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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS UNICAMP FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA - FEF DIEGO PEREIRA JERÔNIMO INFLUÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA E CAFEÍNA SOBRE A FADIGA NEUROMUSCULAR Campinas, SP 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA - FEF

DIEGO PEREIRA JERÔNIMO

INFLUÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA E CAFEÍNA

SOBRE A FADIGA NEUROMUSCULAR

Campinas, SP

2016

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DIEGO PEREIRA JERÔNIMO

INFLUÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA E CAFEÍNA SOBRE A FADIGA

NEUROMUSCULAR

Tese apresentada à Faculdade de Educação Física da

Universidade Estadual de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para obtenção do título de Doutor em

Educação Física, na área de concentração Biodinâmica do

Movimento e Esporte.

ORIENTADOR: PROF. DR. ANTONIO CARLOS DE MORAES

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE A VERSÃO FINAL

TESE DEFENDIDA PELO ALUNO DIEGO PEREIRA

JERÔNIMO E ORIENTADO PELO PROF. DR. ANTONIO

CARLOS DE MORAES.

Campinas, SP

2016

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COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________

Prof. Dr. Antonio Carlos de Moraes

Orientadora

_________________________

Prof. Dr. João Paulo Borin

_________________________

Prof. Dr. Leandro Ricardo Altimari

_________________________

Prof. Dr. Luiz Eduardo Barreto Martins

_________________________

Prof. Dr. Martim Francisco Bottaro Marques

As assinaturas dos membros da Comissão Examinadora estão na ata da defesa que consta no

processo de vida acadêmica da aluna

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Dedicatória

Dedico este trabalho à minha família, especialmente ao meu filho Matheus de Assis

Pereira Jerônimo e minha filha Yasmin de Assis Pereira Jerônimo.

Quando entraram em minha vida, me transformaram em uma pessoa melhor, sempre

me impulsionando, dando forças nos momentos em que quase fraquejei, me fazendo sonhar e

concretizar projetos inimagináveis, pois com sua alegria contagiante e sabedoria de nove e

três aninhos foram molas que me impulsionaram a seguir, a buscar, nas muitas vezes, em que

fiquei perdido no caminho.

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Agradecimento

A Deus, pelo dom da vida, pelo amparo e acalento nos momentos difíceis, pela força

espiritual quando me sentia exausto, por me guiar nos momentos de incertezas e por me

impulsionar a continuar a caminhada.

A minha família, a qual amo muito, pelo carinho, paciência e incentivos.

Ao Prof. Dr. Antonio Carlos de Moraes pela disponibilidade, atenção e compreensão

na incansável busca do conhecimento e por me abreviar esta procura, o reconhecimento

sempre e minha sincera gratidão.

E finalmente, posso dizer que, hoje, agradeço ás dificuldades encontradas e aos

obstáculos que se interpuseram em minha vida acadêmica, pois nesses momentos em que

encontrei forças para superá-las e seguir, comprovando assim que as facilidades nos impedem

de crescer e de superar adversidades e que quando almejamos “algo” com todas as forças do

nosso ser, o universo conspira a nosso favor.

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RESUMO

Embora sejam amplamente conhecidos os efeitos ergogenicos tanto da creatina quanto da

cafeína ainda não temos evidências científicas suficientes sobre a conciliação destes dois

ergogênicos no desempenho físico. Diante desta questão o presente estudo investigou a ação

da suplementação de creatina e cafeína sobre a ativação neuro muscular, fadiga e torque.

Foram selecionados 16 indivíduos físicamente ativos, saudáveis com idades entre 18 e 30

anos. O estudo foi executado em duas etapas (experimento 1) os indivíduos foram

suplementados com cafeína (6mg/kg) (Caf) durante 3 dias, creatina (3g /dia) (Cre 3) durante 7

dias e associação de cafeína e creatina (CrCaf), (experimento 2) os indivíduos foram

suplementados com creatina (20g/dia) (Cr High), durante 7 dias, associação de cafeína e

creatina (CrCaf High), e suplementação placebo (Pla). Após os periodos de suplementação

foram submetidos ao teste de extensão de joelho no dinamómetro isocinético onde foi

monitorada da atividade eletromiográfica (EMG) da musculatura. O protocolo de teste se

consistiu em 45 repetições de extensão e flexão de joelho com velocidade constante angulares

de 1200/s no dinamómetro isocinético Biodex, onde foi monitorado o torque na fase de

extensão bem como a atividade EMG dos músculos vasto lateral (VL), vasto medial (VM) e

reto femoral (RF). Podemos observar nos grupos CrCaf e CrCaf High uma menor ativação de

UMs através dos valores de RMS (p<0,05), o que corrobora com os valores obtidos de MDF

que apresentaram nestes mesmos grupos valores de 5,67% menos fadiga (p<0,05) e um

torque total de 7,47% maior (p<0,05). Diante destes resultados a associação de creatina e

cafeína provou ajudar a melhorar o torque total e retardar a manifestação da fadiga o que pode

influenciar diretamente no desempenho de exercícios de alta intensidade em uma variedade de

esportes.

Palavra-chave: Creatina; Suplementos Dietéticos; Eletroneuromiografia; Dinamômetro.

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ABSTRACT

Although it is widely known the ergogenic effects of creatine as much caffeine we have no

sufficient scientific evidence on reconciling the two ergogenic on physical performance.

Faced with this question the present study investigated the action of creatine and caffeine

supplementation on neuromuscular activation, fatigue and torque. We selected the 16

physically active, healthy subjects aged between 18 and 30 years, the study was performed in

two stages (experiment 1) individuals were supplemented with caffeine (6 mg / kg) (Caf) for 3

days, creatine (3g / day) (Cre 3) for 7 days and combination of caffeine and creatine (CrCaf)

(experiment 2) the participants were supplemented with creatine (20g / day) (Cr higt) for 7

days, combination of caffeine and creatine (CrCaf higt) and placebo supplementation (Pla).

After the supplementation periods underwent knee extension test in isokinetic dynamometer

which was monitored electromyographic (EMG) activity of the muscles. The test protocol

consisted of 45 repetitions of extension and knee flexion angle at a constant speed of 1200 / s

in isokinetic dynamometer Biodex, Where was monitored torque to the extent of making and

the EMG activity of the vastus lateralis (VL), vastus (VM) and rectus femoris (RF). We can

observe CrCaf groups and CrCaf Higt a lower activation MUs through the RMS values (p

<0.05), which agrees with the values of MDF that had these same groups 5.67% for values

less fatigue (p <0.05) and total torque increased 7.47% (p <0.05). Given these results creatine

and caffeine proved association help improve the total torque and delay the onset of fatigue

which can directly influence the performance of high-intensity exercise in a variety of sports.

Keyword: Creatine; Dietary Supplements; electromyography; Dynamometer.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: HIDRÓLISE DO ATP .......................................................................................... 17

FIGURA 2: ESTRUTURAS MOLECULARES DA CR, PCR E CRN .................................. 18

FIGURA 3: PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR .................................................. 21

FIGURA 4: ATIVAÇÃO NEURAL ........................................................................................ 25

FIGURA 5: VIA BIOQÍMICA DA SÍNTESE DE Cr ............................................................. 29

FIGURA 6: PRINCIPAIS REAÇÕES QUÍMICAS DO SISTEMA ENERGÉTICO

CREATINA FOSFATO .......................................................................................................... 30

FIGURA 7: PROCESSO DE OBTENÇÃO DE ENERGIA NO EXERCÍCIO FÍSICO ......... 34

FIGURA 8: ESTRUTURAS MOLECULARES DA CAFEÍNA E SEUS ANÁLOGOS ....... 35

FIGURA 9: PROCESSO DE NEUROTRANSMISSÃO DOPAMINÉRGICA. ..................... 40

FIGURA 10: SISTEMA ADENILATO CICLASE AMPC ACOPLADO À PROTEÍNA G

ILUSTRANDO UMA CASCATA SINALIZADORA ............................................................ 43

FIGURA 11: RECEPTORES GΑS E GΑI, ACOPLADOS À PROTEÍNA G QUE ESTIMULA

OU INIBE A ADENILIL CICLASE A CATALISAR A FORMAÇÃO DE AMPc ............... 44

FIGURA 12: ATIVAÇÃO DA ADENILIL CICLASE, PROMOVENDO FOSFOLIÇÃO DE

PROTEÍNAS CITOSÓLICAS ESPECÍFICAS E LIBERAÇÃO DE CA2+

DO RETÍCULO

ENDOPLASMÁTICO PARA O CITOSOL ............................................................................ 45

FIGURA 13: ESQUEMÁTICA DO SENSOR EMG PARA AQUISIÇÃO DO SINAL ........ 50

FIGURA 14: ELETRODO BIPOLAR ATIVO COM DISTANCIA INTERELETRODO DE

2cm, E ESQUEMÁTICA DE AQUISIÇÃO DO SINAL ........................................................ 52

FIGURA 15: EQUIPAMENTO DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO ...................................... 55

FIGURA 16: ESQUEMÁTICA ANATÔMICA DE POSICIONAMENTO DO ELETRODO

SEGUNDO SITE SENIAN ...................................................................................................... 58

FIGURA 17: ESQUEMA DA EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO E FOTO DO AVALIADO

PRESO PELAS CINTAS ESTABILIZADORAS NA CADEIRA DO DINAMÔMETRO .... 59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACETIL CoA ACETIL COENZIMA A

ACH ACETILCOLINA

ACHE ACETILCOLINESTERASE

AGL ÁCIDOS GRAXOS LIVRES

AMP ADENOSINA MONOFOSFATO

BCAA AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA

ABIC ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO CAFÉ

AC AUTOCORRELAÇÃO

BUCHE BUTIRILCOLINESTERASE

CA2+

CÁLCIO

ASICS CANAIS DE ÍONS SENSÍVEIS AO ÁCIDO

COI COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL

Cr CREATINA

PCr CREATINA FOSFATO

CK CREATINA QUINASE

Crn CREATININA

ADP DIFOSFATO DE ADENOSINA

RDHP DIHIDROPIRIDINA

EMG ELETROMIOGRAFIA

EMGPRO ELETROMIOGRAFIA DE PROFUNDIDADE

EMGS ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE

FIFA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL

Pi FOSFATO INORGANICO

PDES FOSFODIESTERASE

MNF FREQUÊNCIA MÉDIA (MEAN FREQUENCY)

MDF FREQUÊNCIA MEDIANA (MEDIAN FREQUENCY)

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GMP GUANOSINA MONOFOSFATO

AMPc MONOFOSFATO CÍCLICO DE ADENOSINA

NGF NERVE GROWTH FACTOR

OTG ÓRGÃO TENDINOSOS DE GOLGI

PGG2 PROSTAGLANDINA G2

PK-A PROTEÍNA QUINASE A

RMS RAIZ QUADRÁTICA MÉDIA (ROOT MEAN SQUARE)

TRP RECEPTOR DE POTENCIAL TRANSITÓRIO

RYR1 RIANODINA

SAH S ADENOSILHOMOCISTEÍNA

SER SERINA

SNC SISTEMA NERVOSO CENTRAL

THR TIROSINA

TYR TREONINA

ATP TRIFOSFATO DE ADENOSINA

UM UNIDADE MOTORA

ARV VALOR RETIFICADO MÉDIO (AVERAGE RECTIFIED VALUE)

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14

2 REVISÃO DA LITERATURA - FADIGA .......................................................................... 16

2.1 PROCESSO DE FADIGA NO MECANISMO CONTRATIL ................................ 16

2.1.1 DEPLEÇÃO DOS ESTOQUES DE GLICOGÊNIO ........................................ 16

2.1.2 DEPLEÇÃO DAS RESERVAS DE ATP E PCr .............................................. 18

2.1.3 AUMENTO DO PH CELULAR ....................................................................... 19

2.2 PROCESSO DE FADIGA NA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR ........................... 20

2.2.1 PROCESSO METABÓLICO DA FADIGA ..................................................... 22

2.3 PROCESSO DE FADIGA NEURAL CENTRAL ................................................... 23

2.3.1 AÇÃO SOBRE OS AFERENTES .................................................................... 24

2.3.2 AÇÃO DO PH SOBRE OS RECEPTORES AFERENTES ............................. 25

3 CREATINA ........................................................................................................................... 27

3.1 NECESSIDADES ..................................................................................................... 29

3.2 SÍNTESE E ARMAZENAMENTO ......................................................................... 29

3.3 FUNÇÕES METABÓLICAS ................................................................................... 31

3.4 PAPEL DA CREATINA NO DESEMPENHO FÍSICO .......................................... 34

4 CAFEINA .............................................................................................................................. 36

4.1 MOBILIZAÇÃO INTRACELULAR DE CÁLCIO DO RETÍCULO

SARCOPLASMÁTICO .................................................................................................. 37

4.2 AÇÃO NA BOMBA NA+ / K

+ ................................................................................. 38

4.3 ESTIMULAÇÃO DAS CATECOLAMINAS .......................................................... 39

4.4 MODULAÇÃO DA GLICOSE PLASMÁTICA ..................................................... 41

4.5 ANTAGONISMO DOS RECEPTORES DE ADENOSINA ................................... 42

4.5.1 ADENOSINA .................................................................................................... 42

4.5.2 RECEPTORES A1 E A2 DE ADENOSINA .................................................... 44

4.5.3 RECEPTORES A1 DE ADENOSINA ............................................................. 45

4.5.4 RECEPTORES A2a DE ADENOSINA............................................................ 46

4.6 INIBIÇÃO DA ENZIMA FOSFODIESTERASE .................................................... 46

4.7 PAPEL DA CAFEINA NO DESEMPENHO FÍSICO ............................................. 48

5 ELETROMIOGRAFIA ......................................................................................................... 51

5.1 SINAL EMG ............................................................................................................. 53

6 DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO ....................................................................................... 54

7 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 56

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7.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................... 57

7.1.1 PRIMEIRA FASE ............................................................................................. 57

7.1.2 SEGUNDA FASE ............................................................................................. 58

7.2 AQUISIÇÃO DO SINAL EMG ............................................................................... 58

7.3 DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO BIODEX .......................................................... 60

8 ARTIGO 1 ............................................................................................................................. 62

9 ARTIGO 2 ............................................................................................................................. 85

10 CONSIDERAÇÕES .......................................................................................................... 101

11 REFERENCIAS ................................................................................................................ 102

12 ANEXO ............................................................................................................................. 122

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1 - INTRODUÇÃO

Durante toda a história da humanidade o homem tem buscado recursos que possam

melhorar o desempenho esportivo, força física e a aparência. Nos tempos modernos, a

suplementação tem sido apontada como recurso para se atingir esses objetivos,

comprovadamente consumo de suplementos nutricionais é um fenômeno que vem crescendo

de maneira vertiginosa com a finalidade de aumentar do rendimento físico, melhorias no

tônus muscular e força (SILVA et. al., 2004, CLARKE et. al., 2005), quanto para promoção

de saúde, prevenção de doenças crônicas e recuperação de patologias (BENDERMACHER et.

al., 2005).

Segundo Williams (1996) os principais efeitos obtidos com o uso de tais suplementos

incluem aumento das reservas energéticas, aumento da mobilização de substratos para os

músculos ativos durante os exercícios físicos, aumento do anabolismo proteico, diminuição da

percepção subjetiva de esforço e reposição hidroeletrolítica adequada, promovendo um

retardo da fadiga e aumentando o poder contrátil do músculo esquelético e/ou cardíaco,

aprimorando, portanto, a capacidade de realizar trabalho físico, ou seja, o desempenho atlético

(CLARKSON, 1996).

Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2000), dentre uma

variedade de suplementos disponíveis no mercado, a creatina (Cr) se destaca devido a suas

características sobre de melhora no desempenho físico. Somente no ano de 1999, foram

consumidos cerca de 2,7 milhões de quilos desse suplemento em todo o mundo (WILLIAMS,

KREIDER, 2000; WYSS e KADDURAH-DAOUK, 2000).

A utilização de creatina na forma de suplemento propicia um aumento na

concentração intramuscular de Creatina Fosfato (PCr), além de elevar a hidratação celular

criando um meio propício para a síntese proteica e ao mesmo tempo desfavorecendo a

proteólise, como constatado em humanos suplementados que apresentaram aumento da massa

muscular (ACSM, 2000, NEWSHOLME e HARDY, 1998, SLATER e JENKINS, 2000).

Outro contexto importante relacionado à suplementação com creatina é a prevenção de fadiga

muscular trazendo benefícios no desempenho esportivo (WAGENMAKERS, 1998).

A Cr desempenha um significativo papel na produção de energia, pois doa seu grupo

Fosfato da PCr para o Difosfato de Adenosina (ADP) promovendo a ressíntese do Trifosfato

de Adenosina (ATP), esta ação depende da enzima Creatina Quinase (CK) (MCARDLE,

2006), aumentando assim o pool orgânico deste composto de 10% a 20%, embora alguns

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15

estudos tenham evidenciado acréscimo de até 50% em seus níveis totais, após a

suplementação (BURKE e BERNING, 1996).

Com o intuito de protelar a fadiga e consequentemente aprimorar o desempenho

físico, sobretudo em atividades de longa duração a cafeína vem sendo muito utilizada

também, pois trata-se de um substância pertencente ao grupo das metilxantinas (1,3,7

trimetilxantina) capaz de protelar a fadiga e aumentar o poder contrátil do músculo

esquelético e/ou cardíaco, melhorando a eficiência metabólica dos sistemas energéticos

durante o esforço, como em exercícios intensos de curta duração. (SINCLAIR et. al., 2000;

ALTIMARI et. al., 2001)

Devido a estes mecanismos de ação central e periféricos a cafeína pode desencadear

importantes alterações metabólicas e fisiológicas durante a prática de exercícios físicos, o que

por sua vez melhora o rendimento físico protelando a manifestação fadiga (ABIAN et. al.,

2015).

A cafeína e/ou creatina são encontrados naturalmente em uma ampla variedade de

alimentos e bebidas, como tal, é possível obter-se 5 mg / kg de cafeína a partir de café e de 5 g

de creatina a partir de certos tipos de peixe ou carne, embora o consumo destes alimentos

devam ser elevados para obter-se estes valores (TARNOPOLSKY et. al., 2010).

Diante da visão geral sobre a farmacocinética, mecanismo (s) de ação, e evidências

sobre estes ergogênicos (ASTORINO et. al., 2010; TARNOPOLSKY et. al., 2010;

JERÔNIMO et. al., 2012, TIMMINS et. al., 2014, DUNCAN et. al. 2014) em hipótese a

ingestão associada destes pode agir potencializando seus respectivos efeitos ergogênicos,

assim promovendo uma melhora no desempenho em atividades físicas, principalmente de

intensidades mais elevadas de curtas durações.

Porém, recomenda-se cautela aos indivíduos que desejam buscar melhora do

rendimento físico através da ingesta de cafeína ou creatina como um auxílio ergogênico,

devendo primeiramente experimentá-los antes de uma competição importante a fim de

observar algum efeito adverso (cafeína - tremor, creatina - desconforto gastrointestinal).

Diante deste contexto esta pesquisa teve como objetivo o monitoramento da

manifestação da fadiga a partir da atividade eletromiográfica e análise do torque a partir do

dinamômetro isocinético em indivíduos suplementados com creatina alta e baixa dosagem,

cafeína e a associação dos dois compostos. Para exposição dos dados a tese foi estruturada

seguindo modelo Escandinavo onde os dados serão apresentados em dois artigos científicos

distintos localizados após a metodologia.

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16

2 - REVISÃO DA LITERATURA – MODELOS DE FADIGA

A fadiga trata-se de um processo bastante complexo onde seus mecanismos de

ativação ainda não foram plenamente elucidados, e pode ser caracterizada como a

incapacidade de manutenção da força ou potência produzida pelo tecido musculoesquelético

em uma determinada tarefa (TOURNY-CHOLLET et. al., 2000; KALMAR et. al., 2004;

RATTEY et. al., 2006; KRONBAUER e CASTRO, 2013). Segundo ABBISS e LAURSEN

(2005) em uma vasta revisão da literatura atribuíram alguns modelos para melhor mapear este

fenômeno, tais como: depleção dos estoques energéticos, neuromuscular, lesão muscular,

biomecânica, termorregulação, psicológica, Governador Central.

Em nosso estudo abordaremos três modelos para mapear a manifestação da fadiga,

processo de fadiga no mecanismo contrátil, processo de fadiga na junção neuromuscular e

processo de fadiga neural central.

Diante desta informação caracterizamos o mecanismo contrátil e junção

neuromuscular como mecanismos periférico, pois ocorre depleção de substratos, acúmulo de

metabólitos, falhas na ativação, alteração do fluxo de cálcio o que entre outras gera

irregularidade na interação de pontes cruzadas entre actina e miosina, (AMENT e

VERKERKE, 2009) e a fadiga neural central ocorre em resposta ao primeiro na tentativa de

preveni-lo (ABBISS e LAURSEN 2005; BARON et. al., 2007; AMENT e VERKERKE,

2009) chamado de ativação neural central ou governador central, ainda não elucidado por

completo pela literatura, porém, estudos concordam que se trata de um processo de declínio

no ritmo de descargas no motoneuronio α, isso devido à ativação dos receptores aferentes

provenientes dos músculos exercitado, que levam ao Sistema Nervoso Central (SNC) as

informações de um limiar crítico de fadiga muscular, com isso diminuindo os estímulos

motores, o que evita um processo mais agudo de fadiga ou colapso total (MCKENNA e

HARGREAVES, 2008; AMENT e VERKERKE, 2009).

2.1 PROCESSO DE FADIGA NO MECANISMO CONTRATIL

2.1.1 – DEPLEÇÃO DOS ESTOQUES DE GLICOGÊNIO

A energia para manter os seres vivos na terra tem duas fontes o sol e a água, sem

estes dois elementos (até o momento, pelo que sabemos) os processos químicos para manter a

vida são improváveis. A energia emanada do sol é capturada pelas plantas (autotróficos) que

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extraem carbono e oxigênio do dióxido de carbono, nitrogênio do solo e hidrogênio e

oxigênio da água para promover a fotossíntese que é a sintetize das biomoléculas, como

glicose (C6H12O6) e aminoácidos (MCARDLE et. al., 2006 SILVERTHORN, 2010).

Os animais (heterotróficos) por sua vez por não terem a mesma capacidade das

plantas, utilizam dos seus processos enzimáticos para conseguir energia das biomoléculas,

esta energia é o que mantem as atividades celulares dos animais e sem as mesmas dificilmente

o planeta terra sustentaria vida animal (DOUGLAS, 2006; MCARDLE et. al., 2006; CURI e

FILHO, 2009).

Nos seres humanos as biomoléculas ou macronutrientes fornecem energia para uso

celular imediato, o excesso de energia é armazenado nas formas de glicogênio (Muscular,

Hepático e Plasmático) e triglicerídeo quando ocorre excesso de carboidratos, proteínas e

lipídeos (DOUGLAS, 2006; MCARDLE et. al., 2006; CURI e FILHO, 2009).

O glicogénio é a principal forma de armazenamento de glicose do nosso corpo e o

armazenado no tecido muscular estriado esquelético fornece uma fonte imediata de energia

para a contração muscular.

A conversão de glicose para glicogênio e vice-versa ocorre no citoplasma das células

hepáticas e musculares onde contém enzimas para a síntese de glicogênio (Glicogênese) e

fracionamento do glicogênio em glicose (Glicogenólise) este processo é dependente do estado

energético das células, quando em excesso de glicose no organismo, a mesma é utilizada

imediatamente pelas vias do metabolismo energético ou é armazenado na forma de glicogênio

ou até mesmo como triglicerídeo (GUYTON e HALL, 2006; DOUGLAS, 2006; MCARDLE

et. al., 2006; CURI e FILHO, 2009; SILVERTHORN, 2010).

A glicose e o glicogênio são oxidados no citoplasma celular pela via glicolítica, nas

mitocôndrias (na presença de O2) pelo ciclo do ácido cítrico e nas cristas mitocondriais pela

cadeia respiratória, tudo isso para promover a ressíntese de trifosfato de adenosina (ATP) a

partir de difosfato de adenosina (ADP) e fosfato inorgânico (Pi) (CURI e FILHO, 2009;

SILVERTHORN, 2010).

Uma vez o ATP sendo a “moeda energética” que fornece energia para toda a

atividade celular e a formação desta molécula é dependente da concentração de Glicose e

Glicogênio no organismo, a atividade física principalmente a prolongada de trinta a quarenta

minuto gera uma diminuição drástica nas reservas musculares de glicogênio, esta depleção

inibe os processos metabólicos para a formação de ATP (FOSS e KETEYIAN, 2010;

SILVERTHORN, 2010).

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2.1.2 - DEPLEÇÃO DAS RESERVAS DE ATP E PCr

O ATP como molécula energética de nossas células, como visto anteriormente a

energia proveniente da oxidação dos macronutrientes é transferida (em parte) para a ressíntese

deste nucleotídeo de alta energia, o ATP funciona como um doador e recebedor de energia o

que permite o acionamento dos diversos processos celulares, entre eles a ativação do tecido

muscular estriado esquelético.

A molécula de ATP é formada de uma adenina ligada a uma ribose (Adenosina)

ligada a três grupos fosfato, os quais são ligados entre si por ligações fosfoanidrido, cada um

destes sendo constituídos de fosfato e oxigênio. As ligações que unem estes fosfatos são os

locais onde está efetivamente armazenando a energia da molécula (Ligações de alta energia),

quando quebrada ou hidrolisada através de uma reação catalisada pela adenosina trifosfatase

(ATPase), a molécula de ATP liberando uma alta quantidade de energia, cerca de -30,5

kJ/mol-1

de energia, esquema abaixo:

Figura 1: Hidrólise do ATP

ATP + H2O => Energia => ADP + Pi + H+

Quando ocorre a hidrólise do ATP, a ligação fosfoanidrido mais extrema é quebrada

e dá-se a libertação de um íon fosfato, próton H+ e ADP. Esta reação liberta aproximadamente

7,3 kcal de energia livre por mole de ATP degradada para ADP (MCARDLE et. al., 2006;

SILVERTHORN, 2010).

É a partir desta energia libertada que a célula consegue obter a energia necessária ao

seu funcionamento, com isto, as células continuamente produzem ATP por processos que

envolvem a ligação do fosfato inorgânico (Pi) ao ADP e que requerem uma fonte de energia.

Por sua vez, a energia do ATP é transferida para os diferentes processos biológicos (síntese de

biomoléculas, principalmente contração muscular, transporte de íons etc...) através da

hidrólise de seu fosfato terminal, o que gera um contínuo ciclo de síntese e degradação do

ATP. É importante ressaltar que o ADP, produto da hidrólise do ATP, também pode ser

hidrolisado, gerando AMP, o qual pode gerar o nucleotídeo adenosina (DOUGLAS, 2006;

MCARDLE et. al., 2006; CURI e FILHO, 2009).

A PCr trata-se da ligação de uma molécula de (Cr) e um fosfato, assim como o ATP,

estão armazenados em pequenas quantidades no músculo, a sua concentração relativa é

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alterada rapidamente com qualquer aumento do metabolismo energético ou sua obtenção de

forma exógena (MCARDLE et. al., 2006). Quando se rompe a ligação do grupo fosfato da

PCr, ocorre a libertação de energia (cerca de -43,1 kJ/mol-1

) que é utilizada para a ressíntese

do ATP, através da ligação do grupo fosfato ao ADP. A enzima que promove a libertação do

fosfato da PCr é a CK, sendo produto desta reação creatina e fosfato inorgânico (Pi) (FOSS e

KETEYIAN, 2010; SILVERTHORN, 2010).

Figura 2: Estruturas moleculares da Cr, PCr e Crn

Fonte: (WYSS; KADDURAH-DAOUK, 2000).

O sistema ATP-PCr ou sistema fosfagênio é o mais simples dos sistemas energéticos

do ponto de vista bioquímico e o que oferta energia de forma mais rápida, sendo um sistema

de obtenção de energia, importante durante a realização de exercícios intensos e de curtíssima

duração, fornecendo energia para o exercício físico por apenas de alguns segundos.

Com a continuação da degradação do ATP, de forma a suprir as necessidades

energéticas para a contração muscular na região miofibrilar, ocorre um aumento da

concentração intracelular de ADP, Pi e principalmente prótons de H+, o que acaba

desencadeando uma série de processos de forma a diminuir o ritmo de oxidação e aumentar a

regeneração do ATP (FOSS e KETEYIAN, 2010).

2.1.3 - AUMENTO DO pH CELULAR

Assim como abordado anteriormente a presença de ATP é fator determinante para

que haja a contração muscular ou interação de filamentos actina e miosina, para que ocorra

esta interação o ATP precisa ser hidrolisado em ADP com isso o ATP transfere, então, parte

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da sue energia química para os processos de interação dos filamentos e encurtamento do

sarcômero, ocorrendo à contração muscular.

Esta elevação na concentração de prótons de H+ (figura 1) eleva o pH intracelular

tornando-o mais ácido já que o pH normal no meio intracelular é por volta de 7.0, esta

alteração no meio intracelular pode provocar alteração na funcionalidade de proteínas como

constatado por Williams e Ward, (1992) e Favero et. al., (1997), que perceberam in vitro

distúrbio na liberação de cálcio (Ca2+

) pelo retículo sarcoplasmático em um meio com pH

ácido (6,5). Ainda segundo Williams e Ward, (1992) observaram que a velocidade de

bombeamento de Ca2+

do retículo sarcoplasmático do tecido muscular esquelético de rãns foi

prejudicada significativamente em pH de 6,5 (POSTERINO et. al., 2000; DUTKA et. al.,

2000, BRIAN et. al., 2012), além de alterar a concentração de Ca2+

no meio intracelular um

pH mais acido interfere no processo de interação do Ca2+

com os filamentos de troponina. A

sensibilidade de cálcio do músculo esquelético é reduzida durante a acidose citosólica, e essa

inibição é mais pronunciada no músculo cardíaco. Estudos sugerem que esta sensibilidade

diminuída do pH depende de uma única diferença de aminoácidos da troponina

(VARGUHESE e LI, 2011, IAN et. al., 2014).

O pH ácido também interfere na atividade da enzima fosfofrutoquinase, enzima que

utiliza o fosfato do ATP, para converter frutose-6-fosfato em frutose 1,6 bifosfato processo

bioquímico da glicólise (FOSS e KETEYIAN, 2010).

Um pH mais ácido parece afetar também diretamente as propriedades do aparato

contrátil, promovendo alterações nas pontes cruzadas do ciclo cinético com o aumento de Ca+,

ocorrendo uma possível interferência na interação da miosina com a actina, além disso, o pH

recupera-se mais lentamente do que o gradiente eletroquímico para K+ ou Na

+ e pode estar

relacionado à atuação do co-transportador lático/H+ (PALMER e KENTISH, 1994).

2.2 PROCESSO DE FADIGA NA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR

A junção neuromuscular trata-se da porção terminal de um moto neurônio

proveniente do SNC o qual se acopla “virtualmente” ao tecido muscular esquelético (placa

motora), a este acoplamento virtual é dado o nome de junção neuromuscular, onde é liberado

o neurotransmissor acetilcolina (ACh) para que haja despolarização do tecido e ativação da

contração muscular.

Na porção terminal do neurônio, numerosas concentrações de mitocôndrias

sintetizam acetil Coenzima A (Acetil CoA) a partir do piruvato proveniente da glicólise, na

presença da enzima colina acetiltransferase o Acetil CoA é ligado a acetato, e posteriormente

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transportado para o interior de vesículas sinápticas pelo transportador vesicular de acetilcolina

(BEIGNEUX et. al., 2004; BROWN, 2006).

Após ser liberada no terminal sináptico (figura 3), a ACh interage com seus

receptores e é hidrolisada pela enzima Acetilcolinesterase (AChE) em colina e acetato,

portanto, cabe a AChE limitar as concentrações de ACh na fenda sináptica. A colina é então

recapturada para o neurônio pré-sináptico pelo transportador de colina de alta afinidade

(CHT1), e utilizada para a síntese de novas moléculas de ACh (CURI e FILHO, 2009;

BEIGNEUX et. al., 2004; BROWN, 2006).

Com a liberação de ACh na junção neuromuscular tem a início a propagação do

potencial de ação gerado na placa motora, o qual percorre toda a extensão do músculo e

interior da fibra através dos túbulos transversos (Túbulos T), o qual passa pela membrana do

retículo sarcoplasmático e despolariza os receptores de di-hidropiridina (RDHP) o que ativa

(via interação proteína/proteína) a proteína rianodina (RyR1) que por sua vez permite a

liberação do cálcio (Ca+) do interior do retículo sarcoplasmático para o meio extra retículo

(CURI e FILHO, 2009).

O cálcio liberado para o meio intracelular interage com a troponina, o que gera

deslocamento do complexo troponina-tropomiosina, liberando o bloqueio do sítio ativo da

actina e permitindo a interação com a cabeça da miosina se a mesma estiver em interação com

ATP (todo processo descrito acima pode ser identificado na figura 3).

As fibras musculares do Tipo II que fisiologicamente necessitam de uma maior

frequência de estímulo para serem excitadas, mostram uma incapacidade da junção

neuromuscular em retransmitir os impulsos nervosos para a fibra muscular, apresentando uma

limitação na liberação de neurotransmissor ACh por parte das terminações nervosas

(SILVERTHORN, 2010).

Figura 3: Processo de contração muscular

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Fonte: SILVERTHORN, DEE UNGLAUB. Fisiologia Humana: Uma abordagem integrada. 5

edição, Porto Alegre, Ed. Artmed, 2010.

2.2.1 PROCESSO METABÓLICO DA FADIGA

Entre as principais causas para a perda de eficiência durante o trabalho muscular

estão as alterações do pH, da temperatura, do fluxo sanguíneo, a acumulação de produtos do

metabolismo celular, particularmente os resultantes da hidrólise da adenosina trifosfato, a

perda da homeostasia do íon cálcio, a lesão muscular focal, e a alteração da cinética de alguns

íons nos meios intra e extracelulares nomeadamente, o potássio, sódio, cloro e magnésio.

Estudos demonstraram que contrações extenuantes levam a perda de K+

intracelular,

com acúmulo extracelular do mineral, de modo que a concentração plasmática de íons de

potássio pode chegar a 10 mM, sendo ainda maior nas adjacências do músculo

(MACINTOSH et. al., 2012). Em um estudo de Nielsen et. al., (2001), esta situação foi

simulada através da incubação de músculos de ratos a 11 mM de K+

e obteve-se redução de

75% na força de músculos de ratos, mostrando que o acúmulo de K+ interfere negativamente

na função muscular. A adição de 20 mM de lactato, no entanto, levou ao restabelecimento

quase total da capacidade contrátil. Além disso, quando se adicionou lactato e K+

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simultaneamente, a queda na força induzida pelo K+

foi totalmente prevenida. Em estudos

posteriores, Pedersen et. al., (2003), Pedersen et. al., (2004), obtiveram resultados similares,

verificando que 10 mM de lactato restauravam parcialmente a força em músculos de ratos

incubados a 11 mM de K+.

2.3 PROCESSO DE FADIGA NEURAL CENTRAL

Os distúrbios gerados pela contínua contração muscular assinalam ao SNC que é

necessário enviar sinais inibitórios ao sistema motor, isso resulta em um declínio no

rendimento do trabalho muscular (FOSS e KETEYIAN, 2010).

2.3.1 AÇÃO SOBRE OS AFERENTES

A eficiência motora depende de uma interação coordenada entre as fibras

musculares, neurônio motor que inerva esta fibra muscular e proprioceptores ou inervações

aferentes (CURI e FILHO, 2009).

Os receptores aferentes musculares, articulares e cutâneos são responsáveis por

informar ao SNC as condições em que se encontram a periferia, posição de nosso corpo no

espaço, carga imposta, amplitude e velocidade do movimento (RIBEIRO e OLIVEIRA, 2008;

CURI e FILHO, 2009).

Os receptores musculares são divididos em grupos Ia, Ib, II, III e IV (TAYLOR at.

Al., 2000; GANDEVIA, 2001, AMANN et. al., 2014), as fibras aferentes do tipo Ia (terminal

primário) caracteristicamente aferem a região central das fibras do fuso muscular tendo maior

sensibilidade à velocidade do estiramento, permitindo identificar o exato instante do início do

estiramento e súbito termino do mesmo. Já as fibras aferentes do tipo Ib localizadas nos

tendões de origem e inserção, emaranhados entre os colágenos e os proteoglicanos que

constituem o tendão muscular, conhecido como Órgão Tendinosos de Golgi (OTG) é sensível

a tensão gerada pela contração muscular, os terminais sensitivos do OTG que se encontram

entrelaçados no tendão são comprimidos mecanicamente à medida que aumenta a tensão

gerada pela contração muscular (RIBEIRO e OLIVEIRA, 2008; CURI e FILHO, 2009;

KRONBAUER e CASTRO, 2013).

As fibras aferentes do tipo II (terminal secundário) ou fusos musculares secundários

localizam-se na região mais lateral das fibras de cadeia nuclear apresentando fibras mais finas

e em menor número, porém mostram rápida adaptação se comparadas com o tipo Ia (CURI e

FILHO, 2009).

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Os aferentes do tipo III (nociceptores mielinizados) localizado no interstício do

músculo esquelético e tendões são ativados quando ocorre deformação mecânica no tecido,

tendo também sua sensibilidade modulada por algumas substancias químicas, se tornando

mais sensíveis a alterações do tônus muscular com o acúmulo de metabólito da via das

ciclooxigenases, e menos sensíveis com a sua diminuição (SMITH et. al., 2006; HAYES et.

al., 2006).

A via da Ciclooxigenases (COX-1) e (COX-2) são enzimas que sintetizam

prostaglandinas e tromboxanos a partir do ácido araquidônico (composto lipídico derivado do

ácido linoleico sendo encontrado nos fosfolipídios, que são componentes estruturais da

membrana celular). O estímulo inicial para esta via metabólica é a liberação do ácido

araquidônico das membranas celulares, pela ação da fosfolipase A2. Em seguida, a COX-1 ou

COX-2 metabolizam o ácido araquidônico em prostaglandina G2 (PGG2) e, posteriormente,

prostaglandina H2 (PGH2). As prostaglandinas causam uma maior permeabilidade do

endotélio vascular e também têm o poder de quimiotaxia, atraindo células como neutrófilos e

outros leucócitos especializados na fagocitose de restos celulares resultantes durante

o processo inflamatório (TIDBALL, 2005; BASSEL-DUBY e OLSON, 2006). Conjugados,

estes fatores viabilizam o influxo de células inflamatórias para o local lesionado, fenômeno

denominado de diapedese.

O aferente tipo IV (nociceptores não mielinizados) caracterizado como um

importante metaborreceptor localizado próximo aos vasos sanguíneos são sensíveis à

diminuição da concentração de oxigênio ofertado ao tecido muscular esquelético, o que por

sua vez ativa o gatilho simpático, aumentando a ventilação pulmonar e vasoconstrição nos

músculos que não estão em exercício, parecem ser sensíveis também ao pH (BELLI et. al.,

2011, AMANN et. al., 2014), e a metabólitos produzidos durante a contração muscular assim

como o aferente III, em menor grau agem como mecanorreceptores durante o exercício

(MIDDLEKAUFF e CHIU, 2004; SMITH et. al., 2006; HAYES et. al., 2006).

Assim sendo essencial a ativação das fibras aferentes III e IV na resposta

hemodinâmica normal ao exercício, com o acúmulo de metabólitos e alteração estrutural da

fibra muscular mecanorreceptores e metaborreceptores enviam estímulos à medula espinhal

que é, provavelmente, a área de resposta e controle a estes estímulos (ANDREANI et. al.,

1997; PIEPOLI et. al., 2008; BELLI et. al., 2011, AMANN et. al., 2014).

Segundo as ideias do antigo autor Melzack e Wall (1965) “a percepção e a resposta à

dor envolve a classificação e codificação de uma série de padrões de impulsos nervosos

provenientes dos aferentes, cabendo ao SNC escolher e abstrair as informações que recebe

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pelo sistema sinestésico”, já de acordo com Douglas (2006) o estimulo doloroso é

determinado pela excitação de vários tipos de receptores tais como os: a) Nociceptores

Termossensitivos que são excitados à medida que a temperatura aumenta ou diminui alguns

graus além do normal 37° C ± 0,5; b) Nociceptores Mecanossensíveis excitáveis com a

deformação do tecido; c) Nociceptores Quimiossensíveis excitáveis por substancias químicas

e alérgicas, entre outros.

2.3.2 AÇÃO DO pH SOBRE OS RECEPTORES AFERENTES

Não há consenso sobre a identidade do receptor molecular específico que é ativado

por um potencial hidrogeniônico ácido, em nociceptores.

Porém um grupo de receptores chamados de TRP (Receptor de Potencial

Transitório) (localizados na extremidade periférica dos neurónios sensoriais de diâmetro

pequeno) sensíveis a estímulos mecânicos, térmicos (quente e frio) e alguns produtos

químicos, em principal a classe TRPV1 é estimulada pela diminuição no pH (6,0)

extracelular, pelo calor nocivo acima de 44°C, pelos metabólitos do acido linoleico e pela

capsaicina (TOMINAGA e TOMINAGA, 2005).

Quando TRPV1 é submetido a qualquer um destes estímulos, o receptor é ativado e

muda a sua conformação resultante na abertura do canal de cátions. Íons de Ca⁺⁺ e Na⁺ entrar

massivamente para o citoplasma da fibra nervosa que cria uma despolarização (BAUTISTA e

JULIUS, 2008).

Durante lesão tecidual, independentemente da sua natureza, uma reação inflamatória

ocorre o que provoca acidose local, devido a uma forte libertação de H⁺ no meio. Este excesso

de prótons e ATP, lançado no local da inflamação, sensibiliza TRPV1 e provocar uma

diminuição do limiar de ativação a 34°C (em meio neutro, o receptor ativa somente a partir de

44°C) (BAUMANN et. al., 1996; BAUMANN et. al., 2004; HUANG et. al., 2007).

Esta hipersensibilidade é devido à libertação no local da lesão do polipeptídio de

NGF (Nerve Growth Factor) pelas células envolvidas na resposta inflamatória. A presença de

NGF induz a fosforilação, o que por sua vez aumentar a tradução do gene que codifica os

receptores TRPV1 (cerca de 48 horas após o início da inflamação). Assim, o número de

TRPV1 é aumentado significativamente, o que provoca um aumento da sensibilidade ao calor

que é característico da resposta inflamatória. Tornando o limiar para a ativação de TRPV1

menor (que pode cair para 34°C) um estímulo térmico não nocivo pode ser percebido como

doloroso (BAUTISTA e JULIUS, 2008, TOMINAGA e TOMINAGA, 2005).

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Outro sensor de prótons é o canal ASICs (canais de íons sensíveis ao ácido) isso foi

comprovado, pois estes canais que disparam os potenciais de ação em resposta a prótons, não

são disparados sempre em resposta a capsaicina (MOGIL et. al., 2005).

Segundo Mogil e colaboradores a sensibilidade aos prótons nos neurônios do GRD

(neurônios do gânglio dorsal), de seres humanos, foi examinada pela acidificação rápida do

fluido extracelular de pH 7,35 a 6,00 causando uma despolarização prolongada do potencial

de membrana em todas as 40 células testadas (figura 4). Surpreendendo, a despolarização da

membrana foi associada a uma diminuição na condutância de membrana em 27 das 40 células

testadas, em vez do aumento na condutância que seria esperado com a ativação do TRPV1 ou

do ASICs. Subsequentes experimentos de substituição dos íons indicaram que a diminuição

na condutância após a acidificação era devido a uma diminuição da permeabilidade ao íon

potássio (PK) (BAUMANN et. al., 1996; BAUMANN et. al., 2004; HUANG et. al., 2007).

Figura 4: Ativação neural

NGF

TrKA

Inflamação Membrana Celular

Ativação p38

Extremidade

Terminal

Fibras

Sensoriais NGF

Aumento na

expressão do TRPV1

Capsaicina

Alta concentração

de H⁺

Na⁺ Ca²⁺

Temperatura (>44°C)

Despolarização da

membrana

Receptor TRPV1

Disparo do

potencial de

ação

Transmissão do

impulso neural

Extremidade

Terminal

Fibras

Sensoriais Gânglios da

raiz dorsal

Corno Dorsal da medula espinhal

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3 CREATINA

De acordo com Walker (1979), a Cr (ácido acético α-metilguanidina) é uma amina

nitrogenada encontrada em alimentos de origem animal e sintetizada naturalmente pelo

organismo humano a partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina.

A Cr foi descoberta em 1835, pelo cientista francês Michael Eugene Chevreul, o qual

extraiu este constituinte orgânico da carne. Em 1847, Justus Von Liebig confirmou que a

creatina era um constituinte regular da proteína animal e relatou um maior conteúdo dessa

substância em animais selvagens quando comparados a animais de cativeiro e fisicamente

menos ativos (DEMANT e RHODES, 1999). Ainda no século XIX, em 1880, foi descoberta

creatinina (Crn) na urina, e autores especulavam que ela era derivada da creatina e estaria

relacionada com a massa muscular total.

Como a extração da Cr ocorria a partir da carne fresca e este se tratava de um processo

caro, as primeiras pesquisas foram limitadas, porém já no início do século XX, a

suplementação de creatina demonstrou aumentar o conteúdo de creatina muscular em animais

(HUNTER, 1928).

A PCr, forma fosforilada da creatina foi descoberta em 1927, com observações de que

estava envolvida no gasto energético do exercício. Já a enzima que catalisa a fosforização da

Cr, foi descoberta em 1934. Com o advento da técnica da biópsia por agulha para extrair

amostras de músculo, cientistas suecos investigaram o papel da PCr durante o exercício e sua

recuperação (BALSON et al, 1993).

Muitos estudos foram desenvolvidos entre 1940 e 1964, demonstrando evidências de

um efeito benéfico sobre o desempenho físico (WILLIAMS et. al., 2000), na década de 1970

a 1980, pesquisas sobre o potencial médico dos efeitos da Cr e/ou PCr forneceram algumas

evidências sobre o seu poder ergogênico.

Nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, Linford Christie, na corrida de 100 m

rasos masculino, e Sally Gunnel, na corrida feminina de 400 m com barreiras, relataram o uso

de suplementos de Cr. A equipe de remo da Universidade de Cambridge também fez uso de

Cr antes de vencer a favorita Oxford, em 1993.

Após sua suplementação a Cr é absorvida de forma intacta, através dos intestinos,

passando para o sangue, posteriormente é absorvida pelos músculos ou é eliminada pela urina.

Isto significa que a creatina não é degradada no estômago e a absorção intestinal não é um

fator limitante para a retenção muscular (FELDMAN, 1999).

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Esta substância natural não é proibida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI),

sendo também liberada pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), e vem sendo

amplamente utilizada por várias equipes de profissionais em todo o mundo, sendo

recomendada para o aumento de massa muscular, maior explosão muscular, diminuir o tempo

de recuperação e aumentar a velocidade em esportes.

De acordo com Demant e Rhodes (1999) nosso corpo geralmente produz cerca de 2

gramas de creatina por dia, sendo sintetizado a partir de três aminoácidos específicos os quais

são também encontrados em vários alimentos, tais como a carne vermelha e o peixe. A

creatina é um precursor essencial na produção de energia do músculo e pode ser armazenada

em abundância no tecido muscular. Aumentando as concentrações de creatina no músculo

atletas podem se recuperar mais rapidamente entre exercícios intensos como, por exemplo, no

treinamento com peso, sabe-se que aproximadamente 95% da Cr total do nosso corpo estão

armazenadas no tecido muscular esquelético, os outros 5% restantes são armazenados em

outros órgãos como coração, cérebro, pulmões, testículos, fígado e rins (GREEN et. al., 1996;

IPSIROGLU et. al., 2001 e SOUZA, 2006).

Cerca de 40% a 45% da Cr é encontrada na sua forma livre, o restante está ligada ao

fosfato formando PCr (McARDLE et. al., 2006; MACHADO e CAMERON, 2004;

BROUNS, 2005 e WILLIAMS, 2000). Os principais estudiosos acreditam que a maioria dos

atletas pode armazenar mais creatina do que normalmente é obtida pela dieta. A

suplementação deste produto ajuda a “saturar” (encher) seus músculos com Cr, quando o

músculo armazena doses extras de creatina, há mais combustível reservado para exercícios

intensos que podem resultar em aumentos significativos de energia (WILLIAMS et. al.,

2000).

A Cr é usada na tentativa de impulsionar os níveis de força, acentuar ganhos no

tamanho e na força do músculo, prevenir avaria no tecido muscular, que pode ocorrer após

exercícios intensos (McARDLE et. al., 2006). Durante sua suplementação, com aumento de

seus níveis no músculo, atletas podem produzir mais energia durante rápidas e intensas

“explosões” de força, como treinamento com peso e corrida de velocidade. Este é o principal

motivo da popularidade da Cr nos últimos anos, além de fornecer aos atletas mais força por

curtas durações de tempo, e também atuar como um soluto na célula, semelhantemente a

glutamina.

O aumento celular ocorre pelo processo nos quais moléculas de água são puxadas

para dentro da célula do músculo, ajudando-a no processo osmótico, com isso a célula

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muscular fica mais hidratada e cria todas as condições favoráveis para o crescimento do

músculo (SOUZA, 2006).

Até o momento não existe um roteiro definitivo sobre como e que quantidade de Cr

deve ser tomada. A maioria dos especialistas concorda que grandes quantidades devem ser

tomadas como a “fase de saturação (carregamento)”, para a primeira semana da

suplementação, quando o corpo está mais propício.

De acordo com Urbanski et. al., (1999), a maneira mais eficiente de suplementação

de Cr envolve duas fazes, a primeira fase de carregamento ou “saturação” (Loading Phase)

tem duração de 5 a 7 dias com ingestão de 20 a 30 gramas por dia de Cr, logo após a primeira

fase é feita apenas a manutenção, com a ingestão de 2 a 5 gramas por dia de Cr em um

período total que varia de 4 a 10 semanas (STEVENSON e DUDLEY, 2001) podendo ser

usada junto com outros suplementos, como aminoácidos, BCAA, proteína do soro do leite

entre outros.

3.1 NECESSIDADES

Segundo Greenhaff (2001) e Brouns (2005), a Cr é uma amina nitrogenada, é um

aminoácido de ocorrência natural presente no corpo humano, principalmente no tecido

muscular esquelético. Embora não seja um nutriente essencial, devido ao fato da necessidade

corporal ser atendida pela síntese endógena, está intimamente envolvida no metabolismo

humano sendo eventualmente catabolizada para creatinina na musculatura e excretada pelos

rins. Segundo Calfee e Fadale (2006) dependendo do tamanho do indivíduo e da taxa de

turnover, a necessidade média diária de creatina é de aproximadamente 2 g/dia, com 1g sendo

fornecido pela dieta e 1g pela produção endógena, estimada em torno de 1,6% do pool total de

creatina segundo Williams et. al., (2000). A metade dessa necessidade diária é obtida por

meio da dieta, especialmente de carnes e peixe, a outra metade é sintetizada a partir dos

aminoácidos glicina, arginina e metionina, principalmente no fígado, mas os rins e o pâncreas

também podem sintetizá-la.

3.2 SÍNTESE E ARMAZENAMENTO

De acordo com Gualano et. al., (2008), o primeiro passo na síntese de Cr envolve a

transferência reversível do grupo amidino da arginina para a glicina para formar ácido

guanidinoacético, em seguida ocorre à transferência, irreversível, de um grupo metil da S-

adenosilmetionina para o ácido guanidinoacético, formando a Cr, o que pode ser visualizado

na Figura 2.

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A Cr obtida pela dieta é absorvida intacta no intestino. Segundo Souza (2006), após

sua absorção intestinal, aparentemente completa, a Cr no plasma é liberada para os vários

tecidos do corpo, incluindo o coração, a musculatura lisa, o cérebro e os testículos. Entretanto,

a grande maioria dos estoques corporais (95%) encontra-se localizada nos músculos

esqueléticos. Segundo Greenhalff (2001), a concentração intracelular de Cr é controlada pela

captação ativa da Cr, na qual a estimulação de receptores beta-2 e a atividade de sódio-

potássio adenosina trifosfatase (ATPase) apresentam um papel significativo.

Figura 5: Via bioquímica da síntese de Cr.

Fonte: (KREIDER, 2000).

Williams et. al., (2000), relataram que a ingestão de grandes quantidades de

carboidratos (95g) com creatina (5g) facilitou sua captação comparada à ingestão isolada

dessa nutriente, existindo evidências de que sua captação pelos tecidos pode ser mediada pela

insulina (FREIRE, 2008).

Quando a disponibilidade de Cr na dieta está baixa, a síntese endógena encontra-se

aumentada para manter os níveis normais do nutriente, assim, os vegetarianos devem

sintetizar toda a demanda de que precisam. A ingestão aumentada de Cr, particularmente pela

suplementação, pode abaixar os níveis de amidinotransferase no fígado, suprimindo a síntese,

por outro lado, o consumo de gelatina na dieta ou de arginina mais glicina aumentam a

biossíntese (WILLIAMS et. al., 2000 e ROSCHEL et. al., 2010; VEGGI et. al., 2013).

O armazenamento da Cr ocorre tanto na forma livre quanto na fosforilada, sendo

cerca de 95% armazenada no tecido muscular esquelética (MAUGHAN, KING e LEA, 2004;

CASEY e GREENHAFF, 2000), desta quantidade, cerca de 60% á 65%, é armazenada na

forma de PCr, que é incapaz de passar por membranas, mantendo dessa forma a creatina na

célula (WILLIAMS et. al., 2000), enquanto os 40% á 45% restantes permanecem como Cr

livre (McARDLE et. al., 2006; MACHADO e CAMERON, 2004; BROUNS, 2005 e

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WILLIAMS, 2000). Entretanto, há diferenças na concentração intracelular nos vários tipos de

fibras musculares: o bíceps, músculo constituído por fibras predominantemente brancas

(glicolítica), contém cerca de 31% mais PCr que o sóleo, músculo com predominância de

fibras vermelhas (oxidativo) (FREIRE, 2008; VEGGI et. al., 2013). O conteúdo normal de

creatina no músculo é cerca de 120-125 mmol/kg de peso seco e corresponde a 30 mmol/kg

no músculo úmido ou 4 g/kg de músculo, ainda que os estoques possam ser maiores ou

menores, dependendo de sua disponibilidade na dieta (MACHADO e CAMERON, 2004).

Tem-se relatado que a suplementação de creatina aumenta os estoques desse nutriente em até

160 mmol/kg de peso seco.

3.3 FUNÇÕES METABÓLICAS

Metabolicamente, a PCr tem habilidade de ressintetisar ATP, isto é, fornecer energia

durante exercício de alta intensidade, conforme reação demonstrada a seguir, na Figura 3. A

PCr ao perder seu grupamento fosfato libera energia que é utilizada para regenerar ADP e Pi

em ATP, isto é, a PCr fornece energia para a ressíntese do ATP, a enzima CK catalisa a

reação (ROSCHEL et. al., 2010).

Figura 6: Principais reações químicas do sistema energético creatina fosfato

Fonte: (KREIDER, 2000).

A energia derivada da degradação da PCr permite ao pool de ATP ser reciclado mais

de doze vezes durante um exercício máximo (ALVES e LIMA, 2009). Greenhalff (1997)

indicou que a utilização de PCr começa a decair após apenas 1,28 s de contração, enquanto a

taxa de glicólise correspondente não alcança o pico até após cerca de 3s de contração.

Observou também declínio progressivo nas taxas de produção de ATP a partir do PCr e da

glicólise após ambas alcançarem seus picos iniciais (CURI e FILHO, 2009).

O aumento na disponibilidade de PCr aumenta a habilidade para manter altas taxas

de produção de energia durante exercício intenso, além de promover a uma melhor

recuperação entre duas sessões de exercício intenso. Ainda que existam três a quatro vezes

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mais PCr do que ATP no músculo, seu suprimento também é limitado e precisa ser reposto

para manter o exercício de intensidade muito alta (WILLIAMS et. al., 2000; VEGGI et. al.,

2013).

A ressíntese de PCr pode ser um fator crítico durante o exercício sustentado de

intensidade muito alta. O sistema de lançadeiras de PCr apesar de não ser claramente

entendido pode ser assim resumido (MACHADO e CAMERON, 2004; GREENHAFF, 2001),

a PCr e a Cr podem servir como mensageiros energéticos auxiliares entre a mitocôndria e os

sítios citoplasmáticos para a utilização de ATP. No sítio mitocondrial, a nova ATP sintetizada

entra no espaço membranoso, onde uma parte é utilizada pela CK mitocondrial para a

formação de PCr, com isso o ADP resultante está então favoravelmente situada para ser

transportada pela translocase ao interior da matriz mitocondrial, na troca da ATP pela matriz.

A PCr formada, ao contrário do ATP, não compete com a ADP no transporte pela translocase,

nas células musculares, a PCr se difunde até as miofibrilas, onde seu tamanho diminuto

permite a rápida penetração entre os miofilamentos para alcançar a isoenzima da CK

localizada na linha M. Lá a PCr regenera ATP a partir da ADP formada durante a contração

segundo Walsh et. al., (2001) relataram evidências que apoiam essa tese.

Em seus estudos Boudarham em (2014) constataram que apesar da expansão

considerável nos últimos anos dos conhecimentos acerca dos mecanismos e os limites da

contração muscular, o mecanismo da fadiga ainda não é totalmente compreendido. A causa da

fadiga induzida pelo exercício depende da intensidade e duração do esforço e ainda deve ser

dividida em dois universos distintos, a fadiga central (sistema nervoso central) e periférica (do

músculo esquelético) que podem estar relacionadas a vários fatores tais como formação

aumentada de neurotransmissores inibitórios, níveis diminuídos de substratos metabólicos,

redução do processo metabólico, distúrbio do equilíbrio ácido-basico ou do balanço de

eletrólitos, diminuição no transporte de oxigênio, e aumento da temperatura corporal

resultando em hipertermia. Sahlin revisou a hipótese clássica de que a fadiga muscular é

causada pela falha do processo energético em gerar ATP numa taxa adequada (VEGGI et. al.,

2013).

A Cr também está intimamente envolvida com o controle metabólico de várias

maneiras, uma delas como tampão celular ao longo da seguinte reação: PCr2-

+ ADP3-

+ H+

ATP4-

+ Cr. Segundo os autores Brouns (2005), Curi e Filho (2009), uma das funções

primárias do sistema dos fosfagênios é tamponar as elevações da ADP em vez de

simplesmente ressintetisar ATP. Segundo Clark (1998), elevações consideráveis da ADP

apresentam efeito inibitório nas reações que envolvem ATPases celulares alterando

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significativamente o equilíbrio da cinética enzimática podendo reduzir o ciclo de acoplamento

das pontes cruzadas dos filamentos musculares. McArdle et. al., (2006) relataram que, quando

a taxa de hidrólise da ATP muscular excede a taxa de refosforilação de ADP por meio do

processo de fosforilação oxidativa, glicólise anaeróbia ou quebra de PCr, a ATP é

ressintetizada via reação da mioquinase, resultando na formação de AMP, com isso, o AMP é

deaminado pela enzima adenilato desaminase na primeira reação do ciclo das purinas

nucleotídeo, levando à depleção do pool de nucleotídeos de adenina e eventual produção de

amônia e hipoxantina. Além disso, acredita-se que a Cr produzida em sítios de alta atividade

metabólica difunde-se de volta para a mitocôndria para ser refosforilada à PCr por meio da

ação da CK mitocondrial, servindo como sinal respiratório para a mitocôndria de acordo com

Williams et. al., (2000). Se for esse o caso, o aumento do conteúdo de Cr e PCr, por meio de

suplementação, pode ter efeito metabólico importante.

A PCr além de tamponar a acidez, exerce um papel importante em muitas reações da

CK por estar intimamente envolvida com a lançadeira de PCr o que ajuda a regular o

metabolismo oxidativo. O aumento dessa capacidade celular pode servir para atenuar o

declínio nos níveis de pH durante o exercício intenso e atrasar a manifestação da fadiga

(VEGGI et. al., 2013).

As características energéticas da CR são também importantes para outros tecidos

como o coração e o cérebro, assim, sua reduzida disponibilidade tem sido associada com

insuficiência cardíaca, prevalência aumentada de arritmias ventriculares, isquemia e

instabilidade de membranas das células do miocárdio durante a isquemia (GREENHAFF,

2001). Consequentemente a administração intravenosa de PCr e oral de Cr têm sido propostas

como agentes cardioprotetores para pessoas com doenças isquêmicas do miocárdio.

No sistema nervoso central e periférico também é encontrada uma pequena

quantidade de Cr, existindo evidências de que este composto pode ter um importante papel na

função cerebral, bem como no controle neuromuscular (TARNOPOLSKY et. al., 1997). Em

pesquisa Williams et. al., (2000) investigaram o efeito da suplementação prolongada de Cr na

atrofia da coroide e da retina do olho, uma doença autossômica recessiva, relativamente rara

que está associada com a cegueira noturna, atrofia de fundo, redução dos campos visuais,

miopia e catarata. Tipicamente, essa condição resulta em cegueira no início da meia-idade (30

para 40 anos). Observou-se diminuição do número de fibras afetadas, diminuição do número e

frequência de agregados tubulares, acompanhados por atraso na progressão do

comprometimento visual.

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Deficiências de Cr têm sido reportadas em uma variedade de doenças

neuromusculares tais como citopatias mitocondriais, doença de Huntington, esclerose

múltipla, distrofias musculares entre outras. Devido a isso a suplementação vem sendo usada

terapeuticamente no tratamento e reabilitação e na inibição do crescimento tumoral

(GREENHAFF, 2001) ainda com resultados incipientes. Parecendo haver alguns benefícios

terapêuticos promissores na suplementação de creatina em pacientes com doença

neuromuscular.

3.4 PAPEL DA CREATINA NO DESEMPENHO FÍSICO

De acordo com Demant e Rhodes, (1999) a suplementação de Cr pode beneficiar o

desempenho em uma variedade de exercícios e esforços esportivos. A disponibilidade

aumentada de PCr pode melhorar o desempenho em vários esportes devido ao incremento da

força e potência, esportes como levantamento de peso, corridas de 100 e 200m, atividades

repetitivas de alta intensidade com intervalos de repouso frequentes, podendo auxiliar também

em esportes individuais ou coletivos, como o tênis e o futebol (WALSH et. al., 2001). Todos

estes fatores são proporcionados ao aumento nos níveis de PCr no organismo, tornando assim

a ressíntese de ATP mais eficiente e consistente (NISSEN e SHARP, 2003; ALVES e LIMA,

2009).

Para a manutenção e realização de suas diversas funções, o organismo humano

necessita receber um suprimento de energia contínua, de maneira ininterrupta, sendo que essa

energia é proveniente da alimentação. No entanto, a mesma não é liberada subitamente, pois

se isso ocorresse um indivíduo ao se alimentar se transformaria em "chamas". Na verdade as

células do nosso organismo utilizam apenas a energia química, extraindo-a das moléculas dos

macronutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas) contida nos alimentos. Esse processo de

extração é lento, e ocorre em pequenas quantidades, reduzindo a perda de energia na forma de

calor. Dessa forma, o organismo transforma energia térmica em energia química,

disponibilizando essa última para o trabalho celular (VEGGI et. al., 2013).

Segundo Curi e Filho (2009) a hidrólise do ATP libera aproximadamente 7,3 Kcal

por molécula de ATP hidrolisado, quando o ATP libera 2 moléculas de fosfato, forma-se o

AMP, ocorrendo a hidrólise do ATP com ou sem a disponibilidade de oxigênio, sendo essa

uma reação rápida e anaeróbica. Esse processo permite a liberação de energia rápida para uso

imediato, o que não ocorreria se o processo em questão fosse dependente do oxigênio.

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O ATP é armazenado em pequenas quantidades nas células e essa molécula não pode

ser fornecida através do sangue, sendo que sua concentração está confinada a uma ressíntese

contínua, que deverá ocorrer no mesmo ritmo com que essa molécula é utilizada.

A quantidade total de ATP no organismo encontra-se por volta de 80 a 100g, sendo

suficiente para a manutenção de um exercício físico máximo por apenas alguns segundos

como demonstrado na figura 4. Nos momentos iniciais do exercício ou numa situação onde

seja exigida uma contração muscular rápida e explosiva, onde as concentrações de ATP

diminuem significativamente, a ressíntese de ATP ocorre a partir de outro composto de alta

energia denominado PCr, sendo esse essencial durante a passagem de uma baixa para uma

alta demanda energética (ALVES e LIMA, 2009).

Figura 7: Processo de obtenção de energia no exercício físico.

Fonte: (McARDLE, 2006).

A PCr é considerada como o "reservatório" de fosfato de alta energia, sendo que sua

concentração celular é 4 vezes maior que a de ATP, sendo que sua hidrólise aciona a

ressíntese de ADP, e se houver energia em quantidades suficientes, a Cr e o fosfato podem

novamente formar o PCr (MELVIN e DAVID, 1998; VEGGI et. al., 2013).

A Crn é o único produto final da degradação de Cr, sendo formado por uma reação

reversível não enzimática o que ocorre no tecido muscular esquelético. Diariamente a

excreção renal de Crn é relativamente constante, mas pode variar individualmente, e é

dependente da massa muscular total em indivíduos saudáveis. Uma vez gerada, a Crn entra na

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circulação por difusão simples e é filtrada pelos rins por um processo independente de

energia, sendo posteriormente excretada na urina.

O PCr é utilizado para regenerar o ATP a partir do ADP, dessa forma, a utilização do

PCr pode ser um fator limitante para o desempenho muscular durante exercícios de alta

intensidade e de curta duração, quando a suplementação de Cr parece auxiliar no aumento da

concentração da PCr tendo um efeito ergogênico auxiliar para esse tipo de atividade física

(ROSCHEL et. al., 2010).

4 CAFEINA

O café é a bebida líder mundial depois da água e o seu comércio ultrapassou 20

milhões de sacas em 2013 no Brasil segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café

(ABIC) (2014).

O agente bioquímico mais interessante encontrado no café é a cafeína (1,3,7-

trimetilxantina) que tem ações farmacológicas sobre o sistema nervoso central (SNC) (CURI

e FILHO, 2009) devido à semelhança de sua estrutura química entre a porção de adenina na

adenosina, este sendo o factor chave do modo de atuação da cafeína.

Figura 8: Estruturas moleculares da cafeína e seus análogos.

Fonte: BUTT, M.S., SULTAN M.T. Coffee and its Consumption: Benefits and Risks. Critical

Reviews in Food Science and Nutrition, v.51, p.363–373 2011.

DOI: 10.1080/10408390903586412

Após sua ingestão a cafeína leva cerca de 15 a 45 minutos para começa a atuar a

nível fisiológico, atingindo seu máximo efeito entre 30 a 120 minutos após a ingestão, sendo

excretada uma pequena fração cerca de 0,5% a 3% do total ingerida sem alteração na sua

estrutura química, com uma meia vida que varia de 3 a 6 horas, não havendo efeito

cumulativo no organismo (CURI e FILHO, 2009; BUTT e SULTAN, 2011).

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Esta substância está presente em vários produtos consumidos diariamente, como o

guaraná, o mate, o chocolate, o café, alguns refrigerantes e chás (CLARKSON, 1993;

SLAVIN, JOENSEN, 1995; BARONE, ROBERTS, 1996). Foram relatados em alguns

estudos que a ingestão de Cafeína gerou benefícios no tratamento de Diabetes Mellitus,

problemas Cardiovasculares, Parkinson, Alzheimer, etc... (KEIJZERS et. al., 2002;

GREENBERG et. al., 2006; VAN DIJK et. al., 2009).

A ingestão de cafeína a nível celular aumenta da liberação de cálcio do retículo

sarcoplasmático devido à inibição das enzimas butirilcolinesterase (BuChE) e principalmente

acetilcolinesterase (AChE), (POHANKA e DOBES, 2013, ACQUAS et. al., 2014), o que

facilita a resposta contrátil do músculo esquelético (POHANKA e DOBES, 2013, ACQUAS

et. al., 2014), bloqueio dos receptores de adenosina, alterando as funções de neuromodulação

da transmissão sináptica e hemostáticos (CUNHA, 2001), aumenta a concentração intracelular

de AMP e guanosina monofosfato (GMP) cíclicos, por inibição da enzima hidrolisadora, a

fosfodiesterase o que ativa a proteína quinase-A (PK-A) que fosforila diversas proteínas

citosólicas específicas gerando resposta celular entre elas a atividade lipolítica (BETZ et. al.,

2009; CURI e FILHO, 2009; ZHAN et. al., 2011).

Além disso, diminui a sensibilidade à insulina o que resulta num diminuído

armazenamento da glicose (KEIJZERS et. al., 2002; KATO et. al., 2009; WARREN et. al.,

2010). Cafeína exerce efeitos benéficos no metabolismo da glicose através de um aumento da

expressão da proteína de desacoplamento e a oxidação de lipídios que por sua vez reduz a

extensão da diabetes mellitus (VAN DIJK et. al., 2009), estas alterações são dependentes de

outros componentes que desempenham um papel importante (GREENBERG et. al., 2006;

KATO et. al., 2009).

Estas alterações geradas são amplamente estudadas nos esportes, pois, são

extremamente interessantes como fator modulador do desempenho físico e atenuação da

fadiga muscular.

4.1 MOBILIZAÇÃO INTRACELULAR DE CÁLCIO DO RETÍCULO

SARCOPLASMÁTICO

A cafeína age diretamente inibindo a ação sobre das enzimas butirilcolinesterase

(BuChE) e principalmente acetilcolinesterase (AChE), que tem a função de hidrolisar o

neurotransmissor Acetilcolina ACh em acetato e colina (que é recaptado pelo CHT1 para a

síntese de novas moléculas de ACh na junção neuromuscular, este processo deve ocorrer

dentro de um período de tempo ideal, para que tenha tempo suficiente para transferir a sinapse

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neural à placa motora e rápido o suficiente para evitar a difusão lateral e a ativação sequencial

dos receptores (POHANKA e DOBES, 2013, ACQUAS et. al., 2014).

A inibição da AChE é capaz de aumentar a duração de ação do neurotransmissor,

prolongando a duração do período ativo da sinapse, com isso permanecendo despolarizado os

receptores de dihidropiridina (RDHP) e proteína rianodina (RyR1) que por sua vez permite a

liberação do Ca+ do interior do retículo sarcoplasmático para o meio extra retículo o que torna

maior sua concentração no meio intracelular (CURI e FILHO, 2009).

A cafeína parece inibir o mecanismo de reabsorção de cálcio pelo retículo

sarcoplasmático, porém, estre processo somente foi detectado até o momento in vitro.

(NEHLIG e DEBRY, 1994; POHANKA e DOBES, 2013; ACQUAS et. al., 2014)

Estes eventos prolongam (do ponto de vista contrátil) o período de ativação dos

miofilamentos consequentemente a contração muscular, assim retardando o processo de

fadiga muscular.

4.2 AÇÃO NA BOMBA NA+ / K

+

A bomba Na+/K

+ trata-se de um complexo de proteínas globulares divididas em três

subunidades localizadas na membrana celular, separadas em subunidade α (112KDa),

subunidade β (55KDa) e subunidade γ (6,5KDa) sendo responsável por reestabelecer e

equilibrar a concentração de íons de Na+ e K

+ no meio intracelular (DOUGLAS, 2006;

MCARDLE et. al., 2006; CURI e FILHO, 2009; SAINI-CHOHAN et. al., 2013).

A subunidade α contém três locais receptores voltados para o interior da célula onde se

ligam três íons de Sódio e dois locais receptores voltados para o meio extracelular onde se

ligam dois íons de Potássio (GUYTON e HALL, 2006; CURI e FILHO, 2009), com esta

estrutura os íons Na+ são bombeados do meio intracelular para o meio extracelular e potássio

do meio extracelular para o meio intracelular (MCARDLE et. al., 2006; CURI e FILHO,

2009), para que este processo ocorra a ATPase localizada próximo ao local de ligação do

sódio captura ATP, este é quebrado, liberando energia para que ocorra uma alteração na

conformação da proteína (DOUGLAS, 2006).

Devido ao fato desta proteína transferir três íons de Na+ para o exterior da célula ao

mesmo tempo em que bombeia dois íons de K+ para o interior da célula, isso juntamente com

outros mecanismos resultando em uma diferença de cargas onde o meio extracelular acaba

ficando com mais cargas positivas que o meio intracelular que acaba ficando com um déficit

de cargas positivas, o que gera um potencial elétrico através da membrana celular sendo

chamado de potencial de membrana celular que é fundamental para a transmissão de sinais

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musculares e nervosos (FESCHENKO et. al., 2000; BELTOWSKI et. al., 2002; GUYTON e

HALL, 2006; CURI e FILHO, 2009; SAINI-CHOHAN et. al., 2013).

A regulação da atividade da bomba se dá através de diferentes mecanismos incluindo

sinais intracelulares e/ou extracelulares. A atividade da bomba pode ser modulada pela

concentração de Na+

intracelular, de K+ extracelular e também pelas concentrações de Ca

+ no

meio intracelular. Foi sugerido que mensageiros intracelulares como proteínas cinases podem

também modular a atividade da bomba, assim como o AMP cíclico (ISAEV et. al., 2000;

FESCHENKO et. al., 2000; BELTOWSKI et. al., 2002; SILVA 2014).

A inibição da atividade da bomba pode provocar um aumento nas concentrações de

Na+ intracelulares podendo alterar a resposta celular podendo ativar a via da Src que fosforila

o receptor EGF (MCKENNA et. al., 2006; SAINI-CHOHAN et. al., 2013) e induz ativação da

via da Ras (MCKENNA et. al., 2006).

A cafeína parece ter ação sobre a atividade da bomba podendo provocar um alteração

na regulação das concentrações de K+, mantendo as concentrações altas no meio intracelular e

baixas no meio extracelular, por meio do aumento da atividade da bomba Na+/K

+ ATPase, o

que contribui para o prolongamento e maior ativação de unidades motoras durante exercícios

físicos assim retardamento da fadiga (SIMMONDS et. al., 2010; SILVA 2014).

A redução dos conteúdos de Na+ e K

+ na bomba levam à perda de contratilidade e

resistência, possivelmente contribuindo para a fadiga associada com várias dessas condições.

O aumento induzido por excitação no fluxo Na+, aumentando o tempo de abertura ou o

conteúdo de canais de Na+ reduzindo a resistência contrátil. Excitabilidade e contratilidade

depender da relação entre o transporte passivo Na+/K

+ e o bombeamento e Na

+/K

+ atividade

da bomba, os vazamentos passivos, muitas vezes desempenhando um papel dominante

(CLAUSEN 2003).

Tendo em vista que altas concentrações de K+

no plasma e baixas no interior das

células geram despolarização das membranas celulares interferindo diretamente da

excitabilidade dos músculos contráteis, observa-se que este pode ser outro mecanismo de ação

a nível celular, capaz de explicar os efeitos ergogênicos da cafeína nos exercícios de

enderence, (CLAUSEN 2003; MCKENNA et. al., 2006; SAINI-CHOHAN et. al., 2013).

4.3 ESTIMULAÇÃO DAS CATECOLAMINAS

Nosso organismo é capaz de sintetizar três diferentes catecolaminas, chamadas de

catecolaminas endógenas: a adrenalina, a noradrenalina e a dopamina. Sendo que a adrenalina

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tem uma função muito maior como hormônio porque ela é sintetizada pela glândula adrenal

ou supra renal, e a noradrenalina e a dopamina atuam mais como neurotransmissores

MCARDLE et. al., 2006; CURI e FILHO, 2009).

Todas essas três catecolaminas apresentam como precursor direto o aminoácido

tirosina, esse aminoácido é carreado para dentro do neurônio pré-ganglionar, onde ele é

transformado em dopa no citoplasma da célula pela enzima tirosina hidroxilase, e em seguida

essa DOPA é transformada em dopamina pela enzima dopamina descarboxilase, tudo isso

ocorre no citoplasma da célula. Agora a dopamina por sua vez entra na vesícula onde ela será

armazenada, se o neurônio for dopaminérgico ele liberará dopamina, se o neurônio for

noradrenérgico, lá dentro da vesícula existe uma enzima chamada dopamina β-

hidroxilase (DβH), ela transforma a dopamina em noradrenalina (figura 1). Para transformar a

noradrenalina em adrenalina, transformação que ocorre principalmente no citoplasma de

células adrenais, a noradrenalina sai de dentro da vesícula e volta para o citoplasma e por sua

vez é transformada em adrenalina por uma enzima chamada fenil n-metiltransferase

(MCARDLE et. al., 2006; RANG, 2007; CURI e FILHO, 2009). A liberação da noradrenalina

é dependente do potencial de ação excitatório que vai promover a abertura de canais de cálcio

dependentes de voltagem. Com a sua abertura o cálcio entra na célula, essa entrada do cálcio

vai ativar proteínas específicas que vão fazer com que as vesículas migrem para perto da

membrana pré-sináptica e essas mesmas proteínas fundem as vesículas com a membrana e

libera o neurotransmissor.

Segundo LUKEWICH e LOMAX, (2014) a cafeína pode aumentar a secreção de

catecolaminas nas glândulas suprarrenais a partir da ação estimulante dos derivados de

xantina, que gera um acumulo de monofosfato cíclico (AMP cíclico) resultante da inibição da

fosfodiesterase que é responsável por metabolizar AMPc intracelular (YAMADA,

NAKAZATO, OHGA, 1989; LACORTE, 2008; DAVIS e GREEN, 2009), sendo que a

presença de Ca² liberado pelo retículo sarcoplasmático gera um sinal na glândula supra renal

(ALTIMARI et. al., 2001; DAVIS e GREEN, 2009).

Figura 9: Processo de Neurotransmissão Dopaminérgica.

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41

Fonte: Adaptado de David G. Standaert e Joshua M. Galanter Farmacologia da

Neurotransmissão Dopaminérgica.

4.4 MODULAÇÃO DA GLICOSE PLASMÁTICA

A concentração de glicose é variável e determinada pela ação hormonal, dentre eles a

insulina tem efeito sobre mobilização da glicose plasmática, sendo metabolizada nas células β

pancreáticas. A glicose presente no plasma é transportada para o meio intracelular das células

β pancreáticas através dos receptores GLUT2, no citosol ocorre metabolização e formação de

ATP, consequentemente este aumento provoca um bloqueio nos canais de K+ sensíveis a

ATP, o que provoca despolarização da membrana celular e permite a entrada de Ca2+

, a

elevação da concentração de Ca2+

no meio intracelular estimula a secreção de insulina

(MCARDLE et. al., 2006; CURI e FILHO, 2009).

Alguns estudos como de Park et. al., (2009) atribuíram a suplementação de cafeína uma

diminuição na concentração de glicose sanguínea atribuída a um aumento de células β

pancreáticas o que consequentemente eleva a secreção de insulina (GREENBERG et. al.,

2006) pode ocorrer também ação inibidora da enzima glucose-6-fosfatase, que controla o

nível de glicose circulante no sangue (LACORTE, 2008).

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Outro fator que estaria associado (GREENBERG et. al., 2006; NABHOLZ, 2007;

DAVIS e GREEN, 2009) seria uma elevação de GLUT4 no músculo esquelético, que pode

estar correlacionado a ação da cafeína sobre a bomba Na+ / K

+, as concentrações de Ca

2+

intracelular e níveis elevados de AMPc.

4.5 ANTAGONISMO DOS RECEPTORES DE ADENOSINA

A cafeína é antagonista não seletiva dos receptores de adenosina A1 e A2, com uma

constante de inibição (Ki) de 44 e 40 µmol.L-1

respectivamente. Estas concentrações

correspondem às concentrações plasmáticas encontradas após o consumo de qualidades

médias de cafeína na dieta. (ROSS et. al., 2000; XU et. al., 2003; CHEN et. al., 2007).

4.5.1 ADENOSINA

A adenosina é um nucleotídeo constituído por uma base púrica (adenina) ligada a

uma pentose (D-ribose) que está envolvida em funções de neuromodulação da transmissão

sináptica e hemostáticos (CUNHA, 2001). De modo geral, a adenosina atua como um

mensageiro intercelular, embora não seja considerado um neurotransmissor clássico (CURI e

FILHO, 2009).

As diversas ações que a adenosina é capaz de desenvolver no SNC são mediadas

através de receptores específicos, os quais são classificados como receptores de adenosina A1,

A2 existentes na proteína G localizada na membrana celular. Cada receptor possui uma ação

característica, mediando diferentes eventos. Assim, cada receptor deve ser ativado por

diferentes limites de concentração de adenosina (HALLDNER et. al., 2004, CUNHA, 2005).

Com isso, a concentração de adenosina no meio, sob diferentes condições, será o diferencial

para a ativação de um ou outro sub-tipo de receptor.

O ciclo de geração de adenosina inicia-se a partir da quebra de nucleotídeos de

adenina, como o ATP que é hidrolisado resultando em ADP que também podem ser

hidrolisado em AMP (como já abordado anteriormente) este por sua vez é hidrolisado pala

enzima 5'-nucleotidases (5’ND) resultando em adenina e fosfato inorgânico

(SILVERTHORN, 2010).

Outra possível fonte de adenosina é via a liberação de monofosfato cíclico de

adenosina (AMPc) que é gerada quando uma molécula sinalizadora ativa a proteína G que por

sua vez ativa a proteína adenilato ciclase hidrolisa o ATP retirando duas moléculas de fosfato

resultando em AMPc que por sua vez ativa a PK-A que por sua vez fosforila outras proteínas

intracelulares como parte da cascata de evento, isso gera uma resposta da célula a mensagem

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trazida pela molécula sinalizadora que ativou a proteína G (FOSS e KETEYIAN, 2010,

SILVERTHORN, 2010).

A produção aumentada de AMPc, em resposta à ativação dos receptores β-

adrenérgicos é resultado de uma consistente resposta coordenada, ativando várias enzimas

envolvidas na divisão e diferenciação celulares, transporte de íons, canais iônicos e proteínas

contráteis e várias enzimas envolvidas no metabolismo do glicogênio, adipócitos e células

musculares. Fazendo com que a energia armazenada na forma de glicogênio e gordura torna-

se disponível como glicose para suprir a contração muscular.

O AMPc é hidrolisado no interior das células por pela enzima fosfodiesterases

resultando em AMP esta por sua vez pode ser hidrolisada pela 5’ND. A adenosina pode ainda

ser formada pela hidrólise da S adenosilhomocisteína (SAH) pela enzima SAH hidrolase

(GUYTON e HALL, 2006). Essa enzima geraria adenosina e homocisteína a partir da SAH.

Acredita-se que sob condições normais, a maior fração de adenosina é originada da SAH, ou

seja, do meio intracelular. Contudo, sob condições de hipoxia, isquemia e estresse metabólico,

a adenosina é derivada principalmente da ação da 5'-nucleotidase (SILVERTHORN, 2010).

A adenosina sofre em seguida uma deaminação pela adenosina deaminase resultando

em inosina e um íon amônia que se fixa graças à L-glutamato-desidrogenase em presença de

NADH ao 2-oxoglutarato para dar L-glutarato, NAD e H20.

Como o aumento de adenosina é resultante da hidrólise de ATD, ADP e AMP, e

estes são hidrolisados em larga escala em exercícios físicos com alta intensidade esta via é a

mais aceita como determinante sobre a geração da fadiga.

A reação da adenilato cinase, solicita a reação catalisada pela enzima CK a qual gera

ATP a partir da doação de grupos fosfato, além de gerar coprodutos moleculares (AMP, Pi,

ADP) que ativam a glicólise a partir do catabolismo do glicogênio e as vias de respiração da

mitocôndria.

Figura 10: Sistema adenilato ciclase AMPc acoplado à proteína G ilustrando uma cascata

sinalizadora.

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Fonte: SILVERTHORN, DEE UNGLAUB. Fisiologia Humana: Uma abordagem integrada. 5

edição, Porto Alegre, Ed. Artmed, 2010.

4.5.2 RECEPTORES A1 E A2 DE ADENOSINA

A adenosina endógena, ativa tanto receptor A1 quanto A2a e esses receptores podem

coexistir em um mesmo terminal nervoso (CORREIA-DE-SÁ et. al., 1991). O padrão de

atividade elétrica, a fonte extracelular de adenosina, bem como sua concentração determina

que tipo de receptor que será preferencialmente ativado.

Assim, estímulos de alta frequência favorecem a liberação de ATP, e formação de

adenosina extracelular, ativando preferencialmente receptores A2a, enquanto estímulos de

baixa frequência favorecem a liberação de adenosina e preferencialmente a ativação de A1

(DOUGLAS, 2006; MCARDLE et. al., 2006; CURI e FILHO, 2009; SAINI-CHOHAN et. al.,

2013). Além disso, trabalhos mostram que em baixas concentrações de adenosina extracelular

há um predomínio da ativação de receptor A1, enquanto em altas concentrações, a adenosina

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exerça sua modulação via ativação de receptores A2a (ZHAN et. al., 2011; ZHOU et. al.,

2013).

O receptor ilustrado à esquerda está acoplado à Gαs, uma proteína G que estimula a

adenilil ciclase a catalisar a formação de AMPc. O receptor à direita está acoplado a Gαi, uma

proteína G que inibe a Adenil ciclase. Quando ambos os receptores são ativos

simultaneamente, podem atenuar ou até mesmo neutralizar uma ao outro, como mostra a

figura 10.

Figura 11: Receptores Gαs e Gαi, acoplados à proteína G que estimula ou inibe a adenilil

ciclase a catalisar a formação de AMPc.

Fonte: Chistopher W. Cairo, Josef B. Simon e David E. Golan. Princípios fundamentais de

Farmacologia: Interações Fármaco-Receptor

4.5.3 RECEPTORES A1 DE ADENOSINA

Os receptores A1 são acoplados a proteína G inibitória (Gi e Go), a qual inibe a

atividade da adenilato ciclase, diminuindo a atividade do AMPc (GUYTON e HALL, 2006).

No entanto, alguns trabalhos demonstram que a inibição da neurotransmissão pelo A1

independe do AMPc, mas depende da ativação proteína Go que inibe os canais de Ca2+

, que

por sua vez também estimula eventos de fosforilação de proteínas, que levam a alterações na

ativação de proteínas (GUYTON e HALL, 2006; ZHOU et. al., 2013). Este e outros trabalhos

sugerem então que o receptor A1 possa desencadear outras vias de sinalização como, por

exemplo, aquelas iniciadas pelas fosfolipase C e fosfolipase A2 (ZHAN et. al., 2011).

A ativação de receptores A1 parece estar relacionada às várias funções que a

adenosina exerce no sistema nervoso central. Dentre elas podemos citar a indução do sono,

ansiedade, modulação de respostas cognitivas como aprendizado e memória, promoção de

efeitos anti-nociceptivos e anti-inflamatórios na medula espinhal e neuroproteção (GUYTON

e HALL, 2006; CURI e FILHO, 2009; ZHOU et. al., 2012).

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Figura 12: Ativação da adenilil ciclase, promovendo fosfolição de proteínas citosólicas

específicas e liberação de Ca2+

do retículo endoplasmático para o citosol.

Fonte: Chistopher W. Cairo, Josef B. Simon e David E. Golan. Princípios fundamentais de

Farmacologia: Interações Fármaco-Receptor

4.5.4 RECEPTORES A2a DE ADENOSINA

Os receptores A2 são subdivididos em A2a (alta afinidade aos agonistas) e A2b

(baixa afinidade aos agonistas) são acoplados principalmente a proteínas Gs (OLAH &

STILES, 1997), Gq, G12/G13 (ZHAN et. al., 2011) quando ativadas estimulam a adenilato

ciclase que converte ATP em AMPc a qual ativa a PK-A que fosforila diversas proteínas

citosólicas específicas (BETZ et. al., 2009).

Corroborando estes dados, diferentes trabalhos já demonstraram que a modulação da

transmissão sináptica promovida pela adenosina era atenuada por inibidores da adenilato

ciclase (BETZ et. al., 2009; CURI e FILHO, 2009; ZHAN et. al., 2011).

Trabalhos demonstram que o efeito excitatório do receptor A2a ocorre através de um

aumento na liberação de neurotransmissores nos terminais pré-sinápticos (ZHAN et. al.,

2011). A facilitação induzida por este receptor classicamente é dada por um aumento na

liberação de neurotransmissores nos terminais, onde o alvo final deste receptor parece ser

canais de Ca+ (GUYTON e HALL, 2006; MAIMON et. al., 2014).

No entanto, não é claro ainda, se o receptor A2a controla diretamente a liberação de

neurotransmissores ou se ele age de forma indireta através da atenuação da inibição mediada

por receptor A1 (BETZ et. al., 2009; CURI e FILHO, 2009).

4.6 INIBIÇÃO DA ENZIMA FOSFODIESTERASE

Há 11 tipos de enzimas fosfodiesterase (PDEs), todas com função de hidrolisar o

monofosfato de adenosina AMPc para AMP, e, de GMPc para GMP, esta hidrólise resulta em

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5’AMP e/ou 5’GMP, a enzima PDEs quando ativada permite uma rápida renovação ou

interrupção do sinal AMPc resultando em uma modulação imediata ao processo biológico

uma vez removido o estímulo químico ou hormonal. As PDEs estão amplamente distribuídas

no organismo, com atividade variável em diferentes tecidos, as PDE5 e PDE11 são

encontradas no tecido muscular esquelético, no músculo liso visceral e vascular, nos tecidos

cerebelar e pancreático, nas plaquetas, nos rins e nos pulmões.

A enzima fosfodiesterase promove a fosforilação do AMPc para um produto inativo

a 5’AMP, uma inibição na fosfodiesterase promove um aumento do AMPc, uma vez que o

AMPc age diretamente na PK-A ativando seu sítio catalítico através da liberação de

subunidade regulatória fazendo a PK-A fosforilar um grande número de proteínas que

contenham uma sequência de aminoácidos denominada sítio PK-A PO4, transferindo PO4

Fosfato do ATP para um resíduo serina ou treonina desse sítio. (DOUGLAS, 2006; CURI e

FILHO, 2009).

A fosforilação dos aminoácidos é responsável por estímulos extracelulares e

intracelulares, que fornecem mecanismo eficiente para o controle das atividades proteicas. O

processo de fosforilação ocorre especificamente em três aminoácidos, a tirosina (Thr), a

Serina (Ser) e Treonina (Tyr) seguida do processo de fosforilação da Thr, isso devido ao fato

de que possuem o radical OH em suas cadeias laterais levando o radical hidroxi a condições

ideais para a reação de hidrólise do ATP, para “soltar” o fosfato presente.

Em função de seu papel essencial no processo de proliferação celular, metabolismo

do glicogênio, apoptose, neurotransmissão, oncogênese, desregulação ou superexpressão de

receptores em geral, elas são motivos de estudos e pesquisas.

Ela altera as atividades das proteínas-alvo, fosforilando grupos específicos de serina

e, em menor quantidade, a treonina e é ativada por concentrações de AMPc e, por isso, ela

também é conhecida como PK-A dependente do AMP cíclico.

A fosforilação destas enzimas pode resultar em alterações das atividades enzimáticas

como é o caso da fosforilação do hormônio lípase sensível (HSL), colesterol esterase ou

glicogênio fosforilase resultando na ativação enzimática. Mas por outro lado, a fosforilação de

glicogênio sintetase causa um decréscimo na atividade enzimática. As respostas específicas de

diferentes tipos celulares frente ao aumento das concentrações de AMPc e ativação da PK-Ac

são determinadas pelo fenótipo celular e pela disponibilidade de enzimas e substratos que

participam desta regulação (GUYTON e HALL, 2006). A exemplo, a maior resposta do

fígado frente ao aumento do AMPc é a glicogenólise, uma vez que os hepatócitos expressam

enzimas que sintetizam e metabolizam o glicogênio.

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A cafeína que é derivada da família da xantina metilados, é o principais inibidor das

PDEs, com esta inibição acorre um aumento nas concentrações e no tempo de meia vida do

AMPc no meio intracelular, simulando ou prolongam as ações do sinal químico ou hormonal,

o que leva a estimulação da atividade lipolítica (DAVIS et. al., 2003). Porém essa ação só foi

observada em experimentos realizados in vitro (HALLDNER et. al., 2004).

4.7 PAPEL DA CAFEINA NO DESEMPENHO FÍSICO

Devido aos seus mecanismos de ação central e periféricos a cafeína pode desencadear

importantes alterações metabólicas e fisiológicas durante a prática de exercícios físicos, o que

por sua vez melhorar o rendimento físico protelando a fadiga (ABIAN et. al., 2015).

O efeito direto da cafeína sobre o SNC envolvendo a interação com receptores de

adenosina A1 e A2, gera um efeito analgésico, que diminui a percepção de dor muscular

induzida pelo exercício, durante contrações musculares (KALMAR e CAFARELLI, 2004) e a

estimulação simpática juntamente com a inibição da acetilcolinesterase aumenta a liberação

de Ca+ do Reticulo sarcoplasmático o que gera maiores interações dos miofilamentos de

actina e miosina (SAINI-CHOHAN et. al., 2013), associado ao aumentando a liberação e

consequentemente, a ação das catecolaminas (LUKEWICH e LOMAX, 2014) estes eventos

associados afetam a propagação dos sinais neurais entre o cérebro e a junção neuromuscular

alterando a percepção subjetiva de esforço (POHANKA e DOBES, 2013, ACQUAS et. al.,

2014). Estas alterações geradas tem grande significância, pois, são extremamente

interessantes como fator modulador do desempenho físico e atenuação da fadiga muscular

(HUDSON, GREEN, BISHOP, 2007).

A nível periférico uma série de alterações metabólicas ocorrem, durante a atividade

física a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático é vital para a contração muscular, a

inibição das enzimas butirilcolinesterase (BuChE) e principalmente acetilcolinesterase

(AChE), (POHANKA e DOBES, 2013, ACQUAS et. al., 2014), o que facilita a resposta

contrátil do músculo esquelético (POHANKA e DOBES, 2013, ACQUAS et. al., 2014).

Outro fator significante atrelado à ação da cafeína ocorre sobre o bloqueio dos

receptores de adenosina, alterando as funções de neuromodulação da transmissão sináptica e

hemostáticos (CUNHA, 2001), aumenta à concentração intracelular de AMP e guanosina

monofosfato (GMP) cíclicos, por inibição da enzima hidrolisadora, a fosfodiesterase o que

ativa a proteína quinase-A (PK-A) que fosforila diversas proteínas citosólicas específicas

gerando resposta celular entre elas a atividade lipolítica (BETZ et. al., 2009; CURI e FILHO,

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2009; ZHAN et. al., 2011), este processo garante uma fornecimento mais elevado de substrato

energético o que garante por um período maior o aporte energético para exercícios físicos.

Além disso, melhora a eficiência de absorção da glicose plasmática, atribuída a um

aumento de células β pancreáticas o que consequentemente eleva a secreção de insulina

(GREENBERG et. al., 2006) e a uma elevação de GLUT4 no músculo esquelético

(NABHOLZ, 2007; DAVIS e GREEN, 2009), fornecendo assim mais glicose para as células

musculares tanto para o metabolismo anaeróbico quanto para aeróbico.

Duncan et. al. (2014) avaliaram 10 indivíduos suplementados com 6mg/kg de cafeína,

onde foram submetidos a 6 repetições de extensão e flexão do joelho no isocinético em 3

velocidades angulares 30°s/ 150°s/ 300°s, comparado com placebo, uso de cafeína resultou

em maior produção de torque (p = 0,02), a partir dos dados os autores concluíram que a

ingestão aguda de cafeína promoveu melhoras no desempenho muscular e, contrações

dinâmicas de curta duração.

Astorino et. al., (2010) examinou os efeitos da ingestão de 2 ou 5 mg / kg bm cafeína

no desempenho flexão do joelho isocinético e relatou significativa melhora no torque total

tanto na extensão do joelho / flexão de trabalho isso na ingesta de 5 mg/Kg. Porém não

houver alteração nas variáveis mensurada em ingestas de 2 mg/Kg. Alguns estudos que

procuraram investigar os possíveis efeitos deste ergogênico (cafeína) sobre a desempenho

físico em exercícios de alta intensidade e curta duração são apresentados com mais detalhes

na Tabela 1.

De acordo com os autores citados anteriormente, a cafeína pode agir diretamente sobre

o músculo, potencializando sua capacidade de realizar exercícios físicos de alta intensidade e

curta duração tanto em esportes de alta intensidade e curta duração como em intensidades

mais moderadas e longas duração. Porém estas respostas são diferenciadas nas fibras

musculares do tipo I e II, visto que as fibras de contração lenta (tipo I) são mais sensíveis à

ação da cafeína do que as fibras musculares de contração rápida (tipo II) (ALTIMARI et. al.,

2006).

Tabela 1: Efeito ergogênico da cafeína sobre a o desempenho físico em exercícios de curta

duração e alta intensidade

Autores N Sexo População Dose de

Cafeína Tipo de teste

Efeito

ergogênico Comentário

Glaister at.

al. (2015) 14 M Treinados 5mg/kg

série de 6 sprints

cicloergômetro sim

↑ Na correlação

torque total, nenhum

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efeito encontrado

sobre o torque

Wmáx,

Timmins

et. al.

(2014)

16 M Treinados 6mg/kg

Isocinético 40

repetições de extensão

e flexão de joelho,

tornozelo e cotovelo a

60° s

Sim Aumentou no pico

de torque

Duncan et.

al. (2014) 10 M Não Treinados 6mg/kg

Isocinético 6

repetições de extensão

e flexão de joelho a

30° s/ 150° s/ 300° s

Sim Aumento no torque

total

Astorino

et. al.

(2010)

7 M Treinados 2 e 5mg/Kg

Isocinético 40

repetições de extensão

e flexão de joelho a

180° s

2mg/Kg Não

5mg/kg Sim

5mg/kg gerou

aumento do valor

total torque

Woolf et.

al. (2008) 18 M Treinados 5mg/Kg

Wingate leg press e

supine Sim

↑ potência de pico

Não houve diferença

na potencia média e

mínima no leg press.

Plaskett,

Cafarelli

(2001)

15 M Não-treinados 6mg/kg

Eletromiografia no

músculo quadríceps

(50% da contração

voluntária máxima)

Sim

↑ significativo

17,0% tempo de

exaustão e redução

da sensação de força

durante os primeiros

10-20 seg. de

contração

Kalmar,

Cafarelli

(1999)

11 M Não-treinados 6mg/kg

Eletromiografia no

músculo vasto lateral

(50% da contração

voluntária máxima)

Sim

↑ significativo no

tempo de exaustão

(25,8%) e no total de

contrações

voluntárias máximas

(3,5%)

Jacobson

et. al.

(1992)

20 M Treinados 7mg/kg

Isocinético até a falha

de extensão e flexão

de joelho a 30° s/

150° s/ 300° s

Sim ↑ Pico de torque e

torque total

Bond et. al.

(1986) 12 M Treinados 5mg/Kg

6 RM de flexão e

extensão de joelho à

velocidade de 30°,

150° e 300° s-1

Não

Não se constatou

aumento

significativo nos

picos de na potência

e no índice de fadiga

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5 ELETROMIOGRAFIA (EMG)

Os princípios da EMG surgirão com Luidgi Galvani nascido em 1737, com as

primeiras pesquisas sobre a possibilidade de que as células musculares geravam potencial

elétrico a partir de reações químicas e estes poderiam ser mensurados (CRAM e DURIE,

2004), passando por 1849 onde Franchman Dubois-Reymond utilizou algumas técnicas para

mensurar sinais em voluntários humanos, e em 1925 onde através de um osciloscópio foi

analisado o sinal por Hebert S. Gasser e Joseph Erlanger que ganhariam o prêmio Nobel 19

anos depois abrindo novas portas e aplicações para esta técnica (MESIN et. al., 2009;

KAMEN e GABRIEL, 2010).

Porém somente após a Segunda guerra mundial percebeu-se a versatilidade e

importância desta técnica que passou a serem empregada e estudada nas diversas áreas da

saúde, tais como pesquisa clínica (SIMARD, BASMAJIAN, JANDA, 1968) ergonômica,

reabilitação e ciências do esporte, biomecânica (SIMARD, BASMAJIAN, 1967),

Cinesiologia (MORITANI et. al., 2006) entre outras (KONRAD, 2006), levando a evolução e

melhoria do eletromiógrafo, sensores, programas matemáticos e técnicas de mensuração

(MESIN et. al., 2009).

Esta técnica se consiste na mensuração da atividade elétrica do potencial de ação das

membranas celulares, gerado no SNC e transmitido através do moto neurônio à junção

neuromuscular se propagando por todo o tecido muscular esquelético, sendo tão sensível que

registra todo o tempo de duração da atividade elétrica, desde o início até o término

(CHOWDHURY et. al., 2013), com isso podemos determinar a fadiga pela quantificação dos

dados.

Figura 13: Esquemática do sensor EMG para aquisição do sinal.

Fonte: KONRAD P., The abc of emg: A pratical introduction to kinesiological

electromyoghaphy, Noraxon Inc. USA, 60, 2006.

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Existem duas técnicas distintas para esta mensuração a eletromiografia de

profundidade (EMGpro) onde o eletrodo é inserido como uma agulha no ventre muscular, em

contato direto com as fibras musculares, sendo retirada a agulha deixando os filamentos no

ventre muscular (SIMARD, BASMAJIAN, JANDA, 1968). Devido a isso registram um sinal

a partir de uma área localizada, captando potenciais de unidades motoras isoladas, devido a

esta característica tem grande aplicabilidade na EMG clinica, sendo, porém uma técnica com

pouca utilidade nos estudos cinesiologicos por gerar um grande desconforto ao avaliado

durante contrações musculares (KAMEN e GABRIEL, 2010; CHOWDHURY et. al., 2013).

A segunda técnica é a eletromiografia de superfície (EMGS), onde os eletrodos são

fixados na pele sobre o ventre da musculatura que se deseja coletar os sinais elétricos, por se

tratar de uma técnica não invasiva sem nenhum desconforto ao avaliado é comumente

utilizada, tendo como vantagem a facilidade e padronização da aplicação (SIMARD,

BASMAJIAN, JANDA, 1968; MESIN et. al., 2009), porém tendo como limitação uma

atenuação do sinal causada pelo tecido subcutâneo e uma contaminação do sinal proveniente

de outros músculos (KAMEN e GABRIEL, 2010).

A EMGS vem sendo amplamente utilizada tanto no diagnóstico como no prognóstico

de patologias e também nas análises científicas laboratoriais tais como manifestação da

fadiga, avaliando conjuntamente a resposta das variáveis no domínio do tempo, representado

geralmente pela amplitude e frequência do sinal (HANON et. al., 1998; CIFREK et. al.,

2009); o qual também permite a verificação do tempo de sincronização do disparo das

unidades motoras no trabalho das fibras musculares do Tipo I e II (DA GAMA et. al., 2013).

A mensuração da estimulação da unidade motora, principalmente em teste de

incremento de carga ao longo do tempo, ocorrendo ativação de fibras adicionais para sustentar

o esforço (CIFREK et. al., 2009); identificação de algumas doenças neuromusculares

(LABARRE-VILA, 2006; MEIGAL et. al., 2013; YOUSEFI e HAMILTON-WRIGHT,

2014); alguns autores ainda utilizam esta técnica para mensuração da força desenvolvida pelo

músculo (SAITO e AKIMA, 2013; YOSHITAKE e SHINOHARA, 2013), isso ocorre devido

ao aumento progressivo do recrutamento da unidade motora (UM) consequentemente na

interação de miofilamentos contrateis (ZHOU e RYMER, 2004).

Porém o sinal é sensível a contaminações os chamados “ruídos”, que podem ser

gerados por movimento nos cabos dos eletrodos (0-20Hz), por sinais dos potenciais de ação

de outros músculos e até por interferências de campos eletromagnéticos, tais como rádio,

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celular, televisões, entre outros e redes elétricas (60Hz) (KONRAD, 2006; CIFREK et. al.,

2009).

5.1 SINAL EMG

A EMGS adquire um sinal captado por meio de um eletrodo bipolar ativo (Figura

14), este eletrodo funciona detectando a diferença do potencial gerado na musculatura

avaliada em relação ao eletrodo de referência que é fixado distante dos eletrodos bipolares

para evitar ruído, o eletrodo bipolar é fixado na pele sobre o ventre muscular, com isso capta-

se a soma algébrica dos potenciais elétricos provenientes das unidades motoras os quais

estimulam musculo a se contrair.

Figura 14: Eletrodo bipolar ativo com distancia intereletrodo de 2 cm, e esquemática de

aquisição do sinal.

Fonte: CARLO I. DE LUCA. The Use of Surface Electromyography in Biomechanics.

JOURNAL OF APPLIED BIOMECHANICS, v.13, p. 135-163, 1997.

Este procedimento deve ser executado de forma técnica e padronizado, pois pode

gerar interferência “ruído” no sinal, se o eletrodo for posicionado próximo à região

miotendínea, sendo também importante a tricotomia e assepsia da pele para a fixação do

eletrodo, evitando alterações na amplitude e frequência dos sinais (LABARRE-VILA, 2006;

GOA et. al., 2014).

O sinal captado pelo eletrodo terra e o bipolar passa por um amplificador onde a

diferença entre o sinal dos dois eletrodos é amplificada, sendo, portanto, eliminado o sinal

comum entre eles. Depois de amplificado e processado o sinal emitido, o decodificador nos

permite a visualização e quantificação das informações o que permite a interpretação destes

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dados a partir de um software específico instalado em um computador (MP System Hardware

Guide, 2003, da Biopac; KONRAD, 2006; GOA et. al., 2014).

Existem várias formas de processar e quantificar a densidade do espectro do sinal

coletado, as mais utilizadas são, Raiz Quadrática Média (Root Mean Square – RMS) e Valor

Retificado Médio (Average Rectified Value – ARV) (FARINA e MERLETTI, 2000;

MERLETTI e PARKER, 2004); Frequência Média (Mean Frequency – MNF), Frequência

Mediana (Median Frequency – MDF) e Índice MNF/MDF (FARINA E MERLETTI, 2000);

Autocorrelação (AC) e correlação cruzada (CC) (FARINA; MERLETTI, 2000; MERLETTI e

PARKER, 2004), entre outras.

Mesmo existindo uma série de técnicas para quantificar o sinal EMG, num modo

geral o mais utilizado é RMS sendo mais usualmente utilizado, devido a sua versatilidade em

resolver o delineamento gaussiano do espectro (Média é igual à zero) (KONRAD, 2006),

além de não ser afetado pela superposição dos potenciais de ação da unidade motora

(KAMEN e GABRIEL, 2010; CHOWDHURY et. al., 2013).

6 DINAMÔMETRO ISOCINETICO

Esta técnica vem sendo utilizada desde os anos 70, porém, somente nos anos 80 teve

maior difusão para avaliação das funções musculares, atualmente com o avanço da tecnologia

e novos softwares este equipamento vem sendo cada vez mais utilizado em pesquisas e

laboratórios para prevenção, tratamento e aprimoramento do processo biomecânico (DVIR,

2002; MALÝ et. al., 2010; BERNARD et. al., 2012).

De acordo com a literatura existem três tipos de contração muscular, a isométrica

onde há a produção de força, porém sem alteração angular, a contração isotônica que é

dividida em concêntrica e excêntrica, a contração isotônica concêntrica ocorre quando o

musculo se contrai gerando aproximação dos tendões de origem e inserção, a contração

isotônica excêntrica trata-se do processo inverso onde o músculo se alonga gerando

afastamento dos tendões de origem e inserção (ENOKA, 2000; DVIR, 2002; SACCO e

TANAKA, 2008).

Existe também uma terceira categoria que se trata do isocinético que produz uma

resistência variável de acordo com a força aplicada sobre a alavanca (DVIR, 2002), porém em

uma velocidade constante durante toda a execução do movimento, isso porque o movimento

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Isocinético é produzido em um dinamômetro que se trata de um servo motor que ligado ao

computador com um software específico permite a mensuração e adequação de uma série de

movimentos biomecânicos, permitindo que a musculatura produza força muscular máxima em

todos os ângulos do movimento tanto na faze concêntrica como na excêntrica e em uma

velocidade constante, fator impossível em testes isotônicos (OSKACAR et. al., 2005; SACCO

e TANAKA, 2008; MALÝ et. al., 2010; BERNARD et. al., 2012).

Assim pode-se, avaliar alguns parâmetros tais como o pico de torque, ângulo

específico de torque, trabalho total, pico de potencia, índice de fadiga, pico de energia de

aceleração de torque (KANNUS, 1994; OSKACAR et. al., 2005), porém a grandeza mais

comumente avaliada é o torque e suas variáveis.

O Torque é definido como uma grandeza vetorial que quantifica o efeito rotatório

produzido por uma força. Essa grandeza depende tanto da intensidade da força quanto da

distância perpendicular desde a linha de ação da força até o eixo de rotação, em torno do qual

o corpo gira (também chamado de momento de força) (ENOKA, 2000; SACCO e TANAKA,

2008; MALÝ et. al., 2010).

O dinamômetro isocinético Biodex é constituído de 4 partes fundamentais figura15, a

cadeira que contém regulagens de altura, encosto, rotação para ajustes finos de

posicionamento do avaliado, além disso, possui cintos que aprisionam o tronco, quadril e

perna para tornar o movimento o mais puro possível biomecanicamente (DVIR, 2002;

SACCO e TANAKA, 2008).

Unidade de aceitação de força, local onde é fixado o membro e este aplica à força

que através do Braço de alavanca é transmitida a célula de carga.

O braço de alavanca é um aparato metálico que se encaixa no eixo da célula de carga,

onde este eixo deve-se coincidir com o eixo do movimento Biomecânico.

A célula de carga é responsável por converter o sinal de força em um sinal elétrico o

qual é transmitido ao computador, assim este valor é processado e convertido em valores de

torque (DVIR, 2002; OSKACAR et. al., 2005).

Figura 15: Equipamento dinamômetro Isocinético

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Fonte: Operation manual, biodex advantage software (v.4x).

7 MATERIAIS E MÉTODOS

Foram selecionados 16 universitários fisicamente ativos com idades entre 18 e 30

anos, os quais participaram de todos os protocolos de suplementação, foram orientados a não

fumar, não ingerir bebidas alcoólicas ou qualquer alimento que contenha em sua composição

a cafeína ou que viessem a interferir diretamente na pesquisa. Como critérios de inclusão

amostral, foram considerados para o estudo os voluntários que apresentaram as seguintes

características: não apresentar histórico de lesão músculo tendinea ou articular no joelho e não

estivessem fazendo uso de esteroides anabolizantes, assim como quaisquer suplementos

nutricionais.

Uma semana antes do início dos testes os avaliados passaram por 5 dias de

familiarização com o EMG e execução do protocolo com o dinamômetro Isocinético, onde foi

realizada a padronização das medidas para cada indivíduo, tais como posicionamento do

indivíduo na cadeira do dinamômetro, posição do membro em relação dinamômetro e

posicionamento dos eletrodos, estes foram utilizados em todo o estudo a fim padronização.

O teste se consistiu em um protocolo de 45 repetições de extensão e flexão de joelho

este número de repetições foi escolhido, pois podemos analisar o comportamento da ativação

motora e definir a instauração da fadiga, com velocidade constante angular de 1200s, esta

velocidade é considerada intermediária o que proporciona um estudo do pico de torque e

trabalho (TERRERI et. al., 2001).

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Os avaliados foram aconselhados a produzir o máximo de força possível desde a

primeira até a última execução do movimento sendo igualmente incentivados verbalmente

durante todo o teste.

7.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O experimento foi dividido em duas fazes as quais foram submetidas ao Comitê de

Ética em Pesquisa da UNICAMP, a primeira faze foi realizada com dosagem de

suplementação determinada pela ANVISA (CEP 24594713.7.0000.5404), a segunda com

dosagens mais altas de CRE as quais são adotadas em diversos estudos (CEP

30986413.0.0000.5404).

7.1.1 PRIMEIRA FASE

Após o período de familiarização iniciou-se o protocolo de avaliação onde todos os 16

voluntários participaram de todas as fazes do teste, distribuídos da seguinte maneira.

1°. Controle (Con) foi submetido à avaliação sem que houvesse nenhuma intervenção.

2°. Grupo suplementado com 6mg/Kg de peso mago de cafeína (Caf), logo após a

avaliação do grupo controle iniciou-se a suplementação com cafeína por três dias

consecutivos no terceiro dia foram submetidos ao teste, após este houve um período de 5 dias

de desintoxicação (Detox).

3°. Suplementado com 3g/dia de Creatina (Cre), após o período de Detox iniciou-se a

fase de suplementação com Creatina a qual ocorreu durante sete dias consecutivos, sendo

submetidos ao teste no sétimo dia.

4°. Suplementado com 6mg/Kg de peso mago de cafeína e 3g/dia de Creatina (CrCaf),

após a avaliação do grupo Cre continuou-se com a suplementação de creatina e foi acrescida a

cafeína durante um período de três dias consecutivos no terceiro dia foram submetidos ao

teste.

Tabela 2: Delineamento experimental da primeira fase do estudo.

Situação Dosagem Tempo Detox

Controle (Con) - - -

Cafeína (Caf) 6mg/Kg de peso Magro 3 dias 5 dias

Creatina (Cr) 3g/dia 7 dias -

Creatina e Cafeína (CrCaf) 6mg/Kg de peso magro e 3g/dia 3 dias -

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7.1.2 SEGUNDA FASE

A segunda fase iniciou-se após o termino da primeira fase.

1°. Suplementado com 5g/dia de uma substancia placebo (Pla), durante 3 dias

consecutivos foram suplementados com substancia placebo no terceiro dia foram submetidos

ao teste, após este houve um período de 5 dias de Detox.

2°. Suplementado com 20g/dia de Creatina (Cr High), após o período de Detox

iniciou-se iniciou-se a fase de suplementação com 20 gramas, fracionado em 4 porções de 5g

a cada 15 minutos, durante sete dias consecutivos, sendo submetidos ao teste no sétimo dia.

3°. Suplementado com 6mg/Kg de peso mago de cafeína e 20g/dia de Creatina (CrCaf

High), após a avaliação do grupo Cr High continuou-se com a suplementação de creatina e foi

acrescida a cafeína durante um período de três dias consecutivos no terceiro dia foram

submetidos ao teste.

Tabela 3: Delineamento experimental da segunda fase do estudo.

Situação Dosagem Tempo Detox

Placebo (Pla). 6mg/dia (Talco Farmacológico) 3 dias 5 dias

Creatina 20g (Cr High) 20g/dia (Fracionada em 4 doses) 7 dias -

Creatina e Cafeína (CrCaf High) 6mg/Kg de peso magro e 20g/dia 3 dias -

7.2 AQUISIÇÃO DO SINAL EMG

A atividade EMG foi registrada por um eletromiógrafo de 16 canais modelo NP 20

REJ 95 (Biopac System®, USA) com frequência de amostragem de 2000 Hz. A relação entre

os ganhos diferenciais e de modo comum de rejeição foi de 95 dB, e os limites de entrada de

sinal foram estabelecidos em ± 5 mV. O eletrodo de referência (terra) foi posicionado no

cotovelo do membro esquerdo (epicôndilo lateral).

Antes do inicio de cada teste, foi realizada a tricotomia e limpeza da pele com lamina

para afeitar, álcool e algodão. Logo após os eletrodos bipolares ativos (BIOPAC Systems®,

USA), com distância intereletrodos fixa de dois centímetros, foram fixados com fita adesiva

hipoalergênica (Transpore) no membro dominante, sobre nos músculos vasto lateral (VL),

vasto medial (VM) e reto femoral (RF), (figura16) seguindo a padronização proposta pelo

SENIAM (HERMENS et. al., 2000).

Figura 16: Esquemática anatômica de posicionamento do eletrodo segundo site SENIAN.

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Fonte: Adapted of ABC of EMG – A Practical Introduction to Kinesiological

Electromyography

Para a captação e processamento dos sinais foi utilizado o software AcqKnowledge

3.8.1™ (BIOPAC Systems®, USA). Os sinais EMG brutos foram submetidos à filtragem

digital utilizando filtro passa-banda de 20Hz e 500Hz e em seguida, retificados e suavizados

(janela móvel de 10 amostras) (Figura 1). Para análise dos valores correspondentes aos sinais

EMG utilizou-se da média de RSM – root mean square (%) a cada 5 s.

Vários estudos envolvendo situações de fadiga e testes isométricos tem sido

correlacionados com uma diminuição dos valores da Frequência Mediana, bem como um

aumento do valor de RMS, verificados por meio da frequência da amplitude do sinal EMG e

aumento do disparo das Unidades Motoras (HANON et. al., 1998; SODERBERG e

KNUTSON, 2000).

Uma diminuição dos valores da Frequência Mediana tem sido associada à diminuição

da velocidade de condução do potencial de ação através da membrana celular por fadiga das

Unidades Motoras de maior tamanho. Paralelo a isso ocorre um aumento da amplitude do

sinal EMG que é um indicativo da ativação de novas UMs na tentativa de manutenção da

produção de força em função da fadiga de UMs previamente recrutadas (SODERBERG e

KNUTSON, 2000).

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7.3 DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO BIODEX

Para mensuração do trabalho foi utilizado um dinamômetro isocinético da marca

BIODEX, modelo System 3 (Biodex Medical System, Shyley, NY-USA) foi utilizado para a

obtenção de dados referente ao torque produzido durante contrações.

O teste se consistiu em um protocolo de 45 repetições de contração concêntrica de

extensão e flexão de joelho no dinamômetro isocinético com velocidade constante angular de

1200s, onde os avaliados foram aconselhados a produzir o máximo de força possível desde a

primeira até a última execução do movimento sendo igualmente incentivados verbalmente

durante todo o teste.

O avaliado foi posicionado sentado na cadeira do dinamômetro isocinético e mantido

fixo á mesma com faixas junto ao tronco, pelve e coxa, a fim de manter a estabilidade

corporal durante o esforço máximo. Os ângulos de posicionamento do quadril e do joelho

foram em aproximadamente 900 de flexão (0 correspondente a extensão completa) (DVIR,

2002; SACCO e TANAKA, 2008). O seguimento a ser testado (membro dominante) foi

fixado por meio de cintas, a fim de manter a estabilidade do movimento. Ao posicionar o

indivíduo na cadeira do dinamômetro isocinético, o eixo da articulação do joelho (epicôndilo

lateral do fêmur) foi alinhado com o eixo de rotação do braço mecânico do dinamômetro

isocinético.

Figura 17: Esquema da execução do exercício e foto do avaliado preso pelas cintas

estabilizadoras na cadeira do dinamômetro.

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Logo após o posicionamento do avaliado no dinamômetro Isocinético e antes de todos

os testes foi necessária à calibração do dinamômetro as quais foram definidas como ponto

AWAY = 800, ponto TOWARD = 0

0 e a pesagem do membro que era posicionado em

semiextensão do joelho em angulação de 39 graus, para corrigir a ação da gravidade sobre o

movimento de flexão (fator de correção realizado pelo próprio software do dinamômetro).

Logo após o próprio equipamento liberava o inicio do teste, o qual sincronizado com o EMG

fornecia ao mesmo tempo os sinais de torque, posicionamento, tempo de execução e atividade

elétrica do músculo avaliado no computador conectado aos equipamentos através do sofware

AcqKnowledge 3.8.1™ (BIOPAC Systems®, USA) permitindo uma melhor interpretação dos

dados.

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CAFFEINE POTENTIATES THE EFFECTS ERGOGENIC OF CREATINE

Diego Pereira Jerônimo1, 2

, Moisés Diego Germano2, Luiz Vieira da Silva Neto

1, Renato

Aparecido de Souza3, Fabiano Fernandes da Silva

3, Antônio Carlos de Morais

1.

1 Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Avenida

Érico Veríssimo, 701, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Barão Geraldo CEP 13.083-851,

Campinas, SP, Brasil.

2 Departamento de Educação Física , Faculdades integradas ASMEC / UNISEP, Av. Prof. Dr.

Antônio Eufrásio de Toledo, 100, CEP 37.572-000, Ouro Fino, MG, Brasil.

3 Grupo de Pesquisa em Ciências da Saúde (GEP-CS), Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS), Campus Muzambinho, Rua Dinah,

Bairro Canaã , 75, Muzambinho, Minas Gerais 37890-000, Brasil.

Address correspondence to Diego Pereira Jerônimo, Faculty of Physical Education, State

University of Campinas (UNICAMP), Av. Érico Veríssimo, 701, City University Zeferino

Vaz, Barão Geraldo CEP 13.083-851, Campinas, SP, Brazil. Tel.: +55 35 9839-1004.

Electronic mail: [email protected]

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ABSTRACT

The association of creatine (Cr) and caffeine (Caf) supplementation can change the ergogenic

effects of both, on the fatigue and torque production rate in physical exercises, this concept

has been little investigated. The objective from this research was to verify the effect of Cr and

Caf supplementation on the electromyographic activity and torque production. It was selected

16 physically active individuals, healthy with age between 18 and 30 years old, which were

supplemented with caffeine 6 mg/kg and creatine 3g, after the supplementation period, they

were submitted to the test of knee extension on the isokinetic dynamometer and monitoring

the electromyographic activity of the muscles. We observed that the Caf group achieved

4,57% increase in EMG activity and 4,25% increase in torque production, in the Cr group we

observed 17,07% decrease in the EMG activity and 3,45% increase in torque production,

while in the group where there were the association between the two compounds caffeine and

creatine 3g (CrCaf) we achieved 3,07% increase in EMG activity and 5,79% increase in the

torque production (p < 0,05). The balance evidence indicates that the consumption of caffeine,

associated with creatine can generated a significant performance improve, increasing

performance.

Key Word: Creatine, Caffeine, Dietary Supplements, Electromyography, Muscle Strength

Dynamometer

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BACKGROUND

Recently, the food supplements consumption became highly diffused and adopted by

athletes and sportsmen in search for a physical performance improvement and for the general

individual health, these food supplements are characterized as ergogenic resources which are

substances or phenomena that improve the individual performance. The term is derived from

two Greek words: “ergon” (work) and “gennan” (produce)

Several studies indicate the benefits generated by the supplementation1,2,3

, among

others, indicate that the ingestion of these food supplements can reduce the fatigue4,5

, the

injury level and/or recovery them quickly, optimize the energy deposits6,7

, due to these

benefits there are a bigger demand and consumption for these products.

Among these several available compounds on the market two of them distinguish from

others, the Caf and the Cr, these two compounds have been responsible for the largest

supplements sales during the last few years4,8

, mainly the Cr that in 2000, was estimated

according the American College of Sports Medicine a world consumption by 2500 ton4.

In reference to a market that is growing each year as a result of the use by professional

athletes so it becomes more apparent its action9. Beyond that, neither the Cr and the Caf are

currently on the list of banned substances of any sports federation10,11

. Therefore, there is a

bigger necessity for a scientific research to better determine the action of these substances on

the physical performance.

The Cr implements an important role in the fast energy supply during the muscle

contraction involving the transfer of a phosphate group from the phosphorylcreatine (Pcr) to

ADP to regenerate ATP trough a reversible reaction catalyzed by kinase phosphorylcreatine

kinase (PCK)12,13

, Physiologically, the Cr is predominantly used by tissues with higher energy

demand4,7

.The main location for Cr storage is in the skeletal muscle tissue which covers about

95% of the total number of the body Cr9,13

.

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Inserted in the sporting context since the 1990s the Cr supplementation has become an

ergogenic resource that helps to increase the performance in physical exercises14

due to a

reduction from the muscle protein degradation or an amplification in the increase of the

protein synthesis, or indirectly as a result of increased training load performed as a function of

its ergogenic effect15,16,7

, mechanisms such as the increase in mRNA of myosin heavy chain

and protein expression16

, increase in liquid nitrogen retention17,18,19

and anti-catabolic effects

in some tissues19

.

The caffeine ingestion also generates interesting physiological effects on the physical

performance, the cellular level increases the release of calcium from the sarcoplasmic

reticulum due to inhibition of enzymes butyrylcholinesterase (BuChE) and mainly

acetylcholinesterase20,21

, what facilitates the contractile response of skeletal muscle20

,

blockade of adenosine receptors, altering the neuromodulation functions from the synaptic

transmission and hemostatic22

, increases the intracellular concentration of adenosine-5

'monophosphate (AMP) and guanine monophosphate (GMP) Cyclical, by inhibition from the

enzyme hydrolyzer, phosphodiesterase which activates the protein kinase A (PKA) that

phosphorylates several cytosolic proteins generating a specific cellular response between

them and lipolytic activities23,16,24

. Besides, decreases the cells sensitivity to insulin which

results in a reduced glucose storage25,26

.

The caffeine exerts beneficial effects on glucose metabolism through an increase from

the uncoupling protein expression and from the lipids oxidation which in turn reduces the

diabetes mellitus extension27

, these changes are subordinate from other components that play

an important role [28,26] (GREENBERG et. al., 2006; KATO et. al., 2009).

According to Vandenberghe et. al. (1996)29

the interaction between the caffeine and

creatine can reduce the creatine supply and the pharmacokinetics, what could affect in a

negative manner the protein synthesis process, according to the author, the Caf action in the

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calcium sarcoplasmic reticulum release induces to a chronic depletion levels of an

intracellular calcium by changing the fatigue process and damaging the protein synthesis30

,

however this understanding about the antagonistic action between the caffeine and creatine

association is being demystified by recent researches in animals31,32,8

. Even though, such

researches are rare in humans, there are still no reseaches that allow us to categorize the real

action on the physical performance, in face of this context our research comes in order to

better understand these compounds front to sports and sports nutrition.

METHODS

There were selected 16 individuals physically active, healthy with ages between 18

and 30 years old, the volunteers who were considered for the study had no history of muscle

left atrioventricular apparatus or knee join injuries and weren't making use of anabolic

steroids, as well as any nutritional supplements.

The test consisted in a protocol of 45 repetitions of extension and flexion of the knee

with constant angular speed of 120ºs on the isokinetic dynamometer Biodex, where was

monitored the torque reproduced in the extension phase as well as in the EMG activity from

the VL, VM and RF.

The volunteers were submitted to a period of three days to becoming familiar with the

protocol and adaptation to the isokinetic dynamometer and the electrodes, as soon as after this

period the control group (Con = 16) was submitted to the first test, immediately after they

begin the supplementation phase for 3 days, where the same individuals who participated in

the Con phase were submitted to supplementation with caffeine 6mg/kg (Caf)(n=16), after

this there was a detox period of 5 days.

After this detox period, it began the supplementation with Creatine 3g (Cr)(n=16),

which occurred in the period of 7 consecutive days, at the end of this period there was the

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protocol implementation from the volunteers evaluation, as soon as the period of 7 days has

remained we kept the stage of supplementation based on creatine 3g and we added

supplementation based on caffeine 6mg/kg (CrCaf) (n=16) during a period of three days, at

the end of this period there was the protocol implementation from the volunteers evaluation.

AQUISITION FROM EMG SIGNAL

The EMG activity was record by a 16 eletromyographer channels model MP150™

(Biopac System®, USA) with sampling frequency of 2000Hz. The relationship between the

differential gains and the limits of signal input was established in ⫨ . The reference

electrode (terra) was was placed on the left elbow (lateral epicondyle).

Before the beginning of each test, it was performed the trichotomy and the cleaning of

the skin with razor, alcohol and cotton. Just after the active bipolar electrodes model TSD

150™ (BIOPAC Systems®, USA) the rejection was from 95dB, with distance between the

electrodes fixed to two centimeters, the electrodes were fixed in the dominant limb with

hypoallergenic adhesive tape (Transpore) on the muscles VL, VM and RF, following the

standardization proposal by SENIAM33

.

For the capture and processing of signals, it was used the software AcqKnowledge

3.8.1™ (BIOPAC Systems®, USA). The integrals EMG signals were submitted to digital

filtering using band-pass filter to 20Hz and 500Hz and then rectified and smoothed (moving

window of 10 samples). For the analysis of the corresponding EMG signals values, we used

the normalized values from RSM – root mean square (µV) each 5s.

ISOKINETIC DYNAMOMETER BIODEX

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For the measurement of work it was used an isokinetic dynamometer from BIODEX,

model System 3 (Biodex Medical System, Shyley, NY - USA) that it was used for the

attainment of data regarding the torque produced during the maximal voluntary contractions,

concentric and eccentric isokinetic.

The qualified person was positioned sitting in the chair of the isokinetic dynamometer

and kept fixed to the same with tracks from the trunk, pelvic and thighs in order to keep the

body stability during the maximum effort. The hip and knee positioning angles were

approximately 90º of flexion (corresponding to a full extension)34,35

. The follow-up to be

tested (dominant limb) was fixed by straps, in order to maintain the motion stability. When we

position the individual in the isokinetic dynamometer chair, the knee joint axis (lateral

epicondyle thigh bone) was aligned with the rotation axis from the isokinetic dynamometer

mechanical arm.

Just after the positioning on the isokinetic dynamometer and before beginning all the

tests with the qualified person, it was required to make the dynamometer calibration and

which were defined as AWAY = 80º, TOWARD = 0º points, and the And the limb weighing

that was positioned in semi extensions from the knee at an angle of 39 degrees, to correct the

gravity action over the flexion motion (Correction factor performed by the dynamometer

software). As soon as the equipment has released the beginning of the test, which was

synchronized with the provision of information from EMG and at the same time the torque

signs, positioning, time of execution and electrical activity from the evaluated muscle on the

computer that was connected to the equipment through the software AcqKnowledge 3.8.1™

(BIOPAC Systems®, USA) allowing a better interpretation from the data.

STATISTIC

The data were extracted and treated in statistical programs GraphPad Prisma 5 and

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Origin8 where they were analyzed through ANOVA One-Way, the torque values were

quantified and paired trough repeated measures ANOVA and Tukey´s Multiple Comparison

Test and Tukey to compare the obtained results with the evaluations from different

supplementation protocols. Variance analyzes (ANOVA one-way) maximum work and

maximum torque normalized and index of muscle fatigue.

RESULTS

The 1ST

figure shows the values from normalized RMS, acquired by the medical values

from the VL, RF, VM muscles EMG during the implementation of the knee extension on the

isokinetic dynamometer Biodex, statistically significant difference (p<0,05) it was found in

groups, in relation to Pre group we can observe that there was a greater signal activation in the

groups supplemented with caffeine2,36

which reached higher values compared to other groups.

In relation to the Pre group, the Caf group reached an increase of 4,57% in the EMG activity

during the whole work, the CrCaf group reached an increase of 3,07%, and the group

supplemented with Creatine 3g (Cr) had a significant decrease of 17,07% in the EMG activity,

as we can see in the 1ST

figure.

1ST

Figure: Median Frequency (Hz), RMS values normalized by the eletromyographic activity

from the evaluated muscles, the results were statistically significantly *, # (p <0,05), δ no

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significant.

In the graphics below 2A and 2B we can observe the behavior of the curves that show

a drop in the work or torque efficiency, for a better visualization we divided into two parts the

45 executions, in which the graph 2A is characterized from the beginning of the test tol the

twenty-fifth (25ª) execution, the graphic 2B is characterized from the twenty-fifth to the forty-

fifth (45ª) execution from the dynamometer protocol, where we can observe a similar

behavior in all the groups. These values are consistent with the fatigue pattern generated

during protocols with higher executions numbers and intermediate speed37,38,39

.

2nd

Figure: The torque behavior generated along the 45 executions of knee extension

on the isokinetic dynamometer, 2A is characterized from the beginning of the test tol the

twenty-fifth (25ª) execution, the graphic 2B is characterized from the twenty-fifth to the forty-

fifth (45ª) execution the results were statistically significantly *, # (p <0,05).

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We found an increase of 4,25% in the amount of torque generated by the Caf group, an

increase of 3,45% in the Cr and 5,79% in the CrCaf group, these values testify the data from

the electromyographic activity in the1ST

Figure.

In the 3rd

figure we can observe the behavior in the peak torque and the fatigue values

from % (B) generated during the study, there was no significant difference in these values

between the groups, even though we observe an interesting decrease over the fatigue in CrCaf

group.

3rd

Figure: On (A) we see a peak torque and on (B) the fatigue generated during the

whole work on the isokinetic dynamometer (p>0,05).

Although the peak torque data and % fatigue do not show significant differences front

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to the protocol used, these data are complementary and may not change the importance of the

results found front to the Cr and Caf supplementation.

We can observe in the 1ST

Graphic the comparison of the torque produced in relation

to the total run time of sequel on the isokinetic dynamometer, where we can observe that in

some groups while the manifestation of torque has been increased the time of work execution

was reduced, which associated with the data already exposed confirms the effectiveness of the

protocol used.

1ST

Graphic: The correlation between the torque produced and the time for execution

of work.

Con Caf Cr CrCaf

Peak Torque (N-

M) 179,7 ± 35,0 179,1 ± 29,2 170,4 ± 28,3 175,0 ± 25,3

Work Fatigue (%) 53,9 ± 9,8 53,9 ± 10,9 53,3 ± 8,0 51,4 ± 10,2

Time (S) 69,3 ± 6,5 66,7 ± 7,4 65,4 ± 7,6 65,4 ± 6,1

DISCUSSIONS

It has been demonstrated on the 1st figure that the caffeine ingestion increase the EMG

activity from both groups, the Caf group and the CrCaf group, a possible explanation for this

result is due to caffeine inhibit the action from the Butyrylcholinesterase (BuChe) e mostly

the Acetylcholinesterase enzymes (AChE)40,41

.

Another important finding in our study was that the CrCaf group obtained values in

the EMG activity similar to the Caf group which demonstrates that the association between

these two compounds don't interfere with the ergogenic action of one another which is

contrary to some studies42,43

which suggested that this association can inhibit or even

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eliminate the ergogenic action from the supplementation, so being wrong the ingestion of

these two ergogenic simultaneously.

We found another animator data, when we analyzed the torque production throughout

the work (2nd

figure) we observed that there were a significant torque increment (p<0,001),

these values can be explained in the groups supplemented with Cr that increase in the PCr

concentration by the Cr supplementation in the skeletal muscle tissue, can improve the ability

to resynthesize ATP (Adenosine Triphosphate)44,4

, this means, it provides energy during high-

intensity exercise and decreasing the reliance on anaerobic glycolysis to attend the demand for

energy during the maximum workloads5,45

, it also reducing the concentration on the

intramuscular H+

accumulation, increases the buffering capacity46,47,48,8

, that, in turn, increases

the force production force and delays the fatigue onset.

Although interestingly the group who achieved greater torque values was the CrCaf

group achieving an increase of 5,79%, these findings corroborate with the findings from other

authors, although found with researches in animals31,32

indicating that occurs an ergogenic

action potentiation and perhaps a complement of actions, that joins these two compounds.

Despite the fact that we found significant values in EMG activity and torque did not

find changes in the peak torque and nor in the fatigue index (3rd

figure) despite the fact that

we observe a fatigue decrease around 4.58% in CrCaf group, but it was not significant

(p>0,05).

In the 1ST

graphic when we correlated the torque produced during all the work and the

total time that the evaluated led to perform all the protocol it was perceived that the

supplemented groups obtained higher values of torque at lower total time, and the group

CrCaf got the best correlation torque and time.

Perhaps a point of limiting our research is the fact that we did not perform tests of

dosages of metabolites such as Creatine dosage absorption by the tissue which could provide

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further explanation due to this physiological function in stock13

, however this technique

requires costly equipment and acquisition of skeletal muscle tissue for analysis, which

precluded any such tests.

From the analyzed data we were able to determine that the caffeine ingestion

generated improves mainly on the EMG activity, and the Cr ingestion improved mainly the

rate torque production in the protocol used, however we obtained better results when

combined the two substances CrCaf, in which we observed an improvement in both EMG

activity and the torque production.

In front of this context, new possibilities for the Cr and Caf administration, front

several physical training methodologies, aiming an improvement in the performance, this way

leading to new research on the different dosages or different intensities of work.

CONCLUSION

Scientifically the balance from the evidence indicates that the consumption of caffeine

at 6 mg/kg, associated with creatine 3g during 7 days generated significant change in the

resistant performance.

We observed significant torque increase on the supplemented groups with Cre 3g and

Caf, logically the group supplemented with association from these two generated data more

significant which proves that the caffeine action does not inhibit the Cr ergogenic effects, but

potentiates them, providing higher results where the supplementation was reconciled in

comparison to the isolated supplementation.

COMPETING INTERESTS

The authors declare that they do not have conflicting interests.

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AUTHORS CONTRIBUTIONS

The authors have read and approved the final manuscript.

Author contributions: D.P.J. and A.C.M. conception and design of research; D.P.J.,

T.M.F.S, L.V.S.N., and A.C.M. performed experiments; D.P.J., R.A.S and A.C.M. analyzed

data; D.P.J., R.A.S and A.C.M. interpreted results of experiments; D.P.J. and A.C.M. prepared

figures; D.P.J., F.F.S and A.C.M. drafted manuscript; D.P.J., F.F.S and A.C.M. edited and

revised manuscript.

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A CAFEÍNA POTENCIALIZA O EFEITO ERGOGÊNICO DE ALTAS DOSES DE

CREATINA

Diego Pereira Jerônimo1, 2

, Moisés Diego Germano2, Luiz Vieira da Silva Neto

1, Renato

Aparecido de Souza3, Fabiano Fernandes da Silva

3, Antônio Carlos de Moraes

1.

1 Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Avenida

Érico Veríssimo, 701, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Barão Geraldo CEP 13.083-851,

Campinas, SP, Brasil.

2 Departamento de Educação Física , Faculdades integradas ASMEC / UNISEP, Av. Prof. Dr.

Antônio Eufrásio de Toledo, 100, CEP 37.572-000, Ouro Fino, MG, Brasil.

3 Grupo de Pesquisa em Ciências da Saúde (GEP-CS), Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS), Campus Muzambinho, Rua Dinah,

Bairro Canaã, 75, Muzambinho, Minas Gerais 37890-000, Brasil.

Address correspondence to Diego Pereira Jerônimo, Faculty of Physical Education, State

University of Campinas (UNICAMP), Av. Érico Veríssimo, 701, City University Zeferino

Vaz, Barão Geraldo CEP 13.083-851, Campinas, SP, Brazil. Tel.: +55 35 9839-1004.

Electronic mail: [email protected]

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Resumo: Embora sejam amplamente conhecidos os efeitos ergogenicos tanto da creatina

quanto da cafeína ainda não temos evidencias científicas suficientes sobre a conciliação destes

dois ergogenico sobre a performance. Diante desta questão o presente estudo investigou a

ação da suplementação de creatina e cafeína sobre a ativação neuro muscular, fadiga e torque.

Foram selecionados dos 16 indivíduos físicamente ativos, saudáveis com idades entre 18 e 30

anos, os indivíduos foram suplementados com cafeína (6mg/kg) (Caf) durante 3 dias,

posteriormente foram suplementados com creatina (20g/dia) (Cr Higt), durante 7 dias,

associação de cafeína e creatina (CrCaf Higt), e suplementação placebo (Pla). Após os

periodos de suplementação foram submetidos ao teste de extensão de joelho no dinamómetro

isocinético onde foi monitorada da atividade eletromiográfica (EMG) da musculatura. O

protocolo de teste se consistiu em 45 repetições de extensão e flexão de joelho com

velocidade constante angulares de 1200/s no dinamómetro isocinético Biodex, onde foi

monitorado o torque na faze de extensão bem como a atividade EMG dos músculos vasto

lateral (VL), vasto medial (VM) e reto femoral (RF). Podemos observar nos grupo CrCaf Higt

uma menor ativação de UMs através dos valores de RMS (p<0,05), o que corrobora com os

valores obtidos de MDF que apresentaram nestes mesmos grupos valores de 5,67% menos

fadiga (p<0,05) e um torque total de 7,47% maior (p<0,05). Diante destes resultados a

associação de creatina e cafeína provou ajudar a melhorar o torque total e retardar a

manifestação da fadiga o que pode influenciar diretamente no desempenho de exercícios de

alta intensidade em uma variedade de esportes.

Palavra-chave: Creatina; Suplementos Dietéticos; Eletroneuromiografia; Dinamômetro.

Abstracty: Although widely known the ergogenic effects of creatine as much caffeine we do

not have sufficient scientific evidence on the reconciliation of these two ergogenic on

performance. Faced with this question the present study investigated the action of creatine and

caffeine supplementation on neuromuscular activation, fatigue and torque. We selected the 16

active, physically healthy individuals aged between 18 and 30 years, individuals were

supplemented with caffeine (6mg / kg) (Caf) for 3 days, were later supplemented with

creatine (20g / day) (Cr Higt) for 7 days, combination of caffeine and creatine (CrCaf higt)

and placebo supplementation (PLA). After the supplementation periods underwent knee

extension test in the isokinetic dynamometer which was monitored electromyographic (EMG)

activity of the muscles. The testing protocol consisted of 45 repetitions of extension and knee

flexion with constant angular velocity of 1200 / s in isokinetic dynamometer Biodex, which

was monitored torque to the extent of doing and the EMG activity of the vastus lateralis (VL)

vastus (VM) and rectus femoris (RF). We can see in CrCaf Higt group less activation MUs

through the RMS values (p <0.05), which agrees with the values of MDF presenting these

same groups 5.67% values less fatigue (p <0 , 05), and a total torque increased 7.47% (p

<0.05). Given these results creatine and caffeine proved association help improve the total

torque and delay the onset of fatigue which can directly influence the performance of high-

intensity exercise in a variety of sports.

Keyword: Creatine; Dietary Supplements; Electromyography; Dynamometer.

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INTRODUÇÃO

Recentemente, o consumo de suplementos alimentares tornou-se altamente difundido e

adotado por atletas e esportistas em busca de uma melhora na performance física e para saúde

geral do indivíduo, estes suplementos alimentares são caracterizados como recursos

ergogênicos que são substâncias ou fenômenos que melhoram o desempenho do indivíduo. O

termo é derivado de duas palavras gregas: “ergon” (trabalho) e “gennan” (produzir).

Diversos estudos indicam os benefícios gerados pela suplementação1,2,3

entre outros,

indicam que a ingestão destes suplementos alimentares pode reduzir a fadiga4,5

, o nível de

lesões e/ou repará-las mais rapidamente, otimizar os depósitos de energia6,7

, devido a estes

benefícios ocorre um maior procura e consumo destes produtos.

Dentre os diversos compostos disponíveis no mercado dois se destacam, a Caf e a Cr,

sendo estes responsáveis pela maior parte das vendas de suplementos durante os últimos

anos4,8

, principalmente a Cr que em 2000, foi estimado segundo American College of Sports

Medicine um consumo mundial de 2500 toneladas [4] (GREENHAFF, 2001). Em se tratando

de um mercado que cresce a cada ano como resultado da utilização por atletas profissionais

assim tornando mais notório sua ação [9] (WILDER et. al., 2001). Além disso, a Cr nem Caf

constam atualmente na lista de substâncias proibidas de qualquer federação esportiva10,11

.

Neste sentido, há uma maior necessidade de investigação científica para melhor determinar a

ação destas substancias sobre a performance física.

A Cr desempenha um papel importante no fornecimento de energia rápida durante a

contração muscular envolvendo a transferência de um grupo fosfato a partir da fosfocreatina

(PCr) para ADP para regenerar ATP através de uma reação reversível catalisada pela

creatinofosfoquinase (PCK)12,13

. Fisiologicamente, a Cr é utilizada predominantemente por

tecidos com alta demanda de energia4,7

. O principal local de armazenamento da Cr é o tecido

muscular esquelético no qual se concentra cerca de 95% do total de Cr do corpo9,13

.

Inserida no contesto esportivo desde a década de 90 a suplementação de Cr tornou-se

um recurso ergogênico que auxilia o aumento da performance em exercícios físicos14

devido a

uma redução da degradação proteica muscular ou um incremento no aumento da síntese de

proteína, e/ou indiretamente como resultado da maior carga de treinamento realizada em

função de seu efeito ergogênico15,16,7

, mecanismos como o aumento no mRNA da miosina de

cadeia pesada e expressão proteica16

, aumento do líquido na retenção de nitrogênio17,18,19

e

efeito anticatólico em alguns tecidos19

.

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A ingestão de cafeína também gera efeitos fisiológicos interessantes sobre a

performance física, a nível celular aumenta da liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático

devido à inibição das enzimas butirilcolinesterase (BuChE) e principalmente

acetilcolinesterase20, 21

, o que facilita a resposta contrátil do músculo esquelético20

, bloqueio

dos receptores de adenosina, alterando as funções de neuromodulação da transmissão

sináptica e hemostáticos22

, aumenta a concentração intracelular de adenosine monophosphate

(AMP) e guanosina monofosfato (GMP) cíclicos, por inibição da enzima hidrolisadora, a

fosfodiesterase o que ativa a proteína kinase A (PKA) que fosforila (phosphorylates) diversas

proteínas citosólicas específicas gerando resposta celular entre elas a atividade lipolítica23,16,24

.

Além disso, diminui a sensibilidade das células à insulina o que resulta num diminuído

armazenamento da glicose25,26

.

A Cafeína exerce efeitos benéficos no metabolismo da glicose através de um

aumento da expressão da proteína de desacoplamento e a oxidação de lipídios que por sua vez

reduz a extensão da diabetes mellitus27

, estas alterações são dependentes de outros

componentes que desempenham um papel importante28,26

.

Segundo Vandenberghe et. al. (1996)29

a interação da cafeína com a creatina pode

reduzir os estoques e a farmacocinética da creatina, que poderia afetar negativamente o

processo da síntese proteica, segundo o autor, a ação da Caf na liberação de cálcio do retículo

sarcoplasmático induz uma depleção crônica nos níveis intracelulares de cálcio alterando o

processo de fadiga e prejudicando a síntese proteica30

, porém este entendimento de ação

antagônica da associação da cafeína a creatina vem sendo desmistificada pelas recentes

pesquisas com animais31,32,33

, ainda assim, tais pesquisas são raras com humanos, ainda não

existem pesquisas que nos permitam categorizar a real ação sobre a performance física, diante

deste contexto nossa pesquisa vem no intuito de melhor compreendermos estes compostos

frente ao esporte e nutrição esportiva.

MÉTODOS

Os protocolos deste estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP sob Certificado de

Apresentação para Apreciação Ética 24594713.7.0000.5404.

Foram selecionados 16 indivíduos fisicamente ativos, saudáveis com idades entre 18 e

30 anos, foram considerados para o estudo os voluntários que não apresentavam histórico de

lesão músculo tendinea ou articular no joelho e não estivessem fazendo uso de esteroides

anabolizantes, assim como quaisquer suplementos nutricionais.

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O teste se consistiu em um protocolo de 45 repetições de extensão e flexão de joelho

com velocidade constante angular de 1200s no dinamômetro isocinético Biodex, onde foi

monitorado o torque gerado na faze de extensão bem como a atividade EMG dos músculos

vasto lateral (VL), vasto medial (VM) e reto femoral (RF).

Os voluntários foram submetidos a um período de três dias para familiarização ao

protocolo e adaptação ao dinamômetro isocinético e aos eletrodos, logo após este período o

grupo controle (Con = 16) foi submetido ao primeiro teste, imediatamente após iniciaram a

fase de suplementação por três dias, onde os mesmos indivíduos que participaram da fase Con

foram submetidos à suplementação com 6mg/kg de cafeína (Caf) (n=16), após este houve um

período de 5 dias de desintoxicação.

Após a fase de desintoxicação iniciou-se a suplementação com Creatina 20g (Cr high)

(n=16) a qual foi fracionada em 4 porções de 5g a cada 15 minutos por dia, durante 7 dias

consecutivos, ao termino do período houve a execução do protocolo de avaliação dos

voluntários, logo após o mesmo manteve-se a fase de suplementação de Creatina 20g e

acrescentou-se a suplementação com 6mg/kg de Cafeína (CrCaf high) (n=16), durante um

período de três dias, logo após o termino houve a execução do protocolo de avaliação os

voluntários, havendo um período de 7 dias sem a utilização de nenhuma suplementação, e

iniciou-se a suplementação placebo (Pla).

AQUISIÇÃO DO SINAL EMG

A atividade EMG foi registrada por um eletromiógrafo de 16 canais modelo MP150™

(Biopac System®, USA) com frequência de amostragem de 2000 Hz. A relação entre os

ganhos diferenciais, e os limites de entrada de sinal foi estabelecida em ± 5 mV. O eletrodo de

referência (terra) foi posicionado no cotovelo do membro esquerdo (epicôndilo lateral).

Antes do inicio de cada teste, foi realizada a tricotomia e limpeza da pele com lamina

para afeitar, álcool e algodão. Logo após os eletrodos bipolares ativos modelo TSD 150™

(BIOPAC Systems®, USA) modo de rejeição foi de 95 dB, com distância intereletrodos fixa

de dois centímetros, foram fixados com fita adesiva hipoalergênica (Transpore) no membro

dominante, sobre os músculos vasto lateral (VL), vasto medial (VM) e reto femoral (RF),

seguindo a padronização proposta pelo SENIAM34

.

Para a captação e processamento dos sinais foi utilizado o software AcqKnowledge

3.8.1™ (BIOPAC Systems®, USA). Os sinais EMG brutos foram submetidos à filtragem

digital utilizando filtro passa-banda de 20Hz e 500Hz e em seguida, retificados e suavizados

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(janela móvel de 10 amostras). Para análise dos valores correspondentes aos sinais EMG

utilizou-se os valores normalizados de RSM – root mean square (μV) a cada 5 s.

DINAMÔMETRO ISOCINÉTICO BIODEX

Para mensuração do trabalho foi utilizado um dinamômetro isocinético da marca

BIODEX, modelo System 3 (Biodex Medical System, Shyley, NY-USA) foi utilizado para a

obtenção de dados referente ao torque produzido durante contrações voluntárias máximas

isocinética concêntricas e excêntricas.

O avaliado foi posicionado sentado na cadeira do dinamômetro isocinético e mantido

fixo á mesma com faixas junto ao tronco, pelve e coxa, a fim de manter a estabilidade

corporal durante o esforço máximo. Os ângulos de posicionamento do quadril e do joelho

foram em aproximadamente 900 de flexão (0 correspondente a extensão completa)

35,36. O

seguimento a ser testado (membro dominante) foi fixado por meio de cintas, a fim de manter a

estabilidade do movimento. Ao posicionar o indivíduo na cadeira do dinamômetro

isocinético, o eixo da articulação do joelho (epicôndilo lateral do fêmur) foi alinhado com o

eixo de rotação do braço mecânico do dinamômetro isocinético.

Logo após o posicionamento do avaliado no dinamômetro Isocinético e antes de todos

os testes foi necessário à calibração do dinamômetro as quais foram definidas como ponto

AWAY = 800, ponto TOWARD = 0

0 e a pesagem do membro que era posicionado em

semiextensão do joelho em angulação de 39 graus, para corrigir a ação da gravidade sobre o

movimento de flexão (fator de correção realizado pelo próprio software do dinamômetro).

Logo após o próprio equipamento liberava o inicio do teste, o qual sincronizado com o EMG

fornecia ao mesmo tempo os sinais de torque, posicionamento, tempo de execução e atividade

elétrica do músculo avaliado no computador conectado aos equipamentos através do sofware

AcqKnowledge 3.8.1™ (BIOPAC Systems®, USA) permitindo uma melhor interpretação dos

dados.

ESTATÍSTICA

Os dados foram extraídos e tratados e analisados através de ANOVA One-Way, os

valores de torque foram quantificados através de medidas repetidas ANOVA e "Tukey's

Multiple Comparison Test" pareado e Tukey para comparar os resultados obtidos com as

avaliações dos diferentes protocolos de suplementações. Análises de variância (ANOVA one-

way) trabalho máximo e torque máximo normalizado e índice de fadiga muscular.

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RESULTADOS

A figura 1 mostra os espectros sobrepostos dos grupos Con, Caf, Cr High, CrCaf High

e Pla, na figura 1 (A) mostra Frequência mediana, observamos que a queda nos valores é mais

lenta e menos acentuada durante o tempo de exercício quando comparado com o grupo Con (p

< 0,05). Na figura 1 (B) onde mostra os valores normalizados de RMS observamos diferença

estatisticamente significativa, em relação ao grupo Pla (p < 0,05), podemos observar que

houve uma maior ativação do sinal no grupo Placebo.

Figura 3: Valores da Frequência mediana (Hz) e RMS normalizados na Atividade

eletromiográfica dos músculos avaliados, os resultados foram estatisticamente

Significativamente *, # (p < 0,05), o δ significativa.

Na Figura 4 podemos observar o comportamento característico da curva que exibem a

queda na eficiência do trabalho ou torque, porém o grupo CrCaf Higt observamos um nível de

produção de torque significativamente (p < 0,05) mais elevado que os outros grupos. O que

pode ser explicado pela elevação dos estoques intramusculares de PCr.

Figura 4: Comportamento do torque gerado ao longo das 45 execuções de extensão de joelho

no dinamômetro isocinético, os resultados foram estatisticamente Significativamente *, # (p <

0,05), o δ significativa.

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Na tabela 1 podemos observar a comparação do pico de torque, os valores de % de

fadiga e o tempo médio gasto para execução das 45 repetições do protocolo, não houve

diferença significativa (p < 0,05) nestes valores entre os grupos apesar de observarmos um

interessante aumento nos valores do Pico de Torque no grupo CrCaf High, uma queda sobre o

percentual de fadiga no grupo Cr High, um aumento nos valores do Pico de Torque no grupo

CrCaf High.

Tabela 1: Valores médios e desvio-padrão do Pico de Torque, Fadiga e Tempo do protocolo

desenvolvido pelos grupos. Comparação das medias através do teste de variância ANOVA

para dois fatores.

Peak Torque Work Fatigue Time

Con 179,7 ± 35,0 53,9 ± 9,8 69,3 ± 6,5

Caf 179,1 ± 29,2 53,9 ± 10,9 66,7 ± 7,4

Cr High 170,7 ± 31,0 46,7 ± 14,0 63,6 ± 7,2

CrCaf High 186,4 ± 29,1 54,1 ± 9,6 64,7 ± 5,2

Pla 173,6 ± 35,6 48,0 ± 12,9 62,7 ± 8,0

Apesar dos dados de pico de torque e % de fadiga não apresentarem diferenças

significativas frente ao protocolo utilizado, estes dados são complementares e não podem

alteram a importância dos resultados encontrados frente à suplementação de Cre e Caf.

DISCUSÃO

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Está claro pela literatura científica especializada que o fenômeno da fadiga muscular

altera certas faixas de frequência do sinal EMG assim temos a possibilidade de se detectar a

instalação desse processo através da observação de indicadores relacionados à densidade de

seu espectro de frequência20,21

. Em situações de fadiga são observados simultaneamente

aumento nos componentes de baixa frequência e, de forma mais discreta, diminuição nos de

alta frequência34

.

Foi demonstrado na figura 1ª onde analisamos a Frequência mediana (mV) que a

ingestão de cafeína proporcionou uma menor queda a atividade EMG tanto do grupo Caf

quanto CrCaf High, a queda mais lenta desse parâmetro durante o tempo de exercício quando

comparado entre os grupos mostra que houve menor susceptibilidade de fadiga. Já o a figura

1B com valores de RMS (%) observamos alteração nos padrões de ativação, uma possível

explicação para isso, ocorrer devido à cafeína inibir a ação das enzimas butirilcolinesterase

(BuChE) e principalmente acetilcolinesterase (AChE)41,42

que na junção neuromuscular tem a

função de hidrolisar o neurotransmissor Acetilcolina ACh em acetato e colina, a ação mais

intensa da ACh devido à inibição da AChE é capaz de aumentar a duração de ação do

neurotransmissor, prolongando a duração do período ativo da sinapse20,21

.

Outro dado importante do nosso estudo foi no grupo CrCaf High que obtiveram

valores na atividade EMG similares ao grupo Caf o que demonstra que a associação destes

dois compostos não interfere na ação ergogênico um do outro o que é contrario a alguns

estudos43,44

os quais propuseram que esta associação pode inibir ou até eliminar a ação

ergogênico da suplementação sendo então errada a ingestão destes dois ergogênicos

simultaneamente.

Encontramos outro dado animador, quando analisamos a produção de torque durante

todo o trabalho (Figura 2 e 4) observamos que houve um incremento significativo (p<0,001)

no torque, principalmente no grupo CrCaf High, estes valores podem ser explicados pois a

suplementação com Cr aumenta a concentração de PCr no tecido muscular esquelético o que

melhora habilidade de ressíntese de ATP (Adenosina trifosfato)45,4

, isto é, fornecer energia

durante exercício de alta intensidade diminuindo a dependência da glicólise anaeróbia para

atender às demandas de energia durante as cargas de trabalho supra máximas5,46

, também

reduzindo a concentração no acumulo de H+ intramuscular, aumentar a capacidade de

tamponamento47,48,49,33

, o que por sua vez, aumenta a produção de força e retarda o

aparecimento da fadiga.

Interessantemente o grupo que alcançou maiores valores de torque foi o grupo CrCaf

High conseguindo a menor perda relativa de 13,8% em ralação a outros grupos, estes achados

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corroboram com aos de outros autores, porém encontrados com pesquisas em animais31,32

indicando que ocorre uma potencialização da ação ergogênico e talvez um complemento das

ações, ao se associar este dois compostos.

Como encontramos valores significativos na atividade EMG e no torque,

interessantemente não encontramos alterações no pico de torque e nem no índice de fadiga

(tabela 1).

Na tabela 1 quando correlacionamos o torque produzido durante todo o trabalho e o

tempo total que o avaliado levou para executar todo o protocolo percebeu-se que o grupo

CrCaf High obtive maior valor de torque em menores tempos totais, obtendo a melhor

correlação torque e tempo.

Talvez um ponto limitante de nossa pesquisa seja o fato de não termos efetuado testes

de dosagens de metabólitos tais como dosagem de absorção de Creatina pelo tecido o qual

poderia nos fornecer maiores explicações devido a este ação fisiológica nos estoques13

, porém

esta técnica necessita de equipamentos de alto custo e aquisição de tecido muscular

esquelético para análise, o que inviabilizou tais testes.

A partir dos dados analisados podemos determinar que a ingestão de cafeína gerou

melhora principalmente sobre a atividade EMG, e a ingestão de creatina promoveu melhora

principalmente na taxa de produção de torque no protocolo utilizado, porém obtivemos

melhores resultados quando associada as duas substancias Creatina e Cafeína, na qual

observamos melhora tanto na atividade EMG quanto na produção de torque.

Diante deste contesto surgem novas possibilidades para administração da destes

compostos frente às diversas metodologias de treinamento físico, objetivando uma melhora na

performance, assim cabendo novas pesquisas quando a diferentes dosagens ou a diferentes

intensidades de trabalho.

CONCLUSÃO

O consumo de cafeína associado com creatina em baixa dosagem gera significativa

melhora no desempenho físico tanto na produção de torque quanto no retardo na manifestação

da fadiga, principalmente quando associada à alta dosagem de creatina. Podendo a associação

destes dois compostos, influenciar diretamente no desempenho de exercícios de alta

intensidade em uma variedade de esportes.

REFERENCIA

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101

10 CONSIDERAÇÕES

A partir dos dados analisados sugere-se que a ingestão de cafeína gerou melhora

principalmente sobre a atividade EMG, e a ingestão de creatina promoveu melhora

principalmente na taxa de produção de torque no protocolo utilizado.

Diante deste contexto surgem novas possibilidades para administração da destes

compostos frente às diversas metodologias de treinamento físico, objetivando uma melhora na

performance, assim cabendo novas pesquisas quando a diferentes dosagens ou a diferentes

intensidades de trabalho.

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ANEXO

Estudo 1

Peak Torque Work Fatigue Time

Con 179,7 ± 35,0 53,9 ± 9,8 69,3 ± 6,5

Caf 179,1 ± 29,2 53,9 ± 10,9 66,7 ± 7,4

Cr 170,4 ± 28,3 53,3 ± 8,0 65,4 ± 7,6

CrCaf 175,0 ± 25,3 51,4 ± 10,2 65,4 ± 6,1

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Estudo 2

Peak Torque Work Fatigue Time

Con 179,7 ± 35,0 53,9 ± 9,8 69,3 ± 6,5

Caf 179,1 ± 29,2 53,9 ± 10,9 66,7 ± 7,4

Cr High 170,7 ± 31,0 46,7 ± 14,0 63,6 ± 7,2

CrCaf High 186,4 ± 29,1 54,1 ± 9,6 64,7 ± 5,2