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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Thiago De Rocco Plano de Gestão Ambiental para Indústria de Plásticos no Município de Marau RS Passo Fundo 2011

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Thiago De Rocco

Plano de Gestão Ambiental para Indústria de Plásticos

no Município de Marau – RS

Passo Fundo

2011

Thiago De Rocco

Plano de Gestão Ambiental Para Indústria de Plásticos no

Município de Marau – RS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Engenharia Ambiental, como

requisito parcial para obtenção do título de

Engenheiro Ambiental.

Orientadora: Drª Luciana Londero Brandli.

Passo Fundo

2011

Agradeço aos meus pais, pelo exemplo de vida, por

me darem força, coragem e de estarem sempre ao

meu lado em todos os momentos,

Rui De Rocco

Ana De Rocco

À minha irmã, cunhado e sobrinha por me apoiarem

sempre,

Juliana De Rocco Tibola

Eleandro Tibola

Bianka De Rocco Tibola

AGRADECIMENTOS

À Professora Luciana Brandli, pela orientação e apoio na realização deste trabalho.

A todos os Professores do curso de Engenharia Ambiental pelos ensinamentos e pela

parceria obtida durante todos esses anos.

A todos os meus amigos e colegas pela oportunidade de conhecê-los e juntos vivermos

intensamente esta etapa da vida.

A toda minha família que me apoiou e me deu força durante todos os anos da

faculdade.

RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso teve por finalidade, descrever um sistema de

Gestão Ambiental, voltado para uma indústria de materiais plásticos, apresentando os

principais itens que compõe o modelo de gestão de acordo com a NBR ISO 14001/2004. Este

estudo desenvolveu-se na Empresa de Plásticos Marau Ltda., no município de Marau (RS).

Para sua elaboração, inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica relacionada ao

tema, realizou-se vistorias na empresa a fim de analisar a situação real, como também para se

ter uma perspectiva das características de cada setor da empresa. A ISO 14001/2004 é

internacionalmente reconhecida e aplicável em qualquer tipo de organização ou setor

industrial. A ISO se baseia em dois conceitos: Melhoramento contínuo e o cumprimento da

regulamentação legal. Os resultados demonstram que a empresa pode observar mudanças de

origem comportamental, de preocupação com o meio ambiente, e aberturas com o mercado

internacional, além da consolidação dos atuais parceiros (clientes). Cumprida todas as fases

da pesquisa, elaborou-se o termo de referência apresentando os requisitos necessários para

que a empresa implemente o Sistema de Gestão Ambiental, onde as etapas de implantação

estão especificadas através de um roteiro apresentado no trabalho.

Palavras-chave: Gestão Ambiental. Indústria de Plásticos. ISO 14001.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Ciclo PDCA .......................................................................................................... 15

Figura 02 – Empresa plastimarau ............................................................................................. 30

Figura 03 – Vista externa da Empresa ...................................................................................... 30

Figura 04 – Localização do município de Marau em relação ao Estado do RS ....................... 31

Figura 05 – Localização do Município de Marau em relação ao Planalto Médio .................... 31

Figura 06 – Fluxograma do processo produtivo da empresa .................................................... 34

Figura 07 – Produtos da produção 1 e 2 ................................................................................... 35

Figura 08 – Almoxarifado e matéria-prima .............................................................................. 36

Figura 09 – Extrusora ............................................................................................................... 37

Figura 10 – Gofradeira ............................................................................................................. 38

Figura 11 – Impressora de 8 cores ............................................................................................ 39

Figura 12 – Impressora de 8 cores ............................................................................................ 39

Figura 13 – Sistema automático de lavagem da impressora ..................................................... 40

Figura 14 – Refiladeira ............................................................................................................. 41

Figura 15 – Máquina de corte e solda....................................................................................... 42

Figura 16 – Picotadeira ............................................................................................................. 43

Figura 17 – Estocagem de material a ser expedido .................................................................. 44

Figura 18 – Prensa hidráulica ................................................................................................... 47

Figura 19 – Área de estoque de solvente sujo .......................................................................... 48

Figura 20 – Organograma da empresa ...................................................................................... 49

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Definição para os vários tipos de resíduos sólidos .............................................. 18

Quadro 02 – Requisitos legais aplicáveis ................................................................................. 23

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Quantificação dos resíduos gerados pela plastimarau® ....................................... 33

Tabela 02 – Opções de destinação dos resíduos gerados ......................................................... 45

Tabela 03 – Opções de destinação dos resíduos gerados em setores dentro da empresa ......... 46

Tabela 04 – Objetivos e metas da empresa............................................................................... 54

Tabela 05 – Planos de Ação ..................................................................................................... 55

Tabela 06 – Plano de Ação para a Implementação do SGI ...................................................... 57

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10

1.1 Considerações Iniciais .................................................................................................. 10

1.2 Justificativa ................................................................................................................... 11

1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 12

1.3.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 12

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 12

1.4 Estrutura do Trabalho ................................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 14

2.1 Gestão Ambiental nas Empresas .................................................................................. 14

2.1.1 Definição da comunicação interna e externa ................................................................ 16

2.2 Resíduos Sólidos .......................................................................................................... 18

2.3 Produção Limpa ............................................................................................................ 18

2.4 Sistema de Gestão Ambiental – SGA ........................................................................... 19

2.5 Certificação ISO 14000 ................................................................................................ 21

2.5.1 Requisitos Legais .......................................................................................................... 22

2.6 Desenvolvimento Sustentável....................................................................................... 24

3 MÉTODO DE PESQUISA ........................................................................................... 26

3.1 Pesquisa Bibliográfica .................................................................................................. 26

3.2 Seleção da Empresa ...................................................................................................... 28

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................... 29

4.1 A Empresa .................................................................................................................... 29

4.2 Resíduos Gerados pela plastimarau e sua destinação ................................................... 32

4.3 Quantificação dos Resíduos Gerados pela plastimarau ................................................ 33

4.4 Processo de Produção ................................................................................................... 34

4.5 Etapas da Produção ....................................................................................................... 35

4.6 Geração e Destinação de Resíduos pelos Equipamentos.............................................. 44

4.7 Estrutura Organizacional da plastimarau ...................................................................... 49

4.8 Sistema de Gestão Ambiental a ser Implementado na plastimarau .............................. 50

9

4.9 Política da Empresa no Sistema de Gestão Ambiental ................................................. 51

4.10 Metodologia .................................................................................................................. 51

4.11 Planejamento ................................................................................................................ 52

4.11.1 Aspectos Ambientais .................................................................................................... 52

4.11 Objetivos e Metas da Empresa para 2012 .................................................................... 54

4.12 Plano de Ação para a Implementação dos Objetivos ................................................... 55

4.13 Plano de Ação para a Implementação do Sistema de Gestão Ambiental ..................... 57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 59

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 60

ANEXOS .................................................................................................................................. 62

Anexo 01 – Licença de Operação – FEPAM ........................................................................... 63

Apêndice 02 – Tratamento de Resíduos Sólidos – Aparas de Plástico .................................... 66

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

O problema ambiental, já há alguns anos, têm uma importância cada vez maior na

gestão das indústrias nos mais diferentes ramos. Essa importância decorre de razões como o

cumprimento de legislação específica para que seu funcionamento possa ser licenciado por

órgãos ambientais, bem como porque o comprometimento com o ambiente tem dado uma

credibilidade maior da empresa em relação ao mercado consumidor.

Nos últimos anos, o aspecto econômico das empresas passou a estar diretamente

ligado às questões ambientais, de forma que os empreendedores deixaram de ver as despesas

ambientais como mais uma carga de custos e passaram a visualizar o ambiente como uma

nova forma de investimento, capaz de gerar lucros e benefícios econômicos, integrando seus

processos produtivos à conservação ambiental (o autor).

A relação entre meio ambiente e desenvolvimento está associada à necessidade da

adoção de posturas fundamentadas na compreensão de qual deve ser o caráter do

desenvolvimento adotado, analisando-se de forma integrada os custos sociais, econômicos e

ambientais dele decorrentes. A busca de formas integradas de abordar as questões ambientais

e do desenvolvimento levou à necessidade da criação de conceitos que permitissem trabalhar

de forma harmônica estas duas questões (SEIFFERT, 2007).

De acordo com Silva Filho (2008), a pressão exercida pelo mundo dos negócios

provocou mudanças de comportamento de mercado, atingindo todos os setores de produção e

de serviços, o que fez com que este se comprometesse com o meio no qual ela se encontra

inserida, responsabilizando-se pelos seus processos, incluindo, nestes aspectos, a questão

ambiental.

Um dos problemas das empresas modernas é o de adaptar-se ao processo de

necessidade de melhoria de desempenho ambiental ou correr o risco de perder espaços

arduamente conquistados num mercado extremamente competitivo e globalizado, sendo

imperativo aplicar princípios de gerenciamento ambiental condizentes com os pressupostos do

desenvolvimento sustentável (SEIFFERT, 2007).

11

A adoção de um sistema de gestão ambiental na empresa e a adequação profissional

dos colaboradores são fatores importantes para que se obtenham os resultados desejados no

sentido de minimizar os problemas ambientais gerados pelas instituições, quaisquer que sejam

as atividades que elas desenvolvam, dando-lhes uma dimensão mais sustentável em todos os

seus aspectos.

1.2 Justificativa

Os processos produtivos das organizações passaram a ser desenvolvidos de forma

diferente nos últimos anos, de maneira a assumir maior responsabilidade com a geração de

resíduos decorrentes das suas atividades, fazendo uso de práticas que as tornem mais

sustentáveis e causem menor impacto ambiental.

Através de uma aplicação mais efetiva da legislação ambiental, aliada às restrições que

o mercado têm imposto às empresas de uma forma geral, a preocupação com a gestão do

ambiente se tornou fator de competitividade entre instituições similares, o que fez com que as

mesmas adotassem melhorias de processos e serviços, aliando, dessa forma, sustentabilidade

econômica e sustentabilidade social e ambiental.

O impacto ambiental gerado pelas indústrias em função do desenvolvimento

econômico tem sido motivo de preocupação para os ambientalistas, bem como um grande

problema a ser resolvido.

Dessa forma, a ISO1, na década de 1990, percebeu que era necessário desenvolver

normas relativas ao meio ambiente, através da padronização dos processos utilizados pelas

empresas que fizessem uso de recursos naturais e/ou causassem dano ao meio através dos

resíduos gerados pelas suas atividades.

No caso específico desta pesquisa, as embalagens plásticas produzidas pela empresa

são destinadas à indústria de alimentos, sendo que a sua clientela, composta de grandes

indústrias, apresenta um nível de exigência em excelência de produção e qualidade, de acordo

com as normas do Ministério da Saúde. O objetivo é de que as mesmas, uma vez utilizadas

para embalar alimentos, possam garantir ao consumidor final um produto saudável e

1 ISO – International Organization for Standardization – Organização Internacional para Padronização.

12

adequado ao consumo humano.

A indústria em questão gera diversos tipos de resíduos, os quais podem vir a gerar

impacto ambiental. Entretanto, a empresa dá aos mesmos diferentes destinações, como

reciclagem, reutilização de alguns materiais, lavagem e reutilização de outros. Para que isso

seja possível, a empresa tem adotado esses procedimentos e continua a buscar opções que a

qualifiquem ainda mais com relação à concorrência. No entanto, ainda falta uma visão

sistêmica, e muito ainda deve ser melhorado, razão pela qual esta pesquisa se justifica, à

medida que busca o aperfeiçoamento contínuo dos procedimentos já implementados na

empresa, bem como a identificação de melhorias que ainda possam ser utilizadas.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Elaborar propostas para uma indústria de embalagens plásticas para que a mesma

possa obter a certificação ISO 14001, na busca de melhoria contínua de seu desempenho

ambiental.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Avaliar os processos produtivos desenvolvidos atualmente pela indústria.

• Verificar a destinação dos resíduos gerados pela empresa.

• Verificar quais as operações realizadas pela empresa e quais os procedimentos

sustentáveis que ela adota.

• Analisar os impactos ambientais provocados pela atividade desenvolvida.

• Elaborar instruções ambientais para os aspectos mais significantes da Empresa.

(Apêndice).

13

1.4 Estrutura do Trabalho

A estrutura do trabalho é composta por cinco capítulos.

No primeiro capítulo apresenta-se a introdução deste estudo, contemplando os

seguintes itens: Considerações Gerais, Justificativa e Objetiva.

Para a elaboração do Capítulo 2, foi realizada a Revisão de Literatura, onde foram

abordados assuntos referentes à Gestão Ambiental e a Certificação ISO 14001, além de outros

aspectos sobre as atividades específicas da empresa em questão, plásticos, cadeia produtiva e

impactos do setor.

O Capítulo 3 destinou-se ao Método de Pesquisa, descrevendo-se os métodos

utilizados para o desenvolvimento do presente estudo. Além disso, apresenta-se o

delineamento da pesquisa e as atividades realizadas junto à empresa estudada.

O Capítulo 4 apresentou a empresa propriamente dita e os aspectos nos quais ela

mantêm um processo produtivo adequado, com vistas a desenvolver uma atividade que esteja

adequada às exigências ambientais de maneira a garantir seu perfeito funcionamento. Além

disso, neste capítulo foram sugeridas adequações para que a indústria possa conseguir a

Certificação ISO 14001, as quais estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental

dentro das instituições.

Finalmente, o Capítulo 5 apresenta as conclusões a que chegou-se ao final do

desenvolvimento deste estudo, tanto no que diz respeito aos aspectos teóricos, expostos no

capítulo específico, como nas observações realizadas nas atividades da empresa.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O problema ambiental ganhou maior importância a partir da década de 1950, quando

foi percebida a rápida queda da qualidade de vida em decorrência da degradação do ambiente.

De início, não foram tomadas grandes ações, mas, aos poucos, foi sendo percebido que a

natureza tinha condições limitadas de suportar a quantidade de poluentes que estava sendo

emitida (OURA &SOUZA, 2007).

Um sistema de gestão ambiental eficaz pode ajudar uma empresa a gerenciar, medir e

melhorar os aspectos ambientais de suas operações. Pode levar a uma conformidade mais

eficiente com os requisitos ambientais obrigatórios e voluntários. Pode ajudar as empresas a

efetivarem uma mudança cultural, à medida que práticas gerenciais ambientais forem sendo

incorporadas nas operações gerais do negócio (TIBOR & FELDMAN, 1996).

Segundo Epelbaum (2004, apud OURA & SOUZA, 2007), o investimento em meio

ambiente contribui para aumentar a vantagem competitiva, com resultados tangíveis –

eficiência operacional – e intangíveis – valor da marca e reputação. Tal resultado é reflexo de

inúmeros fatores, dentre os quais se destacam o processo, o produto, o setor envolvido e os

impactos ambientais correspondentes.

2.1 Gestão Ambiental nas Empresas

As últimas décadas têm mostrado uma crescente preocupação por parte de todos os

países com relação à preservação ambiental, de forma a influenciar as indústrias a buscarem

soluções adequadas para que possam produzir bens de consumo sem que haja geração de

impactos na natureza ou que, pelo menos, estes possam ser minimizados dentro de um

determinado padrão e com a utilização de tecnologias limpas (OURA & SOUZA, 2007).

Segundo Seiffert (2007), existe o entendimento de que a questão ambiental aliada ao

esgotamento gradual da ideia do desenvolvimento a qualquer custo revela a urgência de uma

perspectiva estratégica de planejamento. Semelhante constatação surgiu em virtude da

necessidade de serem buscadas formas integradas de aliar a questão do desenvolvimento com

15

a preservação ambiental.

As empresas têm uma grande responsabilidade no que diz respeito à conservação

ambiental. Com relação a esse fator, o mercado consumidor exige cada vez mais dos

fabricantes de seus produtos uma postura mais atuante e clara na preservação e conservação

do meio ambiente (FRANKEMBERG, 2000).

Neste sentido, a partir da década de 1990, as indústrias foram cevadas a adotar

estratégias de responsabilidade social, administração empresarial e sistema de gestão

ambiental, algumas criando, inclusive, mecanismos de divulgação de seu desempenho

ambiental e código de conduta como forma de ter um diferencial competitivo no mercado

(SILVA & SILVA, 2000).

Em razão disso, a empresa vê a necessidade de adotar um sistema de gerenciamento

para nortear as suas ações ambientais estratégicas, como mostrado na Figura abaixo:

Figura 01 – Ciclo PDCA

Fonte: Google.

16

De acordo com Frankemberg (2000,), a conservação e preservação ocorrem através de

ações que mostram ao público o comprometimento com a produção mínima de impacto

ambiental. Em muitos casos, há a necessidade de a empresa se adequar a novos processos de

produção, que incorpore novas políticas, onde está incluída a implantação de um Sistema de

Gerenciamento Ambiental, através do qual são realizadas avaliações periódicas, quando é

possível analisar e melhorar continuamente o desempenho da empresa.

De acordo com Silva; Silva (2000), uma das vantagens competitivas com relação à

questão ambiental está na certificação ambiental pela Comunidade Europeia e pelos padrões

ambientais preconizados pelas normas ISO da série ISO 14000.

Segundo Dias (2009), do ponto de vista empresarial, gestão ambiental é a expressão

utilizada para se denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do

possível, problemas para o meio ambiente. Em outros termos, é a gestão cujo objetivo é

conseguir que os efeitos ambientais não ultrapassem a capacidade de carga do meio onde se

encontra a organização, ou seja, obter-se um desenvolvimento sustentável.

2.1.1 Definição da comunicação interna e externa

A comunicação é responsável por abordar todas as informações relativas ao SGA que

são geradas na empresa e promove e controla o fluxo de informações e conteúdos

relacionados à sua atuação.

A comunicação dentro sistema de gestão ambiental implementado nas empresas deve

abranger todas as partes interessadas (órgãos governamentais, público externo e público

interno), referente ao atendimento das demandas de informações sobre o sistema de gestão

ambiental.

A comunicação interna pode ser feita através de:

1 Palestras – Nesta, podem ser feitos questionamentos, como: Como e por que

implantar o SGA no nosso negócio? Por que adotaremos esta Política Ambiental

e adotamos estes Objetivos e Metas visando cumprir essa Política? Quais são os

aspectos e impactos ambientais do nosso negócio? Por que é importante para nós

reduzir e mitigar os impactos ambientais negativos do nosso negócio?

17

2 Carta do Presidente – Trata-se de uma peça de comunicação nominal a cada

empregado, com o objetivo de demonstrar aos funcionários que a empresa está

empenhada e comprometida com a implantação do SGA e a Certificação.

3 Slogan – Para melhor envolvimento da proposta do SGA, pode-se fomentar um

concurso para escolha do slogan de toda a campanha entre os colaboradores das

empresas.

4 Cartilha – Na Cartilha explicativa, é abordado o que é o SGA e a ISO 14.001, em

linguagem simples, explicando a sua importância para a empresa e para os que

trabalham nela.

5 Out-door – O out-door deve conter: a Política Ambiental da empresa, os

objetivos e metas fixados nos diversos setores, frases que promovam o SGA e a

participação de todos, os resultados obtidos, revisões da Política, dos Objetivos e

Metas.

6 Jornada pela Qualidade Ambiental – Podem ser realizados seminários e debates.

Desse modo, cada setor apresentará as dez principais mudanças trazidas pelo

SGA dentro das Normas ISO 14001. Este material pode ser apresentado para os

outros setores e em locais estratégicos da empresa.

7 Boletim interno – Material usado pra informar continuamente os colaboradores

do andamento da implementação do processo, bem como fazer com que estes

também se comprometam com as novas ações ambientais.

A comunicação externa pode ser feita através de:

1 Centro de Educação Ambiental – os programas de implantação do SGA, a

Política, Objetivos e Metas devem ser introduzidos e divulgados dentro dos

programas já existentes de educação ambiental.

2 Informativo.

3 Convite A Organizações Não Governamentais para conhecer o Programa de

Implementação do SGA da empresa.

18

2.2 Resíduos Sólidos

De acordo com a Norma Brasileira – NBR 10.004, da Associação Brasileiras de

Normas Técnicas – ABNT (2004), resíduos sólidos são aqueles que se encontram nos estados

sólidos e semi-sólidos, resultantes de atividade industrial, doméstica, hospitalar, comercial,

agrícola, de serviços e de varrição. Esta definição inclui, ainda, os lodos provenientes de

sistemas de tratamento de água, os gerados em equipamentos e instalações de controle de

poluição e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública

de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso intervenções técnicas e economicamente

viáveis em razão da melhor tecnologia disponível.

Quadro 01 – Definição para os vários tipos de resíduos sólidos

Tipos de Resíduos Sólidos Definição

Residencial

Chamado de lixo domiciliar, constituído de restos de

alimentação, invólucros diversos, varredura, folhagem, ciscos

e outros.

Comercial

Proveniente de diversos estabelecimentos comerciais, como

escritórios, lojas, hotéis, restaurantes, supermercados,

quitandas e outros. É constituído principalmente de papel,

papelão, plástico, caixa, etc.

Industrial Resultante de diferentes áreas da indústria e, portanto, de

constituição muito variada.

Serviço de Saúde

Constituído de resíduos das mais diferentes áreas do

estabelecimento: refeitório e cozinha, área de patogênicos,

administração, limpeza e outros.

Especial

Lixo constituído por resíduos e materiais produzidos

esporadicamente como: folhagens de limpeza de jardins,

restos de poda, animais mortos, entulhos etc.

Feira, Varrição e Outros

Proveniente de varrição regular das ruas, conservação da

limpeza de núcleos comerciais, limpeza de feiras,

constituindo-se de papéis, cigarros, invólucros, restos de

capinação, areia, ciscos e folhas. Fonte: Classificação dos Resíduos Sólidos (SCHALCH, 1991).

2.3 Produção Limpa

O conceito de Produção Limpa foi criado nos Estados Unidos a partir de 1993, a partir

19

do qual outros programas foram sendo implantados em diferentes países, especialmente na

Europa, o que impulsionou os debates sobre as normas técnicas, entre as quais, a ISO 14000,

principalmente no que se refere à “gestão ambiental, rotulagem ambiental e procedimentos

para concessão de selo verde, auditoria, gestão e avaliação do desempenho ambiental,

avaliação do ciclo de vida de produtos, definições e procedimentos para a introdução de

elementos ambientais nas normas de produtos” (SILVA & SILVA, 2000).

Segundo Barbieri (2004, apud Oura; Souza, 2007), do ponto de vista ambiental, as

soluções voltadas exclusivamente para o controle da poluição são fundamentais, porém,

insuficientes, na medida em que atuam apenas sobre a poluição. A abordagem de controle da

poluição caracteriza-se pelo estabelecimento de práticas para impedir os efeitos decorrentes

da poluição gerada por um dado processo. Em geral, este tipo de abordagem tem o objetivo de

atender às exigências estabelecidas nos instrumentos de comando e controle aos quais a

empresa está sujeita.

A poluição provocada pelas indústrias a nível mundial é resultante de processos de

produção ineficientes. Através da inovação tecnológica, vários setores colaboraram no sentido

de eliminar o problema de impacto ambiental do processo produtivo, reduzindo custos e

aumentando a competitividade (OURA & SOUZA, 2007).

Com relação à prevenção da poluição ou de geração de resíduos, a empresa atua de

forma direta sobre os produtos e processos, com o objetivo de poupar materiais e energia.

Dessa forma, uma ação de prevenção combina dois fatores ambientais: o uso sustentável dos

recursos e o controle da poluição (OURA & SOUZA, 2007).

2.4 Sistema de Gestão Ambiental – SGA

Para que as empresas possam conseguir a certificação, precisam estar enquadrados na

norma ISO 14001. O Regulamento Europeu foi publicado em 1993, e através dele foram

estabelecidas Políticas e Sistemas de Gerenciamento Ambiental.

Silva & Silva (2000, p. 59), mostram que vários pontos devem ser considerados

quando se pretende implantar um sistema de gestão ambiental nas empresas, como: aceitação

política da estratégia, mudanças organizacionais e sociais internas, levantamento de

20

programas de incentivos fiscais, aprender a ouvir a opinião de consumidores, da comunidade

e de outras organizações, treinamento e educação para os funcionários, análise de viabilidade

técnico-econômica e revisão da legislação vigente. A implantação de um sistema de gestão

ambiental pode encontrar algumas barreiras, as quais podem ser contornadas através de

algumas ações da gerência que avalia a mudança de sistema, capacitação e treinamento

técnico para as equipes de colaboradores de forma a minimizar os riscos ambientais,

colaboração e participação de todos nos nossos processos industriais, avaliação econômica

periódica demonstrando que a adoção de novos métodos trouxe benefícios financeiros à

empresa.

Segundo Ribó (2000, p. 14), existem várias semelhanças entre a Norma ISO 14001 e o

Regulamento da União Européia. O que as diferencia é a necessidade de uma Declaração

Ambiental, realizada periodicamente e que informe a respeito das Políticas, dos programas e

sobre as ações ambientais da empresa.

O desenvolvimento do SGA tem como objetivo apresentar as necessidades,

implicações e responsabilidades da empresa com relação ao impacto ambiental causa pela

mesma através dos seus processos de produção (RIBÓ).

Inicialmente é realizada uma avaliação ambiental inicial, que é composta por uma

revisão de todas as atividades da empresa, que aborda os seguintes itens:

a) identificação da legislação aplicável e seu cumprimento para produtos, processos

e instalações;

b) gerenciamento das emissões atmosféricas quanto a sua geração, minimização e

tratamento;

c) gerenciamento de resíduos sólidos quanto a sua geração, minimização e

tratamento;

d) gerenciamento e efluentes líquidos quanto a sua geração, minimização e

tratamento;

e) operações de manutenção;

f) otimização dos recursos energéticos, água e uso de matérias primas, embalagens,

etc.;

g) gerenciamento do nível de ruído interno e externo, programas de controle e

redução;

h) considerações ambientais no projeto de novos produtos, processos ou instalações;

i) planos de emergência e proteção ambiental em casos de emergência;

j) avaliação do comportamento ambiental de fornecedores e subcontratados;

k) política de informação e de formação para o pessoal.

l) política de comunicação interna e externa (RIBÓ, 2000, p. 15-6).

21

Realizada a avaliação inicial, são definidos os princípios da política ambiental da

empresa e os documentos que irão permitir que o sistema de gestão ambiental seja

implantado. Nesta fase, é elaborado o projeto e estrutura do SGA e analisada a possibilidade

de integrá-lo com outros que a empresa já possa dispor. Além disso, são feitos: os registros

dos efeitos ambientais de acordo com a legislação vigente, elaboração de um manual de

gestão ambiental com definição de objetivos para melhoria contínua; a estrutura do manual de

gerenciamento ambiental, os procedimentos de trabalho para a realização das atividades da

empresa e a preparação da documentação e registro de controle das atuações ambientais

(RIBÓ, 2000).

Segundo Ribó (2000), o Sistema de Gerenciamento Ambiental traz alguns benefícios,

como:

a) conhecimento exato da situação;

b) segurança no cumprimento da legislação;

c) controle e tratamento das emissões para o meio ambiente;

d) mecanismos e programa de melhoria contínua da atuação ambiental;

e) mínimo Impacto Ambiental de produtos e processos: produção mais limpa,

economia e redução do consumo de água e energia e minimização da geração de

resíduos;

f) Imagem e prestígio frente a clientes, empregados, administrações, sociedade em

geral.

g) Economia e rentabilidade econômica (RIBÓ, 2000, p. 17).

O setor administrativo da empresa deve analisar o SGA em momentos críticos como

na implantação, identificando possíveis erros bem como quando o sistema já estiver instalado

verificando a segurança e a continuidade do mesmo. Suas formas de análise devem voltadas

principalmente para o lado financeiro evitando quaisquer abusos de valores. Profissionais

habilitados para esse fim deverão expor à administração da empresa os resultados e os

processos já instalados na empresa para a implantação do SGA.

2.5 Certificação ISO 14000

Segundo Reis (1995), a “ISO, International Standardization Organization, é uma

organização não-governamental sediada em Genebra, fundada em 23 de fevereiro de 1947

22

com o objetivo de ser o fórum internacional de normatização, para o que atua como entidade

harmonizadora das diversas agências nacionais”.

As normas ISO 14000 são baseadas em um fundamento bem simples: Um melhor

gerenciamento do meio ambiente levará a um melhor desempenho desse meio ambiente, a

uma maior eficiência e a um maior retorno dos investimentos (TIBOR & FELDMAN, 1996).

No Brasil, a única representante da ISO e um dos seus fundadores é a ABNT

(Associação Brasileira de Normas Técnicas), também reconhecida pelo governo brasileiro

como Fórum Nacional de Normalização (DIAS, 2009).

De forma geral, as normas ISO 14000 estão relacionadas a processos – e não a

desempenho. Isso significa que a mesma não determina para as empresas o desempenho

ambiental que elas devem alcançar. Ela oferece elementos de um sistema que as ajudará a

alcançar suas próprias metas. O pressuposto básico é que uma melhor gestão ambiental levará

indiretamente a um melhor desempenho ambiental (TIBOR & FELDMAN, 1996).

As normas ISO 14000 desenvolveram-se rapidamente em função da crescente

proliferação de normas e iniciativas voluntárias de gestão ambiental, que foram sendo

desenvolvidas pelos segmentos industriais e governos (TIBOR & FELDMAN, 1996).

Se não houvesse uma norma internacional comum, as empresas poderiam ser forçadas

a lidar com muitos sistemas separados e possivelmente incompatíveis para cada país com o

qual tivessem relações comerciais, o que aumentaria o custo dessas transações, impondo

barreiras comerciais (TIBOR & FELDMAN, 1996).

As atividades reguladas pelas normas ISSO 14000 se destinam a uma área muito

ampla, e o seu rápido desenvolvimento deveu-se, em parte, como resposta à crescente pressão

que se impôs sobre as empresas para que demonstrassem maior cuidado com o meio ambiente

e responsabilidade. Essa pressão veio dos governos, do público, dos acionistas, de instituições

financeiras, grupos com preocupações ecológicas, além de outros (TIBOR & FELDMAN,

1996).

2.5.1 Requisitos Legais

As normas legais são referências obrigatórias para as empresas que pretendem

23

implantar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A violação das normas legais ou seu

desconhecimento afetam de forma significativa os investimentos das empresas, além de afetar

sua capacidade de intervenção no mercado (DIAS, 2009).

A norma ISO 14001 – ABNT (2004), determina que “a organização deve estabelecer,

implementar e manter procedimento para identificar e ter acesso à legislação aplicável e

outros requisitos por ela subscritos aplicáveis aos aspectos ambientais de suas atividades,

produtos e serviços”.

O atendimento a esse requisito apoia o compromisso político da empresa, com a

conformidade legal, e é indispensável ao SGA. Desta forma, a instituição deve identificar e ter

acesso aos requisitos legais vigentes relativos ao Meio Ambiente.

Com a avaliação dos requisitos legais regulamentares para a empresa, foi elaborado o

Quadro 02, de identificação das leis, decretos, resoluções e normas referentes ao seu

segmento.

Quadro 02 – Requisitos legais aplicáveis Legislação / Regulamento Descrição

Constituição Federal do Brasil 1988 Cap. VI – Meio Ambiente

Lei 4.771/65 Código Florestal

Decreto-Lei 1413/75 Controle de Poluição do Meio Ambiente

Lei 9.344/97 Política Nacional de Recursos Hídricos

Lei 9.966/00 Prevenção, controle e fiscalização da poluição causada

por substâncias nocivas

Lei 9.605/98 Lei de Crimes Ambientais

Lei 6.938/81 Política Meio Ambiente – Poluição Sonora

Lei 9.503 Código de Trânsito

Lei 6.803/90 Zoneamento Industrial

CONSEMA 128 Efluentes Líquidos

NBR 10.004 Classificação de Resíduos

NBR 11.174 Armazenamento de Resíduos Classes II e III

NBR 12.235 Resíduos Perigosos

Resolução CONAMA 001/86 Avaliação de Impacto Ambiental

Resolução CONAMA 002/90 Programa de Silêncio

Resolução CONAMA 237/97 Licenciamento Ambiental

Resolução CONAMA 001/90 Ruído

Decreto 99274/

Criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção

Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio

Ambiente

Lei 11520/00 Código Estadual do Meio Ambiente

Portaria GM 124/80 Estabelecem normas para a localização de indústrias

potencialmente poluidoras junto às coleções hídricas

Dentre as principais legislações e regulamentos apresentados no Quadro 02, entende-

se que todos estes requisitos direta ou indiretamente afetam a organização. As NBR 10.004 e

11.174, que tratam de classificação e armazenamento de resíduos devem receber um

24

tratamento diferenciado por representar relevância na gestão ambiental.

2.6 Desenvolvimento Sustentável

O termo desenvolvimento sustentável define que o atendimento às necessidades do

presente não deve comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem as suas

(SEIFFERT, 2007).

A partir do surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável, passou a existir

uma concepção cada vez mais articulada que procura condicionar a busca de um novo modelo

de desenvolvimento aliado à noção de conservação do meio ambiente.

Uma questão que é importante compreender diz respeito à definição dos conceitos

correlatos utilizados na discussão da relação meio ambiente e desenvolvimento. Uma

distinção importante envolve os conceitos de preservação e conservação, os quais estão

diretamente relacionados com os pressupostos do desenvolvimento sustentável. No conceito

de preservação está implícito o uso racional de um recurso qualquer, o que pressupõe manejo

de forma a obter rendimentos economicamente viáveis, garantindo, entretanto, sua renovação

e auto-sustentação. Por sua vez, preservar apresenta um sentido bem mais restrito,

significando a ação de proteger, contra a destruição, dano ou degradação, um ecossistema,

uma área geográfica definida ou as espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção

(SEIFFERT, 2007).

No desenvolvimento sustentável, as relações entre ambiente e desenvolvimento estão

integradas. Entretanto, existe também a preocupação de que as políticas de desenvolvimento e

o planejamento integrado das atividades setoriais levem em consideração os limites existentes

para a renovação dos recursos naturais. Isso faria com que os padrões ambientais fossem

estabelecidos em bases ecológicas a partir da noção de capacidade de suporte dos

ecossistemas. Isso evidencia que todo processo de análise e realização de intervenções no

meio ambiente deve ser executado através de uma ótica globalizante e integradora, o qual

servirá para a estruturação de um sistema de gestão descentralizado e participativo

(SEIFFERT, 2007).

No que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, com relação ao setor industrial,

este ocorre através da adoção de processos e produtos ambientalmente corretos, ou “limpos”,

por meio de esforços reais de pesquisa e desenvolvimento e da difusão destes esforços

25

(SEIFFERT, 2007).

Com o surgimento das normas ISO 14000, procurou-se desenvolver uma abordagem

organizacional que levasse a uma gestão ambiental efetiva. Esse conjunto de normas resultou

de um processo que foi evoluindo ao longo de inúmeras discussões sobre os problemas

ambientais, que buscavam uma forma de levar soluções ao ambiente produtivo (SEIFFERT,

2007).

3 MÉTODO DE PESQUISA

3.1 Pesquisa Bibliográfica

A metodologia de execução do trabalho é a forma de pesquisa e avaliação a ser

utilizada tendo como meta principal identificar o que mais se adapta aos objetivos

estabelecidos para o seu desenvolvimento. Assim, pode-se escolher um procedimento para

abordar determinado problema, sendo que este, de acordo com a necessidade, pode fazer uso

de diferentes métodos (FICAGNA et al, 2008).

Dessa forma, a metodologia faz com que diversas etapas sejam seguidas para chegar à

meta estabelecida, através de procedimentos técnicos e teóricos para o desenvolvimento do

estudo que se deseja aprofundar. Assim, auxilia a encontrar uma resposta aos objetivos e

problemas apresentados, escolhendo a melhor forma de fazê-lo (GIL, 2002).

O presente trabalho apresenta os seguintes aspectos:

Levando-se em consideração a abordagem do problema, a pesquisa caracteriza-se

como qualitativa, uma vez que

Os estudos qualitativos podem descrever a complexidade de determinado problema

e a interação de certas variáveis, compreender e classificar os processos dinâmicos

vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de dado grupo e

possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do

comportamento dos indivíduos (DIEHL; TATIM, 2004, p.52).

Levando-se em consideração o objetivo geral, a pesquisa classifica-se como

exploratória,

[...] que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com

vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Na maioria dos casos

envolve o levantamento bibliográfico, a realização de entrevista com pessoas que

possuem experiência prática com o problema pesquisado e a análise de exemplos

que estimulem a compreensão (DIEHL; TATIM, 2004, p.53-4).

27

De acordo com Diehl; Tatim (2004), com relação à coleta de dados, esses podem ser

obtidos de diferentes formas para o desenvolvimento de uma determinada pesquisa. Estas

técnicas precisam ser escolhidas de acordo com a finalidade a que a pesquisa se propõe,

lembrando sempre que todas as técnicas apresentam vantagens e limitações. Dessa forma,

deve-se escolher a que melhor se adequar à situação.

Para coleta de dados bibliográficos foram utilizados dados obtidos de livros, jornais,

publicações avulsas, teses e meios eletrônicos. Nesse sentido, pode-se descrever esse método

da seguinte forma:

b) Pesquisa bibliográfica – de fonte secundária, abrange toda bibliografia pública

com relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas,

livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc., incluindo meios de

comunicação orais, como rádio, gravações em fitas magnéticas ou audiovisuais

(filmes, televisão). A finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo

o que foi escrito, dito ou filmado sobre certo assunto, inclusive conferências

seguidas de debates que tenham sido transcritos de alguma forma (FICAGNA et.al.,

2007, p. 94).

Partindo-se desse conceito de pesquisa bibliográfica, e para melhor chegar aos

objetivos propostos para este trabalho, foram realizadas pesquisas voltadas primeiramente às

questões de gestão ambiental e de certificação ISO 14001. Após, procurou-se verificar os

aspectos da empresa Plastimarau no que diz respeito à geração de resíduos, reaproveitamento

de materiais e processos de produção que podem ser aperfeiçoados com a adoção de novas

técnicas ou procedimentos com o objetivo de conseguir a certificação ISO 14001 para a

mesma.

A variável principal do estudo é verificar a possibilidade de obtenção da certificação

ISO 14001 para a empresa Plastimarau, partindo das práticas já adotadas pela mesma no

sentido de desenvolver processos produtivos de uma forma ecologicamente correta, visando a

sustentabilidade do ambiente, reaproveitamento de materiais e o comprometimento ambiental

responsável da empresa com o meio onde se encontra instalada.

Com relação à parte prática, o processo produtivo da empresa foi acompanhado pelo

pesquisador, o que possibilitou uma visão bastante detalhada das tarefas, decisões e atuação

da engenharia ambiental neste setor, no tratamento e destinação de resíduos e da forma como

é feito por uma grande empresa, o que pode demonstrar que a questão ambiental está muito

28

clara para a empresa, mostrando um ponto positivo nas questões de importância com um meio

ambiente saudável e correto.

3.2 Seleção da Empresa

A escolha da empresa deu-se em decorrência de ter sido a mesma onde foi

desenvolvido o Estágio Obrigatório do Curso de Engenharia Ambiental.

A Plastimarau é uma empresa sediada no município de Marau (RS) e tem suas

atividades ligadas à produção de embalagens plásticas destinadas à indústria de alimentos,

seguindo, portanto, uma série de procedimentos de fabricação e higiene preconizados para

este tipo de produto.

Trata-se de uma empresa que procura oferecer produtos trabalhando em ambiente ISO

9001:2008, com 40 anos de experiência na produção de embalagens plásticas flexíveis,

utilizando tecnologias diferenciadas e avançadas, assim como novas tendências do mercado

para que nossos produtos tenham alta resistência e alta degradação quando descartadas.

No Capítulo 4 a empresa será abordada de forma mais detalhada, podendo-se, desta

forma, dispor de um panorama geral das atividades desenvolvidas pela mesma. Neste capítulo

também serão demonstrados dados referentes aos seus processos, fontes geradoras de resíduos

sólidos, tipicidade e quantidade de resíduos gerados.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 A Empresa

A empresa está situada no município de Marau, localizado na Região Nordeste do

Estado do Rio Grande do Sul, sendo pólo regional de Desenvolvimento da região. O

município está localizado a 269 km de Porto Alegre, 28 km de Passo Fundo e 190 km de

Caxias do Sul.

O município de Marau limita-se ao Norte com Passo Fundo e Mato Castelhano, ao

Sul, com Vila Maria, Camargo e Soledade, ao Leste com Gentil e Santo Antônio do Palma, a

Oeste com Nicolau Vergueiro, a Noroeste com Ernestina e a sudoeste, com Ibirapuitã.

A empresa está localizada a uma latitude 28º26’56” sul e a uma longitude 52º12’00”

oeste, estando a uma altitude de 571 metros. A população do município, estimada em 2010 é

de 36.383 habitantes. A cidade, sede do município, está a 650 metros de altitude e o clima

define-se como temperado.

A empresa já se enquadrou nas normas e diretrizes da ISO 9000 (Sistema de Gestão da

Qualidade), 9001(Requisitos), 9004 (Diretrizes para melhoria de desempenho) e 19011

(Diretrizes para auditorias de SGQ e de Gestão Ambiental).

A empresa plastimarau encontra-se localizada na rodovia RS 324, contorno rodoviário

161, no município de Marau (RS). O atendimento da empresa é realizado através do fone/faz

(54) 3342-2777 ou através do site www.plastimarau.com.br. Sua localização no estado e na

região pode ser observada nas figuras a seguir.

A área abrangida pela empresa é de 30.240 m2, sendo que desta, 3.526,71 m

2 é de área

construída. A empresa trabalha com os mais diversos segmentos, produzindo embalagens

plásticas flexíveis, sacos lisos ou impressos, filmes, bobinas, nas mais diversas estruturas. O

processo de fabricação é o processamento de polietileno (PE) de baixa, média e altas

densidades. Soma-se a isso a conversão de materiais laminados, metalizados, Polipropileno

(PP), Polipropileno bi-orientado (BOPP), Poliéster e outros. Além disso, o aprimoramento dos

colaboradores é de suma importância, com uma equipe qualificada e treinada e a melhoria

30

constante em seus processos, a empresa vem se destacando no segmento de embalagens

flexíveis.

Figura 02 – Empresa plastimarau

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

Figura 03 – Vista externa da Empresa

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

31

Figura 04 – Localização do município de Marau em relação ao Estado do RS

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

Figura 05 – Localização do Município de Marau em relação ao Planalto Médio

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

32

A empresa plastimarau iniciou suas atividades em 24/10/1967, com a denominação

inicial de Colussi e Balbinot & Cia Ltda., localizada na Avenida Júlio Borella na cidade de

Marau (RS), mas logo após passou a chamar-se Plastimar. Em 03/11/1970 tornou-se Indústria

de Plásticos Marau Ltda. adotando o nome fantasia de Plastimarau. Posteriormente, o nome

fantasia passou a ser marca registrada plastimarau. A partir de então, a indústria fabrica

embalagens plásticas flexíveis, desde a extrusão até a expedição. A plastimarau é uma

empresa que procura oferecer produtos trabalhando em ambiente ISO 9001:2008, com 40

anos de experiência na produção de embalagens plásticas flexíveis, utilizando tecnologias

diferenciadas e avançadas, assim como novas tendências do mercado para que seus produtos

tenham alta resistência e alta degradação quando descartadas.

São realizadas viagens pelo Brasil com o objetivo analisar as tendências do mercado,

verificando as necessidades dos clientes de cada região para buscar personalizar os produtos

oferecidos, mantendo, assim, uma estreita e ótima relação com cada cliente. Atualmente, a

linha de produtos fabricada ainda não é exportada para outros países.

A plastimarau tem plena consciência da importância da preservação do meio ambiente,

e para isso, se preocupa e passa essa consciência para seus funcionários, com vistas à

preservação das riquezas da região onde se encontra instalada.

4.2 Resíduos Gerados pela plastimarau e sua destinação

Tintas: As bases são enviadas pelo fornecedor e desenvolvidas as cores necessárias na

empresa em quantidades necessárias para produção, não gerando resíduo.

Baldes de tintas: São devolvidos para fornecedor ou enviado para lavagem na

empresa Limpel Comércio & Prestadora de Serviços Ltda., CNPJ: 39.024.510/001-02 e

Licença de Operação nº 004759-0567/07-8.

Solventes: O solvente é enviado para reciclagem e reutilizado no processo para

limpeza de peças e clichês pela Empresa: Tecnotiner Indústria e Comércio de Produtos

Químicos Ltda., CNPJ: 50.774.200/001-90 e Licença de Operação nº 005971-0567/08-1.

Panos: São recolhidos e lavados, retornando para a empresa para serem utilizados.

Essa operação é feita pela Empresa Alsco Toalheiro Brasil Ltda., CNPJ: 33.325.184/0020-81

33

e Licença de Operação nº 016294-0567/08-0.

Aparas: São os resíduos do processo produtivo. Esses materiais são reutilizados

novamente em outro produto, ou remetidos para empresas que utilizam desse material para

produzir outros materiais, como por exemplo, mangueiras. Essa atividade é desenvolvida pela

Empresa Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda., CNPJ: 61.326.520/001-66 e

Licença Operacional nº 009223-0567/07-1.

Água: A água utilizada para resfriamento das máquinas durante o processo é

recolhida, passa por uma torre de resfriamento e retorna para as máquinas. Deve-se ressaltar

que esta água não entra em contato com a embalagem e é toda aproveitada.

O restante dos resíduos (lixo) é recolhido através da coleta seletiva da Prefeitura

Municipal.

4.3 Quantificação dos Resíduos Gerados pela plastimarau

A tabela 01 apresenta uma estimativa da quantificação dos resíduos gerados pela

empresa durante o seu processo de produção.

Tabela 01 – Quantificação dos resíduos gerados pela plastimarau

Descrição Total/ano Média/mês

Aparas (industrialização) 262.114,00 kg 29.123,77 kg

Aparas (venda) 161.285,00 kg 17.920,55 kg.

Solvente (industrialização) 32.800,00 kg 3.644,44 kg.

Baldes 7.060,00 unidades 784,44 unidades

Sucata papel 12.980,00 kg 1.442,22 kg

Sucata PVC 1.050,00 kg 116,66 kg Fonte: A empresa, 2011.

Com relação à energia elétrica, são utilizados três geradores de capacidade de 450 kva

cada um, os quais são ligados automaticamente no horário de maior pico, que é das 18:00 h

até às 21:00 h. Os três geradores funcionam concomitantemente.

Quanto às lâmpadas metade são do tipo econômicas e o restante são normais,

dependendo da luminosidade desejada em cada setor.

34

4.4 Processo de Produção

Como em todas as indústrias, a plastimarau segue uma ordem de atividades que são

executadas para que o processo produtivo se dê corretamente e que seja, desta forma,

otimizado, fabricando um produto de excelente qualidade.

Na figura 05 pode ser observada como é realizada a sequência de operações.

Figura 06 – Fluxograma do processo produtivo da empresa

Fonte: plastimarau

No processo 1 são gerados os produtos no qual a qualidade é mantida dentro da

legislação estadual da Vigilância Sanitária Portaria SVS/MS no

326, de 30/07/97, em função

de as embalagem serem de uso exclusivos para alimentos.

No processo 2 são gerados produtos que servem para utilização de proteção ou

isolamento, são plásticos que não passam por pinturas, corte e solda são bobinas na qual o

material é somente de cor única.

35

R

LAC

Figura 07 – Produtos da produção 1 e 2

Fonte: plastimarau

4.5 Etapas da Produção

Inicialmente, os materiais como matéria-prima, tintas, solventes e outros são recebidos

dos fornecedores e descarregados diretamente no almoxarifado, onde ficam armazenados até

o momento da utilização para a fabricação das embalagens flexíveis, quando, então, são

removidos deste local por um funcionário.

Para garantir a segurança da empresa, bem como dos seus colaboradores e

funcionários, estes são treinados a fazerem uso de EPI, pois parte dos materiais deste setor são

inflamáveis e tóxicos.

36

Figura 08 – Almoxarifado e matéria-prima

Fonte: Arquivo pessoal do autor

Na primeira etapa do processo de produção das embalagens, a matéria prima vem do

almoxarifado onde passa a ser transformada em lâmina plástica de várias cores e tamanhos.

O setor de extrusão é o local onde a matéria-prima (polietileno) é transformado no

plástico propriamente dito. O polietileno vem em pequenos grânulos que são processados

através da extrusora em “filme plástico”. Esta é composta por um funil onde o mesmo é

depositado e transportado através de uma rosca que fica dentro de um canhão até um filtro,

onde as impurezas ficam retidas. Esse canhão e rosca são aquecidos por resistências elétricas,

entre 180° a 220°. Depois disso, o material extrusado é conduzido pela matriz vertical, que vai

dar a ele a forma de balão. Esse balão é inflado com ar internamente, e externamente usa-se o

ar para resfriar e manter o balão estável. Ao passar por estas etapas, o filme é conduzido pelos

rolos puxadores até o embobinador, onde é enrolado de acordo com as dimensões

especificadas. É nesse embobinador que fica o dispositivo de tratamento “corona”. Isso serve

para preparar o plástico para ser impresso. Atualmente são extrusados polietileno de baixa,

média e alta densidade, observando a uniformidade do produto.

37

Figura 09 – Extrusora

Fonte: Arquivo pessoal do autor

Na área representada pela Figura 10, faz-se a Gofragem. Neste processo, após as

bobinas extrusadas, o filme é aquecido para deixá-lo em alto relevo, em forma de diamante ou

pirâmide, resfriado e embobinado novamente. Este filme é usado nas bandas de recapagens

para proteção da banda entre a fábrica e a recapadora.

Nesta área o único resíduo gerado são aparas de plástico que são armazenadas em um

depósito de aparas. Após, este resíduo é prensado, ficando em forma de fardos para seu

destino final.

38

Figura 10 – Gofradeira

Fonte: Arquivo pessoal do autor

O setor de impressão consiste na transferência mecânica de tinta para o substrato,

através de um clichê que entra em contato com um rolo entintado. Esse clichê é feito de um

polímero e deve ser um para cada cor. Ele é fixado em um cilindro, que baseado no tamanho

da embalagem desejada vai ter um diâmetro maior ou menor. Atualmente a empresa trabalha

com impressão em até 8 cores padrão pantone, com qualidade e perfeita definição de imagens,

que são as definidas pelos clientes para a identificação dos seus produtos.

A empresa trabalha com duas impressoras geerless com sistema BST (sistema de

visualização e conferência de cor), sistema de troca automática de bobinas, funcionando com

velocidade de até 450 m/min.

Os resíduos gerados neste setor são panos utilizados para limpeza, solventes para a

lavagem dos clichês e baldes de tintas.

39

Figura 11 – Impressora de 8 cores

Fonte: Arquivo pessoal do autor

Dando continuidade à figura anterior, a figura 11 mostra as partes que mais necessitam

de solventes para remoção de resíduo de tinta. São partes do equipamento da foto anterior, as

quais são removidas para limpeza e posterior reutilização.

Em função da grande preocupação e responsabilidade com o meio ambiente foi

adotado um sistema de lavagem automático das facas e anilox, minimizando o tempo dos

funcionários reduzindo riscos de saúde aos mesmos, redução de solventes, tintas e panos que

eram utilizados na limpeza da mesma.

Figura 12 – Impressora de 8 cores

Fonte: Arquivo pessoal do autor

40

As bombas demonstradas na figura abaixo foram instaladas com o objetivo de realizar

uma produção mais limpa, na qual há maior economia de solvente e mão-de-obra no momento

da limpeza do sistema (entre anilox e depósito de tinta) dos bicos.

Figura 13 – Sistema automático de lavagem da impressora

Fonte: Arquivo pessoal do autor

A figura14 a seguir demonstra o setor de acabamento, máquina rebobinadeira, parte do

processo onde as bobinas-mãe são transformadas em bobinas menores, empacotadas

conforme a exigência de cada cliente, e encaminhadas para o estoque.

Nesta etapa o resíduo gerado são aparas, as quais são armazenados em gaiolas pra

posterior descarte.

41

Figura 14 – Refiladeira

Fonte: Arquivo pessoal do autor

No setor de corte e solda, demonstrada pela figura 15, as embalagens são soldadas e

cortadas de acordo com o padrão estabelecido pelo cliente e de acordo com a finalidade a que

será utilizada.

Nesta máquina as bobinas serão transformadas em sacos plásticos, os quais são feitos

por intermédio de um cabeçote aquecido que corta e solda a embalagem ao mesmo tempo.

Estas embalagens são empacotadas conforme a exigência de cada cliente..

Atualmente são produzidos os tipos de solda lateral, fundo, bainha e pouch.

O resíduo gerado neste setor é poluição atmosférica.

42

Figura 15 – Máquina de corte e solda

Fonte: Arquivo pessoal do autor

Na picotadeira, a bobina é marcada por uma faca serrilhada dando origem a pequemos

cortes onde o cliente faz o destaque manual das folhas (sacos da fruteira). Após picotada, esta

bobina passa para o setor de rebobinadeira para ganhar acabamento final.

Neste setor não gera resíduos.

43

Figura 16 – Picotadeira

Fonte: Arquivo pessoal do autor

No setor de expedição, as embalagens já se encontram prontas para serem entregues

aos clientes, onde são armazenadas no máximo por 15 dias. As entregas são efetuadas com

caminhão próprio e transportadoras credenciadas.

Neste setor, o resíduo mais gerado são rolos de fitas que são utilizado para lacrar as

embalagens, pouco papelão e alguns estrados de madeira que se quebram, sendo substituídos

por novos.

44

Figura 17 – Estocagem de material a ser expedido

Fonte: Arquivo pessoal do autor

4.6 Geração e Destinação de Resíduos pelos Equipamentos

Na tabela 2 e 3 mostra qual o tipo, classe, tratamento e destinação de resíduo é

produzido no processo de produção das embalagens plásticas.

45

Tabela 02 – Opções de destinação dos resíduos gerados

Máquina Tipo de resíduo produzido

Resíduo Classe Tratamento Destinação

Extrusora Carnevalli 90mm Filme plástico Resíduos Não Perigosos

(Classe II) Reciclagem

Valim Beneficiamento

de Sucatas de Plásticos

Ltda.

Gofradeira Aparas de plástico Resíduos Não Perigosos

(Classe II) Reciclagem

Valim Beneficiamento

de Sucatas de Plásticos

Ltda.

Impressora Thunder BB4

1100DBS

Panos, solventes, tinta e

baldes

Resíduos Perigosos

(Classe I) Reciclagem

Tecnotiner Ind. Com.

Produtos Químicos Ltda.

Rebobinadeira Aparas de plástico Resíduos Não Perigosos

(Classe II) Reciclagem

Valim Beneficiamento

de Sucatas de Plásticos

Ltda.

Corte e solda Aparas de plástico Resíduos Não Perigosos

(Classe II) Reciclagem

Valim Beneficiamento

de Sucatas de Plásticos

Ltda.

Picotadeira Aparas de plástico Resíduos Não Perigosos

(Classe II) Reciclagem

Valim Beneficiamento

de Sucatas de Plásticos

Ltda.

Extrusora Carnevalli 90mm Filme plástico Resíduos Não Perigosos

(Classe II) Reciclagem

Valim Beneficiamento

de Sucatas de Plásticos

Ltda. Fonte: A empresa, 2011.

46

Tabela 03 – Opções de destinação dos resíduos gerados em setores dentro da empresa

Setor

Tipo de resíduo produzido

Tipo de

resíduo Acondicionamento Frequência da retirada Destino Responsável

Cozinha e Banheiro

Restos de

alimentos e

resíduos

sanitários

(papel

higiênico)

Lixeiras plásticas,

revestidas

internamente com

sacos plásticos

No mínimo 03 vezes ao

dia ou sempre que

necessário

Serviço público, duas

vezes por semana Faxineira

Almoxarifado Resíduos de

papel.

Lixeiras plásticas,

revestidas

internamente com

sacos plásticos, e

tampa.

Diária ou sempre que

necessário.

Depositado próximo à

área das aparas e

enviado para sucateiro

credenciado.

Serviços Gerais

Manutenção Metais Caixa Mensal

Depositado próximo a

área das aparas e

enviado para sucateiro

Almoxarife

Fonte: A empresa, 2011.

47

Figura 18 – Prensa hidráulica

Fonte: Arquivo pessoal do autor

A figura 18 mostra como é feito o processo de estocagem e armazenamento do

mesmo. Este resíduo (aparas) que sai direto das máquinas e são colocados dentro de sacos

transparentes para facilitar a separação, logo após serem prensados, ficam estocados pelo

menos uma semana até alcançarem um volume estimado de uma carga de caminhão,

momento em que ele é mandado para a empresa, Valim Beneficiamento de Sucatas de

Plásticos LTDA. CNPJ: 61.326.520/001-66 Licença Operacional: 009223-0567/07-1 que faz

o processo de reciclagem. Do material reciclado, uma parte (material puro), o material só de

uma cor ou incolor, retorna à fábrica como matéria prima e a outra parte dos resíduos que já

tinham sido impressos fica para a empresa responsável pelo recolhimento e é reutilizado para

a fabricação de outros tipos de produtos, (mangueiras).

A figura19 mostra a área de estoque dos solventes que foram utilizados para a

limpeza dos equipamentos são armazenados temporariamente, até que a empresa responsável

pela sua reciclagem venha recolher este material. Este solvente passa por um processo de

limpeza, retornando à empresa para nova utilização de serviços de limpeza, não mais servindo

para a fase de impressão, quando sempre é utilizado solvente novo.

48

Já os baldes de tintas são devolvidos para fornecedor ou enviado para lavagem na

empresa Limpel Comércio & Prestadora de Serviços LTDA. CNPJ: 39.024.510/001-02.

Licença de Operação 004759-0567/07-8, de onde retornam limpos.

Da mesma forma, os panos são recolhidos e lavados, retornando para a empresa para

serem utilizados. A empresa responsável por essa atividade é a Alsco Toalheiro Brasil

LTDA.CNPJ: 33.325.184/0020-81 Licença de Operação: 016294-0567/08-0.

Figura 19 – Área de estoque de solvente sujo

Fonte: Arquivo pessoal do autor

49

4.7 Estrutura Organizacional da plastimarau

Figura 20 – Organograma da empresa

Fonte: plastimarau

4.8 Sistema de Gestão Ambiental a ser Implementado na plastimarau

Para o funcionamento dentro das normas ambientais vigentes, a empresa está

licenciada pela Fepam, sob Licença de Operação nº 07477/2010-DL. Para que essa licença

possa ser renovada futuramente, a plastimarau deve enviar periodicamente para este órgão

ambiental, relatórios que informem a geração e destinação de resíduos. De acordo com a

Licença obtida, a empresa deve seguir alguns pontos básicos como:

• Seguir normas de conservação, proteção, regeneração e utilização e proteção de

vegetação nativa.

• Não pode gerar efluentes líquidos decorrentes da atividade industrial.

• Os níveis de ruído decorrentes da atividade industrial devem estar de acordo com a

NBR 10.151, da ABNT, conforme determinada pela Resolução CONAMA Nº 01,

de 08 de março de 1990.

• Não pode emitir substâncias odoríferas na atmosfera em quantidades perceptíveis

fora dos limites de sua propriedade.

• Os equipamentos devem ser mantidos operando adequadamente, de forma que não

causem danos ao meio ambiente e à população.

• Os equipamentos e operações que provoquem emissões de material particulado

devem dispor de sistema de ventilação e equipamento de controle, de modo a

evitar emissões visíveis.

• Devem ser controladas as vibrações mecânicas geradas pela atividade industrial,

para que não causem incômodos à vizinhança.

A plastimarau encontra-se em fase de planejamento e adequação para a certificação

ISO 14001. Dentro desse planejamento, a empresa continuará primando pelas conquistas

alcançadas, como a certificação ISO 9001.

Para que as atividades estejam dentro dos padrões requeridos, a empresa adotará como

norte para a implantação a utilização da NBR ISO 14001:2004, Sistemas de Gestão

Ambiental – Requisitos com orientações para e uso; a NBR ISO 14004: Sistema de Gestão

Ambiental – Diretrizes Gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio; a NBR ISO

14050:2004, Gestão ambiental – Vocabulário e a NBR ISO 19011:2002, Diretrizes para

auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental.

51

4.9 Política da Empresa no Sistema de Gestão Ambiental

Oferecer às indústrias de alimentação um produto com alta qualidade, utilizando, para

isso, alta tecnologia, com o objetivo de possibilitar o bem estar dos funcionários e a

comunidade que está localizada próximo à indústria. Para isso, a empresa, através de seu

Licenciamento para funcionamento, dará continuidade ao cumprimento da legislação

específica para a atividade, gerando lucro aos proprietários, não perdendo de vista as

necessidades dos diferentes clientes e na melhoria progressiva do seu produto, que garantirá a

satisfação e fidelidade do cliente.

Tendo em vista a implantação de um sistema de gestão ambiental (SGA) a empresa

busca:

• Atender a todos os requisitos legais e normativos, federais, estaduais e municipais.

• Buscar o comprometimento dos fornecedores, clientes e prestadores de serviços

com esta Política.

• Utilizar os recursos naturais de forma racional e sustentável.

• Minimizar, o máximo possível, a produção de resíduos, reutilizá-los e reciclá-los

quando pertinente.

• Acompanhar o desenvolvimento tecnológico visando garantir o retorno econômico

do empreendimento, proteger o meio ambiente, e oferecer produtos competitivos

dentro do mercado consumidor.

• Capacitar, valorizar, educar e conscientizar os funcionários na busca da melhoria

contínua do desempenho dos Sistemas de Gestão da Qualidade, do Meio

Ambiente, Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. Firmar o compromisso de

todos os funcionários para o cumprimento dessa Política.

4.10 Metodologia

Fontes de evidências para o diagnóstico da empresa:

• Observação do pesquisador in loco.

52

• Análise de documentos da empresa.

• Relatório de imagens – fotos e imagens fotográficas.

• Conversas informais com o técnico da qualidade.

4.11 Planejamento

• Identificar os processos que causam danos ou impactos ambientais.

• Identificação dos fatores que podem ser adequados, de maneira a não causar danos

ou impactos ambientais,

• Avaliação dos fatores de risco ligados às atividades desenvolvidas pela empresa

durante o processo de produção.

• Observar os requisitos legais para o funcionamento da empresa, bem como buscar

ações de melhoria dos processos.

• Definir objetivos e metas por setor, de forma a viabilizar, dentro de um espaço

menor, situações de maior controle de riscos ambientais.

4.11.1 Aspectos Ambientais

Os impactos ambientais do empreendimento em seus diversos processos industriais e

de apoio à produção, confrontado com os aspectos ambientais deram origem ao quadro de

avaliação no Quadro abaixo.

Os atributos adotados são:

• Situação: Normal (N), anormal (A) e emergência (E).

• Incidência: sob controle (SB) e sob influência (SI).

• Classe: benéfico (B) e adverso (A).

• Consequência: local (L), regional (R) e global (G).

• Frequência/probabilidade: baixa (10), média (20) e alta (30).

• Categoria: crítico (C), moderado (M) e desprezível (D).

53

• Controles existentes: sistemas de tratamento (ST), monitoramento (M), controles

operacionais (CO), planos de atendimentos a situações de emergência (PAE) e

nenhum controle (NC).

Tabela 03 – Impactos ambientais e seus atributos Identificação Caracterização Verificação de importância Controles

existentes Atividade

Aspecto

ambiental

Impacto

ambiental Situação Incidência Classe Consequência

Frequência

/probabilidade Categoria

Escritório

Geração de

resíduos

sólidos

Poluição do

solo N SC A L M M ST

Consumo

de energia

Esgotamento

de recurso

natural

N SI B L M D CO

Recebimento Nenhum Nenhum N SC B L B D NC

Almoxarifado

Resíduos

sólidos

(papel)

Poluição do

solo A SI A L M M ST

Resíduos

sólidos

(plástico)

Poluição do

solo A SI A L M M ST

Programação

de Operação

Consumo

de energia

Esgotamento

de recurso

natural

N SI B L M D CO

Extrusora Consumo

de energia

Poluição do

solo N SI B L A D ST

Grofadeira Consumo

de energia

Poluição do

solo N SI B L A D ST

Impressora

Geração de

Efluente

Poluição

hídrica N SI A R A M ST

Consumo

de energia

Esgotamento

de recurso

natural

N SI B L M D ST

Consumo

de matéria

prima

Esgotamento

de recurso

natural

N SI B R A D ST

Refiladeira Consumo

de energia

Poluição do

solo N SI B L A D ST

Laminação Consumo

de energia

Poluição do

solo N SI B L A D ST

Corte e solda

Consumo

de energia

Poluição do

solo N SI B L A D ST

Consumo

de energia

Poluição do

ar N SI B L A D ST

Picotadeira Consumo

de energia

Poluição do

solo N SI B L A D ST

Cozinha

/restaurante

Resíduos

sólidos

Poluição do

solo N SI S L B D ST

Efluentes

líquidos

Poluição do

solo N SC S L B D ST

Consumo

de energia

Esgotamento

de recurso

natural

N SC B L M D CO

Expedição

Consumo

de filme

plástico

transparente

Esgotamento

de recurso

natural

N SC B L A D CO

Área de

Lazer e área

verde

Geração de

resíduos

sólidos

Poluição do

solo N SC A L M D NC

54

4.11 Objetivos e Metas da Empresa para 2012

Tabela 04 – Objetivos e metas da empresa Objetivo Meta Prazo Indicadores

Aumentar a clientela 30% Dez./2012 Toneladas

produzidas/mês

Aumentar a produção 30% Dez./2012 Nº de pedidos

Redução dos riscos e acidentes de trabalho - 20% ao ano Dez./2012 Nº de acidentes

Monitorar as emissões atmosféricas, originadas do

processo de produção

Em todas as etapas do

processo Dez./2012

Medições

diárias

Racionalizar e reduzir o consumo de água 15% Dez./2012 Consumo de

água mensal

Reduzir o consumo de energia 30% Dez./2012 Consumo

médio mensal

Redução da utilização de produtos químicos perigosos 20% Dez./2012 Consumo

mensal

Monitorar os efluentes líquidos originados no processo

produtivo

Em todas as etapas do

processo Dez./2012

Medições

diárias

Reduzir a geração de resíduos sólidos 60% Dez./2012 kg de sucata

Reduzir o tempo de permanência dos solventes na

empresa antes da reciclagem 50% Dez./2012

Tempo de

recolhimento

do produto

Realizar a manutenção contínua dos equipamentos do

processo de produção, com o objetivo de maximizar

seu potencial e mantê-los com o menor custo possível

Contínuo Dez./2012

Nº de

interrupções na

produção p/

manut. dos

equipamentos

Monitorar as emissões de ruídos gerados pelos

equipamentos, mantendo-os dentro dos limites

previstos pelas normas dos órgãos ambientais

Índice determinado

pela legislação Dez./2012 Índice de ruído

Reduzir as não-conformidades 60% Dez./2012 Índice de

produtos não-

conformes

Atender os pedidos dentro do prazo 95% Dez./2012 Pedidos

atendidos

dentro do prazo

Implementar projeto de educação ambiental interno e

externo 20% Dez./2012

Índice de

produtividade

Capacitar os funcionários em Saúde, Segurança do

Trabalho e Meio Ambiente 30% Dez./2012

Diminuição de

faltas no

trabalho

Possibilitar o aumento do nível de satisfação dos

colabores internos 75% Dez./2012

Índice de

satisfação

Melhorar a satisfação dos clientes 95% Dez./2012 Índice de

satisfação

55

4.12 Plano de Ação para a Implementação dos Objetivos

A tabela 5 e 6 é uma tabela composta por 4w e 1h onde é representada pelos elementos

O quê, Onde, Quem, Quando e Como.

Tabela 05 – Planos de Ação Aumentar a clientela

O quê Onde Quem Quando Como

Ampliar a região de

abrangência da

empresa

Brasil Central Gerente de

Marketing Até Dez/2012

Formação de novas

equipes, utilização

da mídia, contato

direto com clientes

em potencial

Aumentar a produção

Ampliar o número

de turnos de

trabalho

Todos os setores da

empresa

Departamento de

pessoal Até Dez/2012

Contratar

funcionários

adicionais

Redução dos riscos e acidentes de trabalho

Uso de alarmes em

equipam. que

ofereçam maior

risco

Todos os setores da

empresa

Resp. pelo setor de

Segurança no

Trabalho

Até Dez/2012

Instalação de

equipamentos de

alarme e segurança

Treinamento prévio

dos novos

funcionários e uso

de EPI

Todos os setores da

empresa

Resp. pelo setor de

Segurança no

Trabalho

Até Dez/2012

Treinamento e

distribuição de

folders

informativos.

Leitura minuciosa

dos manuais de

funcionamento dos

equipamentos

Monitorar as emissões atmosféricas, originadas do processo de produção

Instalar dispositivos

de controle de

emissões

atmosféricas

Equipamentos Resp. pelo

equipamento Até Dez/2012

Contratação de

pessoal qualificado

Racionalizar e reduzir o consumo de água

Instalar redutor nas

torneiras e saídas de

água, detectar e

corrigir vazamentos

Torneiras e saídas

de água

Setor de

manutenção Até Dez/2012

Contratação de

pessoal qualificado

Adoção de novos

hábitos no uso da

água, usar torneiras

de pressão

Em toda a empresa Todos os

colaboradores Até Dez/2012

Fechando torneiras

durante higiene

pessoal, lavagem de

materiais e limpeza

de ambientes

Captação de água

da chuva

Sanitários, lavagem

de pisos e veículos

Setor de

manutenção Até Dez/2012

Instalação de

cisternas

Monitorar os efluentes líquidos originados no processo produtivo

Planilha de

consumo Setor de impressão

Funcionário do

setor Até Dez/2012

Com treinamento

específico

Reduzir a geração de resíduos sólidos

Reprogramar os

equipamentos com

maior precisão

No setor de

produção

Contratação de

pessoal habilitado

para a programação

do equipamento

Até Dez/2012 Readaptação dos

equipamentos

56

Reduzir o tempo de permanência dos solventes na empresa antes da reciclagem

Deixar por um

período mais curto,

na empresa, as

embalagens com os

solventes que vão

para a reciclagem

Pátio da empresa

Empresa

responsável pela

reciclagem

Até Dez/2012

Com menor

periodicidade no

recolhimento das

embalagens

Realizar a manutenção contínua dos equipamentos do processo de produção, com o objetivo de

maximizar seu potencial e mantê-los com o menor custo possível

Manutenção de

máquinas e

equipamentos

Na empresa Equipe técnica

especializada Até Dez/2012

Com manutenção

contínua

Monitorar as emissões de ruídos gerados pelos equipamentos, mantendo-os dentro dos limites previstos

pelas normas dos órgãos ambientais

Instalar

silenciadores nos

equipamentos

Nos equipamentos

necessários

Equipe técnica

especializada Até Dez/2012

De acordo com a

possibilidade

Instalar isolamento

acústico no prédio

Equipe técnica

especializada Até Dez/2012

Reduzir as não-conformidades

Reduzir imprevistos

no sistema

produtivo

Processos de

Produção

Operadores de

equipamentos Até Dez/2012

Inspecionando

continuamente o

processo de

produção

Treinamento dos

operadores sobre os

riscos de cada

equipamento

Durante a operação

de equipamentos

Os funcionários da

empresa Até Dez/2012

Treinamento

ministrado por

profissionais da

área de

fornecimento dos

equipamentos

Observação das

normas legais para

a atividade

Todo o processo

produtivo

Setor

administrativo Até Dez/2012

Com auditoria

interna

Atender os pedidos dentro do prazo

Organizar entrada

de pedidos e

produção

Setor comercial Gerente comercial Até Dez/2012

Adoção de software

para organizar os

pedidos e realizar a

programação de

produção

Implementar projeto de educação ambiental interno e externo

Treinamento dos

funcionários para

ações ambientais

Na empresa ou em

empresas

terceirizadas

Profissionais

habilitados para

operar com os

equipamentos e

agilizar o processo

produtivo

Até Dez/2012

Periodicamente, na

forma de

atualização de

processos

Possibilitar o aumento do nível de satisfação dos colabores internos

Identificar se existe

insatisfação por

parte dos

funcionários

Em cada setor

individualmente

Departamento de

recursos humanos Até Dez/2012

Através de reuniões

ou com uso de

formulários onde os

funcionários

possam expressar

suas aspirações e

frustrações com

relação ao trabalho

Analisar os pontos Em cada setor Departamento de Até Dez/2012 Adequar o

57

de insatisfação dos

colaboradores

individualmente recursos humanos colaborador ao

setor de forma que

ele se sinta mais

motivado.

Melhorar a satisfação dos clientes

Deixar o cliente

mais satisfeito

Departamento

comercial e de

produção

Funcionários do

setor específico Até Dez/2012

Serviço de

atendimento ao

consumidor,

pesquisa junto aos

clientes

4.13 Plano de Ação para a Implementação do Sistema de Gestão Ambiental

Tabela 06 – Plano de Ação para a Implementação do SGA O quê Onde Quem Quando Como

Identificação dos Aspectos de

Impacto ambiental e Riscos para

os colaboradores

Em toda a

empresa

Setor de

segurança do

trabalho e

funcionários dos

setores

Até Dez/2012

Através de

planilha de

identificação de

ocorrências ou de

possibilidade

destas

Preparação da documentação

necessária para atender as

normas ambientais vigentes

Em toda a

empresa

Gerente

administrativo Até Dez/2012

Através da

análise de check

list fornecido

pelos órgãos

ambientais

Comunicar os funcionários das

novas adequações a serem

implementadas pela empresa

Em toda a

empresa

Gerente

administrativo Até Dez/2012

Comunicação

interna e início

dos treinamentos

Definir responsável pelas novas

ações

Em toda a

empresa Diretoria Até Dez/2012

Avaliando as

habilidades dos

colaboradores

Adotar e cumprir as ações

pertinentes ao sistema de gestão

de registros e treinamentos,

documentos e resultados

Em toda a

empresa Toda a empresa Até Dez/2012

Implementação

de sistema de

documentos e

ações práticas no

processo de

produção

Elaborar um Manual contendo

instruções para as novas práticas

Em toda a

empresa

Responsável

pela

implantação do

SGA

Até Dez/2012

Responsável pelo

SGI e

treinamento das

equipes de

trabalho

Adequação dos equipamentos do

processo produtivo

Em toda a

empresa

Responsável

pela

implantação do

SGA Até Dez/2012

Através de

manutenção feita

pela empresa

fornecedora dos

equipamentos

Capacitação de auditores por

setor de produção

Em toda a

empresa

Responsável

pela

implantação do

SGA

Até Dez/2012

Assessoria de

profissionais do

setor ambiental

Definir ações para a ocorrência

das não-conformidades

Em toda a

empresa

Responsável

pela

implantação do Até Dez/2012

Adotar um

programa de dias

sem acidentes

58

Definir normas para ações de

prevenção

Em toda a

empresa

Responsável

pela

implantação do

SGA

Até Dez/2012

Treinamento e

colaboração dos

responsáveis por

cada setor

Adotar um sistema de controle

com indicadores de ações

Em toda a

empresa

Responsável

pela

implantação do

SGA

Até Dez/2012

Formando equipe

multidisciplinar

dedicada a esta

atividade, com

apoio de

empresas

terceirizadas para

implementação

dos controles

Instalar um sistema de avaliação

contínua de resultados

Em toda a

empresa

Responsável

pela

implantação do

SGA

Até Dez/2012

Adoção de

software

específico e

treinamento dos

funcionários

Encaminhar documentação de

certificação da empresa de

acordo com as normas

Em toda a

empresa

Responsável

pela

implantação do

SGA

Até Dez/2012

Contratando

profissional

habilitado para

assessorar e

encaminhar o

processo de

certificação

Esse estudo tinha como objetivo elaborar uma proposta de SGA para a empresa

plastimarau. A etapa de execução do plano, posterior ao planejamento, faz parte dos interesses

da empresa em dar continuidade a este trabalho.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos processos produtivos da empresa permitiu observar que existem alguns

impactos ambientais que necessitam ser considerados mais atentamente.

Para isso, através de propostas para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental

algumas ações são definidas no sentido de prevenir ou minimizar problemas ambientais,

como, por exemplo, adaptação dos processos produtivos, reuso e reciclagem de materiais,

novos procedimentos por parte dos funcionários e outras consideradas relevantes.

Infelizmente, não se pode pensar que não haverá nenhuma geração de resíduos e

emissões dos mesmos durante os processos de produção, mas se podem criar condições para

que elas apresentem o menor índice de presente possível e necessário, motivo pelo qual a

empresa deve se preocupar continuamente com a otimização dos processos, através do

reaproveitamento e reciclagem destes resíduos.

Para que seja possível implantar um sistema de gestão ambiental que prime por uma

produção mais limpa, é necessário que todos estejam comprometidos em gerar resultados cada

vez mais reduzidos de impacto ambiental, e isso só será possível a partir de uma

conscientização e treinamento adequado para que as mudanças possam ocorrer continuamente

e com resultados cada vez melhores.

Cada vez mais a tendência das empresas é se encaminharem para conceitos de

Produção Limpa, promovendo uma relação melhor entre o processo produtivo das mesmas e o

ambiente. A divulgação dessas ações tem levado as empresas que adotam sistemas de gestão

ambiental a serem mais competitivas no mercado, pois o público consumidor tem se tornado

mais seletivo no que diz respeito à responsabilidade social e sustentabilidade.

A adoção de novas práticas no processo produtivo, através de uma melhor utilização

de recursos, redução de consumo de energia e reciclagem de materiais, traz à empresa retorno

financeiro, proporcionando um melhor resultado de receitas de sua atividade. De início, as

empresas podem considerar um desafio que não lhe trará grandes benefícios, o que, ao longo

do tempo, demonstrará que essa hipótese não tinha fundamento, pois os benefícios vêm, não

só na forma de redução de custos de processos como aumento direto de receita, advindo das

vantagens da competitividade de mercado, que passou a agregar valor aos produtos.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental – Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São Paulo:

Atlas, 2009.

DIHEL, Astor Antônio e TATIM, Denise Carvalho. Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas:

Métodos e Técnicas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

EPELBAUM, Michel. A influência da gestão ambiental na competitividade e no sucesso

empresarial. Dissertação de Mestrado em Engenharia da Produção. São Paulo: Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo, 1998.

FICAGNA, Alba Valéria Oliveira et al. Manual de Métodos e Técnicas de Pesquisa. 2.ed.

Passo Fundo: Méritos/ Faplan, 2008.

FRANKENBERG, Claudio Luis Crescente et al (coord.). Gerenciamento de Resíduos e

Certificação Ambiental. Seleção de Artigos Técnicos apresentados no II Simpósio

Internacional de Qualidade Ambiental. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.

GIL, Antonio Carlos. Técnicas de Pesquisa em Economia e Elaboração de Monografias.

4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MAIMOM, Dália. Passaporte Verde – Gestão Ambiental e Competitividade. Rio de Janeiro:

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OURA, Mauricio Massao & SOUZA, Maria Tereza Saraiva de. A Evolução das Tecnologias

End-of-Pipe às tecnologias limpas em indústria de equipamentos de torrefação de café.

XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Foz do Iguaçu: Associação Brasileira

de Engenharia de Produção, 09 a 11 out. 2007.

REIS, Maurício J. L. ISO 14000 – Gerenciamento Ambiental – Um novo desafio para a sua

competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995.

RIBÓ, Juan. A Certificação do Sistema de Gerenciamento Ambiental na Comunidade

Europeia. In FRANKENBERG, Claudio Luis Crescente et al (coord.). Gerenciamento de

Resíduos e Certificação Ambiental. Seleção de Artigos Técnicos apresentados no II

Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.

SCHALCH, V. Curso de resíduos sólidos: operação, manutenção e gerenciamento. Maceió:

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SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. ISO 14001 Sistemas de Gestão Ambiental –

Implantação Objetiva e Econômica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2007.

SILVA FILHO, A.R.A. da. Sistema de Gestão Ambiental como Estratégia Empresarial no

Ramo Hoteleiro. Revista Produção Online, v. 8, p. 386, 2008.

SILVA, Eduardo Ramos Ferreira da & SILVA, Maria Lúcia Pereira da. Sustentabilidade,

Gestão Ambiental e Vantagens Competitivas. In FRANKENBERG, Claudio Luis Crescente et

61

al (coord.). Gerenciamento de Resíduos e Certificação Ambiental. Seleção de Artigos

Técnicos apresentados no II Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental. Porto Alegre:

EDIPUCRS, 2000.

TIBOR, Tom & FELDMAN, Ira. ISO 14000 – Um guia para as novas normas de gestão

ambiental. São Paulo: Futura, 1996.

VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade Ambiental – O desafio de ser competitivo protegendo o

meio ambiente – como se preparar para as normas ISO 14000. São Paulo: Pioneira, 1995.

ANEXOS

Anexo 01 – Licença de Operação – FEPAM

64

65

Apêndice 02 – Tratamento de Resíduos Sólidos – Aparas de Plástico

TRATAMENTO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS –

APARAS DE PLÁSTICO

Data: 30/11/2011 Revisão: 001

1 OBJETIVO

Reciclar processo para controlar e melhorar o desempenho ambiental de uma

companhia faz parte do SGA que tem o desempenho ambiental correto e um impacto

significativo com sucesso, demonstrando altos padrões ambientais, a conformidade com a

legislação, Redução de custos, e melhor eficiência.

2 REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS

Neste caso o resíduo é reaproveitado havendo uma, modificações na sua estrutura.

3 RECICLAGEM DE RESÍDUOS

No caso da reciclagem há um beneficiamento no resíduo para que o mesmo seja

utilizado em outro (ou até no mesmo) processo.

4 REDUÇÃO DE RESÍDUOS

Inclui a redução na fonte geradora ou através da sua reutilização, diminuindo o volume

total e/ou o grau de poluição de resíduos.

5 LEI Nº 2011, DE 10 DE JULHO DE 1992

Art. 1º - Estabelece a obrigatoriedade da implantação do Programa de Redução de

Resíduos.

67

6 RESPONSABILIDADES

Representante do GRS: Definir o funcionário responsável e fiscalizar se a

reciclagem está sendo efetuada adequadamente e se o tempo de reutilização estará sendo

obedecido, além de acompanhar as ações preventivas na redução de resíduos.

Funcionário responsável de cada máquina: Efetuar a regulagem da máquina, para

que haja o mínimo de sobra de material. O mesmo é responsável pelo armazenamento até a

área de estocagem dos resíduo, para a realização da prensagem e o carregamento.

7 PROCEDIMENTOS

7.1 Programa de Reutilização

O polietileno é a matéria prima para a fabricação do plástico flexível, onde seu tempo

de vida útil não tem um tempo determinado, pois ele pode ser reciclado e reutilizado muitas

vezes, sem perder suas características físicas (exceto quando o mesmo é folhado com um

metal tipo embalagem de waffer).

7.2 Programa de Reciclagem

Após a utilização do polietileno (matéria prima) se transforma novamente em

embalagens flexíveis gerando mais uma vez resíduos de aparas. Este mesmo sofre uma

transformação de aparas para polietilenos (matéria prima) onde retorna para a empresa para a

fabricação de novas embalagens.

Obs.: a reciclagem ocorre fora da empresa e é feita por uma empresa terceirizada –

Empresa Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda., CNPJ: 61.326.520/001-66 e

Licença Operacional nº 009223-0567/07-1.

8 RESÍDUOS DE SOLVENTE

8.1 Objetivo

Reciclar processo para controlar e melhorar o desempenho ambiental de uma

companhia faz parte do SGA que tem o desempenho ambiental correto e um impacto

68

significativo com sucesso, demonstrando altos padrões ambientais, a conformidade com a

Legislação, Redução de custos e melhor eficiência.

8.2 Reutilização de Resíduos

Neste caso o resíduo é reaproveitado sem que haja modificações na sua estrutura.

8.3 Reciclagem de Resíduos

No caso da reciclagem há um beneficiamento no resíduo para que o mesmo seja

utilizado em outro (ou até no mesmo) processo.

8.4 Redução de Resíduos

Inclui a redução na fonte geradora ou através da sua reutilização, diminuindo o volume

total e/ou o grau de poluição de resíduos.

8.5 Lei nº 2011, de 10 de Julho de 1992

Art. 1º - Estabelece a obrigatoriedade da implantação do Programa de Redução de

Resíduos.

8.6 Responsabilidade

Representante do GRS: Definir o funcionário responsável e fiscalizar se a

reciclagem está sendo efetuada adequadamente e se o tempo de reutilização estará sendo

obedecido, além de acompanhar as ações preventivas no momento do descarte do solvente.

Funcionário responsável de cada máquina: Efetuar a adição necessária de solvente na

impressora, verificando o tempo máximo de reutilização. Quando excedido, realizar a troca do

solvente da impressora, levando-o até a área de armazenamento.

69

8.7 PROCEDIMENTOS

8.7.1 Programa de Reutilização

O solvente novo é utilizado uma vez só na impressora onde ele é utilizado pra a

lavagem dos facas e anilox deve ser verificado nas máquinas diariamente, onde permanecerá

por no máximo um dia.

8.7.2 Programa de Reciclagem

Após a reutilização do solvente, o mesmo deve ser levado imediatamente para a área

de armazenamento, através de galões, onde o mesmo é depositado em bombonas especiais,

permanecendo alguns dias até a empresa terceirizada vir buscar. Este solvente é reciclado e

retorna a empresa para reutilização de limpeza dos clichês e de peças.

OBS: a reciclagem ocorre fora da empresa e é feita por uma empresa terceirizada, a

Tecnotiner Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda., CNPJ: 50.774.200/001-90 e

Licença de Operação nº 005971-0567/08-1.