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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Ezequiel Betineli AVALIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ETE) DE UMA EMPRESA DE PROCESSAMENTO DE SUBPRODUTOS DA INDÚSTRIA DE CARNES Passo Fundo, 2011.

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Ezequiel Betineli

AVALIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE

EFLUENTES (ETE) DE UMA EMPRESA DE

PROCESSAMENTO DE SUBPRODUTOS DA

INDÚSTRIA DE CARNES

Passo Fundo, 2011.

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1

Ezequiel Betineli

AVALIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE

EFLUENTES (ETE) DE UMA EMPRESA DE

PROCESSAMENTO DE SUBPRODUTOS DA

INDÚSTRIA DE CARNES

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Engenharia Ambiental, como parte

dos requisitos para obtenção do título de

Engenheiro Ambiental.

Orientador: Prof. Vandré Barbosa Brião,

Doutor.

Passo Fundo, 2011.

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2

Ezequiel Betineli

AVALIAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE

EFLUENTES (ETE) DE UMA EMPRESA DE

PROCESSAMENTOS DE SUBPRODUTOS DA INDÚSTRIA DE

CARNES

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________________________

Vandré Barbosa Brião– Dr. - UPF

___________________________________

Marcelo Hemkemeier – Dr. - UPF

___________________________________

Ricardo Salami Debastiani – MSc. - UPF

Passo Fundo, 30 de novembro de 2011.

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3

AO SENHOR DEUS PELA VIDA.

AOS MEUS PAIS

ANGELO ARLINDO BETINELI

IRFE MARIA ROSO BETINELI

DEDICO.

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4

“O único homem que esta

isento de erros é aquele que não

arrisca acertar.”

Albert Einstein

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5

AGRADECIMENTOS

A minha mãe Irfe Maria Roso Betineli, ao meu pai Ângelo Arlindo Betineli podo toda

a compreensão, amor carinho e ajuda a todos estes anos da minha vida e em especial pela

ajuda e incentivo, ao longo de toda a graduação.

Aos meus irmãos Marcos, Eduardo e Evandro e irmã Neusa pelo apoio a esta

caminhada.

A meus sobrinhos e sobrinhas que sempre nos dão alegrias.

A meus tios e tias, primos e primas que sempre me incentivaram e ajudaram em tudo.

Ao Professor orientador Vandré Barbosa Brião, pela amizade adquirida ao longo de

todos estes anos, e pelos conhecimentos obtidos sempre e em especial na realização dessa

atividade.

Aos Professores Marcelo Hemkemeier e Ricardo Salami Debastiani, por aceitarem

participar da banca.

A empesa de realização do trabalho que sempre se dispuseram e cederam as suas

instalações para realização de estudos e me auxiliaram e se disponibilizaram para a

realização deste trabalho.

A UPF, pela disponibilidade de laboratórios.

A todos os colegas que tive o imenso prazer de conviver e ter a amizade e que de

alguma forma contribuíram e me ajudaram.

A meus amigos das jantas das quartas que sempre me apoiaram e incentivaram.

Aos amigos de futebol com quem convivo e com quem tenho o prazer de jogar.

Aos meus amigos de infância e aos que convivo há anos.

Enfim a todos os amigos colegas conhecido e pessoas que de alguma forma me

ajudara, apoiaram agradeço a todos do fundo do coração.

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RESUMO

BETINELI. Ezequiel. Avaliação da estação de tratamentos de efluentes (ETE) de

uma empresa de processamento de subprodutos da indústria de carnes. 2011. 76 p. Curso

de Graduação em Engenheira e Arquitetura. Curso de Engenharia Ambiental. Universidade de

Passo Fundo, Passo Fundo – RS.

O crescimento populacional no Brasil ocasiona uma maior demanda de produtos

alimentícios dentre eles a carne, com maior percentual de consumo, seguido pelo setor

avícola, suíno e pesca. O abate para suprir esta demanda, origina vários subprodutos e

resíduos que devem sofrer processamentos específicos. Os processamentos e destinações

adequadas devem ser dados a todos os subprodutos e resíduos do abate, em atendimento às

leis e normas vigentes, sanitárias e ambientais. A implantação de indústrias de beneficiamento

de restos de animais, as graxarias, surge como destinação a estes subprodutos, transformando

em produtos como: farinhas de carne, sangue, ossos e sebo líquido. Uma série de leis são

exigidas para garantir que os impactos ambientais provocados pela disposição dos efluentes

tratados sejam aceitáveis. Portanto o deve-se conhecer todo o processo produtivo e a geração

de efluentes ocasionados por eles, conhecer a Estação de Tratamento (ETE) e seu

funcionamento, principalmente o lodo ativado e sua eficiência no tratamento. O objetivo do

trabalho foi avaliar o desempenho da ETE da empresa, realizando uma avaliação quanto aos

parâmetros técnicos de projeto e de operação. Conhecendo o processo produtivo e a geração

de efluentes, foi feita a caracterização físico-química do mesmo no Laboratório de Controle

de Efluentes (LACE) do Centro de Pesquisa e Alimentação (CEPA), da Universidade de

Passo Fundo (UPF), sendo analisados a: DQO, DBO, oxigênio dissolvido (OD), sólidos

suspensos (SS), nitrogênio total, nitrogênio amoniacal, óleos e graxas, fósforo total,

surfactantes, pH, alcalinidade, cloreto, sólidos sedimentáveis (SD), sólidos totais e sulfeto.

Com os resultados obtidos verificou-se que este efluente tem uma carga elevada. Feitos os

cálculos de projeto e comparando com os originais comprovou-se que a ETE tem os tanques

com um volume adequado e com isso prova que o problema é operacional, por fala tanto de

mão de obra especializada e por não fornecer efluentes nos fim de semana quando a empresa

não trabalha e com uma eficiência de tratamento de 84%.

Palavras-chaves: Desempenho ETE, operação, Graxarias.

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ABSTRACT

The population growth in Brazil leads to an increased demand for food among them meat,

with the highest percentage of consumption, followed by the poultry industry, pork and fish.

Slaughter to meet this demand, leads to various by-products and waste that must undergo

specific processing. The processing and adequate allocations should be given to all slaughter

by-products and waste, in compliance with applicable laws and regulations, health and

environmental. The establishment of processing industries of animal remains, greases, appears

to dispose of these by-products, making products such as meat meal, blood, bones and liquid

fat. A number of laws are required to ensure that the environmental impacts caused by the

disposal of treated effluent are acceptable. Therefore one should know the whole production

process and effluent generation caused by them, knowing the Wastewater Treatment Plant

(WWTP) and its operation, particularly the activated sludge and its efficiency in treatment.

The objective of this study was to evaluate the performance of the company ETE, conducting

an evaluation of the technical parameters of design and operation. Knowing the production

process and effluent generation, was made to the physicochemical characterization of it in the

Effluent Control Laboratory (LACE) and the Food Research Center (CEPA), of the Passo

Fundo University (UPF), and analyzed: COD, BOD, dissolved oxygen (DO), suspended

solids (SS), total nitrogen, ammonia nitrogen, oils and grease, total phosphorus, surfactants,

pH, alkalinity, chloride, settleable solids (SD), total solids and sulfide. The results obtained

showed that this effluent has a high load. Made the design calculations and comparing with

the original it was shown that TEE has tanks with an appropriate volume and this proves that

the problem is ready for talks both skilled labor and not to provide effluent on weekends when

the company does not work and with atreatment efficiency of 84%.

Keywords: Performance ETE, operation, grease.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Fluxograma da produção de farinhas e sebo. ............................................................ 15

Figura 2: Fluxograma da farinha de sangue. ............................................................................ 18

Figura 3: Fluxograma da geração de efluentes no processo de sebo e farinhas de carne e osso.

........................................................................................................................................... 24

Figura 4: Fluxograma da geração de efluentes no processo de farinha de sangue. .................. 25

Figura 5: Estação de tratamento. .............................................................................................. 26

Figura 6: Resfriamento do efluente. ......................................................................................... 27

Figura 7: Adição de PAC e flotador. ........................................................................................ 29

Figura 8: Equalizador. .............................................................................................................. 30

Figura 9: Aspecto do floco de lodo ativado. ............................................................................. 31

Figura 10: Microrganismos no tanque de lodo. ........................................................................ 32

Figura 11: Tanque de lodo ativado. .......................................................................................... 32

Figura 12: Decantador. ............................................................................................................. 34

Figura 13: Reciclo do lodo. ...................................................................................................... 35

Figura 14: Lagoa aerada. .......................................................................................................... 35

Figura 15: Córrego de lançamento do efluente. ....................................................................... 36

Figura 16: Sequência do trabalho realizado na empresa ......................................................... 37

Figura 17: Pontos de coleta do efluente.................................................................................... 39

Figura 18: DQO ao longo do tratamento. ................................................................................. 41

Figura 19: DBO ao longo do tratamento. ................................................................................. 42

Figura 20: Sólidos suspensos ao longo do tratamento .............................................................. 43

Figura 21: Nitrogênio total ao longo do tratamento. ................................................................ 44

Figura 22: Óleos e graxas ao longo do tratamento. .................................................................. 45

Figura 23: Fósforo ao longo do tratamento. ............................................................................. 46

Figura 24: Surfactantes ao longo do tratamento. ...................................................................... 47

Figura 25: Cloretos ao longo do tratamento ............................................................................. 48

Figura 26: Sulfeto ao longo do tratamento. .............................................................................. 49

Figura 27: Tanque de equalização. ........................................................................................... 54

Figura 28: Tanque de aeração. .................................................................................................. 59

Figura 29: Decantador. ............................................................................................................. 60

Figura 30: Decantador. ............................................................................................................. 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Consumo de água nas graxarias................................................................................ 21

Tabela 2: Emissão de odores em graxarias (em unidades de odor, u.o., metro cúbico). .......... 23

Tabela 3: Caracterização do efluente........................................................................................ 40

Tabela 5: Parâmetros para projeto de reator de lodo ativado do tipo aeração prolongada. ...... 50

Tabela 5: Operação ................................................................................................................... 63

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12

2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 14

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 14

2.1.1 Graxaria em estudo ............................................................................................. 14

2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA PARA O MUNICÍPIO ........... 14

2.3 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO ......................................................... 14

2.3.1 Processo da obtenção de sebo, farinhas de carne, vísceras e osso ...................... 14

2.3.2 Processo da produção da farinha de sangue ....................................................... 18

2.4 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .................................................................................. 20

2.5 RESÍDUOS INDUSTRIAIS ...................................................................................... 20

2.6 CONSUMO DE ÁGUA ............................................................................................. 21

2.7 CONSUMO DE ENERGIA ....................................................................................... 21

2.8 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS ................................................................................. 22

2.9 EFLUENTE LÍQUIDO .............................................................................................. 23

2.10 ETE DA INDÚSTRIA DE ESTUDO ........................................................................ 25

2.10.1 Resfriamento ....................................................................................................... 27

2.10.2 Flotação .............................................................................................................. 27

2.10.3 Tanque de Equalização ....................................................................................... 29

2.10.4 Tratamento Biológico por Lodo Ativado ........................................................... 30

2.10.5 Decantador .......................................................................................................... 33

2.10.6 Recirculação de lodo .......................................................................................... 34

2.10.7 Lagoa aerada ....................................................................................................... 35

2.10.8 Corpo receptor .................................................................................................... 36

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 37

3.1 CONHECIMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO ............................................... 38

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS DE GERAÇÃO DE EFLUENTES ................... 38

3.3 COLETA DO EFLUENTE NOS PONTOS IDENTIFICADOS ............................... 38

3.4 RESULTADOS ......................................................................................................... 40

3.4.1 CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE ............................................................ 40

3.4.2 Remoção de DQO e DBO .................................................................................. 40

3.4.3 Remoção de sólidos suspensos ........................................................................... 42

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3.4.4 Remoção de nitrogênio ....................................................................................... 43

3.4.5 Óleos e graxas ..................................................................................................... 44

3.4.6 Remoção de fósforo ............................................................................................ 45

3.4.7 Surfactantes ........................................................................................................ 46

3.4.8 Cloreto ................................................................................................................ 47

3.4.9 Sulfeto ................................................................................................................. 48

3.5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DO PROJETO DA ETE ................................................. 49

3.5.1 Equalizador ......................................................................................................... 50

3.5.2 Dimensionamento tanque de lodo ativado de aeração prolongada..................... 54

3.5.3 Decantador .......................................................................................................... 60

4 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 64

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 65

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento populacional no Brasil ocasiona uma maior demanda de produtos

alimentícios dentre eles a carne, com maior percentual de consumo, aumentando o rebanho

bovino no Brasil para um dos maiores do mundo, em torno de 198,5 milhões de cabeças.

O aumento da demanda por alimentos do setor cárneo contribui também para o

aumento de frigoríficos, matadouros, abatedouros, entre outros.

Como consequências das operações de originam-se vários subprodutos e resíduos

como: couros, sangue, ossos, gorduras, aparas de carne, tripas, animais ou suas partes

condenadas pela inspeção sanitária, etc.

Processamentos e destinações adequadas devem ser dados a todos os subprodutos e

resíduos do abate, em atendimento às leis e normas vigentes, sanitárias e ambientais.

A implantação de indústrias de beneficiamento de restos de animais, as graxarias,

surge como destinação a estes subprodutos, transformando em produtos como: farinhas de

carne, sangue, ossos e sebo líquido.

A graxaria no processo de produção gera efluente, o qual deve atender a uma série de

leis antes de serem lançados para o meio ambiente, para que os impactos provocados por eles

sejam aceitáveis.

A poluição pelos efluentes líquidos industriais deve ser controlada inicialmente pela

redução de perdas nos processos, incluindo a utilização de processos mais modernos, arranjo

geral otimizado, redução do consumo de água incluindo as lavagens de equipamentos e pisos

industriais, redução de perdas de produtos ou descarregamentos desses ou de matérias primas

na rede coletora.

As técnicas de tratamento para este efluente geralmente estão associadas aos processos

tradicionais que combinam tratamento físico (ou físico-químico) com tratamento biológico. A

combinação destes tratamentos permite a remoção de matéria orgânica e de compostos

eutrofizantes, permitindo atingir os padrões de qualidade para lançamento de efluentes

exigidos pela legislação ambiental.

Dever ser conhecido o processo produtivo e a geração de efluentes, juntamente com a

Estação de Tratamento (ETE) e seu funcionamento e a eficiência no tratamento.

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13

Com o conhecimento, coleta-se amostras para a caracterização físico-químico,

avaliando a eficiência da ETE, tendo um diagnostico do processo de tratamento e casuais

problemas nela encontrados.

O objetivo do trabalho é avaliar o desempenho da ETE, diagnosticando problemas e

soluções e realizar uma avaliação quanto aos parâmetros técnicos de projeto.

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14

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.1 Graxaria em estudo

A empresa em estudo é da região Sul, uma das maiores empresas deste tipo de

atividade, opera 24 h por dia, sendo das 23 h às 8 h a de produção, e restante é para ensaque,

estocagem, manutenção, limpeza, entre outras. Esta tem como produto principal o sebo e

subprodutos como a farinha de carne e vísceras e de sangue, possui uma área superior a

15.000 m2.

2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA PARA O MUNICÍPIO

Esta tem uma importância muito significativa para o município, pois atualmente é uma

das maiores indústria instalada no mesmo e gera uma quantidade de empregos diretos e

indiretos grande, além de acarretar um grande arrecadamento de impostos e movimentando a

economia local.

2.3 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

2.3.1 Processo da obtenção de sebo, farinhas de carne, vísceras e osso

O processo produtivo de sebo e farinas de carne e osso, são demonstrados na Figura 1.

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15

Figura 1: Fluxograma da produção de farinhas e sebo.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

2.3.1.1 Recebimento da matéria prima e moagem

A indústria recebe cargas diárias de carcaças e restos, todos transportados em

caminhões tipo baú. Os caminhões ao ser recepcionado na entrada são pesados e

encaminhados então ao setor de descarregamento. As cargas são recebidas sempre no turno da

noite, horário de funcionamento da empresa para o processo de extração do sebo e farinhas.

Depois de recebida a carga, ela é levada por um sistema de caracol até o moinho,

moendo todo o material recebido, exceto o sangue que possui um processo próprio, depois de

moídas são encaminhadas ao cozimento.

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16

2.3.1.2 Cozimento

No processo de extração de sebo e produção de farinha de carne, o processo de

cozimento é a parte fundamental, por se tratar de uma espécie de “cura” do material que será

purificado nos processos seguintes.

O processo de cozimento pode ser realizado de três formas: Por via úmida, injetando

vapor diretamente no material carregado no digestor proporcionando a formação de fases

distintas, sólida liquida e gordura, pode ser feito a seco, onde o cozimento é através de mantas

de vapor colocadas em seu entorno fazendo ocorrer então um aquecimento indireto do

material, onde grande parte da água do material é evaporada, concentrando na parte sólido-

oleosa os nutrientes e proteínas que no método acima poderiam ser perdidas pode ser

realizado de forma contínua ou em bateladas, e a ultima forma é por evaporação, onde o

material sofre um decréscimo de umidade, atingindo níveis de ate 65% durante o processo,

sendo necessária uma secagem posterior efetuada em atomizadores, este é um processo

semelhante ao realizado com o sangue.

A indústria utiliza o método de cozimento a seco, sendo que são realizados os dois

processos citados no método, possuindo três digestores em batelada, e um digestor contínuo,

sendo que as diferenças entre eles são basicamente que nos digestores em batelada são

processados 5 mil ton/h e no contínuo 8 mil ton/h, mostrando-se este ultimo como o mais

eficiente.

2.3.1.3 Separação

Após acabado o processo de cozimento dos restos moídos, inicia-se então a separação

do material, onde se abre o digestor e se realiza a percolação do mesmo.

Com o auxílio de uma válvula, o material é despejado em cima de um canal e

conduzido ate o tanque de separação, onde ocorre a primeira purificação do sebo, sendo feita

a separação dos sólidos através de peneiramento.

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17

2.3.1.4 Purificação do sebo

Após a percolação e centrifugação do sebo, retirando as partes mais grosseiras do

mesmo, o material é encaminhado ate um tanque de decantador, nesta etapa são retiradas as

impurezas sólidas mais finas encontradas no sebo percolado. O material separado nesta fase é

encaminhado junto com os sólidos separados pela centrifugação, que seguem então para a

prensagem, já o sebo extraído é destinado á um tanque de armazenagem e posterior

purificação final.

2.3.1.5 Prensagem

O material que foi separado na centrifugação e na decantação do sebo passa então para

um processo de prensagem para que seja possível realizar a retida de grande parte da umidade

do mesmo. Com a prensagem, consegue-se extrair o sebo que estava contido no material

sólido, e desta forma encaminhá-lo novamente para o reator, sendo aproveitado novamente no

processo. O material prensado é enviado para o setor de moagem com o auxilio de outro

sistema caracol ate o setor de rações.

2.3.1.6 Moagem e peneiramento

O material prensado é levado ate o setor de rações e armazenado em contêineres para

que seja moído conforme a demanda do dia. O material segue por uma rede de sistemas

caracóis sendo levado ate o moinho tipo martelo, no qual é moído e encaminhado até as

peneiras reguladas para um determinado tamanho de partículas, sendo que o material retido

nestas peneiras retorna ao moinho, passando novamente pelo processo ate atingir a

granulometria desejada. O material moído recebe dois tratamentos, sendo em sacos de 50

quilogramas, ou vendidas a granel de acordo com o pedido do cliente.

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18

2.3.1.7 Beneficiamento do sebo

O sebo no estado líquido é bombeado para um tanque de armazenagem e depois de

submetido á uma série de ataques químicos visando sua purificação.

O mesmo é acidificado e alcalinizado por diversas vezes, visando à extração de

qualquer impureza que ainda se encontrasse dissolvida em seu meio. O material passa

novamente por um processo de flotação, fazendo com que as impurezas sejam retidas da sua

composição. Após o sistema, o sebo é armazenado em novos tanques no aguardo do

transporte até o cliente, enquanto as impurezas retornam ao processo normal.

2.3.2 Processo da produção da farinha de sangue

O processo produtivo de sangue é demonstrado na Figura 2 com o fluxograma do

mesmo.

Figura 2: Fluxograma da farinha de sangue.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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2.3.2.1 Pesagem, recebimento e armazenamento

O sangue chega sendo transportado através de caminhões tanque diretamente dos

abatedouros e frigoríficos da região, sendo o mesmo também pesado na entrada e na saída da

empresa. É utilizado anticoagulante para evitar que haja coagulação do material durante o

transporte. Normalmente é utilizado ácido cítrico ou nitrato de sódio para a função, após a

pesagem o sangue é armazenado em tanques próprios.

2.3.2.2 Cozimento e secagem

O sangue é bombeado do caminhão tanque, e encaminhado até um tanque de digestão,

sendo armazenado e apos passa por um processo de cozimento através de jatos de vapor, calor

e pressão. O sangue inicia então a coagulação, e secagem. Passa por um sistema de

centrifugação que separa o plasma do sangue do material sólido, sendo o primeiro já

destinado para o sistema de tratamento de efluentes, devido sua alta facilidade de putrefação.

Nesta fase, cerca de 50% da umidade do sangue, sendo considerado este plasma,

como o efluente mais crítico produzido na empresa. O material sólido recebe então novos

jatos de vapor para que a umidade ainda existente seja retirada e assim o mesmo possa ser

encaminhado para a moagem. O rendimento da farinha de sangue é cerca de 18% do volume

inicial.

2.3.2.3 Peneiramento e embalagem

O sangue seco é encaminhado por sucção até um ciclone, para separação de material

de maior diâmetro para um peneiramento primário, seguindo então para um filtro manga onde

recebe o peneiramento final sendo então encaminhado para o acondicionamento em

embalagens que no caso desta empresa são sacos de 40 quilogramas.

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2.4 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A atividade de graxaria nome usualmente utilizada para este ramo da indústria, tem a

função primordial de utilizar restos de resíduos citados anteriormente no item 1, antes sem

valor comercial, de abatedouros que por determinação legal, devem ser dispostos, tratados ou

beneficiados de forma efetiva para que não afete o meio ambiente.

As atividades desta indústria são fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento (MAPA), onde podemos citar as diretrizes normativa da MAPA quanto a

graxaria, a normativa Nº 15/2003, que dispõe sobre as condições Higiénico-Sanitária e de

boas praticas de fabricação (BPF).

Do ponto de vista ambiental, a adoção das BPF pelas graxarias é de fundamental

importância. Tendo em vista que estas auxiliam na prevenção de impactos ambientais como

odores e efluentes.

A conservação e preservação ambiental (FEPAM, 2011) devem ser atendidas o

Decreto Estadual nº 38.355 de 01/04/98, e CONAMA nº 303 de 20/03/2002.

Os efluentes gerados devem atender a Resolução Conama 357/2005, Resolução

CONSEMA nº 128/2006 e a Resolução CONSEMA nº 01/1998.

2.5 RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Resíduo industrial: é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se

encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso quando contido, e líquido cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos

d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviável em face da melhor

tecnologia disponível. (Brasil, 2002).

O resíduo industrial é um dos maiores responsáveis pelas agressões ao ambiente. Nele

estão incluídos produtos químicos (cianureto, pesticidas, solventes), metais (mercúrio,

cádmio, chumbo) e solventes químicos que ameaçam os ciclos naturais onde são despejados.

Os resíduos sólidos são amontoados e enterrados; os líquidos são despejados em rios e

mares; os gases são lançados no ar. Assim, a saúde do ambiente, e consequentemente dos

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seres que nele vivem, torna-se ameaçada, podendo levar a grandes tragédias. (KRAEMER,

2008).

Os resíduos sólidos da empresa deverão ser segregados, identificados e

acondicionados para armazenamento temporário, observando a NBR 12.235 e a NBR 11.174

da ABNT, em conformidade com o tipo de resíduo, até posterior destinação final dos mesmos.

2.6 CONSUMO DE ÁGUA

Na indústria do estudo o consumo de água está ligado principalmente aos processos de

limpeza de piso, geração de vapor e lavagens de caminhões. A Tabela 1 apresenta alguns

valores da literatura para quantificar a quantidade de água necessária no processo.

Tabela 1: Consumo de água nas graxarias.

Uso da água Consumo (litros/ ton. Material)

Caldeira 150-200

Condensador do cozimento 200-500

Limpeza 200-300

Total 550-1000

Fonte: UNEP (2000).

2.7 CONSUMO DE ENERGIA

Nas graxarias, o consumo de energia térmica é de fundamental importância para o

desenvolvimento dos processos de beneficiamento do sebo. O vapor é utilizado desde os

condensadores e digestores, para tratamento inicial do material moído, até na fabricação da

farinha de sangue, sendo desta forma utilizado em grande parte do setor.

De acordo com o UNEP (2000), cerca de 25% da energia térmica produzida pelas

caldeiras no setor de graxarias é perdida durante os processos e ao longo das tubulações.

Assim sendo, fica evidente a necessidade de medidas que aperfeiçoem este sistema de geração

e distribuição de vapor, evitando perdas desnecessárias.

Quanto à energia elétrica, sua utilização é basicamente como sendo para a iluminação

do sistema, alimentação das máquinas de tratamento como moinhos, digestor, prensa e demais

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maquinas do setor. Podemos ainda citar o sistema de tratamento de efluentes, principalmente

o aeróbico, que utiliza uma boa demanda da energia da empresa para a realização da aeração

do sistema.

2.8 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

Nas graxarias devemos também dar uma atenção especial à alta liberação de COVs e

odores em suas operações.

A emissão de material particulado é gerado principalmente nas caldeiras produtoras de

vapor, lugar o qual é incinerado grande quantidade de madeira e diesel liberando também

altas doses de dióxido de carbono e enxofre sendo necessário o encaminhamento desta fumaça

para o tratamento de gases da empresa.

As emissões atmosféricas, de fumaças e fuligem de caldeiras devem seguir a

Resolução CONAMA nº 08 de 06/12/90.

No entanto, não são estas emissões o principal problema atmosférico realizado pelas

graxarias. Neste tipo de empreendimento, o principal problema enfrentado é a liberação de

COVs e odores altamente prejudiciais a convivência com a sociedade.

Os fatores que podem influenciar essa liberação de COVs é o tempo de intervalo entre

o abate do animal e o beneficiamento do material obtido, ou seja, quanto maior esse tempo

entre os processos, maior será a produção de putrecida e cadaverina responsáveis pelos maus

odores dos restos da carcaça animal.

Danielson (1973) e Miller (1975) apontam que o odor incomodativo é o principal tipo

de poluição emitida pelas graxarias Oliveira et al. (1990) indicam que a intensidade do odor,

nas instalações de uma graxaria, está diretamente relacionada com o tempo decorrido desde o

abate do animal até o instante do processamento dos resíduos.

Neste sentido, Miller (1975) salienta que uma das formas de diminuir a emissão de

odores no recebimento das carcaças consiste em manusear o material o mais rápido possível,

utilizando-as preferencialmente até no máximo 4 horas após o abate dos animais.

Outro fator bastante relevante para a liberação de COVs é a temperatura com a qual o

processo de beneficiamento ocorre como o apresentado na Tabela 2.

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Tabela 2: Emissão de odores em graxarias (em unidades de odor, u.o., metro cúbico).

Temperatura ºC Concentração de odor (u.o./m3)

69 1275

77 425

107 1700

Fonte: CETESB (1990).

2.9 EFLUENTE LÍQUIDO

Em face às características peculiares e elevado volume gerado de efluentes líquidos,

impulsiona-se a uma constante preocupação ambiental, em se reduzir os impactos provocados

pelos poluentes gerados de uma forma geral, devido ao crescimento dos meios geradores de

poluição.

A fim de remover substancias indesejáveis da aguas residuárias ou transforma-las em

outras formas ambientalmente aceitáveis, procurando garantir a adequação aos padrões

previstos pela legislação, utiliza-se de sistema de tratamento de efluentes industriais, o qual e

constituído por uma serie de operações e processos que são empregados para a remoção de

substancias indesejáveis da agua ou para sua transformação em outras formas aceitáveis.

Como qualquer empresa do ramo abatedouros e frigoríficos, os principais impactos

ambientais das graxarias são o alto consumo de água, produção de efluente com alta carga

poluidora.

As graxarias, bem como outras empresas do setor, possui um efluente com uma

elevada carga orgânica, tendo em sua composição um elevado teor de gordura, flutuações de

pH e de temperatura

As graxarias para a fabricação dos produtos utiliza água, esta utilização pode ocorrer

de diversas formas tais como a lavagem de máquinas tubulações e pisos, a água de sistemas

de resfriamento e geradores de vapor, água utilizada diretamente nas etapas do processo

industrial ou incorporadas ao produto se necessário, e as utilizadas nos sanitários e, além

disso, a matéria prima também é rica em líquidos, demonstrados na Figura 3 e 4.

A água desta fabricação torna-se contaminada, gerando o efluente rico carga orgânica

por serem produtos animais e com alto porcentual de gordura, todos estes efluentes devem ser

tratados e lançados no corpo receptor de acordo com a legislação da FEPAM.

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Figura 3: Fluxograma da geração de efluentes no processo de sebo e farinhas de carne e osso.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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Figura 4: Fluxograma da geração de efluentes no processo de farinha de sangue.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

2.10 ETE DA INDÚSTRIA DE ESTUDO

De acordo com Nunes (2008), as estacoes de tratamentos de efluentes tradicionais

costumam ser divididas em quatro etapas:

a) Tratamento preliminar: ocorre retenção de material grosseiro, flutuantes e material

mineral sedimentável. Utiliza-se para isto grades, desarenadores (caixa de areia), caixas de

retenção de óleo e gordura e peneiras.

b) Tratamento primário: consiste na remoção de matéria orgânica em suspensão. Os

processos ocorrem através de decantação primaria, precipitação química, flotação e

neutralização.

c) Tratamento secundário: separação da matéria orgânica dissolvida e em suspensão.

Os procedimentos mais conhecidos nesta etapa são os processos de lagoas de estabilização,

lodo ativado, sistemas anaeróbios com alta eficiência de remoção do carbono orgânico, filtros

biológicos, lagoas aeradas e precipitação química.

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d) Tratamento terciário: e aplicado quando se pretende obter um efluente de alta

qualidade, ou a remoção de outras substancias contidas nas aguas residuárias. Pode ocorrer

através de adsorção de carvão ativo, osmose inversa, eletrodiálise, troca iônica, filtros de

areia, remoção de nutrientes, oxidação química e remoção de organismos patogênicos.

A ETE possui um tratamento físico-químico para flotação, seguido de um tratamento

Biológico de Lodo Ativado. A Figura 5 mostra o fluxograma do tratamento de efluentes.

Figura 5: Estação de tratamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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2.10.1 Resfriamento

O resfriamento é feito, pois o efluente chega do processo produtivo a uma temperatura

aproximadamente a 80o, podendo prejudicar o processo de tratamento, a esta temperatura os

microrganismos não resistiriam.

Este resfriamento é feito em forma de cascata de degraus, o efluente é elevado a uma

determinada altura e depois ele desce por gravidade em uma espécie de escada em ambiente

aberto e com isso diminui a sua temperatura para que possa ser tratado sem qualquer

complicação, como demonstrado na Figura 6.

Figura 6: Resfriamento do efluente.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

2.10.2 Flotação (Físico-químico)

O processo de tratamento físico-químico de efluentes ocorre quando ha a utilização de

produtos químicos a fim de aumentar a eficiência da remoção de um elemento ou substancia,

modificar seu estado ou estrutura, ou simplesmente alterar suas características químicas, o

objetivo deste tratamento é melhorar a eficiência do tratamento primário por coagulação –

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remoção de constituintes associados aos sólidos em suspensão e coloides, como DBO, o que

reduz a quantidade de material orgânico a ser tratada aerobiamente – além de promover a

remoção de fosforo.

Os processos físico-químicos são eficientes na remoção de sólidos em suspensão

coloidal ou mesmo dissolvidos, substâncias que causam odor, cor e turbidez, substancias

odoríferas, metais pesados, óleos emulsionados, ácidos, álcalis.

A flotação é o processo de separação de partículas sólidas de baixa massa especifica

de uma fase liquida, geralmente pela introdução de finas bolhas de ar na fase líquida.

(RAMALHO, 2003).

As bolhas aderem ao material particulado, e o conjunto bolha/partícula possui

densidade menor que a densidade do líquido de modo a causar a ascensão das partículas à

superfície. Pode ser aplicada também na separação de óleo ou gordura, pois aceleram a

ascensão destes à superfície, e partículas muito leves ou muitas pequenas podem ser separadas

em um menor tempo. (METCALF; EDDY, 2003).

A flotação por ar dissolvido é a forma mais comum dos sistemas de flotação. O ar é

dissolvido no líquido sob condições pressurizadas, na qual a mistura forma uma solução

supersaturada em ar. Após um determinado tempo, o efluente é levado novamente à pressão

atmosférica, e o resultado é a formação de bolhas muito finas, que ascendem à superfície do

tanque, conduzindo consigo a matéria em suspensão ou gorduras. (RAMALHO, 2003).

Em qualquer um dos processos de flotação podem ser adicionados produtos químicos

como auxiliar de flotação. A natureza destas substâncias, entretanto, deve ser selecionada com

os devidos cuidados de acordo com o destino a ser dado ao material flotado.

A neutralização de despejos industriais pode ser necessária, não só para evitar o

lançamento de águas ácidas ou alcalinas no corpo de água receptor, mas, também, como

medida necessária para proteção de tratamentos biológicos. (BRAILE; CAVALCANTI,

1993).

Após resfriado e dosado o agente floculante, Poli Cloreto de Alumínio (PAC) que

promove a aglutinação das partículas, promovendo o choque entre as mesmas devido à

agitação lenta imposta por baixo gradiente de velocidade, a formação de flocos de impurezas

facilita sua posterior remoção de gorduras mais sólidos suspensos por flotação (IMHOFF,

1998), pois passa por um raspador onde retira os resíduos que ficam na superfície deste

efluente, como demonstrado na Figura 7.

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Figura 7: Adição de PAC e flotador.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

2.10.3 Tanque de Equalização

A equalização consiste em regular a vazão para as unidades subsequentes e

homogeneização da carga orgânica do efluente, em virtude de que o mesmo sofra variações

das cargas e vazões ao longo da jornada de trabalho industrial. (RAMALHO, 1993).

O tanque de equalização tem cinco objetivos básicos. (FAVARETTO, 2010):

a) Neutralizar despejos ácidos e alcalinos através da mistura deles;

b) Minimizar variações de vazão;

c) Minimizar variações de concentração;

d) Diluir compostos tóxicos;

e) Fornecer alimentação contínua aos processos de tratamento posteriores.

O tanque de equalização será com níveis variáveis com intuito de regular a vazão de

saída constante e homogeneizar o efluente. Tem a finalidade, também de proteger os

equipamentos posteriores como bombas de recalque, impedindo o seu funcionamento a seco

(NUNES, 2004), o formato do mesmo é retangular e instalado abaixo do nível do solo, como

demonstrado na Figura 8.

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Figura 8: Equalizador.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

2.10.4 Tratamento Biológico por Lodo Ativado

A função de um processo biológico é remover a matéria orgânica através do

metabolismo de oxidação e de síntese das células. Este tipo de tratamento é normalmente

usado em virtude da grande quantidade de matéria orgânica facilmente biodegradável presente

em sua composição. (BRAILE; CAVALCANTI, 1993).

No tratamento biológico aeróbio, os microrganismos, mediante processos oxidatívos,

degradam as substâncias orgânicas, que são assimiladas como "alimento" e fonte de energia.

O termo lodo ativado designa a massa microbiana floculenta que se forma quando os

efluentes biodegradáveis são submetidos à aeração.

No tanque de aeração, ocorrem as reações que conduzem a metabolização dos

compostos biotransformáveis. É essencial que se tenha boa mistura e aeração. No decantador

secundário, ocorre à separação do lodo, biomassa, proveniente do tanque de aeração.

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O sistema de lodo ativado é um dos mais utilizados para a depuração de esgotos

sanitários e industriais que possuem uma elevada carga orgânica e produtos nitrogenados

(SPERLING, 2002), onde as seguintes unidades são partes integrantes da etapa biológica dos

lodos ativados.

Tanque pulmão ou equalizador para homogeneização das cargas, tanque de aeração

(reator) responsável pela formação de microrganismos ativados, através de reações

bioquímicas, onde a biomassa e utiliza do substrato presente no esgoto para se desenvolver e

se reproduzir (degradação biológica), tanque de decantação (decantador) utilizado para

separar os sólidos suspensos, ocorrendo a sedimentação onde o efluente final sai clarificado e

os sólidos sedimentados no fundo do decantador são recirculados para o reator (recirculação

do lodo). (FERREIRA; CORAIOLA, 2008).

O Lodo ativado é, portanto o resultado de um processo de tratamento de esgoto

destinado à destruição de poluentes orgânicos biodegradáveis presentes em aguas residuárias,

efluentes e esgotos, é o floco produzido num esgoto bruto ou decantado pelo crescimento de

bactérias zoóeleas ou outras, na presença de oxigênio dissolvido, e é acumulado em

concentração suficiente graças ao retorno de outros flocos previamente formados.

(SPERLING, 2002). Figura 9 e 10 mostra um floco de Lodo.

Figura 9: Aspecto do floco de lodo ativado.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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Figura 10: Microrganismos no tanque de lodo.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Em virtude da recirculação do lodo, um grande número de microrganismos permanece

por um longo tempo de residência no meio, o que facilita o processo de oxidação dos

compostos orgânicos, diminuindo o tempo de retenção do efluente para horas.

O sistema é constituído de um reator biológico aerado e um decantador de lodo, sendo

que ocorre retorno de parte da biomassa ativa decantável ao reator.

O efluente clarificado proveniente do decantador físico-químico passará para o reator

biológico aerado que terá formato retangular e será conduzido a um decantador de lodo.

Haverá comunicação entre a base do decantador e o reator para retorno de 100 % do lodo

decantado, a Sebo utiliza aeradores mecânicos para injetar oxigênio em seus reatores de lodo

ativado, como demonstrado na Figura 11.

Figura 11: Tanque de lodo ativado.

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Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Estudo de caso como de Ferreira e Coraiola (2008) onde foi analisado a estação de

tratamento com sistema de lodo ativado com fluxo contínuo, demonstrou que a eficiência

através de monitoramento analítico, foi de 95% a 98%, reduzindo as cargas poluidoras e o que

na maioria das vezes fornece condições de reaproveitamento da água.

O estudo realizado por Oliveira e Von Sperling (2005), demonstra a avaliação de

desempenho de 116 estação de tratamento em todo o país.

Foram analisados seis modalidades diferentes como a fossa séptica seguida de um

filtro anaeróbio, lagoas facultativas, lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas, lodos

ativados, reatores UASB operando isoladamente e reatores UASB seguidos por pós-

tratamento, as avaliações consideraram as concentrações de efluentes e a eficiência de

remoção de DBO, DQO, SST, NTK, OT e coliformes. A conclusão do estudo de caso, é que o

desempenho apresentado pelo processo de lodo ativado, considerando a remoção de matéria

orgânica, foi o mais elevado dentre os sistemas avaliados, comprovando a sua eficiência e a

sua utilização em processos de remoção de carga orgânica elevada.

2.10.5 Decantador

Após o líquido permanecer no tanque de aeração, é necessário separar o lodo do

efluente para que a biomassa retorne ao reator e o líquido siga para a lagoa aerada , essa

separação é realizada pelos decantadores.

O decantador é o processo físico de separação de sólidos com potencial de

sedimentação em um liquido. Os sólidos retidos na soleira são removidos como lodo e, por

conseguinte o efluente clarificado decanta pelo vertedouro. (NUNES, 2004).

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Os decantadores são tanques de geometria retangular ou cilindro-cônica, a mistura de

líquido e biomassa é alimentada pelo ponto central do tanque e o líquido tende a se

movimentar do centro para a região periférica do mesmo, enquanto a biomassa sedimenta no

fundo, sendo arrastada por um raspador e removido na parte inferior do tanque por meio de

uma bomba.

O dimensionamento do decantador é em função de taxas de aplicação, de acordo com

o tipo e as características físico–químicas do efluente. O formato do decantador é circular

como demonstrado na Figura 12.

Figura 12: Decantador.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

2.10.6 Recirculação de lodo

Para se ter uma elevada concentração de sólidos no reator e uma idade do lodo maior

que o tempo de detenção hidráulica, é necessário a recirculação do lodo ou a sua retenção de

alguma forma no seu sistema. (SPERLING, 2002).

A indústria utiliza o sistema de recirculação de lodo, onde o mesmo é 100 %

recirculados, feito através de bombeamento típico no processo de fluxo contínuo por aeração

prolongada. A Figura 13 demonstra o recirculo de lodo.

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Figura 13: Reciclo do lodo.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

2.10.7 Lagoa aerada

Lagoas aeradas são bacias cuja profundidade varia de 1,2 m a 3,6 m nas quais a

oxigenação é feita por unidades de aeração superficial, por turbina ou difusa. Não apresentam

reciclo de lodo biológico, pois a concentração é baixa (80-200 mgL-1

), e o tempo de

residência é longo (3-8 dias), o qual permite a renovação da biomassa.

Estes sistemas são usados, principalmente, para pré-tratamento de rejeitos industriais.

A lagoa aerada serve para fazer o abatimento e polimento final deste efluente, como

demonstrado na Figura 14.

Figura 14: Lagoa aerada.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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2.10.8 Corpo receptor

O efluente após receber todo o tratamento é lançado no corpo receptor, segundo a

legislação da FEPAN, como demonstrado na Figura 15.

Figura 15: Córrego de lançamento do efluente.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na empresa de graxaria. O método de trabalho seguiu a

sequência apresentada nos itens de 3.1 a 3.5.

A seguir é apresentada a Figura 16 com o fluxograma da sequencia de trabalho.

Conhecimento do

processo

produtivo na

empresa

Identificação dos

pontos de geração

de efluente

Coleta do efluente

Caracterização do

efluente

Avaliação

Técnica

Figura 16: Sequência do trabalho realizado na empresa.

Fonte: Bonamigo (2010).

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3.1 CONHECIMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO

O processo produtivo da empresa está descrito no item 2.3.

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS DE GERAÇÃO DE EFLUENTES

Com o conhecimento do processo produtivo de toda a empresa, identificaram-se os

pontos de geração de efluentes. Para isso foram identificados os pontos nos setores da

empresa, descritos no item 2.9 onde as Figuras 3 e 4 mostram esta geração.

3.3 COLETA DO EFLUENTE NOS PONTOS IDENTIFICADOS

Foram realizadas quatro análises, três no dia13 de setembro de 2011, às 13h30min e

no dia 18 de outubro às 13h30min, seguindo a norma NBR 9898/87 da ABNT.

No dia 13 a coleta foi realizada em 3 pontos distintos; 1º) na entrada do flotador, 2º)

na entrada do lodo ativado, 3º) na entrada da lagoa aerada.

A coleta do dia 18 foi na entrada do córrego, que passa ao lado da indústria, todos os

pontos demonstrados na Figura 17, logo após coletada, elas foram transportadas para o

Laboratório de Controle de Efluentes (LACE) do Centro de Pesquisa e Alimentação (CEPA),

da Universidade de Passo Fundo (UPF).

As análises de caracterização físico-química foram realizadas segundo APHA (2001).

Os parâmetros foram aqueles contidos na Resolução 357/05 – CONAMA e resolução 128/06

– CONSEMA, sendo: DQO, DBO, oxigênio dissolvido (OD), sólidos suspensos (SS),

nitrogênio total, nitrogênio amoniacal, óleos e graxas, fósforo total, surfactantes, pH,

alcalinidade, cloreto, sólidos sedimentáveis (SD), sólidos totais e sulfeto.

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Figura 17: Pontos de coleta do efluente.

Fonte: www.google.com

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40

3.4 RESULTADOS

3.4.1 CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE

Tabela 3: Caracterização do efluente

Parâmetro Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4

DQO (mg/L O2) 6.607 2.437 1.498 385

DBO (mg/L O2) 4.400 2.040 830 143

Oxigênio Dissolvido (mg/L O2) N.D. N.D. N.D. 7,40

Sólidos Suspensos (mg/L) 1.400 320 470 67

Nitrogênio Total (mg/L) 669,1 489,8 697,4 153,6

Nitrogênio Amoniacal (mg/L) 473,7 107,1 94,20 146,6

Óleos e Graxas (mg/L) 376,0 26,7 80,0 2,8

Fósforo Total (mg/L) 25,30 >6 >6 >6

Surfactantes (mg/L) 0,14 0,56 0,32 0,26

pH 7,52 8,59 8,38 7,88

Alcalinidade (mg/L) 500 1.200 1.000 287

Cloreto (mg/L) 390,5 568 887,5 656,8

Sólidos Sedimentáveis (mg/L) 8,0 1,3 <0,1 <0,1

Sólidos Totais (mg/L) 4.020 2.184 2.558 1.948

Sulfeto (mg/L) 22,61 6,36 N.D. N.D.

Fonte: Resolução 357/05 – CONAMA .

3.4.2 Remoção de DQO e DBO

A Demanda Química de Oxigênio (DQO) está relacionada com a matéria orgânica e

seu potencial poluidor. É uma medida da quantidade de oxigênio consumido pela oxidação

química de substâncias orgânicas presentes nas águas.

A DQO é um parâmetro que mede a quantidade de matéria orgânica suscetível a ser

oxidada e a DBO (demanda bioquímica de oxigênio) estipula a quantidade de oxigênio que

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41

deve ser fornecida para um agente oxidante decompor totalmente uma matéria orgânica em

um determinado meio.

Quando existem DQO e DBO elevados significa que o efluente está carregado com

carga de matéria orgânica.

No tanque de aeração a carga orgânica elevada entra em contato com microrganismos

que se alimentam das mesmas removendo-as do meio em questão, não totalmente, mas uma

grande quantidade, e com a remoção do lodo, há a remoção da DQO e DBO do efluente.

Figura 18: DQO ao longo do tratamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A Figura 18 mostra os valores para DQO do efluente bruto na entrada do flotador, na

entrada do lodo ativado, após o tratamento físico-químico, na entrada da lagoa aerada para

polimento e na entrada para o córrego.

Analisando o gráfico no primeiro ponto de coleta, pode-se avaliar que a DQO entra

com uma carga de 6.607 mg/l recebendo um agente floculante e sendo feita a retirada do

material suspenso e coloidal. A DQO foi reduzida para 2.437 mg/l.

O tratamento físico-químico teve uma redução de 63%, sendo que resultados

apresentados por GOMES (2010) apresentou redução de 95%, mostrando que há um

problema na operação, já que o dimensionamento está nos padrões.

O efluente chega ao segundo ponto, o tanque de lodo ativado, com uma carga de 2.437

mg/l, recebe o tratamento por microrganismos que reduz a carga de DQO para 1.498 mg/l,

mostra que o lodo ativado rediz a matéria orgânica mas não com a eficiência desejada.

6.607

2.437

1.498

385

2.437

1.498

385 330

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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42

No terceiro ponto a lagoa aerada, que faz o polimento final deste efluente, que chega

com 1.498 mg/l, a aeração e o decaimento do material particulado efluente reduz para 385

mg/l, e lançado no córrego no ponto quatro com uma eficiência de todo o processo de 94%.

Figura 19: DBO ao longo do tratamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A Figura 19 mostra o gráfico da DBO nos pontos de coleta, onde nota-se uma redução

da mesma conforme o mesmo tratamento da DQO.

A DBO ao longo de todo o processo de tratamento teve uma redução e o tratamento

físico-químico e biológico comportou-se como o anterior, obtendo uma eficiência de processo

de 96%.

3.4.3 Remoção de sólidos suspensos

A separação de sólidos suspensos pode ter três funções distintas como o pré-

tratamento para proteger processos posteriores e reduzir a carga para níveis requeridos, e

separação de sólidos para correntes concentradas de reciclo e redução para concentração de

efluentes para padrões ambientais.

4.400

2.040

830

143

2.040

830

143 110

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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43

A remoção se dá nos processos anteriores ao do lodo ativado, como ao tanque de

flotação onde os sólidos suspensos se juntam e em suspensão são raspados e retirados do

processo.

Figura 20: Sólidos suspensos ao longo do tratamento

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os sólidos suspensos pela legislação permitem 125 mg/l, no qual a Figura 20

demonstra o gráfico do mesmo, com uma entrada de 1400 mg/l e com o tratamento físico-

químico o mesmo reduz significativamente, mas no ponto dois saindo para o ponto três estes

sólidos tiveram um aumento, por uma arraste de lodo ocasionando esta elevação, cujo o

problema foi sanado na lagoa aerada, sendo este efluente lançado com uma eficiência de 95%.

3.4.4 Remoção de nitrogênio

O sistema de lodos é capaz de produzir, sem alteração a conversão de amônia para

nitrato (nitrificação), neste caso há remoção de amônia, mas não do nitrogênio, já que já que

se tem apenas uma conversão da forma de nitrogênio.

1.400

320

470

67

320

470

67 125

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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44

A remoção biológica do nitrogênio é alcançada com a ausência de oxigênio, e na

presença de nitratos, onde um grupo de bactérias utiliza nitratos no seu processo respiratório,

convertendo-as em nitrogênio gasoso, que escapa na atmosfera, este processo chama

desnitrificação e para alcançar isso no sistema de lodo ativado são necessárias modificações

no sistema e criar zonas anóxicas e possíveis recirculações internas (SPERLING 2002).

Figura 21: Nitrogênio total ao longo do tratamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A Figura 21 com o gráfico do nitrogênio total, mostra que o efluente entra com 669,1

mg/l e recebe o tratamento físico-químico que reduz para 498,8 mg/l, entrando no sistema de

lodo ativado e saindo acima, 697,4 mg/l da carga com que o mesmo entrou, por ser um

efluente de 2 dias anteriores.

Mesmo assim este nitrogênio reduz consideravelmente e seno lançado com redução de

77%.

3.4.5 Óleos e graxas

São substancias orgânicas de origem mineral, vegetal ou animal, estas substâncias

geralmente são hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros que modificam a tensão

superficial da agua dificultando as trocas gasosas, sobretudo do oxigênio, causando, portanto

669,1

489,8

697,4

153,6

489,8

697,4

153,6

20

0

100

200

300

400

500

600

700

800

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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45

alterações no ecossistema aquático e nas características físicas, químicas e biológicas das

águas e em seu processo de decomposição provocam a redução de oxigênio dissolvido e a

elevação da DQO e DBO, são removidos por gradeamento, caixa de gorduras e o restante no

lodo ativado.

Figura 22: Óleos e graxas ao longo do tratamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Para óleos e graxas a legislação permite 10 mg/l, como visto na Figura 22, o gráfico

mostra uma queda considerável e um ótimo desempenho na remoção da mesma, isso

demonstra o bom funcionamento dos processos de remoção chegando a uma eficiência de

99%.

3.4.6 Remoção de fósforo

Para remoção de fósforo é essencial e existência de zonas anaeróbias e aeróbias na

linha de tratamento. A zona anaeróbia é considerada um seletor de biológico para

microrganismos acumuladores de fosforo, esta zona propicia uma vantagem em termos de

376

26,7

80

2,8 26,7

80

2,8 10

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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46

competição, já que eles podem assimilar o substrato nesta zona antes de outros

microrganismos não armazenadores de fósforo.

Ao se remover o lodo biológico excedente e os organismos acumuladores de fosforo

estará removendo o mesmo do sistema.

Figura 23: Fósforo ao longo do tratamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

O fósforo dever lançado com no máximo 3 mg/l, a Figura 23 mostra uma entrada de

25,3 mg/l e uma redução para 6 mg/l e mantendo-se constante, por uma falta de zonas

anaeróbias no lodo onde retirando o excesso de lodo retiraria o excesso de fósforo também,

mesmo assim ele teve uma redução de 88%.

3.4.7 Surfactantes

São substancias existentes normalmente em detergentes e que atuam na superfície do

liquido reduzindo-lhe a tenção superficial.

25,3

6 6 6 6 6 6

3

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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47

Figura 24: Surfactantes ao longo do tratamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Para os surfactantes é permitido 5 mg/l, a Figura 24 demonstra o efluente entra com

0,14 mg/l e sai com 0,26 mg/l por juntar-se a efluentes de dias anteriores, sem tratamento pois

nos fim de semana não tem geração e somente o tanque de lodo ativado tem funcionamento.

3.4.8 Cloreto

Os cloretos na forma iônica Cl- é um dos principais aníons inorgânicos encontrados na

água e em efluentes, embora em quantidades razoáveis não sejam prejudiciais, transmitem a

água sabor salgado e repulsivo e causam dureza e corrosividade.

0,14

0,56

0,32

0,26

0,56

0,32

0,26

0,5

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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48

Figura 25: Cloretos ao longo do tratamento

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Os cloretos estão bem acima do permitido, um motivo para isso é que o efluente

mistura-se com o de dias anteriores, mostrando que o sistema operacional esta com problemas

e com uma eficiência de 56% e deve ser melhorado.

3.4.9 Sulfeto

Aparecem na água a partir da decomposição anaeróbia da matéria orgânica, apresenta

alta toxidade, reduzem a demanda de oxigênio, impedem a floculação nas estações de

tratamento e provocam corrosões em metal e concreto, causam problemas de odor e sabor nas

águas, estes sulfetos são eliminados no reator biológico.

390,5

568

887,5

656,8

568

887,5

656,8

250

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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49

Figura 26: Sulfeto ao longo do tratamento.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Apenas 1 mg/l de sulfeto podem ser lançados no corpo receptor, mas na indústria

como visto na Figura 26, o gráfico mostra que este chega com 22,61 mh/l, recebendo o

tratamento físico-químico reduzindo o mesmo consideravelmente, sendo totalmente eliminado

no tratamento biológico com uma eficiência de 100%.

3.5 AVALIAÇÃO TÉCNICA DO PROJETO DA ETE

Os parâmetros para a aeração prolongada do projeto vai ser adotado segundo Sperling

(2002) e Vandré (2010) conforme demonstrado na Tabela 5.

22,61

6,36

0 0

6,36

0 0 1

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4

(mg/

l)

Pontos

Entrada

Saida

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50

Tabela 4: Parâmetros para projeto de reator de lodo ativado do tipo aeração prolongada.

Parâmetros de projeto Valor de literatura Adotado para projeto

θc Idade do lodo (d) 18 - 30 20

Xv Concentração de SSVTA (mg/l) 3000 – 6000 3000

SS de efluente (mg/l) 10 – 30 20

Razão de recirculação (Qr/Q) 0,6 – 1,0 1

Concentração media de OD no reator ( mg/l) 1.5 1.5

Y: fração de substrato que foi utilizada para a

produção de biomassa (adimensional) 0,4 – 0.8 0,6

Kd: coeficiente de decaimento endógeno (d-1

) 0.06 – 0.10 0,08

Q0: vazão de efluente bruto (m3.d

-1) 120 120

S0; Se: Concentração de DBO no efluente

bruto e tratado, respectivamente (kg.m-3

) 4.400 e 110 2.040 e 110

V = volume do tanque de aeração (m3)

Concentração de DQO no efluente

respectivamente (kg.m-3

). 6,607 e 330 6,607 e 330

Eficiência de oxigenação (KgO2/KWh) >2,5 2,5

TDH Tempo de detenção hidráulica (h) 16 a 24 16

Fonte: Sperling (2002) e Brião (2010).

3.5.1 Equalizador

O dimensionamento do equalizador de atividade descontínua, para comparação de

projeto foi feito através de balanço de massas. (NUNES, 2004).

O Lodo Ativado tem um período de funcionamento de 24 h/dia. O período de

funcionamento da ETE para o equalizador é de 10 h/dia.

A vazão de entrada é de:

Q = 120 m3/dia

120 m3/dia / 10 h/dia =

Q = 12 m3/h

Dimensionamento:

Q entr = 12 m³/h 120 m³/dia

t = 10 h/dia

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51

( ) ( )

( )

Q saída = 50 m3/dia ou 2.1 m

3/h

Formato do tanque de equalização

O material de construção do tanque é concreto armado e o mesmo é de geometria

retangular.

Calculo do volume do equalizador

tQsaidaQentradaVeq

Onde:

eqV = Volume do equalizador

Qentrada = vazão de entrada m3/h

Qsaída = vazão de saída m3/h

t = período de funcionamento h

Veq = (12 – 2,1) x 10 =

Veq = 99 m³

O projeto tem como Veq = 100 m³, que daria um tempo aproximado de TDH de 1 d.

Volume mínimo de equalização

)3,0(min VeqV 30%

V min = 99 x 0,30

V min = 29,7 m³

Volume total de equalização

V total = Veq + V min

Vt = 99 + 29,7

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52

Vt = 128,7 m³

Altura máxima sugerida para a equalização é de:

H = 4 m

O comprimento do tanque de equalização é:

Vt = L² x H

L = 4

7,128

L = 5,70 m

Área do tanque de equalização

H

totaleqVtA

)(

Onde:

A = área do tanque

Vtotaleq = volume total do equalizador

H = Altura

A = 4

7,12832.18 m²

A = 32.18 m²

Altura mínima do equalizador

mA

VH

eq93,0

18,32

7,29.min

H min = 0,93 m

Volume total para construção

Altura livre = 0.5m

Altura = 4 m

Altura total = 4,5 m

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53

Vconst = Vt eq + A x 0,5

V contrução = 128,7 + 32,18 x 0.5

V cons. = 144,80 m3

Calculo da potencia do motor

Densidade de potencia encontrado na literatura é de:

Dp= 10 w/m3

Eficiência mínima desejada = 70%

745

.eqtotalVDpP

Onde:

P = potência do motor

Dp = densidade de potência

Vt equa = volume total do equalizador

η = eficiência

P = Hp

mm

w

47,27,0745

³7,128³

10

P = 2,5 Hp ou 2,54 cv para 128,7 m3

d = P / V

d = 2,5 x 745 / 128,7

d = 14,48 w/m3

No projeto original consta que:

P = 5 cv ou 4,94 Hp

Veq = 100 m3

d = P / V

d = 4,94 x 745) / 100

d = 36,80 w/m3

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54

Figura 27: Tanque de equalização.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

3.5.2 Dimensionamento tanque de lodo ativado de aeração prolongada

Segundo Sperling (2002), a seleção da idade do lodo é a principal etapa de uma

estação de lodo ativados, diversas variáveis do processo estão diretamente associadas à idade

do lodo. A principal decisão é quanto à seleção de valores da idade do lodo (Ɵc), que

enquadram a estação dentro de uma das principais faixas operacionais.

O reator é de mistura completa, de projeto e para comparação será feito pelo mesmo

tipo, a profundidade será ente 4,0 a 6,0 m, pois a aeração é por ar difuso, a borda livre é de 0,5

m, os tanques são de concreto armado com paredes taludadas a 45º.

Volume do tanque de aeração

Onde:

Y: fração de substrato que foi utilizada para a produção de biomassa (adimensional);

Xv: Concentração de biomassa no reator (mgSSV/l);

Kd: coeficiente de decaimento endógeno (d-1

);

bd

v

e

c

fkVX

SSYQ.

.

(1 )00

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55

Q0: vazão de efluente bruto (m3.d

-1);

S0; Se: Concentração de DBO no efluente bruto e tratado, respectivamente (kg.m-3

);

S0 = 4400 e Se = 110

Com uma eficiência de remoção de:

Ɛ =

Ɛ = 97%

V = volume do tanque de aeração (m3);

Ɵc: idade do lodo (d);

Então:

( )

( )

Onde:

fb: fração biodegradável dos SSV gerados no sistema submetidos a uma idade do lodo

qc;

fb’: fração biodegradável do SSV imediatamente após sua geração (qc = 0); valor

típico: fb’ = 0,8.

Então:

Portanto:

( )

( )

cdb

bb

kf

ff

.).'1(1

'

20.08,0).8,01(1

8,0

bf

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56

( )

( )

V = 1043 m3

O tempo de detenção hidráulica TDH é o efluente de entrada mais o efluente que

recircula, que no projeto é de 100%.

t = 4,35 d ou 104.4 h

Portanto o volume mínimo de aeração será:

)3,0(min VV 30%

V min = 1043 x 0,30

V min = 313 m³

Volume total de aeração para comparação com o de projeto

V total = V + V min

Vt = 1043 + 313

Vt = 1356 m³

O volume de projeto é de:

V = 1299 m³

Altura máxima estipulada é de:

H = 6 m

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57

Comprimento será, portanto de:

Vt = L² x H

L = 6

1356

L = 15,04 m

Área do tanque de aeração para é de:

H

VtA

Onde:

A = área do tanque

Vt = volume total do aerador

H = Altura

A = 6

1356

A = 226 m²

Altura mínima do aerador

226

313min

A

VH

H min = 1,39 m

Volume total para construção

Altura livre = 0.5m

Altura = 6 m

Altura total = 6,5 m

Vconst = Vt + A x 0,5

V contrução = 1356 + 226 x 0.5

V cons. = 1469 m3

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58

Cálculo da potência do motor para aeração, conforme a transferência de O2:

De 2 a 4 kg O2 por kg DBO5 abatida;

Portanto:

( )

(

)

Carg abt = 231,600 Kg DBO5 /d

Então:

1 Kg DBO5 3 Kg O2

231,600 Kg DBO5 Kg O2

= 694,8 Kg O2 /d

694,8 Kg O2 /d

24 h /d

O2 = 28,95 Kg / h.

10 cv 10 Kg O2 /h

Necessita de 30 cv para a densidade de potencia do motor, onde o de projeto tem 60

cv.

A densidade de potencia sugerida para evitar o depósito da biomassa no fundo do

reator é de 10 w/m3. A eficiência mínima do motor de aeração é de 70%.

745

tVDpP

Onde:

P = potência do motor

Dp = densidade de potência

Vt = volume total do equalizador

η = eficiência

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59

P = Hp

mm

w

267,0745

³1356³

10

P = 26 Hp ou 26.37 cv para 1356 m3 / 4 aeradores = 6,5 Hp cada

d = P / V

d = 26 x 745 / 1356

d = 14,29 w/m3

No projeto original consta que:

P = 60 cv ou 59,178 Hp

Veq = 100 m3

d = P / V

d = 59,178 x 745) / 1299

d = 33,94 w/m3

Figura 28: Tanque de aeração.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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60

3.5.3 Decantador

O decantador é circular e com remoção contínua de lodo.

A Figura 29 apresenta o desenho de um decantador.

Figura 29: Decantador.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

Área do decantador

O decantador recebe diariamente 240 m3/d ou 10 m

3/h, que é a vazão de entrada mais

o que recircula, que seria 100%.

I

QA

Onde:

I = taxa de escoamento superficial (m³/m²d), entre 30 – 40, adotado 30 m³/m²d.

Q = vazão m³/d

A= área m²

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61

A = 8 m2

Diâmetro

84xD

D = 3,20 m

Volume do tanque para se depositar o lodo

Onde:

Vt lodo = Volume total de lodo

A = Área

H tanq = Altura do tanque adotado 1 m

Vt = 2,67 m3

Volume do tanque superior do decantador

H tanque superior = 4 m (valor estipulado)

Vt sup = A x H tanq sup

Vt sup = 8 x 4 =

Vtsup = 32 m³

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62

Volume total do tanque

V = Vt lodo + Vt sup

Onde:

Vt lodo = Volume total de lodo

Vt sup. = Volume do tanque superior

V = 2,67 + 32

Vt = 34,67 m³

Tempo de detenção hidráulica

Q = 240 m³/d Q = 10 m³/h

( )

Figura 30: Decantador.

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

A Tabela abaixo compara os valores calculados no trabalho e os valores do projeto

original.

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63

Tabela 5: Operação

Tanques Cálculos do trabalho Projeto original

Equalizador (m3) 99 100

Densidade de potencia no reator d ≥ 10 w/ m3 14,48 36,80

Reator de lodo ativado (m3) 1043 1299

Densidade de potencia no reator d ≥ 10 w/ m3 14,29 33,94

Área do decantador (m2) 8 37

Fonte: Dados da pesquisa (2011).

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64

4 CONCLUSÃO

O processo físico-químico da ETE constituído da dosagem de PAC (floculante)

seguido de flotação não está operando adequadamente, uma vez que a eficiência de remoção

do mesmo (65%) encontra-se abaixo das referências de outros trabalhos realizados com

efluentes semelhantes. Destaca-se que não há funcionários especializados na operação da

ETE, o que pode gerar esta baixa eficiência de remoção.

O tanque de equalização da ETE da empresa possui volume suficiente para atender às

oscilações de vazão e carga geradas pela empresa, tendo problemas na mistura por não possuir

um aerador para equilibrar as concentrações e cargas podendo aumentar o desempenho da

ETE.

O reator de lodo ativado encontra-se bem dimensionado e com os parâmetros de

projeto e operacionais referendados pela literatura. A sua eficiência foi de 60%, valor baixo,

ocasionados por ser uma indústria que gera quantidade elevada de efluente, a dosagem de

produtos é manual e com problemas de operação, se comparado com GOMES, SPERLING

mas esta eficiência pode ser elevada, otimizando a ETE e solucionando os problemas

operacionais.

A lagoa aerada, a qual deveria operar como um sistema de pós-tratamento, devido às

baixas eficiências dos tratamentos anteriores, encontra-se em funcionamento como um

segundo reator de tratamento biológico, não gerando o efluente tratado com a qualidade para

atender os parâmetros exigidos pela legislação.

A ETE possui uma eficiência é de aproximadamente 84%.

Por não haver um funcionamento em fins de semana a demanda de efluente para, e

todo o sistema de operação da ETE para também, funcionando somente o tanque de lodo

ativado, causando problemas para os microrganismos, podendo ser solucionado com o reciclo

do lodo para o equalizador ou aumentando o tanque de equalizador suportando efluente para

dois dias de abastecimento.

A ETE necessita de uma boa operação e de funcionários especializados que façam

somente esta função, para que a mesma esteja operando com uma eficiência ótima e dentro

dos padrões exigidos por lei.

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