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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE “AGENCIAMENTO DE CARGA AÉREA O ELO PARA O COMÉRCIO INTERNACIONAL” ADRIANA DIAS MADEIRA MARIA ESTHER DE ARAUJO OLIVEIRA Rio de Janeiro, RJ, maio/2002

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

“AGENCIAMENTO DE CARGA AÉREA

O ELO PARA O COMÉRCIO INTERNACIONAL”

ADRIANA DIAS MADEIRA

MARIA ESTHER DE ARAUJO OLIVEIRA

Rio de Janeiro, RJ, maio/2002

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

“AGENCIAMENTO DE CARGA AÉREA

O ELO PARA O COMÉRCIO INTERNACIONAL”

ADRIANA DIAS MADEIRA

Trabalho Monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau de

Especialista em Logística Empresarial

Rio de Janeiro, RJ, maio/2002

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Dedico este trabalho a todos meus amigos

da Danzas AEI, e ao meu namorado Junior

que contribuíram de alguma forma para

realização deste trabalho

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SUMÁRIO

RESUMO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I – A AGÊNCIA DE CARGA AÉREA – HISTÓRICO E DEFINIÇÃO

1.1 – O Comércio Internacional – da Antigüidade à Atualidade 2.2 – A Agência de Carga Aérea

1.2.1 – Definição 1.2.2 – O agente no contexto histórico e jurídico 1.2.3 – Os 13 termos que regem o comércio internacional 1.2.4 – Funções e serviços prestados pelo agente de carga aérea 1.2.5 – A remuneração do agente da carga aérea 1.2.6 – O regulamento IATA 1.2.7 – A estrutura de um agente de carga aérea

CAPÍTULO II – MISSÃO, NEGÓCIOS E OBJETIVOS DO AGENTE E SEUS DEPARTAMENTOS

2.1 – Missão, Negócios e Objetivos do Agente 2.2 – Funções e Objetivos 2.3 – Departamento Comercial e Operacional

CAPÍTULO III – O AGENTE DE CARGAS, UM PRESTADOR DE SERVIÇOS

3.1. Características do serviço 3.2. Estratégias de Marketing / Venda 3.3. Qualidade do serviço 3.4. Fornecedores – cias aéreas, despachantes aduaneiro, transportadoras,

armazéns alfandegados 3.5. Concorrentes

CAPÍTULO IV – POLÍTICAS COMERCIAIS ENTRE NAÇÕES

4.1. Do GATT à Organização Mundial do Comércio – OMC

CAPÍTULO V - A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA – O MERCADO BRASILEIRO

5.1. Abertura às importações – Era Collor CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO

O agenciamento de carga aérea é um tema de vasta complexidade e

de rara bibliografia. Busca-se com esse trabalho reunir toda a forma de material que

situe a agência, ou como é conhecido no mercado o “forwarder”, num contexto

econômico e jurídico, aliado à prática profissional da autora.

Com as mudanças constantes no cenário competitivo, faz-se

necessário construir um fluxo de informações, onde o “forwarder” possa monitorar as

oportunidades e ameaças, procurando estar sempre um passo a frente da

concorrência, buscando a maximização do lucro e a minimização de custos.

O estudo sobre o assunto em questão, proporciona às pessoas que

trabalham na área de comércio exterior, sobre a necessidade da logística do

transporte de cargas, desde a coleta na fábrica do fornecedor (exportador), cargas,

desde a coleta na fábrica do fornecedor (exportador), cargas, desde a coleta na

fábrica do fornecedor (exportador), passando pelo embarque, e posterior

desembaraço, até a entrega da mercadoria na fábrica do importador ou cliente final,

o que se denomina serviço “door-to-door”. Orientando e indicando, importadores e

exportadores, despachantes aduaneiros, companhias aéreas, funcionários do

Aeroporto, Receita Federal, transportadoras, ..., possíveis soluções tornando a

Agência de Carga Aérea, uma empresa por excelência.

O setor de agenciamento de cargas no Brasil vem sofrendo significativa

reestruturação e aumentando a sua participação desde a era Collor, com a abertura

às importações e os posteriores incentivos às exportações. A globalização de

economia, a necessidade de informações rápidas e precisas, a diminuição de custos

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(tendência a terceirização do departamento de comércio exterior nas empresas),

aumento da concorrência, a exigência de qualidade por parte dos clientes,

constituíram fatores determinantes para o incentivo, o crescimento e o investimento

em tecnologia dos Agentes de Carga Aérea. Fazendo que os mesmos procurassem

um padrão máximo de qualidade em atendimento ao cliente.

No capítulo I é feito um breve histórico, onde é citada a importância de

um Agente de Carga “forwarder” no contexto da importação e exportação. Procura-

se definir e descrever as responsabilidades e atribuições do Agente de Carga como

um todo e as atividades relacionadas.

No capítulo II, procura-se estabelecer como um agente é subdividido, e

as funções de cada departamento, mostrando a importância da integração entre os

mesmos. Feita radiografia da agência, são descritas missão, objetivos, estratégias e

tipos de negócio.

No capítulo III são descritas as características pertinentes ao serviço de

agenciamento, o ambiente de marketing, a influência sobre os ambientes

operacionais e a administração da qualidade do serviço, e o que ele representa para

a empresa, a convivência com os concorrentes, deixando claro que o prestador de

serviços tem que acertar de 1ª.

No capítulo IV são apresentadas as políticas comerciais entre as

nações.

No capítulo V mostra-se o papel do agente no contexto atual do

comércio exterior, a busca de um mercado exportador crescente, a constante

alteração nas tarifas. O mercado globalizado.

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CAPÍTULO I - A AGÊNCIA DE CARGA AÉREA – HISTÓRICO E DEFINIÇÃO

1.1 – O COMÉRCIO INTERNACIONAL – DA ANTIGÜIDADE À ATUALIDADE.

No Egito, uma das civilizações mais antigas a que se tem

conhecimento, o comércio interno pouco representava, já o comércio internacional

da Mesopotâmia era mais avançado, com expedições para visitar países

estrangeiros. Os fenícios foram excelentes navegadores, dominando o comércio

marítimo da época. Os gregos para suprir a deficiência no abastecimento de

alimentos, adquiriam no exterior produtos pagos com exportação de azeite, vinhos e

outros. O império romano buscou artigos de luxo do tipo pedras preciosas, ouro,

seda e especiarias, na Índia, China e no sudeste asiático.

Na antigüidade, o comércio internacional visava suprir somente a área

de alimentação e algumas vezes, artigos de luxo para a nobreza, sendo esta a

prática até o final da Idade Média.

No início do século XVI, 80% da população da Europa Ocidental vivia

em zona rural. Os 20% restantes, compostos de artesãos, comerciantes, nobres e

clero residiam em pequenas cidades ou vilarejos. A produção não agrícola era

artesanal, e a economia praticada era a de subsistência, já que de um modo geral a

população não dispunha de recursos. Entretanto, o luxo das classes privilegiadas

(nobreza e clero), provocou uma revolução no comércio, decorrente também do

aumento populacional e das descobertas geográficas. Houve assim, uma natural

ascensão da classe dos comerciantes (burguesia), ativando as trocas no exterior e

expandindo os sistemas de produção.

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Com os grandes descobrimentos, surgindo a relação entre poderosas

nações-estado e suas respectivas colônias, bem como o crescimento do comércio e

aparecimento da classe capitalista, originou-se a doutrina e prática mercantilista, que

pregava um Estado forte para proteger os transportes e as colônias (1500 a 1750).

Logo após surgiu o Liberalismo, unindo comerciantes e banqueiros

contra a intervenção do Estado na economia. A Revolução Industrial em fins do

século XVIII, caracterizou-se por uma série de invenções aplicadas à indústria,

aliando a produção à prática comercial baseada no Liberalismo.

Na atualidade, o conforto e a satisfação das necessidades dos povos

caracteriza o comércio internacional como essencial às relações exteriores, porque

nenhum país é auto-suficiente em recursos, tecnologia e serviços. Os blocos

econômicos são formados, e os países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em

desenvolvimento, procuram incrementar a política de comércio exterior, a fim de

suprir as necessidades e largarem na frente da competição.

Neste último século, a mentalidade produtiva mudou da quantidade

para a qualidade do produto/serviço oferecido, buscando atender o cliente final

exatamente da forma como o mesmo exige, e tentando seduzi-lo ao máximo.

Pesquisas e investimentos são feitos continuamente, a fim de aprimorar as

qualidades técnicas do produto, bem como o marketing se tornou fundamental para

se chegar ao cliente, sendo importante estar sempre a frente da concorrência. As

mudanças do ambiente são constantes e todos devem ficar atentos à elas, se

possível antecedendo-as e de forma nenhuma se estagnar no tempo, pois as

conseqüências são desastrosas. Com a evolução da informática a partir da década

de 70 e a sensacional melhora nos sistemas de comunicação, clientes e

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fornecedores em países distintos estão cada vez mais próximos, e quem sempre sai

ganhando é o consumidor final, que por conseguinte se torna cada vez mais

exigente.

1.2 – A AGÊNCIA DE CARGA AÉREA

1.2.1 – DEFINIÇÃO

Entende-se por Agente, a denominação genérica de todo aquele que

age em nome de alguém na negociação com terceiras partes.

Agência de Carga Aérea ou “Forwarder”, é o preposto de empresa de

agenciamento, que se encarrega de enviar/receber as cargas para

consignatários/destinatários diversos, fazer o acompanhamento do embarque da

origem até o destino determinado; atendendo a negociação que é feita entre o

exportador e o importador, cobrar os fretes devidos, contratar as Cias aéreas,

transportadores rodoviários, despachante aduaneiro, e quantos fornecedores se

tornem necessários para a execução do embarque.

2.2 – O AGENTE NO CONTEXTO HISTÓRICO E JURÍDICO

Em 1986, o Departamento de Aviação Civil (DAC) em conformidade

com o Artigo 25, Inciso I, da Lei nº 7565, de 19 Dez 86, Código Brasileiro da

Aeronáutica, resolve baixar as instruções, em anexo, para registro e funcionamento

da Agências de Carga Área no País. Hoje totalizam-se no Brasil 762 agentes de

cargas reconhecidos pelo DAC.

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O agenciamento de carga aérea é considerado serviço auxiliar do

transporte aéreo e só pode ser explorado mediante ato de autorização expedido pelo

Diretor-Geral do DAC.

Considera-se agente de carga aérea, para os efeitos destas Instruções,

a pessoa jurídica que, na qualidade de intermediária, agencie o transporte de carga

aérea. O pedido de autorização de agência de carga aérea será dirigido ao Diretor-

Geral do Departamento de Aviação Civil.

1.2.3. – OS 13 TERMOS QUE REGEM O COMÉRCIO INTERNACIONAL

Eles padronizam a linguagem do comércio internacional definido onde

termina a responsabilidade do exportador. Mas são periodicamente revisados, para

acompanhar as mudanças no mercado. Em sua versão 2000, que substitui a de

1990, os 13 Incoterms têm a seguinte interpretação:

• EXW – Ex Works (Na Origem)

Transação onde cabe ao comprador retirar as mercadorias no estabelecimento do

vendedor, ou em outro local por ele nomeado (armazém, fábrica, etc), não

embarcadas em qualquer veículo coletor.

• FCA – Free Carrier (Livre no Transportador)

Significa que o vendedor entrega as mercadorias, desembaraçadas para

exportação, ao transportador designado pelo comprador, no local combinado.

Quando a entrega é feita no estabelecimento do vendedor, este tem obrigação de

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colocar a mercadoria no veículo que vai transportá-la. Se a entrega ocorrer em

qualquer outro local, o vendedor não é responsável pela descarga do veículo usado

para transportar a mercadoria de sua fábrica até outro local. Fica sendo obrigação

do importador descarregar do veículo enviado pelo exportador e voltar a embarcar

em qualquer outro meio de transporte. Incoterm usado sem restrição quanto ao tipo

de transporte.

• FAS – Free Alongside Ship (Livre ao Lado do Navio)

O vendedor cumpre com a entrega das mercadorias quando elas estão colocadas

ao lado do navio, no porto de embarque designado, desembaraçadas para a

exportação. Incoterm usado apenas para transporte marítimo ou hidroviário.

• FOB – Free On Board (Livre a Bordo)

A entrega é consumada quando as mercadorias transpõem a amurada do navio, no

porto de embarque designado. Exige que o vendedor faça o desembaraço de

exportação. Incoterm usado apenas para transporte marítimo ou hidroviário.

• CFR – Cost and Freight (Custo e Frete)

A entrega também é consumada quando as mercadorias transpõem a amurada do

navio, no porto de embarque, desembaraçadas para a exportação pelo vendedor. O

vendedor deve pagar o frete até o porto de destino, mas o risco de perda ou dano,

bem como qualquer custo adicional, ficam por conta do comprador. Incoterm usado

apenas para transporte marítimo ou hidroviário.

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• CIF – Cost, Insurance and Freight (Custo, Seguro e Frete)

A entrega também é consumada quando as mercadorias transpõem a amurada do

navio, no porto de embarque, desembaraçadas para exportação pelo vendedor.

Quando se usa este Incoterm, o vendedor, além de pagar o frete até o porto de

destino, também deve contratar e pagar o seguro marítimo, de cobertura mínima,

cujo acionamento, se necessário, fica por conta do comprador. Demais riscos e

custos adicionais correm por conta do comprador. Incoterm usado apenas para

transporte marítimo ou hidroviário.

• CPT – Carriage Paid To ... (Transporte Pago Até …)

O vendedor entrega as mercadorias, desembaraçadas para exportação, ao

transportador designado e paga o frete até o destino combinado. Mas o comprador

arca com os riscos e custos adicionais que incorram depois que as mercadorias

tenham sido entregues. Incoterm usado sem restrição quanto ao modo de

transporte.

• CIP – Carriage and Insurance Paid To ..(Transporte e Seguro Pagos até ...)

O vendedor entrega as mercadorias, desembaraçadas para exportação, ao

transportador designado e, além de pagar o frete até o destino combinado, também

está obrigado a contratar e pagar o seguro de transporte, mas somente para

cobertura mínima. Demais riscos e custos adicionais correm por conta do

comprador. Incoterm usado sem restrição quanto ao transporte.

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• DAF – Delivered At Frontier (Entregue na Fronteira)

Incoterm a ser usado somente no caso de fronteira terrestre. As mercadorias são

colocadas à disposição do comprador antes da divisa alfandegária do país vizinho,

dentro do veículo que as transportaram, portanto, sem descarga. O vendedor se

responsabiliza pelo desembaraço de exportação, mas não de importação.

• DES – Delivered Ex Ship (Entregue no Navio)

O vendedor entrega a mercadoria no porto de destino, dentro do navio, arcando

com todos os custos e riscos de transporte. A descarga e desembaraço de

importação ficam por conta do comprador. Incoterm usado apenas para transporte

marítimo ou hidroviário.

• DEQ – Delivered Ex Quay (Entregue no Cais)

O vendedor entrega a mercadoria no cais do porto de destino, arcando com todos os

custos e riscos de transporte e descarga. A responsabilidade do comprador começa

no desembaraço de importação. Incoterm usado para transporte marítimo,

hidroviário ou multimodal.

• DDU – Delivered Duty Unpaid (Entregue com Direitos Não Pagos)

Significa que o vendedor entrega as mercadorias no local de destino, mas sem o

desembaraço de importação e sem descarregá-las. Incoterm usado sem restrição

quanto ao modo de transporte.

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• DDP – Delivered Duty Paid (Entregue com Direitos Pagos)

Significa que o vendedor entrega as mercadorias ao comprador no local de destino,

já desembaraçadas para importação, mas sem descarregá-las. Incoterm usado sem

restrição quanto ao tipo de transporte

1.2.4 – FUNÇÕES E SERVIÇOS PRESTADOS PELO AGENTE DE CARGA.

O Agente é contratado para fazer o “agenciamento” da carga,

coordenação do embarque.

As funções e serviços prestados pelo agente podem ser divididos e

listados da seguinte forma:

Na Exportação:

• Coleta da carga no armazém do fornecedor, quando solicitado pelo

exportador

• Emissão de todos os documentos necessários para a liberação da

carga, exceto a fatura comercial, nota fiscal e outros documentos

concedidos por órgãos específicos como por exemplo: Ministério da

Saúde, Ministério da Agricultura,..., sendo estes emitidos pelo

exportador:

• Documentos:

RE – Registro de Exportação

SD – Solicitação de despachos

HB – Housebill – Conhecimento. Int’l

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MB – Masterbill – Conhecimento. Int’l

• Liberação da carga/documentos na Alfândega

• Reserva junto a CIA Aérea para embarque da carga

• Confirmação do embarque junto a CIA Aérea

• Coordenação / informação para o cliente sobre o embarque até a

chegada no destino

Na Importação:

• Instruções de embarque p/ o escritório do agente na origem para coleta

da carga e embarque, quando solicitado pelo importador.

• Acompanhamento do embarque junto à CIA aérea até chegada.

• Aviso de chegada ao cliente (importador)

• Separação de todos os documentos para o importador colocando

(desconsolidação), carimbos com informações sobre chegada da

carga, n.º do vôo, n.º do conhecimento, identificação da CIA aérea.

• Entrega da documentação para o cliente, disponível para o

desembaraço da carga junto a alfândega.

1.2.5 – A REMUNERAÇÃO DO AGENTE DE CARGA AÉREA

A remuneração do agente de carga aérea ocorre de forma distinta nas

exportações e nas importações:

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Na Exportação:

O agente é remunerado na emissão do conhecimento internacional da

companhia aérea. A comissão do agente corresponde a 5% do valor da tarifa

negociada com a cia aérea escolhida para realizar o embarque da mercadoria.

No conhecimento internacional do cliente, o lucro ocorre sobre a

diferença da tarifa vendida ao cliente e a tarifa paga à cia aérea mais a taxa de

manuseio da carga e emissão de documentos para chamada Handling. Podemos

exemplificar da seguinte maneira: a cia aérea (X) vende para o agente a tarifa de

US$ 0,30 por Kg para uma carga que pesa 1200 Kg, o agente oferece para o cliente

a tarifa de US$ 0,40 por Kg, a diferença de US$ 0,10 por Kg é o lucro.

As tarifas são sempre oferecidas em dólar pois o conhecimentos

internacionais no Brasil são emitidos em dólar (moeda internacional).

Na Importação:

O lucro vem das taxas de serviços cobradas no destino, uma vez que o

frete internacional é revertido para a origem. A taxa de serviço é chamada “Taxa de

Desconsolidação” ou ainda Breakbulk Fee.

Obs.: Todas as ofertas de tarifas são oferecidas em dólar ou na moeda da origem.

1.2.6. – O REGULAMENTO IATA

O regulamento IATA (International Air Transport Association), rege às

normas para o transporte de carga aérea. Todas as informações sobre tarifas,

especificações de cada país, são encontrados no livro chamado TACT (“The Air

Cargo Tariff”), que é publicado pela “International Airline Publications” (IAP).

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O “TACT” contém informações relevantes para as partes envolvidas no

transporte aéreo internacional. As publicações do TACT são constantemente

revisadas.

Para maior facilidade no manuseio, o “TACT” foi dividido em três

volumes:

• “Rules” – contém todas as regras gerais, regulamentos e procedimentos, com

especificações de cada cia. Aérea;

• “Rates North America Issue” – contém todos os tipos de tarifas de/para países

da América do Norte;

• “Rates Wordlwide Issue” – contém todos os tipos de tarifas de/para todos os

países, exceto América do Norte;

Os livros de tarifas são emitidos a cada 2 meses com datas pré-

determinadas: 01 de fevereiro, 01 de março, 01 de junho, 01 de agosto, 01 de

outubro, e 01 de dezembro. O livro de regulamentos é emitido duas vezes por ano:

01 de abril, e 01 de outubro.

1.2.7. – A ESTRUTURA DE UM AGENTE DE CARGA AÉREA

O agente de carga é organizado em departamentos ou seções com

autonomia funcional própria, havendo uma integração entre os mesmos, sendo a

supervisão de 1 gerente, subordinado a uma diretoria/presidência. Entende-se por

departamentalização ao processo em que unidades organizacionais (departamentos,

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divisões, seções) são agrupadas por atividades homogêneas e/ou através da divisão

do trabalho geral nas funções, componentes das principais às mais especializadas.

Este processo facilita a especialização, a coordenação e o controle de

atividades, entre outros. O gerente deve agir de forma descentralizada, delegando

poderes e direitos aos diversos encarregados, possibilitando autonomia nas

decisões, porém mantendo a supervisão dos serviços executados, a fim de obter a

padronização dos mesmos, bem como manter o controle do andamento do negócio.

Os departamentos não podem ser estanques / inertes, devendo haver

comunicação total entre os mesmos, a fim de se evitar a duplicação de tarefas, o

desencontro de informações, que possam gerar maiores custos e possíveis

divergências de ações entre os encarregados, o que certamente acarretaria em

conflitos, quando um produto final insatisfatório ao cliente.

Os departamentos que compõem um agente de carga aérea são

divididos em:

• Comercial

• Operacional – Importação/Exportação

• Contábil

• Pessoal

Pode haver variações, diferenciação nos nomes ou funções de

departamentos, de agência para agência, dependendo principalmente da quantidade

do grau de especialização dos funcionários.

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Será feita a posteriori, uma análise dos objetivos e funções de cada

departamento, demonstrando a necessidade de comunicação entre os mesmos

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CAPÍTULO II – MISSÃO, NEGÓCIO E OBJETIVOS DO AGENTE E SEUS DEPARTAMENTOS

2.1 – MISSÃO, NEGÓCIO E OBJETIVOS DA AGÊNCIA

2.2 – FUNÇÕES E OBJETIVOS

A missão da corporação é, segundo Cobra (1989, p.54) “ a

incumbência ou compromisso das pessoas dentro da organização, na busca da

sobrevivência e perpetuação do negócio através do desenvolvimento a longo

prazo”.

Missão da empresa é a razão de ser, o porquê da existência da

mesma. Em termos filosóficos, seria a alma da empresa, aquilo que está acima das

pessoas que trabalham nela, pois antecede às mesmas; a sua duração é

indeterminada. E aquilo que a organização oferece o ambiente, recebendo de volta

um “feedback” positivo ou negativo a respeito desta oferta.

Há de se tomar muito cuidado, pois com o passar do tempo, através de

um grande crescimento da empresa, diversificação de produtos ou mudança de

ambiente, a missão pode perder a importância, devendo às vezes, ser modificada,

através de uma auto-análise constando das seguintes perguntas, segundo Peter

Drucker (in KOTLER, 1993, P.67):

1 Qual é o nosso negócio?

2 Quem é o nosso cliente?

3 O que é importante para o cliente?

4 Qual será o nosso cliente amanhã?

5 Qual deveria ser o nosso negócio?

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6 Qual será o nosso negócio?

A missão da empresa compreende os seguintes elementos que são:

a) a história da corporação, no que tange aos objetivos,

políticas e realizações;

b) as intenções atuais da direção e donos da empresa;

c) fatores ambientais, que apontam as principais

oportunidades e ameaças ao negócio;

d) os recursos da empresa, quanto a bens de capital, recursos

humanos, naturais e tecnologia;

e) competências distintas, que significa definir a aérea de

atuação da empresa no mercado

A missão deve ser bem definida junto aos administradores,

funcionários, fornecedores e clientes, a fim de criar uma sinergia entre todos,

visando alcançar o objetivo de perpetuação e sobrevivência da empresa, levando-a

ao sucesso.

No caso de uma agência de carga aérea, ao analisarmos as questões

elaboradas por Peter Drucker, poderíamos obter as seguintes respostas:

1 - O negócio é representar os interesses dos importadores/exportadores,

oferecendo a logística necessária e todo o suporte jurídico, operacional e comercial.

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Mas o negócio também deve oferecer a todos os clientes a gama de serviços que

permitam aos mesmos realizar suas operações de exportação/importação.

2 – Os nossos clientes são importadores/exportadores; e a agência de carga aérea

na qualidade de intermediária, agencia o transporte da carga para esses clientes.

Por conseqüência, os nossos clientes também são, despachantes aduaneiros, e

todos aqueles que desejam importar/exportar , um determinado produto com toda

logística necessária.

3 – O importante para os importadores/exportadores é poder se sentir bem

representado na origem/destino de sua carga com rapidez e precisão nas

informações.

O importante para todos aqueles clientes relacionados aos serviços de

exportação/importação, é receber qualidade na prestação de serviços a custos mais

baixos, da seguinte forma:

a) rapidez e precisão nas informações, comunicando

corretamente o “Eta/Ets” (tempo estimado de chegada/tempo

estimado de saída) das cargas no destino, e qualquer

imprevisto que venha acontecer. Essas informações devem

ser as mais corretas possíveis, não devendo haver de forma

alguma a manipulação das mesmas em prol do agente do

agente ou do cliente;

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b) fretes baratos, a fim de possibilitar a colocação da carga no

mercado a um custo mais baixo, permitindo a conquista de

novos mercados e clientes, bem como a manutenção dos já

existentes. O frete internacional incide sobre a tributação que é

paga quando ocorre a nacionalização da mercadoria;

c) responsabilidade do agente de carga, no caso de: atraso na

chegada do vôo em dado aeroporto, que venha prejudicar os

compromissos comerciais do cliente, possíveis erros no envio

da carga para o destino correto;

d) parceria com cias aéreas qualificadas, facilitando o envio e

entrega da carga no destino acordado. Regularidade de vôos,

ou seja, o exportador precisa embarcar a sua carga tão logo a

mesma fique pronta em sua fábrica, com o objetivo de evitar

custos e espaço para o armazenamento da carga, devendo

também cumprir a exigência de prazo imposta pelo cliente final

(comprador).

e) Liberação dos “Hawbs” (Housebill – conhecimento int’l) assim

que a chegada da carga for confirmada pela cia aérea.

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f) Prontidão por parte da agência em resolver qualquer problema

que possa vir a acontecer na operação de

exportação/importação.

Todos os itens acima dão ao cliente a segurança necessária em confiar

à uma determinada agência, a continuidade de seus negócios. Importante também

é quando a agência possui negócios afins do tipo terminal de carga, transportadora,

despachante aduaneiro, que possam ajudar na logística do comércio exterior.

4 – O nosso cliente amanhã será todo aquele que venha necessitar de qualquer

serviço ligado ao transporte aéreo e toda a logística anterior/posterior a este serviço.

Neste caso, trata-se a carga desde a sua origem na fábrica até o destino final.

5 – O nosso negócio deveria ser atuar em todas as áreas afins ao transporte aéreo,

procurando oferecer todos os serviços desde a retirada da carga na fábrica do

cliente, formando uma total parceria com os exportadores/importadores. Com isso,

certamente poderiam ser reduzidos intermediários, ou simplesmente serem feitos

contratos de prestação de serviços, permitindo ao cliente negociar toda a sua

logística somente com uma empresa, podendo se beneficiar em custos mais baratos

e maior eficiência nas informações.

6 – Com a globalização da economia e a implantação do transporte multimodal, o

negócio da agência será realmente uma ampliação dos serviços, ocorrendo uma

maior interação cliente/agência.

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A missão de uma agência de carga aérea é buscar soluções para

facilitar as trocas de mercadorias entre os mercados exportadores e importadores

das diversas nações, aproximando os mesmos com uma oferta de serviços que

venha atender às suas necessidades. Seria prover a todos os exportadores,

importadores e prestadores de serviços a eles ligados, a continuidade do seu

negócio a partir do fechamento da carga até a sua entrega no destino final.

Entretanto, após um estudo mais profundo feito acima, podemos

concluir que o produto da agência num futuro próximo será atender a exportadores,

importadores, através de uma logística operacional que cubra o embarque de porta

a porta (“door to door”), oferecendo desta forma, uma cobertura total no tratamento

da carga desde a fábrica do exportador até a do importador. Isto possibilitaria uma

grande redução nos custos, uma maior responsabilidade no trato da carga, através

da redução dos intermediários, pois os cuidados da carga estariam ligados somente

a uma pessoa jurídica. Esta responderia a tudo aquilo que viesse acontecer no

transporte combinado terrestre-aéreo e sua respectiva documentação exigida,

através da emissão do “HB (conhecimento int’l) door to door”.

Os objetivos são todos aqueles que devem ser estrategicamente

planejados e corretamente executados, a fim de situar a agência dentro do propósito

de sua missão previamente estabelecida.

Para isto devem ser analisados os fatores críticos de sucesso, as

oportunidades e ameaças, bem como os pontos fortes e fracos da empresa num

todo e em cada departamento.

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Uma empresa deve eleger um objetivo estratégico, definido a partir de

matrizes como: lucro, crescimento, segurança (sobrevivência).

O conjunto de objetivos escolhidos para execução de uma estratégia,

deve seguir alguns critérios:

• ser definido de forma clara e mensurável, com tempo determinado para sua

realização;

• deve ser consistente internamente;

• os objetivos devem ser determinados de forma hierárquica;

• devem ser factíveis, mas gerar desafios para estimular o máximo esforço.

Paralelo e harmoniosamente ao cumprimento da sua missão em

conjunto com o objetivo estratégico eleito, uma agência deve ter os seguintes

objetivos intermediários, a fim de atender satisfatoriamente seus clientes, garantindo

num primeiro passo a sobrevivência e possibilitando o crescimento:

Atingir o máximo de eficiência operacional, reduzindo os processos

burocráticos e facilitando a comunicação interna, que evita a duplicidade de tarefas,

entre outras coisas. Esta eficiência tem de ser atingida também na operação das

carga, a fim de que os custos no manuseio e armazenamento da carga sejam os

mais baixos possíveis. A agilidade e presteza de informações e processos numa

agência, mostra uma maturidade comportamental dos funcionários, bem como uma

busca no aperfeiçoamento na realização das tarefas. Esta agilidade pode ser obtida

através de um reagrupamento de tarefas similares, definindo claramente as

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responsabilidades e deveres de cada funcionário, e estabelecendo prazos para sua

execução.

A informatização e usos de programas que facilitem a execução de

tarefas, contribuem demasiadamente para um melhor aproveitamento do tempo de

cada funcionário, e consequentemente dão uma maior dinâmica e eficácia na

execução do trabalho.

Atingir a maior eficácia comercial, procurando abranger todo o mercado

ligado ao comércio exterior. Esta eficácia é obtida quando a agência oferece um

serviço de qualidade a custos compatíveis com o mercado, atendendo às

expectativas do cliente.

A princípio, o cliente mostra sempre uma preocupação maior com os

custos, mas desde que a agência não ofereça os serviços e fretes a preços

absurdos, o que vale mesmo é a qualidade no atendimento e todas as vantagens

operacionais, bem como a abrangência de serviços que o agente pode dispor. Um

cliente se sente bem atendido quando percebe rapidez, honestidade e segurança

nas informações, quando o agente mostra uma preocupação no trato da carga,

antecipando os fatos, orientando a melhor forma de embarque, apontando soluções

lógicas para os possíveis problemas que venham a surgir.

De fato, o agente deve se adaptar a realidade de cada cliente,

atendendo às suas necessidades da melhor maneira, de forma a fazê-lo sentir-se

bem representado, como uma extensão de sua empresa.

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A agência de carga aérea deve buscar ampliar sempre sua área de

atuação com filiais/representantes espalhados pelo país, e pelo mundo; ampliando

mercado, e podendo atender ao cliente da melhor maneira possível.

É lógico que, para isso, a agência deve se adequar em pessoal e

tarefas, bem como continuar oferecendo os serviços com a mesma qualidade que

fazia anteriormente. Em momento nenhum, o cliente pode sentir uma queda na

qualidade, pois isto representaria uma falta grave, podendo a agência perder

clientes antigos, além de não conquistar outros novos.

2.3 – DEPARTAMENTO COMERCIAL E OPERACIONAL

Após uma explicação sobre a missão, negócio e objetivos da agência

num todo, bem como a forma que a mesma se encontra departamentalizada e a

necessidade da comunicação interna entre estes departamentos, faz-se necessário

entender o que realiza cada departamento e como visam seus objetivos, para

finalmente entendermos o funcionamento do processo interno, desde o contato com

cliente (exportador/importador/despachante), até a liberação do conhecimento para

o cliente, com a devida desconsolidação – carimbo que é dado no HAWB

(conhecimento internacional do cliente) com os dados sobre a chegada da carga no

aeroporto.

• Departamento Comercial ou Marketing – é a porta de entrada do cliente na

agência, pois normalmente o primeiro contato é uma consulta do cliente,

perguntando sobre a freqüência de vôos para um determinado destino/origem, fretes

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internacionais, próximas saídas/chegadas dos vôos, e outros dados relevantes para

cada um.

Este departamento é visto pelos clientes como um grande ponto de

apoio para qualquer eventualidade que venha acontecer, inclusive na comunicação

interna com outros departamentos como o operacional e o contábil, e também na

comunicação com as cias. aéreas e despachantes, pois se um problema ocorre

numa área específica e o cliente sente dificuldade em resolver, ele logo recorre à

ajuda do comercial.

Daí o porquê da necessidade das pessoas da área comercial se

envolverem com toda a agência, participando de todos os processos para se

manterem a par dos acontecimentos, estando prontos para resolver qualquer

problema imediatamente, mantendo o grau de satisfação dos clientes.

Por conseqüência, o departamento comercial deve possuir muito tato

para evitar conflitos internos na resolução dos problemas, bem como não

transpassar estas dificuldades de maneira nenhuma para o cliente.

O departamento comercial deve fornecer todo o tipo de informação

referente a frete, cias aéreas, vôos, chegada/saída nos aeroportos de

destino/origem, custos envolvidos para o transporte da carga na origem e destino

(“thc”- handling, taxa de liberação do hawb, taxa de desconsolidação, outros).

Toda solicitação do cliente quanto à confecção/emissão do hawb, a

forma de como a carga deve ser manuseada e os cuidados especiais a serem

tomados, além do horário que a mesma estará pronta para embarque com a

documentação liberada, são algumas informações recebidas pelo departamento

comercial e que devem ser repassadas em seguida às áreas de interesse. Uma má

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coordenação nestas informações pode acarretar em perda de embarque, atraso na

liberação da carga/documentos na Receita Federal.

Após a aceitação da tarifa do frete internacional pelo cliente, a

informação e os detalhes para coordenação do embarque, tanto na importação

como na exportação, devem ser repassados para o departamento operacional, que

fará todo o “follow up” da carga junto ao cliente.

O setor comercial deve também prover às partes interessadas,

estatísticas de exportação e importação, baseadas em informações obtidas na

própria agência ou através de órgãos especializados, comparando a atuação do

agente de carga em relação à concorrência.

Esse acompanhamento é fundamental para saber o percentual de

participação da agência no tráfego que ela atende, verificando o quanto cada cliente

destina seus fechamentos à mesma, e permitindo ao comercial que seja feito um

trabalho localizado para descobrir os motivos de cada cliente, a fim de recuperar

alguns e conquistar outros novos.

O envolvimento operacional do departamento comercial varia de

agente para agente.

Um comentário a parte sobre o envolvimento operacional maior ou

menor das pessoas do comercial é o seguinte: quanto maior o envolvimento, maior

será a atenção, dedicação e precisão nas informações que o comercial destinará ao

cliente, mostrando um interesse pela carga em todas as etapas. Por outro lado, um

maior envolvimento expõe mais o comercial quanto a problemas surgidos, podendo

desgastar a imagem das pessoas, principalmente se as mesmas não estiverem

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capacitadas para explicar corretamente qualquer eventualidade, ou se não tiverem

tato para lidar com o cliente em situações adversas.

Além das funções acima, o setor comercial deve ser responsável por

todo o marketing da agência junto ao cliente, seja nas visitas feitas às empresas,

onde são levados prospectos sobre a agência, brindes e material de propaganda, ou

através de idéias inovadoras, objetivando uma maior angariação de carga e

conquista de novos mercados.

O principal objetivo do departamento comercial é angariar o máximo de

carga/clientes, com os melhores fretes, procurando gerar negócios para a agência.

É objetivo também, satisfazer os clientes atuais em todas as necessidades, bem

como aumentar a carteira de clientes, conquistando novos mercados.

Por último, mas não menos importante, é objetivo integrar todos os

departamentos com a mesma visão, no qual o cliente é a razão da agência e por

isso, deve ser tratado com toda a atenção que ele requer.

• Departamento Operacional – Na exportação é responsável pela emissão do

conhecimento internacional, e outros documentos pertinentes ao embarque (Registo

de Exportação e Solicitação de Despacho), reserva de espaço junto à cia aérea,

liberação da carga/documentos na Receita Federal, conferência da carga e da

documentação fornecida pelo cliente, confirmação do embarque da carga e chegada

da mesma no destino; manter o cliente informado de todos os passos do embarque.

Na importação, o departamento deverá enviar instruções de embarque

para a origem da carga, conforme informações prévias do importador. Notificar a

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chegada da carga no destino ao cliente, separar as vias do conhecimento int’l

(hawb) para o cliente/despachante, devidamente carimbadas com os dados de

chegada da carga, conforme o sistema da Receita Federal (MANTRA) e

disponibilizar as mesmas para serem retiradas pelo cliente e ou representante legal

(despachante aduaneiro).

Ocorrendo alguma problema com a carga, e/ou documentação, o

cliente deverá ser imediatamente informado, e o departamento da agência deverá

verificar junto as órgãos competentes, o problema da indisponibilização da

carga/documentos, procurando a solução mais rápida para o problema, evitando

pagamentos extras de armazenagem, e outros custos adicionais.

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CAPITULO III – O AGENTE DE CARGAS, UM PRESTADOR DE SERVIÇOS

3.1 – CARACTERÍSTICAS DO SERVIÇO

“Um serviço é qualquer ato ou desempenho essencialmente

intangível que uma parte pode ofecerer a outra e que não tem

como resultado a propriedade de algo. A execução de um

serviço pode estar ou não ligada a um produto físico.”

(Philip Kotler)

A agencia de carga aérea é essencialmente um prestador de serviço,

pois não existe nenhum produto físico vinculado a ela.

O agente vende aos exportadores/importadores uma tarifa para que

sua carga seja alocada em um determinado vôo, de uma determinada rota. Isso

possibilita um intercâmbio comercial com regularidade, segurança e rapidez, para

que mantenham seus compromissos contratuais.

O agente de carga pode realizar o serviço door to door, isto é, retira a

carga do fornecedor e entrega a mesma na porta do comprador. O

exportador/importador consegue visualizar passo a passo do processo, minimizando

custo e tempo.

O cliente procura a qualidade no serviço, seja no preço, na qualidade

do atendimento, na infra-estrutura, no âmbito tecnológico. Um cliente que não é bem

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atendido em um primeiro contato irá procurar uma nova empresa que atenda suas

expectativas e dificilmente voltará a procurá-la.

Trabalhos de venda, como telemarketing, prospecção de mercado,

visitas de manutenção ao cliente, pesquisas de satisfação, devem ser feitas

constantemente, visando sempre o cliente, pois o cliente é o foco principal e

essencial de um prestador de serviços.

Para que o trabalho de atendimento, marketing e vendas sejam bem

realizados, o prestador de serviços deve investir em treinamento e seleção de

pessoal qualificado.

Outros aspectos, que contribuem para o bom atendimento de uma

agência de cargas, é a desburocratização dos processos, rapidez no atendimento,

cortesia e interesse nas solicitações dos clientes.

3.2 – ESTRATÉGIAS DE MARKETING/VENDAS

A empresa deve estabelecer sua missão, seu objetivo, realizando

prospecções de mercado, conhecendo os clientes e a concorrência. Com o objetivo

definido, conseguirá identificar as melhores oportunidades do mercado, gerando

lucros e crescimentos satisfatórios para a empresa.

O plano de marketing ajuda a identificar as oportunidades de negócio

ofertadas pelo mercado para a empresa, define metas, princípios, procedimentos e

métodos que determinam o futuro, porém exigem um compromisso por parte de

todos os funcionários.

Podemos citar três tipos básicos de estratégias competitivas:

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1. Liderança em custo total – a empresa busca reduzir todos os seus custos

intermediários, permitindo, caso haja interesse, oferecer os serviços a um preço

mais baixo que os concorrentes e ganhar maior participação no mercado.

2. Estratégia para criar demanda – são utilizadas para que a organização

obtenha vantagem competitiva a partir da liderança.

No marketing de relações, tudo começa com o consumidor. O

que realmente importa é a forma com que os possíveis clientes e os já existentes

vêem uma empresa em relação à concorrência.

A decisão de usar um serviço de uma determinada empresa é

tomada com base em dados empíricos, opiniões, referências obtidas através de

propaganda de boca e experiências anteriores, pois os clientes definem uma

hierarquia de valores, desejos e necessidades.

A elaboração de estimativas de demanda é essencial para a

análise de oportunidades de mercado, o planejamento do esforço e o controle do

desempenho de marketing.

Tentar aprimorar uma imagem insistindo apenas no impacto de

informações, pode até num curto espaço de tempo indicar um movimento de

aumento de demanda, mas não surtirá efeito prolongado. Ao realizar a propaganda,

a empresa deve procurar buscar nos clientes um estímulo emocional, um alívio

psicológico, fazendo com que eles sintam a segurança de que não precisarão mais

se preocupar com a situação após a compra pelo serviço.

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3. Diferenciação – a empresa deve procurar ter um desempenho superior em

alguma área importante que traga benefício ao cliente.

Esta estratégia é a que o agente pode ter uma maior ingerência,

visto que ela está localizada na qualidade do serviço e não em custos determinados

por terceiros (fornecedores).

No caso das agências de carga aérea, trabalhar a diferenciação é um

fator um tanto quanto complicado, pois são dependentes dos seus fornecedores

(cias aéreas) no que tange o frete e a disponibilização de espaço nos seus vôos.

Neste caso o trabalho de diferenciação pode ser feito no que tange ao

acompanhamento da carga (follow up) e nas melhores negociações com as cias

aéreas, buscando preço e garantia de espaço nos vôos.

A agência deve também chamar a atenção para toda a gama de

serviços que a mesma pode oferecer no âmbito da logística internacional, como

desembaraço aduaneiro, armazenamento e distribuição, transporte local (rodoviário)

facilitando a operação.

Com o objetivo de se destacar no mercado, uma agência de carga

aérea deve desenvolver o seu “marketing interno” , que significa treinar e motivar os

funcionários que contatam o cliente diretamente, bem como o pessoal de apoio, a

fim de que todos hajam como elos de uma corrente, com a mesma importância,

proporcionando a satisfação do cliente. Não é suficiente ter um departamento de

marketing, enquanto o resto da empresa segue do jeito que bem entender.

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“A maior contribuição do departamento de marketing é ser excepcionalmente ágil em

conseguir que todas as demais pessoas na organização pratiquem marketing”

(Berry, 1986, p.47-51).

3.3 – QUALIDADE DO SERVIÇO

O termo qualidade pode ser definido como uma totalidade de

características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as

necessidades explícitas e implícitas.

Pela Norma ISO, “Qualidade é a totalidade de características de uma

entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e

implícitas”.

Na definição acima podemos identificar os conceitos de adequação ao

uso, relação custo / benefício, confiabilidade, satisfação do cliente e conformidade

aos requisitos. Esses conceitos da qualidade não são novos, nem se restringem a

uma determinada época ou cultura.

A palavra “qualidade “ não é usada isoladamente para exprimir um grau

de excelência no sentido comparativo e nem em avaliações técnicas no sentido

quantitativo. Para exprimir estes dois significados deve ser usado um adjetivo

qualitativo. Podem ser empregados, por exemplo, os seguintes termos:

• “qualidade relativa” – quando as entidades são classificadas em função do

seu “grau de excelência” ou no sentido comparativo;

• “nível de qualidade” – no sentido quantitativo é “medida de qualidade”,

quando são efetuadas avaliações técnicas precisas.

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A obtenção de qualidade satisfatória envolve as fases do ciclo da

qualidade como um todo. As contribuições à qualidade destas varias fases são, às

vezes, identificadas separadamente, para melhor distinção, como por exemplo: a

qualidade devido a definições das necessidades, a qualidade devido ao projeto do

produto, qualidade devido à conformidade, qualidade devido à assistência ao

produto ao longo do seu ciclo de vida.

Em algumas referências, a qualidade é definida como “adequação ao

uso”, ou “adequação ao propósito”, ou “satisfação ao cliente”, ou “conformidade aos

requisitos”. Estas definições representam apenas aspectos da qualidade, como foi

definida acima.

Podemos citar cinco falhas que causam o insucesso de um serviço:

1. Distância entre a expectativa do consumidor e a percepção da empresa –

muitas vezes a empresa percebe de forma errada o que o consumidor quer e como

ele julga os componentes do serviço. Por exemplo, o agente de carga aérea pode

pensar que um cliente julga a qualidade pela tradição e gama de serviços que ela

oferece, quando o mesmo está preocupado com o modo e a presteza em que é

atendido em suas solicitações;

2. Distância entre a percepção da empresa e as especificações da qualidade do

serviço – a empresa pode ter padrões de qualidade pouco claros ou não realistas,

ou ainda possuí-los de forma clara e realistas, mas não se empenhar totalmente em

alcançar esse nível de qualidade. A empresa pode exigir que todos os clientes sejam

recebidos com o máximo de cordialidade, com rapidez e presteza nas informações.

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Entretanto, por trabalhar com um contingente de empregados muito enxuto e às

vezes mal treinado, ela pode perder o padrão de qualidade previamente

estabelecido;

3. Distância entre as especificações da qualidade do serviço e sua execução –

se a empresa tem um padrão de qualidade bem definido, mas seus funcionários

estão muito sobrecarregados, o ambiente de trabalho pode estar ruim, ou ainda, os

equipamentos podem não estar funcionando a contento. Assim sendo, a execução

do serviço vai ser prejudicada e com certeza o padrão de qualidade vai cair;

4. Distância entre a execução do serviço e as comunicações externas – é o

principal problema de propaganda enganosa, onde a empresa cria uma expectativa

grande no cliente, e a realidade é bem contrária ao oferecido;

5. Distância entre o serviço percebido e o esperado – na realidade é uma

conseqüência do apresentado acima. Fica clara quando um prestador de serviço

tem dificuldade em executar a qualidade esperada.

Os principais determinantes da qualidade do serviço são:

a) Acesso – o serviço deve ser de fácil acesso, com pouca espera, em

horas e instalações convenientes;

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b) Comunicação – o consumidor deve receber o serviço na sua

linguagem , pois as características deste serviço são claramente

diluídas;

c) Competência – os funcionários devem possuir habilidade e

conhecimentos exigidos;

d) Cortesia – as pessoas gostam de ser atendidas com carinho e

receber toda a atenção devida;

e) Credibilidade / Confiança – esse aspecto é fundamental, pois os

clientes ao contratarem os serviços de uma agência, entregam a

mesma os cuidados da carga e a execução de seus negócios;

f) Receptividade – os funcionários atendem com rapidez e criatividade

às solicitações e problemas do cliente;

g) Tangibilidade – os serviços tangíveis projetam corretamente sua

qualidade;

h) Compreensão / Conhecimento do cliente – os funcionários

procuram compreender às necessidades dos clientes, dispensando-

lhes uma atenção especial;

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Além dos determinantes acima, o exportador / importador tem como

medir o grau de qualidade do serviço prestado pela agência em vários aspectos,

através do contato diário e de experiências anteriores como o agente. Estes

aspectos são percebidos na prática da seguinte forma:

• Aspecto Operacional – a carga é pedida para embarque dentro das

especificações de cada cliente e o horário de embarque é cumprido conforme

o solicitado, ou caso contrário, qualquer que seja o motivo (normalmente

alheio à vontade da agência), procura-se embarcar o mais cedo possível e

apresenta-se a justificativa correta sobre o acontecido, absorvendo os custos

no caso de erro da agência.

O cliente deve ser informado sobre quaisquer mudanças quanto a

regulamentos da Receita Federal, regras internacionais, taxas adicionais no

país de origem e/ou destino, e todo assunto pertinente ao comércio

internacional, que possa afetar direta ou indiretamente os seus negócios.

Essas informações normalmente são prestadas em conjunto com o

departamento comercial, que procura informar através de circular geral a

todos os clientes, ou de forma individual no ato do fechamento.

• Aspecto Documental – o agente procura cumprir com as solicitações do

cliente quanto ao preparo dos documentos (MAWB / HAWB), em acordo com

as exigências da carta de crédito e dentro das normas vigentes das leis

brasileiras e internacionais.

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• Aspecto Comercial – além de manter o cliente totalmente atualizado sobre

qualquer acontecimento que afete o comércio exterior e/ou particularmente à

sua carga, esse aspecto está muito ligado à logística inicial do negócio até a

entrega da carga no destino final, pois ele está mais associado à presteza da

informação, à busca de soluções alternativas para os problemas e apoio na

realização dos negócios.

O cliente percebe a qualidade da agência no aspecto comercial, quando ele

recebe a informação em primeira mão e não através de terceiros, quando

suas solicitações são atendidas no menor prazo possível, ou ainda, quando o

agente adiciona conhecimento ao do cliente, objetivando viabilizar o

transporte da carga e manter o compromisso que o cliente tem com a entrega

da carga no destino final.

Fatores críticos de sucesso são aqueles fatores essenciais para uma

empresa oferecer um serviço de qualidade e ser considerada pelos clientes, uma

empresa por excelência, chegando ao sucesso no seu negócio.

Descrevemos anteriormente as funções e objetivos de cada

departamento, bem como da agência num todo, e conseqüentemente podemos

deduzir que os principais fatores críticos de sucesso relacionados à uma agência de

carga aérea são os seguintes:

• Contratação de mão-de-obra especializada;

• Treinamento dos funcionários, através de cursos, seminários e palestras;

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• Informatização dos departamentos, gerando rapidez na execução dos

processos e reduzindo a duplicidade de tarefas;

• Desburocratização na decisão e execução das tarefas;

• Localização estratégica da agência próxima aos despachantes aduaneiros,

aeroporto, receita federal e fornecedores, facilitando o acesso;

• Perfeita comunicação entre os departamentos, evitando que alguma

informação conflitante seja passada para o cliente, bem como a duplicidade

na execução de tarefas;

• Cordialidade no tratamento do cliente;

• Disposição, rapidez e bom senso na solução de problemas, aprendendo com

os possíveis erros que possam acontecer;

• Precisão e rapidez nas informações;

• Antecipar os fatos aos clientes;

• Divulgar a cultura empresarial junto aos funcionários, orientando sobre a

missão da agência e seus objetivos a curto, médio e longo prazo;

• Estimular o cliente para que o mesmo se sinta satisfeito e possa representar a

empresa oferecendo um serviço de qualidade;

• Realizar visitas constantes aos clientes, mantendo o bom relacionamento,

buscando novos clientes, resolvendo possíveis problemas e principalmente

procurar conhecer um pouco mais sobre as necessidades de cada cliente

para resolvê-las. A visita quando bem feita normalmente cria uma espécie de

cumplicidade, na qual o cliente costuma contribuir com a oferta de carga;

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• Investir em material de propaganda como prospectos, cartões de

apresentação individual, propaganda em publicações do meio marítimo e de

comércio exterior (jornais, revistas, etc...);

• Fazer estatísticas constantes sobre a atuação da agência em comparação

com a concorrência, e buscar através dos clientes e também de uma

consciência interna as possíveis soluções para melhorar a performance como

um todo;

• Acompanhar as mudanças constantes do ambiente, procurando se adequar

para evitar procedimentos que se tornem obsoletos. Deve também receber o

“feedback” dos clientes para a melhora na prestação dos serviços;

• Realizar constantemente pesquisas de marketing para análise do mercado

atual e se possível, buscar novos nichos de mercado dentro dos negócios

oferecidos pela agência.

O cumprimento ou não dos fatores críticos de sucesso determinarão os

pontos fortes e fracos de uma determinada agência de carga aérea, orientando-a

para corrigir os problemas e buscar as soluções, objetivando reduzir a zero os

pontos fracos desta agência.

3.4 – FORNECEDORES – COMPANHIAS AÉREAS, DESPACHANTES ADUANEIROS,

TRANSPORTADORAS E ARMAZÉNS.

O relacionamento entre a agência e os fornecedores deve funcionar em

perfeita harmonia, havendo precisão na troca de informações, clareza nas instruções

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por parte do agente e no entendimento por parte do fornecedor. A transparência e

honestidade no relacionamento são fundamentais para gerar mútua confiança e

inspirar nos clientes a certeza da seriedade do serviço.

Podemos citar como principais fornecedores/parceiros de um agente

de carga:

• Companhias aéreas: oferecem espaço nas aeronaves através de

negociações na tarifa para embarque da mercadoria. São responsáveis

pelo transporte das cargas de um destino para outro.

• Despachantes: são contratados ou sub-contratados pelos agentes

aduaneiros para representar legalmente o importador/exportador junto a

Receita Federal, podendo emitir documentos de exportação (DDE –

Declaração De Exportação / RE – Registro de Exportação) e de

importação (DI – Declaração de Importação), liberar cargas, assinar

termos de responsabilidade e licença de importação.

• Transportadoras: esse tipo de serviço normalmente é terceirizado. Os

agentes em sua maioria têm apenas um carro para transporte interno

(inland) de mercadorias de dimensões pequenas. Normalmente a coleta

e/ou entrega das mercadorias são feitas por empresas sub-contratadas.

• Armazéns: existem dois tipos de armazéns para atender aos importadores

/ exportadores: Infraero (armazém do governo) e DAP (armazém privado).

Os armazéns alfandegádos privados DAP são contratados para o

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armazenamento de cargas importadas. Normalmente a taxa de

armazenamento nos DAPs é inferior a taxa da Infraero. Existem também

os armazéns gerais que são contratados para armazenamento de

mercadorias nacionalizadas

3.5 – CONCORRENTES

Nenhuma empresa pode sobreviver isoladamente no meio em que

atua, pois todos precisam de fornecedores, clientes e até mesmo de concorrentes

para realizar seus negócios.

Pode-se dizer que uma empresa sem concorrentes tende a reduzir a

qualidade nos produtos e serviços oferecidos, visto que não há um meio de

comparação no mercado, e a mesma não sente nenhum tipo de ameaça para perder

seu campo de atuação. É importante conhecê-los bem, assim como suas

estratégias, objetivos, pontos fortes e fracos e padrões de reação, possibilitando um

planejamento eficaz.

Os concorrentes dos agentes de carga aérea, ou “Freight Forwarder”,

são todos aqueles que prestam serviços similares ou até mesmo num escopo mais

amplo são aqueles que atendem ao mesmo mercado consumidor, oferecendo os

mesmos serviços.

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CAPÍTULO IV – POLÍTICAS COMERCIAIS ENTRE NAÇÕES

4.1 – Do GATT à Organização Mundial do Comércio – OMC

O GATT, do inglês General Aquement on Tariffs and Trade, ou seja,

Acordo Geral de Tarifas e Comércio é um tratado multilateral que engloba mais de

quatro quintos do comércio mundial. Seu objetivo é a liberalização do comércio e o

conseqüente desenvolvimento. É o único tratado que estabelece regras para o

comércio internacional e foi, durante muito tempo, o principal foro para as

negociações e solução de disputas na área.

Foi assinado em 1947 originalmente por 23 países, entre eles o Brasil,

tendo entrado em vigor a partir de janeiro de 1948. Com o passar dos anos foi sendo

utilizado e teve seu alcance ampliado como resultado de negociações ocorridas nas

chamadas “rodadas”.

Quando os termos do GATT foram concebidos, previa-se que esse

arranjo deveria ser temporário, servindo de ponte para o estabelecimento da

Organização Internacional do Comércio – OIC com objetivos análogos aos da

Organização Mundial do Comércio – OMC, agora criada. Essa temporariedade se

estendeu por mais de quatro décadas.

O princípio básico do GATT refere-se à cláusula de “Nação Mais

Favorecida”(Most Favored Nation – NFN), segundo a qual o comércio internacional

deve ser conduzido em bases não discriminatórias. Isto significa que todas as partes

contratantes devem favorecer-se do melhor tratamento outorgado a um dos

parceiros comerciais.

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Os princípios do GAT, em linhas gerais, podem ser resumidos da

seguinte forma:

1. Não discriminação – cada parte contratante negocia com as demais em base

de igualdade;

2. Mercados abertos – proibição de todas as formas de proteção, à exceção de

tarifas aduaneiras;

3. Comércio eqüitativo – proibição dos subsídios.

Nenhum desses princípios é absoluto e uma série de exceções é

admitida, incluindo a formação de áreas de mercado comum, livre comércio ou de

união aduaneira.

A existência de uma organização formal, que delineasse esses direitos

e obrigações através de estatutos, permitiu que, ao longo dos anos, os padrões de

comércio fossem estabelecidos através de rodadas de negociações, onde cada país

pudesse usar amplamente seu poder de barganha.

Muito embora o GATT não tenha estabelecido em verdadeira

organização estruturada para o comércio, deixando para as rodadas o papel de

coordenar as políticas comerciais, difundiu princípios baseados na liberalização e no

multilateralismo, que serviriam de referência para as negociações comerciais que se

seguiam, tanto no âmbito do GATT quanto em arranjos regionais.

Hoje o quadro institucional se apresenta essencialmente diferente

daquele do início do GATT. Após mais de quatro décadas decorridas desde o

fracasso da OIC, as relações econômicas internacionais tornaram-se

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verdadeiramente articuladas, impossibilitando a condução, até mesmo por parte das

economias mais poderosas, de políticas completamente autônomas.

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CAPÍTULO V – A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA – O MERCADO BRASILEIRO

5.1 – ABERTURA DAS IMPORTAÇÕES – ERA COLLOR

Por mais de 50 anos o Brasil manteve a sua economia protegida da

concorrência externa. Foi o chamado modelo de substituição de importações, que

atendeu ao esforço concentrado visando a industrialização. A partir de 1990, num

reflexo da própria realidade econômica mundial, adotou-se a abertura comercial,

com eliminação de controles administrativos, revogação de instrumentos legais e

redução de tarifas aduaneiras.

A abertura comercial iniciada pelo Brasil em 1990 tem sido forte aliada

do processo de estabilização econômica. A exposição da industria nacional à

concorrência externa revela-se benéfica, porque exige, cada vez mais, esforços no

sentido de produzir competitivamente.

Mudanças estruturais na pauta das importações têm origem nesse

processo de abertura. As importações são hoje uma realidade incorporada ao

processo produtivo brasileiro. Máquinas e equipamentos internalizados atendem à

necessidade de modernização do setor industrial, como o automobilístico e o de

eletrônicos que têm mostrado que o processo é saudável e quem ganha é o

consumidor brasileiro.

O país aperfeiçoa seu sistema de salvaguardas contra práticas

desleais de comércio. No entanto, a outra face da moeda aparece quando,

indiscriminadamente, produtos amparados em práticas desleais de comércio entram

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no país sufocando empresas que geram empregos e pagam impostos. Daí a

necessidade de que os processos de defesa comercial sejam efetivamente

aplicados e ampliados.

Exportar mais para importar mais pode continuar a ser uma boa divisa.

As medidas de desoneração fiscal e de revitalização dos financiamentos que estão

sendo implementados, com certeza, contribuirão para aumentar a competitividade

de nossas exportações. Tornam-se assim, mais suportáveis para os exportadores os

efeitos da política cambial em curso. E se ações concretas de redução do Custo

Brasil forem efetivados com urgência. Assim, certamente observaremos um

crescimento contínuo e sustentado das vendas externas.

Taxas de juros, legislação tributária, infra-estrutura, burocracia e custos

portuários concorrem para prejudicar a competitividade dos nossos produtos. São

exigências atuais a criação de um eficiente sistema institucional dotado de aparato

legal racionalizado e moderno esquema de defesa comercial, com regras claras e

estáveis. Precisamos de mecanismos capazes de compatibilizar nossa política de

comércio exterior com o novo cenário da globalização e com os compromissos

internacionais assumidos no âmbito da OMC, Aladi e Mercosul.

A implantação da Tarifa Externa Comum – TEC, e que tem como

instrumentos principais a redução tarifária, a eliminação dos controles

administrativos e a desregulamentação das operações de comércio exterior .

O crescimento ora verificado nas importações é decorrente dessas

medidas e traz consigo importantes conseqüências para todo o processo de

desenvolvimento econômico nacional, uma vez que, através da exposição da

industria doméstica à concorrência externa, obtém-se ganhos de qualidade e de

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produtividade, com reflexos na queda do nível geral de preços e no bem-estar da

população.

A consolidação desses benefícios exige do governo, entretanto,

atenção constante quanto às condições em que os produtos estrangeiros entram no

país, já que eventuais práticas desleais de comércio poderiam causar efeitos

danosos a uma industria que precisa ajustar-se rapidamente a um novo paradigma

tecnológico e cuja proteção repousa praticamente na tarifa aduaneira.

É dentro deste contexto que o Brasil está buscando aperfeiçoar seu

sistema de defesa comercial. Os acordos Antidumping de Subsídios e Medidas

Compensatórias, é preciso que se diga, fazem parte do conjunto de normas da

OMC, Organização Mundial do Comércio, à qual o Brasil aderiu formalmente no final

de 1994.

A defesa comercial é a fórmula moderna e aceita de acompanhar e

interferir nas importações. Não é uma exceção ao processo de abertura, mas sim

garantidor de seu próprio sucesso.

As práticas de dumping e de subsídios são consideradas desleais e,

assim, a reação a este tipo de comércio constitui-se legítima defesa. A imposição de

direitos antidumping ou compensatórios atinge somente o transgressor, e seu

objetivo é o de apenas neutralizar o dono que a produção doméstica está sofrendo

por conta desses artifícios, restabelecendo o nível de proteção da tarifa aduaneira.

O governo implementou no início de 1997 um sistema informatizado de

registro das importações, o SISCOMEX – Módulo Importação, que tem como um dos

objetivos, abolir a emissão das guias de importação (LI), permitindo maior controle

das operações e confiabilidade das estatísticas.

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A implantação do sistema, representa a informatização da Receita

Federal, abrangendo desde da chegada das cargas até a nacionalização das

mesmas, através do desembaraço aduaneiro, também chamado despacho

aduaneiro.

As importações crescem, e as exportações apesar de todos os

incentivos não têm fôlego para acompanhar o ritmo. Porém a abertura das

importações é um compromisso que temos que manter para assegurar nosso

espaço no mercado globalizado.

Para ilustrar o acima exposto, abaixo gráficos da balança comercial

brasileira nos anos de 1989 a 1998:

PERÍODO EXPOR IMPORT SALDO 1989 34.383,00 18.263,00 16.120,001990 31.414,00 20.661,00 10.753,001991 31.620,00 21.041,00 10.579,001992 35.793,00 20.554,00 15.239,001993 38.563,00 25.256,00 13.307,001994 43.545,00 33.079,00 10.466,001995 46.506,00 49.858,00 -3.352,001996 47.747,00 53.286,00 -5.539,001997 52.986,00 61.358,00 -8.372,001998 50.520,00 57.557,00 -7.037,00

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-10.000,00

-5.000,00

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

1989 1991 1993 1995 1997

SALDO DA BALANÇA COMERCIAL

SALDO DA BALANÇACOMERCIAL

BALANÇA COMERCIAL 1989/98 - US$ milhões

0,00

10.000,00

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

60.000,00

70.000,00

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO

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CONCLUSÃO

Com o estudo feito acima, o leitor pôde compreender toda a estrutura

de uma agência de carga aérea, a necessidade do seu surgimento, a divisão interna,

a missão, o negócio, os objetivos de cada departamento e, num todo, as

características do serviço.

O autor procurou dar uma atenção especial aos procedimentos que

ocorrem dentro de uma agência de carga aérea. Descrevendo detalhadamente as

funções, os objetivos e o inter-relacionamento entre os diversos departamentos,

para que o leitor que tenha pouca experiência no ramo, ou que seja oriundo de

empresas que atuem em áreas afins, possa se situar dentro do contexto do agente

de carga aérea e o ambiente que o envolve.

Grandes mudanças no cenário competitivo vêm acontecendo e, é

necessário que as pessoas que trabalham numa agência de carga aérea e marítima

se mantenham atualizadas, pois o prestador de serviços deve tirar um bom proveito

da informação.

O Brasil atualmente atravessa um processo de modernização dos

aeroportos e portos, onde estão sendo feitas licitações para administração e

investimento das diversas áreas, por empresas privadas especializadas no ramo.

Uma agência de carga que procure o crescimento e mantém-se

atualizada às mudanças, deve desenvolver um sistema de informações gerenciais,

analisando constantemente o ambiente, os fatores que o influenciam, determinando

as causas, efeitos e conseqüências de qualquer mudança que venha ocorrer. Deve

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saber os seus pontos fortes e fracos, e através do conhecimento dos fatores críticos

de sucesso, monitorar as oportunidades e ameaças.

Com o fluxo de informações construído, deve-se estudar todos os

fatores nos quais ela possua ingerência, e aqueles que ela não possua um controle,

mas que afetem de forma direta ou indireta, devem ser previstos e, sempre que

possível, antecipados, possibilitando tirar uma vantagem competitiva sobre a

concorrência.

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