universidade estadual de londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de tcc. a minha família,...

41
Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA RELACIONADO À CONDIÇÃO SOCIECONÔMICA EM ESCOLARES DA REDE PÚBLICA NA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ Letícia Barreto Canônico LONDRINA – PARANÁ 2011

Upload: trantu

Post on 27-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA RELACIONADO À CONDIÇÃO SOCIECONÔMICA EM ESCOLARES DA

REDE PÚBLICA NA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ

Letícia Barreto Canônico

LONDRINA – PARANÁ

2011

Page 2: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade
Page 3: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

ii

DEDICATÓRIA

Primeiramente a Deus, por guiar meus passos...

Aos meus pais pelo voto de confiança...

Page 4: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador - Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira, por me ajudar

sempre e por estar comigo desde meu segundo ano da faculdade.

À Comissão Examinadora, especialmente à Profa. Catiana e Profa. Márcia, por

aceitarem fazer parte da minha banca de TCC.

A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa.

Aos meus amigos e colegas de faculdade (especialmente Lidia e Lidyane) por serem

presentes e atenciosos.

Ao meu namorado (Renato) por estar ao meu lado.

Page 5: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

iv

EPÍGRAFE

"A imaginação é mais importante que o conhecimento. Conhecimento auxilia por fora, mas só o amor socorre por dentro. Conhecimento vem,

mas a sabedoria tarda”.

Albert Einstein

Page 6: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

v

CANÔNICO, Letícia Barreto. Nível de atividade física relacionado à condição socioeconômica em escolares da rede pública na cidade de Londrina, Paraná. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.

RESUMO

Os benefícios da atividade física para uma boa qualidade de vida são muitos e já

comprovados na literatura, principalmente quando se pensa na diminuição de

disfunções crônico-degenerativas a longo prazo. A atividade física é importante na

infância, pois a criança pode melhorar a aptidão física, a performance, otimizar o

crescimento e estimular a participação futura em programas de atividade física. Com

isso, o objetivo deste estudo foi investigar o nível de atividade física e condição

socioeconômica em escolares da rede pública na cidade de Londrina – PR. O

estudo caracterizou-se como descritivo, utilizando metodologia correlacional. A

amostra foi composta por 60 estudantes de ambos os sexos (30 meninos e 30

meninas), com média de idade de 13,76(+1,16) anos de uma escola da região

central de Londrina escolhida em função de sua representatividade como escola da

rede pública estadual. Foi aplicado o Baecke Questionnaire of Habitual Physical

Activity (BQHPA) para avaliar o nível de atividade física, e calculada a média dos

escores de cada grupo socioeconômico conforme a ABEP (agrupados em A, B e C).

Para análise dos dados foi aplicado o Teste de Shapiro Wilk para verificação da

normalidade dos dados. Para a caracterização da amostra foi utilizada a estatística

descritiva de média e desvio padrão, e para a comparação dos escores dos

questionários com os grupos socioeconômicos foi aplicada a Análise de Variância -

ANOVA one-way com Post hoc de Scheffè. O nível de significância adotado foi de

p<0,05, sendo os dados calculados no programa estatístico STATISTICA. Os

achados do estudo indicaram que houve uma pequena diferença em números reais

das médias dos escores de um grupo para o outro, mas não foram significativas

(p>0,05). Os níveis de P foram muito baixos, não havendo correlação entre si. Com

isso conclui-se que não ocorreu diferença significativa, e que neste estudo a

condição socioeconômica não interferiu no nível de atividade física quando

comparados os três grupos (A, B e C).

Palavras-chave: Atividade física; Condição socioeconômica; Escolares.

Page 7: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

vi

CANÔNICO, Letícia Barreto. Physical activity related to socioeconomic status in the public school in the city of Londrina, Paraná. Completion of course work. Course of Bachelor of Physical Education. Center for Physical Education and Sport. State University of Londrina, 2011.

ABSTRACT

The benefits of physical activity for a good quality of life are many and proven in the

literature, especially when considering the reduction of chronic degenerative

disorders in the long term. Physical activity is important in childhood because the

child can improve physical fitness, performance, optimize growth and encourage

future participation in physical activity programs. Thus, the aim of this study was to

investigate the level of physical activity and socioeconomic status in the public school

in the city of Londrina - PR. The study was characterized as descriptive, using

correlational methodology. The sample comprised 60 students of both sexes (30

boys and 30 girls) with a mean age of 13.76 (+1.16) years at a school in central

London chosen because of its representation as a school the public schools. We

used the Baecke Questionnaire of Habitual Physical Activity (BQHPA) to assess the

level of physical activity, and calculated the average scores for each socioeconomic

group as ABEP (grouped into A, B and C). Data analysis was applied Shapiro-Wilk

test to verify the normality of the data. To characterize the sample used was the

descriptive statistics for mean and standard deviation, and to compare the scores of

questionnaires with socio-economic groups has been applied to analysis of variance,

one-way ANOVA with post hoc Scheffé. The level of significance was p <0.05, and

the data calculated in the statistical program STATISTICA. The study findings

indicated that there was little difference in actual numbers of the mean scores of one

group to another, but were not significant (p> 0.05). P levels were very low, with no

correlation. With this we conclude that there was no significant difference, and that

this study socioeconomic status did not affect the level of physical activity when

comparing the three groups (A, B and C).

Key-words: Physical activity; Socioeconomic status; Students.

Page 8: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

vii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

OMS – Organização Mundial Da Saúde 10

WHO – World Health Association 10

CDC – Centers for Disease Control and Prevention 14

Page 9: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

viii

SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................v

ABSTRACT ............................................................................................vi LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES..................................................vii

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................9

1.1 Justificativa.............................................................................................11

1.2 OBJETIVO..............................................................................................11

2 REVISÃO DA LITERATURA..................................................................12

2.1 A Atividade Física – Aspectos Gerais.....................................................12

2.2 A Atividade Física na Infância e Adolescência......................................15

2.3 O Nível Socioeconômico e a Atividade Física........................................17

3 MÉTODOS...............................................................................................19

3.1 Caracterização do Estudo .......................................................................19

3.2 Amostra...................................................................................................19

3.3 Local........................................................................................................19

3.4 Instrumentos e Procedimentos................................................................20

3.4.1 Nível socioeconômico..............................................................................21

3.5 Análise Estatística.....................................................................................21

4 RESULTADOS.........................................................................................22

5 DISCUSSÃO.............................................................................................24

6 CONCLUSÃO............................................................................................26

REFERÊNCIAS..........................................................................................27

ANEXO I.....................................................................................................37

ANEXO II....................................................................................................38

APÊNDICE A..............................................................................................40

Page 10: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

9

1 INTRODUÇÃO

Os benefícios da atividade física para uma boa qualidade de vida são

muitos e já comprovados na literatura, principalmente quando se pensa na

diminuição de disfunções crônico-degenerativas a longo prazo (BOUCHARD et

al, 1994). A prática regular de atividade física demonstra consistentemente uma

relação inversa com enfermidades cardíacas e tem um efeito positivo na

qualidade de vida e em outras variáveis psicológicas, sendo que estas últimas

têm uma associação importante com o nível de atividade física (REYNOLDS et

al., 1990). A atividade física é importante para a criança melhorar a aptidão

física, a performance, otimizar o crescimento e estimular a participação futura

em programas de atividade física (BAR-OR, 1983; SHEPHARD, 1984).

Com o avanço da tecnologia na sociedade moderna, algumas crianças e

adolescentes tem se tornado nas ultimas décadas mais sedentárias,

incrementando problemas como a obesidade, e é neste ponto que a prática

regular de atividade física pode se tornar um hábito saudável no controle e

tratamento da obesidade nesta fase da vida (BLAAK et al., 1992; ROMANELLA

et al., 1991).

A atividade física está intimamente ligada ao consumo de energia, gasto

calórico, dispêndio energético, que por sua vez, podem gerar grandes

benefícios, conservando um estado de saúde positivo, se seguidos um gasto

calórico diário ideal que é proposto por alguns autores (BLAIR, 1996; PATE,

1995; SALLIS, 1994).

Para se ter um gasto calórico adequado com sua alimentação, é

necessário uma atenção especial para as atividades realizadas no dia-a-dia.

Mas a grande preocupação é se as crianças e adolescentes dos dias atuais

tem se preocupado em ter uma alimentação saudável e se realizam exercícios

físicos regularmente. Todos esses fatores podem levar a uma questão de

epidemia global: sobrepeso e obesidade infantil.

Com isso, o sedentarismo tem se mostrado como um grande mediador

no que diz respeito ao sobrepeso e obesidade infantil (BERKEY et al., 2000;

BAKER, OLSEN, SORENSEN, 2007), que pode por consequência levar a

níveis preocupantes de doenças cardiovasculares, níveis de gordura corporal,

etc. (ROWLANDS, ESTON, INGLEDEW, 1999).

Page 11: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

10

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças

cardiovasculares são a primeira causa de mortes em todo o mundo. Estimou-se

que 17,5 milhões de pessoas morreram por essas doenças em 2005,

representando 30% de todas as mortes do mundo. A previsão para 2015 é de

que 20 milhões de pessoas morrerão a cada ano por doença cardiovascular.

Em torno de 80% dessas mortes estão ocorrendo em países de renda média e

baixa, e as principais causas são o tabagismo, a inatividade física e a dieta

inadequada (WHO).

Com todos esses fatores expostos, pode-se dizer que o excesso de

peso na infância pode aumentar a possibilidade de ocorrência da doença

cardíaca na vida adulta, como resultado do estabelecimento precoce desses

fatores de risco, e o controle dos fatores de risco é a melhor estratégia para

prevenir a doença aterosclerótica (BAKER, OLSEN 2007; MCGILL et al., 2000).

De acordo com Leão et al. (2003), no Brasil, bem como na maioria dos

países em desenvolvimento, a prevalência tanto do sobrepeso quanto da

obesidade parece ser maior na população mais favorecida economicamente,

ao contrário do que ocorre nos países desenvolvidos onde a grande maioria

das crianças com sobrepeso ou obesas pertence a famílias de classe

socioeconômica baixa (MALINA, BOUCHARD, BAR-OR, 2004).

O nível socioeconômico interfere na disponibilidade de alimentos e no

acesso à informação, assim como pode estar associado a determinados

padrões de atividade física, constituindo-se um fator determinante da

prevalência da obesidade. É de conhecimento que o crescimento infantil sofre

maior influência do status socioeconômico do que de aspectos étnicos e

geográficos (GRAITCER, GENTRY 1981). Além disso, há relatos de que, na

América Latina, a obesidade infantil tende a ser mais prevalente nas áreas

urbanas e em famílias com nível socioeconômico e de escolaridade maternos

mais elevados (MARTORELL et al., 1998).

Assim, a atividade física na infância vem se mostrando um fator de

extrema importância, pois com hábitos de vida deste tipo, as crianças têm

grandes chances de se tornarem adultos fisicamente ativos e possuir um estilo

de vida mais saudável, e não deve ser um fator dependente do nível

socioeconômico, pois todos têm o direito da realização de atividades físicas

para uma melhora na qualidade de vida.

Page 12: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

11

1.1 Justificativa

Este estudo torna-se importante devido ao fato de que cada vez mais as

crianças estão adotando um estilo de vida sedentário. O sedentarismo na

infância hoje em dia está se tornando um vício. Os dados brasileiros com

relação à obesidade infantil são ainda limitados, por isso, de difícil discussão.

Monteiro, Popkin e Mondini relataram uma prevalência de obesidade em

menores de 5 anos, em nível nacional, variando de 2,5%, entre os mais pobres,

a 10,6% no grupo economicamente mais favorecido, no ano de 1989. E ainda,

de acordo com Martorell et al. (1998), na América Latina a obesidade infantil

tende a ser mais prevalente nas áreas urbanas e em famílias com nível

socioeconômico e de escolaridade maternos mais elevados, ou seja, a

atividade física está relacionada ao nível socioeconômico.

A atividade física é de extrema importância e não deve ser um fator

dependente do nível de atividade física, pois todas as crianças tem direito da

realização de atividades; os dados na cidade de Londrina sobre essa temática

ainda são escassos e de difícil discussão.

1.2 Objetivo

Verificar a associação entre o nível de atividade física e as condições

socioeconômicas de alunos adolescentes de ambos os sexos, regularmente

matriculados em uma escola pública na cidade de Londrina – PR.

Page 13: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

12

2 REVISÃO DA LITERATURA

A atividade física na infância é um objeto de estudo da área e vem se

mostrando um fator de extrema importância para evitar fatores de risco como

doenças cardiovasculares, pois há uma grande preocupação sobre o futuro

dessas crianças; como já foi evidenciado na literatura, uma criança ativa tem

grandes chances de ser um adulto ativo.

Assim, a revisão da literatura abordou os seguintes temas: A atividade

física; A atividade física na infância e adolescência; e por fim, O nível

socioeconômico e a atividade física.

2.1 A Atividade Física – Aspectos Gerais

Atividade física pode ser definida como qualquer movimento corporal

produzido pela musculatura esquelética – portanto voluntário, que resulte num

gasto energético acima dos níveis de repouso (CASPERSEN et al., 1985).

Este comportamento inclui as atividades ocupacionais (trabalho),

atividades da vida diária – AVD (vestir-se, banhar-se, comer), o deslocamento

(transporte), e as atividades de lazer, incluindo exercícios físicos, esportes,

dança, artes marciais etc. Assim, atividade física e exercício, embora

relacionados, não devem ser entendidos como sinônimos, definindo-se

exercício como uma das formas de atividade física planejada, estruturada,

repetitiva, que objetiva o desenvolvimento (ou manutenção) da aptidão física,

de habilidades motoras ou reabilitação orgânico-funcional (NAHAS, 2006).

Os exercícios físicos incluem, geralmente, atividades de níveis

moderados ou intensos, tanto de natureza dinâmica como estática. Nos

exercícios estáticos, também referidos como isométricos, a contração muscular

realizada não produz movimento das partes corporais, como quando

seguramos uma caixa pesada ou um bebê em nossos braços.

Essa atividade pode ser concebida como um comportamento humano

complexo, voluntário e autônomo, com componentes e determinantes de ordem

biológica e psicossociocultural. Esse mesmo conceito é corroborado por

Guedes e Guedes (1998), que apresentam a diferença entre atividade física e

exercício físico, considerando o último como uma subcategoria do primeiro.

Page 14: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

13

Ao conceituar atividade física, Barbanti (2000) diz que se refere à

totalidade de movimentos executados no contexto do esporte, da aptidão física,

da recreação, da brincadeira, do jogo e do exercício. Em síntese, trata-se de

todo movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que provoca um

gasto de energia.

De acordo com Nieman (1999), atividade física é a fórmula para viver

mais, pois esta alivia o estresse e torna as pessoas mais resistentes a

doenças, as quais então podem ser evitadas (e mesmo curadas). Segundo ele,

qualquer um pode ter essa fórmula, por ser ela gratuita.

Finalmente, no entendimento de Zilio (1994), a atividade física é inerente

ao ser humano e manifesta-se em todos os setores de sua vida de relação com

o meio ambiente. Sobre a definição de atividade física, Zílio, em seu livro de

terminologias, entende que esta é uma concepção histórica que se fixou no

sentido de físico, de material, de corpo e ao exterior do ser humano. Acredita

que, numa visão mais moderna de atividade física, pode-se acrescentar um

significado "mais humano", que poderá ser o componente interno, o anímico e

o espiritual.

De acordo com Frankish e Milligan (1998), os benefícios da prática de

atividade física para a saúde e qualidade de vida de pessoas de todas as

idades já foram comprovados na literatura, assim como já se tem como certo

que a inatividade física é o maior fator que pode levar os indivíduos a

possuírem doenças crônicas não transmissíveis. Durante a adolescência,

especificamente, há evidências de que a atividade física traz benefícios

associados à saúde esquelética (conteúdo mineral e densidade óssea) e ao

controle da pressão sanguínea e da obesidade (HALLAL et al., 2006), por isso

a atividade física é de extrema importância, pois quem não tem um estilo de

vida ativo, é considerado sedentário.

O sedentarismo não representa apenas um risco pessoal de

enfermidades, tem um custo econômico para o indivíduo, para a família e para

a sociedade. Dados recentes do Centers for Disease Control and Prevention de

Atlanta (CDC, 2000) apontam que mais de 2 milhões de mortes por ano podem

ser atribuídas à inatividade física, em função da sua repercussão no

incremento de doenças crônicas não-transmissíveis como os problemas

cardiovasculares, de câncer e diabetes, que corresponderam em 1998 por

Page 15: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

14

quase 60% das mortes (71,7 milhões) no mundo; índice que alcançaria 73%

em 2020 mantidas as tendências atuais, sendo que 77% dessas mortes

acontecem em países em desenvolvimento. De acordo com as mesmas fontes,

só nos Estados Unidos o sedentarismo contribuiu com 75 bilhões de dólares

dos custos médicos no ano 2000, mostrando assim que seu combate merece

prioridade na agenda de saúde pública.

Dados levantados na Austrália indicam que para cada aumento de 1%

no nível de atividade física da população adulta, haveria uma economia

associada de 7 milhões de dólares em custos potenciais de tratamento de

infartos de miocárdio, derrame cerebral, diabetes, câncer de cólon e de mama,

assim como depressão (STEPHENSON, 2000).

Nos Estados Unidos, mais de 60% dos adultos e em torno de 50% dos

adolescentes são considerados sedentários, segundo o National Center for

Chronic Disease Prevention and Health Promotion (1996). No Brasil, dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1998) apontam 80,8% de

adultos sedentários. Mello et al. (1998), em um levantamento na cidade de

São Paulo, encontraram uma prevalência de sedentarismo de 68,7% em

adultos.

No Brasil, a inatividade física, considerada nos momentos de lazer, é

mais prevalente entre mulheres, idosos e indivíduos de baixo nível

socioeconômico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000; MONTEIRO et al., 2003),

porém pesquisas de base populacional regionais ainda são escassas em nosso

país (MATSUDO et al., 2002).

Com isso, é de fundamental importância compreender os benefícios da

atividade física nos estudos referentes às causas da obesidade, pois a

atividade física representa de 15 a 40% do gasto energético total. Além disso,

indivíduos que praticam esporte ou algum tipo de exercício físico, adquirem

hábitos alimentares mais saudáveis, principalmente com relação à dieta,

contribuindo com a prevenção e o controle da obesidade (SICHIERI, 1998). A

seguir serão abordado alguns aspectos relacionados à atividade física nas

faixas etárias iniciais do desenvolvimento humano.

Page 16: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

15

2.2 A Atividade Física na Infância e Adolescência

Como já comprovado na literatura, os benefícios que a atividade física

pode trazer são muitos, principalmente quando se trata da diminuição de

disfunções crônico-degenerativas a longo prazo (BOUCHARD et al., 1994).

O sedentarismo é uma das principais causas de morbidade (WHO,

2002) e problema de saúde pública em todas as idades (ALLENDER et al.,

2007). Apesar disso, cerca de 30% dos meninos e 40% das meninas no Reino

Unido não cumprem as diretrizes atuais de atividade física (The Information

Center, 2006). O aumento da prevalência de sobrepeso

e obesidade em jovens tem sido atribuída, em parte, à redução da

atividade física e maior envolvimento em atividades sedentárias (LOBSTEIN,

BAUR, UAUY, 2004; WAREHAM, SLUIJS, EKELUND, 2005).

Com todos esses fatores, ainda temos que pensar no processo

de envelhecimento, que é acompanhado por uma tendência à diminuição do

gasto energético médio diário em consequência da diminuição de atividades

físicas. Isso acontece, basicamente, por fatores comportamentais e sociais,

como o aumento do tempo na escola e/ ou exigência profissional.

Alguns fatores contribuem para um estilo de vida menos ativa, como

aumento e melhora da tecnologia, a falta de segurança e redução progressiva

dos espaços livres em áreas urbanas (onde a maior parte das crianças

brasileiras vivem). Tudo isso reduz as possibilidades de lazer e de uma vida

fisicamente ativa, facilitando assim atividades sedentárias como: assistir

televisão, jogar videogames e gastar mais tempo em computador.

Há uma forte associação entre inatividade física, obesidade e

dislipidemias, e crianças obesas são mais propicias a se tornarem adultos

obesos. Em contrapartida, promover um estilo de vida ativo em crianças e

adolescentes pode reduzir a incidência de obesidade e doenças

cardiovasculares quando adultos. A inatividade física pode, ainda, produzir

outros benefícios a longo prazo, como aqueles relacionados ao sistema

músculo esquelético. Intensa atividade física, principalmente envolvendo

impacto, induz um aumento na densidade mineral óssea na adolescência e

pode evitar o risco de osteoporose em idades mais avançadas, principalmente

em mulheres pós-menopáusicas (LAZOLLI, 2000).

Page 17: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

16

Diante de todos os problemas que a obesidade causa, afirma Bouchard

(2003), que para combater a obesidade já se tem comprovado que a prática de

atividades físicas regulares deve ser realizada por toda a vida e que, ainda, a

atividade física regular realizada três vezes por semana por trinta minutos em

níveis moderados reduz acentuadamente o risco de morte ou o

desenvolvimento de muitas das principais doenças.

Sobre os tipos de atividades, os exercícios aeróbios, como os

anaeróbios, contribuem para o controle da obesidade. Mcardle et al. (2003),

reforça essa afirmação, dizendo que até mesmo sem restrição dietética os

exercícios aeróbios constituem elementos positivos muito significativos para se

conseguir uma redução ponderal, e que o exercício altera favoravelmente a

composição corporal nas pessoas com excesso de peso. O exercício aeróbio

diminui os estoques de glicogênio, promovendo o uso de gordura como

combustível (BUSSE, 2004).

Diversos são os meios para a perda de peso, dietas, exercícios físicos,

porém o controle da obesidade começa em casa e desde pequeno, com

refeições balanceadas, estímulos a atividades físicas e mudanças dos hábitos

alimentares, sendo os pais um modelo em relação ao comportamento alimentar

(COSTA, 2007).

Como o sedentarismo pode levar a muitas doenças já citadas como a

obesidade, a Academia Americana de Pediatria (2003) colocou seu

posicionamento para o tratamento da obesidade infantil. Supervisão da saúde:

identificar pacientes em risco através de história familiar, peso ao nascer ou

fatores socioeconômicos, étnicos, culturais ou comportamentais; calcular e

registrar o IMC uma vez ao ano em todas as crianças e adolescentes; utilizar

alterações no IMC para identificar taxa excessiva de ganho de peso relativo ao

crescimento linear; encorajar o aleitamento materno; orientar pais e

educadores a promover padrões alimentares saudáveis, oferecendo lanches

nutritivos; encorajar a autonomia das crianças no controle da sua ingestão

alimentar, estabelecendo limites apropriados nas escolhas; promover

rotineiramente atividade física, incluindo jogos não-estruturados em casa, na

escola e na comunidade; determinar limite no tempo de assistir televisão e

vídeo para um máximo de 2 horas por dia; reconhecer e monitorar alterações

nos fatores de risco associados à obesidade para adultos com doença crônica,

Page 18: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

17

tais como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, hiperinsulinemia,

intolerância à glicose e sintomas da síndrome da apnéia do sono obstrutiva.

2.3 O Nível Socioeconômico e a Atividade Física

Atualmente, muitas crianças vêm trocando a atividade física pelos

computadores, videogames, televisões, etc, não dando espaço para se tornar

uma criança sadia e um adulto fisicamente ativo devido aos hábitos que teve

em sua infância.

Cada vez mais se ouve falar em obesidade, doenças crônicas não

transmissíveis, e principalmente inatividade física, e tudo isso nos leva a

pensar se todos esses fatores podem estar relacionados com o nível

socioeconômico da população investigada.

A distribuição da prevalência de adolescentes fisicamente

ativos/inativos, em função de indicadores demográficos e socioeconômicos, e a

magnitude da associação entre fatores de influência e o nível de atividade

física, representam informações importantes para nortear o planejamento,

desenvolvimento e avaliação dos programas de promoção da atividade física

(JUNIOR, 2008).

Estudos de tendência secular têm indicado que atualmente crianças e

adolescentes apresentam maior quantidade de gordura corporal do que seus

pares de gerações passadas (SUNNEGARDH et al., 1986; BUNDRED,

KITCHINER, BUCHAN, 1989; POST et al., 1996). Esse fato pode estar

associado a inúmeras causas, dentre as quais se destaca o aumento do

balanço energético positivo, produto da redução acentuada dos níveis de

atividade física diária e/ou de hábitos alimentares inadequados.

Alguns estudos têm indicado que muitas crianças e adolescentes têm

trocado as práticas de atividades físicas de intensidade moderada ou vigorosa

por atividades de baixa intensidade e, consequentemente de baixo gasto

energético, como assistir televisão, navegar na INTERNET, jogar videogame

ou outros jogos eletrônicos durante as horas de lazer e tempo livre

(SUNNEGARDH et al., 1986; BALL et al., 2001). Desse modo, parece existir

uma forte relação entre o crescimento do sobrepeso e da obesidade infanto-

juvenil e as mudanças no estilo de vida dos jovens, visto que, via de regra, a

Page 19: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

18

quantidade de gordura corporal estimada é inversamente proporcional ao nível

de atividade física diária realizada (BALL et al, 2001).

De fato, uma série de aspectos podem contribuir para que a atividade

física seja praticada indistintamente por diversas classes sociais. O papel da

mídia, a influência do esporte de alto rendimento, a cultura local, entre outros,

podem significar importantes pontos a considerar. Contudo, é preciso

reconhecer, e Kaplan & Lynch (1999) não afirmam o contrário, que as

condições socioeconômicas relacionam-se inversamente com a prática de

exercícios físicos.

Alguns estudos que também levaram em consideração as atividades

físicas praticadas em diferentes contextos e encontraram relação inversa entre

o nível de atividade física e indicadores de condição socioeconômica (GUEDES

et al 2000; HALLAL et al 2006; SHI et al 2006).

Em resumo, pode-se perceber que o estado de arte da literatura sobre a

atividade física e sua relação com o nível socioeconômico pode apresentar

muitas vezes que os pertencentes aos grupos socioeconômicos mais baixos

realizam mais atividades físicas, mas deve ser levado em consideração que

também foram avaliados atividades que são realizadas fora do período de

lazer, como locomoção, trabalho e lar, enquanto os grupos mais elevados

podem possuir mais atividades no lazer.

Page 20: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

19

3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do estudo

O presente estudo se caracteriza por utilizar o método descritivo-

exploratório de delineamento transversal.

3.2 Amostra

O estudo se encontra vinculado a um projeto maior denominado

Utilização de critérios para aptidão física de crianças e adolescentes, aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da

Universidade Estadual de Londrina – UEL, conforme Parecer de Aprovação

no. 234/10, de 20/10/2010 (ANEXO I).

Para a participação no estudo todos os sujeitos receberam e

entregaram assinado por eles e pelos seus pais ou responsáveis o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, constando todos os procedimentos a

serem adotados, bem como formas de contato para o esclarecimento de

possíveis dúvidas (APÊNDICE A).

A amostragem foi realizada por conveniência, envolvendo 60

estudantes (30 meninas e 30 meninos) com média de idade de 13,76 (DP =

1,16). Todos eram alunos regularmente matriculados na escola selecionada

(da rede pública), escolhida por sua representatividade em meio ao universo

de escolas da cidade. Todos os participantes levaram para casa o Termo

Consentimento e o devolveu assinado. Após essa fase, iniciou-se a aplicação

dos questionários.

Os critérios de inclusão utilizados foram: estar devidamente

matriculados na escola e retornar com o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido devidamente assinado.

3.3 Local

Page 21: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

20

As coletas foram realizadas na própria escola selecionada, e o

questionário foi aplicado dentro da sala de aula, nos períodos de aulas de

Educação Física.

3.4 Instrumentos e procedimentos

Foi aplicado a todos os alunos o questionário Baecke Questionnaire of

Habitual Physical Activity (BQHPA) (ANEXO II), que vem sendo muito utilizado

em estudos para avaliação do nível de atividade física.

O BQHPA, produzido por Baecke (1982), e validado aqui no Brasil por

Guedes (2006), é auto administrado e tem se mostrado um ótimo meio para

avaliação da atividade física. Na seção que diz respeito à prática de atividade

física, tem como período de referência os últimos 12 meses, estruturado por 16

questões distribuídas em três seções distintas, cada uma procurando

estabelecer estimativas quanto a uma dimensão específica do nível de prática

habitual de atividade física. As opções de respostas são codificadas mediante

uma escala Lickert de 5 pontos, com exceção da ocupação profissional e da

modalidade de esporte que pratica, quando for o caso. As questões de 1 a 8

constitui a primeira seção do questionário e procuram abranger as atividades

físicas diárias realizadas na escola e/ou no trabalho.

A segunda seção do questionário envolve as questões de 9 a 12 e

reúnem informações quanto às atividades esportivas, aos programas de

exercícios físicos e às práticas de lazer ativo. A terceira seção do questionário

visa obter indicações relacionadas às atividades de ocupação do tempo livre e

de locomoção. Mediante o somatório das pontuações específicas atribuídas as

questões agrupadas em cada uma das partes do questionário são

estabelecidos escores equivalentes às atividades físicas na escola/trabalho,

nos esportes/exercícios físicos/lazer ativo e na ocupação do tempo

livre/locomoção (GUEDES e GUEDES, 2006).

Juntamente com o questionário de BAECKE foi aplicado também o

questionário da ABEP (ANEXO II) para avaliação do nível socioeconômico, que

possui questões pertinentes a escolaridade dos pais, eletrodomésticos que

cada um possui (Televisão, videocassete, dvd, radio, banheiros, automóveis,

Page 22: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

21

empregadas mensalistas, máquina de lavar, geladeira, freezer/ geladeira

duplex), e assim foi possível analisar o nível socioeconômico.

Para tanto, o pesquisador passou de sala em sala aplicando os

questionários, explicando a todos a intenção do estudo, motivos, e que todos

os pais dos alunos participantes deveriam assinar um termo de consentimento

livre e esclarecido para a participação da pesquisa. Todas as questões foram

lidas juntamente com os alunos, explicando e tirando dúvidas. Após essa

explicação, os participantes responderam ao questionário sem limite de tempo

e o pesquisador se manteve a disposição para esclarecimento de questões que

não foram interpretadas adequadamente.

3.4.1 Nível socioeconômico

A avaliação do nível socioeconômico foi realizada de acordo com

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP), no qual, de acordo

com as respostas do questionário, são avaliadas a quantidade de itens que o

sujeito possui na casa, e a escolaridade do chefe da família. Os pontos foram

somados de acordo com cada item avaliado, e categorizados os sujeitos em

classe A, B e C.

3.5 Análise Estatística

O teste de Shapiro Wilk foi utilizado para a avaliação da normalidade

dos dados. Para a comparação do nível de atividade física com a condição

socioeconômica entre as classes A-B, A-C e B-C foi utilizada a Análise de

Variância - ANOVA one-way, e posteriormente com a aplicação do Teste Post

Hoc de Scheffè. O nível de significância adotado foi de 5% (P<0,05). Os dados

foram tratados no pacote estatístico STATISTICA.

Page 23: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

22

4 RESULTADOS

Os achados do presente estudo apresentaram cinco categorias de

classes econômicas (A2, B1, B2, C1 e C2), e para a análise dos dados as

classes foram grupadas em A, B e C (Figura 1).

A tabela 1 indica a caracterização da amostra por média de idade e

gênero:

Tabela 1. Caracterização dos sujeitos do estudo por valores médios e desvio

padrão da idade e gênero (N=60)

Meninas (n=30) Meninos (n=30) Total (n=60)

Idade (anos) 13,78 (1,12) 13,32 (1,54) 13,76 (1,16)

Na distribuição dos alunos por classes econômicas, observou-se que a

maioria se encontra na classe de nível B (66,99%), a classe A envolveu

18,33% e a classe C foi constituída da menor parcela (11,66%), conforme

indica a Figura 1.

Figura 1. Distribuição dos sujeitos do estudo por condição socioeconômica (%) – N = 60.

Para a análise do nível de atividade física, foi obtido o escore

apresentado por cada indivíduo, de acordo com as respostas no questionário, e

Page 24: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

23

calculada e a média dos escores, dentro de cada classe socioeconômica,

conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2. Distribuição de média e desvio padrão dos escores de nível de

atividade física grupado por condição socioeconômica (N=60).

CSE Média Desvio Padrão P

A 7,85 1,78 NS

B 7,48 1,77 NS

C 8,99 2,36 NS

P<0,05; CSE= Condição socioeconômica

Os dados da Tabela 2 indicam que houve uma pequena diferença em

números absolutos de uma classe para outra. A classe C obteve o maior

escore em comparação com B e A. Por outro lado, a classe A obteve média de

escore superior à classe B, no entanto as diferenças entre as classes não

foram significativas (p>0,05).

Na análise do nível de atividade física, quando comparados os grupos A-

B, A-C e B-C, posteriormente à aplicação da Análise de Variância – ANOVA,

não foi encontrada diferença significativa entre os grupos (p>0,05), como

demonstrado na tabela

Tabela 3. Valores de P para comparação dos grupos (A-B, A-C e B-C) p<0,05

GRUPOS A-B A-C B-C

P 0,11 0,55 0,64

Page 25: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

24

DISCUSSÃO

Diferentes estudos questionam se o sedentarismo e a obesidade infantil

se encontram atrelados ao nível socioeconômico, e ainda, se as crianças estão

realizando as atividades físicas necessárias para se tornarem adultos ativos e

sem doenças crônico-degenerativas.

Assim sendo, estudos sobre os níveis da prática de atividade física

habitual em segmentos da população jovem têm se tornado tema de interesse

e preocupação constante entre os especialistas da área, em razão de sua

estreita associação com aspectos relacionados à saúde (SILVA et al., 2007).

Deste modo, diferente do observado em países desenvolvidos, o alto nível

socioeconômico parece afetar negativamente a prevalência de sobrepeso e

obesidade, aumentando os riscos para o desenvolvimento de disfunções

metabólicas em idades precoces (RONQUE et al., 2005).

Em estudo feito por Balaban, Silva e Motta (2001), na cidade de Recife-

PE, foi encontrada uma prevalência de sobrepeso quatro vezes maior entre as

crianças da escola privada do que entre aquelas provenientes da comunidade

de baixa renda. A prevalência de obesidade foi 3,5 vezes maior entre as

crianças da escola do que entre as da comunidade de baixa condição

socioeconômica.

Rolland-Cachera, Bellisle (1986), e Sunnegardh et al. (1986), sugerem

em seus estudos que nos países desenvolvidos, nos quais os indivíduos de

baixa renda têm acesso ao alimento, pode-se encontrar menor prevalência de

obesidade infantil nas classes de renda elevada, devido à facilidade de acesso

à informações acerca de padrões dietéticos e maiores oportunidades de

atividade física saudáveis.

Seguindo a linha de raciocínio desta pesquisa, Andrade et al. (1997)

relataram que 42,7% dos adolescentes de baixo nível socioeconômico e 64,3%

de alto nível se classificaram como regularmente ativos. Segundo Silva e

Malina (2000) aproximadamente 85% dos adolescentes do sexo masculino e

94% do feminino foram classificados como sedentários, sendo que os meninos

foram mais ativos que as meninas.

Corroborando com o estudo de Alves et al. (2000), não foi observado

correlação significativa entre padrão socioeconômico e prática de atividade

Page 26: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

25

esportiva. Entretanto, melhores condições sociais estavam associadas à maior

frequência de prática sob a forma de treinamento.

Em um estudo representativo da população de Barcelona, abrangendo

indivíduos acima de 13 anos, Dominguez-Berjón et al. (2000), também

observaram uma relação direta entre classe social e prática usual de atividade

física, entre os indivíduos do sexo masculino. O hábito de fazer exercícios era

menos comum nas classes sociais mais baixas.

Segundo Priore (1998), em seu estudo com adolescentes de 12 a 18

anos, estudantes da rede pública da cidade de São Paulo, encontrou que cerca

de 93% participavam de aulas de Educação Física. Destes, 24,8% também

desenvolviam outras atividades desportivas. Do total de indivíduos da amostra,

24,4% realizavam atividades físicas extracurriculares; destes, 93,6%

realizavam duas ou mais vezes por semana e 5,1% nos finais de semana.

Também foi constatado que 23,4% realizavam duas ou mais modalidades

desportivas diferentes durante a semana. Os estudantes que não participavam

de aulas de Educação Física alegaram como motivo a falta de disposição do

responsável pela aula e/ou da escola em integrá-los com o conteúdo da prática

esportiva e com os demais colegas. Frente ao descompasso verificado entre as

aulas de Educação Física e o desejo dos adolescentes com relação a este tipo

de atividade, a autora reforça a necessidade de maior integração entre a escola

e o aluno neste aspecto. Neste estudo, não foram encontradas diferenças

significativas na comparação dos escores de níveis de atividade física com a

condição socioeconômica. Isso pode ser explicado por alguns fatores, como: o

número amostral ser pequeno (n=60); os autores ainda estão começando a

comparar o valor obtido nos escores do questionário utilizado com a condição

socioeconômica, então é difícil ter um estudo como base; e ter utilizado apenas

uma escola. Maior número de escolas envolvidas no estudo aumentaria a

capacidade de generalização dos resultados, representando alunos de várias

regiões.

Page 27: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

26

6 CONCLUSÃO

Conclui-se que os grupos não foram diferentes com relação à prática da

atividade física considerando-se a condição socioeconômica, sugerindo que ela

não foi capaz de interferir nas atividades realizadas pelas crianças e

adolescentes analisados neste estudo.

Provavelmente não se pode fazer associações devido ao fato da

amostra ser pequena, ou ter utilizado apenas uma escola, mas não descarta a

possibilidade de realmente não haver associação.

Para futuros estudos, sugere-se uma amostra maior, o envolvimento de

maior número de escolas, bem como incluir análise de gênero.

Page 28: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

27

REFERÊNCIAS

ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa). Dados com base no

Levantamento Sócio Econômico – 2000. Disponível em <www.abep.org>.

Acessada em 03/08/2011.

ALLENDER, S., C. FOSTER, P. SCARBOROUGH, M. RAYNER. The burden of

physical activity-related ill health in the UK. J. Epidemiol. Community Health.

61:344–348, 2007.

ALVES S.S., SILVA, S.R.C., RIBEIRO R.S., VERTEMATTI A.S., FISBERG M.

Avaliação de atividade física, estado nutricional e condição social em

adolescentes. Folha méd. 119: 26-33, 2000.

ANDRADE D. R., MATSUDO S. M. M., MATSUDO V. K., Araújo T, ANDRADE

E, Rocha A., e Andrade RE, Rocha J. Physical activity patterns in girls and boys

from low socioeconomic region physical activity level in adolescents. In: XIX

Internatioanal Seminar on Pediatric Work Physiology, Inglaterra, Setembro.

1997.

BAECKE J., BUREMA J., FRIJTERS J.E.R. A short questionnaire for the

measurement of habitual physical activity in epidemiological studies. Am J Clin

Nutr 36:936-42, 1982.

BAKER J.L., OLSEN L.W., SORENSEN T.I.A. Childhood body-mass index and

the risk of coronary heart disease in adulthood. N Engl J Med. 357 (23): 2329-

37, 2007.

BALABAN G., SILVA G. A. P., MOTTA M. E. F. A. Prevalência de sobrepeso e

obesidade em escolares de diferentes classes socioeconômicas em Recife, PE.

Pediatria (São Paulo); 23(4): 285-9, 2001.

BALL E.J., O'CONNOR J., ABBOTT R., STEINBECK K.S., DAVIES P.S.,

WISHART C., et al. Total energy expenditure, body fatness, and physical

activity in children aged 6-9. Am J Clin Nutr. 74(4):524-8, 2001.

Page 29: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

28

BARBANTI, V.J. Teoria e prática do treinamento esportivo. São Paulo:

Edgar Blücher, 2000.

BAR-OR, O. Ped sport med for the pract. New York: Springer-Verlag, 1983.

BERKEY C.S., ROCKETT H.R., FIELD A.E., GILLMAN M.W., FRAZIER A.L.,

CAMARGO C.A.J., et al. Activity, dietary intake, and weight changes in a

longitudinal study of preadolescent and adolescent boys and girls. Pediatrics.

105(4):E56, 2000.

BERKEY C.S., ROCKETT H.R.H., FIELD A.E., GILLMAN M.W., FRAZIER A.L.,

CAMARGO C.C., et al. Activity, dietary intake, and weight changes in a

longitudinal study of preadolescent and adolescent boys and girls. Pediatrics.

105:1-9, 2000.

BLAAK, E.E., et al. Total energy expenditure and spontaneous activity in

relation to trainin in obese boys. Am J Clin Nutr, n. 55, p.777-782, 1992.

BLAIR S., CONNELLY J.C. How much physical activity should we do? The

case for moderate amounts and intensities of physical activity. Res Q Exerc

Sport 67:193-205, 1996.

BOUCHARD C., SHEPHARD R.J., STEPHNS T. Physical Activity, Fitness

and Health: International Proceedings and Consensus Statement. Champaign,

Illinois; Human Kinetics, 1994.

BOUCHARD, C. Atividade física e obesidade. São Paulo: Manole, 469p,

2003.

BUNDRED P., KITCHINER D., BUCHAN I. Prevalence of overweight and

obese children between 1989 and 1998: population based series of cross

sectional studies. BMJ. 322(7282):1-4, 2001.

Page 30: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

29

BUSSE, S.R. Anorexia, Bulimia e Obesidade. Barueri, SP: Manole, 306p,

2004.

Cardiovascular Diseases. World Health Organization - WHO. [Acesso em:

2011 02 mar]. Disponível em:

<http://www.who.int/topics/cardiovasculardisease/en>.

CASPERSEN, C. J. ; POWELL, K. E. & CHRISTENSEN, G.M. Physical activity,

exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related

research. Public Health Reports, 100(2), 172-179, 1985.

CDC (National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion),

Physical Activity and Health: A report of the surgeon general, 1999.

Disponível em: <http://www.cdc.gov/nccdphp/sgr/chapcon.htm>. Acesso em: 21

abr 2011.

CENTER DISEASE OF PREVENTION AND CONTROL. Promoting physical

activity: a best buy in public health. 2000.

Committee on Nutrition. Prevention of Pediatric Overweight and Obesity.

Pediatrics. 112(2):424-30, 2003.

COSTA, C. Uma questão de peso: A obesidade infantil é um risco que gera

consequências na vida adulta, quando antes o problema for atacado, melhor.

Londrina: Unimed Revista Viva Bem. p 20 – 22 Julho/Agost/Set, 2007.

DARTAGNAN P.G., CYNTHIA C.L., JOANA E.R.P. GUEDES, L.C.S.

Reprodutibilidade e validade do questionário Baecke para avaliação da

atividade física habitual em adolescentes. Rev Port Cien Desp v.6(3) p.265–

274, 2006.

DIAMOND F.B. Newer aspects of the pathophysiology, evaluation, and

management of obesity in childhood. Curr Opin Pediatr. 10:422-7, 1998.

Page 31: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

30

DOMINGUEZ-BERJÓN, F, PASARÍN M.I., FERRANDO J. ROHLFS I., NEBOT

M., BORREL C. Social inequalities in health related behaviours in Barcelona. J.

Epid Comm Heal, 54: 24-30, 2000.

ERLICHMAN J., KERBEY A.L., JAMES W.P.. Physical activity and its impact on

health outcomes. Paper 1: The impact of physical activity on cardiovascular

disease and all-cause mortality: an historical perspective. Obes Rev. V.3,

p.257-271, 2002.

FRANKISH C.J., MILLIGAN C.D., REID C. A review of relationships between

active living and determinants of health. Soc Sci Med v.47, p.287-301, 1998.

Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. Dados sobre

exercício físico, indicadores sociais, 1998. Disponível

em: <http://www.sempreemforma.com.br/vida_saudavel/infogeral/dados-ibge-

exerc-fisic.htm>. Acesso em: 14 abril 2011.

GRAITCER P.L., GENTRY E.M. Measuring children: one reference for all.

Lancet. 8:297-9, 1981.

GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R. Controle do peso corporal: composição,

atividade física e nutrição. Londrina: Midiograf, 1998.

HALLAL P.C., BERTOLDI AD, GONÇALVES H., VICTORA C.G. Prevalência

de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de

idade. Cad Saúde Púb 22: 1277-87, 2006.

HALLAL P.C., VICTORA C.G., AZEVEDO M.R., WELLS J.C. Adolescent

physical activity and health: a systematic review. Sports Med v.36 p.1019-

1030, 2006.

Page 32: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

31

JUNIOR, J.C.F. Associação entre prevalência de inatividade física e

indicadores de condição socioeconômica em adolescentes. Rev Bras Med

Esp, v.14, n.2, p.109-114, 2008.

KAPLAN, G.A.; LYNCH, J.W. Socioeconomic considerations in the primordial

prevention of cardiovascular disease. Prev Med, v.29, p.S30-5, 1999.

LAZOLLI et al, Position Statement of the Brazilian Society of Sports Medicine:

Physical Activity and Health in Children and Adolescents. Rev Bras Med Esp

v.6, Nº 4 – Jul/Ago, 2000.

LEÃO L.S.C.S., ARAÚJO L.M.B., MORAES L.T.L.P., ASSIS AM. Prevalência

de obesidade em escolares de Salvador, Bahia. Arq Bras Endocrinol Metab.

47(2):151-7, 2003.

LOBSTEIN, T., L. BAUR, AND R. UAUY. Obesity in children and young people:

a crisis in public health. Obes. Rev. 5(Suppl. 1):4–104, 2004.

MALINA R.M., BOUCHARD C, BAR-OR O. Growth, maturation, and physical

activity. 2nd ed. Champaign: Human Kinetics Books; 2004.

MARTORELL R., KHAN L.K., HUGHES M.L., GRUMMER-STRAWN L.M.

Obesity in Latin American women and children. J Nutr. 28:1464-73, 1998.

MATSUDO S.M., MATSUDO V.R., ARAÚJO T., ANDRADE D., ANDRADE E.,

OLIVEIRA L.C., et al. Nível de atividade física da população do Estado de São

Paulo: análise de acordo com o gênero, idade, nível sócio-econômico,

distribuição geográfica e de conhecimento. Rev Bras Ciência e Mov. 10:41-50,

2002.

MCARDLE, W.D.; KATCH, F.I.; K.V.L..Fisiologia do exercício: energia,

nutrição e desempenho humano. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

1113p, 2003.

Page 33: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

32

MCGILL H.C. Jr, MCMAHAN C.A., HERDERICK E.E., MALCOM G.T., TRACY

R.S., STRONG J.P.. Origin of atherosclerosis in childhood and adolescence.

Am J Clin Nutr. 72 (5 Suppl): 1307s-1315s, 2000.

MELLO M.T., FERNANDES A.C., TUFIK S. Epidemiological survey of the

practice of physical exercise in the general population of São Paulo city -

Brazil. Am Coll Spor Med. 30(Supl): 11, 1998.

Ministério da Saúde. DATASUS. Estatísticas vitais – Mortalidade e nascidos

vivos. Disponível em: < http://portal.saude.gov.br/saude/>; Acesso em:

12/05/11.

Ministério da Saúde. Programa Nacional de Promoção da Atividade Física

“Agita Brasil”: atividade física e sua contribuição para a qualidade de vida. Rev

Saúde Pública. 36:254-6, 2002.

MONTEIRO C.A., CONDE W.L., MATSUDO S.M., MATSUDO V.R.,

BONSEÑOR I.M., LOTUFO P.A. A descriptive epidemiology of leisure-time

physical activity in Brazil, 1996-1997. Rev Panam Salud Pública. 14:246-54,

2003.

MONTEIRO C.A., MONDINI L., SOUZA A.L.M., POPKIN B.M. Da desnutrição

para a obesidade: a transição nutricional no Brasil. In: Monteiro CA. Velhos

e novos males da saúde no Brasil- A evolução do país e de suas doenças. São

Paulo: Editora Hucitec; p.247-55, 1995.

Morbidity and Mortality Weekly Report. Increasing physical activity. A report on

recommendations of the Task Force on Community Preventive Services.

MMWR. 50:1214-5, 2001.

NAHAS, V.M./Atividade física, saúde e qualidade de vida./4ª

edição./Londrina: Midiograf, 2006.

NIEMAN, D.C. Exercício e saúde: como se prevenir de doenças usando o

exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole, p. 145-154, 1999.

Page 34: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

33

PATE R.R., PRATT M., BLAIR S., HASKELL W., MACERA C., BOUCHARD

C., ETTINGER W., HELTH G., KING A. Physical activity and the public health:

A recommendation from the Centers for Disease Control and Prevention and

the Am Coll Spor Med. JAMA 273:402-7, 1995.

POST C.L., VÍCTORA C.G., BARROS F.C., HORTA B.L., GUIMARÃES P.R.V.

Desnutrição e obesidade infantis em duas coortes de base populacional no Sul

do Brasil: tendências e diferenciais. Cad Saúde Pública. 12(Sup 1):49-57,

1996.

PRIORE, S.E. Composição corporal e hábitos alimentares de

adolescentes: uma contribuição à interpretação de indicadores de estado

nutricional. 1998. Tese de doutorado, São Paulo – Universidade Federal de

São Paulo/Escola Paulista de Medicina.

REYNOLDS, K.D. et al. Psychosocial predictors of physical activity in

adolescentes. Prev Med, v.19, p.541-551, 1990.

ROLLAND-CACHERA M.F., BELLISLE F. No correlation between adiposity

and food intake: why are working class children fatter? Am J Clin Nutr.

44:779-87, 1986.

ROMANELLA, N.E. et al. Physical activity and attitudes in lean and obese

children and their mothers, Intern Jour Obes, n.15, p.407-414, 1991.

RONQUE E. R. V., CYRINO E. S., DÓREA V. R., SERASSUELO H., GALDI E.

H. G., ARRUDA M. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de

alto nível socioeconômico: avaliação referenciada por critérios de saúde; Rev

Bras Med Esp, Vol. 13, Nº 2 – Mar /Abr, 2007.

ROWLANDS A.V., ESTON R.G., INGLEDEW D.K. Relationship between

activity levels, aerobic fitness, and body fat in 8- to 10-yr-old children. J Appl

Physiol. 86:1428-35, 1999.

Page 35: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

34

SALLIS J.F., PATRICK. Physical activity guidelines for adolescents: consensus

statement. Pediat Exerc Sci 6:302-14, 1994.

SHERPARD, R.J. Physical activity and “wellness” of the child. In: Advances in

Pediatric Sports Science. Boileau, R.A. (editor), Champaign, Human Kinetics,

p. 1-28, 1984.

SHI Z., LEIN N., KUMAR B.N., Holmboe-Ottesen G. Physical activity and

associated socio-demographic factors among school adolescents in Jiangsu

Province, China. Prev Med 43: 218-1, 2006.

SICHIERI, R. Epidemiologia da Obesidade. Rio de Janeiro: Ed UERJ, 1998.

SILVA R.C.R., MALINA R.M. Nível de atividade física em adolescentes do

município de Niterói. Cad Saúde Pública.16: 1091-1097, 2000.

SILVA, G.S.F.; BERGAMASCHINE, R.; ROSA, M.; MELO, C.; MIRANDA,R.;

BARA FILHO,M. Avaliação do nível de atividade física de estudante de

graduação das áreas saúde/ biológica. Rev Bras de Med Esp, v.13, n.1, p, 39

– 42, 2007.

STEPHENSON J., BAUMAN A., ARMSTRONG T., SMITH V., BELLEW B. The

costs of illness attributable to physical inactivity in Australia. Canberra,

Australian Commonwealth of Australia Department of Health and Age Care, and

the Australian Sports Commission, 2000.

SUNNEGARDH J., BRATTEBY L.E., HAGMAN U., SAMUELSON G., SJÖLIN

S. Physical activity in relation to energy intake and body fat in 8- and 13-year-

old children in Sweden. Acta Pediatr Scand 75:955-63, 1986.

THE INFORMATION CENTRE. Statistics on obesity, physical activity and

diet: England, 2006. Disponível em : <http://www.ic.nhs.uk/>. Acesso em: 20

mar 2011.

Page 36: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

35

TROST S.G., SIRARD J.R., DOWDA M., PFEIFFER K.A., PATE R.R. Physical

activity in overweight and nonoverweight preschool children. Int J Obes.

27:834, 2003.

US Department of Health and Human Services. Physical Activity and Health:

A Report of the Surgeon General. Atlanta, GA; US Department of Health and

Human Services. Centers for Disease Control and Prevention, National Center

for Chronic Disease Prevention and Health Promotion, 1996.

WAREHAM, N.J., E.M. van Sluijs, and U. Ekelund. Physical activity and obesity

prevention: a review of the current evidence. Proc. Nutr. Soc. 64:229–247,

2005.

World Health Organization. The World Health Report. Reducing risks,

promoting healthy life. Copenhagen, Denmark: World Health Organization,

2002.

ZILIO, A. Treinamento físico. Terminologia. Ed. da Ulbra, 1994.

Page 37: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

36

ANEXOS

Page 38: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

37

ANEXO I Parecer do Comitê de Ética da UEL

Page 39: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

38

ANEXO II

QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA

Seção 1 ― Atividades na escola Questão1―Sua principal ocupação na escola: .................................................................... Questão 2 ― Para realizar as atividades na escola você permanece sentado: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 3 ― Para realizar as atividades na escola você fica em posição em pé: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 4 ― Para realizar as atividades na escola você necessita caminhar: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 5 ― Para realizar as atividades na escola você necessita carregar cargas: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 6 ― Após um dia na escola você se sente cansado ou fatigado: (5) (4) (3) (2) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 7 ― Para realizar as atividades na escola você transpira: (5) (4) (3) (2) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 8 ― Em comparação de sua rotina na escola com de outras pessoas da mesma idade, você acredita que seu dia é fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito intenso Intenso Moderado Leve Muito leve Seção 2 ― Atividades esportivas, programas de exercícios físicos e lazer ativo: Questão 9 ― Você pratica algum tipo de esporte ou está envolvido em programas de exercícios físicos? ( ) Sim ( ) Não Caso não pratique algum tipo de esporte/programa de exercícios físicos, ir para a questão 10. Questão 9.1 ― Como primeira opção, o esporte/programa de exercícios físicos que você mais freqüentemente pratica apresenta intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Questão 9.2 ― Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.3 ― Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) > 9 meses Questão 9.4 ― Caso você apresente uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, esta é de intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Caso não exista uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, ir para a questão 10. Questão 9.5 ― Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.6 ― Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/programa de exercícios físicos? ( ) < 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) > 9 meses

Page 40: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

39

Questão 10 ― Em comparação com outras pessoas de mesma idade, você acredita que as atividades que realiza durante seu tempo livre são fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito elevadas Elevadas Iguais Baixas Muito baixas Questão 11 ― Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre você transpira:

(5) (4) (3) (2) (1) Muito freqüentemente Freqüentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 12 ― Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre você pratica esportes:

(1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Seção 3 ― Atividades de ocupação do tempo livre: Questão 13 ― Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre você assiste à TV: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 14 ― Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre você caminha: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 15 ― Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre você anda de bicicleta: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Freqüentemente Sempre Questão 16 ― Durante quanto tempo por dia você caminha e/ou anda de bicicleta para ir ao trabalho, à escola e às compras? (1) (2) (3) (4) (5) < 5 minutos 5-15 minutos 15-30 minutos 30-45 minutos > 45 minutos

QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO

1. Coloque um “X” no grau de instrução de seu pai e sua mãe:

Pai ( ) Analfabeto/ até 3ª Série Fundamental ( ) Mãe ( ) 4ª Série Fundamental ( ) ( ) Fundamental completo (8ª série) ( ) ( ) Médio completo (3º colegial) ( ) ( ) Superior completo ( )

2. Marque um “X” na quantidade destes itens que existem na sua casa:

Televisores em cores (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Videocassete/DVD (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Rádios (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Banheiros (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Automóveis (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Empregadas mensalistas (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Máquinas de lavar (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Geladeira (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Freezer/Geladeira Duplex (0) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

Page 41: Universidade Estadual de Londrina · aceitarem fazer parte da minha banca de TCC. A minha família, que me ajudou e me apoiou em cada etapa. Aos meus amigos e colegas de faculdade

40

APÊNDICE A

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ID: Escola Turma: Período:

Titulo da pesquisa: “Utilização de critérios para aptidão física de crianças e adolescentes”

Prezado(a) Aluno(a):

Gostaríamos de convidá-lo a participar da pesquisa “Utilização de critérios para aptidão física de crianças e adolescentes”, realizada na sua “escola” durante o período de aula. O objetivo da pesquisa é “analisar as possíveis associações existentes entre valores elevados de pressão arterial, a aptidão física e comportamentos relacionados à saúde”.

A sua participação é muito importante e ela se daria da seguinte forma: respondendo um questionário em sala de aula, realização de testes (flexibilidade, força e capacidade aeróbica), medidas antropométricas (peso, estatura, circunferências e dobras cutâneas) e medida de pressão arterial.

Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente voluntária, podendo você: recusar-se a participar, ou mesmo desistir a qualquer momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa. As informações serão utilizadas somente para os fins desta pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua identidade. Estes procedimentos não envolvem riscos a saúde de seus participantes, sendo amplamente utilizados em diversas pesquisas. Informamos que você não pagará nem será remunerado por sua participação.

Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode entrar em contato com o Pesquisador Responsável: Arli Ramos de Oliveira, pelo telefone (43) 3321-1299 (RG: 930.015-5/PR) e Gustavo Aires de Arruda (43) 9919-9186 (RG: 40.643.016-0), ou procurar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na Avenida Robert Koch, nº 60, ou no telefone 3371–2490. Este termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida, assinada entregue a você. Londrina, ___ de ________de 2011.

ALUNO _____________________________________ (nome por extenso do aluno), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa, concordo em participar voluntariamente da pesquisa descrita acima. Assinatura (do aluno):________________________________________________________ Data:_____/______/______

PAIS E/OU RESPONSÁVEIS

_____________________________________ (nome por extenso dos pais e/ou responsáveis), tendo sido devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa,

autorizo a participação. Assinatura (dos pais e/ou responsáveis):_________________________________________ Data:_____/______/______