universidade de cuiabÁ programa de pós-graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da...

84
UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal Área de Concentração Saúde Animal ANDRÉA JANAINA DE MELLO USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA CINOMOSE Cuiabá, 2015

Upload: others

Post on 12-Sep-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ

Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal

Área de Concentração Saúde Animal

ANDRÉA JANAINA DE MELLO

USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL

CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES

PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA

CINOMOSE

Cuiabá, 2015

Page 2: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

ANDRÉA JANAINA DE MELLO

USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL

CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES

PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA CINOMOSE

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal,

da Universidade de Cuiabá – UNIC como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Mendes Amude

Cuiabá, 2015

Page 3: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes
Page 4: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

ANDREA JANAINA DE MELLO

USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL

CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES

PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA CINOMOSE

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal,

da Universidade de Cuiabá – UNIC como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Mendes Amude

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Mendes Amude - UNIC

_______________________________________

Prof.ª Drª. Michele Lunardi - UNIC

_______________________________________

Prof. Dr. Daniel Moura Aguiar - UFMT

Conceito Final:_________

Cuiabá, ___ de ____________ de 2015.

Page 5: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

“Este trabalho é dedicado aos nossos ilustres pacientes”

Page 6: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

AGRADECIMENTOS

De todas as virtudes humanas, algumas devemos cultivar cada dia mais, dentre

elas destaco, hoje, a gratidão...

Senhor, neste dia, venho te agradecer a oportunidade de estar concluindo mais

uma etapa da minha vida profissional... O Mestrado! Obrigada por me permitir exercitar a

minha paciência, a minha inteligência, a minha capacidade profissional, intelectual e

principalmente o meu amor e compadecimento que se tornou ainda maior pelos animais!

Seres que nos amam e que, com o olhar nos agradecem por cada medicamento aplicado, cada

refeição, cada procedimento realizado, pelo alívio de suas dores e finalmente... a oportunidade

de voltar a sua locomoção e até a recuperação de sua qualidade de vida e dignidade. E, que

não perde nenhuma oportunidade de nos demonstrar seu carinho e gratidão. OBRIGADA,

Senhor!

Família... Deus em sua infinita bondade nos concede a oportunidade de

estarmos com pessoas no nosso cotidiano, que desenvolvemos laços de amizade, amor, afeto,

compreensão entre outros. E é desta compreensão que quero falar... Agradecer e pedir perdão

pela minha ausência em alguns momentos. Ao meu esposo, pelo apoio financeiro, paciência,

“ouvidos” e “ombro” nos momentos difíceis. Você sempre foi maravilhoso na minha vida!

Aos meus filhos e aos meus animais (que são como filhos!) que foram furtados de minha

presença nestes dois anos de trabalho intenso, mas, compensador... Agradeço também, a

minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que

sempre apoiou minhas atitudes voltadas aos animais e me estimulou com seus exemplos e

palavras a ser médica veterinária. Seu exemplo foi fundamental para a formação de meu

caráter, minha conduta e principalmente o amor pelos animais, aliás, por tudo que vive!

Minha eterna gratidão à todos vocês!

Por falar em família, alguns laços se formaram nesta etapa de minha vida e que

devo também destacar... Meu orientador... Ah, que pessoa ocupada, culta, admirável pela

compreensão, profissionalismo, ética, mas, especialmente a sua conduta clínica. Um ser

humano sensível, que eu aprendi a respeitar e a admirar! Que me apoiou em minhas idéias,

por mais loucas que pudessem parecer... Que me compreendeu nas horas difíceis, que soube

entender minhas limitações, mas, sempre me estimulando de forma delicada a rompê-las!

Obrigada, Prof. Alexandre Mendes Amude! Saiba que o senhor teve uma importância muito

grande e decisiva na minha vida profissional e lhe sou muito grata a isto! Que Deus lhe

abençoe e que conduza sempre sua carreira a serviço do bem a estes seres que tanto precisam

de nós! Junto com ele veio uma “tchurma” que quero muito bem! Família SRA (Serviço de

reabilitação animal – Andrea, Andreia, Anielly, Ana Maria, Anna Beatriz, Bruna, Caroline,

Page 7: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

Daniel, Dariana, Débora, Daiana, Hiago, Iolanda, Josiane, Jucileide, Karielly, Kethin, Liane,

Rochanny, Sabrina, Simone, Tathiane, Tiele), que devo tanta gratidão não só pelos serviços

prestados, mas, principalmente pelos laços afetivos formados. Obrigada, galera, um grande

pedaço deste trabalho é de vocês! Que cada dia mais possamos vivenciar os ensinamentos

destes 2 anos “cinomose tem solução e não é eutanásia!” e “a cada passo uma nova

conquista!” Não é, galera? Sempre! Lições que ficarão para sempre na nossa memória!

Respeito sempre à vida!

Por falar em trabalho, não posso deixar de agradecer à cada funcionário do

HOVET pelo apoio dedicado ao meu trabalho. Agradeço aos professores, aos funcionários,

aos enfermeiros e um agradecimento todo especial ao nosso diretor Prof. Dr. Lázaro Manoel

de Camargo, pelo apoio ao meu projeto, pelas isenções, pela permissão da instalação do nosso

serviço de reabilitação animal e pelas palavras e atos de incentivo ao nosso serviço. A toda

equipe do Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal (todos professores e

funcionários), a Universidade de Cuiabá e a Capes, pelo apoio logístico e financeiro para

execução deste trabalho. Minha gratidão à todos vocês!

Agradeço à minha turma de mestrado, uma turma mista, com pensamentos e

formações tão diferenciadas entre si, porém, com um objetivo muito claro, a formação de

cabeças cada vez mais pensantes!

Agradeço às ONG’s APABB, AVA, Animais Perdidos Cuiabá, OPA/ MT e às

protetoras independentes Andréa, Fernanda Magalhães, Gabi, Roberta, Telma, Gabriela,

Rosane, Mônica, Luciana, Elisangela, Saula, Catarina, enfim à todas que contribuíram e

confiaram no meu trabalho! E demais padrinhos e madrinhas que nos auxiliaram com doações

de medicamentos, rações e demais utensílios para o nosso projeto! Que Francisco de Assis

abençoe sempre esta causa! E estamos juntos! Sempre!

Às empresas Macvet, Vetnil e Ouro Fino pelas doações e pela parceria e à

UFMT (Setor de moléstias infecciosas/ Prof Dr. Daniel Moura Aguiar) por ceder espaço e

animais para a execução de parte deste trabalho. Obrigada pela confiança!

Enfim, aos animais, estes sim, não desmerecendo ninguém, são dignos de toda

a minha admiração! Não me canso de admirá-los... E, de certa forma até invejá-los, pela

intensidade em que vivem a vida, de forma plena e incondicional. Como percebem,

compreendem e demonstram o amor, perdoam a ingratidão, a intolerância e ainda assim, não

desistem da espécie humana. Temos muito a aprender com estes seres! Com destaque para

um, o nosso “Nego gato” que conviveu conosco por um ano e que tanto nos ensinou e nos

divertiu com sua resmungação constante, com seus eventuais mergulhos na piscina, seu mau

humor, mas, com uma vontade de viver invejável! Pena que você nos deixou Nego, mas, na

nossa memoria você ainda continua bem vivo!

Page 8: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

Enfim, agradeço à todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a

realização deste trabalho! Grande beijo à todos! Divido com todos vocês esta conquista!

Valeu demais a experiência!

Page 9: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

" Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer

que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo

direito a ser protegida." Francisco de Assis

“ Nós seres humanos estamos na natureza para auxiliarmos o progresso dos

animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos ajudar. Por isso, quem maltrata um

animal, é alguém que ainda não aprendeu a amar”. Francisco Candido Xavier

Page 10: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

MELLO, A. J. Uso da estimulação de acupontos pela Medicina Tradicional Chinesa (MTC) aliada a fisioterapia na reabilitação de cães portadores de sequelas neurológicas debilitantes da cinomose. 2015. 82 f. Dissertação (Mestrado Biociência Animal), Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Cuiabá, Cuiabá.

RESUMO

A cinomose canina é uma doença viral cosmopolita de alta morbidade e com capacidade de deixar seqüelas neurológicas graves nos pacientes que apresentam a forma neurológica da enfermidade. A estimulação de acupontos é uma ciência milenar que visa estimular pontos que auxiliam no tratamento de doenças e vem sendo recomendada para várias afecções, especialmente as neurológicas. A fisioterapia também vem sendo utilizada no auxílio de tratamento de afecções neurológicas. Alguns trabalhos vêm sendo realizados com uso da acupuntura ou fisioterapia no tratamento das seqüelas de cinomose, mas o número de animais e metodologia adotados deixa dúvidas nos resultados encontrados, assim como a subjetividade na interpretação dos resultados. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi estudar o uso associado da estimulação de acupontos e da fisioterapia empregadas simultaneamente no tratamento e reabilitação de cães portadores de seqüelas neurológicas debilitantes em animais que foram afetados pela forma neurológica da cinomose. Para isso, foi adotando um protocolo para diagnóstico específico da encefalomielite pela cinomose e critérios de inclusão rígidos para excluir animais que se recuperariam espontaneamente sem auxílio das medidas empregadas. O diagnóstico foi estabelecido na fase ativa da enfermidade pela detecção do vírus em secreções e/ou liquor de pacientes portadores de afecções neurológicas. O exame do líquor também foi realizado. Uma vez realizado o diagnóstico de meningoencefalite por cinomose, os animais receberam tratamento médico e foram monitorados. A evolução da enfermidade neurológica, durante a progressão da enfermidade, foi estadiada por critérios objetivos pontuando as seqüelas durante o acompanhamento, sendo utilizada a pontuação com maior score como controle pré-reabilitação. O estadiamento das seqüelas foi realizado tabulando os déficits neurológicos e pontuando-os seguindo uma planilha confeccionada com notas crescentes variando de 1 a 7 de acordo com a natureza e gravidade dos déficits neurológicos. Os pacientes que sobreviveram à enfermidade e permaneceram com seqüelas neurológicas motoras (paresia/plegia e/ou mioclonias) graves não progressivas por pelo menos 60 dias após tratamento clínico foram incluídos no programa de reabilitação empregando protocolos pré-determinados individualizados para reabilitação de cada tipo de seqüela de acordo com a natureza, gravidade, membros e grupos musculares afetados pela sequela. Adicionalmente, pacientes que desenvolveram trismo foram incluídos no protocolo específico para reabilitação de tal seqüela, tão logo quanto da manifestação do problema. Esse trabalho monitorou o acompanhamento da reabilitação em 31 animais. A cada seção de reabilitação, as seqüelas foram estadiadas pelos mesmos critérios e planilha de pontuação utilizada na admissão, sendo utilizada a pontuação com menos score como controle pós-reabilitação. Observou-se resultados favoráveis em vários quesitos como retorno à deambulação, controle das mioclonias e atenuação/cura do trismo; melhoras significativas na recuperação de atividades extremamente importantes à manutenção da vida como “independência” e capacidade de apreensão de alimentos e ingestão de água. A diferença do saldo entre os scores da admissão e da alta da reabilitação mostrou uma recuperação média de 68,14% em um período que variou de 06 à 22 sessões. A acupuntura e a fisioterapia foram de grande valia para a qualidade de vida destes animais, reduzindo a gravidade das sequelas e conferindo aos animais maior qualidade de vida.

Palavras chaves: Reabilitação veterinária, Cães, Acupuntura, Fisioterapia, Neurologia

Page 11: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

MELLO, A.J. Use of acupuncture points stimulation by Chinese Traditional Medicine (CTM) and physiotherapy in the rehabilitation of dogs with severe neurological sequelae due to distemper. 2015. 82 f. Dissertation (Master in Animal Bioscience), Faculty of Veterinary Medicine, University of Cuiabá, Cuiabá.

ABSTRACT

Canine distemper is a cosmopolitan viral disease with high morbidity. In addition its may often leads to severe neurological sequelae in patients with the nervous form of the disease. Some studies have been performed with the use of acupuncture or physiotherapy in the treatment of canine distemper sequelae, but the number of animals and methodology adopted leaves doubt on the results, as well as the subjectivity in interpreting the results. Thus, the aim of this study was to investigate the combined use of acupuncture and physiotherapy used simultaneously in the treatment and rehabilitation of dogs with debilitating neurological status in animals that were affected by the nervous form of distemper. For this, was adopted a protocol for specific diagnosis of distemper encephalomyelitis and strict inclusion criteria to exclude animals that could recover spontaneously without the measures employed. The diagnosis was established in the active phase of the disease by virus detection in secretions and / or cerebrospinal fluid (CSF) of patients with neurological disorders. CSF analysis was also performed. Once a diagnosis of distemper meningoencephalitis was performed, animals received medical treatment and were followed up. The evolution of the neurological complications, during the progression of the disease, was staged by objective criteria scoring the nervous deficits; the high score were used as pre-rehabilitation control. The staging of the nervous status was made tabulating the neurological deficits following a spreadsheet made with increasing grades ranging from 1 to 7 according to the nature and severity of neurological deficits. Patients who survived the illness and remained with serious nonprogressive motor neurological sequelae (paresis/hemiplegia and/or myoclonus) for at least 60 days after medical treatment were included in the rehabilitation program using predetermined individualized protocols of rehabilitation made for each type of nervous deficits according to the nature, severity, limbs and muscle groups affected by the sequelae. Additionally, patients who developed lockjaw (trismus) were included in the specific protocol for rehabilitation of such sequelae as soon as the problem started. This work followed the monitoring of rehabilitation program in 31 animals. In each rehabilitation section, the sequels were staged by the same criteria used at admission. It was noted favorable results in different conditions such as return to ambulation, control of myoclonus and improving the lockjaw; additionally significant improvements in recovery activities extremely important occurred and the moribund animal got "independence". The difference in the balance between the scores of admission and discharge from the rehabilitation showed an average recovery of 68.14% over a period ranging from 06 to 22 rehabilitation sessions. Acupuncture and physical therapy were of great value in order to rehabilitee these animals, reducing the severity of the nervous deficits, and improving life quality. Keey words: Veterinary rehabilitation, Dogs, Acupuncture, Physical Therapy, Neurology

Page 12: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

LISTA DE FIGURA

Figura 01. Representação esquemática da formaçâo de xué............................................ 22

Figura 02. Representação da obtenção do qi (pré e pós celestial)................................... 23

Figura 03. Representação gráfica dos meridianos em equinos........................................ 36

Figura 04. Meridiano de bexiga e seus respectivos acupontos em cães.......................... 36

Figura 05. Meridiano de bexiga e seus respectivos acupontos em gatos......................... 37

Page 13: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 (revisão de literatura): Trabalhos conduzidos no Brasil com o uso da

acupuntura na reabilitação de cães com seqüelas neurológicas pela cinomose...................

40

Tabela 02 (apêndice): Escala de pontuação das seqüelas neurológicas de acordo com os

déficits neurológicos apresentados.......................................................................................

70

Tabela 03 (apêndice): Escala de pontuação da mioclonia................................................... 72

Tabela 04 (apêndice): Escala de pontuação da gravidade da atrofia/ hipotrofia muscular. 72

Tabela 05 (apêndice): Escala de pontuação das sequelas adicionais (observadas

esporadicamente)..................................................................................................................

73

Tabela 06 (apêndice): Déficits neurológicos com respectivo diagnóstico oriental,

tratamento oriental recomendado e acupontos indicados para estimulação.........................

73

Tabela 07 (apêndice): Animais incluídos no estudo com os respectivos somatórios das

pontuações das seqüelas neurológicas na admissão e na alta do programa de reabilitação,

e número total de sessões de reabilitação.............................................................................

74

Tabela 08 (apêndice): Relação dos animais com as respectivas sequelas, diagnóstico

neuroanatômico e protocolo de reabilitação instituído........................................................

75

Page 14: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

ABREVIATURAS

Pc Pericárdio VG Vaso governador VC Vaso concepção ID Intestino grosso IG Intestino delgado E Estômago P Pulmão F Fígado R Rim B Bexiga BP Baço-pâncreas VB Vesícula biliar TA Triplo aquecedor C. Coração UFMT Universidade Federal de Mato Grosso UNIC Universidade de Cuiabá HOVET Hospital Veterinário MTC. Medicina tradicional chinesa FES Estimulação elétrica funcional TENS Estimulação transcutâneo elétrica OMS Organização Mundial de saúde SRA Serviço de reabilitação animal STENA Serviço técnico especializado em neurologia animal

Page 15: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16

2 CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CINOMOSE ............................................................................................................

18

2.1.1 Etiologia .............................................................................................................. 18

2.1.2 Epidemiologia ..................................................................................................... 18

2.1.3 Sinais clínicos: Visão Ocidental x Visão Oriental .............................................. 20

2.1.4 Sinais clínicos – visão ocidental ......................................................................... 20

2.1.5 Sinais clínicos – visão oriental ............................................................................ 22

2.1.6 Diagnóstico ......................................................................................................... 25

2.1.7 Complicações da enfermidade e manejo hospitalar ............................................ 27

2.1.8 Tratamento alopático .......................................................................................... 28

2.1.9 Tratamentos complementares à alopatia............................................................... 29

2.2 ACUPUNTURA .................................................................................................... 31

2.2.1 Histórico .............................................................................................................. 31

2.2.2 Conceitos orientais da acupuntura ...................................................................... 32

2.2.3 Os acupontos ....................................................................................................... 34

2.2.4 Neurofisiologia da estimulação dos acupontos..................................................... 34

2.2.5 Meridianos e sensação De qi ............................................................................... 35

2.2.6 Indicações e contra indicações da acupuntura .................................................... 38

2.2.7 A acupuntura na cinomose .................................................................................. 39

2.3 REABILITAÇÃO E FISIOTERAPIA VETERINÁRIA ....................................... 41

2.3.1 Histórico .............................................................................................................. 41

2.3.2 Objetivos da reabilitação e da fisioterapia veterinária ........................................ 42

2.3.3 Modalidades de fisioterapia e respectivas indicações ......................................... 43

2.3.3.1 Termoterapia e crioterapia ............................................................................... 43

2.3.3.2 Laserterapia ...................................................................................................... 44

2.3.3.3 Cinesioterapia ................................................................................................... 45

2.3.3.4 Hidroterapia ..................................................................................................... 46

2.3.3.5 Eletroterapia ..................................................................................................... 46

2.3.3.6 Magnetoterapia ................................................................................................. 47

2.3.3.7 Massagem terapêutica ...................................................................................... 47

2.3.4 A fisioterapia e o manejo do paciente com cinomose ..................................

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA ............................................................................

48

50

3 OBJETIVOS .............................................................................................................

Page 16: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

Objetivo geral ............................................................................................................... 60

Objetivos específicos ................................................................................................... 60

4 CAPÍTULO II - ARTIGO: USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA

MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA

REABILITAÇÃO DE CÃES PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS

DEBILITANTES DA CINOMOSE ..............................................................................

61

4.1 Introdução .............................................................................................................. 62

4.2 Material e métodos ................................................................................................. 64

4.3 Resultados e discussão ........................................................................................... 65

4.5 Conclusão do artigo ............................................................................................... 67

REFERENCIAS ........................................................................................................... 67

5 CONCLUSÃO DA DISSERTAÇÃO......................................................................... 69

6 APENDICE ................................................................................................................ 70

Page 17: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

16

1 INTRODUÇÃO

Conhecida por ser uma doença altamente contagiosa, a cinomose é uma afecção viral,

multissistêmica, cosmopolita e de alta prevalência em cães, perdendo somente para a raiva em

termos de fatalidade (SWANGO, 1997; SCHERDING, 1998). O agente causador da doença é

o vírus da cinomose canina (CDV), um morbilivirus, pertencente à família paramixoviridae e

que se relaciona intimamente com o vírus do sarampo e da peste bovina (SCHERDING,

1998; BEER, 1999; GREENE, 2006). Comum em filhotes, porém, relatam Nelson e Couto

(2006) que em animais adultos não vacinados pode se ter a ocorrência da doença. Foram

descritas três formas de encefalites em cães: encefalite do cão velho ou idoso, dos cães jovens

e dos cães adultos que se diferenciaram por suas patogenias (CORRÊA e CORRÊA, 1992). É

considerada como uma das maiores causas de morte em caninos necropsiados em algumas

regiões urbanas (HEADLEY e GRAÇA, 2000; FIGHERA et al, 2008).

A gravidade na manifestação dos sinais clínicos, que são inespecíficos, irá depender de

vários fatores tais como: o estado imunológico do paciente, sua idade e cepa viral. Pode-se

observar: apatia, anorexia, secreção óculo-nasal, tosse, vômito, diarreia e sinais de

comprometimento do SNC, caracterizando assim, a virose, porém, os sinais neurológicos são

mais preocupantes e normalmente deixam sequelas que podem variar de leves à muito graves,

pois cepas com tropismo pelo sistema nervoso são consideradas como mais virulentas e

agressivas (SUMMERS et al 1984; BRAUND, 1994; HEADLEY et al, 2001; NELSON e

COUTO, 2006; BEINEKE et al., 2009; MACLACLAN e DUBOVI, 2011).

O termo acupuntura foi dado no século XVII pelos jesuítas e semanticamente significa

acus = agulha e pungere = espetar; ambos termos derivados do latim. É uma técnica

extremamente eficaz e de baixo custo. A principal e mais difundida terapia é a acupuntura

com agulha seca, porém, outras técnicas são amplamente utilizadas dentro da medicina

veterinária, tais como: farmacopuntura, a laserpuntura, a hemopuntura, a fitoterapia, a

dietoterapia chinesa, a moxabustão e a eletroacupuntura. È considerada como uma terapia

reflexa, que varia de acordo com os tipo de estímulos e as fibras envolvidas (ROGERS, 1982;

DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997; SCOGNAMILLO-SZABÓ e BECHARA, 2001,

CASSU, 2002). A técnica tem várias indicações, desde que sejam para doenças funcionais e

reversíveis, com destaque para as afecções ortopédicas, musculares e neurológicas. A terapia

contempla alterações funcionais de vários sistemas (MACIOCCIA, 1996; DRAEHMPAEHL

e ZOHMANN, 1997),

Page 18: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

17

Nas duas últimas décadas, vêm-se observando um aumento considerável no uso das

terapias complementares no tratamento de afecções diversas dentro da prática veterinária,

podendo ou não ser associadas às outras terapias. Nesse contexto ressalta-se a reabilitação e a

fisioterapia animal (PEDRO, 2012). A fisioterapia é a ciência que engloba a biomecânica, a

física, fisiologia e a psicologia do animal que está com injúrias, deformidades e/ ou qualquer

alteração que necessite tratamento. Dentre as terapias utilizadas na fisioterapia veterinária

destacamos: hidroterapia, laserterapia, eletroterapia, cinesioterapia, termoterapia,

magnetoterapia e fototerapia (TUDURY e NOBREGA, 2009; FORMETON, 2011; PEDRO,

2012).

Tendo em vista que a cinomose é um afecção com alta morbidade e com grande

potencial de deixar sequelas comprometedoras do ponto de vista neurológico e funcional

motor, este trabalho tem como objetivo utilizar a acupuntura e recursos fisioterápicos na

reabilitação de pacientes acometidos por sequelas deixadas pela cinomose, sendo avaliados a

cada sessão através de escala criada com este objetivo. O resultado do tratamento superou as

expectativas, com uma média de retorno à deambulação de 6 à 22 sessões. Além de ter

conferido aos animais melhora no seu bem estar, assim como, na deambulação e diminuição

das sequelas deixadas pela cinomose.

Page 19: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CINOMOSE

Altamente contagiosa, a cinomose canina é uma doença viral, multissistêmica, de

ocorrência mundial e muito prevalente em cães. Em termos de fatalidade, somente o vírus da

raiva sobrepõe ao CDV (SCHERDING, 1998; SWANGO, 1997).

O CDV causa a doença predominantemente em carnívoros terrestres, porém, há

registro em outras espécies tais como: focas, golfinhos, carnívoros silvestres e primatas não

humanos (NELSON e COUTO, 2006). A cinomose também é conhecida como Mal de Carré

e doenças dos coxins ásperos (TILLEY e SMITH, 2006).

A cinomose é predominantemente comum em filhotes, porém, relatam Nelson e Couto

(2006) que animais adultos não vacinados podem manifestar a doença, que pode se apresentar

nas formas: aguda, subaguda e crônica, com sinais clínicos variáveis de acordo com a

apresentação da doença e a condição imune do hospedeiro, assim como a cepa viral (BEER,

1999; GREENE, 2006). Foram descritas três formas de encefalites em cães: a encefalite do

cão velho ou idoso, a dos cães jovens e as dos cães adultos (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

A cinomose canina, embora seja uma das mais antigas doenças virais, controlada em

alguns continentes pelas práticas vacinais, a infecção, vêm sendo considerada ainda como

uma enfermidade re-emergente nas regiões onde diversos estudos foram realizados

(MARTINO et al., 2004).

2.1.1 Etiologia:

O agente causador da doença é o vírus da cinomose canina (CDV), um Morbilivirus,

pertencente à família Paramixoviridae e que se relaciona intimamente com o vírus do

sarampo (SCHERDING, 1998; GREENE, 2006; BEER, 1999).

O CDV é um vírus de RNA, que mede aproximadamente 150 a 250 de diâmetro e é

pouco resistente à temperaturas altas e raios solares. Também apresenta-se lábil à

desinfetantes a base de éter, clorofórmio, solução formalina, fenóis e amônia quaternária. O

vírion é envelopado, envolvido por uma camada lipoprotéica, derivada da membrana celular

(GREENE, 2006).

2.1.2 Epidemiologia

Page 20: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

19

A infecção pelo CDV se dá, por via aerógena, através de aerossóis e gotículas

provenientes das vias aéreas e/ou da cavidade oral de animais infectados e a replicação viral

ocorre em cerca de 7 dias. Os resíduos digestivos, urinários, utensílios e alojamentos também

podem ser contaminados pelo CDV. A transmissão transplacentária constitui uma fonte rara

de cinomose nos cãezinhos jovens (ETTINGER e FELDMAN, 1997; BIRCHARD e

SHERDING, 2003; TILLEY e SMITH, 2006). A porta de entrada se dá pelas mucosas das

vias respiratórias e digestiva superiores e a infecção pode ser por contato direto ou através de

fômites infectados (BEER, 1999; GREENE, 2006). A replicação se dá nos tecidos linfóides,

nervoso e/ ou epitelial e o vírus pode ser eliminado nas secreções nasais, conjuntivais, fezes,

urina e saliva, por até 15 dias. Porém, na urina, pode ser eliminado por até 90 dias após a

infecção natural (NELSON e COUTO, 2006; GREENE, 2006). Scherding (1998) afirma que

a maior vulnerabilidade da infecção se dá entre a sexta e a décima segunda semana e atribui

este fato à perda da imunidade materna. Em estudos conduzidos no Brasil, constatou-se que a

cinomose tem destaque absoluto como uma das principais causas de morte em caninos

necropsiados em algumas regiões urbanas (HEADLEY, 1999; HEADLEY e Graça, 2000;

FHIGHERA et al., 2008).

Em estudo realizado em Maringá (PR), Borba et al. (2002) analisaram os

atendimentos realizados em clínicas da cidade durante o período de 1998 à 2000, resultando

em 2,07% de positividade para CDV, considerada baixa. Os autores não detalharam o método

de diagnóstico, se restringindo somente a discriminar pelo uso da observação de sinais

clínicos, histopatológicos ou laboratoriais.

Em Minas Gerais, na região da serra do Cipó, Curi (2005), realizou estudo

epidemiológico do vírus do CDV, encontrando positividade de 65,7% em canídeos

domésticos, enquanto que em canídeos silvestres esta positividade foi considerada baixa.

No ano de 2006, Dezengrini percebeu prevalência de 27,3% nas amostras de soro

sanguíneo de cães do município de Santa Maria (RS), sendo utilizada como parâmetro

diagnóstico a sorologia para CDV.

Ao contrário, Barbosa e Passos (2008) no município de Anápolis (GO), encontraram a

positividade relatada em torno de 10,6% para o CDV, pesquisa esta realizada através de

diversos artifícios diagnósticos, não sendo delimitado um único parâmetro.

Foram selecionados na Universidade Federal de Uberaba, 749 cães com suspeita de

cinomose, que tiveram colhidos swabs da conjuntiva ocular para análise da presença do

Page 21: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

20

antígeno, através de diagnóstico direto. O estudo obteve como resultado 19,9% de

positividade nas amostras analisadas (SANTOS et al, 2012).

Em Guaranhuns (PE), Lúcio et al (2014), observaram prevalência alta do CDV. De

104 amostras de soro sanguíneo de cães sintomáticos não vacinados analisadas através da

imunocromatografia para anticorpos contra CDV, 90,38% foram consideradas positivas com a

seguinte proporção: 28,72% com concentração alta, seguida de 47,88% considerada como de

média e 23,40% anticorpos em baixa. Porém, os autores afirmam que as diferenças entre

resultados podem ser atribuídos ao delineamento amostral e a possíveis variações nos testes

diagnósticos.

Quanto à ocorrência, a doença se dá durante o ano todo, porém, se destaca mais no

inverno. Não há diferença entre raças ou sexos. Mas, sabe-se que as cepas mais virulentas e as

que apresentam tropismo pelo sistema nervoso são mais graves (CORREA e CORREA, 1992)

2.1.3 Sinais clínicos – visão ocidental x oriental

Segundo, Schwart (2008), os médicos da China antiga, utilizavam como recursos

semiológicos quase que exclusivamente seus sentidos (olfato, audição, tato), destoando, em

parte, da medicina ocidental e principalmente da medicina moderna. E com isso, tendeu-se a

observar e classificar de forma diferenciada os sinais clínicos e as manifestações das doenças

e consequentemente seus diagnóstico, com uma linguagem própria e de certa forma até

simbólica, mística e metafórica. Por isso, para uma melhor compreensão do texto e das

nomenclaturas utilizadas ao longo do mesmo, algumas definições básicas serão apresentadas

na visão oriental dos sinais clínicos:

2.1.4 Visão ocidental

A infecção pelo CDV afeta diretamente os sistemas: respiratório, oftálmico,

locomotor, gastrointestinal, dermatológico e sistema nervoso central (SNC). Porém, uma das

complicações mais graves da cinomose é a meningoencefalite, sendo inclusive, foco de

muitos estudos pelo curso clínico e lesões neuropatológicas que desencadeiam. Os sinais

clínicos variam muito e são inespecíficos. Como sinais multissistêmicos inespecífico pode-se

citar a anorexia, apatia e febre. Complicações respiratórias e oculares como secreções nasais,

rinites e ceratoconjuntivites com ou sem pneumonias bacterianas secundárias, podem ocorrer.

Page 22: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

21

Como sinais gastrointestinais podemos destacar vômito e diarreias (NELSON e COUTO,

2006; TILLEY e SMITH, 2006).

Em sua fase respiratória, a cinomose pode apresentar sinais de descargas nasais e/ ou

oculares com secreções mucopurulentas, tosse normalmente secundária às broncopneumonias

por bactérias oportunistas (ETTINGER e FELDMANN, 1997). Na fase sistêmica, podemos

destacar também a fase intestinal, onde há presença de diarreias e vômitos (NELSON e

COUTO, 2006). O estado imunológico do paciente, sua idade e a estirpe viral serão

determinantes para a manifestação dos sinais nervosos do cão infectado pelo CDV

(SUMMERS et al, 1984).

O CDV ainda pode acarretar distúrbios oculares através de mecanismos imunológicos

levando a danos imunomediados das glândulas lacrimais que resultam em uma menor

produção do filme lacrimal aquoso (NORRIS et al, 2006; GREENE, 2006). Pode-se também

observar a neurite óptica e lesões retineanas (SUMMERS et al, 1984).

As alterações neurológicas são causadas pelas encefalites ou meningoencefalites que

apresentam comportamento multifocal e podem manifestam-se desde um distúrbio leve de

locomoção com ataxia e paresia, paralisia grave, déficits variados de nervos cranianos à

convulsões graves (SUMMERS et al., 1984; BRAUND,1994; HEADLEY et al., . 2001;

BEINEKE et al, 2009; NELSON e COUTO, 2006). Normalmente, tem como ponto de início,

relatam Vandevelde et al. (1980) e Braund, (1994), fraqueza dos membros posteriores,

incoordenação e quedas normalmente ocasionais. Além disto, pode-se observar também

incontinência urinária e fecal podendo estar acompanhado de priaprismo (GUILFORD et al.,

1990). Paralisia facial pode também ser decorrente da cinomose (BRAUND, 1994). Ainda

como sinais neurológicos, pode-se observar: nistagmo, inclinação lateral da cabeça, tremores

e atrofias musculares (VANDEVELDE et al. 1980). Podendo também, ser observados sinais

meníngeos de hiperestesia e rigidez cervical (SWANGO, 1997; SCHERDING, 1998;

TILLEY e SMITH Jr, 2006).

A mioclonia é um sinal importante da cinomose e também pode ser denominada coréia

(CHRISTMAN, 1985). Sua ocorrência pode ser considerada marcante na doença e se

caracteriza por espasmos flexores involuntários. Na medicina ocidental, a mioclonia é

considerada como uma contração rítmica e repetitiva, podendo atingir um músculo ou a

grupos musculares. Estas repetições podem ocorrer até 60 vezes por minuto e normalmente

estão associadas à meningoencefalite pelo CDV, porém, há registros, muito raros, de

mioclonias em outras afecções como lesões focais inflamatórias ou neoplasias na medula

espinhal. E, normalmente são muito observadas como sequela em cães sobreviventes à

Page 23: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

22

cinomose (SWANGO, 1997; SCHERDING, 1998; TILLEY e SMITH Jr, 2006: NELSON e

COUTO, 2006).

Pode-se observar também nestes cães sinais diversos tais como: hiperqueratose de

coxins e focinho, hipoplasia de esmalte dentário e pústulas abdominais. As lesões ósseas,

também podem ocorrer, segundo Greene e Appel (2006), em filhotes entre 3 e 6 meses de

idade, assim como pode-se observar também artropatias degenerativas em cães com artrite

reumatoide em algumas raças específicas.

2.1.5 Visão oriental

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), para Macioccia (2007), considera a função

do corpo e da mente como o resultado da interação de determinadas substâncias vitais. Os

conceitos médicos dentro da MTC são bem diferenciados dos conceitos aplicados na medicina

ocidental e para uma melhor compreensão destes diferenciais, algumas definições básicas

serão apresentadas a seguir:

- Xue: É considerada como o sangue na MTC (Fig. 01). Quem o produz é o rim e a

medula óssea, fato descoberto muito antes no oriente do que o ocidente. O guardião do xue é

o fígado (boa parte dele). O xue alimenta os órgãos e gera mais xue. O coração é o

comandante do sangue, movimentando-o. A sua obstrução desencadeia patologia (ROSS

1994; YAMAMURA, 2004).

Figura 01. Representação esquemática da formaçâo de xue.

Fonte: Drummond, 2009

Page 24: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

23

- Qi: Considerado como energia corpórea (Fig. 02). Está ligado à movimento e

direção. Flui através de canais denominados meridianos. Embora seja o mesmo, o qi se

diferencia de acordo com localização e função (MACIOCCIA, 1996).

Figura 02. Representação da obtenção do qi (pré e pós celestial).

Fonte: Drummond, 2009

- Jing: É considerada a energia poupada. Considerada como base material do qi.

Encontra-se nos rins. É o somatório do qi pré-celestial (energia proveniente dos pais) e pós-

celestial (energia oriunda dos alimentos). Sendo esta a forma clara de expressão da genética

na M.T.C. Para o desenvolvimento do feto, é utilizada energia do Jing (BEAL, 1999).

- Wei qi: Na medicina ocidental, corresponde ao nosso sistema imune. Conhecida

também como energia de defesa, o wei qi protege os organismos contra a invasão de fatores

patogênicos e aquece a nossa pele. A deficiência de wei qi pode gerar desequilíbrios e

consequentemente as doenças, que podem ser agudas e crônicas como na medicina ocidental

(LOBO JR, 2012).

- Gu qi: É a primeira fase da biotransformação dos alimentos. Obtenção de energia

para o organismo (MACIOCCIA, 2007).

- Shen: Considerado com a “mente” e seu desequilíbrio gera confusão mental,

esquecimento e distúrbios do sono (BEAL, 1999).

- Jin Ye: Fluidos corpóreos como líquido sinovial, líquor, saliva, entre outros

(MACIOCCIA, 2007).

Page 25: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

24

- Vento (Gan): De comportamento Yang, o vento é um fator patogênico que tende a

danificar o xue e o Yin. Sua origem pode ser interna ou externa. Indica movimento rápido e

inconstante. Tende a ascender. Os sintomas têm manifestações de início agudo e costumam

localizar-se ou serem mais intensos no alto do corpo, principalmente na cabeça (WEN, 1985).

- Síndrome de frio: A invasão de frio nos músculos causa estagnação de Qi e Xue,

criando contratura das fibras musculares (CAIN, 2003).

- Síndrome de calor: Os agentes virulentos, como o CDV, que invadem o organismo,

se caracterizam com “invasão de calor externo” que levará a um quadro Yang, que por sua

vez, consome o Yin, predominando manifestações Yang. Este calor pode afetar o coração

(que é a morada do Shen – cabeça). O calor se relaciona com o fogo, que pode ter origem

externa ou interna. Divide-se em dois tipos, se diferenciando pela intensidade. O calor

moderado que invade a pele e causa manifestações brandas, normalmente não sistêmicas. Ao

contrário, o calor intenso, causa manifestações sistêmicas, normalmente graves (WEN, 1985;

MACIOCIA, 1996).

Para a MTC, tudo na natureza é energia ou Qi. Este conceito divide-se em Yin e Yang,

que possuem relação antagônica. Portanto, a doença, de forma geral, é ocasionada por

desequilíbrio entre Yin e Yang (MACIOCIA, 2007).

As viroses, para Macioccia (1996), estão relacionadas à invasão de calor externo que

agride o organismo quando o invade este invasor pode ser qualquer agente infeccioso.

Podendo além dos sinais acima descritos também ser observado febre. Porém, este padrão se

dá pelas formas mais agudas de manifestação. Persistindo os sintomas, poderá ser observado

o agravamento evoluindo para o coma. Este fato se explica pela migração do calor para a

mente (shen), podendo apresentar a insônia, resultando na perturbação do shen. Inicialmente,

invadem o coração (Xin) que por consequência afetará o Shen por ser considerado o coração

morado da mente.

A cinomose é considerada como uma síndrome Wei, pois atinge as camadas mais

profundas de energia acometendo a nutrição do xue (sangue), podendo também estar

relacionada à deficiência do qi do rim. A afecção se caracteriza em alguns casos por paralisia

flácida e consequente atrofia muscular. Os sintomas de vento podem se manifestar por

mioclonias, complicações de posteriores (sequelas), convulsões e tremores. Estas

manifestações irão se diferenciar de acordo com o diagnóstico na MTC (GUSMÃO, 2012).

Classificando quanto ao seu tipo, Moraes e Haddad, (2009), afirmam que as síndromes

wei, podem ser por: calor no pulmão (consumo de fluidos), deficiência do qi do baço,

pâncreas e estômago (atrofia e/ ou fraqueza muscular, apatia, anorexia entre outros), invasão

Page 26: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

25

de umidade-calor (febre, saburra gordurosa na língua, urina turva), deficiência do fígado e rim

(dificuldade de irrigação nos tendões, gerando paralisia flácida), estagnação de xue nos

meridianos (pulso irregular e língua púrpura).

Já Torro (1997), diz que a cinomose canina está relacionada ao vento interno

invadindo os canais e o vento do fígado atribuído à ascensão do yang Qi ou deficiência de

xue, ambos ocorrendo no fígado. Afirma ainda, que esta pode ser uma doença de vento frio ou

por calor, que varia de acordo com a fase. E que pode ser tanto considerada como uma

síndrome Bi (obstrução/ dolorosa) quanto uma síndrome Wei Bi (atrófica).

Em seu livro, Macciocia (2005) afirma que a síndrome Wei se caracteriza pela

“secagem” de músculos e tendões tornando-os “murchos” pela falta de nutrição adequada e

esta síndrome quando intensificada pode tornar-se mais grave e ser denominada “Síndrome

Wei Bi”.

O vento é um fator patogênico com comportamento Yang por ser leve e ter

característica de ascender, que tende a danificar o sangue (xue) e por consequência, o Yin. E

este vento pode ter origem interna ou externa. Normalmente concentram-se no alto do corpo,

principalmente na cabeça (WEN, 1985).

Como exemplos destas manifestações de vento, Macioccia (1996) destacou as

mioclonias ou coréias, tremores, parestesias, paralisias, tonturas e principalmente as

convulsões e na fase respiratória, a invasão de vento penetra na pele e interage com o qi

defensivo dos pulmões, enfraquecendo-o, segundo a MTC.

Outra explicação para os sinais respiratórios, agora dados por Wen (1985), é a

inversão do fluxo de qi proveniente dos pulmões gerando a tosse. Explica ainda que a tosse e

acontece quando algum fator impede a descida do qi, já a mucosidade é causada pelo vento

combinado ao calor, pois irá secar os fluidos pulmonares que se condensam sob a forma de

muco. E na fase intestinal, o mesmo autor, explica que se dá através da invasão da umidade-

calor, com fezes mucosas, amareladas e por vezes com estrias de sangue.

2.1.6 Diagnóstico

O diagnóstico da cinomose se dá por um somatório de achados: observação de sinais

clínicos e história do paciente aliados à achados laboratoriais. Assim como, tem-se a opção,

dos testes diretos para a detecção do agente ou de frações deste e/ ou testes indiretos para a

mensuração de anticorpos (ETTINGER e FELDMAN, 1997).

Page 27: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

26

A cinomose, por provocar sinais clínicos inespecíficos e multissistêmicos, deverá ser

diagnosticada através da observação de sinais, histórico vacinal e/ ou doença debilitante

coexistente que possa diminuir a imunidade, associado à exames laboratoriais e por vezes,

radiográficos. Além disto, por ser uma afecção de curso variável e com manifestações

diversas, o diagnóstico é incerto. Os exames disponíveis demandam custo e tempo e são

obrigatoriamente realizados em laboratório. Muitos animais necessitam da confirmação

somente através de amostras do tecido nervoso (FRISK et al., 1999; TILLEY e SMITH Jr,

2006; NELSON e COUTO, 2006).

Pode-se também se diagnosticar a cinomose através da detecção de antígenos pela

técnica de ELISA (BLIXENKRONE-MOLLER et al., 1993). A imunofluorescência direta

também é passível de identificação do CDV (EK-KOMMONEN et al., 1997). Há também a

possibilidade de diagnóstico pela técnica de transcrição reversa seguida da reação em cadeia

pela polimerase (RT-PCR) (AMUDE et al., 2006). Outra forma de identificação do agente

causador da cinomose canina se dá, segundo Amude (2007) através de isolamento viral a

partir de cultura celular.

Em um estudo realizado na UEL (Universidade Estadual de Londrina), realizado com

33 animais, considerou-se três grupos: com sinais sistêmicos somente, com sinais

neurológicos somente e com sinais sistêmicos e neurológicos simultaneamente, sugestivos de

cinomose. Os autores afirmaram que não perceberam eficácia no teste de

imunocromatografia, especialmente no grupo com sinais neurológicos. Nos animais com

sinais sistêmicos o teste ofereceu resultados positivos. Os autores afirmam que temem por

resultados falso-negativos (CURTI, ARIAS e ZANUTTO, 2012). Na rotina clínica já se faz

uso da imunocromatografia para diagnóstico do CDV, o que muito contribui para a conduta

clínica e como método de diagnóstico e triagem. Porém, fazem-se necessárias algumas

adequações para tornar o uso deste método diagnóstico mais eficaz, sendo hoje utilizado com

ótima confiabilidade do diagnóstico clínico, utilizando secreções, líquor e/ ou urina dos cães

suspeitos (Amude, 2014).

Em um ensaio realizado por Galante (2009), fazendo uso da imunocromatografia para

diagnóstico do CDV em 64 animais com sinais neurológicos e sistêmicos, a autora recomenda

o teste, porém, alerta para a observação do estágio em que o animal se encontra. Alerta ainda,

que os animais testados através do líquor apresentaram teste positivo, embora alguns foram

diagnosticado como negativo em swab de conjuntivas reforçando a hipótese de se conhecer a

fase que se encontra a doença, recomendando seu uso para a rotina clínica desde que

respeitado as particularidades descritas do teste.

Page 28: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

27

Gama et al (2005) afirmaram que o exame do líquor em experimento conduzidos por

eles, foi importante para a análise das proteínas e da celularidade e consequente provável

diagnóstico para cinomose à partir de cães que apresentavam obrigatoriamente sinais

neurológicos. Os autores alertaram que cães sem sinal neurológico não apresentaram tais

alterações, embora, estes apresentavam a enfermidade. O líquor ou LCR (Líquido

cefalorraquidiano) é considerado uma ferramenta eficaz para o diagnóstico da cinomose e

demais doenças que envolvam sinais encefálicos ou medulares e sem diagnóstico conclusivo

(PELLEGRINO et al., 2003).

O diagnóstico diferencial da cinomose é amplo e inclui uma série de outras

enfermidades infecciosas como a hepatite infecciosa canina, leptospirose, tosse dos canis,

pasteurelose, raiva, doença de Aujesky. Outras afecções podem também ocorrer concomitante

a cinomose ou sendo secundária à infecção viral (BEER, 1999). Já Tipold, Vandevelde, Jaggy

(1992) nos alerta que mesmo sendo a cinomose uma afecção muito prevalente dentro das

doenças neurológicas que afetam os cães, deve-se incluir a investigação da toxoplasmose nos

animais que apresentem sintomatologia nervosa e/ ou pulmonar. Moretti et al. (2002)

concordam e ainda afirmam que é importante esta abordagem pois a eficácia na terapêutica da

cinomose é muito baixa, e na ocorrência de co-infecções isto torna a doença ainda mais letal.

2.1.7 Complicações da enfermidade e manejo hospitalar

Como cuidados na hospitalização, Sherding (1998) cita a necessidade da manutenção

da umidade e limpeza das vias aéreas e olhos, manutenção dos fluidos corporais com suporte

nutricional e fluidoterapia satisfatória. Assim como, segundo Tilley e Smith (2006), após o

controle de infecções secundárias, o animal tende a se alimentar normalmente. O respiratório,

segundo Isola e Oliveira (2013) é um dos sistemas que mais tendem a apresentar

complicações tais como: a diminuição da capacidade residual funcional e da complacência

pulmonar, ocasionando atelectasias, retenção de secreções e, em alguns casos, a pneumonia e

morte.

A nebulização é de suma importância com solução salina, assim como drogas

expectorantes e fisioterapia respiratória (tapotagem), com a finalidade de evitar a

consolidação pulmonar, deve-se fazer a cada uma ou duas horas a troca do decúbito dos

animais (NELSON e COUTO, 2006; GREENE, 2006).

Para auxiliar na recuperação dos animais acometidos pela cinomose e que ainda se

encontram em restrição de movimentos, é importante mantê-los em decúbito esternal para que

Page 29: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

28

este receba estímulos proprioceptivos sejam estes visuais, olfatórios e/ ou táteis, estes

estímulos auxiliam em muito a recuperação dos animais sequelados, assim como a

mobilização passiva visando manter articulações e anexos viáveis (PEDRO, 2013). Para Isola

e Oliveira (2013), o paciente hospitalizado, especialmente os que permanecem imobilizados

por muito tempo, tendem a apresentar complicações, pois, inúmeros fatores debilitantes ao

organismo de forma sistêmica, em especial os que tendem a permanecer de um mesmo lado,

resultante em melhor qualidade de vida e da sobrevida pós-alta destes animais, necessitando,

com isso, da fisioterapia de leito para estes pacientes.

Um complicador em animais hospitalizados por longos períodos, especialmente os

imobilizados, são as contraturas e consequentes perdas de função das articulações e também a

atrofia grave da musculatura por desuso (PEDRO, 2013)

Outra preocupação dos clínicos com relação à cinomose, são as co-infecções,

especialmente Toxoplasma gondii e Neospora caninum. No ano de 2012, Aguiar et al (2012)

conduziram uma análise de amostras de 21 cães suspeitos de CDV. Estas amostras foram

analisadas da seguinte forma: RT-PCR para cinomose, RIFI para toxoplasmose e neosporose.

Os resultados foram os seguintes: 80,9% dos cães apresentaram positividade somente para

CDV, 38,1 % para toxoplasmose, 41,1% para ambos e apenas um caso que apresentou

positividade para as três afecções simultaneamente. Com isso, percebeu-se a importância em

observar possíveis co-infecções visando o não agravamento do quadro clínico do animal,

medicando-o de forma mais correta e abrangente possível.

2.1.8 Tratamento alopático

O tratamento da cinomose é inespecífico e de suporte, baseado na hidratação para a

manutenção da volemia e homeostase, antieméticos, antibióticos, como ampicilina,

tetraciclina e cloranfenicol, antipiréticos, antinflamatórios, complexos vitamínicos, como as

do complexo B, ácido ascórbicos (Vitamina C) e anticonvulsivantes (GREENE, 2006).

O tratamento para a cinomose é extremamente frustrante, porém, há relatos que deve

ser feito sintomaticamente e se torna importante à administração de antibióticos com boa ação

para o aparelho respiratório, destacando o uso das quinolonas, sulfas potencializadas e

algumas tetraciclinas (NELSON e COUTO, 2006).

Tilley e Smith (2006) não recomendam o uso de corticóides, pois estes tendem a

imunossuprimir ainda mais estes pacientes. Ressaltam ainda, a importância de se evitar o uso

das quinolonas e as tetraciclinas que podem interferir no crescimento de filhotes e

Page 30: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

29

recomendam o uso de anticonvulsivantes e antibióticos e alertam que não existem drogas

antivirais.

Para tratamento de cães com co-infecção para CDV e toxoplasmose, é necessário uma

terapia visando a recuperação do pacientes e prevenindo a reagudização dos cistos de

protozoários. O protocolo instituído nesses casos consiste em: antibióticos de amplo espectro,

terapia de suporte hidroeletrolítico e energético, além de vitaminas C e do complexo B. Ao ser

confirmada a positividade para toxoplasmose, recomenda-se a sulfadoxina/ sulfametazol com

trimetropim, adicionado à suplementação com ácido fólico 7 dias após o início do antibiótico

e prolonga-se por 30 dias a antibioticoterapia. Outra proposta de tratamento para pacientes

com toxoplasmose é o uso da clindamicina (10 mg/kg, VO, q8h) ou sulfa associada ao

trimetoprim (15 mg/kg, VO, q12h) com duração de 2-4 semanas, porém a associação de

sulfonamidas (30 mg/kg, VO, q12h) e a pirimetamina (0,250,5 mg/kg, VO, q12h) durante 2

semanas é mais efetivo do que o trimetoprim (MORETTI el al., 2002; DEWEY, 2003).

O uso do soro hiperimune específico pode ser utilizados das seguintes formas: na dose

de 2 a 4 ml/ Kg em aplicação única, distribuídas em vários locais por via intramuscular, ou no

tórax em duas aplicações bilaterais, por via subcutânea, conforme a dose preconizada. Em

imunoterapia passiva de doenças a vírus (como no uso de antitoxinas), como norma, deve-se

aplicar o soro hiperimune necessário de uma só vez, pois sua ação é fundamentalmente de

soroneutralização (SHERDING, 2003; SWANGO, 1997). Ainda sobre o uso do soro

hiperimune, Taques (2014), alerta que o soro hiperimune foi eficaz no tratamento da

cinomose canina e que não interferiu nas funções orgânicas dos pacientes tratados. Porem,

sugere a necessidade de mais estudos para maior compreensão da dinâmica do referido

imunoterápico.

Foi também utilizado um protocolo de tratamento baseado em ribavirina e

dimetilsulfóxido (DMSO) no tratamento da cinomose canina. A primeira droga possui efeito

deletério ao CDV em animais na fase neurológica com melhora sensível do estado clínico dos

animais testados, enquanto o DMSO potencializa a difusão da droga nos tecidos. Relata ainda,

que como efeitos colaterais foram observados: anorexia ou hiporexia, vômitos esporádicos,

sensibilidade abdominal. Alguns animais também apresentaram gastrite, tendo que ser

tratados com protetores de mucosas. Há também o relato de leve alteração na medula óssea

resultando em anemia, linfopenia e branda lesão renal. Associado à prednisona, a ribavirina se

potencializou a indução à anemia (MANGIA, 2008; MANGIA, 2014).

2.1.9 Tratamentos complementares à alopatia

Page 31: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

30

Além dos tratamentos alopáticos, há registros de tratamentos para a cinomose com

medicamentos homeopáticos (BRIONES, 1996; SILVA, 1996). Para Alexandre (1992), pode-

se utilizar Lachesis e Pulsatila na dinamização de 10 M. Da mesma forma, Domingues et al

(2000) utilizaram protocolos homeopáticos envolvendo os medicamentos: Osciloccinum,

Arsenicum album, Gelsemium, Cuprum não citando as referidas dinamizações. Para Briones

(1996), pode-se fazer uso do Oscillococcinum, da Belladonna, Arsenicum album, Aconitum,

Ferrum Phosphoricum, Mercurius, Pulsatila, entre outros. Os medicamentos Gelsemium

semprevirens, Conium maculatum, Nux vômica, Zincum metalicum, Cuprum, Tarentula

hispânica, Zizia aurea, Arsenicum Album são citados como potenciais medicamentos para

tratamento da cinomose (MACIEL, 1999). Através de repertorização da doença, Costa (1999),

afirma que o Arsenicum album é o gênio epidêmico da cinomose. Contudo, deve-se realizar a

repertorização sistemática dos sintomas físicos e mentais envolvendo o animal (SILVA, 2000;

RIBEIRO, 2002).

Na MTC, a acupuntura e demais técnicas baseadas na estimulação dos acupontos

ocupam lugar de destaque nos tratamentos preconizados. No contexto da MTC, pode-se citar

também à fitoterapia e dietoterapia chinesa (SCHWARTZ, 2008). A estimulação dos

acupontos será melhor detalhada na próxima secção (item 2.2), uma vez que esta técnica será

empregada na metodologia do presente estudo.

Como auxiliar ao tratamento, Lobo Jr. (2012) também recomenda o uso de alguns

itens na alimentação dos cães sequelados pela cinomose de acordo com a necessidade do

paciente e alguns requerimentos da dietoterapia segundo a MTC. Para a tonificação do

aquecedor médio podem ser usados: abóbora, alho poró, lichia e maçã. Para a produção de

fluidos, indica: açúcar, alga, azeitona, broto de bambu, banana, caqui, carambola, cação,

maçã, leite, noz, ovo, pepino, pêssego, tofu e tomate.

Dentro da medicina nutracêutica, alguns itens podem ser adicionados à alimentação

dos cães afetados pela cinomose de acordo com a fase que se encontra o animal, na tentativa

de minimizar os danos causados pela tríade: oxidação, imunossupressão, replicação viral.

Como antioxidantes podem ser utilizados: ácido lipólico, reverastrol, quercitina, extrato de

chá verde, Coenzima Q10 e N-acetilcisteína. Para imunomodulação destacam-se: vitamina

D3, vitamina K2, vitamina A, ômega três, Beta glucana. E como nutracêutico com

propriedades antivirais pode-se fazer uso da berberina (MORAES, 2013).

Para as síndromes que resultam em secura, Schwartz (2008) recomenda carnes de

porco, sardinha, mexilhão, cevada, batata, feijão-de-corda, enquanto para síndromes de calor

Page 32: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

31

usar algas marinhas e banana. Além da possibilidade de se fazer uso de aveia, arroz, carne de

boi, cordeiro, ovos e sardinha para animais com deficiência de qi.

2.2. ACUPUNTURA

O termo acupuntura foi dado no século XVII pelos jesuítas e semanticamente significa

acus = agulha e pungere = espetar, termo derivado do latim. Porém, a expressão chinesa

“Shen Shui” também expressa a acupuntura, mas, desta vez no sentido de espetar (acupuntura/

agulhas) e queimar (moxabustão), demonstrando as técnicas da MTC (DRAEHMPAEHL e

ZOHMANN, 1997).

É uma técnica extremamente eficaz e de baixo custo, além de ser considerada

interessante por apresentar mínimos efeitos colaterais, possibilidade de associação a fármacos

potencializando-os e por auxiliar na analgesia durante o procedimento cirúrgico (ROGERS,

1982). O tratamento pela acupuntura para Jaggar (1992) é uma forma de se reequilibrar o

organismo.

Vários fatores vêm contribuindo cada dia mais para a difusão da acupuntura

veterinária no ocidente, alerta Jaggar e Robinson (2006), com destaque para o fato dos

profissionais da área terem oferecido menos resistência à técnica, por maior quantidade de

estudos demonstrando a sua eficácia, mas, o cliente também se tornou mais exigente e

informado, tornando maior a procura. Mas, ainda assim, os autores afirmam que os

profissionais da área devem cada vez mais conduzir estudos visando elucidar e difundir a

M.T.C. de forma científica.

O destaque das modalidades da MTC que empregam a estimulação dos acupuntos é

para a acupuntura, porém, outras técnicas são amplamente utilizadas dentro da medicina

veterinária, tais como: farmacopuntura, laserpuntura, hemopuntura, moxabustão e

eletroacupuntura (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997). Em seu livro, Xie e Preast,

(2011) acrescentam à estas técnicas a craniopuntura, a auriculoterapia e a pneumoacupuntura.

2.2.1 Histórico

A história da acupuntura veterinária, assim como a prática em humanos, é

extremamente especulativa. Informalmente, temos registros de uso de agulhas de pedras nos

anos de 16.000-4.000 (a.C.). Mas, por volta de 200 (a.C.), se tem observações comprovadas e

registradas de uso de agulhas de ouro e de prata em túmulos humanos. Dentro da veterinária,

Page 33: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

32

a técnica foi registrada através do uso em cavalos nos anos de 900 (a.C), por um Shou-i

(Veterinário) e Shu-ma (Veterinário de cavalos), chamado “BOLE” (Bai Le)

(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).

A acupuntura veterinária segundo Altman (1997), é tão antiga quanto à acupuntura

humana e data de aproximadamente 480 a.C. por Shun Yang, este exclusivamente voltado aos

animais e que, por isso, foi denominado o “Pai da medicina veterinária na China”. O início da

“exportação” da acupuntura para o mundo se deu através da Europa, mais precisamente na

França com publicações de Girad (1825), Chanel (1826) e Prevost (1826), que culminam com

as publicações no ano de 1950, demonstrando as primeiras ilustrações com localização de

canais no cão feita por Lepetit (1950) e Bernar (1954).

Na década de 70, a acupuntura se estabeleceu nos Estados Unidos e é criada a IVAS

(Sociedade Internacional de Acupuntura Veterinária). No Brasil, destacam-se o Prof. Dr

Tetsuo Inada (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e o Prof. Dr Paulo Iamaguti

(Universidade Estadual de São Paulo), ambos trabalhando exaustivamente na década de 70 e

80 em prol do desenvolvimento da acupuntura no Brasil (SCOGNAMILLO-SZABÓ et al.,

2006; SCHOEN, 2006; LOBO Jr, 2012, ).

A acupuntura ainda é uma ciência baseada em evidência e com muito potencial para

desenvolvimento. Várias instituições de ensino vêm se empenhando neste sentido

(MEDEIROS et al., 2002).

Legalmente, somente o médico veterinário está de fato apto à prática da acupuntura,

salvo se houver algum dispositivo legal que ampare outro profissional a fazê-lo. Entretanto, é

extremamente necessário que este médico veterinário seja devidamente treinado a fim de

diagnosticar e traçar o protocolo mais conveniente para o caso assumido, assim como a

realização correta da técnica (ALTMAN, 1997). E o reconhecimento do título de especialista

em acupuntura veterinária é dado pela ABRAVET (Associação Brasileira de Acupuntura

Veterinária) em parceria e reconhecimento do CFMV (Conselho Federal de Medicina

Veterinária) (Diário Oficial da União, 1995).

2.2.2 Conceitos básicos da acupuntura

Os princípios básicos da medicina oriental e ocidental se diferem de forma ampla. Os

métodos diagnósticos, os tratamentos e a conduta se baseiam em conceitos bem diferentes da

rotina médica ambulatorial praticada no Ocidente. Inicialmente, há de se considerar que

basicamente a M.T.C. e, consequentemente a acupuntura, trabalha os fluidos existentes nos

Page 34: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

33

organismos em busca do equilíbrio ou a proximidade deste. Estes fluidos são compostos

principalmente pelo qi e xue. O qi se divide em qi pré-celestial e pós-celestial, herdado dos

pais e adquirido através dos alimentos, respectivamente.

Como complementos, tem-se o qi cósmico, formado pelo ar nos pulmões e o wei qi,

responsável pela defesa do organismo (SCHOEN, 2012).

O qi não é palpável, e é responsável pela vitalidade do organismo, é a força que

controla a harmonia em qualquer corpo vivo, chamada força vital ou energia da vida, para a

sua manutenção (KUPTCHEK, 1980).

O sangue ou xue está intimamente ligado ao qi. E é formado através da transformação

e absorção dos alimentos pelo baço e o estômago. O xue é armazenado no rim e o fígado tem

como função gerir as funções, direcionando o xue para os diversos locais do corpo

(SCHWARTZ, 2008).

A penetração de energias perversas ou a deficiência de qi são fatores que induzem o

organismo a se enfraquecer e como consequência adoecer. Este enfraquecimento pode ser

leve gerando uma interrupção da circulação da energia, que leva a dor ou impotência dos

músculos até processos mais graves das estruturas mais internas, lesionando o organismo

anatomicamente (YAMAMURA, 2004).

As condições patológicas do xue são: deficiência e a estagnação, sendo que a primeira

se caracteriza pela “falta” do fluido pelo corpo, seja por hemorragias ou por dificuldades na

produção, que normalmente é uma condição crônica. Já a estagnação se caracteriza por

obstrução no fluxo normal do sangue ou pelo acúmulo em uma área específica. Com relação à

deficiência de qi, esta condição se dá pela falta de energia, acarretando mal funcionamento no

órgão afetado. A estagnação de qi no organismo poderá acarretar futuramente estagnação de

sangue e líquidos (SCHOEN, 2012).

A morada da psique do organismo chama-se Shen, responsável pelo bem estar

emocional e sua manutenção, está inteiramente dependente do bom funcionamento de todos

os órgãos e da circulação harmônica destes fluidos (SCHWARTZ, 2008).

A semiologia na MTC veterinária se baseia em quatro métodos diagnósticos próprios:

a teoria do Yin e Yang, os cinco movimentos, os oito princípios e a teoria do zang fu

(MACIOCIA, 1996).

E através da anamnese e exame físico, associado aos exames laboratoriais, que

construímos o padrão do animal para, após isto, traçar o protocolo apropriado e

individualizado para o paciente, envolvendo as técnicas com seus respectivos protocolos

Page 35: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

34

próprios e individualizados de acordo com o padrão encontrado (SCHOEN, 2006; LOBO Jr,

2012).

2.2.3 Os Acupontos

O acuponto ou ponto de acupuntura é também conhecido como Shu Xue que quer

dizer orifício na pele que se comunica com um ou mais órgãos através dos meridianos. De

acordo com a MTC, cada acuponto está relacionado a um órgão Zang ou Fu e caso algum

destes apresentem desordens, os pontos podem se apresentar doloridos (ponto alarme ou de

assentimento), que podem ser utilizados como pontos para tratamento ou para diagnóstico

(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997; SCHOEN, 2006).

Os acupontos estão localizados normalmente em músculos, vasos sanguíneos,

linfáticos, nervos ou próximos destes e podem ser utilizados para tratamento ou ainda para

diagnósticos de patologias. Cada acuponto, em função de sua localização, provocará no

paciente uma resposta diferente, tendo cada um seu nome próprio, que vai variar de acordo

com a posição anatômica ou a que se destina tratar. Porém, adotou-se mundialmente o sistema

numérico (XIE e PREAST, 2011).

Estes pontos, segundo Ettinger (1996), são classificados de acordo com sua ação e a

necessidade do organismo, podendo ser pontos de conexão, alarme, sedação, tonificação,

mestre, disparo e de associação, variando de acordo com a desordem encontrada no

organismo.

Os pontos de acupuntura são regiões com grande passagem de ramificações nervosas

(terminações livres, feixes e plexos) e possuem presença de mastócitos, plexos linfáticos,

capilares e vênulas sob eles. A puntura tende a aumentar a vascularização no local da inserção

da agulha, assim como causar sensação de calor, este calor também pode gerar resposta

inflamatória local imediata (GUSMÃO, 2012).

Esta manipulação com agulha nos acupontos provoca a liberação de substâncias

diversas, além das endorfinas e cortisol, tais como neurolipídeos, opióides endógenos,

neurotransmissores, hormônios e linfocinas que irão reduzir a dor local e modular a resposta

inflamatória (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).

2.2.4 Neurofisiologia da estimulação dos acupontos

Page 36: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

35

A acupuntura é considerada como uma terapia reflexa, pois através do estímulo em

uma região, pode-se estimular outra, que são atribuídos principalmente a estímulos

nocioceptivos, que tem como especialização o reconhecimento da dor e as terminações

nervosas livres de fibras aferentes A delta e C, que transformam os estímulos mecânicos,

térmicos ou químicos em impulsos nervosos (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997;

SCOGNAMILLO-SZABÓ e BECHARA, 2001, CASSU, 2002). Concordando com esta

teoria, Vickers, Zollman (1999) alegam ainda que esta fibra tem como características

diferenciadas entre si, sendo que as fibras do tipo A delta caracterizam-se por permitem os

impulsos trafegarem com maior velocidade que as fibras C que são amielinizadas. Como

consequência, através de conexões neuronais que ocorrem no mesencéfalo, serão gerados

impulsos inibitórios descendentes, ocorrendo, com isso, analgesia.

A acupuntura provoca estímulos sensoriais e na inervação periférica, afirma Dawidson

(1999), que irão induzir a liberação de neuropeptídios locais e à distância, envolvendo tanto o

sistema nervoso central quanto o periférico. Para Maciocia, (2006) a acupuntura estimula

pontos específicos que irão gerar bem estar e promover a homeostasia aos organismos.

Ainda não foi elucidada completamente a relação encontrada entre os acupontos e as

funções internas dos órgãos, necessitando ainda muito estudo nesta área, porém, sabe-se que o

estímulo de um acuponto pode promover uma resposta reflexa visceral, denominada reflexos

somatovisceral, formados por três componentes: as características aferentes do acuponto,

promovido pela inserção da agulha, os eferentes viscerais para o órgão alvo correspondente e

o elo neuronal central entre os núcleos de retransmissão e os neurônios eferentes viscerais

(WYNN et al , 2006)

2.2.5 Meridianos e sensação De qi

Compreendem-se por meridianos, linhas sequenciais e imaginárias compostas pelos

acupontos (Fig. 03). Estes meridianos são formados a partir de comunicações entre os órgãos,

que por estes, segundo a M.T.C., a energia (qi) fluirá. Tradicionalmente é descrito um sistema

de meridiano ou canais que conduzem energia pelo organismo e onde são distribuídos ao

longo destes canais e sequenciais os acupontos (Fig. 03). Estes canais são chamados de

meridianos e são distribuídos da seguinte forma: Pulmão (P), Intestino grosso (IG), Intestino

delgado (ID), Vesícula biliar (VB), Vaso governador (VG), Vaso concepção (VC), Bexiga (B)

(Fig. 04 e Fig 05), Rim (R), Pericárdio (Pc), Triplo aquecedor (TA), Estômago (E), Baço-

pâncreas (BP), Fígado (F), Coração (C). Para facilitar, no ocidente, não se utiliza o nome em

Page 37: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

36

chinês. Ficou determinado o uso de códigos alfanuméricos para localização dos acupontos. A

Organização Mundial de Saúde (OMS) vêm tentando padronizar uma linguagem única para

os pontos de acupuntura (MACIOCIA, 2007).

Figura 03: Representação gráfica dos meridianos em equinos.

Fonte: www.CEI.santacruz.com.br

Figura 04. Meridiano de bexiga e seus respectivos acupontos em cães.

Fonte: DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997.

Page 38: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

37

Figura 05. Meridiano de bexiga e seus respectivos acupontos em gatos

Fonte: DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997.

Os meridianos estão dispostos no corpo verticalmente ou horizontalmente e através

destes canais, circulam o qi e o xue, considerados os dois fluidos básicos na MTC. (WANG,

AYATI e ZHANG, 2010)

Para Hwang e Egerbacher (2006), se faz necessária a sensação De qi para que a

acupuntura tenha de fato êxito. Através de observações nos seres humanos após serem

punturados, estes apresentam sensações de parestesia, elétrica ou de calor e estas sensações

também podem ser observadas nos animais e são denominadas De qi, que significa “a energia

flui”. E, somente após esta sensação é que de fato ocorrem os efeitos benéficos da acupuntura

(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).

A puntura não se limita à pele e determinadas inserções são necessárias atingir às

fáscias e a musculatura para que seja efetiva. Pode-se, ainda, observar somado à sensação De

qi, quando punturado a musculatura, uma espécie de retenção ou “aperto” da agulha nesta

musculatura, que se dá por reflexo da distensão desencadeada pela agulha. Relatam que na

musculatura submetida à anestesia local, a sensação De qi foi abolida. Nas gravuras

caracterizando os acupontos nos animais, não se representava os meridianos, pois, segundo os

chineses mais tradicionais, para se demonstrar este trajeto energético, se fazia necessário o

relato dos pacientes humanos, o que obviamente, era impossível se ter dos animais. Porém,

hoje já se admite estes trajetos e isto se deve às observações das sensações De qi

(SCOGNAMILLO-SZABÓ, 2006).

Page 39: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

38

Visando comprovar a existência dos acupontos e de meridianos, foi injetado Tecnécio

99 em pontos não correspondentes a acupontos (pontos shan) e em alguns acupontos

verdadeiros. Como resultado observou-se que nos pontos shan a dispersão do radioisótopo foi

sem padrão definido, desuniforme, enquanto nas aplicações realizadas em acupontos, a

difusão se deu de forma uniforme, sugerindo um padrão incompatível com padrões vasculares

ou linfáticos (SIERPINA, FRENKEL, 2005).

2.2.6 Indicações e contra indicações da acupuntura

A acupuntura tem as mais diversas indicações, desde que sejam para doenças

funcionais e reversíveis. Visa à normalização de funções orgânicas que estão alteradas,

através do restabelecimento do equilíbrio (Yin/ Yang). A terapia contempla alterações

funcionais do aparelho locomotor, de afecções de órgãos internos ou da pele,

imunoestimulação, distúrbios comportamentais, reabilitação pós-operatória, analgesia,

situações de emergência, como por exemplo, o VG26 (Vaso governador 26) pra ressuscitação

cardiorrespiratória (MACIOCCIA, 1996; DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).

A “terapia com agulhas” ocupa posição de destaque nos tratamentos de doenças

neurológicas como coadjuvante da medicina ocidental nas estratégias para controle antiálgico

(FOGANHOLLI e FILADELPHO, 2007; SCHOEN, 2008).

As indicações para o seu uso são as mais diversas, porém, os distúrbios neurológicos e

musculoesqueléticos ocupam um lugar de excelência no uso da acupuntura como terapia

complementar, destaca Schoen (2006) em sua publicação. Contudo, o autor sinaliza o seu uso

em outras afecções tais como: distúrbios gastrointestinais, respiratórios, dermatológicos,

urinários, entre outros, e cita ainda a possibilidade de seu uso na medicina do cuidado

intensivo.

Através da aplicação da moxabustão no ponto E25 bilateral por sete dias consecutivos,

Shi (2011) obteve sucesso na cicatrização de ratos com colite induzida pela aplicação de ácido

trinitrobenzenosulfonico. O autor relata que obteve resposta positiva na degranulação de

mastócitos local, porém na localização anatômica do E25 a resposta foi insignificante.

Visando o aumento da motilidade gastrointestinal, Joaquim et al (2008) utilizaram os

pontos de acupuntura E36 e IG4.

Xie E Preast (2011) em seu livro indica o ponto VG26 para serem utilizados entre

outras funções como ponto de emergência, com destaque para os colapsos, choques e coma.

Page 40: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

39

Citando também a importância deste ponto para as paralisias faciais e as doenças do disco

intervertebral cervical e/ ou torácica.

Para Foganholi e Filadelpho (2007) várias são as indicações da acupuntura, mas,

sempre como um complemento aos tratamentos convencionais, podendo, algumas vezes ser

utilizada como substituto de medicamentos alopáticos para animais que estão impossibilitados

de utilizar tais drogas. Estes autores destacam ainda o uso da acupuntura nas doenças

neurológicas, nas epilepsias refratárias e para os processos dolorosos agudos ou crônicos em

função de seu potente efeito analgésico.

Ainda como indicações da acupuntura, Shmalberg, (2014) recomendam os pontos:

PC6 para ansiedade, dores no peito, náuseas, arritmias, vômitos; E36 nas náuseas, letargia,

diarreia, fadiga e o ponto VG20 para epilepsia, ansiedade, prolapso retal, sedação sendo os

dois últimos como coadjuvantes no tratamento convencional.

Como contra indicações do uso da acupuntura, Altman (1998), cita o mau uso das

agulhas por pessoas inexperientes, assim como sem o diagnóstico preciso da afecção e faz

algumas considerações tais como: evitar o uso da terapia logo após exercícios físicos,

refeições, gestantes, animais fatigados, com infecções ou neoplasias e que estejam sendo

medicados por atropina, narcóticos e seus antagonistas e corticoides. Porém, para neoplasias,

Lobo Jr. (2012) indica o uso da acupuntura associada às demais terapias já existentes,

inclusive às da M.T.C. como a dietoterapia e a fitoterapia, porém, ressalta, este tratamento

deve ser muito bem conduzido, de forma responsável e com o diagnóstico muito bem

elucidado.

Quanto ao provável insucesso nos tratamento no uso da acupuntura, Lobo Jr (2012)

afirma que a média está em torno de 5%, atribuídos a casos em que há paralisia espástica e em

casos de morte súbita, por alterações circulatórias.

2.2.7 O uso da acupuntura na cinomose

Visando o restabelecimento de pacientes com doenças neurológicas, Joaquim (2008)

realizou experimento em 43 animais com algum comprometimento neurológico, entre eles, 2

casos de sequela de cinomose, submetendo os animais à sessões de acupuntura manual

(agulha seca), eletroacupuntura ou moxabustão, obedecendo a necessidade de cada caso.

Como resultado, obteve-se 93% de sucesso na reabilitação e no restabelecimento destes

animais.

Page 41: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

40

Estudos brasileiros, realizados por Colle (1996) e Santos (2013) foram conduzidos de

forma “experimental”, ou seja, conduzida através de experimentos científicos em

Universidades e com grupo de animais tratados e monitorados visando o tratamento da

cinomose. E, alguns animais vêm sendo tratados com acupuntura e fisioterapia e estes casos

são relatados isoladamente. Os ensaios realizados por Colle (1996) e Santos (2013) foram

conduzidos de uma forma mais acadêmica, trabalhando com um número maior de animais

tratados, tornando, com isso, um trabalho mais abrangente, sendo inclusive objeto de estudo

de dissertações de mestrado. Já os trabalhos realizados por Nakagawa (2009), Villar (2009),

Mouren (2012) e Lobo Jr (2012) foram feitos com um número mais restrito de animais.

Porém, a característica em comum entre estes é o de proporcionar tratamento e consequente

melhora na qualidade de vida destes animais.

Vale ressaltar que todos os autores concordam em comentar sobre a grande

necessidade de mais estudos para melhor compreensão das terapias envolvidas, que embora

muito antigas utilizadas como “práxis”, se faz necessário incorporarem a elas o caráter

científico No tratamento de cães com sequelas neurológicas provocadas pelo CDV, Schoen

(2006) cita, de uma forma genérica, o êxito do trabalho de Inada em 1990, não citando seus

resultados, porém, destaca que a eutanásia ainda figura como a manobra mais utilizada dentre

as condutas clínica para a cinomose na medicina veterinária. Na tabela 01, encontram-se os

experimentos conduzidos no Brasil em animais sequelados neurologicamente pelo CDV. Vale

ressaltar que cada ensaio tem o seu protocolo e critérios de inclusão e exclusão específicos

determinados por cada autor.

Animais tratados

Tipo de tratamento

Tempo de recuperação

Tipo de trabalho

Fonte/ autor

24 Eletroacupuntura Variável (de acordo com a gravidade da sequela)

Dissertação Santos (2013)

18 Acupuntura Um mês (obrigatoriamente)

Dissertação Colle (1996)

02 Acupuntura e fisioterapia

Seis meses Monografia Nakagawa (2009)

01 Acupuntura

Um mês Monografa Villar (2009)

01 Acupuntura

15 sessões Monografia Mouren (2012)

Page 42: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

41

01 Acupuntura e moxabustão

12 sessões Livro didático Lobo Jr (2012)

Tabela 01. Trabalhos conduzidos no Brasil com o uso da acupuntura na reabilitação de cães

com seqüelas neurológicas pela cinomose.

2.3 REABILITAÇÃO E FISIOTERAPIA VETERINÁRIA

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), reabilitação é o conjunto de meios

médicos, sociais, educativos e profissionais, destinados a restituir o paciente inválido, com a

maior capacidade possível de independência.

A palavra reabilitação é proveniente da palavra “reabilitare” que significa “restaurar a

habilidade” (FOSSUM, 2008).

A fisioterapia, para a Confederação Mundial de Fisioterapia, é a arte e a ciência do

tratamento físico. Ferreira (2012) descreve a fisioterapia como um conjunto de técnicas que,

mediante a aplicação de agentes físicos, curam, previnem, recuperam e readaptam os

pacientes suscetíveis a receber tratamento físico. Um bom conceito de fisioterapia veterinária

seria defini-la como a ciência que engloba a biomecânica, a física, fisiologia e a psicologia do

animal que estejam com injúrias, deformidades e/ ou qualquer alteração que necessite usufruir

dos recursos fisioterápicos (TUDURY e NOBREGA, 2009; FORMENTON, 2011).

Nas duas últimas décadas, têm se observado um aumento considerável no uso das

terapias complementares no tratamento de afecções diversas dentro da prática veterinária,

podendo ou não ser associadas às outras ciências, dentre estes, podemos citar a reabilitação e

a fisioterapia animal (PEDRO, 2012).

Este aumento, segundo relatam Levine et al. (2008) se dá pela mudança considerável

na expectativa de vida dos animais, assim como do estreitamento da relação entre o animal e o

proprietário. Logo, se faz necessário cada vez mais o uso de técnicas mais refinadas, algumas

até com características de complementação à medicina veterinária clássica. Os autores citam

as lesões ortopédicas como as de destaque na rotina do fisioterapeuta veterinário. Porém citam

a reabilitação como ótima ferramenta também para as lesões neurológicas e para o pós-

operatório imediato. Vale ressaltar, que é necessário traçar um plano bem elaborado para a

obtenção de êxito no tratamento com a fisioterapia (TUDURY e NOBREGA, 2009;

FORMENTON, 2011).

2.3.1 Histórico

Page 43: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

42

A fisioterapia tem sua história escrita através de exercícios respiratórios que o

imperador chinês Hoong-Ti realizava em 2698 a.C. e que tinha como objetivo evitar a

obstrução de órgãos. Já Galeno, entre 130 e 199 d.C., realizava exercícios para tratamentos

posturais e deformidades do tórax (MONTEIRO, 2010).

A fisioterapia vem sendo aplicada há pouco tempo na medicina veterinária, sendo esta

uma das especialidades mais recentes a ser reconhecida pelo CFMV e deve ser privativo a sua

execução exclusivamente ao médico veterinário, sob pena de prisão por exercício ilegal da

profissão. CFMV Lei 5517 de 23 de outubro de 1968 que regulamenta o médico veterinário

(DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 1968; PEDRO e MIKAIL, 2009).

2.3.2 Objetivos da reabilitação e da fisioterapia veterinária

Ainda que existam diferenças anatômicas entre as espécies animais e o ser humano, as

técnicas aplicadas a esta espécie também se aplicam aos animais com sucesso e em alguns

casos com adaptações (PEREZ, 2012).

Entre os objetivos da reabilitação, destacam-se a possibilidade de acelerar a

recuperação do animal após intervenções cirúrgicas, alterações ortopédicas congênitas ou

afecções neurológicas e no controle de inflamações. Além disto, a fisioterapia promove a

estimulação geral ou focal, ou seja, na área afetada, visando o tratamento e a prevenção de

lesões adicionais, assim como incluir os cuidados geriátricos, gerando um aumento da

qualidade de vida, na tentativa de prolongá-la, no conforto e alívio de doenças e dores

crônicas. Podendo também ser utilizada no tratamento e na prevenção da obesidade

(FORMENTON, 2011; SHARP, 2012).

Outro objetivo citado por Ferreira (2012) é a diminuição no tempo de tratamento e

prevenção da progressão de lesões já instaladas ou possíveis lesões adicionais. Além de poder

ser utilizada para tratamento de dor aguda ou crônica.

A restauração e manutenção da função ideal, a aceleração na cicatrização de feridas

diversas, o fortalecimento de grupos musculares, programas para perdas de peso, manejo de

doenças crônicas ou progressivas, a tentativa de devolver bem estar e qualidade de vida aos

animais são indicações da fisioterapia animal. Além destes benefícios, o recurso fisioterápico

também tem como função minimizar ou evitar leões adicionais às afecções já existentes

(DUNNING et al., 2005; LEVINE et al., 2005).

Page 44: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

43

Complementando, Kangas (2011) relata a importância da reabilitação no

condicionamento de animais obesos e sugere o uso das técnicas para os tratamentos clínicos

em geral e além de alegar que os animais respondem melhor, inclusive resposta de aumento

de propriocepção e bem estar, quando adequamos postura e os estimulamos.

2.3.3 Modalidades da fisioterapia e suas respectivas indicações

O paciente deve segundo Tudury e Nóbrega (2009) ser avaliado de forma criteriosa

antes de se traçar o protocolo de ação para tratamento de uma ou mais afecções. Este deverá

ser avaliado em repouso e sua evolução desde o caminhar até o galope, se este for possível.

Após estes cuidados, poderá, de forma consciente, ser traçado o plano fisioterápico para o

animal e adequando-se os protocolos conforme a evolução do quadro (SHARP, 2012).

Dentre os recursos disponíveis dentro da fisioterapia destacamos: termoterapia,

crioterapia, magnetoterapia, massagens terapêuticas, ultrassom terapêutico, eletroterapia,

cinesioterapia e infravermelho (FORMENTON, 2011).

Segundo Starr (2013), estes recursos e seu uso podem ser agregados à recuperação

tanto nas afecções médicos quanto para os cuidados no pós-cirúrgico. Na cinesioterapia, por

exemplo, a autora dá ênfase no uso das mobilizações passivas, porém, nos alerta para o

cuidado na adoção deste protocolo para não gerar ao animal desconforto e/ ou agravar o

quadro já instalado.

2.3.3.1 Termoterapia e crioterapia

Nesta terapia usam-se agentes físicos para aquecer ou reduzir a temperatura de algum

local afetado por lesões. A crioterapia caracteriza-se por uso do frio e tem como objetivo

aliviar os sinais cardinais da inflamação aguda, atenuando a dor, reduzindo o metabolismo

local e proporcionando analgesia. A aplicação pode ser com bolsas e “panquecas” de gelo,

imersões, sprays e massagem com gelo (LOPES, 2012; FORMETON, 2011).

Outra modalidade da termoterapia é pelo uso de calor que tem como objetivo

aumentar o fluxo vascular, melhorar o relaxamento muscular e a extensão de tecidos fibrosos

e consequentemente diminuição da dor. Normalmente se utiliza para iniciar as sessões de

fisioterapia. O calor pode ser utilizado de forma superficial (1-2 cm) ou através de ultrassom

terapêutico. Pode-se ainda aplica-lo com lâmpada de infravermelho ou bolsas e garrafas

Page 45: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

44

térmicas. Este tratamento é indicado para animais com artrites crônicas, espondiloses e

espondiloartroses (PEREZ, 2012; SHARP, 2012).

A termoterapia ou tratamento por calor, segundo Araújo (2012), tem como função o

aumento do metabolismo local, por consequência aumenta a circulação sanguínea e a

permeabilidade capilar.

2.3.3.2 Laserterapia

O termo LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) ou

laserterapia consiste na aplicação de foco de luz (fótons) que terão feixes de luz

obrigatoriamente com o seguinte comportamento: coerente, monocromático e colimado. Este

tratamento tem como indicações: cicatrização de feridas, tratamento de áreas com inflamação

e/ ou edema, alívio da dor e tratamento de lesões ortopédicas. Dentre as neurológicas

destacam-se as lesões de nervos periféricos. Promove um aumento do metabolismo celular,

acelera a liberação de mediadores e fatores inflamatórios, estimula a produção de colágeno, a

cicatrização óssea e a neovascularização de tecidos. Além disto, há a liberação de endorfinas e

encefalinas, que auxiliam na diminuição da dor (MIKAIL, 2009; FORMETON, 2011;

SHARP, 2012).

A energia aplicada pelo laser se divide em energia refletida, que se perde e energia

absorvida que leva à estimulação energética, através de efeitos fotoquímicos dos átomos que

se encontram no interior das células provocando a produção de receptores que aumentam a

atividade celular, com destaque para o flavinomononucleotídeo (FMN). O resultado destas

sequências de reações químicas é a produção de ATP, combustível celular e

consequentemente aumento do metabolismo (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).

As indicações para o uso do laser são: artroses, lesões agudas ou crônicas de tecidos

moles, lombalgias, cervicalgias, nevralgias, cicatrização de úlceras, nervos e feridas. As

contraindicações são: aplicação próxima à região dos olhos, áreas com tendências

hemorrágicas, fêmeas prenhes. Há ainda, a recomendação de evitar as áreas neoplásicas e

infeccionado e próximo à tireoide e testículos (FERREIRA, 2012).

O laser tem como vantagem ser indolor, asséptico e de fácil aplicação, especialmente

em animais com dor crônica e/ ou animais agressivos. A laserpuntura é outra terapia utilizada

nos animais, visando o estímulo dos pontos de acupuntura associando aos benefícios do laser

(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1997).

Page 46: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

45

2.3.3.3 Cinesioterapia

A cinesioterapia se divide em: movimentos passivos, aquele que é feito através da

manipulação do fisioterapeuta, movimentos ativos, aqueles que são praticados pelo próprio

animal sem intervenções (FORMETON, 2011).

Esta modalidade está relacionada a exercícios e tem como objetivo condicionar,

recuperar, prevenir lesões adicionais e restabelecer estruturas lesionadas que sofreram algum

tipo de intervenção. Baseia-se no conceito “AFIRME”, que compreende: alongar, fortalecer,

informar, reprogramar, mobilizar e estabilizar (AMARAL, 2012).

Para PEREZ (2012), os exercícios podem ser iniciados tanto no pós-operatório como

em tratamento de doenças crônicas, sejam ortopédicas ou neurológicas. Estes se dividem em:

passivos, ativos e terapêuticos assistidos e tem como função a diminuição da dor, o aumento

da ADM (amplitude de movimento), diminuição do tempo de recuperação, melhorar e

retomar gradativamente a função dos músculos e demais estruturas envolvidas e favorecer o

restabelecimento dos grupos musculares acometidos por afecções.

No ano de 2012, Amaral relata que além dos exercícios tradicionalmente conhecidos

já citados, pode-se ainda, agregar a estas modalidades, os exercícios com fortalecimento com

ou sem sobrecarga e os resistidos.

Os movimentos passivos têm como objetivo principal promover ou manter a

mobilidade articular e/ ou de tecidos moles, minimizar ou prevenir as contraturas, mantendo

com isso, a elasticidade muscular. Esta terapia consiste em flexão, extensão, rotação, adução e

abdução das articulações e se caracterizam por serem realizados pelo terapeuta (RABELO,

2005).

Já o alongamento confere às fibras musculares um aumento no seu comprimento. A

sua execução dependerá da condição do animal, isto é, da sua capacidade e do treinamento e

condicionamento da musculatura (AMARAL, 2012).

Os exercícios ativos assistidos são utilizados em animais que estão incapacitados de

completar um exercício, necessitando que o terapeuta o auxilie para a execução. Podem ser

para iniciar ou para concluir o movimento (RABELO, 2005).

Podemos ainda citar como exercícios de cinesioterapia, os exercícios proprioceptivos,

que auxiliam o animal a readquirir e/ ou reposicionar, de forma adequada, um membro

lesionado. Assim como o uso de pranchas, toalhas, bolas e phisio Rolls (MILLIS, 2008).

Os exercícios ativos envolvem a contração ativa da musculatura através do

recrutamento da articulação. Seu objetivo é manter a elasticidade e a contratilidade

Page 47: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

46

fisiológica, gerando um “feedback” sensorial associando um estímulo à integridade óssea,

além de incremento à circulação (RABELLO, 2005). Para Mc Gonagle, (2004), esta técnica

objetiva aumento da força, coordenação, equilíbrio e aptidões funcionais das estruturas.

Citando, como exemplo, o senta-levanta, subir escadas, andar na hidroesteira e percursos com

obstáculos.

2.3.3.4 Hidroterapia

A hidroterapia compreende atividades realizadas na água. Envolvem forças físicas que

auxiliam na dinâmica dos exercícios, tais como: empuxo, densidade relativa, pressão

hidrostática e o impacto mecânico. Para se obter um efeito adicional à hidroterapia pode-se

associar à esta a turbulência (MIKAIL, 2009).

As afecções indicadas por Perez (2012) para a hidroterapia são: fraturas, osteocondrite

dissecante, prótese de pelve, ruptura de ligamentos, reabilitações neurológicas em geral, com

destaque às patologias de coluna e para fortalecimento muscular nas artrites, artroses e

espondiloses. E o autor cita como contraindicação ou alerta para o cuidado com os diabéticos

e os cardiopatas. Atenções especiais também aos animais que estejam com feridas cirúrgicas

recentes, infecções, principalmente as diarreias e doenças de pele.

2.3.3.5 Eletroterapia

O princípio envolvido na eletroterapia é aplicação de correntes elétricas aos tecidos

para fins terapêuticos. Divide-se em FES (estimulação elétrica funcional) e TENS

(estimulação elétrica nervosa transcutânea) (MIKAIL e PEDRO, 2012).

O TENS é uma das modalidades de eletroterapia e tem como função promover

analgesia via corrente elétrica, através de mecanismos como a inibição pré-sináptica do corno

dorsal da medula espinhal, controle endógeno da dor (via endorfinas, encefalinas e dinorfinas)

e pela inibição direta de um nervo excitado anormalmente. Segundo resultados de estudos,

esta inibição promove uma limitação da transmissão para o cérebro e atua via teoria das

comportas. Já o FES promove a despolarização do neurônio sensitivo objetivando a analgesia

local, gerando um estímulo muscular para o fortalecimento da musculatura e aumentando a

circulação local (MIKAIL, 2009).

Page 48: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

47

A eletroterapia tem como objetivo acelerar a cicatrização, diminuir edemas, aumentar

a amplitude de movimento e alongamento muscular, controle/ diminuição da dor, acelerar

absorção de medicamentos (iontoforese) (STEISS, LEVINE e BAXTER et al., 2007).

Para Eberstein e Pachter (1986), a eletroestimulação teve papel decisivo na prevenção

ou ainda para amenizar a atrofia muscular. Além disto, também favorece a recuperação de

lesões periféricas.

Em experimento conduzido por Pelizzari et al. (2008), a eletroestimulação foi aplicada

no músculo vastolateral e ficou demonstrado a eficácia da terapia na hipertrofia do músculo

em cães submetidos à imobilização rígida temporária da articulação do joelho.

2.3.3.6 Magnetoterapia

A magnetoterapia tem como objetivo o aumento do fluxo sanguíneo local,

provavelmente liberando endorfinas e produzindo efeitos antinflamatórios (MILLIS et al.,

2008).

Consiste no uso de imãs estáticos (magnetos estáticos) que geram campo magnético

através de seus dois pólos (Norte e Sul). A corrente gerada por este campo magnético pode ser

contínua ou pulsada. Sendo que a contínua tem como característica uma produção alta de

energia elétrica e calor. Já a pulsada se caracteriza por uma geração de corrente elétrica menor

e com isso, aproveita-se melhor os efeitos magnéticos da corrente. A força gerada pelos

magnetos é medida em Gauss (MILLIS et al, 2008).

Suas principais indicações de uso são para o tratamento de fraturas, prevenção de

massa óssea, osteoartrites, osteoartroses, tendinites, desmites, periostites, feridas crônicas e

necrose asséptica da cabeça do fêmur. Porém não deve ser usado em casos que o aumento da

circulação não é desejado e na região de útero grávido em cães e gatos (MIKAIL, 2009).

As maiores indicações do campo magnético são as afecções ortopédicas especialmente

as fraturas. Pode-se também utilizar para as perdas ósseas para animais sem apoio funcional.

As afecções inflamatórias também podem ser tratadas com o magneto, assim como as feridas

crônicas e a necrose asséptica da cabeça do fêmur (PEDRO, 2012)

As artroses, os traumas, lesões agudas, as inflamações e as dores crônicas podem ser

tratadas com a magnetoterapia (FERREIRA, 2012).

2.3.3.7 Massagem terapêutica

Page 49: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

48

A massagem tem como função específica a capacidade de “quebra” no ciclo da dor,

uma vez que através desta manobra, aumenta-se consideravelmente o aporte de oxigênio nos

músculos e acelera a remoção de metabólitos residuais. Este ciclo da dor ocorre em músculos

tensos decorrentes de dor e/ ou esforço (PEREZ, 2012).

Para Rivière (2007), existem vários tipos de massagens favorecendo o relaxamento do

animal, consequentemente a diminuição da tensão e dor local. Outra vantagem é o

favorecimento da circulação venosa e linfática, diminuindo as aderências e estimulando o

sistema nervoso.

Os efeitos das massagens, afirmam Bauer e Mikail (2012), são classificados em

mecânicos e reflexos. Os reflexos são captados por receptores periféricos. Já os mecânicos,

são aqueles que visam auxiliar a normalização do fluxo sanguíneo e/ ou linfático. As autoras

citam como tipos de massagens: Effleurage, compressão, fricção transversa profunda,

acupressão e pontos-gatilho, tapotagem, liberação fascial.

As indicações para as massagens são, segundo Ferreira (2012), as afecções articulares,

alívio da dor, resolução de edemas, diminuição da espasticidade, aumento do tônus muscular,

relaxamento em geral e como contraindicações citam os hematomas, infecções, rupturas

musculares e tendíneas, feridas abertas, fraturas não consolidadas, abscessos e neoplasias.

2.3.4 A fisioterapia e o manejo do paciente com cinomose

Os recursos oferecidos na medicina ocidental para o tratamento das sequelas de

cinomose são escassos. Lobo Jr (2012), dá destaque para o uso da fisioterapia, que englobará

exercícios passivos e alongamentos que podem ser realizados inclusive durante a fase mais

crítica do animal até a aplicação dos equipamentos utilizados na rotina. O autor afirma que o

FES poderá ser muito útil para estes casos.

Associado à acupuntura, Nakagawa (2009) também utilizou a fisioterapia em 2 cães

sequelados por cinomose, apresentando o primeiro, ataxia, paralisia flácida dos membros

posteriores, acentuada atrofia muscular, presença de sensibilidade superficial e profunda,

porém, diminuídas, priapismo e incontinência urinária e fecal. O segundo animal apresentou

mioclonia na região de face e membros, tetraparesia rigida evolindo para flácida, atrofia

muscular, incontinência urinária e fecal, obtendo êxito no tratamento com 16 semanas 6

meses respectivamente.

Na medicina humana, já se têm um cuidado extremo com relação à manutenção da

capacidade respiratória de pessoas hospitalizadas. Dentre os técnicos descritos e preconizados

Page 50: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

49

para humanos, destaca-se: a fisioterapia respiratória intensivista humana para a limpeza da

árvore brônquica destacam-se a percussão, vibração, tapotamento, drenagem das secreções

com aparelhos ou ainda com posições de decúbitos que facilitam a expulsão dessas secreções.

Nem todas as manobras são possíveis em medicina veterinária, porém, algumas são

perfeitamente possíveis, como por exemplo, a estimulação costal e a compressão-

descompressão torácica súbita e a tapotagem e reflexo de tosse, assim como mobilização de

passiva de membros e troca de decúbito a cada hora, e quando possível posicionar o animal

em forma de prona (esfinge). O uso da tapotagem pode ser útil para animais em decúbito,

assim como uso de drogas expectorantes e a nebulização com solução salina (GREENE,

2006; ISOLA e OLIVEIRA, 2013). Recomenda-se também o uso de troca de decúbito a cada

uma ou duas horas a fim de evitar consolidação pulmonar (NELSON e COUTO, 2006).

Como exercício domiciliar, Pedro, (2013) ressaltou a importância de incorporar aos

exercícios de mobilização passiva, o uso da colher de pau escova, assim como manipulação

da pele (beliscões delicados) a fim de aumentar a circulação local, prevenindo contraturas

musculares, lesões articulares por desuso e manutenção da produção dos lubrificantes

articulares. Ressalta, ainda, a importância da realização de esvaziamento vesical visando

diminuir o risco de cistite. Além disto, a realização de drenagem linfática, devidamente

correto será benéfica para cães que apresentem edemas ou linfedemas de membros. Além da

mobilização passiva, Isola e Oliveira (2013) fez uso do FES em um cão imobilizado por

doença grave.

Para auxiliar na recuperação dos animais acometidos pela cinomose e que ainda se

encontram em restrição de movimentos, Pedro (2013) ressalta a importância de manter o

animal em decúbito esternal para que este receba estímulos proprioceptivos sejam estes

visuais, olfatórios e/ ou táteis. Ressalta ainda que estes estímulos auxiliam em muito a

recuperação dos animais sequelados. Para Isola e Oliveira (2013), o paciente hospitalizado,

especialmente os que permanecem imobilizados por muito tempo, tendem a apresentar

complicações, pois, inúmeros fatores debilitantes ao organismo de forma sistêmica, em

especial os que tendem a permanecer de um mesmo lado, reduzindo com isso, a qualidade de

vida e da sobrevida pós-alta destes animais, necessitando, com isso, da fisioterapia de leito

para estes pacientes.

Page 51: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

50

REFERENCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Política vigente para a regulamentação de medicamentos no Brasil. Brasília, DF, 2003.

AGUIAR D.M., AMUDE, A.M., SANTOS, L.G.F., RIBEIRO, M.G., UENO, T.E.H., MEGID, J., PAES, A.C., ALFIERI, A.F., ALFIERI, A.A., GENNARI, S.M. Canine distemper and toxoplasma gondii co-infection in dogs with neurologics signs. Arquivo Brasileiro de medicina veterinária e zootecnia. Belo Horizonte. Vol64. n1. Fev/ 2012.

ALEXANDRE, M.L.A. Tratamento homeopático de um quadro neurológico de cinomose num canino adulto. Revista de homeopatia. Porto Alegre. P.12-15. 1992.

ALMEIDA, R.K., VASCONCELOS, A.C., CARNEIRO, R.A., PAES, P.R.O., MORO, L. Alterações citológicas do sangue periférico e da medula óssea de cães com cinomose. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte. 61 (6): 1255 –1260. 2009

ALTMAN, S. Terapia pela acupuntura na clínica de pequenos animais. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de Medicina Interna Veterinária: moléstias do cão e do gato. 4. ed. São Paulo: Manole, v.1, p.481-496. 1997.

ALTMANN, S. Small Animal Acupuncture: Scientific Basis and clinical aplications. In complementary and alternative veterinary medicine: In: complementary and alterantive veterinary medicine: principles and practice. Schoen, A.M., Wynn, S.G. 1ed. p.147-151. 1998.

AMARAL, A.B. Cinesioterapia. PEDRO, C.R; MIKAIL, S. Fisioterapia Veterinária. 2.ed. São Paulo: Manole. p. 49-62. 2012

AMUDE, A.M.; ALFIERI, A.A.; ALFIERI, A.F. Ante mortem diagnosis of CDV infection by RT-PCR in distemper dogs with neurological deficits without the typical clinical presentation. Veterinary Research Communication, v.30, p. 679-687, 2006.

AMUDE, A.M.; ALFIERI, A.A.; ALFIERI, A.F. Clinicopathological findings in dogs with distemper encephalomyelitis presented without characteristic signs of the disease. Research in Veterinary Science, v.82, p. 416-422, 2007.

AMUDE, A.M. Comunicação pessoal. Universidade de Cuiabá. Cuiabá. 2014.

ARAUJO, M.A. Termoterapia. PEDRO, C.R; MIKAIL, S. In: Fisioterapia veterinária. 2ed. São Paulo: Manole, p.76-88. 2012.

BALTER, M. e MIKAIL, S.. Eletroterapia. PEDRO, C.R; MIKAIL, S. In: Fisioterapia Veterinária. São Paulo: Manole.p.112-114. 2012.

Page 52: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

51

BARBOSA, J. M.; PASSOS, R. F. B. Análise dos casos de cinomose no H. V. São Francisco de Assis da Faculdade Latino Americana – Anápolis – Goiás. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, São Paulo: v. 12, n. 1, p.139-150, 2008.

BEAL, M. W. Acupuncture and acupressure. Applications to women’s reproductive health care. Journal of Nurse-Midwifery, New York, v. 44, n. 3, p.217-230, 1999.

BEER, J. Doenças Infecciosas em Animais Domésticos. São Paulo: Roca, 1999.

BEINEKE, A.; PUFF, C.; SEEHUSEN, F.; BAUMGARTNER, W. Pathogenesis and immunopathology of systemic and nervous canine distemper. Veterinary Immunology and Immunopathology. Amsterdam, v.127, n.1/2, p.1-18, jan. 2009

BICHARD e SCHERINDG (2003)

BLIXENKRONE-MOLLER, M.; SVANSSON, V.; HAVE, P.; et al. Studies of manifestations of canine distemper virus infection in an urban dog population. Veterinary Microbiology, v.37, p.163-173, 1993.

BORBA, T.R.; MANNIGEL, R.C.; FRAPORTI, C.K.; HEADLEY, S.A.; SAITO, T. B. CINOMOSE: DADOS EPIDEMIOLÓGICOS MARINGÁ – PR (1998-2001). Programa de Iniciação científica. Cesumar. v.4. n1. p.53-56. 2002.

BORGES et al, 2003

BRASIL, Disposições sobre o registro de título de especialista no âmbito dos conselhos regionais de medicina veterinária. Diário Oficial da União. Brasília. Resolução 625. 1995. 133(77):5694.

BRAUND, K.G. Clinical syndromes in veterinary neurology. 2. ed. St. Louis: Mosby, 1994.

BRIONES, F. Tratamento homeopático del distemper canino. Divulgacion de la homeopatia. Santiago. p.5-11. 1996.

CAIN, M. J. Acupuncture diagnosis and treatment of the equine: a five element tutorial. Kentuky: M.J.Cain Books, 2003.

CASSU, R.N.; LUNA, S.P.L. Aplicações da acupuntura para analgesia - artigo de revisão. Revista científica de medicina veterinária – pequenos animais e animais de estimação. São Paulo. p.121-126. 2002.

CHRISMAN, C. L. Neurologia dos pequenos animais. São Paulo. Roca. 1985.

COLE, E.F. Avaliação dos efeitos terapêuticos obtidos com a alopatia e a acupuntura no tratamento de distúrbios neurológicos decorrentes da cinomose canina. 1996. 204p. Dissertação (Mestrado em medicina veterinária) – Programa de Pós-graduação em medicina veterinária, Faculdade de Medicina veterinária. UFRPE, Recife, PE. 1996.

Page 53: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

52

CORRÊA W. M. & CORRÊA C. N. M. Cinomose. Enfermidade dos animais domésticos. varella. São Paulo, 1991.

COSTA, R.B.F. Contribuição da homeopatia nas síndromes neurológicas caninas. 1994. Monografia. Curso de Pós-graduação em Homeopatia Veterinária. Instituto Hahnemaniano do Brasil. Rio de Janeiro. 1994.

CURI, N. H. A. Avaliação do estado de saúde e do risco de transmissão de doenças entre canídeos (Mammalia, Carnivora) silvestres e domésticos na região da Serra do Cipó. 2005. Dissertação (Mestrado em Implicações para a Conservação) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2005.

CURTI, M.C., ARIAS, M.V.B., ZANUTTO, M.S. Avaliação de um kit de imunoensaio cromatografIco para detecção do antígeno do virus da cinomose em animais com sinais sistêmicos ou neurológicos da doença. Londrina, Ciências agrárias, v.33. n6 p.2383/90. Nov/dez. 2012

DAWIDSON, I et al. Sensory stmulation (acupuncture) increases the release of calcitonin gene-related peptide in the aliva of xerostomia sufferes. Neuropeptides, v.33. p.244-250, 1999.

DEZENGRINI, R. Soroprevalência de infecções víricas em cães de Santa Maria, RS; e seleção e caracterização de linhagens celulares resistentes ao vírus da diarréia viral bovina. 2006. 126p. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. 2006.

DEWEY, C. W. A practical guide to canine and feline neurology. England: Blackwell publishing, p. 3-547. 2003

DOMINGUEZ, E.T., EIRINO, M.N., POLANCO, J.C. Evaluacion de la terapia homeopática em sintomas compatibles com el moquilo canino. Medicina Homeopática, ano VIII, V.I, Nº1. Habana, p.34-35. 2000.

DRAEHMPAEHL D.; ZOHMANN, A. Acupuntura no cão e no gato. Princípios básicos e prática científica. São Paulo: Roca 1997.

EBERSTEIN, A., PACTHER, B.R. The effect of electrical stimulation on reinnervation of rat muscle: contractile properties and endplate morphometry. Brain Res. 384(2):304-10. 1986.

EK-KOMMONEN, C.; SIHCONEN, L.; PEKKANEN, K.; RIKULA, U.; NUOTIO, L. Outbreak of canine distemper in vaccinated dogs in Finland. Veterinary. Record, v. 141, p. 380-382, 1997.

ETTINGER, S.J. Manual de medicina interna veterinária. São Paulo: Manole. 1996. 1976p.

ETTINGER,S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de medicina interna veterinária – Doenças do cão e do gato. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 5ed 2004. 2156p.

Page 54: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

53

FERREIRA, C.L., Fisioterapia, reabilitação e acupuntura em pacientes ortopédicos e neurológicos. In: LOBO Jr. Acupuntura na prática clínica veterinária. São Paulo: Interbook. 2012.

FIGHERA et al. Causas de morte e razões para eutanásia de cães da mesorregião do centro ocidental Riograndense. Pesquisa Veterinária. Brasileira. 28(4):223-230, abril2008.

FOGANHOLLI, J.N. FILADELPHO, A.L. Tratamento de distúrbios neuromusculares em cães com uso da acupuntura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. FAEF. Garça. 2007.

FORMENTON, M. Physical therapy in dogs: applications and benefits. Veterinary focus. p.11-17. 2011.

FOSSUM, T. 2008. Cirurgia de pequenos animais. Elsevier. São Paulo: 2008. 1423p.

FRISK, A.L., KONING, M., MORITZ, A. BAUMGARTNER, W. Detection of canine distemper vírus nucleoprotein RNA by reverse transcription-PCR using sérum, whole blood and cerebrospinal fluid from dogs with distemper. Journal of clinical microbiology. V37. P3634-43, 1999.

GALANTE, A.C. 2009. Imunocromatografia, observações clínicas, hematológicas, bioquimicas séricas de cães (canis familiares) com suspeita de cinomose. Dissertação de mestrado. Universiddade Norte Fluminense. Campos dos Goytacases. 2009.

GAMA, F.G.V., NISHIMORI, C.T., SOBREIRA, M.R., SANTANA A.E. Caracteres físico-químicos e citológicos do liquor de cães em diferentes fases da cinomose. Ciência Rural. Santa Maria, v.35, n.3, p.596-601, mai-jun,2005.

GOMES, C. B.; KEIL, K. Brazilian stone meteorites. Albuquerque: University of New Mexico, 1980.

GREENE, C. E.; APPEL, M. J. Canine distemper. In: GREENE, C. E. (Ed.). Infectious diseases of the dog and cat. 3th ed. St Louis: Elsevier, p25-27. 2006.

GUIFORD, W., SHAW, D., O'Brien D, Maxwell V. Fecal incontinence, urinaryincontinence, and priapism associated with multifocal distemper encephalomyelitis in a dog. J Am Vet Med Assoc. 197(1):90-92. 1990.

GUSMÃO (2012). O sistema nervoso na medicina tradicional chinesa. In: LOBO Jr, J.E.S. Acupuntura na prática clínica veterinária. São Caetano do Sul: Interbook. p.103-112. 2012.

HEADLEY, S. A.; GRAÇA, D. L.; COSTA, M. M. VARGAS, A. C. Canine distemper virus infection with secondary Bordetella bronchiseptica pneumonia in dogs. Ciência Rural, Santa Maria, v. 29, n. 4, p. 741-743, 1999.

HEADLEY S.A.; GRAÇA, D.L. Canine distemper: epidemiological findings of 250 cases. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. 37:136-140. 2000.

Page 55: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

54

HEADLEY, S.A.; GRAÇA, D.L.; SOARES, I.C. Glial fibrillary acidic protein (GFAP) immunoreactive astrocytes in dogs infected with canine distemper virus. J. Comp. Pathol., v.125, p.90-97, 2001.

HAYASHI, A. M.; MATERA, J. M.; FONSECA PINTO, A. C. Evaluation of electroacupuncture treatment for thoracolumbar intervertebral disk disease in dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, v.231, n.6, p.913-918. 2007.

HWANG, Y.C; EGERBACHER, M. Anatomia e classificação dos acupontos. In: SHOEN, A.M. Acupuntura veterinária. Da arte antiga à medicina moderna. São Paulo: Roca. 2ed. p.17-23. 2006.

ISOLA, J.G.M.P.; OLIVEIRA, S.P. Fisioterapia intensivista respiratória no paciente crítico hospitalizado – Relato de caso. IX Conpavet. mv&z crmvsp.gov.br. p.82-84. 2013.

JAGGAR D. History and basc introduction to veterinary acupuncture . Probl veterinary medicine. Philadelhia. v.4. p.1-11. 1992.

JAGGAR, H. A.; ROBINSON G. N. História da acupuntura veterinária. In: SCHOEN, M. A. Acupuntura veterinária: da arte antiga à medicina moderna. 2ed. São Paulo: Rocca, p.2-16. 2006.

JOAQUIM, J. Study of 43 Dogs with Neurological Diseases. A Western and Easten View of the Neurological Pattern of Diseases. In: International Congress on Veterinary Acupuncture, 29, 2003, Santos. p.289-297. 2008.

KAPTCHUK, T. The web that has no weaver. New York: Lippincott Willians & Wilkins, 1983.

KANGAS, K.B. Mixing It Up: Holistic & Traditional Veterinary Medicine. NAVC Clinician’s Brief California. P.15-19. 2011.

LERGER, J.P. Pequeno guia de acupuntura. São Paulo: Andrei, 1977.

LEVINE, D., MILLIS, D.L., MARCELIN-LITTLE, D.J.; TAYLOR, R.A. Rehabilitation and physical therapy. Veterinary clinical North American Small Practice. 35: 1247-1517. 2005.

LEVINE, D.; MILLIS, D.L.; MARCELIN-LITTLE, D.J. Introdução à reabilitação física em veterinária. In: ______Reabilitação e Fisioterapia na Prática de Pequenos Animais. São Paulo: Roca, 2008. p.1-8. 2008.

LOBO Jr. Acupuntura na prática veterinária. São Caetano do Sul: Interbook. 2012.

LOPES, A.B. Cinesioterapia. In: PEDRO, C.R; MIKAIL, S. Fisioterapia veterinária. 2ed. São Paulo: Manole. 2012.

LÚCIO, E.C., PIMENTEL, J.L., CLEMENTE, S.M.S., MACHADO, A.C., OLVEIRA, M.J., BRANDESPIM, D.F., JÚNI, J. L.S. Análise epidemiológica da infecção pelo vírus da

Page 56: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

55

cinomose, em cães do município de Garanhuns, Pernambuco, Brasil. Semina: Ciências agrárias. Londrina. V35. n3. p1323-30. Mai/ jun 2014.

LUNA, S.P.L. e JOAQUIM, J.G.F. Effect of acupuncture on intestinal molitity in dogs. In: Annual international congress on veterinary acunpucture. Chitou, 1998.

LUNA, S.P.L., BULLA, C.; TAKAHIRA, R.K., MAIANTE, A.; ANGELI, A.L. Efeito da acupuntura e da acupuntura associada a Panax Pseudoginseng sobre as variáveis hemostáticas em cães. MEDVEP. Revista científica medicina veterinária pequenos animais e animais de estimação. 1(2): 119-122. 2003.

MACIEL, M.B.C. Possibilidades terapêuticas no tratamento das sequelas da cinomose. Monografia. 16p. Curso de Pós graduação em Homeopatia Veterinária. Instituto Hahnemanniano do Brasil. Rio de Janeiro.1999.

MACIOCIA, G. Os Fundamentos da medicina chinesa. São Paulo: Roca. 1996.

MACIOCIA, G. Diagnóstico na medicina chinesa: Um guia geral. São Paulo: Roca, . 2005.

MACIOCIA, G. Os fundamentos da medicina chinesa: um texto abrangente para acupunturistas e fisioterapeutas. São Paulo: Roca, 2007.

MANGIA, S.H.; PAES, A.C. Neuropatologia da cinomose. Veterinária e Zootecnia. V.15, n.3, p416-427, 2008.

MANGIA, S.H., MORAES, L.F., TAKAHIRA, R.K., MOTTA, R.G.Efeitos colaterais do uso da ribavirina, prednisona e DMSO em cães naturalmente infectados pelo vírus da cinomose. Pesq. Vet. Bras. Botucatu. 34(5):449-454, maio 2014.

MARTINO, P.E.; MONTENEGRO, J. L.; VENTURINI, C.; BACIGALUPE D.;STANCHI, N.O.; BAUTISTA , E. L. Serological survey of selected pathogens of free ranging foxes in southern Argentina, 1998-2001. Revue Scientifique ET Technique (International Office of Epizootics), v. 23, n. 3, p. 801-806,2004:

McGONAGLE, L. Fisioterapia (tratamento físico). In: ______Segredos em cirurgia de pequenos animais. Porto Alegre: Artmed, 2004, Cap. 7, p. 52-56.

MEDEIROS, M.A. MARINHO Jr., A., INADA, T., CERONI, A., VOGEL, L., COSTA, E. Effect of acupuncture on the gastroinstestinal motility the occurrence of gastric ulcers in mice. Revista ciências Biológicas e da saúde. 2002. 3(1): 68-72.

MILLIS, D.L.; FRANCIS, D.; ADAMSON, C. Novas modalidades terapêuticas na reabilitação veterinária. In: ______Reabilitação e Fisioterapia na Prática de Pequenos Animais. São Paulo: Roca, 2008, Cap 5, p. 95-118.

MILLIS, D.L. Reabilitação Física no Pós-operatório. In: ______Manual Saunders de Clínica de Pequenos animais. 3.ed. São Paulo: Roca, Cap. 8, p.1047-1052. Botucatu. 2008.

MIKAIL, S. Magnetoterapia. In: PEDRO, C.R; MIKAIL, S. Fisioterapia Veterinária. 2ed. São Paulo: Manole, 2009, Cap. 2, p. 98-103.

Page 57: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

56

MONTEIRO, A.L.C., HAT, M.R., ROCHA, M.R. Fisioterapia em U.T.I.. Rio de Janeiro. Atheneu. Cap 1. HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA. p1-6 2010.

MORAES, D., HADDAD, C.C.T. Sindrome Wei em pequenos animais. Medvep – veterinária. 7(21). 2009. 253-258

MORAES, L.F. L.F. Medicina nutracêutica – Geriatria. Curso de alimentação natural e nutracêutica para cães e gatos. São Paulo. 2013.

MORETTI, L.A., UENO, T.E., RIBEIRO, M.G., AGUIAR, D.M., PAES, A.C., PEZERICO, S.B., SILVA, A.V. Toxoplasmose em cães co-infectados com o vírus da cinomose. Semina, Londrina, 23:85-91. 2002.

MOUREN, B. Tratamento da cinomose com medicina ocidental (padrão) e medicina oriental (acupuntura). 2012. Monografia. Curso de especialização em clínica cirúrgica de pequenos animais. Instituto de pós graduação Qualittas. Rio de Janeiro. 2012.

NAKAGAVA, A.H.C. Cinomose canina e acupuntura: Relato de caso. 2009. 31p. Monografia. Curso de Pós graduação em acupuntura veterinária. Instituto Jacqueline Pecker. Belo Horizonte. 2009.

NELSON, R.W; COUTO, C.G. Doenças virais polissistêmias. Vírus da cinomose. In: _______. Medicina interna de pequenos animais. São Paulo: 3ed. Elsevier. 2006. P.1235-1237.

NORRIS, J. M. et al. Canine distemper: re-emergence of an old enemy. Australian Veterinary Journal. Brunswick, v. 84, n. 10, Oct. 2006.

O.M.S. Legal Status of traditional medicine and complementary/ Alternative medicine: A world wide review. Disponível em: www.oms.com/who_edm_trm_2001.pdf. Acesso dia13/05/2014 as 23:15pm.

PEDRO, R.C., MIKAIL, S. Fisioterapia veterinária. 2ed. Manole. Barueri: 250p. 2009.

PEDRO, R.C., MIKAIL, S. Fisioterapia veterinária. 2ed. Manole. Barueri. 252p. 2012.

PEDRO, R.C. Comunicação pessoal. Instituto Brasileiro de Reabilitação Animal. São Paulo: 2013.

PELLEGRINO, F; SURANTI, A, GARIBALDI, L. Síndromes neurológicas em cães e gatos, 1 ed. São Caetano do Sul: Interbook, 2003.

PELIZZARI et al. Estimulação elétrica neuromuscular em cães com atrofia muscular induzida. Arq. Bras. Med. Vet. Zootc., v.60, n.1, p.76-82, 2008.

PEREZ, M.R. Reabilitação e fisioterapia em cães. Medvet. São Paulo. 2012.

RABELO, R. C. Fisioterapia na Clinica de Pequenos Animais. In: ______ Fundamentos de Terapia Intensiva Veterinária em Pequenos Animais, Condutas no Paciente Critico. Rio de Janeiro: L. F. Livos de Veterinária Ltda, Cap. 51, p. 595-598. 2005.

Page 58: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

57

RIBEIRO, J.M.M. Cinomose canina: Uma proposta terapêutica homeopática. 2002. 21p. Monografia. Curso de Pós graduação em Homeopatia Veterinária. Instituto Hamnemaniano do Brasil. Rio de Janeiro. 2002.

RIVIÈRE, S. Fisioterapia aplicada a perturbações de locomoção de origem artrítica em gatos e cães. Veterinary focus, v.17, n.3, p.32-37, 2007.

ROGERS, P.A.M. Acupuncture analgesia for surgery in animais. In: Proceedings of the Belgian acupuncture society seminar, Antwerpen, 1982. p1-22.

ROSS, J. Zang Fu: Sistemas de órgãos e vísceras da medicina tradicional chinesa. São Paulo: Roca, 1994. 267p.

SANTOS, B.P.C.R. Efeito da acupuntura no tratamento de animais com sequelas neurológicas decorrentes da cinomose. 2013. 83p. Dissertação (Mestrado em medicina veterinária) – Programa de pós graduação em biotecnologia animal. Faculdade de medicina veterinária, Botucatu, 2013.

SANTOS, J.P., BORGES, C.E.F., LOCCE, C.C., FERREIRA Jr., A., BITTAR, E.R., AYRES, D.R., BITTAR, J.F.F. Estudo retrospectivo de cães positivos para cinomose, em ensaio imunocromatográfico, atendidos no Hospital veterinário de Uberaba-MG. IX Mostra da pós graduação em ciências veterinárias e apresentação de trabalhos científicos da FAMEV – UFU. Uberlândia. 18(2) p.31-36. Jul-dez. 2012.

SILVA, M. C.; FIGUERA, R.A. Aspectos Clinicopatológicos de 620 casos neurológicos de cinomose em cães. Pesquisa Veterinária Brasileira. v.27, n.5. Rio de Janeiro. 2007.

SCHERDING, R.G. Cinomose canina. In: BICHARD, D.V.M.; SCHERDING, R.G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. 2ed. São Paulo: Roca. 1998.

SCHERDING, R.G. Cinomose canina. In: BICHARD, D.V.M; SCHERDING, R.G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. 3ed. São Paulo: Roca. 2003.

SCHOEN, A.M. Acupuntura veterinária: Da arte antiga à medicina moderna. São Paulo: Roca. 2006.

SCHOEN, A.M. Acupuntura veterinária: Da arte antiga à medicina moderna. São Paulo: Roca. 2012.

SCHWARTZ, C. Quatro patas, cinco direções. Um guia de medicina chinesa para cães e gatos. São Paulo: Icone. 2008.

SHARP, B. Feline Physiotherapy and reabiliation: 1. Principles and potential. JFMS Clinical Practice. Hertfordshire. p.622-632. 2012.

SHI, Y.; QI, L; WANG, J.; XU, M.S.; ZHANG, D.; WU, L.Y.; WU, H.G. Moxibustion activates mast cell degranulations at the ST25 in rats with colitis. World Journal Gastroenterology. China. v.17, n32, p.3733-3738. 2011.

Page 59: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

58

SHMALBER, J. Acupuncture: History & Application. Clinician’s Brief. Flórida. 59-61p. 2014.

SIERPINA V.S., FRENKEL, M.A. Acupuncture: a clinical review. South Med J. 98(3):330-7. 2005.

SILVA, F.B. Manual de medicina veterinária homeopática. Hochtetter. Santiago. p.1257-1259. 1996.

SILVA, F.B. Resultados obtenidos em 54 casos de diferentes grados de paralisis em caninos tratados com medicamentos homeopáticos. Divulgacion de la homeopatia. Santiago. p.4-10. 2000.

SUMMERS, B.A.: GREISEN, H.A.; APPEL, M.J. Canine distemper encephalomielyelits variations with vírus straim. Journal of comparative pathology. Edinburg. v.94, n1, p.65-75. Jan.1984.

STEISS, J.E.; LEVINE D. e BAXTER, C.Modalidades de agentes físicos. In: Levine, D et al. Reabilitação e fisioterapia na prática de pequenos animais. São Paulo: Roca. p.75-95. 2008.

STARR, S. Phisical reabilitation. Clinician’s brief. Massachussets. p.31-32. 2013.

SWANGO, L.; ETTINGER, S.; FELDMAN, E. Moléstias virais caninas. In: ETTINGER, S.; FELDMAN, E. Tratado de medicina interna veterinária: Doenças do cão e do gato. 4ed. São Paulo: Manole. p.573-588. 1997.

SCOGNAMILLO-SZABÓ, M.V.R.; BECHARA, G.H. Acupuntura: bases científicas e aplicações. Ciência Rural, v.31. n.6. p.1091-1099. 2001

SCOGNAMILLO-SZABÓ, M.V.R.; Breve histórico da acupuntura no Brasil e sua prática no estado de São Paulo. Med Vep Revista científica de medicina veterinária. 4(11): p61-65. 2006.

TAQUES, I.I.G.G. Avaliação prospectiva do soro hiperimune na terapia de cães com cinomose em fase sistêmica. 2014. Trabalho de conclusão para título de Residente Uniprofissional em Medicina Veterinária na área de Medicina Preventiva. Universidade Federal do Mato Grosso. 2014.

TILLEY, L.P., SMITH JR, F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos. In: Cinomose. Manole. Barueri. p.224-225. 2006.

TIPOLD, A.; JAGGY, A. ZURBRIGGER, A. VANDEVELDE, M. Neurological signs in canine distemper encephalomyelitis – a clinical studs. p.33-38. 1994.

TIPOLD, A.; VANDEVELDE, M. ; JAGGY, A. Neurological manifestations of canine distemper infection. Journal of Small Animal Practice, Gloucestershire, v.33, p.466-70, 1992.

TORRO, A.C. Atlas Prático de acupuntura do cão. São Paulo: Ibehe; 1ed. 1997.

Page 60: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

59

VANDEVELDE, M. et al. Chronic canine distemper vírus encephalitis in mature dogs. Veterinary pathology. Washington: DC, v17, n1, p17-29, Jan.1980.

VILLAR, P.C. Acupuntura na cinomose. 2009. Monografia. Programa de pós graduação em acupuntura veterinária. Associação Brasileira de Acupuntura. Salvador. 2009.

VICKERS, A., ZOLLMAN, C. ABC of complementary medicine: acupuncture. BMJ. 319:973-6. 1999.

WANG, G.J., AYATI, M.H., ZHANG, W.B. Meridian Studies in China: A Systematic Review. J Acupuncture Meridian Stud. Coréia. 3 (1). p1−9. 2010.

WEN, T. S. Acupuntura clássica chinesa. São Paulo: Cultrix. 228p. 1985.

WYNN, S.G. et al. Global acupuncture research: previously untranslated studies. Studies from Brazil. In: SCHOEN, A.M. Veterinary acupuncture: ancient art to modern medicine. St. Louis: Mosby. Cap.3. p.53-57. 2001.

XIE, H.; PREAST, V. Acupuntura veterinária Xie. São Paulo: Medvet. 2011.

YAMAMURA, Y. Acupuntura Tradicional: A arte de inserir. 2.ed. São Paulo: Roca. 2004.

Page 61: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

60

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral:

Associar técnicas de MTC, pela estimulação dos acupontos, e recursos de fisioterapia

na reabilitação de cães portadores de sequelas neurológicas graves de cinomose

diagnosticados pelo Serviço Técnico Especializado em Neurologia Animal (STENA) do

Hospital Escola Veterinário (HOVET) da Universidade de Cuiabá (UNIC).

3.2 Objetivos específicos:

Padronizar e instituir, de acordo com a necessidade individual de cada paciente frente

as distintas seqüelas neurológicas e demais complicações, protocolos para estimulação de

acupontos (manual, moxabustão, farmacopuntura e laserpuntura);

Estudar e aplicar recursos fisioterápicos (exercícios assistidos, exercícios domiciliares,

eletroterapia e laser) para reabilitar as seqüelas neurológicas;

Avaliar a contribuição da estimulação de acupuntura aliada a recursos fisioterápicos na

reabilitação das sequelas neurológicas da cinomose.

Page 62: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

61

4 CAPÍTULO II: ARTIGO

USO DA ESTIMULAÇÃO DE ACUPONTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL

CHINESA (MTC) ALIADA A FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DE CÃES

PORTADORES DE SEQUELAS NEUROLÓGICAS DEBILITANTES DA CINOMOSE

RESUMO

A cinomose é uma doença viral, extremamente contagiosa e fatal. Seus sinais clínicos variam conforme a forma de manifestação que podendo ir desde secreção nasal à graves alterações neurológicas. O diagnóstico presuntivo se baseia principalmente na observação de sinais clínicos, histórico de não vacinação e algumas alterações laboratoriais. Pode-se estabelecer o diagnóstico definitivo através de várias técnicas para detecção do agente ou frações do agente. O tratamento é basicamente sintomático e o prognóstico é desfavorável. A acupuntura é uma prática milenar indicada nas afecções ortopédicas e neurológicas, principalmente. Já a fisioterapia, é uma ciência que utiliza recursos físicos e biomecânicos para a recuperação de estruturas lesionadas. Vários são os relatos e na rotina ao longo dos anos sobre a utilização da acupuntura e a fisioterapia no tratamento das sequelas da cinomose, no entanto estudos científicos, com grande número de animais, com metodologia pré-estabelecida prospectiva e individualizada, com o emprego de diagnóstico definitivo não estão disponíveis. O objetivo deste trabalho foi estudar o uso da acupuntura aliado a fisioterapia no tratamento das sequelas em 31 animais acometidos pela cinomose nervosa, utilizando protocolos próprios e individualizados para cada paciente. Observou-se resultados surpreendentes, não só no quesito retorno à deambulação e diminuição de sequelas, quanto à melhoras significativas na recuperação de atividades extremamente importante à manutenção da vida como a apreensão de alimentos e ingestão de água, ficando em torno de 68,14% em um período de 06 à 22 sessões. Concluiu-se, portanto, que a acupuntura e a fisioterapia foram de grande valia para a qualidade de vida destes animais, reduzindo a gravidade das sequelas e conferindo aos animais maior qualidade de vida. Palavras chaves: Reabilitação veterinária, Cães, Acupuntura, Fisioterapia, Neurologia

ABSTRACT

Distemper is a viral disease highly contagious and fatal. His clinical signs depend on the form of manifestation that can range from mild respiratory signs to severe neurological changes. Presumptive diagnosis is based mainly on the observation of clinical signs, no vaccination history and some laboratory findings. One can establish definitive diagnosis using several techniques for detection of the virus or agent fractions. The treatment is basically symptomatic and prognosis is unfavorable. Acupuncture is an ancient practice indicated in orthopedic and neurological disorders. Physiotherapy is a science that uses physical and biomechanical resources for the recovery of damaged structures. There are several reports and routine over the years about the use of acupuncture and physical therapy in the treatment of the sequelae of distemper, however scientific studies with large numbers of animals with definitive distemper diagnosis following a prospective and individualized pre – established methodology are not available. Therefore, the objective of this work was to study the use of acupuncture combined with physical therapy to treat the sequelae in 31 animals affected by nervous distemper, using stander and individualized protocols for each patient. There was

Page 63: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

62

amazing results in the improvement of ambulation and reducing sequelae. The rates of recovery got around 68.14% in a period that varied from 06 to 22 sessions. It was concluded therefore that acupuncture and physical therapy were of great value to the quality of life of these animals, reducing the severity of nervous sequelae. Keys Words: Veterinary rehabilitation, Dogs, Acupuncture, Physical Therapy, Neurology

4.1 Introdução

Altamente contagiosa, a cinomose canina é uma doença viral, multissistêmica,

cosmopolita e extremamente prevalente em cães. Em termos de fatalidade, somente a infecção

pelo vírus da raiva sobrepõe ao vírus da cinomose canina (CDV) (SCHERDING, 1998;

SWANGO et al., 1997).

Os sinais clínicos variam muito, porém, de uma maneira geral observa-se: apatia,

anorexia, secreção óculo-nasal, tosse, vômito, diarreia e sinais de comprometimento do

sistema nervoso central (SNC). A severidade destes sinais irá se diferenciar de acordo com a

condição imunológica do paciente. Febre alta, ceratoconjuntivite, sinais respiratórios

complicados por broncopneumonia bacteriana secundária também são observadas na doença.

Os sinais neurológicos são causados por encefalite ou meninfoencefalomielite. Os déficits

tipicamente têm comportamento multifocal e podem ir desde um distúrbio leve de locomoção

à convulsão grave, ataxias, paresias e plegias, déficits de nervos cranianos, além de sinais

meníngeos como: hiperestesias e rigidez cervical. A neurite óptica e as lesões retineanas

também podem ser observadas. Pode-se considerar marcante na doença a ocorrência de

mioclonias que se caracterizam por espasmos flexores involuntários e que são muito

observadas em cães sobreviventes. Alguns cães podem apresentar hiperqueratose de coxins,

hipoplasia de esmalte dentário e pústulas abdominais. Com relação às lesões neurológicas, a

desmielinização tem sido uma característica, mas pode-se observar ainda gliose, edema,

infiltração de linfócitos, plasmócitos e macrófagos, além de necrose tecidual (SWANGO et

al., 1997; SCHERDING, 1998; TILLEY e SMITH Jr, 2006; NELSON e COUTO, 2006).

O tratamento é inespecífico e de suporte, baseado na hidratação para a manutenção da

volemia e homeostase, antieméticos, antibióticos, como a ampicilina, a tetraciclina e

cloranfenicol, antipiréticos, anti-inflamatórios, complexos vitamínicos, como as do complexo

B e os ácidos ascórbicos (Vitamina C) e anticonvulsivantes (GREENE, 2006). O tratamento

para a cinomose é sintomático e extremamente frustrante. Não existem drogas antivirais

Page 64: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

63

específicas, sendo importante a administração de antibióticos com boa ação para o sistema

respiratório, destacando-se o uso das quinolonas, sulfas potencializadas e algumas

tetraciclinas (NELSON e COUTO, 2006). O uso de corticoides é controverso, e quando

utilizado deve ser feito com cautela, pois estes tendem a imunossuprimir ainda mais os

pacientes. Deve-se evitar o uso das quinolonas e as tetraciclinas em filhotes, uma vez que

podem interferir no crescimento. O uso de anticonvulsivantes deve ser sempre empregado

quando a convulsão é observada (TILLEY e SMITH, 2006). Como cuidados na

hospitalização, SCHERDING (2008) cita a necessidade da manutenção da umidade e limpeza

das vias aéreas e olhos, manutenção dos fluidos corporais com suporte nutricional e

fluidoterapia satisfatória. Assim como, a nutrição de forma satisfatória, pois, segundo Tilley e

Smith (2006), após o controle de infecções secundárias, o animal tende a se alimentar

normalmente. A nebulização é de suma importância, segundo Greene (2006), assim como

drogas expectorantes e tapotagem.

A reabilitação de um animal enfermo tem como objetivo o restabelecimentos de

tecidos lesados, recuperando sua função e diminuindo o tempo de recuperação (FERREIRA,

2012). Dentre as diferentes formas de reabilitação a acupuntura tem sido muito empregada.

Os pontos de acupuntura são caracterizados pela passagem e ramificações nervosas

(terminações livres, feixes e plexos), além de mastócitos, plexos linfáticos, capilares e vênulas

sob ele. A acupuntura estimula o aumento a vascularização no local da inserção da agulha,

assim como causar sensação de calor, este calor também pode ser pela resposta inflamatória

local imediata (LOBO Jr, 2012). Estes pontos, segundo Ettinger e Feldman (2004), são

classificados de acordo com sua ação e necessidade no organismo, podendo ser pontos de

conexão, alarme, sedação, tonificação, mestre, disparo e de associação. Por outro lado, a

fisioterapia, é a ciência que engloba a biomecânica, a física, fisiologia e a psicologia do

animal que está com injúrias, deformidades e/ ou qualquer alteração que necessite usufruir

dos recursos fisioterápicos e também pode ser implementado na recuperação do animal. Mas,

para isso, afirmam a necessidade de se traçar um plano bem elaborado para a obtenção de

êxito no tratamento (TUDURY e NOBREGA, 2009; FORMENTON, 2011). Dessa forma, o

presente estudo teve como objetivo avaliar a resposta da acupuntura aliada a recursos

fisioterápicos na reabilitação de cães com seqüelas neurológicas debilitantes devido a infecção

pelo CDV. Para isso, foi utilizando protocolos de estimulação de acupontos próprios e

individualizados para cada paciente diante dos critérios do tratamento da medicina oriental –

MTC.

Page 65: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

64

4.2 Material e Métodos

Foram utilizados 31 cães de raças e idades variadas, infectados naturalmente pelo

CDV, diagnosticados como portadores de seqüelas neurológicas debilitantes. Estes animais

eram provenientes do HOVET da Universidade de Cuiabá (UNIC), do setor de moléstias

infecciosas (MI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e também de clínicas

particulares que encaminharam os pacientes para o Serviço de Reabilitação Animal (SRA) da

UNIC após o diagnóstico da infecção pelo CDV.

A infecção viral foi diagnosticada através da detecção de antígenos do CDV pelo teste

de imunocromatografia em secreção ocular/nasal e líquor. O material empregado no teste

variou de acordo com a fase da doença em que o animal se encontrava. Secreção ocular e

nasal foram usados para diagnosticar a infecção viral nos animais que foram admitidos no

HOVET com os sinais respiratórios e gastrointestinais. O líquor foi o material empregado em

todos os casos que foram admitidos com a fase neurológica da enfermidade. Todos os

pacientes foram previamente submetidos ao tratamento clínico da cinomose e posteriormente,

os que sobreviveram e permaneceram com seguelas neurológicas debilitantes, foram

avaliados pelo SRA do HOVET/UNIC e admitidos para reabilitação.

O tempo entre o diagnóstico da infecção pelo CDV e a admissão para reabilitação

variou entre 2 a 6 meses, sendo que esta admissão só foi realizada somente quando o animal

não estivesse sendo mais medicado devido as complicações sistêmicas, salvo com complexo

mineral vitamínico. Outro critério admissional foi que a sequela neurológica obrigatoriamente

fosse superior à 60 dias pós conclusão do tratamento clínico, visando descartar a possibilidade

de viés de seleção incluindo pacientes que tivessem mais chances de resolução da sequela de

forma espontânea, ou seja, sem nenhuma intervenção específica. A variação do tempo para a

admissão se deu pela condição individual de cada animal.

Foram admitidos na reabilitação os animais que apresentavam pelo menos 1 (uma)

sequela neurológica considerada debilitante (que impedisse o animal de comer/beber e/ou se

locomover). Estas sequelas foram analisadas qualitativamente e quantificadas pelo exame

neurológico e por escalas de gravidades (tabela 02 a 05 – apresentada na secção apêndice ao

final da dissertação), respectivamente, criadas para a realização desta avaliação. Cada animal

foi avaliado previamente ao ser admitido no programa de reabilitação e antes de cada sessão

visando as adequações necessários aos protocolos e terapias a serem desenvolvidas.

Em função das sequelas, foi traçado um perfil de diagnóstico e tratamento oriental

levando em consideração a condição destes animais dentro da MTC (tabela 06 – apresentada

Page 66: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

65

na secção apêndice ao final da dissertação). A partir deste diagnóstico, foi estipulado o

protocolo que melhor se encaixava individualmente a cada caso, assim como para ter a

emissão de um prognóstico para o proprietário. À medida que o animal passou por sessões e

consequentemente teve suas sequelas amenizadas, fizeram-se adequações dos protocolos,

assim como de avaliações (tabela 07 – apresentada na secção apêndice ao final da

dissertação).

Os protocolos de estimulação dos acupontos foram compostos por acupuntura,

moxabustão, laserpuntura e farmacopuntura. Dentro dos recursos fisioterápicos foi empregado

a eletroterapia (FES) e a cinesioterapia. O trabalho de reabilitação envolveu também o

proprietário com exercícios domiciliares visando à manutenção do trabalho da reabilitação; os

exercícios domiciliares de mobilização passiva foram recomendados duas vezes ao dia. Cada

animal teve um protocolo determinado de acordo com a sequela apresentada (tabela 08 –

apresentada na secção apêndice ao final da dissertação).

Alguns pacientes permaneceram internados no HOVET/UNIC, tendo seus cuidados

realizados pela equipe do SRA. A avaliação da resposta ao tratamento foi feita através de

número de sessões, pois, muitos proprietários não aderiram efetivamente ao tratamento, não

houve frequência padrão para todos os pacientes, que era feita de acordo com a necessidade

de cada animal. Vale ressaltar que todos os animais atendidos foram devidamente autorizados

por seus respectivos proprietários, através de termo de consentimento. O número de sessões,

assim como os protocolos utilizados, variaram de acordo com a gravidade em que o animal se

encontrava. Para efetivamente ser considerada sessão de fisioterapia ou de acupuntura, o

animal deveria ser submetido a tratamentos com os recursos fisioterápicos ou da MTC. Não

foram consideradas como sessões a cinesioterapia de leito e a fisioterapia domiciliar. A

análise da resposta ao tratamento se deu mediante a avaliação do somatório de sequelas na

admissão do animal e análise na sua alta (tabela 07 – apresentada na secção apêndice ao final

da dissertação). Esta análise se deu através de escala elaborada para este fim previamente

citada.

4.3 Resultados e Discussão

Dos 31 animais admitidos no projeto, todos se encontravam gravemente sequelados

com déficits incompatíveis com a sobrevivência (trismo, tetraplegia com mioclonias

generalizadas, paraplegia, tetraparesia com ataxias vestibulares/cerebelares). Todos os

pacientes apresentaram respostas positivas, seja na deambulação ou no bem estar, necessário à

Page 67: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

66

manutenção da vida animal. Porém, quantitativamente 03 pacientes (13,66%) não

responderam de forma plena ao quesito deambulação; provavelmente esta dificuldade se deu

pela lesão já instalada nestes animais, que são irreversíveis do ponto de vista fisioterápico.

Infelizmente 04 (18,2%), morreram antes da recuperação total, embora sinalizassem

melhoras significativas. Quanto ao tempo de recuperação, que variou de 6 a 22 sessões,

ficando, na média em 11 sessões, destoando muito pouco das respostas obtidas por Lobo Jr.

(2012) e Mouren (2012) que foram de 12 e 15 respectivamente. Podendo, esta variação na

recuperação neste estudo, provavelmente, se deu pela diferença da gravidade das sequelas,

além das dificuldades durante tratamento tais como: cio, doenças concomitantes, opção do

proprietário por eutanásia. Vale ressaltar que os óbitos não estavam relacionados diretamente

à cinomose, sendo por: hemoparasitose e intoxicação.

As modalidades fisioterápicas mais utilizadas dentro da medicina veterinária são:

termoterapia, hidroterapia, cinesioterapia, magnetoterapia, massoterapia e eletroterapia

(PEDRO e MIKAIL, 2012). No estudo em questão foi utilizado cinesioterapia, massoterapia e

eletroterapia. No tratamento de sequelas da cinomose, Santos (2013) utilizou também a

eletroacupuntura em 24 animais obtendo resultado muito satisfatório (80%) na deambulação e

diminuição dos sinais neurológicos com tempos variáveis, em no máximo 6 meses. Colle

(1996) conduziu um trabalho em que 18 animais foram tratados com acupuntura e obteve

êxito em 1 mês, estipulado pelo autor. Associando fisioterapia à acupuntura, Nakagawa

(2009) tratou de dois cães sequelados por cinomose, sendo que o primeiro retornou à

deambulação e demais sequelas com 16 sessões e o segundo, com miolonia acentuada, voltou

à sua atividade normal em 6 meses. Já os trabalhos de Villar (2009), Mouren (2012) e Lobo Jr

(2012) resultaram em normalização das atividades motoras em 1 mês, 15 sessões e 12 sessões

respectivamente. Sendo que este último foi agregado ao protocolo o uso de moxabustão. Foi

observado durante a condução do estudo, a necessidade de se traçar uma protocolo

individualizado para cada animal, por dois motivos: o primeiro, pela diferenciação entre si das

sequelas e segundo pela resposta individual de cada animal que foi adequado a cada sessão.

Esta conduta diferenciou dos protocolos de Santos (2013) e Colle (1996) que utilizaram o

mesmo tratamento (utilização dos mesmos pontos de acupuntura) para todos os animais,

independentes das sequelas. A importância e singularidade desse trabalho se dão por mais de

um motivo: i) vários são os relatos isolados do uso da acupuntura na cinomose, mas trabalhos

científicos traçados prospectivamente, com grande número de animais, são apenas dois; ii)

diferente de todos os demais trabalhos, nesse foi aliado a fisioterapia e a acupuntura, que

Page 68: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

67

possibilitou uma resposta mais plena e rápida, além de serem adotados protocolos próprios e

individuais para cada paciente de acordo com a necessidade e readequando a cada sessão.

Moares e Haddad (2009) relatam a importância de ser reconhecido de forma o mais

contundente possível o padrão da sequela causada pela cinomose, pois estas podem variar

significativamente entre si e consequentemente o protocolo irá se diferenciar caso a caso.

Embora, as autoras afirmem que em alguns casos podem-se ter pontos que irão figurar com

bastante frequência.

4.4 Conclusões

As sequelas decorrentes da cinomose canina podem ser tratadas integralmente ou de

forma parcial pelas técnicas disponíveis na acupuntura e na fisioterapia veterinária desde que

seja traçado um protocolo especifico para cada paciente. A partir do momento em que se faz

uso destas técnicas reduz-se o número de casos de eutanásia assim como se aumenta o bem-

estar, independência e dignidade dos animais afetados pela doença. Embora a acupuntura e a

fisioterapia veterinária estejam se difundindo, mais estudos devem ser conduzidos a fim de se

dar mais credibilidade as resposta dadas pelo uso destas técnicas para maior convencimento

dos proprietários e Médicos Veterinários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COLE, E.F. Avaliação dos efeitos terapêuticos obtidos com a alopatia e a acupuntura no tratamento de distúrbios neurológicos decorrentes da cinomose canina. 1996. 204p. Dissertação (Mestrado em medicina veterinária) – Programa de Pós-graduação em medicina veterinária, Faculdade de Medicina veterinária. UFRPE, Recife, PE. 1996.

DRAEHMPAEHL D.; ZOHMANN, A. Acupuntura no cão e no gato. Princípios básicos e prática científica. São Paulo: Roca 1997.

ETTINGER,S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de medicina interna veterinária – Doenças do cão e do gato. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 5ed 2004. 2156p.

FERREIRA, C.L., Fisioterapia, reabilitação e acupuntura em pacientes ortopédicos e neurológicos. In: LOBO Jr. Acupuntura na prática clínica veterinária. São Paulo: Interbook. 2012.

FORMENTON, M. Physical therapy in dogs: applications and benefits. Veterinary focus. p.11-17. 2011.

Page 69: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

68

GREENE, C. E.; APPEL, M. J. Canine distemper. In: GREENE, C. E. (Ed.). Infectious diseases of the dog and cat. 3th ed. St Louis: Elsevier, p25-27. 2006.

LOBO Jr. Acupuntura na prática veterinária. São Caetano do Sul: Interbook. 2012.

MORAES, D., HADDAD, C.C.T. Sindrome Wei em pequenos animais. Medvep – veterinária. 7(21). 2009. 253-258

MOUREN, B. Tratamento da cinomose com medicina ocidental (padrão) e medicina oriental (acupuntura). 2012. Monografia. Curso de especialização em clínica cirúrgica de pequenos animais. Instituto de pós graduação Qualittas. Rio de Janeiro. 2012.

NAKAGAWA, A.H.C. Cinomose canina e acupuntura: Relato de caso. 2009. 31p. Monografia. Curso de Pós graduação em acupuntura veterinária. Instituto Jacqueline Pecker. Belo Horizonte. 2009.

NELSON, R.W; COUTO, C.G. Doenças virais polissistêmias. Vírus da cinomose. In: _______. Medicina interna de pequenos animais. São Paulo: 3ed. Elsevier. 2006. P.1235-1237.

PEDRO, R.C., MIKAIL, S. Fisioterapia veterinária. 2ed. Manole. Barueri. 252p. 2012.

SANTOS, B.P.C.R. Efeito da acupuntura no tratamento de animais com sequelas neurológicas decorrentes da cinomose. 2013. 83p. Dissertação (Mestrado em medicina veterinária) – Programa de pós graduação em biotecnologia animal. Faculdade de medicina veterinária, Botucatu, 2013.

SCHERDING, R.G. Cinomose canina. In: BICHARD, D.V.M.; SCHERDING, R.G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. 2ed. São Paulo: Roca. 1998.

SWANGO, L.; ETTINGER, S.; FELDMAN, E. Moléstias virais caninas. In: ETTINGER, S.; FELDMAN, E. Tratado de medicina interna veterinária: Doenças do cão e do gato. 4ed. São Paulo: Manole. p.573-588. 1997.

TILLEY, L.P., SMITH JR, F.W.K. Consulta veterinária em 5 minutos. In: Cinomose. Manole. Barueri. p.224-225. 2006.

VILLAR, P.C. Acupuntura na cinomose. 2009. Monografia. Programa de pós graduação em acupuntura veterinária. Associação Brasileira de Acupuntura. Salvador. 2009.

Page 70: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

69

5 CONCLUSÃO DA DISSERTAÇÃO

O uso dos recursos fisioterápicos associados à técnicas da MTC se mostraram

eficazes o tratamento das sequelas neurológicas da cinomose. Porém, os protocolos devem

ser ajustados à cada paciente, sendo necessário conhecimento prévio das técnicas a serem

aplicadas.

O uso destas técnicas aliada ao comprometimento do proprietário foi muito

importante para a diminuição considerável da eutanásia nos animais tratados.

O desenvolvimento dessa dissertação de mestrado possibilitou a criação de um

Serviço prestado pelo HOVET/UNIC especializado em reabilitação animal. Isso foi muito

importante para o tratamento de animais com as mais diversas afecções, sejam elas

ortopédicas ou neurológicas.

Embora alguns animais não retornaram à deambulação, através das técnicas aplicadas,

todos os animais se beneficiaram. Seja pelo retorno de algumas atividades de suma

importância para a manutenção da vida ou por proporcionar um maior bem estar ao grupo de

animais tratados.

Page 71: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

16

6 APÊNDICE:

Tabela 02:

Esc

ala

de p

ontu

ação

das

seq

üela

s ne

urol

ógic

as d

e ac

ordo

com

os

défi

cits

neu

roló

gico

s ap

rese

ntad

os.

AVALIAÇÃ

O DA

MARCHA

AVALIA

ÇÃO DA

CONSCIÊ

NCIA

DEFIC

IT

DE

NERVOS

CRANIA

NOS (NC)

DEFIC

IT DE

REAÇÕES

POSTURAIS

FUNÇÃO

URIN

ARIA

/ FECAL E

REFLEXOS DO

PERÍN

EO

ALTERAÇÕ

ES DE

POSTURA E

DA CABEÇA

NOCIC

EPÇÃ

O

PALPAÇÃO

EPAXIA

L

(DOR)

REFLEXO

CUTANEO

DO

TRONCO

(PANIC

ULO)

ATAXIA

REFLEXOS

SEGMENTA

RES

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 –

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 –

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

0 -

SE

M

AL

TE

RA

ÇÃ

O

1- A

ND

AR

E

M

CÍR

CU

LO

S

3 -

SO

NO

NC

IA

1 –

DE

FIC

IT

DE

01

PA

R

DE

NC

1 -

DIM

INU

IÇÃ

O

EM

01

ME

MB

RO

1 -

RE

TE

ÃO

F

EC

AL

1-

IN

CL

INA

ÇÃ

O D

A

CA

BE

ÇA

A

45°

1 –

DIM

INU

IÇÃ

O D

A D

OR

S

UP

ER

FIC

IAL

1 -

DO

R

FO

CA

L

1 -

DIM

INU

IDO

T

OR

AC

OL

OM

BA

R

1 –

DE

M

EM

BR

OS

1

– H

IPO

RR

EF

LE

XIA

EM

UM

M

EM

BR

O

1 –

AN

DA

R

CO

MP

UL

SI

VO

6 -

ES

TU

PO

R

2 –

DE

FIC

ITS

D

E 0

2 P

AR

ES

DE

N

C

2 -

AU

SE

NC

IA

EM

01

ME

MB

RO

2 -

RE

TE

ÃO

U

RIN

ÁR

IA

2 -

INC

LIN

ÃO

DA

C

AB

A

MA

IOR

QU

E

45°

2 –

AU

SE

NC

IA

DA

DO

R

SU

PE

RFI

CIA

L

2 -

DO

R

MU

LT

IFO

CA

L

2 -

AU

SE

NT

E

TO

RA

CO

LO

MB

AR

2 –

DE

C

AB

A

2 -

AR

RE

FL

EX

IA

EM

UM

M

EM

BR

O

1 –

CO

MP

RE

SS

ÃO

DE

C

AB

A

9 -

CO

MA

3

– D

EF

ICIT

S

DE

03

PA

RE

S D

E

NC

3 -

DIM

INU

IÇÃ

O

NO

S

ME

MB

RO

S

PE

LV

ICO

S

3 -

INC

ON

TIN

ÊN

CIA

F

EC

AL

OU

U

RIN

ÁR

IA

3 –

TO

RC

ICO

LO

3

- D

IMIN

UIÇ

ÃO

DA

DO

R

PR

OF

UN

DA

3 -

DO

R

DIF

US

A

3 -

DIM

INU

IDO

D

IFU

SO

3 -

DE

C

AB

A E

T

RO

NC

OS

3 -

HIP

OR

RE

FL

EX

IA N

OS

M

EM

BR

O

LV

ICO

S

1 –

AT

AX

IA

6 –

LA

PS

OS

D

E

CO

NS

CIE

NC

IA

(CR

ISE

S

DE

A

US

ÊN

CI

A)

4 –

DE

FIC

ITS

D

E 0

4 P

AR

ES

DE

N

C

3 -

AU

SE

NC

IA

NO

S

ME

MB

RO

S

PE

LV

ICO

S

4 -

IN

CO

NT

INÊ

NC

IA

FE

CA

L E

U

RIN

ÁR

IA

4 –

OP

IST

ÓT

ON

O

4 -

AU

NC

IA

DA

DO

R

PR

OF

UN

DA

4 -

AU

SE

NT

E

DIF

US

O

4 -

DE

C

AB

A,

TR

ON

CO

E

ME

MB

RO

S

4 -

AR

RE

FL

EX

IA

NO

S

ME

MB

RO

P

ÉL

VIC

OS

1 –

MO

NO

PA

RE

5

– D

EF

ICIT

S

2 -

DIM

INU

IÇÃ

O

5

– S

CH

IFF-

CH

ER

RIN

GT

- 70

Page 72: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

17

SIA

D

E 0

5 0U

M

AIS

P

AR

ES

DE

N

C

NO

ME

MB

RO

A

NT

ER

IOR

E

PO

ST

ER

IOR

D

O M

ES

MO

L

AD

O

ON

H

IPO

RR

EF

LE

XIA

EM

DO

IS

ME

MB

RO

S

IPS

ILA

TE

RA

IS

2

– P

AR

AP

AR

ES

IA

6

- A

US

EN

CIA

N

O M

EM

BR

O

AN

TE

RIO

R E

P

OS

TE

RIO

R

DO

ME

SM

O

LA

DO

6

– D

ES

CE

RE

BE

LA

ÇÃ

O

-

AR

RE

FL

EX

IA

EM

DO

IS

ME

MB

RO

S

IPS

ILA

TE

RA

IS

3

– H

EM

IPA

RE

SIA

7

- D

IMIN

UIÇ

ÃO

N

OS

M

EM

BR

OS

A

NT

ER

IOR

ES

E

P

OS

TE

RIO

RE

S

7

– D

ES

CE

RE

BR

ÃO

-

H

IPO

RR

EF

LE

XIA

EM

DO

IS

ME

MB

RO

S

CO

NT

RA

LA

TE

RIA

S

4 -

PA

RA

PL

EG

IA

8

- A

US

ÊN

CIA

N

OS

M

EM

BR

OS

A

NT

ER

IOR

ES

E

P

OS

TE

RIO

RE

S

- AR

RE

FL

EX

IA

EM

DO

IS

ME

MB

RO

S

CO

NT

RA

LA

TE

RIA

S

5 -

HE

MIP

LE

GI

A

-

HIP

OR

RE

FL

EX

IA N

OS

4

ME

MB

RO

S

6 –

TE

TR

AP

AR

ES

IA

-

A

RR

EF

LE

XI

A N

OS

4

ME

MB

RO

S

7 –

TE

TR

AP

LE

GIA

71

Page 73: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

16

Tabela 03: Escala de pontuação da mioclonia. Espasmos (mioclonia) Pontuação Músculos da face 1 Músculos abdominais 1 Músculos do períneo 1 Músculos da mastigação 3 Musculatura do tronco e\ou pescoço 2 Musculatura de um membro 1 Musculatura dos dois membro pélvicos 3 Musculatura de um membro torácico e um pélvico

3

Musculatura de três membros 5 Musculatura dos dois membros anteriores 5 Musculatura dos quatro membros 5 Avaliação subjetiva da gravidade dos espasmos (mioclonia) levando em consideração o comprometimento funcional e intensidade do espasmo

Pontuação

Levíssima 1 Leve 2 Moderada 3 Grave 4 Gravíssima 5 Legenda: Levíssima: Espasmos acometendo de forma branda (suave), quase imperceptível, sendo

detectada após um minuto de observação. Não afetando as atividades rotineiras do animal Leve: Espasmos brandos (suave), detectáveis tão logo se observa o animal, porém, não

afetando suas atividades rotineiras Moderada: Espasmos intensos, facilmente reconhecidos, afetando de forma branda as

atividades rotineiras do animal Grave: Espasmos intensos, facilmente reconhecidos, que afetam as atividades rotineiras do

animal Muito grave: Espasmos intensos, facilmente reconhecidos, que afetam as atividades rotineiras

do animal e seu bem-estar Gravíssima: Espasmos muito intensos que afetam de forma severa as atividades rotineiras do

animal, comprometendo, inclusive seu bem-estar Obs. O termo bem-estar foi adotado neste trabalho e consequentemente nesta escala como a

capacidade do animal: ingerir água e alimentos; manter-se em posição próxima à normal, mesmo em decúbito; capacidade de deslocamento, mesmo com restrições mecânicas e/ ou motoras.

Tabela 04: Escala de pontuação da gravidade da atrofia/ hipotrofia muscular Músculos envolvidos Pontuação Um grupo muscular 1 Dois grupos musculares 2 Três grupos musculares 3 Generalizada 4

72

Page 74: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

17

Tabela 05: Escala de pontuação das sequelas adicionais (observadas esporadicamente). Sequelas adicionais Pontuação PRIAPRISMO 4 ALODÍNEA 5 HIPERESTESIA 2 TRISMO 5 HIPERPATIA 3 SINDROME DE HORNER 1 CONVULSÕES 5

A atribuição dos valores foi feita de acordo com a gravidade, considerando principalmente o bem estar e o comprometimento da vida do animal

Tabela 06: Déficits neurológicos com respectivo diagnóstico oriental, tratamento oriental recomendado e acupontos indicados para estimulação. Déficits neurológicos Diagnóstico oriental Tratamento

oriental Acupontos selecionados

Paraparesia/plegia Calor nos pulmões (flacidez ou atrofia muscular – falta de

umidade nos tecidos)

Acupuntura, laserpuntura, moxabustão

Desobstrução dos meridianos

B23, Bai Hui dorsal, Bai Hui, Ba feng, Hoato,

VB29, B60, F5/ R3, VG à escolher (como ponto

local) Tetraparesia/plegia Deficiência de Yang

do Rim Acupuntura, laserpuntura, moxabustão

Sacar frio

B19/ 23, Bai Hui dorsal, Bai Hui, Ba feng, Hoato, VB29, B60, F5/ R3, VG à

escolher (como ponto local)

Incontinência ou retenção fecal/ Urinária

Deficiência do Yin do Rim

Acupuntura, laserpuntura, moxabustão

B23, Bai Hui, Bai Hui dorsal/ Cinturão renal,

E36, BP6 Trismo Secura extrema dos

tecidos Acupuntura, laserpuntura, moxabustão

Bai Hui, E 36, BP6, B23, Pontos locais (E4, 6/

ID18), VB20 Convulsão Deficiência do Yin

do Rim (causando perturbação do shen);

Yang do fígado hiperativo

Acupuntura, laserpuntura,

Quatro cavalheiros, E36, B23, BP6, IG4, TA17/18

ou 19, VB20

Déficits vestibulares Deficiência do Yin do Rim (causando

perturbação do shen)

Acupuntura, laserpuntura, moxabustão

Yintang Bai Hui, VG ..., B23, E36, IG4

Mioclonia Deficiência de xue do fígado

Acupuntura, laserpuntura, moxabustão

Quatro cavalheiros/ Bai hui, E36, IG4, B23, VG

14, TA 17/18 ou19 Arreflexia/ hiporreflexia

Calor nos pulmões e falta de umidade nos

tecidos Deficiência do Yin

do rim

Acupuntura, laserpuntura, moxabustão

Bafeng, Hoato, VG29, E36, IG4, B23, B40, Bai

hui

73

Page 75: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

18

Tabela 07: Animais incluídos no estudo com os respectivos somatórios das pontuações das seqüelas neurológicas na admissão e na alta do programa de reabilitação, e número total de sessões de reabilitação. ANIMAL PONTUAÇÃO

ADMISSÃO PONTUAÇÃO

ALTA SALDO Nº DE

SESSÕES SPIKE CARA 13 03 10 20 SPIKEZINHO 24 03 21 17 TUFFY 12 01 11 13 JOLIE 07 00 07 08 TIGRE 10 06 04 04 NEGUINHO 26 04 22 19 BEBEL 17 04 13 16 NEYMAR 18 02 16 16 CHRISTOPHER 12 00 12 14 CHANNEL 08 03 05 10 BELINHA 13 02 11 22 CATARINA 15 11 04 13 PIPOCA 11 07 04 10 PIPOCA 2 16 06 10 12 SHARAPOVA 07 03 04 09 LIPE 12 03 09 06 XERIFE 08 00 08 10 FIEL 12 06 06 08 PANDORA 09 02 07 12 SAMMY 20 02 18 14 STELLA 14 09 05 08 FELIX 19 04 15 16 LUKA 18 09 09 10 MÁXIMO 16 00 16 08 DOM 07 00 07 06 MELZINHA 18 03 15 12 MELZONA 18 15 03 08 NEGÃO 04 00 04 07 SKINNER 10 04 06 08 PRETINHO 18 14 04 06 TEDDY 16 16 00 10

74

Page 76: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

16

Tabela 08:

Rel

ação d

os a

nim

ais

com

as

resp

ecti

vas

sequ

elas

, dia

gnós

tico

neu

roan

atôm

ico

e pr

otoc

olo

de r

eabi

litaç

ão in

stit

uído

.

NOME

OBSE

RVAÇÕES

CLIN

ÍCAS

SEQUELAS E COMPLICAÇÕESN

EUROLOGICAS

DIAGNOSTICO

NEUROANATÔMICO

PROTOCOLO

INSTITUID

O

SPIK

E

CARA

Óbito – 1 ano

após)

Sec

reçã

o m

ucop

urul

enta

oc

ulon

asal

pré

via

aos

sina

is n

euro

lógi

cos

Adm

issã

o: P

arap

ares

ia e

spás

tica

am

bula

tóri

a, e

spas

mos

fle

xore

s in

volu

ntár

ios

em m

asse

ter,

tem

pora

is, c

leid

omas

toid

e, M

P’s

. A

trof

ia m

uscu

lar

gene

rali

zada

e e

xpre

ssiv

a at

rofi

a do

s m

úscu

los

mas

tiga

tóri

os c

om tr

ism

o.

Alt

a: R

etor

no à

dea

mbu

laçã

o no

rmal

, dim

inui

ção

cons

ider

ável

dos

es

pasm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s de

for

ma

gene

rali

zada

; R

etor

no

grad

ual à

cob

ertu

ra m

uscu

lar;

Ret

omad

a da

cap

acid

ade

de

inge

stão

e a

pree

nsão

de

líqu

ido

e al

imen

tos

sóli

dos.

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

ncoe

ncef

álic

o e

med

ula

espi

nhal

- s

ubst

anci

a br

anca

to

raco

lom

bar)

. L

esão

de

mar

capa

sso

em

intu

mes

senc

ia l

ombo

ssac

ra e

cleo

no

nerv

o tr

igêm

io.

Farm

acop

untu

ra,

acup

untu

ra, m

oxab

ustã

o,

cine

siot

erap

ia n

as s

essõ

es

de f

isio

tera

pia

hosp

ital

ar e

do

mic

ilia

r.

SPIK

EZIN

HO

Sec

reçã

o m

ucop

urul

ena

ocul

onas

al, d

iarr

éia

féti

da,

mel

ena

e v

ômit

o pr

évio

ao

s si

nais

neu

roló

gico

s.

Hip

erqu

erat

ose

de

foci

nho

Adm

issã

o: E

spas

mos

invo

lunt

ário

s em

mus

cula

tura

mas

seté

rica

e

tem

pora

l (m

uito

gra

ve c

om p

erda

den

tári

a), a

trof

ia g

rave

de

mas

sete

r e

tem

pora

l; e

spas

mos

fle

xore

s in

tens

os e

m M

P’s

e

MA

’s; e

spas

mos

em

mus

cula

tura

do

tron

co e

pes

coço

; N

ista

gmo;

pa

rapl

egia

esp

ásti

ca, a

usên

cia

de r

efle

xo c

utân

eo d

o tr

onco

, hi

perp

atia

na

palp

ação

epa

xial

A

lta:

Ret

orno

da

deam

bula

ção

norm

al, d

imin

uiçã

o br

usca

dos

es

pasm

os f

lexo

res

(qua

se i

mpe

rcep

tíve

l); N

ão a

pres

enta

hip

erta

tia

à pa

lpaç

ão e

paxi

al e

aus

ênci

a de

nis

tagm

o; R

etom

ada

grad

ual d

a co

bert

ura

mus

cula

r

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

ncoe

ncef

álic

o -

vest

ibul

ar e

m

edul

a es

pinh

al –

sub

stân

cia

bran

ca t

orac

olom

bar

difu

sa).

L

esão

de

mar

capa

sso

em

intu

mes

cênc

ia c

ervi

coto

ráci

ca,

lom

boss

acra

, sub

stân

cia

cinz

enta

da

med

ula

torá

cica

e n

úcle

os d

os

nerv

os tr

igêm

io e

ace

ssór

io.

Las

erte

rapi

a,

Las

erpu

ntur

a, a

cupu

ntur

a,

cine

siot

erap

ia s

essõ

es d

e fi

siot

erap

ia h

ospi

tala

r do

mic

ilia

r, m

oxab

usta

o

TUFFY

óbito 2 meses

após o

retorno da

deamb)

Foi

apr

esen

tado

ape

nas

com

sin

ais

neur

ológ

icos

(h

istó

rico

clí

nico

pr

egre

sso

não

disp

onív

el)

Adm

issã

o: P

arap

ares

ia e

spás

tica

não

am

bula

tóri

a, e

spas

mos

in

volu

ntár

ios

em m

asse

ter

e te

mpo

ral;

esp

asm

os f

lexo

res

em

MP

’s, p

ior

MP

E, e

em

MA

’s, p

ior

em M

DE

. con

trat

ura

mod

erad

a da

mus

cula

tura

fle

xora

de

MP

E (

hipe

rfle

xão)

. Pri

apis

mo

Alt

a: R

etom

ada

da d

eam

bula

ção

próx

imo

à no

rmal

idad

e (a

co

ntra

tura

ain

da n

ão f

oi t

otal

men

te s

oluc

iona

da, p

orém

, ap

rese

ntou

mel

hora

con

side

ráve

l); R

esol

ução

do

pria

pism

o.

Dim

inui

ção

cons

ider

ável

dos

esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

ncoe

ncef

álic

o e

med

ula

espi

nhal

– s

ubst

ânci

a br

anca

to

raco

lom

bar)

L

esão

de

mar

capa

sso

em

intu

mes

cênc

ia c

ervi

coto

ráci

ca,

lom

boss

acra

e n

úcle

os d

os n

ervo

s tr

igêm

eo

Acu

punt

ura

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

, cin

esio

tera

pia,

m

assa

gem

tera

pêut

ica

e te

rmot

erap

ia

JOLIE

óbito 50 dias

Sem

out

ros

sina

is p

révi

os

aos

neur

ológ

icos

A

dmis

são:

Incl

inaç

ão d

a ca

beça

sup

erio

r a

45º,

nis

tagm

o,

para

pare

sia

espá

stic

a am

bula

tori

al, r

eaçã

o de

am

eaça

dim

inuí

da

(com

fot

omot

or p

rese

rvad

o e

sem

ceg

ueir

a),

atax

ia g

rave

de

cabe

ça.

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

ncoe

ncef

álic

o -

vest

ibul

ar

cere

belo

e m

edul

a es

pinh

al -

su

bstâ

ncia

bra

nca

tora

colo

mba

r).

Acu

punt

ura,

exe

rcíc

ios

dom

icil

iare

s

75

Page 77: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

17

após a

diminuição

da seqüela)

Alt

a: C

orre

ção

do p

osic

iona

men

to e

da

cabe

ça e

aus

ênci

a de

ni

stag

mo;

Pre

senç

a/ n

orm

aliz

ação

do

refl

exo

de a

mea

ça;

TIG

RE

Eutanasiado

após 30 dias

da retomada

à ingestão de

alimentos,

ainda c

dificuldade)

Sec

reçã

o m

ucop

urul

enta

na

sal b

ilat

eral

pré

vio

aos

sina

is n

euro

lógi

cos

Adm

issã

o: T

rism

o e

espa

smos

invo

lunt

ário

s na

mus

cula

tura

m

asse

ter,

atr

ofia

mus

cula

r ac

entu

ada

na m

uscu

latu

ra d

a m

asti

gaçã

o. S

em a

lter

açõe

s lo

com

otor

as

Alt

a: R

etom

ada

da c

apac

idad

e de

apr

eens

ão e

ing

estã

o de

al

imen

tos;

Dim

inui

ção

disc

reta

dos

esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s. N

ão h

ouve

mel

hora

na

reto

mad

a da

mus

cula

tura

af

etad

a

Men

ingo

ence

fali

te m

ulti

foca

l (t

ronc

oenc

efál

ico

e m

edul

a es

pinh

al).

L

esão

de

mar

capa

sso

em n

úcle

os

dos

nerv

os tr

igêm

io

Acu

punt

ura,

mox

abus

tao,

Fa

rmac

opun

tura

, ci

nesi

oter

apia

hos

pita

lar

e do

mic

ilia

rra

NEGUIN

HO

Óbito após 1

ano)

Sec

reçã

o m

ucop

urul

enta

oc

ulon

asal

con

com

itan

te

aos

sina

is n

euro

lógi

cos

(par

apar

esia

)

Adm

issã

o: T

etra

pleg

ia e

spás

tica

, com

atr

ofia

mus

cula

r ge

nera

liza

da e

enc

urta

men

to a

ssim

étri

co s

ever

o de

tend

ões

flex

ores

(hi

perf

lexã

o) d

os m

embr

os a

nter

iore

s e

MP

E, c

om f

lexã

o be

m m

ais

grav

e em

MA

E; E

spas

mos

fle

xore

s in

volu

ntár

ios

em

mem

bros

, em

mas

sete

r e

tem

pora

l; E

spas

tici

dade

de

MP

D.

Hip

eres

tesi

a e

alod

ínea

gen

eral

izad

a.

Alt

a: R

etom

ada

da d

eam

bula

ção

próx

ima

à no

rmal

idad

e; C

orre

ção

post

ural

(A

usên

ca d

e hi

perf

lexã

o e

espa

stic

idad

e); D

imin

uiçç

ão

cons

ider

ável

nos

esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s; A

usên

cia

de

alod

ínea

e h

iper

este

sia;

Ret

omad

a gr

adua

l da

mus

cula

tura

afe

tada

Men

ingo

mie

lite

mul

tifo

cal

(med

ula

espi

nhal

dif

usa

– su

bstâ

ncia

bra

nca)

. L

esão

de

mar

capa

sso

em

intu

mes

cênc

ia c

ervi

coto

ráci

ca,

lom

boss

acra

e n

úcle

os d

os n

ervo

s tr

igêm

io.

Les

ão e

m g

ângl

ios

de r

aiz

dors

al

???

Mox

abus

tão,

acu

punt

ura,

el

etro

tera

pia,

lase

rter

apia

e

lase

rpun

tura

, ci

nesi

oter

apia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

BEBEL

S

ecre

ção

muc

opur

ulen

ta

bila

tera

l ocu

lar

prév

io a

os

sina

is n

euro

lógi

co

Adm

issã

o: E

spas

mos

invo

lunt

ário

s em

mus

cula

tura

mas

seté

rica

e

tem

pora

l; e

spas

mos

invo

lunt

ário

s in

tens

os e

m m

uscu

latu

ra d

o pe

scoç

o de

sloc

ando

a c

abeç

a la

tera

l e p

ara

baix

o); a

taxi

a e

in

clin

ação

da

cabe

ça m

aior

que

45º

; est

rabi

smo

posi

cion

al O

D,

espa

smos

fle

xore

s in

volu

ntár

ios

inte

nsos

em

MA

’s e

MP

E;

tetr

apar

esia

esp

asti

ca s

emi-

ambu

lató

ria

(eng

atin

hava

); d

éfic

it d

e pr

opri

ocep

ção

MP

E; M

A’s

com

con

trat

ura

flex

ora,

pio

r em

MA

E.

Dis

cret

a pe

rda

de m

assa

mus

cula

r O

bs. A

taxi

a e

os e

spas

mos

de

inte

nsid

ade

tão

preo

cupa

nte

à po

nto

do a

nim

al n

ão te

r co

orde

naçã

o de

inge

rir

água

e/ o

u al

imen

to s

em

auxí

lio

do p

ropr

ietá

rio.

A

lta:

Ret

omad

a da

inde

pend

ênci

a pa

ra s

e al

imen

tar

e in

geri

r ág

ua

(2ªs

essã

o); R

etom

ada

da d

eam

bula

ção

de f

orm

a sa

tisf

atór

ia;

corr

eção

pos

tura

l (au

sênc

ia d

e co

ntra

tura

s);

Cor

reçã

o da

pos

ição

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

ncoe

ncef

álic

o e

med

ula

espi

nhal

sub

stân

cia

bran

ca e

ci

nzen

ta).

L

esão

de

mar

capa

sso

em

intu

mes

cênc

ia c

ervi

coto

ráci

ca,

lom

boss

acra

e n

úcle

os d

os n

ervo

s tr

igêm

io e

ace

ssór

io.

Las

erte

rapi

a,

cine

siot

erap

ia h

ospi

tala

r e

dom

icil

iar,

, ac

upun

tura

m

anua

l, m

oxab

usta

o

76

Page 78: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

18

da c

abeç

a e

capa

cida

de d

e m

anut

ençã

o em

sua

pos

ição

nor

mal

).

Ret

omad

a gr

adua

l da

cobe

rtur

a m

uscu

lar;

dim

inui

ção

cons

ider

ável

do

s es

pasm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s.

NEYMAR

H

iper

quer

atos

e de

foc

inho

e

coxi

ns, s

ecre

ção

inte

nsa

ocul

ar b

ilat

eral

e n

asal

unil

ater

al (

esqu

erdo

),

febr

e, c

repi

taçã

o pu

lmon

ar, a

trof

ia

mus

cula

r in

tens

a, d

iarr

eia

prof

usa,

esp

asm

os

flex

ores

invo

lunt

ário

s em

M

P`s

e M

A`s

, mas

sete

r (t

ende

ndo

a tr

ism

o),

tem

pora

is, p

esco

ço

Adm

issã

o: E

spas

mos

invo

lunt

ário

s em

mus

cula

tura

da

cabe

ça

(tem

pora

l, m

asse

ter)

, cle

idom

astó

ide

; es

pasm

os in

volu

ntár

ios

flex

ores

inte

nsos

em

MP

’s e

MA

’s; t

etra

pleg

ia e

spás

tica

; ve

ntro

flex

ão d

e M

P’s

. A

lta:

Ret

omad

a da

dea

mbu

laçã

o (p

róxi

mo

à no

rmal

idad

e);

Dim

inui

ção

expr

essi

va d

os e

spas

mos

fle

xore

s in

volu

ntár

ios;

C

orre

ção

da p

ostu

ra (

dim

inui

ção

da f

lexã

o do

s M

P’s

, por

ém,

aind

a ap

rese

nta

flex

ão)

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

ncoe

ncef

álic

o e

med

ula

espi

nhal

sub

stân

cia

bran

ca e

ci

nzen

ta).

L

esão

de

mar

capa

sso

em

intu

mes

cênc

ia c

ervi

coto

ráci

ca,

lom

boss

acra

e n

úcle

os d

os n

ervo

s tr

igêm

io.

Ele

trot

erap

ia, a

cupu

ntur

a m

anua

l, m

oxab

ustã

o,

lase

rter

apia

e la

serp

untu

ra,

cine

siot

erap

ia d

omic

ilia

r e

hosp

ital

ar

CHRISTOPH

ER

Tet

rapl

egia

dis

tens

ão

grav

e ab

dom

inal

, fíg

ado

palp

avel

, sem

ref

lexo

s de

re

tira

da e

cut

âneo

do

tron

co

Adm

issã

o: T

etra

pleg

ia f

láci

da c

om a

usên

cia

de r

efle

xos

de

reti

rada

e c

utân

eo d

o tr

onco

dis

trib

uído

de

form

a di

fusa

A

lta:

Ret

omad

a da

dea

mbu

laçã

o (p

róxi

mo

à no

rmal

idad

e),

reto

mad

a do

s re

flex

os c

utân

eo d

o tr

onco

e r

etir

ada.

Men

ingo

mie

lite

mul

tifo

cal –

po

liom

ieli

te (

subs

tânc

ia c

inze

nta

difu

sa).

Las

erte

rapi

a, a

cupu

ntur

a la

serp

untu

ra, e

letr

oter

apia

, ci

nesi

oter

apia

hos

pita

lar

e do

mic

ilia

r.

CHANNEL

S

ecre

ção

ocul

ar e

nas

al,

hipe

rque

rato

se d

e fo

cinh

o,

cera

toco

njun

tivi

te s

eca

Adm

issã

o: P

arap

ares

ia f

láci

da a

mbu

lató

ria;

ata

xia

grav

e de

cab

eça

e tr

onc

e m

embr

os o

; Esp

asm

os f

lexo

res.

invo

lunt

ário

s le

ve e

m

MP

’s e

MA

’s

Alt

a:.R

etom

ada

da d

eam

bula

ção

(pró

xim

o à

norm

alid

ade

– ap

rese

nta

anda

r m

edia

nam

ente

atá

xico

); D

imin

uiçã

o do

s es

pasm

os

flex

ores

invo

lunt

ário

s

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

(ce

rebe

lo

e m

edul

a es

pinh

al-s

ubst

ânci

a br

anca

)

Acu

punt

ura

man

ual,

mox

abus

tao,

cin

esio

tera

pia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

BELINHA

A

trof

ia m

uscu

lar

inte

nsa,

es

cara

s de

dec

úbit

o,

alop

ecia

gen

eral

izad

a,

secr

eção

ocu

lar

bila

tera

l, di

min

uiçã

o de

pro

duca

o de

lágr

ima

Adm

issã

o: S

índr

ome

de H

orne

r; T

etra

pleg

ia f

láci

da; e

spas

mos

in

volu

ntár

ios

nos

mm

’s te

mpo

rais

; atr

ofia

mus

cula

r gr

avís

sim

a A

lta:

Aus

ênci

a de

Hor

rner

, Ret

omad

a da

dea

mbu

laçã

o (p

róxi

mo

à no

rmal

idad

e); R

etom

ada

da m

uscu

latu

ra –

con

side

ráve

l; R

eduç

ão

cons

ider

ável

dos

esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

ncoe

ncef

álic

o e

med

ula

espi

nhal

sub

stân

cia

bran

ca e

ci

nzen

ta).

L

esão

de

mar

capa

sso

em n

úcle

os

dos

nerv

os tr

igêm

io.

Ele

trot

erap

ia, l

aser

tera

pia,

la

serp

untu

ra,

cine

siot

erap

ia d

omic

ilia

r e

hosp

ital

ar, a

cupu

ntur

a m

anua

l

CATARINA

Hip

erqu

erat

ose

de f

ocin

ho

e co

xins

, hip

opla

sia

de

esm

alte

den

tári

o.

Adm

issã

o: C

onvu

lsão

; esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s in

tens

os

no p

esco

co, t

ronc

o, M

P’s

; pa

rapl

egia

esp

ásti

ca c

om h

iper

exte

nsão

de

MP

E e

enc

urta

men

to d

e M

PD

A

lta:

Con

trol

e da

s co

nvul

sões

com

fen

obar

bita

l, po

rém

, com

o u

so

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(cór

tex

cere

bral

e m

edul

a es

pinh

al

subs

tânc

ia b

ranc

a e

cinz

enta

).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

ecen

cia

lom

boss

acra

(??

??)

e

Ban

dage

m f

unci

onal

, ac

upun

tura

, las

erpu

ntur

a e

lase

rter

apia

, ele

trot

erap

ia,

cine

siot

erap

ia h

ospi

tala

r

77

Page 79: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

19

da a

cupu

ntur

a fo

i di

min

uída

a d

ose;

Dim

inui

ção

sens

ível

nos

es

pasm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s –

Ani

mal

não

mui

to r

espo

nsiv

o ao

trat

amen

to d

a re

abil

itaç

ão c

om le

sões

irre

vers

ívei

s em

es

trut

uras

impo

rtan

tes

para

a lo

com

oção

, por

ém, a

pres

ento

u m

elho

ra c

onsi

derá

vel n

o se

u es

tado

ger

al

núcl

eo d

o ne

rvo

aces

sóri

o

PIPOCA 1

Buldogue

Francês

Óbito após 2

anos)

Hip

erqu

erat

ose

de c

oxin

s em

MA

E.

Adm

issã

o: P

arap

legi

a es

pást

ica;

Inc

onti

nênc

ia u

riná

ria

e fe

cal.

Aus

ênci

a de

dor

pro

fund

a A

lta:

Ret

omad

a da

s fu

nçõe

s ur

inár

ias

e fe

cal;

aus

ênci

a de

de

ambu

laçã

o

Men

ingo

mie

lite

foc

al (

med

ula

espi

nhal

tora

colo

mba

r, s

ubst

anci

a br

anca

)

Las

erte

rapi

a, la

serp

untu

ra,

acup

untu

ra m

anua

l, m

oxab

ustã

o, e

letr

oter

apia

, ci

nesi

oter

apia

hos

pita

lar

PIPOCA 2

Obito 45 dias

após inicio da

reabilitação

(pielonefrite/

SEPSE)

Sec

reçã

o oc

ular

. Já

apre

sent

ando

sin

ais

neur

ológ

icos

Adm

issã

o: T

etra

pare

sia

espa

stic

a, p

ior

em M

P’s

; esp

asm

os

invo

lunt

ário

s na

fac

e, o

lhos

, vul

va, â

nus,

mas

sete

r,te

mpo

ral,

MP

E

Alt

a: P

arap

ares

ia n

ão a

mbu

lató

ria;

dim

inui

ção

dos

espa

smos

fl

exor

es in

volu

ntár

ios;

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

nco

ence

fáli

cco

e m

edul

a es

pinh

al s

ubst

ânci

a br

anca

e

cinz

enta

).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

ecen

cia

lom

boss

acra

e n

úcle

o do

ner

vo f

acia

l e tr

igêm

io

Ele

trot

erap

ia, l

aser

tera

pia,

la

serp

untu

ra, a

cupu

ntur

a m

anua

l, ci

nesi

oter

apia

ho

spit

alar

CHARAPOV

A

Óbi

to p

or

efus

ão p

leur

al)

Esp

irro

s, s

ecre

ção

ocul

ar,

poli

uria

, pol

idip

sia,

hi

perq

uera

tose

de

foci

nho,

an

asar

ca

Adm

issã

o: P

arap

ares

ia g

rave

o am

bula

tóri

a, p

erda

de

refl

exo

de r

etir

ada

e pr

opri

ocep

ção

em M

Ps

Alt

a: P

arap

ares

ia a

mbu

lató

ria;

ret

omad

a de

ref

lexo

s de

ret

irad

a ;

mel

hora

no

esta

do g

eral

(m

aior

dis

posi

ção)

Men

ingo

mie

lite

foc

al (

med

ula

espi

nhal

tora

colo

mba

r, s

ubst

anci

a br

anca

)

Ele

trot

erap

ia, l

aser

putu

ra e

la

sert

erap

ia, a

cupu

ntur

a m

anua

l, ci

nesi

oter

apia

ho

spit

alar

e d

omic

ilia

r

NIPE

C

erat

ocon

junt

ivit

e se

ca,

secr

eção

ocu

lar

Adm

issã

o: P

arap

legi

a, a

taxi

a, a

usên

cia

de r

efle

xo c

utân

eo d

o tr

onco

, aus

ênci

a de

pro

prio

cepç

ão b

ilat

eral

MP

sMA

s pr

eser

vado

s A

lta:

Ret

omad

a da

dea

mbu

laçã

o no

rmal

; Aus

ênci

a de

ref

lexo

cu

tâne

o do

tron

co; r

etor

no d

e ro

prio

cepç

ão

Men

ingo

mie

lite

mul

tifo

cal

(med

ula

espi

nhal

tor

acol

omba

r di

fusa

, sub

stan

cia

bran

ca).

Farm

acop

untu

ra,

acup

untu

ra m

anua

l, la

sert

erap

ia, c

ines

iote

rapi

a do

mic

ilia

r e

hosp

ital

ar

XERIFE

se

creç

ão o

cula

r bi

late

ral,

Cer

atoc

onju

ntiv

ite

seca

, hi

perq

uera

tose

de

foci

nho

Adm

issã

o: P

arap

ares

ia a

mbu

lato

ria,

Mid

rías

e bi

late

ral,

estr

abis

mo

posi

cion

al, e

pisó

dios

con

vuls

ivos

, and

ar a

táxi

co te

nden

do p

ara

o la

do e

sque

rdo

(des

vio)

A

lta:

Ret

omad

a da

dea

mbu

laçã

o no

rmal

sem

alt

eraç

ão n

o se

nso

de

dire

ção;

aus

ênci

a de

mid

rías

e e

estr

abis

mo;

Con

trol

e de

epi

sódi

os

Men

ingo

ence

fali

te m

ulti

foca

l (t

ronc

oenc

efál

ico

– ve

stib

ular

e

trat

os ó

tico

s/ne

rvo

ótic

o).

Las

erte

rapi

a, a

cupu

ntur

a m

anua

l, m

oxab

ustã

o,

cine

siot

erap

ia h

ospi

tala

r e

dom

icil

iar

78

Page 80: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

20

conv

ulsi

vos

(sem

uso

de

feno

barb

ital

);

BIEL

Hip

erqu

erat

ose

de

foci

nho

(dis

cret

a),

anor

exia

, apa

tia

Adm

issã

o: E

spas

mos

fle

xore

s in

volu

ntar

ios

em M

P’s

,; es

pasm

os

invo

lunt

ário

s em

cab

eça

e pe

socç

o; p

arap

ares

ia e

spás

tica

am

bula

tóri

a; h

iper

flex

ia d

e M

AE

, esp

asti

cida

de d

e M

PD

; and

ar

cam

bale

ante

- A

ndar

late

rali

zado

. A

lta:

Par

apar

esia

esp

ásti

ca a

mbu

lató

ria;

Dim

inui

ção

cons

ider

ável

no

s es

pasm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s; a

ndar

nor

mal

izad

o (s

em

alte

raçã

o na

dir

eção

), p

orém

, man

teve

esp

asti

cida

de –

lesã

o ir

reve

rsív

el s

ob o

pon

to d

e vi

sta

fisi

oter

ápic

o. R

ecom

enda

do o

uso

de

cad

eira

de

roda

s

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

nco

ence

fáli

cco

e m

edul

a es

pinh

al to

raco

lom

bar

- su

bstâ

ncia

br

anca

e c

inze

nta)

. L

esão

de

mar

capa

sso

em

intu

mec

enci

a lo

mbo

ssac

ra e

núc

leo

do n

ervo

fac

ial e

trig

êmio

.

Las

erte

rapi

a, a

cupu

ntur

a ci

nesi

oter

apia

hos

pita

lar

e do

mic

ilia

r

PANDORA

S

ecre

ção

ocul

ar

muc

opur

ulen

ta b

ilat

eral

, ce

rato

conj

unti

vite

sec

a,

rete

nção

uri

nári

a

Adm

issã

o: E

spas

mos

fle

xore

s in

volu

ntár

ios

em M

P’s

; esp

asm

os

invo

lunt

ário

s em

man

díbu

la e

tem

pora

l; a

trof

ia m

uscu

lar

unil

ater

al

tem

pora

l lad

o es

quer

do; p

arap

ares

ia d

e M

p’s

(gra

ve);

aus

ênci

a de

pr

opri

ocep

ção

em m

embr

os p

élvi

cos;

inco

ntin

ênci

a ur

inár

ia

Alt

a: R

etom

ada

na d

eam

bula

ção

norm

al; C

ontr

ole

urin

ário

, di

min

uiçã

o co

nsid

eráv

el n

os e

spas

mos

fle

xore

s in

volu

ntár

ios;

R

etom

ada

da p

ropr

ioce

pção

de

MP

’s

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

nco

ence

fáli

cco

e m

edul

a es

pinh

al to

raco

lom

bar

- su

bstâ

ncia

br

anca

e c

inze

nta)

. L

esão

de

mar

capa

sso

em

intu

mes

cênc

ia lo

mbo

ssac

ra e

cleo

do

nerv

o tr

igêm

io.

Acu

punt

ura

man

ual,

lase

rter

apia

, las

erpu

ntur

a,

cine

siot

erap

ia d

omic

ilia

r e

hosp

ital

ar

SAMMY

(Óbito após 1

ano)

Sec

reçã

o oc

ular

bil

ater

al,

Olh

o se

co (

O.E

.)

Adm

issã

o: T

etra

pare

sia

flác

ida

não

ambu

lató

ria

grav

e (

Per

da d

e re

flex

o em

MA

E, p

erda

pro

prio

cepç

ão e

aus

ênci

a de

sal

tita

r;

fraq

ueza

em

MA

E g

rave

, que

por

vez

es, o

ani

mal

caí

a e

stra

bism

o po

sici

onal

(O

E);

esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s em

MP

’s (

mai

s in

tens

a em

MP

D)

e M

AE

; esp

asm

os in

volu

ntár

ios

no te

mpo

ral,

pesc

oço,

. D

imin

uiçã

o de

tônu

s m

uscu

lar,

aus

ênci

a de

ref

lexo

(r

etir

ada)

em

MP

E e

MA

E e

pat

elar

em

MP

D. R

eten

ção

urin

ária

A

lta:

Ret

omad

a da

dea

mbu

laçã

o pr

óxim

o à

norm

alid

ade,

sem

qu

edas

; dim

inui

ção

cons

ider

ável

dos

esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s; r

etom

ada

dos

refl

exos

per

dido

s e

norm

aliz

ação

das

fu

nçõe

s ur

inár

ias

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

nco

ence

fáli

co -

ves

tibu

lar

e m

edul

a es

pinh

al -

sub

stân

cia

bran

ca e

cin

zent

a).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

escê

ncia

lom

boss

acra

e

cerv

icot

orác

ica

e nú

cleo

do

nerv

o tr

igêm

eo.

Cin

esio

tera

pia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

, las

erte

rapi

a,

lase

rpun

tura

, ele

trot

erap

ia

STELLA

Fe

bre,

hem

atoq

uesi

a,

desi

drat

ação

A

dmis

são:

Tet

rapa

resi

a am

bula

tóri

a, H

iper

exte

nsão

gra

ve d

e M

PD

, enc

urta

men

to d

e M

AE

, esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s em

Mp’

s e

MA

’s; e

spas

mos

invo

lunt

ário

s em

cab

eça,

mas

sete

r,

tem

pora

l, p

esco

ço e

tron

co),

atr

ofia

mod

erad

a da

mus

cula

tura

A

lta:

Par

apar

esia

am

bula

tóri

a, d

imin

uiçã

o da

esp

asti

cida

de e

da

flex

ão d

oe m

embr

os a

feta

dos,

dim

inui

ção

sens

ível

nos

esp

asm

os

flex

ores

invo

lunt

ário

s, r

etom

ada

grad

ual

da m

uscu

latu

ra

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

nco

ence

fáli

co e

med

ula

espi

nhal

- s

ubst

ânci

a br

anca

e

cinz

enta

).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

escê

ncia

lom

boss

acra

e

cerv

icot

orác

ica

e nú

cleo

do

nerv

o tr

igêm

eo,

faci

al e

ace

ssór

io.

Cin

esio

tera

pia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

, acu

punt

ura

, la

sert

erap

ia, l

aser

punt

ura,

el

etro

tera

pia

79

Page 81: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

21

Ani

mal

por

tado

r de

lesõ

es ir

reve

rsív

eis

FELIX

Ú

lcer

a de

cór

nea

bila

tera

l, A

dmis

são:

Tet

rapa

resi

a se

mi-

ambu

lató

ria

(eng

atin

hava

), A

trof

ia

mus

cula

r se

vera

e g

ener

aliz

ada,

esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s em

MA

’s (

grav

issm

o); e

spas

mos

invo

lunt

ário

s na

cab

eça,

pes

coço

e

tron

co; e

spas

tici

dade

de M

PD

e f

lexã

o de

MA

E.

Alt

a: P

arap

ares

ia le

ve a

mbu

lató

ria

(dev

ido

à fl

exão

per

sist

ente

do

MA

E, p

orém

, mui

to r

eduz

ido

com

para

do à

ad

mis

são)

; ret

omad

a gr

adua

l da

mus

cula

tura

, red

ução

con

side

ráve

l dos

esp

asm

os

flex

ores

invo

lutá

rios

, C

orre

ção

da e

spas

tici

dade

do

MP

D.

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

nco

ence

fáli

co e

med

ula

espi

nhal

- s

ubst

ânci

a br

anca

e

cinz

enta

).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

escê

ncia

lom

boss

acra

e

cerv

icot

orác

ica

e nú

cleo

do

nerv

o tr

igêm

io (

faci

al?)

e a

cess

ório

.

Cin

esio

tera

pia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

, ac

upun

tura

, la

sert

erap

ia e

lase

rpun

tura

YUKA

Alo

peci

a de

for

ma

circ

ular

mul

tifo

cal,

cera

toco

njun

tivi

te s

eca,

se

creç

ão o

cula

r bi

late

ral

Adm

issã

o: E

pisó

dios

de

conv

ulsõ

es, v

ocal

izaç

ões,

esp

asm

os

flex

ores

invo

lunt

ário

s em

MA

D (

grav

e), M

AE

(m

oder

ado)

e

MP

’s; e

spas

mos

inv

olun

tári

os e

m m

asse

ter

e te

mpo

ral l

eve

; te

trap

legi

a gr

ave

espá

stic

a (s

ó pe

rman

ece

em d

ecúb

ito

late

ral –

o co

nseg

ue le

vant

ar n

em p

esco

ço);

am

eaça

dim

inuí

da;

Alt

a (e

m tr

atam

ento

– e

volu

ção

do c

aso)

M

anté

m-s

e em

est

ação

com

aux

ílio

de

cade

ira

de a

poio

, apó

ia o

pe

scoç

o, tr

oca

pass

os c

om M

P’s

e M

AE

. Ret

oman

do

grad

ualm

ente

a f

unic

iona

lida

de d

e M

AD

. Con

trol

ado

epis

ódio

s co

nvul

sivo

s co

m f

enob

arbi

tal,

por

ém, c

om u

ma

redu

ção

de d

ose

desa

fiad

a, v

ocal

izaç

ões

cess

adas

, nor

mal

izaç

ão d

a vi

são;

red

ução

gr

adua

l dos

esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(cór

tex,

tron

co e

ncef

álic

o e

med

ula

espi

nhal

- s

ubst

ânci

a br

anca

e

cinz

enta

).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

escê

ncia

lom

boss

acra

e

cerv

icot

orác

ica

e nú

cleo

do

nerv

o tr

igêm

eo (

faci

al?)

Las

erte

rapi

a, a

cupu

ntur

a,

cine

siot

erap

ia h

ospi

tala

r e

dom

icil

iar

MAXIM

O

Sec

reçã

o oc

ular

bil

ater

al,

úlce

ra d

e có

rnea

, sin

ais

neur

ológ

icos

em

evo

luçã

o

Adm

issã

o: P

riap

rism

o; p

arap

ares

ia a

mbu

lató

ria;

torc

icol

o;

Esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s em

MP

’s, p

ior

em M

PE

; N

ista

gmo

OD

e in

clin

caçã

o da

cab

eça;

And

ar in

coor

dena

do,

Cri

ses

conv

ulsi

vas

espo

rádi

cas

com

laps

os

Alt

a: A

ndar

inco

orde

nado

, che

gand

o pr

óxim

o à

norm

alid

ade;

cr

ises

con

vuls

ivas

con

trol

adas

sem

uso

de

fen

obar

bita

l

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(cór

tex,

tron

co e

ncef

álic

o –

vest

ibul

ar e

med

ula

espi

nhal

-

subs

tânc

ia b

ranc

a e

cinz

enta

).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

escê

ncia

lom

boss

acra

Acu

punt

ura,

fis

iote

rapi

a,

cine

siot

erap

ia d

omic

ilia

r e

hosp

ital

ar

DOM

Hip

opla

sia

de e

smal

te

dent

ário

, hip

erqu

erat

ose

de f

ocin

ho,

Adm

issã

o: A

ndar

cam

bale

ante

, com

pres

são

de c

abeç

a (e

spor

ádic

o), a

ndar

à e

smo.

A

lta:

Nor

mal

izaç

ão d

a de

ambu

laçã

o, s

em a

lter

açõe

s de

co

mpo

rtam

ento

Men

ingo

ence

fali

te f

ocal

(có

rtex

) L

aser

tera

pia,

ci

nesi

oter

apia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

80

Page 82: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

22

BELZIN

HA

Dia

rréi

a, s

ecre

ção

nasa

l e

ocul

ar, f

ebre

A

dmis

são:

Tet

rapl

egia

esp

ásti

ca, s

em m

ovim

enta

çao

do p

esco

ço

(só

perm

anec

e em

dec

úbit

o la

tera

l)E

spas

mos

fle

xore

s in

volu

ntár

ios

em M

P’s

e M

A’s

; esp

asm

os in

volu

ntár

ios

em c

abeç

a (t

empo

ral e

mas

sete

r) (

grav

íssi

ma)

, con

trat

ura

flex

ora

de M

AE

e

MP

D. I

ncli

naçã

o da

cab

eça

supe

rior

a 4

5º (

obse

rvaç

ão a

pós

o an

imal

evo

luir

par

a de

cúbi

to e

ster

nal)

. A

lta

(em

trat

amen

to –

evo

luçã

o do

cas

o)

Par

apar

esia

am

bula

tóri

a (M

PD

ain

da f

lexi

onad

o );

dim

inui

ção

cons

ider

ável

nos

espa

smos

fle

xore

s in

volu

ntár

ios

(esp

asm

os q

uase

im

perc

eptí

veis

); N

orm

aiza

ção

de M

A’s

e M

PE

.

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

nco

ence

fáli

co -

ves

tibu

lar

e m

edul

a es

pinh

al -

sub

stân

cia

bran

ca e

cin

zent

a).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

escê

ncia

lom

boss

acra

e

cerv

icot

orác

ica

e nú

cleo

do

nerv

o tr

igêm

eo m

asti

gaçã

o (

faci

al –

de

mai

s ?)

Cin

esio

tera

pia,

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

acu

punt

ura,

la

sert

erap

ia, a

cupr

essã

o

BELZONA

Febr

e, a

nore

xia,

sec

reçã

o óc

ulo/

nas

al

Adm

issã

o: P

arap

legi

a es

pást

ica;

aus

ênci

a de

dor

pro

fund

a e

prop

rioc

epçã

o; h

iper

efle

xia

de M

P’s

; pre

senç

a de

ref

lexo

ext

enso

r cr

uzad

o; r

eten

ção

urin

ária

e f

ecal

- C

IST

ITE

S R

EC

OR

RE

NT

ES

A

lta

(em

trat

amen

to –

evo

luçã

o do

cas

o)

Nor

mal

izaç

ão d

as f

unçõ

es u

riná

rias

e f

ecal

; per

man

ece

sem

dor

pr

ofun

da e

par

aplé

gica

, ass

im c

omo

dem

ais

alte

raçõ

es

Men

ingo

mie

lite

foc

al (

med

ula

espi

nhal

tora

colo

mba

r, s

ubst

anci

a br

anca

).

Acu

punt

ura,

lase

rter

apia

, el

etro

tera

pia,

ci

nesi

oter

apia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

, cad

eira

de

roda

s,

NEGÃO

Cer

atoc

onju

ntiv

ite

seca

, se

creç

ão o

cula

r e

nasa

l m

ucop

urul

enta

exc

essi

va,

dim

inui

ção

de a

mea

ça,

sem

man

ifes

taca

o de

si

nais

neu

roló

gico

s

Adm

issã

o: R

eten

ção

urin

ária

e f

ecal

, par

esia

leve

MP

’s,

dim

inui

ção

de p

ropr

ioce

pção

dos

MP

’s

Alt

a: N

orm

aliz

ação

das

fun

ções

uri

nári

a e

feca

l; d

eam

bula

ção

próx

imo

à no

rmal

idad

e co

m r

ecup

eraç

ão d

a pr

opri

ocep

ção

dos

MP

’s.

Res

triç

ão d

e m

ovim

ento

s po

r do

r –

DC

F ?

Men

ingo

mie

lite

foc

al (

med

ula

espi

nhal

, sub

stan

cia

bran

ca).

A

cupu

ntur

a, la

sert

erap

ia,

cine

siot

erap

ia m

anua

l e

hosp

ital

ar

SKINNER

Sec

reçã

o m

ucop

urul

enta

oc

ular

, apa

tia,

ano

rexi

a,

Adm

issã

o: D

eam

bula

ção

norm

al,

Esp

asm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s em

MP

’s; e

spas

mos

invo

lunt

ário

s em

mas

sete

r ca

usan

do; t

rism

o gr

ave

(sem

con

segu

ir a

pree

nder

al

imen

tos

sóli

dos

e in

gest

ão d

e ág

ua s

omen

te c

om a

uxíl

io d

e se

ring

a); a

trof

ia s

ever

agen

eral

izad

a da

mus

cula

tura

mas

sete

r,

tem

pora

l, M

A’s

, MP

’s, c

leid

omas

tóid

e A

lta

(em

trat

amen

to –

evo

luçã

o do

cas

o)

Dim

inui

ção

do t

rism

o (c

onse

guin

do a

pree

nder

e in

geri

r al

imen

tos

sóli

dos)

; dim

inui

ção

grad

ativ

a do

s es

pasm

os f

lexo

res

invo

lunt

ário

s; R

ecup

eraç

ão d

iscr

eta

da m

uscu

latu

ra a

feta

da

Men

ingo

ence

falo

mie

lite

mul

tifo

cal

(tro

nco

ence

fáli

co e

med

ula

espi

nhal

tora

colo

mba

r -

subs

tânc

ia

bran

ca e

cin

zent

a).

Les

ão d

e m

arca

pass

o em

in

tum

escê

ncia

lom

boss

acra

e

núcl

eo d

o ne

rvo

trig

êmio

.

Acu

punt

ura

e la

sert

erap

ia,

cine

siot

erap

ia m

anua

l e

hosp

ital

ar

PRETIN

HO

(Caso com 2

A

dmis

são:

Par

aple

gia

espá

stic

a; p

erda

de

dor

prof

unda

; déf

icit

pr

opri

ocep

ção,

inc

onti

nênc

ia f

ecal

e u

rina

ria,

pan

ícul

o au

sent

e

Men

ingo

mie

lite

mul

tifo

cal

(med

ula

espi

nhal

tor

acol

omba

r di

fusa

, sub

stan

cia

bran

ca).

Acu

punt

ura,

cin

esio

tera

pia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

, el

etro

tera

pia,

81

Page 83: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

23

anos de

curso)

Alt

a (e

m tr

atam

ento

-evo

luçã

o do

cas

o)

Evo

luin

do p

osit

ivam

ente

a d

eam

bula

ção

– su

geri

ndo

que

fará

m

arch

a es

pinh

al; A

pres

enta

ndo

mel

hora

nas

fun

ções

uri

nári

as e

fe

cal

TEDDY

Sem

his

tóri

co

Adm

issã

o: P

arap

legi

a es

pást

ica;

déf

icit

de

prop

rioc

epçã

o, a

usên

cia

de p

aníc

ulo,

inco

ntin

ênci

a fe

cal e

uri

nári

a, p

erda

de

dor

prof

unda

, m

uito

apá

tico

A

lta

(em

trat

amen

to -

evo

luçã

o do

cas

o)

Não

apr

esen

tou

mel

hora

s si

gnif

icat

iva

na d

eam

bula

ção;

apr

esen

ta

mel

hora

s di

scre

tas

nas

funç

ões

urin

ária

s e

norm

aliz

ação

da

feca

l;

mel

hora

no

esta

do g

eral

do

anim

al

Men

ingo

mie

lite

mul

tifo

cal

(med

ula

espi

nhal

tor

acol

omba

r di

fusa

, sub

stan

cia

bran

ca).

Acu

punt

ura,

cin

esio

tera

pia

dom

icil

iar

e ho

spit

alar

, la

sert

erap

ia e

ele

trot

erap

ia

82

Page 84: UNIVERSIDADE DE CUIABÁ Programa de Pós-Graduação em ... · minha mãe que me concedeu o dom da vida e um carinho especial à minha avó (Lina) que sempre apoiou minhas atitudes

16