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Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

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Page 1: Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

Hipoglicemia

Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

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Hipoglicemia

Introdução

Condição clínico-laboratorial caracterizada pela

Tríade de Whipple:- Glicemia sérica < 45mg/dL- Presença de sintomas atribuíveis- Melhora do sintomas após administração de glicose

• Pouco comum

•A presença da tríade é necessária pois:• Sintomas não são específicos (histeria, ansiedade, depressão, angina…)

• Erros laboratoriais e artefatos: policitemia e leucemia (consumo de glicose pelos leucocitos e eritrócitos)

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Controle da Glicemia

Hormônios hiperglicemiantes X hipoglicemiante

INSULINA: Insulina

Pré-pró-insulina Pró-insulina

Peptídeo CAções:

- Diminui produção hepática de glicose ( glicogenólise e gliconeogênese)

- Aumenta a captação de glicose pelos músculos e tecido adiposo

- Ações antiproteolítica e antilipolítica ( aporte de precursores para a gliconeogênese)

UPTODATE versão 16.1

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Hipoglicemia

RESPOSTA FISIOLÓGICA À HIPOGLICEMIA

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928Amiel, AS. Ann. Endocrinol., 2004; 65 (1): 85-87

Glic (mg/dL) Resposta hormonal

< 80 INSULINA:Estímulo da gliconeogênese, glicogenólise e lipólise.Inibição do consumo de glicose pelo músculo

< 65 a 70 GLUCAGON (principal CR):Estímulo da gliconeogênese e glicogenólise hepáticas.

< 65 a 70 ADRENALINA E NORADRENALINA:Efeitos semelhantes ao glucagon no fígado.Estímulo da lipólise e inibição da captação muscular de glicose.Sintomas de “alerta”

< 60 GH E CORTISOLEstimulo da lipólise e a gliconeogêneseEstímulo da proteólise (cortisol)

Falha nos mecanismos CR = hipoglicemia

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Hipoglicemia

Manifestações ClínicasAUTONÔMICAS (Gl < 60 mg/dL)

ADRENÉRGICOS:- Taquicardia- Palpitações- Tremores- Ansiedade

COLINÉRGICOS:- Sudorese- Fome- Parestesias

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

NEUROGLICOPÊNICAS (Gl < 50 mg/dL)

Cefaléia LetargiaIrritabilidade Distúrbios comportamentaisDificuldade de concentração e raciocínioTontura

DesorientaçãoVisão turvaSonolênciaConfusão mentalComa (Gl < 30 mg/dL)Convulsões (Gl < 20 mg/dL)

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Hipoglicemia

Etiologia

• CLASSIFICAÇÃO

JEJUM (PÓS ABSORTIVA) X PÓS PRANDIAL (REATIVA)

COM HIPERINSULINISMO X SEM HIPERINSULINISMO

APARÊNCIA SAUDÁVEL X APARÊNCIA DOENTE

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Service, FJ. Classification of hypoglycemic disorders. Endocrinol Metab Clin North Am 1999; 28:501

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Hipoglicemia

• Causas mais comuns

- Aparência doente ñ-DM: IR ou IH graves, desnutrição, infecções graves e choque

- Aparência saudável: insulinoma e uso factício de insulina/hipoglicemiantes oraisClinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

É a causa mais comum de hipoglicemia!

PRINCIPAIS:

INSULINA (o risco é menor com os análogos)

SULFONILURÉIAS, GLINIDAS

ETANOL:

- Inibe a gliconeogênese hepática. Hipoglicemia surge após consumo de álcool sem ingesta alimentar adequada (depleção hepática de glicogênio).

- Estudo realizado em roedores demonstrou um outro mecanismo: aumento da secreção de insulina. (Endocrinology, 2008; 149(1): 232-236)

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Huang Z. Endocrinology, 2008;149(1): 232-236

Hipoglicema Induzida por Drogas

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Hipoglicemia

OUTRAS DROGAS:

PENTAMIDINA:

- Lise de céls β pancreáticas - hiperinsulinismo com hipoglicemia seguido de hiperglicemia

SALICILATOS(altas doses), β- BLOQ, SULFONAMIDAS, ANTIARRÍTMICOS (quinidina, disopiramida)

ANTIBIÓTICOS (gatifloxacina, levofloxacina)

O TRATAMENTO É SUSPENDER OU REDUZIR DOSE!

Hipoglicema Induzida por Drogas

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Huang Z. Endocrinology, 2008;149(1): 232-236

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Hipoglicemia

Drug-Induced Hypoglycemia: a Systematic Review

(Murad MH, et al. JCEM, 2009;94(3):741-745)

- 448 estudos hipog induzida por droga Hipog. com 164 drogas diferentes

- Objetivo: avaliar a qualidade das evidências e a força da associação

- Maioria dos estudos: observacionais (83%)

- Maior parte dos estudos com evidências fracas

- Fatores de confusão: 39% (uso de insulina, sulfoniluréias, IR, sepse, choque)

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Hipoglicemia

Insulinoma

• São tumores de células β- pancreáticas produtores de insulina

• 04 casos/milhão/ano

• Mulheres (59% dos casos). Quarta e sexta décadas de vida

• 99% no pâncreas

• 92% são esporádicos e 8% associados a NEM I

• Tamanho: 85-90% < 02 cm

• Maioria (90%): benignos e únicos

NEM I 40-90% são múltiplos

• Malignidade (presença de meta!!!): 5-10% - Tumores malignos são > 06cm

• Sobrevida: 88% (benigno) x 29% (maligno) em 10 anos

Service FJ, et al. Mayo Clin Proc, 1991;66(7):711-719Meister LHF, et al. Arqui Bras Endocrinol Metab, 2002;46(5):601-605Alexakis N, et al. Best Pract ResClin Gastroenterol, 2008;22:183-205

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Hipoglicemia

Insulinoma

• QUADRO CLÍNICO

- Sintomas neuroglicopênicos, habitualmente de JEJUM.

(Podem surgir sintomas no período pós-prandial)

- ↑ ingesta alimentar + efeitos anabólicos da Insulina → ganho de peso

Service FJ, et al. Mayo Clin Proc, 1991;66(7):711-719Meister LHF, et al. Arqui Bras Endocrinol Metab, 2002;46(5):601-605Alexakis N, et al. Best Pract ResClin Gastroenterol, 2008;22:183-205

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Secular Trends in the Presentation and Management of Functioning Insulinoma at the Mayo Clinic, 1987-2007

(Placzkowisk KA, et al. JCEM, 2009;94(4):1069-1073)

Objetivo: avaliar mudanças na apresentação, no diagnóstico e na avaliação radiológica de pctes com insulinoma na Mayo Clinic (1987-2007)Resultados:- 237 pctes (135 mulheres, 57%), com 17-86 anos (média de 50 anos)- Malignidade: 4%- NEM I: 6%- Sintomas: Hipoglicemia de jejum 73%

Hipoglicemia pós-prandial 6%Hipoglicemia de jejum + pós-prandial 21%

Hipoglicemia

Dados avaliados Período1987-1992 2003-2007

Pacientes com apenas HPP 2% 10%

Avaliação ambulatorial 34% 83%

Localização pré-op do tumor 74% 100%

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Hipoglicemia

Insulinoma

• EXAMES DE LOCALIZAÇÃO

PROCEDIMENTOS NÃO-INVASIVOS

- USG transabdominal (S = 13-67%)

- Tomografia (S = 70-80%)

- RNM (S = 85%)

- Cintilografia com octreotide (Octreoscan) (S = 50%)

- PET (18F Fluoro-L-DOPA)

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

Kauhanen S et al. JCEM, 2007;92(4):1237-1244

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Hipoglicemia

Fluorine-18-L-dihydroxyphenylalanine positron emission tomography (18F-FDOPA PET) -Cada vez mais utilizado na abordagem diagnóstica de tumores neuroendócrinos. Tem demonstrado ser uma ferramenta precisa no diagnóstico de hiperinsulinismo congenito, mas a informação disponível é limitado no seu valor na doença de adulto.

05 pacientes com insulinoma (01 maligno)

01 paciente com Hiperpl difusa das cél. Β.Apenas 01 caso foi identificado pelo PET (18F Fluoro-L-DOPA).

A. Octreoscan B. PET/CT convencionalC. 18F Fluoro-DOPA PETD. 18F Fluoro-DOPA PET-CT

J Clin Endocrinol Metab. 2010 Jan;95(1):303-7. Epub 2009 Nov 13.

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Hipoglicemia

Insulinomas exibem alta densidade de receptores para GLP-1.PET-CT com 111In-DOTA-exendin-4

LESÃO FOI IDENTIFICADA NOS SEIS PACIENTES DO ESTUDO.

A. 20 min B. 04h C. 3d D. 04h D. 3d

J Clin Endocrinol Metab. 2009 Nov;94(11):4398-405. Epub 2009 Oct 9.

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Hipoglicemia

Insulinoma

• EXAMES DE LOCALIZAÇÃO

PROCEDIMENTOS INVASIVOS

- USG endoscópica pré-operatória (S = 90%)

- USG transoperatória mais sensível e específico Associada à palpação do pâncreas pelo cirurgião consegue detectar até 98% dos insulinomas.

- Cateterismo trans-hepático da veia porta (S = 67%) ↑ da insulina na área de drenagem pancreática correspondente à localização do insulinoma.

- Injeção arterial pancreática seletiva de cálcio

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

Guettier JM et al. JCEM, 2009;94(4): 1074-1080

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HipoglicemiaRadiology. 1991 Jan;178(1):237-41.

Insulinomas: localization with selective intraarterial injection of calcium.Doppman JL, Miller DL, Chang R, Shawker TH, Gorden P, Norton JA.Source Diagnostic Radiology Department, Warren G. Magnuson Clinical Center, National Institutes of Health, Bethesda, MD 20892.

RESUMO- Para facilitar a localização não invasiva pré-operatória de tumores neuroendócrinos menos de 15 mm de diâmetro, os autores examinaram o uso de cálcio como um secretagogo de insulina. - Em 4 pacientes com hipoglicemia episódica, foi injetado gluconato de cálcio diretamente nos ramos do plexo celíaco e da artéria mesentérica superior.

- Em todos os pacientes, o nível séricos de insulina aumentou abruptamente em amostras de sangue colhidas da veia hepática direita após a infusão de cálcio na artéria que irriga o tumor (na artéria que não irriga o tumor não houve aumento semelhante). - Com base nesses resultados, os autores acreditam injeção arterial pancreática seletiva de cálcio é um procedimento que pode substituir a amostragem venosa portal invasivo como o método mais eficaz para a localização de insulinomas ocultos.

Page 19: Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

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Hipoglicemia1995 American College of Physicians

Localization of Insulinomas to Regions of the Pancreas by Intra-arterial Stimulation with Calcium John L. Doppman, MD; Richard Chang, MD; Douglas L. Fraker, MD; Jeffrey A. Norton, MD; H. Richard Alexander, MD; Donald L. Miller, MD; Elaine Collier, MD; Monica C. Skarulis, MD; and Phillip Gorden, MD

• Para estimular a liberação de insulina, 25 pacientes com insulinomas cirurgicamente comprovada (diâmetro médio de 15 mm) teve gluconato de cálcio injetado antes da cirurgia nas artérias gastroduodenal e artérias mesentéricas sup e artéria esplénica.

• Medições: níveis de insulina foram medidos em amostras colhidas a partir das veias hepáticas direita e esquerda após a injecção de cálcio. • Um aumento de 2x no nível de insulina localizava o insulinoma.

• Comparou a localização feita através da estimulação de cálcio com a localização usando USG transcutânea (n = 22), TC (n = 23), RNM (n = 21), a arteriografia (n = 25), e amostragem venosa portal (n = 9).

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Hipoglicemia1995 American College of Physicians

Localization of Insulinomas to Regions of the Pancreas by Intra-arterial Stimulation with Calcium John L. Doppman, MD; Richard Chang, MD; Douglas L. Fraker, MD; Jeffrey A. Norton, MD; H. Richard Alexander, MD; Donald L. Miller, MD; Elaine Collier, MD; Monica C. Skarulis, MD; and Phillip Gorden, MD

• Resultados: estimulação de cálcio localizou 22 de 25 insulinomas (sensibilidade, 88% [IC 95%, 68% a 97%]) para a região correta do pâncreas.

Sensibilidade outros métodos: 9% USG (Cl, 1% a 23%), 17% TC (Cl, 5% a 39%), 43% RNM (Cl, 22% a 66 %), 36% arteriografia (Cl, 18% a 57%), 67% amostragem venosa portal (Cl, 30% a 93%). Estimulação de cálcio adicionou apenas alguns minutos para o tempo necessário para arteriografia pancreática e não aumentou morbidade.

• Conclusão: a estimulação intra-arterial de cálcio com a amostragem da veia hepática direita para gradientes de insulina é o teste pré-operatório mais sensível para localização de insulinomas.

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Hipoglicemia

Insulinoma

Injeção arterial pancreática seletiva de cálcio

- muito caro, invasivo e pouco disponível

- cálcio estimula secreção de insulina pelo insulinoma, mas não pelas células beta normais, logo dosagem de ↑ insulina localizará o tumor

- Infusão sequencial de gluc. de ca (0,25mEq de calcio/kg) nas aa. gastroduodenal, mesentérica sup. e esplênica,

- Dosagens de insulina na v. hepática dir. (basal e pós cada infusão – 30/30 seg até 120 seg)

- Elevação da insulina > 2x o valor basal indica a localização do tumor:

Útil quando as imagens são negativas! ≠ anomalias focais (insulinoma) X difusas (hiperplasia de ilhota pancreática)

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

Guettier JM et al. JCEM, 2009;94(4): 1074-1080

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Hipoglicemia

cabeça do pâncreas (gastroduodenal)

processo uncinado (mesentérica superior)

corpo ou cauda do pâncreas (esplênica)

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Hipoglicemia

InsulinomaTRATAMENTO CIRURGIA (cura em 77-100%) - Enucleação do tumor - Pancreatectomia progressiva distal (pp nas suspeitas de malignidade, qd tumor está no corpo ou cauda do pâncreas e casos de NEM-1)

MEDICAMENTOSO Indicações: Recusa / Contra-indicação à cirurgia / Pré-operatório

TU não curado pela cirurgia ou Insulinomas metastáticos

Diazóxido:

- Agente de escolha.

- Inibe liberação de insulina via estímulo de receptores α-adrenérgicos nas cels β-pancreáticas e ↑ glicogenólise. 300-1200mg/d

- EC: edema, hipercalemia, hirsutismo

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

InsulinomaTRATAMENTO MEDICAMENTOSO

HCTZ: - ↓ edema e hipercalemia provocados pelo diazóxido, e potencializa seus efeitos hiperglicemiantes (12,5 a 50 mg/d)

Octreotide:

- Inibe secreção de insulina (50-150µg SC2x/d)

- tu octreoscan +

Verapamil:

- 80 mg 3x/d (inibe secreção de insulina)

Insulinomas malignos: ressecção do tumor + metástases qd possível, e/ou QT

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Tumores de células não-β

• Causa rara de hipoglicemia de jejum!

TUMORES MESENQUIMAIS (maioria): De grande volume

Fibrossarcoma, mesotelioma, leiomiossarcoma.

TUMORES EPITELIAIS, NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS

• MECANISMOS:- Produção de IGFII ou pró-IGF II - ↑ da utilização da glicose e inibição da secreção do GH.

Produção de IGF I (relato)- Utilização excessiva de glicose pelo tumor- Comprometimento da produção hepática de glicose (metástases)

• Pró-IGFII / IGFII ↑ Como vai haver supressão do GH → ↓IGFI → IGFII / IGFI ↑

Naudk, et al. JCEM, 2007;92(5):1600-1605Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

Lawson EA, et al. JCEM, 2009;94(7):2226-2231

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Hipoglicemia

Tumores de células não-β

• A secreção endógena de insulina está suprimida!

• TRATAMENTO: Tratamento do TU (cirurgia, radioterapia, quimioterapia) Glicocorticóides

GH Octreotide

Naudk, et al. JCEM, 2007;92(5):1600-1605Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

Lawson EA, et al. JCEM, 2009;94(7):2226-2231

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Hipoglicemia

Auto-Imune

ANTICORPOS ANTI-INSULINA (Dça de Hirata)

ANTICORPOS ANTI-RECEPTOR DE INSULINA

Redmon JB, et al. Endocrinol Metabol Clin North Am, 1999; 28(3):603-618Halsall DJ et al. JCEM 2007;92(3):2013-2016

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Hipoglicemia

Auto-Imune

ANTICORPOS ANTI-INSULINA (Dça de Hirata)- Desordem rara. 99% japoneses e coreanos

- Associação com dças auto-imunes (Graves, LES, AR), medicamentos (metimazol, captopril, hidralazina, interferon), discrasias plasmocitárias.

- Hipoglicemia PÓS-PRANDIAL (após 3 a 4h) – liberação tardia da insulina.

- Níveis de insulina > 100 μU/Ml

- Tratamento: Maioria dos casos resolve espontaneamente

Casos prolongados e severos: dietoterapia + corticóides

ANTICORPOS ANTI-RECEPTOR DE INSULINA - Predomina em mulheres. Associada a dças auto-imunes (LES, tireoidite de

Hashimoto, PTI) e neoplasias (Dça de Hodgkin). - Hipoglicemia de JEJUM ou PÓS-PRANDIAL - Efeito PARADOXAL: resistência insulínica, acantose nigricans, hiperglicemia - Tratamento: altas doses de corticóides

Redmon JB, et al. Endocrinol Metabol Clin North Am, 1999; 28(3):603-618Halsall DJ et al. JCEM 2007;92(3):2013-2016

Page 29: Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

Hipoglicemia no adulto não diabético

Hipoglicemia pós-prandial

•Hipoglicemia alimentar:

- pós cirurgia que aceleram trânsito intestinal, pp gastrectomia

- hipoglicemia 2-3h pós refeição

- Rápida absorção de glic.→ Hiperglicemia precoce→ hiperinsulinemia

- TTO: refeições pequenas e frequentes, ricas em fibras e proteínas e pobre em carboidratos simples

___________________________________________________________________Hipoglicemia. Bandeira F. Endocrinologia Básica e Diabetes. 2nd Ed. 2009. 919-928

Page 30: Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

Hipoglicemia no adulto não diabético

Hipoglicemia pós-prandial

• Diabetes oculto:

hiperglicemia 2-3h pós alimentação

(por déficit de secreção de insulina precoce)

- Pte obesos e hist familiar de DM

- Rara. O diagnóstico é confirmada ao surgir DM no futuro

- TTO: redução do peso, refeições pequenas e frequentes, ricas em fibras e proteínas e pobre em carboidratos simples

hipoglicemia, 4-5h pós alimentação

(por hiperinsulinemia de rebote)

___________________________________________________________________Hipoglicemia. Bandeira F. Endocrinologia Básica e Diabetes. 2nd Ed. 2009. 919-928

Page 31: Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

Hipoglicemia no adulto não diabético

Hipoglicemia pós-prandial

• Hipoglicemia pancreatógena não-insulinoma:

- Muito rara.

- 0,5-7% dos casos de hipoglicemia hiperinsulinêmica endógena

- Predominante em homens.

• MECANISMO:

- hiperinsulinemia + hiperplasia de ilhotas pancreáticas

- Chamada de nesidioblastose ou hiperplasia difusa das ilhotas ou sd do hiperinsulinismo pancreatógeno não insulinoma

___________________________________________________________________Hipoglicemia. Bandeira F. Endocrinologia Básica e Diabetes. 2nd Ed. 2009. 919-928

Page 32: Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

Hipoglicemia no adulto não diabético

Hipoglicemia pós-prandial

• Hipoglicemia pancreatógena não-insulinoma:

• DIAGNOSTICO:

- Teste do jejum é negativo.

- Testes pós alimentares = hipoglicemia grave com hiperinsulinismo

- Laboratorialmente semelhante ao insulinoma

- Localização radiográfica negativa.

- Teste com injeção arterial seletiva de cálcio é útil no diagnóstico e para guiar extensão da pancreatectomia.

• TRATAMENTO:

Pancreatectomia parcial

Medicações: diazóxido, octreotide

___________________________________________________________________Hipoglicemia. Bandeira F. Endocrinologia Básica e Diabetes. 2nd Ed. 2009. 919-928

Page 33: Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

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Hipoglicemia

Hipoglicemia pós-gastroplastia

• Pp após gastroplastia em Y de Roux (6m a 8a após a cirurgia)

• Hipoglicemia hiperinsulinêmica (2-3h pós-refeição)

• MECANISMOS (hipóteses):

1) ↑ níveis de peptídeos tróficos das células beta, como GLP-1, pode contribuir para hipertrofia dessas células

NESIDIOBLASTOSE

2) Redução do tamanho e da atividade das cels β desproporcional à redução do IMC

Service GJ et al. NEJM, 2005; 353:249-54Golfine AB et al. JCEM, 2007;92(12):4678-4685

Hipoglicemia pós-prandial

Page 34: Hipoglicemia Apresentador: Juliana Maia Coordenador: Francisco Bandeira, MD, PhD, FACE

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Hipoglicemia

Hipoglicemia pós-gastroplastia

• DIAGNÓSTICO

• Teste do jejum é negativo.

• Testes pós alimentares = hipoglicemia com hiperinsulinismo

• Teste com injeção arterial seletiva de cálcio é útil no diagnóstico.

• TRATAMENTO:

• Tentar dieta ou medicações que retardem absorção de nutrientes (inibidor αglucosidase) → resultados limitados

• Medicações: diazóxido, octreotide

• Pancreatectomia parcial

Service GJ et al. NEJM, 2005; 353:249-54Golfine AB et al. JCEM, 2007;92(12):4678-4685

Hipoglicemia pós-prandial

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Hipoglicemia no adulto não diabético

Hipoglicemia associada a baixa produção hepática de glicose

• DEFICIÊNCIA DE CORTISOL OU GH

Mais comum em crianças

Tratamento: reposição

• DOENÇAS GRAVES

Insuficiência cardíaca, renal ou hepática

Sepse, choque, inanição

Malária

- Mecanismos:

Diminuição da produção hepática de glicose

Aumento da utilização periférica de glicose

___________________________________________________________________Hipoglicemia. Bandeira F. Endocrinologia Básica e Diabetes. 2nd Ed. 2009. 919-928

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Hipoglicemia

Hipoglicemia Neonatal e na Infância

CINCO GRUPOS

1) Hipoglicemia Neonatal Transitória

2) Hipoglicemia Hiperinsulinêmica Persistente

3) Erros Inatos do Metabolismo

4) Hipoglicemia Cetótica da Infância

5) Outras causas

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Hipoglicemia neonatal e na infância

• HIPOGLICEMIA NEONATAL TRANSITÓRIA

Principais causas:Prematuridade

PIG

Asfixia

Diabetes Materno

Outras causas:Eritroblastose fetal

Síndrome de Beckwith-Wiedemann

Hussain K et al. JCEM, 2005;90(7):4376-4382Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA PERSISTENTEou hiperinsulinismo congênito

• Causa mais comum de hipoglicemia persistente na infância. 1:50.000 NV

• Surgimento dos sintomas: do nascimento até 18m.

• Pode ser familiar ou esporádica

Síndrome da Dismaturidade das Ilhotas Pancreáticas• Hiperplasia FOCAL ou DIFUSA das ilhotas (NESIDIOBLASTOSE)

- Diagnóstico focal x difusa: Teste com injeção arterial seletiva de cálcio PET (18F Fluoro-L-DOPA)-TC- TRATAMENTO: Diazóxido ou octreotide (baixa resposta) Pancreatectomia parcial (FORMA FOCAL) ou quase-total (DIFUSA)

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928Barthlen W et al. JCEM, 2008;93(3):869-875

Hipoglicemia neonatal e na infância

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Hipoglicemia

Barthlen W et al. JCEM, 2008;93(3):869-875

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Hipoglicemia

• HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA PERSISTENTEHipoglicemia Hiperinsulinêmica Persistente FAMILIAR

- FORMA RECESSIVA (mutações no SUR1 ou Kir6.2)

Despolarização permanente da cél β → Hiperinsulinismo

GIG + Hipoglicemia grave

- FORMA DOMINANTE (causa genética desconhecida)

Mais rara e menos grave

- TRATAMENTO:

Pancreatectomia subtotal (FORMA RECESSIVA)

Diazóxido (FORMA DOMINANTE)

* SUR1 = gene do receptor da sulfoniureia. Uma subunidade do canal de K+ dependente de ATP que regula a exocitose dos grânulos de insulina

* Kir6.2 = outra subunidade do canal de K+ dependente de ATP

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

Hipoglicemia neonatal e na infância

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Hipoglicemia

Hipoglicemia neonatal e na infância

• ERROS INATOS DO METABOLISMO1) GLICOGENOSES : dças do armazenamento do glicogênio (seis tipos)

Tipo 1: é o mais comum

1A : def. da glicose 6-fosfatase

1B, 1C e 1D: def. do transporte de glicose 6-fosfato no hepatócito

Déficit na glicogenólise e na gliconeogênese

Hipoglicemia grave se inicia na fase neonatal

TTO: Infusão contínua de glicose por SNG, refeições a cada 2-3h, amido de milho cru 4/4h

TRANSPLANTE HEPÁTICO é o tratamento definitivo!

Tipo 3 e 6: Def. de amilo-1,6-glicosidase e fosforilase hepática.

Déficit apenas da glicogenólise

Hipoglicemia mais leve

Tto: refeições frequentes ricas em proteínas

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Hipoglicemia neonatal e na infância

• ERROS INATOS DO METABOLISMO2) GALACTOSEMIA Def. da galactose-1-fosfato uridil transferase

Acúmulo de galactose-1-fosfato

Inibição da glicogenólise

Hipoglicemia desde a primeira ingestão de leite

TTO: Exclusão da lactose da dieta

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Hipoglicemia neonatal e na infância

• ERROS INATOS DO METABOLISMO3) INTOLERÂNCIA HEREDITÁRIA À FRUTOSE Def. da frutose-1-fosfatoaldolase

Acúmulo da frutose-1-fosfato

Inibição da glicogenólise e da gliconeogênese

Hipoglicemia surge após introdução de sucos e frutas

TTO: Evitar a ingestão de frutose

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Hipoglicemia neonatal e na infância

• HIPOGLICEMIA CETÓTICA DA INFÂNCIA- Principal causa de hipoglicemia entre 18m e 03 anos

- PATOGÊNESE: Deficiência da produção hepática de glicose durante jejum Fornecimento deficiente de aminoácidos para a gliconeogênese

- Deflagrada por restrição calórica ou infecções

- Cetonúria/cetonemia associada a hipoglicemia (cetonúria precede a hipoglicemia)

- Resolução espontânea antes da adolescência

- TRATAMENTO:

Evitar jejum prolongado

Monitorar cetonúria durante doenças intercorrentes

Marcus C et al. JCEM, 2007;92(11):4080-4084Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Hipoglicemia neonatal e na infância

• OUTRAS CAUSAS

1) Deficiência de cortisol ou GH

Mais comum em crianças:

Deficiências combinadas ou isoladas de GH ou ACTH

Insuficiência adrenal primária (HAC)

Hipoplasia adrenal

Falência poliglandular auto-imune

- Tratamento: reposição

2) Doenças graves

Insuficiência hepática, cardíaca, tumores de células não-beta, etc

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Avaliação Diagnóstica

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Hipoglicemia

PRIMEIRO PASSO

CONFIRMAR A TRÍADE DE WHIPPLE

• ANAMNESE E EXAME FÍSICO

- Exposição a medicações (factícia?) ou álcool- Doenças crônicas- Deficiências hormonais- Tumores de células não-β

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Avaliação diagnóstica

Pte com hipoglicemia associada a doença de base evidente, não necessitam geralmente de avaliação laboratorial minuciosa Às vezes precisa de exames específicos:

- dosagem de IGF-2 (↑ nos tumores não pancreáticos)- cortisol (↓ na insuficiência adrenal)- glicemia pós-glucagon (baixa resposta glicêmica na sepse, ICC, IH e

qualquer doença associada à depleção de glicogênio hepático)

Hipoglicemia. Bandeira F. Endocrinologia Básica e Diabetes. 2nd Ed. 2009. 919-928

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Hipoglicemia

Avaliação diagnóstica• EXAMES

- Glicemia, insulina, peptídeo-C, proinsulina, β-hidroxibutirato e sulfoniluréias

DURANTE HIPOGLICEMIA ESPONTÂNEAou

TESTE DO JEJUM PROLONGADO (72h)

Diagnóstico diferencial: Hiperinsulinismo (endo ou exógeno) x outras causas

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

Avaliação diagnóstica

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Hipoglicemia

Avaliação diagnóstica

Teste jejum prolongado

• Duração clássica = 72h.

•Hirshberg et al = análise retrospectiva que uma duração de 48 horas mantém a mesma sensibilidade para o diag de insulinoma.

• Service et al = série de 205 pcts, relataram que 14% dos pctes com insulinoma não desenvolveram a tríade de Whipple antes de 48h de jejum.

• Frajans e Vinik - avaliando pacientes com hiperinsulinismo endógeno por desordens de celulas-b pancreaticas, coletaram amostras apos jejum de 12h durante a noite por varios dias, tendo encontrado glicose plasmatica < 50 mg/dL em 76% e glicose plasmatica < 60 mg/ dL em 86% dos casos. (=minijejum)

Hirshberg et al . J Clin Endocrinol Metab 2000; 85:3222-3226.Service et al J Clin Endocrinol Metab 2000; 85:3973-3974.

Frajans SS, Vinik AI. Endocrinol Metab Clin North Am. 1989;18(1):45-74.

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Hipoglicemia

-24 pctes com hipoglicemia por hiperinsulinismo endógeno.- 19 por insulinoma (6 com NEM-I), 3 por nesidioblastose, e 2 comhistopatologia não conhecida (não submetidos a cirurgia).

O estudo mostrou que, após a realização do teste de jejum de 12h (minijejum) em três dias diferentes, todos os pacientes preencheram os critérios diagnósticos de hipoglicemia por hiperinsulinismo endógeno.

Arq Bras Endocrinol Metab. 2012;56/2

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Hipoglicemia

Avaliação diagnóstica

Teste jejum prolongado

• Para evitar erros de diagnósticos, recomenda-se realizar teste padrão de 72h

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Avaliação diagnósticaINSULINA> 6µu/Ml (RIE) ou >3µu/Ml (QM) + Gl <45 mg/dL: HIPERINSULINISMO

(endógeno ou exógeno)

Insulinomas: < 100

Hipoglicemia factícia: > 100

Hipoglicemia auto-imune: >100, muitas vezes > 1000

PEPTÍDEO C e PRÓ-INSULINAElevados (≥ 0,2 nmol/L e ≥ 5 pmol/L)

HIPERINSULINISMO ENDÓGENO:

Insulinomas X Nesidioblastose X Sulfoniluréias

Suprimidos

HIPERINSULINISMO EXÓGENO (uso de insulina)

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Avaliação diagnósticaβ-HIDROXIBUTIRATODiminuído (≤ 2,7 nmol/L):

HIPERINSULINISMO (endo ou exógeno)

HIPOGL. POR IGF-2 (insulina-símile)

Durante um jejum prolongado, nível > 2,7 nmol/L exclui insulinoma.

SULFONILURÉIASDiagnóstico diferencial entre hipoglicemia FACTÍCIA e INSULINOMAS.

GLUCAGON (01 mg EV após o jejum)

HIPERINSULINISMO:

aumento ≥ 25mg/dL na glicemia pós 20-30min

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

β hidroxibutirato ↓ na hipoglicemia mediada por insulina ou fatores insulina-like devido a ação anticetogênica da insulina

A insulina é anti-glicogênica elevando os níveis de glicogênio no fígado que serão liberados após estímulo com glucagon

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Hipoglicemia

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

NPHS = noninsulinoma pancreatogenous hypoglicemia syndromePGBH = póst gastric bypass hyopglicemia

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Hipoglicemia

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

NPHS = noninsulinoma pancreatogenous hypoglicemia syndromePGBH = póst gastric bypass hyopglicemia

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Hipoglicemia

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

NPHS = noninsulinoma pancreatogenous hypoglicemia syndromePGBH = póst gastric bypass hyopglicemia

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Hipoglicemia

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

NPHS = noninsulinoma pancreatogenous hypoglicemia syndromePGBH = póst gastric bypass hyopglicemia

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Hipoglicemia

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

NPHS = noninsulinoma pancreatogenous hypoglicemia syndromePGBH = póst gastric bypass hyopglicemia

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Hipoglicemia

Avaliação diagnóstica

Hipoglicemias pós-prandiais:

- Pctes com hipoglicemia pós-prandial, paciente deve fazer um teste de jejum prolongado, já que não há padronização das dosagens pós-prandiais e os insulinomas também podem se manisfestar com sintomas pós-prandiais.

Hipoglicemia. Bandeira F. Endocrinologia Básica e Diabetes. 2nd Ed. 2009. 919-928

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Hipoglicemia

Avaliação diagnóstica

Teste da Refeição Mista

• Não há padronização para interpretação do teste → utiliza-se os valores dos testes de jejum

• PROTOCOLO:

• Após uma noite de jejum, usar uma refeição mista semelhante à que o pcte relata ter causado sintomas (ou usar uma fórmula comercial mista).

• Colher amostras para a glicose, insulina, péptido-C, e pró-insulina antes da ingestão e cada 30 min até 300 min após a refeição.

• Teste + qdo ocorrerem sintomas na vigência de ↓ glicemia plasmática.

• TTOG não deve ser utilizado como teste diagnóstico para Hipoglicemia.

( pelo menos 10% das pessoas normais têm glicemias = 50 mg/dL nas fases tardias).

Clinical Practice Guideline. JCEM, 2009; 94(3): 709-728

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Hipoglicemia

Avaliação Diagnóstica

• OUTROS EXAMESTESTE DE SUPRESSÃO DO PEPTÍDEO C

- INDICAÇÕES:

Rastreamento (baixa suspeição)

Teste de jejum prolongado inconclusivo

- Administra-se 0,125 U/Kg de IR EV

- Dosa-se o peptídeo C basal e 60 min após.

- Insulinoma: não suprime como nas pessoas normais

- Supressão depende da idade e do IMC

- Vantagem: Exame rápido e sem internamento

Desvantagem: Não se sabe sensibilidade e especificidade.

*Pcte com glicemia < 60 não deve fazer o teste

Bandeira F, et al. Endocrinologia e Diabetes, 2009; cap 87: 919-928

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Hipoglicemia

Avaliação Diagnóstica

TESTE DE SUPRESSÃO DO PEPTÍDEO C

Service at al J Clin Endocrinol Metab 1992; 74:204-210.

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Hipoglicemia

InsulinomaRelato de caso 1: JWS, 20 anos, masculino- 9 meses quadro de síncopes e crise convulsivas associados a hipoglicemia. - Negava DM ou dças endócrinas. - Exame físico sem alterações, IMC = 26.9Kg/m².

Exames laboratoriais: - GJ: 40mg/dL; - insulina sérica: 18.5uUI/mL; - peptídeo C: 4.68ng/mL;

Exames para localização -TAC de abdome não localizou - Cateterismo do tronco celíaco para dosagem de insulina pós-estímulo com cálcio → resultado positivo em artéria esplênica proximal e distal → sugerindo insulinoma em cauda de pâncreas. - TTO = Pancreatectomia distal → histopatológico confirmou insulinoma

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Hipoglicemia

InsulinomaRelato de caso 2: SJC, 60anos, feminina- 7 meses quadro de desorientação, visão turva, lipotímia associada a hipoglicemia.- HAS, sem outras comorbidades. - Exame físico sem achados anormais. IMC: 27.2 kg/m².

Exames laboratoriais: - Glicose de jejum: 42 mg/dL; - insulina sérica: 34,1micro UI/mL; - peptídio C: 6.4ng/mL;

Exames para localização- Os exames de imagem (USG e CT de abdome) não mostraram tumores. - Cateterismo do tronco celíaco para teste de estímulo do cálcio e dosagem de insulina → resultado positivo em artéria esplênica distal → sugerindo a localização do tumor na cauda do pâncreas - TTO = Pancreatectomia distal (com localização intra-op do tu. em cauda).

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Hipoglicemia

OBRIGADA!