universidade federal de mato grosso universitÁrio …

39
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE- ICS CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM MISS LENE DIAS USO DE DROGAS ILICITAS ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DE LITERATURA SINOP-MT 2018

Upload: others

Post on 27-Nov-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE- ICS

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

MISS LENE DIAS

USO DE DROGAS ILICITAS ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM:

UMA REVISÃO DE LITERATURA

SINOP-MT

2018

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

MISS LENE DIAS

USO DE DROGAS ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM:

UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de curso apresentado à banca examinadora

do curso de Graduação em Enfermagem da

Universidade Federal de Mato Grosso - Campus

Sinop, como requisito para obtenção do título de

Bacharel em Enfermagem.

Orientador: Prof. Jean Carlos Lipreri da Silva

SINOP-MT

2018

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

FICHA CATALOGRÁFICA

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

FOLHA DE APROVAÇÂO

MISS LENE DIAS

USO DE DROGASILÍCITAS ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM:

UMA REVISÃO DE LITERATURA

Este trabalho de curso foi submetido à avaliação por Banca Examinadora para obtenção do

título de: Bacharel em Enfermagem.

Aprovada na sua versão final em _____de _________de 2018, atendendo às normas da

legislação vigente da UFMT – Campus Universitário de Sinop e do Curso de Graduação em

Enfermagem.

___________________________________________

Prof. Jean Carlos Lipreri da Silva

Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Sinop

Orientador

___________________________________________

Prof. Dra. Pacífica Pinheiro Cavalcanti

Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Sinop

Banca Avaliadora

___________________________________________

Prof. Dra. Emiliane Silva Santiago

Universidade Federal de Mato Grosso – Câmpus Sinop

Banca Avaliadora

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

Dedico este trabalho, primeiramente a DEUS, e às

pessoas que lutam diariamente ao meu lado,

transmitindo fé, paciência, e coragem, tornando os

meus dias mais felizes: Meus pais, JOÃO PEREIRA

RAMOS e, em especial, à minha mãe, MARIA

CELVA DIAS (in memoriam) que eu sempre amei e

amo.À minha família meu esposo, meus filhos e

irmãos.A esses e aos demais que, de alguma forma

contribuíram para essa vitória.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a DEUS por ter me dado força e coragem para batalhar pela

realização deste sonho. Em especial ao meu orientador, Prof Jean Carlos Lipreri., por ter

acreditado em minha pesquisa, pela paciência, auxílio e dedicação.

Aos meus pais, JOÃO PEREIRA RAMOS e, em especial, à minha mãe, MARIA

CELVA DIAS (in memoriam), que de onde estiver sempre esteve torcendo por mim, agradeço

também aos meus irmãos.

Ao meu esposo FRANCISCO CONCEIÇÃO DE ANDRADE pelo carinho, pela

paciência e pelo incentivo. Aos meus filhos KAIO DIAS DE ANDRADE, LUCAS DIAS DE

ANDRADE e ALAN RAFAEL DIAS DE ANDRADE pelas inúmeras vezes que não estive

presente em seus dias devido ao meu estudo.

E, finalmente, agradeço a todos os professores que muito me ensinaram, me

incentivaram durante esses quatro anos acadêmicos, e às minhas colegas de turma por todos

os momentos que passamos juntas.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

“Ninguém caminha sem aprender a

caminhar, sem aprender a fazer o

caminho caminhando, refazendo e

retocando o sonho pelo qual se pôs

a caminhar.”

(Paulo Freire)

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

RESUMO

Nas últimas décadas, o consumo de substâncias ilícitas tornou-se uma das preocupações da

sociedade, um problema de saúde público devido à alta incidência dos problemas sociais

relacionados ao seu uso e os riscos causados à saúde dos usuários. O período de transição para

a universidade é um momento de vulnerabilidade a exposição a drogas, assim, os acadêmicos

tem o primeiro contato com algum tipo de substância nessa fase. O trabalho teve como

objetivo investigar oque há produzido na literatura sobre o uso de drogas entre acadêmicos de

enfermagem no Brasil. Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, do tipo revisão de

literatura, realizada no período de março a agosto de 2018. Utilizaram-se as palavras-chaves:

“enfermagem, drogas e acadêmicos” e as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),

Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical

LiteratureAnalysisandRetrieval System Online (MEDLINE) e a Scientific Electronic Library

Online (SciELO) para busca de artigos. Foram encontradas 149 publicações e, após a leitura

analítica obteve-se uma amostra de 10 artigos para desenvolver o estudo. Os artigos foram

sistematizados em uma tabela, elaborada pela própria autora, que continha informações como

ano de publicação, objetivo, número de participantes, instrumentos utilizados para a coleta de

dados, modo como ocorreu análise dos dados e resultados encontrados por meio de estatística

descritiva. Evidenciou-se sobre o uso de drogas ilícitas dentre os acadêmicos de enfermagem,

bem como as principais drogas, faixa etária, sexo e fatores que corroboram com o uso

contínuo dessas substâncias. Obtivemos como resultado que a prevalência do uso de drogas

ilícitas é mais predominante por estudantes do sexo masculino, de forma geral, porém o sexo

feminino é maior entre os participantes, a diferença ocorre devido à alta prevalência de

mulheres no curso de Enfermagem. A faixa etária nos estudos é de 18 a 30 anos de idade e as

drogas mais utilizadas de forma geral pelos acadêmicos, são maconha e cocaína. São

necessárias pesquisas que busquem e estudem as implicações das drogas nos universitários,

principalmente em relação aos acadêmicos do curso de enfermagem. De acordo com os

estudos apresentados, o consumo de drogas ilícitas afeta diretamente a vida dos acadêmicos

de Enfermagem, reforçando-o como um grave problema de saúde pública. Observa-se que as

drogas estão inseridas em qualquer ambiente, em qualquer classe social, sem distinção de raça

ou escolaridade, simplesmente por serem de fácil acesso. Espera-se que este estudo forneça

subsídios para pesquisas posteriores em relação ao combate do uso de drogas.

Palavras-chave: Enfermagem, Drogas, Acadêmicos.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

ABSTRACT

In recent decades, the consumption of illicit substances has become a concern of society, a

public health problem due to the high incidence of social problems related to its use and risks

to users' health. The transition period to the university is a time of vulnerability to exposure to

drugs, thus, academics have the first contact with some kind of substance at that stage. The

objective of this study was to investigate what has been produced in the literature on the use

of drugs among nursing students in Brazil. This is a study with a quantitative approach, a type

of literature review, carried out from March to August of 2018. Key words: "nursing, drugs

and academics" and the databases Virtual Health Library (VILS), Latin American and

Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Medical Literature Analysis and

Retrieval System Online (MEDLINE) and the Scientific Electronic Library Online (SciELO)

for articles search. A total of 149 publications were found and, after analytical reading, a

sample of 10 articles was developed to develop the study. The articles were systematized in a

table, prepared bytheauthor, which contained information such as year of publication,

objective, number of participants, instruments used to collect data, how data analysis and

results were found by means of descriptive statistics. The use of illicit drugs among nursing

students, as well as the main drugs, age range, gender and factors that corroborate the

continuous use of the sesubstances was evidenced. As results, the prevalence of illicit drug

use is more predominant among male students, in general, but the female sex is higher among

the participants, the difference is due to the high prevalence of women in the Nursing course.

The age range in studies is 18 to 30 years of age and the drugs most commonly used by

academics are marijuana and cocaine. Research is needed to look for and study the

implications of drugs in college students, especially in relation to nursing students. According

to the studies presented, the consumption of illicit drugs directly affects the life of nursing

students, reinforcing it as a serious public health problem. It is observed that drugs are

inserted in any environment, in any social class, without distinction of race or education,

simply because they are easily accessible. It is hoped that this study will provide insights for

further research into the fight against drug use.

Keywords: Nursing, Drugs, Undergraduate students.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro1. Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação,

objetivos, instrumento de coleta de dados, metodologia de análise, número de participantes e

resultados. ................................................................................................................................. 20

Tabela 1. Ano de publicação dos estudos selecionados. ....................................................... 266

Tabela 2. Instrumentos utilizados para a coleta de dados. ....................................................... 27

Tabela 3. População de estudo e o número de artigos selecionados. ...................................... 28

Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABP – Associação Brasileira De Psiquiatria

ASSIST –Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test

BVS – Biblioteca Virtual de Saúde

CASS-Coordenação de Assistência Social e Saúde do Servidor

CICAD-Comissão Interamericana de Combate ao Álcool e outras Drogas

FAEMA – Faculdade de Educação e Meio Ambiente

LILACS-Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MEDLINE –Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

MT – Mato Grosso

OMS – Organização Mundial de Saúde

SENAD – Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas

SNC – Sistema Nervoso Central

USP – Universidade de São Paulo

UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

UNODC – United Nations Office on Drugs and Crime

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13

1.1 DROGAS: DEFINIÇÕES E CONCEITOS ..................................................... 13

1.2 O USO DE DROGAS ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS ........... 14

2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 18

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 18

3 MÉTODOS ........................................................................................................................ 19

4 RESULTADOS .................................................................................................................. 20

5 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 26

5.1 ANO DE PUBLICAÇÃO/ÁREA .................................................................... 26

5.2 OBJETIVOS DAS PESQUISAS SELECIONADAS ...................................... 26

5.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................. 27

5.4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 27

5.5 NÚMERO DE PARTICIPANTES .................................................................. 28

5.6 IDADE DOS PARTICIPANTES E USO DE DROGAS ................................ 29

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 34

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 35

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

13

1 INTRODUÇÃO

1.1 DROGAS: DEFINIÇÕES E CONCEITOS

Barbosa e Dalgalarrondo (2003) definem as substâncias psicoativas, drogas

psicoativas, ou somente drogas, como aquelas capazes de modificar as funções do sistema

nervoso central (SNC) produzindo euforia ou alterando estados de consciência e vigília. A

Organização Mundial da Saúde (1993) considera droga toda e qualquer substância de ordem

natural ou sintética que ao ser administrada em um ser vivo provoca alterações em mais de

uma função no organismo.MACRAE(2003), associa o consumo de tais substâncias a diversos

fins: festivos, místicos/religiosos, terapêuticos e prazerosos, entre outros.

Segundo os autores Benfica e Vaz(2008), as drogas podem ser classificadas de

diferentes formas, como descritas a seguir: Entorpecentes: substâncias que causam torpor,

obnubilação mental (estado de perturbação da consciência), alívio de dor e até supressão da

atividade física e mental. Nesta classe, temos os derivados do ópio, produtos sintéticos

provenientes da morfina, cocaína, maconha, etc. Psicotrópicos: substâncias que agem sobre o

sistema nervoso central (SNC) produzindo excitação, depressão e aberrações das funções

mentais. Ainda conforme os autores, a última classe pode ser subdividida em: psicoléticos,

psicanalíticos e psicodisléticos. Os primeiros são responsáveis por inibir a atividade mental,

como os barbitúricos, tranquilizantes maiores (Amplictil) e tranquilizantes menores

(Librium).Já os psicoanaléticos estimulam a atividade mental, como anfetamina e benzedrina.

Por último estão os psicodisléticos, substâncias despersonalizantes e alucinogênicas que

podem causar euforia(álcool, ópio, cocaína), e alucinações (maconha, LSD).

De acordo com estudos realizados no Brasil, até o ano de 2010 cerca de 250 milhões

de pessoas já haviam utilizado drogas ilícitas, com maior prevalência para a maconha

(BRASIL, 2010). Com relação às drogas legalmente liberadas, 25% da população adulta já

havia feito uso de tabaco e 2 bilhões de pessoas do álcool (UNODC, 2008).

As drogas lícitas ou ilícitas, assim como os estímulos ambientais prazerosos (comer,

beber água, manter relações sexuais) alteram o funcionamento do cérebro, mais precisamente

dos neurotransmissores e receptores, substâncias químicas responsáveis pela comunicação

entre os neurônios. Atuando principalmente sobre o sistema mesolímbico e o sistema

mesocortical, que estão diretamente relacionados ao condicionamento, compulsão e perda de

controle do uso das substâncias (FORMIGONI et al., 2016). Os autores ressaltam, ainda, que

apesar de cada droga possuir seu próprio mecanismo de ação, todas atuam, direta ou

indiretamente, no sistema de recompensa cerebral. Constituído por circuitos neuronais esse

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

14

sistema é responsável pelas ações reforçadas positiva e negativamente. Quando exposto a um

estímulo prazeroso o seu núcleo accumbens, região central de importante ligação com os

efeitos das drogas de abuso,é exposto a um aumento brusco de dopamina. Assim, estímulos

prazerosos como a ingestão de alguns alimentos, a atividade sexual e ambientes agradáveis,

como olhar uma paisagem bonita ou escutar uma música da qual gostamos, elevam a

produção desse neurotransmissor. As drogas de abuso atuam conforme esse mesmo

mecanismo, tornando mais provável à busca pela droga.

Acerca deste assunto, a Comissão Interamericana de Combate ao Álcool e outras

Drogas (CICAD 1996) já realçava no ano de 1996 os problemas do uso indevido de drogas,

sua demanda e suas consequências graves para a saúde humana, bem como a evidência de

comprovados efeitos deploráveis à saúde humana e mental dos indivíduos.

1.2 O USO DE DROGAS ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

O comportamento de saúde de cada ser humano pode ser influenciado e alterado a

partir dos sentimentos, crenças, hábitos de vida e até mesmo ensino familiar. Esses

comportamentos são responsáveis pelo sentimento de bem-estar, seja em relação a si próprio

ou à sociedade. O estilo e a qualidade de vida de um indivíduo variam segundo a idade e as

experiências vividas por cada um (CAMPOS et al., 2016).

O uso de drogas e suas decorrências levam preocupação mundial devida o número

crescente de usuários e as consequências que acarretam na vida do indivíduo e sociedade. Os

universitários formam a classe de consumo de drogas mais intenso e frequente comparado à

população geral. A maconha é a principal droga consumida (entre 143 e 190 milhões de

pessoas);anfetaminas, cocaína, opiáceos e ecstasy seguem atrás da primeira droga (UNODC,

2008).

A transição da adolescência para a vida adulta, associada ao ingresso na vida

universitária e à ausência dos pais, proporcionam diferentes experiências, as quais dependem

exclusivamente do comportamento que cada um irá adotar ao longo dessa nova jornada. Os

comportamentos de risco relacionam-se principalmente à saúde do indivíduo, seja de ordem

física ou psicológica, e aos hábitos de vida empregados por eles, tornando os universitários

um grupo vulnerável e frágil para lidar com as mais diferentes situações, dentre elas, o

consumo de drogas (CAMPOS et al., 2016).

Muitos jovens têm o primeiro contato com as drogas dentro do campus da

Universidade, um ambiente vulnerável e aberto para o consumo, sejam elas drogas lícitas ou

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

15

ilícitas; e apontam a importância de se acompanhar os jovens nesse período, visto que muitos

passam a consumi-las constantemente. Acredita-se que o consumo de drogas por

universitários nesta fase da vida seja facilitado especialmente pela necessidade de

autoafirmação, após tornarem-se vulneráveis a muitas situações. Fatores como a ausência da

família e sentimentos como a solidão podem desencadear esse comportamento na vida dos

mesmos. Outro fator é o fácil acesso à compra dessas substâncias no âmbito universitário

(NASCIMENTO e CAIXETA, 2013; FERRO et al., 2014).

Segundo Gabatz e colaboradores (2013), os principais motivos para o consumo de

drogas entre universitários estão relacionados a fatores como influência de amigos,

dificuldades pessoais, droga como facilitador de relações sociais e dificuldade em lidar com

frustrações. Um estudo realizado no ano de 2010, na Universidade de São Paulo (USP),

identificou que quase 50% dos estudantes entrevistados já haviam feito uso de alguma droga,

e destes aproximadamente42% eram menores de 18 anos quando experimentaram bebidas

alcoólicas pela primeira vez (ZOTESSO et al., 2018). Christoff (2017) afirma ainda que o uso

de drogas ilícitas no meio universitário não é moderado e aponta como as principais drogas

utilizadas por essa população a maconha e a cocaína.

Segundo o I Levantamento Nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas,

realizado em 2010com universitários das 27 capitais brasileiras, entre os

sujeitospesquisados49% já havia experimentado alguma droga ilícita ao menos uma vez na

vida; 8% corriam risco de desenvolver dependência de maconha;aproximadamente 40% dos

universitários haviam usado duas ou mais drogas nos últimos 12 meses e 43% relataram já ter

feito uso múltiplo e simultâneo de drogas na vida. Desses 43%, cerca de 50% alegaram como

motivação para o consumo o fato de que o uso de drogas lhes possibilitava esquecer os

“problemas da vida” (BRASIL, 2010). Segundo Moraes et al. (2013), a prevalência do uso de

drogas ilícitas entre universitários é de maconha (16%) e cerca de 2% para cocaína, mesclado,

merla, bazuca ou pasta de coca.

A pesquisa realizada em 2010 ainda aponta que os universitários das regiões Sul e

Sudeste tem maior risco de usar substâncias ilícitas (geral), bem como indivíduos de

instituições privadas, da área de Humanas, do período noturno e com idade acima dos 35

anos. Sabe-se que ambos os gêneros (masculino e feminino) estão propensos ao uso de

drogas. O uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas por universitários brasileiros e norte-

americanos é semelhante, havendo algumas singularidades: o uso de maconha é mais

propagado entre os universitários norte-americanos e o uso de inalantes entre os universitários

brasileiros(BRASIL,2010).

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

16

Em estudo conduzido em uma universidade pública de Santa Catarina,por Zeferino e

colaboradores (2015), com acadêmicos dos cursos de Ciências da Saúde, Ciências Sociais e

Ciências Humanas, foi possível averiguar que os estudantes que faziam parte das Ciências da

Saúde mostraram menores probabilidades de consumir drogas ilícitas quando comparados

com os demais. Os estudantes das Ciências Sociais/Humanas eram mais vulneráveis ao uso de

drogas ilícitas (ZEFERINO et al., 2015). Outro estudo também apontou que a área de

Humanas possui um percentual maior de alunos que aprovam a experimentação e o uso

regular das drogas, além de possuírem a maior proporção de usuários(BRASIL,2010).

A dependência às drogas é caracterizada principalmente pela ocorrência de sintomas e

sinais de ordem cognitiva, comportamental e fisiológica. Estas alterações desencadeiam a

perda de controle do indivíduo sobre si mesmo, levando ao consumo continuado apesar dos

efeitos adversos que se manifestam no mesmo (DUVICQ et al., 2004).O tratamento para os

indivíduos que apresentam dependência de drogas, apesar de existir, é alvo de muitos

desafios, pois lida com as diferenças frente aos indivíduos acometidos, as diferentes

substâncias usadas, altos custos financeiros, falta de recursos humanos especializados e por

fim, a dificuldade na obtenção de materiais terapêuticos específicos (RIGOTTO e GOMES,

2002).

As substâncias psicoativas ilícitas apresentam um mercado variável e significativo de

produtos que chegam facilmente às mãos dos jovens ainda na adolescência, e é considerado

um problema que apresenta potencial agravante nas questões como desenvolvimento social,

bem-estar e saúde da população, independente de classe social, cor ou crenças. Apresenta

problemas complexos e de difícil controle para os órgãos públicos, especialmente no

atendimento e acompanhamento integral dessa parcela da população, em que os impactos

tanto para a saúde quanto para a sociedade são imensos (MAGALHÃES et al., 2015).

O uso e tráfico de drogas é um problema mundial, pois apresentam causas diversas e

uma abrangência que não reconhece limites territoriais, sociais ou de idade (DUVICQ et al.,

2004). As consequências do uso de drogas incluem danos sociais diversos, tais como a

ocorrência de acidentes de trânsito, prejuízos no desempenho ocupacional/escolar, prática de

diversos atos ilícitos, perda de emprego, perdas físicas e psíquicas, rompimento de vínculos

familiares, perda de bens materiais, violência doméstica, agressões sexuais, dentre outros

(OLIVEIRA, 2006; ZEITOUNE et al., 2012).

É possível notar que a relação do ser humano com a droga não é um fato atual e sim

um fenômeno bastante antigo na história da humanidade, levando a consequências pessoais,

sociais e culturais que atingem principalmente os jovens da nossa sociedade. O uso de drogas

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

17

entre estudantes universitários configura-se um problema social atual que abrange discussões

em todo o contexto da vida universitária, especialmente com o término da adolescência e o

início da idade adulta (AZEVEDO, 2013).

Diante do exposto surge a seguinte pergunta de pesquisa: o que há produzido na

literatura a respeito do uso de drogas por acadêmicos de enfermagem no Brasil? A escolha do

tema para este levantamento, baseou-se na observância dos aspectos inusitados do cotidiano

universitário sobre este assunto bem como seus comentários no meio acadêmico, e também

devido à presença das drogas ilícitas em diversos níveis sociais, ligadas principalmente aos

jovens da nossa sociedade .Reforçando os motivos apresentados, Zeferino et al. (2015) que

apontam crescente número de dependentes químicos entre profissionais da saúde.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

18

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Investigar o perfil do consumo de drogas ilícitas por acadêmicos de cursos de

graduação em Enfermagem por meio de uma revisão de literatura.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever as principais drogas ilícitas utilizadas por acadêmicos de Enfermagem;

Identificar os possíveis fatores associados ao uso de drogas ilícitas por acadêmicos

de Enfermagem.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

19

3 MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo revisão de literatura. Segundo Gil (2010), a revisão de

literatura é caracterizada por ser uma nova forma de apresentar um determinado assunto,

sendo de caráter descritivo com base em resultados já publicados. A principal vantagem da

pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de

fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.

O estudo foi realizado na Universidade Federal de Mato Grosso(UFMT) – Campus

Sinop, entre março a outubro de 2018.

A fim de atingir o objetivo do estudo em questão, utilizou-se a combinação das

palavras-chave “acadêmico, enfermagem e drogas ilícitas” em pesquisas nas bases de dados

da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências

da Saúde (LILACS),Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e

Scientific Electronic Library Online (SciELO).

Ao final das buscas foram encontradas 149 publicações ao total. Procedeu-se então, a

leitura e seleção das publicações a serem analisadas de acordo com os seguintes critérios de

inclusão: estudos com dados de análise quantitativa, publicados em português, possuindo

acadêmicos de enfermagem como sujeitos da pesquisa, tendo relação com a pergunta

previamente estabelecida. Os critérios de exclusão foram: estudos que não contemplavam o

tema principal do trabalho, que tratavam apenas do uso de drogas lícitas (álcool e tabaco),

possuíssem outro idioma que não fosse o português, resumos com resultados parciais e

naqueles que a população participante não fosse acadêmicos de enfermagem. Não foram

estabelecidos limites quanto ao ano de publicação.

Após a leitura analítica obteve-se uma amostra de dez publicações que atendiam aos

critérios de inclusão do estudo. Os artigos foram sistematizados em uma tabela, elaborada

pelaprópria autora, com informações referentes ao título, ano, área de publicação, objetivos,

instrumento de coleta de dados, métodos de análise de dados, número de participantes e

resultados encontrados por meio de estatística descritiva.O estudo foi baseado em dados já

publicados, a partir de resultados de estudos de domínio público que não possuíam

informações quanto à identificação do sujeito e, portanto, dispensa o parecer de um comitê de

ética.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

20

4 RESULTADOS

Quadro1. Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados, metodologia

de análise, número de participantes e resultados.

Au

tor /

An

o

Título Área de

Publicação Objetivos

Instrumento de

Coleta de Dados

Método de

Análise de

Dados

Número

de Participantes Resultados

GA

BR

IEL

et a

l., 2004

Consumo de

álcool e drogas

ilícitas entre

estudantes de

Medicina,

Biologia e

Enfermagem

Revista da

Faculdade de

Ciências Médicas

de Sorocaba

Analisar o uso

de bebidas

alcoólicas e

drogas ilícitas

entre os

estudantes dos

primeiros anos

de Biologia,

Medicina e

Enfermagem.

Questionário

individual proposto

pela OMS com 161

perguntas de múltipla

escolha.

Análise

inferencial por

meio dos testes

Kruskal-walli;

Mann-Whitney;

Qui-Quadrado.

Total de 160

participantes, sendo 27

acadêmicos de

enfermagem

(4 homens e 23

mulheres).

Idade de 18 a 30 anos com

média de 21 anos.

Em relação ao uso de drogas

ilícitas: 29,6 % já fez uso de

maconha pelo menos uma

vez na vida; 11,1% uso de

cocaína;1,1% uso de

solventes.Para os

alucinógenos,

anfetaminas,ecstasy e merla

não houveram usuários.

SF

ER

RA

, 2

01

4 Identificação

do uso de

drogas lícitas e

ilícitas por

acadêmicos de

Enfermagem

TCC do Curso de

Graduação em

Enfermagem do

Instituto

Municipal de

Ensino Superior

de Assis

Investigar o uso

de álcool,

tabaco e drogas

por acadêmicos

de enfermagem

de uma

faculdade

privada da

cidade de Assis-

SP.

Questionário

estruturado elaborado

pela autora.

Análise

descritiva.

95 alunos do 1° ao 5°

ano do curso de

Enfermagem. 82% eram

do sexo feminino e 18%

do sexo masculino.

68% possuíam de 18 a 28

anos. 11% já fizeram uso de

algum tipo de droga ilícita

(Ecstasy,

Anfetaminas/estimulantes

sem prescrição médica,

cocaína, crack, maconha e

inalantes).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

21

Cont. do Quadro1. Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,

metodologia de análise, número de participantes e resultados.

Au

tor /

An

o

Título Área de

Publicação Objetivos

Instrumento de

Coleta de Dados Análise de Dados

Número

de Participantes Resultados

BO

TT

I et

al.

,2010 Uso de

substâncias

psicoativas entre

acadêmicos de

Enfermagem da

Universidade

Católica de

Minas Gerais

Revista Eletrônica

Saúde Mental

Álcool e Drogas

Identificar o

padrão de

consumo de

substâncias

psicoativas entre

estudantes do

curso de

Enfermagem.

Questionário

adaptado do

instrumento proposto

pela OMS.

Analise descritiva-

quantitativa.

393 estudantes do

curso de Enfermagem,

ambos os sexos.

Faixa etária de 17 a 34

anos; Porcentagem do

uso em “alguma vez na

vida”:Ansiolíticos

(19,08%);Inalantes

(15,52%);Anorexígeno

s

(13,99%);Maconha(12,

72%);

Cocaína (2,29%).

MA

RT

INH

Oet

al.

, 2

009

Uso de álcool e

drogas por

acadêmicos dos

cursos de

Enfermagem,

Biologia e

Medicina da

Pontifícia

Universidade

Católica de São

Paulo

Revista da

Faculdade de

Ciências Médicas

de Sorocaba

Verificar a

prevalência do uso

de bebidas

alcoólicas e

drogas entre os

estudantes, e

despertar a

comunidade

acadêmica através

dos resultados

obtidos.

Questionário da OMS

que contém com 161

questões do tipo

múltipla escolha.

Análise estatística

com o teste Qui-

quadrado.

Dos 104 alunos

entrevistados, 36

cursavam

Enfermagem, com

preponderância para o

sexo feminino 80,55%.

Entre os alunos de

Enfermagem 55,50%

tem entre 21 e 24 anos,

com idades entre 19 e

34 anos.

Em relação ao uso de

drogas alguma vez na

vida: 33,3 % já

utilizaram anfetaminas;

16,6% maconha;

13,8% solventes;

5,5% alucinógenos;

5,5% ecstasy; 5,5%

opiáceos; 2,7 %

cocaína;

2,7 anticolinérgicos.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

22

Cont. do Quadro2. Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,

metodologia de análise, número de participantes e resultados.

Au

tor /

An

o

Título Área de

Publicação Objetivos

Instrumento de

Coleta de Dados Análise de Dados

Número

de Participantes Resultados

SO

UZ

A e

t al

., 2

011 Prevalência do

uso de drogas

entre

acadêmicos de

uma

universidade do

Centro-Sul

Piauiense

XX Seminário de

Iniciação Científica

III Seminário em

Desenvolvimento

Tecnológico e

Inovação

Investigar o

consumo de

drogas ilícitas

entre

universitários e

os principais

motivos que

favorecem o seu

uso entre

estudantes;

definir o perfil e

situação

socioeconômica

destes; listar as

principais drogas

consumidas.

Questionário com

perguntas objetivas,

que abordaram dados

pessoais,

socioeconômicos,

sobre a situação

acadêmica e

específicos em relação

ao uso de drogas.

Estatística

descritiva.

166 acadêmicos do

curso de Enfermagem,

dos quais 124 eram do

sexo feminino (74,7%).

Maior faixa etária

compreendida entre 21

a 24 anos (47%).

Dos 21 alunos

(12,7%) que

afirmaram ter usado

drogas, 5 (3%)

experimentaram lança

perfume, 4 (2,4%)

maconha, 2 (1,2%)

cocaína e 20 (12%)

loló.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

23

Cont. do Quadro 1.Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,

metodologia de análise, número de participantes e resultados.

Au

tor /

An

o

Título Área de

Publicação Objetivos

Instrumento de

Coleta de Dados Análise de Dados

Número

de Participantes Resultados

BR

EG

A e

t al

.,2012 Policonsumo

simultâneo de drogas

entre estudantes de

graduação da área de

Ciências da Saúde de

uma Universidade:

implicações de

gênero, sociais e

legais

Revista Texto &

Contexto

Enfermagem

Entender os

padrões de

policonsumo

simultâneo de

drogas e suas

implicações de

gênero, sociais e

legais entre

estudantes

universitários.

Questionário

anônimo

autoaplicável

construído pelos

investigadores no

qual foram

incorporadas

algumas questões

de instrumentos

publicados na

literatura.

Os dados foram

analisados de

maneira descritiva

e inferencial.

275 estudantes de

Ciências da Saúde do

1º e 2º anos dos

cursos de graduação

da instituição.

Estudantes de

enfermagem(32);

Medicina (116);

Farmácia (39);

Nutrição (45);

Fisioterapia(30);

Terapia Ocupacional

(13).

11,6% eram

estudantes de

Enfermagem, de 18 a

51 anos.A

combinação das

drogas nos últimos 12

meses, seguido da

combinação de álcool

+ medicamentos

prescritos 22%,

combinação de álcool

+ tabaco +

cannabis16%, tabaco

+ cannabis 8%,tabaco

+ drogas

prescritos 8%. Outras

combinações feitas

nos últimos 12 meses

42%, álcool + tabaco

5,5%; álcool + tabaco

+ inalantes 4%, e

PCSD de álcool +

tabaco+ drogas

prescritas feito por

7%.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

24

Cont.do Quadro 1.Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,

metodologia de análise, número de participantes e resultados.

Au

tor /

An

o

Título Área de

Publicação Objetivos Instrumento de

Coleta de Dados Análise de Dados

Número

de Participantes Resultados

FR

EIT

AS

et

al.,

2015

Perfil dos estudantes

de uma instituição de

ensino superior

quanto ao uso de

álcool e outras drogas

Revista Ciência

Plural

Traçar o perfil dos

estudantes

universitários no

tocante ao uso de

álcool e outras

drogas.

Questionário com

41 questões

adaptadas do

instrumento

utilizado pelo

CEBRID – OMS.

Para a análise

estatística foi

realizado o teste

de Qui-quadrado.

Dos 84 entrevistados,

33 estavam

regularmente

matriculados nos

cursos de

Enfermagem.

58,3% eram mulheres

e 41,7% homens (no

geral).

As drogas mais

consumidas (idade

entre 18 e 33 anos)

são álcool, cigarro,

maconha, substâncias

inalatórias, cocaína,

LSD, chá de

cogumelo e ecstasy.

PIC

OL

OT

TO

et

al., 2

01

0 Prevalência e fatores

associados com o

consumo de

substâncias

psicoativas por

acadêmicos de

enfermagem da

Universidade de

Passo Fundo

Revista Ciência e

Saúde Coletiva

Investigar o

consumo de

substâncias

psicoativas e seus

determinantes

pelos acadêmicos

de enfermagem da

Universidade de

Passo Fundo

visando à redução

do uso.

Questionário sobre

o uso de

substâncias

psicoativas do

Centro Brasileiro

de Informações

sobre Drogas

Psicotrópicas,

complementado

com as variáveis

sócio demográficas.

Análise estatística

descritiva e

inferencial.

Dos 263 acadêmicos

participantes, houve

predomínio do sexo

feminino (82%).

A média de idade foi

de 23,36 anos. Em

relação ao uso de

drogas 29,3% já

utilizaram

estimulantes alguma

vez, 23,7% fez uso de

benzodiazepínicos,

19,2% de maconha,

7,5% de solventes,

4,5% cocaína, 4,1%

narcóticos, 3,1% de

drogas perturbadoras

do SNC, 0,8%

anabolizantes,0,4%

orexígenos, 0,4%

barbitúricos.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

25

Cont.do Quadro1.Informações acerca dos estudos selecionados: título, ano, área de publicação, objetivos, instrumento de coleta de dados,

metodologia de análise, número de participantes e resultados.

Au

tor /

An

o

Título Área de

Publicação Objetivos

Instrumento de

Coleta de Dados Análise de Dados

Número

de Participantes Resultados

VA

LE

et

al.,

2014 Perfil do Consumo de

álcool, tabaco e

maconha entre

graduandos em

Enfermagem da

Faculdade de

Educação e Meio

Ambiente – FAEMA

Revista Científica

FAEMA

Identificar o perfil

de consumo de

drogas entre os

acadêmicos de

enfermagem da

FAEMA.

1. Questionário

socioeconômico

2. Adaptação do

questionário

denominado: Teste

de Triagem do

Envolvimento com

Álcool, Cigarro e

Outras Substâncias

(ASSIST).

Análise descritiva.

População de 137

alunos,

sendoamaioria116

(85%) composta por

mulheres.

20 a 24 anos

Dos 113 que

consumiram drogas:

66(58%) relataram

consumo de apenas

álcool,30(27%)álcool

e tabaco, 16(14%)

álcool, tabaco e

maconha e 1(1%)

álcool e maconha

MA

RD

EG

AN

et a

l.,

20

07

Uso de substâncias

psicoativas entre

estudantes de

Enfermagem

Jornal Brasileiro

de Psiquiatria

Identificar o perfil

do uso de

substâncias entre

os universitários

do curso de

Enfermagem do

Centro de

Ciências da Saúde

da Universidade

Federal do

Espírito Santo.

Adaptação do

instrumento

proposto pela

OMS.

Transversal, do

tipo quali-

quantitativo.

Acadêmicos de

enfermagem dos 8

períodos,

contabilizando 239

alunos com amostra

final de 179

estudantes.

Consumo de maconha

por homens 20,7%;

mulheres 4,1%.

Cocaína utilizada

apenas por homens

(3,4%). Uso de álcool

(82,1%);tabaco(22,3%

);ansiolíticos(13,4%);

anfetamínicos(11,7%);

solventes(11,2%);mac

onha

(6,7%),barbitúricos,

anticolinérgicos,

alucinógenos e

cocaína (0,6%)

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

26

5 DISCUSSÃO

5.1 ANO DE PUBLICAÇÃO/ÁREA

Os estudos escolhidos para compor esse estudo foram publicados entre os anos de

2004 a 2017, majoritariamente em revistas da área da saúde, sendo oito artigos científicos, um

trabalho de conclusão de curso e um resumo apresentado em evento .Ainda em relação ao

período de publicação, os anos de 2010 e 2014 foram os mais prevalentes dentro dos dez

artigos selecionados, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1. Ano de publicação dos estudos selecionados.

Ano Nº %

2004 1 10

2007 1 10

2009 1 10

2010 2 20

2011 1 10

2012 1 10

2014 2 20

2015 1 10

Moura (2017)em revisão integrativa com levantamento de pesquisas sob a temática do

uso de drogas por estudantes universitários identificou publicações nos anos de 2011 a 2015,

destacando o ano de 2013 como o de maior prevalência. O número crescente de publicações

demonstra o interesse e preocupação dos pesquisadores em relação à temática, estando

correlacionado ao aumento do uso de drogas ilícitas pelos jovens (SOARES et al.,2011).

5.2 OBJETIVOS DAS PESQUISAS SELECIONADAS

Os principais objetivos descritos nos artigos analisados podem ser sintetizados em

investigar o uso de drogas ilícitas dentre os acadêmicos do curso de Enfermagem, bem como

evidenciar as principais drogas e fatores que corroboram com o uso contínuo destas

substâncias.

Wagner e Andrade (2008) destacam como objetivo comum aos estudos presentes na

literatura, traçar o perfil e as características do consumo de drogas entre os acadêmicos,

visando o aprimoramento dos mecanismos de prevenção presentes nas universidades e a

obtenção de dados para a comunidade.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

27

5.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Em relação à metodologia, todos se enquadravam em estudos quantitativos do tipo

transversal, assim englobavam conteúdos de utilidade descritiva e quantitativa da população,

com identificação de grupos de risco e informações acerca do planejamento e ações que

buscam compreender e promover atuações de saúde, principalmente preventivas em relação

ao uso de drogas (BASTOS e DUQUIA, 2007).

É possível identificar que todos os estudos analisados utilizaram algum tipo de

questionário para a obtenção dos dados (Tabela 2).

Tabela 2. Instrumentos utilizados para a coleta de dados.

Instrumento Nº %

Elaboração Própria do autor 5 50

Assist* 1 10

Formulário indicado pela OMS 3 30

Outros 1 10

Percebe-se que em relação ao questionário em si, metade dos estudos optaram por

elaboração do seu próprio questionário. Tal escolha pode ser justificada pelo fato de que a

utilização de questionários validados não contemplaria todas as informações necessárias para

atender ao objetivo proposto, fato confirmado por Aakeret al. (2001) ao observar que ao se

elaborar um questionário não existem garantias quanto a qualidade dos objetos

medidos.Entretanto, mesmo com as necessidades específicas, um questionário a parte poderia

ter sido criado para contemplar as variáveis não abordadas em questionários validados.

Pechansky et al. (2002) apud Malbergier (2002) traz uma excelente discussão sobre as

vantagens de utilização de instrumentos validados e instrumentos elaborados pelo autor, o

mesmo elenca como principal vantagem da utilização de instrumentos validados o fator

comparabilidade; quanto à elaboração de instrumento próprio, o autor destaca o respeito à

cultura e características do universo de pesquisa. Ressalta ainda que um instrumento validado

obrigatoriamente passou por um processo de análise que atestou, entre outros fatores, a

sensibilidade e a especificidade do instrumento em relação ao objeto de estudo.

5.4 ANÁLISE DOS DADOS

Quanto à análise dos dados, a maior parte dos estudos incluídos na presente pesquisa

utilizou a análise descritiva. Segundo Ferreira (2005) a escolha por este método de análise

está diretamente correlacionada à abordagem do estudo ao utilizar ferramentas como tabelas

de frequência e gráficos para coletar, agrupar, sintetizar e apresentar os dados. Já na estatística

inferencial procede-se com a estimação do parâmetro estudado aplicando a probabilidade.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

28

Neste sentido o autor, visualizando esclarecer as diferenças entre os dois métodos para os

estudantes da Universidade de Coimbra, resumiu as características das mesmas da seguinte

forma: há essencialmente dois tipos de procedimentos em estatísticas. A estatística descritiva

tem como objetivo mensurar diretamente os parâmetros nas populações ou amostras. Para tal,

emprega mecanismos visando ordenar e condensar os dados obtidos, avaliar a

representatividade desses, traçar gráficos, calcular médias, obter relações entre as variáveis,

entre outros. Enquanto pelo segundo método, o da estatística inferencial, estima-se o valor da

variável a partir da observação dos dados na amostra, preocupando-se com o raciocínio

necessário para obtenção de conclusões gerais. Por sua vez, as inferências ou generalizações

podem ser classificadas em: estimações ou decisões.

5.5 NÚMERO DE PARTICIPANTES

Com relação ao número de participantes, o estudo que obteve menor adesão foi o

realizado por Sferra (2014), que segundo a autora contou com a participação de 60% do

universo de pesquisa; já o estudo com maior adesão foi o realizado por Vale et al. (2014) que,

segundo descrito pelos mesmos, alcançou 86% (137 pessoas) do universo de pesquisa

(estudantes regularmente matriculados 159 pessoas).Os pesquisadores dos estudos utilizados

apresentaram uma preocupação em relação ao número de entrevistados, devido ao caráter

quantitativo da pesquisa.

Esta preocupação é extremamente relevante, pois segundo Araújo (2009), no que diz a

respeito à estudos quantitativos, deve-se ter a preocupação em atingir ao menos 50% do

número de participantes em uma pesquisa.Ainda neste sentido, ressalta que uma análise

quantitativa, onde a amostra é menor que 50% de participantes, acarreta margens para

discussão a respeito da representatividade da pesquisa realizada, pois a relação número de

participantes afeta diretamente os resultados obtidos.

A Tabela 3apresenta a que cursos pertenciam os sujeitos avaliados pelos estudos.

Tabela 3.Cursos envolvidos nas pesquisas.

Curso Nº %

Enfermagem 10 100

Medicina 4 40

Medicina Veterinária 1 10

Farmácia 2 20

Biologia 1 10

O sexo é uma das variáveis sociodemográficas relatada nos trabalhos avaliados. A

inclusão dessa variável se deve ao fato de que há estudos que afirmam que o uso de drogas

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

29

lícitas e ilícitas é mais predominante por estudantes do sexo masculino de forma geral

(FERNANDESet al., 2010). No presente estudo a prevalência do sexo feminino é maior entre

os participantes, porém deve-se à alta prevalência de mulheres no curso de enfermagem.

Historicamente as profissões ligadas ao cuidar são relacionadas ao sexo feminino (CRAMER,

2009). Neste sentindo Pontes et al. (2009) e Silva et al. (2006) destacam que comparar o sexo

dos participantes e uso de drogas em estudos realizados no curso de Enfermagem com demais

cursos de graduação pode ser uma atitude equivocada, pois a grande maioria dos acadêmicos

nos cursos de enfermagem é do sexo feminino, podendo assim enviesar as conclusões obtidas.

5.6 IDADE DOS PARTICIPANTES E USO DE DROGAS

No estudo em questão, a faixa etária predominante entre os estudantes pesquisados foi

de 18 a 30 anos de idade e vai ao encontro de outros estudos realizados que determinam como

público alvo estudantes universitários, tais como Pontes et al. (2009), Silva et al. (2006),

Machado et al. (2015).

No que diz respeito à faixa etária dos estudantes universitários,Amaral e Diniz (2009)

afirmam que o advento do ciclo na educação básica auxiliou no que podemos denominar de

período limite para conclusão do ensino básico. No sistema de ensino ciclado um dos critérios

utilizados para progressão ou não de um estudante é a idade do mesmo, inclusive uma das

críticas a este modelo é justamente esta progressão compulsória. Tal fato contribui para a

média de idade para o ingresso na universidade ser de 18 anos, pois no modelo ciclado o

estudante termina o ensino médio com uma média de 17/18 anos.

Devemos ainda considerar que os estudantes de graduação, na maior parte das vezes,

relataram que já consumiam drogas antes de ingressarem na universidade (PILLON et al.,

2005). Em um levantamento sobre os padrões de consumo de drogas entre os brasileiros,

realizado pela Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (SENAD) em 2010, evidenciou-

se que 22,6% dos jovens iniciaram o de uso de algum tipo de droga ilícita entre 14,8 a 17,3

anos de idade, período relativamente anterior ao ingresso no curso superior (BRASIL, 2010).

Quando relacionado à idade ao consumo de substâncias ilícitas, Silva (2006) descreve

que os estudantes mais jovens apresentam maior consumo de drogas ilícitas, correlacionando

essa prevalência à imaturidade já esperada em indivíduos de menor idade. Sferra (2014) e

Almeida et al. (2004), em discussão sobre a variável idade dos indivíduos, fazem uma

correlação da idade dos entrevistados e os motivos apresentados pelos acadêmicos para

utilização de drogas ilícitas, a maioria dos entrevistados apontaram como motivação a

socialização necessária no início do curso e o local de consumo destacado foram festas e

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

30

eventos. Segundo os autores tais comportamentos são caracterizados pela necessidade de

aceitação e são esperados em indivíduos mais jovens.

O Quadro 2 apresenta as drogas ilícitas mais consumidas pelos estudantes de

Enfermagem de acordo com as publicações que compõem a presente revisão.

Quadro 2. Drogas ilícitas mais consumidas pelos estudantes de Enfermagem de acordo com

os artigos selecionados.

Autor/Ano Substâncias de maior uso

GABRIEL et al., 2004

Maconha (29,6%)

Cocaína (11,1%)

Solventes (1,1%)

BOTTI et al., 2010

Inalante (15,52%)

Maconha (12,72%)

Cocaína (2,29%)

FREITAS et al., 2015 Não especificado*

MARDEGAN et al., 2007

Anfetamínicos (11,7%)

Solventes (11,2%)

Maconha (6,7%)

MARTINHO et al., 2009

Anfetamina (33,3%)

Maconha (16,6%)

Solventes (13,8%)

NÓBREGA et al., 2012 Não especificado*

PICOLOTTO et al., 2010

Maconha (19,2%)

Inalantes/Solventes (7,5%)

Cocaína e derivados (4,5%)

SFERRA, 2014 Não especificado*

SOUZA et al., 2011

Loló (12%)

Lança perfume (3%)

Maconha (2,4%)

VALE et al., 2014 Não especificado**

*Valores apresentados de forma geral para toda a população estudada, não específica aos estudantes

do curso de Enfermagem.

**Valores indissociáveis para a droga ilícita.

Os resultados apresentados nos estudos realizados por Freitas et al. (2015) e Nóbrega

et al.(2012) não especificam as substâncias ilícitas mais utilizadas pelos graduandos de

Enfermagem, somente de forma geral, englobando toda a população de estudo (estudantes de

todos os cursos). Vale et al. (2014) objetivaram investigar o perfil de consumo de álcool,

tabaco e maconha entre acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem, não dissociando

os valores de uso somente da droga ilícita.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

31

Em relação ao consumo de drogas ilícitas, estudo realizado pelo SENAD (Secretaria

Nacional de Políticas Sobre Drogas) em parceria com a Faculdade de Medicina da USP em

2010 relata que 49% dos estudantes de universidade públicas do Brasil já fizeram uso de

drogas ilícitas, sendo a maconha e a cocaína as drogas mais consumidas pelos acadêmicos de

Enfermagem. Silva et al. (2006) acreditam que a preferência do uso da maconha ocorra

devido a inúmeros fatores, dentre eles a popularidade da substância.

Segundo Amorim (2008), nas universidades mais antigas do país o uso da maconha

está tão presente no cotidiano que os estudantes chegam a nomear os espaços que seriam

utilizados apenas para a prática, a instituição reconhece a existência desses lugares, entretanto

pouco faz a fim de coibir o uso. Outro fator seria a questão do custo, devido à própria

popularidade da droga, o custo da mesma é menor se comparado com outras substâncias. Vale

ressaltar que ainda há um “menor risco” associado à compra da mesma, pois não é estranho

encontrar vendedores da substância dentro das próprias universidades, sendo este fato um dos

principais motores da discussão a respeito do policiamento dentro dos campi universitários.

No que diz respeito à cocaína, o uso estaria diretamente relacionado ao efeito da

substância sobre o organismo, auxiliando nos estudos devido seu efeito estimulante

(MIRANDA, et al. 2007). Ainda sobre a utilização da cocaína, em estudo realizado por

pesquisadores da USP Ribeirão Preto com estudantes da Escola de Enfermagem, os autores

identificaram que a maioria dos jovens superestima o uso de drogas pelos colegas. As

estimativas podem explicar o uso de substâncias, justificando mesmo a experimentação de

algumas delas como maconha e cocaína, pois se acredita que os estudantes, em geral, usam

mais. A estimativa correta leva a pensar no processo de adequação ao grupo uma vez que se

aceita a norma desse grupo (CARVALHO et al., 2009).

Os psicoestimulantes, e as drogas sintéticas (LSD, ecstasy) foram outras das

substâncias identificadas por Sferra (2014), Silva et al. (2006) e Gabriel et al. (2004),

entretanto em menor prevalência. Em levantamento bibliográfico realizado por Fernandes et

al. (2017), de estudos que buscaram identificar e quantificar substâncias psicoativas utilizadas

por estudantes universitários,assim como os fatores que levariam os mesmos a utilização

destas substâncias, os autores acreditam que a menor utilização das substâncias citadas acima

se deva a dificuldade de acesso, assim como o valor elevado.

É importante ressaltar que o curso de Enfermagem está longe de ser o único onde o

uso de drogas ilícitas é notado. Em revisão de literatura realizada por Machado et al. (2015),

no que tange ao uso de drogas ilícitas por acadêmicos de Medicina, o estudo demonstrou que

esses alunos fazem uso frequente dessas drogas, sendo a maior prevalência das substâncias

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

32

psicotrópicas. Em outro estudo realizado com acadêmicos de Biologia, Medicina e Medicina

Veterinária, os autores constataram que o curso de Biologia foi o que obteve maior

prevalência para o uso de substâncias ilícitas, sendo a principal delas a maconha (GABRIEL

et al., 2004).

Ainda em relação ao consumo de drogas por demais universitários, Martinho e

colaboradores (2009) ressaltam que há características semelhantes entre os universitários dos

cursos da área de saúde como Medicina, Enfermagem e Biologia. O estudo avaliou estudantes

destes cursos e, apesar de o número de indivíduos pesquisados ser diferente, as prevalências

de uso são muito semelhantes e a Biologia se destaca no uso da maconha. O estudo

identificou as seguintes prevalências quanto às substâncias utilizadas pelos estudantes ao

menos uma vez na vida: Medicina, em ordem decrescente de consumo foram: álcool (95,9%),

tabaco (64,4%) e anfetaminas (53,0%); Enfermagem foram álcool (94,4%), anfetaminas

(33,3%) e tabaco (30,5%); e entre os acadêmicos de Biologia: álcool (100,0%), tabaco

(73,6%), maconha (63,1%).

Estudos enfatizam que o ambiente universitário é um fator de risco psicossocial dentro

do estilo de vida destes estudantes (MARTINHO et al., 2009; FERNANDES et al., 2017;

CARVALHO et al.,2009). Pontes et al. (2009) aponta alta prevalência de drogas na população

universitária em relação à população geral. A academia é um espaço de pressão, metas são

estabelecidas, o bom estudante é aquele que produz, por vezes essas pressões acabam por

sobrecarregar o estudante que encontra nas drogas uma válvula de escape (MACHADO et al.,

2015).

Percebeu-se que há conformidade dos estudos referentes à alta prevalência para o

consumo de drogas licitas e ilícitas entre acadêmicos de Enfermagem;essa prevalência

contrapõe a tese levantada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2006. O estudo

elenca como um dos motivos para utilização de drogas o desconhecimento sobre os efeitos e

perigos da mesma, entretanto as publicações citadas nesse trabalho têm por público alvo

estudantes da área da saúde que possuem em sua matriz curricular disciplinas que tratam do

perigo da utilização de drogas.

O ambiente em que vivem, as pessoas com quem convivem e seus hábitos de vida são

fatores influentes nesses dados. Sendo este um espaço facilitador de consumo de drogas por

estudantes universitários, como mostra os estudos que apresentam um consumo aumentado

após a inserção na faculdade (JALES, 2013).

Os estudos sobre o consumo de drogas ilícitas entre universitários têm em comum a

tentativa de compreender as características de consumo, investigar o uso de substâncias e o

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

33

perfil dessa população, visando obter dados para a população acadêmica e aprimorar

programas de prevenção existentes em instituições de ensino superior (FREITAS et al., 2012).

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

34

6 CONCLUSÃO

De acordo com os estudos apresentados, o consumo de drogas ilícitas afeta

diretamente a vida dos acadêmicos de Enfermagem, reforçando-o como um grave problema

de saúde pública. O consumo de substâncias ilegais vem devastandoa sociedade atual em

grande proporção, desestruturando jovens e famílias.

Observa-se que as drogas estão inseridas em qualquer ambiente, em qualquer classe

social, sem distinção de raça ou escolaridade, simplesmente por serem de fácil acesso. Assim,

observamos que a prevalência do uso de drogas ilícitas é predominante por estudantes do sexo

masculino, de forma geral, porém o sexo feminino é maior entre os participantes das

pesquisas, a diferença ocorre devido à alta prevalência de mulheres no curso de enfermagem.

A faixa etária nos estudos está entre 18 a 30 anos de idade e as drogas mais utilizadas pelos

acadêmicos,de forma geral, são maconha e cocaína.São necessárias pesquisas que busquem e

estudem as implicações das drogas utilizadas pela população universitária, principalmente em

relação aos acadêmicos do curso de Enfermagem.

Neste sentido, visando o combate ao uso de drogas por parte dos acadêmicos a

Universidade Federal de Mato Grosso promove o dia 26 de junho como “dia D” para a prática

de campanhas, distribuindo materiais educativos contendo importantes informações como os

locais onde os alunos devem procurar ajuda, dentre eles o CASS/UFMT (Coordenação de

Assistência Social e Saúde do Servidor). Eventos na área da saúde também colaboram para a

discussão sobre o assunto, no ano de 2018 foi realizada a I Jornada de Saúde Mental incluindo

como tema de debate o uso abusivo de álcool e drogas.

Espera-se que este estudo fomente estudos posteriores em relação à temática.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

35

REFERÊNCIAS

AAKER, D. A.; KUMAR, V.; LEONE, R. P.; DAY, G. S. Marketing Research. 7. ed. New

York: John Wiley& Sons, Inc. 2001.

ALMEIDA, B.R.A et al.Drogas: tempos, lugares e olhares sobre seu consumo. – Salvador:

EDUFBA;CETAD/UFBA, 2004, 222 p.

AMARAL,S. C. F., DINIZ, J.; A avaliação na educação física escolar: uma comparação entre

as escolas tradicional e ciclada. Movimento. v.15, n. 1, p. 241-258, 2009.

AMORIM, A. V. C.; et al. Álcool e alcoolismo: estudo de prevalência entre discentes do

curso de Medicina da UNIFENAS em Belo Horizonte – Revista Médica de Minas Gerais; v.

18 n.1, p. 16-23, 2008

ARAÚJO, J. L. Pesquisas sobre modelagem em eventos científicos recentes de educação

matemática no Brasil. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 4., 2009, Taguatinga. Anais Taguatinga: Sociedade

Brasileira de Educação Matemática, 2009.

AZEVEDO, R. C. S.Drogas e Trabalho. Série saúde mental e trabalho, São Paulo, Casa do

Psicólogo2013, 60 p.

BARBOSA, P.C.R; DALGALARRONDO, P. O uso ritual de um alucinógeno no contexto

urbano: estados alterados de consciência e efeitos em curto prazo induzidos pela primeira

experiência com a ayahuasca. J. Bras. Psiquiatr., v.52, p. 181-190,2003.

BASTOS, J. L. D.; DUQUIA, R. P., Um dos delineamentos mais empregados em

epidemiologia: estudo transversal. Scientia Medica, v. 17, n. 4, p.229-232, 2007.

BENFICA, F. S; VAZ, M. Medicina Legal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008, 240

p.

BOTTI, N. C. L.; LIMA, A. F. D. de; SIMOES, W. M. B. Uso de substâncias psicoativas

entre acadêmicos de enfermagem da Universidade Católica de Minas Gerais. SMAD, Rev.

Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. v. 6, n. 1, p. 1-16, 2010.

BRASIL. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas.I Levantamento Nacional sobre o

Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais

Brasileiras.Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas;GREA/IPQ-HC/FMUSP. Brasília:

SENAD, 2010.284 p.

CAMPOS, D. A. de, et al.O uso de álcool entre alunos do Ensino Médio noturno em um

contexto amazônico. Revista Espaço para a Saúde, v.13, n.1, p.15-22, 2016.

CARVALHO, A. M. P; et al. Normas percebidas por estudantes universitários de três

carreiras, da área da saúde, sobre o uso de drogas entre seus pares. Rev. Latino-AmEnferm.

v. 17, p. 900-906, 2009.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

36

CHRISTOFF, A.O. Estudo comparativo entre as formas presencial e versão computador para

a detecção e intervenção breve do uso de drogas em estudantes universitários. Ciências

Biológicas e de Saúde, v. 4, n. 2, p. 359-370, 2017.

CICAD - Inter-AmericanDrug Abuse Control Commission. Organization of American States.

Anti-Drug Strategy in the Hemisphere. 1996.

CRAMER, L. Relações de gênero, poder e profissão em organizações hospitalares: um

enfoque sócioconstrucionista. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-

GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 33., 2009, São Paulo. Anais... São

Paulo, 2009.

JALES, T. de M. Análise comparada Brasil-Portugal: A resposta penal como concretizadora

da proteção à saúde pública perante a problemática do consumo de drogas. FIDES, v. 3, n. 2,

p. 142-161, 2013.

DUVICQ, C.G.F.;PEREIRA, N. R.; CARVALHO, A. M. P. Consumo de drogas lícitas e

ilícitas en escolares y factores de protección y riesgo. Rev Latino-am Enfermagem, v. 12, n.

spe, p. 345-351, 2004.

FERNANDES, T. F. et al. Uso de substâncias psicoativas entre universitários brasileiros:

perfil epidemiológico, contextos de uso e limitações metodológicas dos estudos. Cad. saúde

colet, v. 25, n. 4, p. 498-507, 2017.

FERNANDES, S.; et al.Abuso e dependência de maconha: comparação entre sexos e

preparação para mudanças comportamentais entre usuários que iniciam a busca por

tratamento. RevPsiquiatr Rio Gd Sul, v. 32, n. 3, p. 80-85, 2010.

FERREIRA, P. L. Estatística descritiva e inferencial: breves notas. Faculdade de Economia,

Universidade de Coimbra, 2005. Disponível em: <

https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/9961/1/AP200501.pdf>.Acesso: 03 out. 2018.

FERRO, L. R. M.; GAYA, C. M.; ANTONIASSI JUNIOR, G. A violência e o consumo de

drogas entre universitários. Brasília JornalofForensicSciences, Medical Law and

Bioethics, v.3, n.3, p.258-272, 2014.

FORMIGONI, M. L. O. de S.et al. Neurobiologia: mecanismos de reforço e recompensa e os

efeitos biológicos e os efeitos comuns às drogas de abuso. Portal de formação à distância:

sujeitos, contextos e drogas. SENAD, 2016. Disponível em:

<http://www.aberta.senad.gov.br/medias/original/201704/20170424-094615-001.pdf>.

Acesso em: 20 jul. 2018.

FREITAS, M.et al. Perfil dos estudantes de uma instituição de ensino superior quanto ao uso

de álcool e outras drogas. Revista Ciência Plural, v. 1, n. 2, p. 29-36, 2015.

FREITAS, R.; NASCIMENTO, D.; SANTOS, P. Investigação do uso de drogas lícitas e

ilícitas entre os universitários de instituições do ensino superior (públicas e privadas), no

município de Picos, Piauí.SMAD Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, v. 8,

n. 2, p. 79-86, 2012.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

37

GABATZ, R. I. B. et al. Percepção dos usuários de crack em relação ao uso e tratamento.

Rev. Gaúcha Enferm., v.34, n. 1, p.140-146, 2013.

GABRIEL, S. A. et al.Consumo de álcool e drogas ilícitas entre estudantes de Medicina,

Biologia e Enfermagem. Rev. Fac. de CiêncMéd de Sorocaba, v. 6, n. 2, p. 30-37, 2004.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisas. Editora Atlas. 5. ed. São Paulo: Atlas,

2010, 288 p.

MACHADO, C. S.; MOURA, T. M. de; ALMEIDA, R. J. de. Estudantes de Medicina e as

Drogas: Evidências de um Grave Problema. Rev. Bras. Educ. Med., v. 39, n. 1, p. 159-167,

2015.

MACRAE, E. A Subcultura da Droga e Prevenção. Núcleo de Estudos Interdisciplinares

sobre Psicoativos, 2003. Disponível em: <http://www.neip.info/downloads/t_edw5.pdf>.

Acesso em: 20 jul. 2018.

MAGALHÃES, J.M et al. Vivências dos adolescentes usuários de crack. In: ROSA, L.C.S et

al. CRR Articulando a RAPS: a construção de novas práticas e saberes no Piauí. Brasília:

Verbis Editora, 2015.

MALBERGIER, A. Qual a melhor opção: desenvolver questionários nacionais ou traduzir e

validar questionários internacionais? Rev. Bras. Psiquiatr.,v.24, n.4, p. 202,2002.

MARDEGAN, P. S.;et al.Uso de substâncias psicoativas entre estudantes de enfermagem. J.

Bras. Psiquiatr.,v. 56, n. 4, p. 260-266, 2007.

MARTINHO, A. F.; et al.Uso de álcool e drogas por acadêmicos dos cursos de Enfermagem,

Biologia e Medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.Revista da Faculdade

de Ciências Médicas de Sorocaba, v. 11, n. 1, p. 11-15, 2009.

MIRANDA, S. P.; VARGAS, D. Satisfação de pacientes de um centro de atenção

psicossocial álcool e drogas com o atendimento do enfermeiro. SMAD. Revista eletrônica

saúde mental álcool e drogas, v.5, n.2,p. 1-15, 2009.

MORAES, D. P. A de; et al.Prevalência do uso de drogas psicotrópicas por estudantes de

medicina da Universidade Federal do Tocantins. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa

São Paulo, v. 58, n. 3, p.127-133, 2013.

MOURA, S. S. O uso de drogas entre estudantes universitários: Uma revisão integrativa.

2017. 33 f. Monografia (Especialização) - Curso de Enfermagem, Universidade Federal

Fluminense, Niterói, 2017.

NASCIMENTO, S. R. do; CAIXETA, C. C. O uso e abuso de drogas entre universitários.

Jornal UFG, ano VII, n. 59, jun/2013. Publicação da Assessoria de Comunicação da

Universidade Federal de Goiás.Disponível em: <https://www.jornalufgonline.ufg.br/n/47513-

artigo-o-uso-e-abuso-de-drogas-entre-universitarios>. Acesso em: 20 jul. 2018.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

38

NÓBREGA, M. do P. S. de S.; et al.Policonsumo simultâneo de drogas entre estudantes de

graduação da área de ciências da saúde de uma universidade: implicações de gênero, sociais e

legais, Santo André - Brasil. Texto contexto - enferm.,v. 21, n. spe, p. 25-33,2012.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de

comportamento da CID-10. Ed. Artes Médicas. Porto Alegre: 1993, 352 p.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS. World health report, working together

for health. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2006.

OLIVEIRA, Y. C. de. A clínica terapêutica ocupacional com usuários de substâncias

psicoativas: o desafio da práxis. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 19, n. 4, p.

229-233, 2006.

PECHANSKY, F.; HIRAKATA, V.; METZGER, D. Adaptação e validação de questionário

sobre comportamentos de risco para Aids em usuários de drogas. Rev. Bras. Psiquiatr, v.24,

n.3, p. 130-136, 2002.

PICOLOTTO, E.; et al., L. F. C.; MIGOTT, A. M. B.; GEIB, L. T. C. Prevalência e fatores

associados com o consumo de substâncias psicoativas por acadêmicos de enfermagem da

Universidade de Passo Fundo. Ciênc. Saúde Coletiva,v. 15, n. 3, p. 645-654,2010.

PILLON, S. C.; O'BRIEN, B.; CHAVEZ, K. A. P. A relação entre o uso de drogas e

comportamentos de risco entre universitários brasileiros. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.

13, n. spe2, p. 1169-1176, 2005.

PONTES, J. P. et al. Levantamento do uso de álcool e outras drogas entre estudantes de

graduação de uma instituição de ensino superior. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE

PRODUÇÃO CIENTÍFICA CESUMAR, 6., 2009, Maringá. Anais... Maringá: CESUMAR,

2009.

RIGOTTO, S. D.; GOMES, W. B. Contextos de abstinência e de recaída na recuperação da

dependência química. Psic.: Teor. e Pesq.,v.18, n.1, p.95-106, 2002.

SILVA, E. F; et al. Prevalência do uso de drogas entre escolares do ensino médio do

Município de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública, v. 22, n. 6, p.

1151-1158, 2006.

SFERRA, L. A. Identificação do uso de drogas licitas e ilícitas por acadêmicos de

enfermagem. 2014. 33 f. TCC (Graduação) - Curso de Enfermagem, Instituto Municipal de

Ensino Superior de Assis, Fundação Educacional do Município de Assis, Assis, 2014.

SOARES, J.; VARGAS, D. de; OLIVEIRA, M. A. F. de. Atitudes e conhecimentos de

profissionais de saúde diante do álcool, alcoolismo e do alcoolista: levantamento da produção

científica nos últimos 50 anos. SMAD. Ver. Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drog., v. 7,

n. 1, p. 45, 2011.

SOUZA, E. C. de; et al. Prevalência do uso de drogas entre acadêmicos de uma universidade

do centro-sul piauiense. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 20., SEMINÁRIO

EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO, 3., 2011, Teresina. Anais...

Teresina: UFPI, 2011.Disponível em:

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSITÁRIO …

39

<http://leg.ufpi.br/20sic/Documentos/RESUMOS/Modalidade/Vida/277281aada22045c03945

dcb2ca6f2ec.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2018.

UNODC - United Nations Office for Drug Control and Crime Prevention. World Drug

Report. 2008. Disponível em:

<https://www.unodc.org/documents/wdr/WDR_2008/WDR_2008_eng_web.pdf>. Acesso

em: 03 jul. 2018.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de

comportamento da CID-10. Ed. Artes Médicas. Porto Alegre: 1993.

VALE, J.S.; UESUGUI, H. M.; PEREIRA, R.A.Perfil do consumo de álcool, tabaco e

maconha entre graduandos em enfermagem da faculdade de educação e meio ambiente –

FAEMA. Rev Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.v.5, n.2, p. 156-172,

2014.

WAGNER, G. A; ANDRADE, A. G. Uso de álcool, tabaco e outras drogas entre os

estudantes universitários brasileiros. Rev. Psiq. Clín, v. 35, n. 1, p. 48-54, 2008.

ZEFERINO, M. T.; et al. Consumo de drogas entre estudantes universitários: família,

espiritualidade e entretenimento moderando a influência dos pares. Texto contexto -

enferm.,v. 24, n. spe, p. 125-135,2015.

ZEITOUNE, R. C. G.; et al. O conhecimento de adolescentes sobre drogas lícitas e ilícitas:

uma contribuição para a enfermagem comunitária. Esc. Anna Nery, v. 16, n. 1, p. 57-63,

2012.

ZOTESSO, M. C.; PAIVA, S. M. A. de; MARQUES, L. O. Consumo, dependência e

caracterização de álcool em um centro de atenção psicossocial de álcool e drogas. Rev.

Interdisciplinar de Estudos em Saúde, v. 7, n 1, p. 430-439, 2018.