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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO TURISMO E ARTES CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM JORNALISMO DALUANNE DA CUNHA MELO RELATÓRIO FINAL DO PROGRAMA ESPORTIVO VEM COM ELAS: O UNIVERSO FEMININO NOS ESPORTES RADICAIS JOÃO PESSOA 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE COMUNICAÇÃO TURISMO E ARTES

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

DALUANNE DA CUNHA MELO

RELATÓRIO FINAL DO PROGRAMA ESPORTIVO

VEM COM ELAS:

O UNIVERSO FEMININO NOS ESPORTES RADICAIS

JOÃO PESSOA

2014

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DALUANNE DA CUNHA MELO

RELATÓRIO FINAL DO PROGRAMA ESPORTIVO

VEM COM ELAS

O UNIVERSO FEMININO NOS ESPORTES RADICAIS

Relatório final do programa esportivo: “Vem com

Elas: O Universo Feminino nos Esportes Radicais”,

realizado por Daluanne da Cunha Melo, apresentado à

Coordenação de Comunicação Social da Universidade

Federal da Paraíba como requisito parcial para a

obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social

com habilitação em Jornalismo.

Orientador: Prof Dr. Edônio Alves Nascimento

JOÃO PESSOA

2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais por terem me feito acreditar desde

sempre que eu seria capaz de chegar onde eu quisesse com honestidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais pelo amor dedicado a mim a cada dia

antes mesmo do meu nascimento. Pelo exemplo de superação que tive ao lado de cada um

deles, presenciando todo o esforço realizado para proporcionar a mim e aos meus irmãos

sempre o melhor. Eles são os principais responsáveis pela pessoa e profissional que me

tornei hoje.

Agradeço às pessoas que tornaram este projeto possível. Fabrício Macena por

ter sido meus olhos durante as gravações e através da sua sensibilidade captou as imagens

exatamente como idealizei. Márcio Macena pela assistência, Júnior Max por utilizar todo o

seu talento na elaboração de grafismos para o programa, preocupando-se em traduzir as

minhas ideias nos mínimos detalhes. Aos meus parceiros de trabalho José Luciano e Bruno

Tozzi pela paciência de me aturar durante todo o processo de edição. Mais que editores de

imagens, vocês foram também professores.

Agradeço às meninas que inspiraram este projeto e mudaram suas rotinas para

participar das gravações. Sem elas este trabalho não existiria. As Slackgirls Cintia Cleub,

Bárbara Borges e Karina Cortez. Apesar da pouca intimidade, foram extremamente

disponíveis e gravaram tudo cheias de boa vontade, e às Carvergils Rayana Lucena, Nara

Marques e Gabriela Lyra, que além de amigas não mediram esforços para participar e

tornar este trabalho ainda mais belo.

Agradeço a toda a Equipe da TV Cabo Branco por me proporcionar um

aprendizado imensurável no jornalismo através da convivência diária com profissionais

preocupados em trabalhar com ética acima de tudo. Agradeço especialmente aos meus

companheiros diretos de trabalho Kako Marques e Expedito Madruga pelos ensinamentos,

por acreditarem no meu trabalho e por me permitirem trabalhar com aquilo que sempre

sonhei: o Esporte.

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Agradeço ao professor Edônio Alves pela confiança durante o desenvolvimento

deste trabalho e aos professores Wilfredo Maldonado e Suely Maux presentes nesta defesa.

Tenho certeza que o conhecimento de cada um é fundamental para a análise deste trabalho.

E por fim, agradeço a Deus, sem o qual nada disso seria realizado. Por não ter

me deixado desistir nos momentos em que eu achei que não conseguiria e por ter aberto

todas as portas. Agradeço por mais uma etapa concluída em minha vida.

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO .................................................................................................08

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................10

2.1 O Jornalismo.............................................................................................................10

2.2 O telejornalismo Esportivo Brasileiro......................................................................13

2.3 A Mulher no Telejornalismo Esportivo....................................................................16

2.4 INFOtenimento.........................................................................................................17

3 METODOLOGIA...................................................................................................19

3.1 Proprodução...............................................................................................................19

3.2 Produção....................................................................................................................21

3.3 Pós-produção.............................................................................................................24

4 CRONOGRAMA EXECUTADO..........................................................................25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................26

6 REFERÊNCIAS......................................................................................................28

APENDICES..................................................................................................................30

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1 APRESENTAÇÃO

Este relatório tem como objetivo apresentar as etapas de produção do programa

esportivo “Vem com Elas”. A proposta é mostrar grupos de mulheres que praticam esportes

radicais, bem como a visão feminina diante desta perspectiva em contraponto a um

universo predominantemente masculino.

O programa “Vem com Elas” tem como objetivo central apresentar aos

telespectadores uma forma diferenciada de abordagem jornalística. É fator indiscutível que

a programação televisiva busca sempre adaptar-se ao momento em que a sociedade se

encontra. Neste contexto, o jornalismo esportivo vem sofrendo também inúmeras mudanças

diante de uma sociedade cada vez mais interessada em consumir informação e

entretenimento simultaneamente. Diante da perspectiva de que os programas de jornalismo

esportivo possuem estratégias de construção diferenciadas e que as mulheres tem

conquistado cada vez mais espaço no campo esportivo, tanto como jornalistas, quanto como

atletas, este projeto de programa televisivo apresenta-se como um tipo de jornalismo

esportivo que busca atender às necessidades dessa nova configuração social.

A princípio será elaborada uma edição do programa televisivo “Vem com

Elas” com quinze minutos de duração, abordando duas modalidades esportivas radicais

praticadas por mulheres: o Slackline e o skate Carver. O diferencial do projeto está na

construção das matérias e também na forma de abordagem. As matérias foram elaboradas

de forma mais próxima da realidade, através de uma perspectiva coloquial compatível com

o ambiente de gravação e com o público alvo.

Aproximar o telespectador dessas modalidades é um dos principais objetivos do

“Vem com Elas”. Para tanto alguns recursos estratégicos de transmissão da informação

utilizados em reportagens convencionais foram substituídos por outros capazes de romper

as barreiras do fazer jornalismo já estabelecido, trazendo inovação a um campo que tende a

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crescer atendendo às exigências de uma sociedade cada vez mais preocupada em consumir

informação e diversão ao mesmo tempo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A elaboração desta etapa do relatório conterá o esclarecimento das ideias centrais

deste trabalho, que serão comprovadas a partir de teorias desenvolvidas por vários

estudiosos da área e convencionalmente aceitas pela sociedade, estabelecendo-se assim, no

referencial teórico, um momento de “diálogo cientifico”.

Para melhor compreensão da real proposta do programa esportivo “Vem com Elas”,

torna-se fundamental o esclarecimento prévio sobre o que é o jornalismo e qual sua

proposta principal. Posteriormente, será feita uma análise acerca da forma como o esporte

foi introduzido no jornalismo televisivo e com que finalidade. Em seguida, realizar-se-á um

estudo histórico sobre as adaptações sofridas pelo próprio jornalismo esportivo ao longo

dos últimos anos e a participação das mulheres nesse contexto. Para finalizar, o termo

Infotenimento será conceituado a fim de justificar a principal linha de trabalho utilizada na

elaboração deste projeto.

2.1 O Jornalismo

O jornalismo pode ser definido como uma atividade de comunicação humana

que tem na sua essência a função de informar seja um fato recente ou um acontecimento

passado que continua atuando contemporaneamente. A atividade jornalística pode ser

considerada uma das mais antigas. Segundo Beltrão (2006, p. 13)

Quando o homem das cavernas vigiava a aproximação de animais ferozes, ou

descobria um curso de água piscoso ou um trecho de floresta em que abundava a

caça; quando reunia o seu clã para informá-lo e convencê-lo da necessidade de

emigrar ou de enfrentar o inimigo que se avizinhava; quando o entretinha com

estórias maravilhosas nas conversas ao pé da fogueira – já estava fazendo

jornalismo, isto é, informando, orientando e entretendo os seus semelhantes.

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Desta forma, percebe-se que, mesmo sem a consciência de que estava

realizando as funções do jornalismo, o homem já possuía a necessidade de comunicar-se

com os outros objetivando alguma finalidade, seja por interesse próprio ou comunitário.

Assim, a comunicação pode ser entendida como a liberação de estímulos por parte do

homem a fim de modificar o comportamento de outrem.

Diante dessa perspectiva, ainda no entendimento de Beltrão (2006, p.13), as

funções básicas do jornalismo podem ser representadas por um triângulo retângulo em que

[...] o ângulo reto é a informação, ou seja, o relato puro e simples de fatos

pertencentes ao presente imediato ou ao passado que esteja atuando nas situações

presentes; o ângulo superior é a orientação, ou seja, o esforço de convencer pela

interpretação dos fatos, provocando a ação por parte daqueles aos quais é

dirigida a mensagem; e o ângulo inferior é a diversão (entretenimento), isto é,

um meio de fuga às preocupações cotidianas ou costumeiras, uma pausa na

rotina, um preenchimento dos ócios com algo diferente e reparador do gasto de

energias reclamado pela da pela própria vida.

As novas configurações da sociedade que surgiram aumentaram ainda mais a

necessidade do homem em manter-se em constante relação social e fez com que os meios

de comunicação fossem desenvolvidos como forma de ampliar a sua capacidade natural a

fim de atingir um maior alcance de suas ideias. Assim, surge a imprensa como o primeiro

meio de comunicação em massa objetivando informar o povo de uma sociedade ainda em

ascensão no século XIX, a burguesia, sobre questões de interesse da época, como:

informações comerciais ou do governo e relatos sobre a Corte. Neste período, os jornais

configuravam-se como meramente opinativos e deixava de lado a função informativa.

Assim discorreu Pena (apud SOUZA, 2005, p.41), alegando que “as reportagens não

escondiam a carga panfletária, defendendo explicitamente as posições dos jornais (e de seus

donos) sobre os mais variados temas. As narrativas eram mais retóricas do que

informativas”.

Com a revolução industrial, o jornalismo assume um formato moderno de

produção, voltado não mais para a propaganda política e sim para o acontecimento.

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Inicialmente, o iluminismo teve grande influência na formulação deste processo

a partir da valorização do método científico, que priorizava a objetividade, ou seja, a

ausência de opinião a partir do distanciamento do jornalista sobre o assunto noticiado, o

que traria maior fidelidade ao acontecimento publicado. Pensamento, hoje, desconstruído

por grande parte dos autores, que não acreditam nessa total imparcialidade por parte do

profissional, uma vez que, em princípio, ao fazer a escolha daquilo que será noticiado, já se

faz presente nesta atitude uma perspectiva parcial. Diante disso, Silveira (2003, p. 100)

explica que a neutralidade absoluta é um mito, uma vez que a própria realidade pode se

apresentar como sendo mais de uma devido à sua relatividade.

Segundo Alves (ano, p. 112), na visão do teórico alemão Otho Groth - que

desenvolveu uma teoria funcionalista com vistas a definir o campo jornalístico como

autônomo de outros processos comunicacionais – a atividade jornalística encontra-se

embasada em quatro princípios básicos, sendo estes: a periodicidade, a universalidade, a

atualidade e a difusão.

A periodicidade, sendo a repetição regular das edições de um veículo; a

universalidade, implicando na abordagem, pelo veículo, dos mais diferentes

assuntos do conhecimento humano; a atualidade, compreendendo a relação do

fato com o tempo presente, „o cair de um ser ou de um fato dentro da presença‟

(MEDINA, 1988: 22), e a difusão, significando a circulação do periódico pelas

mais diferentes camadas da sociedade, em áreas heterogêneas.”

Ainda na visão do autor, o jornalismo trabalha diante de uma perspectiva ética,

no sentido do compromisso desta atividade com a veracidade dos fatos, sendo considerado

comportamento antiético qualquer invenção de acontecimentos fictícios que não sejam fiéis

à realidade daquilo que é veiculado nas notícias.

O trabalho jornalístico está diretamente vinculado ao conceito de singularidade,

ou seja, a partir da dimensão peculiar que os fatos possuem, atribuindo valor àquilo que não

é comum ao cotidiano. Neste contexto, Genro Filho (1987 apud ALVES, ano, p.114)

explica que “Singular é aquilo que não se repete, aquilo que é idêntico a si mesmo.”

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A definição da atividade jornalística é uma questão que desperta opiniões

divergentes entre os mais variados pensadores e estudiosos. Sobre tal aspecto, Souza (2005,

p.39) apresenta alguns pontos de vista relevantes para tal estudo.

Inúmeras são as tentativas de reduzir esse ordenamento a uma conceituação

satisfatória ou que, pelo menos, contemple um dentre seus vários aspectos, uma

dentre as várias facetas que se apresentam. Por isso, há quem defina o Jornalismo

a partir de suas relações com o poder instituído, julgando-o como o quarto poder,

ou como forma de reproduzir e manter os processos de dominação na sociedade

capitalista (Marcondes Filho: 1989), ou seguindo esta mesma linha de raciocínio

ao colocá-lo no rol dos “aparelhos ideológicos de Estado” (Althusser: 1989). O

Jornalismo também pode ser definido por seu caráter industrial, já que produz um

tipo de mercadoria ímpar no contexto da indústria cultural (Adorno e

Horkheimer: 2002).

Já outros pesquisadores preferem defini-lo a partir de sua relação com o tempo,

com o espaço e com a sociedade como um todo. Assim, José Marques de Melo (2003)

trabalha com a noção de jornalismo como “comunicação de atualidades”.

Jornalismo também é um bem social (Pena: 2005), um serviço público (Souza:

2002), uma forma de dar voz, teoricamente, a todos os setores da sociedade. Ou ainda uma

arena de representações, um campo ideológico onde se dá a batalha por mentes e corações

(Knightley: 2002).

É diante dessa tentativa de dar voz à sociedade que surgem segmentos

jornalísticos especializados, entre eles, o jornalismo esportivo. Na televisão, este campo da

comunicação passou a ganhar mais espaço a partir das transmissões esportivas, tópico que

será mais bem explanado no próximo tópico.

2.2 O Telejornalismo Esportivo Brasileiro

No Brasil, o jornalismo esportivo só começou a deslanchar nas televisões, nos

jornais impressos e nos rádios, segundo Amaral (1982 apud SOARES e MICHEL, 2009,

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p.05) a partir da exibição dos jogos da seleção na Copa do Mundo, da inauguração do

Maracanã e com a primeira conquista mundial na Suécia, em 1958. A partir desta nova

realidade, a categoria esportiva foi ocupando seu espaço e exigindo cada vez mais uma

especialização do ramo para atender às necessidades tanto dos telespectadores - que se

tornavam cada vez mais exigentes -, quanto das próprias emissoras, uma vez que veiculam

aquilo que, necessariamente, corresponde aos seus interesses.

No início, o futebol - principal responsável pela consolidação da editoria de

esportes no Brasil - era algo de pouquíssima, ou nenhuma, credibilidade na época.

Neste contexto, Coelho (2004 apud SOARES e MICHEL, 2009, p. 04) comenta

que:

[...] Nos primeiros anos de cobertura jornalística era assim. Pouca gente

acreditava que futebol fosse assunto para estampar as manchetes. A rigor,

imaginava-se que até mesmo o remo, o esporte mais popular do país, na época,

jamais estamparia as primeiras páginas de um jornal. Assunto menor. Como

poderia uma vitória nas raias – ou nos campos, nos ginásios, nas quadras – valer

mais que uma decisão política do país? [...]

Para compreender de que forma está situado o telejornalismo esportivo, se faz

necessário entender que “a televisão é um meio massivo, intimista, dispersivo e seletivo”,

segundo Marciel (1995 apud SOUZA, 2005, p.43). De acordo com a autora, a televisão

pode ser compreendida como um veículo de comunicação massivo, porque possui

mensagens abrangentes sendo assim, capaz de alcançar um público numeroso. Público este

que, apesar de ser diversificado, tem a particularidade de cada indivíduo representada no

discurso televisivo, configurando assim a sua característica intimista. Ainda no

entendimento de Souza (2005), o aspecto dispersivo da televisão está relacionado com o

fato de este meio, em geral, ocupar locais onde existem muitos ruídos, o que faz com que a

linguagem desse veículo se apresente de forma mais simples e atraente, a fim de impedir

que a atenção do telespectador se disperse. Em consequência disso, o seu caráter seletivo

torna-se imprescindível para manter a atenção do telespectador, num curto período de

tempo, a partir da seleção de fatos ou programações que atinjam uma maior parte do

público por sua relevância.

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Diante desta realidade, o telejornalismo esportivo surge como um novo gênero

televisivo com o intuito de especializar o jornalismo na categoria de esportes a fim de

atingir um determinado público que visa não só informação, mas também entretenimento.

Para Amaral (1969, apud BORELLI, 2002, p.04) “O esporte é, sobretudo

entretenimento”. Tal característica concede certo grau de independência à categoria, que a

permite possuir um editorial próprio, com características de apresentação próprias, discurso

próprio, cenário próprio, entre outras peculiaridades que situa o Telejornalismo Esportivo

como um segmento do Jornalismo Especializado, no qual Soares e Michel (2009, p.04)

consideram como responsável, por exemplo, pelos “grandes nomes, a força do futebol-

empresa, a presença da mulher na cobertura esportiva, jornais ou revistas que tem se

destacado na imprensa esportiva”. Sobre a compreensão do que seria o fenômeno esportivo

Prieto (1979 apud SOARES e MICHEL, 2009) defende que

O fenômeno esporte é fundamentado essencialmente por duas perspectivas, como

fenômeno social universal e como instrumento de equilíbrio social; mas também

pelo consumismo esportivo, pelos grandes espetáculos esportivos, pelo resgate de

valores que o esporte leva á sociedade; pelo impacto visual e de discurso

implantado no meio social, pela difusão do esporte através dos meios de

comunicação.

Deve-se, portanto, depreender que, por trás de uma programação televisiva -

neste caso, esportiva – existirá sempre interesses comerciais, ideológicos, políticos, entre os

mais diversos, que serão utilizados para legitimar os valores defendidos por um

determinado canal. Cada programação, pois, irá tentar construir uma proposta que se

assemelhe a ideologia defendida pela emissora e, por sua vez, também consiga cativar seu

público alvo.

Público este que vem sendo cada vez mais formado pelas mulheres. Diante das

conquistas femininas ao longo dos anos, elas passaram a ser pautas, jornalistas e

telespectadoras.

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2.3 A Mulher no Telejornalismo Esportivo

O século XX foi marcado por mudanças de relações interpessoais. Com os

avanços da tecnologia em rede através da internet, uma reestruturação sociocultural foi

instaurada na época. Tal configuração contribuiu para dar força aos movimentos feministas

do período e possibilitou maior visibilidade às mulheres que lutavam por seu espaço na

sociedade.

Neste momento, as mulheres passavam também a entrar no mundo esportivo.

Atuando como atletas em competições impuseram cada vez mais seu papel na comunidade.

Diante dessa nova realidade, identificou-se a necessidade de uma representação feminina

nas coberturas esportivas. Alguém que pudesse representá-las também diante das câmeras,

gerando identificação com as telespectadoras que passavam também a consumir o produto

divulgado pela televisão.

Não à toa, as mulheres “tornaram-se senhoras da história e ocuparam uma das

estruturas mais importantes do poder que é a mídia. Não apenas como personagens das

reportagens, mas como realizadoras do jornalismo” (Barbeiro e Habib, 2005, p. 13).

Mas a missão de romper com a barreira pré-estabelecida no jornalismo

esportivo dominado pelos homens, não foi fácil. A princípio várias foram as dificuldades

enfrentadas pelas pioneiras que se aventuraram em coberturas esportivas e redações

jornalísticas.

Segundo Soares e Michel (2009), entre as jornalistas que ganharam maior

visibilidade no meio televisivo, destaca-se Isabela Scalabrini, que em 1980 tornou-se a

primeira mulher a compor a equipe de esportes da Rede Globo. Os autores também citam

Mylena Ciribelli e Glenda Koslowski como precursoras desta nova realidade. Glenda, além

de jornalista foi também quatro vezes campeã mundial de surf bodyboard e trouxe para os

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dias atuais a tendência de trazer atletas e demais envolvidos no esporte para a esfera do

jornalismo esportivo, seja como apresentadores, comentaristas e até mesmo enquanto

repórteres.

No próximo tópico veremos como estas tendências podem ser utilizadas como

estratégias para estabelecer maior interação com o telespectador.

2.4 Infotenimento

O conceito de Infotenimento está diretamente ligado à capacidade de uma

notícia transmitir informação através do entretenimento ou entreter por meio da

informação. Segundo Dejavite (2007) este conceito surgiu em meados de 1980, mas só

ganhou visibilidade a partir da década de 1990 com a expansão das ideias de um fazer

jornalístico preocupado não só em informar o telespectador, mas também em diverti-lo.

Neste sentido, o Infotenimento entra em contradição com os conceitos

tradicionais do jornalismo relativo à transmissão de conteúdos sérios. Antes, acreditava-se

que o princípio básico deste campo da comunicação estaria voltado apenas para o relato de

fatos novos de forma mais fiel possível da realidade. Assim, notícias leves como as de

cultura e lazer, por exemplo, não traziam, na visão da época, caráter de novidade, apenas

serviam para estimular o consumo.

O entretenimento é responsável por cobrir notícias de moda, cultura,

celebridades, esportes e culinária, por exemplo. “Esse tipo de conteúdo satisfaz nossas

curiosidades, estimulam nossas aspirações, possibilitam extravasar nossas frustrações e

nutrem nossa imaginação” (DEJAVITE, 2007, p.03).

Com a maior participação dos telespectadores frente ao universo televisivo, a

mídia passou a adequar-se a essa nova sociedade receptora de informação interessada em

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consumir não somente notícias sérias, mas também descontrair-se diante do conteúdo que

lhe é apresentado.

Neste sentido, o jornalismo de entretenimento traz não somente fatos sobre o

mundo, mas também elementos capazes de fazer “surpreender-se com as pessoas e coisas”

Dejavite (2007, apud FILHO, MARCONDES, p.31).

O jornalismo esportivo, por sua vez utiliza-se das estratégias do Infotenimento,

como o sensacionalismo, o uso de trilhas sonoras, infográficos entre outros artifícios para

transmitir informação e divertimento aos telespectadores, umas vez que toda e qualquer

notícia ligada ao campo esportivo está também diretamente relacionada à intenção de

distrair o receptor se enquadrando no perfil da chamada notícia light definida como “aquele

conteúdo rápido, de fácil compreensão, circulação intensa e que ao mesmo tempo diverte o

receptor” (2012, OLIVEIRA, p. 07).

Ainda sobre o assunto, Dejavite defende que a notícia light “ é um conteúdo

legítimo, pois é solicitado pelo receptor que quer se inteirar e entreter ao consumir as

informações jornalísticas que lhes interessam, sem contudo, deixar de adquirir

conhecimentos necessários à sua sobrevivência” (DEJAVITE, 2007, p. 12).

Pode-se depreender, portanto, que o jornalismo esportivo traz em sua essência a

missão de informar o telespectador a partir do entretenimento de assuntos que lhe são de

interesse, seja seu time favorito, seja um atleta de sua admiração ou ainda as mais variadas

modalidades esportivas.

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3 METODOLOGIA

O programa esportivo “Vem com Elas” foi elaborado a partir da utilização de

técnicas de produções jornalísticas audiovisuais. Durante a realização deste ocorreu em

vários momentos até a conclusão do conclusão final, portanto, foram necessárias três etapas

essenciais para que o programa cumprisse com o seu objetivo: a pré-produção, a produção e

a pós-produção.

3.1 Pré-produção

Sempre tive afinidade com temas relacionados a esportes de qualquer natureza,

principalmente àqueles capazes de despertar maior adrenalina e, portanto, na maioria das

vezes, dominados por homens. Talvez por esse motivo, procurava em canais de televisão

algum programa que pudesse me representar enquanto mulher praticante de esportes

radicais, mesmo que de forma amadora. Há alguns anos pensar em algo deste tipo seria

praticamente inviável, mas as mudanças no perfil da sociedade atual já permitem vários

tipos de programas deste caráter, principalmente em canais de TV por assinatura. Foi

pensando nesse espaço conquistado pelas mulheres que decidi fazer um programa voltado

para elas.

Neste primeiro momento, busquei fazer um contato prévio com as meninas para

coletar informações e agendar entrevistas. Por também ser adepta das mais variadas

modalidades esportivas, não tive problemas para marcar as gravações. Todas as

participantes se mostraram solícitas e entusiasmadas para contribuir com a elaboração do

projeto.

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Procurei também assistir a programas televisivos de perfis parecidos com o

proposto como forma de estudar enquadramentos, postura de apresentação, entrevistas,

entre outros aspectos que pudessem me inspirar quanto à elaboração do Vem com Elas.

Durante essa etapa, o programa que tive maior identificação foi o “Zona de Impacto”

exibido no canal fechado SporTV – da Globosat`, aos sábados, a partir das 14h. O

programa busca trazer “histórias, tendências e comportamentos de quem curte esportes

radicais”.

Neste momento, defini que o tempo de duração do programa seria de no

máximo quinze minutos e apresentaria duas modalidades esportivas distintas: o slackline e

o skate, com cerca de 7 minutos para apresentação de cada esporte.

A escolha do título do programa veio através das redes sociais. Com o mundo

cada vez mais conectado, o uso de mídias sociais como o Instagram e o Facebook, por

exemplo, vem sendo utilizadas como forma de incentivo a pratica de esportes entre as

mulheres. Neste sentido, um grupo de amigas tornou-se conhecido após criar o canal

#vemcomelas para divulgar fotos durante o desempenho de suas atividades esportivas.

Através da hashtag – dispositivo composto pelo símbolo cerquilha (#) sucedido por uma

palavra-chave (vemcomelas), os usuários podem visualizar outros participantes do tema.

Figura 1 - #vemcomelas

Fonte: Facebook

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Elaborei também um pré-roteiro para conduzir a gravação de forma que eu não

perdesse o fio condutor do programa ou captasse material em excesso. Neste momento,

idealizei perguntas que seriam utilizadas durante as filmagens e os locais de gravação de

cada take, bem como os textos que seriam utilizados na abertura, passagem e encerramento

do programa.

A proposta era fazer um programa bem elaborado. Por isso, contratei

profissionais na área de filmagem para captação de imagens de qualidade, bem como na

área de edição de imagens e também na confecção de grafismos para criação da identidade

do programa como imaginei, com vinhetas e artes necessárias a todo e qualquer programa

televisivo. O fato de trabalhar ao lado de profissionais na área facilitou muito para

formação da equipe e redução de custos do projeto.

3.2 Produção

Após concluir o planejamento, o trabalho prático foi iniciado a partir das

gravações. Era uma tarde de domingo quando demos início à primeira fase do programa. O

tempo meio nublado me fez ficar preocupada quanto à impossibilidade de gravar. O céu

cinzento não ficaria bem visivelmente nas imagens frente à proposta do programa, mas por

sorte o tempo abriu. Apesar das variações, não tivemos problemas com chuva e a gravação

foi um sucesso.

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A segunda modalidade a ser gravada foi o skate. Pela pouca disponibilidade de

horários das participantes e de toda a equipe, tivemos problemas para conseguir iniciar as

gravações. Depois de quase dois meses de adiamentos, consegui juntar pelo menos três

integrantes do grupo de skatistas que andam juntas. Esta etapa da gravação foi dividida em

dois tempos. No primeiro dia realizamos a entrevista com as meninas. Uma espécie de bate

papo bem solto e descontraído a fim de que captássemos ao máximo, momentos de

descontração entre elas. No segundo dia nos prendemos apenas à obtenção de imagens.

Durante as gravações, foram utilizadas duas câmeras modelo Canon 60d, uma

para captação de imagens em um plano geral e outra para um plano de detalhes. Optei por

solicitar que as imagens fossem realizadas, na grande maioria, em plano sequência, a fim

de dar maior dinamismo às matérias como forma de aproximar visualmente as imagens das

temáticas envolvidas. Também foi utilizada uma câmera GO PRO, que permite maior

mobilidade nas imagens.

Inspirada no modelo do “Zona de Impacto”, optei por fazer uma abordagem

menos intimista e não utilizar microfone de canopla. Diante das experiências que pude ter

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durante os três anos de estágio em TV, percebi que a maioria dos entrevistados se sente

intimidada ao ser interceptada por um microfone do gênero. Preferi utilizar o Boom, que

permite maior captação de áudio, possibilitando também uma maior espontaneidade das

entrevistadas. O microfone de Lapela também foi utilizado, apenas como segurança nas

passagens. Além disso, o próprio sobe som das câmeras também fora requisitado,

permitindo maior riqueza de recursos auditivos.

Optei por fazer reportagens sem OFF o que descaracteriza as matérias

jornalísticas convencionais, mesmo que esportivas. Como o objetivo era ser o mais natural

possível, procuramos abordar os assuntos durante as gravações informando através da

minha fala ou da fala das personagens.

Durante as gravações, contei com um cinegrafista e um assistente, que também

auxiliava na captação de imagens. Por se tratar de um programa próprio, os recursos foram

limitados e por isso a equipe foi sucinta. Uma das câmeras ficava parada na captação de um

plano geral ou como ponto de segurança, e a outra era utilizada pelo cinegrafista para

gravação de planos de movimento.

As filmagens foram realizadas com o auxílio do roteiro elaborado anteriormente

para dar diretrizes nas gravações, mas procurei não me prender apenas ao que estava

previsto, aproveitando as novas ideias e momentos que surgiram ao longo do processo

produtivo.

Enquanto Apresentadora/Repórter procurei me portar de forma linear em

relação às entrevistadas. O objetivo era que essa aproximação tornasse o programa menos

formal possível. A linguagem coloquial utilizada foge dos padrões do jornalismo

tradicional, mas acrescenta no contexto sugerido pelo “Vem com Elas”. A ideia era

mergulhar no universo feminino e vivenciar as experiências esportivas desempenhadas

pelas personagens em suas respectivas modalidades. Em nenhum momento o programa faz

uso de estúdio para sua apresentação. O cenário escolhido para chamar cada matéria é a

natureza onde cada esporte é praticado.

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3.3 Pós-produção

Após o término do processo de gravação, dei início à edição do programa ao

lado de dois editores de imagens contratados para montagem do programa “Vem com

Elas”. Chegamos ao fim do processo de filmagem com cerca de 4 horas de gravação,

portanto a primeira etapa consistiu em selecionar o que de mais importante faria de fato

parte edição. Não foi uma tarefa fácil. Muitas imagens, bons depoimentos, mas era

necessário fazer o famoso “corte” nos excessos, apesar da minha preocupação em me ater

ao conteúdo principal, tive o cuidado de acompanhar todo o processo de edição do

programa, desde a seleção das falas até as imagens utilizadas para cobrir os depoimentos

das personagens. Colocamos também trilhas sonoras que pudessem harmonizar o tema de

esportes radicais e mulheres ao mesmo tempo. Nesta etapa, foi utilizado o programa de

edição de imagens Adobe Premiere CS5.

Acompanhei também a confecção dos grafismos para serem utilizados no

programa. Foram criadas vinhetas de abertura, passagem e encerramento do programa, tarja

para créditos e três tipos de grafismos para serem acrescentados nas matérias com

informações que não foram utilizadas em ON. Tudo confeccionado por designer. Nossa

preocupação durante a elaboração desse processo era criar uma identidade do programa que

gerasse empatia com o público feminino. Para tanto, escolhemos cores vibrantes que

simbolizassem atividade e a feminilidade retratadas no programa. Nessa etapa, utilizamos o

programa AfterEffects.

Por fim, unimos todos os processos e obtivemos o produto final de acordo com

o desejado.

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4 CRONOGRAMA EXECUTADO

Ano

Meses

2013 2014

Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

Análise de programas

Agendamento de entrevistas

Produção do roteiro

Contratação da equipe

Gravações

Edição do material e escolha das trilhas

Criação de grafismos e sonorização

Elaboração do relatório

Defesa do Trabalho de Conclusão de Curso

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a realização deste projeto pude exercer a liberdade de criar um

exemplar de um programa capaz de unir jornalismo esportivo e entretenimento fazendo uso

de elementos não convencionais para a elaboração de matérias.

Mostramos que a mulher tem conquistado cada vez mais seu espaço no

universo da prática de esportes radicais e que atualmente são mais aceitas diante de uma

sociedade predominantemente machista.

Romper barreiras foi o objetivo essencial deste trabalho tanto através da sua

forma de construção, como a partir do tema abordado.

As dificuldades durante as gravações e processo de edição foram inúmeras, mas

as boas relações com profissionais da área e com as meninas praticantes das modalidades

esportivas foram capazes de tornar todo esse processo viável.

A ideia era criar um programa capaz de retratar o olhar feminino para estas

práticas esportivas. A princípio seriam gravadas quatro modalidades: o slackline, o skate, o

surf e a escalada, mas durante a gravação das duas primeiras modalidades, percebi um

acervo muito grande de material e que cortá-los apenas para poder compor um corpo de

quatro minutos seria perder uma grande riqueza de detalhes. Portanto, por questões

editoriais, optei por trabalhar em cima de apenas dois esportes. Com mais tempo, fui capaz

de apresentar melhor estas modalidades bem como as personagens.

Esta foi apenas uma edição do programa, tendo como finalidade emplacar como

um quadro permanente no Globo Esporte – PB, telejornal esportivo do qual faço parte da

equipe. Desta forma, teríamos um modelo exclusivo de abordagem em um canal de

emissora aberta. A proposta é reduzir o tempo do programa, abordando uma modalidade

esportiva por vez. Para não se limitar apenas ao universo de João Pessoa, seriam feitas

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viagens por todo estado mostrando cada vez mais a adesão das mulheres nestes esportes

radicais como é o caso da escalada, rapel e rally por exemplo.

Assim, podemos dizer que esse trabalho foi de extrema relevância para o

crescimento acadêmico e profissional desta autora.

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6 REFERÊNCIAS

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HATJE, Marli. Esporte e sociedade: uma relação pautada pela mídia. In: Artigo do

XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – INTERCOM: Salvador, 2 a 6

de set. 2003. Disponível em:

<http://www.unifra.br/professores/viviane/Esporte%20e%20Sociedade.pdf>

NASCIMENTO, Edônio Alves. As ligações perigosas: relações entre literatura e jornalismo

na década de 70 no Brasil. João Pessoa: Editora Universitária, 2006.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Método do Trabalho

Científico. 7ªed. São Paulo: Atlas, 2007.

MINAYO, Maria Cecília de Souza; DESLANDES, Suely Ferreira; NETO, Otávio Cruz;

GOMES, Romeu. PESQUISA SOCIAL: Teoria, método e criatividade. Sociais. 18ªed.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

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SILVEIRA, Ada Cristina M. da. Jornalismo Além da Notícia. 1ª Ed. Santa Maria, RS:

FACOS – UFSM, 2003.

SOARES, César; MICHEL, Margareth de Oliveira. As Mulheres no Jornalismo

Esportivo no Rio Grande do Sul. In: Artigo do XXXII Congresso de Ciências da

Comunicação – INTERCOM: Curitiba, 4 a 7 de set. 2009. Disponível em:

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SOUSA, Li-Chang Shuen Cristina Silva. Cobertura Esportiva na Televisão: Jornalismo

ou entretenimento? Recife: UFPE, 2005.

DEJAVITE, Fábia Angélica. A notícia light e o jornalismo de infotenimento. In: Artigo

do XXX Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação : Santos, 29 de agosto. a 2 de

set. de 2007. Disponível em

<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1472-1.pdf>

OLIVEIRA, Mariane. As manifestações do INFOtenimento no telejornalismo

brasileiro: Análise de caso do programa Globo Esporte.Rio Grande do Sul: CESNORS,

2012. Disponível em: <http://decom.cesnors.ufsm.br/tcc/files/2013/06/mariane.pdf>

MAESTRELLI, Adriana; WERNECK, Denise; FREIRE, Maria Teresa Marins. O Esporte

e as Mulheres: uma Relação entre Atletas, Jornalistas e Espectadoras. In: Artigo do

XIII Congresso de Ciências da Comunicação na região Sul. Chapecó, SC: 31 de maio a 2

de junho de 2012. Disponível em:

<http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2012/resumos/R30-1314-1.pdf>

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APÊNDICES

APÊNDICE I

Ficha Técnica:

Roteiro e Direção:

Daluanne da Cunha Melo

Entrevistadas:

Cintia Cleub

Bárbara Borges

Karina Cortez

Rayana Lucena

Nara Marques

Gabriela Lyra

Produção:

Daluanne da Cunha melo

Imagens:

Fabrício Macena

Assistência técnica:

Márcio Macena

Edição de imagens:

José Luciano

Bruno Tozzi

Grafismos:

Júnior Max

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APÊNDICE II:

Roteiro de edição (minutagem):

VINHETA/ABERTURA: 00'00” a 00'05

LOGOMARCA/VEM COM ELAS

INTRODUÇÃO/SLACKLINE: 00'06” a 00'27”

BRASIL/SLACKLINE: 00'28” a 00'51”

MONTAGEM/SLACKLINE: 00'52” a 02'02”

ENTREVISTA/CINTIA CLEUB

MODALIDADES/SLACKLINE: 02'03” a 02'13”

ENTREVISTA/BÁRBARA BORGES: 02'14” a 03'02”

TENTATIVA/YOGALINE: 03'02” a 03'43”

ENTREVISTA/CINTIA: 03'44” a 04'09”

MÃE/SLACKLINE: 04'10” a 04'39”

ENTREVISTA/KARINA CORTEZ

BATE-PAPO/GERAL: 04'40” a 05'27”

MULHERES/SLACKLINE: 05'28” a 06'14”

ENCERRAMENTO/SLACKLINE: 06'15” a 06'36”

VINHETA/PASSAGEM: 06'37” a 06'39”

INTRODUÇÃO/SKATE: 06'40” a 06‟51”

APRESENTAÇÃO /NARA MARQUES: 06‟53” a 07‟00”

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SURGIMENTO/SKATE: 7‟01” a 07‟08”

APRESENTAÇÃO/ RAYANA LUCENA: 07‟09” a 07‟28”

PRIMEIRO/SKATE: 07‟29” a 07‟35”

APRESENTAÇÃO/GABRIELA LYRA: 07‟36” a 07‟46”

INÍCIO/GRUPO: 07'47” a 08‟42”

INÍCIO/SKATEBOARD: 08‟43” a 08‟52”

ATIVIDADE/MANHÃ: 08'53” a 09'11”

CURIOSIDADE/SKATE: 09‟12” a 09‟23”

PRECONCEITO/MULHERES: 09'24” a 10'21”

FEMINILIDADE/SKATE: 10'22 a 11‟00”

MÚSICA/RAYANA LUCENA: 11‟01” a 11'25”

MÚSICA/NARA MARQUES: 11'26 a 11'58”

MÚSICA/GABRIELA LIRA: 11'59” a 12'20”

MACHUCADOS/ROLÉ: 12'21 a 13‟16”

SKATE/MANIA: 13‟17” a 13'43”

CONVITE/VEM COM ELAS: 13'44” a 13'52”

CLIPE/ENCERRAMENTO: 13'53” a 14‟28”

CRÉDITOS: 13'58” a 14‟13”

VINHETA/ENCERRAMENTO: 14'29” a 14'33”

INFORMAÇÕES/INSTITUCIONAIS: 14‟34” a 14‟50”

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