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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO

ROSI DE FÁTIMA OLIVEIRA SANTOS

UNIDADE DIDÁTICA

JAPIRA

2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO

ROSI DE FÁTIMA OLIVEIRA SANTOS

UNIDADE DIDÁTICA

Projeto de Implementação Pedagógico apresentado ao PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional. Orientador: Dr. Marcio Matiassi Cantarin.

JAPIRA

2011

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SUMÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO............................................................................... 03

INTRODUÇÃO....................................................................................................... 04

DESENVOLVIMENTO............................................................................................ 05

UNIDADE I

DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS..................................... 06

UNIDADE II

ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS........................................ 14

UNIDADE III

RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS ................................................ 17

UNIDADE IV

QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS................................ 19

A INTERTEXTUALIDADE E A INTERDISCIPLINARIDADE................................... 21

UNIDADE V

AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS............................................. 23

PRODUZINDO UM CONTO DE FADAS................................................................. 23

AVALIAÇÃO............................................................................................................. 24

SUGESTÕES PARA TRABALHAR COM O ALUNO .............................................. 24

LIVRO...................................................................................................................... 24

SÍTIOS .................................................................................................................... 25

VÍDEOS.................................................................................................................... 26

MÚSICAS................................................................................................................. 26

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 27

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

PROFESSORA PDE: ROSI DE FÁTIMA OLIVEIRA SANTOS

ÁREA/ DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

AREA DE ESTUDO: ENSINO E APRENDIZAGEM DE LEITURA

NUCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE IBAITI

PROFESSOR ORINTADOR IES: Dr. MARCIO MATIASSI CANTARIN

IES VINCULADA: UNIVERSIDADE DO NORTE DO PARANÁ

ESCOLA IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL CORONEL JOAQUIM PEDRO

DE OLIVEIRA EFM – JAPIRA

PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: ALUNOS DO 6º ANO

TEMA: A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO CRÍTICA DO EDUCANDO

TÍTULO: BUSCANDO O PRAZER DA LEITURA POR MEIO DOS CONTOS DE

FADAS

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INTRODUÇÃO

Essa Unidade Didática aqui proposta tem como objetivo auxiliar o

professor PDE na implementação do seu projeto em sala de aula.

Segundo Saviani:

É de fundamental importância a garantia de uma escola que possibilite a cultura letrada, o acesso à alfabetização e ao domínio da língua – padrão a todas as crianças, pois somente assim ocorre a formação dos cidadãos, capazes de participar nos destinos da nação, interferir nas decisões e expressar seus pontos de vista” (SAVIANI,1986, p.82).

Assim sendo, é de suma importância o trabalho do professor que deverá

implementar formas de criar no aluno o hábito, o gosto pela leitura e a formação de

leitores eficazes.

Buscamos propor um projeto de leitura, voltado, especificamente, para o

público do 6º ano do Ensino Fundamental, classificado por Aguiar (1986, p. 89)

“como 3ª fase de leitura (9 a 12 anos), quando ainda restam vestígios do

pensamento mágico (dos contos de fadas, mitos e lendas), e o leitor começa a

perceber mais o real à sua volta”.

A literatura infantil tem sido observada sim, como uma espécie de diálogo

entre o leitor e texto, obviamente, contudo, com fundamental importância para o

estímulo desse indivíduo, cujo desenvolvimento motor e mental, de sua formação

identitária e seus conflitos passam a ser tratados pacificamente.

Os contos de fadas, certamente, vêm para complementar esse processo.

Seu processo tem sido de “problematização existencial, busca de realização interior

pelo amor”, por ser daí retirado “cinco invariantes sempre presentes” nos contos de

fadas: aspiração (desígnios), viagem, obstáculos (ou desafios), mediação auxiliar e

conquista do objetivo (final feliz) (COELHO, 2000: 109).

Seu maior trunfo está diretamente relacionado ao fato de se trabalhar com a

representação ou o imaginário. Diante desta organização estrutural é que justifica

este trabalho que visa o desenvolvimento crítico através deste tipo de literatura que

tem por intuito a valorização da “Fantasia” e da “Imaginação”, onde sua importância

está diretamente ligada ao fato de que essas estórias traziam alguma representação

imaginária quanto ao que se produz „popularmente‟ ou de forma considerada erudita,

trazendo elementos orais da tradição.

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Assim, construir um trabalho, para que os alunos consigam desenvolver o

letramento através de atividades que lhes propiciem diferentes significados,

inferências e intertextualidade, bem como maneiras de alcançar o aprendizado é um

compromisso, uma possibilidade, como um meio de superação das dificuldades de

aprendizagem que possam vir a produzir até mesmo o fracasso escolar.

DESENVOLVIMENTO

O método a ser utilizado será o recepcional, organizado por Bordini & Aguiar

(1988), pois este atende às perspectivas das Diretrizes Curriculares de Língua

Portuguesa e Literatura. Embora a intenção desse trabalho, não se restrinja ao

método, pretende-se utilizá-lo, considerando toda a sua potencialidade dialógica e

interativa no trabalho com o texto literário. O processo de recepção se inicia antes

do contato do leitor com o texto. O leitor possui um horizonte que o limita, mas que

pode transformar-se continuamente, abrindo-se.

Esse horizonte é o do mundo de sua vida, com tudo que o povoa: vivências

pessoais, sócio-históricas e normas filosóficas, religiosas, estéticas, jurídicas,

ideológicas, que orientam ou explicam tais vivências. Munidos dessas referências, o

sujeito busca inserir o texto que se lhe apresenta no esquadro de seu horizonte de

valores.

Por sua vez, o texto pode confirmar ou perturbar esse horizonte, em termos

das expectativas do leitor, que o recebe e julga por tudo o que já conhece e aceita. O

texto, quanto mais se distancia do que o leitor espera por hábito, mais altera os

limites desse horizonte de expectativas, ampliando-os. (BORDINI; AGUIAR, 1993:

87).

A partir dessa constatação sobre o processo de recepção, nota-se que são

necessárias duas etapas, a determinação do horizonte de expectativas e sua

possível ampliação. Porém, para percorrer esse percurso, as autoras pensaram em

mais três etapas, sendo, então o método recepcional composto por cinco etapas,

sendo elas:

1. Determinação do Horizonte de expectativas;

2. Atendimento do horizonte de expectativas;

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3. Ruptura do horizonte de expectativas;

4. Questionamento do horizonte de expectativas;

5. Ampliação do horizonte de expectativas;

O método assim sistematizado se embasa em estratégias dialógicas e

interacionistas e tem na participação efetiva do leitor o seu fundamental interesse. É

a recepção da obra pelo leitor o lócus de observação e análise do professor,

servindo tanto para a identificação do nível e gosto de leitura dos alunos, quanto do

valor estético da obra em si. Segundo as autoras, isso é possível porque ocorre, no

momento da leitura, a fusão dos horizontes históricos em que obra e leitor estão

inseridos, podendo haver por parte do leitor estranhamento ou interação. Quanto

mais a obra se distancia do horizonte de expectativa do leitor mais poder de

transformação ela possui.

Para que o método seja eficaz e que o aluno alcance uma postura mais

consciente quanto à Literatura, os textos selecionados devem referir-se ao universo

do aluno, e em seguida romper com ele. Deve-se desenvolver a reflexão,

transformando o aluno em um agente de aprendizagem, que dará continuidade ao

processo, enriquecendo-se intelectualmente.

Nosso objetivo é desenvolver em nossos alunos o espírito crítico e a

compreensão dos textos literários para que se tornem sujeitos atuantes na

sociedade contemporânea.

UNIDADE I

DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Nesta etapa para detectar o horizonte de expectativa, faremos um diálogo

com os alunos para identificar em que nível de leitura a turma se encontra em

relação a diversos aspectos: social, intelectual, ideológico, linguístico, psicológico e

literário.

As atividades iniciarão com o conto e o filme do “Chapeuzinho Vermelho”,

por ser um dos mais conhecidos e apresentar várias versões semelhantes, mas com

suas particularidades.

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Para iniciar as atividades o professor questionará a classe a respeito da

história que será lida. O que sabem sobre ela, o que esperam encontrar nessa

versão, que data do séc. XVII e outros questionamentos que julgarem necessários

com o decorrer da conversação.

Após a conversação será apresentado o conto “Chapeuzinho Vermelho” na

versão de Perrault. O professor lerá o conto para os alunos. Essa leitura deve ser

planejada com antecedência, planejando intervenções para serem feitas antes,

durante e depois da leitura.

Após a leitura, feita pelo professor, desta versão deve-se solicitar aos alunos

que comentem sobre o texto livremente. Quando o professor perceber que os alunos

já comentaram a respeito de quase tudo o que gostariam, ele passará a coordenar a

discussão chamando a atenção deles sobre determinados detalhes, é importante

observar a descrição das personagens, o cenário, a ação e o diálogo que ocorre

entre as personagens, para posteriormente compará-los com outra versão.

O professor pode chamar a atenção para elas, relendo algumas descrições e

conversando sobre a linguagem literária e os efeitos que ela produz no leitor.

Após ler o texto, serão feitos comentários comparativos a partir dos assuntos

evidenciados nos mesmos, buscando atrair os alunos e motivando-os para

trabalharem o tema, o professor solicitará aos alunos que falem sobre o “Conto de

Fadas”, a diferença entre as histórias dos contos de fadas e as outras histórias, o

que há nos contos fantásticos que outros contos não têm; questionar sobre os

autores de contos de fadas que já ouviram falar e sobre os contos conhecidos,

induzi-las a comparar diferentes versões de um mesmo conto.

nandabezerranamibia.blogspot.com

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O CHAPEUZINHO VERMELHO

Charles Perrault

Havia, numa cidadezinha, uma menina que todos achavam muito bonita.

A mãe era doida por ela e a avó mais ainda. Por isso, sua avó lhe mandou

fazer um pequeno capuz vermelho que ficava muito bem na menina. Por causa dele,

ela ficou sendo chamada, em toda parte, de Chapeuzinho Vermelho.

Um dia em que sua mãe tinha preparado umas tortas, disse para ela:

– Vai ver como está passando tua avó, pois eu soube que ela anda doente.

Leva uma torta e um potezinho de manteiga.

Chapeuzinho Vermelho saiu em seguida para ir visitar sua avó que morava

em outra cidadezinha.

Quando atravessava o bosque, ela encontrou compadre Lobo que logo teve

vontade de comer a menina. Mas não teve coragem por causa de uns lenhadores

que estavam na floresta.

O Lobo perguntou aonde ela ia. A pobrezinha, que não sabia como é

perigoso parar para escutar um Lobo, disse para ele:

– Eu vou ver minha avó e levar para ela uma torta e um potezinho de

manteiga que minha mãe está mandando.

– Ela mora muito longe? – perguntou o Lobo.

– Oh! Sim! – respondeu Chapeuzinho Vermelho. – É pra lá daquele moinho

que você está vendo bem lá embaixo. É a primeira casa da cidadezinha.

– Pois bem, – disse o Lobo, – eu também quero ir ver sua avó. Eu vou por

este caminho daqui e você vai por aquele de lá. Vamos ver quem chega primeiro.

O Lobo pôs-se a correr com toda sua força pelo caminho mais curto.

A menina foi pelo caminho mais longo, distraindo-se a comer avelãs,

correndo atrás das borboletas e fazendo ramalhetes com as florzinhas que

encontrava.

O Lobo não levou muito tempo para chegar à casa da avó. Bateu na porta:

toc, toc.

– Quem está aí?

– É sua neta, Chapeuzinho Vermelho – disse o Lobo, mudando a voz._ Eu

lhe trago uma torta e um potezinho de manteiga que minha mãe mandou pra você.

A bondosa avó, que estava na cama porque não passava muito bem, gritou:

– Puxe a tranca que o ferrolho cairá.

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O Lobo puxou a tranca e a porta se abriu.

Ele avançou sobre a pobre mulher e devorou-a num instante, pois fazia mais

de três dias que não comia. Em seguida, fechou a porta e foi se deitar na cama da

avó.

Ficou esperando Chapeuzinho Vermelho que, um pouco depois, bateu na

porta: toc, toc.

– Quem está aí?

Chapeuzinho Vermelho, ao escutar a voz grossa do Lobo, teve medo, mas

pensando que a voz de sua avó estava diferente por causa do resfriado, respondeu:

– É sua neta, Chapeuzinho Vermelho, que traz uma torta pra você e um

potezinho de manteiga que minha mãe lhe mandou.

O Lobo gritou para ela, adocicando um pouco a voz:

– Puxe a tranca que o ferrolho cairá.

Chapeuzinho Vermelho puxou a tranca e a porta se abriu.

O Lobo, vendo que ela tinha entrado, escondeu-se na cama, debaixo da

coberta, e falou:

– Ponha a torta e o potezinho de manteiga sobre a caixa de pão e venha se

deitar comigo.

Chapeuzinho Vermelho tirou o vestido e foi para a cama, ficando espantada

de ver como sua avó estava diferente ao natural. Disse para ela:

– Minha avó, como você tem braços grandes!

– É pra te abraçar melhor, minha filha.

– Minha avó, como você tem pernas grandes!

– É pra correr melhor, minha menina.

– Minha avó, como você tem orelhas grandes!

– É pra escutar melhor, minha menina.

– Minha avó, como você tem olhos grandes!

– É pra ver melhor minha menina.

– Minha avó, como você tem dentes grandes!

– É pra te comer.

E dizendo estas palavras, o Lobo saltou pra cima de Chapeuzinho Vermelho

e a devorou.

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MORAL

Vimos que os jovens,

Principalmente as moças,

Lindas, elegantes e educadas,

Fazem muito mal em escutar

Qualquer tipo de gente,

Assim, não será de estranhar

Que, por isso, o lobo as devore.

Eu digo o lobo porque todos os lobos

Não são do mesmo tipo.

Existe um que é manhoso

Macio, sem fel, sem furor.

Fazendo-se de íntimo, gentil e adulador,

Persegue as jovens moças

Até em suas casas e seus aposentos.

Atenção, porém!

As que não sabem

Que esses lobos melosos

De todos eles são os mais perigosos.

Texto retirado do site [http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/a7.htm]

Posteriormente a reflexão sobre o texto de Perrault, o professor vai mostrar-

lhes a versão dos irmãos Grimm, para estabelecer a comparação, esperar primeiro

que eles percebam as diferenças existentes entre as duas versões.

Nesta versão pode-se observar que a descrição das personagens é mais

elaborada, os diálogos são mais presentes e o final da história é bem diferente.

CHAPEUZINHO VERMELHO

(Irmãos Grimm)

Era uma vez, uma menina tão doce e meiga que todos gostavam dela. A

avó, então, a adorava, e não sabia mais que presente dar a criança para agradá-la.

Um dia ela presenteou-a com um chapeuzinho de veludo vermelho.

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O chapeuzinho agradou tanto a menina e ficou tão bem nela, que ela queria

ficar com ele o tempo todo. Por causa disso, ficou conhecida como Chapeuzinho

Vermelho.

Um dia sua Mãe lhe chamou e disse:

- Chapeuzinho, leve este pedaço de bolo e essa garrafa de vinho para sua

avó. Ela está doente e fraca, e isto vai fazê-la ficar melhor.

Comporte-se no caminho, e de modo algum saia da estrada, ou você pode

cair e quebrar a garrafa de vinho e ele é muito importante para a recuperação de sua

avó.

Chapeuzinho prometeu que obedeceria a sua mãe e pegando a cesta com o

bolo e o vinho, despediu-se e partiu.

Sua avó morava no meio da floresta, distante uma hora e meia da vila. Logo

que Chapeuzinho entrou na floresta, um Lobo apareceu na sua frente.

Como ela não o conhecia nem sabia que ele era um ser perverso, não sentiu medo

algum.

- Bom dia Chapeuzinho - saudou o Lobo.

- Bom dia, Lobo - ela respondeu.

- Aonde você vai assim tão cedinho, Chapeuzinho?

- Vou à casa da minha avó.

- E o que você está levando aí nessa cestinha?

- Minha avó está muito doente e fraca, e eu estou levando para ela um

pedaço de bolo que a mamãe fez ontem, e uma garrafa de vinho. Isto vai deixá-la

forte e saudável.

- Chapeuzinho, diga-me uma coisa, onde sua avó mora?

- A uns quinze minutos daqui. A casa dela fica debaixo de três grandes

carvalhos e é cercada por uma sebe de aveleiras. Você deve conhecer a casa.

O Lobo pensou consigo:

"Esta tenra menina é um delicioso petisco. Se eu agir rápido posso saborear

sua avó e ela como sobremesa."

Então o Lobo disse:

- Escute Chapeuzinho, você já viu que lindas flores há nessa floresta? Por

quê você não dá uma olhada? Você não está ouvindo os pássaros cantando? Você é

muito séria, só caminha olhando para frente. Veja quanta beleza há na floresta.

Chapeuzinho então olhou a sua volta, e viu a luz do sol brilhando entre as árvores, e

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viu como o chão estava coberto com lindas e coloridas flores, e pensou:

"Se eu pegar um buquê de flores para minha avó, ela vai ficar muito contente. E

como ainda é cedo, eu não vou me atrasar."

E, saindo do caminho entrou na mata. E sempre que apanhava uma flor, via

outra mais bonita adiante, e ia atrás dela. Assim foi entrando na mata cada vez mais.

Enquanto isso, o Lobo correu à casa da avó de Chapeuzinho e bateu na

porta.

- Quem está aí? - perguntou a velhinha.

- Sou eu, Chapeuzinho - falou o Lobo disfarçando a voz - Vim trazer um

pedaço de bolo e uma garrafa de vinho. Abra a porta para mim.

- Levante a tranca, ela está aberta. Não posso me levantar, pois estou muito fraca.

- respondeu a vovó.

O Lobo entrou na casa e foi direto à cama da vovó, e a engoliu antes que ela

pudesse vê-lo. Então ele vestiu suas roupas, colocou sua touca na cabeça, fechou

as cortinas da cama, deitou-se e ficou esperando Chapeuzinho Vermelho.

E Chapeuzinho continuava colhendo flores na mata. E só quando não podia mais

carregar nenhuma é que retornou ao caminho da casa de sua avó.

Quando ela chegou lá, para sua surpresa, encontrou a porta aberta.

Ela caminhou até a sala, e tudo parecia tão estranho que pensou:

"Oh, céus, por quê será que estou com tanto medo? Normalmente eu me

sinto tão bem na casa da vovó..."

Então ela foi até a cama da avó e abriu as cortinas. A vovó estava lá deitada

com sua touca cobrindo parte do seu rosto, e, parecia muito estranha...

- Oh, vovó, que orelhas grandes a senhora tem! - disse então Chapeuzinho.

- É para te ouvir melhor.

- Oh, vovó, que olhos grandes a senhora tem!

- É para te ver melhor.

- Oh, vovó, que mãos enormes a senhora tem!

- São para te abraçar melhor.

- Oh, vovó, que boca grande e horrível a senhora tem!

- É para te comer melhor - e dizendo isto o Lobo saltou sobre a indefesa

menina, e a engoliu de um só bote.

Depois que encheu a barriga, ele voltou à cama, deitou, dormiu, e começou

a roncar muito alto.

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Um caçador que ia passando ali perto, escutou e achou estranho que uma

velhinha roncasse tão alto, então ele decidiu ir dar uma olhada.

Ele entrou na casa, e viu deitado na cama o Lobo que ele procurava há muito tempo.

E o caçador pensou:

"Ele deve ter comido a velhinha, mas talvez ela ainda possa ser salva. Não

posso atirar nele."

Então ele pegou uma tesoura e abriu a barriga do Lobo.

Quando começou a cortar, viu surgir um chapeuzinho vermelho. Ele cortou mais, e a

menina pulou para fora exclamando:

- Eu estava com muito medo! Dentro da barriga do lobo é muito escuro!

E assim, a vovó foi salva também.

Então Chapeuzinho pegou algumas pedras grandes e pesadas e colocou

dentro da barriga do lobo.

Quando o lobo acordou tentou fugir, mas as pedras estavam tão pesadas

que ele caiu no chão e morreu.

E assim, todos ficaram muito felizes. O caçador pegou a pelo do lobo e a

vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho havia trazido.

Chapeuzinho disse para si mesma: “-Enquanto eu viver, nunca mais vou

desobedecer minha mãe e desviar do caminho nem andar na floresta sozinha e por

minha conta”.

Texto retirado do site [http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=1]

Após essa etapa, o professor chamará a atenção aos elementos que achar

importante:

*Como o autor descreve o lobo no início da história? A descrição é diferente

da versão de Perrault?

* Como o autor caracteriza a floresta? Era uma floresta comum? O que tiinha

de diferente?

* Quando o lobo encontra a menina pela primeira vez, o que ele diz a ela?

* Como o lobo fez para fingir ser a avó da menina? Deu certo esse plano?

* O autor descreve nessa história tanto as personagens como o ambiente, a

floresta e a casa da avó, isto torna a história mais monótona que a outra versão ou

não?

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Explique sua resposta.

* Quanto ao uso dos diálogos, isso torna a história mais emocionante ou só

a prolonga mais?

*A versão de Perrault tem um fim trágico e uma moral. O que você entendeu

dessa moral?

* Na versão contada pelos Irmãos Grimm, A protagonista Chapeuzinho

recebe auxílio do caçador e sobrevive. Quem tem um fim trágico nessa versão? A

moral está presente nessa história ou não? Se sua resposta for afirmativa explique

essa moral?

Após o debate sobre as semelhanças e diferenças e o registro escrito das

conclusões da turma, pode-se fazer uma pesquisa orientada pelo professor, que

levantará os tópicos que os alunos pesquisarão através de um questionário.

A pesquisa será sobre a origem dos contos de fadas e sobre os três

principais autores “Charles Perrault”, “Irmãos Grimm” e “Hans C. Andersen”. Os

alunos, orientados pelo professor farão a pesquisa na Internet ou em livros

disponíveis na biblioteca da escola. Se a pesquisa for via internet, o professor

previamente selecionará os sites; se utilizar livros e revistas, estes também deverão

ser indicadas e estar acessíveis aos alunos.

Após a pesquisa feita e as questões respondidas, será montado o texto.

Utilizar-se de perguntas para não deixar o aluno copiar tudo o que encontrar, mas

para incentivá-lo a ler e selecionar o que realmente for importante para a construção

do texto da pesquisa que será feito em grupos pequenos, juntando as respostas e

construindo o texto sob a supervisão do professor que os orientará sobre como

proceder para que o texto fique coerente, claro e que seja produto do trabalho deles.

UNIDADE II

ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Esta segunda etapa consiste no atendimento do horizonte de expectativas,

em que serão levados para a classe textos literários que os alunos apreciem, e as

estratégias deverão ser trabalhadas na forma que eles conheçam e não tenham

dificuldades.

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http://3.bp.blogspot.com/_2-xRIMTeS-bela-e-fera-um-classico-disney.html.

Nesta etapa, apresentaremos o conto “A Bela e a Fera” e posteriormente

assiste-se ao filme do mesmo conto. Com esse texto e o filme é possível fazer a

comparação entre a versão escrita e a do filme, verificando os elementos estruturais

e os símbolos presentes tanto no texto quanto no vídeo.

Para estabelecer relação entre o filme e a realidade social do aluno, as

seguintes perguntas serão dirigidas à turma: Qual seria sua reação ao encontrar

com uma fera como a do filme? Apesar das aparências, mas mostrando-se

humanizada você seria capaz de amá-la? Bella teve razões para recusar o amor de

Gastão? Quais? Para você as qualidades internas são mais importantes que a

aparência física? Você conhece alguma história (fictícia ou real) que tenha

semelhança com a que acabou de ver? Vamos narrar para os colegas.

Após as leituras, é a vez de trabalhar a escrita através da reprodução dos

contos lidos fazendo paráfrase, paródias, ou desconstruindo os mesmos,

modificando o ambiente, acrescentando personagens ou misturando as histórias.

Através da leitura, das atividades de paráfrases, paródias e desconstrução

dos textos, os alunos devem estar aptos a produzirem seus próprios contos.

Novamente o professor colocará no quadro os elementos que são necessários para

elaborar um conto de fadas.

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Trabalhando o inconsciente

No conto da Bela e a Fera, segundo versão modernizada dos Estúdios de

Walt Disney, vemos um jovem príncipe, mimado e egoísta, ser transformado por uma

feiticeira numa fera de aparência monstruosa. Para voltar à forma normal ele teria

que amar e ser amado por uma bela jovem, o que o leva ao desespero. Há no conto

outros personagens como Bela, jovem aldeã bonita e sonhadora, desejada por

Gaston, rapaz de boa aparência, mas presunçoso e arrogante, para ser sua esposa.

Durante uma viagem o pai de Bela se perde à noite na floresta e para

escapar dos lobos refugia-se no palácio da Fera, sendo por este aprisionado. Bela,

para salvar o pai, oferece-se para ficar prisioneira em seu lugar. Porém, assustada

com a aparência terrível da Fera, a jovem recusa-se a partilhar das refeições com

ele, preferindo fazê-las sozinha, sendo servida pelos utensílios mágicos do castelo

(relógio, bule de chá, castiçal, etc.). Um dia Bela resolve conhecer todo o interior do

castelo e penetra na área habitada pela Fera que enfurecida expulsa-a. Fugindo

para a floresta ela é atacada por lobos, sendo salva pela Fera que na luta se fere. A

jovem leva-o para o palácio e cuida dele. Inicia-se um jogo de sedução entre Bela e

a Fera, terminando com ambos apaixonando-se um pelo outro. Bela está feliz no

palácio, porém quer ver o pai mais uma vez e através do espelho mágico, o vê caído

na floresta. Vai buscá-lo e leva-o para o palácio da Fera. Esse conto rico em

simbolismos, possibilita inúmeras análises e abordagens psicológicas. A relação

afetiva vivida por Bela e a Fera dimensiona a busca de integração dos conteúdos do

nosso inconsciente pelo consciente. Bela, ao conhecer e amar a Fera, possibilita a

sua metamorfose em príncipe novamente demonstrando que, na realidade, a Fera

(sombra) não era tão monstruosa assim. Conscientemente Bela parecia recusar a

Fera porém, inconscientemente desejava essa aproximação, tendo partido dela o

oferecimento de ficar no palácio da Fera como sua prisioneira.

Consultando o Dicionário de Símbolos, preparamos um pequeno esquema

que nos ajudará a entender melhor alguns dos simbolismos implícitos no conto:

Conhecer o castelo – introspecção ao nosso mundo interior; busca de

autoconhecimento; simboliza a conjunção dos desejos, sendo que o Castelo às

escuras (onde vivia a Fera) representa o inconsciente; a parte luminosa (onde Bela

transitava) representa o consciente;

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Espelho mágico – símbolo do conhecimento e da sabedoria, é o

instrumento da iluminação; simboliza também o coração do iniciado;

Floresta – símbolo do inconsciente pela obscuridade;

Relógio – ligado ao simbolismo do tempo e ao ciclo da vida;

Castiçal – símbolo de luz espiritual, de semente de vida e de salvação;

Pai – ligado ao simbolismo da dominação, da posse, do valor, é uma

forma de representação da autoridade; representa a consciência diante dos impulsos

instintivos e dos desejos espontâneos do inconsciente;

Lobo – imagem arquetípica cujo simbolismo está ligado ao fenômeno

de alternância dia-noite, morte-vida; também simboliza a sexualidade instintiva.

Ligando-se essa simbologia, temos uma descida ao inconsciente em busca

de autoconhecimento, onde os conteúdos sombrios são gradativamente assumidos

e integrados à consciência. Todos nós, no desenvolvimento de nossa personalidade

consciente, teremos o acompanhamento da sombra. E ela se torna perigosa quando

a personalidade consciente perde contato com ela. Pois então poderá irromper com

toda a potencialidade do inconsciente, como força poderosa e irracional. Como Bela

temos que aprender a amar a Fera - nosso lado obscuro, pois ele faz parte de nós, e

integrando essa parte obscura de nosso todo psíquico, proporcionamos um

desenvolvimento rico e criativo à nossa personalidade.

UNIDADE III RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Nessa fase, é hora de romper com ideias pré-concebidas e preconceituosas.

A estrutura do texto a ser apresentado manterá a mesma temática, porém,

serão alterados os outros aspectos, exigindo do leitor mais atenção e raciocínio para

a compreensão.

Após a leitura do livro de Pedro Bandeira “O fantástico mistério de

Feiurinha”, os alunos farão uma viagem pelo universo fantástico dos contos de

fadas, isso porque o autor reúne numa versão nova e bem humorada, vários contos

de fadas, apresentados sob nova perspectiva.

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Nesta fase foi escolhida a obra “O fantástico mistério de Feiurinha”, por

tratar-se de uma narrativa que rompe com os contos de fadas tradicionais e, em

muitos aspectos, perturba completamente a ordem dos acontecimentos, misturando

brincadeiras com uma pitada de ironia, o autor focaliza clichês presentes nas

histórias infantis, colocando-os em dúvida, requerendo do público leitor uma nova

postura, ao mesmo tempo aventureira e questionadora.

Desse modo, ao caminhar junto com os personagens para desvendar o

mistério de Feiurinha, o leitor relembra as histórias tradicionais, observando com

desconfiança os elementos curiosos que compõem o universo fantástico dessas

narrativas. Assim, além de alterar o quadro de referências do leitor, ele pode

também, atuar como detetive, buscando pistas que justifiquem o sumiço da princesa.

Essa caminhada instigante na recuperação das pistas dá margem á

mediação do professor para apontamentos de aspectos importantes a serem

observados durante o percurso de leitura. Entre eles a linguagem; os usos

figurativos, as técnicas de composição dos cenários, personagens (características

físicas e psicológicas) e a forma de utilização do tempo (cronológico e ou

psicológico), ou seja, toda a gama de recursos utilizados pelo autor que traduzem o

seu estilo e garantem a literariedade do texto. E, ainda, os elementos estruturais,

próprios do texto teatral (os diálogos, as indicações, as descrições dos cenários...)

que indicam a diferença entre o texto dramático e o narrativo.

Solicitar dos alunos a releitura dos contos feitos nas aulas anteriores, para

identificarem pontos de semelhança com a obra de Pedro Bandeira quanto a

estrutura composicional, em seguida o professor solicitará aos alunos que façam a

leitura dos contos do segundo livro, Sete faces dos contos de fadas: “Um par de

tênis novinho em folha”, “Chapéu vermelho II – as bocas do lobo”, “A salvadora do

mundo”, “Bela”, “Luz verde”, que tratam, respectivamente dos clássicos: “Cinderela”,

“Chapeuzinho vermelho”, “Branca de Neve e os sete anões”, “A bela adormecida”, e

“A bela e a fera”. Um prazo será dado para que todos os alunos possam ler.

Terminado o prazo para a leitura e compreensão da obra de Pedro Bandeira, o

professor pedirá para que os alunos apresentem uma encenação do livro, “O

fantástico mistério de Feiurinha”,

Ao final dessa etapa, os alunos deverão ser capazes de retomar as

diferenças e semelhanças fundamentais das personagens e trazê-las para a vida

real.

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UNIDADE IV

QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

A próxima etapa a ser desenvolvida com os alunos é, conforme citam Bordini

& Aguiar (1988), de questionamento do material literário trabalhado. Quais textos

exigiram um nível mais alto de reflexão, farão análise e comparações das leituras

realizadas, através disso detectarão as dificuldades que ainda existirem, e

perceberão que o conhecimento e a experiência que tinham ajudaram na

compreensão dos textos vistos.

Apresentar aos alunos uma leitura totalmente diferente do esperado como a

história da “Chapeuzinho Amarelo de Medo” de Chico Buarque.

Promover uma interpretação sobre o texto e pedir aos alunos que em grupos

criem uma nova versão para o conto, mudando o final ou colocando elementos da

nossa realidade que depois será exposta em um varal de contos.

Você conhece a história de Chapeuzinho Vermelho. Agora vamos ler a

versão que Chico Buarque de Hollanda, compositor brasileiro, escreveu.

Chapeuzinho Amarelo

Chico Buarque

Era Chapeuzinho Amarelo

Amarelada de medo

Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.

Já não ria.

Em festa não aparecia.

Não subia escada

Nem descia.

Não estava resfriada,

mas tossia.

Ouvia conto de fada e estremecia.

Não brincava de mais nada,

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nem amarelinha.

Tinha medo de trovão.

Minhoca, pra ela, era cobra.

E nunca apanhava sol,

Porque tinha medo da sombra.

[...]

Vamos aprofundar a leitura da música Chapeuzinho Amarelo.

1) Quais as diferenças entre Chapeuzinho Vermelho e Chapeuzinho

Amarelo?

2) Qual dos medos da personagem você achou mais estranho?

3) Em sua opinião, como deve ser a vida do Chapeuzinho Amarelo?

4) Qual é o tema que se pode extrair da música de Chico Buarque?

5) Você é medroso? Se for, qual é o seu maior medo? Argumente.

Algumas histórias, ainda hoje, são passadas de geração em geração. Você

deve dar continuidade ao Era uma vez, desenvolvendo a atividade proposta abaixo.

I momento:

Entreviste os avós coletando histórias.

Selecione a que mais gostou e apresente para a sala.

II momento:

Em grupo, selecionem as histórias que provocaram gostinho de quero

mais, risos, surpresas, medos, emoções...

III momento

Assim como os autores Charles Perrault e os irmãos Grimm, no

coletivo, vamos registrá-las.

Escrevam um sumário com o título das histórias;

Façam um pequeno texto informando o leitor do que vai encontrar na

coletânea.

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A INTERTEXTUALIDADE E A INTERDISCIPLINARIDADE

Fazer uma leitura do texto Fita Verde no Cabelo de Guimarães Rosa,

primeiramente explicar o contexto social que foi escrito, mostrando para o aluno a

importância da intertextualidade e proporcionando através das atividades, a

sensibilização e a socialização dentre os alunos.

O professor passará a abordar temas importantes do conto Fita Verde no

Cabelo como: as relações familiares, a doença, a velhice, os perigos a que estamos

sujeitos, os medos que estão no outro e dentro de nós mesmos, entre outros que

poderão surgir através do diálogo em sala de aula, é importante que ele perceba a

riqueza da narrativa. O aluno ainda poderá, através de uma leitura comparativa dos

vários textos, estudar não só nossa flora e fauna, como também, criar seu próprio

Chapeuzinho Vermelho.

FITA VERDE NO CABELO

João Guimarães Rosa

Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e

velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, e meninos e meninas

que nasciam e cresciam. Todos com juízo, suficientemente, menos uma

meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita inventa

no cabelo.

Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma e

outra quase igualzinha aldeia. Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma

vez. O pote continha um doce em calda, e o cesto estava vazio, que para buscar

framboesas.

Daí que, indo no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá

lenhavam; mas o lobo nenhum, desconhecido, nem peludo. Pois os lenhadores

tinham exterminado o lobo. Então ela, mesma era quem dizia: "Vou à vovó, com

cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mamãe me mandou “a aldeia e

casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das

horas, que a gente vê que não são”.

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E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longe e

não outro, encurtoso. Saiu, atrás de suas asas ligeiras, sua sombra vindo lhe

correndo, em após.

Divirta-se com ver as avelãs do chão não voarem, com inalcançar essas

borboletas nunca em buquê nem em botão, e com ignorar se cada uma em seu lugar

as plebeinhas flores, princesinhas e incomuns, quando a gente tanto passa por elas

passa. Vinha sobejadamente.

Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando

ela, toque ,toque bateu:

_"quem é?

_"sou eu. .."-e Fita Verde descansou a voz.-"sou sua linda netinha, com

cesto e com pote, com a Fita Verde no cabelo ,que a mamãe me mandou."

Vai, a avó difícil ,disse:-"puxa o ferrolho de pau na porta, entra e abre. Deus

a abençoe."

Fita Verde assim fez, e entrou e olhou.

A avó estava na cama, rebuçada e só. Devia, para falar apagado e fraco e

rouco, assim, de ter apanhado um ruim defluxo. Dizendo: "Depõe o pote e o cesto na

arca, e vem para perto de mim, enquanto é tempo."

Mas agora Fita Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que

perdera em caminho sua grande fita verde no cabelo atada; e estava suada, com

enorme fome de almoço. Ela perguntou:

"Vovozinha, que braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes!".

"É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta....."- a avó

murmurou.

"Vovozinha, mas que lábios, ai, tão arroxeados".

"É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta..."- a avó

suspirou.

"Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encavado,

pálido?"

"É porque já não estou te vendo, nunca mais, minha netinha...."- a avó ainda

gemeu.

Fita Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez.

Gritou: - "Vovozinha, eu tenho medo do lobo!..."

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Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser

pelo frio, triste e tão repentino corpo.

UNIDADE V

AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

Nesta última etapa, conforme afirmam Bordini & Aguiar (1988), os alunos

perceberão que os textos literários não são apenas tarefas da vida escolar, mas

estarão conscientes das aquisições feitas e das alterações vividas por meio da

experiência com a Literatura, assim sendo, eles buscarão outras leituras, isso

ampliará ainda mais os seus horizontes.

Segundo Bordini e Aguiar o final desta etapa é o início de uma nova

aplicação do método, que evolui em espiral, sempre permitindo aos alunos uma

postura mais consciente com relação à literatura e à vida.

Assistir ao filme: „Deu a Louca na Chapeuzinho”, o objetivo será promover a

discussão e reflexão em grupo e fazer apontamentos sobre os temas mais

interessantes da história. Fazer uma comparação com os textos já vistos,

confirmando assim, a ampliação, ou não, do horizonte de expectativas do aluno.

PRODUZINDO UM CONTO DE FADAS

Você observou que nos contos de fadas, algumas situações se repetem:

▪ a presença do herói ou da heroína;

▪ a armadilha;

▪ a luta entre herói e vilão;

▪ a vitória;

▪ o castigo do vilão.

Agora é a sua vez de escrever um lindo conto de fadas e divulgá-lo através do

mural Cantinho do conto, que será organizado junto com seu (a) professor (a).

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AVALIAÇÃO

A aplicação desse método obterá sucesso e eficácia desde que nossos

estudantes sintam-se motivados a ir além, ultrapassem o seu horizonte de

expectativas ao encontro de novas leituras, as quais contribuirão para que a visão de

mundo do aluno possa ser ampliada. Também deverão estar aptos para analisar os

textos literários lendo nas entrelinhas, comparando-os com o mundo real e

questionando as situações vividas pelos personagens com senso crítico.

SUGESTÕES PARA TRABALHAR COM O ALUNO

LIVROS

Histórias de fadas

Categoria: Livro

Sobrenome: WILDE

Nome: Oscar

Local de Publicação: Rio de Janeiro

Editora: Nova Fronteira

Ano de Publicação 2001

O príncipe desencantado

Categoria: Livro

Sobrenome: LIMA

Nome: José Américo

Local de Publicação: Belo Horizonte

Editora: Formato Editorial

Ano de Publicação 1995

Sete faces do conto de fadas

Categoria: Livro

Sobrenome: TELLES

Nome: Carlos Queirós

Local de Publicação: São Paulo

Editora: Moderna

Ano de Publicação 1993

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SÍTIOS

A importância dos contos de fadas

Fonte: http://tapetedesonhos.wordpress.com/

Acessado em agosto de 2010

Leitura - aprender a olhar o mundo

Fonte: http://paginadevida.wordpress.com/

Acesso setembro de 2010

Funções narrativas de Propp

Fonte:[http://www.midisegni.it/Port/propp_funcoes.shtml]

Acesso 12/03/2010

Site com curiosidades: uma brincadeira na qual a criança clica numa carta, e

aparece um desenho exemplificando as funções narrativas de Propp. Em 1928 O

teórico russo Vladimir Jakovlevic Propp publicou "A Morfologia dos Contos de

Fadas", na qual codifica 31 funções narrativas, os elementos básicos das fábulas

populares russas.

Horizontes: contos e poesias

Fonte: http://espacohorizontes.wordpress.com/

Acesso 12/03/2010

Resgate da escrita e dos contos de fadas

Fonte: http://www.geocities.com/equilibrioclinica/saibamais/regs.htm

Acesso 05/06/2010

A presença da fada madrinha nos contos de fadas

Fonte: http://www.graudez.com.br/litinf/trabalhos/contosdefadas.htm

Acesso em: 05/06/2010

Recanto das Letras

Fonte: http://recantodasletras.uol.com.br/publicacoes.php?chaves=chapeuzinho

Acesso: 05/06/2010

O Site ”Recanto das Letras possui várias versões do conto “Chapeuzinho Vermelho”.

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VÍDEOS

SHREK

Direção: Andrew Adamson e Vicky Jenson

Produtora: DreamWorks SKG / Pacific Data Images

Duração: 01:33

Local: EUA

Ano: 2001

SHREK 2

Direção: Andrew Adamson

Produtora: DreamWorks SKG

Duração: 01:45

Local: EUA

Ano: 2004

SHREK 3

Direção: Chris Miller

Produtora: DreamWorks SKG

Duração: 01:45

Local: EUA

Ano: 2007

MÚSICAS

Título da música: João e Maria

Intérprete: Chico Buarque

Compositor: Sivuca

Número de faixa: 02

Número do Cd: 02

Nome da gravadora: Fortuna Crítica

Ano: 2007

Disponível na WEB: http://www.chicobuarque.com.br/construcao/index.html

Local: Canecão - Rio de Janeiro

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REFERÊNCIAS

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BANDEIRA, Pedro. O Fantástico mistério de Feiurinha: teatro. 1a ed. São Paulo: FTD, 2001. (Coleção literatura em minha casa; v.5).

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

BORDINI, Maria da Gloria e AGUIAR, Vera. A Formação do Leitor: Alternativas Metodológicas. 2ª ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

BUARQUE, Chico. Chapeuzinho Amarelo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.

CHATEAU, Jean. O Jogo e a Criança. São Paulo: Summus, 1987.

CHEVALIER, Jean & GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. edição 24ª Editora José Olympio, 2003.

COELHO, Nelly Novaes. 'O Conto de Fadas'. São Paulo: Ática, 1987

COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise e didática. São Paulo: Moderna, 2003.

COELHO, Nelly Novaes. Panorama histórico da literatura infanto-juvenil: das origens Indo-européias ao Brasil contemporâneo. São Paulo: Ática, 1991.

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: teoria e prática. São Paulo: Ática, 1983.

FERREIRO, Emilia & TEBEROSKY, Ana. Reflexões sobre a alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985.

GOULART, Cecília. Letramento e modo de ser letrado: discutindo a base teórico metodológica de um estudo. Revista Brasileira de educação, vol. 11, n. 33, p. 450-460, set./ dez., 2006.

GOUVEIA, Ricardo. Chapeuzinho Vermelho. In Estorinhas pra ninar Marguixe. São Paulo: Ed. Nacional, 1984.

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GRIMM, Irmãos. Chapeuzinho Vermelho. In Contos e Lendas dos Irmãos Grimm. São Paulo: Edigraf.,1961.

JAUSS, Hans. A História da Literatura como provocação à Teoria Literária. Trad. Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática, 1994.

KISHIMOTO, Tadamitsu. O Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.

KISHIMOTO, Tadamitsu. O Brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira, 1998.

MACHADO, Angelo. Chapeuzinho Vermelho e o Lobo-Guará. São Paulo: Melhoramentos, 1993.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública da Educação Básica do Estado do Paraná – Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008.

PERRAULT, Charles. Chapeuzinho Vermelho. Porto Alegre: Kuarup, 1984.

PINTO, Gerusa Rodrigues; LIMA, R.C.V. O Desenvolvimento da Criança. 6. Ed. Belo Horizonte: FAPI, 2003.

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TATAR, Maria. Contos de fadas: edição comentada e ilustrada. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2004.

TELLES, Carlos Queiroz et al. Sete faces do conto de fadas. 5a ed. Projeto e orientação literária de Márcia Kupstas. São Paulo: Moderna, 1993.

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NOVA ESCOLA. Um banho de modernidade nos contos de fadas. Disponível em http://novaescola.abril.com.br/ed/120_mar99/html/portugues.htm. Acesso em 05/07/2011.