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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO DE PEDAGOGIA
KARINA PADILHA
O DESENVOLVIMENTO DO ESQUEMA CORPORAL COMO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NAS SÉRIES INICIAIS
CAÇADOR 2008
KARINA PADILHA
O DESENVOLVIMENTO DO ESQUEMA CORPORAL COMO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NAS SÉRIES INICIAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do titulo de Licenciado em Pedagogia, do Curso de Pedagogia, ministrado pela Universidade do Contestado- UnC Caçador, sob orientação da professora Sônia de Fátima Gonçalves
CAÇADOR 2008
O DESENVOLVIMENTO DO ESQUEMA CORPORAL COMO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM DA CRIANÇA NAS SÉRIES INICIAIS
KARINA PADILHA
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para a obtenção do Titulo de :
Licenciada em Pedagogia
E aprovada na sua versão final em 24/11/2008 atendendo as normas de legislação vigente da Universidade do Contestado e Coordenação do Curso de Pedagogia
_____________________________________ Aliduino Zanella
BANCA EXAMINADORA ______________________________ Prof. Msc. Itamar Favero _______________________________ Prof. Msc. Sonia de Fátima Gonçalves _______________________________ Prof. Msc. Paulo Gonçalves
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em especial à minha mãe Zeli,
Que não mediu esforços para que eu chegasse até aqui,
Ao meu esposo Itamar e ao meu filho que está a caminho
Íthan Rafael.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus,
e a todas as pessoas que
de uma forma ou de outra
contribuíram para a realização
deste trabalho.
RESUMO
O presente trabalho apresenta como título: O desenvolvimento do esquema corporal como processo de ensino aprendizagem da criança nas séries iniciais, com o principal objetivo de estudar como o desenvolvimento corporal influência e contribui para a aprendizagem escolar da criança nas séries iniciais. Como a criança aprende através de seu corpo é um aspecto essencial para que o professor possa auxiliá-lo em suas atividades, superando dificuldades e fazendo desta forma com que a criança tenha um maior rendimento no ensino-aprendizagem. É necessário que o professor explore as várias formas de trabalhar o desenvolvimento do corpo com as crianças, pois sabendo trabalhar de forma correta o desenvolvimento do corpo este pode ser um alicerce que ajude os professores e as próprias crianças a superarem certas dificuldades.
Palavras-chave: Esquema Corporal- Ensino Aprendizagem -Desenvolvimento
ABSTRACT
This paper presents the title: The development of the body scheme as a process of teaching learning children's initial series. With the main objective to study how the body development influence and contribute to the learning school of children in the initial series. As the child learns through your body is an essential aspect so that the teacher can help you in your activities, overcoming difficulties and doing so where the child has a higher yield on the teaching-learning. It is necessary that the teacher explore ways of developing the body work with children because learned to work correctly the development of the body, it can be a foundation to help teachers and children to overcome certain difficulties. Keywords: Schedule Body -Teaching Learning and Development
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 12
2.1 Conceito de Esquema Corporal ......................................................................... 12
2.2 Imagem Corporal, Conceito Corporal e Esquema Corporal ............................... 12
2.3 Desenvolvimento do Esquema Corporal ............................................................ 13
2.3.1 Imagem Corporal ............................................................................................ 13
2.3.2 Imagem Especular ......................................................................................... 14
2.4 Etapas do Esquema Corporal ............................................................................ 15
2.5 Dificuldades do Esquema Corporal .................................................................... 16
2.5.1 Distúrbios Psicomotores .................................................................................. 16
2.5.2 Classificação dos Distúrbios Psicomotores ..................................................... 17
2.6 Relação com a Educação Física ........................................................................ 19
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 20
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................... 21
4.1 Relação do esquema corporal com a educação infantil ..................................... 26
4.2 Relação do esquema corporal com as séries iniciais ......................................... 27
4.3 Relação do esquema corporal com a gestão escolar ......................................... 28
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 32
1 INTRODUÇÃO
O corpo é uma forma de expressão da individualidade. A criança percebe-se
e percebe as coisas que a cercam em função de seu próprio corpo. Isto
significa que, conhecendo-o, terá maior habilidade para se diferenciar, para
sentir diferenças. Ela passa a distingui-lo em relação aos objetos circundantes,
observando-os, manejando-os.
O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo
com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o
mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais. O corpo, portanto, é a
sua maneira de ser. É através dele que estabelece contato com as entidades
do mundo, que se engaja no mundo, que compreende os outros. Todo ser tem
seu mundo a partir de suas próprias experiências corporais.
Baseado nesta reflexão o presente trabalho de pesquisa bibliográfica e de
campo pretende responder ao seguinte questionamento: Qual a importância do
desenvolvimento do esquema corporal como processo de ensino -
aprendizagem da criança nas séries iniciais em escolas da rede pública
municipal de Caçador-SC em 2008?
O contato corporal faz com que a criança comece a ter noção,
consciência de seu próprio corpo, e, portanto seu próprio eu, se localizando no
espaço e no tempo, construindo sua própria identidade.
Trabalha os conflitos e as necessidades mais profundas que a mesma
possui. Muitos indivíduos que não dominam a linguagem verbal ou escrita
podem expressar-se através do corpo.
Para que as crianças possam ter um bom desenvolvimento corporal se
faz necessário que este esquema corporal esteja bem organizado. Pois é
através do corpo que a criança pode se expressar, expressar seus sentimentos
de raiva, ódio, amor, alegrias, tristezas, carinho é também através do corpo que
a criança sente fome, dor, prazer. O corpo é o seu centro, e precisa ser bem
trabalhado.
Os objetivos do trabalho visam estudar como o desenvolvimento
corporal influência e contribui para o ensino - aprendizagem da criança nas
séries iniciais, analisando de que forma é trabalhado o esquema corporal, nas
séries iniciais em três escolas da rede pública de Caçador, identificando quais
são as dificuldades encontradas pelos professores de séries iniciais para
trabalhar o esquema corporal com as crianças através de entrevista com pais,
professores e alunos de séries iniciais, bem como analisar qual a metodologia
usada pelos professores de Educação Física das séries iniciais para trabalhar o
esquema corporal.
O trabalho divide-se em três capítulos, o primeiro enfoca o referencial
teórico, buscando esclarecer de forma clara e objetiva o estudo sobre o
esquema corporal.
O segundo capítulo apresenta a metodologia usada para elaboração do
trabalho.
O terceiro capítulo apresenta a análise e discussão dos resultados
obtidos com a pesquisa, este capítulo traz também uma relação do tema
pesquisado com as habilitações que o curso de Pedagogia oferece, ou seja,
uma relação de como o desenvolvimento do esquema corporal influência e
contribui para a aprendizagem do esquema corporal da criança na educação
infantil, séries iniciais e gestão escolar.
Para finalizar, apresenta-se a conclusão, uma reflexão do tema
pesquisado e de seus resultados.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Conceito de Esquema corporal
Existem vários conceitos sobre a expressão “esquema corporal”. Diz- se
que esta expressão surgiu em 1911 com o neurologista Henry Head, que dizia
que o córtex cerebral recebe as informações de todas as partes corporais para
em seguida formar uma noção ou esquema de corpo.
Segundo Shilder (1994) esquema corporal é a forma como vemos o
próprio corpo em todos os seus ângulos, ou seja, tridimensional.
Lê Bouch (1984, p.15) define esquema corporal como a organização das
sensações relacionadas ao próprio corpo em relação aos dados do mundo
exterior.
É indispensável que toda criança conheça as partes de seu corpo e a
função de cada uma delas, pois um esquema corporal organizado, ira permitir à
criança se sentir bem, na medida em que seu corpo lhe obedece. Pois é
através dele que a criança poderá expressar de forma clara, suas angústias,
suas dores, seus prazeres, suas alegrias e tristezas.
É importante que a criança toque seu próprio corpo físico para que ela
possa ter um maior conhecimento do mesmo, essa é uma forma de
interiorização de esquema corporal que se deve ter.
2.2 Imagem corporal, conceito corporal e esquema corporal
O esquema corporal envolve três aspectos bem diferentes entre si:
Imagem corporal, conceito corporal e esquema corporal propriamente
dito.
Imagem corporal é uma imagem que a criança tem do próprio corpo, de
como ele é, e como ele se sente e de que como sente tudo a sua volta:
pessoas, ambientes, objetos, esta relacionado também com auto-estima e
afetividade.
Conceito Corporal é o conhecimento intelectual que uma pessoa tem
de seu corpo e se desenvolve mais tarde que a imagem corporal, a partir
dos 7 anos de idade. O conhecimento das funções específicas de cada
parte do corpo é a principal caracteristica do Conceito corporal. É
importante que o trabalho para aquisição do conceito corporal obedeça uma
sequência lógica, de preferência da cabeça para os pés, da direção anterior
para a posterior.
Esquema corporal é a consciência do próprio corpo, as suas partes,
as suas funções, suas ações e reações. Esta fase se forma apartir das
sensações e das diferentes posições do corpo.
2.3 Desenvolvimento do esquema corporal
O esquema corporal não tem nada a ver com a tomada de consciência sucessiva de
elementos distintos, os quais, como um quebra-cabeça, iriam pouco as pouco encaixar-
se uns nos outros para compor um corpo completo apartir de um corpo desmembrado.
O esquema corporal revela-se gradativamente à crianca, da mesma forma que uma
fotografia revelada na câmara escura mostra-se pouco a pouco para o observador,
tomando contorno, forma e uma coloração cada vez mais nítidos. (Guillarme, 1983, pág
138).
2.3.1 Imagem corporal
Se desenvolve desde o nascimento e sofre mudanças que implicam na
construção e na reconstrução que resulta do processamento de estímulos.
Montardo (2002) coloca que nos anos pré-escolares a criança
desenvolve o seu conceito da imagem corporal. Começa a reconhecer que a
aparência das pessoas pode ser mais ou menos desejável, reconhece também
as diferenças de raças e cores. Conhece o significado das palavras feio e
bonito, aos cinco anos de idade ela começa a fazer comparações como a sua
altura e de seus colegas. Mesmo com todo esse progresso na fase pré-escolar
a criança ainda não tem uma noção a respeito dos limites de seu corpo.
A criança percebe seu corpo através de todos os sentidos, captando
imagens, recebendo sons, sentido cheiros, dor, calor e movimentando-se. O
corpo é o seu centro, para si e para o espaço que ele ocupa.
2.3.2 Imagem Especular
Quando nasce a criança tem como o primeiro conhecimento a boca,
tudo que vê ela leva a boca, para assim ir iniciando seu aprendizado e tomando
o conhecimento das demais partes de seu corpo, através das brincadeiras a
criança vai conhecendo e integrando todas as sensações que experimenta
através dos sentidos de audição, visão, olfato, tato e paladar.
Segundo Oliveira (2001, p.53) “trata-se da descoberta pela criança de
sua imagem no espelho, o que se dá por volta de seis meses de idade.
Inicialmente a criança sente-se surpresa com a imagem que vê. Ás vezes tenta
pegar seu reflexo sorri para ele sem reconhecer que é a sua própria imagem
refletida. Ela vê a imagem do adulto que a sustém, sorri para ela e se volta
surpresa quando este lhe fala. A representação que ela possui deste adulto vai
somando à imagem especular dele.
Aos poucos vai percebendo que o reflexo no espelho é uma
representação dela também e passa a se ver de forma global como um ser
único. Ela brinca com o espelho, faz careta, põe a mão na face, nos cabelos,
pula, beija o espelho.
Para Defontaine (1980), a criança descobre o seu corpo através das
deslocações que normalmente lhe são impostas pela sociedade, desde uma
atividade inicial automático-reflexa até adquirir uma capacidade de movimentos
dissociados devido ao processo de maturação.
2.4 Etapas do Esquema Corporal
1ª etapa: Corpo Vivido
Esta etapa ocorre até os 3 anos de idade e corresponde à fase da
inteligência sensório-motora de Jean Piaget. Um bebê sente o meio ambiente
como fazendo parte dele mesmo. Não tem a consciência do “eu” e se confunde
com o espaço em que vive. À medida que cresce, com um maior
amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências e
passa, pouco a pouco, a diferenciar de seu meio ambiente.
Oliveira (2001, p.58) diz que nesse período a criança tem uma
necessidade muito grande de movimentação e através desta vai enriquecendo
a experiência subjetiva de seu corpo e ampliando a sua experiência motora.
Suas atividades iniciais são espontâneas, isto é, não pensadas.
Esta etapa, portanto, é dominada pela experiência vivida pela criança,
pela exploração do meio. Ela precisa ter suas próprias experiências e não se
guiar pelas do adulto, pois é pela sua prática pessoal, que descobre e
compreende o meio.
2ª etapa: Corpo Percebido ou descoberto
Esta etapa ocorre dos 3 aos 7 anos de idade e corresponde à
organização do esquema corporal devido à maturação da “função de
interiorização”, aquisição esta de suma importância porque auxilia a criança a
desenvolver uma percepção centrada em seu próprio corpo.
Le Boulch (1984, p.16) define a função de interiorização como “a
possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu corpo
próprio a fim de levar à tomada de consciência”.
Nesta etapa a criança tem acesso a um espaço e tempo orientado a
partir de seu próprio corpo, descobre formas e dimensões, assimila conceitos
como embaixo, acima, direita, esquerda. Adquire também noções temporais
como a duração dos intervalos de tempo, de ordem e sucessão, isto é, o que
vem antes, depois e primeiro, último.
Até os 5 anos de idade os elementos motores são dominantes,
Ajuriaguerra (1984, p.211) destaca a prevalência dos elementos visuais e
topográficos através da dominância lateral. O domínio do corpo se conquista
através da tomada de consciência dos diferentes segmentos corporais.
3ª etapa: Corpo Representado
Ocorre dos 7 aos 12 anos de idade.
Oliveira (2001, p.60) diz que nesta fase a criança já adquiriu as noções
do todo e das partes do seu corpo (que é percebido através da verbalização e
do desenho da figura humana), já conhece as posições e consegue
movimentar-se corretamente no meio ambiente com um controle e domínio
corporal maior. A partir daí, ela amplia e organiza seu esquema corporal.
Le Boulch (1984, p. 20) A criança só dispõe de uma imagem mental do
corpo em movimento a partir de 10/12 anos, significando que atingiu “uma
representação mental de uma sucessão motora”, com a introdução do fator
temporal.
2.5 Dificuldades do Esquema Corporal
2.5.1 Distúrbios Psicomotores
São dificuldades na hora de executar movimentos e deficiências de
percepção, crianças que apresentam estes distúrbios no seu esquema corporal
mostram dificuldades tais como: percepção de partes do seu corpo, proporção
entre elas, conhecimento de lateralidade. Essas dificuldades colocaram a
criança em nível de desigualdade entre ela e as outras pessoas de seu grupo,
causando ansiedade, revolta, tensão, insegurança e isto acarretará em sérios
problemas emocionais interferindo em sua adaptação sócio afetiva.
Crianças que não tem um bom equilíbrio, não andam de bicicleta,
tropeçam e caem com facilidade, não conseguem pular corda, não conseguem
se vestir sozinhas e nem amarrar o tênis e não conseguem se orientar no
espaço apresentam um serio distúrbio psicomotor.
Os distúrbios psicomotores podem ser observados desde o primeiro ano
de vida de uma criança. Mas se isso não acontecer, então somente mais tarde
quando a criança freqüentar a escola é que os sintomas aparecerão mais
claramente.
2.5.2 Classificação dos Distúrbios Psicomotores
Esses distúrbios podem ser classificados em grupos, segundo Grunspun
(JOSE e COELHO, 2002, P. 111).
a) Instabilidade psicomotora: é a mais complexa, crianças portadoras deste
distúrbio revelam instabilidade emocional e intelectual, falta de atenção e
concentração, não terminam tarefas iniciadas, hiperatividade, equilíbrio
prejudicado, alterações emocionais, alterações no sono, dificuldades de
escolaridade, problemas de adaptação, oposições, identificação, e
associabilidade. Crianças que apresentam um grande número desses
sintomas deve ser tratada com um professor especializado
individualmente ou em pequenos grupos.
b) Debilidade psicomotora: caracterizada pela paratonia ou sincinesia. A
paratonia é a limitação das quatro extremidades do corpo. Os sintomas
da paratonia é deselangância ao correr, limitação e rigidez nas mãos e
nas pernas. Para sabermos se uma criança é portadora de debilidade
psicomotora com paratonia podemos fazer um teste (brincadeira)
balança-lá pelos ombros, para vermos qual será a reação de seus
braços. Normalmente os braços irão fazer movimentos livres e amplos,
mas se for uma criança portadora de debilidade psicomotora com
paratonia não haverá movimento dos braços com se estes estivessem
bloqueados, presos. A sincinesia é a participação dos músculos em
movimentos aos quais eles não são necessários, neste caso podemos
pedir para que uma criança fique em um pé só que ela não ira
conseguir, pois o outro pé tende a fazer o mesmo movimento. A criança
com delibidade psicomotora também deve ser trabalhada
individualmente e por professores profissionalizados. O rendimento
escolar destas crianças é superior, mas mesmo assim vão mal em
provas, exames e trabalhos individuais devido a ansiedade.
c) Inibição psicomotora: possui as mesmas características da debilidade
motora mas neste caso a ansiedade é constante. Os sintomas são
criança sempre de cabeça baixa, sobrancelha franzida, problemas de
coordenação motora e distúrbios de conduta. Estas crianças podem ser
trabalhadas em classes comuns mas precisam ser atendidas uma vez
por semana individualmente e por professores especializados.
d) Lateralidade Cruzada: segundo Jose e Coelho (2002, p.114) além da
dominância da mão, existe também a do pé, a do olho e a do ouvido,
quando essas dominâncias não se apresentam do mesmo lado diz-se
que o individuo tem lateralidade cruzada esses distúrbios resultam em
deformação do esquema corporal. Os sintomas mais comuns desse
distúrbio são: mão direita dominante x olho esquerdo dominante, mão
esquerda dominante x pé esquerdo dominante e ao inverso. Essas
crianças apresentam quedas freqüentes, coordenação pobre e
problemas de linguagem. Esta criança pode freqüentar a classe comum,
mas necessita de um atendimento especializado, individual e com
supervisão médica.
e) Imperícia: Constatada também em crianças de inteligência normal,
apesar de possuir uma certa dificuldade em realizar atividades que
exijam habilidade manual. É o distúrbio de menor gravidade, suas
dificuldades são na coordenação motora fina, quebra constante de
objetos, alto índice de fadiga, letra irregular e movimentos rígidos.
2.6 Relação com a Educação Física
Corpo e movimento talvez sejam os temas mais importantes para a
atuação do profissional em Educação Física, tanto no meio escolar quanto fora
dele, pois nessa área trabalhamos com os corpos de nossos alunos, fazendo-
os se movimentar. Entretanto, na escola, deve haver uma preocupação maior
com a compreensão que nossos alunos têm de seus próprios corpos e também
da atitude que apresentam em relação aos mesmos, além de saberem realizar
e apreciar os movimentos.
Com isto, precisamos analisar algumas condições necessárias para que
saibamos ensinar nossos alunos a compreenderem melhor seu corpo. Para
isso, precisamos ter em mente que não existimos sem nossos corpos e
percebemos a importância deste tema na vida de todos os seres humanos.
Conhecer o próprio corpo pode ser o princípio de todo o conhecimento
que alguém pode ter, pois entendemos que conhecer o corpo é conhecer-se a
si mesmo. É necessário que os alunos aprendam a conhecer o próprio corpo,
seus detalhes internos, sua subjetividade e afetividade interpessoal. Eles
também não devem se limitar nesse conhecimento, pois seu corpo esta
relacionado ao seu ser, aos outros e a cultura, enfim, ao mundo que nos cerca.
Mas para que isso aconteça é preciso que os professores de Educação
Física saibam como ensinar esses conteúdos. E, nesse sentido, os professores
necessitam compreendê-los antes de ensiná-los.
Conhecer o corpo é mais do que saber quais são as suas partes e o que
essas mesmas partes podem fazer, é necessário compreender o processo de
constante mudança que caracteriza o corpo, como ocorre seu crescimento e
seu desenvolvimento.
3 METODOLOGIA
3.1 Natureza e tipo de pesquisa
O trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica,
seguido de pesquisa de campo, com abordagem quanti-qualitativa, que
segundo Minayo, 1994, p.22 “o conjunto de dados quantitativos e qualitativos,
porém, não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois a realidade
abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.”
3.2 Técnicas e instrumentos de coleta de dados
O trabalho foi desenvolvido através de entrevistas com perguntas
abertas, com pais, alunos e professores de séries iniciais de três escolas da
rede pública de Caçador.
3.3 Delimitação do universo
Fizeram parte do universo da pesquisa, pais, alunos e professores de
três escolas da rede pública municipal;
3.4 Tipo de amostragem
Serviram de amostra uma quantidade de aproximadamente 150
pessoas, entre pais, alunos e professores. Número este distribuído de
questionários voltando apenas 89 questionários.
3.5 Procedimentos para análise de dados
A análise dos resultados foi feita através de análise descritiva para
interpretação dos dados obtidos através da coleta de dados das respostas de
alunos, pais e professores.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O corpo e os gestos são fundamentais para a formação do ser humano,
desde que a criança nasce ela utiliza o corpo como forma de expressão, para
relacionar-se com o meio em que vive e descobrir o mundo. Essas descobertas
feitas pelas crianças deixam marcas, são aprendizados efetivos.
A fim de melhor abordar o tema em questão, realizamos um questionário
para que pais, alunos e professores respondessem de forma a nos ajudar na
realização do trabalho.
A primeira questão proposta às professoras foi de que se é possível
trabalhar o desenvolvimento do esquema corporal dentro das outras matérias
além de ciências e educação física? De que forma? As respostas de todas as
professoras entrevistas foram sim, que é possível trabalhar o desenvolvimento
do esquema corporal dentro de todas as matérias, através da lateralidade,
música, dramatização, poesia, dança, corpo no espaço e partes do corpo. Uma
das professoras entrevistas respondeu também que em todas as disciplinas é
trabalhado o esquema corporal e o desenvolvimento do corpo, porém não é
registrado como conteúdo específico e sim como conteúdo integrado a outros
conteúdos.
A segunda pergunta feita às professoras foi sobre qual o nível de
interesse das crianças no assunto? Baixo, médio ou alto? Das quatro
professoras entrevistadas, duas responderam médio e duas responderam que
o nível de interesse das crianças é alto.
Na terceira questão elas foram questionadas sobre qual a maior
dificuldade encontrada pelas crianças em trabalhar o desenvolvimento do
esquema corporal? As respostas foram bem divididas, duas professoras
colocaram que a lateralidade seria a maior dificuldade das crianças e também
um pouco de baixa auto-estima em relação ao corpo, e outras duas
professoras responderam que as crianças não encontram nenhuma dificuldade
em trabalhar este tema, que as crianças são bem expressivas.
Na quarta questão a pergunta foi se na sala de aula, existem muitas
crianças com dificuldades no desenvolvimento do esquema corporal, e como é
trabalhado com essas crianças e se é feito um trabalho diferente com elas? A
primeira professora respondeu que sim, que tem alunos mais tímidos, mas
nada lhes é imposto, eles ficam livres no começo para irem se soltando na
medida em o tempo passa eles ficam mais confiantes. A segunda professora
colocou que existem crianças com dificuldades que ela trabalha no dia-a-dia
repetindo situações até que consigam desenvolve-lás. A terceira professora
falou que na sua sala de aula tem crianças com deficiência física e com atraso
psicomotor ela procura trabalhar com brincadeiras, desenhos do corpo,
percepção do seu esquema corporal e música com gestos.
Na questão de número cinco foi pedido para que as professoras
citassem algumas atividades práticas que elas realizam com os alunos para
trabalhar o esquema corporal. As atividades citadas por todas as professoras
foram: dramatização de textos, brincadeiras como morto-vivo, corridas e
estátua, desenhos do corpo, auto-retrato em folhas e no chão, músicas como
os dedinhos e fui ao mercado entre outras, recorte de revistas das partes do
corpo, jograis e poesias.
A pergunta número seis foi se os meninos possuem um melhor
desenvolvimento do esquema corporal do que as meninas, ou vice e versa? As
quatro professoras entrevistadas responderam que não, que o
desenvolvimento do esquema corporal depende dos estímulos que a criança
recebe desde o nascimento e de como esses estímulos são trabalhados nos
primeiros anos de vida.
Na última questão pedi para que as professoras colocassem os
conteúdos trabalhados no segundo ano, dentro do esquema corporal durante o
ano. As respostas foram: o conhecimento das partes do corpo e suas funções,
os sentidos, lateralidade e localização.
Para os alunos foram distribuídos questionários com quatro questões,
voltando 46 questionários respondidos.
A primeira questão feita às crianças foi se elas gostam de estudar o
desenvolvimento do corpo humano? Dos 46 questionários respondidos, 45
responderam que sim, que gostam de estudar sobre o corpo humano e
somente uma criança respondeu que ainda não tinha estudado este assunto.
A segunda questão que as crianças tinham que responder era se
quando elas estudavam sobre o corpo em qual parte elas encontravam maior
dificuldade. Onze crianças responderam que não encontram nenhuma
dificuldade, trinta crianças responderam que encontram dificuldade em
trabalhar as partes do corpo humano, quatro não souberam responder e uma
criança novamente respondeu que ainda não tinha estudado sobre este
assunto.
A terceira questão era para as crianças responderem de que forma elas
trabalham o desenvolvimento do corpo dentro da sala de aula, quais são as
atividades que elas desenvolvem? As atividades citadas por algumas crianças
foram: escrita, leitura nos livros, conversas com a professora, brincadeiras,
exercícios, pesquisas no laboratório, desenhos, atividades em grupo, ginástica.
Nesta questão onze crianças não responderam.
A última questão pedia se as crianças conheciam as partes do corpo, os
nome e para que servem, suas funções. Seis crianças responderam que sim
conhecem as partes, os nomes e as funções, mas não citaram nenhuma, oito
falaram que não conhecem e as demais crianças responderam que sabem
algumas partes, as partes mais citadas pelas crianças foram: mãos, pés,
braços, olhos, cabeça, boca, perna, etc.
Aos pais também foi distribuído um questionário com quatro questões. A
primeira pergunta do questionário era para os pais escreverem o que eles
entendem por desenvolvimento do esquema corporal. Sete pais responderam
que não sabem nada sobre o assunto e as demais respostas foram meio vagas
sem muito sentido, as respostas foram as seguintes: é a consciência do corpo
com o meio e consigo mesmo, é o desenvolvimento do corpo a coordenação
ação e reação, é o processo de crescimento e desenvolvimento do corpo, é o
processo de amadurecimento da criança através das descobertas que ela faz
no ambiente em que vive e isso acontece principalmente pelas experiências
que ela faz, é à maneira de se expressar através do corpo.
A pergunta de número dois era a seguinte: o senhor(a) acha que seu
filho(a) tem um esquema corporal bem desenvolvido? Por que? Segundo as
respostas de todos os pais, sim seus filhos e filhas possuem um bom
desenvolvimento do esquema corporal, pois são crianças bem expressivas,
espontâneas e saudáveis.
Na terceira questão os pais foram questionados a respeito de que se
eles acompanham a forma como os professores trabalham esse
desenvolvimento com as crianças? E o que eles acham? A grande maioria dos
pais respondeu que acompanham e estão satisfeitos com que eles têm visto.
Alguns pais colocaram que alguns professores poderiam explorar bem mais a
capacidade e a criatividade dos alunos, que deve ser trabalhado mais sobre
esse assunto.
Na quarta questão pedi para que os pais colocassem, segundo a opinião
deles qual a maior dificuldade que eles achavam que os filhos encontravam no
assunto. Nessa questão mais da metade dos pais não responderam e os
poucos que responderam colocam que não encontram nenhuma dificuldade
nas crianças e que se existe alguma dificuldade essa deve ser de
responsabilidade dos professores.
Foram distribuídos também alguns questionários para os professores da
área de Educação Física, pois o assunto tem grande relação com a disciplina.
Mas tais questionários não retornaram junto com os demais. Os professores
foram procurados mais de uma vez, mas alegavam terem esquecido ou sem
tempo para responderem.
Visto que da forma colocada pelos professores o desenvolvimento do
esquema corporal vem sendo trabalhado dentro da sala de aula de forma
correta e de forma a auxiliar no processo de ensino aprendizagem, mas
percebeu-se que os alunos apesar dos trabalhos realizados pelos professores
ainda possuem um conceito muito vago sobre tal assunto, quando se fala em
desenvolvimento do esquema corporal com as crianças elas logo relacionam o
tema com a parte física elas não tem um conceito da utilização do corpo, do
trabalho que pode ser realizado através do corpo, pra elas o corpo se resume
somente, mas suas partes e suas funções. Em relação aos pais, eles também
não têm o conhecimento necessário sobre o assunto, também possuem um
conceito muito pequeno, falta a eles um estudo mais aprofundado sobre o
desenvolvimento corporal.
4.1 RELAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL COM A EDUCAÇÃO INFANTIL
O trabalho de desenvolvimento do esquema corporal com as crianças
deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor,
afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de
atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo.
Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio
corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem
da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma
consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse
corpo, localizando-se no tempo e no espaço.
A recreação ou recreio deve realizar atividades considerando seus níveis
de maturação biológica, se dirigida corretamente proporciona a aprendizagem
das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da
saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo. A base do trabalho com as
crianças na Educação Infantil consiste na estimulação perceptiva e
desenvolvimento do esquema corporal. A criança organiza aos poucos o seu
mundo a partir do seu próprio corpo.
A educação motora da criança deve evidenciar a relação através do
movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura
corporal e os seus interesses. O desenvolvimento do corpo para ser trabalhado
necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e
sócio-motoras, pois assim a criança explora o ambiente, passa por
experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é
capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca.
Bons exemplos de atividades físicas são aquelas, que favorecem a
consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da
aptidão física, a socialização, a criatividade; alguns exercícios como:
engatinhar, rolar, balançar, dar cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar
para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão , são atividades
afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das
pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a
energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.
Segundo Barreto (2000), “O desenvolvimento psicomotor é muito
importante na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do
tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”.
4.2 RELAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL COM AS SÉRIES INICIAS
FREIRE (1994) relata que atividades desenvolvidas com crianças das
séries iniciais através de jogos simbólicos de forma lúdica, utilizando materiais
recicláveis de diferentes formas, cores e pesos, atrai o aluno para as atividades
propostas proporcionando, assim, noções de pensamento mais complexas, ou
seja, a criança compreende aquilo que vive, que concretiza na sua ação.
No entanto, para um melhor desenvolvimento da criança é necessário
que se estimulem suas habilidades cognitivas, desde a inserção de conteúdos
de outras disciplinas nas aulas até o desafio de fazer com que a própria criança
construa o brinquedo da aula. Com isso, estaremos trabalhando na criança a
educação pelo movimento, ou seja, a partir de atividades motoras, também os
aspectos cognitivos e, junto com ele, os afetivos e sociais estarão sendo
aprimorados dando-lhe uma maior autonomia.
Não só o professor de Educação Física, como também o professor de
sala de aula devem buscar atividades que venham a estimular o
desenvolvimento do esquema corporal da criança.
O que se percebe, atualmente, é que muitos professores quanto aos
objetivos de suas aulas, é que estes objetivos estão centrados somente em
uma habilidade: a motora. E para isso, as atividades desenvolvidas têm
embasamento, principalmente, nos esportes que é o instrumento mais utilizado
para motivar seus alunos visando à competição, no entanto, os principais
objetivos, estão ligados no desenvolvimento da cooperação, da interação e da
socialização.
A partir de algumas brincadeiras já conhecidas pelos alunos, o professor
garante o interesse e a motivação das crianças propondo desafios que levem a
uma busca de respostas individuais ou coletivas que, além de exigirem um
raciocínio lógico por parte dos alunos, fazem com que estes sejam estimulados
a fim de terem um maior domínio corporal, respeito ao próximo, autocontrole e
melhorem seu comportamento social.
A utilização de atividades e movimentos que estejam diretamente
ligados à cultura social da criança é de suma importância, pois auxilia no
autodesenvolvimento do esquema Corporal, facilitando no processo de
aprendizagem por garantirem o interesse e a motivação por parte dos alunos
nas aulas, além de colaborar com uma melhor assimilação do movimento por
serem já conhecidas pela linguagem corporal da criança.
4.3 RELAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL COM A GESTÃO ESCOLAR
A direção da escola deve passar a ser um trabalho de equipe, com
ampla participação de todos os seus segmentos e também da comunidade.
Para que isso se efetive, torna-se fundamental a atuação do gestor.
O gestor escolar deve estabelecer uma relação dialógica com o corpo
docente e discente de sua escola, com os funcionários e também com os pais
dos alunos. A família deve ser vista como o maior interessado no sucesso das
crianças.
Um dos objetivos da gestão é a garantia dos meios para a aprendizagem
efetiva e significativa dos alunos. O entendimento é de que o aluno não
aprende apenas na sala de aula, mas na escola como um todo. Faz-se
necessário que a escola seja, em seu conjunto, um espaço favorável à
aprendizagem. Que seja criado um ambiente apropriado para a busca do
conhecimento e de curiosidade em relação ao mundo. Que os professores
capturem o conhecimento que circula na sociedade e o tragam para dentro da
escola, interagindo com ela e consolidando o papel da escola na formação do
aluno.
A educação deve ser vista como um direito. O aluno precisa aprender,
esse é o compromisso da escola. O diretor é uma peça fundamental e ele
precisa definir com seus pares as metas que deseja atingir, estabelecer um
contato com os professores, e dos professores com seus alunos e com a
comunidade. De acordo com os resultados obtidos, devem ser reconhecidos,
recompensados e estimulados a buscar novas metas.
CONCLUSÃO
O esquema corporal é um processo lento. Desenvolve-se antes do
nascimento e continua em evolução adaptativa pelo resto da vida do individuo.
Através da estimulação com o bebê desde a barriga da mãe até o fim de
sua infância irá possibilitar a criança um bom desenvolvimento e uma infância
feliz, porque a estimulação necessita do toque através de brincadeiras,
histórias, jogos, afetividade e o próprio reconhecimento do corpo da criança. Se
uma criança não tem seu esquema corporal desenvolvido, será uma criança
desajeitada e infeliz porque não consegue se reconhecer e não tem um
referencial de si mesma.
Quanto maior forem os estímulos e as possibilidades de novas
experiências do recém nascido durante sua vida, mais completa será sua
formação do esquema corporal e de suas habilidades psicomotoras.
O meio em que a criança vive é a principal referência para seu
crescimento e desenvolvimento no processo de aprendizagem, bem como no
esquema corporal, que oportuniza noções do espaço que a cerca.
Sendo assim, é necessário que a criança conheça o espaço em que vive
para obter um equilíbrio mais dinâmico, com expressão corporal livre e
harmoniosa.
O papel do educador e dos pais é fundamental na evolução, crescimento
e habilidades que as mesmas vão adquirindo com o passar do tempo. As
brincadeiras, as dramatizações, enfim atividades livres constituem-se
importantes práticas pedagógicas, pois trabalham com movimento do corpo,
com o imaginário, a fantasia. Estes são ingredientes indispensáveis para o
desenvolvimento da criança, desde que seja dada liberdade para se ter, assim,
um resultado positivo, sendo que a criança poderá seguir seus passos, outras
formas de realização e produção de conhecimento.
Toda criança necessita de um tempo para ter o seu desenvolvimento
total, é preciso conscientização tanto dos professores quanto dos familiares da
necessidade de estar atento ao desenvolvimento da criança oferecendo opções
para que ela possa desenvolver sua totalidade de maneira lúdica e agradável.
A consciência do próprio corpo e de suas partes, dos movimentos, da
postura é necessária para que a criança consiga adaptar-se ao meio ambiente.
A criança, ao se perceber, ela não só está se reconhecendo no mundo como
também reconhecendo seu semelhante, auxiliando em sua socialização.
Só conhecendo e aceitando o nosso corpo é que podemos promover
aspectos como a auto-estima e a capacidade de decisão e afirmação pessoal,
aspectos estes que contribuem para o desenvolvimento integral e harmonioso
da criança. A criança deve reconhecer-se como parte integrante de um gênero
sexual, aceitando as diferenças e semelhanças entre o seu corpo e o dos seus
amigos.
Acredito que, como educadores, devemos ter clareza da nossa função.
Precisamos desenvolver a criança para a aquisição do conhecimento. Quando
a criança é trabalhada através da psicomotricidade ela melhora a consciência
do corpo, o domínio do equilíbrio corporal, o controle e eficácia das diversas
coordenações, a organização do esquema corporal e a sua orientação no
espaço.
REFERÊNCIAS
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César Geraldes e Sonia R. Pacheco Alves. Rio de Janeiro. Editora Masson do
Brasil LTDA. 1984.
BARRETO, Sidirley de Jesus. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2ª
edição. Livraria Acadêmica. 2000.
DARIDO, Suraya Cristina – RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação
Física na Escola. Implicações para a Prática Pedagógica. Rio de Janeiro.
Editora Guanabara Koogan S.A. 2005
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação
física. São Paulo. Editora Scipione. 1994.
GUILLARME, J. J. Educação e Reeducação Psicomotoras. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1983.
JOSÉ, Elisabete da Assunção – COELHO, Maria Teresa. Problemas de
Aprendizagem. 12ª edição. São Paulo. Ática. 2002.
LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor – do nascimento até 6
anos. Tradução de Ana G. Brizolara. 2ª edição. Porto Alegre. Artes Médicas.
1984.
MINAYO, Maria C. de Souza, e outros. Pesquisa Social. Teoria, Método e
Criatividade. Petrópolis. Vozes. 1994.
MONTARDO, J. L . Aprendendo a Vida. São Paulo. Editora Sprint. 2002.
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação
num enfoque psicopedagógico. 5ª Ed. Petrópolis. Vozes. 2001
SCHILDER. P. A imagem do corpo; as energias construtivistas da psique.
São Paulo. Martins Fontes. 1994.
www.efdesportes.com.br – Contribuição da Educação Física no
desenvolvimento psicomotor na Educação Infantil. Acesso em 13/10/2008
às 15:00 hr.
www.faminas.edu.br – A Importância da Educação Física para as séries
inicias. Acesso em 13/10/2008 às 14:30 hr.
www.psicopedagogia.com.br/artigos - Fatores Intervenientes no processo de
aprendizagem – um olhar psicopedagógico. Maria de Lourdes Cysneiro de
Moraes. Acesso em 20/06/2008 às 17:26 hrs.