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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA
AVALIAÇÃO DE NOVA TECNOLOGIA DE USO FOLIAR NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE GRÃOS DE SOJA
HENRIQUE LUIS DARIO
SINOP – MT Maio – 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA
AVALIAÇÃO DE NOVA TECNOLOGIA DE USO FOLIAR NA QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE GRÃOS DE SOJA
HENRIQUE LUIS DARIO (DISCENTE) SOLANGE MARIA BONALDO (ORIENTADORA)
SOLENIR RUFFATO (CO-ORIENTADORA)
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Agronomia do ICAA/CUS/UFMT, como parte das exigências para a obtenção do Grau de Bacharel em Agronomia.
SINOP – MT MAIO-2019
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família e
amigos, que sempre estiveram ao meu lado,
me apoiando e dando força para que eu
chegasse até o fim desta caminhada.
Graças a eles consegui viver momentos de
intensa satisfação e superar todos os
obstáculos impostos pela vida. Aos meus
pais: Nagibe Luis Dario e Nelcy Guzatti
Dario, a minha irmã Marina Maria Dario, e
por último, mas não menos importante a
minha Noiva, Paola Gil Espina, amo muito
todos vocês. A todos os pesquisadores, que
com toda sabedoria adquirida de geração
em geração, vêm contribuindo com a
incessante busca da ciência para uma
agricultura mais sustentável.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ser luz em meu caminho e me dar força para
que conseguisse vencer cada desafio tornando-me mais forte para seguir em frente.
À minha família que sempre me deu muito amor, carinho e todo apoio para que
corresse atrás dos meus sonhos, mesmo que isso representasse longos períodos e muitos
quilômetros de distância.
Agradeço a professora Profª Dra. Solange Maria Bonaldo, pela sua orientação,
paciência e por estar sempre presente ajudando e disponibilizando grande parte do seu tempo
para que este trabalho fosse realizado com sucesso, a ela sou muito grato.
Agradeço a minha co-orientadora Profª Dra Solenir Ruffato, por seu grande
conhecimento, sabedoria e enorme coração, que me auxiliou em todos os momentos para
que esta etapa fosse concluída.
Agradeço todos os amigos que conquistei na Universidade especialmente,
Guilherme Klein Joanella, Rafael Cichelero, Gustavo Coelho, Fernando Coelho, Fernando
Turra, Pedro Turra, Élito Siqueira, Igor Kevein, Victor Castilho, Samuel Dettoni e tantos outros
que passaram por minha vida durante esta etapa deixando muitas alegrias e recordações
únicas.
Agradeço a minha noiva Paola R. Gil Espina ao companheirismo, carinho e
paciência durante a maioria do tempo que estive na faculdade e por ser de fundamental
importância para que eu pudesse finalizar este trabalho.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 12
2.1 Produção e exportação de soja.....................................................................12
2.2 Aspectos do cultivo da soja...........................................................................12
2.3 Doenças fúngicas da cultura da soja.............................................................16
2.4 Controle químico de doenças........................................................................19
2.5 Qualidade dos grãos de soja.........................................................................20
2.6 Indutores de resistência em plantas..............................................................21
2.7 Indutores de resistência na cultura da soja...................................................23
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 24
3.1 Localização e condução do experimento......................................................24
3.2 Análises pós-colheita....................................................................................27
3.3 Análise estatística.........................................................................................29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................29
4.1 Análise das condições climáticas durante o desenvolvimento da cultura da
soja.............................................................................................................................29
4.2 Qualidade física de grãos.............................................................................32
4.2.1 Teor de água dos grãos ......................................................................... 32
4.2.2 Massa de mil grãos ................................................................................ 33
4.2.3 Massa específica aparente e massa específica unitária ......................... 35
4.3 Qualidade sanitária dos grãos.......................................................................37
5 CONCLUSÕES .................................................................................................. 41
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 42
RESUMO
O controle de doenças em campo é fundamental, de forma a garantir alta produtividade e produção de grãos, com boa qualidade física, fisiológica e sanitária. Assim, avaliou-se o efeito de nova tecnologia de maneira isolada e combinada com fungicida, na qualidade pós-colheita de grãos de soja, em área comercial em Sinop, MT. Analisou-se o teor de água de colheita (%b.u.); massa de 1.000 grãos (g), umidade (%), massa específica unitária (kg m-3), massa específica aparente (kg m-3), e qualidade sanitária de grãos por meio da detecção de fungos associados (%). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias ao teste Scott-Knott, 5% de probabilidade. Não houve diferença significativa na massa específica unitária. Porém a aplicação do Produto Teste isolado ou associado a fungicida contribui para o aumento da massa específica aparente de grãos de soja; e quando associado a fungicida proporciona maiores valores de massa de mil grãos. O Produto Teste isolado reduz incidência de Fusarium sp. e Aspergillus sp. e; quando associado a fungicida reduz incidência de Phomopsis sp. em grãos de soja. Conclui-se, portanto, que esta nova tecnologia contribuirá na qualidade física e sanitária de grãos de soja, em pós-colheita.
Palavras chave: Indução de resistência, Glycine max, controle químico, qualidade física.
ABSTRACT
The control of diseases in the field is fundamental, in order to guarantee high productivity and grain production, with good physical, physiological and sanitary quality. Thus, the effect of new technology was evaluated in an isolated and combined manner with fungicide, in the post-harvest quality of soybean grains, in a commercial area in Sinop, MT. The moisture content (%w.b.); mass of 1000 grains (g), real density (kg m-3), bulk density (kg m-3), and the sanitary quality of the grains through the detection of associated fungi. Data were submitted to analysis of variance and the means to the Scott-Knott test, 5% probability. There was no significant difference in real density. Application of the Test Product isolated or associated with fungicide contributes to increase the bulk density of soybeans; and when associated with the fungicide yields greater values of a thousand grain mass. The Isolated Test Product reduces incidence of Fusarium sp. and Aspergillus sp. and; when associated with fungicide reduces the incidence of Phomopsis sp. in soy beans. It is concluded, therefore, that this new technology will
contribute to the physical and sanitary quality of soybeans, in post-harvest.
Keywords: Induction of resistance, Glycine max, chemical control, physical quality.
10
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas a produção de soja cresce de forma expressiva, e essa produção
crescente está diretamente ligada a alguns fatores: desenvolvimento do mercado
internacional referente ao comércio de derivados da soja; consolidação da oleaginosa como
fonte de proteína vegetal, principalmente para suprir a crescente demanda do ramo ligado a
produção de proteína de origem animal, e maior número de pesquisas e oferta de tecnologias,
que proporcionam a expansão dos setores ligados a soja nas mais diversas regiões do mundo
(EMBRAPA, 2010).
Na safra 2015/2016 a cultura ocupou uma área no Brasil de 33,2 milhões de hectares,
produzindo 95,4 milhões de toneladas, com produtividade média nacional de 2.870 kg ha-1. O
estado de Mato Grosso destinou 14 milhões de hectares para a cultura, produzindo 43,4
milhões de toneladas, e atingindo uma produtividade média de 3101 kg ha-1 (CONAB, 2017).
O estado de Mato Grosso é responsável por 9% da produção mundial de soja, e 30%
da produção nacional. Cerca de 50% da produção tem como destino a exportação, 30% é
absorvido dentro do estado, principalmente para o esmagamento, onde se produz farelo de
soja e óleo. A China é o principal importador de soja em grão e, do farelo de soja os principais
importadores são Holanda e Indonésia. Todos esses países têm em comum a grande
exigência de produtos com qualidade, produzido de forma sustentável (IMEA, 2015).
Um dos principais gargalos para se manter, ou mesmo aumentar a produção de soja
no país é o controle efetivo das doenças pois, hoje, no Brasil são aproximadamente 40
doenças causadas por fungos, vírus, bactérias e nematoides. As principais doenças da cultura
da soja são antracnose (Colletotrichum truncatum; Colletotrichum cliviae), Crestamento foliar
de Cercospora e mancha púrpura (Cercospora kikuchii), Ferrugem asiática (Phakopsora
pachyrhizi), Mancha alvo e Podridão Radicular de Corynespora (Corynespora cassiicola),
Mancha Parda (Septoria glycines), Míldio (Peronospora manshurica), Mofo Branco
(Sclerotinia sclerotiorum), Seca da haste e da vagem (Phomopsis spp.) (HENNING, 2014).
Os fungicidas foliares têm sido o principal meio para o controle das doenças fúngicas,
mas o uso contínuo de uma mesma classe ou modo de ação pode selecionar isolados
resistentes. Uma estratégia para minimizar essa seleção é a rotação e mistura de diferentes
modos de ação (ABAG, 2015) bem como o emprego de novas ferramentas no manejo de
doenças, como o uso de indutores de resistência.
A indução de resistência aparece com uma boa alternativa para o controle de doenças,
pois envolve a ativação de mecanismos de resistência latentes na planta e, essa ativação
pode ser por agentes bióticos ou abióticos, não afetando diretamente o patógeno, mas
tornando a planta mais resistente com a formação de barreiras físicas ou bioquímicas
(CARVALHO, 2010).
11
Entretanto, ainda são escassos estudos do efeito de indutores de resistência na
qualidade pós-colheita de grãos, assim, avaliou-se com o presente trabalho o efeito de nova
tecnologia de maneira isolada e associada com fungicida foliar, na qualidade pós-colheita de
grãos de soja.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Produção e exportação de soja
O farelo de soja (cerca de 79% do grão) é um subproduto que resulta do esmagamento
do grão para obtenção do óleo. Durante a extração do óleo, o farelo é aquecido e isso contribui
de forma positiva para sua qualidade. Possui quantidade de proteína bruta variando entre 44
a 48% e essa variação está diretamente ligada a quantidade da casca de soja acrescentada
(EMBRAPA, 2003). No ano de 2018 o Brasil produziu aproximadamente 33,1 milhões de
toneladas de farelo de soja, e desse montante 16,8 milhões de toneladas foram exportadas,
tendo como principais compradores a União Europeia, Ásia (exceto a China) e Oriente médio
(ABIOVE, 2019).
Outro importante produto relacionado a soja é o óleo, que representa cerca de 19% do
peso do grão, porcentagem considerada baixa quando comparado aos óleos de girassol e
canola que possuem em torno de 40% (ABIOVE, 2009). Em 2018 o Brasil produziu 8,8 milhões
de toneladas de óleo de soja e exportou 1,4 milhões de toneladas (ABIOVE, 2019).
Um levantamento realizado em 2018 das exportações do complexo soja mostram uma
receita de US$ 40,9 bilhões. As exportações de grão in natura representaram US$ 33,1
bilhões. O farelo de soja vem em segundo lugar como o produto mais comercializado do
complexo soja com receita US$ 6,6 bilhões. O óleo de soja rendeu US$ 1,02 bilhões (ABIOVE,
2019).
Na safra 2017/2018 o Brasil ainda aparece como o segundo maior produtor do grão,
com área plantada de 35,1 milhões de hectares, produção chegando a 117 milhões de
toneladas e produtividade de 3.333 kg ha-1. Os EUA mantêm seu título como maior produtor
mundial do grão com área plantada de 36,2 milhões de hectares, produção de 119,5 milhões
de toneladas e produtividade de 3.299 kg ha-1 (EMBRAPA, 2018). O Mato Grosso é o maior
produtor de soja do país, na safra 2018/2019 registrou uma área plantada de 9,6 milhões de
hectares, com média de 3.434 kg ha-1, e produção total de 32,65 milhões de toneladas (IMEA,
2019).
2.2 Aspectos do cultivo da soja
A água é um fator extremamente limitante para a soja, e existem dois momentos que
esse elemento se torna indispensável para a cultura, quando se visa um alto rendimento na
sua produção. O primeiro momento é o da germinação-emergência, onde não pode haver
falta nem excesso, nesse momento a semente precisa ganhar 50% do seu peso em água,
para que haja uma boa germinação, a quantidade de água presente no solo não deverá passar
13
dos 85% e nem estar abaixo dos 50%. O segundo momento é o da floração-enchimento dos
grãos, nesse estádio a demanda hídrica chega ao seu máximo. Para um alto rendimento a
soja precisa de uma disponibilidade hídrica entre 450 a 800 mm/ciclo. A soja aceita bem
temperaturas do ar entre os 20 e 30 °C, se a temperatura do ar ultrapassar os 40 °C a floração
será afetada e vagens podem ser abortadas, para que a planta seja estimulada a florir são
necessárias temperaturas superiores aos 13 °C (EMBRAPA, 2011).
Sobre a absorção de nutrientes pela planta de soja há vários fatores, que podem
interferir, como a condição climática, o manejo da cultura, o histórico da área plantada, a
cultivar escolhida, a quantidade de nutrientes contida no solo, entre outros (EMBRAPA, 2003).
O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela cultura da soja, e suas principais fontes são os
fertilizantes a base de nitrogênio e a fixação biológica de nitrogênio. Para se produzir 1000 kg
de soja acredita-se que são necessários aproximadamente 65 kg de N, e mais 15 kg para
desenvolvimento das folhas, caules e raízes, totalizando 80 kg de N. As bactérias do gênero
Bradyrhizobium podem suprir toda a exigência da cultura por N (HUNGRIA et al., 2001).
Na região do cerrado tanto a adubação potássica e a fosfatada devem ser
recomendadas pelos resultados verificados na análise de solo, para a adubação fosfatada,
quando o P do solo estiver na classe de médio ou bom, usa-se apenas a adubação de
manutenção, que é de 20 kg de P2O5 ha-1 para cada 1000 kg de grãos produzidos. Para a
adubação potássica é necessário que seja feita a adubação de manutenção, pois a cultura
leva nos grãos grande quantidade de K (cerca de 20 kg de K2O t-1 de grãos). Acredita-se que
se deve repor no solo cerca de 60 kg ha-1 de K2O, quando se espera ter uma produtividade
de três toneladas de grãos ha-1, sem levar em consideração a textura do solo (EMBRAPA,
2003).
Os micronutrientes mais indispensáveis para a cultura da soja quando se pretende
atingir o máximo de produtividade são Molibdênio (Mo) e Cobalto (Co), esses dois nutrientes
desempenham um papel muito importante na fixação simbiótica de nitrogênio do ar. O
Rhizobium (bactéria fixadora de nitrogênio) utiliza o molibdênio como carreador de elétrons, e
o cobalto para produção da vitamina B12, conhecida por cobalamina. O molibdênio está
intimamente ligado a redutase do nitrato, enzima responsável pela ativação da redução do
NO3, disponibilizando o nitrogênio contido nesta molécula (BRAKEMEIER, 1999). A aplicação
desses nutrientes pode ser através da mistura nas sementes, juntamente com fungicidas e
inoculantes, ou então via foliar, não ultrapassando 15 dias após o plantio da soja, as doses
recomendadas são 12 a 25 g ha-1 de Mo e 2 a 3 g ha-1 de Co1 (EMBRAPA, 2010).
A população de plantas utilizada por hectare nos dias atuais se difere bastante de 30
anos atrás quando se usava 400 mil plantas ha-1 ou em casos, até mais. Em virtude das
pesquisas com relação as semeadoras, melhoria genética, melhor qualidade nas sementes
produzidas, carregando alta taxa de germinação e alto vigor e, tratamento das sementes com
fungicidas, propiciaram estabelecer populações mais padronizadas, com isso a população por
14
hectare nos dias de hoje gira em torno de 200-250 mil plantas por hectare. O espaçamento
que mais se ajusta as nossas necessidades varia de 40-50 cm entre linhas, espaçamentos
menores que 40 cm podem trazer amassamento das plantas quando se entra na lavoura com
máquinas influenciando diretamente na produtividade e, espaçamentos maiores que 50 cm
faz com que as fileiras demorem mais para fecharem, deixando um espaço livre para
surgimento de plantas daninhas que irão competir por água, luz e nutrientes de forma bastante
agressiva com a cultura (EMBRAPA, 2011).
A cultura da soja é sensível ao fotoperíodo, assim sua adaptação varia à medida que
se desloca para o sul ou o norte, cada cultivar tem uma região limitada de adaptação
(EMBRAPA, 2010).
Para resolver esse problema de divergências relacionado ao ciclo da cultura, um
modelo utilizado nos EUA testado e adaptado para o Brasil, propõe a classificação do ciclo da
cultura em “grupos de maturação (GM)”, o Brasil possui três linhas de latitude 0°, 10° e a 20°
(Figura 1), com essas três linhas formam-se quatro faixas de graus de maturação no país,
assim: GM 5.0 a 7.0-8.0 que compreende desde o extremo sul do Rio Grande do Sul até a
latitude de 20º; GM 7.0-8.0 a 9.0-10.0 entre as latitudes 20º a 10º; GM 9.0-10.0 de 10º até a
linha do equador (0º). Dessa forma a cultivar que estiver no GM até 6.0 será classificada como
superprecoce, de GM 6,1 a 6,5 em precoce, de GM 6,6 a 6,9 de semiprecoce, de GM 7,0 a
8,0 são classificadas como ciclo médio, e de 9.0-10.0 são classificadas como tardias
(SEDIYAMA, 2009).
Figura 1. Distribuição aproximada dos grupos de maturidade da soja, das cultivares
predominantes em cada região, não considerando as subdivisões dentro de cada grupo. 6 = ciclo
superprecoce; 6.1-6.5 = ciclo precoce; 6.6-6.9 = ciclo semi-precoce; 7.0-8.0 = ciclo médio; 9.0-
10.0 = tardio. Fonte: Sediyama (2009).
15
Os estádios de crescimento da soja são divididos em vegetativos e reprodutivos, com
exceção do VE (emergência) e VC (cotilédone). Uma planta é considerada em VE quando
seus cotilédones emergiram, isto é, quando seus cotilédones estão sobre o nível do solo e
estes formam um ângulo de 90°, ou maior, com seus hipocótilos. O estádio VC é caracterizado
pela abertura e expansão total dos cotilédones, a planta estará em VC quando as bordas de
suas folhas unifolioladas não estiverem mais se encostando. A partir daí surgem números
ligados a letra V (V1 , V2, V3, V4,...Vn) onde cada número representa o número de nós acima
do nó cotiledonar, com folha totalmente expandida. Uma plântula está em V1 quando suas
folhas unifolioladas estiverem totalmente expandidas, ou seja, quando os bordos dos folíolos
da primeira folha trifoliolada não estiverem mais se tocando. E assim sucessivamente para o
restante dos estádios vegetativos (V2, V3, V4,...Vn) (FARIAS et al., 2007).
O estádio reprodutivo da planta é dividido em quatro fases bem diferenciadas umas
das outras, assim, tem-se: florescimento (R1 e R2), desenvolvimento da vagem (R3 e R4),
desenvolvimento do grão (R5 e R6) e maturação da planta (R7 e R8) (FARIAS et al., 2007).
16
2.3 Doenças fúngicas da cultura da soja
As doenças fúngicas são um dos maiores fatores que limitam altas produtividades na
cultura da soja, aparecem em grande número no Brasil e a tendência é que esse número só
aumente devido à expansão da fronteira agrícola e da monocultura. Porém, a relevância de
cada doença varia muito de um ano para o outro e também da região, comportamento do
clima durante o ciclo da cultura é outro fator que influencia muito na disseminação da doença
pela lavoura (EMBRAPA, 2010).
Essa grande ênfase dada as doenças causadas por fungos não é só pelo seu maior
número, mas pelos prejuízos causados tanto na questão de rendimento como na qualidade
da semente, e é na semente que muitos desses fungos encontram seu veículo para
disseminação para outras áreas ou regiões (EMBRAPA, 2004). Os principais fungos
encontrados tanto no campo como no armazenamento são listados a seguir:
I) Colletotrichum truncatum e C. cliviae são os agentes causais da antracnose em soja
e, em condições de alta umidade, esta doença causa apodrecimento e queda das vagens,
abertura das vagens ainda em formação e a germinação dos grãos imaturos. A grande
concentração de antracnose em solos do cerrado se dá pelas altas temperaturas e grande
quantidade de chuva (EMBRAPA, 2010; BARBIERI et al., 2017).
Os sintomas de antracnose são observados a olho nú desde as primeiras fases de
desenvolvimento da cultura, lesões nos cotilédones, na haste e nos ramos, que após secarem
ficam cobertos por pontuações escuras, os acérvulos, onde são observadas setas escuras,
que ajudam na identificação da doença após seu período de incubação. O fungo pode causar
apodrecimento da semente antes mesmo dela germinar, morte das plantas jovens e infectar
plantas adultas (EMBRAPA, 2004).
O seu controle deve ser feito pelo do uso de sementes sadias, um tratamento de
sementes, rotação de culturas, espaçamento entre fileiras e estande que permitam um bom
arejamento, o qual não permita a formação de um microclima favorável ao desenvolvimento
da doença e manejo adequado do solo, com destaque para a adubação potássica e indução
de resistência (EMBRAPA, 2014; BONALDO et al., 2019).
II) Cercospora kikuchii é o fungo responsável pela mancha-púrpura e crestamento
foliar, encontrado em todas as regiões do país, apresentando-se de forma mais agressiva em
regiões mais quentes e chuvosas como o Mato Grosso. O fungo pode infestar a lavoura por
meio de sementes infectadas e que não receberam tratamento com fungicidas, sobrevive
também nos restos culturais da lavoura e, a doença encontra condições favoráveis ao seu
desenvolvimento quando há alta umidade e temperaturas entre 23 e 27 °C (EMBRAPA, 2014).
Embora a mancha-púrpura seja o principal sintoma observado nas sementes, nem sempre
esse sintoma aparecerá no tegumento das sementes infectadas, o fungo pode ainda infestar
vagens, hastes e pecíolos, causando manchas castanho-avermelhadas, e nas folhas
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crestamento foliar. Apesar de ser o fungo mais encontrado em sementes de soja, no Brasil,
estudos realizados pela Embrapa comprovam que o fungo não traz efeitos negativos quanto
à qualidade da semente (EMBRAPA, 2004).
III) Corynespora cassiicola é o agente causal da mancha alvo e da podridão radicular
de Corynespora, é encontrado em todas as regiões do Brasil onde há produção de soja.
Acreditasse que ele seja nativo, e por isso tenha inúmeros hospedeiros, sobrevive nos restos
culturais e em sementes infectadas. As lesões começam com pontuações pardas, com halo
amarelado, passando para grandes manchas circulares, de cor castanho-claro a castanho-
escuro, chegando até dois centímetros de diâmetro; e em sua maioria as manchas
apresentam uma mancha escura no centro, lembrando um alvo. Cultivares suscetíveis podem
apresentar grande desfolha, com manchas pardo-avermelhadas em suas hastes e vagens
(EMBRAPA,2014).
O fungo C. cassiicola também causa a podridão da raiz, principalmente em áreas onde
se usa a prática de semeadura direta, no entanto a infecção nas folhas, hastes e vagens não
está associado com a podridão das raízes (EMBRAPA, 2010).
Acreditasse que para haver reduções significativas na produção por conta desta
doença, deve haver no mínimo 25 a 30% de severidade nas plantas de soja (GRIGOLLI,
2017). O controle é feito com o uso de variedades resistentes, rotação/sucessão de culturas
com milho e espécies de gramíneas, revolvimento do solo caso haja monocultura com soja,
tratamento de sementes e uso de fungicidas.
VI) O Phakopsora pachyrhizi foi identificado pela primeira vez no Brasil, no estado do
Paraná, em 26 de maio de 2001, atualmente ocorre em quase todas as regiões onde se
produz soja, exceto no estado de Roraima. A doença ganha força com chuvas frequentes e
longos períodos de molhamento. A temperatura ideal para que ocorra a infecção fica entre 18
e 26,5 °C e as perdas com a produção podem variar de 10 a 90%. Os sintomas podem surgir
em qualquer estádio de desenvolvimento da planta, como minúsculos pontos mais escuros
que o tecido sadio da planta, apresentando coloração esverdeada a cinza-esverdeada, com
equivalente protuberância (urédia), na parte abaxial da folha. As urédias ganham cor
castanho-claro a castanho-escuro, então um minúsculo poro se abre, e os esporos hialinos
ficam ao redor desse poro esperando sua disseminação pelo do vento, o tecido da folha ao
redor das urédias ganha cor castanho-claro a castanho-avermelhada (EMBRAPA, 2010).
O controle é realizado com aplicação de fungicidas formulados em misturas de
diferentes grupos químicos de forma preventiva ou nos primeiros sintomas da doença, com
isso um monitoramento constante da lavoura para identificar a doença no início é o que irá
garantir o sucesso das aplicações de fungicidas. O plantio deve seguir as datas
recomendadas, utilizando cultivares precoces e deixar a lavoura limpa no vazio sanitário,
eliminando plantas de soja (guaxa), bem como plantas daninhas que possam servir de
hospedeiras para a doença na entressafra, o plantio na safrinha também não é recomendado.
18
Há no mercado cultivares resistentes para várias regiões do país, contudo, isso não dispensa
o uso de fungicidas, pois a variabilidade do patógeno, pode selecionar indivíduos dentro da
população virulenta, que apresentem resistência a determinado fungicida (EMBRAPA,2014).
V) Fusarium é responsável por causar as fusarioses, sendo que várias espécies vêm
sendo relatadas ao longo dos anos. Mas o que mais se destaca por contaminar sementes de
soja é, Fusarium semitectum. Alguns autores o classificam como parasita fraco ou saprófita.
Grãos que sofrem atraso na colheita ou deterioração no campo por excesso de umidade
geralmente apresentam o fungo.
O sintoma característico de F. semitectum após ser incubado é a presença de micélio
geralmente branco, podendo variar do amarelo-pêssego até marrom, com aparência
lembrando o algodão. Seu controle deve ser feito por meio do uso de variedades resistentes,
evitando a compactação do solo, e o tráfego de máquinas de regiões infectadas áreas onde
não se encontra o patógeno (EMBRAPA, 2004).
VI) Phomopsis causa a seca da haste e da vagem, levando ao descarte de muitos
lotes de sementes nos cerrados. Os danos mais severos são observados em anos quentes e
chuvosos, quando as vagens e a maturação estão em fase inicial, e quando se atrasa a
colheita por excesso de umidade (EMBRAPA, 2010).
Sementes contaminadas superficialmente por Phomopsis spp. quando semeadas em
solo com boa umidade, em sua maioria chegam a emergir, contudo, o fungo que se
desenvolveu no tegumento impede a abertura dos cotilédones, por esse motivo as folhas
primárias não se desenvolvem e a plântula acaba por morrer. Os sintomas da doença na
planta surgem no final do ciclo, tendo como característica pontuações pretas (picnídios), que
se desenvolvem linearmente na haste e nos pecíolos e, às vezes, sobre as vagens. As
sementes contaminadas após o período de incubação, ficam geralmente com um micélio
branco, denso, no qual surgem os picnídios. Não dificilmente, Phomopsis spp., pode
apresentar apenas picnídios sobre a semente (EMBRAPA, 2004).
O controle é feito com a utilização de sementes com procedência; tratamento de
sementes com fungicidas sistêmicos; rotação de cultura e manejo correto do solo,
principalmente em relação a adubação potássica; armazenagem da semente em condições
ambientais, pois Phomopsis spp. perde viabilidade sob estas condições (EMBRAPA, 2014).
VII) Aspergillus spp. e Penicillium spp. são fungos que recebem a designação de
“fungos de armazenamento”, e segundo a literatura não contaminam as sementes em campo
pois não conseguem competir com os demais fungos encontrados ali. Grãos armazenados
com teor de água acima do valor crítico perdem sua viabilidade, pois essas espécies de fungos
atacam preferencialmente o embrião. A infecção das sementes ou grãos armazenados, por
“fungos de armazenamento” depende de alguns fatores essenciais como teor de água das
sementes, umidade relativa do ambiente, temperatura e o tempo.
19
A faixa de temperatura considerada ótima para o crescimento da maioria dos fungos
de armazenamento fica entre 28 a 35 °C e o grau de infecção inicial é outro fator que está
diretamente ligado a viabilidade das sementes. As impurezas, como pedaços de caules,
folhas, pequenos torrões de terra, poeira e insetos, podem apresentar maior facilidade em
absorver e reter umidade quando comparado a semente, essa umidade em meio a um lote de
sementes pode facilitar o desenvolvimento fúngico (DHINGRA, 1985).
VIII) Rhizopus spp. é considerado um fungo contaminante, sem importância
econômica em sementes, entretanto traz problemas relacionados a identificação de
patógenos de maior importância, por possuir um rápido crescimento e recobrir a semente
como um todo. Os esporóforos são hialinos, com esporângios em forma de esfera negros no
ápice, e os esporangióforos são esféricos e escuros (GOULART, 2005).
2.4 Controle químico de doenças
O manejo de doenças se tornou peça chave para o sucesso de qualquer cultura. Os
fungicidas são usados basicamente por três motivos: controlar ou evitar uma doença durante
a fase de estabelecimento e/ou desenvolvimento de uma cultura; aumentar a produtividade
da cultura e minimizar os danos estéticos (no caso de frutas, verduras e ornamentais), e
prolongar o período que um produto ou planta colhido fique armazenado. Para serem eficazes
muitos fungicidas necessitam ser aplicados antes que a doença ocorra ou quando os
primeiros sintomas começarem a serem percebidos (AMERICAN PHYTOPATHOLOGICAL
SOCIETY, 2004).
Os fungicidas atualmente encontrados no mercado são divididos em cinco modos de
ação: 1- aqueles com ação preventiva, que atuam na germinação dos esporos, na formação
de apressório e na penetração; 2- os de ação erradicantes, que atuam na fase de esporulação;
3- os de ação sistêmica (se forem aplicados antes da instalação do patógeno) ou então
erradicante (quando o patógeno já está no hospedeiro) atuando na fase de colonização; 4- os
indutores de resistência, que como o nome diz, induzem resistência sistêmica na planta; e 5-
os mesostêmicos, com ação protetora na superfície e efeito translaminar, atuando na fase de
penetração, colonização e formação do apressório (MIGUEL; CUNHA, 2010).
A decisão da hora certa de se aplicar um fungicida é essencial para um resultado
positivo, visto que um atraso ou adiantamento na hora de aplicar pode ser menos eficaz
quanto a não aplicação do fungicida (CALAÇA, 2008).
O gasto com fungicidas por hectare no médio norte de Mato Grosso na safra
2016/2017 foi de R$ 173,76 para soja convencional e de R$ 244,20 para soja transgênica. O
custo com fungicidas para cada hectare representa 7,8% para soja convencional e 10,55%
para soja transgênica quando comparado ao custeio total da lavoura (por ha), são valores
20
relativamente muito baixos se levado em conta os prejuízos que uma doença pode causar na
lavoura (IMEA, 2016).
2.5 Qualidade dos grãos de soja
Os efeitos constatados pela ocorrência de fungos nos principais produtos agrícolas
destinados tanto a alimentação humana como animal são: perda de nutrientes, alterações na
cor e odor, endurecimento dos grãos, e perda da capacidade de germinação no caso das
sementes. No caso dos grãos, as micotoxinas representam um perigo real quando
consumidas por humanos ou animais, as mais perigosas nesse grupo são as aflatoxinas, que
podem ser encontradas em grãos que sofreram ataques de fungos, podem ser letais, e não
são facilmente retiradas ou degradadas dos grãos. A maneira mais efetiva para se evitar a
bio-deterioração ocasionada por fungos, é associar a massa de grãos, uma baixa temperatura
e um baixo teor de água (FAO, 2014).
Fungos que contaminam sementes e grãos são divididos em fungos de campo e
fungos de armazenamento de acordo com sua ecologia e/ou condições ambientais, teor de
água e temperatura necessária para seu desenvolvimento. Os fungos de armazenamento
recebem está denominação porque crescem em sementes e grãos com teores de umidade
que variam entre 8 a 18% b.u. Os principais representantes desse grupo são Aspergillus flavus
e Penicillium spp. Fusarium spp. não é classificado como fungo de armazenamento, mas se
desenvolve em grãos de soja com 19,0% b.u. Estes fungos causam grandes perdas na
qualidade e quantidade de sementes e grãos de soja, consumindo gordura, proteína e
carboidratos. Aumentando o teor de acidez do óleo, consumindo matéria seca, reduzindo
assim o peso do grão (LAZARRI, 1997).
O teste de sanidade em sementes de soja ajuda a explicar os baixos índices de
germinação em amostras com alto grau de infecção, um diagnóstico completo realizado em
laboratório, feito em sementes de soja com alta infestação de Phomopsis spp. comprovou que
este fungo era o responsável pela baixa germinação dos lotes de sementes infestados por
esse patógeno (HENNING et al., 1980).
A soma de estresses climáticos e nutricionais, juntamente com injúrias causadas por
insetos e microrganismos, são os maiores responsáveis pela perda de qualidade da semente
no campo. A deterioração por umidade é o fator que mais implica na qualidade da semente,
quando a semente de soja fica exposta a elevadas e baixas umidades antes de ser colhida,
em virtude das frequentes chuvas, ou as oscilações de umidade relativa do ar, nessas
condições a deterioração por umidade será alta, essa deterioração por umidade também
resultará num maior índice de danos mecânicos durante a colheita (NETO et al., 2007).
A semente é o principal disseminador e foco de sobrevivência de muitos patógenos,
grande parte das doenças que implicam nas maiores perdas econômicas na cultura da soja
21
são disseminadas por sementes, isso proporciona a introdução ou reintrodução de doenças
em áreas antes livres. Deve-se lembrar que a semente quando encontra condições favoráveis
germina rapidamente, entretanto quando não encontra essas condições para germinar a
semente fica no solo exposta a diversos patógenos, reforçando a necessidade de um bom
tratamento da semente para que não perca qualidade fisiológica e física devido a patógenos
presentes no solo (GOULART, 1998).
2.6 Indutores de resistência em plantas
A indução de resistência (IR) possui o objetivo de ativar os mecanismos latentes de
resistência de um hospedeiro vegetal que se apresente suscetível ou com resistência
moderada, essa indução é feita por meio do uso de agentes abióticos ou bióticos
(eliciadores/indutores), com isso o hospedeiro tem mais sucesso em sua defesa contra o
ataque de patógenos como fungos, oomicetos, bactérias, vírus e nematoides (PASCHOLATI
et al., 2015).
Segundo Margis-Pinheiro et al. (1999) as plantas não permitem, de maneira passiva,
a entrada de patógenos no interior dos tecidos, sendo a primeira barreira constitutiva, ou seja,
aquela que ocorre mesmo sem a presença de agressores, de caráter hereditário e que as
tornam imunes (resistência de não-hospedeiro) à maioria dos fitopatógenos. Há ainda a
resistência localizada, ativada no ponto onde ocorre a agressão e a resistência induzida, que
protege a planta contra ataques subsequentes a diversos patógenos.
Pacholati e Leite (1995) relatam que os mecanismos de defesa são pré-formados e
pós-formados. Os pré-formados são defesas constitutivas ou passivas, presentes nas plantas
antes do contato das mesmas com o patógeno e que podem ser: a) estruturais: cutícula,
tricomas, estômatos, fibras/vasos condutores e; b) bioquímicos: fenóis, alcaloides
glicosídicos, lactonas insaturadas, glicosídeos fenólicos e cianogênicos, inibidores proteicos,
fototoxinas, quitinases e β-1,3 glucanases. Enquanto que mecanismos pós-formados (defesas
induzíveis ou ativas) se encontram ausentes ou presentes em baixos níveis antes da infecção,
sendo produzidos em resposta a presença do patógeno. Podem ser: a) estruturais: papilas,
halos, lignificação, camadas de cortiça, camada de abscisão e tiloses; b) bioquímicos:
espécies ativas de oxigênio, fitoalexinas, e proteínas relacionadas a patogênese (como
quitinase e β-1,3 glucanases).
A aplicação de moléculas elicitoras nas plantas pode levar não apenas a uma resposta
de resistência, mas sim a um conjunto de mecanismos de defesa resultando na conhecida
indução de resistência, e que têm por característica a transformação de uma relação
inicialmente compatível entre planta e patógeno, numa relação de incompatibilidade
(LABANCA, 2002).
22
Os eliciadores são moléculas presentes em um indutor de resistência, que possuem a
capacidade de ativar mecanismos de defesa contidos na planta. Originalmente os eliciadores
são moléculas capazes de promover a síntese de fitoalexinas, substâncias antimicrobianas,
de baixo peso molecular, que acrescentam resistência contra microrganismos invasores nos
tecidos vegetais. Com o passar dos anos a definição de elicitores se tornou mais abrangente,
considerando como compostos ou moléculas que induzem uma resposta de defesa da planta,
abrangendo desde mudanças celulares, como a reação de hipersensibilidade até mudanças
moleculares, como exemplo, a ativação de genes de defesa (HAHN, 1996).
A luz ultravioleta, íons metálicos, e as moléculas orgânicas sintetizadas em laboratório
podem ser considerados como elicitores abióticos, sendo que elicitores bióticos possuem
natureza química variada, como os carboidratos (oligossacarídeos), glicoproteínas, proteínas,
oligopeptídeos, ácidos graxos e constituintes da parede celular (SMITH, 1996).
Para que a planta se defenda do ataque do patógeno, primeiramente é necessário que
a mesma o reconheça, este reconhecimento em sua maioria se dá por meio da ligação de um
elicitor a um receptor presente na membrana plasmática, e a partir dessa ligação são
desencadeados muitos sinais primários, que agiriam um atrás do outro, e de sinais
translocáveis que ativariam genes relacionados a defesa, tanto no local como sistemicamente.
A etapa seguinte a sinalização é a ativação de respostas de defesa (LABANCA, 2002).
Como vantagens da indução de resistência têm-se ausência de especificidade (amplo
espectro de ação) protegendo assim a planta contra uma vasta gama de patógenos como
vírus, bactérias, fungos e nematoides. Tem caráter sistêmico, podendo passar essa
resistência através da enxertia, esse efeito protetor pode durar apenas alguns dias ou até
meses, dependendo do intervalo de tempo desde a indução até o ataque do patógeno. O
estado nutricional da planta é fator a se considerar para o controle do patógeno, isso porque
permite taxas ideais de síntese proteica, evitando um acúmulo em excesso. Vigor e estádio
fenológico influenciam diretamente na capacidade da planta em se defender. A resistência
poderá ser parcial, incompleta e dessa maneira com o passar do tempo pode ser preciso que
se reative essa resistência, por ser parcial e inespecífica essa resistência não apresenta
pressão de seleção sobre o patógeno, com isso o surgimento de patógenos resistentes se
torna muito difícil e raro de acontecer (PHYTOSCLUB, 2016).
Dependendo da rota metabólica que foi ativada e origem do agente indutor, a indução
de resistência pode ter menor ou maior sucesso na hora de proteger a planta, com isso é
necessário a união de pesquisadores na condução de experimentos que demostrem tanto os
mecanismos de defesa quanto a melhor forma de torná-los ativos (BALMER et al. 2013).
Existem grandes chances que a resistência induzida contra doenças através dos
ativadores químicos, como acibenzolar-S-Metil e Messenger®, por exemplo, ou por outros
meios, como rizobactérias promotoras de crescimento ou elicitores oriundos de fungos e
bactérias, se transformem em ferramenta chave para um bom manejo e controle de doenças,
23
mais especificamente nos casos onde os métodos utilizados não se mostram tão eficientes, e
também no controle de doenças pós-colheita envolvendo frutas e hortaliças
(HAMMERSCHMIDT; DANN, 1997).
2.7 Indutores de resistência na cultura da soja
Nos dias atuais existe uma infinidade de compostos químicos utilizados no controle de
doenças fúngicas da cultura da soja, entretanto muitos são os estudos com compostos
naturais visando uma maior eficiência e uma alternativa durável no controle dessas doenças.
Arruda et al. (2012), estudaram o efeito de extratos aquosos de Agaricus blazei,
Lentinula edodes e Pycnoporus sanguineus na indução de fitoalexinas, no controle de oídio
da soja em casa de vegetação e, observaram eficiência da utilização desses extratos no
controle da doença, sendo o extrato aquoso de L. edodes o mais eficiente no controle da
doença.
Uma planta bem nutrida também poderá apresentar boa resistência ao ataque de
diversos patógenos. Queiroz et al. (2012) analisaram a nutrição da soja e sua influência na
indução de resistência para infecção e severidade dos sintomas da ferrugem asiática e,
concluíram que a presença do zinco nas aplicações foliares reduziu a severidade e progresso
da doença.
A indução a resistência sistêmica adquirida foi observada por Janegitz et al. (2012),
trabalhando com extrato de cis-jasmone no controle de nematoides (Meloidogyne javanica)
na cultura da soja. Estes autores observaram que a pulverização foliar com cis-jasmone
induziu sistemicamente nas raízes das plantas a atividade da PAL (Fenilalanina amônia-liase),
após 120h da aplicação, e a síntese de daidzeína, genisteína e coumestrol, após 144h, sendo
essa indução mais acentuada no genótipo resistente. Com os resultados os autores sugeriram
haver uma ação positiva da aplicação do extrato vegetal estudado na ativação sistêmica da
resistência em diferentes genótipos de soja diante da patologia estudada.
Roese et al. (2012) utilizaram os indutores de resistência silicato de potássio (solução
aquosa), silicato de cálcio (volastonita) e acibenzolar-S-methyl – ASM (granulado dispersível
em água) para avaliar a severidade da ferrugem-asiática em função das aplicações dos
indutores e produtividade da soja. Estes autores concluíram que silicato de potássio, quando
aplicado via foliar, de forma preventiva, auxilia no controle da ferrugem asiática, levando à
redução nas aplicações de fungicida. Aplicações foliares de silicato de potássio juntamente
com ASM possibilitam a redução das aplicações de fungicida, sem prejuízo da produtividade
de soja.
24
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e condução do experimento
O experimento foi implantado e conduzido em área comercial da empresa Agropel
Sementes, município de Sinop, região Norte de Mato Grosso, tendo a predominância de um
solo latossolo vermelho distrófico, de perfil profundo e textura argilosa.
A cultivar de soja utilizada para o plantio foi a soja Monsoy 8372 IPRO, que possui alto
potencial produtivo, com crescimento determinado chegando a medir 0,76 metros, possuindo
também moderada resistência a Mancha alvo (C. Cassiicola), e sua época de semeadura
ideal é entre 01/10 a 30/10, com população variando entre 240 a 280 mil plantas por hectare.
É uma cultivar de ciclo precoce de 114 dias.
O delineamento experimental adotado foi de blocos casualizados (DBC) com 10
tratamentos e 5 repetições, totalizando 50 parcelas.
Os produtos utilizados foram: 1) Starter Mn Platinum® (N = 5%; S = 4,9%; B = 0,3%;
Cu = 0,3%; Mn = 5%; Mo = 0,05% e Zn = 3%); 2) Phytogard Mn® (30% de P2O5, na forma
de fosfito, e 9% de Manganês); 3) Produto teste (produto testado); 4) Priori® (Azoxistrobina);
5) Alto 100® (Ciproconazole); 6) Fox® (Trifloxistrobina e Protioconazole); 7) Unizeb Gold®
(Mancozebe) e 8) Aproach® Prima (Picoxistrobina e Ciproconazole). Em todas as aplicações
utilizou-se 0,5% (v/v) de Óleo Natural (óleo vegetal) na calda de pulverização.
No dia 07 de novembro de 2015 foi realizado o plantio da soja Msoy 8372 IPRO e,
aproximadamente 18 dias após o plantio foi realizado a implantação das parcelas, onde foi
conduzido o presente experimento (Figura 2). O manejo de pragas e plantas invasoras
juntamente com adubação foram realizadas de acordo com padrão produtor.
25
Figura 2. Estaqueamento do experimento na área (Sinop, MT, Safra 2015/2016). Fonte: Cichelero
(2015).
As unidades experimentais foram constituídas de 6 linhas com espaço entre linhas de
0,5 metros (3 metros de largura) e 5 de comprimento, perfazendo uma área total de 15 m². A
área útil da parcela experimental foi considerada, descartando-se duas linhas de cada lateral,
utilizando apenas as linhas centrais para fins de avaliação. Os produtos foram aplicados com
pulverizador costal pressurizado CO2 com barra de 4 bicos, espaçados em 0,5 m, e volume
de calda de 150 L ha-1. As aplicações dos tratamentos (Tabela 1) foram realizadas em
diferentes estádios fenológicos da cultura, sendo nos estádios V5, quinto nó, entretanto na
sua descrição, uma planta atinge V5 quando a quarta folha trifoliada está completamente
desenvolvida, pois o nó cotiledonar não é considerado. R1, início do florescimento, uma flor
aberta em qualquer nó do caule, (haste principal). E R5, início do enchimento do grão, grão
com 3 mm de comprimento em vagem num dos 4 últimos nós do caule, com folha
completamente desenvolvida (EMBRAPA, 2007).
26
Tabela 1. Tratamentos utilizados e procedimentos de aplicação na cultura da soja, visando avaliar a eficiência do Produto Teste (PT) no controle de doenças foliares
TRATAMENTOS Estádios fenológicos da cultura da soja no momento da aplicação
Uso de Fungicida V5 R1 R5
T1 - - -
Sem Fungicida
T2 PT (70 g ha-1) PT (70 g ha-1) PT (70 g ha-1)
T3 PT (140 g ha-1) PT (140 g ha-1) PT (140 g ha-1)
T4 PT (210 g ha-1) PT (210 g ha-1) PT (210 g ha-1)
T5 PT (280 g ha-1) PT (280 g ha-1) PT (280 g ha-1)
T6 AZOXISTROBINA (0,024 ml ha-1) +
CIPROCONAZOLE (100g L-1)
TRIFLOXTROBINA E PROTICOLNAZOLE (0,400 L ha-1)
+MANCOZEB 1,500 g ha-1)
PICOXISTROBINA E CIPROCONAZOLE (0,300 L ha-1)
Com Fungicida
T7 PT (70 g ha-1) + AZOXISTROBINA (0,024 L ha-1) + CIPROCONAZOLE
(100g L-1)
PT (70 g ha-1) + TRIFLOXTROBINA E PROTICOLNAZOLE (0,400 L ha-1)
+MANCOZEB (1,500 g ha-1)
PT (70 g ha-1) +PICOXISTROBINA E
CIPROCONAZOLE (0,300 L ha-1)
T8 PT (140 g ha-1) + AZOXISTROBINA (0,024 L ha-1) + CIPROCONAZOLE
(100g L-1)
PT (140 g ha-1) + TRIFLOXTROBINA E PROTICOLNAZOLE (0,400 L ha-1)
+MANCOZEB (1,500 g ha-1)
PT (140 g ha-1) +PICOXISTROBINA E
CIPROCONAZOLE (0,300 L ha-1)
T9 PT (210 g ha-1) + AZOXISTROBINA (0,024 L ha-1) + CIPROCONAZOLE
(100g L-1)
PT (210 g ha-1) + TRIFLOXTROBINA E PROTICOLNAZOLE (0,400 L ha-1)
+MANCOZEB (1,500 g ha-1)
PT (210 g ha-1) +PICOXISTROBINA E
CIPROCONAZOLE (0,300 L ha-1)
T10 PT (280 g ha-1) + AZOXISTROBINA (0,024 L ha-1) + CIPROCONAZOLE
(100g L-1)
PT (280 g ha-1) + TRIFLOXTROBINA E PROTICOLNAZOLE (0,400 L ha-1)
+MANCOZEB (1,500 g ha-1)
PT (280 g ha-1) +PICOXISTROBINA E
CIPROCONAZOLE (0,300 L ha-1)
PT: Produto Teste. Em todas as aplicações foliares foram utilizadas 0,5% (v/v) de óleo vegetal (natural óleo) na calda de pulverização. Realizou-se, em todos os tratamentos, o manejo de plantas daninhas e pragas recomendadas para a cultura.
27
Ao atingir o estádio R8 que é o ponto de maturação da cultura da soja foi realizada
dessecação, colheita e debulha manualmente, separando as linhas da área útil, das linhas da
bordadura.
3.2 Análises pós-colheita
As amostras colhidas foram devidamente identificadas e separadas em sacos de papel
kraft e conduzidas ao laboratório de Pós-colheita da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), Campus de Sinop, para avaliação dos seguintes parâmetros: produtividade, teor de
água, massa de 1.000 grãos, massa específica aparente, massa específica unitária, e teste
de sanidade por meio da detecção de fungos associados, de acordo com as metodologias a
seguir descritas:
As amostras foram secas em estufa com circulação forçada de ar, na temperatura de
40 ºC, para padronização do teor de água a 12 % b.u. que foi o menor valor de colheita.
a) Teor de água dos grãos (% b.u.): realizado pelo método direto representado pela
perda de água contida nos grãos, extraída em forma de vapor pela aplicação de calor sob
condições controladas. As amostras foram pesadas colocadas em recipientes próprios e
levadas para estufa com circulação forçada de ar, à temperatura de 105 ºC, onde permaneceu
por 24 horas. O cálculo do teor de água foi realizado por meio da massa perdida após a
secagem. Foram realizadas três repetições para cada amostra, conforme recomendações
descritas nas Regras de Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
b) Massa de 1.000 grãos (g): determinada de acordo com metodologia descrita nas
Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009), sendo oito repetições de 100 (cem) grãos
de cada amostra coletados aleatoriamente e pesados em balança de precisão. Em seguida
calculou-se a média e multiplicou-se por 10 (dez). O procedimento foi realizado em três
repetições para cada amostra. A massa foi corrigida para o teor de água comercial de 13
%b.u.
c) Massa Específica Aparente (kg m-3): estabeleceu-se a massa de um determinado
volume de grãos, utilizando um cilindro de capacidade de 1L, com amostras limpas e
homogeneizadas, sendo avaliadas três repetições por amostra. A altura de queda dos grãos
foi controlada a 20 cm, permitindo acomodação uniforme do produto no cilindro.
d) Massa Específica Real (kg m-3): para obtenção desta propriedade procedeu-se com
a determinação do volume e massa unitária do grão. Primeiramente obteve-se o diâmetro
médio do grão por meio da média aritmética da medida das três dimensões características do
grão (Figura 3). Foram coletados ao acaso 20 (vinte) grãos de cada amostra medindo-se cada
dimensão com o auxílio de um paquímetro digital obtendo-se o diâmetro médio do grão pela
Equação 01.
28
Figura 3. Desenho esquemático do grão de soja com suas dimensões características. x - eixo transversal ao cotilédone do grão; y - eixo paralelo ao cotilédone do grão (mm); z - eixo longitudinal ao cotilédone do grão.
Ø =(
𝑥+𝑦+𝑧
10)
3 Eq. 01
Em que:
Ø - diâmetro do grão (mm);
x - eixo transversal ao cotilédone do grão (mm);
y - eixo paralelo ao cotilédone do grão (mm).
z - eixo longitudinal ao cotilédone do grão (mm);
Para obtenção do volume do grão (mm³) considerou-se que o mesmo se aproxima da
forma geométrica de uma esfera foi calculado a partir da Equação 02.
𝑉 =4
3𝜋 𝑅3 Eq. 02
Em que:
V - volume do grão (mm);
R – raio do grão (mm).
Os grãos foram pesados em balança semi-analítica com precisão de 0,001 g. Na
sequência fez-se a relação da massa pelo volume do grão obtendo a massa específica real,
devidamente calculada em kg m-3.
e) Detecção de fungos associados: para avaliação da sanidade dos grãos utilizou-se
o método de papel filtro (Blotter Test), de acordo com as Regras para Análise de Sementes
(2009), onde 400 grãos de cada tratamento foram distribuídos em 16 placas de Petri (25 grãos
por placa) contendo três folhas de papel filtro previamente esterilizadas e umedecidas com
água destilada. As placas foram incubadas por sete dias a temperatura de 20±2 ºC, com
fotoperíodo de doze horas de luz fluorescente e doze horas de escuro. Após o período de
incubação, os grãos foram examinados individualmente com auxílio de microscópio
estereoscópico e óptico (aumento final: 400x). Os fungos foram identificados conforme sua
morfologia, e os resultados foram expressos em porcentagem de grãos infectados com cada
fitopatógeno.
29
3.3 Análise estatística
Os dados foram submetidos ao teste F (ANOVA) e quando significativos as médias
foram submetidas ao teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análise das condições climáticas durante o desenvolvimento da cultura da soja
A temperatura média do ar durante o ciclo da cultura variou entre os 25 e 30 °C (Figura
4) e, considerando que a soja se desenvolve bem em temperaturas entre os 20 e 30 °C,
apresentando pleno crescimento e desenvolvimento com temperatura na casa dos 30 °C
(EMBRAPA, 2011), observa-se que a temperatura foi adequada durante a safra em questão.
Figura 4. Temperaturas máxima, média e mínima durante o ciclo da cultura da soja. Sinop – MT, 2015/2016. Fonte: Estação meteorológica da Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Sinop.
A umidade relativa do ar durante o ciclo da cultura e na fase de pré-colheita foi elevada,
com média variando entre 70 e 98% (Figura 5). Esta alta umidade associada a altas
temperaturas pode afetar a qualidade do grão, pela deterioração por umidade, sendo que um
grão deteriorado apresenta também maior suscetibilidade a danos mecânicos durante a
colheita. De acordo com Henning (2005) essa deterioração na lavoura é potencializada
quando alguns fungos de campo como Fusarium spp. e Colletotrichum truncatum, infectam o
grão ou a semente ajudando na redução do vigor e da germinação.
0
10
20
30
40
50
1-n
ov
5-n
ov
9-n
ov
13-n
ov
17-n
ov
21-n
ov
25-n
ov
29-n
ov
3-d
ez
7-d
ez
11-d
ez
15-d
ez
19-d
ez
23-d
ez
27-d
ez
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ez
4-jan
8-jan
12-ja
n
16-ja
n
20-ja
n
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n
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6-f
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10-f
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ev
18-f
ev
22-f
ev
26-f
ev
Tem
pera
tura
(°C
)
Datas
Média Máxima Mínima
30
Figura 5. Umidade relativa (%) máxima, média e mínima entre os dias 01 de novembro de 2015 ao dia 27 de fevereiro de 2016, safra de 2015/2016. Fonte: Estação meteorológica da Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Sinop. Sinop-MT.
Por outro lado, segundo Rodrigues (2003) a umidade do ar e a temperatura influem na
velocidade com que a solução aplicada é secada, quando estas duas variáveis interagem
abaixando o gradiente de pressão de vapor na dita superfície pode-se esperar uma maior
absorção. Uma umidade adequada favorece a absorção da solução aplicada, visto que a
solução conserva-se por mais tempo sobre a folha, permitindo assim uma melhor distribuição
e mantendo a cutícula hidratada.
A soja durante todo seu ciclo precisa de um total de água que varia entre 450 a 800
mm. Com essa demanda atendida a soja poderá expressar seu máximo rendimento
(EMBRAPA, 2011). Observa-se que durante o ciclo da cultura da soja houve água disponível
em quantidade acima do máximo relatado na literatura (Figura 6), com um total acumulado de
812,2 mm.
0
20
40
60
80
100
120
1-n
ov
5-n
ov
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ov
13-n
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17-n
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21-n
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Datas
Média Máxima Mínima
31
Figura 6. Precipitação pluviométrica (mm) entre os dias 01 de novembro de 2015 ao dia 27 de fevereiro de 2016, safra de 2015/2016. Fonte: Estação meteorológica da Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Sinop. Sinop-MT, Safra 2015/2016.
A disponibilidade de água é muito importante principalmente em dois períodos do
cultivo da soja, na germinação-emergência e floração-enchimento, para altos rendimentos
uma boa distribuição de água durante o ciclo da cultura até a fase de maturação é essencial
para que a planta possa expressar todo seu potencial produtivo. A cultura sofreu com estresse
hídrico em duas fases importantes (Figura 6), no início da fase vegetativa, e no enchimento
de grãos, onde a falta de água pode causar abortamento de vagens, implicando em menor
produtividade. Bons rendimentos da cultura estão associados a 650 a 700 mm de água bem
distribuídos durante o ciclo da cultura, porém estudos realizados em Londrina-PR,
demonstraram que apesar de uma precipitação de mais de 700 mm durante o ciclo da cultura,
não foi suficiente para bons rendimentos devido a sua má distribuição (EMBRAPA, 2007).
A colheita do experimento foi realizada no dia 27 de fevereiro, época que ainda
ocorrem fortes chuvas na região sendo que o acumulado de chuva na semana que antecedeu
a colheita somou 51,65 mm (Figura 7).
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Pre
cip
ita
ção
acu
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mm
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Pre
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itação
(m
m)
32
Figura 7. Precipitação diária e acumulada durante os sete dias que antecederam a colheita da soja. Sinop – MT, 2015/2016. Fonte: Estação meteorológica da Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Sinop.
Observa-se que ocorreu uma variação bem acentuada de precipitações na semana
que antecedeu a colheita, variando de 0,5 a 26,3 mm (Figura 7), variação esta que faz com
que o grão passe por secagens e reidratações sucessivas. Neste caso a qualidade do grão
será comprometida, principalmente pela suscetibilidade a infecção por fungos de campo.
Os grãos da soja ao sofrer sucessivas alterações volumétricas na pré-colheita podem
fazer com que a camada protetora do grão se rompa, aumentando as chances de quebra
durante a colheita mecanizada, bem como na limpeza e secagem.
4.2 Qualidade física de grãos
4.2.1 Teor de água dos grãos
Os grãos foram colhidos com baixos teores de água (Figura 8), sendo que apenas em
T7 (aplicação de fungicida padrão produtor e 70 g ha-1 de PT) e T4 (sem fungicida com 210 g
ha-1 de PT) os grãos apresentaram valores acima do indicado para comercialização (13%
b.u.). Provavelmente a dessecação e alta insolação associado a temperaturas elevadas
contribuiu para que os grãos perdessem água e; isso é favorável para manutenção da
qualidade dos grãos, porém, caso ocorra chuva precedida de intensa insolação, o que é
comum na região, pode causar rompimento de tegumento.
A soja por se tratar de uma oleaginosa, e assim ser hidrofóbico, perde água para o
ambiente com mais facilidade que grãos amiláceos. Os processos de ganho e perda de água,
nos últimos dias que antecederam a colheita, promoveram o rompimento do tegumento das
sementes, sendo isto observado visualmente nas amostras, o que provoca problemas na hora
0
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20/fev 21/fev 22/fev 23/fev 24/fev 25/fev 26/fev 27/fev
série 1
serie 2
Pre
cip
itação
(m
m)
Precipitação diária
Precipitação acumulada
33
da colheita, como a quebra dos grãos, bem como, problemas sanitários, com maior
suscetibilidade a infestação do grão por fungos.
Figura 8. Teor de água (%b.u.) médio de grãos de soja submetidos a diferentes tratamentos foliares, obtido pelo método padrão da estufa. Onde: T1- testemunha (sem fungicida e sem Produto Teste - PT); T2- sem fungicida com 70 g ha-1 de PT; T3- sem fungicida com 140 g ha-1 de PT; T4- sem fungicida com 210 g ha-1 de PT; T5- sem fungicida com 280 g ha-1 de PT; T6- com fungicida padrão produtor e sem PT; T7- com fungicida padrão produtor e 70 g ha-1 de PT; T8- com fungicida padrão produtor e 140 g ha-1 de IC; T9- com fungicida padrão produtor e 210 g ha-1 de PT; T10- com fungicida padrão produtor e 280 g ha-1 de PT. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
4.2.2 Massa de mil grãos
Com relação a propriedade massa de mil grãos (Figura 9), houve diferença média
significativa entre os tratamentos, onde T8 (com fungicida e 140 g ha -1 de PT), T10 (com
fungicida e 280 g ha-1 de ICPT) e T7 (com fungicida e 70 g.ha-1
de PT) apresentaram peso
médio de 141,14; 140,77 e 139,53 g, respectivamente; ou seja, maior massa de mil grãos
em relação à testemunha (136,69 g). Este resultado indica que o fungicida associado ao
Produto Teste (PT) contribuiu para o aumento da massa de mil grãos.
34
Figura 9. Massa de mil grãos (g), corrigidos a 14% de umidade, sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem Produto Teste (PT), associado ou não com fungicidas aplicados via foliar. Onde: T1 = testemunha (sem fungicida e sem PT); T2 = sem fungicida com 70 g ha-1 de PT; T3 = sem fungicida com 140 g ha-1 de PT; T4 = sem fungicida com 210 g ha-1 de PT; T5 = sem fungicida com 280 g há-1 de PT; T6 = com fungicida padrão produtor e sem PT; T7 = com fungicida padrão produtor e 70 g ha-1 de PT; T8 = com fungicida padrão produtor e 140 g ha-1 de IC; T9 = com fungicida padrão produtor e 210 g ha-1 de PT; T10 = com fungicida padrão produtor e 280 g ha-1 de PT. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Sinop-MT, Safra 2015/2016. CV: 2,48%.
Segundo Nomelini et al. (2010) a massa de 1000 grãos é uma propriedade que pode
ser utilizada na comparação da qualidade dos grãos e também para cálculo de densidade de
semeadura. Portanto, pode-se observar que nos tratamentos T3, T10 e T7, os grãos
apresentam maior massa quando comparados aos demais tratamentos.
Os tratamentos que proporcionaram maiores incrementos para massa de mil grãos,
com diferença significativa, porém com valores numéricos próximos, foram T8 e T10 com peso
médio de 141,14 g e 140,77 g, respectivamente. Os valores aqui observados são próximos
aos valores observados por Freitas (2015) que avaliou a qualidade pós-colheita da soja em
função de diferentes tratamentos foliares de doenças, incluindo indutor de resistência. No
caso deste autor, os dois melhores resultados encontrados em seu estudo variaram entre
139,93 e 143,63 g para esta propriedade analisada.
Os valores médios para massa de mil grãos (137,85 g) foram inferiores aos
encontrados por Mayer et al. (2014) e Dalle Laste (2016) que obtiveram valor médio de 148,36
e 158,84 g respectivamente, com cultivares utilizadas em plantios na região. Sales (2017) e
Beteli (2017) na mesma safra, também obtiveram valores baixos para este parâmetro
analisado, suas melhores médias foram 135,93 e 142,52 g respectivamente, médias muito
próximas as encontradas neste trabalho.
A safra 2015/16 sofreu bastante com déficit hídrico, principalmente nos estádios
importantes para o estabelecimento da cultura e enchimento de grãos. Na safra 2014/15 a
b b b b b b a a b a
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Massa d
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rão
s (
g)
Tratamentos
35
produtividade média no Estado foi de 52,3 sc ha-1, ao passo que na safra 2015/16 foi de 47,5
sc ha-1 (CONAB, 2016). Dalle Laste (2016), Sales (2017) e Beteli (2017) também relataram
situação atípica, parecida com a deste trabalho, pois a demanda hídrica da cultura durante o
ciclo não foi atendida, sendo por baixa precipitação ou por má distribuição das chuvas.
4.2.3 Massa específica aparente e massa específica unitária
Com relação à massa específica aparente (Tabela 2) os tratamentos que
apresentaram as maiores médias, sem diferença estatística entre si, foram: T9 (fungicida
padrão produtor e 210 g ha-1 de PT), T10 (fungicida padrão produtor e 280 g ha-1 de PT), T6
(fungicida padrão produtor e sem PT), T3 (sem fungicida com 140 g ha-1 de PT) e T2 (sem
fungicida com 70 g ha-1 de PT)
O tratamento T4 apresentou a menor média de massa específica aparente com 667,81
kg mˉ3, 3,12% menor que a média geral de todos os tratamentos (689,32 kg mˉ3) e 4,3%
inferior à média da massa específica aparente de grãos submetidos ao tratamento T9.
Tabela 2. Valores médios de massa específica aparente e massa específica unitária (kg m-3) de grãos de soja, cv. Monsoy 8372 IPRO, sob aplicação de diferentes tratamentos com e sem Produto Teste (PT), associado ou não com fungicidas aplicados via foliar
Tratamentos
Massa específica
aparente kg mˉ3 Massa específica
unitária kg mˉ3
T1 690,33 b 1211,25ns
T2 693,36 a 1207,05
T3 694,70 a 1214,66
T4 667,81 d 1198,89
T5 695,58 a 1205,81
T6 697,61 a 1268,48
T7 675,48 c 1232,58
T8 687,95 b 1231,18
T9 697,85 a 1203,56
T10 697,32 a 1222,50
C.V. % 0,29 11,37 Onde: TSTO= testemunha (sem fungicida e sem PT); TS70= sem fungicida com 70 g ha-1 de PT; TS140= sem fungicida com 140 g ha-1 de PT; TS210= sem fungicida com 210 g ha-1 de PT; TS280= sem fungicida com 280 g há-1 de PT; TCT0= com fungicida padrão produtor e sem PT; TC70= com fungicida padrão produtor e 70 g ha-1 de PT; TC140= com fungicida padrão produtor e 140 g ha-1 de IC; TC210= com fungicida padrão produtor e 210 g ha-1 de PT; TC280= com fungicida padrão produtor e 280 g ha-1 de PT. *Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. n.s. Não significativo.
Furtado et al. (2015) utilizando cultivares de soja intacta na região Médio Norte de Mato
Grosso na safra 2014/15 obtiveram valores médios de massa específica aparente de 681,43
kg m-3, inferiores aos 689,32 kg m-3 obtidos neste trabalho, mesmo havendo déficit hídrico em
momentos considerados importantes, conforme discutido no item 4.1.
36
Porém Freitas (2015) avaliando a qualidade pós-colheita da soja em função de
diferentes tratamentos foliares de doenças fúngicas, encontrou valores de massa específica
aparente de grãos de soja próximos de 710 kg m-3 na safra 2013/14. Este autor também
avaliou tecnologias com mesmo modo de ação a utilizada neste estudo (Produto Teste),
porém observou valores de massa específica aparente superiores aos observados neste
trabalho.
Beteli (2017) observou as melhores médias para massa especifica aparente nos
tratamentos T8 com 699,31 e T6 com 697,26 kg m-3 , para massa especifica unitária seus
melhores resultados foram com T6 e T7 com 1279,33 e 1262,04 kg m-3, respectivamente.
Sales (2017) para massa específica aparente observou melhor média no T4 com
686,34 kg m-3, no parâmetro de massa específica unitária também foi no T4 com 1.200,18 kg
m-3. Tanto Sales (2017) e Beteli (2017) e este trabalho foram realizados na mesma safra, o
que pode justificar os valores bem próximos destes parâmetros para os três experimentos;
sendo que a má distribuição das chuvas no decorrer do ciclo da cultura pode ter sido um dos
fatores que contribuiu na redução da massa específica dos grãos.
Prado (2016) na safra 2014/15, avaliando somente o emprego de fungicidas foliares e
sua influência sobre a qualidade de grãos de soja intacta observou valores de 708 kg m-3,
também superiores aos valores obtidos neste trabalho.
Vale lembrar que mesmo a massa específica aparente não sendo um parâmetro
considerado na comercialização de grãos de soja, um baixo valor desta propriedade significa
menor rentabilidade, pelo fato de se ter menor quantidade de massa em um mesmo volume,
e ainda, que a qualidade dos grãos foi afetada pelo menor acúmulo de massa que significa
energia reserva do grão, podendo assim, ser armazenado por um período maior.
Com relação aos valores de massa específica unitária não houve diferença
significativa entre os tratamentos analisados.
Furtado et al. (2015), analisando a mesma variedade deste estudo, também produzida
na região Médio Norte de Mato Grosso, obtiveram 1.250,8 kg m-3 de massa específica unitária,
próximos aos valores aqui encontrados.
Caldeira et al. (2015) utilizando cultivares Nidera e M8210 cultivadas na região Médio
Norte de Mato Grosso obtiveram 1.264,2 e 1.254,5 kg m-3, respectivamente, de massa
específica unitária, superiores aos 1.219,59 kg m-3 obtidos neste trabalho.
Contudo Mayer (2014) utilizando a cultivar Msoy 9144 RR obteve valores médios de
massa específica unitária de 1.142,22 kg m-3, inferiores aos 1.219,59 kg m-3 obtidos neste
trabalho. Portanto, observa-se que há uma grande variação de massa específica unitária em
função da safra e cultivares analisadas.
37
4.3 Qualidade sanitária dos grãos
A umidade relativa média (70 a 98%) e as altas temperaturas, que é característico da
região, durante o desenvolvimento da cultura e principalmente no seu final de ciclo contribuem
para a grande diversidade e alta incidência fúngica. De acordo com Kimati et al. (1995), fatores
ambientais podem influenciar o grau de pré-disposição do hospedeiro, contribuindo para o
estabelecimento de uma doença na cultura, bem como para desencadear uma epidemia. Um
dos fatores externos de maior importância para o ataque de agentes patogênicos é a umidade.
Na análise de sanidade de grãos realizada nas amostras de soja da cultivar Monsoy
8372 IPRO, os fungos identificados foram: Phomopsis sp., Cercospora sp., Colletotricum sp.,
Furarium sp., Aspergillus sp., Penicilium sp. e Rhizopus sp. (Tabela 3).
Pereira (2017) realizando testes sanitários na mesma região, e com a mesma cultivar
deste trabalho, também verificou a incidência destes fungos em suas análises.
38
Tabela 3. Valores médios, em porcentagem, de incidência de fitopatógenos em grãos de soja submetidos a diferentes tratamentos foliares para o controle de doenças
Onde: T1- testemunha (sem fungicida e sem Produto teste - PT); T2- sem fungicida com 70 g ha-1 de PT; T3- sem fungicida com 140 g ha-1 de PT; T4- sem fungicida com 210 g ha-1 de PT; T5- sem fungicida com 280 g ha-1 de PT; T6- com fungicida padrão produtor e sem PT; T7- com fungicida padrão produtor e 70 g ha-1 de PT; T8- com fungicida padrão produtor e 140 g ha-1 de PT; T9- com fungicida padrão produtor e 210 g ha-1 de PT; T10- com fungicida padrão produtor e 280 g ha-1 de PT. *Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. *Para efeito de análise estatística os dados foram transformados em (x+k)^1/2 com k = 0,5.
39
Não houve diferença estatística significativa na incidência de Cercospora sp. e
Colletotricum sp.; pois provavelmente não houve pressão destes fitopatógenos sobre as
plantas nesta safra ou as aplicações foliares de fungicidas foram eficazes no controle destes.
Com relação aos fitopatógenos Rhizopus sp. e Penicillium nenhum tratamento
avaliado foi eficiente na redução da incidência destes nos grãos, quando comparados com o
tratamento testemunha.
O T7 (fungicida padrão produtor e 70 g.ha-1 de PT) foi o tratamento que apresentou
maior incidência de Aspergillus sp. com 97,5 % de incidência nos grãos avaliados, um dos
motivos para esta alta infestação pode ter sido a baixa umidade dos grãos no momento da
colheita. Porém não diferindo dos tratamentos T6 (fungicida padrão produtor) e T8 (fungicida
padrão produtor e 140 g ha-1 de PT). Os fungos de armazenamento, como Aspergillus e
Penicillium, infestam os grãos após a colheita e têm como diferencial a capacidade de viver
associados a grãos com teor de umidade mais baixo (13 a 13,5%) e temperaturas mais
elevadas (SANTOS, 2006).
O gênero Aspergillus é responsável por produzir a micotoxina aflatoxina e é
comumente encontrado em grãos oleaginosos. Ribeiro et al. (2003) classificam o gênero como
um precursor da deterioração de grãos e sementes, causando danos ao germe, descoloração
e alterações nutricionais. Em T2 (sem fungicida com 70 g ha-1 de PT) ocorreu a menor % de
incidência deste fungo, 63,25% de grãos contaminados. Os tratamentos T3 (sem fungicida
com 140 g ha-1 de PT) e T10 (fungicida padrão produtor e 280 g ha-1 de PT) também
apresentaram baixa incidência de Aspergillus sp. Quando comparados aos demais
tratamentos com 67,5% e 65,5%, respectivamente.
O fungo de campo Fusarium sp. infesta principalmente grãos amiláceos, sendo de
difícil controle. Neste estudo, os tratamentos T2 (sem fungicida com 70 g ha-1 de PT); T4 (sem
fungicida com 210 g ha-1 de PT) e T5 (sem fungicida com 280 g ha-1) apresentaram as menores
incidências em relação à testemunha, não diferindo estatisticamente entre si.
Por outro lado, os tratamentos T6, T7, T8 e T9 apresentaram incidência de Fusarium
sp. superior a 80%, estes tratamentos tem em comum a associação dos fungicidas com o PT,
esta associação pode não ter sido eficiente no controle dos patógenos. Sales (2017) e Beteli
(2017) na mesma safra também verificaram uma incidência relativamente alta deste fungo,
onde suas incidências máximas foram de 33,2 e 55%, respectivamente. A pressão do fungo
em nossa região, associado a uma precipitação acumulada de mais de 51 mm na semana
que antecedeu a colheita podem ter influenciado para estes altos valores.
Para Phomopsis sp. as menores incidências foram observadas para grãos dos
tratamentos T7 (fungicida padrão produtor e 70 g ha-1 de PT); T9 (com fungicida padrão
produtor e 210 g ha-1 de PT) e T10 (com fungicida padrão produtor e 280 g ha-1 de PT). Este
resultado reforça a contribuição do efeito positivo da associação de fungicida com a nova
40
tecnologia reduzindo a incidência de Phomopsis sp., fungo cuja infecção no campo é
favorecida pela deficiência de potássio.
Souza (2016) em um trabalho realizado em Ipiranga do Norte, MT, constatou a
presença deste fungo em grãos armazenados, entre os meses de março e abril no ano de
2015, sua incidência máxima foi de 20 % aos 12 dias, e média de 7,5 % variando de acordo
com a quantidade de dias de armazenamento.
41
5 CONCLUSÕES
Por meio da análise dos resultados deste estudo pode-se concluir que:
a. Não houve diferença significativa para a massa específica unitária;
b. O uso desta nova tecnologia isolada ou associada a fungicida contribui para o
aumento da massa específica aparente de grãos de soja; e quando associada
a fungicida proporciona maiores valores de massa de mil grãos;
c. Com relação à qualidade sanitária o uso isolado da nova tecnologia reduz
incidência de Fusarium sp. e Aspergillus sp. em grãos de soja e; quando
associado a fungicida reduz incidência de Phomopsis sp.
42
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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