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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Giovana Matté Daniel Tratamento Físico-Químico por Flocodecantação de Efluente de Salão de Beleza Passo Fundo, 2013.

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Giovana Matté Daniel

Tratamento Físico-Químico por Flocodecantação de

Efluente de Salão de Beleza

Passo Fundo, 2013.

1

Giovana Matté Daniel

Tratamento Físico-Químico por Flocodecantação de

Efluente de Salão de Beleza

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Engenharia Ambiental, como parte

dos requisitos exigidos para obtenção do título

de Engenheiro Ambiental.

Orientador: Prof. Marcelo Hemkemeier,

Doutor.

Passo Fundo , 2013.

2

Giovana Matté Daniel

Tratamento Físico-Químico por Flocodecantação de Efluente de

Salão de Beleza

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________

Prof. Dr. Marcelo Hemkemeier

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Prof. Dr. Vandré Barbosa Brião

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Prof. Dr. Jeferson Steffanello Piccin

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, 29 de novembro de 2013.

3

A T E S T A D O

Atesto para os devidos fins que a aluna Giovana Matté Daniel, autora do Trabalho de

Conclusão intitulado “Tratamento Físico-Químico por Flocodecantação de Efluente de Salão

de Beleza” realizou as alterações sugeridas pela banca examinadora no relatório final.

Passo Fundo, 29 de novembro de 2013.

_____________________________________________

Prof. Dr. Marcelo Hemkemeier

4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus por me permitir viver cinco anos do curso de

Engenharia Ambiental com muito conhecimento, enfrentando medos, quebrando limites e

principalmente por alcançar esse momento tão esperado.

Agradecer os meus pais, Vilmar e Carmen, e meu irmão, Gustavo, que em todos os

momentos estiveram presentes, me dando conselhos, me cobrando, dando as melhores

condições para a conclusão de cada etapa e sempre me apoiando da melhor forma.

Aos meus colegas e amigos que sempre se fizeram presentes nos mais diversos

momentos, foram eles focados em trabalhos ou de descontração.

Aos professores que me transmitiram grande parte do conhecimento que possuo na

área de Engenharia Ambiental, em especial meu orientador. Professor Marcelo, agradeço a

cada momento de dedicação, de paciência e apoio durante a realização do trabalho.

Agradecer as laboratoristas que sempre me ajudaram, tirando minhas dúvidas e na

realização das análises.

Por fim, sou grata por todas as pessoas que de alguma forma me ajudaram para a

conclusão desse trabalho.

Muito obrigada.

5

RESUMO

Com o passar dos anos os salões de beleza têm se destacado para a sociedade.

Realizam os mais diversos serviços, desde lavagem, pintura, corte, até embelezamento de

unhas e depilação. Porém, pouco se sabe sobre os riscos e impactos que esse setor pode causar

ao meio ambiente, principalmente por seu efluente ser considerado doméstico e ser lançado na

rede de esgoto sem tratamento prévio. No presente trabalho foi realizada a avaliação de

eficiência do processo físico-químico em escala laboratorial como tratamento de efluentes de

salão de beleza. Teve como objetivo principal disponibilizar uma alternativa de tratamento

adequado para o efluente em estudo. Para isso coletou-se efluente bruto em diferentes dias de

funcionamento de um salão de beleza da Região de Passo Fundo e submeteu-se ao tratamento

físico-químico por flocodecantação. Foram testados quatro tipos de coagulantes juntamente

com polímeros catiônicos e aniônicos. As características do efluente bruto variaram conforme

o dia e os serviços prestados. Em relação aos tratamentos físico-químicos, grande parte dos

testes apresentaram remoção satisfatória de carga orgânica e de nutrientes, bem como de

turbidez e surfactantes em comparação com o efluente bruto. Porém, alguns parâmetros

analisados não apresentaram concentrações permitidas de lançamento em relação às

legislações ambientais.

Palavras-chaves: Salão de beleza, flocodecantação, tratamento de efluentes.

6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Estrutura química generalizada de um surfactante ressaltando as extremidades

hidrofóbica e hidrofílica que apresentam atividade superficial. ...................................... 19

Figura 2 - Coagulante CIPC com polímero orgânico catiônico e polímero orgânico aniônico

respectivamente. ............................................................................................................ 27

Figura 3 - Coagulante CICO com polímero orgânico catiônico e polímero orgânico aniônico

respectivamente. ............................................................................................................ 28

Figura 4 - Coagulante PAC com polímero orgânico catiônico e polímero orgânico aniônico

respectivamente. ............................................................................................................ 28

Figura 5 - Coagulante VETA Orgânico com polímero orgânico catiônico e polímero orgânico

aniônico respectivamente. .............................................................................................. 28

Figura 6 - Análise de DQO. .................................................................................................. 30

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Coagulantes utilizados em função dos diferentes fornecedores............................. 21

Tabela 2 - Polímeros utilizados em função dos fornecedores ................................................ 21

Tabela 3 - Parâmetros e concentrações do efluente bruto de salão de beleza. ........................ 26

Tabela 4 - Quantidade de coagulante e polímero utilizado. ................................................... 29

Tabela 5 - Valores de DQO e porcentagem de remoção. ....................................................... 29

Tabela 6 - Valores de fósforo e porcentagem de remoção. .................................................... 31

Tabela 7 - Valores de Nitrogênio Total e porcentagem de remoção. ..................................... 32

Tabela 8 - Valores de óleos e graxas e porcentagem de remoção. ......................................... 32

Tabela 9 - Valores de surfactantes e porcentagem de remoção. ............................................. 33

Tabela 10 - Valores de turbidez e porcentagem de remoção. ................................................ 34

Tabela 11 - Valores dos parâmetros analisados em relação aos polímeros e/ou coagulantes .. 39

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 10

2 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................ 12

2.1 Revisão Bibliográfica ............................................................................................. 12

2.1.1 Coagulação ....................................................................................................... 12

2.1.2 Coagulantes ...................................................................................................... 13

2.1.3 Potencial Zeta ................................................................................................... 15

2.1.4 Polímero ........................................................................................................... 15

2.1.5 Características Físico-Químicas ........................................................................ 16

2.1.5.1 Potencial Hidrogeniônico ......................................................................... 16

2.1.5.2 Demanda Química de Oxigênio – DQO ................................................... 16

2.1.5.3 Turbidez .................................................................................................. 17

2.1.5.4 Cor .......................................................................................................... 17

2.1.5.5 Fósforo Total ........................................................................................... 17

2.1.5.6 Nitrogênio Total ...................................................................................... 17

2.1.5.7 Surfactantes ............................................................................................. 18

2.1.5.8 Óleos e Graxas ......................................................................................... 19

2.1.6 Salão de beleza ................................................................................................. 20

3 MÉTODOS E MATERIAIS .......................................................................................... 21

3.1 Coleta .................................................................................................................... 21

3.2 Agentes Coagulantes .............................................................................................. 21

3.3 Método para Determinação dos Parâmetros Físico-Químicos ................................. 22

3.3.1 Demanda Química de Oxigênio (DQO) ............................................................ 22

3.3.2 Potencial Hidrogeniônico (pH) ......................................................................... 22

3.3.3 Cor ................................................................................................................... 22

3.3.4 Turbidez ........................................................................................................... 23

3.3.5 Fósforo Total (PT) ............................................................................................ 23

3.3.6 Nitrogênio Total (NT) ....................................................................................... 23

3.3.7 Óleos e Graxas .................................................................................................. 23

3.3.8 Surfactantes ...................................................................................................... 23

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................. 25

4.1 Caracterização do Efluente ..................................................................................... 25

4.2 Tratamento físico-químico ..................................................................................... 27

9

4.2.1 Demanda Química de Oxigênio (DQO) ............................................................ 29

4.2.2 Fósforo ............................................................................................................. 31

4.2.3 Nitrogênio Total ............................................................................................... 31

4.2.4 Óleos e Graxas .................................................................................................. 32

4.2.5 Surfactantes ...................................................................................................... 33

4.2.6 Turbidez ........................................................................................................... 34

5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 36

APÊNDICE A...................................................................................................................... 39

10

1 INTRODUÇÃO

As mudanças do equilíbrio ecológico e o impacto da atividade humana sobre o meio

ambiente começaram a se transformar em assunto de atenção para alguns cientistas e

pesquisadores na década de 60 e ganharam dimensão política a partir da década de 70. Hoje

em dia é um assunto bastante polêmico no mundo. Não é mais possível implantar qualquer

projeto ou discutir qualquer planejamento sem considerar o impacto sobre o meio ambiente.

Poucos o consideram supérfluo, porém, para muitas pessoas, os salões de beleza são

de grande importância. Realizam desde a lavagem, tintura, pintura, corte, secagem e

tratamentos químicos capilares, até o embelezamento de unhas, maquiagem e depilação. Visto

que este segmento vem crescendo não somente em proporções como em características, pouco

se sabe sobre os riscos e impactos gerados ao meio ambiente. Segundo Bowers et al. (2002) e

Ajuzie e Osaghae (2011), o efluente originado em salões de beleza pode ser considerado mais

como efluente industrial do que efluente doméstico.

Os efluentes de salão de beleza apresentam composição química complexa de metais

tóxicos como chumbo, cádmio, cromo e arsênio, que são alguns dos componentes das tinturas

para cabelo (PACHECO, 2011), sem deixar de levar em consideração a grande quantidade de

surfactantes presentes e outras substâncias químicas existentes em produtos usados para os

cabelos.

O conhecimento do potencial poluidor do efluente originado de salão de beleza é

necessário para se pensar em um tratamento adequado antes da sua disposição na rede de

esgoto ou que em muitas vezes é liberado diretamente nos cursos hídricos sem nenhum

tratamento prévio.

Na maioria dos casos, esse efluente é destinado para o sistema de tratamento de

efluente doméstico municipal, onde pode ter um impacto negativo para o meio ambiente

(BOWERS et al. 2002). Porém, ainda não há conhecimento de um sistema de tratamento

adequado para este tipo de efluente. Portanto, esta pesquisa tem como finalidade testar se o

tratamento físico-químico possui eficiência para remoção dos poluentes existentes no efluente

de salão de beleza aos níveis aceitáveis das legislações ambientais.

O conhecimento desse potencial poluidor irá ajudar aos órgãos gestores na sua atuação

e decisões em relação a esse tipo de estabelecimento.

O uso do tratamento físico-químico tem como vantagem a facilidade de ser

implantado, ocupa uma pequena área, muito importante uma vez que esses estabelecimentos

11

não possuem área para ser destinada ao tratamento do efluente, e o uso de coagulantes

também é simples operação e é de fácil entendimento.

O trabalho tem como objetivo principal disponibilizar uma alternativa de tratamento

adequado para o efluente de salão de beleza, que ainda tem suas características desconhecidas

e é visto e tratado como um efluente doméstico. Os objetivos específicos são:

a) Caracterizar o efluente bruto;

b) Testar diferentes possibilidades de coagulantes através do Jar Test em pequena

escala otimizando as condições deste tipo de tratamento;

c) Obter e avaliar as eficiências obtidas.

12

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão Bibliográfica

2.1.1 Coagulação

A coagulação forma flocos maiores e mais densos, através da desestabilização e

agregação das partículas coloidais e finamente divididas (SCHOENHALS et al. 2006).

A coagulação é expressa com a clarificação das águas através do arraste do material

finamente dividido em suspensão por agentes coagulantes. Possui a possibilidade de

coagulação somente com os sais de alumínio ou ferro, porém, existem casos em que é

necessário usar auxiliares de coagulação. Como auxiliares, os mais utilizados são os

polieletrólitos naturais ou sintéticos (OLIVEIRA et al. 2001 apud BARROS, 2002).

Para Kawamura (1996, apud KIMURA, 2001) a coagulação depende dos fenômenos

químicos e físicos. A reação do coagulante com a água e a consequente formação das espécies

hidrolisadas e ionizadas consiste no fenômeno químico, enquanto o fenômeno físico consiste

no transporte das espécies hidrolisadas para interagir com outras espécies, tais como, as

impurezas, bactérias e vírus presentes no meio. É um processo muito rápido, dependente do

pH, da temperatura e da quantidade de impurezas do meio líquido, ocorrendo sob condições

de forte agitação. A partir desse momento é necessário uma agitação relativamente lenta, para

que ocorram choques entre as impurezas, e que formem os flocos, que é aglomeração das

partículas maiores, que podem ser removidas por sedimentação, flotação ou filtração rápida

(DI BERNARDO, 1993).

A coagulação é um processo utilizado para desestabilizar produtos coloidais, para

formação de microflocos e, deste modo, eliminar parte dos sólidos dissolvidos, assim como os

sólidos em suspensão (HALLER, 1993 apud KIMURA, 2001).

Coagular caracteriza reduzir o potencial zeta, que é a medida do potencial elétrico

entre a superfície externa da camada compacta, que se cresce ao redor da partícula, e o meio

líquido em que ela está inserida, a valores que propiciam a posterior aglomeração de

partículas, provoca a produção de flocos (SOUZA, 1987 apud KIMURA, 2001).

Segundo Souza (1987 apud KIMURA, 2001), o processo de coagulação influência

na(s):

13

a) turbidez da água a ser tratada (quanto maior a turbidez, menor é a quantidade de

coagulante. Isso ocorre pela maior possibilidade de choque);

b) composição química da água (os ânions intervêm mais do que os cátions na água);

c) temperatura (conforme a temperatura diminui, a viscosidade aumenta e a velocidade

de sedimentação baixa)

d) condições de mistura (em geral executa em duas fases: uma rápida e outra lenta).

A mistura do coagulante e o efluente prova a hidrolização, polimerazação e a reação

com a alcalinidade, formando hidróxidos denominados gel, produzindo, na solução, íon

positivos. Estes íons desestabilizarão as cargas negativas dos coloides e sólidos em suspensão,

reduzindo o potencial zeta a ponto próximo de zero, denominado ponto isoelétrico,

permitindo a aglomeração das partículas e, consequentemente, a formação de flocos (NUNES,

2004).

A coagulação depende essencialmente das características da água e das impurezas

presentes conhecidas através de parâmetros como pH, alcalinidade, cor, turbidez, temperatura,

mobilidade eletroforética, força iônica, sólidos totais dissolvidos, tamanho e distribuição de

tamanhos das partículas em estado coloidal e em suspensão, etc. (DI BERNARDO, 1993).

O processo de neutralização das cargas negativas das partículas é chamado de

coagulação. Esse processo possibilita que as partículas se aproximem umas das outras,

promovendo sua aglomeração, formando partículas maiores, que, por sua vez, apresentam

maior velocidade de sedimentação. Esse procedimento tem sido empregado como tratamento

em uma variedade de efluentes industriais, como indústria têxtil, processamento de carnes e

peixes e indústrias de bebidas (AL MALACK et al. 1999).

2.1.2 Coagulantes

Os coagulantes de sais de alumínio costumam ser os mais utilizados no processo de

tratamento de águas, apresentando maior eficiência quando o pH da suspensão estiver entre

5,0 e 8,0 (VIANNA, 2002 apud MATOS et al. 2007). Porém, esses sais apresentam uma

desvantagem pelo fato de que a disposição do lodo formado é sério problema ambiental ainda

a ser resolvido, sendo que o alumínio é um elemento tóxico para plantas e microrganismos

(MATOS et al. 2007).

Os coagulantes de sais de ferro também são muito utilizados para tratamento de água.

Reagem de forma a neutralizar cargas negativas dos colóides e possibilitam a formação de

hidróxidos insolúveis de ferro. Em consequência da baixa solubilidade dos hidróxidos férricos

14

formados, eles podem agir sobre ampla faixa de pH. Comparando ao coagulante de sais de

alumínio, a formação de flocos é mais rápida, devido ao alto peso molecular desse elemento;

por conseguinte, os flocos são mais densos, e o tempo de sedimentação é reduzido

significativamente (PAVANELLI, 2001).

O uso de coagulantes tem aumentado no pós-tratamento físico-químico de esgotos

sanitários. Os sais de alumínio e ferro são os coagulantes mais utilizados no tratamento de

água e esgoto. Embora, pesquisas têm apontado algumas desvantagens, tais como problemas

de saúde causados pelo alumínio residual em águas tratadas, grande volume de lodo

produzido, consumo da alcalinidade do meio, acarretando custos adicionais com produtos

químicos utilizados na correção do pH (VAZ, 2009).

Sais de ferro e polímeros sintéticos têm sido usados como alternativas mas, com

sucesso limitado devido ao fato de que os seus impactos sobre os seres vivos não é

investigada. (LETTERMAN; PERO, 1990; GOPPERS; STRAUB, 1976; AIZAWA et al.

1990 apud NDABIGENGESERE et al. 1995).

A maioria dos coagulantes químicos utilizados nas estações de tratamento de água

precisa da adição de alcalindade na forma de bicarbonatos ou cal, os quais provocam aumento

no volume do lodo, assim como nos custos do tratamento (SILVA et al. 2007).

De modo geral os mecanismos de coagulação podem se dividir em quatro tipos:

compressão da dupla camada, neutralização-adsorção de cargas, varredura e formação de

pontes. A descrição detalhada destes mecanismos é feita por Di Bernardo (1993).

Pode-se considerar o primeiro mecanismo como sendo de natureza puramente

eletrostática. Acontece devido à presença de grande quantidade de eletrólitos indiferentes e

que serão atraídos para as proximidades da superfície dos colóides, fazendo com que haja a

compressão da dupla camada formada na superfície das partículas. Assim, haverá menor

repulsão entre os colóides permitindo a sua coagulação. Como os coagulantes utilizados

durante o tratamento da água não são eletrólitos indiferentes, entende-se que outros

mecanismos são responsáveis pela desestabilização dos coloides (DI BERNARDO, 1993).

No mecanismo de adsorção-neutralização de cargas, os hidroxo-complexos, os cátions

hidratados, e os precipitados carregados positivamente são adsorvidos na superfície dos

colóides. Este mecanismo diminui a repulsão entre as partículas, possibilitando sua

coagulação e remoção por sedimentação/flotação ou filtração. As ligações formadas entre as

espécies químicas e os colóides não se rompem mediante diluição (DI BERNARDO, 1993).

As concentrações de coagulante são elevadas, o mecanismo de varredura, de modo que

o produto de solubilidade dos hidróxidos produzidos (hidróxido férrico ou hidróxido de

15

alumínio) é sobrepassado. A precipitação floculenta destes hidróxidos removerá por captura

os colóides presentes no meio, e os próprios colóides servirão como sementes para a formação

do precipitado (DI BERNARDO, 1993).

A formação de pontes é um mecanismo característico para sistemas nos quais sejam

adicionados compostos orgânicos de cadeia longa (polieletrólitos). As interações entre os

sítios ativos destas macromoléculas e os coloides promovem a sua aglomeração (DI

BERNARDO, 1993).

A natureza das águas a serem tratadas interfere na escolha do coagulante, sendo que a

seleção é feita depois dos ensaios necessários. Outros fatores que influência na escolha é A

economia e a facilidade de aquisição (LAGUNAS; LIS, 1998 apud KIMURA, 2001).

A principal finalidade do uso de coagulantes no tratamento físico-químico é a remoção

de poluentes inorgânicos, matérias insolúveis, metais pesados, matérias orgânicas não

biodegradáveis, sólidos em suspensão, etc. (NUNES, 2004).

2.1.3 Potencial Zeta

As partículas que apresentam potenciais zeta (P.Z.) da ordem de -30 mV (ou maior,

negativamente) têm estabilidade crescente, notando-se propensão de aglomeração, até que o

mesmo atinja -10 mV. Quanto mais próximo o valor se aproxima de zero, melhor são os

resultados (SOUZA, 1987 apud KIMURA, 2001).

O potencial zeta reflete o potencial de superfície das partículas, ele é influenciado

pelas mudanças na interface com o meio dispersante, em razão da dissociação de grupos

funcionais na superfície da partícula ou da adsorção de espécies iônicas presentes no meio

aquoso de dispersão (MAGENHEIM; BENITA, 1991 apud SCHAFFAZICK et al. 2003).

2.1.4 Polímero

Quando os sais de alumínio e de ferro são adicionados à água no processo de

coagulação, eles se hidrolisam e polimerizam (NUNES, 2004).

Polímeros sintéticos e naturais (amidos em geral) estão sendo usados como auxiliares

de floculação e filtração. No primeiro caso procura-se aumentar a velocidade de sedimentação

dos flocos, a resistência dos mesmos às forças de cisalhamento que podem ocorrer na

veiculação da água floculada e a diminuição da dosagem de coagulante primário enquanto

16

que, no segundo, busca-se reduzir a possibilidade de ocorrência do transpasse e aumentar a

taxa de filtração (DI BERNARDO, 1993).

Em muitos casos, a ação dos polímeros catiônicos está relacionada à força de adsorção

com partículas negativas e a consequente redução da dupla camada de repulsão, resultando na

agregação (MORETTI, 2001 apud DIAS; PEREIRA, 2005), já os polímeros aniônicos e não

iônicos agem na formação de pontes partícula-polímero-partícula (AISSE, 2001 apud DIAS;

PEREIRA, 2005).

2.1.5 Características Físico-Químicas

2.1.5.1 Potencial Hidrogeniônico

Potencial Hidrogeniônico é o cologaritmo da concentração dos íons H+, ou seja, o

logaritmo com sinal trocado. Mede quantitativamente a alcalinidade ou acidez de uma

determinada solução (NUNES, 2004).

O pH influencia no processo de coagulação-floculação, nas cargas das micelas e

também na precipitação química em que as dosagens ótimas de coagulantes dependem do pH.

Também interferem na velocidade (cinética) das reações e na toxidez de certos compostos

(CERQUEIRA, 2006).

2.1.5.2 Demanda Química de Oxigênio – DQO

Demanda Química de Oxigênio representa a quantidade de oxigênio necessária para

oxidar quimicamente a matéria orgânica. No teste de DQO, além da matéria orgânica

biodegradável, também é oxidada a matéria orgânica não biodegradável e outros componentes

inorgânicos (sulfetos, por exemplo). Também é usada na quantificação de matéria orgânica,

principalmente quando as águas residuárias contêm substâncias tóxicas (NUNES, 2004).

A quantidade de oxigênio consumida através de reações químicas de oxidação dos

diversos compostos presentes é indicado pela DQO, fornecendo, assim, uma quantificação

indireta da quantidade de substâncias quimicamente oxidáveis dentro das condições de

realização do teste, dentre as quais se destaca a matéria orgânica (CERQUEIRA, 2006).

A demanda química de oxigênio (DQO) é um parâmetro global usado como indicador

do conteúdo orgânico presente nas águas residuárias e superficiais (AQUINO et al. 2006).

17

2.1.5.3 Turbidez

A turbidez das águas é em razão à presença de partículas em estado coloidal, em

suspensão, matéria orgânica e inorgânica finamente dividida, plâncton e outros organismos

microscópicos (DI BERNARDO, 1993).

A presença das suspensões ocasiona a difração e absorção de luz, dando uma

aparência turva e indesejável ao efluente. O aumento da turbidez reduz a de luz onde a

fotossíntese ainda é possível de ocorrer, também conhecida como zona eufótica

(CERQUEIRA, 2006).

2.1.5.4 Cor

A cor interfere diretamente na diminuição da ação fotossintética por causa da transição

de luz solar para dentro da água. O que é condição necessária para a existência d algas, que

são a fonte básica de alimento do meio aquático. Mais do que isso, as algas são responsáveis

pela produção endógena de oxigênio (CERQUEIRA, 2006).

2.1.5.5 Fósforo Total

O fósforo é um nutriente que na maioria das vezes funciona como fator limitante para

o crescimento de plantas e de microorganismos em diversos ambientes aquáticos (SILVA,

2003).

Na Europa, EUA, Canadá, Austrália e também no Distrito Federal, a precipitação

química de fósforo com adição de coagulantes inorgânicos à base de alumínio e ferro, seguida

da separação das fases sólido/líquido por meio dos processos de sedimentação ou flotação, se

apresenta como uma técnica que vem sendo aplicada (SILVA, 2003).

Para remoção de fósforo, os coagulantes mais utilizados são os sais metálicos de

alumínio e ferro. Os polímeros podem ser utilizados como auxiliares de coagulação e o uso da

cal tem sido cada vez mais restrito devido ao maior volume de lodo gerado e também aos

problemas operacionais relativos ao transporte, armazenamento e preparo da cal (SILVA,

2003).

2.1.5.6 Nitrogênio Total

18

A remoção de nitrogênio através do processo de coagulação é associada à remoção de

material coloidal, sendo removidos neste caso principalmente nitratos, já que representam o

conteúdo de proteínas e as mesmas podem ser consideradas parcialmente hidrofóbicas e

parcialmente hidrofílicas (ligações de peptídeos, grupos amino e carboxílicos) (EDWARDS;

AMIRTHARAJAH, 1985 apud SCHOENHALS, 2006).

2.1.5.7 Surfactantes

O surfactante pode ser aplicado em indústria como em pesquisa básica. Na indústria

encontram-se aplicações em óleos de motor e outros lubrificantes, detergentes, produtos de

higiene pessoal, em cosméticos, como aditivos em alimentos, em fármacos, etc. Já na

pesquisa básica pode encontra a incorporação de surfactantes em biossensores, estuda-se a

interação de surfactantes com materiais orgânicos luminescentes e na pesquisa genética

(KLINGSTEDT; NILSSON, 2011; FAINERMAN, 2009 apud MAIA, 2011 e NITSCHKE;

PASTORE, 2002).

Os surfactantes apresentam uma estrutura molecular assimétrica, que consiste num

grupo apolar hidrofóbico (repele água) e um grupo polar hidrofílico (atrai água). A

classificação dos surfactantes é feita em função da carga elétrica da parte hidrofílica da

molécula (BIGARDI et al. 2003).

Devido ao caráter distinto das extremidades da sua estrutura química – de um lado

prolonga-se uma cadeia hidrofobia e de outro um grupo hidrofílico – (Figura 1) - surfactantes

se classificam como moléculas anfifílicas cuja principal propriedade é a atividade interfacial.

Basicamente, o mecanismo de interação nas interfaces baseia-se na auto-desorção do

surfactante de forma específica, modificando as tensões interfaciais. Em função do caráter da

extremidade hidrofílica, estabelece-se a seguinte classificação para estas moléculas:

a) Surfactante catiônico: a extremidade hidrofílica é um íon positivo.

b) Surfactante aniônico: a extremidade hidrofílica é um íon negativo.

c) Surfactante zwiteriônico: a extremidade hidrofílica contém um íon positivo e

outro negativo, formando um dipolo elétrico globalmente neutro.

d) Surfactante não-iônico: a molécula é elétricamente neutra, mas a uma de suas

extremidades apresenta caráter hidrofílico (MAIA, 2011).

19

Figura 1 - Estrutura química generalizada de um surfactante ressaltando as extremidades

hidrofóbica e hidrofílica que apresentam atividade superficial.

Grande parte dos surfactantes no comércio são produzidos através de derivados de

petróleo. Porém, com o crescimento da preocupação ambiental dos consumidores e as novas

legislações de controle ambiental levaram à procura de surfactantes naturais como alternativa

aos produtos existentes. Os surfactantes são moléculas anfipáticas constituídas de uma porção

hidrofóbica e uma porção hidrofílica (NITSCHKE; PASTORE, 2002).

Com a presença de grupos hidrofílicos e hidrofóbicos na mesma molécula, os

surfactantes tendem a se distribuir nas interfaces entre fases fluidas com diferentes graus de

polaridade (óleo/água e água/óleo). A formação de um filme molecular, ordenado nas

interfaces, reduz a tensão interfacial e superficial, sendo responsável pelas propriedades

únicas do surfactante (NITSCHKE; PASTORE, 2002).

Compostos de origem microbiana que exibem propriedades surfactantes, isto é,

diminuem a tensão superficial e possuem alta capacidade emulsificante, são chamados de

biossurfactantes (CAMEOTRA, 1998 apud NITSCHKE; PASTORE, 2002).

Um estudo realizado em postos de combustíveis, em Tubarão-SC, notou que o

tratamento com caixa de gordura e decantador não são eficientes na remoção de surfactante

(ABS) (FERNANDES et al. 2003).

2.1.5.8 Óleos e Graxas

Os óleos e graxas podem ter diversas origens nos efluentes. É muito comum a origem

nos restaurantes industriais. As oficinas mecânicas, casa de caldeiras, equipamentos que

utilizem óleo hidráulico além de matérias primas com composição oleosa (gordura de origem

vegetal, animal e óleos minerais) (GIORDANO, 2004).

20

2.1.6 Salão de beleza

O possível melhoramento na aparência física através de um banho de beleza está

refletindo na economia, seja no crescimento da indústria de perfumaria e cosméticos, seja nos

serviços relativos a esse predicado (serviços de higiene pessoal) (DWECK, 1999).

As modificações tecnológicas, nas indústrias de perfumaria e cosméticos e de material

elétrico, provocaram uma sofisticação dos serviços ligados à beleza, resultando a expansão

dos salões de beleza unissex no Brasil, como aconteceu nos Estados Unidos na década

anterior (DWECK, 1999).

O consumo dos serviços de beleza em salões tem sido cada vez mais exigente e variado.

Os salões de beleza são vistos como fábricas de embelezamento nas quais o “processo produtivo”

envolve desde a lavagem, corte, ondulação, alisamento, penteado e tintura dos cabelos. Desta

forma, geram uma grande quantidade de resíduo descartado no meio ambiente (NETO; SOUZA,

2009).

Segundo o site Ajuda Brasil (2009) e Monteiro (2001), os metais pesados estão presentes

na composição das tinturas, pois são utilizados na produção de pigmentos. Essas substâncias

acarretam impactos negativos sobre o meio ambiente e, em especial, sobre o homem. Entre eles os

que se destacam são: o cádmio (causa problemas pulmonares, câncer e náuseas), o cromo

(prejudica os rins e o sistema respiratório) e o chumbo (também provoca problemas pulmonares,

disfunção renal e encefalopatia) (NETO; SOUZA, 2009).

De acordo com Messeder (2006), múltiplos produtos usados em salões de beleza e clínicas

de estética podem causar efeitos nocivos e doenças ocupacionais aos profissionais que trabalham

por muito tempo em ambientes expostos a essas substâncias químicas. Muitas vezes, os

profissionais não tem conhecimento sobre os possíveis efeitos das substâncias químicas sobre a

saúde, em função da sua diversidade no ambiente estético capilar e corporal (NETO; SOUZA,

2009).

Segundo a pesquisa feita pelo SEBRAE (2007), os efluentes de salões de beleza são

resultados do processo produtivo, compostos por grande quantidade de água e resíduos de

lavagem de cabelo (tinta, descolorantes, água oxigenada, xampu e condicionador) (NETO;

SOUZA, 2009).

Um dos problemas mais sérios provocados pelo são de beleza é a poluição aquática,

provoca mudanças nas características físicas, químicas e biológicas das águas, as quais interferem

na sua qualidade, impossibilitando o seu uso para o consumo humano segundo afirma o site Trata

Brasil (NETO; SOUZA, 2009).

21

3 MÉTODOS E MATERIAIS

3.1 Coleta

O efluente bruto foi coletado através da técnica de amostragem simples, na saída dos

lavatórios de cabelo de um salão de beleza do município de Passo Fundo, com um recipiente

de polipropileno computando o tempo, a temperatura e o volume coletado. Foi acondicionado

em recipientes de polietileno com capacidade de 5 litros e encaminhado para o laboratório de

Ensino do Curso de Engenharia Ambiental, na Universidade de Passo Fundo, onde foram

feitas as análises.

3.2 Agentes Coagulantes

Os ensaios de coagulação foram realizados com a utilização de quatro coagulantes,

que foram fornecidos por três empresas fabricantes de produtos químicos para tratamento de

efluentes e de águas, e de dois polímeros, fornecidos por um mesmo fabricante. Os

coagulantes que foram utilizados são apresentados na Tabela 1 e os polímeros aplicados estão

exibidos na Tabela 2.

Tabela 1 - Coagulantes utilizados em função dos diferentes fornecedores.

Coagulante Empresa

Policloreto de Alumínio – PAC A

Coagulante Orgânico a base de taninos B

Coagulante inorgânico com coagulantes orgânico C

Coagulante inorgânico com polímeros catiônicos C

Tabela 2 - Polímeros utilizados em função dos fornecedores

Polímero Empresa

Polímero Orgânico Aniônico A

Polímero Orgânico Catiônico A

Para os testes de coagulantes e polímeros foi utilizado 400 mL de efluente bruto, que

foram acondicionados em béqueres devidamente identificados. Para agitação dos mesmos foi

22

utilizado o agitador magnético Oxylab, modelo OXY11, com uma barra magnética, e através

da observação da milivoltagem em agitação lenta e pH, foi possível analisar quais as dosagens

ótimas de coagulantes e polímeros que foram mais efetivas no processo de formação dos

flocos e também os melhores resultados obtidos dos parâmetros comparando com o efluente

bruto.

Após um tempo paralisado para a decantação dos flocos, foi feito uma filtração para

melhor realização e homogeneidade nas análises.

Para cada coagulante foi testado um polímero orgânico aniônico e um polímero

orgânico catiônico e também somente o coagulante para verificar o efeito das diferentes

combinações. Durante a adição dos coagulantes e polímeros, o pH era ajustado para próximo

da neutralidade com NaOH (1mol/L).

3.3 Método para Determinação dos Parâmetros Físico-Químicos

Todas as determinações dos parâmetros físico-químicos serão realizadas de acordo com

APHA (1995) e suas análises foram feitas em duplicatas e algumas em triplicatas.

3.3.1 Demanda Química de Oxigênio (DQO)

A análise da DQO foi realizada segundo o Standard Métodos 5220 D, utilizando o método

de colorimetria de refluxo fechado. O equipamento utilizado para digestão das amostras foi o

bloco digestor da Hanna Instruments modelo HI 839800 e para leitura foi utilizado o

espectrofotômetro da marca Bioespectro modelo SP-220, usando o comprimento de onda de

600nm.

3.3.2 Potencial Hidrogeniônico (pH)

A determinação do pH foi realizada através da leitura instrumental do peagâmetro da

marca Tecnal, modelo TEC-5.

3.3.3 Cor

A avaliação da cor foi realizada através da leitura instrumental do espectrofotômetro

da MERCK, modelo SQ 118.

23

3.3.4 Turbidez

A turbidez foi medida através do turbidímetro QUIMIS, modelo Q279P, que

representou uma leitura em NTU (Unidade Nefelométrica de Turbidez).

3.3.5 Fósforo Total (PT)

Na avaliação do fósforo total a amostra foi digerida pelo método do Persulfato de

Potássio (K2S2O8). A concentração de fosfato foi determinada pelo método do Reagente de

Armstrong e do Ácido Ascórbico (C2H4O2), descrito pela APHA (1995) em

espectrofotômetro, Bioespectro, modelo SP-220, a 880nm e autoclavado em autoclave da

marca Prismatec, modelo CS.

3.3.6 Nitrogênio Total (NT)

A determinação de nitrogênio total foi realizada de acordo com o Standard Métodos

4500.

As amostras foram digeridas no bloco digestor Tecnal, modelo 008150-04, e

destiladas no destilador Tecnal, modelo TE-0363.

3.3.7 Óleos e Graxas

A análise do teor de óleos e graxas foi realizada segundo o Standard Métodos 5520

por extração em Sohxlet, utilizando o hexano como solvente.

Foi usado o equipamento QUIMIS, modelo Q308-268 e para secagem uma estufa, De

Leo, estufa para secagem e esterilização, de 100L, a temperatura de 60ºC.

3.3.8 Surfactantes

A determinação de surfactantes foi realizada segundo o Standard Métodos 5540-D, por

espectrofotometria, o qual tem como principio a reação dos compostos do efluente

(detergentes aniônicos) com o azul de metileno.

24

O espectrofotômetro utilizado foi o mesmo usado para a leitura de DQO e Fósforo

Total.

25

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Caracterização do Efluente

A Tabela 3 apresenta as características do efluente das quatro coletas feitas no salão de

beleza sem tratamento prévio em comparação com a Resolução CONSEMA 128/2006 e a

Resolução CONAMA nº 430/2011.

Através da observação da Tabela 3, é possível perceber que alguns parâmetros estão

fora da faixa de lançamento admitido pela legislação, os quais são: Demanda Química de

Oxigênio (DQO), Óleos e Graxas, Surfactantes e Nitrogênio Total.

As análises de turbidez do efluente bruto nos mostra que em todas as coletas, de

acordo com a Resolução CONAMA 430/2011, elas encontram-se fora do valor permitido de

lançamento, que é de 100NTU.

Os surfactantes provocam prejuízos estéticos para os cursos d’água, através da

formação de espuma, e também têm sido responsáveis pela aceleração da eutrofização. Além

de a maioria dos detergentes comerciais empregados serem ricos em fósforo. Compreende-se

que se desempenha um efeito tóxico sobre o zooplâncton, predador natural das algas (PIVELI,

2001).

A baixa solubilidade dos óleos e graxas representa um fator negativo no que se refere

à sua degradação em unidades de tratamento de despejos por processos biológicos e, quando

existentes em mananciais utilizados para abastecimento público, originam problemas no

tratamento d’água. A presença de material graxo nos corpos d’água, além de causar

problemas de origem estética, diminui a área de contato entre a superfície da água e o ar

atmosférico, interferindo, dessa maneira, a transferência do oxigênio da atmosfera para a água

(VASCONCELOS; GOMES, 2009).

Os óleos e graxas, em seu processo de decomposição, reduzem o oxigênio dissolvido,

elevando a DBO5 e a DQO, causando alteração no ecossistema aquático (VASCONCELOS;

GOMES, 2009). Além desses problemas, os óleos e graxas ocasionam obstrução em redes

coletoras de esgotos e inibição em processos biológicos de tratamento (PIVELI, 2001).

O alto valor de turbidez tem como consequência a redução da penetração da luz solar

na coluna d´água, prejudicando a fotossíntese das algas e plantas aquáticas submersas, e

26

Tabela 3 - Parâmetros e concentrações do efluente bruto de salão de beleza.

Parâmetro

Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3 Coleta 4 CONSEMA

128/2006

CONAMA

430/2011

Resultado

Coef. de

Variação

(CV)

Resultado

Coef. de

Variação

(CV)

Resultado

Coef. de

Variação

(CV)

Resultado

Coef. de

Variação

(CV)

Vazão (m³/d) 0,01854 - 0,03424 - 0,01854 -

- < 20 -

pH 5,81 - 5,8 - 5,42 - 6,42 - - -

Cor (1/m) 48,2 - 51,5 - 48,2 - > 50 - - -

Turbidez (NTU) 145 - 188 - 159 - 299 - - 100

DQO (mg/L) 114,61 ±

0,00 0,0

2073,91 ±

0,01 9,1

1385,96 ±

0,01 8,4

2377,15 ±

0,03 31,8 400,00 -

Fósforo Total

(mg/L) 0,58 ± 0,01 4,8 1,39 ± 0,02 21,3

0,19 ±

0,01 5,8

0,54 ±

0,16 48,1 4,00 -

Nitrogênio Total

por Kjeldahl

(mg/L)

46,67 ± 0,15 18,3 14,93 ±

0,12 43,3

8,40 ±

0,07 47,1

5,06 ±

0,00 0,0 20,00 -

Óleos e Graxas

(mg/L) - -

228,00 ±

38,31 16,8

226,67 ±

23,09 10,2

400,00 ±

0,00 7,1 30,00 -

Surfactantes

(mg/L)

835,38 ±

0,04 2,2

527,03 ±

0,11 9,9

3,21 ±

0,22 30,2

4,01 ±

0,22 30,2 2,00 -

27

também pode recobrir os ovos dos peixes e os invertebrados bênticos (que vivem no fundo)

(www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/turb.htm).

Durante o período de pesquisa, foram feitas mais três coletas de efluente no salão de

beleza. Em cada coleta a caracterização do efluente bruto apresentou valores diferenciados,

como pode ser observado na Tabela 3. Essa diferença acontece porque no estabelecimento

eles prestam diversos serviços para os clientes, pois há dias em que cortes de cabelo é mais

realizado, outros com alternância de pinturas e alguns com alisamentos. Então, a cada

lavagem, dependendo do serviço realizado, é um produto diferente utilizado, variando até

mesmo os tipos de xampus.

4.2 Tratamento físico-químico

Para o coagulante inorgânico e polímero catiônico será apresentado nos resultados a

seguir como, CIPC. Para o coagulante inorgânico e coagulante orgânico, será identificado

como, CICO.

Entre a Figura 2 a Figura 5, elas apresentam o resultado visual dos testes realizados

com cada coagulante e polímero para 100 mL de efluente bruto.

Figura 2 - Coagulante CIPC com polímero orgânico catiônico e polímero orgânico

aniônico respectivamente.

28

Figura 3 - Coagulante CICO com polímero orgânico catiônico e polímero orgânico

aniônico respectivamente.

Figura 4 - Coagulante PAC com polímero orgânico catiônico e polímero orgânico

aniônico respectivamente.

Figura 5 - Coagulante VETA Orgânico com polímero orgânico catiônico e polímero

orgânico aniônico respectivamente.

A Tabela 4 oferece a quantidade de coagulante e polímero utilizado em cada teste,

para quantidade de 400 mL de efluente.

29

Tabela 4 - Quantidade de coagulante e polímero utilizado.

Amostra Quantidade

Coagulante (mL)

Quantidade

Polímero (mL)

PAC - Polímero Orgânico Catiônico 1,1 2,4

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Catiônico 3,1 2,8

CIPC - Polímero Orgânico Catiônico 0,8 1,5

PAC - Polímero Orgânico Aniônico 3,0 2,0

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Aniônico 3,0 0,9

PAC 2,5 -

VETA Orgânico 5,2 -

Todos os testes realizados com uso do coagulante VETA apresentaram melhor

formação de flocos. No entanto, de um modo geral, o somatório da quantidade de coagulante

e polímero utilizado é o que usa mais produtos químicos para a aglomeração dos flocos.

4.2.1 Demanda Química de Oxigênio (DQO)

A Tabela 5 mostra os valores de DQO obtidos depois do tratamento com o polímero

e/ou coagulante e também a porcentagem de remoção em cada caso.

Tabela 5 - Valores de DQO e porcentagem de remoção.

Amostra Concentração

DQO (mg/L) Remoção (%)

Bruto 2377,15 -

PAC - Polímero Orgânico Catiônico 127,8 94,62

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Catiônico 177,22 92,54

CIPC - Polímero Orgânico Catiônico 301,62 87,31

CICO- Polímero Orgânico Catiônico - -

PAC - Polímero Orgânico Aniônico 153,36 93,55

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Aniônico 240,27 89,89

CIPC - Polímero Orgânico Aniônico - -

CICO - Polímero Orgânico Aniônico - -

PAC 170,41 92,83

30

VETA Orgânico 195,97 91,76

CIPC - -

CICO - -

As amostras tratadas com CICO e CIPC com polímero orgânico aniônico e catiônico

ao realizar a análise de DQO apresentaram uma textura densa, formação de precipitado e

coloração diferente do padrão, como é possível ver na figura seguinte.

Figura 6 - Análise de DQO.

A partir dessa reação, foram realizadas determinação de cloretos com as amostras que

apresentaram o comportamento acima descrito. Segundo a análise, a presença de íons de

cloreto nas amostras se confirmou. De acordo com Aquino et al. (2006), o excesso de cloretos

pode por um lado exercer DQO devido à formação de cloro, mas pode por outro precipitar

como o catalisador e formar AgCl.

As amostras que apresentaram cloretos não tiveram outros parâmetros analisados.

Analisando os valores de DQO obtidos, em comparação com o valor inicial do

efluente e após os diferentes tipos de polímeros e/ou coagulantes testados todos os

tratamentos apresentaram uma boa eficiência de remoção. Os resultados ficaram entre uma

faixa aproximada de 87% a 95%. Todas as amostras possuem valores de concentrações de

DQO dentro da faixa permitida pela legislação CONSEMA 128/2006.

31

4.2.2 Fósforo

A Tabela 6 mostra os valores obtidos nas análises de fósforo em comparação a

porcentagem de remoção após o tratamento.

Tabela 6 - Valores de fósforo e porcentagem de remoção.

Amostra Concentração

Fósforo Total (mg/L) Remoção (%)

Bruto 0,54 -

PAC - Polímero Orgânico Catiônico 0,01 98,15

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Catiônico 0,22 59,26

CIPC - Polímero Orgânico Catiônico 0,01 98,15

PAC - Polímero Orgânico Aniônico 0,01 98,15

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Aniônico 0,26 51,85

PAC 0,01 98,15

VETA Orgânico 0,2 62,96

As amostras que utilizaram o coagulante PAC com ambos os polímeros, polímero

orgânico catiônico e polímero orgânico aniônico, e o coagulante CIPC foram os que tiveram

melhores remoções de fósforo, 98,15%.

Quando sais de alumínio ou de ferro são adicionados ao efluente eles reagem com o

ortofosfato produzindo um precipitado. O fósforo orgânico e o polifosfato são removidos

através de reações mais complexas e pelo processo de adsorção (SILVA, 2003). Os

experimentos que obtiveram as maiores remoções tinham na formulação do coagulante sais de

alumínio e/ou ferro, indicando que a principal forma do fósforo do efluente de salão de beleza

é o fosfato e a formação de ortofosfato.

O uso do coagulante VETA orgânico com polímero orgânico aniônico foi a amostra

que apresentou a remoção mais baixa entre todos, com 59,26%. Porém, todos os experimentos

mostraram valores compatíveis com a concentração liberada pela legislação, ou seja, menores

que 4 mg/L.

4.2.3 Nitrogênio Total

32

Na Tabela 7 é possível analisar o valor de nitrogênio total e a remoção em comparação

com o efluente bruto.

Tabela 7 - Valores de Nitrogênio Total e porcentagem de remoção.

Amostra Concentração

Nitrogênio Total (mg/L)

Remoção

(%)

Bruto 5,60 -

PAC - Polímero Orgânico Catiônico 1,12 80,00

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Catiônico 1,68 70,00

CIPC - Polímero Orgânico Catiônico 0,00 100

PAC - Polímero Orgânico Aniônico 0,00 100

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Aniônico 3,92 30,00

PAC 1,68 70,00

VETA Orgânico 2,80 50,00

Os dados da Tabela 7 sugerem que duas de oito amostras não apresentaram nitrogênio

após o tratamento.

O uso do CIPC com polímero orgânico catiônico e o coagulante PAC com polímero

orgânico aniônico apresentaram 100% de remoção, e o uso do coagulante VETA orgânico

com o polímero orgânico aniônico foi o que obteve menor eficiência de remoção em

comparação com outros testes, 30%.

A concentração permitida pelo CONSEMA 128/2006 é de no máximo 20mg/L de

NTK, portanto, todos os resultados se encontram dentro da faixa permitida para de

lançamento.

4.2.4 Óleos e Graxas

Na Tabela 8 são apresentados os resultados de óleos e graxas após o tratamento e a

porcentagem de remoção de cada teste.

Tabela 8 - Valores de óleos e graxas e porcentagem de remoção.

Amostra Concentração Óleos

e Graxas (mg/L) Remoção (%)

33

Bruto 400,00 -

PAC - Polímero Orgânico Catiônico 60,00 85,00

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Catiônico 220,00 45,00

CIPC - Polímero Orgânico Catiônico 180,00 55,00

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Aniônico 200,00 50,00

PAC 160,00 60,00

VETA Orgânico 210,00 47,50

O teste que apresentou maior valor de remoção foi o uso de PAC e polímero orgânico

catiônico, com 85% de remoção. Foi o que apresentou uma grande diferença comparando com

as outras análises, pois ou outros obtiveram uma eficiência de no máximo 60%.

Provavelmente isso ocorre pelo motivo de que o tratamento físico-químico utilizado foi a

flocodecantação ao invés da flotação, mais indicado uma vez que os óleos e graxas possuem

densidade menor do que a do efluente. Nenhum dos testes de óleos e graxas atende a

legislação, que é de 30 mg/L.

A análise de óleos e graxas da amostra de coagulante PAC e o polímero orgânico

aniônico obteve erro experimental.

4.2.5 Surfactantes

A Tabela 9 mostra os valores de remoção e respectivas concentrações de surfactantes

obtidos após os testes com polímeros e/ou coagulantes.

Tabela 9 - Valores de surfactantes e porcentagem de remoção.

Amostra Concentração

Surfactantes (mg/L) Remoção (%)

Bruto 4,01 -

PAC - Polímero Orgânico Catiônico 0,14 96,51

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Catiônico 1,54 61,60

CIPC - Polímero Orgânico Catiônico 0,20 95,01

PAC - Polímero Orgânico Aniônico 3,22 19,70

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Aniônico 0,82 79,55

PAC 2,47 38,40

34

VETA Orgânico 0,36 91,02

Dois resultados apresentaram uma baixa remoção de surfactantes, o coagulante PAC

com polímero orgânico aniônico, com 19,70%, e o uso do coagulante PAC, com remoção de

38,40%. Ambos encontram-se fora dos padrões de lançamento de efluentes conforme

estabelecido pela Resolução do CONSEMA n.° 128/2006, que é de 2,0 mg/L.

4.2.6 Turbidez

Na Tabela 10 é possível analisar o comportamento da remoção da turbidez.

Tabela 10 - Valores de turbidez e porcentagem de remoção.

Amostra Turbidez (NTU) % Remoção

Bruto 299,00 -

PAC - Polímero Orgânico Catiônico 3,67 98,77

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Catiônico 2,28 99,24

CIPC - Polímero Orgânico Catiônico 6,08 97,97

PAC - Polímero Orgânico Aniônico 0,01 100,00

VETA Orgânico - Polímero Orgânico Aniônico 9,65 96,77

PAC 0,01 100,00

VETA Orgânico 8,29 97,23

Todas as amostras mostraram uma excelente remoção de turbidez, alguns chegando a

100%. Os que melhores apresentaram essa remoção foram as análises com a utilização do

coagulante PAC e o uso de coagulante PAC com polímero orgânico aniônico. Além disso,

todos se mostram dentro do valor permitido pela Resolução CONAMA 430/2011.

O Apêndice A apresenta uma melhor visualização dos dados obtidos em função dos

parâmetros analisados e os testes realizados.

35

5 CONCLUSÃO

O efluente bruto de salão de beleza possui potencial para contaminação dos recursos

hídricos caso não seja adequadamente tratado e que suas características mudam conforme os

serviços prestados pelo salão.

Os testes com polímero orgânico catiônico com o uso do coagulante VETA orgânico e

PAC, apresentaram melhores resultados em relação ao uso do polímero orgânico aniônico.

Em relação ao uso do coagulante VETA orgânico, seja ele sozinho ou com uso de polímeros,

nenhum dos testes apresentou resultados satisfatórios. Porém, é possível constatar que alguns

parâmetros possuem a mesma tendência de remoção que a de DQO, como por exemplo, o

fósforo e a turbidez.

Analisando os valores atingidos com os valores permitidos de lançamento de efluentes

industriais conforme estabelecido pela Resolução do CONSEMA n.° 128/2006 e a CONAMA

nº 430/2011, nenhum dos polímeros e/ou coagulantes apresenta todos os parâmetros

analisados com os valores necessários de despejo. Porém, o coagulante PAC com uso do

polímero orgânico catiônico foi o que apresentou melhores resultados. Em relação aos óleos e

graxas que não ficou dentro do limite estabelecido pela legislação, foi o que mais removeu em

comparação aos outros testes.

É possível analisar que o tratamento físico-químico por flocodecantação possui

remoção satisfatória de carga orgânica e de nutrientes, mas é necessário um melhor estudo em

relação ao uso de outros coagulantes e polímeros que sejam capazes de tratar o efluente e

atingir os valores da legislação.

36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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39

APÊNDICE A

Tabela 11 - Valores dos parâmetros analisados em relação aos polímeros e/ou coagulantes

Parâmetro

PAC -

Polímero

Orgânico

Catiônico

VETA

Orgânico -

Polímero

Orgânico

Catiônico

CIPC -

Polímero

Orgânico

Catiônico

PAC -

Polímero

Orgânico

Aniônico

VETA

Orgânico -

Polímero

Orgânico

Aniônico

PAC VETA

Orgânico

pH 6,30 7,17 7,33 7,80 7,04 7,65 7,30

Cor 27,00 39,00 33,00 28,00 82,00 32,00 70,00

Turbidez 3,67 2,28 6,08 0,01 9,65 0,01 8,29

DQO 127,80 177,22 301,62 153,36 240,27 170,41 195,97

Nitrogênio

Total 1,12 1,68 0,00 0,00 3,92 1,68 2,80

Fósforo Total 0,01 0,22 0,01 0,01 0,26 0,02 0,20

Óleos e Graxas 60,00 220,00 180,00 - 200,00 160,00 210,00

Surfactantes 0,14 1,54 0,20 3,22 0,82 2,47 0,36