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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Ana Carolina Madeira Silveira Proposta de material didático virtual para o ensino de botânica Rio de Janeiro 2019

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro Biomédico

Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes

Ana Carolina Madeira Silveira

Proposta de material didático virtual para o ensino de botânica

Rio de Janeiro

2019

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Ana Carolina Madeira Silveira

Proposta de material didático virtual para o ensino de botânica

Orientador: Prof. Dr. Diogo de Mayrinck

Co-orientadora: Prof.ª Dra. Georgia Pacheco Peters de Almeida

Rio de Janeiro

2019

Monografia apresentada como requisito

final para a obtenção do grau de

Especialista em Ensino de Ciências,

pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro. Área de Concentração: Ensino

de Ciências.

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CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC-A

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação desde que citada a fonte.

___________________________________ _____________________________ Assinatura Data

Silveira, Ana Carolina Madeira.

Proposta de material didático virtual para o ensino de botânica / Ana Carolina Madeira Silveira. - 2019.

68 f. ; il. Orientação: Diogo de Mayrinck. Coorientação: Georgia Pacheco Peters de Almeida. Monografia (Especialização) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Especialização em Ensino de Ciências.

1. Botânica - Monografias. 2. Tecnologia educacional - Monografias. 3. Inovações educacionais – Monografias. I. Mayrinck, Diogo de. II. Almeida, Georgia Pacheco Peters de. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes. IV. Título.

CDU 581

S587

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Ana Carolina Madeira Silveira

Proposta de material didático virtual para o ensino de botânica

Aprovada em ____ de ____________ de 2019.

Orientador: Prof. Dr. Diogo de Mayrinck

Departamento de Ensino de Ciências e Biologia - UERJ

Co-orientadora: Prof.ª Dra. Georgia Pacheco Peters de Almeida

Departamento de Biologia Celular– UERJ

Banca Examinadora:______________________________________________________

Prof.ª Dr. Rachel Fatima Gagliardi Araujo

Departamento de Botânica - UERJ

_____________________________________________________

Prof. Dr. Lúcio Paulo Crivano Machado

Departamento de Ensino de Ciências e Biologia – UERJ

_____________________________________________________

Prof.ª Msc. Marcela Gomes Vianna (suplente)

Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal - UERJ

Rio de Janeiro

2019

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DEDICATÓRIA

À minha mãe, dedico.

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AGRADECIMENTOS

À UERJ, por existir e por me permitir resistir junto com ela.

A Deus, pela força e oportunidade para fazer este curso de Especialização.

À banca, por disponibilizar seu tempo para avaliar meu trabalho.

Aos professores do curso, por nos ensinar tanto.

À minha mãe, que não me deixou desistir nunca e sempre colocava um chocolate na mochila.

Ao meu pai, que permitiu que este projeto e outros fossem possíveis.

Aos meus avós maternos, que incentivam meus sonhos acadêmicos.

À turma de Especialização em Ensino de Ciências de 2017, que esteve junto comigo.

Ao meu orientador Diogo, que tem tanta paciência comigo.

À minha orientadora Georgia, que me deu apoio em meus projetos acadêmicos.

À equipe do Labmit, por todo o suporte para a realização deste trabalho.

À equipe do Labplan, que cedeu o microscópio com sistema de captura de imagens.

À professora Ana Donato e à Lívia, que me emprestaram as lâminas de cortes vegetais.

À minha prima Barbara, que também é professora e me ensina tanto.

Ao Pedro, que é muito paciente comigo e me incentiva todos os dias.

À Michelle, que torce tanto pelas minhas conquistas.

À Rafaela, a “elfa” mais meiga que eu conheço.

Ao Orlando, que é o bioquímico mais importante da minha vida.

Ao Vinicius, que escutou todas as minhas reclamações de cansaço.

À Amanda, que teve a paciência que eu não tive com o microscópio.

Ao Matheus, que me ensinou a usar o microscópio com captura de imagens.

À Caroline e à Dryelle, que embarcaram nessa jornada de Ensino de Ciências junto comigo.

Ao Thayan, que sei que está comemorando lá do céu junto comigo mais essa vitória.

À Raíza, que acha que eu sou maluca por estudar tanto.

Ao Gabriel, que me incentivou nesse processo de escrita.

Ao Victor, que lá do Piauí me ajudou na identificação botânica.

Aos amigos da BioUERJ 2012.2, pois o caminho com vocês me trouxe até aqui.

A todos os amigos, pela compreensão quando eu dizia: “Não posso ir, estou escrevendo”.

A toda a minha família, que me incentiva a continuar estudando e a conquistar meus sonhos.

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Não me diga que o céu é o limite se há pegadas na lua.

R. J. Palacio – Extraordinário (2012)

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RESUMO

SILVEIRA, Ana Carolina Madeira. Proposta de material didático virtual para o ensino de

botânica. 2019. 68 f. Monografia – Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes,

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

O conteúdo abordado nas disciplinas de ciências e biologia está definido de acordo com

o que regem os documentos curriculares nacionais e estaduais. O assunto de botânica é

componente obrigatório do que deve ser estudado em todos os níveis de ensino, desde o básico

até o superior. Porém, a botânica nem sempre é uma área em que alunos e professores se sentem

à vontade. Existem diversas explicações para o fato, como a dificuldade de compreensão dos

termos da biologia vegetal, os problemas na formação de professores de Ciências Biológicas

ou a falta de interesse a respeito do assunto. Logo, é necessário que sejam elaboradas

metodologias alternativas para o processo de ensino-aprendizagem de biologia vegetal, como o

uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC). Por isso, o objetivo deste trabalho é o

de propor duas ferramentas digitais, um altas virtual e um aplicativo para dispositivos móveis,

a fim de facilitar a compreensão do conteúdo de botânica. O aplicativo foi desenvolvido

utilizando a plataforma Unity, e o atlas foi elaborado no programa Microsoft Office PowerPoint,

após levantamento bibliográfico. As imagens utilizadas no atlas são de autoria própria ou de

ampla divulgação, e os cortes histológicos foram fotografados com o auxílio do sistema de

captura de imagens acoplado ao microscópio óptico do Laboratório de Biotecnologia de Plantas

(Labplan), do Departamento de Biologia Vegetal (DBV) da UERJ. O atlas, intitulado “Pequeno

Atlas de Botânica” é composto por 21 espécies vegetais descritas, cujas imagens servem de

marcador (base) para a utilização do aplicativo, chamado “Botânica Aumentada”. O atlas pode

ser empregado em aula de forma independente, com a possibilidade de impressão e cópia para

os alunos. Já o aplicativo necessita de que os marcadores estejam disponíveis, para a execução

da função de realidade aumentada, em que o corte histológico é exibido. Os materiais não

necessitam de acesso à Internet, e podem ser usados sem muitas dificuldades. Diversos autores

descrevem a necessidade da utilização das TIC em sala de aula, uma vez que atraem a atenção

dos estudantes e podem facilitar a compreensão dos conteúdos de ciências e biologia,

principalmente de botânica. Portanto, elaborar materiais didáticos com esta finalidade é

importante para o desenvolvimento de metodologias mais eficazes ao ensino de botânica.

Palavras-chave: Botânica. Aplicativos. Pesquisa qualitativa

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ABSTRACT

SILVEIRA, Ana Carolina Madeira. Proposing virtual botany teaching materials. 2019. 68

p. Monografia – Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, Universidade do Estado do

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.

The content covered in science and biology subjects is defined according to national and

state curriculum documents describe. Botany is a compulsory component of what should be

studied at all levels of education, from basic to higher education, but it is not always an area

where students and teachers are comfortable. There are several explanations for this, such as

the difficulty in understanding the terms of plant biology, the problems in the formation of

Biological Science teachers or the lack of interest in the subject. Therefore, it is necessary to

develop alternative methodologies for the teaching-learning process of plant biology, such as

the use of information and communication technologies (ICT). Therefore, the aim of this study

is to propose two digital tools, a virtual atlas and a mobile application, in order to facilitate the

understanding of the botanical content. The application was developed using the Unity

platform, and the atlas was prepared in Microsoft Office PowerPoint, after bibliographic survey.

The images used in the atlas are widely disseminated, and the histological sections were

photographed with an optical microscope image capture system of the Plant Biotechnology

Laboratory (Labplan) of the Department of Plant Biology (DBV) at UERJ. The atlas, entitled

“Little Atlas of Botany” consists of 21 described plant species, whose images serve as a marker

(basis) for the use of the application, called “Augmented Botany”. The atlas can be used in

classes independently, with the possibility of printing and copying for students. The application

requires markers to be available to perform the augmented reality function, in which the

histological section is displayed. The materials do not require internet access, and can be used

without much difficulty. Several authors describe the need to use ICT in the classroom, as they

attract students' attention and may facilitate the understanding of science and biology, especially

botany. Therefore, developing didactic materials for this purpose is important for the

development of more effective methodologies for teaching botany.

Keywords: Botany. Applications. Qualitative research.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Visualização das páginas do “Pequeno Atlas de Botânica”......................... 24

Figura 2 - Página inicial do programa Unity®.............................................................. 25

Figura 3 - Uma das etapas de elaboração do aplicativo “Botânica Aumentada”......... 25

Figura 4 - Capa do “Pequeno Atlas de Botânica”........................................................ 27

Figura 5 - Uma das páginas descritivas do atlas.......................................................... 27

Figura 6 - Exemplo de utilização do aplicativo com auxílio do atlas.......................... 28

Figura 7 - Tela de utilização da aplicação com um exemplo da utilização da função

de realidade aumentada............................................................................... 29

Figura 8 - Exemplo de cortes histológicos de vegetais selecionados a partir das

lâminas cedidas pelo Núcleo de Biotecnologia Vegetal (NBV) da

UERJ........................................................................................................... 30

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APK Android® Package (Pacote Android®)

AVA Ambientes Virtuais de Aprendizagem

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CM Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro

CTS Ciência-Tecnologia-Sociedade

DBV Departamento de Biologia Vegetal

DECB Departamento de Ensino de Ciências e Biologia

GUI Graphical User Interface (Interface Gráfica de Usuário)

IDE Integrated Development Environment (Ambiente de Desenvolvimento

Integrado)

Image J Image Processing and Analysis in Java (Processamento e análise de imagens em

Java)

InovUERJ Departamento de Inovação da UERJ

ISBN International Standard Book Number

JPEG Joint Photographic Experts Group

Labplan Laboratório de Biotecnologia de Plantas

NBV Núcleo de Biotecnologia Vegetal

PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais

PNLD Programa Nacional do Livro Didático

PDA Personal Digital Assistant (Assistente Digital Pessoal)

PDF Portable Document Format (documento de formato portátil)

SciELO® Scientific Electronic Library Online

SDK Software development kit (Kit de Desenvolvimento de Programas)

TIC Tecnologias da Informação e Comunicação

TIFF Tagged Image File Format (Formato de Arquivo de Imagem com Tags)

UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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SUMÁRIO

1

1.1

1.2

2

3

3.1

3.2

3.3

3.4

3.4.

1

4

4.1

4.2

5

INTRODUÇÃO..................................................................................................

Embasamento teórico.........................................................................................

Botânica: Ensino e dificuldades.........................................................................

As Tecnologias da Informação e Comunicação no contexto do Ensino...........

OBJETIVOS.......................................................................................................

Material e Métodos.............................................................................................

Referencial teórico..............................................................................................

Captura de imagens do material vegetal...........................................................

Elaboração do Atlas............................................................................................

Elaboração do aplicativo “Botânica Aumentada”............................................

Elaboração do aplicativo para sistema operacional Android®...............................

RESULTADOS...................................................................................................

Desenvolvimento do atlas...................................................................................

Desenvolvimento do aplicativo “Botânica Aumentada”..................................

DISCUSSÃO.......................................................................................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................

PERSPECTIVAS................................................................................................

REFERÊNCIAS..................................................................................................

APÊNDICE A – Cópia integral do “Pequeno Atlas de Botânica”........................

APÊNDICE B – Imagens utilizadas no aplicativo “Botânica

Aumentada”..........................................................................................................

16

16

16

18

21

22

22

23

23

24

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26

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INTRODUÇÃO

1. Revisão de literatura

1.1. Botânica: Ensino e dificuldades

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) regem a descrição do conteúdo de todas

as disciplinas, inclusive de Biologia (BRASIL, 1997). No Estado do Rio de Janeiro, além das

normas dos PCNs, há mais um documento norteador, o Currículo Mínimo do Estado (RIO DE

JANEIRO, 2012). Além desses documentos, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que

entrou em vigor em 2018, passa a exigir que os conteúdos sejam divididos em habilidades de

acordo com as áreas do conhecimento, destacando-se para a disciplina de biologia, as Ciências

da Natureza e suas Tecnologias. O documento diz o seguinte:

“A BNCC é um documento de caráter normativo que define o

conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais

que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e

modalidades da Educação Básica” (BRASIL, 2018)”.

O conteúdo de Botânica se baseia em documentos que apresentam pontos em comum,

norteando os conteúdos de fisiologia, morfologia e bioquímica vegetal como fotossíntese e

estruturas celulares vegetais, como a parede celular e os vacúolos, e toda a área de ecologia e

uso alimentar e industrial das plantas, uma vez que todos os regimentos governamentais têm

como base a interdisciplinaridade (BRASIL, 1997; BRASIL, 2018; RIO DE JANEIRO, 2012).

Embora, apesar da área da biologia vegetal ser ampla, ainda é um assunto rodeado por

desinteresse por parte dos estudantes e dificuldades por parte dos professores em lecionar sobre

a temática. Esse fenômeno é conhecido como Cegueira Botânica (KINOSHITA et al., 2006;

URSI et al.,2016).

A Cegueira Botânica se refere à pouca habilidade que as pessoas possuem de perceber

e enxergar as plantas que estão presentes em suas rotinas, o que compromete a capacidade

compreensão da importância dos vegetais para o meio ambiente, apenas enxergando-os como

cenário para a vida animal (WANDERSEE et al., 2001; HERSHEY, 2002; URSI et al., 2016).

Além disso, ignoraram o valor e a necessidade dos vegetais nas atividades diárias, como

na alimentação, não são capazes de diferenciar ou identificar quais espécies estão presentes na

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região em que vivem, e não entendem a necessidade de políticas de preservação ambiental como

consequência. A percepção dos humanos às plantas está sujeita a restrições dos seus sistemas

de processamento de informações visuais e de cognição (WANDERSEE et al., 2001;

HERSHEY, 2002; URSI et al., 2016).

Portanto, discutir temáticas, como a Botânica, tema deste trabalho, pode se tornar um

obstáculo pedagógico. Obstáculos pedagógicos foram descritos por Bachelard em 1996, que

disserta acerca da atitude do docente como confiante no seu conhecimento indiscutível, mas

que não considera que os discentes possuam conhecimentos prévios que os auxiliem a

compreender o que será apresentado e discutido em sala de aula, podendo ser modificado com

a aula e as explicações e práticas do professor (SILVEIRA, 2017).

Segundo Oliveira e Medina (2007), o mais antigo problema que um professor tem que

enfrentar é o de encontrar formas variadas para transmitir um mesmo conhecimento para seus

alunos. Além disso, é desafiador também selecionar qual das técnicas ou materiais didáticos

melhor se adaptam às necessidades do público com o qual se está lidando. Os autores discorrem

sobre como a evolução tecnológica que vivenciamos, associada à expansão da Internet, facilitou

a pesquisa a todos os tipos de informações.

As defasagens na formação de professores de biologia também influenciam, uma vez

que há uma maioria de professores de Biologia com afinidade pela Zoologia e o uso frequente

de exemplos com animais e humanos para exemplificar conceitos e princípios básicos da

Biologia nos principais livros e materiais didáticos (KATON et al, 2013; SALATINO,

BUCKERIDGE, 2016; URSI et al., 2016).

Outras possíveis razões para o desinteresse crescente em relação à Biologia Vegetal

incluem o vocabulário extenso, aulas teóricas e pouco práticas, falta de estrutura laboratorial e

poucas oportunidades para a realização de atividade de campo visando ao ensino de Botânica.

No nível superior também há problemas como os anteriormente descritos no que envolve a

formação de professores de biologia (KATON et al., 2013; SALATINO, BUCKERIDGE,

2016; URSI et al., 2016).

Desde 1937, Rawitscher já se preocupava com o ensino de Botânica no Brasil, atentando

para o desafio de transformar este conteúdo no ensino fundamental em algo menos

“enfadonho”, ou seja, menos cansativo. Está disponível uma vasta literatura com propostas

inovadoras para o ensino de Ciências e Biologia. Este assunto permanece subestimado, uma

vez que a abordagem em todos os níveis escolares é tipicamente descontextualizada, teórica e

descritiva, o que justifica o pouco interesse e motivação nos estudantes e, consequentemente,

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nos professores e futuros professores de biologia (KATON et al, 2013; SALATINO,

BUCKERIDGE, 2016; URSI et al., 2016).

Dessa forma, há a necessidade de investir em metodologias de ensino que sejam mais

atrativas aos estudantes de todos os níveis de ensino como, por exemplo, o desenvolvimento e

a implementação de recursos tecnológicos, a fim de que professores e estudantes possam obter

acesso prático e rápido às informações sobre qualquer assunto, principalmente botânica, para

enfrentar os desafios nas metodologias de ensino-aprendizagem (SILVEIRA, 2017).

1.2. As Tecnologias da Informação e Comunicação no Contexto do Ensino

A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é a área que utiliza ferramentas

tecnológicas com o objetivo de facilitar a comunicação e o alcance de um alvo comum. As TIC

incluem programas para os mais diversos aparelhos digitais, realidade aumentada, e técnicas de

tratamento de imagens tridimensionais com a impressão de modelos, as quais vêm constituindo

novas ferramentas nas práticas de ensino, proporcionando maior riqueza de detalhes e interação

entre conteúdo e corpo discente (ALMEIDA; DE ARAÚJO, 2014).

Nos últimos 25 anos, o desenvolvimento da telefonia móvel transformou os aparelhos

celulares simples, utilizados antes apenas para realizar ligações, nos aparelhos multifuncionais

que conhecemos hoje, também chamados de smartphones ou Personal Digital Assistants (PDA,

Assistente Pessoal Digital), os quais passaram a ser considerados computadores de bolso. O

envio de mensagens em tempo real foi considerado revolucionário e, hoje, vivemos o fenômeno

das Unwired Cities (Cidades Sem Fio), conectados o tempo todo pelos celulares (TOWNSEND,

2003; LEMOS, 2007).

O surgimento de aplicativos para dispositivos móveis, como celulares e tablets também

apresenta rápido crescimento mundial, associado à criação de dispositivos com novas

funcionalidades, todos os dias. Esses aplicativos para aparelhos móveis estão relacionados aos

mais variados assuntos, inclusive educacionais (MACIEL; ELLWANGER; SCHNEIDER;

ZANCAN, 2012).

Para que um material seja considerado um recurso didático, este deve ser empregado a

fim de auxiliar o processo ensino-aprendizagem do conteúdo proposto em determinada aula

(SOUZA; GODOY, 2007). Portanto, os recursos didáticos compreendem uma vasta diversidade

de materiais que envolvem desde o livro didático ou maquetes, até aplicativos para celulares ou

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programas de computador (SOUZA; GODOY, 2007). Esses últimos passaram a permitir o

acesso aos mais diversos conteúdos de maneira rápida, rompendo as barreiras da aprendizagem

apenas em horário escolar e em sala de aula (DE OLIVEIRA; MEDINA, 2007).

A inserção de dispositivos móveis na educação cunhou o termo Mobile Learning (ou

aprendizagem móvel), que descreve o conceito de práticas pedagógicas pautadas no uso desses

dispositivos e seus aplicativos educacionais (BATISTA; BARCELOS, 2013). O termo também

pode significar o momento em que as aprendizagens ocorrem quando o estudante não está em

sala de aula em horário regular, ou no momento em que a aprendizagem acontece quando o

estudante aproveita os recursos tecnológicos móveis para estudar (CUNHA, 2018; LEITE,

2014; MARÇAL; ANDRADE; RIOS, 2012).

Com o crescente avanço da tecnologia, os aparelhos celulares, definidos como Personal

Digital Assistant (PDA, Assistente Digital Pessoal), permitem o acesso aos mais diversos

conteúdos de maneira rápida, rompendo as barreiras da aprendizagem apenas em horário

escolar e em sala de aula (DE OLIVEIRA; MEDINA, 2007).

Nesse contexto, as escolas necessitaram também adequar-se às novidades tecnológicas

e muitas implementaram computadores e tablets às atividades diárias. Assim, recursos didáticos

com base em mídias digitais, como vídeos, passaram a ser empregados como materiais de apoio.

Com passar do tempo e adaptação dos professores à nova realidade, estes recursos começaram

a obter papel de destaque nas salas de aula, tornando-se indispensáveis (CUNHA, 2018;

PEREIRA; VERA SCHUHMACHER; SCHUHMACHER; DALFOVO, 2012).

Apesar das vantagens oferecidas, os celulares, por outro lado, também se tornaram razão

de distração e diminuição do rendimento escolar, e, por essa razão, o uso deste tipo de

dispositivo móvel nas escolas do Rio de Janeiro foi proibido, de acordo com o que rege a lei de

número 5453 no Estado, que proíbe o uso de celulares e reprodutores de música nas salas de

aula do Estado (RIO DE JANEIRO, 2009). No entanto, apesar da vigência da lei, tem sido

praticamente impossível coibir a utilização dos celulares no ambiente escolar. Por isso é urgente

que sejam elaboradas estratégias de associação destes dispositivos digitais às práticas docentes

(DE OLIVEIRA; MEDINA, 2007; SILVEIRA, 2017).

Em 1997, foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) do

Ministério da Educação, através da Portaria nº. 522, de 9 de abril, buscando promover e

regulamentar o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica, com a

implementação de técnicas de produção, armazenamento e transmissão de informações

(GOMES, 2007; CONCEIÇÃO, 2008; SANTOS et al, 2016). Segundo Santos e Souza (2019),

o desenvolvimento de novas tecnologias e a sua utilização em sala de aula de maneira adequada

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pode proporcionar uma aprendizagem mais eficaz por parte dos alunos, uma vez que dinamiza

a apresentação do conteúdo nas aulas.

Contudo, a grande maioria dos aplicativos criados para dispositivos móveis com

objetivos educacionais para a área da Biologia não apresenta propostas pedagógicas coerentes,

uma vez que não são elaborados para um público específico e prendem-se apenas à função de

entretenimento, sem fundamentação teórica embasada na literatura científica ou nos

documentos curriculares nacionais da área de ensino de ciências e biologia (SILVEIRA, 2017).

Como a disciplina de Botânica é repleta de termos científicos de difícil compreensão e

há uma facilidade de acesso e manuseio de aparelhos celulares por professores e alunos, a

integração de materiais digitais ao ensino de botânica, e de biologia como um todo, deve ser

considerada do ponto de vista didático. Essa ferramenta tecnológica facilitadora do ensino pode

funcionar como um estimulador para a compreensão de assuntos outrora tidos como abstratos

e monótonos, além de permitir que os alunos se tornem sujeitos ativos no processo de ensino-

aprendizagem, uma vez que passam a usufruir de novas fontes de conhecimento, podendo

assumir posturas mais críticas perante à sociedade (FONTES; SILVA, 2004; SILVA, 2018).

Essas vantagens justificam a necessidade de elaboração de materiais didáticos que sejam mais

atrativos aos estudantes (FONTES; SILVA, 2004; SILVEIRA, 2017).

Dessa forma, o desenvolvimento de um aplicativo que não necessita de acesso à Internet

e um atlas virtual de caráter educacional é justificado com a missão de facilitar a compreensão

do conteúdo de Botânica e de atrair os jovens estudantes que são, atualmente, muito

dependentes dos smartphones.

Portanto, a utilização desses aparelhos, presentes na rotina dos alunos, como ferramenta

pedagógica torna-se uma questão extremamente interessante do ponto de vista didático. A

tecnologia como ferramenta facilitadora no ensino, por exemplo, de Botânica, poderia

funcionar como um estimulador para a compreensão de assuntos outrora tidos como abstratos

e monótonos, o que justifica a elaboração de materiais didáticos que sejam mais atrativos aos

estudantes.

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2. OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho foi de propor duas ferramentas digitais, um altas virtual e um

aplicativo para dispositivos móveis, a fim de facilitar a compreensão do conteúdo de botânica.

Objetivo específico:

Elaborar um aplicativo móvel e um atlas como ferramentas tecnológicas para o ensino de

botânica

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Levantamento bibliográfico

O levantamento bibliográfico deste trabalho constituiu em um levantamento de

referências a respeito do Ensino de Ciências no Brasil, para compreender os rumos da área

(KRASILCHIK, 2000; KRASILCHICK, 2008). Continuamente, foi realizada também uma

pesquisa para compreender as principais defasagens no ensino de botânica (SALATINO;

BUCKERIDGE, 2016), principalmente à luz da cegueira botânica. Foi pesquisado ainda a

respeito de aulas de expositivas e com uso de recursos didáticos (KRASILCHICK, 2011).

Um levantamento bibliográfico sobre a elaboração de aplicativos mobile para aparelhos

com o sistema operacional Android® (ZAPATA, 2013), para a execução do projeto do

aplicativo “Botânica aumentada” também foi realizado. E também foi feita uma busca por

ferramentas do Microsoft PowerPoint® para a montagem do atlas (ATKINSON, 2011).

A busca por referências e artigos foi executada nos principais portais de periódicos

online, como segue: Google Acadêmico® (http://scholar.google.com.br/), portal de periódicos

da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES -

http://www.periodicos.capes.gov.br/) e Scientific Electronic Library Online (SciELO® -

http://search.scielo.org/) (SILVEIRA, 2017).

Após a pesquisa e leitura das referências pertinentes à temática da botânica, foi traçada

rota de construção dos materiais propostos, com conseguinte organização das imagens e

redação do glossário a ser inserido tanto no atlas. A construção do doo aplicativo foi baseada

em diversos livros didáticos, para fins de conferência de conteúdo e de organização do mesmo

(APPEZZATO-DA-GLÓRIA; CARMELLO-GUERREIRO, 2006; RAVEN; EVERT;

EICHHORN, 2007), assim como de diferentes livros didáticos do segundo ano do Ensino

Médio, seguindo os critérios do PCN e do Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro. O

livro didático utilizado foi o “Fundamentos da Biologia Moderna” (AMABIS; MARTHO,

2006), que apresenta os conteúdos de botânica previstos pelo Programa Nacional do Livro

Didático (PNLD), porém de maneira simples, principalmente por se tratar de um livro de

volume único.

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23

3.2. Captura de imagens do material vegetal

Após a seleção do conteúdo biológico, lâminas de cortes histológicos de diferentes

tecidos vegetais, cedidas pelo Laboratório de Anatomia Vegetal da UERJ (MONTARANI;

BORGES, 2012) foram fotografadas nos aumentos de 4x, 10x, 20x e 40x.

As fotografias foram obtidas com o auxílio do sistema de captura de imagens acoplado

ao microscópio óptico Nikon® (modelo: Eclipse T. S. 100), com câmera Motican® (modelo 5),

no Laboratório de Biotecnologia de Plantas (Labplan), do Departamento de Biologia Vegetal

(DBV) da UERJ.

O programa utilizado para a obtenção das imagens foi o Motic Images Plus® (Versão

2.0 para Windows® XP/Vista), que permite a leitura do material e o salvamento das imagens

dos cortes histológicos no computador. Todas as imagens receberam escala proporcional ao

aumento do microscópio através do programa Image J (Image Processing and Analysis in Java,

ou Processamento e análise de imagens em Java. Na versão 1.6.0_24 para Windows)

(SILVEIRA, 2017).

3.3. Elaboração do Atlas

O atlas, intitulado “Pequeno Atlas de Botânica”, foi criado com uso das ferramentas do

programa Microsoft PowerPoint®. A partir da manipulação das mesmas imagens inseridas no

aplicativo e da redação de pequenos textos, foram criados slides de introdução, com as

informações de título, sumário e um tutorial (FIGURA 1) para o uso do material (ATKINSON,

2011).

Sem transições de slides e ausentes de animações, a ferramenta de inserção de hiperlinks

foi utilizada com o objetivo de permitir a interação dos professores e estudantes com o atlas,

criando botões que permitem a passagem das páginas com facilidade, sem que haja a

necessidade de transições de slides ou animações (ATKINSON, 2011).

O arquivo gerado foi salvo no formato .pdf (Portable Document Format), que é

executável em celulares e computadores em geral. Este material também pode ser enviado por

e-mail com facilidade e não exige uma conexão com a Internet para funcionar após o download

do arquivo.

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Figura 1 – Visualização das páginas do “Pequeno Atlas de Botânica”

Fonte: SILVEIRA, 2019

3.4. Elaboração do aplicativo “Botânica aumentada”

3.4.1. Elaboração do aplicativo para o sistema operacional Android®

As imagens de uso livre de plantas retiradas do Google Images® para servir de

marcadores, isto é, como base para a reprodução do corte histológico no recurso de realidade

aumentada, foram inseridas na cena do aplicativo utilizando o programa Unity® (versão:

2017.2.0f3 (64-bit)) (FIGURA 3) (BERGAMASCHI; DE MORAIS, 2014), com auxílio de um

conjunto integrado de ferramentas para elaboração de programas no Unity®, denominado SDK

(Software development kit, ou Kit de Desenvolvimento de Programas) do EasyAR® (versão:

2.1.0 Basic).

A partir da função Image Target, os cortes histológicos obtidos na etapa anterior foram

inseridos no aplicativo, permitindo que o recurso de realidade aumentada pudesse ser

executado. Ao final, o aplicativo foi gerado no formato .apk (Android® Package, ou Pacote

Android®) e inserido em aparelhos com sistema operacional Android ® para execução em sala

de aula. As imagens para o recurso de realidade aumentada encontram-se no apêndice B.

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Figura 2 – Página inicial do Programa Unity®

Fonte: SILVEIRA, 2019

Figura 3 – Etapas de inserção das imagens histológicas no programa Unity®

durante a elaboração do aplicativo “Botânica Aumentada”

Fonte: SILVEIRA, 2019

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4. RESULTADOS

4.1. Desenvolvimento do atlas

Foram selecionadas algumas espécies representativas de famílias vegetais cujo uso

agronômico-comercial ou atividade biológica já estão descritas, além de possuírem apelo

etnobotânico, em virtude do uso na medicina popular.

A linguagem utilizada na redação dos textos informativos foi simplificada, para que este

material possa ser aplicado em todas as turmas do Ensino Fundamental do Segundo Segmento

e do Ensino Médio, como um material complementar para as aulas com temática de biologia

vegetal.

O livro é composto de 23 páginas (FIGURA 4) e apresenta uma estrutura que contém o

título, um breve texto informativo e uma imagem da espécie descrita na página (FIGURA 5).

A imagem serve de base para a utilização do aplicativo de realidade aumentada (FIGURA 6).

Por ser um material didático elaborado em formato .pdf, é possível utilizá-lo sem a

necessidade de conexão com a Internet, além de ser compatível com impressão em papel

comum.

O atlas completo está disponível no Apêndice A.

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Figura 4 – Capa do “Pequeno Atlas de

Botânica”

Fonte: SILVEIRA, 2019

Figura 5 – Página do “Pequeno Atlas de

Botânica” com o registro da espécie

Allium cepa

Fonte: SILVEIRA, 2019

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4.2. Desenvolvimento do aplicativo “Botânica Aumentada”

O aplicativo “Botânica Aumentada” foi elaborado através da organização das fotos

obtidas através de microscopia e das fotos que estão disponíveis no atlas para a utilização da

ferramenta de Realidade Aumentada (RA). A proposta é que este material simule microscópios,

que raramente estão disponíveis nas escolas, principalmente da rede pública do Estado do Rio

de Janeiro.

O aplicativo não exige acesso à Internet, o que é um ponto positivo, uma vez que

conexões sem fio também nem sempre estão instaladas no ambiente escolar. Além disso, o

aplicativo pode ser utilizado separadamente do atlas, apenas com uma cópia das imagens das

plantas no ambiente natural, chamadas na aplicação de “marcadores”, basta que estas estejam

impressas em cores (FIGURA 6).

Figura 6 – Página do “Pequeno Atlas de

Botânica” com o registro da espécie

Phaseolus sp. associada ao recurso de

realidade aumentada do aplicativo “Botânica

Aumentada”

Fonte: SILVEIRA, 2019

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O aplicativo é gratuito e pode ser utilizado em celulares com sistema operacional

Android. Esse sistema operacional foi escolhido, uma vez que a maior parte dos dispositivos

móveis utilizados no mundo, de acordo com o site StatCounter, são configurados nesta

plataforma.

Com uma interface simples, o aplicativo necessita apenas da permissão de uso da câmera

do dispositivo do usuário, através da qual será capaz de interpretar o marcador e exibir a foto

do respectivo corte histológico (FIGURA 7).

O material foi elaborado para que os professores tenham um recurso de exibição de

imagens reais oriundas de microscopia (FIGURA 8), de forma rápida e sem necessitar de

conexões de Internet, além de poder ser aplicado em sala de aula sem o atlas, podendo ser um

material complementar ao livro didático para o docente como estratégia de aula.

Figura 7 – Página do “Pequeno Atlas de Botânica”

com o registro da espécie Hibiscus sp. associada

ao recurso de realidade aumentada do aplicativo

“Botânica Aumentada”

Fonte: SILVEIRA, 2019

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Figura 8 – Exemplos de cortes histológicos selecionados a partir das lâminas cedidas pelo

Departamento de Biologia Vegetal (DBV) da UERJ.

Legenda: Cortes histológicos de (A) pecíolo de Alseis floribunda em aumento de 4x; (B) folha de Coffea

arabica em aumento de 10x; (C) escapulo floral de Cyperus sp. em aumento de 20x; (D) caule de Hibiscus

sp. em aumento de 4x; (E) raiz de Phaseolus sp. em aumento de 10x; (F) madeira de planta da família

Rubiaceae em aumento de 4x.

Fonte: SILVEIRA, 2019

A B

C D

E F

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5. DISCUSSÃO

O desenvolvimento de celulares e dispositivos móveis tem crescido rapidamente em

todo o mundo. No Brasil, cerca de 82% das casas localizadas em áreas urbanas possuem algum

dispositivo móvel e 78% tem, pelo menos, um aparelho celular (SILVEIRA, 2017; SQUIRRA;

FEDOCE, 2011).

A inserção da tecnologia no contexto da educação pode ser realizada de diferentes

formas, mas é necessário que os materiais sejam bem elaborados e que a formação de

professores seja realizada a fim de permitir que este tenha autonomia e confiança para utilizar

estes materiais didáticos digitais (PEREIRA; SCHUHMACHER; SCHUHMACHER;

DALFOVO, 2012). Dessa maneira, a inserção das TIC no processo de ensino-aprendizagem

tem incentivado o desenvolvimento de pesquisas e materiais didáticos cuja finalidade é de

descrever as possibilidades, usos, disponibilidade e interação dos usuários, no caso, os

estudantes, com o material digital (ALMEIDA; DE ARAÚJO, 2014).

Muitos trabalhos a respeito das dificuldades do ensino através das metodologias formais

discutem que estas não são tão eficientes para promover o desenvolvimento do pensamento

lógico-científico, o que reforça a necessidade de elaborar e inserir, no contexto das aulas de

ciências e biologia, recursos didáticos com maior fundamentação teórica, assuntos atuais e

voltados para o público escolar (COIL et al., 2006; DICARLO, 2006; IRLE; HUERTAS;

ORTELLS, 2013).

Apesar de existir uma infinidade de materiais didáticos para as Ciências Biológicas,

digitais ou não, completos e bem elaborados, constando até de boas referências e uso de fotos

de microscopia, em sua maioria estão redigidos em inglês, o que inviabiliza a utilização dos

mesmos em aulas do ensino regular (COIL et al., 2006; DICARLO, 2006; IRLE; HUERTAS;

ORTELLS, 2013).

Em relação aos recursos midiáticos propostos para o ensino de ciências, o levantamento

de Almeida e colaboradores (2014) demonstra que a maior parte não é elaborada com o

propósito de servir à sala de aula e às necessidades dos docentes e discentes, servindo apenas

fontes de entretenimento.

Nos últimos anos, a utilização de aplicativos com fins educacionais em dispositivos

móveis, como celulares e tablets, vem crescendo rapidamente, uma vez que esses PDAs

permitem um acesso rápido e prático da informação, mesmo que não utilize algum tipo de rede

de Internet, como no caso do aplicativo "Botânica Aumentada" e o "Pequeno Atlas de Botânica"

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apresentados neste trabalho, além de serem considerados acervos permanentes para o ensino de

ciências e biologia.

No caso específico desses conteúdos, o uso educacional dos smartphones pode ainda

auxiliar na compreensão e visualização de sistemas complexos, como células e tecidos. Esses

aplicativos não só ilustram como se organizam e ocorrem os processos, mas também permitem

uma interação com os usuários desses ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), sendo

considerados mais efetivos e atrativos para os estudantes e professores (MCCLEAN;

JOHNSON; ROGERS, 2005; MONTARANI; BORGES, 2012).

Kenski (2003) descreve que as TIC são midiáticas, pois assumem papel fundamental na

interatividade dos usuários com a ferramenta, em vez de funcionarem como simples suportes.

As TIC, através desse processo interativo, interferem na maneira de pensar, agir e tomar

decisões do usuário (VASCONCELOS, 2017). Portanto, as TIC devem contribuir para que os

indivíduos possam vivenciar sensações independentemente de suas experiências prévias, a fim

de suscitar novos conhecimentos, com o objetivo de contribuir para melhorias no aprendizado

dos envolvidos no processo (VASCONCELOS, 2015; 2017).

Uma vez que as TIC estão cada vez mais presentes no cotidiano, visto sua inegável

praticidade de comunicação e troca de informações, diversas mudanças sociais têm sido

ocasionadas, refletindo em todos os campos, inclusive no campo da educação. Então, novos

desafios ao ambiente escolar estão sendo criados, fazendo com que professores e educadores

passem a investigar metodologias para uma educação renovadora, a fim de possibilitar o aceso

à informação de maneira igualitária para todos (ALMEIDA; SANTOS; LANDIM, 2012).

Tendo em vista esse novo cenário sócio-educacional, é imprescindível que haja o

incentivo ao emprego de metodologias que envolvam os PDAs, uma vez que o número de

aparelhos celulares em sala de aula cresce rapidamente, a fim de que docentes e discentes

compartilhem e valorizem o conhecimento, culminando em uma aula agradável para ambas as

partes (PEREIRA; SCHUHMACHER; SCHUHMACHER; DALFOVO, 2012). Por isso,

estudar a implantação das TIC no ensino é necessário para desenvolver modelos pedagógicos

em que a atuação dos alunos seja a responsável pela solidificação do conhecimento, por

intermédio da orientação dos professores, principalmente nas disciplinas de ciências e biologia

(SQUIRRA; FEDOCE, 2011).

Tendo em vista os materiais elaborados para este trabalho e o levantamento

bibliográfico, não apenas no ambiente social, mas no contexto do ensino de ciências, fica

evidente o fenômeno da cegueira botânica, associado ao desinteresse em relação aos conteúdos

que norteiam a biologia vegetal. Assim, a importância ambiental, social, econômica e medicinal

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das plantas é subestimada (COLLI-SILVA et al., 2019; GUEDES; FIGUEIREDO, 2011;

HERSHEY, 2002; VIANA et al., 2014; VOIGT; WURSTER, 2015; WANDERSEE et al.,

2001).

O assunto de biologia vegetal é geralmente desvalorizado nos Ensinos Fundamental e

Médio, de acordo com os documentos curriculares nacionais deveria ser lecionada de maneira

interdisciplinar, porém não é isso que ocorre na prática docente na maior parte dos casos.

Associada às dificuldades para abordar a temática, há a falta de interesse dos alunos, que pode

ser apontada como um dos motivos, provavelmente pela carência de atrativos didáticos e

pedagógicos e por conter muitos termos específicos. Outra razão pode ser explicada pelo fato

de não haver interação entre o homem e os seres estáticos como as plantas (MENEZES et al.,

2008; NUNES et al,2018; SANTOS, 2006). Também deve ser considerada a nomenclatura

botânica, composta por uma terminologia de difícil explicação em aula e compreensão pelos

alunos. Esses fatores pode estar associados à metodologia de ensino utilizada, podendo ser

modificada e melhorada com a utilização de recursos didáticos, como os propostos neste

trabalho (NUNES et al, 2018; SILVA et al., 2014).

Krasilchik (2004, 2008) averiguou, entre as modalidades didáticas existentes, como

aulas expositivas, elaboração de materiais didáticos digitais, demonstrações, excursões,

discussões, aulas práticas e projetos, formas de vivenciar o método científico. De acordo com

a autora, a principal função dessas metodologias alternativas é a de, além de incitar, manter o

interesse dos alunos, a fim de desenvolver o pensamento crítico para a compreensão de

conceitos básicos, como no caso deste trabalho, da botânica (NUNES et al, 2018).

Um outro ponto, é a formação de professores de biologia. Towata e colaboradores

(2010) realizaram um estudo a respeito da percepção dos licenciandos sobre o ensino de

Botânica na Educação Básica no Brasil. Os autores verificaram que a maior parte dos futuros

professores identifica que as aulas sobre botânica no Ensino Fundamental são mais

participativas e atrativas, enquanto que no Ensino Médio, em virtude da necessidade de

preparação para os vestibulares, as aulas sobre a temática tornam-se conteudistas e

desinteressantes.

Ainda no trabalho de Towata e colaboradores (2010), os participantes da pesquisa

também afirmaram que mudaram suas estratégias para ensinar os assuntos relacionados com a

biologia vegetal quando estudaram a respeito de novas modalidades didáticas. Muitos

afirmaram que a produção de ferramentas multimídias tornou-se um facilitador no processo de

ensino-aprendizagem de botânica, uma vez que as ferramentas atraem a atenção dos estudantes

e professores (TOWATA; URSI; SANTOS, 2010).

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Melo (2012) afirma que despertar nos alunos o interesse pela Botânica é um desafio, em

especial quando a metodologia de ensino escolhida é baseada em métodos tradicionais, apenas

com aulas expositivas sem nenhum atrativo e que não dialogam com o ambiente e o contexto

nos quais os alunos estão imersos (SOUZA et al, 2018)

Porém, as dificuldades financeiras que diversas instituições de ensino enfrentam,

principalmente as públicas, são empecilhos para que ocorra a implementação de ferramentas de

informática e modernização dos equipamentos em todos os ambientes escolares. Além disso,

há poucos profissionais capacitados ou projetos de capacitação de professores para que estas

ferramentas digitais sejam utilizadas de maneira correta. Logo, é possível concluir que uma

formação de professores inicial ou continuada que tenha como objetivo melhorar a qualidade

do ensino é essencial para que haja melhorias nas ciências como um todo, não apenas na

botânica (GUEDES; FIGUEIREDO, 2011; TOWATA; URSI; SANTOS, 2010; SANTOS et al,

2016).

Para isso acontecer, é necessário que o ensino das ciências, com um olhar especial para

a botânica, seja baseado no enfoque de ciência-tecnologia-sociedade (CTS), com a finalidade

de contextualização da botânica no cotidiano dos estudantes. Figueiredo, Coutinho e Amaral

(2012), afirmam que os professores de ciências e biologia, ao abordar a botânica, devem sempre

buscar práticas que despertem o interesse dos estudantes, e devem trabalhar a fim de valorizar

o desenvolvimento e o conhecimento científico e tecnológico dentro do contexto histórico e

social, relacionando o conteúdo com a realidade do aluno. Isso pode ser realizado utilizando

ferramentas digitais como aplicativos e celulares (SOUZA et al, 2018).

Portanto, é possível concluir que novas abordagens são necessárias para que o aluno

tenha maior proximidade com a biologia vegetal, através de aulas práticas ou de ações e aulas

dinâmicas, como com o uso de laboratórios e de recursos tecnológicos, por exemplo. Pois essas

ações promovem a qualificação do processo de aprendizagem, visando acrescentar os

conhecimentos sobre a flora brasileira e as suas diversificações, inseridas em um contexto CTS

fundamental para a compreensão dos estudantes acerca da importância da biologia vegetal

(ARAÚJO; MIGUEL, 2013; NUNES et al, 2018; POSSOBOM, 2002; SOUZA et al, 2018).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista os resultados obtidos e toda a análise de literatura realizada, é possível

compreender que o ensino da disciplina de botânica em todos os segmentos, inclusive os de

nível superior, é uma questão delicada tanto para os professores, quanto para os estudantes. As

dificuldades envolvem desde o vocabulário complexo, até a defasagem a respeito da disciplina

nos cursos de formação de professores de Ciências Biológicas.

Nesse sentido, justifica-se a elaboração de materiais didáticos que facilitem a relação de

ensino-aprendizagem entre todos os personagens do ambiente escolar durante as aulas de

botânica. Esses materiais, por sua vez, devem ser atrativos aos estudantes e, principalmente,

devem auxiliar na compreensão do conteúdo.

Por isso, o desenvolvimento de ferramentas virtuais, como aplicativos e atlas digitais

desenvolvidos para este trabalho, vem crescendo rapidamente, uma vez que através deles é

possível atrair a atenção dos estudantes com um dispositivo móvel, como o celular.

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PERSPECTIVAS

Desenvolver o aplicativo para dispositivos que utilizam o sistema operacional iOS;

Incluir novos cortes histológicos, novas espécies e novas estruturas vegetais no

aplicativo e no atlas;

Registrar o atlas e as imagens autorais de todos os materiais na Biblioteca Nacional;

Aplicar o atlas e o aplicativo em um ambiente escolar, a fim de corroborar e melhorar

os materiais elaborados neste trabalho;

Disponibilizar o atlas para download no site do Instituto de Biologia Roberto Alcantara

Gomes (UERJ);

Disponibilizar o aplicativo para download em plataformas adequadas;

Publicar os resultados.

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APÊNDICE A – Cópia integral do “Pequeno Atlas de Botânica”

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PEQUENO ATLAS DE BOTÂNICA

Ana Carolina Madeira Silveira

2019

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Sumário

2

Allium cepa....................................................... 3

Alseis floribunda................................................ 4

Begonia sp. ...................................................... 5

Calycophyllum spruceanum............................... 6

Cymbopogon citratus......................................... 7

Carica papaya................................................... 8

Cleome rosea.................................................... 9

Coffea arabica................................................... 10

Cyperus sp. ....................................................... 11

Dianthus sp. ..................................................... 12

Eugenia copacabanensis.................................... 13

Phaseolus sp. ................................................... 14

Arachis pintoi.................................................... 15

Hibiscus sp. ...................................................... 16

Kalanchoe sp. ................................................... 17

Maythenus sp. .................................................. 18

Phalaenopsis sp. .............................................. 19

Plectranthus barbathus..................................... 20

Ricinus sp. ........................................................ 21

Referências...................................................... 22

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Allium cepa

Popularmente conhecida como cebola, aespécie é amplamente utilizada no setoralimentício, como tempero de diversosalimentos. Além disso, também é utilizadacomo medicinal, por apresentar atividadesantimicrobiana, antialérgica e antitumoral.1

Os extratos de raízes da cebola utilizadascomo infusões medicinais ou chás já foramavaliados, sugerindo que a espécie pode serutilizada como marcador de genotoxicidadepara o gênero.2

3

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Alseis floribunda

Essa espécie é do da família Rubiaceae e éuma árvore lenhosa com uma madeira depequeno porte, podendo alcançar entre 5 a 14metros de altura. Seu nome popular é Quina deSão Paulo, devido ao seu local de maiorocorrência.3

Ainda não existem estudos mais avançadoscom a espécie a respeito de seu potencialmedicinal.3

4

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Begonia sp.

As Begônias, como são popularmenteconhecidas as espécies do gênero Begoniaceae,são muito utilizadas como ornamentais, devidoa delicadeza de suas flores.4

As espécies desse gênero estão distribuídasem diversas regiões daÁsia, América eÁfrica.4

5

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Calycophyllum spruceanum

Conhecida pelo nome popular de Pau-mulato, essa espécie é natural da regiãoamazônica. É uma árvore de madeira densa,com uso na fabricação de cabos de madeirapara ferramentas. Além disso, a espécie produzsubstâncias derivadas do metabolismo queapresentam potencial medicinal, mas aindafaltam estudos a esse respeito.5

6

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Cymbopogon citratus

Essa espécie pertence à família Poaceae e,no Brasil, é conhecida pelo nome de capim-limão. O óleo-essencial produzido por estaplanta é utilizado na medicina tradicional para otratamento de doenças gastrointestinais naÍndia e como ansiolítico em regiões da China.6

No Brasil tem diversos usos, como sedativo,analgésico e antigripal. Apesar de apresentardiversas atividades biológicas, a espécie aindacarece de estudos mais profundos.6

7

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Carica papaya

O mamão, como é popularmenteconhecido, é amplamente utilizado no setoragrícola, sendo o Brasil o segundo maiorprodutor mundial da espécie.7

O mamoeiro é bastante resistente àdoenças que acometem a cultura, além desuportar variações climáticas intensas, o quepermite que seja cultivado durante o anointeiro. 7

8

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Cleome rosea

Cleome rosea é uma espécie herbácea anualbrasileira, cujo potencial medicinal tem sidoestudado profundamente. É típica de regiões derestinga.8

A espécie é empregada como ornamentalde jardim devido às suas inflorescênciasrosadas, delicadas e atraentes.8

9

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Coffea arabica

Coffea arabica uma espécie arbustivacom folhas verde-escuras. É geneticamentediferente de outras espécies de café, pois temquatro conjuntos de cromossomos. 9

Seus frutos são ovais e apresentam, emmédia, duas sementes achatadas, que são osfamosos grãos de café.9

A espécie é cultivada na América Latina,na África central e oriental, e na Índia, devido aoseu uso na indústria alimentícia.9

10

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Cyperus sp.

Cyperus sp. é uma espécie popularmenteconhecida como Tiririca, e é considerada comouma planta daninha que acomete culturas comoa da cana-de-açúcar, sendo muito difícil derealizar o seu controle.10

11

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Dianthus sp.

Dianthus sp. é uma espécie típica da regiãodo mediterrâneo, sendo amplamente utilizadacomo ornamental, devido à beleza de suasflores. Além disso, devido ao seu odoragradável, é usada na fabricação de perfumes. Eno setor medicinal, é usada no tratamento dedoenças gastrointestinais.11

12

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Eugenia copacabanensis

Princesinha de Copacabana é o nomepopular desta espécie que é típica do ambientede restinga. É arbustiva e encontra-se,principalmente, no litoral do Rio de Janeiro.12

É utilizada comumente para a preparaçãode sucos e apresenta potencial ornamental.12

13

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Phaseolus sp.

Existem diversas espécies de feijão, sendoque a maior parte delas está presente naalimentação diária do brasileiro, como otradicional feijão preto ou o feijão carioquinha.Além do alto teor de vitaminas, o feijão é ricoem proteínas vegetais. E gera vários empregosdevido ao cultivo para fins alimentícios. 13

14

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Arachis pintoi

Esta espécie é popularmente conhecidacomo amendoim, sendo encontrada na regiãoda América do Sul. É uma das oleaginosas maiscultivadas no mundo, sendo bastante utilizadana indústria alimentícia.14

É herbácea e seu uso ornamental é devido asuas flores amarelas que florescem no verão edelicadas e suas folhas verdes e arredondadas.14

15

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Hibiscus sp.

O gênero Hibiscus compreende diversasespécies que são conhecidas pela exuberânciade suas flores.15

Devido ao conteúdo de substâncias compotencial medicinal, o seu consumo vemcrescendo nos últimos anos, na forma degeleias e infusões. Além disso, apresentamatividade antibacteriana, apesar de aindanecessitar de estudos.15

16

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Kalanchoe sp.

Essa espécie é conhecida pelo nomepopular de folha da fortuna. Apresenta florescom diferentes cores e tamanhos, além de serde fácil cultivo, o que justifica seu uso comoornamental em casas e ambientes internos.16

Essa espécie é tóxica na alimentação demuitos animais, o que justifica os estudos com aespécie.16

17

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Maythenus sp.

Conhecida pelo nome popular deEspinheira-santa, essa espécie é utilizada desdea década de 20 na forma de chás e infusões parao tratamento de gastrites e dispepsias. Estudostambém já descrevem suas atividadesbiológicas analgésica, antissépticas,cicatrizantes, diuréticas e laxativas.17

18

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Phalaenopsis sp.

Espécies conhecidas em sua maioria comoOrquídeas, apresentam grande apeloornamental, devido à exuberância e variedadede suas flores e folhas, sendo cultivada ecomercializada para este fim.18

São bastante estudadas a fim de que sejamcompreendidas as razões da grandevariabilidade que apresentam, e para aprodução de novos híbridos com diferentescolorações.18

19

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Plectranthus barbatus

Boldo, como é conhecido, é uma espéciearbustiva e é proveniente do continenteafricano. No Brasil, é cultivado comercialmentepara fins medicinais, sendo utilizado comoanalgésico e antidispéptico. Devido a suapopularidade, muitos estudos avaliam suaspropriedades químicas e biológicas.19

20

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Ricinius sp.

Com nome popular de Mamona, estaespécie é arbustiva que tem ocorrência emtodos os biomas brasileiros. O óleo extraído desuas sementes permite a produção de diversosprodutos como resina plástica e aditivos doquerosene em tanques de aeronaves. Nãoexistem substitutos tão eficientes para esteóleo, o que justifica o estudo e conservação daespécie. 20, 21

21

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23

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APÊNDICE B – Compilado de todas as imagens utilizadas no aplicativo “Botânica

Aumentada”

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Legenda: Cortes histológicos de (A) raiz de Allium cepa em aumento de 10x; (B) pecíolo de

Alseis flribunda em aumento de 4x; (C) pecíolo de Begonia sp. em aumento de 4x; (D) madeira

de Calycophyllum spruceanum em aumento de 4x; (E) folha de Cymbopogon citratus em

aumento de 10x; (F) raiz de Carica papaya em aumento de 4x; (G) raiz de Cleome rosea em

aumento de 4x; (H) folha de Coffea arábica em aumento de 4x; (I) escápulo floral de Cyperus

sp. em aumento de 20x; (J) folha de Dianthus sp. em aumento de 4x; (K) embrião de Eugenia

copacabanensis em aumento de 4x; (L) raiz de Phaseolus sp. em aumento de 4x; (M) folha de

Arachis pintoi em aumento de 4x; (N) caule de Hibiscus sp. em aumento de 4x; (O) pecíolo de

Kalanchoe sp. em aumento de 10x; (P) pecíolo de Maythenus sp. em aumento de 20x; (Q) raiz

de Phalaenopsis sp. em aumento de 4x; (R) pecíolo de Plectranthus barbathus em aumento de

4x; (S) caule de Ricinus sp. em aumento de 4x.

Fonte: SILVEIRA, 2019