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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Tamires Cararo Ribeiro Auditoria Ambiental: instrumento sistêmico para realização do Relatório de Auditoria Ambiental Interna Passo Fundo 2010

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Tamires Cararo Ribeiro

Auditoria Ambiental: instrumento sistêmico para

realização do Relatório de Auditoria Ambiental Interna

Passo Fundo

2010

1

Tamires Cararo Ribeiro

Auditoria Ambiental: instrumento sistêmico para

realização do Relatório de Auditoria Ambiental Interna

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Engenharia Ambiental, como parte

dos requisitos exigidos para obtenção do título

de Engenheiro Ambiental.

Orientador: Prof. Juliana Kurek, MSc.

Passo Fundo

2010

TERMO DE APROVAÇÃO

TAMIRES CARARO RIBEIRO

AUDITORIA AMBIENTAL: INSTRUMENTO SISTÊMICO PARA

REALIZAÇÃO DO RELATÓRIO DE AUDITORIA AMBIENTAL INTERNA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para a

obtenção do título de Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da

Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado

pela seguinte banca examinadora:

Orientadora: __________________________________________ Juliana Kurek, M.Eng.

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

__________________________________________ Aline Ferrão Custodio Passini, Dra.

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

__________________________________________ Luciana Londero Brandli, Dra. Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, 09 de dezembro de 2010.

Dedico este trabalho a minha

Tia Rita Luiza Cararo, a

minha mãe Rosa Maria

Cararo, meu pai Estevão e aos

meus irmãos Gadiego e Oriel.

Obrigada pelo apoio e

incentivo.

AGRADECIMENTOS

A Professora Juliana Kurek pela orientação em todos os momentos, compreensão e

tempo disponibilizado para discussão de idéias.

Aos Professores do Curso de Engenharia Ambiental que sempre mostraram-se

disponíveis para atender a toda e qualquer dúvida que surgisse.

Ao Analista de Administração Aldemir Pasinato pelo auxílio e tempo disponibilizado.

Aos meus colegas de curso pelas conversas, estudos, momentos de descontração e

incentivo.

A minha família e amigos que me incentivaram e acompanharam nesta caminhada.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.

“Se o líder não estiver interessado em

executar, o mesmo acontecerá com a

organização. Mas se ele souber trazer sua

estratégia para a prática, inspirando sua

empresa a se orientar pela performance, verá

que a execução é a melhor forma de se

diferenciar da concorrência”.

Larry Bossidy

RESUMO

A evolução ambiental impulsionou o estabelecimento de um novo modelo de Gestão,

que analisa de forma holística a interação entre empresa e meio ambiente, ou seja, o todo

determina o comportamento das partes. A necessidade de metodologias que apóiem a

implementação de um Sistema de Gestão Ambiental fez surgir regulamentações e normas que

fornecem diretrizes para acompanhar, manter e avaliar a efetividade do sistema de gestão.

Porém a importância de um diagnóstico ambiental não está apenas no cumprimento às

questões regulatórias, mas também como instrumento auxiliar na definição de estratégias para

o alcance da excelência empresarial. Assim esse estudo, aborda a viabilidade de contar com

uma ferramenta para estruturar a Lista de Verificação, para realização de uma Auditoria

Ambiental Interna (ABNT NBR ISO 19011:2002), com base nos requisitos da ABNT NBR

ISO 14001:2004 e a significância dos resultados para avaliação do desempenho ambiental da

Organização. Os dados foram organizados em um modelo sistemático com preenchimento

dinâmico, que aborda itens essenciais para um diagnóstico ambiental através de metodologia

pontuada. Os resultados obtidos com a simulação oportunizam a obtenção de dados

importantes para a Empresa, pois os Requisitos da Norma ABNT NBR ISO 14001:2004 são

avaliados qualitativamente e quantitativamente, e considerando a significância dos mesmos os

gestores dispõem de informações viáveis e importantes para tomada de decisões e

estabelecimento de ações corretivas e para melhoria contínua.

Palavras-chave: Sistema de Gestão Ambiental, Auditoria Ambiental, Diagnóstico Ambiental.

ABSTRACT

The environmental evolution spurred the establishment of a new management model, which

looks holistically the interaction between company and environment, ie, the whole determines

the behavior of the parties. The need for methodologies that support the implementation of an

Environmental Management System has raised standards and regulations that provide

guidelines to monitor, maintain and evaluate the effectiveness of the management system.

However, the importance of an environmental assessment is not only in compliance with

regulatory issues, but also as an aid in developing strategies for achieving business excellence.

Thus this study addresses the feasibility of having a tool for structuring the Checklist, to

conduct an Internal Environmental Auditing (ABNT NBR ISO 19011:2002), based on the

requirements of ISO 14001:2004 and the significance of the results to evaluate environmental

performance of the Organization. Data were organized into a systematic model with dynamic

filling, addressing essential items for an environmental assessment by a scored methodology.

The results obtained from the simulation give opportunity to obtain important data for the

Company, because the requirements of ISO 14001:2004 standard are qualitatively and

quantitatively evaluated, and considering the significance of these managers have viable and

important informations to decide and to establish corrective actions for continuous

improvement.

Keywords: Environmental Management System, Environmental Audit, Environmental

Assessment.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Estrutura do trabalho ..................................................................................................... 16

Figura 2: Esquema Ético Ambiental ............................................................................................ 19

Figura 3: Ciclo PDCA ................................................................................................................... 22

Figura 4: Gestão Ambiental ISO 14000 ...................................................................................... 25

Figura 5: Linha do Tempo da Auditoria Ambiental ................................................................... 27

Figura 6: Fluxo do processo de gestão de um programa de auditoria ....................................... 28

Figura 7: Elementos fundamentais para a efetividade de uma auditoria ................................... 29

Figura 8: Etapas de avaliação dos auditores ambientais ............................................................. 37

Figura 9: Setores econômicos e impactos ambientais................................................................. 39

Figura 10: Fluxo dos processos produtivos ................................................................................. 39

Figura 11: Típico processo de uma Indústria Metal – Mecância ............................................... 40

Figura 12: Fases do projeto de pesquisa ...................................................................................... 43

Figura 13: Organização da Lista de Verificação – ABNT NBR ISO 14001:2004 ................... 47

Figura 14: Opções de resposta...................................................................................................... 47

Figura 15: Organização do Modelo Sistêmico ............................................................................ 48

Figura 16: Simulação das respostas para o Requisito: Requisitos Gerais ................................. 52

Figura 17: Simulação das respostas para o Requisito: Política Ambiental ............................... 53

Figura 18: Avaliação Qualitativa ................................................................................................. 53

Figura 19: Avaliação Quantitativa em %..................................................................................... 54

Figura 20: Gráfico Indicador da Avaliação Qualitativa.............................................................. 55

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tipo de auditoria em função da vinculação da equipe ou time de auditores ............ 33

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Resumo da Evolução Ambiental ................................................................................ 18

Quadro 2: Aspectos ambientais e impactos ambientais da Indústria Metal-Mecância ............. 40

Quadro 3: Níveis de classificação atribuídos aos Requisitos da NBR 14001:2004.................. 45

Quadro 4: Níveis de Pontuação .................................................................................................... 46

Quadro 5: Lista de Verificação .................................................................................................... 48

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 13

1.1 Problema da Pesquisa ....................................................................................................... 13

1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 14

1.3 Objetivo Geral:.................................................................................................................. 15

1.4 Objetivos Específicos: ...................................................................................................... 15

1.5 Apresentação Geral do Trabalho ..................................................................................... 15

2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................ 17

2.1 Revisão Bibliográfica ....................................................................................................... 17

2.1.1 Evolução Ambiental ................................................................................................. 17

2.1.2 Gestão Ambiental ..................................................................................................... 20

2.1.2.1 Sistema de Gestão Ambiental ........................................................................ 21

2.1.3 Normas ISO – Série14000 ....................................................................................... 23

2.1.3.1 Norma`NBR ISO 19011 ................................................................................. 25

2.1.4 Auditoria Ambiental................................................................................................. 26

2.1.5 Auditoria Ambiental e a Sustentabilidade Corporativa ......................................... 30

2.1.5.1 Tipos de Auditoria .......................................................................................... 32

2.1.6 Auditoria interna como ferramenta do Desenvolvimento...................................... 34

2.1.7 Fases componentes da Auditoria Ambiental Interna ............................................. 34

2.1.8 Auditoria Ambiental Interna e a Norma NBR ISO 19011..................................... 36

2.1.9 Estratégias Ambientais: Indústria Metalúrgica ...................................................... 38

2.2 Metodologia ...................................................................................................................... 42

2.2.1 Materiais ................................................................................................................... 44

2.2.2 Métodos..................................................................................................................... 44

2.2.2.1 Revisão de Literatura ...................................................................................... 44

2.2.2.2 Estruturação da Lista de Verificação ............................................................. 45

2.2.2.3 Construção do modelo sistêmico ................................................................... 46

2.3 Resultados e Discussões ................................................................................................... 48

3 CONCLUSÃO........................................................................................................................ 56

3.1 Recomendações e Sugestões para Trabalhos Futuros .................................................... 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................... 58

APÊNDICE A – SIMULAÇÃO COMPLETA DO MODELO SISTÊMICO DA LISTA DE

VERIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 62

13

1 INTRODUÇÃO

A busca pela qualidade ambiental mediante novas tecnologias, iniciativas voluntárias

das organizações e modelos de gestão inovadores incentiva o surgimento de instrumentos

voltados para a co-responsabilidade na gestão ambiental

A Gestão Empresarial passou a se sensibilizar com o ambiente que sofreu radical

alteração, rompendo involuntariamente com paradigmas até então cristalizados na condição

de métodos eficazes de gerência (TEIXEIRA e TEIXEIRA, 1997). As pressões exercidas por

órgãos governamentais e não governamentais e exigências do mercado internacional,

contribuem para que as empresas se preocupem de maneira mais efetiva com as questões

ambientais (SANTOS 2009). Esta necessidade de mudança e otimização dos processos e

serviços tem incentivado o desenvolvimento da responsabilidade socioambiental nas

organizações, bem como de instrumentos capazes de fornecer subsídios para uma gestão

aprimorada das empresas.

A auditoria ambiental surgiu na década de 70 nos Estados Unidos com o objetivo

principal de verificar o cumprimento às normas legais pelas empresas, além de ser utilizada

como ferramenta útil para prevenir problemas ambientais provocados por suas operações (DA

SILVA e DE ASSIS, 2003). No Brasil, as primeiras experiências de auditoria ambiental

datam da primeira metade da década de 80 e, de forma geral decorrem da expansão de

políticas de auditoria das matrizes americanas no Brasil (VILELA e DEMAJOROVIC, 2006).

A realização de auditorias ambientais em alguns países tem caráter obrigatório definido

por regulamentação. No Brasil, a evolução da legislação tem ampliado a discussão sobre a

temática e já existem dispositivos legais que obrigam a realização de auditorias ambientais em

determinadas situações, porém o interesse voluntário dos responsáveis pela gestão corporativa

com o intuito de melhorar o sistema de gestão global e obter certificação para suas atividades

representam a maior parcela das auditorias realizadas; evidências consistentes de que as

auditorias ambientais estão sendo aceitas e se tornando uma prática usual.

1.1 Problema da Pesquisa

14

A sensibilização do mercado consumidor para com as questões ambientais tem

contribuído para que gestores e tomadores de decisões compreendam a importância que

representa a variável ambiental em um mercado cada vez mais competitivo e sujeito a

mudanças. Além do cumprimento a requisitos legais e pressões exercidas por órgãos

regulamentadores e não governamentais, o estabelecimento de sistemas organizados de

gestão, baseados em normas internacionais, caracterizam um novo modelo de gerenciamento,

que visa estabelecer estratégias na busca pela qualidade total de seus processos e produtos, o

que inclui a melhoria contínua de seu desempenho ambiental.

Para tal, é imprescindível o uso de ferramentas adequadas que auxiliem no alcance dos

objetivos definidos, um instrumento útil para análise critica e avaliação das atividades e

resultados das organizações na área ambiental. A auditoria ambiental representa este

instrumento e leva em conta as orientações estabelecidas na norma NBR ISO 19011:2002.

Neste contexto, o problema de pesquisa que se apresenta é:

A construção de um modelo sistêmico para avaliação, baseado nos requisitos da

auditoria ambiental, gera resultados significativos que contribuam para a efetiva

implementação do Sistema de Gestão Ambiental?

1.2 Justificativa

O comprometimento e desenvolvimento da sensibilização ambiental aliado as

expectativas de mercado têm provocado o estabelecimento de um modelo de gestão que

incorpora em suas decisões aspectos importantes para o equilíbrio entre desenvolvimento

econômico e meio ambiente.

O estabelecimento e operação do sistema de gestão ambiental, por si só, não resultará,

necessariamente, na redução de impactos ambientais adversos. (TACHIZAWA, 2006), por

isso compreende-se a necessidade de aplicar uma metodologia que permita avaliar o

desenvolvimento, manutenção e melhoria do programa de gestão ambiental.

A relevância prática do estudo em questão está em apresentar um modelo sistêmico e

dinâmico para avaliar o sistema de gestão ambiental de uma empresa, de forma simulada,

onde através da aplicação ordenada dos requisitos da norma NBR ISO 14001:2004 (lista de

verificação), seja possível identificar as potenciais e efetivas fragilidades do sistema.

15

A intenção de fornecer elementos que evidenciem fatores facilitadores para realização

de auditorias ambientais internas, visto que a estruturação da lista de verificação e diagnóstico

configuram-se como etapas determinantes para a realização da Auditoria Ambiental, é a de

contribuir para o estabelecimento desta ferramenta importante e de auxílio à tomada de

decisões, de acordo com as estratégias de negócios da organização.

1.3 Objetivo Geral:

Construir um modelo sistêmico para elaboração da Lista de Verificação do Relatório

da Auditoria interna.

1.4 Objetivos Específicos:

Definir os limites operacionais para a criação de Lista de Verificação para a realização

da Auditoria Ambiental com base da NBR ISO 19011:2002.

Estruturar um modelo de lista de verificação para auditoria ambiental interna, com

base nos requisitos da NBR ISO 14001:2004 para indústria metal mecânica.

Simular a realização de um diagnóstico, utilizando a lista de verificação, baseada nos

requisitos da norma NBR ISO14001:2004.

1.5 Apresentação Geral do Trabalho

O presente trabalho está dividido em 3 capítulos, sendo subdividido como mostra a

Figura 1:

16

Figura 1: Estrutura do trabalho

O primeiro capítulo inicia-se com as considerações prévias e a contextualização da

pesquisa. Constitui-se ainda pela apresentação do problema de pesquisa, justificativa e

objetivo geral e específicos do trabalho.

O segundo capítulo apresenta um panorama da Gestão Ambiental, sua implementação

e relação com a Auditoria Ambiental, principalmente a auditoria interna como estratégia de

prevenção a auxílio à tomada de decisões para o segmento da Indústria Metalúrgica. Neste

capítulo ainda são expostos os materiais e métodos utilizados para a realização da

metodologia empregada na construção do modelo sistêmico para uso em auditoria ambiental

de primeira parte; mostra ainda os resultados obtidos com a simulação e a discussão dos

mesmos;

No terceiro capítulo são apresentadas as conclusões obtidas com a pesquisa e contém

as recomendações para aplicação em trabalhos futuros.

17

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão Bibliográfica

2.1.1 Evolução Ambiental

Até meados do século XVIII, anteriormente à Revolução Industrial, a ação humana

sobre a natureza ocasionava transformações no meio, mas não tão profundas e irreversíveis

como as que se seguiram após o início do processo de industrialização (MENEZES e DIAS,

2009).

Com a chegada da Revolução Industrial a demanda por recursos naturais para

abastecer um mercado em competitividade desenfreada ocasionou desequilíbrio na relação

homem – meio ambiente, provocando a degradação ambiental.

Cita Donaire (1995 apud BOGO, 1998) que, em curto espaço de tempo, a noção de

mercados e recursos ilimitados da década de 60 revelou-se equivocada, porque ficou evidente

que o contexto de atuação das empresas tornava-se cada dia mais complexo e que o processo

decisório sofreria restrições cada vez mais severas. O reconhecimento da variável ambiental

pelos mais diversos setores da sociedade contribui para a mudança de atitudes e

desenvolvimento de novas estratégias.

Outro aspecto decisivo para a evolução da consciência ambiental foi às ocorrências de

diversos desastres ambientais, que geraram preocupação mundial, devido aos impactos

negativos provocados ao meio ambiente.

A partir do confronto com a realidade percebe-se um desenvolvimento no movimento

favorável as questões ambientais, onde surgem organizações interessadas a contribuir para a

retomada do equilíbrio entre ser humano e natureza; as empresas, pelo menos as com maior

potencial de degradação ambiental, passam a lidar com uma diversidade de partes

interessadas. A legislação ambiental cresce em quantidade e complexidade. Surgem

consumidores que levam em conta as características ambientais para selecionar produtos e

serviços (CAJAZEIRA e BARBIERI, 2004).

18

Apresenta-se no quadro 1 um resumo histórico com fatos marcantes que contribuíram

para o progresso das questões ambientais.

Quadro 1: Resumo da Evolução Ambiental

ÉPOCA FATO HISTÓRICO RESULTADOS

1962 (Estados Unidos) Publicação de Primavera

Silenciosa de Rachel Carson

Pressão política e mudanças na

atitude do povo americano com o

surgimento de normas ambientais

federais.

Década de 60 (Estados Unidos) Criação da Agência de Proteção

Ambiental (EPA).

Aprovação das leis: Clean Air Act,

Clean Water Act, Toxic Substance

Control Act, entre outros.

1972 (Estocolmo) Primeira Conferência das Nações

Unidas sobre Meio Ambiente.

Incorporação da questão ambiental

em programas

intergovernamentais; Surgimento

de grande número de organizações

não-governamentais em todo o

mundo.

Década de 70. Crise do petróleo e do modelo

energético vigente

Despertar legislativo e incentivo à

procura de novas fontes de energia

e de uma utilização mais racional

destas.

Décadas de 70 e 80 Desastres ambientais como o de

Seveso, Bho-pal, Chernobyl, etc.

Dramático crescimento da

conscientização ambiental.

1987

Lançamento do manifesto "Nosso

Futuro Comum" (Relatório

Brundtland) pelo Conselho

Mundial de Desenvolvimento e

Meio Ambiente da ONU (WCED –

World Council of Environment and

Development).

Sua principal função foi alertar as

autoridades governamentais para

tomarem medidas efetivas no

sentido de coibir e controlar os

efeitos desastrosos da

contaminação ambiental, com o

intuito de alcançar o

desenvolvimento sustentável.

1991

A ISO (International Organization

for Starda-dization) constitui o

Grupo Estratégico Con-sultivo

sobre o meio ambiente (SAGE).

Elaboração das normas

internacionais de proteção

ambiental ISO 14000.

1992 (Brasil)

Realização da conferência do Rio

de Janeiro ECO-92 – The Earth

Summit.

Resultaram dois importantes

documentos: a Carta da Terra

(Declaração do Rio) e a Agenda 21

19

1996

A norma ISO 14000 passa a ser

NBR, ou seja, é aprovada e

publicada como norma

internacional

Empresas já podem ser certificadas

pela ISO 14001 atestando que

possuem um Sistema de Gestão

Ambiental estruturado e

funcionando.

Fonte: Adaptado de Bogo, 1998.

Nesse sentido, a expansão da consciência coletiva com relação ao meio ambiente e a

complexidade das atuais demandas ambientais que a sociedade repassa às organizações induzem

um novo posicionamento por parte das organizações diante de tais questões (TACHIZAWA &

ANDRADE, 2008 apud MENEZES e DIAS, 2009).

O meio ambiente é uma nova oportunidade de negócio tanto do ponto de vista

tecnológico quanto organizacional e na consolidação de um mercado com consumidores

responsáveis ambientalmente. A gestão ambiental de uma organização que busca inserir-se

neste mercado deve priorizar a análise sistêmica e holística, enfatizando as

complementariedades potenciais entre as diferentes atividades que permitam a utilização de

intensiva de recursos, do espaço e da mão-de-obra (MAIMON, 1996). Conforme apresenta a

Figura 2 o esquema ético ambiental que começa a ser praticado pelos gestores e tomadores de

decisão.

Fonte: MAIMON, 1996

Figura 2: Esquema Ético Ambiental

20

2.1.2 Gestão Ambiental

Para Teixeira e Teixeira (2005) a gestão ambiental empresarial está essencialmente

voltada para organizações e consiste no conjunto de políticas, programas e práticas

administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas e a

proteção do meio ambiente; dentro de um contexto organizacional não é somente uma forma

de fazer com que as organizações evitem problemas com inadimplência legal e restrições ou

riscos ambientais, como também uma forma de adicionar-lhes valor.

Então o reconhecimento da organização de que a gestão do ambiente é prioritária e

fator determinante da prática sustentável é imprescindível para definir políticas, programas e

procedimentos para conduzir suas atividades de modo ambientalmente seguro (FILHO et al.,

2009).

A importância da inserção da gestão do meio ambiente é entendida quando o conceito

de gestão organizacional é reconhecido e implementado.

A gestão organizacional deve ser entendida em seu sentido holístico, de forma

abrangente e sistêmica onde se façam presentes todos os predicados inerentes ao

processo decisório das entidades, através do qual o gerenciamento ambiental possa

ser percebido nas condições próprias de um componente imprescindível ao êxito de

sua gestão. ”(TEIXEIRA e TEIXEIRA, 2005, p.473).

De acordo com Filho et al. (2000) a gestão ambiental surgiu a partir de conferências

mundiais iniciadas na década de 70, onde foram discutidos temas ambientais e a necessidade

das nações estabelecerem políticas de controle da poluição ambiental, tendo a década de 90 se

caracterizado pela globalização dos conceitos e pela sistematização das ações, e a variável

ambiental sendo incorporada no planejamento estratégico das indústrias.

Seiffert (2006) define gestão ambiental como um processo adaptativo e contínuo,

através da qual as organizações definem, e redefinem seus objetivos e metas relacionados à

proteção do meio ambiente, à saúde dos colaboradores, bem como clientes e comunidade,

além de selecionar estratégias para atingir estes objetivos num tempo determinado, através da

constante avaliação de sua interação com o meio externo.

21

A inserção de questões ambientais na organização passa a ter valor nas decisões, nas

políticas, nas orientações e nos planos de ação, assim como a divulgação, junto ao mercado,

do comprometimento efetivo da empresa com o tema (SILVA, 2009).

O cumprimento às normas estabelecidas em leis, decretos, portarias e diversas outras

instruções que regulamentam os procedimentos adequados à segurança seja do homem, seja

do meio-ambiente possibilita formular estratégias de administração do meio ambiente,

assegurar que a empresa esteja em conformidade com as leis ambientais, implementar

programas de prevenção à poluição e monitorar o programa ambiental da empresa.

A implantação sistematizada de processos de Gestão Ambiental tem sido uma das

respostas das empresas ao conjunto de pressões exercidas pela sociedade. Sob tais condições

as mesmas têm procurado estabelecer formas de gestão com objetivos de controle e redução

de suas emissões, como também otimização no uso de recursos naturais – controle de uso da

água, energia, outros insumos, etc. Uma das formas de gerenciamento ambiental de maior

adoção pelas empresas tem sido a implementação de um sistema de gestão ambiental,

segundo normas internacionais (NICOLELLA; MARQUES; SKORUPA, 2003).

De acordo com Silva et al. (2003 apud NICOLELLA; MARQUES; SKORUPA, 2003)

são dois os sistemas de gestão ambiental utilizados pelas empresas no Brasil: a NBR Série

ISO 14001, e o Programa de Ação Responsável. O mais difundido é o baseado na norma NBR

Série ISO 14001; o segundo é o Programa de Atuação Responsável, patrocinado pela

Associação Brasileira de Indústrias Químicas.

Segundo a NBR Série ISO 14001 (ABNT, 2004), “as normas de gestão ambiental têm

por objetivo prover às organizações os elementos de um sistema ambiental eficaz, passível de

integração com outros elementos de gestão, de forma a auxiliá-los a alcançar seus objetivos

ambientais e econômicos”.

2.1.2.1 Sistema de Gestão Ambiental

A evolução das iniciativas ambientais nas organizações trouxe a necessidade de a

gestão ambiental ser tratada enquanto sistema. De acordo com Tibor e Feldman, (1996 apud

SEIFFERT 2007) um sistema de gestão ambiental tem entre seus elementos integrantes uma

política ambiental, o estabelecimento de objetivos e metas, o monitoramento e medição de sua

22

eficácia, a correção de problemas associados à implantação do sistema, além de sua análise e

revisão como forma de aperfeiçoá-lo, melhorando dessa forma o desempenho ambiental geral.

Segundo Marshall e Brown (2003 apud SILVA, 2009) dentre os diversos instrumentos

que objetivam impulsionar o processo de gestão ambiental empresarial, destacam-se os SGAs,

sendo que o termo Sistema de Gestão Ambiental concerne à totalidade de ações

organizacionais levadas a cabo de forma sistematizada para monitorar os impactos ambientais

de suas atividades e gerenciar questões pertinentes à dimensão ambiental.

Os princípios definidores de um Sistema de Gestão Ambiental baseados na NBR Série

ISO 14001, através dos quais podem ser verificados os avanços de uma empresa em termos de

sua relação com o meio ambiente, são: (1) Política ambiental; (2) Planejamento; (3)

Implementação e operação; (4) Verificação e ação corretiva; (5) Análise crítica.

A Figura 3 apresenta os princípios norteadores da implementação do Sistema de

Gestão Ambiental.

Fonte: Adaptado de Campos, 1992.

Figura 3: Ciclo PDCA

O ciclo de Shewhart, ciclo de De Ming ou, mais comumente, o Ciclo PDCA, tem por

princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão, como, por

exemplo, na gestão da qualidade e ambiental, dividindo-a em quatro principais passos. O

ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações planejadas são

23

executadas, checa-se o que foi feito, se estava de acordo com o planejado, constantemente e

repetidamente (ciclicamente) e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos

no produto ou na execução (PACHECO, et al., 2005).

De acordo com D’Avignon e La Rovere (2001) após a definição da política ambiental

e do planejamento, a empresa segue para a fase de implementação e operação do SGA, onde

são realizadas, dentre outras atividades, os treinamentos de pessoal, o desenvolvimento da

estrutura organizacional necessária à operacionalização do sistema, a comunicação e o

registro da documentação pertinente.

A fase seguinte refere-se ao monitoramento e à implementação de ações corretivas,

estabelecendo-se uma permanente avaliação dos processos, como forma de atuação

preventiva, objetivando a redução do número de ações corretivas. Segundo Reis e Queiroz

(2002), nessa fase o desempenho ambiental é mensurado e monitorado; são implementadas

ações preventivas e corretivas; registram-se atividades do SGA; e realizam-se auditorias

ambientais que surgem como ferramenta essencial para o efetivo funcionamento dos

procedimentos relacionados com o meio ambiente. O instrumento de auditoria funciona como

forma de verificar se o que foi executado está de acordo com o que foi estabelecido nas

políticas, objetivos e metas da empresa (D’AVIGNON E LA ROVERE 2001).

Além dessas fases, faz-se necessária uma análise crítica do SGA, como parte do

processo de melhoria contínua que deve caracterizar a gestão nas empresas modernas. Reis e

Queiroz (2002) afirmam que esse procedimento possibilita a realização de revisões

periódicas; a avaliação de eventuais ajustes na política, objetivos e metas; a verificação do

comprometimento com a gestão ambiental; e a avaliação do desempenho do sistema. Nessa

fase, a auditoria ambiental também se apresenta como instrumento fundamental para o efetivo

funcionamento dos procedimentos relacionados com o meio ambiente.

2.1.3 Normas ISO – Série14000

ISO significa International Organization for Standardization e é um órgão com sede na

Suíca, fundado em 1947. As normas ISO possuem um papel muito importante no mundo

globalizado, devido ao seu reconhecimento internacional no que diz respeito as relações

contratuais entre organizações, sociedades e indivíduos (MARIANI, 2006).

A ISO segue alguns princípios no seu processo de desenvolvimento de normas:

24

Consenso: os pontos de vista dos interessados são levados em consideração;

Abrangência no setor industrial: minutar normas que satisfaçam os setores industriais

e clientes no mundo inteiro;

Voluntário: baseada em envolvimento voluntário de todos os interesses do mercado.

(TIBOR e FELDMAN, 1996).

A ISO está organizada em diferentes Comitês Técnicos, compostos por diversos

especialistas de países membros. O Comitê de Gestão Ambiental, Comitê Técnico TC-207

criado em 1993, tem por objetivo a formulação de normas internacionais para gerenciamento

ambiental e é dividido em diversos subcomitês temáticos: Sistema de Gestão Ambiental,

Auditorias Ambientais, Rótulos Ecológicos, Avaliação da Performance Ambiental, Análise

de Ciclo de Vida do Produto, Termos e Definições e Aspectos Ambientais em Normas e

Produtos, com previsão de inclusão de novos subcomitês.

No início da década de 90 devido às preocupações oriundas de impactos ambientais

gerados pelo desenvolvimento industrial e econômico a ISO viu a necessidade de desenvolver

normas que considerassem a questão ambiental e tivessem como intuito a padronização dos

processos de empresas que utilizassem recursos tirados da natureza e/ou causassem algum

dano ambiental decorrente de suas atividades; o que originou, a partir de 1996, a Série de

Normas 14000; mas a ISO Série 14000 não é a primeira proposta de norma de gestão

ambiental. A norma britânica, editada pela British Standart Institution (BSI), de número BS

7750, é um bom exemplo e a ISO 14000 apresenta fortes convergências com a mesma

(MAIMON, 1996).

Para Bogo (1998) as normas ISO série 14000 focalizam o estabelecimento de um

sistema para alcançar internamente o estabelecimento de políticas, objetivos e alvos. Além

disso, requerem que essas políticas incluam elementos que cumpram as leis e

regulamentações e que evitem a poluição.

A NBR Série ISO 14000 pode ser visualizada em dois grandes blocos: com

direcionamento para a organização e outro para o processo. A série cobre suas áreas, tanto no

nível do SGA, realizando a avaliação do desempenho ambiental e da Auditoria Ambiental,

quanto na Rotulagem Ambiental, isto é, por meio da análise do ciclo de vida e aspectos

ambientais dos produtos (SCHENINI; DOS SANTOS; DE OLIVEIRA, 2007), como

demonstra-se na Figura 4.

25

Fonte: Adaptado de Maimon, 1996

Figura 4: Gestão Ambiental ISO 14000

2.1.3.1 Norma`NBR ISO 19011

Posteriormente no início do século XXI, as normas voltadas para as auditorias e

auditores foram substituídas e canceladas pela norma NBR ISO 19011:2002, produzida pelos

comitês que tratam das normas de gestão ambiental e gestão de qualidade (TC -207 e TC –

176, respectivamente) (JÚNIOR E DEMAJOROVIC, 2006). Ocorreu a substituição e

cancelamento das normas 14010, 14011 e 14012, que consistiam em um guia para auditoria

ambiental – Diretrizes Gerais; diretrizes para a auditoria ambiental e procedimentos para

auditoria - Parte 1 e diretrizes para a auditoria ambiental – critérios de qualificação de

auditores.

A NBR ISO 19011 se baseia nas melhores práticas atuais de auditoria de sistemas de

gestão da qualidade e sistemas de gestão ambiental. Ela fornece orientações que podem

também ser aplicadas a outros tipos de auditoria, como, por exemplo, auditoria da gestão da

segurança e saúde no trabalho (HORTENSIUS; DE JONG, 2003).

Vale ressaltar que a norma NBR ISO 19011 é indicada principalmente para

organizações que possuem Sistema de Gestão Ambiental (SGA) implantado. Enquanto o SGA

é recém-implantado e ainda por algum tempo nesse início, a freqüência das auditorias deve

ser maior. Na medida em que o SGA vai ganhando a sua própria personalidade e dinamismo,

26

a frequência das auditorias tende a diminuir. Como regra geral, deve-se levar em conta a

realização de uma auditoria completa no SGA pelo menos uma vez por ano.

Schenini; dos Santos e de Oliveira (2007) enfatizam, juntamente com a série NBR ISO

14000, a norma NBR ISO 19011 e as normas NBR ISO 9000, a importância das auditorias

como uma ferramenta contínua de monitoramento da política de qualidade e/ou ambiental de

uma organização, sendo muito importante já que se dá num processo contínuo da melhoria

dos processos gerenciais.

2.1.4 Auditoria Ambiental

A auditoria ambiental surgiu nos Estados Unidos no final da década de 70, com o

objetivo principal de verificar o cumprimento da legislação. A atividade era vista pelas

empresas norte-americanas como uma ferramenta de gerenciamento utilizada para identificar,

de forma antecipada, os problemas gerados por suas operações, e influenciou empresas em

outros países como Holanda, Reino Unido, Noruega e Suécia. Neste último, no ano de 1987,

um comitê internacional propôs que mais de 4000 empresas fossem obrigadas a elaborar um

relatório ambiental anual e submetê-lo a autoridade de inspeção. Esta proposta foi

implementada apenas em 1989. Porém antes, algumas empresas já apresentavam em suas

demonstrações contábeis informações ambientais (SCHENINI; DOS SANTOS; DE

OLIVEIRA, 2007).

A degradação ambiental evoluiu consideravelmente nas últimas décadas, e, de alguma

forma, todas as pessoas são afetadas pela poluição. Imensa parte dessa poluição tem origem

nas organizações, e somente por meio de melhorias em seus produtos, processos e serviços,

reduções serão obtidas nos impactos ambientais por elas causados (FILHO; WATZLAWICK,

2008).

Ainda segundo Filho e Watzlawick (2008) a auditoria ambiental representa um

instrumento capaz de encontrar respostas para fragilidades, sendo que as empresas procuram

as normas de gestão ambiental para prover as organizações de elementos de um sistema eficaz

que possa ser integrado a outros requisitos da gestão, auxiliando-as a alcançar seus objetivos

econômicos e ambientais. A Figura 5 demonstra a evolução das auditorias ambientais.

27

Fonte: Júnior e Demajorovic, 2006

Figura 5: Linha do Tempo da Auditoria Ambiental 1

1 Arthur D. Little, Inc. & Allied Signal, Inc., ICC Guide for na Effective Environmental Auditing (Paris: Câmara

Internacional de Comércio, 1991). 2 Comprehensive Environment Response Compensation and Liability Act (Cercla): legislação federal norte

americana voltada para a responsabilização de proprietários de áreas contaminadas, que propiciou o surgimento e

a ampla aplicação de auditorias ambientais para avaliação de imóveis e empresas, para verificar a existência de

passivos. 3

Norma de gestão ambiental publicada pelo Instituto Britânico de Normalização (BSI). 4

Norma que substituiu e cancelou as normas ISO 14010, ISO 14011, ISO 14012, publicadas em 1996 e que

estabelece as diretrizes para auditoria de sistemas de gestão ambiental e da qualidade. 5

Eco-Management and Audit Scheme (Emas), regulamento da comunidade Européia voltado para a implantação

e certificação de sistemas de gestão e auditoria ambiental pelo setor industrial. 6

Revisão da ISO 14001:1996. 7

Norma ISO que estabelecia as diretrizes para implantação e certificação de sistemas de gestão ambiental. Esta

norma foi revisada, e publicada uma nova versão em dezembro de 2004 (ISO: 2004). 8

Normas da Série ISO 14000 que definiam diretrizes gerais para auditorias ambientais (ISO 14010), para

auditorias de sistema de gestão ambiental (ISO 140110), e critérios de qualificação para auditores ambientais (ISO 14012).

28

De acordo com o texto da NBR ISO 19011 (ABNT, 2002) define-se auditoria como

sendo um processo sistemático, documentado e independente para obter evidências de

auditoria e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios da

auditoria são atendidos. Ainda, segundo a mesma norma, as auditorias internas são

conduzidas pela própria organização, ou em seu nome, para análise crítica pela direção e

outros propósitos internos, e podem formar a base para uma auto-declaração de conformidade

da organização.

Uma auditoria pode atender vários requisitos:

a) Verificar o cumprimento de leis e regulamentações ambientais;

b) Avaliar a eficácia dos sistemas já implementados para gerenciar as responsabilidades

ambientais;

c) Estimar os riscos das atividades e operações regulamentadas ou não de uma instalação.

(TILBOR e FELDMAN, 1996).

Considerando as orientações e recomendações de uma auditoria específica, as

variações são pouco significativas e seguem um modelo genérico, que envolve atividades

como a apresentada na Figura 6, onde expõe-se as atividades necessárias para planejar e

organizar os tipos e números de auditorias e os recursos para conduzi-las eficaz e

eficientemente.

Fonte: NBR ISO 19011(ABNT, 2002)

Figura 6: Fluxo do processo de gestão de um programa de auditoria

29

Através do caráter investigativo, a auditoria ambiental assegura que as medidas de

prevenção, recuperação e monitoramento formalizadas pela empresa estejam sendo

efetivamente praticadas (UHLMANN, CRUZ, FILHO, 2007). Revestir o processo de tomada

de decisões com dados e informações pertinentes ao processo decisório no âmbito das

internalidades e peculiaridades dos fatores de produção envolvidos, de forma sistemática para

os gestores perceberem de maneira antecedente fragilidades e oportunidades de melhoria, por

isso a importância na sistematização de inspeções, análises e avaliações das condições gerais

da empresa (TEIXEIRA e TEIXEIRA, 2005).

Porém para que a auditoria cumpra com sua finalidade é de suma importância a

observação de elementos fundamentais. Estes estão especificados na Figura 7.

Fonte: Júnior e Demajorovic, 2006

Figura 7: Elementos fundamentais para a efetividade de uma auditoria

Dentre as vantagens da auditoria ambiental para as empresas, D’Avignon e La Rovere

(2001) apud da Silva (2009) destacam as seguintes:

identificação e registro das conformidades e não-conformidades com a legislação,

normas e política ambiental;

prevenção de acidentes ambientais e dos consequentes custos e prejuízos para a

imagem da organização;

30

fornecimento de informações importantes à administração, evitando surpresas;

assessoramento aos gestores na implementação da qualidade ambiental;

assessoramento na alocação de recursos (financeiros, tecnológicos e humanos) da

empresa destinados ao meio ambiente, segundo suas necessidades e disponibilidades;

avaliação, controle e redução do impacto ambiental da atividade;

minimização dos resíduos gerados e dos recursos utilizados pela empresa;

produção e organização de informações ambientais consistentes e atualizadas sobre o

desempenho ambiental da empresa, que podem ser disponibilizadas para investidores, órgãos

de fiscalização, entidades de crédito, etc.

Dentre as desvantagens, são relacionadas às seguintes (D’AVIGNON & LA

ROVERE, 2001, apud DA SILVA, 2009):

necessidade de recursos adicionais para financiar o programa de auditoria;

possibilidade de gastos inesperados com a correção de não-conformidades detectadas

pela auditoria ambiental;

indicação de falsa segurança quanto aos riscos ambientais, no caso de auditorias

realizadas por auditores inexperientes e/ou não concluídas;

possibilidade de pressão de órgãos governamentais e grupos ambientais para

apresentação dos resultados da auditoria.

Embora a maioria das organizações veja a auditoria ambiental na perspectiva de

legalidade e de estreita abordagem técnica, procurando adequar seu processo produtivo ao

modelo exigido pela legislação, sua utilização é bem mais ampla, pois possibilita a

preocupação pró-ativa de buscar alternativas melhores em relação a insumos e produtos que

sejam menos agressivos ao meio ambiente. Seu objetivo principal de assegurar que o sistema

operacional funcione dentro dos padrões estabelecidos possibilita a utilização de mecanismos

para melhorar essa performance (DONAIRE, 2007, apud DA SILVA, 2009). Vale ressaltar

que a auditoria ambiental possui um caráter nitidamente preventivo e constitui um

instrumento fundamental para o aperfeiçoamento do SGA das organizações.

2.1.5 Auditoria Ambiental e a Sustentabilidade Corporativa

31

A teoria do desenvolvimento sustentável é recente, surgiu com a ampla discussão

sobre o meio ambiente e desenvolvimento no mundo desde a década de 1970. Na evolução da

teoria, os seguintes acordos foram alcançados: ações econômicas e intervenções humanas

devem estar em harmonia com o desenvolvimento natural, substituir gradualmente o

desenvolvimento através da exploração infinita dos recursos naturais e de impacto negativo ao

meio ambiente pelo uso de tecnologias avançadas e pró-ativas (HARGREAVES e FINK,

2007). A igualdade de oportunidades representa o mote incentivador da prática sustentável,

onde as futuras gerações não sofram com o ambiente degradado resultante da queda da

qualidade ambiental provocado por práticas sem limites. O desenvolvimento sustentável é um

modelo de desenvolvimento baseado na modificação do modelo de desenvolvimento

econômico tradicional e denota uma escolha inevitável para todos os setores da sociedade.

A sustentabilidade corporativa é tão essencial quanto no ambiente natural. Negócios

que operam de maneira sustentável têm um histórico mais durável de lucratividade e de

sucesso que aqueles que não fazem. De acordo com Jim Collins e George Porras (2005 apud

HARGREAVES e FINK 2007) as organizações que são feitas para durar seguem:

Colocam o objetivo a frente do lucro;

Preservam objetivos consolidados enquanto buscam mudanças;

Começam lentamente e avançam de modo persistente;

Não dependem de um único líder visionário;

Cultivam sua própria liderança em vez de importar astros;

Aprendem a partir de experimentações diversificadas.

Nos últimos anos, com o desenvolvimento social e econômico, especialmente com o

avanço da globalização econômica, o contexto operacional das empresas tornou-se cada vez

mais complexo, enquanto seus riscos operacionais aumentaram muito. A redução dos riscos

enfrentados pelas empresas é fundamental para a realização dos objetivos corporativos e,

assim, uma preocupação fundamental para gestão empresarial.

Os resultados obtidos com a auditoria ambiental buscam inserir o conceito de melhoria

contínua, estabelecendo a importância de sua presença constante, não apenas com a

obrigatoriedade de cumprir a política ambiental e as diretrizes expressas pelos objetivos

ambientais, mas também como ferramenta auxiliar para definição de ações pró-ativas.

Portanto, sendo considerado item estratégico, as auditorias ambientais proporcionam uma

identificação sistemática e um relato das deficiências do SGA, o que garante à administração

condições ideais para:

32

a) manter o foco da gestão voltado para o meio ambiente;

b) promover melhorias no SGA; e

c) assegurar uma efetividade de custos, isto é, uma melhor utilização dos recursos

disponíveis, com a consequente diminuição de custos, desperdícios, retrabalhos etc.

(DA SILVA, 2009)

A auditoria ambiental é uma ferramenta onde se adiciona credibilidade aos processos e

serviços da empresa; verificação dos princípios fundamentais de um Sistema de Gestão

Ambiental pode ajudar a administração a tomar determinadas decisões ou mesmo mudar de

estratégia com base em relatórios e estudos apresentados pelos auditores.

2.1.5.1 Tipos de Auditoria

A auditoria ambiental pode ser dividida em dois grandes grupos: auditoria ambiental

de produto e auditoria ambiental corporativa. (WOOLSTON, 1993, apud DA SILVA, 2009),

sendo a auditoria ambiental corporativa dividida em: auditoria técnica ou de conformidade,

auditoria de responsabilidade e auditoria de minimização de desperdício.

Para Frutuoso (2000) é necessário distinguir os vários tipos de auditoria que podem ser

realizadas de acordo com objetivo ou função. Segundo o autor as auditorias ambientais podem

variar quanto ao âmbito, freqüência de realização e cliente da auditoria (organização a pedido

da qual se realiza a auditoria).

De acordo com o autor supracitado as principais distinções são:

Quanto ao cliente da auditoria

a) Auditorias Externas: Efetuada a pedido de uma determinada entidade que pretenda

avaliar a situação ambiental de uma terceira empresa. Normalmente a realização de

uma auditoria cabe a uma segunda entidade independente ou a própria entidade

pretensa da auditoria pode conduzir à avaliação. A empresa auditada nunca é o sujeito

da auditoria.

b) Auditorias Internas: São realizadas a pedido da empresa. Podem ser conduzidas por

auditores externos a empresa ou funcionários da mesma. Frequentemente estão

associadas ao sistema de gestão ambiental da empresa e são utensílio de melhoria

contínua e minimização dos impactos ambientais.

Quanto à freqüência

33

a) Auditoria Pontual: Consiste num estudo de situação com um objetivo específico,

ligado a necessidade de avaliação por parte de terceiros, como por exemplo Auditoria

de acidente; Auditoria de conformidade.

b) Auditoria Sistemática: Processo contínuo e permanente que permite inserir a gestão do

ambiente na estratégia global da empresa. Apenas são realizadas, quando existe um

sistema de gestão ambiental interno na empresa.

Quanto ao âmbito da certificação do SGA

a) Auditoria de Concessão: Auditoria realizada para efeitos de concessão da certificação.

b) Auditoria de Acompanhamento de Auditorias para efeito de manutenção de

certificação: Avaliação anual da continuidade da adequabilidade do SGA;

c) Auditoria de Seguimento: Auditoria destinada a avaliar a adequabilidade e os

resultados de medidas corretivas decorrentes de não-conformidades verificadas em

auditorias anteriormente realizadas;

d) Auditoria de Extensão: Realizada para efeitos de tornar extensível a certificação a

novos domínios, não abrangidos pela certificação anterior;

e) Auditoria de Renovação: Auditoria para renovação de certificação.

Em função da vinculação da equipe ou time de auditores, a Auditoria Ambiental

classifica-se de acordo com o exposto na Tabela 1.

Tabela 1: Tipo de auditoria em função da vinculação da equipe ou time de auditores

Fonte: Júnior e Demajorovic, 2006

Para a pesquisa realizada, o foco principal está na Auditoria Ambiental Interna ou de

Primeira Parte que caracteriza-se por ser um instrumento gerencial, onde a principal vantagem

é a capacidade de fornecer informações que auxiliam a tomada de decisões e o planejamento

34

de estratégias antecipadas, ação fundamental na busca da sustentação competitiva da

organização.

2.1.6 Auditoria interna como ferramenta do Desenvolvimento

A Auditoria Interna apresenta-se com o propósito de se constituir em importante

elemento auxiliar da gestão empresarial, procurando mantê-la sempre bem informada a

respeito das múltiplas atividades operacionais da empresa, fornecendo subsídios técnico-

operacionais, úteis o suficiente para auferir maior sustentação ao processo da tomada de

decisão (TEIXEIRA e TEIXEIRA, 1997). Ainda, segundo este mesmo autor Auditoria Interna

constitui-se em uma atividade independente dentro de uma organização, com o propósito de

revisar e avaliar as suas atividades na condição de serviço auxiliar da gerência.

Departamentos de Auditoria Interna estão sempre à procura de novas áreas que são

importantes para as empresas, a fim de desempenhar um papel mais importante nas mesmas.

Organizações de auditoria interna não participam de atividades empresariais específicas,

assim, independem dos departamentos de gestão de negócios. Por esta razão, a auditoria

interna é capaz de reconhecer o risco de uma perspectiva geral e objetiva e apresentar medidas

sugestivas para o controle e melhoria.

Segundo Teixeira e Teixeira (1997) o auditor interno ser possuidor da autoridade

necessária é imprescindível para revisar todos os registros e documentos da empresa, bem

como avaliar as suas políticas, planos, sistemas, procedimentos e técnicas, atuando como

coordenador de estratégias empresariais de longo prazo dos riscos e tomada de decisão.

Através da coordenação de planos a longo prazo e a realização de curto prazo, os auditores

internos podem ajustar controlar e instruir as estratégias empresariais de gestão. Deve,

contudo ser dado ênfase ao fato que o auditor interno, no desempenho de suas funções, não

possui responsabilidade direta nem autoridade sobre as tarefas/atividades que examina, uma

vez que a Auditoria Interna se apresenta na condição de função de assessoramento em vez de

função de linha

2.1.7 Fases componentes da Auditoria Ambiental Interna

35

Os trabalhos de auditoria visando otimizar o conteúdo e a abrangência dos seus

resultados devem estar fundamentados no desenvolvimento das distintas fases específicas dos

trabalhos de Auditoria, considerando, contudo, as orientações emanadas pelas Normas que

regem os ambientes produtivos sob a égide dos programas de Qualidade e Produtividade-

Auditoria da Qualidade e às abordagens comportamentais da Auditoria Ambiental

(TEIXEIRA e TEIXEIRA, 1997)

Deve ser entendido que as Normas se constituem na condição de diretrizes a serem

observadas. Contudo, é necessário que cada empresa trabalhe o seu perfil, a sua identidade, e

em função de suas características organizacionais, estabeleçam estudos oportunos capazes de

propiciar a devida redução, coadunando a adequação das Normas à sua realidade. Os

trabalhos de auditoria devem ser desenvolvidos de forma discreta com simplicidade e

objetividade dentro das empresas.

Por intermédio da auditoria interna, a gestão pode examinar e acompanhar, em tempo

integral, as operações da organização, relativas às atividades fins e atividades meio, de forma

continuada (TEIXEIRA, 1998).

Os trabalhos de auditoria ambiental devem ser desenvolvidos à maneira da auditoria

interna operacional, em função de semelhança de seus propósitos enquanto instrumentos de

apoio ao processo decisório. Contudo, destacam-se as peculiaridades que podem ser

evidenciadas para a consecução dos objetivos da auditoria interna em sua modalidade

ambiental, principalmente no que diz respeito ao elevado nível de subjetividade que encerram

as variáveis que fundamentam o escopo de seu trabalho.

Em observação aos estudos sobre a composição dos trabalhos de auditoria interna,

anteriormente discutidos quanto à forma e conteúdo, torna-se necessário a percepção da

necessidade de desenvolverem-se as seguintes atividades-chave, a título de trabalho de

campo, conforme verificado em Teixeira e Teixeira (1997):

Mapeamento dos sistemas de gerenciamento e controle do meio ambiente;

Consideração de potencialidade de riscos;

Coleta de evidências para a auditoria;

Avaliação dos resultados da auditoria;

Comunicação dos resultados da auditoria.

Deve ser destacado o fato de que as características e peculiaridades inerentes aos

predicados ambientais reforçam, distinguem e personalizam os trabalhos tão específicos da

36

auditoria ambiental em sua abrangência operacional de tão elevada subjetividade técnica e

comprometimento com as comunidades, ao nível da municipalidade, no que tange a

abrangência dos aspectos sócio-políticos e econômicos (TEIXEIRA e TEIXEIRA, 2005).

Sendo oportuno destacar que a subjetividade, na condição de característica marcante

da auditoria ambiental, não deve ser confundida com aleatoriedade. Desta forma, os trabalhos

de auditoria em sua modalidade ambiental devem ser conduzidos mediante o desenvolvimento

de instrumental próprio e específico às peculiaridades de forma coerente com suas

características.

É importante reforçar o destaque para a coleta de evidências ao nível da auditoria

ambiental, exigindo-se a maior sensibilidade técnica e habilidade política do profissional da

auditoria cujo propósito do trabalho deve ser o de particularizar, criar referenciais, e melhor

direcionar o conteúdo de seus relatórios e de comunicados particulares da auditoria ambiental

à otimização do processo decisório das organizações (SALINAS, 2001).

2.1.8 Auditoria Ambiental Interna e a Norma NBR ISO 19011

A NBR ISO 19011:2002 se baseia nos princípios de gestão de um programa de

auditoria que inclui todas as atividades necessárias para facilitar a realização de auditorias

individuais, tais como: planejamento adequado, fornecimento de recursos (financeiros,

humanos) e estabelecimento de procedimentos. Para muitas organizações, o programa de

auditoria consistirá de uma série de auditorias individuais realizadas para abranger todos os

elementos do sistema de gestão em todas as partes da organização durante um ciclo de

auditoria, a mesma ainda faz referência e fornece diretrizes sobre a competência de auditores.

Para ser um auditor competente, deve-se ter uma série de atributos pessoais e a capacidade de

aplicar o conhecimento e as habilidades necessários para se conduzir uma auditoria de

maneira eficaz e eficiente.

A abordagem da NBR ISO 19011 usada para definir o conhecimento e as habilidades

necessárias e para avaliar auditores aparece ilustrada na Figura 8.

37

Fonte: Hortensius e Jong, 2003

Figura 8: Etapas de avaliação dos auditores ambientais

Ainda segundo Hortensius e Jong (2003) podem-se destacar os seguintes benefícios,

provenientes da utilização da NBR ISO 19011:2002, em comparação com as primeiras

normas ISO sobre auditoria:

a. Maior aplicabilidade à realização de auditorias internas e também maior utilização

pelas empresas de pequeno e médio porte;

b. Abordagem mais flexível das qualificações do auditor e da seleção da equipe de

auditoria;

c. Aplicabilidade a auditorias unificadas, encurtando assim a lacuna entre as ferramentas

de gestão da qualidade e as ferramentas de gestão ambiental.

38

E também identificam-se melhorias nas regulamentações da Norma NBR ISO

19011:2002, entre as quais destaca-se:

a) Fornecimento de um único conjunto de diretrizes abrangendo todos os aspectos da

auditoria de sistemas de gestão da qualidade e/ou sistemas de gestão ambiental,

respondendo aos avanços do mercado que mostram um número cada vez maior de

organizações em todo o mundo implementando tanto a NBR Série ISO 9000 como a

NBR ISO 14001;

b) Aspectos pertinentes de auditoria de sistemas de gestão numa seqüência lógica,

mostrando as interações entre os diferentes elementos do sistema de auditoria: a gestão

de um programa de auditoria, a realização de auditorias individuais dentro desse

programa e a avaliação de auditores;

c) Suporte à abordagem PDCA (Plan-Do-Check-Act), no caso da gestão de programas de

auditoria, e à abordagem de processo, no caso da realização de auditorias individuais;

com descrição mais clara e coerente das atividades pertinentes, resultando em

orientações que podem ser facilmente aplicadas no dia-a-dia;

d) Enfatiza a importância de se estabelecer e gerenciar programas de auditoria, a fim de

facilitar a realização eficaz e eficiente de auditorias individuais;

e) Apresenta processo claro e genericamente aplicável para avaliar a competência de

auditores e o mesmo ainda determina níveis específicos de competência, aplicando-se,

portanto, a organizações de todos os tipos e tamanhos. (HORTENSIUS e JONG,

2003).

2.1.9 Estratégias Ambientais: Indústria Metalúrgica

Os custos de uma empresa resultam da combinação de diversos fatores, entre os quais:

a capacitação tecnológica e produtiva relativa a processos, produtos e gestão; o nível de

atualização da estrutura operacional e gerencial; e a qualificação da mão de obra. De modo

geral, reflete nos custos uma série de variáveis, tanto internas como externas. Entre as

variáveis internas estão o modo de operar, os comportamentos e as atitudes. Entre as variáveis

externas incluem-se o nível de demanda e os preços dos insumos (KÜLZER et al., 2008). A

Figura 9 apresenta os setores econômicos e o nivel do seuss impactos ambientais

39

Fonte: Andrade, Tachizawa, Carvalho, 2002

Figura 9: Setores econômicos e impactos ambientais

Considerando a importância da indústria metalúrgica para o mercado nacional, é

fundamental que as mesmas estabeleçam estratégias para melhorar continuamente seu sistema

de gestão global. Devido natureza de suas operações, há uma elevada geração de resíduos, que

necessitam de tratamento e disposição adequada. Elevado índice no uso de insumos e matéria

prima, segurança e saúde dos colaboradores, são fatores determinantes na busca da excelência

empresarial. Ações pró-ativas, que visam aprimorar os seus sistemas vêm ganhando espaço,

pois a identificação de oportunidades de melhorias, bem como prevenção de problemas e

falhas operacionais. Na Figura 10 apresenta-se etapas de um processo produtivo.

Fonte: Tachizawa, 2007

Figura 10: Fluxo dos processos produtivos

Na figura 11, está apresentado, de uma forma esquemática, o processo produtivo típico

de uma indústria de metal-mecânica que atua na fabricação de estruturas metálicas e

caldeiraria.

40

Fonte: Chaib, 2005

Figura 11: Típico processo de uma Indústria Metal – Mecância

Aspectos e impactos ambientais associados à atividade da Indústria Metalúrgica.

(Quadro 2).

Quadro 2: Aspectos ambientais e impactos ambientais da Indústria Metal-Mecância

Setor Aspecto ambiental Impactos ambientais

associados

1)Recebimento e

transporte de matérias primas e peças

a. Emissões da queima de combustíveis nos

escapamentos dos veículos de transporte (material particulado): CO, Sox, NOx, HC, etc

- Aumento da concentração de

poluentes atmosféricos; - Danos à saúde da População.

2) Traçagem a. Geração de resíduos sólidos: giz e outros

materiais utilizados para marcação / traçagem - Contaminação do solo

3) Corte

a. maçarico

b. corte plasma

c. máquina de corte

a. Geração de resíduos sólidos: cavacos,

borras, e sucatas metálicas recicláveis

b. Geração de efluentes líquidos: óleos

lubrificantes, líquidos refrigerantes e

fluidos de corte;

- Contaminação do solo e cursos

d’água;

- Emprego de recursos naturais e

energia;

- Alteração da qualidade do ar.

41

c.Emissões atmosféricas: material particulado

(partículas inaláveis – PM10 e totais em

suspensão), névoas e vapores; d. Uso de energia elétrica e de combustíveis

(GLP)

4) Usinagem

a. Geração de resíduos sólidos: cavacos,

borras e sucatas metálicas recicláveis.

b. Geração de efluentes líquidos: óleos

lubrificantes, líquidos refrigerantes, fluidos

de corte. c. Emissões atmosféricas: material particulado

(partículas inaláveis – PM10 e totais em

suspensão), névoas e vapores.

d. Uso de energia e de combustíveis (GLP)

- Contaminação do solo e dos

cursos d’água.

- Emprego de recursos naturais e energia.

- Alteração da qualidade do ar

5) Furação

a. Geração de resíduos sólidos: limalhas

b. Geração de efluentes líquidos: fluidos de corte e óleos lubrificantes

c. Uso de energia elétrica

- Contaminação do solo - Emprego de recursos naturais e

energia

6) Conformação

a. Geração de resíduos sólidos: cavacos e

sucatas metálicas recicláveis

b. Geração de efluentes líquidos: óleos

lubrificantes, líquidos refrigerantes, fluidos de corte

c. Emissões atmosféricas: material particulado

(partículas inaláveis – PM10 e totais em

suspensão)

d. Uso de energia elétrica e de combustíveis

(GLP)

- Contaminação do solo - Emprego de recursos naturais e

energia

- Alteração da qualidade do ar

7) Montagem

a. Geração de resíduos sólidos: cavacos, borras e sucatas metálicas recicláveis.

b. Geração de efluentes líquidos: óleos

lubrificantes, líquidos refrigerantes e fluidos

de corte.

c. Emissões atmosféricas: material particulado

(partículas inaláveis – PM10 e totais em

suspensão), névoas e vapores.

d. Uso de energia elétrica

- Contaminação do solo e dos

cursos d’água.

- Emprego de recursos naturais e

energia.

- Alteração da qualidade do ar

8) Soldagem

a. Geração de resíduos sólidos provenientes

dos materiais consumíveis de solda

b. Uso de energia elétrica

c. c. Emissões atmosféricas: material

particulado (partículas inaláveis – PM10 e

totais em suspensão)

- Contaminação do solo

- Emprego de recursos naturais e

energia

- Alteração da qualidade do ar

9) Acabamento

a. Geração de resíduos sólidos: limalhas,

borras e cavacos metálicos

b. Emissões atmosféricas: material particulado

(partículas inaláveis – PM10 e totais em

suspensão) e fumos metálicos

c. Uso de energia elétrica e de

combustíveis (GLP)

- Contaminação do solo

- Emprego de recursos naturais e

energia

- Alteração da qualidade do ar

10) Operação de ponte

rolante a. Uso de energia elétrica

- Emprego de recursos naturais e

energia.

11) Expedição

a. Geração de resíduos sólidos: isopor, papel,

madeira e plástico

b. Emissões de escapamentos dos veículos de transporte

c. Emissões atmosférica: material particulado,

gases, névoas e vapores

- Contaminação do solo e cursos

d’água - Emprego de recursos naturais e

energia

- Alteração da qualidade do ar

42

12) Jateamento de granalha

de aço

a. Geração de resíduos sólidos: limalhas,

borras e cavacos metálicos

b. Emissões atmosféricas: material particulado (partículas inaláveis – PM10 e totais em

suspensão)

c. Uso de energia elétrica e de combustíveis

(GLP)

- Contaminação do solo - Emprego de recursos naturais e

energia

- Alteração da qualidade do ar

13) Pintura

a. Geração de resíduos sólidos: borra de tinta

b. Emissões atmosféricas: material particulado

(partículas inaláveis – PM10 e totais em suspensão), vapores e névoas, compostos

orgânicos voláteis – VOC’s (solventes e tintas

c. Uso de energia elétrica

- Contaminação do solo e cursos

d’água - Emprego de recursos naturais e

energia

- Alteração da qualidade do ar

14) Escritórios

administrativo

e operacional

e cozinha

a. Geração de resíduos sólidos: papel e

plástico

- Contaminação do solo e cursos

d’água

Fonte: Chaib, 2005.

Segundo Andrade et al. (2002), as empresas do ramo industrial, mais especificamente

às organizações metalúrgicas, devem estabelecer estratégias ambientais visando: i) eliminação

de questões legais com o governo através de estrita observância à legislação vigente; ii)

redução de dispêndios com insumos produtivos mediante racionalização por meio de seus

métodos operacionais; iii) criação e aprimoramento de seus processos produtivos, com a

eliminação/redução de perdas e geração de resíduos ao longo da cadeia de agregação

devalores; iv) eliminação, criação e/ou aperfeiçoamento de produtos a serem ofertados ao

mercado, dentro do contexto ambiental e ecológico; e, v) redução ou eliminação de riscos

ambientais.

Pelos motivos expostos a simulação da auditoria ambiental de primeira parte será

realizada utilizando as características e principais informações do processo típico

desempenhado na Indústria Metalúrgica.

2.2 Metodologia

A pesquisa científica é a realização de um estudo planejado, sendo o método de

abordagem do problema o que caracteriza o aspecto científico da investigação. Baseia-se em

uma teoria que serve como ponto de partida e sua finalidade é descobrir respostas para

questões mediante a aplicação do método científico (SOARES, 2009).

43

Segundo Barreto e Honorato (1998 apud GHENO 2004) a metodologia de pesquisa

deve ser entendida como o conjunto de detalhado e sequencial de métodos e técnicas

científicas utilizadas ao longo da pesquisa. A Figura 12 apresenta a delimitação desta

pesquisa.

Figura 12: Fases do projeto de pesquisa

Para elaboração do trabalho foi utilizado principalmente o método da Pesquisa

Qualitativa-Descritiva, que fornece um processo a partir do qual questões chave são

identificadas e perguntas são formuladas, descobrindo sua importância para o cliente

(CERVO e BERVIAN, 1983). Também foram empregadas algumas orientações da Pesquisa

Bibliográfica que tem como objetivo explicitar e construir hipóteses acerca do problema

evidenciado, aprimorando as idéias, fundamentando o assunto em questão abordado na

pesquisa. (SOARES, 2009).

44

2.2.1 Materiais

Os recursos utilizados para realização da pesquisa constituem-se em: livros da

temática pesquisada, artigos, revistas e pesquisa na internet.

Os dados obtidos foram organizados e tabulados no programa Microsoft Excel.

2.2.2 Métodos

A seguir descreve-se os métodos utilizados para simular o modelo estabelecido para

realização do diagnóstico na Empresa, através do preenchimento da Lista de Verificação.

2.2.2.1 Revisão de Literatura

Realizou-se um estudo bibliográfico sobre a Gestão Ambiental e a utilização de

instrumentos norteadores, a partir de ações voluntárias, para otimizar processos e serviços de

unidades corporativas, onde destaca-se a Auditoria Ambiental Interna como ferramenta

auxiliar para tomada de decisões. A partir desta revisão definiu-se um setor da Indústria, de

grande importância para a economia local, para o qual foi elaborado um modelo sistêmico

para diagnóstico e avaliação do desempenho ambiental da empresa frente aos Requisitos da

NBR ISO 14001:2004.

A realização da auditoria interna se dá a partir da capacitação de colaboradores para tal

função; então, dispor de uma ferramenta sistêmica e dinâmica permitirá uma otimização nos

trabalhos com a auditoria interna, bem como a visualização prévia, mas não conclusiva, das

condições na qual se encontra a organização avaliada.

2.2.2.1.1 Metodologia Pontuada

45

De acordo com Generino e Netto (1999) denomina-se Metodologia Pontuada a ação

onde o auditor atribui uma nota ao empreendimento e esta pode ser uma nota global ou uma

nota ponderada por diferentes pesos atribuídos a diferentes objetivos ambientais. Os autores

ainda ressaltam que o uso de uma nota não é garantia de objetividade e precisão e que muitas

vezes a empresa pode utilizá-la apenas como um indicador de nota, mas não com aplicação

efetiva dos seus resultados.

Porém o uso desta metodologia para elaboração de um modelo sistêmico para

preenchimento da Lista de Verificação busca contribuir para o seu entendimento e ampliar a

sua utilização, de forma que a subjetividade inerente ao processo seja superada pelos

benefícios da utilização dos resultados obtidos, bem como possibilitar aos gestores a

comparação da evolução do Sistema de Gestão Ambiental da organização. Destacando ainda

que o objetivo do estudo não sugere a geração de uma nota que indique que a Empresa “foi

aprovada ou reprovada” na Auditoria realizada, mas sim utilizá-la como ferramenta auxiliar

na visualização das fragilidades que requerem maior atenção.

Para o estudo definiu-se em escala crescente de valores 3 níveis, considerando as

opções de resposta para os questionamentos do auditor. Abaixo estas serão detalhadas.

2.2.2.2 Estruturação da Lista de Verificação

Para a elaboração da lista de verificação (check list) serão consideradas as

características do processo industrial típico de uma Indústria Metalúrgica, onde serão

relacionadas 5 questões para cada requisito da NBR ISO 14001:2004. A opção pela simulação

para um setor específico deve-se ao interesse de uma visão mais prática da aplicação da Lista

de Verificação como instrumento da auditoria ambiental interna.

A ferramenta Lista de Verificação (check list) é composta de questionamentos diretos,

que permitem a escolha de uma das três respostas a seguir (Quadro 3).

Quadro 3: Níveis de classificação atribuídos aos Requisitos da NBR 14001:2004.

Classificação quanto ao atendimento dos Requisitos da NBR ISO

14001:2004

a) Atende o requisito

46

b) Atende parcialmente o requisito

c) Não atende o requisito

A escolha por uma destas respostas implica diretamente na relação com uma

pontuação previamente definida. A definição da pontuação se deu a partir da nivelação das

respostas, pois considerando que estas possuem o mesmo grau de importância e abrangência

às perguntas realizadas na Lista de Verificação, foram definidos três níveis (Quadro 4).

Quadro 4: Níveis de Pontuação

Pontuação Respostas aos Requisitos da NBR ISO

14001:2004

a) 2 Atende o requisito

b) 1 Atende parcialmente o requisito

c) 0 Não atende o requisito

2.2.2.3 Construção do modelo sistêmico

A organização e tabulação dos dados referentes à Lista de verificação serão realizadas

no Programa Microsoft Excel. A inserção dos dados foi planejada para que ocorra de forma

sistematizada e dinâmica, configurando assim o modelo para o diagnóstico do desempenho

ambiental da empresa.

Compõe o modelo uma Pasta organizada no Programa Microsoft Excel com 4

planilhas, sendo a primeira e a segunda destinadas ao preenchimento da Lista de Verificação e

sua organização, a terceira planilha preparada sistematicamente para gerar a Avaliação

Qualitativa e Quantitativa dos Requisitos da NBR ISO 14001:2004 e a quarta planilha para

geração do Gráfico Indicador, proveniente do diagnóstico realizado. Vale ressaltar que as

instruções de preenchimento do modelo encontram-se na primeira planilha.

Na Figura 13 apresenta-se como foi feita a organização dos Requisitos considerados,

bem como as questões formuladas para simulação, onde percebe-se na célula em destaque a

47

opção que possibilita a escolha da resposta que atende ao requisito da NBR ISO 14001:2004

com relação ao que se observa na Empresa (Figura 14).

Figura 13: Organização da Lista de Verificação – ABNT NBR ISO 14001:2004

Figura 14: Opções de resposta

A sequência do trabalho para simulação acontece de forma dinâmica, onde de acordo

com o preenchimento das opções na Lista de Verificação obtêm-se os resultados para a

avaliação qualitativa e quantitativa (Figura 14)

48

Figura 15: Organização do Modelo Sistêmico

2.3 Resultados e Discussões

A simulação foi realizada para todos os Requisitos da NBR ISO 14001:2002. No

Quadro 5 apresenta-se a Lista de Verificação completa.

Quadro 5: Lista de Verificação

4.1 Requisitos gerais

4.1.1.1 A definição do escopo do sistema de gestão ambiental atendeu as características da

Empresa?

4.1.1.2 Existem instrumentos que assegurem a manutenção do Sistema de Gestão

Ambiental (SGA)?

4.1.1.3 A empresa conta com dispositivos para avaliar o cumprimento das exigências /

requisitos da NBR ISO 14001?

4.1.1.4 A implantação e posterior implementação do Sistema de Gestão Ambiental foram

completamente efetivadas?

4.1.1.5 Quais aspectos foram levados em consideração para construção do escopo do SGA?

4.2 Política ambiental

4.2.1.1 A empresa tem documentada sua Política Ambiental (PA) abrangendo as questões

relevantes?

4.2.1.2 Ela orienta para a total conformidade com a legislação?

4.2.1.3 Os aspectos ambientais das atividades, produto e serviços são efetivamente e

continuamente considerados?

LISTA DE VERIFICAÇÃO NBR ISO 14001:2004

49

4.2.1.4 A Política Ambiental está acessível ao público?

4.2.1.5 A política ambiental é comunicada aos colaboradores periodicamente?

4.3 Planejamento 4.3.1 Aspectos ambientais

4.3.1.1 Existe um procedimento para identificação e avaliação dos aspectos ambientais?

4.3.1.2 As informações sobre aspectos e impactos ambientais estão documentadas e

atualizadas?

4.3.1.3 Possuem sistema de tratamento de efluentes?

4.3.1.4 Há programa para coleta e disposição dos resíduos com metais, oriundos dos

processos de produção?

4.3.1.5 Estão sendo usadas novas tecnologias para a melhoria dos processos de produção?

4.3.2 Requisitos legais e outros

4.3.2.1 Existe um procedimento para avaliação periódica do cumprimento com as

legislações e regulamentações?

4.3.2.2 Há um sumário das licenças / permissões aplicáveis e os requisitos a estas

relacionadas?

4.3.2.3 Tais requisitos são apresentados de forma clara e compreensível?

4.3.2.4 As unidades operativas envolvidas são informadas sobre as exigências e/ou

mudanças que os afetam?

4.3.2.5 A administração da organização é informada sobre qualquer mudança realizada?

4.3.3 Objetivos, metas e programa(s)

4.3.3.1 Há licença ambiental para a empresa operar?

4.3.3.2 A licença encontra-se dentro do prazo de validade?

4.3.3.3 As exigências de licenciamento estão sendo cumpridas?

4.3.3.4 A empresa tem cadastro atualizado junto ao órgão ambiental?

4.3.3.5 A empresa possui um Sistema de Gestão Ambiental implementado?

4.4 Implementação e operação

4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades

4.4.1.1 As responsabilidades quanto a Gestão Ambiental da Empresa estão claramente

definidas?

4.4.1.2 Um responsável da administração foi designado?

4.4.1.3 A estrutura organizacional é compatível com a melhoria de desempenho?

4.4.1.4 As responsabilidades definidas são compreendidas, aceitas e respeitadas por todos

da Empresa?

4.4.1.5 Critérios de bom desempenho ambiental são levados em consideração ao contratar

serviços terceirizados?

4.4.2 Competência, Treinamento e Conscientização

4.4.2.1 Os colaboradores foram treinados e estão conscientes da importância da Política

Ambiental e demais procedimentos?

4.4.2.2 Existe a consciência dos impactos ambientais significativos associados aos aspectos

ambientais provenientes da empresa?

50

4.4.2.3 Estão bem definidas as funções e responsabilidades para atingir a conformidade

com os requisitos de atendimento à emergência?

4.4.2.4 Os colaboradores estão instruídos com relação a medidas de emergência na

empresa?

4.4.2.5 Os colaboradores estão treinados e conscientes da importância no uso de

equipamentos de proteção (EPIs)?

4.4.3 Comunicação

4.4.3.1 Há processo estabelecido para comunicação interna entre os níveis e funções da

Empresa quanto aos aspectos ambientais e SGA?

4.4.3.2 Existe setor responsável pela comunicação do desempenho ambiental à comunidade

interna e público em geral?

4.4.3.3 Há meios disponíveis para que os colaboradores façam sugestões?

4.4.3.4 Os prestadores de serviços e contratados são informados da Política Ambiental e dos

requisitos do Sistema de Gestão Ambiental?

4.4.3.5 É mantida comunicação com outras organizações e autoridades?

4.4.4 Documentação

4.4.4.1 Está assegurado que os diferentes níveis de documentação estão adequadamente

relacionados entre si?

4.4.4.2 Há registro documentado dos usos de energia e metas de eficiência e redução?

4.4.4.3 A estrutura do Sistema de Gestão Ambiental está documentada?

4.4.4.4 Os principais elementos do Sistema de Gestão da Empresa e sua interação estão

descritos?

4.4.4.5 Os colaboradores têm acesso a documentação do SGA?

4.4.5 Controle de Documentos 4.4.5.1 Existem procedimentos que definam a responsabilidade pela criação e alteração de

documentos do SGA?

4.4.5.2 Os documentos obsoletos são removidos dos locais de uso ou garantidos contra seu

uso não intencional?

4.4.5.3 Os documentos obsoletos retidos por motivos legais ou por motivo de

conhecimento, são adequadamente identificados?

4.4.5.4 A empresa mantém arquivos de documentos relativos ao licenciamento?

4.4.5.5 É mantido um registro dos documentos atuais?

4.4.6 Controle Operacional

4.4.6.1 Os procedimentos de aquisição de equipamentos e insumos são integrados aos

requisitos ambientais?

4.4.6.2 Os procedimentos documentados estão disponíveis para as operações e atividades?

4.4.6.3 Os requisitos legais relacionados com o meio ambiente são incorporados com o

desenvolvimento de produtos e serviços?

4.4.6.4 As operações e atividades identificadas são associadas aos aspectos ambientais

significativos?

4.4.6.5 Há meios que assegurem o carregamento correto de produtos perigosos? E

disposição de resíduos?

51

4.4.7 Preparação e resposta à emergências

4.4.7.1 Foram descritos planos para operação de alarme, evacuação, rota de fuga e combate

a incêndio?

4.4.7.2 Os procedimentos são testados periodicamente?

4.4.7.3 A empresa adquire EPI's adequados aos riscos?

4.4.7.4 A empresa tem implementado o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais -

PPRA?

4.4.7.5 Os acidentes e incidentes com produtos perigosos são registrados e avaliados

regularmente?

4.5 Verificação e Ação Corretiva

4.5.1 Monitoramento e Medição

4.5.1.1 Os procedimentos para medição e monitoramento foram especificados?

4.5.1.2 Existe controle sobre a exposição ocupacional, treinamento ou instruções

satisfatórias?

4.5.1.3 O desempenho ambiental é monitorado regularmente? De que forma?

4.5.1.4 Há um controle e registro do monitoramento contendo todas as informações

importantes?

4.5.1.5 Os produtos da empresa recebem alguma forma de rotulagem ambiental?

4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros

4.5.2.1 A organização tem procedimentos que avaliem o atendimento aos requisitos por ela

subscritos?

4.5.2.2 A empresa realiza auditorias ambientais para avaliar os riscos associados as suas

atividades?

4.5.2.3 A organização possui seguro apropriado para qualquer impacto ambiental negativo,

resultante de suas atividades?

4.5.2.4 De que maneira a empresa comprova o atendimento a requisitos aplicáveis?

4.5.2.5 Há departamento responsável ou profissional designado para organizar e administrar

tais ações?

4.5.3 Não conformidade; Ação Corretiva a Ação Preventiva

4.5.3.1 A organização não avalia apenas as não-conformidades como também as não-

conformidades potenciais?

4.5.3.2 Como são definidas as ações corretivas?

4.5.3.3 Como são definidas as responsabilidades e autoridades para investigar as não

conformidades?

4.5.3.4 Como são definidas as ações preventivas?

4.5.3.5 Como é estabelecido e mantido o controle da atividade de ação corretiva e

preventiva?

4.5.4 Controle de Registros

4.5.4.1 De que informações ambientais a empresa precisa para uma gestão efetiva?

4.5.4.2 A organização tem capacidade para identificar e acompanhar os principais

indicadores de desempenho?

4.5.4.3 O Sistema de Gestão de Registros da empresa disponibiliza informações para os

52

colaboradores que dela necessitam?

4.5.4.4 Como são registrados monitoramento, controle e emissões?

4.5.4.5 Como e onde são especificados os períodos de retenção de registros?

4.5.5 Auditoria Interna

4.5.5.1 Como são estabelecidos as atividades de planejamento de execução do programa de

auditorias internas?

4.5.5.2 O que determina a regularidade da Auditoria?

4.5.5.3 De que forma as constatações e verificações são documentadas?

4.5.5.4 Como são transmitidos os resultados das auditorias?

4.5.5.5 Os relatórios de auditorias são levados à análise crítica pela administração?

4.6 Análise pela Administração 4.6.1 De que forma são efetuadas análises críticas periódicas do SGA?

4.6.2 De que forma os colaboradores são envolvidos na análise crítica do SGA e no seu

acompanhamento?

4.6.3 Como é avaliada a adequação da Política Ambiental?

4.6.4 Que critérios de avaliação foram especificados para esta análise?

4.6.5 Como as ações são concluídas, registradas, comunicadas e monitoradas?

A apresentação dos resultados da simulação será feita através da exposição dos

Requisitos 4.1 e 4.2 sobre os Requisitos Gerais e Política Ambiental respectivamente, de

maneira a demonstrar como é a sequência estabelecida no modelo para o alcance da

Avaliação Qualitativa e Quantitativa.. Nas Figuras 16 e 17 apresentam-se a tabulação dos

dados no Programa Microsoft Excel, com as escolhas feitas, de forma simulada, pelo auditor.

Figura 16: Simulação das respostas para o Requisito: Requisitos Gerais

53

Figura 17: Simulação das respostas para o Requisito: Política Ambiental

A análise qualitativa (média aritmética entre a soma dos pontos pelo número de

requisitos) é apresentada abaixo, onde em destaque apresentam-se os resultados (Figura 18)

Figura 18: Avaliação Qualitativa

Como percebe-se a nota média para o requisito 4.1 da NBR ISO 14001:2002 foi de 2

pontos o que indica que o mesmo está atendendo totalmente ao Requisito, ao contrário do

resultado do requisito 4.2 que obteve uma média de 1,4 o que indica a necessidade de atenção

e correção. Estes resultados serão confrontados na prática para a definição e estabelecimento

de estratégias visando à manutenção e melhorias.

Para complementar a avaliação do desempenho da empresa frente ao requisito da

Norma tem-se ainda o resultado da Avaliação Quantitativa, através da exposição do valor

percentual de perguntas que classificam-se de acordo com os níveis, como destaca-se na

Figura 19. Neste exemplo, para o Requisito 4.1: Requisitos Gerais as 5 perguntas realizadas

54

obtiveram como resposta: Atende ao Requisito, portanto 100%, já para o Requisito 4.2:

Política Ambiental 3 perguntas, em um total de 5, atenderam ao requisito, ou seja 60%. Esses

resultados confirmam o resultado da Avaliação Qualitativa, indicando a necessidade de

melhorias quanto a Política Ambiental da Empresa, que na busca pela excelência em suas

atividades objetiva o alcance de 100% de atendimento para cada Requisito da NBR ISO

14001:2004.

Figura 19: Avaliação Quantitativa em %

Em seguida há a geração do Gráfico Indicador, na Planilha dos Gráficos do Programa

Microsoft Excel, onde para a Avaliação Qualitativa expõe-se as notas médias de cada

requisito avaliado. Essa visualização geral das médias geradas, de acordo com as notas

atribuídas, contribui para o entendimento das condições em que se encontra o desempenho da

Empresa para com os Requisitos. Abaixo na Figura 20, a título de exemplo, apresenta-se o

Gráfico Indicador parcial, pois os exemplos estabelecidos referem-se aos Requisitos Gerais e

a Política Ambiental.

55

Figura 20: Gráfico Indicador da Avaliação Qualitativa

Os resultados de uma simulação completa para todos os Requisitos da NBR ISO

14001:2004 são apresentados no APÊNDICE A.

56

3 CONCLUSÃO

Para que a organização possua uma responsabilidade ambiental, é imprescindível que

a mesma conheça e implemente estratégias para alcançá-la e que os responsáveis e

colaboradores estejam dispostos a contribuir.

A necessidade de manter-se atuante em um mercado cada mais competitivo, somado

as preocupações de ordem global quanto a degradação ambiental, além do cumprimento à

normas e leis regulamentadoras demonstra a importância de se utilizar ferramentas que

contribuam para o alcance da melhoria contínua dos processos e atividades na Indústria.

Um Sistema de Gestão Organizacional amplo e abrangente onde as questões

ambientais sejam realmente levadas em consideração pressupõe a implementação do Sistema

de Gestão Ambiental. Para acompanhar a evolução quanto à implementação do mesmo,

existem ferramentas como a auditoria ambiental interna que objetiva de forma específica

estabelecer parâmetros confiáveis para avaliação do desempenho ambiental e potencialidades

de riscos ambientais inerentes às políticas e procedimentos utilizados pela organização.

Assim planejou-se a estruturação de um modelo sistêmico e dinâmico para realização

do diagnóstico ambiental em uma Empresa do ramo Metal-Mecânico, através da Lista de

Verificação baseada na NBR 14001:2004. A simulação atendeu aos objetivos propostos, pois

de forma simplificada chegou-se aos resultados pretendidos.

Verificou-se que fazer uso do Modelo otimiza o tempo, eliminando tarefas que não

representam valor agregado, como a preparação da Lista de Verificação e

organização/tabulação dos dados. Assim compreende-se que esta ferramenta dinâmica e

sistematizada configura-se ao nível da gestão uma importante etapa no desenvolvimento de

metodologias que visam contribuir com a efetiva implementação do Sistema de Gestão

Ambiental, merecendo destaque os resultados indicadores que permitem a análise dos

mesmos auxiliando à tomada de decisões e o estabelecimento de estratégias eficientes para a

melhoria contínua.

3.1 Recomendações e Sugestões para Trabalhos Futuros

57

Como recomendação sugere-se a sequência do trabalho, visando o aprimoramento do

modelo para avaliação do desempenho ambiental, onde pode-se estabelecer parcerias para

desenvolver um software comercial, que além das funções estabelecidas, oportunize a geração

de um relatório com leiaute padrão para o segmento da indústria a ser aplicado.

Para trabalhos futuros pode-se realizar um estudo completo sobre os aspectos e

impactos ambientais de um segmento da Indústria e relacioná-los com os Requisitos da

Norma ISO 14001:2004 e assim estruturar um Modelo Dinâmico que atenda todo o Programa

de Auditoria Ambiental.

58

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62

APÊNDICE A – SIMULAÇÃO COMPLETA DO MODELO SISTÊMICO

DA LISTA DE VERIFICAÇÃO

SIMULAÇÃO: LISTA DE VERIFICAÇÃO - NBR ISO 14001:2004

Cont.

63

4.4.2.5 Os colaboradores estão treinados e conscientes da importância no uso de equipamentos de proteção (EPIs)?

Atende o requisito

Atende parcialmente

Atende o requisito

Atende parcialmente

Atende o requisito

4.4.2.2 Existe a consciência dos impactos ambientais significativos associados aos aspectos ambientais provenientes da empresa?

4.4.2.3 Estão bem definidas as funções e responsabilidades para atingir a conformidade com os requisitos de atendimento à emergência?

4.4.2 Competência, Treinamento e Conscientização

4.4.2.1 Os colaboradores foram treinados e estão conscientes da importância da Política Ambiental e demais procedimentos?

4.4.2.4 Os colaboradores estão instruídos com relação a medidas de emergência na empresa?

64

4.4.3.2 Existe setor responsável pela comunicação do desempenho ambiental à comunidade interna e público em geral?

Atende o requisito

Não atende

Atende o requisito

Atende parcialmente

Atende parcialmente

4.4.4 Documentação

Atende o requisito

Não atende

Atende parcialmente

Atende parcialmente

4.4.4.4 Os principais elementos do Sistema de Gestão da Empresa e sua interação estão descritos?

Atende o requisito

Atende o requisito

4.4.6 Controle Operacional

4.4.4.1 Está assegurado que os diferentes níveis de documentação estão adequadamente relacionados entre si?

4.4.4.2 Há registro documentado dos usos de energia e metas de eficiência e redução?

4.4.4.3 A estrutura do Sistema de Gestão Ambiental está documentada?

4.4.4.5 Os colaboradores têm acesso a documentação do SGA?

4.4.5.3 Os documentos obsoletos retidos por motivos legais ou por motivo de conhecimento, são adequadamente identificados?

Atende parcialmente

Atende o requisito

Não atende

Atende o requisito

Atende parcialmente

Atende o requisito

4.4.5 Controle de Documentos

4.4.5.1 Existem procedimentos que definam a responsabilidade pela criação e alteração de documentos do SGA?

4.4.5.2 Os documentos obsoletos são removidos dos locais de uso ou garantidos contra seu uso não intencional?

4.4.5.4 A empresa mantém arquivos de documentos relativos ao licenciamento?

4.4.6.1 Os procedimentos de aquisição de equipamentos e insumos são integrados aos requisitos ambientais?

4.4.6.3 Os requisitos legais relacionados com o meio ambiente são incorporados com o desenvolvimento de produtos e serviços?

Não atende

Atende parcialmente

Atende parcialmente

4.4.6.4 As operações e atividades identificadas são associadas aos aspectos ambientais significativos?

4.4.6.5 Há meios que assegurem o carregamento correto de produtos perigosos? E disposição de resíduos?

4.4.3 Comunicação

4.4.5.5 É mantido um registro dos documentos atuais?

4.4.6.2 Os procedimentos documentados estão disponíveis para as operações e atividades?

4.4.3.1 Há processo estabelecido para comunicação interna entre os níveis e funções da Empresa quanto aos aspectos ambientais e SGA?

4.4.3.3 Há meios disponíveis para que os colaboradores façam sugestões?

4.4.3.4 Os prestadores de serviços e contratados são informados da Política Ambiental e dos requisitos do Sistema de Gestão Ambiental?

4.4.3.5 É mantida comunicação com outras organizações e autoridades?

65

Atende parcialmente

Atende parcialmente

Atende o requisito

Não atende

Atende o requisito

4.5.1 Monitoramento e Medição

Atende o requisito

Atende o requisito

4.4.7 Preparação e resposta à emergências

4.4.7.1 Foram descritos planos para operação de alarme, evacuação, rota de fuga e combate a incêndio?

4.4.7.3 A empresa adquire EPI's adequados aos riscos?

4.4.7.5 Os acidentes e incidentes com produtos perigosos são registrados e avaliados regularmente?

4.5 Verificação e Ação Corretiva

4.5.1.1 Os procedimentos para medição e monitoramento foram especificados?

Não atende

Atende parcialmente

Não atende

Atende o requisito

Não atende

Atende parcialmente

Atende o requisito

Não atende

4.5.1.4 Há um controle e registro do monitoramento contendo todas as informações importantes?

4.5.1.3 O desempenho ambiental é monitorado regularmente? De que forma?

4.5.1.5 Os produtos da empresa recebem alguma forma de rotulagem ambiental?

4.5.2.1 A organização tem procedimentos que avaliem o atendimento aos requisitos por ela subscritos?

4.5.2.1 A empresa realiza auditorias ambientais para avaliar os riscos associados as suas atividades?

4.5.2.3 A organização possui seguro apropriado para qualquer impacto ambiental negativo, resultante de suas atividades?

4.5.2.4 De que maneira a empresa comprova o atendimento a requisitos aplicáveis?

4.5.2.5 Há departamento responsável ou profissional designado para organizar e administrar tais ações?

4.5.3.1 A organização não avalia apenas as não-conformidades como também as não-conformidades potenciais?

Atende parcialmente

Atende parcialmente

Não atende

4.5.3 Não conformidade; Ação Corretiva a Ação Preventiva

4.5.3.2 Como são definidas as ações corretivas?

4.5.3.3 Como são definidas as responsabilidades e autoridades para investigar as não conformidades?

4.5.3.4 Como são definidas as ações preventivas?

4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros

4.5.1.2 Existe controle sobre a exposição ocupacional, treinamento ou instruções satisfatórias?

4.4.7.2 Os procedimentos são testados periodicamente?

4.4.7.4 A empresa tem implementado o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA?

4.5.3.5 Como é estabelecido e mantido o controle da atividade de ação corretiva e preventiva?

Atende parcialmente

Atende parcialmente

66

4.5.4.4 Como são registrados monitoramento, controle e emissões?

4.5.4.5 Como e onde são especificados os períodos de retenção de registros?

4.5.5.1 Como são estabelecidos as atividades de planejamento de execução do programa de auditorias internas?

Atende o requisito

Atende o requisito

Atende parcialmente

4.5.4.1 De que informações ambientais a empresa precisa para uma gestão efetiva?

4.5.4.2 A organização tem capacidade para identificar e acompanhar os principais indicadores de desempenho?

4.5.4.3 O Sistema de Gestão de Registros da empresa disponibiliza informações para os colaboradores que dela necessitam?

Atende parcialmente

Atende o requisito

Não atende

Atende o requisito

Atende parcialmente

4.5.5 Auditoria Interna

Atende parcialmente

Atende parcialmente

Atende o requisito

Atende o requisito

Atende o requisito

Atende o requisito

4.5.4 Controle de Registros

Atende parcialmente

4.5.5.2 O que determina a regularidade da Auditoria?

4.5.5.3 De que forma as constatações e verificações são documentadas?

4.5.5.4 Como são transmitidos os resultados das auditorias?

4.5.5.5 Os relatórios de auditorias são levados à análise crítica pela administração?

4.6 Análise pela Administração

4.6.1 De que forma são efetuadas análises críticas periódicas do SGA?

4.6.4 Que critérios de avaliação foram específicados para esta análise?

4.6.5 Como as ações são concluídas, registradas, comunicadas e monitoradas?

4.6.3 Como é avaliada a adequação da Política Ambiental?

4.6.2 De que forma os colaboradores são envolvidos na análise crítica do SGA e no seu acompanhamento?

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.1.1.1 2 5 5 1 3 1

4.1.1.2 1 Nota média

4.1.1.3 1 20% 60% 20% 1

4.1.1.4 0

4.1.1.5 1

Pontos = 5

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.2.1.1 2 5 7 3 1 1

4.2.1.2 2 Nota média

4.2.1.3 1 60% 20% 20% 1,4

4.2.1.4 2

4.2.1.5 0

Pontos = 7

4.1 Requisitos gerais

4.2 Política ambiental

AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Preenchimento automático

Representatividade

Representatividade

67

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.3.1.1 2 5 6 2 2 1

4.3.1.2 1 Nota média

4.3.1.3 2 40% 40% 20% 1,2

4.3.1.4 1

4.3.1.5 0

Pontos = 6

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.3.2.1 1 5 7 2 3 0

4.3.2.2 2 Nota média

4.3.2.3 2 0 7 40% 60% 0% 1,4

4.3.2.4 1

4.3.2.5 1

Pontos = 7

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.3.3.1 2 5 9 4 1 0 Nota média

4.3.3.2 2

4.3.3.3 2 80% 20% 0% 1,8

4.3.3.4 2

4.3.3.5 1

Pontos = 9

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.4.1.1 2 5 6 1 4 0

4.4.1.2 1 Nota média

4.4.1.3 1 20% 80% 0% 1,2

4.4.1.4 1

4.4.1.5 1

Pontos = 6

4.3 Planejamento

4.3.1 Aspectos ambientais

4.3.3 Objetivos, metas e programa(s)

4.4 Implementação e operação

4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades

Representatividade

Representatividade

Representatividade

Representatividade

4.3.2 Requisitos legais e outros

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.4.3.1 2 5 6 2 2 1

4.4.3.2 1 Nota média

4.4.3.3 1 40% 40% 20% 1,2

4.4.3.4 2

4.4.3.5 0

Pontos = 6

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.4.4.1 2 5 4 1 2 2

4.4.4.2 0 Nota média

4.4.4.3 1 0 4 20% 40% 40% 0,8

4.4.4.4 1

4.4.4.5 0

Pontos = 4

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.4.5.1 2 5 9 4 1 0

4.4.5.2 1 Nota média

4.4.5.3 2 80% 20% 0% 1,8

4.4.5.4 2

4.4.5.5 2

Pontos = 9

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.4.6.1 1 5 5 1 3 1

4.4.6.2 2 Nota média

4.4.6.3 0 20% 60% 20% 1

4.4.6.4 1

4.4.6.5 1

Pontos = 5

4.4.5 Controle de Documentos

4.4.6 Controle Operacional

4.4.3 Comunicação

4.4.4 Documentação

Representatividade

Representatividade

Representatividade

Representatividade

68

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.4.7.1 1 5 6 2 2 1

4.4.7.2 1 Nota média

4.4.7.3 2 40% 40% 20% 1,2

4.4.7.4 0

4.4.7.5 2

Pontos = 6

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.5.1.1 2 5 5 2 1 2

4.5.1.2 0 Nota média

4.5.1.3 1 0 5 40% 20% 40% 1

4.5.1.4 2

4.5.1.5 0

Pontos = 5

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.5.2.1 2 5 5 2 1 2

4.5.2.2 2 Nota média

4.5.2.3 0 0 5 40% 20% 40% 1

4.5.2.4 1

4.5.2.5 0

Pontos = 5

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.5.3.1 0 5 4 0 4 1

4.5.3.2 1 Nota média

4.5.3.3 1 0% 80% 20% 0,8

4.5.3.4 1

4.5.3.5 1

Pontos = 4

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.5.4.1 2 5 8 3 2 0

4.5.4.2 2 Nota média

4.5.4.3 1 0 8 60% 40% 0% 1,6

4.5.4.4 1

4.5.4.5 2

Pontos = 8

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.5.5.1 2 5 8 3 2 0

4.5.5.2 2 Nota média

4.5.5.3 1 0 8 60% 40% 0% 1,6

4.5.5.4 1

4.5.5.5 2

Pontos = 8

Questões Soma Atende o Requisito Atende Parcialmente Insatisfatório

4.5.6.1 2 5 6 2 2 1

4.5.6.2 0 Nota média

4.5.6.3 2 0 6 40% 40% 20% 1,2

4.5.6.4 1

4.5.6.5 1

Pontos = 6

Representatividade

4.5.1 Monitoramento e Medição

4.5.3 Não conformidade; Ação Corretiva a Ação Preventiva

4.5.4 Controle de Registros

Representatividade

4.5.5 Auditoria Interna

4.4.7 Preparação e resposta à emergências

Representatividade

Representatividade

Representatividade

4.6 Análise pela Administração

4.5 Verificação e Ação Corretiva

Representatividade

Representatividade

4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros

69

4.1 1

4.2 1,4

4.3.1 1,2

4.3.2 1,4

4.3.3 1,8

4.4.1 1,2

4.4.2 1,6

4.4.3 1,2

4.4.4 0,8

4.4.5 Controle de Documentos 4.4.5 1,8

4.4.6 Controle Operacional 4.4.6 1

4.4.7 Preparação e resposta à emergências 4.4.7 1,24.5.1 1

4.5.2 1

4.5.3 0,8

4.5.4 1,6

4,.5.5 1,6

4.5.6 1,2

1,27

GRÁFICO INDICADOR

MÉDIA GERAL=

4.4.2 Competência, Treinamento e Conscientização

4.5.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros

4.5.3 Não conformidade; Ação Corretiva a Ação Preventiva

4.5.4 Controle de Registros

4.5.5 Auditoria Interna

4.6 Análise pela Administração

4.5 Verificação e Ação Corretiva 4.5.1 Verificação e Medição

4.4.3 Comunicação

4.4.4 Documentação

4.4 Implementação e operação - 4.4.1 Recursos; Funções

PONTUAÇÃO MÉDIAREQUISITOS ABNT NBR ISO 14001:2004

4.1 Requisitos gerais

4.2 Política ambiental

4.3 Planejamento - 4.3.1 Aspectos Ambientais

4.3.2 Requisitos legais e outros

4.3.3 Objetivos, metas e programa(s)

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS: A média geral desta simulação indica que os

requisitos da NBR ISO 14001:2004 estão sendo parcialmente atendidos, evoluindo para o

atendimento total.

Como verifica-se no Gráfico Indicador o desempenho ambiental da Empresa necessita

melhorias, principalmente nos Requisitos abaixo do valor 1.

Em suma pode-se utilizar esses dados para o confronto direto com a prática,

estabelecimento de estratégias para aperfeiçoar os processos e atividades da Empresa, visando o

atendimento total dos Requisitos da ABNT NBR ISO 14001:2004.