artigo segregação

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  A SEGREGAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E A LUTA PELO DIREITO À MORADIA: em foco a ocupação do setor Monte Sinai em Araguaína - TO João Manoel de Vasconcelos Filho 1  Fátima Maria de Lima 2  Gerson Gomes do Nascimento 3  Resumo: O estudo em tela aborda uma problemática que se tornou comum em todo o espaço urbano brasileiro, qual seja a questão da luta pelo direito à moradia. Aqui também se discute sobre a segregação socioespacial, questão bastante visível na paisagem urbana das cidades brasileiras. Demonstra-se que há uma nítida relação entre o processo de segregação socioespacial com a negação do direito à moradia, tendo como conseqüência a negação do direito à cidade. O estudo tem como foco principal o Setor “Monte Sinai”, uma área de ocupação irregular nas cercanias da cidade de  Araguaína  TO. Palavras-chave: Segregação socioespacial, direito à moradia, espaço urbano. Abstract: The study in screen approaches a problem that became common in all the Brazilian urban space, which be the question of the fights by the right to the dwelling. Here also it is discussed about the segregation socioespacial, visible enough question in the urban landscape of the Brazilian cities. Shows-itself that there is a sharp relation between the trial of segregation socioespacial with the denial of the right to the dwelling, having like consequence the denial of the right to the city. The study has like main focus the Sector "Monte Sinai", an area of irregular occupation in the proximities of the city of  Araguaína  TO. Key words: Segregation socioespacial, right to the dwelling, urban space. 1  Mestre. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected] 2  Mestre. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected] 3  Mestre. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. E-mail: [email protected]. 

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  • A SEGREGAO SCIO-ESPACIAL E A LUTA PELO DIREITO MORADIA: em

    foco a ocupao do setor Monte Sinai em Araguana - TO

    Joo Manoel de Vasconcelos Filho1

    Ftima Maria de Lima2

    Gerson Gomes do Nascimento3

    Resumo: O estudo em tela aborda uma problemtica que se tornou comum em todo o espao urbano brasileiro, qual seja a questo da luta pelo direito moradia. Aqui tambm se discute sobre a segregao socioespacial, questo bastante visvel na paisagem urbana das cidades brasileiras. Demonstra-se que h uma ntida relao entre o processo de segregao socioespacial com a negao do direito moradia, tendo como conseqncia a negao do direito cidade. O estudo tem como foco principal o Setor Monte Sinai, uma rea de ocupao irregular nas cercanias da cidade de Araguana TO. Palavras-chave: Segregao socioespacial, direito moradia, espao urbano. Abstract: The study in screen approaches a problem that became common in all the Brazilian urban space, which be the question of the fights by the right to the dwelling. Here also it is discussed about the segregation socioespacial, visible enough question in the urban landscape of the Brazilian cities. Shows-itself that there is a sharp relation between the trial of segregation socioespacial with the denial of the right to the dwelling, having like consequence the denial of the right to the city. The study has like main focus the Sector "Monte Sinai", an area of irregular occupation in the proximities of the city of Araguana TO. Key words: Segregation socioespacial, right to the dwelling, urban space.

    1 Mestre. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected]

    2 Mestre. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected]

    3 Mestre. Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio Grande do Norte. E-mail:

    [email protected].

  • 1. INTRODUO

    Como se sabe a cidade capitalista extremamente desigual, ou seja, constituda

    de segregaes e fragmentaes que se consolidam em sua paisagem urbana. Espaos

    diferenciados abrigam classes sociais desiguais. As classes dominantes, por seu turno,

    possuem maior poder de mobilidade no espao urbano, o que leva a transformar mais

    fortemente esse espao, enquanto as outras classes vo se organizando de acordo com as

    articulaes que possuem, manifestadas, principalmente, nas entidades civis de direitos do

    cidado.

    Desse modo, as associaes de moradores, e outras organizaes lutam por uma

    melhoria da qualidade de vida na cidade. Buscam, assim, um modelo de cidade onde a

    justia social se faa presente.

    O presente estudo versa sobre o socioespacial, relacionando-a com a questo da

    moradia. Inicialmente se discute sobre o processo de segregao como sendo o resultado

    das relaes capitalistas sobre as classes sociais, entendendo que esta gama de relaes

    se estabelecem sobre o espao urbano, tornando-o estremamente desigual.

    Em outro momento faz-se uma abordagem das polticas pblicas habitacionais que

    foram historicamente implementadas ao longo do espao urbano brasileiro. Demonstrando

    seus percalos, limitaes, bem como a atuao do Estado brasileiro no que tange a essas

    polticas.

    2. CONSIDERAES SOBRE O PROCESSO DE SEGREGAAO SCIO-ESPACIAL

    O processo de segregao socioespacial segundo Corra (1999), conceitualmente

    surge com a Escola de Chicago, primeiramente com Robert Park e a seguir com

    Mackenzie, que define como uma concentrao de tipos de populao dentro de um dado

    territrio.

    Na cidade capitalista a segregao est relacionada s diferenas de classes e a

    localizao destas no espao urbano. neste espao que se verifica como as classes

    utilizam e se apropriam de espaos localmente diferenciados. Quem pode pagar mais

  • escolhe onde e como morar. Aqui surge tambm uma dura realidade das cidades brasileiras

    que a questo da habitao.

    Nesse sentido, os grupos que detm o poder na cidade pode escolher o padro da

    residncia que deseja ocupar, bem como a rea onde fixar sua moradia. Rodrigues (1994)

    afirma que a terra urbana no Brasil, a partir de 1850, tornou-se mercadoria. Ao longo do

    tempo ela vem ganhando valores elevados, e quanto mais escassa mais cara.

    A despeito das polticas pblicas habitacionais, historicamente, elas reproduzem e

    referendam o processo de segregao socioespacial, pois as moradias populares, regra

    geral, so produzidas muito distante da rea central da cidade e por conseguinte dos

    servios urbanos que a sociedade necessita.

    A segregao assim redimensionada aparece com um duplo papel, o de ser um meio de manuteno dos privilgios por parte da classe dominante e o de um meio de controle social por esta mesma classe sobre os outros grupos sociais(...) (CORRA, 1999, p.64)

    O que se observa o descaso do Estado brasileiro, que deixou de cumprir seu papel

    nas questes sociais, justamente por ter abandonado essa poro significativa da sociedade

    deste pas. Nesse sentido, ao se afastar da sociedade, o Estado refora seu modelo

    neoliberal, avolumando ainda mais a problemtica social urbana.

    A segregao seria um processo em que ocorre uma organizao espacial baseada

    no surgimento de reas homogeneizadas em seu contedo interno e reas dspares em

    relao ao conjunto da cidade. A esse respeito o autor comenta:

    As diferenas sociais entre estas reas uniformes devem-se essencialmente ao diferencial da capacidade que cada grupo social tem em pagar pela residncia que ocupa. Em outros termos, as reas uniformes refletem, de um lado, a distribuio da renda da populao, e de outro, o tipo de residncia e a localizao da mesma em termos de acessibilidade e amenidades. Em realidade, a segregao parece constituir-se em uma projeo espacial do processo de estruturao de classes, sua reproduo, e a produo de

    residncias na sociedade capitalista. (CORRA ,1997, p. 131 - 132)

    As diferenas existentes entre os grupos sociais so tambm projetadas no espao

    urbano no momento em que os grupos sociais dominantes tm direito de escolher como e

    onde morar, o residual fica para queles que no tm acesso terra urbana e nem a

    habitao. Dois produtos extremamente caros no mbito do sistema capitalista.

  • 3. AS POLTICAS PBLICAS HABITACIONAIS E O DISCURSO DO DIREITO MORADIA NA CIDADE CAPITALISTA

    H algumas dcadas discute-se sobre a problemtica habitacional no mbito do

    territrio brasileiro, notadamente na circunscrio do seu espao urbano. O direito moradia

    tem-se revelado cada vez mais ausente para uma ampla parcela da sociedade brasileira. A

    lei do mercado profundamente seletiva, ou seja, o direito concedido pelas regras do

    capital.

    Em termos de Brasil, segundo Bonduki (2004), as origens de polticas pblicas

    habitacionais foram permeadas por um carter populista, principalmente, nas dcadas de

    1930, 1940, 1950, e em todo perodo governado pelos militares. Durante a era Vargas,

    segundo, este autor o Brasil esteve prximo de formular uma poltica habitacional

    consistente, mas os planos foram atropelados por interesses polticos e econmicos

    corporativistas, o que obstaculizou a implementao de diversos programas habitacionais.

    Um dos problemas apontados pelo autor que os Institutos criados para solucionar o

    problema habitacional no tinham esse objetivo em sua essncia. Sendo assim os IAPs

    (Institutos de Aposentadoria e Previdncia Social), e as CAPs (Caixas de Aposentadoria e

    Penses), tinham como propsito garantir seguridade social para os seus beneficirios,

    notadamente, no que diz respeito a questo da aposentadoria. A habitao no era, em

    essncia, sua preocupao.

    [...] Embora tenham sido as primeiras instituies pblicas de envergadura a tratar da questo habitacional, os Institutos de Aposentadoria e Penses criados os anos 30 para cada categoria profissional sempre relegaram essa atividade a um segundo plano em relao s suas finalidades precpuas, isto , proporcionar benefcios previdencirios (aposentadorias e penses) e assistncia mdica.

    (COHN, 1981, apud BONDUKI, 2004, p.101)

    Desse modo, compreende-se que efetivamente, a habitao sempre foi tratada como

    segundo plano nos institutos e caixas previdencirios, a importncia era dada aos recursos

    no sentido de capitalizar cada vez mais esses rgos, para fins de previdncia social e para

    o uso do governo em outros programas governamentais. Nas palavras de Bonduki (2004),

  • os recursos desses institutos s puderam ser utilizados para fins de construo de moradias

    com a Revoluo de 1930, em resposta ao artigo 2 do decreto 19.469, de 17/12/1930.

    A despeito das polticas pblicas habitacionais implementadas pelo Estado brasileiro,

    o problema da moradia continua presente. Entretanto, a questo habitacional vai alm do

    dficit, pois a crise da moradia no puramente conjuntural, mas apresenta uma

    defasagem funcional de carter estrutural, embora, contraditoriamente, a moradia seja um

    componente essencial na reproduo da fora de trabalho. (SILVA, 1989, p. 32)

    Enquanto isto, tais polticas tm se mostrado ineficientes e ineficazes para

    acompanhar a dimenso que a questo em discusso alcanou. De acordo com o IBGE,

    2007, os ndices demonstram que o dficit habitacional brasileiro da ordem de 7,2 milhes

    de moradias.

    Recentemente o governo federal lanou um grande programa habitacional

    denominado minha casa, minha vida, onde pretende construir um milho de unidades

    habitacionais em todo o pas. Entretanto, o programa j vem recebendo crticas dos

    estudiosos no assunto, a exemplo de Raquel Rolnik. Para esta autora, o governo no est

    levando em considerao os impactos sobre as cidades.

    Diante desta constatao pode-se afirmar que, ao negar o direito moradia, a uma

    parcela da populao, nega-se tambm um direito bsico para a existncia da vida humana.

    Sendo assim, os direitos humanos so negligenciados.

    Todos tm o direito a um lugar adequado para viver. Isto significa que todas as pessoas tm o direito humano a uma moradia segura e confortvel, localizada em um ambiente saudvel que promova a qualidade de vida dos moradores e da comunidade. A Comisso das Naes Unidas para Assentamentos Humanos estima que 1,1 bilho de pessoas est agora vivendo em condies inadequadas de moradia, apenas nas reas urbanas. O direito a uma moradia adequada est vinculado a outros direitos humanos. Sem um lugar adequado para se viver, difcil manter a educao e o emprego, a sade fica precria e a participao social fica impedida. Apesar da centralidade da habitao na vida de todas as pessoas, poucos direitos humanos tm sido to freqentemente violados quanto o direito moradia. (OSRIO, 2007, p.1)

    No momento atual, observa-se um expressivo nmero de ocupaes em

    propriedades urbanas, sejam pblicas ou privadas, em Araguana, considerada uma cidade

    mdia4. tambm significativo a velocidade com que este problema vem se instalando no

    4 Apesar das dificuldades e da complexidade que envolve o termo e o tema cidade mdia considera-se que sua

    particularidade reside no pressuposto de uma especfica combinao entre o tamanho demogrfico, funes

  • espao urbano da cidade. Apenas a ttulo de exemplo, temos alguns setores, como: Monte

    Sinai, Maracan, Alto Bonito, Tiba, Cimba, Xixebal, dentre outros.

    No caso em estudo, ou seja, o Setor Monte Sinai, h uma disputa entre os ocupantes

    da rea e aqueles que se dizem proprietrios de fato. A questo que j surgiram, conforme

    depoimento dos ocupantes, muitos proprietrios que no demonstram nenhum documento

    comprovando ser o dono da terra. Isto tem acirrado ainda mais a disputa.

    O Loteamento Monte Sinai, encontra-se situado nas margens da BR-153, na sada

    sul da cidade de Araguana, entre os Bairros de Ftima e Nova Araguana. Segundo o

    presidente da Associao de Moradores do Monte Sinai, Jos Roberto do Nascimento Lima.

    O loteamento, segundo Nascimento Lima, possui 54 quadras e cerca de 1006 lotes. Alm

    dos moradores atuais, chacareiros e posseiros, lutam pelo direito de posse definitivo desta

    rea.

    Geralmente, a valorizao e os lucros obtidos pela venda da terra urbana, ocorrem

    atravs do processo de especulao imobiliria. Essa situao leva-nos a pensar que a

    existncia do latifndio urbano merece ser mais amplamente discutido, pois esta situao

    tem originado uma srie de conflitos sociais na cidade.

    De acordo com o estatuto da cidade5, a terra urbana existente deve cumprir uma

    funo social. Porm, o que rege a lei contida neste documento que regulamenta, dentre as

    vrias questes da cidade e do urbano, o uso e a ocupao do solo, bem como a utilizao

    de equipamentos coletivos urbanos, tem enfrentado, efetivamente, os embates com a viso

    de mercado implementado pelos promotores imobilirios, com a cooptao do Estado em

    suas diversas escalas.

    H, por assim dizer, uma discrepncia e incompatibilidade entre o discurso da lei e a

    lgica de atuao do capital imobilirio. Ao considerar que a cidade capitalista pela sua

    prpria natureza permeada por uma gama crescente de contradies, como podemos

    imaginar efetivamente que tais leis sejam cumpridas?

    No momento contemporneo, o que se tem observado que muito mais do que

    cumprir uma funo social, a terra urbana tem cumprido as regras do mercado. Da, porque

    tem-se assistido, constantemente, a intensificao dos problemas urbanos em vrias

    urbanas e organizao de seu espao intra-urbano, por meio da qual pode-se conceitualizar a pequena, mdia e a grande cidade, assim como a metrpole. (CORRA, 2007, p. 23) 5 Encarregada pela constituio de definir o que significa cumprir a funo social da cidade e da propriedade

    urbana, a nova lei delega esta tarefa para os municpios, oferecendo para as cidades um conjunto inovador de instrumentos de interveno sobre seus territrios, alm de uma nova concepo de planejamento e gesto urbanos. (ROLNIK, 2001, p. 5)

  • cidades do pas. Araguana, portanto, no tem fugido a essa regra. A esse respeito pode-se

    afirmar que.

    Com diferena de grau e de intensidade, todas as cidades brasileiras exibem problemticas parecidas. O seu tamanho, tipo de atividade, regio em que se inserem etc. So elementos de diferenciao, mas em todas elas problemas como os do emprego, da habitao, dos transportes, do lazer, da gua, dos esgotos, da

    educao e sade, so genricos e revelam enormes carncias. (SANTOS, 1993, p. 95)

    Se trouxermos essa discusso para a escala do territrio brasileiro, pode-se observar

    diversas particularidades, que variam e torna mais complexa a anlise do problema

    habitacional no Brasil. Ou seja, cada regio, cada estado, vai apresentar caractersticas

    distintas que ora se assemelham, ora apresentam realidades bem diferentes. No obstante,

    em Araguana, h uma carncia de estudos analticos sobre o direito cidade e o direito

    moradia. O presente estudo representa um pequeno esforo para a construo de

    informaes sobre a problemtica aqui discutida.

    4. CONSIDERAES FINAIS

    O processo de segregao scioespacial apresenta estreitas relaes com a

    problemtica habitacional, que por sua vez compem o quadro de referncia do corolrio de

    problemas que se tem hoje na cidade. impressionante ver que ao longo do tempo, no caso

    do espao urbano brasileiro, tantas foram s polticas pblicas criadas para solucionar a

    questo habitacional. Tambm, por outro lado, vrios programas governamentais de

    discurso, muito mais do que uma prtica, colocaram a necessidade de socializao do

    espao urbano como forma de legitimar os direitos do cidado.

    At o momento, a despeito de toda a tentativa mascarada da poltica corporativista

    desse pas, nada disso ocorreu. As relaes de poder que se estabeleceram sobre a cidade

    ganham materialidade, o que pode ser claramente percebido, na deteriorao da paisagem

    urbana. A negao do direito moradia de qualidade, bem como a negao da prpria

    cidade em si, est concretamente assentada nas diversas paisagens que compem o

    espao urbano do Brasil.

  • As diversas favelas, mocambos, ocupaes irregulares, degradao social e

    ambiental so expresses desta negligncia com o social e podem ser vistos em qualquer

    canto deste pas, mesmo nas reas de maior dinmica econmica, a exemplo das regies

    Sul e Sudeste. Alis, no Sudeste brasileiro onde os assentamentos humanos de forma

    irregular apresentam maior dimenso.

    Aps mais de uma dcada de tramitao no Congresso Nacional, finalmente foi

    aprovado o Estatuto da Cidade, que viria com a promessa de uma ampla reforma urbana, no

    sentido de se fazer cumprir a funo social da terra urbana. Aps anos de sua implantao,

    concretamente, as aes ainda no tiveram o alcance esperado ao que rege o Estatuto. E

    na perspectiva das relaes de poder que se estabelecem, o mercado tem apresentado

    sucessivas vitrias, em detrimento de toda uma sociedade. E o Estado? Como e de que

    forma tem se colocado perante esta situao? De que maneira, estrategicamente tem

    agido?

    Tais questes se tornam comuns nos ambientes acadmicos, com discusses

    acaloradas, pois que se sabe a entidade poltica denominada Estado no tem cumprido de

    fato o seu papel. Tem sido utilizado muito mais como um instrumento de ao das foras

    capitalistas que regem a cidade, transformando-a numa grande empresa. Os prefeitos, por

    sua vez, de administradores, passaram a gerentes que buscam recursos para a cidade-

    empresa se tornar mais competitiva.

    REFERNCIAS

    BONDUKI, Nabil. Origens da habitao social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difuso da casa prpria. So Paulo: estao liberdade, 2004.

    CORRA, Roberto Lobato. Trajetrias geogrficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.

    CORRA, Roberto Lobato. O espao urbano. So Paulo: tica, 1999.

    CORRA, Roberto Lobato. Construindo o conceito de cidade mdia. In: SPSITO, Maria Encarnao B. (Org.) Cidades Mdias: Espaos em transio. So Paulo: Expresso Popular, 2007.

    OSRIO, Letcia. Direito a moradia no Brasil. (Frum Nacional de Reforma Urbana), So Paulo: 2008.

  • ROLNIK, Raquel. e SAULE JNIOR, Nelson. Estatuto da cidade: Novas perspectivas para a reforma urbana. So Paulo: Polis, 2001.

    RODRIGUES, Arlete Moyss. Moradia nas cidades brasileiras. 5 edio. So Paulo: contexto, 1994.

    SANTOS, Milton. A urbanizao brasileira. So Paulo: Hucitec, 1993.

    SILVA. Maria Ozanira da Silva e. Poltica Habitacional Brasileiro: verso e reverso. So Paulo: Cortez, 1989.