universidade federal de mato grosso universitÁrio …
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE- ICS
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
MISS LENE DIAS
USO DE DROGAS ILICITAS ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM:
UMA REVISÃO DE LITERATURA
SINOP-MT
2018
MISS LENE DIAS
USO DE DROGAS ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM:
UMA REVISÃO DE LITERATURA
Trabalho de curso apresentado à banca examinadora
do curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Federal de Mato Grosso - Campus
Sinop, como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Enfermagem.
Orientador: Prof. Jean Carlos Lipreri da Silva
SINOP-MT
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
FOLHA DE APROVAÇÂO
MISS LENE DIAS
USO DE DROGASILÍCITAS ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM:
UMA REVISÃO DE LITERATURA
Este trabalho de curso foi submetido à avaliação por Banca Examinadora para obtenção do
título de: Bacharel em Enfermagem.
Aprovada na sua versão final em _____de _________de 2018, atendendo às normas da
legislação vigente da UFMT – Campus Universitário de Sinop e do Curso de Graduação em
Enfermagem.
___________________________________________
Prof. Jean Carlos Lipreri da Silva
Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Sinop
Orientador
___________________________________________
Prof. Dra. Pacífica Pinheiro Cavalcanti
Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Sinop
Banca Avaliadora
___________________________________________
Prof. Dra. Emiliane Silva Santiago
Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Sinop
Banca Avaliadora
Dedico este trabalho, primeiramente a DEUS, e às
pessoas que lutam diariamente ao meu lado,
transmitindo fé, paciência, e coragem, tornando os
meus dias mais felizes: Meus pais, JOÃO PEREIRA
RAMOS e, em especial, à minha mãe, MARIA
CELVA DIAS (in memoriam) que eu sempre amei e
amo.À minha família meu esposo, meus filhos e
irmãos.A esses e aos demais que, de alguma forma
contribuíram para essa vitória.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a DEUS por ter me dado força e coragem para batalhar pela
realização deste sonho. Em especial ao meu orientador, Prof Jean Carlos Lipreri., por ter
acreditado em minha pesquisa, pela paciência, auxílio e dedicação.
Aos meus pais, JOÃO PEREIRA RAMOS e, em especial, à minha mãe, MARIA
CELVA DIAS (in memoriam), que de onde estiver sempre esteve torcendo por mim, agradeço
também aos meus irmãos.
Ao meu esposo FRANCISCO CONCEIÇÃO DE ANDRADE pelo carinho, pela
paciência e pelo incentivo. Aos meus filhos KAIO DIAS DE ANDRADE, LUCAS DIAS DE
ANDRADE e ALAN RAFAEL DIAS DE ANDRADE pelas inúmeras vezes que não estive
presente em seus dias devido ao meu estudo.
E, finalmente, agradeço a todos os professores que muito me ensinaram, me
incentivaram durante esses quatro anos acadêmicos, e às minhas colegas de turma por todos
os momentos que passamos juntas.
“Ninguém caminha sem aprender a
caminhar, sem aprender a fazer o
caminho caminhando, refazendo e
retocando o sonho pelo qual se pôs
a caminhar.”
(Paulo Freire)
RESUMO
Nas últimas décadas, o consumo de substâncias ilícitas tornou-se uma das preocupações da
sociedade, um problema de saúde público devido à alta incidência dos problemas sociais
relacionados ao seu uso e os riscos causados à saúde dos usuários. O período de transição para
a universidade é um momento de vulnerabilidade a exposição a drogas, assim, os acadêmicos
tem o primeiro contato com algum tipo de substância nessa fase. O trabalho teve como
objetivo investigar oque há produzido na literatura sobre o uso de drogas entre acadêmicos de
enfermagem no Brasil. Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, do tipo revisão de
literatura, realizada no período de março a agosto de 2018. Utilizaram-se as palavras-chaves:
“enfermagem, drogas e acadêmicos” e as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical
LiteratureAnalysisandRetrieval System Online (MEDLINE) e a Scientific Electronic Library
Online (SciELO) para busca de artigos. Foram encontradas 149 publicações e, após a leitura
analítica obteve-se uma amostra de 10 artigos para desenvolver o estudo. Os artigos foram
sistematizados em uma tabela, elaborada pela própria autora, que continha informações como
ano de publicação, objetivo, número de participantes, instrumentos utilizados para a coleta de
dados, modo como ocorreu análise dos dados e resultados encontrados por meio de estatística
descritiva. Evidenciou-se sobre o uso de drogas ilícitas dentre os acadêmicos de enfermagem,
bem como as principais drogas, faixa etária, sexo e fatores que corroboram com o uso
contínuo dessas substâncias. Obtivemos como resultado que a prevalência do uso de drogas
ilícitas é mais predominante por estudantes do sexo masculino, de forma geral, porém o sexo
feminino é maior entre os participantes, a diferença ocorre devido à alta prevalência de
mulheres no curso de Enfermagem. A faixa etária nos estudos é de 18 a 30 anos de idade e as
drogas mais utilizadas de forma geral pelos acadêmicos, são maconha e cocaína. São
necessárias pesquisas que busquem e estudem as implicações das drogas nos universitários,
principalmente em relação aos acadêmicos do curso de enfermagem. De acordo com os
estudos apresentados, o consumo de drogas ilícitas afeta diretamente a vida dos acadêmicos
de Enfermagem, reforçando-o como um grave problema de saúde pública. Observa-se que as
drogas estão inseridas em qualquer ambiente, em qualquer classe social, sem distinção de raça
ou escolaridade, simplesmente por serem de fácil acesso. Espera-se que este estudo forneça
subsídios para pesquisas posteriores em relação ao combate do uso de drogas.
Palavras-chave: Enfermagem, Drogas, Acadêmicos.
ABSTRACT
In recent decades, the consumption of illicit substances has become a concern of society, a
public health problem due to the high incidence of social problems related to its use and risks
to users' health. The transition period to the university is a time of vulnerability to exposure to
drugs, thus, academics have the first contact with some kind of substance at that stage. The
objective of this study was to investigate what has been produced in the literature on the use
of drugs among nursing students in Brazil. This is a study with a quantitative approach, a type
of literature review, carried out from March to August of 2018. Key words: "nursing, drugs
and academics" and the databases Virtual Health Library (VILS), Latin American and
Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online (MEDLINE) and the Scientific Electronic Library Online (SciELO)
for articles search. A total of 149 publications were found and, after analytical reading, a
sample of 10 articles was developed to develop the study. The articles were systematized in a
table, prepared bytheauthor, which contained information such as year of publication,
objective, number of participants, instruments used to collect data, how data analysis and
results were found by means of descriptive statistics. The use of illicit drugs among nursing
students, as well as the main drugs, age range, gender and factors that corroborate the
continuous use of the sesubstances was evidenced. As results, the prevalence of illicit drug
use is more predominant among male students, in general, but the female sex is higher among
the participants, the difference is due to the high prevalence of women in the Nursing course.
The age range in studies is 18 to 30 years of age and the drugs most commonly used by
academics are marijuana and cocaine. Research is needed to look for and study the
implications of drugs in college students, especially in relation to nursing students. According
to the studies presented, the consumption of illicit drugs directly affects the life of nursing
students, reinforcing it as a serious public health problem. It is observed that drugs are
inserted in any environment, in any social class, without distinction of race or education,
simply because they are easily accessible. It is hoped that this study will provide insights for
further research into the fight against drug use.
Keywords: Nursing, Drugs, Undergraduate students.
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro1. Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação,
objetivos, instrumento de coleta de dados, metodologia de análise, número de participantes e
resultados. ................................................................................................................................. 20
Tabela 1. Ano de publicação dos estudos selecionados. ....................................................... 266
Tabela 2. Instrumentos utilizados para a coleta de dados. ....................................................... 27
Tabela 3. População de estudo e o número de artigos selecionados. ...................................... 28
Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABP – Associação Brasileira De Psiquiatria
ASSIST –Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test
BVS – Biblioteca Virtual de Saúde
CASS-Coordenação de Assistência Social e Saúde do Servidor
CICAD-Comissão Interamericana de Combate ao Álcool e outras Drogas
FAEMA – Faculdade de Educação e Meio Ambiente
LILACS-Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE –Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MT – Mato Grosso
OMS – Organização Mundial de Saúde
SENAD – Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
SNC – Sistema Nervoso Central
USP – Universidade de São Paulo
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso
UNODC – United Nations Office on Drugs and Crime
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13
1.1 DROGAS: DEFINIÇÕES E CONCEITOS ..................................................... 13
1.2 O USO DE DROGAS ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS ........... 14
2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 18
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 18
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 18
3 MÉTODOS ........................................................................................................................ 19
4 RESULTADOS .................................................................................................................. 20
5 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 26
5.1 ANO DE PUBLICAÇÃO/ÁREA .................................................................... 26
5.2 OBJETIVOS DAS PESQUISAS SELECIONADAS ...................................... 26
5.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................. 27
5.4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 27
5.5 NÚMERO DE PARTICIPANTES .................................................................. 28
5.6 IDADE DOS PARTICIPANTES E USO DE DROGAS ................................ 29
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 34
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 35
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 DROGAS: DEFINIÇÕES E CONCEITOS
Barbosa e Dalgalarrondo (2003) definem as substâncias psicoativas, drogas
psicoativas, ou somente drogas, como aquelas capazes de modificar as funções do sistema
nervoso central (SNC) produzindo euforia ou alterando estados de consciência e vigília. A
Organização Mundial da Saúde (1993) considera droga toda e qualquer substância de ordem
natural ou sintética que ao ser administrada em um ser vivo provoca alterações em mais de
uma função no organismo.MACRAE(2003), associa o consumo de tais substâncias a diversos
fins: festivos, místicos/religiosos, terapêuticos e prazerosos, entre outros.
Segundo os autores Benfica e Vaz(2008), as drogas podem ser classificadas de
diferentes formas, como descritas a seguir: Entorpecentes: substâncias que causam torpor,
obnubilação mental (estado de perturbação da consciência), alívio de dor e até supressão da
atividade física e mental. Nesta classe, temos os derivados do ópio, produtos sintéticos
provenientes da morfina, cocaína, maconha, etc. Psicotrópicos: substâncias que agem sobre o
sistema nervoso central (SNC) produzindo excitação, depressão e aberrações das funções
mentais. Ainda conforme os autores, a última classe pode ser subdividida em: psicoléticos,
psicanalíticos e psicodisléticos. Os primeiros são responsáveis por inibir a atividade mental,
como os barbitúricos, tranquilizantes maiores (Amplictil) e tranquilizantes menores
(Librium).Já os psicoanaléticos estimulam a atividade mental, como anfetamina e benzedrina.
Por último estão os psicodisléticos, substâncias despersonalizantes e alucinogênicas que
podem causar euforia(álcool, ópio, cocaína), e alucinações (maconha, LSD).
De acordo com estudos realizados no Brasil, até o ano de 2010 cerca de 250 milhões
de pessoas já haviam utilizado drogas ilícitas, com maior prevalência para a maconha
(BRASIL, 2010). Com relação às drogas legalmente liberadas, 25% da população adulta já
havia feito uso de tabaco e 2 bilhões de pessoas do álcool (UNODC, 2008).
As drogas lícitas ou ilícitas, assim como os estímulos ambientais prazerosos (comer,
beber água, manter relações sexuais) alteram o funcionamento do cérebro, mais precisamente
dos neurotransmissores e receptores, substâncias químicas responsáveis pela comunicação
entre os neurônios. Atuando principalmente sobre o sistema mesolímbico e o sistema
mesocortical, que estão diretamente relacionados ao condicionamento, compulsão e perda de
controle do uso das substâncias (FORMIGONI et al., 2016). Os autores ressaltam, ainda, que
apesar de cada droga possuir seu próprio mecanismo de ação, todas atuam, direta ou
indiretamente, no sistema de recompensa cerebral. Constituído por circuitos neuronais esse
14
sistema é responsável pelas ações reforçadas positiva e negativamente. Quando exposto a um
estímulo prazeroso o seu núcleo accumbens, região central de importante ligação com os
efeitos das drogas de abuso,é exposto a um aumento brusco de dopamina. Assim, estímulos
prazerosos como a ingestão de alguns alimentos, a atividade sexual e ambientes agradáveis,
como olhar uma paisagem bonita ou escutar uma música da qual gostamos, elevam a
produção desse neurotransmissor. As drogas de abuso atuam conforme esse mesmo
mecanismo, tornando mais provável à busca pela droga.
Acerca deste assunto, a Comissão Interamericana de Combate ao Álcool e outras
Drogas (CICAD 1996) já realçava no ano de 1996 os problemas do uso indevido de drogas,
sua demanda e suas consequências graves para a saúde humana, bem como a evidência de
comprovados efeitos deploráveis à saúde humana e mental dos indivíduos.
1.2 O USO DE DROGAS ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
O comportamento de saúde de cada ser humano pode ser influenciado e alterado a
partir dos sentimentos, crenças, hábitos de vida e até mesmo ensino familiar. Esses
comportamentos são responsáveis pelo sentimento de bem-estar, seja em relação a si próprio
ou à sociedade. O estilo e a qualidade de vida de um indivíduo variam segundo a idade e as
experiências vividas por cada um (CAMPOS et al., 2016).
O uso de drogas e suas decorrências levam preocupação mundial devida o número
crescente de usuários e as consequências que acarretam na vida do indivíduo e sociedade. Os
universitários formam a classe de consumo de drogas mais intenso e frequente comparado à
população geral. A maconha é a principal droga consumida (entre 143 e 190 milhões de
pessoas);anfetaminas, cocaína, opiáceos e ecstasy seguem atrás da primeira droga (UNODC,
2008).
A transição da adolescência para a vida adulta, associada ao ingresso na vida
universitária e à ausência dos pais, proporcionam diferentes experiências, as quais dependem
exclusivamente do comportamento que cada um irá adotar ao longo dessa nova jornada. Os
comportamentos de risco relacionam-se principalmente à saúde do indivíduo, seja de ordem
física ou psicológica, e aos hábitos de vida empregados por eles, tornando os universitários
um grupo vulnerável e frágil para lidar com as mais diferentes situações, dentre elas, o
consumo de drogas (CAMPOS et al., 2016).
Muitos jovens têm o primeiro contato com as drogas dentro do campus da
Universidade, um ambiente vulnerável e aberto para o consumo, sejam elas drogas lícitas ou
15
ilícitas; e apontam a importância de se acompanhar os jovens nesse período, visto que muitos
passam a consumi-las constantemente. Acredita-se que o consumo de drogas por
universitários nesta fase da vida seja facilitado especialmente pela necessidade de
autoafirmação, após tornarem-se vulneráveis a muitas situações. Fatores como a ausência da
família e sentimentos como a solidão podem desencadear esse comportamento na vida dos
mesmos. Outro fator é o fácil acesso à compra dessas substâncias no âmbito universitário
(NASCIMENTO e CAIXETA, 2013; FERRO et al., 2014).
Segundo Gabatz e colaboradores (2013), os principais motivos para o consumo de
drogas entre universitários estão relacionados a fatores como influência de amigos,
dificuldades pessoais, droga como facilitador de relações sociais e dificuldade em lidar com
frustrações. Um estudo realizado no ano de 2010, na Universidade de São Paulo (USP),
identificou que quase 50% dos estudantes entrevistados já haviam feito uso de alguma droga,
e destes aproximadamente42% eram menores de 18 anos quando experimentaram bebidas
alcoólicas pela primeira vez (ZOTESSO et al., 2018). Christoff (2017) afirma ainda que o uso
de drogas ilícitas no meio universitário não é moderado e aponta como as principais drogas
utilizadas por essa população a maconha e a cocaína.
Segundo o I Levantamento Nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas,
realizado em 2010com universitários das 27 capitais brasileiras, entre os
sujeitospesquisados49% já havia experimentado alguma droga ilícita ao menos uma vez na
vida; 8% corriam risco de desenvolver dependência de maconha;aproximadamente 40% dos
universitários haviam usado duas ou mais drogas nos últimos 12 meses e 43% relataram já ter
feito uso múltiplo e simultâneo de drogas na vida. Desses 43%, cerca de 50% alegaram como
motivação para o consumo o fato de que o uso de drogas lhes possibilitava esquecer os
“problemas da vida” (BRASIL, 2010). Segundo Moraes et al. (2013), a prevalência do uso de
drogas ilícitas entre universitários é de maconha (16%) e cerca de 2% para cocaína, mesclado,
merla, bazuca ou pasta de coca.
A pesquisa realizada em 2010 ainda aponta que os universitários das regiões Sul e
Sudeste tem maior risco de usar substâncias ilícitas (geral), bem como indivíduos de
instituições privadas, da área de Humanas, do período noturno e com idade acima dos 35
anos. Sabe-se que ambos os gêneros (masculino e feminino) estão propensos ao uso de
drogas. O uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas por universitários brasileiros e norte-
americanos é semelhante, havendo algumas singularidades: o uso de maconha é mais
propagado entre os universitários norte-americanos e o uso de inalantes entre os universitários
brasileiros(BRASIL,2010).
16
Em estudo conduzido em uma universidade pública de Santa Catarina,por Zeferino e
colaboradores (2015), com acadêmicos dos cursos de Ciências da Saúde, Ciências Sociais e
Ciências Humanas, foi possível averiguar que os estudantes que faziam parte das Ciências da
Saúde mostraram menores probabilidades de consumir drogas ilícitas quando comparados
com os demais. Os estudantes das Ciências Sociais/Humanas eram mais vulneráveis ao uso de
drogas ilícitas (ZEFERINO et al., 2015). Outro estudo também apontou que a área de
Humanas possui um percentual maior de alunos que aprovam a experimentação e o uso
regular das drogas, além de possuírem a maior proporção de usuários(BRASIL,2010).
A dependência às drogas é caracterizada principalmente pela ocorrência de sintomas e
sinais de ordem cognitiva, comportamental e fisiológica. Estas alterações desencadeiam a
perda de controle do indivíduo sobre si mesmo, levando ao consumo continuado apesar dos
efeitos adversos que se manifestam no mesmo (DUVICQ et al., 2004).O tratamento para os
indivíduos que apresentam dependência de drogas, apesar de existir, é alvo de muitos
desafios, pois lida com as diferenças frente aos indivíduos acometidos, as diferentes
substâncias usadas, altos custos financeiros, falta de recursos humanos especializados e por
fim, a dificuldade na obtenção de materiais terapêuticos específicos (RIGOTTO e GOMES,
2002).
As substâncias psicoativas ilícitas apresentam um mercado variável e significativo de
produtos que chegam facilmente às mãos dos jovens ainda na adolescência, e é considerado
um problema que apresenta potencial agravante nas questões como desenvolvimento social,
bem-estar e saúde da população, independente de classe social, cor ou crenças. Apresenta
problemas complexos e de difícil controle para os órgãos públicos, especialmente no
atendimento e acompanhamento integral dessa parcela da população, em que os impactos
tanto para a saúde quanto para a sociedade são imensos (MAGALHÃES et al., 2015).
O uso e tráfico de drogas é um problema mundial, pois apresentam causas diversas e
uma abrangência que não reconhece limites territoriais, sociais ou de idade (DUVICQ et al.,
2004). As consequências do uso de drogas incluem danos sociais diversos, tais como a
ocorrência de acidentes de trânsito, prejuízos no desempenho ocupacional/escolar, prática de
diversos atos ilícitos, perda de emprego, perdas físicas e psíquicas, rompimento de vínculos
familiares, perda de bens materiais, violência doméstica, agressões sexuais, dentre outros
(OLIVEIRA, 2006; ZEITOUNE et al., 2012).
É possível notar que a relação do ser humano com a droga não é um fato atual e sim
um fenômeno bastante antigo na história da humanidade, levando a consequências pessoais,
sociais e culturais que atingem principalmente os jovens da nossa sociedade. O uso de drogas
17
entre estudantes universitários configura-se um problema social atual que abrange discussões
em todo o contexto da vida universitária, especialmente com o término da adolescência e o
início da idade adulta (AZEVEDO, 2013).
Diante do exposto surge a seguinte pergunta de pesquisa: o que há produzido na
literatura a respeito do uso de drogas por acadêmicos de enfermagem no Brasil? A escolha do
tema para este levantamento, baseou-se na observância dos aspectos inusitados do cotidiano
universitário sobre este assunto bem como seus comentários no meio acadêmico, e também
devido à presença das drogas ilícitas em diversos níveis sociais, ligadas principalmente aos
jovens da nossa sociedade .Reforçando os motivos apresentados, Zeferino et al. (2015) que
apontam crescente número de dependentes químicos entre profissionais da saúde.
18
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Investigar o perfil do consumo de drogas ilícitas por acadêmicos de cursos de
graduação em Enfermagem por meio de uma revisão de literatura.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Descrever as principais drogas ilícitas utilizadas por acadêmicos de Enfermagem;
Identificar os possíveis fatores associados ao uso de drogas ilícitas por acadêmicos
de Enfermagem.
19
3 MÉTODOS
Trata-se de um estudo do tipo revisão de literatura. Segundo Gil (2010), a revisão de
literatura é caracterizada por ser uma nova forma de apresentar um determinado assunto,
sendo de caráter descritivo com base em resultados já publicados. A principal vantagem da
pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de
fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.
O estudo foi realizado na Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT) – Campus
Sinop, entre março a outubro de 2018.
A fim de atingir o objetivo do estudo em questão, utilizou-se a combinação das
palavras-chave “acadêmico, enfermagem e drogas ilícitas” em pesquisas nas bases de dados
da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS),Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e
Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Ao final das buscas foram encontradas 149 publicações ao total. Procedeu-se então, a
leitura e seleção das publicações a serem analisadas de acordo com os seguintes critérios de
inclusão: estudos com dados de análise quantitativa, publicados em português, possuindo
acadêmicos de enfermagem como sujeitos da pesquisa, tendo relação com a pergunta
previamente estabelecida. Os critérios de exclusão foram: estudos que não contemplavam o
tema principal do trabalho, que tratavam apenas do uso de drogas lícitas (álcool e tabaco),
possuíssem outro idioma que não fosse o português, resumos com resultados parciais e
naqueles que a população participante não fosse acadêmicos de enfermagem. Não foram
estabelecidos limites quanto ao ano de publicação.
Após a leitura analítica obteve-se uma amostra de dez publicações que atendiam aos
critérios de inclusão do estudo. Os artigos foram sistematizados em uma tabela, elaborada
pelaprópria autora, com informações referentes ao título, ano, área de publicação, objetivos,
instrumento de coleta de dados, métodos de análise de dados, número de participantes e
resultados encontrados por meio de estatística descritiva.O estudo foi baseado em dados já
publicados, a partir de resultados de estudos de domínio público que não possuíam
informações quanto à identificação do sujeito e, portanto, dispensa o parecer de um comitê de
ética.
20
4 RESULTADOS
Quadro1. Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados, metodologia
de análise, número de participantes e resultados.
Au
tor /
An
o
Título Área de
Publicação Objetivos
Instrumento de
Coleta de Dados
Método de
Análise de
Dados
Número
de Participantes Resultados
GA
BR
IEL
et a
l., 2004
Consumo de
álcool e drogas
ilícitas entre
estudantes de
Medicina,
Biologia e
Enfermagem
Revista da
Faculdade de
Ciências Médicas
de Sorocaba
Analisar o uso
de bebidas
alcoólicas e
drogas ilícitas
entre os
estudantes dos
primeiros anos
de Biologia,
Medicina e
Enfermagem.
Questionário
individual proposto
pela OMS com 161
perguntas de múltipla
escolha.
Análise
inferencial por
meio dos testes
Kruskal-walli;
Mann-Whitney;
Qui-Quadrado.
Total de 160
participantes, sendo 27
acadêmicos de
enfermagem
(4 homens e 23
mulheres).
Idade de 18 a 30 anos com
média de 21 anos.
Em relação ao uso de drogas
ilícitas: 29,6 % já fez uso de
maconha pelo menos uma
vez na vida; 11,1% uso de
cocaína;1,1% uso de
solventes.Para os
alucinógenos,
anfetaminas,ecstasy e merla
não houveram usuários.
SF
ER
RA
, 2
01
4 Identificação
do uso de
drogas lícitas e
ilícitas por
acadêmicos de
Enfermagem
TCC do Curso de
Graduação em
Enfermagem do
Instituto
Municipal de
Ensino Superior
de Assis
Investigar o uso
de álcool,
tabaco e drogas
por acadêmicos
de enfermagem
de uma
faculdade
privada da
cidade de Assis-
SP.
Questionário
estruturado elaborado
pela autora.
Análise
descritiva.
95 alunos do 1° ao 5°
ano do curso de
Enfermagem. 82% eram
do sexo feminino e 18%
do sexo masculino.
68% possuíam de 18 a 28
anos. 11% já fizeram uso de
algum tipo de droga ilícita
(Ecstasy,
Anfetaminas/estimulantes
sem prescrição médica,
cocaína, crack, maconha e
inalantes).
21
Cont. do Quadro1. Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,
metodologia de análise, número de participantes e resultados.
Au
tor /
An
o
Título Área de
Publicação Objetivos
Instrumento de
Coleta de Dados Análise de Dados
Número
de Participantes Resultados
BO
TT
I et
al.
,2010 Uso de
substâncias
psicoativas entre
acadêmicos de
Enfermagem da
Universidade
Católica de
Minas Gerais
Revista Eletrônica
Saúde Mental
Álcool e Drogas
Identificar o
padrão de
consumo de
substâncias
psicoativas entre
estudantes do
curso de
Enfermagem.
Questionário
adaptado do
instrumento proposto
pela OMS.
Analise descritiva-
quantitativa.
393 estudantes do
curso de Enfermagem,
ambos os sexos.
Faixa etária de 17 a 34
anos; Porcentagem do
uso em “alguma vez na
vida”:Ansiolíticos
(19,08%);Inalantes
(15,52%);Anorexígeno
s
(13,99%);Maconha(12,
72%);
Cocaína (2,29%).
MA
RT
INH
Oet
al.
, 2
009
Uso de álcool e
drogas por
acadêmicos dos
cursos de
Enfermagem,
Biologia e
Medicina da
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Revista da
Faculdade de
Ciências Médicas
de Sorocaba
Verificar a
prevalência do uso
de bebidas
alcoólicas e
drogas entre os
estudantes, e
despertar a
comunidade
acadêmica através
dos resultados
obtidos.
Questionário da OMS
que contém com 161
questões do tipo
múltipla escolha.
Análise estatística
com o teste Qui-
quadrado.
Dos 104 alunos
entrevistados, 36
cursavam
Enfermagem, com
preponderância para o
sexo feminino 80,55%.
Entre os alunos de
Enfermagem 55,50%
tem entre 21 e 24 anos,
com idades entre 19 e
34 anos.
Em relação ao uso de
drogas alguma vez na
vida: 33,3 % já
utilizaram anfetaminas;
16,6% maconha;
13,8% solventes;
5,5% alucinógenos;
5,5% ecstasy; 5,5%
opiáceos; 2,7 %
cocaína;
2,7 anticolinérgicos.
22
Cont. do Quadro2. Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,
metodologia de análise, número de participantes e resultados.
Au
tor /
An
o
Título Área de
Publicação Objetivos
Instrumento de
Coleta de Dados Análise de Dados
Número
de Participantes Resultados
SO
UZ
A e
t al
., 2
011 Prevalência do
uso de drogas
entre
acadêmicos de
uma
universidade do
Centro-Sul
Piauiense
XX Seminário de
Iniciação Científica
III Seminário em
Desenvolvimento
Tecnológico e
Inovação
Investigar o
consumo de
drogas ilícitas
entre
universitários e
os principais
motivos que
favorecem o seu
uso entre
estudantes;
definir o perfil e
situação
socioeconômica
destes; listar as
principais drogas
consumidas.
Questionário com
perguntas objetivas,
que abordaram dados
pessoais,
socioeconômicos,
sobre a situação
acadêmica e
específicos em relação
ao uso de drogas.
Estatística
descritiva.
166 acadêmicos do
curso de Enfermagem,
dos quais 124 eram do
sexo feminino (74,7%).
Maior faixa etária
compreendida entre 21
a 24 anos (47%).
Dos 21 alunos
(12,7%) que
afirmaram ter usado
drogas, 5 (3%)
experimentaram lança
perfume, 4 (2,4%)
maconha, 2 (1,2%)
cocaína e 20 (12%)
loló.
23
Cont. do Quadro 1.Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,
metodologia de análise, número de participantes e resultados.
Au
tor /
An
o
Título Área de
Publicação Objetivos
Instrumento de
Coleta de Dados Análise de Dados
Número
de Participantes Resultados
NÓ
BR
EG
A e
t al
.,2012 Policonsumo
simultâneo de drogas
entre estudantes de
graduação da área de
Ciências da Saúde de
uma Universidade:
implicações de
gênero, sociais e
legais
Revista Texto &
Contexto
Enfermagem
Entender os
padrões de
policonsumo
simultâneo de
drogas e suas
implicações de
gênero, sociais e
legais entre
estudantes
universitários.
Questionário
anônimo
autoaplicável
construído pelos
investigadores no
qual foram
incorporadas
algumas questões
de instrumentos
publicados na
literatura.
Os dados foram
analisados de
maneira descritiva
e inferencial.
275 estudantes de
Ciências da Saúde do
1º e 2º anos dos
cursos de graduação
da instituição.
Estudantes de
enfermagem(32);
Medicina (116);
Farmácia (39);
Nutrição (45);
Fisioterapia(30);
Terapia Ocupacional
(13).
11,6% eram
estudantes de
Enfermagem, de 18 a
51 anos.A
combinação das
drogas nos últimos 12
meses, seguido da
combinação de álcool
+ medicamentos
prescritos 22%,
combinação de álcool
+ tabaco +
cannabis16%, tabaco
+ cannabis 8%,tabaco
+ drogas
prescritos 8%. Outras
combinações feitas
nos últimos 12 meses
42%, álcool + tabaco
5,5%; álcool + tabaco
+ inalantes 4%, e
PCSD de álcool +
tabaco+ drogas
prescritas feito por
7%.
24
Cont.do Quadro 1.Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,
metodologia de análise, número de participantes e resultados.
Au
tor /
An
o
Título Área de
Publicação Objetivos Instrumento de
Coleta de Dados Análise de Dados
Número
de Participantes Resultados
FR
EIT
AS
et
al.,
2015
Perfil dos estudantes
de uma instituição de
ensino superior
quanto ao uso de
álcool e outras drogas
Revista Ciência
Plural
Traçar o perfil dos
estudantes
universitários no
tocante ao uso de
álcool e outras
drogas.
Questionário com
41 questões
adaptadas do
instrumento
utilizado pelo
CEBRID – OMS.
Para a análise
estatística foi
realizado o teste
de Qui-quadrado.
Dos 84 entrevistados,
33 estavam
regularmente
matriculados nos
cursos de
Enfermagem.
58,3% eram mulheres
e 41,7% homens (no
geral).
As drogas mais
consumidas (idade
entre 18 e 33 anos)
são álcool, cigarro,
maconha, substâncias
inalatórias, cocaína,
LSD, chá de
cogumelo e ecstasy.
PIC
OL
OT
TO
et
al., 2
01
0 Prevalência e fatores
associados com o
consumo de
substâncias
psicoativas por
acadêmicos de
enfermagem da
Universidade de
Passo Fundo
Revista Ciência e
Saúde Coletiva
Investigar o
consumo de
substâncias
psicoativas e seus
determinantes
pelos acadêmicos
de enfermagem da
Universidade de
Passo Fundo
visando à redução
do uso.
Questionário sobre
o uso de
substâncias
psicoativas do
Centro Brasileiro
de Informações
sobre Drogas
Psicotrópicas,
complementado
com as variáveis
sócio demográficas.
Análise estatística
descritiva e
inferencial.
Dos 263 acadêmicos
participantes, houve
predomínio do sexo
feminino (82%).
A média de idade foi
de 23,36 anos. Em
relação ao uso de
drogas 29,3% já
utilizaram
estimulantes alguma
vez, 23,7% fez uso de
benzodiazepínicos,
19,2% de maconha,
7,5% de solventes,
4,5% cocaína, 4,1%
narcóticos, 3,1% de
drogas perturbadoras
do SNC, 0,8%
anabolizantes,0,4%
orexígenos, 0,4%
barbitúricos.
25
Cont.do Quadro1.Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,
metodologia de análise, número de participantes e resultados.
Au
tor /
An
o
Título Área de
Publicação Objetivos
Instrumento de
Coleta de Dados Análise de Dados
Número
de Participantes Resultados
VA
LE
et
al.,
2014 Perfil do Consumo de
álcool, tabaco e
maconha entre
graduandos em
Enfermagem da
Faculdade de
Educação e Meio
Ambiente – FAEMA
Revista Científica
FAEMA
Identificar o perfil
de consumo de
drogas entre os
acadêmicos de
enfermagem da
FAEMA.
1. Questionário
socioeconômico
2. Adaptação do
questionário
denominado: Teste
de Triagem do
Envolvimento com
Álcool, Cigarro e
Outras Substâncias
(ASSIST).
Análise descritiva.
População de 137
alunos,
sendoamaioria116
(85%) composta por
mulheres.
20 a 24 anos
Dos 113 que
consumiram drogas:
66(58%) relataram
consumo de apenas
álcool,30(27%)álcool
e tabaco, 16(14%)
álcool, tabaco e
maconha e 1(1%)
álcool e maconha
MA
RD
EG
AN
et a
l.,
20
07
Uso de substâncias
psicoativas entre
estudantes de
Enfermagem
Jornal Brasileiro
de Psiquiatria
Identificar o perfil
do uso de
substâncias entre
os universitários
do curso de
Enfermagem do
Centro de
Ciências da Saúde
da Universidade
Federal do
Espírito Santo.
Adaptação do
instrumento
proposto pela
OMS.
Transversal, do
tipo quali-
quantitativo.
Acadêmicos de
enfermagem dos 8
períodos,
contabilizando 239
alunos com amostra
final de 179
estudantes.
Consumo de maconha
por homens 20,7%;
mulheres 4,1%.
Cocaína utilizada
apenas por homens
(3,4%). Uso de álcool
(82,1%);tabaco(22,3%
);ansiolíticos(13,4%);
anfetamínicos(11,7%);
solventes(11,2%);mac
onha
(6,7%),barbitúricos,
anticolinérgicos,
alucinógenos e
cocaína (0,6%)
26
5 DISCUSSÃO
5.1 ANO DE PUBLICAÇÃO/ÁREA
Os estudos escolhidos para compor esse estudo foram publicados entre os anos de
2004 a 2017, majoritariamente em revistas da área da saúde, sendo oito artigos científicos, um
trabalho de conclusão de curso e um resumo apresentado em evento .Ainda em relação ao
período de publicação, os anos de 2010 e 2014 foram os mais prevalentes dentro dos dez
artigos selecionados, conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1. Ano de publicação dos estudos selecionados.
Ano Nº %
2004 1 10
2007 1 10
2009 1 10
2010 2 20
2011 1 10
2012 1 10
2014 2 20
2015 1 10
Moura (2017)em revisão integrativa com levantamento de pesquisas sob a temática do
uso de drogas por estudantes universitários identificou publicações nos anos de 2011 a 2015,
destacando o ano de 2013 como o de maior prevalência. O número crescente de publicações
demonstra o interesse e preocupação dos pesquisadores em relação à temática, estando
correlacionado ao aumento do uso de drogas ilícitas pelos jovens (SOARES et al.,2011).
5.2 OBJETIVOS DAS PESQUISAS SELECIONADAS
Os principais objetivos descritos nos artigos analisados podem ser sintetizados em
investigar o uso de drogas ilícitas dentre os acadêmicos do curso de Enfermagem, bem como
evidenciar as principais drogas e fatores que corroboram com o uso contínuo destas
substâncias.
Wagner e Andrade (2008) destacam como objetivo comum aos estudos presentes na
literatura, traçar o perfil e as características do consumo de drogas entre os acadêmicos,
visando o aprimoramento dos mecanismos de prevenção presentes nas universidades e a
obtenção de dados para a comunidade.
27
5.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Em relação à metodologia, todos se enquadravam em estudos quantitativos do tipo
transversal, assim englobavam conteúdos de utilidade descritiva e quantitativa da população,
com identificação de grupos de risco e informações acerca do planejamento e ações que
buscam compreender e promover atuações de saúde, principalmente preventivas em relação
ao uso de drogas (BASTOS e DUQUIA, 2007).
É possível identificar que todos os estudos analisados utilizaram algum tipo de
questionário para a obtenção dos dados (Tabela 2).
Tabela 2. Instrumentos utilizados para a coleta de dados.
Instrumento Nº %
Elaboração Própria do autor 5 50
Assist* 1 10
Formulário indicado pela OMS 3 30
Outros 1 10
Percebe-se que em relação ao questionário em si, metade dos estudos optaram por
elaboração do seu próprio questionário. Tal escolha pode ser justificada pelo fato de que a
utilização de questionários validados não contemplaria todas as informações necessárias para
atender ao objetivo proposto, fato confirmado por Aakeret al. (2001) ao observar que ao se
elaborar um questionário não existem garantias quanto a qualidade dos objetos
medidos.Entretanto, mesmo com as necessidades específicas, um questionário a parte poderia
ter sido criado para contemplar as variáveis não abordadas em questionários validados.
Pechansky et al. (2002) apud Malbergier (2002) traz uma excelente discussão sobre as
vantagens de utilização de instrumentos validados e instrumentos elaborados pelo autor, o
mesmo elenca como principal vantagem da utilização de instrumentos validados o fator
comparabilidade; quanto à elaboração de instrumento próprio, o autor destaca o respeito à
cultura e características do universo de pesquisa. Ressalta ainda que um instrumento validado
obrigatoriamente passou por um processo de análise que atestou, entre outros fatores, a
sensibilidade e a especificidade do instrumento em relação ao objeto de estudo.
5.4 ANÁLISE DOS DADOS
Quanto à análise dos dados, a maior parte dos estudos incluídos na presente pesquisa
utilizou a análise descritiva. Segundo Ferreira (2005) a escolha por este método de análise
está diretamente correlacionada à abordagem do estudo ao utilizar ferramentas como tabelas
de frequência e gráficos para coletar, agrupar, sintetizar e apresentar os dados. Já na estatística
inferencial procede-se com a estimação do parâmetro estudado aplicando a probabilidade.
28
Neste sentido o autor, visualizando esclarecer as diferenças entre os dois métodos para os
estudantes da Universidade de Coimbra, resumiu as características das mesmas da seguinte
forma: há essencialmente dois tipos de procedimentos em estatísticas. A estatística descritiva
tem como objetivo mensurar diretamente os parâmetros nas populações ou amostras. Para tal,
emprega mecanismos visando ordenar e condensar os dados obtidos, avaliar a
representatividade desses, traçar gráficos, calcular médias, obter relações entre as variáveis,
entre outros. Enquanto pelo segundo método, o da estatística inferencial, estima-se o valor da
variável a partir da observação dos dados na amostra, preocupando-se com o raciocínio
necessário para obtenção de conclusões gerais. Por sua vez, as inferências ou generalizações
podem ser classificadas em: estimações ou decisões.
5.5 NÚMERO DE PARTICIPANTES
Com relação ao número de participantes, o estudo que obteve menor adesão foi o
realizado por Sferra (2014), que segundo a autora contou com a participação de 60% do
universo de pesquisa; já o estudo com maior adesão foi o realizado por Vale et al. (2014) que,
segundo descrito pelos mesmos, alcançou 86% (137 pessoas) do universo de pesquisa
(estudantes regularmente matriculados 159 pessoas).Os pesquisadores dos estudos utilizados
apresentaram uma preocupação em relação ao número de entrevistados, devido ao caráter
quantitativo da pesquisa.
Esta preocupação é extremamente relevante, pois segundo Araújo (2009), no que diz a
respeito à estudos quantitativos, deve-se ter a preocupação em atingir ao menos 50% do
número de participantes em uma pesquisa.Ainda neste sentido, ressalta que uma análise
quantitativa, onde a amostra é menor que 50% de participantes, acarreta margens para
discussão a respeito da representatividade da pesquisa realizada, pois a relação número de
participantes afeta diretamente os resultados obtidos.
A Tabela 3apresenta a que cursos pertenciam os sujeitos avaliados pelos estudos.
Tabela 3.Cursos envolvidos nas pesquisas.
Curso Nº %
Enfermagem 10 100
Medicina 4 40
Medicina Veterinária 1 10
Farmácia 2 20
Biologia 1 10
O sexo é uma das variáveis sociodemográficas relatada nos trabalhos avaliados. A
inclusão dessa variável se deve ao fato de que há estudos que afirmam que o uso de drogas
29
lícitas e ilícitas é mais predominante por estudantes do sexo masculino de forma geral
(FERNANDESet al., 2010). No presente estudo a prevalência do sexo feminino é maior entre
os participantes, porém deve-se à alta prevalência de mulheres no curso de enfermagem.
Historicamente as profissões ligadas ao cuidar são relacionadas ao sexo feminino (CRAMER,
2009). Neste sentindo Pontes et al. (2009) e Silva et al. (2006) destacam que comparar o sexo
dos participantes e uso de drogas em estudos realizados no curso de Enfermagem com demais
cursos de graduação pode ser uma atitude equivocada, pois a grande maioria dos acadêmicos
nos cursos de enfermagem é do sexo feminino, podendo assim enviesar as conclusões obtidas.
5.6 IDADE DOS PARTICIPANTES E USO DE DROGAS
No estudo em questão, a faixa etária predominante entre os estudantes pesquisados foi
de 18 a 30 anos de idade e vai ao encontro de outros estudos realizados que determinam como
público alvo estudantes universitários, tais como Pontes et al. (2009), Silva et al. (2006),
Machado et al. (2015).
No que diz respeito à faixa etária dos estudantes universitários,Amaral e Diniz (2009)
afirmam que o advento do ciclo na educação básica auxiliou no que podemos denominar de
período limite para conclusão do ensino básico. No sistema de ensino ciclado um dos critérios
utilizados para progressão ou não de um estudante é a idade do mesmo, inclusive uma das
críticas a este modelo é justamente esta progressão compulsória. Tal fato contribui para a
média de idade para o ingresso na universidade ser de 18 anos, pois no modelo ciclado o
estudante termina o ensino médio com uma média de 17/18 anos.
Devemos ainda considerar que os estudantes de graduação, na maior parte das vezes,
relataram que já consumiam drogas antes de ingressarem na universidade (PILLON et al.,
2005). Em um levantamento sobre os padrões de consumo de drogas entre os brasileiros,
realizado pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (SENAD) em 2010, evidenciou-
se que 22,6% dos jovens iniciaram o de uso de algum tipo de droga ilícita entre 14,8 a 17,3
anos de idade, período relativamente anterior ao ingresso no curso superior (BRASIL, 2010).
Quando relacionado à idade ao consumo de substâncias ilícitas, Silva (2006) descreve
que os estudantes mais jovens apresentam maior consumo de drogas ilícitas, correlacionando
essa prevalência à imaturidade já esperada em indivíduos de menor idade. Sferra (2014) e
Almeida et al. (2004), em discussão sobre a variável idade dos indivíduos, fazem uma
correlação da idade dos entrevistados e os motivos apresentados pelos acadêmicos para
utilização de drogas ilícitas, a maioria dos entrevistados apontaram como motivação a
socialização necessária no início do curso e o local de consumo destacado foram festas e
30
eventos. Segundo os autores tais comportamentos são caracterizados pela necessidade de
aceitação e são esperados em indivíduos mais jovens.
O Quadro 2 apresenta as drogas ilícitas mais consumidas pelos estudantes de
Enfermagem de acordo com as publicações que compõem a presente revisão.
Quadro 2. Drogas ilícitas mais consumidas pelos estudantes de Enfermagem de acordo com
os artigos selecionados.
Autor/Ano Substâncias de maior uso
GABRIEL et al., 2004
Maconha (29,6%)
Cocaína (11,1%)
Solventes (1,1%)
BOTTI et al., 2010
Inalante (15,52%)
Maconha (12,72%)
Cocaína (2,29%)
FREITAS et al., 2015 Não especificado*
MARDEGAN et al., 2007
Anfetamínicos (11,7%)
Solventes (11,2%)
Maconha (6,7%)
MARTINHO et al., 2009
Anfetamina (33,3%)
Maconha (16,6%)
Solventes (13,8%)
NÓBREGA et al., 2012 Não especificado*
PICOLOTTO et al., 2010
Maconha (19,2%)
Inalantes/Solventes (7,5%)
Cocaína e derivados (4,5%)
SFERRA, 2014 Não especificado*
SOUZA et al., 2011
Loló (12%)
Lança perfume (3%)
Maconha (2,4%)
VALE et al., 2014 Não especificado**
*Valores apresentados de forma geral para toda a população estudada, não específica aos estudantes
do curso de Enfermagem.
**Valores indissociáveis para a droga ilícita.
Os resultados apresentados nos estudos realizados por Freitas et al. (2015) e Nóbrega
et al.(2012) não especificam as substâncias ilícitas mais utilizadas pelos graduandos de
Enfermagem, somente de forma geral, englobando toda a população de estudo (estudantes de
todos os cursos). Vale et al. (2014) objetivaram investigar o perfil de consumo de álcool,
tabaco e maconha entre acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem, não dissociando
os valores de uso somente da droga ilícita.
31
Em relação ao consumo de drogas ilícitas, estudo realizado pelo SENAD (Secretaria
Nacional de Políticas Sobre Drogas) em parceria com a Faculdade de Medicina da USP em
2010 relata que 49% dos estudantes de universidade públicas do Brasil já fizeram uso de
drogas ilícitas, sendo a maconha e a cocaína as drogas mais consumidas pelos acadêmicos de
Enfermagem. Silva et al. (2006) acreditam que a preferência do uso da maconha ocorra
devido a inúmeros fatores, dentre eles a popularidade da substância.
Segundo Amorim (2008), nas universidades mais antigas do país o uso da maconha
está tão presente no cotidiano que os estudantes chegam a nomear os espaços que seriam
utilizados apenas para a prática, a instituição reconhece a existência desses lugares, entretanto
pouco faz a fim de coibir o uso. Outro fator seria a questão do custo, devido à própria
popularidade da droga, o custo da mesma é menor se comparado com outras substâncias. Vale
ressaltar que ainda há um “menor risco” associado à compra da mesma, pois não é estranho
encontrar vendedores da substância dentro das próprias universidades, sendo este fato um dos
principais motores da discussão a respeito do policiamento dentro dos campi universitários.
No que diz respeito à cocaína, o uso estaria diretamente relacionado ao efeito da
substância sobre o organismo, auxiliando nos estudos devido seu efeito estimulante
(MIRANDA, et al. 2007). Ainda sobre a utilização da cocaína, em estudo realizado por
pesquisadores da USP Ribeirão Preto com estudantes da Escola de Enfermagem, os autores
identificaram que a maioria dos jovens superestima o uso de drogas pelos colegas. As
estimativas podem explicar o uso de substâncias, justificando mesmo a experimentação de
algumas delas como maconha e cocaína, pois se acredita que os estudantes, em geral, usam
mais. A estimativa correta leva a pensar no processo de adequação ao grupo uma vez que se
aceita a norma desse grupo (CARVALHO et al., 2009).
Os psicoestimulantes, e as drogas sintéticas (LSD, ecstasy) foram outras das
substâncias identificadas por Sferra (2014), Silva et al. (2006) e Gabriel et al. (2004),
entretanto em menor prevalência. Em levantamento bibliográfico realizado por Fernandes et
al. (2017), de estudos que buscaram identificar e quantificar substâncias psicoativas utilizadas
por estudantes universitários,assim como os fatores que levariam os mesmos a utilização
destas substâncias, os autores acreditam que a menor utilização das substâncias citadas acima
se deva a dificuldade de acesso, assim como o valor elevado.
É importante ressaltar que o curso de Enfermagem está longe de ser o único onde o
uso de drogas ilícitas é notado. Em revisão de literatura realizada por Machado et al. (2015),
no que tange ao uso de drogas ilícitas por acadêmicos de Medicina, o estudo demonstrou que
esses alunos fazem uso frequente dessas drogas, sendo a maior prevalência das substâncias
32
psicotrópicas. Em outro estudo realizado com acadêmicos de Biologia, Medicina e Medicina
Veterinária, os autores constataram que o curso de Biologia foi o que obteve maior
prevalência para o uso de substâncias ilícitas, sendo a principal delas a maconha (GABRIEL
et al., 2004).
Ainda em relação ao consumo de drogas por demais universitários, Martinho e
colaboradores (2009) ressaltam que há características semelhantes entre os universitários dos
cursos da área de saúde como Medicina, Enfermagem e Biologia. O estudo avaliou estudantes
destes cursos e, apesar de o número de indivíduos pesquisados ser diferente, as prevalências
de uso são muito semelhantes e a Biologia se destaca no uso da maconha. O estudo
identificou as seguintes prevalências quanto às substâncias utilizadas pelos estudantes ao
menos uma vez na vida: Medicina, em ordem decrescente de consumo foram: álcool (95,9%),
tabaco (64,4%) e anfetaminas (53,0%); Enfermagem foram álcool (94,4%), anfetaminas
(33,3%) e tabaco (30,5%); e entre os acadêmicos de Biologia: álcool (100,0%), tabaco
(73,6%), maconha (63,1%).
Estudos enfatizam que o ambiente universitário é um fator de risco psicossocial dentro
do estilo de vida destes estudantes (MARTINHO et al., 2009; FERNANDES et al., 2017;
CARVALHO et al.,2009). Pontes et al. (2009) aponta alta prevalência de drogas na população
universitária em relação à população geral. A academia é um espaço de pressão, metas são
estabelecidas, o bom estudante é aquele que produz, por vezes essas pressões acabam por
sobrecarregar o estudante que encontra nas drogas uma válvula de escape (MACHADO et al.,
2015).
Percebeu-se que há conformidade dos estudos referentes à alta prevalência para o
consumo de drogas licitas e ilícitas entre acadêmicos de Enfermagem;essa prevalência
contrapõe a tese levantada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2006. O estudo
elenca como um dos motivos para utilização de drogas o desconhecimento sobre os efeitos e
perigos da mesma, entretanto as publicações citadas nesse trabalho têm por público alvo
estudantes da área da saúde que possuem em sua matriz curricular disciplinas que tratam do
perigo da utilização de drogas.
O ambiente em que vivem, as pessoas com quem convivem e seus hábitos de vida são
fatores influentes nesses dados. Sendo este um espaço facilitador de consumo de drogas por
estudantes universitários, como mostra os estudos que apresentam um consumo aumentado
após a inserção na faculdade (JALES, 2013).
Os estudos sobre o consumo de drogas ilícitas entre universitários têm em comum a
tentativa de compreender as características de consumo, investigar o uso de substâncias e o
33
perfil dessa população, visando obter dados para a população acadêmica e aprimorar
programas de prevenção existentes em instituições de ensino superior (FREITAS et al., 2012).
34
6 CONCLUSÃO
De acordo com os estudos apresentados, o consumo de drogas ilícitas afeta
diretamente a vida dos acadêmicos de Enfermagem, reforçando-o como um grave problema
de saúde pública. O consumo de substâncias ilegais vem devastandoa sociedade atual em
grande proporção, desestruturando jovens e famílias.
Observa-se que as drogas estão inseridas em qualquer ambiente, em qualquer classe
social, sem distinção de raça ou escolaridade, simplesmente por serem de fácil acesso. Assim,
observamos que a prevalência do uso de drogas ilícitas é predominante por estudantes do sexo
masculino, de forma geral, porém o sexo feminino é maior entre os participantes das
pesquisas, a diferença ocorre devido à alta prevalência de mulheres no curso de enfermagem.
A faixa etária nos estudos está entre 18 a 30 anos de idade e as drogas mais utilizadas pelos
acadêmicos,de forma geral, são maconha e cocaína.São necessárias pesquisas que busquem e
estudem as implicações das drogas utilizadas pela população universitária, principalmente em
relação aos acadêmicos do curso de Enfermagem.
Neste sentido, visando o combate ao uso de drogas por parte dos acadêmicos a
Universidade Federal de Mato Grosso promove o dia 26 de junho como “dia D” para a prática
de campanhas, distribuindo materiais educativos contendo importantes informações como os
locais onde os alunos devem procurar ajuda, dentre eles o CASS/UFMT (Coordenação de
Assistência Social e Saúde do Servidor). Eventos na área da saúde também colaboram para a
discussão sobre o assunto, no ano de 2018 foi realizada a I Jornada de Saúde Mental incluindo
como tema de debate o uso abusivo de álcool e drogas.
Espera-se que este estudo fomente estudos posteriores em relação à temática.
35
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