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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA HEDER FERNANDO LOURENÇO PAULINO MENEZES CARACTERÍSTICAS DAS OPERAÇÕES AÉREAS DA AVIAÇÃO OFFSHORE BRASILIERA PALHOÇA 2019

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Page 1: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

HEDER FERNANDO LOURENÇO PAULINO MENEZES

CARACTERÍSTICAS DAS OPERAÇÕES AÉREAS DA AVIAÇÃO

OFFSHORE BRASILIERA

PALHOÇA

2019

Page 2: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

HEDER FERNANDO LOURENÇO PAULINO MENEZES

CARACTERÍSTICAS DAS OPERAÇÕES AÉREAS DA AVIAÇÃO

OFFSHORE BRASILIERA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Ciências Aeronáuticas da

Universidade do Sul de Santa Catarina como

requisito parcial à obtenção do título de

Bacharel em Ciências Aeronáuticas.

Orientador: Prof. Antonio Carlos Vieira de Campos, Esp.

PALHOÇA

2019

Page 3: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

HEDER FERNANDO LOURENÇO PAULINO MENEZES

CARACTERÍSTICAS DAS OPERAÇÕES AÉREAS DA AVIAÇÃO

OFFSHORE BRASILIERA

Esta monografia foi julgada adequada à

obtenção do título de Bacharel em Ciências

Aeronáuticas e aprovada em sua forma final

pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da

Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 04 de Julho de 2019

__________________________________________

Orientador: Prof. Antonio Carlos Vieira de Campos, Esp.

__________________________________________

Profa. Conceição Aparecida Kindermann, Dra.

Page 4: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

“Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos que acreditaram nos meus sonhos e me

deram suporte nos momentos difíceis da caminha da vida.”

Page 5: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, mas não apenas ao Deus católico, protestante,

mulçumano ou o anglicano. Agradeço ao DEUS de todos os seres humano que os ama não

importa a raça, onde nasceu ou religião escolhida. O Deus que permite a existência da vida e

nos direciona quando buscamos a verdade universal não a terrena.

Agradeço a minha mãe, Maria Aparecida Lourenço Sobral que sempre batalhou

para me dar a melhor educação possível.

A minha irmã, Fernanda Lourenço Menezes e meu pai, Haroldo Paulino Menezes

que me deram suporte e carinho quando em todos os momentos.

Ao meu avô, Antônio Sobral do Nascimento, e minha avó, Celsa Lourenço Sobral

que permitiram sempre estiveram presentes e me apoiando.

E um agradecimento especial a minha esposa, Maiky Pizzolatto Menezes por estar

ao meu lado nos últimos onze anos sendo meu porto seguro nos momentos difíceis,

celebrando comigo nas alegrias e por ter trazido ao mundo a nossa maior obra prima, nossa

filha Giovana Pizzolatto Menezes, que desde o primeiro suspiro de vida tem me ensinado o

verdadeiro sentido da vida.

Difícil citar todos nessa singela homenagem. Mas agradeço a todos os amigos que

contribuíram de certa forma na caminha da minha graduação. Até mesmo a minha filha

canina, Iva, faz parte dessa caminhada. Quando todos estavam ocupados ela sempre esteve ao

lado da mesa enquanto eu estudava.

Page 6: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Deixem que o futuro diga a verdade e avalie cada um de acordo com o seu trabalho e

realizações. O presente pertence a eles, mas o futuro pelo qual eu sempre trabalhei

pertence a mim (Nikola Tesla).

Page 7: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

RESUMO

O Brasil é um país que possui riquezas imensuráveis a serem conservadas e exploradas de

forma consciente. Umas dessas riquezas é o petróleo que está no subsolo do nosso litoral. Para

poder chegar aos locais onde a produção de petróleo ocorre é preciso voar, mais precisamente

voar com helicópteros de última geração conduzidos por tripulantes experientes e treinados

regulamente, essa é a aviação Offshore. A aviação Offshore brasileira é carente de pesquisas

nacionais que contribuiriam na segurança de voo, não há um regulamento próprio onde as

características da operação sejam levadas em consideração. As rotinas operacionais adotadas

são uma porção de regulamentos e rotinas operacionais adotadas em outros países. Apesar de

eficazes, não contemplam os desafios impostos pelas características inerentes ao nosso país de

dimensões continentais. Diante deste cenário, se vê necessário apresentar uma pesquisa

descritiva sobre o mercado Offshore nacional, estimulando mais profissionais da área a

realizar estudos voltados às características e desafios desse mercado servindo assim de fonte

de informações para os futuros pilotos que almejam voar nesse ramo da aviação. Para isso são

descritas as principais características do dia a dia das operações aéreas Offshore, evidenciando

a relação entre a indústria aeronáutica, naval e de exploração dos recursos naturais. As

operações Offshore são complexas e necessitam de leis e regulamentos específicos para o

país, estimular a pesquisa e apresentar estudos nacionais relevantes da operação aérea

Offshore proporcionará os recursos intelectuais para a elaboração dessas leis e regulamentos

permitindo rotinas operacionais mais eficientes e seguras. Diante da realidade das operações

aéreas Offshore atuais, o estudo expõe as principais características para chamar a atenção da

complexidade da interação entre os setores envolvidos e como eles se complementam. A

divulgação de estudos relacionados a esta área proporcionará maior segurança nas operações e

proporcionará maior visibilidade do setor aéreo que move um dos pilares da economia

nacional.

Palavras-chave: Ciências Aeronáuticas. Operação Offshore. Segurança de voo. Helicóptero.

Page 8: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ABSTRACT

Brazil is a country that has immeasurable natural wealth to be conserved and consciously

exploited. one of these riches is the oil that is in the basement of our coast. in order to reach

the places where oil production takes place, it is necessary to fly, more precisely to fly with

the latest generation helicopters conducted by experienced and regularly trained crew, this is

offshore aviation. brazilian offshore aviation is lacking in national surveys that would

contribute to flight safety, there is no proper regulation where the characteristics of the

operation are taken into account. the operational routines adopted are a number of regulations

and operational routines adopted in other countries. although effective, they do not address the

challenges imposed by the characteristics inherent to our country of continental dimensions.

given this scenario, it is necessary to present a descriptive research on the national offshore

market, stimulating more professionals in the area to carry out studies focused on the

characteristics and challenges of this market, thus serving as a source of information for future

pilots who want to fly in this field of aviation. for this, the main characteristics of the

everyday operations of offshore air operations are described, evidencing the relationship

between the aeronautical industry, naval and the exploitation of natural resources. offshore

operations are complex and require country-specific laws and regulations, stimulate research,

and present relevant national studies of offshore operations. offshore will provide the

intellectual resources for drafting these laws and regulations, allowing for more efficient and

safe operational routines. faced with the reality of current offshore air operations, the study

exposes key features to make a point of the complexity of the interaction between the sectors

involved and how they complement each other. the dissemination of studies related to this

area will provide greater security in the operations and will provide greater visibility of the

aviation sector that moves one of the pillars of the national economy.

Keywords: Aeronautical Sciences. Offshore Operation. Flight safety. Helicopter.

Page 9: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - EC-135 ................................................................................................................ 21

Figura 2 - AW-139 ............................................................................................................... 22

Figura 3 - Sikorsky 76 .......................................................................................................... 22

Figura 4 - EC-155 ................................................................................................................ 23

Figura 5 - Sikorsky – 92 ....................................................................................................... 23

Figura 6 - EC- 225 ............................................................................................................... 24

Figura 7: Bacias produtoras marítimas e terrestres ................................................................ 25

Figura 8 - Bacia de Campos ................................................................................................. 27

Figura 9 - Planejamento para um voo Offshore A (Flight Preview) ....................................... 28

Figura 10 - Planejamento para um voo Offshore B (Flight Preview) ..................................... 29

Figura 11 - Helideck Report A ............................................................................................. 31

Figura 12: Carta de área ....................................................................................................... 33

Figura 13: Anexo 5-C: Auxílios de sinalização..................................................................... 36

Figura 14: Anexo 4-C: Gradiente negativo ........................................................................... 37

Figura 15 - Unidade Fixa ..................................................................................................... 38

Figura 16 - Unidade Autoelevável ........................................................................................ 38

Figura 17 - Unidade Semissubmersível ................................................................................ 39

Figura 18 - Unidade FPSO ................................................................................................... 39

Figura 19 - Unidade TLWP .................................................................................................. 40

Figura 20 - Navios Sondas ................................................................................................... 40

Figura 21 - Modelo Piper Layer ........................................................................................... 41

Figura 22: Elementos do fluxo aerodinâmico ....................................................................... 42

Figura 23: Movimentos dos navios ....................................................................................... 43

Fluxograma 1: Riscos da aviação ......................................................................................... 45

Fluxograma 2 - Recuperação ou mitigação ........................................................................... 46

Quadro 1 - Escala Beaufort .................................................................................................. 30

Page 10: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Quadro 2 - Limites de pitch, roll,heave e heave/rate (HLL Part C)....................................... 31

Quadro 3: Comandantes ....................................................................................................... 34

Quadro 4: Copilotos ............................................................................................................. 35

Page 11: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE SIGLAS

ADS-B Automatic Dependent Surveillance-Broadcast

BARS Basic Aviation Risk Standard

CBAER Código Brasileiro Aeronáutico

COMAER Comando da Aeronáutica

FAA Federal Aviation Administration

FPSO Floating Production Storage and Offloading

GPS Global Positioning System

METAR Meteorological Aerodrome Report

NDB Non Directional Beacon

PBN Performance Based Navigation

R.O.Vs Remotely Operated Vehicles

SAE Serviço Aéreo Especializado

TLWP Tension Leg Wellhead Platform

UTI Unidade de Terapia Intensiva

VFR Visual Flight Rules

VOR VHF Omnidirectional Range

Page 12: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA .................................................................................. 13

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 14

1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 14

1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 14

1.3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 14

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 15

1.4.2 Materiais e métodos ................................................................................................ 16

1.4.3 Procedimentos de coleta de dados .......................................................................... 16

1.4.4 Procedimentos de análise dos dados ...................................................................... 17

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ........................................................................ 17

2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 17

2.1 AVIAÇÃO OFFSHORE ........................................................................................... 17

2.2 HELICÓPTEROS..................................................................................................... 20

2.3 BASES OPERACIONAIS ........................................................................................ 24

2.4 ROTINA OPERACIONAL ...................................................................................... 26

2.5 TRIPULANTES E ANAC ........................................................................................ 34

2.6 NORMAN ................................................................................................................ 35

2.7 UNIDADE MARÍTIMAS ........................................................................................ 37

2.8 NORMAS BARS ..................................................................................................... 44

3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................... 48

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 50

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 52

Page 13: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

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1 INTRODUÇÃO

Quando pensamos na aviação de asas rotativas logo idealizamos o mercado da

aviação executiva e sua dinâmica de voos nas grandes metrópoles mundiais. Também há

setores como, por exemplo: busca e salvamento (no Brasil operado apenas pelas forças

armadas); combate a incêndio; transporte de enfermos (aeromédico); aerolevantamento e a

aviação agrícola.

O que há de comum nas carreiras citadas é que, assim como a instrução de voo e a

aviação agrícola de avião, elas servem de “estágio” para alcançar requisitos mínimos para o

ingresso nas “companhias aéreas” do setor de helicópteros: a aviação Offshore.

A aviação Offshore está classificada no CBAER (Código Brasileiro Aeronáutico)

como serviço aéreo especializado e é definida como atividade aérea de prospecção,

exploração ou detecção de elementos do solo ou do subsolo, do mar, da plataforma

submarina, da superfície das águas ou de suas profundezas.

É o setor da aviação de asa rotativa que disponibiliza empregos formais com

carteira assinada, benefícios e estabilidade profissional. Podemos comparar as empresas que

operam no mercado Offshore brasileiro, guardadas as devidas proporções, as grandes

empresas como LATAM, GOL linhas aéreas, AZUL ou Avianca. Nas empresas de aviação

Offshore encontra-se um cenário de plano de carreira e padronização semelhantes aos das

grandes empresas de aviação regular. Também é neste setor que encontramos os maiores e

mais modernos helicópteros do mercado com capacidade de transportar cargas e passageiros

para as plataformas marítimas localizados no litoral brasileiro.

A aviação Offshore faz parte do um setor fundamental da economia nacional, a

produção e exploração de petróleo e gás natural. Desenvolvida por grandes multinacionais,

aqui no Brasil principalmente pela Petrobras, a maior empresa brasileira.

Tendo em vista, aprimorar as operações e a segurança de voo será exposto nesse

estudo as características dos regulamentos, aeronaves, plataformas e espaço aéreo do atual

cenário das operações aéreas Offshore brasileira.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

A carência de estudos nacionais voltados para atividade aérea Offshore é um fator

contribuinte para situações inseguras nas operações diárias de helicópteros envolvidos. A falta

de um regulamento específico que englobe as características operacionais no Brasil impedem

o desenvolvimento da completa capacidade operativa dos helicópteros e tripulantes.

Page 14: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Descrever e analisar as características da operação aérea Offshore brasileira

possibilitando acesso à informação documental e científica que contribua com a segurança de

voo e proporcione uma maior divulgação desta atividade aérea visando estimular estudos e

pesquisas integralmente nacionais.

1.2.2 Objetivos Específicos

Discorrer sobre as operações aéreas Offshore e suas características;

Identificar na rotina operacional pontos positivos e falhas;

Proporcionar conhecimentos técnicos que contribuam na segurança de voo;

Desenvolver estudos e pesquisas que contribuam positivamente no

desenvolvimento da aviação Offshore.

1.3 JUSTIFICATIVA

O nível de profissionalismo que a aviação Offshore brasileira alcançou nas últimas

décadas é resultado da adaptação e adoção da rotina operacional utilizada pelas empresas que

atuam no golfo do México e do Mar do norte, região que compreende dentre outras a costa da

Noruega, Dinamarca, Reino unido. Esse padrão operacional está baseado em estudos dos

profissionais que buscam o aprimoramento da segurança operacional da atividade.

No Brasil, ainda não há interesse das autoridades em regulamentar

especificamente a aviação Offshore. Tal desinteresse é resultado da falta de pesquisa nacional

que exponha os desafios diários que as empresas e tripulantes encaram diante de uma

atividade que se espelha exclusivamente nas pesquisas realizadas no exterior e não abordam

situações exclusivamente nacionais. O mercado nacional é carente de estudos e pesquisas

realizadas pela indústria nacional. As empresas que prestam serviço aéreo Offshore e seus

tripulantes ainda presenciam dificuldades diárias devido a falta de regulamentos e pesquisas

voltados a atividade.

Para os aviadores que estão na graduação e já atuam fica evidente a falta de

informações pertinentes sobre tal atividade. Para os iniciantes será a oportunidade de estudar e

contribuir com a segurança de voo quando começarem a atuar na área. Muito dos

profissionais atuantes hoje tiveram o primeiro contato com o conteúdo teórico de suas

atividades apenas quando começaram a exercer função a bordo. Certamente, com o

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15

conhecimento prévio proporcionado por estudos direcionados, contribuirá com a capacidade

de julgamento e tomada de decisão dos aviadores, assim como, proporcionará um

desenvolvimento nos processos operacionais da atividade aérea.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A forma que se analisam as informações coletadas depende da metodologia.

Nesse trabalho, devido ao seu tipo e natureza (que serão descritos a seguir), optou-se por uma

abordagem qualitativa. Bem como dados estatísticos, panorama nacional e estado das ciências

aeronáuticas sobre o assunto das Operações Offshore.

Diante a complexidade e interação de diversos atores da indústria nacional e meio

ambiente, a pesquisa descritiva foi adotada para melhor expor as variáveis que interagem.

Segundo Gil (2008, p. 28) “As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição

das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de uma

relação entre variáveis”.

O ambiente da operação Offshore é complexo e no estudo é observada a interação

entre as indústrias aeronáutica, naval e de exploração de recursos naturais. Além do fator

meio ambiente e fator humano. Portanto, temos como objetivo observar a carência de

informação deste setor tão importante da aviação civil brasileira. É evidente que há uma

carência de conteúdo nacional destinado a estudar a características singulares ao nosso

mercado.

As informações disponíveis pelas empresas da indústria do petróleo são

meramente comerciais. É preciso conteúdo voltado para estudo e aperfeiçoamento das

atividades. Conteúdos na área acadêmica seriam fundamentais na graduação em Ciências

Aeronáuticas devido ao ambiente complexo onde há um envolvimentos de diversos setores

como o objetivo de tornar aérea segura e à importância da atividade na carreira de dos

postulantes aos tripulantes de helicóptero.

A abordagem proposta para a pesquisa é a qualitativa. Aliados a isso, dados

estatísticos do mercado nacional que demonstram a relevância do objeto de estudo desse

trabalho.

O cenário a ser explorado é a aviação na operação Offshore brasileira que conta

com poucos estudos nacionais específicos, opera segundo regulamentos que não condizem

com a realidade da atividade e se adapta a rotinas e limites operacionais adotadas fora do país.

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16

1.4.2 Materiais e métodos

A base da pesquisa será na legislação e normas já existentes no Brasil e no

exterior. As principais fontes de pesquisas disponíveis hoje são: CAP 437,ANNEX 14 ICAO,

FAA, RBAC 135, ICA 100-04, NORMAN 27 e a norma BARS.

No Brasil não há publicações de órgão federais de aviação descrevendo como a

nossa atividade deve ser conduzida. A publicação que tenta de certa forma regulamentar a

atividade é a NORMAN 27 oriunda da Marinha do Brasil. Essa publicação é voltada para

regulamentar as embarcações que pretendem utilizar a atividade aéreas em seus Helidecks

(DPC, 2018).

Há também o RABC 135 que é a regulamentação das operações de Taxi aéreo. Ao

ler esse documento fica evidente que o foco é a regulamentação dos tripulantes e das

atividades da aviação geral que tem no taxi aéreo sua fonte de lucratividade (ANAC, 2018).

Por fim a ICA 100-4, que regulamenta regras e procedimentos especiais para

helicópteros, mas não contribui para as operações Offshore como um todo. (COMAER,

2018b)

Hoje o cenário da operação Offshore no Brasil é uma porção de regras e

adaptações dessas publicações citadas. Há muitas informações dispersas e nenhum incentivo e

padronizar as operações de forma regulamentar.

Apresentar os regulamentos vigentes, características da operação e suas

particularidades são o primeiro passo para tornar o assunto mais acessível e relevante na área

acadêmica.

1.4.3 Procedimentos de coleta de dados

O instrumento de coleta das informações apresentadas nessa pesquisa foi a análise

documental de normas e leis voltadas às operações aéreas Offshore. Durante a graduação em

Ciências aeronáuticas a operação Offshore raramente é citada nas mais diversas matérias

destinada à aviação.

Para conseguir alguma informação a respeito é preciso buscar literaturas

estrangeiras como o CAP 437 que descreve como a operação Offshore no Mar do norte deve

ser realizada (CAA, 2016). Documentos similares do FAA (Federal Aviation Administration)

têm a mesma função para as atividades no Golfo do México.

Page 17: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

17

1.4.4 Procedimentos de análise dos dados

Os dados foram analisados de forma qualitativa observando a interação entre as

variáveis e a interdependência que há entre elas para que a operação aérea ocorra de forma

segura. Nesta análise verificou-se que, nesse setor aéreo, apenas um dos atores envolvidos

estiver violando algum procedimento a operação não deverá ocorrer.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho foi dividido em tópicos distintos que proporciona ao leitor uma visão

segmentada de cada setor envolvido nas operações aéreas Offshore. A seguir foi escrito tendo

como base informações técnicas obtidas dos manuais das aeronaves, regulamentos

operacionais nacionais e internacionais e das leis federais que regem as atividades que serão

descritas. Cada tópico tratará especificamente de um tema, no decorrer do estudo veremos que

todos os temas se complementam uma vez que estaremos observando um ambiente complexo

de interação entre homem, máquina e natureza, além de várias áreas do conhecimento.

2 DESENVOLVIMENTO

Serão descritos as principais bases para se entender as Operações Offshore desde

suas origens. Por meio da classificação de helicópteros, rotinas operacionais e unidades

marítimas; é possível aprofundamento sobre o assunto.

2.1 AVIAÇÃO OFFSHORE

A partir da descoberta de petróleo em alto mar em diversos países ao redor do

mundo ficou claro que a maneira mais rápida e segura de embarcar os passageiros nas

plataformas de petróleo seria utilizando os versáteis Helicópteros. Houve tentativas de utilizar

embarcações marítimas para o transporte dos trabalhadores, porém o transbordo das pessoas

entre embarcações e plataformas envolvia ricos inaceitáveis. Diante deste cenário o transporte

aéreo e a utilização dos helicópteros nas operações petrolíferas adquiriram um papel

fundamental na indústria do petróleo.

A primeira operação Offshore foi realizada no golfo no México na década de

sessenta. No decorrer dos anos, com novas descobertas ao redor do mundo, o número de

operadores de helicópteros para esse fim aumentou expressivamente. Todos os procedimentos

operacionais foram moldados inicialmente com a experiência prévia da aviação militar das

marinhas de cada país. Com o auxílio dos pilotos de formação civil, foram estabelecidos

Page 18: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

18

padrões operacionais e legislações pertinentes a cada país com o auxílio de pilotos civis.

(AOHS, [2018?])

No Brasil, o primeiro voo realizado foi em 1968 para atender a unidade marítima

P-I no litoral de Sergipe operada pela Petrobras. Com o crescimento gradual do número de

plataformas havia uma demanda crescente por mais helicópteros. Devido ao crescimento da

demanda por transporte de passageiros para as plataformas marítimas, a aviação Offshore

brasileira toma forma e os desafios começam a surgir (PETROBRAS, [2019?a])

A operação aérea Offshore apresenta características únicas, além das condições

peculiares de um voo sobre grande extensão de água, em altitudes relativamente baixas com

destinos aos locais de pouso que na maioria das ocasiões estão em “movimento”. Com

exceção das plataformas marítimas fixas, que são minoria, a operação dos helicópteros

concentra grande parte dos pousos em navios, navios sondas, plataformas semissubmersível, e

FPSO (Floating Production Storage and Offloading).

A operação aérea Offshore “convive” com a operação naval e a operação de

exploração de minas e energia. Nesse cenário, todos os atores devem interagir em pró da

segurança das pessoas.

Ao apresentar as características e a rotina operacional da aviação Offshore aos

alunos da graduação em ciências aeronáuticas, especialmente aos que optaram pela carreira na

asa rotativa, a universidade estimulará a cultura da segurança de voo fomentando a busca pelo

conhecimento e melhoria desta atividade aérea.

A principal característica dessa atividade aérea é o voo com helicópteros do

continente para as plataformas marítimas sobre grandes extensões do mar. Algumas

plataformas encontram-se distâncias de até 170 milhas náuticas, equivalente a 315

quilômetros da costa e operam em coordenadas geográficas aonde a profundidade chega a

mais de dois mil metros (PETROBRAS, 2014a)

Para realizar essa operação é necessário que as operados disponibilizem

helicópteros compatíveis com o tamanho da operação e os seus riscos. No Brasil os requisitos

para os helicópteros estão apresentados no RBAC 135.

Aviação Offshore está presente em todo litoral Brasileiro. Há voos do norte ao sul

do país. Basta que um navio seja designado a estudar alguma possível área que tenha o

potencial de exploração que os helicópteros são acionados para realizar o voo entre a costa

brasileira e o navio. Um ponto geográfico na imensidão do oceano atlântico. Além dos navios,

hoje o Brasil possui 193 plataformas, divididas por categorias que serão descritas adiante

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

19

(FIXAS, SUB-SUBEMERSSÍVEIS, FLOTEL e FPSO). Deste total 1% é Flotel, 17% estão

desativadas e 82% estão em plena atividade (DPC, 2019)

Além dos Navios que já operaram no litoral do Amapá, hoje há navios e

plataformas marítimas na costa do Ceará, Rio Grande do Norte, Aracajú, Bahia, Espirito

Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. As principais áreas de exploração são:

Bacia de Campos e a Bacia de Santos.

De acordo com as informações disponibilizadas pela Petrobras em seu site, a

Bacia de Campos se estende das imediações da cidade de Vitória (ES) até Arraial do Cabo, no

litoral norte do Rio de Janeiro, em uma área de aproximadamente 100 mil quilômetros

quadrados.

Já a bacia de Santos é a maior bacia sedimentar Offshore do país, com uma área

total de mais de 350 mil quilômetros quadrados e que se estende de Cabo Frio (RJ) a

Florianópolis (SC) (PETROBRAS, [2019?b]).

Para atender a demanda de voo para as plataformas surgiu o mercado

especializado nesta operação. Empresas de taxi aéreo de serviço especializado como a Omni

Taxi Aéreo, CHC, Aeroleo e Lider Aviation são as principais operadoras aéreas desse

mercado.

Os Helicópteros são classificados em pequenos, médios e grande porte de acordo

com o seu peso máximo de decolagem. Atualmente no mercado nacional os modelos das

aeronaves são: EC 135, pequeno porte; AW 130, EC 155 e S-76, médio porte; S-92 e EC 225,

grande porte. Como visto anteriormente, os helicópteros precisam atender diversas

especificações para realizar os voos sobre grande extensão de água (ICAO, 2016).

O Offshore tem como principal característica a operação sobre grande extensão do

mar em áreas remotas onde a ação da natureza é presente na sua forma mais pura. Para que o

voo ocorra são necessários grandes helicópteros que suportem tais condições climáticas

atendendo os critérios de segurança.

Além disso, são necessárias tripulações experientes que sejam disciplinadas ao

padrão de operação exigido pela empresa; conheçam a fundo as características e riscos do

ambiente onde operam (movimento dos navios, turbulência devido às estruturas das

plataformas, características do oceano, etc.); e as normas que as autoridades marítimas e

aéreas determinam para que haja um voo seguro (IOGP, 2017).

O aviador deste setor precisa aglutinar todas essas informações, tomar decisões

assertivas em curtos espaços de tempo e sempre priorizar segurança de voo. Para isso o

aviador terá que estudar os diversos cenários possíveis, levando em consideração o

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

20

conhecimento técnico e limitações de sua aeronave, dos riscos específicos de cada plataforma

marítima, das características das condições meteorológicas do ar e do mar e o conhecimento

dos regulamentos.

2.2 HELICÓPTEROS

Para iniciar nosso estudo vamos começar a pela classificação dos modelos de

helicópteros utilizados atualmente no mercado Offshore Brasileiro. De acordo com o

RBAC135 os helicópteros envolvidos nas operações Offshore devem atender algumas

exigências, dentre elas:

135.167 Equipamentos de emergência: operação sobre grandes extensões de

água e operações “off-shore” com helicópteros (a) Somente é permitido

operar uma aeronave sobre grandes extensões de água se ela possuir,

instalado em local visível ou visivelmente marcado e facilmente acessível

pelos ocupantes caso ocorra um pouso na água, os seguintes equipamentos:

(1) para cada ocupante, um colete salva-vidas aprovado equipado com

lâmpada localizadora de sobrevivência. O colete deve ser facilmente

acessível de cada um dos assentos ocupados; e (2) botes aprovados em

número suficiente (no que diz respeito à capacidade de flutuação) para

transportar todos os ocupantes da aeronave. (Redação dada pela Resolução

nº 494, de 17.10.18).

(b) Cada bote salva-vidas requerido pelo parágrafo (a) desta seção deve ser

equipado, pelo menos, com o seguinte: (1) uma luz de localização aprovada;

(2) um dispositivo de sinalização pirotécnica aprovado; e (3) um dos

seguintes conjuntos: (i) um conjunto de sobrevivência, apropriado à rota a

ser voada.

(c) Somente é permitido operar uma aeronave sobre grandes extensões de

água se estiver fixado a um dos botes requeridos pelo parágrafo (a) desta

seção um ELT portátil ou de sobrevivência, flutuante, à prova d’água e

certificado.

(d) Os helicópteros que operam em plataformas fixas ou flutuantes “off-

shore”, além de atender ao previsto nos parágrafos (a), (b) e (c) desta seção,

devem, ainda, ser de tipo certificado para pouso normal na água (possuir

flutuadores ou ter fuselagem tipo “casco”). (e) Para os propósitos desta

seção, operação sobre grande extensão de água significa:[...] (ANAC, 2018,

p. 58-59)

Page 21: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

21

[..](3) para um helicóptero, uma operação conduzida sobre água a uma

distância horizontal do litoral (ou margem) superior a 93 km (50 milhas

marítimas) e a mais de 93 km (50 milhas marítimas) de um heliponto fixo ou

flutuante na água (“off-shore”). (ANAC, 2018, p. 60)

O EC-135 é de fabricação da europeia Airbus helicópteros. Equipados com

motores Arrius 2B2PLUS da Turbomeca ou PW206BB da Pratt & Whitney. Possui

capacidade de transporte de até 06 PAX mais 2 tripulantes. Opera principalmente no Nordeste

onde as distâncias para as plataformas marítimas são menores e o há um menor número de

movimentação de passageiros. O EC-135 tem a autonomia de três horas e trinta e cinco

minutos (AIRBUS, 2019a).

Figura 1 - EC-135

Fonte: (OMNI, [2019?a])

Os modelos AW-139, Sikorsky 76 e Eurocopter 155 são helicópteros classificados

como médio porte. A capacidade de transporte passageiro entre é os modelos é similar,

variando entre 12 e 15 dependendo apenas da configuração adotada mais 2 tripulantes.

O AW-139 é fabricado pela empresa Italiana Leonardo. Equipado com 2 motores

a reação PT6 e autonomia de até 04:20 de voo. Sua configuração permite até 15 passageiros.

Atualmente no Brasil foi adotada a configuração de 12 passageiros e 2 tripulantes. É utilizado

para voos regulares de passageiros e atendimento aeromédico podendo ser configurado como

UTI (Unidade de Terapia Intensiva) aérea. Hoje Opera principalmente na Bacia de Campos e

na Bacia de Santos (AGUSTAWESTLAND, 2010).

Page 22: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

22

Figura 2 - AW-139

Fonte: (OMNI, [2019?b])

O Sikorsky 76 é fabricado pela Sikorsk Helicopters. Equipado com dois motores

Arriel 2S2, autonomia de três horas e dez minutos. Capacidade para até 12 passageiros e dois

tripulantes. É utilizado para voos regulares de passageiros e atendimento aeromédico. Opera

na Bacia de Campos (SIKORSKY, 2018).

Figura 3 - Sikorsky 76

Fonte: (OMNI, [2019?c])

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

23

O EC-155 fabricado pala Air Bus Helicopters. Equipado motores Turbomeca 1S1.

Com autonomia de quatro horas e cinco minutos. Transporta até treze passageiros e 2

tripulantes. Opera na Bacia de Campos e na Bacia de Santos (AIRBUS, 2018).

Figura 4 - EC-155

Fonte: (OMNI, [2019?d]).

O Sikorsky – 92 fabricado pela Sikorsk Helicopters. Equipado com dois motores

General Eletric CT7-8ª. Autonomia de quatro horas. Transporta até vinte e um passageiros.

Opera na Bacia de Campos e na Bacia de Santos ) (SIKORSKY, 2016).

Figura 5 - Sikorsky – 92

Fonte: (OMNI, [2019?e])

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24

O EC- 225 fabricado pela Airbus Helicopters. Equipado com dois motores

Turbomeca Makila. Autonomia de quatro horas e trinta e sete minutos. Transporta até 19

passageiros. Opera na bacia de Campos e na Bacia de Santos (AIRBUS, 2019b).

Figura 6 - EC- 225

Fonte: (OMNI, [2019?f])

Esses são os modelos que atuam no mercado Offshore brasileiro. Estão entre os

helicópteros mais modernos e com maior capacidade de transporte de passageiros na aviação

de assa rotativa nacional. Os tripulantes e os mecânicos são a linha de frente da operação, são

a “ponta do iceberg”. Para cada Helicóptero há uma gama de pessoas empenhadas em tornar a

operação segura.

Assim como em qualquer setor da economia, há uma “rotina” nas atividades

aéreas Offshore. Porém, a rotina acaba quando o piloto decola e a situações vão ocorrendo

exigindo do mesmo, decisões assertivas baseados em documentos técnicos que respaldam

suas decisões.

2.3 BASES OPERACIONAIS

Devido ao tamanho continental do Brasil e os diversos reservatórios naturais de

petróleo e gás distribuídos no decorrer do litoral brasileiro, há bases operacionais das

Petrobrás distribuídas de norte a sul do Brasil.

O mar territorial e zona econômica exclusiva são conceitos relevantes para o

melhor entendimento da grande extensão das reservas de petróleo explorada no nosso país. É

a faixa de mar situada até 12 milhas marítimas (1 milha marítima equivale a 1,852 metros),

onde o Estado costeiro exerce sua soberania e o controle do mar e do espaço aéreo

(PETROBRAS, [2019?c]).

Page 25: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

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Grande parte das jazidas de petróleo exploradas no Brasil está além das 12 milhas

marítimas. Porém, A convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar determina que a

zona econômica exclusiva de cada país é situada além do mar territorial até 200 milhas

náuticas. Ou seja, até 200 milhas náuticas se sua costa apenas o Brasil pode explorar todo ou

qualquer recurso natural (ONU, 1995).

Figura 7: Bacias produtoras marítimas e terrestres

Fonte: (PETROBRAS, [2019?c])

No norte as operações ainda estão na fase de pesquisa e estudo das jazidas

encontradas na costa do Amapá até a ilha do Marajó no Pará. Nessa primeira fase as

operações aéreas partiam da cidade Oiapoque até os navios que realizavam as pesquisas.

Atualmente a área está aguardando a licenças ambientais pertinentes para a liberação e início

das operações (NOGUEIRA, 2017):

Na região nordeste as operação aéreas ocorrem nas cidades de Paracuru, Guamaré,

Aracajú e Salvador. As operações na cidade de Paracuru no Ceará e em Guamaré no Rio

Page 26: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

26

grande do norte atendem a bacia a Bacia Potiguar que tem como característica a exploração

em águas rasas.

As operações em Aracajú atendem a bacia de Sergipe e Alagoas. As primeiras

experiências para extração de petróleo em águas profundas foram realizadas no campo de

Guaricema localizada no litoral de Sergipe. Se hoje a Petrobrás é referência mundial na

exploração em águas profundas e ultra profundas se deve ao pioneirismo da empresa em

meados da década de sessenta em inovações tecnológicas para a retirada do petróleo de

campos marítimos.

As operações em Salvador atendem as bacias de Camamu-Almada e a bacia de

Jequitinhonha. As operações partindo de Vitória atendem as bacias do Espirito Santo e a bacia

de Campos (PETROBRAS, [2019?c]) .

As operações partindo de Campos do Goytacazes, Farol de São Tomé e Macaé e

Cabo Frio atendem a Bacia de Campos. A Bacia de Campos é a principal área explorada na

costa brasileira. Sua área vai das imediações da cidade de Vitória (ES) até Arraial do Cabo, no

litoral norte do Rio de Janeiro. De acordo com as informações do site da Petrobrás, sua área

de aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. (PETROBRAS, [2019?b])

De Cabo Frio também saem voos para a Bacia de Santos, assim como do Rio de

Janeiro e Navegantes. De acordo com as informações divulgadas no site da Petrobrás a área

da Bacia de Santos é de 350 mil quilômetros. (PETROBRAS, [2019?d])

2.4 ROTINA OPERACIONAL

Após apresentar os helicópteros, é importante apresentar a o dia a dia da operação.

Suas Características e desafios. As principais Bacias de petróleo exploradas no Brasil são a

Bacia de Campos e a Bacia de Santos. Bacias localizadas conforme ilustração abaixo.

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27

Figura 8 - Bacia de Campos

Fonte: https://marsemfim.com.br/petrobras-derrame-na-bacia-de-campos/

Para realizar um voo Offshore seguro planejamento é fundamental. Há

procedimentos básicos que aprendemos desde o aeroclube, como as verificações diárias de

qualidade da amostra do combustível drenado das aeronaves. Realizamos o preenchimento da

documentação pertinente ao voo e inicia-se a troca de informações com a coordenação de voo

para coordenar o peso disponível para passageiros e bagagens, peso e balanceamento, destino,

rota do voo, condições para pouso nos Helidecks e as condições meteorológicas (COMAER,

2018a).

Dentre os programas disponíveis no mercado, o software Flight Preview criado

pelo comandante Gustavo Marinho, merece destaque. O Programa possui no banco de dados

as coordenas geográficas das plataformas marítimas, pontos geográfico utilizados pelo

controle de espaço aéreo, limites operacionais das aeronaves e os gráficos de peso e

balanceamento das aeronaves cadastradas. Ainda há diversas ferramentas disponíveis que

auxiliam o planejamento do voo, consequentemente o aumenta a segurança de voo.

Fica evidente que é preciso coordenação entre diversos setores da operação. São

pelo menos quatro setores que precisam interagir antes do início do voo: o contratante, a

coordenação de voo, as unidades marítimas e os tripulantes.

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28

Se todos os requisitos operacionais estiverem de acordo com o as normas de

segurança o voo poderá seguir conforme o planejado. Abaixo segue um exemplo de

planejamento para um voo Offshore.

Figura 9 - Planejamento para um voo Offshore A (Flight Preview)

Fonte: Autoria própria

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29

Figura 10 - Planejamento para um voo Offshore B (Flight Preview)

Fonte: Autoria própria

Vale ressaltar que essa é parte “controlável” da operação. As condições

meteorológicas e as condições do mar são fatores determinantes para que a missão seja

realizada de forma segura.

Para a verificação das condições meteorológicas são utilizadas informações

provenientes de sites oficial do COMAER (Comando da Aeronáutica) como o: redemet1.

Outras opções utilizadas são os: wunderground2, windy

3e meteoblue

4 (ANAC, 2017).

Devido a as características do voo de helicóptero, voo relativamente mais baixo e

mais lento que uma aeronave de asa fixa, é preciso ficar atento às condições de ventos.

Principalmente no voo Offshore onde não há relevo apara amenizar o deslocamento do vento.

O fator vento nas operações Offshore é relevante no planejamento da autonomia

do voo. As condições do mar são avaliadas por estações meteorológicas nas áreas de Marlin,

1 < www.redemet.aer.mil.br >

2 < www.wunderground.com >

3 < www.windy.com >

4 < www.meteoblue.com >

Page 30: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

30

Albacora e Enchova na bacia de Campos e são disponibilizadas junto com as condições de

tempo observada nestas estações meteorológicas e transcritas para o METAR, acrônimo da

expressão em inglês Meteorological Aerodrome Report; ou numa tradução livre “Relatório

Meteorológico do Aeródromo” (ANAC, 2017)

Já na Bacia de Santos, onde está localizada o pré-sal, não há estações

meteorológicas. A avaliação é reportada pelas Unidades Marítimas ou pela avaliação dos

tripulantes das aeronaves utilizando a tabela Beaufort.

A Tabela Beaufort consiste em observar a intensidade dos ventos e seus efeitos sobre a

superfície do mar. A partir da observação é realizada a classificação do estado do mar:

Quadro 1 - Escala Beaufort

Fonte: https://www.cptec.inpe.br/noticias/noticia/22557

Mediante análise das condições meteorológica e do mar o último documento a

serem analisados pela tripulação são o Helideck Report emitido pela unidade marítima de

destino e a tabela de limites de pitch, roll, heave e heave/rate (PETROBRAS, 2014b).

Exemplo abaixo:

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31

Figura 11 - Helideck Report A

Fonte: Autoria própria

Quadro 2 - Limites de pitch, roll,heave e heave/rate (HLL Part C)

Fonte: (HCA, 2018a, p. 1)

Os Helicópteros são classificados em categorias A e B de acordo com o peso.

Helicópteros de grande porte são classificados como A. Helicópteros de médio porte são

classificados como B (HCA, 2018b):

Categoria A : AW 139, S-76 e EC-155;

Categoria B: S-92 e EC-225;

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32

Os Helidecks são classificados em classes (HCA, 2018a):

Classe 1: Plataformas Fixas, Semissubmersível, Navios sondas

e FPSO;

Classe 2: Em pequenas embarcações, como por exemplo, DSVs

(Diving Support Vessel) e navios sísmicos com heliponto que oferece

boa visualização;

Classe 3: São aqueles existentes em pequenas embarcações com

difícil visualização. Localizado na proa da embarcação com orientação

do pouso voltada para vante ou acima da estrutura da ponte de

comando a direção de pouso para o través;

Standard Measuring Equipment for Helideck Monitoring

System (HMS) e Weather Data.

No decorrer dos anos o número de aeronaves que a circulavam na bacia de

Campos cresceu e o desafio de manter a ordem no espaço aéreo também. Nos primórdio da

operação havia apenas a navegação estimada por tempo e rumo a seguir. Um desafio para os

tripulantes que lidavam com o ambiente hostil dos ventos em alto mar.

A introdução do NDB (Non directional beacon) nas unidades marítimas foi o

primeiro avanço na busca pela segurança da navegação aérea. Posteriormente foram

introduzidas as Aerovias que ligam os aeroportos de Macaé e Heliponto de Farol de São

Tomé as Unidades marítimas. Tais aerovias são balizadas pelo VOR (VHF Omnidirectional

Range) de Macaé e NDB de Farol de São Tomé e apresentam rumos e altitudes obrigatórios

onde qualquer alteração deverá ser autorizada pelo controle de espaço aéreo.

Com o desenvolvimento do GPS (Global Positioning System), pontos GPS foram

adicionados no decorrer das aerovias. Em 2019 foi implantada no espaço aéreo da bacia de

Campos a tecnologia ADS-B (Automatic dependent surveillance-broadcast). Tal tecnologia

permite o melhor monitoramento e controle da área e maior segurança para as aeronaves uma

vez que os tripulantes possuem mais informações sobre as aeronaves próximas. A AIC –N 47-

18 diz:

2.14 Neste sentido, a reestruturação do espaço aéreo na TMA Macaé tem por

objetivo trazer uma série de benefícios operacionais, tais como: o aumento

da capacidade e a eficiência do espaço aéreo, a melhoria dos serviços de

controle de tráfego aéreo, a melhoria dos serviços de informação de voo e

alerta, o aumento da segurança e da regularidade das operações aéreas, o

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33

aumento da consciência situacional dos pilotos, o aumento da acessibilidade

às plataformas, a melhoria das informações meteorológicas da região e a

redução da complexidade do espaço aéreo. (DECEA, 2018, p. 3)

Figura 12: Carta de área

Fonte: (DECEA, 2018, p. 15)

Todo esse avanço no controle do espaço aérea na bacia de Campos ainda não está

presente na região da bacia de Santos. A navegação está baseada em coordenadas geográficas

inserida nos GPS de um ponto em alto mar. Não há aerovias com rumo e altitudes definidas.

A tabela de nível VFR (Visual Flight Rules) é utilizada pelas tripulações para a separação

vertical. Podemos concluir que hoje a navegação aérea na bacia de Santos está ultrapassada

em relação à da bacia de Campos em todos os aspectos.

Sem sombra de dúvida a distância entre os aeroportos de Cabo Frio e Jacarepaguá

no Rio de Janeiro até as Unidades Marítimas são em média de 250 quilômetros é um fator dos

fatores contribuintes para a não implantação de do espaço aéreo PBN (Performance Based

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34

Navigation). Porém é preciso haver interesse da iniciativa pública e privada para o

desenvolvimento de um espaço aéreo mais seguro na região da bacia de Santos

2.5 TRIPULANTES E ANAC

As tripulações das aeronaves que operam no mercado Offshore são compostas por

profissionais experientes oriundos da aviação civil e militar.

Os pilotos da aviação civil adquirem a experiência necessária nas escolas de

aviação civil, ministrando a instrução de voo prática em mono motores convencionais, ou

voando para empresários na aviação executiva em aeronaves com motores convencionais ou a

reação.

Os pilotos da aviação militar geralmente procuram as vagas disponíveis no

mercado após a aposentadoria das forças armadas. A experiência adquirida no decorrer dos

anos do serviço militar voando helicópteros com motores a reação, é um grande diferencial

que as empresas valorizam da hora da contratação.

Em ambos os casos, o que determina a contratação é o números de horas de voo

de acordo com as exigências da empresa que explora a as jazidas de petróleo e contratam os

taxis aéreos que oferecem o SAE (Serviço Aéreo Especializado).

As empresas de taxis aéreos que possuem helicópteros prestando serviço às no

mercado Offshore procuram seguir as recomendações de experiência de voo para os

tripulantes, determinadas pela Associação Internacional de Produtores de Óleo e Gás e as

exigências de experiência determinadas pelo RABC 135.

Os quadros abaixo mostram as experiências exigidas atualmente:

Quadro 3: Comandantes

Fonte: (IOGP, 2017, f. 57, tradução nossa).

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35

Quadro 4: Copilotos

Fonte: (IOGP, 2017, f. 57, tradução nossa).

2.6 NORMAN

A Norman 27 é um documento da Marinha do Brasil confeccionado para a

homologação de helidecks em navios para a operação de helicópteros. Este documento possui

todas as informações para registro, certificações, projeto, características e orientação para as

operações.

Para os tripulantes envolvidos na operação Offshore é fundamental o

conhecimento deste documento. Uma atenção especial deve ser dirigida as informações sobre

o significado das marcações alfanuméricas:

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36

Figura 13: Anexo 5-C: Auxílios de sinalização

Fonte: (DPC, 2018, p. 5C1).

Também há as descrições dos auxílios visuais e luminosos para as tripulações

assim como os procedimentos especiais que quando há a operação simultânea de outras

embarcações junto às plataformas produtoras de petróleo, como por exemplo, a operação com

navios “aliviadores” (Offloanding).

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37

Figura 14: Anexo 4-C: Gradiente negativo

Fonte: (DPC, 2018, p. 4C3).

2.7 UNIDADE MARÍTIMAS

Diante da grande extensão da área explorada, das características dos poços de

petróleo perfurados e da profundidade onde se localiza o poço; há diversos tipos unidade

marítimas (PETROBRAS, c2014). As principais plataformas marítimas que estão em

operação são:

FIXA: Formadas por uma estrutura principal cujas pernas servem de guias para as

estacas. Sobre essa estrutura é colocada uma superestrutura. São fabricadas de aço (mais

comuns) e/ou concreto (AMORIM, 2010).

Page 38: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

38

Finalidades: Produção de petróleo, até 400 metros. Podem operar sozinhas

(mandando o óleo diretamente para a terra através de tubulação) ou com navio acoplado à

plataforma (AMORIM, 2010).

Figura 15 - Unidade Fixa

Fonte: (PETRONOTICIAS, 2015)

AUTOELEVÁVEL: São unidades móveis que, quando em operação, abaixam as

pernas e apoiam-se no fundo do mar (AMORIM, 2010).

Pernas: CILINDROS ou JAQUETAS. Em águas profundas a estrutura com

jaquetas é mais eficiente pois este tipo de perna é mais resistente à flambagem e mais

“transparentes” as ondas. Finalidades: Prospecção e instalação de plataformas fixas. São

rebocadas até o local (AMORIM, 2010).

Figura 16 - Unidade Autoelevável

Fonte: (UNIDADESDEPRODUÇÃO, 2016)

SEMISSUBMERSSÍVEL: Consiste em uma plataforma superior, sempre acima

da linha d’água, ligada por colunas aos cascos. Finalidades: Prospecção de petróleo em

campos de águas profundas (AMORIM, 2010).

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39

Figura 17 - Unidade Semissubmersível

Fonte: (ALPHAINFO, 2015)

FPSO: Tem as mesmas características de operação e projeto das

Semissubmersíveis, exceto que seu casco não submerge. O posicionamento é mais crítico,

pois a área atingida pelas ondas é maior. Fixação: Amarras Posicionamento Dinâmico

(AMORIM, 2010).

Figura 18 - Unidade FPSO

Fonte: (ESTALEIROBRASA, c2014)

TLWP: Sigla para Tension Leg Wellhead Platform ou em português em tradução

livre como plataforma de pernas atirantadas. É uma plataforma flutuante semelhante a uma

semissubmersível. Porém, é ancorada no fundo do mar por cabos ou tendões de aço

tradicionais (AMORIM, 2010).

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

40

Figura 19 - Unidade TLWP

Fonte: (PETROBRAS, c2014)

NAVIOS SONDAS: Plataforma flutuante com casco em forma de navio,usado

para perfuração de poços. Pode ser ancorada no solo marítimo ou fixa posição através de um

sistema de posicionamento dinâmico através de sistema GPS automático (AMORIM, 2010).

Figura 20 - Navios Sondas

Fonte: (PETROBRAS, c2014)

Ainda há os navios menores que dão suporte as unidades marítimas. Cada Navio

presta um serviço específico, desde o estudo do solo marítimo e o potencial da jazida

Page 41: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

41

encontrada, até o suporte com mergulhadores e R.O.Vs (Remotely Operated Vehicles) para

reparos na unidades marítimas. A operação nesses navios requer uma atenção especial devido

às características de movimentos mais acentuados ocasionados pelo estado do mar

(AMORIM, 2010).

Há uma série de navios prestadores de serviço, porém o modelo Piper Layer é o

mais utilizado atualmente (AMORIM, 2010).

Figura 21 - Modelo Piper Layer

Fonte: (MARINETRAFFIC, 2019)

As estruturas apresentadas alteram a circulação do vento ao seu redor devido ao

seu tamanho e em sua maioria por não serem superfícies aerodinâmicas. a temperatura em

suas proximidades também é alterada devido a exaustão de gases quentes da estrutura e dos

flares utilizados para queimar o gás proveniente dos poços perfurados. Alguns critérios são

utilizados de acordo com o documento CAA PAPER 2008/03 que regulamenta as operações

aéreas Offshore no mar do norte. (CAA, 2009):

• O fluxo em torno da maior parte da instalação Offshore em si.

Plataformas são de lados

assemblies não simplificados ('bluff bodies') que criam regiões

altamente

fluxo de ar distorcido e perturbado em sua vizinhança.

• O fluxo em torno de grandes itens de superestrutura, principalmente

guindastes, guindastes de perfuração e

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42

pilhas de escape. Como a plataforma em si, estes são corpos bluff, e é

o

O despertar turbulento flui por trás desses corpos que são importantes.

• Fluxos de gás quente provenientes de saídas de exaustão e sistemas

de flare.

Os critérios atuais de design baseiam-se, em última análise, na obtenção de dois

objetivos:

• A turbulência, definida como o desvio padrão da velocidade do fluxo

de ar vertical,

não deve exceder 1,75 m / s1.

• O aumento máximo de temperatura, em média ao longo de um

intervalo de 3 segundos, no

na proximidade da trajectória de voo e sobre a área de aterragem, não

deve exceder 2 ° C.

Figura 22: Elementos do fluxo aerodinâmico

Fonte: (CAA, 2009, f. 17)

Baseados no documento CAA 2008-3 da autoridade da aviação do Mar do norte,

recomendado que haja um vão entre 3 e 5 metros entre o helideck e as estruturas das

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43

plataformas que permita que ar escoe e por baixo da estrutura para que a turbulência sobre o

helideck seja minimizada. A proporção do vão é diretamente ligada à altura e tamanho a

estrutura da plataforma e vice versa. Para unidades marítimas como semisubmerssíveis e

navios menores o vão de 1 metro poderá ser suficiente.

É necessário ter uma atenção especial para os navios que estão mais sujeitos a

variações de ventos e ondas do mar. Há alguns movimentos apresentados pelas embarcações

marítimas que merecem um uma avaliação criteriosa por parte dos envolvidos na operação de

pouso e decolagem das aeronaves nos helidecks.

A decisão final de pousar ou decolar caberá sempre ao comandante da

aeronave,porém, como citado anteriormente, há uma tabela com os limites de tais movimento

que o procedimento fazendo com que o grau de segurança permanece sempre alto.

Basicamente os navio possui 3 movimentos a serem considerados para pouso:

Pitch (movimento no eixo no eixo transversal), Roll (Movimento sobre o eixo longitudinal) e

o heave que é a variação vertical do helideck de acordo com a variação das ondas e marés do

oceano.

Figura 23: Movimentos dos navios

Fonte: https://shipseducation.com/training/

Page 44: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

44

2.8 NORMAS BARS

A economia brasileira é altamente depende das exportações de matéria primas

conhecidas como commodities. Grande parte dessa matéria prima está em lugares remotos que

necessitam das operações aéreas para o deslocamento de pessoal. O petróleo é uma das

matérias primas extraídas para exportação e para consumo interno da nossa nação e as

plataformas e navios voltados para essa exploração estão em ambientes remotos e hostis.

Para estabelecer critérios quanto a seguranças das mais diversas operações com as

mesmas características tanto em terra quanto no mar, foi criada o programa de normas BARS

sigla em inglês para Basic Aviation Risk Standard; “norma básica de risco em aviação” numa

tradução livre.

Dentre as normas internacionais adotadas pelos operadores de aviação Offshore ao

redor do mundo, podemos destacar a Norma BARS por agregar muitas doutrinas do CAP 437

da Civil Aviation Authority (órgão regulador do Reino Unido), Helicopter Guide International

Chamber of Shipping e da Helideck Certification Agency (também sediada no Reino Unido).

Esses documentos em conjunto com a as publicações da ICAO são a base dos regulamentos

adotados ao redor do mundo nas operações aéreas Offshore (FSF, 2016)

Dentre os documentos citados a norma BARS merece maior atenção devido ao

alto grau de compromisso com a segurança de voo que foi adotada em sua elaboração. A

norma é o resultado de estudo da Flight Safety Foudation que tem como objetivo estabelecer

normas padrões de segurança da aviação para os operados que exploram recursos naturais em

ambiente hostil ao redor do mundo.

O modelo utilizado basicamente contrapõe as ameaças presentes nas operações, os

controles para cada amaça e as medidas de recuperação ou mitigação.

É importante entender que a norma BARS possui uma gama de práticas mais

restritivas que a maioria das agências reguladoras de cada Estado. Independente da

nacionalidade do da empresa ou do país que esta realiza suas operações aéreas, ser um

membro do programa BARS, implica em operar com o mais alto padrão de segurança de voo

de acordo com estudos e experiências prévias compartilhadas entre os mais diversos

operadores (FSF, 2016).

Page 45: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

45

Fluxograma 1: Riscos da aviação

Fonte: (FSF, 2010, p. 7)

O programa BARS possui uma publicação específica para a aviação Offshore: a

Bars Offshore Safety Perfomance Requirements Implemetation Guidelines. Em uma tradução

livre esta publicação significa “guia de implementação de performance de segurança” (FSF,

2016).

Nesse documento estão presentes as ameaças, os controles e as medidas de

recuperação ou mitigação específica da operação Offshore.

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46

Fluxograma 2 - Recuperação ou mitigação

Fonte: (FSF, 2010, p. 24)

A interpretação do fluxograma acima nos permite identificar a ameaça e tomar

uma ação de controle para mitigar os fatores contribuintes. Para cada ameaça a interpretação

será:

Ameaça 19.0: Interface (interação) Helicóptero-embarcação.

Controles: Operar nos navios de acordo com os regulamentos

estabelecidos pela International Chamber of Shipping. Em outros tipo

de embarcações já mencionadas na descrição de plataformas

marítimas deste estudo como, por exemplo, os FPSO,

semissubmersível, navios sondas os navios menores de apoio como o

modelo piper layer é preciso haver medições de seus movimentos

oriundos da superfície do mar. Movimentos como Picth, roll e heave,

descritos no capítulo anterior, devem estar dentro do limites

Page 47: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

47

estabelecidos pelo Helideck Certification Agency de acordo com o

Helideck limitation list (HLL) part C (Quadro 2) (FSF, 2016)

Ameaça 20.0: CFIT/W à noite. (Colisão contra solo ou água em

voo controlado à noite).

Controles: As tripulações apresentarem experiência de voo

noturno recente assim como pelo menos 25 horas de voo noturno

sobre o mar para antes de operar como comandantes. Procedimentos

bem definidos descritos em SOPs (sigla em inglês para procedimentos

operacionais padrão) quanto à aproximação estabilizadas, altitude no

circuito de tráfego, visualização do helideck, utilização de rádio

altímetro e radar meteorológico. Além de tripulantes treinados para

operar sob regras de voo por instrumentos e missão MEDVAC

(Aeromédico) (FSF, 2016).

Ameaça 21.0: Colisão no Heliponto.

Controles: Todo Helideck deve contar com um Oficial de

aterrisagem de Helicóptero para garantir que os procedimentos

estabelecidos nas normas sejam cumpridos na área designada na área

de pouso, decolagem e arredores do perímetro reservado a operação

aérea. O Helideck deverá ter sido projetado de acordo com as normas

do ANEXO 14 da ICAO (). Normas e práticas do CAP 437 ,áreas de

aterrisagem de helicópteros em alto mar, e o manual do heliporto da

ICAO devem ser utilizados. Ainda visando à segurança, o

desempenho do helicóptero deve ser levado em consideração para que

o tempo de exposição no helideck seja o menor possível. Outro fator a

ser levado em consideração é a performance monomotor das

aeronaves no período de decolagem e pouso (FSF, 2016).

Ameaça 22.0: Operação de resgate por içamento.

Controles: Experiência recente da tripulação é essencial para

esta operação assim como um programa de treinamento sólido que

priorize do piloto ao mergulhador envolvido nesse tipo de operação.

Page 48: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

48

Todos os equipamentos devem ser testados e certificados pelo

operador e fabricante. As operações noturnas em alto mar devem ser

conduzidas por tripulantes especialmente treinados (FSF, 2016).

Ameaça 23.0: Complicação com o combustível da aeronave-

operação em alto mar.

Controles: Após uma inspeção inicial, realizar inspeção anuais

dos sistemas de abastecimento em alto mar para validar seu

funcionamento no próximo período e inspeções diárias de amostras

combustível para garantir a qualidade do combustível. As rotas

alternativas devem ser consideradas de acordo com o destino

proposto, caso contrário deve ser aprovado pelo especialista de

aviação (FSF, 2016).

A publicação completa apresenta mais detalhes da operação. Acima foram

destacados pontos chaves de cada ameaça e seus controles. É possível notar o quanto as

normas BARS são restritivas e abrangem diversos cenários.

Mesmo que o operado não faça parte do programa e as normas do Estado onde

ocorre o voo seja menos restritiva, os tripulantes que tomarem como base tais normas poderão

conduzir uma operação aérea com mais barreiras para mitigar os fatores contribuintes de um

acidente. Com a autoridade que lhe é atribuída poderá identificar, alertar ou interromper um

voo se julgar que as condições estão ferindo os princípios da segurança de voo.

3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após discorrer sobre as operações aéreas Offshore e suas características percebe-

se que possuir o conhecimento das diversas áreas que interagem é fundamental para os

envolvidos. O setor aeronáutico precisa interagir com o setor naval, pois ambos os setores

sofrem influência meteorológicas que afetam diretamente o resultado da operação.

É preciso observar o cenário como um todo através de uma pesquisa como a

apresentada, estimulando o público a procurar mais informações e consequentemente

proporcionar conhecimento aqueles que procuram novas informações. Sendo assim, no

decorrer da pesquisar identificamos pontos positivos e falhas na atual conjuntura da operação

aérea Offshore.

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Há um engajamento das empresas exploradoras de recursos naturais e as

operadoras aéreas do mercado Offshore em elevar os patamares operacionais das operações

aéreas. A adoção de medidas internacionais como, por exemplo, a tabela de limites de balanço

das embarcações que limita a operações dos helicópteros com a utilização da Status Light, a

adoção de limites operacionais em virtude da velocidade dos ventos, o programa de

treinamento das tripulações e a reformulação do espaço aéreo visando atender a demanda das

operações Offshore na terminal Macaé evidência positivamente da evolução do setor (CAA,

2008).

Por outro lado a inexistência de um regulamento nacional voltado especificamente

aos profissionais e empresas que atuam do mercado, a adoção “seletiva de padrões

internacionais” que atendem apenas aos interesses do setor empresarial, e a falta de pesquisa

nacional que atenda as demandas no mercado nacional torna o setor aéreo Offshore em

segundo plano no cenário da aviação civil brasileira (CAA, 2008)

A partir do momento que proporcionarmos mais conhecimentos técnicos,

consequentemente iremos contribuir com a segurança de voo do setor. Conhecimentos

técnicos são a base para uma profissão técnica que não permite falhas. O erro é inerente à

natureza humana, porém, quando se busca a informação técnicas para minimizar o erro a sua

margem de segurança aumenta significativamente.

Entender o ambiente complexo que está inserido a aviação Offshore através de

publicações técnicas elimina gradualmente fatores contribuintes que poderiam levar a um

acidente aéreo.

Tendo em vista a apropriação excessiva da literatura internacional que não

estimula o desenvolvimento de conteúdo nacional necessitamos desenvolver estudos e

pesquisas que contribuam positivamente no desenvolvimento da aviação Offshore nacional

que contemple nossas particularidades.

Percebe-se que a falta de literatura nacional sobre o assunto dificulta o

desenvolvimento de pesquisas mais amplas destinadas exclusivamente a nossa realidade. A

falta de pesquisa por sua vez deixa de evidenciar a reais necessidades que o setor almeja para

profissionalizar ainda mais o setor aéreo e os que os circundam.

Por mais que ainda não haja no mercado nacional uma interação oficial e um

manual certificado pela autoridade aeronáutica que oriente as operações, ao analisar os

documentos identificamos a necessidade de unir os setores de forma oficial. Utilizando as

informações disponíveis nos regulamentos e procedimentos internacionais adotados pelos

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50

operadores nacionais percebe-se que o mercado nacional apenas copia as diretrizes adotadas e

não produz conteúdo acadêmico nacional.

Esse fenômeno também é confirmado quando se analisa a grade curricular dos

cursos superiores voltados a aviação civil que não apresentam conteúdos específicos na

formação acadêmica dos alunos. Demonstrar a riqueza de variáveis de um setor fundamental

da aviação civil brasileira e da economia nacional estimulará outros profissionais da área a

realizar novas pesquisas que contribuirão com a segurança das operações.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A operação aérea Offshore está inserida em um ambiente operacional complexo.

Diversos fatores precisam estar operando de forma uniforme para que a segurança operacional

continue intacta. Homem, máquina e meio ambiente interagem a todo instante, são postos a

prova diante de um cenário dinâmico. A complexidade da operação é a que a torna tão

fascinante e merecedora de pesquisas direcionadas a sua aprimoração.

Conhecer as características da operação proporcionará uma maior consciência

situacional que ampliará a tomada de decisão das tripulações em momentos críticos. O

conhecimento prévio de tais características proporcionará recursos para lidar com os mais

diversos cenários. Estar ciente das limitações do helicóptero; das consequências do impacto

do vento sobre as estruturas das plataformas marítimas que inevitavelmente influenciarão o

controle do helicóptero no momento do pouso; da ação do mar sobre os movimentos das

embarcações e dos regulamentos que regem a atividade, proporcionará um ganho na

segurança de voo, pois estaremos criando barreiras para que eventos negativos não se

alinhem, consequentemente, colocando em risco a operação.

A segurança das operações é uma correlação entre setores distintos que tem o

mesmo objetivo: segurança para os trabalhadores. No momento que o helicóptero toca o

heliponto a indústria aeronáutica se une com a naval, e a cooperação e profissionalismo dos

envolvidos precisam beirar a perfeição, sem margem para erro. Seguir os procedimentos

visando à segurança de todos, combatendo arduamente as violações para realizar uma

operação “a todo custo” é primordial.

O mercado nacional é carente de estudos mais aprofundados sobre as

características das operações. Não é saudável as empresas privadas copiarem apenas o que

interessa do padrão operacional e legislativo de outros países que estão mais avançados na

operação e no quesito segurança da aviação Offshore. É preciso regulamentar oficialmente as

normas para colocar a operação Offshore nos holofotes da agência reguladora nacional e do

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sindicato dos aeronautas, para que o alto padrão de segurança implementada nas últimas

décadas permaneça em ascensão e subsidiado pelos órgãos federais, assim como ocorre nos

países dos quais as nossas empresas “copiam” as normas e rotinas quando é conveniente.

A aviação Offshore nacional possui suas características e desafios. Cada vez

vamos mais distantes com mais pessoas a bordo das aeronaves mais modernas e ainda

seguimos regulamentos voltados para taxi aéreos que fazem voo sobre o continente ou para

curtas distancia sobre o mar.

Em Macaé já há um espaço aéreo voltado exclusivamente para a operação

Offshore e gradualmente estão adotando rotinas operacionais comprovadamente seguras,

como por exemplo a tabela de limites de movimento das embarcação elaborada pela Helideck

Certification Agency no mar do norte.

Porém, para os voos do Pré-sal partindo do Rio de Janeiro, ainda voam para

plataformas a centenas de quilômetros da costa em espaço aéreo não controlado; há dezenas

de aeronaves ocupando o mesmo perímetro sem um controle de espaço aéreo; utilizam o

aeroporto de Jacarepaguá onde não há procedimento de voo por instrumento (mesmo tendo a

bordo os mais avançados sistemas de navegação aérea disponível na aviação civil mundial); e

é preciso rever a questão das regras de voo e autonomia de combustível empregado nessas

operações

É necessário um RBAC específico para que os aviadores deste setor tenham uma

“proa” a seguir no que diz respeito aos regulamentos e uma “cartilha” nacional semelhante ao

CAP 437 do mar no norte ou a BARS (Basic Aviation Risk Standard) da Flight Safety

Foundation para balizar a área operacional de voo minimizando a possibilidade de erro ,

profissionalizando ainda mais um setor primordial na aviação civil nacional. Cabe aos

envolvidos neste nicho de operação aérea continuarem a estimular as pesquisas e estudos

relacionados às operações Offshore. Apresentar um conteúdo que vise à melhoria das

operações aéreas, embasado em dados técnicos e experiências empíricas é o melhor caminho

para continuar a profissionalização do setor; mostrando para autoridades e órgãos federais que

regulamentar especificamente o setor , investir em modernização do espaço aéreo e aeroportos

destinados a esta operação aérea, trará mais investimento ao país e segurança de voo aos

envolvidos.

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