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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA HUMANA CAMPUS IV CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DÉBORA BARBOSA DE SOUZA EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO INDIVÍDUO COM DIABETES MELLITUS Jacobina Ba 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA HUMANA CAMPUS IV

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

DÉBORA BARBOSA DE SOUZA

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO INDIVÍDUO COM

DIABETES MELLITUS

Jacobina – Ba

2011

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DÉBORA BARBOSA DE SOUZA

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO INDIVÍDUO COM

DIABETES MELLITUS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito parcial para obtenção do título

de Licenciada em Educação Física, pelo Curso

de Licenciatura Plena em Educação Física da

Universidade do Estado da Bahia,

Departamento de Ciências Humanas- Campus

IV.

Orientadora: Profª Ms. Laura Emmanuela

Lima Costa.

Jacobina-BA

2011

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DÉBORA BARBOSA DE SOUZA

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO INDIVÍDUO COM

DIABETES MELLITUS

Monografia apresentada como requisito

parcial para obtenção do título de

Licenciada em Educação física, pelo curso

de Licenciatura Plena em Educação Física

da Universidade do Estado da Bahia,

Departamento de Ciências Humanas

Campus IV, orientado pela professora

Laura Emmanuela Lima Costa- Mestre em

Enfermagem.

Aprovado em.........de.......................................2011.

BANCA EXAMINADORA

Professora Mestre Laura Emmanuela Lima Costa

Professor Especialista Francisco de Sales

Professora Mestre Cleuma Sueli Santos

Jacobina-BA

2011

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DEDICATÓRIA

Dedico à minha avó Antônia (in memorian) que se foi devido às complicações crônicas

causadas pelo Diabetes Mellitus deixando saudades, mas com a certeza de que descansa

num lugar melhor.

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AGRADECIMENTOS

Deus fonte de toda a sabedoria que ilumina todos os passos humanos e os

descobrimentos da ciência, pois só Ele tem a ciência da vida.

“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo

nome. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus

benefícios. Salmos 103: 1,2

Foram cinco anos de faculdade, anos em que muitos contribuíram para meu sucesso,

tantos, que não caberiam neste espaço tão pequeno.

Especialmente, gostaria de agradecer aos meus pais, Edison e Dionice, pois sem eles eu

jamais seria a pessoa que sou hoje e jamais estaria onde estou, foram pessoas

indispensáveis para o meu sucesso.

Ao meu esposo Charles, que com paciência me suportou e me confortou em tantos

momentos de estresse, me ensinando a valorizar as coisas simples da vida e o amor. Eu

te amo!

Ao maior e melhor presente que Deus me deu: meu filho Charlinho.

Aos meus irmãos, Elizeu, Elizama, Edson, Dionei e em especial à minha irmã Damares

que muitas vezes se dispôs a cuidar do “meu pequeno” para que eu pudesse assistir às

aulas, assim como minha querida sogra Cleusa que tanto me ajudou nesses momentos

de necessidade.

A todos os professores que contribuíram para a minha formação, principalmente à

minha orientadora Profª Ms. Laura Emmanuela, que tantas vezes me pressionou, mas

também auxiliou na construção deste trabalho e mesmo quando eu não acreditei que

poderia concluir, ela acreditou no meu potencial. Obrigada Professora!

Meu carinho e gratidão especial às minhas amigas Lucineide e Joice onde cada uma,

com o seu jeitinho especial, me ajudaram, me ensinando, elogiando ou criticando,

contribuindo para o meu crescimento tanto como estudante quanto como pessoa. À

minha querida amiga Priscila, que ao final do curso me incentivou com carinho e

determinação.

Por fim, agradeço a todos aqueles com os quais efetuei trocas em uma trajetória

construída passo a passo, entre idas e vindas, desfechos e retomadas que me

proporcionaram amadurecimento pessoal e profissional. A estes vários amigos minha

amizade e gratidão.

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RESUMO

OBJETIVO: Analisar a resposta fisiológica do diabético ao exercício físico quanto à

prevenção/tratamento da doença.MATERIAIS E MÉTODOS: Foi utilizada uma

revisão de literatura em publicações referidas preferencialmente aos anos de 2005 a

2010 e analisados 38 trabalhos, sendo eles: artigos e dissertações; tendo como locais de

busca os bancos de teses de universidades e revistas indexadas em base de dados BVS,

SciELO e Revista Brasiliera de Ciência do Esporte. RESULTADOS: Demonstram que

as pessoas portadoras do Diabetes Mellitus respondem positivamente ao recorrer ao

exercício físico como uma das medidas profiláticas e de tratamento para a doença. Além

disso, o exercício físico tem um papel fundamental na vida do diabético, pois contribui

de forma significativa no tratamento não-medicamentoso atuando como coadjuvante no

processo de tratamento e prevenção da doença. CONCLUSÃO: O organismo humano

responde positivamente à prática de exercícios físicos, pois este contribui com relevante

significância na melhoria das complicações causadas pelo Diabetes Mellitus.

Unitermos: Exercício Físico. Diabetes Mellitus. Respostas Fisiológicos.

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ABSTRACT

BACKGROUND: To analyze the physiological response to physical exercise and

diabetes prevention / treatment of doença.MATERIAIS AND METHODS: We used a

literature review of the publications referred mainly to the years 2005 to 2010 and

analyzed 38 studies, which were: articles and essays It has as local search banks theses

from universities and journals indexed in the database VHL, SciELO and Brasilio

Journal of Sport Science. RESULTS: They show that people with Diabetes Mellitus

respond positively to resort to physical exercise as a prophylactic measures and

treatment for the disease. In addition, exercise has a role in the life of the patient, as it

contributes significantly to non-drug treatment acting as an adjuvant in the process of

treatment and prevention of disease. CONCLUSION: The human body responds

positively to physical exercise, because it contributes important significance in

improving the complications caused by diabetes mellitus.

Keywords: Physical Exercise. Diabetes Mellitus. Physiologic Response.

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1. Programas de Treinamento Cardiovascular........................................... 27

Quadro 2. Programa de treinamento para o controle glicêmico...............................30

Quadro 3. Programa de treinamento para o perfil lipídico...................................... 32

Tabela 1. Ranking de países em número de diabéticos............................................14

Tabela 2. Ingestão de CHO de acordo com a duração e intensidade do

exercício.................................................................................................................... 26

Tabela 3. Recomendações para teste de esforço em DM........................................ 35

Tabela 4. Classificação da intensidade da atividade física, com base nas

atividades que durem até 60 minutos........................................................................ 37

Tabela 5. Artigos sobre os efeitos e respostas fisiológicas do exercício físico

sobre o diabético....................................................................................................... 43

Tabela 6. Trabalhos sobre associação entre a duração, intensidade e tipo

de exercício físico com fatores nutricionais.............................................................. 45

Tabela 7. Estudos sobre relação emocional através da vivência cotidiana

e exercício físico no diabético................................................................................... 48

Tabela 8. Publicações sobre a Síndrome Metabólica associada a exercícios

físicos como agente preventivo das complicações crônicas e fatores associados..... 50

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LISTA DE SIGLAS

DM – Diabetes Mellitus

ADA – Associação Americana de Diabetes

DM1 – Diabetes Mellitus tipo 1

DM2 – Diabetes Mellitus tipo 2

DMG – Diabetes Mellitus Gestacional

DMS – Diabetes mellitus Secundária

SM – Síndrome Metabólica

OMS – Organização Mundial de Saúde

SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes

SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

SUS – Sistema Único de Saúde

RI – Resistência a Insulina

GC – Glicemia Capilar

HbA – Hemoglobina A

AVC – Acidente Vascular Cerebral

RD – Retinopatia Diabética

ND – Nefropatia Diabética

NDi – Neuropatia Diabética

MMII – Membros Inferiores

DCV – Doenças Cardiovasculares

CHO – Carboidratos

VO2max – Consumo máximo de oxigênio

LDL – Lipoproteína de baixa densidade

TG – Triglicérides

TE – Teste Ergométrico

SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................11

2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................14

2.1. PREVALÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA....................................................................14

2.1.2. Perspectiva Histórica........................................................................................15

2.1.3. Quadro Clínico.................................................................................................16

2.1.3.1. Diabetes Mellitus Tipo 1.............................................................................. 16

2.1.3.2. Diabetes Tipo 2 ........................................................................................... 17

2.1.3.3. Diabetes Gestacional.................................................................................... 18

2.1.3.4. Diabetes Secundária..................................................................................... 20

2.1.4. Exames.............................................................................................................21

2.2 ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS DO DIABETES E OS EFEITOS DO

EXERCÍCIO FÍSICO........................................................................................................25

2.2.1. Efeitos Cardiovasculares.................................................................................26

2.2.2. Efeito no Controle Glicêmico..........................................................................29

2.2.3. Efeito no Perfil Lipídico ................................................................................31

2.2.4. Efeito na Função Renal...................................................................................33

2 2.5. Recomendações Gerais de Exercícios em Diabetes Mellitus..........................34

2.2.6. Medidas Preventivas........................................................................................37

3. METODOLOGIA................................................................................................40

4. CATEGORIZAÇÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................42

4.1. Resultados..........................................................................................................42

4.2. Discussão............................................................................................................42

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................53

REFERÊNCIAS.....................................................................................................55

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1. INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica endocrinometabólica, que

caracteriza-se pela hiperglicemia, podendo ser acompanhada de dislipidemia,

hipertensão e disfunção endotelial (MACLELLAN et al,2007; QUEIROZ, 2010;

ARSA et al, 2009).

Esta promove uma desordem no metabolismo, aumentando a quantidade de insulina

na corrente sanguinea decorrente do mau funcionamento do pâncreas (SILVA, 2009;

MOLENA-FERNANDES et al,2005).

A Associação Americana de Diabetes (ADA), classifica o diabetes em quatro tipos:

tipo 1 ou insulino-dependente (DM1); tipo 2 ou não insulino dependente (DM2);

gestacional; e secundário a outras patologias (ARSA et al, 2009).

O diabetes tipo 1 (DM1) frequentemente acomete crianças e adolescentes.

Considerada uma doença autoimune, leva o paciente a um desequilíbrio metabólico

grave, pois há uma perda significativa das células beta-pancreáticas, responsáveis

pela produção de insulina liberada pra a corrente sanguinea, resultando dessa forma

na produção insuficiente da mesma, fazendo-se necessário um tratamento insulínico

(QUEIROZ, 2010; MICULIS, 2010).

O diabetes tipo 2 (DM2) ocorre com mais prevalência em pessoas acima dos 40 anos

e geralmente portadoras de hipertensão arterial, dislipidemias e excesso de peso

(SILVA, 2009).

Pesquisas revelaram altas concentrações de reagentes de fase aguda no plasma, como

a ácido siálico ou ácido N-acetilneuramínico e IL-6, confirmando assim, através dos

estudos realizados, que o diabetes tipo 2 também é considerado uma condição

inflamatória (CARVALHO, 2006).

O estilo de vida do individuo contribui muito para o aparecimento da doença, assim

como para o seu agravamento. Esta está interrelacionada com fatores genéticos e

ambientais (COELHO, 2008; PÁDUA, 2009).

O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é caracterizado pela intolerância à glicose,

iniciada geralmente no início da gestação. Sendo uma doença extremamente

importante no meio obstétrico, o tratamento rigoroso é fundamental durante e após a

gestação, já que seu controle está associado ao diagnóstico precoce e monitoração da

glicemia (PADILHA, 2010; AYACH et al, 2010).

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O Diabetes Mellitus Secundário (DMS) é uma condição crítica com baixa incidência,

causada pela elevação da glicemia associada a desordens genéticas que diminuem a

eficácia da célula beta em produzir insulina, ou está associada ao uso de

medicamentos, drogas ou outras doenças endócrinas, como é o caso da pancreatite

crônica nas fases avançadas (ARSA et al, 2009; ALVARENGA et al, 2005).

Geralmente associada ao DM2, a Síndrome Metabólica (SM), bastante estudada

atualmente, representa um conjunto de fatores de risco cardiovascular, geralmente

relacionado à resistência a insulina e deposição de gordura abdominal (PONTES,

2009; MCLELLAN et al, 2007; FARIAS, 2010).

Ainda não há uma definição internacional definitiva quanto à descrição da SM, mas a

Organização Mundial de Saúde (OMS) tornou obrigatória a presença do diabetes ou

resistência à insulina como fatores de risco, já que essas situações resultam no

aumento da glicemia, assim como na alteração do metabolismo de lipídios,

consequentes da obesidade, que geralmente desencadeiam doenças cardiovasculares

(SÁ, 2010; QUINTANA, 2008; LOTTENBERG, 2007; MCLELLAN et al, 2007).

Diversos estudos mostram que o exercício físico crônico ou agudo melhora a

homeostase da glicose e o perfil lipídico, diminuindo a pressão arterial, reduzindo o

risco de pacientes com DM desenvolverem doenças cardiovasculares (POLACOW,

2007; PÁDUA, 2009; MOLENA-FERNANDES et al,2005).

Mas, algumas situações tornam a realização do exercício físico requerente de maior

atenção, pois durante exercício físico, os estoques de glicogênio são bloqueados pela

presença da insulina e os músculos consomem glicose, por isso é eminente o risco de

hipoglicemia (RAMALHO E SOARES, 2008).

Portanto, o OBJETO DE ESTUDO deste trabalho é a resposta ao exercício físico

no portador de diabetes, tendo como OBJETIVO analisar a resposta fisiológica do

diabético ao exercício físico quanto à prevenção/tratamento da doença.

A pesquisa parte do PRESSUPOSTO de que as pessoas portadoras do diabetes

mellitus necessitam recorrer ao exercício físico como uma das medidas profiláticas e

de tratamento para a doença. Sendo assim, a QUESTÃO DA PESQUISA é: quais as

respostas fisiológicas do indivíduo com diabetes mellitus ao exercício físico?

Estudos realizados comprovam a eficácia da prática regular de exercícios físicos na

prevenção do diabetes mellitus. Entretanto, apesar das recomendações quanto à

inserção do mesmo no cotidiano, ainda morrem por ano, 1,9 milhões de pessoas pela

falta de atividade física (MOLENA-FERNANDES et al, 2005).

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O exercício físico é extremamente importante no tratamento do diabetes mellitus, já

que a redução do mesmo causa uma preocupante incidência de obesidade na

população mundial, pois o sedentarismo já é considerado um problema de saúde

pública (DORO et al, 2006; VANCEA et al, 2009).

Tendo em vista os inúmeros benefícios que a relação entre atividade física e saúde

pode gerar para a vida do diabético e os transtornos que a ausência do mesmo pode

trazer, a pesquisa se JUSTIFICA pela fundamental importância da realização de

estudos abrangentes sobre as respostas fisiológicas, não só durante, mas também

após o exercício físico nesses indivíduos para respaldar o profissional de educação

física na prescrição dos mesmos.

A escolha do tema a princípio teve como MOTIVAÇÃO o interesse pessoal, já que,

a doença atinge alguns membros da minha família. Mas, com a intensificação dos

estudos, percebi a importância e relevância que o tema pode gerar para os

profissionais da área, assim como preparar o profissional de Educação Física tanto na

observância do individuo com diabetes, quanto na prescrição de exercícios para o

mesmo.

2. REVISÃO DE LITERATURA

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2.1. Prevalência e Epidemiologia

Dados revelam que na década de 80 realizou-se um estudo para descobrir a

prevalência do diabetes no Brasil, por que até então essa informação era

desconhecida. Constatou-se que 7,5% da população entre 30 e 69 anos portava o DM

(SANTOS, 2008).

Francisco et al (2010) afirma que as atitudes comportamentais do indivíduo, tais

como sedentarismo e hábitos alimentares inadequados, contribuem para o

desenvolvimento e/ou agravamento do Diabetes Mellitus.

Este mesmo estudo estimou que tivesse 30 milhões de diabéticos adultos no mundo;

número esse que aumentou consideravelmente, chegando à marca de 173 milhões em

2002, com tendências de chegar a 300 milhões em 2030. Por isso das chances de uma

epidemia estar a caminho serem bastante prováveis (DIRETRIZES DA SBD, 2006).

TABELA 1. Ranking de países em número de diabéticos

2007 2025

País Pessoas

(em

milhões)

País Pessoas

(em milhões)

1 Índia 40,9 1 Índia 69,9

2 China 39,8 2 China 59,3

3 EUA 19,2 3 EUA 25,4

4 Rússia 9,6 4 Brasil 17,6

5 Alemanha 7,4 5 Paquistão 11,5

6 Japão 7,0 6 México 10,8

7 Paquistão 6,9 7 Rússia 10,3

8 Brasil 6,9 8 Alemanha 8,1

9 México 6,1 9 Egito 7,6

10 Egito 4,4 10 Blangadesh 7,4 Fonte: Federação Internacional de Diabetes

Atualmente o DM está entre as doenças crônicas com maior incidência de morbidade

e mortalidade, sendo que no Brasil, a estimativa é que dezessete milhões de pessoas

tenham a doença (FRANCISCO et al, 2010; VIEGAS-PEREIRA, 2008).

Segundo Fragoso et al (2010), cada ano mais de 70 mil crianças e adolescentes

desenvolvem DM1. Sendo assim, as estatísticas evidenciam que o DM já é

considerado um caso de Saúde Pública e que deve ser inserido nas estratégias de

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atuação dos serviços de saúde e tratado com a importância que lhe é devida

(VIEGAS-PEREIRA, 2008).

O Diabetes Mellitus ganhou considerável importância nos últimos anos devido à

crescente prevalência mundial. Como a doença vem aumentando de modo contínuo e

em proporções epidêmicas, é fundamental que se realize um bom controle nos anos

iniciais da doença para que não ocorra o desenvolvimento das complicações crônicas

da doença (DUALIBI, 2009).

O Ministério da Saúde (2009) enfatiza que “[...] no Brasil, o diabetes junto com a

hipertensão arterial, é responsável pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizações, de amputações de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos

diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos a

diálise”. Tendo em vista que inúmeros estudos científicos comprovam que é possível

evitar ou retardar a doença e suas complicações, vale ressaltar que surge a partir

desses dados uma grande necessidade de implantação de políticas públicas que visem

a prevenção da doença e orientações para os seus portadores.

2.1.1. Perspectiva Histórica

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença conhecida desde a antiguidade. Ainda na

era egípcia há três mil anos atrás, houve os primeiros relatos sobre os sintomas que

se assemelhavam aos sintomas do diabetes. O tratamento era feito a base de plantas

medicinais, mas pouco se sabia sobre a doença, apenas que ocorria evidente

eliminação excessiva de líquidos. O termo Diabetes foi dado pelo médico grego

Arateu ou Arateus da Capadócia em 70 d.C., pois, segundo ele a carne e os membros

do corpo se derretiam e eram eliminados através da urina. (MOLENA-FERNANDES

et al, 2005)

No grego a palavra Diabetes significa sifão (tubo para aspirar água), nome dado

devido aos sintomas da doença o qual provoca sede intensa e grande quantidade

eliminada de urina. (MARCELINO, 2008)

Entre os séculos V e VI, médicos indianos constataram que a urina dos pacientes

com diabete era adocicada, pois, observando-a perceberam a presença de formigas e

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outros insetos que frequentemente eram atraídos pela urina. Foi o Prof. Ernest H.

Starling já no século XX que utilizou pela primeira vez o termo insulina e, desde

então concluiu-se que o diabetes ocorria devido ao mau funcionamento do pâncreas

pois este deixava de produzir a insulina, ou então, a produzia de forma insuficiente

ou não funcionava adequadamente (MOLENA-FERNANDES et al, 2006;

MARCELINO, 2008). A partir daí as pesquisas científicas em torno do Diabetes

Mellitus se intensificaram, gerando estudos clínicos abrangentes sobre o assunto,

possibilitando diagnósticos mais precisos.

2.1.3. Quadro Clínico

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes “[...] O diabetes mellitus (DM)

não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que

apresentam em comum a hiperglicemia. Essa hiperglicemia é o resultado de defeitos

na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambos”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Associação Americana de Diabetes

(ADA) recomendam que se classifique o diabetes da seguinte forma: Diabetes

Mellitus tipo 1 (DM1), Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de

DM e Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) (DIRETRIZES DA SBD, 2006).

2.1.3.1. Diabetes Melitus Tipo 1

O Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) caracteriza-se pela destruição das células beta

pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, sendo considerada uma doença

crônica, progressiva e autoimune (DUALIBI, 2009).

Maraschin (2010) afirma que:

No DM tipo 1A, a destruição das células β é de etiologia autoimune (90%

dos casos) e no 1B não tem causa conhecida (idiopático). O DM tipo LADA

é um DM do tipo 1 onde também existe uma destruição autoimune das

células β, mas ela é muito mais lenta e acontece em indivíduos mais velhos

(acima de 30 anos).

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Por ser uma endocrinopatia mais freqüente na infância e adolescência, a DM1

necessita da obtenção de um bom controle, pois os indivíduos dessa faixa etária são

muitas vezes inconstantes nos seus hábitos alimentares, mantêm atividades

irregulares e, em idades inferiores a 5 anos, as dificuldades se intensificam pela não

referência aos sintomas da doença (ARCANJO et al, 2005; CALLAIARI, 2008).

Apesar da incidência do DM1 ser maior em crianças e adolescentes, levantamento

feito pelo EURODIAB Collaborative Group confirmou que a doença vem

aumentando em diversas partes do mundo em todas as faixas etárias (CALLAIARI,

2008).

Segundo o Ministério da Saúde (2009), geralmente os sintomas mais freqüentes no

DM1 são:

Polifagia (fome excessiva);

Perda de peso;

Polidipsia (sede excessiva);

Lesões de difícil cicatrização principalmente nas pernas ou nos pés;

Infecções freqüentes (pele, urina e dos órgãos genitais);

Alterações visuais;

Glicemia casual acima de 200mg/dl;

Glicemia de jejum ≥ 126mg/dl.

José et al (2009), orienta estabelecer um tratamento intensivo baseado na adaptação

dos regimes de insulina aos resultados do auto-monitoramento da glicose sanguínea,

além de realizar um tratamento individualizado orientado por uma equipe

multidisciplinar, onde esses pacientes receberiam informações e orientações junto

com sua família a cerca da adesão ao tratamento.

2.1.3.2. Diabetes Melitus Tipo 2

O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), segundo Arsa et al (2009), “[...] é caracterizado

pela incapacidade da insulina exercer normalmente suas funções”. Normalmente

acomete pessoas acima de 40 anos e o risco de desenvolvê-la aumenta com a idade, a

obesidade e a falta de atividade física, além da predisposição genética (ARSA et al,

2009; COELHO, 2008).

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Na tolerância diminuída à glicose (IGT) e no Diabetes Mellitus do tipo 2, se

observa resistência à captação de glicose, estimulada pela insulina,

independentemente da hiperglicemia, e a deterioração dessa tolerância

dependerá da capacidade do pâncreas em manter o estado de

hiperinsulinemia crônica (MCLELLAN, 2007).

Molena-Fernandes et al (2005) afirma que há fatores relevantes que devem ser

levados em consideração para o surgimento do DM2, os quais são: hereditariedade,

obesidade, hábitos alimentares, estresse e sedentarismo. Exceto a hereditariedade,

todos os outros fatores podem ser evitados através de medidas profiláticas como

dieta adequada e prática de atividade física regular.

Atualmente, o DM2 corresponde a cerca de 90 a 95% dos casos registrados e

frequentemente vem acompanhado de obesidade, hipertensão arterial sistêmica,

dislipidemia e disfunção endotelial (COELHO, 2008; MCLELLAN, 2007).

O DM2 é uma doença que tem uma considerável representação econômica para o

indivíduo portador da mesma e para a sociedade, já que os maiores custos de seu

tratamento geralmente são associados às complicações decorrentes do controle

inadequado (MCLELLAN,2007).

Por ser uma doença incurável, com incidência em ambos os gêneros e classe social, o

DM2 vem estabelecendo uma grande importância em quase todos os países do

mundo, pois causa um grande impacto social e econômico na sociedade (MOLENA-

FERNANDES et al, 2005).

Geralmente os sintomas mais frequentes são: sede e diurese excessiva (polidipsia e

polifagia), dores nas pernas, alterações visuais e aumento de peso. Mas seu controle

pode ser por meio de uma dieta balanceada e adequada ao tratamento, prática regular

de atividade física e uso de medicamentos hipoglicemiantes (ARSA et al, 2009).

2.1.3.3. Diabetes Gestacional

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) (2008) afirma que

o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) se caracteriza pela hiperglicemia decorrente

da intolerância ao carboidrato diagnosticada no início ou durante a gestação. Os

hormônios contra-reguladores da insulina sofrem uma elevação, além do estresse

fisiológico causado pela gravidez e os fatores genéticos justificarem a presença dessa

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fisiopatologia na gestante. Assim, durante a gravidez, o hormônio que está

relacionado com a resistência à insulina é o lactogênico placentário, portanto,

hormônios como cortisol, estrógeno, progesterona e prolactina também fazem parte

dessa relação (SBEM, 2008).

São considerados fatores de risco para o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG),

idade superior a 25 anos, gordura abdominal excessiva, ganho exagerado de peso na

gravidez, histórico familiar de DM e baixa estatura (≤ 1,51m). Ainda existem alguns

fatores ainda discutidos como, baixo peso ao nascer, tabagismo na gravidez,

inatividade física, múltiplos partos e o fato de pertencer a determinados grupos

raciais (DODE, 2009).

O Ministério da Saúde (2006) orienta que já na primeira consulta pré-natal da

gestante deve-se observar a predisposição para o DM através da glicemia de jejum,

repetindo na vigésima semana. Se a glicemia for superior a 90mg/dL e encontrar-se

na faixa entre ≥ 90mg/dL e ≤ 109mg/dL, a gestante deverá ser encaminhada para um

teste de sobrecarga de duas horas, com 75g de glicose. O teste de sobrecarga deve ser

realizado entre as 24a e 28a semanas de gestação. As glicemias diagnósticas de

diabetes mellitus gestacional são ≥ 110 mg/dL no jejum, ≥ 140mg/dL duas horas pós

sobrecarga ou, em qualquer momento, acima de 200mg/dL. A glicemia de jejum ≥

110mg/dL, na vigésima semana, após repetição, também confirma o diagnóstico

(DODE, 2009).

De acordo Padilha et al (2010), “[...] a prevalência de DMG situa-se ao redor de 1%

e 14%, dependendo da população estudada, da etnia, da área geográfica, da

freqüência do rastreamento e dos critérios diagnósticos utilizados”.

Conforme estudos realizados, a prevalência do DMG em mulheres acima de 20 anos

na década de 90 era de 7,6%. Entre 2006 e 2007 foram coletados dados em Brasília

que confirmaram a prevalência de 6,6% de mulheres com DMG atendidas no

Sistema Único de Saúde (SUS) (LIRA, 2010).

O principal propósito da gestação é disponibilizar nutrientes para o feto tornando- a

assim um condição predisponente para a resistência à insulina (RI). Associados aos

fatores de risco citados acima, a diminuição da sensibilidade à insulina causada pelos

hormônios placentários, como o LPH, lactogênio placentário humano, que se

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apresenta sob níveis crescentes a partir do segundo trimestre é o maior responsável

pela RI (LIRA, 2010).

Assim, visando o bom controle glicêmico da gestante, é recomendada como

tratamento para o DM uma dieta equilibrada, com baixo teor de glicose, além de

exercícios físicos, podendo também ocorrer a necessidade de insulinoterapia (LIRA,

2010).

2.1.3.4. Diabetes Secundária

A Diabetes Mellitus Secundária (DMS) pode ser causada por diversos fatores. Uma

breve lista de condições que podem causar diabetes secundária inclui depressão,

HIV, pancreatite, certas desordens hormonais (como a síndrome de Cushing e

hipertireoidismo) e algumas desordens genéticas (como a fibrose cística). Drogas

ligadas à diabetes secundária incluem diuréticos e outras drogas usadas para tratar a

hipertensão arterial, hormônios, antidepressivos, anticonvulsivos e algumas formas

de quimioterapia, entre outras (DELLA MANNA, 2007).

2.1.3.5. Síndrome Metabólica

Considerada uma epidemia mundial, a obesidade tem tido um aumento considerável

no quadro de doenças, sendo que esta está diretamente associada aos problemas

cardiovasculares (PERGHER et al, 2010).

Procurando definir a associação entre obesidade e doença coronariana, chegou-se ao

termo “Síndrome X ou Síndrome Metabólica” (SM). (PERGHER et al, 2010).

Sendo assim, a SM é uma associação de fisiopatologias que inclui a ocorrência de

três ou mais das seguintes condições: obesidade abdominal (circunferência da cintura

acima de 102 cm no sexo masculino e 88 cm no sexo feminino); hipertrigliceridemia

(superior ou igual a 150mg/dl); baixas concentrações de HDL-colesterol (menor que

40mg/dl no sexo masculino e menor que 50mg/dl no sexo feminino); pressão arterial

sistólica acima ou igual a 130 mmHg e pressão arterial diastólica acima de 85

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mmHg; e hiperglicemia de jejum (superior ou igual a 110mg/dl) (CAVALI, 2010;

FARIAS, 2010).

Diversas situações, tais como desnutrição, infecção, hipertensão arterial

maternal, diabetes melito (DM) gestacional, inflamações e hipóxia, são

responsáveis pela exposição fetal à adipocina, citocinas, fatores de

crescimento e hipersecreção de corticóides, hiperinsulinemia,

hiperleptinemia e alterações no eixo IGF13. (LOTTENBERG, 2007)

Apesar de ser associada ao DM2, nos últimos anos a SM também passou a ser

considerada também na DM1, já que houve um aumento da prevalência de obesidade

nas últimas décadas também entre os portadores de DM1 (DIB, 2006).

Farias (2010) afirma que “[...] A SM é considerada um fator de risco tão importante

quanto o tabagismo para o desenvolvimento de doenças vasculares oclusivas e

ateroscleróticas. Por isso, o diagnóstico e tratamento da SM são de extrema

importância já que sua prevalência é crescente em todo o mundo”.

2.1.4. Exames

2.1.4.1. Glicemia Capilar

Conforme Maia (2006), a glicemia capilar (GC) é um exame que colhe amostra de

sangue coletada na ponta do dedo, sendo este procedimento imprescindível no

controle do DM2 e de suma importância na avaliação do paciente com DM2.

A monitorização da glicemia capilar é primordial para direcionar as ações

que envolvem o tratamento do diabetes, pois através dos resultados obtidos

permite-se reavaliar a terapêutica instituída mediante os ajustes no

medicamento, na dieta e nos exercícios físicos, podendo proporcionar

melhora da qualidade de vida e redução das complicações decorrentes do

mau controle metabólico (TEIXEIRA et al 2009)

Através de estudos percebeu-se que as pessoas com diabetes mellitus alcançavam

níveis glicêmicos próximo do normal quando realizavam diariamente a monitoração

da glicemia capilar, apesar de esta monitoração fornecer dados interruptos do

controle metabólico, dificultando na visão completa do perfil glicêmico do paciente,

sendo que os períodos de normo, hipo e hiperglicemia nem sempre são evidenciados

pela glicemia capilar de rotina (MAIA, 2006; TEIXEIRA et al, 2009).

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2.1.4.2. Hemoglobina Glicada

A Sociedade Brasileira de Diabetes (2008) conceitua o termo hemoglobina glicada

como um conjunto de substâncias formadas com base em reações entre a

hemoglobina normal do adulto, a hemoglobina A (HbA) e alguns açúcares. É

importante a monitoração freqüente da hemoglobina glicada em todos os pacientes

com DM para documentar o grau de controle glicêmico. Os níveis adequados são:

Adultos: 7% como limite superior;

Crianças e Adolescentes: pré-puberal de 8%, < 8,5% na faixa puberal, < 7% na

fase final da puberdade e em adultos;

Idosos: esse nível deve ser avaliado individualmente, conforme as condições

clínicas do mesmo. 8% ou até superior pode ser aconselhado para idosos já

fragilizados;

Para gestantes diabéticas esses níveis são mais rígidos pelo risco aumentado de

aborto espontâneo e deve ser de < 6%.

2.1.4.3. Exames para Detectar Complicações Crônicas

O que torna o DM um dos maiores impactos na saúde publica são as complicações

que o acompanha, tornando o individuo improdutivo, com a qualidade de vida

comprometida, gerando grandes custos ao sistema de saúde (SANTOS et al, 2008).

Sampaio (2007) afirma que o DM é associado a complicações crônicas micro e

macrovasculares, as quais comprometem estruturas de órgãos como rins, olhos,

nervos, vasos e coração.

Muitas são as complicações degenerativas geradas pelo DM, e as principais são:

Retinopatia Diabética; Nefropatia Diabética; Neuropatia Diabética; Complicações

Cardiovasculares e Acidente Vascular Cerebral (AVC) (SANTOS et al, 2008).

Retinopatia Diabética (RD)

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Frequentemente os diabéticos sofrem de afecções oculares, sendo que 29 a 40% dos

casos se apresentam como retinopatia diabética. Nos próximos 30 anos a estimativa é

que o número de pessoas que perderão a visão decorrente do DM seja duas vezes

maior (DIAS et al, 2010).

Um dos sinais clínicos mais precocemente detectáveis na RD é o aumento

da permeabilidade vascular, devido à quebra da barreira hematoretiniana,

que causa o edema macular. Seguem-se, mais tardiamente,

microaneurismas, exsudatos e, finalmente, proliferação vascular. Desses

achados clínicos, o edema macular é o mais correlacionado com o grau de

perda visual (SERRARBASSA, 2008).

Dias et al (2010) confirma que uma das maiores causas de cegueira irreversível no

mundo é causada pela retinopatia diabética. Sendo que as pessoas afetadas

geralmente estão em idade produtiva, e que 80% dos pacientes com DM2 e 97% dos

DM1 apresentam certo grau de retinopatia diabética.

É recomendável que após cinco anos de diagnóstico, o diabético tipo1 realize um

exame oftalmológico com dilatação pupilar anualmente. Já o diabético tipo 2 deve

realizar o exame imediatamente após diagnóstico. O paciente deve ter o fundo olho

fotografado (Retinografia) para auxiliar em avaliações posteriores, sendo

complementada com o registro da imagem da circulação da retina (Angiografia)

(SBD, 2008).

Nefropatia Diabética (ND)

A Nefropatia Diabética (ND) é uma complicação crônica microvascular, com o

desenvolvimento de uma persistente microalbinúria, que é perda de albumina em

pequenas quantidades pela urina, acometendo geralmente 40% dos pacientes com

DM (SAMPAIO, 2007; ALMEIDA et al, 2008; MURUSSI, 2008).

A ND é definida pelo aumento da excreção urinária de albumina na ausência de

outras doenças renais e tem sido classificada em estágios.

O estágio denominado de microalbuminúria, ou de nefropatia incipiente,

caracteriza-se por valores de excreção urinária de albumina de 30 a 299

mg/24 horas. No estágio de macroalbuminúria, ou nefropatia clínica, os

valores correspondentes de excreção urinária de albumina são ≥ 300 mg/24

horas. Já no estágio de microalbuminúria, ocorre aumento de mortalidade,

em especial cardiovascular, e um risco aumentado de progressão para

insuficiência renal (ALMEIDA et al, 2008).

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A ND é a principal causa de insuficiência renal crônica, sendo que os pacientes

acometidos dessa complicação geralmente necessitam de um transplante renal. Como

a DM2 acomete 90% dos casos de DM, a maioria dos indivíduos que participam de

um programa de diálise possuem o DM2, sendo que essas proporções tendem a

aumentar (ALMEIDA et al, 2008; MURUSSI, 2008).

Para constatar a presença de albumina na urina do paciente diabético, assim como

alterações da taxa de filtração glomerular é necessária a realização de

Microalbuminúria e do Clearence de creatinina, que deve ser feito anualmente (SBD,

2008).

Neuropatia Diabética (NDi)

Conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (2008), “[...] Neuropatia

diabética é o distúrbio neurológico demonstrável clinicamente ou por métodos

laboratoriais em pacientes diabéticos”.

As diretrizes da SBD (2008) ainda colocam que “[...] o acometimento patológico na

neuropatia diabética geralmente é amplo no organismo, apresentando-se de duas

formas principais:

A polineuropatia sensório-motora simétrica, que conforme Porciúncula (2007)

tem como conseqüência a degeneração distal retrógrada e simétrica do nervo

motor, sendo que há o comprometimento da sensibilidade dos MMII no

indivíduo com diabetes, determinando assim a hipertrofia muscular.

Neuropatia autonômica (cardiovascular, respiratória, digestiva, geniturinária):

como o sistema nervoso autonômico é o elemento fundamental na regulação da

função da maior parte dos sistemas ou órgãos no organismo, uma lesão pode

trazer alterações irreversíveis para as funções cardiovascular, respiratória,

digestiva, urinária e genital, podendo influir na função vital de alguns desses

órgãos ou sistemas (FOSS-FREITAS, 2008).

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Apesar de 50 a 75% dos casos de NDi permanecerem subdiagnosticados e

assintomáticos, esta complicação ainda é a primeira causa de amputação não

traumática de membros inferiores (MMII) em adultos diabéticos. A mesma causa a

degeneração distal retrógrada e simétrica dos nervos responsáveis pela sensibilidade

dos MMII, normalmente chamada de neuropatia periférica sensitivo-motora distal

(ROLIM, 2009).

A Neuropatia Diabética (NDi) vem aumentando significativamente a

morbimortalidade dos pacientes com DM1. A frequência com que ocorre o

comprometimento do Sistema Nervoso no diabético é ampla (FOSS-FREITAS,

2008).

Carvalho orienta como forma profilática identificar o grau de neuropatia, portanto,

logo, avaliar o déficit neurológico, observando a sensibilidade cutânea dos MMII.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (2008) recomenda a realização de exames

clínicos (como avaliação dos pés, testes de sensibilidade), com monofilamento dos

reflexos tendinosos, que podem identificar a presença de neuropatia em muitas

pessoas. E pode-se através da chamada eletroneuromiografia avaliar a função dos

nervos. Esse exame é composto de duas etapas: o estudo de condução nervosa (ou

eletroneurografia) e a eletromiografia.

Complicações Cardiovasculares

A doença cardiovascular representa, no mundo, importante causa de morbidade e

mortalidade e, em alguns países, é a principal responsável pelos gastos em saúde. A

fisiopatologia dessa doença ganhou novos contornos nos dias atuais com a

participação relevante do endotélio, o papel dos fatores trombóticos e das

possibilidades de intervenção passíveis de modificar a formação e a instabilização da

placa aterosclerótica (RAMOS, 2008).

A Sociedade Brasileira Diabetes (2008) afirma que “[...] Para todas as pessoas com

diabetes, é importante uma avaliação anual sobre o risco de doenças

cardiovasculares. Além do exame clínico com o médico, é recomendável a realização

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dos exames de rotina relacionados com os fatores de risco, assim como: Avaliação

do diabetes; Colesterol total, HDL, e LDL; Triglicérides; Pressão Arterial”.

2.2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO DIABETES E OS EFEITOS DOS

EXERCÍCIOS FÍSICOS

Os efeitos benéficos do exercício físico sobre a saúde do diabético são evidentes

mesmo quando essa atividade se inicia tardiamente, pois a mesma atua na perda de

peso, na diminuição do risco para o desenvolvimento de Doenças Cardiovasculares

(DC), no aumento da capacidade da função motora, além de beneficiar o individuo

nutricionalmente e melhorar no seu padrão de sono (SILVA et al, 2010)

Silva (2010) continua ressaltando que “[...] Ainda há relatos de melhora dos níveis

glicêmicos e da Hemoglobina Glicosilada (HbA1c). A HbA1c, por sua vez,

apresenta-se como parâmetro de grande importância para o controle de complicações

decorrentes do Diabetes”.

É válido ressaltar a importância da reposição de carboidratos (CHO) no portador de

diabéticos ao optar pela prática do exercício físico. Antes de realizar o exercício,

deve-se fazer uma avaliação da glicemia sanguínea, assim o resultado da mesma

indicará se haverá necessidade de adiar ou suspender o exercício, pois pode ocorrer

uma queda considerável nos níveis de glicose no sangue (hipoglicemia), podendo

haver complicações até irreversíveis (MICULIS, 2010).

Portanto, a ingestão de CHO deve ser de acordo com a duração e intensidade do

exercício.

TABELA 2. Ingestão de CHO de acordo a duração e intensidade do exercício

Glicemia sanguínea Carboidratos simples (CHO)

< 80 mg/dL

Não iniciar a atividade física + ingesta de

15 gramas de CHO

(barra de cereal, fruta, mel em sachê, etc.).

80 a 140 mg/dL Antes de iniciar: ingerir 1 a 2 g/kg de CHO.

> 140 mg/dL < 250 mg/dL Faixa de segura; repor 15-30 g de CHO

após a atividade física.

> 300 mg/dL e cetonúria - Pode iniciar a atividade física, sem

reposição de CHO.

> 300 mg/dL e cetonúria +

Adiar o início da atividade física até

normalizar os níveis de cetonas e ingerir

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líquidos (água). Não precisa repor CHO. CHO = carboidratos simples. Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (MICULIS, 2010)

2.2.1. Efeitos Cardiovasculares

O tecido muscular sofre adaptações quando se exercita, pois o fluxo sanguíneo é

maior na musculatura esquelética requerida, necessitando de uma maior

vascularização na região, pois ocorre um aumento do estresse sobre a parede vascular

induzindo maior liberação de óxido nítrico, e consequentemente a vasodilatação (DE

ANGELIS et al, 2007; KRINSKI et al, 2006).

A prática de exercício físico contribui para a hipertrofia das fibras cardíacas,

melhorando a capacidade contrátil do miocárdio, pois torna o coração maior e mais

forte. Sendo assim, o mesmo aumenta o volume de ejeção sanguínea, diminuindo a

frequência cardíaca de repouso (bradicardia), ocasionando a redução do tônus

simpático, consequentemente, o aumento do tônus parassimpático, onde acontecerá

uma dilatação arteríola e venodilatação, que contribuirá para uma queda da pressão

arterial sistêmica, beneficiando o sistema circulatório, pois resultará no aumento do

VO2MAX, que é fundamental para um bom condicionamento físico (KRINSKI et al,

2006).

No diabético, a ocorrência de complicações cardiovasculares é maior e progride de

forma mais acelerada, estando associada a um prognóstico mais grave. Considera-se

que mais de 80% das pessoas com DM chegam a óbito devido à doença

aterosclerótica, concluindo que os mesmos não têm sido beneficiados do declínio da

mortalidade cardiovascular detectado na população geral (LOPES, 2007).

Portanto, De Angelis et al (2007) enfoca que os benefícios que o exercício físico

pode trazer para o indivíduo com DM influenciam na redução da morbi-mortalidade

desta população que tem um risco aumentado no desenvolvimento de doenças micro

e macrovasculares.

A seguir são propostos dois programas de treinamento cardiovascular, com o

objetivo de ativar o sistema cardiovascular, melhorando a capacidade contrátil do

miocárdio.

2.2.1.1. Programa de Exercício Físico para a função cardiovascular do diabético.

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QUADRO 1. Programas de Treinamento Cardiovascular

Programa nível 1 Programa nível 2

Exercícios

Número de

repetições

Exercícios

Número de

repetições

A

B A B

1.1 Aquecimento 4 a 5 minutos 2.1 Aquecimento 5 a 6 minutos

1.2

Balançando os

braços na

frente do

corpo

8-10

10-

12

2.2

Balançando os

braços

lateralmente

8-12

12-14

1.3

Caminhando e

levantando os

ombros

30 segundos

2.3

Caminhando

sem sair do

lugar, fazendo

círculos com

braços e

ombros

8-12

12-14

1.4

Caminhando

sem sair do

lugar e

balançando os

braços

10 segundos

2.4

Caminhando

sem sair do

lugar e

balançando os

braços

15segundos

1.5

Flexão de

joelho e

abdução do

quadril

8-10

10-

12

2.5

Cruzando os

braços nas

costas

8-12

12-14

1.6

Apontando o

pé para trás

1 minuto

2.6

Alongando os

músculos dos

braços e das

pernas com

balanceamento

8-12

12-14

1.7a

Caminhando

sem sair do

lugar e

balançando os

braços

10 segundos

2.7a

Caminhando

sem sair do

lugar e

balançando os

braços

15 segundos

1.7b

Caminhando

sem sair do

lugar e

levantando

joelho para o

alto

1 minuto

2.7b

Tocando o

calcanhar com

a mão

1 minuto

1.8 Alongando o

tronco

8-10 10-

12

2.8

Rotação do

tronco

(“ceifador”)

8-12

12-14

1.9

Abertura para

frente

projetando os

braços para

frente

8-10

10-

12

2.9

Levantando o

braço e a perna

na posição

oblíqua

8-12

12-14

Caminhando Caminhando

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1.10 com rotação

dos ombros

30

segundos

2.10 com rotação

dos ombros

30 segundos

1.11

Flexionando o

joelho e o

quadril

8-10

10-

12

2.11

Flexionando

os joelhos e o

quadril

8-10

10-12

1.12

Caminhando

sem sair do

lugar e

balançando os

braços

2 minutos

2.12

Caminhando

sem sair do

lugar e

balançando os

braços

2 minutos

Pulsações Pulsações

1.13

Alongando o

tríceps

Ilimitado

2.13

Alongando os

músculos

trapézios

superiores

Ilimitado

1.14 Descansando ilimitado 2.14 Descansando ilimitado Fonte: MANIDI (2001, p. 23)

É recomendável o acompanhamento por um educador físico para verificar a evolução

da pressão arterial durante o exercício, além de observar a freqüência cardíaca para

que não ultrapasse a intensidade máxima do esforço permitido (MANIDI,2001).

2.2.2. Efeitos no Controle Glicêmico

A prática de exercício físico aumenta consideravelmente a captação de glicose pelos

músculos. A intensidade e duração do esforço físico dependem do fluxo sanguíneo para

que ocorra adequadamente essa captação. Mesmo tendo essas necessidades atenuadas, a

glicemia do diabético permanece constante (MANIDI, 2001).

Manidi (2001 p. 161) ainda enfoca que são dois os mecanismos de regulação do

equilíbrio glicêmico:

1. Durante um esforço de curta duração, o fígado libera a glicose do estoque de

glicogênio por um fenômeno denominado glicogenólise, ou seja, a quebra de

molécula de glicogênio transformando-a em glucose ou glucose 6-fosfato.

2. Durante um esforço de longa duração, esgotando-se o estoque de glicogênio, o

músculo ainda necessita da glicose para manter-se em atividade. A partir daí,

ocorre a gliconeogênese, que com base em aminoácidos essenciais é produzida a

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glicose, sendo que neste momento, entram em cena os hormônios hipofisários,

dentre os quais o hormônio de crescimento, para manter a glicemia constante.

O exercício físico nem sempre está associado à melhoria da hemoglobina glicada (Alc)

de indivíduos com DM. Estudos realizados com portadores de DM demonstraram

alguns efeitos benéficos como melhora no controle metabólico e melhora no consumo

máximo de oxigênio (VO2max) (RAMALHO E SOARES, 2008).

Mas, em concordância com outros autores, Ramalho & Soares (2008), afirma que a

prática regular de exercício físico durante 12 semanas em um grupo de indivíduos com

DM não foi suficiente para a melhora da Alc, pois, por não existirem protocolos

adequadamente estabelecidos quanto à redução da dose de insulina para evitar a

hipoglicemia no diabético durante a prática de exercício físico, observa-se falha no

controle glicêmico desta população.

Nas pesquisas realizadas houve uma redução significativa após o exercício apenas nos

portadores de DM2, sendo que foi necessário período de um ano pra que se

observassem respostas fisiológicas ao exercício nesses indivíduos, sugerindo dessa

forma, a necessidade de períodos mais prolongados de exercícios para obter-se efeitos

benéficos nessa categoria de diabéticos (RAMALHO & SOARES, 2008; DE ANGELIS

et al, 2007).

Estes efeitos são induzidos pelo treinamento físico dinâmico em decorrência

de várias adaptações: aumento da densidade capilar, aumento da expressão e

translocação de GLUT4 para a membrana plasmática, aumento das fibras

musculares mais sensíveis à ação insulínica, possíveis alterações na

composição de fosfolípides do sarcolema, aumento na atividade de enzimas

glicolíticas e oxidativas e aumento na atividade da glicogênio-sintetase (DE

ANGELIS et al, 2006).

De Angelis et al (2007) afirma que o exercício físico apresenta efeitos benéficos na ação

insulínica, especialmente no músculo esquelético, sendo importante ressaltar que tanto

indivíduos com DM1 como indivíduos não diabéticos apresentam também melhora na

sensibilidade à insulina induzida pelo exercício. Assim, o treinamento físico dinâmico

promove outros efeitos que beneficiam esses indivíduos, como melhora cardiovascular e

no perfil lipídico, que são fundamentais para a redução da morbidade e mortalidade

dessa população.

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O programa de exercício apresentado a seguir deve ser realizado diariamente para obter

um bom controle glicêmico, além da melhora das funções metabólicas.

2.2.2.1.Programa de Exercício Físico para o controle glicêmico do diabético.

QUADRO 2. Programa de treinamento para o controle glicêmico

Nº Exercícios Nº de

repetições

Duração *Intensidade

1.1 Alongamento suave deitado 5-6 10 minutos 1

1.2 Pedalando de costas com pernas

levemente flexionadas

5-6 10 minutos 1

1.3 Subindo e descendo escadas 5-6 10 minutos 1-3

1.4 Mobilizando o pé na escada 5-6 10 minutos 1-3

1.5 Mobilizando as pernas na escada 5-6 10 minutos 1-3

1.6 Caminhada 6 dias na

semana

20-60

minutos

1/2

1.7 Levantando da cadeira 5-7 10 minutos 1/2 – 1

1.8 Ao lado da cadeira 5-7 10 minutos 1/2 – 1

*Intensidade: 1 = fraca (inferior a 60% da frequência cardíaca máxima);

2= média (inferior a 80% da frequência cardíaca máxima);

3= elevada (inferior a 100% da frequência cardíaca máxima).

Fonte: MANIDI (2001, p. 168)

2.2.3. Efeitos no Perfil Lipídico

Pacientes com DM tendem a ter uma concentração lipídica elevada quando não há

um controle adequado no controle glicêmico. Normalmente, nesses pacientes ocorre

a hipertrigliceridemia e baixo HDL-C quanto ao perfil lipídico. Se comparado a

pacientes não-diabéticos, a concentração média de LDL-C não se diferencia

quantitativamente, mas, do ponto de vista qualitativo, existem maiores proporções

nas artérias de partículas pequenas e densas da lipoproteína de baixa densidade

(LDL) (DE ANGELIS et al, 2007; SBD, 2008).

Existem algumas controvérsias entre autores quanto ao efeito do exercício físico

sobre o perfil lipídico. De Angelis et al (2007) mostraram que houve melhora no

perfil lipídico em adolescentes com DM tipo 1 que aderiram a um programa de

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exercícios e controle alimentar por oito dias. Ramalho & Soares (2008) apresenta

diversos estudos em que os autores não comprovaram alterações no perfil lipídico

dos indivíduos submetidos ao programa de exercício, sendo que os níveis lipídicos

pré-tratamento não estavam alterados. Mas, em contrapartida, o mesmo autor

apresenta estudos que comprovaram melhora no perfil lipídico pós-programa de

exercício em indivíduos com níveis lipídicos mais elevados antes do programa de

exercício. Isso pode indicar que o exercício pode ser mais eficaz em indivíduos que

apresentem um nível lipídico alterado antes do programa de exercícios e não

naqueles cujo perfil lipídico seja normal.

Portanto, a Sociedade Brasileira de Diabetes (2008) orienta uma modificação no

plano alimentar, reduzindo a ingestão de gordura saturada e recomendando o uso de

hidratos de carbono ou gordura monoinsaturada como compensação, além de um

programa de exercício físico sistemático, pois estes auxiliam na redução de

triglicérides (TG) e elevação do HDL-C, promovendo a prevenção de eventos

cardiovasculares.

Nesta tabela é disposto um programa de exercício para melhorar p perfil lipídico:

2.2.3.1. Programa de Exercício Físico para o perfil lipídico.

QUADRO 3. Programa de treinamento para o perfil lipídico

Programa nível 1 Programa nível 2

Exercícios

Nº de

repetições

Exercícios

Nº de

repetições

A B A B

1.1 Aquecimento 5 a 8 minutos 2.1 Aquecimento 5 a 10 minutos

1.2 Passando a bola em

volta da cintura

1 minuto 2.2

Balançando os

braços

10-15

15-

20

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1.3

Rotação dos ombros

30 segundos

2.3

Caminhando e

fazendo círculos

com os braços

10-15

15-

20

1.4

Caminhando e

quicando a bola no

chão

1 minuto

2.4

Caminhando

rapidamente sem

sair do lugar

20 segundos

1.5 Passando a bola em

volta das pernas

10-12 12-16 2.5 Batendo as mãos

sobre o joelho

erguido

10-15

15-

20

1.6 Passando a bola sob o

joelho levantado

10-12 12-16 2.6 Balaçando os

braços na frente

da perna

10-15 15-

20

1.7a Caminhando e

quicando a bola no

chão

1 minuto 2.7a Corrida leve sem

sair do lugar

30 segundos

1.7b Caminhando e

mudando a bola de

mão

30 segundos 2.7b Corrida leve sem

sair do lugar

30segundos

1.8 Fazendo círculos com

o braço na frente do

corpo

10-12 12-16 2.8 Círculos com o

braço (“o

moinho”)

10-15

15-

20

1.9

Passando a bola por

cima da cabeça e

atrás das costas

10-12

12-16

2.9

Reforçando os

músculos das

pernas (com uma

cadeira)

10-15

15-

20

1.10 Caminhando com

rotação dos ombros

30 segundos 2.10 Caminhando com

rotação dos

ombros

20 segundos

1.11 Flexionando os

joelhos e o quadril

8-10 10-12 2.11 Repetindo o

exercício 2.1 na

íntegra

2 minutos

1.12

Caminhando sem sair

do lugar e quicando a

bola no chão

30 segundos

2.12

Corrida leve sem

sair do lugar

30 segundos

Pulsações Pulsações

1.13 Alongando todo o Ilimitado 2.13 Alongando o Ilimitado

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corpo quadríceps

(coxas)

1.14 Descansando ilimitado 1.14 Descansando ilimitado

Fonte: MANIDI (2001, p. 23)

2.2.4. Efeitos na Função Renal

No diabético a função renal muitas vezes pode apresentar complicações como o

aumento da excreção urinária de albumina que pode indicar a presença de Nefropatia

Diabética (ND). De Angelis et al (2006) afirma que por aumentar a pressão capilar

glomerular, o exercício aumenta agudamente a excreção urinária de albumina,

gerando conseqüentemente a filtração de albumina pela membrana basal glomerular.

Em virtude desse aumento de albuminúria causado pelo exercício físico, é possível

afirmar que essa excreção exagerada de albumina na urina em resposta ao exercício

pode beneficiar o indivíduo com DM, pois resultará num prognóstico precoce de ND.

O treinamento físico tem sido reconhecido como uma forma de aumentar as

defesas antioxidantes e reduzir o estresse oxidativo, bem como de melhorar

o perfil lipídico e os níveis de pressão arterial, sugerindo mecanismos

benéficos que poderiam atuar na redução das lesões renais (DE

ANGELIS et al, 2007).

Apesar de na literatura recente existirem poucos estudos clínicos a cerca da prática

de atividade física em indivíduos com ND, pode-se afirmar que a restrição de

exercício físico não é benéfica nesta população, já que é evidente o efeito em longo

prazo de um treinamento físico sobre a excreção urinária de albumina (DE

ANGELIS et al, 2007).

Em concordância com os poucos estudos realizados quanto aos efeitos do exercício

físico na função renal do diabético, a Sociedade Brasileira de Diabetes (2008) afirma

que não existe restrição de exercícios específicos para pacientes com alteração renal,

podendo inclusive ser prescrito exercício de resistência. Mas ressalva a importância

da realização de teste de esforço antes do início de exercício mais intenso que o

habitual, pois a microalbuminúria e proteinúria estão associadas à doença

cardiovascular. Portanto, deve-se utilizar o mesmo programa de treinamento

cardiovascular (Tabela 3, p.28).

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2.2.5. Recomendações Gerais de Exercícios em Diabetes Mellitus

Evidências confirmam os benefícios que o exercício físico gera no individuo com

diabetes, e da possibilidade do mesmo prevenir o aparecimento do DM2 em pessoas

com risco elevado (SBD, 2008).

Atividade física corresponde ao movimento do corpo em atividades de

rotina, enquanto exercício é uma atividade planejada, estruturada, repetida

para melhorar ou manter a performance física, como, por exemplo,

caminhar, correr, andar de bicicleta, nadar, entre outros vários esportes

(SBD, 2008).

Sendo assim, o exercício físico além de fundamental importância, é considerado

efetivamente um meio de melhorar, além de manter as funções cardiovasculares. No

entanto, é viável ressaltar a importância de se adequar corretamente o tipo e duração

do exercício físico a ser prescrevido ao diabético (MONTEIRO et al, 2010;

VANCEA et al, 2009). Por isso recomenda-se antes de iniciar qualquer exercício

físico, a realização de um teste ergométrico (TE), para evitar possíveis eventos

relacionados ao sistema cardiovascular.

Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) Sobre Teste

Ergométrico (2010), a realização do mesmo é recomendável na determinação

prognóstica, na avaliação da resposta terapêutica, da tolerância ao esforço e de

sintomas compatíveis com arritmias aos exercícios.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) afirma que “[...] O TE é um

procedimento onde o indivíduo é submetido a um esforço físico programado e

individualizado com a finalidade de se avaliar as resposta clinica, hemodinâmica,

autonômica, eletrocardiográfica, metabólica e eventualmente ventilatória ao

exercício”.

TABELA 3. Recomendações para teste de esforço em DM

Sedentarismo com um dos seguintes fatores de risco:

Idade > 35 anos com ou sem outros fatores de risco cardiovascular, além de DM

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Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (2008) apresenta recomendações quanto à

prática de exercício físico no portador de diabetes e são elas:

1. Tipos de exercícios: Preferencialmente exercício aeróbico como, caminhada,

ciclismo, corrida, natação, dança, entre outros. O exercício de resistência também

é recomendável, pois melhora o controle glicêmico em DM2;

2. Frequência: três a cinco vezes por semana;

3. Duração: Ininterruptamente, 30 a 60min/dia ou 150min/semana;

4. Intensidade: Moderada, já que, apesar de o VO2máx de 50% a > 70% ter

resultados bastante positivos na hemoglobina glicada, o diabético não consegue

alcançá-lo com segurança, por isso é recomendável a atividade moderada,

podendo aumentá-la de intensidade gradativamente.

Vancea et al, 2009 afirma que:

[...] a intensidade é importante também para reduzir os valores da HbA1c.

Há estudos que mostram a importância de incentivar os pacientes com

diabetes do tipo 2 que já realizam exercício físico, para considerar o

aumento da intensidade de moderada para alta, podendo ser possível obter

benefícios adicionais e principalmente no controle glicêmico.

Molena-Fernandes et al (2005) enfatiza que, caso um indivíduo realize pelo menos

quatro horas semanais de atividade física de intensidade moderada a alta, pode

comprovadamente, diminuir em média, 70% da incidência de DM2, se for relacionar

com alguém com estilo de vida sedentário. Por esta razão, não se deve restringir o

tratamento do diabético apenas ao profissional médico, mas sim por uma equipe

multifuncional, capaz de orientá-lo na mudança do seu estilo de vida.

Idade > 25 anos e > 15 anos de DM1 ou > 10 anos de DM2

Hipertensão arterial

Dislipidemia

Tabagismo

Nefropatia, incluindo microalbuminúria ou insuficiência renal

Retinopatia proliferativa e pré-proliferativa

Neuropatia autonômica

Na ausência de contra-indicação, em todos os indivíduos com DM, para obtenção da

FCmáx, determinar os objetivos de intensidade e a capacidade funcional

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Estudos relacionados confirmam que o DM2 resulta em doenças que podem gerar a

morte do indivíduo, pois afeta de maneira efetiva os ajustes fisiológicos relacionados

ao metabolismo de carboidratos, trazendo conseqüências desastrosas para os demais

sistemas fisiológicos, principalmente o vascular (ARSA et al, 2009).

As principais fontes de energia utilizadas pelo organismo durante a realização do

exercício físico são o glicogênio muscular e hepático, a glicose sanguínea e os ácidos

graxos, variando de acordo a duração e intensidade do exercício. Sendo assim, a

prática do mesmo pode promover benefícios não só no controle glicêmico, mas no

sistema cardiovascular e no perfil lipídico, podendo diminuir a morbidade e

mortalidade nos indivíduos com DM1 (MICULIS, 2010; DE ANGELIS et al, 2007).

Ramalho & Soares propõe para as pessoas com DM1 a prática de todos os tipos de

exercício físico, incluindo atividades de lazer, esportes de recreação e performance

de competição profissional, pois a prática dessas atividades atuará tanto no controle

da glicemia como também nos fatores de risco para doença macrovascular,

dislipoproteinemia, hipertensão, obesidade e melhora da performance cardíaca. No

entanto, deve-se tomar cuidado, pois nesta categoria de diabéticos é necessário

extrema atenção na prática do exercício, pois o mesmo tende a ocasionar a

hipoglicemia durante ou até mesmo após várias horas do término do exercício,

afirma Miculis (2010), além de estar atento para as complicações já citadas

anteriormente.

A hipoglicemia ocorre por hiperinsulinização exógena pré-exercício

aeróbico, pela taxa inadequada de insulina/glucagon ou pelo aumento da

sensibilidade à insulina. Com o metabolismo aeróbico, os músculos

esqueléticos consomem maior quantidade de glicose para gerar energia, o

que diminui a gliconeogênese hepática46, levando a uma diminuição na

glicemia sanguínea (MICULIS, 2010).

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (2008) apresenta as mesmas

recomendações feitas ao indivíduo com DM2 quanto à prática de exercício físico

para o indivíduo com DM1. E ainda afirma que “[...] a monitorização glicêmica é a

base para a adaptação do tratamento ao exercício, e deve ser conduzida antes, durante

(quando duração > 45 minutos) e após o exercício. Através da monitoração da

glicemia capilar algumas regras gerais podem auxiliar na adaptação do tratamento”.

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TABELA 4 - Classificação da intensidade da atividade física, com base nas

atividades que durem até 60 minutos.

Intensidade relativa

Intensidade VO2máx(%)# Freqüência cardíaca máx

(%)*

RPE **

Muito leve < 20 < 35 < 10

Leve 20-39 35-54 10–11

Moderado 40-59 55-69 12–13

Intenso 60-84 70-89 14–16

Muito intenso > 85 > 90 17–19

Máximo*** 100 100 20 #VO2máx = consumo máximo de O2; *Freqüência cardíaca máxima (FCmáx) = 220 – idade (Nota: É

preferível e recomendado que a FCmáx seja medida durante um teste de alta intensidade); **Avaliação de

Borg percebida é relativa à extensão da escala 6-20 (RPE); ***Média dos valores máximos conseguidos

durante o exercício intenso por adultos saudáveis. Fonte: RAMALHO (2008)

2.2.8. Medidas Preventivas

A Associação Americana de Diabetes (ADA) (2010) faz algumas recomendações

para a prevenção ou retardo do Diabetes Mellitus:

1. Indivíduos com alto risco para desenvolver diabetes precisam se tornar

conscientes dos benefícios da perda de peso e da realização regular de atividades

físicas;

Manidi (2001, p. 160) afirma que é importante integrar o exercício físico num

programa para pessoas obesas, apesar de o mesmo ter pouca contribuição para o

gasto calórico sendo irrelevante na perda de peso, mas apresenta benefícios sobre a

imagem corporal, a tolerância corporal ao esforço, a auto-estima e ao bem estar em

geral no obeso.

O controle adequado do peso corporal deve estar sempre entre as

prioridades no tratamento do paciente com DM2, já tendo sido demonstrado

que pode melhorar o controle glicêmico, a sensibilidade insulínica, o perfil

lipídico, os níveis pressóricos e reduzir a mortalidade. (SBD, 2008)

Portanto, é importante haver uma intervenção direta e radical nos hábitos

alimentares, no comportamento e na prática de exercícios físicos para que o diabético

ou indivíduo que apresente fatores de risco para desenvolver o DM possa garantir

uma razoável perda de peso.

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2. Rastreamento para diabetes: homens e mulheres ≥ 45 anos de idade,

particularmente aqueles com IMC ≥ 25 kg/m2, são candidatos à detecção de pré-

diabetes (glicemia de jejum alterada [GJA] e TGD). O rastreamento pode ser

considerado em pessoas mais jovens com IMC ≥ 25 kg/m2 que tenham fatores

de risco adicionais;

Esse rastreamento deve ser realizado apenas como parte de uma consulta médica.

Tanto a glicemia de jejum como o teste de duas horas pós-sobrecarga com 75 g de

glicose são apropriados, sendo que os resultados positivos em jejum devem ser

confirmados em outro dia. Para indivíduos normoglicêmicos indica-se rastreamento a

cada três anos.

3. O acompanhamento da maneira como o paciente segue as recomendações

anteriores é importante para o sucesso;

4. A monitoração para o desenvolvimento de diabetes deve ser realizada a cada um

ou dois anos;

5. Atenção especial e tratamento adequado devem ser dados aos fatores de risco

para doenças cardiovasculares, como tabagismo, hipertensão e dislipidemia.

A hipertensão arterial é dos fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV) e

costuma estar associada à DM. No DM1 a relação evidente entre hipertensão e ND

precisa de atenção especial, pois a pressão arterial geralmente começa a se elevar

cerca de três anos após o início da microalbuminúria, sendo assim, um tratamento

adequado pode diminuir a ocorrência de morbidade nesses pacientes. Contudo, os

pacientes com DM2 diferem da outra categoria porque cerca de 40% desses

pacientes já se encontram hipertensos por ocasião do diagnóstico da doença (SBD,

2008).

Dados estatísticos revelam que pessoas com DM2 tem a probabilidade de duas a

quatro vezes mais para DCV se comparados a pessoas não-diabéticas. A ocorrência

de morte entre pessoas diabéticas devido à doença aterosclerótica é de três em cada

quatro mortes, sendo que as DCVs são responsáveis por 75% das mortes de

indivíduos com DM2 (SBD, 2008).

Analisando as medidas preventivas citadas acima, a Sociedade Brasileira de Diabetes

(2008) em concordância com a Associação Americana de Educadores em Diabetes

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(AADE) sugerem que se desenvolva um programa de educação em diabetes, onde os

sistemas de atendimento ao diabético promovam capacitação aos educadores, tendo

como principal objetivo o reconhecimento por parte da comunidade dos sintomas do

DM para que seja feito um prognóstico precoce evitando complicações maiores e

gerando menos gastos para os serviços públicos de saúde do país.

3. METODOLOGIA

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3.1. Caracterização da Investigação

Metodologia é uma oportunidade de “[...] julgar o experimento, encontrar as

possíveis fontes de erro e reproduzi-lo, se assim o desejar” ( PICCOLI, 2006, p. 51)

Portanto, este estudo é um conjunto de procedimentos adequados e sistematizados

onde a escolha do método é um importante meio para garantir a validade e

fidedignidade suficientes do estudo para que este seja aprovado no ambiente

acadêmico.

Foram encontradas 82 publicações e selecionadas 38, priorizando criteriosamente as

publicações onde abordavam com maior coerência a resposta para o problema da

pesquisa. Todas as publicações são nacionais, sendo: dissertação de mestrado e

artigos. Todos obedecendo aos critérios de inclusão estabelecidos.

Este estudo teve como caracterização a realização de um estudo bibliográfico,

utilizando-se como método a abordagem qualitativa. O memo foi realizado com

dados secundários, sem risco à população do estudo e sem identificação dos sujeitos

por se tratar de uma pesquisa de revisão bibliográfica.

A problemática do trabalho procura resposta para a seguinte questão: quais as

respostas fisiopatológicas do indivíduo com diabetes ao exercício físico? Para

responder a essa questão foi utilizado um método exploratório, onde foram

apresentados pontos de vista de diversos autores sobre a temática abordada.

3.2. Plano de coleta de dados

Após serem definidos alguns itens a serem pesquisados, com a finalidade de alcançar

o objetivo proposto para este estudo, iniciou-se a coleta de dados através de uma

pesquisa descritiva exploratória. A fonte de informação deveria responder

adequadamente à pergunta em questão. Sendo assim, procedeu-se a localização de

artigos, monografias de graduação e especialização, dissertações de mestrado e tese

de doutorado, publicados no período de 2005 a 2010.

Esta coleta de dados utilizou-se da biblioteca dessa instituição de ensino, bases

eletrônicas de consulta de outra instituições de ensino superior, sites de busca via

internet como Bireme, Scielo e a Revista Brasileira de Ciências do Esporte.

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Com todo material coletado em mãos, iniciou-se a leitura superficial para identificar

as informações, estabelecendo relações entre as mesmas e a problemática proposta,

para logo em seguida realizar-se uma leitura sistemática constituída de leituras

exploratórias, seletiva, analítica e interpretativa com o intuito de relacionar as

informações do material lido com a problemática em questão.

Para apropriar-se das informações obtidas e transformá-las em conhecimento, foram

feitos fichamentos e posteriormente categorização dos dados de acordo a temática

estabelecida, para em seguida serem analisados.

Por fim, ao termino de todo processo de pesquisa, coleta e categorização dos dados,

procedeu-se a redação do relatório, obedecendo às normas técnicas exigidas, sendo

revisado e aprovado por uma especialista na área.

4. CATEGORIZAÇÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Resultados

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Subdividimos os resultados em quatro, categorizando-os sendo que as análises foram

realizadas a seguir:

1. As respostas fisiológicas ao Exercício Físico influenciam no perfil lipídico, no

controle glicêmico, na função renal e no sistema cardiovascular e autonômico;

2. A duração, a intensidade e o tipo de exercício físico influencia no controle do

diabetes tipo 1 e 2, gestacional e secundário; Adotar um estilo de vida que inclua

necessariamente o exercício físico programado e uma dieta saudável, traz

benefícios duradouro para o controle do diabetes;

3. Como estratégia de prevenção às complicações do diabetes, utiliza-se programas

educativos, ampliando o conceito de diabetes como uma doença psicossomática;

4. A síndrome metabólica caracteriza-se por sinais e sintomas de difícil manejo e

controle, onde o exercício físico apresenta-se como uma alternativa viável e de

benefícios duradouros.

Neste trabalho será utilizado o termo Diabetes Mellitus para descrever os vários tipos

de diabetes como Diabetes Mellitus tipo1 e tipo 2, Diabetes Gestacional e Diabetes

Secundário, não os caracterizando de forma individualizada.

A Síndrome Metabólica ficará como outro componente de análise devido às suas

próprias características, seja pelas complicações, seja pela dificuldade do manejo e

atitude, seja pelo papel do exercício físico de tão grave complicação.

4.2. Discussão

A análise das publicações será demonstrada através de uma tabela contendo autor,

título, ano de publicação, natureza do trabalho (artigo, monografia ou dissertação) e a

que categorias foram enquadradas, sendo divididas em grupos temáticos de acordo as

suas categorias.

4.2.1. As respostas fisiológicas ao Exercício Físico influenciam no perfil lipídico,

no controle glicêmico, na função renal e no sistema cardiovascular e

autonômico.

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TABELA 5. Artigos sobre os efeitos e respostas fisiológicas do exercício físico

sobre o diabético.

AUTORES ANO TÍTULO NATUREZA

RAMALHO, Ana

Claudia R.

SOARES, Sabrina

2008 O Papel do Exercício no Tratamento

do Diabetes Melito Tipo 1.

Artigo

ARSA, Gisela et al

2009 Diabetes Mellitus tipo 2: Aspectos

fisiológicos,genéticos e formas de

exercício físico para seu controle.

Artigo

DE ANGELIS,

Kátia et al

2006 Efeitos Fisiológicos do Treinamento

Físico em Pacientes Portadores de

Diabetes Tipo 1.

Artigo

ANDRADE,

Rudinei;

LAITANO,

Orlando e

MEYER, Flávia

2005 Efeito da hidratação com

carboidratos na resposta glicêmica

de diabéticos tipo 1 durante o

exercício.

Artigo

KRINSKI,

Kleverton et al

2006 Efeitos do exercício físico em

indivíduos portadores de diabetes e

hipertensão arterial sistêmica.

Artigo

VANCEA, Denise

Maria Martins et al

2008 Efeito da Freqüência do Exercício

Físico no Controle Glicêmico e

Composição Corporal de diabéticos

tipo 2.

Artigo

Selecionou-se 06 artigos de revisão, nos quais são abordados os efeitos fisiológicos

do exercício sobre o portador de diabetes e como o mesmo pode auxiliar no

tratamento da doença.

Os estudos aqui relacionados caracterizam o Diabetes Mellitus como um distúrbio

metabólico que gera uma deficiência de insulina ocasionando em algumas

complicações crônicas podendo levar o individuo à falência de órgãos importantes do

organismo, diminuindo a sua expectativa de vida.

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Os benefícios que o exercício físico pode trazer para a vida do ser humano são

conhecidos e comprovados através de estudos relevantes, que são indicados na

prevenção e tratamento de diversas doenças. Um dos artigos salienta que a prática do

exercício físico pode melhorar em proporções consideráveis os níveis de glicose no

sangue, além de favorecer o sistema cardiovascular e o perfil lipídico, já que os

portadores de DM são propícios a desenvolverem dislipidemias e, consequentemente,

doenças cardiovasculares.

No estudo realizado por Lopes (2007) no diabético, ele observa que a ocorrência de

complicações cardiovasculares é maior e progride de forma mais acelerada, estando

associada a um prognóstico mais grave. Portanto, estima-se que mais de 80% das

pessoas com DM chegam a óbito devido à doença aterosclerótica, concluindo que os

mesmos não têm sido beneficiados do declínio da mortalidade cardiovascular

detectado na população geral.

É importante ressaltar que o indivíduo com DM não responde ao estímulo natural do

corpo durante um exercício físico, por não produzir glucagon e insulina suficientes

para que haja a liberação da reserva de glicogênio fornecendo ao músculo energia e

substrato suficiente para a realização do exercício, desestabilizando a glicemia,

ocasionando a hipoglicemia.

Por esse motivo, é recomendável a introdução de carboidratos (CHO) antes da

prática do exercício físico através de bebidas esportivas para manter a glicemia em

diabéticos tipo 1, pois estudos comprovaram ao examinar a glicemia de adolescentes

diabéticos que ingeriram bebidas esportivas com 6% de CHO durante e após o

exercício, que os mesmos se mantiveram hidratados, além de terem minimizado o

risco de hipoglicemia induzida pela prática do exercício físico.

O corpo humano se adapta fisiologicamente às alterações que lhe são impostas, e

uma delas é ao treinamento físico, pois o mesmo atenua as alterações metabólicas,

cardiovasculares e autonômicas que acomete indivíduos com diabetes.

Portanto, é recomendável a prática de todos os tipos de exercício físico, incluindo

atividades de lazer, esportes de recreação e performance de competição profissional,

pois a prática dessas atividades atuará tanto no controle da glicemia como também

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nos fatores de risco para doença macrovascular, dislipoproteinemia, hipertensão,

obesidade e melhora da performance cardíaca.

4.2.2. A duração, a intensidade e o tipo de exercício físico influencia no controle

do Diabetes Mellitus tipo 1 e 2, gestacional e secundário. Adotar um estilo de

vida que inclua necessariamente o exercício físico programado e uma dieta

saudável, traz benefícios duradouros para o controle do diabetes.

TABELA 6. Trabalhos sobre associação entre a duração, intensidade e tipo de

exercício físico com fatores nutricionais.

AUTORES ANO TÍTULO NATUREZA

CALLIARI, Luis

Eduardo P. e

MONTE, Osmar

2008 Abordagem do Diabetes Melito na

Primeira Infância.

Artigo

QUEIROZ, Karla

Cristina,

SILVA, Ivani

Novato,

ALFENAS, Rita de

Cássia Gonçalves

2010 Associação entre fatores nutricionais

e o controle glicêmico de crianças

adolescentes com diabetes melito

tipo 1.

Artigo

PADILHA, Patricia

de Carvalho et all

2010 Terapia nutricional no diabetes

gestacional.

Artigo

KNUTH, Alan G. et

al

2009 Conhecimento de adultos sobre o

papel da atividade física na

prevenção e tratamento de diabetes e

hipertensão: estudo de base

populacional no Sul do Brasil.

Artigo

MICULIS, Cristiane

P. et al

2010 Atividade física na criança com

diabetes tipo 1.

Artigo

MOLENA-

FERNANDES,

Carlos Alexandre et

al

2005 A importância da associação de dieta

e de atividade física na prevenção e

controle do Diabetes mellitus tipo 2.

Artigo

SANTOS, Andréa 2009 Prática Alimentar e Diabetes: Dissertação

Page 47: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB … · hipoglicemia (RAMALHO E SOARES, 2008). Portanto, o OBJETO DE ESTUDO deste trabalho é a resposta ao exercício físico no portador de diabetes,

Fernanda Lopes dos Desafios para a Vigilância em Saúde.

DUALIBI, Patrícia;

VALENTE,

Fernando e

DIB, Sérgio A.

2009 Como Diagnosticar e Tratar Diabetes

mellitus do tipo 2 e do tipo 1.

Artigo

DODE, Maria Alice

Souza de Oliveira e

SANTOS, Iná da

Silva dos

2009 Fatores de risco para diabetes

mellitus gestacional na coorte de

nascimentos de Pelotas, Rio Grande

do Sul, Brasil, 2004.

Artigo

Selecionou-se 09 publicações, sendo 08 artigos de revisão e 01 dissertação foram

estudadas questões referentes à associação entre exercício físico e nutrição no

diabético. Tendo como objetivo associar o controle glicêmico e os fatores

nutricionais com a prática do exercício físico.

Os estudos obtidos referentes à nutrição e exercício físico trazem como objetivo

principal a obtenção de um bom controle metabólico necessário para uma boa

qualidade de vida do indivíduo com diabetes. Sendo que, as dificuldades enfrentadas

pelo diabético na mudança de seus hábitos alimentares talvez seja uma das grandes

vilãs no controle glicêmico adequado.

Calliari (2008), aborda o diabetes mellitus na primeira infância, constituindo-o como

um grande desafio, pois a detecção dos sintomas na criança menores de 5 anos torna-

se difícil afinal a mesma possui atividades bastante irregulares dificultando a

observação quanto aos sinais e sintomas referentes ao diabetes. Quanto à

alimentação, as crianças costumam mudar seus hábitos alimentares com muita

frequência, exigindo dos pais modificações na alimentação e monitoração contínua

da doença, adotando hábitos saudáveis que incentivarão a criança ao longo da

infância e adolescência.

É de suma importância o controle do diabetes gestacional através da intervenção

nutricional e os benefícios gerados pelo exercício físico para a gestante, já que um

dos fatores de risco é a obesidade e o ganho de peso excessivo durante a gestação,

possibilitando a instalação da doença. A gravidez é responsável por diversas

alterações no organismo da mulher, dentre essas alterações estão os hábitos

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alimentares modificados e a freqüência da prática de exercícios físicos, gerando

mudanças metabólicas, alterando as necessidades insulínicas.

É fundamental que as pessoas portadoras de diabetes aliem-se a hábitos saudáveis de

alimentação para influenciar no controle da doença, além de optar por uma realização

segura da prática de exercícios físicos, considerando não somente a intensidade do

mesmo, mas também a monitoração contínua da glicemia. Deve-se atentar para uma

dieta saudável combinada com a prática de exercícios físicos para minimizar os

fatores de risco que acompanham o diabetes.

Pensando nas contribuições geradas pelo exercício físico no organismo do portador

de DM, em suas diretrizes, a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006) propõe que

esse indivíduo opte por exercícios aeróbicos como caminhada, ciclismo, corrida,

natação, dança, assim como exercício de resistência para favorecer no controle

metabólico.

Esses exercícios devem ser realizados de três a cinco vezes por semana, com a

duração de 30 a 60 minutos, numa intensidade moderada, mantendo o VO2máx de

50% a > 70%, podendo aumentá-lo gradativamente.

Desta forma, recomenda-se que a prescrição dos exercícios físicos deva obedecer

criteriosamente às normas quanto à intensidade, o tipo e a duração, procurando

manter o indivíduo que o pratica sempre hidratado, sendo fundamental a monitoração

antes, durante e depois do exercício. Além de estar atento para aqueles diabéticos que

apresentam as complicações crônicas advindas da patologia.

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4.2.3. A utilização de programas educativos como estratégia de prevenção às

complicações do diabetes, ampliando o conceito da mesma como uma doença

psicossomática.

TABELA 7. Estudos sobre relação emocional através da vivência cotidiana e

exercício físico no diabético.

AUTORES ANO TÍTULO NATUREZA

ZANETTI, Maria

Lúcia et al

2008 O cuidado à pessoa diabética e as

repercussões na família.

Artigo

COELHO, Camila

Ribeiro;

WECHSLER,

Amanda e

AMARAL, Vera

Lúcia Adami

Raposo do

2008 Dizer e fazer: a prática de exercícios

físicos em portadores de diabetes

mellitus tipo 2.

Artigo

FRAGOSO,

Luciana Vládia

Carvalhêdo et al

2010 Vivências cotidianas de adolescentes

com diabetes mellitus tipo 1.

Artigo

MARCELINO,

Daniela Botti

CARVALHO,

Maria Dalva de

Barros

2009 Reflexões sobre o Diabetes Tipo 1 e

sua Relação com o Emocional

Artigo

Foram selecionados 04 estudos, sendo todos artigos de revisão onde foi enfatizado o

estado emocional como fator relevante no tratamento do diabetes mellitus. Tendo

como objetivo a importância da internalização da doença e a prática do exercício

físico para melhorar a auto-estima do diabético.

Os estudos realizados apontam o Diabetes Mellitus não apenas como um distúrbio

metabólico, onde apenas o organismo humano sofre alterações, mas caracteriza-o

também como um estado emocional onde o individuo tem consciência sobre os

malefícios da doença, mas continua com práticas que não condizem com seu estado

patológico.

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Um estudo chama atenção para essa questão, pois aponta o diabetes como uma

doença psicossomática, já que a mesma não atinge somente o físico, mas também o

emocional, muitas vezes gerando consequências desastrosas e até mesmo

irreversíveis para o portador. Marcelino (2005) coloca que “[...] O emocional é

constituído por aspectos mais profundos internamente e inconscientes, que podem

impedir um bom controle da doença se esta não for internamente aceita”.

Agindo dessa forma, o diabético tende a internalizar sentimentos negativos como

depressão, baixa auto-estima e, risco aumentado, principalmente para as

adolescentes, de distúrbio alimentar como bulimia e anorexia.

É necessária a prática do exercício físico como auxiliar no tratamento psíquico do

diabético, já que essa atividade pode gerar benefícios tanto no corpo quanto na

mente. Mas para que isso ocorra, o paciente precisa assumir responsabilidades diante

do seu tratamento, sendo ativamente participativo para que obtenha resultados

terapêuticos e emocionais no sentido de controle a doença.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (2008) em concordância com a Associação

Americana de Educadores em Diabetes (AADE) sugerem que se desenvolva um

programa de educação em diabetes, onde os sistemas de atendimento ao diabético

promovam capacitação aos educadores, tendo como principal objetivo o

reconhecimento por parte da comunidade dos sintomas do DM para que seja feito um

prognóstico precoce evitando complicações maiores e gerando menos gastos para os

serviços públicos de saúde do país.

Mas também faz-se necessário a educação do paciente com DM como uma forma

fundamental no tratamento do mesmo, já que o paciente diabético muitas vezes

resiste ao tratamento pela não aceitabilidade da doença, dificultando na intervenção

terapêutica.

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4.2.4. A Síndrome Metabólica caracteriza-se por sinais e sintomas de difícil

manejo e controle, onde o exercício físico apresenta-se como uma alternativa

viável e de benefícios duradouros.

TABELA 8. Publicações sobre a Síndrome Metabólica associada a exercícios

físicos como agente preventivo das complicações crônicas e fatores associados.

AUTORES ANO TÍTULO NATUREZA

MCLELLAN, Kátia

Cristina Portero et al

2007 Diabetes mellitus do tipo 2, síndrome

metabólica e modificação no estilo

de vida.

Artigo

SÁ, Naíza Nayla

Bandeira de e

MOURA, Erly

Catarina

2010 Fatores associados à carga de

doenças da síndrome metabólica

entre adultos brasileiros

Artigo

RODRIGUES,

Ticiana C. et al

2010 Caracterização de pacientes com

diabetes Mellitus tipo 1 do sul do

Brasil: Complicações Crônicas e

fatores associados.

Artigo

FURTADO,

Mariana Vargas

POLANcCZVK,

Carisi Anne

2007 Prevenção Cardiovascular em

Pacientes com Diabetes: Revisão

Baseada em Evidências.

Artigo

LOTTENBERG,

Simão Augusto;

GLEZERr, Andrea e

TURATTI, Luiz

Alberto

2007 Síndrome metabólica: identificando

fatores de risco.

Artigo

MENEZES, Aldemir

Smith et al

2005 Exercício Físico e Síndrome

Metabólica

Artigo

Foram escolhidos 06 artigos de revisão fornecendo informações a cerca da

prevalência e formas de tratamento e prevenção da Síndrome Metabólica, assim

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como as complicações crônicas relacionadas a ela. Objetivando as formas

estratégicas para a adoção de um estilo de vida saudável.

A Síndrome Metabólica caracteriza-se pela junção de diversos fatores relacionados

às complicações cardiovasculares e doenças crônicas degenerativas, acometendo em

sua grande maioria indivíduos que optam por um estilo de vida sedentário.

Numa pesquisa realizada por Sá (2010) observa-se que a prevalência da Síndrome

Metabólica entre homens e mulheres aumenta com o avançar da idade, sendo

diretamente influenciado pelo padrão errôneo alimentar e a escassez de exercício

físico.

Neste mesmo estudo, Sá (2010) afirma que 14% da população adulta brasileira, de

ambos os sexos são acometidos pela síndrome metabólica, sendo que com maior

ocorrência entre os idosos, acima do peso, sedentários, para mulheres de baixa

escolaridade, alto consumo de bebida alcoólicas por homens e ex-fumantes.

Em consenso com a Organização Mundial de Saúde, foram estabelecidos indicadores

para a SM, sendo eles: circunferência da cintura elevada para a população de estudo,

triglicérides ≥ 150mg/dL, HDL-colesterol < 40mg/dL para homens e < 50mg/dL para

mulheres, pressão arterial sistólica ≥ 130mmHg e/ou diastólica ≥ 85mmHg e

glicemia de jejum ≥ 100mg/dL.

Deve-se estar atento aos fatores de risco para o desenvolvimento da SM, os quais

são: sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2ou cintura > 102 cm em homens e >88 em mulheres;

hábitos de vida sedentários, idade acima de 40 anos; etnia não-caucasóide; história

pessoal de intolerância à glicose, enfatizando-se que a glicemia 2 h após 75 g de

glicose anidra oral ≥ 140 mg/dl seria uma medida mais sensível do risco da síndrome

metabólica do que a dosagem da glicemia em jejum; história de diabetes gestacional

e diagnóstico de hipertensão arterial, dislipidemia ou doença cardiovascular e o de

maior relevância é o histórico familiar de diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial

ou doença cardiovascular.

Um dos estudos abordados enfatiza-se a melhora em diversos fatores de risco da SM

consequente da prática de exercícios físicos, como nos níveis de HDL, glicemia,

pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica, sendo que esses valores foram

observados nos períodos pré e pós-treinamento físico. Este fato comprova que um

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programa estruturado de exercícios físicos é capaz de alterar em níveis consideráveis

a quantidade de fatores de risco, possibilitando aos portadores da SM retomarem a

uma vida saudável com ausência de possíveis complicações.

Um dos pontos fundamentais encontrados nos artigos é a intervenção educacional

enfatizando o aspecto nutricional e o exercício físico como aliados para reduzir os

fatores de risco relacionados à síndrome metabólica e doenças cardiovasculares.

Deve-se promover a prática de exercícios físicos para prevenção da SM e,

conseqüentemente, de doenças cardiovasculares na vida adulta. Portanto, a mudança

no estilo de vida deve ocorrer de forma gradativa para gerar benefícios à população

acometida desta síndrome.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos conceitos teóricos coletados a cerca do Diabetes Mellitus, este estudo foi

elaborado conforme os dados coletados fundamentados em autores, podendo analisá-

lo em quatro categorias.

Na categoria 1 são abordados os efeitos e respostas fisiológicas do exercício físico no

portador de Diabetes Mellitus concluindo-se que a prática do exercício físico pode

melhorar os níveis de glicose no sangue, além de favorecer o sistema cardiovascular,

a função renal e o perfil lipídico do paciente. Pela dificuldade que os portadores de

DM têm em responder aos estímulos naturais do corpo durante o exercício devido à

produção deficiente de glucagom e insulina podendo ocasionar na hipoglicemia, é

recomendável a ingestão de CHO antes, durante e depois da prática de exercícios

físicos.

A categoria seguinte trata da duração, intensidade e o tipo de exercício físico como

influência do controle do Diabetes Mellitus tipo 1 e 2, gestacional e secundário.

Propõe uma prática segura de exercícios físicos além de hábitos saudáveis de

alimentação para o controle da doença. Recomenda-se que a prescrição dos

exercícios físicos deva obedecer criteriosamente às normas quanto à intensidade, o

tipo e a duração, procurando manter o indivíduo que o pratica sempre hidratado,

sendo fundamental a monitoração da glicemia antes, durante e depois do exercício.

Além de estar atento para aqueles diabéticos que apresentam as complicações

crônicas advindas da patologia.

A categoria 3 propõe a utilização de programas educativos como estratégia de

prevenção às complicações do diabetes, já que os estudos realizados apontam o

Diabetes Mellitus não apenas como um distúrbio metabólico mas amplia o conceito

da mesma como uma doença psicossomática. Não se pode negligenciar que, em

sendo o Diabetes Mellitus uma doença crônica que exige adaptações e alterações

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pessoais no estilo de vida, faz-se necessário que o educador físico adote uma postura

de decidir junto a seus pacientes quais medidas são mais pertinentes e passíveis de

execução do exercício físico, respeitando a individualidade biológica de cada um.

Desta forma, o educador físico estará encorajando os pacientes a assumirem a

responsabilidade de seu próprio controle, através de um processo colaborativo e não

essencialmente prescritivo. É preciso considerar ainda que, mudanças de

comportamento tão significativas quanto as que se espera do paciente diabético, não

podem ser impostas e ocorrem somente ao longo do tempo com a compreensão da

necessidade de mudança.

Por fim, a categoria 4 apresenta o exercício físico como uma alternativa viável e de

benefícios duradouros para o portador de Síndrome Metabólica. Neste ponto, é

fundamental uma intervenção nutricional e a prática do exercício físico para auxiliar

na redução dos fatores de risco para esta síndrome. Pois a prática do mesmo,

comprovada através de estudos, melhora os níveis de HDL, glicemia e pressão

arterial sistólica e diastólica, além de promover o bem-estar do paciente. Portanto, a

mudança no estilo de vida deve ocorrer de forma gradativa para gerar benefícios à

esta população.

Diante da complexa problemática apresentada, considera-se de fundamental

importância o envolvimento e participação de uma equipe de saúde multiprofissional,

visando uma melhor qualidade da assistência prestada aos diabéticos. E ao

profissional de Educação Física, cabe proporcionar a esta população oportunidades

de prática de exercícios físicos programados, assim como a orientação quanto à

mudança no estilo de vida para que se minimizem os efeitos causados pelo Diabetes

Mellitus.

É recomendável a realização de uma pesquisa prática na população deste município

com o maior número possível de pessoas para identificar a melhor dose resposta de

um programa de exercícios físicos, além de conhecer e avaliar a prevalência do

diabetes e as proporções que a doença alcançou no município.

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