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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA Vozes docentes: O olhar cotidiano sobre a inclusão Por: Paulo Vinícius Barbosa Orientador: Profª Maria Esther de Araújo Co-orientadora: Profª Giselle Böger Brand SÃO GONÇALO 2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

Vozes docentes: O olhar cotidiano sobre a inclusão

Por: Paulo Vinícius Barbosa

Orientador: Profª Maria Esther de Araújo

Co-orientadora: Profª Giselle Böger Brand

SÃO GONÇALO

2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

VOZES DOCENTES: O OLHAR COTIDIANO SOBRE A

INCLUSÃO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Educação Especial e Inclusiva

Por: Paulo Vinícius Barbosa

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, a minha esposa

Daniela, aos professores colaboradores

e a Orientadora: Profª Maria Esther de

Araújo a Co-orientadora: Profª Giselle

Böger Brand.

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DEDICATÓRIA

Dedico a Ivanir, minha mãe, amiga de

todas as horas.

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RESUMO

O presente trabalho tem a finalidade de gerar uma reflexão sobre a

relação docente e a Educação Inclusiva. Trataremos desde do processo de

implementação de políticas inclusivas a partir de documentos legais nacionais

e internacionais, como a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a

Declaração Mundial Sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990), a

Declaração de Salamanca (Espanha, 1994) e a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (BRASIL, 1996) , a Convenção da Guatemala ( 2001),

entre outros , seus principais marcos e os desafios ,como a discriminação e a

segregação de alunos com necessidades educativas especiais

.Perpassaremos pela diferenciação dos conceitos de inclusão e integração

escolar ,terminando com discussão das práticas docentes frente aos alunos

PNEEs e as dificuldades enfrentadas pelos educadores para lidar com o

processo inclusivo na escola , sem materiais adequados , ou cursos de

formação específicos e por fim observaremos como este profissional se

articula com a comunidade escolar em favor do atendimento à diversidade

dos alunos PNEEs tendo em vista a sua formação humana e profissional,

construída através de uma proposta de formação voltada para a educabilidade

dos alunos, ampliando a conscientização a conscientização dos educandos

tornando a sala de aula um espaço de reflexões e criação de relações de

colaboração com os colegas, pensando o outro como ser humano, com a

mesma capacidade e os mesmos direitos.

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METODOLOGIA

Para a realização da observação da práxis docente com PNEEs do

Ensino Fundamental, optou-se pela coleta de dados (observação e entrevista)

e pesquisa bibliográfica baseada em autores como Mantoan (1997), Paulo

Freire (2000) Crochík (1997), Tardif (2002), Vasconcelos (2005), Veiga (2006),

entre outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I ..................................................................................................... 10

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: HISTÓRIA E LEGALIDADE ................................. 10

1.1Inclusão: Principais marcos ..................................................................... 11

CAPÍTULO II .................................................................................................... 20

INCLUSÃO: INTEGRAR OU INCLUIR? ......................................................... 20

2.1 Ação inclusiva : o respeito as diferenças ............................................. 23

2.2 O projeto politico pedagógico e a inclusão ........................................... 26

CAPÍTULO III ................................................................................................... 29

INCLUSÃO E A PRÁTICA DOCENTE ............................................................ 29

3.1 As vozes docentes: desafios da Inclusão.............................................. 33

CONCLUSÃO .................................................................................................. 37

ANEXOS .......................................................................................................... 38

Anexo 1 >> Plano de pesquisa; ....................................................................... 38

Anexo 2 >> Modelo de perguntas; ................................................................... 38

ANEXO 1 ......................................................................................................... 39

ANEXO 2 ......................................................................................................... 41

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 42

WEBGRAFIA ................................................................................................... 45

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INTRODUÇÃO

Diante da temática “A prática docente na Educação Inclusiva” o presente

estudo visa observar como o professor da escola regular se relaciona com o

processo inclusivo.

Esta pesquisa inicia-se a partir de questionamentos da minha própria

prática como educador, que após de quinze anos atuando com a educação

infantil, aceitei o desafio de lecionar para a terceira etapa do primeiro ciclo

fundamental. Uma turma com trinta alunos e destes quatro eram PNEEs.

Inúmeras barreiras acompanharam o processo: a falta de estrutura da

escola, pais despreparados e a minha falta de experiência em lidar com esta

nova clientela.

Assim, partindo de tal situação, buscamos através deste trabalho analisar

o cotidiano de outros profissionais, observando as suas práticas seus relatos e

o que eles pensam sobre a inclusão de PNEEs na escola regular e os entraves

que são enfrentados para a efetivação de uma sociedade inclusiva, como

condições precárias de trabalho, o número elevado de alunos por turma,

espaço físico inadequado, o despreparo para ensinar PNEES, resistência dos

pais que preferem manter os filhos em instituições especializadas temerosos

de que sejam discriminados no ensino regular.

A Educação inclusiva transforma a escola em um espaço para todos. Ela

favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos

podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar. A

inclusão escolar é um tema bastante debatido pela sociedade tendo seus

defensores e seus críticos, assim como Bueno (1999, p.9), que diz que a

implantação da educação inclusiva demanda , por um lado ousadia e coragem,

mas por outra prudência e sensatez, tanto na organização escolar e na ação do

educador quanto, nos estudos que buscam criticar e encontrar soluções para a

educação inclusiva no ambiente escolar. Educação inclusiva, portanto, significa

educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar, pois com a inclusão

as diferenças não são vistas como problema, mas como diversidade e esta

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diversidade auxilia na ampliação de visão de mundo no desenvolvimento

oportunidades de convivência.

A Educação inclusiva é um caminho importante para compreender a

diversidade mediante a construção de uma escola que proporcione uma

proposta pedagógica para os PNEEs que atenda às necessidades de cada um,

principalmente àqueles que correm risco de exclusão em termos de

aprendizagem e participação na sala de aula, portanto o professor torna-se

importante, pois caberá a ele criar uma atmosfera acolhedora na classe, mas

isso não quer dizer que a responsabilidade seja só do educador, o docente não

deverá estar sozinho, necessitará de uma rede de apoio, na escola e fora dela,

para auxilias no processo inclusivo.

Neste cenário, acompanharemos como se processam os atendimentos

docentes, as suas relações sócio afetivas e compreensões das especificidades

dos PNEEs com objetivos de Refletir cotidianamente sobre o processo

inclusivo escolar, apresentar um breve histórico do processo inclusivo e as leis

que o regimentam, Tecer de forma abreviada sobre o conceito de inclusão

contrapondo com o conceito de integração, observar a prática docente junto

aos PNEEs através de uma reflexão sistemática sobre a formação docente em

que o ensino para alunos com necessidades educacionais especiais seja

presente no currículo, com estágios de regência voltados à proposição de

resolução de aprendizagem destes alunos na escola comum, contribuindo para

um repertório de habilidades sociais a situações novas e no incentivo da

formação continuada que contribui na modificação de conceitos, podendo

favorecer a inclusão no ensino comum de alunos com necessidades

educacionais especiais, reconhecendo as diferenças individuais de cada aluno.

A educação inclusiva necessita de professores prontos a enfrentar as

adversidades cotidianas demando sensibilidade dos mesmos É necessário ter

uma a formação adequada, mas acima de tudo estar acessível à inclusão,

entendo enquanto ator no processo inclusivo.

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CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: HISTÓRIA E LEGALIDADE

O acesso à escola é direito todos, e não pode ser limitado a uma parcela

da sociedade, porém ainda existem escolas não aceitam alunos com algum

tipo de necessidade especial. Este tema é debatido e combatido por inúmeros

setores e pouco a pouco esse cenário está mudando principalmente com a

criação de leis que inibem tais práticas.

Há anos os PNEEs de algum tipo de deficiência eram segregados do

contexto escolar e de todo convívio social quer seja por imposição de algum

setor ou pelos próprios familiares com vergonha ou medo de rejeição. Neste

contexto surge a Educação Especial para atender este grupo, sendo acolhidos

Inicialmente em espaços específicos para cada tipo de necessidade longe das

escolas regulares, pois ainda não se pensava em escola inclusiva.

Buscando um melhor atendimento para os PNEEs, baseada na premissa

de que Toda a pessoa tem direito à educação. “A Educação deve ser gratuita,

pelo menos a correspondente ao nível elementar fundamental. O ensino

elementar é obrigatório”. (Artigo 26, Declaração Universal dos Direitos

Humanos, 1948) deu-se, a partir de 1990, Jomtien a criação da Declaração

Mundial de Educação para Todos. Vemos em 1994 a construção da

Declaração de Salamanca, na Espanha reforçando esta ideia de educação

para todos, de uma escola para todos.

[...]escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Aquelas deveriam incluir crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos desvantajados ou marginalizados. (Declaração de Salamanca, 1994).

Na década de 70 no Brasil começa o movimento, de aceitação e

adequação por parte de algumas escolas. Segundo o Ministério da Educação

(MEC) no Brasil, o atendimento às pessoas com necessidades especiais

começou na época do Império com a implantação do Imperial Instituto dos

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Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto

dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação

dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. Já o início do século XX é

fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento

às pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação

de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro

atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na

Sociedade Pestalozzi.

1.1 Inclusão: Principais marcos

Segundo o MEC – Ministério da Educação- existem várias leis que

servem de parâmetros para Educação Inclusiva.

1854 – Imperial Inst. dos Meninos Cegos – IBC

1961 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no. 4024/61-

direito dos excepcionais à educação, preferencialmente dentro do sistema geral

de ensino.

1988 – Constituição Federal, Artigo 205 – Educação como um direito de

todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania

e a qualificação para o trabalho. O Art. 206 estabelece “igualdade de condições

de acesso e permanência na escola”... Oferta de Atendimento Educacional

Especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).

1990 – ECA – Lei nº 8069/90.

1990 – Declaração Mundial de Educação para Todos.

1994 – Declaração de Salamanca.

1994 – Política Nacional de Educação Especial – processo de “integração

institucional” que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular

àqueles que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as

atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os

alunos ditos normais”.

1996 – LDB no. 9394/96, art. 59 preconiza que os sistemas de ensino

devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização

específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade

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específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do

ensino fundamental, em virtude de suas deficiências e; a aceleração de

estudos aos superdotados.

1999 – Decreto nº. 3298 que regulariza a Lei 7853/89 ao dispor sobre a

Política Nacional para Integração da Pessoa com necessidades especiais,

define a educação especial como modalidade transversal a todos os níveis e

modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação

especial ao ensino regular.

2001 – Resolução CNE/CEB no. 2/2001, no art. 2º. Determina: Os

sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas

organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades

educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma

educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).

2001 – Plano Nacional de Educação – PNE Lei 10172/2001, “o grande

avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma

escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”.

2003 – MEC cria o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade

visando transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais

inclusivos.

2004 – Ministério Público Federal divulga o documento O Acesso de

Alunos com Deficiências às Classes Comuns da Rede Regular (reafirmando o

direito e os benefícios da escolarização nas turmas do ensino regular).

2006 – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,

aprovado pela ONU. Assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os

níveis de ensino.

2007 – Plano de Aceleração do Crescimento – PAC é lançado o Plano de

Desenvolvimento da Educação – PDE, reafirmado pela Agenda Social de

Inclusão de PNEEs, tendo como eixos a acessibilidade arquitetônica dos

prédios escolares, a implantação de salas de recursos e a formação docente

para o atendimento especializado.

Podemos afirmar que as leis têm como foco principal preservar os direitos

dos alunos com necessidades educativas especiais, porém para a realização

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dos aspectos abordados é preciso que além de políticas públicas

comprometidas e viabilizadas, uma ação conjunta da escola objetivando

oferecer condições adequadas para o desenvolvimento do processo ensino e

aprendizagem destes indivíduos respeitando direitos básicos.

[...] em vez de se sublinhar a ideia da integração, acompanhada da concepção de que se devem introduzir medidas adicionais para responder aos alunos especiais em um sistema educativo que se mantém, nas suas linhas gerais inalterado, há os movimentos que visam à educação inclusiva, cujo objetivo consiste em reestruturar as escolas, de modo a que respondam às necessidades de todas as crianças. (Ainscow 1997, p.13)

Ao nos apropriarmos destes parâmetros norteadores seremos capazes de

construir uma educação reflexiva e libertadora na qual professores e alunos,

formarão juntos um espaço democrático e agregador pautado no respeito e

igualdade, com educadores comprometidos com os alunos, revendo seus

métodos, atitudes, e as estratégias de atendimento aos PNEEs .

Tal comprometimento exige ainda a participação de toda equipe

educacional visando atender as demandas culturais, políticas e sociais dos

alunos na escola, valorizando suas aprendizagens.

Porém, é importante observar a realidade escolar, principalmente no que

se refere à acessibilidade, mobiliário, recursos pedagógicos, programas de

capacitação docente, que também são peças importantes no processo

inclusivo.

As diretrizes para a Educação Inclusiva apontam para a possibilidade de

construção de um trabalho coletivo e solidário entre professores e alunos,

minando o processo exclusivo de nossas escolas, “(...) criando e recriando,

integrando-se às condições de seu contexto, respondendo aos seus desafios,

transcendendo-se, fazendo história”, como destacado por Freire (1994, p.49).

Para tal acontecimento é preciso assim como Harvey (1992, p.184)

priorizar uma organização escolar mais democrática e menos hierárquica, que

unirá interesses por meio de um processo dialógico de toda equipe da escola

na interlocução de suas ações, teorias discutidas, maneiras de apropriação,

caminhos e alternativas pedagógicas.

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Nesse sentido teremos uma educação inclusiva, como princípio

fundamental das escolas inclusivas com aponta a Declaração de Salamanca e

suas Linhas de Ação (1994, p.11):

[...] em que todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, da utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades.

A Declaração de Salamanca aponta para as possibilidades da inclusão na

escola como alternativa para o atendimento educacional dos alunos PNEEs,

sendo importante a adequação do espaço escolar, para que este venha a se

tornar um espaço inclusivo que atenda a todos os alunos com mais qualidade.

No entanto, há ainda barreiras a serem superadas para a efetivação de

“escolas inclusivas”, os próprios parâmetros legais utilizados para nortear

mostram contradições ou brechas, que tornam esta a implementação lenta e

em muitos casos inexistente. Sabemos da necessidade do fazer pedagógico

inclusivo nas escolas e de sua urgência, porém é preciso que haja vontade

política e pedagógica, como afirma Costa (2005, p. 67):

[...] a questão posta aos profissionais que atuam na educação dos alunos com deficiência é pensar a própria concepção de educação especial, uma vez que ela contém a ideia de discriminação, de segregação, de barbárie, de exclusão escolar, social e cultural dos alunos com deficiência. Pensar sobre isso pode ser revolucionário, pois, aquele que pensa opõe resistência, embora constatando que, para os profissionais da educação especial, é mais cômodo seguir a correnteza, ainda que se declare estar contra ela. Assim, é necessário cada vez mais comprometimento político por parte dos profissionais da educação e do Poder Público com a formação dos professores.

Nesse sentido, Adorno (1995, p. 140) levanta questões importantes como

educar, para quê? Ou formação para quê?, Pois, que:

[...] a intenção não é discutir para que fins a educação ainda é necessária, mas sim: para onde a educação deve conduzir? A intenção é tomar a questão do objetivo educacional em um sentido muito fundamental, ou seja, que tal discussão geral acerca do objetivo da educação tenha preponderância frente à discussão dos diversos campos e veículos da educação.

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Uma vez que o modelo educacional permanece engessado no passado,

ou seja, uma educação baseada na eficiência, abrindo mão do

desenvolvimento humano, os PNEEs estarão à mercê da discriminação e a

segregação social imposta na escola, na qual o aluno tem de se adequar ao

ensino regular.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), em seu art. II, diz que:

Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades [...], sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Preconceito, mitos e medos não podem ser motivo de privação da

liberdade individual do aluno, caso se apresentem tais situações na escola, as

mesmas devem ser enfrentadas através de uma reflexão sistemática.

Crochík (1997) analisa o preconceito, afirmando não ser nato, e sim

manifestado pelo indivíduo, ou seja, “está presente à interferência dos

processos de socialização, que obrigam o indivíduo a se modificar para se

adaptar” (p.15).

Mas, como não desenvolver atitudes preconceituosas? O autor mostra

uma solução, visto que:

[...] leva o indivíduo a desenvolver preconceitos, ou não, é a possibilidade de ter experiências e refletir sobre si mesmo e sobre os outros nas relações sociais, facilitadas ou dificultadas pelas diversas instâncias sociais, presentes no processo de socialização. A qualidade da ação dessas instâncias – família, escola, meios de comunicação de massa – se refere como elas tratam com os tateios infantis e as fantasias a eles associadas no conhecimento do mundo. (p.16)

Desta forma, há possibilidade de se contribuir para que o preconceito não

se manifeste, ou que pelo menos, os docentes reflitam sobre suas ações nas

instituições que apresentem atos preconceituosos, pois quando o docente

mostra atitude de igualdade e respeito, estimula a interação e a aprendizagem

dos alunos.

O preconceito contra PNEE pode ser percebido ao longo dos anos

principalmente nas nomenclaturas dadas pela sociedade e algumas diretrizes

tratando-os por excepcionais, defeituosos, débeis mentais, portadores de

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deficiência, portadores de necessidades especiais entre outras nomeações de

acordo com a necessidade e o momento histórico.

O caráter preconceituoso na escola pode ser explicado segundo Amaral

(1995, p.120).

[...] pode estar lastreado na aversão ao diferente, ao mutilado, ao deficiente – os estereótipos daí advindos serão: o deficiente é mau, é vilão, é asqueroso... ou o preconceito pode ser baseado em atitude de caráter comiserativo, de pena, de piedade: o deficiente é vítima, é sofredor, é prisioneiro e assim por diante.

Precisamos ter uma escola que atenda às diferenças, sem discriminar,

sem trabalhar à parte com alguns, sem estabelecer regras específicas para se

planejar, para aprender, para avaliar (currículos, atividades, avaliação da

aprendizagem). Não cabe só a inserção de alunos com necessidades

especiais, mas rever e reverter a atual situação de nossas escolas, marcadas

pelo fracasso e pela evasão. Inserimos hoje em nossas unidades de ensino,

grupo de PNEEs desmotivados, infelizes, marginalizados pelo insucesso e com

baixa autoestima resultante da exclusão escolar e da sociedade – alunos que

são vítimas de seus familiares, de seus professores, esses alunos fogem ao

protótipo da educação formal.

A Declaração de Salamanca (1994) afirma que “que a educação para as

pessoas com deficiência deve ser assegurada como parte integrante do

sistema educativo” (p.1), sendo, a educação um direito fundamental; e que

deve ser dado a todos os alunos inclusos, oportunidades de conseguir e

manter um nível aceitável de aprendizagem, respeitando suas especificidades,

interesses, capacidades e necessidades, construindo a ação pedagogia

centrada no PNEE.

Seguindo este pensamento a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, 9.394 de dezembro de 1996, afirma que é direito de Todos ao acesso

à educação, e que é garantido aos PNEEs à mediação do ensino através de

professores com especialização adequada, formados inicialmente e/ ou

capacitados para atuar com e fazer integrar esses alunos nas classes comuns.

(p.3)

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Essa afirmação vem de encontro a Constituição Federal Brasileira de

1988 em seu Título III, DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE

EDUCAR, artigo 4º, inciso III (1998, p.41), que diz: “Educandos com

necessidades especiais são aqueles que possuem necessidades incomuns e,

portanto, diferentes dos outros alunos no que diz respeito às aprendizagens

curriculares compatíveis com suas idades”.

O Plano Nacional de Educação (2001) destaca, no capítulo da Educação

Especial, que o grande avanço dos últimos tempos para a educação deveria

ser a construção de uma escola inclusiva, que garantisse o atendimento à

diversidade humana e, para tal define 28 (vinte e oito) objetivos e metas como

norte para que os Estados e os Municípios elaborem seus planos de modo a

efetivar ações em prol da educação na perspectiva inclusiva, ou seja, educação

que atenda os alunos em sua singularidade.

O Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008 dispõe sobre o

atendimento educacional especializado, e regulamenta o parágrafo único do

Art. 60 da LDBEN nº 9394/1996.

A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais tem

avançado, pelo menos quantitativamente, em razão dos dispositivos legais que

estabelecem a matrícula compulsória. Porém, há necessidade de estudos que

avaliem esses dados para verificar a permanência e a evolução, ou não, da

aprendizagem desses alunos, e a formação dos professores (AEE) que

responda a essa demanda.

Ao observar uma crescente evolução quanto às questões sobre inclusão,

principalmente no que se refere aos aspectos legais. No entanto, temos muitos

desafios a enfrentar em relação à inclusão, principalmente no que diz respeito

ao preconceito, entendemos que estes alunos, dentro do ambiente escolar,

causam grande preocupação para os educadores, e é sabido que a maioria

dos alunos que fracassam na escola são crianças que não vieram do ensino

especial, mas certamente acabarão nele!

É importante ressaltar que as mudanças necessárias para a inclusão

escolar não são inatingíveis e que temos meios para realiza-las. Essas

transformações já estão sendo implementadas em algumas escolas públicas e

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particulares, que abraçaram a tarefa de se tornarem espaços inclusivos

,utilizando teorias educacionais pós-modernas e multiculturais.

Existem outras bases pedagógicas que podem ser meios facilitadores

para a implantação do processo inclusivo escolar, a própria LDB já indica

algumas delas em seu texto, quando se refere, por exemplo, a novos critérios

para a formação de turmas, planos de desenvolvimento individualizado,

respeitando a identidade social e cultural dos PNEEs, participação ativa dos

pais nas decisões da escola entre outras ações.

A escola deve se preparar para trabalhar com a diversidade, valorizando

todos os alunos como indivíduos singulares e capazes de estar e fazer uma

sociedade diferente, em que todos tenham direitos e deveres com um objetivo

único: o conhecimento.

As políticas educacionais constituem um olhar sobre as diferenças, a

diversidade e a inclusão, porém a inclusão real está longe de acontecer, uma

vez que ela não se restringe às pessoas com deficiência, e sim a todos os

atores que não têm possibilidades de estar, de uma forma ou de outra,

inseridos no âmbito educacional. Apesar de se falar em educação para todos,

temos que analisar como essa educação vem acontecendo e se ela está

realmente preparada para incluir a todos sem deixar dúvidas no que se refere a

um trabalho inclusivo, pois educação inclusiva não está ligada apenas à

instituição de ensino está ligada segundo Gallo (1999) ao entrelaçamento entre

os conteúdos didáticos e prática social, ampliando os conteúdos de sala de

aula para o todo, o universo social, tornando, então, a educação algo realmente

significativo.

Sabemos aceitar a alunos com necessidades especiais faz com que a

escola seja considerada um espaço inclusivo. Para que a escola seja

considerada inclusiva é preciso que ela tenha não só uma estrutura física

adequada, mas, sobretudo, um entendimento de todos as nuances que

possibilitam a integração do PNEE no cotidiano escolar. Isso envolve uma

maior atenção com a escolha do material didático, as atividades a serem

aplicadas, com a observação do recreio, hora do lanche, entre outras. É

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primordial entendermos que é a escola que deve se adaptar ao PNEE e não o

oposto.

Vale Ressaltar que os dispositivos legais auxiliam compreender e

construir diferentes ideias pedagógicas sob as políticas educacionais

inclusivas, contudo, é preciso ter clareza que não é a legislação que define, por

si só, um projeto inclusivo, mas sim a forma como o mesmo se materializa na

unidade de ensino, mas a criação de leis não garante as condições

necessárias para a sua efetivação.

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CAPÍTULO II

INCLUSÃO: INTEGRAR OU INCLUIR?

Com vimos no capítulo anterior é sabido que as pessoas devem usufruir

dos mesmos direitos e deveres sendo ofertada as mesmas condições tanto

para PNEEs como para os outros alunos , logo a escola , que é vista como um

espaço de construção democrática deve fazer parte deste processo. Mas

afinal, nossas escolas integram ou incluem os alunos com necessidades

especiais?

Se pensarmos em uma escola que integre deveremos compreender que a

integração é “um fenômeno complexo que vai muito além de colocar ou manter

PNE em classes regulares. É parte do atendimento que atinge todos os

aspectos do processo educacional” (Pereira, 1980, p. 3).

A palavra integração é definida como: “[Do latim integratione] 1. Ato ou

efeito de integrar ( se ) . 2. Ação ou política que visa integrar um grupo as

minorias raciais, religiosas, sociais, etc. (...) “ Ferreira (1986, p.954 )

A integração também pode ser definida:

Como aquele que tem por objetivo incorporar física e socialmente as pessoas portadoras de deficiência, a fim de usufruírem dos bens socialmente produzidos, habilitando-as, oferecendo-lhe os instrumentos contemporâneos para o exercício da cidadania (Freire, 1997 apud Machado, 1988, p. 13).

A ideia de integração deu-se na Espanha na década de 80. Uma visão de

escola mais democrática baseada em uma metodologia que abrangia tanto os

alunos sem quanto os alunos com alguma necessidade especial.

O projeto de educação espanhola iniciou-se , em 1985,com a adesão

voluntária das escolas compromissadas em aceitar forma de majoritária o

projeto sugerido por parte dos professores e dos pais; integrar dois alunos com

necessidades educacionais na pré-escola e na primeira série do Ciclo I. Já

para a administração escolar cabia à redução do número de alunos por classe

entre 20 e 25; envio de materiais adequados às escolas; participação de dois

professores de apoio à escola no primeiro ano, e um terceiro professor, e um

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fonoaudiólogo ao longo dos quatro anos seguintes; eliminação das barreiras

arquitetônicas que impedem a integração dos deficientes físicos; orientação

das equipes de profissionais para uma dedicação especial para os centros que

optaram pelo projeto de integração; garantia de estabilidade para os

professores dos referidos centros durante três anos de realização do projeto.

A integração do aluno PNEE dependeria principalmente da construção de

relações dialéticas dentro da comunidade escolar discutindo desde a sua

chegada, sua aceitação por parte dos demais membros da comunidade até o

seu desenvolvimento no ambiente escolar, construindo uma prática menos

segregadora e menos preconceituosa. Assim como afirma Osório (1999, p.9)

que diz que “A integração não é só do portador de deficiência, mas de todas as

crianças da escola. Ela tem duas mãos, e não apenas o sentido de adaptação

dos alunos com necessidades especiais”.

No Brasil adotou-se uma linha de pensamento diferente da que deu-se na

Espanha tais como o número excessivo de alunos nas salas, o tipo de

metodologia adotada, o encaminhamento para as escolas, as salas de aula

sem condições de trabalho, a desinformação, despreparo e a não capacitação

dos profissionais , acompanhada de práticas preconceituosas na qual a criança

precisa se adaptar ao sistema de integração brasileiro altamente segregador

que exclui crianças deficientes que podem nunca estar "preparadas" ou

suficientemente "reabilitadas" para serem aceitas numa sala de aula da rede

regular de ensino tradicional.

Falvey (1990) define a integração como um processo natural, mas as

práticas segregativas já incorporadas pela sociedade funcionam como

impedimentos da interação do diferente à sociedade.

Portanto integrar significa muito mais do que inserir um aluno PNEEs

no convívio social, no entanto, tal movimento por muitas de nossas escolas

evidenciam o fracasso do ensino, pois isola os alunos incapazes e integra

somente os que não são considerados um desafio à sua competência.

Há inúmeras barreiras para a realização do processo inclusivo, sabemos

que existindo leis que garantam tal ação, a mesma demandará de modificações

profundas no sistema de ensino. Para (Bueno, 1998) essas mudanças deverão

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levar em conta o contexto socioeconômico, além de serem gradativas

planejadas e contínuas para garantir uma educação de ótima qualidade.

A inclusão necessita de mudança de valores, reflexões profundas de

diretores, professores, alunos pais, porém não será uma transformação fácil,

pois precisa levar em conta as especificidades destes alunos.

A (Declaração da Salamanca 1994) diz que todos os alunos devem

aprender juntos, sempre que possível independente das dificuldades e

diferenças que apresentem, então não podemos privar nossos discentes da

oportunidade de aprender e principalmente conviver de forma igualitária dando

suporte adequado para o desenvolvimento do aluno como observamos na Lei

de Diretrizes e Bases em 1996, refere-se sobre estar "preferencialmente"

incluída, mas também haverá quando necessários serviços de apoio

especializado na escola regular .

Estamos engatinhando no processo inclusivo, já alcançamos algumas

metas como a Resolução n.2/2001 que instituiu as Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial na Educação Básica, que visa universalização e atenção à

diversidade, na educação sendo recomendada a matrícula de todos os alunos

cabendo à escola organizar-se para atender o aluno com necessidades

educacionais especiais, todavia a realidade vivenciada nas escolas é bem

diferente da realidade almejada pela legislação.

Entendemos que mudanças são fundamentais para a realização do

processo inclusivo nas escolas, mas será preciso o esforço de toda a

comunidade escolar, para que a escola possa ser vista realmente como um

espaço democrático e respeitoso, deixando de lado seu caráter discriminatório.

No entanto, para que isto se efetive é preciso criar um pensamento

educativo, gerando a longo prazo benefícios para o PNEE, independente das

dificuldades, a escola deve gerar oportunidades adequadas para o

desenvolvimento do aluno.

Barreiras políticas e práticas pedagógicas precisarão ser revistas para

que estas levem em conta tempo aprendizagem e as limitações do aluno,

também será preciso focar em novas tecnologias, capacitação, atualização,

sensibilização, dos educadores que atendem esta clientela, além da

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restruturação dos currículos e metodologias tornando-os mais flexíveis, levando

em conta a particularidade de cada aluno.

O processo inclusivo não cabe só à escola, mas é de responsabilidade de

toda a sociedade, logo, é importante que a escola esteja aberta para sugestões

favorecendo assim, a construção do processo de inclusão escolar.

A inclusão é um processo longo e delicado que necessita ser analisado,

com responsabilidade e senso crítico, pautado nas legislações, discussões e

reflexões da comunidade escolar, visando um ensino mais justo, dando voz as

capacidades e necessidades dos PNEEs criando um espaço amoroso e

igualitário, um ambiente salutar, agregador e disseminador de propostas para

um melhor atendimento dos PNEEs.

Sabemos que Incluir não é simplesmente inserir o PNEE na escola,

necessita acolher aluno, independente de suas características é considerar que

as pessoas são seres singulares, diferentes uns dos outros e não podem ser

categorizadas (Santos, 2008). Portanto, sobre a realidade atual das práticas

educacionais inclusivas e sobre os desafios necessários ás suas

implementações ressaltam se a importância de uma discussão, uma reflexão e

de um posicionamento com o acesso de todas ás necessidades que cada

discente.

2.1 Ação inclusiva : o respeito as diferenças

Sabemos que valorizar as diferenças no espaço escolar vai além de

cumprir leis, é demonstrar, através de ações educativas e reflexivas, atos de

igualdade, afetividade, companheirismo e respeito.

Ao longo dos anos segregarmos os alunos com necessidades educativas

especiais em “instituições especializadas”, excluindo-os do convívio social. Ao

sair destes espaços rumo a escola regular, estes alunos trazem consigo

inúmeros desafios para a instituição de ensino : adequação do espaço ,a

construção de uma nova metodologia que atenda as especificidades do

discente, e, principalmente a aceitação das diferenças .

Os esforços da escola enquanto espaço inclusivo construir um espaço

reacional dentro da lógica igualitária, com princípios liberais, tendo como

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mediadores deste processo os professores que, junto com a comunidade

escolar, construirão uma educação plural e democrática.

Logo, a escola precisará desenvolver políticas educacionais que não

sejam exclusivas e efetivadas apenas para uma minoria, pois essas políticas e

as práticas educativas devem valorizar cada educando em sua “subjetividade”

e “intersubjetividade”. Cabe neste olhar mencionar sobre o Multiculturalismo de

Taylor (1994), denominado por alguns de pluralismo cultural, que se refere à

diversidade de culturas num determinado local, como uma cidade ou um país,

onde não ocorre prevalência de uma cultura sobre a outra. Ao consideramos a

pluralidade cultural, romperemos com valores tradicionais gerando uma

convivência harmônica com o diferente.

O conceito de respeito às diferenças na escola não pode ser entendido

como “dar um atendimento diferenciado” aos PNEEs, mas desenvolver um

ambiente padronizado, na qual todos são tratados iguais.

Entendemos que o respeito às diferenças é um dos alicerces da

Educação Inclusiva, porém muitos Docentes e algumas equipes escolares

demonstram não ter consciência dessa distinção. Assim, como:

A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças. (MAHONEY, 2002 in: DESSEN, POLONIA, 2007, p. 7).

Alguns discursos podem até contemplar o respeito às diferenças, porém

PNEEs são tratados de forma diferenciada, sendo a padronização do ensino

para os demais alunos. Esta visão não á preconizada pela Educação Inclusiva,

sendo a sua a principal função o desenvolvimento e aprendizagem do aluno a

partir da heterogeneidade.

Um professor inclusivo reconhece e respeita todas as diferenças,

limitações e necessidades cada PNEEs. A Inclusão rompe velhos paradigmas,

revolucionando a instituição escolar, defendendo o princípio de que todos os

alunos podem e devem aprender. Para tanto, é necessário ter uma visão

holística da situação. Atitudes dinâmicas, flexíveis, lúdicas, abrangentes, que

se distanciem do limitado, do separatista, atitudes voltadas para uma escola

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cidadã, livre de preconceitos, limitações, em que a diferença seja realmente

valorizada.

Contudo, a instituição escolar, necessita reformular seu olhar para sobre

a inclusão, construindo uma educação voltada para a ética e para a cidadania,

construindo e reconstruindo valores que fazem as pessoas tornarem-se mais

humanas. "Numa educação ética, é preciso resgatar e incorporar os valores

solidariedade, de fraternidade, de respeito às diferenças de crenças, culturas e

conhecimentos, de respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos."

(SIEGEL, 2005, p. 41).

Devemos buscar uma escola que valorize a cultura, que respeite o

espaço e tempo de aprendizagem, que tente conhecer o aluno incluso como

pessoa, dentro de um novo contexto educacional.

O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na decorre, portanto,

das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos na

escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade

dos alunos.

Para o sucesso da Educação Inclusiva é importante que as várias

instâncias que fazem parte deste processo dialoguem e desenvolvam de ações

e decisões cooperativas relevantes para que se tenha uma escola que produza

em todos os seus atores uma boa conduta em relação aos alunos inclusos,

além de comportamentos morais e éticos que sirvam de exemplo para toda

sociedade.

Portanto, o professor necessita desenvolver os conceitos de igualdade,

respeito e democracia, a educação é um instrumento básico para o exercício

da cidadania e para o desenvolvimento dos educandos, entendendo que a é

um espaço vivo de formação para todos. O educador é um agente de

transformação social, logo, junto com a comunidade escolar, precisarão traçar

estratégias que levem os alunos a mudança de hábitos e atitudes, construindo

um pensamento reflexivo pautado no respeito às diferenças. A escola inclusiva

deve estar preparada para um novo tempo. Portanto:

A sociedade e a escola, mais os professores na sala de aula, devem estar preparados e capacitados para poder tratar e conviver com a diferença. Isso equivale a dizer que a instituição deve estar provida

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de recursos humanos e materiais que possam permitir uma solução adequada para a indisciplina, para a desatenção e para cada outro caso do âmbito em que se desenvolve o processo educacional. O aluno que apresenta um problema qualquer merece sentir-se acolhido, valorizado, incluído e não simplesmente tolerado, no seu grupo. (FELTRIN, 2007, p. 15-16).

É hora, de rever a estrutura da escola em todos os sentidos, pois

instituição é importante para o desenvolvimento intelecto-cultural, sociocultural,

logo não deve fazer acepção de pessoas.

2.2 O projeto politico pedagógico e a inclusão

Entendemos para que haja de forma palpável uma escola inclusiva, esta

deverá desenvolver um Projeto Politico Pedagógico autônomo e

descentralizado, definido pela comunidade escolar e que venha ao encontro

aos interesses dos alunos principalmente os PNEEs. Este projeto

fundamentará ações pedagógicas que visão equacionar demandas escolares.

O Projeto Político Pedagógico permite desenvolver reflexões de saberes

importantes dentro de uma prática educativa que combata a discriminação

frente aos alunos com necessidades educativas espaciais, tornando-o

instrumento social e político da escola.

Os professores, juntamente com a comunidade escolar, devem discutir os

principais pontos constituintes do Projeto Político Pedagógico que explicitarão

os interesses e desejos dos docentes, com metas correspondentes às

necessidades da escola; proporcionando a construção de alunos autônomos,

cidadãos com pensamento crítico.

Precisamos pensar o Projeto Político Pedagógico dentro da perspectiva

inclusiva, na qual os alunos são tratados de forma igualitária com respeito à

diversidade cultural. Santos e Lopes (In: MOREIRA, 1991, p. 36 – 37) citam a

importância de considerar a diversidade cultural ao elaborar o Projeto Político

Pedagógico, como uma tentativa de atenuar a desigualdade tão presente em

nossas Instituições de ensino:

Reconhecendo-se a importância de o espaço escolar ser utilizado para fortalecer e dar voz aos grupos oprimidos na sociedade, impõe-se como tarefa primordial dos educadores trabalhar no sentido de reverter essa tendência histórica presente na escola, construindo um projeto pedagógico que expresse e dê sentido à diversidade cultural.

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O PPP da escola precisa ser uma ação consciente e organizada tendo em

vista o comprometimento com múltiplas necessidades sociais e culturais,

pensando e repensando práticas inclusivas, buscando coletivamente

alternativas que contemplem a diversidade educacional na atualidade.

O projeto deve levar em conta a comunidade a que pertence, entendendo que

a escola como espaço de dimensão política comprometida com a formação do

cidadão crítico. O PPP tem sua intencionalidade política, ou melhor,

intencionalidade inclusiva na Educação, aproxima-se das ideias de Saviani

(2003), Veiga (2005), Gadotti (2006), ao destacar que os princípios norteadores

do Projeto Político-Pedagógico como um processo educativo não dissociado do

processo democrático em suas ações planejadas pela escola.

A nova clientela acolhida pela escola demanda intencionalidades e

finalidades que envolvam maior participação e reflexão coletiva impulsionando

a criação de propostas diferenciadas de atendimento, logo os docentes têm um

grande desafio, pois os PNEEs estão na escola, mas não incluídos

verdadeiramente devido às singularidades quanto aos processos intelectuais

que apresentam.

A ideia de inclusão deve estar embutida nas metas do PPP, configurando

novas praticas e estimulando a participação coletiva num diálogo entre ensino

regular e ensino especial possibilitando maior abertura para os PNEEs tendidos

pela escola.

Um Projeto Político Pedagógico debatido conjuntamente e construído não

garante à escola que a mesma se torne uma instituição inclusiva, mas

seguramente permitirá que seus indivíduos criem uma consciência coletiva

responsável.

Seguindo esta linha, vemos que o Projeto Politico Pedagógico deverá ser

pensado a partir do conceito de cidadania e respeito às diferenças, cuja

questão fundamental será definir ações pedagógicas mais conscientes e

coerentes com princípios éticos. A instituição escolar deveria ser vista como um mecanismo de disseminação, de socialização e de reconhecimento dos

direitos os PNEES, um espaço de construção da cidadania e da democracia.

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A cidadania é desta forma, o exercício de uma prática inegavelmente política e fundamentada em valores como a liberdade, a igualdade, autonomia, o respeito á diferença e as identidades, a solidariedade, a tolerância e a desobediência a poderes totalitários. (GENTILI e ALENCAR, 2003, p.75).

A noção de cidadania, dentro do ambiente escolar, deve ser vista como

mediadora e não difusora de direitos.

Pode-se utilizar o termo cidadania e estar pensando em uma sociedade efetivamente livre. Trata-se do conteúdo concreto das intenções (objetivos) e dos termos. Conteúdo este que não é um construto meramente subjetivo, mas a tradução conceitual de um determinado processo real. Por isso mesmo não podemos nos fiar apenas em boas intenções, nem atribuir aos termos o conteúdo que quisermos. Assim, se utilizarmos o termo cidadania para designar o objetivo maior, entendendo que ela significa uma comunidade real e efetivamente emancipada, estaremos confundindo emancipação política e emancipação humana: estaremos ignorando que cidadão não é homem em sua integralidade, mas apenas como membro da comunidade política. (TONET, 2005, p.122).

O Projeto Politico Pedagógico pode ser entendido como um instrumento

que auxilia a escola diante dos desafios cotidianos, de forma mais

sistematizada, isto implica em ações intencionais e conscientes que

correspondem às reais necessidades da comunidade escolar.

O Projeto Político pedagógico deve servir de instrumento de ação e

transformação. Deve atender as necessidades da escola, e não apenas um

documento. Como garante (VASCONCELLOS, 2005):

[...] um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica, científica, e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da escola.

Acreditamos que a escola inclusiva deve apresentar um Projeto Político

Pedagógico coerente, definindo as práticas pedagógicas adotadas, com um

olhar atento as questões sociais, politicas e culturais, construído a partir da

união de profissionais, alunos e familiares. Acreditamos que as escolas tem se

empenhado neste sentido para garantir uma ação educativa digna de uma

escola, que abrace a todos os seus alunos, com comprometimento, esforço e

participação do coletivo, em prol do desenvolvimento das relações humanas de

igualdade e respeit

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CAPÍTULO III

INCLUSÃO E A PRÁTICA DOCENTE

Quando falamos em incluir nos deparamos com reações de oposição ou

medo por parte de inúmeros professores, evidenciados através de

questionamentos e queixas, sentimentos de incapacidade para atender esta

nova clientela.

As “vozes docentes” estão imersas em oceano preconceituoso cercado

de desculpas para justificar o seu fracasso – alguns alegam que a equipe

pedagógica não auxilia que não tem material adequado, que não sabe

trabalhar com crianças especiais, que a sua formação não capacitou para

trabalhar com alunos inclusos, que a turma é grande e não há professor de

apoio para me auxiliar.

Há outras situações que auxiliam a fala destes docentes: a baixa

remuneração que prejudica o bom desempenho, visto que inúmeros

profissionais agregam dupla ou tripla jornada de trabalho e muitos destes

educadores são pais e cumprem a quarta jornada em casa com seus filhos.

Muitos docentes reclamam da falta de estrutura das escolas, vários deles

acreditam que a escola não consegue atender minimamente alunos sem

necessidades, muitos não possuem mobiliário digno, material didático

deficitário, algumas estão em ruinas colocando em risco a vida de todos que

usufruem dela, logo se não há condições para proporcionar um ensino de

qualidade para os sem necessidades especiais os PNEEs não poderão ser

atendidos, visto que a educação inclusiva é algo custoso, cabendo

intervenções estruturais nas escolas: construção de rampas, banheiros

adaptados, salas de recursos, material didático que atenda as necessidades de

cada aluno, transporte adaptado, professores de apoio e outros gastos que

principalmente as prefeituras menores não conseguem cumprir, alegando falta

de verba para a realização dessas operações nas escolas.

Vemos professores perdidos, sem saber como diante do aluno incluso,

alguns buscam respostas, outros simplesmente caem no comodismo,

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limitando-se a aplicar folhas de desenho, dar brinquedos ou algo que o deixe

entretido até tocar o sinal de saída, pois o PNEE é aquele objeto que reflete

toda a incapacidade e insegurança do docente para enfrentar a situação.

“Muitos”, por terem turmas gigantescas, sentem-se castigados, dizem que

receberam um “presente de grego”, por tal infortúnio deixa aquele aluno

inocente, talvez avido por novas descobertas, que poderiam ser

proporcionadas pelo educador é posto no canto da sala sem o mínimo de

atenção. Luz & Gesser alerta para:

A tomada de consciência por parte dos professores formadores a respeito da importância de refletir sobre suas ações poderia contribuir para a formação de cidadãos críticos, reflexivos e comprometidos efetivamente com a educação. (2007, p.23).

Esbarramos ainda na falta de capacitação docente, muitos possuem só

formação pedagógica (antigo curso normal) , e sendo a educação inclusiva

algo novo , muitos não tiveram disciplinas que os auxiliassem em sua prática.

Há ainda falta de cursos de capacitação , quando o tem, é incompatível com a

carga horária do professor impossibilitando de fazê-lo.

A falta de material didático é algo que permeia tanto alunos com

necessidades especiais e alunos sem necessidades, porém a falta de material

específico limita muito o raio de ação do educador principalmente com alunos

cegos, ou com deficiências motoras.

Outro aspecto abordado é a ausência ou pouca participação da equipe

pedagógica que, em inúmeros casos possuem pouca ou nenhuma experiência

com educação inclusiva ,muitas destas equipes não se envolvem ,deixando o

professor solitário, sem um norte, entregue ao seu próprio conhecimento e

suas pesquisas individuais.

Entendemos que a educação inclusiva necessita de um espaço adequado

que proporcione novas descobertas para o PNEE, que aguce a sua

personalidade e a sua forma de lidar com o mundo, seu jeito de interagir com a

realidade que o mundo lhe apresenta, e que neste espaço inclusivo tenha um

professor dedicado, curioso e avido para proporcionar os estímulos

necessários para o desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno, por fim, um

espaço com boa alimentação, proteção e amparo, um ambiente rico, próprio

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para o desenvolvimento de atitudes de superação e respeito. Surpreendente

para se sobressair aos percalços que a realidade impõe

Ao contrário das dificuldades citadas anteriormente, existem profissionais

dedicados, professores pesquisadores, que buscam soluções mesmo com

pouco ou nenhum recurso Luz & Gesser acreditam que é possível “um

professor ser pesquisador, inclusive na sua própria sala de aula [...] pesquisar é

desenvolver um olhar, é assumir uma postura, um olhar que não é o da ação.”

(2007, p.20).

O educador comprometido desenvolve um olhar sensível para

compreender o outro, sabe respeitar as especificidades dos alunos, mesmo

com dificuldades operacionais que inúmeras vezes atrapalham o trabalho

docente.

O professor engajado enxerga soluções nas adversidades, não há espaço

para o “não sei”, “não consigo”, “não sou capaz”, “não tenho ajuda” entre

outros. O educador busca desenvolver estratégias facilitadoras para a sua

prática.

Sabemos que a educação inclusiva é bastante desafiadora e que às

vezes não alcançaremos os resultados esperados ou só alcançaremos a longo

prazo, mas que isso não seja motivo para frustrações. É preciso entender que

na Educação Inclusiva cada avanço, ainda que pequeno, é um avanço.

O professor criativo procura ampliar seu repertório de ações e recursos

para auxiliar as diferentes necessidades que surgirem na sala de aula, porém

nem sempre é possível atender a todos os alunos seja ele com ou sem

necessidades. Todo professor deveria ser picado pelo bichinho do incômodo

diante de um desafio, de algo que exigisse maior esforço e compromisso.

Precisamos inovar buscar novos conhecimentos, pois todo saber

adquirido será empregado em sua prática inclusiva em sala no atendimento

aos PNEEs. É importante também compartilhar os conhecimentos adquiridos,

trocar experiências com outros docentes e com a equipe pedagógica, pois há

sempre alguém que pode agregar novas informações para facilitar sua relação

com os alunos inclusos, auxiliando a repensar propostas de mudanças que

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podem mexer com seus valores e crenças e até transformar a sua prática

profissional.

O professor inclusivo entende que o trabalho realizado com os PNEEs

deve ser diversificado e flexível, abordando vários níveis de compreensão,

Nunca evidenciando ou comparando alunos que possuem habilidades e

potencialidades diferentes. Sempre busca elogiar e incentivar todos os alunos

especiais ou não, além de desenvolver atividades como: dinâmicas, filmes,

músicas e vivências grupais, sem cobranças e limitações.

Entendemos que vivemos um momento de “falência educacional”, com

recursos escassos e espaços precários, pras precisamos tentar desenvolver

nosso trabalho adaptando os recursos disponíveis. Existem educadores que

desenvolvem trabalhos maravilhosos com origami e sucata. Este é só um

exemplo do que um educador engajado é capaz de realizar.

A inclusão está à porta, porém para que ela se estabeleça é preciso rever

políticas e práticas pedagógicas que favoreçam o processo inclusivo. A escola

necessita desenvolver um novo olhar para suas relações com o processo de

ensino, levando em conta as especificidades de cada aluno.

O percurso inclusivo necessita de repensar práticas, fazer uso de novas

tecnologias, buscar a utilização de currículos e metodologias mais flexíveis e

Investir em propostas de diversificação de conteúdos e práticas que podem

auxiliar o professor na melhoraria das relações entre professor e alunos e no

melhor desenvolvimento dos PNEEs.

Por fim o docente precisa entender e saber avaliar constantemente os

alunos inclusos, valorizando metas, dando ênfase a qualidade do

conhecimento e não na quantidade, priorizando a criatividade, o espirito de

grupo e a participação do aluno.

Esta pesquisa da voz a vozes que trabalham dia -a- dia e conhecem o

chão da escola, mas que as angustias e vitórias sejam compartilhadas e

utilizadas como forma de incentivo para superar os obstáculos e construir uma

educação de qualidade e mostrar que podemos tirar a educação inclusiva da

utopia e traze-la para a realidade.

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3.1 As vozes docentes: desafios da Inclusão

Para preservar a privacidade das professoras entrevistadas, foram

usados pseudônimos. Algumas características das docentes são demonstradas

no quadro a seguir:

Pseudônimo Formação Tempo de atuação no magistério

Função

Margarida Pós em Atendimento Educacional Especializado

25 anos Professora

Rosa Curso: Formação de professores Ensino Médio

12 anos Professora

Hortência Curso: Formação de professores Ensino Médio

3 anos Professora

Eufrásia Curso: Formação de professores Ensino Médio

2 anos Professora

De acordo com o quadro, das quatro professoras entrevistadas apenas

uma tem formação superior.

Procuramos através dos relatos entender as concepções das professoras

de acordo com os parâmetros pré-estabelecidos nas entrevistas divididas em

dois pontos. O primeiro refere-se ao olhar das docentes sobre inclusão escolar;

o segundo trata da formação inclusiva dos professores.

Em relação ao primeiro ponto que questionou as professoras sobre seu

entendimento de inclusão escolar, obtivemos as seguintes respostas:

“Qual o papel do professor dentro do processo inclusivo?” Hortência: “Levar o aluno incluso a se sentir motivado em aprender.”. Rosa: “Ajudar o aluno no processo de se adaptar a nova realidade.”. Eufrásia: “Integrar o aluno no “meio”, sem que o mesmo se sinta excluído, mas, consciente de suas “necessidades”.”. Margarida: “Ele é o principal responsável pelo processo de inclusão” “A escola inclui ou integra os PNEEs?”

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Hortência: “Sim.” Rosa: “Ainda não inclui, temos muitas dificuldades ainda.”. Eufrásia: “Integra, pois nem todas estão adaptadas para o mesmo.”. Margarida: “Em alguns casos inclui em outros não, em alguns só serve como deposito.”. “Para você, um aluno incluso consegue aprender igual ao outros alunos?” Hortência: “Às vezes, mas é um processo longo.”. Rosa: “Não, quer dizer, depende da dificuldade de cada um.”. Eufrásia: “Dependendo de sua “deficiência”, do suporte, orientação e dedicação recebidas, sim.” Margarida: “Dependendo do grau de comprometimento de sua deficiência.”.

Nas falas dos educadores podemos notar que o conceito de Inclusão já

está abitando suas mentes, observado na resposta da professora Eufrásia, que

define resumidamente o conceito de inclusão: “Integrar o aluno no “meio”, sem

que o mesmo se sinta excluído, mas, consciente de suas “necessidades””.

Esse conceito converge com as ideias colocadas por Mantoan (2006) que

afirma que incluir é: “de modo a reconhecer e valorizar as diferenças, sem

discrimina-los alunos nem segregá-los” (p.15), exceto pela professora Rosa

que afirma que papel do educador é “Ajudar o aluno no processo de se adaptar

a nova realidade.”.

Entendemos que a educação inclusiva necessita de parcerias para que

aconteça de fato, precisa ir além do movimento docente é preciso que haja

diálogo entre professores, equipe pedagógica e comunidade.

Outro ponto observado diz respeito a qualificação docente , apontada por

teóricos como um entraves para uma inclusão de qualidade. Para tal,

realizamos as seguintes perguntas:

“Você possui formação para atuar com alunos inclusos?” Hortência: “Não.” Rosa: “Sim.”

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Eufrásia: “Apenas uma noção, adquirida durante o curso de formação de professores.”. Margarida: “Sim, pós em Atendimento educacional especializado.”. “Você se sente capacitado (a) para trabalhar com alunos especiais?” Hortência: “Não.” Rosa: “Precisamos sempre nos aperfeiçoar em todo o tempo, mas me esforço para trabalhar da melhor maneira com eles.”. Eufrásia: “Não.” Margarida: “Todos os alunos são especiais, quanto aos alunos com necessidades educativas especiais na maioria dos casos, sim.”. “É disponibilizado para vocês cursos de capacitação voltados para o atendimento dos PNEEs?” Hortência: “Não.” Rosa: “Não.” Eufrásia: “Sim.” Margarida: “Para os professores de apoio e para os professores de AEE.”. “Em sua formação acadêmica você teve alguma disciplina que lhe auxiliou em suas ações com os PNEEs?” Hortência: “Não, curso normal não tinha.”. Rosa: “Não, eu fiz cursos de formação.”. Eufrásia: “Sim: O básico.”. Margarida: “Não, só com a especialização.”.

Vemos que a Margarida possui nível superior, as demais, curso normal,

porém para todas é disponibilizado cursos de formação para atendimento

inclusivo. É importante pensar a formação desses docentes e refletir sobre o

processo de inclusão, considerando que o trabalho com alunos com

necessidades educativas especiais, nas classes regulares, necessita de

parceria de todos os profissionais da escola, constituída de cumplicidade e

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responsabilidades, nas maneiras de ensinar e aprender. Além do investimento

em cursos é fundamental preparar a escola, ter um ambiente propício com

recursos materiais, recursos humanos qualificados, equipe de apoio a

aprendizagem e apoio da família e para a família.

De acordo Tardif (2002), a aprendizagem dos professores ocorre também

com na prática cotidiana, na qual o docente vai construindo saberes através da

vivencia. Porém esta construção se dá de forma precária na instituição

pesquisada, vemos um grande esforço dos profissionais e o empenho dos

mesmos, que mesmo esbarrando na falta de recursos, muitos adaptam

materiais, ou investem do próprio bolso.

Apesar das limitações, vemos a ação educativa dos professores que

criam mecanismos com o uso de diversos materiais e de recursos pedagógicos

alternativos, possibilitando o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos

alunos de maneira crítica e reflexiva, pois, segundo Crochík (1997, p.37):

Os limites humanos indicam uma dialética: é marca de a humanidade superá-los, mas para isso devem ser reconhecidos e não desprezados. Os limites, a fragilidade, quando não implicam em sofrimento, são belos e devem ser admirados pela humanidade que representam. Assim, a deficiência deveria nos lembrar não as dificuldades de enfrentar os limites, mas a convivência com o que é humano e próprio a todos.

Há ainda a falta de professores de apoio especializado para atender a

grande demanda da escola, que é uma das poucas da rede que possui sala de

recursos em funcionamento, que, infelizmente, só atende no turno da manhã,

por não ter um profissional que atenda os alunos no período da tarde. Outro

ponto notado diz respeito à acessibilidade, só há um banheiro adaptado na

instituição e este está localizado no primeiro andar, dificultando o acesso da

aluna cadeirante da escola, que precisa deslocar-se do terceiro andar para o

primeiro com certa dificuldade. A escola estuda não é a única com desafios,

mas busca organiza-se para diminui-los, entretanto a sua comunidade é

acolhedora e seus alunos são carinhosos e atenciosos com todos

principalmente com os alunos inclusos que são tratados de forma igualitária.

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CONCLUSÃO

A Educação Inclusiva Escolar superou inúmeros desafios, porém,

precisamos avançar mais, para isto faz-se necessário à união de vários setores

da sociedade para Juntos pensarmos a escola de “para todos”. O processo

inclusivo é comunitário, parte do professor que necessita ser um ser

comprometido, buscando sempre novos conhecimentos fazendo da escola um

instrumento garantidor de acesso e permanência dos alunos PNEEs como

percebemos na instituição pesquisada, na qual os docentes, sempre que

possível, participam de cursos de capacitação.

A Instituição Educacional recebe pouco investimento para a melhoria da

infraestrutura, materiais pedagógicos, causando frustração e insatisfação dos

professores, no entanto buscam alternativas para superar as limitações,

constroem novos caminhos para tornar sua sala um espaço significativo para

os alunos com necessidades educacionais especiais.

Um dos elos do processo inclusivo é o professor, para que não haja

desgaste ou este elo se quebre faz-se necessário ouvir a voz docente, apoia-lo,

mostra que o ele não realiza uma caminhada solitária no processo inclusivo.

Logo é importante que a equipe pedagógica, ouça seus lamentos e dúvidas,

proporcione de troca de experiências com outros e, principalmente trabalhar

em conformidade em prol de uma educação de qualidade que inclua e não

segregue.

Tentamos, através deste trabalho, não apontar caminhos e soluções

prontas, as respostas são encontradas no dia –a –dia, por meio de erros e

acertos, porém, através desta pesquisa podemos refletir sobre nossa prática

enquanto escola frente à Educação Inclusiva e seus desafios cabe ao

professor, junto com a comunidade escolar, proporcionar um ambiente salutar,

criativo e democrático, sendo verdadeiramente uma “escola especial” para

todos.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Plano de pesquisa;

Anexo 2 >> Modelo de perguntas;

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ANEXO 1

Digite seu Plano de Pesquisa aqui, salve o arquivo e depois copie e cole no formulário do PLATOR.

TEMA (Fato ou fenômeno a ser estudado)

A prática docente na educação inclusiva.

TÍTULO (Nome do estudo de acordo com o

conteúdo)

Vozes docentes: O olhar cotidiano sobre a inclusão.

PROBLEMA

(Questão central a ser enfocada em seu estudo escrita sob a forma de

pergunta)

Como o professor da escola regular lida com o processo inclusivo?

JUSTIFICATIVA (Razão ou motivo do trabalho)

Depois de quinze anos atuando com a educação infantil, aceitei o desafio de lecionar com a terceira etapa do primeiro ciclo fundamental. Uma turma com trinta alunos e destes quatro eram especiais.

Inúmeras barreiras acompanharam o processo: a falta de estrutura da escola, pais despreparados e a minha falta de experiência em lidar com esta nova clientela.

Assim, partindo de tal situação, buscamos através deste trabalho analisar o cotidiano de outros profissionais, observando as suas praticas, seus relatos e o que eles pensam sobre a inclusão de alunos especiais na escola regular, um tema bastante debatido pela sociedade tendo seus defensores e seus críticos, assim como Bueno(1999,p9)que diz que” a implementação da educação inclusiva demanda , por um lado ousadia e coragem ,mas por outro prudência e sensatez”, tanto na organização escolar e na ação do educador quanto nos estudos que buscam criticar e encontrar soluções para a educação inclusiva no ambiente escolar.

Neste cenário, acompanharemos como se processam os atendimentos docentes, as suas relações sócio afetivas e compreensões das especificidades dos PNEEs.

OBJETIVO GERAL

(Propósito central de seu estudo)

Refletir cotidianamente sobre o processo inclusivo escolar.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS (Outros objetivos que seu trabalho

pretenda)

Apresentar um breve histórico do processo inclusivo e as leis que o regimentam; Tecer de forma abreviada sobre o conceito de inclusão contrapondo com o conceito de integração; Observar a prática docente junto aos PNEEs.

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HIPÓTESE (Possível resposta ao problema

acima formulado)

Ou

QUESTÕES SECUNDÁRIAS

(Em caso de estudo exploratório)

Através de uma reflexão sistemática sobre a sua prática docente e a sua importância enquanto ator no processo inclusivo.

DELIMITAÇÃO (Especificação do objeto de estudo e onde o mesmo será estudado)

Observação da práxis docente com PNEEs do Ensino Fundamental.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS (Como pretende desenvolver o trabalho? Enfocar detalhes da

amostra, metodologia empregada e referências bibliográficas)

Para a realização do trabalho optou-se pela coleta de dados (observação e entrevista), pesquisa bibliográfica para embasamento teórico nos apropriaremos das falas de Mantoan, Arthur Guimarães, Paulo Freire entre outros.

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ANEXO 2

1-Qual o papel do professor dentro do processo inclusivo?

2-A escola inclui ou integra os PNEEs?

3- Você possui formação para atuar com alunos inclusos?

4- Você se sente capacitado (a) para trabalhar com alunos especiais?

5- É disponibilizado para vocês cursos de capacitação voltados para o

atendimento dos PNEEs?

6- Em sua formação acadêmica você teve alguma disciplina que lhe auxiliou

em suas ações com os PNEEs?

7-Para você, um aluno incluso consegue aprender igual ao outros alunos?

8-. Você considera que as atividades aplicadas nas aulas são apropriadas para

os PNEEs?

9-Você acredita que as crianças inclusas se desenvolvem melhor na escola

regular, na escola especial ou necessita das duas?

10-O convívio com os outros alunos se dá de forma harmoniosa?

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