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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
MAURICIO FABIANO PAGANINI RODRIGUES
ESTUDO SOBRE OS REGULAMENTOS QUE REGEM AS OPERAÇÕES AÉREAS DE
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA CIVIL E CARTAS DE ACORDO OPERACIONAL
COM PROVEDORES DE SERVIÇOS DE NAVEGAÇÃO AÉREA
Palhoça
2018
MAURICIO FABIANO PAGANINI RODRIGUES
ESTUDO SOBRE OS REGULAMENTOS QUE REGEM AS OPERAÇÕES AÉREAS DE
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA CIVIL E CARTAS DE ACORDO OPERACIONAL
COM PROVEDORES DE SERVIÇOS DE NAVEGAÇÃO AÉREA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas,
da Universidade do Sul de Santa Catarina, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel.
Orientador: Prof. Orlando Flávio Silva, Esp.
Palhoça
2018
MAURICIO FABIANO PAGANINI RODRIGUES
ESTUDO SOBRE OS REGULAMENTOS QUE REGEM AS OPERAÇÕES AÉREAS DE
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA CIVIL E CARTAS DE ACORDO OPERACIONAL
COM PROVEDORES DE SERVIÇOS DE NAVEGAÇÃO AÉREA
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado
adequado à obtenção do título de Bacharel em
Ciências Aeronáuticas e aprovado em sua forma
final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da
Universidade do Sul de Santa Catarina.
Palhoça, 21 de junho de 2018.
___________________________________________
Prof. e Orientador Orlando Flávio Silva, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
___________________________________________
Prof. Hélio Luís Camões de Abreu, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico este trabalho àqueles que vinte e quatro
horas por dia e sete dias por semana, estão
trabalhando em prol da vida e da segurança da
população.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente a minha mãe, que me apoiou de diversas formas durante o
curso, especialmente durante a elaboração deste trabalho.
Agradeço aos professores e colegas que me ajudaram na construção do saber durante
todo o curso.
E agradeço aos integrantes do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros
de Santa Catarina, do Batalhão Aéreo da Polícia Militar de Santa Catarina, da INFRAERO de
Navegantes e de Joinville, do Aeroporto Regional Sul, de Jaguaruna, e do Aeroporto Serafin Enoss
Bertaso, de Chapecó, pelo apoio que me deram na expectativa de se realizar uma pesquisa de
campo. Infelizmente ela não pôde ser realizada, devido prazos regulamentares incompatíveis com
a data de entrega deste Trabalho de Conclusão de Curso.
RESUMO
Importante fator em missões de segurança pública e defesa civil, o uso de aeronaves e tripulação
capacitada é certeza de um serviço ágil e eficaz. No Brasil, foram criadas e impostas diretrizes
legais que amparam as operações aéreas dessa natureza. A ANAC e o DECEA impõem, cada um
em sua esfera de atuação, regulamentos com direitos e deveres aos operadores das aeronaves
correlatas. Enquanto o RBHA 91, em sua “Subparte K – Operações Aéreas de Segurança Pública
e/ou Defesa Civil”, trata dos parâmetros legais das aeronaves e pilotos, a “AIC-N 27/14 –
Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou de Defesa Civil” trata das regras do ar que devem
ser seguidas enquanto tripulação e aeronave estiverem engajadas em missão. Por fim, a “CIRCEA
63-5 – Orientações para a elaboração de Carta de Acordo Operacional” trata de como os órgãos
(prestadores de serviços de navegação aérea e de segurança pública e/ou defesa civil), devem
elaborar acordos entre si para estabelecer procedimentos visando a melhor prestação dos serviços.
Esta pesquisa analisou os três regulamentos usando da pesquisa de natureza básica, método
dedutivo, abordagem quantitativa, fins exploratórios e procedimento documental e concluiu que
eles têm em comum dar legitimidade à agilidade que as missões aéreas de segurança pública e/ou
defesa civil necessitam.
Palavras-chave: Operações Aéreas. Segurança Pública. Defesa Civil. ANAC. DECEA.
ABSTRACT
Important factor in public security and civil defense missions, the use of aircraft and qualified crew
is assured of an agile and effective service. In Brazil, legal guidelines have been created and
enforced that support air operations of this nature. ANAC and DECEA impose, each in their sphere
of action, regulations with rights and duties to the operators of related aircrafts. While the RBHA
91, in its “Subparte K – Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou Defesa Civil” (Subpart K –
Public Security and/or Civil Defense Air Operations), deals with the legal parameters of aircraft
and pilots, the "AIC-N 27/14 – Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou de Defesa Civil”
(Public Security and/or Civil Defense Air Operations) deals with the rules of the air that must be
followed while crew and aircraft are engaged in a mission. Finally, "CIRCEA 63-5 – Orientações
para a elaboração de Carta de Acordo Operacional” (Guidelines for the elaboration of a Letter of
Operational Agreement) deals with how agencies (providers of air navigation services and public
security and/or civil defense), establish procedures for the best provision of services. This research
examined the three regulations using basic nature research, deductive method, quantitative
approach, exploratory purposes and documentary procedure and concluded that they have in
common to give legitimacy to the agility that public security and/or civil defense air missions need.
Keywords: Air Operations. Public Security. Civil Defense. ANAC. DECEA.
LISTA DE SIGLAS
AIC – Circular de Informação Aeronáutica (Aeronautical Information Circular)
ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil
ATS – Serviço de Tráfego Aéreo (Air Traffic Service)
CAOp – Carta de Acordo Operacional
CIRCEA – Circular Normativa do Controle do Espaço Aéreo
CINDACTA – Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
DAC – Departamento de Aviação Civil
DECEA – Departamento do Controle do Espaço Aéreo
ICA – Instrução do Comando da Aeronáutica
PSNA – Provedor de Serviço de Navegação Aérea
RAB – Registro Aeronáutico Brasileiro
RBAC – Regulamento Brasileiro da Aviação Civil
RBHA – Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica
RPA – Aeronave Remotamente Pilotada (Remotely Piloted Aircraft)
SAR – Busca e Salvamento (Search and Rescue)
SISSAR – Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico
SRPV – Serviço Regional de Proteção ao Voo
SSP – Secretaria de Segurança Pública
VFR – Regras de Voo Visual (Visual Flight Rules)
VMC – Condições Meteorológicas de voo Visual (Visual Meteorological Conditions)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ............................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 13
1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 13
1.4 METODOLOGIA .................................................................................................................. 14
1.4.1 Natureza da pesquisa e tipo de pesquisa ......................................................................... 14
1.4.2 População amostra ou Sujeitos da pesquisa ou Materiais e métodos ........................... 14
1.4.3 Procedimentos de coleta de dados .................................................................................... 15
1.4.4 Procedimentos de análise dos dados ................................................................................ 15
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO..................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................... 16
2.1 RBHA 91 SUBPARTE K - OPERAÇÕES AÉREAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E/OU
DE DEFESA CIVIL ..................................................................................................................... 17
2.1.1 Conceituação ...................................................................................................................... 17
2.1.2 Aeronaves utilizadas, Tripulações, Habilitação, Treinamento e Proficiência .............. 18
2.1.3 Condições Especiais de Operação..................................................................................... 19
2.2 AIC-N 27/14 OPERAÇÕES AÉREAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E/OU DE DEFESA
CIVIL ............................................................................................................................................ 20
2.2.1 Disposições Preliminares e Introdução ............................................................................ 20
2.2.2 Procedimentos .................................................................................................................... 20
2.2.3 Condições Especiais de Operação..................................................................................... 21
2.3 CIRCEA 63-5 ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE CARTA DE ACORDO
OPERACIONAL .......................................................................................................................... 23
2.3.1 Disposições Preliminares ................................................................................................... 23
2.3.2 Disposições Gerais .............................................................................................................. 23
2.3.3 Orientações sobre a Elaboração, Publicação Normativa, Revisão, Suspensão ou
Cancelamento .............................................................................................................................. 24
3 CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 25
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 26
ANEXO A – Modelo de CAOp, conforme CIRCEA 63-5/2014 .............................................. 28
12
1 INTRODUÇÃO
Conforme o Comando da Aeronáutica (2015), Provedor de Serviço de Navegação
Aérea (PSNA) é um órgão operacional que presta um ou mais serviços do Sistema de Controle do
Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Dentre eles, os estudados nesta pesquisa são os de Serviço
de Tráfego Aéreo, que englobam o Serviço de Controle de Tráfego Aéreo, o Serviço de Informação
de Voo e o Serviço de Alerta.
O Comando da Aeronáutica (2017) preconiza que: Serviço de Controle de Tráfego
Aéreo é o “serviço prestado com a finalidade de prevenir colisões entre aeronaves (...), acelerar e
manter ordenado o fluxo de tráfego aéreo”. Este serviço é prestado por Torres de Controle de
Aeródromo, Controles de Aproximação e Centros de Controle de Área. O Serviço de Informação
de Voo é prestado pelos três órgãos citados anteriormente mais as Estações Prestadoras de Serviços
de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo, popularmente conhecidas na comunidade aeronáutica
como “Estações Rádio”. Tal serviço é caracterizado pela transmissão de avisos e informações úteis
aos usuários do espaço aéreo para a segurança do voo. Já o Serviço de Alerta é prestado por todos
os órgãos mencionados e se trata de que esses órgãos notifiquem “os órgãos apropriados a respeito
das aeronaves que necessitem de ajuda de busca e salvamento e para auxiliar tais órgãos no que
for necessário”.
A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 144, ordena quem são os órgãos que
exercem a Segurança Pública. São eles: “polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia
ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares”. Ainda o
Artigo 144 resume as funções de cada um desses órgãos e suas subordinações, explica que a
segurança pública é “exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do patrimônio” e adiciona que a responsabilidade pelas atividades de defesa civil é atribuída aos
corpos de bombeiros militares.
Segundo o Comando da Aeronáutica (2014), Carta de Acordo Operacional é um
“documento que visa estabelecer procedimentos operacionais padronizados a serem seguidos pelas
Partes Signatárias durante a execução de suas atividades”. Seu objetivo é “proporcionar as
condições e o ambiente operacional propício à realização das atividades”, favorecendo ambas
partes para um melhor desempenho de suas atividades. Os acordos sempre estarão dentro das
13
normas vigentes na legislação brasileira aeronáutica e com vistas a manter um nível aceitável de
segurança operacional.
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA
Os regulamentos que regem as operações aéreas de segurança pública e defesa civil e
a confecção de Cartas de Acordo Operacional com Provedores de Serviços de Navegação Aérea
amparam legalmente os aspectos deste tipo de operação?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Este trabalho procurou estudar a legislação vigente sobre as operações aéreas das
missões de segurança pública e defesa civil e sobre a elaboração de Cartas de Acordo Operacional
com os Provedores de Serviços de Navegação Aérea.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Estudar e analisar a Subparte K – Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou Defesa Civil
do RBHA 91;
b) Estudar e analisar a AIC-N 27/14 – Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou de Defesa
Civil; e
c) Estudar e analisar a CIRCEA 63-5 – Orientações para a elaboração de Carta de Acordo
Operacional.
1.3 JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa se justificou pois, na aviação de segurança pública e defesa civil,
principalmente no transporte aeromédico, a velocidade da operação é de extrema importância. Se
um paciente gravemente ferido não receber atendimento em sessenta minutos, terá sua recuperação
14
comprometida (NARDOTO et al, 2011). Ao longo dos anos foi reconhecida a importância do
transporte aeromédico, principalmente o uso do helicóptero, devido sua versatilidade, tanto no
resgate em área de difícil acesso quanto à chegada ao hospital.
Outra situação que demanda agilidade nas operações aéreas são as da polícia militar.
Um exemplo é citado por Roberto [201-] em matéria publicada na revista eletrônica Aeroin, onde
ele aponta que as aeronaves do Grupo de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar do Estado de
Goiás “devem estar no ar em no máximo dois minutos após seu acionamento”. Logo, a agilidade
tanto dos tripulantes dos grupamentos de aviação dos órgãos de segurança pública somada à
agilidade dos controladores de tráfego aéreo e operadores de estação rádio são inerentes à
eficiência das operações. E as Cartas de Acordo Operacional devem estar atentas a isso.
1.4 METODOLOGIA
Este trabalho caracterizou-se como uma pesquisa de natureza básica, com fins
exploratórios, método dedutivo, abordagem quantitativa e procedimento documental.
1.4.1 Natureza da pesquisa e tipo de pesquisa
Prodanov e Freitas (2013) explicam que uma pesquisa básica “envolve verdades e
interesses universais, procurando gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência, sem
aplicação prática prevista”. Os autores citados informam que a pesquisa com fins exploratórios
“visa a proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explícito ou construindo
hipóteses sobre ele”. O que houve nesta pesquisa foi uma síntese dos regulamentos que focam no
problema deste trabalho.
1.4.2 População amostra ou Sujeitos da pesquisa ou Materiais e métodos
O método científico dedutivo, segundo Prodanov e Freitas (2013), é aquele em que se
“sugere uma análise de problemas do geral para o particular, através de uma cadeia de raciocínio
decrescente”. A regulamentação das operações aéreas foi estudada em um contexto geral até o
afunilamento para as três legislações que foram analisadas neste trabalho.
15
1.4.3 Procedimentos de coleta de dados
Prodanov e Freitas (2013) escrevem que o procedimento de pesquisa documental, usa
material que não recebeu tratamento analítico (apud GIL, 2008), como a legislação aeronáutica
que foi estudada neste trabalho.
1.4.4 Procedimentos de análise dos dados
Prodanov e Freitas (2013) citam que a pesquisa com abordagem quantitativa
“considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las”. A análise dos regulamentos estudados em sua
totalidade ou parte deles caracterizaram a pesquisa como quantitativa.
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho é composto de uma breve explanação sobre as generalidades da legislação
aeronáutica; análise da Subparte K – Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou Defesa Civil
do RBHA 91; análise da AIC-N 27/14 – Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou de Defesa
Civil; análise da CIRCEA 63-5 – Orientações para a elaboração de Carta de Acordo Operacional;
e sua conclusão, suas referências e um anexo.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Antes de se aprofundar nos regulamentos aeronáuticos, é preciso citar quem são os
responsáveis pela legislação aeronáutica brasileira: a ANAC e o Comando da Aeronáutica.
A Agência Nacional de Aviação Civil, ou ANAC:
“atua para promover a segurança da aviação civil e para estimular a concorrência e a
melhoria da prestação dos serviços no setor. O trabalho da Agência consiste em elaborar
normas, certificar empresas, oficinas, escolas, profissionais da aviação civil, aeródromos
e aeroportos e fiscalizar as operações de aeronaves, de empresas aéreas, de aeroportos e
de profissionais do setor e de aeroportos, com foco na segurança e na qualidade do
transporte aéreo” (ANAC, 2018).
As demais responsabilidades envolvendo o uso do espaço aéreo brasileiro ficam a
cargo do Comando da Aeronáutica [201-], que preconiza que o Departamento de Controle do
Espaço Aéreo (DECEA), “tem por finalidade planejar, gerenciar e controlar as atividades
relacionadas com o controle do espaço aéreo, com a proteção ao voo, com o serviço de busca e
salvamento e com as telecomunicações do Comando da Aeronáutica”. Como o Brasil é signatário
da Convenção de Chicago de 1944, as regras de voo e demais procedimentos aeronáuticos são
baseados nos dispostos pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), com seus
Anexos e Documentos. Mais informações podem ser encontradas no site da organização:
https://www.icao.int/Pages/default.aspx.
Assim, as aeronaves e pilotos atuando na segurança pública e defesa civil são
normatizados pelo RBHA 91, subparte K. É um regulamento da ANAC que define parâmetros
para a utilização de aeronaves e licença de pilotos para estes fins. A AIC-N 27/14, um regulamento
do Comando da Aeronáutica, ordena como é feito o voo, suas prioridades perante outras aeronaves,
manobras diferentes do voo recreativo ou de passageiros, dentre outros procedimentos. Por fim, a
CIRCEA 63-5, também do Comando da Aeronáutica, mostra os critérios para a elaboração de uma
CAOp.
As Cartas de Acordo Operacional entre os Órgãos de Segurança Pública e Defesa Civil
e os Órgãos ATS contêm instruções, acordadas, de como cada parte deve agir em determinadas
situações, visando a prestação adequada do serviço público.
17
Um exemplo de uma Carta de Acordo Operacional é a que existe entre o Serviço
Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) e o Corpo de Bombeiros Militares do
Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), com instruções sobre “Acesso ao Espaço Aéreo por RPAs
do CBMERJ”, a chamada CIRCEA 100-74, de 2016.
2.1 RBHA 91 SUBPARTE K - OPERAÇÕES AÉREAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E/OU
DE DEFESA CIVIL
O Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica Nº 91 trata das Regras Gerais
de Operação para Aeronaves Civis. Ele foi aprovado pela Portaria nº 482/DGAC de 20 de março
de 2003, publicada no Diário Oficial da União nº 76, de 22 de abril de 2003 e sofreu alterações
pelas Emendas 91-10, emitida em 30/12/04, 91-11, emitida em 06/09/05 e 91-12, emitida em
30/12/05. Também sofreu alterações pelos seguintes atos normativos: Portaria 132/DGAC, de
13/02/06, Resolução 19, de 20/03/08 e Resolução 186, de 18/0311.
Porém, as disposições que interessam a esta pesquisa se encontram na Subparte K
“Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou Defesa Civil, onde, conforme item 91.951,
“estabelece normas e procedimentos aplicáveis a tais atividades, incluindo formação de tripulações
e manutenção das aeronaves”.
2.1.1 Conceituação
O regulamento expõe em seu parágrafo 91.953 o significado de Órgão de Segurança
Pública e/ou Defesa Civil e Operação Aérea de Segurança Pública e/ou Defesa Civil:
“(1) ["operação aérea de segurança pública e/ou de defesa civil" é uma atividade realizada
com aeronaves e conduzida por Órgão de segurança pública ou de defesa civil.
(2) "Órgão de segurança pública" e "Órgão de defesa civil" são Órgãos da administração
pública direta federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, destinadas a assegurar a
preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
(b) As operações aéreas de segurança pública e/ou de defesa civil compreendem as
atividades típicas de polícia administrativa, judiciária, de bombeiros e de defesa civil, tais
como: policiamento ostensivo e investigativo; ações de inteligência; apoio ao
cumprimento de mandado judicial; controle de tumultos, distúrbios e motins; escoltas e
transporte de dignitários, presos, valores, cargas; aeromédico, transportes de enfermos e
órgãos humanos e resgate; busca, salvamento terrestre e aquático; controle de tráfego
18
rodoviário, ferroviário e urbano; prevenção e combate a incêndios; patrulhamento urbano,
rural, ambiental, litorâneo e de fronteiras; e outras operações autorizadas pelo DAC1”.
2.1.2 Aeronaves utilizadas, Tripulações, Habilitação, Treinamento e Proficiência
O parágrafo 91.955 explicita que “as operações aéreas de segurança pública e/ou de
defesa civil só podem ser conduzidas em aeronaves registradas como aeronaves civis brasileiras”.
Ou seja, devem seguir os preceitos dos regulamentos dispostos pela ANAC:
“(1) [devem ser homologadas conforme o RBHA 212;
(2) devem cumprir os requisitos de aeronavegabilidade estabelecidos pelo RBHA 222,
RBHA 233, RBHA 254, RBHA 262, RBHA 275 ou RBHA 296, como aplicável à
aeronave;]
(3) devem ser mantidas conforme estabelecido pelo RBHA 437 e a subparte E deste
regulamento;
(4) devem ser identificadas como previsto no RBHA 458;
(5) devem ser registradas no RAB como aeronaves públicas, conforme disposto no RBHA
479;
(6) devem ser operadas por tripulações qualificadas pelo DAC que atendam aos requisitos
do RBHA 6110 quanto à habilitação técnica e às normas do RBHA 6711 quanto à
capacitação física;
1 DAC é a sigla do Departamento de Aviação Civil, órgão subordinado ao Comando da Aeronáutica que foi
substituído pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) em março de 2006 pela Lei Nº 11.182, de 27/09/05.
Fonte: http://www2.anac.gov.br/imprensa/historicoaviacaocivil.asp. 2 Substituído pelo atual RBAC 21 “Certificação de Produto Aeronáutico” pela Resolução ANAC n. 143, de
17/03/10. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2010-0143.PDF. 3 Substituído pelo atual RBAC 23 “Requisitos de Aeronavegabilidade: Aviões Categoria Normal, Utilidade,
Acrobática e Transporte Regional” pela Resolução ANAC n. 77, de 22/04/09. Fonte:
http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2009-0077.PDF. 4 Substituído pelo atual RBAC 25 “Requisitos de Aeronavegabilidade: Aviões categoria transporte” pela Resolução
ANAC n. 78, de 22/04/09. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2009-0078.PDF. 5 Substituído pelo atual RBAC 27 “Requisitos de aeronavegabilidade: aeronaves de asas rotativas categoria normal”
pela Resolução ANAC n. 079, de 22/0409. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2009-0079.PDF. 6 Substituído pelo atual RBAC 29 “Requisitos de aeronavegabilidade: aeronaves de asas rotativas categoria
transporte” pela Resolução ANAC n. 080, de 22/04/09. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2009-
0080.PDF. 7 Substituído pelo atual RBAC 43 “Manutenção, Manutenção Preventiva, Reconstrução e Alteração” pela Resolução
ANAC n. 265, de 05/03/13. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2013-0265.PDF. 8 Substituído pelo atual RBAC 45 “Marcas de identificação, de nacionalidade e de matrícula” pela Resolução ANAC
n. 145, de 17/03/10. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2010-0145.PDF. 9 Substituído pela Resolução ANAC n. 293, de 19/11/13, que dispõe sobre o Registro Aeronáutico Brasileiro e
dá outras providências. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2013-0293.PDF. 10 Substituído pelo atual RBAC 61 “Licenças, Habilitações e Certificados para Pilotos” pela Resolução ANAC n.
237, de 05/06/12. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2012-0237.PDF. 11 Substituído pelo atual RBAC 67 “Requisitos para Concessão de Certificados Médicos Aeronáuticos, para o
Credenciamento de Médicos e Clínicas e para o Convênio com Entidades Públicas” pela Resolução ANAC n. 211,
de 07/12/11. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2011-0211.PDF.
19
(7) devem ser operadas de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos neste
regulamento e nos regulamentos sobre tráfego aéreo estabelecidos pelo DECEA;
(8) devem ser mantidas por oficinas homologadas segundo o RBHA 14512”.
O parágrafo 91.957 versa sobre as exigências à tripulação das aeronaves destinadas a
esse tipo de operação, como as habilitações e subordinação ao órgão que opera a aeronave. E o
parágrafo 91.959 trata da normatização ampla dos termos da habilitação, treinamento e
proficiência dos tripulantes.
2.1.3 Condições Especiais de Operação
O parágrafo 91.961 diz em seu texto:
“(a) O DAC, “a priori”, autoriza as seguintes condições especiais de operação, que
excepcionam as disposições gerais deste regulamento, em operações aéreas de segurança
pública e/ou de defesa civil, desde que o objetivo seja a proteção e o socorro público”.
Aqui o regulamento autoriza, desde que em função da operação, a tripulação e os
órgãos de segurança pública e/ou defesa civil a deixar de seguir diversas exigências. São citados
os parágrafos:
a) 91.3(c) Dispõe sobre relatório que pilotos devem fazer ao se desviarem de alguma
regra, explicando o motivo;
b) 91.102(d) Dispões sobre a proibição de uso de aeródromo para outro fim que não o
que ele foi registrado; e
c) 91.102(e) Dispões sobre embarque e desembarque de passageiros com o motor
ligado.
A alínea (b) deste parágrafo menciona as normas de tráfego aéreo do DECEA:
12 Substituído pelo atual RBAC 43 “Organizações de Manutenção de Produto Aeronáutico” pela Resolução ANAC
n. 267, de 05/03/13. Fonte: http://pergamum.anac.gov.br/arquivos/RA2013-0267.PDF.
20
“As condições especiais de operação que excepcionam as disposições gerais deste
regulamento, relativas ao controle de tráfego aéreo, emitidas pelo DECEA devem ser
coordenadas entre o Órgão envolvido e as Unidades locais do referido Departamento”.
Aqui há a ordem para coordenação entre os órgãos. Em regulamento próprio, o
DECEA dispõe sobre as Cartas de Acordo Operacional.
A alínea (d) cita que “nenhum Órgão pode autorizar a execução de uma operação aérea
de segurança pública e/ou de defesa civil que conflite com o tráfego aéreo existente no espaço
aéreo envolvido”. As aeronaves envolvidas em missão de segurança pública e/ou defesa civil
possuem uma prioridade explicada na AIC N 27/14 (estudada a seguir) e, mesmo que tenha essa
prioridade, tais aeronaves não devem ser colocadas de modo a conflitar com as demais.
Os demais parágrafos deste regulamento não possuem relevância para esta pesquisa.
2.2 AIC-N 27/14 OPERAÇÕES AÉREAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E/OU DE DEFESA
CIVIL
Esta Circular de Informação Aeronáutica (do inglês Aeronautical Information
Circular) produzida pela Divisão de Coordenação e Controle do Subdepartamento de Operações
do DECEA apresenta os requisitos para operações aéreas de segurança pública e/ou defesa civil
feitas por aeronaves registradas no Brasil e em ação em território nacional.
2.2.1 Disposições Preliminares e Introdução
A publicação tem por finalidade complementar o RBHA 91, a ICA 100-12 “Regras do
Ar”, a ICA 100-37 “Serviços de Tráfego Aéreo” e a ICA 100-4 “Regras Especiais de Tráfego
Aéreo para Helicópteros”, com vistas a “facilitar o desenvolvimento das operações aéreas de
segurança pública e/ou de defesa civil, respeitadas as regras gerais de segurança do tráfego aéreo”.
2.2.2 Procedimentos
21
A Circular desenvolve os procedimentos que devem ser adotados no tocante às regras
de tráfego aéreo. Um deles é a permissão de apresentar Plano de Voo13 por radiofonia quando em
missão de proteção e socorro público. Mas se não estiver engajada em missão, tal concessão poderá
acontecer se previamente coordenado com o Órgão Regional do SISCEAB (SRPV ou
CINDACTA).
O mesmo capítulo dita que “Os órgãos ATS deverão familiarizados com os indicativos
de chamada fictícios [por exemplo: ARCANJO01 e AGUIA02], visando à identificação da
operação aérea de segurança pública e/ou de defesa civil em espaço aéreo sob sua
responsabilidade”. Também deverão atribuir um código transponder14 específico a essas
aeronaves.
2.2.3 Condições Especiais de Operação
São objetos deste capítulo as aeronaves que estejam em missão de proteção e socorro
público ou o combate a incêndios florestais ou aquelas com procedimentos estabelecidos pelos
órgãos de segurança pública em consonância com os órgãos ATS envolvidos.
Este capítulo permite “a possibilidade de pouso e decolagem de pistas não
homologadas, registradas ou em áreas de pouso eventual15, bem como o voo em VMC abaixo da
altura mínima para a operação VFR”.
A altura mínima para a operação VFR a que se refere o parágrafo anterior, para
aeronaves de asa fixa são expostas no subitem 5.1.4 da ICA 100-12:
“a) sobre cidades, povoados, lugares habitados ou sobre grupos de pessoas ao ar livre,
(...) 300 m (1000 pés) acima do mais alto obstáculo existente num raio de 600 m em torno
da aeronave; e
13 “Informações específicas, relacionadas com um voo planejado ou com parte de um voo de uma aeronave,
fornecidas aos órgãos que prestam os serviços de tráfego aéreo” (COMANDO DA AERONÁUTICA, 2017). 14 “Transmissor-receptor de radar secundário de bordo que, automaticamente, recebe sinais de rádio dos
interrogadores de solo e que, seletivamente, responde, com um pulso ou grupo de pulsos, somente àquelas
interrogações realizadas no MODO e CÓDIGO para os quais estiver ajustado.” (COMANDO DA
AERONÁUTICA, 2017). 15 “Área selecionada e demarcada para pouso e decolagens de helicópteros, possuindo características físicas
compatíveis com aquelas estabelecidas pelo DAC para helipontos normais, que pode ser usada, esporadicamente, em
condições VMC, por helicóptero em operações policiais, de salvamento, de socorro médico, de inspeções de linhas
de transmissão elétrica ou de dutos transportando líquidos ou gases, etc.” (ANAC, 2011).
22
b) em lugares não citados na alínea anterior, (..) 150 m (500 pés) acima do solo ou da
água”.
E para aeronaves de asas rotativas, as regras estão no item 3.2 da ICA 100-4:
“3.2.1 (...) o voo VFR de helicóptero não se efetuará sobre cidades, povoados, lugares
habitados ou sobre grupo de pessoas ao ar livre, em altura inferior a 500 pés acima do
mais alto obstáculo existente em um raio de 600 m em torno da aeronave.
3.2.2 Em lugares não citados em 3.2.1, o voo não se realizará em altura inferior àquela
que lhe permita, em caso de emergência, pousar com segurança e sem perigo para pessoas
ou propriedades na superfície.
NOTA: Essa altura deve ser de, no mínimo, 200 pés.”
Essa quebra de restrição nas alturas mínimas de voo, durante as operações, não pode
se sobressair em relação àquelas impostas pelos fabricantes das aeronaves.
Segue texto do item 4.5: “Adicionalmente, o órgão ATS atribuirá à aeronave operando
em condições especiais a mesma prioridade prevista para pouso e decolagem de aeronave em
operação SAR”.
A ICA 100-37 ordena a sequência de prioridades para decolagem no subitem 6.13.1.5:
“a) aeronave em missão de defesa aeroespacial;
b) operação militar (missão de guerra ou de segurança interna);
c) aeronave transportando ou destinada a transportar enfermo ou lesionado em estado
grave, que necessite de assistência médica urgente, ou órgão vital destinado a transplante
em corpo humano;
d) aeronave em operação SAR;
e) aeronave conduzindo o Presidente da República;
f) aeronave em operação militar (manobra militar); e
g) demais aeronaves, na sequência estabelecida pelo órgão de controle.”
A mesma Instrução do Comando da Aeronáutica versa sobre a sequência de
prioridades para pouso, no subitem 6.14.1:
“Excluindo-se o caso de aeronave em emergência que de nenhum modo poderá ser
preterida, a seguinte ordem de prioridade deverá ser observada na sequência de pouso:
a) planadores;
b) aeronave transportando ou destinada a transportar enfermo ou lesionado em estado
grave, que necessite de assistência médica urgente, ou órgão vital destinado a transplante
em corpo humano;
c) aeronave em operação SAR;
d) aeronave em operação militar (missão de guerra ou de segurança interna);
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e) aeronave conduzindo o Presidente da República;
f) aeronave em operação militar (manobra militar); e
g) demais aeronaves, na sequência estabelecida pelo órgão de controle.”
Aeronaves em missão de segurança pública ou defesa civil ganham prioridade sobre
diversas outras que também têm prioridades especiais perante as demais.
2.3 CIRCEA 63-5 ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE CARTA DE ACORDO
OPERACIONAL
Em vigor desde o dia 03 de abril de 2014, esta Circular Normativa do Controle do
Espaço Aéreo, expedida pelo DECEA, ordena as diretrizes para elaboração de Carta de Acordo
Operacional.
2.3.1 Disposições Preliminares
O primeiro capítulo da circular traz sua Finalidade, Âmbito, Grau de Sigilo, Definições
e Abreviaturas. Importante mencionar que, no subtítulo “Grau de Sigilo”, o documento dita que a
CAOp deve ser divulgada “a todos os envolvidos ou afetados pelos procedimentos estabelecidos”.
Ou seja, não há amparo normativo para que as Cartas de Acordo Operacional sejam divulgadas a
qualquer interessado, restringindo este trabalho às publicações ostensivas.
2.3.2 Disposições Gerais
O segundo capítulo diz sobre os Objetivos da CAOp, Requisitos para Elaboração e
suas Características.
A norma diz que:
“2.1.1 As CAOp têm por objetivo proporcionar as condições e o ambiente operacional
propício à realização das atividades desenvolvidas pelas Partes Signatárias, de modo a
favorecer o desempenho das atividades exercidas por essas Partes e a manutenção do
NASO nos ANS”.
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Conforme o Comando da Aeronáutica, NASO, ou Nível Aceitável de Segurança
Operacional, é um “conceito adotado para expressar os níveis de segurança operacional aceitos
pelo DECEA, considerando o Gerenciamento dos Riscos existentes na operação” (2011). E
Segurança Operacional “é o estado no qual o risco de lesões às pessoas ou danos às propriedades
são reduzidos e mantidos em (ou abaixo de) um nível aceitável, mediante um contínuo processo
de identificação de perigos e gerenciamento de riscos.”
Dentre os Requisitos para Elaboração de uma CAOp, nenhum item deve estar
desconforme com a regulamentação nacional de tráfego aéreo. Diz também que, “pelo menos uma
das partes signatárias deve ser um órgão operacional do SISCEAB ou do SISSAR”. Ou seja, uma
CAOp pode ser feita, por exemplo, entre:
a) dois ou mais órgãos ATS ao mesmo tempo;
b) um órgão ATS e um órgão da SSP de algum estado da Federação;
c) um órgão do SISSAR e um órgão da Marinha do Brasil;
d) um órgão ATS e uma empresa privada;
e) etc.
Uma Carta de Acordo Operacional pode ser de âmbito nacional ou internacional.
2.3.3 Orientações sobre a Elaboração, Publicação Normativa, Revisão, Suspensão ou
Cancelamento
O terceiro capítulo versa sobre como a Carta de Acordo Operacional deve ser
elaborada. Dentre outras orientações, diz que a CAOp deve possuir a “padronização textual e
formatação contidas na NSCA 5-1”. A referida Norma de Serviço do Comando da Aeronáutica 5-
1 tem como título: “Confecção, Controle e Numeração de Publicações Oficiais do Comando da
Aeronáutica”.
O Anexo “A” desta pesquisa apresenta um modelo de CAOp com a estrutura mínima
que a CIRCEA 63-5 exige. A circular não desconsidera que novos itens possam ser acrescentados.
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3 CONCLUSÕES
A legislação brasileira, criou instituições para normatizarem e fiscalizarem diversas
atividades, dentre elas, o voo, que é importante ação no meio da segurança pública e defesa civil.
Das instituições criadas, a ANAC, com seus regulamentos, normatiza, de forma ampla
e genérica, a atividade policial e bomberil, tirando certas responsabilidades dos tripulantes, com
vistas à agilidade no atendimento a ocorrências. Assim o faz, outrossim, o Comando da
Aeronáutica, por intermédio do DECEA, com regulamento que complementa o que diz a ANAC,
porém mais voltado às regras do ar, também dando liberdades às tripulações das aeronaves.
Tanto o regulamento da ANAC quanto o do DECEA preconizam diretrizes mínimas
para a realização legal do voo, como a obrigação do piloto estar subordinada à um órgão, que as
aeronaves estejam com a manutenção e documentação em dia, que os pilotos tenham habilitação
exigida como em qualquer outra aeronave, que usem um indicativo de chamada especial
(indicando estar engajado em missão), dentre outras. Mas também dá a mesma prioridade para
pousos e decolagens, que uma aeronave em missão SAR, colocando ela a frente, por exemplo, da
aeronave presidencial.
O regulamento que trata das Cartas de Acordo Operacional institui que as cartas devem
favorecer as operações de ambas partes, mas reforça que as instituições envolvidas devem manter
um nível aceitável de segurança operacional em suas operações. Ela traz três exigências mínimas:
pelo menos uma das instituições deve ser do SISCEAB ou SISSAR, deve seguir a padronização
textual e formatação da NSCA 5-1 e deve seguir o modelo de CAOp, anexo ao regulamento. Mas
não impede que as partes signatárias extrapolem o mínimo exigido no modelo.
Esta pesquisa se finda com a certeza de que existe amparo normativo, escrito por
instituições legalmente designadas, para as operações aéreas dos Órgãos de Segurança Pública e
Defesa Civil e para a elaboração de Cartas de Acordo Operacional com os Prestadores de Serviços
de Navegação Aérea.
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REFERÊNCIAS
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2011. Disponível em: <http://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/rbha-e-
rbac/rbha/rbha-091/@@display-file/arquivo_norma/rbha091.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2018.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
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______. CIRCEA 63-5 Orientações para Elaboração de Carta de Acordo Operacional. Rio
de Janeiro: DECEA, 2014. Disponível em:
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______. CIRCEA 100-74 Carta de Acordo Operacional entre SRPV-SP e CBMERJ para
Acesso ao Espaço Aéreo por RPAS do CBMERJ. Rio de Janeiro: DECEA, 2016. Disponível
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______. PCA 63-2 Plano de Implementação de Sistemas de Gerenciamento da Segurança
Operacional (SGSO) nas Organizações Subordinadas ao DECEA. Rio de Janeiro: DECEA,
27
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tempo-de-resposta-ocorrencias-policiais>. Acesso em: 19 fev. 2018.
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ANEXO A – Modelo de CAOp, conforme CIRCEA 63-5/2014