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0 UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Renan Lucas Pacheco Ribeiro Análise da viabilidade ambiental e econômica para implantação de aterro sanitário em Sarandi – RS Passo Fundo, 2011.

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Renan Lucas Pacheco Ribeiro

Análise da viabilidade ambiental e econômica para implantação de aterro sanitário em Sarandi – RS

Passo Fundo, 2011.

1

Renan Lucas Pacheco Ribeiro

Analise da viabilidade ambiental e econômica para implantação de aterro sanitário em Sarandi – RS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientador: Prof. Maciel Donato, Doutor.

Passo Fundo , 2011

2

Renan Lucas Pacheco Ribeiro

Análise da viabilidade ambiental e econômica para implantação de aterro sanitário em Sarandi – RS

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________________________

Professor Maciel Donato, Doutor.

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Professor Pedro Domingos Marques Prietto, Doutor.

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Professora Aline Ferrão Custódio Passini, Doutor.

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, 02 de dezembro de 2011.

3

4

RESUMO

Um dos maiores problemas do processo de urbanização e crescimento populacional

acelerado é a disposição final inadequada dos resíduos sólidos, o que é, ainda, agravado pelo

aumento da geração de resíduo per capita. O aterro sanitário é o método de disposição final

de resíduos sólidos mais utilizado no mundo. Estes, além de projetos tecnicamente

apropriados, devem estar situados em locais ambientalmente adequados. A seleção preliminar

de áreas potenciais para receber este empreendimento é imprescindível. O resultado é uma

ponderação de critérios a fim de se traçar um comparativo entre áreas potenciais. Por

considerar financeiramente vantajoso, grande parte dos municípios que optam por este tipo de

destinação final terceiriza este serviço, enviando seus resíduos para serem aterrados em outra

cidade. Por conta disso, se faz necessária uma análise econômica a fim de se conhecer a

viabilidade da implantação e operação de um aterro sanitário próprio. O presente trabalho

mostra a análise da viabilidade ambiental e econômica da implantação de um aterro sanitário

para os resíduos provenientes do município de Sarandi – RS, através da seleção preliminar de

área e análise financeira.

Palavras-chaves: aterro sanitário, seleção de área, análise econômica.

5

ABSTRACT

One of the biggest problems of urbanization and rapid population growth is

the inadequate disposal of solid waste, which is also compounded by increased generation

of waste per capita. The landfill is the standard method of disposal of solid waste in the

world. These should be located in environmentally appropriate locations, besides

being technically suitable projects. The preliminary selection of potential areas to receive

this endeavor is essential. The result is a weighting of criteria in order to draw a comparison

between potential areas. Considering financially advantageous, most cities choose to

outsource this service by sending its waste to landfills in other communities. For this reason, it

is important to conduct an economic analysis to know theviability of the enterprise. This

paper shows the analysis of environmental and economic viability of implementing a landfill

for waste from the city of Sarandi - RS, by selecting the area and preliminary financial

analysis.

Key-word: landfill, area selection, economic analysis.

6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Municípios, segundo a destinação dos resíduos sólidos. ..........................................18 Fonte: PNSB (IBGE, 2008)......................................................................................................18 Figura 2: Localização do município de Sarandi no Rio Grande do Sul. ..................................26 Fonte: IBGE (2000). .................................................................................................................26 Figura 3: Posição da cidade de Sarandi – RS na Bacia Hidrográfica do Passo Fundo – Várzea

...........................................................................................................................................28 Fonte: adaptado de DRH – SEMA (2004)................................................................................28 Figura 4: Evolução populacional do município de Sarandi – RS.............................................29 Fonte: IBGE (2010). .................................................................................................................29 Figura 5: Localização da Área 1 em relação ao município de Sarandi – RS. ..........................40 Figura 6: Localização de curso d’água e de drenagem municipal próximos à Área 1. ............41 Figura 7: Localização dos poços artesianos próximos à Área 1...............................................43 Figura 8: Possíveis pontos de acesso à Área 1 até o centro geométrico de coleta ...................45 Figura 9: Mapa topográfico da Área 1......................................................................................46 Figura 10: Localização da Área 2 em relação ao município de Sarandi – RS .........................49 Figura 11: Localização de cursos d’água e drenagem municipal próximos à Área 2 ..............50 Figura 12: Principal rota de acesso da Área 2 até o centro geométrico de coleta ....................52 Figura 13: Localização da Área 3 em relação ao município de Sarandi – RS. ........................54 Figura 14: Rota da Área 3 até o centro geométrico de coleta...................................................56 Figura 15: Núcleo populacional de baixa renda mais próximo às três áreas pré-selecionadas.58

7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Destino final dos resíduos sólidos do Brasil.............................................................14 Tabela 2: Destinação dos resíduos sólidos no estado do Rio Grande do Sul. ..........................14 Fonte: IBGE (2000)..................................................................................................................14 Tabela 3: Composição gravimétrica dos resíduos de alguns países. ........................................15 Fonte: IBAM (2005).................................................................................................................15 Fonte: adaptado de PROSAB (2003)........................................................................................22 Fonte: Adaptado de PROSAB (2003). .....................................................................................23 Fonte: adaptado de PROSAB (2003)........................................................................................24 Tabela 4: Dados de crescimento populacional do município de Sarandi – RS. .......................29 Fonte: IBGE (2010). .................................................................................................................29 Tabela 5: Estimativa de crescimento populacional do município de Sarandi – RS para os

próximos 20 anos. ..............................................................................................................30 Tabela 6: Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Sarandi..31 Fonte: Sucatas Muneron LTDA ...............................................................................................31 Tabela 7: Estimativa da geração per capita de resíduos sólidos urbanos. ...............................32 Tabela 8: Projeção da geração anual de resíduos sólidos urbanos. ..........................................33 Tabela 9: Investimentos iniciais para a implantação de aterro sanitário na Área 2, no

município de Sarandi – RS. ...............................................................................................62 Tabela 10: Projeção dos custos fixos para o aterro sanitário municipal de Sarandi – RS........63

8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Critérios ambientais e técnicos para seleção preliminar de área para implantação de aterro sanitário. ..................................................................................................................22

Quadro 2: Critérios de uso e ocupação do solo para seleção preliminar de área para implantação de aterro sanitário. .........................................................................................23

Quadro 3: Critérios operacionais para seleção preliminar de área para implantação de aterro sanitário..............................................................................................................................24

Quadro 4: Quadro de avaliação preliminar para seleção de áreas para implantação de aterro.35 Quadro 5: Quadro comparativo de critérios e pontuações referentes às 3 áreas analisadas.....60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................10 1.1 Problema...................................................................................................................10 1.2 Justificativa...............................................................................................................11 1.3 Objetivos...................................................................................................................12

1.3.1 Objetivo Geral ......................................................................................................12 1.3.2 Objetivos Específicos ...........................................................................................12

2 DESENVOLVIMENTO....................................................................................................13 2.1 Revisão Bibliográfica ...............................................................................................13

2.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos....................................................................................13 2.1.2 Política Nacional de Resíduos Sólidos .................................................................15

2.2 Aterro Sanitário ........................................................................................................16 2.2.1 Estudos Preliminares ............................................................................................19 2.2.2 Seleção Preliminar de Área ..................................................................................19 2.2.3 Análise de Custos .................................................................................................25

2.3 Métodologia..............................................................................................................26 2.3.1 Características do município ................................................................................26 2.3.2 Qualitativos da Geração de Resíduos ...................................................................31 2.3.3 Quantitativos da Geração de Resíduos .................................................................31 2.3.4 Seleção da Área para Implantação de Aterro Sanitário........................................35 2.3.5 Análise da Viabilidade Econômica ......................................................................37

2.4 Resultados e Discussões ...........................................................................................39 2.4.1 Área 1 ...................................................................................................................39 2.4.2 Área 2 ...................................................................................................................48 2.4.3 Área 3 ...................................................................................................................53

2.5 Análise da Viabilidade Ambiental das Áreas...........................................................59 2.6 Análise da Viabilidade Econômica ..........................................................................61

2.6.1 Investimentos........................................................................................................62 2.6.2 Custos Fixos .........................................................................................................63 2.6.3 Comparativos........................................................................................................64

3 CONCLUSÃO...................................................................................................................66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................67

10

1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema

O processo de urbanização acelerada de grande parte das cidades brasileiras trouxe

novos questionamentos, expectativas e desafios para aqueles que nelas vivem. Os municípios

nem sempre estiveram preparadas para receber tantas pessoas, veículos, ruídos e

especialmente todo resíduo gerado.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a maior parte das cidades brasileiras ainda

lança seus resíduos sólidos nos lixões ou vazadouros a céu aberto causando sérios impactos

ambientais, tais como a contaminação das águas superficiais e subterrâneas, contaminação e

degradação do solo, além da poluição atmosférica.

Atualmente, vivemos num ambiente onde a natureza é profundamente agredida e

modificada pela ação do homem. Milhares de toneladas de matérias-primas provenientes de

todos os lugares do planeta são industrializadas e consumidas, gerando, ao mesmo tempo,

uma série de rejeitos e de resíduos que chamamos de lixo. No decorrer do século passado, a

população mundial cresceu muito e a quantidade de lixo produzido no mesmo período

aumentou numa proporção muito maior (RODRIGUES e CAVINATTO, 1997).

Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), a população brasileira é de

aproximadamente 192 milhões de habitantes, produzindo diariamente cerca de 195 mil

toneladas de resíduos sólidos.

Quanto à destinação final, os dados relativos às formas de disposição final de resíduos

sólidos distribuídos de acordo com a população dos municípios, obtidos com a PNSB (IBGE,

2008), indicam que 50,8% dos municípios brasileiros depositam seus resíduos sólidos em

“lixões”, somente 27,7% informam que utilizam aterros sanitários e 22,5% dispõem seus

resíduos em aterros controlados.

Os problemas gerados pelo manejo inadequado dos resíduos sólidos urbanos não se

restringem ao âmbito ambiental. Problemas de saúde pública e de saneamento também são

evidenciados através de patologias transmitidas por vetores e pela exposição dos resíduos em

encostas de rios.

11

1.2 Justificativa

A necessidade de se elaborar um sistema de disposição de resíduos sólidos urbanos

tem por objetivo a minimização dos problemas relativos aos mesmos. Além disso, busca uma

forma de induzir uma melhoria na qualidade de vida da população, através do controle da

poluição e contaminação do ar, da água e do solo, conseqüência da inadequada remoção,

tratamento e destinação final dos resíduos sólidos.

Segundo o PROSAB (2003), em municípios de pequeno porte, como é o caso de

Sarandi – RS, em razão da pequena quantidade de resíduos gerados diariamente, é possível

considerar sistemas de disposição final simples, como a operação em trincheiras em um aterro

sanitário.

Um aterro sanitário tende a ser definido como um equipamento urbano de infra-

estrutura, integrante de um sistema de engenharia sanitária e ambiental, destinado à

disposição final e tratamento dos resíduos sólidos. Segundo BRANDÃO & SILVA (2011), a

principal diferença entre lixões e aterros sanitários, é que o primeiro são formas inadequadas

de disposição final de resíduos sólidos, caracterizados pela simples descarga sobre o solo, sem

medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública, já o segundo, são

empreendimentos desenvolvidos com critérios técnicos de engenharia e normas específicas

que atendem as leis ambientais.

A avaliação ambiental para a implantação de um aterro sanitário deve levar em conta

diversos fatores capitais, tais como, a vulnerabilidade do solo, a proximidade aos centros

urbanos, a proximidade de águas superficiais, a profundidade do lençol freático, entre outros.

Segundo o PROSAB (2003), a escolha equivocada de uma área para a implantação de

um aterro sanitário pode acarretar impactos ambientais negativos aos meios físico, biótico e

antrópico; custos envolvidos elevados; alta complexidade técnica para viabilização do aterro;

e baixa aceitação pública.

Há, portanto, a necessidade de um estudo detalhado no sentido da seleção de áreas

para disposição final de resíduos sólidos seguindo critérios ambientais, critérios que

consideram o uso e a ocupação do solo e critérios operacionais.

Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (IBAM,

2005), da análise equilibrada e da inter-relação de todos estes fatores surgirão as alternativas

para alocação coerente de áreas para disposição final de resíduos sólidos e para a sua gestão

no âmbito municipal.

12

A possibilidade de se terceirizar a disposição dos resíduos sólidos urbanos para um

aterro sanitário em outro município também é uma realidade a ser encarada. Por diversas

vezes essa “solução” é vantajosa. Portanto, se faz necessária uma avaliação econômica a fim

de se conhecer a relação custo-benefício em se ter um aterro sanitário para resíduos sólidos

urbanos.

Na avaliação econômica são incorporados os diversos custos envolvidos em todas as

etapas do aterro (projeto, implantação, operação e monitoramento). É importante salientar que

o custo depende também do local onde se realiza o empreendimento, o que nos remete

novamente à seleção adequada da área (PROSAB, 2003).

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Realizar a análise da viabilidade ambiental e econômica para a implantação de um

aterro sanitário na cidade de Sarandi, Rio Grande do Sul.

1.3.2 Objetivos Específicos

Escolher dentre três áreas pré-selecionadas a mais adequada ambientalmente para a

implantação de um aterro sanitário no município de Sarandi – RS;

Fazer o levantamento econômico para a implantação e operação do aterro na área

selecionada;

Traçar um comparativo entre a situação atual e a projeção de um aterro sanitário

próprio;

Analisar a viabilidade da implantação do aterro sanitário.

13

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão Bibliográfica

2.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos

Segundo a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) através da

NBR nº 10004, de 2004 – Resíduos sólidos – classificação, resíduos sólidos são:

“aqueles resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível”. (ABNT, NBR nº10004/04)

Essa definição torna evidente a diversidade e complexidade dos resíduos sólidos. Os

resíduos sólidos de origem urbana (RSU) compreendem aqueles produzidos pelas inúmeras

atividades desenvolvidas em áreas com aglomerações humanas do município, abrangendo

resíduos de várias origens, como residencial, comercial, de estabelecimentos de saúde,

industriais, da limpeza pública (varrição, capina, poda e outros), da construção civil e,

finalmente, os agrícolas. Dentre os vários RSU gerados, são normalmente encaminhados para

a disposição em aterros sob responsabilidade do poder municipal os resíduos de origem

domiciliar ou aqueles com características similares, como os comerciais, e os resíduos da

limpeza pública. (PROSAB, 2003).

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil produz 195 mil toneladas de

resíduos sólidos urbanos por dia e cerca de 50,8% dos municípios ainda dispõem os resíduos

gerados em seus limites em lixões.

14

A Tabela 1 apresenta os tipos de destinação final dos resíduos sólidos no Brasil por

unidades de destino dos resíduos.

Tabela 1: Destino final dos resíduos sólidos do Brasil.

Destino final dos resíduos sólidos, por unidade de destino dos resíduos (%) Ano

Vazadouro a céu aberto Aterro controlado Aterro sanitário

1989 88,2 9,6 1,1

2000 72,3 22,3 17,3

2008 50,8 22,5 27,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa nacional de Saneamento Básico 1989/2008.

Já em 2009, a região Sul contribui com cerca de 11% da totalidade dos resíduos

sólidos coletados no país, com uma geração de 19.624 toneladas de resíduos sólidos coletados

por dia, uma média de geração de resíduo per capita de 0.859 kg/dia (ABRELPE, 2009).

Segundo o SEPLAG – Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã – em

2000 o Rio Grande do Sul tinha uma geração diária de resíduos sólidos urbanos equivalente a

7.454 ton/dia. Deste montante, o município de Sarandi contribui com uma coleta de resíduos

sólidos urbanos, de cerca de 16 ton/dia, segundo a empresa Sucatas Muneron LTDA,

concessionária autorizada a fazer o recolhimento dos resíduos sólidos urbanos atualmente.

A Tabela 2 apresenta o destino dos resíduos sólidos no Estado do Rio Grande do Sul.

Tabela 2: Destinação dos resíduos sólidos no estado do Rio Grande do Sul.

Destino dos resíduos Massa (%) Lixão 15,4 Áreas Alagadas 0,3 Aterro Controlado 27,4 Locais não fixos 0,4 Outras 6,9 Aterro Sanitário 38,4 Compostagem 1,7 Estação de Triagem 9,3 Incineração 0,2

Fonte: IBGE (2000)

A Resolução CONAMA nº 404, de 11 de novembro de 2008, em seu artigo primeiro,

parágrafo primeiro, estabelece que para efeito desta Resolução são considerados aterros

15

sanitários de pequeno porte aqueles com disposição diária de até vinte toneladas de resíduos

sólidos urbanos. Portanto a quantidade de resíduos sólidos urbanos coletados por dia no

município de Sarandi – RS se enquadra neste quesito.

Além do aspecto quantitativo, é de suma importância se conhecer os aspectos

qualitativos dos resíduos sólidos urbanos. O parâmetro que melhor expressa o fator qualitativo

dos resíduos sólidos urbanos é a composição gravimétrica.

As características quali-quantitativas dos resíduos sólidos podem variar em função de

vários aspectos, como os sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os

mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre si (CASTILHOS JÚNIOR et

al. 2003).

A Tabela 3 expressa a variação das composições dos resíduos sólidos em alguns

países, deduzindo-se que a participação da matéria orgânica tende a se reduzir nos países mais

desenvolvidos ou industrializados.

Tabela 3: Composição gravimétrica dos resíduos de alguns países.

COMPOSTO BRASIL ALEMANHA HOLANDA EUA

Matéria Orgânica 65,00 61,20 50,23 35,60

Vidro 3,00 10,40 14,50 8,20

Metal 4,00 3,80 6,70 8,70

Plástico 3,00 5,80 6,00 6,50

Papel 25,00 18,80 22,50 41,00

Fonte: IBAM (2005)

2.1.2 Política Nacional de Resíduos Sólidos

Atualmente, se encontra em rigor a Lei Federal nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010. A

nova lei, de caráter regulador, passa a ser aplicada às pessoas físicas e jurídicas que são direta

ou indiretamente responsáveis pela geração de resíduos sólidos.

De uma maneira geral, a Política Nacional de Resíduos Sólidos zela pela

responsabilidade de todos os municípios brasileiros aderirem ao programa; da necessidade de

quantificação e caracterização dos resíduos; das responsabilidades dos geradores pelo

acondicionamento dos resíduos dentre outros direitos e deveres. Ou seja, em outras palavras, a

16

nova lei visa à gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos

sólidos (BRASIL, 2010).

Segundo o Art. 7º da lei em questão, que dispõe sobre os objetivos da Política

Nacional de Resíduos Sólidos, em um âmbito geral, a proteção da saúde pública e da

qualidade ambiental são os dois principais objetivos a serem atingidos a partir do

cumprimento da nova lei.

Para isso, proíbe a disposição dos resíduos em lixões, o que levará os municípios a

adotarem solução técnicas mais adequadas para disposição e tratamento de resíduos,

representadas nesse caso, pelos aterros sanitários.

O texto da nova lei ainda conta com alguns aspectos e inovações interessante. Como é,

por exemplo, a criação de Planos Estaduais de Gestão de Resíduos Sólidos. Anteriormente, os

resíduos estavam sob responsabilidade dos municípios, principalmente. Agora, esta

responsabilidade está de certa forma, compartilhada.

A lei ainda prevê que o acesso a recursos para limpeza urbana serão priorizados aos

municípios que adotarem soluções consorciadas para seus sistemas de limpeza numa clara

tentativa de incentivar a formação de consórcios municipais como os previstos pelos Planos

Regionais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, atualmente em desenvolvimento em

diversas unidades federativas do país.

O incentivo aos consórcios também possuem função estratégica uma vez que soluções

consorciadas apresentam custos mais baixos quando comparada soluções individuais.

2.2 Aterro Sanitário

No mundo inteiro, com algumas poucas exceções, os aterros sanitários representam a

principal destinação final dos resíduos sólidos, apesar do imenso esforço em se reduzir,

reutilizar e reciclar. Apesar da contradição, em vários países, como é o caso do Brasil, o aterro

sanitário tem sido a mais importante meta a alcançar, visando um tratamento adequado dos

resíduos (Jucá, 2002).

A definição de aterro sanitário pode ser encontrada em diversas bibliografias e

apresentada de diversas formas. Contudo, a concepção mais clara de aterro sanitário vem da

norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) através da NBR nº 8419 de

1984. Segundo ela, o aterro sanitário é:

17

“uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se for necessário.” (ABNT, NBR nº 8419/1984)

Outra definição interessante é oriunda de Nogueira e Rocha (2001), segundo eles um

aterro sanitário pode ser definido como um equipamento urbano de infra-estrutura, integrante

de um sistema de engenharia sanitária e ambiental, destinado à disposição final e tratamento

dos resíduos sólidos, de forma a permitir que os mesmos sejam confinados sob o solo, e que

os líquidos e gases resultantes das reações químicas que resultem dos processos de

decomposição sejam devolvidos ao meio ambiente com o mínimo de impacto.

A Figura 1 apresenta a situação atual em que se encontram os municípios brasileiros

segundo a destinação final dos resíduos sólidos, domiciliares e, ou públicos.

18

Figura 1: Municípios, segundo a destinação dos resíduos sólidos. Fonte: PNSB (IBGE, 2008)

Para a implantação de um aterro sanitário se faz necessário a consideração de uma

série de fatores a serem analisados, tais como, estudos preliminares, seleção de áreas, projeto,

implantação e operação, além da análise de custos.

19

2.2.1 Estudos Preliminares

Os estudos preliminares visam levantar as informações necessárias para a escolha do

tipo de sistema que será adotado. Igualmente, servem de embasamento para o controle

posterior ao longo de todo o monitoramento da operação de aterramento dos resíduos na área.

Basicamente pode-se dividir esses estudos em duas partes: na caracterização do município e

no diagnóstico do gerenciamento de resíduos sólidos utilizado (PROSAB, 2003).

Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (IBAM,

2005), em termos de características do município que interessam para um projeto de aterro

sustentável de resíduos sólidos urbanos, pode-se citar dados sobre a população, sobre as

atividades sócio-econômicas predominantes e a infra-estrutura da prefeitura para os serviços

de saneamento básico.

São fundamentais informações sobre geração per capita de resíduos sólidos

domésticos, composição gravimétrica destes e serviços de limpeza pública executados. Um

questionário básico para esse levantamento é muito útil, e suas principais partes constituintes

são: geração, varrição, coleta, transporte, tratamento e destino final.

2.2.2 Seleção Preliminar de Área

O estudo das alternativas locacionais é considerado um importante instrumento de

planejamento ambiental. A Resolução CONAMA nº 001/86, que instituiu a obrigatoriedade

da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto

Ambiental (RIMA) para fins do licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente

– onde se incluem aterros sanitários – estabeleceu como uma das suas principais diretrizes a

Análise das Alternativas Tecnológicas e Locacionais, exigindo que a escolha adotada seja

justificada.

Na verdade esta etapa está contida ainda nos estudos preliminares para a elaboração do

projeto de um aterro sustentável. Uma vez que as decisões assumidas nesta etapa

influenciarão diversas outras fases tanto do projeto quanto das etapas de implantação e

operação, segue-se discussão detalhada dos critérios que deverão ser considerados.

20

Existem diversas ferramentas que auxiliam a seleção de áreas para a implantação de

aterros sanitários, dentre elas: o uso da lógica fuzzy e análise multicritério; a utilização de

sistemas de informação geográfica (SIG); análises booleanas; softwares como o ArcGIS, etc.

Grande parte dos estudos de seleção preliminar de áreas para implantação de aterros

sanitários segue a cronologia descrita no Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos

Sólidos Urbanos (IBAM, 2005). Nele, a cronologia indicada segue os seguintes passos:

● estimativa preliminar da área total do aterro;

● delimitação dos perímetros das regiões rurais e industriais e das unidades de

conservação existentes no município;

● levantamento das áreas disponíveis, dentro dos perímetros delimitados

anteriormente, com dimensões compatíveis com a estimativa realizada, com prioridade para

as áreas que já pertencem ao município;

● levantamento dos proprietários das áreas levantadas;

● levantamento da documetnação das áreas levantadas, com exclusão daquelas que se

encontram com documentação irregular.

Em termos gerais, o local escolhido para receber a implantação de um aterro sanitário

deve reunir um conjunto de características ao encontro de vários objetivos, entre os quais se

destacam (Lupatini, 2002):

● minimizar a existência de impactos ambientais negativos aos meios físico, biótico e

antrópico;

● minimizar os custos envolvidos;

● minimizar a complexidade técnica para viabilização do aterro;

● maximizar a aceitação pública ao encontro dos interesses da comunidade.

Segundo o PROSAB (2003) e o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos

Sólidos Urbanos (IBAM, 2005), são muitos os critérios de engenharia utilizados na escolha de

áreas para disposição final de resíduos sólidos. Esses critérios estão agrupados em: critérios

ambientais e técnicos, critérios que consideram o uso e a ocupação do solo, critérios

econômico-financeiros, critérios político-sociais e critérios operacionais.

Da análise equilibrada e da inter-relação de todos esses fatores surgirão às alternativas

para alocação coerente de áreas para disposição dos resíduos sólidos e para a sua gestão no

21

âmbito municipal, integrando os métodos tradicionais com as novas tecnologias de

caracterização e análise ambiental.

2.2.2.1 Critérios Ambientais e Técnicos

A análise inicial deve ser aquela que considera os condicionantes ambientais, já que a

disposição de resíduos sólidos urbanos é uma atividade potencialmente poluidora. Na

verdade, a análise de critérios ambientais no município é uma atividade que deveria ser

considerada como fundamental para a gestão municipal, não apenas para a gestão de resíduos

sólidos, mas para todas as atividades do município (PROSAB, 2003).

Neste tipo de análise, para cada critério serão atribuídos notas e pesos, já que a análise

para seleção de áreas deve considerar não apenas todos os critérios envolvidos, mas relacioná-

los e compará-los, e, nesse caso, considerar ainda o grau de importância de cada um diante do

uso da área para a disposição de resíduos sólidos.

Os critérios que se destacam nesta fase da análise são: distância de recursos hídricos;

áreas inundáveis; geologia – potencial hídrico; condutividade hidráulica do solo;

profundidade do lençol freático; fauna e flora local.

O Quadro 1 apresenta parte dos critérios ambientais para a seleção de área para

implantação de um aterro sanitário descritos no PROSAB (2003).

22

Quadro 1: Critérios ambientais e técnicos para seleção preliminar de área para implantação de

aterro sanitário.

Fonte: adaptado de PROSAB (2003)

2.2.2.2 Critérios de Uso e Ocupação do Solo

Segue a mesma proposta de trabalho dos critérios ambientais. Os critérios que mais se

destacam nesta fase da análise são: distância de vias; legislação municipal; distância aos

centros urbanos.

O Quadro 2 apresenta um exemplo de ponderação de notas para análise de áreas para

implantação de aterro sanitário no que diz respeito a critérios de uso e ocupação do solo.

23

Quadro 2: Critérios de uso e ocupação do solo para seleção preliminar de área para

implantação de aterro sanitário.

,

Fonte: Adaptado de PROSAB (2003).

2.2.2.3 Critérios Operacionais

E, finalizando a análise, a última verificação refere-se aos aspectos relacionados às

questões operacionais, como mostra o exemplo do Quadro 3.

24

Quadro 3: Critérios operacionais para seleção preliminar de área para implantação de aterro

sanitário.

Fonte: adaptado de PROSAB (2003).

Finalmente, outros dois critérios deveriam neste momento interferir na análise da

seleção de área para o aterro sustentável: o custo da terra e a vida útil adotada. Se a área

escolhida não for de propriedade do município será necessário adquirí-la, com um

investimento inicial a ser considerado. Também, já que toda esta avaliação técnica para a

localização da área mais adequada é razoavelmente complexa, é interessante que não se

escolham áreas com capacidade inferior a 5 anos de geração/disposição de resíduos

(PROSAB, 2003).

25

2.2.3 Análise de Custos

Com a promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº

12.305/2010) e a respectiva proibição da disposição de resíduos sólidos em vazadouros sem

controle (comumente conhecidos como lixões) tornou-se imperativo analisar a viabilidade

econômica de soluções ambientais para a correta disposição e tratamento de resíduos sólidos

para as cidades brasileiras. Dentre as medidas adotadas encontra-se a adoção de aterros

sanitários. Contudo, qual o impacto nas finanças municipais decorrente dessa solução, caso a

mesma seja utilizada para atender os municípios de forma individualizada e não na forma de

consórcio como prevê a Política? (BRANDÃO & SILVA, 2011)

Na avaliação econômica são incorporados os diversos custos envolvidos em todas as

etapas do aterro (projeto, implantação, operação e monitoramento). Dada a diversidade dos

aspectos específicos de cada projeto, é difícil definir valores comparativos que incluam a

extensa gama de variáveis envolvidas, como serviços de terraplenagem, vias de acesso, obras

de drenagem e infra-estrutura, custo de materiais empregados, custos operacionais dos

equipamentos mecânicos, mão-de-obra e custos de manutenção das instalações como um

todo. (PROSAB, 2003)

A aquisição do local para implantação do aterro sanitário representa um dos principais

custos relacionados à fase de planejamento do aterro. Neste sentido, a fim de minimizar os

investimentos dessa etapa de viabilização do aterro, dá-se preferência no processo de seleção

de áreas, terrenos de propriedade da própria prefeitura ou locais com baixo valor econômico.

Segundo o PROSAB (2003), os próximos elementos envolvidos na análise de custos

do aterro sustentável são aqueles referentes à etapa de implantação. Nesses custos

consideram-se as atividades de limpeza da área, construção de estruturas de apoio (portaria,

vestiários), melhoria e/ou implantação de vias de acesso, terraplanagem, construção de

trincheiras, sistemas de drenagem superficial, de drenagem de lixiviados e gases,

impermeabilização de fundo e laterais, poços de monitoramento e obras de infra-estrutura

para o sistema de tratamento de lixiviado.

Finalmente, deverão ser considerados os serviços de operação diária do sistema e de

encerramento pós-finalização de uso da área.

26

2.3 Métodologia

2.3.1 Características do município

O município de Sarandi está situado no norte do estado do Rio Grande do Sul, a

uma latitude 27º56'38" sul e a uma longitude 52º55'23" oeste, estando a uma altitude de 503

metros. Possui uma área territorial de 353.389 km².

Sarandi tem uma invejável posição geográfica na Região do Alto Uruguai, às margens

da BR-386, a chamada Rodovia da Produção. Pode-se chegar também a Sarandi – RS através

das BR-153 e RS 404. Está a uma distância de 333 km da capital do estado do Rio Grande do

Sul, Porto Alegre.

A Figura 2 apresenta a posição geográfica do município de Sarandi em relação ao

estado do Rio Grande do Sul.

Figura 2:Localização do município de Sarandi no Rio Grande do Sul.

Fonte: IBGE (2000).

27

Os solos predominantes na região são: latossolos profundos bem adrenados, com alto

teor de argila e de coloração avermelhada e parte com latossolos escuros e rasos. A vegetação

da mesma é predominantemente de florestas araucárias e latifolheadas. O município, por sua

vez, conta com a maioria de sua área territorial com solo pertencente ao latossolo vermelho

alumino férrico e uma pequena porcentagem do território possui neossolo regolítico eutrófico

(Streck et al., 2008).

Atualmente existem duas Unidades de Conservação no município. São elas o Parque

Estadual de Rondinha e o Parque Municipal da Agrápia.

A hidrografia do município, propriamente dita, conta com os seguintes rios: Rio da

Várzea, Rio Bonito, Rio Turvo e Rio Caturetê.

O município de Sarandi - RS é pertencente à Bacia Hidrográfica do Passo Fundo –

Várzea. É importante ressaltar a minúscula parte do município que é pertencente a essa bacia

hidrográfica. A Figura 3 apresenta a posição do município em relação à Bacia Hidrográfica.

28

Figura 3:Posição da cidade de Sarandi – RS na Bacia Hidrográfica do Passo Fundo – Várzea

Fonte: adaptado de DRH – SEMA (2004).

Sua população estimada em 2010 era de 21285 habitantes, com uma densidade

demográfica de 60,23 hab/km² (IBGE, 2010). Ainda segundo o IBGE, houve uma

considerável queda na quantidade de residentes na cidade de Sarandi entre os anos de 1991 e

1996, em conseqüência à emancipação de municípios vizinhos cuja população era pertencente

ao município de Sarandi. Desde então o crescimento populacional é, em média, de uma ordem

de 1,2% ao ano.

29

A Tabela 4 contém os dados da evolução populacional do município de Sarandi – RS

nos últimos 20 anos.

Tabela 4: Dados de crescimento populacional do município de Sarandi – RS.

Ano Base População

1991 22.351

1996 17.754

2000 18.162

2007 20.415

2010 21.285

Fonte: IBGE (2010).

A Figura 4, por sua vez, contém os dados de evolução populacional do município de

Sarandi – RS na forma de gráfico.

Figura 4:Evolução populacional do município de Sarandi – RS.

Fonte: IBGE (2010).

Para uma estimativa de crescimento populacional do município de Sarandi – RS, para

os próximos 15 anos, foi adotado um valor de 2% ao ano, mantendo o crescimento atual de

1,2% ao ano e agregando um valor de 0,8% ao ano como um fator de segurança em

30

decorrência de diversos fatores, tais como a instalação de um campus universitário do

município, fato que fez e fará com que mais pessoas migrem de suas cidades para se

estabelecerem no município, a instalação de novas indústrias no município, como, por

exemplo, a Embaré, indústria do setor alimentício, que proporcionará cerca de 1200 novos

empregos, além do crescimento do setor imobiliário.

A Tabela 5 apresenta a projeção do crescimento populacional do município de Sarandi

– RS para os próximos 20 anos.

Tabela 5: Estimativa de crescimento populacional do município de Sarandi – RS para os

próximos 20 anos.

Ano Base Projeção Populacional

(hab.)

2011 21.711

2012 22.146

2013 22.589

2014 23.040

2015 23.501

2016 23.971

2017 24.451

2018 24.940

2019 25.439

2020 25.947

2021 26.465

2022 26.996

2023 27.536

2024 28.086

2025 28.648

2026 29.221

2027 29.806

2028 30.402

2029 31.010

2030 31.630

31

2.3.2 Qualitativos da Geração de Resíduos

A composição gravimétrica do resíduo coletado no município está na Tabela 6

juntamente com a porcentagem de cada material, para uma amostra representativa equivalente

a 350 kg. Estes dados foram fornecidos pela empresa que executa o recolhimento dos resíduos

sólidos urbanos oriundos do município de Sarandi – RS.

Tabela 6: Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Sarandi

Componentes Média

(Kg)

Percentual

(%)

Matéria Orgânica 135.5 38.7

Papel/Papelão 36.8 10.5

Vidro 9.1 2.6

Metal/latas 11.9 3.4

Plástico filme 90.3 25.8

Plástico rígido 23.4 6.7

Borracha 6.3 1.8

Madeira 12.6 3.6

Outros 24.1 6.9

Peso total: 350 100

Fonte: Sucatas Muneron LTDA

Analisando a composição gravimétrica do resíduo sólido urbano do município de

Sarandi - RS percebe-se que grande parte dos resíduos teria a oportunidade de serem

reciclados e reaproveitados. Mas, para efeito de projeto, adotamos a pior situação possível.

Portanto, a massa total de resíduos coletada é aterrada.

2.3.3 Quantitativos da Geração de Resíduos

O município de Sarandi não possui dados exatos de quantificação de resíduos.

Segundo informações coletadas junto à empresa Sucatas Muneron LTDA, empresa

32

responsável pela coleta dos resíduos, juntamente com a Prefeitura Municipal de Sarandi, a

coleta é feita de segunda à sexta-feira. Estima-se que, diariamente, são coletados no município

uma média de 16 toneladas de resíduos sólidos urbanos, tendo uma geração per capita de 0,74

kg/hab/dia.

O desenvolvimento tecnológico moderno tendo como conseqüências maior consumo e

aumento da concentração populacional urbana faz com que a geração de resíduos sólidos em

uma comunidade aumente em volume e variedade. Para minimizar problemas em relação à

vida útil do aterro, estipulou-se um crescimento anual de 1% na geração per capita de resíduo.

Portanto a geração per capita subiria de 0,74 kg/hab/dia para uma geração, em quinze anos,

de 0,847 kg/hab/dia.

A Tabela 7 expressa a evolução da geração per capita de resíduos do município de

Sarandi para os próximos vinte anos. É importante ressaltar que, segundo a Prefeitura

municipal de Sarandi - RS, a totalidade da população, tanto do perímetro urbano, quanto rural,

é atendida pela coleta de resíduos. Portanto, o cálculo da geração per capita de resíduos se

deu através da divisão entre a projeção da quantidade diária mássica de coleta recolhida

diariamente pela concessionária responsável pelo serviço e a estimativa populacional.

Tabela 7: Estimativa da geração per capita de resíduos sólidos urbanos.

Ano Base Geração per capita

(kg/hab/dia)

2011 0,74

2012 0,747

2013 0,754

2014 0,761

2015 0,768

2016 0,775

2017 0,783

2018 0,791

2019 0,799

2020 0,807

2021 0,815

2022 0,823

2023 0,831

33

2024 0,839

2025 0,847

2026 0,855

2027 0,863

2028 0,872

2029 0,880

2030 0,888

Para quantificação da geração de resíduos ao longo da vida útil de um aterro,

multiplicou-se o número de habitantes pela geração per capita decorrente de cada ano.

Adotou-se ao longo de um mês 23 dias de coleta. Demonstrando a quantidade de resíduo que

será gerada em cada ano de operação do aterro.

A Tabela 8 mostra a projeção da geração de resíduos sólidos urbanos do município de

Sarandi – RS para os próximos 20 anos.

Tabela 8: Projeção da geração anual de resíduos sólidos urbanos.

Ano Base Geração de Resíduo

(ton/ano)

2011 4.434

2012 4.566

2013 4.701

2014 4.839

2015 4.981

2016 5.127

2017 5.284

2018 5.444

2019 5.610

2020 5.779

2021 5.953

2022 6.132

2023 6.315

2024 6.504

2025 6.697

34

2026 6.895

2027 7.099

2028 7.317

2029 7.532

2030 7.752

Ao somarmos a quantidade estimada de resíduos sólidos urbanos que serão gerados

nos próximos quinze anos obtêm-se uma massa total de resíduos de 118.961 toneladas a

serem aterrados.

Para efeito de projeto, a densidade de compactação adotada foi retirada do Manual de

Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (IBAM, 2005), e esta na faixa

considerada moderadamente boa. Este valor será de 5 KN/m³, o equivalente a 500 kg/m³.

Ainda segundo o Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (IBAM, 2005), para

se estimar a área total necessária a um aterro, em metros quadrados, basta multiplicar a

quantidade de resíduo coletada diariamente, em toneladas, pelo fator 560. O fator 560 é fruto

de análises que se baseiam em aterros sanitários que possuem a seguinte configuração: vida

útil de 20 anos, aterro com altura de 20 metros, taludes de um para três e ocupação de 80% do

terreno com área operacional. Portanto, essa será a configuração básica utilizada no aterro

para a cidade de Sarandi – RS.

Para tal cálculo, faz-se então necessário a estimativa da média da produção diária de

resíduos sólidos urbanos, em toneladas, durante os próximos vinte anos do município de

Sarandi – RS. O cálculo foi feito com base nas tabelas de quantitativos de geração de resíduos

e na tabela de estimativa de crescimento populacional. E a relação se deu da seguinte forma:

Média de RSU gerado por dia = Média de geração anual nos 20 anos / dias de coleta

Média de RSU gerado por dia = (118.961 / 20) / (23 x 12)

Média de RSU gerado por dia = 21.55 ton

Portanto, a área mínima necessária para a implantação de um aterro sanitário em

Sarandi, seguindo os parâmetros previamente mencionados, será de:

A = Média de RSU gerado por dia x 560

A = 21.55 x 560

A = 12608.50 m²

35

Logo, tem-se a primeira premissa básica para a implantação de um aterro sanitário em

Sarandi – RS. A área mínima necessária para atender a demanda de geração de resíduos

sólidos urbanos do município, durante 20 anos, é de, aproximadamente, 1,26ha.

Vale a ressalva de que quando, neste trabalho, a terminologia resíduos sólidos urbanos

(RSU) é citada, são considerados os resíduos sólidos domiciliares e públicos, ou seja, não são

considerados os resíduos de serviços de saúde e resíduos perigosos. Estes são encaminhados

diretamente à um aterro sanitário para resíduos perigosos presente na cidade de Chapecó –

SC, pertencente à empresa CETRIC, segundo a Prefeitura Municipal de Sarandi – RS.

2.3.4 Seleção da Área para Implantação de Aterro Sanitário

A análise para a seleção de área para implantação de um aterro sanitário no município

de Sarandi – RS será feita através de uma análise da viabilidade ambiental seguindo as

metodologias descritas no PROSAB (2003) e no Manual de Gerenciamento Integrado de

Resíduos Sólidos Urbanos (IBAM, 2005).

Compreende o levantamento e análise de condicionantes operacionais, legais,

ambientais e socioeconômicos através da ponderação de notas atribuídas a tais critérios. As

notas e pesos atribuídos a cada critério avaliado é dependente da importância do mesmo em

relação à avaliação da viabilidade ambiental do empreendimento.

O Quadro abaixo indica os critérios avaliados e seus respectivos pesos, além do

cenário correspondente a cada nota arbitrada.

Quadro 4: Quadro de avaliação preliminar para seleção de áreas para implantação de aterro.

CRITÉRIOS PESO CONDIÇÕES NOTAS CENÁRIOS

terreno próprio 10 Excelente

< 50000 reais 6 a 9 Bom

50000 - 100000 reais 3 a 6 Regular Aquisição do terreno 10

> 100000 reais 0 a 3 Ruim

> 5 m 8 a 10 Excelente

2- 5 m 6 a 8 Bom

1-2 m 3 a 6 Regular Profundidade do lençol freático 10

<1 m 0 a 3 Ruim

> 10000 m 8 a 10 Excelente Proximidade a aeroportos 10

7000-10000 m 6 a 8 Bom

36

3000- 7000 m 3 a 6 Regular

< 3000 m 0 a 3 Ruim

>1000 metros 8 a 10 Excelente 500 – 1000 metros 6 a 8 Bom 200 – 500 metros 3 a 6 Regular

Proximidade a cursos d'água 10

<200 metros 0 a 3 Ruim > 15000 metros 10 Excelente

2000 - 15000 metros 8 a 9 muito bom 1000 - 2000 metros 6 a 8 Bom 500 - 1000 metros 4 a 6 Regular 250 - 500 metros 2 a 4 Ruim

Distância de núcleos residenciais 10

100 - 250 metros 0 a 2 Péssimo > 10 anos 8 a 10 Excelente 5 - 10 anos 4 a 8 Bom Vida útil da área 10

Inferior a 5 anos 0 a 4 Regular

> 4x ada 8 a 10 Excelente 2 - 4x ada 6 a 8 Bom

ada - 2x ada 3 a 6 Regular Extensão da área 7

< ada 0 a 3 Ruim baixo investimrnto 7 a 10 Excelente

investimento considerável 4 a 7 Regular Investimentos em infraestrutura 7 alto investimento 0 a 4 Ruim

argiloso 8 a 10 Excelente argilo-siltoso 4 a 8 Regular Características do solo 6 areno-siltoso 0 a 4 Ruim

campos 10 Excelente lavoura 6 a 9 Bom

sem cobertura 3 a 6 Regular Uso do solo 6

degradado 0 a 3 Ruim muito distante 7 a 10 Excelente pouco distante 4 a 7 Regular Distância de núcleos de baixa renda 5

próximo 0 a 4 Ruim Não existe 5 a 10 Excelente

Problemas com a comunidade local 5 existe 0 a 5 Ruim

Plana: < 3% 10 Excelente Muito baixa: 3 - 10 % 7 a 9 Muito bom

Baixa: 10 - 20 % 5 a 7 Bom Média: 20 - 30 % 3 a 5 Regular

Clinografia 4

Alta > 30 % 0 a 3 Ruim Pouca 7 a 10 Excelente

moderada 4 a 7 regular Visibilidade da área 4 Muita 0 a 4 Ruim

<100 metros 8 a 10 Excelente 100 - 500 metros 6 a 8 Bom 500 - 1000 metros 3 a 6 Regular

Distância das vias 3

>1000 metros 0 a 3 Ruim Fácil acesso 5 a 10 Excelente

Acesso a veículos pesados 3 Difícil acesso 0 a 5 Ruim

Disponibilidade de material p/ cobertura 3 material disponível na

própria área ou nas proximidades 5 a 10

Excelente

37

Matérial de empréstimo terá que ser trazido de áreas longínquas (não

disponível) 0 a 5

Ruim

< 1000 m 7 a 10 Excelente 1000 - 3000 m 4 a 7 Regular Distância ao centro de coleta 1

> 3000 m 0 a 4 Ruim existe 5 a 10 Excelente Acesso através de vias com baixa

densidade de ocupação 1

Não existe 0 a 5 Ruim

Fonte: adaptado de Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos e

PROSAB (2003).

Essa análise se dará em três áreas predefinidas. Após o detalhamento de cada critério

avaliado uma tabela comparativa entre as três áreas predefinidas será gerada. Através dessa

tabela comparativa, a avaliação de qual área é ambientalmente mais adequada para a

implantação de um aterro sanitário no município de Sarandi – RS ficará evidenciada pela

maior pontuação, através das notas ponderadas referentes a cada critério, dessa área em

relação às demais.

Possíveis áreas de posse do município foram priorizadas na escolha de áreas a serem

analisadas. A única área de posse municipal apta a receber este tipo de empreendimento é a

Área 1, analisada posteriormente. As outras duas áreas analisadas foram escolhidas

tendenciosamente no lado noroeste da cidade, tendo em vista a menor declividade dos

terrenos nesta parte do município. Além disso, foram considerados ainda fatores como,

localização das áreas em relação às principais áreas populacionais e distrito industrial,

distância das áreas em relação ao centro de coleta, etc.

2.3.5 Análise da Viabilidade Econômica

A análise da viabilidade econômica é dada através da comparação entre a projeção de

gastos com a terceirização da disposição final de resíduos sólidos urbanos oriundos do

município de Sarandi – RS e os investimentos e custos fixos com a implantação e operação de

um aterro sanitário próprio.

Todos os investimentos iniciais para a implantação de um aterro municipal em Sarandi

– RS serão analisados, assim como todos os custos fixos de operação do mesmo ao longo de

38

vinte anos, vida útil estimada do aterro. O custo total do aterro se dará pelo somatório dos

investimentos iniciais para sua implantação e custos fixos de operação durante sua vida útil.

O valor presente líquido desse empreendimento compreende a diferença entre a

projeção de gastos em terceirização e o custo total do aterro, durante o mesmo período de

tempo, ou seja, o VPL positivo indica que o capital investido será recuperado, remunerado na

taxa de juros que mede o custo de capital do projeto, e gerará um ganho extra.

O retorno financeiro ou payback, se assim existir, é definido como a estimativa

temporal em que o empreendimento consegue, através da redução de custos operacionais,

render o superávit necessário para cobrir os custos de investimento do mesmo.

39

2.4 Resultados e Discussões

2.4.1 Área 1

2.4.1.1 Caracterização

A primeira área analisada está situada a uma latitude 27º56’37.64” sul e a uma

longitude 52º55’31.74” oeste, além de, no seu ponto mais alto, possuir uma altitude de 514

metros em relação ao nível do mar.

A Área 1 localiza-se a uma distância de 350 metros da BR 386 e a uma distância de

1370 metros, em linha reta, do centro da cidade. A Área 1 possui 23,2 ha de área territorial.

A Figura 5 demonstra a posição da área 1 em relação ao município de Sarandi – RS.

40

Figura 5:Localização da Área 1 em relação ao município de Sarandi – RS.

2.4.1.2 Critérios Técnicos

O primeiro aspecto positivo que se nota na Área 1 refere-se ao uso e ocupação do solo.

Em relação à cobertura vegetal, a Área 1 tem uso estritamente agrícola, com o solo coberto

por pastagem, portanto, não existe a presença de fauna e flora relevantes na área. Além disso,

a Área 1 não esta em território de qualquer Unidade de Conservação, o que segundo os

critério impostos pelas normas da ABNT (NBR 10.157), impossibilitaria o empreendimento.

As áreas aptas a receberem um empreendimento de destinação final de resíduos

sólidos, como é o caso de um aterro sanitário, tem de estar a uma distância mínima de 200

metros de corpos hídricos relevantes, tais como, rios, lagos, e oceano. Além disso, conforme

descrito no Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (IBAM, 2005)

41

é necessário uma distância mínima de 50 metros da área selecionada para com qualquer vala

de drenagem pertencente ao sistema de drenagem municipal.

O corpo hídrico relevante mais próximo à Área 1 é um trecho do Rio Caturetê, que

fica a uma distância de 746 metros da mesma. Este trecho recebe efluentes municipais

oriundos de uma vala de drenagem municipal que passa a uma distância mínima da Área 1 de

69 metros.

A Figura 6 mostra a localização tanto do trecho do Rio Caturetê, quanto da vala de

drenagem municipal mais próxima à área pré-selecionada com o objetivo de receber um aterro

sanitário.

Figura 6: Localização de curso d’água e de drenagem municipal próximos à Área 1.

A proximidade da Área 1 ao aeroporto municipal é irrelevante, tendo em vista que o

aeroporto municipal de Sarandi não recebe vôos comerciais e a distância entre o mesmo e a

Área 1 é de 8,3 km.

42

Para efeito comparativo entre as áreas predefinidas para a implantação de aterro

sanitário, a vida útil do aterro será a mesma para os três casos, correspondendo a 20 anos,

tendo em vista que as três áreas têm espaço físico suficiente, segundo os cálculos realizados

anteriormente, para suportar o aterro de resíduos provenientes do município durante este

tempo.

O acesso ao terreno é extremamente vantajoso. A BR 386 encontra-se a

aproximadamente 350 metros do centro geométrico do terreno. A pavimentação da BR 386

está em um estado excelente de conservação. Além disso, existe uma estrada vicinal que

também pode ser um acesso interessante ao terreno. Esta tem o aspecto de estrada de chão, ou

seja, não pavimentada com massa asfáltica, localizada a 270 metros do centro geométrico do

terreno. Estes fatores facilitam o acesso de veículos pesados ao aterro.

Como a Área 1 tem um espaço físico que supera com sobras a demanda de terreno

para a implantação do aterro, a disponibilidade de material de cobertura é vasta, o que torna o

custo para a operação menor, levando em conta a necessidade da cobertura diária do resíduo,

sem a necessidade de grandes deslocamentos afim de obter este material.

A profundidade do lençol freático em relação à superfície do local é verificada através

da análise de dois poços freáticos localizados próximos à área escolhida para a implantação

do aterro sanitário.

O primeiro localizado no depósito de máquinas pesadas da empresa Samaq, localizado

à aproximadamente 300 metros do centro da Área 1. O nível do lençol freático verificado no

Poço 1 é de 5,5 metros de profundidade.

O segundo poço freático é de posse do município de fica localizado à

aproximadamente 880 metros do centro da Área 1. O nível do lençol freático verificado no

Poço 2 é de 4,2 metros de profundidade.

Levando em conta a maior proximidade da Área 1 com o primeiro poço e a diferença

mínima de cota entre os dois pontos, o nível de profundidade do lençol freático estimado é de

5 metros para a Área 1.

A Figura 7 apresenta a localização dos dois poços freáticos verificados em relação à

Área 1.

43

Figura 7: Localização dos poços artesianos próximos à Área 1.

Um dos maiores problemas da Área 1 é a distância da área em relação à núcleos

populacionais. Mesmo que a trincheira da frente de obras do aterro sanitário se localize na

parte mais distante da Área 1, em relação ao núcleo populacional mais próximo, a distância

entre os mesmos seria de aproximadamente 500 metros. A recomendação encontrada na

literatura é de que esta distância seja de pelo menos o dobro.

Além disso, a rejeição natural que a população tem de morar perto de um local de

depósito de lixo é outro aspecto negativo em relação à proximidade da Área 1 aos núcleos

populacionais.

Enquanto a proximidade das vias de acesso é interessante do ponto de vista da

facilidade no acesso, ambientalmente falando acaba se tornando um ponto negativo na seleção

de áreas para implantação de um aterro sanitário, considerando que os ruídos, odores e

modificação na paisagem são ouvidos, sentidos e vistos tão mais intensamente quanto maior a

proximidade das vias públicas.

44

Outro aspecto relevante em uma seleção de área para implantação de aterro sanitário é

a extensão da bacia de drenagem, o que neste caso é um ponto equivalente em todas as áreas

analisadas, pois a bacia de drenagem de águas pluviais é a mesma para todos os casos devido

à proximidade entre elas. Mas para efeito de análise, a extensão da bacia de drenagem é

relativamente pequena, em torno de 8000 km², o que é vantajoso partindo do princípio que o

volume de água da chuva que infiltra no solo e entra em contato com o resíduo aterrado,

aumentando o volume de lixiviado a ser tratado posteriormente, é diretamente proporcional à

grandeza da extensão da bacia de drenagem.

2.4.1.3 Critérios Econômico-Financeiros

Apesar de haverem problemas de cunho social devido à proximidade da Área 1 aos

núcleos populacionais, ao analisarmos pela ótica do aspecto financeiro, a desvantagem notada

antes torna-se agora benefício do ponto de vista de que a distância da área analisada até o

centro geométrico de coleta é pequeno.

A Figura 8 apresenta as duas possíveis rotas, desde um provável ponto de acesso ao

terreno da área em análise até o centro geométrico de coleta, para a chegada de resíduos

provenientes do município com destino à Área 1.

45

Figura 8: Possíveis pontos de acesso à Área 1 até o centro geométrico de coleta

A primeira rota, apresentada na figura 9 em azul, sairia do terreno da Área 1

diretamente para a BR 386 e ao entrar na cidade através do pórtico principal de entrada do

município de Sarandi, se deslocaria através da Avenida Expedicionário até chegar ao Centro

Geométrico de Coleta, percorrendo uma distância de 2503 metros até atingir o cruzamento da

Avenida Expedicionário com a Avenida 7 de Setembro.

A segunda rota, apresentada na figura 9 na cor verde, sairia do terreno da Área 1 e se

deslocaria através do Bairro Esperança, por uma estrada sem pavimentação asfáltica, até

chegar à Avenida 7 de Setembro, de onde continuaria o deslocamento até a chegada ao Centro

Geométrico de Coleta citado anteriormente, percorrendo uma distância de 2519 metros

durante o trajeto.

Ambas as alternativas são viáveis e interessantes, mas, para efeito de posterior

comparativo entre as três áreas predefinidas, a menor distância desde a saída dos limites

territoriais da Área 1 até o centro geométrico de coleta fica evidenciada pela Rota 1.

46

Normalmente, um dos impactos orçamentários mais significativos na implantação de

um aterro sanitário é o custo de aquisição do terreno. E é justamente neste aspecto que a Área

1 tem seu ponto positivo mais interessante financeiramente falando.

Isto acontece porque a Área 1 é de patrimônio da Prefeitura Municipal de Sarandi,

portanto, sendo o empreendimento de ordem municipal, não há custo para aquisição do

terreno.

Percebe-se pelo levantamento planialtimétrico da Área 1 que o relevo do terreno é

moderadamente suave, o que minimiza alguns problemas geotécnicos como a erosão do solo,

por exemplo, além da redução de futuros gastos operacionais com a manutenção e limpeza do

sistema de drenagem e seus componentes. Sendo a clinografia de 18 % considerada baixa, ou

seja, entre 10 e 19,9%, facilita também em termos de preservação do solo. Percebe-se também

pela declividade do terreno uma parcela de cerca de 4% da área com declividade maior do que

30%, o que é considerado Área de Preservação Permanente, mas isso não inviabiliza o

projeto.

A Figura 9 apresenta o levantamento topográfico da Área 1.

Figura 9: Mapa topográfico da Área 1.

47

O ponto negativo da Área 1 economicamente falando fica por conta de que nela não há

qualquer tipo de infra-estrutura existente, seja ela de caráter municipal, como é o caso de

redes de abastecimento de energia e telefone, ou particular, como estrutura física para

escritórios, portões, pavimentação, etc.

Portanto, toda a infra-estrutura necessária para a implantação e operação do aterro

sanitário terá que ser construída ou adquirida, o que, certamente, causará um impacto

orçamentário significativo.

Por conta da proximidade do terreno da Área 1 a um núcleo populacional, uma

solução cabível seria a realocação desse núcleo indo ao encontro das necessidades da

sociedade em se ter um aterro sanitário municipal. Com a retirada desses moradores, não só a

legislação em vigor seria atendida como um problema social seria resolvido, sabendo-se que

esse núcleo populacional é composto por uma comunidade de baixa renda que, ao residirem

neste local, não encontram as condições de infra-estrutura e saneamento básico que

necessitam.

Porém, para que isso possa acontecer, é necessário que a Prefeitura Municipal de

Sarandi promova a desapropriação do local, o que custaria muito dinheiro.

2.4.1.4 Critérios Político-Sociais

Devido ao fato de que o acesso a Área 1 deve ser feito através da BR 386, vale

ressaltar que o para o acesso à mesma, os veículos transportadores do resíduo coletado não

deverão passar por áreas com alta densidade de ocupação. Isso é desejável do ponto de vista

político-social, pois o tráfego de veículos transportando “lixo” trata-se de um transtorno para

os moradores, salvo a coleta, que é inevitável.

Outro ponto interessante é a inexistência de problemas com a comunidade local. Na

realidade a inexistência de problemas com a comunidade local não deveria ser um ponto

positivo, mas sim uma situação normal. Porém, na conjuntura em que vivemos, é desejável

que, em uma área selecionada para a implantação de um aterro sanitário, não se tenha tido

nenhum tipo de problema com a comunidade, tendo em vista que uma indisposição com o

poder público pode gerar reações de oposição à instalação do aterro.

O núcleo populacional que se situa mais próximo à Área 1 abriga cerca de 200

famílias de baixa renda, segundo dados da Prefeitura Municipal de Sarandi.

48

Este dado é preocupante do ponto de vista de que a atividade de destinação final de

resíduos sólidos urbanos nesta área, particularmente, possa acarretar um problema social,

atraindo pessoas que sobrevivem de atividades de coleta de lixo e que porventura residam

neste núcleo populacional próximo, por exemplo.

2.4.2 Área 2

2.4.2.1 Caracterização

A segunda área analisada está situada a uma latitude 27°56'25.98" sul e a uma

longitude 52°56'42.69" oeste, além de, no seu ponto mais alto, possuir uma altitude de 520

metros em relação ao nível do mar.

A Área 2 está localiza-se às margens da BR 386 e a uma distância de,

aproximadamente, 2080 metros, em linha reta, do centro da cidade. Além disso, a Área 2

possui 2,3 ha de área territorial.

A Figura 10 apresenta a posição da Área 2 em relação ao município de Sarandi – RS.

49

Figura 10:Localização da Área 2 em relação ao município de Sarandi – RS

2.4.2.2 Critérios Técnicos

No local pertencente à segunda área de estudo existia um frigorífico, que está

desativado a alguns anos. Atualmente a área não tem qualquer produtividade e foi adquirida

por um banco rural com a intenção de torná-la apta ao uso agrícola. Como a imagem de

satélite do município de Sarandi – RS é do ano de 2001, existem algumas divergência entre a

imagem e a situação atual da área. No ano de 2001, conforme a imagem havia em parte da

área uma região com mata. Essa região já foi desmatada e está tomada por pastagem.

Portando, além das instalações do antigo frigorífico que ainda existem no local, o que

toma aproximadamente 20 % da totalidade da área, o restante do terreno não tem qualquer

cobertura de solo, estando na forma de “chão batido”. Além disso, a Área 2 está fora de

qualquer unidade de conservação.

50

O curso d’água relevante mais próximo à Área 2 é um trecho do Rio Caturetê, assim

como anteriormente foi evidenciado na Área 1. A distância deste trecho do Rio Caturetê para

a Área 2 é de aproximadamente 1470 metros. As valas de drenagem municipal mais próximas

à Área 2 situam-se a aproximadamente 860 metros de distância. Por conta da Área 2 ser mais

distante de corpos hídricos do que a área anteriormente analisada, neste aspecto a Área 2

ganha uma vantagem na análise ambiental bastante considerável.

A Figura 11 apresenta a posição da Área em relação aos corpos hídricos relevantes.

Figura 11: Localização de cursos d’água e drenagem municipal próximos à Área 2

Outro ponto favorável à Área 2 é a distância em relação a núcleos populacionais. O

núcleo populacional mais próximo à Área 2 é o Bairro Esperança que está situado a

aproximadamente 1300 metros de distância.

Assim como a primeira área analisada e, pelos mesmos motivos, a Área 2 não terá

problemas em relação à proximidade a aeroportos.

51

Dentro dos limites territoriais da Área 2, juntamente com a infra-estrutura presente,

existe um poço freático, além de um poço artesiano usado para o abastecimento de água da

antiga unidade. Isto facilitou a verificação da profundidade do lençol freático em relação à

superfície do local. A profundidade do lençol freático verificada no poço freático presente no

local foi de 9,5 metros.

Essa profundidade do lençol freático verificada na Área 2 é razoavelmente maior do

que a profundidade do lençol freático estimada na Área 1, o que torna a Área 2 mais atrativa,

ambientalmente falando, para a implantação de um aterro sanitário, tendo em vista a maior

dificuldade de contaminação de águas subterrâneas por lixiviados caso ocorra algum

problema na fase de operação.

A extensão da bacia de drenagem de águas pluviais é a mesma bacia de drenagem da

área analisada anteriormente, portanto, neste ponto, não há vantagem ou desvantagem sequer

no momento comparativo entre as áreas.

Como anteriormente operava-se no local um frigorífico, a via de acesso para o local já

é adaptada à circulação de veículos, tanto leves, como motocicletas e automóveis, quanto

pesados, como caminhões de carga, etc.

A disponibilidade de material de cobertura deve ser considerada um ponto de

desvantagem em relação à Área 2. Como a demanda territorial para a operação do aterro é

quase equivalente à área total do local analisado, o empréstimo do material de cobertura

deverá ser feito a partir de outra localidade. Esse procedimento poderá, eventualmente, causar

transtornos e gastos indesejáveis na aquisição do material e no transporte.

2.4.2.3 Critérios Econômico-Financeiros

Como a Área 2 fica as margens da BR 386, próximo à cidade, a distância do potencial

aterro sanitário em relação ao centro geométrico de coleta é um aspecto positivo. O desgaste

dos veículos que fazem o transporte dos resíduos, assim como o custo do transporte seria

bastante aceitável. A distância total, desde o acesso principal à Área 2 até o centro geométrico

de coleta, no cruzamento das Avenidas 7 de Setembro e Expedicionário, é de

aproximadamente 2710 metros.

A Figura 12 demonstra a rota a ser percorrida desde o acesso principal da Área 2 até o

centro geométrico de coleta do município de Sarandi – RS.

52

Figura 12:Principal rota de acesso da Área 2 até o centro geométrico de coleta

Diferentemente da primeira área analisada, a Área 2 já possui infra-estrutura que pode

ser utilizada no futuro aterro sanitário, tais como: banheiros, vestiários, estacionamento,

abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, distribuição de energia elétrica e

telefonia. Portanto, o custo de investimento em infra-estrutura básica seria muito menor.

A suavidade do relevo do terreno é mais um fator positivo. Esse aspecto pode ser

notado através do levantamento planialtimétrico da Área 2. Tal característica reduz os custos

com a manutenção do sistema de drenagem. A declividade do terreno é de 16%. A área ainda

conta com 3% de seu território com declividade maior do que 30%.

Pela Área 2 se tratar de uma área particular, a Prefeitura Municipal de Sarandi – RS

teria que adquiri-la. Este aspecto pode ser determinante sabendo-se que o custo de aquisição

do terreno constitui um dos principais gastos na fase de implantação de um aterro sanitário. O

que deve ainda agravar este fator é a presença da infra-estrutura existente no local, o que

aumenta consideravelmente o valor da área.

53

O custo estimado da Área 2 para a compra é de 70 mil reais.

2.4.2.4 Critérios Político-Sociais

O acesso às instalações da Área 2 pode ser considerado um aspecto positivo em

relação aos critério político-sociais também. Isto fica evidenciado analisando os pontos por

onde o transporte deve passar após o recolhimento dos resíduos oriundos de todas as

comunidades do município. Pela Área 2 se encontrar às margens da BR 386, os veículos

encarregados do transporte dos resíduos sólidos urbanos não deverá passar por nenhuma via

com uma densidade de ocupação alta.

Assim como na primeira área analisada, no local da Área 2 não há registros de

quaisquer problemas entre a administração municipal e a comunidade.

A proximidade da Área 2 com uma comunidade de baixa renda é um fator

preocupante. Trata-se de uma distância de aproximadamente 900 metros, o que pode atrair

pessoas desempregadas e que, eventualmente, passariam a sobreviver da catação de “lixo” em

condições insalubres.

2.4.3 Área 3

2.4.3.1 Caracterização

A terceira área analisada está situada a uma latitude 27°56'32.62" sul e a uma

longitude 52°55'58.04" oeste, além de, no seu ponto mais alto, possuir uma altitude de 530

metros em relação ao nível do mar.

A Área 3 está localiza-se a aproximadamente 190 metros das margens da BR 386 e a

uma distância de, aproximadamente, 3270 metros, em linha reta, do centro da cidade. Além

disso, a Área 3 possui, aproximadamente, 4,1 ha de área territorial.

A Figura 13 apresenta a posição da Área 3 em relação ao município de Sarandi – RS.

54

Figura 13: Localização da Área 3 em relação ao município de Sarandi – RS.

2.4.3.2 Critérios Técnicos

Diferentemente das duas áreas anteriormente analisadas, onde não existe qualquer tipo

de cultura em progresso, a Área 3 tem por característica o uso de solo agrícola, tendo como

cultura atual a soja. Isto se torna uma situação intermediária entre as duas situações, partindo

do princípio que, em condições normais, a ocupação de solo com função de pastagem é uma

situação considerada de melhor cenário para a implantação de um aterro sanitário. A Área 3

não se encontra dentro dos limites territoriais de qualquer Unidade de Conservação.

O corpo hídrico que se encontra mais próximo à Área 3 é um açude pertencente a uma

propriedade rural vizinha e dista aproximadamente 430 metros da área em questão.

55

O núcleo populacional urbano relevante mais próximo à Área 3, ou seja, que abrigue

pelo menos 200 habitantes, é o Bairro Esperança, na periferia do município de Sarandi. Este

está a aproximadamente 1830 metros, em linha reta, da potencial área para implantação de

aterro sanitário.

A vida útil do aterro, assim como nas duas áreas analisadas anteriormente, será de, no

mínimo, vinte anos. O potencial de prolongamento da vida útil do aterro também é um fator

importante em relação às demais áreas analisadas já que, a oferta de extensão territorial da

Área 3 é um dado bastante interessante em relação à demanda territorial para a disposição dos

resíduos sólidos, estando em vantagem, nesse sentido, em relação à Área 2 e em desvantagem

em relação à Área 1.

A distância da Área 3 para com o Aeroporto Municipal é um pouco maior do que as

áreas anteriormente analisadas. Este fator não faz a diferença, neste caso, por motivos

explicados anteriormente.

Pelo fato de as três áreas analisadas serem próximas, novamente a extensão da bacia

de drenagem é considerada, segundo as cartas do exército, para efeito de análise, a mesma.

A disponibilidade do material de cobertura é verificada, neste caso, na relação entre

área necessária e área disponível para a implantação do aterro sanitário. A Área 3 possui uma

oferta quatro vezes maior do que a demanda. Este é outro aspecto que conta a favor desta área

analisada.

Um problema em relação aos aspectos técnicos visível, porém de resolução

razoavelmente simples, neste caso, é a situação precária da estrada vicinal que interliga a Área

3 à BR 386. Apesar de o trecho ser curto, aproximadamente 200 metros, a estrada não tem

pavimentação e é estreita, o que dificulta o acesso de veículos maiores e mais pesados que são

imprescindíveis nas fases, tanto de implantação, quanto, principalmente, de operação do

aterro sanitário.

Mas o maior problema, para efeito de seleção preliminar de área para a implantação de

aterro sanitário, é a impossibilidade do conhecimento preciso da profundidade do nível do

lençol freático sem que se façam estudos de sondagens. Este fato se nota pela inexistência de

poços freáticos próximos ao local.

56

2.4.3.3 Critérios Econômico-Financeiros

Por se tratar, também, de uma área relativamente próxima ao perímetro urbano do

município de Sarandi – RS, a Área 3 tem como aspecto positivo a distância da mesma até o

centro geométrico de coleta. A distância desde o acesso da Área 3 até o centro geométrico de

coleta é de aproximadamente 4200 metros.

A Figura 14 apresenta a provável rota entre a Área 3 e o centro geométrico de

coleta.

Figura 14: Rota da Área 3 até o centro geométrico de coleta.

A Clinografia do terreno é indeterminada pelo fato de o proprietário da área não

permitir o acesso à mesma. O que, naturalmente, já exclui a Área 3 de qualquer possibilidade

de análise preliminar.

57

Como a Área 3 tem, em sua totalidade, uma cultura agrícola produtiva, ela não dispõe

de qualquer infra-estrutura básica e necessária para a implantação de um aterro sanitário. A

implementação da infra-estrutura encarece sensivelmente os custos de implantação.

Assim como acontece com a segunda área analisada, a Área 3 não é de propriedade do

município de Sarandi – RS, portanto o mesmo teria que adquiri-lo. Provavelmente, este gasto

seria o maior problema, considerando a fertilidade e valor do solo do norte gaúcho, além da

considerável extensão de área analisada.

O custo estimado da Área 3 é de 85 mil reais.

2.4.3.4 Critérios Político-Sociais

A distância de núcleos populacionais de baixa renda favorece a opção de escolha da

Área 3 como local mais adequado para implantação de um aterro sanitário. Isto ocorre porque

dentre as três áreas pré-selecionadas para a seleção preliminar, a Área 3 é a área mais distante

desse tipo de núcleo populacional.

A figura 15 mostra a distância visível das três áreas pré-selecionadas em relação ao

núcleo populacional de baixa renda relevante.

58

Figura 15: Núcleo populacional de baixa renda mais próximo às três áreas pré-selecionadas.

O trajeto para acesso à Área 3 é bastante semelhante às duas áreas analisadas

anteriormente. Portanto, não deverá passar por núcleos populacionais com alta densidade.

Um fato que não ocorre nas duas áreas anteriores e que favorece a Área 3 é distar

alguns metros de estradas com alto volume de tráfego, como é o caso da BR 386. Apesar de

este fator poder impactar negativamente de certa forma na fase de operação do aterro, pelo

fato de que os veículos transportadores de resíduos teriam que fazer um trajeto maior até a

área de disposição, é interessante a área do aterro não ficar muito visível para a população.

Isso inibe a rejeição da população em relação à implantação to aterro e, com uma distância

considerável das vias de maior tráfego, inibe a propagação de maus odores que são comuns

em áreas de disposição de resíduos.

Não existem, também, quaisquer registros de problemas envolvendo a comunidade

local com a administração municipal, o que poderia ser um empecilho à implantação do

empreendimento.

59

É importante ressaltar que, ainda que a seleção preliminar da área para implantação do

aterro sanitário seja feita, ainda há uma série de análises, estudos e tomada de decisões a

serem realizadas. Trata-se da compra ou desapropriação do imóvel, se esse for o caso,

levantamentos topográficos, pelo menos quatro furos de sondagens, com a intenção de se

conhecer as características geológicas e geotécnicas do terreno natural.

2.5 Análise da Viabilidade Ambiental das Áreas

A análise comparativa entre as três áreas pré-selecionadas como potencias áreas para a

implantação de aterro sanitário do município de Sarandi – RS encontra-se no Quadro 5.

60

Quadro 5: Quadro comparativo de critérios e pontuações referentes às 3 áreas analisadas.

QUADRO COMPARATIVO ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA 3

CRITÉRIOS PARÂMETRO PESO AVALIAÇÃO NOTA CENÁRIO AVALIAÇÃO NOTA CENÁRIO AVALIAÇÃO NOTA CENÁRIO

Aquisição do terreno reais 10 0 10 Excelente 70.000 6 Regular 85.000 4 Regular

Profundidade do lençol freático metros 10 5 8 Bom 9,5 10 Excelente indeterminado 0 Péssimo

Proximidade a aeroportos quilômetros 10 8,3 8 Bom 8 8 Bom 9,5 8 Bom

Proximidade a cursos d'água metros 10 746 6 Bom 1470 10 Excelente 430 5 Regular

Distância de núcleos residenciais metros 10 500 3 Ruim 1300 7 Bom 1830 8 Bom

Vida útil anos 10 20 10 Excelente 20 10 Excelente 20 10 Excelente

Extensão da área hectares 7 23,2 10 Excelente 2,3 7 Bom 4,1 8 Bom

Investimentos em infra-estrutura sim / não 7 sim 0 Péssimo não 10 Excelente sim 0 Péssimo

Características do solo tipo 6 argiloso 8 Bom argiloso 8 Bom argiloso 8 Bom

Uso do solo cobertura 6 campos 10 Excelente sem cobertura 6 Regular lavoura 8 Bom

Distância de núcleos de baixa renda metros 5 500 2 Ruim 1300 8 Bom 1830 10 Excelente

Problemas com a comunidade local sim / não 5 não 10 Excelente não 10 Excelente não 10 Excelente

Clinografia porcentagem 4 15 7 Bom 16 6 Bom Indeterminado 0 Péssimo

Visibilidade da área intensidade 4 muita 0 Péssimo moderada 5 Regular pouca 9 Excelente

Distância das vias metros 3 350 8 Bom 30 9 Excelente 190 8 Bom

Acesso de veículos pesados facilidade 3 fácil 8 Bom fácil 10 Excelente moderado 5 Ruim

Material de cobertura disponibilidade 3 muita 10 Excelente pouca 5 Ruim muita 8 Bom

Distância ao centro de coleta metros 1 2503 7 Bom 2710 6 Bom 4200 4 Ruim

Vias de acesso com baixa ocupação existência 1 sim 9 Excelente sim 9 Excelente sim 9 Excelente

PONTUAÇÃO FINAL - - - 81,0 - - 93,4 - - 71,4 -

61

A Área 2 foi a área com a maior pontuação entre as três áreas analisadas. Isso reflete a

maior aptidão ambiental da Área 2 em receber um empreendimento de disposição final de

resíduos sólidos, como é o caso de um aterro sanitário. Este fato se deve principalmente

devido as características ambientais favoráveis tais como a profundidade do lençol freático e a

distância de cursos d’água.

O grande problema referente à Área 1 é a proximidade da mesma a corpos hídricos e a

núcleos populacionais. O primeiro aspecto acaba por inviabilizar a implantação de um aterro

sanitário no local devido aos riscos de contaminação de águas superficiais caso ocorra algum

problema na operação do aterro. O segundo aspecto aumenta a rejeição popular à implantação

do aterro sanitário o que causa um problema político-social indesejável.

A Área 3 é a área menos indicada para a implantação de um aterro sanitário no

município de Sarandi – RS. Isto ocorre devido às dificuldades de obtenção de parâmetros

imprescindíveis à análise da viabilidade ambiental da implantação deste tipo de

empreendimento, tais como a profundidade do lençol freático e a declividade do terreno. A

única alternativa para que o empreendimento possa ser realizado nesta área seria a

desapropriação da mesma, o que acaba sendo arriscado pelo fato de que não se tem a certeza

desses parâmetros, logo, se a aquisição da área fosse feita e os critérios ambientais não fossem

satisfatórios o município gastaria uma quantia considerável de recursos financeiros e o

empreendimento não poderia ser realizado.

2.6 Análise da Viabilidade Econômica

A viabilidade econômica da implantação de um aterro sanitário é um comparativo

entre a situação atual de disposição dos resíduos, ou seja, quanto é gasto atualmente para que

os resíduos provenientes do município sejam dispostos de maneira adequada, e os

investimentos necessários para a implantação do aterro, além dos custos fixos na operação do

mesmo.

Para que isto seja verificado, há que se fazer uma projeção dos gastos em coleta e

disposição final dos resíduos sólidos provenientes do município de Sarandi – RS para os

próximos vinte anos, que é a vida útil do aterro a ser implantado.

Atualmente, segundo a Prefeitura Municipal de Sarandi – RS, o município tem um

custo fixo mensal de 58.000 reais. Destes, 38.000 são destinados à empresa Sucatas Muneron

62

LTDA, responsável pela coleta de resíduos sólidos urbanos do município e transporte dos

mesmos até o município de Trindade do Sul, que, por sua vez, recebe os 20.000 reais restantes

para a disposição final dos resíduos sólidos urbanos provenientes do município de Sarandi –

RS em seu aterro sanitário municipal.

Portanto, tem-se como projeção de gastos municipais em destinação final de resíduos

sólidos urbanos para os próximos vinte anos, nos moldes atuais:

Gastos em destinação de RSU = (gastos em coleta + gastos em disposição) x 12 x 20

Gastos em destinação de RSU = (38.000 + 20.000) x 12 x 20

Gastos em destinação de RSU = 13.920.000 reais

2.6.1 Investimentos

Para a implantação de um aterro sanitário são necessários muitos investimentos

iniciais. Os investimentos descritos abaixo foram orçados pela empresa Gabiões Sul e pela

Prefeitura Municipal de Sarandi – RS através da Secretaria de Obras.

A Tabela 9 apresenta todos os gastos em investimento inicial para a implantação de

um aterro sanitário em Sarandi – RS, na Área 2, pré-selecionada através da análise preliminar.

Tabela 9: Investimentos iniciais para a implantação de aterro sanitário na Área 2, no

município de Sarandi – RS.

Produto/Serviço Preço unitário (R$) Unidade Quantidade Total (R$) Aquisição do terreno R$ 70.000,00 - - R$ 70.000,00 Geomembrana PEAD 2mm R$ 14,00 m² 13500 R$ 189.000,00 Geotêxtil – 150g/m² R$ 2,20 m² 13500 R$ 29.700,00 Tubo para dreno – 0,65mm R$ 3,10 m² 3000 R$ 9.300,00 Tubo para drenagem gás R$ 55,00 m 16 R$ 880,00 Brita 5 – gás R$ 60,00 m³ 100 R$ 6000,00 Brita 2 – drenagem superf. R$ 37,50 m³ 500 R$ 18.750,00 Poço de monitoramento R$ 1.800,00 - 4 R$ 7.200,00 Sondagens e Licenciamentos R$ 80.000,00 - - R$ 80.000,00 Estação trat. de efluentes R$ 35.000,00 - 1 R$ 35.000,00 Construção das balanças R$ 85.000,00 - 1 R$ 85.000,00 Plantio vegetação ao redor R$ 5,50 muda 80 R$ 440,00 Cercamento R$ 18,00 m 500 R$ 9.000,00 Combustível maquinário R$ 2,09 litro 500 R$ 1.045,00 Mão-de-obra R$ 545,00 mês 4 R$ 2.180,00 R$ 543.495,00

63

Portanto, o investimento inicial necessário à implantação de um aterro sanitário na

Área 2 seria de cerca de 543.495,00 reais.

Vale ressaltar que os custos de projeto para implantação do aterro sanitário não foram

incluídos nos investimentos iniciais pelo fato de a Prefeitura Municipal de Sarandi – RS ter

contrato vigente de assessoria com um escritório especializado em Engenharia Ambiental.

Normalmente, esses custos ficariam em torno de 5% da totalidade de gastos em

investimentos.

2.6.2 Custos Fixos

Na fase de operação do aterro sanitário a Prefeitura Municipal de Sarandi – RS

continuará tendo uma série de custos fixos, entre eles, funcionários, energia elétrica,

combustível de maquinário, etc.

A Tabela 10 apresenta a projeção de custos fixos na operação de um aterro sanitário

para os resíduos sólidos urbanos provenientes do município de Sarandi – RS, implantado na

Área 2, para os próximos vinte anos.

Tabela 10: Projeção dos custos fixos para o aterro sanitário municipal de Sarandi – RS.

Produto/Serviço Quantidade Custo mensal Custo anual Total - 20 anos

Energia Elétrica - R$ 500,00 R$ 6000,00 R$ 120.000,00

Abastecimento água - R$ 400,00 R$ 4800,00 R$ 96.000,00

Funcionários 3 R$ 1.635,00 R$ 21.251,00 R$ 425.100,00

Supervisor 1 R$ 1.090,00 R$ 14.170,00 R$ 283.400,00

Coleta - R$ 30.000,00 R$ 360.000,00 R$ 7.200.000,00

Monitoramento água subterrânea 2/ano R$ 66,70 R$ 800,00 R$ 16.000,00

Combustível maquinário 4h/dia R$ 2.080,00 R$ 24.960,00 R$ 499.200,00

Telefone - R$ 60,00 R$ 720,00 R$ 14.400,00

Manutenção de Equipamentos - R$ 208,34 R$ 2.500,00 R$ 50.000,00

Gastos Inesperados - R$ 200,00 R$ 2400,00 R$ 48.000,00

R$ 36.240,04 R$ 437.605,00 R$ 8.752.100,00

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Os valores utilizados para a estimativa de custo de energia elétrica, abastecimento de

água e serviços de telefonia são compatíveis com escritório comum acrescido da estimativa de

gastos dos recursos de energia e água oriundos da estação de tratamento de efluentes.

Os valores de salários, tanto de funcionários da frente de trabalho, quanto de um

supervisor são compatíveis com os valores do mercado atual. O décimo terceiro salário

também é computado no custo anual de cada um deles.

O preço da coleta dos resíduos foi orçado pela empresa Sucatas Muneron LTDA,

concessionária que realiza a coleta dos resíduos sólidos urbanos do município atualmente.

Portanto, para a operação do aterro sanitário durante vinte anos, seriam gastos,

aproximadamente, 8.752.100,00 reais.

2.6.3 Comparativos

Como já foi demonstrado anteriormente o município de Sarandi gasta, atualmente, um

montante de 58.000 reais mensais na terceirização da coleta e disposição final dos resíduos

sólidos urbanos provenientes do município, o equivalente a 13.920.000,00 reais, em vinte

anos.

Para a implantação de um aterro sanitário na área pré-selecionada “Área 2” seriam

gastos na fase de implantação cerca de 543.495,00 reais e na fase de operação, para uma vida

útil de vinte anos, aproximadamente 8.752.100,00 reais. Portanto, o custo total de implantação

e operação do aterro sanitário seria de:

Custo Total do Aterro = Custo de Implantação + Custo de operação

Custo Total do Aterro = 543.495,00 + 8.752.100,00

Custo Total do Aterro = 9.295.595,00 reais

Portanto a relação entre a continuidade do processo de terceirização da disposição

final dos resíduos sólidos provenientes do município e a implantação e operação de um aterro

sanitário municipal se daria da seguinte forma:

Valor Presente Líquido = Terceirização por 20 anos – Custo Total do Aterro

Valor Presente Líquido = 13.920.000,00 – 9.295.595,00

65

Valor Presente Líquido = 4.624.405,00 reais

Seguindo esta linha de raciocínio, o município de Sarandi – RS pouparia

aproximadamente 4.624.405,00 reais ao longo vinte anos.

A diferença de custos mensais entre a terceirização da disposição final dos resíduos

sólidos provenientes do município e a projeção de operação de aterro próprio se daria da

seguinte forma:

Projeção de Receita Mensal = Gasto Mensal Atual – Projeção de Gasto Mensal

Aterro

Projeção de Receita Mensal = 58.000 – 36.240,04

Projeção de Receita Mensal = 21.759,96 reais

Portanto, para analisarmos em quanto tempo o aterro sanitário conseguiria dar o

retorno financeiro necessário à sua implantação, partindo do princípio de que o município

disponha de receita em caixa para o empreendimento, sem ter que recorrer a empréstimos,

basta dividirmos o custo de implantação do aterro sanitário pela projeção de lucro mensal do

aterro, logo:

Retorno Financeiro = Custo Total de Implantação / Projeção de Lucro Mensal

Retorno Financeiro = 543.495,00 / 21.759,96

Retorno Financeiro = 24,98 meses

Payback = 2 a 3 anos

Correlacionando os dados obtidos, é possível fazer a projeção de que, com a

implantação de um aterro sanitário de propriedade municipal, o município teria o retorno do

investimento inicial para o empreendimento em aproximadamente dois anos.

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3 CONCLUSÃO

Ainda que preliminarmente, é possível afirmar que a implantação de um aterro

sanitário no município de Sarandi – RS é viável ambientalmente. Isto ficou evidenciado

analisando os critérios ambientais e técnicos que acabaram por indicar a segunda área

analisada (Área 2) como a mais indicada para a implantação de um empreendimento de

disposição final de resíduos sólidos.

É importante ressaltar que mesmo com a seleção da Área 2 como sendo a área mais

apta à implantação de um aterro sanitário, dentre as três áreas analisadas, ainda há a

necessidade de quatro furos de sondagem com o objetivo de se conhecer mais profundamente

as características geológicas e geotécnicas do terreno natural da mesma.

Com relação à análise financeira, ficou evidente que com a possibilidade da

implantação e operação de um aterro sanitário municipal, o município de Sarandi – RS teria a

oportunidade de minimizar o gasto de recursos com a disposição final de seus resíduos sólidos

urbanos.

É claro que o fato de implantar um aterro sanitário em seus limites territoriais causa

também um impacto ambiental relevante. Há que se discutir as prioridades e a relação custo-

benefício tanto ambientalmente, quanto economicamente falando.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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