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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA ALFREDO DA SILVA FORMULAÇÃO DE ARGAMASSA COLANTE INDUSTRIALIZADA CONFORME CRITÉRIOS EXIGIDOS PELA NBR 14081 Tubarão 2019

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

AMANDA ALFREDO DA SILVA

FORMULAÇÃO DE ARGAMASSA COLANTE INDUSTRIALIZADA CONFORME

CRITÉRIOS EXIGIDOS PELA NBR 14081

Tubarão

2019

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

AMANDA ALFREDO DA SILVA

FORMULAÇÃO DE ARGAMASSA COLANTE INDUSTRIALIZADA CONFORME

CRITÉRIOS EXIGIDOS PELA NBR 14081

Relatório Técnico/Científico apresentado ao Curso de

Engenharia Química da Universidade do Sul de Santa

Catarina como requisito parcial à obtenção do título de

Bacharel em Engenharia Química.

Prof. Dr. Marcos Marcelino Mazzucco (Orientador)

Tubarão

2019

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Dedico este trabalho aos meus pais, Edson

Vidal da Silva e Ana Paula Alfredo da Silva,

pelo incentivo, apoio e paciência incondicional,

durante toda minha caminhada acadêmica.

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4

AGRADECIMENTOS

Sou grata à Deus pela vida que ele me proporcionou viver. Agradeço a Ele pela

força e persistência em momentos difíceis, pela saúde e benção concedida durante a realização

dos meus objetivos e por estar ao meu lado em todos os momentos da minha vida,

principalmente na realização deste sonho, com certeza sem Ele nada disso seria possível.

Aos meus pais, agradeço imensamente por me darem forças para chegar até aqui.

Por toda paciência e compreensão, em momentos em que o estresse e angústia me dominaram

e por sempre acreditarem no meu potencial. Todo meu esforço e dedicação foi por eles, para

assim, concretizarmos este sonho juntos.

Agradeço à toda minha família, namorado e amigos por todo o amor, incentivo e

pela compreensão em todos momentos que me ausentei para dedicar-me aos estudos. As

amizades que fiz durante o curso foram essenciais para obter esta conquista.

Aos professores, agradeço por todo conhecimento transmitido e por

proporcionarem todos os dias grandes aprendizados. Em especial, ao meu professor orientador

Marcos Marcelino Mazzucco, por dedicar seu tempo e sanar todas as dúvidas durante

desenvolvimento deste trabalho. Ao professor Gilson Rocha Reynaldo também, agradeço por

estar sempre presente e pela ajuda durante todo o período de elaboração do relatório de estágio.

Agradeço à empresa em que realizei o estágio, pela oportunidade e por todas as

experiências adquiridas. Agradeço ao excelente profissional, engenheiro químico Rafael Santos

da Silva, orientador de estágio da empresa, e por todos os demais funcionários que não mediram

esforços para me ajudarem a realizar o objetivo do trabalho.

Agradeço à UNISUL pelo ambiente agradável e propício ao crescimento e

evolução, diante das oportunidades oferecidas.

Nesta jornada acadêmica de 5 anos, eu não estive sozinha, devido a essas pessoas e

por todas as outras que traçaram meu caminho durante esse tempo, consegui realizar mais uma

etapa da minha vida, sozinha não seria possível. Assim, deixo registrado o meu mais sincero

obrigada.

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“O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia” (Robert Collier).

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RESUMO

O desenvolvimento de materiais com alta qualidade e padronizados mediante normas técnicas

oferece inúmeros benefícios, tanto para a empresa, quanto para o consumidor. A busca pela

melhoria contínua de argamassas colantes industrializadas é imprescindível, considerando que

atende a um amplo mercado, que são as indústrias de revestimentos cerâmicos. Porém, um dos

grandes problemas enfrentados é a ocorrência do descolamento dos revestimentos cerâmicos

assentados com argamassa colante, causado normalmente pela perda de aderência, vindo a

ocorrer graves acidentes e altos custos de reparos. Assim, desenvolveu-se, em laboratório, vinte

argamassas colantes industrializadas do tipo ACIII, variando-se o tipo e teor de cimento

Portland, aditivo polimérico, areia e adicionando-se pó de pedra, com o propósito de atender ao

requisito exigido pelo ABNT NBR 14081-4:2012, referente à resistência de aderência à tração

em cura com imersão em água, procurando o melhor custo-benefício. Realizou-se aplicação da

argamassa colante conforme critérios exigidos ABNT NBR 14081-2:2012 e, após 28 dias,

realizou-se o ensaio de arrancamento por tração em cada argamassa colante formulada. De

acordo com a norma, argamassas colantes industrializadas do tipo ACIII devem atingir valores

de resistência de aderência à tração quando submetidas em cura com imersão em água, maiores

ou iguais a 1,0 MPa. Assim, calculou-se os valores de tensão de ruptura e observou-se que

nenhuma das formulações atingiu o valor determinado pela norma, porém quase todos os

valores foram superiores ao da fórmula padrão. As cinco fórmulas que desempenharam os

melhores resultados foram CP4, CP1, CP2, C3 e C4, onde obteve-se 0,90 MPa, 0,85 MPa, 0,76

MPa, 0,71 MPa e 0,71 MPa, respectivamente. Percebeu-se bons resultados utilizando-se

cimento CP II 40 F e variando-se a relação polímero/cimento. Acredita-se que a falta de controle

de temperatura, umidade e velocidade do ar, exigido pela norma durante aplicação e cura da

argamassa colante, influenciaram nos valores de aderência das argamassa colantes.

Palavras-chave: Argamassa colante. Formulação. Cura submersa. Normalização.

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ABSTRACT

The development of high quality materials and standardized by technical standards offers

numerous benefits for both the company and the consumer. The search for continuous

improvement of industrialized adhesive mortars is essential, considering that it serves a wide

market, which are the ceramic coating industries. However, one of the major problems faced is

the detachment of ceramic coating laid with adhesive mortar, usually caused by loss of

adhesion, resulting in serious accidents and high repair costs. Thus, twenty ACIII industrialized

adhesive mortars were developed in the laboratory, varying the type and percentage of Portland

cement, polymeric additive, sand and adding stone dust, in order to meet the requirement of

ABNT NBR 14081 -4: 2012, referring to tensile bond strength in water immersion cure, seeking

the most cost-effective. The adhesive mortar was applied according to the criteria required by

ABNT NBR 14081-2: 2012 and, after 28 days, the pullout test was performed in each

formulated adhesive mortar. According to the standard, industrialized ACIII adhesive mortars

must achieve tensile strength values when subjected to water immersion curing greater than or

equal to 1,0 MPa. Thus, the tensile strength values were calculated and it was observed that

none of the formulations reached the value determined by the standard, but almost all values

were higher than the standard formula. The five formulas that performed the best results were

CP4, CP1, CP2, C3 and C4, which yielded 0,90 MPa, 0,85 MPa, 0,76 MPa, 0,71 MPa and 0,71

MPa, respectively. Good results were observed using CP II 40 F cement and varying the

polymer/cement ratio. It is believed that the lack of control of temperature, humidity and air

velocity required by the standard during application and cure of adhesive mortar influenced the

adhesion values of adhesive mortar.

Keywords : Adhesive mortar. Formulation. Submerged cure. Normalization.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxograma de processo experimental .................................................................... 45

Figura 2 - Substrato-padrão utilizado para ensaio de aderência das argamassas colantes ....... 50

Figura 3 - Teste de absorção de água ....................................................................................... 51

Figura 4 - Etapas iniciais do preparo da argamassa colante ..................................................... 54

Figura 5 - Etapas finais do preparo da argamassa colante ........................................................ 55

Figura 6 - Aplicação da argamassa colante sobre o substrato-padrão ...................................... 56

Figura 7 - Assentamento das placas cerâmicas sobre argamassa colante................................. 57

Figura 8 - Colagem das peças metálicas e imersão do substrato-padrão em água ................... 58

Figura 9 - Processo de arrancamento das placas cerâmicas ..................................................... 59

Figura 10 - Tipos de ruptura ..................................................................................................... 60

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Resultados do ensaio de arrancamento após 28 dias de cura submersa ................. 70

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tipos de argamassas conforme função na construção ............................................ 17

Tabela 2 - Análise comparativa entre argamassa industrializada e dosada em obra ................ 19

Tabela 3 - Classificação das argamassas conforme propriedades ............................................ 22

Tabela 4 - Tipos de cimento Portland disponíveis no mercado brasileiro................................ 25

Tabela 5 - Resistência à compressão conforme classe dos cimentos Portland ......................... 25

Tabela 6 - Porcentagem em massa dos componentes presentes nos diferentes cimentos ........ 26

Tabela 7 - Classificação dos agregados .................................................................................... 28

Tabela 8 - Influência das características da areia nas propriedades da argamassa ................... 41

Tabela 9 - Formulações desenvolvidas para argamassa colante do tipo ACIII ........................ 47

Tabela 10 - Outros materiais utilizados para execução do ensaio de arrancamento ................ 52

Tabela 11 - Resultado do ensaio de arrancamento por tração .................................................. 63

Tabela 12 - Tipos de ruptura .................................................................................................... 69

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13

1.1 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA .................................................................................. 14

1.2 HIPÓTESES .................................................................................................................... 15

1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 15

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 15

1.3.1.1 Objetivos Específicos ................................................................................................. 15

1.4 RELEVÂNCIA SOCIAL, CIENTÍFICA E AMBIENTAL DA PESQUISA ................. 16

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 17

2.1 ARGAMASSA: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO ................ 17

2.1.1 Argamassa industrializada e argamassa dosada em obra ....................................... 19

2.2 ARGAMASSA COLANTE INDUSTRIALIZADA ....................................................... 20

2.2.1 Classificação ................................................................................................................. 21

2.2.2 Principais constituintes ............................................................................................... 23

2.2.2.1 Aglomerante – Cimento Portland ............................................................................... 24

2.2.2.2 Agregado miúdo – Areia ............................................................................................ 27

2.2.2.3 Aditivos químicos........................................................................................................ 29

2.2.2.4 Água de amassamento ................................................................................................ 32

2.3 PRINCIPAIS PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS COLANTES .......................... 32

2.3.1 Propriedades no estado fresco .................................................................................... 33

2.3.1.1 Trabalhabilidade ........................................................................................................ 33

2.3.1.2 Consistência ............................................................................................................... 34

2.3.1.3 Plasticidade ................................................................................................................ 35

2.3.1.4 Retenção de água ....................................................................................................... 35

2.3.1.5 Adesão inicial ............................................................................................................. 36

2.3.1.6 Massa específica ......................................................................................................... 36

2.3.1.7 Teor de ar incorporado .............................................................................................. 36

2.3.2 Propriedades no estado endurecido ........................................................................... 37

2.3.2.1 Retração ..................................................................................................................... 37

2.3.2.2 Capacidade de absorver deformações ....................................................................... 38

2.3.2.3 Durabilidade............................................................................................................... 38

2.3.2.4 Permeabilidade........................................................................................................... 39

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2.3.2.5 Aderência .................................................................................................................... 39

2.4 INFLUÊNCIA DOS MATERIAIS CONSTITUINTES NA ADERÊNCIA DAS

ARGAMASSAS COLANTES ................................................................................................. 40

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 43

3.1 INVESTIGANDO CIENTIFICAMENTE ....................................................................... 43

3.2 O ESTUDO EM PAUTA ................................................................................................. 44

3.3 ETAPAS DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................... 44

3.4 MATERIAIS .................................................................................................................... 46

3.4.1 Formulações de argamassa colante ........................................................................... 47

3.4.1.1 Cimento Portland ....................................................................................................... 49

3.4.1.2 Areia ........................................................................................................................... 50

3.4.1.3 Aditivos ....................................................................................................................... 50

3.4.1.4 Substrato-padrão ........................................................................................................ 50

3.4.1.5 Placa cerâmica ........................................................................................................... 51

3.4.1.6 Outros materiais ......................................................................................................... 52

3.5 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO REALIZADO .................................................... 53

3.5.1 Preparo da argamassa colante ................................................................................... 53

3.5.2 Aplicação da argamassa colante ................................................................................ 55

3.5.3 Cura com imersão em água ........................................................................................ 57

3.5.4 Ensaio de arrancamento de resistência de aderência à tração ................................ 58

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 62

4.1 ENSAIO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO CURA COM IMERSÃO

EM ÁGUA ................................................................................................................................ 62

4.1.1 Comparação dos valores do ensaio de arrancamento .............................................. 70

4.1.2 Viabilidade Econômica ............................................................................................... 72

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 74

6 SUGESTÕES..................................................................................................................... 75

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 76

APÊNDICES ........................................................................................................................... 81

APÊNDICE A – Resultados obtidos com o ensaio de arrancamento ................................ 82

APÊNDICE B – Ruptura em cada corpo de prova após ensaio de arrancamento .......... 87

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1 INTRODUÇÃO

A indústria de revestimentos cerâmicos vem se desenvolvendo e ampliando o seu

mercado com o passar dos anos, atrelada aos avanços tecnológicos. Muitas vantagens este setor

tem para oferecer, como durabilidade, versatilidade, beleza e sofisticação, facilidade de limpeza

e colocação. O Brasil ocupa a terceira posição em consumo e produção no mercado mundial de

revestimentos cerâmicos. De acordo com os dados disponibilizados pela Associação Nacional

dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres, no ano de

2018, a produção de revestimentos cerâmicos foi de cerca de 795 milhões de m2, sendo que as

vendas totais chegaram a 694,5 milhões de m2 no mercado interno. (ANFACER, 2019).

Para aplicação, os revestimentos cerâmicos são fixados utilizando-se argamassas

colantes industrializadas. Antigamente, os materiais utilizados na construção civil eram

preparados no próprio canteiro de obras. Com os avanços tecnológicos da área, os materiais

industrializados passaram a ter grande utilidade. Um exemplo comum é o caso das argamassas

industrializadas, que surgiram com o propósito de facilitar as construções e substituir as

argamassas dosadas em obras, devido as diversas vantagens e o bom desempenho que oferecem

com sua utilização.

A Associação Brasileira de Argamassas Industrializadas (ABAI) define argamassa

como uma família de diferentes produtos, obtidos através da mistura de materiais. Estima-se

que o mercado de argamassas no Brasil seja de aproximadamente 120 milhões de toneladas.

Existem vários tipos de argamassas disponibilizadas no mercado, cada uma apresenta aplicação,

composição e características exclusivas, por isso devem ser utilizadas corretamente para que

possam alcançar o desempenho esperado. (ABAI, 2015).

Com o passar dos anos, surgiu a necessidade de uma normalização específica sobre

argamassa colante, devido a elevada demanda pelo produto, para atender o mercado de

revestimentos cerâmicos. Assim, em 1994, registrou-se a primeira reunião referente às

argamassas colantes no Brasil, elaborada no Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e

Agregados (CB-18) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). (SILVA, 2003).

Atualmente, a norma brasileira referente à argamassa colante industrializada para

assentamento de revestimentos cerâmicos, descrita como ABNT NBR 14081, é dividida em

cinco partes, onde são determinados os requisitos e critérios para aplicação da argamassa

colante, determinação do tempo em aberto, resistência de aderência à tração e do deslizamento.

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14

1.1 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA

O desenvolvimento de materiais com alta qualidade e padronizados mediante

normas técnicas, oferece inúmeros benefícios, tanto para a empresa, favorecendo seu destaque

no mercado competitivo e redução de custos de produção, quanto para o consumidor que busca

a qualidade na aquisição de materiais. A busca pela qualidade é muito comum nos mais diversos

setores produtivos, principalmente no setor da construção civil, pois com os avanços

tecnológicos da área, disponibilizar produtos que garantam durabilidade e segurança é sinônimo

de execução de uma obra eficiente, evitando possíveis reparos e manutenções.

A expressiva demanda por produtos, que atenda este setor, vem crescendo

significativamente. Um caso muito comum é a utilização das argamassas colantes

industrializadas, que são ensacadas na forma de pó seco, apresentando praticidade e eficiência

na sua utilização. A busca pela melhoria contínua deste produto é imprescindível, considerando

que atende a um amplo mercado, que são as indústrias de revestimentos cerâmicos.

Atualmente, os revestimentos cerâmicos são frequentemente utilizados para

fornecer beleza e sofisticação a ambientes e, simultaneamente, proporcionar proteção a

eventuais incidências patológicas nas estruturas e resistência a intempéries. Assim, para o

assentamento das placas cerâmicas, as argamassas colantes desenvolvidas industrialmente são

as mais empregadas. Destinadas ao setor imobiliário, possuem como relevante e principal

propriedade a resistência de aderência, pois esta propriedade está relacionada com os possíveis

descolamentos, vindo a causar acidentes e altos custos de reparos.

Embora os revestimentos cerâmicos sejam largamente utilizados atualmente, um

dos grandes problemas enfrentados é a ocorrência do descolamento destes, causado

normalmente pela perda de aderência das argamassas colantes, principalmente quando

aplicadas em áreas expostas a intempéries e a elevados teores de umidade, especialmente em

áreas como piscinas, saunas, banheiros e fachadas, vindo a causar grandes prejuízos.

Diante do problema notório, faz-se o seguinte questionamento: que formulação

para argamassa colante industrializada tipo AC III atende ao requisito exigido pela

ABNT NBR 14081-4:2012, determinação da resistência de aderência à tração,

principalmente, após cura com imersão em água, e apresenta viabilidade financeira, em

estudo realizado no ano de 2019 em empresa no sul de Santa Catarina.

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15

1.2 HIPÓTESES

H1. Aumentando o teor de cimento na fórmula padrão, aumentará a resistência de

aderência à tração da argamassa colante?

H2. Aumentando o percentual de aditivo polimérico na fórmula padrão, aumentará

a resistência de aderência à tração da argamassa colante?

H3. Aumentando os teores de cimento e aditivo polimérico na fórmula padrão,

aumentará a resistência de aderência à tração da argamassa colante?

H4. Se utilizar um cimento de classe de resistência diferente da fórmula padrão,

aumentará a resistência de aderência à tração da argamassa colante?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Formular, em laboratório, diferentes traços de argamassa colante industrializada

tipo AC III com o propósito de atender ao requisito exigido pelo ABNT NBR 14081-4:2012,

referente à resistência de aderência à tração em cura com imersão em água, procurando o melhor

custo-benefício.

1.3.1.1 Objetivos Específicos

a) Descrever os conceitos e propriedades das argamassas;

b) Formular diferentes traços de argamassa colante industrializada tipo AC III;

c) Realizar, em laboratório, ensaio de arrancamento por tração conforme ABNT

NBR 14081-4:2012;

d) Determinar a resistência de aderência à tração após cura com imersão em água

para cada amostra;

e) Analisar a viabilidade financeira da argamassa para a melhor formulação.

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16

1.4 RELEVÂNCIA SOCIAL, CIENTÍFICA E AMBIENTAL DA PESQUISA

A tecnologia, oferece diariamente novos produtos industriais à humanidade, sempre

na busca do conforto, segurança e longevidade. Em síntese, ela é a manifestação da Ciência,

que proporcionou, nas duas últimas décadas, maior avanço que em toda a história humana.

Assim, quando um novo produto é lançado, novas perspectivas surgem e, na

construção civil, não é diferente. As argamassas colantes, por exemplo, oferecem praticidade e

economia aos construtores e, quando sua formulação é investigada na direção do

aprimoramento, surgem novas perspectivas de aumento dos benefícios aos consumidores finais

e, subsequentemente, fica evidenciada a relevância social da pesquisa.

Do exposto, pode-se inferir que um novo produto tecnológico surge da ação da

ciência e, além disso, os resultados da investigação poderão ser utilizados em discussões

acadêmicas, publicados em revistas técnicas da área e gerar novos estudos. O conjunto destes

fatores determinam a importância científica do mesmo.

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17

2 REVISÃO DE LITERATURA

Nos próximos tópicos, serão abordados conceitos, classificações e características

das argamassas usualmente utilizadas no setor da construção civil. Posteriormente, será dada

ênfase às argamassas colantes industrializadas, tema do presente relatório de estágio. Serão

descritas as principais propriedades, definições, classificação, normalização, constituintes

utilizados nas formulações, as principais influências e patologias causadas pela perda de

aderência dos revestimentos cerâmicos assentados com argamassas colantes industrializadas.

2.1 ARGAMASSA: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO

As argamassas são materiais de construção civil muito utilizados atualmente devido a várias

vantagens que proporcionam, principalmente, a capacidade de aderência e endurecimento,

desenvolvidas a partir da mistura de aglomerantes, agregado miúdo, misturados em água.

Conforme sua destinação, ainda podem ser acrescentados aditivos e minerais. São aplicadas em

diferentes etapas da obra, como no assentamento de blocos e tijolos, no revestimento de paredes

e tetos e, usualmente, utilizadas na colagem de revestimentos cerâmicos em ambientes internos

e externos. (CARASEK, 2007).

Existem diversos tipos de argamassa, classificadas mediante vários critérios, como

o tipo, natureza e o número de aglomerantes utilizadas na sua formulação, quanto ao

desempenho obtido através de propriedades como consistência, plasticidade e densidade de

massa da argamassa, quanto à forma de preparo ou fornecimento, sendo industrializada ou

preparada diretamente na obra. São classificadas também conforme sua função na construção.

De acordo com a Tabela 1, tais funções estão associadas às suas finalidades e particularidade

de aplicação. (id ibid.).

Tabela 1 - Tipos de argamassas conforme função na construção

Função Tipos de argamassa

Construção de alvenarias Argamassa de assentamento

Argamassa de fixação

Revestimento de paredes e tetos

Argamassa de chapisco

Argamassa de emboço

Argamassa de reboco

Argamassa de camada única

Argamassa de revestimento decorativo

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

18

Revestimento de piso Argamassa de contrapiso

Argamassa de alta resistência

Revestimento cerâmico (pisos e paredes) Argamassa colante

Argamassa de rejuntamento

Recuperação de estruturas Argamassa de reparo

Fonte: adaptado de Carasek (2007, p.865).

O Tabela 1 mostra os diferentes tipos e as principais argamassas disponibilizadas

no mercado. As argamassas possuem propriedades e funções diferentes umas das outras, por

isso é imprescindível a escolha correta deste material em função de sua aplicação nas

construções e em revestimentos para obtenção de bons resultados.

De acordo com Guimarães (2012), as argamassas mais empregadas atualmente são

as de assentamento e revestimento, sendo muito comuns suas aplicações em diferentes áreas da

construção. Carasek (2007) também afirma que as principais argamassas utilizadas na

construção civil são as de assentamento de alvenaria e revestimento de paredes e tetos.

As argamassas de assentamento são usualmente utilizadas para elevação de muros

e paredes, assentados com tijolos ou blocos. Possuem como principais funções unir os sistemas

de alvenaria, absorver deformações naturais da alvenaria em que esteja exposta e garantir a

vedação correta para evitar penetração da água. Para que a argamassa de assentamento de

alvenaria desempenhe corretamente suas funções, elas devem cumprir propriedades como

trabalhabilidade, aderência, resistência mecânica e capacidade de absorver deformações.

(CARASEK, 2007).

Como o próprio nome já diz, as argamassas de revestimento servem para revestir

muros, paredes e tetos de edificações. Este tipo de argamassa tem como principais funções

proteger a alvenaria contra agentes agressivos, oferecer isolamento térmico e acústico, garantir

estanqueidade da água, regularizar as superfícies para posteriormente receberem acabamentos

finais, como pinturas e placas cerâmicas. São constituídas por diversas camadas como chapisco,

reboco, camada única e revestimento decorativo monocamada. (id ibid.)

Além das variedades de argamassas disponibilizadas no mercado, no início de 1950,

nos Estados Unidos e na Europa, a fim de facilitar a execução dos serviços, tornando-os mais

agíeis e proporcionando maior qualidade, surgiram as argamassas industrializadas e as semi-

prontas, bastando apenas adição de água. (NASCIMENTO, 2012).

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

19

2.1.1 Argamassa industrializada e argamassa dosada em obra

Argamassas preparadas em canteiro de obras são aquelas produzidas sem um

controle técnico dos materiais constituintes. São utilizados como matéria-prima, cimento, cal,

areia e água na sua formulação, raramente são adicionados aditivos químicos. Apresentam custo

de preparação inferior às argamassas industrializadas, porém a qualidade e o desempenho são

afetados, pois os traços dos constituintes são acrescentados mediante experiência do

profissional que irá executar determinado serviço. (MALAGONI; SCARTEZINI, 2013).

As argamassas industrializadas, ou também conhecidas como argamassas prontas

ou ensacadas, são disponibilizadas no mercado com todos os insumos corretamente dosados

pelos fabricantes, onde se faz necessário apenas adição de água por parte dos consumidores. A

vantagem de se obter um produto com essas características é a facilidade de aplicação,

eliminação de possíveis correções e adaptações, evitando problemas comum como o

descolamento de revestimentos assentados com argamassas colantes. Várias outras vantagens

são obtidas com a utilização de argamassas industrializadas. (RECENA, 2012).

É perceptível que as argamassas industrializadas surgiram para atender as diversas

necessidades apresentadas na execução de obras. Muitos estudos mostram o ganho potencial

das argamassas industrializadas comparadas com as dosadas em obras. Esta comparação é

apresentada na Tabela 2, sendo possível observar as vantagens que as argamassas preparadas

industrialmente proporcionam, principalmente no consumo reduzido de materiais, associado à

redução de gastos desnecessários. (REGATTIERI; SILVA, 2006).

Tabela 2 – Análise comparativa entre argamassa industrializada e dosada em obra

Processo Argamassa industrializada Argamassa dosada em obra

Recebimento e

descarregamento

de materiais

Menor demanda de mão-de-obra,

induzindo a menores desperdícios de

materiais

Maior demanda de mão-de-obra

e maior desperdício de

materiais

Armazenagem

dos materiais

Pequena área de estocagem e

facilidade no remanejo do produto

Maior área e elevados cuidados

na armazenagem

Local de preparo

Preparo em locais variáveis é

favorecida, permitindo menores

solicitações de transporte e mão-de-

obra

Mistura em locais variáveis,

dificultando o controle de

qualidade, perdas na medição e

transporte de materiais

Medição da

matéria-prima

Rigoroso controle na dosagem da

matéria-prima garantido pelos

fabricantes

Dificuldade na dosagem da

matéria-prima, sem controle dos

traços usados

Fonte: adaptado de Regattieri e Silva (2006).

Page 21: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

20

Na tabela acima, é evidente as grandes vantagens das argamassas industrializadas

mediante sua utilização. Pode-se perceber a elevada redução de mão-de-obra, facilidade no

preparo, armazenagem e recebimento do materiais, inclusive a grande redução de materiais

desperdiçados nos canteiros de obras, em razão dos produtos da matéria-prima serem

perfeitamente dosados, condizente com a finalidade de aplicação.

2.2 ARGAMASSA COLANTE INDUSTRIALIZADA

As argamassas colantes são muito empregadas, seja em grandes ou pequenas

construções, devido ao fato da crescente demanda por revestimentos cerâmicos atualmente.

Torna-se imprescindível o estudo sobre suas classificações e características, como também as

principais propriedades e a influência dos constituintes empregados na formulação da

argamassa colante. Com os devidos conhecimentos teóricos e práticos torna-se possível o

esclarecimento a eventuais problemas na utilização das argamassas colantes e,

consequentemente, proporcionar melhorias na qualidade do produto.

A norma técnica brasileira NBR 14081-1 estabelece os requisitos das argamassas

para assentamento de revestimentos cerâmicos. Define argamassa colante industrializada como

“produto industrial, no estado seco, composto de cimento Portland, agregados minerais e

aditivos químicos, que, quando misturados com água, forma uma massa viscosa, plástica e

aderente, empregada no assentamento de placas cerâmicas para revestimento.” (ABNT, 2012,

p.1).

Conhecidas também como argamassas adesivas, destinadas para assentamento de

materiais cerâmicos, aplicadas através de uma camada fina, com formação de cordões.

Disponibilizadas industrialmente em forma de pó, onde seus constituintes são dosados pelos

fabricantes, conforme necessidade do cliente. (ALMEIDA; SICHIERI, 2006).

No fim da II Guerra Mundial, nos Estados Unidos, deram-se início às primeiras

pesquisas referente às argamassas colantes. As pesquisas tinham como objetivo central

racionalizar o processo de aplicação de revestimentos cerâmicos, já que o processo tradicional

proporcionava longos períodos de serviço, demorando muito para finalização da obra.

Consequentemente, o estudo veio a oferecer aos consumidores, alta qualidade na execução de

obras, evitando possíveis imperfeições que pudessem comprometer a sua vida útil e reduzir

custos necessários para implantação destes revestimentos. (FIORITO, 1994).

Page 22: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

21

No Brasil, os estudos sobre argamassa colante começaram em 1964, devido a

problemas com desprendimento de revestimentos de pisos e paredes. Após a crescente demanda

por placas cerâmicas, observou-se a necessidade de produzir um material eficiente e de

qualidade, a fim de solucionar problemas recorrentes a falta de aderência. Posteriormente em

1971, a primeira argamassa colante brasileira foi desenvolvida, necessitando apenas adicionar

água, conhecida como “dry-set mortar”, traduzida como argamassa seca (id ibid.).

As argamassas colantes industrializadas, presentemente, estão sendo muito

utilizadas devido as diversas vantagens que oferecem, como maior resistência de aderência e

durabilidade, menos materiais desperdiçados quando comparadas às argamassas dosadas em

obras, permite a utilização de múltiplas técnicas de assentamento de forma limpa e eficiente,

além de oferecem praticidade e economia, por já serem pré-dosadas pelos fabricantes, com isto

proporcionam aumento na produtividade (CAMPANTE; BAÍA, 2003).

Existe, no mercado, uma vasta gama de produtos industrializados com

características específicas, a fim de atender a cada necessidade do consumidor. Este caso não é

diferente para as argamassas colantes industrializadas, pois cada tipo de argamassa colante é

desenvolvida para que possa atendar um caso característico.

2.2.1 Classificação

A normalização brasileira, ABNT, é responsável pela descrição da classificação e

características das argamassas colantes. Conforme NBR 14081-1 (2012), referente aos

requisitos para assentamento de revestimentos cerâmicos utilizando argamassas colantes

industrializadas, estas podem ser designadas mediante três tipos, e, em casos especiais, existe

mais duas designações.

A norma ainda esclarece que são denominadas pela sigla AC (argamassa colante),

seguida de algarismos romanos que se referem ao tipo (I, II ou III) e, no caso de argamassas

especiais, acrescenta-se as letras E e/ou D. O local de aplicação de cada tipo de argamassa,

também é especificada pela norma como pode-se observar:

▪ Argamassa colante industrializada AC I – argamassa tipo I, indicada para

assentamento de revestimentos cerâmicos em áreas internas, com exceção de aplicações em

locais como saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais. Como

característica, possui resistência as solicitações mecânicas e termo-higrométricas;

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

22

▪ Argamassa colante industrializada AC II – designada como tipo II, indicada para

assentamento de revestimentos cerâmicos de pisos e paredes em ambientes internos e externos.

Possui características de adesividade, proporcionando maior absorção de esforços quando os

revestimentos estão sujeitos a ciclos variantes de temperatura e umidade, como também

fenômenos naturais, como o vento;

▪ Argamassa colante industrializada AC III – denominada como tipo III, indicada

para assentamento de revestimentos cerâmicos em áreas internas e externas. Caracterizada pela

alta aderência comparada com as argamassas do tipo I e II;

▪ Argamassa colante industrializada E – argamassas do tipo I, II e III, com

propriedade de tempo em aberto estendido;

▪ Argamassa colante industrializada D - argamassas do tipo I, II e III, com

propriedade deslizamento reduzido.

As argamassas formuladas industrialmente devem atender aos requisitos

fundamentais exigidos pela norma técnica. Evidentemente, a Tabela 3 demonstra as principais

propriedades que as argamassas colantes devem atender, como tempo em aberto e resistência

de aderência à tração, de acordo com o método de ensaio proposto, descrito pela normalização

brasileira. (ABNT, 2012).

Tabela 3 - Classificação das argamassas conforme propriedades

Fonte: adaptado de NBR 14081-1 (2012, p.3).

A Tabela 3 mostra que as propriedades de tempo em aberto e resistência de

aderência à tração dependem do tempo e do tipo de cura de cada classe de argamassa. Este fato

Requisito Método de ensaio Unidade Critério

AC I AC II AC III

Tempo em aberto ABNT 14081 -3 min ≥ 15 ≥ 20 ≥ 20

Resistência de

aderência à tração

aos 28 dias,

conforme tipo de

cura

ABNT 14081 -4

Cura normal

MPa

≥ 0,5 ≥ 0,5 ≥ 1,0

ABNT 14081 -4

Cura submersa ≥ 0,5 ≥ 0,5 ≥ 1,0

ABNT 14081 -4

Cura em estufa ≥ 0,5 ≥ 1,0

Tempo em aberto

estendido (E) ABNT 14081 -3 min

Argamassa do tipo I, II e III, com

tempo em aberto estendido no

mínimo 10 min além do

especificado.

Deslizamento

reduzido (D) ABNT 14081 -5 mm

Argamassa do tipo I, II e III, com

deslizamento menor ou igual a 2

mm.

Page 24: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

23

é importante pois as argamassas estão sujeitas à aplicação em diferentes ambientes, seja em

áreas relativamente sem ações que possam prejudicar seu desempenho, como em áreas expostas

a umidades, variações de temperatura e outros agentes externos. Deve-se atentar a estes casos,

pois envolve problemas muitas vezes irreparáveis.

A norma 14081-1 (2012, p.1) define tempo em aberto como “maior intervalo de

tempo no qual uma placa cerâmica pode ser assentada sobre a pasta de argamassa colante”.

Ainda define a propriedade de resistência de aderência à tração sendo a “resistência à ruptura

por tração, em determinada idade e condições de cura, do conjunto constituído de substrato-

padrão, argamassa colante endurecida e placa cerâmica”.

As argamassas colantes do tipo I e II são formuladas industrialmente com baixo

teor de aditivos químicos, o que justifica o preço inferior comparado às demais. Logo, as do

tipo III, designadas pelo normalização como AC III, possuem em suas formulações elevados

traços de aditivos químicos e cimento. São indicadas para assentamento de porcelanatos, pedra

naturais, em áreas com elevadas temperaturas e umidade, devido à alta aderência que possuem.

(SANTOS, 2016).

Vale ressaltar que a normalização brasileira não descreve quais os constituintes e

os critérios de proporcionamento utilizados para desenvolvimento das argamassas, bem como

a quantidade de água de amassamento, tais escolhas são especificadas pelos próprios

fabricantes. (OLIVEIRA, 2004). Assim, cada tipo de argamassa possui em suas formulações

diferentes traços de matéria-prima para seu desenvolvimento, a fim de atendar as necessidades

propostas para cada caso específico. Desta forma, obter materiais de qualidade e traços

proporcionalmente corretos é uma maneira de obter-se as propriedades desejadas.

2.2.2 Principais constituintes

A escolha da matéria-prima apropriada para formular uma argamassa colante

industrializada é fundamental. Para Almeida (2005), as propriedades reológicas e mecânicas

das argamassas são modificadas conforme os materiais utilizados, como também a proporção

de cada um deles. Dubaj (2000 apud Cincotto et al., 1995) afirma que prováveis manifestações

causadas em revestimentos cerâmicos assentados com argamassa colante é devido a quantidade

inadequada dos materiais usados na sua produção.

Nos próximos itens, serão descritos os principais constituintes utilizados para

formular uma argamassa colante industrializada do tipo AC III da presente pesquisa. O estudo

Page 25: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

24

da matéria-prima, das suas características, propriedades e seu modo de fabricação, no

desenvolvimento de qualquer novo produto, é uma etapa extremamente importante para que o

produto final contenha os requisitos especificados pelas normas técnicas e que desempenhe

ótimos resultados com sua aplicação.

Contudo, serão analisadas as principais características, definições, classificações e

a função de cada componente empregado na argamassa colante industrializada produzida em

escala laboratorial. Os constituintes estudados serão cimento Portland, agregado miúdo,

aditivos químicos e água de amassamento.

2.2.2.1 Aglomerante – Cimento Portland

Os primeiros relatos sobre a origem do cimento, se dão por volta de 4.500 anos

atrás, onde se utilizava uma mistura de gesso calcinado na construção de monumentos, tais

misturas tinham ação de endurecimento, quando em contato com água. Contudo, no ano de

1824, o construtor Joseph Aspdin, por meio de estudos, desenvolveu uma mistura em forma de

pó seco, proveniente da queima de pedras calcárias e argila, onde após adicionar água e esperar

secar, obtinha-se um mistura de alta solidez como as pedras utilizadas nas construções. Assim,

deu-se o nome de cimento Portland, por esta mistura apresentar característica como cor e

durabilidade semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland. (BATTAGIN, 2009).

O cimento é o principal material da construção civil empregado na fabricação de

vários produtos e, conforme Bauer (2016, p.35), o cimento Portland é definido como:

Cimento Portland é o produto obtido pela pulverização de clinker constituído

essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, com um certa proporção de sulfato

de cálcio natural, contendo, eventualmente, adições de certas substâncias que

modificam suas propriedades ou facilitam seu emprego. O clinker é um produto de

natureza granulosa, resultante da calcinação de uma mistura daqueles materiais,

conduzida até a temperatura de sua fusão incipiente.

O autor ainda afirma que os principais constituintes presentes no cimento Portland

são a cal (CaO), sílica (SiO2), alumina (Al2O3) e óxido de ferro (Fe2O3). Esses componentes

geralmente estão presentes entre 95 a 96% do total de óxidos presentes. O cimento ainda contém

certa quantidade de óxido de magnésio (MgO), em uma proporção limitada entre 2 a 3 % e

também um pequena quantidade de anidrido sulfúrico (SO3) com a finalidade de retardar o

tempo de pega. Possuem ainda outros constituintes de menor importância, com porcentagens

inferiores a 1 % como óxido de sódio (Na2O), óxido de potássio (K2O) e óxido de titânio (TiO2).

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25

A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) afirma que o cimento é um

material em forma de pó fino, no qual ocorre o endurecimento quando misturado com água e

possui propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes. Existem oito opções

disponibilizadas no mercado brasileiro, com características específicas para cada tipo. A Tabela

4 mostra os principais cimentos Portland comercializados atualmente. (ABCP, 2000).

Tabela 4 – Tipos de cimento Portland disponíveis no mercado brasileiro

Tipos de cimento Sigla

Cimento Portland

Comum (CPI)

Cimento Portland Comum - CPI CP I

Cimento Portland Comum com Adição CP I-S

Cimento Portland

Composto (CPII)

Cimento Portland Composto com Escória CP II-E

Cimento Portland Composto com Pozolana CP II-Z

Cimento Portland Composto com Fíler CP II-F

Cimento Portland de Alto-Forno CP III

Cimento Portland Pozolânico CP IV

Cimento Portland de Alta Resistência Inicial CP V - ARI

Cimento Portland Resistente a Sulfatos RS

Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação BC

Cimento Portland Branco CPB

Fonte: adaptado de ABCP (2015).

Em tempos remotos, os cimentos eram produzidos mediante encomenda dos

consumidores aos fabricantes. Estas encomendas exigiam algumas especificações para que

atendesse a necessidade do serviço. Assim surgiu a normalização dos cimentos em cada país.

No Brasil, existem vários tipos de cimento, que possuem propriedades importantes, conforme

sua classe de resistência à compressão, descritos na Tabela 5. (BAUER, 2016).

Tabela 5 – Resistência à compressão conforme classe dos cimentos Portland

Sigla Classe Resistência à compressão aos 28 dias de cura (MPa)

03 dias 07 dias 28 dias

CP I e CP II

25 8 15 25

32 10 20 32

40 15 25 40

CP III

25 8 15 25

30 10 20 32

40 12 23 40

CP IV 25 8 15 25

32 10 20 32

CP V - 24 34 -

Fonte: adaptado de Bauer (2016).

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26

Conforme Tabela 5, o mercado disponibiliza cimento CP I -25/32/40, CP II-

25/32/40, CP III 25/32/40 e CP IV – 25/32. Vale ressaltar que cimento CP V – ARI não está

dentro de uma classe, porém apresenta alta resistência nos primeiros dias de cura. Os cimentos

apresentam resistência à compressão de acordo com os dias de cura, ou seja, o quanto de força

de compressão o cimento no estado endurecido suportará até que ocorra as devidas

deformações. Já, na Tabela 6, são apresentados os componentes presentes em cada tipo de

cimento Portland.

Tabela 6 - Porcentagem em massa dos componentes presentes nos diferentes cimentos

Sigla

Componentes (% em massa)

Clínquer + Sulfato

de Cálcio

Escória granulada de

alto-forno

Material

Pozolânico

Material

Carbonático

CP I 100 0 0 0

CP I-S 99-95 1-5 1-5 1-5

CP II-E 94-56 6-34 0 0-10

CP II-Z 94-76 0 6-14 0-10

CP II-F 94-90 0 0 6-10

CP III 65-25 35-70 0 0-5

CP IV 85-45 0 15-50 0-5

CP V - ARI 100-95 0 0 0-5

Fonte: adaptado de Souza e Mekbekian (1996).

Os cimentos Portland disponibilizados no mercado brasileiro, diferem-se entre si

em função de suas composições, podem apresentar diferentes porcentagem de materiais

pozolânicos, carbonático, clínquer e entre outros, conforme Tabela 6. Cada cimento possui

características físicas, químicas e mecânicas únicas, desenvolvidas para atender as diversas

exigências do mercado. (SOUZA; MEKBEKIAN, 1996).

O cimento Portland é classificado como um aglomerante hidráulico. Um material

aglomerante é aquele que tem a função de promover a união dos agregados, formando uma

pasta homogênea. Neste caso, o cimento é um aglomerante hidráulico devido a capacidade de

endurecimento quando em contato com a água, cujo fenômeno é denominado hidratação. O

cimento no estado seco, não tem capacidade de promover esta união. (ARAUJO;

RODRIGUES; FERITAS, 2000).

Ao promover o contato entre água e cimento, o processo de hidratação se inicia. À

medida que a reação de hidratação vai acontecendo, novos compostos químicos vão sendo

formados. Os principais compostos formados com a hidratação do cimento são hidróxido de

cálcio (C-H) e silicato de cálcio hidratado (C-H-S), sendo o produto responsável pelas

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27

resistências da pasta no estado endurecido. Durante o processo de hidratação, estes compostos

tendem a surgir e ocupar os espaços vazios ocupados antes pela água e pelo cimento em

dissolução. (METHA; MONTEIRO, 2008).

Esses compostos hidratados possuem formatos de agulhas e cristais, que

proporcionam o endurecimento da pasta de cimento, responsáveis pelo ganho de resistência do

material. O processo de hidratação é um processo exotérmico, ocorrendo liberação de energia,

que deve ser controlada para que não se desenvolvam problemas como, por exemplo, fissuras,

trincas, entre outros. (id ibid.).

Outro conceito importante em relação ao cimento Portland é a pega. O termo pega

diz respeito a perda de fluidez da pasta, ou seja, após adição de água em aglomerantes

hidráulicos, reações químicas de hidratação começam a surgir. Posteriormente, ocorre formação

de compostos tornando a pasta cada vez menos fluida, até que deixe de ser deformável por

pequenas cargas e torne-se extremamente rígida. Com isto, pode-se determinar o tempo de pega,

onde tem-se o início e final da pega. O conhecimento deste tempo é muito importante para

argamassas e concretos, pois é possível ter ideia do tempo em que o produto pode ser

trabalhável, transportado e aplicado até que ocorra a solidificação. (ARAUJO; RODRIGUES;

FERITAS, 2000).

É muito importante conhecer a fundo os tipos de cimentos, suas propriedades e

características, pois, para o desenvolvimento de produtos à base de cimento, como o caso das

argamassas colantes, o bom desempenho destas está relacionado diretamente com às

propriedades do cimento e, também, aos seus constituintes.

2.2.2.2 Agregado miúdo – Areia

A areia é um agregado miúdo usualmente empregado como matéria-prima para

fabricação de novos produtos, como também o cimento. Esses materiais são essenciais para se

obter produtos de relevante qualidade, cabendo ao fabricante ter conhecimento de suas origens,

tipos, composições e propriedades que estão disponíveis atualmente.

De acordo com Bauer (2016, p.63), os agregados utilizados na construção civil são

definidos como:

Agregado é o material particulado, incoesivo, de atividade química particularmente

nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa gama de tamanhos. O

termo “agregado” é usado generalizado na tecnologia do concreto; nos outros ramos

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28

da construção é conhecido, conforme cada caso, pelo nome específico: fíler, pedra

britada, bica-corrida, rachão, etc.

Agregado miúdo é definido pela norma técnica ABNT, NBR 7211 (2005, p.3) como

“agregados cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos

na peneira com abertura de malha de 150 µm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT

NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1”.

Segundo Bauer (2016), os agregados são classificados conforme a origem, que

podem ser naturais e industriais, de acordo com as dimensões das partículas, sendo miúdo e

graúdo e também quanto ao peso específico aparente, descrito na Tabela 7.

Tabela 7 - Classificação dos agregados

Origem

Naturais: encontram-se na forma

particulada na natureza Areia e cascalho

Industrializados: obtidas por

processos industriais

Brita, pedra britada, pó de pedra,

fíler, entre outros

Dimensões das

Partículas

Miúdo Areia

Graúdo Cascalhos e britas

Peso Específico

Aparente

Leves Escória granulada e vermiculita

Médios Cascalho, basalto, e granito

Pesados Barita, hematita e magnetita

Fonte: adaptado de Bauer (2016).

A areia é um agregado miúdo natural largamente empregado na produção de

argamassas. A areia pode ser extraída do leito de rios por meio de dragas de sucção, em cavas

através de escavações mecânicas, de britagem e escória, como também de praias e dunas. Em

certas argamassas de enchimento, são acrescentados outros agregados como pó de pedra e areia

de britagem. (BAUER, 2016).

A principal vantagem e a função da areia nas argamassas é a redução do consumo

de aglomerantes, consequentemente, redução de custos, pois a areia permite o preenchimento

de vazios. A areia não tem função de desenvolver reações químicas de endurecimento, porém

influencia no estado fresco da argamassa, atuando na trabalhabilidade e retenção de água,

atuando, assim, nas propriedades de resistência do estado endurecido. Outra vantagem

importante é o aumento na resistência à compressão, havendo um aumento de 4 MPa até 30

MPa. (DUBAJ, 2000).

Page 30: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

29

2.2.2.3 Aditivos químicos

Os aditivos químicos são elementos que têm a capacidade de modificar as

propriedades da argamassa no estado fresco e no estado endurecido. Existem diversos tipos de

aditivos, porém todos são desenvolvidos com o objetivo de fornecer qualidade às argamassas,

consequentemente, minimizar problemas indesejáveis. Comumente utilizados para tornar a

argamassa mais fluida e diminuir a relação entre água/cimento. É perceptível a importância do

emprego de aditivos na composição das argamassas. (GOMES, 2013).

Segundo Copetti (2016) apud Santos (2008), os aditivos são produtos químicos que

têm a função de melhorar as características da argamassa, como a trabalhabilidade, tempo em

aberto, durabilidade e resistência mecânica. O autor ainda descreve os principais aditivos

químicos frequentemente empregados nos mais diversos tipos de argamassas:

a. Incorporadores de ar: melhoram a plasticidade, adesão inicial e retenção de água,

podendo prejudicar resistência a aderência;

b. Plastificantes: melhoram a trabalhabilidade das argamassas;

c. Retentores de água: diminuem a absorção da água pelo substrato, evaporação e

exsudação;

d. Retardadores de pega: retardam a hidratação do cimento, disponibilizando um

tempo maior para sua utilização;

e. Adesivos: melhoram a aderência da argamassa com o substrato;

f. Hidrofugantes: reduz a absorção de água da argamassa, ocorrem o efeitos de

fechamento de poros;

g. Impermeabilizantes: reduzem a permeabilidade, porém podem perder eficiência

no aparecimento de fissuras.

Os aditivos comumente empregados nas argamassas colantes são aditivos

poliméricos e aditivos celulósicos. Esses aditivos tendem a modificar as propriedades da

argamassa colante, tanto no estado fresco, como no estado endurecido. (COSTA et al., 2013).

Os polímeros têm a função de melhorar propriedades reológicas das argamassas no

estado fresco, proporcionam maior flexibilidade e resistência à tração no estado endurecido. A

principal função é atuarem como adesivos para assentamento de placas cerâmicas. (COSTA et

al., 2013 apud NEZZI et al., 2005).

Este aditivo é utilizado em argamassa colantes na forma de um pó que redispersa

em contato com água. Com isto, as partículas do polímero tendem a fragmentar-se em partículas

menores e, assim, formar um filme polimérico com a evaporação ou secagem da água. Mesmo

Page 31: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

30

processo que ocorre no cimento, a secagem da água tende a formar um filme sobre a pasta.

(SANTOS, 2006). Porém, a formação do filme polimérico pode ocorrer no interior de poros

capilares, sobre os grãos de cimento e também sobre os agregados. (SILVA, 2001 apud SILVA

et al., 1999). Vários fatores afetam a formação deste filme, como as condições ambientais, como

temperatura e umidade e as características do aditivo, qualidade e tamanho das partículas.

(SILVA, 2001 apud LAVELLE, 1988).

O tipo de cura influencia significativamente em argamassas modificadas com

polímeros, pois é necessária a secagem para, consequentemente, formar o filme polimérico e

então obter bons desempenhos. (SILVA, 2001). A cura ideal é exposta ao ar, pois permite ao

polímero formar o filme polimérico, sendo um película superficial que tem a função de impedir

a saída de água utilizada para hidratação do cimento. Com o processo de secagem, ocorre

também a formação deste filme no interior do material, melhorando muitas propriedades.

Assim, para que as argamassas possam atingir cerca de 75 % de sua resistência final, devem

ficar, pelo menos, sete dias em cura normal. (SILVA, 2001 apud RILEY e RAZL, 1974).

A baixa resistência obtida pelas argamassas quando submetidas a cura com imersão

em água, após um período de cura normal, está relacionada com um possível inchamento do

polímero quando absorve água, selando os vazios capilares, consequentemente reduzindo a

permeabilidade. O ideal seria inicialmente submeter as argamassas por sete dias em cura úmida

e, posteriormente, durante 180 dias em cura seca, para alcançar as máximas resistência, pois a

mistura de polímero e cimento proporciona lentidão nas reações de hidratação. Assim, durante

a cura seca, a formação do filme polimérico garante retenção de água para a hidratação do

cimento. (SILVA, 2001 apud OHAMA, 1984).

O mesmo autor ainda afirma que argamassas imersas em água, sem aditivos

poliméricos, necessitam de, aproximadamente, cinco horas para tornar a taxa absorção de água

constante. Já em argamassas aditivadas, a taxa absorção de água aumenta com o tempo da cura

com imersão, no mínimo, cerca de 48 horas após o contato com a água, e esta taxa é acentuada

com elevadas relações entre polímero/cimento. Devido ao contato prolongado da argamassa em

água, pode ocorrer a redispersão do filme polimérico ou ocorrer interação das partículas do

cimento com as moléculas da água. (id ibid.)

Os polímeros tendem a modificar as características e propriedades das argamassas

em função das interações que ocorrem durante o processo de hidratação do cimento, pois

possivelmente ocorre alteração na cinética de reação e a interação com as fases em formação.

Já os efeitos das adições de aditivos poliméricos dependem tanto do tipo de polímero

Page 32: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

31

empregado, como a relação polímero/cimento e a relação ente água de amassamento e cimento.

(SILVA, 2001).

Algumas pesquisas realizadas comprovam que o tipo e o teor de polímero

empregado em argamassas, tornam as reações de hidratação do cimento mais lentas, afetando

a mobilidade dos íons presentes na fase aquosa, modificando a morfologia das fases hidratadas

nos primeiros períodos de cura. Este retardo nas reações de hidratação causam aumento no

tempo de pega e endurecimento. (SILVA, 2001 apud RAMAKRISHNAN, 1992; SU, 1995;

KARDON, 1997; OHAMA, 1998).

Os aditivos poliméricos afetam diretamente a trabalhabilidade da argamassa, como

também a viscosidade, consistência e plasticidade, motivo justificado pela incorporação de ar

durante a mistura e o efeito dispersando do polímero. (SILVA, 2001).

Outra característica que as argamassas colantes aditivadas com polímero

apresentam, principalmente argamassas com elevados teores de cimento, é o aumento da fluidez

com o aumento da relação entre água/cimento e polímero/cimento. Contudo, o aumento do teor

de polímero requer um redução na quantidade de água de amassamento, vindo a contribuir com

aumento de resistência e menor retração, causado pelo processo de secagem. (SILVA, 2001

apud OHAMA, 1984). A redução na quantidade de água é devido a uma boa homogeneização

das partículas poliméricas presente na massa. (SILVA, 2001 apud AFRIDI et al., 1995a).

Vários pesquisadores confirmaram, através de seus estudos, que aditivos

poliméricos proporcionam melhoras nas propriedades da argamassa, obtendo-se maiores

resistências, aderência, durabilidade, principalmente comparadas às argamassas sem aditivos.

Porém, esta melhora está diretamente relacionada com a quantidade de água de amassamento

empregada durante preparado. Como os polímeros possuem efeito plastificante, torna-se

necessário redução da quantidade de água de amassamento. Essa redução na demanda de água

deve ser realizada também em maiores relações polímero/cimento, pois ocorre perdas na

resistências. (SILVA, 2001). Tal fato é atribuído às partículas de polímeros atuarem como poros

na pasta de argamassa, devido essas partículas estarem dispersas na pasta hidratada do cimento.

(SILVA, 2001 apud SAKAI e SUGIRA, 1995).

A relação água de amassamento e cimento influenciam diretamente nas

propriedades da argamassa, pois tende a alterar a liberação de calor durante o processo de

hidratação e também a microestrutura das fases hidratadas. (SILVA, 2001).

Já os aditivos celulósicos, quando empregados em materiais à base de cimento,

levam à retenção de água e aumento na viscosidade, ocorrendo a formação de um hidrogel. Este

hidrogel tem a função de aprisionar parte da água, assim, quando a argamassa no estado fresco

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32

entra em contato com o substrato e as placas cerâmicas, parte da água do hidrogel é succionada

pelo substrato, em baixa taxa de absorção, e outra parte da água é disponível para hidratação do

cimento. Esse aditivos são utilizados normalmente em baixas proporções. (SANTOS, 2006

apud WAGNER, 1973).

Em proporções adequadas, este aditivo tende a formar um filme fino sobre a

superfície, porém de baixa resistência. Este filme pode retornar ao estado de gel ou solução

quando em contato prolongado com a água. (SILVA, 2001).

2.2.2.4 Água de amassamento

A água de amassamento é a água utilizada na argamassa quando em forma de pó

seco, que tem como finalidade promover a hidratação dos aglomerantes utilizados em sua

formulação. No caso das argamassas colantes, promove a hidratação das partículas de cimento

Portland. A quantidade de água deve estar em proporções corretas para que toda mistura seja

hidratada e possa oferecer boa trabalhabilidade, evitando a segregação dos materiais

empregados. (MELO, 2012).

Além da importância da relação entre água de amassamento e aglomerante, a

relação entre água de amassamento e agregado miúdo deve ser analisada. Conforme as

características do agregado miúdo utilizado, deve haver uma dosagem correta da água, pois a

acomodação das partículas, a finura do material e a trabalhabilidade da argamassa está

associada à água de amassamento. (BEZERRA, 2010).

A norma técnica NBR 14081, referente as argamassas colantes industrializadas para

assentamento de placas cerâmicas, não descreve a quantidade de água necessária para preparo

da argamassa colante. Essa quantidade deve ser especificada pelo próprio fabricante.

2.3 PRINCIPAIS PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS COLANTES

O estudo das propriedades das argamassas no estado fresco e endurecido é muito

importante para o compreendimento de seu comportamento frente a diferentes aplicações.

Segundo Carasek (2007), as propriedades das argamassas são modificadas conforme as

características e propriedades do material poroso em que elas estão em contato. Assim, deve-se

analisar a interação argamassa e substrato para determinar, de forma correta, suas propriedades.

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33

Para que as argamassas colantes desempenhem um bom resultado na sua aplicação,

deve-se fazer um estudo sobre suas principais propriedades no estado fresco e endurecido. Face

ao exposto, nos próximos tópicos serão descritas as principais propriedades da argamassa

analisada na presente pesquisa, juntamente com as suas respectivas características.

2.3.1 Propriedades no estado fresco

As propriedades no estado fresco de uma argamassa colante são muito importantes

para que apresentem alta qualidade, pois influenciam significativamente nas propriedades do

estado endurecido, relacionados a grandes problemas patológicos desenvolvidos. São muitas as

propriedades exigidas das argamassas para que apresentem bom desempenho, contudo ter o

conhecimento sobre as características e comportamento das mesmas é muito importante. Dentre

as diversas propriedades apresentadas no estado fresco, destaca-se para esta pesquisa, a

trabalhabilidade, consistência, plasticidade, retenção de água, adesão inicial, massa específica

e teor de ar incorporado.

2.3.1.1 Trabalhabilidade

A maneira como as argamassas se comportam ou trabalham na prática é dita como

propriedade de trabalhabilidade. Pode-se definir trabalhabilidade como a facilidade que as

argamassas possuem quando misturadas, transportadas, aplicadas no estado fresco, em forma

de pasta homogênea. A análise desta propriedade é complexa, pois está associada a um conjunto

de outras propriedades como consistência, plasticidade, adesão inicial, retenção de água,

exsudação e densidade de massa. (CARASEK, 2007).

Para que uma argamassa seja considerada trabalhável, deve-se atender algumas

especificações, como a fácil penetração da colher de pedreiro na hora da mistura, não segregar

ao ser transportada, não aderir à colher de pedreiro ou desempenadeira ao ser lançada ou

assentada, preencher e distribuir-se sobre o substrato corrigindo imperfeições existentes e

endurecer lentamente quando aplicada, tornando-se plástica até a finalização do serviço.

(GOMES, 2013).

Em argamassa colante industrializada para assentamento de revestimentos

cerâmicos, é notória esta propriedade no momento do assentamento da argamassa sobre o

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34

substrato, pois está relacionada com a boa formação dos cordões, esticados com

desempenadeira dentada, com consistência e leveza durante aplicação e tempo em aberto

adequado sem que haja endurecimento precoce. (DIAS, 2017).

As características granulométricas da areia, como coeficiente de uniformidade,

finura e forma dos grãos utilizadas na composição das argamassas, influencia diretamente

nestas propriedades. (OLIVEIRA, 2001 apud TRISTÃO, 1995).

Além da areia, outros fatores internos e externos alteram o valor relativo da

trabalhabilidade, respectivamente, como: a consistência (relação água/cimento), proporção e

formato dos agregados. Entre os fatores externos estão o tipo de mistura (manual ou

mecanizada), tipo de transporte (vertical ou horizontal), lançamento (altura) e adensamento

(manual ou vibratório). (COPETTI, 2016 apud PETRUCCI, 1998).

Determinar valores de trabalhabilidade das argamassas é muito difícil, visto que

diversos fatores influenciam este propriedade, desde a fabricação até a forma de aplicação.

Porém a proposta mais recente para se avaliar esta propriedade é através do método de Squeeze-

Flow. (PAIXÃO, 2013).

2.3.1.2 Consistência

A consistência é a capacidade da mistura em resistir ao escoamento no estado

fresco, quanto mais fluidas as argamassas menores são os valores de tensão de escoamento. A

consistência ou fluidez da argamassa está diretamente ligada na proporção de água utilizada

para modificar e melhorar a propriedade de trabalhabilidade. Ainda, a consistência pode ser

classificada como seca (apenas preenche os vazios entre os agregados), plástica (formação de

uma fina camada de pasta aglomerante que lubrifica a superfície dos agregados) e fluida

(partículas dos agregados estão imersos na pasta aglomerante). (CARASEK, 2007).

Um método utilizado atualmente no Brasil para determinar a consistência de uma

argamassa é a mesa de consistência (flow table). Os métodos de ensaios para avaliar o índice

de consistência estão descritos na ABNT NBR 13276/2005, por meio de um ensaio que utiliza

ação mecânica para determinar o índice de consistência através da média de espalhamento da

argamassa após um sequência de trinta quedas. (MELLO, 2011).

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35

2.3.1.3 Plasticidade

A plasticidade, juntamente com a consistência, são propriedades que caracterizam

a trabalhabilidade da argamassa, não devem ser consideradas como sinônimos. Esta

propriedade é descrita como a capacidade da argamassa permanecer deformada após a redução

das tensões de deformação a ela submetida. (OLIVEIRA, 2001).

Vários fatores influenciam a plasticidade da argamassa no estado fresco, como as

características e teor dos aglomerantes e agregados, a presença ou ausência de aditivos

incorporadores de ar, além do tempo e intensidade da mistura. A plasticidade adequada para

mistura demanda da correta quantidade de água adicionada à argamassa, apresentando boa

consistência e trabalhabilidade, o que demanda da natureza e do proporcionamento dos

constituintes. Ainda, podem ser classificadas como plasticidade pobre, áspera ou magra,

conforme o percentual de finos existentes. (CARASEK, 2007).

2.3.1.4 Retenção de água

A retenção de água é uma propriedade relacionada à absorção ou evaporação da

água de amassamento quando aplicada sobre o substrato. Esta propriedade também está

relacionada diretamente com as propriedades no estado endurecido, pois a adequada retenção

de água, permite as reações de hidratação do cimento, e, consequentemente, o ganho de

resistência e durabilidade através da ação de endurecimento. (GOMES, 2013).

Para ocorrer a retenção apropriada da água, normalmente adicionam-se aditivos

químicos com esta característica, a fim de aumentar o tempo em aberto das argamassa, pois a

rápida evaporação da água utilizada oferece desvantagens como a falta de aderência e perda da

capacidade de absorver deformações, ocorrendo, por exemplo, descolamento de revestimentos

cerâmicos. Ainda assim, vários fatores influenciam nesta propriedade como as características e

proporção dos constituintes da argamassa. (id ibid.).

Esta propriedade deve ser analisada atentamente quando se utiliza um substrato de

alta sucção de água ou quando a argamassa está sujeita a condições climáticas desfavoráveis,

como temperatura, baixa umidade e ventos. (CARASEK, 2007).

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36

2.3.1.5 Adesão inicial

A adesão inicial é uma propriedade da argamassa no estado fresco definida como a

capacidade da argamassa aderir ao substrato após sua aplicação. Esta propriedade está

relacionada com as características da pasta aglomerante, especificamente com a tensão

superficial, visto que a redução da tensão superficial proporciona uma certa molhagem ao

substrato, reduzindo o ângulo de contato e consequentemente, favorecendo um maior contato

físico entre a pasta aglomerante e os grãos de agregado, melhorando efetivamente a adesão.

(CARASEK, 2007).

A adesão inicial está diretamente ligada com a propriedade de aderência no estado

endurecido da argamassa, assim ela caracterizará o comportamento futuro da relação entre

substrato e argamassa em função do desempenho de aderência. Assim, ela depende da

trabalhabilidade da argamassa, como também das características do substrato em que a mesma

será aplicada, principalmente, fatores como rugosidade, porosidade e condições de limpeza.

(OLIVEIRA, 2001).

2.3.1.6 Massa específica

A massa específica é definida como a relação entre a massa de argamassa e o seu

volume, considerando ou não os vazios existentes. Assim, são classificadas como massa

específica absoluta ou relativa, sendo que a absoluta não considera os vazios existentes no

volume de argamassa e a relativa considera os vazios existentes. (GOMES, 2013).

Os vazios existentes no volume de argamassa são formados no processo de mistura

e aplicação, provocados pelo aprisionamento ou pela incorporação de ar, ou também pela

evaporação da água de amassamento. Portanto, o valor de massa específica no estado

endurecido é menor que no estado fresco, devido aos fatores descritos anteriormente.

(OLIVEIRA, 2001).

2.3.1.7 Teor de ar incorporado

O teor de ar corresponde à quantidade de ar incorporado na argamassa no seu estado

fresco. Esta propriedade influencia na trabalhabilidade da argamassa, pois quanto menor a

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37

massa específica e maior o teor de ar, o desempenho de trabalhabilidade será melhor. Vale

ressaltar que, para aumentar o teor de ar incorporado, são adicionados aditivos com esta

característica, porém esta adição dever ser controlada, pois pode proporcionar problemas nas

demais propriedades, como na resistência mecânica e na aderência. (GOMES, 2013).

Muitos fatores influenciam no teor de ar incorporado, como as características do

aditivo químico utilizado, a proporção e o tipo de aglomerante, agregado e materiais finos

utilizados na desenvolvimento da argamassa, como também o tempo de mistura, o teor de água

e a temperatura. (CRUZ, 2011).

2.3.2 Propriedades no estado endurecido

As propriedades no estado endurecido são aquelas apresentadas após

endurecimento da argamassa colante. Estas propriedades estão relacionadas com a vida útil das

argamassas colantes e qualidade que este material apresenta. Porém, as propriedades no estado

endurecido estão associadas a vários fatores, como as condições e as características do

superfície em que a aplicação será realizada. Assim, analisar propriedades de retração,

capacidade de absorver deformações, durabilidade, permeabilidade e principalmente a

aderência, torna-se muito importante para resolução de eventuais problemas.

2.3.2.1 Retração

A retração corresponde à evaporação da água de amassamento, proporcionando a

retração da pasta aglomerante, devido às reações de hidratação do cimento e pela carbonatação

dos aglomerantes. Os principais fatores que influenciam esta propriedade são os materiais

constituintes da argamassa, como também, a espessura, onde valores superiores a 25 mm

tendem a sofrer retração na secagem e também o intervalo de aplicação de camadas. (GOMES,

2013).

A retração é uma propriedade que se inicia no estado fresco e posteriormente

apresenta suas características no estado endurecido. A retração se dá devido a rápida e

acentuada evaporação da água de amassamento, provocada pelas reações de hidratação dos

aglomerantes. Se a evaporação for lenta, a argamassa terá tempo suficiente para apresentar

resistência à tração para suportar tensões internas, porém se a evaporação for rápida, há uma

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38

grande tendência para aparecimento de fissuras em argamassas com alto teor de cimento.

(CARASEK, 2007).

2.3.2.2 Capacidade de absorver deformações

Esta propriedade está relacionada com a capacidade das argamassas absorverem as

devidas deformações no estado endurecido, quando submetidas a tensões, porém estas

deformações não devem apresentar rupturas ou fissuras que possam comprometer as

propriedades do revestimento. Estas deformações são classificadas de grande amplitude, como

deformações estruturais e de pequenas amplitudes, que ocorrem em função de umidade ou

temperatura. Cabe ressaltar que as argamassas são desenvolvidas para que suportem apenas

deformações de pequenas amplitudes. (GOMES, 2008).

Ainda, a capacidade de absorver deformações depende de fatores como o módulos

de deformação das argamassas, da técnica de aplicação, juntamente como a espessura e juntas

de trabalho. (id ibid.).

2.3.2.3 Durabilidade

A durabilidade é uma propriedade no estado endurecido, vista como o desempenho

das argamassas diante de suas funções, avaliadas ao longo do tempo, ou seja, é a capacidade

das propriedades da argamassa permanecerem inalteradas ao longo de sua vida útil. A

durabilidade está relacionada com várias outras propriedades e também a fatores externos.

(GOMES, 2008).

Esta propriedade é muito importante, pois é responsável pela argamassa manter

suas características inalteradas quando expostas a agente agressivos. Alguns fatores como

fissuramento, elevada espessura, agentes atmosféricos e corrosivos, afetam a durabilidade da

argamassa. Desta forma, é imprescindível a obtenção de materiais de ótima qualidade, para que

seja maior a durabilidade das argamassas, reduzindo possíveis gastos com manutenções e

reparos. (SALVI, 2017 apud SERNAGILA, 2015).

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

39

2.3.2.4 Permeabilidade

A permeabilidade está relacionada entre a razão substrato e revestimento. É uma

propriedade em que um material permite a passagem de água através de seus poros, tanto no

estado líquido como na forma de vapor. Assim, faz-se necessário que o revestimento evite a

percolação da água, porém deve ser permeável ao vapor, pois, em casos de aplicação de

argamassas em ambientes que tendem a ter variação de umidade, como no caso de banheiros,

deve-se favorecer a secagem da umidade infiltrada. (GOMES, 2008).

Fatores como granulometria, proporção, tipo e características dos agregados e

aglomerante pertencentes às argamassas, influenciam diretamente nesta propriedade. Vale

ressaltar que argamassas com traços adequados de cimento podem reduzir a permeabilidade de

revestimentos argamassados, porém, se esses traços estiverem elevados, o surgimento de

fissuras comprometerá a permeabilidade da argamassa. (OLIVEIRA, 2001).

2.3.2.5 Aderência

A aderência é descrita como a capacidade das argamassas se fixarem no material

em que foram assentadas, a base ou substrato, através da resistência às tensões normais

(resistência de aderência à tração) e tensões tangenciais (resistência de aderência ao

cisalhamento) que surgem no conjunto argamassa-substrato. Para que uma argamassa seja

considerada aderente, vários fatores devem ser levados em consideração, principalmente suas

propriedades do estado fresco, o teor de cimento, as características do substrato, como

porosidade, absorção de água e limpeza, e do processo de aplicação. (GOMES, 2008).

Basicamente, a argamassa no estado fresco penetra nos poros ou entre as

rugosidades da superfície absorvente do substrato de aplicação, considerado um fenômeno de

resistência mecânica para o endurecimento da argamassa ao substrato. Outro fator que contribui

para a aderência são as ligações químicas, como as forças eletrostáticas de van de Waals. Então,

quando a argamassa entra em contato com o substrato, parte da água de amassamento é perdida

por meio de sua penetração nos poros ou cavidades da base. Nestes poros, ocorre a precipitação

dos produtos de hidratação do cimento e, após certo tempo, esses precipitados tendem a aderir

a argamassa ao substrato. (CARASEK, 2007).

Atualmente, a norma técnica brasileira NBR 14081-4 descreve métodos para

determinar a resistência de aderência à tração em revestimentos cerâmicos assentados com

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40

argamassas colantes industrializadas, em função do tipo de cura e os tipos de argamassas.

(ABNT, 2012).

A aderência é a propriedade mais importante para argamassas colantes

industrializadas, pois está relacionada a grandes problemas patológicos encontrados atualmente

em grande construções, como o descolamento de revestimento cerâmicos. Desta forma, realizar

um estudo aprofundado sobre os traços e as características dos materiais utilizados na

formulação das argamassas torna-se imprescindível.

2.4 INFLUÊNCIA DOS MATERIAIS CONSTITUINTES NA ADERÊNCIA DAS

ARGAMASSAS COLANTES

As argamassas colantes industrializadas são formuladas utilizando-se diferentes

traços dos constituintes empregados na sua formulação. Fiorito (1994) descreve que “[...]

entende-se por traço de uma argamassa a indicação das proporções dos seus componentes”.

Adiciona-se às argamassas formuladas, no presente estudo, diferentes proporções de cimento,

areia, aditivo retentor de água, retardador de pega e polimérico, para que sejam analisadas as

suas principais características e as influências nas propriedades da argamassa colante,

principalmente na propriedade de aderência aos revestimentos cerâmicos.

O cimento é um componente da argamassa muito importante no quesito de

resistência à aderência. Argamassas desenvolvidas com elevados traços de cimento tendem a

possuir elevada resistência. Em contrapartida, podem ser menos duráveis devido ao

aparecimento de fissuras que comprometem seu desempenho. Um dos parâmetros mais

significativos em relação à escolha do tipo de cimento é a finura do material, pois, quanto mais

fino for o cimento, maior será a resistência à aderência. Por isso, a justificativa quanto ao uso

do cimento Portland CP V – ARI em argamassas, mas sua utilização deve ser restrita, pois

podem ocorrer retração e fissuras de revestimentos provocados pela característica de alta

resistência inicial que apresentam. (CARASEK, 2007).

A diminuição dos traços de cimentos nas argamassas tende a diminuir

significativamente a resistência de aderência, consequentemente, torna-as mais flexíveis.

Assim, faz-se necessária a adição de aditivos químicos, como a adição de polímeros, que

oferecem um ganho de resistência elevado. (AKIAMA et al., 1997).

A relação entre cimento e polímero influencia significativamente na propriedade de

aderência, pois as argamassas são modificadas devida a reação de

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41

[...] hidratação do cimento e da coalescência das partículas de polímeros formando

filmes contínuos ou membranas que se ligam aos géis hidratados do cimento e aos

agregados, constituindo uma cadeia monolítica na qual a fase polimérica interpenetra

os compostos hidratados do cimento Portland. (ALMEIDA; SICHIERI, 2006, p.175).

A adição de aditivos poliméricos em argamassas destinadas para assentamento de

revestimentos cerâmicos externos é muito comum, e, ainda, são misturadas com aditivos

retentores de água em um proporção inferior a 1% em relação ao peso do cimento, garantindo

a retenção de água na aplicação de fina camada. (MANSUR, 2007).

O estudo da adição de aditivos poliméricos em argamassas, destinadas para

assentamento de pisos, mostra que as argamassas aditivadas, quando submetidas em curas

normais e em estufa, apresentam elevada resistência à aderência, quando se realizam ensaios

de aderência à tração descritas pela NBR 14081-4 (2012). Porém, quando submetidas à cura

submersa, os valores são inferiores aos descritos pela norma, consequentemente devido ao

retardo na produção do filme polimérico de secagem. Indica-se a utilização de hidrófugos para

melhorar esta propriedade importante. (THIELKE, 2019 apud MENDES et al., 2018).

As resistências de tração das argamassas colantes aditivadas com polímeros tendem

a crescer com aumento da relação polímero/cimento até cerca de 0,25 em massa. Valores

maiores que 20-25 % em relação à massa do cimento proporcionam decréscimo na resistência.

Este fato deve-se à formação descontínua na estrutura da pasta de cimento, influenciando no

seu bom desempenho. Porém, valores menores que 10 % tendem a diminuir a resistência da

argamassa. Contudo, existe um teor ótimo de polímero que promove a alta resistência. Assim,

estudos apontam que o teor de polímeros empregados em argamassas varia entre 10 e 20 % em

relação à massa do cimento. Por outro lado, manter a relação entre água/cimento, em

argamassas aditivadas, implica a relação de polímero/cimento e tende a ter um limite mais

baixo, sendo cerca de 0,075 (em massa). (SILVA, 2001 apud RILEY; RAZL, 1974).

As características da areia também influenciam significativamente nas propriedades

das argamassas colantes, como se pode observar na Tabela 8. É visível que aspectos como

módulo de finura, granulometria e teor de grãos angulosos devem ser analisadas na hora de

produzir as argamassas. (GUIMARÃES, 2002).

Tabela 8 - Influência das características da areia nas propriedades da argamassa

Propriedades

Características da Areia

Quanto menor o

módulo de finura

Quanto mais

descontínua for a

granulometria

Quanto maior o

teor de grãos

angulosos

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42

Trabalhabilidade Melhor Pior Pior

Retenção de Água Melhor Variável Melhor

Elasticidade Pior Pior Pior

Retração Aumenta Aumenta Variável

Porosidade Variável Aumenta Variável

Aderência Pior Pior Melhor

Resistência

Mecânica Variável Pior Variável

Impermeabilidade Pior Pior Variável

Fonte: adaptado de Guimarães (2002, p.247).

Como se pode observar na tabela acima, o tipo e as características da areia

influenciam significativamente em diferentes propriedades. Assim, areias com granulometria

contínua proporcionam uma melhor trabalhabilidade e, consequentemente, uma aderência

maior, porém quanto mais fina for, pior será a aderência e melhor será a trabalhabilidade,

justificando o estudo pelo emprego da correta proporção dos constituintes na formulação das

mesmas.

Em contrapartida ao cimento, argamassas com alto teor de areia proporcionam, em

geral, redução de resistência à aderência. Areias grossas prejudicam a trabalhabilidade e,

consequentemente, a aplicação das argamassas sobre o substrato-padrão. Porém, a areia tem a

função de garantir durabilidade à aderência, por constituir-se no esqueleto indeformável

presente na argamassa. (CARASEK, 2007).

A areia com elevados teores de finos, menores que 0,075 mm, tendem a prejudicar

a aderência, devido a duas hipóteses. A primeira hipótese é devida a possibilidade de os finos

penetrarem nos poros do substrato, tomando o lugar dos produtos de hidratação do cimento que

se formariam e estabilizariam a argamassa. A segunda hipótese é que os finos produziram uma

argamassa com poros de raio médio, ou seja, os poros da argamassa seriam menores que os

poros do substrato, dificultando a sucção da pasta aglomerante e, consequentemente, os poros

do substrato seriam incapazes de absorver tal pasta. (id ibid.).

Outros problemas que influenciam a perda de aderência em revestimentos

cerâmicos está na existência de vazios de grandes dimensões, que podem ser observados por

microscopia eletrônica de varredura. Esses vazios tendem a diminuir a área de contato da

argamassa com o revestimento cerâmico. (ALMEIDA; SICHIERI, 2006).

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43

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo, serão abordados os materiais utilizados para realização do ensaio de

arrancamento por tração. O método realizado é baseado na NBR 14081-2 e NBR 14081-4,

norma desenvolvida para argamassa colante industrializada para assentamento de placas

cerâmicas, onde são descritos os procedimentos necessários para desenvolvimento do ensaio.

3.1 INVESTIGANDO CIENTIFICAMENTE

Historicamente, a condição educacional brasileira é marcada pelo estigma

positivista, fundado, essencialmente, na memorização e na escalada de avaliações diagnósticas,

sem a preocupação com o processo integral de formação do estudante. Essa característica

apresenta uma composição educacional meritocrática e momentânea, levando à estrutura

cognitiva do ser humano a tarefa de apagar toda a informação não significativa, impedindo a

intervenção acadêmica na realidade de entorno. A pesquisa científica é o instrumento que

poderá possibilitar uma nova condição aos envolvidos, não apenas de interpretação adequada

da realidade, mas, sobretudo, em sua capacidade de intervir e transformá-la.

Uma visão mais moderna e realista de pesquisa incluirá nela sempre, tanto o

movimento de teorização quanto o da intervenção, se de fato procurar inovação. Se o

conhecimento é fator crucial de inovação, para inovar é mister o conhecimento

inovador. Conhecimento inovador, entretanto, não se obtém pela cópia, reprodução,

imitação, aula e prova, mas pela pesquisa como atitude cotidiana. Saber pensar e

aprender a aprender correspondem ao compromisso de sair da mera cópia, para postar-

se como capaz de construir conhecimento. E isto inclui, no processo, compreender e

inovar a realidade. (DEMO, 2012, p. 30).

Dessa forma, verifica-se que a construção do conhecimento está diretamente ligada

à inovação, à intervenção na realidade e, fundamentalmente, à pesquisa científica. Entretanto,

o pesquisar cientificamente não deve estar presente apenas na Universidade, mas em toda a

trajetória educacional do sujeito. Assim, este, deixará de assumir uma função secundária e

passará a constituir-se em verdadeiro protagonista do processo de conhecimento.

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44

3.2 O ESTUDO EM PAUTA

A busca de uma nova formulação de argamassa colante foi rigorosamente planejada

pela pesquisadora. Após uma sistemática análise da intenção inicial de investigação, foi

determinada a hipótese central, ou hipótese de trabalho para o estudo e, adequadamente

delimitada na seção Justificativa. A resposta à questão principal foi fornecida através do método

de abordagem quantitativo/indutivo sob método de procedimento experimental e nível

explicativo.

Os métodos definidos previamente permitiram à pesquisadora o controle adequado

da situação em estudo. Ao mesmo tempo, por tratar-se de estudo quantitativo, isolou-se as

variáveis identificadas de maneira que não houvessem interferências externa, garantindo a

fidelidade dos dados e resultados obtidos. Kerlinger (1979) sugere que, nos estudos

experimentais, são definidas e manipuladas uma ou mais variáveis independentes.

O nível, explicativo, é resultado dessa manipulação e controle de variáveis e

representa a clara manifestação dos envolvidos no objeto de estudo, com adequado

conhecimento e através de uma abordagem bibliográfica atual e coerente com os objetivos

específicos descritos.

3.3 ETAPAS DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A formulação de uma argamassa colante em laboratório, mediante norma técnica

NBR 14081 (2012), visando ao estudo sobre a resistência de aderência à tração em condições

de cura com imersão em água, requer a elaboração de algumas etapas. De acordo com o

explícito e os objetivos do presente relatório de estágio, desenvolveu-se um fluxograma de

processo para mostrar simploriamente as etapas que compõem a pesquisa experimental

realizada em indústria produtora de argamassas colantes industrializadas no estado de Santa

Catarina. A Figura 1 mostra as 7 etapas do processo para formular, aplicar e analisar a

resistência de aderência à tração das argamassas colantes do tipo ACIII.

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45

Figura 1 - Fluxograma de processo experimental

Fonte: da autora, 2019.

A etapa inicial para execução dos ensaios é descrita como etapa 1, onde se realizou

o desenvolvimento das formulações, baseadas na fórmula padrão da argamassa colante

industrializada do tipo ACIII, produzida na empresa. Ao todo, foram formuladas vinte amostras

de argamassa colante de diferentes traços. Variou-se os percentuais dos constituintes da

argamassa colante, como cimento Portland e aditivo polimérico. Realizou-se também a

substituição do cimento Portland padrão por outros dois de diferentes classes de resistência à

compressão. Desenvolveu-se novas formulações variando o tipo de areia, adicionando-se pó de

pedra e utilizando-se um novo substrato-padrão. Esta primeira etapa é importante e torna-se

subsídio para as etapas subsequentes.

Na etapa 2, realizou-se a produção em laboratório das argamassas formuladas

anteriormente. Pesou-se na balança de precisão as fórmulas com a dosagem dos diferentes

ETAPA 1

DESENVOLVER

AS FORMULAÇÕES

ETAPA 2

PESAR EM LABORATÓRIO

AS FORMULAÇÕES

ETAPA 4

AGUARDAR O PERÍODO

DE CURA COM IMERSÃO

EM ÁGUA

ETAPA 3

APLICAR ARGAMASSA

COLANTE FORMULADA

CONFORME NBR 14081-2:2012

ETAPA 5

REALIZAR ENSAIO DE

ARRANCAMENTO POR

TRAÇÃO CONFORME

NBR 14081-4:2012

ETAPA 6

APRESENTAR OS

RESULTADOS DO ENSAIO DE

ARRANCAMENTO

ETAPA 7

ANALISAR VIABILIDADE

FINANCEIRA

Page 47: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

46

traços dos constituintes da argamassa colante do tipo ACIII e misturou-se, manualmente, as

argamassas pesadas, para posteriormente realizar aplicação, conforme a etapa 3.

A etapa 3 consiste na aplicação da argamassa colante. O procedimento para

aplicação da argamassa colante ao substrato-padrão é descrito pela NBR 14081-2:2012,

execução do substrato-padrão e aplicação da argamassa colante para ensaios. Esta etapa será

descrita detalhadamente no capítulo referente à descrição do procedimento realizado.

A etapa 4 consiste no tipo de cura em que a argamassa colante será submetida. No

caso deste estudo, todas as argamassas colantes desenvolvidas foram submetidas à cura com

imersão em água. O procedimento realizado, nesta etapa, segue o método descrito pela NBR

14081-4:2012, determinação da resistência de aderência à tração.

Na etapa 5, realizou-se o teste de arrancamento das placas cerâmicas assentadas

com as argamassas colantes elaboradas nas etapas anteriores. A execução deste ensaio é baseada

na NBR 14081-4:2012, referente à execução do ensaio de arrancamento por tração manual,

aplicando-se um carga uniforme através de uma máquina até que ocorra a ruptura. Os valores

obtidos são analisados na etapa 6.

A etapa 6 consiste na análise dos resultados obtidos através do ensaio de

arrancamento por tração. A expressão do resultado e o relatório de ensaio foi realizado

baseando-se nas exigências da NBR 14081-2:2012. Nesta etapa, realizou-se o cálculo da tensão

de ruptura em MPa de cada placa cerâmica, posteriormente apresentou-se os valores obtidos

com a média final de tensão de ruptura após os 28 dias de cura submersa.

Na etapa 7, realizou-se a análise de viabilidade financeira da argamassa colante.

3.4 MATERIAIS

A seguir, serão descritos detalhadamente os materiais utilizados para

desenvolvimento das etapas descritas anteriormente. Não serão apresentados os tipos, marca e

características dos materiais constituintes da argamassa, não sendo permitidos pela empresa,

pois deve-se ser mantido sigilo devido à concorrência de mercado.

Page 48: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

47

3.4.1 Formulações de argamassa colante

O tipo de argamassa utilizada para as etapas experimentais do presente relatório é

argamassa colante do tipo ACIII, indicada para assentamento de revestimentos cerâmicos em

áreas internas e externas devido à alta resistência que possuem. Foram preparadas vinte

formulações para argamassa colante industrializada do tipo ACIII, a fim de se obter a resistência

de aderência à tração em cura submersa aos 28 dias, descrita pela NBR 14081-2:2012.

Na Tabela 9, são apresentados os constituintes empregados em cada formulação,

juntamente com seus respectivos percentuais, variando-se o teor de cimento, aditivo polimérico

e areia. Cada formulação pesa no total 2,5 kg, sendo preparadas no laboratório de controle de

qualidade e desenvolvimento da empresa em estudo.

Tabela 9 - Formulações desenvolvidas para argamassa colante do tipo ACIII

FORMULAÇÃO DE ARGAMASSA COLANTE - ACIII

Fórmula 1 - PD Fórmula 2 - SU

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 73,75 Areia 73,75

Cimento I 25,00 Cimento I 25,00

Aditivo polímero 0,973 Aditivo polímero 0,973

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Fórmula 3 - C1 Fórmula 4 - C2

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 70,75 Areia 68,75

Cimento I 28,00 Cimento I 30,00

Aditivo polímero 0,973 Aditivo polímero 0,973

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Fórmula 5 - C3 Fórmula 6 - C4

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 73,75 Areia 73,75

Cimento II 25,00 Cimento III 25,00

Aditivo polímero 0,973 Aditivo polímero 0,973

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Page 49: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

48

Fórmula 7 - C5 Fórmula 8 - C6

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 68,75 Areia 68,75

Cimento I 25,00 Cimento I 25,00

Cimento II 5,000 Cimento III 5,000

Aditivo polímero 0,973 Aditivo polímero 0,973

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Fórmula 9 - P1 Fórmula 10 - P2

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 73,22 Areia 72,72

Cimento I 25,00 Cimento I 25,00

Aditivo polímero 1,50 Aditivo polímero 2,00

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Fórmula 11 - P3 Fórmula 12 - P4

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 69,72 Areia 74,22

Cimento I 25,00 Cimento I 25,00

Aditivo polímero 5,00 Aditivo polímero 0,50

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Fórmula 13 - CP1 Fórmula 14 - CP2

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 66,72 Areia 66,72

Cimento I 30,00 Cimento III 30,00

Aditivo polímero 3,00 Aditivo polímero 3,00

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Fórmula 15 - CP3 Fórmula 16 - CP4

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 72,72 Areia 68,75

Cimento III 25,00 Cimento III 30,00

Aditivo polímero 2,00 Aditivo polímero 0,973

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

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Fórmula 17 - PP1 Fórmula 18 - PP2

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia 71,75 Areia 69,75

Cimento I 25,00 Cimento I 25,00

Aditivo polímero 0,973 Aditivo polímero 0,973

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Pó de Pedra 2,00 Pó de Pedra 4,00

Fórmula 19 - A1 Fórmula 20 - A2

Matéria-prima Percentual (%) Matéria-prima Percentual (%)

Areia I 73,75 Areia II 73,75

Cimento I 25,00 Cimento I 25,00

Aditivo polímero 0,973 Aditivo polímero 0,973

Aditivo celulósico 0,15 Aditivo celulósico 0,15

Acelerador de Pega 0,13 Acelerador de Pega 0,13

Fonte: da autora, 2019.

A Tabela 9 mostra toda matéria-prima utilizada para confecção das argamassas

colantes, juntamente com seus respectivo percentuais. Nos itens seguintes, serão detalhadas as

características dos constituintes empregados nas formulações.

3.4.1.1 Cimento Portland

A matéria-prima utilizada como aglomerante nas formulações das argamassas

colantes foi o cimento Portland. Utilizou-se três tipos de cimento de diferentes classes de

resistência à compressão aos 28 dias de cura, sendo cimento CP II 32 F, composto de fíler

calcário nas proporções de 6 – 10 % com resistência à compressão baixa nos primeiros dias de

cura que corresponde ao cimento I descrito nas fórmulas, cimento CP V- ARI de alta resistência

inicial representado como cimento II nas formulações e cimento CP II 40 F, composto de fíler

calcário nas proporções de 6 – 10 % com resistência à compressão elevada comparada ao

cimento CP II 32 F e representa o cimento III das fórmulas descritas na Tabela 9 . Os cimentos

utilizados possuem propriedades químicas e físicas de acordo com as exigências estabelecidas

pelas normas técnicas brasileira, ABNT/NBR.

Page 51: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

50

3.4.1.2 Areia

O agregado miúdo utilizado para formular as argamassas colantes foi a areia de

sílica miúda proveniente da extração do leito do rio, localizado em um município de Santa

Catarina. Esta areia é seca diretamente na empresa e possui granulometria adequada para obter-

se as propriedades desejadas na produção das argamassas. Utilizou-se dois outros tipos de areia

na formulação das argamassas provenientes de diferentes regiões, descritas como areia I e II.

3.4.1.3 Aditivos

Utilizou-se, em todas as formulações, aditivo polimérico, aditivo celulósico e

acelerador de pega. Não foram desenvolvidas formulações variando o percentual do aditivo

retentor de água e acelerador de pega, apenas do aditivo polimérico. Utilizou-se os mesmos

aditivos em todas as formulações, sendo os aditivos padrão utilizados pela empresa.

3.4.1.4 Substrato-padrão

O substrato-padrão utilizado para aplicação das argamassas colantes é obtido

diretamente por fabricantes, os mesmos não foram produzidos na empresa. Utilizou-se dois

tipos de substrato-padrão de diferentes fornecedores. Vale ressaltar que a composição, absorção

e resistências exigidas pela norma é garantida pelos fornecedores.

A Figura 2 ilustra as dimensões do substrato-padrão, sendo 2 cm de espessura, 50

cm de comprimento e 25 cm de largura.

Figura 2 - Substrato-padrão utilizado para ensaio de aderência das argamassas colantes

Fonte: da autora, 2019.

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51

A execução do substrato-padrão deve estar de acordo com a NBR 14081-2:2012,

deve ser composto de cimento Portland do tipo CP V – ARI, agregado miúdo e graúdo,

conforme NBR 7211:2009. A norma ainda estabelece que devem ser realizados ensaios de

caracterização do substrato-padrão, sendo que o volume de água absorvido não deve ser inferior

a 0,5 cm3 e o ensaio de resistência de aderência à tração superficial deve ser no mínimo 2,0

MPa.

3.4.1.5 Placa cerâmica

As placas cerâmicas utilizadas para realizar o ensaio de arrancamento por tração

possuem absorção de água de aproximadamente 6 %, cortadas em seção quadrada de dimensões

50 x 50 mm.

Figura 3 - Teste de absorção de água

Fonte: da autora, 2019.

As especificações quanto ao tipo de piso e o índice de absorção de água são

descritas pela NBR 14081-4:2012. A norma estabelece que se deve utilizar pisos cerâmicos do

grupo BIIa, com absorção de água entre 4 ± 1 %, para realizar o ensaio de arrancamento por

tração dos revestimentos cerâmicos assentados com argamassas colantes industrializadas.

Page 53: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

52

3.4.1.6 Outros materiais

A Tabela 10 apresenta outros materiais, com suas respectivas características

utilizadas no procedimento de preparo, aplicação, processo de cura e para realização do ensaio

de arrancamento por tração, na qual as amostras de argamassas foram submetidas.

Tabela 10 - Outros materiais utilizados para execução do ensaio de arrancamento

Fonte: adaptado da NBR 14081-4 (2012).

Estabelecidos os materiais utilizados para realização do ensaio de arrancamento,

segue-se para a descrição detalhada do procedimento realizado para execução de tal ensaio.

Assim, a seguir, serão descritas as formas de preparo, aplicação, cura submersa e ensaio de

Materiais Características

Balança de precisão

Resolução 0,01 g

Misturador mecânico

Velocidade da pá do misturador modo lento, com rotação

em torno do eixo de 140 ±5 rpm e movimento planetário

de 62 ± 5 rpm

Cronômetro

Resolução 1 segundo

Paquímetro

Resolução 0,01 mm

Massa-padrão

Material sólido e rígido de 2,00 kg, com seção de apoio de

formato quadrado sendo 50 mm de lado

Cola

Adesivo epóxi resistente e durável

Peças metálicas

Peças não deformáveis de seção quadrada com 50 mm de

aresta e 10 mm de espessura, com dispositivo no centro

para encaixar máquina de arrancamento

Tanque para imersão Recipiente plástico com dimensões apropriadas para

imersão do substrato em água

Máquina de arrancamento

Máquina de arrancamento da marca SOLOTEST, com

capacidade de 1 kgf a 1500 kgf, permite velocidade de

carregamento uniforme de 250 ± 50 N/s

Água de amassamento Proveniente da rede distribuidora de água, do município de

Santa Catarina

Desempenadeira Dentada 6 mm

Page 54: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

53

aderência na qual as formulações de argamassa colantes desenvolvidas em laboratório foram

submetidas.

3.5 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO REALIZADO

O procedimento experimental realizado nos itens 3.5.1 e 3.5.2 tem como referência

a norma NBR 14081-2:2012, referente à argamassa colante industrializada para assentamento

de placas cerâmicas: execução do substrato-padrão e aplicação da argamassa para ensaios. Já

nos itens 3.5.3 e 3.5.4 têm como referência a NBR 14081-4 (2012), que descreve a argamassa

colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas: determinação da resistência de

aderência à tração.

Cada formulação desenvolvida, conforme Tabela 9, passou pelo método

experimental que será descrito a seguir. Todos utilizaram a mesma quantidade de água de

amassamento e mesma quantidade de pó seco de argamassa colante, sendo 500 mL e 2,5 kg,

respectivamente.

3.5.1 Preparo da argamassa colante

Inicialmente, desenvolveu-se as formulações das argamassa colantes, descritas no

tópico 3.4.1. Posteriormente, com auxílio de uma balança de precisão, realizou-se a dosagem

dos constituintes utilizados nas formulações. Os materiais foram colocados em um saco

plástico, limpo, seco e resistente. Após o término do processo de pesagem, fechou-se a boca do

saco, agitando-se manualmente por aproximadamente 3 minutos, a fim de dispersar os

aglomerantes e obter-se uma mistura homogênea em forma de pó seco.

Em seguida, com auxílio de um recipiente, fez-se a mistura de 500 mL de água de

amassamento e 2,5 kg de argamassa colante, utilizando-se balança analítica devidamente tarada

para cada pesagem. De acordo com a norma, a água de amassamento deve estar com

temperatura no intervalo de 23 + 2 ºC e deve-se colocar o material seco sobre o líquido de modo

contínuo, não ultrapassando um período de 30 s.

A Figura 4 ilustra três procedimentos realizados: primeiro da mistura homogênea

após a formulação ser pesada, o segundo a utilização da água de amassamento e o terceiro o

material seco vertido sobre o líquido.

Page 55: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

54

Figura 4 - Etapas iniciais do preparo da argamassa colante

Fonte: da autora, 2019.

Posteriormente, utilizando-se um misturador mecânico com pá, misturou-se por 30

segundos a água e o pó de argamassa. Nesse instante, pode-se observar a formação de uma

massa. Em seguida, desligou-se o misturador mecânico e, com auxílio de uma colher, raspou-

se a massa que ficou impregnada na pá do misturador e no interior do recipiente e, durante 60

segundos, reunificou-se a massa. Esse procedimento é importante, pois muitas vezes o material

em forma de pó seco que está bem no fundo do recipiente não se mistura com a água, sendo

necessária a homogeneização completa da massa.

Em seguida, mistura-se a massa por mais 60 segundos em velocidade lenta. Após

este período, é necessário deixar o material em maturação por 15 min, para que as reações

iniciem. Coloca-se um pano úmido sobre o recipiente, evitando evaporação da água.

Posteriormente, liga-se o misturador mecânico por mais 15 segundos, como se pode observar

na Figura 5.

Page 56: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

55

Figura 5 - Etapas finais do preparo da argamassa colante

Fonte: da autora, 2019.

A figura acima mostra as etapas finais do preparo da argamassa colante. Assim,

após o procedimento ilustrado, a massa de argamassa está pronta para aplicação, correspondente

à próxima etapa, aplicação da argamassa colante.

3.5.2 Aplicação da argamassa colante

Após o tempo de maturação de 15 min e a mistura mecânica por 15 segundos

descritos anteriormente, inicia-se o procedimento de aplicação da argamassa colante em

cordões sobre o substrato-padrão, conforme norma técnica.

Primeiramente, limpou-se a superfície de ensaio do substrato-padrão com auxílio

de um pincel, para retirar qualquer partícula solta que possa prejudicar a aderência. Ainda,

observou-se o substrato para averiguar se não tinha continha nenhuma contaminação superficial

de óleos, tintas, gorduras ou outras contaminações.

Em seguida, colocou-se uma porção de argamassa colante sobre a superfície

inferior do substrato-padrão. Com auxílio de uma desempenadeira, utilizando-se seu lado liso

e apoiando-se firmemente sobre a superfície, estendeu-se a massa sobre toda a superfície do

substrato em um movimento de vaivém. A Figura 6 mostra o procedimento descrito.

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56

Figura 6 - Aplicação da argamassa colante sobre o substrato-padrão

Fonte: da autora, 2019.

Coloca-se novamente porções da massa de argamassa e realiza-se o procedimento

de vaivém para que ocorra a formação de uma camada uniforme com espessura, suficientemente

apropriada para formação dos cordões de argamassa.

Posteriormente, coloca-se mais um pouco da massa de argamassa sobre o substrato

e, com o lado dentado da desempenadeira, apoiado firmemente sobre o substrato, esticou-se a

argamassa de maneira a formar os cordões no sentido longitudinal do substrato. A norma

estabelece a formação de cordões com altura de 5 ± 0,5 mm que devem ser medidos em três

pontos aleatórios da região central da argamassa sobre a superfície do substrato-padrão, com

auxílio de um paquímetro.

Após a formação dos cordões, dispara-se o cronômetro. Faltando 30 segundos para

5 minutos, colocou-se oito placas cerâmicas sobre os cordões da argamassa colante estendida.

Transcorridos os 5 minutos, colocou-se sobre as placas cerâmicas a massa-padrão de 2 kg

durante 30 segundos. De acordo com a norma, não deve exceder 30 segundos entre a colocação

da primeira placa cerâmica e a última massa-padrão, e, ainda, deve haver uma separação de 50

mm entre as placas cerâmicas assentadas e, no mínimo, 25 mm entre suas arestas e a borda mais

próxima do substrato-padrão.

Após retirar a massa-padrão das placas cerâmicas, retirou-se o excesso de cordões.

Esse procedimento não deve ultrapassar 10 minutos após o final do procedimento anterior, pois

a massa de argamassa colante no estado fresco tende a endurecer, impossibilitando a retirada

dos cordões.

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57

A Figura 7 mostra, em forma de fotos, os procedimentos descritos anteriormente,

para melhor entendimento.

Figura 7 - Assentamento das placas cerâmicas sobre argamassa colante

Fonte: da autora, 2019.

O conjunto formado entre substrato-padrão, argamassa colante e placa cerâmica foi

estocado na posição horizontal. Posteriormente, submeteu-se o conjunto às condições exigidas

na cura com imersão em água, sendo, este tipo de cura, a pesquisa central do presente estudo.

3.5.3 Cura com imersão em água

O conjunto preparado anteriormente deve seguir as exigências descritas pela NBR

14081-4:2012, no que diz respeito à cura com imersão em água. Assim, deixou-se o conjunto

durante sete dias às condições ambientais de laboratório, sendo que a norma exige um controle

de temperatura do ar de 23 ± 2 ºC, umidade relativa em torno de 60 + 2% e velocidade de vento

máxima de 0,15 m/s. Deve-se utilizar um anemômetro para correta medição e não deve haver

movimentação de pessoas.

Posteriormente, o conjunto foi submetido à cura submersa, em água a 23 ± 2 ºC,

recomendado pela norma. Para o tanque de imersão do conjunto, utilizou-se um recipiente

plástico com dimensões internas que garantiam a separação do conjunto e as paredes do tanque.

Page 59: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

58

Adicionou-se o conjunto sobre água saturada com cal, durante todo o processo. A imersão do

conjunto permaneceu dentro da água durante vinte dias.

A partir das 24 horas que antecedem o tempo final de 28 dias da cura com imersão

em água, retirou-se o conjunto da água, secou-se a face das placas cerâmicas e realizou-se a

colagem das peças metálicas em cada placa cerâmica, cuja peça metálica tem o mesmo tamanho

que as placas cerâmicas, cobrindo todo sua superfície. Assim, utilizando-se cola adesiva à base

de resina epóxi para fazer a colagem das peças. Após o enrijecimento da cola, colocou-se

novamente no tanque de água para imersão do conjunto até a data do ensaio de arrancamento,

procedimento ilustrado na Figura 8.

Figura 8 - Colagem das peças metálicas e imersão do substrato-padrão em água

Fonte: da autora, 2019.

A figura anterior mostra o conjunto de substrato-padrão, argamassa colante e placa

cerâmica submetidos à cura submersa, sendo 7 dias submetidas à cura normal e 21 dias à cura

submersa. Posteriormente, realizou-se o ensaio de arrancamento por tração no 28º dia do

posicionamento das placas cerâmicas, utilizando-se aparelhagem correta.

3.5.4 Ensaio de arrancamento de resistência de aderência à tração

O ensaio de arrancamento para determinação da resistência de aderência à tração,

após cura submersa, submetida ao conjunto substrato-padrão, argamassa colante e placa

cerâmica, durante 28 dias é realizada no estado endurecido da argamassa colante.

Page 60: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

59

No fim do período de cura, o conjunto foi submetido ao ensaio de arrancamento.

Utilizou-se um pino metálico para enroscar no centro das peças metálicas. Em seguida, fez-se

o acoplamento da máquina de arrancamento à tração e executou-se o ensaio, aplicando carga a

uma velocidade uniforme de 250 ± 50 N/s sobre cada peça metálica aderida às placas cerâmicas

até a ruptura.

A Figura 9 mostra a máquina de arrancamento utilizada para realização do ensaio.

Pode-se perceber que está acoplada à máquina um visor, onde mostra a carga máxima aplicada

para arrancamento das placas cerâmicas. Também pode-se observar a ruptura realizada entre

substrato-padrão e placa cerâmica após o arrancamento.

Figura 9 - Processo de arrancamento das placas cerâmicas

Fonte: da autora, 2019.

Após anotar os valores da carga máxima aplicada sobre as oito placas cerâmicas,

analisou-se o tipo de ruptura. De acordo com a NBR 14081-4 (2012), existem seis tipos de

rupturas: ruptura do substrato (S), ruptura na interface argamassa e substrato (S/A), ruptura da

camada de argamassa colante (A), ruptura na interface argamassa e placa cerâmica (A/P),

ruptura da placa cerâmica (P) e falha na colagem da peça metálica (F). Os tipos de rupturas

podem ser observados na Figura 10, abaixo.

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60

Figura 10 - Tipos de ruptura

1 – Peça metálica 2 – Placa cerâmica 3 – Argamassa colante 4 – Substrato-padrão

Fonte: NBR 14081-4 (2012, p. 5).

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61

Para expressão dos resultados, calculou-se a tensão de ruptura (ft) de cada placa

cerâmica assentada com argamassa colante, conforme a NBR 14081-4:2012 estabelece.

Utilizou-se a Equação 1:

𝑓𝑡 =𝑇

𝐴 Equação (1)

Onde:

𝑓𝑡 – Tensão de ruptura, expressa em mega Pascal (MPa);

T – Força de ruptura, expressa em Newtons (N);

A – Área da placa cerâmica, expressa em milímetros quadrado (mm2), considerada

igual a 2500 mm2.

Em seguida, calculou-se a tensão média de ruptura por tração de cada corpo de

prova (placa cerâmica) fixada ao substrato, porém, de acordo com a norma, deve-se

desconsiderar os valores obtidos com rupturas dos tipos S, P e F. Assim, para média iguais e

superiores a 0,30 MPa, desconsiderou-se os valores que se distanciaram mais de 20 % da média.

Já para médias inferiores a 0,30 MPa, desconsiderou-se os valores que se distanciaram da média

mais que 0,06 MPa. Com os resultados finais obtidos, calculou-se a média final da tensão de

ruptura e realizou-se o arredondamento ao décimo mais próximo.

A norma ainda diz que, caso restarem cinco ou mais resultados, a média final será

a tensão de ruptura do ensaio. Caso se obtenha menos de cinco resultados, deve-se realizar

novamente o ensaio.

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62

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos com a realização do ensaio de arrancamento serão

apresentados e discutidos neste capítulo. Serão analisados os valores da resistência de aderência

à tração aos 28 dias de cura com imersão em água das vinte argamassas colantes formuladas

em laboratório. Serão determinados o tipo de ruptura que os conjuntos substrato-padrão,

argamassa colante e placa cerâmica apresentaram após execução do ensaio. Ainda, será

analisada a viabilidade econômica da melhor argamassa colante.

4.1 ENSAIO DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA À TRAÇÃO CURA COM IMERSÃO

EM ÁGUA

A NBR 14081-2 (2012) estabelece que argamassas colantes industrializadas do tipo

ACIII devem atingir valores de resistência de aderência à tração quando submetidas em cura

com imersão em água, maiores ou iguais a 1,0 MPa. O ensaio realizado para obter tais valores

é denominado pela NBR 14081-4 (2012) como ensaio de arrancamento por tração manual, onde

é possível analisar a qualidade da argamassa produzida, especialmente seu desempenho em

relação à aderência.

A aderência dos revestimentos cerâmicos assentados com argamassa colante é

influenciada por vários fatores como as características dos materiais constituintes da argamassa,

o tipo de cura e as condições em que será exposta, a qualidade do processo de aplicação, as

características do substrato utilizado para assentamento das placas cerâmicas, manuseio correto

dos equipamentos, entre outros.

Assim, após procedimento de aplicação e cura submersa, realizou-se o ensaio de

arrancamento e obteve-se os valores da resistência de aderência à tração das vinte argamassas

formuladas em laboratório, a fim de obter uma argamassa colante industrializada de acordo com

as exigências especificadas pela norma brasileira de argamassa colante industrializada para

assentamento de placas cerâmicas.

Para expressão do resultado final da resistência de aderência à tração aos 28 dias de

cura com imersão em água, realizou-se alguns procedimentos. Primeiramente, obteve-se os

valores da força de ruptura de cada placa cerâmica através de aplicação de carga proveniente

da máquina de arrancamento, expressos em kgf/cm2, posteriormente convertidos em Newtons

(N). Utilizou-se a Equação 1 para determinar a tensão média de ruptura por tração das oito

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63

placas cerâmicas. Em seguida, realizou-se tratamento estatístico onde valores de tensão abaixo

e acima de 20 % da média foram desconsiderados. Finalmente, obtém-se os valores de tensão

média final de ruptura do conjunto formado por substrato-padrão, argamassa colante e placa

cerâmica. No Apêndice A, estão descritos, detalhadamente, os resultados adquiridos com a

realização do ensaio. Ainda, são analisados os tipos de ruptura das oito placas cerâmicas, ditas

como corpo de prova (CP), assentadas com as diferentes argamassas formuladas.

Na Tabela 11, são apresentadas, resumidamente, todas as formulações, juntamente

com os respectivos valores de força de ruptura, após arrancamento dos oito corpos de prova.

Também são apresentados os valores de resistência de aderência à tração aos 28 dias de cura

com imersão em água, expressos em MPa. Os valores obtidos serão analisados e discutidos a

seguir.

Tabela 11 - Resultado do ensaio de arrancamento por tração

Fórmula

Ensaio de Arrancamento por Tração Resistência de aderência

à tração aos 28 dias de

cura com imersão em

água (MPa)

Corpo de Prova (CP) - kgf/cm2

1 2 3 4 5 6 7 8

PD 130 163 154 172 173 158 168 154 0,62

C1 146 156 180 159 170 154 190 166 0,65

C2 158 144 165 180 161 149 147 180 0,63

C3 176 172 168 195 182 169 203 184 0,71

C4 159 162 214 164 176 203 171 204 0,71

C5 147 184 193 192 180 169 175 185 0,70

C6 153 190 151 173 165 165 182 173 0,66

P1 154 173 155 156 178 120 141 114 0,60

P2 157 185 161 154 167 151 166 161 0,64

P3 146 160 158 115 148 168 137 147 0,60

P4 143 160 175 166 157 148 149 173 0,62

CP1 192 232 229 218 186 230 236 203 0,85

CP2 198 202 158 193 203 211 209 186 0,76

CP3 168 157 152 187 161 187 136 174 0,65

CP4 227 224 230 219 213 244 234 238 0,90

PP1 115 154 160 140 153 74 130 167 0,56

PP2 128 112 150 141 170 162 171 171 0,61

A1 109 124 120 126 110 113 128 120 0,47

A2 132 154 122 135 126 128 134 114 0,51

SU 160 167 138 168 166 152 162 162 0,62

Fonte: da autora, 2019.

Page 65: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

64

As vinte fórmulas elaboradas para argamassa colante do tipo ACIII, descritas na

tabela anterior, foram desenvolvidas baseadas na fórmula padrão utilizada na empresa onde

realizou-se a pesquisa. A fórmula padrão é descrita como PD e, a partir dela, variou-se os

percentuais de cimento e aditivo polímero, adicionou-se pó de pedra, substituiu-se a areia

padrão por areais de outras regiões, substituiu-se o cimento padrão, por outros duas diferentes

classes de resistência à compressão e analisou-se a substituição do substrato utilizado para

assentamento das placas cerâmicas. Os percentuais e constituintes empregados em cada

formulação estão descritos na Tabela 9, no item 3.4.1.

A fórmula padrão (PD) produzida atualmente não está em conformidade com a

norma brasileira especificada para argamassa colante industrializada. Como se pode observar,

o valor obtido para resistência de aderência à tração é de 0,62 MPa, sendo que a norma

estabelece para este tipo de argamassa, valores iguais ou superiores a 1,0 MPa. Com o propósito

de se atingir tal valor, desenvolveu-se dezenove novas formulações e analisou-se as possíveis

causas para o acréscimo e decréscimo nos valores de aderência.

As argamassas colantes denominadas C1 e C2 apresentam em suas formulações

aumento no teor de cimento, sendo 28 % e 30 %, respectivamente. A formulação C1 apresentou

valor de resistência de aderência em MPa, de 0,65 e a formulação C2 apresentou 0,63 MPa de

resistência de aderência. Verificou-se um decréscimo na resistência de aderência com o

aumento do teor de cimento, porém um aumento na aderência em relação à fórmula PD.

Segundo Carasek (2007), “aumentando os teores de cimento em argamassas, elevadas

resistências são obtidas, devido ao cimento ser um importante aglomerante”. Como se pode

perceber, tal situação encontra-se em contradição com os valores obtidos após realização do

ensaio de arrancamento.

Para Melo (2012), “a quantidade de água deve estar em proporções corretas para

toda mistura seja hidratada e para que não ocorra segregação dos materiais empregados”. O

baixo ou elevado teor de água empregado nas argamassa colantes prejudicam seu desempenho.

Deve-se determinar uma quantidade ideal de água por quilo de argamassa durante o preparo,

para que propriedades no estado fresco não sejam alteradas, pois, consequentemente, haverá

alteração das propriedades no estado endurecido. A consistência é uma propriedade afetada

com água, segundo Carasek (2007), “a consistência da argamassa pode ser classificada como

seca, plástica e fluida e está diretamente relacionada com a proporção de água utilizada para

modificar e melhorar a propriedade de trabalhabilidade”.

Contudo, como já descrito no capítulo anterior, não houve alteração na consistência

das argamassas, utilizou-se 500 mL de água de amassamento para todas as amostras. Com isto,

Page 66: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

65

durante o preparo da fórmula C2, percebeu-se a formação de uma massa de argamassa de

consistência seca, dificultando o espalhamento e a trabalhabilidade, prejudicando a aderência

da placa cerâmica, devido à falta de água para hidratação dos grãos de cimento. Esta situação

pode ser observada no tipo de ruptura obtido com o ensaio de tração, ilustrada no Apêndice B

e descrita na Tabela 11, onde se pode observar 50 % de rupturas do tipo A e 50% de rupturas

do tipo A/P, mostrando a falta de aderência do revestimento cerâmico à argamassa colante.

Como se pode observar, a fórmula com maior resistência de aderência à tração foi

a CP4. Diferente da fórmula C2, utilizou-se 30% de cimento CP II 40 F, cimento com maior

resistência comparado ao padrão. Durante o preparo desta argamassa, devido o cimento

apresentar outra classe de resistência, a trabalhabilidade não foi afetada e, como já descrito

anteriormente por Carasek (2007), “elevados teores tendem a aumentar a resistência de

aderência”. Desta forma, para a fórmula CP4, esta teoria se encaixa perfeitamente.

Utilizou-se, na fórmula C3, um cimento Portland de alta resistência inicial, baixo

teor de fíler calcário e alto teor de pureza, denominado como CP V - ARI. De acordo com Bauer

(2016), “este tipo de cimento pode chegar a 24 MPa de resistência nos 3 primeiros dias de cura”,

por isso se utilizou este cimento na formulação da argamassa, a fim de analisar o

comportamento do cimento em argamassa colante, pois as reações de hidratação neste cimento

acontecem de forma acelerada comparado aos demais cimentos.

Obteve-se um acréscimo significativo de aderência em relação à fórmula padrão.

Pode-se obter, com esse tipo de cimento, valor de aderência de aproximadamente 0,71 MPa.

Segundo Carasek (2007), “quanto mais fino for o cimento, maior será a resistência de aderência,

porém um elevado teor deste cimento pode acabar causando retração e fissuras em

revestimentos cerâmicos”. O tipo de ruptura predominante para este tipo de formulação foi a

do tipo A, onde ocorre rompimento na camada da argamassa colante.

Na fórmula C4, utilizou-se cimento do tipo CP II 40 F. Comparado ao cimento

padrão utilizado, CP II 32 F, este cimento tem como principal diferença a resistência inicial

elevada comparada às demais classes, conforme descrito na Tabela 5. Pode-se obter uma

resistência de aderência de 0,71 MPa. O resultado mostrou um ótimo desempenho da argamassa

colante empregando este tipo de cimento. Torna-se mais viável, em relação de custos, a

utilização do cimento CP II 40 F, do que, por exemplo, cimento CP V – ARI, empregado na

fórmula anterior. O tipo de ruptura predominante foi a do tipo A, porém apresentou também

rupturas do tipo A/P em algumas placas, conforme Tabela 12.

Na fórmula C5, fez-se um mistura de dois tipos de cimentos para analisar o

desempenho da argamassa preparada. Utilizou-se 25 % de cimento CP II 32F e 5 % de cimento

Page 67: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

66

CP V ARI. Observa-se um acréscimo na resistência de aderência à tração da argamassa,

registrando um valor de 0,70 MPa. Devido ao cimento CP V- ARI, obter elevados valores de

resistência, nos primeiros dias de cura, ajudou a elevar a resistência de aderência da argamassa

colante, onde as reações de hidratação do cimento foram mais intensas nos primeiros setes dias,

favorecendo a cura da argamassa quando em contato com a água até o 28º dia. Nota-se a grande

influência do cimento CP V - ARI em argamassas colantes, aumentando consideravelmente a

resistência de aderência à tração.

Desenvolveu-se a mesma fórmula anterior, porém substituiu-se o 5 % de cimento

ARI, por 5 % de cimento CP II 40 F, fórmula C6, para analisar o efeito da mistura de dois tipos

de cimento. Obteve-se valores de resistência de aderência superior ao da fórmula padrão, sendo

0,66 MPa, devido as características que este tipo de cimento apresenta, já descritos

anteriormente.

O efeito de diferentes teores de aditivo polimérico nas argamassas colantes pode

ser verificado nas formulações P1, P2, P3 e P4. Apenas na fórmula P2 onde empregou-se 2%

de polímero, obteve-se um aumento da resistência de aderência da argamassa colante, sendo

0,64 MPa. Porém, este aumento no valor de aderência em relação à fórmula padrão não é

satisfatório, pois os polímeros tendem a elevar consideravelmente a propriedade de aderência.

Conforme Costa et al. (2013) apud Nezzi et al. (2005), “os polímeros melhoram as propriedades

reológicas das argamassas colantes e a resistência de aderência à tração, no estado endurecido”.

O mesmo acontece na fórmula CP3, onde utilizou-se o cimento CP II 40 F que

apresenta elevada resistência inicial e adicionou-se 2 % de polímero. O resultado não foi

satisfatório, apresentou-se valor de resistência de 0,65 MPa apenas. Os valores obtidos se

mostram muito baixos em função do efeito que os polímeros proporcionam às argamassas.

Segundo Silva (2001), “encontra-se na literatura muitos pesquisadores afirmando a

elevada resistência de aderência e durabilidade que os polímeros proporcionam comparados as

argamassas sem aditivos”. Com isto, utilizou-se um teor de 5 % de aditivo polimérico na

fórmula P3, para analisar o efeito do aumento considerável de polímero. Conforme Tabela 11,

houve um decréscimo no valor de resistência comparado a fórmula padrão, onde o emprego de

polímero foi de apenas 0,975 %. O mesmo autor ainda afirma que “a melhora nas propriedades

está relacionada com a quantidade de água de amassamento utilizada, pois os polímeros

possuem efeito plastificante, tornando-se necessária a redução na quantidade de água”.

Com isto, pode-se associar a redução da resistência com a quantidade de água de

amassamento utilizada. Durante o preparo da fórmula P3, a argamassa apresentou-se

extremamente viscosa, onde se observou o excesso de água empregado, prejudicando aderência

Page 68: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

67

final dos revestimentos cerâmicos sobre a argamassa colante. Silva (2001) afirma que “os

aditivos poliméricos afetam diretamente a trabalhabilidade, viscosidade, consistência e

plasticidade devido a incorporação de ar empregado durante mistura e o efeito dispersante que

os polímeros apresentam”.

Na fórmula P1, utilizando 1,5 % de polímero, a resistência decresceu em relação à

fórmula padrão PD. Já com a redução de polímero para 0,5 % na fórmula P1, a resistência

permaneceu a mesma comparado à fórmula padrão. Segundo Silva (2001) apud Riley e Razl

(1974), “a resistência de aderência à tração em argamassa colantes está associada ao tipo e teor

de polímero empregado, onde existe uma proporção correta entre polímero/cimento que tendem

a aumentar ou diminuir a aderência”.

Analisou-se os tipos de rupturas que as fórmulas P1, P2, P3 e P4 apresentaram. Os

tipos de ruptura são descritos na Tabela 12 e as ilustrações são apresentadas no Apêndice B.

Observa-se predominância da ruptura tipo A nas quatro formulações, havendo pouca influência

dos tipos A/P e S/A, podendo ter como possíveis causas a presença de sujeiras sobre o substrato,

ocorrendo falha de aderência.

Conforme Silva (2001), “os efeitos que o aditivos polímeros apresentam, quando

empregados em argamassas colantes, depende do tipo de polímero empregado, mas

principalmente a relação entre polímero/cimento e água/cimento”. Assim, desenvolveu-se as

fórmulas CP1, CP2, CP3 e CP4, variando em uma mesma formulação, teores de cimento e

polímero.

As fórmulas CP1 e CP2 apresentaram bons resultados de resistência de aderência à

tração, sendo 0,85 e 0,76 MPa, após o período de cura. Nestas formulações, aumentou-se os

teores de cimento e polímero, para analisar, assim, a influência que os dois constituintes têm na

argamassa. Com o resultado obtido, pôde-se perceber que a resistência de aderência cresce à

medida que se aumenta a relação entre polímero e cimento, conforme descrito anteriormente

por Silva (2001). Os resultados ainda se mostraram mais satisfatórios com 30 % do cimento

padrão, pois, na fórmula CP2, utilizou-se 30 % do cimento CP II 40 F.

De acordo com Almeida e Sichieri (2006, p. 175), as argamassas são modificadas

devido “hidratação do cimento e da coalescência das partículas de polímeros formando filmes

contínuos ou membranas que se ligam aos géis hidratados do cimento e aos agregados,

constituindo uma cadeia monolítica na qual a fase polimérica interpenetra os compostos

hidratados do cimento Portland”.

Campos e Marques (2018) realizaram experimento utilizando pó de pedra como

agregado graúdo em argamassas para revestimento e assentamento, mostrando bons resultados,

Page 69: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

68

aumentando significativamente a resistência. Com isto, adicionou-se a fórmula padrão o

agregado pó de pedra, formando as argamassas colantes denominadas como fórmula PP1 e PP2.

Adicionou-se pó de pedra na proporção de 2 % e 4 %, respectivamente. Obteve-se um acréscimo

de resistência de aderência conforme aumentou-se o teor do agregado nas formulações, porém

o decréscimo é perceptível comparando com o valor da fórmula padrão. Os dados mostram

valores de 0,56 MPa e 0,61 MPa, conforme Tabela 11.

Mesmo que ocorra o aumento da resistência de aderência com o aumento do teor

deste agregado, propriedades no estado fresco da argamassa colante são alteradas. A

trabalhabilidade é prejudicada visivelmente com este acréscimo. Segunda Carasek (2007),

“areais grossas prejudicam a trabalhabilidade, e, consequentemente, a aplicação da argamassa

ao substrato”. Devido aos grãos do pó-de-pedra terem uma granulometria maior que o da areia,

agregado miúdo constituinte da argamassa, tornou-se visível durante aplicação da argamassa

ao substrato, grãos de pó de pedra, prejudicando a formação dos cordões.

Assim, torna-se inviável a utilização de pó de pedra em argamassa colantes

industrializadas para assentamento de revestimentos cerâmicos. Pode-se observar no Apêndice

B, referente a fórmula 18, que com 2 % de pó de pedra na argamassa, já é possível observar

rupturas do tipo A/P. Já na fórmula 19, com o aumento do teor de pó de pedra para 4 %, rupturas

do tipo A/P são predominantes. Esses tipos de ruptura mostram falha na aderência entre placa

cerâmica e argamassa colante, comprovando falha no desempenho destas formulações. Os tipos

de rupturas são observados na Tabela 12.

Nas fórmulas A1 e A2, realizou-se a substituição da areia padrão por duas outras

areais fornecidas de diferentes regiões, com o intuito de observar se a areia padrão estava

influenciando nos valores da resistência de aderência à tração na cura submersa. Analisando os

valores de aderência da Tabela 11, percebe-se valores de 0,47 MPa e 0,51 MPa. Os valores

obtidos são muito próximos e abaixo do valor de resistência da fórmula padrão, mostrando a

eficiência da areia padrão utilizada na argamassa colante produzida atualmente. Tais fórmulas

apresentam bons tipos de rupturas, sendo rupturas do tipo A nas oito placas cerâmicas.

Com o objetivo de analisar as características do substrato-padrão utilizado para

aplicação das argamassas colantes, utilizou-se um novo substrato obtido de um fabricante

diferente do que a empresa costuma adquirir. Com a aquisição deste novo substrato, foi

garantido uma absorção de água inferior a 0,5 cm3 e resistência de aderência à tração superficial

de 2,0 MPa, requisitos exigidos pela NBR 14081-2 (2012).

Os resultados obtidos após ensaio de arrancamento mostraram que o substrato

utilizado pela empresa está de acordo com a normas brasileiras e não influencia nos resultados

Page 70: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

69

de aderência das argamassas colantes, ou seja, a dúvida pertinente de que o substrato poderia

estar absorvendo água além do permitido e, assim, influenciando na aderência, pode ser

desconsiderada. Os valores de aderência à tração foram iguais para fórmula PD e SU, sendo

0,62 MPa para os dois ensaios de arrancamento.

A Tabela 12 mostra os tipos de ruptura predominante das vinte fórmulas

desenvolvidas. Os tipos de rupturas que o conjunto substrato-padrão, argamassa colantes e placa

cerâmica podem apresentar são: ruptura do substrato (S), ruptura na interface argamassa e

substrato (S/A), ruptura da camada de argamassa colantes (A), ruptura na interface argamassa

e placa cerâmica (A/P), ruptura da placa cerâmica (P) e falha na colagem da peça metálica (F).

Tabela 12 - Tipos de ruptura

Formulação Tipos de Ruptura

1 2 3 4 5 6 7 8

PD A A A A A A A A

C1 A A A A A A A A

C2 A; A/P A; A/P A; A/P A; A/P A; A/P A; A/P A; A/P A; A/P

C3 A A A A A A A A

C4 A A A A A A A; A/P A; A/P

C5 A; A/P A A A A A A A

C6 A A; A/P A A A A A; A/P A; A/P

P1 A A A A A A A S/A

P2 A A A A A A A/P A

P3 A A A A A A A A

P4 A A A A A A A A

CP1 A A; A/P A; A/P A A A; A/P A; A/P A

CP2 A A; A/P A; A/P A; A/P A A; A/P A; A/P A; A/P

CP3 A A; A/P A A; A/P A A A; A/P A

CP4 A A A A A A A A

PP1 A A A A; A/P A A/P A/P A/P

PP2 A/P A/P A/P A/P A A A; A/P A

A1 A A A A A A A A

A2 A A A A A A A A

SU A A A A A A A A

Fonte: da autora, 2019.

Na tabela acima, é perceptível a predominância do tipo de ruptura A, onde ocorre

rompimento da camada de argamassa colante durante ensaio de arrancamento por tração. Não

ocorreu nenhum tipo de ruptura do substrato (S), da placa cerâmica (P) e falha na colagem das

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70

peças metálicas (F). As ilustrações dos tipos de ruptura, após execução do ensaio de

arrancamento por tração, são apresentados no Apêndice B.

4.1.1 Comparação dos valores do ensaio de arrancamento

Para responder a pergunta central do presente relatório de estágio, torna-se

necessário realizar uma comparação dos valores de resistência de aderência à tração aos 28 dias

de cura com imersão em água, obtidos após execução do ensaio de arrancamento por tração,

com o valor especificado pelo norma brasileira que estabelece 1,0 MPa de resistência de

aderência, para este tipo de argamassa colante industrializada e tipo de cura.

Com a média final de tensão de ruptura, expressos em MPa, de cada argamassa

colante desenvolvida, elaborou-se um gráfico de colunas, com intuito de tornar a visualização

e a comparação dos valores mais fáceis. O Gráfico 1 abaixo mostra a comparação dos valores.

Cada coluna representa a fórmula elaborada, juntamente com seu respectivo valor de aderência.

A linha, na horizontal, mostra o valor de aderência que as argamassas colantes devem atingir

para estar de acordo com a norma brasileira.

Gráfico 1 - Resultados do ensaio de arrancamento após 28 dias de cura submersa

Fonte: da autora, 2019.

0,620,65 0,63

0,71 0,700,66

0,600,64 0,62

0,85

0,76

0,65

0,90

0,56

0,61

0,470,51

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

Res

istê

nci

a de

ader

ênci

a à

traç

ão (

MP

a)

Fórmulas

Page 72: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

71

O gráfico mostra que não foi possível atingir o valor de resistência de aderência

estabelecida pela norma brasileira. As fórmulas desenvolvidas não alcançaram valor de

resistência igual ou superior a 1,0 MPa em cura submersa, após realização do teste de

arrancamento por tração manual. Porém, quase todas as fórmulas apresentaram resistência

superior à fórmula padrão.

As cinco fórmulas que desempenharam os melhores resultados foram CP4, CP1,

CP2, C3 e C4, onde obteve-se 0,90 MPa, 0,85 MPa, 0,76 MPa, 0,71 MPa e 0,71 MPa,

respectivamente.

Assim, é importante analisar os motivos pelos quais a resistência tende a reduzir

em contato prolongado com a água e os possíveis problemas durante preparado da argamassa

que influenciaram na resistência final, após período de cura.

A literatura ainda não descreve uma resposta concreta para o que possa vir a ocorrer

na aderência de revestimentos assentados com argamassas, quando aplicados em áreas em

contato direto com água, como, por exemplo, em piscinas. O principal motivo pela perda de

resistência das argamassas colantes modificadas com aditivos poliméricos, submetidas a cura

submersa, segundo Thielke (2019) apud Mendes et al. (2018), é “devido ao retardo na formação

do filme polimérico de secagem”.

Segundo Silva (2001) apud Ohama (1984), a baixa resistência obtida pelas

argamassas quando submetidas a cura com imersão em água, após um período de cura normal,

está relacionada com um possível inchamento do polímero quando absorve água, selando os

vazios capilares, consequentemente, reduzindo a permeabilidade. O autor ainda afirma que o

contato prolongado da argamassa em água pode ocorrer a redispersão do filme polimérico ou

ocorrer interação das partículas do cimento com as moléculas da água.

O filme polimérico é definido por Silva (2001) apud Riley e Razl (1974) como um

película superficial que tem a função de impedir a saída de água utilizada para hidratação do

cimento. Porém, além da alteração do filme em contato prolongado com água, Santos (2006)

ressalta que vários fatores afetam a formação do filme, como as condições ambientais,

temperatura e umidade, características do aditivo, como tamanho das partículas.

Outro fator importante que Silva (2001) apud Ohama (1984) descreve é que as

reações de hidratação do cimento tendem a ocorrer de forma mais lenta, quando são misturados

polímero e cimento, demorando ainda mais a formação da película polimérica. Com isto, o

filme formado durante os sete dias em que a argamassa colante fica exposta à cura normal tende

a formar um filme de baixa resistência, o que torna a retenção de água para hidratação do

cimento prejudicada, tendo a resistência comprometida quando em cura submersa.

Page 73: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

72

Outros problemas durante o preparo e a aplicação da argamassa podem ter

influenciado na obtenção dos valores de resistência à tração, principalmente a falta de controle

de temperatura e umidade. A NBR 14081-2 (2012) estabelece as condições ambientais do

laboratório, durante preparado da argamassa. Deve-se haver controle de temperatura do ar, entre

23 ºC a 25 ºC, umidade relativa do ar de 60 ± 2% e a velocidade de vento máxima de 0,15 m/s,

lida sobre a bancada e não haver circulação de pessoas. A norma ainda recomenda que portas e

janelas sejam fechadas, para minimizar a insuflação de ar e que durante a cura submersa deve-

se manter a temperatura da água entre 23 ± 2 ºC.

Devido as condições do laboratório onde se preparou as amostras, não foi possível

um controle de temperatura do ar e da água, umidade e velocidade do vento. Durante o preparo

das argamassas, tais controles não foram aplicados devido à falta de um ambiente próprio para

execução deste ensaio. Ainda, o período de cura em água do conjunto formada pelo substrato-

padrão, placa cerâmica e argamassa, foi realizado durante inverno/primavera, estações do ano

em que na região Sul de Santa Catarina, encontram-se baixos valores de temperaturas, onde a

água pode chegar a 5 ºC. Vale ressaltar que as fórmulas que apresentaram os maiores valores,

sendo 0,90 MPa e 0,85 MPa, foram realizadas em períodos onde a temperatura já se encontrava

mais elevada que as demais. Passou-se a ligar o ar condicionado, havendo um melhor controle

de temperatura.

Há necessidade de um laboratório exclusivo para realização deste teste, onde se

possa realizar os devidos controles, para que não exista a dúvida de que os resultados de

resistência de aderência, então, sendo prejudicados pela falta de controle exigidos por norma.

Vale ressaltar, ainda, que houve circulação de pessoas durante todo procedimento de aplicação

e cura da argamassa colante.

Outros motivos que devem ser levados em consideração, podendo estar associados

à falta de aderência, como equívoco e pouca experiência do laboratorista durante preparo das

fórmulas e forma de aplicação, manuseio incorreto de equipamentos, erro na balança analítica

durante preparo das argamassas, entre outros fatores.

4.1.2 Viabilidade Econômica

Durante a fabricação de qualquer produto, realizar um estudo econômico e

financeiro para um determinado projeto é imprescindível. Neste caso, não basta, apenas,

Page 74: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

73

formular uma argamassa colante industrializada conforme norma técnica, é necessário analisar,

além da qualidade, os custos que serão reduzidos ou elevados, tanto para empresa, quanto para

o consumidor, pois, atualmente, há uma grande competição de mercado.

A argamassa colante do tipo ACIII ideal deve apresentar os critérios exigidos pela

norma e também apresentar preço acessível ao cliente. Como durante elaboração deste relatório

não foi possível obter uma fórmula com valor da resistência de aderência à tração após cura

com imersão em água de 1,0 MPa, exigido por norma, não foi possível realizar o estudo de

viabilidade econômica, pois é necessário atingir o valor para, assim, realizar o estudo.

Caso fosse atingido o valor de resistência de aderência especificado pela norma, a

fórmula passaria por um estudo de viabilidade econômica. Caso houvesse aumento dos custos

de produção, uma nova fórmula seria desenvolvida, realizando alterações nos constituintes.

Caso houvesse redução de custo, seria a fórmula ideal, pois, além de adquirir qualidade,

proporcionaria redução de custos para a empresa.

Page 75: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

74

5 CONCLUSÃO

Atualmente, o mercado de argamassas colantes vem crescendo significativamente

com o passar dos anos, devido à alta demanda por revestimentos cerâmicos. Com isto, o

presente relatório foi elaborado com o intuito de desenvolver uma formulação de argamassa

colante do tipo AC III, visando melhorias na qualidade e no custo/benefício, principalmente,

quando aplicadas em ambientes com elevada umidade ou em contato direto com a água, pois

tendem a perder a resistência de aderência, provocando o desprendimento das placas cerâmicas.

Assim, elaborou-se dezenove novas fórmulas, a partir da fórmula padrão já

desenvolvida e disponibilizada ao mercado. Durante a aplicação, percebeu-se alteração de

propriedades no estado fresco, como trabalhabilidade e consistência, principalmente, em

fórmulas com elevado teor de cimento e aditivo polimérico. Tais alterações ocorreram devido

a relação água/cimento permanecer constante em todas as fórmulas. Tornar-se imprescindível

o ajuste desta relação, para que propriedades no estado endurecido não sejam alteradas.

Após a cura com imersão em água e a realização do ensaio de arrancamento por

tração manual, os melhores valores obtidos comparados à fórmula padrão, foi 0,90 MPa, onde

se utilizou 30 % do cimento CP II 40 F e 0,85 MPa, adicionando-se 30 % do cimento padrão e

3 % de aditivo polimérico. Analisando os resultados de uma maneira geral, ótimos resultados

foram obtidos, utilizando-se o cimento CP II 40 F devido à classe de resistência que o mesmo

pertence, mesmo ainda não atingindo o valor estabelecido por norma. Conclui-se também que

a relação entre polímero/cimento é fundamental para se obter bons resultados de aderência. Já

as fórmulas onde se acrescentou teores variados de aditivo polimérico, obteve-se resultados

inesperados, pois o polímero utilizado possui elevada qualidade, sendo um dos melhores

aditivos oferecidos pelo mercado para utilização em argamassas colantes. Assim, esperava-se

elevados valores de aderência, principalmente com 5 % de aditivo polimérico, pois altos teores

deste aditivo proporcionam elevados valores de resistência de aderência à tração.

Desta forma, a falta de controle de parâmetros, como temperatura e umidade,

durante aplicação e realização dos ensaios, como também a circulação constante de pessoas, foi

o principal motivo que influenciou nos resultados de aderência. O ensaio de arrancamento por

tração manual deve ser realizado em ambientes próprios, com rigoroso controle das condições

ambientais exigidas pela norma. Com isto, ainda não foi possível determinar a melhor

formulação para analisar a viabilidade financeira, assim se fazem algumas sugestões para

pesquisas futuras.

Page 76: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

75

6 SUGESTÕES

O ensaio de arrancamento por tração na qual as argamassas devem ser submetidas,

conforme exigência da norma brasileira, é um teste que demanda um longo período de espera

para obter os resultados de aderência, pois é necessário um período para desenvolvimento das

formulações, mais um período para preparo e aplicação, bem como, ainda, demanda de mais

um período para cura, e, posteriormente, análise de resultados.

Com isto, devido ao tempo de estágio para realização da pesquisa durar cerca de

quatro meses, não foi possível a realização de mais testes, para assim obter-se um argamassa

colante com 1,0 MPa de resistência de aderência à tração após cura com imersão em água. Desta

forma, fazem-se algumas sugestões para realização de testes futuros:

a. Repetir as principais formulações, variando a relação água de amassamento e

cimento;

b. Adquirir um novo tipo de aditivo polimérico que possa ser mais resistente ao ser

submetido em contato prolongado com a água;

c. Desenvolver formulações variando o teor de aditivo celulósico, para analisar sua

influência nas argamassas colantes;

d. Realizar a fórmula padrão, controlando as condições ambientais de laboratório,

de acordo com os critérios especificados pela norma brasileira;

e. Realizar a fórmula padrão, utilizando água potável, para analisar se a água do

presente laboratório interfere nos resultados finais.

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76

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81

APÊNDICES

Page 83: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

82

APÊNDICE A - Resultados obtidos com o ensaio de arrancamento

(continua)

Resultado do Ensaio de Resistência de Aderência à Tração aos 28 dias em Cura

Submersa

Fórmula CP Tipo de

Ruptura

Força de

Ruptura

(Kgf/cm2)

Tensão

de

Ruptura

(MPa)

Tensão

Média

de

Ruptura

(MPa)

Desvio

Mínimo

(20%)

Desvio

Máximo

(20%)

Tensão

Média

de

Ruptura

com

Desvios

Média

final

Tensão

de

Ruptura

(MPa)

PD

1 A 130 0,5096

0,6233 0,4986 0,74794

0,5096

0,62

2 A 163 0,6390 0,6390

3 A 154 0,6037 0,6037

4 A 172 0,6742 0,6742

5 A 173 0,6782 0,6782

6 A 158 0,6194 0,6194

7 A 168 0,6586 0,6586

8 A 154 0,6037 0,6037

C1

1 A 146 0,5723

0,6473 0,5178 0,77675

0,5723

0,65

2 A 156 0,6115 0,6115

3 A 180 0,7056 0,7056

4 A 159 0,6233 0,6233

5 A 170 0,6664 0,6664

6 A 154 0,6037 0,6037

7 A 190 0,7448 0,7448

8 A 166 0,6507 0,6507

C2

1 A; A/P 158 0,6194

0,6292 0,5033 0,75499

0,6194

0,63

2 A; A/P 144 0,5645 0,5645

3 A; A/P 165 0,6468 0,6468

4 A; A/P 180 0,7056 0,7056

5 A; A/P 161 0,6311 0,6311

6 A; A/P 149 0,5841 0,5841

7 A; A/P 147 0,5762 0,5762

8 A; A/P 180 0,7056 0,7056

C3

1 A 176 0,6899

0,7100 0,5680 0,85201

0,6899

0,71

2 A 172 0,6742 0,6742

3 A 168 0,6586 0,6586

4 A 195 0,7644 0,7644

5 A 182 0,7134 0,7134

6 A 169 0,6625 0,6625

7 A 203 0,7958 0,7958

8 A 184 0,7213 0,7213

Page 84: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

83

(continuação)

C4

1 A 159 0,6233

0,7120 0,5696 0,85436

0,6233

0,71

2 A 162 0,6350 0,6350

3 A 214 0,8389 0,8389

4 A 164 0,6429 0,6429

5 A 176 0,6899 0,6899

6 A 203 0,7958 0,7958

7 A; A/P 171 0,6703 0,6703

8 A; A/P 204 0,7997 0,7997

C5

1 A; A/P 147 0,5762

0,6983 0,5586 0,83790

0,5762

0,70

2 A 184 0,7213 0,7213

3 A 193 0,7566 0,7566

4 A 192 0,7526 0,7526

5 A 180 0,7056 0,7056

6 A 169 0,6625 0,6625

7 A 175 0,6860 0,6860

8 A 185 0,7252 0,7252

C6

1 A 153 0,5998

0,6625 0,5300 0,79498

0,5998

0,66

2 A; A/P 190 0,7448 0,7448

3 A 151 0,5919 0,5919

4 A 173 0,6782 0,6782

5 A 165 0,6468 0,6468

6 A 165 0,6468 0,6468

7 A; A/P 182 0,7134 0,7134

8 A; A/P 173 0,6782 0,6782

P1

1 A 154 0,6037

0,5836 0,4669 0,70031

0,6037

0,60

2 A 173 0,6782 0,6782

3 A 155 0,6076 0,6076

4 A 156 0,6115 0,6115

5 A 178 0,6978 0,6978

6 A 120 0,4704 0,4704

7 A 141 0,5527 0,5527

8 S/A 114 0,4469 0,0000

P2

1 A 157 0,6154

0,6380 0,5104 0,76558

0,6154

0,64

2 A 185 0,7252 0,7252

3 A 161 0,6311 0,6311

4 A 154 0,6037 0,6037

5 A 167 0,6546 0,6546

6 A 151 0,5919 0,5919

7 A/P 166 0,6507 0,6507

8 A 161 0,6311 0,6311

Page 85: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

84

(continuação)

P3

1 A 146 0,5723

0,5777 0,4622 0,69325

0,5723

0,60

2 A 160 0,6272 0,6272

3 A 158 0,6194 0,6194

4 A 115 0,4508 0,0000

5 A 148 0,5802 0,5802

6 A 168 0,6586 0,6586

7 A 137 0,5370 0,5370

8 A 147 0,5762 0,5762

P4

1 A 143 0,5606

0,6228 0,4982 0,74735

0,5606

0,62

2 A 160 0,6272 0,6272

3 A 175 0,6860 0,6860

4 A 166 0,6507 0,6507

5 A 157 0,6154 0,6154

6 A 148 0,5802 0,5802

7 A 149 0,5841 0,5841

8 A 173 0,6782 0,6782

CP1

1 A 192 0,7526

0,8457 0,6766 1,01489

0,7526

0,85

2 A; A/P 232 0,9094 0,9094

3 A; A/P 229 0,8977 0,8977

4 A 218 0,8546 0,8546

5 A 186 0,7291 0,7291

6 A; A/P 230 0,9016 0,9016

7 A; A/P 236 0,9251 0,9251

8 A 203 0,7958 0,7958

CP2

1 A 198 0,7762

0,7644 0,6115 0,91728

0,7762

0,76

2 A; A/P 202 0,7918 0,7918

3 A; A/P 158 0,6194 0,6194

4 A; A/P 193 0,7566 0,7566

5 A 203 0,7958 0,7958

6 A; A/P 211 0,8271 0,8271

7 A; A/P 209 0,8193 0,8193

8 A; A/P 186 0,7291 0,7291

CP3

1 A 168 0,6586

0,6478 0,5182 0,77734

0,6586

0,65

2 A; A/P 157 0,6154 0,6154

3 A 152 0,5958 0,5958

4 A; A/P 187 0,7330 0,7330

5 A 161 0,6311 0,6311

6 A 187 0,7330 0,7330

7 A; A/P 136 0,5331 0,5331

8 A 174 0,6821 0,6821

Page 86: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

85

(continuação)

CP4

1 A 227 0,8898

0,8962 0,7170 1,07545

0,8898

0,90

2 A 224 0,8781 0,8781

3 A 230 0,9016 0,9016

4 A 219 0,8585 0,8585

5 A 213 0,8350 0,8350

6 A 244 0,9565 0,9565

7 A 234 0,9173 0,9173

8 A 238 0,9330 0,9330

PP1

1 A 115 0,4508

0,5356 0,4285 0,64268

0,4508

0,56

2 A 154 0,6037 0,6037

3 A 160 0,6272 0,6272

4 A; A/P 140 0,5488 0,5488

5 A 153 0,5998 0,5998

6 A/P 74 0,2901 0,0000

7 A/P 130 0,5096 0,5096

8 A/P 167 0,6546 0,0000

PP2

1 A/P 128 0,5018

0,5905 0,4724 0,70854

0,5018

0,61

2 A/P 112 0,4390 0,0000

3 A/P 150 0,5880 0,5880

4 A/P 141 0,5527 0,5527

5 A 170 0,6664 0,6664

6 A 162 0,6350 0,6350

7 A; A/P 171 0,6703 0,6703

8 A 171 0,6703 0,6703

A1

1 A 109 0,4273

0,4655 0,3724 0,55860

0,4273

0,47

2 A 124 0,4861 0,4861

3 A 120 0,4704 0,4704

4 A 126 0,4939 0,4939

5 A 110 0,4312 0,4312

6 A 113 0,4430 0,4430

7 A 128 0,5018 0,5018

8 A 120 0,4704 0,4704

A2

1 A 132 0,5174

0,5121 0,4096 0,61446

0,5174

0,51

2 A 154 0,6037 0,6037

3 A 122 0,4782 0,4782

4 A 135 0,5292 0,5292

5 A 126 0,4939 0,4939

6 A 128 0,5018 0,5018

7 A 134 0,5253 0,5253

8 A 114 0,4469 0,4469

Page 87: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

86

(conclusão)

SU

1 A 160 0,6272

0,6248 0,4998 0,74970

0,6272

0,62

2 A 167 0,6546 0,6546

3 A 138 0,5410 0,5410

4 A 168 0,6586 0,6586

5 A 166 0,6507 0,6507

6 A 152 0,5958 0,5958

7 A 162 0,6350 0,6350

8 A 162 0,6350 0,6350

Page 88: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

87

APÊNDICE B - Ruptura em cada corpo de prova após ensaio de arrancamento

Fórmula 1 - PD Fórmula 2 - SU

Fórmula 3 - C1 Fórmula 4 - C2

Fórmula 5 - C3 Fórmula 6 - C4

Fórmula 7 - C5 Fórmula 8 - C6

Fórmula 9 - P1 Fórmula 10 - P2

(continua)

Page 89: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA AMANDA …

88

(conclusão)

Fórmula 11 – P3 Fórmula 12 – P4

Fórmula 13 – CP1 Fórmula 14 – CP2

Fórmula 15 – CP3 Fórmula 16 – CP4

Fórmula 17 – PP1 Fórmula 18 – PP2

Fórmula 19 – A1 Fórmula 20 – A2