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DEFINIR-ME FILHO PARA ME TORNAR PAI Entre os humanos, a relação pais-filhos se deve à geração biológica; mas já o baptismo como que interrompe esta relação demasiado estreita. O sacramento da iniciação cristã recorda-nos que o recém-nascido não pertence aos pais que o geraram, não é propriedade deles, mas é uma criatura sui generis e sui iuris: não pertence somente à família, mas também ao género humano e à família que é Igreja. Portanto, o homem nasce numa comunidade, numa comunhão. E é já muito bom que os filhos consigam honrar os seus pais, respeitar o tronco de onde procedem, as raízes da sua própria vida; em suma: que consigam plenamente declarar-se filhos. Porque, no fundo, há o seu quê de trauma em não sermos criadores de nós mesmos, em descobrirmos que fomos lançados neste planeta sem sermos tidos nem achados. A vida foi-nos não somente dada, mas, mesmo imposta, tal como, aliás, o próprio nome que trazemos. Isto é sinal inequívoco de que ninguém é senhor da sua própria vida, mas depende totalmente, pelo contrário, da vontade de outrem. Hoje custa-nos peculiarmente reconhecê-lo, mas talvez tenha estado aqui precisamente o primeiro pecado: em não conseguir admitir que devo a outrem a minha existência, que sou devedor da própria vida, em não ser capaz de reconhecer que a minha essência, a minha vida, a minha liberdade, o meu nome, os meus talentos, tudo me vem de longe e de fora e nunca me será possível tomar posse das minhas origens. Se hoje experimentamos uma difusa inaptidão para nos tornarmos pais, testemunhas da vida, é precisamente porque nos falta coragem de nos assumirmos como filhos. É significativo que, ao mesmo tempo, tudo aponte, antes, para o facto de sermos e nos descobrirmos todos irmãos, com os mesmos direitos. Uma afirmação que, em si, não constitui certamente um mal, mas que deveria, em todo o caso, ser relativizada, até porque a fraternidade não nos torna necessariamente melhores ou nos preserva de errar. Uma sociedade de irmãos não é, por si só, necessariamente, mais pacífica, livre de guerra, de concorrência, de conflitualidade. O que gostaria aqui de pôr em destaque é que talvez estejamos a viver uma fase de transição de uma sociedade «paterna» para uma sociedade «fraterna». Elmar Salmann in A Vitalidade da Benção, pg 102-106, Ed. A.O. Jan. 2017 Igreja Paroquial de S. João de Deus Rua Brás Pacheco, n.º 4, 1000-074 Lisboa Tel.: 21 843 74 50 – 926213053 Director: Cónego Carlos Paes Internet: www.paroquiasaojoaodeus.pt E-mail: [email protected] N.º 2446 • Ano 64º • 25 E 26 DE MAIO de 2019 DOMINGO VI DA PÁSCOA Act 15, 1-2. 22-29 Ap 21, 10-14. 22-23 Jo 14, 23-29 O ESPÍRITO SANTO Deus nunca se despede; é sempre o Emanuel, Deus connosco. Volta sempre outra vez. Por isso, ao partir para o Pai, Jesus promete ficar. Estabelece entre nós a sua morada eleita e faz da Igreja a sua Cidade Santa. Nós somos as pedras vivas da cidade em construção. O cristão é o tabernáculo sagrado, onde Cristo mora, «tenda do testemunho», aberta a quem o procurar. Cristo vive na Igreja, habita nela, casa de Deus, divina construção que o Pai lhe confiou: "Se alguém me ama faremos nele a nossa morada" e habitará entre nós. O Amor exige presença, pede vida e comunhão. Não conhece distâncias, nem suporta ausências. O Prior Pe. Carlos Paes Prox. Dom. Ev. Jo 13, 31-33a. 34-35

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DEFINIR-ME FILHO

PARA ME TORNAR PAI

Entre os humanos, a relação pais-filhos se deve à geração biológica; mas já o baptismo como que interrompe esta relação demasiado estreita. O sacramento da iniciação cristã recorda-nos que o recém-nascido não pertence aos pais que o geraram, não é propriedade deles, mas é uma criatura sui generis e sui iuris: não

pertence somente à família, mas também ao género humano e à família que é Igreja.

Portanto, o homem nasce numa comunidade, numa comunhão. E é já muito bom que os filhos consigam honrar os seus pais, respeitar o

tronco de onde procedem, as raízes da sua própria vida; em suma: que consigam plenamente declarar-se filhos. Porque, no fundo, há o seu quê de trauma em não sermos criadores de nós mesmos, em descobrirmos que fomos lançados neste planeta sem sermos tidos nem achados. A vida foi-nos não somente dada, mas, mesmo imposta, tal como, aliás, o próprio nome que trazemos. Isto é sinal inequívoco de que ninguém é senhor da sua própria vida, mas depende totalmente, pelo contrário, da vontade de outrem.

Hoje custa-nos peculiarmente reconhecê-lo, mas talvez tenha estado aqui precisamente o primeiro pecado: em não conseguir admitir que devo a outrem a minha existência, que sou devedor da própria vida, em não ser capaz de reconhecer que a minha essência, a minha vida, a minha liberdade, o meu nome, os meus talentos, tudo me vem de longe e de fora e nunca me será possível tomar posse das minhas origens.

Se hoje experimentamos uma difusa inaptidão para nos tornarmos pais, testemunhas da vida, é precisamente porque nos falta coragem de nos assumirmos como filhos. É significativo que, ao mesmo tempo, tudo aponte, antes, para o facto de sermos e nos descobrirmos todos irmãos, com os mesmos direitos. Uma afirmação que, em si, não constitui certamente um mal, mas que deveria, em todo o caso, ser relativizada, até porque a fraternidade não nos torna necessariamente melhores ou nos preserva de errar. Uma sociedade de irmãos não é, por si só, necessariamente, mais pacífica, livre de guerra, de concorrência, de conflitualidade. O que gostaria aqui de pôr em destaque é que talvez estejamos a viver uma fase de transição de uma sociedade «paterna» para uma sociedade «fraterna».

Elmar Salmann in A Vitalidade da Benção, pg 102-106, Ed. A.O. Jan. 2017 Igreja Paroquial de S. João de Deus Rua Brás Pacheco, n.º 4, 1000-074 Lisboa Tel.: 21 843 74 50 – 926213053

Director: Cónego Carlos Paes Internet: www.paroquiasaojoaodeus.pt E-mail: [email protected]

N.º 2446 • Ano 64º • 25 E 26 DE MAIO de 2019 DOMINGO VI DA PÁSCOA

Act 15, 1-2. 22-29 ● Ap 21, 10-14. 22-23 ● Jo 14, 23-29 O ESPÍRITO SANTO Deus nunca se despede; é sempre o Emanuel,

Deus connosco. Volta sempre outra vez. Por isso, ao partir para o Pai, Jesus promete ficar. Estabelece entre nós a sua morada eleita e faz da Igreja a sua Cidade Santa. Nós somos as pedras vivas da cidade em construção. O cristão é o tabernáculo sagrado, onde Cristo mora, «tenda do testemunho», aberta a quem o procurar.

Cristo vive na Igreja, habita nela, casa de Deus, divina construção que o Pai lhe confiou: "Se alguém me ama faremos nele a nossa morada" e habitará entre nós. O Amor exige presença, pede vida e comunhão. Não conhece distâncias, nem suporta ausências.

O Prior Pe. Carlos Paes

Prox. Dom. Ev. Jo 13, 31-33a. 34-35

VIVAMOS ESCUTANDO SEMPRE A PALAVRA DE DEUS

TRÊS PASSOS PARA VIVERMOS A PALAVRA

1. Escutar a palavra de Deus em Igreja: a Escritura não é algo privado, temos de escuta-la em comunhão de Igreja, junto com os grandes testemunhos desta Palavra, desde os primeiros padres até aos santos de hoje; junto com o magistério de hoje. A palavra está viva na liturgia; é um lugar privilegiado de escuta, onde o Senhor fala connosco, se põe em nossas mãos e nos dispõe para o escutar. Um lugar privilegiado para escutar juntos a palavra é a liturgia dominical, na qual o Senhor nos fala e se faz presente na eucaristia. A palavra de Deus é sustento e vigor da Igreja: por isso, tem uma força imensa escutá-la, juntos, no dia do Senhor.

2. Conhecer a Cristo por meio da Palavra: Cristo dá-se a conhecer na sua pessoa, na sua vida e na sua doutrina por meio da palavra de Deus. Neste momento histórico em que tantas palavras chegam ao ouvido dos homens é necessário educarmo-nos na leitura e meditação da Palavra. Que todos os homens de quem nos aproximamos na nossa vida vejam que as palavras de Jesus são Espírito e Vida. Temos de saber dar Graças ao Senhor, porque através da palavra O conhecemos; conhecemos que há uma palavra viva que é luz no meio de tanta obscuridade, no meio de tantos problemas, para os quais não vemos tradução. A palavra oferece-nos saídas, caminhos reais de vida e de amor.

3. Conhecer a Cristo para vencer o laicismo: confiando no poder da Palavra de Deus. Perante o desafio do laicismo, próprio da nossa sociedade, temos de meditar cada dia na palavra, faze-la oração, de tal modo que nos convertamos em testemunhas verdadeiras de Cristo. Acolhendo na nossa vida a palavra, saberemos explicar com o nosso testemunho e com as nossas palavras essa verdade que nos faz maiores diante dos homens. Temos de conservar o gosto pela palavra de Deus; aprenderemos a amar todos os que encontremos no nosso caminho e a ser interpelação verdadeira, pois a palavra de Deus é o fundamento de tudo; é a verdadeira realidade.

+Carlos Car.Osorio - Arcebispo de Madrid

ACTIVIDADES NA SEMANA DE 20 A 26 DE MAIO LER E REZAR A BÍBLIA - Segunda-feira, 18,30h ORAÇÃO DE TAIZÉ - Segunda-feira, 21,30h GRUPO “DA SAGRADA FAMÍLIA” - Segunda-feira, 18,00H - Quarta-feira, 19,00H CONVÍVIOS FRATERNOS - Terça-feira, 20,00h CURSO DE PREP. PARA MATRIMÓNIO - Terça-feira, 21,00h TERÇAS DE ORAÇÃO - Terça-feira, 19,00h LEGIÃO DE MARIA - Quarta-feira, 15,30h - Quinta-feira, 16,00h RENOVAMENTO CARISMÁTICO - Quarta-feira, 21,00h ULTREIAS - Quinta-feira, 21,30h AJUDA-CRISTÃ -Quinta-feira, 15,30h ORAÇÃO DAS MÃES - Quarta-feira, 16,00h GRUPO DE JOVENS -Quinta-feira, 19,00h MEDITAÇÃO CRISTÃ - Terça-feira, 20,00h - Sexta-feira, 21,30h CONVÍVIO CRISTÃO - Sexta-feira, 15,30h ALCOÓLICOS ANÓNIMOS - Terça e Quinta-feira, 12,00h - Domingo, 11,00h NARCÓTICOS ANÓNIMOS - Sábado - 18,00h COMEDORES ANÓNIMOS - Segunda-feira, 19,00h FAMÍLIAS ANÓNIMAS - Segunda-feira, 18,30h CONFERÊNCIA- ESPIRITUALIDADE E ORAÇÃO DE STA.TERESA - Sábado, 17,00h no auditório