-07-2006 M Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 5256 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 F Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 5257 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 25-11-2006 M Tyrannidae Knipolegus nigerrimus 5276 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 06-12-2006 F Tyrannidae Myiarchus ferox 5212 Serra do Mascate Congonhas MG 14-11-2005 F Tyrannidae Myiarchus ferox 5255 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 M Hirundinidae Progne tapera 5180 Barão de Guacuí Gouveia MG 22-09-2006 F Troglodytidae Troglodytes musculus 2733 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 25-11-1999 F Turdidae Turdus leucomelas 5254 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 23-11-2006 M Motacillidae Anthus hellmayri 4095 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 02-02-2004 M Motacillidae Anthus hellmayri 4175 Base do Pico Dois Irmãos, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 16-05-2004 M Motacillidae Anthus hellmayri 5195 Campo Redondo Conceição do Mato Dentro MG 16-09-2006 M Motacillidae Anthus hellmayri 5196 Campo Redondo Conceição do Mato Dentro MG 16-09-2006 M Coerebidae Coereba flaveola 2840 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 11-04-2000 F Coerebidae Coereba flaveola 3302 Campina do Bananal Botumirim MG 24-01-2002 F Coerebidae Coereba flaveola 3443 Arredores da cidade de Mucugê, Chapada Diamantina Mucugê BA 03-06-2002 I Coerebidae Coereba flaveola 3917 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 M Coerebidae Coereba flaveola 5735 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 10-06-2007 F Thraupidae Schistochlamys ruficapillus 2655 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 03-09-1999 M Thraupidae Schistochlamys ruficapillus 2711 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 15-08-1999 M Thraupidae Schistochlamys ruficapillus 2887 Serra do Batatal Ouro Preto MG 19-08-2000 M Thraupidae Schistochlamys ruficapillus 2888 Serra do Batatal Ouro Preto MG 20-08-2000 F Thraupidae Schistochlamys ruficapillus 3059 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 01-09-2001 F
64
APÊNDICE 2.1. Continuação. Família Espécie DZUFMG Localidade Município Estado Data Sexo
Thraupidae Schistochlamys ruficapillus 3060 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 01-09-2001 F Thraupidae Schistochlamys ruficapillus 3061 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 01-09-2001 M Thraupidae Schistochlamys ruficapillus 3908 Serra Resplandecente Itacambira MG 30-08-2003 M Thraupidae Trichothraupis melanops 4857 Serra do Mascate Congonhas MG 12-07-2006 F Thraupidae Stephanophorus diadematus 3032 Serra do Ibitipoca Lima Duarte MG 17-05-2001 M Thraupidae Stephanophorus diadematus 3045 Serra do Ibitipoca Lima Duarte MG 17-05-2001 F Thraupidae Pipraeidea melanonota 2707 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 11-10-1999 F Thraupidae Pipraeidea melanonota 4858 Serra do Mascate Congonhas MG 12-07-2006 M Thraupidae Tangara desmaresti 2657 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 03-09-1999 F Thraupidae Tangara desmaresti 5591 Serra da Gandarela Rio Acima MG 11-10-2007 M Thraupidae Tangara cayana 4339 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 10-01-2005 F Thraupidae Tangara cayana 5211 Serra do Mascate Congonhas MG 09-12-2005 M Thraupidae Tangara cayana 5258 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 F Thraupidae Tangara cayana 5281 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 09-12-2006 M Emberizidae Zonotrichia capensis 2706 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 15-08-1999 I Emberizidae Zonotrichia capensis 2864 Trilha para o Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 08-05-2000 M Emberizidae Zonotrichia capensis 3044 Serra do Ibitipoca Lima Duarte MG 17-05-2001 F Emberizidae Zonotrichia capensis 3062 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 02-09-2001 I Emberizidae Zonotrichia capensis 3063 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 F Emberizidae Zonotrichia capensis 3064 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 F Emberizidae Zonotrichia capensis 3119 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 M Emberizidae Zonotrichia capensis 3120 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 03-09-2001 M Emberizidae Zonotrichia capensis 3461 Pico do Monge, Serra do Capanema Itabirito MG 04-05-2002 M Emberizidae Zonotrichia capensis 4269 Chapada, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 16-05-2004 I Emberizidae Zonotrichia capensis 4882 Serra do Mascate Congonhas MG 13-11-2005 M Emberizidae Zonotrichia capensis 5216 Serra do Mascate Congonhas MG 13-11-2005 M Emberizidae Zonotrichia capensis 5217 Serra do Mascate Congonhas MG 14-11-2005 I Emberizidae Zonotrichia capensis 5244 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 M Emberizidae Zonotrichia capensis 5245 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 F Emberizidae Zonotrichia capensis 5734 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 10-06-2007 F Emberizidae Ammodramus humeralis 2773 Campina do Bananal Botumirim MG 29-02-2000 F Emberizidae Ammodramus humeralis 2933 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 M Emberizidae Porphyrospiza caerulescens 5248 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 M Emberizidae Porphyrospiza caerulescens 5723 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 28-12-2007 M Emberizidae Haplospiza unicolor 2699 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 17-12-1999 F Emberizidae Haplospiza unicolor 2700 Serra da Piedade Caeté MG 23-01-2000 M Emberizidae Poospiza thoracica 5323 Pedra de São Domingos Gonçalves MG 27-03-2007 M Emberizidae Sicalis citrina 2703 Serra da Piedade Caeté MG 23-01-2000 M Emberizidae Sicalis citrina 3319 Campina do Bananal Botumirim MG 24-01-2002 F Emberizidae Sicalis citrina 4341 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 10-01-2005 M Emberizidae Sicalis citrina 4920 Serra da Vargem Grande Divino MG 23-03-2006 M
65
APÊNDICE 2.1. Continuação. Família Espécie DZUFMG Localidade Município Estado Data Sexo
Emberizidae Emberizoides ypiranganus 4171 Chapada, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 16-05-2004 M Emberizidae Emberizoides ypiranganus 4172 Chapada, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 16-05-2004 M Emberizidae Embernagra longicauda 3038 Campina do Bananal Botumirim MG 01-03-2000 I Emberizidae Embernagra longicauda 3041 Base do Pico do Itambé Serro MG 28-12-2000 M Emberizidae Embernagra longicauda 3047 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 07-06-2000 F Emberizidae Embernagra longicauda 3050 Pico do Inficionado, Serra do Caraça Catas Altas MG 13-05-2000 F Emberizidae Embernagra longicauda 3073 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 02-09-2001 M Emberizidae Embernagra longicauda 3326 Campina do Bananal Botumirim MG 25-01-2002 F Emberizidae Embernagra longicauda 3419 Pico do Monge, Serra do Capanema Itabirito MG 04-05-2002 M Emberizidae Embernagra longicauda 3420 Pico do Monge, Serra do Capanema Itabirito MG 04-05-2002 F Emberizidae Embernagra longicauda 3739 Campina do Bananal Botumirim MG 23-03-2003 F Emberizidae Embernagra longicauda 3918 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 M Emberizidae Embernagra longicauda 3919 Serra Resplandecente Itacambira MG 04-09-2003 M Emberizidae Embernagra longicauda 3920 Serra Resplandecente Itacambira MG 05-09-2003 M Emberizidae Embernagra longicauda 4170 Chapada, Parque Estadual do Rio Preto São Gonçalo do Rio Preto MG 16-05-2004 F Emberizidae Embernagra longicauda 4340 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 10-01-2005 M Emberizidae Embernagra longicauda 4510 Alto da Boa Vista, Serra do Cipó Santana do Riacho MG 30-04-2005 F Emberizidae Embernagra longicauda 4590 Serra do Mascate Congonhas MG 14-11-2005 F Emberizidae Embernagra longicauda 4591 Serra do Mascate Congonhas MG 14-11-2005 F Emberizidae Embernagra longicauda 5246 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 20-11-2006 M Emberizidae Embernagra longicauda 5247 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 M Emberizidae Embernagra longicauda 5277 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 07-12-2006 M Emberizidae Embernagra longicauda 5278 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 06-12-2006 M Emberizidae Embernagra longicauda 5279 Serra do Pau D’Arco Santo Antônio do Retiro MG 06-12-2006 F Emberizidae Embernagra longicauda 5588 Serra da Gandarela Rio Acima MG 11-10-2007 M Emberizidae Sporophila caerulescens 4921 Serra da Vargem Grande Divino MG 23-03-2006 M Cardinalidae Saltator atricollis 2547 Serra do Cipó Santana do Riacho MG 09-07-1999 F Cardinalidae Saltator atricollis 5249 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 24-11-2006 F Parulidae Geothlypis aequinoctialis 2713 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 15-08-1999 M Parulidae Geothlypis aequinoctialis 2714 Pico do Sol, Serra do Caraça Catas Altas MG 15-08-1999 M Parulidae Geothlypis aequinoctialis 2891 Serra do Batatal Ouro Preto MG 20-08-2000 M Parulidae Geothlypis aequinoctialis 2892 Serra do Batatal Ouro Preto MG 19-08-2000 I Icteridae Gnorimopsar chopi 5250 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 23-11-2006 F Icteridae Gnorimopsar chopi 5251 Serra do Cabral Joaquim Felício MG 23-11-2006 I Fringillidae Euphonia cyanocephala 4345 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 11-01-2005 F Fringillidae Euphonia cyanocephala 4346 Brumas do Espinhaço, Lapinha de Cima Santana do Riacho MG 11-01-2005 M
66
CAPÍTULO 3.
LEVANTAMENTO, PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA E ENDEMISMO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS
RUPESTRES E DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL
INTRODUÇÃO
Apesar da existência de levantamentos da avifauna em algumas áreas
altimontanas do leste brasileiro (ver capítulo 2), as comunidades de aves dos campos
rupestres e de altitude nunca foram analisadas em conjunto e nem estiveram sujeitas a
um estudo sobre seus padrões de distribuição geográfica. Além disso, apesar de se saber
que os campos rupestres e de altitude abrigam espécies endêmicas de aves (Sick, 1970,
1985, 1997; Silva, 1995a; Melo-Júnior et al., 1998; Stattersfield et al., 1998;
Vasconcelos et al., 2003; Gonzaga et al., 2007; Vasconcelos, no prelo), pouco ainda foi
discutido a respeito de suas afinidades biogeográficas (Sick, 1970, 1985, 1997; Willis,
1992; Cordeiro, 1997).
Neste contexto, afinidades biogeográficas já foram reconhecidas entre a avifauna
dos topos de montanha do leste do Brasil e aquelas da região andino-patagônica (Sick,
1970, 1985, 1997; Vielliard, 1990a, 1996; Willis, 1992). Admite-se que as serras
brasileiras foram colonizadas por elementos andino-patagônicos ao longo de eras
glaciais do Pleistoceno, quando possíveis conexões climático-vegetacionais teriam
ocorrido entre ambas as regiões (Sick, 1970, 1985, 1997; Simpson-Vuilleumier, 1971;
Simpson, 1979; Vielliard, 1990a; Cordeiro, 1997). Nesses períodos, o resfriamento teria
causado o rebaixamento das zonas vegetacionais ao longo das serras brasileiras,
aumentando a distribuição latitudinal da biota campestre ocorrente nas suas partes mais
elevadas, de maneira semelhante ao que se sugere ter ocorrido nos páramos andinos e
nos campos afro-alpinos (Vuilleumier, 1969; Simpson-Vuilleumier, 1971; Morton,
1972; van der Hammen, 1974; Simpson, 1979; van der Hammen & Cleef, 1986;
Hooghiemstra & Cleef, 1995; Behling, 1998, 2002; Ledru et al., 1998; Safford, 1999a,
2007). Durante períodos interglaciais, tais habitats montanos ter-se-iam retraído
67
novamente para áreas mais frias e altas, o que explicaria a ocorrência de táxons com
afinidades andino-patagônicas nos topos das montanhas do leste do Brasil (Simpson,
1979; Safford, 1999a). Este modelo sugere a dispersão de táxons andinos e da América
do Sul meridional em direção ao leste do Brasil durante períodos glaciais do
Quaternário, influenciando a composição de sua avifauna endêmica (Sick, 1970, 1985,
1997; Vielliard, 1990a, 1996; Willis, 1992; Cordeiro, 1997).
Os objetivos deste capítulo são:
1) apresentar o levantamento da avifauna dos campos rupestres e dos campos de
altitude;
2) descrever e discutir padrões de distribuição geográfica da avifauna desses
tipos de vegetação, com ênfase nos táxons endêmicos.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada uma compilação das espécies de aves ocorrentes nas áreas de
campos rupestres e de altitude do leste brasileiro (ambientes detalhados no capítulo
1). Foram compilados todos os dados obtidos em trabalhos de campo de 1994 a 2008
(capítulo 2). Também foram verificados diversos registros publicados e exemplares
depositados nas seguintes instituições: AMNH, DZUFMG, MBML, MCN, MCP,
MHNCI, MHNT, MPEG, MZUSP, SG, UFMT e UFPE (Tabela 3.1; Apêndice 3.1).
Informações publicadas relacionando espécimes depositados em outras instituições
não visitadas também foram consideradas (Apêndice 3.1).
Nesta revisão, não foram utilizadas as listagens de Ihering (1900) e de Ruschi
(1978, 1982b), uma vez que nelas não foram mencionadas as altitudes e os habitats
onde se registraram as espécies, sendo impossível saber se foram encontradas em
áreas de campos rupestres e de altitude ou em fitofisionomias adjacentes (ver
Remsen [1994]). De maneira semelhante, não foram considerados registros efetuados
em localidades duvidosas, especialmente aqueles em Ruschi (1962a, 1963a, b,
1982a) para o gênero Augastes. Em casos de espécies endêmicas dos campos
rupestres e dos campos de altitude, algumas coordenadas geográficas dos gazetteers
ornitológicos do Brasil (Paynter & Traylor, 1991; Vanzolini, 1992) correspondiam a
cidades, vilarejos ou localidades onde tais habitats não estão representados. Assim,
68
essas coordenadas foram corrigidas para áreas de ambientes propícios mais próximas
a essas localidades, com base em estudos de campo e na análise de imagens de
satélite (Google Earth, 2008).
Com base em experiência de campo, acumulada ao longo dos últimos 14 anos
nos topos de montanha do leste brasileiro, não foram incluídas espécies presentes em
algumas listas publicadas e que seguramente não ocorrem nos campos rupestres ou
de altitude, principalmente quando tais registros não eram documentados, isto é, não
foram baseados em espécimes, fotografias ou gravações de vocalizações.
Também não foram consideradas as espécies de aves que vivem estritamente em
ambientes florestais associados aos campos rupestres ou campos de altitude (ver
capítulo 1). Entretanto, algumas espécies com hábito predominantemente florestal
podem viver em brenhas densas de taquaras ou em aglomerados de arbustos nestes
ambientes abertos (e.g., Mackenziaena leachii, Drymophila genei, Hemitriccus
obsoletus, Phylloscartes difficilis e Haplospiza unicolor), sendo, neste caso, incluídas
na presente revisão. Além destas, também foram consideradas as espécies típicas da
Caatinga e que vivem em brenhas de arbustos (carrascos) nos campos rupestres do
setor centro-setentrional da Cadeia do Espinhaço (e.g., Sakesphorus cristatus,
Myrmorchilus strigilatus, Hemitriccus margaritaceiventer e Hylophilus
amaurocephalus).
Os padrões de distribuição geográfica das espécies de aves foram definidos e
discutidos com base em:
1) trabalhos de campo conduzidos nas seguintes regiões: Brasil (Pará, Maranhão,
Ceará, Pernambuco, Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul), Peru (Lima e Ancash), Bolívia (Santa Cruz) e Argentina
(Misiones);
2) espécimes depositados nas instituições acima mencionadas (Apêndice 3.1);
3) revisão da literatura (Apêndice 3.1).
A classificação e os nomes científicos seguem o CBRO (2007). O conceito de
espécie empregado pelo CBRO é o conceito filético geral de espécie ou general
69
lineage concept (GLC), que reconhece vários estágios do processo contínuo de
especiação, levando-se em consideração, principalmente, se populações são
diagnosticáveis e independentes evolutivamente (Queiroz, 1998, 2005; Aleixo,
2007). No entanto, não é objetivo deste estudo discutir os diversos conceitos de
espécie, em relação aos quais não há consenso mesmo na esfera dos grandes biólogos
evolutivos (Wheeler & Meier, 2000). A classificação do CBRO, assim, foi adotada
por ser a mais amplamente utilizada no Brasil. Embora em recentes estudos
filogenéticos Oreophylax moreirae tenha se agrupado no clado constituído por outras
espécies andinas do gênero Schizoeaca (Zyskowski & Prum, 1999; Irestedt et al.,
2006), neste estudo ainda seguiu-se a classificação do CBRO.
As espécies de aves foram classificadas de acordo com seu endemismo com base
em diversos autores (Cracraft, 1985; Ridgely & Tudor, 1989, 1994; Silva, 1995a, b,
1997; Stotz et al., 1996; Sick, 1997; Stattersfield et al., 1998; Brooks et al., 1999;
Silva & Bates, 2002; Vasconcelos et al., 2003; Silva & Santos, 2005; Lopes, 2008;
Vasconcelos, no prelo). Entretanto, não há consenso entre alguns autores com
relação à classificação de endemismo de certas espécies. Além disso, a definição de
uma espécie endêmica a uma determinada província biogeográfica é uma tarefa
árdua, tendo em vista os diversos sistemas de classificação e, especialmente, a
capacidade de dispersão das aves (ver Lopes [2008]). Uma vez que alguns sistemas
de classificação de biomas ou de províncias biogeográficas estão restritos a um único
país, optou-se por usar como base as províncias biogeográficas apresentadas por
Morrone (2001), já que elas abrangem toda a região neotropical. Assim, as categorias
de endemismo foram padronizadas neste estudo, sendo apresentadas abaixo:
1) Não-endêmicas: espécies amplamente distribuídas, não sendo endêmicas de
nenhuma província biogeográfica.
2) Endêmicas da Mata Atlântica: espécies com distribuição abrangendo a sub-
região Paranaense, que inclui as províncias: florestas litorâneas (código 53), florestas
semidecíduas interioranas (código 54) e florestas de araucária (código 55), conforme
Morrone (2001). Entretanto, a maioria destas espécies, com raras exceções (e.g.,
Drymophila genei, Scytalopus notorius, Phylloscartes difficilis, Poospiza thoracica e
Poospiza lateralis), penetra marginalmente nas províncias da Caatinga (código 48), do
Cerrado (código 49), do Chaco (código 50) ou do Pampa (código 51), embora suas áreas
70
de distribuição estejam centradas na Mata Atlântica. Assim, tais espécies foram
consideradas endêmicas da Mata Atlântica, seguindo-se as recomendações de Cracraft
(1985), Stattersfield et al. (1998), Brooks et al. (1999), Assis et al. (2007) e
Vasconcelos et al. (2008c). Embora Oreophylax moreirae tenha sido considerada
endêmica da Mata Atlântica por alguns autores (Cracraft, 1985; Stattersfield et al.,
1998; Brooks et al., 1999), neste estudo a espécie foi incluída na categoria de endêmica
dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil.
3) Endêmicas do Cerrado (código 49, segundo Morrone [2001]): espécies com
distribuição restrita à província biogeográfica do Cerrado (conforme Silva [1995a, b,
1997], Macedo [2002], Silva & Bates [2002], Silva & Santos [2005]), com exceção
daquelas intimamente associadas aos campos rupestres e/ou de altitude (Augastes
scutatus, Asthenes luizae, Polystictus superciliaris e Embernagra longicauda), aqui
incluídas em outras categorias (quase-endêmicas ou endêmicas dos ambientes abertos
dos topos de montanha do leste do Brasil).
4) Endêmicas da Caatinga (código 48, segundo Morrone [2001]): espécies
endêmicas da província biogeográfica da Caatinga, no interior do nordeste do Brasil.
Embora Marini & Lopes (2005) tenham registrado Sakesphorus cristatus na bacia
hidrográfica do Rio Doce (Conceição do Mato Dentro), aqui a espécie foi considerada
endêmica da Caatinga, já que ela provavelmente está expandindo sua área de
distribuição geográfica devido aos desmatamentos, como já fora observado para outras
aves típicas da Caatinga nessa bacia hidrográfica, a exemplo de Columbina picui,
Compsothraupis loricata e Icterus jamacaii (Willis & Oniki, 2002; Venturini & Paz,
2003; obs. pess.). O mesmo é válido para Aratinga cactorum, que penetra
marginalmente na província do Cerrado, mas tem a maior parte de sua área de
distribuição geográfica centrada na província da Caatinga. Por outro lado, Augastes
lumachella, considerada endêmica da Caatinga por Cracraft (1985), foi aqui incluída na
categoria de endêmica dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil.
5) Quase-endêmicas dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do
Brasil: espécies com distribuição predominante nos campos rupestres e de altitude, mas
com ocorrências esparsas em chapadas acima de 800 m de altitude cobertas por
vegetação de Cerrado.
71
6) Endêmicas dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil:
espécies endêmicas dos campos rupestres e de altitude do leste brasileiro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Composição e riqueza de espécies
Foi encontrado um total de 231 espécies de aves nos ambientes abertos dos topos
de montanha do leste do Brasil (Apêndice 3.2). Destas, 205 foram registradas nos
campos rupestres e 123 nos campos de altitude (Apêndice 3.2). Noventa e sete espécies
são comuns aos campos rupestres e aos campos de altitude. Cento e oito espécies são
exclusivas dos campos rupestres, mas apenas 26 exclusivas dos campos de altitude
(Apêndice 3.2).
A maior riqueza de espécies registrada nos campos rupestres pode ser explicada
pelo fato de a Cadeia do Espinhaço encontrar-se em zonas de contato entre a Mata
Atlântica, o Cerrado e a Caatinga (Giulietti & Pirani, 1988; Ab’Sáber, 1990; Harley,
1995; Giulietti et al., 1997). Tal variedade de províncias biogeográficas e
fitofisionomias em contato com a Cadeia do Espinhaço leva a um aumento na riqueza
de espécies que habitam seus campos rupestres, especialmente porque aves não-
florestais, típicas dos habitats abertos do Cerrado e semi-abertos da Caatinga, podem
viver nos campos rupestres (Parrini et al., 1999; Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007).
Por outro lado, os campos de altitude podem ser considerados como ilhas de habitats
abertos, isoladas em uma matriz originalmente florestada na região da Mata Atlântica.
Uma vez que muitas espécies de aves florestais não vivem em áreas abertas (Sick,
1997), a colonização dos campos de altitude por espécies de habitats adjacentes deve ter
sido mais difícil que nos campos rupestres. Além disso, altitudes mais elevadas,
associadas a baixas temperaturas, geadas episódicas e até nevascas (Segadas-Viana &
Dau, 1965; Sick, 1970; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999b) também
devem dificultar a colonização permanente por aves de ambientes abertos encontradas
em altitudes mais baixas (e.g., brejos) e que poderiam utilizar paisagens de origem
antrópica para alcançar os campos de altitude. Ademais, as áreas de campos rupestres
são naturalmente mais conectadas entre si do que as de campos de altitude, de modo que
isso também poderia explicar a menor riqueza de espécies encontrada nestes últimos,
72
conforme prevê a teoria de biogeografia de ilhas (MacArthur & Wilson, 1967).
Entretanto, estudos que utilizem estimativas de áreas ainda são necessários para se testar
esta hipótese, de maneira semelhante ao já realizado nos Andes setentrionais
(Vuilleumier, 1970), Tepuis (Cook, 1974) e Sierras Pampeanas (Nores, 1995).
Uma hipótese alternativa para explicar a menor riqueza da avifauna dos campos
de altitude seria o fato de os mesmos encontrarem-se localizados, em média, em
latitudes maiores do que campos rupestres, o que, normalmente, causa diminuição no
número de espécies (Fischer, 1960; Tramer, 1974; Rohde, 1992; Brown, 1995; Willig et
al., 2003). Entretanto, estudos sobre gradientes latitudinais não detectaram grandes
variações na riqueza, abundância e diversidade de aves ao longo de gradientes curtos,
ou seja, menores que 20o (Emlen et al., 1986; Fjeldså, 1995; Poulsen & Krabbe, 1997,
1998; Willig et al., 2003). O fato de que todas as localidades de campos rupestres e de
altitude analisadas estão dentro de um gradiente latitudinal de aproximadamente 11o,
contido dentro da faixa tropical, sugere que as maiores latitudes dos campos de altitude
não sejam responsáveis por sua menor riqueza de espécies. Uma análise sobre
gradientes ecológicos e as comunidades de aves é apresentada e discutida no próximo
capítulo.
Padrões de distribuição geográfica da avifauna A distribuição das espécies de aves que ocorrem nos campos rupestres e de
altitude, por categoria de endemismo, é apresentada abaixo (Tabela 3.2):
1) Não-endêmicas: 193 espécies.
2) Endêmicas da Mata Atlântica: 23 espécies.
3) Endêmicas do Cerrado: 6 espécies.
4) Endêmicas da Caatinga: 2 espécies.
5) Quase-endêmica dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do
Brasil: 1 espécie.
6) Endêmicas dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil: 6
espécies.
A maior porcentagem de espécies que ocorrem nos ambientes abertos dos topos
de montanha do leste brasileiro é representada por aquelas amplamente distribuídas e
não endêmicas (83,5%), com apenas 2,6% endêmicas desses ambientes (Tabela 3.2).
73
Este padrão é bem diferente do encontrado na puna e no páramo andinos, onde 29% das
espécies são endêmicas e apenas 13,5% são amplamente distribuídas (Vuilleumier,
1986). No caso específico dos Andes, as barreiras geográficas são muito mais efetivas
para causar eventos vicariantes e impedir a ampla dispersão de espécies de aves
serranas (ver abaixo).
O pequeno número de espécies de aves endêmicas dos ambientes abertos nos
topos de montanha do leste brasileiro também contrasta com o padrão geral encontrado
para a flora local, que apresenta alta porcentagem de espécies endêmicas, estimada em
cerca de 30% do total nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Giulietti et al.,
1987, 1997; Eiten, 1992; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a;
Menezes & Giulietti, 2000; Rapini et al., 2002). Entretanto, ao analisar os padrões de
distribuição de pteridófitas ocorrentes na Cadeia do Espinhaço (não apenas dos campos
rupestres, incluindo também outras vegetações), Salino & Almeida (no prelo),
encontraram uma baixa porcentagem de táxons endêmicos associados a este sistema
orográfico (cerca de 4%), sugerindo que o alto poder de dispersão dos esporos deste
grupo contribua para isto. Uma vez que muitas aves também apresentam alta
capacidade de dispersão, é possível que a baixa porcentagem de espécies endêmicas das
serras do leste brasileiro também esteja relacionada a este fato.
Os padrões de distribuição geográfica das aves dos campos rupestres e dos
campos de altitude apresentam algumas diferenças. Embora ambos os tipos de
vegetação mostrem uma dominância de espécies amplamente distribuídas, espécies
endêmicas da Mata Atlântica são mais bem representadas nos campos de altitude
(15,5%) do que nos campos rupestres (6,3%), de modo que os campos de altitude
possuem 19 das 23 espécies endêmicas da Mata Atlântica (82,6%) já registradas nestas
áreas altimontanas, enquanto apenas 13 delas (56,5%) foram registradas nos campos
rupestres (Tabela 3.2). Isso pode ser explicado pelo fato de os campos de altitude se
encontrarem em uma matriz de Mata Atlântica, de modo que sua avifauna apresenta
influência das vegetações circunjacentes. Além disso, as áreas de distribuição de muitas
espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica que ocorrem nos campos de altitude não
alcançam a região dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, a noroeste. Alguns
exemplos são: Stephanoxis lalandi, Drymophila genei, Scytalopus notorius, Hemitriccus
obsoletus, Phylloscartes difficilis, Poospiza thoracica e Saltator maxillosus. Apenas
74
algumas espécies endêmicas da Mata Atlântica alcançam os campos rupestres,
especialmente na porção meridional da Cadeia do Espinhaço. Dentre elas, pode-se citar:
Leucochloris albicollis, Muscipipra vetula, Tangara desmaresti e Haplospiza unicolor.
A ocorrência de espécies endêmicas da Mata Atlântica no Espinhaço meridional
(Quadrilátero Ferrífero) já havia sido relatada anteriormente (Vasconcelos et al., 1999b;
Vasconcelos & Melo-Júnior, 2001) e pode ser explicada pela proximidade geográfica
desta região com as serras pertencentes ao complexo da Mantiqueira (incluindo as
Serras do Brigadeiro e do Caparaó). Além disto, os contrafortes orientais e meridionais
da Cadeia do Espinhaço são ou eram originalmente cobertos pela Mata Atlântica.
Dentre as espécies de aves endêmicas da Mata Atlântica, duas (Stephanoxis
lalandi e Scytalopus iraiensis) estão associadas às montanhas no sudeste do Brasil,
embora ocorram em altitudes baixas ou elevadas nas regiões subtropicais do sul do
Brasil e áreas adjacentes (ao sul de 23o30’S). Este padrão também já foi reconhecido
para alguns táxons vegetais (Simpson, 1979; Harley, 1995; Barros, 1998; Safford,
1999a; Ribeiro et al., 2007), para espécies de abelhas (Silveira & Cure, 1993; Azevedo
et al., no prelo) e para um roedor (Gonçalves et al., 2007), sugerindo que estes táxons
teriam sido mais amplamente distribuídos durante períodos glaciais do Pleistoceno, com
possível dispersão de regiões meridionais da América do Sul em direção ao sudeste do
Brasil (Simpson, 1979; Silveira & Cure, 1993; Safford, 1999a, 2007; Gonçalves et al.,
2007). Durante períodos interglaciais, com a predominância de climas mais quentes,
populações destes táxons ter-se-iam retraído para o sul e para as áreas mais elevadas.
Neste último caso, as populações possivelmente teriam ficado restritas a “refúgios
glaciais”, representados pelos topos de montanha do leste do Brasil (ver Gonçalves et
al. [2007]). Não foi possível encontrar qualquer evidência de variação geográfica com
base em espécimes de S. iraiensis coletados nas serras do sudeste do Brasil e na região
sulina (Vasconcelos et al., 2008c). Entretanto, a espécie S. lalandi é representada por
duas subespécies distintas: S. l. lalandi (montanhas do sudeste do Brasil) e S. l.
loddigesii (terras baixas e/ou altas ao sul de 23o30’S). Este é o mesmo padrão de
distribuição encontrado nas espécies-irmãs Poospiza lateralis / P. cabanisi (Assis et al.,
2007), sugerindo que, para estes dois complexos, o isolamento geográfico já tenha
causado diferenciações diagnósticas nas populações, tal como registrado para dois pares
75
de espécies de anfíbios anuros, que também apresentam um padrão de distribuição
semelhante (Leite et al., no prelo).
Embora não sejam endêmicas da Mata Atlântica, Stephanophorus diadematus e
Emberizoides ypiranganus também apresentam um padrão de distribuição muito
semelhante ao de Stephanoxis lalandi e Scytalopus iraiensis, estando restritos às serras
no leste brasileiro, mas ocorrendo em terras altas ou baixas na região subtropical (ver
discussão para E. ypiranganus em Vasconcelos et al. [2006]).
Outra espécie sulina tipicamente serrana e recentemente encontrada nos topos de
montanha do leste do Brasil é Cinclodes pabsti (Freitas et al., 2008). Embora esta
descoberta sugira conexões climático-vegetacionais entre as serras do sul e as do
sudeste do Brasil durante eventos glaciais, conforme já sugerido para táxons vegetais
(Safford, 2007), este caso deve ser tratado com cautela, já que diversas espécies do
gênero Cinclodes apresentam excelente capacidade de vôo e algumas delas possuem
hábitos migratórios e nomádicos (Fjeldså & Krabbe, 1990; Ridgely & Tudor, 1994;
Remsen, 2003). Assim, é possível que alguns indivíduos de C. pabsti das montanhas
sulinas (Serra Geral) possam vagar ocasionalmente até as serras do sudeste do Brasil.
Nenhuma espécie endêmica da Caatinga foi registrada nos campos de altitude e
apenas uma endêmica do Cerrado (0,8%) foi encontrada neste ambiente. Baixas
porcentagens de espécies endêmicas do Cerrado (2,9%) e da Caatinga (1,0%) foram
encontradas, também, nos campos rupestres (Tabela 3.2). Todas as espécies endêmicas
do Cerrado, registradas nos campos rupestres, apresentam áreas de distribuição
geográfica que não alcançam as montanhas costeiras, exceto Cyanocorax cristatellus.
Esta espécie tem expandido sua área de distribuição original em direção a leste, devido
aos desmatamentos ocorrentes na Mata Atlântica (Alvarenga, 1990; Vasconcelos,
1999a; Mallet-Rodrigues et al., 2007; Lopes, 2008), mas é possível que ela seja
autóctone na única área de campos de altitude onde foi registrada (Serra do Ibitipoca), já
que esta região está localizada em uma zona de transição entre a Mata Atlântica e o
Cerrado, com espécies de aves típicas de cada uma dessas províncias biogeográficas
(Pacheco et al., 2008). Alguns setores do Espinhaço central e setentrional estão em
contato com a Caatinga, o que explica a ocorrência de duas espécies endêmicas dessa
província biogeográfica nos campos rupestres.
76
As espécies de aves que apresentam distribuição geográfica restrita aos
ambientes abertos dos topos de montanha do sudeste do Brasil são representadas por
baixas porcentagens em ambas as formações: 2,9% nos campos rupestres e 1,6% nos
campos de altitude (Tabela 3.2). Além destas, apenas uma espécie quase-endêmica dos
campos rupestres e de altitude foi encontrada (Embernagra longicauda).
Nos próximos tópicos, são apresentados os padrões de distribuição das seis
espécies endêmicas e da única quase-endêmica, com discussões sobre suas possíveis
afinidades biogeográficas.
Padrões de distribuição e afinidades biogeográficas das espécies endêmicas dos
campos rupestres e de altitude
As seis espécies endêmicas dos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil
são: Augastes lumachella, Augastes scutatus, Formicivora grantsaui, Oreophylax
moreirae, Asthenes luizae e Polystictus superciliaris. Abaixo, são apresentados e
discutidos os seus padrões de distribuição geográfica e suas afinidades biogeográficas.
Augastes lumachella (Figura 3.1) e Augastes scutatus (Figura 3.2)
Estes dois beija-flores são considerados aloespécies (Sick, 1997), com um deles
ocorrendo na porção setentrional da Cadeia do Espinhaço (Augastes lumachella) e o
outro se distribuindo na porção centro-meridional deste sistema orográfico (A. scutatus)
(Figura 3.3). Uma terceira espécie (A. geoffroyi), que ocorre na porção centro-
setentrional da Cordilheira dos Andes (Fjeldså & Krabbe, 1990; Schuchmann, 1999), é
considerada como grupo-irmão destas duas espécies (Sibley & Monroe, 1990; Willis,
1992; Silva, 1995a). Considerando-se este grupo de três espécies, foi sugerido um
evento vicariante entre a Cadeia do Espinhaço e a região andina, seguido por outro
dentro do próprio Espinhaço (Silva, 1995a). Esta hipótese sugere a existência de uma
linhagem ancestral mais amplamente distribuída no passado, com extinções de
populações intermediárias, deixando as três espécies resultantes desses processos
restritas a áreas montanhosas da América do Sul. Ela também sugere que as duas
espécies de Augastes que ocorrem nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço sejam
irmãs, como aventado por Sick (1997). Entretanto, há dúvidas se a espécie andina deva
ser considerada como pertencente aos gêneros Augastes ou Schistes (Schuchmann,
77
1999), de modo que as relações entre estas três espécies e outros beija-flores serão mais
bem compreendidas apenas por meio de análises filogenéticas (ver introdução em Abreu
[2006]).
Ambas as espécies de Augastes endêmicas da Cadeia do Espinhaço apresentam
íntima relação com a flora dos campos rupestres, alimentando-se de néctar e usando
material para a construção de ninhos a partir de várias espécies de plantas típicas ou
endêmicas deste tipo de vegetação (e.g., Ruschi, 1962a; Grantsau, 1967, 1968, 1988;
Romão et al., 2001; Vasconcelos & Lombardi, 2001; Vasconcelos et al., 2001;
Machado et al., 2003b, 2007a). A possível vicariância entre as duas espécies talvez
esteja relacionada às mudanças climáticas ocorridas durante o Pleistoceno. É possível
que, durante eventos de resfriamento global, táxons de plantas e animais típicos dos
campos rupestres, que ocorrem atualmente nos topos das serras, tenham descido para
altitudes menos elevadas (ver Harley [1988], Safford [2007]). Neste caso, uma linhagem
ancestral das duas espécies de Augastes estaria distribuída em uma área mais ampla.
Durante um ou mais ciclos de aquecimento, esta linhagem teria sido forçada a
acompanhar a retração da vegetação, em direção ao cume das montanhas. Com isso,
populações ancestrais teriam se isolado nas “ilhas” de campos rupestres nos cumes das
montanhas. Isoladas uma da outra por uma barreira geográfica, estas duas populações
ter-se-iam diferenciado, levando à especiação.
Certos táxons vegetais e espécies de anfíbios anuros também apresentam um
padrão de distribuição semelhante ao das duas espécies de Augastes endêmicas da
Cadeia do Espinhaço, com algumas espécies ocorrendo em sua porção setentrional
(Chapada Diamantina) e seu possível par vicariante distribuindo-se em sua porção
centro-meridional (Espinhaço mineiro) (Harley, 1995; Lugli & Haddad, 2006a, b; Leite
et al., no prelo). Neste caso, admite-se que a ampla região de baixada, representada
pelas bacias hidrográficas dos Rios de Contas, Pardo e Jequitinhonha, originalmente
coberta por vegetação de Caatinga ou floresta, que separa os setores centro-meridional e
setentrional da Cadeia do Espinhaço, seria a barreira geográfica que teria propiciado a
diferenciação desses táxons e impedido a troca de elementos florísticos entre essas duas
regiões (e.g., Harley, 1988; Borba et al., 2001; Lugli & Haddad, 2006a, b; Ribeiro et al.,
2008; Rapini et al., no prelo). Além disto, outros grupos de plantas de campos rupestres
também apresentam baixa similaridade entre os setores mineiro e baiano da Cadeia do
78
Espinhaço, a exemplo de espécies das famílias Apocynaceae (Rapini et al., 2002) e
Orchidaceae (Azevedo & van den Berg, 2007), reforçando a hipótese de que esta região
teria atuado como uma barreira efetiva para a troca de elementos da flora.
Alguns autores (e.g., Ribeiro et al., 2008; Rapini et al., no prelo) sugerem que
esta disjunção entre os campos rupestres de Minas Gerais e da Bahia seja de 300 km.
Entretanto, serras altas com afloramentos rochosos, caracterizadas por campos
rupestres, ocorrem ao norte de Grão Mogol, no extremo norte do estado de Minas
Gerais (Gerais de Santana, Serras da Formosa e do Pau D’Arco) e também no extremo
sul da Bahia (região de Jacaraci), de modo que esta disjunção seria de apenas 160 km
(entre Jacaraci e Rio de Contas) e representada somente pela drenagem do Rio de
Contas. Além disso, levando-se em consideração a existência de registros de A. scutatus
em serras isoladas (e.g., Serra do Cabral), o que sugere uma relativa capacidade de
dispersão, e ao se analisar as áreas com altitudes superiores a 1.000 m nos mapas,
observa-se um divisor de águas na região de Caetité, sul da Bahia, que poderia ser uma
ponte de ligação entre populações destas duas espécies de beija-flores (e de outros
táxons) (Figura 3.3). As serras entre Grão Mogol e Jacaraci são formadas pela unidade
predominantemente quartzítica pertencente ao Supergrupo Espinhaço, que foi
depositada num rifte continental (início há cerca de 1.752 milhões de anos atrás),
tectonizada, metamorfizada e soerguida na Orogênese Brasiliana (entre 650 e 550
milhões de anos atrás) (Figura 3.4). Com os eventos tectônicos que resultaram na
separação de Gonduana, no Mesozóico, esta região sofreu movimentos diferenciais com
soerguimento e afundamentos de blocos vizinhos. Esta movimentação teve
continuidade, com menor intensidade, ao longo do Cenozóico. O soerguimento se deu
em intensidade muito menor, porém é parcialmente contemporâneo à Orogênese Andina
(Petri & Fúlfaro, 1988; Saadi, 1993, 1995; Uhlein et al., 1995; Horn et al., 1996; Potter,
1997; Ab’Sáber, 2000; Cruz & Alkmim, 2007; Knauer, 2007; P. T. A. Castro, com.
pess.). Porém, ao norte de Jacaraci, as partes mais elevadas (1.000-1.100 m) da chapada
na região de Caetité, que parecem ser uma continuação do espigão mineiro do
Espinhaço (ou Serra Geral), são cobertas predominantemente por uma vegetação de
Cerrado (“gerais”) com áreas muito restritas de afloramentos rochosos e quase ausência
de vegetação típica de campos rupestres (Figura 3.5). Esta região é formada por rochas
sedimentares cenozóicas (Figura 3.4), ou seja, dos últimos 60 milhões de anos, tendo
79
sido depositadas em áreas topograficamente baixas em relação às serras adjacentes,
acumulando sedimentos (Cruz & Alkmim, 2007; P. T. A. Castro, com. pess.). Assim,
durante o Cenozóico, a região de Caetité não deve ter sido representada por serras altas
formadas por rochas do Supergrupo Espinhaço e, mesmo com altitudes acima de 1.000
m atualmente, nunca apresentou áreas representativas de campos rupestres capazes de
manter populações viáveis de vários táxons associados a este tipo de vegetação. Esta
região, associada às áreas de baixada da bacia hidrográfica do Rio de Contas, deve ter
sido a barreira geográfica que propiciou a especiação entre os dois Augastes na Cadeia
do Espinhaço e a diferenciação entre populações de plantas e anfíbios, assim como
dificultou a troca de elementos florísticos entre o setor mineiro deste sistema orográfico
e a região da Chapada Diamantina.
De qualquer forma, a coleta de exemplares de A. scutatus nos campos rupestres
da Serra do Pau D’Arco, no extremo norte de Minas Gerais, quase na divisa com o
estado da Bahia, sugere que esta espécie possa ocorrer em áreas serranas da região de
Jacaraci (também representada pelo Supergrupo Espinhaço) e adjacências, no extremo
meridional da Bahia, sendo necessárias pesquisas mais detalhadas nesta área.
Mais ao norte de Caetité (regiões de Riacho de Santana e Macaúbas), as rochas
que compõem as serras são mais antigas, da idade do Supergrupo Espinhaço (Figura
3.4; Cruz & Alkmim, 2007; P. T. A. Castro, com. pess.). A avifauna destas serras nunca
foi amostrada e a descoberta de populações de qualquer espécie do gênero Augastes
nesta região seria de fundamental importância para se refinar o conhecimento sobre a
possível barreira geográfica que teria levado à vicariância destas duas formas.
Formicivora grantsaui (Figuras 3.6 e 3.7)
Esta espécie, recentemente descrita por Gonzaga et al. (2007) e com distribuição
restrita à porção setentrional da Cadeia do Espinhaço (Figura 3.8), não foi incluída na
análise filogenética de Formicivora realizada por Gonzaga (2001) por ainda não ser
conhecida até então. Na sua descrição original, Gonzaga et al. (2007) sugeriram que F.
grantsaui seja proximamente relacionada a F. acutirostris, F. grisea e F. rufa. Uma vez
que as áreas de distribuição destas três espécies são, em grande parte, não coincidentes,
ainda não é possível discutir com detalhes sobre as afinidades biogeográficas de F.
grantsaui. Entretanto, uma nova hipótese filogenética para o gênero, incluindo F.
80
grantsaui, está sendo desenvolvida (L. P. Gonzaga, com. pess.), o que deverá elucidar,
com maior clareza, as relações filogenéticas e biogeográficas desta espécie.
Oreophylax moreirae (Figura 3.9)
Oreophylax moreirae foi considerado endêmico dos campos de altitude das
montanhas costeiras altas (diversos picos na Serra da Mantiqueira, Serra dos Órgãos e
Serra do Caparaó) (Miranda-Ribeiro, 1906; Holt, 1928; Sick, 1970, 1985, 1997; Willis
& Oniki, 1993; Ridgely & Tudor, 1994; Santos, 2000), mas foi recentemente descoberto
nos picos mais elevados da porção meridional da Cadeia do Espinhaço, na Serra do
Caraça (Melo-Júnior et al., 1998; Vasconcelos, 2000a; Vasconcelos & Melo-Júnior,
2001 – Figura 3.10). Nas partes mais elevadas da Serra do Caraça, existem mosaicos de
campos rupestres mesclados a campos de altitude (ver capítulo 1), de modo que a
espécie utiliza manchas dos dois tipos de vegetação para forragear (Vasconcelos et al.,
2007b).
Oreophylax moreirae foi descrito inicialmente no gênero Synallaxis (Miranda-
Ribeiro, 1906). Posteriormente, a espécie foi transferida por Cory & Hellmayr (1925)
para o gênero monotípico Oreophylax, arranjo aceito por outros autores (Sick, 1970;
Pinto, 1978; Meyer de Schauensee, 1982; Ridgely & Tudor, 1994). Baseando-se no tipo
de ninho e no padrão de vocalização, e seguindo o proposto por Vaurie (1980), Sick
(1985, 1997) incluiu esta espécie no gênero Schizoeaca, com oito espécies distribuídas
ao longo dos Andes centro-setentrionais (S. perijana, S. coryi, S. fuliginosa, S.
griseomurina, S. palpebralis, S. vilcabambae, S. helleri e S. harterti; conforme Remsen
[2003]). Sibley & Monroe (1990) também aceitaram esta proposta de classificação.
Recentemente, Zyskowski & Prum (1999) apresentaram uma hipótese filogenética para
a família Furnariidae, baseada em caracteres da arquitetura de ninhos, de modo que os
gêneros Schizoeaca (com quatro espécies analisadas) e Oreophylax foram agrupados em
um único clado, o que foi confirmado em um recente estudo de filogenia molecular
(Irestedt et al., 2006). Ambos os gêneros foram agrupados, na hipótese apresentada por
Zyskowski & Prum (1999), com base na sinapomorfia de seus ninhos, construídos com
uma camada de musgos do gênero Sphagnum, encapsulada por ramos de plantas
herbáceas. Assim, admite-se que O. moreirae seja filogeneticamente relacionada às
espécies andinas do gênero Schizoeaca.
81
Sick (1985, 1997) sugeriu que O. moreirae seria originário de linhagens
ancestrais provenientes dos Andes, que teriam colonizado o sudeste do Brasil durante
uma das glaciações pleistocênicas por uma via austral, através de um corredor contínuo
de vegetação. Em períodos interglaciais, essa linhagem ancestral teria acompanhado a
retração deste tipo de vegetação “andina” (Simpson, 1979; Safford, 1999a), isolando-se
nos altos topos de montanha do leste brasileiro e originando um novo táxon. Sick (1985)
também sugeriu uma hipótese alternativa para colonização das serras do sudeste do
Brasil, a partir da região andina, por meio de “saltos” entre montanhas isoladas, como já
sugerido por Mayr & Phelps (1967) para os elementos andinos da avifauna que teriam
colonizado a região dos Tepuis venezuelanos. Entretanto, levando-se em consideração a
baixa capacidade de vôo de O. moreirae e sua ausência em altitudes abaixo de 1.700 m,
esta hipótese parece pouco provável.
Asthenes luizae (Figura 3.11)
Asthenes luizae é uma espécie restrita à porção centro-meridional da Cadeia do
Espinhaço (Pearman, 1990; Vielliard, 1990b; Andrade et al., 1998; Cordeiro et al.,
1998; Vasconcelos, 2002; Vasconcelos et al., 2002a, 2008a; Bencke et al., 2006;
Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007 – Figura 3.12).
Antes de sua descrição formal, Pearman (1990) havia comparado vocalizações
de A. luizae com as de A. modesta modesta, A. humilis robusta, A. wyatti graminicola,
A. dorbignyi dorbignyi e A. baeri baeri, concluindo que seu canto era mais parecido
com o de A. d. dorbignyi. Ele também concluiu, baseado em caracteres de plumagem e
vocalizações, que as espécies mais próximas de A. luizae possivelmente seriam A.
dorbignyi e A. patagonica.
Silva (1995a) considerou, com base na coloração da plumagem, que A. luizae
compartilharia um ancestral comum com A. pyrrholeuca e com A. baeri. Asthenes
pyrrholeuca distribui-se ao longo do Chaco, da Patagônia e de áreas adjacentes dos
Andes, enquanto A. baeri ocorre no Chaco e nos Pampas (Fjeldså & Krabbe, 1990;
Ridgely & Tudor, 1994; Remsen, 2003). Entretanto, Silva (1995a) não examinou
nenhum espécime de A. luizae e não incluiu a espécie em uma análise cladística.
Em um estudo filogenético da família Furnariidae, baseada na arquitetura de
ninhos, A. luizae foi inserida na mesma unidade taxonômica operacional que A.
82
pudibunda, A. cactorum, A. humicola, A. dorbignyi huancavelicae, A. d. arequipae, A.
d. dorbignyi, A. berlepschi, A. steinbachi, A. baeri e A. patagonica (Zyskowski & Prum,
1999). A hipótese filogenética resultante deste estudo sugeriu que o gênero Asthenes
seja polifilético, o que foi recentemente confirmado por uma análise filogenética de
caracteres moleculares, que não incluiu A. luizae (Irestedt et al., 2006).
O ninho, construído principalmente com gravetos (Studer & Teixeira, 1993;
Remsen, 2003; Gomes, 2006), e detalhes da plumagem sugerem que A. luizae esteja no
mesmo grupo que A. pyrrholeuca, A. steinbachi, A. baeri, A. patagonica (da América do
Sul meridional), A. dorbignyi, A. berlepschi (dos Andes centrais) e dois táxons ainda
não descritos dos Andes peruanos (Narosky et al., 1983; Fjeldså & Krabbe, 1990;
Zyskowski & Prum, 1999; Remsen, 2003; de la Peña, 2005; Vasconcelos et al., 2008a).
Caracteres diagnósticos da plumagem deste grupo compreendem a ausência de estrias; a
mancha gular que varia de laranja a negra (embora ausente em algumas populações);
abdômen mais ou menos amarronzado; e cauda relativamente longa e graduada,
composta por rectrizes de pontas arredondadas e de coloração marrom-enegrescidas
com margens geralmente marrom-avermelhadas (Fjeldså & Krabbe, 1990; Narosky &
Yzurieta, 2003; Remsen, 2003; Vasconcelos et al., 2008a – Figura 3.13).
Uma vez que as características compartilhadas por A. luizae com os outros
táxons acima considerados ocorrem em diferentes regiões geográficas, da Patagônia aos
Andes peruanos, elas devem ser plesiomórficas para a espécie, não sendo informativas
sobre quais espécies estariam mais proximamente relacionadas a A. luizae. Assim, na
ausência de análises filogenéticas incluindo as diversas espécies do gênero, é impossível
levantar hipóteses mais detalhadas sobre as relações biogeográficas de A. luizae.
Polystictus superciliaris (Figura 3.14)
Polystictus superciliaris foi considerada uma espécie endêmica dos campos
rupestres da Cadeia do Espinhaço e, concomitantemente, endêmica do Cerrado (Silva,
1995a, 1997; Macedo, 2002; Silva & Bates, 2002; Silva & Santos, 2005). Entretanto,
esta espécie foi registrada fora da Cadeia do Espinhaço, na Serra da Canastra e nas
montanhas costeiras da Mata Atlântica, a exemplo da Serra da Bocaina e de diversos
pontos na Serra da Mantiqueira (Serras do Itatiaia, do Papagaio, do Ibitipoca e do
Caparaó) (Sick, 1997; Silveira, 1998; Vasconcelos, 1999a, b, 2008a; Vasconcelos et al.,
83
2003 – Figura 3.15). Seu padrão de distribuição sugere conexões climático-
vegetacionais, durante eventos de resfriamento global, entre os campos rupestres e os
campos de altitude, o que já foi registrado para algumas espécies de plantas (ver
capítulo 1) e de abelhas (Azevedo et al., no prelo).
Uma suposta espécie filogeneticamente relacionada a P. superciliaris é P.
pectoralis, de distribuição mais ampla ao longo de formações abertas, com ocorrência
disjunta em regiões setentrionais e centro-meridionais da América do Sul e na
Cordilheira dos Andes (Ridgely & Tudor, 1994). Em uma recente hipótese filogenética
apresentada para os Tyrannidae, P. pectoralis foi agrupada no mesmo clado constituído
por espécies dos gêneros Mecocerculus, Anairetes, Culicivora, Pseudocolopteryx e
Serpophaga (Ohlson et al., 2008). No entanto, esta análise não incluiu P. superciliaris,
de modo que suas afinidades filogenéticas e, conseqüentemente, biogeográficas,
permanecem mal resolvidas, já que vários agrupamentos taxonômicos em Tyrannidae se
mostraram artificiais (Ohlson et al., 2008).
Padrão de distribuição e afinidades biogeográficas de Embernagra longicauda,
espécie quase-endêmica dos campos rupestres e de altitude
Embernagra longicauda (Figura 3.16), assim como Polystictus superciliaris, foi
considerada uma espécie endêmica dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço e da
província biogeográfica do Cerrado (Silva, 1995a, 1997; Macedo, 2002; Silva & Bates,
2002; Silva & Santos, 2005). Porém, no nordeste de Minas Gerais, especialmente na
bacia do Rio Jequitinhonha, a espécie ocorre em chapadas de solo arenoso, acima de
800 m de altitude, cobertas por vegetação de Cerrado, conhecida localmente como
“gerais” (Carnevalli, 1982; Mattos & Sick, 1985; Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007
– Figura 3.17). Ela também foi registrada nos campos de altitude da Serra do Caparaó
(Vasconcelos, 2003; Vasconcelos et al., 2003 – Figura 3.17). Além disso, E. longicauda
tem expandido recentemente sua área de distribuição geográfica no vale do Rio Doce
devido aos desmatamentos, ocorrendo em áreas degradadas (Machado et al., 1998;
Vasconcelos, 2000b). Assim, E. longicauda não pode ser considerada nem endêmica do
Cerrado e nem dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. Devido às ocorrências
nas chapadas cobertas pelos “gerais” e nas áreas degradadas ao longo da bacia do Rio
Doce, E. longicauda é classificada como quase endêmica dos campos rupestres e de
84
altitude do leste brasileiro (Figura 3.17), estando geralmente associada a áreas abertas
acima de 800 m de altitude. Os indivíduos registrados nas áreas degradadas da bacia do
Rio Doce parecem ser oriundos das serras adjacentes, pertencentes à Cadeia do
Espinhaço (e.g., Serra do Caraça – Vasconcelos, 2000b).
A ocorrência de E. longicauda nas partes mais elevadas da Serra do Caparaó
sugere conexões climático-vegetacionais entre os campos de altitude dessa região e as
áreas mais interioranas de campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, no Brasil Central,
um padrão também encontrado em algumas plantas, a exemplo de Xyris celiae
(Xyridaceae) (Giulietti & Pirani, 1988) e Paliavana gracilis (Gesneriaceae) (Araujo et
al., 2005), além de um roedor do gênero Akodon (Gonçalves et al., 2007). Este padrão
também é compartilhado por Oreophylax moreirae e Polystictus superciliaris, espécies
que ocorrem em áreas de campos rupestres e de altitude (ver acima).
Silva (1995a) considerou como grupo irmão de E. longicauda o clado formado
por E. platensis platensis (distribuída a leste do Chaco em vegetações abertas na região
da Mata Atlântica e áreas adjacentes) e por E. platensis olivascens (da região oeste do
Chaco e de áreas adjacentes da encosta dos Andes), sugerindo duas hipóteses para
explicar a origem desta espécie:
1) A primeira estaria ligada ao tectonismo ocorrido durante o Plio-Pleistoceno,
admitindo que E. longicauda teria se originado a partir de um evento vicariante entre a
Cadeia do Espinhaço e a região do Chaco e áreas adjacentes (Pampas, Patagônia e
encostas andinas). De acordo com este autor, este evento vicariante estaria relacionado
ao intenso soerguimento dos Andes durante o final do Plioceno e início do Pleistoceno,
com a concomitante subsidência do Chaco e áreas adjacentes e soerguimento do
Planalto Brasileiro, da Cadeia do Espinhaço e das Serras das Mantiqueira e do Mar (ver
também Freitas [1951], Petri & Fúlfaro [1988], Saadi [1993]). Silva (1995a) sugeriu que
as linhagens ancestrais de E. longicauda e de seus parentes de distribuição mais austral
devem ter sido isoladas por barreiras geográficas impostas por severas condições
ecológicas que ocorreram na região do Chaco, tais como climas frios e secos, além de
alagamentos provocados por mudanças no nível do mar (ver Potter [1997]). Neste caso,
uma das linhagens teria se isolado nas montanhas do leste brasileiro (Cadeia do
Espinhaço) e a outra, nas encostas andinas, onde as condições ecológicas seriam mais
85
estáveis. Após certo período, os táxons que divergiram nas encostas dos Andes ter-se-
iam dispersado para outras regiões centro-meridionais da América do Sul.
2) A segunda hipótese estaria relacionada às flutuações climático-vegetacionais
do Quaternário. Esta hipótese sugere que linhagens ancestrais de E. longicauda ter-se-
iam dispersado em direção ao leste brasileiro a partir de uma região mais austral durante
glaciações do Quaternário. Em períodos interglaciais, com a ocorrência de climas mais
quentes e úmidos, estas linhagens ancestrais ter-se-iam retraído para o sul e para as
montanhas do leste brasileiro, isolando duas populações e resultando num evento
vicariante.
Entretanto, em recente revisão taxonômica, Hayes (2003) apresentou uma série
de evidências sugerindo que E. platensis compreende mais de uma espécie. Além disso,
as duas hipóteses levantadas por Silva (1995a) são altamente especulativas, sendo
necessários estudos filogenéticos mais detalhados para se estabelecer melhor as relações
de E. longicauda com os outros táxons do gênero e com as espécies de Emberizoides,
outro gênero provavelmente relacionado (Eisenmann & Short, 1982; Vasconcelos &
Silva, 2003).
Outros possíveis táxons endêmicos dos topos de montanha do leste do Brasil
Além das espécies endêmicas, quatro subespécies de aves parecem ser restritas
aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: Phaethornis pretrei schwarti,
Campylopterus largipennis diamantinensis, Colibri delphinae greenewalti e Knipolegus
nigerrimus hoflingi.
Phaethornis pretrei schwarti teria sua distribuição restrita aos municípios de
Mucugê e Andaraí, na Chapada Diamantina, sem que sejam conhecidos detalhes sobre
seu habitat (Ruschi, 1975). Grantsau (1988) relatou que, mesmo após quatro expedições
conduzidas à sua localidade-tipo, nenhum exemplar desta forma foi encontrado, sendo,
no entanto, P. p. pretrei relativamente freqüente. Vielliard (1994) considerou que P. p.
schwarti seria uma simples variação individual de coloração mais escura.
O mesmo parece ser válido para C. d. greenewalti (Figura 2.2), descrito da
região da Chapada Diamantina (Ruschi, 1962b). Na mais recente revisão sobre a família
Trochilidae, Stiles (1999) não incluiu esta subespécie, alegando que as características
diagnósticas apontadas por Ruschi também poderiam ser encontradas em alguns
86
indivíduos da forma nominal, representando, portanto, apenas extremos na variação
morfológica individual da espécie (ver capítulo 2). Entretanto, Vielliard (1994) e
Brammer (2002) consideraram que esta subespécie deva ser reconhecida com base nos
caracteres apresentados por Ruschi (1962b), em sua descrição original. Brammer (2002)
sugeriu, inclusive, que esta subespécie poderia ser aceita como uma boa espécie
filogenética. Colibri delphinae greenewalti é restrita aos campos rupestres da porção
setentrional da Cadeia do Espinhaço e a forma nominal (C. d. delphinae) ocorre nos
Tepuis, dos Andes setentrionais até a Guatemala e Belize, como também em Trinidad
(Stiles, 1999). Este padrão de distribuição assemelha-se, parcialmente, àquele
encontrado para alguns táxons vegetais comuns aos campos rupestres e aos Tepuis
(Steyermark, 1986; Giulietti & Pirani, 1988; Giulietti & Hensold, 1990; Harley, 1995;
Menezes & Giulietti, 2000; Harley & Giulietti, 2004). Mais interessante, ainda, é que
vários gêneros e espécies de plantas que ocorrem nos Tepuis e na Cadeia do Espinhaço
estão restritos ao setor setentrional deste último sistema orográfico, assim como C.
delphinae. Exemplos são: Chamaecrista roraimae (Leguminosae), Clusia melchiori
(Clusiaceae), Sobralia liliastrum (Orchidaceae – Figura 3.18) e o gênero Verrucularia
(Malpighiaceae) (Giulietti & Pirani, 1988; Barros, 1998; Harley & Giulietti, 2004).
Barros (1998), ao analisar os padrões de distribuição geográfica de orquídeas de campos
rupestres, concluiu que os campos da Bahia são mais semelhantes às montanhas das
Guianas do que aos de Minas Gerais. Este padrão de distribuição sugere uma conexão
biogeográfica entre o setor setentrional da Cadeia do Espinhaço e as montanhas ao norte
da bacia Amazônica (Escudo das Guianas). Esta conexão poderia ter ocorrido em
períodos mais frios e secos do Quaternário, através da separação das florestas da
Amazônia central por um corredor de savanas, que acompanharia uma faixa de menor
precipitação, ligando o sul da Venezuela ao centro-nordeste do Brasil (Haffer, 1969,
1974; Hoogmoed, 1979; Sick, 1997). Evidências de expansão de ambientes mais abertos
nesta região foram também levantadas com base em estudos paleontológicos (Toledo et
al., 1999; Rossetti et al., 2004; Rossetti & Toledo, 2007). Além disso, a atual faixa de
baixa precipitação na Amazônia praticamente liga os Tepuis às serras do Brasil Central.
Uma espécie de orquídea (Cyrtopodium parviflorum) também apresenta um padrão de
distribuição que sugere fortemente este tipo de conexão (Barros, 1998:36). Além disso,
na faixa de baixa precipitação da Amazônia são encontradas áreas de savanas (Andrade-
87
Lima, 1958; Miranda, 1993; Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger, 2006; Pennington
et al., 2006) e serras com ambientes fisionomicamente semelhantes aos campos
rupestres que se encontram isoladas no interior da Amazônia (e.g., Serras dos Carajás e
do Ererê – Figuras 3.19 e 3.20) (Porto & Silva, 1989; Silva et al., 1996). Tais serras e
outros tipos de vegetações abertas, outrora mais amplas, poderiam ter atuado como vias
propícias para a expansão geográfica de organismos com boa capacidade de dispersão,
sendo possível a colonização do Espinhaço por táxons setentrionais e vice-versa. A
distribuição geográfica da orquídea Sobralia liliastrum (Figura 3.18), que ocorre no
Planalto das Guianas, em áreas abertas da Amazônia (incluindo campinas e campos
rupestres da Serra dos Carajás) e na Chapada Diamantina (Silva et al., 1996; Barros,
1998), reforça este padrão.
Entretanto, Silva (1995a), analisando os padrões de distribuição da avifauna do
Cerrado, encontrou evidências de que as conexões mais recentes entre o Cerrado e as
savanas do norte da América do Sul teriam ocorrido através da costa atlântica e da
Cordilheira dos Andes. Estes resultados não dariam suporte à presença de um corredor
de savanas através da Amazônia, uma das suposições da teoria dos refúgios florestais
(Haffer, 1969, 1974). Assim, também é possível ter havido conexões entre a Cadeia do
Espinhaço e os Tepuis através da costa atlântica, uma vez que existem táxons vegetais
comuns aos campos rupestres e às restingas litorâneas (Giulietti & Pirani, 1988;
Giulietti & Hensold, 1990; Harley, 1995; Barros, 1998; Menezes & Giulietti, 2000;
Harley & Giulietti, 2004; Alves et al., 2007). Além disso, algumas espécies de plantas
que ocorrem nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço e nas restingas também
ocorrem nos Tepuis (Harley & Simmons, 1986; Barros, 1998). Com a diminuição do
nível do mar (Haq et al., 1987), estas restingas e outros tipos de vegetações savânicas
poderiam ter formado um corredor vegetacional ao longo da costa atlântica, conectando
estas duas áreas montanhosas durante períodos glaciais. De qualquer forma, as
afinidades biogeográficas (principalmente com relação à flora) entre a Cadeia do
Espinhaço e os Tepuis ainda permanecem pouco estudadas e devem ser levadas em
consideração em futuras análises (ver Por et al. [2005]). Entretanto, com base nos
padrões de distribuição de vários táxons, é possível que estas conexões tenham ocorrido
durante diferentes eventos geológicos e de mudanças climático-vegetacionais, que nem
88
sempre se repetiram exatamente no mesmo espaço geográfico, gerando padrões
semelhantes, mas não idênticos, na distribuição de táxons de idades diferentes.
Campylopterus largipennis diamantinensis (Figura 2.4), descrito com base em
exemplares provenientes de Diamantina, Minas Gerais (Ruschi, 1963c), ocorre nos
campos rupestres da porção centro-meridional da Cadeia do Espinhaço (Grantsau, 1988;
Vasconcelos & Melo-Júnior, 2001). Espécimes coletados por J. M. C. Silva e
colaboradores nas matas decíduas dos vales dos Rios Paranã e São Francisco foram
atribuídos a este táxon (Silva, 1990; 1995b). Porém, com a coleta de material adicional
nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço e nas florestas decíduas do vale do Rio
São Francisco, e com a reanálise do holótipo no AMNH (ver capítulo 2), foram
encontradas características morfológicas que apontam que as duas formas representem
táxons distintos e que C. l. diamantinensis seja realmente endêmico dos campos
rupestres da Cadeia do Espinhaço.
Ainda não foram realizados estudos específicos sobre a taxonomia de K. n.
hoflingi, subespécie também descrita da região da Chapada Diamantina (Lencioni-Neto,
1996). Brammer (2002), sem analisar exemplares desta subespécie, considerou que ela
não deva ser aceita como uma boa espécie filogenética. Farnsworth & Langham (2004)
consideraram K. n. hoflingi como uma subespécie válida em recente revisão sobre a
família Tyrannidae. Entretanto, devido à ampla distribuição de K. nigerrimus nas
montanhas do leste brasileiro (Apêndice 3.2) e ao reduzido número de exemplares de K.
n. hoflingi, é possível que esta forma não passe de uma mera variação geográfica da
região da Chapada Diamantina.
Áreas de endemismo da avifauna nos topos de montanha do leste do Brasil
Conforme apresentado acima, todas as seis espécies endêmicas dos topos de
montanha do leste do Brasil ocorrem nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço,
mas apenas duas (Oreophylax moreirae e Polystictus superciliaris) foram registradas
nos campos de altitude das Serras da Mantiqueira e do Mar. A ocorrência de O.
moreirae nas partes mais elevadas da Serra do Caraça, onde parece haver um mosaico
de ambos os tipos de vegetação, pode mascarar um endemismo dos campos de altitude,
já que a espécie poderia estar restrita a esse tipo de habitat naquela localidade. Porém, a
espécie também vive nos campos rupestres típicos dessa região (Vasconcelos et al.,
89
2007b) e, enquanto estudos fitogeográficos detalhados não forem conduzidos nos picos
da Serra do Caraça, é mais prudente não considerar esta espécie como endêmica dos
campos de altitude. Assim, não existem espécies restritas aos campos de altitude das
montanhas costeiras, mas quatro delas (Augastes lumachella, Augastes scutatus,
Formicivora grantsaui e Asthenes luizae) são endêmicas dos campos rupestres da
Cadeia do Espinhaço.
Considerando-se que uma área de endemismo é representada por uma região que
abriga, pelo menos, dois táxons endêmicos (ver Platnick [1991]), duas áreas de
endemismo podem ser delimitadas na Cadeia do Espinhaço. Uma delas é representada
pela porção centro-meridional (setor mineiro) deste sistema de montanhas, abrigando
Augastes scutatus e Asthenes luizae (Figura 3.21). A outra seria a porção setentrional da
Cadeia do Espinhaço (região da Chapada Diamantina e montanhas adjacentes), onde
ocorrem Augastes lumachella e Formicivora grantsaui (Figura 3.21). Se o argumento
de Cracraft (1985) for levado em consideração, de que uma área de endemismo não é
definida, necessariamente, com base no habitat, então Scytalopus diamantinensis, uma
espécie florestal descrita recentemente (Bornschein et al., 2007), poderia ser adicionada
à porção setentrional da Cadeia do Espinhaço. Cabe salientar que a região que separa
estas duas áreas de endemismo na Cadeia do Espinhaço é representada pela mesma
barreira geográfica que foi aventada para a possível vicariância entre as duas espécies
de Augastes (ver acima) e que também deve ter restringido a dispersão de A. luizae para
a Chapada Diamantina e a de F. grantsaui para o setor mineiro da Cadeia do Espinhaço.
O número de formas restritas a ambas as áreas de endemismo aumentaria, caso
as subespécies “endêmicas” fossem consideradas taxonomicamente válidas, com a
adição de C. l. diamantinensis na porção centro-meridional (setor mineiro) da Cadeia do
Espinhaço e com a adição de P. p. schwarti, C. d. greenewalti e K. n. hoflingi na região
da Chapada Diamantina. Desta forma, novos estudos taxonômicos ainda se fazem
necessários para resolver a validade dessas subespécies, visando um maior
conhecimento sobre os padrões de endemismo da avifauna na Cadeia do Espinhaço.
Neste caso, vale ressaltar que a coleta de mais exemplares é extremamente importante,
já que a maioria destas subespécies é representada apenas pelos exemplares-tipo. Além
disto, são necessários espécimes provenientes de serras dos setores norte-mineiro e
90
baiano-meridional do Espinhaço para se avaliar a existência de prováveis variações
clinais ou individuais.
Conclusões
A revisão apresentada neste capítulo mostrou que a maioria das aves que
ocorrem nos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil (campos
rupestres e de altitude) é representada por espécies de ampla distribuição geográfica, em
contraste com o padrão geral reconhecido para a flora.
A influência biogeográfica andino-patagônica na avifauna dessas montanhas não
é tão representativa como havia sido anteriormente enfatizado (Sick, 1970, 1985, 1997;
Vielliard, 1990a, 1996; Willis, 1992; Cordeiro, 1997). Contudo, quatro espécies
endêmicas parecem apresentar relações de parentesco com espécies dos Andes centro-
setentrionais (Augastes lumachella, A. scutatus e Oreophylax moreirae) ou chaquenho-
andino-patagônicas (Asthenes luizae) (Sick, 1970, 1985; Silva, 1995a; Vielliard, 1996;
Schuchmann, 1999; Zyskowski & Prum, 1999; Irestedt et al., 2006; Vasconcelos et al.,
2008a). Entretanto, com exceção de O. moreirae, estas suposições foram feitas sem a
aplicação de análises filogenéticas mais detalhadas. Assim, essas análises são
fortementemente recomendadas para se determinar, com maior precisão, as relações
históricas e biogeográficas dessas espécies.
Todas as espécies das serras do leste brasileiro para as quais foram aventadas
origens andino-patagônicas pertencem a táxons que se originaram na região neotropical,
muito possivelmente na América do Sul, após sua separação da África, durante o
Cretáceo (Trochilidae e Suboscines [Furnariidae, Thamnophilidae, Rhinocryptidae e
Tyrannidae]) (Sick, 1997; Schuchmann, 1999; Remsen, 2003). Assim, a idéia corrente
sobre a origem andino-patagônica da avifauna dos topos de montanha do leste brasileiro
apresenta um problema: a superfície onde estão localizadas as montanhas do centro e
leste do Brasil (Escudo Brasileiro) é formada sobre rochas de idade pré-cambriana,
muito mais antiga que a Cordilheira dos Andes, que teve soerguimento pronunciado
bem mais recentemente, apenas durante o Mioceno (Ab’Sáber, 2000). Deste modo, é
possível que as linhagens ancestrais de um ou mais destes táxons com representantes
isolados nas serras brasileiras e na região andino-patagônica sejam originárias do
Escudo Brasileiro, e não dos Andes ou da Patagônia (ver discussões em Garcia & Pirani
91
[2003, 2005]). Depois do soerguimento andino, durante eventos de resfriamento global,
tais táxons poderiam ter se dispersado em direção aos Andes e sofrido especiação
explosiva nessa cordilheira, devido às gigantescas barreiras geográficas impostas por
vales profundos, grandes lagos glaciais e geleiras – barreiras também associadas a
mudanças climáticas do Pleistoceno (Vuilleumier, 1969; Simpson-Vuilleumier, 1971;
Fjeldså & Krabbe, 1990; Poulsen & Krabbe, 1998; Krabbe, 2008). Pelo menos, no caso
de dois gêneros de pteridófitas (Jamesonia e Eriosorus), a colonização dos Andes por
linhagens do leste brasileiro já foi sugerida (Sánchez-Baracaldo, 2004). Após a
colonização da região andina, estas plantas teriam sofrido rápida radiação adaptativa,
por apresentarem diversas características morfológicas e ecológicas para viver em
habitats que se originaram apenas durante os últimos 15 milhões de anos nos Andes
centrais e há menos de 5 milhões de anos nos Andes setentrionais (Sánchez-Baracaldo,
2004). No entanto, não pode ser descartada a origem das linhagens destas espécies
endêmicas dos campos rupestres e de altitude em superfícies meridionais da América do
Sul, também antigas (pré-cambrianas – ver Mendes & Petri [1971]). Neste caso, tais
linhagens poderiam ter-se originado no maciço (nesocrato) das Sierras Pampeanas ou no
Patagônico, com posterior dispersão para os Andes e as montanhas do sudeste do Brasil
durante eventos glaciais. Neste sentido, Prum (1988) já havia proposto que algumas
linhagens de aves que ocorrem nos Tepuis e nos Andes teriam sido originárias da
superfície geologicamente mais antiga da primeira região (Escudo das Guianas), ao
contrário da hipótese de Mayr & Phelps (1967), que sugeriram uma origem andina
destes táxons, com posterior dispersão para os Tepuis. Assim, investigações adicionais
devem ser realizadas, por meio de estudos filogenéticos detalhados, incluindo as
espécies de aves endêmicas dos campos rupestres e de altitude, que apresentam
possíveis parentes na região andino-patagônica, a fim de se testarem estas hipóteses.
Por fim, cabe ressaltar que, devido à pequena quantidade de espécimes das
subespécies possivelmente endêmicas, maiores esforços de coleta devem ser dirigidos a
estas formas visando novos estudos para se avaliarem suas validades taxonômicas.
92
TABELA 3.1. Localidades de campos rupestres e de altitude consideradas na presente revisão e suas
respectivas fontes de registros. As localidades são citadas do norte para o sul e agrupadas por códigos de
algarismos romano-arábicos de acordo com os seguintes sistemas orográficos: I = Cadeia do Espinhaço;
II = Serra da Mantiqueira; III = Serra do Mar. Os códigos numéricos para as fontes são apresentados no
Apêndice 3.1.
Código Localidade Fontes
I.1 Dias Coelho 21
I.2 Izabel Dias 21
I.3 Morro do Chapéu 21, 23, 24, 31, 36, 38, 41, 49, 50, 58, 63, 68, 70, 71, 104, 107,
109, 151
I.4 Paramirim 21, 24, 68
I.5 Palmeiras-Lençóis 21, 22, 23, 24, 50, 68, 70, 71, 82, 85, 87, 101, 104, 106, 132, 167
I.6 Serra do Ribeirão 132
I.7 Vale do Paty 132
I.8 Serra de Andaraí 21, 22, 23, 24, 33, 50, 58, 68, 151, 157
I.9 Igatu 21, 22, 23, 24, 29, 30, 50, 68, 132, 159
I.10 Mucugê 21, 22, 23, 24, 33, 50, 51, 68, 70, 71, 82, 92, 96, 97, 98, 99, 100,
104, 106, 113, 126, 132, 134, 135, 152, 157, 158, 159, 167
I.11 Roncador 21
I.12 Piatã 21, 24, 50, 68
I.13 Serra do Cocal 21
I.14 Morro do Ouro 21
I.15 Serra das Almas 68, 70, 71, 82, 104, 157, 167
I.16 Espigão do Taquari 21
I.17 Barra da Estiva 21, 23, 24, 50, 58, 68, 107
I.18 Brejinho das Ametistas 152, 167
I.19 Jacaraci 167
I.20 Serra do Pau D'Arco 104, 140, 152, 167
I.21 Serra da Formosa 144, 152, 167
I.22 Campos Geraes 2, 151
I.23 Gerais de Santana 144, 167
I.24 Serra do Barão 21, 23, 24, 25, 27, 38, 50, 58, 63, 104, 107, 139, 153, 167
I.25 Campina do Bananal 94, 104, 107, 139, 140, 150, 152, 156, 167
I.26 Serra Resplandecente 36, 104, 139, 150, 152, 167
I.27 Serra do Cabral 127, 140, 152, 167
I.28 Serra dos Poções 36, 38, 63, 104
93
TABELA 3.1. Continuação. Código Localidade Fontes
I.29 Serra do Ambrósio 152
I.30 Diamantina 1, 6, 17, 18, 21, 23, 24, 25, 27, 36, 37, 38, 50, 58, 104, 107, 151,
152, 153, 157, 159, 167
I.31 Datas 36, 104
I.32 Serra do Gavião 38, 62, 63, 74, 93, 94, 104, 107, 108, 127, 129, 150, 152, 167
I.33 Serra do Barro Preto 150, 152, 167
I.34 Serra Talhada 62, 94
I.35 Serra do Cipó 21, 23, 24, 29, 30, 34, 36, 37, 38, 41, 42, 44, 46, 47, 48, 49, 50,
57, 58, 61, 62, 63, 74, 84, 87, 89, 91, 94, 104, 107, 110, 111, 112,
114, 115, 116, 117, 118, 119, 125, 131, 140, 142, 144, 145, 146,
147, 149, 150, 151, 152, 153, 157, 159, 160, 167
I.36 Serra da Piedade 18, 21, 24, 37, 50, 58, 63, 74, 77, 89, 95, 102, 104, 107, 140, 152,
153, 167
I.37 Serra da Água Limpa 161, 167
I.38 Serra do Curral 53, 59, 63, 66, 67, 74, 75, 76, 77, 87, 89, 104, 138, 167
I.39 Serra do Rola-Moça 77, 87, 104, 105, 120, 121, 122, 123, 128, 133, 152, 154, 167
I.40 Serra da Gandarela 38, 58, 63, 104, 152, 164, 167
I.41 Serra de Itatiaiuçu 51, 159
I.42 Serra do Caraça 6, 17, 21, 24, 29, 30, 35, 36, 37, 38, 40, 50, 51, 58, 63, 64, 74, 81,
86, 87, 88, 89, 90, 102, 103, 104, 107, 108, 129, 141, 149, 151,
152, 153, 155, 157, 158, 159, 160, 167
I.43 Alegria 24, 50, 107, 151, 152, 153, 167
I.44 Serra do Capanema 104, 152, 163, 167
I.45 Serra Santa 18, 24, 29, 30, 104, 107, 158, 159, 160
I.46 Serra do Batatal 38, 102, 104, 152, 157, 167
I.47 Serra da Moeda 38, 58, 63, 74, 77, 89, 104, 107, 167
I.48 Pico do Itacolomi 6, 17, 18, 21, 23, 24, 37, 38, 60, 77, 87, 89, 102, 104, 167
I.49 Serra de Belo Vale 77, 152
I.50 Serra do Mascate 152, 167
I.51 Serra de Ouro Branco 38, 63, 104, 107, 157, 167
II.1 Serra do Caparaó 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 26, 28, 32, 45, 50, 58,
64, 65, 69, 78, 83, 102, 104, 130, 151, 167
II.2 Serra da Vargem Grande 140, 152, 167
II.3 Serra do Brigadeiro 72
II.4 Serra de São José 63, 87, 104
II.5 Serra do Lenheiro 63, 104, 140, 167
94
TABELA 3.1. Continuação. Código Localidade Fontes
II.6 Serra do Ibitipoca 54, 55, 104, 148, 152, 167
II.7 Serra do Papagaio 73, 104, 140, 143, 167
II.8 Serra do Itatiaia 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 16, 17, 18, 19, 20, 26, 32, 38, 39, 43,
51, 52, 58, 64, 102, 104, 151, 157, 159, 167
II.9 Pedra da Mina 79
II.10 Marins-Itaguaré 137, 156
II.11 Pedra de São Domingos 140, 152, 167
II.12 Serra dos Poncianos 167
II.13 Atibaia 56
III.1 Pedra Azul 65, 80, 167
III.2 Serra dos Órgãos 8, 11, 20, 26, 32, 52, 58, 64, 124, 136, 151, 157, 162, 165, 166,
167
III.3 Serra da Bocaina 49, 52, 58, 104, 158, 159
95
TABELA 3.2. Distribuição das espécies de aves dos campos rupestres e dos campos de altitude,
analisada como uma única unidade e separadamente.
Campos rupestres e de altitude
Campos rupestres
Campos de altitude
Padrão de distribuição N % N % N %
Não-endêmicas 193 83,5 177 86,3 100 81,3
Endêmicas da Mata Atlântica 23 10,0 13 6,3 19 15,5
Endêmicas do Cerrado 6 2,6 6 2,9 1 0,8
Endêmicas da Caatinga 2 0,9 2 1,0 0 0
Quase-endêmicas dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil
1 0,4 1 0,5 1 0,8
Endêmicas dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil
6 2,6 6 2,9 2 1,6
Total 231 100 205 100 123 100
96
APÊNDICE 3.1. Lista de fontes usadas na revisão da avifauna ocorrente nos campos rupestres e de
altitude do leste do Brasil. Os números na primeira coluna se referem aos códigos das fontes apresentadas
no Apêndice 3.2.
Número Fonte
1 Spix (1825)
2 Wied (1831)
3 Ule (1895)
4 Hemmendorff & Moreira (1903)
5 Miranda-Ribeiro (1906)
6 Gounelle (1909)
7 Lüderwaldt (1909)
8 Miranda-Ribeiro (1923)
9 Peixoto-Velho (1923a)
10 Peixoto-Velho (1923b)
11 Holt (1928)
12 Miranda-Ribeiro (1930)
13 Snethlage (1930)
14 Naumburg (1937)
15 Naumburg (1939)
16 Pinto (1951)
17 Ruschi (1951)
18 Pinto (1952)
19 Pinto (1954)
20 Sick (1959)
21 Ruschi (1962a)
22 Ruschi (1962b)
23 Ruschi (1963a)
24 Ruschi (1963b)
25 Ruschi (1963c)
26 Sick (1963)
27 Ruschi (1964)
28 Schubart et al. (1965)
29 Grantsau (1967)
30 Grantsau (1968)
31 O’Brien (1968)
97
APÊNDICE 3.1. Continuação. Número Fonte
32 Sick (1970)
33 Ruschi (1975)
34 Sazima (1977)
35 Carnevalli (1980)
36 Carnevalli (1982)
37 Ruschi (1982a)
38 Mattos & Sick (1985)
39 Dorst & Vuilleumier (1986)
40 Grantsau (1988)
41 Ridgely & Tudor (1989)
42 Pearman (1990)
43 Pineschi (1990)
44 Sazima & Sazima (1990)
45 Vielliard (1990a)
46 Vielliard (1990b)
47 Willis & Oniki (1991)
48 Studer & Teixeira (1993)
49 Ridgely & Tudor (1994)
50 Vielliard (1994)
51 Lencioni-Neto (1996)
52 Martinelli & Orleans e Bragança (1996)
53 Vasconcelos & Lombardi (1996)
54 Andrade (1997a)
55 Andrade (1997b)
56 Piratelli (1997)
57 Ribeiro (1997)
58 Sick (1997)
59 Vasconcelos (1997)
60 Andrade (1998)
61 Andrade et al. (1998)
62 Cordeiro et al. (1998)
63 Machado et al. (1998)
64 Melo-Júnior et al. (1998)
65 Pacheco & Bauer (1998)
66 Vasconcelos & Brandt (1998)
67 Vasconcelos et al. (1998)
98
APÊNDICE 3.1. Continuação. Número Fonte
68 Almeida & Raposo (1999)
69 Bauer (1999)
70 Funch (1999)
71 Parrini et al. (1999)
72 Simon et al. (1999)
73 Vasconcelos (1999a)
74 Vasconcelos (1999b)
75 Vasconcelos & Lombardi (1999)
76 Vasconcelos et al. (1999a)
77 Vasconcelos et al. (1999b)
78 Pacheco (2000a)
79 Santos (2000)
80 Vasconcelos & Lombardi (2000)
81 Vasconcelos (2000a)
82 Carvalhaes (2001)
83 Gonzaga & Castiglioni (2001)
84 Melo-Júnior et al. (2001)
85 Romão et al. (2001)
86 Vasconcelos (2001a)
87 Vasconcelos (2001b)
88 Vasconcelos & Ferreira (2001)
89 Vasconcelos & Lombardi (2001)
90 Vasconcelos & Melo-Júnior (2001)
91 Vasconcelos et al. (2001)
92 Brammer (2002)
93 Vasconcelos (2002)
94 Vasconcelos et al. (2002a)
95 Willis (2002)
96 Coelho & Machado (2003)
97 Faustino & Machado (2003)
98 Faustino et al. (2003)
99 Machado (2003)
100 Machado et al. (2003a)
101 Machado et al. (2003b)
102 Vasconcelos (2003)
103 Vasconcelos & Silva (2003)
99
APÊNDICE 3.1. Continuação. Número Fonte
104 Vasconcelos et al. (2003)
105 Hoffmann & Rodrigues (2005)
106 Machado (2005)
107 Abreu (2006)
108 Alves et al. (2006)
109 Colaço et al. (2006)
110 Costa & Rodrigues (2006a)
111 Costa & Rodrigues (2006b)
112 Domingues & Rodrigues (2006)
113 Faustino & Machado (2006)
114 Gomes (2006)
115 Gomes & Guerra (2006)
116 Gomes & Rodrigues (2006a)
117 Gomes & Rodrigues (2006b)
118 Guerra & Alves (2006)
119 Guerra et al. (2006)
120 Hoffmann (2006)
121 Hoffmann & Rodrigues (2006a)
122 Hoffmann & Rodrigues (2006b)
123 Hoffmann & Rodrigues (2006c)
124 Raposo et al. (2006)
125 Ribon et al. (2006)
126 Santana & Machado (2006)
127 Vasconcelos et al. (2006)
128 Zorzin et al. (2006)
129 Alves et al. (2007)
130 Assis et al. (2007)
131 Costa & Rodrigues (2007)
132 Gonzaga et al. (2007)
133 Hoffmann et al. (2007)
134 Machado et al. (2007a)
135 Machado et al. (2007b)
136 Mallet-Rodrigues et al. (2007)
137 Olmos (2007)
138 Vasconcelos (2007)
139 Vasconcelos & D’Angelo-Neto (2007)
100
APÊNDICE 3.1. Continuação. Número Fonte
140 Vasconcelos et al. (2007a)
141 Vasconcelos et al. (2007b)
142 Freitas & Rodrigues (2008)
143 Vasconcelos (2008a)
144 Vasconcelos & Endrigo (2008)
145 Costa & Rodrigues (em prep.)
146 Costa et al. (2008)
147 Freitas et al. (2008)
148 Pacheco et al. (2008)
149 Vasconcelos et al. (2008c)
150 Vasconcelos et al. (2008a)
151 AMNH
152 DZUFMG
153 MBML
154 MCN
155 MCP
156 MHNT
157 MNRJ
158 MPEG
159 MZUSP
160 SG
161 F. F. Vasconcelos (com. pess.)
162 F. Mallet-Rodrigues (com. pess.)
163 F. S. Leite (com. pess.)
164 G. B. Malacco (com. pess.)
165 J. F. Pacheco (com. pess.)
166 R. Parrini (com. pess.)
167 Observação pessoal
101
APÊNDICE 3.2. Lista da avifauna registrada nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil e
padrões de endemismo. Códigos numéricos para localidades e fontes são apresentados na Tabela 3.1 e no
Apêndice 3.1, respectivamente. Endemismo: NE = não-endêmica; AF = endêmica da Mata Atlântica; CE
= endêmica do Cerrado; CA = endêmica da Caatinga; QE = quase-endêmica dos ambientes abertos dos
topos de montanha do leste do Brasil; MT = endêmica dos ambientes abertos dos topos de montanha do
leste do Brasil. As linhas preenchidas por cinza correspondem às espécies endêmicas e quase-endêmica
dos ambientes abertos dos topos de montanha do leste do Brasil.
Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Tinamidae
Crypturellus parvirostris I.5, I.10, I.15, I.18,
I.20, I.23, I.24,
I.25, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.37,
I.43, I.44
70, 71, 84, 106,
139, 167
NE
Rhynchotus rufescens I.10, I.15, I.24,
I.25, I.26, I.33,
I.35, I.37, I.40,
I.44
II.6, II.8 3, 5, 7, 8, 11, 16,
19, 39, 58, 70, 71,
82, 84, 139, 145,
148, 167
NE
Nothura minor I.30 1, 18 CE
Nothura maculosa I.5, I.10, I.25, I.26,
I.30, I.32, I.35,
I.50
II.6, II.8 5, 8, 11, 16, 18,
19, 54, 84, 106,
139, 145, 148,
152, 167
NE
Threskiornithidae
Theristicus caudatus I.32 93, 167 NE
Cathartidae
Cathartes aura I.10, I.15, I.18,
I.20, I.24, I.25,
I.26, I.32, I.35,
I.37, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.50,
I.51
II.1, II.6, II.8 11, 16, 19, 47, 84,
90, 106, 139, 145,
148, 167
NE
102
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Coragyps atratus I.3, I.5, I.10, I.18,
I.20, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.35,
I.36, I.37, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.46, I.47, I.48,
I.50, I.51
II.2, II.6, II.7,
II.8, II.11, II.12,
III.1, III.2
5, 8, 11, 16, 19,
39, 47, 59, 70, 71,
84, 90, 106, 136,
138, 139, 145,
148, 162, 164,
166, 167
NE
Sarcoramphus papa I.3, I.27, I.35, I.42,
I.46, I.48
70, 71, 84, 90,
145, 167
NE
Accipitridae
Elanus leucurus II.6 148 NE
Ictinia plumbea I.5 106 NE
Geranospiza caerulescens I.32, I.35 61, 167 NE
Heterospizias meridionalis I.35 II.6 145, 148 NE
Harpyhaliaetus coronatus I.5, I.35, I.39 57, 71, 128 NE
Percnohierax leucorrhous II.8 11, 16, 19 NE
Rupornis magnirostris I.5, I.10, I.15, I.20,
I.21, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.47,
I.48, I.50
II.6, II.8, II.11 84, 86, 90, 106,
138, 139, 145,
148, 164, 167
NE
Buteo albicaudatus I.18, I.26, I.27,
I.32, I.35, I.36,
I.38, I.40, I.42,
I.44, I.46, I.50,
I.51
II.1, II.2, II.6,
II.8, II.10, II.11,
III.1, III.2
47, 52, 84, 90,
136, 137, 138,
139, 145, 148,
162, 164, 167
NE
Buteo melanoleucus I.5, I.15, I.20, I.25,
I.35, I.38, I.42,
I.46
II.6 47, 70, 71, 82, 88,
90, 138, 139, 145,
148, 167
NE
Buteo albonotatus I.18, I.35, I.36,
I.42
84, 86, 90, 145,
167
NE
Falconidae
103
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Caracara plancus I.3, I.10, I.26, I.27,
I.33, I.35, I.36,
I.37, I.38, I.40,
I.42, I.43, I.44,
I.46, I.48, I.50,
I.51
II.6, II.7, II.8 70, 71, 82, 84, 90,
106, 138, 139,
143, 145, 148,
164, 167
NE
Milvago chimachima I.3, I.5, I.10, I.15,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.33,
I.35, I.36, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.50, I.51
II.6, II.8 7, 8, 47, 70, 71,
82, 84, 86, 90,
138, 139, 145,
148, 164, 167
NE
Herpetotheres cachinnans I.20, I.35, I.42 II.6, II.7 90, 145, 148, 167 NE
Falco sparverius I.3, I.10, I.15, I.25,
I.27, I.32, I.35,
I.36, I.38, I.42,
I.43, I.44, I.49
II.6, II.7, II.8 7, 8, 11, 16, 19,
39, 47, 71, 82, 84,
90, 138, 145, 148,
152, 167
NE
Falco femoralis I.15, I.27, I.35,
I.38, I.42
II.6 47, 70, 71, 82, 90,
138, 148, 167
NE
Falco peregrinus I.42 86, 167 NE
Rallidae
Porzana albicollis I.35 167 NE
Cariamidae
Cariama cristata I.5, I.10, I.15, I.20,
I.24, I.26, I.27,
I.32, I.33, I.35,
I.36, I.37, I.42,
I.43, I.50, I.51
II.1, II.6, II.7,
II.8, III.2, III.3
7, 11, 16, 19, 52,
58, 70, 71, 82, 84,
90, 106, 136, 139,
143, 145, 148,
162, 167
NE
Scolopacidae
Gallinago paraguaiae I.15, I.27 70, 71, 167 NE
Gallinago undulata I.32, I.35 167 NE
Columbidae
Columbina minuta I.10 71, 82 NE
Columbina talpacoti I.35, I.38, I.40 II.1 10, 47, 84, 102,
164, 167
NE
104
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Columbina squammata I.32, I.35, I.43 84, 167 NE
Columbina picui I.5, I.10, I.23, I.24 106, 139, 167 NE
Patagioenas picazuro I.26, I.27, I.35,
I.36, I.38, I.40, II.5
84, 138, 139, 145,
164, 167
NE
Patagioenas cayennensis I.35, I.42 II.6 84, 90, 145, 148 NE
Patagioenas plumbea I.40 II.8 5, 7, 8, 11, 16, 19,
43, 164
NE
Zenaida auriculata I.18, I.35 145, 152, 167 NE
Leptotila verreauxi I.38, I.42 90, 138, 167 NE
Psittacidae
Primolius maracana II.6 148 NE
Diopsittaca nobilis I.27 167 NE
Aratinga leucophthalma I.20, I.25, I.26,
I.32, I.36, I.42,
I.43, I.44, I.49
II.6, II.7, II.8 90, 139, 143, 148,
152, 167
NE
Aratinga auricapillus I.27 167 NE
Aratinga aurea I.24, I.27, I.32,
I.35, I.38, I.41,
I.46, I.47, I.50
47, 84, 138, 139,
145, 152, 159, 167
NE
Aratinga cactorum I.3, I.5, I.10, I.15,
I.19, I.20, I.21,
I.23, I.24, I.25
70, 71, 82, 106,
139, 167
CA
Pyrrhura frontalis I.5, I.15, I.27 II.8, III.2 5, 8, 16, 19, 71,
82, 136, 166, 167
AF
Forpus xanthopterygius I.35 47, 84, 167 NE
Brotogeris chiriri I.24, I.26, I.27,
I.36
139, 167 NE
Pionopsitta pileata II.8 7, 8, 11, 16, 19 AF
Pionus maximiliani I.20, I.26, I.27,
I.42, I.43
90, 139, 167 NE
Amazona aestiva I.5 106 NE
Cuculidae
Piaya cayana I.5, I.27, I.35, I.40,
I.42
71, 82, 90, 145,
164, 167
NE
105
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Crotophaga ani I.5, I.10, I.15, I.32,
I.35, I.42, I.46
47, 71, 82, 84, 90,
106, 167
NE
Guira guira I.26, I.35 II.1, II.8 10, 11, 16, 19, 84,
102, 139, 145, 167
NE
Tytonidae
Tyto alba II.6 148 NE
Strigidae
Megascops choliba II.6 148 NE
Glaucidium brasilianum I.26, I.27, I.32 139, 167 NE
Athene cunicularia I.18, I.33, I.35,
I.46
II.6 47, 84, 148, 167 NE
Nyctibiidae
Nyctibius griseus I.35 84, 167 NE
Caprimulgidae
Chordeiles pusillus I.25, I.43 139, 167 NE
Caprimulgus longirostris I.10, I.20, I.26,
I.27, I.30, I.32,
I.35, I.36, I.38,
I.40, I.42, I.44,
I.46, I.49, I.50
II.1, II.2, II.6,
II.8, II.10, III.2
20, 26, 28, 58, 67,
69, 70, 71, 76, 82,
84, 90, 102, 136,
138, 139, 145,
148, 152, 155,
156, 157, 159,
163, 164, 165, 167
NE
Caprimulgus parvulus I.35 145 NE
Hydropsalis torquata I.35, I.42, I.46,
I.50
II.6 84, 90, 148, 152,
167
NE
Apodidae
Cypseloides senex I.15, I.35 70, 71, 82, 152,
167
NE
Streptoprocne zonaris I.10, I.15, I.21,
I.35, I.38, I.40,
I.42, I.50
II.6, II.8, III.2 11, 16, 19, 70, 71,
82, 84, 90, 106,
136, 138, 145,
148, 152, 162,
164, 167
NE
106
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Streptoprocne biscutata I.5, I.10, I.20, I.21,
I.26, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.38,
I.42, I.43, I.46,
I.51
II.6, II.8, III.2 5, 8, 70, 71, 82,
88, 90, 136, 148,
152, 156, 159,
165, 166, 167
NE
Chaetura meridionalis I.38, I.40, I.42 II.6, II.12 90, 138, 148, 164,
167
NE
Trochilidae
Phaethornis pretrei I.3, I.5, I.8, I.10,
I.15, I.18, I.20,
I.21, I.23, I.24,
I.25, I.26, I.27,
I.30, I.32, I.33,
I.35, I.36, I.38,
I.42, I.43, I.44,
I.46, I.47, I.48,
I.50, II.5
II.1, II.3, II.13 6, 10, 25, 29, 33,
47, 50, 56, 68, 70,
71, 72, 75, 82, 84,
89, 90, 96, 98, 99,
100, 102, 106,
109, 126, 134,
135, 138, 139,
145, 152, 167
NE
Phaethornis eurynome II.6, II.8 7, 16, 19, 148, 167 AF
Campylopterus largipennis I.24, I.27, I.30,
I.32, I.35, I.42
6, 25, 27, 50, 64,
89, 90, 139, 151,
152, 153, 167
NE
Eupetomena macroura I.3, I.8, I.15, I.24,
I.25, I.26, I.27,
I.30, I.32, I.35,
I.36, I.38, I.42,
I.43, I.47, I.50
II.3, II.7 6, 25, 47, 50, 70,
71, 72, 74, 75, 82,
84, 89, 90, 91,
109, 118, 139,
145, 152, 167
NE
Florisuga fusca I.30, I.38, I.42,
I.45
II.3 25, 72, 75, 89, 90,
138, 158, 167
AF
Colibri delphinae I.5, I.8, I.9, I.10 22, 50, 68, 70, 71,
82, 151
NE
107
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Colibri serrirostris I.3, I.5, I.9, I.10,
I.15, I.18, I.20,
I.23, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.30,
I.32, I.33, I.35,
I.36, I.38, I.42,
I.43, I.44, I.45,
I.46, I.47, I.48,
I.50, I.51
II.1, II.2, II.3,
II.6, II.7, II.8,
II.11, II.13,
III.1, III.2
6, 7, 8, 11, 16, 19,
25, 29, 34, 39, 44,
47, 50, 52, 56, 58,
68, 69, 70, 71, 72,
75, 80, 82, 83, 84,
89, 90, 96, 98,
102, 106, 126,
134, 136, 138,
139, 143, 145,
148, 152, 159,
162, 167
NE
Anthracothorax nigricollis II.3 72 NE
Chrysolampis mosquitus I.3, I.5, I.8, I.10,
I.20, I.35
50, 68, 70, 71, 82,
96, 98, 100, 106,
134, 145, 152, 167
NE
Stephanoxis lalandi II.1, II.2, II.3,
II.6, II.8, II.10,
II.11, II.12,
III.2, III.3
5, 6, 7, 8, 10, 11,
16, 17, 19, 50, 52,
58, 69, 72, 102,
136, 137, 148,
151, 152, 159,
162, 166, 167
AF
Chlorostilbon lucidus I.3, I.5, I.8, I.10,
I.15, I.18, I.20,
I.24, I.27, I.30,
I.35, I.36, I.37,
I.38, I.40, I.42,
I.43, I.44, I.46,
I.47, I.48, I.50
II.1, II.3, II.7,
II.8, II.13
6, 10, 17, 25, 29,
44, 47, 50, 56, 68,
70, 71, 72, 74, 75,
82, 84, 86, 89, 90,
96, 98, 99, 100,
102, 106, 109,
126, 134, 138,
139, 143, 145,
152, 164, 167
NE
Thalurania furcata I.30, I.35, I.42 25, 90, 167 NE
Thalurania glaucopis I.8, I.42, I.50 II.11, II.13 50, 56, 89, 90, 167 AF
Hylocharis cyanus II.1, II.3 17, 72 NE
108
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Leucochloris albicollis I.40, I.42, I.50 II.1, II.2, II.3,
II.6, II.7, II.8,
II.11, II.13,
III.1, III.2
5, 6, 7, 8, 10, 11,
16, 17, 19, 52, 56,
72, 80, 90, 102,
136, 143, 148,
152, 162, 167
AF
Amazilia versicolor I.8, I.30, I.36 25, 50, 167 NE
Amazilia fimbriata I.3, I.8, I.24, I.27,
I.30
25, 50, 68, 152,
167
NE
Amazilia lactea I.10, I.30, I.35,
I.36, I.38, I.40,
I.42, I.43, I.45,
I.46, I.50
II.3 6, 18, 25, 72, 75,
84, 89, 90, 96,
100, 106, 134,
138, 145, 159,
164, 167
NE
Clytolaema rubricauda I.42 II.1, II.3, II.7,
II.8, II.11, II.12,
III.2
5, 6, 7, 8, 10, 11,
16, 17, 19, 52, 72,
90, 102, 136, 143,
159, 167
AF
Augastes scutatus I.20, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.29,
I.30, I.32, I.33,
I.35, I.36, I.37,
I.39, I.40, I.42,
I.43, I.44, I.45,
I.46, I.47, I.48,
I.50, I.51
6, 17, 18, 21, 23,
24, 25, 29, 30, 34,
37, 40, 42, 44, 47,
50, 58, 60, 61, 62,
64, 74, 77, 81, 84,
89, 90, 91, 93, 95,
107, 108, 115,
129, 131, 139,
145, 151, 152,
153, 157, 158,
159, 160, 161,
164, 167
MT
Augastes lumachella I.1, I.2, I.3, I.4, I.5,
I.8, I.9, I.10, I.11,
I.12, I.13, I.14,
I.15, I.16, I.17
21, 23, 24, 29, 30,
38, 50, 58, 68, 70,
71, 82, 85, 96,
100, 101, 106,
107, 134, 151,
153, 159, 167
MT
109
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Heliactin bilophus I.9, I.15, I.27, I.30,
I.33, I.35
25, 68, 70, 71, 82,
84, 89, 145, 159,
167
NE
Calliphlox amethystina I.8, I.10, I.30, I.35,
I.36, I.42
II.3 25, 29, 47, 50, 72,
89, 90, 96, 98,
100, 106, 134, 167
NE
Bucconidae
Nystalus chacuru I.15, I.32, I.35,
I.46, I.48, I.49
84, 145, 152, 167 NE
Ramphastidae
Ramphastos toco II.6 148 NE
Picidae
Picumnus cirratus I.35, I.36, I.40,
I.42, I.50
90, 164, 167 NE
Melanerpes candidus I.32, I.35 II.1, II.6 10, 47, 102, 148,
167
NE
Veniliornis mixtus I.35 145 NE
Colaptes campestris I.5, I.10, I.15, I.21,
I.23, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.32,
I.33, I.35, I.36,
I.37, I.38, I.40,
I.42, I.43, I.44,
I.46, I.47, I.48,
I.50, II.5
II.1, II.6, II.7,
II.8
5, 7, 8, 10, 11, 16,
19, 39, 47, 71, 82,
84, 90, 102, 106,
138, 139, 143,
145, 148, 164, 167
NE
Melanopareiidae
Melanopareia torquata I.5, I.10, I.15, I.19,
I.20, I.25, I.27,
I.34, I.35, I.38,
I.44, I.46, I.49,
I.50
53, 62, 70, 71, 77,
82, 84, 139, 152,
167
CE
Thamnophilidae
110
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Mackenziaena leachii I.35, I.36, I.42,
I.46, I.48
II.1, II.8, III.2 7, 8, 11, 14, 16,
18, 19, 58, 60, 78,
90, 102, 136, 159,
162, 166, 167
AF
Taraba major I.27 167 NE
Sakesphorus cristatus I.3, I.20, I.24, I.26 70, 71, 139, 167 CA
Thamnophilus doliatus I.23, I.24 139, 167 NE
Thamnophilus caerulescens II.6, II.8, II.10,
III.2
5, 7, 11, 16, 19,
136, 137, 148,
165, 166
NE
Thamnophilus torquatus I.10, I.5, I.15, I.19,
I.20, I.35, I.36
70, 71, 77, 82, 84,
106, 145, 167
NE
Thamnophilus ruficapillus I.42, I.48, I.50 II.1, II.6, II.8,
II.10, III.2
10, 11, 14, 16, 18,
19, 43, 58, 65, 69,
90, 102, 136, 137,
148, 162, 166, 167
NE
Myrmorchilus strigilatus I.15, I.20, I.21,
I.24, I.26
139, 152, 167 NE
Herpsilochmus atricapillus I.20, I.27 167 NE
Formicivora serrana I.36, I.42, I.43 77, 90, 167 AF
Formicivora melanogaster I.20 167 NE
Formicivora rufa I.15, I.26, I.27 70, 71, 82, 139,
167
NE
Formicivora grantsaui I.5, I.6, I.7, I.9,
I.10
70, 71, 82, 132 MT
Drymophila genei II.1, II.2, II.8,
II.10, III.1, III.2
7, 11, 15, 16, 18,
19, 58, 65, 102,
136, 137, 159,
162, 166, 167
AF
Conopophagidae
Conopophaga lineata II.1, II.8, III.2 5, 7, 8, 11, 14, 16,
18, 19, 28, 52, 58,
102, 136, 151,
159, 165, 166
NE
Rhinocryptidae
111
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Scytalopus notorius II.1, II.2, II.6,
II.7, II.8, II.10,
II.11, II.12,
III.2
5, 7, 8, 11, 12, 13,
16, 18, 19, 28, 39,
45, 52, 58, 102,
124, 136, 137,
148, 151, 152,
157, 159, 162,
166, 167
AF
Scytalopus speluncae I.32, I.35, I.36,
I.37, I.40, I.42,
I.44, I.46, I.48
47, 77, 84, 90,
152, 155, 159, 167
NE
Scytalopus iraiensis I.35, I.42 149, 167 AF
Dendrocolaptidae
Lepidocolaptes
angustirostris
I.20, I.21, I.24,
I.25, I.26, I.27,
I.35, I.42
47, 84, 90, 139,
167
NE
Furnariidae
Cinclodes pabsti I.35 147, 152 AF
Furnarius rufus I.15, I.26, I.27,
I.32, I.35, I.36,
I.40, I.46, I.48
II.1 10, 47, 84, 102,
139, 164, 167
NE
Oreophylax moreirae I.42 II.1, II.8, II.9,
II.10, III.2
5, 7, 8, 9, 10, 11,
16, 19, 32, 39, 43,
52, 58, 64, 69, 79,
81, 90, 102, 104,
136, 137, 141,
151, 152, 155,
156, 157, 159,
162, 165, 166, 167
MT
Synallaxis frontalis I.3, I.5, I.15, I.18,
I.20, I.24, I.26,
I.27, I.35
71, 82, 84, 139,
152, 167
NE
Synallaxis albescens I.23, I.24, I.25,
I.26, I.35, I.50
84, 139, 145, 167 NE
112
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Synallaxis spixi I.5, I.10, I.15, I.20,
I.21, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.35,
I.36, I.38, I.40,
I.42, I.44, I.46,
I.48, I.50
II.1, II.3, II.6,
II.7, II.8, II.11,
III.2
39, 47, 70, 71, 72,
82, 84, 90, 102,
104, 136, 138,
139, 148, 152,
162, 164, 166, 167
NE
Cranioleuca pallida I.42 II.1, II.8, III.2 5, 8, 11, 16, 19,
90, 136, 166, 167
NE
Asthenes luizae I.21, I.25, I.26,
I.32, I.33, I.34,
I.35
42, 46, 48, 61, 62,
84, 93, 94, 114,
115, 116, 117,
119, 139, 145,
150, 152, 156,
157, 159, 167
MT
Phacellodomus rufifrons I.15, I.21, I.25,
I.26, I.33, I.35,
I.46, I.50
II.1 47, 84, 102, 139,
167
NE
Anumbius annumbi I.35, I.37, I.48,
I.51
II.7 84, 167 NE
Lochmias nematura I.21, I.23, I.25,
I.32, I.35, I.42,
I.46, I.48
II.1, II.6, II.7,
II.8, III.2
7, 8, 10, 11, 16,
19, 84, 102, 136,
148, 152, 159,
166, 167
NE
Tyrannidae
Hemitriccus obsoletus II.8, II.10 5, 7, 8, 11, 16, 19,
137, 159
AF
Hemitriccus
margaritaceiventer
I.10, I.15, I.18,
I.20, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.35
71, 82, 106, 139,
145, 152, 167
NE
Todirostrum cinereum I.15 167 NE
Phyllomyias fasciatus I.32, I.35, I.36,
I.42, I.43, I.44,
I.46
II.8 7, 11, 16, 19, 47,
84, 152, 159, 167
NE
113
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Elaenia flavogaster I.15, I.20, I.21,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.33,
I.35, I.38, I.40,
I.42, I.43, I.47,
I.48, I.50
47, 70, 71, 84, 90,
138, 139, 145,
152, 164, 167
NE
Elaenia albiceps II.6 148 NE
Elaenia parvirostris I.43 167 NE
Elaenia mesoleuca I.42, I.44 II.8, III.2 11, 16, 19, 43,
136, 152, 159,
162, 167
NE
Elaenia cristata I.5, I.10, I.15, I.18,
I.20, I.21, I.23,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.33,
I.35, I.50, II.5
47, 70, 71, 82, 84,
113, 118, 139,
145, 152, 167
NE
Elaenia chiriquensis I.20, I.27, I.35,
I.42, I.43, I.50
84, 90, 145, 167 NE
Elaenia obscura I.15, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.40,
I.42, I.43, I.44,
I.46, I.49, I.50
II.6, II.8, II.10,
II.11, III.2
5, 8, 16, 19, 47,
84, 90, 104, 136,
137, 139, 145,
148, 152, 159,
164, 165, 166, 167
NE
Camptostoma obsoletum I.3, I.5, I.10, I.15,
I.18, I.20, I.21,
I.23, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.35,
I.36, I.38, I.40,
I.42, I.43, I.46,
I.50
II.1, II.6, II.7 47, 71, 82, 84, 90,
138, 139, 143,
145, 148, 152,
164, 167
NE
Serpophaga nigricans I.42 II.8 86, 159, 167 NE
Serpophaga subcristata I.35, I.42, I.43 II.1, II.7, II.8 7, 11, 16, 19, 90,
102, 167
NE
Phaeomyias murina I.20, I.24, I.32,
I.35, I.42, I.43
84, 90, 139, 167 NE
114
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Polystictus superciliaris I.3, I.5, I.15, I.20,
I.22, I.25, I.26,
I.32, I.33, I.35,
I.36, I.37, I.38,
I.39, I.40, I.42,
I.43, I.44, I.46,
I.48, I.50
II.6, II.7, II.8,
III.3
2, 35, 38, 42, 47,
49, 53, 58, 60, 62,
66, 70, 71, 73, 74,
77, 81, 82, 84, 90,
93, 104, 105, 115,
119, 120, 121,
122, 123, 133,
138, 139, 143,
145, 148, 151,
152, 159, 164, 167
MT
Phylloscartes ventralis I.40 II.6, II.7, II.8,
II.11
5, 7, 8, 11, 16, 19,
43, 148, 164, 167
NE
Phylloscartes difficilis II.8, III.2 5, 7, 8, 11, 16, 19,
52, 136, 165, 166
AF
Culicivora caudacuta I.35 167 NE
Myiophobus fasciatus I.18, I.20, I.25,
I.26, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.46, I.48, I.50
II.1, II.7 10, 47, 84, 90,
102, 138, 139,
143, 145, 152, 167
NE
Hirundinea ferruginea I.3, I.5, I.10, I.15,
I.20, I.23, I.24,
I.25, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.38,
I.42, I.43, I.44,
I.46, I.48, I.50, II.5
II.2, II.3, II.6,
II.11
60, 70, 71, 72, 82,
84, 90, 106, 138,
139, 148, 152, 167
NE
Pyrocephalus rubinus II.3 72 NE
Knipolegus cyanirostris I.35, I.42 II.1, II.2, II.6,
II.8, II.10
5, 7, 8, 10, 11, 16,
19, 52, 90, 102,
137, 148, 167
NE
Knipolegus lophotes I.26, I.32, I.35,
I.36, I.38, I.40,
I.42, I.44, I.45,
I.48, I.50, I.51, II.5
II.1, II.6, II.7,
II.8
7, 8, 11, 16, 18,
19, 47, 58, 60, 84,
90, 102, 138, 139,
143, 145, 148,
159, 164, 167
NE
115
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Knipolegus nigerrimus I.3, I.5, I.10, I.15,
I.20, I.21, I.23,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.29, I.32,
I.33, I.35, I.36,
I.37, I.38, I.40,
I.41, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.48,
I.49, I.50, I.51, II.5
II.1, II.2, II.6,
II.7, II.8, II.10,
II.11, II.12,
III.1, III.2
4, 5, 7, 8, 10, 11,
16, 19, 51, 54, 58,
66, 69, 70, 71, 82,
84, 90, 92, 97,
102, 104, 106,
113, 119, 136,
137, 138, 139,
143, 145, 148,
151, 152, 159,
162, 164, 165,
166, 167
NE
Xolmis cinereus I.10, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.32,
I.35, I.38, I.42,
I.46
II.8 4, 5, 8, 11, 16, 19,
47, 70, 71, 82, 84,
90, 138, 139, 145,
167
NE
Xolmis velatus I.25, I.35, I.40,
I.43, I.51
II.6, II.7, II.8 7, 8, 47, 84, 143,
145, 148, 152,
164, 167
NE
Muscipipra vetula I.35, I.42, I.46,
I.48
II.1, II.8, II.11 5, 8, 10, 11, 16,
19, 60, 90, 102,
167
AF
Myiozetetes similis I.15, I.26, I.42 90, 139, 167 NE
Pitangus sulphuratus I.5, I.10, I.24, I.32,
I.35, I.38, I.40,
I.42, I.46
II.1, II.8 7, 10, 11, 16, 19,
47, 84, 90, 102,
106, 138, 139,
145, 164, 167
NE
Megarynchus pitangua I.5, I.15, I.40, I.42 90, 106, 164, 167 NE
Tyrannus albogularis I.40 164 NE
Tyrannus melancholicus I.5, I.10, I.15, I.24,
I.32, I.35, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.50
II.6, II.8 5, 8, 11, 16, 19,
71, 84, 90, 106,
145, 148, 152,
164, 167
NE
Tyrannus savana I.35, I.38, I.40,
I.43
138, 145, 164, 167 NE
Myiarchus swainsoni I.27, I.42 90, 167 NE
116
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Myiarchus ferox I.26, I.27, I.35,
I.36, I.38, I.42,
I.46, I.48, I.50
II.6 47, 84, 90, 139,
148, 152, 167
NE
Myiarchus tyrannulus I.42 90 NE
Ramphotrigon
megacephalum
II.1 18, 102 NE
Tityridae
Tityra cayana I.27 167 NE
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis I.10, I.18, I.20,
I.21, I.23, I.24,
I.25, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.46, I.50
II.1, II.6, II.7,
II.8, III.2
5, 7, 10, 11, 16,
19, 28, 47, 52, 84,
90, 97, 102, 106,
113, 136, 138,
145, 148, 164,
166, 167
NE
Hylophilus
amaurocephalus
I.21 167 NE
Corvidae
Cyanocorax cristatellus I.25, I.27, I.32,
I.35, I.38
II.6 84, 138, 145, 148,
167
CE
Cyanocorax cyanopogon I.27 167 NE
Hirundinidae
Progne tapera I.5, I.10, I.24 II.6 106, 148, 167 NE
Progne chalybea I.24, I.36, I.38,
I.51
138, 167 NE
Pygochelidon cyanoleuca I.5, I.10, I.15, I.20,
I.21, I.24, I.26,
I.35, I.36, I.37,
I.38, I.42, I.44,
I.46, I.47, I.50,
I.51
II.1, II.6, II.7,
II.8, II.11, II.12,
III.1, III.2
5, 11, 16, 19, 47,
58, 70, 71, 82, 84,
90, 136, 138, 139,
143, 145, 148,
152, 165, 167
NE
Alopochelidon fucata I.25, I.35, I.38 47, 84, 138, 167 NE
117
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Stelgidopteryx ruficollis I.15, I.21, I.24,
I.25, I.26, I.27,
I.32, I.35, I.36,
I.38, I.40, I.42,
I.43, I.46, I.50
47, 71, 82, 84, 90,
138, 139, 145,
164, 167
NE
Troglodytidae
Troglodytes musculus I.5, I.10, I.15, I.18,
I.20, I.21, I.23,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.33,
I.35, I.36, I.38,
I.40, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.48,
I.50, II.5
II.6, II.7, II.11 47, 71, 82, 84, 90,
106, 138, 139,
145, 148, 152,
164, 167
NE
Pheugopedius genibarbis I.5, I.10, I.15 70, 71, 82, 167 NE
Polioptilidae
Polioptila plumbea I.3, I.10, I.15, I.18,
I.20, I.25
70, 71, 139, 167 NE
Turdidae
Turdus flavipes I.35, I.42 II.8 5, 7, 8, 11, 16, 19,
43, 52, 145, 167
NE
Turdus rufiventris I.5, I.27, I.35, I.40,
I.42
II.1, II.6, II.8,
III.2
7, 10, 11, 16, 19,
52, 84, 102, 106,
136, 148, 159,
164, 166, 167
NE
Turdus leucomelas I.3, I.5, I.10, I.15,
I.18, I.20, I.21,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.35,
I.36, I.38, I.42,
I.46, I.50, II.5
II.6, II.8 7, 11, 47, 71, 82,
84, 90, 97, 106,
113, 138, 139,
145, 148, 152, 167
NE
Turdus amaurochalinus I.27, I.35, I.40 II.7, II.8 16, 19, 84, 159,
164, 167
NE
Turdus albicollis II.6 148 NE
Mimidae
118
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Mimus saturninus I.5, I.10, I.15, I.21,
I.23, I.24, I.26,
I.27, I.32, I.35,
I.36, I.37, I.38,
I.40, I.42, I.46,
I.43, I.47, I.48,
I.50
II.1, II.6, II.7 10, 47, 70, 71, 84,
90, 102, 106, 145,
148, 164, 167
NE
Motacillidae
Anthus hellmayri I.32, I.35, I.46,
I.48, I.49, I.50,
I.51
II.1, II.6, II.7,
II.8, III.2
5, 7, 8, 11, 16, 19,
39, 47, 54, 55, 58,
84, 102, 125, 136,
143, 145, 148,
152, 159, 165, 167
NE
Coerebidae
Coereba flaveola I.3, I.5, I.10, I.15,
I.18, I.20, I.24,
I.25, I.26, I.27,
I.35, I.36, I.38,
I.42, I.43, I.48,
I.50
II.1 10, 28, 71, 82, 84,
90, 98, 102, 106,
113, 126, 138,
139, 152, 167
NE
Thraupidae
Schistochlamys ruficapillus I.3, I.5, I.10, I.15,
I.18, I.20, I.21,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.29, I.32,
I.33, I.35, I.36,
I.37, I.38, I.40,
I.41, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.48,
I.50
II.1, II.3, II.6,
II.8, III.2
10, 47, 52, 70, 71,
72, 82, 84, 90, 97,
102, 106, 112,
113, 118, 119,
136, 138, 139,
145, 148, 152,
159, 162, 164, 167
NE
Cypsnagra hirundinacea I.26, I.35 84, 115, 139, 145,
167
NE
Trichothraupis melanops I.50 152, 167 NE
119
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Piranga flava I.5, I.10, I.15, I.24,
I.27, I.32, I.35,
I.36, I.38, I.42,
I.50
II.6, II.8 5, 11, 16, 19, 70,
71, 82, 84, 90, 97,
106, 113, 138,
145, 148, 167
NE
Tachyphonus rufus I.20 167 NE
Thraupis sayaca I.5, I.10, I.20, I.24,
I.26, I.27, I.35,
I.36, I.38, I.40,
I.42, I.43, II.5
47, 84, 90, 106,
139, 164, 167
NE
Stephanophorus
diadematus
II.1, II.2, II.6,
II.7, II.8, II.10,
II.11, II.12,
III.1, III.2
5, 7, 8, 10, 11, 16,
18, 19, 43, 52, 58,
69, 73, 102, 104,
136, 137, 143,
148, 152, 159,
162, 166, 167
NE
Pipraeidea melanonota I.35, I.42, I.50 II.8 5, 8, 11, 16, 19,
90, 145, 152, 167
NE
Tangara desmaresti I.40, I.42 II.1, II.6, II.7,
II.8, II.11, III.2
7, 8, 10, 11, 16,
19, 43, 90, 102,
136, 143, 148,
152, 159, 164,
166, 167
AF
Tangara cyanoventris I.10, I.15, I.36,
I.38, I.40, I.42,
I.49
66, 71, 77, 82, 90,
138, 164, 152, 167
AF
Tangara cayana I.5, I.10, I.15, I.18,
I.20, I.21, I.24,
I.26, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.38,
I.42, I.43, I.46,
I.48, I.50, II.5
II.6, II.7, II.11 47, 71, 82, 84, 90,
106, 138, 139,
143, 145, 148,
152, 167
NE
Tersina viridis I.35, I.42 90, 118 NE
Dacnis cayana I.25, I.27, I.36,
I.38, I.40, I.42
90, 138, 139, 164,
167
NE
Hemithraupis guira I.27 167 NE
120
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Conirostrum speciosum I.48 167 NE
Emberizidae
Zonotrichia capensis I.3, I.5, I.10, I.15,
I.18, I.20, I.21,
I.23, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.32,
I.33, I.35, I.36,
I.37, I.38, I.40,
I.42, I.43, I.44,
I.46, I.47, I.48,
I.50, I.51, II.5
II.1, II.6, II.7,
II.8, II.10, II.11,
II.12, III.2, III.3
4, 5, 7, 8, 10, 11,
16, 19, 39, 43, 47,
52, 58, 68, 71, 82,
84, 90, 97, 102,
106, 113, 136,
137, 138, 139,
143, 145, 148,
151, 152, 159,
162, 164, 166, 167
NE
Ammodramus humeralis I.5, I.10, I.15, I.20,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.35,
I.40, I.43, I.48
II.6 47, 70, 71, 82, 84,
139, 145, 148,
152, 164, 167
NE
Porphyrospiza
caerulescens
I.15, I.20, I.24,
I.25, I.27, I.32,
I.35, I.38, I.39,
I.40, I.47
53, 70, 71, 77, 82,
84, 115, 139, 145,
152, 164, 167
CE
Haplospiza unicolor I.36, I.42 II.1, II.8 10, 11, 16, 19, 43,
90, 102, 152, 167
AF
Donacospiza albifrons I.35, I.42, I.48 II.1, II.8, III.2 16, 19, 58, 102,
136, 159, 166, 167
NE
Poospiza thoracica II.1, II.7, II.8,
II.10, II.11,
II.12, III.2, III.3
4, 5, 7, 8, 10, 11,
16, 19, 52, 73,
102, 136, 137,
143, 152, 158,
159, 162, 166, 167
AF
Poospiza lateralis II.1, II.7, II.8,
II.11, II.12,
III.3
7, 8, 10, 11, 16,
19, 52, 69, 102,
130, 143, 151,
159, 157, 167
AF
Poospiza cinerea I.27, I.35, I.38 53, 111, 115, 119,
145, 167
CE
121
APÊNDICE 3.2. Continuação.
Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Sicalis citrina I.5, I.10, I.15, I.18,
I.20, I.21, I.23,
I.24, I.25, I.26,
I.27, I.32, I.34,
I.35, I.36, I.37,
I.38, I.42, I.43,
I.46, I.48, I.49,
I.50, II.5
II.2, II.6, II.7,
II.11, II.12
60, 62, 70, 71, 82,
84, 90, 138, 139,
140, 143, 144,
145, 148, 152, 167
NE
Sicalis flaveola I.5, I.10 II.1, II.6, II.8 7, 8, 10, 11, 16,
19, 54, 55, 102,
106, 167
NE
Emberizoides herbicola I.15, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.35,
I.38, I.42, I.46,
I.48, I.50, II.5
II.6, II.8 7, 8, 11, 16, 19,
47, 54, 55, 70, 71,
82, 84, 86, 104,
139, 145, 148, 167
NE
Emberizoides ypiranganus I.32, I.35 127, 146, 152, 167 NE
Embernagra platensis II.1, II.8, II.10 5, 8, 11, 16, 19,
38, 43, 58, 102,
137, 167
NE
Embernagra longicauda I.3, I.5, I.10, I.15,
I.19, I.20, I.21,
I.23, I.24, I.25,
I.26, I.27, I.28,
I.29, I.30, I.31,
I.32, I.33, I.34,
I.35, I.36, I.38,
I.39, I.40, I.42,
I.43, I.44, I.45,
I.46, I.47, I.48,
I.50, I.51, II.4, II.5
II.1 31, 35, 36, 38, 41,
42, 47, 53, 58, 60,
61, 62, 63, 64, 70,
71, 74, 77, 81, 82,
84, 87, 90, 93,
102, 103, 104,
115, 119, 127,
138, 139, 142,
145, 151, 152,
154, 157, 159, 167
QE
Volatinia jacarina I.5, I.10, I.24, I.35,
I.38, I.40, I.43,
I.46, I.50
70, 71, 82, 84,
106, 138, 139,
145, 152, 164, 167
NE
Sporophila plumbea I.24, I.25 139, 167 NE
122
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Sporophila nigricollis I.5, I.10, I.20, I.24,
I.25, I.27, I.32,
I.35, I.36, I.40,
I.42, I.43
84, 90, 106, 139,
164, 167
NE
Sporophila caerulescens I.35 II.1 47, 84, 102, 167 NE
Sporophila bouvreuil I.25 167 NE
Coryphospingus pileatus I.35, I.43, I.50 II.1 10, 84, 102, 167 NE
Cardinalidae
Saltator similis I.10, I.15, I.20,
I.21, I.27, I.35,
I.38, I.40, I.42
90, 97, 113, 138,
164, 167
NE
Saltator maxillosus II.8, III.3 5, 7, 8, 11, 16, 19,
43, 159
AF
Saltator atricollis I.3, I.5, I.10, I.15,
I.26, I.27, I.32,
I.35, I.42
47, 68, 70, 71, 82,
84, 90, 115, 139,
145, 152, 167
CE
Parulidae
Parula pitiayumi I.20, I.27 167 NE
Geothlypis aequinoctialis I.5, I.10, I.15, I.25,
I.26, I.27, I.35,
I.38, I.42, I.43,
I.44, I.46, I.48,
I.50
II.1 28, 69, 70, 71, 82,
84, 90, 102, 138,
139, 145, 152, 167
NE
Icteridae
Gnorimopsar chopi I.5, I.10, I.15, I.24,
I.25, I.26, I.27,
I.32, I.33, I.35,
I.46
II.6 47, 70, 71, 82, 84,
106, 139, 145,
148, 152, 167
NE
Pseudoleistes guirahuro I.35 84, 119, 145, 152,
167
NE
Molothrus bonariensis I.26, I.35, I.36,
I.37, I.38
II.8 7, 11, 16, 19, 46,
84, 110, 139, 145,
167
NE
Fringillidae
123
APÊNDICE 3.2. Continuação. Família / Espécie Campo rupestre Campo de
altitude
Fontes Endemismo
Carduelis magellanica I.5, I.24, I.35, I.50 II.6, II.7, II.8 5, 7, 8, 11, 16, 19,
43, 71, 82, 84,
139, 145, 148, 167
NE
Euphonia chlorotica I.5, I.10, I.15, I.18,
I.21, I.27, I.35,
I.38, I.40, I.42,
I.44
71, 82, 84, 90,
106, 164, 167
NE
Euphonia cyanocephala I.24, I.35, I.42 139, 152, 167 NE
Chlorophonia cyanea I.36, I.42, I.44 90, 152, 167 NE
124
FIGURA 3.1. Beija-flor-de-gravata-vermelha (Augastes lumachella). Foto: E. Endrigo.
FIGURA 3.2. Beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus). Foto: E. Endrigo.
125
FIGURA 3.3. Distribuição geográfica de Augastes lumachella (triângulos) e de Augastes scutatus (círculos). A área circundada pela elipse corresponde às chapadas da região de Caetité, que, junto com as áreas baixas correspondentes à bacia do Rio de Contas, deve ter atuado como barreira geográfica que levou à vicariância destas duas espécies. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
126
FIGURA 3.4. Mapa mostrando as idades das rochas no setor setentrional da Cadeia do Espinhaço, mostrando o embasamento paleoproterozóico (branco), o Supergrupo Espinhaço (cinza-escuro), o Supergrupo São Francisco (cinza-médio) e as coberturas cenozóicas (cinza-claro). Desenho de P. T. A. Castro, adaptado de Cruz & Alkmim (2007).
127
FIGURA 3.5. Topo da chapada na região de Caetité, próximo a Brejinho das Ametistas, Bahia, mostrando vegetação típica de cerrado nas partes mais elevadas. Foto: L. N. Souza.
128
FIGURA 3.6. Macho de papa-formigas-do-sincorá (Formicivora grantsaui). Foto: S. Sampaio.
FIGURA 3.7. Fêmea de papa-formigas-do-sincorá (Formicivora grantsaui). Foto: S. Sampaio.
129
FIGURA 3.8. Distribuição geográfica de Formicivora grantsaui. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
130
FIGURA 3.9. Garrincha-chorona (Oreophylax moreirae). Foto: M. F. Vasconcelos.
131
FIGURA 3.10. Distribuição geográfica de Oreophylax moreirae. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
132
FIGURA 3.11. João-cipó (Asthenes luizae). Foto: E. Endrigo.
133
FIGURA 3.12. Distribuição geográfica de Asthenes luizae. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
134
FIGURA 3.13. Padrões de cauda de diferentes representantes de Asthenes: A. luizae (A); A. dorbignyi huancavelicae (B); A. d. usheri (C); A. d. dorbignyi (D); A. berlepschi (E); A. baeri (F). Desenho de J. Fjeldså. Fonte: Vasconcelos et al. (2008a).
135
FIGURA 3.14. Papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliaris). Foto: E. Endrigo.
136
FIGURA 3.15. Distribuição geográfica de Polystictus superciliaris. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
137
FIGURA 3.16. Tibirro-rupestre (Embernagra longicauda). Foto: M. F. Vasconcelos.
138
FIGURA 3.17. Distribuição geográfica de Embernagra longicauda. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
139
FIGURA 3.18. A orquídea Sobralia liliastrum nos campos rupestres da Serra dos Carajás. Foto: M. F. Vasconcelos.
140
FIGURA 3.19. Campos rupestres da Serra dos Carajás, Pará, mostrando indivíduos de Vellozia sp. (Velloziaceae), ambiente muito semelhante ao ocorrente na Cadeia do Espinhaço. Foto: M. F. Vasconcelos.
141
FIGURA 3.20. Serra do Ererê, na região de Monte Alegre, Pará. Montanha baixa isolada na região amazônica, com a presença de afloramentos rochosos e vegetação rupícola, semelhante fisionomicamente aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. Foto: M. F. Vasconcelos.
142
FIGURA 3.21. Áreas de endemismo reconhecidas para a avifauna dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: porção centro-meridional (pontilhado) e porção setentrional (linha contínua). Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
143
CAPÍTULO 4.
PADRÕES DE DIFERENCIAÇÃO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS
RUPESTRES E DOS CAMPOS DE ALTITUDE E A INFLUÊNCIA
DE VARIÁVEIS GEOGRÁFICAS E CLIMÁTICAS
INTRODUÇÃO
Conforme apresentado no capítulo 1, os campos rupestres e os campos de
altitude são considerados tipos distintos de vegetação que ocorrem nos topos das serras
do leste do Brasil. Entretanto, existem áreas que parecem abrigar os dois tipos
vegetacionais (Serras do Caraça e do Ibitipoca) e similaridades da flora e da avifauna já
foram registradas entre os campos rupestres e os campos de altitude (capítulos 1 e 3).
Ademais, três espécies de aves – duas endêmicas (Oreophylax moreirae e Polystictus
superciliaris) e uma quase-endêmica (Embernagra longicauda) destes topos de
montanha – que ocorrem tanto nos campos rupestres, quanto nos campos de altitude,
sugerem conexões climático-vegetacionais entre estes dois tipos de vegetação (capítulo
3). Estas evidências tornam duvidosa a caracterização dos campos rupestres e de
altitude como vegetações distintas, de modo que ambas poderiam simplesmente
representar um único tipo de vegetação campestre sujeita às modificações em sua biota
ao longo de um ou mais gradientes ecológicos.
As montanhas do leste brasileiro consideradas nesta revisão ocorrem em
diferentes tipos climáticos. Assim, sua biota pode estar sujeita a variações ao longo de
gradientes geográficos e climáticos. No sudeste do Brasil, por exemplo, a precipitação
está relacionada ao anticiclone do Atlântico Sul, que transporta massas oceânicas de ar
úmido para o interior do continente durante todo o ano (Nimer, 1989). Por este motivo,
regiões mais próximas ao litoral recebem maior precipitação que regiões interioranas,
especialmente por causa das barreiras orográficas impostas pelas Serras do Mar e da
Mantiqueira, onde a precipitação anual pode ultrapassar 3.000 mm (Segadas-Viana &
Dau, 1965; Safford, 1999a). Além disso, a variação anual na zona de convergência
intertropical (ZCIT) causa alta precipitação no sudeste brasileiro durante o verão e uma
breve estação seca durante os meses de inverno. No interior do nordeste brasileiro, as
144
chuvas geradas pela ZCIT ocorrem geralmente no final do verão e correspondem às
principais precipitações na região, que se concentram de três a cinco meses e são
bastante erráticas (Sampaio, 1995). Durante o inverno, frentes frias da Antártica
produzem forte precipitação ao encontrar massas de ar tropicais. Embora as
precipitações causadas por estas frentes frias sejam mais comuns no sul e no sudeste do
Brasil (província biogeográfica da Mata Atlântica), elas quase não alcançam o nordeste
(província biogeográfica da Caatinga), causando uma estação seca bem mais
pronunciada nesta última região, onde a precipitação anual varia de 300 mm a 1.000
mm (Nimer, 1989; Sampaio, 1995). Assim, dentre as serras consideradas no presente
estudo, há uma constante diminuição na precipitação do litoral para o interior e do sul
para o norte. Ademais, há um gradual aumento na temperatura das serras do sudeste
(mais meridionais) em direção àquelas localizadas no nordeste do Brasil (Nimer, 1989).
Neste caso, levando-se em consideração que os campos de altitude estão
concentrados nas Serras do Mar e da Mantiqueira, ambas localizadas mais próximas à
costa atlântica do sudeste do Brasil e mais ao sul do que os campos rupestres, é possível
hipotetizar dois gradientes principais que poderiam explicar modificações na
composição da avifauna destes tipos de vegetação:
1) O primeiro seria ao longo de um eixo leste-oeste, dos campos de altitude das
serras litorâneas em direção aos campos rupestres do Espinhaço meridional, indo da
costa atlântica ao centro-sul de Minas Gerais (Figura 4.1). Este gradiente implicaria,
teoricamente, na diminuição da precipitação, com o aumento da distância do Oceano
Atlântico, das serras costeiras para as interioranas.
2) O segundo gradiente seria ao longo de um eixo sul-norte, dos campos de
altitude mais meridionais (província biogeográfica da Mata Atlântica [código 53,
conforme Morrone, 2001] ou floresta ombrófila densa [conforme IBGE, 1993]), das
Serras do Mar e da Mantiqueira, passando pela Cadeia do Espinhaço, até seu setor mais
setentrional (Chapada Diamantina), localizado no semi-árido do nordeste brasileiro
(província biogeográfica da Caatinga) (Figura 4.1). Este gradiente implicaria,
teoricamente, no aumento da temperatura e na diminuição da precipitação, das serras
meridionais em direção às localizadas mais ao norte.
Estudos sobre comunidades de aves ao longo de gradientes ecológicos são raros
na região neotropical. A maioria deles está concentrada na região andino-patagônica
(e.g., Terborgh, 1971, 1977; Terborgh & Weske, 1975; Graham, 1990; Thiollay, 1991,
1996; Peris, 1997; Poulsen & Krabbe, 1997, 1998; Vuilleumier, 1998; Kessler et al.,
145
2001) ou em outras áreas montanhosas (Loiselle & Blake, 1991; Navarro, 1992). No
Brasil, apesar de descritivos, destacam-se os estudos de Bencke & Kindel (1999),
Goerck (1999), Buzzetti (2000) e Pacheco & Olmos (2005), conduzidos ao longo de
gradientes altitudinais ou latitudinais. Além destes, recentes estudos de macroecologia,
com enfoque bastante teórico, foram desenvolvidos para aves neotropicais, levando-se
em consideração os gradientes latitudinal e/ou altitudinal (e.g., Ruggiero & Lawton,
1998; Cordeiro, 2001; Diniz-Filho et al., 2002; Rangel et al., 2002; Sant’Ana et al.,
2002; Valgas et al., 2003). Entretanto, nenhum destes trabalhos utilizou análises
multivariadas de ordenação para se visualizar estes gradientes ecológicos e obter
correlações entre comunidades de aves e variáveis climáticas e geográficas. Neste
aspecto, alguns artigos sobre fitogeografia no Brasil já abordaram estes tipos de análises
(e.g., Oliveira-Filho & Ratter, 1995; Oliveira-Filho & Fontes, 2000; Oliveira-Filho et
al., 2005), com destaque para os estudos de Barros (1998) e de Azevedo & van den
Berg (2007), que analisaram padrões de distribuição geográfica de orquídeas dos
campos rupestres.
Assim, este capítulo objetiva estudar os padrões de diferenciação das
comunidades de aves dos campos rupestres e dos campos de altitude, abordando-se as
seguintes perguntas:
1) As avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude podem ser
consideradas como uma única unidade ecogeográfica ou são distintas?
2) Quais variáveis climáticas e geográficas se relacionam com a distribuição dos
elementos da avifauna dos campos rupestres e dos campos de altitude?
3) Se as avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude são distintas,
quais são as espécies de aves indicadoras de cada tipo de vegetação?
MATERIAL E MÉTODOS
Localidades e comunidades de aves analisadas
As áreas de campos rupestres e de altitude utilizadas nas análises são as mesmas
mencionadas nos capítulos anteriores. Entretanto, algumas delas foram desmembradas
em mais de uma localidade, a fim de se refinar as variáveis geográficas de acordo com
as características de cada uma. Por exemplo, a Serra do Caraça, tratada como uma única
localidade nos capítulos anteriores (código I.42), apresenta uma enorme variação
altitudinal de ambientes campestres altimontanos (de 1.200 m a 2.070 m). Assim, essa
146
região foi dividida em três localidades de amostragem: Serra do Caraça (parte baixa –
1.360 m), Pico do Inficionado (2.030 m) e Pico do Sol (2.000 m). No caso destes dois
picos, as altitudes não correspondem a seus pontos culminantes, mas a altitudes médias
dos pontos de amostragem em ambas as áreas (ver abaixo). O mesmo foi realizado para
a Serra do Cipó (código I.35), que foi dividida nas seguintes localidades: Alto Palácio
(1.330 m), Alto da Boa Vista (1.230 m) e Brumas do Espinhaço (1.250 m). Embora,
neste caso, as altitudes das localidades não sejam tão discrepantes, uma delas (Alto
Palácio) está situada na vertente leste da serra, recebendo, teoricamente, maior umidade
litorânea, enquanto as outras duas (Alto da Boa Vista e Brumas do Espinhaço) estão na
vertente oeste da serra.
Em algumas localidades, como Mucugê, Serra das Almas, Capivari, Caparaó e
Itatiaia, várias amostragens foram realizadas por diferentes autores e/ou coletores dentro
de um raio de menos de 3 km. Assim, foram utilizadas coordenadas de uma área central
que possuísse altitude média dos pontos amostrados e ambiente propício (campos
rupestres ou de altitude), de maneira semelhante ao realizado por Oliveira-Filho &
Fontes (2000).
Outro problema encontrado foi como definir se uma localidade fora bem ou mal
amostrada para decidir se ela seria ou não considerada nas análises. Com exceção de
uma única localidade (Pico do Inficionado), os dados coletados para o presente estudo
não puderam ser usados na elaboração de curvas do coletor ao longo de dias de
amostragem por dois motivos:
1) o levantamento da avifauna dos campos rupestres e de altitude do leste
brasileiro foi baseado em uma mistura de dados obtidos em campo, bibliografia e museu
(capítulos 2 e 3), impossibilitando a padronização de esforços de amostragem;
2) na maioria das localidades onde houve amostragem de campo, concentrou-se
nas atividades de coleta e taxidermia de espécimes ornitológicos. As atividades de
coleta ocorreram do nascer do Sol ao final da tarde e o processo de taxidermia estendeu-
se, muitas vezes, até à madrugada, geralmente em condições altamente precárias de
acomodação (em grutas ou barracas) e de trabalho (luz baixa de lampião e lanterna, falta
de mesa e cadeira). Dessa maneira, não houve tempo hábil, em cada dia, para a
realização de anotações sistemáticas, de modo que, somente ao final de cada expedição,
era compilada uma lista geral de todas as espécies de aves registradas em determinada
localidade. Tais registros envolveram tanto as espécies que foram coletadas (geralmente
147
a minoria, devido ao enorme tempo tomado pela taxidermia), observadas ou que tiveram
suas vocalizações ouvidas e/ou gravadas.
Na ausência de curvas do coletor para a maioria das localidades, optou-se por
estipular um número de espécies de aves para se considerar uma localidade
minimamente bem amostrada, com base em experiência de campo e em revisão da
literatura. A definição deste número é arbitrária, especialmente porque, como parecem
sugerir os levantamentos de campo e de bibliografia, a heterogeneidade ambiental
parece influenciar positivamente a riqueza de espécies. No entanto, esta é uma variável
de difícil quantificação, não sendo objetivo deste estudo analisar sua relação com a
composição da avifauna de cada área.
Então, para se definir o número mínimo de espécies necessário para que uma
localidade fosse incluída nas análises, tomou-se por base os números de espécies
obtidos em duas localidades que poderiam ser consideradas bem amostradas, uma pela
estimativa de riqueza e a outra pelo tempo ao longo do qual ela tem sido amostrada: o
Pico do Inficionado e a Serra dos Órgãos, respectivamente.
A avifauna das partes mais elevadas do Pico do Inficionado (Serra do Caraça)
foi amostrada mensalmente, por meio de três transecções lineares de 800 m de extensão,
espaçadas 250 m uma das outras. Estas amostragens foram realizadas durante três dias
por mês, ao longo de um ano (entre setembro de 1999 e agosto de 2000). As transecções
foram amostradas em manhãs consecutivas e de forma alternada, com início às 06:30 h
e término às 13:00 h. O levantamento baseado nas transecções detectou 37 espécies de
aves ao longo de um ano e a curva do coletor apresentou uma tendência à estabilização
(Figura 4.2). O único registro adicional para o Pico do Inficionado (Scytalopus
iraiensis) é oriundo de observações aleatórias conduzidas posteriormente nesta área
(Vasconcelos et al., 2008c). A riqueza estimada para esta área, obtida pelo jackknife de
primeira ordem (Heltshe & Forrester, 1983), através do programa EstimateS (Colwell,
1997), foi de 44,78 ± 2,46 espécies (Figura 4.2). Por outro lado, os campos de altitude
da Serra dos Órgãos tiveram sua avifauna bem amostrada desde o início do século XX
até os dias atuais (Miranda-Ribeiro, 1935; Mallet-Rodrigues et al., 2007). Neste
intervalo, foram registradas 35 espécies de aves. Assim, considerou-se nas análises,
aquelas localidades que apresentaram um número mínimo de 30 espécies.
Desta forma, foram selecionadas 26 localidades de campos rupestres e de
altitude, no total das quais foram registradas 224 espécies de aves, o que corresponde a
97% do total de espécies da avifauna levantadas nestes dois tipos de vegetação (capítulo
148
3). A matriz de presença e ausência das 224 espécies nas 26 localidades é apresentada
no Apêndice 4.1. Aquelas localidades que não apresentaram o número mínimo de
espécies foram descartadas das análises, embora tenham sido utilizadas na listagem
geral da avifauna e nas discussões sobre padrões de distribuição geográfica de algumas
espécies, apresentadas no capítulo anterior.
Obtenção das variáveis geográficas e climáticas
As variáveis geográficas e climáticas usadas nas análises (a partir de agora
citadas como geo-climáticas) foram: latitude, longitude, altitude, distância mínima do
oceano, precipitação anual e temperaturas (média anual e médias das máximas e das
mínimas). Na maioria das localidades, as variáveis geográficas (latitude, longitude e
altitude) foram obtidas em campo com auxílio de receptor GPS e altímetro barométrico.
Em poucos casos, na ausência destes dados coletados em campo, tais informações foram
obtidas a partir de imagens de satélite disponíveis na rede (Google Earth, 2008). A
distância mínima do oceano (em km), para cada localidade, foi obtida pela ferramenta
ruler do mesmo programa.
As variáveis: precipitação anual e temperatura média anual foram obtidas na
base disponível em WorldClim (2008). Ambas as variáveis foram derivadas de valores
mensais interpolados para o período entre os anos 1950 e 2000, com resolução espacial
de aproximadamente 0,0083o x 0,0083o (cerca de 1 km2), em escala global (Hijmans et
al., 2005). As médias mensais das temperaturas máximas e mínimas são oriundas da
base do IPCC (2008) para o período de 1961 a 1990, em células de 0,5o x 0,5o (New et
al., 1999). Estas variáveis foram obtidas através da intersecção das localidades em um
sistema de informação geográfica (Arcview 3.2 – Environmental Systems Research
Institute, ESRI, Redlands, Califórnia, USA), usando as bases de dados climáticos acima
mencionadas.
Obviamente, a escala de análise destas quatro variáveis climáticas pode parecer
grosseira, em se tratando de montanhas que estão localizadas imediatamente acima da
unidade de paisagem regional para a qual tais médias foram obtidas, de modo que se
esperaria o registro de temperaturas mais baixas e de precipitações mais altas nestas
áreas elevadas, especialmente porque erros e incertezas nas interpolações dessas
variáveis tendem a ser maiores em regiões montanhosas (Hijmans et al., 2005).
Entretanto, na ausência de estações meteorológicas em cada uma destas serras e
considerando-se que o gradiente das localidades analisadas apresenta uma escala
149
continental de mais de 1.100 km (ao longo do eixo norte-sul da Chapada Diamantina à
Serra dos Órgãos), optou-se pelo uso dessas variáveis, uma vez que elas podem indicar,
minimamente, tendências nas relações entre elas e a composição da avifauna. A Tabela
4.1 apresenta, para cada localidade, as variáveis geo-climáticas, assim como o número
de espécies de aves registrado.
Análises multivariadas
Para se testar se as avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude
podem ser consideradas como uma única unidade ou como unidades distintas, foram
realizadas análises de classificação e de ordenação. A análise de classificação (cluster)
utilizou o índice de Sørensen e o método de agrupamento UPGMA (unweighted pair-
group method using arithmetic averages) (Sneath & Sokal, 1973; Kent & Coker, 1992).
O índice de Sørensen foi utilizado, seguindo as sugestões de Kent & Coker (1992) e
Azevedo & van den Berg (2007), para dar maior peso às espécies em comum entre as
localidades, já que muitas espécies não são compartilhadas entre as diversas áreas
usadas na presente análise. Além disso, o UPGMA é recomendado como a técnica de
agrupamento que apresenta melhores resultados em trabalhos ecológicos (Gauch, 1982;
Krebs, 1989; Barros, 1998).
A análise de correspondência canônica, ou CCA (canonical correspondence
analysis – ter Braak, 1987, 1995), visou avaliar a existência de gradientes na
composição das avifaunas altimontanas, assim como as relações entre as variáveis geo-
climáticas e a composição da avifauna. O teste de permutação de Monte Carlo foi usado
para avaliar a significância das correlações.
Para a identificação das espécies indicadoras dos campos rupestres e dos campos
de altitude foi realizada uma análise TWINSPAN (two-way indicator species analysis –
Hill, 1979).
Todas as análises acima mencionadas foram processadas pelo programa PC-
ORD 4.0 (McCune & Mefford, 1999).
RESULTADOS
Distinção das avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude
A análise de classificação apresentou separação entre as localidades de campos
de altitude (Caparaó, Itatiaia, Órgãos, Ibitipoca e Papagaio) e de campos rupestres
150
(demais localidades) (Figura 4.3). Dentre as localidades de campos de altitude, as Serras
do Ibitipoca e do Papagaio agruparam-se marginalmente às outras, enquanto as Serras
do Itatiaia e dos Órgãos estiveram mais proximamente agrupadas (Figura 4.3).
Com relação às localidades de campos rupestres, os altos picos da Serra do
Caraça (Inficionado e Sol) foram os que se agruparam mais marginalmente às outras
serras, seguidos pela Serra da Gandarela (Figura 4.3). Com exceção da localidade
Alegria (Espinhaço meridional), que se agrupou com a Serra do Pau D’Arco (Espinhaço
centro-setentrional), as demais localidades do Espinhaço centro-meridional (Batatal,
Brumas, Palácio, Boa Vista, Curral, Mascate, Caraça [parte baixa] e Piedade) e centro-
setentrional (Pau D’Arco, Bananal, Capivari, Barão, Cabral, Resplandecente, Almas,
Mucugê e Palmeiras) foram perfeitamente separadas em dois grupos distintos (Figura
4.3). É importante ressaltar que, dentre as localidades do Espinhaço centro-setentrional,
aquelas localizadas na Chapada Diamantina (Almas, Mucugê e Palmeiras) estão no
mesmo agrupamento, sendo que Mucugê e Palmeiras estão mais próximas entre si do
que de Almas (Figura 4.3).
Avifaunas dos campos rupestres e dos campos de altitude e suas relações com
variáveis geo-climáticas
Os resultados da CCA são apresentados na Tabela 4.2. O eixo 1 apresentou um
autovalor de 0,358, sugerindo um maior turnover de espécies, ao contrário dos eixos 2
(0,186) e 3 (0,138), que apresentam gradientes mais curtos (Tabela 4.2). A porcentagem
cumulativa da variância explicada para a presença das espécies foi relativamente alta
(Tabela 4.2). Além disso, as correlações de Pearson para espécies-ambiente foram altas
nos três primeiros eixos e os testes de permutação de Monte Carlo indicaram alta
significância para a correlação dos dados de espécies e variáveis geo-climáticas nos dois
primeiros eixos (Tabela 4.2).
O eixo 1 da CCA apresentou maiores correlações positivas com a altitude, com a
precipitação anual e com a latitude e maiores correlações negativas com distância do
oceano e com as temperaturas (média anual e médias das máximas e das mínimas)
(Tabela 4.3, Figura 4.4). A distância do oceano também foi positivamente
correlacionada com as temperaturas e negativamente correlacionada com a altitude, com
a precipitação e com a latitude (Tabela 4.4). A altitude, outra variável importante no
gradiente geográfico, apresentou correlações positivas com a precipitação e com a
latitude e correlações negativas com a distância do oceano e com as temperaturas
151
(Tabela 4.4). Assim, a estrutura dos dados do primeiro eixo reflete um gradiente do
oceano para o interior, com origem nas montanhas mais altas do sudeste do Brasil
(Serras do Mar e da Mantiqueira), onde há maior precipitação, em direção àquelas mais
baixas e interioranas (na Cadeia do Espinhaço), com aumento gradual das temperaturas
e diminuição da precipitação. Este padrão corrobora a hipótese do primeiro gradiente ao
longo de um eixo leste-oeste (Figura 4.1).
O segundo eixo da CCA apresentou maiores correlações negativas com a
longitude e com a latitude (Tabela 4.3, Figura 4.4). A longitude e a latitude estiveram
positivamente correlacionadas (Tabela 4.4), isto porque muitas serras mais meridionais
estão localizadas em maiores longitudes (entre 44oW e 45oW), enquanto aquelas mais
setentrionais encontram-se em longitudes menores (entre 41oW e 42oW), embora
maiores longitudes não estejam correlacionadas a maiores distâncias do oceano (Tabela
4.4), já que a costa do Brasil apresenta um aumento da longitude de norte para sul. A
longitude também esteve positivamente correlacionada com a precipitação (Tabela 4.4).
Assim, menores longitudes correspondem a menores precipitações (serras do semi-
árido). Além disso, tanto a longitude quanto a latitude apresentaram altas correlações
negativas com as temperaturas (exceto para longitude e temperatura média) e altas
correlações positivas com a precipitação (Tabela 4.4), indicando que maiores latitudes e
longitudes correspondem a menores temperaturas e maiores precipitações. Este padrão
corrobora a hipótese do segundo gradiente ao longo de um eixo sul-norte (Figura 4.1),
onde as serras do sudeste do Brasil são mais frias e recebem maior precipitação em
comparação com aquelas localizadas mais ao norte.
As relações entre as variáveis geo-climáticas nos dois eixos principais da CCA
são apresentadas na Figura 4.4, onde é possível visualizar o primeiro gradiente, de leste
para oeste (eixo 1) e o segundo, de sul para norte (eixo 2).
Ao longo do eixo 1, no lado direito do diagrama, são observadas as localidades
de campos de altitude (Órgãos, Itatiaia, Caparaó, Papagaio e Ibitipoca) e, do centro para
o lado esquerdo, as localidades de campos rupestres do Espinhaço centro-meridional,
que correspondem às serras do Quadrilátero Ferrífero (Sol, Inficionado, Caraça [parte
baixa], Gandarela, Mascate, Piedade, Batatal, Curral e Alegria) e do maciço
montanhoso entre a Serra do Cipó e a região do planalto de Diamantina (Palácio, Boa
Vista, Brumas e Capivari) (Figura 4.4). Da direita para a esquerda, as localidades de
campos de altitude estão exatamente na mesma ordem em que se encontram no espaço
geográfico, da costa atlântica para o interior (Figuras 1.2 e 4.4). O padrão resultante
152
para as localidades de campos de altitude está ligado ao aumento da altitude, da latitude
e da precipitação e à diminuição das temperaturas e da distância do oceano. Por outro
lado, o padrão encontrado para os campos rupestres está ligado ao aumento da distância
do oceano e das temperaturas. Vale ressaltar que, no gradiente do eixo 1, é possível
visualizar a separação das localidades de campos de altitude das de campos rupestres.
Entretanto, aquelas serras que parecem apresentar ambos os tipos de vegetação,
representadas pelos altos picos da Serra do Caraça (Sol e Inficionado) e pela Serra do
Ibitipoca, tomaram uma posição relativamente intermediária entre as localidades de
campos rupestres e de campos de altitude, mas, ainda assim, estão agrupadas com outras
localidades dos sistemas orográficos nas quais se encontram localizadas.
No lado esquerdo do diagrama, ao longo do eixo 2, estão as localidades
representadas por serras do Espinhaço central e setentrional. Neste segundo gradiente,
as localidades aparecem, de baixo para cima, na mesma ordem em que estão localizadas
de sul para o norte na Cadeia do Espinhaço (da Serra Resplandecente à região do
Palmeiras – Figuras 1.2 e 4.4). Além disso, a Serra do Cabral, maciço completamente
isolado da porção central da Cadeia do Espinhaço (Figura 1.2), também aparece isolada
das demais localidades do setor norte-mineiro deste sistema orográfico (Figura 4.4). O
padrão resultante para o eixo 2 está ligado ao aumento da temperatura mínima e à
diminuição da longitude, da latitude e da precipitação.
Espécies indicadoras
A primeira dicotomia do TWINSPAN separou claramente as áreas de campos
rupestres (no lado negativo) das de campos de altitude (no lado positivo). A única
exceção foi a Serra de Ibitipoca que, por seu caráter intermediário, tanto geográfico,
quanto vegetacional, agrupou-se junto às demais localidades de campos rupestres.
Entretanto, tanto a Serra de Ibitipoca quanto os altos picos da Serra do Caraça (Sol e
Inficionado) foram considerados pela análise como localidades que se agruparam
marginalmente às outras (borderline negatives).
Um total de 136 espécies de aves foi discriminado pela primeira dicotomia do
TWINSPAN, sendo 53 delas indicadoras dos campos rupestres (Tabela 4.5), 45
indicadoras dos campos de altitude (Tabela 4.6) e 38 não preferenciais (supertramps)
(Tabela 4.7). Ao analisar estas listagens, com base em conhecimento prévio de campo,
percebe-se que elas tiveram grande sentido biogeográfico.
153
Na segunda divisão, as localidades do Espinhaço meridional (Serras do Mascate,
do Batatal, da Gandarela, do Curral, da Piedade, do Caraça [parte baixa], Picos do Sol e
do Inficionado, Alto da Boa Vista, Alto Palácio e Brumas do Espinhaço) e Ibitipoca (no
lado positivo) foram separadas daquelas localizadas no Espinhaço centro-setentrional
(Capivari, Serras Resplandecente, do Cabral, do Barão, do Pau D’Arco, das Almas,
Campina do Bananal, Mucugê e Palmeiras) (no lado negativo). A única exceção foi
Alegria, que, da mesma forma que na análise de classificação, agrupou-se com as
localidades do Espinhaço setentrional. Entretanto, a partir desta segunda divisão, as
espécies indicadoras apresentaram pouco sentido biogeográfico, com algumas exceções.
Por exemplo, esta divisão indicou espécies que estão claramente associadas ao setor
centro-setentrional da Cadeia do Espinhaço, tais como: Columbina picui, Aratinga
cactorum, Colibri delphinae, Chrysolampis mosquitus, Amazilia fimbriata, Augastes
lumachella, Sakesphorus cristatus, Myrmorchilus strigilatus, Synallaxis frontalis,
Hemitriccus margaritaceiventer e Polioptila plumbea. Da mesma forma, as espécies
indicadoras das serras do setor meridional da Cadeia do Espinhaço, discriminadas pela
análise, e que realmente se concentram nesta região deste sistema orográfico são:
Thalurania glaucopis, Leucochloris albicollis, Amazilia lactea, Picumnus cirratus,
Mackenziaena leachii, Scytalopus speluncae, Muscipipra vetula, Anthus hellmayri,
Tangara desmaresti e Pseudoleistes guirahuro. Por outro lado, esta subdivisão
apresentou espécies típicas de um ou outro setor da Cadeia do Espinhaço como
supertramps, tais como Campylopterus largipennis, Augastes scutatus e Asthenes
luizae. Isto ocorreu porque as montanhas localizadas no setor central da Cadeia do
Espinhaço (norte de Minas Gerais), que apresentam afinidades biogeográficas da
avifauna com aquelas do setor meridional (capítulo 3), agruparam-se com localidades da
Chapada Diamantina pela segunda subdivisão da análise.
DISCUSSÃO
A distinção das comunidades de aves das localidades de campos rupestres e de
campos de altitude foi perfeitamente corroborada pela análise de classificação (Figura
4.3). Dentre as localidades de campos rupestres, a única localidade que não se agrupou
perfeitamente com outras mais próximas geograficamente foi Alegria, o mesmo
ocorrendo na análise do TWINSPAN. Esta localidade do Espinhaço meridional
(Quadrilátero Ferrífero) agrupou-se junto àquelas do Espinhaço centro-setentrional. Isto
154
pode ser explicado pelo fato de Alegria ser a localidade que apresenta as mais baixas
altitudes no Espinhaço meridional (cerca de 900 m), o que permite que algumas
espécies de aves não encontradas em altitudes elevadas no Quadrilátero Ferrífero, mas
que vivem nos campos rupestres mais ao norte, ocorram nessa região. Exemplos são:
Columbina squammata, Pionus maximiliani, Chordeiles pusillus e Phaeomyias murina,
espécies que foram discriminadas pelo TWINSPAN para o agrupamento de Alegria
junto àquelas outras localidades mais setentrionais. Estas espécies talvez tenham sua
distribuição limitada por temperaturas mais baixas e/ou maiores precipitações, de modo
que podem ocorrer em campos rupestres de serras mais altas no Espinhaço setentrional,
mas apenas em áreas mais baixas (e mais secas) do Espinhaço meridional.
Os resultados obtidos pela CCA condizem com os dois principais gradientes
previstos (Figura 4.1), sendo um deles no sentido leste-oeste, apresentando contínua
diminuição da altitude e da precipitação e aumento das temperaturas e da distância do
oceano. O outro gradiente se dá no sentido sul-norte, com gradativo aumento das
temperaturas e diminuição da precipitação. É interessante notar que, há 40 anos, Brieger
(1969) já havia identificado estes dois gradientes com base em estudos sobre a
distribuição de espécies de orquídeas, tendo encontrado substituição progressiva de
espécies da região litorânea em direção ao Brasil central e do sul para o norte.
A correlação altamente positiva entre a latitude e a precipitação provavelmente
está ligada a um aumento gradual da semi-aridez nessas serras, do sul para o norte. De
acordo com dados compilados na revisão da família Cactaceae para o leste brasileiro
(Taylor & Zappi, 2004), foram encontrados os seguintes números de espécies de
campos rupestres nos diferentes setores da Cadeia do Espinhaço, do sul para o norte
(Apêndice 4.2): Espinhaço Sul (7), Serra do Cipó (7), planalto de Diamantina (16),
Norte de Minas Gerais (21) e Chapada Diamantina (24). Isto indica que, do sul para o
norte, há um aumento gradual na riqueza de espécies desta família, constituída
principalmente por plantas xerófitas, adaptadas à maior semi-aridez, o que condiz com
os resultados da CCA. Além disso, espécies de aves típicas da Caatinga, incluindo duas
endêmicas desta província biogeográfica, vivem nos campos rupestres da região centro-
setentrional da Cadeia do Espinhaço, mas não em sua porção meridional (Parrini et al.,
1999; Vasconcelos & D’Angelo-Neto, 2007). Por outro lado, Salino & Almeida (no
prelo), analisaram os padrões de distribuição das pteridófitas da Cadeia do Espinhaço,
incluindo espécies de campos rupestres e formações adjacentes, concluindo que a
riqueza de espécies deste grupo, mais diversificado em regiões tropicais úmidas (Tryon,
155
1986), diminui do sul para o norte, o que também concorda com os resultados da CCA.
Nesse caso específico, o Quadrilátero Ferrífero, região com forte influência de
elementos da Mata Atlântica, apresentou a maior riqueza de pteridófitas na Cadeia do
Espinhaço (Salino & Almeida, no prelo). A ocorrência de espécies de aves típicas da
Mata Atlântica de altitude também foi registrada nos campos rupestres do Quadrilátero
Ferrífero (capítulo 3).
Aquelas localidades que parecem apresentar vegetações com características
intermediárias entre campos rupestres e campos de altitude, apesar de apresentarem
posições marginais em todas as análises (classificação, CCA e TWINSPAN),
agruparam-se com os sistemas orográficos nos quais as mesmas estão inseridas nas
análises de agrupamento e de ordenação (Figuras 1.1 e 1.2), ou seja, os altos picos da
Serra do Caraça (Sol e Inficionado) estiveram mais próximos das outras localidades de
campos rupestres que se encontram na Cadeia do Espinhaço, enquanto a Serra do
Ibitipoca esteve mais próxima ao conjunto de localidades dos campos de altitude que
fazem parte da Serra da Mantiqueira (Papagaio, Itatiaia e Caparaó). Na análise de
TWINSPAN, Ibitipoca agrupou-se marginalmente às localidades de campo rupestre da
Cadeia do Espinhaço. Embora na CCA as posições intermediárias dessas serras sugiram
que as comunidades de aves dos campos rupestres e dos campos de altitude possam
indicar um gradiente de leste para oeste, a análise também separou os dois tipos de
vegetação, o que condiz com os resultados da análise de classificação (Figuras 4.3 e
4.4). Assim, embora pareça haver um leve gradiente nas comunidades de aves dos
campos de altitude para os campos rupestres, é possível afirmar que as avifaunas de
ambos os tipos de vegetação são distintas.
O gradiente sugerido pelas três localidades com características vegetacionais
intermediárias entre campos rupestres e de altitude pode ser explicado por três motivos:
1) Os picos do Sol e do Inficionado apresentam altitudes muito elevadas (acima
de 2.000 m) em comparação com as outras localidades de campos rupestres, o que pode
restringir a ocorrência de espécies de aves que não suportam temperaturas muito baixas,
apresentando, além disso, aqueles táxons típicos das serras mais altas, representadas
pela vegetação dos campos de altitude. Um exemplo é Oreophylax moreirae, espécie
com distribuição nos campos de altitude das Serras do Mar e da Mantiqueira, com
ocorrência única na Cadeia do Espinhaço nos altos picos da Serra do Caraça (Figura
3.10). A ocorrência desta espécie no Espinhaço talvez esteja ligada às glaciações do
Pleistoceno, quando conexões climático-vegetacionais podem ter ocorrido entre as
156
montanhas do leste brasileiro, possibilitando a troca de elementos da fauna e da flora
(ver capítulos 1 e 3). Safford (2007), concluiu que “parece claro que, durante o último
máximo glacial, muitos habitats atualmente restritos aos topos de montanha foram
ecologicamente conectados por ambientes semelhantes, pelo menos ao longo dos eixos
dos maiores sistemas orográficos. Com múltiplas recorrências deste cenário, ao longo
do final do Terciário e Quaternário, as oportunidades para migrações, colonizações,
extinções e diferenciação genética teriam sido muitas vezes maiores. As distribuições de
muitos táxons vegetais ao longo das serras do sudeste do Brasil apóiam exatamente tal
cenário de repetidas conexões e desconexões entre os ambientes montanos através das
atuais lacunas geográficas” (tradução minha). Deste modo, a ocorrência isolada de O.
moreirae, assim como de manchas de campos de altitude nas partes mais elevadas da
Serra do Caraça devem ser relictos de populações possivelmente originárias das
montanhas costeiras durante eventos glaciais.
2) A Serra do Ibitipoca, pertencente ao complexo da Mantiqueira, é uma
formação quartzítica (Silveira, 1922; Dias et al., 2002; Benites et al., 2007), à
semelhança de muitas serras da Cadeia do Espinhaço e diferente das outras pertencentes
à Serra da Mantiqueira, que são formadas principalmente por granito e gnaisse (Petri &
Fúlfaro, 1988; Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a; Caiafa & Silva,
2005). Este substrato rochoso de Ibitipoca, semelhante ao da Cadeia do Espinhaço, deve
favorecer a existência de diversos táxons vegetais típicos dos campos rupestres (ver
Rapini et al. [2001], Menini-Neto et al. [2007], M. A. L. Fontes, com. pess.),
responsáveis pela manutenção de uma paisagem e de possíveis recursos mais propícios
a elementos da avifauna da Cadeia do Espinhaço, em comparação com outras
localidades da Serra da Mantiqueira. Exemplos indicados pelo TWINSPAN são:
Rupornis magnirostris, Milvago chimachima, Falco femoralis, Hydropsalis torquata,
Tyrannus melancholicus, Myiarchus ferox, Cyanocorax cristatellus, Turdus leucomelas,
Piranga flava, Tangara cayana, Sicalis citrina e Gnorimopsar chopi.
3) Uma vez que os altos picos da Serra do Caraça encontram-se quase no
extremo sudeste da Cadeia do Espinhaço, portanto, mais próximos geograficamente da
Serra da Mantiqueira, e a Serra do Ibitipoca é uma das localidades mais interioranas da
Serra da Mantiqueira, a posição intermediária destas serras deve propiciar a troca de
elementos da avifauna até os dias atuais, já que muitas espécies de aves campestres
apresentam alta capacidade de dispersão. Além disso, as montanhas da região de
Ibitipoca e dos campos das vertentes (Carrancas, São João Del Rey, Tiradentes e
157
Lavras) estão praticamente conectadas àquelas do setor meridional da Cadeia do
Espinhaço por ambientes campestres (ver Azevedo [1962]), em altitudes acima de 1.000
m (Figuras 1.1 e 1.2), o que pode facilitar a dispersão de espécies de aves de áreas
abertas entre os dois sistemas orográficos.
A análise de TWINSPAN apresentou bons resultados para indicação de espécies
de campos rupestres e de campos de altitude, pelo menos na primeira divisão.
Obviamente, algumas destas espécies, apesar de mais características de um tipo de
vegetação, podem ocorrer marginalmente em outro. Exemplos são Leucochloris
albicollis, Mackenziaena leachii e Oreophylax moreirae, espécies discriminadas pela
análise como indicadoras de campos de altitude, embora ocorram marginalmente nos
campos rupestres do setor meridional da Cadeia do Espinhaço. Entretanto, de maneira
geral, a análise indicou muito bem as espécies mais características de cada tipo de
vegetação, com base em conhecimento de campo. Estes resultados não coincidem com
os obtidos por Barros (1998) para orquídeas de campos rupestres, estudo no qual as
análises de TWINSPAN não apresentaram resultados satisfatórios. Entretanto, Barros
(1998) usou na análise apenas uma pequena parcela das espécies de orquídeas
ocorrentes nos campos rupestres (72 das mais de 190 – ver Azevedo & van den Berg
[2007]), o que pode ter levado a resultados não satisfatórios e pouco definidos com
relação às espécies indicadoras. Além disso, seus resultados, baseados em análises de
classificação e de ordenação (CA e DCA), apresentaram poucos padrões coincidentes
ou comparáveis com os obtidos nas análises do presente estudo, especialmente porque o
trabalho de Barros (1998) foi baseado em análises do “modo R”, que levam em
consideração matrizes de distâncias entre as espécies, mas não entre as localidades
(“modo Q”), da forma aqui apresentada. Por outro lado, o estudo sobre orquídeas de
Azevedo & van den Berg (2007), embora concentrado em apenas sete localidades de
campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, apresentou resultados coincidentes tanto nas
análises de classificação, quanto de ordenação obtidos no presente estudo, sendo o fato
mais notável, a separação das localidades de campos rupestres da Chapada Diamantina
de outras localizadas no estado de Minas Gerais. Estes resultados coincidentes para aves
e orquídeas reforçam a hipótese da barreira geográfica entre os setores mineiro e baiano
da Cadeia do Espinhaço, conforme discussão no capítulo anterior.
158
TABELA 4.1. Localidades de campos rupestres e de altitude utilizadas nas análises e suas respectivas
variáveis geo-climáticas. As localidades são as mesmas citadas nos capítulos anteriores e estão agrupadas
por códigos de algarismos romano-arábicos de acordo com os seguintes sistemas orográficos: I = Cadeia
do Espinhaço; II = Serra da Mantiqueira; III = Serra do Mar.
Legenda: Lat. = latitude S; Long. = longitude W; Alt. = altitude (m); D. Oc. = distância do oceano (km);
Prec. = precipitação anual (mm); Tméd. = temperatura média anual (oC); Tmáx. = temperatura máxima
média (oC); Tmín. = temperatura mínima média (oC); S = Número total de espécies.
Localidade Código Campo Lat. Long. Alt. D. Oc. Prec. Tméd. Tmáx. Tmín. S
Palmeiras I.5 rupestre 12,448 41,458 1.140 285 822 21,0 27,0 16,2 60
Mucugê I.10 rupestre 12,975 41,358 900 260 974 19,8 27,1 16,3 64
Almas I.15 rupestre 13,530 41,910 1.450 315 943 20,6 27,5 16,7 66
Pau D’Arco I.20 rupestre 15,057 42,670 1.400 390 920 20,0 28,6 17,8 54
Barão I.24 rupestre 16,513 42,907 1.250 395 1.007 19,1 27,7 16,1 60
Bananal I.25 rupestre 16,865 43,044 1.300 390 1.087 20,3 27,5 16,0 56
Resplandecente I.26 rupestre 17,045 43,347 1.210 415 1.117 21,0 27,5 15,8 63
Cabral I.27 rupestre 17,700 44,258 1.155 485 1.316 20,1 26,9 15,0 82
Capivari I.32 rupestre 18,440 43,413 1.230 385 1.497 18,2 25,5 14,2 60
Alto da Boa Vista
I.35 rupestre 19,294 43,583 1.230 340 1.576 18,7 26,2 14,3 103
Brumas do Espinhaço
I.35 rupestre 19,040 43,718 1.250 370 1.542 20,1 26,3 14,3 54
Alto Palácio I.35 rupestre 19,233 43,500 1.330 340 1.595 18,0 26,4 14,3 72
Piedade I.36 rupestre 19,820 43,677 1.650 325 1.624 19,9 25,5 14,2 60
Curral I.38 rupestre 19,961 43,912 1.330 340 1.507 19,2 25,5 13,7 64
Gandarela I.40 rupestre 20,100 43,675 1.635 290 1.652 16,4 24,5 13,1 55
Caraça (parte baixa)
I.42 rupestre 20,100 43,474 1.360 290 1.624 17,0 25,4 13,8 57
Pico do Inficionado
I.42 rupestre 20,136 43,454 2.030 290 1.695 19,4 25,4 13,8 38
Pico do Sol I.42 rupestre 20,111 43,445 2.000 290 1.770 19,4 25,4 13,8 32
Alegria I.43 rupestre 20,143 43,421 910 285 1.429 19,4 25,4 13,8 52
Batatal I.46 rupestre 20,255 43,538 1.440 275 1.574 20,2 24,9 13,3 54
Mascate I.50 rupestre 20,457 43,925 1.485 260 1.606 17,7 24,6 13,0 60
Caparaó II.1 altitude 20,419 41,809 2.400 120 1.779 13,5 25,5 13,3 55
Ibitipoca II.6 altitude 21,678 43,877 1.635 135 1.690 19,6 24,0 13,5 72
Papagaio II.7 altitude 22,047 44,688 2.045 105 2.076 15,0 23,1 11,1 38
Itatiaia II.8 altitude 22,386 44,680 2.450 70 2.375 10,2 22,6 11,0 76
Órgãos III.2 altitude 22,454 43,041 2.165 25 1.861 14,6 24,8 15,6 35
159
TABELA 4.2. Resultados da CCA e do teste de Monte Carlo para avifauna e variáveis geo-climáticas de
26 áreas de campos rupestres e de altitude com base em dados de presença/ausência de 224 espécies de
aves.
Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Autovalor 0,358 0,186 0,138 Porcentagem cumulativa da variância explicada para a presença das espécies 13,6 20,7 25,9 Correlação de Pearson para espécies-ambiente 0,990 0,986 0,950 Significância da correlação espécies-ambiente (teste de Monte Carlo) 0,01 0,01 0,16
TABELA 4.3. Correlações dos dois primeiros eixos de ordenação da CCA para avifauna e variáveis geo-
climáticas de 26 áreas de campos rupestres e de altitude com base em dados de presença/ausência de 224
espécies de aves.
Variáveis Eixo 1 Eixo 2 Longitude 0,275 -0,696 Latitude 0,729 -0,614 Altitude 0,894 0,045 Precipitação anual 0,837 -0,413 Temperatura média anual -0,845 -0,009 Temperatura máxima média -0,767 0,187 Temperatura mínima média -0,667 0,410 Distância do oceano -0,895 -0,341
160
TABELA 4.4. Matriz de correlação para as variáveis geo-climáticas usadas na CCA.
Variáveis Long. Lat. Alt. Prec. Tméd. Tmáx. Tmín. Latitude 0,766 – Altitude 0,258 0,595 – Precipitação anual 0,686 0,914 0,736 – Temperatura média anual -0,323 -0,596 -0,775 -0,783 – Temperatura máxima média -0,598 -0,824 -0,644 -0,902 0,699 – Temperatura mínima média -0,686 -0,842 -0,580 -0,915 0,684 0,931 – Distância do oceano -0,046 -0,504 -0,737 -0,641 0,715 0,744 0,560
TABELA 4.5. Espécies de aves indicadoras de campos rupestres com base na classificação do
TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves.
Espécie
Crypturellus parvirostris
Sarcoramphus papa
Rupornis magnirostris
Buteo melanoleucus
Milvago chimachima
Falco femoralis
Patagioenas picazuro
Aratinga aurea
Aratinga cactorum
Crotophaga ani
Hydropsalis torquata
Phaethornis pretrei
Campylopterus largipennis
Eupetomena macroura
Amazilia lactea
Augastes scutatus
Nystalus chacuru
Melanopareia torquata
Thamnophilus torquatus
Scytalopus speluncae
Lepidocolaptes angustirostris
Synallaxis frontalis
Synallaxis albescens
Asthenes luizae
Hemitriccus margaritaceiventer
Elaenia flavogaster
Elaenia cristata
Elaenia chiriquensis
Hirundinea ferruginea
Tyrannus melancholicus
Myiarchus ferox
Cyanocorax cristatellus
Stelgidopteryx ruficollis
161
TABELA 4.5. Continuação. Espécie
Troglodytes musculus
Turdus leucomelas
Coereba flaveola
Piranga flava
Thraupis sayaca
Tangara cyanoventris
Tangara cayana
Dacnis cayana
Ammodramus humeralis
Porphyrospiza caerulescens
Sicalis citrina
Emberizoides herbicola
Embernagra longicauda
Volatinia jacarina
Sporophila nigricollis
Saltator similis
Saltator atricollis
Geothlypis aequinoctialis
Gnorimopsar chopi
Euphonia chlorotica
TABELA 4.6. Espécies de aves indicadoras de campos de altitude com base na classificação do
TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves.
Espécie
Percnohierax leucorrhous
Patagioenas plumbea
Pyrrhura frontalis
Pionopsitta pileata
Guira guira
Phaethornis eurynome
Stephanoxis lalandi
Hylocharis cyanus
Leucochloris albicollis
Clytolaema rubricauda
Mackenziaena leachii
Thamnophilus caerulescens
Thamnophilus ruficapillus
Drymophila genei
Conopophaga lineata
Scytalopus notorius
Oreophylax moreirae
Cranioleuca pallida
Anumbius annumbi
Lochmias nematura
162
TABELA 4.6. Continuação. Espécie
Hemitriccus obsoletus
Elaenia mesoleuca
Serpophaga nigricans
Serpophaga subcristata
Phylloscartes ventralis
Phylloscartes difficilis
Knipolegus cyanirostris
Muscipipra vetula
Ramphotrigon megacephalum
Turdus flavipes
Turdus rufiventris
Turdus amaurochalinus
Anthus hellmayri
Stephanophorus diadematus
Tangara desmaresti
Haplospiza unicolor
Donacospiza albifrons
Poospiza thoracica
Poospiza lateralis
Sicalis flaveola
Embernagra platensis
Sporophila caerulescens
Coryphospingus pileatus
Saltator maxillosus
Carduelis magellanica
TABELA 4.7. Espécies de aves não preferenciais (supertramps) com base na classificação do
TWINSPAN para 26 áreas de campos rupestres e de altitude e 224 espécies de aves.
Espécie
Rhynchotus rufescens
Nothura maculosa
Cathartes aura
Coragyps atratus
Buteo albicaudatus
Caracara plancus
Herpetotheres cachinnans
Falco sparverius
Cariama cristata
Columbina talpacoti
Aratinga leucophthalma
Caprimulgus longirostris
Streptoprocne zonaris
Streptoprocne biscutata
Colibri serrirostris
163
TABELA 4.7. Continuação. Espécie
Chlorostilbon lucidus
Melanerpes candidus
Colaptes campestris
Furnarius rufus
Synallaxis spixi
Phacellodomus rufifrons
Phyllomyias fasciatus
Elaenia obscura
Camptostoma obsoletum
Polystictus superciliaris
Myiophobus fasciatus
Knipolegus lophotes
Knipolegus nigerrimus
Xolmis cinereus
Xolmis velatus
Pitangus sulphuratus
Cyclarhis gujanensis
Pygochelidon cyanoleuca
Mimus saturninus
Schistochlamys ruficapillus
Pipraeidea melanonota
Zonotrichia capensis
Molothrus bonariensis
164
APÊNDICE 4.1. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies de aves nas seguintes localidades analisadas: 1 = Palmeiras; 2 = Mucugê; 3 = Almas; 4 = Pau D’Arco; 5 =
Barão; 6 = Bananal; 7 = Resplandecente; 8 = Cabral; 9 = Capivari; 10 = Alto da Boa Vista; 11 = Brumas do Espinhaço; 12 = Alto Palácio; 13 = Piedade; 14 = Curral; 15 =
Gandarela; 16 = Caraça (parte baixa); 17 = Pico do Inficionado; 18 = Pico do Sol; 19 = Alegria; 20 = Batatal; 21 = Mascate; 22 = Caparaó; 23 = Ibitipoca; 24 = Papagaio; 25
= Itatiaia; 26 = Órgãos. As espécies estão apresentadas na mesma ordem nomenclatural do Apêndice 3.2.
Localidades Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Crypturellus parvirostris 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Rhynchotus rufescens 0 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0
Nothura maculosa 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0
Theristicus caudatus 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Cathartes aura 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0
Coragyps atratus 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1
Sarcoramphus papa 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Elanus leucurus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Ictinia plumbea 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Heterospizias meridionalis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Harpyhaliaetus coronatus 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Percnohierax leucorrhous 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Rupornis magnirostris 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0
Buteo albicaudatus 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 1 1
Buteo melanoleucus 1 0 1 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0
Buteo albonotatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Caracara plancus 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0
Milvago chimachima 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0
Herpetotheres cachinnans 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0
Falco sparverius 0 1 1 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 1 1 0
Falco femoralis 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Falco peregrinus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Porzana albicollis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Cariama cristata 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1
165
APÊNDICE 4.1. Continuação. Localidades Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Gallinago paraguaiae 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Gallinago undulata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Columbina minuta 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Columbina talpacoti 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Columbina squammata 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Columbina picui 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Patagioenas picazuro 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Patagioenas cayennensis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Patagioenas plumbea 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Zenaida auriculata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Leptotila verreauxi 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Primolius maracana 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Diopsittaca nobilis 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Aratinga leucophthalma 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 1 1 0
Aratinga auricapillus 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Aratinga aurea 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0
Aratinga cactorum 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pyrrhura frontalis 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Forpus xanthopterygius 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Brotogeris chiriri 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pionopsitta pileata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Pionus maximiliani 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Amazona aestiva 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Piaya cayana 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Crotophaga ani 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Guira guira 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0
Tyto alba 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Megascops choliba 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Glaucidium brasilianum 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Athene cunicularia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0
166
APÊNDICE 4.1. Continuação. Localidades Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Nyctibius griseus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Chordeiles pusillus 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Caprimulgus longirostris 0 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1
Caprimulgus parvulus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hydropsalis torquata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0
Cypseloides senex 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Streptoprocne zonaris 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1
Streptoprocne biscutata 1 1 0 1 0 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 1
Chaetura meridionalis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Phaethornis pretrei 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0
Phaethornis eurynome 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0
Campylopterus largipennis 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Eupetomena macroura 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0 0
Florisuga fusca 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Colibri delphinae 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Colibri serrirostris 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Chrysolampis mosquitus 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Stephanoxis lalandi 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
Chlorostilbon lucidus 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0
Thalurania furcata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Thalurania glaucopis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0
Hylocharis cyanus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Leucochloris albicollis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1
Amazilia versicolor 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Amazilia fimbriata 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Amazilia lactea 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0
Clytolaema rubricauda 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1
Augastes scutatus 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0
Augastes lumachella 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Heliactin bilophus 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
167
APÊNDICE 4.1. Continuação. Localidades Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Calliphlox amethystina 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Nystalus chacuru 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Ramphastos toco 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Picumnus cirratus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
Melanerpes candidus 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
Veniliornis mixtus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Colaptes campestris 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0
Melanopareia torquata 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0
Mackenziaena leachii 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 0 1 1
Taraba major 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Sakesphorus cristatus 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Thamnophilus doliatus 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Thamnophilus caerulescens 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
Thamnophilus torquatus 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Thamnophilus ruficapillus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1
Myrmorchilus strigilatus 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Herpsilochmus atricapillus 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Formicivora serrana 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Formicivora melanogaster 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Formicivora rufa 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Formicivora grantsaui 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Drymophila genei 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1
Conopophaga lineata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1
Scytalopus notorius 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1
Scytalopus speluncae 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0
Scytalopus iraiensis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Lepidocolaptes angustirostris 0 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Cinclodes pabsti 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Furnarius rufus 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0
Oreophylax moreirae 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 1
168
APÊNDICE 4.1. Continuação. Localidades Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Synallaxis frontalis 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Synallaxis albescens 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
Synallaxis spixi 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1
Cranioleuca pallida 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1
Asthenes luizae 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Phacellodomus rufifrons 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0
Anumbius annumbi 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
Lochmias nematura 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1
Hemitriccus obsoletus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Hemitriccus margaritaceiventer 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Todirostrum cinereum 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Phyllomyias fasciatus 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0
Elaenia flavogaster 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0
Elaenia albiceps 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Elaenia parvirostris 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Elaenia mesoleuca 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1
Elaenia cristata 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
Elaenia chiriquensis 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0
Elaenia obscura 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1
Camptostoma obsoletum 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0
Serpophaga nigricans 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Serpophaga subcristata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1 0
Phaeomyias murina 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Polystictus superciliaris 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0
Phylloscartes ventralis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0
Phylloscartes difficilis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Culicivora caudacuta 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Myiophobus fasciatus 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 0
Hirundinea ferruginea 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0
Knipolegus cyanirostris 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
169
APÊNDICE 4.1. Continuação. Localidades Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Knipolegus lophotes 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0
Knipolegus nigerrimus 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Xolmis cinereus 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0
Xolmis velatus 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0
Muscipipra vetula 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0
Myiozetetes similis 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pitangus sulphuratus 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0
Megarynchus pitangua 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tyrannus albogularis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tyrannus melancholicus 1 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 1 0
Tyrannus savana 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Myiarchus swainsoni 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Myiarchus ferox 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0
Ramphotrygon megacephalum 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Tityra cayana 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Cyclarhis gujanensis 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Cyanocorax cristatellus 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Cyanocorax cyanopogon 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Progne tapera 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Progne chalybea 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pygochelidon cyanoleuca 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1
Alopochelidon fucata 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Stelgidopteryx ruficollis 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0
Troglodytes musculus 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 0
Pheugopedius genibarbis 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Polioptila plumbea 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Turdus flavipes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Turdus rufiventris 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1
Turdus leucomelas 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0
Turdus amaurochalinus 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0
170
APÊNDICE 4.1. Continuação. Localidades Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Turdus albicollis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Mimus saturninus 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0
Anthus hellmayri 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1
Coereba flaveola 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0
Schistochlamys ruficapillus 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1
Cypsnagra hirundinacea 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Trichothraupis melanops 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
Piranga flava 1 1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0
Tachyphonus rufus 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Thraupis sayaca 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Stephanophorus diadematus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1
Pipraeidea melanonota 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0
Tangara desmaresti 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1
Tangara cyanoventris 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tangara cayana 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 0
Tersina viridis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Dacnis cayana 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hemithraupis guira 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Zonotrichia capensis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Ammodramus humeralis 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0
Porphyrospiza caerulescens 0 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Haplospiza unicolor 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0
Donacospiza albifrons 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1
Poospiza thoracica 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1
Poospiza lateralis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0
Poospiza cinerea 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Sicalis citrina 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0
Sicalis flaveola 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0
Emberizoides herbicola 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0
Emberizoides ypiranganus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
171
APÊNDICE 4.1. Continuação. Localidades Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Embernagra platensis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0
Embernagra longicauda 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0
Volatinia jacarina 1 1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0
Sporophila plumbea 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Sporophila nigricollis 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Sporophila caerulescens 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Sporophila bouvreuil 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Coryphospingus pileatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0
Saltator similis 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Saltator maxillosus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Saltator atricollis 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Parula pitiayumi 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Geothlypis aequinoctialis 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0
Gnorimopsar chopi 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0
Pseudoleistes guirahuro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Molothrus bonariensis 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Carduelis magellanica 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0
Euphonia chlorotica 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Euphonia cyanocephala 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Chlorophonia cyanea 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 60 64 66 54 60 56 63 82 60 103 54 72 60 64 55 57 38 32 52 54 60 55 72 38 76 35
172
APÊNDICE 4.2. Matriz de presença (1) e ausência (0) das espécies da família Cactaceae ocorrentes em
diferentes setores de campos rupestres na Cadeia do Espinhaço. Dados compilados a partir da revisão de
Taylor & Zappi (2004). Os setores do Espinhaço mineiro estão de acordo com Rapini et al. (2002).
Espécie Espinhaço Sul
Serra do Cipó
Planalto de Diamantina
Norte de Minas
Chapada Diamantina
Arrojadoa bahiensis 0 0 0 0 1
Arrojadoa dinae 0 0 1 1 1
Arrojadoa penicillata 0 0 0 0 1
Arrojadoa rhodantha 0 0 0 1 1
Arthrocereus glaziovii 1 0 0 0 0
Arthrocereus melanurus 0 1 1 0 0
Arthrocereus rondonianus 0 0 1 0 0
Brasicereus markgrafii 0 0 0 1 0
Cipocereus bradei 0 0 1 0 0
Cipocereus crassisepalus 0 0 1 0 0
Cipocereus laniflorus 1 0 0 0 0
Cipocereus minensis 1 1 1 1 0
Cipocereus pusilliflorus 0 0 0 1 0
Coleocephalocereus goebelianus 0 0 0 1 1
Discocactus horstii 0 0 0 1 0
Discocactus placentiformis 1 0 1 0 0
Discocactus pseudoinsignis 0 0 0 1 0
Discocactus zehntneri 0 0 0 0 1
Epiphyllum phyllanthus 0 1 1 1 0
Facheiroa squamosa 0 0 0 0 1
Leocereus bahiensis 0 0 0 1 1
Melocactus bahiensis 0 0 0 1 1
Melocactus concinnus 0 0 0 1 1
Melocactus glaucescens 0 0 0 0 1
Melocactus oreas 0 0 0 0 1
Melocactus paucispinus 0 0 0 0 1
Melocactus violaceus 0 0 0 0 1
Melocactus zehntneri 0 0 0 0 1
Micranthocereus albicephalus 0 0 0 1 0
Micranthocereus auriazureus 0 0 0 1 0
Micranthocereus flaviflorus 0 0 0 0 1
Micranthocereus purpureus 0 0 0 0 1
Micranthocereus streckeri 0 0 0 0 1
Micranthocereus violaciflorus 0 0 0 1 0
Opuntia monacantha 0 0 1 0 0
Pilosocereus aurisetus 1 1 1 0 0
Pilosocereus fulvinatans 0 0 0 1 0
Pilosocereus glaucochrous 0 0 0 0 1
Pilosocereus pachycladus 0 0 1 1 1
Rhipsalis floccosa 1 1 0 1 1
Rhipsalis lindbergiana 1 1 1 1 1
Rhipsalis russellii 0 1 1 1 1
Stephanocereus luetzelburgii 0 0 0 0 1
Tacinga inamoena 0 0 0 1 0
Uebelmannia buiningii 0 0 1 0 0
Uebelmannia gummifera 0 0 1 0 0
Uebelmannia pectinifera 0 0 1 0 0
Total 7 7 16 21 24
173
FIGURA 4.1. Mapa mostrando os dois principais gradientes hipotéticos para a distribuição da avifauna dos campos rupestres e dos campos de altitude: 1 = de leste para oeste, da costa atlântica ao centro-sul de Minas Gerais; 2 = de sul para norte, dos campos de altitude mais meridionais, passando pela Cadeia do Espinhaço, até a região da Chapada Diamantina. Áreas acima de 1.000 m de altitude estão destacadas em cinza-escuro. Estados brasileiros: BA = Bahia; DF = Distrito Federal; ES = Espírito Santo; GO = Goiás; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo; TO = Tocantins.
174
0
510
1520
25
3035
4045
50
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37
Dias de levantamento
Núm
ero
cum
ulat
ivo
de e
spéc
ies
FIGURA 4.2. Curva cumulativa do número de espécies encontradas no Pico do Inficionado, Serra do Caraça, ao longo de 36 dias de amostragem (losangos) e estimativa jackknife (quadrados) para o mesmo conjunto de dados.
175
Similaridade (%) 100 75 50 25 0
AlegriaPau D’Arco Bananal Capivari Barão Cabral Respland. Almas Mucugê PalmeirasBatatal BrumasPalácio Boa VistaCurral Mascate Caraça PiedadeGandarela Inficionado SolCaparaó Itatiaia Órgaos Ibitipoca Papagaio
FIGURA 4.3. Dendrograma mostrando a similaridade da avifauna entre 26 áreas de campos rupestres e de altitude, utilizando o índice de Sørensen com UPGMA sobre dados de presença e ausência de 224 espécies de aves.
176
Alegria
Almas
Bananal
Barão
Batatal
Boa Vista
BrumasCabral
Caparaó
Capivari
Caraça Curral
Gandarela
Ibitipoca
Inficionado
Itatiaia
Mascate
Mucugê
Órgaos
Palácio
Palmeiras
Papagaio
Pau D’Arco
Piedade
Resplandecente
Sol
Longitude
Latitude
Altitude
Precipitação
Tméd
Tmáx
Tmín
Oceano
Eixo 1
Eix
o 2
FIGURA 4.4. Eixos 1 e 2 da CCA mostrando a ordenação de 26 áreas de campos rupestres (círculos abertos) e de campos de altitude (círculos fechados), com base na presença de 224 espécies de aves e suas correlações com variáveis geo-climáticas (representadas por vetores vermelhos). Legenda: Oceano = distância do oceano (km); Tméd. = temperatura média anual (oC); Tmáx. = temperatura máxima média (oC); Tmín. = temperatura mínima média (oC).
177
CAPÍTULO 5.
CONSERVAÇÃO DA AVIFAUNA DOS CAMPOS RUPESTRES E
DE ALTITUDE DO LESTE DO BRASIL
Os campos rupestres e de altitude do leste brasileiro são reconhecidos como
áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade. Como exemplos, recentemente
foram identificadas 19 áreas importantes para a conservação das aves no leste do Brasil,
ao longo das áreas de campos rupestres e de altitude tratadas na presente revisão
(Bencke et al., 2006), sendo elas: Parque Estadual do Morro do Chapéu (código BA05),
Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA12), Botumirim (MG07), Parque Estadual
do Rio Preto (MG09), Parque Estadual do Pico do Itambé/Serra do Gavião (MG10),
Serra do Cipó (MG11), Serra do Caraça (MG14), Ouro Preto/Mariana (MG16), Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro (MG17), Parque Estadual da Serra do Papagaio
(MG18), Parque Nacional do Caparaó (ES/MG01), Complexo Pedra Azul/Forno
Grande (ES07), Parque Estadual do Desengano e entorno (RJ01), Parque Nacional de
Itatiaia (RJ/MG01), Região Serrana do Rio de Janeiro (RJ02), Serra dos Órgãos (RJ04),
Serra da Bocaina (RJ/SP01), Serra da Mantiqueira (SP/MG01) e São Francisco
Xavier/Monte Verde (SP/MG02).
Além disso, diversas regiões de campos rupestres e de altitude foram
consideradas como prioritárias para a conservação da biodiversidade do Cerrado (MMA
et al., 1999) e da Mata Atlântica (Conservation International do Brasil et al., 2000). No
Cerrado, destacam-se as seguintes áreas de campos rupestres: Parque Nacional da
Chapada Diamantina (código 108), Diamantina (código 205), Grão Mogol (código 206),
Serra do Cipó (código 207) e Serra do Cabral (código 209). Na Mata Atlântica, foram
identificadas como áreas prioritárias: Lençóis/Andaraí (código 144), Pico do Barbado
(código 147), região de Ouro Preto/Serra do Caraça (código 232), Serra do Caparaó
(código 235), Pedra Azul/Forno Grande (código 236), Serra do Brigadeiro (código 242),
Serra de São José (código 245), Ibitipoca (código 250), Serra dos Órgãos (código 402),
Serra da Mantiqueira (código 404) e Serra da Bocaina (código 409).
No estado de Minas Gerais, todas as localidades de campos rupestres e de
altitude ocorrentes na Cadeia do Espinhaço (códigos 10, 30, 57 e 85) e na Serra da
178
Mantiqueira (código 112) foram indicadas como áreas de importância especial para a
conservação da biodiversidade (Drummond et al., 2005). Ainda em Minas Gerais, a
UNESCO reconheceu, recentemente, a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, pelo
fato de esta região abrigar espécies endêmicas da fauna e da flora e por ser uma das
maiores formações de campos rupestres no Brasil (UNESCO, 2008).
A revisão apresentada no capítulo 3 mostrou que espécies de aves endêmicas da
Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga vivem nos campos rupestres e de altitude do
leste do Brasil. Além deste caráter de contato entre formações vegetacionais distintas,
tais habitats abrigam suas próprias espécies endêmicas. Dentre as espécies de aves
ocorrentes nestas áreas, 16 são consideradas ameaçadas ou quase-ameaçadas de
extinção em nível global ou nacional (Tabela 5.1). É notável, entretanto, que algumas
discrepâncias sejam observadas entre as listagens global e nacional. Por exemplo, nestas
áreas existem quatro espécies ameaçadas e duas quase-ameaçadas no Brasil (Machado
et al., 2005), enquanto que, na lista global, são encontradas seis espécies ameaçadas e
10 quase-ameaçadas (BirdLife International, 2007) (Tabela 5.1). Dois exemplos são
Asthenes luizae e Poospiza cinerea, espécies não consideradas ameaçadas no Brasil,
mas incluídas na categoria de vulnerável em nível global (Tabela 5.1). Tais
discrepâncias se devem, principalmente, ao fato de estas listagens serem revisadas por
diferentes profissionais, de modo que, os revisores estrangeiros são mais conservadores
que os brasileiros, mantendo espécies em categorias de ameaça, mesmo após a
publicação de dados sobre extensões em suas áreas de distribuição geográfica (e.g,
Vasconcelos et al., 2002a).
Foram decretadas 33 reservas que preservam áreas representativas de campos
rupestres e de altitude ao longo da área de estudo, considerando-se apenas as Unidades
de Proteção Integral (Parques Nacionais, Estaduais e Municipais; Monumentos
Naturais) e uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (Camargos, 2001; Rocha et
al., 2005; Bencke et al., 2006; IBAMA, 2008; IEF-MG, 2008) (Tabela 5.2). As
Unidades de Uso Sustentável não foram consideradas neste estudo, uma vez que não
garantem a conservação das áreas de vegetação nativa, a exemplo da Área de Proteção
Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, decretada no Quadrilátero
Ferrífero (Camargos, 2001), onde quase todas as áreas de campos rupestres sobre canga
estão sendo rapidamente destruídas pela atividade mineradora (Jacobi, 2008).
Após a revisão do capítulo 3, apenas dois novos registros recentes para Augastes
scutatus e Asthenes luizae foram realizados no Parque Nacional das Sempre-Vivas
179
(Vasconcelos et al., 2008d), região anteriormente desconhecida ornitologicamente.
Adicionando-se Formicivora grantsaui (endêmica da Chapada Diamantina) à listagem
da Tabela 5.1, percebe-se que a representatividade de espécies endêmicas e ameaçadas
de extinção nas reservas ainda apresenta diversas lacunas de ocorrência (Tabela 5.3).
Por exemplo, Nothura minor não está representada em nenhuma unidade de
conservação. Espécies que apresentam distribuição geográfica relativamente ampla ao
longo da área de estudo e que poderiam ter sido registradas em mais unidades de
conservação são: Harpyhaliaetus coronatus, Primolius maracana, Aratinga
auricapillus, Phylloscartes difficilis, Culicivora caudacuta, Porphyrospiza caerulescens
e Poospiza cinerea (Tabela 5.3). Isto se deve, principalmente, ao fato de que a maioria
destas áreas protegidas nunca foi amostrada por ornitólogos. Neste aspecto, cabe
mencionar que nenhuma destas espécies de valor conservacionista ainda foi registrada
em oito destas 33 reservas (Tabela 5.3), o que reforça a necessidade de levantamentos
ornitológicos nestas áreas. Por outro lado, espécies tais como Augastes scutatus,
Augastes lumachella, Asthenes luizae, Polystictus superciliaris e Embernagra
longicauda são relativamente bem representadas nestas reservas ao longo de suas áreas
de distribuição geográfica (Tabela 5.3).
Dentre as reservas que abrigam maiores números de espécies endêmicas e
ameaçadas de extinção, destacam-se os Parques Nacionais da Chapada Diamantina e da
Serra do Cipó, além dos Parques Estaduais da Serra do Cabral e da Serra do Rola-Moça,
áreas onde recentes levantamentos foram realizados (capítulos 2 e 3).
Além das lacunas no conhecimento sobre espécies de aves endêmicas e
ameaçadas de extinção, tais reservas ainda não podem garantir a conservação de sua
avifauna devido a vários problemas de gestão e de controle de atividades clandestinas.
Alguns destes problemas são amplamente distribuídos em todas as unidades de
conservação, enquanto outros são mais locais, dependendo da região. Abaixo, são
apresentados alguns destes principais problemas que tornam um desafio a conservação
da avifauna e de toda a biota nessas reservas:
“Parques de papel”
Muitas das reservas aqui mencionadas existem apenas no papel, ou seja, foram
criadas por decreto, mas não houve implantação de qualquer tipo de obra de infra-
estrutura, nem contratação de pessoal, não havendo controle de atividades ilegais
(Salino & Almeida, no prelo). Exemplos são os Parques Estaduais de Serra Nova, Grão
180
Mogol, Serra do Cabral e o Parque Nacional das Sempre-Vivas. Além destes, o Parque
Nacional da Chapada Diamantina tem apenas cerca de 50% de sua área regularizada
(Bencke et al., 2006).
Muitas destas reservas foram criadas sem que os proprietários rurais tivessem
recebido qualquer tipo de compensação financeira por suas terras. Como resultado,
alguns ex-proprietários de terras, revoltados, ateiam fogo de maneira recorrente nos
campos rupestres dos Parques Estaduais da Serra do Cabral e de Grão Mogol, como
uma forma de reclamar pelo dinheiro que nunca receberam (ver abaixo). No Parque
Nacional das Sempre-Vivas, ainda vivem garimpeiros da região que continuam a
executar suas atividades de garimpo, além de plantarem roças, realizarem queimadas e
criarem animais, como bois e cavalos.
Falta de pessoal envolvido para fiscalização de atividades clandestinas
As equipes que trabalham nessas reservas, quando existentes, são compostas por
poucas pessoas, incapazes de fiscalizar amplas áreas de vegetação nativa contra a
pilhagem do patrimônio natural. Nas regiões situadas entre a Serra do Cipó e o planalto
de Diamantina, na Serra do Cabral e na Chapada Diamantina, muitas famílias vivem
com base na coleta e na venda de sempre-vivas, plantas endêmicas das famílias
Eriocaulaceae, Cyperaceae, Poaceae e Xyridaceae, valiosas para fins ornamentais
(Giulietti et al., 1987, 1997; Giulietti et al., 1988; Pirani et al., 1994; Harley, 1995).
Adicionalmente, turistas também coletam plantas raras e endêmicas, tais como
orquídeas, bromélias, cactos e lírios (Giulietti et al., 1987, 1997; Conceição, 2000;
Vasconcelos, 2000a). Na Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caraça, turistas
retiram canelas-de-ema (Velloziaceae) dos campos rupestres, usando-as como lenha em
acampamentos (Vasconcelos, 2000a). O mesmo ocorre na Chapada Diamantina, onde a
população local utiliza canelas-de-ema como lenha (Harley, 1995; Giulietti et al., 1997).
O fogo é outra ameaça significativa nesses topos de montanha e amplas áreas de
vegetação nativa queimam quase todos os anos nos Parques Nacionais da Chapada
Diamantina e da Serra do Cipó (Conceição, 2000; Ribeiro, 2006; obs. pess.). Na região
da Serra do Caraça, um incêndio criminoso afetou um dos brejos onde Scytalopus
iraiensis havia sido registrado. Após o incêndio, a espécie não foi mais encontrada nesta
área (obs. pess.). Infelizmente, muitos dos incêndios que ocorrem nos ambientes
campestres dos topos de montanha do leste do Brasil são causados por turistas que
acampam nessas áreas (ver abaixo), por criadores de gado que possuem pastagens nas
181
adjacências ou por ex-proprietários, descontentes por não terem sido pagos por suas
terras desapropriadas pela criação de reservas (Giulietti et al., 1997; Ribeiro, 2006). As
modificações ambientais causadas pelo fogo nos campos rupestres e de altitude incluem
o empobrecimento da flora nativa, facilitando a ocorrência de espécies de plantas
invasoras que competem por espaço e luz com as espécies nativas e endêmicas
(Martinelli & Orleans e Bragança, 1996; Safford, 1999a; Vasconcelos, 2000a;
Vasconcelos et al., 2002b; Harley & Giulietti, 2004; Martens, 2008; Mocochinski &
Scheer, 2008). Nos campos rupestres da Serra de São José, a presença de gado bovino
contribui para a fertilização do solo, facilitando o estabelecimento de plantas invasoras,
tais como o capim-gordura (Melinis minutiflora), que contribuem para o aumento dos
incêndios (Alves & Kolbek, 2009). A descaracterização da vegetação dos ambientes
campestres altimontanos é, assim, uma grave ameaça à sua avifauna, já que existem
várias interações entre aves e plantas nestas áreas (Vasconcelos & Lombardi, 2001;
Faustino & Machado, 2006; Machado et al., 2007a).
Turismo descontrolado
Muitas destas reservas, assim como suas adjacências, estão ameaçadas pelo
crescente turismo descontrolado. A recém-criada rota da “Estrada Real”, ligando a costa
do sudeste do Brasil (Parati e Rio de Janeiro) às serras de Minas Gerais, é uma perigosa
ameaça à conservação da avifauna dos campos rupestres e de altitude, uma vez que o
número de turistas aumenta rapidamente a cada ano. O asfaltamento de parte desta
“estrada ecológica” destruiu parcialmente os campos rupestres da localidade-tipo de
Asthenes luizae, uma espécie globalmente vulnerável (BirdLife International, 2007).
Este tipo de desenvolvimento representa uma séria ameaça a esta espécie de ave na
região (Gomes & Rodrigues, 2006a), como também à Coccoloba cereifera
(Polygonaceae), uma espécie de planta endêmica restrita e ameaçada de extinção (Melo,
2000; Mendonça & Lins, 2000; Viana et al., 2005).
Nos campos de altitude dos Parques Nacionais do Caparaó, do Itatiaia e da Serra
dos Órgãos, assim como no Parque Estadual do Ibitipoca, um grande número de turistas
acampa nos topos das montanhas, pisoteando a vegetação nativa e causando incêndios
acidentais. É comum encontrar centenas de pessoas acampadas nessas áreas durante
finais de semana, férias ou feriados. No Parque Nacional do Caparaó, mulas carregam
turistas aos campos de altitude (Vasconcelos, 2003). Esses animais pisoteiam e pastam a
182
flora nativa dos campos de altitude da Serra do Caparaó, composta por espécies de
plantas endêmicas e raras (Giulietti & Hensold, 1990; Leoni, 1997).
Fora das reservas, os impactos acima mencionados também representam
importantes ameaças à avifauna. Adicionalmente, outros impactos que afetam a
avifauna destes topos de montanha são representados principalmente pela mineração
(Vasconcelos et al., 1999b). No Quadrilátero Ferrífero, extensas áreas de campos
rupestres que ocorrem sobre afloramentos rochosos ricos em minério de ferro (canga)
têm sido rapidamente destruídas pela mineração (Jacobi et al., 2007; Versieux &
Wendt, 2007; Jacobi, 2008). A perda de áreas deste tipo especial de campos rupestres
provavelmente levou Augastes scutatus à extinção local em duas serras do Quadrilátero
Ferrífero (Vasconcelos, 1999b; H. B. Gomes, com. pess.). Além disso, esportes
“radicais” praticados por motoqueiros vêm causando profundas erosões na região
(Martens, 2008).
Conclusões
Apesar de as áreas de campos rupestres e de altitude do leste brasileiro serem
reconhecidas como prioritárias para a conservação da biodiversidade, além do fato de
um número relativamente expressivo de unidades de conservação ter sido criado nestas
regiões, pouco ainda é conhecido da avifauna de boa parte destas reservas.
Levantamentos biológicos (incluindo a avifauna) deveriam ser uma prioridade para os
órgãos gestores, que poderiam incentivar e facilitar a pesquisa dentro das unidades de
conservação. Em alguns casos, o levantamento da avifauna dentro destas reservas torna-
se extremamente burocrático e complicado, especialmente se envolver coleta de
exemplares, porque muitos gerentes não permitem ou apresentam um ponto de vista
radical contra esta atividade. Infelizmente, os recentes estudos de campo em ornitologia,
não apenas no Brasil, mostram um forte declínio nas atividades de coleta científica de
espécimes (e.g., Remsen, 1995; Winker, 1996; Peterson et al., 1998; Tubelis & Tomas,
2003; Freymann & Schuchmann, 2005). Vários são os motivos que os gestores usam
como argumento contra as atividades de coleta científica de aves. Dentre eles, existe a
falsa idéia de que os museus já estejam abarrotados de espécimes, não sendo mais
necessário coletar aves, de modo que tal atividade poderia comprometer a conservação
das espécies. Entretanto, cálculos científicos demonstraram que a coleta de exemplares
não afeta a maioria das populações de aves e que outras atividades humanas são as
183
grandes responsáveis pela maior perda da biodiversidade da avifauna (Remsen, 1995;
Oniki & Willis, 1996). Além disso, quase nada se sabe sobre variação geográfica das
espécies de aves no Brasil e novas espécies só puderam ser descritas com base em
coleta de material zoológico. Uma vez que uma nova espécie é descrita, maiores
argumentos se têm para conservar seu habitat. Deste modo, a coleta de exemplares
contribui para um maior conhecimento da avifauna, gerando informação de base para
sua conservação (Vuilleumier, 1988, 2000; Remsen, 1995; Rojas-Soto et al., 2002;
Stiles, 2002; Cuervo et al., 2006; Kannan, 2007), devendo ser vista pelos gestores como
uma atividade científica e não como uma pilhagem do patrimônio natural. Assim, mais
inventários avifaunísticos devem ser realizados nos topos de montanha do leste do
Brasil, visando um melhor conhecimento de sua avifauna. As recentes descobertas e
descrições de Asthenes luizae e Formicivora grantsaui (Vielliard, 1990b; Gonzaga et al,
2007) são bons exemplos de como a avifauna dos campos rupestres da Cadeia do
Espinhaço ainda é pouco conhecida. A partir destes levantamentos e de estudos sobre a
biologia das diversas espécies, será possível elaborar planos de manejo para a
conservação da avifauna e de seus habitats nestas áreas protegidas.
Os órgãos gestores também deveriam priorizar a implantação de infra-estrutura
nos “parques de papel”, assim como contratar um número realista de pessoas que
trabalhem na fiscalização de atividades ilegais nas unidades de conservação e em seus
arredores. Uma vez que incêndios tendem a se alastrar com facilidade nos campos
rupestres e de altitude durante a estação seca, a criação de brigadas de combate a
incêndios também deveria ser incentivada.
Além disso, cada reserva deveria investir esforços na elaboração de planos de
manejo, com a contratação de uma equipe multidisciplinar, visando zonear áreas onde
as atividades turísticas possam ou não ocorrer (ver Rocha et al. [2005]). É também
importante que estes estudos considerem o número máximo de turistas que podem
utilizar as áreas de acesso permitido, durante determinado período.
Por fim, uma vez que as atividades mineradoras vêm degradando rapidamente os
campos rupestres sobre canga, maiores esforços devem ser orientados para a criação de
reservas em áreas onde há este tipo especial de vegetação, tanto no Quadrilátero
Ferrífero (ver Salino & Almeida [no prelo]), quanto na região de Conceição do Mato
Dentro. A única reserva que preserva pequenas áreas de campo rupestre sobre canga é o
Parque Estadual da Serra do Rola-Moça (Viana, 2008).
184
TABELA 5.1. Espécies de aves ameaçadas ou quase-ameaçadas de extinção no Brasil e no mundo
registradas nos campos rupestres e de altitude do leste do Brasil. Categoria: NT = quase-ameaçada (near-
threatened); VU = vulnerável (vulnerable); EN = ameaçada (endangered).
Família / Espécie Brasil Mundo
Tinamidae
Nothura minor VU VU
Accipitridae
Harpyhaliaetus coronatus VU EN
Psittacidae
Primolius maracana NT NT
Aratinga auricapillus - NT
Trochilidae
Augastes scutatus - NT
Augastes lumachella - NT
Thamnophilidae
Drymophila genei - NT
Rhinocryptidae
Scytalopus iraiensis EN EN
Furnariidae
Cinclodes pabsti NT NT
Asthenes luizae - VU
Tyrannidae
Polystictus superciliaris - NT
Phylloscartes difficilis - NT
Culicivora caudacuta VU VU
Emberizidae
Porphyrospiza caerulescens - NT
Poospiza cinerea - VU
Embernagra longicauda - NT
185
TABELA 5.2. Reservas criadas nas localidades de campos rupestres e de altitude do leste do Brasil.
Códigos numéricos para as localidades são apresentados na Tabela 1.1, com exceção do Parque Nacional
das Sempre-Vivas, que não foi considerado na presente revisão. Estados: BA = Bahia; ES = Espírito
Santo; MG = Minas Gerais; RJ = Rio de Janeiro; SP = São Paulo.
Número Reservas Estados Localidades
1 Parque Estadual do Morro do Chapéu BA I.3
2 Monumento Natural Cachoeira do Ferro Doido BA I.3
3 Parque Nacional da Chapada Diamantina BA I.5, I.6, I.7, I.8, I.9, I.10
4 Parque Municipal de Mucugê BA I.10
5 Parque Municipal da Serra das Almas BA I.15
6 Parque Estadual de Serra Nova MG I.23
7 Parque Estadual de Grão Mogol MG I.24
8 Parque Nacional das Sempre-Vivas MG -
9 Parque Estadual da Serra do Cabral MG I.27
10 Parque Estadual de Biribiri MG I.30
11 Parque Estadual do Pico do Itambé MG I.32
12 Parque Estadual do Rio Preto MG I.32
13 Parque Nacional da Serra do Cipó MG I.35
14 Parque Estadual da Serra do Intendente MG I.35
15 Parque Municipal Salão de Pedras MG I.35
16 Monumento Natural Serra da Ferrugem MG I.35
17 Monumento Natural Serra da Piedade MG I.36
18 Parque Municipal das Mangabeiras MG I.38
19 Parque Municipal Paredão da Serra do Curral MG I.38
20 Parque Estadual da Serra do Rola-Moça MG I.39
21 Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caraça MG I.42
22 Parque Estadual do Itacolomi MG I.48
23 Parque Nacional da Serra do Caparaó ES/MG II.1
24 Parque Estadual da Serra do Brigadeiro MG II.3
25 Parque Estadual do Ibitipoca MG II.6
26 Parque Estadual da Serra do Papagaio MG II.7
27 Parque Nacional do Itatiaia MG/RJ II.8
28 Parque Municipal Itapetinga Grota Funda SP II.13
29 Parque Estadual da Pedra Azul ES III.1
30 Parque Nacional da Serra dos Órgãos RJ III.2
31 Parque Estadual do Desengano RJ III.2
32 Parque Estadual dos Três Picos RJ III.2
33 Parque Nacional da Serra da Bocaina RJ/SP III.3
186
TABELA 5.3. Ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas nas reservas em localidades de campos rupestres e de altitude do leste do Brasil. Códigos numéricos para as
reservas são apresentados na Tabela 5.2. As células preenchidas por cinza correspondem às localidades que estão dentro das áreas de distribuição geográfica de cada espécie.
Reservas Família / Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Tinamidae
Nothura minor
Accipitridae
Harpyhaliaetus coronatus X X
Psittacidae
Primolius maracana X
Aratinga auricapillus X
Trochilidae
Augastes scutatus X X X X X X X X X X
Augastes lumachella X X X X
Thamnophilidae
Formicivora grantsaui X
Drymophila genei X X X X
Rhinocryptidae
Scytalopus iraiensis X X
Furnariidae
Cinclodes pabsti X
Asthenes luizae X X X X X
Tyrannidae
Polystictus superciliaris X X X X X X X X X X X X X X
Phylloscartes difficilis X X
Culicivora caudacuta X X
Emberizidae
Porphyrospiza caerulescens X X X X X
187
TABELA 5.3. Continuação. Reservas
Família / Espécie 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Poospiza cinerea X X X
Embernagra longicauda X X X X X X X X X X X X X X X X
Total 3 1 5 1 1 0 2 2 5 0 4 4 9 3 0 0 3 1 4 6 4 3 2 0 2 1 3 0 1 2 0 0 1
188
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